jornal revolução socialista, nº 35

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 “Sem a luta pelo socialismo, a vida não tem sentido” (J. Posadas) – Ano 14 Nº 35 – Junho/Julho 2013 R$2,00 Jornal Posadista Continuação do Jornal Frente Operária, fundado em 1953 Revolução Socialista  A melhoria social que vem sendo alcan- çada desde a eleição de Lula, para ser assegurada e expandida, precisa ago- ra de mudanças nas estruturas socio- -econômicas da sociedade. Mas, para isto, também é necessário fortalecer a base social de apoio ao governo, espe- cialmente, contando com a participação mais efetiva dos sindicatos e movimen- tos sociais na elaboração de novas me- didas, de um novo projeto estratégico de país. E este diálogo não tem sido feito pelo governo Dilma. No seu pro- nunciamento em cadeia nacional, Dilma praticamente reconheceu esta falha e conclamou os diversos setores sociais progressistas a dialogar para a formu- lação de novas medidas para solucio- nar os problemas que, se não enfren- tados, servem de pretexto para que a direita, que quer é utilizar a insatisfação de segmentos da classe média e da  juventude para trabalhar uma pauta anti- Dilma e anti-PT, responsáveis por todas as melhoras sociais até o momento. Há um ataque midiático claro por parte da Rede Globo e das outras redes priva- das – que sempre apoiaram a ditadura e os governos. Os editoriais, a escolha das matérias, dos personagens, dos cartazes e manifestantes que são apre- sentados, são parte desta instigação ao protesto irracional. Cartazes e faixas que pedem Democratização da Mídia ou Estatização dos Transportes , não são mostrados. Não se permite reivindicar a Reforma Agrária, ou a suspensão do Leilão do Petróleo, ou a queda das taxas de juros ou a Auditoria da Dívida Pública, que possibilitaria muitos recursos para investimentos públicos Também há um ataque cambial, o au- mento do dólar, totalmente especulati- A proposta do Governo Dilma Rous- seff de convocar um Plebiscito para que o povo decida democraticamente se quer realizar a tão esperada Reforma Política, deve ser plenamente apoiada por todas as forças progressistas e democráticas da Nação! Além disso, após dialogar com o Movimento Passe Livre e outros movimentos sociais, Dilma apresen- ta um conjunto de 5 pactos-propostas para enfrentar questões que, de forma difusa, manipulada ou não, aparece- ram na boca dos manifestantes. Dilma comporta-se democraticamente, respei- ta e ouve as manifestações, e, sem se intimidar, apresenta propostas: recur- sos do petróleo exclusivamente para a educação, multiplicar o número de mé- dicos para atender os municípios sem médicos, medidas scais para reduzir a passagem de ônibus, trens e metrôs e a liberação de 50 bilhões de reais para obras de mobilidade urbana e, também, controle da inação, além da criação de um Conselho Social de Transporte, com a participação da sociedade. São propostas concretas, cuja aplica- ção, especialmente de urgência, devem ser monitoradas atentamente, pelo o PT , a CUT e os Movimentos Sociais e de- batidas com as alas das manifestações que revelam uma insatisfação legítima mas sem rumo certo. Estas alas, podem, a partir da elevação do nível do debate democrático, compreender que devem apoiar o governo no esforço para impul- sionar e aprofundar as mudanças que  já estão acontecendo, desde o Governo Lula. Ao propor o Plebiscito Dilma coloca o debate, levantado nas ruas, no lugar certo. Está dialogando com as ruas. Se há insatisfação com o Parlamento e o Sistema Político, façamos uma Reforma Política! O Brasil não está piorando O governo Dilma e o PT estão sob ata- que de forças conservadoras que, apro- veitando o embalo de manifestações de alguns setores sociais contra o aumen- to abusivo do preço das passagens do transporte urbano, trabalham claramen- te para transformar esta insatisfação em uma desestabilização do governo. Pa- radoxalmente, os protestos não surgem porque no Brasil as condições de vida da maioria do povo estejam piorando, como na Grécia, Espanha, Portugal, Itália e França. Ao contrário, foi exatamente a elevação das condições de trabalho, de salário, a redução da miséria, os progra- mas como Luz para Todos e Bolsa Fa- mília, a ampliação das universidades pú- blicas e gratuitas e das escolas técnicas públicas, permitindo os lhos das famí - lias mais pobres ingressarem na univer- sidade, foi tudo isto que elevou amplos setores a patamares sociais mais justos, que, contraditoriamente, leva a que ou- tros setores sociais, especialmente de classe média, sintam-se estimulados a apresentar outras reivindicações, nem todas progressistas, como se pode ver nas recentes manifestações onde seto- res reacionários pedem, por exemplo, a redução da maioridade penal. Não são manifestações dos setores mais pobres e explorados da sociedade capitalista. Não são manifestações de trabalhado- res desempregados como na Espanha, e principalmente na Grécia, brutalmente demitidos. Limites do reformismo  As políticas reformistas progressistas dos governos Lula e Dilma chocam-se com os limites de uma estrutura con- centrada e conservadora próprias do modelo econômico capitalista. Elas não cabem dentro da estrutura deste modelo perverso. Além do redirecionamento dos recursos públicos em favor dos mais po- bres, o que foi feito em boa medida, para seguir adiante, deve-se radicalizar nas transformações sociais. Ou seja, este reformismo progressista não pode avan- çar indenidamentel, o que ca provado quando se percebe que apesar dos re- ajustes salariais alcançados pelos sindi- catos serem em 93 por cento dos casos (DIEESE) acima da inação, os lucros dos banqueiros continua sideral, a re- messa de lucros das multinacionais para suas matrizes aumentam e as dispari- dades sociais continuam monumentais. Ou seja, para cada aumento salarial, as transnacionais radicalizam, arrancando desonerações de impostos e multipli- cando a remessa de lucros ao exterior. E o governo ressente-se de recursos para investimentos em obras essenciais de infraestrutura e para construir, por exemplo, renarias, ferrovias, hidrovias, etc... A mídia justica o desinvestimento e a deserção do setor empresarial, cla- ma por cortes nos gastos públicos , e, com um oportunismo i ndecente, critica o governo por não investir ainda mais em políticas sociais. Critica o governo por gastar com o Bolsa Família, mas quer aumentar a taxa de juros (Selic), que é a “bolsa banqueiro”. Foram eles, a direita, que apoiaram o m da CPMF , uma perda de 40 milhões no orçamento público. Medidas populares urgentes para ampliar a justiça social, a democracia e fortalecer o Governo Dilma EDITORIAL (continua na página 2) Sindicato dos Metroviários de São Paulo defende a estatização dos transportes

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Jornal da Sessão brasileira da IV Internacional Posadista, continuador do Jornal Frente Operária, fundado em 1953.

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  • Sem a luta pelo socialismo, a vida no tem sentido (J. Posadas) Ano 14 N 35 Junho/Julho 2013 R$2,00

    Jornal Posadista

    Continuao doJornal

    Frente Operria, fundado em 1953

    RevoluoSocialista

    A melhoria social que vem sendo alcan-ada desde a eleio de Lula, para ser assegurada e expandida, precisa ago-ra de mudanas nas estruturas socio--econmicas da sociedade. Mas, para isto, tambm necessrio fortalecer a base social de apoio ao governo, espe-cialmente, contando com a participao mais efetiva dos sindicatos e movimen-tos sociais na elaborao de novas me-didas, de um novo projeto estratgico de pas. E este dilogo no tem sido feito pelo governo Dilma. No seu pro-nunciamento em cadeia nacional, Dilma praticamente reconheceu esta falha e conclamou os diversos setores sociais progressistas a dialogar para a formu-lao de novas medidas para solucio-nar os problemas que, se no enfren-tados, servem de pretexto para que a direita, que quer utilizar a insatisfao de segmentos da classe mdia e da juventude para trabalhar uma pauta anti-Dilma e anti-PT, responsveis por todas as melhoras sociais at o momento.

    H um ataque miditico claro por parte da Rede Globo e das outras redes priva-das que sempre apoiaram a ditadura e os governos. Os editoriais, a escolha das matrias, dos personagens, dos cartazes e manifestantes que so apre-sentados, so parte desta instigao ao protesto irracional. Cartazes e faixas que pedem Democratizao da Mdia ou Estatizao dos Transportes, no so mostrados. No se permite reivindicar a Reforma Agrria, ou a suspenso do Leilo do Petrleo, ou a queda das taxas de juros ou a Auditoria da Dvida Pblica, que possibilitaria muitos recursos para investimentos pblicos

    Tambm h um ataque cambial, o au-mento do dlar, totalmente especulati-

    A proposta do Governo Dilma Rous- seff de convocar um Plebiscito para que o povo decida democraticamente se quer realizar a to esperada Reforma Poltica, deve ser plenamente apoiada por todas as foras progressistas e democrticas da Nao! Alm disso, aps dialogar com o Movimento Passe Livre e outros movimentos sociais, Dilma apresen-ta um conjunto de 5 pactos-propostas para enfrentar questes que, de forma difusa, manipulada ou no, aparece-ram na boca dos manifestantes. Dilma comporta-se democraticamente, respei-ta e ouve as manifestaes, e, sem se intimidar, apresenta propostas: recur-sos do petrleo exclusivamente para a educao, multiplicar o nmero de m-dicos para atender os municpios sem mdicos, medidas fiscais para reduzir a passagem de nibus, trens e metrs e a liberao de 50 bilhes de reais para obras de mobilidade urbana e, tambm, controle da inflao, alm da criao de um Conselho Social de Transporte, com a participao da sociedade.

    So propostas concretas, cuja aplica-o, especialmente de urgncia, devem ser monitoradas atentamente, pelo o PT, a CUT e os Movimentos Sociais e de-batidas com as alas das manifestaes que revelam uma insatisfao legtima mas sem rumo certo. Estas alas, podem, a partir da elevao do nvel do debate democrtico, compreender que devem apoiar o governo no esforo para impul-sionar e aprofundar as mudanas que j esto acontecendo, desde o Governo Lula. Ao propor o Plebiscito Dilma coloca o debate, levantado nas ruas, no lugar certo. Est dialogando com as ruas. Se

    h insatisfao com o Parlamento e o Sistema Poltico, faamos uma Reforma Poltica!

