jornal janeiro ocorreio da serra

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C M Y K Cunha e região :: Ano 01 :: Nº 03 :: Janeiro, 2011 Um jornal independente, a serviço da comunidade O Correio da Serra DIVULGAÇÃO ROTA DA CACHAÇA: ANTES DA FORCA, TIRADENTES QUIS MOLHAR A GOELA! Página 8 VEJA NESTA EDIÇÃO ENTREVISTA COM O PREFEITO OSMAR FELIPE JR. Páginas 4 e 5

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Page 1: Jornal janeiro ocorreio da serra

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Cunha e região :: Ano 01 :: Nº 03 :: Janeiro, 2011

Um jornal independente, a serviço da comunidade

O Correio da Serra

DivUlgAção

RoTA DA CACHAçA:ANTES DA FoRCA, TiRADENTES QUiS MolHAR A goElA! Página 8

vEJA NESTA EDição ENTREviSTA CoM o PREFEiTo oSMAR FEliPE JR.

Páginas 4 e 5

Page 2: Jornal janeiro ocorreio da serra

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2 :: O Correio da Serra :: Cunha, Janeiro/2011

ExpEdiEntEDiretor PresidenteOswaldo de C. Macedo

Jornalista Responsável:Iara de Carvalho – MTB nº 10.655

Diagramação:Luciano Lobato – (12) 9191-5399

Registro no Cartório de Imóveis e registros de Cunha protocolizado sob nº 246 , no livro nº

1,em data de 28/07/10 e registrado nesta data, sob o nº 3, no livro nº arquivo digitalizado –

Cunha 12 de agosto de 2010Av: Padre Rodolfo, 285, fundos – Alto

Cruzeiro – Cunha – SPTelefone: (12) 97 59 03 55

E-mail: [email protected]

www.ocorreiodaserra.com.brImpressão: Jornal “Diário de Taubaté”

Um jornal independente, a serviço da comunidade

O Correio da Serra

EDITORIAL

o início da segunda década do tercei-ro milênio, temos uma massa infor-mativa disponível em vários meios – embora nem sempre de diferentes fontes -, que chegam às pessoas sobre os mais variados acontecimentos e fenômenos muitas vezes com ima-gens e às vezes com rostos e vozes de

alguns de seus protagonistas. Interpretações de cor-rentes diferenciadas também são encontradas, talvez com mais dificuldades, mas igualmente podem estar a disposição de dezenas de milhões de pessoas.

No entanto, talvez em nenhum momento duran-te essa primeira década do terceiro milênio o ser humano tenha se sentido menos capaz de entender o mundo em que está vivendo. As variáveis que definem seu destino se apresentam cada vez mais longínquas, aleatórias, impossíveis de ser captadas no que parece ser uma complexidade infinita. Entre riscos de ali-mentação, pânicos financeiros, perda generalizada de empregos e de direitos ou medo de perdê-los, catás-

trofes naturais e outras situações que de certa manei-ra produzem insegurança levam homens e mulheres ao sentimento de incapacidade no descontrole e a ansiedade do viver cotidiano.

Será que diante de tanta informação e acontecimen-tos os homens perderam a capacidade de compreen-são e de transformação do mundo que eles mesmos criaram? Se é certo que os homens criaram o mundo que querem, no momento em que desejam, é certo que o mundo é resultado das ações humanas, entre si e na relação com a natureza. A inteligibilidade da história, como ela se desenvolveu até aqui, é uma prova da capacidade humana de decifrar sua própria obra. Sua importância seria, ao contrário, prova da falta de transparência do mundo, da sua privação de significado ou da incapacidade humana de decifrá-lo e, portanto, de sua passividade diante dele.

Diante desse quadro, temos uma das mais impor-tantes lições dessa primeira década do século e deste início de novo milênio, que é precisamente a de que não há um destino predeterminado na história

humana em qualquer direção ou ideologia. Ninguém está condenado aos mandos e desmandos da vontade de outrem.

Por isso, a história é feita pelos homens não como desejam, mas como decidem fazê-la, a partir das con-dições materiais e culturais que encontram. Ela é um espaço aberto, cujos destinos continuam a ser decidi-dos pela luta social, política e cultural entre os homens individual e coletivamente. Não fosse assim, o homem teria perdido uma de suas características essenciais – a de possuir liberdade, a de definir seu destino, a de não ser apenas psicológico, mas também histórico. O homem estaria relegado ao estatuto de animal irra-cional, que se reproduz conforme seus instintos, sem capacidade de trabalho e de transformação do meio em que vive e, portanto sem historicidade.

Que 2011 seja o ano da luta e da transformação para todos, diante de si e dos outros. É hora de um novo tempo feito por todos e, em benefício de todos.

Oswaldo de C. Macedo

QUEM FAZ A HiStóRiA é QUEM ViVE O COtidiAnO

N

idEntiFiQUE O MElHOR tipO dE ólEO pARA A SAúdE

Há nas prateleiras dos supermercados uma boa varie-dade de óleos. Mas, qual deles é melhor para se comprar? Embora muita gente duvide, eles podem trazer benefícios à saúde se forem bem escolhidos.

“Eles têm a função de manter a temperatura corporal, de auxiliar na produção de hormônios, e ainda de auxiliar na absorção de vitaminas lipossolúveis, que são vitaminas que são absorvidas através de gorduras, os óleos que a gente ingere” dizem especialistas em nutrição.

Eles também informam que na hora da compra, quanto mais clarinho o óleo, melhor.

