jornal o quinto

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PG 3 O Quinto Jornalismo da FEF - Edição 3 - junho de 2009 Tecnologia distribuição gratuita Segurança na rede também para crianças PG 9 Tecnologia: um futuro que está presente PG 5 Tecnologia ajuda a salvar vidas PG 10 Mídias digitais prometem mudar a vida em sociedade PG 4 Atletas paraolímpicos ou superatletas? PG 7 Cartões são unanimidade no comércio PG 8 Internet democratiza acesso à cultura PG 6 Tecnologia e vontade política fazem a diferença

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Jornal Laboratório produzido pelo curso de Comunicação Social da Fundação Educacional de Fernandópolis Jornal Laboratório produzido pelo curso de Comunicação Social da Fundação Educacional de Fernandópolis. Diagramação e Texto: Eduardo Uliana

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Page 1: Jornal O Quinto

PG 3

O QuintoJornalismo da FEF - Edição 3 - junho de 2009

Tecnologia

distr

ibui

ção g

ratu

ita

Segurança na rede também para crianças

PG 9 Tecnologia: um futuro que está presente

PG 5 Tecnologia ajuda a salvar vidas

PG 10 Mídias digitais prometem mudar a vida em sociedade

PG 4 Atletas paraolímpicos ou superatletas?

PG 7 Cartões são unanimidade no comércio

PG 8 Internet democratiza acesso à cultura

PG 6 Tecnologia e vontade política fazem a diferença

Page 2: Jornal O Quinto

OPINIÃO 2O

Qu

into

O QUINTO é um jornal laboratório do 5º semestre do curso de Jornalismo da Fundação Educacional de Fernandópolis.

www.jornalismofef.com [email protected]

De Guttenberg a Bill Gates

Editorial

Quando pensamos em tecnologia, logo imagina-mos um carro super equi-pado, um computador ou um celular de última gera-ção que a maioria das pes-soas imagina ser coisa de outro mundo. Mas a tecno-logia é, de uma forma ge-ral, o resultado do encontro entre várias ciências. Ela inclui dsde as ferramentas e processos simples, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano.

A tecnologia também está nas pequenas coisas e sua escala de evolução é em tempo recorde. Até pouco tempo atrás armaze-nava-se dados em disque-tes. Despois, o CD ganhou espaço e este já perde para a praticidade e maior cus-to/benefício do pen drive. E a tecnologia não pára, cada vez aumentando a capaci-dade de armazenamento de dados e diminuindo o tamanho dos dispositivos que os levam.

A tecnologia também agiu definitivamente no mercado das comunica-ções. E mesmo com tantas facilidades da informática, produzir um jornal ainda é uma luta contra o tempo. Mas vontade, esforço e de-terminação não faltaram à equipe do quinto semestre de Jornalismo da FEF, que se esmeraram para relatar nas tradicionais páginas do jornal os maiores avanços e impactos da tecnologia.

E foi com esse objetivo em pauta que os futuros jornalistas abordaram a tecnologia da forma como ela se faz presente em nos-

sas vidas sem que nem to-dos percebam essa presen-ça constante e efetiva.

Nas reportagens, o leitor poderá perceber que fre-qüentemente a tecnologia entra em conflito com algu-mas preocupações naturais da sociedade: o desempre-go pela mecanização dos serviços, a poluição, os de-safios da internet na edu-cação e as novas modali-dades de crimes virtuais. O desafio, agora, já não é a assimilação das novas tecnologias. Mas como a socidade vai modificar seus usos e costumes a partir dela.

Quando criou a prensa e imprimiu o primeiro jor-nal em 1605, Guttenberg revolucionou a forma de comunicação e aquisição de conhecimento da época. Hoje, mais de quatro sé-culos depois, o conceito de aprimoramento das máqui-nas para veiculação da in-formação continua o mes-mo. E a velocidade com que as informações correm em bits pela internet é a maior prova disso.

Conclusão: por mais que alguns afirmem que a tec-nologia seja ameaçadora, não há como escapar dela. A evolução é cada vez mais dinâmica e só o que fica é o conhecimento. A inteli-gência humana, que não é artificial. Informação é conhecimento e se a infor-mação for apresentada de forma clara e direta, ela cumpre seu papel social e o jornalista, com isso, fez seu trabalho. Esse é o nos-so compromisso na era da informação.

Artigo

Expediente

Um novo tempo para o jornalismo

As novas tecnologias estão impondo ao jornalismo desafios que talvez nun-ca tenham sido enfrentados em toda sua história. Não é apenas um perío-do de adaptações às novas técnicas. O momento é de repensar todo o papel social que o jornalismo vem desempe-nhando em nossa sociedade e a função do próprio jornalista.

A internet permite uma interação sem precedentes entre os veículos de comunicação e o público e a própria estrutura da rede permite que usuá-rios enviem suas mensagens e se tor-nem participantes ativos na construção da notícia. Não só dando sugestões ou fazendo críticas, mas enviando vídeos com depoimentos que antes eram pro-duzidos por uma equipe formada por cinegrafista, repórter, iluminador, edi-tor, etc.

Se não bastasse este novo cenário, o Supremo Tribunal Federal derrubou a obrigatoriedade do diploma pra o exercício da profissão. Com tudo isso cabe a pergunta: ainda vale a pena fa-zer um curso superior de jornalismo? É claro que sim. E estou defendo isso não por interesse próprio. Aqueles que já tiveram oportunidade de conversar comigo sobre este tema já sabiam que eu sempre defendi que a obrigatorie-dade do diploma deveria cair, mas não a necessidade de se fazer um curso superior.

Um curso superior não tem por fun-ção ensinar apenas técnicas de como fazer o bom jornalismo. A meu ver, o fim da obrigatoriedade do diploma irá contribuir para o fortalecimento dos cursos de graduação, pois as institui-

ções de ensino superior deverão me-lhorar muito seus cursos para atrair o aluno. Terá que valer muito a pena fa-zer um curso de jornalismo e só mesmo com cursos atrativos, com investimen-tos em corpo docente, mensalidades acessíveis, laboratórios bem estrutura-dos e grade curricular condizente com o contexto social, político e econômico é que conseguirão atrair alunos.

