kpmg - estudo mercado de seguros em angola 2012

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FINANCIAL SERVICES Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola Abril 2012 kpmg.co.ao KPMG Angola

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KPMG - Estudo Mercado de Seguros em Angola 2012

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Page 1: KPMG - Estudo Mercado de Seguros em Angola 2012

FINANCIAL SERVICES

Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões

em Angola

Abril 2012

kpmg.co.ao

KPMG Angola

Page 2: KPMG - Estudo Mercado de Seguros em Angola 2012

2 | Section or Brochure name

Índice

1. Prefácio e Agradecimentos 3

2. Metodologia do Estudo 4

3. Enquadramento Macroeconómico 6

4. O Sector Segurador em Angola 12

5. O Sector de Fundos de Pensões em Angola 24

6. Tendências e Desafios 28

7. Principais Conclusões 40

Anexo 1 - Quadros Resumo 42

Anexo 2 - Legislação de Seguros e Fundos de Pensões 46

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Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola | 3

1. Prefácio e Agradecimentos

É com enorme satisfação que a KPMG apresenta o primeiro estudo sobre o Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola de forma agregada.

Pretendemos que este estudo possa constituir um marco para este Sector em Angola. Para este efeito procurámos incluir o nosso ponto de vista quanto à performance deste Sector em Angola entre 2008 e 2010, bem como uma breve descrição das tendências e principais desafios que se apresentam às Companhias de Seguros e Entidades Gestoras de Fundos de Pensões nos próximos anos, fruto das trajectórias de evolução e maturidade dos mesmos.

O ano de 2010 marcou a retoma do ritmo de crescimento económico em Angola, após um período de alguma desaceleração, devido, essencialmente, à quebra acentuada dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Não obstante existirem claros sinais de optimismo na retoma do crescimento económico, a economia angolana mantém a sua exposição aos efeitos potenciais de uma crise económica internacional, na medida em que o PIB do País permanece ainda muito dependente das receitas oriundas do petróleo.

Fruto deste crescimento e de algumas transformações no plano regulamentar, o Sector Segurador e de Fundos de Pensões têm apresentado um crescimento sólido, enfrentando importantes desafios, tanto a nível estratégico, como operacional.

Esperamos que este estudo contribua para um melhor conhecimento deste importante Sector, não apenas nas principais dimensões quantitativas, mas também das principais tendências e desafios.

Gostaríamos ainda de apresentar um especial agradecimento pelo empenho de todos os que colaboraram na preparação deste estudo, esperando que o mesmo corresponda às melhores expectativas dos seus destinatários.

Luanda, Abril de 2012

Sikander Sattar Presidente do Conselho de Administração

KPMG Angola

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2. Metodologia do Estudo

Metodologia do Estudo e Fontes de InformaçãoEste estudo sobre o Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola resulta da compilação de informação disponibilizada pelo Instituto de Supervisão de Seguros de Angola (ISS) relativamente às Companhias de Seguros e Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões a actuar em Angola, bem como de dados recolhidos junto de outros organismos nacionais e internacionais, nomeadamente do Ministério da Economia de Angola, do Fundo Monetário Internacional, do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), da Swiss Re e da Fenaseg, relativos aos mercados africano, europeu, americano e asiático.

A análise efectuada baseia-se em valores agregados do mercado referentes aos anos de 2008, 2009 e 2010, quando disponíveis. Os dados apresentados no estudo podem vir ainda a sofrer ajustes pontuais, não sendo porém expectável impactos nas conclusões apresentadas. Adicionalmente, quando aplicável, é feita a comparação com indicadores agregados de outros países (nomeadamente Portugal, Brasil, África do Sul e Reino Unido) com o objectivo de perspectivar uma possível evolução deste Sector em Angola.

A informação quantitativa agregada apresentada para o mercado angolano, refere-se a este conjunto de Companhias de Seguros e Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões, salvo quando indicação contrária. Adicionalmente, é apresentada uma perspectiva qualitativa da evolução do Sector e a legislação do Sector até à data da publicação do estudo.

Está disponível uma versão electrónica do estudo em português e em inglês nos seguintes endereços electrónicos:

www.kpmg.co.ao

www.iss.gv.ao

Em 2010 o mercado angolano era composto por um total de 10 Companhias de Seguros e cinco Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões, conforme listagem disponibilizada pelo ISS por ordem de constituição:

- Seguradoras:

ENSA SEGUROS DE ANGOLA, S.A. (Decreto nº 81 – DR 1ª série nº 98/Suplemento de 6 de Dezembro);

AAA SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 54 de 22 de Dezembro de 2000);

NOSSA SEGUROS, S.A.(DR 3ª série nº 2 de 5 de Janeiro de 2005);

G.A. ANGOLA SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 97 de 15 de Agosto de 2005);

A MUNDIAL SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 33 de 15 de Maio de 2006);

GLOBAL SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 60 de 17 de Maio de 2006);

GARANTIA SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº105 de 31 de Agosto de 2007);

CONFIANÇA SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 236 de 16 de Dezembro de 2008);

UNIVERSAL SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 121 de 01 de Julho de 2009);

CORPORAÇÃO ANGOLANA DE SEGUROS, S.A. (DR 3ª série nº 112 de 28 de Dezembro de 2009).

- Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões:

GESTÃO DE FUNDOS, S.A. (DR 3ª série nº 1 de 8 de Janeiro de 1999);

AAA PENSÕES, S.A. (DR 3ª série nº 42 de 10 de Outubro de 2000);

ENSA SEGUROS DE ANGOLA , S.A. (Decreto nº 81/02 –DR 1ª série nº 98/suplemento de 6 de Dezembro);

FÉNIX PENSÕES S.A. (DR 3ª série nº 8/04 de 27 de Janeiro – DR 3ª série nº 17/04 de 27 de Fevereiro);

BESAACTIF (DR 3ª série nº 182/08 de 29 de Setembro).

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3. Enquadramento MacroeconómicoOs últimos anos têm sido marcados à escala global pelo espectro de sucessivas crises. À crise do subprime de 2008, segue-se agora a crise da dívida soberana de 2011, que ameaça comprometer a recuperação económica a que se assistiu em 2010.

O ano de 2010, marcou uma inflexão da situação económico-financeira face ao ano de 2009 que, de acordo com o World Economic Outlook elaborado pelo FMI, apresentou uma contracção do PIB agregado na ordem dos 0,5%. Em 2010, de acordo com a mesma fonte, a economia mundial terá crescido 5%, fortemente impulsionada pelas economias emergentes, que apresentaram uma maior resistência à crise e cresceram a uma média de 7,3%. Por outro lado, as economias mais desenvolvidas não foram além dos 3% (p.e. Euro, EUA e Japão), em grande parte devido ao ambiente de incerteza, alimentado pela crise da dívida soberana e elevadas taxas de desemprego, apesar dos esforços dos Governos e dos Bancos Centrais no sentido de conterem ou contrariarem os efeitos da crise.

Com o epicentro situado na zona Euro, o mundo assiste com ansiedade ao desenrolar da crise da dívida soberana. Caso esta crise venha a desacelerar a ténue recuperação das economias desenvolvidas, poderemos assistir a uma nova contracção da economia mundial, com natural reflexo nos preços do petróleo e consequentemente no crescimento da economia angolana.

Nos últimos cinco anos, Angola foi uma das

economias que mais cresceu a nível mundial, sendo que as previsões

oficiais apontam para que esta tendência de

crescimento se mantenha.

Sendo um caso de sucesso nos últimos cinco anos, Angola apresenta um crescimento médio aproximado de 13%, superior a países como a China, a grande potência emergente da actualidade. Este crescimento está fortemente alavancado pelos excelentes resultados da economia nacional entre os anos de 2006 e 2008, em que beneficiou de elevados rendimentos provenientes da exploração de petróleo. Esta tendência deve continuar nos próximos anos, com as previsões do FMI a apontarem para taxas de crescimento real do PIB de 3,7% em 2011 e 10,8% em 2012, valores bastante alinhados ou superiores à média mundial, que se estima não ultrapassar os 4%.

Evolução do PIB real (%)

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Analisando a evolução do PIB angolano, é possível observar que o país tem vindo a crescer sistematicamente acima das economias mundiais mais desenvolvidas, mesmo durante os anos em que o crescimento do PIB desacelerou devido à baixa do preço do petróleo.

A correlação entre o crescimento do PIB e a evolução do preço do petróleo é reflectida pela quebra do ritmo de crescimento observada em 2009, e que acabou por se prolongar para 2010 e 2011.

Durante este triénio Angola apresenta um crescimento menor que outras economias emergentes do globo, em particular a China e Índia, que apresentam uma estrutura de crescimento mais alavancada em procura interna e exportações fabris. Destaque ainda para a comparação com a outra grande economia petrolífera da região – Nigéria – que apresenta uma evolução do PIB mais constante de ano para ano, o que indicia uma estrutura do PIB mais equilibrada.

No contexto da economia angolana importa acompanhar o desenrolar da crise da dívida soberana e o seu efeito de contágio a nível mundial. Uma nova recessão global poderá originar uma nova quebra dos preços do petróleo e o consequente impacto no crescimento do PIB angolano.

Evolução do PIB real (%)

Preço do Petróleo - 2009/2011

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A evolução da estrutura do PIB angolano demonstra o esforço de diversificação da economia que tem vindo a ser efectuado pelas autoridades locais. Sectores como a Agricultura, Construção e Serviços viram a sua participação no PIB subir desde 2008 face ao petróleo, que embora continue a ser o principal “contribuinte” para o PIB, apresenta uma tendência decrescente dessa contribuição relativa. À medida que a economia local se desenvolve é expectável que Sectores como a Construção (ligado ao desenvolvimento de infra-estruturas) e os Serviços ganhem um peso crescente na estrutura do PIB.

Esta tendência deverá manter-se nos próximos anos em resultado da aposta do governo na diversificação Sectorial, a qual é reflectida no Orçamento de Estado, e no Programa de Investimentos Públicos (PIP), que aposta em investimentos que potenciem o crescimento da actividade não-petrolífera.