“Entre dois óleos você consegue observar claramente que um óleo é mais transparente do que o outro. Então, dessa maneira, a escolha seria a de comprar o que é mais transparente o que indica a passagem de mais vezes no processo de refino”. Informam os especialistas em nutri-ção.

Eles também explicam que, para quem tem alterações nas taxas de colesterol, os mais indicados são monoinsa-turados - os feitos à base de Canola e do Azeite de Oliva. Se a saúde estiver em dia, os poliinsaturados - de Soja, de girassol ou de Milho - geralmente mais baratos, também podem entrar na dieta.

Embora muita gente duvide, eles podem trazer benefícios caso sejam bem escolhidos.

Também é preciso ter cuidado com a quantidade de óleo que colocamos na panela. Afinal, como todo alimento, ele também engorda. Para uma família de quatro pessoas, um litro deve ser o suficiente para passar um mês inteiro.

Poucas colherinhas no preparo dos pratos ajudam a não exagerar. No caso do arroz, bastam duas. Para fritar o bife, é preciso um pouco mais.

“Para uma família de quatro pessoas, você pode utilizar três colherinhas de chá de óleo vegetal”, contam os espe-cialistas em nutrição.

Mas, por outro lado chamam a atenção, que nem todos os óleos podem ser utilizados para cozinhar alimentos. As propriedades nutricionais podem ser alteradas durante o aquecimento. E até transformar a gordura boa em ruim.

“Uma boa dica para quem quer submeter esse óleo ao cozimento, é a escolha da Canola, que suporta melhor as temperaturas altas. O Azeite de Oliva suporta um pouco menos, por isso, é mais indicado para usar em prepara-ções já prontas”, explicam os nutricionistas.

É o caso da salada - uma combinação perfeita. Além de proteger o coração, o Azeite de Oliva possui substâncias que beneficiam o fígado e os sistemas imune e digestivo. Duas colheres de sopa por dia é a quantidade ideal. Em um prato, basta um fiozinho.

“Um círculo de filete de óleo, não muito lento, é a quan-tidade ideal que uma pessoa pode fazer. Depois preparar a salada, montar um prato bem legal com o Azeite de Oliva por cima, o objetivo nutricional está atingido e, com isso estará se promovendo a boa saúde”.

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Cunha, Janeiro/2011 :: O Correio da Serra :: 3

Criado em 1999, em homena-gem ao Ano Internacional do Idoso, o Talentos da Maturida-de é mais do que um concurso,

é uma iniciativa transformadora que tem como intuito despertar um novo olhar da sociedade sobre a Terceira Idade.

A 12ª edição (2010) trouxe uma grande novidade: a categoria Foto-grafia. Ou seja, no total são cinco categorias: Artes Plásticas, Fotografia, Literatura, Música Vocal e Programas Exemplares. Por categoria são 5 prê-mios de igual valor.

A comissão julgadora é sempre composta por pessoas com experi-ência comprovada em áreas de atu-ação ligadas a cada tipo de categoria do concurso. O nome dos jurados é somente divulgado após a divulgação dos resultados.

Em grande festa para cerca de 1.500 pessoas, o Talentos da Maturidade entregou em 22 de novembro de 2010 os prêmios aos 25 vencedores da 12ª edição com transmissão ao vivo pelo site do Talentos. Entre os vencedores da categoria Fotografia, Árpád Cserép, residente na Estância Climática de Cunha, com a foto intitulada “Enrai-

zado”, tirada em Cunha enquanto fil-mava um documentário. Trata-se de uma cena marcante, a qual mostra niti-damente quão “enraizado” o homem pode estar com o seu trabalho!

Sobre Árpád CserépÁrpád Cserép, 63 anos, de família

húngara, nasceu em um campo de refugiados na Áustria, onde viveu durante 10 anos. O restante de sua vida dividiu entre a Alemanha e a Holanda. Faz um ano que vive em Cunha com sua esposa brasileira. Sua paixão pela fotografia é antiga. Aos 17 anos come-çou a fotografar e a fazer filmes Super 8, sempre com recursos limitados, mas muita dedicação. Fotografia é arte e arte é cultura!

Em abril de 2010 Árpád e sua esposa tiveram a oportunidade de expor diver-sas fotografias no MIS de Campinas na exposição entitulada “Mianmar e Índia pela Lente de Dois Mochileiros”.

No momento em que passou a viver em Cunha, passou a registrar a zona urbana e rural, a fauna e flora, bem como a gente de Cunha, suas tradições e histórias. Preocupados em divulgar o trabalho entre os próprios cunhenses, o casal criou o projeto “Cunha para o

ESTRADASMoradores e comerciantes do bairro do Gua-

ranjanga reivindicam melhorias na estrada, pois o trecho que sai da SP 171, seguindo as indicações do Caminho do Ouro está com condições de tráfego muito precária. Os turistas e moradores que usam a estrada enfrentam dificuldades com as valetas abertas no leito da estrada. É preciso refazer a esses trechos com problema e cascalhar para que volte às condições normais de tráfego.

Outro bairro que reivindica melhoria e cascalha-mento na estrada são os moradores do Macuco e da

Soledade. Lá as valetas e o mato já tomaram conta do leito da estrada. Está difícil de trafegar até com motos e cavalos. Quando chove muito os produto-res enfrentam muitas dificuldades para escoar sua produção, principalmente a leiteira.

