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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS POÇOS DE CALDAS LAURA LUÍZA OLIVEIRA DOS SANTOS ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DO POLIETILENO TEREFTALATO PÓS-CONSUMO RECICLADO POÇOS DE CALDAS/MG 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

CAMPUS POÇOS DE CALDAS

LAURA LUÍZA OLIVEIRA DOS SANTOS

ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DO POLIETILENO TEREFTALATO

PÓS-CONSUMO RECICLADO

POÇOS DE CALDAS/MG

2015

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LAURA LUÍZA OLIVEIRA DOS SANTOS

ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DO POLIETILENO TEREFTALATO

PÓS-CONSUMO RECICLADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Unidade Curricular ICT 518 – TCC II do Curso de

Graduação em Engenharia Química, Instituto de

Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de

Alfenas, como parte dos requisitos para obtenção do

título de Engenheira Química.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Antônio de A. Lima

Co-orientador: Luciano Antônio Gileno

POÇOS DE CALDAS/MG

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

S237a Santos, Laura Luíza Oliveira dos.

Análise do ciclo de vida do polietileno tereftalato pós-consumo reciclado. / Laura

Luíza Oliveira dos Santos.

Orientação de Cláudio Antônio de A. Lima. Poços de Caldas: 2015. 36 fls.: il.; 30 cm.

Inclui bibliografias: fls. 34 - 35

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química) –

Universidade Federal de Alfenas – Campus de Poços de Caldas, MG.

1. Reciclagem. 2. Garrafas PET. 3. Análise do Ciclo de Vida. I. Lima, Cláudio

Antônio de A. (orient.). II. Gileno, Luciano Antônio. (co-orient.). III. Universidade

Federal de Alfenas – Unifal. IV. Título.

CDD 628

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AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador Dr. Cláudio Antônio de A. Lima, pela proposta de trabalho

que abriu meus horizontes profissionais e pelo suporte durante a elaboração deste estudo.

Meu especial agradecimento à empresa a qual foi tema desta análise, pela

oportunidade de estágio e confiança em mim depositada. Em particular, Luciano Antônio

Gileno, co-orientador, e Cesar Mariano de Carvalho, supervisor de estágio.

À equipe do Projeto de Extensão, pelas experiências compartilhadas e afirmação do

caminho que continuarei trilhando.

À minha família pelo apoio e presença durante toda a minha jornada.

Finalmente, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento

deste estudo e fizeram parte da minha formação, expresso aqui minha gratidão.

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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso apresenta uma Análise do Ciclo de Vida (ACV)

do Polietileno Tereftalato Pós-Consumo Reciclado (PET-PCR), em parceria com Recicladora

de garrafas PET pós-consumo, localizada em Poços de Caldas-MG. O estudo teve como

objetivo a geração de indicadores de desempenho ambiental e o levantamento de

oportunidades de melhorias no processo. A análise abrangeu todo o processo de produção do

PET-PCR, dividido nas unidades de Transporte de Matéria-Prima, Linha de Lavagem, Linha

de Extrusão, Pós-Condensação e Tratamento de Água e Efluente. Os dados do processo foram

coletados através de materiais fornecidos pela empresa, representando valores para os

consumos de recursos naturais e insumos, gerações de resíduos sólidos, efluentes líquidos e

emissões atmosféricas. Os procedimentos de cálculos se deram a partir de Balanços de Massa

e de Energia. O método de avaliação de impacto selecionado para a tradução do inventário foi

o Eco-Indicador 95, através do qual foram analisadas as categorias de impacto de

Aquecimento Global e Acidificação, causadas a partir do consumo de diesel, gás natural e

energia elétrica. Os dados do inventário foram caracterizados utilizando fatores de

equivalência. A fim de se obter índices de prejuízo ambiental, realizou-se em seguida a

valoração, utilizando fatores de peso. Dos resultados obtidos, observou-se que entre as

categorias de impacto selecionadas, o Aquecimento Global teve destaque, sendo responsável

por 88% do impacto total, enquanto a Acidificação representou apenas 12%. Os resultados

obtidos para o Prejuízo Ambiental mostram que uma considerável fatia de 93% do impacto

total gerado refere-se à fase de Transporte de Matéria-Prima, devido ao elevado consumo de

diesel. Dessa forma, a fim de reduzir o impacto ambiental do processo, é importante insistir

na conquista de fornecedores cada vez mais próximos à fábrica, beneficiando a logística do

recebimento da matéria-prima em termos econômicos, estratégicos e ambientais. Ao realizar a

comparação dos processos produtivos de PET-PCR e Resina PET Virgem, verificou-se uma

economia energética de 88% para o processo de reciclagem, consumindo, em contrapartida,

41% mais água, devido principalmente ao processo de lavagem das garrafas. Entretanto, o

impacto ambiental causado pelo consumo deste recurso é reduzido uma vez que a recicladora

dispõe de processos de tratamento e reuso de água.

Palavras-chave: Polietileno Tereftalato Pós-consumo Reciclado. PET-PCR. Análise do Ciclo

de Vida. ACV. Garrafas PET. Reciclagem.

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ABSTRACT

The present work presents a Life Cycle Assessment (LCA) of Post-Consumer Recycled

Polyethylene Terephthalate (PET-PCR), in partnership with a recycler of post-consumer PET

bottles, located in Poços de Caldas. The study aimed to generate environmental performance

indicators and survey opportunities for process improvements. The analysis covered the entire

production process of PET-PCR, divided into units of Raw Material Transport, Washing Line,

Extrusion Line, Post-Condensation and Treatment of Water and Wastewater. Process data

were collected through materials provided by the company, representing values for the

consumption of natural resources and raw materials, and generation of solid waste,

wastewater and atmospheric emissions. The calculation procedures were given from mass and

energy balances. The impact assessment method selected for the translation of the inventory

was the Eco-Indicator 95, through which the impact categories of global warming and

acidification, caused from the consumption of diesel, natural gas and electricity, were

analyzed. Inventory data were characterized using equivalency factors. In order to obtain

environmental damage indices, the evaluation was made by using weight factors. From the

results, it was observed that among the impact categories selected, Global Warming stood out,

accounting for 88% of total impact, while the acidification represented only 12%. The results

for Environmental Damage show that a sizeable share of 93% of the total impact generated

relate to the phase of Raw Material Transport, due to the high consumption of diesel. Thus, in

order to reduce the environmental impact of the process, it is important to insist on achieving

closer suppliers, benefiting the logistics of receiving the raw material for economic, strategic

and environmental terms. Upon comparison of the processes PET-PCR and Virgin PET

Resin, there is an energy saving of 88% for the recycling process, consuming, however, 41%

more water, mainly due to the bottle washing process. However, the environmental impact

caused by the consumption of this resource is reduced since the recycler comprises processes

of treating and reusing water.

