jornal encontro março de 2010

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Página Jornal de Escola - Fundado em 1990 - Nº 11 - III Série - Março /2010 Agrupamento de Escolas Mestre Martins Correia Periodicidade: Trimestral (Período Lectivo) MESTRE MARTINS CORREIA Centenário do Nascimento 07 de Fevereiro 2010

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Jornal Encontro Março de 2010

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Page 1: Jornal Encontro Março de 2010

Página

Jornal de Escola - Fundado em 1990 - Nº 11 - III Série - Março /2010 Agrupamento de Escolas Mestre Martins Correia Periodicidade: Trimestral (Período Lectivo)

MESTRE MARTINS CORREIA

Centenário do Nascimento 07 de Fevereiro 2010

Page 2: Jornal Encontro Março de 2010

Página 2

Coordenadores (Deste número)

Professores:

Fernanda Silva

Lurdes Marques

Manuel André

Alunos: 5º Ano -Turma A

Gonçalo Lino Rafael Martinho

Madalena Morgado Ângelo Carvalho

5º Ano -Turma B Paulo Caixinha

Catarina Piedade Beatriz Escabelado

6º Ano - Turma C Ricardo Carvalho

Reprodução Luís Farinha

Propriedade Agrupamento de Escolas Mestre Martins Correia

(Golegã, Azinhaga e Pombalinho)

Sede: Escola Mestre Martins Correia

Rua Luís de Camões - Apartado 40

2150 GOLEGÂ

Telefone: 249 979 040

Fax: 249 979 045

E-mail: [email protected]

Página Web: www.eps-golega.rcts.pt

Tiragem 50 exemplares

MESTRE

Espero que me perdoes o tratamento por Tu. Não leves a mal, não é falta de

respeito, mas sentimos-Te assim mais próximo. Também quando dirigimos

uma prece ao Senhor sentimo-nos mais ouvidos com “Senhor ajuda-me a

encontrar o caminho” do que “Senhor ajudai-me a encontrar o caminho” ou

“Senhor ajude-me a encontrar o caminho” ou quando entoamos o hino soa-nos

melhor “Ensina-me Senhor a ser generoso” do que “Ensinai-me Senhor “ ou

“Ensine-me Senhor a ser generoso”.

Julgamos que sabes, mas queremos dizer-Te como nos orgulhamos de Ti e Te

estamos gratos.

És português, da Golegã. É verdade que cometemos o pecado da vaidade.

Confessamos, quando recebemos alguém na nossa terra não conseguimos

disfarçar o brilhozinho nos olhos quando o levamos ao Museu Martins Correia

e não conseguimos, quando nos perguntam de onde somos, calar a frase “Da

Golegã, a terra do Mestre Martins Correia”. O mesmo se passa com quem tra-

balha ou estuda na Escola da Golegã, não é possível dizer Escola Mestre Mar-

tins Correia de modo indiferente.

Seres o nosso patrono deixa-nos muito satisfeitos. Pensando nos significados

da palavra patrono és protector, pois todos os dias aprendemos contigo e, para

nós, quem nos ensina protege-nos; mas és também patrono naquele sentido

mais científico, do professor que conduz um trabalho, já que a Tua obra e Tu

enquanto Homem nos orientam.

Mestre tem em Ti toda a propriedade. Na verdade és para nós um Mestre, ou

melhor o Mestre, na medida em que és um exemplo, um modelo e nós somos

Teus discípulos. Fazes-me lembrar o Mestre de O Nome da Rosa de Umberto

Eco. Guilherme de Baskersville leva o seu discípulo Adso a reflectir, a questio-

nar, não lhe dando propriamente respostas, mas ensinando-o a pensar.

Também Tu e a Tua obra nos continuam a interpelar e sabes Mestre não sabe-

mos quem mais admiramos, se o artista se o Homem – estarão ex aequo claro.

A Tua generosidade e humildade mostram a Tua grande estatura. E não pode-

mos deixar de apreciar o Teu ar jovial, afável e de quem está a bem com tudo

e todos.

Lembras-Te Mestre quando nos falaste, naquela conversa para o jornal

Encontro, a propósito dos rapazes casapianos, da importância de os jovens

aprenderem e desenvolverem as suas capacidades? E também de nos falares

dos É verdade, já faz 100 anos que nasceste e estamos a comemorar o Teu

aniversário e não podemos esquecer as Tuas palavras. Os alunos este ano

têm feito visitas ao Museu Martins Correia e também à estação do Metro de

Picoas e têm realizado trabalhos em Educação Visual, inspirados na Tua obra

e escrito textos em Língua Portuguesa sobre a Tua obra, as visitas que fize-

ram…

E não cuides que o nosso propósito é apenas homenagear-te. Também é, cla-

ro, mas é sobretudo porque ensinar, partilhar experiências artísticas, contactar

com o belo, a arte torna os nossos alunos mais sábios, mais preparados, dife-

rentes e mais felizes. Nós não somos os mesmos depois de apreciarmos a

Vitória de Samotrácia, a Pietá ou a Tua obra, Mestre.

E como pertences àqueles Homens que, nas palavras de Camões, “se vão da

lei da morte libertando” nós vemo-nos por aí.

Obrigada

Os Teus Discípulos - (Lurdes Pires Marques) Texto lido no dia 07.02.2010 aquando da deposição de uma coroa de flores junto às cinzas do Mestre no

âmbito das comemorações do centenário do nascimento do Mestre Martins Coreia.

_______________________________________________________________

Ao Mestre Martins Correia no seu centenário Para quê marcar o tempo com uma batuta de tempo, quando o tempo é intem-poral? Para quê limitar as coisas e as vistas quando se desfruta uma imensidade de tudo num nada… ou em tudo?... Deixem que a liberdade do tempo, do saber ou do sentir se espreguice como a onda na areia… Não lhe ponham a pequenez duma teia….

Golegã, 7 de Fevereiro 2010 Maria Tereza Trancas

Ficha Técnica Editorial

Page 3: Jornal Encontro Março de 2010

Página 3

Comemorações do Centenário do Nascimento de Mestre Martins Correia

Tributo a Mestre Martins Correia

Auditório do Edifício Equuspolis

Palestra - “Um museu uma escola”

Grupo de alunos e professoras que dinamizaram a Palestra - “Um museu uma escola”

Em fundo - Trabalhos elaborados pelos alunos

Trabalhos elaborados pelos alunos

As Comemorações do Centenário do Nascimento de Mestre

Martins Correia, Patrono da Escola Sede do Agrupamento de

Escolas de Golegã, Azinhaga e Pombalinho, tiveram o seu

início a 26 de Janeiro e o seu culminar com a deposição de

uma coroa de flores na lápide do Mestre, junto ao Palácio do

Pelourinho, na Golegã, no dia do centenário do seu nasci-

mento, a 7 de Fevereiro de 2010.

A cerimónia simples, mas sincera, contou com a presença de

familiares, de amigos, de elementos da Tertúlia a que perten-

ceu, de representantes da Autarquia, de professores e da

Direcção do Agrupamento de Escolas.

Depois da leitura de um texto evocativo da vida de Martins

Correia, por um membro da Comissão Coordenadora das

Comemorações, Elsa Correia, filha do Mestre, procedeu à

leitura emotiva do poema “O Cavalo Branco” escrito por seu

pai. De seguida, a comitiva dirigiu-se à Escola EB 2,3/S Mes-

tre Martins Correia, onde foi inaugurado um painel comemora-

tivo do Centenário do nascimento do Patrono da Escola.

As comemorações tiveram o seu epílogo com uma visita à

exposição de trabalhos efectuados pelos alunos do 5º ao 12º

ano e ao Museu Mestre Martins Correia, no Edifício Equuspo-

lis, onde foram recordados alguns episódios da vida deste

distinto escultor, pintor e poeta goleganense, de renome

nacional e internacional.

É de salientar que, das comemorações do Centenário, fize-

ram parte as visitas ao Museu Mestre Martins Correia, pelos

alunos do 2º e 3º Ciclo; as visitas à Estação de Metro de

Picoas; a realização de desenhos, pinturas e textos pelos

alunos; a Exposição na Galeria do Equuspolis dos trabalhos

elaborados e uma Palestra intitulada “Mestre Martins Correia -

Um Museu Uma Escola”, dinamizada pela professora Elisabe-

te Semedo.

Como corolário de todo o trabalho desenvolvido ao longo des-

tas comemorações, será publicado, no mês de Março de

2010, uma edição especial do jornal “Encontro” do Agrupa-

mento de Escolas de Golegã, Azinhaga e Pombalinho, total-

mente dedicado a Mestre Martins Correia, fruto da Oficina de

Jornalismo, dinamizada pelos professores Fernanda Silva,

Lurdes Marques e Manuel André, e contando com a colabora-

ção dos alunos de todos os níveis de ensino.

Um apelo é lançado a todos os que conheceram ou convive-

ram de perto com Martins Correia, para que divulguem teste-

munhos sobre a vida e a obra do Mestre.

Martinho Branco

Page 4: Jornal Encontro Março de 2010

Página 4

Comemorações do Centenário do Nascimento de Mestre Martins Correia

O dia 7 de Fevereiro de 2010 em registo fotográfico

Page 5: Jornal Encontro Março de 2010

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Comemorações do Centenário do Nascimento de Mestre Martins Correia

O dia 7 de Fevereiro de 2010 em registo fotográfico

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Comemorações do Centenário do Nascimento de Mestre Martins Correia

O dia 7 de Fevereiro de 2010 em registo fotográfico

Page 7: Jornal Encontro Março de 2010

Página 7

Entrevista com o Escultor José Aurélio

obra era a de um admirador. Já consi-

derava então e continuo a considerar a

sua escultura uma das raras referên-

cias no panorama daquela época.

Como jovem aprendiz de feiticeiro, eu

buscava na escultura que ia vendo, os

elementos qualitativos que melhor

podiam ajudar a identificar a minha

própria personalidade como “promissor

artista”, como o Mestre tanta vez me

dizia. E a obra do Mestre era uma das minhas referências não

só pela sua qualidade intrínseca, mas também pela leitura

histórica que ela representa.

Como aluno, muitas vezes discordava de certas posições que

ele tomava em relação ao meu trabalho escolar, mas esse

facto dava um sabor especial aquelas aulas cujo saldo era

sempre positivo. Uma das características que mais admirava

nele, primeiro como aluno, depois como profissional, era a

sua imensa capacidade de reinventar e a sua permanente

busca de novas mitologias sempre ligadas às suas raízes

mais profundas.

Como se pode ver pelas palavras que acabei de escrever, o

Mestre tem um lugar bastante significativo na minha memória,

pelo que é fácil entender a razão que me terá levado a acei-

tar o convite que me foi feito, primeiro pela filha do Mestre, D.

