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JORNAL DO CAFÉ - Nº188 | 1

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A ABIC já está estruturando a programação,

que contará com palestras, casos de sucesso,

workshops e debates. O evento também já foi

apresentado às empresas que participarão da Feira

de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços.

E mais: será de 19 a 23 de novembro no Enotel, resort que é um verdadeiro paraíso a beira-mar, que trabalho com um sistema ‘all inclusive’ dos mais sofisticados e que conta, a partir deste ano, com um parque aquático com piscinas de ondas, rio lento, toboáguas e parque infantil.

Informações: (21) 2206 6161 - www.abic.com.br

Prepare-se!O maior evento das indústrias de café retorna em 2014 ao Nordeste, mais precisamente a Porto de Galinhas, uma das melhores e mais fantásticas praias do Brasil, no litoral pernambucano.

SAIDA_Anuncioencafe_04_2014.indd 1 4/24/14 6:13 PM

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Neste ano, a ABIC comemora os 25 anos do Programa do Selo de Pureza, lançado em 1989. Naquele ano, o cenário do mercado de café torrado & moído era desolador, ten-

do em vista a fraude desenfreada no setor. No varejo, o mercado de café apontava uma ten-dência de queda no consumo e os consumido-res não podiam distinguir café puro do impuro. Propondo um modelo de autorregulamentação para a pureza do café, que coleta hoje mais de 3 mil amostras anualmente nos supermerca-dos brasileiros, a ABIC liderou a melhoria na qualidade dos produtos oferecidos ao mercado e aos consumidores, tornando-se referência mundial, inclusive, para a OIC - Organização Internacional do Café.

Interpretando os anseios do mercado e dese-jos dos consumidores, em 2004, a ABIC lan-çou o PQC – Programa de Qualidade do Café, posicionado como uma certificação moderna e avançada que segmentou a qualidade em Tra-dicional, Superior e Gourmet, destacando as diferenças de sabor, aroma, entre outros atri-butos do café.

O PQC gerou outros programas, como a cer-tificação Cafés Sustentáveis do Brasil, o NMQ – Nível Mínimo de Qualidade, hoje adotado por diversos organismos em seus editais para compra do café, e o CCQ – Círculo do Café de Qualidade, que certifica casas de café, cafete-rias e pontos de dose que trabalham com cafés de qualidade.

Os programas de qualidade da ABIC foram, portanto, força motriz do aumento do consu-

mo. Lá em 1985, consumíamos 6,4 milhões de sacas, com um consumo per capta de 2,83 Kg/ano. Hoje, o país ruma a alcançar um consu-mo superior a 22 milhões de sacas, com 6,09 kg/ano por brasileiro. No âmbito da fraude no produto, o Selo de Pureza foi vitorioso: no fim da década de 1980, a ABIC lutava com um per-centual de impurezas no volume total de cafés comercializados no país superior a 30%. Hoje, esse índice é inferior a 2%.

Agora, o mercado de café, assemelhando--se mais uma vez com o de vinhos, apresenta uma nova tendência: a ORIGEM do grão como referência de qualidade. No Brasil já existem várias regiões produtoras que conquistaram a certificação do INPI como Indicação Geográfi-ca - ID, ou de Denominação de Origem Contro-lada - DOC. Existem ainda outras micro-re-giões que, pela posição geográfica e altitude, produzem grãos diferenciados, mais aromáti-cos e suaves.

A ABIC, atenta a estas mudanças, entende esta sinalização como uma diretriz a ser perseguida e, buscando oferecer cada vez mais segurança ali-mentar e diferenciação, com os seus programas de qualidade e certificação, iniciará um amplo e democrático debate, a fim de encontrar um con-senso comum rumo a este norte. Com isto, irá inovar mais uma vez, apoiando todo o setor e, sobretudo, os seus associados, agregando mais valor ao café do Brasil para os brasileiros.

Pavel CardosoVice-presidente de Qualidade e Certificação

A PALAVRA DA ABICEDITORIAL

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ÍNDICECARTA AO LEITOREstamos comemorando os 25 anos de existência do

Selo de Pureza ABIC, programa ícone do nosso setor, que alavancou o mercado, resgatou a credibilidade dos consumidores no produto e abriu espaço para que no de-correr desse período grandes transformações ocorressem principalmente no quesito qualidade. Celebrando a data, a ABIC dá início neste segundo semestre a uma campa-nha de marketing focada justamente no tema: “Tudo que é puro, é melhor. Inclusive, seu Café”.

A campanha utilizará tradicionais e novas ferramen-tas, como as mídias digitais e as redes sociais. Leia nesta edição reportagem especial sobre como será a campanha e um balanço desses 25 anos, em que o Selo de Pureza se consolidou e originou novos programas em prol do aumento do consumo no mercado interno.

Boa leitura com excelentes cafés!

EXPEDIENTEO Jornal do Café é uma publicação da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, enviada a: associados, autori-dades, entidades e pessoas representativas do setor cafeeiro. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião ou pensamento da entidade.

Diretor de Marketing e Comunicação da ABIC: Manoel Assis

Editora: Marilia Moreira (MTb 11381) – [email protected]: Eduardo Buitron – [email protected]ção: Tempo de Comunicação – Rua Piracuama, 280 - cj 44 Perdizes, São Paulo - SP, CEP: 05017-040. Fone: (11) 3868 4037 - [email protected] de Criação: Gilberto Sato – [email protected] de Arte: Mario Gascó - [email protected]ção edição digital: Lillyane Rodrigues - [email protected] de projeto: Mayara Schmidt - [email protected]ção, Diagramação e Projeto Gráfico: Smart Propaganda – Av. Brg. Faria Lima, 1826 – cj. 713 – Jardim Paulistano – São Paulo – SP – Fone: (11) 3815-5566 – [email protected] - www.smartpropaganda.com.br

Impressão: Vox Editora Ltda. – tel (11) 3871-7300Tiragem: 1.500 exemplares

ABIC – Associação Brasileira da Indústria de CaféRua Visconde de Inhaúma, 50 – 8º andarCEP 20091-000 – Rio de Janeiro – RJFone: (21) 2206 6161 – Fax: (21) 2206 6155E-mail: [email protected] - www.twitter.com/abic_cafe

MARKETINGTudo o que é Puro é Melhor

MERCADOCápsulas

Safra 2014

QUALIDADE Centro de Preparação de Café é Recertificado pela SCAA

Melhores Cafés de São Paulo

Concurso Conilon Especial

CULTURAExposição Sobre Design do Café

Show de Bola

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2022

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Manoel Felisberto Cruz de Assis Vice-presidente de Marketing e Comunicação

Pág.06CAPA

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PESQUISA CAFEEIRAUFLA Inaugura a Agência de Inovação do Café

IAC Completa 127 Anos

ENCAFÉCenários para o Brasil

COFFEE BREAKOPINIÃO DO TORREFADOR

Indústrias de Torrefação de Café têm Enormes Desafios pela Frente

Conselho de AdministraçãoTRIÊNIO 2013 - 2016PRESIDENTE

Américo Takamitsu Sato Ind. e Com. de Café Floresta Ltda. - SP

1º VICE-PRESIDENTE

Ricardo de Sousa Silveira Café Cristal Ltda. - MG

VICE-PRESIDENTES

Egídio Malanquini - Vice-Presidente de Relações Institucionais - Vista Linda Ind. e Com. de Cafés Especiais Ltda - ES

Dagmar Oswaldo Cupaiolo - Vice-Presidente Jurídico - Café Lourenço Ind. Com. Ltda. - SP

Lívio Baraúna Assayag – Vice-Presidente de Plane-jamento e Exportação - Ind. de Café Manaus Ltda. – AM

Pavel Monteiro Cardoso Vice-Presidente de Qualidade e Programa de Certifi-cação - Sobesa Indl. de Alim. Santanense Ltda. - BA Manoel Felisberto Cruz de Assis - Vice-presidente de Mar-keting e Comunicação - Mitsui Alimentos Ltda. - SP

Sílvio Aparecido Alves - Vice-Presidente de Tecnologia e Modernização - Grupo 2 Irmãos - PR

Marco Antônio Campos - Vice- Presidente de Adminis-tração e Finanças - Café Itaú Ltda. - MG

Luciano Inácio - Vice-Presidente de Economia e Es-tatística - Cia. Capital de Produtos Alimentícios - RJ

Nilton Luciano dos Santos - Vice-Presidente de PMES, Meio Ambiente e Sustentabilidade - Ind. e Com. de Café Meridional Ltda. - MS

DIRETOR-EXECUTIVONathan Herszkowicz

REPRESENTANTES REGIONAIS

Nordeste - Francisco Leonel Pereira Freire – São Braz S/A Ind. e Com. de Alim. S.A - PB.

Norte - Juliana Vilela Torres - Torres Ind. e Com. Ltda. - AC

Norte/Centro-Oeste - José Iovan Teixeira - Cical Ind. e Com. de Prods. Alimentícios Ltda. - RO.

Sudeste - Vagner Lorenzetti Millani – Torref. Noi-vacolinenses Ltda.- SP.

Sul - Michele Silva Gelsliter - J.J. Mattos Ind.Com. de Café Ltda. - SC

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SAFRA 2014

CENÁRIOS PARA O BRASIL

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TUDO O QUE É PUROMARKETING

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TUDO O QUE É PUROEsse é o mote da campanha de marketing que a ABIC realiza ao longo deste segundo semestre, focada na valorização do café através dos programas de certificação da entidade, com destaque para o pioneiro Selo de Pureza, que completa 25 anos em agosto

É MELHOR

Associar o conceito de pureza, e também de qualidade, aroma e sabor, a emoções genuinamen-te puras, presentes na memória

afetiva das pessoas: puro carinho; pura amizade; puro amor, pura alegria. Essa a base da estratégia da campanha de marketing que a ABIC começa a veicular em diver-sas mídias a partir de agosto e que visa à valorização dos programas de certificação da entidade, com destaque para o Selo de Pureza, lançado há 25 anos e até hoje ativo e consistente. A meta é fortalecer a imagem da marca ABIC como refe-rência no universo do café e cre-dencial de força e confiança para as marcas de café.

Desenvolvida pela Havas Worl-dwide Z+, agência vencedora da li-citação feita pela entidade no início deste ano, a campanha exigirá in-

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vestimentos que poderão chegar a R$ 2 milhões. Esse valor será total-mente custeado pela ABIC, através de verba de seu fundo reserva e da contribuição extra dos associados, iniciada mês passado.

