manual do observador meteorológico

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MANUAL DO OBSERVADORMETEOROLÓGICODIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAÇÃOBRASIL1ª EDIÇÃO1992

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  • DG 3

    MANUAL DO OBSERVADOR

    METEOROLGICO

    DIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAO

    BRASIL

    1 EDIO

    1992

  • 2DG3-1 Original

  • MANUAL DO OBSERVADOR

    METEOROLGICO

    DIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAO

    BRASIL

    1 EDIO

    1992

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  • II

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  • APRESENTAO

    O Manual do Observador Meteorolgico, elaborado pela Diretoria deHidrografia e Navegao, destinase a l ivrotexto dos cursos de instruoe adestramento de Meteorologia da Marinha do Brasil. Paralelamente, publicao ti l e disponvel aos observadores meteorolgicos, navegantes eentidades e organizaes militares e civis que necessitem realizar obser-vao meteorolgica.

    A atual edio atende s recomendaes da Organizao MeteorolgicaMundial (OMM), adotadas pelo Brasil, no que se refere ao Cdigo Me-teorolgico Comum SYNOP SHIP.

    ARLINDO VIANNA FILHO Contra-Almirante Diretor de Hidrografia e Navegao

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  • IV

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  • SUMRIO

    INTRODUO

    PARTE I INSTRUMENTOS METEOROLGICOS E MTODOS DE OBSERVAO

    1 INSTRUMENTOS DE MEDIO DO VENTO 11.1 Anemmetros 11.2 Anemoscpios 31.3 Anemgrafos 31.4 Determinao do vento verdadeiro a bordo 6

    2 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA PRESSO 132.1 Barmetros aneride 132.2 Barmetros de mercrio 142.3 Bargrafos aneride 162.4 Aferio 17

    3 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA TEMPERATURA 22

    3.1 Termmetros e termgrafos 223.2 Localizao 233.3 Manuteno 23

    4 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA UMIDADE 264.1 Higrmetros 264.2 Higrgrafos 264.3 Psicrmetros 26

    5 INSTRUMENTOS DE MEDIDA DA QUANTIDADE DE PRECIPITAO 31

    5.1 Pluvimetros e pluvigrafos 315.2 Localizao e instalao 315.3 Manuteno 315.4 Quantidade de precipitao 32

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  • 6 INSTRUMENTOS DE MEDIDA DA VISIBILIDADE 346.1 Visibilidade diurna 346.2 Visibilidade noturna 35

    7 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA RADIAO E DA INSOLAO 36

    7.1 Pirelimetro e pireligrafo 367.2 Piranmetro 367.3 Pirgemetro 367.4 Pirradimetro 367.5 Actinmetro e actingrafo 367.6 Heligrafo 36

    8 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DA EVAPORAO 40

    8.1 Evapormetro 40

    9 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DA NEVE 44

    9.1 Nivmetro 44

    10 INSTRUMENTOS CONJUGADOS 4510.1 Meteorgrafo 45

    11 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DAS NUVENS 46

    11.1 Tetmetro 4611.2 Nefoscpio 46

    12 ESTAES METEOROLGICAS 5012.1 Definio 5012.2 Estaes manuais fixas 5012.3 Estaes manuais mveis 5012.4 Estaes automticas 5012.5 Ajardinado meteorolgico 5112.6 Abrigo meteorolgico 51

    VI

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  • PARTE II NEBULOSIDADE E OBSERVAO DAS CONDIES DO TEMPO

    1 NEBULOSIDADE 551.1 Observao da quantidade de nuvens 551.2 Observao do tipo de nuvens 581.3 Observao da altura das nuvens 601.4 Classificao das nuvens 621.5 Evoluo da nebulosidade 65

    2 NEVOEIRO 672.1 Processos de formao 672.2 Nevoeiro de radiao 682.3 Nevoeiro de adveco 682.4 Nevoeiro de evaporao 69

    3 OBSERVAO DAS CONDIES DO TEMPO 703.1 Trovoadas 703.2 Precipitao 713.3 Nevoeiro 733.4 Nvoa 743.5 Tempestades 743.6 Borrasca 753.7 Tornado 75

    PARTE III OBSERVAO DO ESTADO DO MAR E DO GELO MARINHO

    1 ESTADO DO MAR 771.1 Definies 771.2 Avaliao das vagas e marulhos 781.3 Observao das vagas e marulhos 791.4 Mar confuso 81

    VII

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  • 2 GELO MARINHO 822.1 Natureza do gelo marinho 822.2 Formao e desenvolvimento do gelo marinho 832.3 Movimento do gelo marinho 842.4 Deformao do gelo marinho 852.5 Icebergs 852.6 Observao do gelo 86

    PARTE IV OBSERVAES METEOROLGICAS DE SUPERFCIE

    1 OBSERVAES METEOROLGICAS DE SUPERFCIE PROCEDENTES DE ESTAES TERRESTRES 91

    1.1 Sees do FM 12 - IX SYNOP 911.2 Chave do registro e mensagem das observaes tipo SYNOP 921.3 Significado dos grupos simblicos 92

    2 OBSERVAES METEOROLGICAS DE SUPERFCIE PROCEDENTES DE ESTAES MARTIMAS 104

    2.1 Sees do FM 13 - IX SHIP 1042.2 Chave do registro e mensagem das observaes tipo SHIP 1042.3 Significado dos grupos simblicos 1052.4 Transmisso da mensagem SHIP 108

    PARTE V CDIGOS METEOROLGICOS DE SUPERFCIE DE ESTAES TERRESTRES E MARTIMAS (WMO/OMM) 111

    PARTE VI TABELAS METEOROLGICAS 127

    PARTE VII INSTRUES 143

    ANEXOS A, B e C 145

    VIII

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  • I N T R O D U O

    A presente publicao tem, por finalidade, habilitar o pessoal, que guarneceas estaes costeiras ou navios, a observar corretamente os elementos me-teorolgicos, registrar os resultados obtidos, organizar as mensagens SHIPe SYNOP e encaminh-las repartio central competente. Divide-se em setepartes:

    Parte I Instrumentos Meteorolgicos e Mtodos de Observao. EstaesMeteorolgicas

    Parte II Nebulosidade e Observao das Condies do TempoParte III Observao do Estado do Mar e do Gelo MarinhoParte IV Observaes Meteorolgicas de Superfcie Parte V Cdigos Meteorolgicos de Superfcie de Estaes Terrestres e

    Martimas (WMO/OMM)Parte VI Tabelas MeteorolgicasParte VII Instrues

    GeneralidadesAs observaes realizadas simultaneamente pelas estaes meteorolgicasde terra e de navio, aps sua centralizao e conveniente estudo em organi-zaes especializadas, permitem o conhecimento do estado atmosfricoque, num certo instante, imperava sobre uma determinada regio, e possi-bili tam tambm a previso do desenvolvimento da situao. V-se, por-tanto, que a observao correta dos elementos tem importnciafundamental no mecanismo geral da previso, e que a execuo dasmedies e a lei tura do equipamento meteorolgico devem merecer omaior cuidado da parte do observador ou responsvel.

    Ateno especial deve ser dispensada manuteno dos aparelhos, para queos mesmos estejam sempre em perfeitas condies de funcionamento. Consid-erando-se que um erro instrumental desconhecido, ou mal determinado, afetaos resultados de observaes cuidadosamente realizadas, convenienteaferir-se periodicamente todos os instrumentos utilizados em tais obser-vaes. Isto pode ser feito nas reparties que esto subordinadas asestaes. No caso de estaes em navios, a aferio deve ser realizadafreqentemente ou, pelo menos, logo que termine a viagem.

    A Diretoria de Hidrografia e Navegao (DHN), o Departamento Nacional deMeteorologia (DNMET) do Ministrio da Agricultura, e o Servio de Me-teorologia do Ministrio da Aeronutica so, no Brasil, as organizaes ca-pacitadas a aferir instrumental meteorolgico.

    Como estao meteorolgica mvel, o navio possui caractersticas excepcion-ais. Por ser capaz de operar onde h, geralmente, escassez de informaes so-bre o tempo, tornam-se de grande valor as observaes feitas a bordo. Estacircunstncia constitui mais uma razo, para que se dispense todo o cuidadoao preparo e utilizao da aparelhagem do navio.

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  • Mensagens meteorolgicasOs navios de guerra e os navios mercantes que cooperam com a Diretoria deHidrografia e Navegao fazem, em viagem, observaes meteorolgicas detrs em trs horas e registram-nas na folha REGISTRO METEOROLGICOFM 12-IX SYNOP - FM 13-IX SHIP, modelo DHN-5934-A, que fornecidapela DHN, sob a forma codificada, prescrita pela Organizao MeteorolgicaMundial e que ser exposta adiante. No fim da viagem, estas folhas so en-viadas DHN, sem ofcio, por meio de qualquer rgo da MB.

    As estaes costeiras realizam tambm observaes meteorolgicas de trsem trs horas e lanam os dados obtidos, da mesma forma, no modelo DHN-5934-A, tambm fornecido pela DHN, encaminhando-o mensalmente a estarepartio.

    Os resultados das observaes realizadas a bordo e nas estaes terrestres,nos horrios 0000, 0600, 1200 e 1800 HMG so encaminhados, o mais rpidopossvel, a uma repartio coletora central, sob a forma de Mensagens Me-teorolgicas (mensagens SHIP e SYNOP) utilizando-se para isto, da redetelegrfica ou do sistema de estaesrdio do Pas.

    A Diretoria de Hidrografia e Navegao do Ministrio da Marinha, o Depar-tamento Nacional de Meteorologia do Ministrio da Agricultura e o Serviode Meteorologia do Ministrio da Aeronutica so, no Brasil, os rgos ofi-ciais encarregados da coleta e estudo das mensagens meteorolgicas, parafins de previso e disseminao de informaes sobre o tempo.

    Os navios mercantes enviam suas mensagens s estaes costeiras, de acordocom o que consta na publicao Lista de Auxlios-Rdio, publicada e dis-tribuda pela Diretoria de Hidrografia e Navegao.

    As estaes costeiras encaminham suas mensagens DHN, nos horrios quelhes so determinados.

    Boletins meteorolgicosRecebidas na repartio central, as mensagens meteorolgicas dos navios(SHIP), juntamente com as das estaes de terra (SYNOP), so decodificadase as informaes nelas contidas so lanadas nas cartas sinticas. Obtm-se,assim, uma representao grfica do estado do tempo abrangido pela carta, noinstante em que foram feitas as observaes.

    Procede-se, ento, s operaes de anlise e previso, redigindo- se, final-mente, o prognstico do tempo futuro.

    O resultado da anlise difundido em fac-smile de forma codificada, ou soba forma de Boletim do Estado do Tempo, em Portugus e Ingls, e pelosmeios de comunicao mais convenientes.

    A Lista de Auxlios-Rdio, publicada pela Diretoria de Hidrografia eNavegao, fornece ao navegante todas as informaes relativas trans-

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  • misso dos boletins meteorolgicos pelas estaes-rdio da costa do Brasil.

    Mensagens de anlisesAlm dos boletins referidos, a DHN prepara, tambm, as mensagens deanlise em forma de cdigo FM 46-IV IAC FLEET, que compreende a ParteIV da mensagen Meteoromarinha. Essas mensagens fornecem uma repre-sentao das cartas sinticas da situao meteorolgica nas costas do Brasil,inclusive o prognstico do provvel desenvolvimento desta.

    A Estao-Rdio da Marinha do Rio de Janeiro faz, diariamente, a trans-misso em fac-smile da mensagem de anlise.

