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Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartes Facebook |www.facebook.com/jornaldeartes Tumblr |www.murucieditor.tumblr.com Porto Alegre | | 2015 | R$ 3,00 Junho Artes Pláscas Cinema Música Literatura | | | JORNAL DE Detalhe Wired XI de Alessandro Del Pero. Exposta no Museu de Arte do Rio Grande so Sul - MARGS Ano 16 | N° 10 | JUN. 2015 0 9 235890 9 1

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Arte | Cultura | Musica | Cinema | Literatura | Publicado pela Muruci Editor, circula em Porto Alegre e interior. Tumblr| www.murucieditor.tumblr.com Facebook | www.facebook.com/jornaldeartes

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Page 1: Junho | 2015

Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartesFacebook |www.facebook.com/jornaldeartes

Tumblr |www.murucieditor.tumblr.com

Porto Alegre | | 2015 | R$ 3,00Junho

Artes Plás�cas Cinema Música Literatura| | |

JORNAL DE

Detalhe Wired XI de Alessandro Del Pero. Exposta no Museu de Arte do Rio Grande so Sul - MARGS

Ano 16 | N° 10 | JUN. 2015

0 9235890 91

Page 2: Junho | 2015

JORNAL DE

ARTESArtes Plásticas | Artes Cênicas |

Cinema | Musica | Literatua

Jornal de Artes é uma publicação da MURUCI EditorEditor | João Clauveci B. Muruci Editora de Literatura | Djine Klein ([email protected])Design Gráfico/Capa/Diagramação | Mauricio Muruci Email | [email protected] Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartesFacebook |www.facebook.com/jornaldeartesTumblr |www.murucieditor.tumblr.comCNPJ | 107.715.59-0001/79 - Fone | 51 3276 - 5278 | 51 9874 - 6249

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

ONDE ENCONTRAR

Capa:

Tela “Wired XI" de autoria de

Alessandro Del Pero. Exposta no MARGS

Óleo sobre tela em 200cm x200cm

» Alexandre Fritzen da Rocha» André Nunes» André Vezon» Bruna Paulin» Berenice Sica Lamas» Djine Klein» Fábio André Rheinheimer » Márcio Ferraz» Nicolas Gustavo Ramos» Paulo F. Parada / Paulinho Parada» Rejane Hirtz Trein

Porto Alegre | Brasil

» Banca Monhos de Vento » Avenida Indepen-

dência, 1211 | B. Moinhos de Vento, Porto Alegre | RS

» Banca da República » Rua da República, 21

B. Cidade Baixa, Porto Alegre | RS

Rua João Caetano, 440 | B. Três » Ins�tuto Ling » Figueiras | Porto Alegre | RS

Mon�videu | Uruguai

» Livraria Puro Verso » Rua Yi 1385 ( entre

18 de julio y Colonia )

Rua Peatonal Sarandí 675 » Más Puro Verso »

Rua Peatonal Sarandí 675» PV Lounge »

No espelho Mas por quanto tempo permaneci diante desse espelho, em transe?

Voltava a praia e voltara por ela, uma tartaruguinha. Suspendi-a certa vez em minha mão

e por alguns segundos pareceu que tentava me iden�ficar. A palma era-lhe um estranho

suporte sob seu corpo recém-nascido e an�go. E eu toda o meu ser a mão trêmula. Ela

logo ao sen�r o calor que emanava dessa super�cie branca, moveu-se suave, o pescoço e

es�cara os braços. Na concha de minha mão o pequenino corpo ondulou. Nisso abriu-se

uma fenda no espelho, que por quanto de meu desejo absurdo: será possível que me dê

um abraço! E agora isso, ao meu pensar insano, o espelho como que expulso de um

suporte invisível ou parede-nuvem, no chão à meus pés em mil pedaços.

Primeiro es�lhaçoEra o dentro de uma fenda o que um olho visou, uma paisagem de desconserto e ternura.

O outro (olho) perguntava por ela e se �nha algo para nos contar. Então um anuro se

aproxima e diz: ela é bela, todavia passa a viva de pele craquelenta, e de teimosia ainda

vive de mar. É possível? E eu respondo que sim, que o impossível é ser gente e não amar

um bicho assim, feito que seu corpo é como se coberto de escudos. Até injusto é, e que as

pessoas são os bichos que mais precisam desse �po de abrigo, para seus medos ocultar.

Mas são como que menos que um bebê-tartaruga. Gente é sem nada de solidez que lhe

abrigue. São feitos uns caramujos, mas sem a casa no lombo, ou couraça a vencer chuvas

e ventos. Apenas uma nudez sem nome para não ocultar a vergonha. Vivem nesse

mundo, uns brutos! E assim, desse fei�o só mesmo sendo eles mesmos. Indigentes.

O sé�mo es�lhaçoO que faiscou de longe era com uma lâmina, ou as unhas de um gato do outro lado de um

espelho abismal. Nascia-me, eu parturiada por um relógio e vi tudo ainda inocente, o tal

equívoco. Todavia até o tempo se engana, então me fui dali com presa de ter des�no.

Como a tartaruga que nasce longe da praia, e tem que vencer as areias do tempo para

chegar ao mar. Até parece que a vida das criaturas tem início de exis�r só por

contratempo.

No vigésimo terceiro es�lhaçoNão dava para saber se era gente ou bicho, apenas que respirava. Tinha uma cabeça

descomunal, um corpo que se voltava para o ventre e quatro membros treme-vacilantes.

Emi�a sons incompreensível, e dava para persaber que se encontrava em

descontentamento. Criatura esquisita nas maneiras de se portar, assim junto a um lago,

mas advindo de um marovo. E de mais o tudo que se possa dizer, vejo que não tem

dentes, não tem pelos nas ventas, muito menos sabe andar. Salta no mundo sem escudo,

sem bagagem para a viagem que o tempo lhe escreve insone. Até acho que não é muito

apto a mar, como aquela tartaruguinha que tanto me comoveu.

