jornal o lábaro | diocese de taubaté | agosto de 2015

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O LÁBARO A serviço da evangelização 1 Agosto 2015 Orgão Oficial da Diocese de Taubaté www.dt7.com.br/ A serviço da Evangelização “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita” (Lc 10, 2) O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.142 - Agosto 2015 Distribuição Gratuita Eu Sou a Luz Pág. 06 Pág. 03 Pág. 05 Entrevista do mês Pág. 15 O legado de Dom Carmo Os frutos do ministério episcopal de Dom Carmo à frente da Diocese de Taubaté Mês de agosto é mês dos pais e mês das vocações. Juntando os dois temas, O Lábaro traz nessa edição, a entre- vista de um pai e diácono. Misael da Silva Cesarino, um homem que vive plenamente essas duas vocações. Fi- lho e neto de pastores evangélicos, Mi- sael fala um pouco de sua descoberta vocacional dentro da Igreja Católica. Esposo e pai, o diácono respondeu perguntas sobre sua família e falou so- bre seus 24 anos de exercício do minis- tério diaconal. Nesse tempo, Misael atuou nas paróquias de Nossa Senho- ra de Fátima e a de Nossa Senhora do Bom Sucesso, sempre em Pinda- monhangaba. Além da paróquia, o diácono prestou relevantes serviços à Diocese de Taubaté, principalmente na formação de evangelizadores. D om Carmo João Rhoden, scj, foi o sexto bispo diocesano da Diocese São Francisco das Chagas de Taubaté. Ele nasceu em São José do Inhacorá, no Rio Grande do Sul, em 16 de maio de 1939. Foi ordenado sacerdote em Roma, Itália, no dia 17 de dezembro de 1966. Formou-se em Teologia, pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Nomeado bispo pelo papa João Paulo II, no dia 22 de maio de 1996, Dom Carmo foi sagrado bispo em 17 de agosto do mesmo ano, quando to- mou posse na única diocese em que exerceu seus quase 19 anos de epis- copado. Tendo alcançado a idade de 75 anos, ele formulou o seu pedido de renúncia, como exige o Código do Di- reito Canônico. Seu pedido foi acolhi- do pelo papa Francisco quase um ano depois, no dia 15 de abril de 2015. Substituído por Dom Wilson Luís Angotti Filho, aos 13 de junho de 2015, Dom Carmo continua moran- do em Taubaté, com seu irmão “mais velho”, Dom Antônio Affonso de Mi- randa, numa casa construída junto ao Seminário Teológico Cura d’Ars. Nessa edição, o jornal O Lábaro presta uma homenagem a Dom Car- mo, agradecendo sua dedicação ao mi- nistério que lhe foi confiado pela Igre- ja. Nas páginas centrais dessa edição, você poderá ler um resumo dos feitos desse bispo, que conduziu a Diocese de Taubaté nos últimos anos. Em Atibaia, padres da Diocese de Taubaté fazem seu retiro anual Cônego Pedro Alves comemora Jubileu de Prata de vida sacerdotal em duas celebrações Conselho de Formadores anuncia resoluções importantes tomadas em reunião com bispo Diocesano Começando na segunda-feira, 23 de julho, os padres da Diocese de Taubaté reuniram-se na casa de reti- ros Schoenstatt – Tabor, em Atibaia, para o seu retiro anual. Nos quatro dias que durou o retiro, os padres da Diocese puderam conviver, pela primeira vez, com o seu novo bispo diocesano, Dom Wilson Angotti. Págs. 8 e 9

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Page 1: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Agosto de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 1Agosto 2015

Orgão Oficial da Diocese de Taubaté

www.dt7.com.br/

A s e r v i ç o d a E v a n g e l i z a ç ã o

“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita” (Lc 10, 2)

O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.142 - Agosto 2015Distribuição Gratuita

Eu S

ou a

Luz

Pág. 06

Pág. 03

Pág. 05

Entrevista do mês

Pág. 15

O legado de Dom CarmoOs frutos do ministério episcopal de Dom Carmo à frente da Diocese de Taubaté

Mês de agosto é mês dos pais e mês das vocações. Juntando os dois temas, O Lábaro traz nessa edição, a entre-vista de um pai e diácono. Misael da Silva Cesarino, um homem que vive plenamente essas duas vocações. Fi-lho e neto de pastores evangélicos, Mi-sael fala um pouco de sua descoberta vocacional dentro da Igreja Católica. Esposo e pai, o diácono respondeu perguntas sobre sua família e falou so-bre seus 24 anos de exercício do minis-tério diaconal. Nesse tempo, Misael atuou nas paróquias de Nossa Senho-ra de Fátima e a de Nossa Senhora do Bom Sucesso, sempre em Pinda-monhangaba. Além da paróquia, o diácono prestou relevantes serviços à Diocese de Taubaté, principalmente na formação de evangelizadores.

Dom Carmo João Rhoden, scj, foi o sexto bispo diocesano da Diocese

São Francisco das Chagas de Taubaté. Ele nasceu em São José do Inhacorá, no Rio Grande do Sul, em 16 de maio de 1939. Foi ordenado sacerdote em Roma, Itália, no dia 17 de dezembro de 1966. Formou-se em Teologia, pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

Nomeado bispo pelo papa João Paulo II, no dia 22 de maio de 1996, Dom Carmo foi sagrado bispo em 17 de agosto do mesmo ano, quando to-mou posse na única diocese em que exerceu seus quase 19 anos de epis-copado. Tendo alcançado a idade de 75 anos, ele formulou o seu pedido de renúncia, como exige o Código do Di-reito Canônico. Seu pedido foi acolhi-

do pelo papa Francisco quase um ano depois, no dia 15 de abril de 2015.

Substituído por Dom Wilson Luís Angotti Filho, aos 13 de junho de 2015, Dom Carmo continua moran-do em Taubaté, com seu irmão “mais velho”, Dom Antônio Affonso de Mi-randa, numa casa construída junto ao Seminário Teológico Cura d’Ars.

Nessa edição, o jornal O Lábaro presta uma homenagem a Dom Car-mo, agradecendo sua dedicação ao mi-nistério que lhe foi confiado pela Igre-ja. Nas páginas centrais dessa edição, você poderá ler um resumo dos feitos desse bispo, que conduziu a Diocese de Taubaté nos últimos anos.

Em Atibaia, padres da Diocese de Taubaté fazem seu retiro anual

Cônego Pedro Alves comemora Jubileu de Prata de vida sacerdotal em duas celebrações

Conselho de Formadores anuncia resoluções importantes tomadas em reunião com bispo Diocesano

Começando na segunda-feira, 23 de julho, os padres da Diocese de Taubaté reuniram-se na casa de reti-ros Schoenstatt – Tabor, em Atibaia, para o seu retiro anual. Nos quatro dias que durou o retiro, os padres da Diocese puderam conviver, pela primeira vez, com o seu novo bispo diocesano, Dom Wilson Angotti.

Págs. 8 e 9

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O LÁBAROA serviço da evangelização2 Agosto 2015

Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SPEditora Executiva: Iára de Carvalho - MTB 10655Conselho Editorial: Pe. Leandro Alves de Souza e Anaísa StippDiagramadora: Sol Moraes

Departamento de Comunicação da Diocese de TaubatéAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

Impressão: Katú Editora GráficaTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) site: www.dt7.com.br email: [email protected] www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.

O LÁBAROA serviço da evangelização

Editorial

Em tempos de crise

A charge do lado é autoex-plicativa e bastante pertinen-te para o momento político por que está passando o país. Quem tem acompanhado os noticiários, vem assistindo cada dia o esfacelamento da base governista no plenário. Partidos que antes prometiam total apoio ao governo, diante do atual cenário, tiram o seu time de campo, apresentando--se como independentes.

O ditado é certo: “É na cri-se que se conhece os verdadei-ros amigos”. Não se quer aqui fazer nenhuma defesa a favor do Governo. É obvio – e para compreender isso não preci-sa ser nenhum economista ou cientista político – que o Brasil passa por uma séria crise polí-tica e econômica. Mas se sabe que os que agora abandonam o barco não saem dele de mãos vazias e nem isentos de serem culpabilizados por contribu-írem para provocarem o seu naufrágio.

Isto, de outro lado, expõe a fragilidade do nosso sistema político, em que para haver um mínimo de governabilida-de é preciso fazer uma série de alianças, muitas delas, na maioria das vezes, escusas. A reforma política não é só ne-cessária, é urgente.

Mudando de assunto, neste mês de agosto, a Igreja cele-bra as vocações. Somos todos chamados a colocar-nos a ser-viço do reino, independente do modo de vida que assumimos como cristãos. Seja pelo sacer-dócio, pelo matrimônio ou pela vida consagrada, todo cristão é vocacionado; e como tal, deve dar testemunho de sua fé. Nes-ta edição, O Lábaro faz uma retrospectiva dos 18 anos do ministério episcopal do Dom Carmo a serviço da Diocese de Taubaté, como reconhecimen-to e gratidão pela sua dedica-ção.

No último dia 10 (festa de São Lourenço), celebramos o dia do diácono, por isso, a En-trevista do Mês é com o Diáco-no Misael, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, que sendo pai de família, há 24 anos exerce o seu ministério a serviço da evangelização na Igreja.

Boa leitura!

Conversão ecológicaRecentemente o Papa Francisco es-

creveu criticando nossos hábitos de consumo. Isso você pode ler na Carta Encíclica, “Laudato Si’, sobre o cuida-do da casa comum”. No número 21 da encíclica, o Papa adverte que nossos há-bitos de consumo têm efeitos colaterais perniciosos para a ecologia, agravando a sua crise. De fato, o consumo mas-sivo deriva em maior acúmulo de lixo descartado. Mas, antes desse problema, existe a exploração da natureza que sus-tenta a indústria produtora dos bens de consumo.

Quando da Campanha da Fraterni-dade de 211, que abordou o problema da poluição, tive a oportunidade de tra-tar desse assunto. Por isso, gostaria de reproduzir aqui, trechos do artigo que escrevi sobre os efeitos do consumo para a natureza.

Afirmei, no artigo, que “não bastará acusarmos as grandes empresas, o go-verno e os poderosos pelos males que

afligem ao nosso planeta e ameaçam a vida nele hospedada. Será preciso mu-dar nossos hábitos consumistas e nossa mentalidade na convivência com os ou-tros, sejam os semelhantes, seja a natu-reza”. Depois, citando o Texto Base da campanha: “nessa campanha nos per-guntamos se os donos da economia es-tariam dispostos a abrir mão de seus lu-cros para preservar o planeta. Devemos ainda questionar se estaríamos, cada um de nós, prontos a renunciar a avan-ços tecnológicos e a um maior conforto refreando a febre consumista, deixando de produzir maior quantidade de lixo e outros subprodutos poluidores”.

Como o Papa hoje, na Laudato Si, no meu artigo de 2011 advertia que “é inegável a contribuição das novas tecno-logias na melhoria da vida. Precisamos torná-las de fato, acessíveis a todos. Por outro lado, cada pessoa precisa contro-lar o impulso de consumir e acumular, de modo irresponsável e prejudicial ao

meio ambiente. O mercado funciona segundo um mecanismo binário im-placável: a lei da oferta e procura. Se não consumirmos mais produtos que poluem em demasia, ou que se origi-nam de desmatamento e de indústrias poluidoras, os gananciosos capitalistas, denunciados no Texto Base, não mais oferecerão seus produtos. Será um modo de impedirmos a destruição da natureza, simplesmente mudando nos-so hábito de consumo”.

O que o Papa Francisco propõe é uma conversão. Precisamos abandonar o consumo desenfreado e aprender a reciclar. Em vez de acumular, precisa-mos partilhar, para que todos tenham o suficiente para viver. Do contrário, não existirá mais a casa, isto é, o planeta, para dela cuidarmos.______________________________Pe. Silvio Dias [email protected]

Eleições para os Conselhos TutelaresNa Constituição do Brasil encontra-

mos a participação popular como um dos eixos para o ordenamento do Estado Democrático de Direito no país. É digno de nota o seu 5º artigo, o qual garante a todos os brasileiros, assim como aos estrangeiros residentes no país, direito à vida, à liberdade, à igual-dade, à segurança e à propriedade. E o artigo 6º garante direitos sociais como a educação, a saúde, a alimentação, o tra-balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à ma-ternidade e à infância e assistência aos desamparados.