ESTACIONAMENTO E TRÂNSITO NO CENTRO DA CIDADE

Cunha precisa criar mais vagas de estaciona-mento no centro da cidade, para que moradores e turistas possam ter mais comodidade com seus veículos. Também precisa regulamentar o espaço para estacionamento de motocicletas que acabam ocupando a vaga de um carro ou fica sem lugar para estacionar na região central.

POLICIAMENTOAs blitz da Polícia Militar em Cunha mais parece

uma operação atrapalha trânsito do que um poli-ciamento preventivo, capaz de dar mais segurança a população, tão carente da mesma. É melhor um policiamento ostensivo do que um monte de viatu-ras estacionadas em cima do calçadão indicando segurança em quanto nos bairros a população con-tinua insegura. Há reclamações de moradores que

quando solicitam a presença da policia ela demora mais de uma hora para chegar ao local.

E, com isso parabenizamos o policial Cristóvão pelo seu trabalha competente e pelo carinho que tem com a população cunhense.

O PRIMEIRO ANINHOO casarão que caiu no centro da cidade com exces-

so de chuva da virada do ano 2009/2010 ainda con-tinua sem solução. Nem o entulho foi removido pelo dono. Há um monte de madeira velha que está sujeito a um incêndio ou qualquer outro tipo de acidentes. É preciso que se tome providência urgente.

FOTÓGRAFO DE CUNHA GANHA PRÊMIO TALENTOS DA MATURIDADE

Cunhense” e teve o apoio da Secretaria de Turismo e Cultura de Cunha para divulgar uma série de fotografias em setembro de 2010 no Espaço Cultural Parque Lavapés em Cunha, oportuni-dade em que receberam aproxima-damente 900 alunos da rede pública e particular do município, bem como visitantes de diversas localidades. Um dos visitantes mencionou o concurso Talentos da Maturidade, sugerindo que Árpád participasse na categoria Fotografia.

Por telefone fotógrafo recebeu a

notícia de que sua foto havia sido pre-miada e tudo lhe pareceu inacreditável no primeiro instante, mas grande ale-gria dominou os momentos seguin-tes. Alegria maior traz o fato de que a foto premiada foi tirada na cidade que escolheu para viver. O prêmio signifi-ca valorização e reconhecimento! E o troféu não é apenas dele, é também de Cunha! A partir de 19 de fevereiro de 2011 a fotografia vencedora poderá ser vista em Cunha na Coletiva “Mar de Morros”, exposição que reunirá inúme-ros trabalhos de diversos artistas.

N O S S A C I D A D E

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4 :: O Correio da Serra :: Cunha, Janeiro/2011

ESTRAGO PROVOCADO PELAS CHUVASA catástrofe do início do ano de 2010,

em Cunha trouxe muitos problemas para a cidade, mas eles já estão sendo resolvidos, aliás, desde o inicio de nosso mandato que estamos passando por várias dificuldades. Logo no primeiro ano caiu a serra no trecho que liga Guaratinguetá a Cunha e a nossa comunicação ficou comprometida com a passagem pela estrada velha e ao mesmo tempo tivemos a queda de um longo trecho na estrada Paraty - Cunha, que também ficou interditada, isolando Cunha. Na virada do ano de 2009 para 2010 tivemos uma catás-trofe aqui com um volume de chuva de mais de 400 mm em cinco dias e com isso houve o transbordamento dos rios afluentes do Rio Paraitinga e o do próprio Rio que subiu mais de doze metros. Esse transbordamento isolou vários bairros rurais o que nos levou a solicitar ajuda dos governos do Estado e Federal para tentarmos reverter essa situa-ção calamitosa que se abateu sobre a nossa

cidade. Isso nos levou a várias idas e vindas a São Paulo e a Brasília em busca de recur-sos. Só a capital federal, fomos vinte vezes à busca de recursos e também para assinar convênios importantes para a recuperação do município.

ESTRADAS RURAISSão mais de 2,4mil km de estradas rurais,

hoje temos entre 90% a 95% resolvido, fizemos mais de cem pontes de madeira com recursos da própria prefeitura, além da retirada de barreiras e outros. Assim o orça-mento ficou prejudicado, e, muitas coisas que prevíamos fazê-las ficaram comprome-tidas, não sendo possível neste momento.

CONTAS Estamos fechando o ano sem problemas

na justiça e com o Tribunal de Contas e também não deixamos de fazer nenhum evento em Cunha, mas nos sacrificamos bastante para que eles, mesmos de forma modesta fossem realizados. A exemplo disso tivemos a Festa do Pinhão, as Festas Religiosas, o Festival de Inverno e outros eventos que ocorreram durante o ano.

VERBAS RECEBIDASRecebemos do governo Federal 8 milhões,

mas esse recurso veio com destino espe-cífico na sua forma de aplicação, que de acordo com projetos ele foi destinado para 150 km de cascalhamento e drenagem de estradas rurais, além da construção de 39 pontes com valor de 150 mil Reais cada. Dos 212 municípios atingidos pelas chuvas no Estado de São Paulo fomos um dos mais avariados junto com a cidade Histórica de

São Luiz do Paraitinga e por isso tivemos que enfrentar a burocracia na busca da libe-ração dos recursos que embora existam não é facilmente liberado. E quanto ao projeto de engenharia das pontes, temos acompa-nhado e os engenheiros Rubens e Marcelo estão em um espaço cedido pela Casa da Agricultura, verificando tudo de perto. Mas, se por ventura alguma ponte estiver fora do eixo da estrada vamos verificar antes da conclusão da obra no final do mês de janeiro de 2011.

EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIOTemos investido bastante nessa área

colocando geladeira em todas as escolas para melhorar a conservação de alimen-tos, e assim podermos dar mais qualidade a merenda dos alunos o que tem sido bas-tante elogiado pelos munícipes. Na gestão passada das vinte e três escolas municipais, apenas quatro contava com geladeiras, mas na nossa gestão também procuramos infor-matizar as escolas montando dez laborató-rios de informática com cinco computadores cada, para que os alunos possam ter mais contato com era digital. Desses dez labora-tórios, oito estão na zona rural e apenas dois estão na cidade por causa da dificuldade da área rural em ter acesso a determinadas informações importantes na área pedagó-gica e até mesmo a programas que facilitem a relação ensino-aprendizagem.

Quanto às reformas, fizemos a da escola do bairro do Paraitinga e aqui na cidade reformamos a escola Cantinho do Céu e cuidamos de alguns reparos na escola Bene-dito Aguiar. Além disso, tratamos de fazer curso de capacitação para os professores e

resolvemos o problema do plano de carreira logo no primeiro semestre do mandato.

TRANSPORTE ESCOLARForam adquiridos três ônibus escolares

novos e, com isso, o transporte escolar conta com uma frota de cento e cinqüenta veícu-los entre carros oficiais e terceirizados, que rodam uma média de 70 km por dia cada um deles, ou seja, entre oito e nove mil qui-lômetros. Desse total 75% dos recursos vêm do governo do Estado e o município assume os outros 25% porque são transportados alunos da rede municipal e estadual.

DENÚNCIA DE IRREGULARIDADE NO TRANSPORTE ESCOLAR

As pessoas que trabalham têm um contra-to com a prefeitura, elas têm uma concessão. A partir de 2011, estaremos fornecendo um advogado para auxiliar os condutores na criação de uma pequena empresa ou quem sabe mais tarde uma cooperativa na área de transporte para facilitar essa prestação de serviço para o município. Isso vai nos ajudar a legalizar melhor a questão do transporte. A questão de pessoas que têm o contrato com a prefeitura se estiver repassando para outro, isso está irregular, e nós vamos levantar isso e, eles não poderão continuar fazendo transporte. Essa concessão é dele, ela é uma concessão individual. Por outro lado, não tenho conhecimento que esteja ocorrendo isso, mas vou investigar e estarei repassando para o jornal, pode ter algum caso que esteja ocorrendo a gente verificar e encaminhar para a tomada de medidas legais contra o mesmo.

=>

ENTREVISTA COM O PREFEITO OSMAR FELIPE JR.O prefeito de Cunha Osmar Felipe Jr. concedeu uma entrevista para o Diretor do O Correio da Serra, Oswaldo Macedo, onde falou dos principais pontos de sua administração. Confira a entrevista exclusiva.

Restaurante Dona DitaResponsabilidade e qualidade em tudo o que faz.Rua dos estudantes,

60 Cunha - SP

Telefone :

12 3111 2792

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Cunha, Janeiro/2011 :: O Correio da Serra :: 5

Eletroeletrônica BrasilManutenção em Tv, DVD e som em geral.

Manutenção e montagem de micro computadoresVendas de aparelhos novos e usados.

Rua Adhemar de Barros, 245 - Bairro do Cajurú - Cunha - SP

Cel: 12 91337755

=> SEGURANÇAO Correio da Serra –Aqui em Cunha temos

um problema bastante grave com os princi-pais membros do judiciário morando em outras localidades, isso não requer um plano mais eficaz de segurança para a cidade?

Prefeito - Tive duas oportunidades de conversar com o secretário de segurança do Estado, Dr. Antonio Pereira e nessa opor-tunidade pedimos o aumento do efetivo de polícia para Cunha, que, aliás, perdeu nos ótimos dez anos 50% do seu efetivo. O pro-blema nesse caso é a falta de uma estatística favorável, pois as pessoas lesadas não regis-tram na, maioria das vezes, um Boletim de Ocorrências (BO).

Durante as festas e nos finais de semana temos reforço da Força Tática, mas preci-samos fortalecer mais a nossa segurança devido aos problemas com drogas e outras formas de violência pelas quais os muníci-pes passam ou podem vir a sofrer. Inclusive através de uma solicitação nossa a Força Tática da Policia Militar fez um trabalho em vários bairros o que resultou na prisão de alguns suspeitos e a população gostou muito, elogiando esse trabalho.

A questão da promotoria, juiz e delega-do a gente pode estar conversando, pois temos um bom relacionamento com eles, mas precisamos sim de um trabalho bas-tante efetivo deles nesse sentido. Por isso, podemos contribuir e dialogar para que seja dada uma atenção diferenciada para a segurança pública em Cunha e o problema do crack e outras drogas é um problema sério que afeta todos os municípios do país. Temos solicitado sempre que se reforce a nossa segurança, mas ainda esbarramos na questão do registro das ocorrências que coloca cidade fora da estatística do aumen-to do quadro da violência, e com isso todo mundo acha que aqui é um paraíso.

Eu já tomei conhecimento do estudo rea-lizado pela Confederação Nacional de Muni-cípios (CNN) sobre o problema das drogas no município e a partir de janeiro vamos buscar novos convênios para tentar resolver o problema. Além da nossa busca individual

vamos também solicitar ao Consórcio de municípios do vale Paraíba, litoral Norte e Serra da Mantiqueira – Codivap – para que possamos realizar uma ação integrada na área da segurança. Sozinho os municípios não conseguem dar conta desse problema que é cada vez maior e afeta a todos nós cidadãos e cidadãs que vivemos na região.