Es�lhaços, de 117 a 235 ainda descendoEra tanta a fome que se gemia, tão encurvado o bicho, salvo que os membros eram

estranhamente longos e pedia água sobre areia escaldante. Muito se arrastava, mas não

a�nava o des�no do mar. Soluçava quando se deteve ao admirar uma insigne

tartaruguinha. Ela lhe fez uma careta, por ele passara na pressa que não �nha, mas teve

nojo. Depois seguiu como a mesma e velha pressa, e levava uma lembrança de mar

chamando. Já sobre esse aí, o rastejante e craquelento, era dissimulado. Dizia-se ser

ví�ma de alguma maldade. Mas se foi justo ele mesmo que afogou o mar, deitou-lhe seus

detritos mais impuros, depois um dia arrependido fez promessa de se redimir. Todavia

não é capaz de reconhecer que é o único responsável pelo próprio infortúnio. Impróprias

restaram todas as águas do Mundo e outros se houver, e ter sede também o mar. E que

agora, isso é o que lhe sobra a ser ele o poderoso homem. Hoje de graça dispõe-se aos

demais. Lamentoso.

Por de Djine Klein Porto Alegre/Viamão - RS

POESIA EM PROSA

MEMÓRIAS Em um espelho de

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DÊ ARTE COM AMOR Por Rejane Hirtz Trein de Porto Alegre/RS

ARTES PLÁSTICAS

Apresentou-se o momento de visitar minha mãe em Guapé, cidade do interior de Minas Gerais, o que me enchia de emoções antagônicas, pois estava com saudades, e ao mesmo tempo, múl�plas tarefas no meu atelie.

Pela primeira vez, esta viagem seria feita sozinha, apenas com uma pequena mochila e uma bagagem de mão. Levei junto um livro que ganhei de um amigo querido, sobre coaching, que agora teria tempo para devorar com atenção e prazer, o que mais tarde se revelaria de muita ajuda em t a re fa i n e s p e ra d a . S ã o Pa u l o , B o a E s p e ra n ç a , Guapé.....1.500 km, sendo que apenas de Porto Alegre a SP faria de avião. Boa Esperança me lembra minha infância. Cidade com prédios an�gos, praças e seu povo solícito e gen�l. De lá, viagem até Guapé. Lindas paisagens neste trecho de 100 km, com suas colinas e importantes la�fúndios, maioria de cafezais organizados em formato de "ruas",tomando conta de muitos quilômetros da topografia .A noite de céu limpo, com uma imensidão de estrelas, nada além dos faróis do ônibus, que não �ravam a resplandecência deste que servia de pano de fundo para uma lua cheia.

Cidade do interior, Guapé tem atra�vos de eco-turismo pois é margeada pelo Lago de Furnas e tem várias cascatas, entre elas a do Parque Ecológico do Paredão, com sua cascata de três lances de águas límpidas e geladas apesar do clima tépido. Dona de um por de sol lindo, a represa espelha e reflete suas cores que a cada dia oferece um novo espetáculo.

No meu segundo dia fui convidada pelo professor de artes, Antonio Euclides Carvalho, do ensino médio do colégio Dr. Lauro Corrêa do Amaral para falar sobre minha trajetória ar�s�ca e sobre arte. Sem planejamento e de improviso, tremi nas bases! Como abordar "Arte"de forma que entendessem o quanto faria diferença em suas vidas? Queria versar e apontar de maneira que avaliassem sobre a g ra n d i o s i d a d e e m a g n i t u d e d a a p l i ca çã o e d o conhecimento dos diversos seguimentos da arte e sobre a dinâmica que este conhecimento traria. Falar sobre minha pessoa teria que ser apenas uma introdução, pois a energia e viço destes 250 adolescentes não permi�riam e nem caberia longa e enfadonha conferência.

Me apresentei com desembaraço que logo me tomou conta. Versei sobre arte com naturalidade, amor e franqueza. A minha simplicidade e sinceridade despertou total atenção de todos. Iniciei falando de como não podemos nos deixar levar pelos ventos da vida, como folhas caídas de uma árvore. Falei que cada um deve ser protagonista de sua vida, sem culpar alheios por seus

infortúnios e que a l i , todos �nham as mesmas oportunidades. A diferença torna-se considerável e significa�va quando o conhecimento em conjunto com o refinamento esté�co e cultural influenciam nos resultados dos projetos das inúmeras profissões que se encontram a disposição para escolher, sobressaindo-se eles, da grande massa.

Citei sobre a dinâmica das cores e de como elas são importantes, como por exemplo, os nossos sen�dos gusta�vos, que são antecedidos pela sen�do visual. "Comemos com os olhos", na escolha das necessidades do nosso corpo através das cores dos alimentos. Esta composição é deveras importante na nutrição, profissão em bastante evidência. Nosso corpo sinaliza quais frutos de cores nos faltam pelo desejo.

Na moda as cores nos influenciam o estado de espírito ( nos lembrando dos ocres dos monges e púrpura dos cardiais). Os vermelhos vivos nos es�mulam a cria�vidade e nos fornecem energia enquanto que os tons pasteis nos acalmam. As cores vivas tem um papel importante no desenvolvimento da inteligência dos bebês. É sabido que crianças que crescem em ambientes desprovidos de cores, tem maiores dificuldades de aprendizagem!

Na jardinagem e paisagismo, um bom conhecimento na esté�ca das diversas tonalidades e texturas, com volumes contrastantes e entremeados pelos coloridos das flores, são absolutamente substanciais.

