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1032 Juventude e Perspectivas de Futuro: A Orientação Profissional no Programa Primeiro Emprego Youth and the Perspectives of Future: The Professional Guidance in the First Job Program Juventud y Perspectivas de Futuro: La Orientación Profesional en el Programa Primer Empleo Nadia Rocha Veriguine, Cláudia Basso & Dulce Helena Penna Soares Universidade Federal de Santa Catarina PSICOLOGIA:CIÊNCIA E PROFISSÃO,2014, 34(4), 1032-1044 Artigo http://dx.doi.org/10.1590/1982 - 370000902013

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Juventude e Perspectivas deFuturo: A Orientação

Profissional no ProgramaPrimeiro Emprego

Youth and the Perspectives of Future: The Professional Guidance inthe First Job Program

Juventud y Perspectivas de Futuro: La Orientación Profesional en elPrograma Primer Empleo

Nadia Rocha Veriguine, CláudiaBasso & Dulce Helena Penna Soares

Universidade Federal de Santa Catarina

PSICOLOGIA:CIÊNCIA E PROFISSÃO,2014, 34(4), 1032-1044

Artigo

http://dx.doi.org/10.1590/1982 - 370000902013

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Juventude e Perspectivas de Futuro: A Orientação Profissional no Programa Primeiro Emprego

Resumo: Este artigo relata a experiência de Orientação Profissional realizada a partir dos pres-supostos da Psicologia Sócio-Histórica junto a um grupo de quinze jovens com idades entre de-zoito e vinte e quatro anos, pertencentes ao Programa Primeiro Emprego de uma empresa deeconomia mista, do estado de Santa Catarina. A intervenção objetivou compreender o processode escolha ocupacional/profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social, contribuindopara a ampliação do rol de perspectivas futuras de trabalho (e dos modos de vida) dessesjovens. Foram realizadas três oficinas de quatro horas de duração e uma entrevista integrativaindividual. A partir das reflexões propostas, alguns participantes teceram projetos relacionadosa continuar os estudos com cursos técnicos e/ou universitários, outros buscaram mais informaçõessobre possibilidades imediatas de emprego e renda e um grupo específico evidenciou o impactoda realidade social em que vive ao manifestar o desejo de evitar um futuro de fome, violências,mortes e guerras. A realização do trabalho com esse público de uma realidade socioeconômicadesfavorecida e em um contexto de política pública evidencia a amplitude de possibilidades deintervenção e de pesquisa possíveis a orientação profissional sob uma perspectiva social.Palavras-chave: Psicologia sócio-histórica. Adolescentes. Orientação vocacional. Políticas públicas.

Abstract: This paper reports the Professional Guidance experience undertaken from presumptionsof the Socio-Historical Psychology in a group comprising fifteen youngster ranging from eighteento twenty-four years old, participating in the First Job Program of a state-controlled company ofthe state of Santa Catarina. The intervention aimed at understanding the process ofoccupation/professional choice of youngsters under social vulnerability condition, contributingto expand the roll of future work perspectives (and of ways of life) of those youngsters. Threeworkshops were undertaken with four hours each, along with an individual integrative interview.Some participants prepared projects, from the proposed reflections, related to continuing studieswith vocation and or university courses, others sought for more information on immediate pos-sibilities of employment and income, and one specific group evidenced the impact of its socialreality by manifesting the will of avoiding a future with hunger, violence, deaths, and wars. Theundertaking of this work with this public from an non-favored socio-economic reality within apublic policy context evidences the broadness of intervention possibilities and research that arepossible for Professional Guidance under a social viewpoint.Keywords: Socio-Historical Psychology. Adolescent. Vocational guidance. Public policies.