    A mensagem Meteoromarinha transmitida em portugus e ingls com osseguintes contedos: I Aviso de mau tempo II Descrio sintica do tempo III Previso por reas IV Mensagens de anlise V SHIPs significativos VI SYNOPs significativos

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  • XII

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  • PARTE I INSTRUMENTOS METEOROLGICOS E MTODOS DE OBSERVAO

    Nesta primeira parte, sero descritos os instrumentos e equipamentos maisutilizados na Marinha do Brasil, para obteno dos parmetros meteorolgi-cos observados em estaes meteorolgicas mveis e fixas, bem como seusprincpios de funcionamento.

    1 INSTRUMENTOS DE MEDIO DO VENTO

    1.1 ANEMMETROSSo aparelhos que medem a velocidade (ou intensidade) do vento. A indi-cao da direo de onde sopra dada pelos anemoscpios (ou cata-vento).

    Os anemmetros existentes nos navios indicam a velocidade do vento relativoem um mostrador situado no passadio.

    O observador deve ter ateno unidade indicada pelos mesmos; se, em met-ros, por segundo, ou em ns. Nas mensagens meteorolgicas, a intensidade dovento codificada geralmente em ns.

    Alguns navios e as estaes terrestres possuem anemmetros do tipo porttil,como o que mostrado na figura 1.

    Utilizando o anemmetro representado na figura 1, o observador procura umlocal desimpedido, onde o vento sopra livremente, empunha o instrumentocom braos erguidos, expondo-o ao vento e l a velocidade indicada (ou me-lhor, a mdia das velocidades durante algum tempo).

    Nota: O observador deve se posicionar de frente para a proa, sobre a linhaimaginria que corta o navio ao meio, de proa popa.

    Para as estaes terrestres, o observador se posiciona de frente para o norte.

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  • FIGURA 1 Anemmetro porttil.

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  • 1.2 ANEMOSCPIOS

    Existe, geralmente conjugado ao anemmetro de mastro nos navios, umcatavento, ou anemoscpio. Tais anemoscpios transmitem suas indicaes aum mostrador localizado dentro da estao, permitindo ter-se um valor pre-ciso para a direo do vento com relao proa do navio. A direo do vento,a bordo, pode ser obtida, de modo grosseiro, pela orientao do fumo daschamins, das flmulas, bandeiras etc. Uma simples consulta agulha (giro-scpica e/ou magntica) fornece a direo que se quer conhecer. A figura 2mostra o tipo de anemmetro de mastro e o mostrador que, atualmente, utilizado nos navios e nas estaes costeiras pertencentes MB. Note-se queo anemos-cpio est acoplado ao anemmetro, ou vice-versa (a cauda doaparelho indica a direo, e a hlice, a velocidade do vento).

    1.3 ANEMGRAFOSSo instrumentos compostos de anemmetro e anemoscpio que, em lugarda unidade indicadora (mostrador), tem um sistema registrador constitudode um mecanismo com tambor, alavancas, engrenagens, penas e diagramas(figura 3).

    O diagrama deve ser trocado meia hora antes da observao de 1200 HMG,dentro dos perodos exigidos (dia, semana, quinzena e outros). A parte regis-tradora fica no interior da estao e est eletricamente ligada ao anemmetroe anemoscpio.

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  • FIGURA 2 Anemmetro de mastro.

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  • FIGURA 3 Registrador do anemgrafo.

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  • 1.4 DETERMINAO DO VENTO VERDADEIRO A BORDO

    Quando se mede o vento a bordo de um navio em movimento, os valores obti-dos da velocidade e direo no so os que correspondem ao vento que real-mente existe na regio, porque a estes valores est combinado o deslocamentodo navio. Estes valores medidos so o correspondente vento relativo. Assim,para se obter o vento verdadeiro, partindo do vento relativo, procede-se daseguinte maneira:

    1 Retiram-se dos mostradores os valores correspondentes direo e velocidade do vento relativo, de acordo com as tcnicas de observao.

    2 Anotam-se o rumo verdadeiro e a velocidade do navio.

    3 Soma-se a direo do vento relativo ao rumo do navio (essa soma in-dica a direo do vento aparente). Se o resultado ultrapassar de 360,subtrai-se, ento, 360 do valor obtido.

    4 Com a Rosa de Manobra (DHN-0618), figura 4, a partir do centro,traa-se um segmento com os valores do rumo e da velocidade donavio, dentro de uma escala adequada, formando-se um ponto A. Emseguida, traa-se outro segmento, para o centro da rosa, com valores dadireo do vento aparente e com a intensidade do vento relativo, tam-bm dentro da escala adequada, formando-se o ponto B.

    5 Unem-se os pontos A e B formando-se um terceiro segmento AB cujocomprimento representar a intensidade do vento verdadeiro, e, quandotransportado para o centro da rosa de manobra, representar a direodo vento.

    6 Para transportar o segmento AB para o centro da rosa de manobra, usa-se rgua paralela ou dois esquadros.

    7 Leva-se o comprimento do segmento AB para a escala considerada noincio do clculo, colocando-se uma das extremidades no zero da es-cala. Na outra, l-se o valor coincidente, que corresponde intensi-dade do vento verdadeiro.

    8 A direo do vento verdadeiro dada pela orientao do segmento AB,considerada sempre do bordo do navio por onde entra o vento aparente(plotado na rosa).

    Exemplo: (figura 4)

    a) Valores do vento relativo retirados dos mostradores correspondentes aoanemoscpio e anemmetro:direo: 150intensidade: 24 ns

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  • b) Valores referentes ao rumo do navio:rumo verdadeiro: 180velocidade: 15 ns

    c) Direo do vento relativo combinado ao rumo do navio (vento aparente):150 + 180 = 330

    d) Valores lanados na rosa de manobra:direo do vento: 330(vento aparente)intensidade do vento: 24 ns (vento relativo)rumo do navio: 180velocidade do navio: 15 ns

    e) Resultado: direo do vento verdadeiro: 340intensidade do vento verdadeiro: 38 ns

    Quando a direo do vento coincide com o rumo do navio, no h necessidadedo uso da Rosa de Manobra. O clculo do vento pode ser feito num papel parte, ou mentalmente. Esta situao ocorre, quando o vento relativo est en-trando pela proa do navio (360 relativos), ou pela popa (180 relativos).

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  • FIGURA 4 Rosa de manobra.

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  • A seguir, sero apresentados os casos de coincidncia da direo do ventocom o rumo do navio:

    a) Vento relativo no mesmo sentido do rumo do navio, com intensidademaior, igual ou menor

    Neste caso, a intensidade do vento verdadeiro ser o resultado da soma entreas duas velocidades. A direo ser igual ao resultado da soma entre o rumodo navio e 180.

    Exemplo:

    b) V e n to re la t i vo em sen t ido con trr io ao ru mo do nav io comve loc idade maior

    Neste caso, a intensidade do vento verdadeiro ser o resultado da subtraoentre as velocidades. A direo ter o valor numrico igual ao rumo do navio,isto , vento verdadeiro entrando pela proa do navio.

    Exemplo:

    c) V en to re la t ivo em sent id o contrr io ao ru mo d o nav io com ve lo -c id ade menor

    Neste caso, a intensidade do vento verdadeiro ser igual ao resultado dasubtrao entre as velocidades. A direo ser igual ao rumo do navio so-mado a 180.

    VENTO RELATIVO NAVIO VENTO VERDADEIRO

    direo 180intensidade 30 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 270intensidade 50 ns

    direo 180intensidade 20 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 270intensidade 40 ns

    direo 180intensidade 14 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 270intensidade 34 ns

    VENTO RELATIVO NAVIO VENTO VERDADEIRO

    direo 000intensidade 30 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 90intensidade 10 ns

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  • Exemplo:

    d) Vento relativo em sentido contrrio ao rumo do navio e mesma velocidade

    Neste caso, o vento real ser CALMARIA, pois a subtrao das velocidadesser igual a ZERO.

    Exemplo:

    e) Vento relativo com intensidade zero

    Neste caso, a intensidade do vento verdadeiro ser igual velocidade donavio, e a direo ser igual ao rumo do navio somado a 180.

    Exemplo:

    1.4.1 Direo e velocidade do vento em funo do seu efeito sobre o mar

    Nos navios que no dispem de anemmetros e anemoscpios pode-se estimarcom aproximao satisfatria a velocidade e a direo do vento verdadeiroem funo do aspecto do mar e da orientao das vagas, respectivamente.

    A escala Beaufort, adiante reproduzida, fornece a velocidade do vento ver-dadeiro, tendo-se em vista o seu efeito sobre o mar.

    A direo perpendicular s cristas das vagas indica a direo verdadeira do

    VENTO RELATIVO NAVIO VENTO VERDADEIRO

    direo 000intensidade 15 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 270intensidade 5 ns

    VENTO RELATIVO NAVIO VENTO VERDADEIRO

    direo 000intensidade 20 ns

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 0intensidade zero

    VENTO RELATIVO NAVIO VENTO VERDADEIRO

    direo qualquerintensidade zero

    rumo 90velocidade 20 ns

    direo 270intensidade 20 ns

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  • vento. Note-se, porm, que as vagas a observar so as vagas vivas, geradaspelo vento que est soprando, e no a lenta oscilao morta, produzida porventos distantes ou passados, denominada marulho. As vagas vivas tm cris-tas agudas e tendem a se coroar de espuma ou a se desfazer em borrifos. Osresultados da estima da velocidade e direo do vento pelo aspecto do mar epela orientao das vagas sero tanto melhores quanto maior for a prtica doobservador.

    Os elementos assim obtidos podem ser indicados na mensagem meteorolgicado navio, pois, como foi dito, referem-se ao vento verdadeiro.

    1.4.2 Codificao do vento A direo do vento verdadeiro, conforme j foi determinado, ser expressa namensagem SHIP, em dezenas de graus, por dois algarismos, que, no esquema,substituiro o smbolo dd, o qual ser visto na Parte IV Observaes Me-teorolgicas de Superfcie de Estaes Terrestres e Martimas.

    Da mesma forma, a velocidade do vento verdadeiro ser tambm expressa namensagem SHIP por dois algarismos que exprimem a unidade em iw e quesubstituiro o smbolo ff.

    Exemplo: Se o vento verdadeiro sopra com a velocidade de 21 ns, lanaremosnos registros: ff = 21. Para um vento de 5 ns: ff= 05. Quando a velocidade dovento , indicada em unidades por iw, 99 ou mais, ff no grupo Nddff ser codifi-cado 99 e o grupo 00fff ser includo imediatamente aps o grupo Nddff.

    Exemplo: Um vento, que sopre de 170 com uma velocidade de 120 ns, figu-rar na mensagem da seguinte forma:

    dd = 17

    ff = 99

    ddff = 1799 e fff = 00120

    No caso de no se observar o vento, registra-se: dd = //; ff = //. Para um ventonorte ser registrado: dd = 36. Reserva-se 00 para representar calmaria. Nesteltimo caso, teremos: ddff = 0000.

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  • ESCALA BEAUFORTDesignao

    BeaufortVelocidade Aspecto do mar

    ns m/s0 - Calmaria < 1 0 - 0,2 Espelhado.1 - Bafagem 1 a 3 0,3 - 1,5 Mar encrespado em pequenas rugas com

    aparncia de escamas, sem cristas.2 - Aragem 4 a 6 1,6 - 3,3 Ligeiras ondulaes curtas, de 30cm de

    altura com cristas viradas, mas semarrebentao.

    3 - Fraco 7 a 10 3,4 - 5,4 Grandes ondulaes de 60cm, comprincpio de arrebentao. Algunscarneiros.

    4 - Moderado 11 a 16 5,5 - 7,9 Pequenas vagas de 1,5m, com freqen-tes carneiros.

