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3º Fórum Presença ANAMT reuniu mais de 300 associados Jornal da ANAMT Ano XV - Dezembro/2003 Nesta edição: O 12º Congresso em Goiânia: O maior evento da ANAMT Pág. 12 Editais Eleições ANAMT Pág. 8 Sede Congresso 2007 Pág. 9 Reunião conjunta Diretoria e Conselho Deliberativo: Principais decisões Pág. 6 PPP: O Silêncio dos Vencidos Dr. René Mendes Páginas 10/11 A cada ano o Fórum Presença ANAMT se consolida como a grande plenária da Medicina do Trabalho no Brasil. O 3º foi realizado em São Paulo, em 28 de novembro. No dia 29 aconteceu a reunião conjunta da Diretoria e do Conselho Deliberativo da ANAMT, com a presença de 35 diretores da entidade. O encontro analisou os principais temas relacionados à especialidade indicando as perspectivas para o próximo ano. Páginas 3, 4, 5 e 6

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3º Fórum Presença ANAMT reuniu mais

de 300 associados

Jornal da

ANAMTAno XV - Dezembro/2003

Nesta edição:

O 12º Congresso

em Goiânia:

O maior evento

da ANAMT

Pág. 12

Editais

Eleições ANAMT

Pág. 8

Sede Congresso

2007

Pág. 9

Reunião conjunta

Diretoria e Conselho

Deliberativo:

Principais

decisões

Pág. 6

PPP: O Silêncio dos VencidosDr. René Mendes

Páginas 10/11

A cada ano o Fórum Presença ANAMT se consolida como agrande plenária da Medicina do Trabalho no Brasil. O 3º foi realizado

em São Paulo, em 28 de novembro.No dia 29 aconteceu a reunião conjunta da Diretoria e do Conselho Deliberativo da ANAMT, com a presença de 35 diretores da entidade. O encontro analisou os principais temas relacionados à especialidade

indicando as perspectivas para o próximo ano.

Páginas 3, 4, 5 e 6

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No último dia 29 de novembro, em São Paulo, a ANAMT realizou a XXI Prova de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, superando as expectativas com as mudanças estruturais no processo de certificação. A prova de conhecimentos e a avaliação curricular foi embasada nas novas diretrizes políticas de “inclusão” e de “valorização da especialidade pela competência”, formuladas e em implementação pela atual direção da ANAMT.

O Concurso teve como referência, metodologias de avaliação mais adequadas para verificação do saber e das habilidades do profissional médico

que lida com saúde do trabalhador, privilegiando as competências requeridas para o exercício da especialidade. A inclusão de questões abertas possibilitou uma mudança radical na prova de conhecimentos, possibilitando a avaliação do saber e saber fazer, mínimo e necessário, do médico que lida com as patologias do trabalho e suas conseqüências, valorizando as atividades mais próximas do dia-a-dia do médico do trabalho.

Outro fato importante foi a participação dos 180 candidatos, superando todos os outros anos, quase que duplicando, demonstrando

o interesse atual pela Certificação. Porém, este número não é a meta da ANAMT, esperamos e acreditamos que durante o Congresso Nacional em Goiânia, tenhamos um número maior de candidatos, talvez 500 ou mais.

O sucesso da prova contou com a participação de toda a Comissão de Título de Especialista, dos colegas da Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho durante a aplicação da prova e, em especial ao Prof. Marcel Mendes que, tão gentilmente, nos cedeu salas da Universidade Mackenzie para abrigar os candidatos.

A ANAMT agradece a todos.

Jornal da

ANAMT

Uma publicação da Associação Nacional de Medicina do Trabalho

Edifício Medcenter - Rua dos Otoni, 909, sala 904 - 30150-270

- Belo Horizonte/MG - Telefone/fax: (31) 3224-7204 - www.anamt.org.br - [email protected]

Presidente: Dr. René MendesDiretor de divulgação: Dr. João Alberto Maeso MontesConselho editorial: Dr. João Alberto Maeso Montes, Dr. Iseu Milman, Dr. Sérgio Francisco Xavier da Costa, Dr. Júlio César Tombini.

Jornalista: Lia Lima - Reg. Prof. RS 4056 - fone/fax: (51) 3343.1742Editoração: Luís Henrique Dellamora GarciaImpressão: Gráfica Dolika - Porto Alegre/RS

Os textos assinados não representam necessariamente a opinião da ANAMT, sendo seu conteúdo de inteira responsabilidade dos autores.

Mudanças na prova de título: Um sucesso!Dr. Carlos R. Campos - Diretor de Título de Especialista

A Diretoria de Segurança e Saúde no Trabalho, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do MTE tem novo diretor. É o angolano, na-turalizado brasileiro, Virgílio César Romeiro Alves, médico, 50 anos, formado pela Universidade Federal do Paraná, com residência médica em cirurgia torácica e cardiovascu-

lar, e pós-graduado em Medicina do Trabalho (Fundacentro/Curitiba), Homeopatia (Sociedade Parana-ense de Homeopatia/Curitiba) e Acupuntura (Associação Brasileira de Acupuntura/São Paulo). Virgílio Alves já atuou no Serviço Social da Indústria; Secretaria de Saúde de Curitiba e como médico do Traba-

lho em várias indústrias e empresas. No Ministério, Virgílio Alves tra-balhou na DRT de Curitiba, como médico do trabalho, subdelegado e auditor fiscal. Virgílio também exerceu o cargo de diretor da Saú-de do Município de Joinville/SC, onde atuou como Subdelegado do Trabalho.

Departamento de Segurança e Saúdeno Trabalho tem novo diretor

Site ANAMT registra 100 mil visitasDurante a realização do 3º Fórum ANAMT, o Coor-

denador de Projetos Especiais, Dr. Marcos Furtado de Toledo divulgou que no dia 24 de novembro o site da ANAMT recebeu seu visitante nº 100.000.