Keywords: Post-consumer Recycled Polyethylene Terephthalate. PET-PCR. Life Cycle

Assessment. LCA. PET bottles. Recycling.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 7

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 8

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 8

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 8

3. RECICLAGEM NO BRASIL ...................................................................................................... 9

3.1 RESÍDUO SÓLIDO URBANO .............................................................................................. 9

3.2 COLETA SELETIVA ........................................................................................................... 10

3.3 RECICLAGEM DO PLÁSTICO .......................................................................................... 10

3.4 RECICLAGEM DO PET ...................................................................................................... 12

3.4.1 Recuperação .................................................................................................................. 13

3.4.2 Revalorização ................................................................................................................ 13

3.4.3 Transformação ............................................................................................................... 14

4. ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV) .................................................................................. 15

4.1 NORMAS, HISTÓRICO E RELEVÂNCIA......................................................................... 15

4.2 FASES DA ACV ................................................................................................................... 16

4.2.1 Objetivo e Escopo ......................................................................................................... 16

4.2.2 Análise do Inventário .................................................................................................... 16

4.2.3 Avaliação de Impacto .................................................................................................... 17

4.2.4 Interpretação .................................................................................................................. 17

5. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 17

5.1 SOFTWARES AUXILIARES ................................................................................................ 18

5.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ........................................... 20

5.2.1 Método Eco-Indicador 95 .............................................................................................. 21

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................ 23

6.1 OBJETIVO E ESCOPO ........................................................................................................ 23

6.2 ANÁLISE DO INVENTÁRIO ............................................................................................. 24

6.3 AVALIAÇÃO DE IMPACTO .............................................................................................. 28

6.4 INTERPRETAÇÃO .............................................................................................................. 31

7. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 34

APÊNDICE A – Formulário aplicado aos motoristas dos veículos de transporte de matéria-prima para

a Recicladora ......................................................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

No cenário atual, em que o desenvolvimento industrial é acompanhado pela

aglomeração populacional e pelo alto índice de consumo, os níveis de degradação ambiental

são considerados alarmantes. Recursos naturais vêm sendo explorados de forma irracional e a

capacidade de assimilação de resíduos pelo ambiente, se tornando cada vez mais limitada

(BRAGA et. al., 2005).

A demanda da humanidade sobre a Natureza ultrapassa a capacidade de reposição

do planeta. Seria necessária a capacidade regenerativa de 1,5 Terras para fornecer os

serviços ecológicos que usamos atualmente (WWF, 2014, p. 10).

Neste contexto, aflora-se uma nova percepção da sociedade quanto à importância da

proteção ao meio ambiente. Em prol das gerações futuras, surgiu na década de 80 o conceito

de Desenvolvimento Sustentável. A partir desse momento, é possível perceber uma

significativa mudança na relação entre o meio ambiente e o mundo dos negócios, refletindo a

pressão atual exercida pelas autoridades e, pela sociedade, na concepção de produtos e

processos produtivos “amigos” do meio ambiente (ANDRADE et. al., 2001).

No sentido de seguir essa tendência, empresas e indústrias têm se concentrado em

analisar, cada vez mais, a interação entre seu serviço/produto e o meio ambiente, utilizando

ferramentas de gestão que avaliam esses impactos. Dentre essas técnicas, destaca-se a Análise

do Ciclo de Vida (ACV), que compreende etapas que vão desde a extração de matérias-

primas, incluindo o processo produtivo e o consumo, até a disposição final do produto e

reciclagem (CHEHEBE, 1997).

Através da ACV, é possível levantar indicadores ambientais inerentes ao processo

produtivo e identificar oportunidades de melhorias revelando-se como uma ferramenta

indispensável às estratégias gerenciais (CHEHEBE, 1997; HELLWEG; CANALS, 2014).

Atualmente, a indústria do plástico vem investindo em estudos de ACV a fim de

levantar os reais impactos ambientais causados por bens de consumo, servindo de base para

projetos inovadores (SINZATO, 2015). Motivado por esta contemporaneidade e importância

do tema surge este projeto visando proceder a Análise do Ciclo de Vida da produção do

Polietileno Tereftalato Pós-consumo (PET-PCR), advindo de parceria firmada com uma

recicladora de garrafas PET localizada em Poços de Caldas-MG.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo, em parceria com uma

recicladora de garrafas PET pós consumo em Poços de Caldas-MG, realizar a Análise do

Ciclo de Vida (ACV) da produção do Polietileno Tereftalato Pós-consumo Reciclado (PET-

PCR), a fim de se levantar indicadores de desempenho ambiental e apontar oportunidades de

melhorias e desenvolvimento no processo.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Este trabalho teve os seguintes objetivos:

Assimilar conhecimentos a respeito da ferramenta ACV, sua importância,

fases, métodos e normatização;

Aprofundar os conhecimentos sobre o processo de reciclagem de PET para

produção do PET-PCR, identificando as principais fases do seu ciclo de vida;

Coletar e reunir dados do processo relativos às variáveis integrantes da ACV;

Realizar os procedimentos de cálculos de indicadores ambientais, utilizando

ferramentas da Engenharia Química e métodos de avaliação de impacto;

Identificar e avaliar os indicadores de desempenho ambiental através dos

resultados obtidos e apontar oportunidades de melhorias no processo abordado;

Apresentar sugestões para próximos trabalhos que poderão dar continuidade ao

estudo da ACV do PET-PCR.

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3. RECICLAGEM NO BRASIL

3.1 RESÍDUO SÓLIDO URBANO

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) define resíduos sólidos como:

material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em

sociedade. Grande parte do Resíduo Sólido Urbano (RSU) é oriunda de residências, escolas,

indústrias e construção civil (BRASIL, 2010; MAGRINI et. al., 2012).

Atualmente, o Brasil gera aproximadamente 54,38 milhões de toneladas de RSU por

ano e quase 90% dos municípios brasileiros contam com a coleta de lixo (ABIPLAST, 2015).

Somente cerca de 60% do RSU coletado no Brasil é destinado de forma adequada. A

outra fatia segue para lixões (17%) ou aterros controlados (24%). A Figura 1 representa a

distribuição dos destinos dados ao RSU no Brasil. Cerca de 30% do RSU descartado

incorretamente é composto por materiais recicláveis com potencial de retorno à cadeia

produtiva, sendo o plástico o principal dentre eles, conforme se observa na Figura 1

(ABRELPE, 2014; ABIPLAST, 2015).

Figura 1 – Destinação do RSU no Brasil e composição do descarte inadequado

Fonte: Adaptado de ABIPLAST (2015)

Os índices de geração de resíduos per capta crescem a cada ano, indicando a

imprescindível necessidade de desenvolvimento de políticas de gestão de RSU e sistemas de

coleta seletiva eficientes (ABRELPE, 2014; MAGRINI et. al., 2012).

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3.2 COLETA SELETIVA

Embora cerca de 60% dos municípios brasileiros tenham registrado alguma iniciativa

de coleta seletiva de materiais recicláveis, somente 17% (927 municípios) efetivamente

operam programas de coleta abrangendo toda a sua população, o que representa um aumento

significativo em relação aos anos anteriores (ABIPLAST, 2015; CEMPRE, 2015).

Dos municípios que realizam a coleta seletiva, 81% situam-se nas regiões Sudeste e

Sul do país, 80% realizam coleta de porta em porta, 45% possuem Postos de Entrega

Voluntária (PEV) e 76% apoiam a integração de cooperativas de catadores na coleta seletiva

municipal (CEMPRE, 2015).

Conforme se pode observar na Figura 2, os plásticos em geral representam o segundo

tipo de material mais coletado por sistemas municipais de coleta seletiva, sendo o Polietileno

Tereftalato (PET) o mais expressivo entre eles (CEMPRE, 2015).

Figura 2 – Composição da Coleta Seletiva e Perfil dos Plásticos

Fonte: Adaptado de CEMPRE (2015)

3.3 RECICLAGEM DO PLÁSTICO

A PNRS define Reciclagem como: processo de transformação dos resíduos sólidos

que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com

vistas à transformação em insumos ou novos produtos (BRASIL, 2010).

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Essa atividade apresenta papel fundamental na gestão de resíduos, reduzindo

problemas de meio ambiente, de saúde pública e de caráter socioeconômico (ABRELPE,

2014; MAGRINI et. al., 2012).

O plástico pode ser reprocessado através de três métodos, conforme Figura 3

(PLASTIVIDA, 2015):

Reciclagem Mecânica: Conversão do material em grânulos que podem ser

utilizados na fabricação de outros produtos.

