jornal o lábaro - abril de 2012

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C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É “O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-o por sobre os telhados” (Mt 10,26). Distribuição Gratuita Ano CIII - Edição nº 2.113 - Abril 2012 www.diocesedetaubate.org.br O LÁBARO CURTA A PÁGINA DE NOSSA DIOCESE NO facebook.com/diocesedetaubate Pág. 8 e 9 Clero, fiéis e comunidade se preparam para debater objetivos cumpridos e conhecer novas diretrizes VAI COMEÇAR A ASSEMBLEIA DIOCESANA DE EVANGELIZAÇÃO E PASTORAL Tradicional Festa de São Benedito é realizada em cidades da região Pág. 16 Igreja Católica repudia decisão da Justiça contra o direito de nascer Pág. 14 Imagens da Mãe Peregrina são enviadas a missionários em Santo Antônio do Pinhal Pág. 7 Domingo é dia de celebrar o Senhor Jesus Pág. 13 Museu de Arte Sacra Dom Epaminondas oferece curso de restauração Pág. 3

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Page 1: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

1O LÁBAROComunicação a serviço da fé

• C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É •

“O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-opor sobre os telhados” (Mt 10,26).

Distribuição GratuitaAno CIII - Edição nº 2.113 - Abril 2012w w w. d i o c e s e d e t a u b a t e . o rg . b r

O LÁBARO

CURTA A PÁGINA DE NOSSA DIOCESE NO

facebook.com/diocesedetaubate

Pág. 8 e 9

Clero, fi éis e comunidade se preparam para debater objetivos cumpridos e conhecer novas diretrizes

VAI COMEÇAR A ASSEMBLEIA DIOCESANA DE EVANGELIZAÇÃO E PASTORAL

Tradicional Festa de São Benedito é realizada em cidades da região

Pág. 16

Igreja Católica repudia decisão da Justiça contra o direito de nascer

Pág. 14

Imagens da Mãe Peregrina são enviadas a missionários em Santo Antônio do Pinhal Pág. 7

Domingo é dia de celebrar o Senhor JesusPág. 13

Museu de Arte Sacra Dom Epaminondas oferece curso de restauração

Pág. 3

Page 2: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

2 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Todos os católicos enfrentaram, neste mês de abril, o grande desa-fio de compreender a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que sentenciou o direi-to ao aborto das gestantes de bebês anencéfalos. Foi um duro golpe, ocorreram diversas manifestações de repúdio e desagrado, mas, prin-cipalmente, intensificaram-se as orações para que os homens que fazem as leis entendam a condição que têm perante a vida: sem Deus, nada somos.

Sem Deus no coração, os ho-mens são falhos, cometem erros e seguem caminhos tortuosos. Mas – louvado seja o Senhor – nem to-dos os homens são assim. Muitos entendem que errar faz parte da natureza humana e, num ato de ca-ridade, rezam por seus irmãos que fecharam os olhos à dignidade e à vida. Ato contínuo, por mais duro que seja o baque, a vida tem seu curso e a Igreja não esmorece, con-vocando seus fiéis e representantes a colocar em prática as novas dire-trizes de evangelização, por meio de assembleias.

É chegada a hora de pensar no-vos caminhos, de assumir respon-sabilidades, de mostrar o quanto os cristãos podem fazer a diferença. E isso começa no seio de cada paró-quia, de cada membro da comuni-dade. O Secretariado de Pastoral convoca representantes de todos os Decanatos, de todas as pastorais, e acredita que, a partir de maio, a ação evangelizadora da Igreja no Brasil irá se fortalecer, porque este é o papel que se espera de todos. É essa a resposta que devemos dar àqueles que têm os olhos vendados para os abençoados projetos de Deus.

Se poucas vozes não foram ou-vidas anteriormente, muitas vozes farão a diferença daqui em diante. E é papel da imprensa estimular a multiplicação de vozes que irão ser ouvidas, levando a Palavra de Deus a quem precisa. Por isso, o jornal O Lábaro se coloca à disposição para multiplicar o clamor deste desafio.

Boa Leitura!!

Um dia, Jesus disse aos seus: “De-

sejei ardentemente este momento de

celebrar convosco minha Páscoa... (cf.

Lc. 22.14-15). Mandou prepará-la cui-

dadosa e amorosamente. De fato, assim

aconteceu, e vós bem o sabeis. Hoje,

aqui, Ele nos dirige palavras semelhan-

tes: “Desejo ardorosamente celebrar a

Eucaristia convosco... meus discípulos

e apóstolos. O que prometi outrora, Eu

vo-lo asseguro, também, hoje. Assumi

vossa parte e Eu estarei sempre convos-

co”. Já, há dois mil anos isto vem acon-

tecendo, e hoje aqui se repete.

Na Quinta-feira Santa, temos um

mandamento (o amor) e dois presen-

tes: o Sacerdócio e a Eucaristia. Para a

concessão dos presentes, Jesus preparou

um contexto adequado e criou um clima

contagiante: a última Ceia. No entanto,

o dom não requer apenas o amor do do-

ador, mas também o dos gratificados.

Deus é amor... (cf. 1 Jo 4.8.16) e nos

amou por primeiro (1Jo 4.10.19). Aliás,

Deus só pode agir plenamente por amor.

O amor é o “proprium Dei”, é sua es-

sência e forma de sua ação. “Amor est

diffusivum sui”, afirmavam os escolás-

ticos. Tinham razão. Ele é autodifusor.

O amor é como a energia nuclear divi-

na que não mata, mas difundindo-se,

é eternamente criadora e providente.

Deus sendo amor quer o mesmo dos

seus amados. Não sem razão diz o

povo: “amor com amor se paga... ou

melhor, se retribui”. Por isso, Jesus exi-

giu reciprocidade no amor. Usou um

imperativo: “Amai-vos uns aos outros

como eu vos amei...” (cf. Jo 13.34). Ele

repete “este é meu mandamento” (cf.

Jo 15.12). Só há base para a vivência do

cristianismo, onde, houver amor. Por

isso, afirma São Paulo: “O amor é o vín-

culo da perfeição” (cf. Cl 3.14). Isso nos

deveria preocupar mais: sem a vivência

do amor não só, não partimos de Cristo,

como exigem nossas Diretrizes, como

ainda O traímos. Precisamos, portanto,

de conversão.

O Sacerdócio é outro dom de amor

de Cristo: do Seu coração. Chamou os

que quis... para permanecerem com Ele

e para enviá-los (cf. Mc 3.13-15). Ele

os fez participantes do seu Sacerdócio

(cf. Hb 8,1). Jesus mesmo não se atri-

buiu o título de sacerdote, mas toda sua

vida foi sacerdotal. Nós, se não cuidar-

mos, podemos até gozar do título, sem

autenticamente, participarmos de sua

missão sacerdotal. Ele – Jesus – é, aliás,

ao mesmo tempo Sacerdote, Sacrifício

e Altar. É o Cordeiro Pascal (l Cor 5.7)

– alcançou nossa redenção pelo sangue

seu derramado (cf. Rm 5.9; Cl 1.20; Ef

1.7). A morte na cruz é seu sacrifício, ou

culto supremo. É a partir da cruz que co-

meçou a atrair todos a Si (cf. Jo 12.32).

Sua oração, antes da morte, é chamada,

com razão, oração sacerdotal (Jo 17).

Na Epístula aos Hebreus: “Jesus é deno-

minado o único, e definitivo sacerdote

(cf. Hb 7.20-26), o único verdadeiro me-

diador da nova aliança (cf. Hb 8.6-13;

10,12-18).

Sendo santo e tendo entrado no san-

to dos santos, como Filho de Deus, só

Ele pode santificar. Deste sacerdócio,

nós participamos, não por mérito, mas

por graça e para o bem dos outros. Por

isso, a Quinta-feira Santa quer ser um

dia de reflexão sobre o exercício de nos-

sa missão. O mestre ofereceu sua vida

dizendo: “sacrifícios e oblações não

quiseste”. Então me deste um corpo:

“eis me aqui para fazer a tua vontade,

ó Deus!!” (cf. Hb 10.5-10). Nosso sa-

cerdócio não é herança como o antigo,

nem oferecimento de coisas. É oferecer-

se com e como Cristo para a glória do

Pai e salvação da humanidade.

Só o amor tudo explica: a criação, a

encarnação, a salvação e a Eucaristia.

Esta é o dom dos dons. Não podendo

dar mais, deu-se como alimento para

nossa peregrinação terrena. Veio ao

nosso encontro pela encarnação. Cami-

nha conosco nas estradas da vida. É nu-

trimento e viático da peregrinação. Por

isso, para deixar-nos a Eucaristia, nos

deu antes o Sacramento do Sacerdó-

cio... “Hoc est enim corpus meum... hoc

facite in meam comemmorationem”

(cf. Lc 22.19). O que Jesus fez antes de

morrer, na última Ceia, mandou que os

seus fizessem depois, até a consumação

dos séculos: “Fazei isto em memória de

mim... até que eu volte” (cf. 1 Cor 11.24-

26). Como é grande o poder sacerdotal.

Podemos pela graça recebida de Cristo,

tornar o pão, o corpo do Senhor, e pelo

perdão dos pecados, salvar alguém da

condenação. Podemos, pelo anúncio da

Palavra divina, dar novo sentido à vida

dos que não o tem mais. Infelizmente,

nem sempre temos consciência do que

somos e podemos fazer.

Por isso, na Quinta-feira Santa, a

Igreja reúne o presbitério em redor do

Bispo – sinal de fraternidade – e da Eu-

caristia – sacramento de unidade, para

reafirmar nosso juramento de fidelidade,

como profetas da Palavra, guardas da

Eucaristia e bons pastores do rebanho.

Segundo São João, Jesus começou a

reforma do antigo culto pelo templo (cf.

Jo 2.13ss ). E hoje? Bem, hoje, Ele quer

verdadeiros discípulos que se tornem

autênticos missionários, qualificadas tes-

temunhas e santos sacerdotes que prece-

dam o rebanho no discipulado e não o

preocupem ou envergonhem pelo mau

exemplo. Jesus iniciou um novo e defini-

tivo sacerdócio, abandonando o antigo.

