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Nº 12 | OUTONO INVERNO | 2009 | 2,5 EUROS

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Lanidor's magazine nr. 12

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Nº 12 | OUTONO INVERNO | 2009 | 2,5 EUROS

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FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADELA MAG, LDA.

MORADACAMPO GRANDE 3 A-B

1700-087 LISBOACONTR. 507657586

PUBLICIDADEMª JOÃO JORGE

[email protected]. +351 93 203 24 15

DIRECTORA EDITORIALANA MESQUITA

[email protected]

CHEFE DE REDACÇÃOCLÁUDIA CANDEIAS

[email protected]. +351 21 458 04 58

EDITORA DE MODAISABEL BRANCO

[email protected]. +351 93 395 02 16

DIRECTOR DE ARTERICARDO TADEU BARROS

[email protected]

ARTE FINALSYLVIA OLIVEIRA

[email protected]

ATELIERWWW.TTDESIGN.PTR. BRITO PAIS 14C2775-172 PAREDE

T. F. +351 21 457 09 55

FOTOGRAFIAHéLèNE HARDER

ISABEL PINTOMÁRIO PRíNCIPEPEDRO FERREIRA

TERESA AIRES

COLABORADORESALDA ROCHA

ANA CRISTINA LEONARDOANA ESTEVES

ANABELA MOTA RIBEIROCARLA NASCIMENTO RIBEIRO

CARLOS COELHOHELENA MASCARENHAS

HELENA SACADURA CABRALINÊS PEDROSA

ISA CLARA NEVESISABEL FIGUEIREDO

JOANA AMARAL CARDOSOJOANA CATARINO

JOÃO JACINTOLEONOR BALDAQUE

LEONOR VISEUMARIANA GUEDES DE SOUSA

MARIA JOÃO PAISMIGUEL JÚDICERUI TENDINHA

TERESA MARÇAL GRILO

PERIODICIDADESEMESTRAL COM EDIÇÕES ESPECIAIS

REGISTO_124868TIRAGEM_70.000

IMPRESSÃOSOCTIP – SOCIEDADE TIPOGRÁFICA, S.A.

ESTRADA NACIONAL 10, KM 108,3PORTO ALTO – 2135-114 SAMORA CORREIA

T. +351 263 00 99 00F. +351 263 00 99 99

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DEPÓSITO LEGAL244315/06

PREÇO2,5 ¤

CAPA MANEQUIM_ANA CRISTINA OLIVEIRA

(CENTRAL MODELS)FOTOGRAFIA_ISABEL PINTO

REALIZAÇÃO_ISABEL BRANCO

DU NOIR AU NOIRPreto, o incontornável da estação. Descubra como usá-lo

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MIGUEL CÂNCIO MARTINSExclusivo com o mais internacional arquitecto decorador português

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COMO

PARIS JE T’AIMEMaquilhagem inspirada nas luzes

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A MAIS BELA ENTRE AS MULHERESNovos produtos e conselhos

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CRIADORES DE SONHOSAteliers criadores de fabulosas brincadeiras de criança

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ONDE

QUE IMPORTA A ILUSÃO SE ELA FOR VERDADELeonor Baldaque leva-nos à sua Paris

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PARIS, UMA CIDADE DE SE COMERDeliciosas moradas

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HOTEL DU PETIT MOULINUma casa encantada nascida das mãos de Christian Lacroix

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QUEM

MARJANE SATRAPIO preto e branco da princesa vermelha

10FRENCH TOUCHOs rostos mais mediáticos da nova vaga dos actores franceses de cinema

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COCO E PARISJuntas para sempre

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VICTOIRE DE CASTELLANEA rainha de copas e sua corte

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CLAIRE CASTILLONLivros tão belos quanto as vossas vidas

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O QUÊ

PALAIS DE TOKYOUm espaço aberto ao debate estético

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PORQUÊ

POR QUE SE TORNARAM CRIATIVOSAntónio Latas e Felipe Oliveira Baptista

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LA RÉGLE DU JEUComo se joga nas regras da moda

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PARIS BY NETAs melhores moradas parisienses na I-Net

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Sentada sobre as cadeiras de palhinha do Café de Flore, escolho a mesa de esquina

entre o boulevard Saint Germain e a pequena rua de Saint-Benoit, tal como faço a cada regresso, desde que vivi em Paris, no final da década de 80. Nos vinte anos que o tempo fez passar, o café manteve os costumes e o charme boémio que lhe deu fama. Recebe até altas horas os artistas da cidade, num misto de patine mantida e decadência sofisticada que só em Paris é tão tellement jolie e cinéfila. Meia- -noite, quase. No lugar onde nos verdes anos costumava estar uma chávena de café – consumo possível do bolso de uma jovem – hoje tenho um copo de chardonnay branco, e por todas as razões que esta edição da LA Mag traduz – e as outras que se prendem com a educação francófona que tive – sinto que Paris se entrelaçou apertadamente em mim como o encanastrado lustroso destas cadeiras. Na mesa em frente, ainda no primeiro degrau interior, Karl Lagerfel, o alemão mais magro, francês e fashion do mundo, conversa baixinho com o belíssimo Giabi- coni Baptiste, protagonista da cam-panha Maison da Chanel. De óculos escuros, comme d’habitude, veste preto e branco com a mesma excentricidade ascética da mulher a quem sucedeu, a omnipresente Gabriel. França tem o Nº5 impregnado na alma e prestou nos últimos anos generosos tributos à autora. A nossa vénia à mulher que nos livrou de espartilhos foi escrita por Joana Amaral Cardoso e começa na página 18.Lá fora, no passeio da rua Saint- -Benoit, um acordeonista antigo desentende-se com um saxofonista novo que chega e tenta jazzar a versão de “La Vie en Rose” do mais velho. A audiência perde com pena a inicia- da jam session e retoma o burburinho da cidade. Centenas de pessoas em

desfile permanente, bem-dispostas e ainda melhor vestidas, misturam origens e géneros e reflectem luz.Peço outro copo e recordo-me de ter lido livros inteiros nas esplanadas de Paris e me ter esquecido de mim no chão da Fnac, esse fenómeno de acesso à cultura que há onze anos chegou finalmente a Portugal. A crónica de Carlos Coelho, na pá- gina 36 sobre o Chão das Marcas, é reveladora de como os franceses tratam por um tu respeitoso li- vros, discos e filmes. A quem o nunca tenha feito, aconselho vivamente a le-var os filhos à Bobour, a biblioteca do Centro Pompidou, escolher livros e sentar-se no chão descontraidamente a usá-los. Muito do meu deslumbre pela moda começou nesse chão, de olhos esbugalhados com a quantidade e a qualidade de livros sobre histó-ria e sociologia, sobre os protagonis- tas e as grandes casas do prêt-à-porter e de couture. Ali mesmo na rua, espera-me o sim-pático hotel Bel Ami que a nossa correspondente Leonor Baldaque inclui num roteiro íntimo de Paris que aceitou revelar-nos. É onde me instalo com o prazer de ouvir falar português ao educadíssimo concierge e de morar por uns dias no coração da urbe.Não é de mais dizer o quanto na Lanidor gostamos de Paris e o prazer que foi descobrir gente e temas novos de uma cidade tão ampla e internacional-mente publicitada. Chamo à atenção para o artigo «Paris by net» de Cláudia Candeias, uma pesquisa aturada de deliciosas francesices.Mostramos-lhe também os melho-res looks para Outono/Inverno com o chique nonchalant da Lanidor, interpretado pela actriz modelo Ana Cristina Oliveira. Se estivemos à altura da mítica ville lumière, só quem nos lê avaliará melhor. Assim haja luz! LA

JE T’AIMEAUSSIANA MESQUItA

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EDItORIAL LA MAG

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Na mesa em freNte, aiNda No primeiro degrau iNterior, Karl lagerfel, o alemão mais magro, fraNcês e fashioN do muNdo, coNversa baixiNho com o belíssimo giabicoNi baptiste, protagoNista da campaNha maisoN da chaNel. de óculos escuros, comme d’habitude, veste preto e braNco com a mesma exceNtricidade ascética da mulher a quem sucedeu, a omNipreseNte gabriel

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CUMPLICES LA MAG

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ANA ESTEVES//5Gosta de histórias, palavras, vidas, caras e novos olhares. Por isso é jornalista há 15 anos. Na PAIS & Filhos apaixonou-se pelos milagres banais da gravidez, do parto e do crescimento de uma criança. Hoje é freelancer. Gosta de se perder no meio de prateleiras cheias de livros infantis onde a ilustração e o texto não têm fronteiras. Um dia há-de escrever um. E aprender fotografia. E deixar de faltar às aulas de ioga.

ANTÓNIO CARRETEIRO// 1Atraído desde cedo pela estética, quis ter todas as profissões a ela ligadas. É maquilhador, já foi estilista e nos tempos livres é também pintor, decorador, cozinheiro e fotografo. Adora fado, viajar, cães e de rir muito.

HÉLÈNE HARDER//2Nasceu em Paris, mas cresceu em Montparnasse. Após ter estudado filosofia na École Normale Supérieure, foi convidada para prosseguir os estudos na UC Berkeley, onde descobriu a arte de fazer cinema e fotografar. Agora viaja pelo mundo, sempre acompanhada pela sua câmara. Vai de Nova Iorque a Seoul e de Berlim a Dakar. Acabou de chegar do Senegal, onde filmou o seu último documentário, mas nem por isso parou. Até a sua residência muda constantemente. Tanto pode estar em Londres, como em Paris.

Parceiros Cartão LanidorArT WEAr ArTEH AVIS FLOr FNAC FUNDAçãO SErrALVES GEOTUr HOLMES PLACE HOUSE MAID JArDIM ZOOLóGICO

JEAN LOUIS DAVID L’OCCITANE LUSOMUNDO AUDIOVISUAIS MáxIMA MáxIMA INTErIOrES OCEANárIO DE LISBOA OPTIVISãO PAPELArIA FErNANDES PErFUMArIA BArrEIrOS PErSONA POUSADAS DE POrTUGAL rOTAS E DESTINOS VOGUE WHITE

MÁRIO PRÍNCIPE// 3Tudo começou depois de dois testes psicotécnicos terem apontado uma forte tendência para ser fotógrafo. Iniciou a formação no ArCO, que interrompeu a meio para arrancar como freelancer. Apaixonou-se pela fotografia de moda e busca inspiração em grandes fotógrafos internacionais como Greg Kadel, David La Chapelle, Peter Lindbergh, Paolo roversi, Steven Meisel, Steven Klein, Terry richardson, entre outros. Criou a “Blend Magazine” - a primeira screen magazine portuguesa (www.blend-magazine).Poderá conhecer o seu trabalho em www.marioprincipe.com

HELENA MASCARENHAS//4Depois da “Marie Claire” e da “Elle”, onde foi jornalista vários anos, teve a sorte de trabalhar na TV “quando tudo estava a acontecer”. Fez pesquisa para programas de que sente saudades, como “O Senhor que se Segue” de Paula Moura Pinheiro e “Viva a Liberdade” de Miguel Sousa Tavares, na SIC. O cinema é uma das suas grandes paixões. Escrever já lhe salvou a vida várias vezes.

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QUEM LA MAG

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Marjane queria ser o Profeta. queria ser a justiça, o aMor e a ira de deus. uM três eM uM. acabou Por se tornar nuMa roMancista que usa uMa linguageM gráfica Para contar que caMinho Percorreu

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MARJANE SATRAPI

A PRINCESA

VERMELHA

tExtO ANABEL A MOtA RIBEIRO

E se o profeta fosse uma mulher e se chamasse Marjane Satrapi?

Ela acreditou que era o Profeta. E anunciou na escola que quando crescesse queria ser o profeta.

Tinha seis anos. Estava-se em 1976. Três anos depois, deu-se a Revolução Islâmica e no ano seguinte

as meninas passaram a usar véu, as escolas estrangeiras foram fechadas. A escola estrangeira

que Marjane frequentava era a École Française, e a relação da banda desenhista com a cultura

francesa começa aí. Hoje vive em Paris. Sem véu. Ninguém lhe chama profeta, e ela duvida das palavras dos profetas

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Quem é Marjane Satrapi? Apresenta--se como uma princesa vermelha. Nasceu numa família aristocrática de teerão, próxima do ideário

comunista. O seu tio foi um famoso opositor, executado pelas ideias que professava. É uma menina bien née que nunca foi bem comportada. Uma mulher que desenha a preto e branco e que conhece os dois lados do Irão – o Irão de dentro de portas, o Irão visto do exterior. E é uma francófila.

Diz que é uma iraniana que nunca se sentiu completamente em casa no Irão. Mais do que uma segunda língua, o francês e a cultura francesa coincidiam com a educação aberta e moderna que os pais lhe davam em casa. talvez ela tenha sido sempre um pouco francesa. talvez ela tenha sido sempre um pouco estrangeira. Os seus livros são uma amostra desse cosmopolitismo em que sem-pre viveu. O mesmo que lhe permitiu olhar de viés para o mundo de onde provém.

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Deu-lhe distância. É uma romancista que usa uma linguagem gráfica para contar que caminho percorreu. Até encontrar a sua voz. Os livros são relatos autobiográficos e o Irão nem sempre fica bem no retrato. “Persépolis” conta a sua história. Voltemos ao ponto de partida: Marjane queria ser o Profeta. Queria ser a Justiça, o Amor e a Ira de Deus. Um três em um.

A religião sempre esteve lá. Mas esteve também o interesse pela cultura ocidental. Ela conhecia os heróis míticos da revolução de Cuba; além de Fidel, Marjane gostava de Che Guevara. Sabia das crianças vietnamitas mortas pelos americanos. Na sua cabeça, Marx e Deus mantinham discussões acaloradas. Na sua cabeça, o universo era monocolor, infantil, possível. Cá fora, crescia o fanatismo e a violência. Era um mundo no qual os pais não se reviam. Nem ela – percebeu mais tarde. Quando tinha 14 anos, mandaram-na estudar, viver, respirar um ambiente diferente daquele que se vivia em teerão.

Ouviu gritarem-lhe: «Foge para a cave que estamos a ser bombardeados» (era a guerra Irão-Iraque). E chorou perante a hipótese de um futuro redutor: «Com a idade com que Marie Curie foi para França estudar, provavelmente eu terei dez filhos…» (era o cerco a apertar-se, o moralismo a interferir com o livre-arbítrio).

Foi para Viena. Onde nunca se sentiu em casa e onde pouco parou em casa. Levou uma vida desregrada, passou dias charrada, descobriu o punk e a liberdade – em diferentes intensidades. Cresceu precocemente. Apaixonou-se, conheceu a solidão, sentiu saudades de casa. Depois de quatro anos na capital austríaca, voltou a teerão. Casou-se. Divorciou-se. Pôs um ponto final na turbulenta relação amorosa com o seu país e mudou-se para Paris. tornou-se uma banda-desenhista de sucesso. O livro-mãe,“Persépolis”, tem quatro tomos e conta a história da sua vida, momento a momento. O sucesso mundial foi instantâneo. A adaptação ao

cinema contou com a voz de Chiara Mas-troianni no papel de Marjane e Catheri-ne Deneuve no papel de mãe. “Le Poulet aux Prunes”, o livro de 2005, prepara-se para ser levado ao cinema, mas desta vez com personagens de carne e osso, e não em formato de banda-desenhada. O estilo é corrosivo, subversivo, politi-camente astuto, irónico. Os livros funcio-nam como retratos sinceros e reveladores de uma realidade a que, no Ocidente, e de outro modo, não teríamos acesso. Funcionam como biografia de um tem-po, de um país e de uma revolução. E são também um mosaico da vida de todos os dias. Ali se explica como se engana a polícia ou se entornam garrafas de álcool pela sanita. A avó muda de roupa à vis-ta da neta, a mãe recusa o véu, Marjane fuma o tempo todo. E página a página, mistura-se a prisão do pai, com máquina fotográfica ao pescoço, e o desespero da filha adolescente porque é peluda! Uma profusão de planos por hierarquizar, em que tudo entra e tudo importa. As mulheres, as suas conversas à volta do samovar, mereceram um livro inteiro: “Broderies”. É um bordado, e é um livro de gajas. Aí se constata o que há muito se suspeitava: que as mulheres de teerão, Lisboa, Paris e NY se parecem. Voilà uma amostra: — Avó: «Sabes, minha filha, o orgulho de um homem está situado no escroto».— Amiga: «É claro que tive quatro filhos, mas continuo sem ter visto o órgão masculino. Ele vinha para o quarto, apagava a luz, bang bang bang, e eu aparecia grávida. Ainda por cima, tive quatro filhas. Nunca vi um pénis!»— Outra amiga: «Ser amante de um homem casado é só ter a melhor parte. Depois da minha viagem à Europa tornei--me amante de um ministro. Consegues imaginar…, as camisas sujas, o mau hálito, os ataques de hemorróidas, as constipações, já para não falar no mau humor e das reclamações…, tudo isso fica para a mulher!»O momento insuperável é aquele em que se explica como simular a virgindade: «toma esta lâmina. Na primeira noite, apertas as pernas com muita força, gritas muito alto, muito alto, e quando o mo-mento chegar cortas-te um bocadinho. Vão cair algumas gotas de sangue. Ele fi-cará orgulhoso da sua virilidade e tu man-téns a tua honra intacta». Marjane Satrapi tem um cabelo preto- -azeviche, um sinal no nariz. Iraniana, portanto. E é coquette e tem um tom de voz insinuante. Francesa, portanto. A nova França parece-se com ela: assimila a dife-rença, mantém a identidade original. LA

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excerto de uma conversa entre amigas,

no livro “broderies”: «ser amante de um homem

casado é só ter a melhor parte.

depois da minha viagem à europa tornei-me

amante de um ministro. consegues imaginar…,

as camisas sujas, o mau hálito, os ataques

de hemorróidas, as constipações, já para não

falar no mau humor e das reclamações…,

tudo isso fica para a mulher!»

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French Touch

tExtO RUI PEDRO tENDINhA

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Louis GarreLOdiado e amado. Ninguém fica indiferente ao seu ar de parisiense extravagante, à sua técnica de actor insolente. O jovem Garrel é realeza no cinema de autor francês. Filho do prestigiado realizador Philipe Garrel, Louis impôs um estilo, uma presença. tal como na vida real, o cigarro ao canto da boca e o blazer negro amarrotado são utensílios na composição das personagens. há como que um gesto de provocação, como se nos dias de hoje ainda fosse possível um actor viver de maneirismos estilísticos. Depois, outras marcas ficam: a voz frágil, o olhar vaidoso e o cabelo cirurgicamente despenteado. Quem o viu a cantar em “Canções de Amor” talvez perceba que Paris ainda precisa de heróis românticos assim. Consideremos que este pinga-amor é o melhor cliché do novo galã francês… Mas um galã reclusivo, se calhar até preguiçoso. Após as filmagens em 2008 de La “Belle Personne”, de Christophe honoré, não voltou a filmar. Presume-se que esteja a fumar maços e maços de tabaco numa esplanada de Paris, provavelmente em Saint Germain, provavelmente com a companheira, a realizadora, actriz e mana de Carla Bruni, Valeria Bruni tedeschi. Supõe-se ainda que tenha dificuldade em lidar com a fama, apesar de ser sempre prestável para sessões de fotografia (é frequentemente capa de revistas). tem também feito teatro underground. Quando esteve em Portugal, no Estoril Film Festival, fartou-se de gritar bem alto que quer ser cineasta. “Mes Coupains” é a sua primeira curta-metragem. Quem sabe, Garrel está farto do Garrel actor snob. O seu pai talvez vá ganhar um novo rival. Curiosamente, foi o produtor português, Paulo Branco, que o descobriu em Ceci est Mon Corps. E já aí era o ai Jesus das meninas francesas…

Vincent eLbazÉ sobretudo um actor voluntarioso, um daqueles valores capazes de fazerem as vezes de protagonista, mas também de se apagar nos papéis mais secundários. Em França é mais respeitado pelo trabalho nos palcos de Paris. há dois anos foi o cabeça-de-cartaz da muito controversa peça encenada por John Malkovich, “Good Canary”. Os portugueses conhecem-no sobretudo como criminoso diligente em “Nem a Favor Nem Contra (Antes pelo Contrário)”. Com sorte vamos voltar a encontrá-lo na comédia familiar “tellement Proches”. tem ainda uma acentuada queda para a comédia.

São os rostos

mais mediáticos

da nova vaga dos

actores franceses

de cinema. Todos

eles chiques,

razoavelmente

rebeldes e com

o carimbo certo

de enfant terrible.

Ent re nós não são

superest relas

porque o cinema

francês cada

vez perde mais

terreno. Ficam as

apresentações…

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romain DurisDepois de “De tanto Bater o Meu Coração Parou”, o mundo olhou mais seriamente para Duris. Aos trinta e tal anos ganhou uma consagração que já merecia. Antes era apenas olhado como uma cara bonita, um bibelot que ficava bem em filmes independentes. Mas muitos esquecem-se das suas aventuras com o cineasta tony Gatlif, nomeadamente em “Exílios”. E o melhor de todos os seus dotes é a capacidade de transformação. O seu jovem moribundo no filme “Paris”, ao lado de Juliette Binoche, funciona como a mais bela carta de amor triste à cidade das luzes… O mesmo realizador, Cédric Klapisch fez também dele modelo de comportamento de uma geração, primeiro em “A Residência Espanhola” e depois em “As Bonecas Russas”, a continuação. É um actor capaz de tudo. Diz-se que está superlativo no novo filme de Patrice Chéreau, “Persécution”, no qual contracena com Charlotte Gainsbourg. Para Duris não há apenas um cinema. Aos poucos levou o seu ecletismo até aos limites. tanto é capaz de seguir a via dos blockbusters (como, por exemplo, Arsène Lupin) como a do cinema mais marginal (“Osmose”). Definitivamente, tem um rumo próprio.

nicoLas cazaLéO maior sex symbol do cinema francês é um actor que não joga pelo seguro. As suas escolhas de carreira indicam uma vontade de risco, sobretudo quando foi para Espanha fazer “Caotica Ana”, filme erótico espanhol bastante polémico. Com um visual bem másculo, este jovem de Pau tem sido visto como uma das propostas mais latinas nos ecrãs franceses. O seu charme perigoso chega em breve a Portugal com “Le Fils de l’épicier”, no qual interpreta um rapaz da cidade que é obrigado a viajar até à província para retomar o negócio do pai: merceeiro ao domicílio nas estradas da montanha.