Reciclagem Química: Reprocessamento do plástico transformando-o em

intermediários químicos que são reintegrados a refinarias ou centrais

petroquímicas, resultando em produtos de alta qualidade.

Reciclagem Energética: Recuperação da energia térmica contida nos plásticos

para uso como combustível.

Figura 3 – Processos de Reciclagem no Ciclo de Produção dos Plásticos

Fonte: Adaptado de MAGRINI et. al. (2012)

A principal reciclagem do plástico adotada no Brasil é por meio da indústria de

reciclagem mecânica. No ano de 2012, 762 empresas constituíam a Indústria Brasileira de

Reciclagem Mecânica (IRmP), e a produção total de plástico reciclado foi de 1.086 mil

toneladas (PLASTIVIDA, 2013; ABRELPE, 2014).

Os plásticos reciclados podem ter origem do descarte industrial ou do pós-consumo.

Neste segundo caso, geralmente encontra-se contaminado e misturado a outros materiais,

apresentando valor agregado mais baixo. Em 2012, 64% do resíduo plástico foi de origem

pós-consumo (PLASTIVIDA, 2013; MAGRINI et. al., 2012).

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3.4 RECICLAGEM DO PET

Recipiente ideal para a indústria de bebidas, o Polietileno Tereftalato é um poliéster

termoplástico, 100% reciclável e comumente utilizado para a fabricação de garrafas, frascos e

embalagens. A Reciclagem de PET no Brasil é uma das mais desenvolvidas no mundo

(ABIPET, 2015).

A Figura 4 apresenta o comportamento do Índice de Reciclagem (razão entre o total de

produtos reciclados e a quantidade de resíduos sólidos gerados) e o volume de PET reciclado

no Brasil durante quase duas décadas, exibindo o crescimento da atividade no país

(PLASTIVIDA, 2015).

Figura 4 – Evolução da Reciclagem de PET no Brasil

Fonte: Adaptado de ABIPET (2013)

O ciclo da reciclagem do PET pós-consumo, apresentado na Figura 5, tem início no

momento do descarte das garrafas, que posteriormente são coletadas e enfardadas tornando-se

sucata comercializável. A partir da aquisição desse material pelas recicladoras inicia-se o

processo industrial da produção da matéria-prima reciclada que será utilizada para a

fabricação de inúmeros produtos, entre eles, novas garrafas PET. A reciclagem acontece em

três etapas básicas: Recuperação, Revalorização e Transformação (ABIPET, 2015).

13 18 22 30 40 50 67

89 105

142 167 174

194

231 253 262

282 294

331

18,8

25,4

21

16,2 17,9

20,4

26,3

32,9 35

43 47 47

51,3 53,5 54,8 55,6 55,8 57,1 58,9

0

10

20

30

40

50

60

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Volume Reciclado (kton)

Índice de Reciclagem (%)

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Figura 5 – Ciclo da reciclagem do PET

Fonte: Adaptado de ABIPLAST (2015)

3.4.1 Recuperação

Nesta etapa concentram-se os processos de coleta seletiva do PET, triagem em relação

à cor, conteúdo e origem, e prensagem a fim de diminuir o volume e facilitar o transporte

(ABIPET, 2015).

3.4.2 Revalorização

A reciclagem mecânica do PET pós-consumo envolve, em geral, as etapas de

Separação, Moagem, Lavagem e Secagem (MAGRINI et. al., 2012; FRANZ et. al., 2004).

Os fardos de garrafa dispostos no pátio são desfeitos, e as garrafas são colocadas na

esteira de alimentação, através da qual passam pela primeira etapa de lavagem, eliminando

alguns contaminantes. As garrafas passam então por selecionadores, onde são detectados e

retirados materiais indesejados. As garrafas entram para o moinho onde são trituradas e a água

suja é separada. O material passa pelos tanques de separação, onde é realizada a separação de

tampas e rótulos, e onde produtos químicos para o beneficiamento do produto podem ser

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adicionados. Outro moinho é utilizado até a obtenção da granulometria desejada. O material é

transportado até o lavador onde é feito o enxague e posteriormente levado ao secador.

Finalmente, o material seco passa pelo detector final e os flakes são dispostos em big bags

através dos quais são enviados às indústrias de transformação (ABIPET, 2015).

Dependendo da sua aplicação, uma etapa de extrusão pode ser adicionada no processo

para a obtenção de pellets de PET-PCR (FRANZ et. al., 2004). A utilização do PET-PCR em

contato direto com alimentos requer uma etapa adicional de limpeza profunda, compondo a

“Reciclagem Superlimpa” (MAGRINI et. al., 2012; FRANZ et. al., 2004).

Os pellets de PET-PCR obtidos após a etapa de extrusão tem característica amorfa,

sendo um sólido transparente com baixas propriedades físicas e mecânicas. Para aplicações

como embalagens rígidas é necessário que os pellets apresentem uma viscosidade intrínseca

(VI) maior do que os destinados a aplicações como filmes e fibras. Assim, o material deve

passar por uma etapa final que consiste na cristalização e pós-condensação, aumentando a VI

do polímero (ABIPET, 2010).

3.4.3 Transformação

A forma como é realizada a transformação do PET Reciclado dependerá da sua

destinação final. Entre a enorme gama de aplicações, atualmente a indústria têxtil é a maior

usuária de garrafas PET recicladas, conforme destacado na Figura 6 (ABIPET, 2015).

Figura 6 – Distribuição estatística das Aplicações do PET-PCR

Fonte: Adaptado de ABIPET (2013)

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4. ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV)

4.1 NORMAS, HISTÓRICO E RELEVÂNCIA

Devido à propagação de metodologias de estudo de impacto ambiental e a divergência

dos resultados gerados, surgiu a necessidade de criação de uma norma padrão para a

atividade. Assim, com base na SETAC (Society of Environmental Toxicology and Chemistry),

o Sub-comitê de Análise do Ciclo de Vida, da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), padronizou a metodologia ACV nas séries NBR ISO 14040. As atividades tiveram

início em 1994 e, duas décadas depois, ainda são lançadas atualizações e novas normas

pertencentes à série (CHEHEBE, 1997; GUINÉE et. al., 2004; MANTOVANI, 2012).

A NBR ISO 14040 define a abrangência da ACV:

A ACV estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais ao longo da vida de

um produto (isto é, do “berço ao túmulo”), desde a aquisição da matéria-prima,

passando por produção, uso e disposição. As categorias gerais de impactos

ambientais que necessitam ser consideradas incluem o uso de recursos, a saúde

humana e as consequências ecológicas (ABNT, 2001, p.2).

Durante as últimas três décadas, a ACV evoluiu de uma mera análise energética para

uma ferramenta de avaliação de impacto social e ambiental, conquistando o mercado no início

do século XXI (GUINÉE et. al., 2011). Ferramenta relativamente recente no Brasil, a ACV

foi tema de estudos avaliativos na última década, destacando as áreas de Biocombustíveis,

Sistemas Agropecuários e Produção Energética (ZANGHELINI et. al., 2014).

Através da ACV, obtém-se um melhor entendimento do processo analisado,

levantando indicadores ecológicos, identificando oportunidades e estratégias de melhoria, e

viabilizando uma atuação ambiental mais responsável. Além disso, os resultados de suas

análises podem ser utilizados para o desenvolvimento do processo, comparação com produtos

ou processos alternativos, e como apoio ao marketing ambiental (CHEHEBE, 1997;

HELLWEG; CANALS, 2014).

