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2ªsérie nº06 Jornal do Departamento de Ciências da Comunicação // ECATI Universidade Lusófona Dossier 50 anos de Maio de 68 Aniversário Comunicação e Jornalismo completa dez anos Perfis E depois da Universidade? Primavera 2018 http://arquiteturasdainsurreicao.blogspot.pt/2014/02/maio-de-68.html

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2ªsérienº06

Jornal do Departamento de Ciências da Comunicação // ECATIUniversidade Lusófona

Dossier50 anos de Maio de 68

AniversárioComunicação e Jornalismo completa dez anos

PerfisE depois da Universidade?

Primavera

2018

http://arquiteturasdainsurreicao.blogspot.pt/2014/02/maio-de-68.html

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02 Nota de abertura

03 Destaques Conferências

04 Aniversário: Dez anos de CJ

06 Investigar e Publicar

07 Dossier 50 anos de Maio de 68

08 A revolução que mudou a forma de pensar o mundo

10 Il est interdit d’interdire:

o Maio de 68

11 Fora do campus

14 E depois da universidade?

16 Especial A fechar…

Revisitar o Maio de 68

Alexandre Sabino e Jéssica Ferreira, finalistas de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura, assinam a reportagem «A revolução que mudou a forma de pensar o mundo», (pp. 8 e 9), integrada no dossier que assinala os 50 anos do Maio de 68. Os dois estudantes foram à procura dos frutos desse movimento social que começou entre universitários, nos arredores de Paris, e influenciou o mundo ocidental, muito para além das fronteiras francesas.

Falaram com João Pina, que viveu o Maio de 68 na primeira pessoa, com a historiadora Ana Cristina Martins, e com Ana Torres e Alexandre Silva, alunos do Departamento de Ciências da Comunicação (DCC), nascidos em maio, com 26 anos de diferença. E assim traçam a radiografia do Maio de 68, aclarando as heranças incorporadas no quotidiano, aquelas que hoje se naturalizaram e as que continuam por cumprir. O artigo de análise «Il est interdit d’interdire: o Maio de 68», de Ana Cristina Martins, completa o dossier, enquadrando o fenómeno que abalou costumes e mudou mentalidades.

As páginas 4 e 5 são ocupadas por uma reportagem, redigida com a colaboração de seis alunos do DCC, sobre a iniciativa que assinalou a primeira década da Licenciatura em Comunicação

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Nota de abertura

e Jornalismo (CJ), a benjamim do Departamento. Pelo Agostinho da Silva passaram os anteriores diretores do curso, António José Teixeira e Fernando Correia, retomaram-se as conferências «Comunicação e Jornalismo no Séc. XXI», com as jornalistas Ana Patrícia Carvalho, Catarina Marques Rodrigues e Sibila Lind e, à tarde, quatro diplomados em CJ partilharam os seus percursos após terminarem a licenciatura.

O mesmo fizeram, para a secção «E depois da universidade?» do MEDIALOGIAS, o Daniel Monteiro, o Daniel Morgado e a Marina Santa Clara. Diplomados em Ciências da Comunicação e da Cultura, Comunicação e Jornalismo, e Comunicação Aplicada, respetivamente, a vida profissional que desenvolveram mostra bem as diferentes saídas profissionais dos estudantes do DCC: jornalismo, produção de informação, e-commerce.

Este número do MEDIALOGIAS dá também conta de notícias que, dentro e fora da academia, enriquecem o corpo docente do DCC. É o caso do doutoramento de Sara Pina, a presença de Joana Casteleiro na Websummit 2017 ou o doutoramento honoris causa de Jorge Correia Jesuíno (p. 3), assim como a eleição de Mário Mesquita para a vice-presidência do Conselho Regulador da ERC (p. 16). E, na página 6, o panorama alarga-se com a síntese do que os professores do DCC têm feito no campo da investigação.

Por último, é necessário destacar o número de iniciativas «Fora do Campus», que levam esta secção a ocupar, pela primeira vez, três páginas (11 a 13). Nos últimos meses, professores e estudantes do DCC fizeram visitas de estudo (RTP, SIC, Gabinete de Informação do Parlamento Europeu), desenvolveram case studies no terreno, estiveram em workshops, trabalharam em redações. É ler para descobrir.

Carla Rodrigues CardosoEditora

Ficha técnicaDiretor: Luís Cláudio RibeiroEditora: Carla Rodrigues CardosoEditora-adjunta: Sara PinaColaboraram neste número: Alexandre Sabino, Alexandre Silva, Ana Cristina Martins, Catarina Gonçalves, Cláudio Constantino, Cristina Santos, Elionara Patrícia, Jéssica Ferreira, João Lopes, Jorge Bruno, Mafalda Freitas, Melissa Cruz, Miguel Birra e Rita Luz.Projeto Gráfico: Alexandra BarradasTiragem: 250 exemplares – Distribuição GratuitaPré-Impressão, Impressão e Acabamentos: Serisexpresso – Edições e ImpressãoISSN: 351.178 – Propriedade: COFAC

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Destaques

O VIII Ciclo de Conferências ECATI/Museu Coleção Berardo começou a 31 de janeiro com a conferência «Arte, participação, ação», de José Gomes Pinto. O codiretor da ECATI, unidade orgânica da Lusófona onde se insere o Departamento de Ciências da Comunicação, refletiu sobre as novas relações entre a arte e os outros campos de atividade humana. No mês seguinte, a 28 de fevereiro, foi a vez de José Bragança de Miranda, diretor da ECATI, questionar se «Existe uma estética duchampiana?», na segunda conferência deste Ciclo, procedendo a uma reavaliação sintética das artes contemporâneas, todas elas «de algum modo pós-duchampianas», considera o investigador.

O seminário «As pessoas cegas e com baixa visão na CPLP» analisou desafios e propostas para o levantamento das dificuldades das pessoas com problemas visuais nos países de língua portuguesa. Organizado de 1 a 3 de junho, por Augusto Deodato Guerreiro, diretor do Mestrado em Comunicação Alternativa e Tecnologias de Apoio do Departamento de Ciências da Comunicação, o encontro centrou-se nas potencialidades da educomunicação inclusiva em intervenção precoce, na vida e empregabilidade.

Cláudia Álvares abriu o ano letivo da Escola Doutoral da ECATI com a conferência «A Mediatização do Radicalismo: A Audiência Imaginada dos Vídeos de Propaganda do Estado Islâmico», a 26 de outubro. A investigadora analisou a propaganda visual da agência al-Hayat, organização oficial do Estado Islâmico, e identificou estratégias visuais e verbais de recrutamento. De acordo com a diretora do CICANT, é possível identificar uma estrutura dicotómica, que separa quem está dentro e fora do «grupo» e justifica a Jihad, tendo por base a emoção e o imperativo moral.

