jornal da mediunidade leepp · prática. como kardec, efetuando a triagem das comunicações que...

4
Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO SETEMBRO/OUTUBRO ANO 2009 N.º 19 Temos preços especiais para Clube do Livro E D I T O R I A L REENCARNAÇÃO NO MUNDO ESPIRITUAL - II Tel/Fax: (17) 3426-8590 www.mariadenazare.com.br [email protected] EDITORA DIDIER Aproxima-se o Centenário de Nascimento de Chico Xavier, que haverá de ser regiamente comemorado em 2010! Todo o Brasil e, por que não dizer, o Mundo Espírita se movimentará em torno da efeméride, a qual se transformou numa das datas mais importantes do calendário da Doutrina Espírita. Depois de Allan Kardec, o médium Chico Xavier é a figura de maior expressão do Espiritismo. A sua tarefa e a sua vida se constituíram em valioso legado à Humanidade inteira. Se a Doutrina teve por berço a França e floresceu nos meios intelectuais de Paris, foi no Brasil, a partir de Pedro Leopoldo e Uberaba, Estado de Minas Gerais, que ela se popularizou e consolidou como o Consolador Prometido. A Espiritualidade Superior houve por bem não consentir que o Espiritismo, com Allan Kardec, o ilustre Professor Rivail, permanecesse restrito às elites acadêmicas, e, numa nova roupagem física, contrapondo-se à sua própria condição social e cultural de outrora, providenciou para que ele renascesse na condição do humilde e iletrado Chico Xavier, a fim de que a sua Mensagem chegasse ao cérebro e ao coração do povo. Em Allan Kardec, a sabedoria; em Chico Xavier, o amor! Ao mesmo espírito, Kardec/Chico, coube a missão de, primeiro, codificar e, depois, consolidar a Terceira Revelação, porquanto somente ele estava apto para compreender a essência de seus postulados e de colocá-los em prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo da mediunidade a que seria chamado, desde os albores da juventude. O Centenário de Chico Xavier Convenhamos que o trabalho de um médium da estirpe de Chico Xavier não se limita à recepção de mensagens dos desencarnados . Cabia-lhe, sim, filtrar e dar à publicidade o que era conveniente fazê-lo! Entre, pois, as tarefas de um e de outro, a não ser para aqueles que se propõem examiná-las de maneira superficial, não existe a menor disparidade. Equivocam-se os que falam em idolatria ou excesso de homenagens a Chico Xavier, porque, no fundo, o que se pretende é demonstrar que, sob o aspecto doutrinário, o Pentateuco Kardequiano se desdobra e se atualiza na Obra Xavieriana. Com a vantagem de que, se Kardec não teve suficiente tempo para vivenciar a Doutrina que codificara – visto que somente dispôs de quinze anos para fazer tudo o que fez –, na personalidade de Chico ele pode se revelar na condição de um dos mais lúcidos e completos apóstolos do Cristo! Deixamos, pois, aqui, a nossa sugestão para que os centros espíritas, no intuito de reverenciar a memória do médium de Emmanuel, que simboliza uma plêiade de Espíritos Superiores, estudem a sua Obra psicográfica – esta, sem dúvida, será a melhor maneira de demonstrar-lhe gratidão e reconhecimento. Que os grupos espíritas coloquem em execução, sem mais tardar, o estudo sistemático das obras da lavra de Chico Xavier, de paralelo com as de Allan Kardec, já que, infelizmente, tanto uma quanto a outra estão carecendo de ser mais bem conhecidas, do público em geral e daqueles que, nas opiniões que emitem, sejam verbalizadas ou escritas, deixam entrever que delas não fizeram mais que uma rápida e insuficiente leitura. "Carma e Evolução" - LEEPP "Se Teus Olhos Forem Bons" - DIDIER Obras Imperdíveis Conversa séria ou, pelo menos, um pouco mais séria. Não é sem razão que, desde a Codificação, os Espíritos Superiores estão sempre a nos recomendar o estudo metódico e detalhado das obras espíritas em