Resumen: Ese artículo relata la experiencia de Orientación Profesional realizada a partir de los presu-puestos de la Psicología Socio-Histórica junto a un grupo de quince jóvenes con edades entredieciocho y veinticuatro años, pertenecientes al Programa Primer Empleo de una empresa deeconomía mixta, del estado de Santa Catarina. La intervención objetivó comprender el proceso deelección ocupacional/profesional de jóvenes en situación de vulnerabilidad social, contribuyendopara la ampliación del rol de perspectivas futuras de trabajo (y de los modos de vida) de esos jóvenes.Fueron realizados tres talleres de cuatro horas de duración y una entrevista integrativa individual. Apartir de las reflexiones propuestas, algunos participantes tejieron proyectos relacionados a continuarlos estudios con cursos técnicos y/o universitarios, otros buscaron más informaciones sobre posibilidadesinmediatas de empleo y renta y un grupo específico evidenció el impacto de la realidad social en quevive al manifestar el deseo de evitar un futuro de hambre, violencias, muertes y guerras. La realizacióndel trabajo con ese público de una realidad socioeconómica desfavorecida y en un contexto depolítica pública evidencia la amplitud de posibilidades de intervención y de pesquisa posibles laOrientación Profesional bajo una perspectiva social.Palabras-Clave: Psicología socio-histórica. Adolescentes. Orientación profesional. Políticas públicas.

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Este artigo tem como objetivo relatar a ex-periência de Orientação Profissional reali-zada a partir dos pressupostos da PsicologiaSócio-Histórica (Bock & Aguiar, 1995; Aguiar,Bock, & Ozella, 2001; Bock, 2002; Bock,2010), junto a um grupo de quinze jovenscom idades entre dezoito e vinte e quatroanos, pertencentes ao Programa PrimeiroEmprego de uma empresa de economiamista, do estado de Santa Catarina. As ofici-nas de Orientação Profissional foram reali-zadas nas dependências da própria empresa,a qual, por meio da organização não gover-namental responsável pelo acompanha-mento desses jovens, buscou a ajuda daspesquisadoras.

A empresa em questão possui o projeto Pre-paração Profissional que tem como objetivofacilitar o ingresso de jovens no mercado detrabalho, qualificando profissionalmenteesses jovens em rotinas administrativas co-muns na área empresarial. Esse projeto in-corporou o Programa Primeiro Emprego, noqual os jovens permanecem na empresa du-rante um ano, adquirindo experiência e re-cebendo capacitação profissional. Aotérmino do prazo de contrato, os jovenseram encaminhados para o desligamento daempresa. Diante dessa realidade, as coorde-nadoras do projeto apresentaram preocupa-ção a respeito das possibilidades futuras deestudo e trabalho desses jovens e, por isso,solicitaram às pesquisadoras um trabalho deorientação profissional, em período anteriorao desligamento da empresa.

Para participarem do programa da empresa,esses jovens passaram por um processo sele-tivo com os seguintes critérios: ter renda percapita familiar de até meio salário mínimo,não ter nenhuma experiência de trabalhoformal, ter completado ou estar cursando oensino médio, fundamental ou cursos deeducação de jovens e adultos. As atividadesde trabalho realizadas consistiam no atendi-

mento telefônico, recebimento e envio decorrespondência, realização de fotocópias emanutenção de equipamentos, para aquelesque possuíam alguma formação técnica. Ajornada de trabalho era de quatro horas diá-rias, realizadas no período oposto ao da for-mação escolar, quando esta ainda estava emandamento e jovens recebiam uma bolsa au-xílio. Visando ao treinamento do trabalho aser executado e o aprendizado para a inser-ção no mercado de trabalho, ao longo doperíodo em que os jovens permaneceram naempresa, realizaram os seguintes módulos deformação: ética e cidadania, higiene e saúde,segurança no trabalho, desenvolvimento deequipe, português básico, primeiros socor-ros, planejamento familiar e orientação pro-fissional, os quais foram ministrados pelasautoras deste artigo.

O principal objetivo das oficinas de OrientaçãoProfissional foi compreender o processo deescolha profissional desses jovens em situaçãode vulnerabilidade social, muitos oriundosdas comunidades mais carentes socioeco-nomicamente da cidade de Florianópolis ecom ensino médio incompleto, contribuindopara a ampliação do rol de perspectivasfuturas de trabalho (e dos modos de vida)desses jovens. Além disso, foram objetivosespecíficos: proporcionar aos participantesum momento de reflexão acerca de si mesmo(autoconhecimento); estimular a criação deum projeto de futuro profissional e pessoal;elevar a estima pessoal, por meio da per-cepção dos aspectos positivos de si mesmo;disponibilizar informação profissional; auxiliara refletir sobre o mercado de trabalho esobre as possibilidades ocupacionais/profis-sionais e elaborar o luto referente ao desli-gamento da empresa em questão (Veriguine,Basso, & Soares, 2008).

