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Mais de 300 famílias serão beneficiadas com ação piloto de regularização fundiária da Área I do Jardim Goiás, em Goiânia. Pág. 5 segurança Lar com Recuperação do Rio do Peixe I é prioridade levantada por articuladores sociais que integram o projeto em Faina. Atividade teve participação de alunos de escola do município. g - 8 Projeto Ser Natureza Modernização na estrutura de atendimento no edifício-sede do MP agiliza encaminhamentos e racionaliza demandas nas promotorias e outros órgãos na capital. Pág - 3 Recepção Cidadã Ano 5 nº 23 Goiânia, fevereiro/março 2011 www.mp.go.gov.br

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Page 1: Lar com - mpgo.mp.br · promotora, é a calçada da Avenida Cora Coralina, ... 2010, o projeto da Recepção Cidadã teve como ob - jetivo aprimorar o atendimento prestado às pes-

Mais de 300 famílias serão bene�ciadas com ação piloto de regularização fundiária da Área I do Jardim Goiás, em Goiânia. Pág. 5

segurançaLar com

Recuperação do Rio do Peixe I é prioridade levantada por articuladores sociais que integram o projeto em Faina. Atividade teve participação de alunos de escola do município. Pág - 8

Projeto Ser NaturezaModernização na estrutura de atendimento no edifício-sede do MP agiliza encaminhamentos e racionaliza demandas nas promotorias e outros órgãos na capital. Pág - 3

Recepção Cidadã

Ano 5 nº 23 Goiânia, fevereiro/março 2011 www.mp.go.gov.br

Page 2: Lar com - mpgo.mp.br · promotora, é a calçada da Avenida Cora Coralina, ... 2010, o projeto da Recepção Cidadã teve como ob - jetivo aprimorar o atendimento prestado às pes-

| Goiânia, fevereiro/março 2011

O direito à moradia como condição de digni-dade. Na definição da aposentada Alda Maria Sil-va, “direito de morar bem, comer bem e viver com tranquilidade”. Alda é uma entre as centenas de moradores da Área I do Jardim Goiás beneficiadas com um título que lhe assegura o direito ao imó-vel onde reside há 27 anos. O sonho da moradia própria para ela e outras 300 famílias ganhou con-tornos reais a partir de um projeto desenvolvido pelo Grupo Interinstitucional de Regularização Fundiária, uma parceria coordenada pelo Ministé-rio Público de Goiás e integrada por diversos ór-gãos públicos estaduais, do Município de Goiânia e pelos cartórios de registro de imóveis da capital.

Exemplo de colaboração integrativa entre diferentes instituições, o Grupo de Regulariza-ção Fundiária comprova a ampla possibilidade de resultados favoráveis quando há disposição e vontade de fazer. A história de Alda e de seus vizinhos na antiga Vila Lobó e os objetivos do projeto podem ser conferidos na página 5 desta edição do Jornal MP Goiás.

Também nesta edição, na página 8, um outro exemplo de união de esforços em favor do bem comum: os desdobramentos do Projeto Ser Na-tureza em Faina, onde a iniciativa de recupera-ção do Rio do Peixe I conseguiu, entre diversos apoios, a adesão e mobilização de estudantes de uma unidade da rede pública de ensino.

O jornal traz ainda uma reportagem abordan-do o trabalho realizado pelo MP para garantir a segurança dos milhares de alunos que utilizam o transporte escolar no Estado. Essas ações estão alinhadas a uma das metas do Plano Geral de Atuação (PGA) 2010-2011 da instituição: a im-plantação de programas preventivos de prote-ção à infância e juventude.

A respeito do PGA, a página 7 traz um quadro elencando as metas por área de atuação, incluindo os objetivos traçados para as atividades processuais.

Conheça também como funciona a nova pro-posta de atendimento do Ministério Publico ao cidadão no edifício-sede, em matéria na página 3.

Editorial Portador de deficiência: direitos ainda pouco respeitados

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE) estima que existem, no Brasil, 28 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Para a legisla-ção, é considerada deficiência a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Existem categorias que classificam a pessoa portadora de necessidades especiais de acordo com a deficiência: física, auditiva, visual, mental e múltipla – quando ocorre as-sociação de duas ou mais deficiências.

Os portadores de deficiências pos-suem direitos garantidos por lei. Porém, alguns desses direitos não são respeita-dos como deveriam. Segundo observa a promotora de Justiça Marilda Helena dos Santos, talvez o principal problema seja a falta de acessibilidade no trânsito, em espaços públicos e privados, escolas, no esporte e lazer, entre outros. De acordo com ela, falta estrutura física e de comu-nicação para que essas pessoas possam se locomover e se orientar sem nenhum tipo de transtorno ou obstáculo.

Ela cita a questão das calçadas pú-blicas, em sua maioria irregulares e que impedem a passagem de quem tem alguma deficiência física. As principais irregularidades verificadas são degraus ocasionados por rampas irregulares de garagens; mudança brusca de um tipo de piso para outro; elementos mal po-sicionados; inclinação acentuada de calçadas e desní-

veis; material de construção, lixo e entulho lançados na via destinada à circulação de pessoas, além de

outros problemas. Um exemplo, de acordo com a promotora, é a calçada da Avenida Cora Coralina, em Goiânia, com pouco espaço para trafegar. “Se até mesmo o pedestre quase não possui espaço para se deslocar nas calçadas, imagina a pessoa que tem alguma deficiência que a impede de locomover”, ressalta a promotora.

