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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Mairie e APCS assinaram Protocolo de acordo com Portugal Edition nº 313 | Série II, du 07 juin 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais 03 Exposição de Graça Morais na Fundação Gulbenkian de Paris “A violência e a graça” está em Paris até 27 de agosto 13 Festa de Pontault-Combault voltou a juntar milhares LusoJornal / Mário Cantarinha Entrevista exclusiva ao LusoJornal do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro 04 José Luís Carneiro Empresas. A sucursal de França da Companhia de seguros Fidelidade comemorou 20 anos na semana passada com muitos convidados 09 Livros. “As Metamorfoses” de Agustina Bessa-Luís editado em francês, traduzido por Pierre Léglise Costa, ilustrado por Graça Morais 11 Futebol. Luís Loureiro, antigo médio defensivo do Sporting é o novo Treinador do Lusitanos de St Maur e substitui Carlos Secretário 18 20 Ténis. Dois tenistas portugueses participaram este ano no Torneio de Roland Garros, mas já foram eliminados PUB PUB

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Page 1: José Luís Carneiro Exposição de Graça Morais na Fundação ... · guesa aos filhos de uma jovem ge-ração que, estando em mobilidade por razões essencialmente profissio-nais,

GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Mairie e APCS assinaram Protocolo de acordo com Portugal

Edition nº 313 | Série II, du 07 juin 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

03

Exposição de Graça Morais naFundação Gulbenkian de Paris“A violência e a graça” está em Paris até 27 de agosto 13

Festa de Pontault-Combaultvoltou a juntar milharesLu

soJornal / Mário Cantarinha

Entrevista exclusiva ao LusoJornaldo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro

04

José Luís Carneiro

Empresas. A sucursal de França daCompanhia de seguros Fidelidade comemorou 20anos na semana passadacom muitos convidados

09

Livros. “As Metamorfoses” de Agustina Bessa-Luís editadoem francês, traduzido porPierre Léglise Costa, ilustradopor Graça Morais

11

Futebol. Luís Loureiro, antigo médiodefensivo do Sporting é onovo Treinador do Lusitanosde St Maur e substitui Carlos Secretário

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20 Ténis. Dois tenistas portuguesesparticiparam este ano no Torneio de Roland Garros,mas já foram eliminados

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02 OPINIÃO Le 07 juin 2017

No dia 10 de Junho celebra-se o Diade Portugal, de Camões e das Comu-nidades Portuguesas. Neste 10 dejunho de 2017, cujas cerimónias ofi-ciais têm epicentro nas cidades doPorto, São Paulo e Rio de Janeiro, ce-lebra-se também uma época de oti-mismo que envolve o país e reforça oorgulho de todos os que vibram como sucesso de Portugal.A vitória da Seleção de futebol noEuro 2016, a eleição de António Gu-terres para Secretário-Geral das Na-ções Unidas, a vitória de SalvadorSobral no Festival da Eurovisão, aeleição das cidades portuguesas nosrankings do Turismo, o posiciona-mento cimeiro das universidades na-cionais nos rankings mundiais de

excelência no ensino, na investigaçãoe na ciência, são apenas alguns dosexemplos mais recentes do início deciclo virtuoso que o país está a viver.Não menos relevante, a nível político,devo sublinhar a saída de Portugal doProcedimento por Défice Excessivo,com a obtenção, em 2016, de umvalor do défice orçamental de 2,1%do PIB; ou até o crescimento de2,8%, registado no primeiro trimestredeste ano à graças, sobretudo, às ex-portações e ao investimento; e semesquecer a substancial redução dataxa de desemprego com a evidentecriação de oportunidades de trabalhono nosso país.A estas conquistas políticas permitam-me que adicione a obtenção de alguns

objetivos atingidos nas matérias queme dizem diretamente respeito. É quetambém nas Comunidades portugue-sas há, este ano, razões de satisfação.Destaco a entrada em funcionamentodo ato único de inscrição consular,em Barcelona. Até 2019, teremoscondições de alargar esta mudançade paradigma nos serviços consularesà grande parte da rede externa doMNE. Com o desenvolvimento desteprojeto os cidadãos só têm que fazeruma inscrição consular mesmo quemudem de localidade ou de país.Enalteço a aprovação em Conselho deMinistros, aguardando a concordân-cia dos partidos na Assembleia daRepública, do Recenseamento auto-mático que representa o reconheci-

mento de um direito fundamentalàqueles que, todos os dias, afirmamPortugal no mundo, garantindo-lhesas mesmas condições no recensea-mento que estão asseguradas aosportugueses em território nacional,tornando-o automático e vinculado àmorada do Cartão do Cidadão.Recordo ainda que foi aprovado o De-creto-Lei que altera o Regulamentoda Nacionalidade Portuguesa proce-dendo-se à simplificação do processode atribuição e aquisição da naciona-lidade, tornando-o mais justo e cé-lere, mas sem que se coloque emcausa o rigor do mesmo.Posso ainda referir a entrada em fun-cionamento dos “Espaço do Cida-dão”, em Paris e em São Paulo; a

aplicação “Registo Viajante” que dámaior garantia de apoio e proteçãoconsular aos Portugueses em mobi-lidade; a criação da plataforma deensino da língua portuguesa à dis-tância, denominada “PortuguêsMais Perto”, numa parceria entre oCamões, IP, e a Porto Editora, tendoem vista criar condições de contatoe de aprendizagem da língua portu-guesa aos filhos de uma jovem ge-ração que, estando em mobilidadepor razões essencialmente profissio-nais, mantém a vontade de regressoao país.Neste 10 de Junho que celebra o Diade Portugal, de Camões e das Comu-nidades Portuguesas há novas razõespara reforçar o orgulho de sempre.

10 de Junho: O orgulho de ser portuguêsOpinião de José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Traduzido em português, o título do pre-sente artigo significa: “Deus faça abarba à rainha”. A forma correta da pri-meira linha do hino nacional britânicoé, na verdade, “God save the queen”,Deus salve, ou proteja, a rainha. A merajunção de uma letra transforma “save”,pronunciado “seive”, em “shave”, compronúncia “cheive”.Ora o que aconteceria se num examede língua inglesa o aluno, ou aluna, dis-sesse, na prova oral, “shave” em vez de“save”? Seria considerado erro? Ounão? No fim de contas, trata-se apenasde um pequena diferença de som, de“s” para “ch”.Caso o aluno fosse oriundo do norte dePortugal, onde em algumas áreas a pa-lavra “sim” se pronuncia “xim”, até po-deria estar correto.E que dizer então se, numa prova oralde língua alemã, o examinando dis-sesse, em vez de BundesrepublikDeutschland (República Federal daAlemanha, “Bund” significa aqui uniãoou coligação), BandesrepublikDeutschland, que se pode traduzir porRepública da Fita ou República doBando da Alemanha? “Band” significa“fita” sendo “Bande” a designação deum grupo de ladrões, ou bando.Possivelmente o Presidente americanoDonald Trump gostaria de ver a Ale-

manha designada como um bando degatunos.Mas, e sem querer desiludir o senhorTrump, apenas a mudança de umaletra modifica todo o sentido, sendo,portanto, um erro, embora no respei-tante à pronúncia a diferença entre“Band” e “Bund” seja realmente muitopequena.Já seria mais grave se o aluno dissesse“Bindesrepublik Deutschland”, entãoseria a República da Ligadura. E seria,inegavelmente, erro.Dando-se o caso de o aluno ter a nacio-nalidade brasileira, haveria ainda a pos-sibilidade de o mesmo traduzir“Bundesrepublik Deutschland” por“República Alemã da Bunda”, porque“bunda”e “Bunde” pronunciam-se domesmo modo, sendo que em alemão o“e” final tem neste caso o som de “a”.Seria erro ou não? Afinal o som deambas as palavras é idêntico...Se algum dos leitores deste artigo des-conhecer o significado da palavra“bunda”, português do Brasil, reco-menda-se consulta no Google para evi-tar aqui a utilização de termos poucoelegantes.Após a exposição acima, que dizer dosucedido numa prova oral de línguaportuguesa, algures na Europa, de res-ponsabilidade de um conhecido insti-

tuto, em que o examinando, ou exami-nanda, usou a expressão “Rei Unido”em vez de “Reino Unido”?Como é de conhecimento geral, “rei”designa um indivíduo que é monarca,ou chefe, enquanto que a palavra“reino” se aplica a um território gover-nado por um rei.Poderá dizer-se que os reis estavamunidos, mas na verdade a expressão“Rei Unido”, só por si, é um erro.Porém, tendo o examinador demons-trado dúvidas quanto a esta questão,informou o citado instituto que a ex-pressão “Rei Unido” deveria ser consi-derada correta, se apenas usadaoralmente, por ser, alegadamente, ex-tremamente semelhante em pronúnciaa Reino Unido.Foi pena que o professor examinadornão tivesse, durante a referida provaoral, pedido ao aluno para repetir, pornão ter percebido bem, se este últimotinha dito “Rei Unido” ou “ReinoUnido”.Caso o aluno tivesse insistido no “Rei”,seria óbvio estar fora do assunto, ficandoclara a situação de erro. E se corrigissepara “Reino”, tudo estaria resolvido.Pena que tal não tenha sucedido, fi-cando assim perpetuado o erro de ReiUnido por Reino Unido, sendo a pri-meira uma expressão inexistente com

uma sílaba a menos, o que parece nãofazer qualquer diferença.Certo, a pronúncia é semelhante. Nessaordem de ideias, poderemos ver, futu-ramente, em qualquer prova oral de por-tuguês, por exemplo sobre os Lusíadas,o examinando declamar “As armas e osvarões assinalados” em vez de ”Asarmas e os barões assinalados”, comoconsta no Canto I da epopeia.É que “varões” significa indivíduos dosexo masculino, “filho varão”, ou “bar-ras”, como na frase: “O prisioneiro ol-hava para fora através dos varões dajanela”.E os “barões assinalados” de Luís Vazde Camões são os homens nobres, os fi-dalgos, escolhidos para participar nasDescobertas.“Varões” em vez de “barões” poderá serconsiderado correto?Se a mudança de uma única letra podefazer tanta diferença, que dizer de umasílaba a menos?Tendo tido conhecimento que uma edi-tora portuguesa, apoiada pelo referidoinstituto, também ele português, lançouum manual de 1° ciclo em portuguêsdo Brasil para que os professores doEPE, de nacionalidade portuguesa, do-minando e lecionando a vertente por-tuguês europeu, como é correto,possam utilizar, nas suas aulas, a norma

do português do Brasil, resta apenasdizer que aceitar como correta a expres-são “rei” em vez de “reino” é apenasum detalhe.Na generalidade do Ensino Portuguêsno Estrangeiro, reina já a confusão, comturmas que englobam alunos do 1° atéao 5° ano de escolaridade e diferentesníveis de conhecimentos do português,confusão esta que aumentará caso sejaadicionada a vertente brasileira.Ao obrigatório Português Língua Estran-geira para lusodescendentes irá juntar-se a possibilidade de aprender e ensinarPortuguês do Brasil, lecionado por pro-fessores portugueses.E, para terminar, uma pergunta: Todossabem que em certas regiões do nortede Portugal a letra “b” se pronuncia“v”, “baca” em vez de “vaca” e“binho” em vez de “vinho”. Então digam lá, diz-se “branca” oudiz-se “vranca? E a gema do ovocomo é, branca ou vranca?Disseram branca? Errado! A gema é...amarela!Assim se prova que é muito fácil levarao engano, mudando apenas uma letra.Que dizer, então; da falta de uma sílabainteira?Pobre Português no estrangeiro, é dedizer que estão mesmo a reinar comele...

‘God shave the queen’ e outras confusões linguísticasOpinião de Teresa Soares, Secretária-Geral do SPCL

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juin 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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DESTAQUE 03

Marcelo compromete-sea ser embaixadordo vinho do Picoe brinda a Macron

O Presidente da República compro-meteu-se a ser embaixador do vinhoda ilha do Pico, nos Açores, que pro-moveu junto de um grupo de francesescom os quais brindou “ao muito joveme brilhante” Chefe de Estado Emma-nuel Macron.No seu papel de embaixador do vinhodo Pico, o Presidente da República elo-giou este néctar junto de um grupo defranceses, dizendo, por várias vezes,que é bom e convidando-os a transmi-tirem aos amigos. Foi com eles quebrindou, incluindo no brinde o chefede Estado francês, Emmanuel Macron,recentemente eleito, e a quem se refe-riu como “um muito jovem e brilhantepresidente”.

Marcelo anunciacomemoraçõesem 2018 nosEstados UnidosO Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, anunciou que as co-memorações de 2018 do Dia de Por-tugal, de Camões e das ComunidadesPortuguesa vão ser nos Estados Uni-dos da América. “Para o ano vamos teruma grande festa, porque o 10 dejunho vai ser nos Estados Unidos daAmérica”, afirmou o Chefe de Estado,adiantando que “vai “passar por váriossítios onde há Comunidades açorianasque nunca mais acabam”.

Avião francêsevita colisãocom ‘drone’ no PortoUm avião que se preparava para ater-rar no aeroporto do Porto quase colidiucom um ‘drone’ a 450 metros de alti-tude, obrigando a tripulação a realizarvárias manobras. O incidente ocorreuno momento em que o Boeing 737-800, com capacidade para cerca de160 passageiros, da companhia TVF,France Soleil, grupo Air France/KLM,estava na aproximação final para ater-rar, a 3,5 quilómetros da pista, quandoum ‘drone’ se aproximou e o avião tevede efetuar diversas manobras para evi-tar a colisão, acrescentando as fontesque foi “a perícia da tripulação que evi-tou um grave acidente” com o Boeingque tinha descolado de Paris.

Foi assinado um Protocolo entre Pontault-Combault e o Governo português

A 42ª edição da Festa Franco-Portu-guesa de Pontault-Combault teve lugarno fim de semana passado e voltou ajuntar vários milhares de pessoas paraassistirem aos concertos que tiveramlugar no Parque anexo da Mairie da-quela cidade dos arredores de Paris(77).Mas o momento alto das festas foi aassinatura de um Protocolo de Coope-ração entre o Ministério dos NegóciosEstrangeiros português, o Município dePontault-Combault e a Associação Por-tuguesa Cultural e Social de Pontault-Combault (APCS). O Protocolo foiassinado por Monique Delessard,Maire da cidade e também candidataàs eleições legislativas, pelo CônsulGeral de Portugal em Paris AntónioMoniz e pelo novo Presidente da APCS,Cipriano Rodrigues. No palco estavatambém o Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, José LuísCarneiro.O momento escolhido para a assina-tura foi o dos habituais discursos datarde de domingo. Em cima do palcoestava também o Deputado CarlosGonçalves, o Cônsul Geral Adjunto dePortugal em Paris, a Coordenadora doensino de português, o Presidente daCâmara Municipal de Caminha, cidadegeminada com Pontault-Combault, eos dois principais patrocinadores dafesta, Rui Soares em representação daCaixa Geral de Depósitos e Carlos Vi-nhas Pereira em representação dacompanhia de seguros Fidelidade.“No ano passado, nesta mesmaFesta, foi assinado um Protocolo deCooperação. Este domingo foi assi-nado um Plano de cooperação insti-tucional com vista a reforçar a

coordenação nos domínios consu-lar, social e cultural assim contri-buindo positivamente para umamaior integração da Comunidadeportuguesa e reforçando os laçosde amizade luso-franceses” disseao LusoJornal o Secretário de Es-tado José Luís Carneiro.Através deste novo Plano de coope-ração institucional, a AssociaçãoPortuguesa Cultural e Social de Pon-tault-Combault “coloca à disposiçãoda Comunidade portuguesa, e nassuas instalações, um funcionáriopara se ocupar das matérias sociais.Aos cidadãos portugueses que se ins-talem em França é igualmente propor-cionada a possibilidade de frequenta-rem de cursos de francês” diz umanota divulgada pelo Consulado Geralde Portugal em Paris. “Fica ainda as-sente que o Consulado-Geral em Paris,o Município de Pontault-Combault e aAssociação Portuguesa Cultural e So-cial vão manter uma colaboração es-

treita com vista à organização de even-tos culturais, designadamente exposi-ções de pintura, escultura, arquiteturae realização de concertos com artistasportugueses, no quadro ou fora do qua-dro da Festa anual franco-portuguesade Pontault-Combault; vão ainda cola-borar com vista à identificação das ini-ciativas de caráter empresarial comorigem na Comunidade portuguesa,especialmente no que toca às empre-sas mais pequenas e/ou de dimensãoregional que desejem aprofundar osseus laços e vender os seus produtosem França e em Portugal”.Monique Delessard, que esteve recen-temente em Portugal, disse em cimado palco que foi recebida pelo Presi-dente Marcelo Rebelo de Sousa. O pú-blico aplaudiu. “Orgulho-me muito porsermos o primeiro município a assinarum Protocolo de cooperação com o Go-verno português” disse ao LusoJornal.Entretanto o Secretário de Estado jáassinou mais dois Protocolos, com

Soufleheim, nos arredores de Stras-bourg, e com Osnabruk, na Alemanha.“O importante neste Protocolo é o sub-sídio” confessou ao LusoJornal o Pre-sidente da APCS. “Sem subsídio nãoconseguiremos fazer absolutamentenada” diz Cipriano Rodrigues. MasMário Castilho, o fundador da associa-ção disse ao LusoJornal que depõeconfiança no atual Secretário de Es-tado para conseguir resultados concre-tos no quadro deste Protocolo.A chuva de sábado não fez fugir o pú-blico que assistiu ao concerto de Ma-nuel Campos, Nelo Ferreira, PapaLondon, Némanus e Lucenzo.No do-mingo passaram pelo palco Marcus,Johnny, JH La Légende e Rui Ban-deira. Marco Paulo, que era o cabeçade cartaz foi hospitalizado e teve de sersubstituído pelos Quinta do Bil.Durante um almoço à margem daFesta, a Maire de Pontault-Combaultprestou homenagem ao Presidentecessante da APCS, Mário Castilho.

Protocolo implica a Mairie e a associação portuguesa local

Por Carlos Pereira

Le 07 juin 2017

Nestes últimos dias da Páscoa, quetem a sua plenitude no Pentecostes,os ataques terroristas fizeram denovo vidas mortais e, mais uma vez,tomaram de assalto os nossos cora-ções. Parece que este rio de sanguenão tem fim: na Europa mais pertode nós e de igual modo em terrasmais distantes, porque uma vida“aqui” não tem mais valor de umavida “além”.Diz o nosso povo que “enquanto hávida, há esperança” mas o seu con-trário ainda é mais verdadeiro: en-quanto houver esperança a vida serápossível. É a esperança que memove, que me fez levantar nos diasmais difíceis ao longo da minha vidae tornou suportáveis as dores maisintensas. É a esperança que nos levaa ver mais longe e a sentir de outraforma as alegrias e as tristezas destaperegrinação sobre a Terra.Nestes dias do Pentecostes, quandoJesus deu o Seu Espírito Santo, aosseus primeiros discípulos, incluindoa Sua Mãe, reaviva-se em mim a cer-teza donde vem esta esperança. Nãovem de palavras reconfortantes dospolíticos, de um campeonato ganho

no futebol, de uma frágil recupera-ção económica ou de uma vitórianum concurso de canções. Descul-pem-me aqueles que procuram e en-contram esperança nesses aconte-cimentos. Como dizia o Papa Fran-cisco há dias “os homens necessi-tam de esperança para viver eprecisam do Espírito Santo para es-perar”. E eu espero…Espero que um dia a sabedoria e ainteligência do coração humanoabrace cada vida duma pessoa hu-mana como merecedora de proteção.Espero que não nos definamos porcritérios pequeninos e mesquinhosde utilidade económica ou ideoló-gica. Espero que um dia choremostodas as vidas humanas perdidas deforma violenta: os bebés vítimas doaborto, da fome, da doença, doabandono e da guerra, e de igualmodo as crianças, os jovens e osadultos mortos por tantas razões,porque a destruição de uma vida hu-mana nunca me alegrará, a não sera morte dos que dão a vida por amordo seu próximo.Espero que um dia sejamos tão inte-lectualmente honestos que dirigen-

tes políticos e cidadãos deixem deusar a mentira e de eleger mentiro-sos que à Esquerda e à Direita - emtodas as suas intensidades e latitu-des - nos enganam com falsas pro-messas de felicidade, classificandoos seres humanos nas suas escalasde mérito: este pode viver e aquelenão, este pode ter todos os direitos eo outros muitos mais deveres, queaquilo que é diferente seja, sem ver-dade alguma, considerado igual…Espero contra toda a probabilidadede alguma vez ver esse dia, porque “oEspírito Santo torna possível esta es-perança invencível dando-nos o teste-munho interior de que somos filhos deDeus e seus herdeiros (cf. Rm 8,16)”, como recordava Francisco, quecompletava: “Há mais: o EspíritoSanto não nos torna somente capazesde esperar, mas inclusive de ser se-meadores de esperança, de ser tam-bém nós - como Ele e graças a Ele -“paráclitos”, ou seja, consoladores edefensores dos irmãos, semeadoresde esperança. Um cristão pode se-mear amarguras, pode semear perple-xidades, e isto não é cristão, e quemfaz isto não é um bom cristão. Semeia

a esperança: semeia óleo de espe-rança, semeia perfume de esperançae não vinagre de amargura e de deses-pero”.Porque, como testemunham os san-tos, que nunca foram super-homensou super-mulheres (nenhum deles!):“Instruídos pelo nosso próprio sofri-mento, pela nossa própria dor, aliás,pelos nossos próprios pecados, tere-mos a mente e o coração treinadospara qualquer obra de amor em re-lação aos necessitados. Seremos,conforme a nossa capacidade, con-soladores à imagem do Paráclito -ou seja, do Espírito Santo - e emtodos os sentidos que esta palavracomporta: advogados, assistentes,portadores de conforto. As nossaspalavras e os nossos conselhos, onosso modo de fazer, a nossa voz,o nosso olhar, serão gentis e tran-quilizadores” (Beato John New-man).Sim, contra o terrorismo e tantasoutras formas de morte admitidase legais, eu espero, esperando queo faça de modo gentil e tranquilo.Contra a dor e o sofrimento semee-mos a Esperança.

Esperança contra-terroristaOpinião de Padre Nuno Aurélio, Reitor do Santuário de N. Sra de Fátima de Paris

Lusa / Miguel A. Lopes

LusoJornal / Mário Cantarinha

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Governo pondera modelo-pilotopara testarvoto eletrónico

O Governo está a analisar a hipó-tese de um modelo-piloto para tes-tar a segurança e confidencia-lidade do voto eletrónico na emi-gração, anunciou o Secretário deEstado das Comunidades Portu-guesas, considerando, no entanto,que este sistema tem “problemasgrandes”.José Luís Carneiro referiu que épreciso “salvaguardar o direito devoto”, um “valor constitucionalque é inalienável”, garantindo que“não possa ser usurpado por nin-guém”.O Secretário de Estado considerouque este é um debate que deveser feito no Parlamento e que cabeao Governo “criar as condiçõesmais adequadas à participaçãoeleitoral”. No entanto, alertou,“nos últimos tempos têm-se vindoa constituir dúvidas muito legíti-mas em relação ao voto eletrónico,nomeadamente nos Estados Uni-dos e em França, onde não foi au-torizado para as últimas eleiçõespresidenciais por receio defraude”.“São matérias que têm de seracompanhadas com todo o cui-dado, mas quem tem acompa-nhado o assunto também temcriado mecanismos de segurança,nomeadamente a nível de identifi-cação pessoal para que essa iden-tidade não possa ser usurpada”,considerou.Questionado sobre a possibilidadede também haver usurpação deidentidade no voto por correspon-dência, sistema usado para aseleições legislativas, José Luís Car-neiro admitiu que sim. “Houvecasos de fraude denunciados noBrasil e em Macau e é por issoque tem havido muitas vozes a de-fender o fim do voto por corres-pondência”, disse.O Secretário de Estado considerouainda que “as condições de parti-cipação eleitoral não dependemúnica e exclusivamente dos ter-mos do voto”, mas que a fracaparticipação deve-se à falta deidentificação e motivação dos elei-tores que estão longe do país”.Nas Legislativas de 2015 a taxa deabstenção nos círculos eleitoraisno estrangeiro foi de 88,32%, en-quanto nas Presidenciais de 2016foi ainda superior, 95,31%.