A campanha inclui spot para emissoras de rádio, anúncios em revistas dirigidas ao varejo (como supermercados e panificadoras), e ao público consumidor e inser-ções de vinhetas em monitores de elevadores de edifícios comerciais. Também serão utilizadas platafor-mas digitais e mídias sociais. Entre outros materiais sugeridos estão anúncios em sacos de pão e artes para promoção nos pontos de ven-da, como adesivos, impressos para colocação em carrinhos de super-mercados e woobler.

“Todos os materiais poderão ser disponibilizados aos associa-dos, para que possam aplicar suas marcas e utilizar em suas regiões,

multiplicando localmente a comu-nicação da ABIC”, diz Manoel As-sis, vice-presidente de Marketing e Comunicação da entidade.

Selo de PurezaLançado em agosto de 1989, o

Programa de Controle de Pureza – Café Torrado e/ou Moído, respon-sável pela concessão do Selo de Pureza ABIC, chega neste mês de agosto aos 25 anos ativo e consis-tente. Primeira certificação da área de alimentos e bebidas, sua criação foi uma resposta da entidade aos consumidores que, em meados da década de 1980, vinham abando-nando o hábito por acreditar que o produto puro era exportado e que o brasileiro só consumia café de baixa qualidade, impuros ou com misturas, conforme constatado em pesquisa de opinião.

Nesses 25 anos, o programa do Selo de Pureza resultou na mora-

O consumo anual saltou de 8,5 milhões de

sacas para mais de 20 milhões

de sacas

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lização do mercado e resgatou a credibilidade do produto: o consu-mo anual saltou de 8,5 milhões de sacas para mais de 20 milhões de sacas. Atualmente, participam do programa 459 empresas com 1.148 marcas certificadas.

Único no mundo, o programa tem sua credibilidade garantida por sua estrutura técnica, que não permite vícios ou inf luências externas no monitoramento contínuo das mar-cas no mercado, já que a coleta de amostras é realizada por auditoria independente e a análise feita em laboratórios credenciados. Já são monitoradas pelo programa 75% das marcas produzidas no país, mas a entidade busca sempre que pos-sível ampliar essa cobertura. Isso porque todas as despesas com a ad-ministração do programa, as coletas e as análises são totalmente custe-adas pelas próprias associadas. Este ano, por exemplo, a ABIC ampliou

de 2.800 para 3.500 o número de amostras, um aumento próximo de 22%, o que significou um investi-mento de R$ 966 mil.

Nova GeraçãoA importância do programa do

Selo de Pureza, além da morali-zação do setor, está no fato de ter resgatado os tradicionais consu-midores e incorporado uma nova geração de apaixonados por café, avalia Américo Sato, presidente da ABIC. Aqueles que hoje estão na faixa dos 35 anos cresceram em um novo ambiente marcado, sobretudo, pela inovação, pela oferta de inú-meras marcas, novos blends, novos conceitos de consumo, como as mo-nodoses, e as novas formas de pre-paro. Todo um cenário que leva à experimentação e aguça a curiosi-dade sobre como e onde aquele café foi produzido até chegar à xícara.

O crescimento do mercado, na avaliação de Sato, ocorreu tam-bém pelas parcerias estratégicas conquistadas pela ABIC ao longo

Aqueles que hoje estão na faixa dos 35

anos cresceram em um novo

ambiente marcado,

sobretudo, pela inovação

dos anos com os diversos elos da cadeia do agronegócio, a exemplo dos setores de produção e comercia-lização que, se antes se limitavam aos cafés commodities, passaram a destinar grãos de maior qualidade, e com maior valor agregado, para o consumo interno. Nesse período,

o varejo, principalmente supermer-cadista, aderiu às ações da ABIC e abriu gôndolas e áreas gourmet ex-clusivas para exposição de inúme-ras marcas de diferentes categorias e diversos utensílios afins. Somam--se ainda as mais de 60 mil panifi-cadoras e centenas de casas de café, delicatessens e redes de cafeterias, hoje espalhadas por todo o País, cuja participação no mercado é de extrema importância na divulgação e promoção da qualidade e da cul-tura do café.

Foram também fundamentais no desenvolvimento do mercado as certificações criadas pela ABIC no lastro positivo do programa do Selo de Pureza, avançando em no-vos conceitos: o PQC – Programa de Qualidade do Café, criado em 2004 e que passou a trabalhar o merca-do em categorias de produtos (Tra-dicional, Superior e Gourmet); o PCS – Programa Cafés Sustentáveis do Brasil, lançado em 2006 e que certifica que aquele café foi produ-zido respeitando a sustentabilida-de econômica, ambiental e social, desde a lavoura até a indústria; e o CCQ – Círculo do Café de Qualida-de, lançado em 2007 e que qualifica e certifica os estabelecimentos que promovem os cafés de qualidade.

A ABIC criou também um progra-ma dirigido aos organismos públicos, o NMQ – Nível Mínimo de Qualidade, cujo objetivo é sensibilizar para que, nas licitações, não se use apenas o cri-tério de menor preço. O programa pos-sui um conjunto de sugestões de espe-cificações e procedimentos de análise laboratorial que assegura a aquisição de café de melhor qualidade – ou qua-lidade mínima – nas licitações.

“Quando afirmamos que nos-sa meta é fortalecer a marca ABIC como referência no universo do café, queremos exatamente mostrar a seriedade da atuação da entidade como agência certificadora e pro-motora de ações que visam sempre o maior dinamismo do mercado e o crescimento do consumo”, conclui Manoel Assis.

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MERCADO

Segmento de monodose no Brasil continua

crescendo e se transforma em uma

importante alternativa de negócio para empresas de

todos os portes

terna de cápsulas de café, em caráter temporário, seja pela produção in-terna de cápsulas e sua distribuição. Além disso, há vários investimentos sendo realizados para a construção e operação de fábricas e máquinas de envasamento de cápsulas de café, que atenderão tanto o mercado interno quanto a exportação do produto, no curtíssimo prazo.

A empresa Lucca Cafés Especiais, de Curitiba, por exemplo, já pro-duz há meses as cápsulas DOP, com blends de várias origens brasileiras, e a paulista Café Utam, de Ribeirão Preto, que comercializa a marca Uno, importada da parceira portuguesa Caffa, já estava com as instalações físicas prontas para iniciar a produ-ção das cápsulas brasileiras ainda este ano. A 3corações, por sua vez, que distribui seu sistema exclusivo denominado TRÊS, hoje importado, deve inaugurar ainda no próximo ano uma grande unidade industrial para produzir suas cápsulas. E esses são apenas alguns exemplos.

Américo Sato, presidente da ABIC, diz que o setor vive uma grande opor-tunidade de também transformar o Brasil em plataforma exportadora de café industrializado, reequilibrando a balança do setor, ganhando mercados externos que hoje consomem grande volume de cápsulas e oferecendo blen-ds nacionais e opções com cafés ori-ginados em outros países produtores, o que traz à tona uma antiga discus-são, que é justamente a importação de grãos crus de alta qualidade.

“Neste mercado de monodoses, a composição de blends diferenciados com cafés brasileiros combinados com cafés de outras origens é funda-mental para assegurar diferenciação e preferência de um público consu-midor altamente sensível e exigen-te, que aceita pagar mais caro, mas exige cada vez mais qualidade e ino-vação. Esta importação seguramente seria de quantidades pequenas, que não oferecem qualquer risco para a cafeicultura nacional, mas que tra-zem ao blend certas características somente possíveis com o uso desses grãos”, explica Sato.

A paulista Baggio Café, com sede em Araras, e a capixaba Café Meridiano, de Colatina, são mais duas torrefações que estão in-

gressando no segmento de monodose, no qual já atuam empresas como Café Orfeu, Café 3corações, Café Utam, Café Pilão, Café Seleto, Lucca Cafés Especiais e muitas outras, no cami-nho inovador aberto há muitos anos pela suíça Nespresso e pelas italianas Illy Caffè e Lavazza. Para a ABIC, o interesse despertado por este merca-do, de alto valor agregado e grande potencial de crescimento, confirma que ele já representa uma importante alternativa para empresas nacionais de todos os portes, notadamente as menores, para reposicionarem-se no negócio, oferecendo alternativas ino-vadoras e diferenciadas.

São inúmeras empresas que estão atuando ou entrando no ramo, seja pela importação e distribuição in-

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Novidades Baggio e MeridianoLiana Baggio Ometto, diretora co-

mercial da Baggio Café, diz que o con-sumo das monodoses é uma tendência de mercado que veio para ficar. “O dia a dia corrido dos brasileiros requer pra-ticidade. Com o café em cápsula isso é possível”, completa o diretor industrial da empresa, Clodoaldo Iglezia.

Para atender a esse segmento, a Ba-ggio lançou suas cápsulas em três ver-sões: suave, clássico e intenso. “Vamos oferecer aos clientes, além da pratici-dade, um produto extremamente no-bre, com três opções de torra gourmet. Todas produzidas em nossa torrefação e com controle de qualidade rigoroso. Cada blend é tratado de uma forma es-pecifica, com perfis de torra e moagem diferenciados”, explica Iglezia.

As vendas começaram pelo estado de São Paulo, em lojas na capital e nas cidades de Campinas e Araras. Em bre-ve poderão ser encontradas também em Campo Grande e em Porto Alegre. Além disso, os produtos podem ser en-contrados no site Lombas.com.br.

“Estamos confiantes”, diz Liana Baggio. “Tenho certeza que as pes-soas irão se apaixonar por mais esse projeto. São produtos desenvolvidos com todo o comprometimento e ca-rinho já inerentes a tudo o que fa-zemos. Em breve iremos aumentar o portfólio com novos blends, inclusive com os cafés aromatizados”, antecipa a diretora comercial.

Já a linha Caps, da Café Meridiano, ainda está em fase de teste, mas será lançada ainda neste ano. Os modelos

serão também compatíveis com as má-quinas mais vendidas em todo o mun-do. Os produtos estarão disponíveis em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e no Rio de Janeiro, áreas de atuação da empresa, e também na sua loja on line.

“O Meridiano sempre acompanha as tendências do mercado brasileiro e será pioneira no Estado na produção de cápsulas. Para valorizar o produ-tor rural do país, a matéria-prima será 100% nacional e com grãos de alto pa-drão”, disse o diretor Cleverson Pan-cieri. Para atender a nova demanda, a empresa investiu em um novo torra-dor no valor de R$ 2 milhões que irá garantir a produção que deverá ser de 200 mil cápsulas por mês. A máquina, com tecnologia de ponta, é uma das poucas unidades no Brasil.