    5 - Fresco 17 a 21 8,0 - 10,7 Vagas moderadas, de forma longa e2,4m de altura. Muitos carneiros.Possibilidades de alguns borrifos.

    6 - Muito fresco 22 a 27 10,8 - 13,8 Grandes vagas de 3,6m de altura.Muitas cristas brancas. Freqentes bor-rifos.

    7 - Forte 28 a 33 13,9 - 17,1 Mar grosso; vagas de 4,8m de altura. Aespuma da arrebentao se dispe emestrias, indicando a direo do vento.Muitos borrifos.

    8 - Muito forte 34 a 40 17,2 - 20,7 Vagalhes regulares de 5,5 a 7,5m comfaixas espessas e espuma branca efranca arrebentao.

    9 - Duro 41 a 47 20,8 - 24,4 Vagalhes de 7 a 10m com faixas deespuma densa. O mar rola. A visibili-dade comea a ser afetada.

    10 - Muito duro 48 a 55 24,5 a 28,4 Grandes vagalhes de 9 a 12m. O ventoarranca as faixas de espuma, arreben-tando as vagas em cascata. Visibilidadereduzida. A superfcie do mar quasetoda coberta de estrias brancas.

    11 - Tempestuoso 56 a 63 28,5 a 32,6 Vagalhes excepcionalmente grandes,at 16m. A visibilidade afetada. Osnavios de tamanho mdio desaparecemno cavado das vagas.

    12 - Furaco 64 e acima 32,7 e acima Mar branco de espuma; respingossaturam o ar. A visibilidade seriamente afetada.

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  • 2 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA PRESSO

    Os instrumentos utilizados na medio da presso atmosfrica so osbarmetros que podem ser de dois tipos:

    Aneride: Neste caso, o elemento sensvel consta de uma srie de cmarasmetlicas ocas, que se deformam pela ao da presso. Esta deformao transmite-se a um ponteiro que, num mostrador graduado,indicar o valor da presso exercida sobre as cmaras.

    De Mercrio: Este modelo dispe de um tubo vertical de vidro contendo mer-crio. A altura da coluna lquida, neste tubo, exprimir o valor da presso.

    2.1 BARMETROS ANERIDENormalmente, a presso atmosfrica medida a bordo por meio debarmetros anerides (figura 5), localizados no passadio ou em suas proxi-midades.

    A maioria dos barmetros existentes a bordo apresenta seus mostradoresgraduados em milibares(*). Entretanto, no difcil encontrar-se instrumen-tos graduados em milmetros ou polegadas de mercrio.

    A converso recproca das unidades de medida da presso feita por meiodas tabelas II e III, que so apresentadas na Parte VI.

    As indicaes dos barmetros esto sujeitas a erros instrumentais, que so de-terminados pela aferio do instrumento ou pela comparao com obarmetro de mercrio de controle. Esta operao fornece a correo instru-mental a ser aplicada a todas as leituras feitas.

    O valor da presso que vai figurar nas mensagens meteorolgicas deve ser,ainda, referido s condies-padro, o que ser visto logo adiante. Obarmetro aneride, porm, s afetado pelo efeito da altitude e, assim, suaindicao tem que ser apenas reduzida ao nvel do mar. Para isto, aplica-se-lhe uma correo aditiva, retirada da tabela I ou da tabela VI, de acordo coma unidade em que graduado o barmetro. Se o barmetro j est reguladopara indicar a presso ao nvel do mar, suficiente aplicar-se correo instru-mental leitura feita.

    O barmetro aneride deve ser instalado numa antepara do passadio, ficandoprotegido dos raios solares e afastado das fontes artificiais de calor (canaliza-

    (*) A partir de 01 de janeiro de 1982, dentro da disposio do Volume I do Manual de Cdigo, em paralelocom a deciso do Conselho Executivo n EC-XXXUU da OMM, iniciou-se o uso duplo dos termos mili-bar e hectopascal, admitindo-se uma gradual transio no uso destes termos de presso atmosfrica.Hectopascal ser usado como unidade de presso atmosfrica no lugar de milibar.A unidade de presso hectopascal (hPa) equivalente unidade de presso milibar.Por exemplo: 1 hPa = 1 mb 700 hPa = 700 mb1021,3 hPa = 1021,3 mb

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  • es de vapor e gua quente, chamins, lmpadas etc.). Alm disso, impor-tante que ele esteja o mais livre possvel de vibraes ou choques.

    Para a leitura correta do instrumento, o observador coloca-se bem suafrente, de maneira a ter sua vista no plano vertical que passa pela extremi-dade do ponteiro, a fim de evitar erros de paralaxe. Bate ento com o dedo,levemente, na caixa do instrumento e efetua a leitura.

    2.2 BARMETROS DE MERCRIO Alguns navios dispem, alm dos anerides, de um barmetro de mercrio(figura 6). Este instrumento no utilizado para consultas rotineiras, serv-indo para aferies mais freqentes e controle do barmetro aneride, vistoser de alta preciso.

    As estaes costeiras pertencentes MB esto dotadas de barmetros de mer-crio. Fazem, diariamente, s 1200 HMG, a leitura nos barmetros de mer-crio. Essa leitura, depois de feitas as redues, ser utilizada no SYNOPdesse horrio e servir tambm para a comparao com o aneride, e para aajustagem do bargrafo ou microbargrafo.

    Os barmetros de mercrio podem ser de dois tipos:

    Tipo Kew de escala compensada e leitura direta, apropriado para o uso abordo dos navios.

    Tipo Fortin que necessita de um ajuste do nvel de mercrio da cuba com ozero da escala, antes da execuo da leitura. Tal operao, difcil de realizar-se no mar, restringe o emprego deste tipo s estaes meteorolgicas ter-restres.

    A leitura dos barmetros de mercrio feita da seguinte maneira:

    a) L-se a temperatura do termmetro externo, fixado ao corpo do instru-mento.

    b) Movimenta-se o cursor at que sua base tangencie o tope do menisco dacoluna de mercrio. O observador deve ter o cuidado de colocar o olho naaltura da parte superior da coluna. Um carto branco por trs dobarmetro facilita a leitura.

    c) L-se na escala a altura da coluna em milmetros, ou o valor da pressoem hectopascais, conforme o sistema de graduao adotado pelo fabri-cante, e mais a frao indicada pelo vernier (figura 7).

    d) Repetem-se algumas vezes as operaes indicadas em (b) e (c), tomando-se a mdia aritmtica dos resultados.

    Obtido, assim, o valor da presso, h que se corrigi-lo do erro instrumental ereferi-lo s condies-padro, ou seja, temperatura de 0C, latitude de 45

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  • e ao nvel do mar, efetuando-se para isso as seguintes operaes, na ordem in-dicada:

    a) Corrigir a leitura baromtrica do erro instrumental, aplicando a correodeterminada na ltima aferio do instrumento e que consta da ficha deaferio que acompanha o mesmo.

    b) Corrigir o efeito da temperatura, ou seja, referir a presso temperaturade 0C. A correo correspondente subtrativa para temperaturas supe-riores a 0C e aditiva para temperaturas abaixo de 0C obtida na ta-bela IV, apresentada na Parte VI.

    c) Aplicar a correo do efeito da latitude, o que corresponde a reduzir apresso atmosfrica gravidade normal. Esta correo subtrativa paralatitudes inferiores a 45 e aditiva para latitudes superiores a 45. A ta-bela V fornece o seu valor.

    d) Reduzir a presso atmosfrica ao nvel do mar, utilizando a tabela VI.Esta correo sempre aditiva.

    Nota: Devido s tabelas citadas terem seus elementos expressos emmilmetros de mercrio, as leituras do barmetro devem ser feitas emmilmetros, deixando-se para o final a converso em hectopascais, quandoj se tiver a presso referida s condies-padro. Quando o instrumento sdispuser de graduao em milibares, a leitura inicial deve ser convertida emmilmetros, para permitir o uso das tabelas de correo.

    A presso atmosfrica l ida nos barmetros lanada nas mensagens me-teorolgicas expressas em hectopascais e dcimos, aps ter sido reduzidas condies-padro de temperatura, latitude e altitude. Ao se registrar ovalor deste elemento, omite-se o algarismo do milibar. Assim, uma ex-presso de 1017,3 hPa ser registrada: PPPP = 0173. Uma presso de 981,6registrar-se- PPPP = 9816.

    Exemplo de reduo s condies-padro de um barmetro de mercrio:

    Leitura do barmetro ........................................................................... 769,3mm Temperatura do barmetro ................................................................. 26CLatitude do local onde se encontra o navio ................................... 33SAltitude em que est localizado o instrumento ............................ 13m

    Aplicando-se as correes enumeradas acima, temos:

    Leitura do Barmetro 769,3mm

    Correo para a temperatura (tab. IV)-3,3mm

    766,0mm

    Correo para a latitude (tab. V)-0,8mm

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  • 765,2mm

    Correo para a altura (tab. VI)+1,2mm

    Leitura correta 766,4mm

    Fazendo-se a converso para hectopascais, encontramos (tab. III):766,4mm = 1021,8 hPae, no registro, lanaremos:PPPP = 0218

    2.3 BARGRAFOS ANERIDESo instrumentos que fornecem um registro contnuo da presso atmosfrica eque funcionam segundo o mesmo princpio dos barmetros anerides, dachamarem-se bargrafos anerides. O bargrafo aneride consiste, essencial-mente, de uma caixa metlica flexvel, ou cmara, completamente fechada,dentro da qual feito um vcuo parcial. Uma pequena mola interior impedeque a cmara seja esmagada pela presso atmosfrica. A cmara flexvelreage s variaes de presso e os movimentos resultantes so transmitidos aum ponteiro. Esse ponteiro provido de uma pena fixada em sua extremidadelivre, a qual se desloca sobre uma folha de papel graduada em milmetros ouhectopascais, enrolada em torno de um tambor. Um mecanismo de relojoariaimprime ao tambor um movimento circular tal que ele d uma volta completapor semana.

    Nas estaes da MB, existem dois tipos de bargrafos anerides:

    Um o bargrafo propriamente dito, (figura 8) e o outro o micro-bargrafo (figura 9).

    A diferena entre os tipos de bargrafos aneride que, enquanto o grficodo bargrafo graduado de dois em dois hectopascais, o do microbargrafo graduado de um em um hectopascal, o que o torna mais preciso.

    No incio do funcionamento de um bargrafo, depois de se colocar tinta napena, dar corda e mudar o papel, move-se o parafuso de ajuste at que o in-strumento indique a presso correta, reduzida ao nvel do mar; move-se, en-to, o tambor at que a pena pouse na hora exata ( prefervel adotar-se ahora mdia de Greenwich).

    Ao mudar a tinta, aproveita-se a ocasio para se efetuar a limpeza da penaregistradora, removendo-se dela, completamente, os detritos da tinta antiga ea poeira. Coloca-se, ento, nova carga, que encher, no mximo, metade dacapacidade da pena.

    Todos os dias, s 1200 HMG, obriga-se a pena a dar um pequeno trao verti-cal no papel. Esta marca servir para controle da marcha do mecanismo de

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  • relojoaria do tambor.

    O papel de registro deve ser mudado s segundas-feiras, pela manh, depreferncia s 1000 HMG, para que no haja atraso na observao no horriodo SYNOP das 1200 HMG.

    Sobre o papel retirado, no lugar prprio, escreve-se o nmero e o nome daestao ou nome do navio e o cruzeiro, as datas correspondentes aos dias dasemana, as posies s 1200 HMG de cada dia e as correspondentes a cadamudana de rumo, as horas em que se fizeram comparaes, e as diferenasencontradas na presso e na hora. importante anotar se as horas e datas soreferidas ao meridiano de Greenwich, e se a presso indicada j a reduzidaao nvel do mar.