Relações Comerciais

A Balança Comercial apresentou, em 2010, um saldo positivo, permitindo alcançar um superávit de 80%. Este valor resultou da diminuição das importações, aliada a um aumento significativo no valor das exportações.

As importações em 2010 tiveram como origem maioritária a União Europeia (42%), com Portugal a representar cerca de 19% das importações, tornando-se o importador com maior quota neste universo. Em relação às exportações, a China é o principal destino das trocas comerciais, representando quase 50% do total.

Taxa de Câmbio

Os últimos 10 anos (2001-2010) foram marcados por uma elevada volatilidade da taxa de câmbio AOA/USD, particularmente no período 2001 a 2004, onde o câmbio variou entre os 30 (2001) e os 86 AOA/USD (2004). Nos últimos anos tem-se verificado uma relativa estabilização da referência cambial, no intervalo entre 80 – 90 AOA por cada USD.

Tendo em conta que as transacções de petróleo são realizadas em USD, a economia nacional continua a ser directamente influenciada pela volatilidade deste indicador.

Evolução da Balança Comercial

Evolução da estrutura do PIB angolano

2008 2009 2010

Importações 54% -14% -8%

Exportações 59% -38% 36%

BalançaComercial 62% -52% 80%

Fonte: European Comission Trade

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Adicionalmente, e dada a elevada dependência da economia angolana das importações, os preços locais tendem a variar em linha com a variação cambial, existindo diversos bens com preços tabelados directamente em dólares.

Inflação

De acordo com o FMI, a taxa de inflação de 2010 foi de aproximadamente 13%, devendo baixar para 9,5% em 2011. Perspectiva-se que a longo prazo a taxa de inflação venha a estabilizar e a convergir para valores comparáveis aos registados pela África do Sul (<6%), em resultado do esforço do Governo para controlar a massa monetária e a inflação local.

O rating da República de Angola foi revisto em

alta, conferindo maior credibilidade e visibilidade

internacional à economia angolana.

Evolução da taxa de Inflação

Evolução da taxa de câmbio média AOA/USD Rating da República

Angola é hoje considerada uma das economias mais fortes de África, não só pelas taxas de crescimento do PIB, mas também pelas perspectivas futuras de criação de riqueza no País.

Esta posição é reflectida nas recentes revisões das agências de rating sobre a solidez da economia angolana, que em 2011 beneficiou de uma subida de notação de rating atribuída pelas três principais agências de notação financeira a nível mundial (Moody´s, Standard & Poor’s - S&P e Fitch):

Moody´s: passou de B1 para Ba3;

S&P: passou de B+ para BB-;

Fitch: passou de B+ para BB-.

Estas notações reflectem uma expectativa de evolução estável para Angola, que desta forma beneficiará de um maior grau de credibilidade e visibilidade perante investidores e parceiros de negócio, nacionais e internacionais.

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As estimativas para Angola

apontam para um crescimento sustentado para

os próximos anos, acima da média esperada para a

economia mundial.

Rendimento Disponível

O crescimento económico nos últimos anos teve como consequência directa um aumento do rendimento disponível da população. De acordo com os dados da Economist Intelligent Unit, Angola apresenta taxas de crescimento do seu Rendimento per Capita, ligeiramente superiores a África do Sul, perspectivando-se que se mantenha, pelo menos até 2015.

Perspectivas Futuras

Considerando que a média de crescimento da economia mundial não deverá ir além de 4% em 2011, as estimativas para Angola apontam para um crescimento económico sustentado para os próximos anos, estando previsto um crescimento do PIB em 3,7% para 2011 e 10,8% para 2012, de acordo com o World Economical Outlook do FMI.

Na base deste crescimento estará certamente um aumento global do preço do petróleo e uma aposta e investimento contínuos na diversificação dos sectores de actividade da economia angolana.

O Ministério do Planeamento de Angola prevê que em 2011, a parcela do PIB não proveniente do petróleo cresça 11,2%, enquanto a parcela relacionada com o petróleo aumente 2,3%.

Espera-se que a inflação mantenha um nível relativamente elevado (de 15% em 2011), sendo expectável que se assista a uma redução já a partir de 2012 e a uma relativa estabilização (em cerca de 6% - 7%), a partir de 2013, de acordo com projecções do FMI.

Evolução do rendimento disponível per capita

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4. O Sector Segurador em Angola

O ano de 2010 ficou marcado por uma recuperação da economia global, com o Sector Segurador a seguir igual tendência, ainda que com uma taxa de crescimento real inferior à do produto.

Ao nível da produção, e após dois anos de diminuição do volume de Prémios, 2010 fica marcado por uma recuperação, com uma taxa de crescimento real global de 2,7%, dividido entre 3,2%, no Ramo Vida e 2,1%, no Ramo não Vida.

Este crescimento, foi influenciado pelo bom desempenho das economias emergentes - com destaque para as provenientes do continente asiático, mas também da América Latina, que contribuiu para o crescimento do continente americano.

Em termos reais, o continente Africano esteve em contra-ciclo, com um decréscimo da produção de 1,1%. Esta diminuição deveu-se, fundamentalmente, ao decréscimo da produção Vida da África do Sul, cujo peso no mercado africano assume grande dimensão.

4.1. Enquadramento - Mercado Segurador Internacional

Produção Global (Mil Milhões de USD)

Taxa de Crescimento Real - 2010

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Em termos geográficos, a produção manteve-se bastante concentrada nos mercados europeu e americano, que perfizeram cerca de 70% da produção total. O mercado asiático manteve a tendência de crescimento relativo, assumindo-se cada vez mais como uma das grandes potências mundiais, com muitas das suas economias a registarem taxas de crescimento reais de dois dígitos. O continente africano mantém para já a cauda do ranking, com cerca de 1,5% do mercado global.

No que diz respeito à rentabilidade global do negócio, embora recuperando, continua a apresentar valores inferiores a anos anteriores à crise. No Ramo Vida, a rentabilidade foi impulsionada pela melhoria da conjuntura dos mercados de capitais. No entanto, e em termos de outlook global, embora se espere que os Prémios continuem a aumentar, a rentabilidade para 2011 pode vir a ser afectada pela crise de dívida soberana e pelo corte dos ratings das economias europeias. No Ramo não Vida o return on equity de 2010 situou-se na ordem dos 6%, após impostos.

Ao nível da taxa de penetração (1) dos seguros (Prémios/PIB), verifica-se uma grande dispersão não apenas entre as diversas regiões, mas também entre países de cada região. O continente africano regista também aqui uma modesta posição, denotando-se porém uma grande disparidade entre os diversos países que o compõem, assumindo a África do Sul a 2ª posição mundial com um índice de penetração de 14,8% e a Nigéria a última posição (apenas 0,5%) do ranking disponibilizado pela Swiss Re.

A produção manteve-se

bastante concentrada nos

mercados europeu e americano,

apesar do forte crescimento

Asiático.

Dispersão dos Prémios por Regiões (%)

Taxa de Penetração do Seguro (%)

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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A taxa de densidade (1) dos seguros (Prémios/população residente) revela que a América do Norte, a Europa e a Oceania registam os maiores valores de Prémios per capita, havendo também aqui uma grande disparidade a nível mundial.

O continente africano mantém a última posição, registando-se uma grande discrepância entre os países que compõem este continente, com a África do Sul a apresentar valores de cerca de 1.050 USD e a Nigéria montantes próximos dos oito USD.

Em resumo, a nível mundial o Sector Segurador soube recuperar em 2010 e voltar ao crescimento, prevendo-se que esta tendência se possa manter, nomeadamente por via do desenvolvimento dos mercados emergentes, fazendo África cada vez mais parte deste movimento.

Esta tendência está porém envolta em desafios para 2011 e certamente para 2012, com a escalada da crise da dívida soberana na Europa, com os impactos financeiros ao nível da carteira de investimentos das Seguradoras, e com a provável retracção da economia e consequentemente redução da procura nos mercados mais afectados.

Densidade (1) dos seguros (USD)

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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4.2. O Mercado Segurador em Angola

4.2.1. Estrutura e Composição do MercadoO mercado Segurador angolano, tem vindo a crescer e a desenvolver-se de um modo sustentado e acelerado desde a sua liberalização em 2000. Desde então, foram inúmeras as transformações visíveis no mercado. Passou-se de uma única seguradora, para um total de dez, em 2010, com mais cinco em processo de licenciamento. Também a estrutura de mediação e corretagem tem vindo a aumentar com vinte e uma sociedades de mediação e corretagem a operar e outras onze em pedido de licenciamento.

O aumento do número de intervenientes, revela bem o interesse que este mercado tem vindo a despertar em Angola e a atractividade do mesmo para novos investimentos. Dadas as taxas de crescimento do Sector e a ainda reduzida maturidade do mesmo, é expectável que o número de intervenientes continue a aumentar nos próximos anos.

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4.2.2. Estrutura da carteira O forte desenvolvimento económico dos últimos anos, aliado ao aumento do ambiente regulamentar, muito têm contribuído para o desenvolvimento e atractividade deste Sector. Em apenas dois anos, mais do que duplicaram os Prémios de Seguro Directo, com destaque para Não Vida, e para os Ramos Acidentes, Doença e Viagens e o Automóvel, este último por via da introdução da obrigatoriedade do Ramo Automóvel.

Em termos relativos, o Ramo não vida tem aumentado o seu peso relativo, representando mais de 90% da produção.

No Ramo não Vida, a entrada em vigor do Decreto Lei nº 35/09 relativo ao Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel veio potenciar o crescimento deste produto, que se assumiu como o mais relevante do mercado, com uma quota de mercado de 27,9%, sendo seguido de perto pelo Ramo de Acidentes, Doença e Viagens com 26,4%.

O Ramo Vida, apesar do importante crescimento registado nestes últimos dois anos (+27,8%), tem vindo a perder uma importância relativa, representando menos de 5% do total. Com o crescimento da economia angolana, a revisão do sistema tributário e fiscal e o desenvolvimento do mercado de capitais (bolsa de valores), é expectável uma inversão desta tendência, principalmente por via do aumento do consumo de produtos de natureza financeira, em linha com os principais mercados internacionais.