Comparando o processo de produ-ção ao dos vinhos, que são cuidado-samente elaborados desde o cultivo até o momento que chegam às taças, a empresa informa que as novas cáp-sulas passarão por todos os procedi-mentos dos cafés especiais. E para que os consumidores mais apaixona-dos por café acompanhem esse histó-rico, um código de barras em 2D (QR code) será colocado nas embalagens da Caps. Ele dará acesso a um site com informações sobre o produto, como, onde e por quem foi produzido o café que será consumido.

Tanto as cápsulas da Baggio Café quanto as da Café Meridiano são acondicionadas em embalagens so-fisticadas, em formato de latas, que protegem os produtos.

“O setor vive uma grande oportunidade de também transformar o Brasil em plataforma exportadora de café industrializado”Américo Sato

As cápsulas da Café Meridiano serão comercializadas em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e no Rio de Janeiro

As três versões da Baggio Café, com três opções de torra: clássico, intenso e suave

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MERCADO

É o que aponta a segunda estimativa divulgada em maio pela Conab. Os próximos levantamentos serão divulgados em agosto, período de plena colheita, e em dezembro, pós-colheita

A Conab – Companhia Nacional de Abastecimento divulgou no dia 15 de maio a segunda estimativa para a produção da safra cafe-

eira em 2014, das espécies arábica e robusta. O levantamento indica que o país deverá colher um volume de 44,57 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Esse resultado é 9,33% (ou 4,58 milhões de sacas) inferior à produção de 49,15 milhões de sacas obtida no ciclo anterior.

O café arábica representa 72,4% da produção total do país. Para a nova safra estima-se que sejam colhidos 32,23 milhões sacas. Esse resultado representa uma redução de 15,81% (-6.051,3 mil sacas). De acordo com a Conab, tal redução se deve à forte estiagem verificada nos primeiros meses de 2014 e à inver-são da bienalidade em algumas re-

SAFRA 2014

Rondônia - 1,62 milhão

Mato Grosso - 169,8 mil

Outros - 113,6 mil

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BRASIL DEVERÁ COLHER 44,57 MILHÕES DE SACAS

ESTADOS PRODUTORES2ª estimativa Conab para a safra 2014 (em sacas)

Minas Gerais - 22,99 milhões

Espírito Santo - 12,20 milhões

São Paulo - 4,233 milhões

Paraná - 545 mil

Bahia - 1,98 milhão

Goiás - 261,8 mil

Pará - 121,7 mil

Rio de Janeiro - 308,4 mil

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CAFÉ BENEFICIADOComparativo de produçãoA tabela abaixo, elaborada pela Conab, mostra a evolução da produção de café no país. Os anos pares correspondem à produção em safras de alta bienalidade.Com o resultado previsto para esta safra de 2014, quebra-se a tendência de crescimento da produção que, desde a safra de 2005 vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade, inclusive ficando abaixo da última safra que foi de baixa.

SAFRA 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Arábica 31,71 23,81 33,01 25,10 35,48 28,87 36,82 32,19 38,34 38,29 32,23

Conilon 7,56 9,13 9,50 10,97 10,51 10,60 11,27 11,29 12,48 10,86 12,33

Total 39,27 32,94 42,51 36,07 45,99 39,47 48,09 43,48 50,82 49,15 44,56

ponde a uma redução de 44.021,2 hectares. Desse total, 341.504,4 hectares (15,06%) estão em forma-ção e 1.926.073,4 hectares (84,94%) estão em produção.

Em Minas Gerais está concentrada a maior área com 1.245.710 mil hec-tares, predominando a espécie ará-bica com 98,89% no estado. A área total estadual representa 53,89% da área cultivada com café no país.

No Espírito Santo está a segunda maior área plantada com a cultura cafeeira, totalizando 488.583 hec-tares, sendo 310.088 hectares com a espécie robusta e 178.495 hectares com a arábica. O Estado é o maior produtor da espécie conilon, com participação de 75,82%.

LevantamentosEste segundo levantamento feito

pela Conab foi realizado no perío-do de 6 a 17 de abril, quando foram visitados os municípios dos prin-cipais Estados produtores (Minas

giões produtoras.Já a produção do café robusta está

estimada em 12,33 milhões de sacas, representando um crescimento de 13,49%. Este resultado se deve, sobre-tudo, à recuperação da produtivida-de, que na safra anterior sofreu com a forte estiagem, e ao crescimento da área em produção, principalmente no Estado do Espírito Santo, maior pro-dutor da espécie robusta.

Com este resultado para 2014, quebra-se a tendência de cresci-mento da produção que, desde a safra de 2005 vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade, in-clusive ficando abaixo da última safra que foi de baixa. Veja no qua-dro abaixo a tabela com a evolução da produção do café no país.

Ainda de acordo com o relatório da Conab, a área total plantada com a cultura de café (espécies arábica e robusta) no país totaliza 2.267.577,8 hectares, 1,90% inferior à área co-lhida na safra passada e corres-

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Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Goiás), que correspondem a 98,3% da pro-dução nacional. Foram realizadas entrevistas e aplicados questioná-rios aos informantes previamente selecionados. De acordo com o re-latório da Conab, apesar deste ano--safra ser de ciclo negativo de bie-nalidade da produção, o resultado desta estimativa é uma produção recorde dentro deste ciclo, resulta-do da melhora dos tratos culturais das lavouras, inf luenciada pela re-cuperação dos preços nos mercados externo e interno.

A CONAB realiza quatro levanta-mentos de campo ao longo do ano safra da cultura, como segue: o 1º levantamento é feito no mês de dezembro, período pós-f lorada; o 2º levantamento ocorre no mês de abril, período de pré-colheita; o 3º levantamento é feito no mês de agosto, período de plena colheita, e o 4º levantamento acontece em de-zembro, época da pós-colheita.

“Após tratamento estatístico dos dados obtidos em campo, são di-vulgadas as quatro previsões para as safras em curso, sinalizando a tendência da produção de café em cada Estado, com o objetivo de per-mitir a elaboração de planejamen-tos estratégicos por toda a cadeia produtiva do café, bem como, a re-alização de diversos estudos pelos órgãos de governo envolvidos com a cafeicultura, visando à criação e implantação de políticas públicas para o setor”, informa a Conab em seu relatório.

A companhia também ressalta que estas previsões iniciais são passíveis de correções e ajustes ao longo do ano-safra, notadamente as duas pri-meiras, visto que informações mais precisas somente se consolidam com

SAFRA 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Arábica 31,71 23,81 33,01 25,10 35,48 28,87 36,82 32,19 38,34 38,29 32,23

Conilon 7,56 9,13 9,50 10,97 10,51 10,60 11,27 11,29 12,48 10,86 12,33

Total 39,27 32,94 42,51 36,07 45,99 39,47 48,09 43,48 50,82 49,15 44,56

a finalização da colheita. “Quais-quer fenômenos climáticos que por ventura tenham ocorrido são detec-tados e estimado o provável efeito, porém, as consequências reais serão efetivamente mensuradas à medida que a colheita avança”.

Para realizar estes levantamen-tos, a Conab conta com a parceria das seguintes instituições estadu-ais: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/IEA/SP); Coordena-doria de Assistência Técnica In-tegral (CATI); Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper/ES); Em-presa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A (EBDA/BA); Secreta-ria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB); Departamento de Economia Rural (Deral/PR); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Esta-do de Rondônia (Emater/RO). Tam-bém são consultados escritórios e técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para obter estatísticas dos demais Estados com menores proporções de produção e para compatibilizar os números globais dos Estados de maior produção.

Com este resultado para 2014, quebra-se a tendência de crescimento da produção que, desde a safra de 2005 vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade

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Inspetor norte-americano verificou

minuciosamente o laboratório em maio,

recomendando a recertificação, que foi concedida em junho e

vale até 2018

CENTRO DE PREPARAÇÃO DE CAFÉ É RECERTIFICADO PELA SCAA

O laboratório do CPC - Centro de Preparação de Café, do Sindica-fé – São Paulo, foi recertificado pela Associação Norte-America-

na de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês). A verificação foi coorde-nada pelo inspetor Phil Johnson, que visitou o laboratório nos dias 26 e 27 de maio. A recertificação foi conce-dida no dia 19 de junho, sendo válida até 18 de junho de 2018. A primeira certificação do CPC pela SCAA acon-teceu em 2009, colocando-o entre os primeiros a obterem tal reconheci-mento no Brasil.

O processo de inspeção inclui todos os itens que constam no regulamen-to para laboratórios filiados à SCAA. “Cabe ao profissional nomeado pela Associação verificar se todos esses itens estão de acordo com os parâ-metros estabelecidos pela entidade”, explicou Phil Johnson. Tanta exi-gência, disse, tem como finalidade garantir a padronização dos labora-tórios filiados e os padrões de qua-lidade dos serviços oferecidos. “Não interessa se o aluno frequentará um curso num laboratório credenciado no Brasil ou no Japão. Todos têm o mesmo padrão de excelência”.

Os parâmetros determinados pelo programa da SCAA e avaliados pelo inspetor são divididos em três par-tes: física, equipamentos e suprimen-tos. Nesta última, por exemplo, está incluída até a cartolina preta usada para classificar café cru, que deve ser fosca e ter 0,62 metros quadra-dos. Nem mais, nem menos. “São muitos itens que compõem cada uma

dessas partes. Eles vão desde a qua-lidade da água, presença de equipa-mentos apropriados e devidamente calibrados até, por exemplo, detalhes a respeito da iluminação. Tudo isso é cuidadosamente verificado”.

Johnson revela que uma das ade-quações mais frequentes indicadas pelos inspetores diz respeito à ilu-minação dos laboratórios. No Centro de Preparação de Café, contudo, este quesito estava totalmente em con-formidade com as determinações da SCAA. “Aqui no laboratório do Sin-dicafé há poucas adequações a serem

Por: Inês Figueiró

QUALIDADE

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feitas. São apenas detalhes relaciona-dos a alguns suprimentos”. Ele citou como exemplo a cartolina preta usa-da na classificação. O tamanho esta-va menor que o indicado pela SCAA.