    Assim preparada, a folha graduada, juntamente com a folha-registro, en-viada DHN.

    Periodicamente, remove-se a poeira que se acumulou no instrumento, demodo a mant-lo sempre limpo. Nesta operao, evita-se, o mximo possvel,causar qualquer dano ou avaria s partes delicadas do aparelho. Se ne-cessrio, coloca-se, nesta ocasio, uma gota de leo nos pontos de atrito, re-movendo-se todo o excesso com um pano.

    Diariamente, compara-se o bargrafo ou microbargrafo com o barmetro demercrio ou, caso no se disponha deste ltimo instrumento, com o melhoraneride, tendo-se antes o cuidado de deduzir as indicaes de ambos mesma altitude e s condies-padro de temperatura e latitude.

    2.4 AFERIO

    2.4.1 Aferio dos barmetros Os barmetros anerides devem ser encaminhados para aferio DHN anual-mente, e aps exerccios de tiro, que afetem o instrumento. Freqentemente,porm, devem ser comparados com uma presso-padro. As estaes ter-restres da MB fazem essa comparao com o barmetro de mercrio.

    J a aferio dos barmetros de mercrio feita, no mnimo, de seis em seismeses, nas reparties encarregadas deste servio.

    A ficha de aferio dos barmetros de mercrio traz apenas a correo instru-mental.

    2.4.2 Aferio dos bargrafos Esta operao deve ser feita uma vez por ano, ou aps choque ou trepidaesviolentas, produzidas por temporais ou salva de artilharia. O servio deverser realizado na DHN, solicitado por Pedido de Servio, sem ofcio.

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  • O bargrafo ou microbargrafo alm de registrar a presso atmosfrica a todoinstante, tm uma outra funo muito importante que a de fornecer a carac-terstica da tendncia baromtrica nas trs horas precedentes da obser-vao. Na Parte IV Observaes Meteorolgicas de Superfcie de EstaesTerrestres e Martimas veremos como se determina e codifica a caracters-tica da Tendncia Baromtrica e, na Parte V Cdigos Meteorolgicos deSuperfcie de Estaes Terrestres e Martimas, o seu cdigo.

    Nota: Dever-se- travar os dispositivos de segurana dos barmetros aneridee de mercrio e o bargrafo, antes de serem transportados para reparo, taiscomo: parafusos, travas etc., conforme especificaes de cada fabricante.

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  • FIGURA 5 Barmetro aneride.

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  • FIGURA 6 Barmetro de Mercrio.

    FIGURA 7 Leitura correta do barmetro de mercrio.

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  • FIGURA 9 Microbargrafo.

    FIGURA 8 Bargrafo.

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  • 3 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA TEMPERATURA

    3.1 TERMMETROS e TERMGRAFOSSo os instrumentos que medem e registram, respectivamente, a temperatura.

    Toda substncia reage a diversas temperaturas (dilatando-se ou contraindo-se). Existem no entanto determinadas substncias, cujas variaes regularesconstituem um meio de melhor definir o estado calorfico de uma massaqualquer. Os termmetros so baseados, principalmente, na dilatao, con-trao e condutividade eltrica de certas substncias.

    3.1.1 Termmetros lquidos em vidro So os que contm como elemento sensvel o mercrio ou lcool etlico. Sousados mais comumente nas estaes meteorolgicas convencionais de super-fcie. Os termmetros lquidos em vidro so compostos de um tubo fino devidro, de dimetro uniforme, graduado em escala de acordo com o que sepropem (figura 10). A bordo de navios usam-se os termmetros de mercrio.

    3.1.2 Termmetros eltricos Usados com mais freqncia, na Meteorologia, em observaes de altitude.So baseados na variao da resistncia a uma corrente eltrica, quando atemperatura do condutor varia. Outros tm, por base, o princpio termo-eltrico de que, quando um circuito eltrico for feito de dois metais diferen-tes e as junes no se mantiverem na mesma temperatura, haver passagemde corrente.

    Existem, ainda, diversos tipos de termmetros que recebem os mais variadosnomes, de acordo com o fim a que se destinam e, dentre os quais, podemos ci-tar:

    a) termmetro de mxima e mnima (figura 11) que mede a maior e a menortemperatura ocorrida num dado intervalo de tempo;

    b) geotermmetro (figura 12) que mede a temperatura do solo em determi-nada profundidade centimtrica;

    c) termmetro da gua do mar (figura 13) de formato especial, com uma car-caa protetora que se avoluma na altura do bulbo, que mede a temperaturada gua do mar superfcie.

    3.1.3 TermgrafosConforme o prprio nome indica, so instrumentos que registram todas asvariaes de temperatura em um grfico, podendo-se verificar os instantes emque ocorreram as temperaturas mxima e mnima.

    H vrios tipos de termgrafos, todavia todos tm o mesmo princpio bsico,

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  • que consiste de um elemento sensvel s variaes de temperatura, umsistema de relojoaria, engrenagens, alavancas e um tambor no qual enroladoo papel registrador. De todos os tipos, os mais usados so:

    a) termgrafo bimetlico Que tem como funcionamento a variao da cur-vatura de uma lmina bimetlica, que movimenta por meio de um sistemade alavancas a pena registradora. O bimetlico constitudo de duas lmi-nas superpostas, de metais diferentes, unidas por forte presso e enro-ladas em forma de espiral.

    b) termgrafo de tubo de Bourdon Bem parecido com o bimetlico,porm, formado de um tubo metlico curvo (tubo de Bourdon), achatado,de seco elptica e hermeticamente fechada e cheio de lcool (seu ele-mento sensvel).

    O funcionamento baseado nas variaes de temperatura que provocamalteraes no volume do lcool, modificando a curvatura do tubo, o queimplica movimentos da sua extremidade livre. Esses movimentos acionamo sistema de alavancas da unidade de registro.

    3.1.4 HigrotermgrafoQuando o termgrafo conjugado com um higrgrafo, no mesmo instrumentorecebe o nome de higrotermgrafo (figura 14).

    Os termgrafos e higrotermgrafos so instalados no abrigo meteorolgico.

    3.2 LOCALIZAOOs termmetros e termgrafos so sensveis s temperaturas das massas comque esto em contato direto, logo no devem sofrer influncias de fatores es-tranhos s massas consideradas. Assim que, para medir as condies do arcirculante livremente num local, necessrio que os instrumentos estejamprotegidos de radiaes (solares, terrestres, de objetos vizinhos etc.). O pro-tetor de uso geral o abrigo meteorolgico. Nos navios, os termgrafos de-vem ficar em local protegido das trepidaes, choques e dos efeitos de fontesartificiais de calor (canalizao de vapor, gua quente etc.).

    3.3 MANUTENOa) Efetuar freqentemente comparaes dos termgrafos com os ter-

    mmetros, a fim de calibr-los. Um parafuso especial permite os ajustesnecessrios para corrigir as indicaes do termgrafo.

    b) A cada seis meses, os termgrafos devem ser enviados ao orgo central deapoio meteorolgico (Diretoria de Hidrografia e Navegao, para asestaes da Marinha) para aferio.

    c) Pode-se fazer, a bordo de navios, uma verificao nos termmetros, colo-

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  • cando-se o bulbo num recipiente cheio de gelo fundente; nesta situao,se o termmetro estiver correto, ler-se-, na escala, 0 (zero grau).

    d) Remov-los de um lugar para outro, o mnimo possvel.

    e) Manter os termgrafos sempre com o certificado de comparao.

    f) Instalar ventilao artificial para eliminar os erros causados pela radiaosolar nos dias quentes e ensolarados em que h pouco vento, e depois deuma chuva, pelo resfriamento em virtude da evaporao da gua que mo-lhou o abrigo meteorolgico. A ventilao deve ser tal que proporcioneum fluxo de ar entre 2,5 e 10 m/s altura do bulbo, produzida por venti-lador eltrico.

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  • FIGURA 12 Geotermmetro.

    FIGURA 13 Termmetro para gua domar.

    FIGURA 14 Higrotermgrafo.

    FIGURA 11 Termmetromximo/mnimo.

    FIGURA 10 Termmetros lquidosem vidro.

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  • 4 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA UMIDADEA umidade do ar, de modo geral, determinada por instrumentos especiaisdenominados higrmetros. No entanto, so os psicrmetros que fornecem asmedidas mais precisas das observaes de umidade do ar.

    A seguir, sero apresentados alguns desses instrumentos e, entre esses, os quemais so utilizados nos navios e nas estaes costeiras da MB, com destaque,porm, para o psicrmetro de funda.

    4.1 HIGRMETROSO mais comum (figura 15) utiliza o cabelo humano como elemento sensvel,porm, outras substncias de propriedades idnticas tambm podem serusadas. O cabelo, por ser bastante sensvel s variaes de umidade do ar, esofrer tambm, a influncia de temperatura, faz com que os higrmetros con-strudos com ele indiquem diretamente a umidade relativa do ar.

    4.2 HIGRGRAFOSSo os instrumentos que registram a umidade relativa do ar. O funcionamento idntico ao do higrmetro que tem como elemento sensvel o cabelo, acre-scido do sistema de relojoaria, engrenagens, alavancas e o tambor no qual enrolado o papel registrador.

    Na MB, os higrgrafos, geralmente, so conjugados com os termgrafos, de-nominando-se higrotermgrafo (figura 14), conforme visto na parte referenteaos instrumentos de medio da temperatura.

    4.3 PSICRMETROS Como j foi dito, so os instrumentos que fazem, com mais preciso, as medi-das de observao da umidade do ar.

    O psicrmetro difere bastante do higrmetro, tendo ele, como elemento prin-cipal, um termmetro de mercrio com o bulbo envolto em uma musselina.

    Existem os psicrmetros simples sem ventilao artificial e os de ventilaoartificial. Citaremos aqui apenas os de ventilao artificial, que so os tiposAssmann (porttil), de aspirao e de funda, sendo este ltimo, o mais utili-zado nos navios e nas estaes costeiras da MB, sobre o qual ser feita umadescrio mais detalhada, tendo em vista a sua utilizao, tambm, para ob-teno da temperatura do ar e do ponto de orvalho.

    4.3.1 Psicrmetro do tipo Assmann As observaes devem ser feitas em campo aberto, com os orifcios de aspi-rao inclinados na direo de onde vem o vento. Quando houver ventosfortes, o anteparo contra o vento existente para o ventilador dever ser usado.

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  • 4.3.2 Psicrmetro tipo aspirao Possui dois termmetros num tubo atravs do qual o ar impulsionado porum ventilador. Deve ter sua ventilao aferida pelo menos uma vez por ms.

    4.3.3 Psicrmetro de funda Consta de dois termmetros iguais, geralmente graduados em meios grauscentgrados, montados numa armao metlica, que o observador segurandopor um punho apropriado, faz girar rapidamente ao ar livre durante um certotempo (2 a 3 minutos). Um dos termmetros do psicrmetro tem o bulbo en-volto por uma camisa de musselina que, no momento da observao, embe-bida em gua destilada; a ele denominamos termmetro mido. O outrotermmetro conhecido como termmetro seco (figura 16).

    A evaporao da gua da musselina do termmetro mido produz um resfria-mento proporcional quantidade relativa de vapor dgua no ar, indicada naescala termomtrica. Quanto mais seco estiver o ar, maior ser a evaporao etambm maior ser o resfriamento.

    Os psicrmetros devem ficar em locais ventilados, adequadamente, e livres deprecipitaes e quaisquer radiaes. O local ideal o abrigo meteorolgico.

