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volume 26, suplemento 1, junho/agosto 2018 Journal of Transcatheter Interventions JOTCI Resumo dos temas livres aprovados no Congresso SBHCI 2018 13 a 15 de junho de 2018 Expo Unimed, em Curitiba, PR ISSN 0104-1843 e-ISSN e-2595-4350

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volume 26, suplemento 1, junho/agosto 2018

Journal of Transcatheter InterventionsJOTCI

Resumo dos temas livres aprovados no Congresso SBHCI 201813 a 15 de junho de 2018Expo Unimed, em Curitiba, PR

ISSN 0104-1843e-ISSN e-2595-4350

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

TEMAS LIVRES

RESUMOSJournal of Transcatheter Interventionse-ISSN e-2595-4350

Congresso SBHCI 201813 a 15 de junho de 2018Expo Unimed, em Curitiba, PR

EnfErmagEm E TÉcnicos

OR-000103O papel da simulação realística no sucesso do treinamento de hipotermia terapêutica como tratamento adjuvante no infarto agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento STSantos TCL1, Dallan LAP1, Polastri TF1, Giannetti NS1, Hajjar LA1, Timerman S1, Silva EER1, Kalil Filho R1, Lemos Neto PA1

1InCor - Instituto do Coração - HCFMUSP

Introdução: A hipotermia terapêutica (HT) reduz as lesões por síndrome de isquemia e reperfu-são celular nos casos de parada cardiorrespiratória, em que sua aplicação já é amplamente insti-tuída e realizada em centros de excelência. Entretanto a sua utilização nos pacientes com infarto do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST (STEMI) ainda é escassa. A simulação diminui a distância existente entre o que se ensina na teoria e sua aplicabilidade na prática profis-sional. Objetivo: Aplicação de Simulação Realística para treinamento de equipe multidisciplinar para a realização de hipotermia terapêutica como tratamento adjuvante em pacientes com STEMI, e validação do método através da aplicação em um protocolo institucional. Metodologia: Uti-lização de manequins modernos com simulação realística em situações e cenários variados para o atendimento de pacientes com STEMIs a serem submetidos a HT como tratamento adjuvante, desde o pronto socorro, passando pela sala de hemodinâmica, até a unidade de terapia intensiva (UTI). Treinamento de 54 profissionais multidisciplinares e realização da simulação realística com manequins modernos e nos cenários reais, nos setores do hospital onde os verdadeiros pacientes seriam tratados. Resultados: A simulação realística envolveu treinamento de profissionais da equipe interdisciplinar dos setores de pronto socorro, laboratório de hemodinâmica e terapia in-tensiva com manequins de última geração em seus locais de atuação. O treinamento envolveu também a otimização da logística e o debriefing, com estratégias para a redução de perda de tempo no deslocamento do paciente entre os diversos departamentos, e evitando-se o reaquecimento excessivo do paciente durante o seu transporte entre os setores. Houve sucesso na realização da hipotermia terapêutica e na validação do método na vida real, com a aplicação dos conhecimentos e da logística em 20 pacientes de um protocolo institucional de HT em cenários reais, sem que houvesse atraso no tempo porta-balão para angioplastia primária, que ocorreu em tempo hábil (<90 min), e manutenção da hipotermia terapêutica na UTI com sucesso. Conclusão: A simulação realística é ferramenta importante no treinamento e capacitação dos profissionais da saúde e no aprimoramento da equipe multidisciplinar na HT em STEMIs. A utilização de simulação realística em cenários reais e o debriefing foram fundamentais para o sucesso da aplicação da HT na prática. Após a simulação e treinamento, foi possível a validação do método com aplicação da HT em cenários reais com sucesso e sem atrasos excessivos.

OR-000801Validação de conteúdo da intervenção “ensino: procedimento/tratamento” da classificação das intervenções de enfermagem (nIC), para consulta de enfermagem pré-operatória em hemodinâmicaMacedo VL1, Jensen R2

1Hospital de Clínicas - UFPR, 2Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) - UNESP

Introdução: O ensino pré-operatório traz benefícios diretos ao paciente submetido a procedimen-to percutâneo, tanto no procedimento como na recuperação pós-operatória. Este estudo teve por objetivo realizar a validação de conteúdo da intervenção “Ensino: Procedimento/tratamento” da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC), para a consulta de enfermagem pré-operató-rio em hemodinâmica. Métodos: Estudo descritivo, tendo por população expertos em cardiologia ou hemodinâmica. Foram critérios de inclusão experiência clínica de 4 anos em hemodinâmica ou cardiologia e outros critérios apontados na literatura à seleção de especialistas em estudos de va-lidação. Foi atribuída pontuação aos expertos e estes foram categorizados em: júnior (<5 pontos),

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máster (6 a 20 pontos) ou sênior (>20 pontos). Os expertos respon-deram instrumento avaliando 28 atividades da intervenção “Ensino: Procedimento/tratamento” da NIC, considerando sua pertinência para a consulta de enfermagem pré-operatória em hemodinâmi-ca, em escala tipo Likert. Estas foram classificadas segundo média ponderada:>0,80: principais; 0,50 e 0,79: secundárias; e <0,50: ir-relevantes. O projeto foi aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Foram incluídos 16 expertos que predominantemente eram do sexo feminino (12; 75%), com mediana de 36 anos (max 53; min 31), mediana de tempo de exercício na profissão de 12 anos (max 32; min 7) e tempo de experiência clínica em cardiologia/he-modinâmica com mediana de 6 anos (max 28; min 4). Os especialis-tas apresentaram como maior grau acadêmico doutorado (4; 25%), mestrado (7; 44%) e especialização/residência/aprimoramento (5; 31%). Nove (56%) expertos foram considerados sênior e 7 (44%) ex-pertos máster. Sete (25%) atividades foram consideradas principais, 20 (71%) secundárias e uma (4%) irrelevante. Entre as atividades principais foram identificados 3 eixos de ação do enfermeiro: acesso à informação; avaliação da ansiedade; envolvimento da família. Nas atividades secundárias, foram identificados 4 eixos de ação: acesso à informação; envolvimento do paciente; expectativas do paciente; envolvimento da família. Conclusões: Foram identificadas 7 ativi-dades de enfermagem principais, 20 secundárias e uma irrelevante no ensino procedimento/tratamento. Este estudo apoia a realização do Processo de Enfermagem na consulta pré-operatória em hemodi-nâmica e o uso de classificações de enfermagem.

OR-001401Efeito de dois dispositivos de hemostasia na oclusão da artéria radial após cateterismo cardíaco: ensaio clinico randomizadoSantos SM1, Correa CL1, Wainstein RV1, Gonçalves SC1, Wainstein MV1, Silva ERR1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA

Objetivo: Comparar o efeito de dois dispositivos de hemostasia após cateterismo cardíaco transradial na ocorrência de oclusão da artéria radial (OAR). Métodos: Ensaio clínico randomizado (ECR). Incluídos pacientes adultos, submetidos a cateterismo cardíaco transradial. Os participantes foram randomizados em: Grupo Intervenção (GI) – he-mostasia com dispositivo TR Band; e Grupo Controle (GC) – hemos-tasia com dispositivo de bandagem elástica adesiva. O desfecho pri-mário foi a OAR imediata e em 30 dias (avaliada pelo teste de Barbeau reverso); os desfechos secundários foram as demais complicações vas-culares relacionadas ao sítio de punção (sangramento e hematoma) e dor. Resultados: Foram incluídos 600 pacientes: GI (n=301) e GC (n=299), a OAR imediata ocorreu em 24 (8%) no GI e 19 (6%) no GC p=0,53; em 30 dias a OAR foi de 5 (5%) no GI e 7 (6%) no GC, p=0,86. O sangramento menor ocorreu em 67 (22%) no GI vs. 40 (13%) no GC, p=0,006; o hematoma e a dor foram semelhantes. Conclusões: Os resultados deste estudo permitem concluir que a incidência de OAR foi semelhante entre os grupos TR Band e bandagem elástica adesiva. O sangramento menor foi mais incidente no grupo TR Band, enquanto as demais complicações vasculares e dor foram semelhantes entre os grupos.

OR-001801Assistência de enfermagem na prevenção de complicações vasculares em unidade pós operatória de pacientes submetidos a procedimentos hemodinâmicosBarros B1

1Hospital Leforte Liberdade

Introdução: O manuseio das vias de acesso percutânea após as in-tervenções hemodinâmicas têm aspecto importante, pois estão re-

lacionados às complicações hemorrágicas e vasculares, ocasionando aumento da morbidade e dos custos hospitalares. Com a utilização do corrente regime de dupla antiplaquetária, associado a via de acesso do procedimento, diâmetro do introdutor e uso de dispositivos vas-culares podem ocorrer complicações vasculares não só dentro do la-boratório de hemodinâmica como no pós procedimento no setor de admissão do paciente (UTI e unidades de internação). Sabe-se que as complicações maiores do local de acesso arterial e/ou venoso aumen-tam a duração da internação hospitalar, impactando no processo de recuperação e autonomia do paciente. É prática comum a enfermagem nos laboratórios de hemodinâmica dispensarem um cuidado integral a via de acesso dos procedimentos, porém quando estes pacientes são submetidos a internação de pós intervenção em outra unidade de cui-dados (UTI e unidade de internação) existe uma assistência generali-zado ao paciente onde a falta de expertise da equipe não especializada pode propiciar um aumento nos casos mais comuns as complicações pós intervenção hemodinâmica que são as vasculares. Para investi-gar e melhorar a assistência de enfermagem na pós intervenção per-cutânea, foi elaborado o estudo de avaliação e aprimoramento com as equipes de enfermagem no cuidado focado ao controle de acesso vascular por 8 horas pós realização de intervenções percutâneas no laboratório de hemodinâmica. Métodos: Estudo transversal com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado em um laboratório de hemodinâmica de um hospital privado de São Paulo. No período de agosto de 2017 a fevereiro de 2018 foram realizados um total de 50 procedimentos, sendo 32 diagnósticos e 28 terapêuticos. Submetidos a acompanhamento da enfermagem as vias de acesso percutânea de pacientes que realizaram intervenção na hemodinâmica nas primei-ras 8 horas após a retirada do introdutor nas unidades pós operató-rias (UTI e unidade de internação), após ser realizado treinamento in loco das complicações vasculares comuns no pós intervenção por um enfermeiro assistencial do laboratório de hemodinâmica. Os da-dos foram coletados através de uma ficha de seguimento, preenchida pela equipe assistencial das unidades pós operatórias avaliando com uma periodicidade dependendo da via de acesso arterial e/ou venoso as complicações, sinais e cuidados relacionados aos controles vascu-lares. Os critérios de exclusão foram de formulários incompletos e pacientes que realizaram procedimento na hemodinâmica porém que não foram mantidos internados. Resultados: Os dados foram preen-chidos em fichas de segmentos com sucesso em 47 pacientes (94%) sendo que todos tiveram internação hospitalar após serem submeti-dos a procedimentos hemodinâmicos.Tipo de procedimento: Cardiológico: 31 pacientes (65,95%)Endovascular: 10 pacientes (21,27%)Neurovascular: 06 pacientes (12,78%)Via de acesso:Femoral: 26 acessos (55,31%)Radial: 17 acessos (36,17%)Braquial: 1 acesso (2,12%)Poplítea: 1 acesso (2,12%)Jugular: 1 acesso (2,12%)Subclavia: 1 acesso (2,12%)Vaso de acesso:Arterial: 39 pacientes (82,97%)Venoso: 08 pacientes (17,02%)Procedência:Residência: 21 pacientes (44,68%)Internado: 26 pacientes (55,31%)As avaliações destacadas na ficha de acompanhamento foram: 1) Sangramento2) Hematoma3) Pulso4) Perfusão5) DecúbitoOs resultados obtidos foram:1) Não: 47 pacientes (100%) não tiveram sangramentos;

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2) Não: 41 pacientes (87,23%) não evoluíram com hematoma; Sim: 6 pacientes (12,76%) apresentaram hematoma após o proce-

dimento;3) Não: 47 pacientes (100%) não tiveram diminuição de pulso;4) Não: 47 pacientes (100%) não tiveram diminuição de perfusão;5) Não: 47 pacientes (100%) não tiveram alterações com decúbito

acima de 30º que causaram potencial risco para desenvolvimento de complicações vasculares.

Conclusão: O presente estudo teve como objetivo avaliar a efetivi-dade do acompanhamento de complicações vasculares nas primeiras horas de pacientes submetidos a procedimentos hemodinâmicos nas unidades pós operatórias (unidades de internação e UTI) e a conti-nuidade da assistência de enfermagem na unidades de admissão do paciente pós intervenções percutâneas, identificando possíveis com-plicações inerentes ao procedimento realizado, podendo intervir e ge-renciar as reações adversas. Assim considera-se efetiva à proposta do trabalho, onde houve baixo índice de complicações, grande aderência ao uso da ficha de segmento e a queda das complicações vasculares no período estudados, o estudo mostra que a assistência de enfermagem focada estende-se ao âmbito do laboratório de hemodinâmica e que o gerenciamento de riscos e reações adversas prolongados podem auxiliar na melhoria contínua da segurança do paciente.

OR-002601Assistência de enfermagem no pseudoaneurisma femoral: um relato de experiênciaEzeagu TNM1, Almeida LFST1, Santos TTS1, Frantz CV1, Ribeiro ACG1

1Complexo do Hospital de Clinicas do Paraná

Introdução: O pseudoaneurisma é uma das complicações tardias recorrentes nas intervenções percutâneas, e seu tratamento requer grande atenção na sistematização da assistência de enfermagem. O objetivo do presente estudo é relatar a experiência na estruturação do processo de enfermagem frente ao indivíduo com pseudoaneu-risma de artéria femoral. Métodos: O estudo aborda a experiência vivenciada por enfermeiras residentes em um hospital de ensino do estado do Paraná. Os dados coletados relacionam-se com o proces-so de enfermagem anotado em prontuário clínico durante os meses de março a abril de 2017 de uma paciente do sexo feminino de 68 anos. Natural e procedente de Curitiba - Paraná, evangélica e viúva, com diagnóstico de HAS dislipidemia, DM tipo 2 e hipotireoidismo. A mesma realizou intervenção percutânea femoral direita para investi-gação de doença arterial coronariana. Após 48 horas, evoluiu com dor e desconforto em região inguinal direita, e posteriormente realizou-se exame ecodoppler que evidenciou lesão em artéria femoral direita. Transferida para a unidade de terapia intensiva cardiológica, devido hipotensão e risco de choque, foi avaliada pela equipe da cirurgia vas-cular e submetida a drenagem do sangramento, com débito estimado de 800ml, rafia da artéria e retorno para estabilização na unidade. Resultados: Após anamnese e exame físico, foram elencados, como prioritários, os seguintes diagnósticos de enfermagem: Integridade tissular prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada, Dor aguda, Ris-co de sangramento, Risco de infecção, Conforto prejudicado. O plano de cuidados de enfermagem foi elaborado para otimizar o tratamento do evento adverso pós-intervenção percutânea e cirúrgica. Visando melhorar a cicatrização da lesão, foi empregado o método MEASURE para avaliação da evolução da ferida operatória. Além de utilizar cura-tivos impregnados com rayon, hidratação e manutenção da pele ín-tegra com ácidos graxos essenciais (AGE) e posteriormente curativo impregnado com prata. Promoveu-se o conforto através do controle da dor e auxílio da mobilização no leito, realizado cuidados de higiene e promoção do autocuidado. Observou-se sinais de alteração tissular como sinais flogísticos, alteração na perfusão, aumento do hematoma e sangramento local. Após 62 dias a paciente recebeu alta hospitalar, com evolução satisfatória da lesão e seguimento ambulatorial. Con-clusão: Nota-se que o desenvolvimento do processo de enfermagem

frente ao indivíduo com pseudoaneurisma contribui para o aperfei-çoamento da assistência, para a manutenção e restabelecimento do bem estar e autonomia do paciente, e, tornar visível a atuação do en-fermeiro no alcance dos objetivos propostos.

OR-003202O cotidiano do enfermeiro em pesquisas clínicasAmaral CYNG1, Lima DDO1, Oliveira VC1, Silva JG1, Mendonsa AEO1

1Instituto do coração de Natal (INCOR)

Introdução: A pesquisa clínica é um estudo sistemático que segue métodos científicos aplicáveis aos seres humanos denominados vo-luntários que podem estar sadios ou enfermos de acordo com a fase da pesquisa. O cotidiano do enfermeiro em pesquisa clínica é dife-rente do modelo assistencial habitual, porém, exige a mesma dedi-cação e responsabilidade com a autenticidade dos registros, a aten-ção, bem-estar, e o respeito aos direitos dos sujeitos. Objetivando descrever o cotidiano das práticas do enfermeiro pesquisador em pesquisas clínicas. Métodos: Este estudo trata-se de um relato de ex-periência somado a uma pesquisa bibliográfica, descritiva, narrativa, qualitativa, realizado no período de janeiro a outubro de 2017, Para a fundamentação teórica foram utilizados dez artigos disponíveis na Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura inter-nacional em ciências da Saúde (LILACS), publicados no período de 2007 a 2017, disponíveis em texto completo, nos idiomas português e inglês, utilizando operador booleano “and” e os descritores: Enfer-magem, Pesquisa em saúde, Assistência. Resultados: O enfermeiro pesquisador atua em um universo diferente da assistência do cenário hospitalar, tem a necessidade de programar e planejar a condução de estudos clínicos estando em observância sucinta nos critérios de in-clusão e exclusão, pois eles definem dentre os voluntários quem se-rão selecionados para o desenvolvimento do estudo, além da rigorosa fiscalização de desvios de informações, falhas e vieses. Conclusão: Conclui-se que o enfermeiro ostenta responsabilidades, competência e condução ética de coordenar, essa opção de atividade profissional, contribuindo com a evolução e desenvolvimento na área de ciências da saúde, visando o aprimoramento e melhoria na qualidade da assis-tência prestada ao cliente. Espera-se maior interesse dos profissionais para a produção de estudos clínicos, pois, mesmo que ainda não seja padronizada e de amplo domínio da categoria, merece ser discutida como um campo de atuação específico.

OR-003203Metas internacionais de segurança do paciente implantadas no laboratório da hemodinâmicaOliveira VC1, Amaral CYNG1, Lima DDO1, Silva JG1, Mendonsa AEO1, Mendes FCO1, Soares MRR1

1Instituto do Coração de Natal (INCOR)

Introdução: A segurança do paciente vêm sendo destaque e tema recorrente de discursão em todo o mundo. Com essa preocupação a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem reunido esforços para ampliar as práticas seguras e diminuir erros visando proporcionar maior segurança e qualidade assistencial. Seguindo a tendência mun-dial, foi lançado no Brasil em abril de 2013 o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que estabelece metas internacionais de segurança e a criação de Núcleos de Segurança do paciente com a finalidade de maximizar a segurança durante a assistência à saúde. As seis metas incluem a identificar corretamente o paciente, melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde, melhorar a seguran-ça dos medicamentos, garantir que a cirurgia será realizada no local correto, com procedimento correto e no paciente correto, reduzir o risco de infecção relacionado ao cuidado e reduzir os danos aos pa-cientes resultantes de quedas. Frente a necessidade de implantar as metas em todos os setores do hospital, idealizou-se no presente estu-

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do, descrever a implantação das metas de segurança em uma unidade de hemodinâmica. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, qua-litativo, do tipo relato de experiência realizado em janeiro de 2018, no Instituto do Coração de Natal (INCOR NATAL). Os dados foram coletados por meio de um instrumento de avaliação da implantação das metas de segurança no setor, no qual foram inicialmente observa-das e a seguir registradas as ações dos profissionais da unidade desde a admissão até a alta do paciente. Usando os descritores: Segurança do Paciente, Hemodinâmica e Enfermagem. Resultados: Assim, foi observado que os pacientes que se submetem a procedimentos cirúr-gicos no laboratório de hemodinâmica, inicialmente são identificados com uma pulseira branca, que contém o nome completo, o registro e a data de nascimento. Ao entrar na sala de cirurgia é preenchido o checklist de cirurgia segura em todos os procedimentos, sendo essa etapa iniciada na sala de repouso e continuada na sala operatória. A lavagem das mãos pelos profissionais é uma pratica que antecede os procedimentos, possibilitando prevenir a propagação das infecções relacionadas a assistência à saúde, que são monitorados como indi-cador importante de qualidade. A equipe é composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, anestesista e hemodinamisista que realizam o preenchimento de forma correta após conferir todas as informa-ções com enfoque na segurança do paciente. A comunicação entre os profissionais de saúde é efetiva e isso é possível por meio de trabalho em equipe com foco na comunicação eficaz e registro adequado em prontuário. As medicações prescritas, passam pelo processo de dupla checagem quando de alto risco, e antes de administrar a equipe de enfermagem confere o nome do paciente, a medicação, a via de admi-nistração e o horário, procedendo a seguir o registro em prontuário e a checagem imediatos. Conclusão: Por fim foi visto que as medidas adotadas para redução de danos ao paciente resultante de quedas, se iniciam com esclarecimentos quanto ao risco aos acompanhante e pa-cientes, reforço quanto a necessidade de manter as grades das camas elevadas mesmo que o paciente esteja acordado, permitir um acom-panhante por paciente e apoio da equipe de transporte para liberação do paciente após alta da unidade.

OR-004501Indicador de cancelamento de procedimentos em hemodinâmica: uma ferramenta de gestãoSilva FAT1, Lima FMA1, Teixeira TRF1

1Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: O desempenho dos serviços de saúde pode ser avalia-do por meio de indicadores quantitativos, com vistas à melhoria na qualidade da assistência. O indicador cancelamento de cirurgia pode repercutir negativamente tanto para o paciente e sua família quanto para os profissionais que prestam assistência à saúde e para a insti-tuição. O cancelamento de procedimentos no setor de Hemodinâmica envolve questões importantes, principalmente de ordem financeira devido à especificidade dos procedimentos e tecnologia envolvida. A identificação dos motivos de cancelamento destes procedimentos tor-na-se imprescindível para um melhor planejamento e reestruturação do processo de trabalho. Este estudo teve como objetivo verificar a prevalência e as principais causas do cancelamento de procedimentos em um setor de Hemodinâmica. Métodos: Trata-se de uma pesqui-sa descritiva e retrospectiva realizada no setor de hemodinâmica de um hospital de ensino, de nível terciário, do interior do Estado de São Paulo. Foram coletados os dados referentes ao cancelamento de procedimentos eletivos agendados no período de janeiro a dezembro de 2017. Os motivos dos cancelamentos foram relacionados a dois grandes aspectos: ao paciente e ao planejamento do procedimento. Todas as informações foram obtidas no sistema informatizado do hospital e compilados no programa Excel for Windows®. Resulta-dos: No período do estudo foram agendados 3563 procedimentos e cancelados 221 deles (6,2%). Quanto aos motivos destes cancelamen-tos pode-se verificar que 138 (62,5%) foram relacionados ao paciente

(não comparecimento, preparo inadequado ou condições clínicas des-favoráveis). Outros 83 cancelamentos (37,5%) foram relacionados ao planejamento do procedimento, que incluíram erros na programação diária dos exames, alterações no nível de prioridade, disponibilidade do equipamento, mudança de conduta médica ou cancelamento pelo médico solicitante. Foi identificada uma alta prevalência de não com-parecimento de pacientes, o que levou à padronização de consultas de enfermagem para determinados casos e à necessidade de confirmação telefônica do comparecimento para o exame. Conclusão: A utilização do indicador de cancelamento de procedimentos é bastante impor-tante para a gestão do setor de Hemodinâmica. Os resultados des-favoráveis são úteis para o desenvolvimento de estratégias efetivas, na busca de melhores resultados para a instituição e principalmente para os pacientes.

OR-004502Consulta de enfermagem no setor de hemodinâmica e sua contribuição para a assistênciaLima FMA1, Teixeira TRF1, Avila MAG2

1Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, 2Departamento de Enfermagem - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: A consulta de enfermagem, regulamentada pelo Conse-lho Federal de Enfermagem (COFEN) e norteada pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma ferramenta importante para a assistência a pacientes com doenças cardiovasculares (DCV). Pode auxiliar na detecção precoce de alterações no curso da doença e na verificação do seguimento adequado da terapêutica instituída. Neste contexto, a consulta de enfermagem voltada a pacientes que serão submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP) contri-bui para um melhor entendimento do tratamento a ser realizado, o que inclui o preparo adequado para o procedimento. Deste modo, este relato descreverá as contribuições da realização da consulta de enfermagem antes da realização da ICP eletiva. Métodos: Trata-se do relato de experiência sobre as contribuições da realização de consulta de enfermagem para pacientes submetidos à ICP eletiva. As consultas de enfermagem foram realizadas no setor de Hemodinâmica de um hospital público do interior do Estado de São Paulo, no período de julho a novembro de 2017. A necessidade de adoção das consultas de enfermagem surgiu principalmente pela observação de preparos inadequados para a realização da ICP eletiva e pela deficiência no co-nhecimento dos pacientes sobre o procedimento. O modelo de SAE utilizado foi elaborado previamente por uma comissão da instituição. Resultados: Foram realizadas 113 ICP eletivas e 79 consultas de en-fermagem (69,9%) no período. As consultas de enfermagem foram realizadas após o cateterismo cardíaco, quando surgia a indicação para a ICP. O tempo médio para a realização das etapas de coleta de dados, diagnóstico de enfermagem e planejamento de enfermagem da SAE durante a consulta de enfermagem foi de 20 minutos. Além destas etapas, as orientações sobre o preparo para a ICP eram forne-cidas, juntamente com o esclarecimento de dúvidas, com entrega de um folder explicativo sobre o procedimento. A ocorrência de preparo inadequado para o procedimento não era devidamente registrada. Desde o início da realização das consultas de enfermagem foram ob-servados somente cinco casos de preparo inadequado. Pode-se verifi-car que em todos eles, os pacientes não haviam passado pela consulta de enfermagem. Conclusão: A realização de consultas de enferma-gem no setor de Hemodinâmica foi de grande importância para os enfermeiros por direcionar e sistematizar suas ações, e principalmen-te para os pacientes por proporcionar maior envolvimento com todo processo saúde-doença, melhor entendimento sobre o procedimento a ser realizado e estabelecimento de um vínculo enfermeiro-paciente. O preparo adequado dos pacientes também foi definido como um in-dicador de qualidade assistencial do setor de Hemodinâmica, sendo quantificado desde então.

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OR-004503Conhecimento de pacientes sobre o cateterismo cardíaco e estratégias educativasTeixeira TRF1, Lima FMA1, Braga EM2

1Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, 2Departamento de Enfermagem - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: O cateterismo cardíaco é um exame invasivo, cada vez mais utilizado para o diagnóstico de doenças cardíacas, em especial a doença arterial coronariana (DAC). Sua realização pode gerar altera-ções fisiológicas nos pacientes, como o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Alterações psicológicas como a ansiedade e o medo também são comuns e a identificação destes quadros é impor-tante para seu enfrentamento. Quanto maior o conhecimento sobre o exame, menor será a probabilidade de surgimento destes sintomas. Neste contexto, esta pesquisa buscou descrever as informações co-nhecidas pelos pacientes sobre o cateterismo cardíaco e propor es-tratégias para melhorar o conhecimento destes pacientes sobre o procedimento e seu enfrentamento. Métodos: Estudo qualitativo realizado no setor de Hemodinâmica de um hospital de ensino, de nível terciário, do interior do Estado de São Paulo. Foram convida-dos a participar os pacientes com idade igual ou superior a 18 anos que aguardavam a realização do cateterismo cardíaco eletivo no setor. O número de participantes foi delimitado pelo critério de saturação teórica. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestru-turada, realizada em sala privativa no próprio setor. As entrevistas foram posteriormente transcritas e os dados categorizados e analisa-dos pelo método de Análise de Conteúdo. Resultados: Participaram do estudo 31 pacientes com 60 anos ou mais em sua maioria (58%). 18 pacientes eram do gênero feminino e 13 do gênero masculino. Da análise dos discursos surgiram três categorias: 1) os pacientes conse-guem relatar os sintomas que os levaram à realização do cateterismo cardíaco; 2) as informações para o cateterismo cardíaco são fornecidas na forma escrita, porém parcialmente assimiladas pelos pacientes; 3) os pacientes desconhecem o procedimento de cateterismo cardíaco. Foi verificado que os pacientes recebem orientações insuficientes para a compreensão do cateterismo cardíaco. Muitas vezes, recebem somente orientações escritas, que se tornam insuficientes para uma compreensão adequada. As dificuldades descritas pelos pacientes per-mitiram o aperfeiçoamento das orientações escritas sobre o catete-rismo cardíaco, juntamente com a reestruturação da abordagem dos pacientes antes da realização do procedimento. Também foi possível planejar a produção de um vídeo educativo a ser exibido no antes do cateterismo cardíaco, como mais uma ferramenta de comunicação com pacientes e familiares/acompanhantes. Conclusão: Por meio de estratégias educativas devidamente planejadas e que não envolvam somente uma forma de aprendizagem é possível contribuir para um melhor entendimento de todo processo saúde-doença pelos pacientes e propor mudanças que contribuam para este fim.

OR-005401Acompanhamento de pacientes com doses altas de exposição em procedimentos em laboratório de hemodinâmicaVieira CFR1, Medeiros RF1, Menegat P1, Prigol T1, Knak J1, Costanzi AP1

1Hospital Unimed Caxias do Sul

Introdução: O crescente aumento de procedimentos intervencio-nistas realizados em Laboratórios de Hemodinâmica, bem como sua complexidade, tem trazido preocupação em relação aos níveis de exposição aos Raios X, tanto para exposição da equipe de trabalho quanto do paciente. A Portaria 453 do Ministério da Saúde exige que o Laboratório de Hemodinâmica monitore os equipamentos de Cine-fluoroscopia por meio de um Programa de Controle de Qualidade e monitore os pacientes por meio da realização dos assentamentos de doses de entrada na pele impingidos aos pacientes. O objetivo deste

trabalho é descrever o acompanhamento realizado aos pacientes com alta exposição à radiação após realização de procedimentos hemodi-nâmicos. Métodos: Trata-se de um relato de experiência acerca dos controles de doses e radioproteção de um hospital privado da serra gaúcha. O período de coleta foi janeiro de 2017 a fevereiro de 2018 e foram incluídos todos os pacientes que realizaram procedimentos no setor. A coleta é realizada através da identificação dos pacientes sub-metidos a exames hemodinâmicos que extrapolam a dose crítica de entrada da pele de 2Gy (Kerma no ar), sendo notificados pelo técnico de radiologia, através de e-mail para os enfermeiros do serviço, para que seja realizado um acompanhamento via telefone. Há um formulá-rio específico, de Investigação de Exposição Radiológica, que contem-pla dados do paciente, complicações apresentadas, descrição da com-plicação, tempo de manifestação da complicação, dados da exposição, data da realização do exame, observações, conduta e responsável pelo registro. O primeiro contato é realizado 21 dias após o procedimento, sendo questionado o paciente e/ou familiar. Além disso, temos um indicador de qualidade referente ao percentual de pacientes que rea-lizaram procedimentos hemodinâmicos e extrapolaram a dose crítica de entrada da pele de 2Gy (Kerma no ar). Resultados: Foram reali-zados 1358 procedimentos hemodinâmicos no período coletado, des-tes, 59 apresentaram dose maior que 2Gy (Kerma no ar), represen-tando 4% do total. Nenhum desses casos apresentou algum tipo de complicação. As principais causas de extrapolação de exposição foram associadas ao tipo de procedimento realizado. Os casos acometidos foram de procedimentos hemodinâmicos variados, porém com lesões graves e de difícil acesso para serem tratadas. Os profissionais que realizaram estes procedimentos foram diversos. Conclusão: O índice de pacientes com doses elevadas (maior que 2Gy) de exposição é baixo. O acompanhamento destes pacientes mostra-se necessário para con-trole de complicações decorrentes de procedimentos realizados no laboratório de hemodinâmica.