Outro fator positivo da decisão do Supremo é que ela privilegia o bom aluno. Aqueles que simplesmente “passavam” pela faculdade sabedores que ao final do curso receberiam o tão sonhado diploma não mais existirão. Só cursará jornalismo quem realmen-te entende a necessidade da formação superior. Imaginem uma sala de aula onde todos os alunos estejam realmen-te interessados em aprender, discutir a profissão e experimentar novas opor-tunidades neste momento de transição tecnológica. Caberá às empresas de-cidirem a contratação de profissionais formados ou não. Assim como acon-tece com a agências de publicidade. A grande maioria não contrata funcioná-rios sem formação acadêmica.

O momento é de calma. Passado o período das discussões calorosas, os cursos de jornalismo sairão fortaleci-dos dessa decisão e, conseqüentemen-te, os alunos formados por eles.

Quanto ao uso da novas tecnologias, este é um caminho sem volta, e se bem compreendido pelo novo jornalis-ta, pode trazer inúmeros benefícios à profissão e à sociedade. A tecnologia não é inimiga de nossa profissão. Pelo contrário. O horizonte que se forma é de que caminhamos para um democra-cia que muitos apenas sonharam e não puderam vivenciar. Cabe a cada um de nós e, principalmente, a você, futuro jornalista, fazer parte desta história.

Francisco

Machado coordenador do curso

de jornalisMo da FeF

Errata: na 2ª edição de O Quinto, distribuída em maio deste ano, o artigo “Entretenimento: jornalismo sério de cara light” é de autoria da jornalista e professora Ana Carolina de Araújo Silva, coordenadora do Jornal Laboratório da FEF.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

Câmpus IVCNPJ 49.678.881/0011-65

Av. Expedicionários Brasileiros, 45015600-000 Fernandópolis-SP

Telefone: (17) 3463-2166

Administração Geral

PresidentePaulo Sérgio do Nascimento

Vice-presidenteAldo José Moscardini Junior

FIFE- Faculdades Integradas de Fernandópolis

Diretor PedagógicoUderlei Doniseti Covissi

ImpressãoEditora Ferjal

(17) 3442-6644Fernandópolis-SP

Francisco Machado FilhoCoordenador do curso de Jornalismo

Professora responsável pelo Jornal Laboratório

Ana Carolina de Araújo SilvaDRT/PR 05047

Editora ChefeEster Ponciano

Chefe de RedaçãoElisandra Monfardini

Diagramação e reportagemEduardo Uliana

Reportagem

Camila Ribeiro

Darien Santana

Elissandra Hurtado

Frederico Guerra

Najila Bissi

Reginaldo Gouvêa

Walter Duarte

Edição

Breno Guarnieri

Bruna Bassan

Eduardo Baptista

Gleice Castrequni

Lourival Motta

Maria Silva

Marco Caboclo

Page 3: Jornal O Quinto

O Virtualzinho mostra para a criança, de uma forma lúdica, que nem tudo o que está na internet é bom

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Unanimidade quando o assunto é tecnologia, a in-ternet ainda é vista com des-confiança sob pelo menos um aspecto: a segurança de seus usuários. Hoje, os cri-mes virtuais se tornaram um mercado negro lucrativo e ao mesmo tempo perigoso. Atualmente, um dos riscos que mais aterrorizam os pais é a pedofilia.

Muitos, sem conhecer os métodos para evitá-la, aca-bam por proibir os filhos de conhecer o mundo virtual, hoje imprescindível na for-mação de crianças, adoles-centes e jovens. Com isso, empresas, governos e ins-tituições buscam parcerias para uma nova modalidade de educação: a digital.

Em Fernandópolis, um projeto de lei criou o en-sino digital preventivo na rede pública, implantado em maio deste ano pela Direto-ria Municipal de Educação. “A internet é uma ferramen-ta importante e as nossas crianças não podem ficar de fora dela por medo”, explica o vereador José Carlos Zam-bon, autor do projeto, cha-mado de “Navegar”.

Para implantar a discipli-na, a Prefeitura de Fernan-dópolis se associou à edito-ra Internauta, que publica o material do personagem “Virtualzinho”, criado pelo estudante de jornalismo

Walter duarte

Edmar Oliveira. A parceria proporcionou a confecção de material gráfico e digital, distribuído inicialmente a alunos da escola municipal Gaspar Ruas. Todos recebem aulas em um laboratório de informática montado pela Prefeitura e aprendem a des-cobrir os perigos contidos na grande rede.

O projeto já é desenvolvi-do pela editora em prefeitu-ras da região metropolitana de São Paulo. Foi assim que a idéia chamou a atenção do executivo fernandopolense. “O programa inteiro é todo didático e leva a criança, de uma forma lúdica, a compre-ender que nem tudo o que está na internet é bom”, re-vela o assessor de informáti-ca da diretoria de Educação, Wagner Moraes.

Segundo o assessor, além das crianças, o projeto vai beneficiar também os pais e moradores dos bairros da ci-dade. “Muitos adultos, prin-cipalmente de baixa renda, não têm acesso à tecnologia e também não conhecem os pontos positivos e negativos da rede”, completa.

A diretoria deve estender o projeto Navegar, ainda em 2009, para todas as escolas da rede municipal que tenham laboratório de informática. A expectativa é de que toda a rede esteja inserida na edu-cação digital até 2010.

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r Em busca de uma metodo-logia que atraísse o aluno e integrasse as novas tecnologias ao en-sino superior, a FEF (Fundação Educacional de Fernandópolis) implantou em 2008 um sistema de ensino semipresencial para disci-plinas comuns a todos os cursos oferecidos pela instituição.

O programa, chamado de FEF Virtual, é usado pelos universitários para a comunica-ção com os professores, download de arqui-vos de aula e conteúdos extracurriculares. O espaço é também utilizado pelos professores de disciplinas presenciais para distribuir ma-terial extra, aplicar exercícios e provas.

No ensino semipresencial, o portal é abas-tecido de conteúdo por docentes da disci-plina que, uma vez por semana, têm um en-contro real com os estudantes. “A aula pre-sencial serve para tirar dúvidas e ajudar nas soluções de exercício”, explica a professora Julia Moita, uma das docentes que utiliza o sistema.

A “presença” dos alunos é cobrada através do acesso ao site e obri-gatória para sua aprovação semestral. A resolução dos exercícios também é cobrada.

