corella, j., sobre amónio sacas como autor do corpus dionysiacum

Upload: andrei-oroban

Post on 27-Feb-2018

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    1/10

    Revista Portuguesa de Filosofiais collaborating with JSTOR to digitize, preserve and extend access to Revista Portuguesa de

    Filosofia.

    http://www.jstor.org

    Revista Portuguesa de ilosofia

    Sobre Amnio Sacas como Autor do "Corpus Dionysiacum"Author(s): Jess CorellaSource: Revista Portuguesa de Filosofia, T. 14, Fasc. 1 (Jan. - Mar., 1958), pp. 56-64Published by: Revista Portuguesa de FilosofiaStable URL: http://www.jstor.org/stable/40333754

    Accessed: 15-01-2016 15:28 UTC

    Your use of the JSTOR archive indicates your acceptance of the Terms & Conditions of Use, available at http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp

    JSTOR is a not-for-profit service that helps scholars, researchers, and students discover, use, and build upon a wide range of contentin a trusted digital archive. We use information technology and tools to increase productivity and facilitate new forms of scholarship.For more information about JSTOR, please contact [email protected].

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/http://www.jstor.org/publisher/rpfhttp://www.jstor.org/stable/40333754http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/stable/40333754http://www.jstor.org/publisher/rpfhttp://www.jstor.org/
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    2/10

    Sobre

    Amonio

    Sacas

    como

    Aufor

    do Corpus Dionysiacum

    1.

    -

    Controversies recentes

    I I MA discreta ugestaodo representantea RevistaPortuguesa

    ^-^

    de

    Filosofia,

    Professor

    adre

    Bacelar,

    nas

    Comemora^oes

    do

    V

    Centenario

    da

    Universidade

    de

    Friburgo,Brisgovia,

    deu

    ocasiao

    a

    que

    debates

    a

    conhecidos

    m

    Portugal

    Espanha,

    sobre

    a

    identificagao

    e

    Amonio Sacas com

    o

    Autor do

    Corpus

    Diony*

    siacum,

    sto

    e,

    com

    o

    Pseudo*Areopagita,

    en-ham

    epercutido

    m

    Friburgo

    e

    Brisgovia,

    m

    Frankfort,

    m

    Minister

    em outras

    ida-

    des

    da

    Alemanha.

    O

    eco

    de

    tais discussoes

    a

    proxima

    parigao

    de

    um

    grande

    volume

    sobre

    este

    tema,

    da

    autoria

    do

    professor

    investigadoradre EleuterioElorduy, erviude ocasiao para que,

    a

    luz

    dos

    escritos

    ulblkados

    nao

    publicados

    pelo

    dito

    Professor,

    tratassemos

    e

    recolher

    aqui,

    como

    puros

    dados

    de

    informagao

    sobre

    ste

    mportante

    roblema,

    genese

    o

    estado

    actual da

    teoria

    amoniana com

    as

    aprecia^oes

    e

    provas

    mais relevantesda

    tese

    que

    defende*

    O

    Autor

    sustentou um

    largo

    intercambio

    de

    opinioes

    ao

    longo

    da

    confecgao

    da sua

    obra.

    Assim,

    por

    exemplo,

    om

    A.

    T

  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    3/10

    JEStJS

    CORELLA-0

    CORPUS

    DIONYSIACUM

    57

    O

    ProfessorHarder admitiu

    a

    mudanga

    na

    pontuagao

    do

    comedo

    do

    capitulo

    16

    da

    Vita Plotini

    porfiriana.

    Com

    isso

    tomam

    novo

    sentido os

    capitulos

    14,

    15

    e

    16,

    importantissimos

    nas lutas

    pagano*cristas

    entro

    da escola de

    Plotino

    (*)

    Tamfoem dmitiu

    a

    nova

    interpretagao

    o

    capitulo

    3

    sobre

    a

    estadia

    consecutiva

    e

    Plotino

    em

    Antioquia,

    Alexandria

    Roma

    depois

    da

    expedigao

    a

    Persia.