Outro problema apontado por Marilda

ocorre no ensino público, já que existe uma determina-ção para que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) seja in-serida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magis-tério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fono-audiologia. Porém, reforça, pouco resultado se percebe disso. “As pessoas com deficiência auditiva conseguem se matricular nas escolas, mas falta professor capacitado para o ensino de Libras ou até mesmo material didático

especial para essa parcela da população”, informa.

Preocupado com essas questões e visando aprimo-rar as ações institucionais para concretização das polí-ticas públicas em favor des-sa parcela da população, o Ministério Público de Goiás estruturou, no final do ano passado, a partir do des-membramento do Centro de Apoio Operacional do Cida-dão, o Centro de Apoio Ope-racional da Cidadania, do Idoso e da Pessoa com Defi-ciência, que tem metas espe-cíficas de atuação dentro do Plano Estratégico institucio-nal (2009-2022). O novo CAO é coordenado pelo promotor Humberto Puccinelli.

Em relação à legislação, as principais nor-

mas definindo os direitos das pessoas com deficiência são a Lei 7.853/1989, que dis-põe sobre o apoio a essa população e os meios de sua integração; as Leis 10.048 e 10.098, de 2000, que tratam do atendi-mento prioritário e da acessibilidade, e o Decreto nº 6.949/2009, da Presidência da República, que promulgou a vigên-cia no Brasil da Convenção Internacio-nal sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo.

A conquista da dignidade

Informe-se saiba onde buscar seus direitos:

Ministério Público de Goiás – 39ª Promotoria de Justiça

(62) 3243-8081

Centro de Apoio Operacional (CAO) da Cidadania, do Idoso e da

Pessoa com Deficiência (62) 3243-8200/8201

Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego)

(62) 3202-3313

Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (ADVEG)

(62) 3092-3773

Associação dos Surdos de Goiânia (ASG) (62) 3202-3134

Associação das Mulheres Deficientes Auditivas e Surdas de Goiás (AMDAS) – (62) 3284-3601

Em maio de 2010, a comerciante Gilvanete Be-larmino, 34 anos, procurou uma empresa de cartões de crédito em Goiânia para solicitar

a emissão de um cartão em seu nome. Ao efetu-ar a proposta, a comerciante foi orientada pelo atendente a realizar um empréstimo no valor mí-nimo de R$ 100,00 para conseguir a aprovação. Gilvanete negou-se a fazer o pedido de emprés-timo, porém, teve seus documentos retidos pela empresa, que relatou que só os entregaria com a aceitação do crédito.

Sem os documentos e sem saber o que fazer, ela foi até o Ministério Público de Goiás (MP-GO), onde recebeu orientação para procurar a Delega-cia de Defesa do Consumidor. O desfecho dessa história foi positivo, com a comerciante conse-guindo os documentos de volta e a empresa sen-do multada por ferir o Código de Defesa do Con-sumidor. O problema de Gilvanete foi resolvido de forma ágil por ter recebido orientação correta de que órgão procurar.

Ela é uma das quase 28 mil pessoas atendidas em 2010 na Recepção Cidadã no edifício-sede do MP-GO. Implantado oficialmente em setembro de 2010, o projeto da Recepção Cidadã teve como ob-jetivo aprimorar o atendimento prestado às pes-soas que procuram diariamente a instituição em busca de apoio. Com o novo formato da recepção, o cidadão que procura o edifício-sede é atendido e encaminhado às promotorias, áreas administra-tivas ou órgãos externos, de acordo com a deman-da. Na Recepção Cidadã é feito apenas o trabalho administrativo, ou seja, o pré-atendimento jurídico.

O serviço é personalizado, realizado por servidores do órgão devidamente treinados para recepcionar, in-formar e orientar os visitantes. A estrutura conta com

cinco guichês no térreo e outros quatro no subsolo do edifício-sede do MP, um sistema digital de senhas e até uma área de espera. “Criado em abril de 2009, o servi-ço começou apenas com uma mesinha na entrada do MP. No local, era feita a análise dos pedidos do cidadão para tentar desafogar as promotorias, principalmente as do cidadão e do consumidor. Hoje, a recepção pos-sui novas instalações e autonomia para direcionar os atendimentos”, ressalta o coordenador da Recepção Cidadã, Leonardo Gomes Simmonds.

Entre os principais benefícios com a criação da Re-cepção Cidadã estão a agilidade no atendimento e a redução das demandas nas promotorias e órgãos de execução. “Às vezes, a pessoa chegava ao MP sem sa-ber ao certo que área procurar e seguia direto para o Centro de Apoio Operacional (CAO) do Cidadão. Ao ser atendida no CAO, descobria que a sua demanda era para um órgão externo à instituição”, destaca Leonar-do. Com o projeto de atendimento personalizado, ga-rante o coordenador, o visitante é conduzido ao local correto, já que todos os servidores receberam treina-mento e conhecem a atribuição de cada promotoria.

DemandasAs principais demandas atendidas na Recepção

Cidadã são da área do cidadão, principalmente as relacionadas à saúde, informa Leonardo. De acor-do com ele, são registrados diversos pedidos de medicamentos – encaminhados à Câmara Técnica em Saúde (CATES) –, de vagas em UTI, consultas e exames. Outra demanda constante, informa, é sobre investigação de paternidade. “Recebemos várias pessoas em busca de solução para o proble-ma da paternidade dos filhos. Orientadas, elas são encaminhadas para as promotorias de execução desta área”, explica Leonardo.