OR-007601Relato de caso:procedimento híbrido em recém-nascido com síndrome de hipoplasia das cavidades esquerdasGomes ACR1

1Hospital Pediátrico Pró Criança Jutta Batista

Introdução: A síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (SHCE) é uma cardiopatia grave, sua incidência é de 1 a 5 para cada 10.000 nascidos vivos, com mortalidade de 90% no primeiro mês de vida, caso não seja tratada. Desta maneira a abordagem se faz mandatória no período neonatal. O tratamento cirúrgico (cirurgia de Norwood) apresentada alta taxa de mortalidade. Em 1993 Gibbs e cols. des-creveram o procedimento híbrido que consiste no implante de stent no canal arterial e bandagem dos ramos das artérias pulmonares. A atriosseptostomia é realizada sempre que necessário. Por ser tratar de um procedimento menos invasivo alguns centros têm adotado como rotina no tratamento da SHCE. Objetivo: Apresentar caso de recém-nascido (RN) com diagnóstico de SHCE tratado por procedimento hibrido em laboratório de hemodinâmica. Metodologia: Através de analise retrospectiva do prontuário médico e da rotina estabelecida para realização de procedimento híbrido em laboratório de hemodi-nâmica, apresentamos a experiência vivenciada pelo grupo de enfer-magem no tratamento de RN de 5 dias, sexo masculino, 3Kg, APGAR 9/9, com diagnóstico de SHCE através de eco fetal, submetido a tra-tamento híbrido. O cuidado multidisciplinar foi estabelecido pelos seguintes grupos profissionais: cardiologia intervencionista, cirurgia cardíaca, enfermeira, técnico de enfermagem e técnico de radiologia. Resultados e Discussão: RN estava em uso de prostaglandina E 0,01mcg/Kg/min. Realizada esternotomia mediana, com bandagem dos ramos das artérias pulmonares utilizando tubo de politetrafluo-retileno (PTFE) 4mm. Através de sutura em bolsa em tronco de artéria pulmonar com introdutor 6 FR foi posicionado, seguido de introdução

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de fio guia de angioplastia 0,014x190cm na aorta descente. Por fim o stent expansível por balão 7mmx15mm foi posicionado no canal arterial. Após drenagem pericárdica e fechamento do tórax o RN foi encaminhado à UTI. O RN apresentou as seguintes intercorrências no pós-operatório imediato: acidose metabólica, hiperglicemia e he-matúria. Permaneceu sob ventilação mecânica por 5 dias. O tempo de permanência na UTI foi de 9 dias e a alta hospitalar ocorreu no 17º dia pós-operatório. A saturação arterial de oxigênio encontrada no momento da alta era de 85%. Conclusão: O procedimento híbri-do demonstrou ser seguro e apresentou baixa morbidade apesar da gravidade da patologia. A vivência da equipe de enfermagem com o cuidado multidisciplinar serviu para assegurar segurança ao procedi-mento, montado o cenário favorável para que diferentes grupos pu-dessem atuar simultaneamente com o objetivo comum de cuidado ao paciente. Para isso é importante que haja conhecimento cientifico e habilidade técnica para assegurar assistência de qualidade.

casos clínicos

OR-001901Fechamento percutâneo de fístula iatrogênica pós-cirurgia de revascularização miocárdicaSilveira GM1, Leandro SM1, Sena MA1, Caied F1, Ferreira GMS1, Medeiros RG1, Cavalcanti FL1, Drissen EJF1, Milanesi PAG1, Freitas VPB1

1Instituto Nacional de Cardiologia

Introdução: Neste relato apresentamos um caso raro de um equí-voco da equipe cirúrgica no qual a ATIE foi implantada no sistema venoso coronariano, ocasionando não apenas a permanência da insu-ficiência coronariana, mas o surgimento de uma fístula de alto fluxo com insuficiência cardíaca secundária de rápida evolução. Tal cenário catastrófico exigiu da equipe de hemodinâmica a resolução de ambos os problemas valendo-se de uma estratégia pouco descrita na literatu-ra dada a natureza incomum do caso. Relato do Caso: F.A.M.N., sexo masculino, 67 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico e portador de doença arterial coronariana multivascular de alta complexidade (Syntax Score de 39), internado eletivamente em um centro terciário para realização de Cirurgia de Revascularização Miocárdica. Apresen-tava função ventricular esquerda indubitavelmente normal na oca-sião, o que fora evidenciado em ecocardiograma e ventriculografia. Levado ao centro cirúrgico, foi supostamente submetido ao implante dos seguintes enxertos: Artéria Torácica Interna Esquerda para Ar-téria Descendente Anterior; Veia Safena para Ramo Diagonal; Veia Safena para Ramo Marginal Esquerdo. Evoluiu no pós-operatório com critérios de infarto peri-procedimento e, finalmente, com clínica de insuficiência cardíaca congestiva, permanecendo dependente de aminas vasoativas e sendo necessária reintubação. Avaliações ecocar-diográficas à beira do leito mostravam à equipe responsável uma evo-lução desfavorável da função ventricular esquerda. Desta maneira, foi novamente levado ao laboratório de hemodinâmica observando-se patência do enxerto da Veia Safena para o Ramo Marginal, oclusão na anastomose aórtica do enxerto da Veia Safena para o Ramo Diagonal e, finalmente, enxerto da ATIE pérvio com anastomose junto à veia cardíaca, drenando para o seio venoso. Considerou-se, portanto, que a insuficiência cardíaca de rápida evolução no pós-operatório poderia estar relacionada à presença desta fístula iatrogênica de alto débito, sendo necessária uma resolução para o quadro. Após discussão do caso pelo “heart-team”, optou-se pela abordagem percutânea com o fechamento da ATIE utilizando-se um plug vascular (Amplatzer III), liberado na porção mediana do vaso através de um cateter guia JR 6F, com fluxo final TIMI 0. No mesmo procedimento, realizou-se a abordagem da ADA com utilização de um cateter guia VL 6F, corda 0.014” PT2, pré-dilatação com balão Euphora 3,0x15mm, implante de um stent farmacológico Inspiron 3,0x19mm em terço proximal do vaso e, finalmente, pós-dilatação com altas pressões utilizando-se o

balão não complacente Euphora 4,0x15mm, observando-se fluxo fi-nal TIMI 3 e resultado angiográfico extremamente satisfatório. Nas semanas seguintes, o paciente em questão evoluiu favoravelmente no que concerne à parâmetros clínicos e ecocardiográficos (recuperação expressiva da função ventricular), atingindo uma fração de ejeção no momento da alta de 50% por Simpson. Discussão: No relato em questão, explicitamos o caso de uma anastomose de ATIE equivoca-damente realizada no sistema venoso cardíaco, ocasionando o surgi-mento de uma fístula de alto fluxo, insuficiência cardíaca secundária e não resolução do problema de base, a insuficiência coronariana. Uma vez efetuado o procedimento, a evolução foi extremamente favorável, com alta hospitalar apenas 10 dias após a angioplastia e implante do plug vascular. Conclusão: Possivelmente a cardiologia intervencio-nista seja a área da medicina que mais evoluiu nos últimos anos, com materiais cada vez mais sofisticados possibilitando o enfrentamento de casos de complexidade antes impeditiva. Desta forma, o hemodi-namicista moderno habituou-se a manejar dispositivos lançados e renovados com enorme velocidade pelas empresas a isso dedicadas. Tal capacidade de “reinventar-se” exige deste profissional grande de-dicação e disponibilidade, coroadas pela possibilidade de resolução de casos como o apresentado neste relato.

OR-001902Evento tardio ocasionado por “dismantling” de BVS documentado por OCTSilveira GM1, Sena MA1, Leandro SM1, Caied F1, Drissen EJF1, Cavalcanti FL1, Medeiros RG1, Ferreira GMS1, Duarte PVF1, Nascif GB1

1Instituto Nacional de Cardiologia

Introdução: Recentemente publicado, o ABSORB III levantou ques-tionamentos na comunidade médica quanto à segurança dos disposi-tivos bioabsorvíveis de suporte vascular (“scaffolds”). Poucos meses após a divulgação de uma taxa de trombose duas vezes superior à apresentada pelo stent Xience neste estudo, o primeiro paciente sub-metido ao implante de um Absorb em um centro nacional de comple-xidade terciária retorna emergencialmente ao hospital em síndrome coronariana aguda, sendo os achados observados no laboratório de hemodinâmica realmente intrigantes. Caso clínico: M.A.M., sexo masculino, 43 anos, hipertenso, submetido a angioplastia eletiva de terço proximal da Artéria Descendente Anterior (ADA) em julho de 2015 com implante de uma plataforma bioabsorvível Absorb 3,5x18mm. Tal procedimento seguiu rigorosamente os preceitos de pré-dilatação vigorosa (preparo da lesão) e de implante guiado por OCT, com imagem intra-vascular final evidenciando área luminal mí-nima de 10,5mm2, ausência de dissecção em bordos e aposição ótima das hastes sem fratura das mesmas. Após dois anos assintomático, retorna de maneira emergencial ao nosocômio com quadro de angina instável caracterizada por dor típica iniciada nos quatro dias ante-riores. Apesar do padrão eletrocardiográfico inocente, foi optado por uma estratégia invasiva precoce tão logo o primeiro set enzimático mostrou-se alterado. Desta forma, foi levado ao laboratório de he-modinâmica observando-se como provável lesão culpada a obstrução em torno de 90% na topografia do Absorb previamente implantado. Realizada imagem intra-vascular com OCT na qual pode-se notar a presença não apenas de trombo intra-luminal, mas de fragmentos de hastes da plataforma vascular na luz do vaso. Tal achado provocou surpresa da equipe, considerando a revisão prévia das imagens do procedimento anterior sem quaisquer sinais de falha técnica. Final-mente, optou-se pelo implante de um stent farmacológico de segunda geração Inspiron 4,0x16mm, pós-dilatado com balão não-complacen-te Pantera Leo 4,0x15mm com altas pressões, novamente otimizado por OCT. O paciente recebeu alta poucos dias após, assintomático e novamente com prescrição de dupla antiagregação, desta vez por tempo indeterminado. Discussão: O Absorb é uma plataforma vas-cular bioabsorvível com hastes de 150μm de espessura que são unidas por pontes retas. Seu arcabouço é de ácido poli-l-láctico (PLLA). O

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revestimento é feito de poli D,L-lactídeo (PDLLA), um co-polímero amorfo de rápida absorção e contém o fármaco anti-proliferativo eve-rolimus. Os polímeros PLLA e PDLLA são completamente degradados em ácido láctico, que é metabolizado no ciclo de Krebs. Após um gran-de entusiasmo inicial, esses dispositivos atualmente sofrem com a desconfiança da comunidade médica posterior à divulgação dos resul-tados do ABSORB III, o maior estudo randomizado desenhado para testar a não-inferioridade destes produtos. Como principais resulta-dos, o Absorb mostrou-se não inferior ao seu comparador (Xience) na redução da falência do vaso-alvo (7,8% s. 6,1%, p de não-inferioridade =0,007). Entretanto, a taxa de trombose, embora não tenha diferido de forma significativa, foi duas vezes superior com o uso da platafor-ma bioabsorvível (1,5% vs. 0,7%, p=0,13). No caso relatado, apesar de todos os cuidados técnicos para o perfeito implante do dispositivo, com resultado final verificado por imagem intra-vascular, houve uma evolução desfavorável representada pelo “desabamento” de estrutu-ras do Absorb para dentro da luz do vaso, reforçando assim os temo-res dos antes entusiastas desta nova tecnologia. Conclusão: Não há dúvidas que detalhes técnicos (adequada medida do vaso, preparo da lesão, efetiva pós-dilatação sem fraturas) fazem toda a diferença no implante desta modalidade de dispositivos. Entretanto, não se pode negar que o desenho da primeira geração de plataformas bioabsorví-veis precisa evoluir: hastes muito espessas (pelo menos 50% a mais que os atuais stents farmacológicos), retangulares, de difícil penetra-ção na parede do vaso (“embebição”), além de propriedades mecânicas (força radial, ductilidade, descontinuidade tardia) aquém do desejado.

OR-003501Fechamento com plug vascular de aneurisma gigante de ramo atrial da coronária direitaValente TC1, Tamazato AO1, Ramos MOV1, Ogama MH1, Bastos Filho JBB1, Campos CAHM1, Kajita LJ1, Silva EER1

1Instituto do Coração - INCOR/HCFMUSP

Introdução: O aneurisma de artéria coronária (AAC) é observado em torno de 0,3% dos pacientes submetidos à angiografia coronariana. É definido como uma dilatação luminal localizada, que mede pelo me-nos 1,3 a 2 vezes o diâmetro de uma referência normal do segmento adjacente. Caso clínico: Feminino, 33 anos, com antecedente de in-farto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento de ST (IAMCSST) de parede inferior em 2014. Na ocasião foi realizado estudo angiográfico que evidenciou grande quantidade de trombo em artéria coronária direita (ACD) sendo realizada tratamento com tromboaspiração, tripla antiagregação plaquetária e anticoagulação. Paciente retorna ao serviço de emergência em outubro de 2017, com quadro de dor tóracica. Na admissão, foram realizados eletrocardio-grama (ECG) e marcadores de necrose miocárdica (MNM), os quais foram negativos para isquemia. Optado pela realização de angioto-mogafia de coronária, que evidenciou imagem sugestiva de aneuris-ma sacular em ramo atrial da coronária direita e ausência de lesões coronarianas. Optou-se pela realização de angiografia coronariana para melhor definição do caso a qual confirmou aneurisma em ramo atrial da coronaria direita e conteúdo negativa em seu interior, su-gestivo de trombo. Foi optado pela oclusão de aneurisma com plug vascular. Realizada cateterização seletiva da artéria atrial da coroná-ria direita, aferida dimensões do aneurisma (21,12mmx15,37mm) e do colo da região aneurismática (5,86mmx23,49mm), optado, então pelo plug vascular Amplatzer™ 6x6mm. Posicionado o cateter no in-terior da ramo atrial, avançado plug vascular até a ponta do cateter terapêutico. Realizada movimento conjunto de manutenção do plug e tração do cateter terapêutico, confirmado o posicionamento e libera-do o dispositivo. Injeção de controle em ACD mostrou plug vascular bem posicionado em ramo atrial sem comprometimento de fluxo e calibre da ACD. A paciente recebeu alta, assintomática, sem altera-ção ECG ou MNM, em uso de dupla antiagregação plaquetária por 6 meses. Após 2 meses de seguimento mantem-se assintomática e a

angiotomografia de controle mostra artefato metálico em topogra-fia proximal da ACD sem redução luminal. Discussão: O tratamento percutâneo pode ser realizado em casos selecionados. Em geral, é rea-lizado com implante de stents revestidos com politetrafluoroetileno com ou sem a embolização de coil. No caso em questão a paciente apresentava AAC com presença de trombo em seu interior e IAMCSST prévio de etiologia embólica. Devido a recorrência de angina somada a imagem sugestiva de trombo no interior do AAC e ausência de es-tenose coronariana, optou-se pelo fechamento percutâneo através de plug vascular, já que o aneurisma tratado apresentava um pedículo que permitia tal tratamento.

OR-005901Implante de stent coronário sem meio de contraste em insuficiência renal crônica estágio IV: estado da arteBuchler GD1, Faria LR1, Queiroz GT1, Lemos SGD1, Jordão MR1, Cury RC1, Staico R1

1Hospital Samaritano, São Paulo, SP, BrasilIntrodução: A nefropatia induzida pelo contraste (NIC) é uma com-plicação potencial após procedimentos angiográficos que utilizam meio de contraste iodado e está associada com pior prognóstico clí-nico no curto e longo prazos. Algumas estratégias têm sido empre-gadas para reduzir a incidência de NIC. A hidratação com solução salina pré e pós-procedimento e a redução do volume de contraste constituem importante profilaxia neste contexto. O ultrassom intra-

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coronário (USIC) é uma ferramenta que, além de otimizar o resultado do implante de stent, auxilia na estratégia de redução de contraste durante a intervenção coronária percutânea (ICP). Nosso objetivo é relatar uma ICP sem uso de meio de contraste iodado guiada por USIC em paciente com insuficiência renal crônica (IRC) estágio IV. Métodos: RS, feminina, 52 anos, hipertensa, dislipidêmica, diabética insulinodependente e com IRC estágio IV (ClCr=26ml/min), portado-ra de doença aterosclerótica coronariana (DAC) com ICP prévias na descen dente anterior (DA): implante de stent farmacológico (SF) que evoluiu com reestenose de bordas, a qual foi tratada com implante de dois SF, um em cada borda. Evoluiu com nova reestenose, focal e localizada intrastent, que foi tratada com balão farmacológico. Após essa última intervenção, mesmo guiada por USIC, houve piora da in-suficiência renal com necessidade de algumas sessões de hemodiálise. Seis meses após o último procedimento, apresentou quadro de angina de peito (CCS 3) associada à presença de isquemia em parede ante-rosseptal detectada pelo ecocardiograma com estresse farmacológico. Indicada nova estratificação invasiva devido aos sintomas e piora da qualidade de vida, a paciente procurou o nosso serviço para realiza-ção de cinecoronariografia/ICP com pouco volume de contraste. A ci-necoronariografia (cine) foi realizada com 15ml de contrate de baixa osmolaridade. A coronária direita e a circunflexa exibiam aterosclero-se discreta; a DA apresentava lesão de 40-50% proximal, seguida de três stents contínuos no terço médio com hiperplasia discreta e lesão obstrutiva segmentar de 60-70% logo após o terceiro stent. Realiza-da, então, avaliação fisiológica da gravidade de obstrução (FFR) sob hiperemia máxima com adenosina intravenosa (140mcg/kg/min), re-velando resultado de 0,76. O “pullback” demonstrou salto de 0,14 na lesão segmentar de 60-70%, 0,5 intrastents e 0,5 na lesão proximal. Indicada ICP na lesão do terço médio, a qual foi realizada 48h após a cine. Cateterização seletiva da CE e passagem do fio-guia 0,014” guiadas por fluoroscopia. USIC realizado para orientar procedimento (escolha do tamanho dos balões/stent). Posicionamento do balão de pré-dilatação e SF usando como referência a borda distal do terceiro stent previamente implantado. Pós-dilatação intrastent com balão não-complacente até 30 atm. USIC pós-procedimento para checar resultado. Resultados: Implante do SF com sucesso e sem compli-cação por critérios do USIC. Evolução intra-hospitalar favorável, sem elevação dos marcadores de necrose miocárdica ou creatinina. Regres-são dos sintomas e consequente melhora na qualidade de vida. Con-clusão: ICP guiada por USIC sem utilização de meio de contraste foi factível e segura nesse caso selecionado, constituindo uma estratégia que, quando possível, deve ser empregada para evitar a NIC principal-mente em pacientes com IRC em estágio avançado.

OR-007901Angioplastia coronariana sob a tecnica de “culotte” em bifurcação de enxerto de safena em paciente com doença coronariana grave - relato de casoSouza FAR1, Montenegro GL1, Montenegro PBR1, Livera JR1, Procopio AGM1, Montenegro ST1, Montenegro CEL1

1Real Hospital de Beneficência Portuguesa, Recife, PE, Brasil

Introdução: O tratamento de lesões em bifurcação coronária repre-senta 15-20% das intervenções e permanece como um dos mais desa-fiadores cenários na cardiologia intervencionista. A técnica de stent provisional tem-se estabelecido como alternativa segura e eficaz no tratamento das lesões de bifurcação. O uso rotineiro de 2 stents não reduz as taxas de eventos cardíacos adversos. Nos casos onde o uso programado de 2 stents seja necessário, a técnica de Culotte mostra-se eficaz.1 A técnica de Culotte consiste no implante de stent no vaso principal (VP) direcionado para o ramo lateral, recruzamento de cor-da guia para o VP, seguido de implante de stent com sobreposição das hastes no seguimento proximal da bifurcação, novo recruzamento de corda guia para vaso tratado e pós dilatação individual dos dois ra-mos, seguida de kissing baloon. Relato de caso: Homem, 58 anos,

com história de revascularização prévia em 2009 mamária interna esquerda para descendente anterior (DA) e uma safena da aorta para ramo marginal (Mg); e uma nova cirurgia em 2010 com implante de uma ponte de safena em Y (PSY) da aorta para a DA e Mg. Em 2014, realizou angioplastia com implante de stent farmacológico para tron-co de coronária esquerda distal em direção a artéria circunflexa e leito nativo de ramo marginal. Em 2016 apresentou episodio de IAM com supra ST de parede anterior, tendo sido evidenciado oclusão da PSY. Foi submetido então a angioplastia com implante de stent conven-cional em PSY em direção a DA. Em fevereiro/17, apresentou novo episódio de dor torácica típica. ECG com ST retificado em parede la-teral. Troponina positiva. Cateterismo demonstrou PSY para DA/Mg com reestenose grave nos seus stents, comprometendo bifurcação da ponte, sem outras alterações. Optamos por realização de nova angio-plastia com implante de 02 stents farmacológicos sob a técnica de Culotte, com ótimo resultado final. Recebeu alta no terceiro dia após o procedimento, estável, com ecocardiograma mostrando fração de ejeção de 48%. Conclusão: Com base nos resultados de ensaios clíni-cos randomizados, a técnica de stent provisional é considerada a atual estratégia padrão para lesões de bifurcação.3,4 Porém, apesar do con-senso atual sobre a técnica de stent único, algumas lesões complexas de bifurcação, especialmente com um grande ramo lateral ou estenose séria no óstio do ramo lateral, podem ainda precisar de técnicas de 2 stents para fornecer cobertura completa da área de bifurcação. No caso exposto, tratava-se de uma bifurcação em uma ponte de safe-na que nutria a DA, VP, e o Mg, de grande importância que continha lesão em seu óstio. A patencia final dos dois vasos era fundamental nesse caso, devido a gravidade do caso.

inTErvEnÇÃo Em DoEnÇas carDiovascularEs aDquiriDas

OR-002704Usefulness of an elevated rdw to predict long-term mortality in patients with ST-segment elevation myocardial infarction undergoing primary PCIMachado GP1, Araujo GN2, Lech M1, Carpes CK1, Mariani S1, Gonçalves SC2, Bergoli LCC2, Krepsky AM3, Wainstein R2, Wainstein M2

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Introduction: Red cell distribution width (RDW) might be an indirect marker of inflammation, which have a role in atherosclerotic disease. The aim of this study was to investigate the usefulness of RDW to pre-dict short and long-term mortality in patients with STEMI who under-went primary percutaneous coronary (pPCI). Methods: Consecutive patients with STEMI who underwent pPCI were divided into low and high RDW, whereas high was defined as a RDW value above 75º per-centile (>14). The occurrence of in-hospital and 30-day major adver-se cardiovascular events (MACE) and 1-year all-cause mortality were evaluated. Results: We included 661 patients with mean age of 60.48 (±12.1) years, 66.5% were male and RDW median was 13.3. In univa-riate analysis, patients with high RDW had significantly greater risk of in-hospital death (RR 2.69.; 95% CI 1.58-4.53; p<0.0001), in-hos-pital MACE (RR 2.25; 95% CI 1.41-3.58; p<0.001), 30-day death (RR 3.27; 95% CI 1.08-10.61; p<0.0001), 30-day MACE (OR 1.61; 95% CI 1.04-2.5; p<0.01) and 1 year all-cause mortality (RR 1.75; 95% CI 1.19-2.57; p<0.01). In multivariate analysis, RDW remained an independent predictor of 1 year all-cause mortality (RR 2.04; 95% CI 1.01-4.06; p=0.041). The area under the ROC curve was 0.62 (95% CI 0.56-0.70). A RDW score cutoff point of>13.5 yielded a sensitivity of 63.8% and specificity of 59.1%. Low-risk score had an negative predictive value of 90.0% while high-risk score had a positive predictive value of 22.1%.

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Conclusion: High RDW is an independent predictor of long-term mortality in patients with STEMI who underwent to pPCI. A low RDW value has an excellent negative predictive value for long-term mortality. RDW may be a useful and inexpensive tool to be used at bedside.

OR-008601

Percutaneous coronary interventions in chronic total occlusions in the daily practice in latin america: the sbhci international cto registrysilva ACB1, Padilla L2, Ribeiro MH3, Arayah M4, Cantarelli MJC5, Falcão B6, Muniz AJ7, Zukowski C8, Paula JET9, Ybarra LF11

1Hospital São José do Avaí, 2Instituto Cardiovascular de Buenos Aires, 3SOS Cardio, 4Hospital San Juan de Dios, 5Hospital Leforte, 6Hospital de Messejana, 7Santa Casa de Misericórdia Juiz de Fora, 8Rede DOR, 9Instituto Cardiovascular de Linhares UNICOR, 10Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia

Background: Percutaneous coronary interventions (PCI) in chro-nic total occlusions (CTO) have been increasingly performed worl-dwide, but there is a paucity of data on procedures performed in Latin America. We aimed to assess patient and procedural characte-ristics and outcomes in this population. Methods: An international multicenter registry was developed to collect prospective data on CTO PCI performed in experienced centers in Latin America. Pa-tient, angiographic, procedural and outcome data were evaluated. Results: This registry started on January 2018 and 126 patients were included until March 2018 (Brazil=70 patients, Argentina=48 patients and Chile=8 patients; Colombia and Puerto Rico have agreed to participate but did not include patients until now). Mean age was 63.9±10.5 years, and 79% were male. Diabetes was present in 34% of the patients, and hypertension in 85%. Indications for CTO PCI were angina relief (73%), large ischemic burden (25%), heart failure (5%) and ventricular arrythmia (2.4%). The mean JCTO score was 2.0±1.2. Antegrade wire escalation was used in 80% of the procedures, antegrade dissection reentry in 11%, retrograde wire escalation in 4% and retrograde dissection reentry in 5%. Gui-de-wires most commonly used were Fielder XT (19%), PT2 (14%), Fielder FC (10%), Whisper (8%), Pilot 200 (6%), Progress 80 (5%) and Shinobi (5%). Microcatheters most frequently used were Fine-cross (41%), Corsair (31%) and Turnpike (10%). Procedural success was achieved in 85% of the cases, and in-hospital MACE (including revascularization) occurred in 6% of the procedures. Conclusions: CTO PCI performed in experienced centers in Latin America sho-wed a high success rate with low in-hospital complications. Lesions treated had a moderate difficulty level and were mainly crossed with the antegrade wire escalation technique. Further studies are warranted to provide a better understanding of specific procedural characteristics and long-term outcomes on CTO PCI performed in this population.

OR-008701Four-year outcomes of patients treated with ultra-thin sirolimus stent versus biolimus stent: long-term results of the destiny randomized trialDestiny I1

1Destiny Randomized Trial

Background: The DESTINY trial is multicentre randomized study that showed that the Inspiron™ drug-eluting stent was non-inferior to the control Biomatrix™ drug-eluting stent, when evaluating the angiographic late lumen loss of both stents. The present report is a pre-defined analysis that expands the study findings, comparing the clinical outcomes of patients treated with either stents up to 4 years of follow-up. Methods: A final population of 170 patients with one or two de novo lesions were randomized in a 2:1 fashion to the Inspiron™ sirolimus-eluting stent or the Biomatrix™ biolimus-eluting stent res-pectively. The primary endpoint of the present study was the rate of major cardiac events (MACE: cardiac death, myocardial infarction, or target lesion revascularization) at four years. Results: After 4 years, both study stents were associated with similar rates of adverse events. Importantly, the novel stent showed null occurrence of probable or de-finite stent thrombosis during the four years of follow-up.

Sirolimus-eluting stent

(n=114 patients)

Biolimus-eluting stent

(n=56 patients)

P- value

1 yearCardiac death 0.0 0.0 -Myocardial infarction 4.4 7.4 0.5Target lesion revascularization 2.7 3.7 0.7MACE 6.3 9.4 0.5Definite or probable stent thrombosis 0.0 1.8 0.2

2 yearsCardiac death 0.0 0.0Myocardial infarction 4.4 11.3 0.1Target lesion revascularization 2.7 5.6 0.4MACE 6.3 13.3 0.2Definite or probable stent thrombosis 0.0 1.8 0.2

3 yearsCardiac death 2.8 1.9 0.7Myocardial infarction 5.4 14.5 0.1Target lesion revascularization 4.6 5.4 0.8MACE 10.0 16.3 0.2Definite or probable stent thrombosis 0.0 1.8 0.2

4 yearsCardiac death 3.8 1.9 0.5Myocardial infarction 6.3 14.5 0.1Target lesion revascularization 4.6 5.4 0.8MACE 12.0 16.3 0.4Definite or probable stent thrombosis 0.0 1.8 0.2

Conclusions: Patients treated with the novel Inspiron™ sirolimus- eluting stent had similar outcomes at 4 years in comparison with the comparator Biomatrix™ biolimus-eluting stent.

OR-008901Comparação randomizada de intervenções coronárias percutâneas guiadas por tomografia de coerência óptica versus ultrassom intravascular versus angiografia. Estudo randomizado isightChamie D1, Costa Jr. JR1, Siqueira D1, Braga S1, Barreto G1, Brito FM1, Torres R1, Costa R1, Feres F1, Abizaid A1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Introdução: Meta-análise de grande porte demonstrou que interven-ção coronária percutânea (ICP) guiada por ultrassom intracoronário

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(USIC) associou-se com menor ocorrência de eventos adversos em comparação com ICP guiada por angiografia. A tomografia de coerên-cia óptica (TCO) possui resolução 10 vezes maior que a do USIC. No entanto, seu papel como guia de ICP foi pouco estudado. Métodos: O objetivo primário do estudo iSIGHT é investigar a não inferioridade da ICP guiada por TCO em comparação com a ICP guiada por USIC quanto ao co-desfecho primário da área mínima do stents (AMS) e expansão dos stents ao final dos procedimentos. O objetivo secundá-rio é avaliar a superioridade dos métodos de imagem invasivos (USIC e TCO) em comparação com um protocolo otimizado de ICP guiada por angiografia. Pacientes portadores de doença arterial coronária com ≥1 lesão em coronárias nativas com 2,25-4,0mm de diâmetro foram randomizados (1:1:1), em blocos de 9, para ICP guiada por an-giografia, USIC, e TCO. Com um α unicaudal de 0,05 e margens de não inferioridade de 1,1mm2 para AMS e 6,85% para expansão dos stents, 150 pacientes (50 em cada grupo) fornece poder de 80% para investigar a não inferioridade da ICP guiada por TCO em comparação com guia por USIC. Caso a não inferioridade fosse alcançada para os co-desfechos primários, testamos de forma hierárquica a superiorida-de da ICP guiada por TCO contra ICP guiada por USIC e angiografia, e ICP guiada por USIC contra ICP guiada por angiografia. Resultados: 151 pacientes foram randomizados para ICP guiada por TCO (51 pa-cientes; 51 lesões), USIC (51 pacientes; 52 lesões) e angiografia (49 pacientes; 53 lesões). Não houve diferença significativa entre os gru-pos quanto as características clínicas e demográficas dos pacientes. A maioria (70,6%) dos pacientes eram homens, e a média das idades foi 59,3±9,8 anos. Síndrome coronária aguda foi a indicação mais frequente (59,3%) para ICP. O diâmetro de referência dos vasos in-cluídos foi 2,84±0,63, com lesões de 21,69±9,43mm de comprimento e percentual de estenose de 71,94±11,53%. A média de volume de contraste (94,1±40,5mL) utilizado nos casos guiados por TCO foi nu-mericamente maior que nos casos guiados por USIC (82,1±41,3mL) e angiografia (72,3±35,8mL), porém não significativamente diferente (p=0,434). A AMS pós-procedimento foi 7,18±2,66 mm na ICP guia-da por TCO, 6,97±2,09mm na guiada por USIC e 7,26±2,48mm na guiada por angiografia. Não inferioridade para a AMS (diferença TCO - USIC: 0,21; IC 95%: -0,93 a 1,34, p<0,001) foi alcançada, mas não a superioridade (p=0.902). A expansão dos stents foi 98,6±16,6% nas ICP guiadas por TCO, 91,6±15,8% nas guiadas por USIC e 90,4±14,8% nas guiadas por angiografia. Novamente, não inferioridade da guia com TCO em comparação com USIC foi alcançada (diferença TCO - USIC: 7,00; IC 95%: -0,39 a 14,39, p<0,001), mas não a superioridade (p=0,067). Na análise hierárquica, a guia por TCO alcançou expansão dos stents superior à angiografia (p=0,024). Não houve diferença sig-nificativa quanto à ocorrência de dissecção de bordas (TCO: 15,7% vs. USIC: 15,7% vs. angiografia: 22,6%, p=0,610), e complicações dos procedimentos. Conclusões: ICP guiada por TCO forneceu AMS e expansão dos stents não inferiores àquelas obtidas com USIC, e ex-pansão superior à obtida pela angiografia, sem aumento nas taxas de complicações dos procedimentos. O impacto clínico destes achados deve ser investigado em estudos futuros adequadamente desenhados.