    O tecido para cobrir o bulbo do termmetro mido deve ser fino, porm, bas-tante tranado. Substitu-lo sempre que apresentar sujeira, ou uma vez por se-mana, e, tambm, deve ser bem ajustado sobre o bulbo.

    Conforme j dissemos, o psicrmetro de funda bastante til, pois, alm deser mais preciso e servir para calibrar os higrmetros, indicar a temperaturado ar e calcular a umidade relativa, ele nos propicia, tambm, atravs de cl-culo e tabelas, a temperatura do ponto de orvalho, que um parmetro me-teorolgico muito importante.

    A temperatura do ponto de orvalho aquela em que o vapor dgua existenteno ar atmosfrico comea a se condensar. um ndice bastante expressivo doestado higromtrico (umidade do ar).

    O psicrmetro de funda o instrumento utilizado nos navios e estaescosteiras da MB, na determinao desse elemento.

    Para se obter a temperatura do ponto de orvalho, efetuam-se as seguintes op-eraes:

    a) O observador, com o auxlio de um conta-gotas, embebe de gua destiladaa musselina que envolve o bulbo do termmetro mido.

    b) Num lugar sombra, a barlavento, faz girar rapidamente o instrumento,durante dois a trs minutos.

    c) Lem-se, ento, as indicaes dos dois termmetros, aproximando-as aodcimo de grau, e calcula-se a diferena entre as mesmas. Esta diferena

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  • FIGURA 16 Psicrmetro de funda.

    FIGURA 15 Um higrmetro. As contraes da mecha de cabelo so transmitidas a um pon-teiro; este se move sobre um quadrante graduado de 0 a 100 e indica a umidaderelativa do ar.

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  • denomina-se depresso do termmetro mido.A temperatura do termmetro seco ser registrada em TTT em graus intei-ros e dcimos.

    d) Com a temperatura do termmetro seco e a depresso do termmetromido (T-Tu), retira-se da tabela VII o valor da temperatura do ponto deorvalho.

    e) Com a temperatura do termmetro seco e a depresso do ponto de orvalho(T-Td), retira-se da tabela VIII o valor da umidade relativa.

    f) Pode-se, ainda, com a temperatura do ar e a umidade relativa, obter-se atemperatura do ponto de orvalho, utilizandose a tabela IX.

    O baco da figura 17 fornece tambm, com bastante rapidez, a temperatura doponto de orvalho.

    Exemplo: Os valores abaixo foram obtidos do psicrmetro:

    Temperatura do termmetro seco ..................................................... 26.0CTemperatura do termmetro mido ................................................. 20.0CDiferena ................................................................................................ 6.0CA tabela VII fornece ............................................................................ TdTdTd = 17,1C

    O baco, figura 17, fornece os mesmos elementos: TdTdTd = 17.0C

    A tabela VIII nos d UR = 57,6% ou 58%

    Observaes:

    1) Quando os valores indicados nos termmetros, e as diferenas, no con-starem nas tabelas, deve-se fazer uma interpolao, a fim de se obtervalores os mais precisos possveis.

    2) Quando o valor da umidade relativa no constar da tabela, este dever serarredondado para o valor mais prximo.

    Exemplo: Os valores abaixo foram obtidos do psicrmetro:

    Temperatura do termmetro seco ..................................................... 23.4CTemperatura do termmetro mido ................................................. 20.9CDiferena ................................................................................................ 2.5A tabela VII fornece ............................................................................ TdTdTd ~ 19,7C

    O baco, figura 17, fornece os mesmos elementos: TdTdTd ~ 19.6C

    A tabela VIII d UR ~ 79,8% ou 80%.

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  • FIGURA 17 Depresso do termmetro mido T - Tu

    Temperatura do ponto-de-orvalho

    Descer pela curva que parte da tem-peratura do termmetro seco (TTT)at o encontro com a depresso dotermmetro (TTT - TuTuTu). Ler en-to, esquerda, a temperatura doponto-de-orvalho (TdTdTd).

    Ex.: Termmetro seco = 26Termmetro mido = 20(Depresso = 6)Ponto-de-orvalho = 17

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  • 5 INSTRUMENTOS DE MEDIDA DA QUANTIDADE DE PRECIPITAO

    5.1 PLUVIMETROS E PLUVIGRAFOSA altura da precipitao lquida acumulada medida pelos pluvimetros.Seus equivalentes registradores so os pluvigrafos.

    5.1.1 PluvimetrosSo os instrumentos que medem a quantidade de precipitao. Existem vriasmodalidades. Em princpio, o funcionamento de todos os tipos , em geral, se-melhante. So constitudos, basicamente, de um funil cuja abertura maior temrea conhecida, montado sobre de um reservatrio, onde a gua fica acumulada.

    5.1.2 PluvigrafosSo os instrumentos que, alm de acumularem a precipitao, registram grafi-camente, de maneira contnua, a quantidade de precipitao e o momento em quea mesma cai. O registro contnuo permite a deduo de valiosas informaes so-bre a intensidade e o momento exato em que se deram as precipitaes.

    Todos os pluvigrafos possuem, tambm, um funil coletor semelhante aospluvimetros e um cilindro que recebe o papel registrador. A rotao do cilin-dro dada por um dispositivo de relojoaria, instalado no seu interior. A velo-cidade de rotao pode ser de uma volta em 24 horas ou uma volta em 7 dias.Existem trs tipos principais de pluvigrafos: o de sifo, o de balana e o decontato. A figura 18 mostra o pluvigrafo do tipo sifo, usado pela MB, nasestaes costeiras, que explicaremos a seguir. Neste tipo, a gua provenientedo funil acumula-se num cilindro onde flutua uma bia. proporo que onvel da gua sobe, a bia se eleva e comanda a pena registradora. Quando agua atinge a altura mxima do cilindro, um sifo descarrega automatica-mente a gua, a bia desce ao fundo rapidamente e a pena volta marcaozero. Se a precipitao continua, indica-se nova subida da bia e da pena.

    5.2 LOCALIZAO E INSTALAODevem ficar afastados de qualquer obstculo elevado, a fim de receberlivremente a precipitao. A distncia horizontal entre o aparelho e os ob-stculos deve ser pelo menos do dobro da altura destes obstculos. Na in-stalao do aparelho, coloca-se a boca em forma de funil rigorosamente nahorizontal . No caso de instalao sobre edifcios, a boca do instrumentodeve ultrapassar de um metro a parte mais alta do teto em que foi colo-cado (parapeito, cumeeira etc.).

    5.3 MANUTENOVerificar freqentemente a boca do aparelho, retirando material estranho (fo-lhas de rvores, papis etc.). Evitar deformaes nas bordas da boca causadas

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  • por pancadas. A troca do diagrama deve ser feita em perodo e hora determi-nados.

    Havendo precipitao na hora da troca do diagrama, esta s deve ser feita de-pois, quando houver uma estiagem. No cessando a chuva, h o recurso de gi-rar o tambor, deixando a pena riscar em qualquer parte limpa. Neste caso,coloca-se a pena sobre uma frao de hora equivalente posio em que es-tiver, e o diagrama, depois de retirado, no dever ser arquivado sem a devidaretificao das horas e explicaes da ocorrncia.

    Nos dias em que no h precipitao, no necessrio trocar o diagrama, de-vendo-se faz-lo aps a ocorrncia de trs dias sem precipitaes, a fim deevitar que o traado sobre a linha zero milmetro, demais repetido, d umaindicao falsa, pequena, de dcimos de milmetros.

    Durante um perodo prolongado sem registro de precipitao, ou de precipi-tao no significativa, dever ser feita uma sinfonada completa, tomando-se o cuidado de colocar a haste sem contato com o tambor para limpeza dosistema de sinfonamento.

    Na medio da quantidade de neve cada, o pluvigrafo de balana o maisadequado, visto que reduz bem o erro causado pela evaporao da neve du-rante a fuso.

    Os pluvigrafos de contatos registram automaticamente pequenas pores deprecipitao medida em que esta ocorre. Essas pores podem ser centsi-mos de polegadas ou dcimos de milmetros. A gua vinda do funil coletor dirigida ao centro de uma pequena caamba, com duas sees simtricas e ar-ticuladas em movimento semelhante ao de uma gangorra. Quando a seo querecebe a gua se enche, ela tomba fechando um contato eltrico e descarre-gando a gua. O circuito eltrico comanda uma pena registradora. Neste ins-tante, a outra seo da caamba passa a receber a gua at se encher e tombar,dando outro contacto eltrico. Estas operaes se repetem, enquanto houverprecipitao. Como vemos, esta forma de registro feita em pequenos saltos,mas a rapidez com que eles se repetem, d uma indicao da intensidade daprecipitao a cada momento.

    5.4 QUANTIDADE DE PRECIPITAOA quantidade de precipitao informada para o perodo de 6 horas preceden-tes da observao, exceto na observao das 1200 HMG que indica o totalde precipitao nas 24 horas anteriores.

    O smbolo RRR ser codificado por trs algarismos, de acordo com aquantidade de precipitao registrada no pluvigrafo, segundo o cdigoOMM 3590.

    As quantidades de precipitao 0,1mm at 0,9mm so representadas pelosnmeros de 991 at 999, do cdigo. O nmero 990 representa uma quantidadeimensurvel e o nmero 000 no ser utilizado.

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  • Na Parte IV Observaes Meteorolgicas de Superfcie de Estaes Ter-restres e Martimas ser vista a codificao de RRR, bem como na Parte V Cdigos Meteorolgicos de Superfcie de Estaes Terrestres e Martimas(WMO/OMM).

    FIGURA 18 Pluvigrafo.

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  • 6 INSTRUMENTOS DE MEDIDA DA VISIBILIDADE

    A visibilidade a distncia mxima em que um objeto de caractersticas con-hecidas pode ser visto e identificado. O grau de transparncia da atmosfera o que determina o fenmeno da visibilidade.

    As observaes da visibilidade no devem ser feitas com auxlio de nenhumaparelho tico, como binculos, telescpios, teodolitos etc.

    A maioria dos instrumentos, que mede a visibilidade, acha a medida da opaci-dade atmosfrica e adota certas hipteses que convertem esta medida em visi-bilidade. Todavia, no bastante til o uso de instrumentos para medida devisibilidade diurna, quando existem vrios pontos de referncia que podemservir observao direta. Entretanto, mesmo para observaes diurnas, sousados os instrumentos para o caso de no se dispor de pontos de refernciacomo, por exemplo, a bordo de navios. Esses instrumentos apenas sero ci-tados, sem que se entre em maiores detalhes, tendo em vista que eles no soutilizados nos navios, nem nas estaes costeiras da MB.

    Esses instrumentos so:

    a) Telefotomtricos b) De medida visual por extinoc) De transmisso fotoeltricad) De medida do coeficiente de difuso

    6.1 VISIBILIDADE DIURNA A visibilidade no mar estimada durante o dia, em funo das distncias silhas ou aos pontos de terra mais remotos que se podem distinguir. Na faltadestes, utilizam-se outros navios, quando houver possibilidades de medir-sea distncia a que se encontram. Se o navio possuir equipamento-radar, a de-terminao das distncias ser facilitada, obtendo-se valores corretos para avisibilidade.

    Uma referncia til para a estima de distncia no mar a linha do horizonte.Se um observador avista um navio ou objeto localizado sobre esta linha, sabe, claro, que a visibilidade ser, pelo menos, igual distncia ao horizonte.

    A distncia ao horizonte , aproximadamente, em milhas, o dobro da raizquadrada da elevao do observador expressa em metros.

