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CGC No 83.052.191/0001-62 - INSCRIÇÃO ESTADUAL No 250.403.498

LAUDO TÉCNICO

TÍTULO: EFICIÊNCIA DO ORGANOFOSFORADO MASOTEN, NO CONTROLE

DE INFESTAÇÃO PARASITÁRIA EM PEIXES DE ÁGUA DOCE PELO

CRUSTÁCEO Lernea cyprinacea.

RESPONSÁVEL: Méd. Veterinário, PhD. Hilton Amaral Júnior e-mail [email protected] EPAGRI/Estação Experimental de Itajaí Campo Experimental de Piscicultura de Camboriú CEPC Caixa postal 2020 88.340-000 – Camboriú SC Fone/Fax 47. 3651319

EQUIPE DE APOIO: Méd. Vet. Nivan Rodrigues da Silva João da Cruz Burg Leandro Bortoli Roberto Nunes Moreira EMPRESA CONTRATANTE:

BAYER S.A.

ENDEREÇO: Rua Domingos Jorge n.0. 1000. 60 andar - CEP 04779. 900 São Paulo SP.





INTRODUÇÃO

A Lerneose é uma doença de peixes de água doce e quente, podendo atingir peixes em estado isolado ou de cultivo. Esta disseminada por todos os países do mundo e foi relatada com mais intensidade nos países do leste Europeu, USA, China e Japão. Em águas frias foi relatada a incidência desta parasitose, em locais com salinidade superior a 1,8 %. Os peixes infestados podem apresentar sintomas como nadar irregularmente, esfregarem-se contra as paredes ou fundo dos tanques de cultivo, sintomas comuns as parasitoses externas. Os sinais mais constantes nos peixes atingidos são o emagrecimento geral, caquexia, perda de escamas, úlceras hemorrágicas e respiração comprometida. Os parasitas são reconhecidos a olho nu e estão fixados por toda a superfície do corpo do peixe. Nos locais onde se fixam, os peixes perdem as escamas e formam-se lesões hemorrágicas. Depois de penetrarem na pele do peixe, os parasitas atingem os músculos e formam pequenos nódulos de parasitas. O parasita pode chegar até o fígado dos peixes provocando hepatite traumática, hemorrágica, leucocitária e proliferativa. OBJETIVOS

Avaliar a eficiência do organofosforado MASOTEN aplicado em viveiros de água doce com peixes, quanto ao controle do crustáceo Lernea cyprinacea. METODOLOGIA

a) Descrição do local, características dos tanques de cultivo de peixes e condução do cultivo.

O experimento foi conduzido a campo entre os dias 17 de maio de 2004 a 02 de junho de

2004, em área do pesque-pague DIVISA, de propriedade do Sr: Adelberto Belz e Renita Belz, localizado no município de Blumenau SC, a rua Nicolau Link, 210 – Bairro Passo Manso, BR 470, na divisa com o município de Indaial SC – CEP. 89072-130.

A propriedade possui 03 tanques utilizados para pesca esportiva, sendo que no que foi utilizado o produto testado, possui esta característica: 20 m. de largura. X 50 m. comprimento. X 0,70 m. de profundidade média. = 700.000 litros de água (figura 01).





Figura 01. Local de condução do experimento

Antes de iniciar o experimento, a água do tanque testado no dia 14 de maio de 2004 apresentava as seguintes características: Temperatura 200 C., pH 7,35 e O2 as (10,00 horas) 6,50 mg.l.

b) População de peixes dos tanques da propriedade: Tabela 01. Espécies utilizadas nos tanques de pesca esportiva da propriedade

Nome comum Nome científico Carpa comum Cyprinus carpio

Carpa cabeça grande Arysthichthys nobilis Carpa prateada Hypophthalmichthys molitrix Carpa capim Ctenopharyngodon idella

Tilapia Oreocrhomis niloticus Catfish Ictalurus punctatus Pintado Traíra

Pseudoplatystoma coruscans Hoplias malabaricus

A densidade utilizada nos tanques de estocagem de peixe para a pesca esportiva nesta propriedade é de 1,5 kg/m2 de espelho d’água.





c) Aquisição e Instalação dos tanques redes Os tanques redes utilizados no experimento, foram confeccionados na empresa ENGEPESCA na cidade de Itajaí SC. Foram produzidos 40 tanques redes com capacidade de 1,0 m3, malha da rede de 2,5 centímetros de comprimento nó a nó, cobertos por malha de proteção para impedir eventuais fugas. Foram instalados 20 tanques redes no tanque que recebeu o tratamento com o produto Masoten e 20 tanques redes em outro tanque que serviu de lote controle (figura 02 e 03)

Figura 02. Tanques utilizados no experimento com Masoten.