Em se falando de esté�ca e cosmé�cos, nos recursos de claros e escuros, podemos solucionar e realçar os pontos atra�vos dos rostos, que todos possuem.Obrigatoriamente e com fundamento, seus trabalhos seriam reconhecidos em aplicar este aporte, com retorno compensatório e prazeroso.

Abordei a cura pela arte e de como cada vez mais é usada em terapias reconhecidas.

Terminei por dizer que muito me honrou a oportunidade de conhece-los e que meu coração se enchia de alegria. Que ficaria muito feliz se minha palestra pudesse fazer diferença nos futuros promissores dos que ali estavam. Aplaudiram e meu mostraram seus desenhos, estes jovens ar�stas.

Que presente e surpresa maravilhosa! Retornei revivendo esta experiência e agradecendo.O amor á arte reembolsa com a riqueza infinita de suas possibilidades e caminhos.

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ALESSANDRO DEL PERO: O ATELIÊ COMO AUTORRETRATO

Por de *André Venzon Porto Alegre/RS

ALTES PLÁSTICAS | EXPOISÇÃO

O jovem e virtuoso Alessandro Del Pero nasceu na província de Bolzano, em uma pequena cidade ao norte da Itália. Ar�sta autodidata, antes de começar a pintar em 2009, aos 30 anos, estudou e trabalhou com arquitetura em Florença. Viveu na Espanha, em Barcelona, onde iniciou sua pintura e realizou as primeiras exposições. Todavia, assim como muitos ar�stas na história da arte, saiu em busca de uma grande cidade, mais favorável para a criação e promoção do seu trabalho, um lugar que fosse o centro do mundo. Então decidiu ir para Nova York, onde reside e mantém ateliê no cultural bairro no Harlem.

No entanto, estas múl�plas mudanças de territórios não �veram grande influência em sua iden�dade ar�s�ca, o que mudou, segundo ele, foi o modo como as pessoas passaram a ver o seu trabalho:

“Sempre vi o mundo da arte como algo estranho, longe da minha realidade. Eu li e vi muitas coisas na história da arte, então vim a concluir que as imagens têm um poder maior, e são produzidas de tal modo que qualquer coisa pode tornar-se sua. Acho que o meu obje�vo como ar�sta é oferecer um grande repertório de imagens, saídas do mundo que eu tenho experimentado pessoalmente.”

Alessandro Del PeroOs pintores Caravaggio, Van-Gogh, Picasso, Modigliani e Bacon, exímios retra�stas, cada qual no seu es�lo, são mestres que, não

por acaso, impressionaram Alessandro e fazem parte das suas principais referências ar�s�cas. Sua atual reinterpretação da obra Quarto em Arles (1888-89), de Vicent Van Gogh – um dos maiores ar�stas de todos os tempos − já anuncia a escala incomum da pintura de Del Pero que presenciamos na sua pioneira exposição no Brasil, “O ateliê como autorretrato”, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - MARGS.

Desde sua produ�va série de autorretratos, ao retrato do escultor Michelangelo e do pós-impressionista Van Gogh, bem como a suíte de estudos para a cabeça deste ar�sta holandês, passando por retratos de amigos, até chegar ao seu ateliê, somos tentados a pensar − diante da sua admirável obra − que Alessandro Del Pero não aprendeu a pintar, senão que a pintura, enquanto técnica de representação visual, já nasceu com ele.

Para tanto, sua inspiração maior é a própria super�cie da pintura − a tela pintada com as cores que lhe são próprias. Assim, tudo é sujeito para obra de Del Pero, seja a pele que reveste o rosto retratado ou o corpo desnudo, criados em pinceladas de cor ou escarnados, seja o deteriorado piso do ateliê, construído em linhas que fugam para um ponto que está além da perspec�va do quadro, e cujo sen�do pode ser tudo aquilo que converge em nosso olhar. Percebemos em Del Pero a despretensão de uma pintura que é o que Eu (ar�sta) sou aos olhos da maioria das pessoas, sem o ranço de conceitos e o receio de preconceitos − nem o apaixonado Narciso por si mesmo, nem a assustadora Medusa que a todos petrifica. Sen�mos em sua obra o eterno desejo de uma pintura profundamente descomplicada e simplesmente sublime.

Em vista disso, o ateliê vem a ser mais do que um tema, é um signo, um lugar que está tão próximo ao ar�sta, a ponto de se confundir consigo mesmo, e como se fosse o seu retrato, evoca aquilo que traz em si próprio: in�midade, relação e devaneio. O ateliê, este espelho do ar�sta, por sua vez o observa sem o dever da apreciação. Contudo, se ver é ter à distância das coisas, o ato de pintar para Del Pero pode ser este instante de ter a posse do mundo. Não obstante, lembramos o pintor e escultor suíço Alberto Giacome� (1901-1966):

“– ver melhor, compreender melhor o que me cerca, compreender melhor para ser o mais livre, o mais forte possível, para me exaurir, para me consumir no que eu faço, para viver minha aventura, para descobrir novos mundos,...” (Texto publicado originalmente na revista XX siècle, em 1957).

O jogo pictórico de Alessandro Del Pero pode ser associado também a esta citação do livro Um Retrato de Giacome�, por James Lord, em que o ar�sta afirma ao modelo retratado:

“É preciso fazer desfazendo. Tudo está desaparecendo mais uma vez. É preciso ousar, dar a pincelada final, que faz tudo desaparecer.”

As pinturas de Alessandro normalmente se materializam por camadas de �nta acrílica sobre uma fina tela de algodão, com secagem rápida, o que lhe permite redesenhar mais camadas de �nta em menos tempo. Primeiramente, a composição é mais abstrata e orgânica, onde a mão do ar�sta aproveita a fluidez do material líquido para tomar os pontos de luz por meio de um lenço e água. Sucessivamente, o trabalho segue um caminho mais clássico, por pinceladas, construindo espacialmente a pintura.