Para assegurar tais direitos, a Cons-tituição prevê a criação de dispositivos e promulgação de Leis Orgânicas que definem instâncias permanentes e or-ganismos que articulam a participação, deliberação e controle do Estado para a execução dos meios para aplicação de tais direitos. Entre esses organismos estão os Conselhos Paritários, que são órgãos colegiados, que se caracterizam pela presença conjunta de representan-tes do Estado e da sociedade civil orga-nizada, para contribuir de forma mais direta nas deliberações, planejamento, cumprimento, controle e avaliação das políticas publicas que garantam os direi-tos sociais constitucionais.

Os Conselhos, por sua natureza de-liberativa, têm autonomia decisória e não são apenas executores de políticas, mas sim formuladores e promotores de políticas, defensores de direitos, contro-ladores das ações públicas governamen-tais e não governamentais, em vista da garantia dos direitos humanos, sociais e políticos. Tendo em vista que as políticas públicas fundamentam os programas, projetos e, as ações concretas destinadas a atender em cada setor as necessidades e direitos dos cidadãos, a população como um todo deve então, se organizar em Fóruns Permentes de Cidadania ou outras instâncias para acompanhar, sub-sidiar o processo decisório e o controle e acompanhamento de competência dos Conselheiros.

Em breve, no mês de outubro, em todo o País estarão sendo realizadas as eleições para os Conselheiros Tutela-res. Essa é uma característica peculiar dos conselhos tutelares em relação aos Conselhos Paritários. Da eleição dos conselheiros participam não apenas re-presentantes da sociedade organizada, existe um sufrágio universal, ou seja, po-dem votar todos os que possuem Título de Eleitor no município, dependendo do que está estabelecido na Lei Municipal que regulamenta os Conselhos Tutela-

res. Mas o que são os Conselhos Tute-lares? Trata-se de um serviço público de interesse local, que deve ser criado por lei municipal, em obediência a Consti-tuição Federal.

Os Conselhos Paritários e os Conse-lhos Tutelares, como órgão de proteção aos direitos, humanos, sociais e políticos vêm ao encontro da ação evangelizado-ra de Jesus, à quinta urgência das Dire-trizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para 2015-2019 e a de nosso Plano Diocesano de Pastoral – Igreja a serviço da vida plena para to-dos – “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Como discípulos e missionários de Jesus, todos os cristãos devem buscar aprofundar seus conhecimentos, lutar para o efetivo funcionamento e parti-cipar ativamente desses Conselhos ou mesmo nos Foruns de Cidadania, cum-prindo sua vocação de “sal da terra e luz do mundo”(Mt. 5,13).

Vamos nos preparar e marcar presen-ça ativa de nossa Diocese nas próximas eleições dos Conselhos Tutelares, que acontecerão em outubro desse ano.________________________________________Antonia Helena Couto SilvaCoordenadora do COPS (Colegiado dos Orga-nismos e Pastorais Sociais)

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O LÁBAROA serviço da evangelização 3Agosto 2015

A voz do pastor

Transfigurados pelo amor do Bom JesusNo mês de agosto a Igreja celebra

a festa da Transfiguração do Se-nhor. Nesse dia, em paróquias e co-munidades que O tem como patrono, é celebrada a festa do “Bom Jesus”. Em nossa Diocese temos, em Tre-membé, a basílica do Senhor Bom Jesus que, de longa data, se destaca pelo grande número de fiéis que lá se reúne para celebrar o Padroeiro da Cidade. Segundo informação dada pela própria Paróquia, o registro que autorizou a bênção de uma imagem do Bom Jesus, para a Cidade, é en-contrado, em livro de 1663, na Câ-mara Eclesiástica do Rio de Janeiro. Em 1974 o Papa Paulo VI, conferiu o título de basílica à igreja matriz, onde tantos fiéis, atraídos pelo Bom Jesus, são também por Ele ‘transfigurados’.

Esse adjetivo junto ao nome de Je-sus expressa nosso reconhecimento de que Deus é bom! É bom porque nos criou por amor. Bom porque, nos amando, veio ao nosso encontro e assumiu a condição humana. É pró-prio de quem ama ir ao encontro do ser amado! É bom porque viveu por nós e porque por nós deu a vida. Je-sus mesmo declara: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo. 15,13). Ele deu a vida por nós. Para recor-dar isso, a imagem do Bom Jesus é a imagem do Cristo que sofre a paixão.

Próprio da festa celebrada é lido o evangelho da transfiguração (Mc.

9,2-10). Retirado com Pedro, Tiago e João, Jesus se transfigura diante de-les, antecipando-lhes, por esse sinal, o que seria sua glória. Esse episódio da vida de Jesus se deu logo após o reconhecimento, por parte de Pedro, de que Jesus era o messias, Filho de Deus, e ao anúncio que, imediata-mente, Jesus fez de que deveria ir a Jerusalém, onde seria morto e ressus-citaria. A transfiguração é um sinal que o Bom Jesus dá aos discípulos com a intenção de que eles não se escandalizassem nem desanimassem diante do sofrimento provocado pela paixão e morte do Senhor. É o Bom Jesus que prepara os discípulos, de-monstrando por esse sinal, que a vida supera a morte e que a glória que se manifestaria pela ressurreição triun-faria sobre o sofrimento e a humilha-ção da cruz.

Apesar desse ensinamento tão só-lido de nossa fé, há quem se diga cris-tão, mas não suporta as dificuldades e os sofrimentos que são inevitáveis à nossa condição humana. No mo-mento da dificuldade há aqueles que, por desespero ou fraqueza da fé, se justificam dizendo: “Nessas horas a gente procura de tudo!”. Mas quem tem Deus tem tudo! Há também aqueles que vão a busca de promes-sas que Jesus jamais fez a seus dis-cípulos. Procuram por facilidades junto a quem promete que todos os problemas serão superados, que toda

doença será curada, que todo empre-endimento terá pleno êxito... Como pode alguém ou alguma igreja cristã, em nome de Jesus, prometer coisas que Jesus mesmo jamais prometeu a quem se dispõe a segui-Lo? Ao contrário, alertando quem o queria seguir, Jesus dizia: “Se alguém quer me seguir renuncie a si mesmo (não busque a própria vontade ou só o que lhe interessa), tome sua cruz (assuma a vontade do Pai celeste) e siga-me” (Mc. 8,34). Ou ainda: Você quer ser meu discípulo? Pense bem, pois “as raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt. 8,20). O que aprendemos do Bom Jesus é que seus discípulos, tal como Ele, não serão livres das dificuldades, mas poderão ter a certeza de que, em todas as situações, por mais difíceis que sejam, poderão contar sempre com seu amor que nos ampara e sal-va, livrando da morte e destinando--nos à gloria eterna da comunhão consigo.

Somos transfigurados pelo Bom Jesus quando, sentindo-nos amados por Ele, aprendemos a não buscar nossa vontade ou a nós mesmos, mas, a exemplo dEle, nos entregamos con-fiantes nas mãos do Pai. Atualmen-te, para nós, a reflexão da Palavra de Deus, a oração, a frequência aos sacramentos e a participação na igre-ja, nos animam frente as dificuldades

que temos que enfrentar da mesma forma como a transfiguração de Je-sus serviu para animar os discípulos diante do escândalo do sofrimento e da cruz. Nos momentos mais difíceis da vida, façamos a experiência de nos entregar confiantes nas mãos de Nosso Senhor, pois Deus é bom! Je-sus é bom e quem nEle confia jamais fica desamparado.________________________________Dom Wilson Angotti Bispo Diocesano de Taubaté

Conselho de Formadores define resoluçõesReunido com o bispo diocesano, o Conselho de Formadores da Diocese de

Taubaté tomou decisões essenciais para o direcionamento da formação pres-biteral na diocese.

Seguem as resoluções tomadas pelo Conselho de Formadores e endossadas pelo Bispo Diocesano de Taubaté:

1. Todo candidato ao presbiterato na diocese, inclusive os pertencentes aos institutos de direito diocesano ou às novas comunidades, passarão pela formação ministrada nos seminários diocesanos.

2. Nenhum candidato deve estudar filosofia ou teologia por conta e de-pois se apresentar para a ordenação presbiteral.

3. O bispo diocesano acolherá a decisão dos Formadores e do Conselho quando ocorrer a dispensa de algum seminarista.

4. Ninguém será aceito para a ordenação presbiteral sem o aval prévio dos Formadores, do Conselho dos Formadores e do Conselho dos Presbíteros.

5. A formação seminarística passa a girar ao redor de três áreas de for-mação: a espiritual, que será coordenada pelo Padre Osmar Cavaca; a área formativa pastoral, sob coordenação do Coordenador de Pastoral, Padre Le-andro Alves, e a área de doutrina, que ficará a cargo dos padres reitores, Roger Matheus e Leandro Santos.

6. As férias dos seminaristas serão de um mês. Nos demais períodos de férias escolares, eles estarão envolvidos em atividades específicas organizadas pela Formação.

7. Anualmente os seminaristas realizarão trabalho missionário em luga-res e realidades desafiadoras da diocese.

8. Não será permitido aos seminaristas prestar ajuda nas paróquias em dias de semana.

9. Está abolida a tradicional taxa de crisma. Mas deve-se incentivar a generosidade dos fiéis na Coleta, cujo montante será enviado para a Cúria Diocesana e destinado para atividades da Formação Inicial e Permanente.

10. O Conselho de Formadores deve definir um Plano Formativo Dioce-sano.

11. Doravante este Conselho passa a ser chamado de “Conselho de For-madores”.

12. Com exceção desta comunicação, todo outro assunto tratado neste Conselho de Formadores será mantido em sigilo.

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Agosto 2015 O LÁBAROA serviço da evangelização4

Tema do mês

Mês VocacionalJá é uma tradição da Igreja no

Brasil a realização do Mês Vo-cacional, quando cada domingo é dedicado à oração e reflexão sobre uma vocação. Mas podemos fazer reflexões a partir de outras óticas e, assim, alargar os nossos hori-zontes sobre a questão vocacional e para que tenhamos condições de aprofundar a nossa própria voca-ção.

Compreendemos a vocação como um chamado de Deus. Isso nos mostra a vocação dentro da nossa relação com o próprio Deus. De fato, a vocação é fruto do rela-cionamento entre Deus e a pessoa humana e do diálogo entre eles. Um exemplo disso para nós é a anuncia-ção à Maria do nascimento de Jesus. É no diálogo com Gabriel que Maria supera todas as suas dúvidas, enten-de o projeto de Deus e tem condi-ções de responder livremente à sua proposta. Através do cultivo da vida espiritual tanto em âmbito pessoal como eclesial, o diálogo com Deus faz com que a sua graça nos ajude a discernir nos caminhos da história e na vida comunitária o chamado que Ele nos faz e as condições para a sua vivência. Sendo assim, vocação não é um momento especial da nossa vida, mas uma construção de cada dia, de cada momento, onde se é interpela-do pelo próprio Deus através de um relacionamento constante com Ele.

Outro elemento muito impor-tante do processo vocacional é saber para que Deus nos chama. Normalmente, quando falamos em vocação, logo pensamos no serviço que deve ser feito. Deus nos cha-ma para trabalhar na sua messe e precisamos ver que trabalho nos foi destinado. Infelizmente, esta mentalidade é muito difundida e obscurece a vocação na sua tota-lidade. De fato, muitos procuram manter o seu foco na tarefa que lhes foi confiada, embora isso não seja o mais importante porque, se fizermos tudo o que deveríamos fazer, devemos dizer: somos ser-vos inúteis (cf. Lc 17, 10). Jesus não nos quer servos, mas amigos (cf. Jo 15, 15). Isso significa que a finalidade primeira da vocação não é o exercício de uma função, mas sim a comunhão com Deus. A partir desta comunhão, não exer-

cemos uma função, mas partici-pamos de uma missão que não é nossa e que implica no relaciona-mento com Ele. Assim, a vocação é um convite para participarmos da vida divina e vivermos em comu-nhão com a Santíssima Trindade. Todo trabalho executado a partir dessa mentalidade deixa de ser um simples serviço ou tarefa e passa a ser construção de comunhão com a Trindade e com os nossos irmãos e irmãs.