OR-008902Avaliação independente do desempenho diagnóstico de um índice fisiológico invasivo que dispensa o uso de guias de pressão e manipulação coronária. Comparação com a reserva de fluxo fracionadoPereira LMD1, Brito RL1, Casas RLA1, Braga VGS1, Silva RDR1, Centemero M1, Abizaid A1, Chamie D1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Introdução: A reserva de fluxo fracionada (FFR) é um índice fisioló-gico invasivo extensamente validado, que demonstrou custo-efetivi-dade e melhora de desfechos clínicos quanto utilizada para indicar a necessidade de revascularização em pacientes com doença arterial co-ronária. No entanto, sua utilização na prática clínica ainda é bastante

restrita. Custo do equipamento, necessidade de estímulo farmacoló-gico, falta e/ou limitação de reembolso do procedimento e necessida-de de treinamento do operador constituem causas para o uso limitado da FFR. Um novo índice, que possibilita estimar o significado funcio-nal de estenoses coronárias, sem a necessidade de manipulação do vaso coronário e sem custo adicional à angiografia diagnóstica, tem potencial de ampliar a aplicação de índices funcionais às tomadas de decisão clínica. Com isso, o objetivo do presente trabalho é avaliar o desempenho diagnóstico de um novo índice fisiológico invasivo – o QFR (do inglês, quantitative flow ratio) – que estima o significado funcional de estenoses coronárias a partir de modelos de dinâmica de fluido computacional aplicadas em modelos geométricos tridimen-sionais das artérias coronárias obtidas durante a cinecoronariografia. Métodos: O QFR foi derivado de 2 modelos de fluxo: (1) com velo-cidade hiperêmica de fluxo fixa (fQFR) e (2) com velocidade de fluxo hiperêmico ajustada de acordo com o tempo de trânsito do meio de contraste ao longo do segmento estenótico (cQFR). A FFR foi mensu-rada com guia de pressão específico sob hiperemia máxima induzida com adenosina (140μg/Kg/min) e foi considerada o método de refe-rência. As análises de QFR foram feitas de forma cega aos valores de FFR. Resultados: QFR foi computado em 37 segmentos vasculares com estenoses coronárias epicárdicas de grau intermediário (diâme-tro de estenose do diâmetro entre 40% e 70%) de 31 pacientes diabé-ticos submetidos à avaliação fisiológica invasiva com mensuração da FFR. A média das idades foi 61,5±8,1 anos, 58,0% dos pacientes eram homens, e 45,2% diabéticos em uso de insulina. A maioria (54,8%) dos pacientes apresentou-se com angina estável. O vaso mais fre-quentemente investigado foi a artéria descendente anterior (43,3%). O porcentual do diâmetro de estenose angiográfico foi 47,21±9,28% e o comprimento dos segmentos estenóticos foi 36,78±22,53mm. A média dos valores de FFR foi 0,84±0,08, com 29,7% das estenoses apresentando um FFR<0,80. A média do fQFR foi 0,82±0,08, com elevada correlação (r=0,86, p<0,0001) e concordância com os valores de FFR (diferença média: 0,022±0,043, p=0,236). O cQFR apresen-tou correlação (r=0,94, p<0,0001) e concordância (diferença média: 0,010±0,027, p=0,559) ainda maiores com a FFR. A acurácia diagnós-tica do fQFR foi de 86,5%, com sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo de 81,8%, 88,5%, 75,0%, e 92,0%, res-pectivamente. O QFR ajustado pelo tempo de trânsito do contraste apresentou perfeita classificação diagnóstica, com acurácia de 100%. As áreas sob a curva ROC foram de 0,951 e 1,00 para o fQFR e cQFR, respectivamente. Conclusões: O QFR apresentou elevada acurácia diagnóstica em comparação com o método invasivo de referência FFR em uma população complexa de pacientes diabéticos. Estes resulta-dos, sem a necessidade de manipulação coronária ou custo adicional à angiografia coronária posicionam o QFR como método promissor para maior adoção de índices fisiológicos na tomada de decisão da prática clínica.

inTErvEnÇÃo Em carDiopaTias EsTruTurais DoEnÇas ExTracarDíacas

OR-002001Implante percutâneo transeptal de valva mitral em disfunção de prótese experiência inicial no BrasilNicz PFG1, Melo PHMC1, Silva RC2, Bacal F3, Marino MA4, Melo EP5, Prudente ML6, Oliveira MA7, Lopes MACQ8, Brito Junior FS1

1Instituto do Coração- InCor/HCFMUSP, 2Hospital São Camilo-SP, 3Hospital Israelita Albert Einstein-SP, 4Hospital Madre Teresa-MG, 5Hospital Esperança- Rede D, 6Hospital Encore-GO, 7Hospital Sírio Libanês-SP, 8Hospital Alberto Urquiza Wanderley-PB

Fundamento: A disfunção de prótese biológica mitral é uma condi-ção frequente e o tratamento cirúrgico tradicional (re-troca valvar) apresenta maior risco quando comparado à primeira cirurgia. Em

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pacientes de alto risco cirúrgico, o tratamento percutâneo se apre-senta como uma alternativa segura e com resultados favoráveis a médio prazo. Objetivos: Relatar a primeira experiência brasileira de implante percutâneo de bioprótese valvar para o tratamento de disfunção de bioprótese cirúrgica mitral (Valve-in Valve - VIV). Mé-todos: Relatamos o tratamento de sete pacientes de alto risco cirúr-gico portadores de disfunção de prótese biológica mitral tratados por implante de prótese transcateter balão expansível utilizando acesso venoso femoral e via transeptal. Resultados: Entre junho de 2016 e dezembro de 2017, sete pacientes foram submetidos ao implante transcateter de bioprótese valvar (VIV) em posição mitral em 7 cen-tros brasileiros. A mediana de idade foi 69 anos (IIQ 67-73,5), a me-diana do escore STSPROM 8,5% (IIQ 5,9-14), todos com sintomas limitantes de insuficiência cardíaca (CF≥3) e três deles submetidos a mais de uma toracotomia prévia. Quatro (57,1%) casos apresentavam estenose pura da bioprótese cirúrgica, dois (28,6%) disfunção mista e um (14,3%) com insuficiência isolada. O posicionamento e implan-te da prótese foram realizados com sucesso em todos os pacientes, utilizando como guia o ecocardiograma 3D transesofágico e marcas radiopacas da bioprótese cirúrgica, quando existentes. Um (14,3%) paciente apresentou obstrução de via de saída de ventrículo esquer-do, com severa instabilidade hemodinâmica, evoluindo para óbito intraprocedimento. Detectou-se redução significativa do gradiente transvalvular e ausência de regurgitação residual em todos os casos. A mediana de tempo de internação foi de 5 dias (IIQ 3,3-8,75) após o procedimento. Seis (85,7%) pacientes apresentaram marcada me-lhora clínica (CF≤2) em seguimento de 30 dias. Conclusão: Descre-vemos a primeira experiência brasileira de tratamento transcateter de disfunção de bioprótese cirúrgica mitral, utilizando acesso venoso femoral e via transeptal. Os dados apresentados corroboram a segu-rança, efetividade, curto tempo de internação e significativa melhora funcional demonstrada em séries internacionais. A obstrução da via de saída do VE é uma complicação potencialmente fatal, reforçando a importância da seleção adequada dos pacientes e planejamento do procedimento.

inTErvEnÇÃo Em carDiopaTias congÊniTas

OR-006001Experiência inicial com o implante percutâneo da valva Venus-P valve® no trato de saída nativo pulmonarCosta RN1, Ribeiro MS1, Lombardi J1, Calamita P1, Destefani V1, Peirone A2, Rossi Filho R3, Fontes VF1, Pedra CAC1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, 2Hospital Privado de Córdoba, 3Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Introdução: O restabelecimento da função valvar pulmonar com implante percutâneo de próteses atualmente é realizado somente nos pacientes portadores de biopróteses, condutos ou homoenxertos posicionados na via de saída do VD. Próteses dedicadas para tratos de saída nativo estão sendo estudadas e implantadas com sucesso em diversos centros mundiais. Objetivos: Apresentar a experiên-cia inicial do implante percutâneo da VENUS-P Valve® em trato de saída nativo pulmonar. Serão demonstrados critérios de escolha dos pacientes, aspectos técnicos relacionados aos procedimentos e resul-tados de curto prazo. Materiais e métodos: A prótese VENUS-P Valve® (Venus Medtech, Shanghai) é um stent de nitinol autoexpan-sível com uma valva de pericárdio porcino montada no seu interior. Possui aspecto de ampulheta e na extremidade distal o stent é de cé-lulas abertas permitindo o fluxo para ambas artérias pulmonares. O seu sistema de entrega é 22 ou 24F. Os pacientes candidatos são ava-liados com ecocardiografia transtorácica, angiotomografia, ressonância magnética e cateterismo cardíaco. São critérios de inclusão a presença de regurgitação pulmonar importante, com volumes diastólicos do VD>130ml/m2, sem estenoses na VSVD ou ramos pulmonares e tra-

to de saída com no máximo 35mm de diâmetro após insuflação de cateter-balão medidor. O ecocardiograma transtorácico é o método padrão de escolha do diâmetro e comprimento da prótese. Todos os procedimentos foram realizados em sala híbrida, com anestesia ge-ral endovenosa, profilaxia para endocardite bacteriana e heparina (TCA>250 seg). Os pacientes realizaram ecocardiografia transtorácica e avaliação clínica 24 horas e 30 dias após os procedimentos. Resul-tados: Quatro pacientes (3 homens) foram submetidos ao implante percutâneo das valvas pulmonares em 2 dias consecutivos. O peso e idade médio foi de 62,2kg e 25,8 anos. A via de saída teve 30mm em média e a prótese utilizada apresentou diâmetro médio de 32mm. Três próteses tinham 25 mm de comprimento e a última 30mm. Houve sucesso no implante de todos os dispositivos com restabelecimento imediato da função valvar pulmonar. Uma prótese foi considerada em posição mais baixa no trato de saída porém sem interferência em estruturas cardíacas. Ao ecocardiograma de controle todos os disposi-tivos encontravam-se sem refluxo significativo, com fluxo preservado para as artérias pulmonares bilaterais e sem complicações relacio-nadas. Não houve complicações ou óbitos relacionados aos procedi-mentos. Conclusões: O restabelecimento da função valvar pulmonar em pacientes com trato de saída nativo com o implante percutâneo da VENUS-P Valve® mostrou-se uma excelente alternativa nesta ex-periência inicial. Os procedimentos são factíveis e seguros quando realizados por grupos experientes e familiarizados com o implante de stents na via de saída pulmonar. Por tratar-se de experiência ini-cial, acreditamos que um maior número de implantes e análise dos resultados tardios devem ser realizadas para incorporação definitiva destes dispositivos neste grupo selecionado de pacientes.

OR-006801Impacto clínico e na qualidade de vida de pacientes submetidos ao implante transcateter da valva pulmonar MelodyRibeiro MS2, Costa RN1, Manica JL3, Rossi R3, Campanha LOS2, Nascimento W1, Pedra CAC2

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, 2Hospital do Coração de São Paulo, 3Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Introdução: O Implante transcateter da valva pulmonar (ITVP) constitui terapia consagrada para o reestabelecimento da via de saída do ventrículo direito (VD) em pacientes com disfunção grave de conduto VD-Tronco Pulmonar ou bioprótese pulmonar. No entanto, apesar de promover melhora do VD, muito pouco se sabe a sobre o impacto deste tratamento na qualidade de vida (QV). Métodos: Ensaio clínico não-controlado, multicêntrico, de pacientes com cardiopatia congêni-ta submetidos ao ITVP, com enfoque na avaliação do impacto clínico e na qualidade de vida após um ano do procedimento. Pacientes porta-dores de conduto VD-TP ou bioprótese pulmonar com disfunção gra-ve e submetidos ao ITVP foram incluídos. Dados clínicos, ecocardio-gráficos (ECO), de teste cardiopulmonar (TCP) e ressonância nuclear magnética (RNM) foram obtidos antes do procedimento e novamente 1 ano após e comparados em sua média e desvio-padrão. Da mesma forma, foi avaliada a qualidade de vida através da aplicação do ques-tionário SF-36 para os maiores de 18 anos e SF-10 para os menores de idade. Resultados: De 17/12/2013 a 31/12/2017 foram incluídos 19 pacientes (11 masculinos), sendo 7 menores de 18 anos (5 masculi-nos). Na data do procedimento tinham idade de 20,9±7,1 anos e peso de 56,2±15,7Kg. O número de cirurgias prévias foi de 2,1±0,8 (1-4). Dez pacientes apresentavam predominantemente estenose pulmonar (53%), 4 insuficiência (21%) e 5 lesão mista grave. Todos os procedi-mentos obtiveram sucesso imediato, com queda do gradiente sistólico de 38,8±22,0 para 9,9±6,8mmHg e relação das pressões do VD/Aorta de 0,70±0,20 para 0,37±0,07 (ambos p<0,001). Após 1 ano de segui-mento, houve melhora significativa dos índices: Classe funcional de 2 (1-3) para 1 (1-2), frequência cardíaca máxima ao TCP de 81,0±7,9 para 85,9±11,4bpm (p 0,006), volumes diastólico e sistólico finais

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de VD (VDFVD e VSFVD) à RNM de 109,1±33,3 e 60,8±29,0ml/m2 para 92,5±29,2 e 47,9±19,9ml/m2 (p<0,0001 e p 0,004), respecti-vamente. Além disto, detectamos aumento dos VDFVE e VSFVE de 80,0±19,6 e 32,1±10,6ml/m2 para 87,9±16,2 e 37,7±10,8ml/m2 (p 0,049 e p 0,035). A análise da QV mostrou melhora significativa dos escores somente nos pacientes maiores de 18 anos, com aumento da percepção de saúde física (PHS) de 45,7±8,0 para 52,1±6,3 (p 0,006) e saúde mental (MHS) de 46,1±11,2 para 55,1±8,4 (p 0,008). O mesmo não foi percebido nos pacientes menores de 18 anos estudados. Não houve correlação entre as variáveis clínicas e as estudadas para ava-liação da QOL. Neste período, não houve óbitos. Um dos pacientes (5%) apresentou endocardite infecciosa bacteriana 11 meses após o implante, refratária à tratamento antibiótico prolongado e necessitou cirurgia cardíaca para troca valvar, com sucesso e sem complicações. Não observamos outras complicações graves. Conclusão: O ITVP mostrou-se factível, seguro eficaz nesta experiência brasileira, com taxas semelhantes ao descritos na literatura internacional. Após 1 anos de seguimento, houve impacto positivo relevante nos parâme-tros clínicos objetivos, assim como da qualidade de vida percebida nos pacientes maiores de idade. No entanto, não podemos afirmar que houve relação direta entre nenhuma das variáveis estudas e a melhora da QV. Estudos contendo um número maior de pacientes, especial-mente crianças, são necessários para elucidar melhor se há relação entre impacto clínico e qualidade de vida nestes pacientes.

OR-009701nova técnica de “atriosseptectomia percutânea” utilizando biótomo em pacientes com síndrome de hipoplasia do coração esquerdocunha GM1, Maia MLS1, Miana LA2, Penha JG2, Jatene MB2, Silva EER1, Kajita LJ1, Arrieta SR1

1Serviço de Hemodinâmica - Instituto do Coraçao - InCor - HC FMUSP, 2Serviço de Cirurgia Cardíaca Pediátrica - InCor - HC FMUSP

Introdução: A atriosseptostomia por balão tem sido um procedi-mento essencial no tratamento de pacientes com síndrome da hipo-plasia do ventrículo esquerdo (SHVE), nestes o septo interatrial (SIA) pode ser mais espesso e “desalinhado”, o que pode dificultar a atrios-septostomia convencional, sendo por vezes necessária a punção tran-septal ou perfuração com radiofrequência com posterior implante de stent, não isentos de complicações como perfuração de átrio esquerdo e embolizacao do stent. Objetivamos relatar dois casos de “atriossep-tectomia percutânea” com biótomo seguida de atriosseptostomia convencional. Métodos e Resultados: Relato de dois casos de atrios-septectomia percutânea. Todos os procedimentos foram realizado na sala de hemodinâmica sob anestesia geral, IOT, com acesso venoso femoral (7Fr). A atriosseptectomia foi realizada com pinça de Biópsia Cook® 5,2Fr (2,25mm3) 120cm, em todos os pacientes. Em todos os casos o procedimento foi “guiado “ por ecocardiograma transtoracico” e os fragmentos de SIA extraídos foram enviados para anatomia pato-lógica. Paciente 1: masculino, 31 dias de vida, peso 2,7kg, hipoplasia severa da valva mitral, do VE e do arco aórtico, apresentando ecocar-diograma com septo interatrial muito espesso e desalinhado, CIA de 2mm com GS máximo 7,4mmHg e médio 2,6mmHg. Realizada atrios-septectomia utilizando biótomo na região mediana do SIA; através da nova comunicação obtida foi realizada atriosseptostomia sequen-cial inicialmente com balão estático (4,0x15mm), seguido de balão Z5 13,5mm (NuMed®). Ecocardiograma pós evidenciou CIA 7mm e gradiente máximo de 2,6mmHg. Dois dias após, paciente submetido a cirurgia de Norwood-Sano. Paciente 2: masculino, no primeiro dia de vida, peso 3,8kg, diagnóstico de atresia das valvas mitral e aórtica, apresentando ao ecocardiograma FOP de 1mm com gradiente máxi-mo 17 mmHg. Realizada atriosseptectomia com biótomo; através da nova CIA (2 mm) foi realizada atriosseptostomia com balões estáti-cos sucessivos, (4,0x12mm e 12x20mm) e procedimento de Rashkind com Fogarty 5F. Ecocardiograma pós evidenciou CIA 7mm e gradiente médio de 3mmHg. Três dias após, submetido a procedimento híbrido;

repetido Rashkind com 14 dias de vida (balão Fogarty) e recebeu alta 35 dias após; aos 5 meses submetido a outra atriosseptostomia com balões estáticos (6x20 e 10x20mm) e Rashkind com balão Z5 13,5mm (NuMed®). Aos 10 meses de vida encontra-se em domicílio, com pro-gramação de acompanhamento paliativo, devido biópsia pulmonar grau IIb. Conclusão: A “atriosseptectomia percutânea” com uso de biótomo foi possível e efetiva nos dois casos apresentados, podendo ser utilizada como alternativa ao implante de stent no septo intera-trial em pacientes com SHVE.

OR-009702Uso da eletrodissecção de alta frequência para perfuração de estruturas vasculares atrésicascunha GM1, Maia MLS1, Kajita LJ1, Arrieta SR1

1Serviço de Hemodinâmica de Cardiopatias Congênitas - Instituto do Coração - InCor - HC FMUSP

Introdução: O uso da perfuração de estruturas vasculares atrésicas utilizando o sistema de radiofrequência é o tratamento de escolha nos casos de válvulas imperfuradas ou oclusão “em fundo cego” de vasos, no entanto, o custo e a sua disponibilidade limitam seu uso, principal-mente no sistema único de saúde. Objetivamos oferecer um método alternativo de tratamento usando a aplicação de alta frequência atra-vés do bisturi elétrico em pacientes com cardiopatias congênitas. Mé-todo e resultados: Apresentamos dois pacientes submetidos a ele-trodissecção de alta frequência utilizando Electrobisturi (ValleyLab Force-Fx™ Bisturi). Técnica: Foi utilizado um sistema “triaxial” consi-tutido por cateter de coronária direita 5Fr, microcateter 2,3Fr e guia 0,014” de oclusão crônica. O guia foi conectado ao eletrobisturi sendo utilizado 50-60W de energia de corte. Paciente 1: feminino, 4 anos, 15kg, com diagnóstico de atresia pulmonar, CIV, artérias pulmonares hipoplásicas e colaterais sistêmico-pulmonares, POT de shunt Blalock Taussig à direita (com estenose) e à esquerda (ocluído). Angiotomo-grafia de tórax: tronco pulmonar e artérias pulmonares confluentes e hipoplásicas (2mm). A perfuração foi realizada em forma “retrógrada” – do tronco pulmonar para o ventrículo direito – avançado Microcate-ter Progread (Boston Scientific) através do BT até o tronco pulmonar posteriormente uma guia de oclusão crônica 0,014” Progress 80 foi conectada ao bisturi elétrico (corte a 50Watts) e perfurada a valva pulmonar retrogradamente; realizado loop artério-venoso, por onde foi avançado e implantado stent Renal Dynamic 5x19mm na VSVD. Evolução em 5 meses, paciente SatO2 75% aguardando angioTC de controle. Paciente 2: Feminino, 19 anos, 64kg com diagnóstico de coarctação da aorta nativa (“fundo cego”). Com microcateter posiciona-do em aorta descendente, realizada perfuração da área coarctada com guia de oclusão crônica 0,014” Progress 80 conectado ao eletrobisturi (corte 60Watts), seguido de angioplastia com balão 4x12mm e implan-te de stent CP coberto 45mm montado em balão Maxi LD 14x40mm em região da CoAo, posteriormente dilatado com balão Maxi LD 18x40mm. Alta no 4º dia após procedimento. Em acompanhamento 9 meses após aortoplastia, paciente assintomática, em uso apenas de Anlodipino 5mg/dia. Conclusão: A perfuração com o uso de alta fre-quência (Bisturi elétrico) utilizando um “sistema triaxial” foi possível nos dois casos apresentados, podendo ser oferecida como técnica alter-nativa para perfuração em casos selecionados.

OR-009703Técnica de perfuração valvar com fio guia em pacientes portadores de atresia pulmonar com comunicação interventricular (AP+CIV)Cunha GM1, Maia MLS1, Kajita LJ1, Arrieta SR1

1Serviço de Hemodinâmica de Cardiopatias Congênitas - Instituto do Coração - InCor - HC FMUSP

Introdução: A perfuração valvar (PV) em pacientes (pts) com AP+-CIV tem sido descrita para aqueles pts com atresia tipo membrana e

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artérias pulmonares confluentes e hipoplásicas, visando a promover o crescimento das mesmas. Na maioria dos casos é preconizada a téc-nica de perfuração com radiofrequência, no entanto em nosso meio, o custo e a sua disponibilidade limitam seu uso, principalmente no sistema único de saúde. Objetivamos relatar a nossa experiência na PV em pts com AP+CIV utilizando um algoritmo escalonado de fios guias de angioplastia. Material e método: Foram incluídos apenas pts com AP+CIV com diagnóstico tomográfico de artérias pulmonares confluentes e tronco pulmonar adjacente à via de saída do VD (dis-tância menor a 3mm). Em todos os pacientes a primeira tentativa de perfuração foi com guia 0,014” convencional, a segunda tentativa foi com guia 0,014” de oclusão crônica de angioplastia coronária. Após abertura todos os pts implantaram stent na via de saída do VD (VSVD). Resultados: Foram incluídos 11 pts com uma mediana de idade de 2,75 anos (0,03-12,7) e peso de 15kg (2,6-40). Em 7 pts a perfuração foi possível com guia 0,014” convencional, em 1 não houve sucesso por dificuldade de posicionamento do cateter e em 3 pacientes foi realizada a PV com guia de oclusão crônica de angioplastia coronária após ten-tativa sem sucesso do guia convencional. O tamanho médio do stent utilizado na VSVD foi de 5,4±2,1mm. Complicações: 1 pte derrame pericárdico (sem necessidade de drenagem), 1 pte arritmia ventricu-lar (cardioversão). No seguimento a médio prazo 4,2±3,3 anos 2 pts precisaram nova dilatação do stent, 4 receberam cirurgia corretiva. Os quatro pts restantes estão em acompanhamento clínico junto que os que receberam a redilatacao com balão. Conclusão: A perfuração val-var em paciente com AP+CIV foi possível na grande maioria dos casos utilizando apenas fio guia de angioplastia coronária convencional, nos casos de insucesso a abertura foi possível utilizando fio guia de oclusão crônica,evidenciando que a perfuração utilizando esta técnica pode ser uma boa alternativa em casos bem selecionados.

OR-009704Pseudoaneurisma de artéria pulmonar causando compressão no tronco da coronária esquerda: tratamento percutâneocunha GM1, Maia MLS1, Silva EER1, Kajita LJ1, Arrieta SR1

1Serviço de Hemodinâmica - Instituto do Coração - InCor - HC FMUSP

Introdução: As intervenções percutâneas nas artérias pulmonares (IpAP) apresentam um excelente resultado, porém, a incidência de

eventos adversos significativos* (EAS) ainda continua alta (10%), se-gundo trabalhos publicados recentemente pelo C3PO (The Congenital Cardiac Catheterization Project on Outcomes). Objetivamos demons-trar uma complicação tardia após angioplastia pulmonar, oferecendo uma alternativa de tratamento e a ressaltar a importância da angio-tomografia (angioTC) após a angioplastia. Métodos: Paciente mascu-lino, 17 anos, com diagnóstico de atresia pulmonar com CIV, artérias pulmonares hipoplásicas e colaterais sistêmico pulmonares; submeti-do a 3 cirurgias prévias (BT aos 8 meses de vida; unifocalização das artérias pulmonares aos 5 anos e troca de valva pulmonar aos 13 anos) e de implante de stent nas artérias pulmonares aos 9 anos. Em avaliação clínica de rotina foi realizada angiotomografia cardíaca que demonstrou imagem sugestiva de pseudoaneurisma da artéria pul-monar direita, causando compressão extrínseca significante ao tron-co da coronária esquerda (TCE). Realizada cintilografia de perfusão miocárdica com GATED-SPECT que demonstrou isquemia miocárdica induzida pelo stress em parede anterior, anterolateral, inferolateral e apical. Tais resultados possibilitaram a hipótese de compressão do TCE pelo pseudoaneurisma. Paciente submetido a cateterismo cardíaco que visualizou amplo pseudoaneurisma no terço proximal de APD. Através de cateter JR 5F posicionado através da malha do stent de APD, realizada embolização do pseudoaneurisma de APD utilizando Coils Nester 35-16-14, 35-18-14 (2 unidades), 35-20-14 (2 unidades), seguido de implante de stent coberto NuMed CP Cove-red 34mm montado em cateter-balão Cordis Powerflex 12x40mm. Procedimento sem complicações. Resultados: Dois meses após procedimento hemodinâmico, realizada nova angiotomografia que demonstrou melhor visualização do TCE, sem sinais de compressão extrínseca. Cintilografia de perfusão miocárdica GATED-SPECT (re-pouso e esforço) realizada 5 meses após não apresentou evidência de isquemia miocárdica. Conclusão: O pseudoanerisma é uma com-plicação rara após a angioplastia das artérias pulmonares. Sintomas podem ocorrer subitamente pela ruptura ou compressão de estrutu-ras. Os fatores de risco preditivos para esta grave complicação não estão bem definidos, exceto que eles são mais comumente vistos em estenoses severas e pouco complacentes. Neste paciente, esta complicação foi identificada através do acompanhamento clínico de rotina, auxiliado pela angiotomografia. Foi optado pelo tratamento percutâneo do pseudoaneurisma com objetivo de reduzir o risco de compressão coronariana e de ruptura.

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PÔSTERES

RESUMOSJournal of Transcatheter Interventionse-ISSN e-2595-4350

Congresso SBHCI 201813 a 15 de junho de 2018Expo Unimed, em Curitiba, PR

EnfErmagEm E TÉcnicos

PO-000104A multidisciplinaridade é fator determinante no sucesso da hipotermia terapêutica como terapia adjuvante no infarto agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento STSantos TCL1, Dallan LAP1, Polastri TF1, Schiavo NG1, Hajjar LA1, Timerman S1, Kalil Filho R1, Silva EER1, Lemos Neto PA1

1InCor - Instituto do Coração - HCFMUSP

Introdução: A hipotermia terapêutica (HT) possui aplicação bem estabelecida nos casos de parada cardiorrespiratória, sendo realizada em centros de excelência com o paciente sob ventilação mecâ-nica. Entretanto, a sua aplicação nos pacientes com infarto com supra-ST (STEMI) ainda é escassa, sobretudo pela falta de materiais específicos e pela falta de treinamento dos profissionais envolvidos, e ainda há dúvidas em relação ao papel da equipe multidisciplinar nesse processo. Objetivo: Ava-liação do papel da equipe multidisciplinar na aplicação de um protocolo institucional de HT como tratamento adjuvante em pacientes com STEMIs em pacientes do mundo real. Métodos: Após o treinamento prévio da equipe multidisciplinar de todos os setores envolvidos na hipotermia tera-pêutica, desde o departamento de emergência, passando pelo setor de hemodinâmica, e terminando nas unidades de terapia intensiva, houve a aplicação no cenário real de pacientes integrantes de um protocolo de HT já em vigência nos casos de STEMIs. Resultados: Foram treinados 54 profissionais de todos os setores envolvidos na HT, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Foi realizada hipotermia terapêutica em 20 pacientes de um protocolo institucional já em vigência, com sucesso em todos os casos. Não houve atraso no tempo porta-balão para angio-plastia primária, que ocorreu em tempo hábil (<90min), e consegui-se a manutenção da HT na UTI com sucesso (temperatura 32ºC±1,0ºC), sem reaquecimento indevido durante o transporte entre os setores (elevação<1,0ºC). O debriefing constituiu etapa fundamental nesse processo, ao envolver ativamente toda a equipe e dar feedback em relação às ações realizadas e otimização de processos e fluxos. Conclusão: A partir da educação continuada para o treinamento, a capacitação e o aprimora-mento da equipe multidisciplinar, houve sucesso da aplicação da HT em um protocolo institucional, com sucesso em todos os casos realizados, e sem atraso no tempo porta-balão.

PO-000105Importância da equipe de fisioterapia na hipotermia terapêutica como tratamento adjuvante no infarto agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST em paciente sem intubação orotraquealSantos TCL1, Dallan LAP1, Silva WL1, Polastri TF1, Giannetti NS1, Hajjar LA1, Timerman S1, Kalil Filho R1, Silva EER1, Lemos Neto PA1

1InCor - Instituto do Coração - HCFMUSP

Introdução: A hipotermia terapêutica (HT) é usada nos casos de parada cardiorrespiratória, em que sua aplicação já é amplamente instituída com o paciente sob sedação e ventilação mecânica (VM). En-tretanto o seu papel nos pacientes com infarto com supra-ST (STEMI) ainda é controverso. Existem protocolos que mantém o paciente acordado e sem a necessidade de intubação orotraqueal durante a HT, porém a sua aplicação ainda é escassa e carecem dados sobre a sua segurança. Objetivo: Avaliar o papel da equipe de fisioterapia na HT em pacientes conscientes e acordados, sem intubação oro-traqueal ou necessidade de VM, como tratamento adjuvante no STEMI. Metodologia: Pacientes admitidos com até 6h do início da dor torácica, apresentando STEMIs, com elevação do segmento ST superior a 1mm em 2 ou mais derivações contíguas em parede anterior e elegíveis à realização de procedimento de intervenção percutânea. Administração de medicação anti-tremores (buspirona e meperidina) e indução de HT através da administração de 1L solução salina resfriada a 4ºC e implan-te do Sistema Proteus® de HT como método adjuvante à ICP primária, com resfriamento por, pelo menos, 18min antes da recanalização da artéria coronária ocluída, com temperatura alvo de 32ºC à ICP. Manutenção da HT por 3h e reaquecimento ativo de 1ºC/hora durante 4h. Paciente mantido sob cateter nasal com oxigênio a 2L/min, e possibilidade de ventilação não invasiva em casos de

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congestão pulmonar. Resultados: 20 pacientes realizaram indução de HT com temperatura alvo de 32ºC, que foi atingida após 28min de resfriamento, com sucesso. Com a administração de buspirona e meperidina, 90% dos pacientes permaneceram conscientes, orienta-dos e confortáveis durante todo o procedimento de angioplastia, em todas as fases de hipotermia e reaquecimento em UTI. Dois pacientes (10%) foram intubados após o procedimento, e extubados posterior-mente (após 1 e 3 dias), porém um deles evoluiu a óbito após 10 dias. Ausência de sangramentos ou intercorrências graves relacionadas à HT. Não houve atraso no tempo porta-balão para angioplastia pri-mária, que ocorreu em tempo hábil (<90 min), e manutenção da HT na UTI com sucesso. Os pacientes permaneceram com cateter nasal ou máscara de oxigênio durante o período intra e pós procedimento imediato, confortáveis, sem sinais de fadiga respiratória ou necessi-dade de ventilação mecânica invasiva. Conclusão: A equipe de fisio-terapia respiratória tem papel preponderante na realização de HT em pacientes com STEMI acordados e sem necessidade de VM invasiva, tornando o procedimento factível e seguro.

PO-000106Análise de custo-efetividade da hipotermia terapêutica no paciente crítico após parada cardiorrespiratória: estimativa de acompanhamento em horizonte lifetimeSantos TCL1, Dallan LAP1, Polastri TF1, Schiavo NG1, Hajjar LA1, Silva EER1, Kalil Filho R1, Lemos Neto PA1, Timerman S1

1InCor - Instituto do Coração - HCFMUSP

Introdução: No paciente crítico após parada cardiorrespiratória (PCR), a lesão cerebral causada por isquemia e reperfusão pode le-var a limitações e incapacidades em longo prazo, desde pequenos déficits até o coma permanente. Não existem estudos nacionais de custo-efetividade da hipotermia terapêutica (HT) no manejo do pa-ciente crítico com sequelas neurológicas. O objetivo do estudo foi a avaliação da estimativa os ganhos econômicos proporcionados pela tecnologia de HT (Arctic Sun®), consequentes da redução de sequelas neurológicas em pacientes críticos após PCR, quando comparado ao tratamento padrão. Métodos: Realizou-se um painel de especialistas e desenvolveu-se um questionário sobre utilização de recursos para cada um dos níveis na escala de categoria de performance cerebral (CPC, do inglês, cerebral performance categories scale), classificado pro-gressivamente de 1 a 5, sendo 1 correspondente à boa performance cerebral e 5 à morte cerebral. Foram avaliados o período de tratamen-to agudo, complicações e estimativa de acompanhamento lifetime (ao longo de toda a vida). Foram considerados apenas os custos diretos relacionados aos cuidados prestados aos pacientes críticos com se-quelas neurológicas, de acordo com a escala CPC durante o período de hospitalização, pós alta imediato e acompanhamento prolongado, sob a perspectiva do Sistema de Saúde Suplementar enquanto fonte pagadora. Para definição do benefício econômico proporcionado pela técnica HT, foi calculada a média ponderada anual dos custos de ma-nejo dos pacientes obtido através de um painel Delphi modificado. Resultados: De acordo com a classificação CPC, os custos anuais consolidados em reais foram, respectivamente: CPC 1: 4.221; CPC 2: 17.776; CPC 3: 611.999; CPC 4: 1.331.231; CPC 5: 4.563. Os resul-tados da avaliação econômica, que calculou o custo médio anual de um paciente crítico com sequelas submetido à HT e ao tratamento padrão, sugere uma economia anual de 330 mil reais quando em uso do procedimento de HT. Este resultado é majoritariamente guiado pela redução da taxa de sequelas moderadas/severas (CPC 3, 4 e 5) entre os pacientes tratados com o HT. Apesar do elevado custo (12 mil reais), a HT promove benefícios significativos na redução das seque-las cerebrais, que levam a uma economia de recursos considerável em longo prazo. Conclusão: Os resultados da avaliação econômica suge-rem que a utilização do procedimento de HT é capaz de proporcionar economia significativa de recursos à fonte pagadora.

PO-000501Rastreabilidade de contraste no serviço de hemodinâmica: uma revisão bibliográficaPerdigao NC1, Souza AS1, Grion AS1, Miguita MC1, Neves Filho MF1, Grion DS1, Ueda R1, Silva LR1, Moure OM1, Carvalho PL1

1Serviço de Hemodinâmica - Santa Casa de Londrina

Introdução: Em laboratório de hemodinâmica é de extrema im-portância o uso de instrumentos para padronizar normas e rotinas pertinentes às áreas técnicas e utilização materiais e medicamentos hospitalares. A rastreabilidade é a capacidade de traçar o histórico de um determinado produto, para a monitorização de todos os eventos adversos que podem ser causados pelo o uso do mesmo. Métodos: Trata-se de revisão bibliográfica realizada por meio de levantamento retrospectivo de artigos científicos publicados nos últimos quatorzes anos, relacionados com o uso de contraste em setor de radiologia e rastreabilidade. Com bases de dados internacionais: na coleção Scien-tific Electronic Library Online (SCIELO), BDENF, PUBMED, Litera-tura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Utilizaram-se como critérios de inclusão: Artigos publicados na ínte-gra no período de 2.004 a 2.017; no idioma português e inglês; artigos sobre hemodinâmica; artigos sobre tipos de reações; artigos sobre uso de contraste. Resultados: No laboratório de hemodinâmica o con-traste promove uma diferenciação entre tecido e estrutura porque se distribui de forma diferente e por sua carga osmótica e viscosidade aumentada induzem hipóxia na medula renal e esta não pode ser to-lerada se a circulação renal estiver comprometida. A rastreabilidade é também uma maneira de precaução para a instituição em caso de surgir um problema de saúde pública assim facilitando a identificação de todo o lote com o problema levantado e consequentemente a pos-sível intervenção rápida. Esse programa traz garantia de segurança e a confiabilidade de determinadas informações, como a procedência de um produto. Conclusão: A rastreabilidade é também uma maneira de precaução para a instituição em caso de surgir um problema de saúde pública assim facilitando a identificação de todo o lote com o proble-ma levantado e consequentemente uma possível intervenção rápida. Esse sistema demonstra que o Brasil segue uma tendência global e deseja ser inserido numa necessidade urgente para coibir abusos e insegurança na comercialização de medicamentos.

PO-000601Cuidados de enfermagem no pós-operatório de cateterismo cardíacoStefani Souza A1, Perdigao NC1, Santos Grion A1, Meda Caetano Paraiso L1, Miguita MC1, Ferreira Neves Filho M1, Santos Grion D1, Ueda R1, Marques Moure O1, Rodrigues Silva L1

1Serviço de Hemodinâmica - Santa Casa de Londrina

Introdução: As mudanças no perfil demográfico, bem como mudan-ças no estilo de vida da população vem ocasionando um aumento nos casos de doenças cardiovasculares. Com o avanço tecnológico na car-diologia foram desenvolvidos técnicas e dispositivos que podem ser usados tanto para diagnostico como para realizar intervenções; esta evolução é responsável pela diminuição nas taxas de mortalidade por doenças coronarianas. Entre as técnicas diagnosticas intervencionis-tas mais utilizadas podemos citar o cateterismo cardíaco. Métodos: Trata-se de uma revisão interativa, que consiste nas seguintes etapas: seleção das questões temáticas, estabelecimento dos critérios para seleção da amostra, representação das características da pesquisa original, analise de dados, interpretação dos resultados e apresenta-ção. Foi realizada uma busca nas bases de dados LILACS, SCIELO e BDENF utilizando palavras chaves foram organizadas e agrupadas: cuidados de enfermagem, cateterismo cardíaco. Os critérios de inclu-são utilizados foram: publicações nacionais e disponíveis na integra, artigos que abordaram o tema cuidados com o cateterismo cardíaco somente na área de enfermagem publicados entre janeiro de 2006 a

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marco de 2017. Resultados: Foram identificados 38 artigos, porem após aplicarmos os critérios de exclusão que foram ano de publica-ção e conteúdo médico, obteve uma amostra final composta por oito artigos. Na analise dos artigos pode se observar apenas dois deles objetivaram estabelecer diagnósticos de enfermagem, o que facilita na elaboração do plano de cuidados e na humanização da assistência. Conclusão: Nesta revisão vimos à prevalência do sexo masculino na realização do cateterismo cardíaco e observamos a escassez de artigos direcionados a enfermagem e os planos de cuidados no pós-operató-rio de cateterismo cardíaco.