O ensino semipresencial da FEF é ministra-do apenas para os alunos de cursos já reconhe-cidos pelo MEC (Ministério da Educação) e só para disciplinas de conteúdo geral. As discipli-nas específicas de cada curso continuam sendo ministradas normalmente, em sala de aula.

A nova metodologia ainda passa por adequações, mas já tem aprovação de boa parte dos universitários da FEF. “Acesso o portal e fico sabendo o que o professor vai discutir em sala antes de chegar à aula. As-sim me preparo melhor e aprendo mais”, revela o estudante de jornalismo Franclin Duarte.

educação

Segurança na rede tambémpara crianças

Educação digital ensina alunos de escola

pública a navegar na internet com segurança

Imagem ilustrativa do portal virtual do aluno da Fundação Educacional de Fernandópolis

Page 4: Jornal O Quinto

4Esporte

Atletas paraolímpicos ou superatletas?

Fotos: Pab

lo Alm

eida

Muito mais do que ajudar a quebrar recordes, tecnologia está minimizando diferenças físicas

eduardo uliana

Na mitologia grega, Ícaros era filho de Dédalo, um dos homens mais criativos e habili-dosos de Atenas. Com a ajuda de cera e penas de aves de vários tamanhos, Dédalo projetou asas para que ele e seu filho pu-desse voar e chegar mais perto dos deuses. Como um verda-deiro artista, Dédalo criou asas perfeitas, como as das aves, que içaram Ícaros ao céu oferecen-do uma sensação de liberdade e poder que nunca tinha sentido.

Voando cada vez mais alto, che-gou perto do sol e, inebriado com aquela bela imagem, não perce-beu que o calor do astro derretia rapidamente suas asas, que sol-taram das suas costas, o fazendo cair no mar e desaparecer.

O sonho de Ícaros retrata o anseio de todo atleta. Superar barreiras, limites físicos, quebrar recordes e, é claro, voar. Já para um grupo de atletas especiais, esse sonho parece bem mais simples (embora tão desafiador quanto voar): conseguir andar, nadar, enxergar e correr. São os atletas paraolímpicos, que com a ajuda da tecnologia estão al-

cançando seus sonhos. De acordo com Pablo Car-

valho Pires de Almeida, profes-sor do curso de Fisioterapia da FEF (Fundação Educacional de Fernandópolis) e fisioterapeuta do 3º Jogos Parapan-america-nos 2007, realizados na cidade do Rio de Janeiro, empresas do setor esportivo estão investindo no desenvolvimento de mate-riais mais leves e resistentes, que proporcionam maior rendimen-to para os atletas paraolímpicos. Todo esse trabalho de pesquisa tecnológica e científica também é empregado na criação de pró-teses mais resistentes e cada vez

Correndo, nadando ou praticando esportes coletivos como basquete, futebol e handball, atletas paraolímpicos mostram que não há diferença quando o assunto é superar limites

mais próximas dos movimentos reais do corpo humano.

“Na hora de desenvolver componentes para esses atletas, as empresas voltam seus olhares para os indivíduos que estão em casa, para que eles também possam usufruir dessas próteses para executar com mais facili-dade suas atividades do dia-a-dia”, revela Pablo.

Segundo ele, o desempenho dos atletas paraolímpicos está diretamente ligado à evolução tecnológica do processo de pro-tetização que começou durante a 1ª Guerra Mundial. Essa evo-lução contou com a atualização

de componentes arcaicos do tempo da guerra, feitos princi-palmente de madeira e borra-cha, e foi evoluindo até a fibra de carbono, mais resistente e flexível, oferecendo mais auto-nomia ao atleta paraolímpico ou para a pessoa portadora de necessidades especiais.

Não se pode mais subes-timar ou impor limites, seja para atletas ou para pessoas portadoras de necessidades especiais. As asas de Ícaros es-tão ao alcance de todos graças à tecnologia. Aprender a voar será apenas uma questão de tempo.

Pablo Carvalho Pires de Almeida ao lado da para-atleta norte-americana Kate Sullivan

Além do horizonte gramado

E começa o jogo no Morum-bi. Os times entram em campo. Os jogadores já registraram suas chuteiras e os robôs bandeirinhas estão nas laterais do campo. A transmissão em tempo real en-tre os jogadores no gramado e o técnico no banco foi estabele-cida e os torcedores já ocuparam seus assentos equipados com pe-quenos monitores com imagens de câmeras de vários ângulos. Atenção, torcedores: faltam ape-nas dois minutos para começar a partida! Aproveitem para pedir comidas e bebidas pela tela dos seus monitores.

Calma, você não está ficando louco. Essa narração esportiva

que parece ter saído de um filme futurista está mais perto da rea-lidade do que você imagina, de acordo com o estudo Orange Fu-ture of Footbal Report 2008, con-duzido pelo Future Laboratory, da Inglaterra, consultoria que faz previsões em tecnologia e espor-te para tentar mapear a evolução tecnológica do futebol nos próxi-mos 12 anos.

Segundo o estudo, os torce-dores não vão precisar duvidar das decisões dos árbitros, já que os campos terão sensores de luz para sinalizar as saídas de bola e posição das jogadas. Os juízes poderão contar com a ajuda de bandeirinhas robotizados, que

Doping TecnológicoO doping acon-

tece quando o atle-ta utiliza meios não naturais para levar vantagem no desem-penho esportivo, ad-ministrando agentes estranhos ao orga-nismo ou substâncias fisiológicas em quantidade anormal capazes de provocar, no momento da competição, um comportamento anormal, positivo ou negativo, que não corresponde com sua real capa-cidade orgânica e funcional.

No caso do doping tecnológico, atletas utilizam recursos tecnológi-cos, bioquímicos e psicológicos para conseguir um desempenho acima dos outros atletas. Atualmente, existe uma grande discussão sobre o tema, abordando se a tecnologia emprega-da nos materiais esportivos está fa-

cilitando a quebra de recordes e deixando de lado o esforço físico para dar lugar à ciên-cia tecnológica.

Um dos casos mais conhecidos de doping tecnológico é do para-atleta sul-africano Os-

car Pistorius, conhecido por Blaide Runner, que não tem as duas pernas e usa próteses finas e leves, feitas de fibra de carbono. Oscar é recordista mundial dos 100 metros rasos, 200 metros rasos e 400 metros rasos. O problema é que as próteses possibi-litaram uma capacidade de propul-são 90% maior do que a dos outros atletas. Com isso, Oscar conseguiu tanta velocidade que disputou qua-lificação para os jogos olímpicos com os não amputados. Por pouco não conseguiu a classificação.

poderão identificar com precisão os im-pedimentos, elimi-nando os erros.