Para a realização das oficinas, partiu-se deuma concepção social da juventude, quefosse condizente com o referencial teórico

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da Psicologia Sócio-Histórica. A partir dessavisão, a juventude é percebida como umacondição provisória e transitória, não sendopossível sua homogeneidade, mas, sim, acompreensão de diferentes juventudes(Abramo, 1994). Ou seja, quando se temcomo foco a questão da juventude é precisoconsiderar a diversidade social, econômica ecultural, sendo impossível generalizar e afir-mar que todos os jovens se comportem domesmo jeito ou seguem o mesmo caminho(Martins, 2002; Alvim, Ferreira Júnior, &Queiroz, 2004).

O conceito de juventude resume uma cate-goria sociológica, que constitui um processosociocultural, demarcado pela preparaçãodos indivíduos para assumirem o papel deadulto na sociedade, nos planos familiar eprofissional (Ramos, Pereira, & Rocha, 2006).No Brasil, a juventude é compreendida entre16 e 29 anos, conforme a PEC1 da Juven-tude, aprovada pelo Congresso em setembrode 2010. De acordo com a Assembleia Geraldas Nações Unidas, a OIJ (OrganizaçãoIbero-Americana da Juventude, 1994) e aOrganização Internacional da Juventude, ajuventude é compreendida entre 15 e 24anos. Não há um consenso em relação àfaixa etária, podendo variar em cada país.De modo geral, é normalmente no períododa juventude que o indivíduo inicia seuquestionamento sobre quem ser e o quefazer no mundo, refletindo sobre sua escolhaprofissional e seu projeto de vida.

Trabalho, juventude e políticaspúblicas

Dentro da perspectiva da Psicologia Social,o trabalho é concebido como condição in-dispensável à produção da vida humana, in-dissociável e essencial ao sujeito. Ele é umaatividade humana que tem como finalidadea produção de algo útil, capaz de suprir ne-cessidades (Marx, 1985). Caracteriza-se por

seu aspecto transformador e por permitir aohomem realizar modificações na realidade,operando alterações sobre si mesmo e sobreo ambiente. O trabalho tem grande impor-tância na sociedade, visto que é necessárioà sobrevivência e ao consumo. O trabalhotambém é um espaço de socialização, deaprendizagem e construção da identidadepessoal, grupal e profissional, possibilitandoa inclusão social (Navarro & Padilha, 2007).

Devido em grande parte ao processo dereestruturação produtiva, o mundo do traba-lho vem atravessando alterações substanciaisque repercutem na identidade e nos modosde ser da classe trabalhadora (Coutinho, Kra-wuski, & Soares, 2007). Os jovens não cons-tituem exceção e também são afetados,especialmente por dificuldades no processode inserção e permanência profissional. Se-gundo o Ministério do Trabalho e Emprego(2010), na década atual, a taxa de desem-prego da população adulta diminuiu leve-mente, mas o desemprego dos jovensaumentou, impedindo uma queda da taxageral de desemprego.

Embora alguns estudos, principalmente osque se baseiam na visão naturalizante e uni-versal da juventude, considerem que temascomo o consumo e o lazer sejam as princi-pais áreas de interesse do público juvenil,pesquisas com jovens brasileiros têm mos-trado que a maior preocupação destes, emespecial os de classes populares, tem sido apossibilidade de trabalho (Martins, 2002;Guimarães, 2004). Identificar-se como “tra-balhador” é ainda um valor básico na socie-dade brasileira, sendo que “trabalhador” éno imaginário popular juvenil o que distin-gue o “cidadão” do “marginal”. Por essarazão, para muitos jovens, o trabalho podeser “espaço vital de aprendizado, de sociali-zação, de afirmação da identidade dojovem, inclusive de práticas sociais potencial-mente libertadoras” (Leite, 2003, p. 156).

