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Entrevistando Maria Barroso, em 1966 Jovem jornalista do jornal República, Joaquim Benite começa a escrever crítica teatral por acaso, quando o chefe de redacção descobre que o seu falecido pai era o empresário teatral António Macedo e Brito, de quem tinha sido amigo. Das críticas aos espectáculos realizados pelos grupos amadores das empresas, escritas para o República, Benite passa, com a mudança para o Diário de Lisboa, a debruçar-se sobre os espectáculos apresentados nas principais salas lisboetas – e sobre os trabalhos de alguns grupos que estariam na origem do teatro independente. Estamos a falar do Teatro Experimental de Cascais, do Grupo 4, e do Grupo Cénico da Faculdade de Letras, um conjunto de rapazes e raparigas que estaria na origem do Teatro da Cornucópia, e que realizara, segundo o jovem crítico “uma das mais importantes experiências levadas a cabo no teatro universitário” e “um dos mais belos espectáculos dos últimos tempos”. A peça em questão era o Anfitrião, de António José da Silva – autor que Benite escolheria para a sua segunda montagem no Grupo de Campolide: A vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança, que valer-lhe-ia o Prémio da Crítica para Melhor Espectáculo Amador em 1972. A fama de “crítico impiedoso” construiu-a à custa dos ataques movidos contra as peças “desprovidas de sentido” de algum teatro comercial. Numa época em que a censura impunha a falta de gosto e a criação de espectáculos de divertimento ligeiro – que não interpelassem os espectadores e os alertassem para a falta de liberdade em que viviam –, Benite fazia a apologia daqueles que fundavam as suas produções num reportório assente na literatura e no pensamento, que procurasse relacionar as grandes obras da dramaturgia mundial com o contexto histórico no qual tinham sido escritas, bem como com a realidade social e política em que eram apresentadas. Assim seriam os espectáculos que realizaria ao longo dos seus quarenta anos de carreira teatral. COLECTÂNEA DE CRÍTICAS DE TEATRO (1966-1969)

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Entrevistando Maria Barroso, em 1966

Jovem jornalista do jornal República, Joaquim Benite começa a escrever crítica teatral por acaso, quando o chefe de redacção descobre que o seu falecido pai era o empresário teatral António Macedo e Brito, de quem tinha sido amigo.

Das críticas aos espectáculos realizados pelos grupos amadores das empresas, escritas para o República, Benite passa, com a mudança para o Diário de Lisboa, a debruçar-se sobre os espectáculos apresentados nas principais salas lisboetas – e sobre os trabalhos de alguns grupos que estariam na origem do teatro independente. Estamos a falar do Teatro Experimental de Cascais, do Grupo 4, e do Grupo Cénico da Faculdade de Letras, um conjunto de rapazes e raparigas que estaria na origem do Teatro da Cornucópia, e que realizara, segundo o jovem crítico “uma das mais importantes experiências levadas a cabo no teatro universitário” e “um dos mais belos espectáculos dos últimos tempos”. A peça em questão era o Anfitrião, de António José da Silva – autor que Benite escolheria para a sua segunda montagem no Grupo de Campolide: A vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança, que valer-lhe-ia o Prémio da Crítica para Melhor Espectáculo Amador em 1972.

A fama de “crítico impiedoso” construiu-a à custa dos ataques movidos contra as peças “desprovidas de sentido” de algum teatro comercial. Numa época em que a censura impunha a falta de gosto e a criação de espectáculos de divertimento ligeiro – que não interpelassem os espectadores e os alertassem para a falta de liberdade em que viviam –, Benite fazia a apologia daqueles que fundavam as suas produções num reportório assente na literatura e no pensamento, que procurasse relacionar as grandes obras da dramaturgia mundial com o contexto histórico no qual tinham sido escritas, bem como com a realidade social e política em que eram apresentadas.

Assim seriam os espectáculos que realizaria ao longo dos seus quarenta anos de carreira teatral.

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8 de Janeiro de 1966 — Chegaram os Robertos! — Pág. 5

8 de Maio de 1966 — I Ciclo de teatro amador na empresa “Irene” pelo Grupo Cénico da Sociedade Central de Cervejas — Pág. 8

1 de Junho de 1966 — Três peças em 1 acto de Prista Monteiro no Teatro Vasco Santana — Pág. 9

15 de Junho de 1966 — I Ciclo de teatro amador na empresa “Por um fio” de Costa Ferreira pelo Teatro de Ensaio de FIMA-LEVER — Pág. 10

25 de SeteMbro de 1966 — “Esta Lisboa que eu amo” no Monumental — Pág. 11

6 de noveMbro de 1966 — “A maluquinha de Arroios” de André Brun no Gil Vicente, de Cascais — Pág. 12

22 de Janeiro de 1967 — “Tongatabu”, de Orlando Vitorino no Monumental — Pág. 13

19 de Fevereiro de 1967 — “O camarada Miússov” no Nacional — Pág. 14

15 de abril de 1967 — “Mestre Gil” pelo Grupo Cénico de Direito dirigido por Luís de Lima — Pág. 15

27 de abril de 1967 — “António Marinheiro” de Bernardo Santareno pela Companhia Portuguesa de Comediantes — Pág. 16