GuiLLaume canetO menino bonito do cinema francês foi catapultado para a fama com um filme de hollywood, “A Praia”, em que era um dos vértices do triângulo amoroso entre DiCaprio e Virginie Ledoyen. Depois, tornou-se galã e, mais tarde, realizador de sucesso. tem sempre um ar juvenil que usa a seu favor. Em breve vamos vê-lo ao lado de Emir Kusturica em “L’Affaire Farewell”. Mas a sua grande interpretação é ainda em Narco. Por estes dias, tenta ser «internacional». Primeiro em “Last Night”, o novo veículo para Keira Knightley e, depois, sob as ordens do mexicano Alfonso Cuarón em “A Boy and his Shoe”. LA

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COCO E PARIs j u n ta s pa r a s e m p r e

Coco Chanel foi talvez a maior criadora de moda do século passado. Foi buscar aos homens o vestuário, as verbas, o incentivo, tudo para transformar a vida

das mulheres. Paris sem Coco não seria... Paris

tExtO JOANA AMARAL CARDOSO

QUEM LA MAG

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Quando pensamos em Coco Chanel pen-samos em dois C de costas voltadas mas para sempre entrelaçados, pensamos no número 5 – o seu fétiche, o seu perfume,

a sua porta –, pensamos em tweed e pensamos em Paris, claro. Mas Gabriele «Coco» Chanel é mais do que isso, do que os ícones que criou e o ícone em que se tornou. O petite robe noire, sim, as calças, bien sûr, mas também o amor por Igor Stravinsky, a (curta) vida como cantora de cabaret ou o facto de ter forçado os americanos a cunhar a expressão look total. Coco era também isto e era (e é) Paris.Paris é uma das capitais da moda, mas a única a ter alta- -costura, certificada e reconhecida. E se lá moram e mora-ram dezenas de nomes incontornáveis da moda, Chanel foi a única do sector a integrar a lista das pessoas mais influentes do século xx da revista “time”. E, com ela, Paris foi validada no mainstream da actualidade, uma vez mais, como a capital do chique. E ninguém como Ga-brielle Chanel definiu o chique. Menos é mais, elegância como antítese da redundância e excesso. Coco não era como Audrey tautou, nem como Anna Mouglalis. Mas ambas as actrizes tiveram de ser como Coco Chanel. Este ano, estrearam-se dois filmes sobre aquela que já foi coroada como «a costureira [no senti-do de alta-costura] mais célebre do século xx». Parece ser o ano de Chanel. Ambos focados não propriamente na roupa, na habilidade com que tecia não só vestidos, mas modos de estar, estilos de vida, nas suas inspirações. Coco era totalmente Paris nas noites que, durante as dé-cadas de 1920/30, passava nos restaurantes mais elegan-tes com Jean Cocteau, com o poeta Jean Reverdy, com o poderoso Winston Churchill. Quando viajava com o duque de Westminster, quando privava com Pablo Pi-casso. Quando tecia a amizade com Serguei Diaghilev, o empresário por trás dos Ballets Russes. No fundo, quando amava o compositor Igor Stravinsky – alvo do filme de Jan Kounen com Anna Mouglalis, que se centra nesse romance adúltero que despontava no mesmo ano em que o Nº 5 era criado. E mesmo antes dos roaring twenties, Chanel inspirava-se. O amor, sempre, ou não fosse Paris um eterno e delicodoce lembrete de quão ro-mânticas e apaixonadas podem ser as vidas. E, assim, Coco Chanel também se construía enquanto criadora de moda. Quando se apropriou dos códigos e linguagem masculinos para propor o uso das calças, dos jerseys, das saias acima do tornozelo, dos vestidos mais soltos, dos botões dourados de inspiração militar e do tweed, dos simples casaquinhos de malha, estava não só a proclamar a independência quanto o seu amor pela outra metade. A masculina.

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MadeMoiselle coco chanel na rua chaMbon, Paris 1962

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QUEM LA MAG

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chanel e o grão-duque diMitri Pavlovitch, PriMo do czar nicolau ii, da casa real dos roManov

nº 5, o núMero fétiche de coco chanel. o núMero do seu PerfuMe e taMbéM da sua Porta

gabrielle chanel definiu o chique. Menos é Mais, elegância coMo antítese da redundância e excesso

na coMPanhia de uM aMigo eM Montecarlo, 1933

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Nem tudo aconteceu em Paris, porque Coco, aliás Ga-brielle, nasceu em 1883 em Saumur, no vale do Loire. Órfã de mãe e entregue a um internato, aprendeu a cos-turar e a sonhar com uma vida que se equiparasse ao seu orgulho. O nome Coco nasceu quando cumpriu o sonho de cantar no cabaret, graças às canções que interpretava. E o look mais despojado e simples que viria a ditar o con-ceito de chic nas décadas seguintes nasceria nas festas que frequentava nos arredores de Paris pela mão do primei-ro amor, Étienne Balsan. Enquanto as outras mulheres eram como nenúfares ou macarons, com os seus folhos e chapéus trabalhados, ela era a estóica de calças de mon-tar, de gravata e de chapéu de palha redondo. Foi graças ao dinheiro de Balsan que abriu o seu primei-ro atelier: de chapéus, em Paris. Os homens eram como catalisadores para a sua carreira, seja financeira ou estra-tegicamente ou ainda como fontes de inspiração. Pouco depois apareceria outro homem na vida de Gabrielle. E ele seria o amor da sua vida, tragicamente morto em 1919. «Coco Antes de Chanel» passa em revista exacta-mente esses momentos, das origens humildes ao encon-tro com o amor da sua vida – o norte-americano Arthur Capel. O filme de Anne Fontaine protagonizado pela eterna Amélie Poulain «abarca as suas fontes de inspira-ção», explica a realizadora. «A educação num convento, o desenvolvimento dos talentos na costura e o falhanço como performer de cabaret. Pobre, mas desejando o su-cesso em Paris, e o momento em que conhece o amor da sua vida». Capel, com a alcunha de Boy, era um em-presário mineiro que deu a Coco a sua maison na Rue Cambon. E que lhe transmitiu o olho para o negócio, além de ser um prenúncio do grande sucesso da Chanel na diáspora – o mercado dos EUA. Esta é Coco, esta é Chanel, mas ela também é tudo o resto: a responsável pela expressão «look total» por ter sido a primeira a apresentar na passerelle os figurinos e coordenados exactamente como deveriam ser usados, acessórios e tudo; a amante de camélias; o desgosto com o triunfo do new look de Dior, em contra-corrente com toda a libertação que Chanel propagandeava; a paixão pela bijuteria, a anti jóia; a entusiasta do bronzeado, fru-to da vida no campo, da passagem da sua loja em Biarritz e da casa de férias La Pausa, na Riviera Francesa. E ela também é Paris na forma como comunicou a sua ima-gem: o seu lifesyle, a sua forma de vida, era um símbolo do air du temps e daquilo que queria que fosse esse espí-rito dos tempos. A mulher Coco Chanel dizia à mulher Chanel tudo o que ela podia ser. E quando lhe vestia o petite robe noire, versátil, simples e irremediavelmente chique, tornava-se num sonho real. Como Paris. LA

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RAINHA DE COPAS

QUEM LA MAG

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tExtO JOANA CAtARINO

O nome dispensa apresentações. As criações de Victoire de Castellane para a casa Dior são apaixonantes, ousadas, vibrantes. A nova colecção? Uma viagem ao tempo da monarquia das festas, da opulência e da boa vida

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Tornada famosa pelas suas criações ousadas e glamourosas, como o rei sol – um colar com uma estrela- -do-mar vibrante graças às três mil

safiras amarelas e laranja –, Victoire de Castellane, a di-rectora criativa da Dior haute Joaillerie, deu uma nova vida ao conservador mundo da alta joalharia. Reinterpre-tando o romantismo da casa Dior de uma forma única, as suas criações transpiram personalidade. Laços de diamantes e rubis entretecidos em colares, esmeraldas e safiras cor-de- -laranja transformadas em alfinetes formando cenouras- -bebés ou anéis feitos de rosas de coral coroados por besouros são apenas exemplos do que cria. Nascida numa família de designers – é sobrinha de Gilles Dufour, o eter-no assistente de Karl Lagerfeld na Chanel e a sua avó, Syl-via hennessy, transformava constantemente as jóias para melhor as combinar com as diferentes toillettes –, Victoire de Castellane encontrou nas jóias a sua vocação.«Criar jóias é mais do que uma paixão. É a minha vida!» Excêntrica, independente, decidida, Victoire de Castellane é uma lufada de ar fresco no universo por vezes demasiado sério da criação de jóias. talvez a preciosidade dos metais

e pedras utilizados na maioria das criações de joalharia tenham deixado por muito tempo a ideia de que uma jóia, para transmitir a sua be-leza e valor, tinha de ser séria, sóbria, intocável.

Victoire contraria este pressuposto desde o primeiro mo-mento. «Uma peça de alta qualidade não tem de ser abor-

recida!», indigna-se. «Quando cheguei à Dior para criar jóias, o universo que encontrei era um bocado monótono e eu sonhava dar nova vida à joalharia», conta.O convite para se juntar à marca e lançar a linha de alta joalharia da Dior chegou em 1998, por Bernard Arnault, do grupo LVMh e actual dono da marca. No currículo, a designer trazia uma poderosa bagagem: 14 anos de traba-lho com Karl Lagerfeld na Maison Chanel e um trabalho de tal forma original que sobressaía do universo da joalha-ria como uma flor no deserto. Plantas carnívoras e frutas esculpidas em ouro e pedras preciosas, insectos brilhantes de todas as cores, parecendo vivos em colares, brincos, anéis e pulseiras. «Não tenho a sensação de estar a trabalhar, mas antes a brincar com coisas reais», confessa. talvez por isso o seu trabalho tenha uma forte componente de inocência infantil que raramente encontramos na alta joalharia.

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UMA HISTÓRIA DE REIS E RAINHASCasada e mãe de quatro filhos – três rapazes e uma rapariga, a mais nova –, De Castellane não hesita quando lhe pergunta-mos onde se vê daqui a dez anos: «A fazer o que mais gosto.» Nos tempos livres? «Sonho.»Victoire começou a criar era ainda criança e o primeiro trabalho foi um momento muito especial, confessa. «ti-nha cinco anos quando fiz a minha primeira jóia. A minha mãe ofereceu-me uma pulseira de amuletos e eu desfi-la para criar um par de brincos. Mais tarde, com 13 anos, derreti as medalhinhas religiosas que me tinham dado em bebé e fiz um anel enorme.» São assim, as criações de Victoire de Castellane: originais, marcantes, inespera-das. Como o seu escritório, repleto de objectos arrancados ao imaginário infantil – como brinquedos, comida de bor-racha, fios de plásticos coloridos, borboletas, miniaturas e personagens da Disney –, as suas criações estão impreg-nadas de uma inspiração digna de figurar na mais comple-ta (e cara) encenação de “Alice no País das Maravilhas”. «Sempre me senti fascinada por jóias, mas não fazia ideia de que iria ser designer.»A excentricidade que constitui a sua imagem de marca é bastante óbvia na mais recente linha de alta joalharia da casa Dior. Reis e Rainhas é uma colecção composta por dez figuras masculinas e outras tantas femininas que se conjugam em pendentes poderosos, anéis enormes, brin-cos vistosos, carregando no nome a designação das pedras preciosas que lhes dão origem. Porém, as festivas figuras revelam-se-nos sob a forma de caveiras sorridentes e enig-máticas de jade, crisolite ou jaspe, instaladas entre platina e diamantes e enfeitadas com coroas, colares e pendentes.

UNIVERSO INFANTIL COMO INSPIRAçÃO «trabalho com uma equipa de três desenhadores que me aju-dam todos os dias a tornar reais as ideias.» Para criar as suas peças, Victoire inspira-se em tudo o que a rodeia, no passado e no presente. «O universo feminino em geral, as exposições que vejo, a arte com que me deparo em todas as formas, o cine-ma, a fotografia, enfim, tudo!» Mas há uma forte componente de inspiração que a designer colhe na mais fértil das origens: os contos de fadas e a imensidão do universo infantil. «to-das estas influências estão presentes no meu shaker mental e é a partir delas que as ideias fluem», explica Victoire. De resto, o fim de uma linha não existe. «É sempre o início de uma nova colecção. E a minha criação preferida é sempre a próxima!»Corajosa, ousada e deveras criativa, a designer não se contenta com coisas medianas e isso reflecte-se no seu trabalho. Nas criações, o volume é uma assinatura tão forte quanto as co-res vibrantes – «Gosto das pedras com cores porque parecem bombons, é como se tivessem sabor», explica – e os desenhos fantásticos: do exageradamente grande ao mínimo. «Gosto do exagero, de peças de alguma forma semelhantes a perso-nagens de livros de quadradinhos.» A exclusividade é outra imagem de marca das suas criações. Foi assim com a coleção Le Coffret, lançada em 2003 e inspirada nas viagens de Vic-toire, e de novo em 2005, com La petite Série Limitée, em que a criadora propunha uma linha de jóias limitada a uma centena de exemplares para todo o mundo. «Gosto de con-tar histórias através do que faço. A colecção Milly La Forêt, por exemplo, foi inspirada na casa de campo de Christian Dior, cujo jardim ele adorava. Achei que seria interessante transportar para as minhas jóias esse ambiente, com frutas e vegetais feitos de pedras preciosas, como se a natureza se tivesse transformado em pedra», revela. As peças de Victoi-re para a Dior são tão femininas e invulgares quanto a autora. Um gozo para os olhos. LA

há uma forte componente

de inspiração que a DESIGNER

colhe na mais fértil das origens:

os contos de fadas e a imensidão

do universo infantil

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OS MEUS

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VOSSAS VIDASClaire Castillon tem 34 anos, uma voz única enquanto escritora e uma aversão ao Facebook. Vive e ama Paris, mas é no campo que escreve – actividade que classifica como «viril». “O Insecto e Outras Histórias de Mães e Filhas”, editado pela Oceanos, é o único dos seus oito livros publicado em Portugal. Mas a escritora está a terminar o nono

tExtO JOANA AMARAL CARDOSO

FOtOGRAFIAS CEDIDAS PEL AS EDItIONS FAYARD, A QUEM AGRADECEMOS.

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V ive em Paris, mas sei que pre-fere escrever no campo. É mais difícil escrever em Paris?

Para mim é mais difícil escrever em Paris, não porque as solicitações sejam muitas, mas porque o silêncio e o remoinho no vazio, no meio das árvores, sem ninguém, me é cada vez mais necessário para ouvir crescer a escrita. Lá, sinto-a completa-mente, como uma música que, de repente, vem cortar o silêncio.Quando não está a escrever, quais são os seus bairros preferidos em Paris – e o que tem o quotidiano parisiense?Em Paris, gosto do Palais-Royal (o único jardim onde não se ouvem os carros!), gos-to do alto da colina Montmartre (do lado não turístico), gosto do 17ème arrondis-sement no bairro de Batignolles, gosto do 16ème junto ao bois de Boulogne, gosto do porto da Bastilha, dos estranhos quais na direcção de Beaugrenelle... Em Paris, na verdade não tenho um quotidiano por-que tenho a sorte de não ter de ir todas as manhãs, à mesma hora, para o escritório. Aquilo de que mais gosto é mesmo estar em minha casa. Em Paris, escrevo – enfim, tento –, corrijo bastante, passeio o meu cão e passo muito tempo em minha casa. Não aproveito muito a cidade a andar de um lado para o outro, convivo com ela como um cenário, mas não me sirvo mui-to dela.Paris é a cidade das luzes, a cidade do amor… o que pensa dos clichés sobre Paris? Qual a irrita mais?A cidade do amor, ah!, não creio, não sei. É como Veneza, ou Nova Iorque. Mas o amor leva-se para todo o lado e também se esquece em todo o lado. há um cliché de Paris: a ponte Alexandre III, em frente aos Invalides, com os seus dourados. Lembro--me de uma rapariga dos arredores que lá chegou, espantada, e disse «Uau, mas isto é para toda a gente? Isto existe mesmo?» Foi perturbador.Chegou à escrita após a morte do seu avô, quando teve necessidade de escrever sobre isso. Hoje, o que a faz escrever?Nesse dia, no dia do seu enterro, notei que escrever no meu canto me sabia melhor, era mais agradável do que chorar com os outros. Podia fabricar qualquer coisa com aquele vazio. hoje, tudo é vazio se eu não escrevo. Muitas vezes ouço, noto, comen-to qualquer coisa e digo-me: “Oh! Devia escrever isto em algum lado…” E se não sei onde escrevê-lo, digo a mim mesma que não valeu a pena ter vivido esse mo-mento.Já escreveu sobre famílias, mães e filhas, homens e mulheres… Diz-se que a escri-ta é também uma espécie de sociologia que dá ao escritor uma melhor compre-

ensão sobre o que aborda. Qual é o seu objectivo quando escreve?Frequentemente, os temas dos meus li-vros voltam: a família, as relações hu-manas. Mas não encontro saída, nem conclusão. Rasgo, abro, aprofundo sem desejo de encontrar o que sou. Não escre-vo ensaios, não estudo casos, contento- -me com ver, em mim, ou com escutar o que se passa em volta desses temas. E se aquilo que eu experiencio é modificado pela vida e pelo tempo, então os meus escritos ressentem-se disso.A finalidade da escrita não existe. «Quero terminar o meu livro, fazer um “grande” livro»: aqui estão duas expressões sempi-ternas, «acabar» e «grande»; duas expres-sões que nada querem dizer a não ser que, de seguida, há que começar outra coisa, e maior!Escreve sem parar há mais de oito anos. Pode dizer-se que passa a vida a escre-ver ou que escreve para passar a vida? É o que lhe disse: escrevo o que vivo, tudo o que vivo me atravessa, me marca. Isso sai sob a forma de tinta, transforma-do, claro, nunca tal e qual, mas a vida e o livro estão doravante estreitamente ligados.Uma das coisas que hoje parece fazer parte da vida são as redes sociais na in-ternet. Há uns meses, José Saramago di-zia que não está no Facebook porque os grupos e as suas regras homogeneizado-ras são coisas perigosas. O que pensa das redes sociais? Tem perfil no Facebook?Facebook? Que horror! Quando conheço um homem, por exemplo, o meu primei-ro reflexo é telefonar a uma amiga que vá verificar que ele não está no Facebook! Neste campo, sou uma verdadeira selva-gem. Detesto o princípio de as pessoas se mostrarem, de contarem os seus amigos, de estarem nas «relações sociais», detesto mesmo isso. Sou de tal forma exibicio-nista nos meus livros que se ainda por cima precisasse de contar no computador o que comi ao almoço a falsos amigos… Era de mais!Acredito no mundo íntimo, pessoal. Odeio o grupo e aquilo que ele frequen-temente faz sobressair – desfigura, deslei-xa. Amo as personalidades.Como vai ser o sucessor de “Dessous, c’est l’Enfer” (2008)?Estou em vias de terminar um romance que se chama “Les Cris” [“Os Gritos”] e que conta a história de tudo aquilo de que falámos: a ligação à escrita duran-te uma ruptura amorosa; até que ponto o monstro textual, que invade a narradora quando o seu homem parte, é vencedor, único, o único homem da sua vida. Sobre essa força viril que é a escrita, talvez. LA

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A história da minha paixão por Paris deve ter começado naquela fotografia do início dos anos 70,

com o meu pai, subitamente belo como um desses anjos urbanos que tão bem co-nheces, barba de três dias, o azul impossí-vel dos olhos cintilando no cinzento da ga-bardine, no cinzento da estátua, atrás dele, em cuja pedra estava escrito «Soutenez les Desérteurs Portugais». Ou no cheiro ma-cio da “Marie Claire” que a minha mãe comprava todos os meses, às vezes substi-tuindo o almoço por uma sanduíche para não dispensar esse pequeno luxo de ler em francês reportagens sobre a força crescente das mulheres no mundo. Lembro-me em pormenor da minha saída de Santa Apo-lónia para Paris, nas férias da Páscoa de 1980, ainda não tinha 18 anos. Fui com uma amiga da mesma idade, ficámos em casa de uma concièrge. Era nas traseiras da Avenue Foch, nos prédios de serviço aos palacetes. A dita senhora morava numa cave e tinha ainda o usufruto de um tugú-rio minúsculo, no sótão do mesmo prédio, onde nos albergou. Saíamos todos os dias ao romper da aurora, e voltávamos estoi-radas, eufóricas, à meia-noite. Lembro-me em particular do fascínio com que percorri o Beubourg, onde estava nessa época uma retrospectiva gigantesca do Salvador Dali. Eu tinha então um na-morado que se preparava para ser pintor e que atravessava a tão adolescente «fase Dali». Gastei praticamente uma adoles-cência inteira de poupanças no catálogo da retrospectiva Dali que, depois de ler e reler, lhe ofereci. O resto das poupan-ças foram-se numa camisa azul turquesa absurdamente cara, só porque, quando a empregada da loja me perguntou se eu era belga e eu respondi que era portuguesa ela se riu, e acrescentou que a dita camisa era «trop chère». Depois disso, resignei-me a roubar os livros que me chamavam, e a fazer sprints à frente dos seguranças do metro, saltando por cima das maquinetas dos bilhetes. Vi o Louvre inteiro, de pon-ta a ponta, num só domingo (porque era grátis) e passei essa noite a encher o meu diário de fichas descritivas dos quadros de que mais tinha gostado, antes que me esquecesse de tudo. Vivi a semana inteira

de iogurtes e crepes de rua. Sentámo-nos no café de Flore e pedimos uma água para as duas, que bebemos de olhos fechados, para sentir o gosto do chocolate quente da mesa ao lado. Do Flore trouxe um cinzei-ro, que depois punha sempre ao lado da máquina de escrever, embora ainda não fumasse (hoje já me é mais útil). Voltei a Paris em 1984. De camioneta, porque ia com um amigo que levava um canudo enorme com uma banda-desenha-da que ia ser editada pelos humanoides Associés (e que acabou por nunca ser pu-

blicada, mas que importa isso). O artista não suportava a ideia de perder de vista o precioso canudo, de modo que o meu namorado de então lá acedeu, num gesto de magna e generosa amizade, a acompa-nhar o povo mais povo de que há memória. A viagem foi um suplício – além da mú-sica pré-pimba insuportavelmente alta (de modo a que o condutor único da viagem não adormecesse), o odor misturado dos corpos, do salpicão e das bacalhauzadas que todos os viajantes levavam en cachette (porque oficialmente não se podia levar repasto) era insuportável. Instalámo-nos num abri de jeunesse na Bastilha. Fiquei numa camarata com um grupo de holan-desas e finlandesas desconhecidas, só com um cobertor de palha de aço, porque os lençóis tinham de se pagar à parte. Dessa vez, fomos bater à porta de uma revista chamada “L’Autre Journal”, à qual fui oferecer os meus préstimos como cor-respondente em Lisboa. O Michel Butel sorriu-me, com os olhos arregalados. Dis-se que teria o maior gosto em ler os meus textos, mas que a revista estava quase a fechar, por falta de leitores e publicida-de. Custava-me a entender que uma re-vista tão bonita e inteligente não tivesse mercado – mas, de facto, as instalações e a redacção eram ainda mais modestas, se possível, que as do “JL”, onde eu en-tão vivia. Nunca mais deixei de voltar a Paris – felizmente, sempre de avião. Sei que tenho encontro marcado com todas as cores que só conhecia desmaiadas, em catálogos, de Gauguin a hockney. E com os livros que não encontro aqui. E com o calor dos amigos.“en dansant la javanaise/ nous nous aimons/ / le temps d’une chanson”. Sempre que ouço o Serge Gainsbourg lembro-me de ti, da revista especial que tu me trouxeste de Pa-ris quando ele morreu. E do orgulho que me tomava, nos serões de cantorias com as minhas amigas da “Marie Claire” fran-cesa, no tempo em que eu trabalhava na versão portuguesa da revista, porque elas não sabiam as letras das canções do Serge, e era eu quem as cantava para elas. Agora canto-as para ti, querido amigo, quando estou triste e preciso dessa luz de Paris que fazia parte de ti. LA

CARTA AO EDUARDO, QUE LEVOU PORTUGAL PARA PARISINÊS PEDROSA

Vi o Louvre inteiro, de ponta a ponta, num só domingo

(porque era grátis) e passei essa noite

a encher o meu diário de fichas descritivas dos quadros de que mais tinha gostado,

antes que me esquecesse de tudo.