ESGOTO Temos projeto de uma estação de tra-

tamento encaminhado para a Secretaria de Saneamento do Estado no sentido de tratarmos o esgoto e despoluirmos o rio das Pedras que recebe a maioria do esgoto doméstico da cidade. Para darmos continui-dade, tivemos que desapropriar uma área para podermos doar ao Estado para que a obra da estação de tratamento possa ser licitada. Todas as etapas que parecem muito simples, na verdade não são e, demandam todo um tramite jurídico. Mas, isso está pronto e tecnicamente o valor também já está definido: será da ordem de cinco milhões de reais.

A estação de tratamento daqui será dife-rente dos projetos mais comuns que nos temos conhecimento, com lagoa de decan-tação que, na verdade precisa de mais ter-reno e exala um cheiro muito pior do que uma estação dessas do projeto, que mais se parece com um galpão industrial. O aspecto de galpão de indústria é bem amenizado no projeto com a arborização do local e, como é vista como uma obra compacta e bastante moderna terá oportunidade de contribuir mais com o meio ambiente. E falando nisso, até abril vamos dar inicio a mais um trecho de canalização do rio das Pedras, altura da Várzea do Gouveia, onde ocorreram danos em várias casas com a chuva o início do ano.

LIXONa verdade é inviável ter um aterro

sanitário. Hoje em dia as exigências são muitas por parte da Legislação Ambien-tal, deixando o custo muito elevado para a manutenção do município. A maioria dos

municípios pequenos não possui aterro porque na atualidade se usa o sistema de valas com manta de chumbo para evitar a contaminação do lençol freático pelo choru-me, além da produção de gases que requer atenção especial. É uma situação que requer muito cuidado, pois precisa de uma área bastante específica e o relevo de Cunha que é bastante acidentado e com muitas nas-centes próximas a essas encostas dificulta a construção de um aterro. Se levarmos ao pé da letra a Legislação Ambiental vigente teria outras atividades inviabilizadas, até mesmo a atividade leiteira. Não só Cunha, mas todos os municípios do Alto Vale do Paraíba estão inviabilizados, considerando quarenta e cinco graus, raio cem metros das nascentes encostas e outras situações colocadas na legislação.

Para reforçar a questão, até porque pre-cisamos criar novos mecanismos para que a cidade seja vista pelo turista como uma cidade limpa e, que verdadeiramente pre-serva a natureza, fizemos a retirada, a seis meses atrás, de duas lixeiras feitas de caixa de cimento nas entradas da cidade. Retira-mos uma caixa localizada perto do portal e outra perto da garagem da prefeitura, no Alto do Cruzeiro. Essas caixas foram feitas pela administração anterior, bem como outras localizadas ao longo da SP 171 – rodovia Paulo Virgínio – e nos tomamos o cuidado, pois não conheço nenhuma cidade que tenha lixeira de cimento na porta. As lixeiras que estão na rodovia vão ser remo-vidas, mas estamos estudando uma forma de removê-las sem penalizar as pessoas que utilizam esses recipientes. Isso é uma atitude simples, mas mostra a forma como estamos vendo o município.

ESTRADA Temos projeto para terminar o recapea-

mento que foi dividido em três etapas: pri-meiro até o lato da serra, que já está sendo concluído pela Serveng; segundo que está para ser licitado do alto da serra até a área urbana de Cunha; e terceiro até a divisa entre o Estado de São Paulo e o Estado do

Rio de Janeiro. Mas uma que coisa deve ser lembrada foi quando caiu a serra, logo no inicio do mandato, muita gente apontou a questão como culpa nossa. Cheguei a ir a São Paulo umas oito ou nove vezes buscar apoio do secretário de transporte do Estado, Dr. Mauro Arce para que pudéssemos refazer os trechos que rodaram na serra do Quebra-Cangalha. Mas, depois de pronto tudo ficou no esquecimento se esquecendo das acusa-ções feitas e, não levando em conta os méri-tos da administração. Isso é fruto da nossa luta. A notícia boa que temos é que logo no início deste ano de 2011, estará sendo feita a licitação para o recapeamento do segundo trecho do bairro da Rocinha x Cunha com um custo de 44 milhões de Reais. Esse foi também um compromisso de campanha do governador eleito e empossado, neste pri-meiro de janeiro, Geraldo Alckimim Filho. E quanto a isso estou tranquilo, pois confio muito no governador eleito, que, aliás, é do nosso partido PSDB. Como a estrada foi feita nos anos 60 do século passado e está muito danificada será preciso fazer uma boa reforma como a que está sendo feita pela Enpavi - Empresa de Pavimentação Asfáltica nas suas encostas.

E, para o ano novo, desejo a todos os munícipes um excelente 2011, repleto de muitas realizações.

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6 :: O Correio da Serra :: Cunha, Janeiro/2011

Distribuição Sorvetes Itú em Cunha

Temos: Picolés, sundae, potão de 2 litros, potes de 350ml e água de côco

gelada.

Av Dhaer Pedro - box 9 ao lado do Campo de Futebol

da Varzea do Gouveiacel 12 96108941

Preciso comprar urgentemente uma máquina foto-gráfica. Preciso fotografar um cavalo que anda

passeando pela várzea do Gouveia. Pode ser que um transeunte mais animado resolva montá-lo e vá tomar um chopp na padaria do Mamede. E aí, como é que fica? A prefeitura vai multar o corajoso cavaleiro?