Elsa Correia,depois pelo Presidente da Câmara Municipal da

Golegã, para encontrar uma forma de preparar, dez anos

depois da sua morte, o centenário do seu nascimento que vai

acontecer no dia 07 de Fevereiro do próximo ano. Foi assim

que surgiu a ideia dos Encontros com Martins Correia, encon-

tros que permitiram de forma clara e bastante concludente, ter

a noção da importância que a obra do Mestre tem na memória

das várias personalidades que participaram neles. Críticos de

arte, artistas e professores de várias gerações falaram da

importância de uma obra ímpar na panorâmica da escultura

portuguesa e também da figura tutelar que este homem foi

como artista multifacetado e como professor de várias gera-

ções de artistas.

Quanto às comemorações do centenário do seu nascimento,

muitas ideias andam no ar, mas temo que poucas se consi-

gam materializar, pois como todos bem sabemos, a cultura

continua a ser uma parente pobre. Assim, penso que vai ser

muito difícil conseguir organizar umas comemorações dignas

da efeméride e da memória que este escultor nos merece,

tanto mais que estamos a dois meses do início do centenário

e como acabei de dizer, nada me consta ainda de concreto,

nem a nível local nem a nível nacional.

Apesar desta nota negativa, é com natural satisfação que eu

desfiei estas memórias para o Jornal Encontro, jornal que

reflecte o pulsar de uma escola da sua terra, que ostenta

orgulhosamente o seu nome.

Como aluno, como amigo e como admirador da sua obra, não

podia deixar de participar nesta evocação.

José Aurélio - Alcobaça/2009

Sobre o Mestre Martins Correia, Patrono da Escola Sede,

colocámos as seguintes questões ao Escultor José Aurélio:

Como conheceu o Mestre? Em que circunstâncias?

Poderia fazer um retrato do Mestre enquanto pessoa e

artista?

Pode falar um pouco sobre a obra do Mestre?

Tem dinamizado os Encontros promovidos pela Câma-

ra sobre Martins Correia. Qual o balanço que faz des-

tes encontros?

O centenário do nascimento do Mestre aproxima-se.

Estão previstas actividades comemorativas (nível

nacional, local,...)?

Obtivemos a resposta que publicamos na íntegra:

O escultor Martins Correia foi meu professor na Escola Supe-

rior de Belas Artes de Lisboa, e foi, sem dúvida, um prfessor

que me abriu várias portas no complexo caminho que a escul-

tura obriga a percorrer por quem, ainda jovem, lhe quer dedi-

car a alma e a vida.

Tendo trabalhado nos vários ateliers de Belém, trabalho que,

sendo pago à hora, permitia que o estudante que eu então

era, não só ganhasse uns tostões, mas ganhasse prática e

conhecimento, que a escola nunca tem condições para dar.

Embora o atelier onde mais trabalhei tenha sido o do escultor

Lagoa Henriques, meu amigo e meu orientador, tive o privilé-

gio de frequentar todos os ateliers, de entre os quais destaco

o do Mestre Martins Correia, que ficava ali mesmo ao lado e

com quem mantive sempre uma relação privilegiada para

além da relação escolar.

Aliás era fácil ser amigo do Mestre, pois, sendo ele uma pes-

soa simples e afável, estava sempre disponível para uma boa

conversa poética, pois a minha posição em relação à sua

Page 8: Jornal Encontro Março de 2010

Página 8

Entrevista a Martins Correia—Publicada neste Jornal em Dezembro /1995

dos outros rapazes. Os rapazes de hoje têm outras

diversões visuais, que são de tal maneira mais libertas

que destroem muitos conceitos".

Depois do curso técnico o Mestre entrou nas Belas-Artes para

fazer um curso de desenho.

A certa altura o Mestre passou uma ideia muito interessante,

definindo o artista como aquele que nasce com qualidades de

percepção mais multiplicadas que o homem comum e con-

cluiu deliciosamente:

"Os olhos do artista são simultaneamente olhos/ouvidos

- ouvir para ver / ver para ouvir".

O Mestre Martins Correia quando nos disse que foi professor

das escolas técnicas referiu, com pena, o facto de os homens

hoje se dedicarem pouco a ofícios, haver menos artesãos,

embora pense que eles voltarão a existir dado serem neces-

sários.

Como dissemos no princípio o Encontro com Martins Correia

deu-se no museu. Martins Correia não foi indiferente a este

facto e isto motivou-o a falar sobre a importância dos museus

"Os museus são necessários, são uma arrecadação de

coisas visuais que entusiasmam os homens das tecnolo-

gias a respeitar o visual e que contribuem para a edu-

cação estética das pessoas. Antigamente os Mestres da

criatividade eram mais respeitados. Formavam uma

elite eram eles que conduziam as coisas do ponto de

vista visual. A arte evolui com o tempo. O que é perfeito

para uns poderá não o ser para outros. Dentro de cada

homem há um estilo. É a estética, é o cunho, é a graça

de uma pessoa ou objecto. A arte é inexplicável e aí é

que está a criatividade. Não se pode explicar o inexpli-

cável. Nasceu uma obra, não se pode explicar como

aconteceu. Existe entre o artista e a obra a mesma rela-

ção que existe entre pai e filho. A obra é a continuidade

do artista. Muitas vezes o artista não sabe como surgiu

a obra, ela simplesmente aconteceu. Cada nação tem o

seu céu, os dois limites do homem são o céu e a terra."

(Continua na página seguinte)

Nasceu em 1910 na Golegã. Foi aluno da Casa Pia. Estudou

Belas-Artes. Foi

p rofessor das

Escolas Técnicas e

p o s t e r i o r m e n t e

assistente na Esco-

la Superior de

Belas-Artes.

Uma carreira longa

em que o desenho,

a pintura e a escul-

tura estão presen-

tes. Martins Cor-

reia, um homem de

vasto curriculum,

conhecido nacional

e internacional-

mente soma vários

prémios que testemunham o seu inegável valor.

Foi este homem que tivemos o privilégio de ver e ouvir duran-

te várias horas no Museu Martins Correia. Confessamos que

levávamos elaboradas algumas perguntas. Porém o Mestre

revelou-se tão rico que algumas deixaram de ser pertinentes.

Que importava saber com que idade foi para onde, ou quan-

tas horas trabalhou onde ou em quê, face ao que nos dizia?

Que pena não termos pensado fixar através da imagem, com

e sem movimento, este Encontro. Percebemos tarde que para

conhecer o Mestre, em toda a sua dimensão, não basta ouvi-

lo, é preciso vê-lo: o seu movimento, os seus gestos, o seu

olhar...

Quando pedimos ao Mestre que nos falasse um pouco do seu

percurso e do despertar da sua vocação o Mestre destacou a

importância dos recreios.

"Muito jovem fui aluno da Casa Pia. Fazia um curso

técnico. Éramos seiscentos e tal rapazes e criámos acti-

vidades livres para nos entretermos. Entre essas activi-

dades tínhamos os jornais de recreio: havia os repórte-

res, um professor director, os redactores, sendo eu um

redactor - o principal. A minha actividade era a visual,

eu fazia tudo o que dizia respeito à actividade do

recreio através do desenho. O recreio agarrava as

potencialidades que ali se revelavam, as minhas e as

Page 9: Jornal Encontro Março de 2010

Página 9

carreira.

"Não, eu já me deparei com tudo isto. Eu penso que o

homem para ser verdadeiramente homem devia passar

primeiramente pela rusticidade e depois então mais

facilmente iria para o urbano".

Contrapomos que o Mestre já alcançou um estatuto que lhe

permite fazer a escolha de estar aqui. Martins Correia respon-

de:

"Não sei, pode ser que seja. Se uma autêntica educação

passasse justamente pelo ensino rural, pela educação

dada nas próprias terras, onde se contactaria com a

natureza, a terra, as árvores, a relva, as pedras, todas

estas coisas que envolvem o homem... Depois entraria

na cidade".

Não pudemos deixar de falar no mais recente trabalho do

Mestre - a estação de Picoas do Metropolitano. Martins Cor-

reia elogiou esta iniciativa - A Arte no Metro - e considera isto

" um grande exercício estilístico.".

Aqui fica o convite para a visita a Picoas.

Quem conhece o Mestre nota o seu prazer de viver. Confessa

-nos não haver segredo nenhum nisso

"é apenas querer viver".

Alunos: 11° Ano - Turma B

Professores: Lurdes Pires — Fernanda Silva — Manuel André

Diz ainda o Mestre, a propósito de Ihe causarem admiração

algumas obras por si feitas passado algum tempo, não che-

gando mesmo mais tarde a rever-se nelas, e interrogando-se

no sentido de saber como as conceberia no presente, que

cada obra está condicionada pelo lugar e época em que é

realizada.

Todos nós temos dificuldade em definir o que é arte. O Mestre

fê-lo de uma forma sublime

"O artista sente quando a sua obra está completa por-

que há uma voz interior que lhe diz - Pára! A obra não

se pode considerar mal feita nem bem feita, mas sensi-

velmente feita".

O Mestre tentou exemplificar o nascer de uma obra. Pegou

num pedaço de papel e num marcador, "rabiscou" umas

linhas e disse que isto podia ter- -se passado com Leonardo

da Vinci. Depois espantado olharia e diria

"Que coisa tão sensível que eu fiz, que linda... Se eu

pudesse dar continuidade a esta linha, se eu a pudesse

tornar útil à sociedade, isto é tão sensível... Se isto fosse

maior, do tamanho do mundo."

Quisemos saber onde habitualmente trabalha o Mestre, se cá

se em Belém.

"É tanto lá, no meu atelier como cá. Hoje por causa das

pernas e dos olhos é mais cá, porque encontro melhor

ambiente para estar descansado. Mas tanto num lado

como no outro, felizmente na minha vida, quis o destino

que tivesse sempre muita gente ao meu lado.''

Quando perguntámos a Martins Correia onde sentia mais

inspiração - se no meio rural se no urbano - ele apontou-nos a

coluna e a bilha, que se encontravam lado a lado, e que são

símbolos do urbano e do rústico respectivamente, afirmando-

nos que a inspiração pode vir dos dois lados.

Referimos aqui a comparação que fez o Mestre: a coluna / a

pessoa em pé, a bilha / a pessoa de mãos na cintura. O Mes-

tre fez o gesto e nós pasmámos da semelhança.

Veio também à baila o traço inimitável do Mestre e a predomi-

nância de certas cores. Em relação às cores diz-nos que são

mediterrânicas e que gosta da cor.