PO-000802Uso de estratégias de multimídia para o ensino pré-operatório em hemodinâmica: revisão de escopoMacedo VL1, Jensen R2

1Hospital de Clínicas - UFPR, 2Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: O ensino pré-operatório na preparação de pacientes para o procedimentos percutâneo desempenha um papel importante na redução da ansiedade, minimizando o medo e dúvidas relaciona-das ao procedimento, podendo influenciar positivamente o cuidado do paciente. Este estudo tem por objetivo investigar o uso de estra-tégias de ensino pré-operatório que utilizaram ferramentas de mul-timídia para a orientação pré-operatória em hemodinâmica. Meto-dologia: Trata-se de uma revisão de escopo, foram consultadas as seguintes bases de dados: Medline, Embase, Lilacs, BVS e Scopus. Fo-ram utilizados os descritores e palavras-chave, em português e inglês: orientação, cuidados de enfermagem, assistência de enfermagem, atendimento de enfermagem, humanização da assistência, humani-zação da assistência hospitalar, humanização dos serviços, catete-rismo cardíaco, angiografia, arteriografia, angioplastia, angioplastia transluminal, reconstrução endoluminal, angioplastia transluminal percutânea, angioplastia percutânea transluminal. A busca foi limita-da a artigos publicados nas línguas portuguesa e inglesa, entre 2005 e 2017. Foram incluídos estudos em português e inglês que discutam o ensino pré-operatório em hemodinâmica, apoiado por ferramentas de multimídia. Resultados: Na busca às bases de dados foram locali-zados 609 artigos. Desses, 605 foram excluídos: 600 não atendiam os critérios de inclusão da etapa de avaliação de dados, um não atendia o critério de idioma (chinês), um não estava disponível na íntegra e três não apresentavam a temática relacionada a multimídia no ensi-no pré-operatório em hemodinâmica, restando 4 artigos que foram incluídos no estudo. Conclusão: Com base nos estudos analisados, pode-se concluir que o uso de multimídia para o ensino pré-opera-tório em hemodinâmica tem sido eficiente e o enfermeiro tem papel fundamental nessa prática, porém evidenciou-se uma escassez de trabalhos relacionados ao setor de hemodinâmica e principalmente ao ensino pré-operatório.

PO-002501Diagnósticos de enfermagem no pós-operatório de intervenção percutânea: revisão integrativaSantos TTS1, Almeida LFST1, Macedo VL1, Liebl BH1, Muller F1

1Universidade Federal do Paraná

Introdução: As doenças cardiovasculares estão entre os maiores cau-sadores de morbimortalidade no mundo e os procedimentos diagnós-ticos e terapêuticos com abordagem minimamente invasiva é a de me-lhor escolha em alguns casos. Contudo, o enfermeiro exerce um papel fundamental para o desenvolvimento do processo de enfermagem. O objetivo deste estudo foi identificar na literatura científica evidências sobre os principais diagnósticos de enfermagem no pós-operatório de intervenção percutânea. Métodos: Trata-se de uma revisão integra-tiva de literatura. A busca foi realizada nas bases de dados Lilacs-BVS, PubMed, Cinahll e Scopus por meio de descritores controlados, sendo

“cateterismo cardíaco OR angioplastia OR intervenção percutânea AND diagnóstico de enfermagem” e “cardiac catheterization OR an-gioplasty OR percutaneous intervention AND nursing diagnosis” as estratégias de buscas utilizadas. Foram incluídos no estudo artigos publicados entre 2008 a 2017, nos idiomas português, espanhol ou inglês, disponíveis na íntegra e que deixam explícitos em seus resu-mos os principais diagnósticos de enfermagem no pós-operatório de intervenção percutânea. Foram excluídos do estudo: monografias, teses, editoriais, diretrizes ou anais de eventos sobre esta temática. Além dos estudos que não respondiam à pergunta norteadora da pes-quisa. A amostra final constou de um artigo. Resultados: A busca re-sultou em um artigo escrito por enfermeiras, publicado no Brasil, cuja metodologia é um estudo exploratório descritivo com a participação de sete enfermeiros de uma unidade de cardiologia, em um hospital público, foram citados nove diagnósticos de enfermagem para pacien-tes submetidos à cateterismo cardíaco. Sendo os citados: Mobilidade no leito prejudicada, Risco de perfusão renal ineficaz, Risco de respos-ta adversa à meio de contraste com iodo, Risco de perfusão tissular periférica ineficaz, Risco de Infecção, Risco de Sangramento, Risco de Integridade da pele prejudicada, Dor aguda e Conforto prejudicado. Conclusão: Constatou-se, por meio desta revisão de literatura que existem poucos trabalhos acerca do tema abordado, desta forma, a pouca produção cientifica, não embasa e não assegura o enfermeiro para sustentar sua tomada de decisão.

PO-003001Experiência de um serviço de telemedicina para tratamento de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em Aparecida de Goiânia,GoiásMagalhães FGS1, Moraes Júnior Á1, Araújo AG1, Fernandes FH1, Barbosa FP1, Martins FL1, Gardenghi G1, Prudente ML1, Nery W1, Bastos ODA1

1Hospital Encore

Introdução: No Brasil, a mortalidade por infarto agudo do miocárdio (IAM) é estimada entre 20 e 30% dos casos, particularmente quando analisados os dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Sistemas de te-lemedicina podem diminuir o tempo entre o atendimento inicial e o tratamento especializado, principalmente nos casos de IAM com su-pradesnivelamento do segmento ST (STEMI). Objetivo: Relatar a ex-periência de um Programa de telemedicina para tratamento de STEMI em Aparecida de Goiânia, Goiás. Métodos: 348 indivíduos (219 do sexo masculino, idade: 61±11 anos), foram diagnosticados como STEMI (por médico generalista) em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) vinculados ao SUS do município de Aparecida de Goiânia, no período entre novembro de 2015 e fevereiro de 2018. O Programa de telemedicina Latin America Telemedicine Infarct Network (Latin®), foi usado como facilitador entre o primeiro atendimento até o centro de referência em hemodinâmica para tratamento de IAM, na região. Após avaliação remota de um eletrocardiograma (ECG) de 12 deriva-ções por cardiologista, foram confirmados como STEMI 248 eventos (71,3% dos casos), sendo os mesmos encaminhados para o centro de referência em hemodinâmica da região. Parâmetros avaliados no protocolo: Localização anatômica do IAM; Mortalidade percentual; Tempo de transferência entre o primeiro atendimento e o centro de referência (door to door – D2D); Tempo entre a entrada no centro de referência e o balão na sala de hemodinâmica (door to ballon – D2B). Via de acesso do cateter no procedimento hemodinâmico; Causas para não-realização do procedimento hemodinâmico. Resultados: Dos 248 indivíduos confirmados como STEMI na avaliação remota do ECG, 87 indivíduos (35,1%) tiveram o diagnóstico de STEMI con-firmados pela equipe do laboratório de Hemodinâmica e submetidos a tratamento percutâneo por angioplastia. Localização anatômica do infarto: (parede inferior: 42%; parede anterior: 52%; parede lateral: 7,2%); Mortalidade percentual: 8,0%; Tempo médio D2D: 159 minu-

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tos; Tempo médio D2B: 49 minutos; via de acesso do cateter: 100% via artéria radial; Causas para não realização de procedimento hemo-dinâmico: (Não STEMI na avaliação no centro de referência em hemo-dinâmica: 52%; Mais de 12 horas de dor: 42,2%; Camas insuficientes: 4,9%). Conclusão: Sistemas de telemedicina podem diminuir o tem-po entre o início dos sintomas e o recebimento do adequado trata-mento em casos de STEMI, promovendo diminuição da mortalidade e melhora na qualidade da assistência no SUS.

PO-003201Sistematização da assistência de enfermagem pós TAVI no laboratório de hemodinâmicaLima DDO1, Amaral CYNG1, Oliveira VC1, Silva JG1, Mendonsa AEO1

1Instituto do coração de Natal (INCOR)

Introdução: A Estenose Aórtica (EAo) é uma cardiopatia típica senil que compromete a função ventricular e possui alta letalidade quando não tratada, sendo a indicação mais frequente de substi-tuição valvar aórtica. O Implante Transcateter de Prótese Valvar Aórtica (TAVI) tem se revelado como alternativa terapêutica em pacientes inoperáveis para pacientes com estenose aórtica acentua-da, determinando alívio dos sintomas e aumento da sobrevida. Pra concretizar a proposta de promover, manter ou restaurar o nível de saúde do paciente o desenvolvimento do processo de trabalho da enfermagem usa como instrumento essencial a aplicação da Siste-matização da Assistência de Enfermagem (SAE) propender agregar benefícios ao cuidar de forma holística e integral. Nesse contexto, a caracterização dos pacientes no período pós-implante é importante no planejamento, na execução e na avaliação das ações de cuidados da equipe de enfermagem visando a qualidade da assistência con-tribuindo para alta hospitalar. Este estudo tem o objetivo de des-crever os diagnósticos de enfermagem (DE) e propor intervenções no período pós-operatório imediato para pacientes submetidos a tratamento da estenose aórtica por TAVI na hemodinâmica. Méto-dos: Este estudo consiste numa pesquisa bibliográfica, descritiva, qualitativa, narrativa exploratória, realizada entre outubro de 2017 a fevereiro de 2018, utilizando como base de dados: Saúde, Scien-tific Electronic Library Online (SCIELO) e Google acadêmico, nas quais foram localizados 47 artigos e selecionado 17, que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: Processos e Diagnósticos de en-fermagem a pacientes críticos e Intervenções a estenose Aórtica entre os anos de 2007 a 2017, disponível em texto completo, nos idioma português e inglês. Foram excluídos os artigos que não con-tribuíam para temática do presente estudo. Tendo como descritores: Estenose Aórtica Valvar, Diagnóstico de Enfermagem, Assistência ao Paciente e Processo de Enfermagem, cruzados por meio do ope-rador boleano“and”. Resultados: Baseando-se na história clínica do paciente no implante da TAVI e como se dão as possíveis compli-cações nessa população torna-se possível o planejamento de uma assistência de enfermagem integral que supra as necessidades desse paciente de alta complexidade. Segundo a Taxonomia II da NANDA-I os conhecimentos técnicos-científicos é operacionalmente definido como uma dimensão da resposta humana pode ser compreendido como um instrumento metodológico que sistematiza a prática, pro-porciona a percepção, interpretação e antecipação das respostas in-dividuais às alterações de saúde, bem como a intervenção adequada, planejada e fundamentada dos problemas identificados e a avaliação dos resultados. Conclusão: Sendo assim, através da relevância do processo de enfermagem, na fase do DE tendo reflexos na signifi-cação atribuída à profissão e na qualidade da assistência, cabe ao enfermeiro o papel de gerenciar a assistência, ter conhecimento es-pecializado sobre a história pregressa do paciente, para que, possa minimizar complicações na recuperação pós-transplante de valva e melhorar a qualidade de vida do paciente, ainda buscou-se com a realização deste estudo colaborar e induzir a produção científica na área abordando a identificação dos diagnósticos de enfermagem ao paciente submetido á TAVI.

PO-004001Validação de um protocolo de cuidados básicos de enfermagem para clientes pós-ATCLima VCGS1, Queluci GC1, Brandão ES1

1Universidade Federal Fluminense

Introdução: O manejo do cliente submetido à ATC é fator de ex-trema importância para garantir o sucesso dos resultados pós-pro-cedimento ainda na fase hospitalar e facilitar a boa evolução tardia, evitando as complicações. No âmbito da Enfermagem Cardiovas-cular, observa-se um avanço tecnológico importante, no entanto, a tecnologia não exclui a necessidade do cuidado básico de enfermagem ao cliente. Desta forma, o objeto de estudo dessa pesquisa é definido como os cuidados básicos de enfermagem para promoção do conforto do cliente pós-angioplastia transluminal coronariana (ATC). O objeti-vo é validar um protocolo de cuidados básicos de enfermagem através da avaliação de especialistas. Métodos: Estudo do tipo descritivo, de abordagem qualitativa e medidas quantitativas. Para validação do protocolo elaborado, foi utilizada a técnica Delphi e selecionados nove enfermeiros com experiência ou especialização na área de cardiologia e hemodinâmica como juízes. Resultados: Foram necessárias três rodadas de perguntas e respostas para que todos os itens do protocolo atingissem taxa de concordância e índice de validade de conteúdo de no mínimo 0,9. De acordo com as sugestões feitas pelos especialistas e análise das mesmas, o documento foi alterado, o qual em sua ver-são final totalizou 28 itens, separados em três blocos: Acolhimento do cliente na unidade pós-ATC, intervenções de enfermagem durante a recuperação/repouso e cuidados e orientações para a alta. Conclu-são: Espera-se, com os resultados, nortear a prática do enfermeiro favorecendo a qualidade da assistência. Sugere-se a aplicação do pro-tocolo elaborado na prática clínica, bem como a construção de novos protocolos abordando também os períodos pré e trans-ATC.

PO-006101Sinais e sintomas pós ablação por radiofrequência, registro brasileiro. Revisão bibliográficaBraga GL1, Teixeira MAR1

1Serviço de Hemodinâmica da Santa Casa de Londrina

Introdução: No final dos anos de 1980, a técnica de ablação por radio-frequência ficou disponível como terapia curativa para arritmias cardia-cas. No brasil, os centros de eletrofisiologia começaram a funcionar nos primeiros anos da década de 1990. Ablação por radiofrequência é uma forma intervencionista com baixo risco de complicações (inferior a 1% na maior parte dos casos) e alta probabilidade de sucesso (entre 90% e 99%) no tratamento de arritmias cardíacas, é indicada aos pacientes que respondem mal ao tratamento medicamentoso, possuem algum tipo de restrição as substâncias presentes nas drogas indicadas ou ne-cessitam de altas doses de medicações para o controle do ritmo cardía-co. Podemos apontar como um método de tratamento seguro, pois os riscos são registrados em baixa porcentagem. Mesmo com resultados promissores, o objetivo da pesquisa é evidenciar sinais e sintomas em pós-operatório de ablação por radiofrequência, para que o enfermeiro possa conduzir de maneira correta sua conduta. Métodos: Pesquisa qualitativa, retrospectiva, exploratória, bibliografica, pesquisa reali-zada em biblioteca virtual de saúde. Descritores: ablação por cateter, tratamento por radiofrequência pulsada, sinais sintomas, periodo pós operatório, arritmias cardíaca. Resultados: Não foram encontrados em pesquisa virtual nos registros brasileiro, nenhum artigo especifico relacionado a sinais e sintomas em pós-operatório de ablação por radio-frequência. Conclusão: A necessidade de pesquisadores enfermeiros na area cardiologica levam a falta de assuntos relacionados a sinais e sintomas de ablação por radiofrequência, assim limitando o conheci-mento registrado em biblioteca virtual em saúde. Uma nova pesquisa sera realizada posteriormente, com aspectos detalhados dos sinais e sintomas, em entrevista por questionário aos pacientes submetidos à ablação por radiofrequência.

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PO-008401Atuação do enfermeiro no serviço de hemodinâmicaHuenermann RR1, Monteiro LM1

1Hospital de Clínicas - UFPR

Introdução: O enfermeiro tem papel primordial na hemodinâmica para um atendimento seguro e eficaz e deve estar em constante evo-lução. Este estudo tem por objetivo identificar na literatura científica evidências atuais sobre a atuação do enfermeiro no serviço de hemodi-nâmica. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da litera-tura realizada nas bases de dados da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde da BVS (Lilacs-BVS) e da Scientific Electronic Library Online (Scielo), para a busca computadoriza utilizou-se as seguintes palavras-chave: “enfermeiro”, “hemodinâmica” e “enfermagem”, pes-quisas no idioma português. Foram aceitos artigos de coleções do Bra-sil publicados entre janeiro de 2007 a novembro de 2017, publicados na íntegra de forma gratuita, disponíveis no idioma português, e que respondessem a pergunta norteadora. Os artigos foram analisados quanto ao conteúdo e níveis de evidências científicas. A amostra fi-nal constou de três artigos, publicados em periódicos da área da saú-de, com predomínio de níveis de evidências VI. Resultados: Foram identificados em um primeiro momento o total de 70 artigos, destes apenas 13 artigos eram potencialmente relevantes à temática em es-tudo. Após a análise criteriosa deste material e exclusão dos artigos repetidos, foram selecionados três artigos para análises dos dados. Os resultados demonstraram que a atuação do enfermeiro no serviço de hemodinâmica é complexa e exige dinamismo, além de habilidade téc-nica. Estes salientam ainda importância do conhecimento baseado em evidências, atualização continua e organização gerencial para minimi-zar riscos de eventos adversos e possibilitar um atendimento com qua-lidade e segurança aos pacientes, visando a saúde não só dos pacientes como também de toda equipe atuante no serviço de hemodinâmica. Conclusão: Diante dos artigos selecionados, foi possível sintetizar o conhecimento produzido acerca da atuação do enfermeiro no serviço de hemodinâmica e, caracterizar quais são as ações do enfermeiro no serviço de hemodinâmica, uma vez que até o presente momento estu-dos com esta temática são escassos na literatura nacional.

PO-009301A produção científica da enfermagem sobre cateterismo cardíaco: uma revisão integrativaSantos SL1, Andrade SA2, Weishof I1

1Hospital das Nações, 2Alpha Medical

Introdução: O cateterismo cardíaco é um exame invasivo não cirúr-gico, que tem como finalidade identificar a melhor maneira de pro-ceder ao tratamento mais adequado para o diagnóstico e correção de problemas cardiovasculares, serve como orientação para os cardiolo-gistas para a melhor escolha de tratamento. Considerando que o mio-cárdio, para exercer adequadamente sua função contrátil, necessita de suprimento contínuo e elevado de oxigênio e glicose, pode-se dizer que a isquemia miocárdica é um desequilíbrio entre a oferta e con-sumos de oxigênio, uma redução de oferta de nutrientes para uma funcionalidade eficiente. Objetivo: Levantar as produções científicas desenvolvidas pela enfermagem brasileira relacionado ao cateterismo cardíaco; identificar os autores, os tipos de pesquisa, e os resultados; analisar descritivamente os resultados das pesquisas produzidas para a construção do conhecimento na área. Métodos: Trata-se de revi-são integrativa, uma vez que, este método permite resumir resulta-dos de estudos já realizados e possibilitar a generalização de dados relacionados a um determinado assunto. As sínteses de trabalhos que tem relevância e reconhecimento podem facilitar a incorporação de evidências, ou seja, podem agilizar a transferência de conhecimento novo para a prática. Resultados: A partir da estratégia de pesquisa empreendida, foram recuperados 86 trabalhos científicos cujos títu-los e resumos foram analisados para verificar os que se integrariam

com a temática investigada. Os trabalhos selecionados com amostra final constituída por 7 artigos. Diante disto, temos como estado da arte os temas de Educação e Orientação aos pacientes e Definição de Diagnósticos e sistematização da assistência de enfermagem. Con-clusão: O presente estudo possibilitou conhecer o estado da arte da enfermagem brasileira relacionado a produção cientifica e aos proce-dimentos hemodinâmicos e cateterismo cardíaco, bem como quais as contribuições para o desenvolvimento do conhecimento e cuida-do para a enfermagem. Diante disto, temos como estado da arte os temas de Educação e Orientação aos pacientes e Definição de Diag-nósticos e sistematização da assistência de enfermagem. Com este resultado podemos concluir que esta pesquisa atingiu seus objetivos que foram: levantar as produções científicas desenvolvidas pela en-fermagem brasileira relacionado ao cateterismo cardíaco; identificar os autores, os tipos de pesquisa, e os resultados; analisar descritiva-mente os resultados das pesquisas produzidas para a construção do conhecimento na área.

PO-009302O papel do enfermeiro e condutas assistenciais aos pacientes com infarto agudo do miocárdio: uma revisão integrativaSantos SL1, Santos MG1

1Hospital das Nações

Introdução: O infarto agudo do miocárdio é uma condição de doença coronariana que tem aumento gradativo ao passar dos anos e se tornou um problema de saúde pública. O enfermeiro é na maioria das vezes o primeiro contato do paciente a unidade de emergência, e deve estar apto na avaliação e percepção rápida dos sinais e sintomas consequen-te do IAM para oferecer os cuidados iniciais o mais rápido possível para garantir uma boa recuperação da saúde do paciente. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, foram pesquisadas publicações entre os anos de 2010 até 2016, que estivessem disponíveis e completos, no idioma português, nas bases de dados BVS, Bireme e Scielo, utilizados os seguintes Descritores em Ciência da Saúde (Decs): “infarto agudo do miocárdio” and “enfermagem” and “enfermeiro” and “assistência de enfermagem no IAM”. Resultados: Observou-se que através das publicações encontradas, os profissionais de enfermagem devem ser capacitados para o atendimento do paciente com IAM, devem ser estabelecidos protocolos e realizados diversos exames para a confir-mação do diagnóstico. Um enfermeiro treinado bem como uma equipe inteira capacitada adequadamente pode oferecer um atendimento de qualidade e proporcionar uma boa recuperação da saúde do paciente. Conclusão: O presente estudo possibilitou conhecer as publicações so-bre a assistência de enfermagem e IAM relacionado a produção cientifica, bem como, as contribuições para o desenvolvimento do conhecimento e cuidado para a enfermagem. Diante disto, temos como conhecimento os seguintes temas: epidemiologia do iam; diagnóstico e sintomatologia do iam; condutas do atendimento e acompanhamento do paciente com iam; conduta medicamentosa e atuação do enfermeiro frente ao infarto agudo do miocárdio. Com este resultado podemos concluir que esta pesquisa atingiu seus objetivos. Com os estudos encontrados, pode se perceber que há necessidade de aprofundamento da pesquisa quanto os cuidados de enfermagem ao paciente com infarto agudo do miocárdio.

PO-009601Infarto agudo do miocárdio: uma revisão de literatura relacionada aos protocolos, atendimentos pré e intra hospitalar e os índices de mortalidadeWeishof I1, Silva JR1

1Pontifica Universidade Católica do Paraná

Introdução: Conforme abordam Cesarino et al. (2012) as doenças cardiovasculares conforme destaca a Organização Mundial da Saúde -

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OMS determinam cerca de 16,7 milhões de mortes no mundo anual-mente. As projeções para o ano de 2020 têm mantido essas moléstias ainda como a causa de óbito básica, especialmente nos países em de-senvolvimento. Makdisse et al. (2013) apresentam o infarto agudo do miocárdio – IAM como um evento clínico que se associa de manei-ra geral aos resultados de uma obstrução trombótica parcial (IAM). Sobre sua incidência Moraes e Carvalho (2007) destacam o infarto agudo do miocárdio como uma doença grave associada a altas taxas de morbidade e de mortalidade no mundo e que no Brasil, tem feito cerca de 400 mil pacientes por ano na última década, apresentando taxa de IAM sem supra desnivelamento ou infra desnivelamento do segmento ST, contudo o grande diferencial entre os dois é a terapêu-tica a ser adotada. Diante do exposto, com base na importância epi-demiológica do IAM surge o questionamento: Qual a importância de se compreender o mecanismo de ação do infarto agudo do miocárdio, seus protocolos de atendimento e sua incidência em âmbito nacio-nal? Métodos: Para o desenvolvimento deste artigo foi realizada uma revisão bibliográfica, com o intuito de adquirir conhecimentos a respeito dos aspectos conceituais e protocolares do infarto agudo do miocárdio e os protocolos de atendimento destes casos. A abordagem a ser empregada foi uma análise qualitativa do material encontrado na revisão de literatura. Desta forma, trata-se de uma pesquisa des-critiva e exploratória a pesquisa exploratória é aquela que se caracte-riza pelo desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado fenômeno que é pouco explorado”. Metodologicamente o objetivo foi chegar, por meio de uma revisão bibliográfica, a uma visão mais clara e atualizada sobre o tema proposto. Assim, funda-mentando a escolha metodológica, de acordo com Lakatos e Marconi (2001, p. 66). Resultados: De acordo com Paraná (2011) o diagnós-tico utilizando o eletrocardiograma pré-hospitalar de IAM pode ser alcançado de distintas formas: utilizando softwares de interpretação ECG automatizados; os dados do ECG serem analisados por médicos ou profissionais de saúde presentes na ambulância; transmitir os traçados para central de análise à distância, com referência médica especializada. A opção por um método ou por outros apresenta van-tagens potenciais. De qualquer maneira, o objetivo final é sempre re-conhecer precocemente o infarto agudo do miocárdio, de forma que a introdução do tratamento seja o mais rápido possível, tanto pela trombólise pré-hospitalar, angioplastia primária ou trombólise hos-pitalar. Conclusão: Ao longo deste estudo pode-se perceber que as doenças do aparelho circulatório se estabelecem como causa principal de mortalidade no país nas últimas 50 décadas, sendo que a doença isquêmica do coração se traduz como componente fundamental dessa mortalidade. No âmbito desse grupo de doenças, o infarto agudo do miocárdio qualidade, sendo considerado para tal seu impacto na mor-talidade, letalidade hospitalar.

inTErvEnÇÃo Em DoEnÇas carDiovascularEs aDquiriDas

PO-000101Avaliação de segurança no desenvolvimento de protocolo de hipotermia terapêutica como terapia adjuvante no infarto agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento STdallan LAP1, Giannetti NS1, Rochitte CE1, Nicolau JC1, Hajjar LA1, Oliveira Junior MT1, Kalil Filho R1, Timerman S1, Silva EER1, Lemos Neto PA1

1InCor - Instituto do Coração - HCFMUSP

Introdução: A hipotermia terapêutica (HT) reduz as lesões por sín-drome de isquemia e reperfusão celular nos casos de parada cardior-respiratória, em cuja aplicação já é amplamente instituída e realiza-da em centros de excelência. Entretanto o seu papel nos pacientes com infarto do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento

ST (STEMI) permanece controverso. O objetivo do estudo foi a ava-liação da segurança e eficácia no desenvolvimento de um protocolo padrão para a realização de hipotermia terapêutica em pacientes com STEMI acordados e sem a necessidade de intubação orotraqueal ou de ventilação mecânica. Métodos: Pacientes admitidos no departa-mento de emergência com até 6 horas do início da dor torácica, apre-sentando STEMIs, com elevação do segmento ST superior a 1mm em 2 ou mais derivações contíguas em parede anterior ou inferior e elegíveis à realização de procedimento de intervenção percutânea. Administração de medicação anti-tremores (buspirona e meperidina) e indução de HT através da administração de 1 litro de solução salina resfriada a 4ºC e implante do Sistema Proteus® de hipotermia endo-vascular como método adjuvante à ICP primária, com resfriamento por, pelo menos, 18 minutos antes da recanalização da artéria coro-nária ocluída, com temperatura alvo de 32ºC à ICP. Manutenção da HT por 3 horas e reaquecimento ativo de 1ºC/hora durante 4 horas. O desfecho primário foi a análise da segurança da realização da HT, incluindo morte, reinfarto, necessidade de revascularização do vaso alvo (MACE), arritmias ventriculares ou sangramentos maiores em 72 horas após o início dos sintomas. Resultados: Realizada indução de HT em 20 pacientes, com temperatura alvo de 32ºC, que foi atingi-da após uma média de 28 minutos de resfriamento, com sucesso em todos eles (100%). Com a administração de buspirona e meperidina, os pacientes permaneceram conscientes, orientados e confortáveis durante todo o procedimento de angioplastia, em todas as fases de hipotermia e reaquecimento em UTI. Os pacientes receberam hepari-na não fracionada (100ui/Kg) e dupla anti-agregação plaquetária com Clopidogrel 600mg e AAS 300mg. Presença de arritmia ventricular durante a hipotermia em 25% dos pacientes (n=5), entretanto houve apenas 1 óbito (5%) dez dias após o evento. Ausência de sangramen-tos ou intercorrências graves em 90% dos pacientes (n=18). Em todos os pacientes, não houve atraso no tempo porta-balão para angioplas-tia primária, que ocorreu em tempo hábil (inferior a 90 minutos), e manutenção da HT na UTI com sucesso (temperatura de 32º±1,0ºC), sem reaquecimento indevido durante o transporte entre os setores (elevação<0,5ºC±0,2ºC). Conclusão: A realização de hipotermia te-rapêutica em pacientes com STEMI é factível e segura. Não houve atraso no tempo porta-balão quando a HT endovascular foi realizada concomitantemente à ICP primária.

PO-000201Angioplastia coronária com stent em mulher com sangramento vaginal ativoFalcão FJA1, Cantarelli FL1, Alves RC1, Navarro MM1, Mota FB1, Baião AH1, Rivera M1, Monteiro V1, Silva JMS1, Azevedo FRO1

1Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira

Introdução: Miomatose uterina e doença arterial coronária são duas doenças prevalentes no sexo feminino, não sendo incomum a sua as-sociação. Relata-se o caso de uma paciente com sangramento vaginal ativo por miomatose e angina instável que foi submetida a uma abor-dagem de maneira singular através de procedimentos percutâneos. Relato do Caso: Mulher, 42 anos, hipertensa, diabética, portadora de miomatose uterina com história de sangramento vaginal, passou a apresentar quadro de angina estável com piora progressiva. Durante episódio de sangramento, apresentou dor torácica em repouso, quan-do foi necessário hemotransfusão para estabilização do quadro clínico (hemoglobina: 7g/dl). Cateterismo cardíaco demonstrou estenose de 90% no terço médio da artéria descendente anterior (ADA). Devido a presença de sangramentos vaginais frequentes que impediriam a antiagregação plaquetária dupla, optou-se pela cirurgia de revascula-rização miocárdica, que consistiu na anastomose da artéria torácica interna esquerda (ATIE) na ADA, sem circulação extra-corpórea. No sétimo dia após a cirurgia, a paciente apresentou sangramento vagi-nal intenso seguido de dor torácica típica e eletrocardiograma com alteração dinâmica da onda “T” na parede anterior. Novo cateterismo cardíaco demonstrou a ATIE ocluída no terço médio. Optou-se por

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realizar a abordagem percutânea tanto do mioma como da doença coronária. Arteriografia das artérias uterinas evidenciou artérias hipertrofiadas, com ramos intra-parenquimatosos de aspectos espi-ralados e blush tumoral. No mesmo procedimento, sequencialmente, foram realizadas embolização das artérias uterinas bilateralmente com partículas de álcool polivinílico 500-700mm para controle do sangramento vaginal e angioplastia coronária na ADA com implan-te do stent não-farmacológico 3,0x20mm (Omega, Boston Scientific Inc., Natick, USA), com 18 atm (figuras 1 e 2), sem intercorrências. A paciente apresentou boa evolução até a alta hospitalar.

A

C

B

D

Figura 1. Embolização do Mioma.

A

C

B

D

Figura 2. Angioplastia coronária.

Conclusão: O caso relatado é um exemplo da associação de duas doen-ças comuns no sexo feminino que podem ser abordadas com sucesso e baixo risco de complicações por procedimentos minimamente invasi-vos. Fica, ainda, demonstrado que o sangramento ativo não deve ser considerado uma contraindicação absoluta a angioplastia coronária.

PO-000401Os desfechos intra-hospitalares da terapia fármaco-invasiva após 06 horas do início dos sintomas são adequados? Como comparar com os pacientes com menos de 06 horas?Souza MT1, Abrahao BP1, Faccinetto ACB1, Barbosa AHP1, Sousa JMA1, Caixeta A1, Moreno A1, Goncalves I1, Alves CMR1, Carvalho AC1

1Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo - EPM/UNIFESP

Introdução: Embora a intervenção coronária percutânea primária (ICPP) seja o tratamento de escolha para infarto do miocárdio com elevação do ST (IAMCST), muitos pacientes recebem tenecteplase,

em estratégia fármaco-invasiva (EFI), como alternativa. Esta aborda-gem tem sido utilizada em locais em que não há condições de ICPP porém as publicações abordam especialmente pacientes tratados precocemente. Pouco se sabe sobre os desfechos intra-hospitala-res de pacientes submetidos a EFI com mais de 06 horas do início de sintomas. Guidelines recomendam tratamento de reperfusão até 12 horas após início de sintomas. Nosso objetivo é avaliar e comparar os resultados do tratamento de STEMI com PIT em pacientes com menos e mais de 06 horas do início dos sintomas. Métodos: De ja-neiro de 2010 a junho de 2017, 2.169 pacientes com IAMCST foram tratados por uma rede de IAM, através de um modelo de EFI, únicos critérios de exclusão eram contraindicações ao uso de trombolítico e não assinar TCLE. Os dados foram coletados prospectivamente e ana-lisados retrospectivamente. Pacientes de 14 hospitais receberam te-necteplase (TNK) e adjuvantes se não pudessem alcançar um Hospital ICPP dentro de 90 minutos. A seguir, os pacientes foram transferidos para um único hospital terciário para realizar cateterismo sistemáti-co após 3-24 horas, ou imediatamente se não houvesse critérios de reperfusão segundo guidelines. Um único intervencionista experien-te interpretou os TIMI e BLUSH. Esta rede pública recebeu todas os pacientes sem nenhum pedido de transferência negado. Na análise estatística foi utilizado o teste de Qui-Quadrado, Mann-Whitney e um modelo de regressão logística para identificar os preditores de mortalidades nos pacientes com >06 horas. Resultados: Do total de 2169 pacientes, 1675 (77,3%) receberam TNK<06 horas (grupo 1)e 494 (22,7%) com >06 horas (grupo 2). Na demografia o grupo 1 teve idade menor (57,0 vs 59,0 p=0,04), maior frequência de homens (71,3 vs 65,2%, p=0,011),menor tempo médio dor agulha (3,08 hs vs 9,16 hs p<0,001), porta agulha (1,08 hs vs 2,5hs p<0,001) e tempo trans-ferência para o cateterismo (12.0 hs vs 14,1 hs p=0,027) enquanto o grupo 02 teve mais diabetes (36,4 vs 27,3%, p<0,001), doença re-nal crônica (DRC) (11,7 vs 7,5%, p=0,004), Killip 3/4 (16,0% x 9,6% p<0,001), GRACE (147,3 x 139,3 p<0,001) e CRUSADE (29,4 x 24,8 p<0,001). As taxas de trombólise com sucesso (69,6 vs 72,5% p=0,24), TIMI inicial 2/3 (75,9 vs 74,7% p=0,64), TIMI final 2/3 (93,8 vs 91,4 p=0,08) e Blush final 2/3 (64,9 vs 61,7% p=0,22), fração de ejeção (50 vs 50% p=0,70) foram semelhantes, respectivamente, entre os grupos 01 e 02. Com relação aos desfechos intra-hospitalares foi pior no gru-po 02: mortalidade por todas as causas (4,5 vs 9,3% p<0,001), AVCi (0,8 vs 2,0% p=0,04), enquanto, sangramento maior (0,5 vs 0,6% p=0,98) e AVC hemorrágico (1 vs 0,4% p=0,37) foram semelhantes. Os preditores de mortalidade intra-hospitalar no grupo>06 horas fo-ram: choque cardiogênico (CC) (OR: 52,23 p<0,001) preditores de so-brevida foi o TIMI final 2/3(OR: 0,19 p=0,001) e Blush final 2/3 (OR 0,16 p=0,002). Conclusão: Nesta população de IAMCST submetida a EFI, 22,7% da coorte receberam TNK após 6 h de início de sintomas. Este grupo teve mais mulheres, diabetes, DRC e Killip 3/4, compli-cações hospitalares e mortalidade. Choque cardiogênico foi o único preditor significativo para a morte no grupo >6h, enquanto os TIMI e Blush finais foram preditores de sobrevivência neste grupo.