    O Brasil no est piorando

    O governo Dilma e o PT esto sob ata-que de foras conservadoras que, apro-veitando o embalo de manifestaes de alguns setores sociais contra o aumen-to abusivo do preo das passagens do transporte urbano, trabalham claramen-te para transformar esta insatisfao em uma desestabilizao do governo. Pa-radoxalmente, os protestos no surgem porque no Brasil as condies de vida da maioria do povo estejam piorando, como na Grcia, Espanha, Portugal, Itlia e Frana. Ao contrrio, foi exatamente a elevao das condies de trabalho, de salrio, a reduo da misria, os progra-mas como Luz para Todos e Bolsa Fa-mlia, a ampliao das universidades p-blicas e gratuitas e das escolas tcnicas pblicas, permitindo os filhos das fam-lias mais pobres ingressarem na univer-sidade, foi tudo isto que elevou amplos setores a patamares sociais mais justos, que, contraditoriamente, leva a que ou-tros setores sociais, especialmente de classe mdia, sintam-se estimulados a apresentar outras reivindicaes, nem todas progressistas, como se pode ver nas recentes manifestaes onde seto-res reacionrios pedem, por exemplo, a reduo da maioridade penal. No so manifestaes dos setores mais pobres e explorados da sociedade capitalista. No so manifestaes de trabalhado-res desempregados como na Espanha, e principalmente na Grcia, brutalmente demitidos.

    Limites do reformismo

    As polticas reformistas progressistas dos governos Lula e Dilma chocam-se com os limites de uma estrutura con-centrada e conservadora prprias do modelo econmico capitalista. Elas no cabem dentro da estrutura deste modelo perverso. Alm do redirecionamento dos recursos pblicos em favor dos mais po-bres, o que foi feito em boa medida, para seguir adiante, deve-se radicalizar nas transformaes sociais. Ou seja, este reformismo progressista no pode avan-ar indefinidamentel, o que fica provado quando se percebe que apesar dos re-ajustes salariais alcanados pelos sindi-catos serem em 93 por cento dos casos (DIEESE) acima da inflao, os lucros dos banqueiros continua sideral, a re-messa de lucros das multinacionais para suas matrizes aumentam e as dispari-dades sociais continuam monumentais. Ou seja, para cada aumento salarial, as transnacionais radicalizam, arrancando desoneraes de impostos e multipli-cando a remessa de lucros ao exterior. E o governo ressente-se de recursos para investimentos em obras essenciais de infraestrutura e para construir, por exemplo, refinarias, ferrovias, hidrovias, etc... A mdia justifica o desinvestimento e a desero do setor empresarial, cla-ma por cortes nos gastos pblicos , e, com um oportunismo indecente, critica o governo por no investir ainda mais em polticas sociais. Critica o governo por gastar com o Bolsa Famlia, mas quer aumentar a taxa de juros (Selic), que a bolsa banqueiro. Foram eles, a direita, que apoiaram o fim da CPMF, uma perda de 40 milhes no oramento pblico.

    Medidas populares urgentes para ampliar a justia social,

    a democracia e fortalecer o Governo Dilma

    EDITORIAL

    (continua na pgina 2)

    Sindicato dos Metrovirios de So Paulo defende a estatizao dos transportes

  • Pgina 2 junho/julho de 2013RevoluoSocialista

    vo, derivado das manobras da Federal Reserve norte-americana, prejudican-do todos os pases emergentes, o que pode pressionar para uma alta da infla-o. E, junto a isso, as aes da Pe-trobrs, a maior estatal brasileira, regis-traram uma queda tambm repentina, indicando ao especulativa no sistema financeiro internacional contra o gover-no brasileiro. Alm disso, h um delibe-rado boicote de capitalistas nacionais e estrangeiros que no investem des-confiana classista apesar de todos os estmulos proporcionados pelo go-verno Dilma, indicando que indispen-svel priorizar novamente, como no go-verno Lula, os investimentos pblicos, que devem sim ser o motor do proces-so econmico para um novo modelo de desenvolvimento.

    Ataque miditico internacional

    A ideia de aproveitar a Copa das Con-federaes para uma superdosagem de mdia focando nas aes de violncia, quando as manifestaes so legal-mente permitidas e democraticamente respeitadas pelo governo, tem tam-bm uma inteno clara de provocar a destruio da imagem internacional do Brasil. Lembremos que nos ltimos anos, o Brasil foi reconhecido por apli-car programas sociais que reduziram a misria, elevaram as condies de vida de milhes de brasileiros, como reco-nheceu um recente relatrio da OIT, registrando reduo do trabalho infantil, e outro da UNICEF indicando que hou-ve diminuio tambm da mortalidade infantil no pas. Sem falar que, dife-rentemente de pases como Espanha, Portugal, Itlia e Frana, a sua taxa de desemprego muito baixa, ao mesmo tempo em que foi fortalecido o mercado formal de trabalho, com carteira assina-da, quando no capitalismo desenvolvi-do h precarizao do trabalho e perda de direitos laborais.

    No entanto, a partir de um erro a deciso tecnocrtica de aumento das passagens de transporte, sem dilogo surge um estopim; lana-se uma ope-

    rao que, sob a capa de Mudar o Bra-sil esconde o objetivo verdadeiro, per-verso e golpista, de inviabilizar e mudar o governo. Mudar por qu? Porque os governos Lula e Dilma priorizam inves-timentos que atendem aos setores mais pobres, como na expanso do mercado de trabalho formal, por exemplo, contra-riando as oligarquias que no admitem sequer a simples manuteno da CLT, ou avanos parciais nos direitos das trabalhadoras domsticas e tambm na expanso ainda parcial da licena ma-ternidade. Olham para a Europa e que-rem demolir direitos tambm aqui.

    Crise na oposio conservadora

    Pelo menos dois episdios antecede-ram esta onda de protestos exaltada pela Rede Globo e a mdia privada, formando parte de um contexto que permite entender mais a fundo porque tudo isto ocorre exatamente agora. O primeiro, a queda da taxa de juros, que reduz, ainda que parcialmente, a mo-numental lucratividade dos banqueiros, o que eles consideram inadmissvel, sendo a mdia porta-voz desta insatis-fao dos mais ricos. Os banqueiros no perdoam Dilma por reduzir a taxa de juros e fortalecer os bancos pbli-cos. Quem quer de fato Mudar o Brasil, deve apoiar estas medidas. O segundo, a divulgao de pesquisas no ms de maio, apontando uma popularidade ele-vada de Dilma, bem como a de Lula, e, de acordo com os cenrios pouco cla-ros que estas pesquisas constroem, h tambm a previso de que Dilma pode ser reeleita. Estes dois fatos provoca-ram pnico na oposio e o inferno as-tral para o governo Dilma: fizeram soar o alarme nos crculos mais endinheira-dos do Pas e tambm nos pases im-perialistas, dando incio a uma orques-trao mais aberta e descarada para impedir a reeleio do PT, pela quarta vez. , nesse sentido, a mesma onda de desestabilizao que se faz, a partir dos EUA e das oligarquias nativas, para derrubar os governos da Venezuela, do Equador, da Argentina e da Bolvia.

    Imagem internacional do Brasil sob ataque

    Esses governos, com forte apoio po-pular, ao defenderem os interesses nacionais e populares ainda que sem a fora social para avanar mais nas transformaes sociais esto contra-riando formas de dominao e de privi-lgios que o imperialismo ainda possui na Amrica Latina. Assim, a tentativa de incendiar o Palcio do Itamaraty, em Braslia, deve ser vista, simbolica-mente, como uma ao nazista para incendiar a poltica externa brasileira que aponta para a integrao regional, para o apoio a Cuba, Venezuela, para o desenvolvimento de relaes de co-operao e solidariedade com a frica.

    Alm do fato do Brasil ter conquistado reconhecimento internacional sobre seus programas de reduo da misria 20 milhes de brasileiros passaram a conhecer a luz eltrica, apenas no s-culo 21 e isto possui alcance civilizat-rio e humanista extraordinrio o pas tambm opera para ter mais protago-nismo internacional, tendo contribudo decisivamente para o fortalecimento do MERCOSUL, da UNASUL e da CE-LAC (presidida por Cuba), mas tambm conquistou postos de direo na FAO, na Comisso de Direitos Humanos da OEA, da Organizao Mundial do Co-mrcio, alm de tornar-se sede da Copa do Mundo e da Olimpada. Tudo isto tambm atrai a ateno dos inimigos da poltica internacional dos governos Lula-Dilma, especialmente dos EUA. A TV Brasil Internacional simplesmente no faz a contra-narrativa aos ataques que a imagem do Brasil est sofrendo.A dimenso internacional deste ata-que miditico contra o governo Dilma relaciona-se ao papel decisivo que o Brasil cumpre integrao da Amrica Latina e da frica. Alm disso, a deci-so conjunta do Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul, de fundar o Ban-co dos BRICS, bem como a determina-

    postas mais concretas, mais percepo dos riscos de instabilidade que a direita tenta criar.

    Estas manifestaes provavelmen-te continuaro, apesar do Movimen-o, apesar do Movimen- do Movimen-to Passe Livre, ter declarado, cor-retamente, que no antipartidrio, muito menos concorda com as reivindicaes conservadoras e dos grupos reacionrios empenhados em demolir o patrimnio pblico. Enquanto Dilma sinaliza que se deve aproveitar a energia das manifestaes legtimas e ouvir a voz das ruas, tudo indica que os setores de direita esto buscando fabricar um cadver para utilizar numa escalada de aes desestabilizadoras do governo.

    No subestimar aes desestabilizadoras

    Esse radicalismo de direita est dire-tamente vinculado crise da oposio que, at momento, tem dificuldade de apresentar uma candidatura vivel para derrotar o PT e aliados, no voto popu-lar. Por isso, Dilma e o PT, as foras progressistas, no devem subestimar o surgimento de novas aes, ainda mais destrutivas, para tumultuar claramente o calendrio eleitoral. O boato contra o Bolsa Famlia em maio buscou despres-tigiar a Dilma e jog-la contra uma con-quista de Lula. O ensaio de uma petio para o Impeachment de Dilma, embora totalmente absurdo, deve ser interpre-tado com revelador das verdadeiras intenes de setores reacionrios, por enquanto sem muita expresso. No en-tanto, tambm no tinha muita expres-so, h algumas semanas, os peque-nos crculos que se movimentavam em favor da condenao ao mensalo, em que pese uma campanha miditi-ca ilimitada para transformar Joaquim Barbosa em heri da nao, quando o que houve de fato foi um julgamen-to poltico, condenao sem provas claras, a partir de prticas no sistema eleitoral brasileiro que existiram desde sempre, alis, eram muito mais graves antes da Revoluo de 30, de Vargas, que implantou o voto secreto, direto, o voto feminino e a justia eleitoral. O que se condena ali o direito dos tra-balhadores de terem um partido poltico prprio, o PT.