Como conclusão, dirijo-me aos Pa-

dres: Nossa vocação é grande e dom

gratuito, mas a fidelidade pode e deve

ser pedida pela oração e pelo exercício

amoroso da missão. A vocação de to-

dos os cristãos é importante, mas a dos

pastores e guardas do povo sacerdotal é

fundamental para o crescimento da san-

tidade cristã. O guarda não pode desfa-

lecer em sua função. E vós, queridos

irmãos leigos, não nos fustigueis apenas

com críticas mordazes, mas ajudai-nos

com vossas poderosas orações. Somos

todos membros do povo sacerdotal,

profético e regal. Parabéns a vós, Pres-

bíteros, pelo vosso dia, e felicidades aos

irmãos e irmãs leigos, bem como aos

consagrados (as), pela pertença à Igre-

ja. Seja o Tríduo Maior uma excelente

ocasião de penetrarmos profundamente

no coração de Jesus – nosso Salvador.

A VOZ DO PASTOR

Sobre a Quinta-feira Santa Dom Carmo João Rhoden, scj

EDITORIAL

- EXPEDIENTE

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA DIOCESE DE TAUBATÉAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070Diretor: Pe. Kleber Rodrigues da SilvaEditor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes, msj – MTE 62.839 / SPConselho Editorial: Pe. Kleber Rodrigues, Pe. Jaime Lemes, Pe. Silvio Dias, Pe. Rodrigo Natal, Mons. Marco Silva, Henrique Faria, Eliane Freire, Valquíria Vieira e Diego Simari.Revisão: Eliane FreireProjeto Gráfi co: Diego SimariImpressão: Katú Editora Gráfi caTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) E-mail: [email protected]

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opnião deste veículo.

O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Pensar além dos fatos

Page 3: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

3O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DA REDAÇÃO

Museu de Arte Sacra é o único a formar restauradores em SP

Para favorecer os tra-balhos de manutenção e de restauro do acervo do Museu de Arte Sa-cra Dom Epaminondas – MASDE, a Funda-ção Dom José Antônio do Couto, responsável pela administração e manutenção da enti-dade, formalizou uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Industrial – Se-nai – e está oferecendo, desde 2010, um curso gratuito de “Conserva-ção e consolidação em escultura de madeira policromada”, reali-zado em módulos que contemplam a prática do restauro em diferentes momentos.

A iniciativa surgiu durante a visita do empresário Paulo Antô-nio Scaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, ao museu há dois anos. “Percebeu-se a necessidade de revitalização do museu e pen-sou-se um curso que promovesse a dignidade humana, o resgate cul-

tural da arte e a inclusão social”, frisa Lilian Maria Costa Mansur Andrade, diretora executiva da Fundação. Pelo fato do empresá-rio ser também presidente do Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo, houve a indicação de parceria com o Senai de Sorocaba, entidade que possui professores de restauro arquitetô-nico. Após entendimentos entre os parceiros, deu-se início ao primei-

ro módulo do curso em Taubaté, com duração de seis me-ses e gratuitamente, graças ao apoio de empresas da região, que financiaram in-tegralmente os estu-dos realizados por alunos de baixa ren-da. Trata-se do úni-co museu no Estado de São Paulo que mantém uma escola de restauro em suas instalações.

Entre as atividades oferecidas no curso estão a conservação e consolidação em escultura de madeira

policromada, a prática do restauro, o douramento e o acabamento em madeira policromada, que são re-alizadas, em parte, no laboratório de restauro que fica no prédio da Mitra Diocesana de Taubaté. São três módulos intensivos, com aulas de manhã e à tarde, de segunda a sexta-feira, daí a necessidade de fi-nanciamento por meio de empre-sas da região. Além da professora Cristiana Cavaterra, que é esculto-ra e restauradora e ministra aulas práticas e teóricas no curso, os alu-nos receberam ensinamentos dos professores do Senai de Sorocaba, Júlio Barros e Antônio Barros.

O artista plástico Paulo Hen-rique dos Santos foi aluno do primeiro curso de restauro, deno-minado “Conservação e conso-lidação em escultura de madeira policromada”, em módulos que permitiram assimilar diferentes etapas da restauração. Ele se inte-ressava por artes plásticas desde a adolescência e, antes de completar 24 anos, quando fazia um curso de espanhol na Escola Municipal do Trabalho, em Taubaté, viu um folheto de divulgação do curso de restauro em um mural de avisos. Paulo procurou o Senai, fez sua

inscrição e começou a frequentar as aulas em 2011. As primeiras lições tratavam da His-tória da Arte e depois vieram as atividades práticas, com visitas ao museu e aprendizado sobre higienização a seco das imagens sa-cras. O primeiro mó-dulo teve duração de seis meses e, ao final, houve até formatura.

Com dedicação, Paulo demonstrou habilidades que resul-taram em um convite para que fizesse parte da equipe do Museu de

Arte Sacra Dom Epami-nondas. Hoje, ele é assistente ad-ministrativo, auxiliando a direto-ra, a historiadora Olga Rodrigues Nunes de Souza, e monitorando as visitas ao museu. “Estou muito grato, pois o que faço é prazero-so”, destaca Paulo. “O museu faz parte da minha vida e é sinônimo de felicidade e de satisfação, pois trabalho com pessoas maravilho-sas”. O artista agora se dedica ao curso técnico de Artes Visuais na Escola Municipal de Música, Ar-tes Plásticas e Cênicas “Maestro Fêgo Camargo”, com duração de três anos e financiado por uma benfeitora que apóia o Museu. “A partir do curso de restauro, me in-teressei pela Arte Sacra e criei ape-go. Foi enriquecedor e me abriu portas no mercado de trabalho”, ressalta Paulo, que pretende dar continuidade à sua formação cur-sando uma faculdade na área.

A terceira turma do curso de restauro do Museu de Arte Sa-cra Dom Epaminondas tem iní-cio no primeiro semestre de 2012 e mais informações podem ser obtidas na Fundação Dom José Antônio do Couto, pelo telefone (12) 3622-6448.

Parceria entre Fundação Dom José Antônio do Couto e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial mantém uma escola de restauração em Taubaté

O laboratório de restauro é uti lizado para as aulas do curso de conservação

Paulo Henrique dos Santos é assistente administrati vo do MASDE

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O LÁBAROComunicação a serviço da fé4

No mês de maio, dedicado pela devoção popular a uma particular veneração de Nossa Senhora, é importante recordar o lugar que ela ocupa na exposição doutrinária do Concílio Vaticano II.

Para muitas pessoas, talvez possa parecer que a Virgem Ma-ria foi esquecida pelo Concílio. A maioria dos católicos, lastimavel-mente, jamais leu qualquer dos documentos tão ricos e importan-tes promulgados por aquela as-sembleia de Bispos do mundo in-teiro, convocada há 50 anos pelo saudoso Pontífice João XXIII.

Nossa Senhora foi objeto do importante capítulo VIII da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. Este capítulo traz por título: “A Bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja”.

Pode-se dizer que este capítulo abre diante de nossos olhos e de nossos corações um magnífico tratado de Mariologia. Quem o lê e medita, toma conhecimento de tudo o que se deve saber, à luz da fé, sobre a Mãe de Deus.

Nossa Senhora – mostra-nos o Concílio – está intimamente relacionada com Cristo e com a Igreja. Por isso, também, intimamente relacionada com a nossa salvação.

Relacionada com Cristo, como nos lembra o Concílio: “Deus benigníssimo e sapientíssimo, querendo realizar a Redenção do mundo, “quando veio a plenitude dos tempos, enviou seu Filho, feito da mulher [...] para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gal 4, 4-5). Esta mulher

é Maria, dita, por isso, “Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo.”(LG n. 53)

Relacionada também com a Igreja: “porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os filhos que são membros da Cabeça que é Cristo.” (LG n.54)

“Por isso, o Sacrossanto Sínodo, ao expor a doutrina sobre a Igreja, na qual o divino Redentor opera a salvação, quer esclarecer com empenho tanto a missão da Bem-aventurada Virgem Maria no mistério do Verbo Encarnado e do Corpo Místico, como os deveres dos homens remidos para com a Mãe de Deus, mãe de Cristo e mãe dos homens, mormente dos fiéis” (LG n. 54).

Foi tudo isto – o essencial da doutrina sobre Nossa Senhora – que o Concílio Vaticano II expôs sobre Maria. Uma visão panorâmica, ampla, profunda, que nenhum cristão católico (e oxalá também os cristãos separados) pode deixar de ler, no capítulo VIII da Constituição dogmática Lumen Gentium.

O Concílio Vaticano II não podia deixar de expor a doutrina sobre a Mãe de Jesus. E a expôs com clareza, mostrando as suas relações com Cristo e a Igreja. É muito importante que todos os católicos leiam, e principalmente os Sacerdotes, neste mês de maio, dedicado pela devoção popular à Nossa Senhora, o referido capítulo VIII de Lumen Gentium.

SOB O OLHAR DA FÉ

Maria no Concílio Vaticano IID. Antônio Affonso de Miranda, sdn*

*Dom Antônio Aff onso de Miranda é bispo emérito de Taubaté e membro da Acadêmia Taubateana de Letras

PONTO DE VISTA

Como você viveu sua Páscoa este ano?

“Estou seguindo o Retiro Popular elaborado por Dom Alberto Taveira Corrêa, que trabalha o tema ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo’. Para mim, foi um preparo essencial na Semana Santa para caminharmos na luz de Cristo, na Páscoa da ressurreição em família”.

SILVIA MARIA FREIRE DE OLIVEIRAEquipe Pastoral Litúrgica da Paróquia do Senhor Bom Jesus de Tremembé

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“Como Jesus fez o extraordinário da ressurreição, eu estou buscando ser, no mundo, também extraordinária. Porque é preciso fazer a diferença”.

MARIA JOSÉ FARIA DOS SANTOS Mitra Diocesana

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“Foi uma Páscoa de reflexão e de agradecimento, além de muita oração, porque é o momento em que a gente mais se prepara rezando, além de comer bastante chocolate”.

VALQUÍRIA VIEIRAParóquia Nossa Senhora do Belém

ERRATA Pedimos desculpas ao autor e aos leitores pelo crédito inde-vido da matéria da página 14, da edição de março do jornal O Lábaro. O texto Especial com o título “Quem defenderá o indefeso?” é de autoria do professor Hermes Rodrigues Nery, e não do seminarista Kleber Santos Jr., como grafado equivocadamente na edição.