Desde que foi certificado pela pri-meira vez, o CPC ingressou no seleto grupo de laboratórios altamente quali-ficados para realizar os cursos promo-vidos pela entidade norte-americana e também o exame Q-Grader. Nesse sen-tido, em parceria com a empresa The Fox Bean, dos especialistas Edgar Koh e Márcia Yoko, o Sindicafé passou a realizar cursos preparatórios para essa prova, que reproduzem exatamente a metodologia usada pelo Q-Grader.

A Certificação Q-Grader ocorre em três dias de instruções e três dias de provas que consistem em 22 testes in-dividuais, a fim de se qualificar para a certificação. Os candidatos que não conseguem aprovação podem reto-mar os testes durante o período do curso ou a qualquer momento dentro do prazo de 18 meses.

Difundindo conhecimentoPara Nathan Herszkowicz, 1º vice-

-presidente do Sindicafé – São Paulo,

a recertificação da SCAA faz parte do plano global do Sindicato de garantir a excelência do Centro de Preparação de Café. Ele destaca que a manuten-ção do CPC em consonância com os padrões exigidos internacionalmente o coloca entre os laboratórios mais bem equipados do Brasil. “A recerti-ficação é mais um investimento que fazemos para que o CPC tenha em seu portfólio uma diversidade de cursos, desde os mais básicos até aqueles de mais alta qualificação”.

Os cursos do CPC servem para di-

fundir conhecimentos sobre produção, qualidade e preparação do café torra-do, sendo muito úteis para as indús-trias, notadamente as de menor porte, ou aquelas que desejam inovar e aper-

Nathan Herszkowicz, do Sindicafé-SP, Márcia Yoko, da Fox Bean, o inspetor Phil Johnson, da SCAA, e Rafael Godoy, instrutor do CPC

feiçoar sua linha de produtos. Várias empresas, atualmente, testam seus blends e seus novos produtos atra-vés do CPC, que qualifica sua mão de obra, desde os provadores até os baris-tas e clientes, completa Herszkowicz.

A programação de cursos está sem-pre atualizada, acompanhando as no-vas demandas do mercado e de seus profissionais, a exemplo do novíssimo “Educação Sensorial Avançada para Apreciação de Bebidas & Alimentos”, criado e ministrado pelo consultor e especialista em cafés especiais Ensei Neto, que elegeu o CPC como o labo-ratório mais completo para a realiza-ção desta atividade, diz Herszkowicz. Trata-se de um curso de autoconheci-mento voltado para o aperfeiçoamento das habilidades sensoriais. Ensei em-prega modernos exercícios com forte base científica, para explicar as ori-gens dos sabores e aromas de diversos alimentos e bebidas. Além das aulas expositivas, exercícios práticos e tes-tes sensoriais, uma manhã é reservada para aula externa, quando diferentes experiências sensoriais são vividas pelos alunos. Ministrado durante quatro dias, das 8h30 às 18horas, o curso conta, em cada edição, com um professor convidado, que expõe com detalhes sua especialidade, como vi-nhos, cervejas, azeites e destilados.

Outro curso inovador é realizado em parceria com o administrador de empresas Mário Chierighini Filho, diretor da MCF Consultoria em Café, que tem uma experiência profissional de mais de 30 anos no setor. Trata-se do Curso de Gestão para Indústria de Cafés de Alta Qualidade, destinado a todos que desejam iniciar ou já atuam no mercado de cafés finos, como pro-prietários e gestores da indústria de café, empresários que desejam investir no segmento, dirigentes de cooperati-vas, cafeicultores, baristas, fornece-dores de embalagens e equipamentos para indústria, de máquinas de café e insumos. O curso é ministrado em um único dia, das 9h às 17h.

Confira a agenda completa de cur-sos do CPC na página do Sindicafé – São Paulo na internet: www.sindi-cafesp.com.br.

Várias empresas, atualmente, testam seus blends e seus novos produtos através do CPC

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QUALIDADE

Câmara Setorial de Café anuncia o 13º

Concurso Estadual de Qualidade do Café de

São Paulo

MELHORES CAFÉS DE SÃO PAULO

Os produtores de café de São Paulo já podem se programar para par-ticiparem, por meio de suas coo-perativas, associações e sindicatos

rurais, do 13º. Concurso Estadual de Qualidade do Cafe de São Paulo. Even-to tradicional e um dos mais antigos certames nacionais, que promovem a qualidade dos grãos produzidos no es-tado, o concurso é uma iniciativa da Secretaria da Agricultura e Abaste-cimento, através de seus organismos APTA , CODEAGRO - Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios, em parceria com a Câmara Setorial de Cafe, o Sindicafé – São Paulo, Museu do Café, a Associação Comercial de Santos, ABIC e Instituto Biológico.

O 13º. Concurso Estadual de Quali-dade do Cafe terá no final de outubro a realização, na ACS, das provas ce-

gas por especialistas para a seleção dos 10 melhores lotes de café, nas categorias Cereja Descascado, Natu-rais e Microlote. A divulgação desta lista de finalistas está programada para dia 28 de outubro, seguindo-se o leilão para venda previa desses lo-tes para empresas interessadas e, fi-nalmente, a cerimônia de premiação dos produtores e empresas campeãs, agendada para 12 de novembro.

O Concurso tem sido apontado como importante ferramenta para melho-ria da qualidade dos grãos de café, estimulando as boas práticas que conduzem à qualidade e premiando produtores, indústrias de torrefação, cafeterias e empresas exportadoras, tudo resultado em melhoria do valor agregado do produto e do conceito de qualidade do Cafe de São Paulo.

Várias empresas, atualmente, testam seus blends e seus novos produtos através do CPC

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Certame levará em conta a qualidade e a adequação às boas práticas agrícolas

CONCURSO CONILON ESPECIAL

Os produtores capixabas têm até 26 de agosto para inscrever seus lo-tes no 3º Prêmio Conilon Especial – Concurso Estadual de Conilon

de Qualidade. O concurso tem como objetivo fomentar a produção de coni-lon de qualidade e conta com o apoio do governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura, Incaper e da marca Nescafé.

O prazo de inscrição vale para a ca-tegoria Natural, na etapa municipal e regional, e na categoria Cereja Des-cascado, na etapa estadual. Este ano, o Prêmio Pio Corteletti (dos cooperados Coopeavi) se uniu ao Concurso Estadu-al de Conilon de Qualidade e os melho-res produtores do Espírito Santo rece-berão prêmios no valor de R$ 50 mil.

O concurso levará em conta a qua-lidade das amostras e, ainda, a ade-

quação a boas práticas agrícolas, com base no Código Comum da Comunida-de Cafeeira (4C). Neste ano, a marca Nescafé - pioneira no desenvolvimen-to de ações baseadas no conceito de Criação de Valor Compartilhado na cadeia produtiva de café conilon - co-locará a sua expertise a serviço do concurso e participará da avaliação dos concorrentes no que diz respeito aos parâmetros de sustentabilidade na produção. Serão avaliados os 50 pro-dutores finalistas na etapa estadual.

Além do Governo do Estado, diversas prefeituras são parceiras do 3º Prêmio Conilon Especial - Concurso Estadual Conilon de Qualidade, como as das ci-dades de Cachoeiro de Itapemirim, Cas-telo, Colatina, Vila Valério, e outras, que participarão por meio de concursos que serão realizados regionalmente.

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CULTURA

Forma: objetos do café” é a nova mostra

temporária apresentada no Museu do Café, em

Santos, que aborda a estética dos itens

ligados ao grão desde a torra até a xícara

EXPOSIÇÃO SOBRE DESIGN

DO CAFÉO

Museu do Café, em Santos, apresenta até dia 14 de setem-bro a exposição temporária intitulada “Forma: objetos do

café”. A mostra aborda diferentes maneiras de preparo do produto, desde a moagem e torra do grão até sua infusão, ressaltando as tradu-ções estéticas dos diversos objetos utilizados durante esse processo.

Durante o século XX, correntes da

Fotos: Karina Frey

Nespresso Nuova Simonelli Tifanny Oro

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arquitetura, do desenho industrial e do design começaram a projetar ob-jetos que, além de obedecer a requi-sitos tecnológicos para extração da bebida, possuíssem valor estético em seus formatos, estimulando a percep-ção visual de modo a caracterizar de maneira singular seus produtos.

Com foco nos traços, formas e es-truturas a mostra traz diferentes ob-jetos do acervo relacionados à torre-

fação e moagem manual, utilizados no processo de industrialização e em estabelecimentos comerciais que ser-vem a bebida coada.

A exposição também aborda o uni-verso do cafezinho servido em lojas especializadas e cada vez mais co-mum nos lares, graças à praticidade das cafeteiras elétricas e das cápsulas de ‘espresso’. O visitante poderá ver três tipos de cafeteiras desmontadas e compreender o funcionamento de cada máquina: a cafeteira Globinho, Moka e a Napolitana (essa última, por exemplo, foi criada há mais de 300 anos, em Nápoles, na Itália).

A exposição conta também com uma instalação cênica, com cerca de 200 xícaras, de vários modelos, pen-duradas no teto. Os interessados em se aprofundar mais sobre o tema do design e a história da evolução das máquinas de café, encontrarão no Centro de Preservação, Pesquisa e Referência do Museu, livros especia-lizados no assunto para consulta.

Instituição da Secretaria de Esta-do da Cultura de São Paulo, o Museu do Café fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h. Os ingressos para vi-sitação custam R$ 5,00; estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia--entrada. Aos sábados, a entrada é gra-tuita. Já a Cafeteria do Museu funciona de segunda a sábado das 9h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h. Outras informações estão disponíveis no site www.museudocafe.org.br.

Nuova Simonelli Tifanny Oro Nespresso

A exposição também aborda o universo do cafezinho servido em lojas especializadas e cada vez mais comum nos lares

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SHOW DE BOLA

CULTURA

Esse é o nome do Drinque da

Copa, criado pelo barista

Rogério Rabbit, que encantou os inúmeros

visitantes do Museu do Café,

em Santos, durante o período

do certame da Fifa no Brasil

Depois de mais de 60 anos, a Copa do Mundo voltou ao Brasil. E a ligação do esporte mais famoso com o café vem de longa data. Na

década de 60, os craques Pelé e Gar-rincha foram garotos-propaganda do Instituto Brasileiro do Café (IBC). Na Copa de 82, a seleção brasileira era patrocinada pelo mesmo IBC e jogou a competição com um uma camiseta que trazia um ramo de café ao lado do escudo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Este ano, o Museu do Café, instituição da Secretaria de Es-tado da Cultura, propôs uma progra-mação para manter essa forte ligação.