Esta comunhão é construída inicialmente em âmbito eclesial. Somos chamados a viver a nossa fé em comunidade. Isoladamente, ninguém vive a comunhão com a Trindade, ninguém vive a dimen-são vocacional da fé. A comunida-de acolhe as angústias e esperan-

ças dos homens, anima e orienta a comunhão, participação e missão (Cf. CELAM, Documento de Santo Domingo, 58). Sendo assim, a co-munidade tem incidência sobre a nossa vocação e a nossa vocação tem incidência sobre a comunida-de eclesial que participamos.

É por isso que a Igreja tem muitos ministérios relacionados com a vida eclesial, sejam aqueles que são relacionados ao ministério ordenado, exercido pelo bispo, presbítero ou diácono, sejam aqueles que são exercidos pelos leigos e lei-gas que, pelo batismo, participam do tríplice múnus de Cristo e atu-am em pastorais diretamente liga-dos à sua condição como liturgia, catequese, animação vocacional e dízimo, entre outros. Nesse senti-

do, o Concílio Vaticano II afirma: “A paróquia apresenta um exem-plo luminoso do apostolado comu-nitário, congregando num todo as diversas diferenças humanas que encontra e inserindo-as na uni-versalidade da Igreja” (Decreto ApostolicamActuositatem sobre o apostolado dos leigos, 10). Assim, a vocação é vivida a partir do con-ceito de comunidade ministerial onde o ministério é a concretiza-ção histórica dos carismas con-cedidos pelo Espírito Santo à sua Igreja.

Mas a Igreja não existe como uma realidade fechada em si. A Igreja se relaciona com o Reino de Deus e com o mundo. Não po-demos pensar numa Igreja que não esteja inserida no mundo com a missão de construir o Reino de Deus na história a partir da obra evangelizadora. Isso significa que vocação tem incidência no mundo, não simplesmente para resolver os problemas, mas para transfor-mar de maneira efetiva o mundo, segundo Cristo (Cf. CELAM, Docu-mento de Aparecida, 99 f ).

Para que isso aconteça, os leigos e as leigas são chamados à atuação no mundo a partir das pastorais sociais. Elas não significam uma mera atuação em nível de filantro-pia, mas uma questão de fé. Preci-samos humanizar o mundo porque somente o ser humano é capaz de ter consciência da necessidade da vida em comunhão com Deus. Si-tuações desumanas impedem a co-munhão com Deus e, por isso, pre-cisam ser superadas. Deus chama todas as pessoas a se desenvolve-rem e a crescerem em humanidade (Cf. PAULO VI, Carta Encíclica Po-pulorumProgressio, 15).

Somos vocacionados. Somos cha-mados por Deus para viver em co-munhão com ele e com o mundo, assim como contribuir para que o mundo viva em comunhão com Ele e entre si. Que este mês vocacional nos ajude a descobrirmos esta dimensão da vocação para darmos um passo a mais no crescimento do nosso rela-cionamento com Deus e na constru-ção do seu Reino na história.________________________Pe. José Adalberto VanzellaDoutor em Teologia Pastoral

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Page 5: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Agosto de 2015

Agosto 2015O LÁBAROA serviço da evangelização 5

Diocese em foco

Cônego Pedro Alves celebra 25 anos de sacerdócio

No dia 28 de junho, o Cônego Pedro Alves dos Santos co-

memorou 25 anos de sua ordena-ção sacerdotal. O Jubileu de Prata

Sacerdotal foi celebrado em duas festas. A primeira ocorreu no dia mesmo do aniversário da ordena-ção do Padre Pedrinho, como ele é

mais conhecido e querido. A festa começou com missa celebrada na sua querida Igreja do Menino Jesus, em Caçapava. No domingo, 28 de junho, às 19 horas, com a Igreja lo-tada de fiéis, amigos e parentes do Padre Pedrinho, teve inicio a missa presidida pelo novo bispo diocesano de Taubaté, Dom Wilson Angotti. Concelebraram dois outros bispos: Dom Antonio Afonso de Miranda e Dom Carmo João Rhoden, bispos eméritos da diocese. Dom Antonio foi o bispo que ordenou o Padre Pedrinho. Após a missa, um jantar esperava todos os que participaram da celebração. Não faltou o bolo do jubileu.

A segunda festa aconteceu em Santo Antonio do Pinhal, com mis-sa presidida por Dom Carmo João Rhoden, que por quase 18 anos foi bispo do Padre Pedrinho e lhe con-cedeu o título de Cônego, em 2007. A missa foi celebrada às 19 horas e

representou um momento marcante para o homenageado, pois, o Cône-go Pedrinho foi pároco da Paróquia de Santo Antonio do Pinhal por 23 anos. A celebração foi uma opor-tunidade para, mais uma vez, seus antigos paroquianos externarem seu carinho e gratidão pela dedicação desse padre, que foi inteiramente de-votado ao cuidado de seu rebanho, como puderam testemunhar inúme-ras vezes. Para demonstrar isso, a Paróquia de Santo Antonio presen-teou o Cônego Pedrinho com a túni-ca, a estola e a casula com as quais ele foi revestido para a celebração jubilar. Depois da missa, foi ofere-cido um jantar no restaurante Re-canto do Pico, no Bairro do Sertão-zinho, em Santo Antonio. O jantar foi um presente de alguns amigos, coordenados por Francisco Gabriel Marcos, amigo de todas as horas e que assiste ao Padre Pedrinho já há mais de 23 anos.

Missa em louvor a São Camilo de Lellis é celebrada no Hospital Universitário

Pe. Paulo Vinícius Ferreira Gonçalves e Ana Regina Gama

Na terça-feira, 14 de julho, dia de São Camilo de Lellis, protetor dos

doentes e dos profissionais da saúde,

patrono da Pastoral da Saúde, Dom Wilson Angotti presidiu missa solene na Capela do Hospital Universitário de Taubaté. O Hospital Escola está sendo administrado pelo Instituto São Camilo. Com o bispo concelebraram os padres

Leandro Alves de Souza, Coordenador Diocesano de Pastoral e Paulo Vinicius Ferreira Gonçalves, capelão dos hospi-tais de Taubaté e Assessor Diocesano da Pastoral da Saúde.

Em sua homilia, Dom Wilson en-fatizou o grande exemplo deixado por São Camilo, que ensinou a ver no ros-to sofrido dos enfermos e acamados a face do próprio Cristo, o qual veio ao mundo para carregar sobre si as nossas dores e enfermidades. O bispo disse que é necessário seguir o exemplo do santo, exercitando a generosidade e a miseri-córdia.

Participaram da missa, profissionais, colaboradores camilianos, voluntários, agentes de Pastoral da Saúde e fiéis em geral. Muitas dessas pessoas frequen-tam assiduamente as missas que, às terças-feiras, são celebradas no Hospital Regional e, às quintas-feiras, no Hospi-tal Universitário, sempre às 15 horas. Essas celebrações são coordenadas pela

Pastoral da Saúde da Diocese de Tauba-té, em conjunto com o Complexo Hos-pitalar. Essas celebrações são abertas a todos os que quiserem participar. No Hospital Regional, as celebrações são realizadas na Capela que se encontra no sexto andar. No Hospital Universitário, as celebrações ocorrem sempre na Ca-pela de Santa Isabel.

A Diocese de Taubaté, através da As-sistência Religiosa Hospitalar realizada pela Pastoral da Saúde, tem a certeza que a mensagem de São Camilo con-tinua atual. É preciso buscar, à luz do evangelho, viver de forma mais frater-na e com mais amor ao próximo. Não adianta termos tecnologias e recursos avançados para melhorar a saúde das pessoas se vivermos sem ternura. Ter amor e praticar obra de caridade é es-sencial para garantirmos um mundo mais humano, seguro e feliz, construin-do assim um reino de paz e acolhedor a todos.

Padre Leandro dos Santos é eleito presidente da Osib/Sul 1Durante sua 29ª Assembleia Anu-

al, acontecida em Aparecida, de 27 a 30 de julho, a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib) do regional Sul 1 elegeu uma nova diretoria da entidade. Para presi-dir o organismo ligado à CNBB (Con-ferência Nacional dos Bispos do Bra-sil), no seu regional paulista, foi eleito o Padre Leandro dos Santos, presbí-tero da Diocese de Taubaté e reitor do Seminário Teológico Cura D’Ars. Como vice-presidente foi escolhido o Padre Fernando Gross, da Diocese de Santos. Padrre Antonio Boareto, da Diocese de Bragança Paulista será o novo secretário. Foram eleitos tam-bém o tesoureiro e o responsável pela

dimensão missionária.A Assembléia, além de seu caráter

eletivo, teve por objetivo levar os for-madores dos seminários diocesanos do Estado de São Paulo, que compõe o regional, a refletirem sobre o tema “Discernimento e acompanhamento vocacional nas casas de formação a par-tir do sentido da vida”. O tema foi apre-sentado pelo psicólogo e logoterapeuta, Elison Santos.

Padre Leandro dos Santos é natural de Taubaté. É licenciado em Filosofia e Teologia, pós-graduado na Escola de Formação para Formadores Bom Pas-tor do regional Sul 1; pós-graduado na Escola de Formação de Formadores do Celam/Oslam; mestre em Teologia

Dogmática pela Pontifícia Universida-de de São Paulo e atualmente exerce ainda a função de tesoureiro na Osib Nacional.

A Osib é um dos organismos vin-culados à CNBB. Entre suas diversas iniciativas estão o serviço aos forma-dores, sempre em comunhão com o Setor Vocações e Ministérios da Con-ferência. Dedica-se ao aprimoramento da formação na linha das Diretrizes Básicas, proporcionando cursos para formadores, colaborando na elabo-ração de orientações para os estudos filosóficos e teológicos e levantando pesquisas sobre a vida e situação dos seminaristas do Brasil, entre outras ati-vidades.

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O LÁBAROA serviço da evangelização6 Agosto 2015

Diocese em foco

Padres da Diocese de Taubaté participam de retiro em Atibaia

Pe. Silvio DiasAssessor de Comunicação

Como acontece todos os anos, do dia 20 ao 23 de julho,os padres da Dio-

cese de Taubate se reuniram para fazer o seu Retiro Anual. O evento aconteceu na Casa Schoenstatt - Tabor, na cida-de paulista de Atibaia. O local é mais conhecido pelo pequeno Santuário de Nossa Senhora Três vezes Admirável, a Mãe Peregrina.

O pregador do Retiro foi Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas, no Tocantins. Em suas palestras o arce-bispo pregou a partir do tema "Do de-serto ao jardim, Jesus me chama para eu ser guiado e guia espiritual, discípulo missionário, vivendo a altura do Evan-gelho". Criativo, Dom Pedro Brito cha-mava suas colocações de estações, lem-brando a Via Sacra. Inspirando-se no Salmo 144,9, ele dava as suas palestras um segundo título, "afinando as cor-das", em referência às cordas da harpa

de dez cordas de que fala o versículos do salmo. Na verdade, o pregador se referia a todas as atividades espirituais do retiro como uma estação. Assim ele considerava igualmente as celebrações, os momentos de meditação, a reza do terço, a via-sacra e as palestras como uma estações. Em referência às dez cor-das da harpa ele organizou os exercícios espirituais em dez estações ou dez afi-nações.

Falando na homilia da celebração eucarística de encerramento, na quinta--feira, 23, Dom Wilson salientou que a função principal do sacerdote, como guia espiritual, é promover o conheci-mento de Jesus; como pastor ele deve conduzir as ovelhas para Deus. Depois desse encontro fundamental, vem tudo o mais em acrescimo: a conversão, a fé e todas as graças. Mas, tudo depende desse primeiro encontro.

Participaram do retiro 82 padres, en-tre diocesanos e religiosos que atuam na Diocese de Taubaté.Padres reunidos em retiro espiritual ouvem o pregador, Dom Pedro Brito

Primeira conversa de Dom Wilson com os seus padresNa segunda-feira, 20 de julho,

antes de começar o Retiro Anual dos presbíteros da Diocese de Taubaté, após o almoço, Dom Wilson Angotti, que tinha assumi-do a Diocese a pouco mais de um mês, reuniu-se pela primeira vez com os seus padres. No encontro, o novo bispo diocesano teve a opor-tunidade de saudar, de modo par-ticular, os presbíteros e de ter com eles uma primeira conversa. Aos padres Dom Wilson contou que, ao saber que seria bispo de Tauba-té, sentiu despertar nele um querer bem ao clero da diocese. A partir de então, passou a ter em suas orações os seus futuros diocesanos.