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O LÁBAROComunicação a serviço da fé 5

“Aos pés do Cristo Redentor, com a visão panorâmica do Vale do Pa-raíba, avistando os contrafortes da Serra da Mantiqueira, no ocaso da tarde que leva a luz embora e traz a noite… É assim que estamos re-zando neste local, com tranquilida-de. Tudo é sugestivo, convida-nos a meditação…”

Foram com essas palavras ins-piradas e poéticas que o Bispo Diocesano Dom Carmo João Rodhen iniciou a Celebração Eu-carística em Ação de Graças pela Inauguração das novas instala-ções do Seminário Diocesano de Filosofia Santo Antônio e do Convívio Propedêutico São José.

A capela, dedicada à Nossa Senhora da Paz, fica aos pés do monumento do Cristo Redentor e foi o local da Santa Missa Sole-

ne, que teve a concelebração dos Padres Alan Carvalho, Roger Matheus, Marcos Crescêncio, Vicente Batista, José Andrade, Monsenhor Clair Pedro e Cô-nego José Luciano; além dos reitores dos Seminários da Filo-sofia e da Teologia, respectiva-mente, Padre Antônio Fernando da Costa e Padre Ethewaldo L. Naufal Júnior.

No último dia 26 de março, na Solenidade da Anunciação do Senhor, o sino do Seminário badalou na nova casa pela pri-meira vez, que foi devidamente adaptada em suas instalações para receber os formandos, fru-to de empenho de vários leigos e padres, sendo administradas pe-las mãos do Ecônomo da Mitra Diocesana de Taubaté, o Cônego

José Luciano.Ao término da celebração,

Padre Junior, que é reitor da Teologia, entregou uma imagem do Bom Pastor ao Padre Antônio Fernando, que pé reitor da Filosofia e do Propedêutico, em sinal de comunhão. “Somos duas casas, mas um só coração”, enfatizou o reitor da Teologia.

O seminarista do 2º ano de Filosofia, Tomás Ranieri, proferiu um belo discurso de agradecimento. Suas palavras foram concluídas com essa oração: “Ao Senhor da história pedimos. Dai-nos a força, e as graças necessárias, para escrevermos a história tal como Sua vontade o deseja. Para, no espaço e no tempo, colaborar para dar aos irmãos, um pouco mais em suas vidas, sentido e

gosto de eternidade”.Das mãos do primeiro Bispo

Diocesano, Dom Epaminondas Nunes, criava-se o Seminário Diocesano de Filosofia ‘Santo Antônio’ há 102 anos, quando suas instalações se mudam para o local onde foi residência de Dom Francisco Borja do Ama-ral, situada atrás do Monumen-to do Cristo redentor, no bairro Alto São Pedro.

“Os frutos das sementes lançadas e amadurecidas na vida de tantos jovens que passaram pelo Seminário, foram e continuam a ser, para a Igreja, motivo de júbilo, pela escola do serviço e da caridade que este seminário se propôs a ser”, concluiu o seminarista Tomás.

Seminário Diocesano inaugura novas instalações

SEMINÁRIO

*Rodrigo Fernandes é seminarista do Seminário Diocesano de Filosofi a Santo Antônio

Rodrigo Fernandes*

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6 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE EM FOCO

Encontro Diocesano de Liturgia vai celebrar a Palavra

Com o tema “A Palavra celebrada – ritos e ritmos da liturgia da Palavra”, o Encontro Diocesano de Liturgia acontecerá no dia 17 de junho de 2012. São convidados os coordenadores paroquiais de liturgia, os coordenadores paroquiais de canto ritual e os responsáveis pela montagem de slides usados nas projeções de Data-show nas celebrações das comunidades que se utilizam

deste meio audiovisual. Mais informações podem ser obtidas e a inscrição pode ser feita na reunião mensal da Comissão Diocesana de Liturgia.

Para receber diariamente atualizações pertinentes ao momento litúrgico em que vivemos, é possível visitar, curtir e compartilhar a página da Comissão Diocesana de Liturgia no Facebook. Trata-se de um espaço de formação e informação pelas redes sociais.

Pastoral da Juventude de Taubaté realiza evento

No domingo, 15 de abril, esti-veram reunidos no Centro Pasto-ral Santa Terezinha, em Taubaté, 40 jovens lideranças de grupos de base, que avaliaram a cami-nhada do grupo junto à Pastoral da Juventude, estudando a visão da Igreja para a Evangelização da Juventude sob a ótica do Do-cumento 85 da CNBB: “Evange-lização da Juventude – Desafios e perspectivas pastorais” e pro-pondo e planejando novas ideias para os trabalhos nas Paróquias, Decanatos e na Diocese.

O dia se iniciou com a oração do Ofício Divino da Juventude, trazendo para junto dos jovens o Jesus ressuscitado na presença do Círio Pascal, que permaneceu aceso em todos os momentos du-rante todo o dia. Na primeira fala do dia, trabalhou-se o VER a rea-lidade. Foi apresentada aos jovens a maneira de evangelizar da Pasto-ral da Juventude, sua organização e os projetos que desenvolve. Após a fala, reunidos em seus próprios grupos, os participantes foram convidados a apontar semelhan-ças, diferenças, dificuldades e tra-balhos já desenvolvidos.

O final da manhã foi o mo-mento do JULGAR, no qual os jovens foram apresentados às palavras da Igreja para a Evan-gelização da Juventude, a partir do Documento 85. Conheceram suas linhas de trabalho, orienta-ções e pistas de ação. Após esse

momento de estudo, os jovens foram encaminhados para o al-moço no próprio local.

A tarde se iniciou com uma apresentação sobre planejamen-to participativo para iluminar o momento do AGIR, em que os jovens aprenderam as etapas de um planejamento e sua elabora-ção. Após a explanação, foram divididos em grupos, por De-canato, para que discutissem e propusessem ações a serem de-senvolvidas na Paróquia, no De-canato e no âmbito Diocesano. Essas ações foram partilhadas com todos em um momento de plenária.

Visando aumentar a partici-pação e integração dos jovens com a Pastoral da Juventude da Diocese, foi apresentado o calen-dário de atividades para 2012, contendo datas de eventos Dio-cesanos, Regionais e Nacionais. Na oração final, os jovens acen-deram suas velas na chama do círio e colocaram seu compro-misso pessoal junto à juventude. Também receberam o subsídio nacional da Pastoral da Juventu-de “Somos Igreja Jovem”, para que possam estudar mais sobre a Pastoral da Juventude. Orga-nizada pela Comissão Diocesa-na da Pastoral da Juventude, o evento é bimestral e denomina-do Ampliada, sendo dividido em avaliação, estudo e integração com as bases.

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Page 7: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

7O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE EM FOCO

Campanha da Mãe Peregrina em Santo Antonio do PinhalNo dia 17 de março, às

19 horas, foi celebrada uma Missa na Matriz de Santo Antonio, em Santo Antônio do Pinhal (SP), pelo pároco Pe. Edson Carlos A. Rodri-gues, na qual foi realizado o envio dos missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt que estavam reassumindo a missão de le-var a Mãe Rainha às famílias daquela cidade.

Foi uma celebração muito bonita e, na procissão de en-trada, houve participação dos missionários com seus Santu-ários. Na homilia, o Pe. Ed-son destacou a importância do Movimento na Paróquia, e também de como é impor-

tante o trabalho na missão. “É preciso ser feito com ca-rinho, dedicação e fidelidade. Afinal, vocês estão assumin-do um compromisso com a Mãe e seu filho Jesus”, disse o pároco. Foram enviados 20 Santuários de famílias e um Santuário de infanto-juvenil.

Antes do envio foi reali-zado um Encontro de For-mação para os missionários, pelo Rui e Ângela Sacramen-to, da equipe diocesana da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt de Taubaté, para conhecimento e cons-cientização do trabalho na missão que irão realizar.

Vale a pena ressaltar que a Campanha já existia na ci-

dade e, no fim do ano passa-do, foram recolhidas todas a Imagens Peregrinas, e enca-minhadas para o secretariado de Atibaia, onde foi feita a restauração ou troca. Foram

refeitas as listas dos missio-nários e, para agradável sur-presa, aumentou o número de Imagens que irão pere-grinar em Santo Antônio do Pinhal.

A Paróquia Nossa Senhora da Boa

Esperança, em Caçapava, realiza a

festa de sua Padroeira de 28 de abril a

20 de maio, na Vila Santa Isabel. No

último dia, na solenidade da Ascen-

são do Senhor, haverá a visita da ima-

gem peregrina do Divino Pai Eterno

de Goiás trazida, pelo Padre Reden-

torista Robson de Oliveira.

O evento conta com shows e quer-

messe no pátio da Igreja, com os ar-

tistas Paulo & Rafa (05/05), Silvio

Brito (12/05), Zé Rubens & Guilher-

me (19/05) e Peleco (20/05), entre

outros nomes da região, e ainda uma

balada cristã para jovens, com início

sempre às 20h30.

O grande dia da festa terá inicio às

6h com alvorada festiva, missas às 7h

e às 10h, além da Adoração ao San-

tíssimo Sacramento e a solene procis-

são às 16h30, culminando com Santa

Missa solene de encerramento das fes-

tividades às 17h30, no Campo Beira

Rio, com o Padre Robson de Oliveira.

Caçapava recebe visita da imagem peregrina do Divino Pai Eterno

Page 8: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

8 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

A Assembleia Diocesana de Evangelização e Pastoral acon-tece no dia 5 de maio, das 7h30 às 13h, na Residência Teológi-ca Cura D’Ars, em Taubaté, tendo como tema o Plano Dio-cesano de Evangelização e Pas-toral. Trata-se de um momento em que a Diocese de Taubaté, com representantes convoca-dos pelo Bispo Dom Carmo João Rhoden, scj, se reúne para discutir a caminhada pas-toral e as atividades da Ação Evangelizadora na Igreja.

Por meio dos padres, diá-conos e representantes das paróquias, das pastorais, dos movimentos religiosos e dos organismos que compõem a Diocese, o Secretariado Dio-cesano de Pastoral elabora um plano, tendo como ponto de partida Jesus Cristo, dando ênfase às urgências da evan-gelização e solicitando o com-promisso de unidade de todos os envolvidos. A cada quatro anos, a Igreja prepara as Dire-trizes Gerais da Ação Evange-lizadora no Brasil e, em maio de 2011, essas diretrizes foram aprovadas durante a 49ª As-

sembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e apresentadas no Do-cumento 94. “Da parte da Dio-cese, há o esforço em organizar o plano e as ideias, e agora cabe a cada paróquia concretizar o plano”, ressalta o Padre Kleber Rodrigues, coordenador dioce-sano de Pastoral.