Na série mais recente de trabalhos, as imagens que representa parecem com esculturas descascadas no ar − reflexos vazios dos primeiros retratos que realizou, onde as figuras eram mais visíveis. Agora sobre pedestais, simulam poses de súplica, sugerindo marionetes cujas cordas podem ser vistas soltas no chão. Por fim, as ausências destas formas figura�vas logram um aspecto abstrato e de desolação à pintura nesta nova fase, em que podemos ver, por diferentes ângulos, cantos do ateliê do ar�sta, com ênfase sempre para o chão, onde fios, sombras e manchas são indícios que configuram um tão remoto quanto derradeiro autorretrato.

* André Venzon | Ar�sta visual, curador e gestor cultural. Texto do curador para a exposição Alessandro Del Pero – O ateliê como autorretrato De 25 de junho a 25 de julho de 2015 Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS.

Detalhe da tela Wired XII de Alessandro Del Pero. Dimensões 420x208 cm. Foto: Galeria Arte & Fato

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NÃO BASTAM

SOMENTE ÁRVORES A NOVA ESTÉTICA CHEGOU

A obrigatoriedade de Obras de Artes nos edi�cios com mais de 2000 m, agora é Lei.

Vai amenizar o impacto na área urbana, gerado pela especulação imobiliária.

Você esta convidado a par�cipar dessa mudança.

2

Galeria Moinhos de Vento - Loja 40 - Avenida Independência, 1211

51 3517-2482Rua Ce. Bordini, 665 - Porto Alegre/RS

51 3061-6768

Nieto Atelier de Molduras e Galeria de Arte – end.Av.Cel.Lucas de Oliveira,432 – Mont Serrat

- Porto Alegre – RS – (51)3330-8407 – www.nieto.art.br

Ar�sta: Vitorio GhenoTécnica: Acriclica sobre tela

Dimensões: 100 x 70 cmEm exposição na Nieto Atelier de Molduras

Ar�sta: Inês Bene� Tela: Exuberância das Cores

Em exposição na Galeria de Arte Carmen Medeiros

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www.fotophoenix.com.br

A tela «A Terra Vista do Céu» com

dimensões em 50cm X 70cm e técnica de

acrílico sobre tela, da ar�sta plás�ca Tanira

Dornelles, recebeu medalha de ouro na

exposição internacional da Associação

Ar�s�ca de Pintura de Porto Alegre, AGAPA ,

em exposição no hotel Con�nental em

Gramado. Foto: Carlos Cruz

Trein VitraisRua Eudoro Berlink 822 - Bairro AuxiliadoraPorto Alegre - RS - Brasil - CEP 90450-030Fone/Fax: (51) 3333-0342Cel: (51) 8111-0186 ou 8111-0012E-mail: [email protected]

Destaque do

MERCADO DE ARTE

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CINEMA FOTOGRAFIA & CADERNO DE

Inaugura no dia 16 de junho, às 19h, a exposição Fotografias para Imaginar. O

projeto, desenvolvido por Gilberto Perin, segue em cartaz até 31 de julho, na Sala Aldo Locatelli,

na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tem financiamento do Fumproarte. No mesmo dia, o

público poderá conferir o lançamento do livro de mesmo nome, que reúne as 16 fotografias de

Perin mais o olhar de 16 escritores e 16 ar�stas convidados pelo fotógrafo para interferir no seu

trabalho e escrever textos inspirados na obra escolhida por cada um deles.

“Os ar�stas criaram novas obras através de uma Interferência/apropriação/recriação/es�mulo

a par�r das imagens. Cada fotografia escolhida por um escritor ins�gou a criação para um

conto/poema/texto experimental que surgiu da imaginação dele. É isso que esse livro e a

exposição apresentam: a foto original; mais uma obra recriada a par�r dela; e mais um texto a

par�r da impressão que ela causa em cada um deles”, conta.

Fotografias para imaginar surgiu em 2012 com fotografias produzidas no Brasil e exterior que

revelam espaços sem a presença humana, propondo que o limite documental da fotografia seja

ultrapassado, rompendo a fronteira do visível, reconstruindo a realidade com outro olhar - além

daquele esboçado e recortado pelo fotógrafo.

A publicação e a exposição contam com a par�cipação de nomes como Carlos Urbim, Charles

Kiefer, Ignácio de Loyola Brandão, Martha Medeiros, Luiz Antonio de Assis Brasil, André Venzon,

Bri�o Velho, Chico Baldini, Régis Duarte e Zoravia Be�ol, entre outros.

Inspirado nessa experiência de transversalidade de conteúdos e com tantos talentos reunidos, o

livro Fotografias para Imaginar tem também um sen�do de prosseguimento com a experiência

integrada entre fotografia, texto e obras visuais.

A par�r da publicação foi criado um projeto para professores trabalharem com alunos de 12 a 17

anos. Suzana Saldanha, atriz e Mestre em Teatro-Educação, sistema�zou o projeto para que os

professores apliquem nas escolas do ensino fundamental e médio uma oficina teórica-prá�ca

onde os par�cipantes serão es�mulados a criar a par�r de fotos, textos e obras visuais desse

livro. O obje�vo é ins�gar a imaginação, a memória, o senso esté�co e crí�co, além de promover

a reflexão, discussão e trocas cole�vas propiciando a formação de um cidadão consciente e

crí�co. Os mil exemplares impressos serão distribuídos gratuitamente em escolas, bibliotecas,

museus, galerias e en�dades que trabalham com jovens adolescentes.

Fotografias para Imaginar tem entrada franca. A Sala Aldo Locatelli funciona de segunda a

sexta das 09h às 12h e das 13h30 às 18h.