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Dessa forma, devido à necessidade de traba-lhar para contribuir no sustento da família,as trajetórias mais comuns entre jovens declasses populares costumam implicar noabandono precoce da escola, sendo que, emmuitas vezes, os reais anos de passagem pelainstituição escolar não correspondem aograu de instrução conseguido efetivamente.Embora o diploma de conclusão dos níveisformais de educação possa possibilitar me-lhores ocupações assinadas na carteira detrabalho, a sobrevivência é mais forte e in-cide sobre o jovem de classe popular, le-vando-o a ingressar o quanto antes nomercado de trabalho (French, 2004).

Diante do reconhecimento de que os jovenssão atores sociais, é importante desenvolvernovos paradigmas sobre o trabalho juvenil:“não se trata mais de trabalho como ate-nuante da pobreza ou alternativa à margina-lidade e à exclusão. Trata-se do trabalhocomo direito e um componente essencial daformação do jovem, como indivíduo e cida-dão” (Leite, 2003, p.157).

Nessa direção, o governo federal e alguns go-vernos estaduais têm procurado desenvolverdiversos programas e políticas públicas parao público juvenil, principalmente no quetange à educação e ao emprego. Por políticapública pode-se compreender orientaçõespara a formulação, implementação e avalia-ção de ações públicas, relacionadas ao Es-tado e à sociedade civil, tanto na prestaçãode serviços quanto na dimensão ético-polí-tica dos projetos (Sposito & Carrano, 2003).

Em 2004, o governo federal criou o Depar-tamento de Políticas de Trabalho e Empregopara a Juventude com o objetivo de atuar napromoção de mais e melhores oportunida-des de trabalho, emprego e geração derenda para esse segmento. A partir das Leisnº 10.748/2003 e nº 10.940/2004, regula-mentadas pelo Decreto nº 5.199/2004 foi

criado o Programa Nacional de Estímulo aoPrimeiro Emprego para os Jovens (PNPE)com o objetivo de proporcionar uma pri-meira chance de trabalho para os jovens semexperiência e com dificuldades de acesso aoemprego. Seu público-alvo são jovens deambos os sexos, com idades entre dezesseise vinte e quatro anos, sem passagem anteriorpelo mercado de trabalho, ou com passagensinferiores há três meses. E sua prioridade deacesso são jovens provenientes de famíliasde baixa renda, egressos do sistema penal(jovens infratores) e/ou portadores de defi-ciência. As ações do PNPE são dirigidas àpromoção da inserção de jovens no mercadode trabalho, oferecendo qualificação profis-sional, bem como incentivando a escolariza-ção e inclusão social e fortalecendo aparticipação da sociedade no processo deformulação de políticas e ações de geraçãode trabalho e renda.

Orientação e escolhaprofissional na concepçãosócio-histórica

Muitas são as abordagens utilizadas naorientação profissional atualmente no Bra-sil. Por se tratar das bases da metodologiaempregada na experiência em questão,aqui será discutida apenas a abordagemsócio-histórica.

Nessa abordagem, o homem e sua subjetivi-dade são considerados como históricos, emfunção de apresentar características forjadaspelo tempo, pela sociedade e pelas relações.A relação indivíduo/sociedade é vista comouma relação dialética, na qual o homem seconstrói ao construir a sua realidade e vice-versa (Ozella, 2003). Contrapondo àconcepção liberal de homem individual,racional e natural, a abordagem sócio-histó-rica afirma que não existe natureza eterna euniversal. Em lugar disso, há a condiçãohumana, na qual o homem é um ser ativo,

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social e histórico, que se constrói historica-mente por meio das relações sociais. Ouseja, não só as condições de dado momentohistórico afetam a concepção da subjetivi-dade, assim como o homem age alterando arealidade material, subjetiva e coletiva. Aconstrução da realidade ocorre por meio daação do homem sobre ela, sendo que a sub-jetividade reflete as condições sociais,econômicas, culturais e políticas de umasociedade situada geográfica e historica-mente e que está em um constante processode atualização.

Dentro dessa visão, a escolha profissional érealizada a partir das condições sociais, his-tóricas e econômicas e da realidade na qualo sujeito está inserido (Aguiar, Bock, &Ozella, 2001). Quando uma pessoa pensano futuro, ela nunca o faz de forma desper-sonificada. Ao escolher uma forma de seenvolver no mundo do trabalho bem comoa atividade que vai desenvolver, a pessoamobiliza imagens que adquiriu durante suavida (Bock, 2002).