    Para ouvir atentamente a presso das ruas, Dilma no pode responder apenas com a proposta de um Plano de Mobili-dade Urbana de longo prazo. correto faz-lo, envolvendo a sociedade organi-zada, os movimentos populares, os sin-dicatos etc. Mas, preciso respostas urgentes! Ou ser que a tentativa de incndio ao Itamaraty no significa algo muito srio? Por acaso no servem de alerta a Nota Oficial dos Clubes Mili-tares (Naval, Exrcito e Aeronutica) defendendo as manifestaes? Acaso

    o da UNASUL de consolidar o Banco do Sul, alerta o imperialismo mundial para a construo, ainda embrionria, de novos plos de poder que podem contrariar a dominao dos EUA sobre o sistema financeiro, de comrcio inter-nacional, do fluxo de informao etc. Ao lado disso, a crise do Banco Mundial e do FMI patente. Aproveita-se a super--exposio brasileira na mdia mundial, pela Copa das Confederaes, para um trabalho de demolio de imagem, de desprestgio poltico, e, tambm, para confundir pelo mundo afora as foras de esquerda e progressistas. O discurso de Dilma em cadeia na-cional, no dia 20 de junho, tinha rumo correto na busca de mais dilogo com os movimentos sociais e sindicais, os quais estavam afastados, sinaliza me-tas importantes e lgicas para mais investimentos em educao, sade e na mobilidade urbana, mas pecava por no ter um sentido de urgncia. J o pronunciamento do dia 24, junto a governadores e prefeitos, tem pro- tem pro-

    Revoluo Socialista

    rgo da Corrente Posadista do PT Regulamentada junto ao

    Diretrio NacionalContinuao do Jornal Frente Operria,

    fundado em 1953.Diretor Responsvel :

    C. A. Almeida Reg. Prof. 049/SP E-mail: [email protected]

    Pgina Web: www.revolucaosocialista.com

    Expediente

    A TV Globo oculta estes cartazes

  • Pgina 3junho/julho de 2013 RevoluoSocialista

    no deve servir de alerta mximo que a TV Globo esteja alterando sua grade de programao, deixando de exibir nove-las, para apoiar as manifestaes clara-mente contra o governo Dilma?

    Unidade das foras progressistas

    Tambm as foras progressistas pre-cisam construir um espao urgente de discusso e unidade, para dialogar com o governo, mas tambm para dialogar com a sociedade, mostrando para me-lhorar o Brasil preciso fortalecer as polticas pblicas de transporte ( im-portante a deciso do Prefeito do PT de Maric, RJ, de criar um empresa estatal de transporte), de educao e sade.

    urgente que Dilma convoque os mo-vimentos sociais, o Comit Popular da Copa a apresentar propostas e provas de desvios sobre o uso dos recursos aplicados na construo dos estdios, quando so emprstimos do BNDES a serem pagos, e com a cobrana de ju-ros. No h recursos do Oramento P-blico ali. Trata-se de terrorismo miditi-co, como foi contra o Bolsa Famlia, que est sendo repetida pelos jovens nas manifestaes de forma inconsciente, sendo um slogan preparado nos labo-ratrios malignos da Rede Globo. Alis, Dilma tem prerrogativas para convocar o concessionrio, a famlia Marinho, para que prove esta acusao. Concesso de comunicao para mentir inadmissvel.

    Mas, como as foras progressistas, o PT, a CUT e os movimento sociais aliados poderiam se comunicar com o povo se no tm comunicao pr-pria? Quantas vezes o PT aprovou em seus congressos a criao de um jornal popular e nunca colocou em prtica? Dramaticamente, a hora chegou. Ou constri um jornal de massas agora ou continuar sem voz. E um partido que conseguiu eleger trs vezes o presiden-te da repblica pode sim fazer um jor-nal dirio de milhes de exemplares, de distribuio gratuita ou a preos popula-res, e com sua reproduo on-line para ter o maior alcance possvel. Quantas concesses de rdio e TV para sindi-catos, cooperativas ou fundaes cul-turais pblicas foram feitas na gesto dos Ministros Paulo Bernardo e Helena Chagas, que se declaram publicamente contra a regulamentao democrtica da Constituio em matria de mdia? inadivel a convocao de uma Con-ferncia Nacional Extraordinria do PT e, tambm uma plenria da CUT. Um jornal de massas, popular e distribuio nacional e gratuita, deve ser um ponto obrigatrio de pauta!

    At quando ser mantida a linha edito-rial autista da TV Brasil que, enquanto todas as emissoras comerciais transmi-tiam as manifestaes dos ltimos dias, ela continuava a transmitir desenho ani-

    mado de sua programao costumeira e convencional, como se no houves-se uma exigncia jornalstica gritante passando pelas ruas? O governo deve revisar drasticamente sua poltica de comunicao, fortalecer a comunica-o pblica, estimular a comunicao comunitria, e popular; deve adotar cri-trios democrticos de distribuio de publicidade, e tem todas as condies para fazer isto, haja vista o enorme apoio financeiro e poltico que oferece, injustificadamente, para a Rede Globo e demais empresrios de comunica-o que desrespeitam diuturnamente a Constituio.

    Esforo concentrado na construo de hospitais!

    Da mesma forma que realizou esforo concentrado para viabilizar a constru-o de 12 grandes e modernos est-dios de futebol, evidentemente, o go-verno tambm pode, ao mesmo tempo, ter uma programa de obras conjuntas nestas cidades, construindo para cada estdio edificado, um conjunto de hos-pitais, de escolas, de casas populares. Deve tambm dialogar com a socieda-de retificando o discurso ufanista que fez em torno das obras da Copa. Neste episdio, houve uma ruptura de dilogo do governo com os movimentos sociais que queriam a implantao de critrios como compensao pela construo de estdios, combinar a realizao de obras com impactos sociais notveis, j que seria insustentvel, politicamente, a simples rejeio brasileira a sediar as Copas e a Olimpada. O Sambdromo de Brizola, que tambm escola, foi exemplo esquecido. O governo deve assumir isto como dvida, e pag-la efetivamente: para cada estdio cons-trudo far a construo emergencial e extraordinria de hospitais em todas as capitais. Alm priorizar, o cumprimento do que est no prprio programa eleito-ral de Dilma, a construo de seis mil creches, que anda atrasadssimo. Isto tudo tambm merece esforo concen-trado! Ter como meta, dobrar a frota de nibus e trens urbanos a curto prazo!

    urgente que o PT e a CUT convo-CUT convo-quem conferncias e plenrias extraor-dinrias, que seja reforada a aliana das foras progressistas partidos e sin-dicatos, o movimento estudantil, para que seja estabelecida uma pauta prio-ritria de projetos de rpido impacto na melhoria da sade e na educao, que tramitam lentamente no Congres-so, sem enxergar a urgncia que vem das ruas, mesmo que de modo difuso e contraditrio. As pautas colocadas pelo MST h meses esperam uma resposta do governo Dilma, assim como as de-mandas da CUT e centrais sindicais.

    Evidentemente, grande responsabilida-de recai sobre os ombros do PT, que

    se v na obrigao de recuperar par-te essencial do seu programa original, sobretudo sua vida poltica organizada, com discusses democrticas em ple-nrias e ncleos, em dilogo perma-nente com os movimentos sociais. O PT nasceu como um partido baseado nos sindicatos e nos movimentos sociais, no deve se limitar ao Parlamento, pois isto enfraqueceria a unidade das foras populares para realizar um projeto de transformaes sociais.

    Lembremos: os movimentos de massas pelas Diretas J e contra Collor de Melo tiveram objetivos claros porque tinham partidos polticos organizando e coor-denando as lutas. A tentativa de impedir a participao dos partidos nas mani-festaes tm um nico objetivo de ca-nalizar esta energia para um moralismo conservador contra o Governo da Dilma e do PT, um antipartidarismo fascista. Mais um motivo para o PT baseado no movimento sindical e social tirar a lio que no se pode fazer a luta de classes sem a organizao de base, dos seus ncleos, do funcionamento democrtico das suas instncias.

    bate sobre a indispensvel soberania, controle estatal, sobre as riquezas es-tratgicas do pas como o petrleo, os minrios, e quais os limites e condies que no podem ser ignoradas na rea-lizao de Parcerias Pblico-Privadas. A exemplo do que ocorre na Argentina, Venezuela, Equador e Bolvia, h sim possibilidades de recuperar o contro-le pblico sobre importantes setores, como se demonstra agora com a re-estatizao da Ultrafrtil pelo governo Dilma, medida que deve ser apoiada, assim como a criao de uma Agncia Pblica para o Apoio Tcnico Agricul-tura Familiar.

    O PT sempre defendeu o controle es-tatal de segmentos estratgicos da economia, como foi a defesa da Vale do Rio Doce e por que no criar uma empresa estatal para explorar estes mi-nerais, a exemplo do que foi defendido para o pr-sal? A Frente Nacional dos Urbanitrios est alerta contra a privati-zao do setor eltrico. Todos os pases que esto conseguindo avanar contra a misria, mantm as suas riquezas estratgicas nas mos do Estado e os seus resultados so canalizados para o desenvolvimento do pas, a exemplo da empresa estatal da Venezuela.