A previsão é de que 150 pes-soas participem da assembleia, para votar e aprovar o Plano Diocesano de Evangelização e Pastoral 2012-2015, a partir das cinco urgências da Igreja no Brasil, presentes no Docu-mento 94, que são: 1) A Igre-ja em estado permanente de missão; 2) A Igreja como casa da iniciação à vida cristã; 3) A Igreja como lugar da animação bíblica da vida e da pastoral; 4) A Igreja como unidade de co-munidades; e 5) A Igreja a ser-viço da vida plena para todos. “Penso que nossa Diocese têm a urgência de encontrar um caminho de ação pastoral que promova a unidade eclesial na diversidade da nossa Igreja particular”, avalia Pe. Kleber.

As Diretrizes Gerais da

Ação Evangelizadora no Brasil apontam para o compromis-so evangelizador da Igreja no Brasil e manifestam, por meio das cinco urgências, o caminho discernido, à luz do Espíri-to Santo, como resposta a um tempo de pro-fundas trans-formações. Em c o n t i nu i d a d e com as orienta-ções de toda a Igreja, elas as-sumem o espí-rito do Conse-lho Vaticano II e acolhem, de modo especial, as conclusões da Conferên-cia de Apare-cida, no desejo de que elas se c o n c r e t i z e m em ações evangelizadoras, ca-pazes de suscitar o fascínio por Jesus Cristo e o compromisso pelo Reino de Deus e sua jus-tiça. “A Assembleia para evan-gelização na Diocese é muito

importante, para que possamos entrar em sintonia com as Igre-jas do Brasil. A CNBB sugere as Diretrizes gerais e cada Dio-cese a porá em prática de acor-

do com sua rea-lidade”, destaca Maria Etelvina Gil, coordena-dora diocesana de Cateque-se. “O que não podemos per-der de vista é que realmente precisamos le-var a sério a evange l i zação na formação de discípulos m i s s i o n á r i o s , c o m p r o m e t i -dos, engajados e apaixonados por Jesus Cris-to”.

Em anos an-teriores, outras assembleias fo-ram realizadas em atendimento ao Plano Diocesano de Evange-lização, que foi concretizado pelas comunidades com escolas da fé, com círculos bíblicos,

ASSEMBLEIA DIOCESANA VAI PROMOVER AÇÃO EVANGELIZADORA NA DIOCESEDiretrizes Gerais divulgadas pela CNBB são referência para as pastorais no quadriênio de 2011 a 2015

“Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

no Brasil apontam para o compromisso

evangelizador da Igreja no Brasil e manifestam, por meio das

cinco urgências, o caminho discernido,

à luz do Espírito Santo, como

resposta a um tempo de profundas

transformações”

Page 9: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

9O LÁBAROComunicação a serviço da fé

com formações litúrgicas e catequéticas, entre outras ações, enfim, cada qual em sua realidade e necessidade, formando os agentes de pastoral e o povo em geral, e cada vez mais entendendo o sentido de pertença, do que é ser realmente parte de uma comunidade fraterna. “Há vários anos nos são apresentadas as Diretrizes e o que a Diocese pretende. A meu ver, estamos aos poucos atingindo este intento, cada qual ciente de seu papel a ser desempenhado. Acho que já demos bons passos, e sabemos que só com planejamento, organização, estudo, oração e testemunho, conseguiremos atingir a todos. Que Jesus Ressuscitado seja nossa força!”, enfatiza Maria Etelvina.

Para a Diocese, a expectativa é de que a evangelização seja efetiva, que os membros da comunidade se sintam motivados por mais uma tentativa de realizar o Plano Diocesano de Evangelização e Pastoral 2012-2015. “Estamos confiantes de que haja, por parte da Diocese, uma boa assimilação de todo o projeto e um compromisso da parte de todos para a realização em cada realidade paroquial”, afirma Pe. Kleber. “A Diocese apresente as linhas gerais e vai depender de cada um de fato assumir e trabalhar isso em sua Paróquia”.

ESPECIAL CNBB

Realizada pela quarta vez em Aparecida (SP), que desde o ano passado se tornou sede oficial do encontro anual da Conferên-cia Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB), a 50ª Assembleia Geral da entidade aconteceu de 18 a 26 de abril, no Centro de Eventos do Santuário Nacional da Padroeira do Brasil e reu-niu 335 bispos. O tema central foi “Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”, para uma reflexão sobre a Bíblia como instrumento de evangelização. Além do cinquentenário, o episcopado comemorou tam-bém os 60 anos da CNBB e os 50 anos do início dos trabalhos do Concílio Ecumênico Vati-cano II (1962-1965).Segundo o artigo 27 do Estatuto Canônico da CNBB, a Assem-bleia, órgão supremo da CNBB, “é a expressão e a realização maiores do afeto colegial, da comunhão e co-responsabili-dade dos Pastores da Igreja no Brasil”. Reúne-se ordinaria-mente, uma vez por ano e, ex-traordinariamente, quando para fim determinado e urgente, sua convocação for requerida, para tratar de assuntos pastorais de ordem espiritual e de ordem temporal e dos problemas emer-gentes da vida das pessoas e da sociedade, na perspectiva da evangelização. O artigo 33 do Estatuto Canônico da CNBB

diz que “todos os membros da CNBB são convocados para a Assembleia Geral”. Também podem ser convidados os bispos eméritos e bispos não-membros da CNBB, “de qualquer rito, em comunhão com a Santa Sé e ten-do domicílio canônico no País”.Em 2012, os Bispos se dedica-ram a diferentes temas, entre eles, a trajetória dos 50 anos de Assembleias Gerais da CNBB, a conjuntura política, social e econômica do Brasil e os pre-parativos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), prevista para a última semana de julho de 2013 no Rio de Janeiro. O Papa Bento XVI, que comple-tou 85 anos em 16 de abril, virá ao Brasil para participar da Jornada em sua segunda viagem ao País, depois de ter visitado o Santuário Mariano em maio de 2007.A CNBB divulgou, no último dia da 50ª Assembleia Geral, um comunicado sobre as elei-ções municipais deste ano, em que pede que a Lei da Ficha Limpa também seja aplicada para o preenchimento de car-gos comissionados nas prefei-turas. Em mensagem divulgada pelo episcopado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil aconselha aos eleitores atenta-rem para o currículo dos can-didatos, “que têm de ter ficha limpa”. O presidente da CNBB,

Cardeal-arcebispo de Apareci-da Dom Raymundo Damasceno Assis, recomendou a leitura de cartilha preparada pelo Conse-lho Nacional do Laicato Brasil, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câma-ra e Pastorais Sociais sobre as eleições, uma vez que os vo-tos “têm consequências para a vida do povo e para o futuro do País”. O texto aconselha a to-mar cuidado com “a santidade de pau-oco”, ou seja, com can-didatos que dizem defender a vida, a família e a moral cristã, mas praticam o nepotismo.De acordo com o presidente da CNBB, “há um desejo de toda a população de que a Ficha Limpa não seja aplicada só aos políti-cos, só aos candidatos a prefeito e vereador, mas todos aqueles que vão ocupar um cargo”. A CNBB é uma das entidades da linha de frente do Movimento de Combate à Corrupção Elei-toral (MCCE), que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas para propor o projeto de lei de iniciativa popular que resultou na Lei da Ficha Limpa aprova-da pelo Congresso e sancionada em 2010. Dom Raymundo Da-masceno Assis também afirmou que espera que os políticos ca-tólicos cumpram suas funções com responsabilidade e a servi-ço da comunidade.

Tema central da Assembleia Geral da CNBB em 2012 foi “Pa-lavra de Deus na vida e missão da Igreja”

O Padre Kleber Rodrigues é o coordenador Dio-cesano de Pastoral e irá comandar os trabalhos da Assembleia de Evangeliazação e Pastoral

Page 10: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

10 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

As injustiças da Justiça no Brasil

parecem multiplicar-se. Primeiro, o

Superior Tribunal de Justiça – STJ –

inverteu uma situação, culpando três

meninas de 12 anos por se prostitui-

rem, enquanto liberava um homem

adulto acusado de estupro por manter

relações com elas. Depois, o Supre-

mo Tribunal Federal – STF – desferiu

mais um golpe contra a vida nascente,

descriminalizando o aborto de crian-

ças anencéfalas.

Quem se serve da prostituição in-

fantil é cúmplice da violência pratica-

da por aquele que leva a criança a se

prostituir. Não pode ser considerado

inocente o adulto que paga por sexo

com criança, pois sabe que ela se

prostitui forçosamente, premida pela

necessidade e pela miséria, quando

não forçada por seus pais e ou paren-

tes. De qualquer modo, é consenso

em nossa sociedade que crianças, por

sua imaturidade, não são livres emo-

cionalmente para escolher. Daí a res-

ponsabilidade dos adultos.

Quanto ao aborto dos anencefá-

licos, endosso o protesto de Virgínia

Cavour, do Rio de Janeiro, publicado

no Painel do Leitor da Folha de S.

Paulo, no dia 12 de

abril: “Alguns ale-

gam que a gestante

deve ser livre para

optar, pois passa

por um sofrimento

indizível ao consta-

tar a espera de um

natimorto. Então

pergunto: E o bebê

– que não pediu

para nascer – não

sofre também ao ser expelido do úte-

ro materno com três meses ou mais

de vida? [...] Falam da dignidade da

mulher mãe. E quanto à dignidade do

bebê? Ela não existe?”.

Ela rebate assim, o argumento do

relator Marco Aurélio Mello ao dar

seu voto favorável ao aborto do bebê

anencéfalo, dizendo que ele “jamais

se tornará uma pessoa”. Ora, trata-se

de um bebê, filho de uma pessoa e,

portanto, uma pessoa! Senhor minis-

tro Marco Aurélio, o bebê anencéfalo

já é uma pessoa. Abortá-lo é privá-lo

de um direito de pessoa. O direito à

vida, garantido por nossa constitui-

ção.

Ao dar o seu voto favorável, outro

ministro do STF, Ayres Brito, decla-

rou ser lícito dar o “golpe de miseri-

córdia” em bebês anencéfalos. Segun-

do ele, abortá-lo seria um ato de amor

da mãe. Na verdade, o STF aprovou

a prática da eugenia. Qual será o pró-

ximo passo? Permitir o aborto dos be-

bês com Síndrome de Down?