Produção Ramo Não Vida (Milhões AOA)

Peso da Carteira 2010

Ramos 2008 2009 2010

Vida 2.732,2 3.547,2 3.490,9

Não Vida 33.751,8 51.533,4 72.563,4

Acidentes,doençaseviagens 9.119,7 13.070,4 20.070,7

Incêndioeelementosdanatureza 3.349,1 7.001,6 5.985,5

Outrosdanosemcoisas 1.393,4 2.588,4 1.642,8

Automóvel 6.013,2 10.484,0 21.219,1

Transportes 3.176,0 1.827,1 5.787,7

Petroquímica 7.840,5 15.015,4 13.636,5

ResponsabilidadecivilGeral 1.108,9 1.404,2 3.087,8

Diversos 1.751,1 142,3 1.133,2

Total 36.484,0 55 .080,6 76.054,3

Fonte: ISS

Valores em Milhões de AOA

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Na análise da evolução do Sector é igualmente visível a diminuição do peso do Ramo Petroquímica, dada a correlação directa entre este Ramo e o Sector de maior peso na economia angolana. Este factor revela não só a maior maturidade do Sector, como a capacidade do mesmo de oferecer produtos capazes de servir e segurar os diversos Sectores e actividades da economia angolana.

4.2.3. Sinistralidade Em linha com os Prémios, também as indemnizações de seguro directo aumentaram, reflectindo o aumento do número de segurados e de apólices emitidas. No entanto, enquanto o volume total de Prémios cresceu cerca de 38,1% de 2009 para 2010, o aumento das indemnizações de seguro directo não foi além dos 17,1%, o que indicia uma melhoria significativa dos resultados e da rentabilidade do Sector.

No total das indemnizações de seguro directo, o Ramo de Acidentes, Doenças e Viagens representa 40,1% das indemnizações pagas, seguido do Ramo Automóvel (36,2%) e do Ramo Transportes (20,8%). Destaque igualmente para a ausência de indemnizações pagas no Ramo Petroquímico e para o reduzido volume de indemnizações relacionadas com o Ramo Vida.

Apesar do aumento de 17,1% das indemnizações pagas, o forte crescimento dos Prémios contribuiu para a redução da Taxa de Sinistralidade, que, em 2010 registou o valor mais baixo dos últimos três anos, com cerca de 20,0%.

Composição da Carteira

Indemnização de Seguro Directo (Milhões AOA)

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Numa análise mais detalhada, o Ramo de Acidentes, Doenças e Viagens cujo volume de Prémios tem crescido de forma muito significativa, tem vindo a registar uma diminuição da taxa de sinistralidade, situando-se em 2010 nos 30,4%.

No Ramo Automóvel, apesar do aumento em mais de 40% das indemnizações pagas, o forte aumento de Prémios implicou uma redução da Taxa de Sinistralidade para 26%, valor significativamente mais baixo do que o registado noutros países.

Esta tendência deve inverter-se à medida que existir um melhor conhecimento por parte dos tomadores de seguros dos seus direitos e com o aumento da cobertura da rede de empresas de reparação Automóvel, sendo expectável um progressivo alinhamento com as taxas de sinistralidade registadas em mercados com maior nível de maturidade.

De acordo com plano estratégico para 2012-2017 do ISS, uma taxa de sinistralidade satisfatória deverá situar-se entre 40% e 60%, contribuindo no Ramo Automóvel para uma maior satisfação dos clientes com os montantes de indemnizações recebidos e um consequente aumento da consciencialização da importância do Seguro para o crescimento de Angola.

Taxa de Sinistralidade

Taxa de Sinistralidade Automóvel 2010

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4.2.4. Resseguro Relativamente ao volume de Prémios em Resseguro, é possível observar que, embora continuem a crescer, os mesmos não acompanharam o volume de crescimento dos Prémios Emitidos.

Neste sentido, a taxa de cedência média é de 50,3% do total de Prémios Emitidos. Estes valores representam uma queda relativa a 2009, onde o peso do Resseguro sobre o total de Prémios directos ascendia a cerca de 56,6%. Vemos que o Ramo Vida e não Vida apresentam realidades distintas, denotando em Vida um espaço ao nível do conhecimento, experiência e gestão dos riscos.

É expectável uma continuação da redução da taxa de cedência, alinhando com os valores registados em mercados mais maduros.

Em termos globais estes números demonstram que o mercado é sensível à importância de cobrir alguns dos principais riscos a que se encontra exposto e tem a preocupação com gerir a exposição ao risco.

Nesse sentido, à medida que as Seguradoras localmente forem robustecendo as suas práticas de gestão de risco e atingido uma maior dimensão e grau de maturidade, é expectável uma inversão desta tendência com a diminuição das taxas de cedência.

Adicionalmente, a expectativa de criação de uma resseguradora local, tal como referido no plano estratégico do ISS para o período de 2012 a 2017, deverá permitir simultaneamente o reforço das competências de análise e gestão de risco, bem como, a redução de saída de capitais do país.

Prémios de Resseguro Cedido (Milhões AOA)

Peso de Resseguro no Total de Prémios

Taxa de Cedência Total 2010

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4.2.5. Resultados Técnicos Em 2010 os resultados técnicos do Sector voltaram a crescer para um total de 18.263 Milhões AOA, representando uma subida de 15,3% face a 2009 (incluindo Resseguro). Estes resultados reflectem a boa rentabilidade do Sector em geral, com todos os Ramos de seguro a apresentar taxas de sinistralidade relativamente baixas.

Depois de em 2008 os resultados técnicos terem apresentado uma ligeira diminuição, os anos de 2009 e 2010 foram marcados por um aumento elevado dos resultados obtidos, em resultado da obrigatoriedade dos seguros de responsabilidade civil para alguns Ramos (a fazer elevar os Prémios totais). No entanto, a desaceleração do crescimento entre 2009 e 2010 acaba por reflectir o efeito de o crescimento ser sustentado no Ramo de Responsabilidade Civil Automóvel, Ramo que apresenta uma das mais elevadas Taxas de Sinistralidade do Sector.

As Provisões Técnicas voltaram a subir, ascendendo em 2010 a 42.289 Milhões AOA, o que equivale a um crescimento de 18,7% face aos 35.612 Milhões AOA registados em 2009. O aumento das provisões está em linha com os 17,1% de aumento das indemnizações de Seguro Directo, mas bastante distante dos 38,1% de aumento do volume total de Prémios de Seguro Directo.

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Resultado técnico (Milhões AOA)

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4.2.6. Outros indicadores relevantesA taxa de penetração (1) dos Seguros no Sector angolano tem vindo a aumentar, apresentando porém valores reduzidos e na ordem de1,0%.

Este valor evidencia bem o elevado potencial que o mercado apresenta, ainda por mais quando estamos perante uma economia com elevado potencial de crescimento. Note-se que os seguros têm crescido normalmente, mas o rácio prémios/PIB tem oscilado, devido ao crescimento exponencial do PIB.

Ao nível da taxa de densidade (1) do seguro, observamos o aumento dos Prémios totais por habitante, que ascenderam em 2010 a um total de 49,6 USD por pessoa. Este indicador vem reforçar o potencial de crescimento e desenvolvimento do mercado.

Comissões:

Ao nível das comissões de Seguro Directo (SD) é possível verificar um crescimento significativo nos últimos anos, passando de taxas gerais de mercado de 1,5% em 2008 para 6,8% em 2010. Também aqui se espera uma evolução com o aumento da maturidade do mercado.

Margem de Solvência:

A margem de Solvência é um importante instrumento do processo de supervisão. Este indicador teve uma importante evolução no período em análise, passando de valores abaixo de 100% para um montante acima de 150% em 2010. Trata-se de uma variável cuja evolução importa acompanhar e à qual a supervisão dará especial atenção.

Taxa de penetração (1) dos Seguros

Comissões SD/Prémios SD

Taxa de penetração (1) dos Seguros 2010

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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Despesas Gerais

As despesas gerais registaram um incremento considerável em 2010 (+49%), superior ao aumento dos prémios de seguro directo e consequentemente do peso das despesas sobre os prémios. Trata-se de um indicador de grande importância e que denota uma menor eficácia da carteira. Esta é certamente uma variável a acompanhar e sobre a qual devem ser tomadas medidas concretas com vista à sua diminuição.

Importa ainda salientar a importância e o aumento do contributo do sector Segurador em termos fiscais, com montantes na ordem dos 2,7% dos prémios de SD em 2010, por contrapartida de 2,2% e 1,7% em 2009 e 2008 respectivamente.

Investimentos:

A gestão e a optimização da carteira de investimentos é uma das importantes dimensões do sector segurador, com especial importância em produtos vida. Em 2010 a carteira de investimentos era essencialmente constituída por imóveis e depósitos a prazo, representando cerca de 91,5% da carteira total e uma baixa exposição ao mercado de capitais. Esta elevada concentração é explicada pelo grau de evolução do mercado angolano, esperando-se alterações com o desenvolvimento do mercado de capitais/bolsa de valores angolana.

A reduzida taxa de densidade (1) é explicável por muitos factores que vão deste o aumento da demografia e a sua estrutura etária e pela dificuldade que alguns segmentos da população ainda têm em aceder aos produtos seguradores, quer por motivos financeiros, quer por factores geográficos de acesso e conhecimento.

Densidade (1) 2010 (USD)

Despesas gerais/Prémios SD

Investimentos 2010

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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Distribuição geográfica da Rede de agências

Número de Agências por Província

População média servida por Agência

Em termos geográficos observa-se que as empresas seguradoras se encontram agora num processo de expansão, saindo de Luanda e começando a posicionar-se nas principais cidades do país, em particular nas diversas capitais de província.

Uma vez mais, é expectável que o desenvolvimento económico do país, e o surgimento de uma classe média que abranja uma larga fatia da população possa impulsionar os valores deste indicador em particular e todo o Sector em geral.

De acordo com as previsões do ISS, apresentadas no plano estratégico para o período entre 2012 e 2017, uma taxa de penetração satisfatória deveria nos próximos exercícios situar-se entre os tres por cento e os cinco por cento do PIB e a densidade entre 80 USD e 100 USD de Prémios per capita.