04 ENTREVISTA

José Luís Carneiro diz que a modernizaçãoconsular está no centro de todas as atenções

O Secretário de Estado das Comunida-des Portuguesas, José Luís Carneiro,está em funções há cerca de um ano emeio. A primeira entrevista que deu aum órgão de comunicação social nasComunidades foi ao LusoJornal.Impunha-se agora fazer um primeirobalanço das promessas que tinha, naaltura, prometido.

Vamos começar com a primeira daspreocupações dos Portugueses resi-dentes no estrangeiro: o funciona-mento dos serviços consulares. Tinhaanunciado que iriam entrar 100 novosfuncionários. Foi um objetivo não atin-gido?A meta está a ser atingida. Abrimosconcurso em 2016 para 21 lugares,abrimos de novo concurso este ano de2017 para 37 lugares, temos 20 luga-res a aguardar despacho positivo doMinistério das Finanças, cumprimostambém o compromisso da integraçãode 10 novos Chanceleres, cumprindoum concurso que tinha sido previstoem 2015, mas cuja concretizaçãoocorreu no ano de 2016 e também seencontra em concurso o reforço demeios informáticos de apoio à redeconsular, neste caso para funcionáriosdo quadro e para funcionários em re-gime de contratação de serviços e foitambém aberto um concurso para 31Adidos de Embaixada.

É aquilo que temos ouvido: que há re-crutamento de postos de chefia e nãotanto de funcionários de base.De forma alguma. Todos os lugares deque lhe falei não são postos de chefia,salvo 10. Todos os outros são lugaresdestinados ao reforço consular.

Mas não resolveu o problema de de-mora no atendimento em Paris e emBruxelas, por exemplo.O posto de Paris foi reforçado, o postode Bruxelas também foi reforçado,quer com meios de chefia, como porexemplo um Consul Geral Adjunto emParis e com o reforço do atendimento.Aliás ainda se encontra em curso umconcurso para reforço do atendimento.Também em Bruxelas foi colocado onúmero dois da Embaixada e foram co-locados mais funcionários também deapoio à Embaixada, que tinha sido,como sabe, extinta, e que foi entre-tanto reaberta. E que também foi ob-jeto de um reforço dos meiosconsulares. Queria acrescentar que asestatísticas mostram que há um au-mento do número de atos consularesem todos os postos. De 2015 para2016 e de 2016 para 2017 há um au-mento muito significativo de atos con-sulares. Nós alcancámos em 2016mais de 1.900.000 atos consulares eessa tendência de crescimento verifica-se, e de forma muito substantiva, noConsulado Geral de Paris e também naSecção Consular de Bruxelas. O quesignifica que os serviços, e tambémcom o reforço que tem vindo a ser em-preendido, estão a corresponder ao au-mento da procura, que tem vindo a serfeita.

Por isso é importante também o recru-

tamento de chefias?A política vai em dois sentidos: o re-forço dos meios humanos e a moder-nização dos serviços consulares. Járeferi a contratação de funcionários etambém a contratação de chefias, por-que ao reforçarmos os funcionários,temos de reforçar também a capaci-dade de despacho. Sem chefias, nãohá despacho e sem despacho não hácapacidade de resposta para os atosconsulares de maior relevância. É ne-cessário reforçar o atendimento e refor-çar simultaneamente os níveis dechefia, nomeadamente com os Chan-celeres e com a colocação em posto deDiplomatas com a categoria de Cônsu-les Gerais Adjuntos, como é o caso deParis, de S. Paulo, de Luanda, e foitambém o que aconteceu com a colo-cação do número dois da Embaixadana Bélgica, no sentido de forçar a ca-pacidade de despacho dos postos con-sulares e também a consolidação dasjurisdições consulares, foi feita uma re-visão às jurisdições consulares publi-cada em 2016 e que permite agora teruma outra leitura de responsabilidadesnovas e de novas atribuições aos Con-sulados honorários.

Em França não houve alteração das ju-risdições dos postos consulares...Em França teve influência no que sefez em Nice e em Montpellier. Duasnovas representações consulares hono-rárias, sendo que, como sabe, temosprocurado reforçar os poderes dessesCônsules honorários, mas fundamen-talmente está pronta para ser apresen-tada à opinião pública uma nova óticade relação com os Consulados honorá-rios que, entre outras funções, procu-raremos que venham a ter funções nainternacionalização da cultura e na in-ternacionalização da investigação cien-tífica, a par de critérios mais claros nomodo como o Estado português atribuisubsídios aos Consulados honorários.Ao mesmo tempo, procurarmos tam-bém implementar uma cultura deprestação de contas no trabalho que édesenvolvido por parte dos Consuladoshonorários.

Vai nomear mais Cônsules honoráriosem França?Vamos avaliar primeiro. Temos 285Consulados honorários no mundo, des-ses, 85 têm poderes alargados de re-gisto, de notariado e de recensea-mento, e há 69 que estão criados emDiário da República que estão sem ti-tular. Nós, em detrimento de estarmosa criar novos, sem critérios e de formaaleatória, temos de olhar para o con-junto desta rede e não apenas avaliar otrabalho, nalguns casos de excelência,que tem sido desenvolvido por muitosConsulados honorários. Há outroscasos em que o trabalho poderia efeti-vamente ter uma outra dimensão ouum outro conteúdo. Em função destaavaliação, estabelecermos objetivos depolítica externa para estes Consuladoshonorários...

Vai fazer por exemplo um Semináriodos Consulados Honorários?Sim, está previsto fazermos o primeiroencontro de todos os Consulados Ho-norários em abril do próximo ano, pre-

cisamente para que os Consulados ho-norários se sintam também investidosduma interpretação dos interesses doEstado português de forma integrada ede forma estratégica. Há um trabalhode avaliação no terreno que está a serrealizado por parte dos postos diplomá-ticos. Tive o primeiro encontro comtodos os Consulados honorários no Bra-sil há muito pouco tempo, e nesse en-contro tive uma noção muito clara, quejá correspondia a uma leitura das mi-nhas primeiras viagens, de que é ne-cessário dar um outro conteúdo, umaoutra eficácia aos Consulados honorá-rios porque eles podem ter importân-cia, não apenas em termos de atraçãode investimento direto estrangeiro parao país, como podem também auxiliar,e muito, na internacionalização da eco-nomia portuguesa, e podem também,naturalmente, trazer consigo um con-tributo para a internacionalização dacultura, do ensino superior e da inves-tigação portuguesa.

Fez também promessas de moderniza-ção dos serviços consulares. Em queponto estamos nessa modernização?Há quatro pontos que quero referir. Oprimeiro ponto é o desenvolvimento doEspaço do Cidadão nos postos consu-lares. Esta experiência foi desenvolvidaem Paris e está agora implementadaem S. Paulo. Ao fim de um ano de fun-cionamento faremos uma avaliaçãopara podermos realizar esta experiêncianos postos consulares onde nos com-prometemos, nomeadamente na Bél-gica e no Reino Unido, e poderexpandi-la a outros postos. Temos pe-didos noutros postos. Trata-se de 60serviços da Administração pública por-tuguesa, provenientes de 10 departa-mentos de Estado, 50 desses serviçosgratuitos. Eu diria que é uma experiên-cia para continuar a desenvolver nasComunidades.

Recentemente anunciou a inscriçãoconsular única. De que se trata exata-mente?Eu diria que se trata de facto de umaalteração de paradigma no modelo derelação com os cidadãos, porque o atoúnico de inscrição consular obrigou auma migração de dados, durante todoo ano de 2016 para uma base centra-lizada em Lisboa, a partir daqui, ne-nhum cidadão, em qualquer parte domundo, terá mais necessidade de,sempre que muda de jurisdição con-sular, proceder a nova inscrição consu-lar. Ou seja, com base no seu Cartãodo Cidadão, o funcionário consular re-cupera a ficha de atendimento eletró-nica, que tem todo o movimentoconsular com esse utente. No futuro,que esperamos seja tão breve quantopossível, mas ainda durante a legisla-tura, vamos poder desenvolver e testarserviços, a partir desta alteração extru-tural, nomeadamente de caráter admi-nistrativo, que não exijam a presençanos serviços consulares a partir do do-micílio dos utentes. Este projeto foilançado recentemente em Barcelona.Nós gostariamos que fosse em Parisonde se pudesse mostrar toda esta di-nâmica de modernização, porque Parisintegra já todas as dimensões queestão em curso.

Do seu balanço consta também o Re-visto Viajante...É uma aplicação que vem reforçar acapacidade de resposta do Gabinete deemergência consular e que permite daroutras condições de segurança aosPortugueses em mobilidade porque em2016 foram cerca de 100 circunstân-cias de emergência muito graves queexigiram uma mobilização dos recursosconsulares e de contacto com as auto-ridades estrangeiras para verificar sehavia ou não Portugueses nessas cir-cunstâncias de emergência - atenta-dos, acidentes ferroviários, tremores deterra,... - e esta aplicação, totalmentegratuíta, cujos dados estão protegidospela Comissão Nacional de Proteçãode Dados, permitem, aos cidadãos quefaçam viagens, receber informaçãosobre as regiões e os países de destino,informações úteis do ponto de vista dasaúde, da segurança, de cuidados quehá que ter na forma como se movimen-tam, mas também em circunstânciasde emergência, poderem acionar umsms para o Gabinete de emergênciaconsular, permitindo por essa via queo Estado português, ao identificar aexistência de Portugueses nesses lo-cais, possa mais facilmente mobilizaro apoio e a proteção a esses mesmosPortugueses.

Qual é o terceiro ponto na moderniza-ção dos serviços?Tem a ver com o portal do ensino delíngua portuguesa à distância “Portu-guês mais perto”. É uma plataformapensada pela Porto Editora e pelo Ins-tituto Camões para os Portugueses queestão em mobilidade e que esperamregressar, e querem que os seus filhoscontinuem em contacto com a línguaportuguesa. Podem fazê-lo, podemrealizar exames de conhecimento du-rante esse percurso e podem até acio-nar um tutor para acompanhar aformação e a qualificação dos seus fi-lhos.

A Porto Editora já refletiu muito sobreisso com o Instituto Camões, e até jácriou pelo passado uma plataforma deensino à distância que não deu qual-quer resultado...Neste momento estamos perto de umacentena de inscritos nesta plataformae temos agora uma escola nos EstadosUnidos, em Tulare, que acaba de noscomunicar a vontade de levar esta pla-taforma para todos os alunos dessa es-cola secundária. Com base nestaexperiência, eventualmente com umajustamento no custo, podemos levaresta experiência às escolas. São ferra-mentas novas, mas aquilo que possogarantir é que depois de terem sidocriadas, estamos a enveredar esforçospara que tenha efetivamente resultado,porque tendo resultados, é uma res-posta nova que está criada para os Por-tugueses das jovens gerações, quelevam os seus filhos, muitas vezesonde não há oferta de língua portu-guesa, é uma ferramenta que lhes per-mite aceder ao processo de aquisiçãode conhecimentos em língua portu-guesa.

Em França tem havido negociações

Entrevista com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Por Carlos Pereira

Le 07 juin 2017

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ENTREVISTA 05

entre o Ministro português da Educa-ção e o Ministro francês da Educação.Ora o Ministro da Educação não tutelao ensino de português no estrangeiro.Porque razão não é o Secretário de Es-tado que tutela o Instituto Camões, epor conseguinte a rede de ensino por-tuguês no estrangeiro, a negociar coma França?Eu quero garantir que o Ministro dosNegócios Estrangeiros, Augusto SantosSilva, acompanhou e deu o seu acordopara todo o processo negocial e para aconclusão do Adordo estabelecido como Ministério da Educação francês. Aliásdeu esse acordo e essa validação, apósconsulta ao Instituto Camões que teve,na negociação desse Acordo um papelessencial, sem o qual, não seria possí-vel ter-se alcançado este desfecho, queapesar das dificuldades é um desfechopositivo.

Considera positiva a sua ação em ma-téria de ensino?Tem havido sinais muito positivos emrelação ao trabalhos que temos vindoa desenvolver, para garantir a comple-mentaridade de dois tipos de resposta:o ensino integrado e o ensino paralelo.Mas queria deixar uma mensagemmuito importante: que as famílias pro-curem inscrever os seus filhos nasaulas de língua portuguesa, porque aoestado Português, compete criar asoportunidades de ensino da língua por-tuguesa, mas depois compete aos pais,um trabalho em casa, falando a línguaportuguesa, e nas escolas procurandoinscrever os seus filhos nas aulas delíngua portuguesa.

Vamos abordar as questões de partici-pação cívica porque era outra dassuas prioridades. Fez recentementeuma proposta ousada: recensear au-tomaticamente mais de um milhãode Portugueses residentes no estran-geiro (todos os que têm Cartão do Ci-dadão). Isso tem muitas implicaçõesno processo eleitoral. Está conscientedisso?Para muitos, certamente que o me-lhor seria estar parado. Quando se dáum passo, que em meu entender émuito positivo para a participaçãodos Portugueses na vida eleitoral dopaís, aqueles que nunca ousaramfazer, criticam porque se ousou fazer,os que gostavam de o fazer e não o

fizeram, dirão que ainda há muitasmais coisas para fazer...

A minha função não é de criticar, éapenas de colocar perguntas...Sim, eu sei. Nós passamos de um uni-verso de 280 mil para 1.200 mil re-censeados automaticamente.

Ainda não está definitivo. Falta valida-ção da Assembleia da República.

Sim, claro. Mas quero sublinhar o tra-balho que foi feito pelo Governo, tam-bém pela Secretária de Estado daAdministração Interna, Isabel Oneto, epela Senhora Ministra, para que fossepossível garantir o recenseamento au-tomático dos Portugueses no estran-geiro. Tudo isto com o apoio doPrimeiro Ministro, não podia ser deoutra forma, e com o envolvimentomuito ativo do Senhor Ministro dos Ne-

gócios Estrangeiros. Houve aqui umtrabalho de equipa muito significativopara podermos dar esse passo. Foiaprovado em reunião dos Secretáriosde Estado e foi aprovado em Conselhode Ministros e agora tenho a especta-tiva de que seja aprovada no Parla-mento. A seguir vem a outra fase.Organizarmos o sistema postal, porquepara as eleições legislativas o voto é porcorrespondência, o que significa que,

em detrimento de emitirmos 280 milboletins que chegam a casa das pes-soas, vamos ter de emitir um milhão eduzentos mil boletins.

Essa é apenas uma questão orçamen-tal...Para as Legislativas é uma questão or-çamental. Quando o Governo decidiuavançar com esta medida, decidiu as-sumir as suas responsabilidades orça-mentais para que ela possa ser postaem prática. Para as eleições Presidên-ciais, em que o voto é de caráter pre-sencial - para já, mas o assunto estáem discussão na Assembleia da Repú-blica e eu não me quero pronunciarsobre ele, para não condicionar dequalquer forma o debate parlamentar- aquilo que eu estou a tentar fazer, noâmbito dos meus serviços, é de identi-ficar pontos, quer nos Consulados decarreira, quer nos Consulados honorá-rios, onde possamos abrir mais mesasde voto, tendo em vista garantir umarede mais próxima dos cidadãos paraque possam exercer o seu voto tam-bém para a Presidência da República.Esse trabalho está já avançado, masainda não está concluído. Aquilo queeu desejo é que, depois de estar con-cluído, tenho a intenção de ter umareunião com a Comissão Nacional deeleições, tenho também a intenção desolicitar uma reunião de trabalho comos Deputados eleitos pela emigração,para que todos se envolvam nestapreocupação porque, entre outrasquestões, vai ser necessário que osPartidos políticos designem represen-tantes para as mesas eleitorais. Estetem de ser um esforço de todo o país,não é apenas o esforço do Secretáriode Estado das Comunidades portugue-sas. Mas quero deixar também umaoutra mensagem: é muito importanteque os Portugueses residentes no es-trangeiro participem também nas elei-ções nos países onde residem, sempreque tal seja possível, porque na maiorparte dos países europeus podem votarpara as eleições locais e devem parti-cipar também nos atos eleitorais porfora a que as Comunidades portugue-sas tenham mais força política nos paí-ses de acolhimento. Porque quanto àparticipação no seu país de origem, aínós estamos a procurar criar novasoportunidades de participação eleito-ral.

Le 07 juin 2017

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Lusa / André Kosters

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Dois lusodescendentesrivais na mesmacircunscriçãodo Val d’OiseNa corrida às Legislativas de 11 e18 de junho, há dois rivais lusodes-cendentes na 9ª circunscrição doVal d’Oise (95), entre 19 candida-turas: Adeline Roldão-Martins eDavy Rodriguez de Oliveira.Adeline Roldão-Martins, de 34anos, nasceu em Toulouse e temraízes familiares no Pinhal Novo,no concelho de Palmela, sendocandidata independente, enquantoDavy Rodriguez de Oliveira, de 23anos, tem raízes em Espinho e écandidato suplente da Frente Na-cional.A lusodescendente, Maire-Adjointeem Survilliers, apelou a votar Em-manuel Macron nas Presidenciais,tem um cartaz onde se lê “MaioriaPresidencial”, mas vai ter um ad-versário de “A República em Mar-cha”. “Não estou desapontada. Asequipas de Macron tinham-mecontactado, mas ao nível nacionaldecidiram de maneira diferente.Não optaram por alguém que co-nhece o território. Eu sempre disseque, com ou sem etiqueta, ia atéao fim para defender as causas na-cionais, nomeadamente o pro-grama de Emmanuel Macron queapoio fortemente, mas atençãoporque não se pode esquecer arealidade local”, afirmou a candi-data à Lusa.Davy Rodriguez de Oliveira é o can-didato suplente de Mikael Sala edisse à Lusa que não entra na lutapelo voto dos Portugueses porqueanda atrás do voto dos Franceses emgeral, onde inclui os lusodescenden-tes. “Não estamos numa postura defalar a Portugueses, Espanhóis ouAlemães. A nossa ideia é falar comos Franceses. Além disso, os Portu-gueses hoje em dia têm os mesmosreceios que os Franceses, desde ainsegurança, o terrorismo islâmico ea imigração massiva”, afirmou ojovem.Diretor nacional adjunto da FrenteNacional da Juventude (FNJ),Davy Rodriguez de Oliveira andouem campanha para as Presiden-ciais em apoio a Marine Le Pen,cantou o hino francês após a der-rota da FN no Chalet du Lac, emParis, e ainda acredita que a FNpossa ser “o Partido da oposiçãona Assembleia”.Candidato suplente, Davy Rodri-guez de Oliveira não pensa naeventualidade de ocupar um as-sento parlamentar no caso de oseu candidato titular ser eleito enão poder cumprir o mandato por-que ainda é “muito jovem”.Filho de mãe portuguesa e pai es-panhol, o lusodescendente que hojeé uma das vozes da juventude deMarine Le Pen, chegou a apoiarJean-Luc Mélenchon, da esquerdaradical, nas presidenciais de 2012,depois de ter passado pelo PS e derapidamente se ter afastado quandoFrançois Hollande venceu as primá-rias de então.

06 LEGISLATIVAS

Roméo de Amorim, o candidato que acreditano voto franco-português

Roméo de Amorim, candidato às elei-ções legislativas de 11 e 18 de junhoem França, tem multiplicado as açõesde campanha em Saint Maur-des-Fos-sés (94), nos arredores de Paris, umacidade onde se ouve falar portuguêsnas ruas.O lusodescendente de 35 anos nasceuem Saint Maur, onde é Conselheiromunicipal, e aí realizou vários eventospara a Comunidade portuguesa, apos-tando no voto dos lusodescendentes edos franco-portugueses para conquistarum assento no Parlamento francês por-que considera que a Comunidade tem“um peso político”.“Sejam os meus concorrentes ou aspessoas com quem falo, há muitos quedizem que eu tenho um peso na Co-munidade portuguesa da zona e algu-mas pessoas têm medo disso. Algumaspessoas têm medo porque sabem quehoje a Comunidade portuguesa é umaComunidade que tem um peso ao níveldo país, seja ao nível económico, asso-ciativo”, disse à Lusa o candidato.Roméo de Amorim é “candidato inde-pendente de direita” na primeira cir-cunscrição do Val-de-Marne queengloba as cidades de Saint Maur,Bonneuil, uma parte de Créteil e umaparte de Champigny, ou seja, cerca de150 mil habitantes dos quais haverá“entre 30 a 40 mil portugueses”, nassuas contas.Depois de vários anos ao serviço de LesRépublicains, Roméo de Amorim de-cidiu sair do Partido de direita em ja-neiro na sequência das polémicassobre os alegados empregos fictícios docandidato às presidenciais FrançoisFillon e lançar-se sozinho na corrida aoParlamento, financiando a própriacampanha e tendo o apoio financeiro

“até de algumas pessoas da Comuni-dade portuguesa”.“Os Portugueses têm orgulho de verque pode haver um lusodescendente,uma pessoa da Comunidade portu-guesa, na Assembleia francesa”, de-fendeu o candidato, sublinhando quetem “uma mensagem de sucesso daintegração da Comunidade portu-guesa” que é “muito partilhada” peloslusodescendentes.Ao distribuir panfletos no “marché” deAdamville, no centro de Saint Maur,Roméo de Amorim cumprimenta mili-tantes de outros Partidos, comercian-tes e clientes, recebendo palavras deapoio em francês e em português.No stand da pastelaria “Chaud etBon”, o padeiro José Santos nem quer

acreditar que “o senhor Amorim é can-didato a Deputado”, soltando um so-noro “Não, a sério?! Parabéns!” esublinhando que “é um grande orgulhopara os Portugueses” e que “em SaintMaur todos conhecem o senhor Amo-rim”.De porta-moedas nas mãos cruzadas,Maria José Germano, de 70 anos, sótem nacionalidade portuguesa e nãopode votar mas “se pudesse era porele” porque tem “muito, muito orgulhode haver um candidato português”.Alguns metros adiante, atrás de umamesa com bacalhau, tremoços, orelhade porco e couves, Silvino Mendes deAbreu também lamenta não podervotar por ser português mas “votavapor ele” se tivesse nacionalidade fran-

cesa.Igualmente a vender bacalhau, chou-riços e queijos da serra, entre produtositalianos, o lusodescendente Nuno Pe-reira conhece Roméo de Amorim hábastante tempo e espera que ele tenhaum bom resultado nas eleições, aindaque vá votar no candidato de Les Ré-publicains noutra circunscrição.Na rua principal ao lado da feira, hámilitantes também a fazer campanha,como Pierre Yves Grandemange queapoia o candidato Republicano mascomo “o Roméo é um amigo” prometeficar contente se ele vencer, enquantoGuy Deloche, militante de A França In-submissa, considera que Roméo “nãotem nenhuma hipótese de ganhar facea pesos pesados da direita e a um elei-torado que pende para a direita”.Já Elisabeth Bouffard Savary, candi-data suplente do Partido Socialista,questionou, por sua vez, se os Portu-gueses vão mesmo às urnas e se “his-toricamente, tendo em conta aditadura de Salazar, não votarão maisà esquerda”.Pelo caminho, Roméo de Amorimainda se cruza com a mãe, que nãopode votar no filho por não ter nacio-nalidade francesa mas que disse àLusa ajudar na distribuição de panfle-tos, assim como o pai e a irmã que éConselheira municipal em Champigny-sur-Marne. “Eu sou filho de emigrantesportugueses, faço parte do povo, daspessoas que não se ouvem, que não seveem, e o facto de ser eleito seria umahonra e teria muito orgulho não só paramim mas também para a Comunidadeportuguesa de França e para os Fran-ceses que têm cada vez mais desilusãodos políticos”, conclui Roméo de Amo-rim, sublinhando que “se não ganharesta eleição é mais um passo para asautárquicas daqui a três anos”.