“FOTOGRAFIAS PARA IMAGINAR”

Projeto fotográfico desenvolvido por Gilberto Perin tem financiamento do Fumproarte e reúne exposição e livro com mesmo �tulo

Por de Porto Alegre/RS Bruna Paulin

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FOTOGRAFIA

AUTORALTRANSEUNTE caminhar entre dois bairros, entre o Centro e o Bom Fim. Viver no ritmo do co�diano, o gesto corriqueiro das pessoas, o detalhe despercebido. Caminhar na presença das cores, as vezes marcantes e outras su�s. Uma experiência humanista fur�va, um encontro ao acaso com a luz, as sombras e silhuetas. O co�diano, o charme do dia a dia, quando a surpresa do desconhecido se mistura ao encanto do familiar. Conflito entre o antes e o depois, a luz e a sombra. Só, sem pressa, numa ida e volta, transeunte, do Centro ao Bom Fim.”

APOIO |

Fotografia e arte51 9806.5856

[email protected]

Por de Porto Alegre/RS André Nunes

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APOIO |

FOTOGRAFIA

AUTORALO trabalho “ ” foi apresentado como projeto de conclusão do curso de Fotografia Avançada da ESPM-Sul. Neto e bisneto Carvão – Ouro Negro

de mineiros, o fotógrafo Marcio Ferraz resolveu homenagear duas gerações de seus antepassados e foi até a região Carbonífera do Estado, nas cidades de Arroio dos Ratos e Bu�á, para trabalhar neste projeto autoral.

E-mail: [email protected] | Telefones: (51) 3024 4720 | 9824 5184

Carvão Ouro Negro–Por de Porto Alegre/RS Márcio Ferraz

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TERPSÍ o tempo da delicadeza

FOTOGRAFIA

Por de Porto Alegre/RS Fábio André Rheinheimer

Cúmplice do movimento em cena, e testemunha ocular da trajetória de muitos profissionais da dramaturgia e da dança, é deste modo que, ao longo de 28 anos de uma sólida e bem sucedida carreira, se desenvolve a trajetória do fotógrafo Cláudio Etges. Em TERPSÍ - o tempo da delicadeza, série de fotografias especialmente selecionadas para o espaço exposi�vo do Café do MARGS, o ar�sta amplia o diálogo com o público ao se apresentar enquanto confidente da trajetória desta companhia de dança contemporânea de Porto Alegre, criada em 1987, e dirigida pela coreografa Carlota Albuquerque. TERPSÍ - o tempo da delicadeza, enquanto ruptura esté�ca, apresenta um vigor atemporal, muito oportuno em tempos obscuros e, assim, se faz urgente e imprescindível.

Em sua coerente trajetória profissional, Cláudio Etges rompeu com os usuais paradigmas do mero registro visual para, deste modo, alcançar outros patamares: um contribuinte, ou melhor, um confidente do ocorrido nos palcos. E, portanto, assim se desnuda outra faceta deste ar�sta gaúcho, para muito além da precisão técnica, pois sai de cena o profissional para, em seguida, se apresentar um ser encantado pelo movimento e, por este, há muito arrebatado. Nesta exposição, Cláudio Etges apresenta, em sequencia cronológica, a memória da Terpsí Teatro de Dança, Companhia que celebra 28 anos de impecável atuação profissional, sempre a romper com paradigmas e a ques�onar o consenso vigente, reacionário e há muito estabelecido. Dentre os principais trabalhos, se destacam: Quem É? (1989), Lautrec... Fin de Siècle (1993), A Família do Bebê (1999), O Banho (2001), e Casa das Especiarias (2011). TERPSÍ - o tempo da delicadeza, propõe uma narra�va visual em que a revigorante ruptura esté�ca se faz possível - e atemporal, a par�r de um traço da alma humana, sem o qual inexiste a construção entre a beleza e o tempo: a delicadeza.

Fábio André Rheinheimer - Arquiteto & Ar�sta Visual - Curador

"PROJETO Arte no Café/2015"- Café doMARGS

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EL PRENDEDORLITERATURA

Por deNicolas Gustavo Ramos Buenos Aires/Argentina

Nicolasgustavoramos. blogspot.com.br

17 Hs. Lluvia tropical, Café del Gato Negro.humedad y una leve brisa. La ansiedad me mataba. El cielo oscuro, anunciaba que su llanto sería inacabable por lo menos otro día más. Me sacudí las botas, agité mi paragüas, lo cerré y me dispuse a entrar. Dejé que una pareja saliera primero, sonreí, saludé y con�nué mi camino hasta una mesa para dos, que está cobijada tras una columna, a derecha del mostrador principal, sentándome de espaldas a la puerta de entrada. Tuve una breve charla con la mesera, que resultó ser algo �mida, pedí una �sana es�mulante y un trozo de lemon pie. Comencé a escribir esperando su llegada. Mi par�cular paragüas rojo y la escritura eran el salto y seña para ubicarnos. Ella vendría con saco verde y un prendedor floral. Sería nuestra primera cita. Habíamos decidido no enviarnos ni ver ni siquiera una foto nuestra antes del encuentro y dejar así todo librado a la espontaneidad. Nos escribíamos con frecuencia, y úl�mamente casi tres veces a la semana. Había visto, hacía un par de meses, su aviso en el diario, en la sección de Compañías Epistolares. Cinco minutos pasaron hasta que llegó mi pedido, mientras que tardé el doble de ese �empo en devorar la mitad del pie de limón: la incer�dumbre da hambre, mientras en la espera uno desespera. Mis ojos jugaban por todo el lugar deleitándose con tan notable si�o, buscando las palabras exactas que pudieran describir dicha situación. Sen� una presencia tras de mí, en la silla que antes se encontraba vacía. Quise mirar, y una suave voz femenina dijo: - ¡No lo haga!, mejor, antes, conozcámonos. Dígame su nombre. Con el rabillo del ojo izquierdo, alcancé a ver la manga de un saco verde. Pronto respondí: - Alejandro. - Entonces, debe ser usted - me respondió. - Y usted, ¿cómo se llama? - So�a. Mis ojos se iluminaron.- Siéntese conmigo -, le dije. - No, todavía no, no se apresure. Respóndame antes con el corazón... - Siempre lo hago. Dígame. - Mire que de esto depende que con�nuemos o no está conversación. - ¡Hágame la pregunta nomás!, pude sen�r que el aire se cortó levemente, y me dijo: - ¿Está dispuesto a amar? - Pero si ni siquiera la conozco realmente. - No le pregunté si me amaba, le pregunté si estaba dispuesto a abrir su corazón a otra persona. Igualmente, esto ya me da una pauta. - ¿Una pauta de qué? - De usted. - ¿De mi?, ¿de qué?. - De su persona, de cómo es. - ¿De cómo soy?, pero escúcheme, si apenas nos hemos escrito y entablado dos palabras y usted cree que me conoce como para op... - Discúlpeme, pero me parece que no tenemos más nada que hablar, hasta luego... - Pero espere, no sea así, ¡no se vaya! - Adiós. - ¡Quédese! No ve que usted también �ene miedo a amar. ¿Por qué se escapa? (Silencio breve. Ruido de silla. Nuevamente, se sentaba) - Me agrada tu voz, ¿te puedo tutear? - Ya lo hiciste. - Vos también. Me gusta tu perfume.