Vivi a semana inteira de iogurtes

e crepes de rua

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insPiração oriental no restaurante verMillion, de Manchester

o esPaço coMo uM décor de uMa Peça de teatro, no restaurante last suPPer, luxeMburgo

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miguel câncio martins

«Paris é a minha vitrina»

O recOnhecimentO chegOu na criaçãO de espaçOs cOmO O Budha Bar, em paris, Ou O man ray em nOva iOrque. tem um gOzO particular em intervir em edifíciOs existentes, respeitandO-lhes as histórias e transfOrmandO-Os em palcO de Outras ficções. ele que junta pedaçOs de paragens Bem distantes nOs seus traBalhOs, escOlheu viver nO marais, nessa mistura única de culturas de tOdOs Os mundOs

tExtO ALDA ROChA

FOtOGRAFIAS CEDIDAS PEL AS MCM DESIGN, A QUEM AGRADECEMOS

ARQUITECTO E DECORADOR

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Paris acolhe o primeiro projecto que lhe dá reconhecimento internacio-nal. Foi determinante para a rela-ção que mantém com a cidade ou é um velho amor?

Um pouco dos dois. Paris é a minha primeira ima-gem. O primeiro projecto que me deram oportunidade de fazer foi muito importante e marcou. E depois Paris é a minha cidade preferida, na qual me sinto como peixe na água. tenho escritórios em Paris, Bruxelas e Lisboa e ando por estas três cidades, mas Paris é a minha vi-trina, a imagem da marca. Paris é o ponto de encontro entre os clientes e a criação, é aqui que tudo se passa.A noite marca a sua entrada no design de interiores. Foi uma entrada natural para um apaixonado da noite? Sempre gostei da noite, é verdade. Acabou por ser um meio de entrar num mercado. É um luxo ter começado por uma coisa de que gostava e que na altura era mui-to interessante para mim. hoje em dia evoluí, gosto de outras coisas e enveredo mais por outros caminhos. Mas o mais importante na vida é fazer-se aquilo de que se gosta. há pessoas que não têm escolha ou a quem custa muito lá chegar.A propósito de escolha, a Guerra do Golfo, pela con-juntura negativa para a arquitectura, acabou por ser um factor positivo no arranque da sua carreira. A adversidade foi determinante para ir à luta?

As portas fecharam-se todas, os convites que tinha recebido ao acabar o curso foram todos cancelados e o que à partida podia ter sido mau para a minha carreira acabou por a desencadear. Obrigou-me a sair, deu-me acesso a outras referências. Se calhar deu-me mais garra e fez-me lutar mais pelas coisas. O lado teatral marca os seus trabalhos. É esse o seu caminho? Sempre. A vida é um teatro quotidiano também. Quando faço um projecto tento inventar uma história, criar o décor de uma peça de teatro, onde os clientes e os empregados vão ser os actores trabalho muito em espaços públicos. Gosto de imaginar como as pes-soas vão depois viver nesses espaços.Simultaneamente, e não estou a dizer que seja con-traditório, sempre privilegiou a recuperação de ele-mentos tradicionais. Não concebe espaços sem his-tória? É um pouco nos dois sentidos que estamos a falar, história como património e cultura e também história como conto. há uma mistura dos dois. Tem um gozo particular em intervir em edifícios construídos?Adoro intervir em edifícios existentes. temos de res-peitar o desenho, obriga a mais reflexão e a procu-rar mais soluções. Gosto de tentar perceber o que já foi feito para depois ir com o meu toque e, respeitando

a sobriedade quente dos interiores do heritage de lisboa

o bar do last suPPer teM uMa identidade PróPria, distinta do restaurante

detalhe da decoração do last suPPer, luxeMburgo

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o que existe, fazer diferente, evoluir. Às vezes os edifí-cios não têm nada de extraordinário mas pressupõem esse desafio entre o que já existe e a minha intervenção. É quase um jogo que me leva a avançar. O processo de criação na sua essência é solitário?Sou muito um trabalhador de equipa. É um pouco pretensioso dizer que uma pessoa faz tudo sozinha. Levanto-me às seis da manhã e sou capaz de me debru-çar num projecto. Quando estou inspirado, quando encontro o bom caminho, sou capaz de fazer muitas coisas sozinho mas depois o trabalho cresce. Em qual-quer projecto, o trabalho de cada um é muito impor-tante. Não é só graças à pessoa que tem a boa ideia que o projecto está feito. Ainda falta muito caminho até à sua realização. Por falar em equipa, o seu pai voltou à arquitectu-ra depois de se reformar da carreira diplomática. Inverteram-se os papéis e foi a carreira do Miguel a influenciar o regresso do pai a uma velha paixão?Ao que parece foi isso [risos]. Está todo feliz por trabalhar comigo. O meu irmão faleceu, o que o fez entregar-se ainda mais ao trabalho e interessar-se pelo que eu faço. Nunca tinha feito decoração ou ar-quitectura de interiores, agora aprendeu a desenhar em computador em 2D, em 3D. É um dos elementos da minha equipa. Em vez de ser o filho que aprendeu com o pai, o pai aprendeu com o filho.

A originalidade é uma obsessão?Não é o mais importante para mim. É difícil ser sem-pre original, há tanta criação em paralelo no mundo… Surpreender é que é a chave do negócio. Quando o trabalho é conhecido é lógico que, de cada vez que ganhamos um projecto, temos de surpreender, temos de fazer as coisas de maneira diferente e isso não quer dizer sempre originalidade. Originalidade não é igual a surpresa. Podem usar-se elementos já bastante conhe-cidos e ser surpreendente. Apesar de todo o reconhecimento profissional conse-guido, a arquitectura continua a ser um risco? Um jogador de ténis pode ser o número um mundial mas, de cada vez que entra no court, tem um novo jogador pela frente e tem de ganhar. Cada vez que fa-zemos um projecto não está definido que vai ser um sucesso. Não é linear.E só vale a pena pela ousadia, a ousadia que pressu-põe correr o risco da rejeição? Os projectos públicos são sempre como um julga-mento, o que os torna mais combativos. há arquitec-tos que têm imenso prazer a fazer projectos privados e percebo o seu ponto de vista. Mas para mim é mui-to mais recompensador intervir em espaços públicos, há muito mais pressão para se fazer tudo melhor e cometer menos erros. Nada é tão motivante para mim do que fazer o que faço. LA

«quando faço um projecto tento inventar uma história,

criar o DÉCOR de uma peça de teatro, onde os clientes

e os empregados vão ser os actores. trabalho muito

em espaços públicos. gosto de imaginar

como as pessoas vão depois viver nesses espaços.»

o cinnabar tornou-se nuM dos locais de culto de Manchester

o desafio da intervenção nuM edifício coM Passado, coMo é o PoMbalino heritage

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CRIAdoR dE MARCAS, PRESIdENTE dA IvIT y BR ANd CoRP E WoRld BANk oF CREATIvIT y

Foi em Paris que descobri as marcas, por isso decidi partilhar convosco a mi-nha viagem, de 24 anos, ao interior do meu cresci-

mento pessoal e profissional. Em 1985, acabei o curso de Design e fun-dei a minha primeira empresa, a Novode-sign. tinha trabalhado muitíssimo e, no fim do ano, com alguns escudos no bolso e a companhia de um amigo fui, de com-boio, descobrir o que eram as marcas de verdade. Já tinha visto Paris ao longe, pela janela de um autocarro em direcção a Londres, mas nunca lá tinha estado. A viagem de comboio foi realmente bonita e longa, mudava-se de linha na fronteira de Irun e seguia-se directo até Paris, onde se chega-va quase dois dias depois. Paris não cabia nas fotografias que já tinha visto, era uma cidade grande, cosmopolita e invulgarmente preparada para receber jovens com muita curiosidade e pouco di-nheiro. Instalei-me num sótão junto à Rue Du Pont Neuf, em Chatelet, comi baguettes de Camembert durante um mês e planeei re-gressar de boleia num camião tIR, feliz. Fui a Paris para ver o mundo, para ver ao vivo a saída do Paris-Dakar, em Versailles, mas sobretudo fui para visitar empresas de design. Eu precisava de saber para que ser-via o que tinha aprendido no curso, se as marcas realmente importavam à economia e se, afinal, eram motores de desenvolvi-mento ou apenas exercícios decorativos, de quem não tinha tido a capacidade de tirar um curso melhor.Com o meu descaramento luso, ousei ba-ter às melhores portas e, numa após outra, fui sendo recebido. Vi marcas de comboios tGV para a África do Sul (era lindo o tan-gara), vi desenhar helicópteros e compa-nhias de aviação, vi empresas grandes com projectos pequenos e empresas pequenas com projectos grandes; e depois de muitas vistas, vi uma das empresas grandes mui-to empenhada em desenhar um objecto pequeno, uma chave de automóvel, creio que para a Renault.Lembro-me deste momento cinético, de entendimento da verdadeira dimensão de

uma marca. Pequena e de baixa implica-ção tecnológica, a chave de um automó-vel é o concentrado «molecular» da sua marca, o lugar onde se encontram sim-bolizadas as suas dimensões não físicas. Esta chave foi, literalmente, a chave para o início do meu entendimento do mundo físico e extra-físico das marcas e, não fora só por esta revelação, a viagem já teria va-lido a pena.Mas Paris ainda guardava algumas sur-presas, muito especiais, que acabaram por marcar a minha vida.Em Janeiro, é bonito ver nevar em Paris mas, ao final da tarde, é muito frio e des-confortável e por isso foi, quase gelado, que descobri no Fórum Dês halles o co-bertor da minha alma: chamava-se Fnac e foi amor à primeira visita. Era inacredi-tável para quem vinha de um país onde os livros se conheciam pelas janelas das car-rinhas das bibliotecas itinerantes da Gul-benkian. Ali estavam aos milhares e não era preciso comprá-los, podíamos folheá-los, apalpá-los, cheirá-los, namorá-los e, mais incrível de tudo, lê-los. Podíamos ficar o tempo que quiséssemos, sentados no chão de alcatifa azul escura, a ler livros; uma revolução na minha forma de ver o mundo e o meu primeiro contacto com uma grande marca.Ao fim do dia, já coberto por este manto de cultura, corria para o Centro George Pompidou e lá me sentava novamente no chão do grande hall de entrada a ler o jor-nal, a ouvir música ou a aquecer o tempo com as palavras.Em Paris descobri que o chão das grandes marcas era para nos sentarmos, que os li-vros antes de serem comprados teriam de ser amados e que o verdadeiro luxo de Pa-ris estava na forma como oferecia a cultura a quem a procurava, mas que ainda não tinha dinheiro para a comprar.Regressei a Lisboa cheio de marcas, do frio, da atribulada viagem de regresso, da noite passada no colchão de pedra do me-tro de Paris e, sobretudo, com as marcas de todas as lições de mundo que consegui trazer. A minha vida nas marcas começou a dar frutos em Lisboa, o que me permitiu vol-tar, de avião, diversas vezes a Paris.

O CHÃO DAS MA RCAS

Em Paris descobri que o chão

das grandes marcas era para nos sentarmos,

que os livros antes de serem comprados

teriam de ser amados e que

o verdadeiro luxo de Paris

estava na forma como oferecia

a cultura a quem a procurava,

mas que ainda não tinha dinheiro

para a comprar

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CARLOS COELhO

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Ao longo da minha vida juntaram-se, a estas marcas simples, outras marcas que o dinheiro nos ajuda a conhecer e que são hoje ícones da Paris contemporânea. Recordo o palácio veneziano do hotel Costes, com os quartos escuros de veludo encarnado e a melhor salada da cidade. A Colette que me fazia lembrar um centro de terapia de adultos onde compramos o que os outros ainda não têm, ou nem sequer sabem que existe. Lembro-me de jantar nas nuvens no Georges, reino dos Estrunfes que habitam o telhado do cen-tro Pompidou, ou de lanchar no café de Beaubourg que, mesmo ali no nariz dos turistas, é um local quase exclusivamen-te parisiense. Lembro-me de me ofere-cerem uma taça de champagne na Louis Vuitton de St. honoré, apenas porque estava calor e de ter como companheiro

de provas na Comme des Garçons um fox terrier maquiado até as orelhas. Lembro-me dos chupa-chupas do Kenzo Lab que desafiavam os novos sentidos gustativos e do lustre aceso dentro de água do designer Philipe Stark, no museu Baccarat, que de-safia o nosso conceito de realidade.A minha viagem pelas marcas de Paris foi continuando, ano após ano, até que le-vantou um voo especial quando, um certo dia, fui convidado pela Cartier para o lan-çamento do relógio Santos Dumont (100 anos), nos angares do terminal Le Bourget, onde fica o museu de L’Air. Nessa noite memorável, após um jantar na companhia das mais badaladas estrelas terrestres, aca-bei a dançar debaixo de dois Concordes, especialmente alinhados para nos acon-chegar e fazer pensar, por instantes, que éramos donos do céu, de Paris.

A minha viagem ao mundo parisiense das marcas, começou de comboio e terminou de Concorde. Paris é assim mesmo, sem-pre chic. Sabedora de que a vida se faz de percursos, sempre me recebeu como sou, um apaixonado por marcas, hoje menos pobre que na adolescência e muito mais rico com a sabedoria da vida e das marcas que Paris me ensinou a conhecer. Confes-so que, depois de ter feito este percurso, continuo a sentir uma imensa vontade de me sentar no chão das marcas, o lu-gar onde a Fnac me ensinou a sentir-me um cliente, quando ainda não tinha pos-sibilidade de o ser. Por isso, quando fo-rem a Paris, experimentem seguir o meu endiabrado conselho, sentem-se no chão das marcas e se alguém vos chatear, não liguem, é porque essa marca não percebe muito de marcas. LA

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exPosição sPY nuMbersPascal broccolichi esteve Presente coM sonotubes, 2006-2009, uMa cortesia da galeria frédéric giroux, Paris & transcultures, belgica

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paris encanta pela impOnência da arquitectura, dOs museus e jardins imensOs, das magníficas pOntes que atravessam O sena e que prOpOrciOnam mOmentOs únicOs aOs viajantes. apesar de cOnhecida há séculOs pOr tOdas estas características, a capital francesa recicla--se e nãO cristaliza nessa aura que lhe cOnferiu tOdO O glamOur. é sempre emOciOnante vivenciar este patrimóniO mundial, eleitO pela unescO, em 1991. nOs últimOs anOs, a arte e a arquitectura têm sidO Os mOtOres da renOvaçãO urBana e um dOs exemplOs deste fluxO de energia é a reaBilitaçãO dO palais de tOkyO, que desde 2001 passOu a dedicar-se à arte cOntempOrânea, acrescentandO alternativas aO já animadO rOteirO artísticO da cidade.tExtO ISA CL ARA NEVES

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O riginalmente o Palais de tokyo albergava um museu de arte moderna construído para a exposi-

ção internacional de 1937, acolhendo as suas colecções de arte moderna até serem mudadas para o Centro Georges Pompidou, em 1974. Os diferentes usos a que se adaptou posteriormente ocul-taram pouco a pouco os seus espaços, até o transformarem numa grande caixa escura, contradizendo as qualidades in-trínsecas do lugar, especialmente a luz natural. A autoria do projecto pertence à dupla francesa Lacaton & Vassal, e o programa consistia na «instalação de um lugar dedicado à criação contem-porânea», tratando-se de uma platafor-ma de diálogo para a criação francesa e internacional, um espaço para o debate estético aberto. Neste confronto dos tempos, o desejo foi deixar o edifício arquitectonicamen-te intacto e valorizá-lo por aquilo que é: edifício em que é visível a simulta-neidade de tempos que se justapõem e desenham um todo único. Marcada por sensibilidade e leveza, esta intervenção apoia-se na ideia da própria arquitectu-ra como instalação.Apesar de se tratar de um edifício no centro de uma das maiores cidades europeias, a referência conceptual do projecto baseou-se na praça Djemaa el Fnaa de Marraquexe. Mais do que aludir à experiência adquirida pelos ar-quitectos na sua estadia em Marrocos, ou a qualquer desejo de originalidade, salientaram-se aspectos reais caracterís-ticos da sua obra. Segundo os autores, o Palais de tokyo deveria parecer uma praça pública, evocando a acção quoti-diana que aí se desenrola, de percursos e gestos que se cruzam fugazmente no espaço urbano, para depois desaparece-rem e voltarem a formar-se. A praça de-

fine-se não tanto pela sua arquitectura, mas sim pela acção que nela se desen-volve, determinante na sua constante transformação.talvez seja congruente pensar que um gesto tão simples como a interven-ção de Lacaton & Vassal pode consti-tuir uma crítica aos lugares colectivos atemporais que proliferam pelas cida-des europeias. A afinidade quase inata com as condições existentes para a pro-dução e exposição, possibilitou deixar para trás o cliché do cubo branco vei-culado pela maioria dos museus, ain-da que alguns o disfarcem de radiosos invólucros. Esta subversão de todos os valores comprova a lufada de ar fresco que este projecto constitui. A aboli-ção dos limites normalmente impostos ao artista nos espaços de arte é tam-bém invertida. Salienta-se uma inter-disciplinaridade entre as intervenções permanentes dos artistas plásticos em nome de ambientes metafóricos, que vão desde a cafetaria pintada por um artista plástico, até às janelas para a rua, ao chão, aos candeeiros, graffiti nas paredes; uma integração profunda da arte num espaço liberado para isso mesmo; desde a roulotte-bilheteira, até as próprias residências de artistas den-tro do museu, assim como todas as si-naléticas introduzidas neste espaço de uma arquitectura nua e crua, o tornam vivo e carismático. Num ambiente de pouca ortodoxia que relembra «a pai-sagem» do filme incessante, selvagem e desorganizado de Chungking Express, sob o repto de vida, dessacraliza-se o es-paço de museu, tal como já acontecera na década de 60, em que os armazéns/garagens foram espaços menos conven-cionais de exposição. Algumas partes do edifício remetem para esse tipo de ambiência, ainda que de forma menos crua; tornam-se lugares mais flexíveis,

dando especial enfoque ao visitante e às suas escolhas, em vez da utilização de formulações gastas e obsoletas.Acima de tudo, a intervenção de La-caton & Vassal e toda a sua ideologia, revela-se congruente com as alterações que estão a decorrer no mundo, e com as necessidades reais de hoje. O objecti-vo passará por uma tentativa de coadu-nação à velocidade das transformações, adaptando-se à instabilidade das cida-des e às suas necessidades movediças, através de uma arquitectura mais fle-xível, que não apresente a durabilidade da construção tradicional.A efemeridade das suas estruturas de-veriam constituir um estímulo de uma nova forma de encarar a arquitectura das cidades, mudando os ambientes quotidianos. Penso que esta ideologia se transpõe claramente para este mé-todo de encarar a arquitectura, numa opção pelo provisional, pela instalação permanente, de duração limitada, que é feita para ser consumida e substituída.Esta dupla de arquitectos franceses, pro-tagonistas de uma nova atitude e prática singular no panorama arquitectónico contemporâneo, explora a abordagem estruturalmente informal. Demonstram uma abertura libertadora à informalida-de natural da vivência dos espaços. Não se alimentam de modas formalistas, apenas procuram ser congruentes com o tempo em que vivem. talvez sejam uma espécie de metáfora da própria cidade, que já provou ser muito mais que uma tendência temporária... os anos passam, as vontades mudam, surgem outros des-tinos apetecíveis, mas Paris não passa de moda. Continua e continuará estimu-lando as novas gerações, mantendo em simultâneo a sua inabalável da «Paris clássica», capaz também de uma liber-dade informal, alternativa, geradora da «Paris contemporânea». LA

hotel everlanduMa criação dos suíços lang e bauMMan, que esteve instalada no telhado do Palais de tokYo durante 18 Meses

entrada Para uMa das Muitas exPosições do Palais de tokYo, uM esPaço de debate estético aberto

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a roulotte- -bilheteira que dá acesso à criação da duPla francesa lacaton & vassal

o relógio à entrada, uMa obra de gianni Motti, 1999-2005

vista do restaurante tokYo eat

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a Praça djeMaa el fnaa de Marraquexe, a referência concePtual do Projecto

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E OUTRAS HISTÓRIAS INÉDITAS

a livraria

talvez tenha sido o espírito de Paris, das suas ruas e pequenas livrarias. talvez tenha sido a vontade de encontrar um espaço onde os livros fossem especialmente bem tratados. A verdade é que corri as ruas de Lisboa em busca de uma boa livraria e encontrei a Pó dos Livros. Um espaço encantador na Avenida Marques de tomar,

que enfeitiça ao primeiro olhar e prende os sentidos de tal forma, que o difícil é conseguir sair. Eventualmente consegue-se reunir coragem para virar as costas e sair porta fora, mas – fica o aviso – nunca o conseguirá fazer de mãos vazias. Um mistério. Os livros insinuam-se de uma forma irresistível. Novas e velhas edições, e até edições que nunca sonhou aqui encontrar. Uma descoberta leva a outra e o tempo passa sorrateiro. Apetece ficar e remexer em livros arquivados em gavetas originalmente desenhadas para DVD. Apetece ficar no pequeno café a saborear as páginas de um livro escolhido ao acaso. Apetece ficar e admirar todas as velhas curiosidades que nos espreitam do meio de mil diferentes lombadas com títulos sugestivos. Apetece ficar, porque aqui nos sentimos bem. E foi com essa sensação que parti. Não de mãos a abanar, mas com duas pequenas descobertas deliciosas. “O Dicionário do Diabo” de Ambrose Bierce (Edições tinta da China - www.tintadachina.pt) e “Buracos Negros”, de Lázaro Covadlo (Livros de Areia – www.livrosdeareia.com). havia mais potenciais aquisições, muito mais, mas essas terão de esperar por uma próxima visita.

PÓ DOS LIVROS AV. MARqueS De TOMAR, 89A – LISbOA – T 217 959 339

COORDENAÇÃO DE CL ÁUDIA CANDEIASDOM QUIxOtE

BarrOcO trOpicalAs propostas de leitura da editora Dom Quixote estão cada vez mais sedutoras e é difícil dar destaque a um título sem mencionar outros, como por exemplo “Leite Derramado” de Chico Buarque, “No Bosque dos Espelhos” de Alberto Manguel ou “Grimus” de Salman Rushdie. Optámos por “Barroco tropical” de José Eduardo Agualusa. Não é uma novidade, mas é uma excelente sugestão de leitura que envolve personagens tão improváveis como uma mulher que cai do céu durante uma tempestade tropical, um traficante de armas em busca do poder total, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das Brigadas Vermelhas, um ex-sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro (ou a sua sombra). Uma história que se passa em Luanda,

no ano de 2020. Agualusa cada vez melhor.www.dquixote.pt

little Black BOOk Of parisUma editora a descobrir. tem “Little Black or Pink Books of...” praticamente tudo, incluindo um elegante e prático guia da cidade de Paris, com todas as informações úteis para que não

haja falhas na sua próxima visita à capital francesa.www.peterpauper.com

PEtER PAUPER PRESS

tExtO EDItORES

fernandO pessOa: O guardadOr de papéis

Disse Fernando Pessoa «[...] tantas são as folhas que tenho a encher, que algumas se perdem, por elas serem tantas [...]». Não perca estas. Incluem um texto inédito sobre o encontro de Fernando Pessoa e Crowley, textos inéditos que revelam a posição do poeta em relação às aparições de Fátima (que na época gerou alguma polémica junto do episcopado), escritos que revelam Pessoa igualmente como escritor e leitor de romances policiais, assim como algumas curiosidades como a publicação da certidão de nascimento do poeta e das notas de Pessoa para «regras de vida», entre outros. textos recolhidos por José Barreto, Steffen Dix, Patricio Ferrari, Sara Afonso Ferreira, Ana Maria Freitas, Carla Gago, Manuela Nogueira, Rita Patrício e Jerónimo Pizarro. A organização

da obra ficou a cargo de Jerónimo Pizarro.www.textoeditores.com

mademOiselle – cOcO chanel / summer 62

Em 1962, Douglas Kirkland foi até Paris, a pedido da revista americana “Look”, e foi lá que fotografou Coco Chanel. Fotografou-a a sair da sua suite no hotel Ritz, no seu apartamento e estúdio de trabalho no 31, Rue Cambon e a assistir ao desfile, sentada na mítica escada de fundo espelhado. Fotografias agora compiladas em “Mademoiselle”, um livro concebido por Karl Lagerfeld. O texto introdutório é do

criador e as fotos... enfim, são fascinantes.www.steidl.de

StEIDL

grâce à ce livreUm livro puramente conceptual sobre as coisas de todos os dias. Françoize Boucher brincou com as palavras e Muriel Abadie transformou-as em desenhos de uma simplicidade audaz. É um livro bem-humorado e descomplicado, que deve passar a fazer parte da sua vida. Uma excelente ferramenta de inspiração, só para si ou

para partilhar com os seus amigos.www.horay-editeur.fr

ÉDItIONS hORAY

PARIS, PARIS, PARIS...