Em Saint Maur-des-Fossés

Por Carina Branco, Lusa

Virginie Araújo quer integrar “uma maioriade Deputados insubmissos” no Parlamento

A candidata Virginie Araújo, de AFrança Insubmissa, às legislativas de11 e 18 de junho, acredita que é pos-sível conquistar “uma maioria de De-putados insubmissos” e que omovimento pode ser “a surpresa” daseleições. “O objetivo alcançável é teruma maioria na Assembleia Nacional,ter uma maioria de Deputados insub-missos que possam trabalhar contra apolítica de austeridade de Macron”,afirmou à Lusa a candidata da 3ª cir-cunscrição de Essonne, nos arredoresde Paris.A lusodescendente, de 32 anos,acrescentou que “há uma divisão daDireita” em várias circunscrições, comcandidaturas de diferentes partidos, eque “A França Insubmissa já provounas Presidenciais que era a força daEsquerda”.“Apesar de não termos chegado à se-gunda volta das Presidenciais houveum grande dinamismo e, na minha enoutras circunscrições, esta dinâmicavê-se na campanha para as Legislati-

vas. Fazer uma boa campanha compessoas motivadas pode realmentecriar a surpresa e fazer-nos ser elei-tos”, continuou.Virginie Araújo acrescentou que “secada eleitor das Presidenciais reiteraro seu voto na França Insubmissa du-rante as legislativas, 78% dos candi-datos do movimento chegam àsegunda volta” - incluindo ela - por-que na sua circunscrição a França In-submissa conquistou “um pouco maisde 20% dos votos” na primeira voltadas Presidenciais de 23 de março.Depois, a candidata acredita que podeadquirir um assento parlamentar por-que está a fazer “uma excelentecampanha” e porque é “uma alter-nativa” visto que não é uma “políticaprofissional mas uma simples ci-dadã”.“É a primeira vez que sou candidata.Como 94% dos candidatos de AFrança Insubmissa, nunca fui Maire,Conselheira municipal ou Conse-lheira Départementale. Defendemosuma urgência democrática em queos candidatos sejam representativos

dos cidadãos e isso passa tambémpor não ser um político profissional epor não viver necessariamente da po-lítica”, descreveu a fisioterapeuta.Ainda que esteja a dar os primeirospassos em eleições, Virginie Araújocontou que construiu o seu “pensa-mento político de esquerda desdecriança” graças a uma mãe sindica-lista e a um pai emigrante português.Em 2005, Virginie Araújo militoupelo Não no referendo francês àConstituição Europeia e, em 2012,apoiou a campanha de Jean-Luc Mé-lenchon às Presidenciais, tendo fun-dado na cidade onde vive, Dourdan,um grupo de apoio a Mélenchon noano passado.Ser Deputada seria para ela “umgrande orgulho” porque vem de“uma família modesta” e porque tem“origens portuguesas, inglesas e bel-gas”, provando que se pode “ter or-gulho na dupla cultura e estar-seancorado na República francesa”.“Enquanto filha de emigrante portu-guês, a minha candidatura pode ilus-trar uma certa forma de ascensão

social que foi o fruto do trabalho dosmeus pais. Esta dupla nacionalidadepode levar à vitória da diversidade so-cial. É uma bela prova que oferece-mos a muitas crianças e jovens daminha geração que são filhos de emi-grantes, sejam portugueses, magre-binos ou italianos”, considerou.Ainda que fale em “dupla nacionali-dade” devido às suas raízes portu-guesas e à sua relação com Portugal,Virginie Araújo apenas tem naciona-lidade francesa e quer pedir a portu-guesa, tencionando, um dia, “passaralguns anos em Portugal” porque “àimagem de muitos filhos da segundageração de Portugueses” quer “reen-contrar uma certa ligação com o paísde origem dos pais”.Para já, as ambições são outras e alusodescendente vai continuar porterras francesas a multiplicar asações de campanha para as Legisla-tivas com “apéros insubmissos” embairros populares, com reuniões pú-blicas e com distribuição de panfle-tos nas feiras, nas caixas de correioe nas estações de comboio.

Por Carina Branco, Lusa

Le 07 juin 2017

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LEGISLATIVAS 07

lusojornal.com

Otília Ferreira, a portuguesa que quer “contribuir para uma maioria do Presidente Macron”

Otília Ferreira chegou a França em1969, “a salto”, com apenas 12 anos,e hoje quer entrar no Parlamento fran-cês como Deputada e “contribuir parauma maioria do Presidente Macron”.Médica ginecologista e obstetra, a por-tuguesa de 60 anos integra a lista decandidatos às legislativas de 11 e 18de junho em França com a etiqueta “ARepública em Marcha!” do PresidenteEmmanuel Macron. “Atualmente háurgência em dar uma maioria forte aoPresidente porque esta recomposiçãototal da política francesa ainda é frágile tem que ser acompanhada por umamaioria forte. Localmente, ele deu-meessa honra de ser a sua representantee para mim é importante”, explicou àLusa, em português, a candidata.Otília Ferreira faz parte dos cerca de50% de nomes oriundos da sociedadecivil dos 522 candidatos às Legislativasapresentados pelo movimento “A Re-pública em Marcha!” e disse que “tra-balha a 100%” como médica e não éuma “profissional da política”.A Portuguesa aderiu ao Partido cen-trista Modem em 2007, sendo Conse-

lheira nacional desse Partido desde2011 e foi eleita, em janeiro de 2016,Conselheira regional da Nova-Aquitâniacom a etiqueta do Modem que se alioua Emmanuel Macron antes das eleiçõespresidenciais.Oriunda de Lisboa, Otília Ferreira che-gou a França no verão de 1969, clan-destinamente, com a mãe e os irmãos,numa viagem que não esquece e emque recorreram a passadores, passandoa pé a fronteira para Espanha e depoischegando de comboio a França. “Parapassar tínhamos de ir sem bagagem.Subimos para um comboio e a mamãdisse-nos que tínhamos de levar váriaspeças de roupa porque senão chegandoa França não tínhamos nada. Estáva-mos vestidos com várias camadas deroupa num calor do mês de julho equando o comboio parou em Hendaia,estava um guarda francês que, com umgrande sorriso, nos disse ‘Sejam bem-vindos a França’”, recordou.Os primeiros tempos foram difíceis epobres, mas Otília completou o liceu,obteve a nacionalidade francesa aos 18anos e depois começou a trabalhar parapagar a faculdade de medicina.Se for eleita deputada, além de querer

defender temas como a Europa, a lai-cidade, a saúde, o ambiente, a proteçãodos direitos das mulheres, as problemá-ticas do litoral, a economia social e so-lidária e a economia de transiçãoenergética, Otília Ferreira também gos-taria de dar voz aos Portugueses no Par-lamento francês. “Gostaria imenso depoder escrever esta passagem políticaem articulação com os Portugueses. Eutenho esta binacionalidade. É claro quese amanhã estiver na Assembleia seráum prazer dar essa possibilidade de fa-

cilitação da articulação Portugal-França”, continuou a Portuguesa queem 2016 publicou o livro “Enfantvolé”, que tem como pano de fundo oregime salazarista.Outras das suas prioridades no Parla-mento seriam um maior acompanha-mento da formação profissional, odesenvolvimento de um Erasmus pro-fissional e uma democracia local maisativa. “Quero uma democracia localmais ativa com a integração das deci-sões dos eleitores. Quero ser uma De-

putada de proximidade e estar regular-mente com os eleitores para lhes darconta das soluções encontradas ou dasdificuldades para atingir essas soluçõesna Assembleia e nos encontros com osMinistros”, descreveu.Otília Ferreira, que viveu na região deParis, na ilha francesa da Martinica eestá instalada em La Rochelle desde2010, é candidata na primeira circuns-crição de Charente-Maritime e enfrenta11 adversários, estando confiante napossibilidade de ser eleita. “Tenho estaetiqueta de ‘A República em Marcha!’e há uma coerência porque os France-ses enviaram o Emmanuel Macron parao Eliseu, é normal que lhe deem osmeios para fazer a política”, afirmou,explicando que o mais forte adversárioé o Deputado cessante Olivier Falornyque se apresenta como candidato inde-pendente da Esquerda.Entre os adversários de Otília, há tam-bém um lusodescendente, Bruno Leal,que é candidato de “Os Republicanos”,professor de História Moderna na Uni-versidade de La Rochelle e especialistada História de Portugal, nomeada-mente do Algarve dos séculos XVII eXVIII.

Por Carina Branco, Lusa

Candidata em La Rochelle

Le 07 juin 2017

Dirigentes associativos com o candidato portuguêsPaul MartinNo passado sábado, dia 3 de junho,Paul Martin de 51 anos e natural doFundão, residente na cidade de Col-mar desde a infância, candidato à cir-conscrição I de Colmar, estevepresente num encontro com a Comu-nidade portuguesa residente em Col-mar, nas instalações do NúcleoPortuguês da mesma cidade. Nesteencontro estiveram presentes algunsdirigentes do Núcleo português, o

Conselheiro das Comunidades Portu-guesas Rui Ribeio Barata e os mem-bros da associação.O candidato às legislativas afirmouneste encontro, que pretende comesta candidatura dar voz à diversidade,reforçar a importância da Europa nodebate e afirmar a importância da Co-munidade portuguesa nesta circons-crição. A Comunidade portuguesa emColmar como em variadíssimas outras

cidades de França, constitui a primeiraComunidade europeia em número deefetivos. Os dirigentes associativosassim como o Conselheiro das Comu-nidades Portuguesas aproveitarameste encontro cidadão para apelar aComunidade portuguesa para a impor-tância do recenseamento eleitoral epara a importância de exercer o seu di-reito de voto, nos escrutínios eleitoraisfranceses e portugueses.

No Núcleo Português de Colmar

Catherine dos Santos: a jornalista Comunista candidata em Villejuif

A lusodescendente Catherine dos San-tos, candidata Comunista às eleiçõeslegislativas em França, votou em Em-manuel Macron contra Marine Le Pennas Presidenciais mas prometeu sair àsruas para lutar contra as políticas deMacron.A repórter do histórico jornal comunistaL’Humanité votou em Jean-Luc Mélen-chon na primeira volta das Presiden-ciais a 23 de abril e a 7 de maio ia votarem Emmanuel Macron porque “o maisimportante é que a Extrema-direita nãochegue ao poder” porque é “preocu-pante” a subida da Frente Nacional emFrança.Catherine dos Santos é candidata doPartido Comunista Francês às eleiçõeslegislativas de 11 e 18 de junho pelocírculo eleitoral de Villejuif, Cachan, Ar-cueil e Gentilly Ouest, nos arredores deParis, e explicou que faz “uma só pro-messa” aos militantes que é “lutar”,

nomeadamente contra a Lei do traba-lho El Khomry, defendida por Emma-nuel Macron quando era Ministro daEconomia. “Nada se vai ganhar semluta. É um momento importante: asurnas, os dias 11 e 18 de junho. É fun-damental porque os Deputados deci-dem as leis, votam o orçamento, a

política internacional da França. Paramim é uma eleição muito mais impor-tante que a eleição Presidencial. Masdepois do 18 de junho há que conven-cer, fazendo propostas, defendendo osdireitos que temos”, declarou.A lusodescendente de 43 anos, que en-trou no Partido Comunista em 1990,

lamenta a “divisão nas forças de Es-querda” nas eleições Legislativas - àimagem do que acontece no seu círculoeleitoral onde há candidatos Comunis-tas, da França Insubmissa, dos Verdese Socialistas - e teme que a Esquerdavolte a ficar para trás como aconteceuna primeira volta das Presidenciais, a23 de abril.“Lamento que não exista agora a união,mas vamos criar uma dinâmica. É fun-damental para não viver a experiênciadas Presidenciais e da segunda volta.Acho que durante as eleições Legisla-tivas podemos marcar já uma ruturacom as políticas de Emmanuel Macron.Isso depende do número de Deputadosque sejamos capazes de eleger, sejamComunistas, Insubmissos, ‘Hamonis-tas’, Ecologistas, mas que tenham pon-tos de convergência fortes para ser umavoz importante dentro da Assembleianacional”, afirmou.Catherine dos Santos anda em campa-nha desde janeiro, organizando e ani-

mando reuniões públicas sobre saúde,salários ou criação cultural e acreditaser “possível” conquistar um assentona Assembleia da República francesaporque concorre num círculo eleitoral“de Esquerda” e onde existe “umagrande tradição Comunista”.O seu objetivo é alertar para a necessi-dade de “políticas de progresso social”contra as medidas “de austeridadelouca” que “está a viver a França” e“por que passou Portugal e a Espa-nha”.“É não só uma responsabilidade histó-rica pelo passado, mas também pela si-tuação de urgência social depois decinco anos que foram terríveis paramuitos habitantes. Há as políticas deausteridade, de corte nas despesas pú-blicas que foram absolutamente terrí-veis”, afirmou a lusodescendente,acrescentando que se candidata a De-putada em nome da “rutura das políti-cas neoliberais das últimas trêsdécadas”.

Por Carina Branco, Lusa

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lusojornal.com

Carlos Gonçalves deu apoio aAlexandraCustódio

O Deputado Carlos Gonçalves doPSD, esteve esta semana em SaintEtienne para apoiar a campanha deAlexandra Ribeiro Custódio às elei-ções Legislativas de 11 e de 18 dejunho.A candidata com 55 anos, nasceu noAlgarve, é Conselheira municipal eespera ser eleita Deputada pelos LesRépublicains.Carlos Gonçalves teve vários contac-tos com a Comunidade portuguesa ecom autoridades locais e participounum debate sobre o futuro da Europae numa ação de campanha de apoioa Alexandra Custódio.

Construire unemémoire del’immigrationportugaiseL’ouverture du Fonds d’archivesMémoire Vive/Memória Viva verséà la Bibliothèque de documenta-tion internationale contemporaine(BDIC), aura lieu le lundi 19 juin,à partir de 14h00.Créée en 2003, l’association Mé-moire Vive/Memória Viva a pourbut de «recueillir et transmettre lamémoire de l’immigration portu-gaise, dans un esprit d’échange etd’ouverture».Suite à une convention passée avecla BDIC, un premier ensemble d’ar-chives privées et de documentation,permettant de retracer l’histoire poli-tique et culturelle de cette immigra-tion, a été constitué. Destiné à êtreenrichi dans les années à venir, il re-groupe déjà plusieurs fonds d’ar-chives personnelles ou de collecti-vités identifiés par l’association puisversés par son intermédiaire.Le constat de départ était celuid’un manque: il n’existait jusqu’àprésent aucun fonds d’archivesprivées conséquent sur la questionde l’immigration portugaise enFrance. Cette demi-journée de tra-vail sera l’occasion de présenterles premiers résultats d’un travailvéritablement collaboratif.L’ouverture du Fonds MémoireVive /Memoria Viva à la consulta-tion, et sa libre mise à dispositionà tous les publics, devraient main-tenant stimuler les travaux detoutes natures.

08 COMUNIDADE

Alma organizou I Salão dos Porteiros de Paris

A associação Alma (association desgardiens et des gardiennes d’immeu-ble), organizou a primeira edição doSalão dos Porteiros de Paris, no sábadopassado, dia 3 de junho, entre as10h00 e as 18h00, na Salle Mecen-nes, em Paris 16, precisamente umdos bairros com mais concentração deporteiros em Paris.Elisabeth Oliveira, a Presidente daAlma, explicou ao LusoJornal que es-tavam presentes vários organismos deformação e de recrutamento, mas tam-bém empresas que trabalham de pertocom os porteiros, como por exemplo LaPoste.“Este salão não se destina unicamentea Porteiros Portugueses, claro, mesmose é uma iniciativa nossa” referiu Eli-sabeth Oliveira. “Mas o facto de termosorganizado este evento, pela primeiravez em Paris, dá-nos algum reconheci-mento”.Pela sala passaram os dois Deputadosportugueses eleitos pelo círculo eleito-ral da Europa na Assembleia da Repú-blica, Carlos Gonçalves e Paulo Pisco,

mas também o candidato às próximaseleições legislativas Pierre-Alain Weil,“sinal precisamente que este salão vaibem mais longe do que os porteirosportugueses”.“O nosso objetivo é de dar aos Porteirose às Porteiras que nos visitam, o má-ximo possível de informações sobreesta profissão, onde cada um se sentemuito isolado, sobretudo se trabalhapara o setor privado já que os porteiros

do setor público têm sempre alguémque os ajude na hierarquia” explicoupor seu lado Vítor Borges, membro daDireção da Alma. “Os porteiros são,muitas vezes, a primeira pessoa a estarpresente no edifício em caso de aci-dente e por isso a Cruz Vermelha fran-cesa esteve aqui a ensinar algunsgestos que podem salvar vidas”.A Alma foi criada em 2015 e um dosprimeiros objetivos da associação foi

ajudar os seus membros com informa-ções jurídicas e sociais. “Esta profissãosofreu recentemente muitas alteraçõeslegislativas e fiscais. Muita gente nãovaloriza o trabalho que faz junto dosempregadores e nós estamos aqui paraajudar, por vezes a escrever uma sim-ples carta administrativa” explica aoLusoJornal Daniela Fernandes, umadas duas advogadas da associação.“Não temos o funcionamento de umsindicato, porque não nos movem mo-tivações políticas, nem temos estrutu-ras pesadas. Estamos aqui para ajudarquem necessita, gratuitamente, parti-lhando experiências, por exemplo” ex-plica Vítor Borges.Para além deste Salão - “que quere-mos que seja anual” diz a PresidenteElisabeth Oliveira - a Alma organizatambém um concurso anual de deco-rações de Natal nas entradas dos pré-dios de Paris.A profissão ganhou visibilidade com ofilme “La Cage Dorée” de Ruben Alvese na sala esteve também Joana Carva-lho Fernandes que escreveu o livro “Aporteira, a madame e outras históriasde portugueses em França”.

Evento juntou dezenas de “concierges” numa sala de Paris 16

Por Carlos Pereira

Conferência sobre Memória das Migraçõesno Consulado geral de Portugal em Paris

A Associação Memória das Migraçõesorganizou no Consulado Geral de Por-tugal em Paris, na semana passada, dia1 de junho, uma conferência intitulada“Memórias das Migrações”.“A experiência migratória não é umarealidade própria da nossa era, foidesde o início da história da humani-dade algo que se praticou, que se viveu.Memórias são experiências, são factosvividos, conservados, guardados, pre-servados em mente e outros suportesmateriais, para mais tarde lembrar, re-lembrar, contar, comunicar, principal-mente transmitir. Conservar e transmitirmemórias, ou seja factos passados, sãocontributos importantes de todos nóspara que se possa compreender e es-crever a história de um povo, de um

país, da humanidade: a nossa História”diz um texto lido pelo Presidente da as-sociação, Parcidio Peixoto.O evento começou com uma interven-ção de Felícia Glória da Assunção Pail-leux, Presidente da Associação Liga dos

Antigos Combatentes de Lillers. Com91 anos, é filha de um soldado portu-guês do Corpo Expedicionário Portu-guês que combateu no norte de Françadurante a I Guerra Mundial. Aliás, dia-logou com a neta, Aurore Rouffelaers,

Guide National de Conférences e Dire-tora da agência de guias “Trott’inNord”.Gérald Bloncourt, fotojornalista, escritore poeta, que estava anunciado, teveuma queda de tensão durante a tardedesse mesmo dia e teve de ser inter-nado.A socióloga Maria Beatriz Rocha-Trin-dade da Universidade Nova de Lis-boa, fez uma intervenção sobre osMuseus da imigração no mundo eArtur Coimbra, falou em particular doMuseu da Emigração e das Comuni-dades de Fafe.O deputado Paulo Pisco, que apre-sentou recentemente uma propostade criação de um Museu nacional daemigração, em Portugal, também fezuma intervenção explicando as razõesda sua proposta.

Por Carlos Pereira

Consulados Honorários em Orléans e Toursforam inaugurados há 9 anos

Os Consulados honorários de Portugalem Orléans e em Tours foram inaugu-rados oficialmente no dia 2 de junhode 2008, em cerimónias protocolarespresididas pelo então Secretário deEstado das Comunidades AntónioBraga, na sequência do encerramentodefinitivo, em 18 de janeiro domesmo ano, dos respetivos Consula-

dos de carreira existentes nessas duaslocalidades.No âmbito da reestruturação da redeconsular então levada a cabo, estesdois Consulados honorários foram au-torizados a praticar determinados atosconsulares, tendo-lhes sido atribuídas,para o efeito, certas competênciaspróprias dos Vice-Cônsules dos Con-

sulados-gerais e Consulados, em par-ticular a prática de atos de registocivil, de notariado e de recenseamentoeleitoral e a emissão de documentosde viagem.Desde 2015, passaram a estar equi-pados com um aparelho de recolha dedados biométricos, que permite queCartões de Cidadão e Passaportes

possam ser produzidos localmente,funcionando como antenas do Consu-lado Geral de Portugal em Paris.Os Cônsules honorários José de Paiva(Orléans) e Luís Palheta (Tours), man-têm-se em função nos postos consu-lares respetivos desde o primeiro diade entrada em funcionamento dosmesmos.