Dom Wilson aproveitou para

agradecer os cumprimentos rece-bidos no momento da nomeação e pela acolhida recebida na diocese. Lembrou o carinho do povo no dia de sua posse, a acolhida posterior nas paróquias e decanatos onde já foi. Afirmou que se sente acolhi-do, se sente em casa, como parte da família.

Depois dessas palavras, Dom Wilson expôs aos seus padres como pretende exercer o seu ministério episcopal falando a partir de três aspectos: exercício do ministério, ação pastoral e administração. Ele afirmou que espera contar com a solidariedade de seus padres e que deseja estar à altura das expectati-vas de todos.

Dom Wilson nomeia assessores para área de comunicaçãoPara dar unidade aos serviços de co-

municação da Diocese de Tauba-té, Dom Wilson Angotti anunciou na quinta-feira, 23, a formação do Setor de Comunicação Diocesano. Para coorde-nar os trabalhos desse importante setor, o Bispo de Taubaté nomeou três padres para assessorar áreas específicas da co-municação.

Padre Silvio José Dias, que já é di-retor do jornal O Lábaro, foi nomeado Assessor de Comunicação. Padre Jaime Lemes, do Instituto Missionário São José, jornalista responsável pelo jor-nal O Lábaro, assume os trabalhos de Assessor de Imprensa. E Padre Kleber Rodrigues da Silva coordenará a Rede de Informática, com a missão de esta-belecer a comunhão das várias mídias

digitais católicas em torno da missão evangelizadora.

Dom Wilson incumbiu esses três padres para formarem uma equipe e apresentar um projeto que atenda as diretrizes da Igreja no Brasil para a comunicação. Uma tarefa impor-tante dessa equipe será articular os vários meios de comunicação a servi-ço da Diocese de Taubaté, para que unam forças num trabalho conjunto em prol da evangelização, missão principal desses veículos de comuni-cação.

O anuncio foi dado pelo próprio bispo, Dom Wilson, depois da mis-sa de encerramento do Retiro Anual dos Presbíteros, acontecido de 20 a 23, em Atibaia. Da esquerda para a direita: Pe. Jaime Lemes, Dom Wilson, Pe. Silvio Dias e Pe. Kleber Rodrigues

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O LÁBAROA serviço da evangelização 7Agosto 2015

Setor Juventude em ação

Grupo de jovens realizam missões em Pindamonhangaba

Evangelização na Fundação Casa de TaubatéAndressa Isa de Araújo

No feriado de 09 de julho, quinta--feira, a Juventude do Movimen-

to Cursilhos de Cristandade de Tau-baté esteve em sua segunda visita à Fundação Casa de Taubaté.

Os jovens cursilhistas foram muito bem recebidos pela equipe de funcio-nários e pelos internos da instituição. A Juventude Cursilhista está inician-do um projeto de evangelização com objetivo de levar amor, esperança e principalmente Cristo para a vida dos adolescentes internados na Fundação.

Em sua visita, os jovens cursilhistas rezaram, leram o evangelho, deram testemunho de vida e cantaram. Hou-ve momentos de descontraída intera-

tividade com os internos. A primeira foi quando o cursilhista, MC Rato, evangelizou através do seu Rap. A se-gunda foi o Hip Hop dos dançarinos do Grupo de Dança Rua Conexão. Com sua coreografia os dançarinos demonstraram aos 55 adolescentes, que ali estavam, que é possível desen-volver habilidades pessoais, gastando energia com musica, dança e arte.

Esse projeto está só começando e o retorno foi positivo, apesar de tão pouco tempo. Motivada pelo Evange-lho, a Juventude Cursilhista acredita na recuperação e inclusão de cada um dos jovens internados na Funda-ção Casa, possibilitando a eles que se aproximem da Palavra de Deus e te-nham, desse modo, um recomeço.

Jovens do Cursilho animam Festa Julina na Casa São Francisco para idososAndré Luiz da Silva

A casa São Francisco para idosos, em Taubaté, abriu suas portas aos visitantes para mais uma tradicional Festa Julina, ocorrida no domingo, 12 de julho. Além de todas as coisas tradicionais de uma boa festa (bolinho caipira, pastel, doces, pipoca), a festa contou com a participação do grupo JAC (Jovens Amigos do Cursilho), um grupo de adolescentes do Movi-mento de Cursilhos de Cristandade. Durante o evento, os jovens ajuda-ram na barraca da pescaria e também participaram da quadrilha, quando, junto com as vovós e vovôs, fizeram

uma animada dança. Em seguida, os jovens apresentaram uma quadrilha composta por membros de outros dois grupos de jovens da nossa diocese.

"Foi uma tarde muito agradável e animada, pois, ouvindo depoimentos dos adolescentes do JAC, foi possí-vel perceber que, mais que doar o seu tempo, eles aprenderam muito com a sabedoria dos idosos. Gratidão, valo-rização da pessoa humana, humilda-de, afeto, são palavras dos jovens, que resumem esta experiência". Todos estão convidados a visitar e conhecer melhor o trabalho da Casa São Fran-cisco de idosos.

Bruna Ferreira

Impulsionados pelas palavras do Papa Francisco, quando de sua

visita ao Equador, “Jovens façam barulho, mas um barulho organiza-do”, em Pindamonhangaba, o gru-po Ação Jovem, da Comunidade Católica Alicerce, promoveu uma série de atividades de ação missio-nária. Foram quatro dias, com vá-rios jovens dedicados a superar no-vos desafios, expressando o amor de Deus através da arte e dos talentos de cada um.

De 16 a 19 de julho, para cada dia, foi promovida uma atividade diferen-te. O evento contou com apresenta-ção de teatro, música, passeio ciclís-tico e de bondinho, luau junto com

moradores de rua e missão de casa em casa. No bairro Bom Sucesso, os jovens foram divididos em grupos para visitarem diversas casas, além de uma apresentação de teatro na praça do bairro. “Foi uma experiên-cia muito boa, porque pude ver o cui-dado de Deus em todo tempo, e que-ro buscar o alicerce em Deus a cada dia, para fazer a diferença e superar os desafios do dia a dia”, afirmou o jovem Matheus Augusto, 16, um dos participantes do grupo Ação Jovem.

A iniciativa foi uma demonstra-ção do quanto a juventude, par-tindo da alegria, da ousadia e da criatividade que lhes caracterizam, pode ser capaz de corresponder aos desafios cotidianos buscando sem-pre uma sociedade melhor.

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O LÁBAROA serviço da evangelização8 Agosto 2015

Dom Carmo João Rhoden, um ministério episcopal pleno de realizações

Um balanço dos 18 anos no governo episcopal da Diocese de TaubatéPor Henrique Faria

Quando, em 1996, mais precisamente na tarde do

dia 17 de agosto, o povo se aco-tovelava na quadra de esportes da Associação Clube Jovem para receber o novo bispo de Taubaté, a pergunta mais co-mum entre a mídia da cidade era: “progressista ou conserva-dor?”; e entre o povo, “será que ele consegue substituir dom Antônio?”.

Passaram-se dezenove anos. O padre Carmo não havia sido indicado por dom Antônio para a sua sucessão. Eram bem outros dois e de um deles me arrisco a ventilar o nome por-que já se foi para a eternidade tendo declinado da honraria: Padre Hugo Bertonazzi.

O povo estava ali, diante de um gaúcho alemão, meio matuto, meio nobre, dono de um humor monocórdio sem alterações na expressão do seu

rosto, falando arrastado com ênfase nas últimas sílabas de uma frase que, às vezes se per-dia em divagações, sempre na busca de uma linguagem que o aproximasse da média cultural daquela gente.

Poucos sabiam que estavam diante de um filósofo inquieto e teólogo acadêmico sem nu-ances de progressismo ou con-servadorismo. Dono de uma cultura bíblica invejável – cita com naturalidade capítulos e versículos mesmo das menos conhecidas passagens – aquele novo bispo estava ali, diante de uma diocese tradicional e exigente, uma Igreja particular que, mesmo nas suas mais mo-destas expressões, prima pela ortodoxia e pela obediência às tradições e ensinamentos da Igreja de Roma.

O tempo foi mostrando que nenhuma das duas perguntas teria importância nos dezenove anos que ele administrou a dio-

cese de Taubaté. Não foi nem progressista nem conservador e a preocupação do povo ao se perguntar se ele conseguiria substituir com a mesma digni-dade e sabedoria seu anteces-sor foi aos poucos sendo res-pondida por uma amizade tão bonita entre ele e dom Antônio Afonso que, pareciam irmãos, desses que se dividem entre “mais velhos” e “mais novos”, já que vinte anos os separam na idade.

Quem conhece a “residên-cia” de perto, onde os dois formavam sua pequena co-munidade, sabe do carinho com que dom Carmo tratava seu antecessor e da discrição com que dom Antônio circu-lava por entre os meandros da nova administração diocesana, não se imiscuindo em questões pertinentes ao novo titular, funcionando apenas como um conselheiro e um “irmão mais velho” quando era procurado.

O avivamento pastoral e o protagonismo dos leigosO episcopado de dom

Carmo foi marcado por uma servil obediência às normas da Santa Sé e às orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Primou pela lealdade aos ensinamentos do Papa e, principalmente, no “varejo” como se poderia di-zer, aos grandes documentos latino-americanos e da Igreja brasileira. Foi nesse tom que promoveu quase duas de-zenas de assembleias dioce-sanas de evangelização, em planos bienais ou anuais que ditaram o ritmo da sua atua-ção pastoral.

Assim, nesse aspecto, a dio-cese de Taubaté, que vinha já de um sopro pastoral iniciado por dom Couto e revigorado por dom Antônio Affonso, teve seu grande momento de avivamento pastoral que a inseriu no mapa católico do

Brasil como uma diocese-re-ferência.

A reboque desse “boom” pastoral experimentado nos últimos vinte anos, deu-se o fenômeno caracteristicamen-te latino-americano, preconi-zado em vários documentos das últimas Conferências Episcopais da América Lati-na: o protagonismo dos lei-gos.

Dom Carmo conduziu essa questão com certa “into-lerância”: é assim ou assim. O leigo é Igreja! A expressão “discípulos e missionários” cunhada pela Conferência de Aparecida veio arrematar nos seus últimos anos de episco-pado a linha que pautou todo o seu ministério episcopal, desenvolvido em uma única diocese, a que o viu sagrar-se e retirar-se para um merecido descanso.

A par desse matiz mais “ag-giornata”, considerando-se como progressiva a abertura para uma maior e mais efetiva participação do leigo na vida da Igreja, a Diocese de Tau-baté experimentou também um reavivamento eucarístico, com o resgate e a sedimenta-ção da devoção ao Santíssimo Sacramento, representada nas concorridas celebrações das quintas feiras, em todas as paróquias. Dom Carmo tra-balhou como um moderador entre as correntes mais pro-gressivas da diocese, represen-tadas pelas diversas pastorais, especialmente as sociais, e as mais conservadoras, como a Renovação Carismática Ca-tólica (RCC) que recolocou a Diocese de Taubaté no seu lugar de “diocese eucarística” como sempre foi reconhecida.

O governo civil da dioceseA administração cível da

Mitra Diocesana – figura jurí-dica que representa uma dio-cese na realidade civil – tem marcos importantes nesses dezenove anos. Cercado por uma equipe competente, um departamento jurídico atuan-te, de finanças correto e exi-gente, dom Carmo tem como um dos grandes méritos do seu governo a legalização e regularização dos imóveis pertencentes à Mitra, alguns

em risco de vulnerabilidade possessória, conseguindo, a duras penas, através de inú-meras ações de usucapião, assegurar a propriedade de to-dos eles. Para se ter uma ideia, o Santuário de Santa Teresi-nha era um imóvel que, legal-mente, não pertencia á Igreja, por insuficiência e irregulari-dades de documentação, e foi necessário muita “ginástica” do seu departamento jurídico para convencer o poder públi-

co – aí inclua-se o Judiciário – para configurar o domínio da Mitra sobre aquele templo.

Mas nem só de usucapiões transitou o governo de dom Carmo, no que toca à econo-mia e finanças. A compra da rádio Cultura AM, do pen-sionato Santa Teresinha, que adaptou para a as modernas instalações da Cúria e da Mi-tra diocesanas ficaram marca-das, também, como duas das suas grandes realizações.