É estarrecedor perceber a inversão

de valores. Enquanto algumas pesso-

as querem impedir o sofrimento de

animais e proteger as suas vidas – che-

gando mesmo a pedir leis que crimi-

nalizem a violência contra esses – ou-

tras (às vezes as mesmas), e a nossa

Justiça, aprovam a violência contra os

filhotes dos humanos. Qual vida vale

mais? A de um ser humano, criança

ou adulto, ou a de um animal? Se nos

comovemos com os argumentos dos

que querem proteger o ovo de um

animal em extinção, como concordar

com a extinção de uma vida humana

em formação?

Talvez seja por

isso que os tribunais

estão banindo o cru-

cifixo. A sentença

padecida por Jesus é

a maior injustiça co-

metida pela justiça

humana. A imagem

do crucificado é um

clamor constante

dos que foram injus-

tiçados pela razão

dos homens, a qual se arroga o dever

de substituir o consenso milenar da

inteligência humana, que apreendeu

o sentido moral adorando o Divino.

Consenso esse que os autoproclama-

dos “iluminados” consideram atraso

mental e superstição imatura. E, as-

sim, pretendem, a partir de seu arra-

zoado tido por moderno, ditar quem

tem e quem não tem direito de nascer

e de viver dignamente.

Qual vida vale mais?

REFLEXÃO

Pe. Silvio Dias*

Nunca é demais uma nova alusão

ao julgamento do STF no dia 12

passado, que tornou legal a prática

do aborto em casos de gestação

de crianças com anencefalia. Não

vamos mais discutir o mérito da

questão. Sob o poder da ditadura

da minoria, não há mais o que

fazer. A câmara máxima do

Judiciário brasileiro atropelou

todos os conceitos de democracia

para legislar, num atentado brutal

ao estado de direito, em cujo bojo

democrático legislar é tarefa do

Poder Legislativo e não do Judiciário.

O que o Judiciário poderia ter feito

seria julgar a constitucionalidade de

uma lei ou de um artigo dela, que já

existisse, mas nunca criar uma lei,

como foi o que aconteceu. Ou, se

não foi uma lei, terá sido um artigo

ou inciso que tornarão legal um

procedimento imoral.

Por muito menos que isso outras

nações se levantaram contra seus

ditadores e contra seus juízes e,

mesmo às vezes não logrando

êxito, fizeram valer a sua voz. Nós

não! Silenciamos todos sobre esse

abuso de poder e sobre a omissão

do poder legitimamente constituído

neste fato. A nação brasileira está

absolutamente alheia à usurpação de

seus direitos por uma turma de oito

togados que se sentem semideuses.

Bem... Mas como dissemos no

início, não vamos mais tocar neste

assunto. No entanto, não podemos

nos furtar ao dever de extrair lições

de cidadania e brasilidade dessa

vergonha. Em nota divulgada pela

Conferência Nacional dos Bispos

do Brasil, há um questionamento

preocupante quando legisladores

ou magistrados se referem ao Brasil

como um “estado laico”. Nós já

vimos da boca do Presidente que

antecedeu à atual mandatária

da República, esse termo usado

levianamente para justificar a

incursão dos nossos manda-

chuvas por terrenos cavernosos

de imoralidade e falta de ética.

Querem transformar em lei o que a

Lei de Deus diz que não é moral.

Alegam que o Brasil deve ser regido

pelas leis dos homens e não pela Lei

de Deus.

Isso não deixa de ter seu lado

de verdade, apesar de nossos

legisladores terem colocado no

preâmbulo da Constituição brasileira

um detalhe jurídico – repito:

jurídico! – que passa despercebido:

“... promulgamos sob a proteção

de Deus a seguinte Constituição

da República Federativa do Brasil.”

Ou seja: o estado laico brasileiro,

constitucionalmente, se erige sob a

proteção de Deus.

Assim, aludir a um estado laico

para imiscuir-se do dever de ouvir a

voz da Igreja não passa, isso sim, de

discriminação religiosa, que é, sem

dúvida um atentado à lei, perpetrado

pelos homens que elaboram, que

julgam e que fazem valer a lei.

Tenho feito, com frequência,

alusões à ditadura das minorias.

Somos manipulados por minorias.

A moral da sociedade vai, em ritmo

galopante, se relativizando – o que

era imoral há dez anos, hoje não é

mais – porque uma meia dúzia de

gente sem escrúpulos diz que é assim.

Veja como exemplo, caro leitor, o

perfil das pessoas que fazem a nossa

televisão. Diretores, produtores,

atores e atrizes são, na maioria,

pessoas que não rezam o nosso

credo, abominam a moral católica

como uma prática ultrapassada e

não enxergam que a violência, a

pobreza, a dependência química, a

prostituição – não somente a sexual,

mas principalmente a política e

a econômica – são produtos do

relativismo do que eles chamam de

estado laico brasileiro.

Vamos pensar, pelo menos, na

nossa força de maior facção da

nossa sociedade, já que politizar

esse grande contingente de

brasileiros que se diz católico é uma

tarefa difícil, angustiante, inglória.

... Começando em nossa cidade,

que as eleições estão aí.

Estado laico e ditadura das minorias

DE OLHO NA REALIDADE

Henrique Faria*

*Pe. Silvio Dias é pároco da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda em Caçapava-SP

*Henrique Faria é colaborador leigo e responsável por esta coluna

“ Na verdade, o STF aprovou a

prática da eugenia. Qual será o próximo

passo? Permitir o aborto dos bebês com Síndrome de

Down?”

Page 11: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

11O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Missa Estacional ou Ponti� cal?

CATEDRAL

Mons. Marco Eduardo Jacob Silva*

Costumeiramente, sobretudo no tratamento mais informal, desig-namos as Missas solenes presidi-das pelo Bispo Diocesano, nos mo-mentos principais da vida litúrgica da Igreja, quiçá na Igreja Catedral, de Missa Pontifical. Tal incidên-cia não é por acaso, pois durante séculos tais celebrações foram as-sim designadas. De fato, por defi-nição, o Bispo no exercício do seu ministério é pontífice, isto é, exerce a missão de “ponte” entre Deus e a Igreja represen-ta, sobretudo na administração dos bens espirituais.

Uma consulta, mesmo que super-ficial, ao Cerimo-nial dos Bispos, nos fará ver que, a partir da reforma litúrgica determi-nada pelo Concí-lio Vaticano II, tal celebração não é mais assim desig-nada. Na verdade, não há uma ra-zão específica importante para tal alteração, fato que mesmo que as-sim o seja, popularmente a primei-ra forma de nomear a Missa sole-ne do Bispo da Diocese, sobretudo na sua Catedral, aparece em uso corrente e sinônima da atual. No entanto, ao se referir a essa impor-

tante manifestação da comunhão eclesial, os documentos litúrgicos a chamam de Missa Estacional.

O Cerimonial dos Bispos as-sim define a Missa Estacional: “A manifestação mais importante da Igreja local dá-se quando o Bispo, na qualidade de sumo-sacerdote do seu rebanho, celebra a Eucaris-tia, mormente na Igreja Catedral, rodeado de seu presbitério e mi-nistros, com a plena e ativa parti-cipação de todo o povo santo de

Deus. Esta Missa, chamada ‘estacio-nal’, manifesta, não somente a unidade da Igreja local, mas tam-bém, a diversidade dos ministérios ao redor do Bispo e da sagrada Euca-ristia” (n.119).

Assim, nos pró-ximos números, nos dedicaremos a apresentar as

características peculiares e mi-núcias da Missa estacional do Bispo, que é, por assim dizer, “a matriz”, considerados os diver-sos contextos, para a celebração solene da Eucaristia nas comuni-dades eclesiais.

*Mons. Marco Eduardo Jacob Silva é Pároco e Mestre de Cerimônias da Igreja Catedral

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“ A manifestação mais importante da

Igreja local dá-se quando o Bispo, na qualidade de sumo-

sacerdote do seu rebanho, celebra a

Eucaristia, mormente na Igreja Catedral,

rodeado de seu presbitério e ministros,

com a plena e ativa participação de todo o povo santo de Deus”

O Papa Bento XVI decidiu procla-mar um “Ano da Fé”, que começará no dia 11 de outubro de 2012 – no cinquentenário da abertura do Con-cílio Ecumênico Vaticano II e no ani-versário de vinte anos da publicação do “Catecismo da Igreja Católica” – e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de outubro de 2013.

Um dos objetivos do “Ano da Fé” é enfrentar o ‘analfabetismo religioso’ por meio de uma renovação catequética, para que a fé seja conhecida e cresça a unidade na Verdade. Se no mundo é difundida a infantilidade da fé, é preciso uma fé adulta. É preciso passar de uma fé acreditada para uma fé vivida. Como disse São Paulo: “...uma fé ativada pelo amor” (Gl 5,6).

Devemos nos reapropriar dos conteúdos da fé. Sem a Verdade não é possível ordenar valores, somos cegos no mundo, e da Verdade nasce a caridade. Necessário se faz conhecer profundamente a fé que professamos.

Vivemos no período pós-conciliar do Vaticano II (1962-65), cuja convo-cação está para completar 50 anos; o próprio Concílio já foi realizado sob o impulso de um espírito de renova-ção, para que a Igreja pudesse cum-prir sua missão de maneira adequa-da às circunstâncias atuais.

É desafio da Igreja e de cada cris-tão propor o bem da fé de forma re-novada para o mundo, pois a men-sagem cristã é uma mensagem do futuro. Ser cristão é extraordinário, pois não existe nada mais belo do que deixar-se guiar por Cristo.

Cabe a cada cristão redescobrir a belíssima herança da fé cristã, que nos assegura: Deus existe e é amor! Viver a fé cristã é ter relação familiar com Deus. Não estamos sozinhos neste mundo, abandona-dos à nossa sorte.

Ter fé e ser cristão, ou viver a nos-sa religião, é viver a dinâmica do encontro e da relação com Deus, na condição de filho de Deus. Podemos

nos relacionar com Deus, como um filho faz com seu pai, com toda sim-plicidade e confiança, como Jesus ensinou no “Pai Nosso”.

O que é a fé? O Catecismo da Igreja Católica diz: “Por sua revelação, o Deus invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como a amigos, e com eles se entretém para os convidar à comunhão consigo e nela os receber”(DV 2). A resposta adequada a este convite é a fé. Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus. Com todo o seu ser, o homem dá seu assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura denomina ‘obediência da fé’ esta resposta do homem ao Deus que revela” (n. 142-143).

Deus coloca diante de nós Seu projeto, Seu desígnio salvífico e nos convida a aceitá-Lo. De nossa parte, a resposta é um devolver a Deus essa mesma ‘coisa’, isto é, o projeto Dele, agora assumido por nós em liberda-de. Tal gesto se chama fé. Fé é, por-tanto, responder afirmativamente à proposta feita por Deus a nós.