O relatório pre-vê ainda que an-tes do início do jogo, os jogadores irão registrar suas chuteiras e terão sensores instalados nos calçados. Estes sensores identifica-rão jogadores da casa e visitantes. As informações serão transmitidas a ou-tros equipamentos, instalados nas bolas da partida. Desta forma, será possível identificar quando jogadores se encon-tram em posição de impedimento, por exemplo.

Para Érico Abda-la, torcedor fanáti-

co do São Paulo Futebol Clube, a tecnologia possibilita que o teles-pectador, esteja ele acompanhan-do ao vivo ou em casa, tenha uma maior interatividade com o jogo. Mas ele acredita que as novas for-mas de acompanhar as competi-ções, como pelo telefone celular ou pela internet, não vão acabar com as transmissões por rádio ou televisão.

“São formas diferentes de acompanhar o espetáculo. Tanto a TV quanto o rádio, o jornal ou a internet vão continuar tendo seu espaço, porque cada um tem seu charme e o telespectador mais conservador vai continuar fiel ao rádio e ao jornal”, afirma Érico.

“Assim que acaba o jogo do São Paulo que assisto pela TV, corro pra internet para discutir a partida no chat”, revela o torcendor Érico Abdala

Foto: Eduardo Uliana

Page 5: Jornal O Quinto

Os pacientes portado-res do vírus HIV encon-tram no coquetel de me-dicamentos de combate a AIDS uma garantia de maior tempo de vida. Es-ses medicamentos agem no ciclo do vírus, princi-palmente nas enzimas que permitem sua multi-plicação dentro das célu-las hospedeiras.

Segundo Márcio Ga-ggini, médico infectolo-gista do CADIP (Centro de Atendimento à Doença Infecto-Contagiosas e Pa-rasitárias) de Fernandó-polis, a distribuição dos remédios gratuitos é fei-ta mensalmente na sede da instituição. De acordo com ele, quase todos os medicamentos do coque-tel são distribuídos sem nenhum custo à popula-ção. O restante pode ser encontrado à venda em qualquer farmácia do mu-nicípio e região.

“A cada dia surge um novo estudo para o aperfei-çoamento de medicamen-tos de combate ao vírus HIV. Hoje em dia, não con-seguimos destruir o vírus, mas temos inúmeras drogas que controlam a replicação dele”, explica o médico.

Gaggini conta que ainda não existe um tra-tamento alternativo que substitua a terapia medi-camentosa no combate à AIDS.

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5saúde

Tecnologia ajuda a salvar vidasAparelhos e técnicas de última geração garantem esperança de cura a pacientes

Frederico Guerra

A saúde sempre foi uma das gran-des preocupações da maioria das pes-soas. Afinal, quem nunca ouviu a fa-

mosa frase: “não tenho dinheiro, mas tenho saúde. É o que importa”. Uma simples doença pode deixar o ser humano impossibilitado de exercer suas ativida-des cotidianas e uma grave doença pode, inclusive, “tirar a vida” do mesmo. Graças ao avanço tecnológi-co, hoje em dia são reais as possibilidades de cura das doenças através de aparelhos modernos que possibilitam diagnósticos e tratamentos mais eficientes.

A técnica mais utilizada por médicos de todo o país para a identificação de doen-ças é o “diagnóstico por ima-gem”. Entre as tecnologias mais comumente utilizadas nessa especia-lidade estão a radiografia, a mamografia, a ultra-sonogra-fia, a tomografia computadoriza-da, a ressonân-cia magnética, a radiologia in-tervencionista, a angiografia e a densitometria óssea.

Fernandópolis ganhou recentemente o CDI (Centro de Diagnóstico por Imagem). O médico Rubens Sano, um dos proprietários do CDI, conta que na clínica os exames realizados com mais freqü-ência são o de tomografia computadorizada, ultra-sonografia geral e especializada e densitometria ós-sea. O custo dos exames pode variar ente R$ 80 e R$ 300. “Já estamos terminando a instalação de um aparelho de ressonância magnética para atender toda a população”, disse o doutor.

Combate ao câncerO câncer é uma doença letal

que preocupa a sociedade. Para combatê-lo existem duas formas tradicionais de tratamento, que são a quimioterapia e radioterapia.

A quimioterapia baseia-se no fato de as células tumorais se dividirem muito mais rápido que as cé-lulas normais. O doente recebe medicamentos que interferem com a síntese do DNA e matam as células em divisão.

Já a radiote-rapia também ataca células de crescimento rápido. As cé-lulas tumorais, como têm dé-ficit de proteí-nas reparadoras do DNA, são mais vulnerá-veis a doses de radiação de alta energia.As suas doses letais são mais baixas que as das cé-lulas normais.

No hospital da AVCC (Associação de Volun-tários no Combate ao Câncer) de Fernandópolis, a quimioterapia é realizada desde agosto de 2008.

Quanto à radioterapia, na região o tratamento é realizado apenas em Barretos e em São José do Rio Preto. Segundo o médico oncologista clínico da AVCC, Fábio Leite Couto Fernandez, exis-tem planos para a implantação de radioterapia na AVCC. “Mas, por enquanto, são apenas pla-nos”, disse.

De acordo com Fernandez, ambos os trata-mentos são considerados caros, cujos valores variam quanto ao tipo e tempo de tratamento proposto. “Para se manter financeiramente, a AVCC tem usado o dinheiro de doações, leilões e campanhas para pagar o custo do tratamento de muitos dos pacientes”, conta o médico. Ainda segundo ele, a Associação não possui credencia-mento junto ao SUS (Sistema Único de Saúde), pelo fato do órgão exigir uma série de fatores es-truturais para o credenciamento que o hospital ainda não possui.

Mas o oncologista se diz confiante com rela-ção a esse assunto: “ainda vamos precisar muito

da ajuda da população para atingirmos as me-tas necessárias para o credenciamen-

to. Mas estamos animados e dispostos”.