    D = 2 HQuando acima da linha do horizonte comeam a aparecer mastros de navios,acidentes topogrficos, faris, enfim, qualquer objeto cuja altitude seja con-hecida ou possa ser estimada, a expresso seguinte permite ter-se uma idiada distncia a que se encontra o ponto avistado (figura 19):

    D (em milhas ) = 2 ( H + h )

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  • sendo H (altura do observador) e h (altitude do objeto) em metros. Nestecaso, a visibilidade ser, no mnimo, igual a D.

    A tabela X fornece a distncia mxima de visibilidade entre dois pontos (al-cance geogrfico da Lista de Faris da DHN).

    6.2 VISIBILIDADE NOTURNAA visibilidade noturna com relao s luzes de intensidade no muito ele-vada, praticamente a mesma que existiria durante o dia em idnticas con-dies de transparncia da atmosfera. Por exemplo: a distncia mxima a quese avistariam navios durante o dia nas mesmas condies de tempo. Assim, asreferncias que podemos utilizar noite para a estima da visibilidade so asluzes de terra ou de outros navios. Os faris, entretanto, no devem ser usa-dos para este fim, pois a sua forte intensidade acarretar valores exageradospara VV.

    Quando se avistam estrelas pouco elevadas sobre o horizonte, a visibilidadepode ser estimada em, no mnimo, 25 milhas.

    Notas:

    a) Se a visibilidade no for a mesma em diferentes direes, indicar para VVa menor distncia.

    b) Acontece comumente no se dispor, no momento da observao, de ele-mentos suficientes para a determinao da visibilidade. , portanto, muitoconveniente procurar-se obter este valor sempre que houver oportunidade.

    c) tardinha, principalmente antes de escurecer, deve-se fazer todo o em-penho em se conseguir uma observao que permita conhecer-se a visi-bilidade; o valor obtido ser repetido no registro durante a noite, a menosque apaream sinais seguros de que as condies pioraram nevoeiro,halos etc. Neste caso, o valor registrado em VV deve ser criteriosamentereajustado.

    A visibilidade vai figurar nas mensagens meteorolgicas sob a forma de doisalgarismos, escolhidos no cdigo VV, conforme pode ser visto na Parte V Cdigos Meteorolgicos de Superfcie de Estaes Terrestres e Martimas.

    FIGURA 19 A tabela X fornece a distncia mxima de visibilidade entre dois pontos (al-cance geogrfico da Lista de Faris da DHN).

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  • 7 INSTRUMENTOS DE MEDIO DA RADIAO E DA INSOLAO

    Alguns desses instrumentos sero citados aqui apenas para conhecimento,sem entrar em maiores detalhes. Entretanto, para o heligrafo, ser feita umaexplanao mais acentuada, tendo em vista a sua utilizao no POIT (PostoOceanogrfico da Ilha da Trindade).

    7.1 PIRELIMETRO E PIRELIGRAFO Medem e registram, respectivamente, a intensidade da radiao solar direta(radiao de incidncia normal).

    7.2 PIRANMETRO Mede a radiao solar recebida de todo o hemisfrio, sendo apropriado para amedio da radiao global, ou celeste.

    7.3 PIRGEMETRO um instrumento para medir somente a radiao terrestre.

    7.4 PIRRADIMETRO Mede a radiao solar e terrestre (radiao total).

    7.5 ACTINMETRO e ACTINGRAFO Instrumentos secundrios graduados com referncia a um instrumentoprimrio (padro). Determinam a radiao solar direta de incidncia normal.

    7.6 HELIGRAFO Tem como funo registrar a insolao. constitudo de uma esfera uni-forme, de vidro incolor, de cerca de dez (10) centmetros de dimetro, mon-tada concentricamente numa seo de um arco esfrico metlico, cujodimetro tal que os raios solares so focalizados exatamente sobre o dia-grama preso nas ranhuras. O suporte metlico possui trs ranhuras que tornamos diagramas ajustveis para diferentes estaes do ano (figura 20).

    7.6.1 Instalao e localizao dos heligrafosInicialmente, a base do instrumento deve ser nivelada.

    O segmento esfrico e a esfera devem ser montados com preciso, de modoque a montagem seja devidamente disposta, a fim de que a esfera possa serfcil e acuradamente centrada no segmento metlico. O segmento esfrico

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  • deve ser ajustado para que a linha central do diagrama equinocial siga oequador celeste.

    O segmento esfrico deve ser de material resistente e ter uma linha centralgravada nas extremidades, para que esta seja colocada em posio correspon-dente ao meridiano geogrfico que passa pelo local.

    O instrumento deve ser instalado de modo que a imagem do sol, ao meio dia,aparente local, coincida com a marca do meio dia do segmento esfrico, ou dodiagrama.

    Deve ficar em local que receba luz do sol durante o ano todo sem interfern-cia de obstculos artificiais ou naturais da superfcie que estejam acima detrs (3) graus de elevao, pois o sol abaixo deste ngulo emite insolaopouco intensa para ser registrada, sendo desprezvel.

    Quando a instalao no solo no for satisfatria, prefervel instalar o instru-mento no teto do edifcio.

    7.6.2 Utilizao e manuteno dos heligrafosExistem trs tipos de diagramas que devem ser usados, conforme a estao doano: os diagramas curvados e compridos servem do incio de outubro at o fimde fevereiro; os diagramas retos servem do princpio de maro at meados deabril e do princpio de setembro at meados de outubro; os diagramas curvos ecurtos servem do incio de abril at o fim de agosto, para o hemisfrio sul.

    A queima do papel deve ser paralela s linhas centrais do diagrama. Havererros de ajuste, quando for observado o seguinte: trao simtrico, noparalelo linha central, indica ajuste defeituoso em relao latitude; umtrao assimtrico causado por ajuste incorreto em relao ao meridiano epor mau nivelamento; um trao de posio correta nos equincios, mas noparalelo linha central nas outras estaes do ano, indica um deslocamentodo centro da esfera no plano atravs do equador celeste; um trao largo e maldefinido nas margens significa desajuste em relao concentricidade.

    O diagrama deve ser substitudo, diariamente, por ocasio da ltima obser-vao. O diagrama curvo e curto colocado no vo mais curto, prximo aoplo elevado ; o diagrama reto colocado no vo do centro, e o diagramacurvo e comprido colocado no vo comprido, prximo ao plo inferior doaparelho.

    Ao colocar o diagrama nas ranhuras, verificar se os algarismos VI ou 6 e IXou 9 esto do lado oeste; e a linha XII ou 12 est coincidindo com um traotransversal gravado no fundo do arco metlico.

    Em certos perodos do ano, as pontas dos diagramas podem interceptar osraios solares pela manh e tarde; aconselha-se cortar as extremidades empedaos sobre os quais no h possibilidade de registro.

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  • Aps precipitaes, remover a gua depositada no fundo da concha metlica.

    Em hora conveniente, limpar a esfera de vidro, a fim de evitar que partculasestranhas prejudiquem o registro.

    7.6.3 Clculo dos registros dos heligrafosOs diagramas so de papelo, resistentes s deformaes causadas pela umi-dade, e graduados em horas, meias horas, e seis minutos, e tm algarismosarbicos ou romanos: 6, 9, 12, 15, 18 ou VI, IX, XII, XV, XVIII.

    Os traos carbonizados, ou crestados, devero ser avaliados, exprimindo-seos resultados em horas e dcimos de horas. Em cada intervalo de uma hora,ser anotado a lpis o valor da insolao (em hora ou dcimos de hora). Osvalores dos intervalos e seu total so lanados em modelos prprios forneci-dos pelo rgo central coordenador. A avaliao do registro deve ser feitacomo segue:

    a) No caso de queima clara, com extremidades arredondadas, o comprimentodeve ser reduzido em cada extremidade de uma quantidade igual metadedo raio de curvatura do final da queima; isto ser normalmente correspon-dente reduo de 0,1 de hora no comprimento total de cada queima.

    b) No caso de queima circular, o comprimento medido deve ser igual metade do dimetro da queima. Se ocorrer mais de uma queima circularem um registro dirio, ser suficiente considerar duas ou trs queimascomo equivalentes a 0,1 de hora de insolao; quatro, cinco, seis queimascomo equivalentes a 0,2 de hora de insolao e assim por diante para in-tervalos de 0,1 de hora.

    c) Onde a marca somente uma estreita linha, o comprimento total desta marcadeve ser medido, mesmo quando o diagrama for levemente descorado.

    d) Onde uma queima clara temporariamente reduzida em largura por nomximo 1/3, uma quantidade de 0,1 de hora deve ser subtrada do compri-mento total para cada reduo na largura, mas o mximo subtrado nodeve exceder a metade do comprimento total da queima.

    e) Quando se do, durante o dia, interrupes passageiras de insolao, o solqueima pequenos orifcios, ou furos alongados, orlados por bordas apenastostadas, que no devem ser apreciadas; insolao destacada de um oudois minutos de durao dar 0,1 de hora se for medida de ponta a ponta,quando, na realidade, ela corresponde apenas a alguns centsimos,fraes pequenas que no so consideradas.

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  • FIGURA 20 Heligrafo.

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  • 8 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DA EVAPORAO

    Esses instrumentos tambm sero citados aqui, apenas para conhecimento,tendo em vista a sua aplicao voltada mais para a engenharia hidrulica epara agrometeorologia.

    8.1 EVAPORMETRO Tem como funo medir a quantidade de gua que passa para atmosfera emforma de vapor, para servir de base na considerao aproximada do ndice deevaporao de um determinado local.

    A sua estrutura consiste, principalmente, de um recipiente de capacidadevolumtrica conhecida, graduado em mililitros ou milmetros, ou provido deacessrio para determinar a quantidade de gua existente.

    Para medir com mais preciso a quantidade de gua evaporada numa rea, soconstrudas verdadeiras estaes evaporimtricas de diferentes tipos e comvrios equipamentos como higrgrafos, bargrafos, anemgrafos e outros.

    8.1.1 Evapormetro de Pich Consiste em um pequeno tubo, com uma extremidade fechada e outra aberta.Prximo extremidade aberta, ajusta-se-lhe uma pea metlica movedia queserve para fixao do absorvente, o qual veda a sada quando o aparelho in-vertido, sem impedir a livre evaporao (figura 21).

    8.1.2 Tanque de evaporao Consiste em um tanque circular de ao galvanizado sem tampa. Para comple-mentar o aparelho, existe um conjunto de acessrios, como um termmetrode mxima e mnima, sistema de medio de gua evaporada, anemmetro ecrongrafo.

    O local apropriado do evapormetro depende do processo de medida usado.Certos evapormetros ficam no abrigo meteorolgico (evapormetro dePich), outros ficam ao ar livre, no ajardinado da estao (tanque de eva-porao) (figura 22).

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  • FIGURA 21 Evapormetro de Pich Este instrumento fica no abrigo meteorolgico.

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  • FIGURA 22 Tanque de evaporao Muitas vezes, empregado dentro do ajardinado me-teorolgico. Dentro do tanque, encontra-se um pluvimetro e um termmetro so-bre um flutuador para indicar a temperatura da superfcie da gua.

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  • Para a manuteno, usar sempre gua limpa para encher o recipiente. Aps oenchimento do recipiente, anotar o nvel da gua. No h inconveniente em agua ficar um pouco fora do nvel desejado. Entretanto, neste caso, cumpreregistrar o nvel exato e consider-lo como ponto de partida. Assim que onvel estiver de tal modo que a quantidade de gua restante parea insufi-ciente ao observador para as 24 horas seguintes, o aparelho deve ser no-vamente lavado e cheio.

    Em dias secos e quentes, convm dobrar a vigilncia.