    Aceitou tambem

    Harder

    uma inter-

    pretagao

    iversado

    cap.

    20,

    que

    nao

    seria

    senao

    urn

    egundo api-

    tulo de Longinocontraos cristaos 2). Estas e outrasmudan^as

    de

    opinioes

    mostram

    ue

    a

    direcgao mpressa elo

    Professor adre

    Elorduy

    a

    questao

    amoniana

    e

    acertada e

    segura,

    a

    juizo

    de

    urn

    especialista

    ao

    eminente,

    onhecedor

    por

    outra

    parte

    da

    trajecto-

    ria

    dos

    estudos

    obre

    estoicismo,

    ublicados

    pelo

    esuita

    espanhoL

    Foi com efeito

    a

    partir

    do

    estoicismo

    ue

    a

    problematic^

    em

    torno

    Amonio

    nasceu

    na

    mente

    do

    Autor.

    Urn facto

    negavel

    estranho

    ucede cerca

    do

    ano

    200

    depois

    de

    Cristo.

    a

    desaparigao

    uase

    radical

    do

    estoicismo,

    ao

    devida

    certamentea uma decadencia mas antes a uma sublima^ao.

    O

    estoicismo

    ao

    sucumbiunem

    por

    falta

    de

    vigor

    nternonem

    por

    derrota

    nfligida

    or

    alguma

    das escolas

    classicas. Como

    movi-

    mento

    ultural

    onfluiu

    para

    o

    Cristianismo,

    esaparecendo

    ibsor-

    vido

    e

    enobrecido antes

    que

    derrotado desfeito

    por

    potencias

    rivais.

    Assim

    escrevia

    Autorem 1948

    (3).

    Ja

    antes

    tinha cha-

    mado

    a

    aten^ao para

    o

    mesmo

    fenomeno,

    m

    Estoicismo

    Cris*

    tutnismo

    4),

    artigo

    publkado

    em

    1944.

    Tornava-se,

    ois,

    neces-

    sario

    encontrar nova

    corrente

    rista,

    dotada

    de

    vigor

    ntelectual,

    capaz de luta com escolas a seculares.A figuraverdadeiramente

    genial

    de

    Amonio

    Sacas,

    como

    criador da

    nova

    escola

    filosofica

    cristade

    Alexandria,

    urge

    nesta

    altura. Desde os

    estudos

    de

    Zeller

    e

    Praechter

    Plotino

    foi

    considerado

    como

    o

    unico

    fundadordo

    O

    Die

    neue

    Interpunktion,

    ie

    von Herrn Proif.

    Harder

    zugelassen

    wurde,

    wiirde daxu

    notigen

    das

    Ende

    des

    Kap.

    14.

    und das

    ganze

    Kap.

    15. als

    ein

    Stuck

    zu

    betrachten,

    as

    von

    Porpihyrius

    egen

    die

    Christen

    ..geschrieben

    worden

    ist.

    Benefit

    uber

    wissenschaftliche esprache,

    die

    Herr

    Professor

    P.

    Elorduy

    an der Universitat

    Miinster

    zur

    Weiterfuhrung

    er

    Forschung

    gefuhrt at, WestfalischeWilhelms'Universitat.Miinster,12-7-57.

    (2)

    Die

    Verwendung

    des

    polemisdhen

    lural durdh

    Loiginus

    wiirde

    nadi

    Prof.

    Harder

    die

    Interpretation

    on

    P.

    Elorduy

    rechtfertingen.

    (3)

    E.

    Elorduy,

    La

    fisica

    estoica absorbida

    por

    la

    filosofia

    cristiana,

    V.

    Sophia,

    XVI,

    2

    Abril-Junho

    e

    1948,

    pp.

    195-198

    e

    326-350.