Em termos geográficos observa-se que as empresas seguradoras se encontram agora num processo de expansão, saindo de Luanda

e começando a posicionar-se nas principais cidades do país, em particular nas diversas capitais de província.

Destas, destaca-se a presença em Benguela (a segunda cidade do país) e no Huila, onde a generalidade dos operadores já marca presença.

Nesta fase de grande crescimento do Sector segurador, existem ainda bastantes províncias em que o número de agências é bastante reduzido, sendo interessante acompanhar os modelos de expansão a adoptar. Destacam-se as províncias de Kwanza Norte, Malanje e Moxico com cerca de meio milhão de habitantes servidos por agência, o que realça o enorme espaço existente para a implementação de novos canais.

A necessidade de rapidamente chegar a um maior número de cidadãos, a custos controlados, deverá potenciar o reforço do desenvolvimento de novos canais, como é o caso do desenvolvimento da oferta de seguros através dos canais bancários (bancassurance).

A perspectiva é que nos próximos anos se continue a assistir a uma crescente diversificação dos canais de distribuição e desenvolvimento de produtos para dar resposta às necessidades destas populações que têm de uma forma geral, níveis de rendimentos mais baixos e perfis de consumo diferenciados.

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5. O Sector de Fundos de Pensões em Angola

O ano de 2010 representou mais um ano de crescimento para o mercado dos Fundos de Pensões, com mais fundos, participantes, pensionistas e activos sob gestão.

Em 2010 existiam cinco entidades a gerir Fundos de Pensões, sendo uma delas uma empresa de Seguros. Estas sociedades gerem Fundos Abertos e Fechados, que ascendiam a 37.753 Milhões AOA.

Em 2010 os Fundos Abertos totalizaram cerca de 1.543 Milhões AOA, enquanto os Fundos Fechados ascenderam a 36.209 Milhões AOA, evidenciando o elevado desequilíbrio ainda existente entre as duas tipologias de fundos. Por outro lado, este facto reflecte as características do mercado angolano, que busca nos Fundos de Pensões a segurança de uma reforma futura, e ainda não encara os mesmos como uma aposta de rentabilidade, o que é natural dada a ausência de um mercado de capitais.

Relativamente às contribuições para os Fundos de Pensões, observamos que a evolução destas apresenta um comportamento mais modesto, com crescimentos de 4,0% em 2009 e 5,9% em 2010. Na realidade, quando equacionado o efeito da taxa de câmbio, observa-se mesmo um decréscimo das contribuições totais em dólares. O desenvolvimento da economia, a revisão do sistema tributário e o desenvolvimento do mercado de Capitais/Bolsa de valores são importantes factores que irão influenciar o desenvolvimento e o crescimento deste mercado.

Com a evolução do mercado, também o número e o valor das pensões pagas tem vindo a aumentar, ascendendo, em 2010, a um total de 3.776 Milhões AOA, número ainda assim reduzido face ao total de contribuições anuais, o que é explicado pela relativa juventude da carteira. A este facto junta-se a pirâmide demográfica bastante jovem do país, sendo previsível que o número de participantes e contribuições continue a aumentar a um ritmo superior ao de pensões pagas.

A rendibilidade dos activos investidos registou um comportamento heterogéneo, com os Fundos Abertos a registar um incremento e os Fundos Fechados uma diminuição. Como seria de esperar a comparação dos rendimentos por fundo registou igual comportamento.

O aumento dos níveis de concorrência e o desenvolvimento do mercado de capitais serão factores importantes para o aumento dos níveis de rentabilidade real (ajustada pela taxa de inflação) e para um consequente aumento ainda mais significativo deste Sector, principalmente da componente de Fundos Abertos.

5.1. Fundos de Pensões

Contribuição efectuada pelos associados fundadores para os fundos explorados (Milhões AOA)

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No que diz respeito à taxa de penetração (1) no mercado (valor dos fundos/PIB), em 2010, esta manteve-se relativamente baixa e a um nível idêntico ao observado em 2009, não tendo ultrapassado os 0,5% do PIB. Estes valores são o reflexo da reduzida dimensão que este Sector ainda têm na economia em Angola, o que é explicado quer pelo facto de não ser uma prioridade para a maioria da população, quer porque o seu poder económico ainda não lhe permite aceder aos mesmos. Uma vez mais, é expectável que o ciclo de progresso económico que o país actualmente vive, possa levar a que no futuro uma maior franja da população possa aceder a estes produtos aumentando assim o peso dos mesmos na economia.

Os motivos apontados justificam também os baixos valores de contribuição por residente, que em 2010 não ultrapassaram os 518 AOA por habitante, o que ainda assim representa uma melhoria de 5,9% face a 2009.

Taxa de Penetração (1) dos Fundos de Pensões

Rendimento dos Activos Investidos

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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Por fim, e relativamente aos activos sobre gestão, estes voltaram a crescer em 2010, ascendendo a 41.626 Milhões AOA, o que se traduz num crescimento de 28,7% face a 2009.

Ao procedermos à comparação do total de activos sobre o PIB começamos a identificar a importância que o Sector pode vir a representar para o próprio futuro do país como um instrumento privilegiado de captação de poupança e de fonte de investimento maioritariamente de longo prazo.

Densidade (1) dos Fundos de Pensões (AOA)

Total de Activos sob Gestão (Milhões de AOA)

Total de Activos/PIB

1) Indicadores que, a nível da análise macroeconómica, reflectem os níveis da procura dos seguros e fundos de pensões.

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6. Tendências e Desafios

O Sector Segurador e de Fundos de Pensões tem registado uma forte evolução ao longo dos últimos anos.

De modo a compreender o contexto e desafios que se apresentam ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola, é necessário analisar as diferentes forças que nele actuam.

Pessoas e CulturaNos últimos anos tem-se assistido a um reforço progressivo da capacitação dos recursos humanos nas Companhias de Seguros e Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões a actuar em Angola.

6.1 Principais Tendências do Mercado em Angola

Não obstante, o nível médio de conhecimento, sobretudo em áreas técnicas, como as vertentes Actuariais, Gestão de Risco, Marketing Estratégico e Operacional, entre outras, carece de ser reforçado, apesar da evolução positiva que se tem verificado recentemente.

Crescimento e ConcorrênciaO mercado angolano tem vivido uma fase de crescimento significativo. Também o Sector Segurador e de Fundos de Pensões têm acompanhado esta tendência nos últimos anos, registando um crescimento médio superior a 10%, no caso do Sector Segurador, e superior a 20%, no caso dos Fundos de Pensões.

Neste contexto de liberalização do mercado e crescimento, nos últimos anos foram vários os players que entraram no mercado, e vários pedidos de licenciamento encontram-se em preparação.

Apesar desta evolução positiva, tanto a nível do crescimento como do nível de concorrência, a penetração continua a ser reduzida quando comparada com outras economias onde este Sector apresenta um nível de maturidade superior.

Clientes e Canais de VendasApesar do nível elevado de crescimento registado nos últimos anos, o nível de penetração de seguros em comparação com o PIB ainda é reduzido, comparativamente com o registado noutras economias onde este Sector apresenta um maior nível de maturidade.

A nível regulamentar, prevê-se um reforço progressivo do papel do ISS. O plano estratégico do ISS para o período de 2012 a 2017, prevê:

- Reforço do controlo directo “on-site”, com o aumento do número de acções de inspecção;

- Reforço da política de seguros obrigatórios;

- Monitorização da relação entre preços e custos por forma a salvaguardar os interesses das diversas partes;

- Promover a sã competitividade entre operadores;

- Estimular elevados padrões de conduta e eficientes sistemas de gestão de risco e controlo interno;

- Assegurar o cumprimento dos adequados níveis de solidez pelos operadores;

- Desenvolvimento do Fundo de Garantia Automóvel (FGA) e de Regularização de Seguros (FUNSEG);

- Implementação da nova tendência de supervisão orientada para o risco;

- Fomento da cooperação com organismos internacionais e adesão à IAIS e IOPRS;

- Fomento da cooperação com entidades relacionadas com o Sector Segurador (BNA, INE, INADEC, mercado de capitais, AMSA, entre outros);

- Integração dos projectos específicos de seguros e fundos de pensões na reforma fiscal e tributária;

- Contribuir para o aumento da cultura de seguros e de fundos de pensões;

- Projecção da evolução do Sector Segurador.

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Ainda não existe de forma generalizada uma cultura de seguros na população angolana, e a valorização dos princípios da protecção de bens e pessoas ainda não é comum. O grau de conhecimento pelos consumidores de produtos de seguros e dos seus direitos e deveres é ainda limitado, factor comprovado pelos baixos níveis de participação de sinistros no Ramo Automóvel. Outro dos factores que demonstra esta tendência, é a reduzida penetração no mercado dos seguros de Vida, tanto na vertente de risco como financeira.

Progressivamente, com o aumento do nível médio de rendimento, com o fortalecimento da classe média e com a melhoria do nível médio de vida em Angola, é expectável que também a propensão para procurar proteger bens e pessoas e para a poupança seja superior.

O crescimento do Sector e a progressiva maior cobertura do território angolano, quer através da rede própria, quer através da utilização de canais de distribuição alternativos (mediação ou canal bancário), bem como as diversas campanhas de sensibilização em desenvolvimento pelas Companhias, contribuirão para o reforço desta cultura de protecção e poupança.

A nível regulamentarDo ponto de vista regulamentar tem-se assistido a um reforço progressivo do regime jurídico e do papel da supervisão.

Depois de uma primeira fase após a liberalização do mercado em 2001, em que a prioridade foi dada à criação e aprovação do enquadramento legal em vigor, seguiu-se uma segunda fase de evolução, com o surgimento após 2005 de novos operadores no mercado. Na terceira fase, actualmente em curso, o principal objectivo será de reforçar a

presença no mercado com o início das primeiras inspecções e com o reforço do seu papel na expansão da cultura de seguros e fundos de pensões junto do público, tornando-se numa organização moderna, profissional, actuante e eficiente.