Nesse diálogo e encontro entre o homem e Deus, no seio da humani-dade, a fé implica necessariamente compromisso de vida, de existência. A fé, conservando sempre sua es-sência, deve ser apresentada de uma maneira renovada quando tem de enfrentar novas situações, novas ge-rações, novas culturas. É importante o testemunho de nossas vidas como pessoas de fé, que colocam sua fé em prática, trabalhando pela justiça e pela caridade. Como escreveu Tia-go: “Meus irmãos, que adianta al-guém dizer que tem fé, quando não a põe em prática?” (Tg 2,14).

Uma fé que seja experiência de Jesus Cristo. É preciso fazer emergir as razões de crer, pois a fé não é cego fideísmo. Os sinais de mistério não são fórmulas matemáticas. A fé nos lembra que jamais nos encontrare-mos fora das mãos de Deus.

*José Pereira da Silva é historiador e professor

“Ano da Fé”: a crença aprofundada e vivida

MEMÓRIA

José Pereira da Silva*

Page 12: Jornal O Lábaro - Abril de 2012

12 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

O esquema e o estilo do Evangelho de Marcos

E A PALAVRA SE FEZ CARNE...

Pe. Mariano, scj*

O Evangelho de Marcos apresenta um esquema bem simples que pode ser resumido em três blocos.(1) Quem é o que está vindo? a) O anúncio do Messias por João Batista (Mc 1,1-1-8); b) Batis-mo e preparação da missão (Mc 1,9-13); c) A atividade de Jesus na Galileia (Mc 1,14 – 8,26).(2) Tu és o Messias: Pedro pro-fessa a fé em Jesus (Mc 8,27-28).(3) O Messias surpreendente - Filho do Homem, Servo So-fredor e Filho de Deus: a) Da Galileia a Jerusalém (Mc 8,30 – 10,52); b) Atividade de Jesus em Jerusalém (Mc 11,1 – 13,37); c) Paixão, morte e ressurreição de Jesus (Mc 14,1 – 16,20).

O estilo da nar-ração de Marcos é vibrante, cheio de ação, direto e dinâ-mico. No grego, o tempo verbal pre-sente aparece 151 vezes, e o tempo imperfeito, também aparece muitas ve-zes, e retratam a ação em desenvol-vimento e não sim-plesmente como um aconteci-mento. A narrativa de Marcos é cheia de emoções. Estas rea-ções estão espalhadas ao longo de todo o Evangelho, revelando

o sentimento e a emoção dos ouvintes de Jesus: “admirados” (1,27); “criticavam” (2,7); “me-drosos” (4,41); “aterrorizada e tremendo” (5,33); “perplexos” (6,14); “espantados” (7,37); “amargamente hostis” (14,1) e mais 22 referências deste tipo.

Marcos também registra ações e sentimentos de Jesus: “olhando em redor... com indignação” (3,5); “tomando a mão da menina” (5,41); “admirou-se da incredulidade deles” (6,6); “meteu-lhe os dedos nos ouvidos... tocou-lhe na língua” (7,33); “Jesus... arrancou do íntimo do seu espírito um gemido” (8,12);

“tomou o cego pela mão... cuspindo-lhe nos olhos” (8,23); “tomando-o pela mão, o ergueu” (9,27); “tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava” (10,16); “fitando-o, o amou e disse” (10,21).

Mc dá grande ênfase à ação, co-locando os ensina-

mentos de Jesus em segundo plano. Das 70 parábolas ou alocuções parabólicas regis-tradas em todos os Evange-lhos, Mc apresenta apenas 18

e, em alguns casos, algumas delas compreendem apenas uma frase. O bloco de “Pará-bolas” propriamente ditas res-tringe-se a 4,1-34. Ele dá mais espaço aos milagres do que os demais Evangelhos (20 dos 40 milagres registrados nos sinó-ticos).

Há dois aspectos relevantes de Marcos para a compreensão da Páscoa:

(1) OS MOMENTOS ALTOS DA PROCLAMAÇÃO DE FÉ EM JESUS, SENDO: a) Mc 1,1: “Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus”. Assim Mc ini-cia seu Evangelho para mostrar o que pretende anunciar.b) Mc 8,29: “Tu és o Messias!” Eis como Pedro proclama sua fé, quando Jesus interroga os discípulos sobre o que dele pensam. Pedro afirma a fé verdadeira, mas entende-a de modo errado, como se percebe na sequência da narração.c) Mc 15,39: “De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!” Esta afirmação é feita pelo centurião romano depois que vê a nobreza e a liberdade com que Jesus enfrenta a morte.

(2) REFLEXÃO SOBRE OS ANÚN-CIOS DE MORTE/RESSURREIÇÃO: proponho que você mesmo tome sua Bíblia e leia os textos dos

três anúncios de Paixão-Ressur-reição de Mc. Nossa linguagem nos trai quando nos referimos a eles como os “Anúncios da Paixão”. Como os discípulos da primeira hora, também nós, agora, não consideramos devi-damente a Ressurreição.

a) Mc 8, 31-33: Neste primei-ro anúncio, Pedro, que soubera afirmar a fé verdadeira em Jesus, mostra que a entendeu de for-ma errada. Por isso, repreende o Mestre, procura dissuadi-lo, desviá-lo do caminho. Assim, torna-se satanás e não entende as coisas de Deus. Pedro fala em nome dos Doze. Em segui-da, Jesus ensina sobre as condi-ções do seguimento (8,34-38).

b) Mc 9,30-32: No segundo anúncio, Jesus se retira porque precisa instruir os discípulos. Eles não entendem o que Jesus lhes ensina e têm medo de per-guntar. Depois, no caminho, discutem entre si quem seria o maior. Jesus aproveita e lhes mostra que precisam tornar-se como crianças (9,33-37).

c) Mc 10,32-34: Agora, Jerusalém está próxima. Jesus segue à frente, os discípulos estão espantados e medrosos. Em seguida, Tiago e João pedem-lhe os primeiros lugares. Jesus faz-lhes saber que isto não depende dele. Sabe, porém, que, se forem fiéis, hão de beber o mesmo cálice do Senhor.

*Pe. Mariano, scj é doutor em Teologia, Mestre em Bília e Provincial da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Provincia Brasil Central)

LEITURAS DOS DOMINGOS DE ABRIL

Dia 01 - Is 50,4-7 / Sl 21 (22) Fl 2,6-11 / Mc 15,1-39

Dia 08 - At 10,34a.37-43 / Sl 117 (118) Cl 3,1-4 / Jo 20,1-9

Dia 15 - At 4,32-35 / Sl 117 (118) 1Jo 5,1-6/ Jo 20,19-31

Dia 22 - At 3,13-15.17-19 / Sl 4 (5) 1Jo 2,1-5a / Lc 24,35-48

Dia 29 - At 4,8-12 / Sl 117 (118) 1Jo 3,1-2 / Jo 10,11-18

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“ Das 70 parábolas

ou alocuções parabólicas registradas em todos os Evangelhos,

Mc apresenta apenas 18 e, em

alguns casos, algumas delas compreendem apenas uma

frase”

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13O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Olga Óculos,20 anos, escrevemos juntos esta história!!!

www.olgaoculos.com.brTAUBATÉ - LOJA 1R: Jacques Félix, 601 - CentroTels.: (012) 3632-2979 / 3632-2993

TAUBATÉ - LOJA 2R: Visconde do Rio Branco, 345Centro - Tel.: (012) 3633-1242

PINDAMONHANGABARua dos Andradas, 330 - CentroTel.: (012) 3642-2873

CAMPOS DO JORDÃOR: Frei Orestes Girardi, 785Vila Abernéssia - Tel.: (012) 3662-5708

LITURGIA

O “primeiro dia da semana” tornou-se dia do Senhor – Do-mingo. Portanto, agora é do Se-nhor este dia! Isto significa: Este é um dia especial, “primordial”, no dizer do Concílio Vaticano II (SC 106), em que as comunidades cristãs, reunidas em assembleia, fazem esta experiência: O Senhor Jesus Cristo está vivo em nós, como diz São Jerônimo, cheio de entusiasmo: “O Domingo é o dia da ressurreição, o dia dos cristãos; é o nosso dia”.

Como celebramos este dia se-manal da Páscoa, chamado Do-mingo? Pelo descanso, pelo lazer, pela diversão – pois Jesus Ressus-citado se faz presente na vida de seus amigos por meio de todas es-tas realidades – e, sobretudo, pela Eucaristia, pois nela celebramos precisamente a memória daqui-lo é a essência mesma do dia do Senhor: Páscoa!... “Anunciamos, Senhor, a Vossa morte, e procla-mamos a Vossa ressurreição...”. É neste dia que Jesus continua a nos falar mediante a Palavra pro-clamada. Neste dia, os cristãos celebram a sua páscoa semanal, também pelo repouso, pois, pelo repouso dominical, que renova nossas energias, celebramos (evo-camos, simbolizamos) o repouso total que a Páscoa de Cristo nos garantiu a partir deste dia. Por fim, celebramos este dia como um dia de festa, por ser o dia mais bonito da semana: dia do Sol ver-dadeiro, dia da eternidade, dia do Espírito Santo que reúne e anima nossas assembleias, dia do Evan-gelho e da evangelização, dia da solidariedade pela visita aos do-entes e participação em mutirões, dia da própria natureza em festa recebendo nossa visita, como ex-pressou o Frei José Ariovaldo da Silva, ofm.