Figura 03. Montagem dos tanques redes do lote controle

d) Captura, Escolha e Avaliação dos peixes contaminados utilizados.

Os peixes utilizados no experimento, foram capturados com rede de arrasto (figura 04) e avaliados individualmente sua infestação por Lernea cyprinacea. Esta avaliação constou de uma contagem visual e individual feita com lupa, de toda a superfície corporal incluindo análise das brânquias (figura 05). Notou-se que de todas as espécies avaliadas, a tilápia e o pintado não apresentaram nenhuma infestação parasitaria e por este motivo não foram utilizados no experimento.





Figura 04. Peixes capturadoscom rede de arasto

Figura 05. Contagem dos parasitas nos peixes contaminados





Figura 06. Carpa capim infestada por Lernea cyprinacea

e) Tratamento com produto organofosforado.

O primeiro tratamento avaliado no experimento, consta da tabela 02. Tabela 02. Tratamento com Masoten.

Tanque Avaliação Concentração (g/l) Dose total (g.)

01 Tratamento 1,0 /2000 350 02 Controle X X

A primeira dose foi aplicada no dia 17/05/2004 e uma segunda dose foi aplicada no dia 26/05/2004, seguindo as indicações da bula de um segundo tratamento em função da temperatura da água, com a mesma concentração e dose do primeiro tratamento. f) Aplicação dos tratamentos. A aplicação dos tratamentos foi efetuada, diluindo-se a dose do produto em 12 vezes o seu volume (figura 07). A calda foi feita em baldes e depois aumentada à diluição, para facilitar a aplicação do produto que foi feita a lanço no viveiro (figura 08).





Figura 07. Diluição do Masoten em água.

Figura 08. Distribuição do Masoten no tanque de tratamento.

O produto foi espalhado de maneira igual por todo o tanque de tratamento nas duas aplicações.





g) Análise dos parâmetros físico/químico das águas dos tanques do experimento

Durante todo o experimento, a cada dois dias, foram tomados os parâmetros de O2, pH e temperatura da água dos tanques de tratamento e controle (figura 09), e agrupados em tabela (tabela 03).

Figura 09. Análise dos parâmetros físico/químico da água dos viveiros.

Tabela 03. Parâmetros físico/químico da água dos tanques testados

Tanque com Masoten

Dia (10,00 hs) Temperatura Oxigênio dissolv. pH

17/05/2004 18,1 7,70 7,8 19/05/2004 18,6 6,50 7,47 21/05/2004 19,00 6,3 7,6 24/05/2004 20,3 4,5 7,2 26/05/2004 18,5 6,7 7,4 28/05/2004 16,7 9,5 7,9 31/05/2004 17,8 7,4 6,6 02/06/2004 18,5 6,8 6,7

Tanque controle

17/05/2004 18,3 7,50 7,8 19/05/2004 18,4 7,1 7,45 21/05/2004 18,6 5,8 7,6 24/05/2004 20,4 6,3 7,8 26/05/2004 17,0 8,0 7,8 28/05/2004 15,9 8,5 8.1 31/05/2004 17,1 6,8 7,8 02/06/2004 18,7 7,3 6,8





h) Espécies utilizadas, Biomassa por tanque rede, Número de parasitas por peixe infestado e análises do resultado do efeito do tratamento.

Para agrupação dos dados de cada tanque rede, foi utilizada as seguintes tabelas (tabelas 04 e 05):

Tabela 04. Tanques redes, espécies, biomassa e infestação inicial e avaliações em de cada tanque rede.