geral. Peço aos leitores de nosso blog, que leiam conosco este trecho que se encontra inserido no capítulo 20, “Noções de Lar”, do livro “Nosso Lar”, de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier. “As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas.” Numa simples frase, perdida no meio do texto, um mundo de reflexões! D. Laura, conversando com André Luiz, depois de explicar a ele que se encontram numa “cidade de transição”, afirma, com meridiana clareza, que aos desencarnados residentes em Nosso Lar restam dois caminhos: voltar a Terra – subentende-se que pela reencarnação – ou, então, “ascender a esferas mais altas.” É aqui que eu entro, questionando aos queridos internautas: — Ascendem como?! ( ) arrebatados por um carro de fogo, como a Bíblia (II Reis, cap. 2 – v. 11) diz que ocorreu ao profeta Elias? ( ) sequestrados (desculpem, mas não resisto à brincadeira) por algum OVNI? ( ) de corpo e alma, como a Igreja sustenta que aconteceu com Jesus, no dogma da ressurreição? ( ) simplesmente vencendo a lei da gravidade (que todo o mundo sabe que existe, mas que nunca foi provada!), que, segundo o próprio André Luiz, numa outra obra, igualmente impera no Mundo Espiritual? ( ) nenhuma das respostas anteriores. Neste teste de múltipla escolha, com a resposta os exegetas da Doutrina! Quanto a mim, vou cravar a última opção, ou seja: (x) nenhuma das respostas anteriores! www.inacioferreira-baccelli.zip.net Visite o Blog do Dr. Inácio: – MEDIUNIDADE NA INTERNET – Pela lavra mediúnica de Carlos A. Baccelli, o espírito de Irmão José, já conhecido de todos nós pelos seus comentários em torno do Evangelho, nos proporciona, nestas duas obras, preciosos estudos em torno das transcendentes questões de "O Livro dos Espíritos". Disponíveis nas Distribuidoras e Livrarias. E-mail: [email protected] Então, talvez, vocês me perguntem: — “Dr. Inácio, qual, então, a resposta correta?” Fácil, pois que está implícita no texto: pela desencarnação! Ou, se preferirem, por um segundo passamento! Ou, se quiserem, por um novo renascimento! Alguém objetará: — “Desencarnar no Mundo Espiritual?! Como?! Lá não existe carne?!...” Permitam-me o desabafo, recorrendo às incisivas palavras do Mestre aos doutores da lei: — Ai, meu Deus! Até quando vos haverei de sofrer?!... Em última análise, carne é protoplasma, que, por sua vez, é um complexo físico-químico de natureza coloidal. Para quem nunca pensou nisto: o perispírito também é constituído por células! Voltemos, no entanto, ao nosso teste de conhecimentos. Sem desencarnar uma segunda vez, deixando a carcaça um pouco mais etérea no Além, o espírito não tem como ascender a esferas mais altas! Agora a conclusão que, para muitos, será crucial: — Se, conforme está implícito no texto de André Luiz, a desencarnação no Mundo Espiritual ainda é uma lei biológica, o que, por lógica dedutiva, impediria que os espíritos aqui reencarnassem?! Esforço-me para escrever qual se estivesse aí no meio de vocês, trocando ideias sobre o assunto, que, não sei por que, vem incomodando muita gente. — “Temos alguma outra opção?!” – adivinho alguém perguntando. — “Têm!” – respondo. — Neguem a autenticidade das obras de André Luiz pela mediunidade de Chico Xavier! Como, aliás, um ou outro já vem fazendo. Prometo, posteriormente, voltar a falar a respeito da morte no Plano Espiritual. Está bem? Tchau, que tenho mais que fazer do que ficar só na Internet! Uberaba (MG), 13 de agosto de 2009. Em tempo: André Luiz se refere às almas femininas, porque o seu diálogo com D. Laura se originou da seguinte pergunta: “Desempenhando tantos deveres, a senhora ainda tem atribuições fora de casa?” Evidentemente, que as almas masculinas se inserem no contexto. (Publicado no blog “Mediunidade na Internet”)