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4.2 FASES DA ACV

As principais fases da ACV, estabelecidas pela ISO 14040, são a definição do objetivo

e escopo do trabalho, a análise do inventário, a avaliação de impacto e interpretação de

resultados (CHEHEBE, 1997).

4.2.1 Objetivo e Escopo

Esta é a fase em que as decisões iniciais inerentes ao trabalho são feitas. O objetivo

depende do público alvo e da aplicação pretendida. Assim, deve-se justificar a realização do

trabalho e definir a finalidade dos resultados. O escopo da ACV refere-se às suas três

dimensões: Extensão (onde iniciar e parar os estudos), Largura (quantos e quais subsistemas

incluir) e Profundidade (o nível de detalhes do estudo). O produto em estudo é a função do

sistema e o desempenho do sistema é a sua unidade funcional (CHEHEBE, 1997; GUINÉE

et. al., 2004; SANTOS, 2011).

4.2.2 Análise do Inventário

O inventário deve ser constituído da apresentação do produto, processo ou atividade

analisada, da coleta de dados e quantificação de variáveis (matéria-prima, energia, transporte,

emissões atmosféricas, efluentes e resíduos), do fluxograma do processo com a descrição de

cada unidade e dados associados, e dos procedimentos de cálculo através de balanços de

massa e energia (CHEHEBE, 1997; GUINÉE et. al., 2004; SANTOS, 2011).

No momento de seleção de materiais relevantes aos cálculos, deve-se observar o valor

que este representa em relação ao fluxo total do sistema. Além disso, durante a atribuição de

pesos, é importante notar que alguns subprodutos podem servir como matéria-prima para

outro processo, devendo ser diferenciados dos rejeitos finais (GUINÉE et. al., 2004).

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17

4.2.3 Avaliação de Impacto

Através dos resultados obtidos, avalia-se quali e quantitativamente os impactos

ambientais inerentes ao processo, suas magnitudes e significâncias (CHEHEBE, 1997).

Nesta fase, os dados obtidos no inventário são traduzidos através da aplicação de

métodos de avaliação de impacto ambiental. Para isso, é necessário definir os focos de

preocupação ambiental, as categorias de impacto e seus respectivos indicadores. Assim, torna-

se possível classificar os dados colhidos de acordo com sua relevância e caracterizá-los

(CHEHEBE, 1997; SANTOS, 2011; SOUSA, 2008).

Algumas dessas categorias são, por exemplo, acidificação, depleção de ozônio

estratosférico, ecotoxicidade, eutrofização, formação fotoquímica de ozônio, mudança

climática, toxicidade humana, radiação ionizante, uso do solo, exaustão de recursos não

renováveis, entre outras (SANTOS, 2011; SOUSA, 2008).

4.2.4 Interpretação

A última fase se caracteriza pela avaliação dos resultados das fases anteriores de

acordo com os objetivos e escopo definidos, tornando-se possível a formulação das

conclusões e recomendações baseadas em estratégias de produção (CHEHEBE, 1997;

GUINÉE et. al., 2004).

5. METODOLOGIA

A metodologia deste estudo baseou-se na execução dos comandos especificados em

cada fase da Análise do Ciclo de Vida, as quais foram definidas pela ISO 14040 e detalhadas

no capítulo anterior. Portanto, de forma simplificada, os passos seguidos no decorrer deste

trabalho estão ilustrados na Figura 7.

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Figura 7 – Metodologia para Análise do Ciclo de Vida

Fonte: Autor

Durante a realização dos cálculos e tratamento matemático dos resultados primários

obtidos, selecionou-se um método de avaliação ambiental para interpretação dos dados.

Alguns dos modelos de softwares auxiliares e métodos de avaliação ambiental existentes para

a Análise do Ciclo de Vida são citados e comparados através das Tabelas 1, 2 e 3.

5.1 SOFTWARES AUXILIARES

Durante a Análise do Inventário, os dados de entradas e saídas coletados na

recicladora foram compilados para a construção dos balanços de massa e energia do processo

(SANTOS, 2011).

Para auxiliar na coleta dos dados e nos cálculos, foram desenvolvidos vários recursos

computacionais específicos para cada aplicação, os quais podem ser divididos em softwares

de Inventário do Ciclo de Vida (ICV), bases de dados, softwares de Análise do Ciclo de Vida

e ferramentas especializadas. Algumas dessas ferramentas encontram-se discriminadas na

Tabela 1 a seguir (SOUSA, 2008).

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Tabela 1 – Softwares auxiliares

Atuação Software Origem Características

Software de

ICV Boustead Model Reino Unido Ferramenta para cálculo do ICV.

Softwares de

ACV completa

CMLCA Holanda Ferramenta objetiva no fornecimento de suporte para a

evolução das etapas da ACV.

GaBi Alemanha Muito utilizado. Contempla várias possibilidades para os

estudos de produtos e serviços.

SimaPro Holanda Permite realizar a ACV e interpretar os resultados

mediante vários métodos de análise de impacto ambiental.

TEAM Reino Unido Permite ao usuário construir e utilizar um grande banco de

dados ao modelar os sistemas em análise.

Umberto Alemanha Permite ao analista visualizar os fluxos de material e de

energia dos sistemas.

Ferramenta

Especializada ECO-it Holanda

Ferramenta que considera a sustentabilidade para o

desenvolvimento de produtos.

Fonte: Adaptado de SOUSA (2008); CICLOG (2015)

Outros softwares, ferramentas e banco de dados disponíveis para a ACV, que também

podem ser citados, são o Euklid, JEM-LCA, BUWAL, IDEMAT, ECOINVENT, EDIP,

LCAiT, KCL-ECO, Repaq, BEES, LCA Calculator, Quantis Suite, SolidWorks

Sustainability, Windchill LCA, WISARD, entre outros (SOUSA, 2008; CICLOG, 2015). A

criação de um banco de dados que represente o cenário brasileiro já está em processo para

alimentação da plataforma ECOINVENT (EVENTS, 2015). Tem-se a seguir na Tabela 2 um

estudo comparativo entre três dos mais difundidos softwares para ACV.

Tabela 2 – Estudo comparativo entre softwares de ACV

Software Vantagens Desvantagens Características

Sigma Pro 7

Popular e facilita a troca

de informações entre

usuários.

Aconselhado utilizar o S.O.

Windows; necessário ter pelo

menos 5GB de espaço no

disco rígido.

Calcula a pegada ecológica do

carbono de vários sistemas e

produtos; determinação de

indicadores de desempenho.

GaBi 5

Design de novos

produtos ambientalmente

favoráveis; ajuda

empresas a se manterem

dentro das normas.

Necessárias atualizações

regularmente; interface antiga;

banco de dados carente.

Facilita o processo de seleção

de bancos de dados; possui

recurso de gravação

aumentando a eficiência da

coleta de dados do processo.

Umberto

Usado há décadas;

interface gráfica

moderna; entendimento

fácil.

Em um S.O. diferente do

Windows, a velocidade é

comprometida.

Compatível com a ISO e

pegada ecológica; flexível nas

especificações dos processos;

ligação direta com Excel.

Fonte: Adaptado de LOIJOS (2012)

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5.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Além dos métodos propostos pela ISO e suas normas, atualmente a Avaliação de

Impacto do Ciclo de Vida (AICV) conta com diferentes métodos e ferramentas para auxiliar

na convergência entre o ciclo de vida e os conhecimentos necessários para atingir os

resultados (GUINÉE et. al., 2011; SOUSA, 2008).