O crescimento do Sector deverá implicar uma maior intensidade regulamentar e um reforço das práticas de supervisão, promovendo a utilização de práticas e instrumentos destinados a garantir a solidez financeira dos operadores e reforçando as estruturas e mecanismos de governação, com especial incidência no cumprimento de princípios de conduta de mercado e prestação de informação que lhe está associada.

Num plano complementar, prevê-se um progressivo reforço do alinhamento com os standards internacionais e as boas práticas de mercado. A nível nacional, destaca-se o protocolo com o INE bem como as relações regulares com o Banco Nacional de Angola e com a Comissão do Mercado de Capitais. A participação do ISS em diversos fóruns Internacionais, como o International Association of Insurance Supervisors (IAIS) ou o Comité dos Órgãos Supervisores das Instituições Financeiras Não Bancárias, vão igualmente contribuir para o reforço regulamentar, esperando-se um enfoque em temas como a governação, gestão de risco e controlo interno, conduta de mercado e prestação de informação.

Adicionalmente, num mercado em que a cultura de efectuar seguros para protecção de bens e pessoas, bem como o valor da poupança, ainda é limitada, a adopção da obrigatoriedade de alguns seguros tem sido, e deverá

continuar a ser, um importante factor de crescimento do mercado.

Actualmente, os Ramos obrigatórios são os seguintes:

- Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais;

- Responsabilidade Civil de Aviação, Transportes Aéreos, Infra-estruturas Aeronáuticas e Serviços Auxiliares;

- Responsabilidade Civil Automóvel.

O reenquadramento dos benefícios tributários e fiscais bem como a regulamentação de novos segmentos como o microsseguro ou os seguros populares serão importantes factores para o crescimento do mercado.

Em suma, neste quadro de evolução torna-se fundamental a existência de uma actuação concertada que permita dar resposta a estas tendências do Sector, tanto numa perspectiva de estratégia de negócio, como operacional pelos diversos intervenientes neste mercado. Apresentamos de seguida a nossa visão sobre alguns dos principais desafios que se colocam ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões.

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A constante evolução deste Sector, apresenta, sem dúvida, inúmeras oportunidades de crescimento mas também alguns desafios.

Neste primeiro estudo, procurámos partilhar o nosso entendimento sobre alguns dos principais desafios que o Sector Segurador em Angola está a enfrentar, ou irá enfrentar nos próximos anos, e sobre os quais entendemos que as Instituições devem fazer alguma reflexão, endereçando os mesmos de forma assertiva, nomeadamente:

Procuraremos concretizar os desafios apresentados, ilustrando não apenas os principais constrangimentos e dificuldades que as Companhias poderão encontrar, mas também algumas iniciativas que poderão vir a desenvolver para os endereçar de forma adequada.

6.2. Principais Desafios para o Sector Segurador

1 . Reforçar o grau de conhecimento dos clientes e desenvolver novos produtos, canais de distribuição e parcerias;

2 . Melhorar a eficiência das suas operações e Cobertura dos Sistemas de Informação;

3. Reforçar a formação e melhorar os mecanismos de retenção de talentos;

4. Adequar o modelo de Governo aos novos desafios de mercado e regulamentares (Auditoria, Risco e Compliance).

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1 . Reforçar o grau de conhecimento dos clientes e desenvolver novos produtos, canais de distribuição e parcerias

Nesta fase inicial de desenvolvimento, o mercado de seguros em Angola tem-se caracterizado em geral por uma abordagem pouco diferenciada por segmentos de clientes. A nível de canais, apesar das primeiras experiências de venda através do Sector Bancário, ainda existe um predomínio da venda directa, através dos balcões das Companhias. Também o número de mediadores a actuar no mercado é ainda reduzido, fazendo com que este canal ainda tenha comparativamente um peso reduzido no total de vendas.

Relativamente a produtos, a oferta disponível no mercado, está maioritariamente ligada a produtos e coberturas obrigatórias, havendo ainda uma reduzida penetração de alguns produtos, nomeadamente relacionados com o Ramo Vida.

Relativamente à mediação, espera-se também uma supervisão cada vez mais eficiente com o objectivo de reforçar a protecção dos consumidores, de incrementar a profissionalização e valorização da actividade de mediação.

Segmentação de ClientesPara melhor conhecer os clientes é fundamental o tratamento da informação já disponível nas Companhias. Adicionalmente, uma recolha sistematizada de informação de mercado sobre o seu comportamento e perfil poderá igualmente contribuir para melhor conhecer o tipo de necessidades e preferências e, deste modo, desenvolver uma oferta mais adequada a cada segmento de clientes.

Alguma informação que poderá ser utilizada para melhor conhecer e segmentar clientes pode incluir:

n Informação geográfica;

n Informação demográfica;

n Informação sobre capacidade financeira;

n Consumo de produtos de seguros;

n Preferências e comportamentos, etc.

Desenvolvimento de novos canais e parceriasO desenvolvimento de novos canais de distribuição e parcerias, principalmente na área da gestão de sinistros, é outro dos desafios para o todo o Sector.

A necessidade de garantir uma maior cobertura geográfica e melhor responder às necessidades dos diversos segmentos, justifica o desenvolvimento de novos canais de distribuição, complementarmente ao alargamento dos canais já mais utilizados actualmente (venda directa e corretores/mediadores).

O desenvolvimento de parcerias, principalmente na área de gestão de sinistros, poderá contribuir para a diferenciação e aumento dos níveis de serviço e qualidade percebida pelos clientes no serviço prestado pela seguradora.

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Desenvolvimento de novos produtosNum mercado de reduzida penetração, a adopção da obrigatoriedade de alguns seguros tem representado uma oportunidade para as Seguradoras alargarem o seu volume total de negócios.

A melhoria progressiva dos níveis de rendimento disponível em Angola, em conjunto com um progressivo aumento do nível de informação dos clientes, deverá ser acompanhada com uma oferta mais diferenciada, que inclua, nomeadamente, uma oferta para as áreas de Vida.

Alguns dos factores críticos para o desenvolvimento de uma estratégia de produtos adequada, incluem:

n Identificação de produtos chave;

n Definição do posicionamento da marca por mercado/produto;

n Desenvolvimento de produtos inovadores e competitivos;

n Suporte de modelos de tarifação competitivos mas que simultaneamente contribuam para a manutenção de níveis de rentabilidade e solvabilidade adequados.

Apesar do aumento médio do rendimento, os níveis de assimetria na distribuição desse rendimento ainda são elevados, havendo uma camada muito significativa da população com rendimentos baixos.

Neste contexto o desenvolvimento do microsseguro poderá ser um importante factor de crescimento para o Sector Segurador. Os últimos anos ficaram marcados por um importante desenvolvimento e implementação do microsseguro, com especial incidência

nos países em desenvolvimento. África não foi excepção, estimando-se que existissem no final de 2008, cerca de 14 Milhões de pessoas cobertas por microsseguro e um volume de Prémios na ordem dos USD 257 Milhões. O potencial de crescimento do mercado global é porém surpreendente. Estudos publicados apontam para que quatro biliões de pessoas possam vir a beneficiar do microsseguro – sejam eles através da aquisição directa de produtos de microsseguro ou através da criação de parcerias público-privada – e que o mercado possa ascender a USD 40 biliões.

O ISS no seu plano estratégico para o período de 2012 a 2017 prevê o desenvolvimento de um diploma específico para desenvolvimento do microsseguro.

O desenvolvimento rentável e sustentável do microsseguro está, no entanto, envolto em inúmeros e exigentes desafios que incluem temas regulamentares e de supervisão, modelos de negócio, canais de distribuição, mecanismos de gestão e partilha de risco, coberturas e condições contratuais adequados, modelos de cobrança e pagamento, entre outros.

A prioridade de redução da pobreza aliada ao elevado número de pessoas situadas neste segmento de mercado, poderão ser os elementos que motivam a criação e desenvolvimento deste importante segmento de mercado em Angola, havendo que encontrar soluções que permitam tornar os modelos rentáveis, solventes e adequados aos reais desafios e necessidades dos que possam beneficiar com eles.

Em Angola, os produtos obrigatórios são:

n Acidentes de trabalho e Doenças Profissionais;

n Responsabilidade Civil de Aviação, Transportes Aéreos, Infra-estruturas Aeronáuticas e Serviços Auxiliares;

n Responsabilidade Civil Automóvel.

O plano estratégico do ISS prevê a criação de diplomas que contribuam para o crescimento do mercado a exploração de novos seguros:

n Seguro de Importações, transporte de mercadorias, transportador, segurança privada, embarcações de recreio, etc.

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O microsseguro é um tema recente e cujo desenvolvimento esteve fortemente ligado ao microcrédito, abordado por diversas vezes ao longo da história, mas globalmente conhecido através do Professor Muhammad Yunus. Trata-se de um conceito que visa a criação de produtos formais de gestão de risco – seguros - para pessoas de baixo rendimento.

Reforçar a Efectividade da Força de VendasO sucesso de uma estratégia comercial que privilegie o desenvolvimento de novos produtos e canais para diferentes segmentos de clientes, deverá estar alicerçada numa estrutura comercial forte e dinâmica. A aposta no aumento da eficácia da força de vendas das Companhias, dotando-as de meios técnicos e humanos que permitam uma real cultura de vendas e de dinamização comercial, será um factor diferenciador das Companhias.

Este desenvolvimento requer uma forte aposta em formação dos colaboradores, reforço da informação disponível, uma reorganização de processos e procedimentos, um reforço da tecnologia disponível, bem como, uma monitorização e ajuste permanente da performance da rede comercial.

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Num mercado com taxas de crescimento elevadas, e níveis crescentes de concorrência, a melhoria da eficiência em processos como os de angariação e subscrição, emissão e gestão de apólices e gestão de sinistros, deverão constituir um factor diferenciador.

Os principais processos relacionados com a função financeira deverão igualmente ser avaliados e melhorados, por forma a garantir uma melhor eficiência e controlo destas operações.

Num contexto de rápida expansão, em que nalgumas situações algumas Seguradoras têm duplicado o volume de Prémios em períodos de um a dois anos, o fortalecimento do modelo operativo de suporte ao desenvolvimento do negócio é um factor fundamental como forma de garantir qualidade do serviço prestado e níveis de serviço adequados.