    Recuperar bandeiras histricas do PT

    Depois de todo o desgaste que teve ao deixar de fazer a disputa poltica e ideo-lgica em relao ao tema mensalo porque o partido se dividiu o PT, que sempre apoiou o Movimento Passe Livre, v reivindicaes petistas histri-cas, a Tarifa Zero e a Estatizao dos Transportes, escaparem de suas mos e serem distorcidas, deformadas e uti-lizadas de maneira manipulada como insatisfao genrica contra o governo Dilma e o prprio PT. H muitas lies a retirar destas manifestaes, mas a principal delas que s uma linha de fortalecer e aprofundar as polticas p-blicas que o prprio governo e o PT j defendem, poder impedir a contnua manipulao destas insatisfaes pela mdia conservadora. O governo Dilma e o PT, e os aliados, devero respon-der com medidas urgentes, rpidas e prticas, permitindo um dilogo demo-crtico com a sociedade, apontando para um aprofundamento das mudan-as iniciadas por Lula, na linha de fa-vorecer os amplos setores mais pobres da sociedade. Ao contrrio dos pases europeus, que esto em retrocesso social e econmico, o Brasil pode se-guir o rumo de distribuir renda, reduzir a misria e gerar mais emprego. Mas, para isto deve fortalecer a aliana das foras progressistas e aprofundar um programa de transformaes, o que po-der atrair o apoio de grande parte dos manifestantes.

    25 de julho de 2013

    Poder econmico controla parlamento

    O governo, em parte, refm do par-lamento, do seu conservadorismo de classe. E paga a conta! A corrupo existe, inerente ao sistema capitalista. O parlamento apenas um reflexo. Nas-ce fundamentalmente do empresariado que financia, compra, e cobra os frutos da eleio dos polticos. Por que as ma-nifestaes silenciam sobre a corrupo empresarial? No h corruptos sem cor-ruptores! O que o movimento tem que perceber que as carncias do governo so mazelas tpicas do capitalismo.

    Sindicatos: discutir um programa estratgico de Nao!

    O movimento sindical precisa pautar junto ao governo e a sociedade o de-

    Uma voz da rua ocultada pela grande mdia

  • Pgina 4 junho/julho de 2013RevoluoSocialista

    O resultado eleitoral foi apenas o pretexto para desencadear a violncia e o premedi-tado plano imperialista em marcha contra a Venezuela.

    A violncia e o dinamismo dos aconteci-mentos desestabilizadores contra o gover-no constitucional de Nicols Maduro na Venezuela, refora a tese de que o plano golpista contra a revoluo venezuelana e a integrao socialista da Amrica Latina, teria nascido com a suspeitosa enfermida-de induzida pela CIA que levou morte prematura do lder de vulto mundial, Hugo Chvez; reforou-se com o resultado eleito-ral de 14 de abril, cuja diferena de 1,8% estimulou o opositor, Capriles Radonski, a passar da guerra miditica (com apoio do exrcito das grandes corporaes privadas da comunicao, Globovisin, El Nacional, Universal, e das redes sociais fascistas), a instigar a pseudo fria popular, a violn-cia organizada de minorias, mercenrios contra-revolucionrios. O esforo demo-crtico do Conselho Nacional Eleitoral, de satisfazer os caprichos dos opositores, ao encaminhar a auditoria das urnas o que no ocorre em nenhum pas do mundo tem sido ignorado e superado pela deciso golpista, de no esperar resultados, e partir para a conspirao, ilegalidade dos acor-dos de Capriles com o governo colombia-no, sustentados pelos EUA e pela Otan.

    A realidade contundente, do acelerar da luta de classes em escala mundial, ou do con-fronto de dois sistemas sociais socialismo ou capitalismo , que em fase de decrepi-

    tude final deste ltimo, assume uma virulncia incontrolvel, leva a que o governo colom-biano aceite s vspe-ras do acordo de paz com as FARC, que os opositores ilegais de um pas vizinho, com-prem e instalem nas 7 bases americanas da Colmbia, 18 avies de guerra dos EUA, e que conspire acordos com a

    OTAN. A guinada de Santos, presses de Uribe, dos EUA e de Israel, abandonando a via pacfica estimulada por Chvez e pela Unasur, e recentemente por Lula, se chocar em contrapartida com o acelerar da unio latino-americana, a reao do Conselho de Defesa da Unasur, da deciso da Rssia de acompanhar os projetos da CELAC. As bra-vatas do imperialismo, esto enraizadas no desespero, na crise econmico-social sem via de escape na Europa (de olho em ultra-mar, no petrleo latino-americano, venezue-lano e brasileiro,) sobretudo quando a Rs-sia e a China no esto mais dispostas que a Sria tenha o mesmo fim que a Lbia, vtima do descuido da comunidade internacional.

    O significado do resultado eleitoral de 14 de abril

    John Kerry e o governo norte-americano, apoiou a acusao de fraude de Capriles, desrespeitando a soberania da Venezuela, quando os EUA usando a mesma infalvel mquina eleitoral Smartmatic, fez 0% de auditoria, e jamais revisou as urnas que le-varam Bush a vencer por 0,4% contra Gore. Nesta ltima eleio, antes de anunciar o resultado eleitoral, o CNE da Venezuela au-ditou 54% das urnas. E depois das eleies, aceitou e terminou de auditar 100%, com re-sultados que comprovaram precisamente o resultado eleitoral. Nunca se pediu auditoria a algum pas: nem ao Mxico quando Felipe Caldern venceu por 0,5%, ao Chile quando Pieda venceu por 2%. A venda nos EUA de 18 avies oposio venezuelana des-mascara completamente a hipocrisia desta democracia transportada por msseis e ca-nhes, como a que se exerceu impunemen-te contra o povo do Iraque e da Iugoslvia.A violncia da campanha eleitoral de Capri-

    les, no se limitou a ataques pessoais contra Maduro, mas a estimular a insegurana, a crtica de setores da classe mdia, que re-dundou em 20% de absteno, provocando sabotagens no sistema eltrico, exploses, apages, desabastecimento de alimentos nos super-mercados de alimentos. Repetiu--se o ocorrido em 2002: a oposio apoiada em tecnocratas burgueses da ex-PDVSA or-ganizou o chamado paro petroleiro para levar o pas ao caos energtico e ao des-contento popular (o que fracassou). Agora, instigam o paro eltrico e a sabotagem no interior da Corpoele (Companhia esta-tal de fornecimento de energia eltrica). A Frente Unida dos trabalhadores socialis-tas, junto Guarda Nacional esto alertas.No se pode dizer que o pas est dividido metade. Uma parte dos 48,9% dos votos oposio, so oscilantes, de extratos pe-queno-burgueses, aos quais Capriles acenou a bandeira de Bolvar, usou a msica revo-lucionria de Ali Primeira, prometeu seguir alguns projetos sociais de Hugo Chvez aos quais sempre combateu, pousou-se hipocri-tamente de lulista. Muitos destes votos so dos que no perceberam que enquanto isso, Capriles preparava o incndio e o terror. Esse era o projeto: o fascismo. Por isso, a farsa no durou um dia. Saram a incendiar a democracia, e impedir o avano da revo-luo bolivariana. Porque no se apoiaram na metade do pas, o espao democrti-co para impor o seu projeto real, o burgus camuflado? A maioria parlamentar do Polo Patritico e do PSUV, os 20 dos 23 gover-nos do PSUV nos estados, no permitiriam qualquer retrocesso, reprivatizao da PD-VSA e polticas neoliberais, como o proje-to real da frente eleitoral opositora (MUD) que o apoia. Para tentar impor isso, s com o fascismo, que o que ameaam implantar com o terrorismo que desencadearam des-de 15 de abril. Seguramente, boa parte do eleitorado de Capriles, se hoje fosse con-vocado s urnas, votariam em Maduro. Os 7,5 milhes de votos por Nicols Maduro, so votos conscientes, chavistas e decididos a avanar ao socialismo, e integrao dos Estados revolucionrios da Amrica Latina.

    Autocrtica para avanar

    Sem dvidas que a reviso e autocrtica de possveis erros tticos ou de insuficincia esto na ordem do dia, mas junto superao da ameaa contrarrevolucionaria. O no alcance dos mesmos nveis eleitorais entre esta eleio de 14 de abril e de 7 de outubro, se deve entre outras que Maduro no Chvez. A morte do comandante, ao mesmo tempo que cria uma comoo de compromisso, cria uma insegurana em alguns extratos chavistas que no so ainda a ala consciente e militante; estes so os 7,5 milhes de votos pelo socialismo que migram de Chvez a Maduro; Em 10 dias de campanha, no foi fcil enfrentar a maquinaria informativa do experto de 3 eleies, Capriles, com o seu truque do engodo, roubando pontos programticos do governo chavista, pousando-se de

    bolivariano. Talvez houve algumas falhas que levaram penalizao nas urnas, por setores da classe mdia, ou de camadas pobres que vivem a contradio entre o brado ao socialismo e a burocracia ainda vigente. A campanha de Maduro no se dedicou a inovaes, seno a prometer cumprir o programa extenso do Plano da Ptria at 2019, deixado em dezembro por Hugo Chvez. Porm os dficits como a questo da insegurana, o governo de Maduro as assumiu a posteriori com unhas e dentes: O Plano Ptria Segura tem sido posto em prtica, com contingentes de guarda nacional, exrcito e milticas em abrangente ao cvico militar a desarmar o narco-trfico e debelar a violncia nos bairros.

    A violncia ps-eleitoral da oposio o seu plano golpista

    A grande mdia comercial chama de democrticos, os atentados de mercenrios apoiados por Capri-les, vindos da Colmbia contra as centrais eltricas, aos postos de sade, as sabotagens contra o sistema de ar condicionado e eletricidade dos hospitais, dos mercados populares de abastecimento (Mercal, Pd-val e Mercado Bicentenrio), rdios comunitrias, sedes de partido e reunio do povo (sedes do PSUV queimadas em Barinas, Anzotegui e outro estados), Centros de Sade (15 Centros de Diagnstico In-tegrais, construdos por Hugo Chvez, com a ajuda dos mdicos cubanos). No so simples aes van-dlicas: so ataques terroristas, com objetivo poltico claro, caractersticas do nazi-fascismo, mirados a opor-se ao curso socialista da Venezuela. Assassinaram a dirigentes trabalhadores, militantes, moradores da zona de urbanizao, construda por Hugo Chvez a famlias de vtimas das chuvas, no estado Mi-randa, abandonado pelo seu governador Capriles, que viaja e conspira no exterior. Atacaram residncias de governadores do PSUV ameaando familiares e crianas, da presidente do CNE (Conselho Nacio-nal Eleitoral), Tibisay Lucena. So os mesmos mtodos de ao terrorista, acobertados pela grande m-dia, utilizados pelos chamados rebeldes em nome da democracia contra Kadaffi, ou Bashar Al Assad.