No dia 24 de maio, data em que se comemorou o Dia Nacional do Café, o Museu realizou a etapa final do concurso cultural “Drinque da Copa”, uma competição para eleger uma nova bebida composta por café e ingredientes brasileiros para ser co-mercializada na Cafeteria do Museu durante o período do Mundial. As apresentações foram realizadas no espaço da Cafeteria e contaram com grande participação do público.

Antes desta disputa final, os com-petidores tiveram um mês para ins-crever suas receitas, e foram ava-liados em diversas categorias, como criatividade visual, conhecimento do

café e de seus métodos de preparo, temperatura da bebida, qualidade do grão, equilíbrio e escolha dos ingre-dientes, entre outros. Após o encer-ramento do envio das receitas, oito baristas se classificaram para a etapa final: Amanda Gomes Ferreira Ribei-ro, Emanuel Nogueira da Silva, João Francisco Sousa, Luany Pelosi Máxi-mo da Silva, Lucca Swan Marchesa-no, Maria Carolina Lazzarini, Rogério Rabbit e Wagner Augusto Leodoro.

Estes finalistas apresentaram seus

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SHOW DE BOLA

drinques no dia 24 de maio para um júri integrado por Edgard Bressani, presidente da Associação Brasileira de Café e Baristas (ACBB) entre 2008 e 2012 e autor do Guia do Barista (Café Editora); Hallyson Ramos, assistente do Centro de Preparação de Café do Museu do Café, e Telma Rodrigues, mixóloga da Nespresso. Junto deles, um representante da plateia, Marcelo Teixeira, foi convidado para integrar o corpo de avaliadores a cada apresen-tação, o que tornou o evento interati-

vo. A avaliação dos aspectos técnicos ficou por conta de Bressani e Hally-son, enquanto a parte sensorial ficou com Telma e Marcelo Teixeira.

Os três finalistasAs disputas foram acirradas. Cada

profissional criou uma bebida nova com ingredientes que remetessem ao Brasil. Dentre os componentes usados, estavam o açaí, o maracujá, o caldo de cana e sorvete, tudo isso aliado ao café preparado nos mais

Detalhes que deram destaque na apresentação de Rabbit: o drinque servido em latinhas de refrigerante na bandeja transformada em campo de futebol

Uma competição para eleger uma nova bebida composta por café

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variados métodos.O barista e bartender Rogério Ra-

bbit optou por um drinque simples, mas que foi suficiente para agradar os jurados, que o elegeram como o grande campeão. Sua mistura levava exatamente as bebidas mais simbóli-cas do país: o refrigerante de guara-ná e o café coado. Nomeada “Show de Bola”, ainda tem um leve toque de laranja, resultando em uma bebida refrescante e perfeita para saborear em um país tropical como o nosso.

O barista Emanuel Nogueira, com seu drinque “Pátria Amada”, ficou na segunda colocação. Sua bebida era composta por café, açaí, gua-raná, molho de laranja e creme de menta e, por pouco, não levou o títu-lo. Já Maria Carolina Lazzarini criou o “Copaccino”, uma bebida à base de geleia de abacaxi, xarope de menta, sorvete de creme, cupuaçu e café ex-presso, o que rendeu a terceira colo-cação para a barista.

Os três primeiros colocados ganha-ram prêmios do Museu e dos apoiado-res do evento, como cafeteira, utensí-lios, equipamentos e cafés gourmet, sendo que Rogério Rabbit, o vence-

1- O barista e bartender com sua placa de 1º colocado no concurso2- Rogério Rabitt prepara o seu drinque3- Os jurados, da esquerda para a direita: Hallyson Ramos, assistente do Centro de Preparação de Café do Museu do Café; Telma Rodrigues, da Nespresso; Marcelo Teixeira, convidado da plateia, e Edgard Bressani, ex-presidente da Associação Brasileira de Café e Barista

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dor, ainda teve o seu drinque “Show de Bola” comercializado na Cafeteria do Museu como grande destaque do cardápio até 13 de julho, data que se encerrou a Copa do Mundo da Fifa.

Drinque campeãoPara Rabbit, ter participado e venci-

do o concurso foi uma grande honra, e a oportunidade de ter seu drinque fazendo parte do cardápio da Cafe-teria do Museu foi uma grande con-quista. “É um privilégio. Ir para um cardápio de um estabelecimento como esse é realmente muito legal. O fato das pessoas terem a oportunidade de experimentar valoriza tudo, não só a minha bebida e o nome do even-to, mas também o Museu”. Segundo o barista, a ideia do concurso, alia-da à chegada da Copa do Mundo no Brasil, foi algo que chamou sua aten-ção e o instigou a se inscrever. “Foi uma iniciativa bacana pra divulgar a

instituição. Foi uma coisa bem feita, bem pensada, bem elaborada. Eu tive vontade de participar desde o início. Queria ter uma bebida com café e que fosse inusitada ao mesmo tempo, algo diferente do que todos estão acostu-mados, e o ‘Show de Bola’ é assim, as pessoas bebem ela gelada, o que causa

gião etc.”. Além do café, preparado no método coado Hariov60, o barista utilizou guaraná “da nossa imensa e rica floresta amazônica criando as-sim um refrigerante de café, intenso, mas muito refrescante com zest de casca de laranja e muito gelo”. Deco-rou o drinque com folhas do cafeeiro e serviu em latinhas de guaraná que seriam descartadas, pintadas a mão, uma a uma, pelo amigo Bruno Arena, fazendo referência aos 5 títulos mun-diais de futebol da seleção brasileira.

O café escolhido por Rabbit foi um microlote especial do Sul de Minas, produzido pelo cafeicultor Paulo Sér-gio de Almeida na Fazenda Santa Tere-zinha, em Paraisópolis. Trata-se de um café orgânico Natural, variedade ará-bica Mundo Novo, certificado pelo IBD e cultivado a 1.200 metros de altitude. O café foi torrado por Leo Moço, atual barista campeão brasileiro, na sua bu-tique Barista Coffee Bar, em Curitiba.

estranheza, mas depois cai no gosto de quem tomar”, finaliza.

Rabbit diz ter criado uma bebida simples e “fácil de ser reproduzida em qualquer lugar e por qualquer pessoa independente da idade, sexo, reli-

Rabbit diz ter criado uma bebida simples e “fácil de ser reproduzida”

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PESQUISA CAFEEIRA

Objetivo é integrar em um mesmo

espaço físico as iniciativas voltadas ao desenvolvimento de inovações para o

setor cafeeiro

UFLA INAUGURA A AGÊNCIA DE

INOVAÇÃO DO CAFÉ

Mantendo a tradição e o pionei-rismo na área de cafeicultura, a Universidade Federal de Lavras (Ufla) - instituição participante

e co-fundadora do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café – inaugurou dia 27 de julho a Agência de Inovação do Café - InovaCafé. Vin-culada à Pró-Reitoria de Pesquisa e sediada no campus da Universidade, a InovaCafé vai integrar em um mesmo espaço físico as iniciativas voltadas ao desenvolvimento de inovações para o setor cafeeiro, por meio da interação de profissionais e estudantes em pro-jetos de ensino, pesquisa e extensão.

A Agência é fruto da articulação do Polo de Excelência do Café, Secreta-ria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais – Sectes, Ufla e Ministério da Educa-ção (MEC), contando com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de Minas Gerais (Fa-pemig). A viabilização da nova Agên-cia também contou com a participação do Consórcio Pesquisa Café e INCT--Café, que nesse momento financiam outros investimentos necessários ao

Ato inaugural da InovaCafé

Por: Cibele Aguiar – UFLA / Fotos: Ascom UFLA

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seu funcionamento.O novo espaço passa a integrar ini-

ciativas do Setor de Cafeicultura da Ufla, o Polo de Excelência do Café, o Instituto Nacional de Ciência e Tecno-logia do Café (INCT-Café), Polo de Tec-nologia em Pós-Colheita do Café, Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Centro Tecnológico de Comercializa-ção Online de Café (e-Café Brasil), e o Centro de Inteligência em Mercados (CIM), que inclui o Centro de Trainee em Mercados e o Bureau de Informa-ção e Desenvolvimento do Café.

Também fazem parte da agência a coordenação institucional do Consór-cio Pesquisa Café, a Unidade de Torre-fação de Café, o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), a secretaria ad-ministrativa da Revista Coffee Scien-ce, a Unidade de Difusão Virtual de Tecnologias – Café Web TV, o Centro de Armazenamento e Controle de De-fensivos Agrícolas e o Laboratório de Análises Avançadas e Biotecnologia.

A Agência de Inovação do Café bus-

ca integrar o governo, as universida-des e o setor empresarial, consideran-do as condições estruturais de uma aliança estratégica para elevar a com-petitividade da cafeicultura brasileira. A ideia principal da Agência é esta-belecer mecanismos de cooperação entre todas as instituições agregadas, visando à utilização compartilhada dos recursos materiais, bem como a formação e capacitação de recursos humanos.

A InovaCafé vem ampliar a estru-tura dedicada ao ensino, pesquisa e extensão em cafeicultura na UFLA, incluindo laboratórios já existentes, infraestrutura pós-colheita, casas de vegetação e experimentos de cam-po. O novo prédio possui aproxima-damente 1.500 metros quadrados de área construída em três pavimentos, incluindo salas dos projetos e labo-ratórios multiusuários. A construção teve um investimento de mais de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,2 milhão repas-sado pela Finep, por meio da Sectes e

o restante de contrapartida da Ufla, com recursos do MEC.

Nova etapaPresente à cerimônia de inaugura-

ção da agência, o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-rior, Nárcio Rodrigues, reforçou a im-portância da cafeicultura para Minas Gerais e considerou a criação da Ino-vaCafé como o coroamento do esforço e excelência da Ufla na temática Café. Em sua avaliação, a universidade tem a competência instalada para, junta-mente com seus parceiros, transfor-mar pesquisa e tecnologia em soluções para a produção de café de qualidade e o desenvolvimento de produtos com-petitivos para o mercado.

Para o reitor da Ufla, professor José Roberto Scolforo, o café, que sempre foi uma cultura de destaque entre as linhas de pesquisa da Universida-de, em razão de sua importância so-cial e econômica, agora passará para uma nova etapa, visando, sobretudo, à inovação para a agregação de valor ao produto. Scolforo enfatizou a im-portância de fortalecer a visão empre-endedora da Universidade, resultado da relação entre ciência e mercado, o que permite levar o conhecimento além das prateleiras das bibliotecas, com impactos positivos na qualidade de vida da sociedade.