É prioritária para a Diretoria a atualização perma-nente do site aperfeiçoando cada vez mais a comuni-cação entre os associados,prestadores e organizações de saúde.

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Impacto das mudanças sobre o exercício profissional

Uma avaliação detalhada nos aspectos da formação e do exercício profi ssional dos médicos do trabalho foi o tema do primeiro bloco de estudos que teve como moderador a Drª Elizabeth Costa Dias.

Os participantes do grupo destacaram a importância do reconhecimento da especialidade Medicina do Trabalho que deve ser a protagonista das mudanças nos ambientes de trabalho do País.

Formação, Certificação e Recertificação Profissional Mesa Redonda - Impacto das mudanças sobre a formação e o exercício profissional

O reconhecimento da Medicina do Trabalho como especialidade médica, em 2002, pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM 1.634/2002) veio coroar os esforços liderados pela ANAMT, com a colaboração efetiva de médicos do trabalho de várias gerações. Entretanto, esta conquista inaugura um novo ciclo de atividades destinadas à consolidação e valorização social do exercício da especialidade.

Estes desafi os orientaram o foco das discussões no II Fórum Presença ANAMT, de modo particular na Mesa Redonda “Impacto das mudanças sobre a formação e o exercício profi ssional” que abriu os trabalhos da manhã.

A Professora da USP e Auditora Fiscal do Ministério do Trabalho Lyz Esther Rocha expôs o tema apresentando as competências para a prática da Medicina do Trabalho e seus impactos sobre a formação e a educação continuada. A seguir, Dr. Sérgio De Lucca, Professor da UNICAMP e Médico do Trabalho da Pirelli apresentou a experiência de implementação da Residência Médica naquela Universidade; Dr. João Carlos do Amaral Lozovey, Professor da Universidade Federal do Paraná e Coordenador Médico da Petrobrás-Brasil, identifi cou alguns dos dilemas que envolvem a continuidade dos Cursos de Especialização e as exigências do “mundo real” sobre os médicos do trabalho.

Prosseguindo, Dr. Carlos Campos, Diretor de Título de Especialista da ANAMT discorreu sobre a importância da certifi cação, os parâmetros legais e os procedimentos adotados pela ANAMT para cumprir esta atribuição delegada pela Associação Médica Brasileira (AMB), nos termos da Resolução CFM 1666/2003. Na sua apresentação Dr. Carlos destacou que sua Diretoria espera dobrar o número de médicos certifi cados como especialistas até o fi nal da gestão, sem perda da qualidade e banalização do processo. Finalizando, Dr. Flavio Lins, Médico do Trabalho da Alcoa em Pernambuco, e Ex-Presidente da SOPEMT destacou a importância dos processos de recertifi cação, citando o exemplo de experiências exitosas de outras especialidades.

A discussão desse tema deverá continuar ocupando um lugar de destaque na agenda de trabalho da ANAMT nos próximos anos e estar presente na programação do Congresso de Goiânia.

É importante lembrar que a implementação da Residência em Medicina do Trabalho encontra-se alicerçada em uma sólida base, uma vez que diversas instituições de ensino médico, no país, já vinham oferecendo programas de formação no campo da Saúde do Trabalhador, no âmbito das Residências Médicas de Preventiva e Social.

Drª Elizabeth Costa DiasCoordenadora do Projeto Especial CEAMT/ANAMT

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Política e legislaçãoO 3º Fórum reuniu especialistas para debater as principais questões

políticas e legais da Medicina do Trabalho.O Dr. Raimundo Kappel, do Ministério do Trabalho e Emprego discorreu sobre a formação e atribuições do Fórum Nacional do Trabalho, que congrega Governo,empresários e representantes dos trabalhadores

para traçar estratégias no mercado de trabalho do País.Segundo ele, a ANAMT tem uma representatividade importante que a credencia, ao lado de outras

entidades, como agente que pode encaminhar propostas a serem avaliadas no Fórum.

Novo formulário do PPPé divulgado pelo

Ministério da PrevidênciaO Ministério da Previdência Social antecipou no dia 2 de

dezembro a divulgação do formulário do Perfi l Profi ssiográfi co Previdenciário.

A partir de 1º de janeiro do próximo ano, todas as empresas de-verão estar preparadas para cumprir o que determina o documento, que contém 20 itens.

O descumprimento da obrigatoriedade da elaboração do PPP gerará à empresa infratora multa que varia de R$ 991,03 a R$ 99.102,12 por empregado e que será aplicada por fi scais da Pre-vidência.

Maiores informações no site www.mpas.gov.br e na página da ANAMT: www.anamt.org.br

Os debatedores sobre política e legislação:

Dr. Raimundo KappelMinistério do Trabalho e Emprego

Drª Maria Virginia de Medeiros EloyINSS

Dr. Satoshi KitamuraANAMT SP

Dr. João Alberto Maeso MontesANAMT RS.

Dr. René MendesPresidente da ANAMT

Dr. Marco Antonio PerezMinistério da Saúde

Competências para a prática da Medicina do Trabalho

Integrando a mesa redonda que tratou da formação profi ssional, o Dr. João Carlos do Amaral Lozovey, pro-fessor da Universidade Federal do Paraná, destacou que a partir da implantação do PCMSO, em 1995, a comunida-de de médicos do trabalho entendeu que aí poderia estar um princípio de administração e gestão que trouxesse resultados para o mercado da saúde do trabalhador:

– Mas na realidade, o que temos hoje como grande mercado no Brasil é fazer programas em papel, fazendo de

conta que alguma coisa é feita para a saúde do trabalhador e isso é aceito pelos organismos competentes como a Pre-vidência Social, as Delegacias do Trabalho, pelos sindica-tos e CIPAS e pelo próprio trabalhador.