Porta de entrada para a cidadaniaPROJETO RECEPçÃO CIDADà ATENDEU qUASE 28 MIL PESSOAS EM 2010

Gilvanete Belarmino foi uma das beneficiadas com o novo atendimento personalizado do MP e conseguiu reaver os documentos retidos irregularmente

no lugar certoConfira os

encaminhamentos no mP em 2010:

Promotorias ou Procuradorias

17.131 atendimentos

Órgãos externos

1.818 atendimentos

Demais unidades administrativas

8.757 atendimentos

Fonte: Dados levantados pela coordenação do projeto, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2010

Expediente

Informativo oficial do Ministério Público do Estado de GoiásRua 23 esq. c/ Av. B, qd. A-6, lts. 15-24, Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100

E-mail: [email protected]

Twitter: www.twitter.com/mpdegoias

02 | Goiânia, fevereiro/março 2011 03

Fale conoscoPara falar com o MP em todo o Estado: 127

Telefone Geral (Goiânia) 3243-8000

Denúncia de Nepotismo Portal do MP (www.mp.go.gov.br)

CAO da Cidadania, do Idoso e da Pessoa com Deficiência - 3243-8200

CAO da Saúde 3243-8077

CAO de Defesa do Consumidor -3243-8038

CAO do Meio Ambiente 3243-8026

CAO do Patrimônio Público - 3243-8057

CAO da Infância e Juventude - 3243-8029

CAO da Educação 3243-8029

CAO Criminal e da Segurança Pública 3243-8050

CAO de Articulação Social em Políticas Públicas 3243-8050

Centro de Segurança Institucional e Inteligência 3239-4800

Escola Superior do Ministério Público 3243-8068

Assessoria de Comunicação Social 3243-8525/ 8499/8307/8498

Centros de Apoio Operacionais (CAOs):Procurador-Geral de Justiça Eduardo Abdon Moura

Assessor de Comunicação Social Ricardo Santana DRT-GO 776 JP

Assessora de Imprensa Ana Cristina Arruda DRT-GO 894 JP

Coordenação Mac Editora e Jornalismo Ltda.

Editor Mírian Tomé DRT-GO 629 JP

Reportagem Fernando Dantas DRT-GO 4895 JP

Fotografias João Sérgio Araújo

Projeto Gráfico e Diagramação Fábio dos Santos

Fotolito e Impressão Ellite Gráfica e Editora Ltda.

Goiânia, Fevereiro/março 2011|

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| Goiânia, fevereiro/março 2011 Goiânia, Fevereiro/março 2011|

TRANSPORTE ESCOLAR

04 05

EDuCAçãO

Conhecida como Vila Lobó, a Área I do Jardim Goiás, em Goiânia, abriga atualmente cerca de 300 famí-lias. São pessoas que estão no local há mais de 30

anos aguardando a regularização de seus imóveis. Uma realidade que está prestes a mudar, já que o prefeito da capital, Paulo Garcia, assinou, no último mês de janeiro, decreto que regulariza exatamente essa área. O docu-mento já foi encaminhado ao Cartório de Registro de Imó-veis, que é o último passo para que as famílias recebam os títulos de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU). Esse título é uma forma do poder público legalizar espaços, também públicos, para fins de moradia. Uma audiência pública para comunicação aos moradores dos termos do Decreto 186/2011 foi realizada no dia 24 de fevereiro, com a participação do procurador-geral de Justiça, Eduar-do Abdon Moura, e da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Sandra Mara Garbelini, além do prefeito Paulo Garcia.

Uma das beneficiadas com a regularização do local é a aposentada Alda Maria da Silva, de 58 anos. Ela vive há 27 anos na Área I do Jardim Goiás. Atualmente viúva, mora com o filho caçula e a tia. Natural de Minas Gerais, mas com passagem por Goiatuba, Alda veio para Goiânia em 1984, mesmo ano em que adquiriu um lote na “Vila Lobó. Segundo ela, a construção da casa levou um ‘tempinho’ para ficar pronta. “Eu e meu marido conseguimos juntar um dinheiro com nosso trabalho e venda de uma chácara. Só assim foi possível ter nosso lar”, relata. Ela garante que a estrutura da casa é a mesma de quando foi construída. “Apenas com algumas melhorias na pintura, piso e forro”, como faz questão de ressaltar.

Depois de anos de incertezas, Alda confessa que o alí-vio, agora, é saber que poderá dormir tranquila, sem se preocupar se terá que desocupar o local onde vive. “Com a regularização, a gente se sente mais segura. Porque antes não tínhamos a garantia de que a casa era nossa. E é uma vida toda que está aqui. Sofri muito para construir esse lar, foram suor e trabalho da minha família”, relembra.

ProcessoA medida de regularização da Área I do Jardim Goiás só

obteve êxito por causa das ações do Grupo Interinstitucio-nal de Regularização Fundiária, composto por integrantes do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Município de

Goiânia e Estado de Goiás, além dos Cartórios de Registro de Imóveis. Desde fevereiro de 2010, o grupo vem se reu-nindo com o objetivo de atuar de forma resolutiva frente ao grande número de áreas a serem regularizadas.

Para facilitar o trabalho, foi escolhida a Área I do Jardim Goiás como ação piloto a ser desenvolvida. Foram 41 reuniões até o fim do ano passado, além de etapas como cadastramen-to de moradores, levantamento topocadastral dos imóveis e audiência pública com os beneficiados. Segundo a promotora de Justiça Suelena Jayme, que integra o grupo como membro do MP, a definição de apenas uma área inicial foi importante para que erros, acertos e entraves fossem ana-lisados e, assim, o processo de regularização de outras áreas na capital goiana se torne mais ágil. “É uma ação que realmente demandou e vai demandar esforços de todos os envolvi-dos, já que Goiânia, pelos dados da Prefeitura, possui mais de 80 mil imóveis passíveis de re-gularização”, explica.