Conferências

Refletir sobre a arte e a estética

Desmontando os vídeos de propaganda do Estado Islâmico

Educar para minorar dificuldades de pessoas com problemas visuais

«O Uso da Internet pelos Políticos em Campanhas Eleitorais - Portugal Legislativas 2015» é o título da tese de doutoramento defendida com distinção por Sara Pina a 7 de março, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A professora do Departamento de Ciências da Comunicação, que coordena a área de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação

Sara Pina defende tese sobre campanhas políticas online

Joana Casteleiro, professora do Departamento de Ciências da Comunicação, participou na Websummit 2017, de 6 a 9 de novembro. A Voxelscope, startup especializada em publicidade com recurso a realidade virtual, de que é fundadora, foi uma das finalistas escolhidas para representarem Portugal nesta edição. Joana Casteleiro viu a Voxelscope ser selecionada entre mais de 80 mil candidaturas de todo o mundo e a alegria pela conquista ficou gravada na fotografia ao lado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Selecionada entre 80 milO diretor do 2º ciclo em Comunicação nas Organizações, Jorge Correia Jesuíno, recebeu na capital grega, a 1 de novembro, o título de Doutor Honoris Causa atribuído pela Universidade Panteion de Ciências Sociais e Políticas. Não é a primeira vez que o valor científico do trabalho do professor Jorge Correia Jesuino é reconhecido além-fronteiras. Em 2008, a Universidade Federal de Paraíba, no Brasil, concedeu-lhe igual título em reconhecimento do trabalho de intercâmbio desenvolvido.

Honoris Causa para Jorge Correia Jesuíno

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e da Cultura, investigou o uso da Internet pelos políticos em Portugal, analisando páginas online e Facebook dos candidatos. Concluiu que as campanhas no suporte digital trazem mais valias, como é exemplo a menor personalização do líder a nível local, mas revelam-se insuficientes no que à inclusão e convite à participação dos cidadãos dizem respeito.

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São dez anos com muitas histórias para contar. Para as recordar, a sessão de abertura contou com todos protagonistas que marcaram a Licenciatura em Comunicação e Jornalismo (CJ). Para além da diretora, Carla Rodrigues Cardoso, e de Luís Cláudio Ribeiro, Diretor do Departamento de Ciências da Comunicação, reuniram-se Mário Mesquita, arquiteto do primeiro plano de estudos da Licenciatura, António José Teixeira e Fernando Correia, o primeiro e o segundo diretores do curso.

Os dias de hoje exigem um «jornalismo profissional e útil ao cidadão», porque os leitores vão de um extremo ao outro: «há os que acreditam em tudo o que leem e há os que não acreditam em nada», afirmou António José Teixeira, agora Diretor Adjunto de Informação da RTP. Neste contexto, «é importante um jornalismo de qualidade, para que a mentira não seja uma questão de escolha». O primeiro Diretor de CJ recordou o desafio extraordinário que foi o convite recebido pela Universidade Lusófona e a gratificação que sentiu com o lançamento do curso.

Fernando Correia, jornalista e investigador, disse que «o jornalismo não é uma técnica, é mais do que isso: é uma forma de cidadania e a responsabilidade social do jornalista tem de ser uma constante nos dias de hoje, seja em que plataforma for». O diretor que mais anos ocupou o cargo, lembrou com saudade

o contacto diário com os estudantes, algo que na sua vida foi sempre «muito enriquecedor».

Durante muito tempo, «havia muitos preconceitos sobre jornalistas a entrarem para a Universidade», recordou Mário Mesquita. O professor da Lusófona e vice-presidente do Conselho Regulador da ERC, lembrou que a universidade apostou nesta formação porque «a autonomia do jornalismo deve estar interligada ao estudo e ao conhecimento».

Sem paixão é impossível«Jornalismo: Profissão ou Paixão?», foi a pergunta que lançou o regresso das conferências «Comunicação e Jornalismo no Século XXI» na segunda parte da manhã. Foi a 9ª edição desta iniciativa que nasceu há dez anos com a Licenciatura em Comunicação e Jornalismo.

«Persistência» foi a palavra de ordem das três intervenções do painel. As jornalistas Ana Patrícia Carvalho, da SIC, Catarina Marques Rodrigues, da RTP, e Sibila Lind, do jornal Público, partilharam o trajeto percorrido e os pontos críticos que podem aparecer ao longo do caminho. E se o tema era «profissão ou paixão», as jornalistas convidadas, nos testemunhos que partilharam e nas respostas às perguntas que os alunos colocaram, mostraram bem a paixão que têm pela profissão que abraçaram.

Ana Patrícia Carvalho, jornalista da SIC desde 2007, destacou «a dificuldade em entrar no jornalismo e também em permanecer na profissão», devido ao contexto atual do sector. Descreveu a exigência do trabalho que realiza, em que «chega a trabalhar 12 horas por dia», revelou que «as notícias de última hora ainda hoje lhe fazem um arrepio miudinho na barriga» e que é necessária muita dedicação, porque podemos «ter de prescindir de folgas para fazer uma determinada reportagem», pois a notícia não espera por segunda-feira.

Para Catarina Marques Rodrigues, o caminho foi outro. Guiada pela vontade de defender os mais desfavorecidos e as minorias, licenciou-se em Ciência Politica e Relações Internacionais. Mas cedo descobriu a paixão pelo jornalismo que a inspirou na carta de candidatura e a fez ser selecionada para a equipa fundadora do jornal online Observador. Destacou o «dilema entre a razão e o coração» na escolha da profissão que agora é sua e a importância da determinação na perseguição dos objetivos.

Já Sibila Lind, que recebeu o prémio Gazeta Revelação de 2015, assumiu que «nunca teve o sonho de ser jornalista». Licenciada em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, foi na área da fotografia e do vídeo que começou por trabalhar. Mas «a vontade de contar uma história através das imagens», levaram-na ao jornalismo multimédia no jornal Público.

Dez anos de CJO tempo passa a correr. Comunicação e Jornalismo, a licenciatura mais recente do Departamento de Ciências da Comunicação, comemorou a 16 de novembro a sua primeira década com um dia de atividades no Auditório Agostinho da Silva.

Texto: Alexandre Silva*

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A primeira década de CJ trouxe à Lusófona os primeiros diretores do Curso, António José Teixeira e Fernando Correia (os dois mais à esquerda), logo na sessão de abertura.