Ele defendeu que para corrigir essa realidade é preciso transformar o PCMSO em efetivo procedimento de gestão do trabalho, incluindo aí políticas de saúde, atendimento a requisitos legais e normativos, legislação e uso da epide-miologia como instrumento básico.

Fazer apenas um documento de papel, o PCMSO ou efetivamente intervir na melhoria de condições da saúde do trabalhador é a grande interrogação para os médicos do trabalho (Prof. João Carlos Lozovey).

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Condições detrabalho e exercício

profissionalAs Câmaras Técnicas em Medicina do Trabalho e a nova NR-32 foram os assuntos analisados nessa mesa-redonda que teve como debatedor o Dr. Luiz Frederico Hoppe, Presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho.

Um estudo de normatização para todas as Câmaras Técnicas de MT além de rever as atribuições desses or-ganismos técnicos de assessoramento,seus coordenadores e componentes foi a proposta pelo Dr. Arlindo Gomes participante desse grupo de debates.

Nova NR-32 normatiza saúde e segurança nos

serviços de saúdeO Presidente da ANAMT, no uso das atribuições

que lhe confere ao Art. 4.6. do Estatuto da entidade, em especial a letra i, e considerando a necessidade de promover ampla discussão sobre esse instrumento normativo, designou o Dr. Luiz Oscar Dornelles Schneider para assessorar a Diretoria da ANAMT e coordenar as atividades necessárias para a promover a análise e encaminhar propostas de modifi cações da NR-32.

Em Setembro de 2003 a ANAMT foi convidada a participar de Seminá-rio, realizado em São Paulo / SP, que reuniu, entre outros participantes, al-guns dos profi ssionais que integraram o grupo de trabalho que idealizou o texto da NR 32.

O tema abordado foi “Contribui-ções Práticas Para o Aperfeiçoamento do Texto da NR 32”.

O Seminário foi realizado para receber as últimas contribuições da sociedade sobre o tema, uma vez que se encerrava o prazo para tal manifes-tação.

A partir de então se iniciava a nego-ciação tripartite, quando as contribui-ções ainda são possíveis, mas apenas dentro da comissão a ser instalada no Ministério do Trabalho e Emprego.

A ANAMT posicionou-se dizendo que é positiva a publicação de Norma

Regulamentadora específi ca para o setor da saúde, o que parece delinear uma tendência do Ministério do Tra-balho no sentido de abordar de forma particularizada determinados ramos da atividade humana. Já temos a NR do trabalho rural, a do trabalho portuário, ... .

Até então, o conhecimento pre-ventivo, neste campo em particular, estava disperso em várias legislações, normatizações e fontes de conheci-mentos técnicos, cabendo àqueles responsáveis pela saúde e segurança do trabalho desta área de atividade a árdua tarefa de “juntar os pedaços” e aplicar soluções viáveis, dentro do possível.

A leitura do texto proposto revela que esta NR incorpora, sob a ótica dos cuidados com os trabalhadores da área da saúde, itens já existentes nas

demais Normas Regulamentadoras (1, 6, 7, 9, 15, 17, etc.), na legislação ou instruções oriundas de outros ór-gãos (CNEN, ABNT, INMETRO, ANVISA, etc.), na legislação vigente sobre Comissões de Controle de In-fecção Hospitalar (Portaria 2.616, de 12.05.1998, do Ministério da Saúde) e nos procedimentos utilizados em Gestão pela Qualidade.

A ANAMT considera que a nova Norma Regulamentadora irá represen-tar um divisor de águas na Segurança e Medicina do Trabalho do setor da saúde e que pode contribuir ainda mais para o aperfeiçoamento do seu texto.

As sugestões serão apresentadas durante o Congresso da ANAMT, em Goiânia, a ser realizado de 1 a 7 de maio de 2004, visando auxiliar, através de subsídios técnicos, os negociadores da comissão tripartite.

ANAMT prepara sugestões

O Coordenador de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, o COSAT, Dr. Marco Antonio Perez apresentou aos associados da ANAMT as no-vas políticas do Governo para esse setor.

- A política de saúde do trabalhador no Brasil

é totalmente fragmentada e o Governo busca a integração entre os vários setores desse segmento. Somente com ações nesse sentido será possível cumprir integralmente o estabelecido pela Consti-tuição de 1988.

A nova visão da saúde dotrabalhador pelo Ministério da Saúde

Dr. Luiz Oscar Dornelles Schneider

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A presença do Dr. OsvaldoPaulino no 3º Fórum

Os participantes do 3º Fórum tiveram a oportunidade de prestar homenagem ao Prof. Osvaldo Paulino.

O Professor Paulino, que foi Pre-sidente de Honra do ICOH 2003,

agradeceu o carinho e a fraternida-de dos colegas.

– Tenho para mim que é privi-légio de Deus estar nesse tão im-portante encontro da ANAMT na companhia de todos vocês, disse.

Reunidos em São Paulo em 29 de novembro a Diretoria , o Conselho Deliberativo e os Coordenadores de Projetos Especiais da ANAMT analisaram a atuação da Entidade em 2003, suas principais lutas e reivindi-cações e suas prioridades para 2004.

A prestação de contas e relato das atividades do ano foram expostas

pelo Presidente, Dr. René Mendes e os diretores Dr. Carlos Reinaldo de Souza e Dr. Paulo Belém .

Os dirigentes aprovaram que os temas NR-32 e NR-4 terão especial atenção da ANAMT no próximo ano. O estudo e modifi cações des-sas normas será trabalhado com a reativação das Comissões Técnicas

da ANAMT.O objetivo é chegar ao Congresso

de Goiânia com sugestões e propostas ofi ciais da ANAMT para serem enca-minhadas ao Ministério do Trabalho.