Um dos entraves levantados pela pro-motora Suelena foi a questão do trâmite de documentos entre os diversos órgãos que precisavam aprovar a regularização. “Um ofí-cio era entregue em um departamento, que o negava por falta de alguma informação. Então, era preciso retornar ao órgão de ori-gem. Isso tomava tempo, sendo que, em de-terminados casos, o procedimento levava até seis meses”, relata. Com o Grupo Interinstitu-cional, informa a promotora, houve melhoras no procedimento, mas, mesmo assim, ainda foi registrada certa morosidade nas etapas, que foram avaliadas e serão aprimoradas na regularização de outras áreas da capital. “Por isso, foi importante a definição de uma ação piloto, que permitiu avaliação do que estava errado e do que pode ser mudado”, detalha.

Outro problema verificado no início era a ine-xistência de uma lei federal de regulamentação sobre a questão da CDRU. Apenas com a entra-da em vigor da Lei nº 11.977/2009, que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida, procedi-mentos voltados para a regularização de imóveis começaram a ser colocados em prática.

Há alguns anos, quando se falava em transporte escolar, princi-palmente rural, a imagem que

surgia era de veículos sucateados, sem assoalho e janelas, com pneus em péssimo estado, além de excesso de passageiros e pessoas sendo transpor-tadas em carrocerias de caminhonetes sem o mínimo de segurança. Essa rea-lidade tem mudado no Estado de Goi-ás, mas o serviço ainda requer atenção por parte de órgãos e instituições liga-das à área de trânsito, educação, fisca-lização e defesa do cidadão, destaca o coordenador do Centro de Apoio Ope-racional (CAO) da Educação, Everaldo Sebastião de Sousa.

A principal dificuldade, ressalta Eve-raldo, tem sido a fiscalização frequente das condições dos veículos que trans-portam, durante o ano letivo, os mais de 55 mil estudantes para as escolas das redes municipal e estadual. Devido à extensa área territorial goiana, com mais de 340 mil quilômetros quadra-dos, faltam estrutura e profissionais para fiscalizar. Há também o problema da responsabilidade pela inspeção, pois o transporte escolar é feito tanto pelos município e pelo Estado quanto de forma terceirizada.

A vistoria, obrigatória para emissão de licença de tráfego, é feita duas ve-zes ao ano – preferencialmente janeiro e junho - por fiscais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-GO). Essa medida é resultado de termo de coope-ração firmado em 2008 entre Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o órgão de trânsito. Os profissionais do departa-mento ficam responsáveis por se deslo-car até os municípios do interior para a avaliação das condições das frotas. São verificados aspectos como a existência de registro para transporte de passa-geiros do veículo; a sinalização corre-ta, que é a pintura de faixa horizontal na cor amarela, com 40 centímetros de largura; o equipamento registrador

instantâneo inalterável de velocidade e tempo; os cintos de segurança em nú-mero igual à lotação, entre outros itens. Todos esses requisitos estão previstos no artigo 136 da Lei nº 9.503/1997, o Código de Trânsito Brasileiro.

Aprovado no processo de inspe-ção, o veículo fica apto a circular pelas estradas goianas. Porém, o problema é que algumas conduções, passados 15, 20 dias ou um mês da vistoria, por exemplo, já apresentam problemas e tornam-se inadequadas para trafegar e transportar estudantes. “Os veículos se desgastam com muita facilidade devido às características das estradas, principalmente as vicinais”, observa o promotor. Everaldo informa que existe uma parceria com a Polícia Militar e Po-lícia Rodoviária Federal para contribuir na fiscalização, mas o número de pro-fissionais é insuficiente para a inspeção. Há ainda convênio com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) para evi-tar que, em caso de desaprovação de licença do veículo, contratos ilegais se-jam feitos com as prefeituras.

O coordenador do CAO Educação denuncia também que alguns proprie-tários de veículos do transporte escolar realizam a troca de conduções, ou seja, apresentam um veículo novo para ser vistoriado e, após a aprovação e emis-são da licença, passam a circular com outro em péssimas condições. “Além de cometer um crime, falsidade ideo-lógica, essa pessoa pode ter o contrato rescindido e responder judicialmente por outros diversos crimes”, explica. Ele reforça a importância de pais, alunos, professores e a população em geral exercerem o papel de fiscais das condi-ções do transporte escolar. “Se percebe-rem que o veículo está visivelmente em péssimas condições, o correto é entrar em contato com os órgãos competen-tes para denunciar. No caso do Ministé-rio Público, o telefone para denúncias é o 127”, conclui.

Fiscalização é prioridade no transporte escolar em GoiásCOM UMA FROTA DE APROxIMADAMENTE 4 MIL VEíCULOS EM CIRCULAçÃO, DESAFIO DO ESTADO É MANTER PRESTAçÃO DE SERVIçO DE qUALIDADE

Está em tramitação na Câmara dos Deputados projeto que altera a Lei 10.709/2003, que modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDAB – Lei 9.394/96), e a Lei 10.880/04, que institui o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). O objeti-vo do programa é oferecer transporte escolar a alunos da educação básica da rede pública residentes em área rural.

O repasse de recursos financeiros do Pnate aos Estados fica condicio-nado à existência de convênio de co-operação com os municípios. Com a alteração, as cidades poderão receber o repasse direto do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sempre que fizerem o transporte de alunos da rede estadual, caso os Esta-dos não firmem o convênio.