    (4)

    V. Etudios

    Eclesiasticost

    Vol.

    18,

    1944,

    pp.

    375-411.

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    4/10

    58

    REVISTA PORTUGUESE

    DE

    FILOSOFIA

    neoplatonismo.

    Todavia

    o

    proprio

    Windelband

    e

    forgado

    reco-

    nhecer

    que

    a

    tradigao

    ntiga apresenta

    Amonio como

    autor

    da

    doutrina

    neopla

    onka

    (5).

    Existe

    realmente

    uma

    grande

    vene-

    ragao por

    Amonio

    tanto

    em

    Plotino

    como

    em

    Origenes

    e

    Proclo.

    Ele e

    o

    mestre

    venerado

    cujas

    doutrinas,

    por

    diversas

    razoes,

    e

    preciso

    conservar

    a

    disciplina

    do arcane

    desta

    inegavel

    continua

    tra'digao

    ue

    o

    Autor

    toma

    ponto

    de

    partida

    para

    o

    estudode

    Amonio.

    Ja

    em

    1947

    escreveu

    le

    um

    artigo obreAmonio Saoas: La leyendade su apostasia (6) onde

    chega

    a

    conclusao de

    que

    Amonio

    f

    i

    toda

    a sua

    vida

    profunda-

    mente

    cristao,

    mesmo

    em

    filosofia.

    Ja

    antes o

    Professor

    Padre

    Elorduy

    tinha

    vislumbrado

    possibilidade

    de atribuir

    Amonio

    o

    Corpus

    Dionysiacum Cfr.

    Es Amonio

    Sacas

    el

    Pseudoareopa*

    gita?) (7)*

    Tal

    hipotese, porem,

    revolucionaria

    sob muitos

    aspectos

    -

    necessitava de

    uma base mais

    f

    rme

    e de

    meditagao

    s6ria

    sobre

    os textos,

    &

    isto

    que

    se

    pretende

    no livro

    que

    proxima-

    mente

    vai

    ver a luz* O

    Autor

    sustentou

    ambem

    a

    paternidade

    amoniana do hiberde Causis, cujo profundo aborpseudo-dk)'

    nisiaco

    a

    S. Tomas

    descobriu

    no

    seu

    comentario*

    A

    seria

    inovagao

    do

    Autor

    ia

    abrindo

    caminho

    pouco

    a

    pouco.

    Deve-se

    a

    necessidade

    de

    uma

    revisao

    total do

    problema

    o

    ter

    ele

    sido

    obrigado

    atacar as conclusoes

    de

    Zeller

    que

    inter-

    pretou

    sob

    a

    influencia

    de

    preconceitos

    cadeia

    de

    testemunhos

    existentes

    m

    Porfirio,

    ongino,

    Eusebio,

    Hierocles,

    Nemesio

    Teo-

    doreto

    e

    Proclo sobre

    Amonio.

    Para

    Zeller,

    Amonio

    e

    uma

    personalidade

    sombria

    e

    apagada,

    nao

    tendo

    escrito

    nada

    nem

    contribuido om um influxodecisivopara o nascimento a filo-

    sofia

    neoplatonica.

    Encarando

    a

    questao

    desde outro

    ponto

    de

    vista,

    Stiglmayr

    e

    Koch

    pareciam

    assentardefinitivamente

    dependencia

    do

    Cor*

    pus

    Dionysiacum

    om

    respeito

    Proclo,

    apoiados

    ambos na

    larga

    serie

    de

    citagoes aralelas

    que

    se

    encontram

    os

    dois

    e

    que

    tornam

    evidente

    uma

    dependencia,

    dependencia

    que

    pode

    alias

    ser

    inter*

    pretada

    em sentido

    n

    verso.

    Muito

    se escreveu

    nestes

    ltimos

    rinta

    anos

    sobre a

    data e

    a

    paternidade

    do

    Corpus.

    Cada

    vez,

    porem,

    (B)

    W.