Le 07 juin 2017

LusoJornal / Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

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EMPRESAS 09

Sucursal de França da Fidelidade comemorou 20 anoscom jantar de gala em Paris

Na semana passada, na segunda-feira, dia 29 de maio, a sucursal deFrança da companhia de seguros Fi-delidade, organizou um jantar paracomemorar o 20° aniversário da im-plantação da empresa em França.Tudo começou no dia 1 de abril de1997, quando Carlos Vinhas Pereiraassumiu as funções de Diretor-Geralda sucursal, cargo que ainda hojeocupa.Desta vez, Carlos Vinhas Pereira aco-lheu, no prestigioso Hotel Interconti-nental, junto da Place de l’Opéra, emParis, não apenas os melhores clien-tes, parceiros e várias personalidadesdas Comunidades portuguesa e chi-nesa de França, mas também umagrande delegação de Portugal, che-fiada por Jorge Magalhães Correia, oCEO da Fidelidade.O quadro do Hotel Intercontinental,carregado de história, foi o ideal paraa organização deste “evento de exce-lência” que marcava um “aniversário

importante” para a vida da empresa,como disse Carlos Vinhas Pereira aoLusoJornal.Durante a noite a sucursal de Françada Fidelidade atribuiu dois troféus.Um a Maria Ilda, a cliente mais an-tiga da empresa. “Fez um contratoconnosco no dia 12 de dezembro de1997 e ainda está ativo. Esta é anossa cliente mais fiel” disse o Dire-tor Geral da empresa ao entregar oprémio.O segundo trofeu foi para Rui Soares,o Diretor Geral da sucursal de Françada Caixa Geral de Depósitos. Até hápouco tempo, a Fidelidade era umaempresa do Grupo Caixa Geral de De-pósitos e a sua implantação emFrança foi feita com base numa par-ceria muito próxima com a CaixaGeral de Depósitos. Foi aliás criadana antiga sede da CGD/França, naavenue Marceau, em Paris. Entre-tanto a Fidelidade foi vendida aosChineses da Fosun. Em França a em-presa já tinha diversificado a sua ati-vidade e tem agora instalações no

boulevard des Italiens. O prémio en-tregue a Rui Soares significou o re-conhecimento da Fidelidade à CGDpela importante ajuda na instalaçãoda empresa em França.Na sua intervenção, Carlos VinhasPereira agradeceu aos mais de 50colaboradores que a empresa temem França, pelos resultados que aFidelidade tem conseguido alcan-çar, e também aos muitos clientes(individuais e empresas), corretorese parceiros que a empresa convidoupara o jantar. “O sucesso da nossaoperação em França só foi possívelgraças à vossa colaboração” disseCarlos Vinhas Pereira que tambémé o Presidente da Câmara de Co-mércio e Indústria Franco-Portu-guesa (CCIFP).Por seu lado, Jorge Magalhães Cor-reia também felicitou os colaborado-res presentes no jantar e enviou-lhesuma “mensagem de reconheci-mento”. Evocou o “centro das nossasatenções” nas Comunidades portu-guesa e chinesa de França, “mas

temos aberto a nossa ação cada vezmais à clientela francesa”.“Até aqui, temos desenvolvido anossa ação de forma tranquila, até tí-mida” disse o CEO da Fidelidade,“mas agora queremos reforçar anossa atividade em França”. Numamensagem dirigida às equipas da Fi-delidade em França, Jorge Maga-lhães Correia disse que “podemcontar com o apoio técnico e a expe-riência das nossas equipas em Por-tugal”.Na sala estava o Deputado portuguêsCarlos Gonçalves, os Diretores demuitos dos serviços da Fidelidade emPortugal e também os responsáveispelas sucursais da Fidelidade nou-tros quadrantes do mundo. Anual-mente reunem num dos países ondea Fidelidade tem sucursais, e esteano reuniram em Paris.Durante a noite foram projetados 6vídeos, sobre a Fidelidade em Portu-gal e em França, e sobre a Fosun,que comprou outras empresas emPortugal. Foi também apresentado

um resumo do filme sobre Amadeode Souza Cardoso, realizado porChristophe Fonseca, presente no jan-tar, e patrocinado pela Fidelidade.Aliás, na sala estava exposto um qua-dro original de Amadeo de SouzaCardoso, com a cumplicidade da Ga-leria Philippe Mendes e réplica daprimeira apólice de seguros da Bo-nança, uma das empresas que deuorigem à Fidelidade, assinado em 30de setembro de 1808, o que faz daFidelidade a terceira mais antigacompanhia de seguros do mundo!A apresentação esteve a cargo do jor-nalista da RFI Patrick Caseiro e du-rante a noite, o artista Edgar EgasFaria pintou um quadro alusivo aos20 anos da presença da Fidelidadeem França. O quadro foi oferecidopor Carlos Vinhas Pereira ao CEO daFidelidade, Jorge Magalhães Correia.A noite terminou com a atuação dafadista Joana Amendoeira, acompa-nhada pelos seus músicos, diante deuma enorme écrã onde foram proje-tadas imagens de Lisboa.

Por Carlos Pereira

Joana Amendoeira foi a fadista convidada

Le 07 juin 2017

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Salva-vidas deembarcaçõesfrancesasA Câmara de Peniche, por ocasião doDia do Pescador, recuperou e colo-cou em exposição na cidade o salva-vidas que nas primeiras décadas doséculo XX participou em várias ope-rações de salvamento a embarcaçõesnaufragadas.O salva-vidas “Peniche”, construídoem 1913, participou no salvamento,em junho de 1931, da chalupa fran-cesa “Try-Mor” e, em outubro domesmo ano, do vapor também fran-cês “Henry Mory”. Em 1942 foiusado na operação de salvamento dalancha portuguesa “Maria Luísa” e,um ano depois, no resgate do vaporespanhol “Fernando Ybarra”.

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Festa daRádio Alfa: Bilhetes àvenda nos balcõesCGD/FrançaNo âmbito da “Parceria Oficial” dobanco português Caixa Geral de De-pósitos (CGD) França com a Festa daRádio Alfa, que terá lugar no Parquede Loisirs de Créteil, no domingo dia18 de junho, os bilhetes para estafesta popular ao ar livre estão à vendanos balcões da sucursal de França daCGD.Preço preferencial de 15 euros até aosábado, dia 17 de junho, nas agên-cias CGD França.Entrada gratuita para as crianças commenos de 10 anos de idade.

Novo “contact center”da Randstad/Altice fica naCovilhã

O Presidente da Câmara da Covilhã,Vítor Pereira, anunciou na semanapassada que o novo “contact cen-ter” da Randstad/Altice ficará loca-lizado naquela cidade e que deverácriar pelo menos 200 novos postosde trabalho.“Depois de negociações decorridasdesde o fim de 2016, comunico aosenhor Primeiro-Ministro, ao Go-verno e aos covilhanenses, que aquimesmo ao lado [num espaço Par-kurbis] está a ser criado um ‘con-tact center’ Randstad/Altice para oacompanhamento de clientes fran-ceses” disse.Depois de referir que, entre 2013 e2016, o concelho conseguiu umdecréscimo de cerca de 34,5% dodesemprego, Vítor Pereira mostrou-se esperançado de que esta redu-ção ainda possa aumentar maisatravés do novo investimento.O “contact center” da Randstad/Al-tice deverá criar pelo menos 200postos de trabalho, que poderãochegar aos 300. “Já temos a confir-mação da Randstad sobre o nomedos primeiros 80 selecionados, queem breve serão contactados parainício de formação laboral”, acres-centou.

10 EMPRESAS

Centralpose s’engage aux côtés des collaboratrices de la Banque BCP

Pour la septième année consécutive,les collaboratrices de la Banque BCPparticiperont le 10 septembre prochainà la course féminine «La Parisienne»en faveur de la lutte contre le cancerdu sein. Dans le prolongement de leurmobilisation, la Banque BCP reverseraun don à la Fondation pour la Re-cherche Médicale, soutenue par unnouveau partenaire, Centralpose.Cette année encore les collaboratrices

de la Banque BCP prendront le départde la course «La Parisienne». Soli-daires d’une cause qui leur tient àcœur et plus que jamais motivées parle plaisir de participer, au désormaiscélèbre mini-marathon 100% féminin,elles chaussent une nouvelle fois leursbaskets pour faire avancer la recherchemédicale dans la lutte contre le cancerdu sein. «On a la chance de pouvoircontribuer modestement à faire avan-

cer la recherche. Le cancer du seintue chaque année près de 12.000femmes. Nous sommes toutes concer-nées. Il nous suffit simplement denous inscrire, courir et s’amuser. C’estun beau moment de solidarité et d’es-poir, alors profitons-en!» expliqueSandra fidèle participante depuis lapremière édition.Au-delà de sa participation à «La Pari-sienne», la Banque BCP affirme ce

soutien en finançant directement di-vers travaux de recherche, ayant tousun lien avec le cancer du sein. L’annéederrière, le don de la Banque BCP apermis au professeur Gaëtan Chante-loup d’avancer dans ses travaux sur lesméthodes de dépistage précoce desmétastases qui permettraient d’ouvrirde nouvelles pistes de traitement.Emu par l’implication des femmes dela Banque BCP, Artur Machado diri-geant de l’entreprise Centralpose, etancien Président des Lusitanos SaintMaur, se joint au mouvement: «L’annéedernière, je suis allé encourager les col-laboratrices de la Banque BCP. J’ai dé-couvert un vrai esprit de groupe et j’aiété très touché par leur engagement».La société de travaux publics et sonpartenaire financier ont décidé alors departiciper ensemble en faveur desfemmes: «La Parisienne est un bel évé-nement très fédérateur et c’est impor-tant dans une entreprise d’avoir deséquipes soudées. Je suis d’autant plusheureux que nos clients se joignent ànous pour cette 7ème édition!» ajouteJean-Philippe Diehl, Président du Di-rectoire de la Banque BCP.Mobilisation et solidarité réunissentles coureuses de la Banque BCP quisont de nouveau prêtes à relever ledéfi des 6,7 km de parcours. Le ren-dez-vous est donc pris le dimanche10 septembre!

Pour participer à La Parisienne

“Comptoir Saudade”,Um novo espaço português em ParisA convite da proprietária Flora Ro-drigues, o Deputado do Partido So-cialista eleito pelo círculo eleitoralda Europa, Paulo Pisco, visitou o“Comptoir Saudade”, um espaçorecentemente aberto que ofereceprodutos portugueses de qualidade,nomeadamente vinhos, charcuta-ria, doçaria, queijos, entre outros.Trata-se de uma “Epicerie Fine” lo-calizada na rue da la Jonquiere,perto do metro Guy Moquet, comum ambiente simpático e descon-

traído, que tem sido muito procu-rado por Franceses e Portugueses.A inauguração oficial será feita de-pois das férias.Para Paulo Pisco, agora que osFranceses estão a descobrir Portu-gal, “é muito importante que hajaestabelecimentos que tenham pro-dutos de qualidade, os mesmo queeles encontram quando se deslo-cam às cidades portuguesas, paraassim puderem… matar sauda-des”.

Mutualista francesa Adrea escolhe Portugalpara arrancar com expansão internacionalA mutualista francesa Adrea escolheuPortugal para iniciar a sua expansão in-ternacional com uma solução de co-bertura de saúde em França ePortugal, para aposentados portugue-ses mas com reforma francesa, e noâmbito de uma parceria com a Advan-ceCare.Num encontro com jornalistas que de-correu na semana passada em Lisboa,o Diretor-geral da Adrea Mutuelle, Do-minique Chaignon, e os promotores doprojeto, o francês Charles Vaquier e oluso-francês Paulo Maurício, adianta-ram que Portugal é, assim, o seu pri-meiro destino para expansãointernacional e identificaram um mi-lhão de potenciais beneficiários. “Háum potencial de quase um milhão de

pessoas. O nosso foco são os reforma-dos portugueses que mantêm a Segu-rança Social francesa e que vêm aPortugal de tempos a tempos, parapassar férias ou estar mais uns meses”,disse Charles Vaquier, explicando queestes podem ter acesso local a cuida-dos de saúde, sem seleção médica evitalícia.Dominique Chaignon reforçou “o po-tencial significativo” e detalhou queexistem 500 mil reformados de nacio-nalidade portuguesa, com reformafrancesa, aos quais acrescem 480 milativos que serão futuros reformados, ci-tando dados das embaixadas dos doispaíses.Apesar do foco nos Portugueses comreforma francesa, a solução, chamada

Lusoflex, também está disponível paraos reformados franceses residentes emPortugal, desde que também mante-nham a segurança social francesa.Trata-se de uma só mutualista parareembolsar as despesas de saúde emFrança e Portugal.Com o lema “Cuidar de si em Portugalcomo em França”, a Adrea tem como“filosofia romper as fronteiras”, disseDominique Chaignon, acrescentandoque, para já, a Adrea não terá escritó-rios em Portugal, operando assim atra-vés dos promotores do projeto ebeneficiando da parceria com a Advan-ceCare, que hoje integra a SeguradorasUnidas, detida pelos norte-americanosda Apollo, após a fusão da Açoreanacom a Tranquilidade.

O Administrador da AdvanceCare e oDiretor executivo da mesma segura-dora, Luís Drummond Borges e SérgioMarcos Melro, respetivamente tambémmarcaram presença no encontro, deta-lhando que todos os clientes terão umcartão da Adrea e acesso a toda a redeprivada da AdvanceCare de médicosem território português.A Adrea transformou-se numa só mu-tualista em dezembro de 2001, apósa fusão de oito mútuas, tem hoje maisde um milhão de pessoas protegidas eum volume de negócio de 563 milhõesde euros.Integra ainda o Groupe Aesio, com-posto por três mutualistas e conta commais de três milhões de pessoas pro-tegidas.

Le 07 juin 2017

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“Um copocom”… NunoGomes Garcia:A literatura aoserviço do Feminismo

Nuno Gomes Garcia, escritor radicadoem Paris e que acabou de lançar o seuterceiro romance - “O Homem Do-mesticado” (Casa das Letras/Leya) -, éo próximo convidado do já clássico“Um copo com…” organizado pelaAssociation des Diplômés Portugais enFrance (AGRAFr).Aproveitando uma das principais te-máticas da última obra do autor (umassumido ativista da causa feminista)- que, segundo o próprio, “ao inverteros tradicionais papéis do homem e damulher, visa gerar, através da ficção li-terária, um processo de empatia queforce o homem a colocar-se na peledas mulheres que as nossas socieda-des atuais ainda descriminam e vio-lentam” - o debate, a decorrer no CaféA, em Paris 10, perto da Gare de l’Est,pretende abordar a pertinência da li-teratura como arte capaz de despertarconsciências e ajudar a transformar asociedade.A participação é livre.Le dimanche 11 juin, 17h30Café A148 rue du Faubourg Saint MartinParis 10

O Festival “Algures aNordeste” comcoreografiasobre fotos de Georges DussaudBragança e Vila Real uniram-se paralançar a operação “Algures a Nor-deste”, um projeto de promoção cul-tural e turística que inclui o primeirofestival de dança contemporânea daregião e a criação de quatro espetácu-los originais.Helena Genésio, Diretora do Teatro deBragança, explicou que vão ser pre-paradas duas produções originais dedança que se vão estrear no último tri-mestre deste ano. As restantes estrear-se-ão em 2018. O primeiro projeto, dacoreógrafa Joana Providência (Teatrodo Bolhão), vai resultar de uma resi-dência artística em Bragança e vaifocar-se no espólio fotográfico trans-montano do francês George Dussaud.A estreia acontecerá na última semanade outubro e o espetáculo será acom-panhado de uma exposição domesmo fotógrafo.Relembre-se que o fotógrafo francêsdeu o nome ao Centro de fotografia deBragança.

CULTURA 11

lusojornal.com

Livro de Agustina Bessa-Luís “As Metamorfoses”,que revisita mulheres, publicado em FrançaO livro de Agustina Bessa-Luís “As Me-tamorfoses”, lançado em Paris naterça-feira da semana passada, “revi-sita as mulheres e capta a sua capaci-dade de acompanhar as mudanças nasociedade”, segundo o tradutor, PierreLéglise-Costa.O livro foi lançado em Paris no âmbitoda inauguração da exposição “GraçaMorais. La violence et la grâce”, na de-legação da Fundação Calouste Gulben-kian naquela cidade, exposição ligadaao livro de Agustina.“Este livro é muito extraordinário por-que foi feito em colaboração com apintora Graça Morais. Surgiu de umaconversa entre ambas sobre o norte dePortugal e sobre as mulheres, que sãofulcrais na obra de ambas”, referiu otradutor da obra à Lusa, em Paris.Tal como em Portugal, o livro “As Me-tamorfoses” foi publicado com as ilus-trações criadas por Graça Morais e nocaso da edição francesa, pela editoraAnne Rideau, foram escolhidas oitoobras, em óleo e aguarela sobre papel,

que se encontram atualmente expostasna mostra de Paris.Pierre Léglise-Costa, que dirige o de-partamento de coleções de tradução deobras de língua portuguesa para o fran-cês da editora Métailié, revelou que foiconvidado para traduzir este livro por-

que é amigo de longa data da escritoraportuguesa e tem acompanhado a pu-blicação das obras da autora emFrança.Ao todo, a Métailié já publicou oitoobras de Agustina Bessa-Luís, sobre-tudo as ligadas aos filmes do realizador

Manoel de Oliveira, “as preferidas dosleitores franceses, que também gostammuito dos filmes dele”.De acordo com o tradutor e crítico lite-rário, a Métailié é a editora que maispublica literatura portuguesa contem-porânea em França, nomeadamenteMia Couto, Lídia Jorge e José EduardoAgualusa.Sobre o processo de tradução de “AsMetamorfoses” para o francês, PierreLéglise-Costa revelou à Lusa que, aotraduzi-lo, percebeu que Agustina“deve ter sentido que estava no fim davida, e quis revisitar estas mulheres”.“Adorei fazer a tradução, mas foi difícilporque a Agustina tem uma linguagemmuito particular, vai buscar vocabuláriovernáculo, do norte de Portugal, às raí-zes da região. É preciso fazer umgrande trabalho, muito preciso, paraque o original não perca a força da lín-gua portuguesa e o estilo da autora”,explicou.O livro, lançado na semana passada, jáestá disponível nas livrarias francesas.

Exposição de Mário Cantarinha no Consulado de Paris

Foi inaugurada na semana passada, noespaço Nuno Júdice da Chancelaria doConsulado Geral de Portugal em Paris,a exposição “Azul de Portugal” deMário Cantarinha.A exposição tem fotografias de Portu-gal, tiradas pelo autor, durante algunsdos périplos que faz pelo país. “Per-corro milhares de quilómetros” con-fessa Mário Cantarinha ao LusoJornal,jornal com o qual colabora desde há vá-rios anos.O Cônsul Geral de Portugal em Paris,António Moniz, diz que “já tinha ouvidofalar de Mário Cantarinha antes mesmo

de vir para Paris, mas só aqui conhecio empenho dele em promover os even-tos da Comunidade portuguesa” disseao LusoJornal.Natural de Folgosinho - terra que tam-bém promove em França e em qual-quer país por onde passa - MárioCantarinha viveu alguns anos com osavôs maternos. “Lembro-me quando iaà vila, com a minha avó, para tirar foto-grafias que depois eram enviadas paraos meus pais, em França” lembra aoLusoJornal. “Penso que foi nessa alturaque ganhei algum fascínio pela fotogra-fia. Se a minha avó soubesse que euestava hoje a inaugurar uma exposiçãode fotografia num espaço em Paris...”.

Entretanto veio para França com ape-nas 11 anos de idade, mas guarda umaforte relação com o país, onde vai regu-larmente e aproveita as férias para tirarfotografias em várias terras, de norte aosul. No caso desta exposição, a côr azulé o traço comum nas fotografias apre-sentadas.Mário Cantarinha começou a expôr emagosto de 1994, nos Bombeiros volun-tários de Folgosinho e desde então nãotem parado.Mas para além das fotografias de Por-tugal, Mário Cantarinha tem tambémmilhares de fotografias de eventos por-tugueses em França, que cobre para oLusoJornal.

A inauguração da exposição juntoumuitos amigos do artista, num eventoao qual assistiu também a sociólogaMaria Beatriz Rocha Trindade, o res-ponsável pelo Museu das Migrações edas Comunidades de Fafe, Artur Coim-bra, e o Deputado socialista PauloPisco, entre dezenas de outros convi-dados.A exposição fica patente ao públiconeste espaço que tem cerca de 800 po-tenciais visitantes por dia, até ao pró-ximo dia 28 de junho.

Consulat Général du Portugal6 rue Georges BergerParis 17

Por Carlos Pereira

Paris: Soirée «Fado Quente» aux Affiches«Fado Quente» c’est la proposition deLe Cactus/Coin du fado, pour le ven-dredi 16 juin à 20h30, au club Les Af-fiches 7, place Saint Michel, selon laformule «café-concert». «Fado quentecar l’été arrive, fado quente parce quenous avons réuni des interprètes dehaute volée et qui ne marchandent pasleur énergie. Fado quente parce quenous n’hésitons pas à montrer les liens

entre le fado portugais et les musiquesd’ailleurs (Brésil, jazz...)» expliqueJean-Luc Gonneau. Argument supplé-mentaire «la séquence électorale, quia mobilisé beaucoup d’entre vous sera(presque) achevée, et une soirée defado, rien de tel pour décompresser.La «dream team» musicale est compo-sée de Filipe de Sousa à la guitare por-tugaise, Nuno Estevens à la guitare

classique, Nella Selvagia aux percus-sions, et Philippe Leiba à la contre-basse. Les voix sont celles deConceição Guadalupe, João Rufino, Je-nyfer Rainho et Daniela Costa. «Nousretrouverons donc le fado sensible etgénéreux de Jenyfer, tête de pont de lanouvelle génération fadiste à Paris» ex-plique Jean-Luc Gonneau qui présen-tera (et chantera un peu aussi).

«Comme toujours, des fados qu’onn’entend pas ailleurs, un programmequi évolue chaque fois, avec des sou-rires, souvent, des émotions, beau-coup, et l’amitié, surtout».

Les Affiches7 place Saint MichelA Paris 05Infos: 06.22.98.60.41

Com tradução de Pierre Léglise-Costa

Le 07 juin 2017

Pierre Léglise Costa, tradutor da obraLusoJornal / Carlos Pereira

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Chandeigneédite «Lisbonnerevisitée»

Après avoir publié «Fernando Pessoa,Anthologie essentielle», les éditionsChandeigne, à Paris, nous embarquepour une promenade avec le poète etses hétéronymes au coeur de la ca-pitale portugaise, «Lisbonne revisi-tée», un guide hors-norme dont il nefaut pas laisser passer l’invitation...Puis, avec la collection Magellanepoche, dans des voyages pionniers,sur les routes maritimes et aussi dansle temps...Pessoa est lié à Lisboa, comme Kafkal’est à Prague ou Joyce à Dublin. Lis-boa imprègne toute l’œuvre de Pes-soa. Le poète habite une ville qui lehante littéralement et littérairement.Ce joli livre de poche, bilingue et agré-menté de photos, rassemble les fas-cinants fragments en proses du«Livre de l’intranquillité», des lettres,des poèmes, qui montrent le rapportfort, intime, quasi consubstantiel dePessoa avec sa ville. Lisboa est au-jourd’hui la destination phare desFrançais, et cette ville ne cesse defasciner de nombreux écrivainsjusqu’au plus simple des touristes. Celivre comble un manque et complèteharmonieusement le premier volumeparu en 2016: «Fernando Pessoa -Anthologie essentielle», qui constituel’ouvrage de référence d’introductionà l’ensemble de l’œuvre de l’immenseauteur portugais que l’on ne cesse deredécouvrir.

Arte Urbanana Covilhã eem... RoubaixO WOOL - Covilhã Arte Urbana re-gressa em junho às ruas daquela ci-dade, com artistas internacionais.“Após o interregno de um ano, o cen-tro histórico da cidade será nova-mente o palco de atuação dos artistasBosoletti (Argentina), DOA OA (Espa-nha), Halfstudio e Third (Portugal),que nos brindarão com trabalhosonde as temáticas e inspirações seprenderão com o todo que compõe oterritório histórico, social, arquitetó-nico, cultural e/ou natural único destaregião”, refere a organização em notade imprensa enviada à Lusa.Entre as várias atividades está a reali-zação de duas exposições (WOOLPieces e WOOL Meets Roubaix), quepretendem apresentar respetiva-mente o trabalho dos artistas presen-tes nesta e nas anteriores edições eainda a primeira fase do projeto a serdesenvolvido em parceria com o es-paço criativo “Le Non Lieu”, em Rou-baix (cidade geminada da Covilhã).