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SHUFFLE SONGS

HOWEVER IT TAKES IT TAKES// 2:34 álBum FOLK & PrOUD [DISC 1]artista VANDAVEErAs mais simples sonoridades conseguem coisas extraordinárias. Vandaveer pegou na sua guitarra e mais dois amigos, um com uma vassoura e outro com um banjo, passearam-se pelas ruas de Paris a tocar os seu temas. Quando deambulamos assim, e ousamos passar um portão de ferro entreaberto podemos acabar por descobrir uma festa de um casamento para nos juntarmos. Quando levamos a guitarra e boas canções, como foi o caso dos Vandaveer, é certo encontrarmos uma audiência a aplaudir- -nos e uma boa festa para nos juntarmos.http://www.youtube.com/watch?v=9SvO-wi3inc

PRENDS CETTE MAIN// 4:13álBum ENFANTS D’HIVErartista JANE BIrKINParis é também Jane Birkin, apesar da sua origem inglesa. Canta-nos ao ouvido com uma doçura incomparável e ao ouvi-la a vida ganha charme e doçura. É de tal forma inspiradora que a hermès não resistiu a criar uma mala à sua imagem. Se não poder fazer-se acompanhar de uma Birkin de mão, então entregue-se à sedução de uma das suas músicas. “Prends cette main” e seja feliz.http://www.youtube.com/watch?v=4PtPIEW3Dhs&feature=related

MAN LIKE YOU// 4:12 álBum WOODEN ArMSartista PATrICK WATSONPatrick Watson não é um simples compositor e cantor canadiano. A biografia descreve-o como um cientista musical louco, um génio em potência. “Man like You” é uma boa introdução ao mundo de Watson, uma música singela sobre o espelho e sobre os outros que vamos conhecendo. É sem dúvida uma música para ouvir enquanto se pisam folhas de Outono.http://www.youtube.com/watch?v=3b09UK7xIZg

FLUME// 3:39 álBum FOr EMMA, FOrEVEr AGOartista BON IVErDepois de acabar com uma banda, com uma relação amorosa e de lhe ser diagnosticada uma doença contagiosa, Vernon, o único membro de Bon Iver refugiou-se durante três meses na cabana do pai numa floresta Wisconsin. O resultado foi este delicioso álbum que não a vai largar até se sentir no retiro da floresta que mais aprecia para respirar fundo e revigorar o espírito.http://www.youtube.com/watch?v=62i9Sodwp5o

YOU AND I// 3:27 álBum WILCOartista WILCO (THE ALBUM)O dueto é uma coisa que caiu em desuso, ou se tornou mais exigente. Não basta haver duas pessoas a cantar, é preciso haver um motivo, uma ideia que se partilha. Quando esta ideia é o amor e se fala na primeira pessoa, há purpurinas a cair do céu. Assim é este dueto do estranho charme de Wilco e da talentosa e divertida Feist. Mesmo em tom desafinado recomendamos que experimente este dueto com a sua cara-metade e que siga à risca esta receita.http://www.youtube.com/watch?v=FgiLQDhpmss

DON’T LET ME OUT// 3:50 álBum THE ISLAND MOVED IN THE STOrMartista MATT BAUErMatt já tocava guitarra mas foi a partir da descoberta dos acordes do banjo que se libertou do pânico de andar na cidade de São Francisco. É o próprio que afirma que hoje a música o leva a todo o lado e que lhe salvou a vida. Salvou-o, pelo menos, da agorafobia. Sempre que as quatro paredes estiverem há algum tempo a olhar para si, ponha a música mais alto, lembre-se do Matt e saia à rua, porque afinal a música liberta.http://www.youtube.com/watch?v=jK3BNnPyfYg

já nãO há desculpa para nãO viajar, mesmO que seja sOzinha se ainda nãO encOntrOu um passarinhO que ande nO seu OmBrO, lhe cante músicas aO OuvidO e lhe mOrdisque a Orelha. descuBra um amigO imagináriO, Ou real, que a acOmpanhe nas caminhadas pela cidade, lhe faça Os elOgiOs mais OusadOs e a deixe cOm aquele sOrrisO reservadO e meigO e um BrilhO nO Olhar. as nOssas sugestões vãO ajudá-la a encOntrar esse ser especialMÚSICAS RICARDO tADEU BARROS

LEtRAS LEONOR VISEU

[email protected]

BOnstuBes

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FESTIVAL_PARISFESTIVAL D’AUTOMNE à PARISATÉ 19 dE dEzO Festival de Outono de Paris é um festival de arte contemporânea, onde os visitantes podem desfrutar de várias manifestações culturais, dentro das várias formas de arte que conhecemos. todos os anos entre Setembro e Dezembro, este festival recebe mais de cem mil visitantes, num total de mais de quarenta eventos culturais. Fundado em 1972 por Michel Guy, com o apoio de Georges Pompidou, na altura Presidente da República, é hoje uma referência no que respeita à demonstração do melhor da arte contemporânea. Espectáculos de dança, teatro, música, cinema entre outras formas de arte, invadem Paris nesta altura do ano. Se está de visita à capital francesa no próximo Outono não pode perder alguns dos melhores eventos.

UM FESTIVAL DE BOAS IDEIAS

COORDENAÇÃO DE ISABEL FIGUEIREDO

PORTO | LISBOAMARIzA29 E 30 dE ouT | ColISEu do PoRTo | 22.0031 dE ouT E 01 dE Nov | ColISEu doS RECREIoS | 22.00Prefere ser apelidada de cantadeira de fados a fadista, mas a verdade é que Mariza é hoje uma das vozes mais significativas da música portuguesa em todo o mundo. A sua invulgar capacidade de interpretação conjugada com a sua paixão pelas palavras de poetas torna impossível ficar-lhe indiferente. Com uma voz inconfundível, Mariza tem conquistado fãs um pouco por todo o mundo, prova disso são os sucessivos concertos nos mais famosos palcos nacionais e internacionais e os consecutivos prémios que vai arrecadando. Se ainda não viu Mariza ao vivo esta é a oportunidade.PREço dE 18€ A 50€ | T 707 234 234 (TICkETlINE) | 223 394 940 | 213 240 585

MÚSICA_LISBOA | PORTO AMÁLIA HOJE5 dE ouT | ColISEu doS RECREIoS | 21.309 dE ouT | ColISEu do PoRTo | 21.30Não conte com xailes negros ou guitarras portuguesas, em palco os hoje surgem com uma guitarra eléctrica portuguesa, bateria portuguesa e uma dezena de músicos que representam a nova maneira de cantar música pop em Portugal. Sónia tavares, Fernando Ribeiro, Paulo Praça e Nuno Gonçalves tocam ao vivo as canções do disco “Amália hoje” acompanhados pela Orquestra Nacional Sinfónica da República Checa e o coro de vozes que gravou em estúdio as canções pop de Amália. Em vez de fados ouvem-se canções pop. No Coliseu dos Recreios, a 5 de Outubro, a tristeza dará lugar à alegria!PREço dE 15€ A 30€ | T 707 234 234 (TICkETlINE) | T 213 240 585

LISBOA | PORTODIANA KRALL10 dE ouT | CAMPo PEquENo | 22.0011 dE ouT | PAvIlHão RoSA MoTA | 22.00O nome dispensa apresentações. há muito que Diana Krall conquistou os fãs da música jazz. Graças ao seu impressionante talento como intérprete e pianista, é hoje uma das mais proeminentes artistas do jazz do mundo. O seu encantamento pelo jazz clássico e pela música pop encontram na sua voz o ponto de encontro perfeito dando origem a um estilo que transcende catalogações e que se torna impossível não admirar. “Quiet Nights” é o seu último álbum. tom Jobim, Burt Bacharach, entre outros, são alguns nomes sonantes que acompanham a diva nesta viagem pelo universo da bossa nova.PREço dE 20€ A 70€ | T 707 234 234 (TICkETlINE)

LISBOAGILBERTO GIL | JAQUES MORELENBAUM | BEM GIL10 Nov | GRANdE AudITóRIo do CENTRo CulTuRAl dE BElÉM | 21.00“Bem Gil” é o espectáculo que torna real o já antigo desejo de Gilberto Gil e Jaques Morelenbaum de criarem um concerto juntos. Após os espectáculos com Orquestra em França e Itália há quatro anos, e após cumplicidades reforçadas, agendaram finalmente para o final deste ano a apresentação do concerto de cordas. No Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, Gilberto Gil (voz e violão) e Jaques Morelenbaum (violoncelo) convidam Bem Gil (violão) para os acompanhar na concretização deste sonho antigo, transformando-o num espectáculo único e mágico.PREço dE 25€ A 50€ | T 707 234 234 (TICkETlINE) | 213 612 444

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FESTIVAL_PARISARTES VISUAIS

17 SET A 15 Nov | uGo RoNdINoNE – SuNRISE EAST | JARdIN dES TuIlERIESDe uma sensibilidade romântica incomparável, Ugo Rondinone apresenta “Sunrise East” como uma metáfora da natureza cíclica do tempo.

DANçA25 A 28 dE Nov | lIA RodRIGuES - CREATIoN | lES ABBESSES

A coreógrafa Lia Rodrigues em conjunto com os seus 11 bailarinos revela um trabalho fenomenal em que as relações entre o colectivo e o singular se misturam.

TEATRO21 A 24 ouT | ARTHuR NAuzyCIEl – JulIuS CAESAR dE WIllIAM SHAkESPEARE | MAISoN dES ARTS CRÉTEIl

A versão de Nauzyciel de “Julius Caesar”, de William Shakespeare, explora a capacidade das palavras para modificar o curso da história, reflectindo sobre cultura popular e práticas «da narração de histórias» na política.

WWW.FESTIvAl-AuToMNE.CoM

A RELIGIOSA PORTUGUESAESTREIA A 29 dE ouT

Julie de hauranne é uma jovem actriz francesa que vem a Lisboa para actuar num filme baseado nas “Lettres portugaises” de Guilleragues. Durante a sua estada em Lisboa e ao encarnar a personagem Mariana das “Cartas Portuguesas”, Julie descobre

no mundo real uma série de parecenças com a ficção, inicialmente em analogia com a sua vida sentimental e mais tarde, através de uma figura religiosa que desde início capta a sua atenção. Pela primeira vez em Lisboa, a actriz rapidamente se deixa fascinar

por uma freira que todas as noites vai rezar à Capela da Nossa Senhora do Monte, na colina da Graça. Aos olhos da jovem actriz esta figura religiosa parece já ter atingido um nível de sabedo ria superior. Ao contrário da heroína de Guillerargues, Julie,

a heroína de a “Religiosa Portuguesa”, não se fecha num círculo de desespero afectivo, pelo contrário deixa-se levar pela imensidão do amor, encontrando o seu destino e o caminho da felicidade de Nossa Senhora do Monte. Um filme de Eugène

Green, com Leonor Baldaque, Ana Moreira, Beatriz Batarda, Diogo Dória, Adrien Michaux, Carloto Cotta e Francisco Mozos, com participação especial de Camané e Aldina Duarte.

TEATRO_LISBOASEIS PERSONAGENS à PROCURA DE AUTOR

ATÉ 18 dE ouT | TEATRo MuNICIPAl São luIz | quA A SáB àS 21.00 E doM àS 17.30«E eis que surge uma família em luto, com rostos esmaecidos e como que vindos de um sonho. São as seis personagens

que procuram autor e que tentam viver. Querem ser mergulhados num drama. São mais reais do que tu, encenador, trapalhão imundo. São reais e provam-no…» Através de um texto vigoroso de reflexão e luta interior constantes, Luigi Pirandello

revela-nos a angústia do homem obscuro que se perdeu no mundo tremendo do seu ser, mostra-nos a tentativa desesperada do homem se compreender e de compreender o mundo que o rodeia. Com interpretação de João Perry, Sylvie Rocha, Lia Gama,

Mariema, Pedro Gil, Pedro Lacerda e outros intérpretes, não deixe de ver no teatro Municipal S.Luiz.PREço dE 12 A 20€ | T 707 234 234 (TICkETlINE) | T 213 257 650

CINEMACHÉRI

ESTREIA A 25 dE SETRecuamos até ao luxuoso mundo de Paris, antes da Primeira Guerra Mundial… “Chéri” conta-nos uma história de amor entre uma bela cortesã, Léa (Michelle Pfeiffer), e Chéri (Rupert Friend), o filho da sua colega e rival, Madame Peloux (Kathy Bates).

Ao longo dos seis anos de romance, Léa ensina ao mimado e inexperiente rapaz os caminhos do amor. No entanto, Madame Peloux não permite que esta alegria perdure e combina secretamente o casamento do filho com Edmée (Felicity Jones), filha

de outra rica cortesã. A separação entre os dois torna-se inevitável e com isso, ambos percebem o quão profunda era a sua ligação. talvez demasiado tarde, Léa e Chéri percebem o que significam um para o outro. Um espectacular filme realizado pela mesma

equipa de “Ligações Perigosas”(“Dangerous Liaisons”), vencedora de um prémio da Academia. Com realização de Stephen Frears e interpretação de Michelle Pfeiffer, Rupert Friend, Kathy Bates e Felicity Jones.

LISBOAO CAMAREIRO

ATÉ 25 dE ouT | TEATRo NACIoNAl d. MARIA II – SAlA GARRETT | quA A SáB àS 21.30 E doM àS 16.00 Baseada na vida de um dos maiores actores shakespearianos, Sir Donald Woffit, esta história remonta a 1942 e às aventuras

de uma companhia de teatro em plena Segunda Guerra Mundial. “O Camareiro”, de Ronald harwood, o galardoado argumentista de “O Pianista”, é um retrato apaixonante da vida nos bastidores do teatro. Conhecido apenas por Sir, o já ancião

actor e director da companhia de teatro, luta para manter a sua própria sanidade e assim concretizar a sua 227.ª representação do “Rei Lear”. Ao seu lado, o dedicado camareiro, Norman, tudo fará para o ajudar a concretizar esta tarefa. Um retrato cómico

e também emocionante sobre as relações humanas. A não perder na Sala Garrett do teatro Nacional D. Maria II com interpretação, entre outros, de Ruy de Carvalho e Virgílio Castelo.

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PArIS MArCA ESTA EDIçãO E O FESTIVAL DE OUTONO É SEM DúVIDA O GrANDE DESTAQUE. EVENTOS CULTUrAIS DOS MAIS VArIADOS GÉNErOS CONVIDAM-NOS A UMA VIAGEM ATÉ à CAPITAL FrANCESA. PArA QUEM FICA, O rEGrESSO AO LUxUOSO MUNDO DE PArIS ANTES DA PrIMEIrA GUErrA MUNDIAL PODE SEr FEITO COM O FILME “CHÉrI”, UMA ExCELENTE HISTórIA DE AMOr COM MICHELLE PFEIFFEr NO PAPEL PrINCIPAL. ALÉM DISSO, A MArCAr A CHEGADA DO OUTONO, CONTE TAMBÉM COM MUITOS CONCErTOS EM LISBOA E NO POrTO

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Pastel de bacalhau coM arroz de toMate

sardinha Marinada sobre uM Piso de toMate coM esfarelado de broa de Milho e coentros

antónio latas, o chef do la caffé entrecaMPos e do tea rooM na av. da liberdade. uM esteta que adora exPeriMentar novos e velhos sabores, dando-lhes seMPre uM look cosMoPolita

PORQUÊ LA MAG

PudiM de chocolate negro coM Molho de chocolate branco e Maracujá

equiPa do chef antónio latas no la caffé entrecaMPos

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ANTÓNIO LATAS CHEF

tExtO ANABEL A MOtA RIBEIRO

FOtOGRAFIA tERESA AIRES

POR QUE SE tORNOU CRIAtIVO?

«Tudo Tem de ser belo» – dizem da sua preocupação com o que faz. assume-se como um esTeTa?Sim, para mim a estética de um prato é muito importante. Como estudei pintura, há linhas que sigo – tal como o cubismo. Por vezes, tento que a comida fique com forma geométrica, mas no momento seguinte já prefiro que seja casual, sem geometrismo algum.

a humildade e a criaTividade são caracTerísTicas que lhe aponTam. qual é a fonTe?, quais são as maTérias- -primas? digo de ouTro modo: que educação foi a sua? Os ingredientes são muito importantes. A frescura, acima de tudo! E depois, claro, o sabor. talvez porque lá em casa se comia muito bem. A minha avó, a melhor cozinheira de cozinha tradicional portuguesa que conheci, foi um exemplo que segui atentamente. Ao mesmo tempo, o meu pai tentou incutir-me o gosto pela medicina dentária. O que eu cozinhava era reflexo da minha grande paixão pela cozinha. Criava novos sabores, antes mesmo de conhecer todos os sabores mais convencionais. Até que o meu pai se rendeu à evidência... Eu tinha de ser cozinheiro!

fale-me do seu percurso, desTaque os momenTos essenciais.As cozinhas reais das Pousadas de Portugal, a clássica cozinha francesa do hotel Vila Vita – magnífica, devo dizer; os jardins esplendorosos do Museu de Arte Antiga, onde fiz buffets fantásticos. O grande impulsionador da minha carreira foi o chef Gilles Poulin. Ensinou-me que o talento não chega. Esforço e dedicação são muito importantes, assim como a perfeição. No CCB demonstrámos que a dedicação de uma equipa pode fazer milagres culinários. Na Madeira, trabalhei com a dupla Fausto Airoldi/Anabela Gonçalves. Depois, estive sete anos no LA Caffé como subchefe.

saiu do la caffé, e após alguns meses de ausência, regressou. que sabores Tem vonTade de experimenTar?Saí para um novo desafio com Fausto Airoldi. De volta ao LA Caffé de Entrecampos e ao tea Room, tento experimentar velhos e novos sabores. E tento que o empratamento que acompanha a marca Lanidor seja cosmopolita.

por que razão se Tornou uma pessoa criaTiva?É fácil responder: simplesmente nasci assim. Claro que a influência de grandes cozinheiros ajudou bastante, mas na cozinha tenho ideias a toda a hora. Criar é-me natural.

paris é, TradicionalmenTe, uma capiTal gasTronómica. que síTios frequenTa? do que é que gosTa? Estive em Paris de passagem. Mas uma grande amiga e gastrónoma disse-me que o restaurante Pied de Couchon é obrigatório. também gostava de conhecer o trabalho do chef Christian Constant; até porque estive para ir trabalhar com ele no início da minha carreira, no hotel de Crillon, na Praça da Concórdia. LA

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Para feliPe oliveira baPtista cada colecção é uMa história-Puzzle e cada Peça de rouPa é siMultaneaMente actor PrinciPal e secundário. eis a que nos ProPõe Para este outono-inverno

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há um senTido narraTivo no seu Trabalho que lhe é essencial. de onde vem esTa necessidade de conTar hisTórias? É algo de natural. talvez o facto de ter crescido no meio de uma família bastante numerosa, onde se contavam e lembravam muitas histórias, tenha tido alguma influência. hoje interessa-me uma narração mais abstracta, o confronto de elementos a priori desconectados ou contraditórios. Cada colecção é uma história-puzzle e cada peça de roupa é simultaneamente actor principal e secundário.

porque é que fazer roupa é a sua forma de conTar hisTórias? porque é que esTa é a sua forma de expressão? Porque a moda toca muitas outras disciplinas de design e diferentes processos criativos. Isto interessa-me particularmente. Antes de me decidir por estudos de moda hesitei entre fotografia, design gráfico e antigos sonhos de cinema. Em moda toca-se (mesmo se levemente) todas estas disciplinas. Na pesquisa (fotografia, desenho); tailoring, drapeados sobre um manequim (escultura, arquitectura); desfile (mise en scène, styling, criação de uma banda- -sonora); até ao design de um livro, catálogo, look book ou do meu site na internet...

o que sabia, desde o início, é que o seu fuTuro passaria pelo que é visual. podia ser cinema, podia ser pinTura, podia ser vídeo? Um olhar criativo era fundamental, portanto... compulsivo. O que eu gosto em moda (e do que mais me queixo também) é do seu ritmo frenético. Uma nova história de seis em seis meses. Uma nova página branca onde uma ideia ou história leva alguns meses a materializar-se. É uma pressão enorme mas também uma enorme descarga de adrenalina.

um críTico americano disse do seu Trabalho: «chamem-lhe COuTuRE de rua. há um Toque de HIP POP na colecção. misTura lOOks gregos e silhueTas conTemporâneas. os vesTidos inspiram-se em kimonos». revê-se nisTo? basicamenTe, o que enTra nesTa descrição é o mundo Todo... diferenTes culTuras e influências. É verdade que cada colecção é uma história que muitas vezes se compõe de elementos contraditórios. É este jogo de contrastes que me fascina. Quebrar regras, dogmas e rotinas é interessante e faz-nos olhar para o mundo de uma nova maneira (mesmo que seja efémera). É curiosa esta citação de que me fala e que nunca tinha lido.

esTá disponível na inTerneT.Nunca me inspirei directamente num kimono. Mas isto também é interessante em moda: um desfile pode ser interpretado e compreendido de maneiras diferentes. A moda tem por vocação ser reinterpretada e remixada!

o seu mundo é um mundo de sínTese? porquê? É uma maneira de ordenar todas as turbulências e agitações internas. Gosto da ideia de exprimir contradições e dicotomias presentes na (minha) vida e no que me rodeia.

que relação Tem com paris? Já vive há anos suficienTes na cidade para Ter com ela uma relação de deslumbramenTo e fasTio... ou conTinua enamorado? diga-me um percurso/canTinho que sinTa como sendo seu na cidade.Paris é a cidade onde vivo, com os seus pontos positivos e negativos. Viajo muito e é verdade que de cada vez que entro num táxi, do aeroporto a caminho de casa, estou sempre contente com o regresso! Um sítio especial? Paris está cheia de sítios escondidos em cada bairro. O divertido é ir descobrindo. Um sítio autenticamente parisiense a dois passos de minha casa é a Rue des Martyres, perfeito para um brunch de fim-de-semana no hotel Amour ou no Rosemary Bakery. LA

FELIPE OLIVEIRA BAPTISTAtExtO ANABEL A MOtA RIBEIRO

POR QUE SE tORNOU CRIAtIVO?