Exames computadorizados auxiliam no diagnóstico de doenças

Pacientes da AVCC realizam sessão de quimioterapia no hospital

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Projeto FightAIDS@HomeO projeto FightAIDS@

Home (www.worldcommu-nitygrid.org) é uma iniciativa do The Scripps Research Insti-tute em parceria com a IBM, através da entidade filantró-pica Worldcommunitygrid, e visa utilizar o poder de pro-cessamento de milhares de computadores pessoais para

auxiliar na pesquisa da AIDS. O projeto permite que qual-quer pessoa, em qualquer parte do mundo, doe a ca-pacidade de processamento ociosa de seu computador em benefício da pesquisa por melhores medicamentos e em busca de uma possível cura da doença.

Page 6: Jornal O Quinto

6política

Tecnologia e vontade políticafazem a diferençaPregão digital é a novidade no processo licitatório e que valoriza o dinheiro público

elissandra hurtado

Na democracia moder-na, duas necessidades são verdadeiros desafios para os governos: gastar menos e deixar as contas às claras para a população.

A tecnologia tem sido a saída para ambos os desafios por meio do pregão digital e dos sites que publicam as contas dos governos.

O pregão digital é reali-zado via internet, com lan-ces sucessivos e decrescentes de compras de produtos e de serviços. No chamado “quem dá menos”, ou seja, um leilão virtual invertido, ganha a administração pú-blica – que economiza – e ganha a empresa que quer disponibilizar esse serviço e vender mais.

São considerados como bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de de-sempenho e qualidade pos-sam ser objetivamente de-finidos em edital, por meio de especificações usuais de mercado.

O acesso às licitações por essa nova modalidade está ao alcance de todos, pro-piciando benefícios para todos os envolvidos no pro-cesso: para a sociedade, a ampla transparência; para o fornecedor, o amplo acesso à disputa e para o Estado, a celeridade no processo de compra, a redução de pre-ços, de custos operacionais

e de tempo de duração do processo.

Outro grande diferen-cial do pregão em relação às demais modalidades de licitação é a economia que proporciona, pois como os licitantes podem baixar suas ofertas e disputar a venda do objeto em questão, os preços costumam chegar a patamares bem mais baixos do que os conseguidos com as demais modalidades.

Também a redução do tempo em que se transcor-re a licitação é menor, e isto viabiliza contratações mais rápidas e eficientes.

Em Fernandópolis, como

todos os outros municípios que são de responsabilida-de do Tribunal de Contas da Jurisdição de Fernandó-polis, o pregão ainda é rea-lizado de forma presencial, sem previsão para o início da modalidade virtual.

No entanto, há na cidade várias empresas que partici-pam desta nova modalidade de licitação em outras loca-lidades. É o caso da Secol Materiais para Construção, Fertractor (serviço de peças e manutenção de maquiná-rios de usinas e frota mu-nicipal) e Pemafel (equipa-mentos agrícolas e maqui-nário diverso).

Segundo Rinaldo Fonta-na, gerente da Secol, o pre-gão digital tem muita simi-laridade com o presencial. Primeiro, é feito um edital anunciando o pregão, só que ao invés das empresas estarem presentes, as mes-mas estão em contato vir-tual.

Isso torna acessível para uma empresa de Fernan-dópolis como a Secol par-ticipar de uma licitação no Amazonas, Pará, Rio Gran-

de do Sul ou em qualquer localidade do território na-cional.

Assim como no pregão presencial, há uma publica-ção de aviso do pregão di-gital no Diário Oficial do Estado e divulgação na in-ternet quando o valor esti-mado para a contratação for inferior a R$ 650 mil.

Já quando o valor esti-mado para a contratação for igual ou superior a R$ 650 mil, a publicação de aviso acontece no Diário Oficial do Estado, é feita divulga-ção na internet e publicação em jornal de grande circula-ção local.

Normalmente os pregões de maior interesse aos pres-tadores de serviços e empre-sários são aqueles que pro-piciam as maiores vendas ou faturamento.

Os mais freqüentes estão relacionados a aquisições de materiais ou equipamentos na área de saúde e educa-ção. As compras incluem equipamentos para diversas finalidades, alimentos para merenda escolar e ainda material para construção.

Para Rinaldo Fontana, gerente da Secol, pregão digital possibilita que empresas de Fernandópolis fechem negócios em outros estados

Foto: Elissandra Hurtado

Governo transparenteEm sintonia com os princípios de publici-

dade e com o avanço da tecnologia, o gover-no disponibilizou as contas públicas em sites para consulta, pela internet e em linguagem acessível, incluindo informações detalhadas sobre a execução orçamentária.

Além de atender exigências constitucio-nais como a prestação de contas, iniciativas como a publicação de contas públicas via in-ternet criam novas estratégias de combate à corrupção e à impunidade.

A transparência na administração pública constrói uma nova relação com sociedade, na qual prevenção e controle são instrumentos

legítimos para consolidar a democracia e ga-rantir que a contribuição feita pelo cidadão por meio de impostos seja corretamente apli-cada em serviços para a melhoria de vida da população.

Dessa forma, o cidadão pode acompanhar a aplicação dos recursos e, de forma organi-zada, até mesmo protestar contra ações que discorde. A participação política vai além das urnas. Depois do voto, acompanhar as ações dos governos é a continuação e a garantia da cidadania conquistada na democracia. E não há meio mais democrático para esta finalida-de do que a internet.

www.transparencia.org.brwww.transparenciabrasil.org.br

www.brasil.gov.br/transparencia

Page 7: Jornal O Quinto

7economia

Cartões são

Vendas com “dinheiro de plástico” já

superam as realizadas com cheques

unanimidade no comércio

O uso da tecnologia no comércio

possibilitou facilidade e rapidez na

hora da compra. O cartão de débi-

to ou de crédito passou a ser usado

com mais freqüência do que o talão

de cheques ou até mesmo que o pa-

gamento em dinheiro.

Em abril deste ano, o Banco Cen-

tral divulgou dados do Diagnóstico

do Sistema de Pagamentos de Varejo

no Brasil, que apontou 2,1 bilhões

em transações com cartões de débi-

to em 2008, contra 1,94 bilhão de

transações com cheque. Se também

forem incluídos os cartões de crédito

na conta, os cartões eletrônicos res-

ponderam por 53,8% dos pagamen-

tos no varejo sem o uso de cédulas de

dinheiro no ano passado, contra os

50,3% registrados em 2007.