Upload: trinhthuy

Post on 09-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo

ImpressoEspecial

7317034806/2006-DR/MG

LEEPP

CORREIOS

LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO SETEMBRO/OUTUBRO – ANO 2009 – N.º 19

Temos preços especiais paraClube do Livro

E D I T O R I A L REENCARNAÇÃO NO MUNDO

ESPIRITUAL - II

Tel/Fax: (17) 3426-8590www.mariadenazare.com.br

[email protected]

EDITORA DIDIER

Aprox ima-se o Cen tenár io de Nascimento de Chico Xavier, que haverá de ser regiamente comemorado em 2010! Todo o Brasil e, por que não dizer, o Mundo Espírita se movimentará em torno da efeméride, a qual se transformou numa das datas mais importantes do calendário da Doutrina Espírita.

Depois de Allan Kardec, o médium Chico Xavier é a figura de maior expressão do Espiritismo. A sua tarefa e a sua vida se constituíram em valioso legado à Humanidade inteira.

Se a Doutrina teve por berço a França e floresceu nos meios intelectuais de Paris, foi no Brasil, a partir de Pedro Leopoldo e Uberaba, Estado de Minas Gerais, que ela se popularizou e consolidou como o Consolador Prometido. A Espiritualidade Superior houve por bem não consentir que o Espiritismo, com Allan Kardec, o ilustre Professor Rivail, permanecesse restrito às elites acadêmicas, e, numa nova roupagem física, contrapondo-se à sua própria condição social e cultural de outrora, providenciou para que ele renascesse na condição do humilde e iletrado Chico Xavier, a fim de que a sua Mensagem chegasse ao cérebro e ao coração do povo. Em Allan Kardec, a sabedoria; em Chico Xavier, o amor!

Ao mesmo espírito, Kardec/Chico, coube a missão de, primeiro, codificar e, depois, consolidar a Terceira Revelação, porquanto somente ele estava apto para compreender a essência de seus postulados e de colocá-los em prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo da mediunidade a que seria chamado, desde os albores da juventude.

O Centenário deChico XavierConvenhamos que o trabalho de um médium da estirpe de Chico Xavier não se limita à recepção de mensagens dos desencarnados . Cabia-lhe, sim, filtrar e dar à publicidade o que era conveniente fazê-lo! Entre, pois, as tarefas de um e de outro, a não ser para aqueles que se propõem examiná-las de maneira superficial, não existe a menor disparidade.

Equivocam-se os que falam em idolatria ou excesso de homenagens a Chico Xavier, porque, no fundo, o que se pretende é demonstrar que, sob o aspecto doutrinário, o Pentateuco Kardequiano se desdobra e se atualiza na Obra Xavieriana. Com a vantagem de que, se Kardec não teve suficiente tempo para vivenciar a Doutrina que codificara – visto que somente dispôs de quinze anos para fazer tudo o que fez –, na personalidade de Chico ele pode se revelar na condição de um dos mais lúcidos e completos apóstolos do Cristo!

Deixamos, pois, aqui, a nossa sugestão para que os centros espíritas, no intuito de reverenciar a memória do médium de Emmanuel, que simboliza uma plêiade de Espíritos Superiores, estudem a sua Obra psicográfica – esta, sem dúvida, será a melhor maneira de demonstrar-lhe gratidão e reconhecimento. Que os grupos espíritas coloquem em execução, sem mais tardar, o estudo sistemático das obras da lavra de Chico Xavier, de paralelo com as de Allan Kardec, já que, infelizmente, tanto uma quanto a outra estão carecendo de ser mais bem conhecidas, do público em geral e daqueles que, nas opiniões que emitem, sejam verbalizadas ou escritas, deixam entrever que delas não fizeram mais que uma rápida e insuficiente leitura.

"Carma e Evolução" - LEEPP

"Se Teus Olhos Forem Bons" - DIDIER

Obras Imperdíveis

Conversa séria ou, pelo menos, um pouco mais séria.

Não é sem razão que, desde a Codificação, os Espíritos Superiores estão sempre a nos recomendar o estudo metódico e detalhado das obras espíritas em geral.

Peço aos leitores de nosso blog, que leiam conosco este trecho que se encontra inserido no capítulo 20, “Noções de Lar”, do livro “Nosso Lar”, de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier.

“As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas.”

Numa simples frase, perdida no meio do texto, um mundo de reflexões!

D. Laura, conversando com André Luiz, depois de explicar a ele que se encontram numa “cidade de transição”, afirma, com meridiana clareza, que aos desencarnados residentes em Nosso Lar restam dois caminhos: voltar a Terra – subentende-se que pela reencarnação – ou, então, “ascender a esferas mais altas.”

É aqui que eu entro, questionando aos queridos internautas: — Ascendem como?!

( ) arrebatados por um carro de fogo, como a Bíblia (II Reis, cap. 2 – v. 11) diz que ocorreu ao profeta Elias?

( ) sequestrados (desculpem, mas não resisto à brincadeira) por algum OVNI?