Pesquisa realizada em 2008 pelo Centro de Formação de Recursos Hu-manos em Transportes (Ceftru) e pela Universidade de Brasília mostrou que, em relação aos recursos aplicados para a prestação do serviço de transporte escolar, predominantemente rural, 8% do montante gasto pelos municípios tem como origem o Pnate, 36% são de recursos do Estado repassado ao município, 50% vêm do próprio mu-nicípio e 5% de outras fontes. Em Goi-ás, a Secretaria Estadual de Educação repassava aos municípios parceiros, até o final de 2010, o valor de R$ 55,00 por aluno/mês, no total de 10 parcelas anuais, nos termos da parceria expres-sa na Lei Estadual nº 14.556/03 e De-creto nº 5.902/04, mediante termo de adesão e responsabilidade.

Recursos disponíveis

tipos de veículos de transporte escolar em goiás

Kombi 42% Ônibus 33% Micro-ônibus 9% Van 7% Automóvel 4% Outros 5%

cidades onde há o maior nº de alunos no transporte escolar rural em goiás

cidade número de alunos Luziânia 1.340 Posse 1.044 Bela Vista de Goiás 965 Formosa 935 Silvânia 747 Fonte:

Secretaria Estadual de Educação/

Dados de 2010

Fonte: Centro de Formação

de Recursos Humanos em Transportes (Ceftru)

e Universidade de Brasília/Dados de 2008

REGulARIzAçãO FuNDIáRIA

Moradia com dignidadeAçÃO PILOTO DE REGULARIzAçÃO CONSEGUIU BENEFICIAR 300 FAMíLIAS qUE MORAM NA ÁREAI DO JARDIM GOIÁS. OBJETIVO É ATINGIR OUTROS 80 MIL IMóVEIS PENDENTES DE LEGALIzAçÃO

moradIa legalcomo funciona o cdru?Por meio da Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), é possível provar que a posse é válida e protegida por lei. Mas algumas regras precisam ser cumpridas. Por exemplo, o beneficiário não pode vender o imóvel para terceiros ou entregar a outras pessoas, seja em todo ou em partes, sem permissão do poder público; realizar obras sem a prévia autorização; abandonar o imóvel por mais de 90 dias, etc. Agora, o direito pode ser transmitido por herança ou, se o poder público permitir, por outro tipo de transferência.

entidades que integram o grupo Interinstitucional de regularização fundiária

u Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam)

u Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma)

u Procuradoria do Município

u Agência Municipal de Obras Públicas (Amob)

u Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMHAB)

u Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas)

u Agência Goiana de Habitação (Agehab)

u Secretaria das Cidades

u Secretaria da Fazenda

u Procuradoria-Geral do Estado

u Ministério Público de Goiás

u Cartórios de Registro de Imóveis de Goiânia

Alda Maria comemora a

regularização de sua casa

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| Goiânia, fevereiro/março 2011 Goiânia, Fevereiro/março 2011|06 07

PlANO GERAl DE ATuAçãO

PATRIMôNIO PúblICO

O custo médio da corrupção no Brasil é estimado em valores que oscilam entre R$ 41,5 bi-

lhões e R$ 69,1 bilhões. A informação faz parte de pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em 2009, que compa-ra ainda o que poderia ser investido em diversas áreas – educação, saúde, habi-tação, saneamento e infraestrutura –, caso o nível de corrupção fosse menos elevado. Só para exemplificar, o núme-ro de matriculados na rede pública de ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos e a quantidade de leitos para interna-ção nos hospitais públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que hoje é de pouco mais de 367 mil, poderia crescer 89%. São números significativos, que podem fazer a diferença para milhares de famílias no País.

O que fazer para mudar essa realida-de? Na avaliação do promotor Reuder Cavalcante Motta, da 3ª Promotoria de Justiça de Itumbiara, é essencial a atua-ção integrada de órgãos públicos e da sociedade na fiscalização das contas de municípios e outras esferas de governo. Em Goiás, lembra ele, há o exemplo de um grupo que se mobilizou em prol da defesa do interesse público. São amigos de Cachoeira Dourada que, cansados de histórias e casos de corrupção e impro-bidade administrativa, resolveram criar uma organização não governamental (ONG) com a denominação de Transpa-rência Cachoeirense. A entidade, sem fins lucrativos, foi criada em maio de 2008 e, desde então, vem atuando de maneira efetiva para tentar frear o mau uso dos recursos públicos municipais.

Localizada na Região Sul do Estado e com mais de 8 mil habitantes, Ca-choeira Dourada tem uma das maio-res arrecadações per capita de Goiás, de R$ 49.578,00, em razão da geração de energia da usina que leva o mesmo

nome da cidade. “Não temos percebido a aplicação da verba em prol da comu-nidade, principalmente na saúde e na educação”, ressalta o presidente da ONG Transparência Cachoeirense, Sélio An-tônio Moreira da Silva. Por isso, a ONG, por meio de seus oito integrantes, tem desenvolvido ações de análise de ba-lancetes mensais, tanto da Câmara de Vereadores, quanto da prefeitura, efe-tuando ainda o acompanhamento de reuniões e de licitações e fiscalizando a execução do orçamento. De acordo com Sélio, toda irregularidade encon-trada é informada ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) ou ao Ministério Público de Goiás (MP-GO). “De 2008 até o fim do ano passado, 15 representa-ções e procedimentos foram protocola-dos por desvio de recursos públicos ou contratos superfaturados”, destaca. O retorno desse trabalho tem sido maior clareza nos atos administrativos e maior divulgação das licitações, revela Sélio.