Os modelos de avaliação de impacto ambiental atuam de forma a traduzir os dados

resultantes da fase do inventário em efeitos ambientais, cobrindo uma variedade de categorias

de impacto e considerando esses efeitos em um determinado estágio do processo. Assim, os

métodos podem ter duas abordagens distintas: Método orientado para o problema e Método

orientado para o dano (SOUSA, 2008). A Tabela 3 a seguir apresenta os principais métodos

de AICV e algumas de suas características.

Tabela 3 – Métodos de AICV

Abordagem Método Origem Características

Orientada para o

Problema

CML2001 Holanda Considerado um dos métodos pioneiros e utilizados

por vários países.

EDIP2003 Dinamarca

Avaliação dos impactos dos produtos e

considerações ambientais no desenvolvimento de

novos.

TRACI Estados

Unidos

Potencial prejudicial à saúde humana e ao meio

ambiente causado pelas liberações de substâncias

no ar e água.

SALCA África do

Sul

Fornecimento de diretrizes para avaliação de

impactos ambientais coerentes com a África do Sul.

LUCAS Canadá

Construção de indicadores ambientais para auxiliar

o projeto de produtos ambientalmente favoráveis

no Canadá.

Orientada para o

Dano

Eco-Indicator Holanda Redução ao máximo do número de itens a serem

ponderados.

EPS2000d Suécia Auxílio específico na escolha entre dois conceitos

de produtos.

Combinada

IMPACT2002+ Suiça Avaliação comparativa da toxicidade humana com

a ecotoxicidade.

LIME Japão Quantificação dos impactos ambientais associados

às cargas ambientais no Japão.

Fonte: Adaptado de SOUSA (2008)

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5.2.1 Método Eco-Indicador 95

O método utilizado no presente trabalho foi o Eco-Indicador 95, um dos primeiros

sistemas de peso criados para a determinação de valores associados ao meio ambiente.

Escolheu-se o Eco-Indicador 95 por se tratar de um dos métodos de Avaliação de Impacto

Ambiental mais empregados pela comunidade científica e, além disso, pela sua praticidade ao

traduzir os dados disponíveis (VALT, 2004).

O método pode ser resumido em duas etapas. A primeira é a etapa de caracterização,

em que diferentes parâmetros, que contribuem para uma mesma categoria de impacto, são

colocados em uma mesma base, considerando o efeito relativo de cada um. A segunda etapa

refere-se à ponderação, através da qual as categorias de impacto são somadas entre si, de

acordo com uma escala de importância ambiental, resultando em um indicador de

desempenho. Os cálculos podem ser realizados manualmente ou utilizando-se softwares,

como o SimaPro, apresentado anteriormente (VALT, 2004; MOURAD et. al., 2002).

Entre as categorias de impacto ambiental que podem ser adotadas, destacam-se o

aquecimento global, a acidificação, a eutrofização, o efeito fotoquímico, o consumo de

recursos naturais, consumo de energia, redução da camada de ozônio, entre outros. Neste

trabalho, as categorias selecionadas são o Aquecimento Global e a Acidificação. (VALT,

2004; MOURAD et. al., 2002).

Resultante da intensificação do efeito estufa, o Aquecimento Global é um fenômeno

decorrente de emissões de gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido

nitroso (N2O) e compostos orgânicos voláteis (VOC’s). O aumento da concentração dos gases

na atmosfera resulta em um maior aprisionamento de calor, aumentando consequentemente a

temperatura média do globo terrestre (MOURAD et. al., 2002).

A Acidificação ocorre quando gases como o dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de

nitrogênio (NOX), emitidos para o ar, dissolvem-se na água da chuva e combinam-se com

outros elementos formando ácidos. Ao atingirem a superfície terrestre, os ácidos alteram a

composição química do solo e das águas, causando danos ambientais e estruturais (MOURAD

et. al., 2002).

A liberação desses gases está relacionada principalmente ao consumo de combustíveis

para a produção de calor, de energia e transporte (MOURAD et. al., 2002). A Tabela 4

apresenta os valores para as emissões atmosféricas inerentes à queima de diesel nos

caminhões durante transporte rodoviário e ao consumo de energia elétrica.

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Tabela 4 – Emissões atmosféricas inerentes à queima de diesel e ao consumo de energia elétrica

Emissões Atmosféricas Queima de Diesel Geração

kg/L

Energia Elétrica Geração

kg/kWh

CO 0,005 -

CO2 2,670 6.10-3

CH4 - 2.10-6

HC 0,001 -

NOX 0,116 -

N2O - 3.10-7

Fonte: Adaptado de CRUVINEL et. al. (2012); MMA (2011); CEMIG (2013)

Através da Tabela 4 observa-se que o CO2 é o poluente mais expressivo na

composição de emissões atmosféricas em ambos os casos.

No método Eco Indicador 95, os dados do inventário são caracterizados utilizando os

fatores de equivalência mostrados na Tabela 5. Verifica-se através dos dados da Tabela 5 que

o poluente N2O contribui 310 vezes mais que o CO2 para o aquecimento global em termos de

CO2 equivalente (VALT, 2004).

Tabela 5 – Fatores de equivalência dos poluentes do método Eco-Indicador 95

Categoria de Impacto Emissão Fator de Equivalência

Aquecimento Global

CO2 1,0

CO 2,0

HC 3,0

CH4 21,0

N2O 310,0

Acidificação

SO2 1,0

NOX 0,7

HF 1,6

NH3 1,9

H2S 1,9

Fonte: Adaptado de VALT (2004)

A fim de se comparar dados entre diferentes categorias de impacto, com relação ao

potencial de prejuízo ao meio ambiente, realiza-se a etapa de valoração. No método Eco

Indicador 95 a valoração é feita multiplicando-se os dados por um fator de peso, como

indicado na Tabela 6, em que o fator de peso da acidificação é quatro vezes maior que do

aquecimento global (VALT, 2004).

Tabela 6 – Fatores de valoração de acordo com o método Eco-Indicador 95

Categoria de Impacto Fator de Peso

Aquecimento Global 2,5

Acidificação 10,0

Fonte: Adaptado de VALT (2004)

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desenvolvimento deste trabalho foi conduzido de acordo com a divisão de fases da

ACV apresentada anteriormente no Item 4.2 deste trabalho, seguindo a metodologia descrita

na Figura 7.

6.1 OBJETIVO E ESCOPO

Conforme especificado no Capítulo 2, o objetivo da Análise do Ciclo de Vida do

Polietileno Tereftalato Pós-Consumo Reciclado se resume em levantar indicadores de

desempenho ambiental inerentes ao processo industrial de reciclagem de PET, em recicladora

localizada em Poços de Caldas-MG, apontando fragilidades e oportunidades de melhoria no

processo para alimentar futuras tomadas de decisão.

Anteriormente, no Capítulo 1, discutiu-se o importante papel da reciclagem como

solução para a crescente geração de resíduos sólidos no Brasil, país onde apenas 60% do RSU

coletado é destinado adequadamente. Embora seja 100% reciclável, o plástico é o principal

material, entre os recicláveis, ainda destinado incorretamente no país. Diante da relevância do

tema, justifica-se a avaliação ambiental do processo industrial de reciclagem do PET.

No que se refere ao escopo da ACV, tem-se as dimensões de Extensão, Largura e

Profundidade, descritas no Item 4.2.1 e representadas na Figura 8 a seguir.

Figura 8 – Dimensões do escopo da ACV

Fonte: Adaptado de CHEHEBE (1997)

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A Extensão deste trabalho abrange todo o processo de produção do PET-PCR,

inclusive o transporte rodoviário de matéria-prima até a recicladora, considerando a ida e a

volta do trajeto quando os veículos retornam vazios. A Largura refere-se ao Transporte de

Matéria-Prima, a Linha de Lavagem, a Linha de Extrusão, Pós-Condensação e Tratamento de

Água e Efluente. A Profundidade do escopo envolverá a coleta de dados referentes ao

consumo de recursos naturais e insumos e à geração de emissões atmosféricas, efluente

líquido e resíduos sólidos. Para a análise de impacto selecionou-se a avaliação de emissões

atmosféricas inerentes ao consumo de diesel, gás natural e energia elétrica.