O bispo na sua cátedra, ladeado por Dom Antonio e Côn. Elair, vigário geral

Dom Carmo recebe a mitra no dia de sua ordenação episcopal

Em 1996, multidão enche o clube Associação, em Taubaté, para a ordenação e posse de Dom Carmo

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O LÁBAROA serviço da evangelização 9Agosto 2015

Tempos de grandes eventos e comunicação socialO episcopado de dom Car-

mo transcorreu sob o signo de dois grandes eventos: a passa-gem do milênio e o centenário de fundação da diocese, no ano de 2008. Outros grandes eventos, como a passagem das relíquias de Santa Teresinha – com quem a diocese tem gran-de afinidade, desde os tempos de dom Epaminondas, já que o nosso santuário a ela dedi-cado foi o primeiro a ser cons-truído no mundo – vindas da França em um périplo pelo

Brasil, o Congresso Eucarísti-co Diocesano, permearam os quase vinte anos do governo de dom Carmo com a pompa que exigiam e com uma maci-ça participação popular.

Nas comunicações sociais, além da compra e instalação de uma emissora católica de rádio, sua passagem pela Dio-cese de Taubaté destacou-se também pelo resgate do jornal O Lábaro, desativado por oito anos – entre 1988 e 1996 – , já quase entrando no seu 116º

aniversário. Além disso, criou o site diocesano que mantém a atualidade das notícias dioce-sanas, das atividades pastorais e dos expedientes paroquiais.

Criou, em 1999, a Funda-ção Dom José Antônio do Couto, concessionária da Rá-dio Cultura e braço diocesano nas obras sociais e reinstalou o Museu de Arte Sacra, ao qual deu o nome de Dom Epaminondas, em novas e modernas instalações, em 2011.

Investimento em vocações, a sua maior realizaçãoNo entanto, dom Carmo

deixa a administração diocesa-na consagrado pela sua maior realização: o fomento às voca-ções sacerdotais e, dentro da sua filosofia de valorização do leigo, a ordenação de 43 diáco-nos permanentes, colocando a Diocese de Taubaté entre as mais bem servidas nesse setor. Ordenou 47 padres e aumen-tou significativamente o clero diocesano, com o qual sem-pre manteve uma postura de

pai, compreensivo, generoso, misericordioso, compassivo e até com alguns “defeitinhos” que os filhos costumam, às ve-zes injustamente, imputar aos pais.

Separou os seminaristas por idade e nível de escolaridade, criando o Convívio Prope-dêutico São José, em 2006, que inicia os jovens aspirantes ao sacerdócio; transferindo o curso de filosofia para a resi-dência do Alto do Cristo, em

2012; e revitalizou a antiga casa do Menor, na Vila São José, para onde levou os estu-dantes de teologia, dando ao novo seminário o nome de Se-minário Teológico Cura d’Ars, em 2001.

Criou 20 novas paróquias e, por ocasião do centenário da diocese, reconfigurou o Cabi-do Diocesano, conferindo tí-tulos de cônegos e monsenho-res, o que há muitos anos não acontecia.

O Êxodo de um Bispo DiocesanoPreparando-se para dei-

xar o governo da Diocese de Taubaté, tornando-se um bispo emérito, Dom Carmo João Rhoden, scj, escreveu um pequeno livro contando um pouco de sua vida, de sua vocação e de seu ministério episcopal, vivido por 18 anos e pouco mais que 7 meses.

Publicado pela Editora Missão Sede Santos, “O Êxo-do de um Bispo Diocesano” é um opúsculo. Nas palavras do próprio autor, não se tra-ta de sua biografia, nem de um tratado temático. “É um conjunto de considerações teológico-pastorais, além de agradecimentos”, escreveu Dom Carmo, na contra-capa do livreto.

Nas páginas do opúsculo, Dom Carmo tece conside-

rações sobre a diocese que dirigiu e o seu clero. Num capítulo, o sétimo, ele fala de seu lema episcopal, Sentire cum Christo et Ecclesia (Sen-tir com Cristo e a Igreja). Ele aborda ainda temas como a Mística Cristã e a Virgem Ma-ria e dá pistas de sua visão de Igreja.

O subtítulo do livreto é bastante eloqüente, “consi-derações tológico-pastorais de um bispo emérito a seus ex-diocesanos”. Ele assina-la tanto a intenção como o público alvo preferencial da pequena obra. Nele, antes de se tornara emérito, Dom Carmo expõe seu último pensamento e suas conside-rações finais para o rebanho que conduziu por quase de-zenove anos.

Dom Carmo ordena mais um sacerdote para a Diocese de Taubaté

Consagração do Óleo do Crisma, na quinta-feira santa. Celebração na Catedral com todo o clero diocesano

Dom Carmo posa ao lado de Dom Antonio junto com o Cabido Diocesano recomposto por ele em 2007

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O LÁBAROA serviço da evangelização10 Agosto 2015

Em TempoPor Pe. Jaime Lemes, msj

Ecologia integral e desenvolvimento humano

Documento da Igreja

“Laudatio si (Louvado se-jas), sobre o cuidado da casa comum” é o título da encí-clica do Papa Francisco, es-crevendo sobre questões am-bientais. Ao longo de muitas e densamente informadas páginas, quer do ponto de vista teológico, quer filosófi-co e científico, Sua Santidade explica os motivos, verdadei-ramente ecológicos, literal-mente, para que Deus seja louvado. A encíclica aborda a questão da desigualdade de acesso e distribuição dos re-cursos e trata da exploração da natureza.

Na homilia da missa em que iniciou o seu ministé-rio papal, a 19 de março de 2013, o Papa Francisco afir-mou que “a vocação de guar-dião não diz respeito apenas aos cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guar-dar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no li-vro de Gênesis e (...) mostrou São Francisco de Assis: é teu respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente”.

O Papa expressa muito bem a raiz da crise ecológica ao afirmar, “Se a crise ecológica é uma expressão ou uma mani-festação externa da crise ética, cultural e espiritual da moder-nidade, não podemos iludir--nos de sanar a nossa relação com a natureza e o meio am-biente, sem curar todas as rela-ções humanas fundamentais” (no 119). A exploração irracio-nal da natureza não só prejudi-ca gravemente o meio ambien-te, mas também representa um grave problema social e huma-no. Francisco pede ação rápida para salvar a Terra e critica o consumismo. O homem preci-sa instaurar um novo modo de relacionar-se com o planeta. O ser humano não é o dono da

criação é apenas o jardineiro. Cabe a ele cultivar e zelar pelo jardim do mundo.

O planeta é a casa comum de todos os homens, e se ele está sendo maltratado, mudar essa situação exige, também de todos, nova atitude, pessoal e política. Por isso, o Papa alerta para a gravidade do desafio am-biental, em suas inúmeras fren-tes: a poluição e as mudanças climáticas, a questão da água, a perda da biodiversidade, a de-terioração da qualidade da vida humana e a degradação social, a desigualdade no planeta e, muito especialmente, a fraque-za da reação política interna-cional para enfrentar todos os esses desafios, como se verifi-ca até o presente momento. É sobre esse ponto que o Papa deseja despertar a consciência de todos, não apenas dos cató-licos. Ele escreve que “Torna-se indispensável criar um sistema normativo que inclua limites invioláveis e assegure a prote-ção dos ecossistemas” (no 53), para logo adiante continuar, “A submissão da política à tecno-logia, à finança, demonstra-se na falência das cúpulas mun-diais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses parti-culares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus proje-tos” (no 54).

Os eixos da encíclica são a “relação íntima entre os po-bres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo para-digma e das formas de proce-der que derivam da tecnologia, o convite a procurar outras ma-neiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido hu-mano da ecologia, a necessida-de de debates sinceros e hones-

tos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descarte e a propos-ta de um novo estilo de vida” (no 16).

O Papa vincula o problema ambiental à questão moral. Ele insiste em mostrar que não são campos estanques. E aqui resi-de o sentido profundo da pro-posta do Papa Francisco. Sua visão a respeito da ecologia engloba as questões humanas. Utiliza, por exemplo, o termo “ecologia integral” para incluir nas preocupações ambientais as questões sociais, tais como a pobreza, a miséria, o déficit habitacional. A sua defesa do meio ambiente inclui necessa-riamente o desenvolvimento humano. A encíclica insere-se no magistério social da Igreja (cf. no 15).

Defende que a Terra é uma riqueza social. Diz o Papa que “Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambiental. As dire-trizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente cuidar da na-tureza” (no 139).

Ao criticar o antropocentris-mo moderno que faz prevalecer a “razão técnica” e, em última análise, o egoísmo e a ganân-cia, o Papa Francisco propõe um reequilíbrio entre homem e meio ambiente. Deseja um mundo mais sustentável, mais responsável, mais solidário e isso certamente não afeta ape-nas o mundo católico. Lembra o Papa: “Por isso, a Igreja, com a sua ação, procura não só lem-brar o dever de cuidar da natu-reza, mas também e sobretudo proteger o homem da destrui-ção de si mesmo” (no 79)._____________________________Prof. Dr. José Pereira da Silva

Papa institui o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Semana Nacional da Família reflete tema do Encontro Mundial

Aproveitando a repercussão da Encíclica “Laudato Si” e seguindo o que já acontece na Igreja Ortodoxa, o papa Fran-cisco instituiu na Igreja Católi-ca o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, que já será celebrado neste ano, no dia 1º de setembro. Em carta enviada ao Presiden-te do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Pe-ter Kodwo Appiah Turkson, e ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Carde-al Kurt Koch, o papa escreve: “Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise ecológica que a humanidade está viven-do. Por isto devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico pa-

trimônio espiritual as motiva-ções que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, recor-dando sempre que para os que creem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós, ‘a espiritualidade não está desligada do próprio cor-po nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em co-munhão com tudo o que nos rodeia’”. Para o papa Fran-cisco, esse dia – celebrado na mesma data na Igreja Ortodo-xa – é uma oportunidade pre-ciosa para fiéis e comunidades renovarem a adesão à própria vocação de cuidadores da criação, além de ser ocasião profícua para testemunhar a crescente comunhão com os irmãos ortodoxos.

No mês de agosto, a Igre-ja no Brasil tradicionalmente promove a Semana Nacional da Família, trazendo sempre uma temática que evidencia a relevância de se falar do papel da família na sociedade. Nes-te ano, o evento, promovido pela Comissão Episcopal Pas-toral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pela Co-missão Nacional da Pastoral Familiar, aconteceu de 9 a 15 e teve como tema “O amor é a nossa missão: a família ple-

namente viva”, fazendo alu-são ao pensamento de Santo Irineu de Lião, segundo o qual, “a glória de Deus é o homem plenamente vivo”. Este é também o tema do Encontro Mundial da Fa-mília, que será realizado no dia 27 de setembro próximo, na Filadélfia (EUA), com a presença do Papa Francisco. A Semana Nacional da Fa-mília acontece desde 1992, sempre na segunda semana do mês de agosto, mês dedi-cado às vocações.

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O LÁBAROA serviço da evangelização 11Agosto 2015

O Ano Santo da Misericórdia se aproximaOrigens bíblicas do Ano Santo ou Jubileu

O Papa Francisco abrirá, no dia 8 de dezembro deste ano, um

Ano Santo Extraordinário, para contemplação da Misericórdia. Preparando-nos para bem viver-mos este ano de graça para a Igreja e para o mundo, iniciaremos neste mês uma sequência de artigos sobre o significado do Ano Santo e seus principais símbolos. Neste primeiro artigo queremos remontar à tradi-ção do Antigo e do Novo Testamen-to para compreendermos as origens do Jubileu ou Ano Santo, celebra-dos pela nossa Tradição Católica.

O povo do Antigo Testamento conhecia o ano jubilar, que era ce-lebrado a cada 50 anos. O livro do Levítico apresenta, com detalhes, as prescrições para a celebração Ju-bilar (Lv 25,8-12). Assim como no sétimo dia da semana, todos deve-riam descansar, a cada sete anos; a terra também deveria repousar para que, após este período de descanso, ela pudesse ser cultivada novamen-te. A cada sete semanas de anos, ou seja, depois de 49 anos, haveria um grande Jubileu. No 50º ano, não só a terra teria o seu descanso, mas, seria realizada a compensação da desigualdade social, com o perdão das dívidas e devolução de campos e bens comprados dos pobres que não puderam se sustentar no decur-so dos anos anteriores. Seria a festa do perdão.