Estacionar no centro da cidade fica cada vez mais difícil. Os poucos turistas que chegam para comprar

alguma coisa no mercado municipal não têm onde estacionar. Acho que é chegada a hora dos comercian-tes deixarem os carros em suas casas e irem trabalhar a pé. Nessa hora a preferência tem que ser do cliente.

O petista João Antonio teve 359 votos em Cunha para Deputado Estadual. Foi eleito com 110.000

votos. Brevemente estará em Cunha para fazer os seus contatos e agradecer.

O lago do Parque Nova Cunha a cada dia é mais con-corrido. Os arredores do lago são utilizados pelas

Auto Escolas e por pessoas que querem fazer suas caminhadas. Bem que nossas autoridades poderiam investir um pouco mais no local e torná-lo mais agra-dável.

O lanche da Delma faz o maior sucesso na Várzea do Gouveia. Nos finais de semana a espera chega

a ser de 40 minutos. O seu cheese bacon na baguete é um banquete dos deuses.

Outro dia fui surpreendido por uma passeata na cidade. Pensei que era mais uma surpresa dos polí-

ticos da cidade. Não era! Era uma procissão de carros organizada pela Igreja Católica.

Normalmente não sou de ficar escutando música sertaneja, mas bastou ficar uns dias na cidade para

ir adquirindo o hábito. Agora já estão querendo que eu coma quirera ou fubá. Isso também já é demais! Meu estômago é sensível e precisa de comidas mais leves.

Outro dia fui visitar o asilo da cidade. Usei o pretexto de levar uma parenta e acabei conhecendo o local.

Estou me candidatando a ajudar no que for preciso. Apesar de não ser luxuoso, todos os velhinhos são muito bem tratados. Foi o que pude observar na rápida visita. O pastor e o coral da terceira idade fizeram o maior sucesso. Teve gente que até chorou de emoção. O pastor Flávio quando crescer mais um pouco será com certeza um grande homem.

Uma coisa assustadora está acontecendo em Cunha. Ao redor da Igreja Católica ficam os bêbados da

cidade. Aos poucos eles foram incorporados à paisa-gem da cidade. Isso é muito triste. Vamos aos poucos, acostumando à destruição das pessoas. Todo mundo acha normal.

Senhor, me ajude a envelhecer como o bom vinho. Senhor, me ajude a não virar vinagre.

Os motoristas de Cunha vivem na berlinda. Escutei de um motorista profissional que tem dono de

carro que não entra no trânsito de Guaratinguetá. Ele vem até o mercado Spani e deixa o seu carro lá. Depois faz uma caminhada até o centro e faz suas compras. Escutei essa crítica, mas depois fiquei pensando. Será que quem faz isso não está certo? Para que pagar esta-cionamento em outra cidade e ainda arriscar levar uma

multa? Não sei não. Acho que vou seguir o exemplo.

Outro dia deixei o carro na garagem e fui para Guará num transporte alternativo. Fiz as minhas andan-

ças e voltei de ônibus. Achei bem mais tranqüilo. Você pode observar melhor a paisagem e conversar com as pessoas. Com sorte você poderá até arranjar alguma namorada. Eu não tinha reparado, mas como tem moça bonita em Cunha! Quisera eu ser mais jovem uns 40 anos. Nesse dia dei azar. Vim sentado com um mar-manjo. Paro por aqui antes que me chamem de velho assanhado.

Restaurante “Melhor Hora” já está funcionando na Vila Rica. Uma pena ter que sair do centro. Sua

comida era muito boa e com um preço acessível. Espero que no novo endereço continue com os mesmos predi-cados para a nossa alegria.

Fui até o shopping Itaquera assistir ao filme “Tropa de Elite 2”. Vale a pena correr até uma cidade vizi-

nha e assistir a este belo filme nacional. Para minha surpresa o shopping estava lotado em plena terça-feira. São pessoas humildes que moram em um bairro de periferia. São pessoas que melhoraram seu padrão de vida no Governo Lula. Para desgosto de tucanos e correlatos. Dá-lhe periferia. Viva Dilma!

O bom de Cunha é escutar boleros dentro do carro sem medo de ser assaltado. O bom de Cunha é

conversar na tapeçaria do Messias. O bom de Cunha é tomar café na casa da Maria Pereira. O bom de Cunha é falar “abobrinhas” na lan house do Fábio. O bom de Cunha é beber cerveja na casa do Abel. O bom de Cunha é comer o lanche do Pedrão. O bom de Cunha é beber cerveja no bar do Osni. O bom de Cunha é ir à igreja Metodista. O bom de Cunha é que a gente pode escrever bobagens no jornal da cidade.

Vavá é professor e jornalista e foi editor

do jornal Voz Popular

E s p a l h a F a t o s

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Cunha, Janeiro/2011 :: O Correio da Serra :: 7

Na historiografia cunhense há algu-mas denominações toponímicas que vêm sendo utilizadas, ao longo dos tempos, pela maioria da população e já incorporadas ao universo vocabular cunhense.

Uma e outra palavras ou expres-sões, às vezes, sofrem a interferên-cia de pessoas que afluem de outros centros urbanos, e que modificam, sobremaneira, não apenas a pronún-cia, como também a própria grafia desses termos.

No livro “A História de Cunha – 1600-2010 – A Freguesia do Facão...”, JAC – Gráfica e Editora, recentemente lançado, propusemo-nos esclarecer as expressões Falcão, Falcon e Facão, que denominavam a antiga povoação de Cunha, bem como outros termos e fatos referentes à estabilização das antigas capelas do Facão e de Jesus, Maria e José da Boa Vista.