Perguntámos-lhe se estar na província constitui uma dificulda-

de, se é limitador para quem por exemplo quer fazer uma

Page 10: Jornal Encontro Março de 2010

Página 10

Nascido na Golegã, a 7 de Fevereiro

de 1910. Distinguiu-se no campo das

artes plásticas em Portugal, principal-

mente na escultura. Órfão desde

pequeno, na sequência da morte dos

pais com a chamada “pneumónica”,

ficou ao cuidado de uma senhora que

o veio a colocar na Casa Pia. Com o

nº 393, ingressou na Casa Pia, em

Novembro de 1922, onde concluiu o

curso industrial, tendo-lhe sido conce-

dida uma bolsa de estudo para fre-

quentar a Escola de Belas Artes de

Lisboa, onde se matriculou no curso

de desenho no ano de 1928, apesar

de se ter diplomado em escultura.

Iniciou uma longa actividade profissio-

nal na pedagogia da arte, ainda como

aluno, quando foi encarregue, pela

direcção da Casa Pia de Lisboa, de

auxiliar os professores de desenho da

escola . De 1936 a 1938, foi professor

do Ensino Técnico Profissional, na

Escola Rafael Bordalo Pinheiro nas

Caldas da Rainha, e em Lisboa, nas

Escolas Marquês de Pombal (ano

lectivo de 1938/1939), Machado de

Castro ( 1939/1940), Afonso Domin-

gues (1940/1941) e António Arroio

(1941/1942). Começou a expor no

ano de 1938. Em 1940 os seus traba-

lhos mereciam destaque na exposi-

ção da Missão Estética de Viana do

Castelo, onde o Cruzeiro do Minho

mereceu referencias de primeira pagi-

na no Jornal O Século. Esteve pre-

sente na Exposição do Mundo Portu-

guês, em Lisboa, com os escultores

Barata Feio, Leopoldo de Almeida,

Canto da Maia, António da Costa, Rui

Gameiro, Francisco Franco, António

Duarte e João Fragoso. Durante os

anos de 1936 e3 1942, participou

assiduamente nos salões do SPN-

S e c r e t a r i a d o d e P r o p a g a n -

da Nacional, sendo premiado em

escultura, assim, como nos salões da

Sociedade Nacional de Belas Artes

Arte”, na antiga Emissora Nacional. A

sua estatuária é composta de originais

soluções decorativas policromáticas

que aligeiram as suas figuras do solene

compromisso do Infante D. Henrique;

em Pinhel, o grupo escultórico

em bronze do Palácio da Justiça; tal

como a decoração dos Palácios da

Justiça na Figueira da Foz e em Leiria,

acrescendo, neste último, também a

escultura da Justiça que decora a

fachada. Do seu vastíssimo espólio

distribuído pelo País inclui-se também

a estátua do Papa Pio XII, para a Expo-

sição de Arte Sacra Missionaria, reali-

zada no Mosteiro dos Jerónimos , que

foi oferecida ao Seminário de Almada .

Também fora deste Portugal à beira

mar plantado, o Mestre perpetuou sua

obra fazendo em gesso a estátua do

Santo S. Francisco Xavier, em Goa,

aquando do seu centenário. Em 1958,

ainda para esta cidade, executou as

estátuas em bronze de Luís de

Camões, que lhe valeram o Prémio

Diário de Noticias. Na cidade de Lou-

renço Marques, hoje denominada

Maputo , realizou a decoração escultó-

rica da Capela do Paquete de Vera

Cruz, as estátuas de Dada Vaidia e as

dos quatro evangelistas, em pedra,

para a Catedral de Bissau, bem como

os bustos em bronze de Jaime Corte-

são, Augusto de Castro, Nuno Simões

(Continua na página seguinte)

Artes. De 1944 a 1945 esteve em

Espanha e Itália, com uma bolsa de

estudos que recebeu do Estado.

Nesta década, Martins Correia acumu-

lou os Prémios Nacional da IV Missão

Estética de Ferias de Viana do Castela

(1940), do Mestre Soares dos Reis( em

1942), do Mestre Manual Pereira, nos

anos de 1943 e de 1947, de Escultura

do Secretariado Nacional de Informa-

ção, do Salão de Lisboa de 1947 e

ainda, a 1ª medalha do III Salão Pro-

vincial da Beira Alta( 1949). Em 1951,

tornou-se Presidente da Secção de

Cultura Artística da Sociedade de Geo-

grafia de Lisboa. Em 1957, faz uma

exposição individual na Galeria do Diá-

rio de Noticias, pela qual obteve o pré-

mio Mestre Luciano Freire, da Acade-

mia Nacional de Belas Artes, sendo

também Medalha de Prata da Junta de

Turismo de Cascais. Foi ainda conde-

corado com a Ordem da Instrução

Pública, pelo Ministério da Educação

Nacional. Seis anos depois obtém o 2º

prémio com o Monumento ao Padre

Manuel Nóbrega/ em São Paulo, no

Brasil, e com o Monumento à Mulher

Portuguesa do Ultramar. A Rádio mere-

ceu também o seu contributo ao reali-

zar em 1965, o programa “Assuntos de

Page 11: Jornal Encontro Março de 2010

Página 11

com 26 desenhos coloridos, foi vogal

efectivo da Academia Nacional de

Belas artes e ainda conseguiu tempo

para publicar um livro de poesia/

poemas. Em 1998, nesta vila, inaugura

a estátua “O Povo de Amor Cantava”,

junto à Igreja Nossa Senhora dos

Anjos. A Galeria Verney, em Oeiras,

prestou-lhe homenagem no dia do seu

90º aniversario de nascimento, nos

denominados “Encontros de Escultura”

com a presença do Presidente da

Câmara Municipal da Golegã, Dr. José

Veiga Maltez, Dr. Nuno Lima de Carva-

lho e Professor escultor Lagoa Henri-

ques, que abordaram a arte escultórica

deste Mestre goleganense. Falecido

aos 89 anos, no dia 30 de Julho de

1999, o Mestre Escultor Martins Cor-

reia deixa uma obra que marca várias

décadas da escultura, que o torna um

dos maiores escultores portugueses do

século passado. Uma das suas últimas

preocupações foi a conservação do

seu espólio, pois encontrava-se num

edifício setecentista, sem condições

para seu acolhimento. O pelouro da

Cultura da Câmara Municipal, em

2002, projecta a sua transferência para

o edifício Equuspolis, pensado para o

acolher com dignidade e para que as

gerações vindouras dele possam des-

frutar, o que se veio a verificar em 10

de Maio de 2003

Texto in www.cm-golega.pt Câmara Municipal da Golegã 2004

Olegário Mariano, Miguel Torga, Fer-

nando Namora, Natércia Freire, Sofia

de Mello Breyner e a estátua de Barto-

lomeu Dias (1973). A sua obra retrata-

va bem o pensamento deste artista que

considerava que «(…) a arte do século

XX será (…) idealista e poética ao

mesmo tempo que popular» e « (…)

nenhuma coisa pode ser nacional, se

não é popular». Mestre Martins Correia

foi também membro do Conselho Téc-

nico de Exposição Portuguesa do Rio

de Janeiro, assim como fez parte das

exposições internacionais do Rio de

Janeiro, de Bruxelas, na Ibero-

Americana de Barcelona, e na de dese-

nhos de Lausanne, na Suiça. Em 1971,

foi Prémio de Grande Mérito Artístico

na Exposição de Lourenço Marques.

Em 1973, foi convidado pela Sociedade

Nacional de Belas Artes a fazer uma

exposição retrospectiva onde apresen-

tou 300 obras de escultura, desenho,

medalhística e desenho colorido, ver-

sando sobre o período de 1939 a 1973.

no dia 24 de Março, desse mesmo ano,

proferiu a sua última lição na secção

casapiana de Pina Manique e das

várias cerimónias que assinalaram a

sua despedida ficou também a sua

condecoração com a Ordem de Santia-

go da Espada. Sete anos depois, já na

década de oitenta, como decano dos

escultores casapianos, também não

faltou à Exposição Casa Pia de Lis-

boa /200 Anos– Artistas Casapianos.

Em Novembro de 1982, foi homena-

geado, aqui na Golegã, em cerimónia

presidida pelo então Presidente da

República, General Ramalho Eanes´,

com a inauguração da sua estátua “A

Camponesa”, defronte à antiga Cadeia

e Estação Telégrafo, e a abertura do

Museu Municipal Martins Correia, com

um vastíssimo espólio doado ao Muni-

cípio, dois anos depois. No ano de

1990, voltou a ser agraciado com a

Ordem de Santiago de Espada (grau

de Grande Oficial), pelo Presidente da

República, Dr. Mário Soares, distinção

que assumiu como sendo a sua arte a

ser medalhada. Foi igualmente galar-

doado no estrangeiro, nomeadamente

na Noruega, com o Prémio Internacio-

nal de Gravura, e em Bruxelas, com o

Prémio Internacional de artes Plásticas.

Temas como o cavalo, o touro, a terra

e a mulher são representativos nas

suas obras, evidenciando a ligação

profunda de Martins Correia às suas

raízes goleganenses, ribatejanas e

portuguesas. Está representado no

Museu de Arte Contemporânea de Lis-

boa, no Museu Soares dos Reis, na

Invicta, no Museu Regional de José

Malhoa, no Museu de Arte Moderna de

Madrid e claro, neste Museu. Até à

data da sua morte esteve representado

em apenas algumas colecções particu-

lares, porque não gostava de vender a

sua obra como refere no artigo “Martins

Correia– Um escultor com condão da

poesia”: “Sempre me custou muito ven-

der as coisas, por isso é que tenho

assim tanta coisa acumulada. Tenho

muitas coisas que as pessoas até que-

rem comprar quando vêm cá, mas tam-

bém há uma grande insuficiência que é

não terem, de facto, dinheiro para as

comprar. O nosso trabalho tem que ser

um dia compensado. Ou em vida, que

é a minha, ou então na minha ausên-

cia. Mas paguem, pelo menos, isso que

eu fiz, tenho uma obra pouco basta”.

No decorrer da sua vida Mestre Martins

Correia também colaborou para a Anto-

logia Poética da Mulher

Page 12: Jornal Encontro Março de 2010

Página 12

Cavalo Branco

A raiz da erva

estava ferida;

O Sol do dia

não chegava lá

por causa de uma pedra

que ao lado da erva tapava o sol de cá.

Mas um dia,

outro dia,

um animal,

cavalo branco

de muita beleza,

tendo visto a erva presa

tirou a pedra e pensou:

o Sol poderoso

nem sempre aquece

e muitas vezes esquece

o que a terra gerou.

Martins Correia in Livro Poemas Martins Correia

Page 13: Jornal Encontro Março de 2010

Página 13

visitas de estudo e posteriores redacções sobre o que se viu/

aprendeu. É preciso “levar” a escola para dentro do museu e,

fundamentalmente, “instalar” o museu dentro da escola. Para

que isso seja possível, há que sustentar todo este processo

numa profunda formação do corpo docente e, obviamente,

criar um diálogo permanente deste com os responsáveis/

técnicos do Museu. É necessário criar programas que reúnam

em si capacidade para ensinar, cativar e estimular o conheci-

mento.