20 de Maio de 1967 — “D. Quixote” de Yves Jamiaque pelo Teatro Experimental de Cascais — Pág. 17

9 de SeteMbro de 1967 — “Fedra” de Racine pelo Teatro Experimental de Cascais — Pág. 19

7 de outubro de 1967 — “À espera de Godot” de Beckett pelo Grupo Cénico do Banco de Angola — Pág. 20

23 de Março de 1968 — “Paulina vestida de azul” no Estufa Fria — Pág. 21

5 de abril de 1968 — “As três perfeitas casadas” de Alejandro Casona pela Companhia do Teatro Nacional — Pág. 22

9 de Maio de 1968 — “Linha Recta” de Gonçalves de Castro e “O Mestre” de Ionesco pelo grupo da Phillips Portuguesa — Pág. 23

11 de Maio de 1968 — “O pedido de casamento” de Tchecov e “A menina casadoira” de Ionesco pelo Grupo da Misericórdia — Pág. 24

14 de Maio de 1968 — “A sogra de Luís XIV” de Feydeau e “O Mestre” de Ionesco pelo grupo dos C.T.T. — Pág. 25

15 de Maio de 1968 — “Doze homens em fúria” de Reginald Rose e “Cena a quatro” de Ionesco pelo grupo do Banco de Angola — Pág. 26

26 de Maio de 1968 — “Rinoceronte” de Ionesco pelo “Proscenium” — Pág. 27

31 de Maio de 1968 — “A louca de Chaillot” de Giraudoux no Teatro Vasco Santana— Pág. 28

5 de Junho de 1968 — “A lacuna” e “A lição” de Ionesco pelo Grupo da Sociedade Central de Cervejas — Pág. 30

9 de agoSto de 1968 — “Hipólito” de Eurípedes pelo Piraikon Theatron — Pág. 31

4 de SeteMbro de 1968 — Defendo o teatro popular — entrevista com Eugénio Salvador (um actor que fala com o corpo) — Pág. 32

15 de SeteMbro de 1968 — “Bodas de sangue” de Garcia Lorca no Teatro Experimental de Cascais — Pág. 33

8 de outubro de 1968 — Rogério Paulo volta à Companhia do Teatro Nacional — Pág. 34

13 de outubro de 1968 — Festival Ricardo Bandeira no Villaret — Pág. 36

19 de outubro de 1968 — “O Leão da Estrela” na Estufa Fria e Ricardo Bandeira, no Villaret — Pág. 37

18 de dezeMbro de 1968 — Concurso de Arte Dramática “João Gabriel Borkman” de Ibsen pelo grupo “22 de Novembro” — Pág. 38

31 de dezeMbro de 1968 — “Click! Já está” no Teatro Monumental — Pág. 40

31 de dezeMbro de 1968 — Um ano de teatro — Pág. 41

29 de Janeiro de 1968 — “Quando ela se despiu” no Teatro Monumental— Pág. 43

14 de Fevereiro de 1969 — “As quatro estações” Espectáculo de grande nível — Pág. 44

21 de Fevereiro de 1969 — “A caixa de Pandora” de Fernando Amado, na Casa da Comédia — Pág. 46

8 de Março de 1969 — “Maria Stuart” de Schiller pelo Teatro Experimental de Cascais — Pág. 47

18 de Março de 1969 — Gil Vicente representado pelo grupo Proscenium — Espectáculo de grande nível artístico — Pág. 48

10 de abril de 1969 — “Cartas na mesa” no Variedades — Pág. 49

14 de abril de 1969 — “Mãos à obra” no Maria Vitória — Pág. 50

18 de abril de 1969 — “Anatomia de uma história de amor” no Vasco Santana — Pág. 51

22 de abril de 1969 — “Volpone” de Ben Jonson pelos estudantes de Direito — Pág. 52

25 de abril de 1969 — “A esfera facetada” no Teatro Capitólio — Pág. 53

9 de Maio de 1969 — “A dança da morte” de Strindberg na Casa da Comédia — Pág. 54

11 de Maio de 1969 — “Anfitrião” de António José da Silva, pelo Grupo Cénico da Faculdade de Letras — Pág. 55

5 de Junho de 1969 — “Black-out” de Frederick Knott no Teatro Villaret — Pág. 56

28 de Julho de 1969 — “A maçã” de Jack Gelber pelo Teatro Experimental de Cascais — Pág. 57

22 de agoSto de 1969 — A situação do teatro profissional — Pág. 58

29 de agoSto de 1969 — A situação do teatro profissional (2) — Pág. 60

6 de noveMbro de 1969 — “Amanhã digo-te por música” pelo Grupo 4, no Tivoli — Pág. 63

13 de noveMbro de 1969 — “O pecado de João Agonia” de Bernardo Santareno, no Capitólio — Pág. 64

19 de dezeMbro de 1969 — “As mãos de Abraão Zacut” de Sttau Monteiro, no Vasco Santana — Pág. 66

20 de dezeMbro de 1969 — “O vision voador” no Teatro Villaret — Pág. 67

31 de dezeMbro de 1969 — 1969: Balanço de um ano de teatro em Lisboa — Pág. 68

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