- Gracias, es el... - No me digas, conozco el nombre. Es mi perfume favorito. Intenso. - Persistente. - Volá�l. - No te creas. - ¿No pensás que ya es hora de mirarnos? - ¡No seas ansioso!, disfrutemos esto un poco más. Hasta ahora nunca nos habíamos encontrado, disfrutemos el que quizá sea el úl�mo anonimato amoroso de nuestras vidas, ya nos vamos a cansar de vernos, y de todo lo demás. - Espero que no. - Siempre decimos lo mismo. - ¡Yo no! - ¿Por qué tendría que creerte? - ¿Por qué soy el amor de tu vida? - ¡Jajaja!, no me hagas reír, ¿tan repen�no te entregás así? ¿Qué tendría que pensar? - Nada más. Solo que hasta recién pensaba en algo, hasta que tu reflexión me hizo cambiar, y si no estoy dispuesto a amar plenamente, no puedo esperar lo mismo de vos. - Duele. - ¿Qué duele? - Morir por la propia espada. - Entonces no pelees, no te resistas, dejemos que ocurra y ya. Y no va a ser necesario morir porque podemos vivir amándonos hasta el úl�mo segundo, y después, vemos. - ¿Qué significa el amor para vos? - Compar�r mi vida con un otro apasionado, enamorado también de la vida, desprejuiciado, libre, sin condiciones; caminar juntos caminos que se rozan, como tangentes; potenciarnos, ayudarnos, sen�rnos, abrazarnos, comprendernos, aceptarnos, hacer que sobren las palabras y que hablen los silencios, admirarnos, reflejarnos, disfrutarnos, endulzarnos, reír, emocionarse, y volver a elegirse cada día. - Acepto. - ¿Qué cosa? - La propuesta. - ¿De amarnos? - De dejar de buscarnos en otros ojos, para aprender a mirarnos realmente, de qué me tomés la mano y que salgamos a caminar bajo la lluvia. ¡Quiero besarte! - ¡Y yo! - ¿Y qué esperamos? - Que pagues la cuenta. - Ya pagué cuando ordené, ¿y entonces? - Date vuelta. ¡Cómo describir este beso!, ¡Qué di�cil! ¡En qué problema literario me he me�do! Realizar cualquier descripción sería un intento vano de representación de algo que fue sublime. Hasta quizá decir que nunca antes había sido besado de esa manera, sería comparar lo incomparable. Fue como llegar a sen�r mi alma, volando a otro cuerpo, mi cabeza al éter, el �empo detenido, el deseo nunca más postergado, el placer hecho real sin importar el momento y el lugar. Salimos velozmente disparados hacia la calle. Podía sen�r la adrenalina y nuestras manos sudando. Pero antes de cruzar ambos la salida del café, la puerta se abrió. Y rodando hasta mis pies cayó... Rodando hasta mis pies cayó un prendedor floral, que entregué atónito a una mujer, también de saco verde, que con apuro y ya tarde, entraba buscando a alguien aquel lugar.

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Page 12: Junho | 2015

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DISCOGRAFIAPor Alexandre Fritzen da Rocha

de Porto Alegre/RS

NADDO ENTRE GIGANTES – A ESTREIA

a banda gaúcha Naddo Entre Gigantes inicia sua discografia. O álbum de estreia mostra a robustez do grupo. Produzido por Com o pé direito,Marcelo Fruet, é daqueles álbuns que nos prendem a atenção do início ao fim.

Dividido em dez faixas, o ouvinte é recebido por um solo de ukulele imerso em uma cuidadosa atmosfera de reverb e um primoroso trabalho de mixagem, caracterís�co das produções do Estúdio E12. O solo é acompanhado pela bateria e baixo, até chegar à voz peculiar de Naddo, cantando “Chegue um pouco pro lado. Fique calado, atento, em meditação”. As guitarras, os backing vocals e um sexteto de cordas completam a “overture” do disco, um prelúdio do que virá nas faixas posteriores.

A canção seguinte é um ode à liberdade. “Siga Livre” começa com o naipe de sopros do trio Rodrigo Siervo, Joca Ribeiro e Humberto Boquinha. Tem um vigor intenso e possui uma sonoridade contrastante com a faixa anterior. O colorido do disco segue com “Solidão II”, talvez a canção mais marcante da banda, uma música que todos esperam ser tocada nos shows. Uma balada elegante, falando de amor sem ser piegas, e que em todo show é acompanhada pela plateia, que a adora.