    A utilizao e a manuteno variam de um tipo de evapormetro para outro;logo, as estaes que possuam tais aparelhos devem utiliz-los e mant-lossegundo as instrues individuais.

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  • 9 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DA NEVE

    9.1 NIVMETRO um instrumento de medio da neve. Sua funo medir a quantidade deneve cada, equivalente gua (figura 23).

    Existem dois tipos principais: o de pesar e o de flutuador. O nico satis-fatrio o tipo de pesar. O nivmetro registrador com flutuador poucosatisfatrio, j que provido de aquecimento para derreter a neve medidaem que ela cai, o que causa erros pela evaporao e pelas correntes convecti-vas que se desenvolvem devido ao vapor dgua, prejudicando a entrada daneve no nivmetro.

    FIGURA 23 Modelo de nivmetro com sua tela protetora para evitar os redemoinhos dovento nas proximidades do instrumento.

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  • 10 INSTRUMENTOS CONJUGADOS

    10.1 METEORGRAFO Conforme foi visto nos Instrumentos de Medio da Temperatura, o higroter-mgrafo o conjunto do higrgrafo com termgrafo, cuja funo a de regis-trar a umidade relativa e a temperatura do ar, respectivamente. Existemoutros tipos, com tripla funo, denominados meteorgrafos. Como exemplo,pode-se citar o que registra, simultaneamente, a presso, a umidade e a tem-peratura do ar (figura 24).

    FIGURA 24 Meteorgrafo.

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  • 11 INSTRUMENTOS DE DETERMINAO DAS NUVENS

    11.1 TETMETRO o instrumento que tem como funo medir a altura da base das nuvens.

    O equipamento completo compe-se de trs partes: projetor, receptor e regis-trador. O tetmetro fornece, com considervel preciso, a altura das nuvensat 3000 metros; com pouca preciso, entre 3000 metros e 5000 metros, e du-vidosamente, acima de 5000 metros. A figura geomtrica formada, quando seligam os pontos correspondentes s posies do projetor, receptor e incidn-cia do feixe luminoso, na base da nuvem, um tringulo retngulo. Conhe-cendo-se um ngulo agudo e um lado do tringulo, obtm-se, por clculotrigonomtrico, o lado correspondente altura da base da nuvem considerada(figura 25).

    O projetor e o receptor devem ficar em pontos cuja distncia seja conhecida,protegidos por um cercado de construo slida e firme.

    O projetor emite fortemente na faixa de freqncia ultravioleta; logo, a ex-posio direta do observador a esta freqncia perigosa.

    Durante o manuseio , ter o mximo cuidado com choques eltricos, pois acorrente e a voltagem podem causar a morte.

    O equipamento no deve ser consertado ou ajustado, seno por tcnicos com-petentes.

    11.2 NEFOSCPIO o instrumento que tem como funo determinar a velocidade e o sentido domovimento das nuvens. Existem dois tipos principais: o de viso direta e o dereflexo. O nefoscpio de viso direta (figura 26) consiste em uma espcie depente, com um metro de comprimento e colocado horizontalmente no alto deuma haste vertical de trs metros de altura. A haste pode girar, indicando a ori-entao do pente num limbo circular. O sentido horizontal do pente serve paraindicar a direo das nuvens e os pentes servem para determinar a velocidade.

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  • FIGURA 25 Instalao padro de um tetmetro de projetor de feixe luminoso rotativo.

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  • O nefoscpio de reflexo (figura 27) constitudo basicamente de um espelhocircular de fundo negro graduado de 0 a 360. Tem dimetro aproximado de15 centmetros, sendo nivelado por trs parafusos apropriados para esse fim.Um ponteiro vertical pode se deslocar em torno do disco. A altura deste pon-teiro regulvel, a fim de acomodar o raio visual do observador com o n-gulo de elevao da nuvem observada.

    FIGURA 26 Nefoscpio de viso direta.

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  • FIGURA 27 Nefoscpio de reflexo.

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  • 12 ESTAES METEOROLGICAS

    12.1 DEFINIO o conjunto de instrumentos que indicam e registram os elementos me-teorolgicos com o fim de fornecer dados sinticos e climatolgicos para odesempenho de determinadas atividades.

    As estaes meteorolgicas, geralmente, so montadas onde h a necessidadede um servio de observao do tempo. O local para a montagem de umaestao deve ser escolhido de modo a atender s necessidades do trabalho aser executado, e s exigncias dos diversos instrumentos a serem usados.

    Deve ser montada dentro de uma disposio que atenda a uma operao con-tnua da estao, durante pelo menos 10 anos, e no modifique a exposiopor longo perodo, a menos que sirva a um objetivo especial que justifique oseu funcionamento por um perodo mais curto.

    As estaes meteorolgicas classificam-se em estaes manuais ou automti-cas. Estes dois tipos se subdividem em estaes fixas e mveis.

    12.2 ESTAES MANUAIS FIXAS So, normalmente, montadas em terra e tm fins climatolgicos, por isto de-vem ficar em locais que ofeream longa existncia e perfeito funcionamentoininterrupto.

    As Estaes Climatolgicas, segundo a OMM, so classificadas em:

    Estao Climatolgica Principal ECP Estao Climatolgica Ordinria ECO Estao de Observao Pluviomtrica EOP Estao para Fins Especiais EFE

    12.3 ESTAES MANUAIS MVEIS Podem ser montadas em terra ou no mar. Os navios constituem um tipo deestao manual mvel.

    12.4 ESTAES AUTOMTICAS Podem ser fixas ou mveis, sendo instaladas em locais de difcil acesso ou lo-cais desprovidos de outros tipos de estao, como florestas, oceanos etc.

    Estas estaes dispem de um sistema radiotransmissor que funciona automa-ticamente controlado por um relgio, ou quando recebe o sinal de chamada daestao interrogadora/coletora. Os elementos meteorolgicos observados etransmitidos so os mais diversos, dependendo da construo da estao. Ex-istem estaes que fornecem automaticamente dados sobre a temperatura do

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  • ar e mar, umidade relativa do ar, velocidade e direo do vento, ndice plu-viomtrico, altura das vagas, e elementos relativos constituio fsica dagua do mar (condutividade, salinidade, teor de oxignio etc.).

    O sistema das estaes automticas acionado por baterias, que propor-cionam um funcionamento da estao por um determinado perodo, sem ne-cessidade de guarnio.

    A identificao fsica das estaes meteorolgicas feita por meio de suaposio geogrfica, expressa em latitude, longitude e altitude.

    Para as estaes terrestres, a posio do anemmetro (elemento de exposio)indica o ponto geogrfico da estao. A ponta de marfim da cuba dobarmetro de mercrio indica a altitude. Toda estao meteorolgica, fixa,terrestre, oficialmente reconhecida, possui como identificao internacionalum nmero de cinco algarismos, sendo que os dois primeiros indicam a regioa que pertencem, e os trs ltimos, a ordem dentro da regio.

    As estaes mveis martimas (navios) so identificadas pelo prefixo interna-cional composto de at sete dgitos (letras maisculas do alfabeto e algaris-mos arbicos) e pela denominao do navio.

    As estaes automticas recebem identificao especial.

    A mudana do instrumental de uma estao fixa, de uma posio para outra,representa a fundao de uma nova estao, e no uma transferncia damesma. Uma estao observadora, do ponto de vista climatolgico, no podeser transferida de local. Na prtica, no entanto, permitem-se pequenos deslo-camentos, desde que se faam correes nas leituras instrumentais obtidas nanova posio.

    12.5 AJARDINADO METEOROLGICOCaracterstico das estaes terrestres fixas, destina-se a delimitar e proteger area reservada ao gramado e ao conjunto de instrumentos que constituem aparte externa da estao. Sua cerca deve ser construda de material slido edurvel. A localizao do ajardinado deve ser criteriosamente estudada napoca da instalao da estao, para satisfazer as exigncias tcnicas de todosos instrumentos no seu interior.

    12.6 ABRIGO METEOROLGICO Tem como funo eliminar influncias diretas de fatores estranhos em deter-minados instrumentos, a fim de garantir leituras representativas das con-dies reinantes nos elementos observados, no permitindo que osinstrumentos sofram diretamente os efeitos da precipitao e da insolao.

    A sua estrutura consiste de uma caixa de madeira, pintada normalmente debranco, com teto duplo, paredes simples ou duplas com venezianas, com umaprateleira na parte dianteira que serve para descansar os instrumentos regis-

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  • tradores na ocasiso em que se faz a troca do diagrama e se abastece a pena, euma porta em posio tal que, ao ser aberta, evite a entrada da luz solar noabrigo (figura 28). A posio da porta varia conforme a regio do globo. As-sim que, na regio equatorial, o abrigo deve ter duas portas, sendo uma ori-entada para o norte e outra para o sul. Fora desta regio, a porta deve servoltada para o plo da Terra, mais prximo. As venezianas so construdas detal modo que a corrente de ar que passa por elas deve ter, aproximadamente, avelocidade de cinco metros por segundo (5m/s).

    O abrigo meteorolgico montado, sempre que possvel, no centro deajardinado meteorolgico, que deve ficar em terreno plano e descoberto. Abase do abrigo deve estar a uma altura de 1,20 m do solo. O local deve ser defcil acesso ao observador.

    Os abrigos instalados em terraos devem ter paredes duplas.

    O abrigo nunca deve ser aberto ou fechado com violncia, pois qualquer cho-que um pouco intenso, perturba os aparelhos e falseia-lhes as indicaes.

    A porta do abrigo deve ser mantida aberta apenas o tempo indispensvel parafazer a leitura dos instrumentos.

    O conjunto de instrumentos depende do tipo e finalidade da estao me-teorolgica. A fim de atender s necessidades de uma estao na confeco deuma observao meteorolgica superfcie completa, o instrumental oseguinte:

    Para estaes terrestres: Anemoscpio, anemmetro e/ou anemgrafo Barmetro ou bargrafo Psicrmetro Pluvimetro e/ou pluvigrafo Termmetro de mxima e mnima Evapormetro Termgrafo Higrgrafo Heligrafo Termmetro de solo Tanque de evaporao classe A Piranmetro e pirangrafo

    Para estaes martimas costeiras e ilhas: Anemmetro Barmetro Psicrmetro Termmetro para gua do mar Crongrafo Balde de borracha ou lona para obteno de amostra da gua do

    mar.

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  • Publicaes auxiliares, tais como bacos, fichas e modelos usados numaestao meteorolgica, esto ligadas s observaes, comparaes e registrosdos elementos meteorolgicos. Assim que, as publicaes auxiliares para ode-sempenho satisfatrio do servio de observao superfcie, so asseguintes:

    Escala Beaufort do vento. Tabelas de reduo da altura baromtrica temperatura de 0C; gravi-

    dade normal e ao nvel do mar. Tabelas de converso de polegadas em milmetros e milmetros em hec-

    topascais. Modelos DHN-5934 (Registro meteorolgico FM 12 - IX - SYNOP,

    FM 13 - IX - SHIP). Quadro de nuvens (DHN - 5906). Quadro de estado do mar (DHN - 5909). Registros climatolgicos.

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  • FIGURA 28 Abrigo meteorolgico de paredes duplas.

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  • PARTE II NEBULOSIDADE E OBSERVAO DAS CONDIES DO TEMPO

    1 NEBULOSIDADEA nebulosidade definida como a cobertura do cu por nuvens e nevoeiro.

    O conhecimento da estrutura e dos processos que do causa formao e dissipao das nuvens fundamental para uma perfeita observao da nebu-losidade. Uma nuvem uma aglomerao de um grande nmero de elementosmuito pequenos. Estes elementos so gotculas de gua, ou cristais de gelo,ou ambos misturados. Em geral, as nuvens so sustentadas por correntes as-cendentes na atmosfera e, apesar de parecerem flutuar, os elementos que ascompem caem lentamente em relao ao ar circundante.