O aumento do rácio de despesas, bem como o expectável aumento das taxas de sinistralidade, principalmente por via do aumento do peso relativo do Ramo Automóvel no total das carteiras das Companhias, deverá implicar por parte das Companhias uma maior preocupação na melhoria dos níveis de eficiência e na redução dos custos operativos.

Neste contexto, a melhoria da eficiência dos processos de negócio e de suporte e o reforço do nível de automatização de alguns processos assumirão uma importância crescente como forma de manter os níveis desejados de rentabilidade e solvabilidade do Sector.

Melhoria dos processos de negócio e suporteNum mercado em que o grau de formalização dos processos e procedimentos das Companhias é, de uma forma geral, ainda reduzido, é fundamental o desenho e melhoria dos processos de negócio e suporte como forma de aumentar a eficiência e previsibilidade das operações, e melhorar, simultaneamente, o nível de controlo sobre as operações.

2 . Melhorar a eficiência das suas operações e Cobertura dos Sistemas de Informação

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Melhoria da cobertura dos Sistemas de Informação A revisão do modelo de processos e de operações, deverá ser potenciada por uma revisão do modelo de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

A nível aplicacional, o reforço do grau de automatização de alguns processos em que a intervenção manual é ainda muito significativa é um factor fundamental para melhoria dos níveis de serviço e controlo. O desenvolvimento de sistemas de workflow e gestão documental de suporte a processos como a emissão e gestão de apólices ou gestão de sinistros poderão constituir um importante factor de diferenciação e de qualidade de serviço prestado.

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O aumento do volume de negócios, uma progressiva maior cobertura geográfica do território angolano, assim como a progressiva ligação a um número crescente de parceiros (bancos, mediadores/corretores, prestadores de serviços,etc.) implicam novos desafios a nível da capacidade de processamento, armazenamento e comunicação, bem como da segurança e qualidade da informação.

Nesta matéria, as Companhias angolanas deverão estar atentas ao movimento de reforma legislativa no Sector das TIC que promulgou em 2011 a nova Lei-Quadro das Comunicações Electrónicas e dos Serviços da Sociedade de Informação e a nova Lei de Protecção de Dados Pessoais.

O reforço da capacidade de processamento e a melhoria da infra-estrutura de comunicação é um importante desafio para todo o Sector como forma de garantir níveis adequados de disponibilidade, controlo e qualidade de serviço.

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As perspectivas de desenvolvimento do mercado angolano traduzem-se num incremento do quadro efectivo e na necessidade acrescida de qualificação e desenvolvimento dos colaboradores, sendo imperativo que a estratégia das companhias seja alavancada na atracção e retenção dos melhores colaboradores.

Os colaboradores são um dos pilares para o sucesso na execução estratégica das organizações, sendo necessário adequá-las à actual mudança de paradigma ao nível da gestão (gestão de pessoas vs. gestão com as pessoas).

Deste modo, a Gestão de Recursos Humanos deve estar articulada com a estratégia e os objectivos das Companhias, designadamente no que respeita à capacidade de desenvolver as equipas nas Competências críticas.

Neste contexto, é necessário a adopção de uma Gestão de Competências, que permita um desenvolvimento integrado ao nível da Formação, do Recrutamento e Selecção e da Gestão de Carreiras, assegurando ainda a articulação com a Política de Remuneração e Benefícios, com a Avaliação de Desempenho e Gestão da Mobilidade.

Para o efeito, é recomendável a estruturação e desenvolvimento desta estratégia, de forma faseada e em torno de duas perspectivas: i) Modelo de Desenvolvimento Funcional e ii) Modelo de Desenvolvimento Pessoal.

Modelos de Desenvolvimento FuncionalEnquadra as áreas que visam assegurar a optimização dos recursos humanos e a integração das necessidades de carácter funcional e organizacional decorrentes da evolução e objectivos estratégicos:

n Modelo de Recrutamento;

n Sistema de Avaliação de Desempenho;

n Planos de Formação e Desenvolvimento; e

n Mobilidade e Gestão de Talentos.

O sucesso deste modelo depende em grande medida da capacidade para introduzir um Sistema de Avaliação de Desempenho que garanta o alinhamento com os objectivos da Companhia, devendo, tanto quanto possível, assentar em indicadores de desempenho quantitativos.

Para tal haverá que, previamente, definir/avaliar os perfis de competências (Universais, Nucleares e Específicas) de acordo com as funções críticas, constituindo a base para a identificação do quadro de responsabilidades, dos perfis de competências e dos requisitos de formação, experiência e outros.

Modelos de Desenvolvimento PessoalAbrange alguns dos pilares à retenção dos recursos humanos, enquadráveis na vertente quantitativa (p.e. modelos de Remuneração e Incentivos) e qualitativa (modelo de Carreiras, progressão e formação e planos de sucessão).

Na vertente quantitativa é determinante a definição de uma Política de Remuneração equitativa, competitiva e motivadora, nas suas componentes fixa, variável e de benefícios.

Por outro lado, a vertente qualitativa assegurará a obtenção das Competências necessárias por via do desenvolvimento individual necessário e diminuirá a dependência de colaboradores expatriados e consequentemente reduzirá os custos associados.

3. Reforçar a formação e melhorar os mecanismos de retenção de talentos

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Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola | 37

O crescimento do Sector e a necessidade crescente de protecção dos interesses dos clientes e accionistas, potencia o reforço das funções de supervisão e controlo nas Companhias.

À semelhança do que tem vindo a acontecer nos principais mercados, é expectável uma adopção progressiva de modelos em que se autonomizam as funções de Risco, Compliance e Auditoria e se reforçam os mecanismos de controlo através, por exemplo, do reforço dos níveis de segregação de funções.

Acreditamos que, tal como aconteceu noutros mercados, o reforço dos modelos de governo das Companhias implicará um conjunto de importantes desafios, nomeadamente:

n Reforço dos mecanismos que permitam garantir o grau de conhecimento e envolvimento da gestão de topo (fit and proper);

n Reforço dos níveis de segregação de funções;

n Clarificação de missão, funções e responsabilidades;

n Necessidade de articulação entre as funções de Auditoria, Risco e Compliance com as unidades operacionais;

n Capacitação das “novas” funções como os meios humanos e técnicos necessários ao desempenho das suas funções.

Em suma, é expectável o reforço dos mecanismos de Governo das Companhias, não apenas pela necessidade progressiva de protecção do interesses dos accionistas e tomadores de seguros, bem como um progressivo grau de alinhamento regulamentar e de supervisão com os mercados de seguros mais desenvolvidos.

4. Adequar o modelo de Governo aos novos desafios de mercado e regulamentares (Auditoria, Risco e Compliance)

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38 | Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola

1 . Sensibilizar o mercado para uma cultura de poupança e do valor associado à protecção

A constante evolução deste Sector, apresenta, sem dúvida, inúmeras oportunidades de crescimento mas também alguns desafios.

Neste primeiro estudo, procurámos partilhar o nosso entendimento sobre alguns dos principais desafios que o Sector de Fundos de Pensões em Angola está a enfrentar, ou irá enfrentar nos próximos anos, e sobre os quais entendemos que as Instituições devem fazer alguma reflexão, endereçando os mesmos de forma assertiva, nomeadamente:

Com a evolução do mercado, os seguros e os fundos de pensões vão assumir um papel cada vez mais importante no modelo de protecção social angolano.

Se factores como o crescimento económico, aumento do rendimento per capita, aumento demográfico e da esperança média de vida são indiscutivelmente positivos para qualquer sociedade, a verdade é que também eles trazem desafios que precisam de ser endereçados e geridos. A poupança, a protecção na velhice e a sustentabilidade dos sistemas sociais são certamente um dos grandes desafios que uma sociedade com forte crescimento económico e demográfico irá enfrentar e para os quais, o Sector

Segurador e de Fundos de Pensões podem desempenhar um importante papel.

O forte crescimento demográfico registado em Angola nos últimos anos e as animadoras taxas de crescimento estimadas para os próximos anos, aliado à estimativa de aumento da esperança média de vida e do rendimento per capita fazem antever uma maior consciencialização e preocupação para com a protecção de longo prazo e como tal, pela procura de soluções, como os fundos de pensões.

Neste contexto, as Entidades Gestoras de Fundos de Pensões deverão procurar desenvolver campanhas que permitam desenvolver este valores. Estas campanhas deverão abranger todas as camadas etárias e sociais da população angolana e irão contribuir para um progressivo alinhamento do mercado com o nível de desenvolvimento de outros mercados com maior nível de maturidade.

6.3. Principais Desafios para o Sector de Fundos de Pensões

1 . Sensibilizar o mercado para uma cultura de poupança e do valor associado à protecção;

2 . Diversificar a oferta e melhorar progressivamente os níveis de sofisticação da oferta e de rentabilidade;

3 . Reforçar as competências técnicas e aumentar os níveis de eficiência do Sector.

Procuraremos concretizar os desafios apresentados, ilustrando não apenas os principais constrangimentos e dificuldades que as Entidades

poderão encontrar, mas também algumas iniciativas que poderão vir a desenvolver para os endereçar de forma adequada.

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Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola | 39

2 . Diversificar a oferta e melhorar progressivamente os níveis de sofisticação da oferta e de rentabilidade

3 . Reforçar as competências técnicas e aumentar os níveis de eficiência do Sector

Para além destes factores, de natureza mais exógena, o reforço do nível de sofisticação e diversidade da oferta de produtos, abrangendo as diversas tipologias de fundos de pensões serão um importante factor de desenvolvimento.

O reforço da oferta será um importante factor de canalização de poupanças da economia bem como de retenção de quadros, através da criação de fundos de pensões para colaboradores.

Neste domínio, será importante a adequação da oferta às diferentes necessidades e perfis de risco dos clientes angolanos, tanto particulares como empresariais. O expectável

aumento dos níveis médios de rendimento, associados a um aumento da importância dos valores da poupança e da protecção de pessoas e bens, contribuirá para o surgimento progressivo de um maior número de Entidades Gestoras de Fundos de Pensões, de participantes e beneficiários. Esta maior concorrência potenciará o desenvolvimento de novas soluções e produtos que permitam a obtenção de adequados níveis de rentabilidade dos produtos como forma de captar e fidelizar os principais clientes.