12 CULTURA

Livros: “A porteira, a madame e outras histórias de Portugueses em França”

O livro “A porteira, a madame e outrashistórias de portugueses em França”,com retratos de emigrantes em terrasfrancesas desde a I Guerra Mundialaté à atualidade, foi apresentado no1º Salão para Porteiros, em Paris, nosábado passado.A publicação é da autoria de JoanaCarvalho Fernandes e conta as histó-rias, por exemplo, do milionário quecomprou a PT Portugal, da mãe dorealizador de “A Gaiola Dourada”, doproprietário do restaurante preferidoda família Le Pen ou de um antigoDeputado que foi um dos principaisconselheiros do antigo Primeiro-Mi-nistro francês, Manuel Valls.A obra nasceu da vontade de JoanaCarvalho Fernandes “matar saudades,voltar a falar com algumas pessoas econhecer outras que não tinha tidooportunidade de conhecer” durante operíodo em que trabalhou em Pariscomo correspondente da agênciaLusa, entre finais de 2011 e 2013.“Quando se trabalha numa agênciade notícias, nunca se aprofunda tantoas histórias como se gostaria. O es-paço é pouco, trabalha-se a uma ve-locidade muito acelerada e eu sentisaudades de Paris um ano depois de

voltar a Portugal”, contou a autora àLusa antes do lançamento do livro emPortugal, em outubro de 2015.O livro começa por relatar aventurasde Portugueses que chegaram aFrança na Primeira Guerra Mundial,como Manuel de Sousa Dias, 2º sar-gento músico de terceira classe doCorpo Expedicionário Português

(CEP) que depois da guerra se insta-lou em Avize, no nordeste de França,e cujo apelido daria origem ao “únicochampanhe do mundo com nomeportuguês”, o Champanhe De Sousa.Há ainda a história de João Manuelda Costa Assunção, sobrevivente daBatalha de La Lys, na Flandres - naqual Portugal sofreu uma das maiores

derrotas militares de sempre - e cujaneta ainda hoje é o porta-estandartedo CEP nas comemorações anuaisdesta batalha da Grande Guerra.Depois, há retratos de Portuguesesque chegaram a França clandestina-mente, “a salto”, durante os anos1960 e 1970, e que conheceram osbairros de lata e as lutas associativas,como Abílio Laceiras e José Batistade Matos que é “a cara dos emigran-tes portugueses em França” noMuseu da História da Imigração, emParis.Joana Carvalho Fernandes relata,ainda, vários casos de sucesso nasartes, na política, no desporto e nosnegócios, como Armando Pereira,um dos quatro sócios fundadores daAltice, proprietária francesa da PTPortugal. Há, também, histórias deporteiras nos bairros luxuosos da ca-pital francesa, como a mãe do rea-lizador Ruben Alves que o inspiroupara o filme “A Gaiola Dourada”, oque levou ao convite da associação“ALMA, Gardien(nes) d’Immeublesà Paris” que organizou o 1º Salãopara Porteiros em Paris.O livro “A porteira, a madame e outrashistórias de Portugueses em França”foi editado pela Fundação FranciscoManuel dos Santos.

Joana Carvalho Fernandes veio a Paris

Por Carina Branco, Lusa

Café littéraire autour du roman «Mon cher cannibale», d’Antônio TorresLe jeudi 8 juin, à 20h30, la librairie LaGourmandine - 72 rue de Paris, à SaintBrice-sous-Forêt (95) - reçoit le traduc-teur Dominique Stoenesco pour unCafé littéraire autour du roman «Moncher cannibale», d’Antônio Torres, paruen 2015 aux éditions Pétra.Cunhambebe, un cannibale de la tribu

tupinamba, fut le héros de la résis-tance indienne durant la colonisationportugaise au Brésil. Dans ce livre, lenarrateur s’en va dans les pas des In-diens disparus, transportant abrupte-ment le lecteur dans la contempora-néité et en établissant un parallèleentre les formes actuelles de violence

et celles qui ont conduit au massacredes Amérindiens.Antônio Torres est né en 1940, àJunco, petite ville du sertão, dans l’Étatde Bahia. Il est l’auteur d’une vingtained’ouvrages, dont «Cette terre», songrand succès, traduit en français et enune dizaine d’autres langues. En

1998, il reçoit du Gouvernement fran-çais la médaille de Chevalier des Artset des Lettres et en 2013 il est élu àl’Académie Brésilienne des Lettres.Par sa diversité thématique et stylis-tique, il est l’un des auteurs les plusoriginaux de la littérature brésiliennecontemporaine.

Les parapluies de Patrícia Cunha présentés à Lens

Depuis plusieurs années à Âgueda,petite ville tranquille du Centre duPortugal, située à 40 km au nord-ouest de Coimbra et à environ 70 kmau sud de Porto, des centaines de pa-rapluies lévitent au dessus des pas-sants. Une expérience à la foismagique, poétique et pratique pourprotéger les gens du soleil! Mais passeulement...«J’ai eu cette idée la première foispour protéger, lors d’un concert, le pu-blic du soleil» explique PatriciaCunha, 38 ans, qui a fait des étudesmarketing à l’Université de Coimbra.Depuis elle a modélisé son idée enprojet «Umbrella Sky Project» dans laville d’Âgueda, aujourd’hui devenuecélèbre pour ses parapluies, mais elleest aussi à la tête d’une entrepriseévénementiel spécialisée dans l’art dela rue (www.sextafeira.pt) et d’uneéquipe créative à 99% féminine.Ces parapluies au départ à vocation

pratique sont devenus, dans les mainsde cette entrepreneuse, une œuvre ar-tistique très attractive, qui favorise àla fois le développement touristiquedans une ville «des touristes très ent-housiastes viennent même du Japonpour prendre des photos» s’exclamePatricia Cunha, mais aussi la redyna-misation des commerces de centreville. L’art au service du développe-ment économique est sans doutel’une des raisons du succès de ce pro-jet qui s’exporte aujourd’hui partoutdans le monde.C’est ainsi que la ville de Lens, dansle Pas-de-Calais, souhaitant créer unlien entre le Musée du Louvre-Lens,inauguré en décembre 2012 et conçusur un ancien site minier par les ar-chitectes Japonais Kazuyo Sejima etRyue Nishizawa alias Sanaa, et lecœur de son centre ville, a choisi leprojet «Umbrella Sky» dans un projetculturel plus global «Start in Lens»qui réunit trois artistes.Au total c’est plus de 2.000 para-

pluies à installer en trois jours «rue dela Paix» par Inês, Magda, Catarina etPatrícia pendant qu’une autre équipede Sextafeira s’affairait aux Etats-Unispour le Festival d’art de Pittsburgh.Lorsque l’on sait qu’à moins de 10 kmde Lens se trouve l’Anneau de la Mé-moire (Lens 14-18), qui a reçu unprestigieux Prix international d’archi-tecture, où nous pouvons retrouver no-tamment gravés les noms des 3.000Soldats portugais morts sur notre ter-ritoire et pour notre liberté, il y au-jourd’hui 100 ans, nous ne pouvonsqu’être sensibles à l’installation de cesparapluies «protecteurs» dans une rueà plus d’un titre symbolique «Rue dela Paix» et sur un territoire ou le FNest arrivé en tête aux élections prési-dentielles.Et de rappeler que «Les parapluies,c’est un film contre la guerre, contrel’absence, contre tout ce qu’on dé-teste et qui brise un bonheur», rap-pelle Jacques Demy, réalisateur desParapluies de Cherbourg.

Par Bruno Cavaco

Le 07 juin 2017

LusoJornal / Carlos Pereira

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CULTURA 13

“A violência e a graça” de Graça Moraisestá patente na Gulbenkian de Paris

A artista Graça Morais trouxe as suas“Marias” - descritas como “pietás doséculo XXI” e desenhadas como mu-lheres-gafanhoto, mulheres-carneiro emulheres-tigre - à Gulbenkian deParis, numa exposição concebida apartir da sua ligação com a literatura.“Graça Morais. La violence et lagrâce” abriu as portas ao público naquarta-feira da semana passada e vaiestar patente até 27 de agosto, cen-trando-se no tema da mulher e dassuas metamorfoses enquanto espelhodos tempos que correm e declinando-se em muitos desenhos em papel eum desenho sobre tela.“É a mulher e é a condição humanaligada a vidas difíceis, dramáticas e aesta situação que existe qualquercoisa nos tempos que nós vivemosmuito ligados à barbárie, à ameaça esituações dramáticas de que os ino-centes são vítimas. Com a minha pin-tura eu quero apresentar aquilo queeu sinto mas, ao mesmo tempo, éuma reflexão sobre o meu tempo”, ex-plicou à Lusa Graça Morais.Graça Morais afirmou que “nesta ex-posição podem-se ver mulheres, bi-chos, carneiros, perdizes, cães, algunselementos vegetais”, mas descreve-secomo “uma pintora do ser humano”que desenha “um mundo transfigu-rado” a partir de dramas com pessoaspróximas e outros mais longínquoscomo a fuga dos refugiados.“Desde sempre olhei para a condiçãohumana e, nos últimos anos, desde2011, as minhas obras - algumasaqui expostas - são uma grande refle-xão sobre a grande barbárie, os gran-des dramas e a minha pintura é a lutacontra essa maldade (…). Através da

arte eu sinto que me liberto (…). Eufalo desse mundo mas há sempreuma esperança na minha pintura”,descreveu.A exposição apresenta vários dese-nhos das séries “Sombras do Medo”e “Caminhada do Medo”, de 2012,feitas a partir de “um olhar sobre omundo”, nomeadamente após a Pri-mavera Árabe, ilustrando o êxodo derefugiados, situações de guerra e deabandono, em que os heróis são mu-lheres, “as pietás do século XXI”.“São as pietás que vemos na televisãoe nos jornais, em que eu admiro a co-ragem de pessoas que vão ao infernobuscar outras. Pessoas comunsquando há cenas de terrorismo, deguerra ou de cataclismos, elas vão aoinferno buscar outras pessoas. Sãoheróis”, descreveu durante a visitaguiada à imprensa, que teve lugar na

semana passada.Graça Morais soltou um desabafo me-diante o desenho-pintura “As Som-bras do Medo” (2012) onde se vê“talvez um autorretrato”, dizendo que“é muito difícil que o trabalho de umamulher quando interroga coisas sejaaceite”, mas considerando que “nestemomento foi aceite”.Questionada pela Lusa sobre o signi-ficado dessa afirmação, a artista ex-plicou que “apesar de no século XXIhaver muita mulher a pintar, os ho-mens continuam a ser eles que atin-gem os máximos de vendas” e “entreuma mulher e um homem escolhe-seum homem para representar Portu-gal”, ainda que tenha ressalvado querepresentou o país na Bienal de SãoPaulo em 1985.A ligação da obra de Graça Moraiscom a literatura é outra das linhas de

força da exposição, com a apresenta-ção, por exemplo, de trabalhos dasérie “Orfeu e Eurídice” (1990) ondealém dos desenhos a tinta-da-china,sépia e acrílico sobre partições musi-cais, há poemas manuscritos de Sop-hia de Mello Breyner Andresen.Há, também, vários desenhos das sé-ries “As Metamorfoses” (2000 e2001) que ilustraram um livro deAgustina Bessa-Luís com o mesmo tí-tulo - e que acaba de ser editado emfrancês - e obras da série “Diário comperdiz”, um diário íntimo com impres-sões manuscritas ao lado de retratosfugazes de perdizes antropomórficas.“A vastidão de escritores que se inte-ressaram pela obra da Graça não é poracaso. Eles encontraram na obra daartista uma singularidade iconográficae identitária que é difícil de encontrar,que é rara. Uma identidade muitoforte, muito pessoal, que tem a vercom o lugar de origem da artista queé o norte de Portugal, Trás-os-Montes,uma zona muito forte do ponto devista mitológico, quase arcádico”,acrescentou a também Comissáriadesta exposição Helena de Freitas.Entre 1976 e 1979, devido a umabolsa da Fundação Calouste Gulben-kian, Graça Morais viveu em Paris,uma cidade que tem “necessidade devisitar pela sua oferta cultural”, con-siderando esta exposição como um“retorno”: “É uma oferta da minhaparte sobre aquilo que eu também re-cebi ao visitar esta cidade. É uma dá-diva a Paris e às pessoas”.A 06 e 07 de junho, a delegação fran-cesa da Fundação Calouste Gulben-kian vai realizar um colóquiointernacional intitulado “Graça Mo-rais. O mito e a metamorfose” que vaireunir vários especialistas na sua obra.

Exposição

Por Carina Branco, Lusa

Street Art: l'artiste portugais Bordalo II, à Paris

L’art urbain est une initiative qui com-mence à s’épanouir en France à partirde mai 1968. À Paris, un grand mursitué à l’angle de la rue St Maur et dela rue Oberkampf, entre deux terrassesde cafés, où quelques artistes, appuyéspar l’association M.U.R., s’appliquenttous les quinze jours à créer de gigan-tesques animaux faits de briques et debrocs.Pour l’artiste, il est plus qu’essentiel detransformer les déchets et leur donnerla possibilité de faire connaître leursœuvres à un énorme public. Ainsi,symboliquement, grâces à l’Art, la pol-lution fait place à la nature. C’est làque nous avons trouvé Bordalo II. Noussommes tombés sur un nom qui en ditlong au Portugal depuis trois généra-tions…Artur Bordalo (Bordalo II), né à Lisboaen 1987, est le petit fils de BordalloPinheiro - caricaturiste, illustrateur, cé-ramiste, auteur de bande dessinée,éditeur, décorateur, figuriste qui a étéconsidéré le plus grand artiste plas-tique portugais du XIXème siècle - etfils de la grande artiste peintre GraçaBordalo Pinheiro. Bordalo II fait partiedes artistes de Street Art de renommée

mondiale.Ses fresques murales traduisent lespréoccupations d’une générationconsumériste, matérialiste et bouli-

mique qui, selon lui, subit les consé-quences de la surproduction, c’est-à-dire la pollution à cause du gaspillageet de l’augmentation croissante d’ob-

jets inutilisés. C’est justement ces ma-tériaux laissés à l’abandon que l’artisterécupère, réutilise et intègre dans sonprocessus de création, afin de sensibi-liser le public à ce problème écolo-gique qui nous touche tous. Le résultaten 3D est remarquable. Comme en té-moigne son œuvre intitulée «Lynx Ibé-rique», qui décore l’un des murs deViseu, et qui fait partie des 10 fresquesles plus populaires au monde.Ce street-artiste portugais a fait de cesmatériaux abandonnés par l’Homme,son support de prédilection pour créerdes assemblages gigantesques et colo-rés, dont bon nombre dresse ainsi leportrait d’une Nature, où son Art donneaux déchets ont une seconde vie. Pen-dant que l’on jette, lui continue decréer… le talent, l’originalité, la beautéet le message.Vraiment, cet artiste portugais méritele détour!Quelques mots sur l’associationM.U.R. - Modulable, Urbain, Réactif -est une association fondée en mars2003, engagée dans la promotion del’art contemporain et plus particulière-ment de l’art urbain. Au cœur du XIearrondissement parisien, le M.U.R.emprunte à l’affichage publicitaire sonformat et son rituel.

Par Maria Fernanda Pinto

Le 07 juin 2017

«Fernando Pessoa - Lisbonne revisitée»

Les rééditions d’auteurs lusophonesclassiques, ou moins classiques, parles Éditions Chandeigne, outre qu’ellesrendent à nouveau certains textes dis-ponibles, elles sont souvent présentéesdans des formats plus pratiques etmoins austères. C’est encore le cas decette petite anthologie bilingue intitulée«Fernando Pessoa - Lisbonne revisi-tée», qui paraît le 8 juin, avec une pré-face de Maria José de Lencastre et destraductions de Michel Chandeigne etde Joanna Cameira Gomes, qui estégalement l’auteure du choix des texteset des notes.Un choix qui débute symboliquementpar un poème intitulé «Ulysse», dunom du fondateur mythique de LisboaSuivent deux poèmes signés Álvaro deCampos («Lisbonne s’éveille» et «Laplace da Figueira le matin»), représen-tant le renouveau, même si «Chaquematin qui pointe, pointe toujours aumême lieu». Puis, viennent plusieursextraits du «Livre de l’intranquillité»,dont la préface de Fernando Pessoaqui commence ainsi: «À Lisbonne, il ya un petit nombre de restaurants ou degargotes…». Il y évoque aussi la ville deson enfance et ses promenades vers leTage. Sans oublier, la célèbre «Odemaritime», où le poète exprime pleine-ment sa dimension visionnaire. De re-tour au centre-ville, nous retrouvons lafigure tutélaire de l’homme du bureaude tabac, dans le non moins fameuxpoème «Tabacaria».Au gré de ses rêveries, de ses an-goisses métaphysiques ou de ses ob-servations drôles et émouvantes, laLisboa de Pessoa se retrouve sanscesse transfigurée.Soulignons enfin, dans ce recueil, lesnombreuses photos de Fernando Pes-soa et des lieux qu’il fréquentait à Lis-boa. En effet, la pertinence desillustrations, alliée à la diversité et à laqualité des textes choisis donnent aulecteur le parfait sentiment de revisiterla ville dans les pas du poète et de per-cevoir le rapport intime, quasi consubs-tantiel de Fernando Pessoa avec saville. Comme nous le rappelle J. Ca-meira Gomes dans son introduction,«la redécouverte de Pessoa dans lesannées 1980 dans le monde entier aégalement permis celle de Lisbonne».

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Lusa / Carina Branco

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14 CULTURA

Exposição de fotografia de Luís Reina, Helena Melo Homem e Michel Hervé

Nos arredores de Strasbourg, capitalda Alsácia, em Molsheim, foi inaugu-rada no passado sábado, dia 3 dejunho, uma exposição fotográfica únicano seu género, fruto de encontros e ex-periências improváveis: Luís Reina,Michel Hervé e Helena de MeloHomem.Apaixonados por viagens longínquas,foram rapidamente conquistados pelocontinente asiático, percorrendo váriospaíses, hoje têm como país de eleiçãoo Nepal.Embora não sendo fotógrafos profissio-nais, esta paixão partiu dessas viagens,uma forma de evasão de uma “Europaaseptizada” dixit Luís Reina, a fotosurgiu como sendo o melhor meio deregressar a casa transportando estepaís nas suas bagagens, todo um povoe cultura, partilhando assim connoscoa sua paixão, mas acima de tudo todauma filosofia de vida, com uma visãoe forma de estar tão distantes da nossano ocidente.Luís Reina e os seus companheiros de

viagem são muito mais que simples tu-ristas, graças às suas máquinas e àmagia da fotografia, puderam registarpara a eternidade (e sem saber) numaderradeira viagem poucos meses antesdo tremor de terra que abalou e devas-tou Katmandu, património mundial daUnesco, que na sua passagem des-truíu habitações, templos e outros mo-numentos, reduzidos a uma efémerapoeira, hoje estão “preservados” porimagens graças à suas fotografias.Estes esperam, que estas sejam utili-zadas como base, sendo os únicos re-gistos/testemnhos da beleza querepresentava todo esse património hojedesaparecido, num trabalho de recons-trução ao idêntico de maneira a quedevolvam um dia aquilo que era a almade todo um povo e deste país.Este é um dos vários aspetos desta ex-posição que ficará patente até ao pró-ximo dia 25 de junho, digo “vários”,porque por trás deste evento há duasassociaçõoes (Keta-Keti Nepal eDoulé) de caráter humanitário e quederam origem à viagem desta exposi-ção desde Portugal até França, graças

ao esforço de Erik Demaggio (fotógrafoe também membro deste grupo deapaixonados, mais que isso diria padri-nhos) aproximando-se do Office deTourisme de Molsheim, obteve o seuapoio conseguindo um espaço para

levar a cabo o evento.Esta exposição ultrapassa o seu sim-ples estatuto de exposição, pois seráenriquecida por várias conferências se-guidas de projeções de filmes, diapo-ramas e documentários, é acima de

tudo um meio para angariação de fun-dos para a reconstrução e reabilitação,tendo já conseguido o restauro todauma aldeia e não contam ficar poraqui, graças à venda do livro que re-trata todas estas experiências, cujo tí-tulo é “Himalaia: Nepal, Caminhos deLuz”, autores Luís Reina e MichelHervé, que se pode encontrar nomesmo espaço onde está também pre-sente uma pequena feira composta destands de artesanto local nepalês, cujolucro das vendas lhes será também re-vertido para dar continuídade au res-tauro de mais aldeias!Este grupo de pessoas extraordináriase tão modestas, prova quanto os pre-conceitos instalados na sociedade naqual vivemos estão errados, demons-tram que as diferenças não desunem,bem pelo contrário unem e reunem,criando através de seres humanosoriundos de universos tão distintos,uma força que permite ajudar e ser so-lidário de todo um povo de um paísnum continente tão distante, permi-tindo-lhe erguer-se das ruínas serem oteto do mundo à imagem do Hymalaia!

“Himalaia: Nepal pelo trilhos da luz”

Por Leocádia Dias

Le 07 juin 2017

“Sangue do Mar”: nouvel album de Toucas Trio Vasco

Ses racines ibériques et son goût pourles musiques latines ont forgé le carac-tère de la musique de Christian Toucas.«Sangue do Mar» - qui sort ce vendredi9 juin - c’est l’album tant attendu sur-tout pour ceux qui ont aimé son ancienprojet «Erranza».L’accordéoniste Cristiano Toucas re-vient dans les bacs pour nous entrainerdans son voyage musical atypique duPortugal jusqu’en Inde. «São Vicente»,«A vida da minha mãe», «Blewish»,«Magellan» ou encore «Vanille et Pi-ment», font partie des 14 thèmes à dé-couvrir, édités par Absilone/Socadisc.Dans le sillage du navigateur Vasco deGama, chaque escale est l’occasiond’une rencontre: Cap Vert, Brésil,Afrique australe et orientale,… Lecompositeur aime les défis et tend àcréer des fusions inédites.Avec le Trio Vasco, on y trouve la gui-tare, l’accordéon et les tablas (percus-

sions indiennes), qui laissent percevoirla fougue du jazz, la douceur de la sau-dade, un zeste de fado, et les rythmesdivers. ChristianToucas (accordéon) estd’origine portugaise, Thierry Vaillot(guitare) d’origine espagnole et Amrat

Hussain (tabliste) d’origine indienne.Ils savent de quoi ils parlent!Ce ne sont pas des musiciens tradition-nels mais des véritables «âmes de son»et des improvisateurs qui expriment enharmonie leurs différences culturelles.

Chacune des musiques exprime sa cul-ture différemment. Toucas utilise le bol(des sons ou onomatopées par labouche) également pratiqué par lespercussionnistes d’une toute autrefaçon, issue de ses origines indiennes.C’est son grand-père qui lui transmetle gout de l’accordéon. «Tandis quemon père me raconte les histoires desgrands navigateurs portugais et mamère me demande d’accompagner sesfados à la cuisine. Toute la famille medemandait de jouer»! C’est ainsi qu’ilprend des cours à partir de 8 ans àSouillac, avant de choisir le saxo àl’école de Brive-la-Gaillarde vers 15ans. «Puis je m’ennuie et je reviens àmon premier instrument, que je consi-dère comme un vrai orgue ambulant»!Sans intégrer véritablement une école,Christian Toucas choisit ses maîtres dejazz et de composition au gré de sesrencontres et se perfectionne. En1990 il monte son quatuor à cordes etenregistre l’album «Le voyage et l’exil».