( ) de corpo e alma, como a Igreja sustenta que aconteceu com Jesus, no dogma da ressurreição?

( ) simplesmente vencendo a lei da gravidade (que todo o mundo sabe que existe, mas que nunca foi provada!), que, segundo o próprio André Luiz, numa outra obra, igualmente impera no Mundo Espiritual?

( ) nenhuma das respostas anteriores. Neste teste de múltipla escolha,

com a resposta os exegetas da Doutrina!

Quanto a mim, vou cravar a última opção, ou seja: (x) nenhuma das respostas anteriores!

www.inacioferreira-baccelli.zip.net

Visite o Blog do Dr. Inácio:

– MEDIUNIDADE NA INTERNET –

Pela lavra mediúnica de Carlos A. Baccelli, o espírito de Irmão José, já conhecido de todos nós pelos seus comentários em torno do Evangelho, nos proporciona, nestas duas obras, preciosos estudos em torno das transcendentes questões de "O Livro dos E s p í r i t o s " . D i s p o n í v e i s n a s Distribuidoras e Livrarias.E-mail: [email protected]

Então, talvez, vocês me perguntem: — “Dr. Inácio, qual, então, a resposta correta?”

Fácil, pois que está implícita no texto: pela desencarnação! Ou, se pre fer i rem, por um segundo passamento! Ou, se quiserem, por um novo renascimento!

Alguém objetará: — “Desencarnar no Mundo Espiritual?! Como?! Lá não existe carne?!...”

Permitam-me o desabafo, recorrendo às incisivas palavras do Mestre aos doutores da lei: — Ai, meu Deus! Até quando vos haverei de sofrer?!...

Em últ ima análise, carne é protoplasma, que, por sua vez, é um complexo físico-químico de natureza coloidal. Para quem nunca pensou nisto: o perispírito também é constituído por células!

Voltemos, no entanto, ao nosso teste de conhecimentos. Sem desencarnar uma segunda vez, deixando a carcaça um pouco mais etérea no Além, o espírito não tem como ascender a esferas mais altas!

Agora a conclusão que, para muitos, será crucial:

— Se, conforme está implícito no texto de André Luiz, a desencarnação no Mundo Espiritual ainda é uma lei biológica, o que, por lógica dedutiva, impediria que os espíritos aqui reencarnassem?!

Esforço-me para escrever qual se estivesse aí no meio de vocês, trocando ideias sobre o assunto, que, não sei por que, vem incomodando muita gente.

— “Temos alguma outra opção?!” – adivinho alguém perguntando.

— “Têm!” – respondo. — Neguem a autenticidade das obras de André Luiz pela mediunidade de Chico Xavier! Como, aliás, um ou outro já vem fazendo.

Prometo, posteriormente, voltar a falar a respeito da morte no Plano Espiritual. Está bem?

Tchau, que tenho mais que fazer do que ficar só na Internet!

Uberaba (MG), 13 de agosto de 2009.

Em tempo: André Luiz se refere às almas femininas, porque o seu diálogo com D. Laura se o r i g i n o u d a s e g u i n t e p e r g u n t a : — “Desempenhando tantos deveres, a senhora ainda tem atribuições fora de casa?” Evidentemente, que as almas masculinas se inserem no contexto.

(Publicado no blog “Mediunidade na Internet”)

Page 2: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo

Página 2 SETEMBRO/OUTUBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

Geraldo Ribeiro da Silva(Grupo Espírita “Batuíra” - SP)

Márcia Queiroz Silva Baccelli

Brilhe a vossa luz!Vós sois a luz do mundo. Não se pode

esconder uma cidade edificada sobre um monte... Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus. – Mateus, cap. 5, vv. 14 e 16.

A luz simboliza o conhecimento, a revelação, as descobertas, em oposição às trevas, que representam a ignorância, a inferioridade e o atraso. Onde haja luz, as trevas não ocupam lugar. Jesus reforça esta tese, ao nos dizer: “A luz ainda está convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai”. – Lucas, cap. 12, v. 35.

O Mestre se declara como sendo a própria luz, o modelo de homem de bem (“O Livro dos Espíritos”, q. 625), a que todos nós devemos imitar e seguir. Suas lições, contidas no Evangelho, são gotas de luz que enobrecem e elevam a alma para Deus.