Foi aprovada também a participa-ção da Entidade no projeto da AMB que trata da avaliação da qualidade de trabalho do médico nos hospitais.

O momento da Medicina do Trabalho e projeção para 2004

Diretoria e Conselho Deliberativo

Ao encerrar o encontro, o Presidente da ANAMT, Dr. René Mendes destacou o signifi -cado e a atualidade dos assuntos debatidos.

_ Os ganhos são valiosos para os profi ssionais da Medicina do Trabalho que podem, no Fórum, contribuir para as novas demandas e necessida-des do mercado de forma organizada e com o

apoio da sua instituição maior, a ANAMT. A palestra de encerramento do Fórum foi do

Dr. Hudson de Araújo Couto, Diretor Científi co da ANAMT que falou da” Saúde mental no trabalho:os desafi os envolvidos e o enfoque da NR-17 em relação ao tema-uma tendência no Brasil”.

No encerramento do 3º Fórum,a avaliação do Presidente da ANAMT

O Fórum agrega informação, novas idéias, pró-atividade e sensibilidadepara detectar os “sinais dos tempos” - Dr. René Mendes

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Como informou ao Jornal da ANA-MT, o Presidente, Dr. René Mendes, a partir do primeiro trimestre de 2004, a direção da ANAMT estará iniciando o cumprimento da mais mobilizadora e aglutinadora estratégia anunciada no Programa de Trabalho da chapa “Mobi-lização e Aglutinação da Medicina do Trabalho Brasileira”, eleita em 2001. Trata-se da implementação do ambicioso sonho de ver muitas centenas de colegas médicos do trabalho participando ativa-mente de Comissões Técnicas Temáti-cas, cujas atividades, além de mobiliza-rem e aglutinarem pessoas interessadas, de norte a sul do país, estarão construindo o maior movimento de Educação Per-manente ou Continuada em Medicina do Trabalho, jamais visto pela nossa especialidade. Com um pequeno detalhe: por sua dinâmica prevista, as Comissões Técnicas temáticas serão o grande “corpo docente” do Programa de Educação Con-tinuada, pois a proposta busca identificar e capitalizar ao máximo o acúmulo de experiência e conhecimento de muitas centenas de colegas, e culmina com a partilha deste acúmulo - então tornado acessível, de forma organizada, sistema-tizado e permanente - em círculos cada vez maiores e mais exigentes, retro-ali-mentando um movimento de crescimen-to exponencial, de oferta e demanda de informação e conhecimento.

Além de envolver médicos do tra-balho sócios da ANAMT, as Comissões Técnicas poderão ser ampliadas com a participação de outros profissionais e, sempre que possível, com a agregação da visão multi-institucional, buscando, também incluir a visão dos técnicos que assessoram as organizações de trabalha-dores, os que assessoram as organizações empresariais, e os vinculados a organiza-ções governamentais, na busca de posi-cionamentos suficientemente includentes e consensuais.

Na preparação deste grande movi-mento que se inicia no primeiro trimestre de 2004, foram organizados, tentativa-mente, quatro grandes grupos de Comis-sões Técnicas temáticas, a saber: grupo 1 - Comissões organizadas segundo ferramentas de trabalho, especialidades relacionadas à Medicina do Trabalho e grandes áreas temáticas “transversais” (18 Comissões Temáticas); grupo 2 - Comissões organizadas por ramo de atividade econômica, segundo grandes grupos da CNAE (37 Comissões Temá-ticas); grupo 3 - Comissões organizadas por fatores de risco à saúde dos trabalha-dores (11 Comissões Temáticas); grupo 4 - Comissões organizadas segundo os principais problemas de saúde dos traba-lhadores (19 Comissões Temáticas). Se-rão abertas cerca de 85 alternativas temá-ticas, podendo cada pessoa se inscrever em até duas comissões técnicas. Aqueles temas que receberem grande número de adesões e distintas expressões de interes-se em participação, terão suas respectivas Comissões Técnicas confirmadas e insti-tucionalizadas, o que se pretende venha ocorrer com cerca de 50 a 60 Comissões, até meados de 2004.

Prevê-se que as Comissões Técnicas devam, num ciclo administrativo e políti-co da ANAMT (três anos) produzir pelo menos 1 (um) documento do tipo “estado da arte”, para publicação na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho; promover 1 (um) evento de atualização, tipo Simpósio ou Seminário; produzir pelo menos 1 (um) documento do tipo “consenso” ou “diretrizes”, também para ser publicado ma Revista Brasileira de Medicina do Trabalho e, finalmente, cada Comissão Técnica temática deverá se responsabilizar pelo tema que lhes diz respeito, nos Congressos da ANAMT, na forma de Curso, Mesa Redonda, Simpó-sio ou outra forma. A participação ativa em Comissões Técnicas da ANAMT irá

conferir uma pontuação extremamente atraente para fins de Prova de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, e, provavelmente, por ocasião de outros concursos e provas.

Nas próximas semanas, todos os médicos do trabalho poderão estar ana-lisando - pelo site da ANAMT, através de correspondência, ou por e-mail - o “mapa de alternativas” de filiação a Co-missões Técnicas temáticas, seja porque gostam, por exemplo, de Ergonomia ou Toxicologia ou Epidemiologia (Grupo 1 de Comissões Técnicas); seja porque tra-balham, por exemplo, na Indústria Petro-química, ou Bancos, ou Comércio (Gru-po 2 de Comissões Técnicas temáticas); seja porque têm experiência e interesse, por exemplo, em Ruído, ou Organização do Trabalho (Grupo 3 de Comissões Téc-nicas); seja porque têm interesse ou expe-riência, por exemplo, em LER/DORT, ou dermatoses, ou PAIR, etc., (Grupo 4 de Comissões Técnicas). Pode ocorrer que mais de uma Comissão Técnica atraia e motive o colega. Presidentes e Secretá-rios de Comissões Técnicas, segundo o Estatuto da ANAMT, deverão ser sócios quites da ANAMT, mas cada Comissão poderá ser ampliada pela participação de muitos outros colegas não-sócios ou profissionais não-médicos. Poderão tam-bém se tornar “sócios colaboradores” da ANAMT, categoria de filiação que deve-rá se tornar cada vez mais atraente.

