juliana gagno lima atributos da atenção primária nas

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Juliana Gagno Lima Atributos da Atenção Primária nas regiões de saúde: uma análise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica Rio de Janeiro 2016

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Page 1: Juliana Gagno Lima Atributos da Atenção Primária nas

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Rio de Janeiro

2016

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola

Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca

Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo

Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas

em Sauacutede

Orientadora Profordf Drordf Ligia Giovanella

Co-orientadora Profordf Drordf Maacutercia Cristina

Rodrigues Fausto

Rio de Janeiro

2016

Catalogaccedilatildeo na fonte

Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica

L732a Lima Juliana Gagno

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma

anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso

e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --

2016

244 f tab graf mapas

Orientador Ligia Giovanella

Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica

Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016

1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede

3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos

Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da

Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo

CDD ndash 22ed ndash 3621

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola

Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca

Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo

Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas

em Sauacutede

Aprovada em

Banca Examinadora

Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Prof Dr Gustavo Correcirca Matta

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat

Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo

Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)

Universidade Federal de Juiz de Fora

Rio de Janeiro

2016

Dedico este trabalho

Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota

ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind

That I put down in words

How wonderful life is while youre in the worldrdquo

(Elton John)

Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs

ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer

Que eu sempre vou te amar

Por toda a minha vidardquo

(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)

AGRADECIMENTOS

Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou

de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria

ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente

- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os

momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo

Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia

Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves

Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato

- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me

conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu

marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira

minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota

- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede

Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente

Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa

Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela

Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes

- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me

acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto

e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto

- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar

nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos

Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a

equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES

pela bolsa de estudo

- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas

de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas

amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e

Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson

Stumbo e Pedro Lima

- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova

cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA

especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca

Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador

participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar

esse trabalho na luta pelo SUS que queremos

RESUMO

A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos

atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield

primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no

Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma

rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas

heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de

dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os

atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis

PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos

segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da

pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo

dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados

nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade

apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro

contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave

facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados

tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da

relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente

lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O

atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a

presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames

Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que

pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para

lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo

socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal

indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo

apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees

envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma

heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram

melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende

de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas

equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de

sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das

variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios

observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na

comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo

Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros

e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades

devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e

voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo

necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades

independente do territoacuterio em que habitam

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso

ABSTRACT

The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust

Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-

focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-

centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health

System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented

by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This

study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by

Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the

national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e

da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and

PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks

research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development

and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the

PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes

from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the

best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables

characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment

schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and

ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of

ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash

ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication

between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only

ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to

lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were

good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial

participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the

key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence

produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of

respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably

Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with

high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while

HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst

results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their

populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel

relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group

Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not

equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals

than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over

time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and

organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in

Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in

practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is

comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs

Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care

arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to

their needs and regardless of the territory they inhabit

Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness

accessibility

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1

Brasil 2013 71

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e

2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por

grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional

por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos

de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos

de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees

de sauacutede 170

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees

de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees

de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo

para mediccedilatildeo 32

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede

com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011

ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-

AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro

Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia

Integralidade 83

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a

comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na

famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia

cultural 88

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede

segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa

Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 94

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo

Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS

Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA

ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75

4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142

543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204

7 REFEREcircNCIAS 214

ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto

suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et

al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a

atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou

um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos

serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo

O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na

praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos

usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa

Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos

ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)

Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua

na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva

regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS

seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica

Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1

As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional

na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS

e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na

construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave

importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo

baacutesica no Brasil

No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais

motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo

Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa

do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada

entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e

vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de

Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na

mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de

1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela

nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo

15

governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em

serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o

trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo

para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia

no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um

interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me

conhecer a amplitude do PMAQ-AB

Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da

inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela

equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em

nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo

da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da

Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e

do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da

APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato

longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A

escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o

preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com

base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo

a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado

Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que

isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de

atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles

um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do

atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de

problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de

prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo

de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais

(Starfield et al 2005 487)

Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo

associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses

16

industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta

com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila

cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso

indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos

usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do

profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)

Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que

um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a

sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os

especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores

resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial

quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos

de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus

proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al

2005)

Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al

(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados

a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais

desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com

exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de

cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento

de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)

A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos

totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve

a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo

de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute

resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como

prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante

destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o

tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)

Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS

reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se

comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da

populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos

17

resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade

Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos

da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios

colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo

frente a esses desafios

Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do

PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees

Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo

Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS

visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu

processo de planejamento e desenvolvimento

O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por

desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo

repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB

Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto

de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a

dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de

contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos

Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees

desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no

Brasil

O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos

proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo

Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de

profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre

a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores

isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais

centrais

O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as

regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se

por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia

que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos

puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)

18

Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse

niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos

municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de

qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do

Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas

quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar

de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS

se estiver desarticulado dos demais niacuteveis

A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute

relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes

federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a

interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da

organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos

duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente

Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques

nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo

de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)

Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na

coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de

qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo

Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por

regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e

na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa

tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na

rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos

serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de

sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou

estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre

problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem

disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo

pretendido pela pesquisa (Viana 2014)

Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre

a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das

19

avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um

julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade

desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da

avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)

A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que

precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso

portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a

melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona

agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os

provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no

julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto

dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)

A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para

potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como

por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo

A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa

Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no

Brasil

Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB

Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados

das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede

O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a

partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2

Os objetivos especiacuteficos satildeo

Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB

Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de

sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e

Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo

Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves

20

UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo

2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de

construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo

O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do

programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas

Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua

abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho

O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de

cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de

indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de

apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e

Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede

O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs

eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo

com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada

atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela

comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB

Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os

atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como

proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de

suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas

21

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS

21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de

sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio

constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre

medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede

primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte

das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na

Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e

hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo

dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)

O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e

articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos

serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia

coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)

A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o

mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso

dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e

baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos

predominava (Fausto e Matta 2007)

No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia

Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal

marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como

estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no

Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da

Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como

Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias

praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis

colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes

possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de

autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do

sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco

principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da

comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da

famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os

cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares

22

onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um

continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)

A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas

necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na

gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e

prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-

infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e

lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo

aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de

condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)

A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem

em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais

adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a

exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade

proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela

Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral

aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram

documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de

posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS

2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais

do que Nuncardquo (OMS 2008)

O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e

horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave

qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e

responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel

da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os

niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a

participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede

(OMS 2008)

O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo

(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no

desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro

principais

23

- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo

muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta

restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao

grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e

desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno

- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de

entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte

do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo

especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a

populaccedilatildeo

- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na

organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de

sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS

integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal

com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias

apropriadas e uso eficiente de recursos

- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios

setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano

abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as

poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas

em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em

sauacutede (OPASOMS 2005)

Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente

discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido

seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o

foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou

integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como

direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da

doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute

somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para

o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)

A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo

central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico

24

e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia

meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-

benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e

agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS

representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel

de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada

ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e

reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila

2012)

Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de

recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira

coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados

de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede

Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de

sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos

recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a

autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade

da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro

contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a

qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos

serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como

atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e

ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)

No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade

de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica

previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social

(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de

universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de

universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS

tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas

do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas

situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos

tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de

sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)

25

A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica

(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada

como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de

recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel

fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de

produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)

O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos

municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por

habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos

financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a

adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas

O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o

Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo

da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados

enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper

epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma

poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo

de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)

Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia

nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao

tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como

base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de

sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede

Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso

epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta

tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do

trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando

acolhimento viacutenculo etc

O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma

estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por

meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por

Starfield

A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de

26

clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute

que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais

serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do

processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede

accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al

2010)

Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo

Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente

A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no

acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo

integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos

determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil

2011b19)

Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no

que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o

componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de

sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes

possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave

carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da

famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)

Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de

sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos

autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana

et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)

Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na

avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe

Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que

fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes

Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das

equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas

complexidades de pequenos centros e metroacutepoles

27

Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais

Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos

viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos

Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em

municiacutepios do interior

Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que

necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves

necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais

Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da

complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os

serviccedilos de sauacutede

Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS

Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade

Financiamento inadequado e insuficiente da AB

Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da

qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS

Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede

Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes

com prejuiacutezos agrave integralidade

Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica

pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta

complexidade

22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS

A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas

econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais

para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de

serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores

tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)

Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos

de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de

desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante

28

mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como

para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo

(Champagne et al 2011)

A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al

(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash

periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham

como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja

caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e

profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a

Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de

diferentes atores nos processos avaliativos

Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et

al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de

construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo

(Dubois et al 201120)

Para Champagne et al (2011)

Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre

uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer

informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa

intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo

de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos

de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar

sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou

coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees

(Champagne et al 2011 44)

Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a

avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo

A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e

processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo

contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do

acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo

de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-

responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo

Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos

devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos

gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)

Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de

decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes

29

atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a

avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees

diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na

melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)

Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo

auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)

subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer

(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser

mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo

como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-

estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a

elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)

Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a

possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para

intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)

Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos

avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste

em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e

organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos

com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se

refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise

estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade

de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de

implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de

efeitos) (Champagne et al 2011)

Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por

Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo

sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas

dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem

(Donabedian 1990 Frias et al 2010)

Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo

consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial

Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees

30

Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em

ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo

Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo

Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais

com maiores necessidades de sauacutede

Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais

e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares

Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez

atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais

seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos

Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade

como um todo dos serviccedilos ofertados

Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros

autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das

perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a

adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos

Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os

serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise

da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da

qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do

conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS

comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e

efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)

Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)

apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema

de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a

ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a

oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados

observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS

(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio

relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)

A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito

31

em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a

busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a

necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que

um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no

decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a

necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria

da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)

Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee

colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes

municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo

necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que

contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-

responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo

ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo

discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)

23 ATRIBUTOS DA APS

Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que

abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais

mas natildeo exclusivas

Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica

quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade

abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a

avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam

superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)

Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o

alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que

pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na

famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade

Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se

caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a

atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos

prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-

paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)

32

Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos

conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de

informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo

Atributos exclusivos

Atenccedilatildeo ao

primeiro contato

Serviccedilos procurados regularmente cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso

de adoecimento ou para acompanhamento

rotineiro da sauacutede

Porta de entrada preferencial do sistema de

sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para

acesso aos serviccedilos especializados

Acessibilidade da unidade

Acesso agrave atenccedilatildeo

Uso da unidade como local de

primeiro contato

Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal

pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo

equipeusuaacuterio ao longo da vida

independentemente da ausecircncia ou da

presenccedila de doenccedila

Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

Conhecimento do paciente e de seu

meio social

Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os

pacientes natildeo importando o tipo de

necessidade para a atenccedilatildeo

Abrangecircncia ou

Integralidade

Reconhecimento de amplo espectro de

necessidades considerando-se os acircmbitos

orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro

dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede

Implica oferecer serviccedilos preventivos e

curativos e garantir acesso a todos os tipos de

serviccedilos para todas as faixas etaacuterias

resolvendo a grande maioria das demandas ou

por meio de encaminhamento quando

necessaacuterio

Espectro de problemas a serem

tratados

Atividades preventivas primaacuterias e

secundaacuterias

Reconhecimento e manejo dos

problemas de sauacutede (incluindo

sauacutede mental) na populaccedilatildeo

Porcentagem de pessoas atendidas

na APS sem necessidade de

encaminhamento

Coordenaccedilatildeo da

atenccedilatildeo

Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os

serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que

os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a

partir da disponibilidade de informaccedilotildees

relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o

presente atendimento

Mecanismos para continuidade

Reconhecimento de informaccedilotildees de

consultas preacutevias

Reconhecimento de consultas para

encaminhamento (ocorrecircncia e

resultados)

Atributos Derivativos

Orientado para

comunidade

Conhecimento das necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto

econocircmico e social em que vive

Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas

de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na

comunidade

Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees

sobre sauacutede

Mecanismos de alcance do

conhecimento das necessidades de

sauacutede da comunidade

Participaccedilatildeo nas atividades

comunitaacuterias

Envolvimento comunitaacuterio na

unidade

Centralidade na

famiacutelia

Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar

para bem avaliar como responder agraves

necessidades de cada membro

Conhecimento dos membros e de seus

problemas de sauacutede

Conhecimento dos membros da

famiacutelia

Conhecimento dos problemas de

sauacutede dos membros da famiacutelia

Competecircncia

cultural

Reconhecimento de diferentes necessidades de

grupos populacionais suas caracteriacutesticas

eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas

representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila

Providecircncias para atender a

necessidades especiais associadas

agraves caracteriacutesticas culturais

Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para

atender necessidades culturais

Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012

33

231 Primeiro contato

O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente

procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de

sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta

preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para

acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)

Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos

sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em

Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A

acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada

das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do

serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para

Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade

isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e

Martins 2004 191)

Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo

ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial

relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e

acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o

acesso potencial (Travassos e Martins 2004)

Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou

outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de

sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da

capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo

do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)

Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao

acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou

pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)

Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para

acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS

brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e

programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento

34

(Almeida et al 2013)

O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de

trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o

que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o

trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as

praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido

como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a

compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede

e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo

desse acolhimento (Garuzi et al 2014)

De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo

primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no

Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves

necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave

demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)

A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando

que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de

sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de

cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)

Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo

de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda

espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a

capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave

demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de

sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)

Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS

como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade

dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de

emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor

probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo

dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados

para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os

especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas

35

de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista

Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso

dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas

No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia

ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma

consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos

Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo

por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do

sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um

dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)

Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs

informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao

transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees

adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de

consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras

culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e

uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular

(Starfield 2002)

Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada

Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se

configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em

4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados

apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para

assistecircncia ou prevenccedilatildeo

Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou

obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de

gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo

dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica

seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo

Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB

apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada

preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para

atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo

funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de

36

urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas

Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de

entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do

acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar

seguimento ao tratamento

A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro

facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)

Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e

coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a

falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos

socioeconocircmicos mais desfavorecidos

232 Longitudinalidade

O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute

relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas

unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao

usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da

ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)

Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de

ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da

relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade

poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria

natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso

a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo

da vidardquo

Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de

revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer

que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave

Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que

ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees

associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo

37

A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de

meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada

a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve

a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte

habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho

(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)

(Starfield 2002 282)

Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao

atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de

cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais

de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a

continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo

entre a equipe para conhecimento sobre o paciente

No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades

do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com

profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo

da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria

e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a

longitudinalidade do cuidado

Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute

apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de

estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e

sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo

considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como

sujeito do cuidado

Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da

compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de

consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)

e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles

demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o

meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)

Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo

longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos

profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos

38

como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de

adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da

equipe de APS

Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS

tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o

estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo

baacutesica

Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados

satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo

Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico

(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute

apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem

ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os

clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem

na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam

lista de espera possuem gatekeepers

Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave

longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos

problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves

consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor

capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na

perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual

de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma

atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)

No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse

atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais

assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a

qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser

influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella

2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre

profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave

forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)

Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a

mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a

39

fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste

trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o

viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a

continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do

cuidadordquo

233 Abrangecircnciaintegralidade

De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em

reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos

para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de

serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees

(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem

agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel

populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos

quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e

protocolos (Starfield 2002)

A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades

poderiam ser essas

Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis

deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos

de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o

autocuidado (OMS 200813)

Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de

sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS

2008)

Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos

componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental

(Starfield 2002)

Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na

integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio

de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a

diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo

40

de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema

Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando

por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo

(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de

prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da

assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo

das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)

abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)

(Giovanella et al 200247)

Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns

sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que

trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse

processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e

competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por

uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira

2013)

A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui

apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na

situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de

sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos

Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado

como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores

chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a

melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a

APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto

ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam

na ocorrecircncia da doenccedila

Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de

Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo

necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo

efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo

prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel

na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield

2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a

adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais

41

Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes

assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir

demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os

recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al

2005)

Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de

espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores

achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em

serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio

assistencialmatricial agraves equipes

Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que

os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de

atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de

serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa

resolutividade da rede baacutesica

Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as

potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E

tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos

humanos e da intersetorialidade

E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida

por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a

frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das

intervenccedilotildees

234 Coordenaccedilatildeo

A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a

integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis

assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como

a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave

determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde

sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um

objetivo comum (Almeida et al 2010287)

Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e

complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do

42

cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos

especialistas (Starfield et al 2005)

Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do

cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da

atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente

por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento

dos problemas de sauacutede

Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo

Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes

que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo

profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se

expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por

meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de

fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se

realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no

processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo

entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que

reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas

necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)

A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na

lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste

trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a

continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade

informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do

prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)

Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo

usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem

suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo

contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella

et al 2009a)

Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado

enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo

43

Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da

equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de

sauacutede por exemplo)

Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados

especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo

Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o

acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de

uma patologia crocircnica

A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada

relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito

dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede

A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de

requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de

garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados

de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de

cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado

implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a

vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros

serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo

continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de

prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos

poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos

equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)

Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram

aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de

pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a

receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve

prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior

adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos

e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios

Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da

atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de

entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute

uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do

grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos

Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)

destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do

44

desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica

continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra

que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010

524)

No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de

primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo

individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede

Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e

hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os

autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os

paiacuteses dentre as quais

O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular

O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar

e organizar o cuidado de outros meacutedicos

Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles

sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees

relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento

ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam

oportunamente

Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees

necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do

hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o

paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar

Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior

parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial

no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-

referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais

na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional

Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida

pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de

gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al

45

2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo

GP

Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas

hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir

custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um

mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado

que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de

seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como

os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido

por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al

2006 138)

Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de

filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a

fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade

dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado

o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes

e Fernaacutendez 2005)

Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro

exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar

burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos

especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de

Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que

aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia

(Giovanella et al 2009b)

Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a

coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das

equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares

e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada

baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de

uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)

Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias

de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo

a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade

de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos

46

para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa

frequecircncia

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem

identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a

insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes

crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram

apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos

fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais

(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem

supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios

De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)

apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo

definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes

diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum

de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um

grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e

responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros

criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de

protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar

mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra

e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)

melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da

atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo

meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)

235 Orientaccedilatildeo para a comunidade

O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de

conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente

relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes

definiccedilotildees pode ser explicado por

47

A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza

habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para

ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de

sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico

para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui

sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico

bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os

comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002

538)

Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a

comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da

comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a

efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)

Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base

na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e

para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do

cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees

ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e

intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)

Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que

consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e

comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a

capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a

responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes

sociais (Anderson e Rodrigues 2012)

Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a

cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social

intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e

para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)

Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece

mais explicitamente na PNAB 2011

Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem

comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade

os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria

Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer

trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece

48

as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se

conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na

comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o

espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre

populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem

seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e

cultural em constante construccedilatildeo

O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo

do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem

disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de

sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias

de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)

Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio

e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre

grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas

em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer

uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)

Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos

determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos

equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e

instacircncias governamentais

A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas

pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui

determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no

domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da

sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de

sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos

resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo

intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata

Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial

satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo

no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras

49

discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial

visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a

uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados

desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na

articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF

no territoacuterio

Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a

ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees

para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social

superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir

que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial

consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da

populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute

fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas

domiciliares

Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que

a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas

muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo

fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da

aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo

entre outros (Nogueira et al 2011 215)

Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade

de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da

negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a

mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos

Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos

decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos

usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al

2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)

236 Centralidade na famiacutelia

A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem

sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional

50

haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social

Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute

compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar

eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas

a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo

da sauacutede (Fausto e Matta 2007)

Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de

cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia

no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia

Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e

como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia

Baacuterbara Starfield destaca que

A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade

fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus

ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral

considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e

quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos

familiares limitados (Starfield 2002 486-487)

Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como

conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer

compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem

disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e

resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute

vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de

acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos

qualidade dos seus membros (Silva 2010)

Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de

sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado

atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia

Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)

cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos

seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento

do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e

51

confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)

Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi

realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de

2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre

especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do

programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a

comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede

da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)

Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute

cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos

profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem

pouco exploradas no documento

Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do

PSF

famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e

famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco

famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de

cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo

famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute

num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do

processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com

a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede

famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e

individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais

proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da

comunidade

famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em

exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais

de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e

demandando ajuda para um funcionamento esperado

famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade

ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees

52

saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a

soma das individualidades

A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade

de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo

diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade

do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os

documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo

profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)

Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se

a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute

um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que

propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de

fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)

Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada

atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento

dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia

237 Competecircncia cultural

Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que

abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um

aspecto derivativo da APS e pode ser definido como

A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades

especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido

a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais

especiais (Starfield 2002 487)

Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente

relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de

estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de

equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais

socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)

Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez

mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo

de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural

53

aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et

al 2014)

Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e

Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos

dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de

Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en

Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que

dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural

com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais

Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina

tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e

parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica

especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao

programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)

No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos

interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS

deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir

a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas

em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica

A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os

indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees

diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal

respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os

princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo

entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a

autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas

pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e

desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014

sn)

Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser

observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas

(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)

e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida

(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em

2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural

para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para

54

profissionais como para usuaacuterios

Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente

em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao

diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais

demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo

Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando

produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar

o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um

avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes

fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica

apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas

certamente do territoacuterio

Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para

seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver

com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)

Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas

puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo

sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias

Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na

enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo

desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do

cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e

padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o

saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma

estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a

integralidade (Sousa et al 2009)

Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia

dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em

seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente

2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado

Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores

e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de

sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud

Sousa et al 2009)

55

determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais

movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede

(Muller et al 2007)

Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de

famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as

crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda

a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com

as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente

entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que

fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de

forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para

uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim

como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de

sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente

Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica

Procurar conhecer dados demograacuteficos

Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente

Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas

Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas

Estudar a liacutengua e dialetos locais

Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade

Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012

Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser

uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma

articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre

sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a

abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de

sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre

prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)

Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades

culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas

necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente

relacionada a atenccedilatildeo integral

Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas

representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a

56

integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio

24 APS NA REDE REGIONALIZADA

Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais

ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a

constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer

alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a

importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede

Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a

descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente

atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias

regionais

A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos

sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo

melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e

serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o

custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias

diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia

hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do

sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo

geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a

utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos

usuaacuterios (OPASOMS 2011)

A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de

investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja

por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e

diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)

Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em

eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si

(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e

as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na

organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que

exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos

em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela

distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos

57

atores regionais (Lima 2015 8)

Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por

meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir

de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A

descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em

detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e

Fausto 2014)

Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os

diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados

problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade

produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados

como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)

Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos

serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na

capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e

atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir

com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)

Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o

governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo

regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado

de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo

nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et

al 2010)

Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de

serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das

redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos

extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla

participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e

competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir

2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de

atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da

universalidade e equidade

Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e

58

estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o

fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de

padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras

a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa

normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e

populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de

regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)

Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo

destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e

organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os

planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo

Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees

intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)

Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos

marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de

acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de

se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto

75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de

evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos

serviccedilos na regiatildeo de sauacutede

Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua

extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de

serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas

responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos

que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma

robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na

CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os

necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo

mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se

articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos

2015 445)

Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de

governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das

pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao

inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da

APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de

59

responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se

manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em

detrimento das necessidades em sauacutede

Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a

perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem

algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de

valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das

atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de

serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios

fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede

Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio

da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper

organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades

nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela

entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar

subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de

profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015

Almeida et al 2010)

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB

natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e

coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e

composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do

usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim

como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos

Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na

responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo

monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que

A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo

do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB

como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave

Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave

rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da

APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no

SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote

baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em

situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias

60

internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a

possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como

pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)

No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes

com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que

portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora

desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e

financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos

eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede

integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e

particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em

tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes

regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo

Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da

APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com

elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada

61

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA

QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB

Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo

de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse

periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo

Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques

regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos

avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a

heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede

Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs

esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e

reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque

punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo

reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a

riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm

sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)

Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a

Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de

formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de

atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o

redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o

propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a

esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)

A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica

Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos

decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e

resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e

municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da

descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)

Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil

identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo

62

da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das

principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e

Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de

iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para

Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo

raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash

PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006

Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima

de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento

local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas

apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro

dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do

desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de

gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social

(Almeida e Giovanella 2008)

O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no

tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo

dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF

gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ

era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do

funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente

pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A

implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma

adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram

reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais

precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia

desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a

extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um

modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de

estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para

crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de

sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no

Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da

63

Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente

relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro

contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com

serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo

(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos

prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e

orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do

PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes

nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)

Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do

PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios

estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de

diferentes estudos sugerem

unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS

tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por

estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos

usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior

exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os

profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a

UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)

em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a

constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste

com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)

em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF

consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios

(Ibantildeez et al 2006)

Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos

induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na

realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e

metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados

produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores

dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo

64

Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo

haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo

que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas

diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos

esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de

subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e

Giovanella 2008)

Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da

AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho

31 PMAQ-AB CICLO 1

A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade

da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654

de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho

denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)

O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e

progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos

com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente

(Brasil 2013a)

O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do

paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a

mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma

cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas

necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa

(Brasil 2011c)

Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo

financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do

acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no

desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos

65

mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a

Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva

do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e

financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de

planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais

aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e

alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de

desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de

Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)

e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass

2011)

Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil

como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos

problemas no acircmbito local

O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um

ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada

de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira

de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de

ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)

A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao

programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de

pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um

segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede

(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as

diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)

e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB

Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos

do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave

estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao

municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica

Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse

66

permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de

suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso

A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes

de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar

processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa

etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores

contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente (Brasil 2011c)

Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes

de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de

mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta

especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que

aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e

atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas

estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos

de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)

A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees

para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de

avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees

especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em

conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de

coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do

trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de

Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do

Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada

ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio

A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-

processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo

baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma

67

nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao

programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com

novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as

necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo

(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de

construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja

perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo

maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um

segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees

municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo

no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso

de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e

do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-

responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB

interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais

voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho

agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas

para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)

A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute

realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de

Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que

participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes

satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo

referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de

ensino em todo o paiacutes

Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado

conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade

baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da

Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento

disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele

68

subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado

O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro

de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao

PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil

independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando

38812 UBS

O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi

composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves

coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos

gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve

baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de

preenchimento desse grupo

As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por

entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo

imediata dos dados

Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o

desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos

municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual

relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte

populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor

a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)

Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao

PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

69

Baixo 2505 1747 697

Meacutedio 2427 1738 716

Alto 575 450 783

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil

2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram

ao PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

Pequeno porte 3914 2646 676

Porte intermediaacuterio 1294 987 763

Grande porte 357 302 846

Total 5565 3935 707

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore

com trecircs componentes

implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito

final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a

partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe

verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados

na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito

70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na

avaliaccedilatildeo externa

Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de

contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23

indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo

compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das

equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que

possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho

distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede

bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5

Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada

13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre

14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs

15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia

16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero

realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais

Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura

70

Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas

25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano

26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos

Aacuterea 3 ndash Controle de

Diabetes Mellitus e

Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica

31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados

32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados

33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico

34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso

Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante

52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado

53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada

54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012

Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos

moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees

Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB

Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS

Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do

processo de trabalho

Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do

instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo

externa definidos por meio de metodologia especiacutefica

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos

recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma

desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao

componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho

acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e

desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para

100 do recurso) (Brasil 2013a 35)

Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo

apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes

do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1

71

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo

1 Brasil 2013

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre

equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de

municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita

percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia

percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como

baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20

mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a

500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)

A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem

utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa

decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede

propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das

condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)

32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2

O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo

externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve

limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do

financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a

Muito acima da meacutedia 176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

72

recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo

com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal

No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as

UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562

equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)

O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu

modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos

adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos

especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave

Sauacutede da Famiacutelia

Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede

bucal

Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de

trabalho da equipe de sauacutede bucal

Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos

gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos

moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de

preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo

Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de

Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo

conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma

proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou

73

Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2

Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014

Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014

Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI

Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da

famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites

Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo

UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo

Municiacutepios com equipes

contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

contratualizadas

- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com

sauacutede bucal

12075 19948

Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF

UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

certificadas 17202 equipes 29808 equipes

Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios

Avaliadores externos 900 2000

Investimento com gastos da

avaliaccedilatildeo externa e com o

pagamento de PAB variaacutevel por

desempenho (R$)

770 milhotildees ~ 42 bilhotildees

Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de

homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015

Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)

Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na

certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)

Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482

equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)

Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos

indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da

base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto

do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem

utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013

(Brasil 2015)

Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram

mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o

SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que

3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros

da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e

operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de

trabalho (Brasil 2015)

74

utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho

vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04

indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)

(Brasil 2013a)

Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica

12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia

13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas

domiciliares

Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento

exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas

Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas

32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com

equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre

uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o

desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do

estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte

da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e

outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas

equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho

muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute

expresso no graacutefico 2

75

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos

1 e 2 Brasil 2014

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada

equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)

33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB

Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB

comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-

AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria

nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)

Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas

e rurais (Tomasi et al 2015)

Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode

ser visto como

CICLO 1

CICLO 2

Muito acima da meacutedia

176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

Muito acima da meacutedia

154

Acima da meacutedia 328

Mediano ou abaixo da

meacutedia 483

Insatisfatoacuteria 12

Desclassificada 23

76

a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do

financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de

condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees

novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na

produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de

problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que

oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)

instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de

accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que

coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da

cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al

2014 369)

Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos

proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos

instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos

gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos

avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das

poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a

AB ainda que insuficiente

Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se

Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos

poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em

fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014

Fausto et al 2014 Ney et al 2015)

Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um

vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os

resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do

paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al

2014)

A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e

sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos

usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS

no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode

ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios

selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)

77

A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de

estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho

et al 2014)

Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo

privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as

competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de

melhoria de qualidade (Ney et al 2015)

O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da

complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al

2014)

Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos

procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e

protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo

sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees

de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos

dados (Medina et al 2014)

A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees

municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees

nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)

A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou

conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB

no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral

intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos

municiacutepios (Fausto et al 2013)

O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja

antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e

qualidade (Mota e David 2015)

A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem

indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de

intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)

Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de

verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma

limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de

78

positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de

adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB

entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede

na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo

coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes

sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo

79

4 METODOLOGIA

Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza

quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de

dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de

dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino

participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem

publicizado

Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez

que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS

partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam

uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com

as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a

presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)

41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA

APS

Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do

PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)

para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre

questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela

autora

Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos

instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos

com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo

com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a

experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das

equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada

ator

Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash

Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com

reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a

concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1

identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas

80

do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou

seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis

O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs

moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)

moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero

de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9

Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 450 8

Moacutedulo II 387 93

Moacutedulo III 277 44

TOTAL 1064 145

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e

anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em

componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento

PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10

Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do

PMAQ-AB

Atributos Componentes

Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento

Acolhimento

Agendamento da consulta na AB

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

Abrangecircncia ou

Integralidade

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional

Ordenamento de fluxos assistenciais

Acesso a consultasexames especializados

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada

Orientaccedilatildeo para a

comunidade Territorializaccedilatildeo

Intersetorialidade

Participaccedilatildeo social

Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar

Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011

Silva et al 2014

81

Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura

regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados

foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e

ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para

cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos

profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a

organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a

UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da

APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece

que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro

outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o

atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e

no acesso a serviccedilos especializados

Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro

Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS

oferece agrave populaccedilatildeo

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

I73 Esta UBS funciona

quantos dias na semana

III52 O que o senhor acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta UBS

I74 Qual a carga horaacuteria

diaacuteria de funcionamento da

UBS

I76 Esta UBS oferece

atendimento agrave populaccedilatildeo nos

fins de semana

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o

acolhimento da UBS

II154 Todos os usuaacuterios que

chegam agrave UBS espontaneamente

buscando atendimento tem suas

necessidades escutadas e

avaliadas

III71 Na maioria das vezes que o

Senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

II159 Os profissionais da equipe

que fazem o acolhimento foram

capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco dos

usuaacuterios

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Existe documento que

comprove que caso o usuaacuterio

tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

82

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que

natildeo seja o caso de agendar no dia

e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

algum grupo que possui

atendimento programado na UBS

ele consegue sair com a consulta

marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

III61 Na maioria das vezes como o

senhor faz para marcar consulta na

UBS

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

II158 A equipe realiza

atendimento de urgecircncia e

emergecircncia nesta UBS

III78 Onde o senhor procurou

atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo

cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo

profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem

relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a

proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do

tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a

possibilidade de contato com esse profissional

Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

II35 Quanto tempo o senhor

atua nesta equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo meacutedico

II325 Nas visitas domiciliares

dos ACS eacute realizada a busca

ativa no territoacuterio

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo enfermeiro

II913 Os profissionais lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem a

consulta nesta UBS os profissionais procuram o

senhor para saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe

fez uma consulta ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

III510 Se o senhor quiser pode escolher a

equipe que lhe atende

83

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

III91 Durante o atendimento nesta UBS o

meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta UBS o

enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas

apoacutes as consultas tem facilidade para falar com

os profissionais que lhe atenderam

III918 O senhor se sente agrave vontade para falar

com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras

questotildees

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos

preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da

populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de

accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos

profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames

medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo

diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se

organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria

UBS

Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo

disponiacuteveis aos usuaacuterios

durante os dias e horaacuterios de

funcionamento da UBS

II166 A equipe programa

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de programas ou

grupos prioritaacuterios e necessitam de

cuidado continuado

III1416 Em que local foram

feitas a maioria das vacinas da

crianccedila

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

III153 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis

meses

II176 Quais os exames solicitados

para DM

III163 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da diabetes nos uacuteltimos seis

meses

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de

50 a 69 anos

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de

uacutetero nesta UBS

II1710 Quais os exames

solicitados para o preacute-natal

III116 Em que local a senhora

fez a maioria das consultas de

preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

84

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

material para exames de

laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes

procedimentospequenas cirurgias

na UBS

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

Resolutividade

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima existente na UBS

II122 Quem realiza apoio agrave

equipe de atenccedilatildeo baacutesica para

resoluccedilatildeo de casos considerados

complexos

III81 Quando o senhor eacute

atendido nessa UBS o senhor

acha que a equipe busca resolver

suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

II123 Equipes NASF que

recebem apoio de

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

III922 O senhor encontra

facilidade para saber dos

resultados dos seus exames que

chegam nesta unidade de sauacutede

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da

equipe

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na

UBS atendem suas necessidades

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

III 182 Quando o profissional

receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo

estaacute disponiacutevel na UBS

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de

articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de

informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde

sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram

identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos

fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo

direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes

contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave

comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos

de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB

85

organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado

efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade Informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS com

maior riscogravidade

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM com

maior riscogravidade

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

III1120 Na consulta de preacute-

natal a senhora jaacute saia com a

proacutexima consulta marcada

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

III1122 A senhora foi

orientada sobre o lugar

(maternidade) que faria o parto

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para os

atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio

da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Acesso a consultasexames especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

uma consulta especializada quais formas

possiacuteveis

III919 Quando o senhor

precisa os profissionais da

equipe conseguem marcar uma

consulta com outros

profissionais ou especialistas

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

III920 Quando o senhor eacute

atendido na UBS e necessita ser

encaminhado para outros

profissionais ou especialistas o

86

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

que acontece

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros

profissionais fora da UBS a

equipe conversou com o senhor

sobre este atendimento

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo

II1811 Haacute uma lista de contato na UBS

com os especialistas da rede SUS

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

1

A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento

das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco

no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram

ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas

para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos

profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e

accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais

equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de

participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees

especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo

para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima de cada equipe

existente na UBS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

III88 Na opiniatildeo do senhor

durante as consultas os

profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade II137 Existe populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do

territoacuterio da equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas

de responsabilidade da equipe

II132 A gestatildeo considerou

criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo da quantidade de

pessoas sob responsabilidade da

87

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

equipe

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o

uacuteltimo mapeamento da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de

sauacutede

II92 Foi realizado processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem

quais itens

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova existecircncia de

mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Bolsa

Famiacutelia

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova registro de

atividades na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

Participaccedilatildeo social

II355 Haacute conselho local de sauacutede

ou instancia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais

de comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou

sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

III191 Quando o senhor quer

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

II351 A equipe realiza pesquisa

de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

III192 Quando o senhor fez

alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

teve retorno

II354 A equipe considera a

opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para

avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as

88

caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis

puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no

domiciacutelio e a visita domiciliar

Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem familiar

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por

seus familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

senhor

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

III923 O seu agente comunitaacuterio

de sauacutede visita o senhor na sua

casa

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e

representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a

capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou

abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio

Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar

perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais

Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

III76 O senhor se sente

respeitado pelos profissionais

em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes sua

religiatildeo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

89

42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES

Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a

proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas

respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo

consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada

um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas

estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das

equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas

escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos

indicadores para cada atributo e seus componentes

43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE

O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela

pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no

Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o

contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)

perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o

contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados

que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com

informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas

infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada

estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)

(Viana 2014)

Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que

engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa

Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema

Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS

do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE

Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo

Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis

especiacuteficas conforme Quadro 18

4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa

Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview

90

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de

sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte

Situaccedilatildeo

econocircmica

Renda domiciliar per capita (em reais)

PIB per capita (Em R$100000)

de pessoas de 10 anos e mais com pelo

menos o ensino fundamental

de pessoas com 10 anos e mais com pelo

menos ensino meacutedio

Densidade populacional

2010

2011

2010

2010

2010

Censo 2010 ndash IBGE

Contas regionais ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Elaboraccedilatildeo dos autores

Oferta e

complexidade

dos serviccedilos de

sauacutede

de leitos por 1000 habitantes

de meacutedicos por 1000 habitantes

de beneficiaacuterios de plano de sauacutede

(inclusive odontoloacutegico)

de internaccedilotildees de alta complexidade no

SUS no total de internaccedilotildees

2013

2013

2013

2013

CNES

CNES

ANS

SIH

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia

e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de

serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)

Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em

2013

Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos

inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

91

Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da

pesquisa Regiotildees e Redes

Caracteriacutesticas

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon

e baixa

oferta de

serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 5

Alto

desenv

socioecon

e alta

oferta de

serviccedilos

Nuacutemero de regiotildees de

sauacutede

175 53 123 35 50

no total de regiotildees 401 122 282 80 115

Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630

no total de municiacutepios 388 106 324 70 113

Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo

2013)

45466120 14063158 38722577 24786600 77994259

no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405

Meacutedia de municiacutepios por

Regiatildeo

12 11 15 11 13

Meacutedia da populaccedilatildeo por

municiacutepio

21059 23836 21477 63883 123800

Beneficiaacuterios de plano de

sauacutede na populaccedilatildeo ()

57 147 246 403 597

Meacutedicos por mil

habitantes

057 085 133 149 254

Meacutedicos SUS no total de

meacutedicos ()

923 867 835 779 711

Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26

Leitos SUS no total de

leitos ()

893 769 736 691 627

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das

regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo

No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)

regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e

Nordeste

No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e

parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)

Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)

grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo

5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede

localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul

92

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por

grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa

deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5

grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo

socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos

A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada

grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento

93

socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das

equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um

nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)

o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo

grupos de regiotildees de sauacutede

Tipos de equipes

de atenccedilatildeo

baacutesica

Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de

serviccedilos

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon e

meacutediaalta

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto desenv

socioecon e

meacutedia oferta

de serviccedilos

Reg 5

Alto desenv

socioecon e

alta oferta

de serviccedilos

Total

n n n n n n

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash

com sauacutede bucal

4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash sem

sauacutede bucal

813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash com sauacutede

bucal

136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash sem sauacutede

bucal

23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000

Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000

Natildeo SabeNatildeo

Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000

Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1

44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA

APS

As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito

de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis

e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos

2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis

correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo

1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as

94

situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse

caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo

Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam

concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI

no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo

moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado

O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos

(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de

referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2

Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 477 10

Moacutedulo II 234 59

Moacutedulo III 211 35

Moacutedulo IV 114 1

Moacutedulo V 45 -

Moacutedulo VI 116 -

TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS

17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza

Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o

total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS

com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos

trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi

necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs

moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas

UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas

quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios

dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da

pesquisa Regiotildees e Redes5

5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e

Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e

todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB

95

Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos

foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel

versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos

Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os

ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de

adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a

fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados

As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com

tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo

aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no

banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas

ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo

ou compreensatildeo inadequada da pergunta

Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja

distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12

para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o

atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a

centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se

relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel

foi listada em apenas um dos atributos

Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais

pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados

em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados

graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de

sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim

de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada

atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas

padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava

o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas

Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de

respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de

respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de

respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um

vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

96

Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma

independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi

disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015

A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados

do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis

equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que

participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa

Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir

do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que

tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2

ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se

tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de

entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que

representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de

participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados

nacionais

Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de

equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis

selecionadas

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo

de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de

nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco

Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE

02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de

aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012

De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa

envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi

utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando

necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o

banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas

entrevistas

97

A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes

da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada

por dados agregados

Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis

desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e

equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se

encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e

confidencialidade

Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na

dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos

de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da

qualidade no processo de trabalho das equipes

98

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser

porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer

papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco

nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os

equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma

discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo

de trabalho das equipes

Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de

literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons

resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou

abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades

socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees

sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em

sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a

qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de

formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta

perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do

cuidado em sauacutede

Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar

simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-

objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente

de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva

medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que

contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam

voltados a esse fim

Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a

partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e

analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a

descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre

os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo

Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir

de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo

in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe

99

assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios

usuaacuterios que estavam na UBS

51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO

O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada

preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de

atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um

papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos

demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e

Mendonccedila 2012)