Ao recomendar a seus discípulos: ‘Brilhe a vossa luz’, o Divino Amigo estava

encorajando-os a ir a campo e anunciar ao povo a Boa Nova. Era um trabalho árduo, que exigia de cada enviado do Mestre muita coragem, determinação e capacidade de persuasão.

Ensinando-nos que seu Reino não é deste mundo, Jesus nos esclarece que a vida na Terra é transitória. É um curto período de aprendizado para o espírito, na sua longa ascensão a Deus. Embora o Mestre tenha sido enfático em afirmar que seu reino não é aqui, o homem, em geral, permanece alheio a toda sugestão de natureza espiritual.

Os espíritos conscientes da vida, em suas múltiplas dimensões, preocupam-se com seu retorno a este mundo; sabem a responsabil idade que envolve uma encarnação; compreendem que todos nós invariavelmente retornamos a este planeta com uma missão, ainda que pequenina. Muitas delas são missões comuns, do tipo ser pai, mãe, cientista, pesquisador, professor, médico, sacerdote, etc. Entretanto todas elas têm seu valor na soma do progresso que nos cabe realizar.

Há muitos representantes de religiões que sabem o que é a reencarnação, mas, por orgulho, a repudiam; sabem que os espíritos se comunicam com os homens, mas preferem negar o fenômeno. Por que esse comportamento? Porque a reencarnação é uma lei que nos iguala a todos, o que para muitos não é uma condição que agrade.

Por isso, temos que nos empenhar na divulgação da mensagem espírita, que não é outra senão a do Cristianismo Redivivo. Em outros termos, isto significa agir com desprendimento e dedicação ao trabalho de ajuda ao próximo; atuar com menos críticas pessoais e mais realizações no campo do Bem.

O médium não deve se recolher, porque um dia falhou, ao filtrar o pensamento do espírito comunicante. Não! Tais ocorrências são escolhos da prática mediúnica, a que todos nós estamos sujeitos. “Em matéria de mediunidade, diz-nos Emmanuel, importa o serviço. Em qualquer tarefa das boas obras, deixa, pois, que a mediunidade te brilhe nas mãos. Entre a lâmpada apagada e a força das trevas não há diferença.”

O orador também não deve se calar, porque um dia não esteve inspirado, ao expor o tema que preparara com tanto esmero. Não! A todo instante somos testados na nossa humildade e no dom de servir. Divulgar a Doutrina Espírita, seja através da palavra ou da escrita, é caridade sob a forma de mais luz no coração das pessoas.

O dirigente da casa espírita não pode reclamar do cargo, simplesmente porque o trabalho é exaustivo, exigindo dele mais abnegação. Compreender que a casa espírita é um farol que ilumina e consola muitas almas em aflição, restaurando-lhes a fé e a alegria de viver. Só este motivo é suficiente para que trabalhemos mais.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 20, item 5, o Espírito da Verdade ressalta: “Ditosos serão os homens que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade”. Trabalhar em favor dos necessitados, sem a preocupação de receber qualquer recompensa, é um ato de grandeza e desprendimento espiritual. Poucos são os que trabalham somente pelo prazer de servir.

O que será da Doutrina Espírita, se os espíritas não a divulgarem? O que será da mediunidade, se os médiuns não permitirem que os espíritos se comuniquem por seu intermédio?

O verdadeiro espírita tem Jesus como modelo e inspiração; para ele, a evolução é um processo contínuo; diante das pessoas difíceis, é paciente; ao ser caluniado, trabalha mais; diante das ofensas, perdoa setenta vezes sete vezes; e quando chamado a dar testemunho de sua fé, exemplifica.

Em qualquer situação em que nos encontremos, devemos nos lembrar do ensino do Mestre: “Brilhe a vossa luz!”.