“Outros Tempos”, quarta música, apresenta a voz de Cín�a Rodrigues, “Não venha me dizer como eu devo ser. Às vezes o silêncio melhor pode fazer”. Seguindo o ecle�smo �mbrís�co vocal do disco, “João de Deus (o profeta)”, faixa cinco, outra balada, mostra Marcelo Marinoni (guitarrista do grupo) conduzindo a voz principal. Costurada por um elegante arranjo de cordas, assinado por Artur de Faria, é uma canção vigorosa, com um interessante contraponto do baixo, desenhado em uma textura delicada e ao mesmo tempo densa.

Seguindo o disco, “Baile de Máscaras”, um “quase reggae”, preenchido com as luxuosas par�cipações dos talentosos Giovanni Ber� nas percussões e Júlio Rizzo no trombone, além dos teclados de Luquinhas (Chimarruts). A viagem segue com “Quintanas”, uma parceria “pós-tumba” de Naddo Pontes com o poeta porto-alegrense Mario Quintana, composta em 2012 por Naddo em seu ukulele, sendo a úl�ma canção a ser integrada ao disco. Segundo Naddo, na primeira apresentação da música, em um show na Casa de Teatro de Porto Alegre, “o Fruet estava presente e se impressionou com a reação do público, que cantou a música com a gente, mesmo sem conhecer a canção. Foi uma iden�ficação imediata. Acabou por estar no disco e ser nosso 1º Single lançado”.

“Eu vendo sonhos coloridos, insanos, pra quem quiser”, é o anúncio da canção seguinte, “Conspiração”, mais uma balada repleta de guitarras e que encerra com vocalizes que remetem à soul music. “Trilhos sem Saída”, nona faixa do disco, é um rockabilly, meio rap, meio rock progressivo que nos conduz para a úl�ma faixa do álbum. “Amor nunca Mais” é o poslúdio da obra, um “blues progressivo”, ilustrado pelo arranjo de sopros cria�vo do saxofonista e compositor Rodrigo Siervo (Funkalister e Camerata Brasileira).

As letras de Naddo tem um cuidado poé�co peculiar, sempre coerentes com os desenhos harmônicos de suas canções. Imerso em um liquidificador de referências, que vão do rock'n'roll até a MPB, passando pelo rock progressivo, rockabilly, rap, reggae, blues e soul, Naddo está entre três gigantes da discografia gaúcha, Marcelo Fruet (produção musical), Leo Lage (designer gráfico) e Marcos Abreu (masterização). Ademais, o disco é repleto de par�cipações especiais, além das citadas, incluindo Aldo Ibaños (baixo), Luciano Leães (Wurlitzer), e músicos das Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul e OSPA.

A arte gráfica, assinada por Leo Lage, é inspirada em Lucio Pian�no. Ar�sta visual portador de Síndrome de Down, Pian�no tem uma obra sensível, repleta de cores, e expõe em galerias de arte do Brasil e Itália. Sobre o ar�sta, Naddo comenta: “conheci a obra do Lucio (e virei fã) através de seu �o Luciano As�ko (ar�sta e palhaço de rua) que encontrei no Fes�val Universo Paralelo, na Bahia, em uma turnê com um grupo que par�cipei. Agradeço à família do Lucio por ter autorizado esta parceria, que tem por maior interesse divulgar a obra do Lucio o quanto pudermos”.

Formado por Naddo Pontes (voz, ukulele e teclados), Cín�a Rodrigues (voz e percussão), Marcelo Marinoni (guitarra e voz), Rodrigo Ruivo (baixo) e Marcelo Masina (bateria), Naddo Entre Gigantes é remanescente dos Melomaníacos (em a�vidade desde 2004), e até então não havia entrado em estúdio. O disco teve sua pré-produção iniciada em 2010, as gravações finalizadas em 2013 e o lançamento em 2014. No momento, o grupo está focado na divulgação e difusão de seu disco, mas tem planos de gravar novas músicas num futuro breve. Os resultados do álbum de estreia já são percebidos pelas plateias cheias nos seus shows e pelas crí�cas posi�vas que o álbum tem recebido, com destaque para a inserção na lista dos 100 melhores lançamentos de 2014 do site Embrulhador.

A produção foi financiada pelo Fundo Municipal de Cultura de São Leopoldo e por plataformas de financiamento cole�vo da internet. É possível adquirir o disco de Naddo Entre Gigantes na Toca do Disco (Garibaldi, 1043 – PoA), Casa da Traça (Independência, 450 – PoA), OpenStage (O�o Niemeyer, 2415 – PoA) e Vida Mais Gráfica Expressa (Praça Conde de Porto Alegre, 41 – PoA). Também disponível para download no www.soundcloud.com/naddoentregigantes. Contatos: (51)3023.4817, (51)8599.0770 e (51)3228.5599.

Foto: Nata Santejano

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Apoio Cultural :

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GRAPHIC NOVEL

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Por Cloveci Muruci de Porto Alegre/RS

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Lei 11.769 e o ensino de música dialógico ou

POR QUE ESTUDAR ?MÚSICA

ARTIGO

Por de Porto Alegre/RS Por Paulo F. Parada / Paulinho Parada

Email: [email protected]

Sou professor desde os meus 17 anos de idade, quando ministrava aulas para amigos e conhecidos,

geralmente a temá�ca das aulas era música ou alguma matéria do colégio que eu dominava. Hoje tenho formação para a

prá�ca docente, mas na época seguia uma espécie de ins�nto e forte mo�vação pelo conhecimento. Pude estudar música de

graça e de forma con�nuada somente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando já �nha meus 21 anos de idade

em 2010. Acontece que no tempo da infância e adolescência, nunca �ve condições de pagar professores par�culares de

música, não obstante quando meus pais inves�am em algumas aulas esparsas e descon�nuadas quando eu era criança.