Com o desenvolvimento turístico de Cunha, a partir da última década do século XX, convencionou-se denomi-nar “Pedra da Macela”, pico de eleva-da proporção, incrustado na serra do mar, no município de Paraty, onde se instalou a torre de retransmissão da Usina de Furnas, bairro antigo, conhe-cido historicamente por Caapora, logo depois do bairro das Gramas.

Acontece que, para nós cunhenses, soa meio estranho pronunciarmos “Pedra da Macela”, tendo em vista usarmos a expressão local “Marce-la”, que, como variante da expressão “Macela”, é também correta, segundo

o dicionário Aurélio. Assim, ambas as expressões – “Pedra da Macela”, e “Pedra Marcela” são aceitáveis no contexto cunhense.

O outro termo que dá título a este texto é “Mantiquira” – e que nomeia o bairro situado entre os bairros do Monjolinho, Marmeleiro e Água Fria. Na extremidade do bairro da Manti-quira existe um morro elevado, onde se avista um dos melhores panora-mas da cidade. O sopé desse morro era denominado antigamente “Mar-meleiro”.

Hoje, tudo engloba o bairro da Man-tiquira.

O bairro da Mantiquira, encimado pela imponente elevação, tem essa denominação há mais de três sécu-los, por analogia com a atual serra da Mantiqueira, que foi percurso obriga-tório das expedições auríferas para as minas gerais, e que tinha originalmen-te a denominação “Amantiquira”.

Encontramos a denominação origi-nal da atual expressão “Mantiqueira” na citação de Antonil (1), em 1711, na sua viagem da Vila de São Paulo para as Minas Gerais e Rio das Velhas: “De Guaritinguetá até o Porto de Guai-pacaré, onde ficão as Roças de Bento Rodrigues, dous dias até o jantar.

Destas Roças até o pé da Serra afa-mada de Amantiquira, pelas cinco Serras muito altas, que parecem os primeiros Muros, que o Ouro tem no caminho, para que não cheguem lá os Mineiros, gastam-se três dias até o jantar”.

Sodero Toledo (2) explica a denomi-nação atual “Mantiqueira”, oriunda da expressão indígena “Amantiquira”: “...Este termo tem origem na língua tupi e significa serra da vertente, ou serra de onde vêm as chuvas (Maan = coisa grande; tiqueira = que verte)”.

Usamos, sempre, em Cunha, a expressão indígena antiga básica “Amantiquira”.

Houve, com o tempo, uma aférese na palavra, ou seja, a supressão do “A” inicial, ficando “Mantiquira”. É comum ouvir a expressão: “Moro na Manti-quira”, entre as pessoas mais velhas ou aquelas que moram nessa região. Destoa, para nós cunhenses, acostu-mados com essas terminologias tra-dicionais, ouvir de novos moradores dessa região a denominação “Manti-queira”, porque, além de tudo, usamos a expressão indígena quase na sua forma original – que é a correta para nós cunhenses.

O bairro da Mantiquira e adjacên-cias foram outrora palco de muitas atividades esportivas e folclóricas, principalmente nas terras do senhor José Alves.

Quem não se lembra do músico Chico Crispim, da Água Fria, do senhor Odorico e Dona Natália, do Monjoli-nho, dos senhores Dito Zita, Zé Dina, Dito Bento e João da Mantiquira, do bairro da Mantiquira?

Anotamos, a seguir, uma trova feita por um poeta popular dessa região, que faz referência ao citado bairro, na década de 1930:

MANTIQUIRA FUTEBOL CLUBEChama todos atençãoO juiz apita e dá saídaDo meio dia pra tardeCom seu relógio na mãoJá fazem reuniãoO centefor passa ao meiaA bola vai para o campo E começa a combinaçãoLogo faz repartiçãoEstrema pega e dibra o alfoCentra com disposiçãoAssistência grita, bati palmaAté fazer calo na mãoFecha linha, fecha linhaE varem gol de pulçãoMais o beque dá um carrinhoO centefor já cai no chãoJuiz apita, marca fauDiz que o carrinho foi calçãoO golquipa vê que é pnarteE fica de prontidãoO centefor chuta com forçaMais não marca direçãoAssitência toda gritaVamos ver se o quipe é bomO golquipa faz a pegadaE não satisfação.

De minha autoria pela primeira vez folgada na Fazenda da Mantiquira

Pelo meu primo Júlio de Oliveira, em 1933.

João Guilherme – Cunha, 05/11/1979

João José de Oliveira Veloso

Centro de Cultura e Tradição de Cunha – dezembro de 2010

(1) Antonil, José João. Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas.

Lisboa. Na Officina Real Deslandesiana. Com as licenças necessárias. Anno de 1711, p. 160. Edição

Fac-Simile.

(2) Sodero Toledo, Francisco. Estrada Real: Caminhos e Descaminhos do Ouro.

Centro Universitário Salesiano de Lorena. Projeto: Estrada Real. Centro de Pesquisa Estrada Real.