Aniversário

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Aniversário

Unidas pela juventude e por carreiras de êxito, as três jornalistas foram unânimes: jornalismo sem paixão é impossível. Ana Patrícia Carvalho aconselhou a audiência – maioritariamente constituída por estudantes de CJ – a terem «garra de jornalista» – irem atrás das histórias e fazerem perguntas, «sem medo de parecerem chatos!». E Sibila Lind lembrou que o jornalista não é uma máquina insensível, «temos um olhar e uma voz, uma cabeça».

Aventuras no mercado de trabalhoO debate de encerramento teve um sabor especial. Para dar resposta ao mote «Licenciei-me em Comunicação e Jornalismo. E agora?», quatro diplomados em CJ regressaram à Lusófona para dar a conhecer os seus percursos para além dos muros da universidade.

A primeira evidência foi a diversidade de percursos dos antigos alunos. Laura Santos e Paulo Martins chegaram ao curso de CJ após anos como jornalistas na RTP, à procura de mais conhecimentos que enquadrassem a prática do dia-a-dia. «O curso ajudou-me a refletir bastante», disse Paulo Martins, que continua a trabalhar no canal público de televisão.

Já Laura Santos partiu em busca de novos desafios. «Foi um escândalo para a minha família ter deixado a RTP após tantos anos», contou, mas precisava de «sair da minha zona de conforto». Partiu para a Austrália onde trabalhou durante um ano nos mais diversos campos da comunicação.

De regresso a Portugal, assumiu o cargo de Diretora de Comunicação na empresa All Comunicação e não se arrepende de ter mudado de rumo, embora não descarte o regresso à televisão.

«Sempre sonhei ser jornalista, sempre», confessou Joana Rebelo Morais. A escolha do curso foi uma opção natural e ainda não o tinha terminado quando mergulhou no trabalho que sempre desejara como estagiária, primeiro no Diário de Notícias, depois no jornal desportivo O Jogo.

Acabou a licenciatura em julho de 2011 e em agosto já era jornalista no Briefing. No ano seguinte assumiu funções no portal Liga-te à Media, onde assegurava todos os conteúdos. Depois de uma experiência como assessora de imprensa, regressou às redações, primeiro no Jornal Económico, depois no Dinheiro Vivo, em janeiro de 2017. A experiência não correu bem e seis meses depois, desgastada com a falta de condições de trabalho, bateu com a porta e resolveu deixar o jornalismo.

«Abandonei a profissão não por falta de amor, mas porque não queria ver o barco a afundar-se», explicou. Depois da licenciatura, continuou sempre a estudar em paralelo ao trabalho, terminou um mestrado em Ciência Política e descobriu uma nova paixão: a investigação académica, a que agora está dedicada.

Respeitando a ordem alfabética, Patrícia Franco foi a última a contar a sua história.

Destacou a importância de «agarrar todas as oportunidades que surgem ao longo da licenciatura, para aprender mais, ganhar competências». Ao longo dos três anos do curso, Patrícia não desperdiçou nenhuma. No final do último ano decidiu que faria o seu estágio curricular de seis meses na SIC – onde todos os finalistas são informados de que não existe possibilidade de integração futura na empresa.

Quando começou o estágio, no programa Opinião Pública, sentiu as expetativas goradas e pensou em desistir. Mas como essa palavra não faz parte do seu vocabulário, insistiu. E o seu percurso na televisão privada foi de tal forma brilhante, que prestes a terminar o estágio recebeu o convite para ficar a trabalhar como newsproducer. Agora, é uma das responsáveis pelos bastidores dos noticiários da SIC. O bichinho do jornalismo não morreu e aproveita todas as oportunidades para o manter vivo.

Todos os professores e alunos de CJ na audiência foram importantes, assim como os estudantes de outros cursos que a eles se juntaram, mas Catarina Gonçalves, Carla Afonso e Elionara Patrícia tiveram um papel particular, a primeira assegurando a cobertura fotográfica da iniciativa e as duas últimas, a de vídeo. Porque um dia feliz merece ser recordado.

*Com Marta Leonor, Melissa Cruz, Miguel Birra, Rafael de Barros e Rita Luz

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Paulo Martins, Laura Santos, Joana Rebelo Morais e Patrícia Franco, moderados por Daniel Cruzeiro, regressaram para contar o que lhes aconteceu depois de terminarem a licenciatura em CJ.

Estudantes e professores de CJ estiveram no Agostinho da Silva e ouviram as jornalistas Ana Patrícia Carvalho, Catarina Marques Rodrigues e Sibila Lind garantir que sem paixão é impossível fazer jornalismo.

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Investigar e Publicar

Carla Martins e Fernando Correia são os autores do relatório sobre Portugal do projeto Media Landscapes – Expert Analyses of the State of Media, do European Journalism Centre, em parceria com o ministério holandês da Educação, Cultura e Ciência.

Diretora do mestrado em Jornalismo, Política e História Contemporânea do Departamento de Ciências da Comunicação da ECATI/Lusófona, Carla Martins assina esta análise com o anterior professor e Diretor da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo, Fernando Correia, agora dedicado à escrita e à investigação.

Professora do DCC colabora no relatório Media Landscapes

Daniel Cardoso, professor do Departamento de Ciências da Comunicação, continua a desdobrar-se em conferências e publicações. Nos últimos seis meses assinou três artigos em revistas com peer review, um em coautoria com Cristina Ponte, para a Ex-aequo, dois em nome próprio: «Amores plurais situados», para a Tempo da Ciência e «Gazing upon the (disgusted) gaze», para a Porn Studies. E ainda encontra tempo para continuar a publicar regularmente artigos de opinião no P3.publico.pt.

Uma parceria que se iniciou há mais de uma década.

O Media Landscapes regressou em 2017 com site novo (https://medialandscapes.org/)  e dados atualizados. Um total de 26 especialistas analisa as paisagens mediáticas de 20 países. Os capítulos apresentam uma perspetiva macro do sistema mediático de cada país, desde a evolução histórica, aos principais players nas diversas plataformas, passando pela identificação de associações, sindicatos e instituições de ensino (entre as quais se inclui  a Universidade Lusófona).

De 22 a 26 de janeiro, a diretora da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo esteve no London College of Communication, no âmbito de um intercâmbio Erasmus +. Carla Rodrigues Cardoso teve como anfitriã Anne Coddington, diretora da Licenciatura em Magazine Journalism and Publishing, e traçaram estratégias tendo em vista futuras parcerias que permitam desenvolver na academia portuguesa os Estudos de Revista – área científica implantada há décadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. A 25 de janeiro, a responsável visitou também a University of West London, a convite dessa instituição, com o objetivo de desenvolver projetos relacionados com o ensino de jornalismo digital.