Em Fernandópolis, o empresário

Raimundo Verdi de Macedo, pro-

prietário da Dri Calçados e Pejô Su-

permercados sempre acreditou e in-

vestiu na economia da cidade e é um

exemplo de empreendedor que está

cada vez mais se adequando às novas

ferramentas tecnológicas.

Há 14 anos, quando implantou

sua primeira loja de calçados, o siste-

ma usado era baseado em fichas ma-

nuais. Mas logo Macedo implantou

o crediário informatizado, fazendo

de sua loja a primeira a ser totalmen-

te informatizada na cidade.

“Com o sistema implantado, fa-

zer compras tornou-se mais ágil para

clientes e funcionários, principal-

mente na hora do pagamento”, con-

ta Macedo. Segundo o empresário, o

fluxo de cheques diminuiu em suas

empresas e a forma mais usada de pa-

gamento tem sido o cartão de crédi-

to, que também ajuda no combate à

inadimplência, junto com outras fer-

ramentas como consulta a cadastros

de crédito. “O cartão facilita para o

lojista e para os clientes”, enfatiza.

caMila ribeiro

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Tecnologia no combate à inadimplênciaA ACIF (Associação

Comercial e Industrial de Fernandópolis) es-timula que as empre-sas associadas utilizem a tecnologia como for-ma de diminuir custos, aumentar a rapidez nos negócios e com-bater a inadimplência. Mas como esse tipo de ferramenta não é barata, as parcerias da entidade com empre-sas de tecnologia têm facilitado a informa-tização de pequenos estabelecimentos co-merciais.

Uma das mais efi-cientes ferramentas tecnológicas aos asso-ciados para combater a inadimplência é o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Cré-dito), um banco de dados nacional que pode ser consultado via internet ou pelo telefone. Os dados são referentes à situação de crédito do cliente em qualquer lugar do Brasil.

Além do site e tele-

fone, o serviço agora conta com uma nova ferramenta adiciona-da ao software que é comercializado por empresas de tecnolo-gia parceiras da ACIF, como a Ascont Siste-mas, Orasystems e In-fosis. O programa pos-sibilita a consulta de forma ágil e discreta na hora de conceder crédito ou aprovar o cadastro do cliente.

Segundo Geraldo Pedro Paschoalini, ge-rente da ACIF, todos os serviços oferecidos pela Associação pos-suem grande aprova-ção dos empresários associados. “A nossa diretoria busca sem-pre novas parcerias para incrementar ain-da mais as opções de serviços da entidade, visando sempre o apri-moramento e cresci-mento tecnológico das empresas, incluindo o treinamento e capaci-tação dos empresários e dos seus colaborado-res”, disse o gerente.

Foto: Camila Ribeiro

No ano passado foram realizadas cerca de 400 mil consultas ao SCPC por meio da ACIF, 45 mil a mais que em 2007

Page 8: Jornal O Quinto

8cultura

Internet democratiza acesso à culturaDisseminação de sites de compartilhamento de músicas e filmes coloca em risco comércio formal

A internet tem sido in-corporada com muita cria-tividade na divulgação do trabalho de artistas que não possuem condições de in-vestimento pesado em pu-blicidade para mostrar suas obras ao grande público.

O vocalista da banda de pop rock Velho de War, Sérgio Kamyama, utiliza a internet para divulgar o trabalho da banda, que é de Fernandópolis. “Já morei no Japão e tenho muitos amigos lá. Sempre envio músicas da banda a eles através do Orkut, MSN e estou aprendendo

a trabalhar com o My Spa-ce”, revela Kamyama.

Vários programas de televisão apóiam e incenti-vam cantores amadores do Brasil a divulgar seu traba-lho pelo país e para o mundo através de qua-dros especiais como a “Garagem do Faustão”, que divulga vídeos de bandas, duplas e solos. Os vídeos enviados pela internet e que são mais votados dão oportuni-dade para que os novos artistas se apresentem ao vivo no palco do programa. “Mandamos o vídeo da banda para o Faustão e esperamos sermos chamados para nos apresentarmos ao vivo para todo o Brasil.

Outro meio que a gente utiliza é o You Tube, que também é visto por todos. Enfim, a internet facilitou a divulgação do nosso traba-lho”, conclui Kamayama.

darien santana

Foto: Darien Santana

O vocalista da banda Velho de War, Sérgio Kamyama, utiliza a internet para divulgação do trabalho do grupo

WWW fora da leiQue o computador mo-

dificou radicalmente a nos-sa maneira de pensar e agir ninguém tem dúvida. O fato é que como toda nova tecnologia, com seus prós e contras, a discussão em torno do computador é polêmica. Ele facilitou a vida de mui-tos, mas também acarretou alguns problemas de difícil resolução, como a pedofilia em sites de relacionamento, estelionatos, pirataria e vá-rios outros tipos de crimes do mundo digital. Quem pratica esse tipo de crime aproveita a facilidade do anonimato na internet para fugir das puni-ções da lei.

Ao mesmo tempo, a dis-seminação da música e do cinema pela internet foi um avanço em termos de demo-cratização da cultura. Devido ao avanço tecnológico, inú-meros setores evoluíram e com os DJs não foi diferente. O técnico de som, mesário,

DJ e agora vereador de Fer-nandópolis Rogério Pereira da Silva Chamel é prova essa teoria. “No início, tocávamos com fita e vinil, depois apare-ceu o CD, o MD e para faci-litar ainda mais a nossa vida, os MP3, MP4, MP5, o CDJ e o notebook, que simplificaram muito a profissão. Para eu ser DJ, fiz o curso de Disco Jockey em São Paulo durante seis meses. Hoje, com todas essas facilidades, qualquer pessoa pode ser DJ e isso tem seu lado bom e seu lado ruim”, afirma Chamel.

Ele também acredita que a maioria da população, por não dispor de recursos finan-ceiros suficientes para fazer uso apenas de produtos ori-ginais devido ao seu alto cus-to, acaba se utilizando da pi-rataria para ter acesso a mú-sicas e filmes pela internet. Mas Chamel salienta que se houvesse intervenção do go-verno na redução da cobran-

ça de impostos das empresas que vedendem produtos ori-ginais, as mesmas poderiam repassar o desconto para o consumidor que, certamente, optaria pela aquisição de CDs e DVDs originais.