O domingo é tão especial que a celebração da Eucaristia desse dia se reveste de uma solenidade maior que a mesma Eucaristia

celebrada durante a semana. Os ritos iniciais e os ritos próprios da Liturgia da Palavra da celebração dominical externalizam a distin-ção que deve haver entre missa dominical e missa ferial. Eis, pois, os ritos que distinguem a celebra-ção solene da Eucaristia do Do-mingo dos demais dias de sema-na, segundo a Introdução Geral do Missal Romano a Introdução Geral do Elenco das Leituras da Missa e a Exortação Apostólica Verbum Domini de Bento XVI:• Procissão do Evangeliário du-rante a abertura da celebração e sua deposição sobre o altar, seja pelo diácono, seja pelo leitor, dife-rindo das missas feriais, que não apresentam este rito, visto que o Evangeliário contém apenas os Evangelhos dos domingos, sole-nidades e festas;• Eventualmente, o rito de asper-são que, aos domingos, poderá substituir o ato penitencial;• Canto do Glória exclusivamente aos Domingos – exceto nos tem-pos penitenciais – solenidades e festas, logo, erroneamente entoa-do nas missas feriais;• Mesa da Palavra mais “abun-dante”, com três leituras, diferin-do das missas feriais, que apre-sentam apenas a 1ª leitura e o Evangelho;• A conclusão Palavra do Senhor das leituras, com sua resposta, seja cantada pelo mesmo leitor ou mesmo por outro ministro, a fim da assembleia honrar a palavra de Deus recebida;• Procissão com o Evangeliário durante o canto do Aleluia, trans-ladado do altar ao ambão pelo di-ácono ou, na falta deste, por um concelebrante, ou então pelo pró-prio presidente da celebração;• Homilia mais esmeradamente preparada;• Profissão de fé;• Oração dos fiéis;• Momentos de silêncio após as leituras, o Evangelho e a homilia;

Com uma cor-reta valorização da missa dominical por meio da cele-bração de cada rito próprio deste dia solene, far-se-á a necessária distin-ção das celebrações feriais, mais sucin-tas, como convém a uma assembleia composta em sua maioria de cris-tãos, que procuram conciliar uma vida de espiritualidade com as demais rea-lidades de família, trabalho, estudo, e que, por todos es-tes motivos, tam-bém terão o alento de uma celebração eucarística mais rápida no decorrer da semana.

Todavia, não se pretende au-mentar a importância dos ritos nem colocá-los num pedestal de honra. São apenas ritos: eles va-lem, portanto, pela devoção inte-rior que os inventa, que os realiza, ou que eles suscitam. Uma cele-bração pode alcançar plenamente

sua finalidade – a Aliança com Deus – sem nenhuma cerimônia ritual, como também sem ne-nhum canto ou música. Porém, canto, música e ritos não só po-dem, como também nos aproxi-mam de Deus. Eis o que dá fun-damento à dignidade dos ritos.

*Pe. Roger Matheus dos Santos é assessor de liturgia da Diocese de Taubaté

Domingo é o dia do SenhorPe. Roger Matheus dos Santos*

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14 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

A Comissão Diocesana em De-fesa da Vida e Movimento Legisla-ção e Vida, da Diocese de Taubaté, continua o trabalho de acompa-nhamento no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, dos projetos de lei, propo-situras e outros encaminhamentos referente às questões vida e família na esfera federal. Decisões impor-tantes estão sendo tomadas nesse campo, e a Diocese de Taubaté vem trabalhando, junto com outros grupos e organismos em defesa da vida e da família, para afirmar propostas que garantam a proteção integral da vida humana, desde a concepção até a morte natural.

Querem legalizar o aborto no Brasil via Supremo Tribunal Fede-ral, primeiro autorizando os casos de anencefalia, depois os de má formação, até chegar ao aborto completo. A defesa da vida, nes-se momento, é defesa também da democracia brasileira, pois o STF pratica ativismo judicial, na medi-da em que está legislando e deci-dindo questões que são da compe-tência do Legislativo. De guardiães da Constituição, passaram a agir como legisladores, deixando de ser

“poder constituído” para atuarem como “poder constituinte”, sem que se pudesse colocar um dique a esta violência contra a democracia.

Por isso, o Movimento Legisla-ção e Vida, fundado por Dom Car-mo João Rhoden, em 2005, propôs à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que fosse feita uma Vigília de Oração pela Vida Nascente, diante do STF, para sen-sibilizar os ministros de que o direi-to a vida é o primeiro e o principal de todos os direitos humanos e que a vida deve ser protegida e amada desde o seu início, na fecundação.

A Vigília de Oração pela Vida Nascente diante do Supremo Tri-bunal Federal começou na terça-feira, dia 10 de abril, 18h em ponto. Entre as manifestações ocorridas, a Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Nacional pela Cidada-nia - Brasil Sem Aborto deu uma palavra de acolhida e, em seguida, foi fazer uma visita à ministra Rosa Weber, levando o casal Marcelo e Joana Croxato, com sua filhinha anencéfala, Vitória de Cristo.

Para que haja o Brasil desenvol-vido que queremos, é necessário o Brasil democrático aprimorado, ca-

paz de evitar a nocividade daquilo que quer correr a legitimidade da representação. Hoje, estamos em vigília de oração, manifestando publicamente a nossa fé como um direito da democracia que garante a liberdade de expressão e a liber-dade religiosa. Hoje querem lega-lizar o aborto, depois a maconha, o homossexualismo, a prostituição, etc. Amanhã poderão criminalizar a fé cristã. Ao final da votação, no dia 12, o resultado ficou em 8 x 2, sendo favoráveis ao direito a vida desde a concepção, somente os mi-nistros Ricardo Lewandovsky e o presidente do STF, César Peluzzo, ambos com votos memoráveis e só-lidas argumentações pró-vida.

Tudo fizemos com a esperança de que fosse possível evitar o STF sentenciar a matança dos anen-céfalos inocentes. Foi dado o pri-meiro passo visando à legalização completa do aborto em nosso País, criando jurisprudência. Ainda no plenário, considerando também esta derrota da Igreja no Brasil, lembrei-me das palavras do papa João Paulo II, em pronunciamen-to feito em 11 de outubro de 1985, ao discorrer sobre a introdução

da legislação permissiva ao abor-to: ‘Foi dito que a Igreja teria sido derrotada porque não conseguiu fazer com que a norma moral fosse acolhida. Mas eu penso que , neste tristíssimo e involutivo fenômeno, quem foi derrotado foi o homem, foi a mulher. Foi derrotado o mé-dico, que renegou o juramento e o título mais nobre da medicina, o de defender e salvar a vida humana; foi realmente derrotado o Estado secularizado, que renunciou a pro-teger o fundamental e sacrossanto direito à vida, tornando-se ao con-trário, instrumento de um pretenso interesse da coletividade, e que por vezes se demonstra incapaz de tute-lar a observância das suas próprias leis permissivas’”.

Ficou evidente o predomínio ide-ológico agarrado à uma hermenêu-tica jurídica altamente equivocada que fez com que o STF decidisse contra o valor da vida humana, ao não garantir o direito a vida ao ser humano tão fragilizado, que reque-reria amparo, cuidado e amor, em gesto concreto de verdadeira huma-nidade. *Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Co-missão Diocesana em Defesa da Vida e Movi-mento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté

A vigília de oração pela vida diante do STF

DIGNIDADE E VIDA

Por Hermes Rodrigues Nery

Do povo. Para o povo.CÂMARA MUNICIPAL DE TAUBATÉ

A Câmara trabalha para facilitar o seu dia a dia, por isso investe nas mais diversas áreas. Conheça alguns dos Decretos e Leis criados pelos vereadores de Taubaté para melhorar a qualidade de vida de todos e transformar a cidade em um lugar cada vez melhor para se morar:

Incentivo ao desenvolvimento municipal

Por meio do PROINDE (Programa Ostensivo de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico do Município de Taubaté), é estimulada a instalação de empresas na cidade. Após análise criteriosa da “saúde financeira”, a nova empresa passa a ter direito à isenção tributária e redução de alíquotas de impostos. Assim, Taubaté ganha ainda mais potencial de desenvolvimento.

Segurança nos bancos

Com a proibição de celulares e rádios de comunicação nos bancos, e a instalação obrigatória de câmeras externas em todas as agências do município, os clientes ganharam mais segurança na entrada e saída dos bancos.

Você, cidadão, pode e deve acompanhar o trabalho dos vereadores, participando das decisões que determinam o rumo da sua cidade. Saiba mais, acessando o nosso site.

Assista às sessões da Câmara todas as quartas-feiras, às 15h.

Pela TV Câmara: Canal 17 digital ou 98 analógico da Net.

Na Internet:tv.camarataubate.sp.gov.br

A Câmara de Taubaté faz a diferença

porque faz mais por você.

www.camarataubate.sp.gov.br

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15O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE DE TAUBATÉ

Expediente

Decanatos / Decanos / Paróquias / PárocosDECANATO TAUBATÉ I - Decano: Mons. Marco Eduardo -------------- 3632-3316Catedral de São Francisco das Chagas – Mons. Marco Eduardo 3632-3316Nossa Senhora do Rosário (Santuário Sta. Teresinha) – Mons. José Eugênio 3632-2479São José Operário – Pe. Luís Lobato 3633-2388Santo Antônio de Lisboa – Côn. Elair Ferreira 3608-4908São Pedro Apóstolo – Pe. Fábio Modesto 3633-5906Nossa Senhora do Belém – Pe. Valter Galvão 3621-5170São Vicente de Paulo – Pe. Éderson Rodrigues 3621-8145

DECANATO TAUBATÉ II - Decano: Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864Sagrada Família – Pe. Arcemírio, msj 3681-1456Santa Luzia – Pe. Ethewaldo Júnior 3632-5614do Menino Jesus – Pe. Vicente, msj 3681-4334Nossa Senhora Mãe da Igreja – Pe. Emerson Ruiz, scj 3411-7424Nossa Senhora da Conceição (Quiririm) – Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864São Sebastião – Pe. Rodrigo Natal 3629-4535

DECANATO TAUBATÉ III – Decano: Pe. José Vicente 3672-1102Santíssima Trindade – Côn. Paulo César 3621-3267Sagrado Coração de Jesus – Pe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 3621-4440Senhor Bom Jesus (Basílica de Tremembé) – Pe. José Vicente 3672-1102São José (Jd. Santana-Tremembé) – Pe. Alan Rudz 3672-3836Espírito Santo – Pe. Antônio Barbosa, scj 3602-1250

DECANATO CAÇAPAVA – Decano: Pe. Sílvio Dias 3652-2052Nossa Senhora D’Ajuda (Igreja São João Batista) – Sílvio Dias 3652-2052Santo Antônio de Pádua – Pe. Décio Luiz 3652-6825Nossa Senhora da Boa Esperança – Côn. José Luciano 3652-1832São Pio X (Igreja de São Benedito) – Frei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404Menino Jesus – Pe. Luiz Carlos 3653-5903Nossa Senhora das Dores (Jambeiro) – Pe. Gracimar Cardoso 3978-1165

DECANATO PINDAMONHANGABA – Decano: Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Bom Sucesso – Côn. Luiz Carlos 3642-2605Nossa Senhora da Assunção (Igreja de São Benedito) – Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Côn. Francisco 3642-7035São Miguel Arcanjo (Araretama) – Pe. João Miguel 3642-6977São Benedito (Moreira César) - Pe. José Júlio 3641-1928São Vicente de Paulo (Moreira César) - Côn. Geraldo 3637-1981São Cristóvão (Cidade Nova-Km 90 da Dutra) – Pe. Sebastião Moreira, ocs 3648-1336