O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes

complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves

consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo

511 Horaacuterios de funcionamento

Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que

contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua

organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse

componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo

do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a

UBS

A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de

funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada

dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-

AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais

dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado

adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a

distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos

horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa

oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1

925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na

100

semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5

975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na

semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se

uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823

nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que

90

Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao

padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no

que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que

majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A

exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das

UBS

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I71 Oferecem dois ou

mais turnos de

atendimento agrave populaccedilatildeo

4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949

I73 Funcionam 5 ou

mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934

I74 Funcionam 8

horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890

I76 Oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo

nos fins de semana

496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de

atendimento desta UBS

atende agraves suas

necessidades

17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857

III52 A distacircncia da

casa ateacute a UBS eacute perto ou

razoaacutevel

17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

101

Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de

funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

512 Acolhimento

O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da

porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no

atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade

favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em

funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia

relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e

prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios

(Garuzi et al 2014)

Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente

acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente

578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os

usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas

necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789

dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma

como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo

No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo

pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg

1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo

I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana

I74 Funcionam 8 horasdiaou mais

III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel

III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades

I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana

102

haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes

nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para

realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5

(623)

No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora

marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com

aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os

usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619

de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede

pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3

Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades

a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na

qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado

pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II151 Estaacute

implantado o

acolhimento na UBS

3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801

II154 Todos os

usuaacuterios que chegam agrave

unidade de sauacutede

espontaneamente

buscando

atendimento tecircm suas

necessidades

escutadas e avaliadas

5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II159 Os

profissionais que

fazem o acolhimento

foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos

usuaacuterios

2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578

N EqAB com

acolhimento

implantado

3666 936 3007 1197 4449 13255

103

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III71 Na maioria das

vezes que vatildeo a UBS

sem ter hora marcada

para resolver qualquer

problema conseguem

ser escutados(as)

13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789

III74 Consideram

muito bom ou bom a

forma como eacute

acolhido(a)

recebido(a) ao

procurar o serviccedilo

11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661

N usuaacuterios que

alguma vez foram a

UBS sem ter hora

marcada

17027 4034 12975 4548 16493 55077

MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos

de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica

O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS

a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas

II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS

III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)

III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo

II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios

104

atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas

por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de

marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento

A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade

das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a

necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no

mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento

para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que

o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser

marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555

das equipes

As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo

agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer

hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS

pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios

que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os

50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de

marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas

pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute

dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas

Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de

regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de

sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg

3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de

75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de

agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na

UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas

Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta

marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg

3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da

semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das

respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61

A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de

105

regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na

UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se

elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta

oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta

chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207

dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)

poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um

comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias

da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg

4 com mais de 61

Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma

fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As

dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo

desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por

ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo

universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone

inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade

de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II15141 Comprovam que

caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

mesmo dia

2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640

II1517 Nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso de agendar

no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo que

possui atendimento

programado na UBS ele

consegue sair com a consulta

marcada

4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834

106

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

II1612 As consultas satildeo

agendadas na UBS em

qualquer dia da semana em

qualquer horaacuterio

2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS a qualquer hora e

marcam o atendimento

3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280

III61 Para marcar consulta

na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS mas tem que pegar

ficha

6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS e para pegar ficha

eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306

III61 O agente comunitaacuterio

de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III62 A marcaccedilatildeo de

consultas pode ser feita todos

os dias da semana

9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553

N usuaacuterios que fazem

marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792

MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta

na AB por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada

II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia

II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio

III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana

III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento

III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone

107

514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda

espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves

pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de

urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada

preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para

coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio

A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS

do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de

atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes

e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia

Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees

de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela

UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave

disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10

pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2

com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando

a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das

Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos

de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura

do usuaacuterio

Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de

atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com

exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor

que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas

urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos

usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um

percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada

preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

108

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II158 Realizam

atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III78 No caso de

urgecircncia procuraram

atendimento nesta UBS

7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653

N usuaacuterios que alguma

vez procurou

atendimento de urgecircncia

12197 3053 9986 3528 12454 41218

MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia

e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

515 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em

linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo

agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser

realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao

considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria

uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede

III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS

109

A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade

temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo

adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais

municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de

acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre

a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que

um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em

compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede

de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das

UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal

Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo

encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram

encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da

famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam

que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram

fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as

UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva

2010)

Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees

comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas

agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar

de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra

alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo

em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de

espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede

Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de

funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa

implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado

na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de

profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo

agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo

de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve

ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros

cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da

110

demanda do usuaacuterio

Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior

compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das

condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de

melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria

incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no

trabalho

As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta

de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer

tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)

destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de

realizaccedilatildeo do acolhimento

Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar

respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-

se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e

conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo

Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso

das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da

recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na

filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos

Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a

forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e

fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas

Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora

do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa

acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos

dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato

Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre

profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu

estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem

serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e

realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede

desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos

111

serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo

soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e

usuaacuterios

Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de

marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em

estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional

estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os

resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma

semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia

Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para

atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou

risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para

grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada

pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por

uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse

indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e

5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento

socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas

ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral

mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes

afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada

A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade

de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do

PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de

urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do

instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre

quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica

crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em

diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o

uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem

equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento

O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de

serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que

dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou

112

equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios

as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados

visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65

das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo

totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia

do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia

A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de

urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como

o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a

maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo

Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia

Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por

mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento

pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia

espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino

por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o

meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos

especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo

em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio

de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo

Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de

compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave

demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e

avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da

APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de

equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e

hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento

adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco

que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas

imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa

confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e

especialistas

Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas

113

UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no

modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na

APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um

tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede

Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em

geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a

distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas

a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem

acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na

marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade

Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o

atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de

90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das

respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)

e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os

indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente

horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento

da consulta na AB

O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de

primeiro contato

114

Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalHoraacuterios defuncionamento

Acolhimento

Urgecircncia eemergecircncia

Agendamento daconsulta na AB

115

52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE

O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo

usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de

cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre

profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)

Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores

nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade

da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo

521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado

ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que

permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a

fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a

realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio

A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam

3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute

realizada por 878 das equipes

Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser

atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-

se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser

fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou

falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios

e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida

Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do

serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos

profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais

realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes

De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS

581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior

das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de

116

todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se

uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo

mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504

nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram

para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave

crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para

698 dos usuaacuterios

Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades

na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico

de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da

possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes

dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II35 O respondente atua

3 anos ou mais em sua

equipe

2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434

II325 Nas visitas

domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de

hipertensos faltosos

4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III97 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

meacutedico na UBS

12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643

III99 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

enfermeiro na UBS

14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578

III913 Os profissionais

lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas

consultas

9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III916 Quando

interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os

procuram para saber o que

aconteceu e retomar o

atendimento

4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429

117

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n N usuaacuterios que alguma

vez interrompeu o

tratamento ou faltou a

consulta

10388 2388 7283 2693 10076 32828

III145 A equipe fez uma

visita agrave crianccedila com ateacute

sete dias de vida

1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses e que

fizeram preacute-natal

2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado

principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre

o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do

acompanhamento nos diferentes ciclos de vida

A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do

paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou

falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe

Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos

III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS

III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida

III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas

II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe

III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento

118

que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o

mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao

profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou

problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao

meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm

facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para

fazer suas colocaccedilotildees

Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para

falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos

usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os

usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os

usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e

838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre

suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2

Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se

mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do

profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e

se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam

uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

Usuaacuterios

III91 O meacutedico deixa

tempo suficiente para falar

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas

15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790

N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

meacutedico

20294 4848 15055 5426 19108 64731

III93 O enfermeiro deixa

tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789

119

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

enfermeiro

19273 4632 14302 5192 18217 61616

III914 Quando precisam

tirar duacutevidas apoacutes as

consultas sempre tem

facilidade para falar com

os profissionais que lhe

atenderam

9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626

N usuaacuterios que alguma

vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763

III510 Se quiserem

podem escolher a equipe

que lhe atende

5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241

III918 Sempre se sente agrave

vontade para falar com a

equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas

sociais familiares ou

outras questotildees

11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas

III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam

III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees

III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende

120

523 Discussatildeo

A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade

da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao

tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos

usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees

Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte

regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e

maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em

concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de

primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)

Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da

assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e

pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio

Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico

nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios

estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem

que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao

aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave

confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e

responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos

em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia

do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios

Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma

melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das

solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente

(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo

meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da

consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de

80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma

relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram

obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4

121

e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios

conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se

sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de

necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo

Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo

mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de

baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo

mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as

percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o

tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse

indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em

regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros

independente do grupo de regiotildees de sauacutede

A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a

longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e

mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se

que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa

indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios

Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais

respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais

Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees

da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais

tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do

local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de

capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)

Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas

possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e

maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do

profissional no desempenho do trabalho

A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante

discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-

estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo

122

garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das

cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma

abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos

profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade

Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar

considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na

classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica

Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional

A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade

diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e

disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre

o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento

que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a

avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)

Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)

nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que

aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem

positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um

registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por

exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio

Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe

que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios

respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser

excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre

isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes

de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo

portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo

do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for

permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de

profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo

do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos

profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta

de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de

123

pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio

assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo

compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica

Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos

usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute

interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e

Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser

obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para

pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos

importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras

palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio

de qualidade da APS

Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos

demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do

tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro

contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos

que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo

(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de

uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a

percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)

Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram

inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das

consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo

agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e

muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho

e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo

profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta

Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de

referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito

bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi

expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)

124

apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com

padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos

faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da

equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo

lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)

O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

longitudinalidade

Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)

Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente

125

53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE

A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do

paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB

Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo

capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees e resolutividade da AB

531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos

da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de

acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees

essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas

cirurgias

A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das

UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768

oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela

farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees

Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das

equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de

cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das

equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios

com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com

diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam

sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de

material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados

por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita

por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que

precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes

Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das

consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no

mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM

em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado

126

representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila

usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de

serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS

Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto

desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se

verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo

dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os

grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia

varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das

UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em

relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)

Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para

usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de

solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede

com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo

de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para

exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das

Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo

de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos

exames em tempo oportuno

A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2

com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de

ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235

das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que

possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas

Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)

Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da

maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1

com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que

realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5

(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas

684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos

127

disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos

nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem

consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada

em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu

caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de

material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de

procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I78 Ofertam consultas

meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916

I78 Ofertam consultas

de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971

I78 Ofertam consultas

odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768

I78 Dispensam

medicamentos pela

farmaacutecia

4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II166 Comprova

programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de grupos

prioritaacuterios de cuidado

continuado

3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788

II175 Solicitam exame

de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974

II176 Solicitam exame

de hemoglobina

glicosilada para DM

4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928

II179 Solicitam

mamografia para

mulheres entre 50 e 69

anos

4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979

II1710 Solicitam

sorologia para HIV no

preacute-natal

5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983

II203 Realizam coleta

de material para exames

de laboratoacuterio

1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526

II207 Realizam

procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631

128

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II208 Realizam

procedimento sutura de

ferimentos

1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308

II326 Possuem

mapeamento os usuaacuterios

adscritos que necessitam

receber cuidado no

domiciacutelio

3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III116 Fizeram a

maioria das consultas de

preacute-natal nesta UBS

2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698

III1416 Fizeram a

maioria das vacinas da

crianccedila nesta UBS

2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

III163 Fizeram a

maioria das consultas de

diabetes nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777

N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118

III153 Fizeram a

maioria das consultas de

HAS nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754

N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797

III106 Fizeram o exame

preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero nesta UBS

12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732

N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791

MEDIA 772 763 756 795 818 783

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

129

Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal

II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos

II175 Solicitam exame de creatininapara HAS

I78 Ofertam consultas deenfermagem

II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM

I78 Ofertam consultas meacutedicas

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo

I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia

I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS

III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS

II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS

II207 Realizam procedimentos na UBS

II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio

II208 Realiza procedimento sutura deferimentos

130

532 Resolutividade da AB

A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as

accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos

usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando

necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item

coordenaccedilatildeo do cuidado

A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente

resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil

963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista

valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior

561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos

profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450

do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do

farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do

ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra

A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das

equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e

necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das

ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade

suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio

baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios

afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis

Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe

sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram

facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que

os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades

Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees

de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados

que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo

DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os

menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com

690

131

Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com

valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se

maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria

profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com

menores percentuais de apoio em geral (454)

Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2

o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam

como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo

permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe

Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no

indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os

horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das

Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro

desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou

equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1

e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem

sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios

respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os

medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis

Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave

disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em

relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais

mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar

encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo

resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta

de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo

falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo

recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem

todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores

avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de

medicamentos

132

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade

da AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 UBS possuem

meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963

I35 UBS possuem

enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993

I35 UBS possuem

cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II122 Recebem apoio

do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561

II123 Recebem apoio

de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481

II123 Recebem apoio

de fisioterapeuta do

NASF

2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450

II123 Recebem apoio

de nutricionista do

NASF

2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436

II123 Recebem apoio

de assistente social do

NASF

2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376

II123 Recebem apoio

de farmacecircutico do

NASF

985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226

II123 Recebem apoio

de ginecologista do

NASF

712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138

II123 Recebem apoio

de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131

II123 Recebem apoio

de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108

II81 No municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo

profissionais da AB

3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812

II84 Quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo

permanente estas

contemplam as

demandas e

necessidades da equipe

2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613

II201 Recebem

medicamentos da

farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender

a populaccedilatildeo

3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677

II205 Realizam todas

as vacinas do calendaacuterio

baacutesico

4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

133

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III81 Quando satildeo

atendidos acham que a

equipe sempre busca

resolver suas

necessidades problemas

na proacutepria UBS

14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725

III181 Nunca falta

material ou

equipamento na UBS

que prejudique seu

atendimento

12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652

III922 Sempre

encontram facilidade

para saber os resultados

de seus exames

12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657

III 182 Quando o

profissional receita um

medicamento este estaacute

sempre disponiacutevel

6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306

III75 As orientaccedilotildees

que os profissionais

fornecem na UBS

sempre atendem suas

necessidades

10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 UBS possuem enfermeiro

I35 UBS possuem meacutedico

II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico

II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB

I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista

III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS

II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo

134

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

533 Discussatildeo

A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes

ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados

positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados

agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos

vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das

accedilotildees da AB

Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a

anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de

organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para

outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma

abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos

2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)

Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames

III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe

II122 Recebem apoio do NASF

III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades

III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel

135

usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de

profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta

de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de

visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo

Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim

como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em

relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam

resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios

conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas

em funccedilatildeo do risco identificado

Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM

mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30

de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato

em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse

resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta

Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-

se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na

maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS

esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de

sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta

chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa

oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que

sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a

657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo

visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados

regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios

de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para

exames

Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas

44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de

enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou

seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos

136

Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute

realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva

para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella

et al 2015)

Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de

medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos

usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram

uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como

em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e

achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o

cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor

aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional

seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos

e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram

realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave

hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela

centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade

de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade

Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre

medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20

das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e

significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi

baixo

O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014

Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por

exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas

compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores

discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas

poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees

mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam

os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de

50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et

al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias

137

profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais

ausentes

Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de

2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo

Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de

ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das

equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de

pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou

essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo

exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento

Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios

referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos

dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos

seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e

sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)

Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os

profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades

Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento

dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg

4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de

resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo

permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos

Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O

uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista

e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de

perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo

especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho

Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou

preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se

for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute

importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill

2004)

138

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta

de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com

menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos

humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma

Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de

funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos

(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5

Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou

melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB

Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as

unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para

grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede

mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida

pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim

etal 2004)

Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser

considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no

padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo

bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a

74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado

em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na

disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo

inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe

pelas diferentes categorias do NASF

O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

abrangecircnciaintegralidade

139

Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

140

54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO

A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria

coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver

necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial

(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais

e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de

ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os

serviccedilos (Almeida et al 2010)

Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de

fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica

541 Continuidade informacional

A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as

accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da

informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente

(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de

atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos

mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo

Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente

continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio

eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram

apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378

No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem

registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de

usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease

Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores

superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de

sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios

141

com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando

comprovaccedilatildeo

Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1

apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos

da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de

atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros

serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias

407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM

com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de

encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de

profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos

desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo

compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento

dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma

ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por

grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

EqAB

II145 Possui

prontuaacuterio eletrocircnico

implantado

64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140

II146 Possuem

prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com

outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110

II1831 Comprovam

existir fichas de

encaminhamento dos

usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852

II1721 Comprovam

manter registro dos

usuaacuterios de maior risco

encaminhados para

outros pontos de

atenccedilatildeo

1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378

II254 Possui registro

das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484

142

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

com maior

riscogravidade

II264 Possui registro

das pessoas com DM

com maior

riscogravidade

2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520

II2711 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660

II2811 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade

informacional por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

542 Ordenamento de fluxos assistenciais

O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos

definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade

II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade

II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado

II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo

143

atendidos pela AB

Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de

fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes

possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para

HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo

presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem

referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484

para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das

usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com

a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias

As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As

respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre

os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e

Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se

674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603

nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820

nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser

observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem

que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma

afirmaccedilatildeo

Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o

atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e

742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e

698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero

os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees

para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos

enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo

Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de

encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas

nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a

atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa

oferta de serviccedilos

144

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n N

EqAB

II173 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades

de encaminhamento

1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para preacute-

natal

3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para HAS

3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para DM

3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695

II184 Possuem

documentos contendo

as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo

municipal para os

atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da

equipe

2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de mama

2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de colo de uacutetero

2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para parto

1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterias

III1120 Na consulta

de preacute-natal jaacute saem

com a proacutexima consulta

marcada

1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616

III1122 Foram

orientadas sobre a

maternidade que fariam

o parto

1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466

N usuaacuterias com

crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595

145

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

543 Acesso a consultasexames especializados

A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a

coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o

serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando

necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e

organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave

rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao

cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do

cuidado (Almeida et al 2010)

Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a

consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central

para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de

exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das

equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das

equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS

III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada

II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto

III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto

II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento

146

usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair

da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute

marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam

sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em

relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e

489 coordenam para usuaacuterios com DM

Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de

espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave

consulta especializada

Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada

agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as

respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta

especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg

1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo

bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios

fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas

consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um

resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios

com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso

da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam

agraves equipes das Reg 5 (517)

O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente

vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou

posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede

de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos

especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com

HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um

papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede

de atenccedilatildeo

147

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames

especializados por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II182 Possui central

para marcaccedilatildeo de

consulta especializada

4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898

II182Possui central

para marcaccedilatildeo de

exames

4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868

II171 Quando o

usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser

encaminhado para

consulta especializada

jaacute sai da UBS com a

consulta agendada

829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262

II171 A consulta eacute

marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610

II256 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com HAS

2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492

II266 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com DM

2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III919 Quando

precisam os

profissionais da equipe

sempre conseguem

marcar uma consulta

com outros

profissionais ou

especialistas

8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas saem da

UBS com a consulta

agendada

1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas a consulta

eacute marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465

148

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n N usuaacuterios que

alguma vez precisou

marcar consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o

atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada

pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores

o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al

2010)

Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que

foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada

II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames

III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio

II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS

II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM

III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada

149

A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade

para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo

pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas

com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia

contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das

equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em

431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros

profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento

A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo

institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os

extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a

existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e

Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento

pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos

reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)

com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos

nas Reg 1

Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa

a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A

institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos

serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas

percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia

inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II186 Fizeram contato

com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670

II187 Foram contatadas

por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485

II188 Possuem fluxo de

comunicaccedilatildeo

institucionalizado entre

AB e AE

1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498

150

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE discussatildeo de

casos

684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas

476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE telessauacutede

266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE ficha de

referecircncia

contrarreferecircncia com

histoacuteria detalhada e

sugestotildees de conduta

1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412

II1811 Possuem uma

lista de contatos na UBS

com os especialistas da

rede SUS

1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III921 Depois que

foram atendidos por

outros profissionais fora

da UBS a EqAB sempre

conversou sobre o

atendimento

5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401

N usuaacuterios que alguma

vez precisou marcar

consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

151

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta

entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

545 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em

linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que

abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos

de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e

AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo

Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos

paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de

medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de

sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013

Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo

integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida

em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)

Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita

Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)

Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II186 Fizeram contato com especialistas

II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE

II187 Foram contatadas por especialistas

II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede

152

cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da

melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado

O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era

pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o

atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico

de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo

possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se

dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o

atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados

havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os

mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema

de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do

cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos

desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande

desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo

baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo

profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a

criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da

credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista

promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a

continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et

al 2007 174)

Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade

informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca

de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica

possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma

forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente

considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de

profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos

resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de

fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de

metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de

pessoas com tuberculose e hanseniacutease

Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da

coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de

cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de

integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na

pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos

achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por

meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes

153

participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al

2014)

Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba

(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da

coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados

ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de

exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na

operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de

comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade

das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que

caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui

fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de

referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade

apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os

equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010

Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de

Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para

APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS

Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente

disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia

e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico

Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos

municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do

prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a

implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada

aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de

funccedilatildeo de filtro da APS

A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente

relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se

revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de

marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros

estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas

especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS

154

informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos

municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)

Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos

da metade das equipes coordenam as filas de espera

Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a

funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais

pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para

encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos

serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia

mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com

residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram

melhores resultados no conjunto de atributos da APS

Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos

assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar

atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e

em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim

processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70

das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais

expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas

Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave

disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees

mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute

ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre

a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e

definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo

municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo

dos profissionais

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados

problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local

organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos

155

especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os

resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo

entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um

pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e

pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas

encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos

vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de

accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional

Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o

atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das

respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8

indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no

padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em

padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os

indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames

especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute

dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa

comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e

mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que

necessitam

O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

coordenaccedilatildeo

156

Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Ordenamento defluxos assistenciais

Acesso agraveconsultasexamesespecializados

Continuidadeinformacional

Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE

157

55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades

da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de

sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o

enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de

sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)

Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo

entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a

fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram

definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social

551 Territorializaccedilatildeo

O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes

no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da

populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse

territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao

usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade

Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na

meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia

definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das

equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de

334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e

apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para

essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas

Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos

uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees

de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765

estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais

sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas

Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute

273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob

158

sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas

positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute

compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto

necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a

gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio

DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)

Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As

Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade

de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de

abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os

piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio

a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo

descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas

para o planejamento das accedilotildees

Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca

de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio

quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute

uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os

profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois

menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 Possuem 4 ou

mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II133 Existe

definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia

4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977

II137 Existe

populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno

1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334

159

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

do territoacuterio

II131 Existe ateacute

3500 pessoas sob sua

responsabilidade

3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641

II132 A gestatildeo

considerou criteacuterios

de risco e

vulnerabilidade para

a definiccedilatildeo de

quantidade de

pessoas sob sua

responsabilidade

2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539

II134 Possuem

mapas com desenho

do territoacuterio de

abrangecircncia

3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844

II136 Nos uacuteltimos

12 meses realizou

mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia

2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607

II910 Realizam

monitoramento e

anaacutelise dos

indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810

II92 Realizam

algum processo de

levantamento de

problemas

3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795

II94 Estabelecem

um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III88 Durante as

consultas os

profissionais da

EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees

adequadas a sua

realidade

9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

160

Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

552 Intersetorialidade

A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao

conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a

fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a

responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield

2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar

uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas

puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos

para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades

considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola

(PSE)

A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados

sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades

considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas

192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes

possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749

das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa

Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 Possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia

II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede

II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas

II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo

II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade

II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio

161

cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de

realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com

implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas

sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis

do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os

itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre

os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam

suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a

483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg

2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com

sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel

desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio

Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam

busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser

considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social

Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das

famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso

pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias

eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF

A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente

no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para

menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento

considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos

equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em

parceria

162

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II114 Planejam suas

atividades considerando

o envolvimento de

outros setores de sua

aacuterea (intersetorialidade)

2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas

de risco (aacutereas de

violecircncia com precaacuterias

condiccedilotildees sanitaacuterias

zonas de risco como

encostas morros e

loteamentos irregulares)

837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

(comeacutercios locais

igrejas escolas e outros)

2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458

II331 Realizam busca

ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para

cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749

II3331 Comprovam

existecircncia de mapa de

acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492

II3821 Comprovam

registro de atividades na

escola

3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II314 Nos territoacuterios

com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas

sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807

N EqAB que possuem

cisternas no territoacuterio

de atuaccedilatildeo

3191 588 1407 437 1371 6994

MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

163

Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

553 Participaccedilatildeo social

A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede

que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em

sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise

foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e

canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses

espaccedilos

Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo

social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS

segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883

dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os

usuaacuterios

Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios

conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um

retorno rapidamente

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia

II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)

II3821 Comprovam registro de atividades na escola

II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)

164

Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo

dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694

possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves

demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa

variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os

usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas

Reg 2 e 637 nas Reg 1

Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que

espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos

nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta

dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se

deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos

espaccedilos de interaccedilatildeo

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo

social por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

EqAB

II355 Existe conselho

local de sauacutede ou

instacircncia colegiada

equivalente

2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592

II341 Dispotildeem de

canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios

expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na AB

3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731

II351 Realizam

pesquisa de satisfaccedilatildeo

dos usuaacuterios

2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368

II354 Consideram a

opiniatildeo do usuaacuterio para

a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III191 Quando

querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496

165

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS conseguem

III192 Quando

fizeram alguma relaccedilatildeo

ou sugestatildeo

rapidamente tiveram

um retorno

1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236

N usuaacuterios que

precisaram fazer

reclamaccedilatildeo ou

sugestatildeo na UBS

6393 1686 5158 1919 7505 22661

MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

554 Discussatildeo

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos

componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou

resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool

demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006

Turci et al 2016)

Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho

II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente

III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios

III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno

166

positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram

como negativa (Elias et al 2006)

Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a

orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs

atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas

Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios

profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias

profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)

Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos

de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo

escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa

Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no

seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de

pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000

pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a

populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo

de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo

descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de

cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai

desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior

agrave norma brasileira

A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo

(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de

criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento

da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes

Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e

gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem

para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS

entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente

dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na

perspectiva das redes de atenccedilatildeo

Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de

167

sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um

componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade

uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de

obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede

de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do

territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008

143)

Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao

contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos

privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das

necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)

Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais

assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial

(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados

mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et

al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o

potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem

concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e

sustentabilidade das accedilotildees

A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo

intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)

destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de

sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como

resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees

intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos

Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da

intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas

gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)

importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas

dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)

Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos

indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel

do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes

cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

168

intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e

setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos

problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas

organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula

2006 Inojosa e Junqueira 1997)

Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele

gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos

processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando

posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface

entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos

institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias

de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede

(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)

Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para

os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80

relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio

instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de

13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em

outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos

nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)

Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da

participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais

sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas

instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa

resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute

um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo

popular (Bispo Junior e Martins 2014)

Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os

problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como

um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os

existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os

desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social

das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos

169

sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da

melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um

novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da

efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)

Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou

melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a

indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave

territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo

influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes

completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento

da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes

natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais

sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social

Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia

para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se

apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se

expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no

padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos

indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para

reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se

concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

orientaccedilatildeo para a comunidade

170

Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalTeritorializaccedilatildeo

Participaccedilatildeo social

Intersetorialidade

171

56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA

O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica

familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser

avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia

disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos

membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das

variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de

variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita

domiciliar como forma de abordagem familiar

Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo

as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e

acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual

561 Abordagem familiar

Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas

de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees

relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do

prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio

Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem

familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios

por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo

realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias

com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960

registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495

dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios

recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede

Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees

de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta

(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2

agregam em geral os piores resultados

Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em

relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de

172

sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que

envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

EqAB

II1411 Comprovam

que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados

por nuacutecleos familiares

4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787

II321 Outros membros

da equipe aleacutem dos ACS

realizam visita

domiciliar

5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996

II323 Visitam as

famiacutelias com

periodicidade distinta

de acordo com avaliaccedilatildeo

de risco e

vulnerabilidade

4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930

II3211 Registram as

consultas ou

atendimentos realizados

no domiciacutelio

4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III912 Profissionais da

EqAB perguntam sobre

seus familiares

10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495

III923 Recebem visita

do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851

III924 Recebem visita

de outros profissionais

de sauacutede

6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

173

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

562 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees

possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos

apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo

agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)

Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra

altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados

foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a

territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al

2013)

Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram

as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90

das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em

geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva

et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como

quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de

domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar

II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio

II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

III923 Recebem visita do ACS

II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares

III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares

174

informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e

marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o

ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita

Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)

tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos

usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves

competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica

diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares

com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros

aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse

sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo

com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e

vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados

interessantes

Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser

realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos

ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente

dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o

profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de

trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria

profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo

na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que

envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os

conflitos familiares (Campos e Matta 2007)

Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de

sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo

com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo

Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos

familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse

indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva

(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute

insatisfatoacuteria

175

Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e

insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o

prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia

Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas

prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos

sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais

membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais

direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)

Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se

que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos

municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o

preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar

intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira

et al 2008)

Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito

nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se

relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios

ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados

(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do

cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o

que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de

informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as

relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro

domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma

nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro

Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar

baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute

deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo

dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos

profissionais que envolva a famiacutelia como um todo

Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o

atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou

em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se

localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na

176

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na

famiacutelia

Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem familiar

177

57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL

A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos

grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees

sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)

O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica

individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al

2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo

para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e

as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como

complementares (Targa e Oliveira 2012)

571 Abordagem cultural

De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem

competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas

conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a

adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as

possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos

A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a

abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes

ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais

para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave

essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se

sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e

religiatildeo

No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares

que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor

nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das

Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227

das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas

Reg 5

Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a

178

anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria

poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados

apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais

Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em

especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e

complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das

equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II391 Realizam accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo

rural assentados e

quilombolas de acordo

com as especificidades e

demandas do grupo

2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322

II392 Atendem a

populaccedilatildeo rural

assentada e quilombola

974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116

II301 Oferecem o

serviccedilo de praacuteticas

integrativas e

complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III76 Sempre se

sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo

aos seus haacutebitos

culturais costumes e

religiatildeo

18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

179

Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

572 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados

observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo

positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise

da interculturalidade

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como

a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma

dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses

indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e

quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores

percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas

Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo

Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos

aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo

II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo

II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio

180

do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar

registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas

No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e

discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para

mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se

referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e

resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque

cultural (Gonzaacutelez et al 2014)

Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as

que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as

praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia

com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas

convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do

Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de

tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de

medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em

conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta

compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos

usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular

brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)

Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com

foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em

sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as

estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e

racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC

na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir

as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre

cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas

medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)

Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o

atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se

181

expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo

grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre

respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia

cultural

Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem cultural

182

58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB

A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por

atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto

possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os

atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos

nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas

consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos

Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em

relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas

variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal

modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo

baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento

familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama

hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo

1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo

portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos

como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista

Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de

qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis

existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das

variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da

Unidade de Sauacutede

Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em

temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da

equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da

equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o

planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e

referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo

nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe

de Atenccedilatildeo Baacutesica

No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de

variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao

183

ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal

e sauacutede da crianccedila

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica

Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as

UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando

13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram

ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados

entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS

analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425

usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do

ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados

tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o

que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o

dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2

Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do

PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como

Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios

outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas

iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos

entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao

Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e

aprofundamento

Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel

compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo

Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas

introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo

entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo

comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99

estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram

listadas nas tabelas

184

A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro

contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo

2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de

19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no

ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades

de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para

atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento

no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que

funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de

semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram

como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em

relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a

implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de

578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com

relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo

acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)

Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados

superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de

640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios

913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os

profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia

qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer

hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116

para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir

(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar

consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de

urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A

variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no

ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso

necessite (891)

Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e

ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na

AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional

185

de acesso

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de

atendimento6

13052 949 12810 986 23766 988

I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978

I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816

I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de

semana 1641 119 555 43 1243 52

N UBS 13749 12985 24055

Usuaacuterios

III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta

UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857

III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute

perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Acolhimento

EqAB

II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na

UBS 13255 801 14857 977 28866 969

N EqAB 16541 15208 29778

II159 e II1218 Os profissionais que fazem o

acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios

7660 578 10259 691 18937 656

N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866

Usuaacuterios

III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a

UBS sem ter hora marcada conseguem ser

escutados

43453 789 30476 858 57665 853

III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a

forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824

N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora

marcada 55077 35507 67570

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 e II126

Comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute

reserva de vagas para atendimento no mesmo dia

10585 640 13425 883 25321 850

II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

grupo de atendimento programado na UBS ele

consegue sair com a consulta marcada

13800 834 13878 913 26697 897

II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na

UBS em qualquer dia da semana em qualquer

horaacuterio

9172 555 9310 612 17863 600

6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo

comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste

estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2

186

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a

qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598

III61 e III61 Para marcar consulta na UBS

marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS

mas tem que pegar ficha

15314 234 13452 230 26438 231

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e

para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

19984 306 14262 244 27718 242

III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede

marca a consulta

7602 116 11207 192 22493 196

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser

feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470

N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

EqAB

II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III77 O senhor(a) conta com esta unidade para

algum atendimento de urgecircncia caso necessite

- - 23824 891 43870 888

N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de

urgecircncia 26734 49419

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel exclusiva do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

187

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse

tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram

variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave

lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade

de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio

Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados

inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual

menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e

somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou

natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento (de 429 para 480)

No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve

resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila

pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I71 e I81

I73 e I82

I74 e I85

I76 e I82

III57 e III57

III52 e III52

II151 e II121

II159 e II1218

III71 e III73

III74 e III72

II15141 e II126

II1517 e II129

II1612 e II1212

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III62 e III62

II158 e II128

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

188

usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e

problemas (de 547 para 677)

Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os

resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados

ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre

o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em

relaccedilatildeo ao padratildeo esperado

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

EqAB

II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais

em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420

II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734

N EqAB 16541 12985 29778

Usuaacuterios

III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587

III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III916 e III99 Quando interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os procuram para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

14082 429 12434 480 23433 464

N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento

ou faltou a consulta 32828 25887

50527

III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

(viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente

para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615

III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou

problemas

48641 789 48624 832 94806 827

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615

III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas

apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar

com os profissionais que lhe atenderam

29912 626 26346 638 50057 627

189

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826

III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras questotildees

35796 547 39568 677 76592 668

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do

total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel

equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se

referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de

todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta

de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos

profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II35 e II35

II325 e II147

III97 e III93

III99 e III94

III916 e III99

III145 eIII171

III91 e III91

III93 e III92

III914 e III97

III918 e III87

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

190

accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na

UBS em geral natildeo puderam ser comparadas

Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores

resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de

medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas

a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os

indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)

nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos

prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas

mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios

a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS

Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer

de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que

pode indicar algum tipo de erro no banco de dados

Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte

dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que

consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de

725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS

(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)

Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro

aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias

meacutedicas

Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de

exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento

sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no

instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto

poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a

experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no

instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os

191

resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da

metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo

entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978

I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993

I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782

I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela

farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781

I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II1661 e II131

Comprova programar

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

13037 788 13793 907 26605 893

II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para

HAS 16107 974 14908 980 29037 975

II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina

glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921

II179 e II151 Solicitam mamografia para

mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908

II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no

preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972

II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de

ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424

II326 e II284 Possuem levantamento

mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

11633 703 11367 747 21150 710

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas

de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas

de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830

N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557

III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas

de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786

N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994

III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de

cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112

N usuaacuterias 50791 46210 91203

Resolutividade

UBS

I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972

I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995

I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

192

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

II122 e II95 Recebem apoio do NASF

10635 643 9301 612 17157 576

II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta

do NASF 7446 450 8149 536 14993 503

II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do

NASF 7206 436 5936 390 10665 358

II123 e II332 Recebem apoio de assistente social

do NASF 6219 376 6463 425 11850 398

II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do

NASF 3744 226 4185 275 7012 235

II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do

NASF 2290 138 1564 103 2850 96

II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do

NASF 2173 131 1622 107 3017 101

II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do

NASF 1782 108 1485 98 2741 92

II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889

II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as demandas e

necessidades da equipe

10195 613 9443 621 17193 577

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a

equipe sempre busca resolver suas necessidades

problemas na proacutepria UBS

47391 725 31407 538 60393 527

III 182 e III231 Quando o profissional receita

um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do

ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

193

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100I78 e I86

I78 e I86I78 e I86

I78 e I86

I78 e I86

II166 e II131

II175 e II151

II176 e II151

II179 e II151

II1710 e II152

II208 e II172

II326 e II284

III116 e III133

III163 e III212

III153 e III202III106 e III127I35 e I33

I35 e I33

I35e I33

II123 e II95

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II81 e II71

II84 e II710

III81 e III81III 182 e III231

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do

ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36

indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco

especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo

1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1

A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB

obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados

sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das

equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia

da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo

do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel

observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem

194

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se

apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com

melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco

encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das

pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro

de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode

indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes

centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto

agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um

leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado

visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da

agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o

instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a

organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de

atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do

esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com

apoio do NASF

Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de

comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre

profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo

instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para

especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece

similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado

pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de

marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes

indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a

AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no

questionaacuterio do ciclo 27

7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido

motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer

195

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1

e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Continuidade informacional

EqAB

II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico

implantado 2322 140 2601 171 4133 139

II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo

1825 110 2171 143 3337 112

II1721 e II146

Comprovam manter registro

dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

6258 378 9936 653 18018 605

II254 e II146 Possui registro das pessoas com

HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565

II264 e II146 Possui registro das pessoas com

DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545

II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485

II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334

N EqAB 16541 15208 29778

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de

estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal

12377 748 11886 782 21763 731

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para HAS

11483 694 10626 699 19091 641

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para DM

11502 695 10642 700 19066 640

N EqAB 16541 15208 29778

II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a

outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo

- - 6226 669 11042 644

N Eq NASF 9301 17157

Usuaacuterias

III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute

saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695

III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a

maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Acesso a consultasexames especializados

EqAB

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada jaacute sai da

UBS com a consulta agendada

4334 262 4811 316 8234 277

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada a consulta

eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

10084 610 9164 603 16932 569

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157

196

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II145 e II113

II146 e II114

II1721 e II146

II254 e II146

II264 e II146

II2711 e II2131

II2811 e II2211

II174 e II144

II174 e II144

II174 e II144

III1120 e III1322

III1122 e III1324

II171 e II141

II171 e II141

III920 e III101

III920 e III101

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas saem da UBS com a

consulta agendada

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada

pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

22114 465 15515 459 27797 435

N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas

com especialistas 47599 33767 63879

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos

especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou

na maioria das vezes

- - 5365 353 10134 340

II188 Monitora as gestantes que tiveram parto

atraveacutes da contra referecircncia da maternidade

- - 3302 217 5611 188

N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

197

Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente

no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos

24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o

envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos

sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se

apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os

resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes

afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da

quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso

916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909

(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede

nos uacuteltimos 12 meses

Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores

ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes

538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com

cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave

participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com

os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no

ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores

de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo

os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor

anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e

qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade

198

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash

comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n N n

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979

II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB

no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320

II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de

pessoas sob sua responsabilidade

8923 539 10063 662 18452 620

II134 e II103 Possuem mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885

II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da

EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade

32010 490 37015 634 70987 619

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Intersetorialidade

EqAB

II3331 e II272

Comprovam existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

8140 492 11161 734 20751 697

II3821 e II3021Comprovam registro de atividades

na escola 8901 538 10467 688 19053 640

N EqAB 16541 15208 29778

II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de

cisternas

5641 807 6082 982 12116 980

N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou

instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566

II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

12095 731 12863 846 23528 790

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e

II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de

satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

6092 368 11160 734 20017 672

II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III191 e III241 Quando querem fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491

III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou

sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263

N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS 22661 16720 32571

199

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por

variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que

dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel

equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados

se apresentaram de forma similar

Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na

famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema

e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos

piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

nas consultas (509)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I35 e I33

II133 e II102

II137 e II105

II132 e II101

II134 e II103

II910 e II84

III88 e III89

II3331 e II272

II3821 eII3021

II314 e II318

II355 e II296

II341 e II292

II351 e II291

II354 e II295

III191 e III241

III192 e III242

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

200

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre

os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

EqAB

II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810

II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos

ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943

II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade

15381 930 14719 968 28432 955

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam

sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497

III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829

III924 e III112 Receberam visita de outros

profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100II1411 e II1111

II321 e II131

II323 e II281

III912 e III96

III923 e III111

III924 e III112

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

201

questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos

apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse

atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa

temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a

equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem

de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg

ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado

poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a

atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido

positivamente por apenas 145 das equipes

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em

niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam

atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116

respectivamente

Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2

se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento

Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos

populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de

observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute

limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

EqAB

II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a

populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com

as especificidades e demandas do grupo

5319 322 5953 391 12016 404

II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e

quilombola 1911 116 5583 367 11347 381

II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os usuaacuterios do

territoacuterio

3104 188 3541 233 5666 190

II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de

sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras

benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras

- - 1167 77 2288 77

202

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de

educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e

complementares para a equipe

- - 2208 145 3414 115

N EqAB 15208 29778

Usuaacuterios

III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes e religiatildeo

59046 903 51698 885 100807 880

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da

qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas

para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na

uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores

do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs

observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes

0102030405060708090

100II391 e II311

II392 e II313

II301 e II251

III76 e III88

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

203

brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade

entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes

entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o

funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos

em relaccedilatildeo aos atributos derivativos

A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos

permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos

organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes

204

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES

Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do

fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em

rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte

estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior

qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e

potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos

problemas de sauacutede

Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da

APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da

APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo

do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS

de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar

e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave

rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a

organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo

social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do

territoacuterio

Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo

de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma

rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo

intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da

heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo

da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama

de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva

Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um

primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS

um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada

grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um

terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e

2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do

instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por

desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos

205

usuaacuterios

Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e

execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A

avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior

amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento

de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do

PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e

os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-

AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por

Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem

de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo

comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS

abrangente

Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a

apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das

quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens

especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a

qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede

fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de

trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade

do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das

equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos

da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-

meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)