Existem sites contra a pi-rataria como o www.pirata-tofora.com.br, o www.foru-mcontrapirataria.com.br e muitos outros que mostram o que o simples ato de com-prar algum produto piratea-do pode incidir em crime.

A pirataria custa aos co-fres públicos do Brasil cerca de R$ 30 bilhões por ano, apenas em relação à arreca-dação de impostos, conforme dados divulgados pelo Con-selho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual, ór-gão criado com a finalidade de fiscalizar a atividade do mercado informal de produ-zir e vender artigos sem licen-ciamento.

OAB e polícia no combate à pirataria

Henri Dias, advogado e presidente da 45ª subsecção da OAB em Fernandópolis, é categórico quando o assun-

to é pirataria. “Pirataria é crime e quem comete crime tem que responder penalmente, seja com multa ou reclusão. As leis estão aí para serem cum-pridas, do contrário elas não precisariam existir.”

Segundo Henri, o uso da internet para baixar músicas, por exemplo, não é considerado crime quando o ato é para uso próprio e não tem fins lucrativos. Já a pena para quem produz produtos clandestinos para comer-cializar pode chegar a até

quatro anos de reclusão. “Em Fernandópolis, fizemos jun-tamente com a Polícia Mili-

tar, algumas buscas e apreen-sões de produtos falsificados e pirateados. Há algum tem-po, a Polícia Federal também fez varreduras pela região, o que resultou na apreensão de grande quantidade de produtos piratas e na prisão de algumas pessoas, o que coibiu bastante o comércio ilegal na cidade”, conta o ad-vogado.

“A lei é clara e objetiva e deve ser cumprida. O fato do preço de produtos originais ser alto passa a ser um pro-blema social e não deve servir para acobertar ou justificar a fabricação e venda ilegal de produtos pirateados ou falsi-ficados”, conclui Henri.

Foto: Darien Santana

O presidente da OAB de Fernandópolis Henri Dias é taxativo em relação à pirataria e afirma que a lei é feita para ser cumprida

Page 9: Jornal O Quinto

9cotidiano

T e c n o l o g i a :

p r e s e nu m f u t u r o q u e

e s t á t eSociedade tem mudado o padrão de vida devido ao avanço da tecnologia; viver sem ela é quaseimpossível

reGinaldo Prado

Em 1850, o homem se con-tentava em fazer seus textos e fichas em simples máquinas de escrever. Com o passar dos anos, ela foi sendo substituída pelo computador, uma máqui-na então desconhecida pela maioria. Hoje podemos obser-var como a tecnologia mudou o modo de agir, trabalhar, ser e pensar da sociedade. A cada mês, uma novidade tecnológi-ca surge, os produtos inovam a cada modelo.

O palm top e o mp5 são os produtos portáteis com maior capacidade de armazenagem de conteúdo lançados nos últi-mos anos. As pessoas já podem levar o computador, o telefone, a câmera, os games, as músicas e os vídeos dentro do bolso.

Para Francisco Sérgio dos Santos, coordenador do cur-

so de Sistemas de Informação da Fundação Educacional de Fernandópolis, as grandes mudanças tecnológicas para a sociedade estão ligadas à velo-cidade das informações. “Os acontecimentos são divulgados minutos após sua ocorrência. Há alguns anos, era necessário esperar o telejornal ou adquirir o jornal impresso. Hoje, esta-mos antenados e ligados a tudo que está acontecendo em tem-po real em nosso mundo.”

Santos acredita que o cidadão contemporâneo não consegue viver sem tecnologia, pois as agências bancárias, por exemplo, são dependentes dela. E este é um segmento do mercado que atende toda a população.

O aparelho celular, há mais de quinze anos, é uma realida-de na sociedade. As operadoras procuram, cada vez mais, agra-dar seus clientes e atrair os da concorrência. A princípio, este objeto era direcionado a em-

presários que estavam sempre muito ocupados e assim seriam facilmente localizados por suas secretárias. Mas gradativamen-te todas as classes foram ad-quirindo aparelhos e o que era apenas para empresário, hoje é chamado de “telefone de traba-lhador”.

Mas o celular, hoje, é neces-sidade ou símbolo de status so-cial? Para Walter Bíblies, diretor da loja autorizada de uma ope-radora em Fernandópolis, exis-te uma faixa da população que realmente procura um aparelho mais atualizado, que acompa-nhe a modernidade da tecno-logia. Porém, sua loja também é procurada por quem necessita de um aparelho mais simples, apenas para receber e fazer liga-ções enquanto está em trânsito.

O computador foi outra tecnologia que também se po-pularizou. É muito comum se ver estudantes pesquisando na internet para realizar trabalhos

ou simplesmente navegando em sites de relacionamento.

Segundo Edson Gonçalves Filho, que há mais de 20 anos trabalha com produtos de in-formática, os produtos mais procurados são os notebooks. “São produtos versáteis que oferecem maior desempenho e praticidade, pois você pode le-vá-lo a qualquer lugar”, afirma Gonçalves. O custo destes apa-relhos ainda é alto e os preços variam de acordo com a tec-nologia que cada um oferece, variando de R$ 2,5 mil a R$ 7 mil. O empresário acredita que

estes equipamentos são adquiri-dos por necessidade, pois após a globalização, a informática entrou firme no mercado de trabalho. “São poucos aqueles que utilizam a máquina para ostentar. As pessoas hoje têm computador por necessidade”, conclui Gonçalves.

Perigo onlineNem sempre a vida moderna

proporciona facilidades para o ci-dadão. Já são comuns as notícias de pessoas vítimas de hackers que podem praticar crimes na internet que vão desde roubo de senha de sites de relacionamentos e e-mails até a saques clandestinos nas pági-nas dos bancos. O professor da FEF Paulo Custódio de Oliveira teve sérios prejuízos por causa de um crime virtual.

“Entraram em minha conta corrente pela internet, levaram

R$ 5 mil disponíveis em cheque especial e fizeram um emprés-timo de R$ 2 mil que poderia ser feito online mesmo”, conta Custódio, que depois foi ressarcido pelo banco.