Além disso, o próprio significado que o jo-vem atribui a uma determinada ocupaçãonão é estável e imutável. Ao contrário, seráconstruído e reconstruído constantementeao longo de toda a vida, a partir do rol deexperiências vivenciadas e da interpretaçãodessas experiências. Nas palavras de Martins(2007, p. 321):

O universo de possibilidades no qual o

sujeito exerce suas escolhas é delimi-

tado historicamente pela forma como

ele compreende a realidade, definido

nesse sentido, o escopo das alternativas

que lhe são apresentadas à consciência.

A realidade que surge diante de seus

olhos não está lá desde sempre, mas se

desvela diante dele a cada passo, cons-

tituindo essa realidade e determinando

o conjunto de alternativas

Nessa direção, Soares (2002) afirma que aescolha profissional é uma opção, uma ten-dência, uma decisão que o indivíduo faz aoeleger uma entre as diversas situações quelhe são apresentadas. Essa escolha apresentasempre um caráter valorativo, pois o indiví-duo inclina-se para os aspectos que lhe sãomais favoráveis em determinado período detempo e em determinadas situações. Não háa melhor escolha, mas aquela que é possívelno momento e contexto presentes.

Isso não quer dizer que o meio do qual o in-divíduo faz parte vá definir mecanicamenteseu modo de ser e de atuar no mundo, poisnão se pode predizer especificamente opapel da interação do sujeito com a sociedade(Bock, 2002). O contexto serve como “mol-dura” para as escolhas, sendo levados emconta na construção dos projetos profissionaistanto aspectos individuais como sociais.

O meio social delimita ao sujeito possibili-dades e impossibilidades em suas escolhas.Ele serve como matéria-prima para a “obrade arte” da escolha, a qual só pode ser rea-lizada pelo sujeito. Dessa matéria-prima fa-zem parte as variáveis psicológicas indivi-duais, familiares, políticas, econômicas,sociais e educacionais (Affonso & Sposito,2005; Soares, 2002).

Contudo, como personagem de sua própriahistória, construída e reconstruída por elepróprio, o sujeito mantém certa margem deliberdade de escolha, desde que se com-preenda essa liberdade como situada, en-quadrada no real e condicionada aocontexto (Soares, 2002). Por mais que omeio lhe limite a margem de opções, semprehaverá a possibilidade de refletir sobre o queestá lhe acontecendo, bem como de se po-sicionar diante desses fatos. As escolhas pro-fissionais e ocupacionais não são realizadas“nem como exercício de uma razão desen-carnada nem como expressão livre de dese-

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jos” (Martins, 2007, p. 321). Elas são elabo-radas na relação dialética entre sujeito e rea-lidade material e ocorrem em um mundo derelações preexistentes.

Dessa forma, a orientação profissional cons-titui-se em algo mais do que um momentopara a descoberta da profissão a seguir. Ela éum processo relacionado ao projeto de fu-turo do indivíduo, emergindo conflitos, este-reótipos e preconceitos que foram seconstruindo mediante a relação com o outroe que devem ser trabalhados durante o pro-cesso (Bock & Aguiar, 1995).

A partir dessas considerações e pensando aatuação do orientador profissional sob o en-foque sócio-histórico, é possível rever os es-paços de atuação tradicionais, tais como aaplicação de testes vocacionais e o trabalhocom jovens pré-vestibulandos das classesmédia e alta. O orientador profissional podeatuar em novas frentes de trabalho, antespouco exploradas, tais como a experiênciarelatada aqui.

Elaborando um projeto defuturo com os jovens

A metodologia do trabalho baseou-se no re-ferencial teórico e prático da OrientaçãoProfissional desenvolvido por Soares (2002)e Soares-Luchiari (1993) e seguiu os pressu-postos da Psicologia Sócio-Histórica (Bock &Aguiar, 1995; Aguiar, Bock, & Ozella, 2001,Bock, 2002; Bock, 2010). A abordagem gru-pal foi eleita como a mais adequada para ocontexto das oficinas. De acordo com Soarese Krawulski (2010), essa modalidade incluiprocedimentos de dinâmicas de grupo quedevem ser adaptados à realidade em questãode acordo com os objetivos, sendo que ocoordenador deve avaliar previamente se háespaço suficiente para o número de partici-pantes, tempo disponível para a realizaçãodas atividades e materiais necessários.