DE “O LIVRO DOS ESPÍ-RITOS” “Seria pueril, portanto, ver-se uma contradição onde geralmente não existe mais do que uma diferença de palavras. Os Espíritos Superiores não se preocupam com a forma: para eles, a essência do pensamento é tudo.” (Introdução do Estudo da Doutrina Espírita – XIII – As Divergências de Linguagem)

DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS” 16. Porque certas visões são mais frequentes no estado de moléstia? — Igualmente ocorrem no estado de perfeita saúde; mas na moléstia os laços materiais estão frouxos; a fraqueza do corpo deixa mais liberdade ao espírito, que entra mais facilmente em comunicação com os espíritos. (Cap. VI – Manifestações Visuais)

DE “O EVANGELHO SEGUN-DO O ESPIRITISMO” “São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas.” (Cap. I – Não Vim Destruir a Lei)

DE “O CÉU E O INFERNO” 8. – “O estado moral da alma é a causa principal que influi sobre a maior ou menor facilidade do desl igamento.” (Cap. I – A Passagem)

DE “A GÊNESE” “O Espiritismo, marchando com o progresso, jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas demonstrassem estar em erro sobre um certo ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará.” (Cap. I – Caracteres da Revelação Espírita)

“SE EU QUISER FALARCOM DEUS”

As dificuldades da existência são inúmeras. Às vezes, sentimo-nos num beco sem saída, diante de tantas dificuldades que enfrentamos.

No entanto, apesar de tudo, encontramos uma luz no final do túnel.Essa luz é a fé que depositamos em Deus, que preenche as nossas almas de

confiança e certeza de que tudo se transforma para o Eterno Bem.As enfermidades, os espinhos que acabam por nos ferirem, a desencarnação dos

entes queridos, os problemas intricados que necessitamos resolver...Apesar de tudo, precisamos confiar Naquele que nos criou!Gilberto Gil, um dos intérpretes da Música Popular Brasileira, felicitou-nos com

um poema intitulado:

Se eu quiser falar com Deus“Tenho que ficar a sós,Tenho que apagar a luz,Tenho que calar a voz,Tenho que encontrar a paz...”Encontramos a necessidade de

buscar o Criador, procurando no silêncio interior, o momento de sentir a Sua presença.

“Tenho que folgar os nósDos sapatos, da gravata,Dos desejos, dos receios,Tenho que esquecer a data,Tenho que perder a conta.Tenho que ter mãos vazias.Ter a alma e o corpo nus....”Na verdade, temos de desatar os

nós das aflições e dificuldades que sempre nos envolvem.

É necessário, portanto, entrar em sintonia conosco mesmos, no âmago do ser, esvaziando-nos de todas e quaisquer preocupações.

“Se eu quiser falar com Deus,Tenho que aceitar a dor,Tenho que comer o pãoQue o diabo amassou...”Acei tar compassivamente o

sofrimento, na certeza de que ele é o cinzel que dilapida o mármore bruto do nosso coração.

“Tenho que virar um cãoDos palácios, dos caste los

suntuosos,Do meu sonho...Tenho que me ver tristonho,Tenho que me achar medonho.E, apesar do meu tamanho,Alegrar meu coração!...”Sonha r sempre é p rec i so ,

descortinar novos caminhos, percorrer as estradas internas, conhecer-se.

É necessário guardar a alegria interna ante as asperezas da vida!

“Se eu quiser falar com Deus,Tenho que me aventurar.Tenho que subir aos Céus,Sem cordas pra segurar...”O espírito tem o destino da

ascensão! Subir aos Céus é uma aventura de todos que anseiam pela reforma íntima e pelo reajustamento espiritual.

“Tenho que dizer adeus,Dar as costas e caminhar!Decidido pela estrada...”Caminhar sempre, buscar a estrada

da renovação interior.“Que, ao findar, vai dar em nada,Nada, nada, nada, nada,Nada, nada, nada, nadaDo que eu pensava encontrar...”O que nós pensamos encontrar

depois da morte? O Espiritismo no-lo mostra. O espírito imortal prossegue em sua luta para ascender a Planos de vidas mais aperfeiçoadas!

Verdade que não precisa — Que o saibam crentes e ateus – De reparos ou adendos, Só a Verdade de Deus!

Quem diz tudo quanto sabeConsegue apenas dizer O quanto ainda ignora Do que lhe falta saber.

A Verdade sobre a Terra Que todo homem procuraDa Verdade Universal É simples caricatura.

Ninguém consegue atinar Com a Verdade Absoluta Que motiva o coração Que não desiste da luta.

De sempre mais conhecer Quem é sábio não se priva: Sobre a Terra, não existe Verdade definitiva.

A palavra da Verdade Deve ser dita, contudo Precisa a língua, ao dizê-la, Revestir-se de veludo.

Questionado por Pilatos Quanto à essência da Verdade, Se Jesus silenciou, Dar a resposta quem há de?!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de 15 de agosto de 2009, em Uberaba - MG.)