    Windelband,

    Historia

    de

    la

    Filosofia

    Antigua,

    Buenos

    Aires,

    1955,

    p.

    403.

    (6)

    V.

    iPnsamiento, 947,

    pp.

    5^27.

    (T)

    V. E*tudios

    Eol8istico8,

    ol.

    18,

    1944,

    pip.

    501-557.

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    5/10

    JESOS

    CORELLA

    -

    O

    t

    CORPUS

    DIONYSIACUM*

    59

    se

    foi

    tornando

    mais

    debil

    a

    posi^ao

    de

    Stiglmayr

    Koch.

    J.

    M.

    Hornus,

    posteriortnente

    a

    aos

    artigos

    itados

    do

    Autor,

    m

    estudo

    intitulado

    hes recherches

    ecentes

    ur le

    pseudoJDenys

    l'Areopagite

    (8)

    inclina-se

    para

    a

    hipotese,

    a

    antes sustentada

    por

    Urs von

    Balthasar,

    obre

    a

    atri-buigao

    o

    Corpus

    a

    Joao

    Esci-

    topolitano

    u

    a

    algum discipulo

    seu

    monofisita.

    Recolhe a

    teoria

    do

    Autor

    e ve

    nela dois

    pontos

    a

    definitivos: falsa

    acusagao

    de

    apostasia

    feita

    a

    Amonio e a

    integra^ao

    de

    estoicismo

    entro

    da nova correntefilosofica rista. Parece-lhe excessivodatar o

    Corpus

    no seculo

    III

    e a

    dependencia

    do

    neoplatonismo

    om

    res-

    peito

    a

    ele,

    O

    opositor

    mais decidido

    foi,

    porem,

    Professor

    H.

    Dorrie

    no

    seu

    artigo

    ntitulado

    Amonios,

    der

    Lehrer

    PIotins,

    discipulo

    insigne

    do

    grande especialista

    m

    estoicismo

    M.

    Pohlens*

    Dorrie,

    depois

    de ter

    sustentado

    nas

    suas

    obras

    uma interessante

    ontro-

    versia com

    o

    Padre

    Elorduy

    aceitou,

    no

    substancial,

    s

    grandes

    inova^oes

    introduzidas

    elo

    Professor

    Jesuita,

    uanto

    a

    interpre-

    ta^ao das doutrinas problemas stoicos.Na opiniaode Dorrie 9)

    Amonio,

    mestre

    de

    Plotino,

    nao

    foi cristao

    mas

    somente

    neopla-

    tonico.

    Haveria,

    portanto,

    ois

    Amonios.

    Estes

    foram,

    por

    vezes,

    confundidos

    mesmo

    dentif

    cados. Dorrie

    pretende

    inda

    demons-

    trar

    a existencia de

    dois

    Origenes,

    um

    cristao,

    de

    quern

    falaria

    Eusebio,

    e outro

    platonico,

    ue

    seria

    o

    de

    Porfirio.

    Estas

    duplica-

    $6es

    de

    ambas

    as

    personalidades

    ulga-as

    Dorrie

    necessarias

    para

    explicar

    coerentemente s

    textos*

    Pelo

    mesmo

    processo

    consegue

    por

    de

    lado

    todo

    o

    influxo

    cristao

    no nascimentodo

    neoplato-

    nismo*Admitindo m so Origenesparece a Dorrie que se deduz

    naturalmente

    weitgespannten

    ese do

    Autor.

    Sind

    namlich

    die beiden

    Origeneis

    ine

    und

    dieselbe

    Person,

    dann sind es

    auch

    die

    beiden

    Ammonioi.

    Dies

    ist

    der

    Ausgangspunkt

    iir

    die

    weitge-

    spannten

    Hypothesen

    des

    P.

    Elorduy

    (10).

    Pois

    foem,

    tese

    da

    duplicidade

    de

    Origenes

    erdeu

    nos ultimos

    empos

    muito

    terreno.