A função do sistema, isto é, o produto, é o PET-PCR (Polietileno Tereftalato Pós-

Consumo Reciclado), e a unidade funcional foi definida como sendo 1000 kg de PET-PCR.

6.2 ANÁLISE DO INVENTÁRIO

O produto analisado neste estudo, o PET-PCR, é obtido através da reciclagem do PET,

anteriormente apresentado no Item 3.4.2 deste trabalho. O processo industrial utiliza garrafas

PET como matéria-prima na Linha de Lavagem, constituída basicamente pelas etapas de

separação, moagem, lavagem e secagem. Os flakes obtidos abastecem a Linha de Extrusão

para a produção dos pellets de PET-PCR em estado amorfo que são posteriormente

submetidos a um processo de cristalização e pós-condensação. Além da reciclagem, a fábrica

conta com processos de tratamento de água e efluentes líquidos. Assim, as etapas do processo

para análise foram o Transporte de Matéria-Prima, Linha de Lavagem, Linha de Extrusão,

Pós-Condensação e Tratamento de Água e Efluentes.

Os dados referentes às etapas do processo foram coletados através de materiais

fornecidos pela empresa. Por se tratar de uma linha nova, com menos de dois anos de atuação,

a demanda produtiva da recicladora ainda apresenta significativas oscilações. Por esse motivo,

a coleta de dados foi realizada em Julho/15, quando a fábrica operou com capacidade total,

representando o cenário futuro da empresa.

Na etapa de transporte rodoviário de matéria-prima, foi aplicado um formulário aos

motoristas, na chegada do veículo à fábrica, durante 10 dias úteis no mês Junho/15, a fim de

se traçar o perfil de entrega de matéria-prima com acompanhamento de distância percorrida,

carga e consumo de diesel por km rodado. Os resultados da pesquisa são apresentados na

Tabela 7, e o formulário utilizado pode ser encontrado no APÊNDICE A.

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Tabela 7 – Transporte da matéria prima

Transporte

Matéria-Prima

Número de

Amostras

Frete

Retorno

Média

Distância

Média

Carga

Distância

Específica

Média

Consumo

Consumo

Específico

Valor 45 9 696 8.848 0,142 3,33 0,043

Unidade veículos veículos km kg km/kg km/L L/kg

De acordo com a Tabela 7, foram registrados 45 caminhões advindos de 10

fornecedores distintos. A média de distância percorrida pelos veículos foi de 696 km. Dentre

os veículos amostrados, somente 20% dos motoristas declararam possuir frete retorno

agendado de Poços de Caldas ou outra cidade na região. Considerando também o retorno dos

veículos vazios às suas origens, tem-se uma média de 1.253 km. A média de carga encontrada

foi de 8.848 kg. Assim, tem-se uma distância específica de 0,142 km/kg de garrafa. A média

de km rodados por litro de diesel da amostra analisada foi de 3,33 km/L. Dessa forma, tem-se

que é consumido cerca de 43 litros de diesel a cada 1.000 kg de garrafa que chega na fábrica.

Devido à fragilidade do processo no momento de identificar e quantificar todos os

pontos de saída de resíduos e subprodutos, causada pelo grande número de itens gerados, foi

necessário um trabalho prévio para a obtenção de valores confiáveis. Valores referentes a

subprodutos ainda não quantificados em Julho/15 foram estimados segundo valores gerados

no mês Setembro/15. Assim, através do mapeamento de todos os pontos de geração de

resíduos e subprodutos na Linha de Lavagem, caracterização e quantificação de cada um, tem-

se a seguinte avaliação final: atualmente, cerca de 75% da matéria-prima (garrafas PET) é

convertida em produto (flakes), 17% refere-se à geração de subprodutos, que são

comercializados e aproveitados na forma de matéria-prima em outros processos, e os 8%

restantes são resíduos sólidos, classe II A, destinados ao coprocessamento em cimenteira.

As Tabelas 8 e 9 apresentam os valores referentes às necessidades de matéria-prima

em cada unidade e suas respectivas gerações de subprodutos e resíduos finais para produção

de 1.000 kg de PET-PCR.

Através das Tabelas 8 e 9, observa-se que, na Linha de Extrusão, cerca de 85% da

matéria-prima (flakes) foi convertida em produto (pellets) em Julho/15, sendo que 2% é

referente aos subprodutos e 13% é referente à desqualificação de material, vendido

separadamente do produto estudado. Em relação à Pós-Condensação, geralmente não há

perdas durante o processo. Durante o Tratamento de Água e Efluente são gerados cerca de

metade do valor de resíduos sólidos da Linha de Lavagem.

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Tabela 8 – Rendimento necessário

Produção

Necessária Unidade

Matéria-Prima Lavagem Extrusão Pós-Condensação

Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional

Produto kg 681.817 1.576 507.746 1.174 432.634 1.000 432.641 1.000

Garrafas Flake Pellet PET-PCR

Tabela 9 – Geração de subprodutos e resíduos

Resíduos

Sólidos Unidade

Linha Lavagem Linha Extrusão Tratamento

Água/Efluente

Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional

Subproduto kg 113.459 262 75.142 174 - -

Resíduo kg 60.588 140 - - 32.819 76

A Tabela 10 exibe o consumo de insumos em cada unidade do processo. Os insumos

consumidos na Linha de Lavagem são destinados à limpeza das garrafas, com exceção do

meio filtrante, utilizado no sistema de filtro a vácuo. O tonner é adicionado para ajuste de

coloração dos pellets e o N2 para evitar a oxidação do produto durante a pós-condensação.

Tabela 10 – Consumo de insumos

Insumos Unidade Lavagem Extrusão Pós-Condensação

Tratamento

Água/Efluente

Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional

Insumos kg 13.872 32 - - - - - -

Tonner kg - - 1.262 3,0 - - - -

N2 m³ - - - - 32.106 74.10

3 - -

Insumos kg - - - - - - 3.066 7,0

A Tabela 11 apresenta os consumos de água e energia (elétrica e combustível) de cada

etapa do processo. Em relação ao consumo de água, a Linha de Lavagem consome cerca de

5 m³ para a produção de 1.000 kg de PET-PCR, enquanto a Linha de Extrusão consome

aproximadamente metade. Já em relação ao consumo de energia elétrica, a Linha de Lavagem

consome cerca de 350 kWh enquanto a Linha de Extrusão consome aproximadamente o

dobro, sendo a Linha de Pós-Condensação a maior consumidora de energia entre elas, sendo

necessários cerca de 900 kWh a cada 1.000 kg de PET-PCR produzidos.

Tabela 11 – Consumos de água e energia

Recursos

Naturais

Uni-

dade

Matéria-Prima Lavagem Extrusão Pós-Condensação

Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional Mensal Funcional

Água m³ - - 2.183 5,05 1.185 2,74 - -

Diesel L 29.020 67 266 0,62 - - - -

Energia Elétrica kWh - - 151.816 351 296.960 686 392.198 907

Gás Natural m³ - - 48.236 111 - - 68.383 158

As Tabelas 12 e 13 apresentam a quantificação das emissões atmosféricas de acordo

com seu respectivo consumo de energia, utilizando os valores de conversão apresentados

anteriormente na Tabela 4.