A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a

PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus

princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e

viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado

longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em

206

equipe multiprofissional (Brasil 2013a)

Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos

compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa

Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo

sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e

desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF

Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo

agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis

Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os

programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees

propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos

foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)

Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O

primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na

perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de

variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no

atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes

de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas

Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de

profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido

observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos

atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade

Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos

profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um

exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto

mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a

afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na

percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto

foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O

atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O

horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto

207

ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes

relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse

acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo

foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de

consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores

de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios

de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta

na AB

Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento

agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores

resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no

conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)

O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios

tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio

falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo

apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais

e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo

e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao

profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se

no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os

piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do

cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em

consultas anteriores e escassa busca ativa)

Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no

grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das

limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade

208

Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de

baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um

comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse

grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas

apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar

sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do

cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo

com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1

sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o

viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo

necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave

indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente

a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio

O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados

no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de

consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios

mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de

atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito

bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de

padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave

equipe pelas diferentes categorias do NASF

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave

oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a

integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta

de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-

dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os

resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma

variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio

desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)

O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais

atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames

209

especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de

referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso

dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom

esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de

centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de

padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional

ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE

Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora

do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo

entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos

resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas

(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes

das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se

destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos

percentuais nas Reg 2

Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do

PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes

e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave

disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo

importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco

normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo

consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo

muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo

de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com

outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca

variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os

piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5

foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos

210

de participaccedilatildeo social

No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no

instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar

assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma

abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados

desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os

profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas

A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento

similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas

regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os

melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores

resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro

de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5

O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados

apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta

de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila

entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em

saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que

depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no

territoacuterio dos municiacutepios

Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam

que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados

principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas

referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as

regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os

piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas

integrativas e complementares

As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo

211

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores

resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute

porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)

As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no

atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando

que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do

cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede

foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em

virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de

atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas

especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica

Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a

gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente

nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a

coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg

5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o

atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente

Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e

meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria

dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade

centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes

das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia

cultural

Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e

meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o

conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e

orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na

famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia

cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo

Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os

212

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da

relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees

menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os

resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de

planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso

dos serviccedilos de APS

Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do

Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a

concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o

Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou

maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1

representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees

brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um

mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a

organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a

organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional

Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas

equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto

de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados

em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de

governabilidade das proacuteprias equipes

Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no

atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em

qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de

acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo

apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na

integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a

disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi

213

menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas

especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de

consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato

institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento

foram excluiacutedos do novo instrumento

Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a

orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos

indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais

adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos

indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia

cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do

instrumento

Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as

anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se

pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de

atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da

cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento

que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as

reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as

peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais

heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de

qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam

Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor

qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

214

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Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

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227

ANEXOS

ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB

Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS oferece a

populaccedilatildeo

Dois turnos ou trecircs

turnos

de UBS que oferecem dois ou mais turnos

de atendimento agrave populaccedilatildeo

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na

semana

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou

mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

Sim de UBS que oferecem atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de

funcionamento desta unidade atende agraves suas

necessidades

III 52 O que o(a) senhor(a) acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade

de Sauacutede

Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da

sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado

o acolhimento na UBS

II154 Todos os usuaacuterios que chegam

agrave UBS espontaneamente buscando

atendimento tem suas necessidades

escutadas e avaliadas

Sim de EqAB que afirmam que todos os

usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede

espontaneamente buscando atendimento tecircm

suas necessidades escutadas e avaliadas

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam que os profissionais

que fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o(a)

senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria

das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer problema

conseguem ser escutados(as)

III74 O que o(a) senhor(a) acha

sobre a forma como eacute

acolhidorecebido ao procurar o

serviccedilo

Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou

bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)

ao procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja recomendaacutevel o

agendamento para outro dia haacute

reservas de vagas para atendimento no

mesmo dia

Sim de EqAB que comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia

haacute reserva de vagas para atendimento no

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja

o caso de agendar no dia e o usuaacuterio

natildeo faccedila parte de algum grupo que

Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees

em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o

usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que

228

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

possui atendimento programado na

UBS ele consegue sair dessa unidade

com a consulta marcada

possui atendimento programado na unidade

de sauacutede ele consegue sair desta unidade

com a consulta marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

Em qualquer dia da

semana em

qualquer horaacuterio

de EqAB que afirmam que as consultas

satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da

semana em qualquer horaacuterio

III61 Na maioria das vezes como

o(a) senhor(a) faz para marcar

consulta na unidade de sauacutede

Vai agrave unidade e

marca atendimento

a qualquer hora

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora

e marcam o atendimento

Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS marcam por telefone

Vatildeo a UBS mas

tem que pegar

ficha

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que

pegar ficha

Vatildeo a UBS e para

pegar ficha eacute

necessaacuterio fazer

fila antes da UBS

abrir

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar

ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS

abrir

O ACS marca a

consulta

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS o ACS marca a consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Todos os dias da

semana

de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo

de consultas pode ser feita todos os dias da

semana

Atendimento de

urgecircnciaemergecircncia

II158 A equipe realiza atendimento

de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

III78 Onde o(a) senhor(a) procurou

atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de

urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas

Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente

II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)

atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos

ou mais em sua equipe

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

Hipertensos

faltosos

de EqAB que afirmam que nas visitas

domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos

hipertensos faltosos

III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo meacutedico

Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS

III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo enfermeiro

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se

do que aconteceu nas uacuteltimas consultas

do(a) senhor(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas

consultas

III916 Quando o(a) senhor(a)

interrompe o tratamento por algum

motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta

UBS os profissionais procuram o(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando

interrompem o tratamento por algum motivo ou

natildeo comparecem agrave consulta na UBS os

profissionais os procuram para saber o que

229

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

senhor(a) para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento

aconteceu e retomar o atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias

de vida (primeira semana)

Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez

uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode

escolher a equipe que lhe atende

Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem

podem escolher a equipe que lhe atende

III91 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa

tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro

deixa tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o(a) senhor(a) precisa

tirar duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre

tem facilidade para falar com os profissionais

que lhe atenderam

III918 O(a) senhor(a) se sente agrave

vontade para falar com a equipe sobre

suas preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou

outras questotildees

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

Consultas

meacutedicas

de UBS que ofertam consultas meacutedicas

Consultas de

enfermagem

de UBS que ofertam consultas de

enfermagem

Consultas

odontoloacutegicas

de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas

Dispensaccedilatildeo de

medicamentos

pela farmaacutecia

de UBS que dispensam medicamentos pela

farmaacutecia

Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

Sim de EqAB que afirmam programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

Creatinina

de EqAB que afirmam solicitar exame de

creatinina para HAS

II176 Quais os exames solicitados

para DM

Hemoglobina

glicosilada

de EqAB que afirmam solicitar exame de

hemoglobina glicosilada para DM

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia

para mulheres entre 50 e 69 anos

230

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

Sorologia para

HIV

de EqAB que afirmam solicitar sorologia

para HIV no preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

material para exames de laboratoacuterio

Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de

material para exames de laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

procedimentospequenas cirurgias

II208 A EqAB realiza os seguintes

procedimentos pequenas cirurgias

Sutura de

ferimentos

de EqAB que afirmam realizar sutura de

ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

Sim de EqAB que afirmam possuir

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adscritos que necessitam receber cuidado no

domiciacutelio

III1416 Em que local foram feitas a

maioria das vacinas da crianccedila

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das vacinas da crianccedila na UBS

III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos

seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de HAS na UBS

III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos

uacuteltimos seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de diabetes na UBS

III106 A Senhora faz o exame

preventivo do cacircncer do colo do uacutetero

(exame papanicolau) nesta Unidade de

Sauacutede

Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame

preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria

das consultas de preacute-natal na UBS

Resolutividade

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

1 ou mais

meacutedicos

de UBS que possuem meacutedico

1 ou mais

enfermeiros

de UBS que possuem enfermeiro

1 ou mais

cirurgiotildees-

dentista

de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista

II122 Quem realiza apoio agrave equipe de

atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos

considerados complexos

NASF de EqAB que afirmam receber apoio de

profissionais do NASF

II123 Equipes que recebem apoio dos

seguintes profissionais do NASF

Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de

psicoacutelogo do NASF

Fisioterapeuta

de EqAB que afirmam receber apoio de

fisioterapeuta do NASF

Nutricionista

de EqAB que afirmam receber apoio de

nutricionista do NASF

Assistente Social

de EqAB que afirmam receber apoio de

assistente social do NASF

Farmacecircutico

de EqAB que afirmam receber apoio de

farmacecircutico do NASF

Ginecologista

de EqAB que afirmam receber apoio de

ginecologista do NASF

Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de

pediatra do NASF

231

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de

psiquiatra do NASF

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo

profissionais da AB

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos

da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a

populaccedilatildeo

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Sim de EqAB que afirmam realizar todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a equipe

busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS acham que a equipe sempre

busca resolver suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando

procuram atendimento na UBS nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu

atendimento

III922 O(a) senhor(a) encontra

facilidade para saber dos resultados dos

seus exames que chegam nesta unidade

de sauacutede

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre

encontram facilidade para saber os resultados de

seus exames

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel na UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o

profissional receita um medicamento este

sempre estaacute disponiacutevel

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na UBS

atendem suas necessidades

Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees

que os profissionais fornecem na UBS sempre

atendem suas necessidades

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio

eletrocircnico implantado

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio

eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da

rede de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam existir fichas de

encaminhamento dos usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam manter registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com

hipertensatildeo arterial sistecircmica com

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com HAS com maior riscogravidade

232

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

maior riscogravidade

II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com diabetes

mellitus com maior riscogravidade

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade

II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de prioridades de

encaminhamento

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas

para

Preacute-natal

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

preacute-natal

HAS

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

HAS

DM de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

DM

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para

os atendimentos dos usuaacuterios do

territoacuterio da equipe

Sim de EqAB que afirmam possuir documentos

contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela

gestatildeo municipal para os atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de mama

Cacircncer de colo

de uacutetero

de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero

Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para parto

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima consulta

marcada

Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de

preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta

marcada

III1122 A senhora foi orientada sobre

o lugar (maternidade) que faria o parto

Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada

sobre a maternidade que fariam o parto

Acesso agrave consultasexames

especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

Marcaccedilatildeo de

consulta

especializada

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de consulta especializada

Marcaccedilatildeo de

exames

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de exames

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

O paciente sai da

UBS com a

consulta

agendada

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada jaacute sai da UBS com

a consulta agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e a data

posteriormente

informada ao

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada a consulta eacute

marcada pela UBS e a data posteriormente

informada ao paciente

233

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

paciente

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com DM

III919 Quando o senhor precisa os

profissionais da equipe conseguem

marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam os profissionais da equipe sempre

conseguem marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

III920 Quando o senhor eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

outros profissionais ou especialistas o

que acontece

Sai da UBS com

a consulta

agendada

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas saem da UBS com a consulta

agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e depois

informada ao

usuaacuterio

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e

depois informada

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos

AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato

com especialistas

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas

por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Discussatildeo de

casos

de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de

casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo

entre AB e AE

Reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas da

rede

de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees

teacutecnicas com especialistas como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Telessauacutede

de EqAB que afirmam possuir telessauacutede

como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre

AB e AE

Ficha de

referecircncia

contra-referecircncia

de EqAB que afirmam possuir ficha de

referecircnciacontra-referecircncia como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II1811 Haacute uma lista de contato na

UBS com os especialistas da rede SUS

com telefones eou e-mail

Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de

contatos na UBS com os especialistas da rede

SUS

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros profissionais fora

da UBS a equipe conversou com o

senhor sobre este atendimento

Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que

foram atendidos por outros profissionais fora da

UBS a EqAB sempre conversou sobre o

atendimento

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia

e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

234

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de

aacuterea de abrangecircncia

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas de

responsabilidade da equipe

Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500

pessoas sob sua responsabilidade

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de

risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo

da quantidade de pessoas sob

responsabilidade da equipe

Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo

considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade

II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui mapas com desenho do territoacuterio

de abrangecircncia

Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o uacuteltimo

mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da

equipe

Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses

II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

Sim de EqAB que afirmam realizar

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe

realizou algum processo de

levantamento de problemas

Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12

meses realizou algum processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um

plano de accedilatildeo

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as

consultas os profissionais da EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando o

envolvimento de outros setores

(intersetorialidade) que atuam na sua

aacuterea

Sim de EqAB que afirmam planejar suas

atividades considerando o envolvimento de

outros setores (intersetorialidade) que atuam na

sua aacuterea

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais

itens

Sinalizaccedilatildeo de

aacutereas de risco

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de

risco

Sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos

sociais

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis

para cadastramento do Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de

famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 Haacute mapa de acompanhamento

das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

Sim de EqAB que comprovam existir mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

II3821 A equipe realiza e registra as

atividades realizadas na escola

Sim de EqAB que comprovam realizar atividades

na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da aacutegua

Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem

accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das

235

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

de cisternas cisternas

Participaccedilatildeo Social

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

Sim de EqAB que afirmam existir conselho local

de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de

comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor consegue

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS

conseguem

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente

de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram

alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente

tiveram um retorno

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem familiar

II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios

da equipe de AB satildeo organizados por

nuacutecleos familiares

Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios

dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

Sim de EqAB que afirmam que outros membros

da equipe aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

Sim de EqAB que afirmam visitar com

periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco

e vulnerabilidade

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Sim registra em

prontuaacuterio

Sim registra em

ficha proacutepria

de EqAB que afirmam registrar as consultas

ou atendimentos realizados no domiciacutelio

III912 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus

familiares

Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

da EqAB perguntam sobre seus familiares

III923 O seu Agente Comunitaacuterio de

Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na

sua casa

Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do

ACS

III924 Outros profissionais da equipe

de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor

(a)

Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros

profissionais de sauacutede

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

236

Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas de acordo com as especificidades e

demandas do grupo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombola

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

III76 O(a) senhor(a) se sente

respeitado pelos profissionais em

relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes sua religiatildeo

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes e religiatildeo

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

237

ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB

Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 Quantos turnos de funcionamento

esta UBS oferece a populaccedilatildeo

I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

5 ou mais

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

I85 Nos dias em que a UBS funciona Em

que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha

8 horas ou mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

Saacutebado e domingo

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas necessidades

III57 O horaacuterio de funcionamento desta

UBS atende agraves suas necessidades

Sim

III52 O que o senhor acha da distacircncia

da sua casa ateacute esta UBS

III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e

razoaacutevel

Acolhimento

EqAB

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

II121 A equipe realiza acolhimento agrave

demanda espontacircnea nesta UBS

Sim

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

II1218 Os profissionais da equipe que

fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

Sim

Usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o

senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

III73 No momento em que o senhor foi

recebido foi realizado algo para resolver o

seu problema

Sim

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

III72 Quando o senhor vem a unidade

sem hora marcada como o senhor foi

recebido

Muito bem e bem

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro

dia haacute reservas de vagas para

atendimento no mesmo dia

II126 Existe reserva de vagas para

consultas de demanda espontacircnea

Sim

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo

faccedila parte de algum grupo que possui

atendimento programado na UBS ele

consegue sair dessa UBS com a consulta

marcada

II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS

com a consulta marcada nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso atender no mesmo dia

Sim

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

II1212 Como satildeo agendadas as consultas

na UBS

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Usuaacuterios

238

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III61 Na maioria das vezes como o(a)

senhor(a) faz para marcar consulta na

UBS

III61 Na maioria das vezes como eacute

marcada consulta na UBS

Vai a UBS e marca

atendimento

Marca por telefone

Vai agrave UBS mas tem

que pegar ficha sem

ficar na fila

Vai a UBS e fica na

fila para pegar ficha

O ACS marca a

consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

III62 Quando o senhor consegue marcar

consulta normalmente pode ser feita

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Atendimento de urgecircncia e

emergecircncia

EqAB

II158 A equipe realiza atendimento de

urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo

realiza atendimento

de urgecircncia e

emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas

Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados

Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente

EqAB

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de atenccedilatildeo baacutesica

3 anos ou mais

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

II147 A equipe realiza busca ativa das

seguintes situaccedilotildees

Hipertensatildeo arterial

sistecircmica

Usuaacuterios

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

Sempre

III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

Sempre

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo

vem a consulta nesta UBS os

profissionais procuram o senhor para

saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III99 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave

consulta nesta UBS os profissionais

procuram o senhor para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

Sempre e na maioria

das vezes

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida

III171 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida (primeira semana)

Sim

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim

239

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

UBS o meacutedico deixa tempo suficiente

para o senhor falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

consulta com o meacutedico eacute suficiente

III93 Durante o atendimento nesta

UBS o enfermeiro deixa tempo

suficiente para o senhor falar sobre as

suas preocupaccedilotildees ou problemas

III92 O senhor acha que o tempo de

consulta com o enfermeiro eacute suficiente

Sim

III914 Quando o senhor precisa tirar

duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

III97 Quando o senhor precisa tirar

duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade

para falar com os profissionais que lhe

atenderam

Sempre

III918 O senhor se sente agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

III87 O senhor se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos

usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de

funcionamento da UBS

Consultas meacutedicas

de enfermagem

odontoloacutegicas

dispensaccedilatildeo de

medicamentos e

vacinaccedilatildeo

EqAB

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte

de programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Consultas para

cuidado continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Creatinina

II176 Quais os exames solicitados

para DM

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Hemoglobina

glicosilada

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Mamografia

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

II152 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal

Sorologia para HIV

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes procedimentos na

UBS

II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

II284 A equipe possui

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adstritos que necessitam receber cuidados no

domiciacutelio (exceto acamados)

Sim

Usuaacuterios

240

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a

senhora fez preacute-natal nesta unidade de

sauacutede

Sim

III163 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da diabetes

nos uacuteltimos seis meses

III212 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto

no sangue) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III153 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da pressatildeo alta

nos uacuteltimos seis meses

III202 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da pressatildeo alta

(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de uacutetero

nesta UBS

III127 A senhora faz o exame preventivo de

cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)

nesta UBS

Sim

Resolutividade

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na unidade

Meacutedico enfermeiro

e dentista

EqAB

II122 Quem realiza apoio agrave equipe

de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de

casos considerados complexos

II95 Os profissionais que realizam o apoio

matricial satildeo

Do NASF

II123 Equipes NASF que recebem

apoio de

II332 Quais profissionais do NASF apoiam

sua equipe

Fisioterapeuta

nutricionista

assistente social

farmacecircutico

ginecologista

pediatra e psiquiatra

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

II71 A equipe participa de accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo

municipal

Sim

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

contemplam as demandas e necessidades da

equipe

Contempla muito e

contempla

Usuaacuterios

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a

equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

III81 Quando eacute atendido nesta unidade o

senhor acha que a equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria unidade

de sauacutede

Sempre

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel nesta UBS

III231 Quando o profissional receita um

remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta

UBS

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade informacional

EqAB

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da

II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado

com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo

Sim

241

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

rede de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios

de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Natildeo para ldquoNatildeo

realiza registrordquo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Hipertensatildeo

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Diabetes

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

tuberculose

II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose

Sim

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

hanseniacutease

II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de

atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de

usuaacuterios com hanseniacutease

Sim

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 A equipe possui protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para

II144 A equipe utiliza protocolos para

estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees

Preacute-natal

hipertensatildeo diabetes

-

II336 Indique o que foi discutido neste

planejamento

Organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos

para

encaminhamento de

usuaacuterios a outros

serviccedilospontos de

atenccedilatildeo

Usuaacuterias

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima

consulta marcada

III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora

jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada

Sempre e na maioria

das vezes

III1122 A senhora foi orientada

sobre o lugar (maternidade) que faria

o parto

III1324 Foi falado com a senhora e qual

maternidade que seria feito o parto

Sim

Acesso agrave consultasexames

especializados

EqAB

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para uma

consulta especializada quais satildeo as formas

possiacuteveis

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

para o usuaacuterio

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada ao

usuaacuterio

Usuaacuterios

III920 Quando o senhor eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para outros profissionais ou

especialistas o que acontece

III101 Quando eacute necessaacuterio ser

encaminhado para outro profissionais em

outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada

a consulta

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

242

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

-

II161 A equipe de AB obteacutem retorno da

avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos

usuaacuterios encaminhados

Sempre e na maioria

das vezes

-

II188 Como a equipe monitora as gestantes

que tiveram parto

Recebe a contra

referecircncia da

maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na UBS

4 ou mais ACS

EqAB

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela

atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de

abrangecircncia da equipe

Natildeo

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios

de risco e vulnerabilidade para a

definiccedilatildeo da quantidade de pessoas

sob responsabilidade da equipe

II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo

com base em criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para definir a quantidade de

pessoas sob responsabilidade da equipe

Sim

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II103 A equipe possui mapas com desenho

do territoacuterio de abrangecircncia

Sim

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

Sim

Usuaacuterios

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

III89 Na opiniatildeo do senhor durante as

consultas os profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem

realizadas

Sempre

Intersetorialidade

EqAB

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias

cadastradas no Bolsa Famiacutelia

II272 Haacute mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova registro de atividades na

escola

II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

possui registro das atividades realizadas na

escola

Sim

243

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

II314 Os agentes comunitaacuterios de

sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a

qualidade da aacutegua de cisternas

II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede

orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso

adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios

de aacutegua

Sim

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou

outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular

Sim

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

II292 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios

expressarem suas demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

Sim

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II291 A equipe realiza ou tem mecanismo

de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Sim

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

II295 A equipe considera a opiniatildeo do

usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

Sim

Usuaacuterios

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

III241 Quando o senhor quer fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede

o senhor consegue

Sim

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

III242 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1

e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos

familiares

Sim

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Visita domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios

para visita domiciliar

Sim

Usuaacuterios

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por seus

familiares

III96 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus familiares

Sempre e na maioria

das vezes

III923 O seu agente comunitaacuterio de

sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua

casa

III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede

(ACS) visita o senhor na sua casa

Sim

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

III112 Com qual frequecircncia outro

profissionais da equipe de sauacutede visitam a

Sempre e na maioria

das vezes

244

senhor casa do senhor

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e

2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave

comunidades tradicionais assentados

populaccedilatildeo rural

Sim

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II313 A equipe atende agraves comunidades

tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural

Sim

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

Sim

- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da

equipe de sauacutede junto agrave cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras

remedieiras pajeacutes e rezadeiras

Sim

- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade

curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas

integrativas e complementares para a

equipe

Sim

Usuaacuterios

III76 O senhor se sente respeitado

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos

seus haacutebitos culturais costumes sua

religiatildeo

III88 O senhor se sente respeitado pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes religiatildeo

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Page 2: Juliana Gagno Lima Atributos da Atenção Primária nas

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola

Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca

Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo

Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas

em Sauacutede

Orientadora Profordf Drordf Ligia Giovanella

Co-orientadora Profordf Drordf Maacutercia Cristina

Rodrigues Fausto

Rio de Janeiro

2016

Catalogaccedilatildeo na fonte

Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica

L732a Lima Juliana Gagno

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma

anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso

e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --

2016

244 f tab graf mapas

Orientador Ligia Giovanella

Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica

Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016

1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede

3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos

Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da

Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo

CDD ndash 22ed ndash 3621

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola

Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca

Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo

Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas

em Sauacutede

Aprovada em

Banca Examinadora

Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Prof Dr Gustavo Correcirca Matta

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat

Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo

Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)

Universidade Federal de Juiz de Fora

Rio de Janeiro

2016

Dedico este trabalho

Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota

ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind

That I put down in words

How wonderful life is while youre in the worldrdquo

(Elton John)

Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs

ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer

Que eu sempre vou te amar

Por toda a minha vidardquo

(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)

AGRADECIMENTOS

Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou

de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria

ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente

- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os

momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo

Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia

Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves

Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato

- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me

conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu

marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira

minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota

- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede

Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente

Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa

Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela

Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes

- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me

acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto

e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto

- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar

nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos

Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a

equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES

pela bolsa de estudo

- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas

de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas

amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e

Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson

Stumbo e Pedro Lima

- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova

cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA

especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca

Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador

participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar

esse trabalho na luta pelo SUS que queremos

RESUMO

A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos

atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield

primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no

Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma

rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas

heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de

dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os

atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis

PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos

segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da

pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo

dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados

nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade

apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro

contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave

facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados

tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da

relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente

lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O

atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a

presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames

Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que

pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para

lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo

socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal

indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo

apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees

envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma

heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram

melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende

de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas

equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de

sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das

variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios

observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na

comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo

Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros

e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades

devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e

voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo

necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades

independente do territoacuterio em que habitam

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso

ABSTRACT

The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust

Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-

focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-

centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health

System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented

by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This

study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by

Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the

national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e

da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and

PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks

research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development

and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the

PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes

from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the

best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables

characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment

schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and

ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of

ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash

ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication

between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only

ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to

lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were

good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial

participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the

key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence

produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of

respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably

Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with

high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while

HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst

results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their

populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel

relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group

Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not

equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals

than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over

time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and

organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in

Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in

practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is

comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs

Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care

arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to

their needs and regardless of the territory they inhabit

Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness

accessibility

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1

Brasil 2013 71

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e

2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por

grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional

por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos

de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos

de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees

de sauacutede 170

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees

de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees

de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo

para mediccedilatildeo 32

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede

com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011

ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-

AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro

Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia

Integralidade 83

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a

comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na

famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia

cultural 88

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede

segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa

Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 94

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo

Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS

Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA

ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75

4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142

543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204

7 REFEREcircNCIAS 214

ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto

suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et

al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a

atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou

um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos

serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo

O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na

praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos

usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa

Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos

ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)

Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua

na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva

regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS

seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica

Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1

As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional

na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS

e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na

construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave

importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo

baacutesica no Brasil

No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais

motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo

Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa

do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada

entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e

vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de

Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na

mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de

1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela

nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo

15

governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em

serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o

trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo

para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia

no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um

interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me

conhecer a amplitude do PMAQ-AB

Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da

inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela

equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em

nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo

da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da

Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e

do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da

APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato

longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A

escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o

preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com

base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo

a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado

Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que

isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de

atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles

um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do

atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de

problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de

prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo

de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais

(Starfield et al 2005 487)

Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo

associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses

16

industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta

com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila

cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso

indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos

usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do

profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)

Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que

um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a

sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os

especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores

resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial

quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos

de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus

proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al

2005)

Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al

(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados

a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais

desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com

exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de

cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento

de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)

A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos

totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve

a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo

de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute

resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como

prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante

destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o

tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)

Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS

reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se

comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da

populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos

17

resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade

Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos

da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios

colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo

frente a esses desafios

Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do

PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees

Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo

Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS

visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu

processo de planejamento e desenvolvimento

O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por

desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo

repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB

Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto

de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a

dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de

contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos

Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees

desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no

Brasil

O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos

proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo

Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de

profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre

a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores

isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais

centrais

O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as

regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se

por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia

que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos

puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)

18

Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse

niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos

municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de

qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do

Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas

quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar

de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS

se estiver desarticulado dos demais niacuteveis

A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute

relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes

federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a

interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da

organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos

duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente

Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques

nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo

de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)

Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na

coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de

qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo

Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por

regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e

na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa

tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na

rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos

serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de

sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou

estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre

problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem

disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo

pretendido pela pesquisa (Viana 2014)

Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre

a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das

19

avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um

julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade

desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da

avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)

A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que

precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso

portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a

melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona

agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os

provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no

julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto

dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)

A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para

potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como

por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo

A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa

Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no

Brasil

Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB

Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados

das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede

O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a

partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2

Os objetivos especiacuteficos satildeo

Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB

Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de

sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e

Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo

Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves

20

UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo

2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de

construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo

O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do

programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas

Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua

abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho

O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de

cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de

indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de

apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e

Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede

O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs

eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo

com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada

atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela

comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB

Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os

atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como

proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de

suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas

21

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS

21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de

sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio

constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre

medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede

primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte

das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na

Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e

hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo

dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)

O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e

articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos

serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia

coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)

A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o

mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso

dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e

baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos

predominava (Fausto e Matta 2007)

No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia

Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal

marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como

estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no

Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da

Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como

Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias

praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis

colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes

possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de

autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do

sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco

principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da

comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da

famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os

cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares

22

onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um

continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)

A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas

necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na

gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e

prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-

infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e

lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo

aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de

condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)

A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem

em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais

adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a

exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade

proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela

Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral

aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram

documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de

posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS

2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais

do que Nuncardquo (OMS 2008)

O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e

horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave

qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e

responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel

da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os

niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a

participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede

(OMS 2008)

O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo

(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no

desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro

principais

23

- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo

muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta

restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao

grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e

desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno

- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de

entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte

do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo

especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a

populaccedilatildeo

- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na

organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de

sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS

integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal

com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias

apropriadas e uso eficiente de recursos

- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios

setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano

abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as

poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas

em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em

sauacutede (OPASOMS 2005)

Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente

discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido

seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o

foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou

integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como

direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da

doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute

somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para

o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)

A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo

central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico

24

e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia

meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-

benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e

agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS

representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel

de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada

ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e

reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila

2012)

Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de

recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira

coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados

de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede

Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de

sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos

recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a

autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade

da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro

contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a

qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos

serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como

atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e

ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)

No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade

de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica

previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social

(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de

universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de

universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS

tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas

do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas

situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos

tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de

sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)

25

A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica

(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada

como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de

recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel

fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de

produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)

O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos

municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por

habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos

financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a

adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas

O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o

Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo

da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados

enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper

epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma

poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo

de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)

Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia

nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao

tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como

base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de

sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede

Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso

epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta

tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do

trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando

acolhimento viacutenculo etc

O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma

estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por

meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por

Starfield

A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de

26

clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute

que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais

serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do

processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede

accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al

2010)

Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo

Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente

A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no

acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo

integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos

determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil

2011b19)

Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no

que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o

componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de

sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes

possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave

carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da

famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)

Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de

sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos

autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana

et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)

Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na

avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe

Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que

fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes

Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das

equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas

complexidades de pequenos centros e metroacutepoles

27

Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais

Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos

viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos

Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em

municiacutepios do interior

Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que

necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves

necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais

Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da

complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os

serviccedilos de sauacutede

Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS

Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade

Financiamento inadequado e insuficiente da AB

Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da

qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS

Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede

Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes

com prejuiacutezos agrave integralidade

Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica

pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta

complexidade

22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS

A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas

econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais

para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de

serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores

tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)

Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos

de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de

desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante

28

mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como

para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo

(Champagne et al 2011)

A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al

(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash

periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham

como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja

caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e

profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a

Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de

diferentes atores nos processos avaliativos

Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et

al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de

construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo

(Dubois et al 201120)

Para Champagne et al (2011)

Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre

uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer

informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa

intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo

de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos

de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar

sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou

coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees

(Champagne et al 2011 44)

Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a

avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo

A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e

processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo

contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do

acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo

de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-

responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo

Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos

devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos

gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)

Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de

decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes

29

atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a

avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees

diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na

melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)

Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo

auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)

subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer

(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser

mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo

como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-

estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a

elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)

Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a

possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para

intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)

Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos

avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste

em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e

organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos

com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se

refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise

estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade

de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de

implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de

efeitos) (Champagne et al 2011)

Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por

Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo

sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas

dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem

(Donabedian 1990 Frias et al 2010)

Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo

consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial

Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees

30

Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em

ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo

Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo

Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais

com maiores necessidades de sauacutede

Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais

e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares

Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez

atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais

seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos

Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade

como um todo dos serviccedilos ofertados

Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros

autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das

perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a

adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos

Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os

serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise

da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da

qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do

conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS

comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e

efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)

Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)

apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema

de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a

ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a

oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados

observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS

(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio

relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)

A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito

31

em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a

busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a

necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que

um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no

decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a

necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria

da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)

Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee

colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes

municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo

necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que

contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-

responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo

ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo

discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)

23 ATRIBUTOS DA APS

Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que

abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais

mas natildeo exclusivas

Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica

quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade

abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a

avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam

superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)

Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o

alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que

pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na

famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade

Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se

caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a

atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos

prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-

paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)

32

Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos

conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de

informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo

Atributos exclusivos

Atenccedilatildeo ao

primeiro contato

Serviccedilos procurados regularmente cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso

de adoecimento ou para acompanhamento

rotineiro da sauacutede

Porta de entrada preferencial do sistema de

sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para

acesso aos serviccedilos especializados

Acessibilidade da unidade

Acesso agrave atenccedilatildeo

Uso da unidade como local de

primeiro contato

Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal

pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo

equipeusuaacuterio ao longo da vida

independentemente da ausecircncia ou da

presenccedila de doenccedila

Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

Conhecimento do paciente e de seu

meio social

Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os

pacientes natildeo importando o tipo de

necessidade para a atenccedilatildeo

Abrangecircncia ou

Integralidade

Reconhecimento de amplo espectro de

necessidades considerando-se os acircmbitos

orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro

dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede

Implica oferecer serviccedilos preventivos e

curativos e garantir acesso a todos os tipos de

serviccedilos para todas as faixas etaacuterias

resolvendo a grande maioria das demandas ou

por meio de encaminhamento quando

necessaacuterio

Espectro de problemas a serem

tratados

Atividades preventivas primaacuterias e

secundaacuterias

Reconhecimento e manejo dos

problemas de sauacutede (incluindo

sauacutede mental) na populaccedilatildeo

Porcentagem de pessoas atendidas

na APS sem necessidade de

encaminhamento

Coordenaccedilatildeo da

atenccedilatildeo

Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os

serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que

os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a

partir da disponibilidade de informaccedilotildees

relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o

presente atendimento

Mecanismos para continuidade

Reconhecimento de informaccedilotildees de

consultas preacutevias

Reconhecimento de consultas para

encaminhamento (ocorrecircncia e

resultados)

Atributos Derivativos

Orientado para

comunidade

Conhecimento das necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto

econocircmico e social em que vive

Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas

de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na

comunidade

Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees

sobre sauacutede

Mecanismos de alcance do

conhecimento das necessidades de

sauacutede da comunidade

Participaccedilatildeo nas atividades

comunitaacuterias

Envolvimento comunitaacuterio na

unidade

Centralidade na

famiacutelia

Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar

para bem avaliar como responder agraves

necessidades de cada membro

Conhecimento dos membros e de seus

problemas de sauacutede

Conhecimento dos membros da

famiacutelia

Conhecimento dos problemas de

sauacutede dos membros da famiacutelia

Competecircncia

cultural

Reconhecimento de diferentes necessidades de

grupos populacionais suas caracteriacutesticas

eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas

representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila

Providecircncias para atender a

necessidades especiais associadas

agraves caracteriacutesticas culturais

Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para

atender necessidades culturais

Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012

33

231 Primeiro contato

O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente

procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de

sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta

preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para

acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)

Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos

sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em

Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A

acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada

das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do

serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para

Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade

isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e

Martins 2004 191)

Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo

ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial

relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e

acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o

acesso potencial (Travassos e Martins 2004)

Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou

outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de

sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da

capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo

do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)

Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao

acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou

pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)

Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para

acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS

brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e

programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento

34

(Almeida et al 2013)

O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de

trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o

que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o

trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as

praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido

como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a

compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede

e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo

desse acolhimento (Garuzi et al 2014)

De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo

primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no

Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves

necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave

demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)

A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando

que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de

sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de

cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)

Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo

de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda

espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a

capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave

demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de

sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)

Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS

como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade

dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de

emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor

probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo

dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados

para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os

especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas

35

de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista

Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso

dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas

No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia

ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma

consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos

Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo

por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do

sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um

dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)

Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs

informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao

transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees

adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de

consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras

culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e

uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular

(Starfield 2002)

Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada

Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se

configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em

4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados

apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para

assistecircncia ou prevenccedilatildeo

Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou

obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de

gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo

dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica

seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo

Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB

apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada

preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para

atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo

funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de

36

urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas

Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de

entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do

acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar

seguimento ao tratamento

A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro

facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)

Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e

coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a

falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos

socioeconocircmicos mais desfavorecidos

232 Longitudinalidade

O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute

relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas

unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao

usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da

ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)

Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de

ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da

relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade

poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria

natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso

a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo

da vidardquo

Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de

revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer

que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave

Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que

ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees

associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo

37

A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de

meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada

a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve

a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte

habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho

(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)

(Starfield 2002 282)

Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao

atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de

cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais

de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a

continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo

entre a equipe para conhecimento sobre o paciente

No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades

do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com

profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo

da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria

e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a

longitudinalidade do cuidado

Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute

apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de

estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e

sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo

considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como

sujeito do cuidado

Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da

compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de

consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)

e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles

demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o

meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)

Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo

longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos

profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos

38

como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de

adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da

equipe de APS

Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS

tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o

estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo

baacutesica

Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados

satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo

Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico

(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute

apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem

ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os

clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem

na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam

lista de espera possuem gatekeepers

Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave

longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos

problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves

consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor

capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na

perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual

de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma

atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)

No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse

atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais

assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a

qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser

influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella

2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre

profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave

forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)

Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a

mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a

39

fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste

trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o

viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a

continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do

cuidadordquo

233 Abrangecircnciaintegralidade

De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em

reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos

para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de

serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees

(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem

agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel

populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos

quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e

protocolos (Starfield 2002)

A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades

poderiam ser essas

Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis

deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos

de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o

autocuidado (OMS 200813)

Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de

sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS

2008)

Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos

componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental

(Starfield 2002)

Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na

integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio

de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a

diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo

40

de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema

Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando

por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo

(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de

prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da

assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo

das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)

abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)

(Giovanella et al 200247)

Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns

sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que

trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse

processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e

competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por

uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira

2013)

A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui

apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na

situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de

sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos

Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado

como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores

chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a

melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a

APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto

ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam

na ocorrecircncia da doenccedila

Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de

Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo

necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo

efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo

prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel

na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield

2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a

adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais

41

Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes

assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir

demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os

recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al

2005)

Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de

espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores

achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em

serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio

assistencialmatricial agraves equipes

Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que

os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de

atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de

serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa

resolutividade da rede baacutesica

Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as

potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E

tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos

humanos e da intersetorialidade

E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida

por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a

frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das

intervenccedilotildees

234 Coordenaccedilatildeo

A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a

integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis

assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como

a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave

determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde

sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um

objetivo comum (Almeida et al 2010287)

Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e

complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do

42

cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos

especialistas (Starfield et al 2005)

Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do

cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da

atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente

por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento

dos problemas de sauacutede

Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo

Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes

que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo

profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se

expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por

meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de

fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se

realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no

processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo

entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que

reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas

necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)

A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na

lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste

trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a

continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade

informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do

prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)

Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo

usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem

suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo

contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella

et al 2009a)

Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado

enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo

43

Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da

equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de

sauacutede por exemplo)

Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados

especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo

Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o

acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de

uma patologia crocircnica

A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada

relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito

dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede

A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de

requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de

garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados

de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de

cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado

implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a

vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros

serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo

continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de

prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos

poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos

equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)

Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram

aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de

pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a

receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve

prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior

adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos

e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios

Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da

atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de

entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute

uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do

grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos

Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)

destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do

44

desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica

continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra

que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010

524)

No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de

primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo

individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede

Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e

hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os

autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os

paiacuteses dentre as quais

O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular

O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar

e organizar o cuidado de outros meacutedicos

Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles

sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees

relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento

ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam

oportunamente

Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees

necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do

hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o

paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar

Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior

parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial

no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-

referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais

na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional

Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida

pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de

gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al

45

2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo

GP

Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas

hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir

custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um

mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado

que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de

seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como

os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido

por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al

2006 138)

Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de

filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a

fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade

dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado

o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes

e Fernaacutendez 2005)

Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro

exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar

burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos

especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de

Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que

aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia

(Giovanella et al 2009b)

Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a

coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das

equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares

e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada

baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de

uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)

Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias

de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo

a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade

de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos

46

para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa

frequecircncia

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem

identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a

insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes

crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram

apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos

fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais

(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem

supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios

De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)

apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo

definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes

diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum

de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um

grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e

responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros

criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de

protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar

mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra

e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)

melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da

atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo

meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)

235 Orientaccedilatildeo para a comunidade

O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de

conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente

relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes

definiccedilotildees pode ser explicado por

47

A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza

habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para

ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de

sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico

para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui

sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico

bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os

comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002

538)

Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a

comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da

comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a

efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)

Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base

na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e

para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do

cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees

ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e

intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)

Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que

consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e

comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a

capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a

responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes

sociais (Anderson e Rodrigues 2012)

Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a

cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social

intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e

para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)

Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece

mais explicitamente na PNAB 2011

Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem

comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade

os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria

Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer

trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece

48

as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se

conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na

comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o

espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre

populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem

seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e

cultural em constante construccedilatildeo

O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo

do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem

disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de

sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias

de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)

Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio

e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre

grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas

em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer

uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)

Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos

determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos

equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e

instacircncias governamentais

A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas

pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui

determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no

domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da

sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de

sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos

resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo

intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata

Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial

satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo

no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras

49

discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial

visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a

uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados

desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na

articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF

no territoacuterio

Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a

ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees

para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social

superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir

que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial

consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da

populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute

fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas

domiciliares

Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que

a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas

muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo

fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da

aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo

entre outros (Nogueira et al 2011 215)

Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade

de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da

negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a

mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos

Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos

decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos

usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al

2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)

236 Centralidade na famiacutelia

A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem

sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional

50

haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social

Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute

compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar

eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas

a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo

da sauacutede (Fausto e Matta 2007)

Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de

cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia

no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia

Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e

como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia

Baacuterbara Starfield destaca que

A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade

fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus

ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral

considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e

quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos

familiares limitados (Starfield 2002 486-487)

Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como

conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer

compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem

disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e

resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute

vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de

acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos

qualidade dos seus membros (Silva 2010)

Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de

sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado

atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia

Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)

cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos

seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento

do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e

51

confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)

Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi

realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de

2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre

especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do

programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a

comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede

da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)

Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute

cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos

profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem

pouco exploradas no documento

Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do

PSF

famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e

famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco

famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de

cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo

famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute

num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do

processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com

a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede

famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e

individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais

proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da

comunidade

famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em

exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais

de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e

demandando ajuda para um funcionamento esperado

famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade

ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees

52

saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a

soma das individualidades

A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade

de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo

diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade

do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os

documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo

profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)

Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se

a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute

um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que

propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de

fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)

Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada

atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento

dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia

237 Competecircncia cultural

Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que

abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um

aspecto derivativo da APS e pode ser definido como

A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades

especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido

a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais

especiais (Starfield 2002 487)

Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente

relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de

estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de

equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais

socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)

Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez

mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo

de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural

53

aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et

al 2014)

Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e

Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos

dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de

Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en

Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que

dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural

com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais

Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina

tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e

parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica

especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao

programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)

No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos

interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS

deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir

a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas

em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica

A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os

indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees

diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal

respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os

princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo

entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a

autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas

pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e

desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014

sn)

Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser

observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas

(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)

e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida

(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em

2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural

para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para

54

profissionais como para usuaacuterios

Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente

em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao

diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais

demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo

Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando

produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar

o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um

avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes

fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica

apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas

certamente do territoacuterio

Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para

seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver

com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)

Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas

puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo

sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias

Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na

enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo

desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do

cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e

padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o

saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma

estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a

integralidade (Sousa et al 2009)

Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia

dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em

seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente

2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado

Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores

e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de

sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud

Sousa et al 2009)

55

determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais

movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede

(Muller et al 2007)

Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de

famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as

crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda

a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com

as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente

entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que

fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de

forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para

uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim

como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de

sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente

Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica

Procurar conhecer dados demograacuteficos

Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente

Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas

Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas

Estudar a liacutengua e dialetos locais

Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade

Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012

Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser

uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma

articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre

sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a

abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de

sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre

prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)

Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades

culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas

necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente

relacionada a atenccedilatildeo integral

Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas

representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a

56

integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio

24 APS NA REDE REGIONALIZADA

Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais

ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a

constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer

alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a

importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede

Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a

descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente

atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias

regionais

A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos

sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo

melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e

serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o

custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias

diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia

hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do

sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo

geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a

utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos

usuaacuterios (OPASOMS 2011)

A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de

investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja

por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e

diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)

Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em

eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si

(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e

as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na

organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que

exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos

em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela

distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos

57

atores regionais (Lima 2015 8)

Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por

meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir

de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A

descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em

detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e

Fausto 2014)

Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os

diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados

problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade

produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados

como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)

Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos

serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na

capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e

atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir

com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)

Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o

governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo

regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado

de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo

nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et

al 2010)

Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de

serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das

redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos

extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla

participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e

competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir

2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de

atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da

universalidade e equidade

Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e

58

estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o

fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de

padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras

a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa

normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e

populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de

regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)

Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo

destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e

organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os

planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo

Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees

intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)

Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos

marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de

acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de

se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto

75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de

evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos

serviccedilos na regiatildeo de sauacutede

Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua

extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de

serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas

responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos

que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma

robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na

CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os

necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo

mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se

articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos

2015 445)

Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de

governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das

pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao

inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da

APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de

59

responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se

manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em

detrimento das necessidades em sauacutede

Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a

perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem

algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de

valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das

atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de

serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios

fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede

Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio

da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper

organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades

nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela

entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar

subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de

profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015

Almeida et al 2010)

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB

natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e

coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e

composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do

usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim

como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos

Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na

responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo

monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que

A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo

do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB

como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave

Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave

rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da

APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no

SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote

baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em

situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias

60

internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a

possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como

pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)

No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes

com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que

portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora

desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e

financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos

eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede

integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e

particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em

tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes

regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo

Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da

APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com

elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada

61

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA

QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB

Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo

de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse

periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo

Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques

regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos

avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a

heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede

Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs

esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e

reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque

punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo

reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a

riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm

sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)

Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a

Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de

formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de

atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o

redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o

propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a

esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)

A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica

Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos

decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e

resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e

municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da

descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)

Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil

identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo

62

da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das

principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e

Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de

iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para

Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo

raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash

PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006

Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima

de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento

local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas

apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro

dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do

desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de

gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social

(Almeida e Giovanella 2008)

O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no

tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo

dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF

gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ

era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do

funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente

pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A

implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma

adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram

reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais

precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia

desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a

extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um

modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de

estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para

crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de

sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no

Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da

63

Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente

relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro

contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com

serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo

(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos

prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e

orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do

PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes

nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)

Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do

PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios

estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de

diferentes estudos sugerem

unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS

tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por

estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos

usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior

exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os

profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a

UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)

em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a

constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste

com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)

em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF

consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios

(Ibantildeez et al 2006)

Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos

induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na

realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e

metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados

produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores

dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo

64

Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo

haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo

que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas

diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos

esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de

subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e

Giovanella 2008)

Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da

AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho

31 PMAQ-AB CICLO 1

A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade

da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654

de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho

denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)

O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e

progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos

com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente

(Brasil 2013a)

O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do

paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a

mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma

cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas

necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa

(Brasil 2011c)

Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo

financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do

acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no

desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos

65

mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a

Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva

do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e

financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de

planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais

aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e

alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de

desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de

Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)

e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass

2011)

Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil

como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos

problemas no acircmbito local

O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um

ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada

de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira

de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de

ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)

A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao

programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de

pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um

segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede

(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as

diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)

e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB

Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos

do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave

estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao

municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica

Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse

66

permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de

suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso

A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes

de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar

processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa

etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores

contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente (Brasil 2011c)

Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes

de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de

mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta

especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que

aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e

atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas

estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos

de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)

A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees

para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de

avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees

especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em

conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de

coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do

trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de

Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do

Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada

ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio

A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-

processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo

baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma

67

nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao

programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com

novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as

necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo

(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de

construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja

perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo

maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um

segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees

municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo

no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso

de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e

do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-

responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB

interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais

voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho

agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas

para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)

A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute

realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de

Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que

participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes

satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo

referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de

ensino em todo o paiacutes

Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado

conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade

baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da

Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento

disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele

68

subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado

O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro

de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao

PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil

independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando

38812 UBS

O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi

composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves

coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos

gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve

baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de

preenchimento desse grupo

As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por

entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo

imediata dos dados

Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o

desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos

municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual

relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte

populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor

a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)

Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao

PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

69

Baixo 2505 1747 697

Meacutedio 2427 1738 716

Alto 575 450 783

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil

2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram

ao PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

Pequeno porte 3914 2646 676

Porte intermediaacuterio 1294 987 763

Grande porte 357 302 846

Total 5565 3935 707

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore

com trecircs componentes

implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito

final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a

partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe

verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados

na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito

70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na

avaliaccedilatildeo externa

Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de

contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23

indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo

compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das

equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que

possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho

distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede

bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5

Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada

13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre

14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs

15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia

16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero

realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais

Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura

70

Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas

25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano

26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos

Aacuterea 3 ndash Controle de

Diabetes Mellitus e

Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica

31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados

32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados

33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico

34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso

Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante

52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado

53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada

54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012

Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos

moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees

Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB

Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS

Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do

processo de trabalho

Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do

instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo

externa definidos por meio de metodologia especiacutefica

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos

recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma

desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao

componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho

acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e

desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para

100 do recurso) (Brasil 2013a 35)

Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo

apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes

do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1

71

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo

1 Brasil 2013

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre

equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de

municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita

percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia

percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como

baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20

mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a

500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)

A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem

utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa

decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede

propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das

condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)

32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2

O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo

externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve

limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do

financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a

Muito acima da meacutedia 176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

72

recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo

com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal

No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as

UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562

equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)

O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu

modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos

adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos

especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave

Sauacutede da Famiacutelia

Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede

bucal

Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de

trabalho da equipe de sauacutede bucal

Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos

gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos

moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de

preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo

Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de

Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo

conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma

proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou

73

Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2

Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014

Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014

Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI

Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da

famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites

Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo

UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo

Municiacutepios com equipes

contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

contratualizadas

- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com

sauacutede bucal

12075 19948

Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF

UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

certificadas 17202 equipes 29808 equipes

Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios

Avaliadores externos 900 2000

Investimento com gastos da

avaliaccedilatildeo externa e com o

pagamento de PAB variaacutevel por

desempenho (R$)

770 milhotildees ~ 42 bilhotildees

Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de

homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015

Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)

Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na

certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)

Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482

equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)

Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos

indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da

base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto

do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem

utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013

(Brasil 2015)

Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram

mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o

SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que

3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros

da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e

operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de

trabalho (Brasil 2015)

74

utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho

vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04

indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)

(Brasil 2013a)

Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica

12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia

13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas

domiciliares

Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento

exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas

Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas

32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com

equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre

uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o

desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do

estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte

da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e

outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas

equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho

muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute

expresso no graacutefico 2

75

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos

1 e 2 Brasil 2014

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada

equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)

33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB

Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB

comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-

AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria

nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)

Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas

e rurais (Tomasi et al 2015)

Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode

ser visto como

CICLO 1

CICLO 2

Muito acima da meacutedia

176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

Muito acima da meacutedia

154

Acima da meacutedia 328

Mediano ou abaixo da

meacutedia 483

Insatisfatoacuteria 12

Desclassificada 23

76

a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do

financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de

condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees

novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na

produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de

problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que

oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)

instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de

accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que

coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da

cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al

2014 369)

Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos

proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos

instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos

gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos

avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das

poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a

AB ainda que insuficiente

Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se

Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos

poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em

fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014

Fausto et al 2014 Ney et al 2015)

Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um

vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os

resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do

paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al

2014)

A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e

sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos

usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS

no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode

ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios

selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)

77

A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de

estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho

et al 2014)

Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo

privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as

competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de

melhoria de qualidade (Ney et al 2015)

O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da

complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al

2014)

Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos

procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e

protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo

sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees

de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos

dados (Medina et al 2014)

A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees

municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees

nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)

A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou

conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB

no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral

intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos

municiacutepios (Fausto et al 2013)

O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja

antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e

qualidade (Mota e David 2015)

A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem

indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de

intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)

Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de

verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma

limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de

78

positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de

adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB

entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede

na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo

coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes

sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo

79

4 METODOLOGIA

Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza

quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de

dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de

dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino

participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem

publicizado

Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez

que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS

partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam

uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com

as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a

presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)

41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA

APS

Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do

PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)

para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre

questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela

autora

Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos

instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos

com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo

com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a

experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das

equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada

ator

Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash

Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com

reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a

concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1

identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas

80

do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou

seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis

O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs

moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)

moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero

de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9

Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 450 8

Moacutedulo II 387 93

Moacutedulo III 277 44

TOTAL 1064 145

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e

anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em

componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento

PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10

Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do

PMAQ-AB

Atributos Componentes

Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento

Acolhimento

Agendamento da consulta na AB

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

Abrangecircncia ou

Integralidade

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional

Ordenamento de fluxos assistenciais

Acesso a consultasexames especializados

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada

Orientaccedilatildeo para a

comunidade Territorializaccedilatildeo

Intersetorialidade

Participaccedilatildeo social

Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar

Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011

Silva et al 2014

81

Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura

regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados

foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e

ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para

cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos

profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a

organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a

UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da

APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece

que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro

outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o

atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e

no acesso a serviccedilos especializados

Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro

Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS

oferece agrave populaccedilatildeo

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

I73 Esta UBS funciona

quantos dias na semana

III52 O que o senhor acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta UBS

I74 Qual a carga horaacuteria

diaacuteria de funcionamento da

UBS

I76 Esta UBS oferece

atendimento agrave populaccedilatildeo nos

fins de semana

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o

acolhimento da UBS

II154 Todos os usuaacuterios que

chegam agrave UBS espontaneamente

buscando atendimento tem suas

necessidades escutadas e

avaliadas

III71 Na maioria das vezes que o

Senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

II159 Os profissionais da equipe

que fazem o acolhimento foram

capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco dos

usuaacuterios

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Existe documento que

comprove que caso o usuaacuterio

tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

82

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que

natildeo seja o caso de agendar no dia

e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

algum grupo que possui

atendimento programado na UBS

ele consegue sair com a consulta

marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

III61 Na maioria das vezes como o

senhor faz para marcar consulta na

UBS

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

II158 A equipe realiza

atendimento de urgecircncia e

emergecircncia nesta UBS

III78 Onde o senhor procurou

atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo

cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo

profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem

relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a

proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do

tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a

possibilidade de contato com esse profissional

Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

II35 Quanto tempo o senhor

atua nesta equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo meacutedico

II325 Nas visitas domiciliares

dos ACS eacute realizada a busca

ativa no territoacuterio

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo enfermeiro

II913 Os profissionais lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem a

consulta nesta UBS os profissionais procuram o

senhor para saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe

fez uma consulta ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

III510 Se o senhor quiser pode escolher a

equipe que lhe atende

83

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

III91 Durante o atendimento nesta UBS o

meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta UBS o

enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas

apoacutes as consultas tem facilidade para falar com

os profissionais que lhe atenderam

III918 O senhor se sente agrave vontade para falar

com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras

questotildees

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos

preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da

populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de

accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos

profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames

medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo

diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se

organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria

UBS

Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo

disponiacuteveis aos usuaacuterios

durante os dias e horaacuterios de

funcionamento da UBS

II166 A equipe programa

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de programas ou

grupos prioritaacuterios e necessitam de

cuidado continuado

III1416 Em que local foram

feitas a maioria das vacinas da

crianccedila

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

III153 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis

meses

II176 Quais os exames solicitados

para DM

III163 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da diabetes nos uacuteltimos seis

meses

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de

50 a 69 anos

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de

uacutetero nesta UBS

II1710 Quais os exames

solicitados para o preacute-natal

III116 Em que local a senhora

fez a maioria das consultas de

preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

84

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

material para exames de

laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes

procedimentospequenas cirurgias

na UBS

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

Resolutividade

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima existente na UBS

II122 Quem realiza apoio agrave

equipe de atenccedilatildeo baacutesica para

resoluccedilatildeo de casos considerados

complexos

III81 Quando o senhor eacute

atendido nessa UBS o senhor

acha que a equipe busca resolver

suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

II123 Equipes NASF que

recebem apoio de

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

III922 O senhor encontra

facilidade para saber dos

resultados dos seus exames que

chegam nesta unidade de sauacutede

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da

equipe

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na

UBS atendem suas necessidades

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

III 182 Quando o profissional

receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo

estaacute disponiacutevel na UBS

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de

articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de

informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde

sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram

identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos

fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo

direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes

contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave

comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos

de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB

85

organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado

efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade Informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS com

maior riscogravidade

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM com

maior riscogravidade

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

III1120 Na consulta de preacute-

natal a senhora jaacute saia com a

proacutexima consulta marcada

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

III1122 A senhora foi

orientada sobre o lugar

(maternidade) que faria o parto

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para os

atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio

da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Acesso a consultasexames especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

uma consulta especializada quais formas

possiacuteveis

III919 Quando o senhor

precisa os profissionais da

equipe conseguem marcar uma

consulta com outros

profissionais ou especialistas

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

III920 Quando o senhor eacute

atendido na UBS e necessita ser

encaminhado para outros

profissionais ou especialistas o

86

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

que acontece

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros

profissionais fora da UBS a

equipe conversou com o senhor

sobre este atendimento

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo

II1811 Haacute uma lista de contato na UBS

com os especialistas da rede SUS

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

1

A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento

das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco

no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram

ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas

para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos

profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e

accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais

equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de

participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees

especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo

para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima de cada equipe

existente na UBS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

III88 Na opiniatildeo do senhor

durante as consultas os

profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade II137 Existe populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do

territoacuterio da equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas

de responsabilidade da equipe

II132 A gestatildeo considerou

criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo da quantidade de

pessoas sob responsabilidade da

87

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

equipe

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o

uacuteltimo mapeamento da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de

sauacutede

II92 Foi realizado processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem

quais itens

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova existecircncia de

mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Bolsa

Famiacutelia

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova registro de

atividades na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

Participaccedilatildeo social

II355 Haacute conselho local de sauacutede

ou instancia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais

de comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou

sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

III191 Quando o senhor quer

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

II351 A equipe realiza pesquisa

de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

III192 Quando o senhor fez

alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

teve retorno

II354 A equipe considera a

opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para

avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as

88

caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis

puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no

domiciacutelio e a visita domiciliar

Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem familiar

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por

seus familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

senhor

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

III923 O seu agente comunitaacuterio

de sauacutede visita o senhor na sua

casa

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e

representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a

capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou

abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio

Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar

perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais

Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

III76 O senhor se sente

respeitado pelos profissionais

em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes sua

religiatildeo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

89

42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES

Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a

proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas

respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo

consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada

um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas

estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das

equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas

escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos

indicadores para cada atributo e seus componentes

43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE

O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela

pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no

Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o

contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)

perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o

contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados

que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com

informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas

infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada

estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)

(Viana 2014)

Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que

engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa

Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema

Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS

do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE

Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo

Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis

especiacuteficas conforme Quadro 18

4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa

Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview

90

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de

sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte

Situaccedilatildeo

econocircmica

Renda domiciliar per capita (em reais)

PIB per capita (Em R$100000)

de pessoas de 10 anos e mais com pelo

menos o ensino fundamental

de pessoas com 10 anos e mais com pelo

menos ensino meacutedio

Densidade populacional

2010

2011

2010

2010

2010

Censo 2010 ndash IBGE

Contas regionais ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Elaboraccedilatildeo dos autores

Oferta e

complexidade

dos serviccedilos de

sauacutede

de leitos por 1000 habitantes

de meacutedicos por 1000 habitantes

de beneficiaacuterios de plano de sauacutede

(inclusive odontoloacutegico)

de internaccedilotildees de alta complexidade no

SUS no total de internaccedilotildees

2013

2013

2013

2013

CNES

CNES

ANS

SIH

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia

e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de

serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)

Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em

2013

Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos

inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

91

Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da

pesquisa Regiotildees e Redes

Caracteriacutesticas

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon

e baixa

oferta de

serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 5

Alto

desenv

socioecon

e alta

oferta de

serviccedilos

Nuacutemero de regiotildees de

sauacutede

175 53 123 35 50

no total de regiotildees 401 122 282 80 115

Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630

no total de municiacutepios 388 106 324 70 113

Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo

2013)

45466120 14063158 38722577 24786600 77994259

no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405

Meacutedia de municiacutepios por

Regiatildeo

12 11 15 11 13

Meacutedia da populaccedilatildeo por

municiacutepio

21059 23836 21477 63883 123800

Beneficiaacuterios de plano de

sauacutede na populaccedilatildeo ()

57 147 246 403 597

Meacutedicos por mil

habitantes

057 085 133 149 254

Meacutedicos SUS no total de

meacutedicos ()

923 867 835 779 711

Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26

Leitos SUS no total de

leitos ()

893 769 736 691 627

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das

regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo

No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)

regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e

Nordeste

No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e

parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)

Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)

grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo

5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede

localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul

92

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por

grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa

deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5

grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo

socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos

A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada

grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento

93

socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das

equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um

nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)

o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo

grupos de regiotildees de sauacutede

Tipos de equipes

de atenccedilatildeo

baacutesica

Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de

serviccedilos

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon e

meacutediaalta

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto desenv

socioecon e

meacutedia oferta

de serviccedilos

Reg 5

Alto desenv

socioecon e

alta oferta

de serviccedilos

Total

n n n n n n

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash

com sauacutede bucal

4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash sem

sauacutede bucal

813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash com sauacutede

bucal

136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash sem sauacutede

bucal

23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000

Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000

Natildeo SabeNatildeo

Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000

Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1

44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA

APS

As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito

de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis

e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos

2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis

correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo

1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as

94

situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse

caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo

Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam

concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI

no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo

moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado

O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos

(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de

referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2

Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 477 10

Moacutedulo II 234 59

Moacutedulo III 211 35

Moacutedulo IV 114 1

Moacutedulo V 45 -

Moacutedulo VI 116 -

TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS

17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza

Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o

total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS

com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos

trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi

necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs

moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas

UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas

quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios

dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da

pesquisa Regiotildees e Redes5

5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e

Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e

todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB

95

Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos

foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel

versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos

Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os

ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de

adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a

fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados

As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com

tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo

aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no

banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas

ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo

ou compreensatildeo inadequada da pergunta

Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja

distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12

para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o

atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a

centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se

relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel

foi listada em apenas um dos atributos

Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais

pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados

em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados

graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de

sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim

de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada

atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas

padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava

o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas

Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de

respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de

respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de

respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um

vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

96

Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma

independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi

disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015

A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados

do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis

equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que

participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa

Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir

do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que

tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2

ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se

tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de

entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que

representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de

participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados

nacionais

Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de

equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis

selecionadas

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo

de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de

nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco

Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE

02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de

aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012

De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa

envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi

utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando

necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o

banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas

entrevistas

97

A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes

da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada

por dados agregados

Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis

desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e

equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se

encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e

confidencialidade

Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na

dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos

de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da

qualidade no processo de trabalho das equipes

98

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser

porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer

papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco

nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os

equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma

discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo

de trabalho das equipes

Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de

literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons

resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou

abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades

socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees

sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em

sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a

qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de

formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta

perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do

cuidado em sauacutede

Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar

simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-

objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente

de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva

medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que

contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam

voltados a esse fim

Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a

partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e

analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a

descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre

os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo

Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir

de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo

in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe

99

assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios

usuaacuterios que estavam na UBS

51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO

O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada

preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de

atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um

papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos

demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e

Mendonccedila 2012)

O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes

complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves

consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo

511 Horaacuterios de funcionamento

Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que

contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua

organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse

componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo

do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a

UBS

A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de

funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada

dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-

AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais

dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado

adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a

distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos

horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa

oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1

925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na

100

semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5

975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na

semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se

uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823

nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que

90

Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao

padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no

que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que

majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A

exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das

UBS

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I71 Oferecem dois ou

mais turnos de

atendimento agrave populaccedilatildeo

4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949

I73 Funcionam 5 ou

mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934

I74 Funcionam 8

horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890

I76 Oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo

nos fins de semana

496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de

atendimento desta UBS

atende agraves suas

necessidades

17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857

III52 A distacircncia da

casa ateacute a UBS eacute perto ou

razoaacutevel

17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

101

Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de

funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

512 Acolhimento

O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da

porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no

atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade

favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em

funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia

relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e

prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios

(Garuzi et al 2014)

Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente

acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente

578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os

usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas

necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789

dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma

como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo

No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo

pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg

1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo

I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana

I74 Funcionam 8 horasdiaou mais

III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel

III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades

I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana

102

haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes

nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para

realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5

(623)

No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora

marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com

aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os

usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619

de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede

pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3

Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades

a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na

qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado

pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II151 Estaacute

implantado o

acolhimento na UBS

3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801

II154 Todos os

usuaacuterios que chegam agrave

unidade de sauacutede

espontaneamente

buscando

atendimento tecircm suas

necessidades

escutadas e avaliadas

5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II159 Os

profissionais que

fazem o acolhimento

foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos

usuaacuterios

2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578

N EqAB com

acolhimento

implantado

3666 936 3007 1197 4449 13255

103

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III71 Na maioria das

vezes que vatildeo a UBS

sem ter hora marcada

para resolver qualquer

problema conseguem

ser escutados(as)

13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789

III74 Consideram

muito bom ou bom a

forma como eacute

acolhido(a)

recebido(a) ao

procurar o serviccedilo

11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661

N usuaacuterios que

alguma vez foram a

UBS sem ter hora

marcada

17027 4034 12975 4548 16493 55077

MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos

de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica

O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS

a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas

II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS

III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)

III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo

II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios

104

atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas

por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de

marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento

A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade

das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a

necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no

mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento

para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que

o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser

marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555

das equipes

As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo

agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer

hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS

pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios

que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os

50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de

marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas

pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute

dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas

Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de

regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de

sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg

3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de

75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de

agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na

UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas

Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta

marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg

3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da

semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das

respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61

A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de

105

regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na

UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se

elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta

oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta

chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207

dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)

poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um

comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias

da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg

4 com mais de 61

Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma

fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As

dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo

desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por

ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo

universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone

inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade

de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II15141 Comprovam que

caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

mesmo dia

2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640

II1517 Nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso de agendar

no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo que

possui atendimento

programado na UBS ele

consegue sair com a consulta

marcada

4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834

106

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

II1612 As consultas satildeo

agendadas na UBS em

qualquer dia da semana em

qualquer horaacuterio

2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS a qualquer hora e

marcam o atendimento

3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280

III61 Para marcar consulta

na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS mas tem que pegar

ficha

6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS e para pegar ficha

eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306

III61 O agente comunitaacuterio

de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III62 A marcaccedilatildeo de

consultas pode ser feita todos

os dias da semana

9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553

N usuaacuterios que fazem

marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792

MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta

na AB por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada

II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia

II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio

III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana

III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento

III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone

107

514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda

espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves

pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de

urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada

preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para

coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio

A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS

do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de

atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes

e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia

Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees

de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela

UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave

disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10

pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2

com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando

a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das

Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos

de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura

do usuaacuterio

Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de

atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com

exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor

que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas

urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos

usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um

percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada

preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

108

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II158 Realizam

atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III78 No caso de

urgecircncia procuraram

atendimento nesta UBS

7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653

N usuaacuterios que alguma

vez procurou

atendimento de urgecircncia

12197 3053 9986 3528 12454 41218

MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia

e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

515 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em

linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo

agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser

realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao

considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria

uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede

III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS

109

A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade

temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo

adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais

municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de

acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre

a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que

um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em

compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede

de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das

UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal

Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo

encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram

encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da

famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam

que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram

fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as

UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva

2010)

Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees

comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas

agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar

de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra

alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo

em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de

espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede

Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de

funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa

implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado

na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de

profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo

agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo

de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve

ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros

cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da

110

demanda do usuaacuterio

Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior

compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das

condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de

melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria

incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no

trabalho

As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta

de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer

tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)

destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de

realizaccedilatildeo do acolhimento

Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar

respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-

se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e

conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo

Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso

das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da

recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na

filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos

Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a

forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e

fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas

Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora

do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa

acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos

dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato

Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre

profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu

estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem

serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e

realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede

desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos

111

serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo

soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e

usuaacuterios

Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de

marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em

estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional

estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os

resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma

semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia

Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para

atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou

risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para

grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada

pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por

uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse

indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e

5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento

socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas

ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral

mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes

afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada

A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade

de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do

PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de

urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do

instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre

quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica

crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em

diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o

uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem

equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento

O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de

serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que

dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou

112

equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios

as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados

visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65

das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo

totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia

do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia

A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de

urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como

o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a

maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo

Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia

Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por

mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento

pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia

espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino

por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o

meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos

especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo

em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio

de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo

Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de

compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave

demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e

avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da

APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de

equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e

hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento

adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco

que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas

imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa

confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e

especialistas

Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas

113

UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no

modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na

APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um

tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede

Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em

geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a

distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas

a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem

acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na

marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade

Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o

atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de

90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das

respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)

e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os

indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente

horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento

da consulta na AB

O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de

primeiro contato

114

Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalHoraacuterios defuncionamento

Acolhimento

Urgecircncia eemergecircncia

Agendamento daconsulta na AB

115

52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE

O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo

usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de

cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre

profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)

Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores

nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade

da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo

521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado

ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que

permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a

fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a

realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio

A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam

3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute

realizada por 878 das equipes

Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser

atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-

se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser

fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou

falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios

e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida

Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do

serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos

profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais

realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes

De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS

581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior

das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de

116

todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se

uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo

mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504

nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram

para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave

crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para

698 dos usuaacuterios

Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades

na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico

de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da

possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes

dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II35 O respondente atua

3 anos ou mais em sua

equipe

2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434

II325 Nas visitas

domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de

hipertensos faltosos

4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III97 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

meacutedico na UBS

12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643

III99 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

enfermeiro na UBS

14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578

III913 Os profissionais

lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas

consultas

9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III916 Quando

interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os

procuram para saber o que

aconteceu e retomar o

atendimento

4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429

117

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n N usuaacuterios que alguma

vez interrompeu o

tratamento ou faltou a

consulta

10388 2388 7283 2693 10076 32828

III145 A equipe fez uma

visita agrave crianccedila com ateacute

sete dias de vida

1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses e que

fizeram preacute-natal

2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado

principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre

o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do

acompanhamento nos diferentes ciclos de vida

A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do

paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou

falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe

Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos

III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS

III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida

III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas

II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe

III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento

118

que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o

mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao

profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou

problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao

meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm

facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para

fazer suas colocaccedilotildees

Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para

falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos

usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os

usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os

usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e

838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre

suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2

Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se

mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do

profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e

se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam

uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

Usuaacuterios

III91 O meacutedico deixa

tempo suficiente para falar

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas

15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790

N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

meacutedico

20294 4848 15055 5426 19108 64731

III93 O enfermeiro deixa

tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789

119

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

enfermeiro

19273 4632 14302 5192 18217 61616

III914 Quando precisam

tirar duacutevidas apoacutes as

consultas sempre tem

facilidade para falar com

os profissionais que lhe

atenderam

9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626

N usuaacuterios que alguma

vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763

III510 Se quiserem

podem escolher a equipe

que lhe atende

5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241

III918 Sempre se sente agrave

vontade para falar com a

equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas

sociais familiares ou

outras questotildees

11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas

III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam

III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees

III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende

120

523 Discussatildeo

A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade

da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao

tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos

usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees

Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte

regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e

maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em

concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de

primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)

Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da

assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e

pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio

Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico

nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios

estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem

que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao

aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave

confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e

responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos

em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia

do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios

Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma

melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das

solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente

(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo

meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da

consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de

80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma

relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram

obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4

121

e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios

conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se

sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de

necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo

Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo

mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de

baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo

mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as

percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o

tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse

indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em

regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros

independente do grupo de regiotildees de sauacutede

A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a

longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e

mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se

que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa

indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios

Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais

respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais

Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees

da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais

tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do

local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de

capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)

Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas

possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e

maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do

profissional no desempenho do trabalho

A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante

discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-

estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo

122

garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das

cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma

abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos

profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade

Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar

considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na

classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica

Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional

A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade

diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e

disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre

o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento

que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a

avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)

Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)

nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que

aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem

positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um

registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por

exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio

Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe

que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios

respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser

excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre

isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes

de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo

portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo

do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for

permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de

profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo

do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos

profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta

de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de

123

pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio

assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo

compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica

Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos

usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute

interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e

Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser

obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para

pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos

importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras

palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio

de qualidade da APS

Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos

demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do

tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro

contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos

que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo

(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de

uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a

percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)

Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram

inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das

consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo

agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e

muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho

e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo

profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta

Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de

referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito

bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi

expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)

124

apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com

padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos

faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da

equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo

lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)

O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

longitudinalidade

Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)

Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente

125

53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE

A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do

paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB

Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo

capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees e resolutividade da AB

531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos

da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de

acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees

essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas

cirurgias

A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das

UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768

oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela

farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees

Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das

equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de

cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das

equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios

com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com

diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam

sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de

material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados

por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita

por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que

precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes

Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das

consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no

mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM

em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado

126

representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila

usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de

serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS

Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto

desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se

verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo

dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os

grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia

varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das

UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em

relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)

Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para

usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de

solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede

com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo

de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para

exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das

Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo

de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos

exames em tempo oportuno

A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2

com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de

ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235

das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que

possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas

Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)

Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da

maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1

com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que

realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5

(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas

684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos

127

disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos

nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem

consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada

em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu

caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de

material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de

procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I78 Ofertam consultas

meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916

I78 Ofertam consultas

de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971

I78 Ofertam consultas

odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768

I78 Dispensam

medicamentos pela

farmaacutecia

4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II166 Comprova

programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de grupos

prioritaacuterios de cuidado

continuado

3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788

II175 Solicitam exame

de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974

II176 Solicitam exame

de hemoglobina

glicosilada para DM

4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928

II179 Solicitam

mamografia para

mulheres entre 50 e 69

anos

4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979

II1710 Solicitam

sorologia para HIV no

preacute-natal

5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983

II203 Realizam coleta

de material para exames

de laboratoacuterio

1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526

II207 Realizam

procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631

128

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II208 Realizam

procedimento sutura de

ferimentos

1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308

II326 Possuem

mapeamento os usuaacuterios

adscritos que necessitam

receber cuidado no

domiciacutelio

3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III116 Fizeram a

maioria das consultas de

preacute-natal nesta UBS

2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698

III1416 Fizeram a

maioria das vacinas da

crianccedila nesta UBS

2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

III163 Fizeram a

maioria das consultas de

diabetes nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777

N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118

III153 Fizeram a

maioria das consultas de

HAS nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754

N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797

III106 Fizeram o exame

preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero nesta UBS

12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732

N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791

MEDIA 772 763 756 795 818 783

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

129

Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal

II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos

II175 Solicitam exame de creatininapara HAS

I78 Ofertam consultas deenfermagem

II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM

I78 Ofertam consultas meacutedicas

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo

I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia

I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS

III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS

II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS

II207 Realizam procedimentos na UBS

II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio

II208 Realiza procedimento sutura deferimentos

130

532 Resolutividade da AB

A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as

accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos

usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando

necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item

coordenaccedilatildeo do cuidado

A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente

resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil

963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista

valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior

561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos

profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450

do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do

farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do

ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra

A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das

equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e

necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das

ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade

suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio

baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios

afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis

Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe

sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram

facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que

os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades

Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees

de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados

que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo

DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os

menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com

690

131

Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com

valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se

maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria

profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com

menores percentuais de apoio em geral (454)

Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2

o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam

como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo

permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe

Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no

indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os

horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das

Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro

desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou

equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1

e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem

sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios

respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os

medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis

Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave

disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em

relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais

mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar

encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo

resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta

de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo

falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo

recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem

todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores

avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de

medicamentos

132

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade

da AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 UBS possuem

meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963

I35 UBS possuem

enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993

I35 UBS possuem

cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II122 Recebem apoio

do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561

II123 Recebem apoio

de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481

II123 Recebem apoio

de fisioterapeuta do

NASF

2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450

II123 Recebem apoio

de nutricionista do

NASF

2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436

II123 Recebem apoio

de assistente social do

NASF

2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376

II123 Recebem apoio

de farmacecircutico do

NASF

985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226

II123 Recebem apoio

de ginecologista do

NASF

712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138

II123 Recebem apoio

de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131

II123 Recebem apoio

de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108

II81 No municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo

profissionais da AB

3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812

II84 Quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo

permanente estas

contemplam as

demandas e

necessidades da equipe

2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613

II201 Recebem

medicamentos da

farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender

a populaccedilatildeo

3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677

II205 Realizam todas

as vacinas do calendaacuterio

baacutesico

4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

133

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III81 Quando satildeo

atendidos acham que a

equipe sempre busca

resolver suas

necessidades problemas

na proacutepria UBS

14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725

III181 Nunca falta

material ou

equipamento na UBS

que prejudique seu

atendimento

12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652

III922 Sempre

encontram facilidade

para saber os resultados

de seus exames

12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657

III 182 Quando o

profissional receita um

medicamento este estaacute

sempre disponiacutevel

6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306

III75 As orientaccedilotildees

que os profissionais

fornecem na UBS

sempre atendem suas

necessidades

10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 UBS possuem enfermeiro

I35 UBS possuem meacutedico

II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico

II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB

I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista

III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS

II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo

134

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

533 Discussatildeo

A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes

ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados

positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados

agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos

vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das

accedilotildees da AB

Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a

anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de

organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para

outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma

abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos

2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)

Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames

III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe

II122 Recebem apoio do NASF

III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades

III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel

135

usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de

profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta

de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de

visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo

Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim

como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em

relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam

resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios

conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas

em funccedilatildeo do risco identificado

Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM

mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30

de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato

em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse

resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta

Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-

se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na

maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS

esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de

sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta

chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa

oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que

sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a

657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo

visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados

regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios

de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para

exames

Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas

44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de

enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou

seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos

136

Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute

realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva

para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella

et al 2015)

Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de

medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos

usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram

uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como

em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e

achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o

cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor

aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional

seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos

e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram

realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave

hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela

centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade

de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade

Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre

medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20

das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e

significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi

baixo

O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014

Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por

exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas

compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores

discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas

poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees

mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam

os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de

50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et

al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias

137

profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais

ausentes

Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de

2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo

Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de

ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das

equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de

pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou

essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo

exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento

Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios

referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos

dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos

seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e

sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)

Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os

profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades

Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento

dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg

4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de

resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo

permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos

Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O

uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista

e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de

perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo

especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho

Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou

preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se

for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute

importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill

2004)

138

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta

de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com

menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos

humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma

Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de

funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos

(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5

Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou

melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB

Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as

unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para

grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede

mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida

pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim

etal 2004)

Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser

considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no

padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo

bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a

74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado

em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na

disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo

inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe

pelas diferentes categorias do NASF

O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

abrangecircnciaintegralidade

139

Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

140

54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO

A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria

coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver

necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial

(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais

e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de

ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os

serviccedilos (Almeida et al 2010)

Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de

fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica

541 Continuidade informacional

A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as

accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da

informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente

(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de

atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos

mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo

Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente

continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio

eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram

apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378

No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem

registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de

usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease

Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores

superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de

sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios

141

com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando

comprovaccedilatildeo

Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1

apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos

da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de

atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros

serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias

407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM

com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de

encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de

profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos

desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo

compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento

dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma

ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por

grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

EqAB

II145 Possui

prontuaacuterio eletrocircnico

implantado

64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140

II146 Possuem

prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com

outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110

II1831 Comprovam

existir fichas de

encaminhamento dos

usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852

II1721 Comprovam

manter registro dos

usuaacuterios de maior risco

encaminhados para

outros pontos de

atenccedilatildeo

1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378

II254 Possui registro

das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484

142

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

com maior

riscogravidade

II264 Possui registro

das pessoas com DM

com maior

riscogravidade

2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520

II2711 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660

II2811 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade

informacional por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

542 Ordenamento de fluxos assistenciais

O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos

definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade

II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade

II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado

II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo

143

atendidos pela AB

Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de

fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes

possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para

HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo

presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem

referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484

para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das

usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com

a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias

As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As

respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre

os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e

Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se

674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603

nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820

nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser

observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem

que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma

afirmaccedilatildeo

Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o

atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e

742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e

698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero

os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees

para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos

enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo

Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de

encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas

nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a

atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa

oferta de serviccedilos

144

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n N

EqAB

II173 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades

de encaminhamento

1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para preacute-

natal

3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para HAS

3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para DM

3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695

II184 Possuem

documentos contendo

as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo

municipal para os

atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da

equipe

2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de mama

2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de colo de uacutetero

2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para parto

1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterias

III1120 Na consulta

de preacute-natal jaacute saem

com a proacutexima consulta

marcada

1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616

III1122 Foram

orientadas sobre a

maternidade que fariam

o parto

1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466

N usuaacuterias com

crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595

145

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

543 Acesso a consultasexames especializados

A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a

coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o

serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando

necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e

organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave

rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao

cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do

cuidado (Almeida et al 2010)

Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a

consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central

para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de

exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das

equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das

equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS

III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada

II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto

III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto

II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento

146

usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair

da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute

marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam

sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em

relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e

489 coordenam para usuaacuterios com DM

Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de

espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave

consulta especializada

Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada

agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as

respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta

especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg

1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo

bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios

fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas

consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um

resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios

com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso

da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam

agraves equipes das Reg 5 (517)

O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente

vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou

posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede

de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos

especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com

HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um

papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede

de atenccedilatildeo

147

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames

especializados por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II182 Possui central

para marcaccedilatildeo de

consulta especializada

4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898

II182Possui central

para marcaccedilatildeo de

exames

4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868

II171 Quando o

usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser

encaminhado para

consulta especializada

jaacute sai da UBS com a

consulta agendada

829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262

II171 A consulta eacute

marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610

II256 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com HAS

2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492

II266 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com DM

2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III919 Quando

precisam os

profissionais da equipe

sempre conseguem

marcar uma consulta

com outros

profissionais ou

especialistas

8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas saem da

UBS com a consulta

agendada

1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas a consulta

eacute marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465

148

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n N usuaacuterios que

alguma vez precisou

marcar consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o

atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada

pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores

o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al

2010)

Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que

foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada

II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames

III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio

II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS

II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM

III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada

149

A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade

para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo

pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas

com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia

contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das

equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em

431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros

profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento

A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo

institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os

extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a

existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e

Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento

pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos

reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)

com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos

nas Reg 1

Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa

a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A

institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos

serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas

percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia

inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II186 Fizeram contato

com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670

II187 Foram contatadas

por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485

II188 Possuem fluxo de

comunicaccedilatildeo

institucionalizado entre

AB e AE

1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498

150

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE discussatildeo de

casos

684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas

476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE telessauacutede

266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE ficha de

referecircncia

contrarreferecircncia com

histoacuteria detalhada e

sugestotildees de conduta

1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412

II1811 Possuem uma

lista de contatos na UBS

com os especialistas da

rede SUS

1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III921 Depois que

foram atendidos por

outros profissionais fora

da UBS a EqAB sempre

conversou sobre o

atendimento

5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401

N usuaacuterios que alguma

vez precisou marcar

consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

151

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta

entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

545 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em

linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que

abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos

de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e

AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo

Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos

paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de

medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de

sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013

Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo

integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida

em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)

Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita

Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)

Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II186 Fizeram contato com especialistas

II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE

II187 Foram contatadas por especialistas

II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede

152

cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da

melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado

O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era

pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o

atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico

de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo

possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se

dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o

atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados

havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os

mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema

de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do

cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos

desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande

desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo

baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo

profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a

criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da

credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista

promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a

continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et

al 2007 174)

Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade

informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca

de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica

possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma

forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente

considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de

profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos

resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de

fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de

metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de

pessoas com tuberculose e hanseniacutease

Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da

coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de

cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de

integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na

pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos

achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por

meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes

153

participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al

2014)

Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba

(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da

coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados

ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de

exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na

operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de

comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade

das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que

caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui

fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de

referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade

apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os

equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010

Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de

Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para

APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS

Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente

disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia

e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico

Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos

municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do

prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a

implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada

aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de

funccedilatildeo de filtro da APS

A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente

relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se

revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de

marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros

estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas

especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS

154

informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos

municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)

Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos

da metade das equipes coordenam as filas de espera

Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a

funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais

pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para

encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos

serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia

mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com

residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram

melhores resultados no conjunto de atributos da APS

Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos

assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar

atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e

em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim

processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70

das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais

expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas

Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave

disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees

mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute

ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre

a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e

definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo

municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo

dos profissionais

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados

problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local

organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos

155

especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os

resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo

entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um

pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e

pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas

encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos

vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de

accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional

Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o

atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das

respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8

indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no

padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em

padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os

indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames

especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute

dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa

comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e

mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que

necessitam

O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

coordenaccedilatildeo

156

Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Ordenamento defluxos assistenciais

Acesso agraveconsultasexamesespecializados

Continuidadeinformacional

Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE

157

55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades

da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de

sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o

enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de

sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)

Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo

entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a

fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram

definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social

551 Territorializaccedilatildeo

O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes

no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da

populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse

territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao

usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade

Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na

meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia

definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das

equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de

334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e

apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para

essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas

Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos

uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees

de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765

estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais

sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas

Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute

273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob

158

sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas

positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute

compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto

necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a

gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio

DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)

Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As

Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade

de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de

abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os

piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio

a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo

descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas

para o planejamento das accedilotildees

Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca

de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio

quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute

uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os

profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois

menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 Possuem 4 ou

mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II133 Existe

definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia

4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977

II137 Existe

populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno

1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334

159

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

do territoacuterio

II131 Existe ateacute

3500 pessoas sob sua

responsabilidade

3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641

II132 A gestatildeo

considerou criteacuterios

de risco e

vulnerabilidade para

a definiccedilatildeo de

quantidade de

pessoas sob sua

responsabilidade

2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539

II134 Possuem

mapas com desenho

do territoacuterio de

abrangecircncia

3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844

II136 Nos uacuteltimos

12 meses realizou

mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia

2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607

II910 Realizam

monitoramento e

anaacutelise dos

indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810

II92 Realizam

algum processo de

levantamento de

problemas

3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795

II94 Estabelecem

um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III88 Durante as

consultas os

profissionais da

EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees

adequadas a sua

realidade

9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

160

Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

552 Intersetorialidade

A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao

conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a

fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a

responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield

2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar

uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas

puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos

para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades

considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola

(PSE)

A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados

sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades

considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas

192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes

possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749

das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa

Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 Possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia

II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede

II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas

II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo

II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade

II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio

161

cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de

realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com

implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas

sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis

do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os

itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre

os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam

suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a

483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg

2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com

sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel

desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio

Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam

busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser

considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social

Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das

famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso

pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias

eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF

A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente

no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para

menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento

considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos

equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em

parceria

162

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II114 Planejam suas

atividades considerando

o envolvimento de

outros setores de sua

aacuterea (intersetorialidade)

2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas

de risco (aacutereas de

violecircncia com precaacuterias

condiccedilotildees sanitaacuterias

zonas de risco como

encostas morros e

loteamentos irregulares)

837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

(comeacutercios locais

igrejas escolas e outros)

2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458

II331 Realizam busca

ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para

cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749

II3331 Comprovam

existecircncia de mapa de

acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492

II3821 Comprovam

registro de atividades na

escola

3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II314 Nos territoacuterios

com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas

sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807

N EqAB que possuem

cisternas no territoacuterio

de atuaccedilatildeo

3191 588 1407 437 1371 6994

MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

163

Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

553 Participaccedilatildeo social

A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede

que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em

sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise

foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e

canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses

espaccedilos

Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo

social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS

segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883

dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os

usuaacuterios

Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios

conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um

retorno rapidamente

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia

II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)

II3821 Comprovam registro de atividades na escola

II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)

164

Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo

dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694

possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves

demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa

variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os

usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas

Reg 2 e 637 nas Reg 1

Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que

espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos

nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta

dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se

deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos

espaccedilos de interaccedilatildeo

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo

social por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

EqAB

II355 Existe conselho

local de sauacutede ou

instacircncia colegiada

equivalente

2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592

II341 Dispotildeem de

canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios

expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na AB

3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731

II351 Realizam

pesquisa de satisfaccedilatildeo

dos usuaacuterios

2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368

II354 Consideram a

opiniatildeo do usuaacuterio para

a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III191 Quando

querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496

165

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS conseguem

III192 Quando

fizeram alguma relaccedilatildeo

ou sugestatildeo

rapidamente tiveram

um retorno

1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236

N usuaacuterios que

precisaram fazer

reclamaccedilatildeo ou

sugestatildeo na UBS

6393 1686 5158 1919 7505 22661

MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

554 Discussatildeo

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos

componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou

resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool

demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006

Turci et al 2016)

Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho

II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente

III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios

III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno

166

positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram

como negativa (Elias et al 2006)

Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a

orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs

atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas

Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios

profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias

profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)

Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos

de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo

escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa

Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no

seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de

pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000

pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a

populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo

de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo

descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de

cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai

desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior

agrave norma brasileira

A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo

(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de

criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento

da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes

Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e

gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem

para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS

entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente

dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na

perspectiva das redes de atenccedilatildeo

Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de

167

sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um

componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade

uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de

obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede

de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do

territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008

143)

Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao

contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos

privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das

necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)

Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais

assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial

(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados

mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et

al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o

potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem

concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e

sustentabilidade das accedilotildees

A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo

intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)

destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de

sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como

resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees

intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos

Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da

intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas

gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)

importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas

dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)

Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos

indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel

do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes

cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

168

intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e

setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos

problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas

organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula

2006 Inojosa e Junqueira 1997)

Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele

gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos

processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando

posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface

entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos

institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias

de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede

(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)

Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para

os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80

relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio

instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de

13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em

outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos

nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)

Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da

participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais

sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas

instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa

resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute

um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo

popular (Bispo Junior e Martins 2014)

Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os

problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como

um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os

existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os

desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social

das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos

169

sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da

melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um

novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da

efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)

Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou

melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a

indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave

territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo

influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes

completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento

da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes

natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais

sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social

Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia

para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se

apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se

expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no

padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos

indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para

reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se

concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

orientaccedilatildeo para a comunidade

170

Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalTeritorializaccedilatildeo

Participaccedilatildeo social

Intersetorialidade

171

56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA

O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica

familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser

avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia

disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos

membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das

variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de

variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita

domiciliar como forma de abordagem familiar

Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo

as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e

acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual

561 Abordagem familiar

Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas

de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees

relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do

prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio

Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem

familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios

por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo

realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias

com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960

registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495

dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios

recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede

Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees

de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta

(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2

agregam em geral os piores resultados

Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em

relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de

172

sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que

envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

EqAB

II1411 Comprovam

que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados

por nuacutecleos familiares

4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787

II321 Outros membros

da equipe aleacutem dos ACS

realizam visita

domiciliar

5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996

II323 Visitam as

famiacutelias com

periodicidade distinta

de acordo com avaliaccedilatildeo

de risco e

vulnerabilidade

4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930

II3211 Registram as

consultas ou

atendimentos realizados

no domiciacutelio

4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III912 Profissionais da

EqAB perguntam sobre

seus familiares

10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495

III923 Recebem visita

do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851

III924 Recebem visita

de outros profissionais

de sauacutede

6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

173

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

562 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees

possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos

apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo

agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)

Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra

altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados

foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a

territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al

2013)

Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram

as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90

das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em

geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva

et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como

quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de

domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar

II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio

II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

III923 Recebem visita do ACS

II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares

III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares

174

informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e

marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o

ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita

Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)

tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos

usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves

competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica

diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares

com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros

aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse

sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo

com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e

vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados

interessantes

Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser

realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos

ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente

dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o

profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de

trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria

profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo

na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que

envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os

conflitos familiares (Campos e Matta 2007)

Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de

sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo

com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo

Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos

familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse

indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva

(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute

insatisfatoacuteria

175

Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e

insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o

prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia

Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas

prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos

sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais

membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais

direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)

Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se

que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos

municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o

preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar

intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira

et al 2008)

Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito

nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se

relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios

ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados

(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do

cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o

que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de

informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as

relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro

domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma

nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro

Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar

baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute

deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo

dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos

profissionais que envolva a famiacutelia como um todo

Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o

atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou

em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se

localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na

176

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na

famiacutelia

Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem familiar

177

57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL

A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos

grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees

sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)

O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica

individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al

2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo

para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e

as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como

complementares (Targa e Oliveira 2012)

571 Abordagem cultural

De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem

competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas

conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a

adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as

possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos

A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a

abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes

ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais

para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave

essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se

sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e

religiatildeo

No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares

que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor

nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das

Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227

das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas

Reg 5

Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a

178

anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria

poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados

apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais

Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em

especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e

complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das

equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II391 Realizam accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo

rural assentados e

quilombolas de acordo

com as especificidades e

demandas do grupo

2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322

II392 Atendem a

populaccedilatildeo rural

assentada e quilombola

974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116

II301 Oferecem o

serviccedilo de praacuteticas

integrativas e

complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III76 Sempre se

sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo

aos seus haacutebitos

culturais costumes e

religiatildeo

18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

179

Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

572 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados

observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo

positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise

da interculturalidade

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como

a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma

dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses

indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e

quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores

percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas

Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo

Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos

aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo

II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo

II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio

180

do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar

registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas

No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e

discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para

mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se

referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e

resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque

cultural (Gonzaacutelez et al 2014)

Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as

que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as

praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia

com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas

convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do

Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de

tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de

medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em

conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta

compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos

usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular

brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)

Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com

foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em

sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as

estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e

racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC

na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir

as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre

cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas

medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)

Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o

atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se

181

expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo

grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre

respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia

cultural

Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem cultural

182

58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB

A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por

atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto

possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os

atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos

nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas

consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos

Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em

relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas

variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal

modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo

baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento

familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama

hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo

1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo

portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos

como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista

Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de

qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis

existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das

variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da

Unidade de Sauacutede

Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em

temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da

equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da

equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o

planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e

referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo

nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe

de Atenccedilatildeo Baacutesica

No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de

variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao

183

ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal

e sauacutede da crianccedila

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica

Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as

UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando

13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram

ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados

entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS

analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425

usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do

ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados

tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o

que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o

dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2

Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do

PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como

Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios

outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas

iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos

entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao

Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e

aprofundamento

Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel

compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo

Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas

introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo

entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo

comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99

estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram

listadas nas tabelas

184

A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro

contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo

2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de

19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no

ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades

de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para

atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento

no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que

funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de

semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram

como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em

relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a

implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de

578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com

relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo

acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)

Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados

superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de

640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios

913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os

profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia

qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer

hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116

para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir

(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar

consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de

urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A

variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no

ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso

necessite (891)

Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e

ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na

AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional

185

de acesso

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de

atendimento6

13052 949 12810 986 23766 988

I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978

I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816

I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de

semana 1641 119 555 43 1243 52

N UBS 13749 12985 24055

Usuaacuterios

III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta

UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857

III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute

perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Acolhimento

EqAB

II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na

UBS 13255 801 14857 977 28866 969

N EqAB 16541 15208 29778

II159 e II1218 Os profissionais que fazem o

acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios

7660 578 10259 691 18937 656

N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866

Usuaacuterios

III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a

UBS sem ter hora marcada conseguem ser

escutados

43453 789 30476 858 57665 853

III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a

forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824

N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora

marcada 55077 35507 67570

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 e II126

Comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute

reserva de vagas para atendimento no mesmo dia

10585 640 13425 883 25321 850

II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

grupo de atendimento programado na UBS ele

consegue sair com a consulta marcada

13800 834 13878 913 26697 897

II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na

UBS em qualquer dia da semana em qualquer

horaacuterio

9172 555 9310 612 17863 600

6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo

comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste

estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2

186

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a

qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598

III61 e III61 Para marcar consulta na UBS

marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS

mas tem que pegar ficha

15314 234 13452 230 26438 231

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e

para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

19984 306 14262 244 27718 242

III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede

marca a consulta

7602 116 11207 192 22493 196

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser

feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470

N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

EqAB

II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III77 O senhor(a) conta com esta unidade para

algum atendimento de urgecircncia caso necessite

- - 23824 891 43870 888

N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de

urgecircncia 26734 49419

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel exclusiva do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

187

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse

tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram

variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave

lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade

de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio

Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados

inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual

menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e

somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou

natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento (de 429 para 480)

No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve

resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila

pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I71 e I81

I73 e I82

I74 e I85

I76 e I82

III57 e III57

III52 e III52

II151 e II121

II159 e II1218

III71 e III73

III74 e III72

II15141 e II126

II1517 e II129

II1612 e II1212

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III62 e III62

II158 e II128

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

188

usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e

problemas (de 547 para 677)

Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os

resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados

ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre

o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em

relaccedilatildeo ao padratildeo esperado

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

EqAB

II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais

em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420

II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734

N EqAB 16541 12985 29778

Usuaacuterios

III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587

III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III916 e III99 Quando interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os procuram para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

14082 429 12434 480 23433 464

N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento

ou faltou a consulta 32828 25887

50527

III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

(viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente

para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615

III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou

problemas

48641 789 48624 832 94806 827

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615

III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas

apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar

com os profissionais que lhe atenderam

29912 626 26346 638 50057 627

189

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826

III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras questotildees

35796 547 39568 677 76592 668

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do

total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel

equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se

referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de

todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta

de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos

profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II35 e II35

II325 e II147

III97 e III93

III99 e III94

III916 e III99

III145 eIII171

III91 e III91

III93 e III92

III914 e III97

III918 e III87

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

190

accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na

UBS em geral natildeo puderam ser comparadas

Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores

resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de

medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas

a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os

indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)

nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos

prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas

mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios

a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS

Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer

de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que

pode indicar algum tipo de erro no banco de dados

Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte

dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que

consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de

725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS

(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)

Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro

aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias

meacutedicas

Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de

exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento

sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no

instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto

poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a

experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no

instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os

191

resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da

metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo

entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978

I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993

I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782

I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela

farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781

I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II1661 e II131

Comprova programar

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

13037 788 13793 907 26605 893

II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para

HAS 16107 974 14908 980 29037 975

II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina

glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921

II179 e II151 Solicitam mamografia para

mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908

II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no

preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972

II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de

ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424

II326 e II284 Possuem levantamento

mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

11633 703 11367 747 21150 710

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas

de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas

de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830

N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557

III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas

de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786

N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994

III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de

cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112

N usuaacuterias 50791 46210 91203

Resolutividade

UBS

I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972

I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995

I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

192

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

II122 e II95 Recebem apoio do NASF

10635 643 9301 612 17157 576

II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta

do NASF 7446 450 8149 536 14993 503

II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do

NASF 7206 436 5936 390 10665 358

II123 e II332 Recebem apoio de assistente social

do NASF 6219 376 6463 425 11850 398

II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do

NASF 3744 226 4185 275 7012 235

II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do

NASF 2290 138 1564 103 2850 96

II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do

NASF 2173 131 1622 107 3017 101

II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do

NASF 1782 108 1485 98 2741 92

II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889

II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as demandas e

necessidades da equipe

10195 613 9443 621 17193 577

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a

equipe sempre busca resolver suas necessidades

problemas na proacutepria UBS

47391 725 31407 538 60393 527

III 182 e III231 Quando o profissional receita

um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do

ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

193

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100I78 e I86

I78 e I86I78 e I86

I78 e I86

I78 e I86

II166 e II131

II175 e II151

II176 e II151

II179 e II151

II1710 e II152

II208 e II172

II326 e II284

III116 e III133

III163 e III212

III153 e III202III106 e III127I35 e I33

I35 e I33

I35e I33

II123 e II95

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II81 e II71

II84 e II710

III81 e III81III 182 e III231

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do

ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36

indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco

especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo

1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1

A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB

obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados

sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das

equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia

da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo

do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel

observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem

194

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se

apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com

melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco

encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das

pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro

de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode

indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes

centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto

agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um

leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado

visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da

agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o

instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a

organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de

atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do

esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com

apoio do NASF

Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de

comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre

profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo

instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para

especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece

similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado

pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de

marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes

indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a

AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no

questionaacuterio do ciclo 27

7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido

motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer

195

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1

e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Continuidade informacional

EqAB

II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico

implantado 2322 140 2601 171 4133 139

II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo

1825 110 2171 143 3337 112

II1721 e II146

Comprovam manter registro

dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

6258 378 9936 653 18018 605

II254 e II146 Possui registro das pessoas com

HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565

II264 e II146 Possui registro das pessoas com

DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545

II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485

II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334

N EqAB 16541 15208 29778

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de

estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal

12377 748 11886 782 21763 731

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para HAS

11483 694 10626 699 19091 641

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para DM

11502 695 10642 700 19066 640

N EqAB 16541 15208 29778

II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a

outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo

- - 6226 669 11042 644

N Eq NASF 9301 17157

Usuaacuterias

III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute

saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695

III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a

maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Acesso a consultasexames especializados

EqAB

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada jaacute sai da

UBS com a consulta agendada

4334 262 4811 316 8234 277

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada a consulta

eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

10084 610 9164 603 16932 569

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157

196

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II145 e II113

II146 e II114

II1721 e II146

II254 e II146

II264 e II146

II2711 e II2131

II2811 e II2211

II174 e II144

II174 e II144

II174 e II144

III1120 e III1322

III1122 e III1324

II171 e II141

II171 e II141

III920 e III101

III920 e III101

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas saem da UBS com a

consulta agendada

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada

pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

22114 465 15515 459 27797 435

N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas

com especialistas 47599 33767 63879

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos

especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou

na maioria das vezes

- - 5365 353 10134 340

II188 Monitora as gestantes que tiveram parto

atraveacutes da contra referecircncia da maternidade

- - 3302 217 5611 188

N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

197

Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente

no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos

24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o

envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos

sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se

apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os

resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes

afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da

quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso

916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909

(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede

nos uacuteltimos 12 meses

Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores

ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes

538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com

cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave

participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com

os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no

ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores

de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo

os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor

anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e

qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade

198

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash

comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n N n

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979

II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB

no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320

II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de

pessoas sob sua responsabilidade

8923 539 10063 662 18452 620

II134 e II103 Possuem mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885

II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da

EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade

32010 490 37015 634 70987 619

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Intersetorialidade

EqAB

II3331 e II272

Comprovam existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

8140 492 11161 734 20751 697

II3821 e II3021Comprovam registro de atividades

na escola 8901 538 10467 688 19053 640

N EqAB 16541 15208 29778

II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de

cisternas

5641 807 6082 982 12116 980

N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou

instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566

II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

12095 731 12863 846 23528 790

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e

II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de

satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

6092 368 11160 734 20017 672

II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III191 e III241 Quando querem fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491

III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou

sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263

N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS 22661 16720 32571

199

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por

variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que

dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel

equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados

se apresentaram de forma similar

Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na

famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema

e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos

piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

nas consultas (509)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I35 e I33

II133 e II102

II137 e II105

II132 e II101

II134 e II103

II910 e II84

III88 e III89

II3331 e II272

II3821 eII3021

II314 e II318

II355 e II296

II341 e II292

II351 e II291

II354 e II295

III191 e III241

III192 e III242

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

200

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre

os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

EqAB

II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810

II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos

ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943

II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade

15381 930 14719 968 28432 955

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam

sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497

III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829

III924 e III112 Receberam visita de outros

profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100II1411 e II1111

II321 e II131

II323 e II281

III912 e III96

III923 e III111

III924 e III112

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

201

questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos

apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse

atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa

temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a

equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem

de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg

ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado

poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a

atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido

positivamente por apenas 145 das equipes

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em

niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam

atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116

respectivamente

Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2

se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento

Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos

populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de

observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute

limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

EqAB

II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a

populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com

as especificidades e demandas do grupo

5319 322 5953 391 12016 404

II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e

quilombola 1911 116 5583 367 11347 381

II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os usuaacuterios do

territoacuterio

3104 188 3541 233 5666 190

II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de

sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras

benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras

- - 1167 77 2288 77

202

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de

educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e

complementares para a equipe

- - 2208 145 3414 115

N EqAB 15208 29778

Usuaacuterios

III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes e religiatildeo

59046 903 51698 885 100807 880

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da

qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas

para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na

uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores

do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs

observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes

0102030405060708090

100II391 e II311

II392 e II313

II301 e II251

III76 e III88

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

203

brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade

entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes

entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o

funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos

em relaccedilatildeo aos atributos derivativos

A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos

permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos

organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes

204

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES

Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do

fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em

rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte

estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior

qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e

potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos

problemas de sauacutede

Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da

APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da

APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo

do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS

de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar

e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave

rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a

organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo

social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do

territoacuterio

Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo

de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma

rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo

intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da

heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo

da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama

de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva

Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um

primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS

um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada

grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um

terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e

2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do

instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por

desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos

205

usuaacuterios

Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e

execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A

avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior

amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento

de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do

PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e

os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-

AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por

Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem

de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo

comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS

abrangente

Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a

apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das

quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens

especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a

qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede

fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de

trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade

do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das

equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos

da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-

meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)

A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a

PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus

princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e

viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado

longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em

206

equipe multiprofissional (Brasil 2013a)

Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos

compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa

Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo

sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e

desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF

Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo

agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis

Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os

programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees

propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos

foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)

Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O

primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na

perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de

variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no

atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes

de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas

Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de

profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido

observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos

atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade

Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos

profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um

exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto

mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a

afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na

percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto

foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O

atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O

horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto

207

ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes

relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse

acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo

foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de

consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores

de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios

de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta

na AB

Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento

agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores

resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no

conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)

O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios

tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio

falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo

apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais

e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo

e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao

profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se

no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os

piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do

cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em

consultas anteriores e escassa busca ativa)

Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no

grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das

limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade

208

Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de

baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um

comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse

grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas

apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar

sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do

cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo

com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1

sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o

viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo

necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave

indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente

a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio

O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados

no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de

consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios

mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de

atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito

bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de

padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave

equipe pelas diferentes categorias do NASF

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave

oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a

integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta

de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-

dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os

resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma

variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio

desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)

O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais

atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames

209

especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de

referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso

dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom

esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de

centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de

padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional

ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE

Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora

do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo

entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos

resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas

(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes

das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se

destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos

percentuais nas Reg 2

Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do

PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes

e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave

disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo

importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco

normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo

consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo

muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo

de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com

outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca

variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os

piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5

foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos

210

de participaccedilatildeo social

No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no

instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar

assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma

abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados

desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os

profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas

A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento

similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas

regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os

melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores

resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro

de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5

O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados

apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta

de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila

entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em

saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que

depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no

territoacuterio dos municiacutepios

Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam

que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados

principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas

referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as

regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os

piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas

integrativas e complementares

As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo

211

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores

resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute

porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)

As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no

atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando

que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do

cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede

foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em

virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de

atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas

especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica

Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a

gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente

nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a

coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg

5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o

atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente

Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e

meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria

dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade

centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes

das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia

cultural

Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e

meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o

conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e

orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na

famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia

cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo

Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os

212

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da

relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees

menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os

resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de

planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso

dos serviccedilos de APS

Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do

Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a

concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o

Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou

maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1

representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees

brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um

mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a

organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a

organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional

Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas

equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto

de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados

em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de

governabilidade das proacuteprias equipes

Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no

atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em

qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de

acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo

apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na

integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a

disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi

213

menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas

especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de

consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato

institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento

foram excluiacutedos do novo instrumento

Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a

orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos

indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais

adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos

indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia

cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do

instrumento

Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as

anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se

pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de

atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da

cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento

que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as

reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as

peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais

heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de

qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam

Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor

qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

214

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227

ANEXOS

ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB

Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS oferece a

populaccedilatildeo

Dois turnos ou trecircs

turnos

de UBS que oferecem dois ou mais turnos

de atendimento agrave populaccedilatildeo

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na

semana

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou

mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

Sim de UBS que oferecem atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de

funcionamento desta unidade atende agraves suas

necessidades

III 52 O que o(a) senhor(a) acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade

de Sauacutede

Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da

sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado

o acolhimento na UBS

II154 Todos os usuaacuterios que chegam

agrave UBS espontaneamente buscando

atendimento tem suas necessidades

escutadas e avaliadas

Sim de EqAB que afirmam que todos os

usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede

espontaneamente buscando atendimento tecircm

suas necessidades escutadas e avaliadas

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam que os profissionais

que fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o(a)

senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria

das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer problema

conseguem ser escutados(as)

III74 O que o(a) senhor(a) acha

sobre a forma como eacute

acolhidorecebido ao procurar o

serviccedilo

Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou

bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)

ao procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja recomendaacutevel o

agendamento para outro dia haacute

reservas de vagas para atendimento no

mesmo dia

Sim de EqAB que comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia

haacute reserva de vagas para atendimento no

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja

o caso de agendar no dia e o usuaacuterio

natildeo faccedila parte de algum grupo que

Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees

em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o

usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que

228

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

possui atendimento programado na

UBS ele consegue sair dessa unidade

com a consulta marcada

possui atendimento programado na unidade

de sauacutede ele consegue sair desta unidade

com a consulta marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

Em qualquer dia da

semana em

qualquer horaacuterio

de EqAB que afirmam que as consultas

satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da

semana em qualquer horaacuterio

III61 Na maioria das vezes como

o(a) senhor(a) faz para marcar

consulta na unidade de sauacutede

Vai agrave unidade e

marca atendimento

a qualquer hora

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora

e marcam o atendimento

Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS marcam por telefone

Vatildeo a UBS mas

tem que pegar

ficha

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que

pegar ficha

Vatildeo a UBS e para

pegar ficha eacute

necessaacuterio fazer

fila antes da UBS

abrir

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar

ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS

abrir

O ACS marca a

consulta

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS o ACS marca a consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Todos os dias da

semana

de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo

de consultas pode ser feita todos os dias da

semana

Atendimento de

urgecircnciaemergecircncia

II158 A equipe realiza atendimento

de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

III78 Onde o(a) senhor(a) procurou

atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de

urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas

Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente

II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)

atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos

ou mais em sua equipe

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

Hipertensos

faltosos

de EqAB que afirmam que nas visitas

domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos

hipertensos faltosos

III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo meacutedico

Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS

III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo enfermeiro

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se

do que aconteceu nas uacuteltimas consultas

do(a) senhor(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas

consultas

III916 Quando o(a) senhor(a)

interrompe o tratamento por algum

motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta

UBS os profissionais procuram o(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando

interrompem o tratamento por algum motivo ou

natildeo comparecem agrave consulta na UBS os

profissionais os procuram para saber o que

229

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

senhor(a) para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento

aconteceu e retomar o atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias

de vida (primeira semana)

Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez

uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode

escolher a equipe que lhe atende

Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem

podem escolher a equipe que lhe atende

III91 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa

tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro

deixa tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o(a) senhor(a) precisa

tirar duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre

tem facilidade para falar com os profissionais

que lhe atenderam

III918 O(a) senhor(a) se sente agrave

vontade para falar com a equipe sobre

suas preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou

outras questotildees

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

Consultas

meacutedicas

de UBS que ofertam consultas meacutedicas

Consultas de

enfermagem

de UBS que ofertam consultas de

enfermagem

Consultas

odontoloacutegicas

de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas

Dispensaccedilatildeo de

medicamentos

pela farmaacutecia

de UBS que dispensam medicamentos pela

farmaacutecia

Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

Sim de EqAB que afirmam programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

Creatinina

de EqAB que afirmam solicitar exame de

creatinina para HAS

II176 Quais os exames solicitados

para DM

Hemoglobina

glicosilada

de EqAB que afirmam solicitar exame de

hemoglobina glicosilada para DM

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia

para mulheres entre 50 e 69 anos

230

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

Sorologia para

HIV

de EqAB que afirmam solicitar sorologia

para HIV no preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

material para exames de laboratoacuterio

Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de

material para exames de laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

procedimentospequenas cirurgias

II208 A EqAB realiza os seguintes

procedimentos pequenas cirurgias

Sutura de

ferimentos

de EqAB que afirmam realizar sutura de

ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

Sim de EqAB que afirmam possuir

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adscritos que necessitam receber cuidado no

domiciacutelio

III1416 Em que local foram feitas a

maioria das vacinas da crianccedila

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das vacinas da crianccedila na UBS

III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos

seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de HAS na UBS

III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos

uacuteltimos seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de diabetes na UBS

III106 A Senhora faz o exame

preventivo do cacircncer do colo do uacutetero

(exame papanicolau) nesta Unidade de

Sauacutede

Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame

preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria

das consultas de preacute-natal na UBS

Resolutividade

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

1 ou mais

meacutedicos

de UBS que possuem meacutedico

1 ou mais

enfermeiros

de UBS que possuem enfermeiro

1 ou mais

cirurgiotildees-

dentista

de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista

II122 Quem realiza apoio agrave equipe de

atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos

considerados complexos

NASF de EqAB que afirmam receber apoio de

profissionais do NASF

II123 Equipes que recebem apoio dos

seguintes profissionais do NASF

Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de

psicoacutelogo do NASF

Fisioterapeuta

de EqAB que afirmam receber apoio de

fisioterapeuta do NASF

Nutricionista

de EqAB que afirmam receber apoio de

nutricionista do NASF

Assistente Social

de EqAB que afirmam receber apoio de

assistente social do NASF

Farmacecircutico

de EqAB que afirmam receber apoio de

farmacecircutico do NASF

Ginecologista

de EqAB que afirmam receber apoio de

ginecologista do NASF

Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de

pediatra do NASF

231

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de

psiquiatra do NASF

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo

profissionais da AB

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos

da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a

populaccedilatildeo

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Sim de EqAB que afirmam realizar todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a equipe

busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS acham que a equipe sempre

busca resolver suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando

procuram atendimento na UBS nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu

atendimento

III922 O(a) senhor(a) encontra

facilidade para saber dos resultados dos

seus exames que chegam nesta unidade

de sauacutede

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre

encontram facilidade para saber os resultados de

seus exames

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel na UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o

profissional receita um medicamento este

sempre estaacute disponiacutevel

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na UBS

atendem suas necessidades

Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees

que os profissionais fornecem na UBS sempre

atendem suas necessidades

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio

eletrocircnico implantado

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio

eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da

rede de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam existir fichas de

encaminhamento dos usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam manter registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com

hipertensatildeo arterial sistecircmica com

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com HAS com maior riscogravidade

232

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

maior riscogravidade

II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com diabetes

mellitus com maior riscogravidade

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade

II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de prioridades de

encaminhamento

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas

para

Preacute-natal

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

preacute-natal

HAS

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

HAS

DM de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

DM

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para

os atendimentos dos usuaacuterios do

territoacuterio da equipe

Sim de EqAB que afirmam possuir documentos

contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela

gestatildeo municipal para os atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de mama

Cacircncer de colo

de uacutetero

de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero

Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para parto

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima consulta

marcada

Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de

preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta

marcada

III1122 A senhora foi orientada sobre

o lugar (maternidade) que faria o parto

Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada

sobre a maternidade que fariam o parto

Acesso agrave consultasexames

especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

Marcaccedilatildeo de

consulta

especializada

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de consulta especializada

Marcaccedilatildeo de

exames

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de exames

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

O paciente sai da

UBS com a

consulta

agendada

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada jaacute sai da UBS com

a consulta agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e a data

posteriormente

informada ao

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada a consulta eacute

marcada pela UBS e a data posteriormente

informada ao paciente

233

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

paciente

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com DM

III919 Quando o senhor precisa os

profissionais da equipe conseguem

marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam os profissionais da equipe sempre

conseguem marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

III920 Quando o senhor eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

outros profissionais ou especialistas o

que acontece

Sai da UBS com

a consulta

agendada

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas saem da UBS com a consulta

agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e depois

informada ao

usuaacuterio

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e

depois informada

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos

AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato

com especialistas

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas

por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Discussatildeo de

casos

de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de

casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo

entre AB e AE

Reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas da

rede

de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees

teacutecnicas com especialistas como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Telessauacutede

de EqAB que afirmam possuir telessauacutede

como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre

AB e AE

Ficha de

referecircncia

contra-referecircncia

de EqAB que afirmam possuir ficha de

referecircnciacontra-referecircncia como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II1811 Haacute uma lista de contato na

UBS com os especialistas da rede SUS

com telefones eou e-mail

Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de

contatos na UBS com os especialistas da rede

SUS

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros profissionais fora

da UBS a equipe conversou com o

senhor sobre este atendimento

Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que

foram atendidos por outros profissionais fora da

UBS a EqAB sempre conversou sobre o

atendimento

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia

e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

234

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de

aacuterea de abrangecircncia

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas de

responsabilidade da equipe

Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500

pessoas sob sua responsabilidade

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de

risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo

da quantidade de pessoas sob

responsabilidade da equipe

Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo

considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade

II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui mapas com desenho do territoacuterio

de abrangecircncia

Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o uacuteltimo

mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da

equipe

Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses

II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

Sim de EqAB que afirmam realizar

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe

realizou algum processo de

levantamento de problemas

Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12

meses realizou algum processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um

plano de accedilatildeo

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as

consultas os profissionais da EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando o

envolvimento de outros setores

(intersetorialidade) que atuam na sua

aacuterea

Sim de EqAB que afirmam planejar suas

atividades considerando o envolvimento de

outros setores (intersetorialidade) que atuam na

sua aacuterea

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais

itens

Sinalizaccedilatildeo de

aacutereas de risco

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de

risco

Sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos

sociais

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis

para cadastramento do Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de

famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 Haacute mapa de acompanhamento

das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

Sim de EqAB que comprovam existir mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

II3821 A equipe realiza e registra as

atividades realizadas na escola

Sim de EqAB que comprovam realizar atividades

na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da aacutegua

Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem

accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das

235

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

de cisternas cisternas

Participaccedilatildeo Social

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

Sim de EqAB que afirmam existir conselho local

de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de

comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor consegue

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS

conseguem

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente

de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram

alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente

tiveram um retorno

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem familiar

II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios

da equipe de AB satildeo organizados por

nuacutecleos familiares

Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios

dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

Sim de EqAB que afirmam que outros membros

da equipe aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

Sim de EqAB que afirmam visitar com

periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco

e vulnerabilidade

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Sim registra em

prontuaacuterio

Sim registra em

ficha proacutepria

de EqAB que afirmam registrar as consultas

ou atendimentos realizados no domiciacutelio

III912 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus

familiares

Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

da EqAB perguntam sobre seus familiares

III923 O seu Agente Comunitaacuterio de

Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na

sua casa

Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do

ACS

III924 Outros profissionais da equipe

de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor

(a)

Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros

profissionais de sauacutede

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

236

Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas de acordo com as especificidades e

demandas do grupo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombola

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

III76 O(a) senhor(a) se sente

respeitado pelos profissionais em

relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes sua religiatildeo

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes e religiatildeo

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

237

ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB

Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 Quantos turnos de funcionamento

esta UBS oferece a populaccedilatildeo

I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

5 ou mais

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

I85 Nos dias em que a UBS funciona Em

que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha

8 horas ou mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

Saacutebado e domingo

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas necessidades

III57 O horaacuterio de funcionamento desta

UBS atende agraves suas necessidades

Sim

III52 O que o senhor acha da distacircncia

da sua casa ateacute esta UBS

III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e

razoaacutevel

Acolhimento

EqAB

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

II121 A equipe realiza acolhimento agrave

demanda espontacircnea nesta UBS

Sim

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

II1218 Os profissionais da equipe que

fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

Sim

Usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o

senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

III73 No momento em que o senhor foi

recebido foi realizado algo para resolver o

seu problema

Sim

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

III72 Quando o senhor vem a unidade

sem hora marcada como o senhor foi

recebido

Muito bem e bem

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro

dia haacute reservas de vagas para

atendimento no mesmo dia

II126 Existe reserva de vagas para

consultas de demanda espontacircnea

Sim

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo

faccedila parte de algum grupo que possui

atendimento programado na UBS ele

consegue sair dessa UBS com a consulta

marcada

II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS

com a consulta marcada nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso atender no mesmo dia

Sim

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

II1212 Como satildeo agendadas as consultas

na UBS

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Usuaacuterios

238

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III61 Na maioria das vezes como o(a)

senhor(a) faz para marcar consulta na

UBS

III61 Na maioria das vezes como eacute

marcada consulta na UBS

Vai a UBS e marca

atendimento

Marca por telefone

Vai agrave UBS mas tem

que pegar ficha sem

ficar na fila

Vai a UBS e fica na

fila para pegar ficha

O ACS marca a

consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

III62 Quando o senhor consegue marcar

consulta normalmente pode ser feita

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Atendimento de urgecircncia e

emergecircncia

EqAB

II158 A equipe realiza atendimento de

urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo

realiza atendimento

de urgecircncia e

emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas

Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados

Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente

EqAB

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de atenccedilatildeo baacutesica

3 anos ou mais

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

II147 A equipe realiza busca ativa das

seguintes situaccedilotildees

Hipertensatildeo arterial

sistecircmica

Usuaacuterios

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

Sempre

III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

Sempre

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo

vem a consulta nesta UBS os

profissionais procuram o senhor para

saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III99 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave

consulta nesta UBS os profissionais

procuram o senhor para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

Sempre e na maioria

das vezes

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida

III171 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida (primeira semana)

Sim

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim

239

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

UBS o meacutedico deixa tempo suficiente

para o senhor falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

consulta com o meacutedico eacute suficiente

III93 Durante o atendimento nesta

UBS o enfermeiro deixa tempo

suficiente para o senhor falar sobre as

suas preocupaccedilotildees ou problemas

III92 O senhor acha que o tempo de

consulta com o enfermeiro eacute suficiente

Sim

III914 Quando o senhor precisa tirar

duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

III97 Quando o senhor precisa tirar

duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade

para falar com os profissionais que lhe

atenderam

Sempre

III918 O senhor se sente agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

III87 O senhor se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos

usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de

funcionamento da UBS

Consultas meacutedicas

de enfermagem

odontoloacutegicas

dispensaccedilatildeo de

medicamentos e

vacinaccedilatildeo

EqAB

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte

de programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Consultas para

cuidado continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Creatinina

II176 Quais os exames solicitados

para DM

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Hemoglobina

glicosilada

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Mamografia

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

II152 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal

Sorologia para HIV

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes procedimentos na

UBS

II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

II284 A equipe possui

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adstritos que necessitam receber cuidados no

domiciacutelio (exceto acamados)

Sim

Usuaacuterios

240

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a

senhora fez preacute-natal nesta unidade de

sauacutede

Sim

III163 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da diabetes

nos uacuteltimos seis meses

III212 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto

no sangue) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III153 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da pressatildeo alta

nos uacuteltimos seis meses

III202 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da pressatildeo alta

(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de uacutetero

nesta UBS

III127 A senhora faz o exame preventivo de

cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)

nesta UBS

Sim

Resolutividade

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na unidade

Meacutedico enfermeiro

e dentista

EqAB

II122 Quem realiza apoio agrave equipe

de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de

casos considerados complexos

II95 Os profissionais que realizam o apoio

matricial satildeo

Do NASF

II123 Equipes NASF que recebem

apoio de

II332 Quais profissionais do NASF apoiam

sua equipe

Fisioterapeuta

nutricionista

assistente social

farmacecircutico

ginecologista

pediatra e psiquiatra

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

II71 A equipe participa de accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo

municipal

Sim

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

contemplam as demandas e necessidades da

equipe

Contempla muito e

contempla

Usuaacuterios

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a

equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

III81 Quando eacute atendido nesta unidade o

senhor acha que a equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria unidade

de sauacutede

Sempre

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel nesta UBS

III231 Quando o profissional receita um

remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta

UBS

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade informacional

EqAB

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da

II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado

com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo

Sim

241

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

rede de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios

de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Natildeo para ldquoNatildeo

realiza registrordquo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Hipertensatildeo

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Diabetes

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

tuberculose

II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose

Sim

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

hanseniacutease

II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de

atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de

usuaacuterios com hanseniacutease

Sim

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 A equipe possui protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para