Verdadee Vida

*

*

*

*

*

*

Page 3: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo

SETEMBRO/OUTUBRO Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

Fo i o comp i lado r e p r inc ipa l evangelizador da Doutrina Espírita. Os seus livros são o repositório da Filosofia Espírita, ao mesmo tempo que contêm seguras ind icações para base do es tudo experimental do Espiritismo.

Agora, depois de reconhecido por ti, apraz-me, sinceramente, louvar-te pela tua obra de propaganda e de divulgação.

São volvidos poucos anos após aquele em que tomei sobre mim o pesado encargo de coordenar e publicar os ensinamentos dados pelos Espíritos; e foi necessária não pequena dose de energia e coragem moral para arrostar contra a ignorância de uns, contra a indiferença de outros e, acima de tudo, contra a maldade daqueles a quem a santidade e pureza da doutrina revelada podia prejudicar. Eles, os meus conselheiros e amigos de então e agora meus companheiros, não me abandonavam nunca; e ao seu auxílio autorizadíssimo e potente eu devi, em grande parte, o ter força e vontade para arrostar com todas as campanhas que se me moveram.

Eu, porém, era nada. Simplesmente instrumento da vontade do Mestre e dos seus obreiros, dei o meu nome e a minha acção material para a grande obra.

Talvez ainda desse menos do que tu.Eu dava o estudo, a compilação, e tu

dás a própria acção.Tu e eu, porém, como todos aqueles que

se dedicam com fé e com amor à grande causa do aperfeiçoamento humano, somos meros trabalhadores da obra imortal.

Em nada nos devemos desvanecer, e em nada temos que vangloriarmo-nos de méritos que não possuímos.

Só temos é que dar louvores e agradecimentos a quem, para esta acção meritória nos escolheu, sem pensarmos, entretanto, se somos melhores ou piores do que aqueles que para tanto não foram escolhidos.

Do mesmo madeiro se tira pau para esculturas santas e para fôrmas de calçado; e por ter diverso destino, não deixou de ter sido alimentado pelas mesmas raízes, criado no mesmo solo e ferido pelo mesmo lenhador. E sucede, por vezes, que a parte a que coube o altar e a adoração, não é a mais sã nem a mais limpa no tronco. Não te envaideças, pois, pela faculdade que possuis.

Extrai dela, sempre que possas, o que de melhor ela possa dar. Não te deixes cegar pela lisonja, nem daí nem daqui; assim como te não deixes intimidar com os doestos, as críticas e, porventura, os insultos com que sejas acolhido. Recorda-te que a vida aí é

Com o texto do médico psiquiatra dr. Carlos Hecktheuer, nossa singela homenagem ao Dia das Mães.

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de lhes dizer:

Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão, a que horas regressarão.

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que t i raram do supermercado ou revistas do jornaleiro e fazê-los dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”.

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, por duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas

ALLAN KARDECuma simples transição. Tudo, obedecendo a uma lei comum, transita e passa. O que se demora e fica ou pelo menos nos dá a impressão da paragem é a verdade. Ora, a verdade está na doutrina que servimos, e todo aquele que bem a serve, dela receberá recompensa.

Se te malsinarem, apieda-te de quem o fizer; se responderes, sê sereno e não olvides nunca que responderás a quem é mais infeliz do que tu, porque ainda lhe não chegou a hora de conhecer a verdade.

És facilmente irritável. Precisas combater tenazmente essa fraqueza da tua vontade.

Quem apostoliza precisa mais de humildade do que de violência; mais de autoridade do que de cólera. Foi pela humildade que o Mestre conquistou o mundo; foi pela humildade que os seus discípulos consolidaram a doutrina.

Francisco Xavier, só e humilde, conquistou mais almas para o cristianismo do que todos os cruzados, com os seus aguerridos exércitos e as suas poderosas armadas.

O pobre só se impunha pela simplicidade e pela verdade; os guerreiros pela tirania e pela chacina. Um era o amor e a paz, os outros eram o terror e a desolação; um levava a esperança, os outros o desespero; um levava o alívio às dores, os outros faziam dores para as quais não havia alívio; por isso o hábito roto e as sandálias humildes do apóstolo ficaram sendo veneradas, e as reluzentes armaduras dos príncipes rapaces e fanáticos, execrados.