    O povo trabalhador mobilizado e a unidade das Foras Armadas contra o golpe

    Enquanto a direita destri, queima casas e mata moradores das novas urbanizaes, o Ministro en-trega apartamentos da chamada Grande Misso Habitacional, atingindo a meta dos 380.000 apar-tamentos, entre os 2 milhes planificados at 2019 pelo Plano da Ptria deixado por Hugo Ch-vez. Em plena guerra informtica criou-se o novo Canal Conscincia. Onde est a ditadura, a represso, o militarismo difundido pela grande mdia? Este falso jornalismo da grande mdia privada, com 70% de poder, e golpista, um n vital na garganta da revoluo bolivariana, que dever ser so-lucionado, cortando a sua impunidade de apontar armas contra o povo, impondo a constituio, ou no-vas leis, seguindo exemplos como a de Cristina Kirchner na Argentina, e Rafael Correa no Equador.

    A resistncia do Sistema Boliviariano de Comunicao e Informao

    A televiso do estado, VTV, os jornais populares, Correio de Orinoco e Cidade Caracas, a Rdio Nacional, as rdios comunitrias, o SBCI (Sistema Bolivariano de Comunicao e Informao), a Tele-sul, so conquistas da revoluo bolivariana, e tem sido uma arma fundamental de resistncia ao golpe, e portanto, alvo de ameaas terroristas. A valentia e a conscincia do povo venezuelano, comits popu-lares, trabalhadores, militantes do PSUV e do Grande Polo Patritico defendendo instituies pblicas, como a PDVSA e centrais eltricas tem sido exemplares. Nicols Maduro decretou o Sistema Eltrico Nacional, rea de segurana nacional para evitar sabotagens, e defend-lo da mesma forma que PDVSA.

    No OTAN com a Colmbia!

    Defender a Venezuela ee soberania dos povos

    da Amrica Latina

    Hugo Chvez deixou um Plano para a Ptria e um testamento poltico

    Hugo Chvez mobilzou multides no fechamento da Campanha eleitoral presidencial de outubro de 2012

  • Pgina 5junho/julho de 2013 RevoluoSocialista

    bolivariano. Talvez houve algumas falhas que levaram penalizao nas urnas, por setores da classe mdia, ou de camadas pobres que vivem a contradio entre o brado ao socialismo e a burocracia ainda vigente. A campanha de Maduro no se dedicou a inovaes, seno a prometer cumprir o programa extenso do Plano da Ptria at 2019, deixado em dezembro por Hugo Chvez. Porm os dficits como a questo da insegurana, o governo de Maduro as assumiu a posteriori com unhas e dentes: O Plano Ptria Segura tem sido posto em prtica, com contingentes de guarda nacional, exrcito e milticas em abrangente ao cvico militar a desarmar o narco-trfico e debelar a violncia nos bairros.

    A violncia ps-eleitoral da oposio o seu plano golpista

    A grande mdia comercial chama de democrticos, os atentados de mercenrios apoiados por Capri-les, vindos da Colmbia contra as centrais eltricas, aos postos de sade, as sabotagens contra o sistema de ar condicionado e eletricidade dos hospitais, dos mercados populares de abastecimento (Mercal, Pd-val e Mercado Bicentenrio), rdios comunitrias, sedes de partido e reunio do povo (sedes do PSUV queimadas em Barinas, Anzotegui e outro estados), Centros de Sade (15 Centros de Diagnstico In-tegrais, construdos por Hugo Chvez, com a ajuda dos mdicos cubanos). No so simples aes van-dlicas: so ataques terroristas, com objetivo poltico claro, caractersticas do nazi-fascismo, mirados a opor-se ao curso socialista da Venezuela. Assassinaram a dirigentes trabalhadores, militantes, moradores da zona de urbanizao, construda por Hugo Chvez a famlias de vtimas das chuvas, no estado Mi-randa, abandonado pelo seu governador Capriles, que viaja e conspira no exterior. Atacaram residncias de governadores do PSUV ameaando familiares e crianas, da presidente do CNE (Conselho Nacio-nal Eleitoral), Tibisay Lucena. So os mesmos mtodos de ao terrorista, acobertados pela grande m-dia, utilizados pelos chamados rebeldes em nome da democracia contra Kadaffi, ou Bashar Al Assad.

    O povo trabalhador mobilizado e a unidade das Foras Armadas contra o golpe

    Enquanto a direita destri, queima casas e mata moradores das novas urbanizaes, o Ministro en-trega apartamentos da chamada Grande Misso Habitacional, atingindo a meta dos 380.000 apar-tamentos, entre os 2 milhes planificados at 2019 pelo Plano da Ptria deixado por Hugo Ch-vez. Em plena guerra informtica criou-se o novo Canal Conscincia. Onde est a ditadura, a represso, o militarismo difundido pela grande mdia? Este falso jornalismo da grande mdia privada, com 70% de poder, e golpista, um n vital na garganta da revoluo bolivariana, que dever ser so-lucionado, cortando a sua impunidade de apontar armas contra o povo, impondo a constituio, ou no-vas leis, seguindo exemplos como a de Cristina Kirchner na Argentina, e Rafael Correa no Equador.

    A resistncia do Sistema Boliviariano de Comunicao e Informao

    A televiso do estado, VTV, os jornais populares, Correio de Orinoco e Cidade Caracas, a Rdio Nacional, as rdios comunitrias, o SBCI (Sistema Bolivariano de Comunicao e Informao), a Tele-sul, so conquistas da revoluo bolivariana, e tem sido uma arma fundamental de resistncia ao golpe, e portanto, alvo de ameaas terroristas. A valentia e a conscincia do povo venezuelano, comits popu-lares, trabalhadores, militantes do PSUV e do Grande Polo Patritico defendendo instituies pblicas, como a PDVSA e centrais eltricas tem sido exemplares. Nicols Maduro decretou o Sistema Eltrico Nacional, rea de segurana nacional para evitar sabotagens, e defend-lo da mesma forma que PDVSA.

    Hugo Chvez, o soldado que construiu uma Venezuela

    revolucionria, centro receptor e emissor de foras internacionais

    H 60 dias do desaparecimento fsico de Hugo Chvez, a humanidade ainda chora e sente a grande perda, mas o seu legado perene. Este gigante revolucionrio, que gerou sua conscincia no quartel, coronel, estudioso no s de estratgia militar, mas de histria, teoria econmica, desde Niets-che a Che Guevara, Marx, Lenin, conhe-cendo perfeitamente o papel do Exrcito vermelho desde Trotsky a Mao-Ts-Tung; como presidente e comandante-chefe das FANB foi o arquiteto e aplicador de 14 anos de revoluo com todos seus projetos eco-nmico-sociais (chamadas Misses) que fez da Venezuela um emissor e receptor de luz para toda a Amrica Latina e o mundo. Ele foi uma sntese de uma necessidade hist-rica transformadora da humanidade inteira, A revoluo bolivariana com Hugo Ch-vez concentrou um renascimento de foras mundiais, uma reao choque que foi para a humanidade, a desintegrao da URSS e todas suas consequncias, crises e incerte-zas do movimento comunista mundial. Com Chvez renasceu a esperana no socialismo, desencadeou-se a luta anti-imperialista na Amrica Latina, no Ir, no Oriente Mdio, a aliana China-Rssia, e a reafirmao de Cuba, e chegou-se at a convocar uma Quinta Internacional Socialista do sculo XXI. Ele reabriu a era dos valentes como Che Guevara na ONU, ao bradar: aqui h cheiro de enxofre, referindo-se a Bush. Foi este militar, meio indio, que compre-endeu outro militar revolucionrio negro, Thomas Zankara (ex-presidente assassina-do de Burkina Faso), e defendeu contun-dentemente a Lbia de Kadaffi, Sria e Ir.

    No h dvidas de que ele foi a alma cons-ciente da transio do sculo XX ao XXI. Foi Um relmpago que iluminou uma nova poca histrica, como dito por Ma-duro, ou bem dito por um tal Plejanov, no livro, O papel do indivduo na histria: a humanidade cria e concentra em um indiv-duo, muito especial (que no surge a cada dia nem em todo lugar), a sua representao consciente para promover uma transforma-o revolucionria para a inteira humani-dade. Hugo Chvez era consciente do seu papel, dos riscos de uma vida que poderia ser curta (com mil ameaas comprovadas de golpe e magnicdio) para consolidar todo o sonho socialista latino-americano e mundial. Como ele mesmo citava ao poeta espanhol Antonio Machado: caminhante, no h caminho, faz-se o caminho ao an-dar, se dedicou a deixar o exemplo, no papel e nos atos. A energia, o dinamismo e a urgncia com que atuou Hugo Chvez evi-denciados nas grandes realizaes em pou-cos anos deixa indicadores inquestionveis, que mereceram o reconhecimento da FAO e da Unesco: analfabetismo zero, luta exem-plar contra a fome, crescimento esportivo, politizao e atuao; se est forjando um

    povo solidrio e internacionalista que vence a torpeza e o individualismo incutidos por anos pelos ex-magnatas do petrleo, por Capriles Radonski, e seus grandes meios de comunicao e Globo Vision; um povo que cresce contra a herana da corrupo, ativando 21 mil conselhos comunais j exis-tentes (com meta de 40 mil conselhos comu-nais, unidas por 3 mil comunas socialistas at 2019); um povo soerguendo com suas prprias mos operrias, junto ao Estado e a cooperao internacional (da China, do Ir, Brasil, Portugal, Bielorussia, Russia e Cuba) a Grande Misso Casas incluindo prioritariamente os desabrigados das chuvas (com 350 mil j entregues at chegar aos 2 milhes em 2017), sem contar a reforma agrria galopante, Misses agro-alimenta-rias (com auto-abastecimento e empresas socialistas e distribuio estatal de alimen-tos, via Mercal, PDVAL). H que ler e estu-dar o Plano da Ptria, um plano sexagenal deixado por Hugo Chvez e o governo atu-al, de desenvolvimento para avanar a um Estado Socialista. um projeto venezue-lano? Sim, mas com tanto entrelaamento econmico internacional e compromisso com a integrao latino-americana, com a Unasul, a Celac, a Alba, Mercosul, com o BRICs, portanto, o Brasil, ns, brasileiros, temos muito a ver; como temos que ver com Petrosul, Banco do Sul, Telesul, o Conselho de Defesa do Sul, e todos os projetos de uni-ficao dos pases que tem optado por no depender do FMI e do Banco Mundial, pro-motores da falncia do mundo capitalista.