PO-000902Trombose venosa: quanto se tem gasto no país com a colocação percutânea de filtros de veia cava?Gomes VMS1, Oliveira MS2, Paludo L3, Cruz CF3, Faria CSP4, Carvalho CFR5, Costa AJA6, Silva MRC7, Santos IO8, Wanderley Neto J9

1Universidade Federal de Alagoas, 2Centro Universitário CESMAC, 3Universidade Luterana do Brasil, 4Instituto Metropolitano de Ensino Superior, 5Uninovafapi, 6Centro Universitário Christus/Unichristus, 7Unigranrio, 8Centro Universitário Tiradentes, 9Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV), representado pela trombose venosa profunda (TVP), trombose associada a cateteres venosos centrais e ao tromboembolismo pulmonar (TEP), é uma cau-sa importante de morbimortalidade, constituindo um importante

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problema de saúde púbica. Além de sua terapêutica farmacológica, o TEV possui uma terapia não farmacológica que utiliza filtros de veia cava (FVC), geralmente indicados para pacientes com recidiva de TEP, TEP maciça e TVP proximal. Hoje, gasta-se mais com os pro-cedimentos para tratamento do que com a adequada profilaxia com anticoagulação. Assim, estudos que demostram os valores anuais gastos em procedimentos são de grande importância para o plane-jamento econômico dos serviços de saúde pública. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e retrospectivo construído através de dados obtidos na plataforma DATASUS e Tabnet. Foram utiliza-do as variáveis: número de procedimentos; valor gasto no total com os procedimentos; valor gasto com a mão de obra especializada e despesas hospitalares; porcentagem de procedimentos e gastos por região do pais, analisadas em um recorte de 5 anos (2012-2017). A análise estatística foi composta por descrição dos valores absolutos e proporções das características das internações, e os dados anali-sados e tabulados através do programa Excel. Resultados: O valor total gasto com o procedimento de colocação percutânea de filtros de veia cava nos últimos 5 anos (2013-2017) alcançou um montante de R$22.954.558,61. Deste total, R$21.105.628,19 foram gastos com serviços hospitalares e R$1.848.930,42 com serviços profissionais. Comparando-se as Regiões do Brasil, o Sudeste apresentou o maior valor gasto com a realização deste procedimento R$8.834.786,74, destes R$745.620,28 correspondem aos gastos com serviços profis-sionais e R$8.089.166,46 com os serviços hospitalares. A região Nor-te registrou o menor valor gasto com a colocação percutânea de filtro em veia cava R$384.278,03, destes R$27.504,85 se referem aos ser-viços profissionais e R$356.773,18 aos gastos hospitalares. Quanto à taxa de mortalidade por ano obteve-se um total de 5,81. A região que apresentou maior taxa de mortalidade foi o centro-oeste com 10,94 e a menor taxa ocorreu no Nordeste com 4,60. Vale ressaltar que a região sudeste, apesar de ser a região de maior investimento, possui taxa de mortalidade acima da média nacional. Não há registros da região norte no ano de 2017. Conclusão: No período estudado tal procedimento mostrou-se efetivo e uma ferramenta importante no controle da mortalidade, bem como na promoção de saúde na popu-lação brasileira acometida por TEV. Observa-se então que apesar do alto valor investido com a colocação destes filtros percutâneos, há um impacto positivo na redução da mortalidade em todas as regiões brasileiras onde o serviço é promovido.

PO-000904Há diferença na mortalidade pós angioplastia para implante de stent entre a rede pública e privada no Brasil?Gomes VMS1, Souza CS2, Costa AJA3, Meira PRP4, Santos Júnior JRB5, Misael JR6, Godoi BB7, Scolin EMB8, Moraes APG9, Wanderley Neto J10

1Universidade Federal de Alagoas, 2Universidade Federal do Ceará, 3Unichristus, 4Universidade Tiradentes - UNIT, 5Centro Universitário Uninassau, 6Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 7Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 8Universidade Federal Fluminense, 9Universidade Federal de Sergipe, 10Hospital do Coração de Alagoas

Introdução: Amplo tem sido o debate sobre a qualidade da assistên-cia em saúde ao paciente coronariopata, já que o grupo das doenças cardiovasculares tem ocupado há anos a primeira causa de morte nas sociedades modernas. Os elevados números de óbitos associados a essa patologia e a procedimentos terapêuticos como a angioplastia coronariana acendem um alerta para a análise do cuidado prestado a esses pacientes nas redes públicas e privadas. Assim, o objetivo desse estudo é avaliar a desigualdade na mortalidade pós angioplastia co-ronariana em pacientes tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por hospitais privados, relacionando esse dado com a complexida-de e gravidade dos casos atendidos nas duas esferas. Métodos: Es-tudo ecológico, descritivo, realizado com base na consulta de dados

secundários do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS). A fonte dos dados foram as Autorizações de Internação Hospitalar no Brasil de pacientes internados para reali-zação de angioplastia coronariana entre janeiro de 2013 e dezembro de 2017. Foram analisadas as variáveis: número de procedimentos, regime (público ou privado), caráter do atendimento, média de per-manência hospitalar, taxa de mortalidade média e número de óbitos. Resultados: No período de 2013 a 2017, foram realizadas 325.029 angioplastias coronarianas com o implante de stent, com média anual de 65.006 procedimentos. Os serviços de ordem privada e pública re-gistraram respectivamente 139.293 (42,8%) e 38.283 (11,8%), en-tretanto, 147.453 procedimentos (45,4%) foram classificados como ignorados quanto ao regime assistencial. Apesar de haver predomínio do caráter de urgência (61,3%) para a realização da angioplastia nos serviços públicos e privados, a média de permanência diária foi mais elevada nas instituições públicas, com 4,7 dias. Por outro lado, o ser-viço privado demonstrou média de ocupação de 3,5 dias. Ademais, a taxa de mortalidade média foi de 2,6 no serviço público, com um total de 994 óbitos, representando uma média anual de 312 óbitos. Já as instituições privadas notificaram 2.423 óbitos, com média anual de 786 registros, cuja a taxa de mortalidade média é equivalente a 1,74. Conclusão: Apesar do serviço privado mostrar menores taxas de mor-talidade e tempo médio de permanência pós angioplastia, é preciso le-var em consideração a diferença da complexidade e gravidade dos casos atendidos por um e outro regime, além da prevalência de fatores de riscos, o que torna os grupos com perfis nosológicos e assistenciais di-ferenciados. Apesar disso, o maior tempo de espera entre o diagnóstico e a terapêutica dentro do serviço público, além de fatores associados a gestão hospitalar e maior ocorrência de falta de insumos, podem estar contribuindo para as disparidades entre as taxas.

PO-000905Análise dos resultados pós valvuloplastia percutânea aórtica nos hospitais públicos da Região SulGomes VMS1, Oliveira FS2, Minucci GS3, Meira PRP4, Souza CS5, Wanderley GS1, Weersma PVA6, Castro DP7, Moraes APG8, Wanderley Neto J9

1Universidade Federal de Alagoas, 2Universidade Estadual de Londrina, 3Universidade Federal de São João Del Rei, 4Universidade Tiradentes - UNIT, 5Universidade Federal do Ceará, 6Unichristus, 7Itpac - Porto Nacional, 8Universidade Federal de Sergipe, 9Hospital do Coração de Alagoas

Introdução: A estenose aórtica (EA) é a doença valvar cardíaca mais comum, cuja prevalência aumenta com a idade e pode ser encontra-da em aproximadamente 5% dos idosos.. A substituição cirúrgica da valva aórtica constitui a primeira opção terapêutica para pacientes com EA grave, porém 33% dos pacientes não têm essa recomendação devido ao risco cirúrgico e à mortalidade. A valvuloplastia aórtica per-cutânea por balão surge, dessa forma, como um procedimento consi-derado “ponte” em pacientes hemodinamicamente instáveis sem con-dições cirúrgicas. Esse método surgiu em 1986 com o intuito de tratar pacientes com estenose aórtica (EA) calcificada em pacientes com sin-tomatologia severa. Existem duas abordagens, a retrógrada, via arté-ria braquial e femoral, e a anterógrada, pela veia jugular interna ou femoral direita, as quais não apresentam diferenças significativas de resultados. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, epidemio-lógico, descritivo, observacional e transversal. Foram analisados da-dos disponibilizados pelo Sistema de Internações Hospitalares (SIH/SUS), de 01/2013 a 12/2017, na região Sul. Resultados: Segundo os dados coletados na plataforma DATASUS relativos ao período anali-sado, o número de internações para procedimento de valvuloplastia aórtica percutânea no Brasil foi de 559 casos, sendo 150 (26,8%) de-les na região sul. Nesta região, deste total, 25 (16,7%) procedimentos foram realizados em regime público; 61 (40,7%) em regime privado; e 64 (42,6%) ignorados. O estado da região Sul com maior registro de procedimentos públicos deste tipo foi Santa Catarina, com 21 casos

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(84%). O valor total gasto em regime público foi de R$119.594,59 na região Sul, sendo R$106.526,50 (89,1%) no estado de SC, sendo a unidade federativa da região com maior gasto médio por interna-ção (R$5.793,78) quando comparada a outros estados. A média de permanência em internações em regime público na região foi de 20,5 dias, com SC apresentando média de 23,2 dias, enquanto o valor na-cional neste caso foi de 11,1 dias. Em relação ao número de óbitos nas internações em regime público, a região Sul registrou 2 óbitos no período, com uma taxa de mortalidade foi de 8, enquanto a taxa na-cional em mesma análise foi de 6,28. Segundo a literatura científica, a valvuloplastia aórtica percutânea é um procedimento com resultados satisfatórios imediatos e indicados como método seguro e efetivo in-clusive para pacientes de alto risco. Conclusão: Os procedimentos minimamente invasivos na cardiologia são objeto de estudos diversos e uma área com uma perspectiva futura muito favorável. A valvulo-plastia aórtica percutânea se enquadra nesse pensamento estando associada a pequena mortalidade e bons resultados, em especial nos pacientes hemodinamicamente instáveis.

PO-000913Fechamento percutâneo do forame oval patente em pacientes com acidente vascular encefálico criptogênicoGomes VMS1, Paludo L2, Wanderley MA3, Xavier Filho MCS4, Venturoso ICCM5, Serra VC6, Costa LHLFS1, Nóbrega ICL7, Flor BG8, Wanderley Neto J9

1Universidade Federal de Alagoas, 2Universidade Luterana do Brasil, 3Centro Universitário Tiradentes, 4Universidade Federal da Paraiva, 5Itpac Porto, 6Universidade Federal do Maranhão, 7Universidade Federal da Paraíba, 8Univaço, 9Hospital do Coração de Alagoas

Introdução: A prevalência de forame oval patente (FOP) é de 40 a 50% em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) criptogênico. A dúvida sobre o fechamento percutâneo ou não de FOP, para redu-zir o risco de embolismo recorrente, tem sido extensamente debatido na última década. No entanto, análise de resultados de longo prazo dos ensaios clínicos randomizados CLOSE, RESPECT e REDUCE, com seguimentos de longo prazo, revelam uma redução de risco de AVC recorrente com fechamento percutâneo de FOP em comparação ao tratamento medicamentoso em pacientes com AVC criptogênico, de maneira segura. Métodos: Foi realizada uma busca eletrônica na base de dados PubMed, com as palavras-chave “patent foramen ovale” e “cryptogenic stroke”. A busca incluiu revisões sistemáticas e metaná-lises publicadas entre 1988 e 2018, e artigos de revisão no idioma inglês publicados até 2018. Resultados: O fechamento do FOP em paciente com AVC criptogênico tem suas controvérsias quando com-parado ao benefício do tratamento clínico medicamentoso. No entan-to, uma meta-análise de cinco estudos randomizados confirmou que o fechamento do FOP reduz o risco de AVC recorrente em comparação com a terapia medicamentosa (2,0% vs. 4,5%), mesmo sendo relacio-nado a uma maior taxa de fibrilação atrial (4,0% vs. 0,7%). Ademais, o risco de fibrilação foi associado ao tipo de dispositivo utilizado. En-controu-se maior com os sistemas de fechamento septal utilizados nos estudos CLOSURE I, CLOSE e Gore REDUCE e o aumento não foi significativo com os estudos PC e RESPECT. Em relação a eventos adversos graves ou hemorragias importantes não houve diferenças significativas entre os dois grupos. Conclusão: O fechamento do FOP apresentou-se efetivo na prevenção secundária de AVC isquêmi-co criptogênico, com redução do risco de novos eventos em relação à terapia medicamentosa. O principal efeito colateral foi uma maior taxa de fibrilação atrial encontrada nos pacientes submetidos a essa modalidade terapêutica, necessitando de estudos a longo prazo para ser confirmado, pois parece ser transitório. Dessa maneira, em pa-cientes selecionados, o fechamento do FOP apresenta benefício signi-ficativo, sobretudo aqueles mais jovens (<60 anos), e com maior risco para embolia paradoxal.

PO-001301Análise do uso dos critérios de indicação de coronariografia em dois serviços de cardiologia do Sul do BrasilLuciano LSC1, Silva R2, Londero Filho OM1, Waldrich L1, Panata L1, Trombetta AP1, Preve JC1, Fattah T1, Giuliano LC1, Thiago LEK1

1Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, 2Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago

Introdução: Apesar do potencial impacto na qualidade da assistên-cia em saúde no Brasil, não existem trabalhos avaliando a aplicação das diretrizes de 2012 para uso apropriado do cateterismo cardíaco diagnóstico em nosso país. O presente estudo é uma análise pros-pectiva das indicações e dos resultados de coronariografia em dois hospitais na região sul do Brasil. Métodos: Estudo prospectivo e multicêntrico, em que foram analisadas as indicações, resultados e propostas de tratamento de 737 coronariografias realizadas entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 em um hospital terciário com múltiplas especialidades (Hospital A) e um hospital cardiológico terciário (Hospital B). Foram incluídas coronariografias eletivas ou de urgência, com exceção dos casos de infarto agudo do mio-cárdio com elevação do segmento ST. Resultados: Do total de 737 coronariografias, 566 (76,8%) foram realizadas no Hospital B, 471 (63,9%) em pacientes do sexo masculino. A média geral de idade foi 61,6 anos. Houve menor proporção de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda no Hospital A (26,9%) em relação ao Hospital B (66,3%) (p<0,001). Trinta e duas (4,3%) das 737 coronariogra-fias foram classificadas como raramente apropriadas. Dessas, 15 (46,9%) foram relacionadas à não realização de provas funcionais prévias e 7 (21,9%) apresentaram lesões coronarianas graves. Po-rém, independentemente do resultado, todos os pacientes desse grupo foram indicados para tratamento clínico.

Conclusão: A recomendação da diretriz em casos raramente apro-priados foi adequada em nosso estudo, com nenhum paciente desse grupo necessitando de tratamento de revascularização, mas expondo aos riscos da estratificação invasiva. Parcela significativa desses casos se deve à não realização de provas funcionais prévias. A diferença entre os dois hospitais, geral e cardiológico, foi inerente à população atendida em cada serviço.

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PO-002101Avaliação anatômica das artérias radiais e ulnares em adultos submetidos à intervenção coronariana percutâneaLondero Filho OM1, Luciano LS1, Silva R2, Andrade PB3, Costa Júnior JR4, Santos LM5

1Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, 2Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina, 3Santa Casa de Misericórdia de Marília, 4Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, 5Instituto de Cardiologia do Distrito Federal

Introdução: A artéria radial tornou-se, recentemente, uma alternativa de acesso vascular muito popular nos procedimentos percutâneos co-ronarianos. Contudo, apesar do uso de cateteres com diâ metro maior ser fator de risco para oclusão da artéria radial, a mensuração do ta-manho da mesma não é realizada rotineiramente. Métodos: Com uso da ultrassonagrafia, realizou-se, prospectivamente, a mensuração do diâmetro das artérias radiais e ulnares de 317 pacientes submetidos à angiocoronariografia e/ou intervenção coronariana percutânea em serviços de referência em cardiologia no sul, sudeste e centro oeste do País. Além disso foi verificado as características demográficas e clíni-cas desta população. Os dados foram tabulados e analisados no pro-grama Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Version 18.0, conforme frequência, média e desvio padrão. Resultados: O diâmetro interno médio das artérias radial e ulnar direitas foi de 2,836±0,7mm e 2,155±0,58mm, respectivamente. Os resultados das artérias contra-laterais foi similar (radial 2,53±0,63mm, ulnar 2,15±0,55mm). 20,5% dos pacientes apresentaram diâmetro da artéria radial direita inferio-res à 2,3mm e 38,5% menor que 2,5mm, equivalente aos diâmetros dos introdutores Terumo® GSS 5Fr e 6Fr, respectivamente. A circunferên-cia média do punho direito foi de 17,273±1,39cm, também semelhante ao punho esquerdo (17,33±1,39cm). A média de idade foi de 60±10,89 anos. O peso médio encontrou-se na faixa de 76,34±15 kg e a altura 164,1±8,9cm. Houve predomínio do sexo masculino (61%), a comor-bidade mais prevalente foi a hipertensão (73%) e 70% dos pacientes apresentaram-se como síndrome coronariana aguda. Conclusão: Em aproximadamente 40% dos pacientes da amostra foi verificado um diâmetro inferior à 2,5mm da artéria radial direita, sendo este um valor menor ao do introdutor utilizado para sua abordagem nos casos de intervenção coronariana percutânea.

PO-002201Avaliação do pós-condicionamento isquêmico durante angioplastia primária no infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento STSoares JS1, Soares CEC2, Garcia ML3, Jorge AJL3, Brito FCF3, Nacif MS3, Mesquita ET3

1Hospital Escola Alvaro Alvim, 2Hospital Geral Doutor Beda, 3Universidade Federal Fluminense

Introdução: A doença arterial coronária (DAC) é a principal causa mundial de óbito. Após quadro de infarto agudo do miocárdio com supradesnível de ST (IAMCSST), a reperfusão miocárdica, por trom-bolíticos ou intervenção coronária percutânea (ICP), é a medida mais efetiva para reduzir a área de infarto e melhorar a evolução imedia-ta e tardia. Contudo, a mortalidade continua em 5% a 6% e também permanecem altas taxas de eventos adversos nos trinta dias após o episódio agudo. O processo de restauração do fluxo coronariano pode induzir injúria miocárdica, o que reduz os efeitos da reperfusão e pode manter as altas taxas de morbimortalidade. A técnica de pós-condicionamento isquêmico (PósCI) pode contribuir para a redução da área de infarto ao diminuir a injúria de reperfusão e melhorar a evolução imediata e tardia desses pacientes. Nesse contexto, o objeti-vo principal deste estudo é avaliar a técnica de PósCI durante ICP pri-mária em pacientes com IAMCSST, comparada à de ICP convencional. Métodos: Estudo randomizado, multicêntrico, cego para parâmetros

de imagem. Incluídos 27 pacientes com IAMCSST, distribuídos em grupo controle (GC) e grupo PósCI. Avaliados dados clínicos, ECGs seriados e marcadores de necrose. Definida a artéria responsável pelo IAMCSST pela coronariografia, os pacientes foram randomizados e submetidos à ICP convencional ou associada à técnica de PósCI. Res-sonância magnética cardíaca (RMC) realizada na fase hospitalar e aos seis meses de evolução. Avaliados comparativamente desfechos clí-nicos, parâmetros de função do ventrículo esquerdo (VE) e tamanho do IAM. Resultados: Incluídos 10 pacientes no GC e 17 no PósCI. Idades de 30 a 78 anos, sexo masculino 22. Dados antropométricos, comorbidades, medicamentos pré-procedimentos sem diferenças sig-nificativas entre os grupos. Na admissão, 21 pacientes CF Killip I, 5 Killip II e 1 Killip III. Tempo médio dor-balão 450’ no GC e 210’ no PósCI. Artéria culpada: DA 16 pacientes, Cx 1, CD 10. Fluxo na artéria culpada na chegada: TIMI 0 em 26 e TIMI I em 1. Acesso radial em 16 e femoral em 11. Implantados 35 stents, sendo 4 farmacológicos, média 1,3 stents/paciente. Diâmetro médio dos stents de 3,1mm e comprimento médio 17,4mm. Todos os pacientes apresentaram fluxo TIMI III após procedimentos. Tamanho do IAM (área de risco/área de fibrose no GC de 30,59/15,34, e no PósCI, de 30,29/17,95), volume sistólico (VS), volume diastólíco (VD), fração de ejeção (FE), volume de ejeção (SV) nas fases hospitalar e tardia não apresentaram diferen-ças estatisticamente significativas. Internação variável entre 5 e 15 dias, média de 7 dias. Três pacientes evoluíram com angina recorren-te, um deles tratado clinicamente, um ICP e um CRM. Dois pacien-tes com IC na evolução e foram a óbito, um na fase hospitalar e um tardio. Conclusões: Em vários trabalhos experimentais, a técnica de PósCI reduziu a área de IAM. Em humanos, há grande dificuldade de translação desta técnica para a clínica, com resultados controversos. Neste trabalho, não houve diferença significativa dos resultados entre os grupos nas análises de tamanhos do IAM, nem nos parâmetros de função do VE (VD, VS, FE, SV, VAE) ou nos desfechos clínicos e óbito.

PO-002701neutrophil-to-lymphocyte ratio and mean platelet volume in predicting outcomes after primary percutaneous coronary intervention in patients with st-elevation myocardial infarction: what is better?Machado GP1, Araujo GN2, Carpes CK1, Lech M1, Mariani S1, Krepsky AM2, Valle FH2, Lampa FM3, Wainstein R2, Wainstein M2

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Background: Elevated neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR) is an indirect marker of inflammation, and is associated with adverse cli-nical outcomes in patients with ST-segment elevation myocardial in-farction (STEMI). Mean platelet volume (MPV) is another inflamma-tory marker that has been used as a prognostic marker in STEMI after primary percutaneous coronary intervention (pPCI) The aim of the present study was to investigate which is better to predict adverse events after pPCI. Methods: We have included 593 consecutive pa-tients with STEMI submitted to pPCI between March/2011 and De-cember/2017. Receiver operating characteristic (ROC) curve analysis was performed to calculate the area under the curve for the occurrence of procedural complications, in-hospital mortality and major adverse cardiovascular events (MACE). Results: Mean age was 60.98 (±12.10) years, 66.4% were male, and NLR median was 6.2 and MPV median was 10.7. The area under the ROC curve for in-hospital MACE was 0.6 for NLR (CI95% 0.56; 0.64; p=0.01) and 0.56 for MPV (CI95% 0.52; 0.6; p=0.12). However, when AUC’s were compared two- by-two with DeLong test, there was no statistically significant difference (p=0.44). In multivariate analysis only NLR (p=0.01) remained independent predictors of MACE. Conclusion: Only NLR remained independent in-hospital MACE predictor, but with no difference in the ROC curve comparison with MPV. A low NLR has an excellent negative predictive

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value for in-hospital MACE and this might be of clinical relevance in the management of low-risk patients, besides compared to other in-flammatory markers, is a simple and less time consuming test.

PO-002703Inter-observer variation of syntax score among cardiac surgeons, clinical and interventional cardiologistsAraujo GN2, Leiria T2, Lampa FM3, Matte BS2, Furtado MV2, Machado GP1, Gonçalves SC2, Bergoli LCC2, Wainstein M1, Polanczyk CA1

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Background: Despite the complexity and a certain subjectivity of SYNTAX score (SS), guidelines recommend this tool to help choosing between coronary artery bypass grafting (CABG) and percutaneous coronary intervention (PCI) in patients with left main of three-vessel coronary artery disease. The aim of this study is to compare the inter- observer variation in Syntax score calculation performed by clinical cardiologists (CC), interventional cardiologists (IC) and cardiac sur-geons (CS). Methods: Seven coronary angiographies from patients with left main and/or three-vessel disease chosen by a heart team were analyzed by ten CC’s, ten IC’s and ten CS’s. SS was calculated via SYNTAX website. Results: Kappa concordance was very low between clinical cardiologists and surgeons (k=0.176), moderate between car-diac surgeons and interventional cardiologists (k=0.563) and moderate between clinical and interventional cardiologists (0.553). There was a statistically significant difference between clinical cardiologists, who classified more cases as low complexity (70%), and cardiac surgeons, who classified more cases as moderate complexity (80%) (P=0.041).

Conclusion: Concordance between SS analyzed by CC’s, CS’s and IC’s is low. The usefulness of SYNTAX score in decision-making of coro-nary revascularization strategy is undeniable and evidence supports its use. However, this study highlights the importance of well trained professionals on calculating the SYNTAX score. It could avoid misclassification of borderline cases.

PO-002705Outcomes after primary percutaneous coronary intervention in patients with stemi complicated with cardiogenic shock: a brazilian registryaraujo GN2, Machado GP1, Lampa FM3, Teixeira GM3, Sachetti LA3, Wainstein R2, Gonçalves SC2, Krepsky AM2, Jorge JCM3, Wainstein M1

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Background: Despite continuous improvements in STEMI care, 5 to 10% of patients develop cardiogenic shock, which remains the lea-

ding cause of in-hospital death in acute myocardial infarction and is a strong predictor of short and long-term mortality. Our aim was to assess early mortality and to explore differences in the incidence of outcomes of patients with STEMI complicated by cardiogenic shock in two tertiary university hospitals in southern Brazil. Methods: We have prospectively included 115 patients admitted with cardiogenic shock from a cohort of STEMI patients submitted to pPCI between March 2011 and February 2018 in two tertiary university hospitals in southern Brazil. Baseline characteristics, details of the procedu-re, reperfusion strategies, and in-hospital mortality were evaluated. Results: We have included 115 patients with mean age of 63 years (12.6), 58% were male, 63% had hypertension and 32% had diabe-tes. Median pain to door time was 5 (3, 7) hours, and median door-to-balloon was 89.5 min (70, 119). In-hospital mortality rate was 48.7%, and 49.6% of patients had combined cardiovascular outcomes during hospitalization. Patients who did not survive were older (65 vs 60 years, p=0.02) and had a longer door-to-baloon time (111 vs 77 minutes, P<0.01). They also had a tendency to smoke more often and have anterior wall MI. Conclusion: In conclusion, our registry illustrates how morbidity and mortality of STEMI patients compli-cated with cardiogenic shock remains high despite the advances in interventional cardiology.

Alive (n=59) Dead (n=56) p-valueAge (SD) 60.5 (11.2) 65.57(13.5) 0.02Male (%) 31(52.5) 36(64.3) 0.20Hypertension(%) 38 (65.5) 34 (60.7) 0.59Diabetes(%) 19(32.8) 18(32.1) 0.94Anterior wall (%) 32 (54.2) 39(69.6) 0.08Smoking (%) 33(55.9) 22(39.3) 0.07Previous AMI (%) 9(15.3) 8(14.3) 0.88Previous PCI (%) 10 (16.9) 5 (8.9%) 0.20Pain-to-door, hours (IQR) 5(3-7) 4.5(3-10.6) 0.79Door-to-balloon, min (IQR) 77.5(63.7-100) 111.5(80.5-144.5) 0.002

PO-002706System delay and mortality among patients with stemi submitted to primary percutaneous coronary intervention: a comparison between two university hospitals in southern BrazilAraujo GN2, Machado GP1, Lampa FM3, Teixeira GM3, Sachetti LA3, Krepsky AM3, Gonçalves SC2, Bergoli LCC2, Jorge JCM3, Wainstein M1

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Background: There are few national data about outcomes of pa-tients with acute myocardial infarction with ST elevation (STEMI) submitted to primary percutaneous coronary intervention (pPCI). The aim of this study is to describe and compare the characteristics of patients with STEMI in two tertiary general hospitals and to assess system delay, early mortality and combined cardiovascular outcomes. Methods: This was a cohort of consecutive patients with STEMI who underwent primary percutaneous coronary intervention (pPCI) from March 2011 to February 2018 in two university hospitals with 24 hour pPCI facility. Clinical outcomes were occurrence of death, STE-MI, stent thrombosis, stroke, and combined cardiovascular events (MACE). Results: We have included 1060 patients with mean age of 60 years (±12). Patients from SCC were more often male (66.5 vs 75.3%, p=0.002) and more often had a history of previous MI and PCI (9.2 vs 14.4 p=0.01; 11.4 vs 17.9, p=0.03). Median pain-to-door and door to balloon were also higher in SCC (68 vs 81.6 min and 4 vs 5 hours; p<0.001 for both comparisons). Radial access was performed more often in HCPA (90.6 vs 9.4% p<0.001). There was no differen-ce in in-hospital mortality rate, but MACE rate was higher in SCC

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(17.3% vs 11.1%, p<0.001). In multivariate analysis, anterior wall MI (RR 1.49; 95% CI 1.1-2.0; p=0.01), Killip 3-4 at presentation (RR 2.4; 95% CI 1.7-3.3; p<0.001), femoral access (RR 1.9; 95% CI 1.3-2.7; p<0.001) and door-to-ballon (RR 1.03; 95% CI 1.0-1.1; p=0.004) were independent predictors of in-hospital MACE. Conclusion: STEMI is a common life-threatening condition where prompt recognition and treatment is essential to reduce adverse outcomes related to this di-sease. The differences found between hospitals may be related to the delay in performing reperfusion therapy, which is a modifiable varia-ble, and adopting measures to reduce the time between the onset of pain and arrival at the hospital can bring benefits in a populational level. Performing radial instead of femoral access is another modi-fiable strategy with proven benefits. Other characteristics inherent to each hospital that we are unable to measure may also be in part responsible to the results we have found.

Baseline CharacteristicsAll

(n=1060)HCPA

(n=692)SCC

(n=368) p-value

Age 60.2 (12.08) 60.48 (12.11) 59.68 (12.01) 0.30Male 737 (30.4) 460 (66.5) 277 (75.3) 0.002Hypertension 629 (59.6) 419 (60.5) 210 (57.1) 0.36Diabetes 250 (23.7) 167 (21.1) 83 (22.8) 0.62Smoking 526 (49.6) 348 (50.3) 178 (48.4) 0.55Killip 3 or 4 131 (12.4) 85 (12.3) 47 (12.8) 0.65Previous AMI 117(11) 64 (9.2) 53 (14.4) 0.01Previous PCI 145 (13.7) 79 (11.4) 66 (17.9) 0.03Door-to-balloon 74 (57-97) 68 (56-90) 81.6 (52-106) <0.001Pain-to-door 4 (3-7) 4 (3-6) 5 (3-8) <0.001Anterior AMI 492 (46.4) 318 (46) 174 (47.3) 0.68

In-hospital outcomesDeath 117 (11) 75 (10.8) 42 (11.5) 0.76AMI 39 (3.7) 18 (2.6) 21 (5.7) 0.01Stroke 11 (1) 9 (1.3) 2 (0.5) 0.24Stent thrombosis 32 (3) 14 (2) 18 (4.9) 0.01MACE 183 (17.3) 99 (14.3) 84 (22.86) <0.001

PO-002707Associação entre gravidade da apneia obstrutiva e extensão da doença arterial coronária: estudo de caso-controleRivera-Pérez SJ2, Martinez D2, Araujo GN2, Machado GP1, Lampa FM3, Wainstein R2, Wainstein M1

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brasil, 3Serviço de Cardiologia, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, Brasil

Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é altamente pre-valente entre os pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e existe uma relação clara entre a gravidade da AOS e a mortalidade cardiovascular. Nosso objetivo foi avaliar a associação entre a gravi-dade da AOS e a extensão e gravidade da DAC. Métodos: Realizamos um estudo caso-controle de pacientes submetidos a cateterismo car-díaco por suspeita de DAC. O escore de Gensini foi usado para deter-minar a gravidade da DAC, sendo definidos como casos os pacientes com escore 1 de Gensini e controles os pacientes que apresentavam escore de Gensini<1. A gravidade da AOS foi determinada pelo índice de apneia-hipopnéia (AHI) na polissonografia portátil. Resultados: Foram incluídos 80 pacientes no estudo, sendo 32 casos e 48 con-troles. A idade média foi de 54 anos e 37% apresentaram índice de Apnéia-hipopnéia ≥15. As características basais foram semelhantes entre os casos e os controles. Na regressão linear, existe uma corre-lação positiva entre o escore de Gensini e AHI (rho=0,457; p=0,002). Na análise multivariada, a AIH foi associada à DAC (OR 3.2, 1.0-9.6). Conclusão: Em pacientes com alta prevalência de AOS submetidos à

angiografia coronariana por suspeita de DAC, a gravidade da AOS foi associada à extensão e gravidade da DAC. Nossos resultados corrobo-ram a hipótese de que OSA é um fator causal de DAC. Essa associação precisa ser explorada em estudos maiores, baseados em população.

PO-002901Análise evolutiva das intervenções coronarianas percutâneas em diabéticos no Brasil, de 2006 a 2016, dados Registros CEnICOliveira FL1, Cantarelli MJC2, Freire RA1, Taveira PM1, Freire RJA1

1Instituto de Coração do Hospital São Lucas, 2Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Introdução: Poucas publicações estão disponíveis na literatura ava-liando a evolução temporal da intervenção coronária percutânea (ICP) em pacientes diabéticos na era contemporânea. Nosso objetivo foi ava-liar essa evolução em nosso país em um período de dez anos. Métodos: Analisamos as ICP cadastradas na Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de 2006 a 2016, sendo comparados três intervalos de tempo: 1)2006-2008 2)2009-2011 3)2012-2016. Foram verificadas as características clínicas, angiográficas e dos procedimen-tos além dos desfechos clínicos e preditores de mortalidade. Resulta-dos: A amostra foi composta por 38.938 pacientes com idade média de 64 anos e maior prevalência do sexo masculino sendo a hipertensão arterial foi o fator de risco associado mais frequente. Comparando-se os períodos de tempo, notamos que com o passar dos anos, houve um crescimento da ICP entre os pacientes mais idosos, com história de ICP prévia, quadro clinico de síndrome coronária aguda, acometimen-to uniarterial e com lesões complexas (B2/C). O uso de stents farma-cológicos foi crescente com o passar do tempo, assim como o uso de dispositivos mais longos e de calibre mais fino. Evolutivamente houve aumento significativo das taxas de sucesso do procedimento (95,9% vs 97,5%) com redução da mortalidade (1,45% vs 0,8%) e de eventos cardiovasculares adversos maiores (1,7% vs 1,0%). Foram preditores de mortalidade a idade, história de IAM prévio, tabagismo, extensão da doença coronária, acometimento do tronco de coronária esquerda e quadro clinico de IAM. Conclusão: Evolutivamente, em análise de dez anos, a ICP em diabéticos no Brasil tem apresentado melhora progres-siva do seu resultado com redução da mortalidade hospitalar a despeito da crescent complexidade clinica e angiográfica dessa população.