DESIGNErMODA

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TEXTO CARLOS COELHO FOTOGRAFIA TERESA AIRES

TRENDSTORE

AlgEmAS DE pOlEgARA Agent Provocateur é a marca mais sexy do mundo. Se não acredita, veja a prova de Kylie Minogue em www.youtube.com/watch?v=4Vk4RiEMLY8 e no final comprove se tenho ou não razão. Como explicita o seu nome, trata-se de uma marca de agentes provocadores que, infiltrados nas nossas fantasias eróticas, nos encorajam a praticar crimes. Nós, inocentes vítimas do desejo, somos apanhados em flagrante e para castigar as nossas transgressões somos algemados. Estas algemas, que nos ligam os polegares, são uma jóia genial que nos prende os dedos e nos condena a uma pena de prisão perpétua: para sempre reclusos no mais estreito e erótico corredor do amor.www.agentprovocateur.com

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pASTilhAS mulTiSSENSORiAiSA nossa experiência cognitiva é multissensorial. Contudo, a memória de longo prazo é, essencialmente, formada por imagens gustativas e olfactivas. Assim provamos e cheiramos o mundo, de uma forma mais intensa do que o ouvimos, vemos ou tocamos. É neste princípio que assenta esta pequenina invenção de um estudante da Universidade Americana de Stanford. Tratam-se simplesmente de pastilhas elásticas de estratos de ervas, como a hortelã pimenta e o rosmaninho e outros activadores naturais que, comprovadamente, funcionam como concentradores da nossa atenção. Enquanto mascamos, libertamos as moléculas olfactivas e «acendemos» o nosso sistema global de memorização. Parece demasiado simples, mas é assim, simples, a forma como mastigamos o mundo. www.thinkgum.com

mEmóRiAS DE lOiçAA descoberta dos poderes infinitos que o nosso lado direito do cérebro consegue dar a uma folha de papel branco faz-nos desde muito cedo imaginar o mundo através de uma simples sequência de dobras. Aprendemos a fazer patinhos para lhes ver os bicos, aviõezinhos (que nem sempre voaram) para desafiar a gravidade e barquinhos para romancear os passeios pelas águas da nossa imaginação. É precisamente este rio de memórias que esta edição de barquinhos de loiça pretende reavivar. Dizem os seus criadores que servem para irmos à pesca dos melhores peixinhos, no frágil e delicado rio de loiça, onde afinal corre toda a nossa vida.www.seletti.it

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SpAgETTi AllA mAfiOSiA máfia surgiu no Sul da Itália com o objectivo de «proteger» os territórios e as transacções comerciais. Os mafiosos criaram a sua marca: fatos riscados Armani, óculos escuros e uma honra inabalável, capaz de fazer valer os seus compromissos, sob qualquer tipo de temperatura. É esta a promessa do nosso mafioso de panela: proteger a nossa massa de excessos de cozedura. Porque não se mexe, pois foi petrificado num barril de cimento, o nosso mafioso, para nos avisar canta aos sete minutos a marcha triunfal de Aida, aos nove «va, pensiero sul’ali dorate», o coro dos escravos hebreus de Nabuco, e aos 11 minutos «la donna e mobile», de Rigoletto. Nunca uma massa al dente teve tantos e tão imaginativos ingredientes. www.brainstream.de

TAlhERES DA NATuREzALonge vão os tempos dos enxovais completos, com os fabulosos e dispendiosos talheres de prata. A tradição ocidental instituiu-se em França pelo dote de Catarina de Medicis e pela sugestão do cardeal Richelieu que defendeu o talher individual como sinal de higiene e boas maneiras. Pois, para quem pretende manter a substância da tradição, rejeitando o modernismo sensaborão dos talheres de plástico, surge agora uma versão inteligente e contemporânea. Estas fantásticas colheres são réplicas de formatos de outros tempos, são descartáveis e recuperam o toque ancestral dos primeiros utensílios de madeira que nos aproximam dos sabores mais genuínos da natureza.www.isolee.es

SNifADOR DE imAgiNAçãOA nossa química cerebral tem a capacidade de produzir naturalmente todas as drogas. Adrenalina, dopamina, feniletilamina, epinefrina, norepinefrina, oxitoxina, serotonina e as famosas endorfinas que despertam a paixão e, como indica o seu nome – endo (interno) e morfina (analgésico) – também possuem uma forte acção analgésica, diminuindo a dor e inibindo o stress. Somos quimicamente auto-suficientes e por isso, todas as sensações, emoções, estados mentais e físicos podem ser produzidos pela nossa mente. Agora para ajudar, com este kit completo – doseador, espelho, lamina, espalhador e snifador – basta inalar bem fundo, e se possível várias vezes ao dia, uma boa dose de imaginação.

RATOTERApiA Não há animal como este. Tão pequeno e fofinho e contudo capaz de, em poucos segundos, lançar o pânico numa casa inteira. Então imagine que um destes ratinhos iria para sua casa e que, sob as suas ordens, sentava, deitava e, mais incrível, rebolava. Este rato telecomandado faz tudo isso e permite-lhe pregar umas partidas, deliciar o seu gato e, talvez mais importante que tudo, aprender a conviver com estes animais. É que para cada ser humano existem cerca de 100 ratos, por isso é bom que controlemos as nossas fobias e aprendamos a viver uns com os outros.www.wowstuff.co.uk

mANifESTE«Um Verão chamado Miguel acordou quente e sorridente com fome de uvas com mel, à mãe Cristina deu o presente, e lançou mil aviões de papel». A Manifeste é assim, uma marca francesa, de um luxo doce e mímico.Para celebrar a sua primeira edição, dedicada ao momento íntimo de um bebé recém-nascido, envolveu quatro designers: dois estilistas, Pauline Vinçon e Constance, um industrial, Allain Jeanne Huber, e um gráfico, Fabrice Praeger. Os materiais são de uma qualidade irrepreensível e desta equipa multidisciplinar resultou um manifesto em forma de coffret, com dois olhinhos que o Miguel, mais cedo ou mais tarde, tentará arrancar, para brincar aos manifestos visionários ou simplesmente porque mexem.www.manifeste-tm.com

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C At H E r i N E d E N E u v E , 19 74

digam o que disserem, we’ll always have Paris. Com crise ou sem crise. Como ficou mais uma vez demonstrado durante os desfiles Prêt-â-Porter Outono-Inverno 2009-2010, a capital francesa mantém-se firme enquanto pólo aglu-tinador da moda mundial, sede dos melhores. Mesmo que os melhores venham d’ailleurs. O que, aliás, não é de agora. É de sempre: co-nhecido como o «pai da alta-costura», Charles-Fréderic Worth nasceu em Inglaterra em 1825, mas foi em Paris que fundou a Maison Worth, transformando-a na referência de moda mais chique e mais conceituada da época. Paris tem duas características imbatíveis: uma capacidade extraordinária para reconhecer ta-lentos e uma abertura desmedida à criativida-de. daí aquele wit único, aquela graça singular, que permite casar excentricidade e elegância de um modo que Madame Chanel levou ao pa-roxismo e que resumiu nesta frase: «A moda é qualquer coisa à beira do suicídio.»Mulheres belíssimas (não há roqueira mais fashion do que Françoise Hardy nem actriz mais enigmática do que Catherine deneuve) dão corpo nas ruas parisienses às tendências que se expõem em privado nas salas dos des-files. Se de tendências pudéssemos continuar a falar. não podemos.A moda da próxima estação será caleidoscópi-ca. Heterodoxa. Plural. Inclassificável. delicada na dior, pela mão de Galliano que

homenageou Paul Poiret e a sua visão refinada e elegante de inspiração oriental; radicalmente chique na Yves Saint Laurent, onde Stefano Pi-lati desenhou mulheres poderosas, sublinhan-do uma austeridade que combina magistral-mente com o chique parisiense; sexy e triunfal em Jean-Paul Gaultier, capaz de continuar a jogar com imagens decadentes tornando-as ir-resistíveis e modernas; luxuosa e moderna na Hermès, também por Gaultier; provocante e glamorosa na Miu Miu, com Miuccia Prada a mostrar-se indiferente ao puritanismo tra-zido pelos ventos da crise; romântica e dân-di na Chanel, onde Karl Lagerfeld optou pela graciosidade com um toque de barroquismo; sóbria e precisa na Lanvin, onde Alber Elbaz se reafirma como criador de vestidos intempo-rais; espectacular e cheia de piscadelas de olho à alta-costura na Louis Vuitton, com Marc Ja-cobs a mostrar mais uma vez a sua criatividade multifacetada…Um universo de influências e referências que deixa às mulheres a liberdade da escolha. Ou seja, de recriarem a moda à sua imagem e se-melhança. Sem esquecer o wit, evidentemente. Que de parisiense passou a universal, adopta-do por marcas e criadores de todo o mundo. Inspirador também da colecção deste Inverno da Lanidor: uma saia travada abaixo do joelho, um elegante casaco de tweed, uma gola plissa-da, um lenço, um colar de pérolas… et voilà!

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REALIz AçãO ISAbEL bRAnCO FOTOGRAFIA PEdRO FERREIRA

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pedro ferreira assistido por antónio tainhacabelos helena vaz pereira para griffe hairstyle assistida por ana fernandes

maquilhagem antónia rosa para hakansson assistida por João pombeiromodelo milene da central models

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conjugação do preto intemporal com flashes de cores fortes e fabulosas. extravagâncias que dão origem a peças únicas e singulares. transgressões teatrais a partir de imagens clássicas

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Realiz ação isabel bRanco

FotogRaFia isabel Pinto

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vestido em xadrês de manga curta, 119.90€lenço de seda estampada, 19.90€ carteira de pele clara, 59.90€Óculos de sol, 87.00€ Lanidor

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camisola de jersey estampada, 59.90€anel de pedras multicor, 16.90€ Lanidor

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Fotografias realizadas na Galeria-Café-Bistro, Les Mauvais Garçons rua da rosa, 39. bairro alto. tel. 213 433 212 www.lesmauvaisgarçons.pt

fotografia isabel pinto assistida por mário ambrózio e pedro Janeiro Cabelos helena vaz pereira para griffe hairstyle assistida por luciano Maquilhagem náná benjamim para hakansson assistida

por carina Quintanilha Modelo ana cristina oliveira da central models

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usando os novos produtos das colecÇões de inverno e seguindo as tendências da estaÇão, maQuilhagem inspirada na cidade das luzes

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Uma mulher optimista, uma heroína, que se diverte passeando pelas ruas de Paris, deixando como rasto, uma fita cor-de-rosa... Uma criação dos perfumistas Aurélien Guichard & Jacques Huclier, da casa Givaudan. É fresco, floral e sensual. Um dos

ingredientes centrais é a flor Belle de Nuit também conhecida por Four O’Clock Flower. De dia as suas flores amarelas mudam para cor-de-rosa e as brancas para violeta. De tarde liberta uma essência floral e de noite as suas pétalas reflectem o luar. Como notas de topo

a bergamota , a rosa, a Indian Turberose e Rhubarb Zest. Notas sensuais de madeira de sândalo e patchouli, são completadas com a essência de Belle de Nuit.

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Paris é a cidade eleita de todos os que amam a vida. a la mag está cheia de histórias, exPeriências, memórias e uma selecção maravilhosa de esPaços que os nossos colaboradores revelam a Pensar em si. Paris é a minha cidade Preferida… talvez seja um cliché, mas não conheço outra cidade no mundo onde a beleza seja a eterna Paixão que fervilha em cada esquina.quase tudo vem desta cidade… Paris dita a moda. as cores e aromas são fruto de um trabalho insPirado e em constante evolução. é a caPital dos artistas que, mesmo não sendo de origem francesa, aqui se reúnem Para dar mais luz à beleza, que aqui é eterna.

QUASE TODOS OS PERFUMES NASCEM NO CORAÇÃO DE PARIS, PELAS MÃOS DE VERDADEIROS ALQUIMISTAS QUE, CUIDADOSAMENTE MISTURAM NAS SUAS POÇÕES MÁGICAS EMOÇÕES, QUE NOS FAZEM SONHAR E DESEJAR SER UMA MULHER MUITO ESPECIAL. CADA UMA DE NÓS TEM UM CHEIRO MUITO ESPECIAL E UM AROMA MUITO PRÓPRIO. DOS FRESCOS E FLORAIS, AOS INTENSOS E AMADEIRADOS, MIL CRIAÇÕES NOS CHEGAM AO OLFACTO. A ESCOLHA NÃO É FÁCIL.

HELENa rUBiNSTEiNWAntedPela mão de dois mestres da perfumaria, Dominique Popion em França e Carlos Benaim nos Estados Unidos, surgiu este perfume original e o primeiro perfume do século XXI desta marca. Demi Moore encarna uma mulher forte mas sensível, de espírito livre mas muito apaixonada e focada na sua paixão. Um perfume amadeirado e floral, com notas de ylang, madeira/magnólia e de íris. Um frasco perfeito, desenhado pelo artista plástico Van der Straeten. Transparente e luminoso, com uma laçada dourada no topo. Uma laçada com a capacidade de a prender eternamente....50 MLPV PR 68.00€

YSL PARISIenne de ySL Tudo começa numa madrugada em Paris, antes de o Sol nascer. Uma mulher emerge com um segredo de uma noite que nunca será revelado… Uma mulher que não nasceu em Paris, mas que Paris adoptou, porque ela sabe como amar e viver. Um perfume floral ultra-feminino com travo de amora, violeta e peónia, com uma estrutura de madeira, com notas de patchuli, almíscar e sândalo. Kate Moss é esta mulher misteriosa, que conheceu uma noite de amor, mas todas podemos transformarmo-nos em verdadeiras parisiennes.50 MLPV PR 70.00€

giOrgiO arMaNiIdOLe

Não é um perfume francês, mas é um tributo do autor a um ideal de feminilidade e a todas as mulheres do mundo! No topo as notas são de laranja amarga, pêra, gengibre e notas de

davana. No coração, a rosa loukoum, o jasmim misturado como açafrão, especiarias e mel.

No fundo, luminoso e sensual, o styrax, o patchouli e o vétiver, vêm dar a sua própria

harmonia, associando as suas forças com uma mulher que o usa. Uma mulher sensual

e expressiva, como a actriz Kasia Smutniak a imagem deste aroma.

O frasco inspira-se nos anos 30, uma esfera de vidro cristalino, com auréolas de ondas circulares em ambos os lados e uma tampa

dourada. Quase uma peça de joalharia. 50 ML

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COM A CHEGADA DO OUTONO, AS TEMPERATURAS A DESCER E OS DIAS A FICAREM MAIS CURTOS, CRESCE A VONTADE DE PASSAR MAIS TEMPO EM CASA, ROUPAS MAIS CONFORTÁVEIS E, NATURALMENTE, SURGE A NECESSIDADE DE UMA NOVA MAQUILHAGEM PARA EVIDENCIAR O bRILHO INTERIOR DE CADA MULHER. A PELE QUER-SE LUMINOSA E QUENTE, A PROLONGAR O EFEITO DE bOAS CORES. A MAQUILHAGEM NUDE NUNCA PASSA DE MODA E É SEMPRE SOFISTICADA, MAS SE SENTIR NECESSIDADE DE LIbERTAR A MULHER FATAL QUE HÁ EM SI, SINTA-SE à VONTADE. OPTE POR UNS OLHOS ESFUMADOS, ULTRA-GRÁFICOS E PENETRANTES, CONTORNADOS EM TONS DE CINZENTO, CASTANHO OU PúRPURA. NINGUÉM FICARÁ INDIFERENTE. A bOCA GANHA UM ACAbAMENTO ACETINADO, EM TONS DE CObRE E AMEIxA, MAS SEMPRE COM UM AR NATURAL, QUASE INExISTENTE. UM LOOk PERFEITO PARA AS MAIS DISCRETAS.

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a pel

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OBrigaTÓriO!OS CUIDADOS COM A NOSSA PELE SÃO A bASE PARA QUE QUALQUER MAQUILHAGEM RESULTE. CUIDAR DA PELE É ObRIGATÓRIO NOS DIAS DE HOJE E OS GRANDES LAbORATÓRIOS DE COSMÉTICA ESTUDAM MINUCIOSAMENTE ESTE TEMA, TENTANDO DESCObRIR A FÓRMULA MILAGROSA DE NOS PROTEGERMOS. O ENVELHECIMENTO DA PELE NEM SEMPRE ESTÁ LIGADO à NOSSA IDADE, MAS COM A FORMA COMO CUIDAMOS OU NÃO DELA E A QUE TIPO DE PERIGOS ESTAMOS INEVITAVELMENTE SUJEITOS.

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dignas de um produto de luxo!

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que não se lembre desta laca e dos seus anúncios

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COMO LA MAG

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cHaNELLIft feRMeté SPf15cRèMe de JOURA última inovação dos laboratórios Chanel, que se debruçaram sobre as propriedades das plantas nos processos de cicatrização e firmeza da pele. Graças à “Elemi PFA”, um extracto de resina vegetal de uma árvore original das Filipinas, os seus princípios activos actuam em duas frentes fundamentais: a nível celular e a nível dos tecidos, repondo e aumentando as capacidades regenerativas das nossas células. A pele torna-se visivelmente mais luminosa, firme e é claro, jovem! Uma linha muito completa composta por um sérum, creme de dia e creme de noite e ainda um creme de dia mais fluido para quem não gosta de texturas cremosas. PV PR 105.00€

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Não sei quem foi o inventor de uma das mais ternas ficções que me coloriram a infância.

Lembro-me de ficar à janela, na espe-rança de um dia ser testemunha de uma viagem que me exaltava dez vezes mais do que a “Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, do Júlio Verne: ver uma cegonha no céu, vinda de Paris, com um bebé a bordo.A ilusão durou o tempo que tinha que durar – pouco – e a descoberta da ver-dade não me causou nenhum dano, a não ser a leve desconfiança de que os adultos arranjam fórmulas um pouco estranhas para responderem às pergun-tas directas e difíceis que a maioria das crianças lhes faz.No caso do Pai Natal, o impacto da ver-dade, a compreensão da sua não-exis-tência, teve uma dimensão muito mais complicada: uma boa meia hora de cho-ro e uma tristeza que se alojou tempo de mais, ao ponto de não só deixar de achar graça à noite da Consoada, como, anos mais tarde, associar às festas uma sensação de hipocrisia que só ao longo dos anos tomou a sua devida propor-ção, até se tornar irrelevante e me deixar um sorriso.A inocência, essa idade única em que somos absolutamente crentes, quan-do se perde, custa a perder. É preciso tempo e uma boa dose de coragem para aceitar que não temos outro remédio se não crescer. O que em boa parte signifi-ca atenção e destreza permanentes para conseguir separar o trigo do joio, não vá a tentação da inocência pregar-nos par-tidas bem mais difíceis de superar.

Ainda assim, muitos de nós, quanto mais crescemos, mais saudades temos daquilo que fomos. O que geralmen-te inclui maldades, segredos e a forma destemida com que olhávamos para as ondas e mergulhávamos mar adentro.Essa sensação, repetia-a há alguns anos, quando tive a sorte de realizar um so-nho de adolescente: fazer uma viagem de carro, de Lisboa a Barcelona com uma amiga cheia de carácter e humor hilariante. Estrada fora, determinadas e sem receios, cumprimos o trajecto, quais “Thelma & Louise”, um maravi-lhoso filme de Ridley Scott, com duas actrizes de primeira: Susan Sarandon e Geena Davis.Ali estávamos nós, on the road absolu-tamente livres e alegres, prontas para o que desse e viesse.Chegadas à bela cidade espanhola, de-cidimos que a primeira coisa a ver, para além de incorporar desde logo a conta-giante energia das Ramblas, seria uma visita ao Museu Picasso. Na manhã se-guinte, cumprimos o combinado e ali estávamos, frente às obras mais emble-máticas de um dos maiores artistas de sempre.À saída, na loja do museu, uma frase escrita pelo pintor, reteve-me: «It took all my life to draw like a child».Cá fora, olhei para o céu, à espera de ver uma cegonha com um bebé no colo, di-rectamente vinda de Paris. E percebi, fi-nalmente percebi, que certas histórias que os adultos contam às crianças, não são tramóias, nem partidas, são apenas a úni-ca forma de dizer que a inocência, mesmo que perdida, pode ser sempre reencontra-da no mais simples dos traços. LA

TExTO hELENA MASCARENhAS

a idadE da iNOcêN cia

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TExTO CARLA NASCIMENTO RIBEIRO / ILUSTRAÇÃO RICARDO BARROS

QUErida QUErES ir a PariS?

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foi assim que um dia, de chofre, a minha cara-metade me convidou para ir à cidade das luzes.

«A sério?» perguntei com espanto, uma vez que estávamos em Abril e o nosso aniversá-rio de casamento era só em Novembro. «Vamos fazer uma surpresa aos miúdos e levá-los à EuroDisney!»Ah, como é que eu não tinha percebido logo à partida que, para uma família em que metade dos elementos tem abaixo dos seis anos, Paris só podia significar uma coi-sa – o lugar dos bonecos animados ao vivo.De uma semana para a outra, emalámos roupas, algum cansaço, grandes expectati-vas e muita ansiedade quanto ao passar dos três dias no coração do mundo da fantasia. As crianças estavam, como era de esperar, numa excitação tal que nem a entrada do carro no Eurotúnel para atravessar o canal da Mancha lhes causou muita confusão. Na altura morávamos no Sul de Inglaterra. Estra-nharam não poder sair do carro durante essa meia hora, mas como no leitor de CD iam tocando ora as músicas de um, ora as do ou-tro, o percurso fez-se num instante. O mesmo se passou com a bateria do carro. Puff! Soltou o Rover em segunda mão, depois de ter canta-rolado por 30 minutos dentro dum comboio debaixo de água. Valeu-nos a pronta assistên-cia do staff do Eurotúnel para nos colocar ra-pidamente em marcha. Com o nariz colado à janela, na esperança de vislumbrar ao longe o castelo da Cinderela, a Beatriz suspirava.«Ainda falta muito pai?», perguntava pela enésima vez.