O MP, por meio do promotor de Jus-tiça Reuder Cavalcante, tem atuado em parceria com a ONG. “Com esse tipo de ação, aumenta a possibilidade de um trabalho preventivo, pois ele alerta e detecta a questão da corrupção. É um exemplo que deve ser acompanhado por outros municípios, não só goianos, mas brasileiros”, incentiva o promotor.

ConscientizarPara tentar mobilizar a sociedade de

Cachoeira Dourada a participar e acom-panhar os gastos públicos municipais, a ONG Transparência Cachoeirense tem produzido boletins informativos, dis-tribuídos em toda a cidade. O objetivo é conscientizar sobre a importância de ficar atento às ações do governo. “Isso tem alcançando resultados positivos, pois a comunidade tem pressionado o poder público, mesmo que seja de for-ma simples, como na participação em reuniões”, garante Sélio.

Contas públicas sob controle socialCOMBATE À CORRUPçÃO E À IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA EM CACHOEIRA DOURADA TêM APOIO DECISIVO DA COMUNIDADE

de olhoConfira os órgãos que atuam no controle das contas públicas:

u Tribunal de Contas da União (TCU)

u Tribunal de Contas do Estado (TCE)

u Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)

u Ministério Público da União (MPU)

u Ministério Público Estadual

u Câmara de Vereadores

u Assembleia Legislativa

u Poder Judiciário (Tribunal de Justiça)

saiba onde buscar mais informações na internet:

u www.dinheiropublico.com.br

u www.leismunicipais.com.br

u www.portaldatransparencia.gov.br

u www.institutobrasilverdade.com.br

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), oficialmente Lei Complemen-tar nº 101, é a lei brasileira que tenta impor o controle dos gastos de Esta-dos e municípios, condicionados à capacidade de arrecadação de tribu-tos. A medida se justifica pelo costu-me, na política brasileira, de gestores promoverem obras de grande porte no final de seus mandatos, deixando a conta para seus sucessores.

A LRF também promoveu a trans-parência dos gastos públicos e obri-ga que as finanças sejam apresenta-das detalhadamente ao Tribunal de Contas (da União, do Estado ou dos Municípios). Em 2009, com a san-ção da Lei Complementar nº 131, a norma sofreu acréscimos, com a inclusão de dispositivos legais que tornam obrigatória a publicação pelo poder público, na internet, em tempo real, de informações “porme-norizadas” sobre o quanto é arreca-dado e como é gasto o dinheiro dos contribuintes. A LC 131 criou um cronograma para o cumprimento da obrigação que vai até 2013.

Pela lei, Estados e municípios de-vem informar à população, com cla-reza, como gastam o dinheiro públi-co, prestar contas à comunidade e, quando forem discutir o orçamento, convocarem a sociedade para audi-ência pública. É ainda responsabili-dade das prefeituras anotar o que compram e o material que enviam para escolas, postos de saúde, hos-pitais, etc., bem como publicar suas contas de forma simples, em local visível e de fácil acesso para todos os cidadãos.

Além de fiscalizar e acompanhar os gastos públicos, a sociedade pode atuar de forma preventiva, observando sinais de irregularida-des na administração pública, como históricos comprometedores das autoridades eleitas, falta de trans-parência nos atos administrativos, ausência de controle financeiro e de gestão, entre outros.

Uma das principais metas do Pla-no Geral de Atuação 2010-2011 do Ministério Público de Goiás na de-fesa do patrimônio público é pro-mover ações, seja judiciais ou extra-judiciais, com o objetivo de exigir a transparência nos gastos públicos, com amplo acesso da população a essa prestação de contas.

Transparência é exigência legal

Promotor Reuder Cavalcante defende atuação integrada de órgãos públicos e sociedade

Sélio Antônio preside a ONG de Cachoeira Dourada

meta 1 - Alcançar 30% de ações preventivas na defesa do patrimônio público

meta 2 - Alcançar 45% de municípios com publicação dos gastos públicos na internet (45% de prefeituras e 45% de câmaras)

meta 3 - Alcançar 30% de municípios com fiscalização pelo MP-GO do recebimento físico dos balancetes pelas Câmaras de Vereadores

meta 4 - Alcançar 30% de municípios com fiscalização pelo MP-GO da efetiva disponibilização das contas anuais para exame e apreciação pelos contribuintes (art. 31, § 3º da CF)

meta 5 - Alcançar 20% de municípios que têm controladoria interna funcionando efetivamente

meta 6 - Alcançar 40% de municípios (Executivo e Legislativo) com quadro de pessoal (efetivos, comissionados, temporários e terceirizados) fiscalizado pelo Ministério Público

meta 7 - Alcançar 60% de municípios (Executivo e Legislativo) com cargos efetivos de procuradores criados

meta 8 - Alcançar 40% de municípios com cargos efetivos de procuradores providos por concurso público

meta 1 - Alcançar o tempo médio de 10,8 dias para a tramitação dos processos do 2º grau

meta 2 - Alcançar 100% de pareceres do 2º grau e dos acórdãos do TJ avaliados

meta 3 - Alcançar o tempo médio de 25,2 dias para a tramitação dos processos nos recursos constitucionais

meta 4 - Aumentar em 5% o número de recursos interpostos com sucesso

meta 5 - Reduzir em 10% o tempo médio de tramitação dos processos da área de família