    As nuvens representam tambm um recurso para o meteorologista, pois elasdo uma indicao do que se passa na atmosfera livre.

    Portanto, o conhecimento da nebulosidade de grande importncia, e um bomobservador meteorolgico deve estar bem preparado para poder fazer obser-vao sobre a quantidade, os tipos de nuvens e a altura em que se apresentam.

    1.1 OBSERVAO DA QUANTIDADE DE NUVENSInicialmente, o observador deve colocar-se num ponto em que ele possa ver amaior rea do cu, acima da estao.

    Quando uma parte da abbada celeste est oculta por obstculos, tais como:montanhas, edifcios, fumaa ou nvoa seca, a nebulosidade (total ou parcial)deve ser avaliada levando-se em considerao somente a parte no oculta daabbada celeste.

    Quando uma parte do cu est velada por precipitaes, esta parte deve serconsiderada como coberta pela nuvem que d lugar s precipitaes.

    Exprime-se a quantidade de nuvens por meio de uma frao proporcional rea encoberta, e com aproximao de oitavos. A poro do cu encoberta indicada desde 18 a 88, onde 88 indica que o cu encontra-se inteiramente en-coberto. Qualquer outra quantidade indicada por um nmero da escala queseja proporcional cobertura (ver cdigo OMM 2700 Parte V).

    A quantidade de nuvens avaliada de duas maneiras: como nebulosidade to-tal, que a poro da abbada celeste interposta por todas as nuvens presen-tes no momento da observao, e como nebulosidade parcial, que a porodo cu, encoberta por nuvens, considerando-se os nveis baixo, mdio e alto(figura 29).

    1.1.1 Nebulosidade total Estimar a cobertura supondo-se toda a nebulosidade existente, reunida numa

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  • s camada contnua. Quando a quantidade de nuvens for grande, ser maisfcil estimar a rea descoberta e, pela diferena, obter a rea coberta.

    prefervel ignorar a parte do cu prxima ao horizonte. Naquela regio, asnuvens aparentam estar mais agrupadas devido ao efeito da perspectiva, pare-cendo o total de nuvens ser maior que o real.

    A observao poder, ainda, ser facilitada dividindo-se a abbada celesteimaginariamente em quadrantes; e somando-se depois os valores de cadaquadrante.

    Exemplo:a) quadrante limpo .............................................................................. 0 (zero)b) quadrante meio encoberto ............................................................. 1 (um)c) quadrante totalmente encoberto ................................................... 2 (dois)

    A experincia indica que, mesmo noite, observando-se as estrelas visveisnos vrios quadrantes em que se dividiu o cu, pode-se fazer uma estimativarazovel da quantidade de nuvens.

    Nas ocasies de nevoeiros, em que este est to denso que se torna im-possvel a determinao de nuvens acima dele, o estado do cu deve ser con-siderado completamente obscurecido.

    Se o cu pode ser visto atravs do nevoeiro, a quantidade de nuvens deve serestimada, tanto quanto as condies o permitam.

    Se o sol ou as estrelas podem ser vistos atravs do nevoeiro e no h nen-huma evidncia de nuvem acima daquele, o estado do cu deve ser consid-erado como limpo.

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  • FIGURA 29 Nebulosidade.

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  • 1.1.2 Nebulosidade parcial No caso mais geral, observam-se simultaneamente, no cu, trs grupos de nu-vens dispostas em nveis diferentes: baixo, mdio e alto.

    Quando a nebulosidade parcial se apresentar num nvel com diversos tipos denuvens, e no houver condies de discrimin-los, considera-se o tipo de nu-vem predominante.

    Ao estimar a quantidade de nuvens de um determinado nvel, o observadordever considerar cada nvel, separadamente, como se o resto do cu es-tivesse limpo.

    Nem sempre ser possvel avaliar corretamente a poro do cu ocupada pornuvens superiores, devido interposio de outras nuvens inferiores. Nestecaso, o observador estima o que v, de modo que a quantidade resultante dosnveis observados no ultrapasse a quantidade de nebulosidade total.

    Determinados tipos de observao (no adotados na MB) exigem que se in-forme a quantidade de cada camada, gnero ou grupo separado. Nestes casos,a soma das diversas quantidades poder exceder a 88, porque as camadaspodem encontrarse, parcialmente, superpostas. Para este tipo de obser-vao, o observador poder se beneficiar das informaes de aeronaves quetenham voado acima das nuvens inferiores. Estas observaes so usadas emaeroportos.

    1.2 OBSERVAO DO TIPO DE NUVENSA identificao correta dos diferentes tipos de nuvens, em algumas ocasies,apresentam grandes dificuldades. As formas de nuvens em transio e as nu-vens estratiformes so as que mais complicam o observador.

    Certas dificuldades so geradas pela falta de luz durante a noite. Em noite deluar, as observaes ficam menos difceis.

    Nos casos de dvida, prefervel omitir a observao incerta, a registr-la er-roneamente, e causar divergncias com uma observao correta de outraestao vizinha.

    O observador deve acompanhar a evoluo da nebulosidade, a fim de acertarcom preciso os tipos de nuvens em situaes duvidosas.

    O carter da precipitao ajuda muito na classificao da nuvem, quanto forma. Assim que, precipitao leve, contnua e extensiva indica nuvensstratus, e a precipitao forte, descontnua, em pancadas, com ou semtroves, indica nuvens cumuliformes. s vezes, observam-se pancadas dechuvas fortes carem de uma camada de nuvens estratiformes, mas isto signi-fica que h nuvens cumuliformes na camada, porm, invisveis para o obser-vador.

    A classificao das nuvens empregada no Atlas Internacional baseia-se, es-

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  • sencialmente, em dez (10) grupos principais, chamados gneros, que so mu-tuamente exclusivos, quer dizer, uma determinada nuvem s pode pertencer aum nico gnero. Estes gneros podem ficar dispostos como no seguintequadro:

    Para esta classificao, tem-se como referncia a base da nuvem, isto , aparte mais prxima da superfcie terrestre.

    A nuvem do tipo cumulonimbus se constitui num caso especial, pois tendogrande desenvolvimento vertical ocupa todos os nveis, no entanto, deve serobservada como nuvem baixa.

    As peculiaridades observadas nas formas das nuvens e as diferenas nas suasestruturas internas, levou subdiviso da maioria dos gneros de nuvens emespcie. Uma nuvem, pertencente a um s gnero, pode possuir o nome deuma espcie. Por outro lado, certas espcies podem ser comuns a vrios gneros.

    Nota: Para uma melhor compreenso e um aprofundamento maior sobre asnuvens, conveniente que se consulte o Atlas Internacional de Nuvens daOMM. Todavia, o contedo sobre nebulosidade aqui apresentado j o sufi-ciente para que se faa uma razovel observao de nuvens.

    Para identificar o tipo de nuvem, o uso das fotografias apresentadas nesteManual, ou no Quadro de Nuvem (modelo DHN-5906) ajuda muito, contudo acomparao deve ser feita com o mximo de bom senso e pouca demora paraque no gere dvidas.

    A determinao das espcies e gneros de nuvens exigidas numa observaodeve ser feita com base na evoluo da nebulosidade. Quando cessa ou di-minui o movimento ascendente do ar, acabando ou reduzindo a condensaode vapor dgua, a causa formadora das nuvens tende a desaparecer. Se estasituao perdurar, na nebulosidade estratiforme aparecero furos, dando os

    NUVENS BAIXAS NUVENS MDIAS NUVENS ALTAS

    stratus (St) altostratus (As) cirrus (Ci)

    nimbostratus (Ns) altocumulus (Ac) cirrostratus (Cs)

    stratocumulus (Sc) cirrocumulus (Cc)

    cumulus (Cu)

    cumulonimbus (Cb)

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  • seguintes desenvolvimentos: cirrostratus se transformaro em cirrocumulus;altostratus em altocumulus; e nimbostratus em stratocumulus. Quandopores de ar sobem verticalmente e vo se condensando, nuvens isoladas ede desenvolvimento vertical vo evoluindo, passando de pequenos cumulus acumulonimbus. Quando cessam ou diminuem os movimentos verticais ascen-dentes de ar, acaba a condensao de vapor dgua e, se as nuvens forem cu-mulus pequenos, haver uma transformao gradual para stratocumulus; se asnuvens forem cumulus congestus (grandes cumulus), a parte superior se trans-formar em altocumulus e a inferior em stratocumulus; se as nuvens foremcumulonimbus, o desaparecimento se far atravs de trs tipos de nuvens: otopo mudar para cirrostratus, a parte mdia se transformar em altocumuluse altostratus, e a base em stratocumulus.

    1.3 OBSERVAO DA ALTURA DAS NUVENSA altura das nuvens deve ser obtida de preferncia por medio instrumental,mas, em estaes onde no existem instrumentos para tal, usam-se os recursosde estimativa visual.

    Considera-se que os resultados obtidos para a base das nuvens so repre-sentativos, quando a aproximao de at trinta (30) metros de altura a partirde mil (1000) metros.

    Abaixo dessa altura, uma preciso entre 5% e 10% de altura real pode ser ger-almente obtida.

    Quando a altura das nuvens for observada por meio de instrumentos, o tipo deobservao passa a ser enquadrado na parte de observaes instrumentais.

    Os principais mtodos usados para se obter a altura das nuvens so: estima-tiva visual, mtodos indiretos, medidores de distncia, balo piloto ou teto,projetor luminoso e tetmetro.

    1.3.1 Estimativa visual Exige muita experincia e conhecimento do observador, principalmente dosfenmenos locais ou que migram de outras regies.

    Depois de uma longa prtica, medindo altura de nuvens, um observador torna-se gradualmente hbil, para estimar a altura de uma nuvem com surpreen-dente preciso.

    Este mtodo s se aplica durante o dia ou em noites claras, com mais freqn-cia a bordo de navios, em alto mar. Normalmente, os tipos de nuvens em de-terminada regio do globo e, de acordo com o processo de formao,desenvolvem-se e permanecem sempre num certo nvel. Assim, pelo tipo denuvem, estima-se com uma boa preciso sua altura, com base em observaesanteriores, feitas por processos mais precisos, no local da observao ou nasproximidades, por outra estao que possua instrumentos de medida da alturade nuvens.

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  • Ao fazer a estimativa da altura, o observador dever examinar a estrutura danuvem, o sombreamento e os movimentos aparentes.

    Quando a estrutura delicada, h uma tendncia para se superestimar a alturada nuvem. Uma pessoa experiente raramente se engana, porm camadas uni-formes de nuvens so algumas vezes ilusrias, devendo-se somente usar estemtodo, quando no forem possveis outros processos.

    1.3.2 Mtodos indiretos Os mtodos indiretos usados so os seguintes: depresso do ponto de orva-lho, comparao com alturas conhecidas, deduo de radiossondagem e in-formaes de aeronaves em vo.

    A altura das nuvens convectivas (cumulus isolados) determinada por umclculo cuja explicao est descrita no subitem 1.4.1 na determinao da al-tura da nuvem mais baixa.

    Em regies montanhosas, a altura das nuvens pode ser obtida comparando-sea altura da base da nuvem com as montanhas vizinhas. Para isso, o obser-vador deve ter conhecimento da altura das elevaes prximas estao. Nose pode admitir, a priori, que a altura das nuvens sobre a estao seja amesma altura das nuvens que tocam as montanhas, mas as diferenas apre-civeis podero ser julg