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As emissões durante o Transporte de Matéria-Prima são inerentes à queima de diesel

pelos veículos de transporte rodoviário. Na Linha de Lavagem constam a queima de diesel

pelas Mini Carregadeiras, queima de gás natural em Caldeira, bem como consumo de energia

elétrica. Durante a Extrusão existe somente o consumo de energia elétrica, e durante a Pós-

Condensação, além do consumo de energia elétrica, também existe a queima de gás natural

pelo Aquecedor de Fluido Térmico. O consumo energético durante o Tratamento de Água e

Efluentes já se encontra embutido nos valores das outras unidades através de rateio.

Tabela 12 – Emissões atmosféricas referentes ao transporte de matéria-prima e ao consumo de energia elétrica

Emissões

Atmosféricas Unidade

Geração

kg/L

Transporte

Matéria-

Prima

Geração

kg/kwh

Linha

Lavagem

Linha

Extrusão

Pós-

Condensação

CO kg 0,005 0,336 - - - -

CO2 kg 2,670 179,460 5,6.10-3

2,0 3,9 5,1

CH4 kg - - 2,0.10-6

7,0.10-4

1,4.10-3

1,8.10-3

HC kg 0,001 0,067 - - - -

NOX kg 0,116 7,797 - - - -

N2O kg - - 2,7.10-7

9,6.10-5

1,9.10-4

2,5.10-4

Tabela 13 – Emissões atmosféricas referentes à queima de gás natural

Emissões

Atmosféricas Unidade

Lavagem (Caldeira) Total Pós-Condensação

(Aquecedor) Total

Mensal Funcional Lavagem Mensal Funcional Pós-

Condensação

NOX kg 76,7 0,177 0,17 596,0 1,38 1,38

CO2 kg 3,9 0,009 1,99 42,2 0,09 5,21

Assim, observa-se que o Transporte da Matéria-Prima é o grande gerador de CO2 de

todo o processo, devido à elevada queima de diesel, emitindo cerca de 180 kg do poluente na

atmosfera a cada 1.000 kg de PET-PCR produzidos na fábrica. Na fábrica, as Linhas de Pós-

Condensação, Extrusão e Lavagem geram em torno de 5, 4 e 2 kg de CO2, respectivamente.

A Tabela 14 apresenta os volumes e valores de demanda química de oxigênio (DQO)

para o efluente líquido gerado na Linha de Lavagem, posteriormente tratado, e para a água

tratada gerada durante o Tratamento. Assim, tem-se que para a produção de 1.000 kg de PET-

PCR é necessário tratar cerca de 3 m³ de efluente líquido com DQO no valor de

20.200 mg/m³. A água tratada é encaminhada às torres de resfriamento e a purga contínua da

torre, de 0,04 m³ e DQO de 132 mg/m³, é levada ao tratamento de efluentes do município.

Tabela 14 – Geração de efluente líquido e água tratada

Efluente Líquido Unidade Linha Lavagem Tratamento Água/Efluente

Mensal Funcional Mensal Funcional

Volume m³ 1.315 3,04 15 0,04

DQO mg/m³ 20.200 132

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A Figura 9 representa o balanço de massa e energia do processo, abrangendo cada

unidade e os respectivos dados associados à produção de 1.000 kg de PET-PCR. Através do

fluxograma é possível identificar a necessidade de água e energia (elétrica e combustível),

insumos, bem como a geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas

de cada fase do processo de reciclagem do PET, obtidas anteriormente nas Tabelas 8 a 14.

6.3 AVALIAÇÃO DE IMPACTO

As categorias de impacto selecionadas para estudo são o Aquecimento Global e

Acidificação, especificadas no Item 5.2.1 deste trabalho. Tal seleção foi baseada na

disponibilidade de tempo e de dados. A tradução do inventário para o Aquecimento Global e

Acidificação proporciona uma oportunidade em praticar a metodologia de forma simples.

Os dados do inventário, apresentados no Item 6.2, foram classificados e caracterizados

na mesma base através da aplicação dos fatores de equivalência relacionados na Tabela 5. O

Aquecimento Global é medido em termos de CO2 equivalente, enquanto a Acidificação é

medida em termos de SO2 equivalente. A Tabela 15 exibe as massas equivalentes dos

poluentes em cada fase do processo, para cada categoria de impacto.

Tabela 15 – Caracterização dos dados de emissão atmosférica

Fase do

Processo

Emissão

Atmosférica

Massa

(kg)

Aquecimento Global Acidificação

Fator de

Equivalência

Massa

Equivalente

Fator de

Equivalência

Massa

Equivalente

Transporte

Matéria-

Prima

CO 0,3361 2,0 0,6722 - -

CO2 179,46 1,0 179,46 - -

HC 0,0672 3,0 0,2016 - -

NOX 7,7968 - - 0,7 5,5

Linha

Lavagem

CO2 1,9883 1,0 1,9883 - -

CH4 0,0007 21,0 0,0147 - -

NOX 0,1774 - - 0,7 0,1

N2O 0,0001 310,0 0,0310 - -

Linha

Extrusão

CO2 3,8713 1,0 3,8713 - -

CH4 0,0014 21,0 0,0294 - -

N2O 0,0002 310,0 0,0620 - -

Pós-

Condensação

CO2 5,2103 1,0 5,2103 - -

CH4 0,0018 21,0 0,0378 - -

NOX 1,3776 - - 0,7 1,0

N2O 0,0002 310,0 0,0620 - -

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Figura 9 – Fluxograma do processo de reciclagem do PET para estudo ACV

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Em seguida, aplicou-se a valoração, multiplicando cada dado caracterizado por um

fator de peso determinado para cada categoria de impacto de acordo com o seu potencial

prejuízo ao meio ambiente. Assim, a Tabela 16 apresenta o resultado da valoração dos dados

de emissão equivalentes obtidos a partir da soma das massas equivalentes na Tabela 15. A

etapa de transporte apresentou maior peso ambiental total com índice no valor de 505,4.

Tabela 16 – Normalização e valoração dos dados de emissão atmosférica

Fase do

Processo

Emissão Equivalente Fator de Peso Potencial

Impacto

Ambiental

Aquecimento Global Acidificação Aquecimento Global Acidificação

CO2 Eq SO2 Eq 2,5 10

Transporte 180,3 5,5 450,8 54,6 505,4

Lavagem 2,0 0,1 5,1 1,2 6,3

Extrusão 4,0 - 9,9 - 9,9

Pós-Condensação 5,3 1,0 13,3 9,6 22,9

A partir dos dados coletados para o consumo de recursos naturais, apresentados na

Tabela 11, foi possível realizar uma comparação entre o consumo necessário para a produção

de Resina PET Virgem e os valores coletados para a produção de PET-PCR, através do

inventário produzido por VALT (2004) em dissertação de Mestrado sobre ACV de

Embalagens de Refrigerante. Neste trabalho foram consideradas as etapas de Extração de

Petróleo, Refino e Fabricação da Resina, levando em conta o transporte entre as unidades. Os

valores correspondem à fabricação de 1.000 kg de Resina PET virgem e 1.000 kg de PET-

PCR. Os resultados podem ser observados através da Tabela 17, cujos valores para a energia

em (MJ) foram convertidos segundo metodologia de ABRAXAS (2015).

Tabela 17 – Consumos de água e energia para a produção de Resina PET Virgem e PET-PCR

Recursos Naturais Resina PET Virgem PET-PCR

Água (m³) 5,5 7,8

Energia (MJ) 160.103 20.10

3

Fonte: VALT (2004)

Através da Tabela 17 é possível verificar uma economia energética de 88% para o

processo de reciclagem em relação à produção de Resina PET Virgem. Porém, na produção

de PET-PCR consome-se 41% mais água, devido, principalmente, ao processo de lavagem

das garrafas. Entretanto, é importante ressaltar que a recicladora em questão dispõe de

processos de tratamento e reuso para praticamente 100% da água que consome, reduzindo

assim o impacto ambiental causado pelo consumo deste recurso natural.