    Governo de rua e poder popular

    Hugo Chvez disse sempre, citando a Trotsky: a revoluo avana com as chi-batadas da contrarrevoluo. Golpe mais profundo no podia ser que a morte de Chvez. Mas, o povo venezuelano, a unio cvico-militar incrementada nestes 15 anos, o Plano de Segurana, onde em vrios es-tados esto mobilizados soldados do Exr-cito, da Guarda Nacional e das Milcias re-volucionrias para no somente chamar os chamados desajustados a abandonarem as armas, mas a proteger a sociedade civil das ameaas de mercenrios e contrarrevolucio-nrios, demonstram que se preparam para que no ocorra um novo Chile na Venezuela.

    Sem dar voltas, o povo venezuelano est aprendendo muito rpido para tambm dar lies. O chamado Governo de Rua de Nicols Maduro, onde le e os ministros, re-alizam Assembleias Populares para discutir medidas scio-econmicas locais, romper o burocratismo, dialogando com o povo, for-jando um homem novo, um exemplo para toda Amrica Latina. Hugo Chvez se de-dicou a construir, como uma das metas do socialismo, a um homem novo, como fez a revoluo cubana de Che Guevara e Fi-del. Estimulou com o seu exemplo, de amor verdadeiro, aos oprimidos, indefesos, s crianas, aos jovens, mulheres e ancios, de rechao aos corruptos e burocratas. Isso s

    possvel com Partido e organismos popu-lares. O histrico recolhimento de famlias vtimas das inundaes ao Palcio Presi-dencial de Miraflores e ao Forte Tina em dezembro de 2010 (s quais, 3 anos aps, lhes entregou casas novas e bem equipadas), foi lio de conduta e moral revolucionaria e de ao cvico-militar. O povo, auto-deno-minado, filhos de Chvez no esquecem, e esto estruturando as bases para um salto no poder popular, no avano do PSUV, no exerccio das comunas socialistas. Madu-ro chama a que o povo esteja mobilizado, reiterando o alerta de Chvez: a revoluo pacfica, mas no desarmada; chamou unio do exrcito, para impedir outro Pino-chet; a consolidar o Grande Polo Patriti-co, uma Frente dos partidos de esquerda, desde PSUV, PCV, PPT a outros. H que estar alertas: a burguesia no deixa o poder pacificamente. J. Posadas j dizia: o capita-lismo lanar a guerra final inevitavelmente. No h coexistncia pacfica. H que jogar todas as cartas da diplomacia, da paz com o governo ttere da Colmbia, para demons-trar que revoluo paz, capitalismo guer-ra; mas, sem iluses, manter mobilizado o poder popular e o exrcito revolucionrio. A unio cvico-militar a tarefa primordial das revolues hoje na Amrica Latina.

    Frente nica Anti-imperialista

    Chvez, relembrando sempre Revolu-o Permanente de Trotsky, dizia: No h como construir o socialismo em um s pas. necessrio que a revoluo se esten-da mundialmente. Por isso, impulsionou e construiu, ALBA, Unasur, Celac e chamou Quinta Internacional Socialista. Chvez morreu, mas deixou vrios elementos para a humanidade continuar esta tarefa. O pre-sidente do Ir, Mahmud Ahmadinejad, no corao do Oriente Mdio, o entendeu pro-fundamente, e chorou, a grande perda que significa para s e para a humanidade. Todos as foras progressistas e revolucionrias, de mais de 55 pases que renderam homena-gem a Chvez no seu funeral, desde Raul Castro, Lula, Dilma, Lugo, Ortega, Correa, Evo, Mujica, Cristina Kirchner, Putin, os russos, os chineses, so irmos de criao desta integrao latino-americana e mun-dial. A Venezuela, com Maduro continuar a ser central, anfitri de vrios encontros internacionais, incluindo a prxima Reu-nio dos Pases no Alinhados e o Encontro Internacional contra o Fascismo. muito importante que os movimentos sociais, os sindicatos, as TVs comunitrias, o MST, o PT, o PDT, o PSB e todos os partidos de es-querda, o governo brasileiro sigam na linha de apoio a Nicols Maduro, como tem feito Dilma e o recente pronunciamento de Lula de no aceitar a ingerncia dos EUA nos pro-blemas internos da Venezuela. Fora a OTAN da Colmbia e da Amrica Latina! Todo apoio ao pronunciamento solidrio de Evo Morales, aos artistas colombianos que se declararam contra a OTAN, pela paz e pela unificao dos povos da Amrica Latina.

    19 de junho de 2013

    Hugo Chvez mobilzou multides no fechamento da Campanha eleitoral presidencial de outubro de 2012

  • Pgina 6 junho/julho de 2013RevoluoSocialista

    No dia 25 de maio, comemoraram--se em Buenos Aires, 203 anos desde a independncia do jugo espanhol, e 10 anos de governo desde o falecido Nstor Kirchner presidenta atual, Cristina Kirchner. Recuperando as razes da tradio peronista, os Kirch-ners vem lutando contra as reminis-cncias da ditadura, mas sobretudo contra os estragos da dependncia ao neo-liberalismo realizados pelo entreguista e corrupto Carlos Menm. Os quase 700 mil que transbordaram a Plaza de Mayo e as ruas centrais de Buenos Aires representam um sig-nificativo apoio popular presidenta que tem sido vtima de ataques de se-tores da direita, aliados burocracia sindical de um setor da CGT (como o dos transportes de caminho), e da ultra-esquerda. Unidos no jargo co-mum da luta anti-corrupo, os opo-sitores tentam derrubar a presidenta junto s vrias medidas nacionalistas e de recuperao dos setores estra-tgicos privatizados por Menem. Ela renacionalizou a Empresa de Cor-reios, a Aerolineas, e parcialmente a Repsol; nacionalizou a Empresa Ferroviria ALL Ferrocarilles, est nacionalizando a Cia Papel Pren-sa, alm de fortalecer a TV Pbli-ca; criou canais televisos publicos, como o Canal Encuentro, implan-tou a TV Digital Pblica e Gratuita. A Lei da mdia (1) que rompe o mo-noplio e retira o poder da grande burguesia proprietria dos meios de comunicao, como a do Clarin, de-mocratizando o espao radio-eltrico para as TVs universitrias e sindicais,

    a apropriao em contedos sociais da TV Pblica, sem dvida toca no poder miditico do imperialismo, que comprovadamente tem sido a arma fundamental de desestabilizao de todos os processos revolucionrios, da Venezuela Lbia ou Sria. O ex--presidente Lula, esteve em maio em Buenos Aires, reunindo-se com 50 di-rigentes argentinos, e compartilhando a inaugurao da Universidade Me-tropolitana para a Educao e o Tra-balho (UMET). Nessa ocasio desta-cou o poder conservador dos grandes meios no processo latino-americano: incrvel, quando algum os critica, dizem que os esto atacando; mas quando os meios nos atacam, dizem que isso democracia. Acusou os canais privados de fomentar a anti--poltica, como elemento perigoso. Disse: os que criticam o Nstor e a Cristina deveriam ver o que havia antes. No h sada sem poltica. Temo quando vejo alguns meios de comunicao criar uma imagem ne-gativa dos partidos polticos e dos sindicatos. Isso perigoso! Podem no gostar como a Dilma ou a Cris-tina governam. Mas, faam poltica! Cristina Kirchner em guerra contra a Suprema Corte, est tocando em alguns centros nevrlgicos do poder burgus, com o poder supremo do Ju-dicirio. O chamado sexto projeto pre-sidencial sobre a reforma do Conselho da Magistratura e a eleio popular dos Conselhos, por parte dos ma-gistrados, advogados e acadmicos, foram aprovados por maioria parla-mentar com o voto de 131 deputados contra 86. Um bom exemplo para um

    Brasil onde o poder Judicirio, apoia-do pela grande mdia, decide a conde-nao dos acusados do mensalo, sem transparncia, revelia da opi-nio popular, e opondo-se participa-o do poder Legislativo (eleito pelo povo). Mas, a Suprema Corte na Ar-gentina acaba de derrubando esta lei votada democraticamente pelo povo. Nesta dcada ganha, de 2003 com a eleio de Kirchner a hoje, se con-solidaram vrios projetos sociais no campo habitacional, educacional e da sade pblica, que possilitaram o povo argentino superar a pobreza e a indigncia, e at a fome, do pero-do do corralito (2), e reduzir relati-vamente o problema da insegurana, com uma poltica de ruptura com o FMI e a ALCA, e de integrao lati-no-americana (atravs do Mercosur, ALBA, UNASUR) da qual Nstor Kir-chner foi figura proeminente. O acen-to do discurso de Cristina foi de que o povo deve apoderar-se das con-quistas desta mudana histrica, do peronismo, com o poder popular. Cria corpo a concluso de que h que mobilizar as massas para defender os governos revolucionrios. Uma das ltimas medidas o chamado Plano Olhar para Cuidar, contra a espe-culao dos preos de 500 produtos de super-mercados, congelados at outubro, onde a populao, as donas de casa, esto convocadas a contro-lar e denunciar o descumprimento da tabela. Vrios ancios aposentados se mobilizam voluntariamente para garantir esse Plano. Cria-se um me-canismo de controle social, do qual o povo argentino tem grande tradio herdada do peronismo. No campo social, criou-se um aumento na cha-mada Subsdio Universal por filho, um subsdio familiar, por filho e por gravidez, alm de uma bolsa escola.

    O chamado governo de rua de Ma-duro na Venezuela, a deciso de Cristina dirigir-se massa mobiliza-da, composta na sua maioria por uma juventude trabalhadora e estudantil, repleta de energia contagiante, tam-bores e cantos, faixas e cartazes que incluam o memorvel Hugo Chvez, so um sinal de que estas direes esto chegando concluso de

    Argentina comemora Uma dcada ganha

    que no h como saltar do governo ao poder, sem o povo mobilizado. A gigantesca manifestao, era com-posta por vrias agrupaes como Evita, La Cmpora, Kolinaque for-mam parte da Frente pela Vitria que pertence ao Partido Justicialista (pe-ronista); pelo partido Novo Encontro que so parte da Frente Nacional e Popular que tambm integrada por outras organizaes sindicais como a CTA e as organizaes sociais como A TupacAmaru, Martin Fierro, etc... Neste processo, o papel do exrcito que ainda questionado, pelas feri-das do perodo ditatorial, remarcadas pela inapagvel memria do comba-tivo movimento das mes da praa de maio, no claro e definido como o exrcito revolucionrio consolidado pela revoluo bolivariana. No obs-tante, a Argentina tem precedentes de que Peron era militar nacionalista, de que houve uma operao Dorre-go, onde houve aes cvico-militares no passado, e recentemente, Cristina Kirchner, pela primeira vez destacou no discurso da Praa de Maio, a par-ticipao dos militares nas aes de salva-vidas durante as inundaes de La Plata, junto populao civil.