Núcleo de Pesquisa Regional. Departamento de História . Lorena, 2004, p.57

Pesquisa Oral: Sr. José da Silva

O BAIRRO DA MANTIQUIRA

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João José de Oliveira Veloso – é escritor e pesquisador membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibano)

Page 8: Jornal janeiro ocorreio da serra

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8 :: O Correio da Serra :: Cunha, Janeiro/2011

ROTA DA CACHAÇAAcachaça é considerada uma

bebida bastante nobre no Brasil e de trago em trago vai conquis-

tando compradores no exterior, mas aqui no país entre as serras e os alam-biques pequenos surge essa bebida feita artesanalmente e que supera em muito as que são feitas num processo industrializado mais avançado do que esse estilo colonial. Ganha em buquê e sabor, virtudes garantidas pela uti-lização somente do supra-sumo da matéria-prima e da produção e pelo lento descanso em barris de madei-ra. Essa produção artesanal, hoje, representa mais de 30% da produ-ção nacional de quase dois bilhões de litros de aguardente por ano. Com as exportações o aumento da produção tem sido bastante significativo nestes

últimos cinco anos. Como ela nunca se acanhou durante a história, tornou-se símbolo de resistência à imposição portuguesa ao consumo de vinho o que culminou com a Revolução Per-nambucana, em 1817. Daí por diante manteve seu posto até as últimas revoltas pró-independência. Depois, frequentou a mesa do imperador D. Pedro II expandindo sua marca pelo tempo e pela história que tem o mesmo na idade do fazimento do Brasil nestes mais de quinhentos anos. Essa busca foi fruto de uma caminhada que fiz de moto junto com mais um amigo de Paraty (RJ) até a cidade de Ouro Preto (MG). Durante esse trajeto pudemos observar que há muitos alambiques nas proximidades do Caminho do Ouro, com diversas marcas e sabores

ANTES DA FORCA, TIRADENTES QUIS MOLHAR A GOELA!Insanidade imaginar que o mártir

Tiradentes teria desejado, pouco antes da forca, molhar a goela com um trago de cachaça. Talvez não. Motivos ideo-lógicos fariam dessa atitude o último ato de resistência à dominação portu-guesa, já que a aguardente era símbolo dos ideais de liberdade dos inconfiden-tes. As causas sentimentais ligariam o pedido às lembranças que Tiradentes tinha do alambique da Fazenda Boa Vista, a nove quilômetros de onde nas-cera. Saudade do cheiro agridoce e do caldo de cana fermentado.

Mesmo depois de dois séculos, é difícil entrar nesse engenho da pacata cidade de Coronel Xavier Chaves e não apostar que a suposição seja certeira. Produzida da mesma forma desde o século XVII, a cachaça que Tiradentes teria desejado chama-se Boa Vista. No comando da velha roda-d’água está um descendente do mártir, Sr. Rubens Chaves. Dos truques guardados a sete chaves, que ele diz ter – fazendo um trocadilho com o nome da família e seus antecessores -, o mais inusitado é o envelhecimento da cachaça em tan-ques parafinados. “Não fica amarela como aquelas produzidas nos barris de madeira porque não tem vergonha de ser cachaça”, brinca um dos fabricantes descendente do mártir da Inconfidên-cia.

Longe de Minas Gerais, mas próximo historicamente está a cidade de Paraty

(RJ) que produz muita cachaça de boa qualidade que a cada dia que passa ganha mais fama dentro e fora do país a “pinga de Paraty” como é conheci-da em cidades vizinhas como Cunha (SP) sempre é bem saboreada pelos turistas. E, mais que uma cachaça de qualidade Paraty tem em seus alam-biques um pouco de nobreza como o caso da pinga Maré Alta que pertence a um descendente da família real dom João de Orleans e Bragança, mas além dessa face nobre a cachaça de Paraty há na cidade outros alambiques como o fabricante da cachaça Corisco que tem uma descendência um pouco mais desbravadora onde seu dono guarda uma imagem longínquo de parentesco com o navegador Vasco da Gama. No engenho Corisco é possível de se ver tudo em pleno funcionamento: a roda d’água que movimenta as moendas que devagar vão triturando a cana e o caldo, que lentamente escorre até os cochos de fermentação e, logo surge a cacha-ça pingando do alambique de cobre. Outra boa pedida é provar a azulada, uma pinga que se produz ao acréscimo folhas de laranja tangerina durante o processo de fermentação e destilação.

Seguindo essa trilha da cachaça temos no Vale do Paraíba muitos pro-dutores que têm melhorado dia-a-dia a qualidade da bebida, e com isso vem ganhando mercado de cachaças que já têm um nome bastante respeitado

no comércio da região. Nas vendas da zona rural é comum pedir uma “branquinha da terra” e o comercian-te servir uma cachaça de alambique ao visitante, que satisfeito, acaba por não esquecer o lugar voltando sempre. Alguns comerciantes até arriscam um palpite sobre essa fetichização exerci-da pela cachaça sobre os turistas que gostam de saborear uma boa pinga: “quem bebe uma é incapaz de não voltar acompanhado dos amigos para um novo trago” diz Mário Almeida

dono cachaçaria Cabana, no mercado municipal de Cunha. Em Cunha temos a pinga Três Pontes, produzida pelo Zé da Pinga, o Empório Renzi, além de outros fabricantes que já contam com um bom estoque para chegarem ao mercado. A famosa pinga de Paraty vem perdendo seu lugar aqui em Cunha que, as vezes, acabamos surpreendidos porque ela é mais leve do as cachaças fabricadas naquela cidade informa um dos fregueses do bar do Oni, no Alto cruzeiro, em Cunha.

diferentes e, ao sabor da arte barroca de Minas Gerais se esconde outra arte, a da fabricação da cachaça que revela uma bebida nobre como um uísque

consagrado e, tão tradicional como um vinho francês, apenas com uma grande vantagem, o sotaque brasilei-ro.