Não é fácil escrever-se uma biografia; não é fácil escrever

sobre alguém que deixou o seu nome gravado na memória

colectiva dos homens.

Nem sempre são justos, equilibrados, verdadeiros os elemen-

tos disponíveis para nos debruçarmos sobre a personalidade

de um artista plástico, de um escritor, de um político, em

suma, sobre a personalidade de quem transpôs o quotidiano

modesto do viver anónimo e o deixou vinculado à reflexão.

Falar do Mestre Martins Correia envolve as mesmas dificulda-

des.

Há factores que reputamos como indicadores incontornáveis

da sua personalidade: factores de ordem familiar,do ambiente

sócio-económico em que cresceu, culturais ligados à envol-

vência geográfica que fazem despertar os seus sentidos.

Joaquim Martins Correia nasceu a 7 de Fevereiro de 1910,

sete anos mais tarde perdeu os pais, vítimas da Pneumónica.

É então acolhido por uma senhora que, pensando no seu

futuro e dado que na Golegã não havia estabelecimentos de

ensino para além do ensino básico, onde a criança pudesse

estudar, decidiu em 1922 interná-lo na Casa Pia.

Logo aí, Martins Correia revelou a sua aptidão para o dese-

nho, o que o levou a escolher, mais tarde, o Curso de Escultu-

ra na Escola Superior de Belas Artes, onde deixou um nome

conceituado e de referência, entre os alunos e os colegas.

Concluído o curso, foi professor em várias escolas no período

compreendido de 1936 e 1942, entre as quais a Escola Rafael

Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha).

Foi em 1938 que começou a expor. O seu mérito como pro-

fessor e escultor foi reconhecido através de prémios e conde-

corações nacionais e estrangeiras, concedidos em várias

décadas, como o Prémio de Escultura do SNP (1947) ou a

Ordem de Santiago da Espada (1973).

O Cavalo, a Terra e o Touro são temas presentes na sua obra

e evidenciam a sua ligação ao Ribatejo e à Golegã, terra onde

nasceu. No entanto, e como abandonou cedo a sua terra

natal, Martins Correia veio a sofrer, naturalmente, as influên-

cias de outras paisagens, outras gentes, outras culturas,

outras ideologias e movimentos artísticos que conheceu cá

(Continua na página seguinte)

Mestre Martins Correia

“Um museu uma escola”

Ninguém poderá sentir-se preparado para encarar o Futuro

sem conhecer e compreender o Passado. Partindo do princí-

pio que até aqui há um caminho percorrido, nada como trazer

e integrar, da melhor forma possível, os vários percursos que

foram trilhados para chegarmos onde estamos.

Não obstante o generalizado acesso às mais variadas tecno-

logias que colocaram o “mundo” à distância de um clique de

qualquer pessoa, existe um défice, quer por parte do corpo

docente, quer por parte dos alunos, no conhecimento sobre

muitas das ferramentas que podem ser usadas para colmatar

esta lacuna. É neste contexto que a ligação entre a Escola

Mestre Martins Correia e o Museu Municipal com o mesmo

nome faz sentido.

No que diz respeito aos museus, é importante desenvolver

diferentes recursos e actividades direccionados a cada tipo de

público. Quanto à escola, é fundamental que esta fomente o

desejo de aprender, formando os jovens para serem cidadãos

críticos e informados. Por isso, mais do que transmitir infor-

mações sobre as obras e os autores, é importante saber ver,

construir múltiplas leituras e sentidos nas obras.

Criar uma interligação entre a Escola e o Museu Municipal

Mestre Martins Correia não pode restringir-se a umas quantas

Page 14: Jornal Encontro Março de 2010

Página 14

dentro e lá fora.

Outro dos temas presentes na vasta obra do escultor é a

Mulher que tem uma larga representação. De facto, muitos

são os artistas que vêem na mulher o símbolo do seu amor

pela mãe e, Mestre Martins Correia não é excepção.

Podemos pensar que as cores quentes que escolheu para

decorar as suas esculturas, em pedra ou em bronze, têm as

suas raízes no clima mediterrânico e que, no dizer de Natália

Correia – sua admiradora - , “...ela (arte) me faz ver milénios

policromados que, em teus bronzes coloridos, vão dos frescos

minóicos aos etruscos.”Martins Correia deixou uma vasta

obra espalhada por Portugal, passando também por terras

longínquas, desde a Índia a Macau. Na Golegã existem rele-

vos em bronze no Palácio da Justiça; um painel em cerâmica

de 7mx3m, exposto na fachada da casa de convívio de Mar-

tins Correia; a estátua “A Camponesa”; o grupo escultórico “O

Povo de Amor Cantava”. Em Lisboa podemos dar como

exemplo a decoração artística da Estação do Metropolitano

de Picoas ou a estátua em pedra de D. Afonso V na Faculda-

de de Letras; em Coimbra a estátua de Garcia da Horta no

Instituto de Medicina Tropical ou, em Leiria a decoração do

Palácio da Justiça; em Goa a estátua em gesso de S. Francis-

co Xavier (aquando do seu centenário); em Maputo a decora-

ção escultórica da Capela do Paquete de Vera Cruz e no Bra-

sil (em São Paulo) o monumento ao Padre Manuel Nóbrega.

No entanto, a sensibilidade de Mestre Martins Correia não se

manifestou apenas no talhe da pedra, no modelar do gesso,

na obra feita em bronze, na tela e no azulejo pintado. Tam-

bém foi poeta, cantando o homem na sua globalidade, a natu-

reza na sua força criadora, o amor na expressão máxima da

sua generosidade. Foi incansável na sua produção artística,

evidenciando originalidade nos temas, na expressividade da

sua inspiração, pelo que o valioso espólio que deixou pode

ser apreciado na multiplicidade temática e na técnica usada.

O acervo de que pôde dispor doou-o à sua terra – a Golegã –

onde o Museu que tem o seu nome pode e merece ser visita-

do, para melhor se avaliar a diversidade dos motivos escolhi-

dos e a arte com que são concebidos.

Faleceu a 30 de Junho de 1999, com 89 anos.

A Escola Básica 2,3/Secundária da Golegã tem, muito justa-

mente, o seu nome, lembrando aos alunos que a frequentam

o valor e a lição de vida deixados por este grande artista que

a sua terra natal não esqueceu de homenagear.

De facto, a obra de arte é intemporal, atravessa as gerações

e, quando tocada pelo génio, o seu fascínio fica intacto, impõe

-se como um dogma. Assim acontecerá com Mestre Martins

Correia, presença viva na obra espalhada por tantos lugares

da terra, mensageiro da cultura das mulheres e homens riba-

tejanos.

Elisabete Semedo — Professora de Educação Visual

O Mestre e o jogo do peão

O jogo do pião, praticado intensamente pelos rapazes durante

a primeira metade do século passado sobretudo nos pátios

das escolas, é um daqueles jogos tradicionais que continuam

a ser uma fonte de inspiração para crianças, jovens e idosos,

que através da sua prática, não só desenvolvem e mantêm a

sua saúde física, mas também as suas capacidades mentais.

Nesta perspectiva, há alguns anos atrás tentámos que, duran-

te alguns dias, no período do intervalo, os nossos alunos acei-

tassem o desafio de “lançar o pião”.

Recordo que, na altura, ficávamos deliciados quando alguém

com mais idade por ali passava e não resistia a mostrar as

suas habilidades. O mestre Martins Correia não foi excepção.

Temos a certeza que ele se divertiu bastante naqueles

momentos – ou não soubéssemos nós o quanto ele gostava

de contactar com as crianças.

Teresa Cruz

Durante uma Visita de Estudo fazendo dobragens em papel

Page 15: Jornal Encontro Março de 2010

Página 15

No âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica, eu e os meus

colegas fomos visitar o Museu Mestre

Martins Correia na Golegã.

O Mestre Martins Correia foi escritor,

pintor, e escultor…

Nós vimos muitos quadros feitos de

bronze, e vários tipos de pedras.

No museu estava uma escultura muito

bonita e essa foi a minha preferida que

era o auto-retrato do Mestre Martins

Correia.

Se ele fosse vivo no dia 7 de Fevereiro

de 2010 faria 100 anos de idade.

A sua última obra, ”No enorme oceano

à sombras” foi publicada na Torre Vas-

co da Gama.

Eu gostei muito desta visita porque

aprendi outras formas de pintar e de

trabalhar.

Francisco Félix Simões - 6ºB

No âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica fui visitar o Museu

Mestre Martins Correia.

Quando entrei no Museu fiquei curiosa

para aprender o que o Mestre fez ao

longo da sua vida.

No início da visita aprendi que o seu

nome era Joaquim Martins Correia.

Eu apreciei estátuas, pinturas lindas,

como nunca tinha visto. À minha volta

era só obras dele. Ao longo da visita a

guia disse-nos que o Mestre Joaquim

Martins Correia foi pintor, escultor, põe

(Continua na página seguinte)

No dia 28 de Janeiro de dois mil e

dez, a minha turma teve o privilégio de

ir visitar o museu de Mestre Martins

Correia, na Golegã.

No museu vimos quadros lindos que

retratavam pessoas (algumas conheci-

das, exemplo: Sophia de Mello Brey-

ner, outras não) e além disso vimos

uma cabeça em mármore muito bem

construída.

Fiquei também a saber que o Mestre

Martins Correia, para além de ser pin-

tor foi também escultor, escritor e poe-

ta.

Após a sua morte, houve muitos ami-

gos que o retrataram.

O Mestre Joaquim Martins Correia fez

esculturas, utilizando vários materiais

entre eles o bronze, são exemplos Jai-

me Cortesão, Susanne, Miguel Torga e

Natália Correia.

Gostei de ficar a saber mais desta ilus-

tre personagem que deu o nome à nos-

sa escola.

Mariana Mota Nunes - 6ºB

No dia 28 de Janeiro de 2010, no

âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica, tive a oportunida-

de de ir visitar o museu Mestre Martins

Correia. A guia da visita foi a D. Isabel,

muito simpática e que me esclareceu

todas as minhas dúvidas.

Ao apreciar as obras de arte fiquei fas-

cinada com a sua cor e estilo.

Gostei imenso das esculturas assim

como dos quadros e fiquei a saber que

o Mestre retratava essencialmente, nos

quadros e esculturas, mulheres campo-

nesas, alguns cavalos entre outras

coisas.

Fiquei a conhecer o seu verdadeiro

nome, Joaquim Martins Correia e que

para além de ser escultor e pintor tam-

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

bém era poeta e escritor.

Foi-me ainda dado a conhecer que o

Mestre esculpia principalmente em

bronze, que era o seu material favorito.

Mariana Guia - 6ºB

No âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica, tive oportunidade

de visitar o museu Mestre Martins Cor-

reia.