O trabalho foi coordenado por duas psicólo-gas especializadas em Orientação Profissio-nal, tendo uma aluna do curso de Psicologiacomo assistente e observadora. Foram reali-zadas três oficinas de Orientação Profissionalde quatro horas de duração cada, totali-zando doze horas de trabalho em grupo,além de seis horas de atividades individuaiscompostas por entrevistas integrativas, reali-zadas ao final do processo. A escolha pelaquantidade de horas de trabalho se deu de-vido à própria disponibilidade dos jovens, osquais cumprem quatro horas de trabalhodiariamente. Somando-se as horas de traba-lho em grupo e as entrevistas, todo o traba-lho foi desenvolvido em vinte horas. Asentrevistas individuais tiveram por objetivorealizar um fechamento do processo e apro-fundar a discussão com cada jovem a res-peito de seu projeto de futuro profissional, oque, segundo Bock (2010), deve ser o fiocondutor e o objetivo final de todo processode Orientação Profissional na abordagemsócio-histórica.

O primeiro encontro teve como objetivos:apresentar as coordenadas e a proposta detrabalho ao grupo; promover integração nogrupo - Técnica da Teia Grupal (Soares,2010); oportunizar a expressão dos senti-mentos em relação ao momento de términodo vínculo com o projeto (Técnica dos Car-tões Coloridos) e viabilizar a apresentaçãodas expectativas do grupo em relação ao fu-turo - Técnica do Cartaz – Integração doTempo (Soares-Lucchiari, 1993).

Esse momento inicial proporcionou maiorconhecimento e intimidade entre os jovens,ao passo que foram revelados elementospessoais como “gostar ou não do nome” e“origem do nome”, o que não é comumenteconversado nesse público. Por meio da téc-nica do cartaz emergiram conteúdos sobre ofuturo e as coordenadoras teceram questio-namentos sobre a necessidade ou não de

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planejamento para se alcançar os objetivosque se têm. Pelos discursos foi percebidoque os jovens tendem a uma postura de rea-tividade em relação ao futuro, ou seja,preferem reagir aos fatos a planejar e estru-turar um caminho. Ao mesmo tempo,demonstraram o desejo de assumir posiçõese posturas diferentes das até então vivencia-das, na busca de “ser melhor” que seus paise de construir um futuro diferente da reali-dade familiar.

Ao completarem a frase “no meu futuroeu quero...”, muitos jovens enfatizaram odesejo de ter um bom emprego e modifi-car as condições socioeconômicas.Algumas falas representam bem essedesejo, como exemplo: “Estudar e traba-lhar para ter um futuro melhor” (O, sexomasculino, 18 anos); “Ter condição devida” (I, sexo masculino, 20 anos); e“Dinheiro e saúde andam juntas, semsaúde não tem dinheiro (não se pode tra-balhar), e sem dinheiro não se faz nada,não se vive” (A, sexo feminino, 19 anos).

Outra temática que surgiu durante a técnicado cartaz foi a necessidade de manter rela-ções de apoio, carinho e reconhecimento, asquais são fundamentais para o desenvolvi-mento da estima e confiança pessoal, comopodemos perceber em tais falas: “Ter semprepessoas que possam estar me orientando afazer coisas boas” (M, sexo masculino, 19anos) e “ Paz, amor e muita paixão” (L, sexofeminino, 18 anos).

Um grupo específico de jovens evidenciouem seus cartazes e falas a dura realidade emque vivem, ao representarem cenas demorte, armas e conflitos. Por outro lado, ex-pressaram o desejo de não quererem para ofuturo situações de fome e violência. No fu-turo, eu quero: “Viver num lugar de paz” (K,sexo feminino, 21 anos) e “Que as guerrasacabem” (P, sexo masculino, 18 anos).

O segundo encontro objetivou proporcionarautoconhecimento e identificação com ou-tros integrantes do grupo - Sociometria Gru-pal (Soares, 2010); oportunizar uma reflexãoacerca das profissões de seus familiares (Ma-peamento das Profissões da família); discutiros sentimentos de cada um sobre as profis-sões encontradas na família e oportunizar oacesso à informação profissional de forma in-terativa e lúdica - Profissiogame (Soares &Oliveira Neto, 2003).