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6.4 INTERPRETAÇÃO

Os resultados obtidos no Item anterior para o Potencial Impacto Ambiental mostram

que uma considerável fatia de 93% do impacto gerado, em relação ao Aquecimento Global e

Acidificação, referem-se à fase de Transporte de Matéria-Prima, como representa a Figura 10.

Figura 10 – Distribuição do Impacto Ambiental para cada fase da reciclagem do PET

A distribuição de efeito das categorias de impacto no processo de reciclagem do PET

em sua totalidade pode ser observada através da Figura 11, em que o Aquecimento Global é

responsável por 88% do impacto total. Para cada categoria, observa-se também a distribuição

entre as etapas do processo. Através da Figura 11 verifica-se que a Linha Extrusora influencia

somente na categoria de Aquecimento Global, por outro lado, a Linha de Pós Condensação

exerce maior influência na categoria de Acidificação, em termos de porcentagem.

Figura 11 – Distribuição de efeito das categorias de impacto e a influência das etapas de reciclagem do PET

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A predominância do impacto gerado pelo Transporte de Matéria-Prima é decorrente

do grande consumo de diesel, que por sua vez é responsável pela grande geração de NOX,

alimentando a Acidificação, e ainda maior geração de CO2, impactando diretamente na

categoria de Aquecimento Global, o que explica sua dominância em relação à Acidificação.

A Linha de Extrusão apresenta impacto zero na Acidificação uma vez que não são

consumidos combustíveis para a produção de energia durante o processo. A Linha de Pós-

Condensação apresenta um consumo de gás natural 40% maior que a Linha de Lavagem, e

160% maior em relação ao consumo de energia elétrica, o que explica sua maior contribuição

nos impactos em geral, quando comparada com a Linha de Lavagem.

Desde o lançamento da recicladora em 2013, o setor de compras da fábrica tem

encontrado certos obstáculos ao engajar fornecedores de garrafas PET para o abastecimento

da Linha de Lavagem, com capacidade de alimentação de até 2.000 toneladas de garrafas PET

ao mês. Após recebidas cargas em más condições e com grande quantidade de contaminantes,

estabeleceu-se a utilização de um Guia de Especificação de Fardos de Garrafa PET, junto à

ABIPET e ABREPET, cujo objetivo é de prover uma referência de qualidade aos

fornecedores. Após a implementação do Guia as condições de recebimento de matéria-prima

progrediram. Entretanto, ainda encontram-se dificuldades na contratação de fornecedores

próximos à região de Poços de Caldas-MG, o que resulta na necessidade de recebimento de

cargas advindas de regiões distantes, como Distrito Federal, Goiás, Pará e Maranhão. Além

disso, os fornecedores relatam dificuldade no momento de encontrar fretes retorno na região

de Poços de Caldas-MG, o que resulta na volta do veículo vazio à cidade de origem.

Dessa forma, a fim de reduzir o impacto ambiental do processo de reciclagem de

garrafas PET, causado pela emissão de poluentes inerentes ao consumo de gás natural, de

energia elétrica e principalmente de diesel, é importante insistir na conquista de fornecedores

cada vez mais próximos à fábrica, beneficiando a logística do recebimento da matéria-prima

em termos econômicos, estratégicos e ambientais.

Quando comparado com o processo produtivo de Resina PET Virgem, o consumo de

água e energia por parte da reciclagem de PET mostrou-se coerente com o cenário de

reciclagem de plásticos. Apesar da clara economia energética, por excluir as fases de extração

e refino do petróleo, a redução do consumo de água tem sido um desafio para a indústria de

reciclagem de plásticos, mesmo com o uso de tecnologias de referência para o consumo de

água, como é o caso da Recicladora analisada. Neste sentido, recentemente foi desenvolvida

pela Ak Inovex, no México, uma solução para reciclagem de plásticos sem a utilização de

água, prometendo reduzir pela metade os custos de produção (PHYS, 2015).

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7. CONCLUSÕES

Durante o período de estudo a respeito da ferramenta ACV, verificou-se sua acendente

importância na indústria como instrumento de gestão ambiental para produtos e serviços.

Através do estágio realizado na Recicladora, foi possível aprofundar os conhecimentos

sobre o processo produtivo do PET-PCR e seus aspectos relacionados à Engenharia Química,

sendo este período de extrema importância para o desenvolvimento deste trabalho. Além

disso, o estágio possibilitou a coleta de dados em campo, cujos valores foram trabalhados de

acordo com a unidade funcional escolhida e reunidos em formato de fluxograma.

Os procedimentos de cálculos se deram a partir de Balanços de Massa e de Energia. O

método de avaliação de impacto selecionado para a tradução do inventário foi o Eco-

Indicador 95, através do qual foram analisadas as categorias de impacto de Aquecimento

Global e Acidificação causadas a partir do consumo de diesel, gás natural e energia elétrica.

Entre as categorias de impacto selecionadas, o Aquecimento Global se destaca, sendo

responsável por 88% do impacto total, enquanto a Acidificação representa apenas 12%. Os

resultados obtidos para o Potencial Impacto Ambiental mostram que uma considerável fatia

de 93% do impacto total gerado referem-se à fase de Transporte de Matéria-Prima, devido ao

elevado consumo de diesel. Dessa forma, a fim de reduzir o impacto ambiental da produção

de PET-PCR, causado pela emissão de poluentes na atmosfera, faz-se necessário investir na

redução da distância entre o fornecedor de matéria-prima e a recicladora.

Ao realizar a comparação dos processos produtivos de PET-PCR e Resina PET

Virgem, verificou-se uma economia energética de 88% para o processo de reciclagem,

consumindo, em contrapartida, 41% mais água, devido principalmente ao processo de

lavagem das garrafas. Entretanto, o impacto ambiental causado pelo consumo deste recurso é

reduzido uma vez que a recicladora dispõe de processos de tratamento e reuso de água.

Finalmente, durante o desenvolvimento do trabalho, percebeu-se a necessidade de

aprimoramento na quantificação de dados precisos referentes à reciclagem do PET e produção

do PET-PCR, uma vez que alguns valores são dependentes de rateios de custos entre a

Recicladora e outras fábricas, e ainda entre produtos dentro da própria recicladora.

Sugere-se, para próximos trabalhos que poderão dar continuidade ao estudo da ACV

do PET-PCR, a avaliação do impacto causado pelo consumo de recursos naturais e insumos,

destino dado aos resíduos sólidos, condições de efluentes líquidos e emissões atmosféricas

inerentes ao restante do processo.

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APÊNDICE A – Formulário aplicado aos motoristas dos veículos de transporte de matéria-

prima para a Recicladora

Controle Interno

Fornecimento de fardos de garrafa PET

Caro motorista, favor preencher o questionário a seguir:

Fornecedora: ________________________ Nota Fiscal: ______________

Cidade origem da carga: ___________________ Distância: ______km

Data: ___/___/___ Placa veículo: ___________ Peso carga: _______kg

Tipo de veículo: _______________ Modelo: _____________ Ano: ______

Potência motor: ______________________ Ano de fabricação: ______

Tipo de Diesel utilizado: _____________ Consumo: _______km por litro

O veículo tem frete retorno agendado?

[ ]NÃO [ ]SIM Cidade:_____________________

Assinatura: _____________________________________________________

Agradecemos sua colaboração!