    O papel dos militares nacionalistas argentinos, dever se forjar com a retomada da discusso sobre a so-berania da Argentina nas ilhas Mal-vinas, que parte importante da defesa do processo revolucionrio, contra o imperialismo ingls amea-ador, via base da Otan, que hoje se atreve a estabelecer laos com a Colmbia e ameaar a sobera-nia do continente latino-americano.

    30 de maio de 2013

    (1) Lei 26522: Regulamenta o sistema pblico e privado dos meios udio-visuais, abrindo e garantindo a participao das organizaes sociais, sindicatos, universidades e a cidadania no seu conjunto como produtores ativos da co-municao social. Alm de tudo limita a proprie-dade de setores privados sobre o nmero de meios de comunicao, jornais, rdios e TVs.

    (2) corralito: congelamento de poupanas e depsitos bancrios imposto pelo ministro da economia Domingo Cavallo, no governo de Fernando de la Ra, e intensificadas pelo go-verno de Eduardo Duhalde, que criou uma re-belio popular.

    Leia

    A FUNO HISTRICA DAS INTERNACIONAIS

    (J. Posadas)

    Pedidos pelo [email protected] Cincia Cultura e Poltica

  • Pgina 7junho/julho de 2013 RevoluoSocialista

    Jos Walter Bautista Vidal, foi um cientista e professor, fsico brasileiro de renome in-ternacional, ex-professor da Universidade Federal da Bahia, da UNB que, juntamente com Urbano Ernesto Stumpf (1916-1998), foi o idealizador do motor lcool. Escritor talentoso, conferencista brilhante, Bautista Vidal foi autor de 12 livros, dentre eles se destacam: De Estado Servil Nao Soberana, Civilizao Solitria dos Trpi-cos, Soberania e Dignidade, Razes da Sobrevivncia, O Esfacelamento da Nao, A Reconquista do Brasil, Dial-tica dos Trpicos . Apaixonado pelo Brasil, sua histria, cultura e povo, Bautista Vidal escreveu, em parceria com Gilberto Felis-berto Vasconcelos, o livro Petrobrs um claro na histria, no qual homenageia a obra do ex-presidente Getlio Vargas e sustenta o enorme potencial brasileiro para transformar-se numa Nao desenvolvida, justa, generosa: No existe razo para que exista uma nica pessoa pobre no Brasil.

    Bautista Vidal foi mentor do Pr-lcool, quando era Secretrio de Tecnologia In-dustrial, junto ao Ministro Severo Gomes, tendo impulsionado a formao e a de-senvolvimento de centenas de centros tecnolgicos, a formao de quadros e uma viso estratgica sobre o potencial brasileiro a partir da energia da biomassa e tambm da alcoolqumica, sistema que sustentou, como substituto da petroqumi-ca, com inmeras vantagens, inclusive ambiental.

    Nos seus vrios livros, denunciou o jogo do poder energtico mundial e as razes da nossa dependncia tecnolgica, advogando serem os trpicos a regio mais adequada e insupervel para a produo de combustveis renovveis, tema que o levou a ter largos encontros com o ex-presidente Lus Incio Lula da Silva, a quem sugeriu a formao de uma ferramenta de estado capaz planejar, articular e organizar o desenvolvimento da energia renovvel. Em seguida, criou-se a Petrobrs Biocombustveis, mas o professor Vidal sempre argumentou ser necessria uma estrutura independente da Petrobrs, sustentando que h um cultura petroleira dominante que inibe e sabota o desenvolvimento das energias renovveis, entre as quais a da biomassa; alertou sobre os limites e problemas produzidos pela economia petroleira, com ramificaes, como alertava, nos sistemas financeiros, miditicos e, especialmente, militares, sendo atualmente o principal fator das mais recentes guerras, sobretudo pela enorme dependncia das potncias imperialistas do petrleo produzido pelos pases no desenvolvidos.

    Ele defendeu com insistncia uma Em-presa Brasileira de Energias Renovveis

    e de Agroenergia (EBA), a cuja ideia ade- riram vrios intelectuais, cientistas e polti-cos brasileiros que conformaram a chama-da Campanha a Agro-energia Nossa!, cujo eixo central tem sido a defesa da produo social do combustvel do lcool, atravs de micro-destilarias ativadas pela pequena e mdia agricultura familiar, com o subsdio essencial do estado, com metas a estimular a produo descentralizada e o auto-abastecimento dos centros urbanos e rurais; defendeu incansavelmente este projeto alternativo, de pouco interesse aos grandes agronegcios multinacionais que lamentavelmente continuam ocupando vasto territrio geogrfico e poltico no cenrio nacional.

    Uma das inumerveis qualidades do professor Bautista Vidal revelava-se em sua inteligente e sistemtica crtica ao sis-tema miditico dominante, desenvolvendo o conceito de tirania vdeo-financeira e, participando nas lutas pela democratizao dos meios de comunicao. Denun-ciou com coragem mpar a manipulao miditica por parte das potncias imperiais em torno de uma suposta guerra ao terror-ismo, usada, como encobrimento de uma verdadeira guerra de rapina pelos recursos energticos de outros povos.

    Foi grande admirador da revoluo bolivariana da Venezuela, onde teve conversao privilegiada e direta com Hugo Chvez. Defensor das polticas de integrao da Amrica Latina, chegou a idealizar uma espcie de OPEP Verde.

    Crtico implacvel do neoliberalismo, da devastao dos meios produtivos nacionais, do entreguismo do patrimnio pblico brasileiro, Bautista Vidal, lutou incansavelmente contra a privatizao da Cia Vale do Rio Doce, qualificando aquela operao como um crime de lesa ptria, razo que o levou a ingressar com Repre-sentao na Procuradoria da Justia Militar contra o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, acusando-o de alienar territrio nacional, seu subsolo, o que possui grave tipificao nos cdigos militares e tambm na Constituio Federal.

    O Jornal Revoluo Socialista rende a mais sentida homenagem a este grande brasileiro que, nacionalista e revolu-cionrio, como Darcy Ribeiro, faleceu no dia 1 de junho e que nos deixa um grande legado e uma grande tarefa: a de trans-formar este pas no seu sonho: um pas justo, desenvolvido para todos, generoso com todos os povos e uma alavanca para um novo padro solidrio de civilizao.

    2 de junho de 2013

    Baustita Vidal:Uma luta inacabada

    pela soberania nacional

    A reao contrria aceitao de uma nobre medida de cooperao profissional e social que no vem somente de Cuba, mas de outros pases como Portugal, no se explica seno pelo preconceito poltico, instigado pela grande mdia contra Cuba. Um pas de modestos meios materiais, mas rico em dignidade e capacidade tcnico-cientfica de cunho social, que est de p porque tem razo histrica. Cuba exporta mdicos, professores a vrias partes do mundo, e, realiza com o Brasil a cooperao entre o Instituto Bio-Manguinhos e o Instituto Finley de Cuba produzindo vacinas contra a febre amarela na frica, a um preo 95 vezes menor do que o praticado pela vampiresca indstria farmacutica transnacionais capitalista.

    A mdia, incluindo a TV Brasil, no colabora para educar conscincias, superar barreiras de vises corporativistas, invisibilizando esta enorme pgina de dignidade e solidariedade entre os povos. Certamente muitos jovens mdicos brasileiros no vero neles um competidor profissional, pois os mdicos cubanos, acostumados a grandes batalhas, aceitam ir a rinces de grande privao social e riscos de segurana. Logicamente, junto com a convocao dos mdicos cubanos, preciso viabilizar a imediata construo de hospitais e ambulatrios e melhoria das condies de trabalho no SUS do interior, para que os mdicos cubanos e brasileiros possam exercer juntos a sua profisso com dignidade e em melhores condies de trabalho. Dilma aclarou no recente discurso que os mdicos internacionais sero contratos somente no caso em que haja carncia de mdicos brasileiros. Atualmente existe 1,8 mdico por 1 mil pessoas, enquanto na Inglaterra e Argentina existem, respectivamente, 2,7 e 3,2 por 1 mil pessoas. Nos EUA e Austrlia h respectivamente 25% e 22% de mdicos estrangeiros, enquanto que no Brasil, somente 1,79%. Na Venezuela, h mais de 10.000 mdicos cubanos, trabalhando em postos de sade pblicos nos bairros pobres, oferecendo servio gratuito, enquanto avana a

    formao de faculdade de mais mdicos venezuelanos. Dilma anunciou acelerar os projetos j aprovados de hospitais e novas UPAs e unidades bsicas de sade, mas o ritmo deve ser acelerado, o controle social e anti-burocrtico deve ser acionado. Na realidade, trazer os 6.000 mdicos cuba-nos ao Brasil, abre as portas para o debate de quo simples seriam as medidas scio--sanitrias para os governantes no Brasil, se seguissem o exemplo da Revoluo Cubana, que implementou a sade pblica, com aten-o mdica gratuita e garantida, sem pla-nos de sade privados, e o transformou no mais preparado e culto do Terceiro Mundo, com ndice de mortalidade infantil inferior ao do estado de Washington, e, alm dis-so, com a capacidade de exportar mdicos para 73 pases, quando o Brasil, com um PIB centenas de vezes superior ao de Cuba, no consegue levar mdicos para todos os municpios. Mas, leva cerveja, a Coca-cola, o crack... O presidente operrio, Lula da Silva, levou Luz para Todos junto com a luz, preciso ir o Bolsa Famlia,o medi- preciso ir o Bolsa Famlia,o medi- ir o Bolsa Famlia,o medi-camento, e tambm o mdico. Dilma deve vencer esta batalha contra a oposio, ace-lerando a aplicao dos aprovados recursos dos royalties do Petrleo e dos fundos do Pr-sal na sade e educao, junto dif-cil batalha de reatar relaes com Cuba; Por detrs de um mdico cubano vem uma nova concepo de sade, uma prtica solid-ria da medicina, mas vem tambm a vacina, os medicamentos produzidos com a cooperao de laboratrios estatais. A indstria nacional tem tecnologia e matria prima suficiente para romper a dependncia ao remdio e ao equipamento importado das multinacionais.