Tanques com produto testado

Tanques redes

Espécies Biomassa Kg. Infestação inicial

1ª Avaliação 2a Avaliação

1 CP TR 2.5 1.0 6 5 0 0 0 0 2 CC 5.3 11 0 0 3 TR CF 1.0 0.8 6 2 0 0 0 0 4 CC 2.2 24 0 0 5 CF CC 1.1 2.2 6 36 1 0 1 0 6 C CP 1.3 1.7 3 1 0 0 0 0 7 CC 5.5 3 0 0 8 CCG CCG 2.3 2.0 2 3 0 0 0 0 9 CCG 5.0 1 0 0 10 C CC 1.5 2.2 9 13 0 3 0 0 11 CP TR 2.3 2.3 2 4 0 0 0 0 12 TR TR 1.3 0.9 11 4 0 3 0 0 13 C CF 1.7 0.7 1 6 0 0 F F 14 C CF 1.3 1.3 2 3 0 3 0 0 15 TR TR 1.3 0.7 2 1 1 0 0 0 16 TR CP 0.8 0.8 1 5 0 0 0 0 17 TR CF 0.9 0.4 1 6 0 0 0 0 18 CF TR 0.5 0.8 2 2 0 0 0 0 19 C TR 0.6 1.5 1 11 0 0 0 0 20 C C 0.8 1.0 2 3 0 0 F F

Espécies: CP Carpa prateada, TR Traíra, CC Carpa capim, C carpa comum, CF Catfish e CCG Carpa cabeça Grande. Fuga de peixes: F.





Tabela 05. Tanques redes, espécies, biomassa, infestação inicial e avaliação final de cada tanque rede.

Tanque controle

Tanque Espécies Biomassa Infestação inicial

Avaliação final

1 TR 1.0 3 X 2 CF 1.0 2 X 3 TR 0.9 4 4 4 TR 0.5 4 3 5 TR 0.6 1 2 6 TR 0.9 1 1 7 CF 0.5 1 1 8 CC 2.4 12 11 9 CC 2.2 15 15 10 CF 0.4 1 1 11 TR 0.4 3 3 12 TR 1.1 3 X 13 TR 1.4 3 3 14 TR 1.2 3 2 15 TR 1.1 1 1 16 TR 0.6 1 X 17 TR 1.5 2 4 18 TR 1.0 1 2 9 CF 0.6 1 2 20 TR 1.2 2 X

Espécies:TR Traíra, CC carpa capim, CF Catfish. Mortalidade de peixes: X. A primeira avaliação da eficácia do Masoten foi realizada no dia 26 de maio de 2004 e a última avaliação nos peixes infestados, no dia 02 de junho de 2004 Esta eficácia foi efetuada Através da contagem de Lernea fixada e viva e o calculo expressado em percentagem (Y= n0 inicial e Z= n0 final). Então Z x 100= X% Y





RESULTADOS

Parâmetros de qualidade da água dos tanques O organofosforado Masoten aplicado isoladamente na água do tanque de estocagem de peixes de água doce, não ocasionou nenhuma modificação dos parâmetros físico/químico analisados. Não foi realizada análise de parâmetros biológicos, da água dos tanques de cultivo.

Controle da Learnea cyprinacea Nas condições em que se desenvolveu este experimento, o organofosforado Masoten, utilizado isoladamente na dose de 1,0 grama./2.000 litros de água em dois tratamentos de igual dosagem, com 10 dias entre o primeiro e o segundo tratamento, controlaram em 94,50% no primeiro tratamento e 99,5% no segundo tratamento, a infestação dos peixes pelo crustáceo Lernea cyprinacea.

CONCLUSÕES

1. Com base nos resultados deste experimento, conclui-se que o organofosforado

MASOTEN, aplicado por dispersão em tanque de cultivo de peixes na dosagem utilizada é eficiente no controle do crustáceo Lernea cyprinacea, aderidas às espécies testadas.

2. Na dosagem utilizada, o organofosforado MASOTEN não modificou os parâmetros físico/químico analisados da água deste tratamento.

Camboriú SC, 24 de junho de 2004 Méd. Vet. Hilton Amaral Júnior PhD. Pesquisador da EPAGRI/E.E.I./CEPC CRMV-SC 0638/F

laudo tÉcnico tÍtulo: eficiÊncia do...

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