Participe do “corpo docente” deste grande movimento de Educação Con-tinuada, através da (re)ativação das Comissões Técnicas temáticas de seu interesse. Sempre haverá o que parti-lhar com os outros, sobre aquilo que você gosta, sabe e faz. Sempre haverá como se beneficiar do que seu colega gosta, sabe e faz...

Faça sua inscrição pelo sitewww.anamt.org.br

(Re) Ativação das Comissões Técnicas da ANAMT em 2004: Educação Continuada

Mobilizadora, Aglutinadora e Participativa

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Edital

ELEIÇÕES NA ANAMTA Associação Nacional de Medicina do Trabalho -

ANAMT, Departamento Científico da AMB, informa seus associados que, de acordo com o Capítulo IX de seu Esta-tuto, haverá eleições da Diretoria e do Conselho Fiscal, que serão realizadas durante o 12o. Congresso da ANAMT, em Goiânia-GO.

Segundo o Art. 9.2, a votação será por chapa, em escru-tínio secreto e voto pessoal. Não será permitido o voto por correspondência ou por procuração.

Segundo o Art. 9.3 do Estatuto, as chapas deverão estar compostas da seguinte maneira: a)os candidatos a Presiden-te, Diretor Administrativo, Diretor Administrativo-Adjunto, Diretor Financeiro e Diretor Financeiro-Adjunto deverão residir obrigatoriamente na mesma unidade da Federação; b)o candidato a Diretor de Patrimônio deverá residir obriga-toriamente no local da Sede Patrimonial (São Paulo).

Segundo o Art. 9.4, somente poderão concorrer a cargos eletivos os sócios Titulares ou Jubilados, em pleno gozo de seus direitos, necessariamente quites com a tesouraria, e com dois anos, no mínimo, de filiação à Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Os candidatos para os cargos de Di-retoria deverão possuir o Título de Especialista em Medicina do Trabalho da AMB/ANAMT.

Segundo o Art. 9.5 do Estatuto, as chapas deverão ser registradas na Secretaria Geral da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (em Belo Horizonte) até 90 (noventa) dias antes da realização das eleições, portanto até o dia 4 de fevereiro de 2004.

A Diretoria da ANAMT será composta dos seguin-tes membros: a)Presidente; b)Vice-Presidente Nacional; c)Vice-Presidente da Região Norte; d)Vice-Presidente da Região Nordeste; e)Vice-Presidente da Região Centro-Oeste; f)Vice-Presidente da Região Sudeste; g)Vice-Pre-sidente da Região Sul; h)Diretor Administrativo; i)Diretor Administrativo-Adjunto; j)Diretor Financeiro; k)Diretor Financeiro-Adjunto; l)Diretor Científico; m)Diretor de Di-vulgação; n)Diretor de Patrimônio; o)Diretor de Relações Internacionais; p)Diretor de Legislação; q)Diretor de Ética e Defesa Profissional; r)Diretor de Título de Especialista. (Art. 4.1 do Estatuto).

O Conselho Fiscal será composto por 3 (três) membros efetivos e 3 (três) membros suplentes. (Art. 5.2 do Estatuto).

Endereço da Secretaria da ANAMT: Rua dos Otoni, 909 Sala 904 - Edifício MedCenter. CEP 30150-270 Belo Horizonte-MG Tel (31) 3224-7204. E-mail: [email protected]

COMUNICADOAOS ASSOCIADOS

ANUIDADESDA ANAMTOs valores referentes às anuidades

da Associação Nacional de Medicina do Trabalho não foram aumentadas e podem ser quitadas em 3 parcelas.

Os associados em dívida com a tesouraria devem receber até dia 15/1/2004 a guia de cobrança pelo cor-reio, ou podem contatar por e-mail ou fax com a Secretaria da ANAMT para acertar seu pagamento.

[email protected]: (31) 3224.72.04.

Mensagem daDiretoria da ANAMT

A ANAMT vive em função de seus sócios. Com anuidades modestas, ela torna você mais atualizado, mais forte, mais competitivo(a), e integrado(a) a uma grande comunidade mobilizada em torno de ideais e compromissos. Em 2004, os sócios que pagarem sua anuidade em dia poderão desfrutar das seguintes vantagens:

• Jornal da ANAMT bimestral;• Revista Brasileira de Medicina do Trabalho trimestral;• Desconto especial na inscrição do 12o.Congresso da ANAMT (Goiânia,

maio)• Pontuação especial nas Provas de Título de Especialista de 2004;• Acesso gratuito às atividades de Educação Continuada à Distância em parceria com o Edumed;

• Participação nos 50 Comitês Científicos temáticos que serão ativados em 2004, com pontuação especial nas provas de Título de Especialista.

• Muitas outras vantagens.

Pagar sua anuidade em dia é a senha de entrada a um universo de atrati-vos e vantagens. Faça a sua parte; nós estamos fazendo a nossa.

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Edital

A Associação Nacional de Medicina do Trabalho - ANAMT, Departamento Científico da AMB, infor-ma seus associados e as Federadas estaduais, que, em atenção a resolução da Diretoria e do Conselho Deli-berativo, reunidos em São Paulo, em 29 de novembro de 2003, está aberta a inscrição de candidaturas para sede do 13o. Congresso ANAMT, a realizar-se na pri-meira semana de maio de 2007.