«Da objetividade dos jornalistas» é o título do capítulo assinado por Sara Pina no livro Comunicação Social, das Edições 70, inserido na coleção «Ética Aplicada». A obra faz uma reflexão sobre o poder dos média na vida pública, centrando-se em questões como os danos que podem decorrer da prática jornalística incorreta. Para além da coordenadora da área de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura, o livro, lançado a 25 de janeiro, inclui colaborações de Francisco Pinto Balsemão, Luís Marques Mendes e Diana Andringa, entre outros.

Seis professores e duas estudantes de doutoramento representaram o Departamento de Ciências da Comunicação no 10º Congresso da SOPCOM, organizado no Instituto Politécnico de Viseu, de 27 a 29 de novembro. José Gomes Pinto, da direção da ECATI, integrou a Comissão Científica desta iniciativa que comemorou os 20 anos de investigação em Ciências da Comunicação em Portugal. O investigador dividiu-se entre a moderação de mesas e a apresentação da comunicação «Retórica e Sedução». As professoras Carla Martins, Carla Rodrigues Cardoso, Cláudia Álvares, Helena Mendonça e o professor Daniel Cardoso também apresentaram comunicações, tal como as estudantes do Doutoramento em Ciências da Comunicação, Anna Coutinho e Anna Maria Salustiano.

Carla Martins, diretora do mestrado em Jornalismo e História Contemporânea, publicou o artigo «O cruzamento entre género e nacionalidade e a perspetiva da regulação de conteúdos mediáticos» na edição Nº 35 da revista Ex aequo. Esta publicação internacional visa contribuir para o desenvolvimento, visibilidade e legitimação do conhecimento produzido no âmbito dos Estudos sobre as Mulheres, Estudos Feministas e Estudos de Género. Noutro dos campos de investigação que privilegia, Carla Martins participou na conferência «Ética Jornalística para o Século XXI: Novos desafios, Velhos problemas», a 12 de outubro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Em Londres para estabelecer parcerias

Reflexões sobre a ética jornalística

Seis meses, três artigos

Género, nacionalidade, regulação e ética

DCC em força no 10º SOPCOM

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50 anos de Maio de 68DO

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Dossier | 50 anos de Maio de 68

Em 2018 comemora-se meio século sobre o início da contestação estudantil parisiense que iniciou o movimento social conhecido como Maio de 68. O que resta desse espírito revolucionário que abalou o mundo ocidental e transformou mentalidades? O MEDIALOGIAS partiu à descoberta.

Texto: Alexandre Sabino e Jéssica Ferreira

«É proibido proibir!». «Sejam realistas, exijam o impossível!». As palavras de ordem ecoavam nas ruas de Paris, no início de maio de 1968. Os primeiros sinais da contestação estudantil surgiram em janeiro, a cerca de 12 quilómetros da capital francesa, na Universidade de Nanterre, e culminaram no encerramento da Faculdade de Letras da instituição a 2 de maio. No dia seguinte, os estudantes da Universidade de Sorbonne, em Paris, juntaram-se às manifestações que reivindicavam o fim do ensino tradicional e mais saídas profissionais. O cenário era de revolta. E os movimentos grevistas universitários transformaram-se no rastilho de uma das maiores revoluções sociais do século XX.

Junto aos cordões policiais. De mãos bem no alto. Foi assim que João Pina, de 23 anos, foi obrigado a acompanhar a mulher até ao hospital mais próximo. Para o universitário português, refugiado em França para fugir à guerra colonial, um milagre estava prestes a acontecer: o nascimento do primeiro filho. As lembranças fazem parte do caderno de memórias do agora arquiteto de 73 anos. E este percurso até ao hospital é a mais nítida: «Estava com a minha mulher perto da estação de metro Falguière e fui obrigado a mostrar as mãos enquanto éramos escoltados».

O descontentamento por parte dos estudantes universitários fazia-se sentir. Novas vagas

de movimentos feministas deram força a que o principal mote «Égalité! Liberté! Sexualité!» fosse cumprido. A intenção de mudar ideologias e estruturar reformas fez com que outros sectores se juntassem à revolução. A 13 de maio as centrais sindicais francesas cumpriram uma greve de 24 horas, acompanhada de manifestações apoiadas pelos estudantes.

O espírito do Maio de 68 ultrapassou fronteiras e invadiu outros países ocidentais, alcançando até aqueles em que a falta de liberdade de expressão se fazia sentir. «Em Portugal, por exemplo, existia uma forte oposição à guerra colonial e apesar de estarmos num regime ditatorial, ao se saber dos movimentos na Europa, o descontentamento político continuou a aumentar», explica a historiadora Ana Cristina Martins.

O que resta da revolução estudantil?Sangue, suor e lágrimas. O Maio de 68 foi há 50 anos e apelava a mais humanismo e generosidade. Meio século depois, que heranças e influências continuam vivas? O MEDIALOGIAS foi à procura de respostas e encontrou dois estudantes universitários, separados por 26 anos, mas unidos por algo em comum com a revolução: ambos nasceram no mês de maio.

Ana Torres e Alexandre Silva pertencem a gerações distintas. Ela tem 21 anos e ele 47,

A revolução que mudou a forma de pensar o mundo

«Por vezes, ainda me dá vontade de lançar de novo alguns paralelepípedos», confessa o arquiteto João Pina que, aos 23 anos, estudava em Paris e viveu o Maio de 68.

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50 anos de Maio de 68 | Dossier

mas apesar das vivências serem diferentes, as análises coincidem. «Os jovens são cada vez mais conformistas, acomodam-se bastante àquilo que têm e não lutam pelos seus interesses», diz Ana. A estudante de Ciências da Comunicação e da Cultura da Universidade Lusófona acredita que em Portugal seria impossível fazer uma revolução semelhante à que começou há 50 anos em Paris. O mesmo pensa Alexandre, pois considera que «Portugal não tem características revolucionárias, ao contrário de França».

Para Ana Torres, «escolher» é a palavra-chave herdada do Maio de 68. Ser universitário nos dias que correm significa ter capacidade e liberdade de decidir. «Hoje, somos todos livres de escolher o que queremos seguir para o nosso futuro, independentemente do que a sociedade pensa ou apoia». Já Alexandre Silva, aluno de Comunicação e Jornalismo, também na Lusófona, encara a universidade como um meio para alcançar as bases necessárias para vingar no mercado de trabalho. «Para mim, ser universitário é realizar uma formação específica, que me permita desempenhar a minha profissão da forma mais correta».