Apesar do incidente, o professor não culpa a tec-nologia. Ele aprendeu que hoje todos nós estamos su-jeitos a nos tornarmos víti-

mas. “Este novo mundo não possui regras explícitas, falta ca-

pacidade para administrar toda esta tecnologia. Seria interessan-

te considerar que tudo o que você coloca em seu computador é públi-co. É necessário cuidado”, conclui Custódio.

Os anti-tecnologiaEm tempos em que a tec-

nologia se tornou imprescindí-vel para muitos, ainda existem pessoas que praticamente a ignoram. Mesmo com todo o avanço das máquinas e da pro-paganda, esses “anti-tecno-logia” não se interessam por celular ou computador.

É o caso do metalúrgico aposentado Antonio de Assis Monteiro. “Não uso celular por falta de interesse. Quem quiser ligar pra mim, eu passo o número de minha casa. Se eu não estiver, basta deixar recado na minha secretária eletrônica. Se eu usasse celular estaria perdendo, pois me in-comodaria carregá-lo no bol-so”, argumenta.

Computador também não está nos planos de Monteiro, que nunca teve a curiosidade de visitar uma lan house. “Tem gente que gosta. Eu simples-mente não gosto”, enfatiza.

Page 10: Jornal O Quinto

10comunicação

Mídias digitais prometemmudar a vida em sociedadeInteratividade é o principal objetivo dos novos sistemas de comunicação digital

A TV digital é uma nova tecnologia de trans-missão de sinais de tele-visão que proporcionará gratuitamente ao telespec-tador melhor qualidade de imagen e som. Isso já é fato, mas o que muita gente não sabe é que esse processo não está ligada somente a uma imagem bonita na tela plana. As as-sociações de rádio e de TV, as emissoras e a sociedade em geral precisam enten-der a importância da digi-

talização no país.Implantar a TV e o

rádio digital leva tempo. As emissoras precisam de equipamentos específicos tanto para a produção quanto para a transmissão da sua programação. Os telespectadores necessitam de novos aparelhos ou adaptadores para receber o sinal digital e o Brasil, além de ser um país grande, ain-da sofre de uma imensa desigualdade social.

O Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) foi instituído em 23 de no-vembro de 2003 pelo De-creto 4.901, assinado pelo

presidente da República. Em dezembro de 2007, as emissoras da cidade de São Paulo se uniram para transmitir o sinal digital e, por enquanto, esse tipo de transmissão só se encontra na região metropolitana de São Paulo.

Segundo o professor Francisco Machado Filho, coordenador do curso de Jornalismo da Fundação Educacional de Fernandó-polis (FEF) e autor do livro “TV Digital: uma nova mídia e um novo modo de recepção em uma so-ciedade em rede”, o maior avanço da TV digital diz

respeito à interatividade. “Por meio da TV digital será possível comprar, par-ticipar de enquetes, acessar a internet e muitas outras coisas pensáveis e impen-sáveis no momento. Tudo através do controle remo-to, sem sair de casa”, argu-menta o professor.

Machado lembra ainda que as mídias digitais vão possibilitar o surgimen-to de novas vagas de em-prego, pois o mercado da informação deverá crescer e será necessária mão de obra especializada para produzir tecnologia e con-teúdo para este setor.

najila bissi

“Min

ha in

telig

ênci

artificial”Em plena época em que a opinião se

“compra” pronta, uma coisa é certa: as op-ções daqui para frente serão tantas, que o ser humano pelo menos vai ser obrigado a pensar qual opinião vai “comprar”. Paulo Custódio de Oliveira, professor de Filosofia da FEF, defende que a relação “ser huma-no – tecnologia” vai além dos princípios básicos da humanidade.

“Sem dúvida, mudaremos muito o con-ceito que temos do ser humano e das suas

formas de manifestação da inteligência. Sócrates acreditava que a inteligência

estava intimamente ligada à preser-vação da memória. Por isso não

gostava de escrever nada. Ele estava errado. Segui-

mos escrevendo como seu aluno Platão e criamos uma civiliza-ção extraordinária”, disse o professor.

Ele lembra ainda que a escrita salvou

Sócrates do esque-cimento e construiu o

Ocidente na forma que hoje o conhecemos. “Penso

que algo parecido irá acontecer conosco. As nossas crianças incor-

porarão o que hoje chamamos de ‘stress da vida moderna’ ao cotidia-no e seguirão suas vidas à revelia de nossos olhos arregalados de espanto. A inteligência deixará de ser a possi-bilidade de conexão entre elementos lógicos e se tornará outra coisa que não consigo nem imaginar”, relatou Oliveira.

O professor disse que ainda se tem dúvida sobre a velocidade de como as pessoas se adaptarão às novidades tecnológicas e que essa adaptação deverá depender muito das necessidades e das condições de cada indivíduo. “Mas já demos como certo que não haverá como

fugir desse fato: viver em um mundo cada vez mais tecnológico”, completa.

Projeto da FEF cria software para TV digital

Duas alunas e um professor do curso de Sistemas de Infor-mação da Fundação Educacio-nal de Fernandópolis desenvol-veram um trabalho ligado à TV digital. A pesquisa vem toman-do grande dimensão e já foi pu-blicada na revista Web-Mobile, (Ed.22, em janeiro de 2009). A WebMobile é uma publicação mensal sobre tecnologia e é al-tamente prestigiada há mais de dez anos.

O artigo publicado apresen-ta o desenvolvimento de sof-twares para TV digital e como essa nova mídia pode ser um novo ramo profissional para a área de tecnologia. A publica-ção tem o objetivo apresentar e ensinar aos desenvolvedores de software como criar uma apli-cação simples utilizando a API JavaTV e o emulador XLetView.

É válido para quem busca novas

áreas profissionais, pois a TV digital é uma realidade e para que exista a tão desejada inte-ratividade são necessários os softwares específicos para esta mídia.

Marcelo Murari, professor de Sistemas da FEF que coor-dena a pesquisa, diz que tal iniciativa partiu de um projeto de iniciação científica proposto às alunas Maria Inez Nobukumi e Barlandara Salvani Ferreira, do sétimo semestre do curso de Sistemas de Informação. Após a concretização do projeto, as estudantes foram convidadas pelos editores da revista para escreverem um artigo sobre o projeto.

Páginas da Revista WebMobile. Publicação é

derecionada para desenvolve-dores de software

Dezenove cidades já estão autorizadas a transmitir o sinal digital no Brasil. São José do Rio Preto é uma delas