PO-003101Avaliação clínica inicial de novo balão farmacológico com sirolimus e nano partículas no tratamento de lesões reestenóticasCosta Junior JR1, Costa RA1, Ribeiro E2, Lemos PA2, Staico R1, Ribeiro H2, Campos C2, Chamie D1, Feres F1, Abizaid A1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, 2INCOR

Introdução: Recentemente, o conceito dos chamados balões farma-cológicos tem sido testado no tratamento da reestenose intra stent, como uma alternativa de tratamento sem implante adicional de outra camada de metal no sítio previamente tratado. Ainda que os balões farmacológicos com paclitaxel tenham se mostrado eficazes para esta finalidade, esta tecnologia ainda apresenta alguns desafios: o pacli-taxel é sabidamente menos efetivo e mais tóxico que outros fárma-cos anti-proliferativos, em especial quando comparado ao sirolimus e seus análogos/derivados. No presente estudo avaliamos um novo balão-farmacológico (Magic Touch), que utiliza sirolimus na dose de 1,27μg/mm2, depositado em solução excipiente (nano partícula), na concentração de 1:1. Métodos: Estudo prospectivo, multicêntrico, de braço único, incluindo pacientes com reestenose tanto de stents não-farmacológicos como farmacológicos, tratados com balão Magic Touch. Não foram incluídas reestenoses do tipo oclusiva. Os pacientes fo-ram submetidos a avaliação angiográfica e com ultrassom (USIC) aos

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seis meses. O desfecho primário foi a avaliação do grau de supressão neointinamal aos seis meses pela angiografia (perda luminal) e USIC (% de obstrução luminal). Resultado: Um total de 17 pacientes fo-ram incluídos, sendo a maioria do sexo masculino (59%), com média de idade de 58 anos e com 60% de diabéticos. Metade da população tratada apresentava reestenose de stents farmacológicos e em 62% dos casos a reestenose era do tipo difusa/proliferativa. Sucesso an-giográfico foi obtido em 100% dos casos. Aos 6 meses, a mediana da perda luminal tardia intra stent foi de 0,21mm [0,07; 0,51] ao passo que ao USIC, o% de obstrução luminal foi de 20% [18; 24]. Do pon-to de vista clínico, ocorreu apenas um óbito, de causa não cardíaca. Conclusão: Neste estudo inicial em humanos, o balão farmacológi-co com sirolimus e nano partículas mostrou-se eficaz em reduzir a proliferação neointimal em pacientes com reestenose prévia de stents não-farmacológicos e/ou farmacológicos.

PO-004602Endarterectomia versus angioplastia com implante de stent em pacientes com doença cerebrovascular oclusiva carotídeaOliveira FS1, Gomes VMS2, Wanderley GS2, Costa AJA3, Beltrand DPB4, Almeida SP5, Queiroz IKF6, Moraes APG7, Oliveira MS8, Wanderley Neto J9

1Universidade Estadual de Londrina, 2Universidade Federal de Alagoas, 3Centro Universitário Christus/UniChristus, 4Centro Universitário de Votuporanga/UNIFEV, 5Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), 6Universidade Potiguar, 7Universidade Federal de Sergipe (UFS Lagarto), 8Centro Universitário CESMAC, 9Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: A estenose carotídea aterosclerótica trata-se de uma condição clínica que constitui fator de risco para o AVE, uma das prin-cipais causas de mortalidade-morbidade a nível mundial. A cirurgia de endarterectomia é aceita como tratamento padrão para revasculariza-ção de lesões oclusivas extracranianas com demonstração da superio-ridade em relação à conduta baseada no uso de fármacos. Entretanto, nos últimos anos, a utilização de stents para o tratamento das este-noses nas artérias carótidas tem surgido como terapêutica alternativa à endarterectomia. A Angioplastia de Carótida com Stent (ACS) é o tratamento menos invasivo, embora a eficácia de seus resultados ain-da seja, em algumas pesquisas, inferior à Endarterectomia. Gera-se, de tal forma, renovado interesse na determinação da melhor opção de tratamento para estenose de artéria carótida. Métodos: Estudo ob-servacional, transversal, tipo revisão de literatura, com consulta as ba-ses de dados: Scielo, Pubmed e Lilacs. Foram utilizados os descritores: endarterectomy vs stenting, endarterectomy or angioplasty, carotid stenting vs endarterectomy. Resultados: De acordo com a literatu-ra, o prognóstico de pacientes que necessitam de tratamento para a estenose da artéria carótida está melhorando. Nas intervenções em pacientes sintomáticos com alto grau de oclusão, o risco de acidente vascular cerebral aumenta com a colocação de stent. Para os pacientem que possuem mais de 70 anos, a endarterectomia carotídea continua sendo a melhor opção. Porém, para aqueles que possuem riscos para o processo cirúrgico, a colocação de stent seria a melhor opção. Essas considerações se repetem para aqueles pacientes com estone carotídea sintomática em menor grau (50%-69%). No estudo ICSS (Internatio-nal Carotid Stenting Study), os dois procedimentos apresentaram a mesma incidência de acidente vascular cerebral incapacitante, mas o AVC fatal foi superior aos pacientes submetidos a colocação de stent. Pacientes com coexistência de patologias cardiovasculares e respira-tória e com fatores de riscos angiográficos possuem maiores riscos de mortalidade perioperatória, apresentando, assim, contraindicações para intervenções cirúrgicas. Uma opção ao seu uso, dessa forma, é a angioplastia carotídea com stent, devido à sua eficácia e reduzida morbimortalidade, uma vez que é um procedimento menos invasivo, com altas taxas de sucesso e irrisórios eventos adversos, sendo, dessa forma, eficaz na revascularização da artéria carótida, principalmente em pacientes de alto risco. Conclusão: Conclui-se que apesar da en-

darterectomia ser um procedimento vascular de grande utilização em pacientes com doença cerebrovascular oclusiva de carótida interna, e por décadas considerado como padrão-ouro, está relacionada a um ris-co de complicações graves. Nesse sentido, a angioplastia carotídea com stent surge como opção para o tratamento de pacientes de alto risco para procedimento cirúrgico e com estenose de carotídea sintomática em menor grau (50%-69%), sendo que a endarterectomia carotídea continua a ser a melhor opção para paciente com mais de 70 anos e sintomáticos com alto grau de oclusão.

PO-005001Registro de stents eluidores em lesões complexas de bifurcaçãoRodrigues Junior LHC1, Lima GC1, Retore D1, Schmidt MM1, Gottschall CAM1, Azmus AD1, Sarmento-Leite R1, Manica ALL1

1Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia

Introdução: A doença arterial coronária com envolvimento de seg-mento bifurcado é encontrada com frequência relativamente alta nos pacientes submetidos a procedimentos de revascularização do mio-cárdio, destas representam em torno de 20% das lesões submetidas à intervenção coronária percutânea. Objetivos: Avaliar a prevalência dos pacientes com lesões em bifurcação coronarianas. Descrever as características clínicas, angiográficas e técnicas dos procedimentos de implante de stents eluidores de fármacos. Metodologia: O estudo foi realizado em hospital de referência em cardiologia, a partir da análise de um Registro Clínico na plataforma (REDcap) dos pacientes com le-sões de bifurcação submetidos a intervenção coronariana percutânea (ICP) com stent farmacológico (SF). Foi realizada a revisão de pron-tuários e acompanhamento clínico por telefone em 30 dias, 6 meses e 1 ano. Foi utilizado o pacote estatístico SPSS para análise dos dados. Resultados: Em um período em torno de 18 meses (de maio de 2016 a dezembro 2017) 903 pacientes foram submetidos a angioplastia com SF, destes, 73 pacientes apresentavam lesões de bifurcação. Esses pacientes eram predominantemente do sexo masculino, com idade média de 62,3 anos, a maioria apresentava pelo menos 1 fator de risco e 50% das angioplastias foram realizadas na vigência de uma síndrome coronariana aguda. O procedimento foi realizado em torno de 67% por via radial e a maioria das lesões se localizavam nas arté-rias coronárias nativas, mais frequentemente na Artéria Descendente Anterior (59,7%). Pela classificação de Medina, 78,9% casos eram de bifurcações verdadeiras, 21.1% eram bifurcações não verdadeiras com realização do kissing – balloon final em 67% e pós dilatação em 85% dos casos. A técnica mais utilizada foi a provisional em 49,2% dos ca-sos, seguida pelas técnicas crush e mini-crush. A taxa de eventos car-díacos adversos maiores (MACE) no seguimento médio de 30 dias foi de 1 óbito (3,1%). O reinfarto ocorreu em um paciente (3,1%). Houve necessidade de repetir a revascularização no vaso alvo em 1 paciente também. (3,1%); Conclusão: Angioplastia coronariana com implante de stents eluidores de fármacos em pacientes com lesões de bifurcação complexa, nos quais em mais de 50% foram utilizadas 2 stents simul-taneamente, apresenta baixa taxa de MACE. Não houve diferença nos resultados entre 1 x 2 stents. O tratamento de bifurcações com uso de SF é uma técnica segura e apresenta baixa taxa de MACE.

PO-005002Impacto do comprometimento de ventrículo direito em pacientes com iam inferior submetidos à angioplastia primáriaRodrigues Junior LHC1, Siqueira MF1, Schmidt MM1, Gottschall CAM1, Quadros AS1

1Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia

Fundamento: O comprometimento do ventrículo direito (VD) no in-farto agudo do miocárdio (IAM) de parede inferior tem sido associado

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a piores desfechos clínicos, mas estudos avaliando pacientes contem-porâneos submetidos à intervenção coronariana percutânea primária (ICPp) na prática clínica diária não são disponíveis. Objetivo: Com-parar características clínicas, angiográficas e desfechos clínicos em pacientes que apresentaram IAM inferior com e sem acometimento de VD submetidos à ICPp. Materiais e métodos: Todos os pacientes atendidos em um centro terciário de cardiologia com o diagnóstico de IAM inferior no período de dezembro de 2010 a março de 2017 foram incluídos no estudo. As características clínicas, angiográficas e des-fechos clínicos foram coletados prospectivamente. Foram utilizados teste Qui-quadrado e teste t para comparação entre os pacientes com e sem envolvimento de VD utilizando o programa estatístico SPSS 24.0. Foi realizado modelo de regressão logística múltipla das variá-veis preditoras de mortalidade. Resultados: Foram incluídos 1751 pacientes, sendo que 382 (22%) apresentaram envolvimento de VD. Os pacientes com acometimento VD eram mais frequentemente do sexo feminino e mais frequentemente em Killip IV (p<0,05). Os pro-cedimentos de ICPp nos pacientes com IAM de VD foram realizados mais frequentemente com uso de inibidores da glicoproteína IIbIIIa (33% vs 26%; p=0,01), tromboaspiração (30% vs 22%; p=0,002), mas com maior ocorrência de no-reflow (4,2% vs 2,1%; p=0.02), sugerin-do maior carga trombótica. Os pacientes com IAM com comprome-timento de VD tiveram maior necessidade de ventilação mecânica invasiva, marcapasso temporário e apresentaram maior incidência de insuficiência renal aguda, sepse e maior mortalidade intra-hospi-talar (9,8% vs 5,6%; p=0,004). Os preditores de mortalidade em 30 dias por análise multivariada foram sexo feminino, Killip 4, no-reflow e uso de marcapasso temporário, mas não comprometimento. Con-clusão: O comprometimento de ventrículo direito em pacientes com IAM inferior tratados por ICPp na prática clínica contemporânea é um marcador de maior carga trombótica e maior risco, sem efeito in-dependente na mortalidade.

PO-005003Intervenção coronariana percutânea no tronco da coronária esquerda não protegido: registro de procedimentos eletivos e de urgência em Centro Terciário de CardiologiaGasparelo LH1, Rodrigues Junior LHC1, Mayer CG1, Giacomello CM1, Azmus AD1, Gottschall CAM1, Sarmento-Leite REGS1, Mânica ALL1

1Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia

Introdução: A prevalência de estenoses envolvendo o tronco de co-ronária esquerda não protegido (TCENP) pode variar de 4-6% de to-das as intervenções coronarianas percutâneas (ICP) e chegar a 24% nos pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). Com a evolu-ção das técnicas de angioplastia e o surgimento dos stents de 2ª e 3ª gerações, associados aos resultados dos estudos SYNTAX, NOBEL e EXCEL que demonstraram taxas de mortalidade de 1% ao final de 30 dias, observa-se que esta tem se tornado uma intervenção frequente nos dias de hoje. O objetivo do registro é determinar a taxa de morta-lidade cardiovascular (CV) hospitalar de pacientes submetidos a ICP de TCENP em caráter eletivo e de emergência. Métodos: Foram in-cluídos neste estudo pacientes submetidos a ICP de TCENP, nos quais observou-se estenose angiográfica ≥50% com ou sem evidência não-invasiva de isquemia ou área luminal mínima por IVUS ≤6,0mm2, FFR ≤0,80 e/ou iFR ≤0,89. Foram incluídos pacientes consecutivos subme-tidos a ICP de TCE não-protegido em hospital terciário de referência em cardiologia, entre abril de 2015 a março de 2018. Os dados foram analisados retrospectivamente baseados no banco de dados RedCap. A definição de qual método de revascularização utilizado para essas lesões foi baseada na avaliação de cardiologistas clínicos e hemodina-micistas, com base em: 1) condições hemodinâmicas do paciente; 2) características da(s) lesão(lesões); 3) tamanho do vaso; 4) presença de comorbidades e 5) preferência do médico assistente e/ou paciente. O desfecho primário foi mortalidade hospitalar de causa cardiovascular.

Resultados: Foram incluídos 149 pacientes com idade entre 44 e 95 anos, sendo, o Synthax score intermediário e alto (≥23) em 32% dos casos e o Eurescore alto em 17,2%. Destes 57% são do sexo masculino. Entre as comorbidades apresentadas 89,9% são hipertensos, 70,7% possuem dislipidemia e 31,3% diabéticos, dos quais 41,3% faziam uso de insulina. Dos procedimento 69 (46,3%%) foram de urgência e 80 (53,7%) eletivos. O Ultrasom intracoronário foi utilizado em 28,2% dos casos e o balão intra-aótico em 2,4% dos pacientes. 59,7% dos pacientes colocaram 1 stent, 33.6% colocaram 2, 4% colocaram 3 e 2% colocaram 4 stents, sendo 29,5% no Ostio/corpo, 53% do TCE para DA e 10,1% do TCE para CX. 85,7% usaram a tecnica provisional, 4,3% Crush, 1,4% Cullote e 1,4% DKDS. 27,8% dos procedimentos fo-ram finalizados com kissing ballon. A mortalidade cardiovascular foi 18% nos casos de urgência e 2,5% nos pacientes eletivos. Conclusão: A ICP em pacientes com doença de TCENP em pacientes seleciona-dos é confiável e alcança um alto nível de sucesso angiográfico e baixa mortalidade. No entanto pacientes não randomizados, selecionados do mundo real, quando submetidos a ICP de urgência, ainda apre-sentam uma mortalidade elevada, relacionada a gravidade da doença e morbidades do paciente. No nosso registro prospectivo de mundo real de um centro de referência apresenta resultado comparáveis aos estudos randomizado de grande porte.

PO-005101Índice tornozelo-braquial e extensão da doença arterial coronariana à cinecoronariografiaCosta FA1, Oliveira JAA1, Albuquerque E1, Fernandes J2, Mendonça M2, Rivera I2

1Hospital do Açúcar, Maceió-AL, Brasil, 2UFAL, Maceio-AL, Brasil

Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é um bom marcador de aterosclerose sistêmica, associada a aumento de morbi-mortalidade cardiovascular. Um dos conceitos mais importantes rela-cionados à doença arterial coronariana (DAC) diz respeito à extensão do acometimento aterosclerótico. Objetivos: Pesquisar a associação entre índice tornozelo-braquial (ITB) e a extensão da DAC, de acordo com o acometimento dos vasos epicárdicos principais e/ou seus ramos. Métodos: No período de 11/2011 a 07/2014 foram estudados 156 pacientes, submetidos a cinecoronariografia, com pelo menos um vaso com diâmetro de estenose ≥50%, e com indicação de revascularização miocárdica, percutânea ou cirúrgica, assintomáticos ou não para DAOP. O aparelho de hemodinâmica utilizado: Shimadzu, Heartspeed 10 C. Para o ITB: Microlife BP3AC1-1PC. Cálculo do ITB: relação da maior pressão arterial sistólica (PAS) da artéria tibial posterior com a maior PAS das artérias braquiais, bilateralmente, levando-se em conta sem-pre o de menor valor. ITB anormal: ≤0,9. Pacientes divididos em dois grupos: 1) ITB ≤0,9 (n=26); 2); ITB ≥0,91 (n=130). As lesões corona-rianas foram avaliadas visualmente. Utilizada análise de covariância e regressão logística multivariadas, ajustadas para idade e gênero. Valor de p significante:<0,05. Resultados: A média de idade da população foi de 60,0±9,9 anos, sendo 105 homens (67,3%) e 51 mulheres (32,7%). O ITB médio foi de 1,04±0,18. Havia 82 pacientes com idade ≥60 anos (52,5%), 113 hipertensos (72,4%), 54 diabéticos tipos 2 (34,6%), 54 dislipidêmicos (34,6%), 83 com histórico de tabagismo (53,2%), 106 com história familiar de DAC (67,9%) e 33 com índice de massa corpo-ral ≥30 (21,1%). A tabela abaixo mostra a relação entre ITB, separado em dois grupos, e a extensão da DAC.

Extensão da DAC Grupo 1 (n=26) Grupo 2 (n=130) pUniarterial 19,2 35,0 0,03Biarterial 15,4 31,7 0,59Triarterial 65,4 33,3 0,08

Conclusão: Houve significância estatística, quanto à extensão da DAC, apenas entre ITB e pacientes com doença uniarterial, com ten-dência à significância entre os triarteriais.

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PO-005102Índice tornozelo-braquial e fatores de risco para doença arterial coronariana numa população de pacientes coronariopatasCosta FA1, Oliveira JAA1, Albuquerque E1, Fernandes J2, Mendonça M2, Rivera I2

1Hospital do Açúcar, Maceió-AL, Brasil, 2UFAL, Maceió-AL, Brasil

Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é um bom marcador de aterosclerose sistêmica, doença associada a aumento de morbimortalidade cardiovascular. Os principais fatores (FR) de risco são: idade ≥60 anos, diabetes mellitus tipo 2 (DM), hipertensão arte-rial (HA), tabagismo (TAB), dislipidemia (DLP) e história familiar (HF) de doença arterial coronariana (DAC). O ITB é um método de baixo custo de altas sensibilidade e especificidade para diagnosticar DAOP, quando comparada à angiografia, considerada o padrão-ouro. Obje-tivos: Pesquisar a associação entre ITB e os principais FR para DAC, numa população comprovadamente portadora dessa doença. Méto-dos: De 11/2011 a 07/2014 foram estudados 156 pacientes, subme-tidos a cinecoronariografia, com pelo menos um vaso com diâmetro de estenose ≥50%, e com indicação de revascularização miocárdica, percutânea ou cirúrgica, assintomáticos ou não para DAOP. Aparelho de hemodinâmica utilizado: Shimadzu, Heartspeed 10 C. Para o ITB: Microlife BP3AC1-1PC. ITB calculado pela relação da maior pressão arterial sistólica (PAS) da artéria tibial posterior, com a maior PAS das artérias braquiais, bilateralmente (considerou-se sempre o ITB me-nor). ITB anormal: ≤0,9. Pacientes divididos em dois grupos: 1) ITB ≤0,9 (n=26); 2) ITB ≥0,91 (n=130). Utilizada análise de covariância/regressão logística multivariadas (ajuste para idade e gênero). Valor de p significante quando<0,05. Resultados: A média de idade da popu-lação foi de 60,0±9,9 anos, sendo 105 homens (67,3%) e 51 mulheres (32,7%). O ITB médio foi de 1,04±0,18. A tabela abaixo mostra a corre-lação entre ITB (dois grupos) e os principais FR para DAC.

FR ITB grupo 1 (n=26) ITB grupo 2 (n=130) pIdade ≥60 anos (n=82) 0,99±0,18 1,10±0,17 <0,001DM (n=54) 0,99±0,18 1,10±0,18 0,04HAS (n=113) 1,00±0,18 1,10±0,19 0,07TAB (n=83) 1,02±0,20 1,06±0,16 0,21DLP (n=54) 1,03±0,19 1,04±0,18 0,69HF DAC (n=106) 1,03±0,19 1,04±0,18 0,95

Conclusão: Apenas DM e principalmente idade ≥60 anos mostra-ram correlação estatisticamente significante com o ITB na popula-ção estudada.

PO-005103Índice tornozelo-braquial e geometria ventricular esquerda em pacientes com doença arterial coronarianaCosta FA1, Oliveira JAA1, Albuquerque E1, Fernandes J2, Mendonça M2, Rivera I2

1Hospital do Açúcar, Maceió-AL, Brasil, 2UFAL, Maceió-AL, Brasil

Introdução: O índice tornozelo-braquial (ITB) é marcador de doen-ça arterial obstrutiva periférica (DAOP), que possui relação com doença arterial coronariana (DAC). Alguns estudos associam o ITB com hipertrofia ventricular esquerda (HVE). Objetivos: Pesquisar a associação entre o ITB e três padrões conhecidos de geometria ven-tricular esquerda: normal, HVE concêntrica (HVEC) e HVE excên-trica (HVEE) numa população de pacientes com DAC. Métodos: De 11/2011 a 07/2014 foram estudados 156 pacientes, submetidos a ci-necoronariografia, com pelo menos um vaso com diâmetro de esteno-se ≥50%, e com indicação de revascularização miocárdica, percutânea ou cirúrgica, assintomáticos ou não para DAOP. Aparelho de hemodi-nâmica utilizado: Shimadzu, Heartspeed 10 C. Para o ITB: Microlife

BP3AC1-1PC. ITB calculado pela relação da maior pressão arterial sis-tólica (PAS) da artéria tibial posterior, com a maior PAS das artérias braquiais, (considerando sempre o ITB menor). ITB anormal quan-do ≤0,9. Pacientes divididos em dois grupos: 1) ITB ≤0,9 (n=26); 2) ITB ≥0,91 (n=130). O índice de massa ventricular esquerdo (IMVE). A classificação de HVEC E HVEE, foi realizada levando-se em con-ta e espessura relativa da parede (ERP) do VE: concêntrico quando ≥0,42; excêntrico:<0,42. Utilizada análise de covariância/regressão logística multivariadas (ajuste para idade/gênero). Valor de p sig-nificante quando<0,05. Resultados: A média de idade da popula-ção foi de 60,0±9,9 anos, sendo 105 homens (67,3%) e 51 mulheres (32,7%). O ITB médio foi de 1,04±0,18. Era a seguinte a distribuição dos pacientes por geometria do VE: normal – 79 pacientes (50,6%); HVEC – 33 (21,2%) e HVEE – 44 (28,2%). A tabela abaixo mostra a correlação entre ITB (em dois grupos), e os três padrões geométricos do VE estudados.

Padrão geométrico (g/m2) ITB grupo 1 (n=26)%

ITB grupo 2 (n=130)% p

Geometria normalIMVEM=90,7±15,2

38,5 54,5 0,39

HVECIMVEM=136,2±22,8

26,9 27,6 0,59

HVEEIMVEM=137,9±24,9

34,6 17,9 0,17

Conclusão: Não houve associação entre ITB e os três padrões geomé-tricos do VE avaliados, na amostra estudada.

PO-005104Correlação linear de pearson entre índice tornozelo-braquial e índice de massa corpórea em pacientes com doença arterial coronarianaCosta FA1, Oliveira JAA1, Albuquerque E1, Ferro C2, Fernandes J2, Mendonça M2, Rivera I2

1Hospital do Açúcar, Maceió-AL, Brasil, 2UFAL, Maceio-AL, Brasil

Introdução: O índice tornozelo-braquial (ITB) é um marcador de doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) que, por sua vez, é um bom marcador de aterosclerose sistêmica associada a aumento de morbimortalidade cardiovascular. Além dos fatores de risco (FR) clás-sicos, obesidade e sedentarismo são considerados também FR para as doenças cardiovasculares, especialmente para a doença arterial coro-nariana (DAC). Apesar de suas limitações o índice de massa corpórea (IMC), ainda é a principal e mais fácil ferramenta para a classificação do peso: ideal, sobrepeso e obesidades graus 1, 2 e 3. Objetivos: Ava-liar a correlação entre o ITB e o IMC em pacientes com DAC. Méto-dos: De 11/2011 a 07/2014 foram estudados 156 pacientes, submeti-dos a cinecoronariografia, com pelo menos um vaso com diâmetro de estenose ≥50%, e com indicação de revascularização miocárdica, per-cutânea ou cirúrgica, assintomáticos ou não para DAOP. O aparelho de hemodinâmica utilizado: Shimadzu, Heartspeed 10 C. Para o ITB: Microlife BP3AC1-1PC. ITB calculado pela relação da maior pressão arterial sistólica (PAS) da artéria tibial posterior com a maior PAS das artérias braquiais, bilateralmente (considerando-se sempre o ITB me-nor). ITB anormal: ≤0,9. Pacientes divididos em dois grupos: 1) ITB ≤0,9 (n=26); 2) ITB ≥0,91 (n=130). IMC obtido dividindo o peso (kg) pelo quadrado da altura (m). Utilizada a correlação linear de Pearson, aplicada para variáveis contínuas. Valor de p considerado significan-te quando<0,05. Resultados: A média de idade da população foi de 60,0±9,9 anos, sendo 105 homens (67,3%) e 51 mulheres (32,7%). O ITB médio foi de 1,04±0,18. Havia 82 pacientes com idade ≥60 anos (52,5%), 113 hipertensos (72,4%), 54 diabéticos tipos 2 (34,6%), 54 dislipidêmicos (34,6%), 83 com histórico de tabagismo (53,2%), 106 com história familiar de DAC (67,9%) e 33 com IMC ≥30 (21,1%). O r de Pearson entre ITB e IMC foi de -0,07 e p=0,37. Conclusão: A correlação linear de Pearson entre ITB e IMC mostrou-se fraca e esta-tisticamente não significante, nesta amostra estudada.

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PO-005501Experiência do serviço de hemodinâmica em telemedicina em pacientes atendidos com infarto agudo do miocárdioravanelli MR1, Dusilek COL1, Lemke VMG1, Silveira SC1, Moura ÁV1, Silva DTRG1

1Hospital do Rocio - Campo Largo/Paraná

Introdução: As doenças cardiovasculares e a síndrome coronaria-na aguda no Brasil são responsáveis pela maioria dos óbitos. A ele-vada mortalidade é atribuída às dificuldades no acesso do paciente ao tratamento em terapia intensiva, aos métodos de reperfusão e às medidas clínicas estabelecidas para o IAM. A telemedicina foi criada no sentido de auxiliar o diagnóstico e agilizar o encaminhamento do paciente até centros terciários onde o mesmo poderá receber trata-mento adequado. Métodos: Este estudo se baseia na análise de dois anos de um serviço de hemodinâmica e suas unidades de telemedici-na. Eletrocardiogramas realizados e encaminhados como suspeita de infarto agudo do miocárdio e analise dos resultados dos procedimen-tos realizados (cateterismos cardíacos e ou angioplastias). Resulta-dos: O estudo se inicia 26 janeiro de 2015 e términa 28 de dezem-bro de 2017. Neste período foram realizados 55311 exames em onze unidades diferentes. Deste total de eletrocardiogramas, 620 (1,13%) pacientes tiveram diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) e foram encaminhados para a unidade de hemodinâmica de referência. Dos casos diagnosticados como IAM os resultados foram os seguin-tes: Insucesso na angioplastia 6 (0,9%), encaminhados para cirurgia cardíaca 59 (9,5%), cinecoronariografia sem necessidade de angio-plastia 70 (11,2%), óbitos no local do ECG 5 (0,8%), no transporte 1 (0,16%), óbito hospitalar 4 (0,6%), encaminhados para outros ser-viços (solicitação do paciente) 62 (10%), pacientes que necessitaram angioplastia primária foram um total de 243 (40%) e pacientes que foram encaminhados como IAM porém não confirmados devido a enzimas normais 166 (26%). Dos pacientes efetivamente com IAM e tratados com angioplastia primária a média de idade foi de 54 anos, a maioria foi de homens 65%, a artéria mais comprometida em 42% dos casos foi a descendente anterior. Conclusão: Concluimos então que a telemedicina é uma ferramenta eficaz no sentido de agilizar o encaminhamento e o tratamento do paciente em unidades remotas a um centro terciário. Somente o eletrocardiograma sem uma avaliação correta do encaminhador pode comprometer o diagnóstico.

PO-005502Como o serviço de telemedicina pode ajudar os pacientes atendidos com infarto agudo do miocárdioRavanelli MR1, Dusilek COL1, Lemke VMG1, Silveira SC1, Moura ÁV1, Silva DTRG1

1Hospital do Rocio - Campo Largo/Paraná

Introdução: A elevada mortalidade por Infarto agudo do miocardio é atribuída às dificuldades no acesso do paciente aos métodos de re-perfusão e às medidas clínicas estabelecidas para o IAM. O diagnós-tico e encaminhamento precoce são os fatores primordiais para que possamos alterar este cenário atual. Métodos: Este estudo se baseia na análise de 620 casos de pacientes que foram diagnosticados com Infarto Agudo do Miocárdio através de um sistema de telemedicina. O estudo analisa o tempo porta balão, retardo de transporte, mor-talidade global, numero de pacientes que realizaram angioplastia, tempo médio de alta. Resultados: Foram analisados 620 casos de pacientes diagnosticados como IAM pelo sistema de telemedicina do nosso serviço. Destes 243 (40%) pacientes foram submetidos a angio-plastia primária. 59 (9,5%) pacientes foram encaminhados à cirurgia cardíaca. O tempo porta hospital – balão foi de 30’59’’. O nosso ser-viço possui aparelhos em várias cidades circunvizinhas sendo a mais próxima 10 quilometros e a mais distante 200 quilometros, assim o retardo do transporte ou tempo porta – porta máximo foi de 2h57m e o porta – porta mínimo de 20 minutos. A mortalidade global foi de

4,1%. Todos os pacientes que foram submetidos a angioplastia rece-beram alta precoce no terceiro dia. A fração de ejeção média na alta foi 54%. Conclusão: Concluimos que medidas governamentais são necessárias no sentido de abreviar o tempo de transporte uma vez que o diagnóstico precoce a realização do ECG com laudo e possibili-dade de encaminhamento para um hospital de referência não foram suficientes para reduzir o retardo do transporte.

PO-005701Prevenção de nefropatia induzida por contraste após intervenções coronárias percutâneas com uso de contraste isosmolarJoaquim R1, Costa JR1, Penalva RA1, Silva GBG1, Moreno RAM1, Chamié D1, Tanajura LF1, Abizaid AAC1, Souza AGMR1, Feres F1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Introdução: A despeito dos benefícios da angiografia coronária, para fins diagnósticos e/ou terapêuticos, esse método requer a injeção de contraste iodado, o que em alguns pacientes pode induzir a nefropatia induzida por contraste (NIC). Metodologia: Foram avaliadas de ma-neira consecutiva todas as intervenções coronárias percutâneas (ICP) realizadas em hospital público terciário, entre janeiro e dezembro de 2016, buscando os pacientes de maior risco para NIC. Incluímos aque-les que utilizaram como contraste, o ioxaglato (baixa osmolaridade) ou iodixinol (isosmolar) e excluímos pacientes que utilizaram outros tipos de contraste ou já realizava hemodiálise. Objetivou-se determi-nar a taxa de NIC, definida como a elevação da creatinina acima de 25% ou aumento de 0,5mg/dL em relação ao valor basal. Secunda-riamente, avaliou-se também a mortalidade e necessidade de diálise nos primeiros 30 dias após a ICP. Resultados: De um total de 1219 angioplastias, 382 pacientes fora incluídos em nossa análise. Todos os pacientes receberam hidratação padrão (0,5 a 1ml/kg/h de soro fisio-lógico 0,9%) pré e pós-procedimento. Contraste de baixa osmolarida-de foi usado em 280 (73,2%) casos. Oito pacientes foram excluídos da análise, 5 por já realizarem hemodiálise e 3 por não apresentarem da-dos de creatinina após procedimento. A média de idade da população foi de 62±10 anos, sendo 68,0% do sexo masculino, 38,2% diabéticos e 24,8% com disfunção renal prévia (Clearence de Creatinina<60mL/min). Síndrome coronariana aguda foi a apresentação clínica inicial em 44,7% desta amostra. A média de creatinina pré-procedimento foi de 0,98 mg/dL e pós-procedimento de 1,02mg/dL. O tempo médio de coleta de creatinina pós procedimento foi de 29.07 (±16,42) horas, não diferindo entre os grupos. Um total de 28 (7,49%) pacientes de-senvolveram NIC. Houve uma redução na incidência de NIC naqueles pacientes que utilizaram iodixinol (isosmolar) como contraste (4,28% vs. 3,21%; p=0,047; análise multivariada p=0.032). No seguimento de 30 dias, um paciente em cada grupo necessitou de hemodiálise e ocorreram 5 mortes totais, 4 no grupo ioxaglato e uma no grupo iodixanol. Conclusão: Nesta amostra consecutiva de pacientes com alto risco, as taxas de NIC foram relativamente baixas e associadas a pouca ocorrência de eventos clínicos adversos relevantes. A despeito disso, o contraste Iodixinol (isosmolar) reduziu de maneira significa-tiva a ocorrência de NIC em pacientes de alto risco quando comparado com o ioxaglato (baixa osmolaridade).