A capacidade de livre arbítrio, o início da aceitação da igualdade de género e, principalmente, a liberdade de expressão são as principais características evidenciadas

pelos dois estudantes como resultado da revolução parisiense. «Já podemos ver que há mulheres que se tornam grandes gestoras, quando antes isso era impensável porque era um curso de homens», exemplifica Ana Torres.

Exaltação, entusiasmo e muita esperançaO Maio de 1968 marcou gerações. A contestação estudantil em França transformou-se em revolta social e chegou a ameaçar a estabilidade e a sobrevivência do próprio governo liderado por Charles de Gaulle.

Viajando novamente ao passado, o arquiteto João Pina considera que a palavra «revolução» não é a mais apropriada para definir o movimento social, pois a intenção não era desestabilizar o Governo. «O poder político exercido pelo General de Gaulle nunca foi posto em causa», afirma. Em 1968, frequentava a Escola de Belas Artes parisiense, quando «o movimento anti-elitista, que procurava esbater o ensino tradicional» e a «extrema violência por parte da polícia contra os estudantes» o despertaram e fizeram juntar-se «aos mais de oito milhões de pessoas que reivindicavam os seus direitos».

A exaltação e o entusiasmo, característicos de uma verdadeira revolta, alimentaram a esperança num futuro mais risonho. A vontade de mudar ideologias, alastrou-se. «O movimento em França foi precedido

e era paralelo aos movimentos de contestação nos Estados Unidos contra a guerra do Vietname. A Alemanha, a Itália e a Checoslováquia também participaram nos movimentos estudantis», explica o arquiteto.

E Portugal não foi exceção. «A crise estudantil de 1969 foi influenciada, sem dúvida, pelo Maio de 68, embora com algumas particularidades inerentes ao cenário político português», garante a historiadora Ana Cristina Martins.

O nascimento de novos pensamentos sociais e a contestação das regras vigentes levaram a cabo uma evolução estruturante para a atualidade. «Todos os níveis da sociedade de então se prolongaram até hoje, vestidos com roupas novas», considera João Pina.

O impossível realizado ou apenas imaginado?Há meio século, era uma revolução dada como impossível. Quase inalcançável. Mas a ambição dos estudantes, protagonistas da Geração de 60, falou mais alto. «Realizar o impossível é uma grande filosofia de vida, porque nos obriga a não parar de lutar e a querer sempre mais», acredita Alexandre Silva.

Embora as mudanças alcançadas sejam evidentes, hoje a maioria dos estudantes não sabe o que foi, nem o que fundamentou, a revolução que lhes deu aquilo a que hoje têm direito. Ana Torres confirma e confessa que só conhece melhor o Maio de 68 porque teve de realizar um trabalho académico sobre o tema. A universitária não acredita na repetição de um movimento estudantil idêntico ao iniciado em Paris há 50 anos. Mas «se houvesse uma nova revolução eu participava, sobretudo porque acho que o ensino às vezes é injusto», salienta.

Em 2018, são muitos os especialistas, e até quem protagonizou as mudanças, que consideram que o Maio de 68 pode ter sido uma ilusão. «É um misto de entusiasmos reais e sociais que se foram transportando ao longo dos tempos. A euforia dos prazeres e desejos fora dos limites, caminham lado a lado com as convenções arbitrárias», diz João Pina. «Por vezes, ainda me dá vontade de lançar de novo alguns paralelepípedos», confessa, porque muitas das questões reivindicadas continuam sem resposta. E conclui: «talvez lhe possamos chamar de Revolução Imaginária!».

Ana Torres: «Se houvesse uma nova revolução eu participava».

Para Alexandre Silva, «realizar o impossível [como aconteceu no Maio de 68] é uma grande filosofia de vida, porque nos obriga a não parar de lutar e a querer sempre mais».

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Relembrando o grito revolucionário de 1789, Egalité! Liberté! Fraternité! [Igualdade! Liberdade! Fraternidade!], um grupo de alunos de sociologia da Universidade de Nanterre, influenciados pelos movimentos Beatnik e Flower Power, lança as sementes do «Maio de 68» ao exigir o direito a uma sexualidade plena, desprendida de preconceitos.

Procurando contrariar, deste modo, o conservadorismo da sociedade francesa protagonizado pelo General Charles de Gaulle e enquadrado por agitado cenário político internacional, numa década de profundas transmudações culturais e mentais, o movimento alastra rapidamente a outras universidades. É o caso da Sorbonne, em Paris. Aqui, o diapasão de reclamações alarga-se por mão de uma população estudantil incentivada por escritos de pensadores como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Estudantes que ambicionam celeridade nas reformas programáticas e metodológicas, para assim se libertarem intelectualmente e reforçarem a tolerância e o individualismo: Il est interdit d’interdire [É proibido proibir].

Mas o que começa por ser uma revolução (sem o ser) sexual e cultural, depressa ganha contornos políticos, colocando em causa a própria sobrevivência do Governo do país. Certamente animados pela força destemida destes jovens estudantes mergulhados em sucessivos motins que incendeiam as principais artérias do Quartier Latin, vários trabalhadores, mormente industriais, unem-se em sucessivas greves e revoltas contra uma política governamental conservadora e paternalista.

A inesperada efervescência do momento político conduz Charles de Gaulle até Baden-Baden, na Alemanha, onde procura garantir o apoio das altas patentes militares francesas. Entretanto, a 30 de maio, a Avenue des Champs Elysées é bloqueada por seus apoiantes, o que lhe permite justificar, também assim, a convocatória de eleições antecipadas.

Il est interdit d’interdire: o Maio de 68

Escrutínio que vencerá em junho. Inesperadamente, porém, os sindicatos veem algumas das suas reivindicações centrais serem acolhidas de forma positiva pelo Governo, esvaziando quase por completo o sentido nuclear dos protestos primordiais.

Assim se esgota o movimento revolucionário. Esgota, mas não finaliza, perdurando no querer e na ação de seus mentores. Mais do que isso, entusiasma outras forças estudantis, a exemplo da portuguesa ainda a braços com a guerra colonial mantida por um regime totalitário. Trata-se, porém, de outra página daquela que poderá – e deverá –, ser entendida como uma história única.

Ana Cristina MartinsHistoriadora

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Dossier | 50 anos de Maio de 68

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Fora do campus

«O FOLIO foi uma reafirmação literária do que é o jornalismo. Foi também o ponto de exclamação no início de um percurso jornalístico», considera Tiago Constantino. Ele foi um dos quatro finalistas de Jornalismo de CCC que acompanharam os últimos três dias do FOLIO, o festival literário anual que transforma a vila de Óbidos em espaço de homenagem a escritores e livros. Acompanhados do professor Ricardo J. Rodrigues, trabalharam como uma redação e publicaram textos e fotografias no blog da iniciativa e também em três meios do Global Media Group: Notícias Magazine, Volta ao Mundo e Delas.pt.