A referida resolução abre a possibilidade de que as inscrições sejam seguidas da oportunidade de livre competição durante o 12o. Congresso da ANAMT, a ser realizado em Goiânia-GO, de 1 a 7 de maio do 2004, onde poderão ser utilizados material publicitá-rio, estandes (mediante prévio aluguel de área) e será oferecida a oportunidade de breves apresentações orais e áudio-visuais, sobre as vantagens competitivas de cada candidato a sede do 13o. Congresso.

Durante o 12o. Congresso será feito um plebiscito

amplo de consulta entre os participantes do Congres-so, devendo ser anunciado seu resultado por ocasião da Assembléia Geral da ANAMT, em 5 de maio. A Diretoria da ANAMT procurará acatar o resultado do plebiscito, reservando-se o direito de decisão, em caso de impasse ou inviabilidade da candidatura vencedora.

As candidaturas deverão, obrigatoriamente, ser apresentadas pelas Federadas da ANAMT, sendo, portanto candidaturas institucionais e de responsabi-lidade precípua da Federada.

O prazo de inscrição de candidatura será encerra-do em 31 de março de 2004. As inscrições deverão ser feitas na Secretaria da ANAMT, à Rua dos Otoni, 909 - Sala 904. CEP 30150-270 - Belo Horizonte-MG, por carta ou fax.

Belo Horizonte, 2 de dezembro de 2003.

SEDE DO 13º CONGRESSO DA ANAMT 2007

Minha Opinião

Dr. João Alberto Maeso Montes Diretor de Divulgação da ANAMT

Findamos outra etapa de nossa jornada operacio-nal. Ao apagar das luzes do ano de 2003, o Ministério da Previdência nos reservou surpresas com a “ingesta forçada” da nova IN 99 ou seja, foi definido a priori-dade do poder de arrecadar sobre a ética.

Temos novo diretor no Departamento de Segu-rança e Saúde no Trabalho. Ao Dr. Virgílio caberá apaziguar os conflitos ideológicos que campeiam no planalto.

O desmonte do setor da fiscalização do Ministério do Trabalho dá sinais de existência e não tem data marcada. Com a publicação do Decreto 4870 e do edital do concurso para Auditor Fiscal do Trabalho e a tentativa de agregação dos Auditores Fiscais do Trabalho a Previdência Social o caos é geral.

Somam-se a isto as resoluções da Plenária da 12º Conferência Nacional da Saúde que é de arrepiar, va-

lendo a pena conferir.Nosso congresso de Goiânia vai de vento em popa.

O programa está estabelecido, os convites aos debate-dores estão sendo feitos e, é bom reservar espaço na agenda para passar uma semana em Goiás.

Publicada também a Instrução Normativa nº 98 de 5/12/2003 que faz a atualização clínica das lesões por esforços repetitivos (LER) ou osteomusculares rela-cionados ao trabalho. Recomendamos a leitura atenta dessa nova redação dada pela Previdência Social.

Ao findar o ano, nos deixou a Drª Talitha, a quem homenageamos pelas marcas que sua presença dei-xou entre nós.

Desejamos muita saúde a todos os médicos do trabalho do Brasil e um 2004 cheio de esperanças e realizações.

Surpresas de 2003

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Mensagem do presidente

Diz-se que a História costuma ser escrita pelos vencedores, e essa versão é a que se torna a “versão oficial”, he-gemônica, reproduzida e contada, até a posteridade, que então, por falta de memória e registros alternativos, reforça a construção da ideologia dos vitoriosos. Os vencidos, na maioria das vezes, não têm vez e voz.

De forma mais explícita e contunden-te, atribui-se a Hitler o conceito de que “ao vencedor não se perguntará depois se falou ou não a verdade. Em desenca-dear e ousar uma guerra, o que importa não é o direito, mas a vitória.” (Citado em Ascensão e Queda do Terceiro Reich, de W.L. Shirer).

Guardadas as proporções, a edição da Instrução Normativa no. 99, publica-da no Diário Oficial da União, de 10 de dezembro deste ano, ao tentar instituir, pela quarta vez consecutiva, o Perfil Pro-fissiográfico Previdenciário - PPP - com o mesmo Formulário do Anexo XV, traz a mesma mensagem do Ministério da Previdência Social e do Instituto Nacional do Seguro Social: não importa o direito, mas a vitória! Portanto, aos vencidos, o ódio de uns, a compaixão de outros. Ao vencedor, as batatas... Bem quentes, por sinal. Vitória de Pirro, ou de Cadmo, isto é, vitória que sai mais caro e desgastante para os supostos vencedores, do que aos supostos e momentaneamente vencidos...

Como bem noticiou a ANAMT em seu site, a partir de 11 de dezembro, “IN 99 obriga a realização do PPP a partir de 1/1/2004, apesar da gravidade dos erros técnicos e éticos de seu formulário, de-nunciados pelo CFM e ANAMT.” Como é sabido de todos, o CFM e a ANAMT estão há mais de um ano mostrando ao MPAS e ao INSS que o Formulário do PPP, em seu atual campo 17, contém erros técnicos e éticos graves, e isto não foi le-

vado a sério, por quem deveria ser sério. Confundem-se os conceitos de “moni-

torização biológica” com o de “resultados de exames clínicos e complementares”. Reduz-se a complexidade biológica do que é “normal” e do que é “anormal” à racionalidade binária de “sim” ou “não”, própria do raciocínio burocrático de quem somente vê duas opções na vida, mutua-mente exclusivas, que lembra o raciocínio maniqueísta do “certo” x “errado”, do “bem” ou do “mal”, da dicotomia binária do bit, como se a vida fosse assim. Volta-se no tempo, ao obrigar o médico a optar se o “anormal” (ignorando todos os mais elementares conceitos de variabilidade intra-individual e inter-individual, e a própria gama de valores de referência, que mudam em função das finalidades dos exames, sem contar a variabilidade inter-laboratorial, tão bem estudada por pessoas e instituições sérias), é “ocupa-cional” ou “não-ocupacional”. Se a com-plexidade da vida e do mundo biológico, e da própria Medicina fosse tão reduzida quanto o reducionismo dos burocratas da Previdência Social, quem sabe seria mais fácil viver...