PO-005802Evolução clínica de pacientes com lesões de tronco de coronária esquerda não-protegido submetidos a angioplastia coronária com implante de stents farmacológicos - seguimento de 5 anosFerrari VS1, Kirchner LA1, Costantini CO1, Costantini CRF1, Tarbine SG1, Santos MF1, Zanuttini DA1, Macedo RM1, Gondo AH1, Dallanora AF1

1Hospital Cardiológico Costantini

Introdução: O tratamento da lesão em Tronco de coronária esquer-da (TCE) ainda persiste como desafio. O seguimento tardio de pa-

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cientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) ainda traz resultados conflitantes. Ademais, poucos estudos exigem a oti-mização do implante do stent com ultrassom intracoronário (USIC). Neste cenário, surge a proposta deste estudo em analisar os dados de ICP otimizada em TCE em um centro de referencia cardiológica. Métodos: Foram selecionados pacientes submetidos a ICP em TCE com seguimento mínimo de 5 anos. Durante esse período foram ava-liados as taxas de Eventos Cardíacos Adversos Maiores (ECAM): In-farto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVC), morte por qualquer causa e necessidade de nova revascularização. Após, os dados foram compilados e analisados por método estatístico a fim de evidenciar possíveis preditores de eventos. Resultados: A taxa de ECAM após seguimento de 5 anos foi de 17,12%. Na avaliação isolada: morte por qualquer causa: 5,47%; IAM: 3,42%; AVC: 0,68%; Taxa de revascularização do vaso alvo (TVR): 12,32%; Taxa de revas-cularização da lesão alvo (TLR): 9,58% e cirurgia de revascularização miocárdica (CRM): 2,73%. Lesões localizadas em bifurcação que en-volveram a artéria circunflexa (CX) tiveram maiores taxas de eventos. Angina estável foi a apresentação clínica que se correlacionou com menores taxas de ECAM. A avaliação da geração do stent utilizado não demonstrou diferença estatística, porem os stents de 1ª geração tiveram maiores índices de TVR e TLR. Conclusão: A ICP otimizada em TCE não protegido neste estudo se mostrou segura e eficaz na evolução tardia uma vez que apresentou taxas de ECAM inferiores aos demonstrados na literatura. Os dados levantados reforçam a im-portância da utilização do USIC para realização deste procedimento.

PO-005803Oclusão percutânea de fístula coronária pulmonar originada do tronco de coronária esquerdaKirchner LA1, Costantini CRF1, Souza Filho JB2, Costantini CO1, Santos MF1, Zanuttini DA1, Folador JC1, Luize MM1, Macedo RM1

1Hospital Cardiológico Costantini, 2PROCAPE - Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco - UPE

Introdução: A fístula de artéria coronária pode ter origem congênita ou consequente a processos traumáticos e inflamatórios. Na sua gran-de maioria é proveniente da coronária direita, seguida pela coronária esquerda, e raramente por ambas. Seu local de drenagem mais fre-quente (90%) são as câmaras direitas, seguindo em ordem decrescen-te: Ventrículo direito, artéria pulmonar, átrio direito e seio coronário. Sua clínica é variável, e está diretamente relacionada a magnitude do fluxo, podendo ser assintomática ou apresentar-se como isquemia miocárdica ou insuficiência cardíaca congestiva. Ao exame físico no-ta-se um sopro contínuo que resulta do gradiente de pressão entre os sistemas arterial e venoso, com shunt persistente durante todo o ciclo cardíaco. Seu diagnóstico pode ser realizado por meio de ecocardio-grama bidimensional, no entanto a cinecoronariografia é mais obje-tiva e orienta a conduta clínica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico, deve ser sempre considerado dependendo da localização e do débito da fístula. As complicações mais frequentes são: insuficiência cardíaca (24,8%), dor torácica (18,4%), endocardite infecciosa (3,5%), infarto agudo do miocárdio. Caso Clínico: Homem, 56 anos, tabagista (20 anos/maço), dislipidêmico, sem história de coronariopatia prévia. Realizou ecocardiograma sob estresse farmacológico que mostrou-se sugestivo a isquemia por apresentar dor torácica no pico de estresse sem alteração de contratilidade miocárdica. Encaminhado para ci-neangiocoronariografia, sendo evidenciada fístula coronária pulmo-nar com origem a partir do tronco de coronária esquerda (TCE) sem lesões coronárias ateroscleróticas. Realizada cateterização seletiva da fistula através do TCE e liberado uma substância embólica líquida não adesiva composta por copolímero EVOH (álcool etileno e vinil) que é dissolvido em DMSO (sulfóxido de dimetil) o qual emboliza após contato com o sangue. Após o procedimento, paciente manteve dados vitais estáveis, sem sinais de embolização distal sendo encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva. Após 4 dias de internamento, recebeu

alta hospitalar. Em consulta de rotina, 2 semanas após o procedimen-to, manteve-se assintomático.

Conclusão: Ainda não existem dados a longo prazo de pacientes sub-metidos a este tipo de tratamento e não sabemos qual a possibilida-de de recorrência da fístula neste caso, no entanto o encerramento percutâneo de fístula coronária mostrou ser um procedimento seguro como método terapêutico minimamente invasivo.

PO-005804Oclusão percutânea de fístula intracardíaca originada de complicação cirúrgicaKirchner LA1, Costantini CRF1, Costantini CO1, Santos MF1, Tarbine SG1, Zanuttini DA1, Folador JC1, Luize MM1, Macedo RM1, Arrieta SR2

1Hospital Cardiológico Costantini, 2Instituto do Coração Faculdade de Medicina - USP (InCor)

Introdução: A fístula intracardíaca que comunica cavidades cardía-cas, artéria pulmonar ou seio coronário é considerada muito rara, de origem congênita ou, na maioria das vezes, secundária a processos traumáticos ou inflamatórios. Sua clínica é variável, desde assinto-mática até apresentar-se como isquemia miocárdica ou insuficiência cardíaca congestiva. Seu diagnóstico é feito pela cinecoronariografia o qual orienta a conduta clínica ou cirúrgica. A intervenção cirúrgica deve ser sempre considerada dependendo da localização e do débito da fístula. As complicações mais frequentes são: insuficiência cardíaca (24,8%) e angina (18,4). Caso Clínico: Homem, 59 anos, dislipidêmi-co, sem coronariopatia, história de troca valva mitral (03/2017) por prótese biológica nº 29 Carpentier devido a insuficiência valvar. Ne-cessidade de reintervenção após uma semana devido a leak perivalvar com ressutura da porção posterior da prótese. No entanto, ainda que dispneico, manteve investigação, inicialmente, com ecocardiograma transesofágico demonstrando valva mitral com má coaptação dos folhetos, refluxo moderado, sem refluxo paravalvar. Átrio esquerdo aumentado (63mm-67,7ml/m²) e na imagem 3D da ecocardiografia foi evidenciado fístula intracardíaca. Indicado ressonância cardíaca que confirmou presença da Fístula entre a parede posterior do átrio esquerdo junto à prótese e o seio venoso coronariano, com dimensões de 12x9mm e com enchimento retrógrado e dilatação do seio venoso, assim como presença de jato de contraste para o interior do átrio di-reito pela desembocadura do seio venoso (com repercussão hemodi-nâmica). Indicado tratamento corretivo percutâneo, realizado punção do septo interatrial e implantado Oclusor PDA Occlutech 14/18. Pro-cedimento realizado com paciente sob anestesia geral e visualização contínua por ecocardiograma transesofágico. Paciente permaneceu internado no hospital por 3 dias após fechamento de fístula e rece-beu alta com Aspirina, Clopidogrel, enalapril e metoprolol. Segue em acompanhamento ambulatorial. Conclusão: O correto diagnóstico da presença de fístula cardíaca, bem como a definição terapêutica é

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essencial para melhora clínica do paciente. A oclusão percutânea pa-rece ser o tratamento seguro, embora seguimento a longo prazo seja necessário para verificar-se o real índice de recorrência.

PO-006201Intervenção percutânea coronária ad hoc guiada pela angiotomografia. Lição de um registro contínuoPimentel Filho WA1, Garcia JA1, Soares Neto M1

1Hospital Beneficência Portuguesa de SP

Introdução: A angiotomografia coronária de múltiplos detectores (TCMD) vem ganhando confiança como procedimento diagnóstico não invasivo da doença arterial coronária (DAC). O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho diagnóstico da TCMD e sua in-fluência na modificação das estratégias de revascularização percutâ-nea. Método: O estudo incluiu dois grupos de pacientes: um grupo principal (GP), composto por 380 pacientes triados com suspeita clínica de DAC grave pela TCMD e indicação de cinecoronariografia (CINE), e um grupo controle (GC), para comparação, composto por 380 pacientes selecionados no mesmo período e com indicação de CINE por critérios clínicos ou por positividade de provas funcionais. Foi avaliado o desempenho da TCMD para o diagnóstico de lesões ≥50% em segmentos coronários, artérias coronárias e pacientes e as estratégias de revascularização adotadas. Resultados: A sensibili-dade, a especificidade e os valores preditivos positivo e negativo da TCMD foram de 88,0%, 86,0%, 84,0% e 100% para os segmentos coronários, de 93,0%, 96,4%, 87,6% e 100% para as artérias coro-nárias, e de 100%, 88,0%, 96,0% e 100% para os pacientes, respec-tivamente. No GP, a intervenção coronária percutânea (ICP) foi rea-lizada em 90,0% dos pacientes, enquanto no GC a ICP foi realizada em apenas 43,2% (P=0,001). Conclusão: A TCMD demonstrou alto desempenho na detecção não invasiva de DAC e proporcionou a realização de ICP ad hoc em 90% dos pacientes. Essa estratégia, no entanto, deverá aguardar estudos randomizados que confirmem esses resultados.

PO-006601Angioplastia primária da artéria descendente anterior em pacientes com padrão eletrocardiográfico “de winter” - oclusão coronariana aguda sem supradesnivelamento de STMelo PHMC1, Nicz PFG1, Silva RC1, Brito Júnior FS1

1Hospital São Camilo - São Paulo -SP

Introdução: No atendimento do IAMCST, o diagnóstico precoce é crucial na redução do tempo de isquemia miocárdica. O padrão “de Winter” foi descrito como padrão eletrocardiográfico de oclusão da artéria descendente anterior (ADA), no qual não encontramos o su-pradesnivelamento do segmento ST. Métodos: Descrevemos três ca-sos consecutivos de pacientes admitidos em nosso serviço com qua-dro clínico de dor torácica e padrão eletrocardiográfico característico “de Winter”. Resultados: Entre junho de 2017 e janeiro de 2018, três pacientes do sexo masculino com média de idade de 49 anos, com pa-drão eletrocardiográfico “de Winter” foram admitidos em nosso servi-ço e encaminhados para cateterismo cardíaco e ICP primária de ADA. Todos os procedimentos foram realizados pela via radial e obtiveram sucesso angiográfico. Não houve eventos cardiovasculares adversos maiores no período intra-hospitalar. Conclusão: Nos pacientes com o padrão “de Winter” o cateterismo cardíaco confirmou a oclusão da artéria descendente anterior e permitiu o tratamento com sucesso através da angioplastia primária. O reconhecimento desse padrão eletrocardiográfico é de grande importância para o cardiologista intervencionista e demais médicos envolvidos no atendimento de casos de dor torácica.

PO-006602Transição do acesso femoral para o acesso radial na angioplastia primária no tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMST)Melo PHC1, Nicz PFG1, Silva RC1, Bezerra CG1, Brito Júnior FS1

1Hospital São Camilo, São Paulo-SP

Introdução: A angioplastia primária é o tratamento de escolha no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMST). Nesse cenário, existem evidências de redução da mor-talidade e de eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM) com a utilização da via transradial. A transição sistemática da via transfemoral para a via transradial envolve uma curva de aprendi-zado dos operadores que pode vir a impactar a eficiência do trata-mento emergencial da artéria culpada no IAMST. Métodos: Foram identificados procedimentos consecutivos de angioplastia primária realizados em único centro no período de 16 meses entre setem-bro de 2016 e dezembro de 2017. Em virtude da implementação de estímulos para a transição do uso da via transfemoral para a via transradial a partir de maio de 2017, os procedimentos foram agru-pados em dois períodos temporais: set/2016-abr/2017 (período A) e maio/2017-dez/2017 (período B). Os parâmetros analisados em relação aos dois períodos temporais foram: a mediana do tempo porta-balão e a mediana do tempo porta do laboratório de hemo-dinâmica-balão. Resultados: Foram analisados 45 procedimentos no período de 16 meses. No período temporal “A” 83% dos procedi-mentos foram realizados pela via transfemoral e 17% pela via trans-radial. No período “B” observou-se utilização da via transradial em 65% dos procedimentos e da via transfemoral femoral em 35%. A análise das medianas do tempo porta-balão e do tempo porta do laboratório de hemodinâmica-balão não revelou diferença estatis-ticamente significante entre os períodos “A” e “B” (77 min e 26 min versus e 79 e 32 min, respectivamente). Conclusão: Os resultados demonstram a viabilidade da transição da rotina de um serviço para a via transradial no tratamento do IAMST com angioplastia primária.

PO-007401Cateterismo cardíaco direito por via antecubital com punção guiada por ecografia em pacientes anticoagulados: dados preliminaresMarques FPL1, Araújo GN1, Wainstein RV1, Wainstein MV1, Valle FH1

1Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introdução: O cateterismo cardíaco direito é um procedimento de baixo risco e a sua realização por uma veia mais superficial e de me-nor calibre, como as veias antecubitais, proporcionam uma hemos-tasia mais fácil sugerindo uma menor ocorrência de complicações, principalmente quando a punção é guiada por ecografia. Porém, ainda é rotina na maioria dos centros que, nos pacientes anticoa-gulados, seja interrompido o anticoagulante nas vésperas do pro-cedimento, assumindo-se um maior risco de eventos tromboembó-licos, desconforto para o paciente e, paradoxalmente, maior risco de sangramento. Objetivo: Avaliar a taxa de sucesso e a incidência de complicações vasculares em pacientes submetidos a cateterismo cardíaco direito pelo sítio de acesso antecubital, obtido através de punção guiada por ecografia em indivíduos em uso de anticoagu-lação oral (ACO) em comparação ao grupo controle constituído de indivíduos não anticoagulados que realizam o procedimento pela mesma via de acesso. Métodos: Estudo de coorte prospectivo que está sendo realizado na Unidade de Diagnóstico e Terapêutica Car-diovascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Reportamos nossa experiência com os primeiros 23 pacientes consecutivos que foram submetidos ao procedimento pela via antecubital com ou sem

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acesso transradial associado, com punção guiada por ecografia e sem a suspenção da ACO. Estes foram comparados à 34 pacientes não anticoagulados que realizaram o procedimento pelas mesma vias. Resultados: Foram incluídos até o momento 57 pacientes, sendo 45% homens e com idade média de 55 anos. Vinham em uso de anti-coagulação oral 24 (43%) pacientes, dos quais 20 (83%) usavam var-farina. Destes, metade tinham INR terapêutico. Pacientes em uso de ACO tinham mais frequentemente insuficiência cardíaca (42% vs 9%, p=0,008) e doença renal crônica (29% vs 3%, p=0,008) que os que não usavam. Tempo de procedimento, tempo de hemostasia (venosa e arterial) e dose de radiação foram semelhantes entre os pacientes com INR acima e abaixo de 2 (5,2 vs 5,4 minutos, p=0,69). A taxa de sucesso do procedimento foi de 100% e 96% nos pacientes com e sem uso de ACO (p=0,32), e não houve complicações ime-diatas ou tardias no grupo de pacientes que usavam ACO. Conclu-são: Nossa experiência inicial sugere que o cateterismo cardíaco direito realizado pela via antecubital, com ou sem acesso transra-dial associado, em indivíduos anticoagulados quando comparado à não anticoagulados, apresenta taxas de sucesso e complicações semelhantes.

PO-007801Impact of intravascular imaging methods for optimal scaffold implantation reducing thrombosis after absorb bvs in a real world setting: identification of factors possibly related to stent failureCostantini C1, Costantini C1, Tarbine SG1, Freitas M1, Zanuttini D1, Denk M1

1Hospital Cardiologico Costantini

Background: Recently, bioresorbable vascular scaffolds (BVS) were related to an unexpected high incidence of thrombosis. The aim of this study was to analyze in a single center experience, the impact of intravascular imaging (intravascular ultrasound-IVUS; optical coherence tomography-OCT) identifying and treating mechanical factors related to stent failure that would act as possible predic-tors of thrombosis and MACE. Methods: between 11/2014 and 10/2016, consecutive unselected patients (pts.) were treated with one or more Absorb BVS. Predilatation before stent deployment and post dilatation, IVUS and OCT were used in 99% of cases. Iden-tified mechanical factors possibly related with stent failure were: stent malapposition, wall hematoma, stent underexpansion, border dissection, device fracture, thrombus and/or plaque protrusion. Customized measures were taken for each case. All pts. are under clinical follow up. Results: 100 pts (88% male, mean age 58,1 yo) were included in this analysis. Baseline characteristics show real world population (31% diabetics, 52% multivessel ds). A total of 141 lesions were treated (LAD 74%), being B/C class in 60%. Me-dian SYNTAX score was 14,2±8.8. 190 Absorb BVS were implanted (1,9 stent/pt.). Further intervention following intravascular ima-ging with balloon optimization and/or new stent implantation was necessary in 16% of cases because of previously described mechani-cal factors, not seen by angiography. After optimal result was obtai-ned, oral anticoagulation in addition to double antiplatelet therapy was indicated during the first 45 days in those pts having thrombus and/or plaque protrusion in OCT analysis. With 100% procedure success, 80% completed 1 yr follow up. MACE shows definite/pro-bable scaffold thrombosis in 0%, with 4% TLR and 3% TVR. Con-clusion: The follow up analysis of this cohort of patients is showing no thrombosis so far, in a real world all comers setting. Detection of implantation defects by intravascular imaging and not seen by angiography, followed by customized treatment with balloon/stent, seems to be responsible for the low adverse event rate, caused in these pts., by focal restenosis.

PO-008301Lesões coronarianas com calcificação importante: o uso da aterectomia rotacional transluminal percutânea baseadas nos estudos carat e stratas. Técnica segura com possibilidade de alcançar o tratamentoCosta AHP1, Hertz M4, Silva AAB3, Mockel AO4, Rodrigues GSR1, Lavalle LA3, Darwich RZ2

1Hospital Santa Cruz, 2Hospital Vitória, 3Hospital São Vicente, 4Hospital Cruz Vermelha Curitiba

Introdução: O envelhecimento gradual da população trouxe desafios ao tratamento à cardiologia invasiva por se deparar com intervenções cada vez mais complexas. Lesões com importantes calcificações difi-cultam, tecnicamente, a abordagem com a angioplastia e o implante de STENT. Contudo, o uso do mecanismo da aterectomia rotacional transluminal percutâneo (PTRA), torna-se uma técnica importante. Baseados em estudos pregressos (STRATAS, CARAT) o objetivo deste é trazer evidências de segurança e eficiência, sobre a evolução imediata e tardia dos pacientes à respeito de eventos cardiovasculares adver-sos maiores e menores. Métodos: Estudo retrospectivo e unicêntrico, envolvendo vários serviços de hemodinâmica em instituições de saú-de em Curitiba com mesma equipe médica. Todos os pacientes seram submetidos a técnica de aterectomia rotacional transluminal percutâ-nea. Quanto aos critérios de inclusão: pacientes com lesões complexas (tipo C) com ampla calcificação, com o escore Synthax intermediário e elevado, com tentativa ou não de tratamento percutâneo coronário prévio. Os critérios de exclusão: pacientes com risco de vida menor ou igual a um ano ou por enfermidade neurológica ou oncológica graves, com disfunção vascular periférica importante (sem possibilidade de acesso femoral). O período envolve desde fevereiro de 2014 e ainda em andamento. Os eventos maiores analizados seram óbito, infarto agu-do do miocárdio com onda Q ou nova revascularização do vaso‐alvo, sangramento importante com necessidade de transfusão, acidentes vasculares encefálicos. Como eventos menores as complicações como dissecções e perfurações coronarianas e sangramentos sem necessida-de de transfusão (hematomas<ou=5cm). Resultados: Foram subme-tidos à aterectomia 15 pacientes com idade média de 75±26,9 anos. Quanto à epidemiologia e aos fatores de risco: 100% da raça branca, 100% da rede privada de atendimento, 100% com grau de instrução acima de secundário completo, 80% eram homens, 87% eram HAS, 54% eram DM (7% DM insulino-dependente), 81% eram dislipidêmi-cos, 7% tabagistas, 33% ex-tabagistas, 13% obesos, 13% sobrepeso. Observado 01 paciente transplatado pâncreas-rim. Houveram 02 pa-cientes que realização duas intervenções. É importante salientar que 20% dos pacientes já realização tentativa prévia de tratamento per-cutâneo. A média de stents farmacológicos 1,67±0,88 unidades por paciente. A taxa média da relação oliva/vaso foi de 0,52±0,08; a média da velocidade de rotação é de 175.625rpm±11.087 e a taxa de utiliza-ção de cateter-balão não complacente foi de 100% pós procedimento PTRA. O Sucesso angiográfico foi obtido em todos os procedimentos (100% com TIMI III e 80% com Blush III). Taxa de internação foi de média 2±7,32 dias. Observado a presença de 01 paciente com hema-toma sem complicações maiores. O tempo de acompanhamento pre-gresso apresenta a mediana de 13,1±4,32 meses. Eventos imediatos maiores não foram encontrados e tardios, 03 óbitos de causa não car-díacas. Atentamos a 03 pacientes com reinternações, sendo que uma delas para controle de pressão arterial sistêmica e outras de causas não-cardíacas. Discussões: Neste estudo encontramos uma elevada taxa de sucesso somada à experiência da equipe médica e da técnica do PTRA com a utilização do cateter-balão não complacente. Com o se-guimento, não evidenciamos eventos maiores e menores; no entanto, os óbitos citados são relacionados a causa não cardíacas. É importante salientar que a taxa média oliva/vaso mostra um procedimento menos agressivo comparados ao CARAT e STRATAS. Os resultados nos nor-teiam a um procedimento invasivo mais seguro em casos complexos. O estudo mostra que há possibilidade de alcançar o tratamento efetivo; contudo, é necessário prosseguimento do trabalho.

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PO-009101Comprometimento funcional da mão após cineangiocoronariografia transradial: o efeito da compressão hemostática realizada com TR band versus curativo convencionalAntunes AF1, Pereira Neto JA1, Albuquerque GM1

1Hospital de Messejana Dr Carlos Alberto Studart Gomes

Introdução: O uso da via percutânea radial tem se consolidado como uma técnica factível. Diversos estudos vem demostrando sua superio-ridade sobre a via femoral, particularmente, em termos de segurança e conforto para o paciente. Estudos avaliando o comprometimento fun-cional do membro superior em pacientes submetidos a procedimentos pela via radial, além de escassos, quase nunca o contempla como desfe-cho primário3. Adicionalmente, nenhum estudo leva em consideração as técnicas e dispositivos de hemostasia utilizados como um fator pro-motor da disfunção incipiente. Métodos: Avaliamos a ocorrência de disfunção na mão no seguimento de 30 dias em pacientes submetidos a aplicação de duas técnicas de hemostasia compressiva, pulseira hemos-tática (grupo T) e curativo convencional com gaze e esparadrapo (gru-po G), através da aplicação, pré e 30 dias após o procedimento, de um questionário de disfunção nas lesões de nervos periféricos. Resulta-dos: O grupo T mostrou, no seguimento de 30 dias, um menor escore médio de disfunção final em relação ao inicial (0,08±0,17 vs 0,01±0,05; p=0,068). Por sua vez, o grupo G mostrou no retorno após 30 dias um escore de disfunção final levemente maior que o inicial (0,08±0,22 vs 0,11±0,24; p=0,263), porém, não significativo. O que chama a atenção, entretanto, é a divergência dos resultados do escores finais entre os dois grupos (grupo T=0,01±0,05 vs grupo G=0,11±0,24; p=0,07), de-mostrando uma tendência ao desenvolvimento de disfunção no grupo G. Conclusão: Esses resultados revelam que, apesar da observância da técnica de hemostasia patente, os pacientes que receberam compressão hemostática com curativo convencional, quando comparados com pa-cientes cuja hemostasia se fez com pulseira, apresentam, nos 30 dias subsequentes ao procedimento, uma tendência a maior nível de com-prometimento das funções da mão.

PO-009901Papel prognóstico da razão neutrófilos sobre linfócitos em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento-st submetido a estratégia fármaco-invasivaTavares FJS1, Alves CMR1, Barbosa AHP1, Sousa JMA1, Souza JAM1, Cintra GF1, Carvalho AC1, Caixeta A1

1Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP

Resumo: Fundamentos: O processo inflamatório sistêmico tem sido identificado como um preditor adverso em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra do segmento-ST (IAMCSST) subme-tido a intervenção coronariana percutânea (ICP) primária.Essa asso-ciação no cenário da estratégia fármaco-invasiva nunca foi reportada. Proposta: Determinara relação entre a mortalidade intra-hospitalar e arazão de neutrófilos sobre linfócitos (RNL) na admissão hospitalar em pacientes com IAMCSST submetido a estratégia fármaco-invasiva. Métodos: Entre março de 2010 e outubro 2016, 1.860 pacientes com IAMCSST tratados com a estratégia fármaco-invasiva foram incluídos consecutivamente dentro desse estudo observacional, unicêntrico e retrospectivo. ORNL foi calculado como a razão da contagem de neu-trófilos sobre os linfócitos do hemograma da admissão. Os pacientes forma divididos em tercis baseado no valor do NLR na admissão hos-pitalar: RNL baixo:<4.0, RNL intermediário: ≥4.0 e<7.3 e RNL alto: ≥7.3. O desfecho primário foi mortalidade intra-hospitalar e desfecho secundário foram eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE) definido como morte cardiovascular, reinfarto não fatale trombose de stent. Resultados: Pacientes com valores altos de RNL tiveram sig-nificante aumento na mortalidade intra-hospitalar comparado com

os pacientes de intermediário e baixo RNL(1,8% vs. 4,8% vs. 9,0%, p<0,001). As taxas de MACE intra-hospitalar também foram maiores em pacientes com RNL alto (2,9% vs. 8,0% vs. 11,6%, p<0,001). A análise de regressão logística multivariável demonstrou que o tercil NRL alto foi um preditor independente de MACE [OR: 2,92, 95% intervalo de confiança (IC): 1,43-5,97, p=0,003] e mortalidade in-tra-hospitalar [OR: 3,32, 95% intervalo deconfiança (IC): 1,19-9,28, p=0,02] (Tabela 1). O melhor cut-off do valor de RNL como preditor de mortalidade foi 6,44 com uma área sobre acurva de 0,692 (95% IC: 0,640–0,745) - Curva ROC (Figura). A sensibilidade e a especificidade do cut off foram 63,9% e 60,2%, respectivamente. Conclusões: Nes-te estudo observacional envolvendo um grande número de pacientes com IAMCSST submetidos a estratégia fármaco-invasiva, valor alto de RNL foi preditor independente de MACE e morte intra-hospita-lar. O RNL pode ser uma ferramenta simples e útil para estratificação prognóstica nestes pacientes de alto-risco.

Tabela 1. Preditores independentes de mortalidade

Variável ORIC (95%)

pBaixo Alto

TIMI fluxo final (0/1) 4,96 2,17 11,31 <0,001NLR (tercil alto) 3,32 1,19 9,28 0,022Gênero feminino 2,27 1,18 4,36 0,014Idade 1,06 1,03 1,09 <0,001Troponina máx. (a cada 1,000) 1,05 1,03 1,08 <0,001Frequência cardíaca 1,03 1,01 1,04 0,001Glicemia na admissão 1,01 1,00 1,01 <0,001MDRD 0,98 0,97 1,0 <0.006Regressão logística múltipla

inTErvEnÇÃo Em carDiopaTias EsTruTurais DoEnÇas ExTracarDíacas

PO-001501Desenvolvimento de escore preditor de sucesso imediato e tardio pós valvoplastia mitral percutânea em pacientes portadores de estenose mitralProta Filho LEB1, Queiroz CCV1, Wohnrath FC1, Carboni FAC1, Silva GRC1, Castro JIP1, Silva WS1, Meneguz-moreno RA1, Costa Junior JR1, Abizaid AAC1

1Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Introdução: Os dados de resultados a longo prazo após valvoplastia mitral percutânea (VMP) em pacientes portadores de estenose mitral ainda são escassos e os sistemas de pontuação atuais têm limitações. Propomos um novo escore capaz de predizer sucesso imediato e tar-dio em pacientes elegíveis para o tratamento de estenose mitral por VMP, baseando-se nas análises de características ecocardiográficas,

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fatores clínicos e hemodinâmicos relevantes. Métodos: Análise re-trospectiva de 1582 pacientes com estenose mitral grave que foram submetidos à VMP no período de agosto de 1987 a junho de 2011 em um único centro. O período de seguimento dos pacientes apresentou mediana de 8,3 anos, com um seguimento máximo de até 23 anos. O desfecho combinado foi composto de morte cardiovascular, nova VMP ou cirurgia para plastia/troca valvar mitral. Dois modelos es-tatísticos foram construídos para prever a sobrevivência imediata e de longo prazo livre de eventos. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 36,8±12,9 anos e houve prevalência do sexo feminino (86,4%). A maioria dos pacientes no momento da VMP apresenta-vam classe funcional New York Heart Associaton (NYHA) III (57,7%) e escore de Wilkins entre 9-11 (49,1%). Na análise multivariada para predição de sucesso imediato tiveram significância estatística a ida-de, tamanho de átrio esquerdo, gradiente transvalvar mitral médio e pontuação pelo escore de Wilkins. Para predição de sucesso tardio tiveram significância estatística idade, classe funcional, tamanho de átrio esquerdo e pontuação pelo escore de Wilkins. Conclusão: Na ampla população estudada tornou-se evidente que não somente o es-core de Wilkins parece ter relevância na predição de sucesso imediato e tardio para os pacientes com estenose mitral reumática submetidos a VMP. Além de parâmetros ecocardiográficos, os parâmetros clínicos e hemodinâmicos também parecem contribuir de forma importante no sucesso imediato do procedimento, bem como no tempo livre de intervenções e mortalidade a longo prazo.

PO-002002Percutaneous transeptal mitral valve implantation in failed bioprosthetic valves without fluoroscopic landmarksNicz PFG1, Melo PHMC1, Silva RC2, Bacal F3, Vieira MLC3, Melo EP4, Sousa Filho JB4, Prudente ML5, Masson-Silva JB5, Brito Junior FS1

1Instituto do Coração- InCor/HCFMUSP, 2Hospital São Camilo-SP, 3Hospital Israelita Albert Einstein-SP, 4Hospital Esperança- Rede D, 5Hospital Encore-GO

Background: Transcatheter mitral valve-in-valve (VIV) implantation is a new treatment option for high risk patients with falied biopros-thetic surgical valves. Fluoroscopic landmarks, usually present at degenerated bioprothesis, clearly indicate the correct landing zone. We report the feasibility of transcatheter mitral VIV implantation in failed bioprosthetic valves without fluoroscopic landmarks. Methods: We describe three consecutive patients at high risk of reoperation with failed mitral bioprothesis without radiopaque markers who un-derwent percutaneous transeptal mitral VIV implantation fully gui-ded by 3D transesophageal echocardiography (TEE). Results: From June 2016 to October 2017, three consecutive patients underwent successful percutaneous transeptal mitral VIV implantation with the commercially available balloon expandable transcatheter heart valve (THV) Sapien XT and Sapien 3. The mean age was 71±4,5 years, the average Society of Thoracic Surgeons (STS) risk score was 22,1±17% and the mean number of previous sternotomies was 1,3±0,5%. All patients presented life-limiting dyspnea (NYHA≥3) and severe pul-monary hypertension (86,7±16,5mmHg). Prosthetic failure mode was stenosis in one patient and combined in the others. One Sapien 3 of 29mm and 2 Sapien XT of 26 and 29mm were used. Positioning and delivered of the THV were fully guided by 3D TEE. All procedures were successful and uneventful, with reduction of the transvalvular gradient and without residual mitral regurgitation. Patients presen-ted significant symptomatic relief, NYHA class ≤2, at 30 days follow up. One patient had a paravalvular leak treated at the same procedure with an Amplatzer Vascular Plug (AVP3). Conclusion: We demonstra-te the technical feasibility of percutaneous transeptal transcatheter mitral VIV implantation in failed bioprosthetic surgical valves without fluoroscopic landmarks guided by 3D TEE. Despite the technical chal-lenge, this treatment is safe and effective for this high-risk population.

PO-002401Presença digital dos profissionais de hemodinâmica nas ferramentas de busca nos tópicos mais importantes da áreaKapins CEB1

1Academia Médica

Introdução: O mundo digital é a nova fronteira para médicos e pro-fissionais de saúde. A sua importância para geração de leads (procura) vem aumentando em ritmo exponencial. Sabemos pelos estudos de marketing que a presença é mais impactante se ela estiver nas 5 primei-ras posições dos mecanismos de busca (google, duckduckgo, bind, etc), e a presença nas mídias sociais também possui impacto considerável no aumento de leads. Métodos: Averiguar no mecanismo de busca mais utilizado pela população a presença e o posicionamento da sociedade, dos profissionais que a compõe ou de grupos de profissionais hemodina-micistas nas diferentes patologias e tratamentos. Como essa interação é dinâmica, realizaremos a mesma análise 1 semana antes do congresso.

Resultados: Em março/18, em pesquisa regionalizada em São Paulo, tínhamos para TAVI: 1 menção de hospital especializado na 3a posição; Estenose aórtica: 0; Infarto: 5a colocação para o programa coração aler-ta; Oclusão de apêndice atrial esquerdo: 0; CIA: hospital especializado na 2a posição (nota-se na 1a e na 4a colocação equipes cirúrgicas presentes); CIV: 0; PCA: 0; stent coronário: 3a colocação para o programa coração alerta. Conclusão: A presença digital de profissionais da saúde ainda é muito rarefeita, mas a campanhas como a CORAÇÃO ALERTA aumen-tam a presença digital dos profissionais, que pode ser inclusive regio-nalizada, aumentando assim a entrada de leads no funil de marketing aumentando o conhecimento dos pacientes aos serviços especializados.