Para ilustrar a importância do café para a Ufla, o presidente do Conse-lho de Administração do InovaCafé, professor Rubens José Guimarães, traçou um resgate das iniciativas da Universidade desde a década de 1950, quando foi plantada a primei-ra semente de cafeeiro e iniciados os primeiros experimentos. Outras mar-cas: a primeira dissertação de Mes-trado da UFLA, com o tema café, em 1966; a criação do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – Necaf, em 1994; o lançamento da Expocafé, em 1998; a criação da primeira revista científica especializada em cafeicultura – Co-ffee Science, em 2006; a criação do Polo de Excelência do Café, em 2008, e a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT--Café), em 2012.

O Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, e o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, brindam com professores e profissionais do setor a inauguração da Agência de Inovação do Café

Autoridades, professores, alunos e convidados prestigiaram a cerimônia de inauguração

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PESQUISA CAFEEIRA

Responsável por 90% das cultivares

de café arábica plantadas no país, o

Instituto Agronômico é pioneiro e referência

secular na pesquisa de café no Brasil

IAC COMPLETA

127 ANOS

Que o Brasil teve seu processo de desenvolvimento e identidade na-cional influenciados pela cultura do café do século XIX até meados

do século XX, não é novidade. O que provavelmente poucos sabem é que esse papel histórico-cultural foi possí-vel graças à colaboração de pesquisa-dores e demais servidores do Instituto Agronômico – IAC – de Campinas, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Em-brapa Café. Tendo como diretor geral o engenheiro agrônomo Sérgio Augusto Morais Carbonell, o Instituto Agro-nômico tem suas pesquisas de café coordenadas pelo Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegó-cio do Café “Alcides Carvalho”, com

apoio do Centro de Recursos Genéti-cos Vegetais e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica, ambos do IAC.

Pesquisas realizadas pelo IAC na área de café, com foco no desenvol-vimento de cultivares, adequação de adubação, espaçamentos, densidade populacional, sistemas de podas e ir-rigação, dentre outros, foram funda-mentais para o estabelecimento da base tecnológica para a modernização da cafeicultura brasileira. De forma direta ou indireta, essas pesquisas contribuíram significativamente para a cafeicultura brasileira ser o que é hoje, altamente produtiva e conside-rada uma das melhores do mundo.

Para ter ideia da importância histórica

Por: Flávia Bessa – Embrapa Café Fotos: Arquivo IAC

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e atual do Instituto, as cultivares Mundo Novo e Catuaí, desenvolvidas pelo IAC, são alicerces e carros-chefe da cafeicul-tura brasileira e representam cerca de 90% dos cafeeiros arábicas cultivados. As duas se adaptam a diversos sistemas de produção em praticamente todas as regiões produtoras. Além dessas, desde sua criação, o Instituto desenvolveu 65 cultivares de café arábica.

“Apesar das dificuldades relaciona-das a recursos financeiros, pessoal de apoio e pesquisadores, pelas quais pas-samos nos últimos anos, nossa pesqui-sa se mantém ativa e mostra resultados excelentes a cada ano. Temos o mais antigo programa de pesquisa cafeeira do Brasil, ao mesmo tempo moderno, pois estamos em contínuo processo de

evolução e adequação às novas deman-das”, diz o diretor do Centro de Café do IAC, Gerson Silva Giomo.

Entre as contribuições do IAC, pode--se destacar: cultivares resistentes à ferrugem, trabalhos com adubação do solo que viabilizaram o cultivo do café no Cerrado e em processamento pós--colheita - que incluem o desenvolvi-mento do processo cereja descascado e de tecnologia para café despolpado - e estudos pioneiros em secagem, colhei-ta mecanizada, fisiologia do cafeeiro,

preparo do solo, arborização, melho-ramento genético, armazenamento de sementes e grãos, agroclimatologia - que trouxe grande contribuição ao zoneamento climático - zoneamento agrícola, orientações para a mitiga-ção dos efeitos do aquecimento global, análises químicas do solo, folhas e se-mentes, fertilização química, enxertia, taxonomia e evolução das cultivares e espécies de Coffea spp, e melhoria da qualidade do produto com o enfoque da produção de cafés especiais.

Segundo Giomo, no início dos anos 1950, o IAC realizou os primeiros es-tudos sobre a adaptação de cafeeiros às diversas condições climáticas, incluin-do a microclimatologia relacionada a conceitos e métodos de defesa de gea-das. “Hoje, o IAC conta com um acervo de informações meteorológicas de mais de cem anos. A contribuição do Ins-tituto nessa área contempla o zonea-mento climático para a cafeicultura no estado de São Paulo, modelos agrome-teorológicos para a previsão de safra, estudos do efeito do clima na fisiologia dos frutos, bem como estudos de ações mitigadoras do efeito do aquecimento global sobre a cafeicultura”, salienta.

A fachada do Instituto Agronômico

Essas pesquisas contribuíram significativamente para a cafeicultura brasileira ser o que é hoje

CONTRIBUIÇÕES DAS PESQUISAS

Cultivares de Café - O extenso pro-grama de genética e melhoramento do cafeeiro do IAC, desde 1932, já desen-volveu, selecionou, lançou e recomen-dou para plantio, inúmeras cultivares de café para as mais diversas regiões cafeeiras do estado de São Paulo, do Brasil e de outros países produtores de arábica. Entre elas, destacam-se as cultivares Catuaí Vermelho (IAC 99 e IAC 144), Catuaí Amarelo IAC 62, Mundo Novo (IAC 388-17, IAC 379-19 e IAC 376-4), Acaiá IAC 474-1, Icatu Vermelho IAC 4045, Icatu Amarelo IAC 2944, Icatu Precoce IAC 3282, Bourbon Vermelho IAC 662, Bour-bon Amarelo (IAC J9, IAC J10 e IAC J20), Ibairi IAC 4761, Laurina IAC 870, Obatã IAC 1669-20, Ouro Verde IAC H5010-5, Caturra Vermelho IAC 477, Caturra Amarelo IAC 476, Tupi IAC 1669-33, IAC 125 RN, IAC Obatã 4739 e Apoatã IAC 2258 (porta enxerto).

Fertilidade e Adubação - Os traba-lhos pioneiros de correção e adubação que permitiram a expansão do culti-vo do café em solos de Cerrado foram realizados pelo IAC em experimentos na região de Batatais, em ambiente típico de Cerrado no Estado de São Paulo. Pesquisas realizadas nessa re-gião entre 1958 e 1969 com a cultivar Mundo Novo IAC 379-19 indicaram a viabilidade técnica e econômica do cultivo do cafeeiro arábica em solos de baixa fertilidade natural, mediante a aplicação racional de calcário e fer-tilizante químicos. O experimento foi alvo de incontáveis excursões de inte-ressados, de todas as regiões do País, que, nos anos seguintes, iniciaram o plantio de café nos “solos de Cerrado” da região Mogiana Paulista, e, pos-teriormente, ocuparam com sucesso outras áreas tidas como improdutivas das regiões de Minas Gerais e outros Estados vizinhos. O desenvolvimento da cultura do café em áreas de Cerra-do, com topografia tipicamente plana, incentivou o desenvolvimento de uma cafeicultura 100% mecanizada e alta-mente tecnificada, com sensível redu-ção do custo de produção.

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Colheita Mecânica – Na década de 1970, o IAC foi responsável pelos primeiros estudos com colheita me-cânica do café. Na época, o Instituto importou e adaptou para a colheita de café uma colhedeira mecânica de ce-rejas. Mais tarde, o projeto foi trans-ferido para a iniciativa privada, que o melhorou e validou o equipamento, e acabou lançando a primeira colhe-deira de café do mundo. Além de a colheita mecanizada permitir maior rapidez, estima-se que pode reduzir cerca de 40% dos custos de produção.

Pioneirismo também na Poda do Café – Para gerar alternativa de bai-xo custo para revigorar a planta, es-tudos feitos no IAC contribuíram para o estabelecimento da poda racional do cafeeiro, que recupera a lavoura e via-biliza nova colheita em dois anos. Para renovar o cafezal com novos cafeeiros, o custo gira em torno de R$ 9 mil a R$ 13 mil por hectare e, além disso, nova colheita é feita somente depois de qua-tro anos. No caso da poda, os custos são menores e variam de acordo com o tipo de poda, idade da planta e estado nutricional e vegetativo da lavoura.

Sistema de plantio em renque ou adensado – Essa tecnologia é utili-zada em pelo menos 95% das áreas mecanizáveis de café e viabilizou a

mecanização total da lavoura, pois favorece a racionalização dos tra-tos culturais e redução dos custos de produção. Consiste em colocar uma planta por cova, com distân-cia de 0,50 m a 1 metro na linha de plantio, variando de 2 m a 4 m o espaço entre as linhas, totalizan-do, por hectare, de 2500 a 10 mil plantas. No sistema tradicional, são usados espaçamentos largos e utilizadas duas plantas por cova, resultando em 2 mil plantas por hectare. Os estudos de número de plantas e disposição de plantas na cova, bem como os tratos culturais, foram fundamentais para o estabe-lecimento do plantio em renque.

A partir de 1997, com a criação do Consórcio Pesquisa Café, as pesquisas com café conduzidas no IAC ganha-ram novo impulso. Confira algumas pesquisas e tecnologias geradas pelo IAC com o apoio do Consórcio:

Genoma Café - Na área de pesqui-sas biológicas, um fato marcante a partir da constituição do Consórcio foi a participação efetiva de pes-quisadores do IAC e de Unidades da Embrapa no Projeto Genoma Café, que, numa primeira fase, desenvol-veu o sequenciamento do genoma café, resultando na construção de um banco de dados com mais de 200 mil sequências de DNA. Isso permi-tiu a identificação de mais de 30 mil genes, responsáveis pelos diversos mecanismos fisiológicos de cresci-mento e desenvolvimento do cafe-eiro. Atualmente as pesquisas são dirigidas à análise das sequências agregando-lhes função por meio de trabalhos de identificação de mar-cadores moleculares e de promotores gênicos para dar continuidade ao melhoramento genético do cafeeiro. Há expectativas de ocorra ref lexos na redução do custo de produção, na

NOVO IMPULSO,NOVAS TECNOLOGIAS

Sérgio Augusto Morais Carbonell, diretor geral do IAC

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registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - Inpi.