«O FOLIO foi uma aprendizagem e uma mais valia para a minha vida, enquanto estudante e jornalista!», garante Marta Marques com entusiasmo. Uma oportunidade onde se pôde «pôr em prática o ofício que sempre chamou por mim», diz Alexandre Sabino, e que permitiu ao estudante «conhecer

Ir a Óbidos e respirar jornalismo no FOLIOAlexandre Sabino, Jéssica Ferreira, Marta Marques e Tiago Constantino, finalistas da área de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura (CCC), viveram uma aventura incrível sob orientação do professor e jornalista Ricardo J. Rodrigues. Estiveram em Óbidos, na terceira edição do FOLIO. Como jornalistas.

e interagir com pessoas que nunca pensei poder conversar e escrever sobre elas e o trabalho delas».

Os finalistas envolveram-se na redação de notícias sobre as principais atividades da reta final do festival, que teve como tema «Revoluções, Revoltas e Rebeldias» e animou Óbidos de 19 a 29 de outubro. Tiveram também a possibilidade de fazer reportagens e entrevistas aos escritores participantes.

«O facto de poder ir para o terreno, falar com as mais diversas pessoas e conhecer as suas histórias, deu-me uma grande adrenalina e uma enorme vontade de fazer do jornalismo a minha profissão», conta Jéssica Ferreira. E sintetiza: «o FOLIO foi uma das melhores experiências de sempre e uma grande oportunidade enquanto estudante de Ciências da Comunicação».

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Carla Rodrigues Cardoso, diretora do curso de Comunicação e Jornalismo, apresentou a 9 de março o seu livro de crónicas, Colocar em Perspe(c)tiva, na Escola Secundária Dr. João Manuel da Costa Delgado, na Lourinhã. O convite surgiu inserido no projeto «Leituras com Coração» e, de acordo com o solicitado pela escola, a professora conversou também com os alunos sobre Jornalismo, Democracia e «fake news».

Os alunos do 1º e do 2º ano de Comunicação e Jornalismo foram ao cinema, a 20 de fevereiro, acompanhados da professora Carla Rodrigues Cardoso, ver «The Post – A Guerra Secreta». O filme de Steven Spielberg, protagonizado por Meryl Streep e Tom Hanks, retrata os bastidores da cobertura do Washington Post do caso que, em 1971, ficou conhecido como «Documentos do Pentágono». A obra mostra as pressões políticas da Casa Branca sobre a proprietária do jornal americano, Katharine Graham, na tentativa de evitar a publicação de segredos governamentais sobre a Guerra do Vietname.

A convite de «Leituras com Coração»

Descobrir as pressões políticas sobre os proprietários dos média

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Fora do campus

Os alunos do primeiro ano da licenciatura em Comunicação e Jornalismo estiveram na RTP, a 11 de dezembro, acompanhados das professoras de Redação Jornalística, Carla Martins e Helena Mendonça. A visita de estudo começou pelo museu, onde ficaram a conhecer a história da rádio e da televisão públicas, e prolongou-se pelos estúdios onde assistiram, ao vivo e em direto, ao trabalho de equipa dos responsáveis pelas emissões. Também na companhia da professora Helena Mendonça, os estudantes estiveram na Gulbenkian, dois meses antes, a 20 de outubro, e assistiram à conferência «O Futuro dos Media», organizada pela RTP.

A turma da noite do 1º ano de Comunicação Aplicada esteve na Baixa de Lisboa, a 18 de novembro, para realizar uma aula exterior de case study, enquadrada na disciplina Teoria do Marketing, orientada pela professora Marta Lopes. Os alunos tiveram a oportunidade de abrir uma galeria de arte numa manhã com sol e muitos turistas. Também em novembro, foi a vez de o 1º ano diurno de CA rumar à Baixa lisboeta, desta

Nada ficou por descobrir na visita de estudo à SIC a 31 de outubro. Os alunos finalistas de jornalismo da Lusófona, da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo e da Licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura, acompanhados da professora Carla Rodrigues Cardoso, visitaram a redação da televisão privada, mas passaram também por todas as salas técnicas e pelos estúdios onde são gravados os programas de entretenimento.

Frente a Frente com Quem Sou é o título do primeiro livro de Marianela Valverde, licenciada em Comunicação e Jornalismo na Universidade Lusófona. A obra intimista da Chiado Editora foi lançada a 21 de setembro, no Palácio das Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa. A apresentação esteve a cargo de Fernando Correia, jornalista e comentador desportivo da TVI, que também assina o prefácio, onde afirma que este ensaio «ultrapassa a fronteira do comum para invadir o plano filosófico do sociologicamente erudito».

Na RTP, do museu aos estúdios

Na Baixa para abrir galerias de arte e restaurantes

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Finalistas de jornalismo na SIC

Diplomada lança primeiro livro

vez para planear a abertura de um restaurante com estrelas Michelin. Numa primeira fase, os alunos avaliaram o terreno e identificaram a concorrência. De seguida, definiram a segmentação e terminaram com o posicionamento do restaurante. Por fim, os alunos escolheram o local ideal para abrir portas, numa zona onde o único restaurante com duas estrelas Michelin pertence ao chefe José Avillez.

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Fora do campus

Imprensa, rádio e televisão, os estudantes do 1º ano de Comunicação e Jornalismo dividiram-se pelos vários meios no workshop «Redação do séc. XXI» que fizeram a 5 de dezembro no Global Media Group. Acompanhados da professora Carla Rodrigues Cardoso, visitaram também a redação do Diário de Notícias e da TSF e descobriram os bastidores das notícias.

Seis dos finalistas de jornalismo da Universidade Lusófona estiveram, a 24 de novembro, no Gabinete de Informação do Parlamento Europeu em Portugal para um encontro com eurodeputados, estudantes e diretores de curso de jornalismo e comunicação social. Acompanhados de Carla Rodrigues Cardoso, diretora da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo (CJ), e de Isabel Meirelles, professora de Jornalismo e Instituições Europeias, tiveram a oportunidade de colocar questões aos eurodeputados Carlos Zorrinho e José Manuel Fernandes. De CJ, Carla Correia, Diana Pereira, Inês Carvalho e Mariana Moita foram as estudantes selecionadas, enquanto João Lopes e Wilds Gomes representaram a área de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura.

Finalistas de Comunicação Aplicada respondem ao desafio da Salina Greens e desenvolvem uma estratégia comunicacional para a marca numa dinâmica de branding e de rebranding. Estudantes e empresa fazem um balanço muito positivo da experiência.