Eu vi esculturas e quadros do Mestre,

que eram espectaculares. Fiquei tam-

bém a saber o nome completo do Mes-

tre, era Joaquim Martins Correia.

Ele fez esculturas e quadros desde

1940 a 1998, o seu último quadro foi

feito na Expo 98, em homenagem a

Vasco da Gama.

Ele fez esculturas em metal em bronze.

Ele nasceu a 7 de Fevereiro de 1910 e

faleceu em 1999.

Neste museu encontram-se as obras

do Mestre e também dos seus amigos.

Eu penso que todos nós ficámos

espantados ao ver aquelas obras tão

bonitas.

Morreu um grande escultor e pintor,

que nunca será esquecido, também foi

ele que deu o nome a esta Escola.

João Francisco - 6ºB

Page 16: Jornal Encontro Março de 2010

Página 16

No âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica (E.V.T.) tive a

oportunidade de visitar o Museu Mestre

Martins Correia, que se situa na Gole-

gã.

No dia 7 de Fevereiro comemora-se o

centenário do nascimento do Mestre.

O Mestre, ao longo dos anos, fez traba-

lhos em muitos países mas nunca

abandonando a sua cultura.

O Mestre pintava e esculpia essencial-

mente mulheres do campo, pois como

ele nasceu na Golegã, apreciou desde

que nascera, as mulheres a trabalhar

no campo. Ele trabalhou ainda escultu-

ras a bronze, o que lhe agradava mui-

to.

O Mestre deixou-nos uma grande

variedade de esculturas e pinturas. De

todas as obras a que mais captou a

minha atenção, foi uma escultura efec-

tuada com mármore brilhante.

Fiquei ainda a conhecer o verdadeiro

nome do Mestre que era Joaquim Mar-

tins Correia.

Esta visita enriqueceu os meus conhe-

cimentos culturais.

Rita Lopes - 6º B

ta e escritor o que me surpreendeu

porque eu não sabia nem imaginava.

Eu fiquei admirada como é que ele

conseguiu conciliar as suas quatro pro-

fissões.

Eu vi muitas esculturas e pinturas, mas

o que eu mais gostei foi de uma cara

de uma senhora, uma escultura lindís-

sima feita de mármore.

O Mestre tinha grandes amigos e fez

esculturas das suas caras

Esses amigos também pintaram qua-

dros e ofereceram ao Mestre.

O Mestre tinha uma filha chamada Isa-

bel Martins Correia. Ele ficou cego

quando estava a pintar um quadro o

que tornou muito difícil conseguir aca-

bá-lo.

Ele fez muitas obras no período entre

1940 e 1998. Ele morreu em 1999, com

89 anos. Se fosse vivo o Mestre faria

100 anos no próximo dia 7 de Feverei-

ro.

Ana Raquel - 6ºB

No âmbito da disciplina de Educação

Visual e Tecnológica, tive a oportunida-

de de ir visitar o Museu Mestre Martins

Correia, no dia 28 de Janeiro de 2010.

Quando cheguei ao Museu, acompa-

nhada de duas professoras e os meus

colegas, uma senhora veio ter connos-

co fazendo-nos uma visita guiada.

Começou por se apresentar, dizendo

que se chamava Isabel, de seguida, o

nome do Mestre e que tinha nascido na

Golegã, mas que foi para uma escola

de adopção.

Na parte de cima do Museu vimos

vários quadros, esculturas, muitas

esculturas onde estavam imagens de

pessoas. O Mestre também gostava de

esculpir, em mármore, brita, etc…

No final da visita, fomos para uma sala

onde estavam muitos quadros e a D.

Isabel entregou-nos um documento

que referia as várias obras de Joaquim

Martins Correia.

Joana Silva - 6º B

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

No ano em que se comemora o cente-

nário do nascimento de Mestre Martins

Correia e no âmbito da disciplina de

EVT, visitámos o museu Mestre Mar-

tins Correia, na Golegã.

Nessa visita ficámos a conhecer muitas

coisas interessantes e curiosas sobre a

vida do Mestre. Por exemplo o seu

nome completo que era Joaquim Mar-

tins Correia, nasceu na Golegã, em

1910. Estudou na casa Pia e mais tar-

de tirou o curso de Belas Artes. Foi

professor das Escolas Técnicas e pos-

teriormente assistente na Escola Supe-

rior de Belas Artes.

O desenho, a pintura, a escultura e a

poesia fizeram parte de toda a sua

vida. Teve uma longa e gloriosa carrei-

ra.

A cor era um elemento obrigatório dos

seus quadros, como forma de transmitir

calor e felicidade.

O bronze era o material que mais gos-

tava de trabalhar.

Para o Mestre as suas obras eram uma

continuidade de si próprio, tinha com

elas uma relação de pai para filho.

Uma das obras mais emblemáticas do

Mestre é a Torre Vasco da Gama -

Painéis de Azulejo alusivos à viagem

de Vasco da Gama à Índia. Esta foi a

sua última obra e sobre ela referiu:

“No enorme Oceano há sombras

Tudo é fantástico

Os espaços alongam-se misteriosa-

mente

Ondas, uma caravela

Cem Portugueses dentro dela

Com um capitão navegador

Que medo Senhor, que pavor

Chegar à Índia assim

Já lá vai o século XV

Tão distante de mim”

Por tudo isto eu gostava de ter conhe-

cido pessoalmente o Mestre Martins

Correia.

Francisco Martinho - 6ºB

Page 17: Jornal Encontro Março de 2010

Página 17

No dia 28 de Janeiro, eu e a minha

turma fomos ao Museu Mestre Martins

Correia, na Golegã.

Quando lá chegámos, a nossa profes-

sora estava aborrecida connosco, pois

tínhamos ido a brincar durante todo o

caminho e, antes de entrarmos, tive-

mos de ouvir uma breve explicação das

regras, de maneira a não haver nenhu-

ma infracção, o que não aconteceu

porque não estivemos com a devida

atenção.

A indicação que os professores nos

deram quando entrámos no museu foi

a de esperarmos em silêncio, durante

alguns momentos. Passados já dez

minutos, passou-me pela cabeça que

tivesse acontecido algum imprevisto,

mas o meu pensamento foi interrompi-

do por uma voz feminina:

- Antes de mais nada, boa tarde!

Era a senhora que nos ia servir de guia

e que, como uma fonte de sabedoria,

nos iria explicar a história de cada pin-

tura, escultura ou medalha.

- Por favor, não façam barulho porque

está a realizar-se uma reunião.

Começámos a andar e fomos dar a

uma escada que subimos degrau a

degrau, e de onde se avistava uma

linda escultura feita pelo nosso querido

Mestre Martins Correia, que era ainda

mais bonita do que consigo dar a

entender.

Subidas as escadas, encostámo-nos a

um canto. A nossa «guia» começou por

nos perguntar:

- Já ouviram falar no Mestre Martins

Correia?

Ficaram todos calados, a pensar, até

que soou num murmúrio:

- Eu acho que era pintor, escultor,

No dia 28 de Janeiro de 2010, tive a

oportunidade de visitar pela primeira

vez o famoso museu do meritíssimo

senhor Joaquim Martins Correia.

O Mestre tornou-se muito famoso pelas

suas pinturas a óleo e esculturas a

bronze.

No museu encontravam-se várias

obras e pinturas suas e de vários ami-

gos. Além disso, também existem

vários auto-retratos e várias esculturas

de mulheres que trabalhavam no cam-

po.

As obras do Mestre Joaquim Martins

Correia fascinaram-me, nunca imaginei

ver obras tão bonitas feitas pela pes-

soa mais famosa da Golegã.

Bernardo Duarte - 6ºB

No dia 28 de Janeiro de 2010, fui com

a minha turma e com as professoras de

Educação Visual e Tecnológica ao

Museu Mestre Martins Correia uma vez

que era a comemoração do centenário

do Mestre Martins Correia que terá

lugar no dia 7 de Fevereiro.

Quando partimos rumo ao Museu

íamos todos animados para ver a expo-

sição e quando chegámos os nossos

olhos brilharam com tanta beleza.

Uma senhora fez-nos uma visita guia-

da, mas antes de começarmos a ver as

magníficas obras de Martins Correia,

ela explicou-nos um pouco da vida do

Mestre. Disse-nos que ele tinha nasci-

do na Golegã, a 7 de Fevereiro de

1910 e morrido a 30 de Julho de 1999.

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

Ficou órfão em criança, na sequência

da morte dos pais atingidos pela gripe

pneumónica, tendo ficado ao cuidado

de uma senhora. Em Novembro de

1922 foi para o Colégio Casa Pia onde

concluiu o curso industrial. Também

nos explicou que Mestre Martins Cor-

reia tinha sido professor do ensino téc-

nico profissional nas Caldas da Rainha

e em Lisboa.

Depois dessas informações, começá-

mos por ver uma fotografia do Mestre e

seguidamente várias obras, tais como:

medalhas em bronze (umas pequenas,

outras grandes) e vários quadros.

Reparámos que ele utilizava muito o

amarelo vivo, o castanho, o vermelho,

o laranja, o verde-garrafa, o azul, o

preto e o branco para pintar. Também

observámos que Martins Correia utili-

zava muito as pessoas do povo, as

mulheres e o cavalo nas suas obras.

Seguimos para uma sala onde estavam

os bustos de Sophia de Mello Breyner

Andresen, Miguel Torga, Jaime Corte-

são, Natália Correia e Fernando Namo-

ra, também da autoria de Martins Cor-

reia, juntamente com alguns quadros e

uma estátua que representava o mar.

Depois de observarmos essas obras

magníficas, voltámos para a escola

muito inspirados e motivados para tra-

balhar.

Rita Canelas - 6º A

Page 18: Jornal Encontro Março de 2010

Página 18

No dia 26 de Janeiro, fui com a minha

turma ao Equuspolis ver a exposição

de Martins Correia.

Eu gostei muito das obras do Mestre,

principalmente das esculturas de pes-

soas que foram colegas dele.

Ana Raquel - 5ºA

No Museu Martins Correia vi várias

obras.

Gostei de ver os quadros e as escultu-

ras.

Foi a terceira vez que lá fui, mas gostei

de lá ir na mesma.

No museu, também ouvi que o primeiro

nome dele era Joaquim, então o nome

completo é Joaquim Correia Martins.

Na exposição reparei no contraste do

preto com o branco.

Havia obras feitas de bronze a imita-

rem cabeças de pessoas que são ou

foram importantes, como Sophia de

Mello Breyner e Luís de Camões.

A nossa guia disse-nos que a última

obra que o Mestre Martins Correia fez

foi para a Expo, em 1998.

No museu, que se situa na Equuspolis,

deram-nos um papel onde estão as

obras dele.

Eu gostei muito de lá ir e espero voltar

lá, porque «o saber não ocupa espa-

ço».

Gonçalo Lino - 5ºA

doutor, … - era a voz de uma colega

minha, a Mariana.