    Coisa deveras

    stranha,

    omo

    o

    proprio

    Dorrie

    confessa

    Nada

    me-

    nos

    que

    Porfirio eria

    come^ado

    a

    a confundir

    s

    mesmos

    den

    [Origenes

    Platoniken] [...]

    mit dem Christen

    verwechselt

    C11).

    (8)

    V. Revue d'Histoire

    et de

    Philosophic

    Religieuse,

    n.

    4,

    1955,

    j>P.

    404-448.

  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    6/10

    60

    REVISTA

    PORTUGUESA

    DE

    FILOSOFIA

    Alem

    disso

    o Autor

    defende a

    independencia

    da sua tese

    amo

    niana

    com

    respeito

    a

    questao

    de

    Origenes.

    Tal

    e,

    a

    traces

    argos,

    actual estado das

    investigates,

    anto

    acerca

    da

    personalidade

    de

    Amonio

    como

    acerca da

    data

    e

    atri*

    buigao

    do

    Corpus

    Dionysiacum.

    Ambos

    os

    problemas

    onfluentes

    na

    teoria

    do

    Professor

    esuita

    necessitam,

    epois

    de terem

    assado

    por

    tantas

    polemicas,

    de uma

    nova

    e

    absoluta

    reposigao.

    Este

    objectivo

    propos-se

    Autor

    realizable

    com

    a

    sua

    proxima

    obra

    emvias de puiblicidade.

    2.

    -

    Documents e

    perspective geral

    Uma

    serie valiosa

    de

    argumentos

    coincidencias,

    lementos

    estes

    que

    ate

    hoje

    nao

    haviam

    sido

    tornados

    a

    devida

    conta,

    vem

    confirmar

    s conclusoes

    que

    o

    Autor vislumbrara

    a

    em

    anos

    ante*

    cedentes.

    Nao

    se

    trata

    de

    urn

    dado

    novo

    mas

    sim

    de

    uma

    ampla

    concatenagao

    de

    testemunhos

    ue

    vao

    aproximando

    de

    nos

    uma

    teoria, primeira ista, ao revolucionaria: Amonioe um mestre

    cristao,

    fundador

    da escola

    neoplatonica,

    cujo prestigio

    reco-

    nhecido

    ;por

    todos

    os escritores

    esde

    Plotino ate

    Proclo e

    cujo

    nome

    e doutrinas ao

    passadas

    em

    silencio

    precisamente

    evido

    a

    sua

    condigao

    de cristao.

    O

    Corpus

    Dionysiacum

    e

    obra

    sua*

    Obra realmente

    genial

    em

    que

    muitos

    conceitos

    da filosofia

    la-

    tonica

    e

    estoica

    se

    fundem,

    uiqk pela

    primeira

    vez,

    em

    moldes

    cristaos e

    que

    influi

    em todo o

    neoplatonismo

    te

    Proclo,

    pro*

    longando'Se

    na

    filosofia

    teologia

    cristastanto

    no oriente

    omo

    no ocidente. Jadesdeos tempos ntigos&eduvida da sua atribui-

    ^ao

    a

    Dionisio

    Areopagita;

    nunca,

    porem,

    da sua

    antiguidade

    em

    da

    sua

    venerabilidade.

    Neste

    ponto

    todos se

    mostram oncorde.

    O

    andamento

    geral

    da

    argumenta^ao,

    al

    como o

    Autor

    a

    expoe,

    e

    o

    seguinte.

    Numa

    primeiraparte

    reunenvse

    os textos

    fundamentais

    ara

    a

    investigagao:

    s

    dois tratados

    e

    Proclo

    sobre

    o

    mal,

    intitulado

    um

    De

    Malorum Subsistentia

    incluido

    o

    outro

    na

    exegese

    do

    Timeu

    sobre a

    forma^ao

    do

    mundo.