A partir do repouso e do perdão das dívidas, recobra-se o fôlego para a reconstrução do que foi destruí-do. O profeta Isaías acena para essa

consequência do Ano Jubilar, no capítulo 61, 1-4 de seu livro (prin-cipalmente no versículo 4, que nem sempre é valorizado e perceptível quanto os versículos antecedentes): “O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou--me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os co-rações doloridos, anunciar aos cati-vos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade; proclamar o Ano da Gra-ça do Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos, dar-lhes um diadema em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de vestidos de luto, cânticos de gló-ria em lugar de desespero. Recons-truirão as ruínas antigas, reerguerão as relíquias do passado, restaurarão as cidades destruídas, repararão as devastações seculares”.

O Senhor Jesus retomou esta pro-fecia de Isaias na sinagoga de Naza-ré, acrescentando, logo após a leitu-ra, sua conclusão: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que aca-bastes de ouvir” (Lc 4,21). Ou seja, com a Encarnação de Deus entre os homens, o Ano da Graça, do Per-dão e da Misericórdia foi proclama-do de forma definitiva e irrevogável: toda a história tornou-se jubilar!

Todavia, o homem, ser ritual por natureza, é marcado pela tempo-ralidade. Respeitando tais caracte-rísticas humanas a Igreja acolheu a ideia de um ano especial de gra-ça, transformando-a em realidade com o surgimento do Ano Santo ou Ano Jubilar. O Papa Bonifá-

cio VIII estabeleceu, pela primeira vez na história da Igreja, um Ano Santo, em 1300. A partir de então, deveria ser celebrado a cada 100 anos. O Papa Clemente VI (1342-1352) antecipou o período para cada 50 anos, dada a brevidade da vida humana. O Papa Urbano VI (1378-1389) diminuiu o período novamente, para cada 33 anos (o tempo estimado de vida de Cristo). Em 1475, o Papa Sisto IV, encur-tou mais uma vez o período entre os anos jubilares, colocando um intervalo de 25 anos. No entanto, entre tais períodos previstos para a realização dos Jubileus ordinários, tem havido celebrações de Ano Santo para a comemoração de cir-cunstâncias excepcionais. Assim, Pio XI determinou que fosse cele-brado um, em 1933, como recorda-ção dos 1900 anos da morte reden-tora de Cristo e, João Paulo II, em 1983, fez o mesmo, em memória dos 1950 anos do mesmo evento salvífico.

O último jubileu ordinário foi celebrado a poucos anos. Foi pre-cedido por uma intensa prepara-ção intitulada “Rumo ao novo Mi-

lênio”, entre os anos 1997 a 1999 e celebrado durante todo o ano 2000. Muitos de nós carregamos vivamente em nossa memória as ri-quezas espirituais e eclesiais viven-ciadas neste Ano Santo promulga-do pelo Santo Papa João Paulo II.

Por graça divina, o Papa Francis-co decidiu convocar um Ano Santo Extraordinário para a contempla-ção da Misericórdia Divina. Ele terá início no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição, com a abertura da Por-ta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O Ano Jubilar termi-nará na solenidade litúrgica de Je-sus Cristo Rei do Universo, no dia 20 de novembro de 2016, quando a referida porta será fechada nova-mente. Percebe-se que o símbolo da Porta é muito eloquente dentro das propostas do Ano Santo. O Papa, inclusive, estendeu o privilégio da Porta Santa para todas as Cate-drais do mundo. Sobre o significa-do desse gesto, no entanto, iremos discorrer em nosso próximo artigo._______________________________Pe. Roger Matheus dos Santos

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O LÁBAROA serviço da evangelização12 Agosto 2015

Santo do Mês

Falando de Maria

Assunção: Maria na glória do céuTenho um carinho todo especial

pelo dogma da Assunção de Maria. Minha mãe nasceu na vi-gília desta solenidade litúrgica, no dia 14 de agosto. Seu nome é Ma-ria da Glória. Quando entrei para o seminário, em plena adolescên-cia, um dos padres nos dizia com piedade que Maria é como a mãe da gente lá em casa: silenciosa, humilde e servidora. Certamente ele descrevia a sua própria mãe, mas isso não tinha nada a ver com aquela professora, catequista e lí-der falante, cheia de iniciativa que Deus me presenteou como mãe. Aos poucos fui descobrindo que Pe. Zezinho tem toda razão quan-do nos ensina a cantar: “em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou...” Maria é simples e humilde, silenciosa e ser-viçal, mas é também uma mulher cheia de questionamentos e ini-ciativas. Não seria qualquer jovem que após receber a notícia de que seria a Mãe de Deus, sairiria de casa enfrentando 120 quilômetros de montanhas e perigos para aju-dar sua prima Isabel que já estava gravida há seis meses.

Maria assumiu a proposta de Deus se fazendo serva do Senhor e dos irmãos. Por isso foi assumida de corpo e alma no céu. Assunção pode ser traduzida como “eleva-ção” mas também como “ser as-sumida”. Quando escrevi a última estrofe do disco “Os Mistérios do

Terço” procurei traduzir esta ver-dade com o seguinte verso: “E no quinto mistério coroada é Maria, que foi serva e por isso é rainha”.

Há quem pense que este dogma não tem muitos fundamentos nas páginas da Bíblia. Mas se pensar-mos a “assunção” como “eleva-ção” torna-se cheio de sentido o verso do Magnificat que canta: “Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes” (Lc 1,52). É mais do que uma cena cinemato-gráfica de uma mulher sendo ele-vada acima das nuvens. É um jeito bonito de pensar que aquela que foi fiel a missão de Nazaré até ao pé da cruz, permaneceu unida ao seu filho na hora da luz, ou seja, da ressurreição e da ascensão. O fim de sua vida terrena foi uma serena passagem que os primeiros cris-tãos chamavam de “dormição”, ou “trânsito”. A primeira cristã também foi a primeira assumida eternamente no coração de Deus.

No dia 1º de novembro de 1950, por meio da Bula Munificentici-mus Deus, o papa Pio XII decla-rou que esta verdade é um con-senso natural entre nós, ou seja, um dogma: “[...] pronunciamos, declaramos e definimos ser dog-ma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".

São João Paulo II disse em

uma de suas catequeses em julho de 1997: “A Assunção constitui o ponto de chegada da luta que em-penhou o amor generoso de Maria na redenção da humanidade e é fruto da sua singular participação na vitória da Cruz.” Recentemen-te o Papa Francisco publicou uma encíclica social sobre o cuidado da terra: Laudato si’. Nela existe um parágrafo que faz referência à Maria, evocando a sua assunção: “Elevada ao céu, é Mãe e Rainha de toda a criação. No seu corpo glorificado, juntamente com Cris-to ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza. Maria não só conserva no seu coração toda a vida de Jesus, que ‘guardava’ cuidadosamente (cf. Lc 2,51), mas agora compre-ende também o sentido de todas as coisas. Por isso, podemos pedir--Lhe que nos ajude a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente” (Nº 241).

Olhar para Maria na Glória do céu nos ajuda a fortalecer a espe-rança enquanto caminhamos e cantamos na história, entre dores e amores, luzes e cruzes... Nossa mãe chegou lá e abriu a porta do céu e nos aguarda para que tam-bém sejamos elevados e assumidos na glória!_____________________________João Carlos Almeida Pe. Joãozinho, scjTeólogo e Comunicador

Santa Clara de Assis11 de Agosto

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma

família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a meni-na mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, en-tretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida re-ligiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.

No dia 18 de março de 1212, aos 19 anos de ida-de, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cor-tou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, casti-

dade e obediência.Depois disso, Clara, a con-

selho de Francisco, ingressou no Mosteiro Beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois, foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, jun-tou-se a ela.

Pouco tempo depois, Fran-cisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pa-cífica de Guelfúcio, Francis-co deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram cha-madas de "Damianitas", de-pois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e final-mente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orien-tada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, manten-do, assim, o carisma francis-cano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, aban-donaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, in-gressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi de-finhando. Em 1226, Francis-co de Assis morreu, e Clara teve visões projetadas na pa-rede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das so-lenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igre-ja. Anteriormente, tivera esse

mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio, e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de San-ta Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroei-ra da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais 27 anos, dando continuida-de à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, de-fendeu a cidade de Assis do ataque do exército dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa

Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "ir-mãs clarissas" asseguradas. Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV a procla-mou santa Clara de Assis._____________________________Fonte: Portal Paulinaswww.paulinas.org.br

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O LÁBAROA serviço da evangelização 13Agosto 2015

Aniversários: Bispos, Padres e Diáconos

SetembroNatalício02/09/1965 - Pe. Alberto Aparecido Ferreira 04/09/1931 - Diác. Petrus Eugenio Lencioni 07/09/1986 - Pe. Luiz Gustavo Sampaio Moreira 11/09/1955 - Diác. José Francisco dos Santos 13/09/1939 - Diác. Cristóvão Amador Bueno 14/09/1951 - Diác. José Roberto Macedo 16/09/1950 - Diác. José Rodrigues 17/09/1956 - Diác. Washington Luiz Marcondes Leite 19/09/1974 - Pe. Ederson Carlos A. Rodrigues21/09/1963 - Côn. Francisco Carlos Euzébio 24/09/1964 - Pe. Celso Aloísio Cardoso 25/09/1953 - Diác. José Carlos Caetano 26/09/1927 - Diác. Benedito Gobbo28/09/1968 - Côn. Paulo César Nunes de Oliveira

AGOSTO

01 – Claudio Antico – Par. S. Fco. das Chagas (Taubaté)02 – Lucas Camargo – Par. N. Sra D’Ajuda (Caçapava)

05 – Rozilda Batista – Mitra Diocesana 08 – Jane Pereira – Par. São Sebastião (São Sebastião)

08 – Denise Soares – Par. S. Miguel Arcanjo (Pinda)09 – Aparecida Vieira – Par. São Bento (São Bento do Sapucaí)

10 – Juliana da Silva – Par. São José (Tremembé)11 – Marcela Pereira – Par. N.S. Bom Sucesso (Pinda)

12 – Ana Paula – Par. Sr. Bom Jesus (Tremembé)12 – Rosimeire Monte – P. Sta. Terezinha do M. Jesus (Campos

do Jordão)12 – Wagner Custodio – Par. São Bento (São Bento do Sapucaí)

13 – Tamara Georgina – Par. N.S. de Fátima (Taubaté)15 – Cristane Ferreira – Par. São Cristovão (Pinda)

16 – Diego de Paula – Par. S. Pedro Apostolo (Taubaté)17 – Maria de Fátima – Mitra Diocesana

18 – Tamires Gaspar – Par. S. Pedro Apostolo (Taubaté)19 – Maria das Dores – P. Sto. Antonio de Pádua (Caçapava)

19 – Vera Cruz – Par. N.S. Bom Sucesso (Pinda)19 – Rosana Maris – Par. Sgdo. C. de Jesus (Taubaté)

20 – Maria Celia – Par. Sant’Anna (Pinda)25 – Ana Angélica – Par. N.S. Mãe da Igreja (Taubaté)

26 – Evanilde Margareth – P.N.S. da Esperança (Caçapava)28 – Ana Paula – Par. São Benedito (Pinda)

28 – Monica Marina – Mitra Diocesana

Ordenação 07/09/2008 - Diác. Pedro Luiz dos Santos 07/09/2008 - Diác. Sinvaldo Souza de Amorim 07/09/2008 - Diác. Washington Luiz Marcondes Leite 07/09/2008 - Diác. Antonio Donizete dos Santos 09/09/2008 - Diác. José Roberto Macedo 14/09/2002 - Diác. José Waldyr Pereira Junior 16/09/1995 - Pe. Cláudio Altair da Silva de Jesus17/09/1994 - Côn. Francisco Carlos Euzébio 20/09/2002 - Diác. José Carlos dos Santos Men-drot

Aniversários de funcionários da Mitra Diocesana

Agenda Diocesana01/Ter – Reunião Sub-Re-gião Pastoral de Aparecida, 08h30, Taubaté.

02/Qua – Decanato Tauba-té I: reunião com os padres, 10h, Par. São João Paulo II.

02 a 04 – Semana Social 2015, COPS/CNLB, das 19h30 às 22h, Cúria Dioce-sana de Taubaté

05/Sab – Formação para novos agentes da Pastoral Carcerária, 14h30, Colégio Anchieta

07/Seg – Grito dos Excluí-dos – COPS/CNLB, nas Pa-róquias e em Aparecida

12/Sab – Pastoral Familiar: reunião Sub-Região Apare-cida, Diocese de Caraguata-tuba.