II144 A equipe utiliza protocolos para

estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees

Preacute-natal

hipertensatildeo diabetes

-

II336 Indique o que foi discutido neste

planejamento

Organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos

para

encaminhamento de

usuaacuterios a outros

serviccedilospontos de

atenccedilatildeo

Usuaacuterias

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima

consulta marcada

III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora

jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada

Sempre e na maioria

das vezes

III1122 A senhora foi orientada

sobre o lugar (maternidade) que faria

o parto

III1324 Foi falado com a senhora e qual

maternidade que seria feito o parto

Sim

Acesso agrave consultasexames

especializados

EqAB

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para uma

consulta especializada quais satildeo as formas

possiacuteveis

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

para o usuaacuterio

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada ao

usuaacuterio

Usuaacuterios

III920 Quando o senhor eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para outros profissionais ou

especialistas o que acontece

III101 Quando eacute necessaacuterio ser

encaminhado para outro profissionais em

outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada

a consulta

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

242

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

-

II161 A equipe de AB obteacutem retorno da

avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos

usuaacuterios encaminhados

Sempre e na maioria

das vezes

-

II188 Como a equipe monitora as gestantes

que tiveram parto

Recebe a contra

referecircncia da

maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na UBS

4 ou mais ACS

EqAB

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela

atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de

abrangecircncia da equipe

Natildeo

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios

de risco e vulnerabilidade para a

definiccedilatildeo da quantidade de pessoas

sob responsabilidade da equipe

II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo

com base em criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para definir a quantidade de

pessoas sob responsabilidade da equipe

Sim

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II103 A equipe possui mapas com desenho

do territoacuterio de abrangecircncia

Sim

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

Sim

Usuaacuterios

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

III89 Na opiniatildeo do senhor durante as

consultas os profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem

realizadas

Sempre

Intersetorialidade

EqAB

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias

cadastradas no Bolsa Famiacutelia

II272 Haacute mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova registro de atividades na

escola

II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

possui registro das atividades realizadas na

escola

Sim

243

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

II314 Os agentes comunitaacuterios de

sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a

qualidade da aacutegua de cisternas

II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede

orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso

adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios

de aacutegua

Sim

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou

outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular

Sim

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

II292 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios

expressarem suas demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

Sim

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II291 A equipe realiza ou tem mecanismo

de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Sim

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

II295 A equipe considera a opiniatildeo do

usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

Sim

Usuaacuterios

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

III241 Quando o senhor quer fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede

o senhor consegue

Sim

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

III242 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1

e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos

familiares

Sim

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Visita domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios

para visita domiciliar

Sim

Usuaacuterios

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por seus

familiares

III96 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus familiares

Sempre e na maioria

das vezes

III923 O seu agente comunitaacuterio de

sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua

casa

III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede

(ACS) visita o senhor na sua casa

Sim

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

III112 Com qual frequecircncia outro

profissionais da equipe de sauacutede visitam a

Sempre e na maioria

das vezes

244

senhor casa do senhor

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e

2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave

comunidades tradicionais assentados

populaccedilatildeo rural

Sim

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II313 A equipe atende agraves comunidades

tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural

Sim

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

Sim

- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da

equipe de sauacutede junto agrave cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras

remedieiras pajeacutes e rezadeiras

Sim

- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade

curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas

integrativas e complementares para a

equipe

Sim

Usuaacuterios

III76 O senhor se sente respeitado

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos

seus haacutebitos culturais costumes sua

religiatildeo

III88 O senhor se sente respeitado pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes religiatildeo

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Page 3: Juliana Gagno Lima Atributos da Atenção Primária nas

Catalogaccedilatildeo na fonte

Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica

L732a Lima Juliana Gagno

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma

anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso

e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --

2016

244 f tab graf mapas

Orientador Ligia Giovanella

Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica

Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016

1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede

3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos

Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da

Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo

CDD ndash 22ed ndash 3621

Juliana Gagno Lima

Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola

Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca

Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo

Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas

em Sauacutede

Aprovada em

Banca Examinadora

Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Prof Dr Gustavo Correcirca Matta

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat

Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo

Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)

Universidade Federal de Juiz de Fora

Rio de Janeiro

2016

Dedico este trabalho

Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota

ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind

That I put down in words

How wonderful life is while youre in the worldrdquo

(Elton John)

Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs

ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer

Que eu sempre vou te amar

Por toda a minha vidardquo

(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)

AGRADECIMENTOS

Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou

de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria

ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente

- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os

momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo

Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia

Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves

Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato

- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me

conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu

marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira

minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota

- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede

Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente

Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa

Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela

Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes

- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me

acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto

e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto

- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar

nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos

Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a

equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES

pela bolsa de estudo

- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas

de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas

amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e

Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson

Stumbo e Pedro Lima

- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova

cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA

especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca

Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador

participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar

esse trabalho na luta pelo SUS que queremos

RESUMO

A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos

atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield

primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no

Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma

rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas

heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de

dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os

atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis

PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos

segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da

pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo

dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados

nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade

apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro

contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave

facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados

tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da

relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente

lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O

atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a

presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames

Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que

pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para

lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo

socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal

indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo

apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees

envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma

heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram

melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende

de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas

equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de

sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das

variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios

observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na

comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo

Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros

e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades

devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e

voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo

necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades

independente do territoacuterio em que habitam

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso

ABSTRACT

The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust

Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-

focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-

centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health

System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented

by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This

study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by

Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the

national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e

da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and

PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks

research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development

and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the

PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes

from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the

best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables

characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment

schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and

ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of

ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash

ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication

between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only

ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to

lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were

good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial

participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the

key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence

produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of

respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably

Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with

high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while

HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst

results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their

populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel

relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group

Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not

equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals

than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over

time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and

organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in

Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in

practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is

comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs

Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care

arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to

their needs and regardless of the territory they inhabit

Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness

accessibility

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1

Brasil 2013 71

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e

2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por

grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por

grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional

por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos

de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos

de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees

de sauacutede 170

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees

de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees

de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo

para mediccedilatildeo 32

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede

com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011

ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das

equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-

AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro

Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia

Integralidade 83

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a

comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na

famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia

cultural 88

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede

segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa

Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas 94

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo

Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS

Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA

ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75

4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142

543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204

7 REFEREcircNCIAS 214

ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto

suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et

al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a

atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou

um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos

serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo

O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na

praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos

usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa

Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos

ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)

Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua

na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva

regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS

seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica

Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1

As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional

na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS

e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na

construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave

importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo

baacutesica no Brasil

No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais

motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo

Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa

do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada

entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e

vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de

Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na

mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de

1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela

nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo

15

governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em

serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o

trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo

para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia

no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um

interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me

conhecer a amplitude do PMAQ-AB

Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da

inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela

equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em

nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo

da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da

Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e

do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo

da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da

APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato

longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a

comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A

escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o

preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com

base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo

a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado

Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que

isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de

atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles

um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do

atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de

problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de

prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo

de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais

(Starfield et al 2005 487)

Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo

associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses

16

industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta

com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila

cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso

indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos

usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do

profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)

Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que

um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a

sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os

especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores

resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial

quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos

de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus

proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al

2005)

Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al

(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados

a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais

desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com

exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de

cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento

de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)

A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos

totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve

a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo

de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute

resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como

prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante

destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o

tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)

Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS

reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se

comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da

populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos

17

resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade

Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos

da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios

colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo

frente a esses desafios

Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do

PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees

Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo

Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS

visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu

processo de planejamento e desenvolvimento

O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por

desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo

repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB

Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto

de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a

dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de

contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos

Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees

desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no

Brasil

O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos

proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo

Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de

profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre

a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores

isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais

centrais

O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as

regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se

por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia

que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos

puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)

18

Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse

niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos

municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de

qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do

Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas

quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar

de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS

se estiver desarticulado dos demais niacuteveis

A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute

relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes

federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a

interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da

organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos

duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente

Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques

nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo

de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)

Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na

coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de

qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo

Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por

regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e

na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa

tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na

rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos

serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de

sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou

estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre

problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem

disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo

pretendido pela pesquisa (Viana 2014)

Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre

a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das

19

avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um

julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade

desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da

avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)

A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que

precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso

portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a

melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona

agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os

provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no

julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto

dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)

A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para

potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como

por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo

A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa

Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no

Brasil

Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB

Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados

das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede

O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a

partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2

Os objetivos especiacuteficos satildeo

Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB

Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de

sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e

Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo

Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves

20

UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS

O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo

2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de

construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo

O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do

programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas

Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua

abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho

O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de

cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de

indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de

apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e

Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede

O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs

eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo

com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada

atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela

comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB

Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os

atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como

proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de

suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas

21

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS

21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de

sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio

constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre

medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede

primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte

das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na

Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e

hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo

dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)

O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e

articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos

serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia

coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)

A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o

mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso

dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e

baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos

predominava (Fausto e Matta 2007)

No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia

Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal

marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como

estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no

Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da

Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como

Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias

praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis

colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes

possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de

autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do

sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco

principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da

comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da

famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os

cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares

22

onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um

continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)

A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas

necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na

gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e

prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-

infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e

lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo

aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de

condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)

A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem

em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais

adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a

exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade

proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela

Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral

aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram

documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de

posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS

2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais

do que Nuncardquo (OMS 2008)

O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e

horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave

qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e

responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel

da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os

niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a

participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede

(OMS 2008)

O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo

(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no

desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro

principais

23

- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo

muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta

restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao

grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e

desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno

- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de

entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte

do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo

especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a

populaccedilatildeo

- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na

organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de

sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS

integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal

com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias

apropriadas e uso eficiente de recursos

- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios

setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano

abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as

poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas

em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em

sauacutede (OPASOMS 2005)

Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente

discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido

seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o

foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou

integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como

direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da

doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute

somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para

o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)

A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo

central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico

24

e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia

meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-

benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e

agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS

representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel

de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada

ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e

reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila

2012)

Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de

recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira

coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados

de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede

Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de

sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos

recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a

autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade

da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro

contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a

qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos

serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como

atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e

ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)

No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade

de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica

previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social

(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de

universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de

universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS

tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas

do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas

situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos

tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de

sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)

25

A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica

(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada

como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de

recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel

fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de

produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)

O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos

municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por

habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos

financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a

adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas

O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o

Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo

da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados

enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper

epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma

poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo

de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)

Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia

nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao

tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como

base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de

sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede

Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso

epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta

tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do

trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando

acolhimento viacutenculo etc

O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma

estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por

meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por

Starfield

A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de

26

clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute

que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais

serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do

processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede

accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al

2010)

Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo

Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente

A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no

acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo

integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos

determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil

2011b19)

Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no

que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o

componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de

sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes

possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave

carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da

famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)

Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de

sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos

autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana

et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)

Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na

avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe

Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que

fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes

Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das

equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas

complexidades de pequenos centros e metroacutepoles

27

Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais

Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos

viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos

Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em

municiacutepios do interior

Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que

necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves

necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais

Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da

complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os

serviccedilos de sauacutede

Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS

Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade

Financiamento inadequado e insuficiente da AB

Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da

qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS

Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede

Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes

com prejuiacutezos agrave integralidade

Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica

pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta

complexidade

22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS

A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas

econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais

para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de

serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores

tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)

Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos

de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de

desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante

28

mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como

para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo

(Champagne et al 2011)

A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al

(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash

periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham

como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja

caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e

profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a

Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de

diferentes atores nos processos avaliativos

Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et

al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de

construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo

(Dubois et al 201120)

Para Champagne et al (2011)

Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre

uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer

informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa

intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo

de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos

de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar

sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou

coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees

(Champagne et al 2011 44)

Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a

avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo

A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e

processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo

contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do

acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo

de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-

responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo

Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos

devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos

gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)

Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de

decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes

29

atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a

avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees

diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na

melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)

Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo

auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)

subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer

(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser

mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo

como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-

estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a

elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)

Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a

possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para

intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)

Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos

avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste

em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e

organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos

com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se

refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise

estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade

de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de

implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de

efeitos) (Champagne et al 2011)

Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por

Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo

sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas

dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem

(Donabedian 1990 Frias et al 2010)

Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo

consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial

Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees

30

Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em

ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo

Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo

Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais

com maiores necessidades de sauacutede

Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais

e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares

Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez

atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais

seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos

Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade

como um todo dos serviccedilos ofertados

Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros

autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das

perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a

adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos

Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os

serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise

da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da

qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do

conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS

comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e

efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)

Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)

apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema

de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a

ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a

oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados

observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS

(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio

relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)

A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito

31

em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a

busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a

necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que

um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no

decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a

necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria

da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)

Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee

colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes

municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo

necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que

contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-

responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo

ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo

discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)

23 ATRIBUTOS DA APS

Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que

abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais

mas natildeo exclusivas

Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica

quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade

abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a

avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam

superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)

Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o

alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que

pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na

famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade

Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se

caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a

atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos

prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-

paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)

32

Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos

conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1

Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de

informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo

Atributos exclusivos

Atenccedilatildeo ao

primeiro contato

Serviccedilos procurados regularmente cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso

de adoecimento ou para acompanhamento

rotineiro da sauacutede

Porta de entrada preferencial do sistema de

sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para

acesso aos serviccedilos especializados

Acessibilidade da unidade

Acesso agrave atenccedilatildeo

Uso da unidade como local de

primeiro contato

Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal

pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo

equipeusuaacuterio ao longo da vida

independentemente da ausecircncia ou da

presenccedila de doenccedila

Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

Conhecimento do paciente e de seu

meio social

Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os

pacientes natildeo importando o tipo de

necessidade para a atenccedilatildeo

Abrangecircncia ou

Integralidade

Reconhecimento de amplo espectro de

necessidades considerando-se os acircmbitos

orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro

dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede

Implica oferecer serviccedilos preventivos e

curativos e garantir acesso a todos os tipos de

serviccedilos para todas as faixas etaacuterias

resolvendo a grande maioria das demandas ou

por meio de encaminhamento quando

necessaacuterio

Espectro de problemas a serem

tratados

Atividades preventivas primaacuterias e

secundaacuterias

Reconhecimento e manejo dos

problemas de sauacutede (incluindo

sauacutede mental) na populaccedilatildeo

Porcentagem de pessoas atendidas

na APS sem necessidade de

encaminhamento

Coordenaccedilatildeo da

atenccedilatildeo

Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os

serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que

os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a

partir da disponibilidade de informaccedilotildees

relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o

presente atendimento

Mecanismos para continuidade

Reconhecimento de informaccedilotildees de

consultas preacutevias

Reconhecimento de consultas para

encaminhamento (ocorrecircncia e

resultados)

Atributos Derivativos

Orientado para

comunidade

Conhecimento das necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto

econocircmico e social em que vive

Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas

de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na

comunidade

Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees

sobre sauacutede

Mecanismos de alcance do

conhecimento das necessidades de

sauacutede da comunidade

Participaccedilatildeo nas atividades

comunitaacuterias

Envolvimento comunitaacuterio na

unidade

Centralidade na

famiacutelia

Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar

para bem avaliar como responder agraves

necessidades de cada membro

Conhecimento dos membros e de seus

problemas de sauacutede

Conhecimento dos membros da

famiacutelia

Conhecimento dos problemas de

sauacutede dos membros da famiacutelia

Competecircncia

cultural

Reconhecimento de diferentes necessidades de

grupos populacionais suas caracteriacutesticas

eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas

representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila

Providecircncias para atender a

necessidades especiais associadas

agraves caracteriacutesticas culturais

Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para

atender necessidades culturais

Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012

33

231 Primeiro contato

O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente

procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de

sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta

preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para

acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)

Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos

sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em

Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A

acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada

das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do

serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para

Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade

isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e

Martins 2004 191)

Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo

ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial

relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e

acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o

acesso potencial (Travassos e Martins 2004)

Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou

outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de

sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da

capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo

do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)

Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao

acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou

pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)

Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para

acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS

brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e

programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento

34

(Almeida et al 2013)

O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de

trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o

que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o

trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as

praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido

como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a

compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede

e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo

desse acolhimento (Garuzi et al 2014)

De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo

primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no

Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves

necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave

demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)

A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando

que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de

sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de

cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)

Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo

de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda

espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a

capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave

demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de

sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)

Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS

como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade

dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de

emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor

probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo

dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados

para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os

especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas

35

de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista

Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso

dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas

No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia

ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma

consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos

Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo

por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do

sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um

dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)

Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs

informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao

transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees

adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de

consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras

culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e

uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular

(Starfield 2002)

Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada

Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se

configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em

4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados

apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para

assistecircncia ou prevenccedilatildeo

Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou

obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de

gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo

dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica

seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo

Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB

apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada

preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para

atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo

funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de

36

urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas

Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de

entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do

acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar

seguimento ao tratamento

A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez

que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro

facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)

Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e

coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a

falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos

socioeconocircmicos mais desfavorecidos

232 Longitudinalidade

O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute

relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas

unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao

usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da

ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)

Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de

ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da

relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade

poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria

natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso

a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo

da vidardquo

Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de

revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer

que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave

Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que

ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees

associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo

37

A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de

meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada

a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve

a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte

habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva

por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho

(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)

(Starfield 2002 282)

Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao

atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de

cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais

de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a

continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo

entre a equipe para conhecimento sobre o paciente

No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades

do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com

profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo

da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria

e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a

longitudinalidade do cuidado

Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute

apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de

estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e

sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo

considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como

sujeito do cuidado

Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da

compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de

consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)

e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles

demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o

meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)

Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo

longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos

profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos

38

como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de

adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da

equipe de APS

Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS

tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o

estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo

baacutesica

Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados

satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo

Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico

(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute

apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem

ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os

clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem

na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam

lista de espera possuem gatekeepers

Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave

longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos

problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves

consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor

capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na

perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual

de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma

atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)

No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse

atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais

assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a

qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser

influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella

2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre

profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave

forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)

Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a

mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a

39

fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste

trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o

viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a

continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do

cuidadordquo

233 Abrangecircnciaintegralidade

De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em

reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos

para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de

serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees

(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem

agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel

populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos

quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e

protocolos (Starfield 2002)

A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades

poderiam ser essas

Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis

deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos

de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o

autocuidado (OMS 200813)

Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de

sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS

2008)

Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos

componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental

(Starfield 2002)

Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na

integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio

de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a

diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo

40

de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema

Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando

por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo

(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de

prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da

assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo

das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)

abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)

(Giovanella et al 200247)

Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns

sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que

trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse

processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e

competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por

uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira

2013)

A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui

apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na

situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de

sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos

Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado

como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores

chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a

melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a

APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto

ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam

na ocorrecircncia da doenccedila

Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de

Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo

necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo

efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo

prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel

na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield

2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a

adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais

41

Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes

assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir

demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os

recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al

2005)

Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de

espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores

achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em

serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio

assistencialmatricial agraves equipes

Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que

os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de

atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de

serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa

resolutividade da rede baacutesica

Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as

potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E

tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos

humanos e da intersetorialidade

E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida

por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a

frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das

intervenccedilotildees

234 Coordenaccedilatildeo

A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a

integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis

assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como

a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave

determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde

sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um

objetivo comum (Almeida et al 2010287)

Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e

complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do

42

cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos

especialistas (Starfield et al 2005)

Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do

cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da

atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente

por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento

dos problemas de sauacutede

Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo

Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes

que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo

profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se

expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por

meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de

fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se

realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no

processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo

entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que

reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas

necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)

A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na

lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste

trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a

continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade

informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do

prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)

Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo

usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem

suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo

contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella

et al 2009a)

Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado

enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo

43

Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da

equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de

sauacutede por exemplo)

Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados

especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo

Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o

acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de

uma patologia crocircnica

A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada

relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito

dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede

A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de

requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de

garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados

de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de

cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado

implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a

vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros

serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo

continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de

prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos

poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos

equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)

Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram

aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de

pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a

receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve

prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior

adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos

e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios

Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da

atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de

entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute

uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do

grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos

Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)

destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do

44

desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica

continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra

que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010

524)

No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de

primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo

individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede

Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e

hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os

autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os

paiacuteses dentre as quais

O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular

O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar

e organizar o cuidado de outros meacutedicos

Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles

sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees

relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento

ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam

oportunamente

Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees

necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do

hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o

paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar

Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior

parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial

no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-

referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais

na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional

Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida

pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de

gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al

45

2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo

GP

Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas

hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir

custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um

mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado

que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de

seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como

os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido

por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al

2006 138)

Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de

filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a

fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade

dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado

o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes

e Fernaacutendez 2005)

Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro

exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar

burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos

especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de

Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que

aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia

(Giovanella et al 2009b)

Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a

coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das

equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares

e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada

baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de

uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)

Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias

de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo

a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade

de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos

46

para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa

frequecircncia

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem

identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a

insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes

crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram

apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos

fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais

(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem

supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios

De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)

apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo

definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes

diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum

de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um

grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e

responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros

criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de

protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar

mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra

e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)

melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da

atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo

meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)

235 Orientaccedilatildeo para a comunidade

O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de

conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente

relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes

definiccedilotildees pode ser explicado por

47

A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza

habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para

ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de

sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico

para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui

sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico

bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os

comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002

538)

Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a

comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da

comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a

efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)

Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base

na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e

para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do

cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees

ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e

intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)

Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que

consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e

comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a

capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a

responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes

sociais (Anderson e Rodrigues 2012)

Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a

cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social

intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e

para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)

Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece

mais explicitamente na PNAB 2011

Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem

comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade

os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria

Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer

trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece

48

as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se

conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na

comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)

Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o

espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre

populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem

seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e

cultural em constante construccedilatildeo

O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo

da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo

do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem

disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de

sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias

de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)

Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio

e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre

grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas

em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer

uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)

Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos

determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos

equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e

instacircncias governamentais

A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas

pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui

determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no

domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da

sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de

sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos

resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo

intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata

Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial

satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo

no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras

49

discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial

visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a

uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados

desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na

articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF

no territoacuterio

Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a

ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees

para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social

superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir

que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial

consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da

populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute

fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas

domiciliares

Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas

decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que

a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas

muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo

fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da

aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo

entre outros (Nogueira et al 2011 215)

Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade

de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da

negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a

mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos

Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos

decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos

usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al

2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)

236 Centralidade na famiacutelia

A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem

sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional

50

haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social

Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute

compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar

eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas

a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo

da sauacutede (Fausto e Matta 2007)

Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de

cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia

no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia

Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e

como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia

Baacuterbara Starfield destaca que

A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade

fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus

ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral

considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e

quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos

familiares limitados (Starfield 2002 486-487)

Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como

conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer

compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem

disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e

resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute

vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de

acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos

qualidade dos seus membros (Silva 2010)

Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de

sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado

atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia

Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)

cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos

seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento

do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e

51

confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)

Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi

realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de

2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre

especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do

programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a

comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede

da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)

Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute

cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos

profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem

pouco exploradas no documento

Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do

PSF

famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e

famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco

famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de

cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo

famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute

num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do

processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com

a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede

famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e

individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais

proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da

comunidade

famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em

exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais

de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e

demandando ajuda para um funcionamento esperado

famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade

ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees

52

saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a

soma das individualidades

A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade

de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo

diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade

do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os

documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo

profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)

Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se

a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute

um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que

propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de

fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)

Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada

atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento

dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia

237 Competecircncia cultural

Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que

abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um

aspecto derivativo da APS e pode ser definido como

A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades

especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido

a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais

especiais (Starfield 2002 487)

Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente

relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de

estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de

equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais

socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)

Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez

mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo

de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural

53

aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et

al 2014)

Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e

Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos

dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de

Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en

Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que

dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural

com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais

Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina

tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e

parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica

especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao

programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)

No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos

interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS

deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir

a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas

em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica

A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os

indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees

diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal

respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os

princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo

entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a

autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas

pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e

desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014

sn)

Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser

observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas

(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)

e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida

(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em

2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural

para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para

54

profissionais como para usuaacuterios

Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente

em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao

diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais

demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo

Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando

produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar

o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um

avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes

fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica

apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas

certamente do territoacuterio

Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para

seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver

com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)

Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas

puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo

sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias

Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na

enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo

desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do

cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e

padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o

saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma

estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a

integralidade (Sousa et al 2009)

Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia

dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em

seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente

2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado

Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores

e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de

sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud

Sousa et al 2009)

55

determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais

movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede

(Muller et al 2007)

Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de

famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as

crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda

a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com

as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente

entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que

fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de

forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para

uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim

como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede

Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de

sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente

Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica

Procurar conhecer dados demograacuteficos

Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente

Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas

Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas

Estudar a liacutengua e dialetos locais

Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade

Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012

Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser

uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma

articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre

sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a

abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de

sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre

prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)

Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades

culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas

necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente

relacionada a atenccedilatildeo integral

Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas

representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a

56

integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio

24 APS NA REDE REGIONALIZADA

Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais

ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a

constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer

alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a

importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede

Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a

descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente

atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias

regionais

A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos

sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo

melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e

serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o

custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias

diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia

hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do

sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo

geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a

utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos

usuaacuterios (OPASOMS 2011)

A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de

investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja

por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e

diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)

Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em

eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si

(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e

as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na

organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que

exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos

em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela

distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos

57

atores regionais (Lima 2015 8)

Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por

meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir

de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A

descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em

detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e

Fausto 2014)

Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os

diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados

problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade

produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados

como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)

Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos

serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na

capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e

atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir

com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)

Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o

governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo

regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado

de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo

nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et

al 2010)

Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de

serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das

redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos

extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla

participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e

competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir

2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de

atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da

universalidade e equidade

Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e

58

estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o

fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de

padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras

a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa

normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e

populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de

regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)

Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo

destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e

organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os

planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo

Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees

intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)

Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos

marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de

acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de

se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto

75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de

evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos

serviccedilos na regiatildeo de sauacutede

Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua

extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de

serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas

responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos

que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma

robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na

CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os

necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo

mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se

articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos

2015 445)

Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de

governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das

pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao

inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da

APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de

59

responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se

manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em

detrimento das necessidades em sauacutede

Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a

perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem

algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de

valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das

atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de

serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios

fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede

Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio

da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper

organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades

nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela

entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar

subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de

profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015

Almeida et al 2010)

Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB

natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e

coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e

composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do

usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim

como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos

Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na

responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo

monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que

A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo

do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB

como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave

Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave

rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da

APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no

SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote

baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em

situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias

60

internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a

possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como

pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)

No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes

com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que

portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora

desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e

financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos

eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede

integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e

particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em

tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes

regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo

Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da

APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com

elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada

61

3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA

QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB

Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo

de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse

periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo

Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques

regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos

avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a

heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede

Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs

esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da

atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e

reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque

punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo

reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a

riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm

sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)

Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a

Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de

formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de

atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o

redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o

propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a

esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)

A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica

Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos

decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e

resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e

municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da

descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)

Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil

identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo

62

da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das

principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e

Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de

iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para

Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo

raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash

PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006

Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima

de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento

local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas

apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro

dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do

desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de

gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social

(Almeida e Giovanella 2008)

O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no

tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo

dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF

gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ

era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do

funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente

pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A

implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma

adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram

reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais

precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia

desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a

extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um

modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de

estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para

crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de

sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no

Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da

63

Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente

relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro

contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com

serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo

(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos

prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e

orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do

PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes

nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)

Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do

PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios

estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de

diferentes estudos sugerem

unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS

tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por

estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos

usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior

exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os

profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a

UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)

em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a

constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste

com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)

em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF

consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios

(Ibantildeez et al 2006)

Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos

induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na

realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e

metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados

produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores

dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo

64

Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo

haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo

que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas

diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos

esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de

subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e

Giovanella 2008)

Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da

AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho

31 PMAQ-AB CICLO 1

A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede

teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade

da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654

de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho

denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)

O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e

progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos

com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente

(Brasil 2013a)

O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do

paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a

mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma

cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas

necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa

(Brasil 2011c)

Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo

financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do

acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no

desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos

65

mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a

Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva

do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e

financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de

planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais

aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e

alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de

desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de

Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)

e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass

2011)

Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil

como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos

problemas no acircmbito local

O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um

ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada

de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira

de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de

ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)

A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao

programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de

pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um

segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede

(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as

diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)

e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB

Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos

do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave

estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao

municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica

Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse

66

permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de

suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso

A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes

de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar

processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa

etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores

contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente (Brasil 2011c)

Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes

de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de

mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta

especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que

aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e

atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas

estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos

de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)

A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees

para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de

avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees

especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em

conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de

coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do

trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de

Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do

Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada

ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio

A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-

processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo

baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma

67

nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao

programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com

novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as

necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo

(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)

Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de

construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja

perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo

maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um

segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das

equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees

municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo

no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso

de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e

do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-

responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB

interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais

voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho

agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas

para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)

A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute

realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de

Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que

participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes

satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo

referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de

ensino em todo o paiacutes

Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado

conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade

baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da

Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento

disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele

68

subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado

O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro

de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao

PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil

independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando

38812 UBS

O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi

composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves

coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos

gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve

baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de

preenchimento desse grupo

As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por

entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo

imediata dos dados

Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o

desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos

municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual

relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte

populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor

a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)

Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao

PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

69

Baixo 2505 1747 697

Meacutedio 2427 1738 716

Alto 575 450 783

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil

2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram

ao PMAQ-AB

de municiacutepios que

aderiram ao PMAQ-AB

Pequeno porte 3914 2646 676

Porte intermediaacuterio 1294 987 763

Grande porte 357 302 846

Total 5565 3935 707

Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012

Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore

com trecircs componentes

implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito

final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a

partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe

verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados

na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito

70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na

avaliaccedilatildeo externa

Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de

contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23

indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo

compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das

equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que

possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho

distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede

bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5

Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada

13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre

14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs

15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia

16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero

realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais

Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura

70

Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho

22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas

25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano

26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos

Aacuterea 3 ndash Controle de

Diabetes Mellitus e

Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica

31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados

32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados

33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico

34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso

Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante

52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado

53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada

54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012

Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos

moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees

Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB

Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS

Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do

processo de trabalho

Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do

instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo

externa definidos por meio de metodologia especiacutefica

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos

recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma

desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao

componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho

acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e

desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para

100 do recurso) (Brasil 2013a 35)

Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo

apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes

do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1

71

Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo

1 Brasil 2013

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre

equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de

municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita

percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia

percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como

baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20

mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a

500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)

A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem

utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa

decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede

propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das

condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)

32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2

O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo

externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve

limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do

financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a

Muito acima da meacutedia 176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

72

recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo

com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal

No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as

UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562

equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)

O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu

modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos

adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos

especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo

Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de

infraestrutura da unidade de sauacutede

Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS

Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo

e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave

Sauacutede da Famiacutelia

Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede

bucal

Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de

trabalho da equipe de sauacutede bucal

Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos

gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos

moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de

preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo

Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de

Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo

conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma

proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou

73

Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2

Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014

Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014

Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI

Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da

famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites

Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo

UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo

Municiacutepios com equipes

contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

contratualizadas

- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com

sauacutede bucal

12075 19948

Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF

UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS

Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica

certificadas 17202 equipes 29808 equipes

Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios

Avaliadores externos 900 2000

Investimento com gastos da

avaliaccedilatildeo externa e com o

pagamento de PAB variaacutevel por

desempenho (R$)

770 milhotildees ~ 42 bilhotildees

Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de

homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015

Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)

Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na

certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)

Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482

equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)

Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos

indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da

base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto

do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem

utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013

(Brasil 2015)

Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram

mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o

SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que

3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros

da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de

atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e

operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de

trabalho (Brasil 2015)

74

utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho

vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04

indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)

(Brasil 2013a)

Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica

12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia

13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas

domiciliares

Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento

exclusivo

23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia

24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas

Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas

32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo

das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada

2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica

3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante

4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas

programaacuteticas

Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a

No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com

equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre

uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o

desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do

estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte

da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e

outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)

Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas

equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da

meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho

muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute

expresso no graacutefico 2

75

Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos

1 e 2 Brasil 2014

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS

No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada

equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)

33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB

Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB

comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-

AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria

nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)

Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas

e rurais (Tomasi et al 2015)

Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode

ser visto como

CICLO 1

CICLO 2

Muito acima da meacutedia

176

Acima da meacutedia 439

Mediano ou abaixo da

meacutedia 348

Insatisfatoacuteria 21

Desclassificada 16

Muito acima da meacutedia

154

Acima da meacutedia 328

Mediano ou abaixo da

meacutedia 483

Insatisfatoacuteria 12

Desclassificada 23

76

a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do

financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de

condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees

novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na

produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de

problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que

oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)

instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de

accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que

coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da

cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al

2014 369)

Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos

proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos

instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos

gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos

avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das

poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a

AB ainda que insuficiente

Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se

Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos

poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em

fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014

Fausto et al 2014 Ney et al 2015)

Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um

vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os

resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do

paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al

2014)

A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e

sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos

usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS

no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode

ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios

selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)

77

A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de

estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho

et al 2014)

Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo

privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as

competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de

melhoria de qualidade (Ney et al 2015)

O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da

complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al

2014)

Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos

procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e

protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo

sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees

de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos

dados (Medina et al 2014)

A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees

municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees

nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)

A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou

conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB

no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral

intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos

municiacutepios (Fausto et al 2013)

O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja

antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e

qualidade (Mota e David 2015)

A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem

indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de

intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)

Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de

verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma

limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de

78

positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de

adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB

entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede

na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo

coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes

sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo

79

4 METODOLOGIA

Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza

quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de

dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de

dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino

participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem

publicizado

Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez

que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS

partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam

uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com

as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a

presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)

41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA

APS

Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do

PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)

para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre

questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela

autora

Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos

instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos

com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo

com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a

experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das

equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada

ator

Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash

Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com

reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a

concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1

identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas

80

do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou

seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis

O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs

moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)

moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero

de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9

Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 450 8

Moacutedulo II 387 93

Moacutedulo III 277 44

TOTAL 1064 145

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e

anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em

componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento

PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10

Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do

PMAQ-AB

Atributos Componentes

Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento

Acolhimento

Agendamento da consulta na AB

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

Abrangecircncia ou

Integralidade

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional

Ordenamento de fluxos assistenciais

Acesso a consultasexames especializados

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada

Orientaccedilatildeo para a

comunidade Territorializaccedilatildeo

Intersetorialidade

Participaccedilatildeo social

Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar

Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011

Silva et al 2014

81

Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura

regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados

foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e

ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para

cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos

profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a

organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a

UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da

APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece

que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro

outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o

atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e

no acesso a serviccedilos especializados

Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro

Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS

oferece agrave populaccedilatildeo

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

I73 Esta UBS funciona

quantos dias na semana

III52 O que o senhor acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta UBS

I74 Qual a carga horaacuteria

diaacuteria de funcionamento da

UBS

I76 Esta UBS oferece

atendimento agrave populaccedilatildeo nos

fins de semana

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o

acolhimento da UBS

II154 Todos os usuaacuterios que

chegam agrave UBS espontaneamente

buscando atendimento tem suas

necessidades escutadas e

avaliadas

III71 Na maioria das vezes que o

Senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

II159 Os profissionais da equipe

que fazem o acolhimento foram

capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco dos

usuaacuterios

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Existe documento que

comprove que caso o usuaacuterio

tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

82

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que

natildeo seja o caso de agendar no dia

e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

algum grupo que possui

atendimento programado na UBS

ele consegue sair com a consulta

marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

III61 Na maioria das vezes como o

senhor faz para marcar consulta na

UBS

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

II158 A equipe realiza

atendimento de urgecircncia e

emergecircncia nesta UBS

III78 Onde o senhor procurou

atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo

cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo

profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem

relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a

proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do

tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a

possibilidade de contato com esse profissional

Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

II35 Quanto tempo o senhor

atua nesta equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo meacutedico

II325 Nas visitas domiciliares

dos ACS eacute realizada a busca

ativa no territoacuterio

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo

mesmo enfermeiro

II913 Os profissionais lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem a

consulta nesta UBS os profissionais procuram o

senhor para saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe

fez uma consulta ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

III510 Se o senhor quiser pode escolher a

equipe que lhe atende

83

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

III91 Durante o atendimento nesta UBS o

meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta UBS o

enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor

falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas

apoacutes as consultas tem facilidade para falar com

os profissionais que lhe atenderam

III918 O senhor se sente agrave vontade para falar

com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras

questotildees

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos

preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da

populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de

accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos

profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames

medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo

diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se

organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria

UBS

Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo

disponiacuteveis aos usuaacuterios

durante os dias e horaacuterios de

funcionamento da UBS

II166 A equipe programa

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de programas ou

grupos prioritaacuterios e necessitam de

cuidado continuado

III1416 Em que local foram

feitas a maioria das vacinas da

crianccedila

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

III153 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis

meses

II176 Quais os exames solicitados

para DM

III163 Onde o senhor fez a

maioria das consultas por causa

da diabetes nos uacuteltimos seis

meses

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de

50 a 69 anos

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de

uacutetero nesta UBS

II1710 Quais os exames

solicitados para o preacute-natal

III116 Em que local a senhora

fez a maioria das consultas de

preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

84

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

material para exames de

laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes

procedimentospequenas cirurgias

na UBS

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

Resolutividade

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima existente na UBS

II122 Quem realiza apoio agrave

equipe de atenccedilatildeo baacutesica para

resoluccedilatildeo de casos considerados

complexos

III81 Quando o senhor eacute

atendido nessa UBS o senhor

acha que a equipe busca resolver

suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

II123 Equipes NASF que

recebem apoio de

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

III922 O senhor encontra

facilidade para saber dos

resultados dos seus exames que

chegam nesta unidade de sauacutede

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da

equipe

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na

UBS atendem suas necessidades

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

III 182 Quando o profissional

receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo

estaacute disponiacutevel na UBS

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de

articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de

informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde

sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram

identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos

fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo

direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes

contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave

comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos

de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB

85

organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado

efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)

Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Continuidade Informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS com

maior riscogravidade

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM com

maior riscogravidade

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro

do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

III1120 Na consulta de preacute-

natal a senhora jaacute saia com a

proacutexima consulta marcada

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

III1122 A senhora foi

orientada sobre o lugar

(maternidade) que faria o parto

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para os

atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio

da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Acesso a consultasexames especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

uma consulta especializada quais formas

possiacuteveis

III919 Quando o senhor

precisa os profissionais da

equipe conseguem marcar uma

consulta com outros

profissionais ou especialistas

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

III920 Quando o senhor eacute

atendido na UBS e necessita ser

encaminhado para outros

profissionais ou especialistas o

86

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

que acontece

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros

profissionais fora da UBS a

equipe conversou com o senhor

sobre este atendimento

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo

II1811 Haacute uma lista de contato na UBS

com os especialistas da rede SUS

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

1

A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento

das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco

no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram

ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas

para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos

profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e

accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais

equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de

participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees

especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes

Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo

para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de

profissionais da equipe

miacutenima de cada equipe

existente na UBS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

III88 Na opiniatildeo do senhor

durante as consultas os

profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade II137 Existe populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do

territoacuterio da equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas

de responsabilidade da equipe

II132 A gestatildeo considerou

criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo da quantidade de

pessoas sob responsabilidade da

87

Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

equipe

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o

uacuteltimo mapeamento da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de

sauacutede

II92 Foi realizado processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem

quais itens

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova existecircncia de

mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Bolsa

Famiacutelia

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo

Baacutesica comprova registro de

atividades na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

Participaccedilatildeo social

II355 Haacute conselho local de sauacutede

ou instancia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais

de comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou

sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

III191 Quando o senhor quer

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

II351 A equipe realiza pesquisa

de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

III192 Quando o senhor fez

alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

teve retorno

II354 A equipe considera a

opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para

avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as

88

caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis

puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no

domiciacutelio e a visita domiciliar

Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem familiar

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por

seus familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

senhor

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

III923 O seu agente comunitaacuterio

de sauacutede visita o senhor na sua

casa

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e

representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a

capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou

abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio

Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar

perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais

Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de

ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

III76 O senhor se sente

respeitado pelos profissionais

em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes sua

religiatildeo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

89

42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES

Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a

proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas

respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo

consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada

um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas

estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das

equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas

escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos

indicadores para cada atributo e seus componentes

43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE

O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela

pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no

Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o

contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)

perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o

contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados

que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com

informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas

infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada

estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)

(Viana 2014)

Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que

engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa

Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema

Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS

do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE

Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo

Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis

especiacuteficas conforme Quadro 18

4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa

Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview

90

Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de

sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte

Situaccedilatildeo

econocircmica

Renda domiciliar per capita (em reais)

PIB per capita (Em R$100000)

de pessoas de 10 anos e mais com pelo

menos o ensino fundamental

de pessoas com 10 anos e mais com pelo

menos ensino meacutedio

Densidade populacional

2010

2011

2010

2010

2010

Censo 2010 ndash IBGE

Contas regionais ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Censo 2010 ndash IBGE

Elaboraccedilatildeo dos autores

Oferta e

complexidade

dos serviccedilos de

sauacutede

de leitos por 1000 habitantes

de meacutedicos por 1000 habitantes

de beneficiaacuterios de plano de sauacutede

(inclusive odontoloacutegico)

de internaccedilotildees de alta complexidade no

SUS no total de internaccedilotildees

2013

2013

2013

2013

CNES

CNES

ANS

SIH

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia

e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de

serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)

Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em

2013

Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de

serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em

2010

Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos

inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010

91

Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da

pesquisa Regiotildees e Redes

Caracteriacutesticas

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon

e baixa

oferta de

serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto

desenv

socioecon

e meacutedia

oferta de

serviccedilos

Reg 5

Alto

desenv

socioecon

e alta

oferta de

serviccedilos

Nuacutemero de regiotildees de

sauacutede

175 53 123 35 50

no total de regiotildees 401 122 282 80 115

Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630

no total de municiacutepios 388 106 324 70 113

Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo

2013)