    Vem

    a

    seguir

    o texto

    paralelo

    do

    Pseudo-Areopagita

    eguido

    de

    uns

    fragmentosmportantesomo sao o de Hierocles e Saliistio.

    Com esta

    primeira

    parte

    ficam

    a

    ao

    nosso

    alcance os

    mate*

    riais

    indispensaveis

    de

    dificil

    acesso

    para

    um

    trabalho

    de

    tipo

    filosofico.

    Consiste

    este

    na

    fixagao

    e

    comprova^ao

    das

    cita^oes

    e

    alusoes

    contidas

    em

    Proclo

    e,

    tanto

    quanto

    isso

    e

    possivel,

    no

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    7/10

    JESUS

    CORELLA

    -

    O

    CORPUS

    DIONYSIACUM*

    61

    Pseudo-Areopagita.

    O

    Autor nao

    so

    admite

    mas

    aproveita

    mesmo

    e

    completa

    os

    paralelismos

    ncontrados

    por

    Stiglmayr

    Koch.

    O

    Pseudo-Areopagita

    considerado,

    nesta

    segunda

    parte,

    como

    confluenciade

    Plotino, Porfirio,

    roclo e

    Hierocles.

    Proclo

    apre-

    senta-se

    omo restauradorda filosofia

    helenica.

    Pretende

    fazer

    dela

    uma

    religiao

    nticrista.

    Nao

    pode

    evitar a

    crise

    que

    lhe

    pro-

    duz

    o

    seu

    choque

    com o Cristianismo

    ,

    nos

    seus

    escritos,

    obre-

    tudo

    nos

    de

    juventude,

    nota-se

    certa

    crise

    religiosaque

    o

    deixa

    indeciso em f entede problemasfundamentals: existenciado

    mal,

    dos

    anjos

    e

    dos

    demonios,

    o

    problema

    eleatico entre

    a

    cria-

    qio

    e a materia

    eterna...

    Proclo

    decidiu-se

    elo

    platonismo

    depu-

    rado

    e

    e

    isto

    que

    explica,

    na

    opiniao

    do

    Professor

    esuita,

    seu

    sistema

    de

    cita^oes

    e

    omissoes

    dos au

    tores

    de

    quern

    depende:

    cala

    os

    cristaos,

    muito

    em

    particular

    Amonio,

    e

    alude

    apenas

    aos

    pagaos-

    Contudo as

    influencias

    ue

    se

    lhe

    notam

    de

    um

    pensa*

    mento

    cristao

    nao

    popular

    ou

    apostolico

    mas

    sistematizado

    iloso-

    ficamente,

    ao

    inegaveis.

    Assim

    sucede,

    por

    exemplo,

    no

    problema

    eleaticoda cria^ao. Neste problemada-se uma aproximagaomu-

    tua

    entre

    Proclo

    e

    o

    Pseudo-Areopagita:

    ambos eles

    concedem

    tudo

    quanto

    e

    susceptivel

    e

    caber no

    seu

    proprio

    sistema,

    ,

    em

    ultima

    instancia,

    a

    unica

    diferenga

    ntre os

    dois

    seria

    que

    um

    defende

    a

    cria^ao

    ab

    aeterno e

    o

    outro,

    como

    cristao,

    tem-

    poral.

    Nao

    obstante

    sto,

    todas

    as coisas

    procedem,

    egundo

    ele,

    de

    um Deus

    criador

    e

    repele

    decididamente odo

    o

    assomo

    de

    duplicidade

    nos

    principios

    osmogonicos.

    lanto o

    corpo

    comu

    a

    materia

    sao

    obras

    divinas

    (yevvrifxaTa

    e

    a norma

    de

    perfei-

    qSiO de imutabilidade os seresno seu graude submissao Deus.