Novas cultivares de café – O Con-sórcio apoiou e financiou o processo final de seleção de mais cinco cul-tivares desenvolvidas pelo IAC: Tupi IAC 1669-33, Obatã IAC 1669-20, IAC 125 RN, IAC Obatã 4739 (Obatã Ama-relo) e IAC Ouro Verde. Todas têm boas características agronômicas, como alta produtividade, porte baixo e ótima qualidade. Essas cultivares têm produtividade média de 50 sacas de café beneficiado/ha em áreas irri-gadas. Nas regiões não irrigadas suas produtividades variam de 30 a 45 sa-cas por hectare. A Tupi RN IAC 1669-13 é a mais precoce de todas, seguida da Ouro Verde IAC H 5010-5, que têm maturação média e, por último, a IAC Obatã 4739 e Obatã IAC 1669-20, que são de média a tardia. Com essa dife-rença de maturação, o produtor pode colher o café em períodos diferentes, o que permite distribuir melhor a colheita e diminuir a quantidade de

proteção ambiental e no incremento de produtividade das lavouras, com melhoria da qualidade da bebida e da competitividade do produto.

Sistema para expressão dirigida de genes em raízes e em tecidos fo-liares - O IAC desenvolveu, em par-ceria com a Embrapa Café e com a Unesp-Botucatu, dois sistemas para transformação de plantas, median-te uso de informações geradas pelo Projeto Genoma, que permitem a introdução de genes em tecidos fo-liares e em raízes de cafeeiros. O sistema consiste em dois promotores obtidos de plantas de café que per-mitem direcionar e controlar a ex-pressão de genes a eles associados: o Promotor CalsoR, que atua nas folhas, e o Promotor Caperox, que age nas raízes em resposta a um es-tímulo externo. A técnica também pode ser usada para o melhoramen-to de várias espécies vegetais de in-teresse econômico, além do café. As tecnologias têm pedidos de patentes

Esse esforço de pesquisa já permitiu a produção de trabalhos clássicos da literatura agronômica brasileira sobre o produto, gerando soluções para os mais diversos segmentos da cadeia produtiva do café, não só no País, mas também em países da América Central e Latina.

Você sabia?

O programa de melhoramento genético do cafeeiro do IAC foi estabelecido em 1932, acumulando até agora 82 anos de ininterruptas pesquisas e atividades de desenvolvimento tecnológico para a cafeicultura brasileira.

Atualmente o Centro de Café “Alcides Carvalho” é formado por uma equipe multidisciplinar de cientistas envolvidos em inúmeras atividades de pesquisa e desenvolvimento e de trans-ferência de tecnologia. O Centro de Café coordena o Programa Café do IAC com apoio de outros Centros de Pesquisa do IAC e de outras unidades de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

O Instituto Agronômico foi criado em 27 de junho de 1887 pelo Imperador do Brasil, Dom Pedro II, com o objetivo primeiro de assistir tecnicamente ao desen-volvimento da cafeicultura nacional, que estava em decadência naquela época. Portanto, pode-se dizer que o IAC tem suas raízes no café, desde a origem.

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mão de obra empregada. Três culti-vares são resistentes à principal do-ença foliar do café: a ferrugem (Obatã IAC 1669-20, IAC Obatã 4739 e Tupi RN IAC 1669-13) e podem dispensar a aplicação de defensivos agrícolas destinados ao controle químico da doença. Essas cultivares são reco-mendadas para plantio em todas as regiões produtoras de café do Brasil.

Genes responsáveis pela qualidade do café arábica – É outra pesquisa desenvolvida pelo IAC no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, e ainda com financiamento também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp, que tem forneci-do também subsídios para pesquisas de melhoramento genético do cafeei-ro. O estudo verificou que boa par-te dos genes expressos na espécie de café arábica parece ser proveniente de Coffea eugenioides, uma espécie pouco usada nos programas de me-lhoramento genético do café e sem qualquer uso comercial. As pesqui-sas inéditas identificaram genes po-tenciais responsáveis pela qualidade do café e comprovaram também que a melhor qualidade do Arábica se dá pela maior expressão de genes da produção de açúcares encontrados em seu material genético.

Café naturalmente sem cafeína – O estudo com o cafeeiro descoberto pelo IAC permitirá que amantes do bom cafezinho com sensibilidade à cafeína possam vivenciar a paixão pela bebida, sem que tenha havido nenhum processo químico de ex-tração da cafeína. Os pesquisadores estão realizando testes em plantas cujo teor da substância é de apenas 0,07%, ou seja, 10 vezes menos que o café consumido habitualmente, da espécie Coffea arabica. Mudas clonadas obtidas por estaquia ou cultivo in vitro de matrizes selecio-nadas em função de sua superiori-dade agronômica, como produção de frutos e resistência aos princi-pais agentes bióticos da cultura, encontram-se em ensaios de campo desde 2007. A nova cultivar de café

naturalmente sem cafeína, denomi-nada IAC 045125, ainda em pesqui-sa, foi obtida a partir de genótipos conservados no Banco Ativo de Germoplasma - BAG de Coffea ara-bica mantido pelo IAC e foi prote-gida pelo Ministério da Agricultura em 2011. O acesso foi introduzido no Banco do IAC a partir de plantas originárias da Etiópia vindas de um centro de pesquisa da FAO na Costa Rica. Os estudos têm o objetivo de gerar produto com valor agregado, sem os custos da descafeinização química e com a preservação do sa-bor e aroma natural do café.

Banco de germoplasma do IAC – O Instituto mantém o maior e mais an-tigo Banco de Germoplasma – BAG de café do país, com 5.451 registros. Com essa diversidade, contribui para significativos resultados na pesquisa cafeeira há 80 anos. Os trabalhos de caracterização morfológica, agronô-mica, química e molecular feitos com os materiais genéticos mantidos nos Bancos de Germoplasma são contínu-os, bem como a introdução de novos acessos por meio de intercâmbio de registros com bancos de instituições nacionais e internacionais. Todo esse esforço garante resultados efetivos, com precisão quanto à cultivar de café desejada. Além da contribuição científica, fundamental para o avan-ço das pesquisas de melhoramento genético do café, o Banco de Germo-plasma do IAC preserva diversas es-pécies em Campinas e Mococa (SP). A coleção mantida pelo Centro de Café Alcides Carvalho do IAC é formada por cerca de 30 mil cafeeiros perten-centes às espécies Coffea arabica, C. canephora, C. congensis, C. eugenio-ides, C. liberica, C. racemosa, C. sal-vatrix, C. kapakata, C. stenophylla, C.millotii, C. sessiliflora, C. hetero-calyx, C. humilis, C. anthonii, Psi-lanthus ebracteolatus e P. travanco-rensis. Reúne grande diversidade de mutantes, formas botânicas, varieda-des exóticas e introduções oriundas dos centros de origem e de diversi-ficação de C. arabica e C. canephora, principais espécies cultivadas.

As tecnologias têm pedidos de patentes registrados

no Instituto Nacional da Propriedade

Industrial - Inpi.

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As perspectivas políticas e

econômicas para o próximo governo serão apresentadas

no Encafé por Pedro Parente

CENÁRIOS PARA

O BRASIL

ENCAFÉ

Quais os principais desafios que o governo brasileiro deverá en-frentar nos próximos quatro anos? Quais as perspectivas

políticas e econômicas? Esses as-suntos serão tratados na palestra que o consultor Pedro Parente fará no Encafé, maior evento das indús-trias de café, promovido pela ABIC e que em sua 22ª edição será reali-zado de 19 a 23 de novembro no re-sort Enotel, em Porto de Galinhas, no litoral sul pernambucano.

O Encafé deste ano tem como tema central O Desafio da Modernização e Inovação, quando serão analisadas as grandes mudanças que estão ocor-rendo no comportamento dos consu-midores, com o lançamento de novos produtos, em um ambiente de saudá-vel disputa entre os cafés filtrados e os cafés porcionados (sachês, cáp-sulas). Por isso é importante que os industriais tenham uma ampla visão sobre as tendências econômicas e po-líticas do país, que será apresentada por Pedro Parente na manhã do dia 20, para que assim possam melhor conduzir seus negócios.

A programação contará com pai-néis e palestras, apresentação de ca-sos de sucesso, além de workshops e outras atividades práticas, em um ambiente de troca de informações e reciclagem de conhecimentos e atualização. Haverá espaço e tempo para se analisar temas como marketing, questões pon-tuais do mercado com relação a abastecimento, qualidade e canais de distribuição. E mais uma vez, o evento contará com a Exposição de Máquinas, Equi-pamentos, Produtos e Serviços, que permite aos participantes um contato direto com as equi-pes técnicas das empresas do se-tor, que estarão apresentando a mais moderna tecnologia para a indústria de café.

GRANDE EXPERIÊNCIANatural do Rio de Janeiro e enge-

nheiro formado pela Universidade de Brasília (UnB), Pedro Parente, 61 anos, é um executivo com 43 anos de carrei-

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ra, sendo 32 anos no setor público e os últimos 11 anos no setor privado. Uma vasta experiência em áreas tão diver-sas, que o qualifica para apresentar esta palestra no Encafé, em que traçará as perspectivas para o País.

Atualmente, Parente é sócio do grupo de empresas PRADA de gestão financeira e consultoria empresarial; presidente dos Conselhos de Admi-nistração da BMF&Bovespa e do Grupo ABC; chairman do Conselhos da empresa SBR-Global e do Arlon Latin America Private Equity Fund, e membro do Conselho de Adminis-tração da Continental Grains Corpo-ration, sediada em Nova York (EUA).

Até abril deste ano, Parente foi CEO

e presidente da Bunge Brasil, uma das principais empresas do agronegócio e alimentos do País, líder em origina-ção de grãos e processamento de soja e trigo e na fabricação de produtos alimentícios. A empresa também atua também no segmento de açúcar e bio-energia, sendo a terceira maior expor-tadora brasileira e a primeira do agro-negócio. Em seu período à frente da Bunge, iniciado em janeiro de 2010, Parente integrou todas as operações no país e liderou um processo de tur-naround que levou os resultados dos negócios no Brasil para a liderança da Bunge em todo o mundo.

Também no setor privado, entre 2003 e 2009 Pedro Parente exerceu o cargo de vice-presidente executivo do Grupo RBS, empresa multimídia com operações de mídia de massa nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e de outras mídias em todo o território nacional. Obteve expressivos resultados empresariais durante a sua gestão, especialmen-te na área financeira e de sistemas de gestão. Como executivo de uma grande empresa familiar, Parente agregou um abrangente conhecimen-to do processo de profissionalização e institucionalização de empresas com

a Assembleia Nacional Constituinte de 1988 e diversos estados da Federação.