Não bastassem os graves erros técni-cos que foram reiteradamente apontados pelo CFM e ANAMT, permanece a tei-mosa insistência em obrigar os médicos a fornecerem informações sobre resultados de exames médicos e complementares a leigos, para que eles preencham e usem como bem o desejarem. A ingenuidade e a voracidade da burocracia da Arrecadação do INSS acha que sempre será para o bem do trabalhador, quando todos - inclusive os trabalhadores - sabem que será para a discriminação, a estigmatização, o preju-ízo da empregabilidade, e a exclusão do “portador de exames de saúde alterados”. Como se ter “exames de saúde alterados” necessariamente tivesse algum significa-

do, da forma como comunicados na pape-leta chamada de “Formulário do PPP”.

Vencedores e vencidos?

Sim, por enquanto venceu a corpo-ração da área de Arrecadação do INSS, que na sua voracidade arrecadatória, não teve escrúpulos de atropelar o respeito profissional de quem tem outros valores não necessariamente medidos em cifrões. Perdeu a área de Perícia Médica do INSS, que na ambivalência vivida por seus mé-dicos, obrigados, de um lado, a cumprir o Código de Ética Médica - e alguns são até médicos do trabalho - e de outro, de cumprir o que determina a seguradora que os emprega, desistiram uns, tergiversaram outros, calaram outros. Sentimos isto nas reuniões e discussões que tivemos com colegas ilustres, como o Dr. Janny Wolff, a Dra. Ena Albuquerque, a Dra. Maria Virgínia Eloy Medeiros, e alguns outros - poucos, é verdade. Alguns colegas, até muito próximos da ANAMT, prefeririam “aderir”, o que sempre é mais cômodo, sobretudo quando a adesão é para o lado dos vencedores. A minoria silenciosa per-deu esta batalha interna e acabou atropela-da pelo rolo compressor do Governo.

Vencedores e vencidos?

Sim, por enquanto venceu o autorita-rismo do Executivo, legitimando-se sobre um processo de consulta de última hora e viciado. Perderam os trabalhadores-in-divíduos. Quando a sociedade civil co-meçou a denunciar mais um “canetaço” da Previdência Social, ela apressou-se a constituir uma Comissão Tripartite, em que os trabalhadores-indivíduos foram representados pelas Centrais Sindicais que hoje são Governo, e os outros ato-res sociais legítimos - como o Conselho

PPP: O silêncio dos vencidos“Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

Machado de Assis (1839-1908), Quincas Borba, VI.

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Federal de Medicina e a Associação Na-cional de Medicina do Trabalho - foram excluídos por unanimidade dos que es-tavam “dentro”. O Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, que tanto haviam criticado a duplicidade e triplici-dade das informações requeridas no PPP, acabaram alinhando-se à decisão de Go-verno, e todos os argumentos anteriores desapareceram em apenas duas reuniões da Comissão, terminando o trabalho antes do prazo, como se fosse matéria fácil. Dizer sim, certamente foi muito fácil, e nem precisaria de duas reuniões. No entanto, quando os que hoje estão no Governo foram consultados pela ANAMT, no final de 2002, pois estavam então na direção do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho - INST, da CUT, manifestaram sua enorme preocupação de que o formulário do PPP seria con-trário aos interesses dos trabalhadores, ao invadir sua privacidade e os expor a práticas discriminatórias, lesivas a sua empregabilidade. O trabalhador não foi ouvido. O médico a quem querem impor atribuições de ética questionável - para não dizer condenável - não foi ouvido.

Vencedores e vencidos?

Sim, há vencedores que são os “fins” e houve vencidos que são os “meios”. Pouco importam os meios utilizados desde que eles corrijam distorções en-tre os prêmios de seguro pagos pelas empresas e as reais condições de risco. As distorções devem ser corrigidas, mas não a custo da Ética e da quebra dos mais elementares princípios do respeito à in-violabilidade da intimidade e vida priva-da do trabalhador, do respeito ao dever profissional do sigilo médico, e utilizan-do-se da vulgarização das informações por círculos que não têm obrigações de sigilo profissional. Vencedora foi a ética (?) de que “os fins justificam os meios”. Ou nas palavras do líder nazista: “pouco importa o direito, e sim a vitória”.

Vencedores e vencidos?

Sim, os momentaneamente vence-

dores deram-se ao luxo de desprezar a proposta do Conselho Federal de Me-dicina e da ANAMT, de ser utilizado um sistema de informação de saúde regido pelos recursos de informática que o próprio INSS conhece e utiliza nas perícias médicas, onde somente o médico tem acesso, mediante senha. Foi oferecida a assessoria do CFM e da ANAMT para que tal sistema fosse conjuntamente desenhado, em tempo suficientemente hábil, utilizando tanto o know-how da própria Previdência, bem como o know-how de sistemas de saúde privados, como os do próprio SUS (tipo “prontuário eletrônico”), mas esta proposta, apoiada e endossada pelos médicos da Perícia Médica do INSS - os que se mantiveram abertos ao diálogo e fiéis aos compromissos profissionais de sua profissão - não atendia à urgência e leviandade arrecadatória que prevaleceu no interior do INSS. Foram vencidos o bom senso, a inteligência, a possibilida-de de avanço tecnológico, e mesmo de cooperação CFM-ANAMT-INSS.

Vencedores e vencidos?