As atividades iniciais descontraíram ogrupo e proporcionaram uma troca de in-formações acerca das características e vi-vências pessoais, gerando identificação eaproximação entre os integrantes dogrupo. A atividade do mapeamento dasprofissões da família foi adaptada a partirda técnica do genoprofissiograma (Soares,1997) e consistiu em um momento demaior ansiedade para o grupo. Refletirsobre a história de trabalho e estudo da fa-mília fez com que os jovens entrassem emcontato com o sofrimento psíquico e so-cial gerado pelas condições de vida queatravessam e, alguns, por essa razão apre-sentaram dificuldade em realizar o exercí-cio proposto. As coordenadoras buscaramacolher esses participantes por meio doconvite à expressão de sentimentos, masaqueles que não quiseram tiveram aopção de não falar.

Por outro lado, outros integrantes expressa-ram a satisfação em reconhecer que chega-ram a um nível de escolarização superior ade seus pais e que isso poderia lhes propor-cionar um trabalho e uma condição de vidamelhor e, um participante, ao completar oexercício decidiu por seguir os passos de seupai e de avô, tornando-se motorista de ôni-bus. Outra participante identificou que, emsua família, as mulheres se casam muitonovas, têm pouca instrução escolar e seguema vida de donas de casa. A jovem afirmou

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que pretende seguir outro caminho, dandoprioridade para os estudos e trabalho e pos-tergando a construção da família.

No jogo do profissiogame, a princípio, ogrupo apresentou resistência e alguns per-guntaram se poderiam não participar, o quefoi permitido. Entretanto, ao longo do jogo,o grupo se motivou devido, em grande parte,às perguntas do quadro “você é”, as quais,além de engraçadas, eram associadas à rea-lidade socioeconômica do grupo. À medidaque o jogo prosseguia, foram realizadas dis-cussões a respeito da dinâmica da vida pro-fissional, das justiças e injustiças do mundodo trabalho, da inserção profissional, da apo-sentadoria, das bolsas de estudos e dos cur-sos técnicos.

O terceiro encontro visou ao reconhecimentodas aprendizagens acumuladas e valorizar oCurriculum Vitae por meio da construção deum esboço deste; vivenciar uma situaçãoreal de entrevista de emprego (Dramatizaçãode papéis); refletir sobre a necessidade deplanejamento em prol dos objetivos e pro-porcionar um momento de elaboração doluto referente ao desligamento do Programa(Técnica de relaxamento).

Produzir e discutir o Curriculum Vitae ajudou-os a perceber suas potencialidades, habilidadese competências, seja por meio das atividadesrealizadas na empresa ou das outras experiên-cias profissionais já obtidas, pois para listá-lasera necessário relembrá-las. Não basta ter umbom currículo, mas também é necessário saberagir diante de uma seleção para emprego. Porisso, a dramatização de um processo seletivoauxiliou-os a visualizar quais as posturas maisadequadas e pertinentes diante de uma seleçãoa uma vaga no mercado de trabalho. Alémdisso, foi entregue aos jovens um material expli-cativo sobre cursos técnicos e dicas decomportamento para uma entrevista de seleçãode emprego.

Para concluir o trabalho em grupo, foi pro-posta uma atividade de relaxamento eimaginação a fim de auxiliar a elaboração doluto no processo de desligamento da em-presa e sensibilizar quanto às possibilidadesde futuro. Embora, no grande grupo, as ex-pressões referentes à atividade tenham sidopequenas, nas entrevistas individuais, muitosafirmaram o quanto gostaram do relaxa-mento, obtendo, por meio do exercício, res-postas para questões de ordem pessoal.

As entrevistas representam um momento deintegração psíquica e de esclarecimento dedúvidas para os jovens, os quais tiveram umespaço individual para expressar o que lhesera necessário. As coordenadoras tambémaproveitam esse momento para solicitar umaavaliação do trabalho, sendo que a maioriaexpressou ter gostado das oficinas.

