jornal do comercio

1

Click here to load reader

Upload: jandira-feijo

Post on 24-May-2015

1.008 views

Category:

News & Politics


2 download

DESCRIPTION

Congresso da Cidade planeja futuro da capital matéria de Paula Coutinho, JC/RS 18.01.2011

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal do comercio

Jornal do Comércio - Porto Alegre22

Política

Terça-feira18 de janeiro de 2011

O diretor-técnico da secreta-ria de Governança Local, Plínio Zalewski, que tem acompanhado o evento desde a primeira edição, avalia que o 4º Congresso - nor-teado pelos eixos Democracia e Gestão do Estado, realizado em 2003 - foi o mais importante por ter trazido uma nova concepção sobre o planejamento da Capital.

“Mobilizou uma inteligência da cidade com uma visão muito avançada para a época, como a defi nição de indicadores e metas para a administração pública, e a ideia de se governar de forma transversal e não setorialmente”, relata Zalewski.

Ele lembra que já havia um consenso de que o orçamento público não dava conta das neces-sidades trazidas pelos fóruns de participação da cidade. “A equa-ção acabou não fechando mais, havia mais demandas do que recursos. O 4° Congresso indica-va a necessidade de fi rmar novas parcerias para buscar recursos”, afi rma Zalewski.

A ideia, explica, era valorizar o Orçamento Participativo (OP) e as instâncias clássicas de partici-pação, mas também criar um am-biente favorável para a atração de novos atores e recursos.

O diretor de Governança lem-bra que o congresso surgiu como uma forma de envolver setores sociais que não participavam das decisões sobre a cidade. “Con-seguimos ampliar para outros extratos da população que não estavam integrados, mas, por ou-tro lado, ainda não se constituiu um esquema de participação no qual os papéis estejam bem defi -nidos. Há muita sobreposição das instâncias de participação”, diag-nostica.

Além disso, observa Za-lewski, essas instâncias eram mais espaços de demandas e de reivindicações, ao contrário do que propõe o congresso. “Nunca

houve um espaço onde as pessoasnão fossem para reivindicar maisescola ou posto de saúde, maspara tratar da modernização dagestão, plano viário mais desen-volvido, vocações da cidade. Issosurge no 4º Congresso”, lembra.

A tomada de decisão, a partirde indicadores, defende o diretorda secretaria, permite um planeja-mento mais consistente da cidade,evitando a perpetuação de distor-ções, como a concentração de pos-tos de saúde em regiões de classemédia. Outro diagnóstico apontouque na região Nordeste era ondehavia mais mulheres chefes defamília, mas contraditoriamenteexistiam menos creches.

Zalewski adianta que no 5ºCongresso serão ampliadas asformas de participação. Uma no-vidade é a plataforma colabora-tiva que vai reunir todas as tec-nologias digitais, permitindo queos cidadãos interajam por celular,computador e até mesmo atravésdas redes sociais. “Todos podemparticipar. A ideia é que os territó-rios pensem o seu futuro.”

Um piloto foi realizado nobairro Bom Jesus, onde a comu-nidade defi niu que o mote paraa região é torná-la referência naatenção às crianças e na melhoriados espaços de lazer. “Vamos en-xergar o futuro do território e de-pois da cidade”, projeta Zalewski.

Outra expressão que fi caráconhecida entre os participantesdo 5º Congresso da Cidade é aBússola do Desenvolvimento Lo-cal. Cada quadrante dela trará umconjunto de indicadores, apontan-do uma síntese de cada bairro.

“As pessoas vão enxergar asua realidade. Haverá tambémuma pesquisa de percepção paracomparar o que os dados dizemcom o que os porto-alegrensesveem”, explica. Qualquer cida-dão pode participar do congresso.Não há votação. A metodologia deaprovação é por consenso.

Participação

Congresso da Cidadeplaneja futuro da CapitalDesafi o é ampliar a discussão e formular uma visão estratégica

!

Depois de 18 anos do primeiro Congresso da Cidade, Porto Alegre prepara-se para a quinta edição do evento, que tem ocorrido sem regularidade. O mais recente foi realizado em 2003 e o primeiro em 1993, seguido dos de 1995 e de 2000. O desafi o agora é ampliar a participação, tornar as edições anuais e formular uma visão estra-tégica a longo prazo para a cidade.

“A ideia é que seja um con-gresso com resultados concretos tanto de planejamento da cidade quanto da forma como ela está organizada para resolver seus problemas, tentando aperfeiçoar a nossa organização democrática, para que seja mais resolutiva”, projeta o secretário de Governança Local, Cézar Busatto.

O mote de mobilização do 5º Congresso é a Copa de 2014, mas a intenção da prefeitura é mirar para além do Mundial. “Queremos tirar ações estruturantes para que esse processo não termine, mas que seja permanente, que transcenda 2014 e nos ajude a pensar melhor o futuro da cidade. Vamos aprovei-tar esse movimento positivo para que todo cidadão de Porto Alegre se sinta um construtor disso e dê suas contribuições”, prevê Busat-to.

A mobilização será feita a

Para o secretário Cézar Busa! o, a Copa do Mundo será o mote do encontro, mas as ações vão além de 2014

Paula [email protected]

partir do comitê gestor, com repre-sentantes de todos os segmentosda cidade. “Vamos reunir associa-ções, ONGs, redes de participação,enfi m, todos os segmentos que jáexistem, mas que muitas vezesestão desarticulados. Vamos cha-mar todos para defi nir um projetocomum de desenvolvimento local.Não será um congresso de um diaou de um fi nal de semana, será de um ano inteiro”, explica o secretá-rio.

A dinâmica do evento começa no fi nal de janeiro, com a convo-catória pelo comitê gestor, que tem reunião de trabalho nesta semana. O primeiro seminário para deta-lhamento da metodologia ocorrerá na Semana de Porto Alegre, emmarço. Em seguida, começa a eta-pa nos 82 bairros da Capital, com

Ideia é que cidadãos defi nam rumosdo desenvolvimento de Porto Alegre

Zalewski projeta a inclusão de novos atores sociais no processo

Janeiroconvocatória

Marçoseminário de lançamento

Março a junhoetapa bairros

Julho e agostoetapa regiões do OP

Setembro e outubroetapa regiões de planejamento

Novembroassembleia final

Calendário 20 sendo consultados em cadamês.

Encerrada essa fase em junho,logo é realizado o segundo seminá-rio, com as indicações obtidas nosbairros. Daí, o processo vai paraa instância das 17 regiões do Or-çamento Participativo (OP) e, emsetembro, inicia-se o debate nasoito regiões de planejamento dacidade. A assembleia fi nal ocorreem novembro.

Busatto esclarece que a pro-posta do congresso não é simples-mente fazer reivindicações à pre-feitura, mas buscar uma soluçãoconjunta. “O objetivo é ver o quepodemos fazer juntos: poder públi-co, iniciativa privada e cidadãos. Edefi nir qual a responsabilidade decada um nesse processo. Emboraa iniciativa desencadeadora sejada prefeitura, é um congresso dacidade”, enfatiza.

O secretário tem a expectativade que a quinta edição do eventopossa concretizar o Instituto dePlanejamento da cidade, conformepropõe a revisão do Plano Diretorde Porto Alegre, aprovada no anopassado pela Câmara Municipal.

“Carecemos de uma instânciaque planeje o futuro da cidade.Uma das ideias é que nasça docongresso uma proposta para oInstituto de Planejamento, umainstância institucional, permanen-te de refl exão e elaboração de dire-trizes para a cidade.”

CLAU

DIO

FAC

HEL

/JC

CLAU

DIO

FAC

HEL

/JC