meta 6 - Alcançar 60% de promotorias com atividade de levantamento periódico

meta 7 - Alcançar 100 notícias originadas da atuação das promotorias de Fazenda Pública, Tributárias, Família, Comunitária e Cível não especializada encaminhadas aos CAOs

meta 8 - Reduzir em 10% o tempo médio de tramitação dos processos na área de fazenda pública

meta 9 - Reduzir em 10% o tempo médio de tramitação dos processos na área cível não especializada

meta 10 - Aumentar em 5% o número de acordos extrajudiciais na área de família

meta 11 - Aumentar em 10% o número de fundações e associações fiscalizadas

meta 12 - Aumentar em 69% o número de municípios com programa de articulação social implantado

meta 1 - Alcançar 71,79% dos municípios com assistência farmacêutica adequada

meta 2 - Alcançar 77,5% dos municípios com atendimento adequado pela Estratégia de Saúde da Família (ESF)

meta 3 - Alcançar 100% de municípios com Conselhos de Saúde funcionando regularmente

meta 4 - Alcançar 62 % dos municípios com sistema de regulação (Sisreg) em utilização

meta 5 - Alcançar 100% dos municípios com Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) implantados

meta 1 - Alcançar 74% de municípios, dentre os 50 maiores PIBs de serviço do Estado, com Procons criados

meta 2 - Alcançar 12% de municípios, dentre os 50 maiores PIBs de serviço do Estado, com Procons com estruturação mínima (física, qualificação)

meta 3 - Alcançar 20% de municípios (50 maiores PIBs de serviços) com campanhas educativas de combate às práticas abusivas elaboradas pelo MP

meta 4 - Alcançar 100% de municípios da região metropolitana de Goiânia e Entorno do DF com diagnóstico do abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto realizado

meta 5 - Aumentar em 20% o percentual da população da região metropolitana de Goiânia e Entorno do DF com abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto

crImInal

meta 1 - Alcançar o valor de 1.409 como índice de criminalidade (por 100 mil habitantes)

meta 2 - Reduzir em 80% a quantidade de processos da competência do Tribunal do Júri distribuídos até 31.12.2007 pendentes de julgamento.

meta 3 - Alcançar 20% de comarcas com Central de Controle de Cumprimento de Penas e Medidas Alternativas

meta 4 - Reduzir em 10% o número de mandados de prisão pendentes de cumprimento

meta 5 - Alcançar 20% de municípios com Conselho Municipal Antidrogas cadastrados na Secretaria Nacional Antidrogas (Senad)

meta 6 - Alcançar 69% de municípios com Conselho da Comunidade na execução penal em funcionamento

meta 7 - Alcançar 51% de déficit de vagas nos regimes fechado e presos provisórios, para os sexos feminino e masculino.

meta 8 - Alcançar o porcentual de 39% de ocorrências que geraram inquéritos

meta 1 - Alcançar 20% de municípios com Conselhos Tutelares estruturados adequadamente

meta 2 - Alcançar 20% de municípios com fiscalização pelo MP-GO da efetiva implantação de programas preventivos de proteção à infância e juventude

meta 3 - Alcançar, para evasão escolar, 4% no nível fundamental e 12% no nível médio

meta 4 - Aumentar em 10% o número de escolas fiscalizadas pelo MP-GO

meta 5 - Reduzir o analfabetismo em 3 pontos porcentuais [5-10 anos], em 3 pontos porcentuais [10-15 anos] e em 1 ponto porcentual [acima de 15 anos]

meta 6 - Atingir 20% de municípios com fiscalização, pelo MP-GO, da efetiva aplicação das verbas destinadas à educação

meta 1 - Alcançar 34% de cobertura vegetal nativa, por município, no bioma Cerrado no Estado de Goiás

meta 2 - Alcançar 21% de implementação das Unidades de Conservação

meta 3 - Aumentar em 10% o número de propriedades rurais com reserva legal averbada nos municípios do Estado pela atuação do MP-GO

meta 4 - Aumentar em 20% a área de reserva florestal legal averbada nos municípios do Estado pela atuação do MP-GO

meta 5 - Alcançar 20% de municípios com Sistema Municipal de Meio Ambiente implantado

meta 6 - Alcançar 18% de municípios com atividade de educação ambiental em parceria com o MP-GO

meta 7 - Alcançar 100% de municípios no Estado obrigados à criação e implementação que possuem plano diretor (será priorizada a criação)

meta 8 - Aumentar em 10% o número de parcelamentos regularizados pela atuação do MP-GO

Criar novos Procons municipais, aumentar em 20% a área de reserva florestal legal averbada e o número de municípios com assistência farmacêutica adequada e reduzir o número de mandados de prisão pendentes de cumprimento no Estado. Essas são algumas das metas que integram o Plano Geral de Atuação 2010-2011 nas diversas áreas do Ministério Público de Goiás. Essas metas vão nortear o foco de atuação institucional na busca por melhorar as políticas públicas em favor da população. Confira essas metas no quadro.

cIdadanIa consumIdor InfâncIa, Juventude e educaçÃo

Processual/InstItucIonalPatrImônIo PúblIcomeIo ambIente

Page 5: Lar com - mpgo.mp.br · promotora, é a calçada da Avenida Cora Coralina, ... 2010, o projeto da Recepção Cidadã teve como ob - jetivo aprimorar o atendimento prestado às pes-

| Goiânia, fevereiro/março 201108

SER NATuREzA

Alunos do Colégio Estadual Lindol-fo Mendes da Cunha, em Faina, a 211 quilômetros de Goiânia,

participaram de uma experiência educa-cional diferente em 2010, que extrapola livros, cadernos e muros da escola. Eles ajudaram no processo de recuperação do Rio do Peixe I, ação ambiental levantada pelos articuladores sociais do Projeto Ser Natureza no município. O plantio de mais de 6 mil mudas nativas (fotos 4, 5 e 6) do Cerrado foi realizado no fim do ano, na Fazenda Palmital, área que margeia o rio, e reuniu mais de 60 pessoas, entre estu-dantes, professores, articuladores sociais e parceiros do projeto. O objetivo inicial da ação foi ajudar na recuperação de 3 nascentes de um total de 18 que estão localizadas em propriedades rurais da re-gião. O projeto está em fase de monitora-mento das mudas, sendo que 95% estão adaptadas e dão sinais de crescimento.