- E achas bem! É isso mesmo!. – retor-

quiu a «guia».

Entretanto prosseguimos a visita:

vimos quadros, esculturas, medalhas

grandes e pequenas.

Por fim, visitámos a última sala e, de

seguida, fomos para baixo.

Agradecemos à nossa «guia». Os pro-

fessores deram-nos uma lista com

nomes de obras do Mestre Martins

Correia e partimos para a escola.

Foi assim a visita ao «Museu Mestre

Martins Correia».

Maria José Santos - 6º A

Fui visitar o Museu Mestre Martins

Correia, situado no Equuspolis, na

Golegã. Achei giro, só lá tinha estado

quando ainda só havia computadores.

Agora, como museu está muito bonito.

Gostei muito de uma escultura feita em

mármore brilhante.

Fiquei a saber que o Mestre Martins

Correia nasceu no dia 31 de Janeiro de

1910, viveu na Casa Pia e tirou o curso

de Desenho.

Xénia Soares - 7ºA

Eu vi muitas estátuas feitas pelo Mes-

tre Martins Correia. Vi quadros cheios

de cor, observei medalhas e muitas

esculturas bonitas, como por exemplo,

o pelourinho que é uma estátua de

uma mulher com um livro na cabeça.

É muito bonito.

Miguel Silva - 7ºA

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

Nesta visita eu gostei muito da criativi-

dade do Mestre Martins Correia, tanto

na escultura, como na pintura.

Adorei as cores que ele escolheu: o

vermelho, o amarelo, o azul… porque

antigamente as pessoas preferiam o

preto e branco.

Ana Carolina Bernardo - 7ºA

Eu gostei de ir ao museu porque é

bom ver o que Joaquim Correia Martins

fez.

Ele tinha muito talento para a escultura

e pintura, apesar de para nós serem

riscos, para Joaquim Martins Correia

são uma vida, uma palavra, um símbo-

lo, corpos, rostos e muitas coisas boni-

tas.

Daniela Domingos - 7ºA

Eu gostei muito do museu.

Gostei dos quadros, das esculturas,

das pinturas e dos rostos.

Se Joaquim Martins Correia ainda fos-

se vivo, gostava de o conhecer, para

aprender a fazer com ele a sua arte.

Rafael Gomes - 7ºA

No museu do Mestre Martins Correia,

eu vi esculturas tão bonitas que até as

gostava de desenhar na aula de E.V.T..

Vi pedras e nelas estavam desenhadas

umas casas, que pareciam as da Gole-

gã.

Vi algumas esculturas em bronze e

quadros pintados a preto, cinzento e

branco, como um quadro de um cavalo

que está junto da sala das esculturas.

Nesta sala de que eu vos falei agora,

está uma estátua em ponto pequeno

da estátua que está junto do pelourinho

da Golegã.

Foi o que eu vi no Museu Mestre Joa-

quim Martins Correia.

Rúben - 5ºA

Page 19: Jornal Encontro Março de 2010

Página 19

Quando fui ao museu, logo à entrada

havia uma obra que parecia ser um

soldado e estava bem pintado.

Subimos as escadas e vimos obras

feitas de mármore, de bronze e de

outros materiais.

Ele também fazia pinturas: umas colori-

das e outras a preto e branco. Entrá-

mos numa sala onde tínhamos quadros

por todo o lado, falámos sobre as suas

obras e deram-nos umas folhas com os

nomes das suas pinturas.

Foi óptima a visita e podemos dizer

que Joaquim Martins Correia tinha um

grande dom.

Miguel - 5ºA

Este ano comemoram-se os 100 anos

de Martins Correia.

Fomos ao Museu e vimos esculturas

de mármore, madeira…

Disseram-nos que o Mestre gostava de

cores porque sem cores as obras de

arte ficavam «frias».

O primeiro nome do mestre era Joa-

quim.

No museu, havia quadros onde ele

tinha pintado senhoras.

Este senhor fazia esculturas perfeitas,

mas esculpia mais senhoras, como a

Sophia de Mello Breyner entre outras.

No fim, havia uma sala com pinturas

que os amigos lhe ofereciam.

Sarah - 5ºA

Este ano comemora-se o centenário

do nascimento do Mestre Martins Cor-

reia. Como tal, visitámos o seu museu.

Este tem lá quase todas as esculturas

e pinturas do mestre.

Tem pinturas muito bonitas, às vezes

um pouco estranhas, mas tinham todas

uma particularidade: tinham quase

sempre rostos de mulheres. Nas escul-

turas também, mas mais de pessoas

conhecidas como Luís de Camões e

Sophia de Mello Breyner.

Fomos a uma sala que tinha muitas

pinturas e deram-nos umas folhas com

as obras que ele tinha feito.

Também ficámos a saber que o primei-

ro nome do mestre é Joaquim.

Foi uma visita muito interessante. Ado-

rei-a!

Ana Catarina - 5ºA

Este ano comemoram-se os cem anos

do Mestre Martins Correia.

Martins Correia gostava de retratar o

povo, a mulher e também alguns ami-

gos.

Gostava da cor porque pensava que

uma pintura ou escultura a preto e

branco era fria, para ele, a cor é que dá

todo o calor.

O Mestre também trabalhava muito

com materiais misturados.

Martins Correia ficou marcado na His-

tória por ser um dos primeiros artistas a

dar cor às esculturas.

Maria Madalena - 5ºA

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

Nós fomos ao museu onde estão

expostas as suas belas obras. Ele gos-

tava muito de desenhar rostos e escul-

pi-los em vários materiais. Também

gostava de desenhar mulheres nuas.

Vimos muitos quadros com o seu sím-

bolo. Tinham muitas cores e eram mui-

to alegres.

Ele esculpia a cara dos seus amigos e

conhecidos.

Martins Correia fazia obras de pedra,

mármore, estanho e ferro. Fez uma

cidade com pedras de calçada.

Na exposição, entrámos numa parte do

museu onde estavam expostas as

estátuas que ele fez. Depois fomos

para outra sala, onde estavam quadros

oferecidos por amigos.

A nossa guia disse-nos que ele se cha-

mava Joaquim Martins Correia e que

andou na Escola de Belas Artes, em

Lisboa.

Aquele museu é uma fonte de inspira-

ção.

Francisco - 5ºA

Page 20: Jornal Encontro Março de 2010

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No dia 28 de Janeiro, eu e a minha

turma fomos ao Museu Mestre Martins

Correia, tendo esta ida o propósito de

nos inspirar para um trabalho de Edu-

cação Visual e Técnológica.

Pelo caminho, a minha turma convivia,

ou seja, nós brincávamos uns com os

outros. Mas, quando chegámos, a Pro-

fessora Cristina Rodrigues, explicou-

nos todas as regras que deveríamos

seguir dentro do Museu.

Quando entrámos, fomos recebidos por

uma das funcionárias do Museu que

nos explicou quem fora Mestre Martins

Correia. Aprendemos logo que, no dia

7 de Fevereiro de 1910, na Golegã,

nascera um artista que cedo ficou

órfão, tendo, se seguida, ido para a

casa Pia onde mais tarde daria aulas.

Depois, quando subimos para o primei-

ro andar, começámos a ver as escultu-

ras e as pinturas a atravessarem-se

pelos olhos dentro. Só de pensar que

tinha sido um goleganense a fazer

aquelas obras de arte!!!…

Nas suas pinturas e até esculturas

podemos encontrar o preto, o branco, o

vermelho, o verde-garrafa como cores

predominantes. O Mestre também não

esqueceu de utilizar a sua bela vila da

Golegã, a mulher camponesa e os

cavalos, entre outros motivos, nas suas

obras.

Mariana Nunes - 6.ºA

No Museu Mestre Martins Correia, eu

vi pinturas e esculturas muito bonitas.

A guia disse-nos que o Mestre gostava

de usar cores quentes e não cores

frias. Também usava o contraste.

Eu e os meus colegas vimos as cha-

madas «pinturas pornográficas». Tam-

bém vimos esculturas de medalhas

sobre os Descobrimentos e vimos uma

escultura de Sophia de Mello Breyner.

Rafael - 5ºA

Quando cheguei ao museu, vi logo à

frente das escadas uma obra dele: era

a cara de uma pessoa.

Chegando lá acima, a senhora do

museu disse-nos que as obras dele

tinham todas cara, e era mesmo verda-

de! Ele dizia que uma obra sem cara,

era uma obra fria. Também reparei que

a maior parte das obras eram mulheres

e quase todas tinham uma coisa na

cabeça, era um pano enrolado e posto

em cima da cabeça para as bilhas não

estarem em contacto com a cabeça.

Martins Correia também desenhava

corpos de mulheres e camponesas.

No museu havia várias obras e muito

engraçadas.

Verónica - 5ºA

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos (textos)

Na minha aula de E.V.T., as minhas

professoras organizaram uma visita ao

Museu «Mestre Martins Correia».

No museu havia esculturas de mármo-

re e pinturas lindas. Dava para perce-

ber que Joaquim Martins Correia gosta-

va muito de mulheres, porque nas pin-

turas havia imensas mulheres dese-

nhadas. Algumas estavam nuas. Tam-

bém devia gostar muito da filha, era

uma das esculturas que lá havia.

Dentro de uma espécie de caixa de

vidro, estavam medalhas que pareciam

ser de barro. Lá, estavam desenhadas

caras e coroas.

Havia também esculturas de pessoas,

umas sem pernas, outras sem braços,

e havia quadros coloridos, porque o

Mestre Martins Correia achava que os

quadros sem cor não tinham muito

interesse.

Gostei imenso da visita, foi muito inte-

ressante, eu adorei!

David - 5ºA

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 22: Jornal Encontro Março de 2010

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 24: Jornal Encontro Março de 2010

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Jardim de Infância de Golegã Sala Verde

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COMO SE FOSSE UM FILME…

OLHARES

Homenagem dos alunos do 1º Ciclo ao Mestre Martins Correia (Escultor, Pintor e Poeta), ilustre Goleganense e Patrono da Escola sede do nosso Agrupamento.

Sala

CIBER-MIÚDOS No dia 22 de Fevereiro de 2010 as

turmas do 4º ano foram visitar o Museu Mestre Martins Correia.

Joaquim Martins Correia nasceu a 7 de Fevereiro de1910 e faleceu no dia 30 de Julho de 1999.

Martins Correia dedicava-se à pintu-

ra, escultura e escrita. Ele gostava mui-

to de desenhar corpos e rostos de

mulheres.

Sala dos Gatinhos)

Algumas das suas esculturas cha-mam-se: Homem do mar, Mulher do mar, Mulher do campo (Camponesa) … O Mestre também gostava muito de esculpir a cara dos seus amigos e dos seus parentes. Ele tinha cores preferi-das tais como: azul, vermelho, amare-lo, verde e preto.