Un thème qui le poursuivra duranttoute sa carrière. Des aventures et descollaborations vont alors suivre avecFrédéric Leibovitz entre autres.Mais Toucas souhaite très rapidementse consacrer à ses propres projets. Avec«So What» il signe son premier album,un live d’un Quartet jazz. Puis en 2004son disque «Erranza» fait le top desventes jazz chez Harmonia Mundi.Deux ans après «Accordion Project» unalbum plutôt électro. Au long de sa car-rière Toucas va explorer le jazz funk,afro jazz, jazz fusion ou encore l’élec-tro, à travers les différents continentsdans le cadre de ses tournées ou dansles festivals.Ce n’est qu’en 2012 qu’il tourne avecToucas Trio Vasco dont le premieralbum, «Fogo de Caravela» est sorti en2013. Cette année le nouvel album«Sangue do Mar» poursuit le voyagejusqu’aux confins du continent indien.

www.toucastriovasco.com

Par Clara Teixeira

Christian Toucas avec son accordéonManu Picado Cahors

Luís Reina, no meio, com a máquina fotográficaLeocádia Dias

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ASSOCIAÇÕES 15

L’Association Portugal Passion Traditions a organiséun voyage culturel à AlijóL’Association Portugal Passion Tradi-tions de Saint Martin-de-Seignanx,dans les Landes, a organisé un voyagede 30 personnes à Alijó, du 24 et 28mai. Le thème de ce voyage était «à ladécouverte des vignobles du Douro».Après un voyage en bus, les partici-pants ont dîné à Quinta de Seixada,Alijó, et se sont installés à l’Auberge dejeunesse pour un repos récupérateur.La journée du 25 mai a commencé parune visite d’Alijó, son architecture etson commerce. Puis le groupe est partien bus à Favaios pour une visite dansune boulangerie artisanale et les parti-cipants ont fait la connaissance de Ro-sália, une boulangère qui perpétue lesavoir-faire et la tradition de la fabrica-tion de ce pain typique de Favaios. Ilsont visité le Musée du Pain et du Vin,pour comprendre la fabrication d’unvin doux appelé le Moscatel. «Cemusée moderne par sa présentation etson attractivité a été très instructif pourbien percevoir la vie économique de

cette région» explique au LusoJornalCarlos Âgueda-Rosa, Président de l’as-sociation, lui-même originaire d’Alijó.Le déjeuner a été servi à Quinta de

Avessada, à Favaios. Le groupe a étéaccueilli à la descente du bus, par lepersonnel en musique, sur des airs fes-tifs. Le déjeuner a été servi avec des

spécialités de la région, et tout au longdu repas, des animations ont été pro-posées: histoire de la région, coutumesgastronomiques, danses,… Après unevisite guidée des installations viticolesde la Quinta, le groupe est reparti surAlijó, pour visiter la Junta da Freguesiad’Alijó, et sa Présidente, Aurelina Car-valho. «Elle a reçu le groupe car elleest très attachée aux échanges inter-nationaux, et elle est très contente defaire connaître sa ville, sa région, et sonpays» explique Carlos Âgueda-Rosa.La journée fut très chargée, car aprèsune visite du village de Presendães, ledîner a été servi à Adega Típica Souto.La journée du vendredi a été passée àPorto, dans les rues les plus commer-çantes comme Santa Catarina, la Garede São Bento, avec ses tableaux d’azu-lejos, un déjeuner à Vila Nova de Gaia,une visite des caves Ferreira, commen-tée en français, mais aussi une prome-nade en bateau sur le Douro.De retour sur Alijó, le groupe français a

pu assister à un spectacle de dansesfolkloriques par le «rancho» O Plátanode Alijó - qui est déjà venu deux fois àSaint Martin-de-Seignanx.Le samedi, le groupe est parti en buspour les vignobles du Douro. Ils ont dé-couvert beaucoup de vignes, maisaussi des oliviers, des cerisiers, desorangers,… A Pinhão ils ont visité sagare ferroviaire recouverte d’azujelos.Ils ont déjeuné à Ucanha - petit villageavec son pont et sa tour datant duXIIème siècle - et ils sont passés parLamego, le sanctuaire Notre Dame desRemèdes: 600 mètres, 686 marchesd’escalier.Après un passage par Alijó pour un der-nier dîner chez Apólo XI - où il a étéservi un «leitão» - le groupe est repartipour la France.Un concours photo a été proposé du-rant le séjour. Les photos seront expo-sées et soumises aux votes de lapopulation de Saint Martin de Sei-gnanx, courant octobre.

Une association de Saint Martin-de-Seignanx

Le 07 juin 2017

II Feira Lusitana de Toulouse

Após o sucesso da primeira edição, aorganização da Feira Lusitana de Gas-tronomia e Artesanato de Toulouse de-cidiu dar continuidade ao projeto,pelo que nos próximos dias 9, 10 e11 de junho se realizará a segundaedição deste grande evento que trazexpositores vindos de Portugal e muitaanimação.Os objetivos da Feira Lusitana cen-tram-se em trazer Portugal aos Emi-grantes que se encontram na regiãode Toulouse (daí a escolha da datarecaír no fim de semana do Dia dePortugal e das Comunidades Portu-guesas) e em apresentar aos Fran-ceses o que de melhor se faz nonosso país.Vinho, charcutaria, queijo, azeite, pas-telaria, cerâmica, mobiliário, tapeça-ria, alumínios, ferro forjado, bijutaria,arte plástica,... são estes os ex-librisdeste grande evento que contará tam-bém com excelentes protagonistas na

parte da animação. Este ano, a orga-nização apostou não só em artistasmas também nos grupos associativosportugueses da região que se dedicamao folclore, ao ensino da concertina eaos bombos.O primeiro dia de certame, dia 9 dejunho, sexta-feira, começará com acerimónia de abertura pelas 19h00,

com a presença de autoridades locaise de representantes do Estado e daComunidade portuguesa. Segue-se ogrupo folclórico “Vila Rosa”, o duoTony & Sónia e Sónia Cortez.No dia 10 de junho, o certame abriráàs 10h00 e a animação inicia-se às11h30 com a atuação da Escola deConcertinas de Toulouse. Depois do

almoço haverá Jogos Tradicionais Por-tugueses, com início marcado para as15h00, onde todos os visitantes sãoconvidados a participar. Às 18h00,atuarão os BomboFolie, seguindo-seo grupo folclório “Estrelas do Norte”.Às 21h00, Tony & Sónia voltam aanimar a Feira e depois é a vez deSónia Flávia, que abre caminho para

a grande estrela de cartaz: Vira Milho.No domingo, dia 11 de junho, o cer-tame abre igualmente às 10h00. Aanimação tem início marcado para as14h30 e só terminará com a cerimó-nia de encerramento, prevista para as18h00. Pelo meio contará com ogrupo Mokotós a Rufar, os Amigosdas Concertinas de Toulouse-Mon-tauban, o Grupo Folclórico “Os Vio-letas” e as Marchas Populares deSanto António de Albi, em jeito deantecipação das Festas dos SantosPopulares.Os organizadores convidam todos osPortugueses a visitar esta Feira queterá lugar junto à Sala de Festas deNotre Dame de Lafourguette, no 195route de Seysses, em Toulouse (31).Haverá serviço de restaurante nolocal e a entrada é gratuita.A organização deixa também umapalavra muito especial de agradeci-mento a todos os patrocinadores,cujo papel é fundamental para queeste evento seja possível.

Por Vítor Oliveira

La Banque BCP s’engage auprès des «Copains d’Hugo»Le samedi 27 mai, Fabien Neufinck,membre du Directoire de la BanqueBCP, s’est engagé au départ du TrailMaxi Race du lac d’Annecy (HauteSavoie). Une aventure humaine enfaveur de l’association «Les Copainsd’Hugo».L’histoire de l’association «Les Co-pains d’Hugo» c’est avant tout l’his-toire de Nathalie et David Cardoso.Comme un quart des couples enFrance, ils se sont vus confronter àl’impossibilité d’avoir un enfant. Faceà ce constat, Nathalie et David pren-nent la décision d’adopter Hugo etprennent conscience à ce moment làdu dénuement matériel et psycholo-gique auxquelles sont confrontés lesorphelinats au Portugal.Les conditions de vie précaires des

centres d’accueil et orphelinats por-tugais ont poussé le couple à agir.Ainsi, avec l’aide de leurs famille etamis, ils décident de créer en 2012l’association «Les Copains d’Hugo».Le soutien de l’association à ces en-fants se matérialise notamment parla rénovation de nombreux espacesde vie comme les salles de bain, lessalles de jeux ou les dortoirs. Elle aégalement permis de financer l’ac-quisition de véhicules de transportpermettant aux enfants de se rendreà leurs différentes activités, de mettreen place des soutiens scolaires et demettre à disposition des psychomo-triciens pour les enfants en difficulté.Aujourd’hui, l’association dispose dedeux relais, à Porto et à Leiria, et s’ef-force d’égayer et d’améliorer le quo-

tidien des enfants.Cette histoire a beaucoup touché Fa-bien Neufinck, membre du Directoirede la Banque BCP. Habitué descourses en terrain montagneux qu’ilpratique régulièrement, il a souhaitécette année soutenir l’engagement deNathalie et David. Habillé d’un t-shirtfloqué du logo «Les Copainsd’Hugo», il a participé, le 27 mai der-nier, au Trail Maxi Race du lac d’An-necy. Révélée être l’une des coursesles plus exigeantes du calendrierfrançais, ce trail de 2.500 m de dé-nivelé lui a valu une belle perfor-mance avec 43 km parcourus en8h22. La Banque BCP soutient l’ini-tiative du membre du Directoire etfera un don à l’association «Les Co-pains d’Hugo».

lusojornal.com

Arquivo 2016

Fabien Neufinck, membre du Directoire de la Banque BCP

Page 16: José Luís Carneiro Exposição de Graça Morais na Fundação ... · guesa aos filhos de uma jovem ge-ração que, estando em mobilidade por razões essencialmente profissio-nais,

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Semaine duPortugal àSaint Brice-sous-ForêtTous les ans, les centres commer-ciaux Carrefour organisent la Se-maine du Portugal à travers toutela France. Cette année, elle auralieu du 6 au 10 juin. Le magasinqui se trouve à Saint Brice-sous-Forêt (95), dans le Val d’Oise, a faitappel à Mathias Isidoro Silva,membre fondateur et Président del’association Portugal du Nord auSud (APNS) pour l’élaboration duprogramme.Durant toute la semaine, vous ytrouverez des spécialités gastrono-miques. Vous pourrez égalementdécouvrir l’exposition photos « esbeautés du Portugal» de MárioCantarinha.Samedi 10 juin, s’y trouvera unstand du journal Portugal Maga-zine ainsi que de l’artisanat et desproduits régionaux. A partir de10h00, vous pourrez égalementrencontrer l’auteure Altina Ribeiroqui dédicacera ses ouvrages «LeFado pour seul bagage», «De SãoVicente a Paris», «Alice au pays deSalazar», «Trois notes de bluespour un fado», biographie de DanInger, coécrite avec le musicien, et«Dona Zézinha - La vie peu ordi-naire d’une institutrice».A 14h30 débuteront les anima-tions musicales avec les tamboursBenfica d’Achères, le groupe folk-lorique «Danças e cantares deMontesson» ainsi que les géantsde l’association Portugal du Nordau Sud de Saint Brice.Une tombola, dont le 1er prix seraun billet d’avion aller/retour à des-tination du Portugal, clôtureracette semaine.Centre commercial Carrefour20 avenue Robert Schuman95350 Saint Brice-sur-Forêt

Cap Magellanorganise sonRallye PaperPhotographiqueLe prochain Rallye Paper Photo-graphique, organisé par Cap Ma-gellan le samedi 10 juin à Paris.Cette année, en plus de quitter lesfrontières du Portugal, n’en faisantqu’une étape, et de voyager autourdes différents pays de langue por-tugaise, le Rallye Paper va sepoursuivre avec une soirée cultu-relle lusophone jusqu’à 20h30. Eneffet, afin de continuer à «décou-vrir les cultures lusophones àParis», cette journée se transfor-mera en soirée culturelle qui met-tra en avant la richesse de lalusophonie, avec ses cultures dif-férentes mais liées par une seuleet même langue, le portugais. Auprogramme de cette soirée: desexpositions et animations, un es-pace restauration et une scène ou-verte.

16 ASSOCIAÇÕES

Festival de folklore portugais de Tourcoing

Ça y est, le calendrier est sur la pentedécroissante. Ceux qui par bonheurpeuvent se déplacer, pensent déjà auxvacances au Portugal… elles appro-chent. Et quoi de mieux que de s’ypréparer. Préparer le palais et le phy-sique.Pour cela des institutions portugaisess’y attèlent, en organisant des fêtes dece coté des Pyrénées. En juin, lesSaints Populaires sont à l’honneur:Saint Antoine, Saint Jean et St Pierre,occasion pour les fêter en organisantici et là des rencontres, des festivalsde folklore.C’est ainsi que sur la ville de Tour-coing, deux festivals ont été program-més sous huit jours d’intervalle.Occasion pour les parents de montrerque, comme le vélo, danser ne s’ou-blie pas et pour les moins jeunes, oc-casion de s’entrainer… c’est aussibénéfique qu’une leçon de gymnas-

tique.Sous égide des Amis de Saint Jacquesde Tourcoing et les Províncias de Por-tugal de Roubaix, la fête s’est dérou-lée dans la salle paroissiale de StJacques et terrain annexe.Réunis pour le même événement, le

public a ainsi pu apprécier quelquesunes de facettes d’un folklore portu-gais riche et varié: les danses etchants par le Grupo Folclórico Unidosde Sartroville, Minhotos de Roubaix etGrupo Etnográfico Minho Ave de Tour-coing, la musique de l’Alentejo inter-

prété par le Grupo Sol de Portugal deRoubaix, et les chants traditionnelspar Províncias de Portugal de Rou-baix.Comme d’habitude dans ce typed’évènement, les spécialités culi-naires portugaises ne manquaientpas. Dans l’après midi l’odeur de lasardine grillée, s’est répandue dans lequartier, on se croyait à Peniche.Parmi le public évidemment beau-coup de Portugais mais aussi de nom-breux Français. Commentaireétendue: «je suis habitué et j’adore lefolklore breton, le portugais est pasmal aussi, ça bouge et il faut avoir unesacrée forme physique».Les spectateurs et familles se sont ditau revoir. Rendez-vous a été pris pourle Festival que aura lieu à quelquesencablures de là, dans la même villede Tourcoing, dimanche prochain, audes Stade des Orions.Pourvu que le temps si prête commece dimanche 4 juin.

Províncias de Portugal

Par António Marrucho

Festival de folclore português na Chapelle de Guinchay

No sábado passado, dia 3 de junho, aAssociação portuguesa de La Chapellede Guinchay (71) organizou o seu 7°Festival de folclore onde tiveram comoconvidados grupos de diferentes re-giões limítrofes: Juventude do AltoMinho de St Priest, Alegria do Minhode Tullins, Mocidade do Minho de StMaurice de l’Exil, Corações do Minhode Jons e Saudade de Portugal de Lon-gevic. Centenas de espetadores pude-ram viver este dia de confraternizaçãoentre aficionados do folclore português.No final do dia, e para animar o “bai-larico popular”, que durou até altashoras da manhã de domingo, a duplaMário Amaral e Carla Gamboa, artistasda canção popular portuguesa, comgrande sucesso na região, estiveramem palco.A sala de festas do “Pressoir” acolheucentenas de espetadores nesta festaonde houve petiscos e bebidas à por-tuguesa, servidos pelas cozinheiras da

associação durante o dia e noite doFestival.“Rosas do Minho de La Chapele deGuinchay” é o nome do grupo de fol-clore “da casa”. Esta pequena cidadesitua-se a 20 km de Mâcon e onde a

Comunidade portuguesa já residedesde longos anos, e participa nas ati-vidades industriais existentes por ali,mas sobretudo na produção vinícoladesta região do vinhos do Beaujolais eMâconais.

“Esta sala é-nos cedida pela Mairie deGuinchay e também os locais onde en-saiamos na semana. Durante duashoras, às sextas-feiras são momentosde criação e de confraternização” ex-plica o ensaiador António Poupa, queensaia sobretudo danças e cantares daregião de Viana do Castelo. “Temos trêsconcertinas, dois cavaquinhos, oreque-reque, violas e bombos. Sãocerca de 50 pessoas que animam onosso grupo, e todo o nosso material etrajes estão ao cuidado de cada mem-bro”.A Direção do Rosas do Minho é com-posta pelo (também) Presidente Antó-nio Poupa, a Secretária Marie Laure eo Tesoureiro Emanuel Poupa. Três ati-vidades anuais marcam o ritmo da as-sociação: o Festival de folclore, o jantarde confraternização e a Passagem deano.O grupo vai agora participar no Festivaldos Lusitanos de Mâcon, que se reali-zará no último fim de semana dejunho.

Por Jorge Campos

Festa de N. Sra. de Fátima em ToulouseNos passados dias 13 e 14 de maio,celebrou-se em Toulouse o centenáriodas aparições de Nossa Senhora deFátima na Cova da Iria. As celebra-ções iniciaram-se às 21h00 de sá-bado na Igreja de Notre Dame deLafourguette com a oração do terço,durante o qual houve oportunidadepara ouvir testemunhos de solidarie-dade e entreajuda vivenciados porpessoas da Comunidade portuguesa,mostrando que é possível pôr em prá-tica alguns dos ensinamentos deNossa Senhora de Fátima.O terço foi orado em português e emfrancês, contando com a representa-ção das nove Paróquias que fazemparte da zona “Rive Gauche” de Tou-louse. Seguiu-se a procissão das velasem redor da Igreja com a imagem de

Nossa Senhora de Fátima.No dia seguinte, 14 de maio, houveàs 10h30 Eucaristia celebrada exclu-

sivamente em português seguida deprocissão, desta vez também com osandores de Santo António e São

Bento.As festividades prosseguiram à tardecom a atuação do grupo dos “Amigosdas Concertinas de Toulouse-Montau-ban” e dos grupos folclóricos “VilaRosa” e “Estrelas do Norte” na Salade Festas junto à Igreja de NotreDame de Lafourguette.Esta igreja é um ponto de referênciana Comunidade portuguesa de Tou-louse por ter uma capela feita pelosPortugueses dedicada a Nossa Se-nhora de Fátima. É também nestaigreja que uma vez por mês a Euca-ristia dominical é celebrada em por-tuguês e em francês e animadas pelaCoral da Amizade.As celebrações foram presididas peloPadre François André e pelo PadreJoão Vale, vindo de Rodez, e toda aorganização esteve a cargo da Asso-ciação Nossa Senhora de Fátima.

Por Vítor Oliveira

Le 07 juin 2017

LusoJornal / Jorge Campos

LusoJornal / Luís Gonçalves

Page 17: José Luís Carneiro Exposição de Graça Morais na Fundação ... · guesa aos filhos de uma jovem ge-ração que, estando em mobilidade por razões essencialmente profissio-nais,

Sérgio Conceição nomeado “embaixador”da Bairrada

O ex-futebolista internacional portu-guês Sérgio Conceição, até agora Trei-nador dos franceses do Nantes, foinomeado Embaixador da Bairrada poriniciativa conjunta da Comissão Vitivi-nícola da Bairrada e da AssociaçãoRota da Bairrada.Para além de Sérgio Conceição, foramainda nomeados como representantesda Bairrada a atriz Maria Rueff, o ci-neasta Sandro Alves, o “chef” de co-zinha Ricardo Costa e o criador demoda Dino Alves.As distinções foram entregues emCoimbra, durante a primeira cerimónia“Bairrada: No Sentido dos Sentidos”,“um momento solene de homenagemà região e à sua gente” promovida pelaComissão Vitivinícola da Bairrada(CVB) e a Associação Rota da Bair-rada (ARB).Os novos embaixadores “são figurasda região, conhecidas do grande pú-blico, e que se destacam em diferen-tes áreas”, justificam os organizadores.Durante a cerimónia, marcada para aQuinta das Lágrimas, em Coimbra, eapresentada como sendo “de elogio àBairrada”, atuou o agrupamento mu-sical Cordis & Mafalda Arnauth comQuarteto Arabesco. Foram ainda en-tregues os prémios do concurso “OsMelhores Vinhos Bairrada - Colheita2016”.Situada no Centro de Portugal, a Bair-rada abrange concelhos dos distritosde Aveiro e Coimbra (Anadia, Águeda,Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Oliveirado Bairro, Mealhada e Vagos), carac-terizando-se pela forte produção vitivi-nícola sob a denominação BairradaDOC.A Comissão Vitivinícola da Bairrada(CVB) é uma associação interprofissio-nal que representa a produção e o co-mércio do setor vitivinícola da região,sendo a entidade responsável por con-trolar o cumprimento das regras e acertificação dos vinhos produzidos naregião, protegendo a Denominação deOrigem Bairrada e Indicação Geográ-fica Protegida Beira Atlântico.A CVB integra ainda uma Câmara deProvadores e uma segunda Câmararesponsável apenas pela prova dosemblemáticos espumantes da região.Associação de caráter regional, cons-tituída sem fins lucrativos, a Associa-ção da Rota da Bairrada foi criada emnovembro de 2006 e tem como obje-tivo a dinamização, promoção e valo-rização da atividade vitivinícola daBairrada, “e atividades afins, enquantoprodutos turísticos e culturais da re-gião”.

DESPORTO 17

lusojornal.com

Equipa do Benfica participou no Torneio internacional U15 de Neuville-sur-Saône

O clube desportivo de Neuville orga-nizou o seu décimo terceiro torneio in-ternacional de futebol U15 anos nofim de semana passado, dias 3, 4 e 5de junho, no estádio municipal JeanOboussier. Este ano a equipa portu-guesa do SL Benfica estava convi-dada, e veio defender as suas cores erepresentar Portugal neste torneio quejá tem renome internacional.No final da tarde de domingo, dia 4de junho, os resultados não eram fa-voráveis para a equipa portuguesa, nafase de eliminatórias, pois os jogosdisputados no sábado e domingo tive-ram resultados que a afastaram dafase final. No jogo com FC Renais, umempate 0-0 era o resultado final, e noencontro com os japoneses, uma der-rota com o resultado de 4-0 a favor doDmya Ardua. No domingo o FC Ma-connais venceu o SL Benfica por trêsgolos a zero.Na segunda-feira, a equipa voltou aperder com o Barcelona (3-0) e final-mente venceu ao Olympique Lyonnais(1-0).“Os resultados da nossa equipa tive-ram várias atenuantes: as dificuldadede adaptação, o tempo dos jogos, quefoi de 30 minutos no total, a viagem,e as péssimas condições atmosféricasdestes dias na região. Os atletas queaqui estão disputaram o Campeonatode Sub-15 e foram Campeões nacio-nais. São todos eles elementos queformam a equipa do Benfica Sub-15”explica ao LusoJornal, o TreinadorJonny Pires.O Benfica alinhou com Gonçalo,André, Pedro, Martim, Francisco, Ma-

nuel, João, Fábio, Diogo, Leandro,Manuel, Pedro, Rafael, Guilherme,Rui, Bernardo e Florentino. A equipatécnica era composta pelo TreinadorJonny Pires, pelo Treinador-adjuntoNuno Costa, Vitor Padina do BenficaLAB e pelo fisioterapeuta Filipe Hugo.O centro de estágio do SLB situa-seno Seixal, onde cerca de 500 jovensresidentes e não residentes durante oano praticam a modalide de futebol.No Torneio de Neuville não foramalém do quinto lugar e levaram comeles boas recordações das terras de

Neuville-sur-Saône e do apoio da Co-munidade portuguesa presente du-rante os jogos.Esta é a terceira vez que o SL Benficavem até Neuville para participar nesteTorneio. O seu melhor resultado foium segundo lugar.Gilles Magnat, o organizador respon-sável deste Torneio teve o apoio de vá-rios membros da Comunidadeportuguesa entre eles Filipe Araújoque está sempre pronto para ajudarcomo intérprete e acompanhador detoda a equipa, desde a chegada até à

partida no aeroporto. A Caixa Geral deDepósitos estava representada pelosDiretores das agências de Lyon Tetêd’Or e Lyon Etats Unis, e participaramna entrega dos troféus.De todas as equipas portuguesas quejá participaram neste Torneio interna-cional, o FC Porto já foi vencedor dataça “Louis Piana” na sua edição2011. No ano de 1994, o Guimarãesfoi a primeira equipa portuguesa a ga-nhar este Torneio.Este ano, o vencedor tem cores fran-cesas e chama-se Montpellier HSC.