PO-003901Comparação das prática do implante transcateter de válvula aórtica entre centros da américa latina em relação aos centros do restante do mundo - subanálise do estudo writtenBernardi FLM1, Ribeiro HB2, Nombela-franco L3, Cerrato E3, Maluenda G4, Nazif T5, Eltchaninoff H6, Søndergaard L7, Barbanti M8, Rodes-cabau J9

1Hospital São Francisco - São Camilo, 2Instituto do Coração (InCor) de São Paulo, 3Hospital Clínico San Carlos, Madrid, Spain, 4Clinica Alemana, Santiago, Chile, 5Columbia University Medical Center, NewYork-Presbyterian Hospital, 6Charles Nicolle Hospital, University of Rouen, Rouen, France, 7Copenhagen University Hospital, Copenhagen, Denmark, 8University of Catania, Catania, Italy, 9Laval University, Quebec City, Canada

Introdução: O implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) é uma terapia mundialmente aceita para o tratamento da estenose aórtica

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importante. Variações regionais da prática naturalmente existem. O objetivo deste estudo foi comparar aspectos relacionados à prática do TAVI entre centros da América Latina (LATAM) e centros do restan-te do mundo (GLOBAL). Métodos: Dados foram obtidos do estudo WRITTEN, utilizando pesquisa mundial aplicada a centros com pro-grama de TAVI. A pesquisa foi aplicada entre Março e Setembro de 2016 e era composta por um questionário de 59 perguntas, respon-didas por um responsável de cada centro, englobando os seguintes aspectos: i) informações gerais do centro; ii) avaliação pré-TAVI; iii) técnicas do procedimento; iv) manejo pós-procedimento; v) segui-mento. Neste estudo, comparou-se as respostas dos centros LATAM vs centros GLOBAL. Resultados: Entre 250 centros analisados, 29 eram LATAM e 221 GLOBAL. A mediana de casos realizados pelos centros LATAM foi significativamente menor em relação ao GLOBAL (34, IQ:12-101 vs. 200, IQ:84-452, p<0,001). Os centros GLOBAL reportaram um número maior de reuniões mensais do heart team (p=0,001), além de aplicarem mais regularmente testes de qualidade de vida (p=0,03) e testes de fragilidade (p=0,07) antes do procedi-mento. Centros GLOBAL mais frequentemente realizaram TAVI por via não-transfemoral (p=0,004). Nos casos transfemorais, os centros LATAM utilizaram mais anestesia geral (p<0,001), ecocardiograma transesofágico (p<0,001), técnica de dissecção para o acesso femoral (p=0,007), com consequente maior frequência de cirurgiões auxi-liando o procedimento (p=0,01). Os centros GLOBAL mais rotineira-mente utilizaram pré-dilatação com balão (p=0,04) e dispositivos de proteção embólica (p=0,02). Com respeito ao manejo pós-TAVI e se-guimento pós-alta, observou-se um grande variação das práticas em todo o mundo, sem diferença significantes entre os grupos LATAM e GLOBAL. Conclusão: Os centros LATAM possuem menor volume de procedimentos, em relação aos demais centros do mundo, além de significativas diferenças com respeito às práticas do TAVI, especial-mente na avaliação pré-procedimento e nos diversos aspectos de sua realização.

PO-004101Análise da ocorrência de valvuloplastia aórtica e mitral percutânea nas regiões brasileiras nos últimos 5 anosPaludo L4, Oliveira FS2, Mundin RN3, Paiva JVF1, Silva MRC5, Xavier Filho MCS6, Gomes VMS7, Antocheves MD4, Oliveira MS8, Wanderley Neto J9

1Faculdade de Medicina Nova Esperança, 2Universidade Estadual de Londrina, 3Universidade Federal de Ouro Preto, 4Universidade Luterana do Brasil, 5Unigranrio, 6Universidade Federal da Paraíba, 7Universidade Federal de Alagoas, 8Centro Universitário CESMAC, 9Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: O uso de procedimentos percutâneos para correção de valvopatias provocadas por doenças cardíacas estruturais é cada vez mais comum. Dentre esses procedimentos, há a valvuloplastia aórtica e mitral percutânea. Nesse contexto, busca-se elucidar variáveis, tais como região demográfica de maior incidência, número de interna-ções, analise de custo-efetividade, média de permanência hospitalar, bem como taxas de mortalidade e morbidades relacionadas ao pro-cedimento. Métodos: Estudo transversal, descritivo, realizado com base na consulta de dados secundários do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e de revisão de literatura nas bases de dados Scielo, PubMed e Medline. O espaço de tempo admitido foi de 5 anos. Re-sultados: No período analisado, ocorreram 670 internações devido a valvuloplastia aórtica e 2029 internações devido valvuloplastia mitral percutânea. No primeiro procedimento se destaca a região sudeste com 391 internações e a região Norte por apenas 11 internações. Em relação a valvuloplastia mitral percutânea, a região sudeste tam-bém registra maior número de internações (1.028) e a região norte também soma o menor número de internações (25). Já a média de permanência total no quadro de valvuloplastia aórtica percutânea é de 9,5 em que se destaca a região Sul com a média de 8,5 e a região

nordeste com média de 4,5. Na valvuloplastia mitral percutânea a média de permanência foi 5 em que a maior média foi 7 na região norte e 4 na região nordeste. Não houve registro da região norte no ano de 2017. No período analisado, foram registrados um total de 73 óbitos referentes aos procedimentos citados, sendo a maior percenta-gem de 63%, na região Sudeste, seguida por 24% na região Sul, e 6% na região Nordeste. A taxa de mortalidade no período analisado em todo o Brasil passou de 4,05 em 2012 para 4,36 em 2017. Analisando as regiões isoladamente, observou-se que a região norte apresentou a maior taxa de mortalidade no período analisado (8,33), seguida pela região Sul (5,03) e pela região Sudeste (3,24). No total foram gastos R$ 17.569.466,59 com os procedimentos de valvuloplastia percutânea aórtica e valvuloplastia percutânea mitral. A região que obteve maior gasto foi a região Sudeste com 53%, seguida pela região Nordeste com 27% e pela região Sul com 12%. Conclusão: Os pro-cedimentos percutâneos para correção de valvopatias estão salvando muitas vidas e melhorando a qualidade de vida. A necessidade se faz na importância de restaurar a função cardíaca bem como a fração de ejeção. Embora, geram altos custos ao governo.

PO-005302Perfil de pacientes com retirada de corpo estranho de sistema cardiovascular por técnicas hemodinâmicas de 2013 a 2017Silva MWLA1, Rocha G4, Oliveira ALG5, Moraes APG6, Oliveira RS3, Lima LO7, Souza CS9, Avelino AIM10, Gomes VMS2, Wanderley Neto J8

1Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 2Universidade Federal de Alagoas, 3Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 4Universidade Luterana do Brasil, 5Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, 6Universidade Federal de Sergipe, 7Faculdade Integral Diferencial, 8Santa Casa de Misericórdia de Maceió, 9Universidade Federal do Ceará, 10Universidade federal do Piauí

Introdução: A presença de corpo estranho no sistema cardiovascular é rara e pode gerar graves complicações, como fibrilação ventricular, sepse, arritmias cardíacas e óbito. Por isso, a retirada desses corpos estranhos é de extrema importância e pode ocorrer via percutânea ou cirúrgica, sendo que a técnica endovascular tem sido utilizada com sucesso nos últimos anos, considerada tratamento padrão-ouro. Essa abordagem é minimamente invasiva, com baixa morbidade associada e evita complicações relacionadas a abordagens cirúrgicas abertas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é descrever o perfil dos pa-cientes que foram submetidos ao procedimento de retirada de corpo estranho do sistema cardiovascular através de técnicas hemodinâmi-cas no período de 2013 a 2017, além de listar as principais técnicas utilizadas pelo serviço de hemodinâmica para a remoção do corpo estranho. Métodos: Análise quantitativa, epidemiológica, descritiva, observacional e transversal, baseada no Sistema de Informações Hos-pitalares (SIH/SUS), de 01/2013 a 12/2017, a partir das variáveis de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas, total de gas-tos e a mortalidade. Resultados: Na maioria dos casos, a retirada de corpos estranhos está associada a uma excelente taxa de sobrevivên-cia, pois é possível extrair cateteres, fios guias, stents e filtros de veia cava, instalados em diversos locais. No Brasil, de 2013 a 2017, foram realizadas 665 AIH aprovadas, sendo a região Sul com maior quan-tidade (n=244) e o Norte com a menor (n=17). Nesse sentido, 2016 foi o ano com maior taxa (n=174) em contraste com 2014 (n=106). Quanto ao valor total de gastos públicos, estima-se R$ 1.133.552,65 no Brasil, mas foi a região Sudeste que houve mais gastos com um total de R$ 511.834,81, o que contrasta com o maior número de in-ternação ser no Sul. No decorrer do período supracitado, 2016 des-taca-se como sendo o ano com mais gastos, com R$ 281.491,32. No tocante ao número de óbitos, foram totalizados 31 nos últimos 5 anos, sendo o Sudeste (n=16) e o Centro-Oeste (n=3) com maior e menor quantidade respectivamente. Além disso, vale salientar que a terapêutica deve ser individualizada após a avaliação do risco de se

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remover um corpo estranho. As opções de tratamento incluem a re-moção cirúrgica, a percutânea e a terapia conservadora. A terapêutica conservadora é reservada para os pacientes assintomáticos, sem ris-cos associados ou diagnosticados tardiamente após o trauma e requer seguimento clínico rigoroso, anticoagulação e antibioticoprofilaxia. Por outro lado, pacientes assintomáticos com corpo estranho diag-nosticado imediatamente após o trauma e com risco associado de infecção, embolização ou erosão das estruturas cardíacas, devem ser submetidos à remoção cirúrgica ou percutânea. A abordagem cirúrgi-ca depende da localização do corpo estranho. Os indivíduos cujos cor-pos estranhos sejam parcialmente ou completamente intracavitários devem ser operados devido ao alto risco de infecção ou embolização. Entretanto, qualquer paciente sintomático, manifestando infecção, arritmia ou acidente cerebrovascular, deve ser submetido à remoção cirúrgica, independente da sua localização. Conclusão: Com tudo isso, destaca-se, no período de 2013 a 2017 no Brasil, um total de 665 AIH aprovadas, com um gasto público de R$1.133.552,65 e apenas 31 óbitos nos procedimentos de remoção de corpo estranho do sistema cardiovascular por intermédio de técnicas hemodinâmicas, que po-dem variar desde tratamento conservador até cirúrgico, a depender dos sintomas do paciente.

PO-008001Associação de implante transcateter de válvula mitral e oclusão de leak paravalvar por acesso femoral: relato de uma intervenção estrutural complexaPessoa de Melo EF1, Santos CEG1, Brito LV1, Sousa Neto JB1, Ávila R1, Morais Neto FR1, Santos LC1, Sousa Filho JB1, Brito Júnior FS2

1Hospital Esperança Olinda - Rede D, 2Hospital Sírio Libanês

Introdução: O implante transcateter de válvula mitral (TMVI) vem se apresentando cada vez mais como uma alternativa ao tratamento cirúrgico convencional em pacientes de alto risco. No Brasil e no mun-do, a maior parte da experiência é com o acesso cirúrgico transapical sendo a via femoral com punção transeptal ainda pouco frequente, dentre outros motivos, pela complexidade do acesso. A associação do TMVI à oclusão percutânea de leak paravalvar mitral em um mesmo procedimento é ainda menos descrita na literatura. Relato de caso: Paciente masculino, 70 anos, com antecedentes de miocardiopatia di-latada com fração de ejeção (FE) reduzida e cirurgia de dupla troca valvar (mitral e aórtica) há 3 anos. Relato de cinco internações por insuficiência cardíaca descompensada nos últimos 6 meses. No mo-mento, encontrava-se internado em unidade de terapia intensiva com quadro de choque cardiogênico de difícil manejo clínico. Ecocardio-grama demonstrando função do ventrículo esquerdo (VE) difusamen-te deprimida (FE: 30%) com disfunção de bioprótese mitral: estenose valvar severa (gradiente AE-VE médio: 9mmHg) e leak paraprotético com refluxo importante (4+/4+). Devido aos escores de avaliação de risco cirúrgico muito elevados (EuroScore 2: 58,3% e STS: 11,26%), o paciente foi considerado para intervenção totalmente percutânea sendo necessários o tratamento da estenose protética com o implante valve-in-valve de prótese mitral e a correção do leak paravalvar com o implante de um plug vascular. Realizada angiotomografia com proto-colo para TMVI e encaminhado o paciente para o procedimento. Após anestesia geral e intubação, realizado acesso venoso femoral esquerdo para implante de marca-passo provisório, punção de artéria femoral esquerda com introdutor 5F e de veia femoral esquerda com intro-dutor 10F. Realizada punção transeptal e cateterização do átrio es-querdo com bainha direcionável Agilis XT (St. Jude Medical) seguida por passagem de fio-guia 0,035” hidrofílico de ponta reta (Terumo) através do orifício do leak. Posicionado cateter vertebral hidrofílico 4F (Terumo) no interior do VE através do leak. Trocado fio-guia hi-drofílico por fio-guia 0,035’’ de alto suporte Amplatzer ST1 (Boston Scientific) e realizado implante de prótese tipo plug vascular 3 com sucesso (imagem 1). Controle por ecocardiograma demonstrando oclusão total do shunt. Em seguida realizado cruzamento da próte-

se mitral com fio-guia 0,035” hidrofílico de ponta reta e posicionado cateter multiporpose no interior do VE. Trocado fio-guia hidrofíli-co por fio guia 0,035” de alto suporte pré-moldado Safari (Boston Scientific). Realizado implante de prótese Edwards Sapien 3 número 29 valve-in-valve em posição mitral (imagem 2). Ventriculografia de controle (imagem 3) e ecocardiograma evidenciando prótese bem locada e ausência de insuficiência mitral. Gradiente AE-VE pré-im-plante: 12mmHg; pós-implante: 2mmHg. Conclusão: O caso rela-tado demonstra uma rara associação de oclusão de leak paravalvar com implante valve-in-valve mitral por acesso totalmente percutâ-neo via transfemoral. A ausência de marcação radiopaca da prótese mitral, sendo o implante totalmente dependente do ecocardiograma 3D, torna este caso ainda menos usual.

PO-008002Correção percutânea de leak paravalvar pós-TAVI com plug vascular: relato de casoPessoa de Melo EF1, Brito LV1, Santos CEG1, Sousa Neto JB1, Ávila R1, Santos KAQ1, Melo Filho VM1, Moraes Neto FR1, Sousa Filho JB1, Brito Júnior FS2

1Hospital Esperança Olinda - Rede D, 2Hospital Sírio Libanês

Introdução: O implante transcateter de prótese valvar aórtica (TAVI) para o tratamento da estenose aórtica calcífica é uma reali-dade nos dias atuais, com evidencias científicas sólidas e indicações bem definidas. No entanto, mesmo com a incorporação de dispositi-vos dedicados à diminuição de leak paravalvar, o refluxo residual pe-riprotético significativo ainda acontece em aproximadamente 5% dos casos e se correlaciona com piora da sobrevida pós-implante. Relato de caso: Paciente masculino, 85 anos, com antecedentes de hiperten-

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são, doença renal crônica e estenose aórtica importante sintomática tratada com implante de prótese autoexpansível Evolut R número 26 (Medtronic) há 2 meses. Evoluiu no pós-operatório com leak paraval-var de grau moderado/importante. Após compensação clínica recebeu alta hospitalar mas foi readmitido após 1 mês por quadro de dispneia aos mínimos esforços. Novo ecocardiograma demonstrando fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada, prótese valvar bem posicionada com gradiente VE-Aorta médio mantido (9mmHg) e leak paraprotético com refluxo moderado/importante (3+/4+) em topo-grafia do seio coronariano esquerdo (imagem 1). Devido aos escores de avaliação de risco cirúrgico muito elevados (EuroScore 2: 9,29% e STS: 11,80%), motivo da indicação inicial do TAVI, o paciente foi considerado para correção percutânea do leak com implante de um plug vascular. Realizada angiotomografia com protocolo para TAVI (imagem 2) e encaminhado o paciente para o procedimento. Após anestesia geral e intubação, realizada punção da artéria femoral es-querda com introdutor 10F. Realizada aortografia em OAD caudal com cateter pigtail. A prótese valvar aórtica Evolut R apresentava disfunção por leak paravalvar importante. Realizada passagem de fio-guia 0,035” hidrofílico Road Runner (Cook) através do orifício do leak. Posicionado cateter vertebral hidrofílico 4F no interior do ventrículo esquerdo (VE) através do leak. Trocado fio-guia hidro-fílico por fio-guia 0,035’’ de alto suporte Safari Extra Small (Bos-ton Scientific) (imagem 3). Trocado cateter 4F por cateter vertebral hidrofílico 5F. Realizado implante de prótese tipo plug vascular 4 (8x13mm – St. Jude Medical) com sucesso (imagem 4). Controle por ecocardiograma transesofágico (imagem 5) demonstrando prótese bem posicionada com oclusão total do shunt. Aortografia de con-trole evidenciando discreto grau de insuficiência aórtica residual. Conclusão: O caso relatado demonstra uma solução percutânea para uma complicação grave pós-TAVI. Dentre as possibilidades te-rapêuticas (correção cirúrgica, tentativa de pós-dilatação, implante de uma segunda prótese) a opção pela oclusão com plug vascular se mostrou uma estratégia factível e, provavelmente, melhor tolerada para um paciente de tão alto risco.

PO-008101Segurança e eficácia do implante transcateter de válvula inovare no interior de prótese mitral degenerada (“valve-in-valve”)Bastos Filho JBB1, Saito VT1, Medeiros HNAA1, Sampaio RO1, Valente TC1, Palma JH1, Rosa VE1, Jatene F1, Ribeiro HB1

1Instituto do Coração FMUSP

Introdução: O implante transcateter de válvula mitral no interior de bioprótese degenerada tem sido realizado em pacientes seleciona-dos como alternativa à reoperação, que possui elevada mortalidade. Todavia faltam dados em nosso meio sobre sua segurança e eficácia. Métodos: Foram incluídos todos os pacientes consecutivos tratados pelo valve-in-valve mitral com implante transapical de prótese trans-

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cateter Inovare no período de maio de 2015 até fevereiro de 2018. Foram selecionados pacientes de alto risco para reoperação, determi-nados pela avaliação do Heart Team. Resultados: Foram incluídos 42 pacientes consecutivos, sendo 26 mulheres (62%), com idade média de 63,8 anos, na maioria deles com etiologia reumática (62%). A po-pulação do estudo apresentava elevada prevalência de comorbidades, como fibrilação atrial (78%), insuficiência renal (57%), hipertensão (31%) e dislipidemia (24%) e diabetes (14%). Com isso, a média de risco operatório do STS e do EuroScore II foi de 5,4% e 8,1%, respec-tivamente. A média de cirurgias prévias foi de 1,8/paciente, sendo que a maioria dos pacientes (53%) apresentava mais de uma cirurgia prévia, sendo 2, 3 e 4 cirurgias em 33%, 10% e 10% dos casos, respec-tivamente. A mediana de tempo para a degeneração das próteses cirúr-gicas mitrais foi de 12,5 anos (variando de 1 a 24 anos). A maioria dos pacientes apresentava função ventricular preservada (fração de ejeção média do ventrículo esquerdo de 59,3%), com hipertensão pulmonar (pressão sistólica arterial média de 60mmHg). O procedimento foi realizado pela via transapical em todos os pacientes, apresentando um tamanho de válvula médio de 28,2 mm. Apenas 1 paciente morreu in-tra-procedimento (2,38%) por embolização da prótese, e a mortalidade de 30 dias foi de 14,3% (total de 6 casos). Conclusão: O valve-in-valve mitral utilizando a prótese Inovare pela via transapical foi seguro e com resultados aceitáveis de curto prazo. Estudos com maior número de pa-cientes e com maior tempo de seguimento são necessários para melhor avaliação dessa alternativa em pacientes de alto risco.

inTErvEnÇÃo Em carDiopaTias congÊniTas

PO-000906Mortalidade a curto prazo pós cirurgia para fechamento percutâneo do canal arterial em hospitais da rede pública do paísGomes VMS1, Rodrigues AS2, Paludo L3, Aguiar LAA4, Paula VX5, Faria LSP6, Oliveira MS7, Rocha SHFKT8, Souza CS9, Wanderley Neto J10

1Universidade Federal de Alagoas, 2Universitário Christus (Unichritus), 3Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 4Universidade Potiguar (UNP), 5Centro Universitário Christus(Unichristus), 6Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), 7Centro Universitário CESMAC, 8Centro Universitário de Votuporanga (unifev), 9Universidade Federal do Ceará, 10Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: A persistência do canal arterial é uma das cardiopatias congênitas mais frequentes, sendo a sua oclusão através do implante de molas, via percutânea, a mais simples, menos onerosa, mais se-gura e com eficácia semelhante à do tratamento cirúrgico. As princi-pais complicações relatadas no pós-operatório incluem embolização da prótese, ataque isquêmico transitório, taquicardia paroxística supraventricular e distúrbios da condução atrioventricular. Méto-dos: Estudo quantitativo, epidemiológico, descritivo, observacional e transversal. Foram analisados dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), de 01/2008 a 12/2017. Re-sultados: Durante o período estudado foram aprovados um total de 3516 internações para realização do procedimento, sendo a maior parte na região Sudeste (57,4%), com 14 óbitos e taxa de mortali-dade de 0,69. O segundo número de internações ocorreu na região Sul (21%), com 5 óbitos e taxa de mortalidade foi 0,68. Em seguida vem a região Nordeste com 571 internações e taxa de mortalidade foi de 0,18, com apenas 1 óbito, assim como o Norte que também teve 1 óbito, entretanto a taxa de mortalidade foi 1,25 tendo em vista que o número de internações foi o menor registrado dentre todas as regiões (2,3%). O Centro-Oeste aparece como a quarta região a ter mais internações (3,1%), sem óbitos registrados. A região Nordeste apresentou uma taxa de permanência de 3,2 dias; a região Norte de 7,4 dias; o Sudeste de 4,3 dias; região Sul de 4,1 dias e, por fim, a região Centro-Oeste com 2,6 dias. Conclusão: A baixa taxa de morta-

lidade relacionada ao procedimento confirma a segurança da técnica e a coloca como alterantiva terapêutica eficaz e segura para os pacientes com canal arterial. Assim, é necessária a evolução dos métodos per-cutâneos de tratamento dessa condição visando abordagem ampla em todas as faixas etárias, trazendo um aumento da segurança, eficácia, relação custo-benefício desse procedimento.

PO-003701Índice de eficácia dos procedimentos intervencionistas na miocardiopatia hipertrófica congênitaOliveira MS1, Gomes VMS2, Avelino AIM3, Novaes AEM4, Oliveira RS4, Oliveira FS5, Almeida AS6, Scolin EMB7, Moraes APG8, Wanderley Neto J9

1Centro Universitário CESMAC, 2Universidade Federal de Alagoas, 3universidade federal do Piauí, 4Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 5Universidade Estadual de Londrina, 6Faculdade das Américas, 7Universidade Federal Fluminense, 8Universidade Federal de Sergipe (UFS Lagarto), 9Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: A Cardiomiopatia Hipertrófica Congênita (CMHC) é uma afecção genética autossômica dominante em genes que codificam proteínas do sarcômero cardíaco, promovendo hipertrofia, fibrose e desarranjo das fibras miocárdicas. É uma patologia representada por um grupo heterogêneo de distúrbios na infância e de reservado prog-nóstico, sendo os procedimentos intervencionistas utilizados para o controle de sintomas refratários ao tratamento. Metodologia: Revi-são da literatura nas bases de dados PubMed e Scielo, tendo por base o descritor Congenital hypertrophic cardiomyopathy. Foram incluídos na busca artigos completos, em português e inglês, disponíveis gra-tuitamente. Resultados: As opções invasivas percutâneas estão dis-poníveis de acordo com todo o espectro da gravidade e anatomia da Miocardiopatia Hipertrófica Congênita (CMH). O marcapasso cardía-co, o tipo dupla câmara com encurtamento do retardo ventricular, vem sendo utilizado nos casos graves, já que o coração dilatado acaba reve-lando um retardo entre o início das contrações atrial e ventricular. Já na alcoolização septal, um determinado estudo relatou que pacientes submetidos a esse tipo de procedimento possuíam mais comorbida-des associadas, sendo o número médio de artérias septais submetidas à alcoolização foi de 1,1±0,4, o gradiente residual médio final foi de 11mmHg vs 5mmHg (p=0,001) e a taxa de redução do gradiente foi de 85% vs 88% no grupo da alcoolização e da miectomia respectivamente. No mesmo estudo, seguindo por 30 dias, se observou que os pacientes submetidos à alcoolização necessitaram de maior número de implante de marcapasso definitivo (20,3% vs 2,3%) e de cirurgia cardíaca (8,5% vs 1,1%) devido principalmente à manutenção dos sintomas e necessi-dade de miectomia cirúrgica associada. Apesar disso, o estudo aponta que apesar desses resultados, a técnica pode ser realizada na maioria dos doentes com uma elevada taxa de sucesso e um baixo índice de complicações. Conclusão: Apesar de não ser padrão ouro, os proce-dimentos percutâneos têm se mostrado promissores no tratamento da Cardiomiopatia Congênita refratária a outros tratamentos e com sintomas graves, associando-se a menor mortalidade em curto prazo.

PO-005301Monitorização ecocardiográfica da atriosseptostomia com cateter balão: retrato da incidência e da morbimortalidade nas cinco regiões brasileirasSilva MWLA1, Mundin RN3, Souza CS6, Moraes APG7, Oliveira ALG5, Wanderley GS1, Gomes VMS2, Ribeiro VM6, Oliveira FS4, Wanderley Neto J8

1Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 2Universidade Federal de Alagoas, 3Universidade Federal de Ouro Preto, 4Universidade Estadual de Londrina, 5Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, 6Universidade Federal do Ceará, 7Universidade Federal de Sergipe, 8Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Introdução: A ecocardiografia, além da sua importância diagnós-tica, é uma eficiente ferramenta na monitorização das intervenções

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terapêuticas percutâneas, como na atriosseptostomia com cateter balão. A atriosseptostomia por balão é um procedimento paliativo, que teve início em 1962 com Raskind, e busca ampliar a comunicação interatrial existente em algumas malformações cardíacas, visando uma maior saturação sanguínea de oxigênio devido a maior mistura das circulações pulmonar e sistêmica, maior débito cardíaco e menor carga pressórica no leito vascular pulmonar. Métodos: Estudo eco-lógico, descritivo, realizado com base na consulta de dados secundá-rios do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS) e de revisão de literatura nas bases de dados: PUBMED, SCIELO e MEDLINE. A fonte dos dados foram as Autorizações de In-ternação Hospitalar no Brasil de pacientes internados para realizar atriosseptostomia com cateter balão entre 2008 e 2017. A análise estatística foi composta por descrição dos valores absolutos e propor-ções das características das internações. Resultados: Dados obtidos através do DATASUS, mostram que no período de 2008 até 2017, o procedimento de atriosseptostomia com cateter balão apresenta uma média de autorizações de internação hospitalar (AIH) de 13 para a região Norte do país, 147 para o Nordeste, 450 para o Sudeste, 373 para o Sul e 100 para Centro-oeste. Os dados relacionados à média de permanência hospitalar expõem o Norte com uma média de 4,3 dias, o Nordeste com 5,1 dias, o Sudeste com 6,6 dias, o Sul com 5,4 dias e o Centro-Oeste com 5,2 dias. Percebe-se uma concordância entre as maiores médias de AIH e as maiores médias de permanência, exceto por uma pequena disparidade entre Nordeste e Centro-Oeste. Os ín-dices de mortalidade relacionados a atriosseptostomia para o mesmo período analisado demonstram uma taxa de 15,38 na região Norte, seguidos pelo Nordeste 21,09, Sudeste 17,56, Sul 7,77 e, por fim, cen-tro oeste com 15,00. Embora sejam realizados menos procedimentos na região Norte, esta figura uma das maiores taxas de mortalidade quando comparada as demais regiões. Por outro lado, a região sul apresenta a menor taxa de mortalidade quando comparada as outras regiões e aos números de procedimentos. Quanto ao número de óbi-tos, que, ao total, foram 156, o Norte responde por pouco mais de 1% deles, o Nordeste, por quase 20%, o Sudeste, por aproximadamen-te 50%, o Sul, em torno de 18%, e o Centro-Oeste, por quase 10%. Ou seja, de modo geral, onde há uma conformidade entre o número de AIH e o de óbitos, excetuando o fato de o Nordeste ultrapassar a porcentagem de óbitos em relação ao Sul. Conclusão: Dessa forma, conclui-se que o Sul é o local onde o procedimento exibe uma menor taxa de mortalidade proporcional. E o Nordeste, a maior taxa de mor-talidade. A média de internamento entre as regiões não mostra dispa-ridades muito significantes, a maior discrepância fica entre as regiões Norte e Sudeste, em que é possível relacionar esse fato ao número de procedimentos realizados nas duas regiões. Por fim, a ecocardiografia contribui para o êxito nos procedimentos de atriosseptostomia, tor-nando-os mais eficazes e reduzindo o risco de intercorrências.

PO-007501Oclusão percutânea de fístula artéria circunflexa - seio venosoChierice JRA1, Pavão RB1, Badran AV1, Haddad JL1, Pereira TVC2, Zandonaide AG2, Manso PH2, Vicente WVA3, Schmidt A1, Marin-Neto JA1

1Divisão de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - HCRP (FMRP - USP), 2Divisão de Cardiologia Pediátrica do Departamento de Pediatria e Puericultura - HCRP (FMRP - USP), 3Divisão de Cirurgia Cardíaca do Departamento de Cirurgia e Anatomia - HCRP (FMRP - USP)

Introdução: Fístula da artéria coronária (FAC) é uma conexão anor-mal entre uma artéria coronária e uma câmara ou vaso arterial ou venoso, sem interposição de capilares. Essas comunicações são de ori-gem congênita e podem o surgir devido à persistência de conexões si-nusoidais entre os lumens do coração tubular primitivo que fornecem fluxo sanguíneo no período embriológico. As FAC’s estão presentes em 0,002% da população geral e representa 0,4% de todas as malfor-mações cardíacas. A origem mais comum é da artéria coronária direita (50-60%) seguida da descendente anterior (25-44%) e da artéria cir-

cunflexa (15-20%). Os locais de drenagem das para o coração direito são mais comuns, sendo que os locais de preferência são: artéria pul-monar (15-43%), ventrículo direito (14-40%), átrio direito (19-26%) e seio coronário (7%). Métodos: Paciente do sexo masculino, 20 anos de idade, com quadro de dor torácica atípica. O eletrocardiograma demonstrou ritmo sinusal com sobrecarga ventricular esquerda e pa-drão de repolarização precoce. O ecocardiograma (ECO) evidenciou câmaras de dimensões normais, função sistólica dos ventrículos pre-servada e dilatação do seio venoso coronariano, com fluxo contínuo predominantemente diastólico e dilatação da coronária circunflexa. Foi mantido em seguimento clínico com exame ecocardiográfico anual. Após dois anos, o ECO demonstrou aumento discreto das câ-maras direitas, e persistência da dilatação da artéria circunflexa. O cateterismo cardíaco, sob anestesia geral, evidenciou fístula arterio-venosa distal do ramo atrioventricular com importante dilatação e formação sacular, drenando no seio venoso com diâmetro máximo de 7,39mm (figura 1) e aumento do fluxo pulmonar. Como tratamento optou-se por oclusão percutânea da fístula. Resultados: Mediante punção venosa femoral foi cateterizado o seio venoso, no entanto o cateter e fio guia progrediram para uma veia cardíaca esquerda no seio coronário, próximo a desembocadura no átrio direito. (figura 2). De-vido à dificuldade de cateterizar distalmente o trajeto fistuloso por via arterial femoral optou-se por realizar o procedimento por aborda-gem da artéria braquial direita. Foi implantado um oclusor vascular Amplatzer II® (St. Jude Medical) no ramo atrioventricular da artéria circunflexa após a origem de dois pequenos ramos marginais com in-terrupção total do fluxo para o seio venoso. (figura 3). O paciente evo-luiu sem intercorrências, recebendo alta hospitalar no dia seguinte com dupla anti-agregação plaquetária por 6 meses. Conclusão: A oclusão percutânea de FAC’s é geralmente simples, efetiva e pode ser realizada mediante diversos dispositivos. O procedimento está indicado quando existe repercussão hemodinâmica ou dilatação aneurismática da arté-ria coronária. É necessária a avaliação exaustiva dos vasos secundários da artéria fistulosa para evitar a oclusão inadvertida dos mesmos.

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PO-009201Oclusão de fístula veno-venosa sistêmico pulmonar em paciente com cirurgia de fontanPavao RB1, Pereira TVC2, Zandonaide AGB2, Haddad JL1, Manso PH2, Schmidt A1, Marin Neto JA1, Chierice JRA1, Badran AV1, Vicente WVA3

1Hospital das Clínicas de Ribeirao Preto - USP - Hemodinamica, 2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - USP - Cardiologia Pediatrica, 3Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto - USP - Cirurgia Cardíaca

Introdução: Relatar um caso de oclusão de fistula veno-venosa sis-têmica pulmonar com embolia cerebral em paciente com atresia tri-

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cúspide IB com cirurgia de Fontan. Métodos: Paciente de 10 anos submetido a Blalock-Taussig modificada com 10 meses, Glenn bidi-recional com 2 anos, e cirurgia de Fontan, com tubo extra cardíaco não fenestrado, aos 3 anos de vida, com saturação pós-operatória de 92%. Aos 7 anos apresentou instauração sistêmica (88%) e dispnéia aos esforços. Ecocardiograma bidimensional com injeção de micro-bolhas em ambos os membros superiores evidenciou importante shunt para átrio esquerdo. Aos 9 anos apresentou insaturação im-portante (82%) e acidente vascular cerebral isquêmico, com discreta hemiparesia do membro superior esquerdo como sequela. A resso-nância nuclear magnética revelou imagens compatíveis com infarto cerebral e ausência de alterações vasculares cervicais e intracrania-nas. A angiotomografia computadorizada de tórax demonstrou veia calibrosa e aneurismática com origem na junção da jugular esquerda com a veia inominada que drenava no átrio esquerdo. A angiocar-diografia foi realizada por via venosa femoral e jugular esquerda, sob anestesia geral e anticoagulação com heparina não fracionada (100UI/Kg). Foram realizadas injeções de contraste seletivas na fís-tula em diversas projeções e determinadas a medida da veia com ca-libre de 12mm no trajeto tubular e 16 mm na porção aneurismática. Resultados: Realizou-se no mesmo procedimento oclusão da veia fistulosa com oclusor vascular CERA (LT-PLUG 24mm) LIFTECH®. Resultado: Após o implante do oclusor a saturação sistêmica aumen-tou para 94% com FiO2 de 30% e a angiografia de controle demons-trou ausência de fluxo na veia ocluída. Conclusão: 1) A instauração progressiva foi considerada decorrente de fístula venosa sistêmico

pulmonar comprovada por métodos de imagem. 2) A oclusão per-cutânea foi de realização simples permitindo obter uma saturação normal para cirurgia de Fontan e a exclusão da causa da embolia sistêmica. 3) No seguimento a saturação deve ser monitorada com frequência e se ocorrer insaturação deve ser investigada a presença de fístulas e tratadas imediatamente.