12/Sab – Catequese: reu-nião Sub-Região Aparecida, 8h30, Cúria Diocesana de Taubaté

12/Sab – Pastoral Carcerá-ria: reunião ordinária, 14h,

Colégio Anchieta

12 e 13 – RCC: Retiro para Ministério de Interseção, Tremembé.

14/Seg – Pastoral Familiar: reunião da Comissão Dioce-sana, 20h, Comunidade N. Sra.de Lourdes.

14/Seg – Decanato Tauba-té II: reunião com os leigos, 19h30, Par. N. Sra. da Con-ceição.

15/Ter – COPS: reunião com entidades de inspiração religiosa, 14h, Cúria Dioce-sana de Taubaté.

16/Qua – Pastoral Presbíte-ros Cúria Diocesana de Tau-baté: encontro com padres ordenados de 21 a 30 anos, das 08h30 às12h., Seminário Filosofia Sto. Antônio.

16/Qua – Pastoral da Pes-soa Idosa: reunião da Equi-pe Diocesana, 14h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

19/Sab – Pastoral do Dízi-

mo: reunião da Sub-Região, 9h, Diocese de Lorena.

19/Sab – Assembleia da Sub-Região Pastoral de Apa-recida, das 07h30 às 13h, São José dos Campos.

19/Sab – Pastoral da Crian-ça: reunião de coordenado-res, das 08h às 12h, Cúria Diocesana de Taubaté

19/Sab – Pastoral do Batis-mo: reunião Coordenadores Paroquiais, 14h, C Cúria Diocesana de Taubaté

19/Sab – Reunião do Con-selho Diocesano de Leigos – CNLB, 9h, Cúria Diocesana de Taubaté

19/Sab – Pastoral da Saúde: reunião da Comissão Dioce-sana, 9h, Cúria Diocesana de Taubaté.

19/Sab – Reunião da Pasto-ral da Juventude, 16h, Cen-tro Pastoral Santa Teresinha.

19/Sab – Pastoral Carcerá-ria: Missa de envio dos no-

vos agentes, 14h30, Colégio Anchieta

20/Dom – Decanato Tau-baté II: Formação para os MESC, das 8h às 12h, Paró-quia N. S. Mãe da Igreja.

21 a 25 – Decanato Caçapa-va: Semana Bíblica, 19h, Pa-róquia do Menino Jesus

22/Ter – Decanato Serra da Mantiqueira: reunião , das 8h30 às 12h. Par. Sto. Antô-nio do Pinhal

25/Sex – Reunião da COPS, 19h30, Centro de Pastoral Santa Teresinha.

26/Sab – Reunião do Con-selho Diocesano de Pastoral, 8h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

26/Sab – MESC – Reunião dos Coordenadores Paro-quiais, das 8h às 12h, Paró-quia Menino Jesus.

26/Sab – Pastoral do Batis-mo: Formação para agentes, das 14h às 18h, Paróquia Sr.

Bom Jesus

26/Sab – Pastoral Carcerá-ria: reunião ordinária, 14h, Colégio Anchieta

26/Sab – Liturgia: reunião coordenadores paroquiais e de canto litúrgico, 14h30, Colégio Pe. Anchieta.

26/Sab – Decanato Taubaté II: Assembleia do Decanato ,8h, Paróquia N. Sra. Mãe da Igreja

26 e 27 – RCC: Congresso Anual, SEDES, Taubaté.

27/Dom – Formação de Agentes da Pastoral Fami-liar, a definir

27/Dom – Decanato Caça-pava: encerramento do Mês da Bíblia, Par. São José Ope-rário.

30/Qua – Pastoral Presbite-ral: encontro com padres or-denados a mais de 31 anos, 08h30 às 12h, Seminário Fi-losofia Sto Antonio.

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O LÁBAROA serviço da evangelização14 Agosto 2015

Entrevista do mês:

Diácono Misael: um servidor na alegriaPor Pe. Jaime Lemes, msj

Misael da Silva Cesarino, 68, é pindamonha-gabense de origem, nascido numa família de seis irmãos. Atuando na Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, traz consigo as marcas de uma his-tória curiosa e de um testemunho cristão bonito e empolgante. Sendo de uma família de forma-ção cristã evangélica, converte-se ao catolicismo, torna-se um evangelizador apaixonado e realiza a sua vocação no Ministério Diaconal, que com-pleta neste mês 24 anos.

O LÁBARO: Como foi a sua formação cristã?

DIÁCONO MISAEL: Na minha infância e adoles-cência segui uma orientação religiosa evangélica recebida da minha família, pois meu falecido pai e dois dos meus tios paternos eram pastores evangélicos. Na minha juven-tude afastei-me da orientação religiosa familiar, isto, por volta do ano 1966, quando fui prestar serviço militar e cursar a escola de Sargento do Exer-cito. Graduando-me como sargento, servi a nação por um período de oito anos. Depois, deixei a vida militar, pois não conseguia conviver com o re-gime da Ditadura Militar vi-gente no País. Quando sair da vida militar, fui trabalhar na iniciativa privada, exercendo minha profissão de tecnólogo pleno em mecânica.

O LÁBARO: Fale sobre como começou a sua participação na comunidade.

DIÁCONO MISAEL:

Minha participação ativa na vida religiosa na Igreja Ca-tólica, mais precisamente na Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, começou no ano de 1984, quando parti-cipei com minha esposa de um Encontro de Casais com Cristo, realizado aqui no nos-so Centro de Pastoral. Neste encontro fui grandemente tocado por uma palestra cujo tema era "O Filho Pródigo". Naquele dia procurei Mon-senhor Gil Claro, que estava atendendo aos casais e relatei minha história de vida, e ele me acolheu como um filho e me orientou a caminhar na vida comunitária. Daquele dia em diante passei a fre-quentar assiduamente a Santa Missa, a atuar nos círculos de casais, e a proclamar a pala-vra de Deus na Santa Missa etc. Mais tarde, fui convida-do pelo Monsenhor Gil a me preparar para o exercício do Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística, e após a preparação, recebi a missão de cuidar pastoral-

mente da Capela São João Bosco, numa comunidade rural, atendendo-a de quinze em quinze dias, por um perío-do de dois anos.

O LÁBARO: E a vocação ao Diaconato, quando e como surgiu?

DIÁCONO MISAEL: No ano de 1988, a pedido do Monsenhor Gil, deixei a Ca-pela Dom Bosco e recebi a incumbência de atuar como Ministro na Comunidade Nossa Senhora de Fátima. Ali, junto aos membros da comunidade, estruturei o Dí-zimo, organizei a celebração

semanal da Palavra de Deus nas casas, implantei a cele-bração dominical semanal, motivei a comunidade a se construir como igreja huma-na e igreja templo. Trabalhei arduamente com um grupo de pessoas para preparar a co-munidade Nossa Senhora de Fátima, em vista da sua ele-vação a condição de Paróquia a pedido do Monsenhor Gil e do Dom Antônio. Essas ex-periências de trabalhar junto com o povo, vendo e partici-pando das suas necessidades espirituais e materiais, foram despertando em mim a voca-ção, o chamado para, de uma forma mais concreta, consa-grada, servir ao Senhor. For-tes convicções começaram a surgir em meu coração: eu sentia que a vida ministerial consagrada como diácono, era a vontade de Deus para minha vida. Após discernir o chamado para o diaconato e após expor minha vocação a Dom Antônio Affonso de Miranda, fui por ele recebido com muita alegria e deu-se então o início da minha pre-paração teológica para o mi-nistério diaconal.

O LÁBARO: Como a sua família acolheu a sua decisão de se tornar um diácono?

DIÁCONO MISAEL: Minha mãe, meus irmãos, primos e parentes, por serem evangélicos, não me aceita-ram nem como católico quan-to mais como diácono. Essa aceitação foi conquistada ao longo dos anos pelo meu testemunho de vida cristã ca-tólica. Minha esposa e meus

filhos acolheram com muita alegria a minha decisão de tornar-me diácono.

O LÁBARO: Como foi o processo de formação para o Dia-conato?

DIÁCONO MISAEL: No ano de 1988 fui estudar te-ologia para leigos no Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus – Conventinho – hoje faculdade Dehoniana. Con-cluído o curso de teologia, tive uma preparação específi-ca para o ministério diaconal, acompanhada e orientada pelo Dom Antônio Affonso de Miranda e por docentes in-dicados por ele, até o ano de 1991. Em 15 de junho 1991, recebi o ministério do Leitora-to, e no dia 23 seguinte, recebi o ministério do Acolitato. Fui admitido ao estado de clérigo no dia 18 de agosto daquele mesmo ano. Em 31 de agosto de 1991, depois de concluída minha preparação e confir-mada a minha vocação para o ofício ministerial, por graça de Deus, em uma bela e par-ticipativa Celebração Eucarís-tica realizada por ocasião do Jubileu do Santuário Nossa Senhora do Bom Sucesso, fui consagrado pelo sacramento da ordem ao ministério dia-conal, pela imposição das mãos do então Bispo Dioce-sano Dom Antônio Affonso de Miranda. Depois de orde-nado, procurei realizar com muito empenho o meu Mi-nistério, e com isso conquistei o respeito e reconhecimento de todos os párocos e irmãos leigos da Paróquia Nossa Se-nhora de Fátima, onde atuei

Diácono Misael proclama o evangelho em missa do Advento

Exercendo o ministério diaconal em comunidades da paróquia

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O LÁBAROA serviço da evangelização 15Agosto 2015

como diácono cooperador, por delegação do senhor Bis-po diocesano Dom Antônio. Durante dez anos na Paró-quia Nossa Senhora de Fáti-ma, ajudei na consolidação pastoral da Paróquia, onde, por um processo de Evange-lização realizado de casa em casa, construímos a Igreja de São João Evangelista no Jar-dim Morumbi, e ali atuei até ser transferido, a meu pedido, no ano 2001, por Dom Car-mo João, para paróquia Nos-sa Senhora do Bom Sucesso.

O LÁBARO: Como o se-nhor faz para conciliar vida fami-liar e vida ministerial?

DIÁCONO MISAEL: Para que eu pudesse ser orde-nado e “Servir ao Senhor com Alegria”, como é o lema da minha ordenação, foi impres-cindível o “sim” de minha esposa Cida. Não um “sim formal”, diante do Bispo Dio-cesano, através de uma carta--compromisso, mas um “sim” que carrega em si muitas re-núncias – muitos passeios e

lazer deixaram de acontecer. Um “sim” que exigiu ser re-partido com a comunidade, com o Reino de Deus. Um “sim evangélico” – lúcido e desprovido de artifícios poéti-cos, mas cheio de amor pela Igreja, um sim que renuncia a si próprio para edificar aquilo que se ama. Um “sim” que exige dela ajudar-me a ser fiel ao meu compromisso as-sumido diante de Deus e da Igreja. Portanto, minha espo-sa e meus filhos são grandes incentivadores do meu minis-tério. Meus filhos, já casados, sentem-se orgulhosos do meu trabalho ministerial. Eu tenho sempre procurado ser coeren-te com a dupla sacramentali-dade, pois sempre procuro no período de férias viajar com minha esposa, e após minha atividade ministerial (celebra-ções ou reuniões de pastoral), sair com ela para jantar.

O LÁBARO: Qual a im-portância do Diaconato Perma-nente na vida da Igreja?

DIÁCONO MISAEL:

O Diaconato Permanen-te, enquanto sacramento de Cristo-Servo e expressão de uma Igreja servidora, ocupa um lugar privilegiado na mis-são eclesial. Ele desempenha uma função importante na tarefa de tornar a Igreja mais apta para levar ao mundo sua mensagem de verdade e salvação. Por suas caracterís-ticas de ministro ordenado, o diácono, por ser casado e ter uma profissão civil, estar pró-ximo ao bispo e seu presbité-rio, das famílias e dos colegas de profissão, como homem de Igreja e profissional, participa ativamente dos acontecimen-tos do mundo secular e se faz testemunha do Evangelho, na prática da Caridade, na ani-mação, reavivamento e orga-nização das comunidades em vista do serviço aos pobres, o que agrega uma experiência significativa para a Igreja em nossos dias. Esse ministério é importante, pois entre ou-tros serviços, pertence a nós, diáconos, assistir ao bispo e aos sacerdotes na celebração dos santos mistérios, sobre-tudo da Eucaristia, distribuí--la, assistir aos Matrimônios e abençoá-los, proclamar o santo Evangelho e pregá-lo, presidir os funerais e realizar os diversos serviços da carida-de. O diaconato permanente oferece à Igreja a possibilida-de de contar com uma pessoa, que pode ser de grande ajuda para as tarefas pastorais e mi-nisteriais.