Neste cenário animador e de perspectivas de crescimento, são muitos os desafios que se colocam às sociedades gestoras, que irão operar num mercado mais concorrencial e com um elevado volume de activos para serem geridos por longos períodos de tempo.

Alguns dos principais desafios que as Entidades Gestoras de Fundos de Pensões irão defrontar nos próximos anos incluem:

n Capacidade técnica para o desenvolvimento de produtos com crescente níveis de sofisticação e rentabilidade;

n Capacidades de aconselhamento financeiro dos clientes como forma de aumentar o nível de penetração do Sector na Economia angolana;

n Capacidade de gestão de activos e de liquidez;

n Gestão de risco operacional e reputacional da entidade gestora.

Uma resposta adequada a este conjunto de desafios constituirá um importante factor competitivo, de sustentabilidade e de diferenciação, num mercado de elevado potencial.

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40 | O Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola

7. Principais Conclusões

O ano de 2010 marcou, momentaneamente, um ponto de viragem na crise económica mundial, depois de dois anos marcados por uma forte desaceleração e contracção económica a nível mundial, à qual a economia angolana não foi imune. Presentemente, assiste-se a um esforço concertado a nível internacional na procura de soluções eficazes e duradouras no sentido de restituir a confiança e robustez do Sector Financeiro, crítico para o suporte do crescimento e desenvolvimento económico.

Em Angola, o ano de 2010 marcou igualmente a retoma do crescimento económico, após um ano de 2009 de forte desaceleração do PIB, existindo neste momento, de acordo com as mais recentes projecções do FMI, perspectivas de crescimento para 2011 na ordem dos 3,7% e de 10,8% para 2012, o que, sem dúvida, permite algum optimismo sobre a evolução económica do País.

No entanto, a economia em Angola permanece ainda exposta à crise e desaceleração económicas externas, na medida em que o PIB encontra-se ainda muito dependente das receitas oriundas do Petróleo, não obstante o esforço de diversificação Sectorial que tem sido levado a cabo pelo Governo do País.

O comportamento do Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola, apresentou um forte crescimento, acima do crescimento da própria economia.

Apesar deste forte crescimento, o nível de penetração na economia é ainda reduzido, quando comparado com outras economias em que este Sector apresenta maior nível de maturidade, apresentando assim inúmeras oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

Alguns dos desafios que permitirão captar este potencial de crescimento incluem:

n Sensibilizar o mercado para uma cultura de poupança e de valorização do valor da protecção;

n Diversificar a oferta, desenvolver novos canais e parcerias;

n Melhorar a eficiência das suas operações, cobertura dos Sistemas de Informação;

n Reforçar a formação e melhorar os mecanismos de retenção de talentos;

n Adequar o modelo de Governo aos novos desafios de mercado e regulamentares (Auditoria, Risco e Compliance).

Desta forma, antevemos que este Sector, em Angola, continue a apresentar uma elevada dinâmica, tendo necessariamente que se adaptar aos desafios e às tendências emergentes.

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Antevemos que este Sector, em Angola,

continue a apresentar uma elevada dinâmica, tendo necessariamente que se

adaptar aos desafios e às tendências emergentes.

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Anexo 1

1. Sector Segurador Internacional

2. Sector Segurador em Angola

Descrição 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

Europa 1 704 40,4% 1 614 39,3% 1 620 37,3% 1,8% 1,8%

América 1 450 34,4% 1 358 33,0% 1 410 32,5% -5,5% 0,7%

Ásia 935 22,1% 1 014 24,7% 1 161 26,8% 4,7% 7,2%

Oceania 79 1,9% 66 1,6% 81 1,9% -11,5% 2,3%

Africa 53 1,3% 57 1,4% 67 1,5% 2,3% -1,1%

Total 4 220 100,0% 4 110 100,0% 4 339 100,0% -0,3% 2,7%

Ramos 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

SegurosdeVida 2 732 7,5% 3 547 6,4% 3 491 4,6% 29,8% -1,6%

Acidentes,DoençaseViagens 9 120 25,0% 13 070 23,7% 20 071 26,4% 43,3% 53,6%

IncêndioeElementosdaNatureza 3 349 9,2% 7 002 12,7% 5 985 7,9% 109,1% -14,5%

OutrosDanosemCoisas 1 393 3,8% 2 588 4,7% 1 643 2,2% 85,8% -36,5%

Automóvel 6 013 16,5% 10 484 19,0% 21 219 27,9% 74,4% 102,4%

Transportes 3 176 8,7% 1 827 3,3% 5 788 7,6% -42,5% 216,8%

Petroquímica 7 841 21,5% 15 015 27,3% 13 637 17,9% 91,5% -9,2%

ResponsabilidadeCivilGeral 1 109 3,0% 1 404 2,5% 3 088 4,1% 26,6% 119,9%

Diversos 1 751 4,8% 142 0,3% 1 133 1,5% -91,9% 696,4%

TOTAL 36 484 100% 55 081 100% 76 054 100% 51,0% 38,1%

Ramos 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

SegurosdeVida 377 4,4% 1 068 8,2% -248 -1,6% 183,0% -123,2%

Acidentes,DoençaseViagens 4 500 52,1% 5 188 39,9% 6 099 40,1% 15,3% 17,6%

IncêndioeElementosdaNatureza 924 0,0% 2 546 19,6% 306 2,0% 175,7% -88,0%

OutrosDanosemCoisas 78 0,0% 226 1,7% 353 2,3% 188,7% 56,3%

Automóvel 2 699 31,3% 3 855 29,7% 5 517 36,2% 42,8% 43,1%

Transportes 99 1,2% 42 0,3% 3 164 20,8% -57,5% 7409,4%

Petroquímica 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0,0% 0,0%

ResponsabilidadeCivilGeral -3 0,0% 124 1,0% 46 0,3% 3679,0% -63,2%

Diversos -40 -0,5% -47 -0,4% -12 -0,1% -19,1% 74,1%

TOTAL 8 634 100% 13 002 100% 15 225 100% 50,6% 17,1%

Fonte: Sigma n 2/2011, Sigma 2/2010

Fonte: ISS

Fonte: ISS Nota: Os valores de Incêndio e elementos da natureza, outros danos em coisas e responsabilidade civil geral de 2008, encontram-se na rúbrica diversos.

Volume de Prémios da Produção Global (Mil Milhões USD)

Prémios de Seguro Directo (Milhões AOA)

Indemnizações de Seguro Directo (Milhões AOA)

Quadros Resumo

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Ramos 2008 2009 2010

Comissão Taxa Comissão Taxa Comissão Taxa

Vida 26 1,0% 36 1,0% 42 1,2%

Acidentes,DoençaseViagens 118 1,3% 387 3,0% 529 2,6%

IncêndioeElementosdaNatureza 35 1,1% 59 0,8% 142 2,4%

OutrosDanosemCoisas 34 2,4% 90 3,5% 96 5,9%

Automóvel 252 4,2% 467 4,5% 1 405 6,6%

Transportes 36 1,1% 27 1,5% 219 3,8%

Petroquímica 18 0,2% 11 0,1% 0 0,0%

ResponsabilidadeCivilGeral 13 1,1% 21 1,5% 33 1,1%

Diversos 10 0,6% 50 34,9% 9 0,8%

TOTAL 542 1,5% 1 148 3,1% 2 475 6,8%

Ramos 2008 2009 2010 2009 (Var) 2010 (Var)

SegurosdeVida 13,8% 30,2% -7,1% 118,3% -123,6%

Acidentes,DoençaseViagens 49,3% 39,7% 30,4% -19,6% -23,4%

IncêndioeElementosdaNatureza 27,6% 36,4% 5,1% 31,9% -85,9%

OutrosDanosemCoisas 5,6% 8,7% 21,5% 53,3% 146,3%

Automóvel 44,9% 36,8% 26,0% -18,1% -29,3%

Transportes 3,1% 2,3% 54,7% -26,0% 2266,3%

Petroquímica 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

ResponsabilidadeCivilGeral -0,3% 8,8% 1,5% 2951,6% -83,3%

Diversos -2,3% -33,1% -1,1% 1362,8% 96,7%

TOTAL 23,7% 23,6% 20,0% -0,3% -15,2%

Ramos 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

Vida 2 362 11,3% 3 920 12,6% 3 175 8,3% 65,9% -19,0%

NãoVida 18 522 88,7% 27 228 87,4% 35 082 91,7% 47,0% 28,8%

TOTAL 20 885 100,0% 31 148 100,0% 38 258 100,0% 49,1% 22,8%

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Comissões SD/Prémios SD

Taxa de Sinistralidade

Prémios de Resseguro Cedido (Milhões AOA)

2008 2009 2010

PessoaleSocial 2 821 3 712 5 745

Administração 2 620 3 637 4 941

Fiscais 616 1 219 2 074

ImpostoseTaxas 323 606 1 107

Impostossobrelucros 293 613 967

Total 6 057 8 568 12 760

Fonte: ISS

Despesas Gerais/Prémios SD

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Quadros Resumo

Descrição 2008 2009 2010

Obrigações(OutrostítulosdeRendimentoFixo) 2 527 1 094 580

Acções(OutrostítulosdeRendimentoVariável) 305 299 299

Imóveis 6 348 6 664 27 103

DepósitosaPrazo 3 821 3 243 4 238

Empréstimos 206

Outros 301 695 1 818

TOTAL 13 302 11 995 34 244

Descrição 2008 2009 2010 2009 (Var) 2010 (var)

ElementosConstitutivosdaMargem 8 328 560 8 576 571 31 432 879 3,0% 266,5%

MontantedaMargemaConstituir 8 739 115 8 858 755 20 602 520 1,4% 132,6%

Taxa de Cobertura 95,3% 96,8% 152,6% 1,6% 57,6%

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Investimentos 2010

Margem de Solvência

Descrição 2008 2009 2010 2009 (Var) 2010 (Var)

ResultadoTécnicoGlobal-incluindoresult/resscedidoeaceite(MilhõesAOA) 6 334 15 842 18 263 150,1% 15,3%

TaxadeCedência(PrémiosRC/PrémiosSD) 57,2% 56,6% 50,3% -1,2% -11,0%

TaxadePenetraçãodosSeguros(Prémios/PIB) 0,3% 0,9% 1,0% 253,8% 8,7%

TaxaDensidadedosSeguros(Prémios/Pop.Residente)(AOA) 2 354 3 329 4 596 41,4% 38,1%

ProvisõesTécnicas(incluindoprovisõesmatemáticas)(MilhõesAOA) 22 796 35 612 42 289 56,2% 18,7%

ProvisõesTécnicas/PrémiosSD 62,5% 65,1% 55,6% 4,2% -14,6%

ParticipaçãodoSeguronaformaçãodoPIB(VAB/PIB) 0,1% 0,3% 0,3% 371,4% 3,0%

ActivosInvestidos(MilhõesAOA) 13 302 11 995 34 244 -9,8% 185,5%

TotaldeActivos(MilhõesAOA) 52 591 88 065 136 808 67,5% 55,3%

Fonte: ISS Nota: As taxas de penetração dos seguros e da densidade dos seguros reflectem os níveis de procura de seguros no âmbito da análise macroeconómica.