DECANATO SERRA DO MAR – Decano: Côn. Amâncio 3676-1228Santa Cruz (Redenção da Serra) – Côn. Amâncio 3676-1228Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra) – Côn. Joaquim 3677-1110Nossa Sra da Conceição (Pouso Alto-Natividade da Serra) – Côn Joaquim 3677-1110São Luís de Tolosa (São Luiz do Paraitinga) – Pe. Edson Rodrigues 3671-1848

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA – Decano: Pe. Celso, sjc 3662-1740Santa Terezinha do Menino Jesus (Campos do Jordão) - Pe. Celso, sjc 3662-1740São Benedito (Campos do Jordão) – Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340São Bento (São Bento do Sapucaí) – Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Santo Antônio (Santo Antônio do Pinhal) – Côn. Pedro Alves 3666-1127

Horário de MissasTAUBATÉPARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGASCatedral de São Francisco das ChagasMissa preceitual aos sábados: 12h / 16h. Aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 18h30 / 20hConvento Santa ClaraMissa preceitual aos sábados: 19h30.Aos domingos: 7h / 9h / 11h / 17h30 / 19h30Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)Missas aos domingos: 8h30Igreja de SantanaMissa no Rito Bizantino, às 9h30 aos domingosPARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMatriz: Santuário de Santa TeresinhaAos domingos: 6h30 / 8h / 9h30 / 17h / 19hMissa preceitual aos sábados: 19hPARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIOMatriz: São José OperárioMissa preceitual aos sábados: 12h / 18h. Aos domingos: 7h / 10h30 / 18h / 20hPARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOAIgreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOMatriz: São Pedro ApóstoloMissas aos domingos: 8h / 9h30 / 17h18h30 / 20hPARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAMatriz: Sagrada FamíliaMissas aos domingos: 8h / 10h30 / 17h / 19hPARÓQUIA SANTA LUZIAMatriz: Santa LuziaMissas aos domingos: 10h / 19hPARÓQUIA MENINO JESUSMatriz Imaculado Coração de MariaMissas aos domingos: 8h / 11h / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAMatriz: Santuário São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)Missa preceitual aos sábados: 19hAos domingos: 8h / 18hPARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEMatriz: Nossa Senhora das GraçasMissas aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 19hPARÓQUIA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUSMatriz: Sagrado Coração de JesusMissa preceitual aos sábados: 17hMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOMatriz: São Vicente de PauloMissas aos domingos: 7h / 10h / 17h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMMatrizMissa aos domingos: 9h / 19h

CAÇAPAVAPARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAMatriz: São João BatistaMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h 18h30PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAMatriz: Santuário Santo Antônio de PáduaMissas aos domingos: 7h / 9h / 19hComunidade de São Pedro: Vila BandeiranteMissas aos domingos: 17hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇAMatriz: Nossa Senhora da EsperançaMissas aos domingos: 10h / 19hPARÓQUIA SÃO PIO XMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h18h / 20hIgreja São José OperárioMissas aos sábados e domingos: 19hPARÓQUIA MENINO JESUSMatriz: Menino JesusMissas aos domingos: 6h30 / 10h / 19h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIOMatriz: São José OperárioMissas aos domingos: 09h / 19h

CAMPOS DO JORDÃOPARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSIgreja Matriz: Santa Terezinha do MeninoJesus (Abernéssia)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITOMatriz: São Benedito (Capivari)Missas aos domingos: 10h30 / 18hJAMBEIROPARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESMatriz: Nossa Senhora das DoresMissas aos domingos: 8h0 / 19hNATIVIDADE DA SERRAPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEMatriz: Nossa Senhora da Natividade Natividade da SerraMissas aos domingos: 9h30 / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)Missas aos domingos: 2º e 4º Domingos do mês: 10hPINDAMONHANGABAPARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOMatriz: Santuário Nossa Senhora do Bom SucessoMissas aos domingos: 7h / 9h / 11h / 18hPARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃOMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 18h / 19h30Igreja Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos(Cidade Jardim)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMAMatriz: Nossa Senhora do Rosário de FátimaMissas aos domingos: 7h30 / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)Missas aos domingos: 8hPARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOIgreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19h30PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO - Cidade NovaIgreja Matriz: São CristóvãoMissas aos domingos: 7h / 19hPARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Igreja Matriz: Missas aos domingos: 8h / 19hREDENÇÃO DA SERRAPARÓQUIA SANTA CRUZMatriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)Missas aos domingos: 8h / 18h30SÃO LUIZ DO PARAITINGAPARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAMatriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)Missas aos domingos: 8h / 10h30 / 19hSANTO ANTONIO DO PINHALPARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALMatriz: Santo AntônioMissas aos domingos: 8h / 10h / 19hSÃO BENTO DO SAPUCAÍPARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍMatriz: São BentoMissas aos domingos: 8h / 10h / 18hTREMEMBÉPARÓQUIA SENHOR BOM JESUSMatriz: Basílica do Senhor Bom JesusMissas aos domingos: 7h / 8h30 / 10h /17h 18h30 / 20hIgreja São SebastiãoMissa no Rito Bizantino, às 18hPARÓQUIA SÃO JOSÉMatriz: São José (Jardim Santana)Missa preceitual aos sábados: 18h30. Aos domingos: 7h30 / 10h30 / 19h30

DIOCESE DE TAUBATÉMITRA DIOCESANA DE TAUBATÉ - CNPJ 72.293.509/0001-80Avenida Professor Moreira, nº 327. Centro - Taubaté-SPCEP 12030-070Expediente: De Segunda a Sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.Telefone (12) 3632-2855

Bispo Diocesano: Dom Carmo João Rhoden, scjVigário Geral: Mons. José Eugênio de Faria SantosEcônomo e Procurardor: Côn. José Luciano Matos SantanaChanceler do Bispado: Mons. Irineu Batista da SilvaCoordenador Diocesano de Pastoral: Pe. Kleber Rodrigues da Silva

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16 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

“Eu sou negro de raça, eu sou negro de cor. Onde tem congada é pra lá que eu vou!”. O refrão do canto, acompanhado de um arranjo de tamborins, choca-lhos, caixas e varas de madeira enfeitadas com fitas que se cho-cavam quando erguidas ao alto, ecoava em frente à imagem de São Benedito. A festa do Santo cozinheiro começou no sábado, 14 de abril, bem cedo, quando cinco ônibus chegaram trazendo algumas das quase 45 congadas que vinham festejar em Apareci-da (SP). O céu daquela manhã, num tom de rosa claro, já dizia a eles como seria o desenrolar da-quele final de semana: Divino.

O relógio marcava pouco antes das 9h quando, depois de agrade-cerem – com muita dança e prece cantada – pelo café cheiroso e pelos pães com manteiga deliciosos pre-parados pelo grupo da Acolhida, as cinco congadas se formaram na Avenida da Praça Kennedy para seguir em direção à Rua Anchieta. As 150 pessoas, que vestiam rou-pas especiais e caminhavam dan-çando, cantando e tocando seus instrumentos. Indo em direção ao Santuário Nacional, idosos, idosas, homens, mulheres, jovens, crianças e bebês se apresentavam às pessoas,

em sua grande maioria romeiros, que passavam por ali.

Todos os anos, o roteiro da Fes-ta de São Benedito é o mesmo: as congadas saem de seus alojamen-tos, que são por volta de seis, espa-lhados pela cidade, e se encontram no pátio da Basílica Nova para se apresentarem ao término da Missa celebrada às 10h do sábado. Dividi-das pela comissão, elas entram em fila, para contornar o altar e seguir em direção à imagem de Nossa Senhora Aparecida. Nesse mo-mento, muitos, sejam congadeiros, romeiros e organizadores, deixam o Santuário com o rosto lavado de emoção. O momento de fé, de agradecimento, é tão intenso que arrepia até mesmo quem já está tra-balha com eles há bastante tempo.

Jefferson Messias Camargo, co-ordenador há 10 anos da comis-são – formada em grande parte por voluntários – que planeja, auxilia e cuida das congadas durante as comemorações, diz que quando a festa começa chegam as congadas. “Não tem Festa de São Benedito se não tiver congada.” O planejamen-to e organização, que é feito com muito carinho e dedicação, come-ça seis meses antes da chegada dos grupos. Neste ano, foram doados 504 litros de refrigerante e mais de

1500 marmitas para cerca de 1350 congadeiros famintos e sedentos, que agradecem aos voluntários em torno deles fazendo uma prece.

As diversas congadas passam pelo Centro de Apoio ao Romei-ro para receber uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma de São Benedito, e caminham até a Igreja Matriz – mais conhe-cida como Basílica Velha – para serem abençoadas por um padre e pelo casal de Reis. Terminada a benção, elas passam pelo altar, saem pela lateral e descem até a Igreja de Santa Rita para sair em procissão, retornando à Pra-ça de São Benedito. O Capitão da Congada Santo Antônio do Monte de Lagoa da Prata (MG), Otaviano José dos Santos, um negro de 73 anos como conga-

deiro, conta que é uma tradição de família. “Desde pequeno, eu vinha com a congada do meu avô, do meu pai”.

A Festa de São Benedito acon-tece sempre no final de semana seguinte ao da Páscoa e impres-siona a todos que presenciam ta-manha devoção de pessoas humil-des, que viajam por muito tempo para louvarem a São Benedito, sempre com muita dança, roupas de diversas cores e cortes, e músi-cas que marcam a passagem dos devotos pela cidade da Padroeira, pois não há quem saia da Igreja do Santo sem cantarolar, ainda que baixinho: “Salve São Bene-dito, o Santo padroeiro! Viva São Benedito, o Santo cozinheiro!”.

Cecília Láua é aluna do 2º ano de Jornalismo da Universidade de Taubaté

Fiéis vêm de longe para louvar o Santo cozinheiro e movimentam a cidade do Santuário Nacional

CIDADANIA EM PAUTA

Congadas vindas do Sul de Minas, do interior de São Paulo e até de Goiás, emocionam romeiros, moradores locais e os organizadores da Festa de São Benedito em Aparecida Por Cecília Láua*

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Congadeiros de todas as idades parti cipam da procissão de segunda-feira em Aparecida