Foi Ministro de Estado entre 1999 e 2002 do governo do presidente FernandoHenrique Cardoso, onde ocupou as pastas do Planejamento (1999) e da Casa Civil (1999 a 2002). Durante esse período destacam-se a sua atuação como coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia de 2001/02 e como líder da equipe de transição para o Governo do Presidente Lula.

Entre 1995 e 2002, Parente foi o Se-cretário Executivo do Ministério da Fazenda, quando o ministro era Pedro Malan. Nesse período, dentre outras relevantes atuações, liderou o pro-cesso de renegociação da dívida dos estados e municípios e o programa de estímulo à privatização das distribui-doras/geradoras e bancos estaduais, que foram fundamentais para o sane-amento das contas públicas no Brasil.

Em 1993/04, foi consultor do Fundo Monetário Internacional, baseado em

Washington/DC. Realizou missões de assistência técnica a mais de uma dezena de países em todo o Mundo, especialmente do Leste Europeu – in-cluindo países da antiga União Sovi-ética – e América Latina. De 1985 a 1992, Parente ocupou diversas posi-ções nos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Ele iniciou sua carrei-ra no setor público em 1971, quando ingressou no Banco do Brasil e em 1973 transferiu-se para o Banco Cen-tral, onde permaneceu até 1984.

INSCRIÇÕESNão deixe para se inscrever na

última hora. Garanta já a participa-ção da sua empresa.

A taxa de inscrição inclui: pasta e materiais de trabalho, participação em todas as atividades, e transporte do aeroporto internacional de Reci-fe ao Enotel, no dia 19/11, e retorno do hotel ao aeroporto, no final do evento, dia 23/11.

Todas as informações estão no site da ABIC (www.abic.com.br), onde também está a ficha de inscrição. No caso de dúvida, consulte a ABIC pelo telefone ( 21) 2206 – 6161.

esse perfil societário.No setor público, Parente ocupou

diversos cargos na área econômica do governo. Foi também consultor do Fun-do Monetário Internacional e de insti-tuições públicas no País, entre as quais

Uma vasta experiência em áreas tão diversas, que o qualifica para apresentar esta palestra no Encafé

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COFFEE BREAK

ESTÍMULO À HONESTIDADEPesquisa publicada no Journal of Applied Psycho-

logy e realizada por professores da área de negócios das universidades de Washington, do Arizona e da Carolina do Norte, mostra que uma xícara de café au-xilia que os funcionários resistam ao apelo para agir de forma antiética.

Para os pesquisadores, dormir pouco parece ser o “ga-tilho” para comportamentos antiéticos no trabalho. A so-nolência deixa as pessoas mais suscetíveis a influências sociais, como acatar o pedido do chefe para fazer alguma tarefa desonesta. E é aqui que entra o café: uma xícara da bebida teria a capacidade de controlar a tentação de

CAFÉS AVIAÇÃOA tradicional empresa mineira Laticínios Aviação, muito co-

nhecida pela sua manteiga, acaba de entrar no mercado de café. Industrializado pela Café Pacaembu, uma das mais modernas torrefadoras de São Paulo, o Café Aviação, que tem a certifica-ção Superior, da ABIC, está sendo comercializado em embala-gens a vácuo de 500 gramas. Segundo Roberto Resende Filho, diretor da Aviação, a disponibilidade de matéria-prima e a qua-lidade da colheita na região – feita em fazendas da família e de parceiros, no sudoeste de Minas Gerais – facilitaram a decisão de entrar neste segmento.

A empresa informa ter investido mais de R$ 600 mil em pesqui-sas, com o objetivo de industrializar até 150 toneladas por mês. Além da manteiga – e agora do café –, o portfólio da Laticínios Aviação inclui queijos, requeijão, achocolatado e doce de leite. Em 2013, a Aviação faturou R$ 151 milhões e aposta em cres-cimento de até 15% a partir deste lançamento. Eles também já avaliam lançar o café em grãos para máquina de café ‘espresso’.

se aceitar atitudes desonestas. A cafeína estimula o auto-controle e ajuda a fortalecer a força de vontade de quem está cansado e sonolento.

Os professores concluíram que manter um código de conduta para funcionários pode não ser suf i-ciente em um ambiente com cada vez mais pessoas dormindo menos do que a recomendação de médi-cos e fazendo expedientes de trabalho mais longos.

Além de mais máquinas de café nas empresas, salas de soneca, promoção de intervalos e desestímulo a horas extras são algumas das sugestões dos pesqui-sadores para as empresas.

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CERVEJA ARTESANAL COM CAFÉDuas bebidas apreciadas pelos bra-

sileiros estão juntas em uma saborosa parceria firmada entre a cerveja artesa-nal Dama Bier e o Café Morro Grande. Trata-se da Dama Fellas Imperial Coffee IPA, que acaba de chegar ao mercado.

Na composição, 9% de álcool e grãos do Café Gourmet Morro Grande – Perfet-to Espresso. A cerveja apresenta 90 IBU (International Bitterness Unit – Unidade Internacional de Amargor), em uma es-cala que vai de 0 a 120, enquanto as cer-vejas tradicionalmente encontradas nos bares brasileiros tem IBU entre 9 e 15.

De acordo com Rodrigo Ueno, colu-nista do blog Senhora Mesa e convida-do especial do evento de lançamento do novo rótulo da Dama Bier em Piracica-ba (SP), na Dama Fellas Imperial Coffee IPA o café passeia de forma equilibra-da, levando toques cítricos ao aroma e sabor da cerveja. A cerveja artesanal que leva grãos do Café Morro Grande foi desenvolvida em parceria com as cervejarias Süd Brau (Bento Gonçal-ves-RS) e Bodebrown (Curitiba-PR) e ainda contou com a participação dos cervejeiros Greg Murer (Bélgica), Chris Kirk e Tyler Joyce (Estados Unidos).

A temperatura ideal para se consumir essa cerveja é entre 4 e 8ºC. Para harmonizar, a empresa aposta nos de-fumados em geral, nas sobremesas à base de chocolate e/ou frutas e nos queijos duros.

Foto: Rodrigo Ueno

CAFÉS SUSTENTÁVEISPatrocinado pelo Programa Café Sustentável (SCP,

na sigla em inglês) e elaborado pela P&A Marketing Internacional, já está à disposição do mercado um Guia Prático de Linhas de Crédito para Promoção da Sustentabilidade dos Produtores. O Guia apresenta de maneira prática e acessível, uma seleção das princi-pais linhas de crédito disponíveis no Brasil, e que são apresentadas de acordo com o foco: Ambiental, Social, Econômico ou Regional.

O produtor que deseja ter um equilíbrio em sua pro-dução precisa cuidar dos pilares da sustentabilidade, e adequar a propriedade demanda investimentos e exige crédito disponível para isto. Diversos programas fe-derais e estaduais disponibilizam recursos em con-

dições atrativas ( juros baixos, pagamento facilitado, etc.). Muitas destas linhas de crédito deixam de ser acessadas por falta de conhecimento do produtor e dos agentes de promoção. Existem ótimas oportunidades que são apresentadas neste Guia.

O Programa Café Sustentável é uma iniciativa públi-co-privada global que envolve parceiros da indústria e do comércio, governos, ONGs e instituições verifi-cadoras e certificadoras de sustentabilidade. O SCP foi criado pelo IDH, agência holandesa que promove a sustentabilidade das cadeias produtivas e é coordena-do no Brasil pela P&A. Interessados em receber a ver-são impressa ou em PDF do Guia, podem enviar e-mail para: [email protected]

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Apesar de não ser especialista em cafés, tenho percebido cada vez mais que o gosto pela bebida é altamente diversificado e disse-

minado, talvez até maior que o dos vinhos. Já participei e participo de algumas degustações com consumi-dores, onde são apresentados vários tipos de cafés não identificados (Teste Cego) e as diferenças de opinião são incríveis. Uns adoram a bebida Tradi-cional, outros gostam do Extra Forte, outros gostam do Superior e outros gostam do Gourmet. Às vezes um café de excelente bebida e no Padrão Superior ou Gourmet não agrada a grande maioria dos consumidores.

Brinco sempre que dentro de minha própria família, quando levo para minha mãe, uma senhora ativa de 90 anos, um Café Prime de alta qualida-de, ela diz que prefere o Tradicional do coador que faz diariamente.

Como resolver isto? Tenho certeza

e convicção de que temos, cada vez mais, produzir cafés puros com mo-dernas tecnologias de mercado e com matéria-prima de boa qualidade, po-rém entendo também que precisamos encontrar formas de transmitir cole-tivamente este conceito para os con-sumidores. As regiões e as cidades são formadas por pessoas oriundas de várias partes do Brasil – são capi-xabas, mas têm mineiros, paulistas, cariocas, baianos entre outros tantos. Cada um tem a sua preferência, e te-mos que agradar a todos os gostos. Às vezes, tem bairros inteiros que prefe-rem determinada marca e/ou bebida.

Somos diversas empresas competi-doras, cada uma com várias marcas; é comum depararmos nos pontos de vendas com mais de 25 tipos nas gôndolas... O consumidor fica na dú-vida do que levar.

Precisamos cada vez mais adicio-nar informações aos rótulos, termos um marketing agressivo, mostrar e demonstrar as diferenças dos Cafés, treinar as Equipes de Vendas e Mer-chandising para absorver esta cultu-ra de categoria de produtos, trabalhar todos os canais de vendas, cobrindo desde o tradicional varejo, o institu-cional, as cafeterias, Internet e pro-curar fidelizar os consumidores.

OPINIÃO DO TORREFADOR

“INDUSTRIAIS DE TORREFAÇÃO DE CAFÉ TÊM ENORMES

DESAFIOS PELA FRENTE”Elcio Alves Diretor Geral da Buaiz Alimentos. Detentora da Marca Café Número Um - atuando no mercado desde 1927.

É comum depararmos nos pontos de vendas

com mais de 25 tipos nas

gôndolas

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Qualidade você escolhe e pureza você exige.

Cafés com Selo de Pureza agregam valor ao mix da categoria no seu estabelecimento. Nos supermercados,

cafés com o Selo de Pureza garantem a oferta de produtos com compromisso de respeito aos consumidores.

O Selo de Pureza ABIC é uma certificação da entidade que representa as indústrias de café e que garante pureza,

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