    ,

    pois,

    bastante

    claro

    que

    Proclo

    tinha nao so

    conhecido

    mas

    mesmo

    assimilado influencias

    de

    uma

    escola crista

    filosofi-

    samente

    madura. Deduz-se

    o mesmo

    das

    suas

    formulas

    rinitarias

    que,

    sem

    grandes

    escrupulos,

    pede

    emprestadas

    o

    Cristianismo

    sobretudo

    o

    comentario o

    Timeu,

    pondo

    ai

    todo o

    seu

    empenho

    em

    atribui-las

    Platao

    e aos

    orf

    cos,

    sto

    e,

    a

    f

    ntes

    pagas.

    Falando

    do uno

    sobre-substancial termo

    ristao

    que

    adopta

    Proclo,

    mais

    justificado

    no

    sec.

    Ill

    do

    que

    no

    sec.

    V-

    -cita

    inopinadamente

    a Origenes manifesta sua estranheza e que nao tenhaseguido

    tal

    doutrina,

    doutrina ssa

    que,

    a

    uma com

    Plotino,

    aprendeu

    do

    venerado

    mestre,

    elada

    alusao

    a

    Amonio.

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    8/10

    62

    REVISTA

    PORTUQUESA

    DE

    FILOSOFIA.

    3.

    -

    Um

    argumento

    crucial

    Urn

    das

    argumentos

    mais

    importantes,

    para

    provar

    a

    iden-

    tifidade

    de Amonio com o

    Pseudo-Areopagita,

    e

    constituido

    por

    dois

    textos

    paralelos

    de

    Proclo.

    Ninguem,

    ate

    hoje,

    os

    tinha com*

    parado.

    Trata$e neles de

    averiguar

    quais

    sao os

    protagonistas

    da

    discussao relatada no

    De

    Malorum

    subsistentia

    ao

    pergun*

    tar se

    os demonios

    sao

    maus.

    Consta

    pelo

    mesmo

    Proclo,

    no

    seu Comentario ao Timeu, que o seu adversario principal nesta

    questao

    e

    Origenes.

    Contra ele

  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    9/10

    JEStJS

    ORELLA-0

    CORPUS D1ONYSIACUM* 63

    bio,

    e

    de

    outros

    muitos

    utores

    os

    sees.

    V

    e

    V,

    acerca

    de

    Amonio.

    particularmente

    nteressante

    testemunho

    e

    Hierocles

    que

    chama

    Amonio

    o

    Theodidactum,

    tern

    omo

    o

    grande

    onciliador

    de

    Platao e

    Aristoteles,

    por

    aquele que

    soube

    entregar

    os

    seus

    grandes

    discipulos Origenes

    e

    Plotino

    uma filosofia

    compacta,

    depurada

    de

    erros.

    A

    terceira

    parte

    estuda

    os

    Documentos de identidade

    de

    Am6nio.

    a

    parte

    historka

    da

    argumenta^ao.

    Ja

    a

    partir

    da

    GeragaoSagrada, constituidapor Amonio com Plotino e Ori-

    genes,

    nos

    encontramos

    empre

    om

    Amonio

    ntroduzido

    o

    nucleo

    central

    a

    filosofia

    o

    seu

    tempo.

    Consta-nos sto

    pela

    Vita

    Plo-

    tini

    de

    Porfirio,

    or

    Nemesio,

    Teodoreto,Hierocles,

    tc

    O

    mesmo

    nos

    consta

    tambem

    pelas

    discussoes

    nternas a

    Escola,

    que

    foram

    sempre

    assageiras

    mas

    que,

    quiga,

    ustificariam

    pacto

    feito

    pelos

    mesmos

    discipulos

    de

    nao revelar

    ninguem

    s doutrinas

    ue

    o

    mestre

    hes

    tinha

    ensinado

    purificadas

    a

    or,

    .^mdOx

    tc).

    Na

    opi-

    niao

    do

    Autor,

    o

    motivo mais radical

    para

    este

    facto reside

    pre-

    cisamentena novidade e transcendencia estas doutrinas ristas

    amonianas, cuja divulga^ao

    nao interessava

    nenhum

    deles.