«Tenho a impressão que já vejo ao longe qualquer coisa.» E todos arregalávamos os olhos. Nada.Depois de largarmos tudo no hotel, que ficava a poucos quilómetros, dirigimo-nos finalmente para a entrada daquele mundo encantado. Lembro-me de caminharmos em passadeiras rolantes e de termos desem-bocado numa entrada que em nada fazia antever o que se guardava por detrás. Não se abriram nenhumas cortinas, nem soou nenhuma orquestra mas a sensação de en-trada teatral foi parecida. A Bia susteve os comentários ao final de três horas, o Gui tentava tudo por tudo para se desembaraçar da trela (vulgo cinto de segurança, bastan-te comum em Inglaterra para deter os mais reguilas) e nós olhávamos em todas as di-recções para aquele cenário multicolorido e barulhento que nos fazia remexer as me-mórias de infância. Acho que a primeira coisa que fiz foi rezar em segundos para que não perdesse nenhum dos dois e para que não nos perdêssemos uns dos outros.E agora por onde começar? A ordem do pas-seio/aventura/maratona já não me lembro. Sei que tínhamos um mapa e duas promessas, en-contrar o Woody e a Jessie do “Toy Story”. Do primeiro não fomos muito dependentes, pois fomos explorando à medida do tempo/fome/ /forças/curiosidade. Das promessas fomos os dois escravos absolutos. Pois de tantos brin-quedos e bonecos que existiam eles só queriam precisamente aquilo que era mais difícil en-contrar. Entrámos em todas as lojas de recor-dações mas eles não queriam mais nada. Até

que por fim, e tendo já perdido as esperanças, encontrámos os malfadados cowboy e cowgirl. Tornaram-se duas pequenas relíquias e, mes-mo com o passar dos anos, foram testemunho da persistência/paciência de nós os quatro.Até hoje, os espectáculos que ainda recordam foram o do Winnie the Pooh e do Tarzan. O primeiro porque o Gui adorava o gang que acompanhava aquele urso meloso e porque um miúdo tinha vomitado ao pé de nós. O segundo porque a música, os adereços do cenário e as danças nos cativaram a to-dos, tendo-nos permitido sentar ao fim de algumas horas em pé. Pelo meio ficaram as imagens e os sons da locomotiva fumegante na estação de comboios, do barco a vapor no lago, da casa da árvore do Robinson Crusoe, do labirinto da Alice no País das Maravilhas, da aldeia da Pocahontas, do barco dos pira-tas, da montanha russa, da parada das estre-las e, é claro, do palácio da Cinderela. foi das raras ocasiões em que vi a Beatriz sem pala-vras. Subiu a rampa de acesso, espreitou por dentro e apenas teve pena de não poder ver o resto da casa por dentro. Mas a vista de fora chegou para a encher. Quanto ao pequenote de três anos, achou piada a todas as diver-sões, reconheceu algumas das personagens, mas desatava a berrar e a trepar por mim aci-ma sempre que alguma delas se aproximava de nós para dar um autógrafo. Porque razão haveriam de ser tão grandes, pensava. Berrou com o Mickey, com o Pluto, com os esqui-los do Donald e com todos os outros que se atravessaram no caminho. Até que por fim éramos nós a fugir deles. Inesquecível! LA

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divULgaÇÃOdivULgaÇÃO

QUErida, cOMPrEi UM zOO!E se um dia a sua cara-metade lhe fizesse um anúncio destes?Assim se passou com Benjamin Mee que, ao procurar uma casa maior no campo, se apaixonou por um zoo arruinado com 200 animais no Sudoeste de Inglaterra. Numa escrita empolgante, pintada de humor e comoção, o autor relata a jornada familiar de salvar o jardim zoológico, ao mesmo tempo que lida com a doença terminal da mulher. É, segundo os críticos, um livro que irá agradar a todos os aventureiros e amantes de animais, prometendo muitas horas de prazer.Oficina do LivroPVP: 15 €

UM BOM Pai diz NÃOComo e quando saber impor limites aos nossos filhos é algo que se pode ou não aprender com o tempo e com a experiência. Daí que, a psicoterapeuta infantil inglesa Asha Phillips tenha congregado num só livro um conjunto de relatos e conselhos que poderão dar confiança a muitos pais durante as várias fases de crescimento dos filhos. Neste bestseller internacional, que só em Itália vendeu 600 000 exemplares, A. Phillips defende a utilização do «não» como ferramenta essencial na educação das crianças e adolescentes. Lua de PapelPVP: 16 €

cOLEcÇÃO graMOfONE

a graMáTica TaMBÉM POdE fazEr rirCom as aulas a começarem, nada melhor do que aprender ou relembrar as regras de gramática e de fonética da língua portuguesa com um conjunto de livros bem divertidos. Nesta colecção de álbuns infanto-juvenis, cada autor pega num tema gramatical e inventa uma história ou um conjunto de rimas que depois incentivam o pequeno leitor a espreitar o site www.junior.te.pt/gramofone. A escolha é difícil: “O Dia em Que o Meu Bairro ficou de Pantanas” de Rosário Alçada Araújo, “Chamem-lhes Nomes” de Margarida fonseca Santos, ambos ilustrados por Afonso Cruz, “Rimas Perfeitas, Imperfeitas e Mais-Que-Perfeitas” de Alice Vieira e “Dom Mínimo, o Anão Enorme e Outras histórias” de Luísa Costa Gomes.Texto EditoraPVP: 8,90 €

POR CARL A NASCIMENTO RIBEIRO

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Este é o título de uma antologia sobre os melhores autores e ilus-tradores infanto-juvenis, organizada por Álvaro Magalhães, onde se pode ler esta pequena passagem «quando for grande quero ser um brincador [...] tenho tanto que brincar, como brinca um brincador,

muito mais que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador [...] quando for grande quero ser um brincador». Perante tanta determinação a resposta da mãe foi clara, isso não era profissão de gente crescida. Mas e se fosse? E se houvesse mesmo gente crescida que vivesse de sonhar, imaginar e inventar brincadeiras? Uma versão actualizada do Gepeto do Pinóquio. Como seria mesmo brincar e crescer, crescer e brincar?

Apolline encontra toda a sua inspiração para criar deliciosas bonecas de pano, fadas misteriosas e animaizinhos divertidos, a partir das diversas brincadeiras com as duas filhas pequenas. formada em Criação Têxtil, decidiu voltar ao mundo de fantasia da infância misturando materiais, tecidos, padrões e cores para dar forma a uma variedade de bonecos bem trajados, a que nem mesmo os crescidos resistem. Entrar no seu site na internet, [www.apollineaparis.com], é, já por si, uma viagem de sonho até ao mundo do faz de conta. Os pozinhos mágicos que ouvimos fazem-nos crer que, a qualquer momento, uma fada vai sair disparada do ecrã.

E já ouviu falar dos Les Déglingos? O nome soa mais a espanhol do que a francês é certo, mas estes «animalos molto funnios and muy crazios» são mais uma criação de «brincadores» franceses que, através da invenção de uma família alargada de animais de tecido, proporcionam aos mais pequenos horas de pura diversão. Bigbos, Ratos, Nonos e Milkos são um lobo, um rato, um cão e uma vaca que, em conjunto com outros amigos, nos recebem euforicamente de braços abertos na página inicial do seu website [www.deglingos.com]. Na sua criação foram utilizados mais de 50 tipos diferentes de tecidos e fios coloridos, minuciosamente e magicamente unidos com uma preocupação constante pelo pormenor e detalhe final. Pessoalmente, fiquei rendida ao calçado «animalesco» para

criadOrES dE SO NHOS

TExTO: CARL A RIBEIRO

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Uma das criatUras mágicas qUe habitam o mUndo de apolline À paris

ratos the ratUm dos fabUlosos membros da família les déglingos

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os bebés dos seis aos 24 meses. Uma delícia pura! Esta família é distri-buída em Portugal pela Brincas Lda. [www.brincas.com].

Mas a imaginação não pára felizmente e a arte de inventar sonhos e brincadeiras a partir de material têxtil continua. Do atelier Ebulobo, «un volcan d’idées pour les petits», surgem mais duas colecções de simpáticos e ternurentos animais, desta feita um lobo e um urso que, cansados de se aninhar somente no colo ou em longos abraços com os mais novos, os acompanham agora também para a mesa num conjunto alegre e prático de acessórios de refeição. Woodours e T’es fous louloup são daqueles bonecos que apetece mesmo apertar e guardar junto à cabeceira. A distribuidora em Portugal é a Edicare Editora, Lda (T. 213 959 426), por isso vale mesmo a pena procurá-los e descobrir, em primeira mão, os seus encantos.

Se ainda não acredita que frança é um país, por excelência, de brin-cadores, então preste atenção neste último exemplo. Minilabo é um «pequeno» laboratório do imaginário. Além de ser uma marca de objectos e imagens, presta igualmente serviço a outras empresas na criação

de ilustrações e de objectos decorativos. Os nomes dos seus bonecos falam por si. Big lovecat, é rosado e tem cerca de um metro de altura,

bem a jeito de servir de encosto, aconchego e consolo. Le chat sourit, é uma alusão ao gato do longo sorriso na história da Alice no País das Maravilhas. Impossível de nos deixar indiferentes. Le lapin d’avril é um coelho enternecedor que aparece num conjunto

variado de cores suaves que apetece coleccionar. E se gosta de deixar as crianças boquiabertas com as suas próprias histórias então les petites marionnettes são imprescindíveis. Basta colocar no dedo e dar largas à imaginação.

Et voilà! Será que ainda não acredita que brincador pode ser uma profissão de gente crescida? LA

t’es foUs loUloUpUma grande criação do atelier ebUlobo

big lovecatimpossivel não nos apaixonarmos. Uma edição limitada do minilabo

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Quem não se lembra de ter ouvido esta canção? Muitos a cantaram ou trautearam ao longo dos anos. Ela sim-

boliza, afinal, o tema escolhido para este número.Atravessada pelo rio Sena cujas mar-gens foram inscritas em 1991, na lista do Património Mundial da Unesco – é tida como a segunda maior metrópole da Eu-ropa, com uma população de 2 milhões de habitantes.Mundialmente conhecida como a Cidade das Luzes, título que lhe vem do iluminis-mo, tornou-se num dos principais centros turísticos do mundo, tal a beleza da sua arquitectura, as suas perspectivas urbanas, as avenidas que a atravessam ou os museus que a enriquecem. Capital de um império que se estendeu por vários continentes, Paris continua a deter uma forte posição como pólo comercial, industrial, financeiro e turístico, que a man-tém como a capital do mundo francófono. A primeira vez que a visitei tinha atingido a maioridade. Duplamente. Pela idade – ao tempo 21 anos – e pelo casamento reali-zado uns meses antes. Mergulhei, assim, pela mão do marido recente, nos museus, nos clubes de jazz, na Cinemateca, nas livrarias, enfim, no que se costuma chamar o lado cultural das viagens que fazemos.Voltei lá dezenas de vezes por razões profis-sionais – as reuniões da Aviação Civil, que foi a minha casa durante mais de dez anos, eram, frequentemente, naquela capital. foi nessas andanças que tive a oportuni-dade de conhecer o lado escondido duma

«outra» cidade, tantos foram os olhos que ma foram mostrando.Até que, um dia, fui viver para lá. Aí, sim, eu descobriria a minha segunda pátria. A dos jardins, lojas, casas, recantos, restau-rantes, paisagens que menos se conhecem. foi nessa época que entendi o significado da palavra «flanner» e o prazer que ela comporta. Não é apenas passear. É bastante mais. É andar sem rota ou destino, regis-tando tudo o que se passa à nossa volta e tendo sempre a impressão de que o faze-mos como se fosse a primeira vez Conheço, hoje, cada recanto, cada banco de jardim, cada esplanada. foi neles que, durante anos, se desenrolou uma das fases mais fe-lizes da minha vida. Poderia ter falado dos museus que vis-itei, das igrejas onde rezei, das exposições que vi, dos espectáculos que presenciei. Mas nada disso seria muito diferente das outras capitais que conheço. Paris é, so-bretudo, aquilo que não vem nos guias ou nos roteiros. Paris é, principalmente, um estado de alma!De forma um pouco inesperada, a vida familiar obrigou-me a uma escolha dolo-rosa, que acabou por me trazer de regresso a Portugal. Ainda me lembro das lágrimas que discretamente me correram pela face quando o avião descolou. Era uma espécie de aperto, a certeza de que «aquele tempo» não voltaria nunca mais.Retorno sempre que posso. Um fim-de- -semana prolongado é bastante para voltar a sentir-lhe o cheiro, a luminosidade, a vida. Mas a alma, essa, ficou lá naquele dia de Outubro em que aterrei em Lisboa! LA

aMar PariS

hELENA SACADURA CABRAL

«i love Paris in the spring time i love Paris in the fall i love Paris in the summer when it sizzles i love Paris in the winter when it drizzles i love Paris every moment every moment of the year i love Paris, why oh why do i love Paris? because my love is here»

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PariS,QUE iMPOrTa a iLUSÃO, SE ELa fOr vErdadE O ROteiRO de hOje, nãO é O de amanhã. aqui Vai um PedaçO dO efémeRO PaRisiense

Paris é a cidade que nos faz esquecer que todas as outras

existem. E o que é frança para além da capital? Que inesperado, ao apanhar o comboio, ver as paisagens desfilar, e descobrir casas noutros sítios e um país atravessado de estradas.Paris é uma aspiração, uma recompensa, ou um traumatismo. Acolhedor? Não, a cidade filtra, selecciona e elimina. Guarda apenas os que aceitam as regras de entrada e saída em cena de um imenso teatro urbano, em troca de um enriquecimento constante, e de raros momentos de recolhimento.Tudo o que se diz é verdade: sobre a elegância, o refinamento,

a cultura. Sobre o castigo também, que a sociedade inflige aos que acreditam, como nas histórias de Saint-Simon, que uma posição social adquirida é algo de inabalável. A cada dia nasce em Paris um novo ditador dos espíritos, um novo conquistador. Chega sempre o momento em que este último, ao contemplar o tabuleiro das jogadas sociais, diz “xeque-mate”; mas ao levantar triunfante o olhar, ele vê diante de si um novo adversário.Não, Paris não mantém jovem o semblante, nem inocente o coração – mas alerta o espírito e pede um guarda-roupa preenchido.Seja como for: tarde de mais para desejar outra vida. LA

EM PARIS POR LEONOR BALDAQUE

fOTOGRAfIA hÉLèNE hARDER

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HeimstoneBelíssima primeira colecção no Inverno de 2007, de vestidos apenas. Desde então, as duas jovens criadoras da marca têm evoluído sempre na mesma linha: algo entre o colegial e o rock, associando tecidos brutos e nobres. Para quem respeita a moda sem a levar a sério.

café verletPorque cheira a frutos cristalizados, café, sacos de juta e madei-ra antiga. E porque aqui se admiram as c hiquíssimas japonesas, de passagem por Paris durante as Fashion Weeks. O café citadi-no, onde se vai de passagem para tomar uma decisão importante. Ou para descansar depois do Louvre.

Les cahiers de coletteColette Kerber é uma das livreiras mais respeitadas de Paris. Uma excelente li-vraria, com um fundo per-manente de “essenciais” nem sempre fáceis de en-contrar. A par disso, uma atenção constante ao que surge de novo no – oh quão irrequieto – meio literário parisiense.

Leonor BaldaqueVive em Paris desde 2001, a cidade que “faz esquecer todas as outras” . Descubra as suas moradas favoritas.

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58M & irisDuas lojas fétiches para o mais fé-tiche dos acessórios: os sapatos. Excelente selecção, na 58m, so-bretudo Lanvin, e Marc Jacobs. Se não, rumo a Saint-Germain à Iris para os Véronique Branquinho ou a recente linha da See by Chloé.

La victoire Suprême du coeurA «cantina» de uma vegetariana, para quem Seitan aux Champignons vale mil Boeuf Bourguignon... Luminoso, tranquilo, e com espaço entre as mesas, uma raridade em Paris. Apesar do nome, nenhum guru à vista.

Shine & aPcNum dos quartiers mais em voga de Paris, o Haut-Marais, a Shine é uma loja multimarca, que a cada estação dá a conhecer um estilista de ponta, desconhecido ou esquecido - por en-tre os vestidinhos de cocktail Marc Jacobs; quanto à APC, é a co-queluche das vedetas quando querem pare-cer casuais. Vestidos de algodão ou de veludo canelado, como os da nossa infância, aliados a um design simplicís-simo, que desafia as convenções da moda.

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Tea caddy14, Rue Saint Julien le Pauvre 75005café verlet256, Rue Saint Honoré, 75001Palais des Thés64, Rue Vieille du Temple 75004Shine15, Rue de Poitou 75004aPc112, Rue Vieille du Temple 75004Heimstone23, Rue diu Cherche-Midi 7500658m58, Rue Montmartre 75003iris28, Rue de GrenelleLes cahiers de colette23, Rue Rambuteau 75003Hotel Bel amin11, Rue S. Benoît 75006La victoire Suprême du coeur21, Rue du Bourg-Tibourg 75004

Jardins & squaresDestino de uma saída ou pausa a meio de um dia, são parte da alma de Paris. Também aqui se mede o grau de civilização de um país. Belíssimo, também o jardim em frente ao Institut Suédois. Ou então, o Jardins das Tuileries, que viu Marie Antoinette fugir na noite do 21 de Junho de 1791.

Hotel Bel amiPorque é luminoso, tranquilo e tem um aten-dimento em que, curiosamente, muitos falam português. Porque tem o mesmo nome de um romance de Maupassant e fica na mesma rua do Hotel Louisiann, que acolheu Sartre e Beauvoir durante a Segunda Guerra. A dois passos do Odéon, da Rue Jacob e do inescapá-vel café La Palette, onde desfilam os dandys de Saint-Germain, o Bel Ami está «where the action is». Mais, agora tem também na vizi-nhança o novíssimo La Societé, tido como um dos restaurantes mais trendy da cidade.

Tea caddyFelizmente, as relações entre França e Inglater-ra não se reduziram aos confrontos de Welling-ton com Napoleão. Em frente à belíssima igreja de Saint Julien le Pauvre, o Tea Caddy é o lugar sonhado para um chá de Inverno, antes ou de-pois de um cinema no Quartier Latin. Funciona numa invulgar estrutura de casa medieval que abriga os murmúrios dos convivas. Loiça azul, scones de Devon com clotted cream. Simples-mente “out of the way”!

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UMa cidadE dE

SE cOMEr...

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Paris é de se comer... a capital francesa é também a capital mun-

dial da arte de bem comer e de me-lhor beber. Apesar de alguns pre- -conceitos que muitas pessoas têm em relação à cozinha francesa (fruto de algum desconhecimento da sua ri-queza), erradamente e excessivamen-te etiquetada com a “míngua” da nou-velle cuisine, esta permanece uma das «grandes» do mundo. Além do seu valor intrínseco, a cozinha francesa é das poucas que têm uma expressão verdadeiramente global, pois viaja para restaurantes franceses nos qua-tro cantos do planeta, servindo ain-da, graças às suas técnicas e métodos de base, de inspiração de muitas co-zinhas de hoje. E em nenhum outro país do mundo, a gastronomia tem um papel tão central na sociedade. A prová-lo está a recente candidatura a Património da humanidade, entu-siasticamente apoiada por Sarkozy.Mas Paris não é apenas a cidade da cozinha francesa, longe disso. Na verdade, é uma das metrópo-les mais cosmopolitas e sofisticadas do mundo (para todos os franceses e muitos outros será mesmo a «mais») e por isso possui alguns dos melho-res restaurantes de cada cozinha,

nomeadamente os que representam as zonas do globo por onde os fran-ceses andaram ao longo dos sécu-los. facilmente se encontram aqui fantásticos restaurantes de cozinhas de «mundos exóticos», do Magreb à Indochina, da Guiana às ilhas do Índico, da Polinésia às Antilhas francesas das Caraíbas. O protagonismo culinário de Pa-ris foi sendo construído ao lon-go dos séculos por personalidades centrais na história da gastronomia mundial, como Vatel, Carême, Es-coffier, Brillat-Savarin ou César Ritz, enfim, pessoas que ajudaram a criar a cozinha dos nossos dias. Mais recentemente outros seguiram os passos destes grandes nomes, dando novos horizonte à cozinha francesa. Entre estes contam-se jor-nalistas como henri Gault e Chris-tian Millau, chefs como Ducasse, Guy Savoy, Joël Robuchon, Le Di-vellec ou Pierre Gagnaire. Graças a eles, Paris é hoje uma cidade à qual se vai comer com o mesmo entusias-mo com que se vai a uma exposição no Louvre ou no Pompidou, ou às lojas da Avenue Montaigne e do fau-bourg Saint-honoré, com propostas para todas as bolsas e gostos. Tome nota de algumas dicas para uma fu-tura visita. LA

TExTO MIGUEL AL ARCÃO JúDICE

le meUrice228, rUe de rivoli75001 parist +33 (1) 44 58 10 55www.lemeUrice.com

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Smart casualLa Societé: o novo dos irmãos Costes, que têm outros restaurante de moda pela cidade fora, oferece um ambiente cosmopolita povoado de celebridades e uma cozinha descontraída. Outra alternativa é o próprio hotel Costes.L’Atelier Joel Robuchon: uma proposta ino-vadora deste grande chef, que aqui sai do seu mundo da alta cozinha para criar um conceito de bar de tapas extraordinaire.

Le Jules Verne: a cozinha de Ducasse no am-biente mágico da Torre Eiffel, c’est pas mal...Il Vino: aqui o protagonista é o vinho, a comi-da vem depois, sugerida pelo sommelier Enrico Bernardo para fazer maridagem com o que o cliente escolheu beber.kong: outro espaço concebido por Starck, este oferecendo uma fusão de ambiente e cozinha entre Paris e Tóquio.

La tradition brasseries para todos os gostos: há em todos os quartiers de Paris. Os nomes mais sonantes in-cluem La Coupole, Julien, flo, Lipp, Bofinger.bistrots: existem a cada esquina e são geral-mente uma boa escolha para uma refeição sim-ples de petiscos franceses como moules, huîtres, escargots, queijos, etc. Entre os mais famosos

contam-se o Aux Lyonnais, o Chez Georges, o Les Cocottes, o Chez Michel, ou o L’Ardoise.Drouant: onde se atribui o célebre prémio Goncourt.C’est mon plaisir: um restaurante discreto que é uma das melhores surpresas de Paris. Les Cocottes de Christian Constant: pratos de autor servidos em cocottes. LA

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ienrico bernardo no restaUrante il vino13, boUlevard de la toUr maUboUrg75007 parist +33 (0) 1 44 11 72 00www.ilvinobyenricobernardo.com

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alta cozinhaAlain Ducasse au Plaza Athénée: o mais em-blemático da cidade, onde cozinha aquele que é talvez o grande chef do século xx.Le Meurice: recentemente renovado pela mão de Starck, é famoso pelo bon marché da sua proposta de almoços.L’Ambroisie: num canto recatado da deslum-brante Place des Vosges, Bernard Pacaud prati-ca uma cozinha clássica de grande qualidade.

Pierre Gagnaire: o Picasso do paladar é um dos grandes cozinheiros do mundo. Num registo mais económico, vale a pena provar o seu se-gundo restaurante, Gaya, em Saint Germain des Près.Guy Savoy: cozinha exemplar de um dos gran-des nomes da cozinha mundial. Regra geral, quando o nome do chef serve de marca ao res-taurante, a probabilidade de ter uma destas estrelas atrás dos tachos aumenta. LA

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l’atelier Joel robUchon5, rUe de montalembert (corner of rUe dU bac) paris 7th arrondissementt +33 (1) 42 22 56 56www.Joel-robUchon.com

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alain dUcasse aU plaZa athénée25, avenUe de montaigne75 008 parist +33 (0) 1 53 67 65 00www.alain-dUcasse.com

chef alain dUcasse

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a Padaria onde victor hugo comPrava baguettes frescas todas as manhãs deu lugar a um hotel nascido das mãos de christian lacroix. com aPenas 17 quartos, todos diferentes, o hotel du Petit moulin é uma exPeriência imPerdível

TExTO: JOANA CATARINO

a caSa ENcaNTadaa caSa ENcaNTada

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No coração do Marais, o hotel du Petit Moulin é uma verdadeira pérola no centro de Paris. Erguido num quarteirão boémio,

fazendo a esquina da Rue du Poitou e da Rue de Sainton-ge e dando nova vida a um edifício cuja fachada remonta ao século xVII e está protegida como monumento histó-rico da cidade, este pequeno e absolutamente encantador hotel parece saído de um daqueles contos que ganham vida no nosso imaginário, enchendo-nos de desejos de romantismo e aventura. O que o torna ainda mais especial? O hotel du Petit Moulin é, ele próprio, um pedaço de história de valor incalculável. Uma fachada de linhas irregulares e proporções insólitas revela a mais antiga padaria da cidade-luz (do tempo de henrique IV), onde o próprio Victor hugo – que vivia ali ao lado, na Place des Vosges – passava todas as manhãs para com-prar baguettes frescas. hoje, o anúncio original da bou-langerie, conservado como novo, dá entrada à recepção do hotel du Petit Moulin. A traça da padaria mantém- -se, adaptada às suas novas funções pelas mãos talentosas do inigualável Christian Lacroix, que deu vida a esta ver-dadeira jóia arquitectónica.