A participação dos alunos não se resu-miu apenas ao plantio. Eles se tornaram multiplicadores de conhecimento. Antes da ação de plantio, os estudantes estive-ram em Goiânia e receberam informações sobre produção de mudas, repassadas em curso (fotos 1, 2 e 3) ministrado por técni-cos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (Emater). Em Fai-na, a responsabilidade desses jovens foi de criar viveiros domésticos, envolvendo, cada um, seis famílias - que também fica-ram responsáveis por produzir de 10 a 15 mudas. Essas mudas serão utilizadas em etapas posteriores de recuperação das nascentes do Rio do Peixe I, além do curso do rio e do Peixe II. “Todo esse trabalho vai além da questão ambiental. É uma ação educacional de mudança de cultura”, des-taca a perita ambiental do Ministério Pú-blico de Goiás (MP-GO) Adriane Chagas.

quem levou a experiência muito a sé-rio foi a aluna Ludimilla Dadiane de Jesus. Moradora do povoado Santa Rita, a es-tudante iniciou seu próprio viveiro, que tem, atualmente, cerca de 200 mudas de mais de 26 espécies nativas do Cerrado. As mudas já têm destino certo: arboriza-ção de escola localizada no povoado.

O projeto de recuperação do Rio do Peixe I foi definido a partir da metodolo-gia do Programa Parceria Cidadã, baseado na teoria sistêmica, em que há a promo-ção do diálogo, interação e proposição de soluções aos problemas apontados pela comunidade. O programa é uma iniciati-va do MP-GO e a ação em Faina, além da comunidade, conta com a parceria de fa-zendeiros, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas, Emater, prefeitura de Faina, Etelge Enge-nharia e Colégio Lindolfo Mendes Cunha. O acompanhamento das ações é feito pela promotora Wânia Marçal.

Prática de conservação de solo, construção de terraços e bacias de cap-tação, limpeza de áreas, mapeamento, adubação, cercamento das áreas e re-vegetação da mata ciliar. Essas foram etapas que integraram o projeto de recuperação do Rio do Peixe I ao longo de oito meses, segundo explica Adria-ne. “E será a partir do desenvolvimento das três nascentes que vamos definir datas para o plantio de mudas nas ou-tras nascentes”, destaca.

De acordo com ela, havia reclamações dos produtores rurais em relação à dimi-nuição da vazão da água no rio e assore-amento da área. Para o proprietário da fazenda que recebeu o plantio de mudas, Taylor Bueno, além da questão ambiental, o problema também era econômico.

Multiplicando o verdeAçÃO DO PROJETO SER NATUREzA EM FAINA, RECUPERAçÃO DO RIO DO PEIxE I CONTA COM A COLABORAçÃO ENGAJADA DE ESTUDANTES

Articulador social do Ser Natureza, Francisco de Assis Cardoso escreveu uma carta alertando sobre a necessidade de preservação ambiental em Faina. Junto com as professoras do colégio, Francisco monitora as ações dos estudantes no projeto. Confira a carta abaixo:

Faina é um município localizado no Nordeste goiano, cuja atividade princi-pal é a pecuária e alguma agricultura de subsistência. Seu relevo é irregular, pois dá-se a impressão que suas serras são extensão de braços da Serra Dourada.

Sua vegetação, na maior parte, é de Cerrado, ressalvando as matas ciliares. Nele, Cerrado, encontra-se uma diversi-dade de plantas, inclusive, muitas espé-cies frutíferas, tais como: caju, mangaba, pequi, jatobá, ariticum, cagaita, bacu-pari, entre outras.

Os recursos hídricos do município são compostos por três rios principais: Peixe I, Peixe II e Ferreiro - este último nasce no município e boa extensão dele serve de limite. Esses cursos d’água, com seus pequenos afluentes, abastecem as gran-des e pequenas propriedades para o consumo de animais e até mesmo para o uso humano.

Essa bacia hídrica do município so-freu, ao longo dos anos, uma degrada-ção bem acentuada, que vem afetan-do as nascentes e o leito dos rios e seus afluentes na região, quer por desconhe-cimento da população ou, em diversos casos, por irresponsabilidade ambiental.

O Ministério Púbico, em parceria com pessoas da comunidade, resolveu revi-talizar o Rio do Peixe, começando por suas nascentes, o que está em fase inicial adiantada. O MP e a comunidade, por meio da Parceria Cidadã, estão condu-zindo esse processo de recuperação jun-to aos proprietários de forma habilidosa em rodas de conversa, sem traumatizar aqueles nem desrespeitando as leis do meio ambiente.

Sabe-se que é um processo difícil re-compor o que a natureza levou milhares de anos para consolidar. Contudo, nós todos, com parcimônia, boa vontade e a ajuda da Natureza, chegaremos lá.

Um chamado à consciência

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