    Eis

    aqui

    por

    que

    se mantiveram a

    ofoscuridade

    te muitomais

    tarde*

    Ao

    falar

    de

    Origenes

    reve-seo

    problema

    da

    sua

    unicidade

    e

    fazenvse

    desaparecer

    s

    antinomias

    cronologi^cas

    m

    que

    Dorrie

    baseava a sua

    teoria

    dos dois

    Origenes.

    Na

    grande

    obra

    investigadora

    critica

    do

    Padre

    Elorduy

    estuda-se,

    m

    seguida,

    a

    personalidade

    de

    Amonio

    e

    Eusebio.

    interessante obretudo

    versao de

    Longino

    na Vita

    Plotini

    (cap. 20), segundo a qual Amonio pertenceria esse grupode

    filosofos

    ue

    nao

    escreveram

    ada,

    como os

    que

    se

    dedicam

    as

    questoes

    biblicas.

    Sabemos

    que

    o autor

    do

    Corpus

    se

    desculpa

    por

    escrever;

    com

    efeito

    a

    Clemente

    Alexandrino

    dizia

    preferi-

    rem

    os

    cristaos

    pregagao

    a

    escritura

    e

    cybras.

    A

    passagem

    de

    Longino

    nao

    e senao

    um

    lugar

    comum

    nas controversias

    ontra

    os cristaos.

    assim

    que

    tern

    e

    ser

    nterpretado.

    e

    resto

    mesmo

    Longino

    reconhece

    ue

    se

    conservam s

    escritos e

    Amonio

    contra

    a

    vontade

    do

    seu

    autor.

    Com respeito o testemunhoe Eusebionao pode deduzir^se

    dele a

    apostasia

    de

    Amonio.

    A

    frase

    porfiriana

    de

    que

    viveu

    depois

    conforme

    s

    leis,

    tendo

    sido

    cristao,

    nao

    quer

    precisa-

    mente

    dizer

    que

    apostatasse.

    This content downloaded from 95.77.230.26 on Fri, 15 Jan 2016 15:28:39 UTCAll use subject to JSTOR Terms and Conditions

    http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsphttp://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp
  • 7/25/2019 CORELLA, J., Sobre Amnio Sacas Como Autor Do Corpus Dionysiacum

    10/10

    64

    REVISTA

    PORTUQUESA

    DE

    FILOSOFIA

    O

    ultimo

    capitulo

    do

    livro

    esta

    reservado

    o

    auto-retrato

    e

    Amonio nos seus

    escritos,

    sto

    e,

    no

    Corpus

    Dionysiacum.

    Numa

    carta

    ao

    martir

    olicarpo

    responde

    s

    acusagoes

    que

    se

    faziam

    na

    Igreja

    aos

    filosofos ristaos.

    Tal

    acusagao

    e

    propria

    do

    sec.

    Ill

    e

    nao

    do

    IV

    ou do

    V.

    Quer

    aparecer

    como amante

    da

    verdade,

    nao

    como

    impugnador,

    mas

    como

    conciliadorda

    filosofia

    ntiga

    com

    o Cristianismo.

    Pense-se

    no labor

    nesse sentido

    realizado

    por

    Amonio

    na

    sua Escola.

    Uma ultima

    questao

    seria a

    de saber

    por-

    que e que o Autordo Corpusse chama areopagitaSera o Cor*

    pus

    obra

    pseudonima

    ou

    apocrifa?

    A

    este

    respeito

    interessante

    notar

    que

    se

    cita

    o

    Corpus

    como se o seu

    Autor

    tivera

    vivido

    no

    sec.

    III.

    Cita-o

    deste

    imodo

    Marutas ao falar de

    uma

    carta

    do

    Fseudo-Clemente o

    Pseudo-Areopagita,

    arta

    que