Da sala de aula para Alcochete: um case study real

A Salina Greens é uma start-up dedicada à produção e à comercialização de plantas halófitas. Situada nas antigas salinas de Alcochete, e inserida na Zona de Proteção Especial da Reserva Natural do Estuário do Tejo, recorre a técnicas agrícolas sustentáveis e inovadoras, respeitando a conservação do habitat e o respeito pela biodiversidade local.

Apesar da recetividade do mercado, a bióloga e CEO da marca, Márcia Vaz Pinto, apercebeu-se que seria necessário investir mais em comunicação, numa tentativa de potenciar o crescimento da empresa. Assim, estabeleceu uma parceria com o curso de Comunicação Aplicada: Marketing, Publicidade e Relações Públicas, e os alunos do 3º ano, na disciplina «Atelier de Publicidade», sob orientação da professora Cristina Santos.

Os estudantes visitaram a Salina Greens a 16 de novembro, acompanhados da docente, e desenvolveram as suas propostas de melhoria da estratégia comunicacional seguida pela marca, numa dinâmica de branding e de rebranding. O resultado final foi muito positivo, tanto para os alunos, que puderam trabalhar um case study real, como para a marca, que agradeceu o empenho e a dedicação ao projeto.

Na Redação do séc. XXI

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Finalistas de jornalismo na SIC

À conversa com eurodeputados

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E depois da universidade?

Aos 25 anos, Daniel Morgado é assistente de informação na RTP. Licenciado em Comunicação e Jornalismo, aponta apenas dois ingredientes como receita do êxito: trabalho e pensamento positivo.

Natural de Aveiro, Daniel Morgado tinha uma única certeza: estudar em Lisboa. A dúvida estava no curso a escolher. Na balança estiveram as áreas de marketing e jornalismo, mas as memórias de «fazer os seus jornaizinhos em casa», lembra, fizeram com que a segunda opção pesasse mais.

Entrou na Lusófona certo da mais valia que a componente prática do curso de Comunicação e Jornalismo lhe oferecia, algo que não encontrou nas outras licenciaturas que pesquisou. «Nesta profissão é preciso ter muita prática. Mais do que teoria, às vezes», considera. Não se arrependeu da escolha e só tece elogios ao seu tempo como universitário. Desde os professores, às disciplinas e aos projetos, Daniel não poupa nas palavras de agrado.

De Itália à Vogue, passando pelo LOCLamenta apenas ter «acordado», como diz, só no terceiro ano para as oportunidades que a Lusófona lhe ofereceu. Estudou em Itália, ao abrigo do programa Erasmus, e fez parte da plataforma online de notícias, o LOC. Durante esse período assinou dezenas de peças, uma delas para o site Parlamento Global, do Grupo Impresa, sobre a biblioteca da Assembleia da República. Com um estilo «fora da caixa» criou títulos originais, um deles a adivinhar o futuro de Daniel: «Sorte = trabalho + trabalho».

No fim do curso, escolheu a Vogue para realizar o estágio curricular e viu o empenho e a dedicação serem premiados com a autorização para criar uma rubrica de entrevistas no site da revista.

Sorte? Antes mérito e muito trabalho!

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Para Daniel Morgado, as experiências proporcionadas pela licenciatura em Comunicação e Jornalismo foram fundamentais para o seu crescimento e para chegar onde está hoje.

Diplomou-se em 2014 e apostou, de seguida, em workshops e estágios para ter um currículo recheado. Antes de chegar à RTP, estagiou na Magazine HD e na TeK SAPO, oportunidades que recorda com gratidão pelos horizontes que lhe abriram.

Nos bastidores do jornalismoEm 2016, depois de enviar o currículo como jornalista para a RTP, aceitou a proposta para trabalhar como assistente de informação. Apesar de não ser este o sonho de Daniel, diz-se satisfeito com as funções que desempenha no canal de televisão público. E sabe que está mais perto de alcançar o que pretende. É por ele que passam todos os conteúdos antes de irem para o ar e isso dá-lhe «ferramentas» preciosas, diz. «Noto que os jornalistas, mesmo exercendo a profissão há 20 ou 30 anos, não sabem como é que as coisas funcionam do outro lado». Assim, sente-se cada vez mais bem preparado para o momento de passar para a frente das câmaras. O segredo do sucesso? Trabalho e positividade, considera. São os lemas que regem a sua vida. Aos futuros jornalistas, Daniel Morgado aconselha que experimentem várias vertentes da profissão. Nem sempre os sonhos se concretizam através de um percurso linear e Daniel é um exemplo de que caminhos menos diretos, podem ser o passaporte para a meta que se pretende alcançar. Por isso, conclui: «há que caminhar, sem nunca parar».

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Produção de informação, marketing digital, e-commerce, jornalismo. São muitos os caminhos percorridos pelos diplomados do Departamento de Ciências da Comunicação quando chegam ao mercado de trabalho. Daniel Morgado, Daniel Monteiro e Marina Santa Clara contam ao MEDIALOGIAS as suas histórias. Em comum têm o empenho e a força de vontade que os fez ultrapassar cada obstáculo.

Quando o empenho é recompensado

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E depois da Universidade?

Mais interessado em passar do que em ser brilhante enquanto estudante, Daniel Monteiro mergulhou com tal empenho no estágio curricular da licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura que conseguiu o impossível: ser contratado como jornalista pelo Record.

Via-se a fazer uma licenciatura relacionada com a Literatura, mas quando descobriu o 1º Ciclo em Ciências da Comunicação e da Cultura (CCC), na Universidade Lusófona, Daniel Monteiro deixou-se seduzir. «Achei o curso de CCC mais abrangente», explica. Como ainda não sabia o que queria fazer em termos de trabalho, considerou-o uma boa fonte de «múltiplos conhecimentos».

No último ano de CCC escolheu a especialização em Jornalismo, apesar das dificuldades que sabia que teria de enfrentar. «Ouvi muitas pessoas dizerem que esta área funcionava muito por cunhas, mas decidi arriscar e não me arrependo», conta.

De estudante razoável a jornalista no Record

Ao longo da licenciatura, nunca foi um aluno brilhante. «Não me esforçava, para mim o que importava era passar», reconhece.

Uma desmotivação desafianteQuando teve de escolher o local de estágio, foi-lhe sugerido pela Direção do Curso o jornal desportivo Record e aceitou. Na entrevista de seleção disseram-lhe algo que Daniel considerou desmotivante, mas desafiante: «não há possibilidade nenhuma de ficares a trabalhar aqui após o estágio». Em resultado, deu por si a pensar que, fosse como fosse, iria dar o seu melhor durante aqueles três meses.