Sim, venceu a “truculência da cane-ta” de quem está, momentaneamente, no bunker do poder. Perdeu quem apostou na força do diálogo e da busca de con-sensos que rege o mundo civilizado. Hostilizar os médicos ou dizer a eles o que é certo ou errado, como pretendem os dirigentes do MPAS e do INSS, é pro-fundamente lamentável, e, infelizmente é um convite a que a Sociedade Civil vá buscar na Justiça, ou através do Minis-tério Público, os meios de ser ouvida e respeitada.

Vencedores e vencidos?

Sim, entre muitos outros, ganharam os oportunistas e comerciantes, entre eles os que não tiveram o escrúpulo de sentir o que antigamente se denominava “con-flito de interesses”, pois utilizaram-se de cargos e de informações privilegiadas de dentro do INSS, para ganhar dinheiro - e muito - e ainda semear o terrorismo,

utilizando-se do hibridismo de posições e cargos. Ganhou a esperteza, uma vez mais. Quem perdeu? Muitos. Quase todos. Certamente a maioria. A maioria silenciosa, que contará uma história que será olvidada pelos cronistas de plantão, que hoje estão no lado dos vencedores.

Vencedores e vencidos?

Sim, por último mas não menos im-portante, a lembrança de que na mesma data em que vence a IN 99 - provisoria-mente, esperamos - vence a proposta privativista do Seguro Contra Acidentes do Trabalho (SAT), há anos pavimentada pelo INSS e MPAS, e agora incluída na Reforma Previdenciária, em troca dos votos de alguns senadores de um partido que era oposição ao atual Governo. As-sim a obrigatoriedade de cumprir as de-terminações da Previdência Social, que hoje se aproveita da autoridade de ser “estatal”, é a mesma que amanhã estará a serviço das seguradoras privadas que irão explorar o SAT. A lógica adotada no PPP pavimenta o caminho para o bom desempenho atuarial das seguradoras privadas, e os médicos que hoje o INSS pretende utilizar para seus propósitos, nesta ambivalência de “seguradora” e “estatal”, são os mesmos que amanhã deverão abrir mão das obrigações de seu Código de Ética, uma vez aberta a porteira dos “fins que justificam os meios”. A denúncia dos erros técnicos crassos e dos erros éticos inaceitáveis são vistos como “impedimento que atra-palha o bom andamento da máquina de Governo”, como se referiram algumas autoridades do MPAS e do INSS, com o beneplácido preguiçoso e negligente da Comissão Tripartite.

Que os momentaneamente vencidos não silenciem jamais, mesmo se nunca chegarem a ser vencedores! Pelo menos na acepção utilitária do termo, hoje tão à moda.

Dr. René MendesPresidente da ANAMT

Desafi os têm sido superados para que o nosso Congresso tenha o sucesso esperado. A Comissão Organizadora não tem medido esforços para receber bem os participantes deste evento, que será um marco para as próximas atividades científi cas da ANAMT.

São três, os motivos que respaldam nossas expectativas:Primeiro: A nossa cidade, a rede hoteleira e as autoridades governamentais

que têm demonstrado nos últimos anos, uma cumplicidade com as entidades científi cas do país, sempre oferecendo condições ideais para grandes eventos. O Centro de Convenções de Goiânia, acaba de conquistar, pela 2.ª vez con-secutiva, os prêmios Jacaré de Ouro, como melhor centro de convenções e exposições das Regiões Centro-Oeste e Norte, e Jacaré de Prata, como o 2.º melhor centro de convenções e exposições do País. A premiação é nacional e de maior relevância da categoria de turismo de eventos e de negócios.

Segundo: A Comissão Científi ca, com seu programa científi co, demons-tra sua capacidade em aglutinar assuntos diversifi cados e contemporâneos sobre a atuação dos médicos do trabalho dentro de suas competências. Neste mês, vocês receberão o 3.º Comunicado com todas informações necessárias.

Faça sua inscrição o mais rápido possível para aproveitar os preços e as facilidades de pagamentos do evento, da hospedagem e passagens aéreas.

Terceiro: A certeza da sua participação. Principalmente neste mo-mento em que a sociedade brasileira, política e economicamente, vem manifestando cobranças diversas de nossa especialidade. Uma séria res-ponsabilidade da nossa classe ao transmitir confi ança, saber e habilidade na promoção da saúde dos trabalhadores.

GOIÂNIA, SERÁ UMA OPORTUNIDADE DE NOVOS CO-NHECIMENTOS. PARTICIPE.

Dr. Carlos R. Campos - Coordenador Executivo

Goiânia se prepara para o ANAMT 2004

No dia 11 de dezembro o universo passou a brilhar mais intensamente com a chegada de estrela de elevada grandeza, após 90 anos de vida e exemplo na Terra. A nossa querida Dra. Talitha do Carmo Tudor, primeira Médica do Trabalho do Brasil, partiu para nos observar do Alto. No dia 5 de de-zembro, quando iríamos homenageá-la durante a X Jornada de Atualização do Médico do Trabalho do Rio de Janeiro, na qual contávamos com a presença de mais de 120 médicos do Rio de Janeiro e o Presidente da ANAMT, ela adoeceu. O destino não nos permitiu mais esta justa homenagem à grande dama da Medicina do Trabalho. No dia 12 de dezem-

bro prestamos a última homenagem a Dra. Talitha, quando entregamos ao seu fi lho Ivan e a sua neta Melanie as placas comemorativas de seus 90 anos e de sua permanente presen-ça na ABMT ao longo dos 59 anos de fundação. Envolta pela bandeira de seu querido Botafogo e sob os aplausos de seus amigos, colegas e discípulos, a Mestra maior desceu a terra deixando-nos o veemente pedido de que continuássemos a sua obra. Que Deus tenha a Dra. Talitha no melhor lugar. Em nossos corações será presença perene.

Dr. Arlindo Gomes - Presidente da ABMT

Um brilho para a eternidade

Jornal da

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