Outros Elementos

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Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola | 45

3. Fundos de Pensões

Descrição 2008 2009 2010 2009 (Var) 2010 (Var)

NºSociedadesGestorasdeFundosdePensões 3 - 4 - 5(1) - 33,3% 25,0%

NºdeFundosdePensõesAutorizados 21 - 21 - 23 - 0,0% 9,5%

NºdeFundosdePensõesExplorados 15 - 19 - 20 - 26,7% 5,3%

Participantes(2) 35 000 - 34 088 - 35 571 - -2,6% 4,4%

Pensionistase/ouBeneficiários(2) 9 630 - 8 260 - 9 637 - -14,2% 16,7%

Tipo de Fundo 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

Abertos 834 3,5% 1 154 3,7% 1 543 4,1% 38,3% 33,8%

Fechados 23 324 96,5% 30 209 96,3% 36 209 95,9% 29,5% 19,9%

TOTAL 24 158 100,0% 31 362 100,0% 37 753 100,0% 29,8% 20,4%

Tipo de Fundo 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

Abertos 188 2,4% 261 3,2% 357 4,2% 39,1% 36,5%

Fechados 7 597 97,6% 7 834 96,8% 8 217 95,8% 3,1% 4,9%

TOTAL 7 785 100,0% 8 096 100,0% 8 573 100,0% 4,0% 5,9%

Tipo de Fundo 2008 % 2009 % 2010 % 2009 (Var) 2010 (Var)

Abertos 0 0,0% 3 0,1% 4 0,1% n.a. 63,4%

Fechados 2 892 100,0% 3 305 99,9% 3 772 99,9% 14,3% 14,1%

TOTAL 2 892 100,0% 3 308 100,0% 3 776 100,0% 14,4% 14,2%

Descrição 2008 2009 2010 2009 (Var) 2010 (Var)

TaxadeDensidadedosFundosdePensões(Valordosfundos/PopulaçãoResidente(AOA)) n.d. - 1 895,3 - 2 281,5 - n.a. 20,4%

Contribuições/PopulaçãoResidente(AOA) 496,3 - 489,3 - 518,1 - -1,4% 5,9%

TaxadePenetraçãodosFundosdePensões(ValordosFundos/PIB) 0,2% - 0,5% - 0,5% - 205,9% -3,8%

Contribuições/PIB 0,6% - 0,1% - 0,1% - -75,0% -21,4%

ActivosInvestidos(MilhõesAOA) n.d. - 25 654 - 37 126 - n.a. 44,7%

TotaldeActivos(MilhõesAOA) 25 724 - 32 345 - 41 626 - 25,7% 28,7%

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Fonte: ISS

Mercado de Fundos de Pensões

Valor dos Fundos de Pensões (Milhões AOA)

Contribuições para os Fundos de Pensões (Milhões AOA)

Pensões Pagas (Milhões AOA)

Outros Elementos

(1) inclui uma seguradora de seguro directo que também gere fundos de pensões; (2) Não estão incluídos os dos Fundos de Pensões abertos.

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46 | Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola

Decreto nº 25/98 – Aprova o Regulamento dos Fundos de Pensões em Angola

Lei nº 1/00 – Geral da Actividade Seguradora – Revoga toda a legislação que contrarie ou regule o disposto neste diploma – D.R. Nº 5

Decreto nº 6/01 – Define o resseguro e o co-seguro, assim como as entidades que podem exercer esta actividade em Angola – Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente diploma – DR Nº 10

Decreto nº 2/02 – Sobre o contrato de seguros - Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente diploma – DR Nº12, 11 DE FEVEREIRO

Decreto nº 7/02 – Define como transgressões as infracções à legislação de sector de seguros e resseguros e às disposições de natureza regulamentar emitidas pelo Instituto de Supervisão de Seguros e estabelece o âmbito da sua aplicação – DR Nº 28 DE 9 ABRIL

Decreto 79-A/02 – Aprova o Plano de Contas para as empresas de seguros – Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente diploma – DR Nº 97, DE 5 DEZEMBRO

Decreto executivo nº 58/02 – Aprova as normas sobre o sistema de tarifas de seguros – Revoga todas as disposições legais e orientações que contrariem o disposto neste decreto executivo – DR Nº97, 5 DE DEZEMBRO

Decreto executivo nº 5/03 – Aprova o regulamento sobre as regras e procedimentos do pedido de autorização para a constituição e funcionamento das seguradoras: sobre o Capital Social e Reservas; sobre as Aplicações Financeiras das Seguradoras; sobre a entrega de valores ao Instituto de Supervisão de Seguros; sobre a obrigação de se efectuar o seguro nas seguradoras autorizadas em Angola e sobre a anulação e/ou suspensão das garantias de seguro – DR Nº 6 DE 24 JANEIRO

Decreto executivo nº 6/03 – Aprova o regulamento sobre as garantias financeiras de cumprimento obrigatório para as instituições seguradoras – DR Nº 6 DE 24 JANEIRO

Decreto executivo nº 7/03 – Aprova o regulamento sobre a mediação e corretagem de seguros – Revoga todas as disposições legais e orientações que contrariem o disposto neste decreto executivo – DR Nº 6 DE 24 JANEIRO

Decreto executivo nº 16/03 – Aprova as normas de funcionamento para as entidades gestoras de Fundos de pensões – Revoga todas as disposições legais e orientações que contrariem o disposto neste decreto executivo

Rectificações, DR nº 9, de 21 de Janeiro de 2005 – Rectificações sobre o Despacho nº 9/03, Decretos executivos nºs 6/03, 58/02 e 16/03

Decreto nº 9/03 - Aprova o regulamento sobre o Cálculo e Constituição da Margem de Solvência e do Fundo de Garantia, Informações Obrigatórias e Periódicas e Responsabilidade Relativas a Planos de Pensões das Entidades Gestoras e Contabilização e Valorimetria dos Activos de Fundos de Pensões – Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente despacho

Decreto nº 63/04, DR nº 78, de 28 de Setembro – Aprova o estatuto do Instituto de Supervisão de Seguros

Decreto nº 96/04, DR nº 101, de 17 de Dezembro - Cria sob tutela do Ministério das Finanças o Fundo de Actualização e Regularização de Seguros, abreviadamente designado por FUNSEG

Decreto nº 53/05, DR nº 97, de 15 de Agosto – Sobre o regime jurídico dos acidentes de trabalho e doenças profissionais

Decreto executivo nº 66/05, DR nº 77, de 29 de Junho – Aprova o regulamento do Conselho Técnico de Seguros e Fundos de Pensões

Decreto executivo conjunto nº 52, DR nº 55, de 9 de Maio – Sobre a assumpção e excepcionalmente, pelo Estado Angolano da responsabilidade pela indemnização que exceda a USD 50.000.000,00, até ao limite de USD1.000.000.000,00, para a cobertura de danos causados a terceiros em caso de guerra ficando a TAAG – EP dispensada desse pagamento

Decreto Executivo nº 70/06, DR nº 69, 7 de Julho – Regula os montantes do capital social mínimo para o funcionamento das empresas seguradoras

Decreto Executivo nº 74/07, DR nº 78, 29 de Junho - Regula e optimiza as condições práticas do actual acesso e funcionamento dos operadores do mercado de seguros

Decreto nº 9/09, DR nº 129, 3 de Julho – Estabelece as regras que regulam direitos, obrigações e procedimentos aplicáveis ao transporte aéreo de passageiros, bagagens e cargas, incluindo nesta, animais, no quadro do seguro obrigatório de responsabilidade civil de aviação civil

Anexo 2Legislação de Seguros e de Fundos de Pensões

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Análise ao Sector Segurador e de Fundos de Pensões em Angola | 47

Decreto nº 10/09, DR nº 129, 13 de Julho – Cria sob tutela do Ministério das Finanças e adstrito ao Instituto de Supervisão de Seguros como unidade dependente o Fundo de Garantia Automóvel, abreviadamente designado por «F.G.A.» e aprova o seu estatuto orgânico

Decreto nº 35/09, DR nº 150, 11 de Agosto – Procede à regulamentação do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel, instituído pelo artigo 10º da Lei nº 20/03, de 19 de Agosto – Lei de Bases dos Transportes Terrestres

Circular nº 02/ISS/MF/10 – sobre informações obrigatórias e periódicas das seguradoras

Circular nº 03/ISS/MF/10 – informações obrigatórias e periódicas dos fundos de pensões

Circular nº 04/ISS/MF/10 – sobre as aplicações financeiras dos fundos de pensões e dos valores afectos às provisões técnicasdas seguradoras 

Circular nº 05/ISS/MF/10 – Sobre o Fundo de Actualização e Regularização dos Seguros/ FUNSEG

Circular nº 06/ISS/MF/10 – Sobre a Mediação de Seguros

Circular nº 01/FGA/MF/10 – Sobre o funcionamento do Fundo de Garantia Automóvel

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Page 48: KPMG - Estudo Mercado de Seguros em Angola 2012

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