A meio do estágio já se ouviam rumores na redação sobre a possibilidade de poder ficar a trabalhar no jornal. Pela primeira vez, «decidi ser brilhante e não mais razoável, sem pressão. Tornou-se uma questão pessoal», confessa. Com 24 anos, Daniel empenhou-se a 200% e contra todas as perspetivas conseguiu ficar na redação do Record.

Trabalhar sempre com vontade de aprender

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Marina Santa Clara licenciou-se em Comunicação Aplicada e começou logo a trabalhar em marketing digital. Diz que sinceridade e vontade de aprender são fundamentais e, a quem estuda, garante: «se querem muito uma coisa, vocês conseguem».

As respostas chegam do outro lado do mundo, de Bali, na Indonésia. Num constante vai e vem, como as mensagens trocadas para ser possível escrever este texto, é a vida de Marina Santa Clara, de 25 anos.

«Adorei o curso», confessa a licenciada em Comunicação Aplicada. «Acho-o muito completo, especialmente na vertente de Marketing. Já tive a oportunidade de comparar o ensino com o de outras universidades e o curso na Lusófona é bastante prático e ensina-nos a trabalhar com casos reais».

Muitos alunos questionam-se sobre o que vão fazer depois de terminarem o Ensino Superior, de que forma vão alcançar um lugar no competitivo mercado da comunicação. A experiência de Marina não podia ser mais positiva. «Arranjei logo trabalho, em Marketing Digital. Estive dois anos a trabalhar nesta área»,

os meus conhecimentos e tempo nesse projeto», explica.

A quem ainda está a estudar, Marina Santa Clara deixa alguns conselhos. «Se querem muito uma coisa, vocês conseguem, basta quererem. Currículos originais são muito mais valorizados, sinceridade e vontade de aprender. Para crescerem, a primeira experiência profissional é super importante, por isso, aproveitem ao máximo».

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primeiro na Sales Engine Online, depois na FKR. «Portanto, oportunidades há», conclui.

Tudo menos pararAgora que está fora dos muros da universidade, Marina Santa Clara reconhece que o trabalho ensina muito a nível prático, mas sublinha que a formação académica é importante e ajuda a ter uma visão aberta sobre vários temas e assuntos, tornando os alunos independentes em decisões que tenham de tomar profissionalmente.

Fundamental é não parar. «Importa acompanhar as nossas áreas, pois existem sempre ferramentas novas a aparecer», diz. É o que Marina tem feito. «Assim que terminei o curso comecei a trabalhar e um ano depois conciliei o trabalho com os estudos, e estive a fazer a pós-graduação em Gestão de Informação na Universidade Nova de Lisboa». No fim de 2017, abraçou com a mãe um novo desafio, a loja online de roupa, acessórios e artesanato Kanela Natural. «Decidi arriscar e investir no e-commerce. A minha mãe cria uma coleção todos os anos em Bali que tem sucesso entre as pessoas por ser diferente, por isso decidi investir

«Não precisei de cunhas para estar onde estou», diz, orgulhoso, porque «quem é bom tem lugar em qualquer lado». Agora, «quero continuar a dar o melhor de mim no meu trabalho, e fazer mais do que fiz em 2017», remata.

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Especial A fechar...

Mário Mesquita no Conselho Regulador da ERC

Professor de jornalismo do Departamento de Ciências da Comunicação (DCC) há mais de 20 anos, Mário Mesquita foi eleito em janeiro vice-presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).

O jornalista e fundador do PS nascido nos Açores, radicou-se em Lisboa aos 17 anos, onde ingressou no jornal República. Em 1976, com 25 anos, tornou-se diretor-adjunto do Diário de Notícias, passando a diretor do jornal em 1978, cargo que exerceu até 1986. Dirigiu também o Diário de Lisboa entre 1989 e 1990. No início da carreira, foi deputado à Assembleia Constituinte e o principal responsável pelos artigos sobre Comunicação Social da Constituição Portuguesa.

Com dezenas de livros e artigos publicados nas áreas da Comunicação e do Jornalismo, entre os quais, se destaca, por exemplo, O Quarto Equívoco – O Poder dos Media na Sociedade Contemporânea, Mário Mesquita é professor de jornalismo na Lusófona desde a fundação da licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura, que está na base da ECATI. Nesta licenciatura, coordenou a área de jornalismo durante mais de dez anos. Desenhou, também, o plano de estudos original da licenciatura em Comunicação e Jornalismo que integra o DCC.

Vem aí a 3ª edição da Conferência Internacional Stereo & Immersive Media. A call para projetos artísticos está aberta até 13 de abril, as comunicações podem ser propostas até 15 de abril. Organizada pela ECATI e pelo CICANT, sob coordenação do professor Victor Flores, vai reunir investigadores dos campos da Fotografia e do Som, estabelecendo pontes com os ambientes imersivos, das quais nascem questões ligadas, por exemplo, à realidade virtual e à arte sonora. Todas as informações estão disponíveis em http://stereoimmersivemedia.ulusofona.pt.

Criatividade, comunicação na era digital, rádio, imaginação, jornalismo de revistas e desportivo. São muitos os painéis e as atividades que animam a 6ª edição da Semana de Comunicação, Artes e Tecnologias, organizada pelo Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona, de 12 a 16 de março. A Semana assinala os 50 anos do Maio de 68 nas conferências de abertura e encerramento.

Este ano são os finalistas da área de Comunicação Aplicada de Ciências da Comunicação e da Cultura que estão a organizar a 3ª edição do Game Over, a mostra dos melhores trabalhos do DCC, que acontece em junho. Sob orientação da professora Cristina Santos, na unidade curricular «Atelier de Publicidade», os estudantes vão trabalhar a identidade do Game Over, propondo um logotipo e uma assinatura para a marca. Depois, partem para o desenvolvimento de uma ação de comunicação publicitária, que visa o envolvimento de todos os alunos do DCC nesta iniciativa aberta ao público.

Até 30 de setembro,«Amélia» está patente na Sala Garret do Teatro D. Maria II. A exposição fotográfica comemora os 120 anos do nascimento da atriz Amélia Rey Colaço, uma das pessoas mais influentes da vida teatral portuguesa, e centra-se na sua condição de mulher e artista. «Amélia» abre portas de quarta a domingo, 30 minutos antes dos espetáculos, e só pode ser visitada por portadores de bilhetes. Os curadores da exposição são Cláudia Madeira, Filipe Figueiredo e a professora do DCC Teresa Mendes Flores.