O LÁBARO: Além das atividades pastorais na paróquia, que trabalhos o senhor já desen-volveu na Diocese de Taubaté?

DIÁCONO MISAEL: De 1997 a 2002, juntamente com o Padre Antônio Rob-son, Missionário de São José, estive à frente da coordena-ção diocesana da Exigência do Anúncio, onde ministrei para a diocese vários cursos de formação de Evangeliza-dores, tais como: Ministério da Visitação Missionária, Mi-nistério da Acolhida e Evan-gelização de Crianças. Nesse período ajudei a formar para as paróquias pessoas capaci-tadas na arte de evangelizar e acolher, através de cursos siste-matizados realizados no âm-bito diocesano e paroquial. Também, por dois mandatos consecutivos exerci a coorde-nação e vice-coordenação do Conselho Diocesano de Diá-conos. Em 2002, a pedido do meu Pároco, Pe. Luiz Carlos de Souza, iniciei a implanta-ção, formação e estruturação da Comunidade São Lou-renço, composta pelo bairro da Mombaça, Campo Belo e Mariana, como orientador espiritual. Ali, junto com a comunidade, adquiri três terrenos e construí a Igreja-

-templo, e o mais importante construí uma igreja viva, que hoje conta com duas mis-sas dominicais e outra nas quintas-feiras. Nesta comu-nidade está organizada uma catequese com mais 140 cate-quizando, Escola da Palavra, Pastoral Familiar, Corpo de ministros (MECE e Leitores), Equipe de liturgia, CCP, Dízi-mo, RCC, Pastoral da Crian-ça, Vicentinos, Comissão de eventos e obras. Está em construção um centro de Pas-toral e Catequese para melhor acomodar as crianças e pro-mover as atividades pastorais e sociais. Em 2013, recebi da parte do pároco, Pe. Luiz Car-los, uma nova missão, a de or-ganizar administrativamente uma equipe e buscar junto à prefeitura, a oficialização da construção de um templo na Comunidade Beira-Rio, já em adiantado estágio de constru-ção, dedicado a São Pedro Apóstolo, e ali dirigir espiritu-almente a Comunidade.

O LÁBARO: No dia 31 de agosto o senhor completará 24 anos de ministério diaconal. Qual o significado desse tempo dedica-do ao serviço da Igreja para a sua vida?

DIÁCONO MISAEL: A maior motivação e significa-do que tem sido o meu minis-tério, é poder sentir que Deus quer precisar de mim para que o seu plano de amor e justiça aconteça na Igreja e no meio da nossa sociedade; que sou por imensa bondade de Deus canal de suas bênçãos para as pessoas, principalmente para aqueles que mais precisam, os pobres e necessitados. Acre-dito que o significado da mi-nha missão é levar as pessoas a sentirem o amor de Deus. Sabemos que o amor atrai as pessoas. Jesus atraía tan-

tas pessoas porque vivia no amor. E o que a nossa socie-dade precisa é de alguém que seja testemunha autêntica do amor de Deus. Desse modo, eu, como consagrado ao Se-nhor, resumo minha missão diaconal em testemunhar o amor de Deus, "servir ao Se-nhor com Alegria".

O LÁBARO: Nesse tempo de diaconato, quais foram os seus maiores desafios?

DIÁCONO MISAEL: O maior desafio foi, quando eu era supervisor numa empresa metalúrgica, ser um chefe co-erente com o evangelho num ambiente em que a produtivida-de e o lucro são metas e a mun-danidade está presente. Um Chefe que fosse um exemplo, que testemunhasse a grandeza do meu ser cristão, ser diácono, para os meus subordinados e para os meus superiores.

O LÁBARO: Deixe uma mensagem para os nossos leitores.

DIÁCONO MISAEL: Finalizo, deixando a vocês um lembrete da experiência que fiz e faço do "servir ao Senhor com alegria", porque o servir é uma decisão pessoal, é uma en-trega. É sermos humildes para reconhecer que alguém precisa de nossa ajuda. É olharmos ao redor e percebermos que existe alguém chorando, necessitan-do de cuidados. A Palavra de Deus diz que Jesus “esvaziou--se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tor-nando-se obediente até a mor-te, e morte de cruz” (Flp 2,7,8). Que verdade maravilhosa! Je-sus abriu mão de sua divindade para servir. Façamos o mesmo. Paz e bem!

Diácono Misael posa ao lado do Côn. Luiz Carlos, pároco, com Dom Wilson Angotti

Momentos com a família: com a esposa Cida, como os filhos e os netos.

Page 16: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Agosto de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização16 Agosto 2015

Paróquias e Horários de MissaDECANATO TAUBATÉ IDecano: Luis Lobato dos Santos

DECANATO TAUBATÉ IIDenaco: Pe. Arcemínio Leôncio Carvalho, msj.

DECANATO TAUBATÉ IIIDecano: Pe. José Vicente

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇACôn. José Luciano 3652-1832

Matriz: Nossa Senhora da Esperançadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SÃO PIO XFrei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404

Matriz: São Beneditodomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h • 20h

PARÓQUIA DO MENINO JESUS Pe. Carlos Alberto 3652-8459 Matriz: Menino Jesusdomingo 6h30 • 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESPe. Gracimar Cardoso 3978-1165

Matriz: Nossa Senhora das Doresdomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO Pe. Kleber Rodrigues da Silva 3653-4719

Matriz: São José Operariosábado 19hdomingo 9h • 19h

DECANATO PINDAMONHANGABA

Decano: Pe. Vitor Hugo Porto

DECANATO CAÇAPAVA Decano: Pe. Décio Luiz da Silva Santos

PARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAPe. Álvaro (Tequinho) 3671-1848

Matriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)domingo 8h • 10h • 19h

DECANATO SERRA DO MARDecano: Côn. Amâncio Calderaro Júnior

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA

Decano: Pe. José Batista da Rosa

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMons. José Eugênio 3632-2479

Matriz Santuário de Santa Teresinhadomingo 6h30 • 8h • 9h30 • 17h • 19hsábado 19h

PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOA

Côn. Elair Ferreira 3608-4908

Igreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)domingo 8h • 20h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Pe. Luís Lobato 3633-2388

Matriz: São José Operáriosábado 12h • 18h. domingo 7h • 10h30 • 18h • 20h

PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOPe. Fábio Modesto 3633-5906

Matriz: São Pedro Apóstolodomingo 8h • 9h30 • 17h • 18h30 • 20h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAPe. Octaviano, scj 3411-7424Matriz: Santuário São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA MENINO JESUSPe. Aléscio Aparecido Bombonat-ti, msj. 3681-4334

Matriz Imaculado Coração de Mariadomingo 8h • 11h • 19h

PARÓQUIA SANTA LUZIA Côn. Carlos Antonio da Silva 3632-5614Matriz: Santa Luziadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAPe. Arcemírio, msj 3681-1456Matriz: Sagrada Famíliadomingo 8h • 10h30 •17h • 19h

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOPe. Éderson Rodrigues 3621-8145

Matriz: São Vicente de Paulodomingo 7h • 10h • 17h • 19h30

PARÓQUIA Nª Sra. AparecidaCôn. Paulo César Nunes de Oliveira

sábado 19h30domingo 7h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOPe. Celso Batista de Oliveira, sjc 3686-1864

Matriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)sábado 19h domingo 8h • 18h

PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO Pe. Rodrigo Natal 3629-4535

domingo 8h • 10h • 19h

PARÓQUIA S JOÃO BOSCOPe. Ricardo Luís Cassiano 3631-2510

domingo 7h • 10h • 19h

PARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEPe. Alberto Aparecido Ferreira

Matriz: Nossa Senhora das Graçasdomingo 7h • 9h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA SAGRADO CORA-ÇÃO DE JESUSPe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 3621-4440

Matriz: Sagrado Coração de Jesussábado 17hdomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA SENHOR BOM JESUSPe. José Vicente 3672-1102

Matriz: Basílica do Senhor Bom Jesusdomingo 7h • 8h30 • 10h • 17h • 18h30 • 20hIgreja São SebastiãoMissa:18h (Rito Bizantino)

PARÓQUIA SÃO JOSÉPe. Alan Rudz 3672-3836

Matriz: São José (Jardim San-tana)sábado 18h30domingo 7h30 • 10h30 • 17h • 19h30

PARÓQUIA ESPÍRITO SANTOPe. Antônio Barbosa, scj

3602-1250

domingo 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAPe. Sílvio Dias 3652-2052

Matriz: São João Batistadomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h30

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAPe. Décio Luiz 3652-6825

Matriz: Santuário Santo An-tônio de Páduadomingo 7h • 9h • 19h....................................................Comunidade de São Pedro: Vila Bandeirantedomingo 17h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOCôn. Luiz Carlos 3642-2605

Matriz: Santuário Nossa Se-nhora do Bom Sucessodomingo 7h • 9h • 11h • 18h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADAS GRAÇASPe. Vitor Hugo 12 3522-5318

1º e 3º domingos 10h • 18h302º, 4º e 5º domingos 7h • 10h • 18h30

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOCôn. Geraldo 3637-1981

Igreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)domingo 7h • 9h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMACôn. Francisco 3642-7035

Matriz: Nossa Senhora do Rosário de Fátimadomingo 7h30 • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Pe. Edson Rodrigues da Silva 3643-6171

Matriz: São Miguel Arcanjodomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Pe. Antonio Carlos Monteiro 3641-1928Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)domingo 8h

PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO Cidade NovaPe. Geraldo Lelis 3648-1336

Igreja Matriz: São Cristóvãodomingo 7h • 19h

PARÓQUIA SANTA CRUZCôn. Amâncio 3676-1228

Matriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)domingo 8h • 18h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEPe. Alexandre 3677-1110

Matriz: Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra)domingo 9h30 • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Pe. Antonio Claudio 3677-4152

Matriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)domingo 10h (2º e 4º Domingos do mês)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDEPe. José Rosa 3662-7068domingo 10h • 20h

PARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSPe. José Alberto Luna Cavalcante (Pe. Beto), sjc 3662-1740

Igreja Matriz: Santa Terezi-nha do Menino Jesus (Aber-néssia)domingo 7h • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO

Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340

Matriz: São Benedito (Capivari)domingo 10h30 • 18h

PARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍ

Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Matriz: São Bentodomingo 8h • 10h • 18h

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALPe. João Miguel da Silva 3666-1127

Matriz: Santo Antôniodomingo 8h • 10h • 19h

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PARÓQUIA JOÃO PAULO IIPe. Antônio Fernando da Costa

domingo 19h

PARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGAS Mons. Marco Eduardo 3632-3316sábado 12h • 16hdomingo 7h • 9h • 10h30 • 18h30 • 20h......................................................Convento Santa Clarasábado 7h • 19hdomingo 7h • 9h • 11h • 19h......................................................Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)domingo 8h30 .....................................................Igreja de Santanadomingo 9h30 (Rito Bizantino)

PARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃO

Pe. Celso Aloísio 3642-1320

Matriz: São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 18h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS (Cidade Jardim)Côn. Joaquim Vicente dos Santos

domingo 8h • 19h

PARÓQUIA SANT’ANA Pe. Antonio Carlos Gonçalves 3527-1758

Igreja Matriz: Sant’anadomingo 8h • 19h3º domingo 11h (Motociclistas)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMAPe. Luiz Claudio Winter Spolatori, 3631-1023

Matriz provisória: Exaltação da Santa Cruzdomingo 19h30.....................................................Comunidade Nossa Senhora de Fátimadomingo 10h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMPe. Celso Luiz Longo 3621-5170

Matriz Nossa Senhora do Belémdomingo 9h30 • 19h30

PARÓQUIA JESUS RESSUSCITADOMatriz Nossa Senhora Rosa Mística (Alameda dos Agapantos, 219 – Residencial Flor do Campo, Tremembé/SP)

domingos 8h30 quintas feiras 19h30 todo o dia 13 de cada mês 19h30