Um sonho realizadoLacroix e Murano conheceram-se por acaso. O criador, que vive ali perto, andava intrigado para ver o resultado da recuperação do edifício do século xVII e do prédio vizinho – outrora um hotel e bar de reputação duvi-dosa. Quando recebeu o convite, não hesitou por um

contígUo À recepção, Um salão rico, lacado em cor de beringela, dá acesso aos elevadores

cada Um dos 17 qUartos conta Uma história diferente

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momento. «Quando Nadia Murano, Dennis Nourry e Jean-françois Demorge, os três proprietários do hotel, me pediram para colaborar com eles neste projecto, fi-quei com a impressão de estar a redescobrir um sonho de infância: o de viver num hotel, vesti-lo e criar uma nova decoração a cada dia, conjugando ambientes, volume e espaço», conta Lacroix. Mais do que entusiasmá-lo, a ideia de redescobrir o hotel du Petit Moulin e poder dar-lhe uma nova forma e uma nova vida entranhou-se no espíri-to do criador. Observando cada detalhe do secular edifí-cio, da sua fachada enviesada, dos corredores esguios, dos tectos a várias alturas, Lacroix chegou a uma conclusão: aquele nunca seria um hotel como os demais.Assumindo tudo o que aquele edifício encravado entre duas ruas do Marais, perto do Museu Picasso, do Museu Carnavalet, da Place des Vosges e da Câmara de Paris, tinha de especial, o criador foi além da fachada despre-tensiosa e criou um hotel idiossincrático, intimista, com um design ousado e quartos que, ao fim do dia, são ver-dadeiras obras-primas de criatividade. Entre os paradoxos do MaraisAlém da entrada singela, esconde-se um mundo de con-trastes inspirado no próprio bairro do Marais – de perso-nalidade distinta e rico em paradoxos, quer se esteja inte-ressado em arte contemporânea ou se vibre com a moda, o vintage ou a modernidade. Logo na recepção mistu-ram-se as várias tendências, criando um estilo veneziano em tons de verde-amêndoa, coroado por cortinados de tafetá bordeaux. Com a ajuda de Anne Peyroux, Lacroix recriou um dos recantos do piso térreo, transformando-o num acolhedor bar de paredes de cores quentes decora-das com tapeçarias de época e frescos, balcão de zinco e cadeiras saídas dos anos de Woodstock, como rebuçados amarelos e cor-de-rosa pastel.

sala contigUa À recepção

na recepção mistUram-se as várias tendências, criando Um estilo veneZiano

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lias eclécticas. Cadeiras swan com a assinatura de Arne Jacobsen coexistem com espelhos venezianos, televisões de ecrã plano e camas de roupa fresca e branca. Nas casas de banho, forradas a azulejos de cores vivas, as imen-sas banheiras dominam o espaço e chamam-nos para que nos rendamos aos encantos dos produtos de banho de Anne Semonin. alta costuraResumindo, o hotel du Petit Moulin, nascido da par-ceria destes mestres da criatividade, revela-se como uma espécie de casa de vestir de alta costura. Porque a cozinha é muito pequena e não está preparada para pratos com-plexos, aqui apenas se servem pequenos-almoços, mas os hóspedes podem, sempre que quiserem, encomendar comida dos muitos restaurantes em volta – se estiverem demasiado encantados com o hotel para sair em explo-ração dos milhares de encantadores cafés, galerias e lojas que salpicam as ruas adjacentes.Inaugurado em Janeiro de 2003, o hotel du Petit Mou-lin é o primeiro de quatro projectos e rejeita em absolu-to a ideia de qualquer hotel pertencente a uma grande cadeia internacional. Intimista, confortável, charmoso, recria um ambiente de sonho e fantasia que todos mere-cemos experimentar. «É como o design de moda, em que a harmonia se cria a partir de uma paleta de inspirações, o sentimento do momento é alimentado por elementos do passado, a modernidade vive nas tradições do presen-te», diz Lacroix. E nós não poderíamos fazer melhor. LA

Contíguo à recepção, um salão rico, lacado em cor de be-ringela, dá acesso aos elevadores decorados com colagens que nos transportam a um universo paralelo. Rendendo homenagem à pitoresca Paris do século xVII, através da restauração de relíquias como as escadas de madeira, os painéis pintados e os espelhos venezianos, quanto mais se entranhava no projecto mais Lacroix tinha uma certeza: teria de ser absolutamente coerente com o espaço e o local preciso em que se enquadrava cada quarto. Assim, decorou cada um deles individualmente, de acordo com a sua orientação, pé direito e localização face ao coração do hotel. Mais importante ainda: «Cada quarto devia relacionar-se com o início de uma história, deixando em branco o final, para que cada hóspede a pudesse terminar à sua vontade.» Estilos entrelaçadosNos pisos superiores, pisamos a relva verde dos corre-dores, as paredes forradas de padrões ricos de riscas e bolas, entrecortados aqui e ali por molduras brancas das quais sobressaem as portas dos apenas 17 quartos, lacadas de negro. Dentro de cada um deles, há uma ex-periência diferente e única à espera de ser descoberta: pilastras, cornijas e consolas conjugam-se com paredes forradas a papel dourado ou desenhos de flores selvagens, riscas grossas ou bolinhas; o cabedal vive ao lado de ta-fetá, linho e veludo. há painéis ousados sobre as camas e caleidoscópios barrocos, desfiles de sketches de moda ou pedras preciosas e até um painel que representa o espaço, salpicado com todas as estrelas do universo. Da mesma forma que os modelos desenhados por Lacroix são uma extravagante composição de texturas, cores e influências geográficas e históricas, assim são também os quartos do hotel du Petit Moulin. A madeira é lacada, o chão nu ou apenas semicoberto por um tapete simples, as mobí-

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WWW.MYLiTTLEPariS.cOMMoradas secretas e ideias insólitas para viver Paris além dos guias turísticos. Se pretende viajar até à capital francesa, não pode fazê-lo sem visitar este website. Aqui fica a saber onde encontrar terra-ços secretos, velhas garagens onde se dança o tango, datas e moradas para os mais desejados saldos privados, ideias para prendas, lofts na pradaria e dúzias de sugestões geniais.

WWW.cHaNTaLTHOMaSS.frÉ uma perdição. Irreverente e divertido, prende os sentidos e convida a sua imaginação a perder-se em requintadas histórias de sedução, que se traduzem em móveis, automó-veis e muitas outras ousadas criações. Descubra as novas colecções, os perfumes, jóias, velas, lojas e todo um mundo inventado por Chantal Thomass. Irresistível.

WWW. LESgOUr MaNdiS ESdELOLi TaLEM PicKa.cOMDeveria ser um website proibi-do, mas não o sendo, o melhor é aproveitar. Siga as ilustra-ções, puxe os cordelinhos e descubra chás, biscoitos, cho-colates e doces, com nomes tão divertidos como Gai Thé, Mon Coeur Balance ou Traitement de Choc. E as embalagens? Apetece comprar tudo, mas se não o quiser fazer online, po-derá fazê-lo in loco, em vários pontos do nosso país. Saiba onde em www.luxury.pt.

WWW.arTYdaNdY.cOMÉ uma galeria e também uma loja. É um espaço onde vai encontrar objectos que surpreendem pela sua audácia, poesia e humor. São pe-ças únicas, edições limitadas, artigos raros que nem por isso deixam de ser contemporâneos. Há livros e revistas de design, acessórios de moda e objectos decorativos, que podem ser definidos, usando as palavras de Ettore Sottgass a propósito do design, como uma «me-táfora social».

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WWW.BONPOiNT.cOMDuas cerejas amarelas convidam-nos a entrar. Tudo neste website é charme e arrebata os corações das mamãs. É difícil não querer ver os filhos vestidos com as sugestões que desfilam alegremente pelo ecrã. Aqui se combina um estilo de vida bem-disposto, confortável e elegante.

WWW.diPTYQUEPariS.cOMPraticamente com 50 anos, a Dyptique Paris continua com o mesmo bom gosto e criatividade com que apaixonou o público quando abriu as portas para vender tecidos e pouco mais. Em 1963, lançaram as suas primeiras velas: Aubépine, Cannelle e Thé. Foi tal o suces-so, que três velas passaram a mil velas e as fragrâncias assumi-ram diversas formas de perfumar a casa e também os donos dela. Hoje até vão de férias consigo.

WWW.LagraNdEEPicEriE.frMuito há a explorar neste website. Desde a Boutique en Ligne ao Traiteur que trata de recepções à medida da vontade de cada cliente, existem ainda os Les Cadeaux d’Affaires para empresas que gostam de impressionar e outros segredos que vale a pena descobrir. Mas a boutique é fabulosa. Alguns dos produtos são incontornáveis, mas há também as criações dos chefs e aqueles que nos devolvem às origens. O melhor é começar pelos do momento, que é sempre a melhor altura.

WWW.rEPET TO.cOMA senhora quer dan-çar? Então este é o website a consultar. A história começa em 1947, quando Rose Repetto cria as suas primeiras sapatilhas de ballet e continua até aos nossos dias com muitas outras cria-ções de uma enorme perfeição. Criações que já não dançam só bal-let, mas que também sabem dar passos de charleston, tango, ca-baret, salsa e até jazz. Escolha o ritmo que mais se adequa ao seu estilo de vida.

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WWW.MicHEL-PariS.cOMDesde 1936 que a Maison Michel tem vindo a criar deslumbrantes chapéus e acessórios para o cabelo. Ano após ano, colecções ultra-femininas que aliam humor e elegância, fazem das cabeças palcos que encenam novos conceitos. A irreverência é uma constante que acrescenta originalidade às criações de Laetitia Crahay. Descubra no website como a nova colecção decora algumas das mais célebres cabeças do mundo.

WWW.cOLETTE.frRefrescante. A morada ideal para quem gosta de seguir tendências. Há sempre novidades e boas ideais, sejam para brincar, vestir, ler, ouvir. Alertamos para o facto de este ser um website extremamente viciante, mas a Colette sempre gostou de alimentar ví-cios e obsessões e um bom exemplo disso é Hooked on Colette, um CD estonteante, para ou-vir sem moderação.

WWW.LadUrÉE.frUm website de comer e chorar por mais. A música começa e já o coração pula de ansiedade para chegar ao canto dos macarons e vê-los passar coloridos à frente dos nossos olhos. Melhor, só mesmo vê-los arrumadinhos naquelas caixas elegantes, que apetecia ter mesmo ao lado do computador. Mas há mais no universo Ladurée para além dos macarons, só não promete-mos é que sejam mais fáceis de ver e não comer.

WWW.aSTiErdEviLLaTTE.cOMLogo na home page se prevê um futuro auspicioso. A seguir vem um jogo de ilu-sões e revelações, que pode demorar horas a fio. Vai entrar num mundo encantado de porcelanas, móveis antigos, velas, livros, baixos-relevos, bustos, produtos de be-leza e muitas outras peças que brincam com os seus sentidos. Tudo é perfeitamente imperfeito, mas de uma qualidade irrepreensível. Infelizmente, não pode comprar nada online. Faça a sua lista de desejos e guarde-a para quando for a Paris.

hoje em dia é tão fácil ir a Paris como trazer Paris até si. a segunda hipótese pode parecer mais barata, mas essa é uma doce ilusão. os websites estão cada vez mais tentadores e comprar online tornou-se tão simples. basta um clique e voilà, o melhor de Paris está à porta. mas quer queira comprar ou simplesmente deleitar-se, aqui ficam algumas moradas imprescindíveis da net

PariSBYNET

PariSBYNETTExTO CL ÁUDIA CANDEIAS

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criSTiNa carvaLHO

TExTO ANA ESTEVES

fOTOGRAfIA MÁRIO PRINCIPE

PRODUÇÃO MARIA JOÃO PAIS

MAkE-UP/CABELOS ANTóNIO CARRETEIRO

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Um aroma JASMIMUm restaUrante inesqUecível A fIGUEIRA, EM SÃO PAULOa viagem da sUa vida BRASILUm objectivo para o oUtono RETOMAR O PIANO.Um sonho TER SIDO BAILARINA. ALIA A ESTÉTICA COM A DISCIPLINA.o fim de tarde perfeito LUGAR TRANQUILO JUNTO AO MAR.a bebida preferida ChAMPANhE.a peça de roUpa qUe melhor a define VESTIDO - É PRÁTICO E AO MESMO TEMPO ELEGANTE.o acessório indispensável BRINCOS. REMATA QUALQUER TOILETTE.lanidor é sinónimo de... ACTUAL , fEMININO, BOM GOSTO. sapatos oU jóias? JóIAS PORQUE SÃO ETERNAS.saltos altos oU sabrinas? SAPATOS ALTOS, SEMPRE. SABRINAS Só NO fIM-DE-SEMANA À TARDE.Um dia de spa oU Uma caminhada? UM DIA DE SPA, SEM DúVIDA.esta estação vai qUerer ter... SAPATOS, CARTEIRAS E OS VESTIDOS BRANCOS DA NOVA COLECÇÃO DA LANIDOR!

O que mais valoriza quando acaba de conhecer alguém?Num primeiro impacto, a imagem é muito importante. No entanto é feita não só pela forma como a pessoa se apresenta mas sobretudo pela atitude. É na atitude que se reflecte o estilo, a personalidade, a confiança. Valorizo uma atitude confiante. O que não perdoa na imagem de uma pessoa? O desmazelo. Até que ponto podemos dar a conhecer-nos através do que usamos?O que usamos diz muito de nós e é isso que deve nortear a nossa relação com a moda: devemos conhecer-nos para sabermos o que melhor nos fica e o que nos valoriza para desenvolvermos um estilo pessoal. O segredo está em conhecermo-nos bem. A melhor imagem é a que melhor revela a nossa personalidade e identidade. A sua imagem ajudou-a profissionalmente?Sim, penso que o facto de sempre ter tido a preocupação

de adequar a minha imagem às diversas situações na vida me valorizou também profissionalmente. Tento sempre lidar com a moda de uma forma saudável e na medida em que me pode valorizar, até para daí retirar alguma confiança e bem-estar. Quais os rituais de beleza que não dispensa?Diariamente, oito horas de sono e muitos cremes! Por semana, uma máscara. Massagens sempre que possível. O que faz nos tempos livres?Leio, estudo canto e procuro passar o máximo tempo possível com os amigos. Adorava poder dedicar-me mais à música. As compras podem ser terapêuticas?Muito, pela satisfação de comprar uma peça que nos valoriza, que nos faz sentir melhor connosco e com o mundo. É quando investimos em nós. Aconselho sempre uma tarde de compras com as amigas para levantar o ânimo! LA

faz PaRte de uma instituiçãO financeiRa, mas issO nãO aPaga O seu ladO mais cOlORidO e até aRtísticO. licenciada em históRia da aRte, fRequentOu O cuRsO de cantO dO cOnseRVatóRiO naciOnal e fez PaRte dO cORO dO teatRO naciOnal de sãO caRlOs. tem saudades desse temPO, mas afiRma que cOmO ResPOnsáVel Pela áRea de Relações Públicas dO bancO santandeR também tem de daR asas à cRiatiVidade. nO dia-a-dia, O seu estilO nãO POde fugiR a uma ceRta fORmalidade. animá-lO cOm as nOVas tendências é um desafiO que adORa

peça de inverno lanidor: vestido branco

Um sonho: ter sido bailarina

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vela de Jasmimlanidor

veUve clicqUot rosé ice dress

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PREVISÃO JOÃO JACINTO [email protected] //919671714

fOTOS TERESA AIRES

ariESsignO caRdinal elementO fOgO Planeta maRteSeja persistente na sua organização e capacidade de planeamento. Prepara-se para um aumento de responsabilidades em termos profissionais. Afectivamente, liberte-se de relacionamentos pouco consistentes. Deverá procurar a harmonia, a criação de projectos a dois e empenhar-se na interdependência. Aceite reestruturar-se emocionalmente e definir os modelos afectivo-familiares. financeiramente, poderá beneficiar de situações inesperadas. Atenção ao sistema nervoso e ao aparelho digestivo.Os nativos nascidos entre 7 e 16 de Abril estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 21 e 25 de Março e 16 e 19 de Abril estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 12 e 13 de Abril estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 29 e 30 de Março e 13 e 14 de Abril estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 21 e 24 de Março estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

caNcErsignO caRdinal elementO água Planeta luaA carência de intimidade, a excessiva sensibilidade e também a imaturidade emocional podem dificultar uma interdependência salutar e responsável. Ponha as ideias no lugar e faça um esforço para sair definitivamente do conflito interior, para que as recordações, mágoas e culpabilização dêem lugar à conquista de harmonia e paz interior. A criatividade e a produtividade estarão beneficiadas. Período não propício a investimentos. A sua energia e vitalidade sofrerão oscilações, de acordo com os seus estados de humor.Os nativos nascidos entre 10 e 19 de Julho estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 22 e 26 de Junho e 19 e 22 de Julho estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 15 e 16 de Julho estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 30 de Junho e 1 de Julho; 16 e 17 de Julho estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 22 e 25 de Junho estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

TaUrUSsignO fiXO elementO teRRa Planeta VénusPara que possa ser em vez de parecer, aprenda a valorizar toda a sua riqueza interior e evolua social e culturalmente. faça contactos, viaje para o exterior, participe em tudo o que possa contribuir para fortalecer a sua expansão pessoal, tanto profissional, como afectiva e emocionalmente. Este período será favorável a financiamentos, aquisições e/ou a ganhos. Planeie actividades físicas e crie novos hábitos que beneficiem a sua energia e saúde.Os nativos nascidos entre 8 e 17 de Maio estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 20 e 25 de Abril e 2 e 10 de Maio e 17 e 20 de Maio estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 28 e 29 de Abril e 13 e 14 de Maio estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 14 e 15 de Maio estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 20 e 24 de Abril; 6 e 9 de Maio estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

LEOsignO fiXO elementO fOgO Planeta sOlLiberte-se de tudo o que ainda dificulta a expressão do seu ser mais autêntico, evitando perder-se em grandes introspecções. Procure o equilíbrio através de projectos que lhe dêem prazer. Uma fase de ascensão profissional abrirá novos horizontes, ajudando à sua expansão, à aceitação de mudanças e à (re)criação de uma nova filosofia de vida. Evite quaisquer tensões afectivo-familiares. financeiramente tenderá a organizar-se e a beneficiar de lucros ou de eventuais mudanças na área laboral. A sua energia poderá ser afectada por alguma tendência depressiva e/ou evasiva. Encontre a cura no trabalho.Os nativos nascidos entre 10 e 19 de Agosto estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 23 e 27 de Julho e 4 e 12 de Agosto e 19 e 22 de Agosto estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 31 de Julho e 1 de Agosto e 15 e 16 de Agosto estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 16 e 17 de Agosto estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 23 e 26 de Julho e 8 e 11 de Agosto estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu

gEMiNisignO mutáVel elementO aR Planeta meRcúRiOPara conseguir uma maior consistência da sua identidade, do papel que desempenha social e profissionalmente, conquistando uma maior intimidade e um sentido de partilha mais positivo e responsável, tem de reorganizar o seu espaço interior e cimentar os alicerces emocionais. A sua vida financeira está também num ponto de viragem, que lhe trará, a longo prazo, um retorno positivo. Poderão surgir alguns problemas de saúde, que estão relacionados com o stress e que não têm consequências graves.Os nativos nascidos entre 8 e 18 de Junho estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 21 e 26 de Maio e 18 e 21 de Junho estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 13 e 14 de Junho estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 14 e 15 de Junho estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 21 e 25 de Maio estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

virgOsignO mutáVel elementO teRRa Planeta meRcúRiOUma maior maturidade, fruto de um percurso, nem sempre fácil e rápido, faz com que se sinta mais capaz e seguro(a), para desenvolver e concretizar projectos que lhe proporcionem uma maior tranquilidade no campo profissional, afectivo e familiar. financeiramente está numa fase que, lenta mas progressivamente, lhe trará a recompensa pelo seu empenho. A sua vitalidade e energia poderão estar mais susceptíveis a ambientes hostis ou a alguns elementos tóxicos. Os nativos nascidos entre 10 e 19 de Setembro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 23 e 28 de Agosto e 19 e 22 de Setembro estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 15 e 16 de Setembro estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 16 e 17 de Setembro estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 23 e 27 de Agosto estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

hORóSCOPOS LA MAG

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LiBrasignO caRdinal elementO aR Planeta Vénus

Será um período intenso de resoluções. fecham-se ciclos e nasce uma nova consciência sobre quem é, o que quer e o que os outros representam para si. O rigor do tempo e das dificuldades desvanecer-se-ão e darão lugar a uma maior harmonia do Eu. Tudo o que esteja associado à casa, família e património será objecto de análise e de mudança. Não faça grandes investimentos e tenha atenção

aos gastos supérfluos. As tensões que ainda persistem poderão enfraquecê-lo(a), deixando-o(a) mais susceptível a infecções, alergias…Os nativos nascidos entre 11 e 21 de Outubro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 23 e 27 de Setembro e 20 e 23 de Outubro estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas

e na integridade do Eu; os de 16 e 17 de Outubro estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 2 e 3 de Outubro e 17 e 18 de Outubro estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 23 e 26 de Setembro estarão sob influências que os libertam

do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

caPricOrNsignO caRdinal elementO teRRa Planeta satuRnO

Mais convicção e firmeza do Eu e menos condescendência perante a imaturidade do(s) outro(s). Viva intimamente, de forma honesta e verdadeira, sem ter de estar constantemente a chamar à atenção e a estabelecer normas. Liberte-se dos relacionamentos incapazes

de lhe proporcionar a paz e segurança que tanto anseia. Evite todo o tipo de investimentos durante este período, dando preferência à gestão individualizada dos seus potenciais e dos seus bens pessoais. Deverá haver alguma contenção em hábitos que afectem a sua

energia e vitalidade. Atenção aos pequenos sinais de fragilidade física/psíquica. Os nativos nascidos entre 8 e 17 de Janeiro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 22 e 26 de Dezembro; 17 e 19 de Janeiro estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas

e na integridade do Eu; os de 13 e 14 de Janeiro estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 30 e 31 de Dezembro e 14 e 15 Janeiro estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 22 e 25 de Dezembro estarão sob influências que os libertam

do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

ScOrPiOsignO fiXO elementO água Planeta Regente PlutãO

A excessiva sensibilidade e a constante procura, vão levá-lo(a) viver tudo muito intensamente, a sofrer pelo que não tem resposta ou com o inalcançável. Aprenda a conhecer-se, através do que lhe proporciona tranquilidade, consistência

e maturidade. Percorra os caminhos mais complexos da existência, para lentamente resolver o que para si é tão importante. Deverá agir com determinação e de forma positiva perante as oportunidades profissionais, sem se deixar influenciar pelo que

emocionalmente mais o(a) afecta. Este período será financeiramente estável. Os nativos nascidos entre 10 e 20 de Novembro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com

maior confiança; os nascidos entre 24 e 28 de Outubro, 4 e 12 de Novembro e 19 e 22 de Novembro estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 31 de Outubro e 1 de Novembro e 15 e 16 de Novembro estarão mais despertos para

a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 16 e 17 de Novembro estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 24 e 27 de Outubro

e 8 e 11 de Novembro estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

aQUariUSsignO fiXO elementO aR Planeta uRanO

A expansividade e desejos do Eu não deverão ser afectados pelas dificuldades com o(s) outro(s). Saiba agir responsavelmente e racionalmente, com firmeza e auto-estima, para que tudo o que ainda tenha viabilidade seja reconstruído. Profissionalmente será um período favorável, em que pode destacar-se e obter bons resultados. Ponha em prática os seus projectos sem receios e com convicção

do seu potencial e valor. Em termos de saúde, a prevenção será essencial, para minorar qualquer problema que possa vir a afligi-lo(a). Os nativos nascidos entre 6 e 16 de Fevereiro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior confiança; os nascidos entre 20 e 24 de Janeiro, 31 de Janeiro e 8 Fevereiro e 15 e 18 de Fevereiro estarão mais à defensiva, concentrados

na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 27 e 28 Janeiro e 11 e 12 Fevereiro estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 12 e 13 Fevereiro estarão motivados para a procura de novos

ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 20 e 23 de Janeiro e 4 e 7 Fevereiro estarão sob influências que os libertam do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

SagiTTariUSsignO mutáVel elementO fOgO Planeta júPiteR

As suas energias serão direccionadas para áreas nos quais consiga potencializar as suas ferramentas pessoais, criatividade, e haja uma maior responsabilidade por tudo o que executa. Poderão surgir novas amizades e as existentes serão alvo de uma atitude mais crítica.