As esculturas e as pinturas dele estão expostas ao público no Equuspo-lis. Antes, estas maravilhas estavam no Palácio do Pelourinho.

Golegã, 22 de Fevereiro de 2010 Rodrigo Toito

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 3º Ano

BRANCA DE NEVE

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Sala do 4º Ano

AMIGUINHOS

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Pedro Silva

Gustavo Susano

Rui Conceição

Liliana

Margarida Lourenço

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 2º Ano - PATITOS

Nicole Felício]

Rui Conceição

Mariana Sofia

Alexandre Lança

Francisco Barrote

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 4º Ano - GATINHOS

Joaquim Mestre Martins Correia, nas-ceu no ano de 1910, no dia 7 de Feve-reiro. Ele era uma pessoa que se inte-ressava pelas obras de arte. Martins Correia começou a pintar quando era jovem.

Ele pintava com azul, verde, amarelo, vermelho e cor-de-laranja.

As estátuas que fazia eram de pedra, bronze, mármore e pedra brilhante.

Mestre Martins Correia, quando já era idoso, deu as suas grandes, espan-tosas e bonitas estátuas, quadros e medalhas à Golegã.

É assim um pouco do passado de Joaquim Mestre Martins Correia.

Page 30: Jornal Encontro Março de 2010

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 31: Jornal Encontro Março de 2010

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Francisco Costa

Joana Margarida

Joana Silvestre

João Pratas

Maria Constança Lagarto

Maria Teresinha Jorge

Sala do 1º Ano

GIRASSÓIS

Joana Margarida

Matilde Barrote

Maria Teresinha

Carlos Nunes

Ana Francisca

Ana Rita

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Carlos Cachado

Ana Francisca

Constança Nalha

Carlos Cachado

Fábio Lopes

Francisca

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Andreia Costa

André Contente

Duarte Almeida

Mariana Freire

Pedro Mendes

Sérgio Lopes

Marta Pereira

Matilde Barrote

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 3º Ano

BORBOLETAS e GRILOS

Ana Barradas

Cláudia Amarchande

Carolina Campino

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Sala do 1º Ano

GOLFINHOS

Cristiana Pimentel

Rúben Vilela

Diogo Alcobaça

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Lara Lourenço

Inês da Guia

Inês Alexandra

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 2º Ano

PAPAGAIOS DE PAPEL

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 36: Jornal Encontro Março de 2010

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 37: Jornal Encontro Março de 2010

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Morreu com 89 anos no dia 30 de

Julho de 1999. Tem várias esculturas

por todo mundo.

Foi um grande artista.

Kane D’Arcy

Testemunho

José Coelho

Escultor, Pintor e Poeta

Direi de Mestre Martins Correia, ami-

go que me acompanhou numa parte

importante da minha vida, o que Antoni

Tàpies, pintor catalão, quando chegou

a Paris, disse de Picasso depois de o

visitar no seu ateliê, após lhe ser atri-

buído o Prémio da Paz, “Tive a oportu-

nidade de constatar a grandeza do seu

espírito em todos os momentos em que

se precisou dele. E vi de forma palpá-

vel que um grande Artista é sempre um

grande Homem”.

Jamais me esquecerei da enorme

eloquência do mestre, quando este me

ajudou a organizar e a montar a minha

primeira exposição em Constância, no

início da década de oitenta.

Obrigado Mestre Martins Correia.

Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Sala do 4º Ano

CIBER-MIÚDOS

O Mestre Martins Correia

Eu, esta tarde, fui aos Equuspolis ver

as várias esculturas do artista Joaquim

Martins Correia.

Aprendi muitas coisas. Ele nasceu

em 7 de Fevereiro de 1910. Se fosse

vivo faria 100 anos.

A vida dele foi triste porque os pais

morreram ainda ele era muito pequeno.

Ele ficou entregue a uma ama, mas

tornou-se um "senhor" porque naquela

altura nem todos tinham a sorte dele.

Ele foi para a Casa Pia, foi lá que

aprendeu a ler e a escrever e decidiu

ser escultor.

E assim foi, tornou-se também pintor,

escritor.

O produto com que gostava mais de

trabalhar era o bronze, para esculpir.

Page 38: Jornal Encontro Março de 2010

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

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Visita ao Museu Mestre Martins Correia - Trabalhos realizados pelos alunos

Page 47: Jornal Encontro Março de 2010

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A arte entrou no jardim de infância!

Como estivemos atentos e interessa-

dos. Já repararam?... Estávamos vidra-

dos!

Foi muito enriquecedor este momento.

Ficámos a conhecer aspectos caracte-

rísticos da obra do M. M. Correia, como

por exemplo, a utilização frequente da

cor vermelha, a representação de

aspectos da vida rural e outros.

Fizemos algumas perguntas e, por fim,

até fizemos puzzles.

Portámo-nos tão bem, que consegui-

mos da parte da formadora a promessa

de voltar em breve.

Visita ao Museu Mestre Martins Correia

Jardim de Infância de Azinhaga - Sala dos Golfinhos

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Visita à Estação do Metropolitano - Picoas

_________________________________________________

Realizou-se, no dia 4 de Fevereiro do corrente ano, no

Equuspólis, um momento musical apresentado pela aluna

Rita Martinho do sétimo ano, turma B, aquando da apresenta-

ção do projecto intitulado Mestre Martins Correia “Um Museu,

Uma Escola”. A referida aluna apresentou uma peça de gui-

tarra clássica, preparada durante as aulas de guitarra na

Escola de Música do “Cantar Nosso” – Golegã.

Page 49: Jornal Encontro Março de 2010

Página 49

Outra homenagem….

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Página 50

que vêm olhando realizam o que os

outros olhos têm em si para serem

ensinados, o que profundamente há

que exprimir no verdadeiro acto de ver.

Quando há amizade, ela é a comuna

que comunica É a união hu­mana que

não se define, porque unindo-se tio

generosa­mente logo é inexplicável: É

a mão que aperta os dedos para em

sangue continuar, como o movimento

do rio para as grandes águas do mar A

verticalidade, que é o carácter, é a

linha desenhada de aprumo como a

verticalidade do remo da pescador fir-

me ao mar. É também o pinheiro hir­to

no ar, na sensação de sentimento

móvel que se oferece, tanto manso em

terra, como bravo no mar. E esta ima-

gem fixa dos elementos que vos deixo

Que esta simples lição vos sirva ape-

nas para os entusiasmar na razão da

obser­vação intensa e amante da natu-

reza, sentindo a criação plástica no

movimento de fluxo e refluxo que se

estabele­ce entre a terra e o mar

Em conclusão quero dizer o seguinte:

Cada país geográ­fico com as suas

diversas formas interiores constitui um

tema desenhado em si mesmo, que

esteticamente lhe é dado peta luz»

pela atmosfera, pela forma e pelo espí-

rito Mas tudo é diferente entre eles

Cada país tem o seu carácter próprio

no desenho da sua natureza e dos

seus homens que se desejam de espí-

rito modernamente jovem a um pro-

gresso ideal no dm H do amanhã *

Rapazes – que vos guie a minha men-

sagem de desenho pelo gosto da verti-

calidade e da amizade – nas formas

estéticas varia­das – do real – do ima-

ginativo – do visionário – e do ideal

24 De Março de 1973

Um abraço! António Teme

MARTINS CORREIA

MORFOLOGIA POPULAR

Martins Correia é um nome que dis-

pensa apresentações O seu vastíssimo

e reconhecido currículo é por demais

evidente.

Desde 1922 que habita a zona de

Belém, foi aluno da Casa Pia Numa

carreira já longa, mais de 50 anos a

fazer Arte, são inúmeros os seus traba-

lhos; o mais recente pode ser aprecia-

do na estação de Picoas do Metropoli-

tano de Lisboa Na Golegã, onde nas-

ceu no ano de 1910, guarda-se o seu

espólio no Museu Municipal Escultor

Martins Correia já visitado por cerca de

9000 pessoas, entre elas nomes

sonantes como Mário Soares ou Aníbal

Cavaco Silva, como se poderá ler no

livro de registo aberto por Ramalho

Eanes que inaugurou aquele espaço

museológico.

Martins Correia soma vários prémios e

está representado em diversos museus

e colecções tanto em Portugal como

no estrangeiro. Foi Prémio Internacio-

nal na Noruega, recebeu também o

Prémio Diário de Noticias com a está-

tua em bronze de Amatos Lusitano.

Outros trabalhos que se poderá desta-

car, num total de mais de sessenta

trabalhos, a estátua de D Pedro V na

Cidade Universitária de Lisboa, a com-

posição, em Bronze no Tribunal de

Pinhel, a estátua de Pio XII para a

exposição de Arte sacra Missionária

nos Jerónimos ou ainda a estátua de S.

Francisco Xavier em Goa e o mármore

«A italiana» quando foi bolseiro do

Estado português em Espanha e Itália.

Ao doar grande parte do seu espólio à

terra onde nasceu, Martins Correia

espera que «com a sua presença de

artista estimulará a juventude da Golegã

ao trabalho e respeito pela moderna

obra de arte e seus artistas» Este seu

objectivo prende-se com aquilo que

mais gostaria de fazer «que os jovens

continuassem a amar a minha profis-

são - a nossa profissão de escultores

portugueses - pela forma e estilo da

corrente expressionista da função poé-

tica».

In Ecos de Belém, Abril 1995

Recordando

Última lição de Martins Correia:

O tempo não conta. Ainda foi ontem

que aqui entrei para o meu primeiro dia

na qualidade do aluno da Casa Pia.

Revejo os meus estimados professores

e muito parti­cularmente evoco o sau-

doso Professor de Desenho e tam­

bém, por sua vez, ex-aluno, Pintor

Pedro Guedes* que me preparou,

então para ingressar na Escola de

Belas Artes Evoco igualmente os meus

colegas e amigos de sempre, que

comigo conviveram nas aulas e vive-

ram as actividades recreativas todos

eles devo a minha formação e deles

destaco os 38 colegas que também a

expensas desta insti­tuição se forma-

tam mi cursos superiores de Engenha-

ria, Medicina, Advocacia, Economia e

nos cursos superiores do Exército, da

Marinha e das Belas Artes: este é o

grau da minha mocidade que evoco.

Querendo transmitir as­sim o entusias-

mo juvenil de outrora à vossa consciên-

cia com o fim de que continuem a esti-

mar os vossos profes­sores e condiscí-

pulos de aula e de actividades recreati-

vas no sentido de estimular o vosso

senso educativo para um dia virem a

dignificar o bom nome da Casa Pia.