Contei esse breve resumo de história de vida, para afirmar que é comum essa vivência de não poder estudar música: percebo

essa realidade conversando com amigos, alunos, professores, músicos, ar�stas, etc. Nem todas as pessoas podem pagar uma

escola de música, professor par�cular, etc. Nem toda a escola básica tem educação musical em seu currículo.

Em 2008 o ex-presidente Lula sancionou a lei 11.769 que torna obrigatório o ensino de música nas escolas públicas e

privadas, com prazo até 2011 para a adaptação das escolas. A realidade é que estamos em 2015 e ainda são poucas as escolas

que oferecem o ensino de música com qualidade e aprofundamento. Algumas ins�tuições de ensino fazem com que

professores de outras disciplinas, com pouco ou nenhum conhecimento prá�co ou teórico em música, ministrem aulas de

musicalização. Outras escolas são exemplos em organização e mostram que é possível ensinar música na escola básica.

E se pensarmos o problema de outra forma: por que estudar música? Como ensinar música na realidade do Brasil? A

educadora Leda Maffiolle� em seu ar�go “O que se aprende com Música?”, afirma que “situar-se no espaço-tempo da música

envolve a mesma complexidade que situar-se no mundo. Do que se pode inferir que fazer música é produzir formas de

compreensão de si no mundo”. Certamente, compreender um pouco de si mesmo é uma forma reflexiva e crí�ca de

transformação: um exercício filosófico que engendra mudanças cole�vas para quem apreende música em grupo. A

professora Jusamara Souza (no ar�go Educação Musical e Prá�cas Sociais publicado pela revista ABEM), defende o ensino de

música como prá�ca social, afirmando que as preferências musicais dos adolescentes estão ligadas a “gêneros musicais que

para eles possuem um significado relacionado à liberdade de expressão e de mudança”. Buscar a compreensão e a reflexão

crí�ca do mundo que nos cerca é pensar no outro. É vigente a preocupação com a diversidade também nas áreas de ensino de

história e história da educação, mirando principalmente as prá�cas e as vozes das populações indígenas e das classes

populares, abordando conceitos como etnia, raça, gênero e geração.

Estudar música é primordial, não somente pelo desenvolvimento cogni�vo, saúde �sica e mental: a música é uma

poderosa ferramenta de compreensão do passado e, também, do presente, porque constrói, transforma e reflete nossas

interações e necessidades iden�tárias no mundo e com o mundo. Infelizmente essa discussão não está superada: é comum

ques�onar os mo�vos pelos quais devemos estudar música. E como ensinar música? É triste quando um aluno se depara com

um professor autoritário, que não compreende e não deseja entender as mo�vações que levaram o estudante a querer

aprender certo �po de música. Acredito que devemos abrir mão do ensino como mera transferência de conhecimento: o

saber se faz no cole�vo, onde aprendemos com o outro e não (para ou) pelo outro. Gostar de sertanejo, rock, funk, bossa

nova, samba, ou seja lá qual música do mundo, acontece porque vivenciamos algo intenso com a expressão de determinada

cultura. Funk, rap, reggae, pop, etc é música sim, não podemos desprezar as diversas manifestações culturais existentes no

mundo. Aliás, depreciar as prá�cas populares e elevar a cultura erudita é um discurso classista de ódio e preconceito. Alguns

professores não sabem disso, mas é! Creio que o ensino de música deve ser dialógico, pois como dizia Paulo Freire: “o mundo

não é. O mundo está sendo”, podemos viabilizar transformações e quebrar paradigmas.

Convido o leitor para refle�r a importância do ensino de música. E, ainda: cobrar das escolas públicas e privadas o

ensino de música (principalmente dos governantes e órgãos públicos que liberam essa verba). É direito nosso, é lei e poucos

sabem. O número da lei está aí, os pais e alunos devem buscar no ciberespaço Google: “lei 11.769”, e pronto, lá está a lei para

imprimir e levar na ins�tuição de ensino ou procurar um canal de diálogo com os governantes e órgãos públicos. Todos

merecem estudar música, bem como os professores de música e de outras áreas precisam de valorização profissional,

melhores salários e condições de trabalho. Viver é um ato polí�co, todos nós fazemos polí�ca mesmo quando não sabemos

que estamos fazendo. É interessante ques�onar os por quês: por que o ensino de música não é valorizado no Brasil? Quem se

beneficia com isso? Fico feliz em ter esse espaço para dialogar com o leitor de uma forma simples e direta. Deixo aqui meu

contato para conversarmos sobre o assunto, está feito o convite, vamos refle�r juntos.

Referências u�lizadas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prá�ca Educa�va. São Paulo: Paz e

Terra, 1996

MAFFIOLLETI, Leda de Albuquerque. O que se aprende com música? Pedagogia da Arte: entre-lugares

da escola – volume 2 / [org.] Gilberto Icle – Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 23-39, 2012

SOUZA, Jusamara. Educação musical e prá�cas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, 7-11, mar.

2004.

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Page 15: Junho | 2015

Altar BarrocoReflexo do rebuscamento

terreno e celes�al, na execução de três obras

sacras, das quais uma delas a cadeira

" ". Altar BarrocoElementos de renascença,

mantendo criteriosamente originalidade das cores e

formas u�lizadas na época.

Intensa sensibilidade deixa fluir de corpo e alma

na linguagem rebuscada. Influência nas profecias,

em meio às crises dos valores pelas lutas

religiosas, onde passavam por reformas

polí�cas e sociais".

Design

Raquel Hirtz Trein

Técnica: acrílico sobre encosto e folhação em ouro no estofado.

51 | 51 8111-0186 8111-0012

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