    25 de junho de 2013

    Benvindos mdicos cubanos e de todo o mundo!

    A deciso do governo Dilma de trazer 6.000 mdicos cubanos para atender reas ca-rentes do Brasil, responde proposta de contratao reivindicada por 4500 prefeitos municipais, e ao esprito de cooperao e solidariedade entre os povos. Conceituados e experientes profissionais colocam em dvida, perante a sociedade e a si prprios, o juramento que um dia teriam feito com os ideais dos gregos Hipcrates e Asclpios. Trata-se de salvar vidas, atender a pessoas desatendidas, reivindicao lastreada no voto popular, pois so prefeitos eleitos que a fazem. Nenhum destes setores protestaram contra a chegada de milhares de engenheiros de petrleo para extrair uma riqueza na-cional e fazer lobby contra a Petrobrs, que, por enquanto operadora nica do Pr--Sal, assentada em contrato de partilha, a partir de sbia deciso de Lula. Para des-nacionalizar a riqueza nacional, podem vir os profissionais estrangeiros; para salvar vidas de populaes desassistidas, valem os mais absurdos e fraudulentos argumentos.

    Jos Walter Bautista Vidal

  • Pgina 8 junho/julho de 2013RevoluoSocialista

    A crise na cpula do imperialismo USA no absolutamente superficial. O assassinato do embaixador ame-ricano em Bengazi que organizava a expedio de armas e terroristas na Sria foi uma pequena demonstrao de que as suas contradies os levam a enfrentamentos internos. A guerra na cpula do imperialismo se expressa no campo internacional. Tudo para salvar o sistema: seja contendo os terroris-tas canibais, a Turquia, Qatar ou Isra-el, seja prosseguindo com o plano que iniciou-se com a chamada primavera rabe e com a destruio da Lbia.

    Se no tivessem ocorrido tantas inter-venes de vrios estados imperialistas, do menor ao maior, a situao na Sria j teria sido resolvida h tempo, sem que morresse ningum. No entanto, no pro-jeto geral da primavera rabe, depois da Lbia, o passo seguinte seria a Sria, para em seguida, passar ao Lbano e resistncia palestina, at chegar ao Ir. E tudo isso como passo transitrio para o plano verdadeiro que contra a Federao Russa e o Estado socialista da China, atravs da Coria do Norte.

    A Sria um Estado revolucionrio com muitos aspectos socialistas, como foi a Lbia, onde o povo tem direito casa, sade e educao e informao gratuitas; onde metade do parlamento formado por representantes de tra-balhadores e as minorias tm direito autonomia como os curdos e os ar-mnios, com milcias populares com menos contradies de classe que o Ir revolucionrio e todos os outros Estados do Oriente Mdio, mas com os defeitos do Partido nico, sobretu-do devido ao desenvolvimento do mer-cado e das trocas no campo privado com os pases lmitrofes, incluindo o Ir, em que uma certa burguesia pre-me pela diversificao e pelo multi--partidarismo. Por outro lado, o motivo pelo qual o exrcito srio tem sido firme contra a interveno macabra, direta ou indireta, de tantos estados agres-sores a prpria coeso das massas srias entre si e com o exrcito popular.

    Se neste perodo no houvesse o inter-valo dos 4 anos de governo Medvedev na Rssia com a poltica nacionalista e de conciliao com o imperialismo, mui-tos fatos dolorosos no teriam ocorrido

    no mundo, mas agora com Putin, que apesar de ser do mesmo partido, dia-metralmente oposto no campo militar e da diplomacia internacional. Com os msseis S300 e S400 Sria e talvez ao Ir, a interveno decisiva do Hezbollah libans para acabar com os terroristas na cidade sria de Algosayr na frontei-ra com o Lbano, as coisas se voltam contra a interveno norte-americana e da OTAN. Nesta derrota, como no par-cial recuo dos grandes do G8 frente s decisivas presses da Rssia de Putin na firme defesa da Sria de Bashar Al Assad, se insere a vacilao da admi-nistrao Obama que quer impedir a queda do sistema capitalista e imperial, antes que todo o mundo se transforme num desastroso Iraque, Afeganisto ou Lbia. Ele se pe de acordo com Putin contra os terroristas de Al Nosrat, mesmo contra o governo intervencio-nista turco, e o velho regime do Egito e, inclusive contra o governo de Ne-tanyahu e contra a no fly zone; mas a cada passo encontra o campo minado.

    No cenrio da diplomacia mundial es-to em jogo foras bipolares tremen-damente ativas e agressivas em cada lado, separadas por uma fratura geo-lgica e vulcnica que divide em dois os vrios governos e estados, inclusi-ve o norte-americano. Os chamados falces e o governo americano atuam independentemente, como as deze-nas de generais reformados que on-tem entraram na Sria, via Turquia, ou como o ataque de Israel contra uma base militar perto de Damasco.

    As ameaas so permanentes de ata-que ao povo srio e a situao est por um tris, como caminhar sobre o fio da navalha; por isso, a compreensvel re-ao de Assad depois do ataque militar areo de Israel, alertando que a Sria no atacar de represlia e, quando decidir, ser parte de uma estratgia, similar da advertncia feita por Ali Khamenei, supremo lder islmico do Ir, de que se Israel se atrever a pas-sar das ameaas contnuas provo-cao, o Ir atuar por consequncia contra Tel Aviv e Haifa. Logicamente a Rssia de Putin que d trnsito ao ex-consultor norte-americano da NSA (Agncia de Segurana Nacional) que revelou material sigiloso aos jornais do mundo, no a mesma que vacilou no

    Conselho de Seguran-a da ONU na questo Lbia. Trata-se de uma Rssia que expres-ssia que expres-

    A guerra contra a Sria, as mobilizaes na Turquia e a crise do imperialismo

    gritando: Ahmadinejad Superman! Su-perman!. Todo este sentimento est no povo turco que se sentiu trado por quem lhe havia depositado confiana. Erdogan chantageou pessoalmente, inclusive aos sindicatos que pediam 5,5% de aumento, dizendo que isso prejudicaria as negociaes feitas com a Alemanha e o mercado de vendas. Agora, os sindicatos tambm foram s ruas. O processo to veloz que caminha em direo guerra civil. O governo no usa sequer a poltica do basto e da cenoura; ele parte dire-tamente para a fora militar, e os que o apoiam chamam interveno do exrcito. Ao reprimir brutalmente a po-pulao com gases e prendendo 5.000 pessoas, esto brincando com fogo.

    Neste campo, John Kerry intervm para conter os excessos turcos, que se transformaram no baluarte da interven-o militar na Sria. A exploso e o mas-sacre de mais de 40 pessoas na cidade turca na fronteira com a Sria teria sido uma advertncia contra qualquer tenta-tiva de recuar perante uma interveno violenta contra a Sria, onde o sul da Tur-quia um campo ocupado pelas foras imperialistas e terroristas como Black Water depois da sua sada do Iraque, ou da Lbia como centro de distribuio de tais foras, existentes em Qatar, Arbia Saudita, Jordnia, Tunsia, etc...

    Tudo isso motivo de dio da popu-lao turca contra Erdogan, e nenhu-ma chantagem de Erdogan, que, para recuperar-se, dar-se razo e retornar o sentimento nacional turco, no encon-tra nada melhor que atacar, dentro dos limites aceitveis a falsa democracia dos estados europeus. Mas, no conse-guir conter os altos e baixos das ma-nifestaes que a partir de um simples motivo de mudana numa praa, con-seguiram crescer pela destituio de Erdogan e Daudoglu, em solidariedade com o povo siriano e com o governo de Bahar Al Assad.

    25 de junho de 2013

    (Do nosso correspondente especial sobre Oriente Mdio)

    Putin e Obama na Reunio do G8 na Irlanda do Norte

    sa um posicionamento de integrao com a CELAC e a Amrica Latina, de enfrentamento com o imperialismo, es-treitando laos com a China, como duas potncias histricas, que apesar de al-gumas deformaes burocrticas no superadas, mantm a estrutura basilar de Estados socialistas. A assembleia popular de 5 horas realizada por Putin, e transmitida ao vivo pela TV estatal russa, alentadora: os ventos da Vene-zuela sopram alm dos montes Urais.

    Deste ponto de vista, podem ser inter-pretados os fatos turcos. Por diversos ltimos anos, a Turquia foi atravessada pelas mais imponentes manifestaes populares contra o imperialismo du-rante o prprio governo de Erdogan. Ele surgiu como o mal menor, aps a derrubada violenta do islmico Naj-meddin Erbekan. Ele mesmo, com a mulher coberta pelo vu islmico, foi aceito como um governo popular, lai-co e islmico. Fez muitos acordo com o Ir no plano energtico, de trnsito e intercmbio com enormes investimen-tos, sobretudo por parte dos iranianos que tentaram compromet-lo. Erdogan chegou a promover o acordo com Ir e Brasil para o enriquecimento do ur-nio iraniano a 20% para fins pacficos; que foi impedido pelo imperialismo. Nos primeiros anos, tudo indicava que buscava chantagear com Unio Euro-peia, dirigindo-se ao oriente, ao Ir, Russia, sia Central, China. No era esta a inteno. Ao provocar o in-cidente da frota dos pacifistas (La Li-bertad) para a Palestina, que deveria ser acompanhada pela marinha turca, e o conflito com Prez de Israel, aban-donou a reunio, com Abdullah Goel, e substituiu o Ministro das Relaes Exteriores por Davudoglu, passando a uma poltica de aberta submisso aos planos de agresso da OTAN contra a Sria e participando do embargo contra o Ir, pensando como todos os oportu-nistas e carreiristas que poderia conti-nuar gozando da popularidade inicial.

    Um jovem turco em Istambul, que no conseguia comunicar-se com os turis-tas iranianos, expressou-se levantando o punho como se fosse Superman,