Equipa não foi além do 5° lugar

Por Jorge Campos

Portugal e França não se apuram paraMundial em Viana do Castelo

O grupo F da segunda ronda europeiade apuramento para o Campeonato domundo de 2018 de voleibol femininoesteve em Viana do Castelo, no nortedo país. O primeiro do grupo apurava-se para o Mundial enquanto o se-gundo lugar dava acesso a umaterceira ronda para tentar mais umavez chegar ao Campeonato do mundo.Portugal estreou-se no dia 31 de maiocom um difícil triunfo por 3-2 frenteà França, que tem um Campeonato dealto nível europeu. O conjunto lusoimpôs-se com os parciais de 25-21,13-25, 23-25, 27-25 e 15-13, em2h28, no Centro Cultural de Viana doCastelo.No final do jogo, Manuel Almeida,Treinador adjunto da Seleção Portu-guesa, reconheceu: “O primeiro jogode uma competição como esta, comcinco dias de duração, é sempre difícile entrar a ganhar é sempre motivadorpara qualquer Seleção. Sobretudoporque é um momento de avaliaçãodo trabalho que desenvolvemos nasúltimas três semanas, com jovens jo-

gadoras e também com gente nova,como eu, no grupo de trabalho. Ficasempre uma pontinha de incertezasobre qual será a reação da equipa,mas elas deram uma boa resposta pe-rante um adversário como a França,que tem jogadoras de um Campeo-nato competitivo. Ainda há arestas alimar, mas houve muita gente jovema dar o seu contributo para a vitória epor isso estão todas de parabéns. É

um estímulo muito grande para estegrupo de trabalho”.A fase de apuramento terminou nodomingo com o primeiro lugar a serocupado pela Alemanha, que venceutodos os jogos, enquanto no segundolugar esteve a Eslovénia. A SeleçãoPortuguesa alcançou o terceiro lugarcom três vitórias perante a França, aFinlândia e a Estónia, e apenas duasderrotas frente à Alemanha e à Eslo-

vénia.No fim do torneio, Manuel Almeida,Treinador adjunto de Portugal, afir-mou: “A palavra-chave desta exibiçãoé consistência. Mostrámos que temosqualidade e que não estamos assimtão longe do nível internacional de al-gumas das melhores Seleções que sãoformadas por atletas de ligas profis-sionais competitivas, como a Alema-nha e a Eslovénia. Ganhámos trêsjogos e realizámos exibições que nosdão motivação e ânimo extra para acontinuação do nosso trabalho e queservem de estímulo às jovens queestão na Seleção Nacional e àquelasque são convocáveis. Foi uma exce-lente forma de preparamos a LigaEuropeia e agora vamos tentar conti-nuar a trilhar este caminho de evolu-ção”.No resto da classificação, a Estóniaficou no quarto lugar, a Finlândia noquinto, e a Seleção francesa fechouo grupo com cinco derrotas em ou-tros tantos jogos. Um resultado muitoaquém das expetativas para as joga-doras francesas que têm como obje-tivo os Jogos Olímpicos de 2024 quepoderão decorrer em… Paris.

Voleibol

Por Marco Martins com fpvoleibol.pt

Le 07 juin 2017

LusoJornal / Jorge Campos

Page 18: José Luís Carneiro Exposição de Graça Morais na Fundação ... · guesa aos filhos de uma jovem ge-ração que, estando em mobilidade por razões essencialmente profissio-nais,

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Antero Henrique confirmadocomo novo Diretordesportivo doParis SaintGermain

O ex-dirigente do FC Porto AnteroHenrique foi confirmado na semanapassada como novo Diretor-despor-tivo do Paris Saint Germain (PSG),ficando incumbido de “dar um novoélan” à política desportiva do clube.“Na dependência direta do Presi-dente da instituição, Nasser Al-Khe-laifi, Antero Henrique terá a respon-sabilidade de impulsionar um novoélan à política desportiva do clubepara otimizar a competitividade dogrupo profissional e reforçar a ca-pacidade do clube para detetar,recrutar e formar os talentos deamanhã”, pode ler-se em comuni-cado divulgado pelo PSG.Citado pelo clube francês, AnteroHenrique afirmou-se “muito satis-feito e honrado com a confiança”que recebeu. “O PSG confia-meimportantes responsabilidades des-portivas, que espero assumir com omáximo rigor. Estou impaciente decolocar a minha experiência ao ser-viço do clube, que, em apenas al-guns anos, se afirmou como umdos melhores da Europa. Tenho aambição e a vontade de criar a di-nâmica capaz de instalar o PSG deforma durável ao mais alto nível”,referiu.O Presidente do clube francês, porseu turno, destacou o contributoque Antero Henrique pode dar aoPSG, graças à sua “experiência egrande conhecimento” do “uni-verso do futebol”.“O nosso novo Diretor-desportivo éuma verdadeira referência na Eu-ropa neste domínio. Ele possui apersonalidade e as competênciaspara permitir ao clube afirmar-seentre as instituições mais respeita-das e com melhor desempenho dodesporto mundial”, pode ler-se.Antero Henrique, de 49 anos, “feztoda a sua carreira no FC Porto”,clube no qual ingressou em 1990.Em setembro do ano passado, ale-gando motivos pessoais, AnteroHenrique abandonou todas as fun-ções que desempenhava no clube“azul e branco”, incluindo as deAdministrador da SAD do FC Porto.

18 DESPORTO

Luís Loureiro é o novo Treinador do Lusitanos Saint Maur

O antigo internacional português LuísLoureiro é o novo Treinador do clubeLusitanos de Saint Maur, concreti-zando, assim, “um namoro antigo”.“Eu penso que isto é já um namoro an-tigo e, pronto, este ano concretizou-seeste namoro e deu em casamento. Sur-giu o convite após várias conversascom o clube e aceitei com muito orgu-lho”, disse Luís Loureiro à Lusa e àRádio Alfa, em declarações nas insta-lações do clube.Nas duas últimas épocas, o Lusitanosfoi treinado pelo antigo jogador do FCPorto Carlos Secretário, que deixou aequipa no terceiro lugar do quarto es-calão francês (CFA), tendo conseguido,no primeiro ano, que o clube subisseuma divisão.Agora, o objetivo “assumido” de LuísLoureiro, que assinou por duas épocas,é fazer o Lusitanos subir mais uma di-visão e corresponder às expetativas de“melhoria e profissionalização”.“O Treinador que esteve cá, o Carlos,fez um bom trabalho. Subiu na outraépoca. Nesta época fez novamente umtrabalho em termos classificativos quefoi bom, ficando em terceiro lugar. Por-tanto, a equipa fazer melhor é o mí-nimo que se pode exigir. Fazer melhoracima do terceiro - não querendo aca-bar em segundo - é tentar acabar emprimeiro e fazer tudo por isso”, afir-mou.O antigo médio defensivo do Sportingpensa reforçar o plantel com “mais-va-lias” de Portugal, sendo “o próximopasso arranjar uma equipa para com-petir com dignidade e fazer jus aonome dos Lusitanos”.“Há essa possibilidade de poder fazervir alguns jogadores de Portugal, o que

é normal. Acho que já é uma tradiçãodos Lusitanos essa vinda de alguns jo-gadores portugueses, tendo em contaa Comunidade portuguesa que existe ea ligação que existe aos Lusitanos”,continuou.Luís Loureiro cumpre no Lusitanos asua terceira experiência como emi-grante, depois de, enquanto jogador,ter representado o Dínamo de Mos-covo (2005) e o Anorthosis Fama-gusta do Chipre (2007/2008), mas,desta vez, terá mais facilidade de“matar saudades”, tendo em contaa numerosa Comunidade portuguesana região. “É o menos relevantenisto tudo, porque o ser humano enós que andamos nesta vida temosuma facilidade muito grande de nosadaptarmos. Existe uma Comuni-dade muito grande de Portugueses.Eu tenho a certeza que quando tiver

saudades da comida portuguesa fa-cilmente a encontro”, disse.O novo Treinador do clube fundadopor Portugueses em 1966 deixouuma mensagem à Comunidade, afir-mando que “ainda que o resultadoseja sempre uma incógnita” podegarantir que fará tudo para a equipaganhar e que prefere “ganhar por 4-3 do que por 1-0”, porque “o golo éa essência do futebol, é o espetá-culo, é o que traz as pessoas aos es-tádios”.Por enquanto, Luís Loureiro aindanão fala francês, mas essa vai ser“uma prioridade”, não pretendendoacomodar-se ao facto de haver váriosjogadores portugueses e lusodescen-dentes a falarem português e prome-tendo “um interesse muito grandena língua francesa para facilitar” otrabalho nos treinos.

O Presidente do Lusitanos, Artur Ma-chado, confirmou à Lusa que “se falamuito português na equipa, entre 50 a70%” e reiterou que “o objetivo” dacontratação de Luís Loureiro é a subidade divisão e que “vão chegar três ouquatro Portugueses” para reforçar oplantel.Luís Loureiro, de 40 anos, vestiu a ca-misola da Seleção portuguesa em2003, jogou no Sporting (2005/2007)e no Boavista (2008), tendo passadopelo Estrela da Amadora (2007), Spor-ting de Braga (2004-2005), Gil Vicente(2001-2004), Nacional (2000-2001),Portimonense (1999-2000 e 2008-2009) e Sintrense (1997-1999 e2009-2011).Como Treinador esteve aos comandosdo 1° Dezembro (2017), Sintrense(2011-2012 e 2015-2017) e Fátima(2012-2013).

Concretiza “namoro antigo”

Por Carina Branco, Lusa

St Fons venceu Torneio da ASPVV deVaulx-en-Velin

No sábado passado, dia 3 de junho, aAssociação desportiva portuguesa deVaulx-en-Velin (ASPVV), organizou oseu Torneio anual de futebol “Chal-lenge Perin”, que existe desde 1975.Neste sábado, seis equipas da regiãode Lyon participaram no Torneio: SaintFons, Gazela Team, US de Vaulx, FCEstrelas do Minho, FC Chaves, TeamGazela 2 e as duas equipas da casa,ASPVV1 e ASPVV2. Os encontros eli-minatórios começaram pelas 9h00 damanhã e a final decorreu às 18h00.O público, em grande múmero, apoioua suas equipas estando presentemesmo quando as condições metereo-lógicas trouxeram a chuva.“Tivemos a ajuda e a presença de vá-rios patrocinadores, como por exemploo Banque BCP e várias empresas daregião como a Chaves, SAT Co, GMOBat, Ent. Lobato, Ent Fernandes,Fournil e Ent. Correia. A todos queroagradecer a presença e a fidelidade deano para ano. E também todas asequipas que tem participado” disse ao

LusoJornal Patrick Correia, membroda Direção da ASPVV e responsávelpela organização do Torneio.Um almoço com especialidade portu-guesas foi servido aos convidadosonde estiveram os elementos da Fan-farra de Estrelas do Minho, assimcomo os elementos do grupo folclórico

do mesmo nome, que animaram comas suas atuações este dia de Torneio.De assinalar também a presença devários representantes associativos por-tugueses desta cidade e da região deLyon, que confraternizaram e agrade-ceram o convite a esta atividade daASPVV.

A equipa vencedora deste Torneio foia equipa de St Fons que venceu por5-0 o Chaves, na final. O estádio Perinde Vaulx-en-Velin foi o palco deste Tor-neio.A nova Direção do clube, eleita pordois anos, tem como elementos o Pre-sidente António Rodrigues, o Vice-Pre-sidente Patrice Sousa, o TesoureiroPatrick Correia, e o Secretário JoséBorges.A associação tem uma sede que fun-ciona como local de reuniões, mastambém de bar com ecrãs de televisãoque transmitem os jogos das Ligas eu-ropeias, onde a Liga portuguesa temlugar de honra.A ASPVV tem como principal ativi-dade o desporto, onde o futebol ocupaa maior parte das atividades no decor-rer do ano. A equipa principal parti-cipa no Campeonato regional doRhône, onde ficou classificada esteano em 7° lugar e a segunda equipaganhou o Campeonato e sobe de série,passando para a 2ª série. O Clubetambém tem uma equipa de “foot loi-sirs” que treina todas as sextas-feiras.

Região de Lyon

Por Jorge Campos

Le 07 juin 2017

LusoJornal / Jorge Campos

Lusitanos de Saint Maur / EM

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20 DESPORTO

João Sousa e Gastão Elias eliminados em Roland-Garros

O torneio parisiense de Roland-Garroscontou com dois tenistas portugueses,João Sousa e Gastão Elias.Eis a semana ‘à moda portuguesa’ queviveu o LusoJornal.

João Sousa ultrapassou primeira rondaJoão Sousa, o tenista português, ven-ceu o sérvio Janko Tipsarevic em quatrosets pelos parciais de 4-6, 7-6 (7-3),6-2 e 6-2, em 3h08, na sua estreia noTorneio parisiense de Roland-Garros.O LusoJornal falou com o atleta no fimdo encontro.

Como podemos analisar o jogo frenteao sérvio?Foi um bom encontro. Um encontroem que não comecei, se calhar, tãobem como gostaria. Mas sabia que eraum encontro comprido, longo, e sabiaque dava para eu, a qualquer mo-mento, poder dar a volta. A verdade éque fiz um bom encontro depois de umprimeiro set menos bom. No segundoset estive por cima mas não conseguifechar, mas depois consegui ter a ca-pacidade mental para dar a volta auma situação complicada e acabei porjogar muito bom ténis.

Os últimos jogos, em que perdeu naprimeira ronda, vieram à mente depoisdo primeiro set?Eu sou um jogador que por norma nãopensa nem no futuro, nem no passado.Portanto era apenas mais um jogo, umjogo em que dei o meu melhor comosempre. Acabei por dar a volta a umasituação realmente que não era fácilporque ele teve dois ‘set-points’ paraestar a vencer por dois sets a zero, masmesmo assim eu sabia que ia dar omeu melhor e que ia tentar dar tudopor tudo para dar a volta ao resultado.

Foi uma entrada complicada no Tor-neio?Fácil ou difícil, o objetivo principal évencer e esse objetivo consegui fazê-lo. A prioridade é mesmo essa, poucoimporta o degrau de dificuldade.

Foi uma vitória moralizadora?Sem dúvida que é sempre bom vencer,independentemente que seja umGrand Slam ou um torneio qualquer.Nós jogamos para vencer, somos com-petidores natos e é óbvio que estoumuito contente com esta vitória, por-que realmente, se calhar depois deuma série não tão boa à qual não es-tava a dar muita ênfase a isso, vencerainda por cima num Grand Slam ésempre muito bom.

Gastão Elias eliminado nos singulares e João Sousa nos paresO tenista português Gastão Elias per-deu frente ao britânico Kyle Edmundem três sets pelos parciais de 3-6, 2-6e 5-7 em 1h46 na primeira ronda doTorneio parisiense de Roland-Garros.No fim do jogo, o LusoJornal falou como tenista português.

Como podemos analisar o encontro?Obviamente não comecei da melhormaneira, mas até nem me senti ner-voso, aquele nervosismo normal de co-meçar um jogo. Ele descolou logomuito rápido, ele entrou muito agres-sivo, logo desde o primeiro-segundojogo e passou para a frente muito rá-pido sem eu saber nem como e semter tido oportunidades de entrar emjogo. Senti que depois o jogo tevemuito a ver com esse início. Acho queandei o jogo inteiro a tentar encontraro ritmo, encontrar a maneira de jogarcontra ele e andei sempre um poucoperdido durante o jogo inteiro. Ele, ti-rando um jogo ou outro, esteve muitoperto da perfeição. Não errou pratica-mente nada. Tive dificuldades em en-contrar um buraco para inverter ascoisas porque ele estava muito com-pleto. Ele jogou muito bem dos doislados e sinceramente, até agora, aindanão descobri como tinha de jogar comele.

No terceiro set, esteve por cima?O terceiro set foi diferente porque elebasicamente ofereceu-me o jogo de

serviço. Foi dessa maneira que conse-gui fazer um ‘break’. Foi mais peloserros que ele cometeu que por méritomeu. E apesar de ter passado à frente,senti que o resultado estava muito frá-gil e que ele, a qualquer momento,podia voltar porque eu não me sentiaconfortável quando começava o ponto.Senti que ele estava a ser superior emtodos os aspetos e portanto nunca tivea tranquilidade suficiente para poderpensar claramente no que fazer, comtempo, e procurar soluções. As duasvezes que joguei contra ele, tive muitasdificuldades. Sinto muitas dificuldadesa jogar contra ele. Não percebo porquê.Ele é um jogador muito bom. Houvemuita bola que tentei para procurar aesquerda dele, e apontar mais para aslinhas, porque ele controlava a direita,mas eu acabei por cometer mais errospor causa disso. Ele não te deixa tran-quilo. Não me deixou oportunidades.

É uma deceção esta eliminação?Fico frustrado, não de ter perdido, masde não ter conseguido em nenhummomento mostrar o meu ténis. Ele nãome deixou jogar. Eu podia ter mostradoo meu ténis e ter perdido na mesma,porque um dos dois tem de perder.Mas não seria pela derrota que ia sairfrustrado. Fico com alguma pena denão ter continuado no Torneio. Esperoestar novamente aqui para o ano e en-trar nas mesmas condições para o qua-dro principal. Não consegui meter emprática o que sei fazer.

Como tem sido a temporada?A temporada tem sido mais ou menos.A semana passada foi muito positiva,mas não tenho tido os resultados quedesejaria. Estou a jogar a um muitobom nível, e sei que posso fazer coisascomo fiz a semana passada, e issoposso fazer em qualquer torneio. Voucontinuar a trabalhar tranquilo e con-fiante.

Quais são os próximos torneios que vaidisputar?O próximo torneio vai ser o Challengerde Lisboa e talvez depois um Challen-ger na Itália. Vou ver com o meu Trei-nador como está a situação deWimbledon.

Na vertente de pares, João Sousa e oEslovaco Martin Klizan perderam emdois sets pelos parciais de 3-6 e 5-7

frente à dupla composta pelo BrasileiroAndré Sá e pelo Israelita Jonathan Er-lich em 1h24 na primeira ronda depares do Torneio de Roland Garros.

João Sousa não resiste a Novak DjokovicO tenista português, João Sousa, foiderrotado pelo Sérvio Novak Djokovicem três sets pelos parciais de 1-6, 4-6e 3-6 em 2h07 na segunda ronda doTorneio. Frente a Novak Djokovic, nú-mero dois mundial, o tenista luso nãoconseguiu impor o seu jogo.No fim do jogo, o LusoJornal voltou afalar com João Sousa.

Qual é o seu sentimento sobre o en-contro?O primeiro sentimento é de derrota,perdi frente a um excelente jogador. Foium encontro difícil, sabia que ia ser di-fícil, não entrei bem no encontro. Elejogou a um bom nível durante a maiorparte do encontro. No segundo e noterceiro set, eu tive algumas oportuni-dades para me pôr na frente do mar-cador, infelizmente não o conseguifazer. Ele depois ficou ainda mais fortenesses momentos e depois conseguiufazer-me o ‘break’, acabando por ven-cer os dois últimos sets. O primeiro setnão consegui, realmente jogar a umbom nível. Acredito que no segundo eno terceiro consegui estar a um bomnível, portanto estou contente por isto,mas triste pela derrota.

Conseguiu ganhar o serviço de NovakDjokovic?Penso que no capítulo da resposta, es-tive bastante bem. Infelizmente no ser-viço não estive tão bem, se calhar. Emgeral estou contente com o nível exi-bido.

Houve aplausos de Djokovic em algunspontos seus…Isto só demostra a humildade deledentro do campo. Penso que fizemospontos muito bons. Para o público éfantástico que esses pontos aconte-çam. É óptimo ser reconhecido peloagora número dois do mundo, é sem-pre bom. Eu trato-o como mais umporque é mais um jogador para mim,

mas obviamente é sempre bom ver queos maiores jogadores da história domeu desporto, reconhecem o meu tra-balho.

O nível exibido pelo João Sousa estápróximo dos melhores mundiais?Ainda falta muito trabalho pela frentepara tentar chegar a esse nível. Voucontinuar tranquilo a trabalhar no quetenho que trabalhar, e pouco a poucocontinuar a fazer o meu caminho damelhor maneira possível.

Qual foi a sensação de jogar no Len-glen?É mais um campo. Eu nunca tinha jo-gado no Suzanne Lenglen, e a expe-riência foi ótima. Os jogadores dessenível têm uma pequena vantagemporque estão habituados a jogar nes-tes grandes palcos. Foi mais um dosestádios emblemáticos do ténis queeu joguei. Contente por isso.

Com que sentimento sai deste Tor-neio?Tenho o sentimento de ter dado o tudopor tudo para fazer um bom resultado,infelizmente não consegui vencer.Estou contente com uma vitória noGrand Slam. Agora vou tentar recupe-rar forças, descansar, porque foi umasérie de torneios muito exigentes anível mental, e preparar da melhormaneira os próximos torneios.

Quais são os próximos torneios?Agora vou começar a temporada derelva com Halle, depois Antalya, e porfim Wimbledon.

Que balanço podemos fazer da suatemporada na terra batida?Não foi uma temporada ótima, masestou consciente de que o ténis éassim, nem sempre corre bem, nemsempre conseguimos fazer bons resul-tados, e portanto há que continuar atrabalhar com a mesma vontade devencer. Infelizmente não correu tãobem como desejaríamos, mas o ténisé mesmo assim. Se continuar a traba-lhar, os bons resultados podem surgir.

Ficou assim terminada a participaçãolusa no Torneio parisiense de terra ba-tida que contou com dois tenistas noquadro principal, João Sousa e GastãoElias, bem como um na fase de qua-lificação, Pedro Sousa.

Ténis

Por Marco Martins

Le 07 juin 2017

Gastão Elias em Roland GarrosLusoJornal / António Borga

João Sousa em Roland GarrosLusoJornal / António Borga

lusojornal.com

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Sérgio Conceição abandonou comando técnico do Nantes

Foi uma semana atribulada para oTreinador português Sérgio Conceiçãoque fez tudo para regressar a Portugalpara ser o novo Técnico do FC Porto.O primeiro a anunciar a vontade doTécnico português foi Waldemar Kita,Presidente do Nantes, durante umaentrevista ao jornal francês ‘20 Minu-tes’, e onde afirmava que Sérgio Con-ceição estava a forçar a saída do clubecom o qual tinha contrato até 2020.“Tenho a confirmação de que ele quersair e estou estupefacto”, começoupor afirmar. “Não entendo isto, nãoentendo. Ele está a abandonar-me.Organizámos tudo à volta dele para apróxima temporada”, lamentou o di-rigente. O Treinador português alegourazões pessoais para deixar o Nantes.