Para os alunos de desenho quero

expressar esta mensagem: Por­tugal

possui geograficamente um contorno

desenhado e dentro dele cabem a luz

do sol e da lua que lhe empresta parti-

cularidades próprias de observação:

Com as árvores alimentadas pela natu-

reza e pelos homens que as querem,

crescem num conjunto de intensa har-

monia, onde recebeu* do sol nos dão a

sombra que é mancha fortemente colo-

rida do poisar e amar. Temos também

o oceano, que no dese­nho das suas

ondas sempre variadas nos ensina o

ritmo da natureza de que fazemos par-

te, é dentro destes conceitos poéticos -

estéticos de desenho retido pela obser-

vação (conceitos que adquiri peto habi-

to de observar a natureza e os

homens ) que se moveu a minha per-

sonalidade de aluno e de professor:

Involuntariamente, através dos olhos,

cultivei-me da verticalidade e da amiza-

de e num acto de amor, em que reflec-

ti, reconheço que os olhos são a pri-

meira inteligência que mergulham na

saúde do produzir. Quer dizer Os olhos

Page 51: Jornal Encontro Março de 2010

Página 51

do maior prestigio - quer em Portugal

quer noutros países - Ihe têm sido atri-

buídos

Porque sou uma leitora fiel que encon-

tra sempre na sua escrita um fascínio

inigualável, penso que escolher o seu

nome, é sobretudo um prestigio para a

nossa Escola

Celeste Isabel

Tal como cada indivíduo tem a sua

identidade, entendendo-se este concei-

to como tudo aquilo que faz com que

ele seja um determinado sujeito e não

outro, também a minha escola tem

identidade, é singular, porque a minha

escola não se confunde com nenhuma

outra, é a minha.

E donde lhe vem essa identidade que a

torna única? Vem-lhe do sitio onde está

(na Golegã, na Rua Luís Camões);

vem-lhe do aspecto que tem (os edifí-

cios aquele verde todo, as flores); vem-

Ihe das. pessoas, que não são umas

pessoas quaisquer.

É verdade,

as pessoas

na minha

escola não

são iguais

às outras:

os profes-

sores são

diferentes,

os funcio-

n á r i o s

"tios", os alunos são diferentes. Ou

então sou eu que os vejas diferentes.

Talvez seja porque gosto dela. Não

posso esquecer como ela tem também

contribuído para ir traçando a minha

identidade, para que eu seja eu. A

curiosidade faz-me imaginar como

seria eu se não estivesse aqui.

Mas penso em mim e no meu nome,

penso nas pessoas da minha família

que têm nome, penso nos meus ami-

gos que têm nome, penso nas ruas que

têm nome, no meu cão que tem nome,

. .

E por que razão a minha escola não

tem nome? E paradoxal numa terra em

que coexistem frequentemente dois

códigos para identificar os indivíduos,

Não tenho fome, dizem…

Quem sou e para onde vou,

também me pergunto..

Mais absurdo,

O que faço aqui…

Sinto-me vida

Cheia de nada,

Tudos que valem nadas,

Perante a vida que nos merece tudo.

Quero dar,

Quero partilhar,

Pela mudança caminhar,

Um mundo colorido imaginar,

Dar voz a quem quer amar

E o seu nome eternizar.

Martins Correia... Saramago…

Luís de Camões é a minha Rua.

Um nome, outro nome,

Quero um nome que me torne tua.

C+S da Golegã

Quando

nós nascemos os nossos Pais esco-

lhem para nós um nome pelo qual pas-

samos a ser chamados. A decisão de

atribuir este ou aquele nome a uma

criança, é sempre urna escolha que

envolve vários componentes. Escolhe-

se um nome ou porque se gosta dele,

ou porque se quer homenagear alguém

que se admira, ou porque se quer per-

petuar a memória de algum familiar

desaparecido, ou por qualquer outra

razão.

Assim, escolher um nome para atribuir

a uma pessoa é sempre uma escolha

que se faz. E essa escolha é importan-

te, porque o nome é aquilo que é ver-

dadeiramente nosso, que nos identifica

como pessoa, que faz com que eu seja

mesmo "eu" e não outro qualquer.

Daí a importância de sabermos os

nomes uns dos outros para podermos

ser individualizados, personificados,

À Procura de um Nome - Artigos Publicados neste jornal - (Nº 13 e 15 - II Série - Dez./1997 e Junho /1998)

e não nos

sen t i rmos

um colecti-

vo abstrac-

to. Quantos

de nós

sabemos os

nomes uns

dos outros?

Q u a n t o s

professores sabem os nomes dos seus

alunos?

Quantos alunos sabem os nomes dos

seus professores? Não saber o nome

da pessoa que vive ao nosso lado,

significa não ter com ela uma relação

personificada.

Ora, a que vem esta conversa toda a

propósito de nomes? E que a nossa

E s c o l a n ã o t e m n o m e !

Quando a ela nos referimos, costuma-

mos dizer "A C+S", ou pior ainda, "O

Ciclo". Ora estes "nomes", não são

nomes, são categorias, tipos, que até

já nem correspondem à realidade.

Identificam o tipo de Escola, como há

muitas no país inteiro, mas não esta

que fica situada na Golegã - a nossa -

onde passamos uma parte tão grande

do nosso tempo e da nossa vida.

Este ano, em que tão renovação nela

se deu, penso que é a altura ideal para

nos pormos todos a procura de um

nome que Ihe fique bem, de que goste-

mos e que esteja relacionado com a

zona em que vivemos: Ribatejo, conce-

lho da Golegã. vamos todos começar a

procurar um nome?

A redacção do Encontro esta pronta a

acolher todas as sugestões. Então aqui

vai a primeira.

Eu gostaria que a nossa escola se cha-

masse "Escola José Saramago".

Porque escolho eu este nome?

Uma escola é, por definição um local

que deve desenvolver em todos que

nela vivem- alunos, professores, fun-

cionários- o gosto pela cultura e pelas

letras. José Saramago, natural da Azi-

nhaga, é um escritor cuja escrita esta

marcada pelas suas origens rurais riba-

tejanas, tantas vezes preferidas pelo

próprio escritor quando de si fala. José

Saramago é hoje no mundo das letras

portuguesas em caso singular. Prémios

Page 52: Jornal Encontro Março de 2010

Página 52

oficial (nome do B. I. ) e o não oficial

(alcunha), como se uma denominação

não bastasse, não satisfizesse a

necessidade de nomear. Situação simi-

lar ocorre com a toponímia. A maior

parte das ruas são mais correntemente

conhecidas pela "alcunha" que pelo

nome cadastral.

Toca pois o absurdo que em relação à

nossa escola nos satisfaçamos com

ausência de nome, com a frieza e sen-

saboria de Escola C+S da Golegã. A

minha escola tem alma bolas ! Tem

que ter nome.

Vêm-me alguns nomes à cabeça. Mas

há um que volta sempre. Não vou dizê-

lo, não devo influenciar Porem não

consigo calar! E porque não dizê-lo?

Eu tenho as minhas razões. Então cá

vai - MARTINS CORREIA.

Não vou alongar-me a falar do Mestre

como artista. Está consagrado, todos o

sabemos e, portanto, ao lado da esco-

las como Luís de Camões, Gil Vicente

ou outros, ficaria entre pares. Mas o

Homem meu Deus! Esse é sublime!

Não é como alguns artistas, distantes,

e m p r o a d o s ! E u g o s t o d e l e .

Cruzo-me com ele na rua, vejo-o a

fazer a vida simples que nós fazemos,

encontro o no Central, vejo-o caminhar

para a sua casa.

Às vezes pergunta-me pela escola e

pelos meus alunos. O seu sorriso, a

sua simplicidade, a sua sensibilidade, o

seu estar aqui Tão Perto tocam-me

profundamente.

Confesso que me daria prazer dizer

que trabalho na Escola Mestre Martins

Correia, porque eu gosto da minha

escola e porque gosto do meu Mestre.

Desculpem o possessivo antecedendo

Mestre, mas eu sinto-o como meu,

como nosso.

Lurdes Pires Marques

O NOME QUE ENCONTRÁMOS

Pediu-me um dos responsáveis pelo "

Encontro ", que escrevesse sobre a

escolha que foi feita do nome a atribuir

à nossa Escola. Respondi que não era

a pessoa indicada, e que seria um "

risco " se fosse eu a escrever...! A

minha advertência não foi aceite, e

aqui estou eu a dar-vos conta da deci-

são final.

Os nomes propostos eram os seguin-

tes José Saramago e Martins Correia

( proposta de professores ); Maria

Amália da Câmara Pina ( proposta da

Associação de Estudantes ); Galvão de

Figueiredo ( proposta dos Funcioná-

rios ).

No Conselho Pedagógico de seis de

Maio, e com a presença de dois repre-

sentantes da Associação de Estudan-

tes e da Chefe do pessoal Auxiliar,

apresentaram-se oralmente as propos-

tas. Bastante tempo antes, tinham sido

apresentadas por escrito, para que

todas as pessoas as pudessem ler.

Após algum tempo de discussão, pro-

cedeu-se à votação. Ganhou a propos-

ta que apresentou o nome de Martins

Correia.

Como os leitores do " Encontro "

sabem, a minha proposta era José

Saramago. Não fiquei, pois, contente

com a escolha, e continuo com a con-

vicção clara, que a escolha não foi a

melhor. Não, obviamente, por não

reconhecer no Mestre um Homem de

Cultura mas por me parecer excessivo

ter numa terra tão pequena, um Museu

e uma Escola com o nome da mesma

pessoa. E para mim uma redundância.

Esta escola não serve só os alunos da

Golegã, mas também os da Azinhaga

( terra natal de José Saramago ), que

faz igualmente parte do Concelho.

Demonstrou-nos este século que ora

finda, que nem sempre as maiorias têm

razão, e por isso se ouve tanto hoje

falar no direito das minorias ".

É isso que sinto em relação a esta

questão, na convicção de que a Escola

e o Concelho ficariam prestigiados se

assinalassem de forma visível, a exis-

tência de um homem para quem a

dignidade humana e a liberdade são

valores fulcrais, e o escritor, que de

forma Ímpar, tem levado o nome de

Portugal às mais diversas culturas e

distantes países.

Resta a alegria de ver desaparecer a

placa " E. B. 2. 3. " para não termos a

sensação cada dia que passamos o

portão da Escola, de termos entrado

num quartel.

Acho que devia ser obrigatório todas as

escolas terem o nome de uma pessoa,

dado que é de pessoas que trata esta

casa.

Celeste Isabel

Propostas devidamente fundamenta-

das apreciadas em Conselho Peda-

gógico

Propostas de Professores:

Escultor Mestre Marfins Correia

Escritor José Saramago

Proposta da

Associação de Estudantes:

Dona Maria Amália da Câmara Pina

Proposta dos

Auxiliares de Acção Educativa:

Dr. Galvão de Figueiredo

Personalidade escolhida

Para Patrono da Escola

Mestre Martins Correia

À Procura de um Nome - Artigos Publicados neste jornal - (Nº 13 e 15 - II Série - Dez./1997 e Junho /1998)