Considerações finais

O desenvolvimento do trabalho de OrientaçãoProfissional focado no projeto de futurolevou as coordenadoras a uma reflexão sobreas condições econômicas e histórico-sociaisem que esses jovens de classes de baixarenda estão envolvidos, de modo a ser en-saiada uma aproximação dos processos deescolha e do projeto de futuro desses jovens.Os termos: trabalho, emprego, ocupação eprofissão apresentados no discurso podemrevelar a própria visão de mundo e de ex-pectativas de futuro desses indivíduos, jáque a condição econômica e as relações detrabalho são fortes determinantes que per-meiam e estruturam a sociedade, influen-ciando a visão de mundo e a noção de mer-cado de trabalho de cada indivíduo.

A percepção e o contato com o trabalho ecom as ocupações influem na escolha pro-fissional, no planejamento e na implanta-ção de um projeto profissional.Socialmente, espera-se que os jovens se

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identifiquem com uma realidade e se mo-bilizem na escolha de uma profissão quemuitas vezes lhes são distantes.

Alguns traçam seus projetos de vida em fun-ção da procura por um bom emprego, quelhes permita aquilo que os pais não conse-guiram: um bom salário, estabilidade, umavida mais amena e sem o peso do trabalhopesado. Ao contrário, encontram a incertezados contratos temporários, os mesmos traba-lhos pesados e a falta de dinheiro, o quetambém pode ser verificado com esse grupo.

Traçar projetos de vida diferente dos pais, terestabilidade e melhorar de vida são algumasdas aspirações desses jovens. No entanto,muitas vezes, eles se deparam com a durarealidade que é a dificuldade em conseguirum emprego com carteira assinada e manteros estudos ao mesmo tempo em que traba-lham. À esse quadro, acrescenta-se aexclusão e preconceito sociais por seremprovenientes dos morros (da periferia),sendo considerados “marginais”, sem capa-cidade e sem vontade. “Quebrar” oudesmistificar essa visão da sociedade torna-se um trabalho árduo, sendo que muitosacabam buscando o caminho mais fácil erápido da ilegalidade.

A grande preocupação daqueles que solicita-ram a realização das oficinas era a ausência deprojeto de futuro desses jovens. Com o desen-volvimento das atividades e, principalmente,nas entrevistas foi percebido que de algumaforma todos apresentam um projeto, na grandemaioria, mais imediatos, os quais seriam: ajudar

a familia, ter acesso a bens de consumo, con-seguir um novo emprego e fazer algum cursotécnico. Somente um jovem em melhor condi-ção socioeconômica estava em processo depreparação para o vestibular e desejava seguirum curso superior.

Ao finalizar este trabalho, destaca-se a am-plitude de possibilidades de intervenção e depesquisa possíveis a Orientação Profissionalsob uma perspectiva social. A partir dessa ex-periência, é possível rever os espaços deatuação tradicionais, tais como a aplicaçãode testes vocacionais e o trabalho com jo-vens pré-vestibulandos das classes média ealta. O orientador profissional pode atuar emnovos e diferenciados contextos como o daspolíticas públicas.

Como sugestões para futuras intervençõessemelhantes, aponta-se a necessidade de serealizar essa modalidade de orientação pro-fissional de forma continuada, ou seja, desdeo início da inserção dos jovens na empresaaté seu desligamento a fim de atingir commais afinco os objetivos do trabalho e instigarum processo de “desacomodação” da reali-dade social. Nesse sentido, um trabalho deorientação profissional torna-se importante,na medida em que proporciona o conheci-mento de si próprio, de sua trajetória devida, do mundo do trabalho, do conheci-mento acerca das profissões e de um plane-jamento de futuro. Considera-se esseenfoque indispensável, pois remete ao pró-prio sentido de compromisso social que aOrientação Profissional traz subjacente aoseu significado.

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Nadia Rocha VeriguineDoutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis –SC. Brasil. Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense,Camboriu - SC. Brasil.E-mail: [email protected]

Cláudia BassoDoutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. Brasil.E-mail: [email protected]

Dulce Helena Penna SoaresDoutora em Psicologia pela Universidade Louis Pasteur, Strasbourg – França. Docenteda Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. Brasil.E-mail: [email protected]

Endereço para envio de correspondência:Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Campus Camboriú.Rua Joaquim Garcia, sem número. Caixa Postal nº 2016. CEP: 88340-000. Camboriú –SC. Brasil.

Recebido 22/05/2013, Aprovado 07/10/2014.

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