FC Porto posto em causa por Waldemar KitaEm declarações ao ‘L’Équipe’, o Pre-sidente do Nantes não foi nada meigo,colocando o seu foco crítico na pessoado líder dos dragões, Jorge Nuno Pintoda Costa. “Estou sobretudo chateadocom o Presidente do FC Porto, quecontactou um Treinador que tem umcontrato, sem nos avisar. Como é que

ele pode agir desta forma? Aqui emFrança falamos da falta de ética doshomens políticos. Acho que tambémpodemos olhar para os dirigentes queestão no futebol. O FC Porto tinha deter entrado em contactos connosco. Éuma questão de respeito”, analisouWaldemar Kita.O líder do clube francês ao qual Sér-gio Conceição estava contratualmenteligado até 2020, de certa forma, ilibao Treinador de toda esta situação quecompromete a equipa que dirige e,assumia, ainda que esperava vir acontar com ele na próxima tempo-

rada. “Claro que posso obrigá-lo aficar. Por enquanto é o que pensofazer porque não tenho nenhumaoutra solução. Se Sérgio Conceiçãovoltar, esqueço tudo o que se passou”,refere.Sobre a saida de Sérgio Conceição,Kita assumiu que não abdicaria deuma indemnização. “Quando umPresidente despede o seu Treinadortambém tem de lhe pagar uma in-demnização até ao fim do seu con-trato. Tudo isto podia ter decorrido deuma forma diferente se o FC Porto ti-vesse solicitado um encontro con-

nosco antes de avançar com contac-tos com o nosso Treinador nas nossascostas”, sugeriu.Sobre a forma como tomou conheci-mento da intenção de Sérgio Concei-ção em deixar o Nantes, Kita relatou:“Sérgio Conceição ligou ao meu filhopara lhe dizer que desejava sair. Estousurpreendido. Ele disse que queriasair, evocou razões pessoais. Sinto-metraído. O FC Porto é o clube de cora-ção dele. Essa perspetiva traz-lhe or-gulho e felicidade. Até estouconvencido de que o FC Porto não lheoferece o mesmo salário que tinhaaqui, no Nantes. Aqui o que fala maisalto são os sentimentos. Espero é queos dirigentes não estejam a manipulá-lo. Despediram o Treinador [ndr: NunoEspírito Santo] e não têm ninguémneste momento», concluiu.

Nantes e Porto, o acordoChidozie e Joris Kayembe são os joga-dores em cima da mesa para servir demoeda de troca no negócio que visatransferir Sérgio Conceição do Nantespara o FC Porto. Além disso, os dra-gões vão ainda pagar uma verba mo-netária cujo valor definitivo ainda seencontra em finalização, dentro dasquestões jurídicas e de pormenor exi-gidas pelo envolvimento de várias par-

tes e interesses no processo. Certo éque a estrutura do acordo está de pée o Treinador português, de 42 anos,já não foge ao FC Porto, devendo as-sinar um contrato válido por duastemporadas, com mais uma de opção.De resto, o divórcio entre Sérgio Con-ceição e o Nantes está a atrasar o ar-ranque do Técnico no FC Porto, masnão o impede de já estar em sintoniacom a estrutura azul e branca. Parajá, Sérgio Conceição abriu mão deduas unidades cujo percurso naturalos apontava à equipa principal numfuturo próximo. Kayembe, por exem-plo, tinha tudo certo para fazer pelomenos a pré-temporada, mas acabarápor transferir-se a título definitivo parao clube francês. Já Chidozie, seguepara o Nantes por empréstimo, fi-cando o clube com a opção de com-pra do seu passe por 12 milhões deeuros.No entanto, ainda há arestas por limarno que diz respeito à rescisão de Sér-gio Conceição com o emblema gaulês.Segundo garante o ‘L’Équipe’, o pró-ximo Treinador do FC Porto evocouprémios em atraso e não está dispostoa abdicar deles. Por isso o processoestá a arrastar-se para lá daquilo queera esperado pelos adeptos portistas.Quanto à aventura do Sérgio Concei-ção no Nantes, termina de uma formapouco agradável tanto para o clubecomo para o Técnico português.

Futebol

Por Marco Martins

DESPORTO 21Le 07 juin 2017

Lyon sur le toit de l’Europe

Jamais 2 sans 3. Jeudi 1 juin, au Car-diff City Stadium, l’OL et le PSG s’af-frontaient en finale de la Ligue desChampions féminine. Un choc ausommet, devant 22.433 spectateurs,venant conclure la série d’affronte-ments entre les deux équipes. Etcomme à Vannes il y a deux semaines,Lyon s’impose au bout du suspens (0-0, 7-6 aux t.a.b). Côté parisien, lesdeux Brésiliennes de l’équipe, Formigaet Cristiane, sont titulaires au coupd’envoi. Seule surprise dans les com-

positions, l’absence de Laura Georges,laissée sur le banc par Patrice Lair.Le match n’est pas des plus enthou-siasmants. Paris, bien positionné avecun bloc bas, attend les Lyonnaises etexploite les espaces en contre. En face,Lyon ne semble que peu inspiré et semontre assez inoffensif en premièrepériode. Seule la tension est palpabledans cette rencontre. La meilleure ac-tion du premier acte vient de ShirleyCruz. La milieu de terrain parisienne,très en vue, se faufile entre les défen-seures lyonnaises mais voit sa frappestoppée par Sarah Bouhaddi (33 min).

La seconde période est un peu plusouverte. Lyon laisse tout d’abord filerune énorme occasion de prendrel’avantage sur une frappe d’Hegerberg(52 min). Avant qu’à son tour, le PSGrate l’immanquable. Marie-LaureDelie, oubliée dans la surface lyon-naise, croise trop sa frappe qui rase lemontant de Bouhaddi (63 min). Lesdeux meilleures actions du match sontpassées. Si l’OL continue de pousserpour prendre l’avantage, les deuxéquipes vont pourtant passer par desprolongations. 30 minutes supplémen-taires sans grand relief, chaque équipe

se rendant coup pour coup mais semontrant toujours aussi maladroitesdevant.Il faut aller jusqu’au bout de la nuit deCardiff pour avoir un vainqueur. Direc-tion les tirs au but. Une séance durantlaquelle Paris prend l’avantage aprèsle tir stoppé d’Eugénie Le Sommer.Avant de le perdre dans la foulée,Grace Geyoro butant sur Bouhaddi.Les tirs s’enchaînent jusqu’à ce quecette séance chavire dans la folie. Lagardienne parisienne, Katarzyna Kie-drzynek, s’avance pour frapper, maisécrase trop sa tentative qui passe à

côté. Sarah Bouhaddi décide de pren-dre le ballon pour propulser son équipesur le toit de l’Europe. Une frappe dudroit vient faire chavirer les Lyonnaisesdans l’ivresse (0-0, 7-6 aux t.a.b).Après le Championnat et la Coupe deFrance, les Parisiennes laissent échap-per la Ligue des Champions. Un reverslourd de conséquence: Paris ne serapas «européen» l’an prochain. Lyon deson côté égale Francfort au nombre detitres remportés. Les Lyonnaises de-viennent aussi les premières à réaliserdeux triplés Championnat-Coupe-Ligue des Champions consécutifs.

Football Féminin

Par Daniel Marques

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Lusa / Miguel A. Lopes

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22 TEMPO LIVRE

Boa notícia

Criados à SuaimagemNo próximo domingo, dia 11, cele-bramos a solenidade da SantíssimaTrindade. Conta-se que um dia, SantoAgostinho passeava na praia e commuito esforço tentava compreendereste mistério da fé: um único Deusem três pessoas distintas... A umacerta altura, viu um menino que cor-ria com um balde na mão. Repetida-mente, o menino ia até ao mar,enchia o balde, levava-o com jeitinhoaté junto de um buraco na areia e va-zava a água lá dentro. Agostinho per-guntou-lhe: «O que estás a fazer?». Omenino respondeu com simplici-dade: «Estou a colocar o mar dentrodeste buraco». Agostinho sorriu edisse: «Não vês que isso é impossí-vel? O mar é tão grande e essa covi-nha é tão pequena!» O meninorespondeu: «É mais fácil que o marcaiba nesta cova do que o mistério daTrindade seja entendido por umhomem!».A Solenidade do próximo domingonão é um convite a decifrar o enigmade “um Deus em três pessoas”: éuma oportunidade para meditarmoso que a Trindade nos ensina sobrenós mesmos. Deus não é solidão; nãoé o perfeito egoísta imutável que bastaa si mesmo e subsiste sozinho. Deusé comunhão, relação, amor que semove na direcção do outro. E nósfomos criados à Sua imagem e seme-lhança! Jean-Paul Sartre dizia que «oinferno são os outros», mas Jesusmostra-nos que não podemos abra-çar a felicidade sozinhos. A lingua-gem humana (finita e limitada) nãoconseguirá nunca definir completa-mente o mistério da Trindade mas, in-vocando o Pai, o Filho e o EspíritoSanto, intuímos a nossa própria natu-reza e o lema que devemos seguir naconstrução da nossa vida, das nossasrelações, da nossa Igreja: comunhãona diversidade!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Église du Sacré Cœur de Gentilly115 avenue Paul Vaillant Couturier94250 GentillySábado às 18h00 e Domingo às 10h00

Le 07 juin 2017

lusojornal.com

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En cours Exposition de Rui Chafes, «Absences», sculp-ture, dans le cadre de Lusoscopie. GalerieMendes, 36 & 45 rue de Penthièvre, à Paris08. Le lundi de 14h00 à 19h00 et du mardiau vendredi, de 11h00 à 19h00. Samedi surrendez-vous.

En cours Exposition de Manuel Cargaleiro, peinture,dans le cadre de Lusoscopie. Galerie HélèneBailly, 71 rue du Faubourg Saint-Honoré, àParis 08. Du lundi au dimanche, de 10h00 à19h00.

En cours Exposition de Maria Helena Vieira da Silva,peinture, dans le cadre de Lusoscopie. GalerieHélène Bailly, 71 rue du Faubourg Saint-Ho-noré, à Paris 08. Du lundi au dimanche, de10h00 à 19h00.

Jusqu’au 10 juin Exposition de Jorge Martins, «La peau desnuages», dessins, dans le cadre de Lusoscopie.Kogan Gallery, 96 bis rue Beaubourg, à Paris03. Du mardi au samedi, de 14h00 à 19h00.Fermée les jours fériés.

Jusqu’au 10 juin «Anticyclone», exposition de photographied’Annick Boissel et Carlos Casteleira. Le sa-medi 20 mai, 16h00, rencontre pour présen-ter cette exposition parlant de nos rapports auxmilieux humains et naturels. Domaine des Jar-dinettes, 635 route de Pertuis, à Villelaure (84).

Jusqu’au 10 juin Exposition de Bela Silva, céramique, dans lecadre de Lusoscopie. Galerie du Passage, 20-26 galerie Véro-Dodat, à Paris 01. Du mardi ausamedi, de 11h00 à 19h00.

Jusqu’au 18 juin “Figuras de Convite: quatre artistes portu-gaises”: Adriana Molder, Ana Léon, Maria Bea-

triz et Maria Loura Estêvão, dans le cadre deLusoscopie. Galerie Álvaro Roquette/PedroAguiar Branco, 19 rue de Beaune, à Paris 07.Du lundi au samedi, de 14h00 à 20h00.

Jusqu’au 25 juin Exposition «Himalaya: Népal, chemins delumière» avec photos de Helena Homemde Melo, Luís Reina et Michel Hervé. 1erétage de la Metzig, place de l’Hôtel deville, à Molsheim (67).

Le samedi 1er juillet, 19h00 Exposition de photos «5 p.m. Hotel daGlória», de Eduardo Brito, dans le cadrede Encontros da Imagem 2016 et dansle cadre du Festival Parfums de Lis-bonne. Maison du Portugal André de Gouveia, 7-P boulevard Jourdan, à Paris 14.

Du 1er et 28 juin Exposition “Azul de Portugal” de MárioCantarinha (photos), au Consulat Généraldu Portugal à Paris, 6 rue Georges Ber-ger, à Paris 17.

Jusqu’à début juillet «Corps et âmes - un regard prospectif»avec Arpad Szenes, Maria Helena Vieirada Silva, Michael Biberstein, MiguelBranco, Rui Moreira et 29 autres ar-tistes, dans le cadre de Lusoscopie. Ga-lerie Jeanne Bucher Jaeger, EspaceMarais, 5-7 rue de Saintonge, à Paris 03.Du mardi au samedi, de 10h00 à19h00.

Jusqu’au 8 juillet Exposition collective de 4 artistes, dontJorge Molder, dans le cadre de Lusosco-pie. Galerie Bernard Bouche, 123 rueVieille du Temple, à Paris 03. Du mardiau samedi, de 14h00 à 19h00.

Jusqu’au 9 juillet Exposition «Pissarro à Eragny - La natureretrouvée» du peintre impressionnisted’origine portugaise Camille Pissarro, au

Musée du Luxembourg, 19 rue Vaugi-rard, à Paris 6. Du lundi au jeudi, de10h30 à 18h00 et du vendredi au di-manche, de 10h30 à 19h00.

Du 31 mai au 27 août “La violence et la grâce” de Graça Morais.Fondation Calouste Gulbenkian, Délégation enFrance, 39 boulevard de La Tour Maubourg, àParis 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Jusqu’au 3 septembre Exposition collective «Tous, des sang-mêlés», qui propose d’explorer une notiontout aussi universelle que brûlante: l’identitéculturelle. Participation de l’artiste MarcoGodinho. Musée d’art contemporain MAC duVal-de-Marne, place de la Libération, à Vitry-sur-Seine (94).

Jusqu’au 23 septembre Exposition de Rodolphe Bouquillard, «Varia-tions africaines», peinture, dans le cadre deLusoscopie. Galerie de Thorigny, 1 place deThorigny, à Paris 03. Du mardi au samedi,de 11h00 à 19h00.

Les 6 et 7 juin Colloque «Graça Morais: le mythe et la mé-tamorphose». Fondation Calouste Gulben-kian - Délégation à Paris, 39 boulevard dela Tour-Maubourg, à Paris 07.

Le mercredi 7 juin, 19h30 Rencontre avec Jordane Bertrand, journalisteet spécialiste de l’Afrique, ancienne correspon-dante de RFI au Mozambique, qui présenterason Dictionnaire insolite du Cap-Vert, paru auxéditions Cosmopolite. Librairie Portugaise &Brésilienne, 19/21 rue des Fossés SaintJacques, à Paris 5. Infos: 01.43.36.34.37.

Le dimanche 11 juin, 17h30 «Autour d’un verre»… avec l’écrivain NunoGomes Garcia, sur «Littérature engagée: le casdu féminisme», organisé par l’AGRAFr. Café A,148 rue du Faubourg Saint Martin, à Paris 10.

Le mercredi 21 juin, 19h00 Lecture bilingue de «Murer la peur» de MiaCouto suivie d’un concert sur le thème de la peur.Musique baroque et chanson réaliste, avec AmalAllaoui (chant), Marie-Suzanne de Loye (viole degambe) et Elisabeth Monteiro Rodrigues (traduc-trice). Librairie des Éditeurs Associés, 11 rue Mé-dicis, à Paris 06.

Le mercredi 28 juin, 19h00 Conférence sur «Mémoires miroirs» par FernandaFragateiro dans le cadre du cycle «Artistes invités»proposé par Helena de Freitas. Fondation Ca-louste Gulbenkian - Délégation à Paris, 39 bou-levard de la Tour-Maubourg, à Paris 07.Inscription obligatoire au 01.53.85.93.93.

Le jeudi 29 juin Rencontre et présentation du livre «FernandoPessoa, Anthologie essentielle» par Michel Chan-deigne et Joanna Cameira Gomes. Librairie L’eauet les rêves, 3 quai de l’Oise, à Paris 19.

Le samedi 10 juin, 15h00 20ème concours de Poésie Lusophone sur “Omeu futuro”, organisé par l’Association CulturellePortugaise. Espace de Loisirs Le 167, 167 ave-nue Charles de Gaulle, à Neuilly-sur-Seine(92). Infos: 01.55.62.62.50.

Le dimanche 2 juillet, 15h00 «moi + l’autre = nous / eu + o outroo = nós», va-riations autour de textes de Mário de Sá-Carneiroet de Mário de Carvalho. Performances à la criée,par les acteurs de la Cie Cá e Lá, dans le cadredu Festival Parfums de Lisbonne. Comme à Lis-bonne, 37 rue du Roi de Sicile, à Paris 04.

Le vendredi 9 juin, 18h15 Session de 9 courts-métrages portugais:“Miami” de Simão Cayatte, “Amélia &Duarte” de Alice Azevedo et Mónica Santos,“Rampa” de Margarida Lucas, “Fuligem”

EXPOSITIONS

CONFÉRENCES

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SORTEZ DE CHEZ VOUS

POÉSIE

THÉÂTRE

CINEMA

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TEMPO LIVRE 23

de David Doutel Vasco Sá, “Arena” de JoãoSalaviza, “Douro Faina Fluvial” de Ma-noel de Oliveira, dans le cadre des “Mé-tamorphoses focus sur le cinémaeuropéen contemporain” organisé par leréseau EUNIC de Lyon, en partenariatavec l’Institut Camões. Cinéma LumièreBellecour, à Lyon (69).

Le samedi 10 juin, 11h00 Projection du film «Montanha» de JoãoSalaviza (2016) et conférence-débat enprésence du réalisateur avec Régis Sa-lado, dans le cadre du Festival Parfumsde Lisbonne. Cinéma MK2 Beaubourg,50 rue Rambuteau, à Paris 03.

Le samedi 10 juin, 20h45 Projection du documentaire «Alentejo,Alentejo» de Sérgio Tréfaut, dans lecadre des “Métamorphoses focus sur lecinéma européen contemporain” orga-nisé par le réseau EUNIC de Lyon, enpartenariat avec l’Institut Camões. Ci-néma Lumière Terreaux, à Lyon (69).

Le samedi 17 juin, 11h00 Projection du film «Volta à Terra» de JoãoPedro Plácido (2016) et conférence-débat avec Jacques Lemière, dans lecadre du Festival Parfums de Lisbonne.Cinéma MK2 Beaubourg, 50 rue Ram-buteau, à Paris 03.

Du 20 au 27 juin 19ème édition du Festival du cinémabrésilien de Paris sur “50 ans de tropi-calisme” (8 fictions et 8 documentaires).Cinéma l’Arlequin, 76 rue de Rennes, àParis 06.

Le samedi 1er juillet, 15h00 Projection du documentaire “Portuguesefrom Soho” de Ana Ventura Miranda,dans le cadre du Festival Parfums de Lis-boa et dans le cadre de la clôture descours de portugais du Centre Culturel Ca-mões. Maison du Portugal André de Gou-veia, 7-P boulevard Jourdan, à Paris 14.

Le mercredi 7 juin, 19h30 Fado avec Mónica Cunha, acompagnéepar Nuno Estevens et Philippe de Sousa.Portologia, 42 rue Chapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le jeudi 8 juin, 19h45 Apéro fado avec Filipe de Sousa (gui-

tarra) et Nuno Estevens (viola) et un in-vité: Joaquim Campos. La Chapelle desLombards, 19 rue de Lappe, à Paris 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 9 juin, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupe,accompagnée par Loic da Silva (gui-tarra) et Ana Luísa (viola). La Fermedes 3 Louches, 760 route de Com-mines, à Wambrechies (59). Infos: 03.20.39.72.49.

Le samedi 10 juin, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupeet Jenyfer Rainho, accompagnées parLoic da Silva (guitarra) et Ana Luísa(viola). Restaurant Vilanova, 53 rueMaurice Sarraut, à Tourcoing (59). Infos: 03.20.25.02.80.

Le vendredi 16 juin «Fado quente» avec Conçeição Guada-lupe, Jenyfer Rainho, João Rufino, Da-niela Costa... accompagnés par Filipede Sousa (guitarra), Nuno Estevens(viola), Philippe Leiba (contrebasse) etNella Selvagia (percussions). Présenta-tion et vocal: Jean-Luc Gonneau. Les Affiches / Le Club, 7 place SaintMichel, à Paris 05. Infos: 06.22.98.60.41.

Le samedi 17 juin, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupe,accompagnée par Lino Ribeiro (gui-tarra) et Vitor do Carmo (viola). O Forno,28 rue Léon Blum, à Epernay (51). Infos: 03.26.32.03.68.

Le dimanche 18 juin, 16h00 Rencontre mensuelle de Gaivota: fado,chansons, peinture, littérature, amu-ses-bouches,… Château Lorenz, Sallepolyvalente, 11 avenue Georges Cle-menceau, à Bry-sur-Marne (94). Infos: 06.64.13.48.94.

Le mercredi 21 juin, 19h30 Fête de la Musique avec Fado Vadioavec la Académie de Fado. Entrée libre.Portologia, 42 rue Chapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le dimanche 11 juin, 17h00 Concert de la soprano Luísa Brandão etdu pianiste João Vale. Œuvres de compositeurs portugais et

brésiliens. Maison du Portugal Andréde Gouveia, 7P boulevard Jourdan, àParis 14.

Le samedi 17 juin Conférence chantée avec Jean-PaulDelfino et concert du duo franco-brési-lien Aurélie & Verioca. Médiathèque LaMéjanne à Aix-en-Provence (13).

Le dimanche 18 juin, 17h00 Concert de la pianiste Teresa Palma Pe-reira avec son nouveau CD «Encontroavec des œuvres de Mozart et Schu-mann», dans le cadre du Festival Par-fums de Lisbonne. Maison du PortugalAndré de Gouveia, 7-P boulevard Jour-dan, à Paris 14.

Le jeudi 22 juin, 20h30 Concert chansons et poèmes avec Elza

Gonçalves et François Fernandes (Bré-sil, Portugal, Angola). Au piano: XavierCharles Catta, organisé par l’AssociationCulturelle France Portugal 37. Salle Ocke-ghem, à Tours (37). Infos: 06.83.27.31.15.

Le vendredi 23 juin, 20h30 Concert de Paris Guitare Quartet, composéde musiciens expérimentés, à la fois dansles répertoires classique et jazz. Maison duPortugal André de Gouveia, 7P boulevardJourdan, à Paris 14.

Les 26, 27, 28 juin Concert du duo franco-brésilien Aurélie &Verioca dans le cadre du Festival jeune pu-blic, à Verneuil-sur-Avre (27).

Le vendredi 7 juillet, 19h00 Concert du pianiste Miguel Costa, dans le

cadre du Festival Parfums de Lisbonne.Maison du Portugal André de Gouveia, 7-Pboulevard Jourdan, à Paris 14.

Le samedi 10 juin, 20h30 Commémoration de la Fête nationale duPortugal avec Mário Jasmin (la voix de MikeBrant) et Mara Pedro (Fado) accompagnéepar ses musiciens, organisée par l’Associa-tion culturelle portugaise de Les Ulis-Orsay.Espace Boris Vian, rue du Morvan, Les Ulis(91).

Le samedi 17 juin Fête de fin d’année de l’Institut Lusophoneen hommage à Joaquim Pires. SalleJacques Brel de Pontault-Combault (77).

Le samedi 17 juin, 11h30 Festival de la Sardine avec folklore, mu-sique, animations, exposition de voitures decollection, jeux pour enfants, organisé parl’association Les Amis du Plateau. Sur lesbords de Marne, chemin de l’écluse, àNeuilly-sur-Marne (94). Entrée libre. Parking libre.

Le dimanche 18 juin Fête de Radio Alfa avec Tony Carreira,Bonga, Diogo Piçarra, Susana Félix, KátiaAveiro et Chris Ribeiro. Ile de Loisirs deCréteil (94). Infos: 01.45.10.98.60.

Le dimanche 11 juin, 12h00 Festival de folklore organisé par legroupe ACTOP “Grupo EtnográficoMinho Ave”, avec la participation desgroupes Juventude de Villeneuve-le-Roi, Sol de Portugal d’Amiens, Estrelasdo Alto Minho de Paris 14 et Provínciasde Portugal de Roubaix. Stade desOrions, 267 rue de Roncq, à Tourcoing(59).

Le vendredi 30 juin, 19h30 Marcy fête l’été, avec (entre autres) la par-ticipation exceptionnelle du Grupo Folcló-rico e Etnográfico Granja de Ulmeiro(Portugal). Place Fleury Lancelin, à Marcyl’Etoile (69). Entrée libre.

Les 10 et 11 juin Fête du Cheval Lusitanien. Parc du Châ-teau de Montrond-les-Bains (42).

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