Nem sempre os relacionamentos afectivo/emocionais serão harmoniosos, devido às exigências que actuam contra o seu desejo de liberdade. No início, poderão surgir algumas dificuldades financeiras, que serão ultrapassadas a meio deste período.

Tensões criadas por problemas de saúde de outros poderão afectar a sua vitalidade.Os nativos nascidos entre 9 e 19 de Dezembro estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior

confiança; os nascidos entre 23 e 27 de Novembro e 18 e 21 de Dezembro estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 14 e 15 de Dezembro estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação

e de uma maior independência do Eu; os nascidos a 15 e 16 de Dezembro estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 23 e 26 de Novembro estarão sob influências que os libertam

do velho ego e os impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

PiScESsignO mutáVel elementO água Planeta nePtunO

Adapte-se às mudanças, crescendo interiormente e ganhando forças para enfrentar o inesperado. Assim alcançará a liberdade e a motivação para ir ao encontro dos seus desejos. A estrutura afectiva é necessária, devendo dar consistência aos relacionamentos

que o(a) possam ajudar no seu processo de crescimento e de auto-conhecimento. Profissionalmente é uma fase de luta e de conquista, em que a teoria deverá dar lugar à acção. Seja persistente e saiba afirmar-se. financeiramente, é tempo

de reorganização. A sua energia e vitalidade poderão ser afectadas por causas psíquico-nervosas e/ou pequenos acidentes.Os nativos nascidos entre 8 e 17 de Março estarão sob influências benéficas, mais capazes de concretizar e de expandir o Eu com maior

confiança; os nascidos entre 19 e 23 de Fevereiro e 17 e 20 Março estarão mais à defensiva, concentrados na definição das estruturas e na integridade do Eu; os de 13 e 14 Março estarão mais despertos para a mudança, em busca da diferenciação e de uma maior

independência do Eu; os nascidos a 14 e 15 Março estarão motivados para a procura de novos ideais e desapegados do que os limita e lhes dificulta a unidade do Eu com o todo; os nascidos entre 19 e 22 Fevereiro estarão sob influências que os libertam do velho ego e os

impulsionam a um renascimento mais consciente do Eu.

OUT. NOv. dEz. 2009

Page 122: LA Mag

PORTUGALÁGUEDAWOMANAv. Dr. Eugénio Ribeiro, 513750-146 ÁGUEDAT 234 623 796

ALBUFEIRAWOMANC. C. AlgarveShopping, Lj. 1117Tavagueira - Guia8200-425 GUIA-ABFT 289 100 117

ALFRAGIDEWOMANC.C. Alegro, Lj. 126Estrada Nacional 117 - Outorela2790-045 ALFRAGIDET 214 186 598KIDS & JUNIORC.C. Alegro, Lj. 125Estrada Nacional 117 - Outorela2790-045 ALFRAGIDET 214 160 532

ALMADAWOMANC. C. Almada Forum, Lj. 2.30Caminho Municipal 1011 - Vale Mourelos2810-500 ALMADAT 210 109 976KIDS & JUNIORC. C. Almada Forum, Lj. 1.27Caminho Municipal 1011 - Vale Mourelos2810-500 ALMADAT 210 129 906

AMADORAWOMANC. C. Dolce Vita Tejo, Lj. 1188Av. Manuel Cargaleiro - Casal da Mira2650-435 AMADORAT 214 784 566KIDS & JUNIORC. C. Dolce Vita Tejo, Lj. 0083Av. Manuel Cargaleiro - Casal da Mira2650-435 AMADORAT 214 795 385

ANGRA HEROÍSMOWOMANRua Direita, 999700-066 ANGRA DO HEROÍSMOT 295 628 720

AVEIROWOMANc. c. Forum Aveiro, Lj. 1.33/1.33ARua Batalhão Caçadores, 103810-064 AVEIROT 234 386 056

BARCELOSWOMANAv. D. Nuno Álvares Pereira, 154750-324 BARCELOST 253 812 859

BARREIROWOMANC. C. Fórum Barreiro, Lj. 1.44Rua Miguel Bombarda, 71 ACampo da Cordoaria2830-354 BARREIROT 212 072 737

BEJAWOMANRua Afonso Costa, 507800-496 BEJAT 284 322 845

BRAGAWOMANC. C. Braga Parque Shopping, Lj. 130/131Quinta dos Congregados4710-427 BRAGAT 253 254 514KIDS & JUNIORC. C. Braga Parque Shopping, Lj. 157Quinta dos Congregados4710-427 BRAGAT 253 274 249WOMANC. C. Minho Center, Lj. 8-AAv. Robert Smith4710-111 BRAGAT 253 248 894WOMANR. do Souto, 121/1234700-326 BRAGAT 253 252 097

BRAGANÇAWOMANRua Almirante Reis, 28 - R/C5300-077 BRAGANÇAT 273 329 464

CALDAS RAINHAWOMANRua Heróis Grande Guerra, 187-A2500-215 CALDAS DA RAINHAT 262 835 604

CASCAISWOMANAv. Valbom, 112750-508 CASCAIST 214 842 261WOMANC. C. CascaiShopping, Lj. 1.105 E.N. 92645-543 ALCABIDECHET 214 600 131KIDS & JUNIORRua Frederico Arouca, 28 A2750-353 CASCAIST 214 832 782

CASTELO BRANCOWOMANC.C. Forum Castelo Branco, Lj. 1.076000-901 CASTELO BRANCOT 272 321 086KIDS & JUNIORC.C. Forum Castelo Branco, Lj. 0.04D6000-901 CASTELO BRANCOT 272 321 087

CHAVESWOMANRua Santo António, 495400-069 CHAVEST 276 323 641

COIMBRAWOMANEscadas S. Bartolomeu, 13000-362 COIMBRAT 239 825 918WOMANC. C. Dolce Vita Coimbra, Lj. 2133030-327 COIMBRAT 239 705 241WOMANC. C. Forum Coimbra, Lj. 1.163044-520 COIMBRAT 239 812 072

COVILHÃWOMANC. C. Serra Shopping, Lj. 147Av. Europa, Lote 76200-546 COVILHÃT 275 325 062

ÉVORAWOMANPraça do Sertório, 277000-509 ÉVORAT 266 741 039

FAROWOMANRua Vasco da Gama, 658000-442 FAROT 289 820 611WOMANForum Algarve, Lj. 0718005-145 FAROT 289 865 227

FELGUEIRASWOMANAv. Dr. L. Coimbra, Edf. Adr. Costa, L 14610-105 FELGUEIRAST 255 311 099

FUNCHALWOMANC.C. Dolce Vita Funchal, Lj. 210, Piso 2Rua Dr. João Brito Câmara, 9São Pedro9000-039 FUNCHALT 291 221 133WOMANC. C.MadeiraShopping, Lj. 0.031Caminho de Santa Quitéria9000-283 FUNCHALT 291 775 182WOMANC. C. Forum Madeira, Lj. 2.399004-568 FUNCHALT 291 772 079

GONDOMARWOMANAv. Oliveira Martins - Edf. Prestige,Lj. 634420-230 GONDOMART 224 636 032

GUIMARÃESWOMANLg. Valentim Moreira de Sá, 92S. Sebastião4810-430 GUIMARÃEST 253 511 902

HORTAWOMANLargo do Bispo Dom Alexandre, 119900-102 HORTAT 292 392 210

LEIRIAWOMANLargo 5 Outubro, 412400-120 LEIRIAT 244 813 188

LINDA-A-VELHAWOMAN_KIDS & JUNIORGal. Central Park, Lj. 1,14/1.15/1.16Av. 25 de Abril de 1974, 42795-195 LINDA-A-VELHAT 214 144 403

LISBOAWOMANAv.Columbano Bordalo Pinheiro, 97-A1070-062 LISBOAT 217 260 645WOMANC. C. Amoreiras Shopping Center,Lj. 2132/33/34/35Av. Engenheiro Duarte Pacheco1070-103 LISBOAT 213 872 544

KIDS & JUNIORC. C. Amoreiras Shopping Center,Lj. 2027Av. Engenheiro Duarte Pacheco1070-103 LISBOAT 213 883 465WOMANAv. Roma, 22-A1000-266 LISBOAT 218 488 781WOMANAv. Igreja, 15-C1700-231 LISBOAT 218 471 193WOMAN_KIDS & JUNIORFlagship StoreAv. Liberdade, 177-A1250-140 LISBOAT 213 144 117WOMANAv. República, 45-C1050-087 LISBOAT 217 972 044WOMANAv. Grão Vasco, 37-A1500-366 LISBOAT 217 607 908WOMANC. C. Armazéns do Chiado, Lj. 5.15Rua do Carmo, 21200-094 LISBOAT 213 479 445WOMANC. C. Colombo, Lj. 1006/1007Av. Lusíada1500-392 LISBOAT 217 110 977KIDS & JUNIORC. C. Colombo, Lj. 1128Av. Lusíada1500-392 LISBOAT 217 158 214WOMAN_KIDS & JUNIORCampo Grande, 3-A1700-087 LISBOAT 217 967 563WOMANC. C. Fonte Nova, Lj. 39/401500-083 LISBOAT 217 145 038WOMAN_KIDS & JUNIORC. C. Spacio Shoppping, Lj. 1151800-079 LISBOAT 218 516 111WOMANGal. Saldanha Residence, Lj. 1.221050-250 LISBOAT 213 162 660KIDS & JUNIORGal. Saldanha Residence, Lj. 1.141050-250 LISBOAT 213 156 810WOMANGal. Twin Towers, Lj. 1.471070-034 LISBOAT 217 262 232WOMANC. C. Vasco da Gama, Lj. 0.153Av. Dom João II1990-094 LISBOAT 218 957 030KIDS & JUNIORC. C. Vasco da Gama, Lj. 0.137Av. Dom João II1990-094 LISBOAT 218 962 095WOMANC. C. Continente Telheiras, Lj. 131600-528 LISBOAT 217 157 823KIDS & JUNIORC. C. Continente Telheiras, Lj. 281600-528 LISBOAT 217 145 218WOMANEl Corte InglésAv. A. Augusto de Aguiar, 31 - 1º1069-413 LISBOAT 213 832 275KIDS & JUNIOREl Corte InglésAv. A. Augusto de Aguiar, 31 - 4º1069-413 LISBOAT 213 711 700 (ext. 2275)WOMANRua Augusta, 224/2261100-056 LISBOAT 213 470 880

LOURESWOMANC. C. Continente Loures, Lj. 342670-339 LOUREST 219 882 503KIDS & JUNIORC. C. Continente Loures, Lj. 212670-339 LOUREST 219 886 160WOMAN_KIDS & JUNIORC. C. LoureShopping, Lj. 1.0452670-457 LOUREST 219 830 263

MAIAWOMANRua Augusto Simões, 1482Edf. Status Residências, Lj. 24470-147 MAIAT 229 443 846

MASSAMÁWOMANAv. 25 de Abril, Lote 224 - Subcave Direita2745-862 MASSAMÁT 214 388 034

MATOSINHOSWOMANC. C. Norte Shopping, Lj 1409Rua Sara Afonso, 105/1174460-841 SENHORA DA HORAT 229 544 021WOMANIkea Matosinhos C. C. Mar Shopping, Lj 1.17Av. Óscar Lopes - Leça da Palmeira4450-745 MATOSINHOST 229 963 319KIDS & JUNIORIkea Matosinhos C. C. Mar Shopping, Lj 0.07Av. Óscar Lopes - Leça da Palmeira4450-745 MATOSINHOST 229 963 238

MEM MARTINSWOMANC. C. Floresta Center, Lj. B25-B26Rua António Ferreira Gomes, Lt. 1-B2725-536 MEM MARTINST 219 177 416

MONTIJOWOMANC. C. Forum Montijo, Lj. 0.682870-395 MONTIJOT 212 302 326

ODIVELASWOMANC. C. Odivelas Parque, Lj. 1.0342675-626 ODIVELAST 219 316 647

OEIRASWOMANC. C. Oeiras Parque, Lj. 1118/19Caminho Mochos2780-560 OEIRAST 214 422 676KIDS & JUNIORC. C. Oeiras Parque, Lj. 1173Caminho Mochos2780-560 OEIRAST 214 427 012

OVARWOMANC. C. Dolce Vita Ovar, Lj. 383880-109 OVART 256 574 026

PAREDESWOMANRua Dr. José Mendes Moreira, 254580-135 PAREDEST 255 784 273

PONTA DELGADAWOMANC. C. Parque Atlântico, Lj. 10199500-211 PONTA DELGADAT 296 288 080

PORTALEGREWOMANRua 5 Outubro, 83-877300-133 PORTALEGRET 245 208 782

PORTIMÃOWOMANRua do Comércio, 638500-633 PORTIMÃOT 282 425 123

PORTOLA BOUTIQUEWorld Trade Center, Lj. 1/4 Av. Boavista, 1277/814100-130 PORTOT 226 092 539WOMAN_KIDS & JUNIORC. C. Cidade do Porto, Lj. 335/336Rua Gonçalo Sampaio4150-365 PORTOT 226 009 208WOMANC. C. Via Catarina, Lj. 2.23Rua Santa Catarina4000-443 PORTOT 222 007 891WOMANC. C. Dolce Vita Porto, Lj. 3224350-414 PORTOT 225 024 620

RIO MAIORWOMANGalerias Praça Comércio,R. Serpa Pinto, 59-612040-249 RIO MAIORT 243 997 144

RIO TINTOWOMANC. C. Parque Nascente, Lj. 4494435-182 RIO TINTOT 224 883 087KIDS & JUNIORC. C. Parque Nascente, Lj. 4554435-182 RIO TINTOT 224 887 179

SANTARÉMWOMANRua 1º Dezembro, 692000-096 SANTARÉMT 243 324 317

SANTO TIRSOWOMANPctª. General Humberto Delgado,254780-376 STº TIRSOT 252 858 045

SÃO JOÃO DA MADEIRAWOMANC.C. 8ª Avenida, Lj. 1.0163700-346 S. JOÃO DA MADEIRAT 256 823 028KIDS & JUNIORC.C. 8ª Avenida, Lj. 1.0513700-346 S. JOÃO DA MADEIRAT 256 823 027

SEIXALWOMANC. C. Rio Sul Shopping, Lj. 1.0112840-168 SEIXALT 212 270 244KIDS & JUNIORC. C. Rio Sul Shopping, Lj. 1.0082840-168 SEIXALT 212 271 332

SETÚBALWOMANRua Dr. Paula Borba, 532900-542 SETÚBALT 265 526 415KIDS & JUNIORRua Dr. Paula Borba, 462900-542 SETÚBALT 265 235 484

SINTRAWOMANC. C. Beloura Shopping, Lj. B13E.N. 9 - Quinta da Beloura - Linhó2710-694 SINTRAT 219 244 625KIDS & JUNIORC. C. Beloura Shopping, Lj. B14E.N. 9 - Quinta da Beloura - Linhó2710-694 SINTRAT 219 242 601

TAVIRAWOMANC. C. Tavira Gran’Plaza, Lj. 3.53R. Almirante Cândido dos Reis, 2478800-318 TAVIRAT 281 321 557

TOMARWOMANRua Amorim Rosa, 432300-451 TOMART 249 312 118

TORRES NOVASWOMANC. C. TorreShopping, Lj. B202350-433 TORRES NOVAST 249 812 996

TORRES VEDRASWOMANC.C. Arena Shopping, Lj. 1.0132560-294 TORRES VEDRAST 261 317 602KIDS & JUNIORC.C. Arena Shopping, Lj. 1.0422560-294 TORRES VEDRAST 261 321 370

VIANA DO CASTELOWOMANC. C. Estação Viana Shopping, Piso 1 - Lj. 1130Av. General Humberto Delgado, 1014900-341 VIANA DO CASTELOT 258 823 047

VILA DO CONDEWOMANPraça Luís de Camões, 774480-719 VILA DO CONDET 252 643 403

V. FRANCA DE XIRAWOMANRua Alves Redol, 662600-098 V. F. XIRAT 263 270 350

VILAMOURAWOMANC. C. Marina Plaza, Lj. 52Marina de Vilamoura8125-401 QUARTEIRAT 289 314 007

V. NOVA FAMALICÃOWOMANRua Daniel Santos, Edf. Alto Ave,Lj. 35 4760-133 V. N. FAMALICÃOT 252 319 466

VILA NOVA GAIAWOMANC. C. Arrábida Shopping, Lj. 445Praceta Henrique Moreira - Afurada4400-475 V. N. GAIAT 223 710 236KIDS & JUNIORC. C. Arrábida Shopping, Lj. 420Praceta Henrique Moreira - Afurada4400-475 V. N. GAIAT 223 706 637WOMANC. C. Gaia Shopping, Lj. 141Av. dos Descobrimentos, 5494404-503 V. N. GAIAT 223 797 328WOMANEl Corte Inglés Av. República, 1435 - 1º4430-999 V. N. GAIAT 223 781 400KIDS & JUNIOREl Corte Inglés Av. República, 1435 - 3º4430-999 V. N. GAIAT 223 781 400

VILA REALWOMANAv. Carvalho Araújo, 1125000-657 VILA REALT 259 324 472WOMANC. C. Dolce Vita Douro, Lj. 1675000-703 VILA REALT 259 321 871KIDS & JUNIORC. C. Dolce Vita Douro, Lj. 1375000-703 VILA REALT 259 342 618

VISEUWOMAN_KIDS & JUNIORRua Francisco Alexandre Lobo, 473500-071 VISEUT 232 423 323WOMAN_KIDS & JUNIORC. C. Palácio de Gelo, Lj. 106-A/1073500-606 VISEUT 232 412 108

ESPANHAALGECIRASWOMANEl Corte Inglés Bahia de AlgecirasPaseo Juan Perez Arriete, S/N 11204 ALGECIRAS - CADIZ

GUADALAJARAWOMANAvda. Castilla, 1119002 GUADALAJARAT +34 949 212 279

HUELVAWOMANEl Corte Inglés HuelvaAvda. Alcalde Federico Molina, 1-A21003 HUELVA

JAENWOMANEl Corte Inglés Jaen IIPlanta 1ªAv. de Madrid, 3123008 JAEN

MADRIDWOMANC/ Goya, 4428001 MADRIDT +34 915 777 747WOMANC. C. La Moraleja GreenAv. de Europa, 10 - Parque Empresar-ial La Moraleja - Plta Centrallocal A27, Edif Sur28108 ALCOBENDAS - MADRIDT +34 916 618 534WOMANC. C. El Corte Inglés ArroyosurC/ De La Primavera, 128911 LEGANES - MADRIDWOMANC. C. Arturo Soria PlazaMADRID

OVIEDOWOMAN_KIDS & JUNIORC/ Uria, 2233003 OVIEDOT +34 985 213 823

SABADELLWOMANEl Corte Inglés SabadellAv. Francec Macia, 58-6008206 SABADEL

SAN SEBASTIANWOMANC/ Fuenterrabía, 22 - Bajo20005 SAN SEBASTIAN - GUIPUZCOAT +34 943 431 583

SEVILLAWOMANEl Corte Inglés San Juan de AznalfaracheCamiño de las Erillas, S/N41920 SAN JUAN DE AZNALFARACHE

VALENCIAWOMANGaleria Comercial Boulevard AustriaC/ D. Juan de Austria, 446002 VALENCIAT +34 963 526 568WOMANCC El SalerAutopista El Saler, 16 - Local A96Planta 046013 VALENCIAT +34 963 336 691

ZARAGOZAWOMANC/ Leon XIII, 28 - Angular PedroMaria Ric50008 ZARAGOZAT +34 976 219 980

ANGOLALUANDAWOMANC. C. Belas Shopping, Lj 128/129 - TalatonaLUANDAT +244 929 300 800

ARÁBIA SAUDITAJEDDAHWOMANJeddah Millennium Centre,Shop nº GF2Tahliya StreetJEDDAHT +966 266 464 32WOMANAndalus Mall, Store G-073JEDDAHT +966 263 036 78WOMANRed Sea Mall, Shop. G05/06/07JEDDAHT +966 221 512 77WOMANSultan Mall, Shop. GF25/GF26JEDDAHT +966 227 589 37

CANÁRIASWOMANCalle Juan Manuel Duran Gonzalez, Esquina Pasaje de Francia35007 LAS PALMAS DE GRAN CANARIAT +34 928 274 347

CHIPRENICÓSIAWOMANLedras Street, 184-1861011 NICÓSIAT +357 226 663 97

LARNAKAWOMANDemetriou Square, 29-316300 LARNAKAT +357 246 277 40

LIMASSOLWOMANMy Mail, Store G30LIMASSOLT +357 253 976 69

EqUADORqUITOWOMANmall El Jardín, Store 221-222QUITOT +593 2 2980 200WOMANQuicentro Shopping, Store PB 037/038/039QUITOT +593 2 2253 027

IRLANDADROGHEDAWOMANUnit 8 Upper Mall,Laurence Town CentreDROGHEDA, CO. LOUTHT +353 419 845 942

SwORDSWOMANPavilions Shopping Centre,Unit G47ASWORDS - CO.DUBLINT +353 189 716 89

JORDÂNIAAMÃ

wOMANBros Plaza Building Store 7,Wakalat Street, SweifyehAMÃT +962 65 833 679

KUwAITSALMIYAWOMANAl Fanar Mall Store nº M54 & M55Salem Mubarak StreetSALMIYAT +965 575 122 8/6

AL RAIWOMANThe Avenues Mall (Phase II), Store FL-46, 5th Ring RoadAL RAIT +965 240 59 27

LÍBANOBEIRUTWOMANCity Mall, Store GF-02, Naher AL-Mawtt StreetDORAT +961 1 895 401

qATARDOHAWOMANThe Mall Shopping Complex, Store 8 & 10D-Ring RoadDOHAT +974 477 04 88

SUÍÇAGENEBRAWOMAN16 Place Longemalle1204 GENEBRAT +41 223 106 957

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