45466120 14063158 38722577 24786600 77994259

no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405

Meacutedia de municiacutepios por

Regiatildeo

12 11 15 11 13

Meacutedia da populaccedilatildeo por

municiacutepio

21059 23836 21477 63883 123800

Beneficiaacuterios de plano de

sauacutede na populaccedilatildeo ()

57 147 246 403 597

Meacutedicos por mil

habitantes

057 085 133 149 254

Meacutedicos SUS no total de

meacutedicos ()

923 867 835 779 711

Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26

Leitos SUS no total de

leitos ()

893 769 736 691 627

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das

regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana

2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo

No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)

regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e

Nordeste

No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e

parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)

Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)

grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo

5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede

localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul

92

Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR

Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes

de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)

A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por

grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa

deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5

grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo

socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos

A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada

grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento

93

socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das

equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um

nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)

o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo

grupos de regiotildees de sauacutede

Tipos de equipes

de atenccedilatildeo

baacutesica

Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de

serviccedilos

Reg 1

Baixo

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 2

Meacutedio alto

desenv

socioecon e

baixa oferta

de serviccedilos

Reg 3

Meacutedio

desenv

socioecon e

meacutediaalta

oferta de

serviccedilos

Reg 4

Alto desenv

socioecon e

meacutedia oferta

de serviccedilos

Reg 5

Alto desenv

socioecon e

alta oferta

de serviccedilos

Total

n n n n n n

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash

com sauacutede bucal

4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000

Equipe de Sauacutede

da Famiacutelia ndash sem

sauacutede bucal

813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash com sauacutede

bucal

136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000

Equipe de

atenccedilatildeo baacutesica

(parametrizada)

ndash sem sauacutede

bucal

23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000

Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000

Natildeo SabeNatildeo

Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000

Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1

44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA

APS

As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito

de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis

e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos

2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis

correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo

1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as

94

situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse

caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo

Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam

concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI

no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo

moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado

O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos

(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de

referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2

Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de

variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas

Moacutedulo I 477 10

Moacutedulo II 234 59

Moacutedulo III 211 35

Moacutedulo IV 114 1

Moacutedulo V 45 -

Moacutedulo VI 116 -

TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS

17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza

Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o

total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS

com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos

trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi

necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs

moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas

UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas

quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios

dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da

pesquisa Regiotildees e Redes5

5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e

Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e

todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB

95

Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos

foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel

versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos

Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os

ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de

adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a

fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados

As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com

tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo

aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no

banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas

ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo

ou compreensatildeo inadequada da pergunta

Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja

distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12

para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o

atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a

centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se

relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel

foi listada em apenas um dos atributos

Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais

pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados

em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados

graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de

sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim

de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada

atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas

padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava

o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas

Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de

respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de

respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de

respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um

vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB

96

Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma

independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi

disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015

A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados

do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis

equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que

participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa

Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir

do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que

tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2

ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se

tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de

entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que

representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de

participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados

nacionais

Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de

equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis

selecionadas

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo

de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de

nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco

Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE

02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de

aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012

De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa

envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi

utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando

necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o

banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas

entrevistas

97

A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes

da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada

por dados agregados

Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis

desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e

equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se

encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e

confidencialidade

Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na

dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos

de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da

qualidade no processo de trabalho das equipes

98

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser

porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer

papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco

nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os

equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma

discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo

de trabalho das equipes

Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de

literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons

resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou

abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades

socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees

sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em

sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a

qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de

formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta

perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do

cuidado em sauacutede

Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar

simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-

objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente

de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva

medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que

contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam

voltados a esse fim

Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a

partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e

analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a

descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre

os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo

Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir

de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo

in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe

99

assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios

usuaacuterios que estavam na UBS

51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO

O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada

preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de

atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um

papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos

demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e

Mendonccedila 2012)

O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes

complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves

consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo

511 Horaacuterios de funcionamento

Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que

contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua

organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse

componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo

do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a

UBS

A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de

funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada

dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-

AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais

dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado

adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a

distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos

horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa

oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1

925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na

100

semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5

975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na

semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se

uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823

nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que

90

Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao

padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no

que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que

majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A

exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das

UBS

Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I71 Oferecem dois ou

mais turnos de

atendimento agrave populaccedilatildeo

4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949

I73 Funcionam 5 ou

mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934

I74 Funcionam 8

horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890

I76 Oferecem

atendimento agrave populaccedilatildeo

nos fins de semana

496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de

atendimento desta UBS

atende agraves suas

necessidades

17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857

III52 A distacircncia da

casa ateacute a UBS eacute perto ou

razoaacutevel

17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

101

Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de

funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

512 Acolhimento

O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da

porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no

atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade

favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em

funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia

relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e

prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios

(Garuzi et al 2014)

Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente

acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente

578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os

usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas

necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789

dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma

como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo

No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo

pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg

1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo

I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana

I74 Funcionam 8 horasdiaou mais

III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel

III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades

I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana

102

haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes

nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para

realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5

(623)

No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora

marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com

aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os

usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619

de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede

pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3

Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades

a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na

qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado

pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos

Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de

regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II151 Estaacute

implantado o

acolhimento na UBS

3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801

II154 Todos os

usuaacuterios que chegam agrave

unidade de sauacutede

espontaneamente

buscando

atendimento tecircm suas

necessidades

escutadas e avaliadas

5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II159 Os

profissionais que

fazem o acolhimento

foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos

usuaacuterios

2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578

N EqAB com

acolhimento

implantado

3666 936 3007 1197 4449 13255

103

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III71 Na maioria das

vezes que vatildeo a UBS

sem ter hora marcada

para resolver qualquer

problema conseguem

ser escutados(as)

13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789

III74 Consideram

muito bom ou bom a

forma como eacute

acolhido(a)

recebido(a) ao

procurar o serviccedilo

11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661

N usuaacuterios que

alguma vez foram a

UBS sem ter hora

marcada

17027 4034 12975 4548 16493 55077

MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos

de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica

O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS

a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas

II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS

III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)

III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo

II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios

104

atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas

por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de

marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento

A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade

das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a

necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no

mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento

para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que

o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser

marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555

das equipes

As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo

agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer

hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS

pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios

que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os

50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de

marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas

pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute

dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas

Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de

regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de

sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg

3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de

75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de

agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na

UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas

Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta

marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg

3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da

semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das

respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61

A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de

105

regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na

UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se

elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta

oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta

chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207

dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)

poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um

comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias

da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg

4 com mais de 61

Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma

fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As

dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo

desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por

ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo

universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone

inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade

de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas

Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na

AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II15141 Comprovam que

caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento

para outro dia haacute reserva de

vagas para atendimento no

mesmo dia

2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640

II1517 Nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso de agendar

no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila

parte de algum grupo que

possui atendimento

programado na UBS ele

consegue sair com a consulta

marcada

4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834

106

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalt

a oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

II1612 As consultas satildeo

agendadas na UBS em

qualquer dia da semana em

qualquer horaacuterio

2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS a qualquer hora e

marcam o atendimento

3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280

III61 Para marcar consulta

na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS mas tem que pegar

ficha

6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234

III61 Para marcar consulta

vatildeo a UBS e para pegar ficha

eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306

III61 O agente comunitaacuterio

de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III62 A marcaccedilatildeo de

consultas pode ser feita todos

os dias da semana

9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553

N usuaacuterios que fazem

marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792

MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta

na AB por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada

II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia

II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio

III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana

III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento

III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone

107

514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda

espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves

pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de

urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada

preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para

coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio

A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS

do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de

atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes

e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia

Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees

de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela

UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave

disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10

pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2

com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando

a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das

Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos

de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura

do usuaacuterio

Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de

atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com

exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor

que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas

urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos

usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um

percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada

preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede

108

Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e

emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo

DSE e

baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II158 Realizam

atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III78 No caso de

urgecircncia procuraram

atendimento nesta UBS

7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653

N usuaacuterios que alguma

vez procurou

atendimento de urgecircncia

12197 3053 9986 3528 12454 41218

MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia

e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

515 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em

linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo

agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser

realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao

considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria

uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede

III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS

109

A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade

temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo

adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais

municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de

acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre

a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que

um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em

compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede

de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das

UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal

Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo

encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram

encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da

famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam

que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram

fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as

UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva

2010)

Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees

comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas

agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar

de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra

alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo

em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de

espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede

Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de

funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa

implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado

na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de

profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo

agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo

de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve

ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros

cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da

110

demanda do usuaacuterio

Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior

compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das

condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de

melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria

incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no

trabalho

As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta

de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer

tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)

destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de

realizaccedilatildeo do acolhimento

Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar

respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-

se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e

conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo

Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso

das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da

recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos

usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na

filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos

Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a

forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e

fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas

Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora

do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa

acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos

dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato

Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre

profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu

estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem

serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e

realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede

desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos

111

serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo

soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e

usuaacuterios

Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de

marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em

estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional

estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os

resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma

semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia

Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para

atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou

risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para

grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada

pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por

uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse

indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e

5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento

socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas

ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral

mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes

afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada

A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade

de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do

PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de

urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do

instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre

quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica

crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em

diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o

uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem

equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento

O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de

serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que

dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou

112

equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios

as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados

visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65

das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo

totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia

do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia

A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de

urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como

o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a

maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo

Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia

Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por

mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento

pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos

serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia

espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino

por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o

meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos

especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo

em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio

de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo

Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de

compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave

demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e

avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da

APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de

equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e

hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento

adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco

que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas

imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa

confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e

especialistas

Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas

113

UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no

modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na

APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um

tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede

Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em

geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a

distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas

a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem

acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na

marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade

Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o

atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de

90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das

respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)

e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os

indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente

horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento

da consulta na AB

O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de

primeiro contato

114

Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalHoraacuterios defuncionamento

Acolhimento

Urgecircncia eemergecircncia

Agendamento daconsulta na AB

115

52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE

O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo

usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de

cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre

profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)

Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores

nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade

da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo

521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado

ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que

permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a

fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a

realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio

A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam

3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute

realizada por 878 das equipes

Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser

atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-

se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser

fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou

falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios

e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida

Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do

serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos

profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais

realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes

De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS

581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior

das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de

116

todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se

uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo

mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504

nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram

para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave

crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para

698 dos usuaacuterios

Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades

na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico

de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da

possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes

dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede

Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n

EqAB

II35 O respondente atua

3 anos ou mais em sua

equipe

2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434

II325 Nas visitas

domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de

hipertensos faltosos

4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III97 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

meacutedico na UBS

12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643

III99 Sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo

enfermeiro na UBS

14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578

III913 Os profissionais

lembram-se do que

aconteceu nas uacuteltimas

consultas

9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

III916 Quando

interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os

procuram para saber o que

aconteceu e retomar o

atendimento

4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429

117

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio

DSE e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE

e alta

oferta

Brasil

n n n n n n N usuaacuterios que alguma

vez interrompeu o

tratamento ou faltou a

consulta

10388 2388 7283 2693 10076 32828

III145 A equipe fez uma

visita agrave crianccedila com ateacute

sete dias de vida

1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses e que

fizeram preacute-natal

2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado

principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre

o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do

acompanhamento nos diferentes ciclos de vida

A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do

paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou

falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe

Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos

III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS

III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida

III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas

II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe

III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento

118

que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o

mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao

profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou

problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao

meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm

facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para

fazer suas colocaccedilotildees

Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para

falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos

usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os

usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os

usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e

838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre

suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2

Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)

mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se

mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do

profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e

se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam

uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente

Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

Usuaacuterios

III91 O meacutedico deixa

tempo suficiente para falar

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas

15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790

N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

meacutedico

20294 4848 15055 5426 19108 64731

III93 O enfermeiro deixa

tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789

119

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

sobre suas preocupaccedilotildees

ou problemas N usuaacuterios que alguma

vez foram atendidos pelo

enfermeiro

19273 4632 14302 5192 18217 61616

III914 Quando precisam

tirar duacutevidas apoacutes as

consultas sempre tem

facilidade para falar com

os profissionais que lhe

atenderam

9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626

N usuaacuterios que alguma

vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763

III510 Se quiserem

podem escolher a equipe

que lhe atende

5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241

III918 Sempre se sente agrave

vontade para falar com a

equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas

sociais familiares ou

outras questotildees

11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas

III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam

III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees

III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende

120

523 Discussatildeo

A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade

da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao

tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos

usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees

Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte

regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e

maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em

concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de

primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas

por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)

Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da

assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e

pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio

Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico

nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios

estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem

que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao

aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave

confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e

responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos

em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia

do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios

Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma

melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das

solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente

(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo

meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da

consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de

80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma

relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram

obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4

121

e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios

conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se

sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de

necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo

Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo

mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de

baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo

mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as

percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o

tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse

indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em

regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros

independente do grupo de regiotildees de sauacutede

A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a

longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e

mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se

que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa

indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios

Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais

respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais

Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees

da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais

tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do

local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de

capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)

Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas

possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e

maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do

profissional no desempenho do trabalho

A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante

discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-

estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo

122

garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das

cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma

abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos

profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade

Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar

considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na

classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica

Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional

A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade

diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e

disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre

o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento

que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a

avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)

Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)

nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo

comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que

aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem

positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um

registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por

exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio

Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe

que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios

respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser

excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre

isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes

de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo

portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo

do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for

permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de

profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo

do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos

profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta

de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de

123

pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio

assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo

compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica

Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos

usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute

interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e

Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser

obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para

pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos

importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras

palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio

de qualidade da APS

Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos

demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do

tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro

contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos

que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo

(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de

uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a

percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)

Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram

inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das

consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo

agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e

muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho

e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo

profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta

Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de

referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito

bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi

expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)

124

apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com

padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos

faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da

equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo

lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)

O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

longitudinalidade

Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de

sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)

Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente

125

53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE

A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do

paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB

Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo

capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)

Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de

accedilotildees e resolutividade da AB

531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos

da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de

acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees

essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas

cirurgias

A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das

UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768

oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela

farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees

Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das

equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de

cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das

equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios

com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com

diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam

sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de

material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados

por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita

por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que

precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes

Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das

consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no

mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM

em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado

126

representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila

usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de

serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS

Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto

desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se

verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo

dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os

grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia

varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das

UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em

relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)

Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para

usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de

solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede

com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo

de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para

exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das

Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo

de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos

exames em tempo oportuno

A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2

com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de

ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235

das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que

possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas

Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)

Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da

maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1

com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que

realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5

(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas

684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos

127

disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos

nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem

consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada

em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu

caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de

material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de

procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede

Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I78 Ofertam consultas

meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916

I78 Ofertam consultas

de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971

I78 Ofertam consultas

odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768

I78 Dispensam

medicamentos pela

farmaacutecia

4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II166 Comprova

programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que

faccedilam parte de grupos

prioritaacuterios de cuidado

continuado

3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788

II175 Solicitam exame

de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974

II176 Solicitam exame

de hemoglobina

glicosilada para DM

4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928

II179 Solicitam

mamografia para

mulheres entre 50 e 69

anos

4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979

II1710 Solicitam

sorologia para HIV no

preacute-natal

5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983

II203 Realizam coleta

de material para exames

de laboratoacuterio

1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526

II207 Realizam

procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631

128

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II208 Realizam

procedimento sutura de

ferimentos

1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308

II326 Possuem

mapeamento os usuaacuterios

adscritos que necessitam

receber cuidado no

domiciacutelio

3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III116 Fizeram a

maioria das consultas de

preacute-natal nesta UBS

2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698

III1416 Fizeram a

maioria das vacinas da

crianccedila nesta UBS

2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776

N usuaacuterias com crianccedilas

ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

III163 Fizeram a

maioria das consultas de

diabetes nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777

N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118

III153 Fizeram a

maioria das consultas de

HAS nesta UBS nos

uacuteltimos 6 meses

4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754

N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797

III106 Fizeram o exame

preventivo de cacircncer de

colo de uacutetero nesta UBS

12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732

N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791

MEDIA 772 763 756 795 818 783

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

129

Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos

realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal

II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos

II175 Solicitam exame de creatininapara HAS

I78 Ofertam consultas deenfermagem

II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM

I78 Ofertam consultas meacutedicas

I78 Ofertam vacinaccedilatildeo

I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia

I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS

III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses

III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS

II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS

II207 Realizam procedimentos na UBS

II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio

II208 Realiza procedimento sutura deferimentos

130

532 Resolutividade da AB

A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as

accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos

usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando

necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item

coordenaccedilatildeo do cuidado

A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente

resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil

963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista

valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior

561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos

profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450

do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do

farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do

ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra

A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das

equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e

necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das

ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade

suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio

baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios

afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis

Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe

sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram

facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que

os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades

Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees

de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados

que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo

DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os

menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com

690

131

Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com

valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se

maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria

profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com

menores percentuais de apoio em geral (454)

Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2

o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam

como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo

permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe

Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no

indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os

horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das

Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro

desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou

equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1

e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem

sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios

respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os

medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis

Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave

disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em

relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais

mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar

encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo

resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta

de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo

falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo

recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem

todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores

avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de

medicamentos

132

Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade

da AB por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 UBS possuem

meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963

I35 UBS possuem

enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993

I35 UBS possuem

cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II122 Recebem apoio

do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561

II123 Recebem apoio

de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481

II123 Recebem apoio

de fisioterapeuta do

NASF

2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450

II123 Recebem apoio

de nutricionista do

NASF

2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436

II123 Recebem apoio

de assistente social do

NASF

2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376

II123 Recebem apoio

de farmacecircutico do

NASF

985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226

II123 Recebem apoio

de ginecologista do

NASF

712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138

II123 Recebem apoio

de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131

II123 Recebem apoio

de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108

II81 No municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo

profissionais da AB

3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812

II84 Quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo

permanente estas

contemplam as

demandas e

necessidades da equipe

2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613

II201 Recebem

medicamentos da

farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender

a populaccedilatildeo

3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677

II205 Realizam todas

as vacinas do calendaacuterio

baacutesico

4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

133

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

Usuaacuterios

III81 Quando satildeo

atendidos acham que a

equipe sempre busca

resolver suas

necessidades problemas

na proacutepria UBS

14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725

III181 Nunca falta

material ou

equipamento na UBS

que prejudique seu

atendimento

12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652

III922 Sempre

encontram facilidade

para saber os resultados

de seus exames

12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657

III 182 Quando o

profissional receita um

medicamento este estaacute

sempre disponiacutevel

6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306

III75 As orientaccedilotildees

que os profissionais

fornecem na UBS

sempre atendem suas

necessidades

10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 UBS possuem enfermeiro

I35 UBS possuem meacutedico

II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico

II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB

I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista

III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS

II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo

134

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB

por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

533 Discussatildeo

A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes

ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados

positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados

agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos

vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das

accedilotildees da AB

Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a

anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de

organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para

outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma

abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos

2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)

Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames

III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe

II122 Recebem apoio do NASF

III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades

III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel

135

usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de

profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta

de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de

visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo

Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim

como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em

relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam

resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios

conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas

em funccedilatildeo do risco identificado

Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM

mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30

de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato

em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse

resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta

Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-

se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na

maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS

esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de

sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta

chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa

oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que

sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a

657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo

visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados

regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios

de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para

exames

Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas

44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de

enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou

seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos

136

Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute

realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva

para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella

et al 2015)

Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de

medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos

usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram

uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como

em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e

achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o

cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor

aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional

seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos

e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram

realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave

hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela

centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade

de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade

Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre

medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20

das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e

significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi

baixo

O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na

qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014

Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por

exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas

compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores

discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas

poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees

mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam

os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de

50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et

al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias

137

profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de

Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais

ausentes

Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de

2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo

Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de

ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das

equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de

pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou

essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo

exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento

Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios

referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos

dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos

seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e

sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)

Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os

profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades

Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento

dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg

4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de

resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo

permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos

Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O

uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista

e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de

perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo

especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho

Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou

preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se

for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute

importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill

2004)

138

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta

de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com

menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos

humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma

Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de

funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos

(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5

Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou

melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB

Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de

enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as

unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para

grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede

mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida

pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim

etal 2004)

Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser

considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no

padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo

bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a

74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado

em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na

disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo

inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe

pelas diferentes categorias do NASF

O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

abrangecircnciaintegralidade

139

Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

Resolutividade da AB

140

54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO

A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria

coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver

necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial

(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais

e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de

ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os

serviccedilos (Almeida et al 2010)

Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de

fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo

Baacutesica

541 Continuidade informacional

A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as

accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da

informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente

(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de

atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos

mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo

Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente

continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio

eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram

apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378

No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem

registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de

usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease

Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores

superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de

sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios

141

com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando

comprovaccedilatildeo

Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1

apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos

da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de

atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros

serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias

407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM

com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de

encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de

profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos

desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo

compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento

dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma

ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais

Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por

grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

EqAB

II145 Possui

prontuaacuterio eletrocircnico

implantado

64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140

II146 Possuem

prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com

outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110

II1831 Comprovam

existir fichas de

encaminhamento dos

usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852

II1721 Comprovam

manter registro dos

usuaacuterios de maior risco

encaminhados para

outros pontos de

atenccedilatildeo

1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378

II254 Possui registro

das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484

142

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n N

com maior

riscogravidade

II264 Possui registro

das pessoas com DM

com maior

riscogravidade

2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520

II2711 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660

II2811 Comprovam

possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade

informacional por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

542 Ordenamento de fluxos assistenciais

O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos

definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade

II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade

II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado

II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo

143

atendidos pela AB

Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de

fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes

possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para

HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo

presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem

referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484

para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das

usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com

a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias

As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As

respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre

os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo

presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e

Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se

674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603

nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820

nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser

observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem

que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma

afirmaccedilatildeo

Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o

atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e

742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e

698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero

os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees

para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos

enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo

Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de

encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas

nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a

atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa

oferta de serviccedilos

144

Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n N

EqAB

II173 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades

de encaminhamento

1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para preacute-

natal

3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para HAS

3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694

II174 Possuem

protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para DM

3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695

II184 Possuem

documentos contendo

as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo

municipal para os

atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da

equipe

2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de mama

2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para cacircncer

de colo de uacutetero

2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527

II185 Possuem

referecircncias e fluxos

definidos para parto

1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterias

III1120 Na consulta

de preacute-natal jaacute saem

com a proacutexima consulta

marcada

1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616

III1122 Foram

orientadas sobre a

maternidade que fariam

o parto

1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466

N usuaacuterias com

crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777

MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595

145

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos

assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

543 Acesso a consultasexames especializados

A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a

coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o

serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando

necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e

organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave

rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao

cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do

cuidado (Almeida et al 2010)

Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a

consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central

para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de

exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das

equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das

equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM

II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS

III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada

II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama

II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto

III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto

II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento

146

usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair

da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute

marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam

sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em

relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e

489 coordenam para usuaacuterios com DM

Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de

regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de

espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave

consulta especializada

Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada

agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as

respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta

especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg

1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo

bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios

fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas

consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um

resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios

com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso

da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam

agraves equipes das Reg 5 (517)

O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente

vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou

posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede

de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos

especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com

HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um

papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede

de atenccedilatildeo

147

Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames

especializados por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II182 Possui central

para marcaccedilatildeo de

consulta especializada

4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898

II182Possui central

para marcaccedilatildeo de

exames

4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868

II171 Quando o

usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser

encaminhado para

consulta especializada

jaacute sai da UBS com a

consulta agendada

829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262

II171 A consulta eacute

marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610

II256 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com HAS

2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492

II266 Coordena a fila

de espera para usuaacuterios

com DM

2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III919 Quando

precisam os

profissionais da equipe

sempre conseguem

marcar uma consulta

com outros

profissionais ou

especialistas

8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas saem da

UBS com a consulta

agendada

1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130

III920 Quando satildeo

atendidos na UBS e

necessitam ser

encaminhados para

outros profissionais ou

especialistas a consulta

eacute marcada pela UBS e

depois informada ao

usuaacuterio

4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465

148

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n N usuaacuterios que

alguma vez precisou

marcar consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas

especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada

tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o

atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada

pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores

o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al

2010)

Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de

atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que

foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada

II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames

III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio

II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS

II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM

III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada

149

A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade

para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo

pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas

com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia

contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das

equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em

431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros

profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento

A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo

institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os

extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a

existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e

Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento

pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos

reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)

com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos

nas Reg 1

Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa

a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A

institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos

serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas

percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia

inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta

Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre

serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II186 Fizeram contato

com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670

II187 Foram contatadas

por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485

II188 Possuem fluxo de

comunicaccedilatildeo

institucionalizado entre

AB e AE

1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498

150

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE discussatildeo de

casos

684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas

476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE telessauacutede

266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77

II189 Fluxo

institucionalizado entre

AB e AE ficha de

referecircncia

contrarreferecircncia com

histoacuteria detalhada e

sugestotildees de conduta

1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412

II1811 Possuem uma

lista de contatos na UBS

com os especialistas da

rede SUS

1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III921 Depois que

foram atendidos por

outros profissionais fora

da UBS a EqAB sempre

conversou sobre o

atendimento

5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401

N usuaacuterios que alguma

vez precisou marcar

consultas com

especialistas

13897 3279 11491 4171 14761 47599

MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

151

Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta

entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

545 Discussatildeo

A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em

linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que

abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos

de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e

AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos

da rede de atenccedilatildeo

Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos

paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de

medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de

sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013

Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da

APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo

integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida

em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)

Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de

coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita

Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)

Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II186 Fizeram contato com especialistas

II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE

II187 Foram contatadas por especialistas

II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas

II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede

152

cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da

melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado

O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era

pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o

atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico

de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo

possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se

dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o

atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados

havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os

mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema

de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do

cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos

desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande

desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo

baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo

profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a

criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da

credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista

promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a

continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et

al 2007 174)

Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade

informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca

de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica

possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma

forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente

considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de

profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos

resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de

fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de

metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de

pessoas com tuberculose e hanseniacutease

Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da

coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de

cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de

integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na

pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos

achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por

meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes

153

participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al

2014)

Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba

(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da

coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados

ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de

exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na

operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de

comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade

das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que

caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui

fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de

referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade

apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os

equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010

Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de

Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para

APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS

Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente

disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia

e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico

Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos

municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do

prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a

implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada

aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de

funccedilatildeo de filtro da APS

A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente

relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se

revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de

marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros

estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas

especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS

154

informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos

municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)

Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos

da metade das equipes coordenam as filas de espera

Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a

funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais

pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para

encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos

serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia

mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com

residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram

melhores resultados no conjunto de atributos da APS

Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos

assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar

atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e

em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim

processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70

das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais

expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas

Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave

disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees

mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute

ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre

a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e

definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo

municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo

dos profissionais

Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados

problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e

ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre

os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias

nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local

organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos

155

especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os

resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo

entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento

socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um

pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo

especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e

pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas

encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos

vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de

accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional

Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o

atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das

respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8

indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no

padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em

padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na

existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os

indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade

informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames

especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute

dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa

comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e

mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que

necessitam

O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

coordenaccedilatildeo

156

Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Ordenamento defluxos assistenciais

Acesso agraveconsultasexamesespecializados

Continuidadeinformacional

Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE

157

55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades

da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de

sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o

enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de

sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)

Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo

entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a

fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram

definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social

551 Territorializaccedilatildeo

O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes

no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da

populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse

territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao

usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade

Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na

meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia

definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das

equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de

334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e

apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para

essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas

Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos

uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees

de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765

estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais

sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas

Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute

273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de

meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob

158

sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas

positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute

compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto

necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a

gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio

DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)

Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As

Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade

de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de

abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os

piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio

a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo

descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas

para o planejamento das accedilotildees

Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca

de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio

quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute

uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os

profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois

menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas

Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

UBS

I35 Possuem 4 ou

mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917

N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749

EqAB

II133 Existe

definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia

4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977

II137 Existe

populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno

1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334

159

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

do territoacuterio

II131 Existe ateacute

3500 pessoas sob sua

responsabilidade

3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641

II132 A gestatildeo

considerou criteacuterios

de risco e

vulnerabilidade para

a definiccedilatildeo de

quantidade de

pessoas sob sua

responsabilidade

2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539

II134 Possuem

mapas com desenho

do territoacuterio de

abrangecircncia

3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844

II136 Nos uacuteltimos

12 meses realizou

mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia

2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607

II910 Realizam

monitoramento e

anaacutelise dos

indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810

II92 Realizam

algum processo de

levantamento de

problemas

3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795

II94 Estabelecem

um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III88 Durante as

consultas os

profissionais da

EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees

adequadas a sua

realidade

9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

160

Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

552 Intersetorialidade

A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao

conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a

fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a

responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield

2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar

uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas

puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos

para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades

considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola

(PSE)

A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados

sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades

considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas

192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes

possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749

das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa

Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

I35 Possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia

II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede

II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas

II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo

II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade

II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio

161

cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de

realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com

implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas

sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis

do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os

itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre

os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam

suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a

483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg

2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com

sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel

desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio

Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam

busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser

considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social

Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das

famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso

pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias

eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF

A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente

no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para

menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento

considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos

equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em

parceria

162

Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente

intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n n n

EqAB

II114 Planejam suas

atividades considerando

o envolvimento de

outros setores de sua

aacuterea (intersetorialidade)

2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo de aacutereas

de risco (aacutereas de

violecircncia com precaacuterias

condiccedilotildees sanitaacuterias

zonas de risco como

encostas morros e

loteamentos irregulares)

837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192

II135 Possui mapa

com sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

(comeacutercios locais

igrejas escolas e outros)

2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458

II331 Realizam busca

ativa de famiacutelias

elegiacuteveis para

cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749

II3331 Comprovam

existecircncia de mapa de

acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492

II3821 Comprovam

registro de atividades na

escola

3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

II314 Nos territoacuterios

com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas

sobre a qualidade da

aacutegua de cisternas

2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807

N EqAB que possuem

cisternas no territoacuterio

de atuaccedilatildeo

3191 588 1407 437 1371 6994

MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

163

Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

553 Participaccedilatildeo social

A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede

que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em

sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise

foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e

canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses

espaccedilos

Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo

social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS

segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883

dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os

usuaacuterios

Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios

conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um

retorno rapidamente

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas

II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia

II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)

II3821 Comprovam registro de atividades na escola

II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)

II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)

164

Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo

dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694

possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves

demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa

variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os

usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas

Reg 2 e 637 nas Reg 1

Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que

espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos

nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta

dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se

deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos

espaccedilos de interaccedilatildeo

Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo

social por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

EqAB

II355 Existe conselho

local de sauacutede ou

instacircncia colegiada

equivalente

2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592

II341 Dispotildeem de

canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios

expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na AB

3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731

II351 Realizam

pesquisa de satisfaccedilatildeo

dos usuaacuterios

2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368

II354 Consideram a

opiniatildeo do usuaacuterio para

a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do

processo de trabalho

4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III191 Quando

querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496

165

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e

meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE e

meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n n n N n

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS conseguem

III192 Quando

fizeram alguma relaccedilatildeo

ou sugestatildeo

rapidamente tiveram

um retorno

1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236

N usuaacuterios que

precisaram fazer

reclamaccedilatildeo ou

sugestatildeo na UBS

6393 1686 5158 1919 7505 22661

MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por

grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

554 Discussatildeo

O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos

componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou

resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool

demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006

Turci et al 2016)

Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho

II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente

III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios

III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno

166

positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram

como negativa (Elias et al 2006)

Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a

orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs

atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas

Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios

profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em

relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias

profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)

Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos

de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo

escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa

Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no

seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de

pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000

pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a

populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo

de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo

descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de

cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai

desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior

agrave norma brasileira

A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo

(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de

criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento

da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes

Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e

gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem

para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS

entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente

dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na

perspectiva das redes de atenccedilatildeo

Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de

167

sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um

componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade

uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de

obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede

de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do

territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008

143)

Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao

contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos

privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das

necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)

Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais

assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial

(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados

mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et

al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o

potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem

concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e

sustentabilidade das accedilotildees

A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo

intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)

destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de

sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como

resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees

intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos

Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da

intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas

gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)

importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas

dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)

Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos

indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel

do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes

cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

168

intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e

setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos

problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas

organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula

2006 Inojosa e Junqueira 1997)

Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele

gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos

processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando

posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface

entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos

institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias

de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede

(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)

Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para

os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80

relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio

instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de

13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em

outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos

nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)

Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da

participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais

sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas

instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa

resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute

um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo

popular (Bispo Junior e Martins 2014)

Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os

problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como

um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os

existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os

desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social

das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos

169

sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da

melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um

novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da

efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)

Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou

melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a

indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave

territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia

da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo

influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes

completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento

da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes

natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais

sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de

trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social

Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia

para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se

apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se

expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no

padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das

respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos

indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS

definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para

reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se

concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da

orientaccedilatildeo para a comunidade

170

Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

TotalTeritorializaccedilatildeo

Participaccedilatildeo social

Intersetorialidade

171

56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA

O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica

familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser

avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia

disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos

membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das

variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de

variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita

domiciliar como forma de abordagem familiar

Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo

as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e

acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual

561 Abordagem familiar

Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas

de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees

relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do

prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio

Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem

familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios

por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo

realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias

com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960

registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495

dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios

recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede

Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees

de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta

(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2

agregam em geral os piores resultados

Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em

relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de

172

sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que

envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo

Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

N n n n n n

EqAB

II1411 Comprovam

que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados

por nuacutecleos familiares

4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787

II321 Outros membros

da equipe aleacutem dos ACS

realizam visita

domiciliar

5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996

II323 Visitam as

famiacutelias com

periodicidade distinta

de acordo com avaliaccedilatildeo

de risco e

vulnerabilidade

4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930

II3211 Registram as

consultas ou

atendimentos realizados

no domiciacutelio

4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III912 Profissionais da

EqAB perguntam sobre

seus familiares

10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495

III923 Recebem visita

do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851

III924 Recebem visita

de outros profissionais

de sauacutede

6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

173

Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

562 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees

possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos

apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das

equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo

agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)

Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra

altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados

foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a

territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al

2013)

Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram

as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90

das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em

geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva

et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como

quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de

domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar

II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio

II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade

III923 Recebem visita do ACS

II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares

III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares

174

informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e

marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o

ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita

Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)

tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos

usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves

competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica

diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares

com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros

aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse

sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo

com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e

vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados

interessantes

Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser

realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos

ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente

dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o

profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de

trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria

profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo

na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que

envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os

conflitos familiares (Campos e Matta 2007)

Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de

sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo

com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo

Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos

familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse

indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva

(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute

insatisfatoacuteria

175

Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e

insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o

prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia

Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas

prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos

sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais

membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais

direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)

Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se

que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos

municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o

preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar

intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira

et al 2008)

Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito

nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se

relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios

ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados

(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do

cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o

que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de

informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as

relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro

domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma

nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro

Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar

baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute

deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo

dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos

profissionais que envolva a famiacutelia como um todo

Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o

atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou

em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se

localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na

176

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na

famiacutelia

Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem familiar

177

57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL

A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos

grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees

sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)

O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica

individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al

2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo

para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e

as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como

complementares (Targa e Oliveira 2012)

571 Abordagem cultural

De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem

competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas

conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a

adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as

possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos

A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a

abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes

ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais

para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave

essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se

sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e

religiatildeo

No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede

constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares

que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor

nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das

Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227

das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas

Reg 5

Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a

178

anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria

poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados

apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais

Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em

especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e

complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das

equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios

Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural

por grupos de regiotildees de sauacutede

INDICADORES

Reg 1

Baixo DSE

e baixa

oferta

Reg 2

Meacutedioalto

DSE e

baixa

oferta

Reg 3

Meacutedio DSE

e meacutediaalta

oferta

Reg 4

Alto DSE

e meacutedia

oferta

Reg 5

Alto DSE e

alta oferta Brasil

n n N n n n

EqAB

II391 Realizam accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo

rural assentados e

quilombolas de acordo

com as especificidades e

demandas do grupo

2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322

II392 Atendem a

populaccedilatildeo rural

assentada e quilombola

974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116

II301 Oferecem o

serviccedilo de praacuteticas

integrativas e

complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188

N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541

Usuaacuterios

III76 Sempre se

sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo

aos seus haacutebitos

culturais costumes e

religiatildeo

18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903

N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391

MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382

Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

179

Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de

regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

572 Discussatildeo

A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de

variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados

observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo

positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise

da interculturalidade

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como

a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma

dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses

indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e

quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores

percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas

Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo

Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos

aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo

II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo

II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio

180

do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar

registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas

No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e

discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para

mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se

referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e

resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque

cultural (Gonzaacutelez et al 2014)

Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as

que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as

praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia

com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas

convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do

Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de

tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de

medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em

conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta

compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos

usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular

brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)

Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com

foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em

sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as

estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e

racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC

na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir

as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre

cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas

medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)

Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o

atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi

encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se

181

expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo

grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre

respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia

cultural

Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados

0102030405060708090

100Reg 1

Reg 2

Reg 3

Reg 4

Reg 5

Total

Abordagem cultural

182

58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB

A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por

atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto

possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os

atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos

nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas

consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos

Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em

relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas

variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal

modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo

baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento

familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama

hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo

1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo

portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos

como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista

Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de

qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis

existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das

variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da

Unidade de Sauacutede

Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em

temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da

equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da

equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o

planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e

referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo

nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe

de Atenccedilatildeo Baacutesica

No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de

variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao

183

ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal

e sauacutede da crianccedila

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica

Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as

UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando

13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram

ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados

entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS

analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425

usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do

ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados

tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o

que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o

dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2

Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do

PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como

Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios

outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas

iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos

entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao

Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e

aprofundamento

Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel

compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo

Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas

introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo

entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo

comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99

estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram

listadas nas tabelas

184

A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro

contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo

2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de

19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no

ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades

de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para

atendimento de urgecircncia e emergecircncia

Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento

no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que

funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de

semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram

como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em

relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a

implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de

578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com

relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo

acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)

Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados

superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de

640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios

913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os

profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia

qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer

hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116

para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir

(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar

consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de

urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A

variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no

ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso

necessite (891)

Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e

ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na

AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional

185

de acesso

Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de

atendimento6

13052 949 12810 986 23766 988

I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978

I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816

I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de

semana 1641 119 555 43 1243 52

N UBS 13749 12985 24055

Usuaacuterios

III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta

UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857

III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute

perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Acolhimento

EqAB

II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na

UBS 13255 801 14857 977 28866 969

N EqAB 16541 15208 29778

II159 e II1218 Os profissionais que fazem o

acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e

classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios

7660 578 10259 691 18937 656

N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866

Usuaacuterios

III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a

UBS sem ter hora marcada conseguem ser

escutados

43453 789 30476 858 57665 853

III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a

forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824

N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora

marcada 55077 35507 67570

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 e II126

Comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute

reserva de vagas para atendimento no mesmo dia

10585 640 13425 883 25321 850

II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de

grupo de atendimento programado na UBS ele

consegue sair com a consulta marcada

13800 834 13878 913 26697 897

II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na

UBS em qualquer dia da semana em qualquer

horaacuterio

9172 555 9310 612 17863 600

6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo

comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste

estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2

186

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a

qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598

III61 e III61 Para marcar consulta na UBS

marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS

mas tem que pegar ficha

15314 234 13452 230 26438 231

III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e

para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da

UBS abrir

19984 306 14262 244 27718 242

III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede

marca a consulta

7602 116 11207 192 22493 196

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser

feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470

N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516

Atendimento de urgecircncia e emergecircncia

EqAB

II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia

e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III77 O senhor(a) conta com esta unidade para

algum atendimento de urgecircncia caso necessite

- - 23824 891 43870 888

N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de

urgecircncia 26734 49419

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel exclusiva do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

187

Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse

tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram

variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave

lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade

de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio

Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados

inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual

menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e

somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou

natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento (de 429 para 480)

No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve

resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila

pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I71 e I81

I73 e I82

I74 e I85

I76 e I82

III57 e III57

III52 e III52

II151 e II121

II159 e II1218

III71 e III73

III74 e III72

II15141 e II126

II1517 e II129

II1612 e II1212

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III61 e III61

III62 e III62

II158 e II128

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

188

usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e

problemas (de 547 para 677)

Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os

resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da

relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados

ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre

o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em

relaccedilatildeo ao padratildeo esperado

Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

EqAB

II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais

em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420

II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS

realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734

N EqAB 16541 12985 29778

Usuaacuterios

III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587

III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo

mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622

N usuaacuterios 65391 58425 114615

III916 e III99 Quando interrompem o tratamento

por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na

UBS os profissionais os procuram para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

14082 429 12434 480 23433 464

N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento

ou faltou a consulta 32828 25887

50527

III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila

com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

(viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente

para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615

III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo

suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou

problemas

48641 789 48624 832 94806 827

N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo

enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615

III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas

apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar

com os profissionais que lhe atenderam

29912 626 26346 638 50057 627

189

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2 PMAQ-

AB

n n n

N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826

III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees

problemas sociais familiares ou outras questotildees

35796 547 39568 677 76592 668

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do

total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel

equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se

referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de

todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta

de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos

profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II35 e II35

II325 e II147

III97 e III93

III99 e III94

III916 e III99

III145 eIII171

III91 e III91

III93 e III92

III914 e III97

III918 e III87

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

190

accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na

UBS em geral natildeo puderam ser comparadas

Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores

resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de

medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas

a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os

indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)

nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos

prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas

mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios

a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS

Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer

de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que

pode indicar algum tipo de erro no banco de dados

Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte

dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que

consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de

725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS

(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)

Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro

aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias

meacutedicas

Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os

resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de

exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento

sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no

instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto

poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a

experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no

instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os

191

resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da

metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios

Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo

entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978

I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993

I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782

I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela

farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781

I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II1661 e II131

Comprova programar

consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

13037 788 13793 907 26605 893

II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para

HAS 16107 974 14908 980 29037 975

II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina

glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921

II179 e II151 Solicitam mamografia para

mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908

II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no

preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972

II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de

ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424

II326 e II284 Possuem levantamento

mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

11633 703 11367 747 21150 710

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas

de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas

de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830

N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557

III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas

de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786

N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994

III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de

cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112

N usuaacuterias 50791 46210 91203

Resolutividade

UBS

I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972

I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995

I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

192

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

II122 e II95 Recebem apoio do NASF

10635 643 9301 612 17157 576

II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta

do NASF 7446 450 8149 536 14993 503

II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do

NASF 7206 436 5936 390 10665 358

II123 e II332 Recebem apoio de assistente social

do NASF 6219 376 6463 425 11850 398

II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do

NASF 3744 226 4185 275 7012 235

II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do

NASF 2290 138 1564 103 2850 96

II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do

NASF 2173 131 1622 107 3017 101

II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do

NASF 1782 108 1485 98 2741 92

II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889

II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as demandas e

necessidades da equipe

10195 613 9443 621 17193 577

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a

equipe sempre busca resolver suas necessidades

problemas na proacutepria UBS

47391 725 31407 538 60393 527

III 182 e III231 Quando o profissional receita

um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do

ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

193

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100I78 e I86

I78 e I86I78 e I86

I78 e I86

I78 e I86

II166 e II131

II175 e II151

II176 e II151

II179 e II151

II1710 e II152

II208 e II172

II326 e II284

III116 e III133

III163 e III212

III153 e III202III106 e III127I35 e I33

I35 e I33

I35e I33

II123 e II95

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II123 e II332

II81 e II71

II84 e II710

III81 e III81III 182 e III231

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do

ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36

indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco

especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo

1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas

Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1

A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB

obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados

sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das

equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia

da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo

do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel

observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem

194

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se

apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com

melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco

encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das

pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro

de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode

indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes

centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto

agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um

leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado

visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da

agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o

instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a

organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de

atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do

esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com

apoio do NASF

Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de

comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre

profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo

instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para

especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece

similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado

pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de

marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes

indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a

AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no

questionaacuterio do ciclo 27

7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido

motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer

195

Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1

e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

Continuidade informacional

EqAB

II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico

implantado 2322 140 2601 171 4133 139

II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e

ele estaacute integrado com outros pontos da rede de

atenccedilatildeo

1825 110 2171 143 3337 112

II1721 e II146

Comprovam manter registro

dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

6258 378 9936 653 18018 605

II254 e II146 Possui registro das pessoas com

HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565

II264 e II146 Possui registro das pessoas com

DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545

II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485

II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero

de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334

N EqAB 16541 15208 29778

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de

estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal

12377 748 11886 782 21763 731

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para HAS

11483 694 10626 699 19091 641

II174 Possuem protocolos com diretrizes

terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de

estratificaccedilatildeo de risco para DM

11502 695 10642 700 19066 640

N EqAB 16541 15208 29778

II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a

outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo

- - 6226 669 11042 644

N Eq NASF 9301 17157

Usuaacuterias

III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute

saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695

III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a

maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434

N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043

Acesso a consultasexames especializados

EqAB

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada jaacute sai da

UBS com a consulta agendada

4334 262 4811 316 8234 277

II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser

encaminhado para consulta especializada a consulta

eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

10084 610 9164 603 16932 569

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157

196

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

II145 e II113

II146 e II114

II1721 e II146

II254 e II146

II264 e II146

II2711 e II2131

II2811 e II2211

II174 e II144

II174 e II144

II174 e II144

III1120 e III1322

III1122 e III1324

II171 e II141

II171 e II141

III920 e III101

III920 e III101

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas saem da UBS com a

consulta agendada

III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e

necessitam ser encaminhados para outros

profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada

pela UBS e depois informada ao usuaacuterio

22114 465 15515 459 27797 435

N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas

com especialistas 47599 33767 63879

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos

especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou

na maioria das vezes

- - 5365 353 10134 340

II188 Monitora as gestantes que tiveram parto

atraveacutes da contra referecircncia da maternidade

- - 3302 217 5611 188

N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

197

Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente

no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos

24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente

no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos

indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o

envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos

sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se

apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os

resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes

afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da

quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso

916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909

(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede

nos uacuteltimos 12 meses

Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores

ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes

538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com

cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave

participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios

(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com

os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam

considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no

ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores

de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo

os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor

anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e

qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade

198

Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash

comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n N n

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055

EqAB

II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979

II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB

no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320

II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de

pessoas sob sua responsabilidade

8923 539 10063 662 18452 620

II134 e II103 Possuem mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885

II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da

EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua

realidade

32010 490 37015 634 70987 619

N usuaacuterios 65391 58425 114615

Intersetorialidade

EqAB

II3331 e II272

Comprovam existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

8140 492 11161 734 20751 697

II3821 e II3021Comprovam registro de atividades

na escola 8901 538 10467 688 19053 640

N EqAB 16541 15208 29778

II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS

fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de

cisternas

5641 807 6082 982 12116 980

N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou

instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566

II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo

para os usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

12095 731 12863 846 23528 790

II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e

II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de

satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

6092 368 11160 734 20017 672

II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a

reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III191 e III241 Quando querem fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491

III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou

sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263

N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo

na UBS 22661 16720 32571

199

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por

variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que

dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel

equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados

se apresentaram de forma similar

Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na

famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema

e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos

piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios

nas consultas (509)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I35 e I33

II133 e II102

II137 e II105

II132 e II101

II134 e II103

II910 e II84

III88 e III89

II3331 e II272

II3821 eII3021

II314 e II318

II355 e II296

II341 e II292

II351 e II291

II354 e II295

III191 e III241

III192 e III242

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

200

Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre

os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1 PMAQ-

AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2

PMAQ-AB

Brasil Total

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n n

EqAB

II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos

usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810

II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos

ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943

II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade

15381 930 14719 968 28432 955

N EqAB 16541 15208 29778

Usuaacuterios

III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam

sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497

III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829

III924 e III112 Receberam visita de outros

profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de

competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100II1411 e II1111

II321 e II131

II323 e II281

III912 e III96

III923 e III111

III924 e III112

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

201

questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos

apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse

atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa

temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a

equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem

de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg

ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado

poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a

atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido

positivamente por apenas 145 das equipes

Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em

niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam

atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116

respectivamente

Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2

se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento

Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos

populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de

observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute

limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares

Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os

ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

EqAB

II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a

populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com

as especificidades e demandas do grupo

5319 322 5953 391 12016 404

II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e

quilombola 1911 116 5583 367 11347 381

II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os usuaacuterios do

territoacuterio

3104 188 3541 233 5666 190

II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de

sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras

benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras

- - 1167 77 2288 77

202

INDICADORES

Brasil

Ciclo 1

PMAQ-AB

Brasil

Compatiacutevel

Ciclo 2 PMAQ-

AB

Brasil

Ciclo 2

PMAQ-AB

n n N

II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de

educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e

complementares para a equipe

- - 2208 145 3414 115

N EqAB 15208 29778

Usuaacuterios

III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes e religiatildeo

59046 903 51698 885 100807 880

N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao

instrumento do ciclo 2

Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2

UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1

Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis

Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014

Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da

qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas

para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na

uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores

do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs

observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes

0102030405060708090

100II391 e II311

II392 e II313

II301 e II251

III76 e III88

Ciclo 1

CompatiacutevelCiclo 2

203

brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade

entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes

entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o

funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos

em relaccedilatildeo aos atributos derivativos

A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos

permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos

organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes

204

6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES

Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do

fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em

rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte

estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior

qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e

potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos

problemas de sauacutede

Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da

APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da

APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo

do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS

de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar

e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave

rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a

organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo

social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do

territoacuterio

Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo

de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma

rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo

intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da

heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo

da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama

de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva

Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um

primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS

um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada

grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um

terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e

2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do

instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por

desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos

205

usuaacuterios

Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e

execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A

avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior

amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento

de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do

PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e

os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-

AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por

Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua

organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)

integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com

subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem

de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo

comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS

abrangente

Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a

apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das

quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens

especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a

qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede

fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de

trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade

do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das

equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos

da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-

meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)

A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a

PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus

princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e

viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado

longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em

206

equipe multiprofissional (Brasil 2013a)

Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos

compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa

Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo

sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e

desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF

Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo

agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis

Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os

programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees

propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos

foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)

Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e

de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O

primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na

perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de

variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no

atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes

de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas

Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de

profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido

observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos

atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade

Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos

profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um

exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto

mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a

afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na

percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto

foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O

atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O

horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto

207

ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes

relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse

acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo

foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de

consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios

especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se

definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria

desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores

de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios

de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta

na AB

Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de

serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento

agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores

resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no

conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais

desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)

O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios

tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio

falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo

apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da

longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo

dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais

e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo

e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao

profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se

no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os

piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do

cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em

consultas anteriores e escassa busca ativa)

Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no

grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das

limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade

208

Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de

baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um

comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse

grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas

apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar

sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do

cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo

com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1

sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o

viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo

necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave

indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente

a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio

O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados

no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de

consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios

mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de

atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos

para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e

medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo

dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito

bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de

padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave

equipe pelas diferentes categorias do NASF

A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave

oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a

integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta

de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-

dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os

resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma

variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio

desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)

O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais

atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames

209

especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de

referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso

dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom

esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de

centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de

padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional

ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e

comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE

Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora

do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo

entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos

resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas

(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes

das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se

destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos

percentuais nas Reg 2

Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do

PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes

e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo

apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave

disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo

importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco

normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo

consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a

interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo

muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo

de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com

outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social

Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca

variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os

piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5

foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos

210

de participaccedilatildeo social

No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no

instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar

assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como

organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma

abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados

desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os

profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas

A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao

desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento

similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas

regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os

melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores

resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro

de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5

O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados

apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir

respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo

Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta

de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila

entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em

saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que

depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no

territoacuterio dos municiacutepios

Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam

que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados

principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas

referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as

regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os

piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas

integrativas e complementares

As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)

foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo

211

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores

resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute

porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)

As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no

atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando

que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do

cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo

desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos

Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede

foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em

virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de

atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas

especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica

Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a

gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente

nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a

coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg

5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o

atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente

Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e

meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria

dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade

centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural

Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento

socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes

das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia

cultural

Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e

meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o

conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e

orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na

famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia

cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo

Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os

212

diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da

relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees

menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os

resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a

diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de

planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso

dos serviccedilos de APS

Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do

Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a

concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o

Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou

maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1

representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees

brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um

mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a

organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter

acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a

organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional

Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas

equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto

de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados

em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2

Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de

governabilidade das proacuteprias equipes

Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no

atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em

qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de

acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente

identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo

apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na

integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os

relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees

realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a

disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi

213

menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas

especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de

consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato

institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento

foram excluiacutedos do novo instrumento

Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a

orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos

indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na

percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na

intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os

dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais

adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos

indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na

organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB

perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia

cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do

instrumento

Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as

anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se

pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de

atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da

cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento

que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as

reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na

sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as

peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais

heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de

qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam

Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor

qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo

214

7 REFEREcircNCIAS

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227

ANEXOS

ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR

ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB

Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

Horaacuterios de funcionamento

I71 Quantos turnos de

funcionamento esta UBS oferece a

populaccedilatildeo

Dois turnos ou trecircs

turnos

de UBS que oferecem dois ou mais turnos

de atendimento agrave populaccedilatildeo

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na

semana

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou

mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

Sim de UBS que oferecem atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas

necessidades

Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de

funcionamento desta unidade atende agraves suas

necessidades

III 52 O que o(a) senhor(a) acha da

distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade

de Sauacutede

Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da

sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel

Acolhimento

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado

o acolhimento na UBS

II154 Todos os usuaacuterios que chegam

agrave UBS espontaneamente buscando

atendimento tem suas necessidades

escutadas e avaliadas

Sim de EqAB que afirmam que todos os

usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede

espontaneamente buscando atendimento tecircm

suas necessidades escutadas e avaliadas

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam que os profissionais

que fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o(a)

senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria

das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer problema

conseguem ser escutados(as)

III74 O que o(a) senhor(a) acha

sobre a forma como eacute

acolhidorecebido ao procurar o

serviccedilo

Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou

bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)

ao procurar o serviccedilo

Agendamento da consulta na AB

II15141 Caso o usuaacuterio tenha um

problema que natildeo seja recomendaacutevel o

agendamento para outro dia haacute

reservas de vagas para atendimento no

mesmo dia

Sim de EqAB que comprovam que caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro dia

haacute reserva de vagas para atendimento no

mesmo dia

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja

o caso de agendar no dia e o usuaacuterio

natildeo faccedila parte de algum grupo que

Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees

em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o

usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que

228

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA INDICADORES

possui atendimento programado na

UBS ele consegue sair dessa unidade

com a consulta marcada

possui atendimento programado na unidade

de sauacutede ele consegue sair desta unidade

com a consulta marcada

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

Em qualquer dia da

semana em

qualquer horaacuterio

de EqAB que afirmam que as consultas

satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da

semana em qualquer horaacuterio

III61 Na maioria das vezes como

o(a) senhor(a) faz para marcar

consulta na unidade de sauacutede

Vai agrave unidade e

marca atendimento

a qualquer hora

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora

e marcam o atendimento

Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS marcam por telefone

Vatildeo a UBS mas

tem que pegar

ficha

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que

pegar ficha

Vatildeo a UBS e para

pegar ficha eacute

necessaacuterio fazer

fila antes da UBS

abrir

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar

ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS

abrir

O ACS marca a

consulta

de usuaacuterios que afirmam que para marcar

consulta na UBS o ACS marca a consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

Todos os dias da

semana

de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo

de consultas pode ser feita todos os dias da

semana

Atendimento de

urgecircnciaemergecircncia

II158 A equipe realiza atendimento

de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta

unidade de sauacutede

III78 Onde o(a) senhor(a) procurou

atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de

urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

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Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas

Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade da relaccedilatildeo

profissional-paciente

II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)

atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos

ou mais em sua equipe

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

Hipertensos

faltosos

de EqAB que afirmam que nas visitas

domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos

hipertensos faltosos

III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo meacutedico

Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS

III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute

atendido pelo mesmo enfermeiro

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo

atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS

III913 Os profissionais lembram-se

do que aconteceu nas uacuteltimas consultas

do(a) senhor(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas

consultas

III916 Quando o(a) senhor(a)

interrompe o tratamento por algum

motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta

UBS os profissionais procuram o(a)

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando

interrompem o tratamento por algum motivo ou

natildeo comparecem agrave consulta na UBS os

profissionais os procuram para saber o que

229

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

senhor(a) para saber o que aconteceu e

retomar o atendimento

aconteceu e retomar o atendimento

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias

de vida (primeira semana)

Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez

uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode

escolher a equipe que lhe atende

Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem

podem escolher a equipe que lhe atende

III91 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa

tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III93 Durante o atendimento nesta

Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)

deixa tempo suficiente para o(a)

senhor(a) falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro

deixa tempo suficiente para falar sobre suas

preocupaccedilotildees ou problemas

III914 Quando o(a) senhor(a) precisa

tirar duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre

tem facilidade para falar com os profissionais

que lhe atenderam

III918 O(a) senhor(a) se sente agrave

vontade para falar com a equipe sobre

suas preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou

outras questotildees

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

Consultas

meacutedicas

de UBS que ofertam consultas meacutedicas

Consultas de

enfermagem

de UBS que ofertam consultas de

enfermagem

Consultas

odontoloacutegicas

de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas

Dispensaccedilatildeo de

medicamentos

pela farmaacutecia

de UBS que dispensam medicamentos pela

farmaacutecia

Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

Sim de EqAB que afirmam programar consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de

programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado

continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

Creatinina

de EqAB que afirmam solicitar exame de

creatinina para HAS

II176 Quais os exames solicitados

para DM

Hemoglobina

glicosilada

de EqAB que afirmam solicitar exame de

hemoglobina glicosilada para DM

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia

para mulheres entre 50 e 69 anos

230

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

Sorologia para

HIV

de EqAB que afirmam solicitar sorologia

para HIV no preacute-natal

II203 A equipe realiza coleta de

material para exames de laboratoacuterio

Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de

material para exames de laboratoacuterio

II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza procedimentos pequenas

cirurgias na UBS

Sim de EqAB que afirmam realizar

procedimentospequenas cirurgias

II208 A EqAB realiza os seguintes

procedimentos pequenas cirurgias

Sutura de

ferimentos

de EqAB que afirmam realizar sutura de

ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidado no domiciacutelio

Sim de EqAB que afirmam possuir

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adscritos que necessitam receber cuidado no

domiciacutelio

III1416 Em que local foram feitas a

maioria das vacinas da crianccedila

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das vacinas da crianccedila na UBS

III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos

seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de HAS na UBS

III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a

maioria das consultas por causa da

diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos

uacuteltimos seis meses

Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria

das consultas de diabetes na UBS

III106 A Senhora faz o exame

preventivo do cacircncer do colo do uacutetero

(exame papanicolau) nesta Unidade de

Sauacutede

Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame

preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria

das consultas de preacute-natal na UBS

Resolutividade

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

1 ou mais

meacutedicos

de UBS que possuem meacutedico

1 ou mais

enfermeiros

de UBS que possuem enfermeiro

1 ou mais

cirurgiotildees-

dentista

de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista

II122 Quem realiza apoio agrave equipe de

atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos

considerados complexos

NASF de EqAB que afirmam receber apoio de

profissionais do NASF

II123 Equipes que recebem apoio dos

seguintes profissionais do NASF

Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de

psicoacutelogo do NASF

Fisioterapeuta

de EqAB que afirmam receber apoio de

fisioterapeuta do NASF

Nutricionista

de EqAB que afirmam receber apoio de

nutricionista do NASF

Assistente Social

de EqAB que afirmam receber apoio de

assistente social do NASF

Farmacecircutico

de EqAB que afirmam receber apoio de

farmacecircutico do NASF

Ginecologista

de EqAB que afirmam receber apoio de

ginecologista do NASF

Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de

pediatra do NASF

231

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de

psiquiatra do NASF

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute

accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo

profissionais da AB

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees

de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II201 A equipe possuirecebe

medicamentos da farmaacutecia baacutesica

suficientes para atender a sua

populaccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos

da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a

populaccedilatildeo

II205 A equipe realiza todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

Sim de EqAB que afirmam realizar todas as

vacinas do calendaacuterio baacutesico

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a equipe

busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS acham que a equipe sempre

busca resolver suas necessidadesproblemas na

proacutepria UBS

III181 Quando o senhor procura

atendimento nesta UBS falta de

material ou equipamento costuma

prejudicar seu atendimento

Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando

procuram atendimento na UBS nunca falta

material ou equipamento que prejudique seu

atendimento

III922 O(a) senhor(a) encontra

facilidade para saber dos resultados dos

seus exames que chegam nesta unidade

de sauacutede

Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre

encontram facilidade para saber os resultados de

seus exames

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel na UBS

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o

profissional receita um medicamento este

sempre estaacute disponiacutevel

III75 As orientaccedilotildees que os

profissionais datildeo para o senhor na UBS

atendem suas necessidades

Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees

que os profissionais fornecem na UBS sempre

atendem suas necessidades

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores

para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Continuidade informacional

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio

eletrocircnico implantado

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da rede

de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio

eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da

rede de atenccedilatildeo

II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas

de encaminhamento dos usuaacuterios para

demais pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam existir fichas de

encaminhamento dos usuaacuterios para demais

pontos de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de

maior risco encaminhados para outros

pontos de atenccedilatildeo

Sim de EqAB que comprovam manter registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com

hipertensatildeo arterial sistecircmica com

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com HAS com maior riscogravidade

232

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

maior riscogravidade

II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro de pessoas com diabetes

mellitus com maior riscogravidade

Sim de EqAB que afirmam possuir registro das

pessoas com DM com maior riscogravidade

II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com tuberculose

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose

II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui registro do nuacutemero de usuaacuterios

com hanseniacutease

Sim de EqAB que comprovam possuir registro do

nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease

Ordenamento de fluxos assistenciais

II173 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de prioridades para

encaminhamento

Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de prioridades de

encaminhamento

II174 A equipe possui protocolos com

definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas

para

Preacute-natal

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

preacute-natal

HAS

de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

HAS

DM de EqAB que afirmam possuir protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para

DM

II184 A equipe possui documentos

contendo as referecircncias e fluxos

pactuados pela gestatildeo municipal para

os atendimentos dos usuaacuterios do

territoacuterio da equipe

Sim de EqAB que afirmam possuir documentos

contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela

gestatildeo municipal para os atendimentos dos

usuaacuterios do territoacuterio da equipe

II185 Quais as referecircncias e fluxos

definidos

Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de mama

Cacircncer de colo

de uacutetero

de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero

Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e

fluxos definidos para parto

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima consulta

marcada

Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de

preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta

marcada

III1122 A senhora foi orientada sobre

o lugar (maternidade) que faria o parto

Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada

sobre a maternidade que fariam o parto

Acesso agrave consultasexames

especializados

II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo

disponiacuteveis

Marcaccedilatildeo de

consulta

especializada

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de consulta especializada

Marcaccedilatildeo de

exames

de EqAB que afirmam possuir central para

marcaccedilatildeo de exames

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

O paciente sai da

UBS com a

consulta

agendada

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada jaacute sai da UBS com

a consulta agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e a data

posteriormente

informada ao

de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio

eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado

para consulta especializada a consulta eacute

marcada pela UBS e a data posteriormente

informada ao paciente

233

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

paciente

II256 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com HAS

II266 A equipe coordena a fila de

espera para usuaacuterios com DM

Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de

espera para usuaacuterios com DM

III919 Quando o senhor precisa os

profissionais da equipe conseguem

marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando

precisam os profissionais da equipe sempre

conseguem marcar uma consulta com outros

profissionais ou especialistas

III920 Quando o senhor eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para

outros profissionais ou especialistas o

que acontece

Sai da UBS com

a consulta

agendada

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas saem da UBS com a consulta

agendada

A consulta eacute

marcada pela

UBS e depois

informada ao

usuaacuterio

de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo

atendidos na UBS e necessitam ser

encaminhados para outros profissionais ou

especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e

depois informada

Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos

AB e AE

II186 Os profissionais da equipe de

atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com

especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato

com especialistas

II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi

contatada por especialistas

Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas

por especialistas

II188 A UBS possui fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II189 Qual fluxo institucional de

comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Discussatildeo de

casos

de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de

casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo

entre AB e AE

Reuniotildees

teacutecnicas com

especialistas da

rede

de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees

teacutecnicas com especialistas como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

Telessauacutede

de EqAB que afirmam possuir telessauacutede

como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre

AB e AE

Ficha de

referecircncia

contra-referecircncia

de EqAB que afirmam possuir ficha de

referecircnciacontra-referecircncia como fluxo

institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE

II1811 Haacute uma lista de contato na

UBS com os especialistas da rede SUS

com telefones eou e-mail

Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de

contatos na UBS com os especialistas da rede

SUS

III921 Depois que o senhor foi

atendido por outros profissionais fora

da UBS a equipe conversou com o

senhor sobre este atendimento

Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que

foram atendidos por outros profissionais fora da

UBS a EqAB sempre conversou sobre o

atendimento

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia

e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

234

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Territorializaccedilatildeo

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de

aacuterea de abrangecircncia

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo

descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II131 Qual o nuacutemero de pessoas de

responsabilidade da equipe

Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500

pessoas sob sua responsabilidade

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de

risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo

da quantidade de pessoas sob

responsabilidade da equipe

Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo

considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade

para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob

sua responsabilidade

II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

possui mapas com desenho do territoacuterio

de abrangecircncia

Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com

desenho do territoacuterio de abrangecircncia

II136 Quando foi realizado o uacuteltimo

mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da

equipe

Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea

de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses

II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

Sim de EqAB que afirmam realizar

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe

realizou algum processo de

levantamento de problemas

Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12

meses realizou algum processo de

levantamento de problemas

II94 Foi estabelecido um plano de

accedilatildeo

Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um

plano de accedilatildeo

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as

consultas os profissionais da EqAB sempre

sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade

Intersetorialidade

II114 A equipe planejaprograma

suas atividades considerando o

envolvimento de outros setores

(intersetorialidade) que atuam na sua

aacuterea

Sim de EqAB que afirmam planejar suas

atividades considerando o envolvimento de

outros setores (intersetorialidade) que atuam na

sua aacuterea

II135 O mapa apresentado pela

equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais

itens

Sinalizaccedilatildeo de

aacutereas de risco

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de

risco

Sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos

sociais

de EqAB que afirmam que o mapa

apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos

equipamentos sociais

II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis

para cadastramento do Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de

famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do

Programa Bolsa Famiacutelia

II3331 Haacute mapa de acompanhamento

das famiacutelias cadastradas no Programa

Bolsa Famiacutelia

Sim de EqAB que comprovam existir mapa de

acompanhamento das famiacutelias cadastradas no

Programa Bolsa Famiacutelia

II3821 A equipe realiza e registra as

atividades realizadas na escola

Sim de EqAB que comprovam realizar atividades

na escola

II314 Os ACS fazem accedilotildees

educativas sobre a qualidade da aacutegua

Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem

accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das

235

COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

de cisternas cisternas

Participaccedilatildeo Social

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

Sim de EqAB que afirmam existir conselho local

de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de

comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas

demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor consegue

Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem

fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS

conseguem

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente

de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram

alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente

tiveram um retorno

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem familiar

II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios

da equipe de AB satildeo organizados por

nuacutecleos familiares

Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios

dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

Sim de EqAB que afirmam que outros membros

da equipe aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

Sim de EqAB que afirmam visitar com

periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco

e vulnerabilidade

II3211 A equipe registra as consultas

ou atendimentos realizados no

domiciacutelio

Sim registra em

prontuaacuterio

Sim registra em

ficha proacutepria

de EqAB que afirmam registrar as consultas

ou atendimentos realizados no domiciacutelio

III912 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus

familiares

Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais

da EqAB perguntam sobre seus familiares

III923 O seu Agente Comunitaacuterio de

Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na

sua casa

Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do

ACS

III924 Outros profissionais da equipe

de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor

(a)

Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros

profissionais de sauacutede

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

236

Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e

indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE

REFEREcircNCIA

INDICADORES

Abordagem cultural

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e

quilombolas de acordo com as especificidades e

demandas do grupo

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombola

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

III76 O(a) senhor(a) se sente

respeitado pelos profissionais em

relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais

costumes sua religiatildeo

Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes e religiatildeo

Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo

237

ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS

COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB

Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Horaacuterio de funcionamento

UBS

I71 Quantos turnos de funcionamento

esta UBS oferece a populaccedilatildeo

I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais

I73 Esta UBS funciona quantos dias

na semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

5 ou mais

I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de

funcionamento da UBS

I85 Nos dias em que a UBS funciona Em

que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha

8 horas ou mais

I76 Esta UBS oferece atendimento agrave

populaccedilatildeo nos fins de semana

I82 Esta UBS funciona quais dias na

semana (exceto em campanhas e mutirotildees)

Saacutebado e domingo

Usuaacuterios

III57 O horaacuterio de funcionamento

desta UBS atende agraves suas necessidades

III57 O horaacuterio de funcionamento desta

UBS atende agraves suas necessidades

Sim

III52 O que o senhor acha da distacircncia

da sua casa ateacute esta UBS

III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e

razoaacutevel

Acolhimento

EqAB

II151 Estaacute implantado o acolhimento

da UBS

II121 A equipe realiza acolhimento agrave

demanda espontacircnea nesta UBS

Sim

II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de

risco e vulnerabilidade no acolhimento

aos usuaacuterios

II1218 Os profissionais da equipe que

fazem o acolhimento foram capacitados

para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e

vulnerabilidade dos usuaacuterios

Sim

Usuaacuterios

III71 Na maioria das vezes que o

senhor vem agrave UBS sem ter hora

marcada para resolver qualquer

problema o senhor consegue ser

escutado

III73 No momento em que o senhor foi

recebido foi realizado algo para resolver o

seu problema

Sim

III74 O que o senhor acha sobre a

forma como eacute acolhidorecebido ao

procurar o serviccedilo

III72 Quando o senhor vem a unidade

sem hora marcada como o senhor foi

recebido

Muito bem e bem

Agendamento da consulta na AB

EqAB

II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o

usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja

recomendaacutevel o agendamento para outro

dia haacute reservas de vagas para

atendimento no mesmo dia

II126 Existe reserva de vagas para

consultas de demanda espontacircnea

Sim

II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o

caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo

faccedila parte de algum grupo que possui

atendimento programado na UBS ele

consegue sair dessa UBS com a consulta

marcada

II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS

com a consulta marcada nas situaccedilotildees em

que natildeo seja o caso atender no mesmo dia

Sim

II1612 Como satildeo agendadas as

consultas na UBS

II1212 Como satildeo agendadas as consultas

na UBS

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Usuaacuterios

238

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III61 Na maioria das vezes como o(a)

senhor(a) faz para marcar consulta na

UBS

III61 Na maioria das vezes como eacute

marcada consulta na UBS

Vai a UBS e marca

atendimento

Marca por telefone

Vai agrave UBS mas tem

que pegar ficha sem

ficar na fila

Vai a UBS e fica na

fila para pegar ficha

O ACS marca a

consulta

III62 Em geral a marcaccedilatildeo de

consulta nesta UBS pode ser feita

III62 Quando o senhor consegue marcar

consulta normalmente pode ser feita

Em qualquer dia da

semana em qualquer

horaacuterio

Atendimento de urgecircncia e

emergecircncia

EqAB

II158 A equipe realiza atendimento de

urgecircncia e emergecircncia nesta UBS

II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo

realiza atendimento

de urgecircncia e

emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas

Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados

Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente

EqAB

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

II35 Quanto tempo o senhor atua nesta

equipe de atenccedilatildeo baacutesica

3 anos ou mais

II325 Nas visitas domiciliares dos

ACS eacute realizada a busca ativa no

territoacuterio

II147 A equipe realiza busca ativa das

seguintes situaccedilotildees

Hipertensatildeo arterial

sistecircmica

Usuaacuterios

III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo meacutedico

Sempre

III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido

pelo mesmo enfermeiro

Sempre

III916 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo

vem a consulta nesta UBS os

profissionais procuram o senhor para

saber o que aconteceu e retomar o

atendimento

III99 Quando o senhor interrompe o

tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave

consulta nesta UBS os profissionais

procuram o senhor para saber o que

aconteceu e retomar o atendimento

Sempre e na maioria

das vezes

III145 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida

III171 Depois que a crianccedila nasceu a

equipe fez uma consulta ateacute sete dias de

vida (primeira semana)

Sim

Qualidade da relaccedilatildeo profissional-

paciente (viacutenculo)

Usuaacuterios

III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim

239

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

UBS o meacutedico deixa tempo suficiente

para o senhor falar sobre as suas

preocupaccedilotildees ou problemas

consulta com o meacutedico eacute suficiente

III93 Durante o atendimento nesta

UBS o enfermeiro deixa tempo

suficiente para o senhor falar sobre as

suas preocupaccedilotildees ou problemas

III92 O senhor acha que o tempo de

consulta com o enfermeiro eacute suficiente

Sim

III914 Quando o senhor precisa tirar

duvidas apoacutes as consultas tem

facilidade para falar com os

profissionais que lhe atenderam

III97 Quando o senhor precisa tirar

duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade

para falar com os profissionais que lhe

atenderam

Sempre

III918 O senhor se sente agrave vontade

para falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees problemas sociais

familiares ou outras questotildees

III87 O senhor se sente agrave vontade para

falar com a equipe sobre suas

preocupaccedilotildees

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees

UBS

I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis

aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios

de funcionamento da UBS

I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos

usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de

funcionamento da UBS

Consultas meacutedicas

de enfermagem

odontoloacutegicas

dispensaccedilatildeo de

medicamentos e

vacinaccedilatildeo

EqAB

II166 A equipe programa consultas e

accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte

de programas ou grupos prioritaacuterios e

necessitam de cuidado continuado

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Consultas para

cuidado continuado

II175 Quais os exames solicitados

para HAS

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Creatinina

II176 Quais os exames solicitados

para DM

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Hemoglobina

glicosilada

II179 Quais os exames solicitados

para sauacutede da mulher na idade de 50 a

69 anos

II151 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede

Mamografia

II1710 Quais os exames solicitados

para o preacute-natal

II152 Quais desses exames satildeo solicitados

pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de

serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal

Sorologia para HIV

II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

realiza os seguintes procedimentos na

UBS

II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos

II326 A equipe possui

levantamentomapeamento dos

usuaacuterios adscritos que necessitam

receber cuidados no domiciacutelio

II284 A equipe possui

levantamentomapeamento dos usuaacuterios

adstritos que necessitam receber cuidados no

domiciacutelio (exceto acamados)

Sim

Usuaacuterios

240

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

III116 Em que local a senhora fez a

maioria das consultas de preacute-natal

III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a

senhora fez preacute-natal nesta unidade de

sauacutede

Sim

III163 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da diabetes

nos uacuteltimos seis meses

III212 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto

no sangue) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III153 Onde o senhor fez a maioria

das consultas por causa da pressatildeo alta

nos uacuteltimos seis meses

III202 O senhor consultou com meacutedico ou

enfermeiro por causa da pressatildeo alta

(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses

Sim

III106 A senhora faz o exame

preventivo do cacircncer de colo de uacutetero

nesta UBS

III127 A senhora faz o exame preventivo de

cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)

nesta UBS

Sim

Resolutividade

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na unidade

Meacutedico enfermeiro

e dentista

EqAB

II122 Quem realiza apoio agrave equipe

de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de

casos considerados complexos

II95 Os profissionais que realizam o apoio

matricial satildeo

Do NASF

II123 Equipes NASF que recebem

apoio de

II332 Quais profissionais do NASF apoiam

sua equipe

Fisioterapeuta

nutricionista

assistente social

farmacecircutico

ginecologista

pediatra e psiquiatra

II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente que envolva

profissionais da atenccedilatildeo baacutesica

II71 A equipe participa de accedilotildees de

educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo

municipal

Sim

II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo

permanente estas contemplam as

demandas e necessidades da equipe

II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente

contemplam as demandas e necessidades da

equipe

Contempla muito e

contempla

Usuaacuterios

III81 Quando o senhor eacute atendido

nessa UBS o senhor acha que a

equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria

UBS

III81 Quando eacute atendido nesta unidade o

senhor acha que a equipe busca resolver suas

necessidadesproblemas na proacutepria unidade

de sauacutede

Sempre

III 182 Quando o profissional receita

um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute

disponiacutevel nesta UBS

III231 Quando o profissional receita um

remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta

UBS

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e

padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Continuidade informacional

EqAB

II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico

implantado na equipe

Sim

II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute

integrado com os outros pontos da

II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado

com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo

Sim

241

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

rede de atenccedilatildeo

II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a

equipe manteacutem registro dos usuaacuterios

de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Natildeo para ldquoNatildeo

realiza registrordquo

II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com HAS

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Hipertensatildeo

II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui registro de pessoas com DM

com maior riscogravidade

II146 A equipe manteacutem registro dos

usuaacuterios de maior risco encaminhados para

outros pontos de atenccedilatildeo

Diabetes

II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

tuberculose

II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero

de usuaacuterios com tuberculose

Sim

II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a

equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui

registro do nuacutemero de usuaacuterios com

hanseniacutease

II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de

atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de

usuaacuterios com hanseniacutease

Sim

Ordenamento de fluxos assistenciais

EqAB

II174 A equipe possui protocolos

com definiccedilatildeo de diretrizes

terapecircuticas para

II144 A equipe utiliza protocolos para

estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees

Preacute-natal

hipertensatildeo diabetes

-

II336 Indique o que foi discutido neste

planejamento

Organizaccedilatildeo de

criteacuterios e fluxos

para

encaminhamento de

usuaacuterios a outros

serviccedilospontos de

atenccedilatildeo

Usuaacuterias

III1120 Na consulta de preacute-natal a

senhora jaacute saia com a proacutexima

consulta marcada

III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora

jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada

Sempre e na maioria

das vezes

III1122 A senhora foi orientada

sobre o lugar (maternidade) que faria

o parto

III1324 Foi falado com a senhora e qual

maternidade que seria feito o parto

Sim

Acesso agrave consultasexames

especializados

EqAB

II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para uma consulta especializada quais

formas possiacuteveis

II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na

UBS e necessita ser encaminhado para uma

consulta especializada quais satildeo as formas

possiacuteveis

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

para o usuaacuterio

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada ao

usuaacuterio

Usuaacuterios

III920 Quando o senhor eacute atendido

na UBS e necessita ser encaminhado

para outros profissionais ou

especialistas o que acontece

III101 Quando eacute necessaacuterio ser

encaminhado para outro profissionais em

outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada

a consulta

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e

informada na hora

242

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

A consulta eacute

marcada pela

unidade de sauacutede e a

data posteriormente

informada

Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE

EqAB

-

II161 A equipe de AB obteacutem retorno da

avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos

usuaacuterios encaminhados

Sempre e na maioria

das vezes

-

II188 Como a equipe monitora as gestantes

que tiveram parto

Recebe a contra

referecircncia da

maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os

ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

Territorializaccedilatildeo

UBS

I35 Quantidade de profissionais da

equipe miacutenima de cada equipe

existente na UBS

I33 Quantidade de profissionais da equipe

miacutenima (SF AB) existentes na UBS

4 ou mais ACS

EqAB

II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de

abrangecircncia da equipe

II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de

abrangecircncia da equipe

Sim

II137 Existe populaccedilatildeo descoberta

pela AB no entorno do territoacuterio da

equipe

II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela

atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de

abrangecircncia da equipe

Natildeo

II132 A gestatildeo considerou criteacuterios

de risco e vulnerabilidade para a

definiccedilatildeo da quantidade de pessoas

sob responsabilidade da equipe

II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo

com base em criteacuterios de risco e

vulnerabilidade para definir a quantidade de

pessoas sob responsabilidade da equipe

Sim

II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

possui mapas com desenho do

territoacuterio de abrangecircncia

II103 A equipe possui mapas com desenho

do territoacuterio de abrangecircncia

Sim

II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica

realiza monitoramento e anaacutelise dos

indicadores e informaccedilotildees de sauacutede

II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza

monitoramento e anaacutelise dos indicadores e

informaccedilotildees de sauacutede

Sim

Usuaacuterios

III88 Na opiniatildeo do senhor durante

as consultas os profissionais desta

equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a

sua realidade

III89 Na opiniatildeo do senhor durante as

consultas os profissionais desta equipe

sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem

realizadas

Sempre

Intersetorialidade

EqAB

II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova existecircncia de mapa de

acompanhamento das famiacutelias

cadastradas no Bolsa Famiacutelia

II272 Haacute mapa de acompanhamento das

famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa

Famiacutelia

Sim

II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica

comprova registro de atividades na

escola

II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe

possui registro das atividades realizadas na

escola

Sim

243

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

II314 Os agentes comunitaacuterios de

sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a

qualidade da aacutegua de cisternas

II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede

orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso

adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios

de aacutegua

Sim

Participaccedilatildeo social

EqAB

II355 Haacute conselho local de sauacutede ou

instancia colegiada equivalente

II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou

outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular

Sim

II341 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos

usuaacuterios expressarem suas demandas

reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo

baacutesica

II292 A equipe dispotildee de canais de

comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios

expressarem suas demandas reclamaccedilotildees

eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica

Sim

II351 A equipe realiza pesquisa de

satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios

II291 A equipe realiza ou tem mecanismo

de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio

Sim

II354 A equipe considera a opiniatildeo

do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo do processo de trabalho

II295 A equipe considera a opiniatildeo do

usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

do processo de trabalho

Sim

Usuaacuterios

III191 Quando o senhor quer fazer

uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na

Unidade de Sauacutede o senhor

consegue

III241 Quando o senhor quer fazer uma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede

o senhor consegue

Sim

III192 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

III242 Quando o senhor fez alguma

reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno

Sim teve

rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1

e 2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de

AB satildeo organizados por nuacutecleos

familiares

II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os

prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos

familiares

Sim

II321 Outros membros da equipe

aleacutem dos ACS realizam visita

domiciliar

II131 A agenda dos profissionais estaacute

organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees

Visita domiciliar

II323 As famiacutelias da aacuterea de

abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo

baacutesica satildeo visitadas com periodicidade

distinta de acordo com avaliaccedilotildees de

risco e vulnerabilidade

II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios

para visita domiciliar

Sim

Usuaacuterios

III912 Os profissionais desta

unidade costumam perguntar por seus

familiares

III96 Os profissionais desta unidade

costumam perguntar por seus familiares

Sempre e na maioria

das vezes

III923 O seu agente comunitaacuterio de

sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua

casa

III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede

(ACS) visita o senhor na sua casa

Sim

III924 Outros profissionais da

equipe de sauacutede visitam a casa do

III112 Com qual frequecircncia outro

profissionais da equipe de sauacutede visitam a

Sempre e na maioria

das vezes

244

senhor casa do senhor

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e

2 e padratildeo de referecircncia

VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2

PADRAtildeO DE

REFERENCIA

CICLO 2

EqAB

II391 A equipe realiza accedilotildees

direcionadas a populaccedilatildeo rural

assentados e quilombolas de acordo

com as especificidades e demandas do

grupo

II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave

comunidades tradicionais assentados

populaccedilatildeo rural

Sim

II392 A equipe atende a populaccedilatildeo

rural assentada e quilombolas

II313 A equipe atende agraves comunidades

tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural

Sim

II301 A equipe oferece o serviccedilo de

praacuteticas integrativas e complementares

para os usuaacuterios do territoacuterio

II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas

integrativas e complementares para os

usuaacuterios do territoacuterio

Sim

- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da

equipe de sauacutede junto agrave cuidadores

tradicionais como parteiras benzedeiras

remedieiras pajeacutes e rezadeiras

Sim

- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade

curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas

integrativas e complementares para a

equipe

Sim

Usuaacuterios

III76 O senhor se sente respeitado

pelos profissionais em relaccedilatildeo aos

seus haacutebitos culturais costumes sua

religiatildeo

III88 O senhor se sente respeitado pelos

profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos

culturais costumes religiatildeo

Sempre

Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em

httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp

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