Uma ideia, ainda que má, exposta em tranquila prédica, é mais susceptível de converter incrédulos, do que a mais pura ideia, imposta com intolerância.

Perdoa que nós insistimos de vez em q u a n d o n e s t e s c o n s e l h o s . S ã o indispensáveis. Não há aí quem tão limpo esteja dos maus assomos, os da vaidade e da irritabilidade, que receba sempre a sangue frio, os golpes vibrados por quem saiba ferir aquelas duas fraquezas espirituais.

Companheiro. É incontroverso que depois que da Terra saí, alguma coisa aprendi mais do que o que nela sabia. Este novo pecúlio de saber seria talvez proveitoso à refundição da minha obra aí.

Tenho reflectido muito nisso, por vezes. Sempre que encontro na Terra um médium bom, crio desejos de fazê-lo, e agora, que tenho assistido ao desabrochar das tuas faculdades, mais uma vez pensei, com interesse, na possibilidade de fazer esse t r a b a l h o d e m e l h o r a m e n t o e aperfeiçoamento.

Penso, porém, ao mesmo tempo, que

me devo contentar com o que deixei feito.Assim como é, tem servido bem para o

fim a que a destinaram os espíritos que a ela presidiam, e os que se me seguirem aí, que busquem, no campo especulativo, o que por mal meu e dela lhe possa faltar ainda.

No campo experimental, ilustres e prestatíssimos sábios se lhe têm avantajado em muito.

A parte experimental é, porém, efêmera. Boa para a conquista, não tem, todavia, qua l i dades de es tab i l i dade e de c o n s e r v a ç ã o . C o m o f e n ô m e n o experimentado, entra na ordem das coisas concretas, e para estas coisas, o aperfeiçoamento é mais sensível, porque a natureza delas é mais precária.

Uma obra experimental de grande actualidade e verdade hoje, daqui a dez anos será velha, se a não acompanhar, como parte integrante e auxiliar, a feição abstracta e ideal.

Os meus livros, no que têm de prático, sob o ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados, de há muito, por dezenas de outras obras de mais incontestado e incontestável valor, daquela ordem de estudos. O que, porém, neles existe da parte moral de ensinamento, ainda não foi nem será facilmente sobrepujada. É que, neste campo, eles estão com a verdade, e a verdade, apresentada sob que aspecto for, é sempre a verdade. É tão nova hoje, como no tempo de Cristo, como no tempo dos profetas, como em qualquer tempo.

Como disse Littré na sua comunicação: – sobre filosofia, o homem está hoje tão adiantado como há milhares de anos.

Ora, a filosofia é a verdade espiritual na terra.

Sendo assim, para que hei-de mexer na minha obra?

O que tem de bom, há-de ser bom sempre. O que não é bom já está destruído pelo tempo e substituído vantajosamente por todos os trabalhos dos que, com mais valor, me sucederam.

Se, porém, eu reconhecer necessidade e oportunidade para dizer alguma coisa de novo e de útil, o farei; assim como, terei sempre grandíssimo prazer em te responder sobre qualquer assunto, ou sobre qualquer detalhe, em que me dês a satisfação de me c o n s u l t a r e s . D i g o - t e i s t o despretensiosamente. Não me ofereço. Conselhos não se oferecem. Ponho-me à tua disposição, para te utilizares do meu préstimo e da minha experiência, se nisso vires alguma vantagem, mas não me magoarei se me não utilizares.

E que Deus te ilumine sempre a estrada a percorreres.

Allan Kardec

(Psicografia de Fernando Lacerda do livro “Do País da Luz”, 2.º volume)

Mães “Malvadas”ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram).

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque, no final, vocês venceram também! E, em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais malvada do mundo”.

As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço, e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.

Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e “fuçava” nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas

ela “violava as leis do trabalho infantil”. Nós tínhamos de tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.

Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E, quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham de subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar

Perdoar não é apenas esquecer a ofensa, mas lembrar que o ofensor é um irmão doente e precisa ser amado.

Quem permanece em seu juízo perfeito jamais magoa alguém.

Quanto mais ilimitada a t u a c a p a c i d a d e d e compreender e amar, menos te sentirás exigido em matéria de perdão.

A g r e d i d o a c a d a instante , porque não assimilava os golpes que lhe eram desferidos, Jesus não e x p e r i m e n t a v a a necessidade humana de perdoar.

Se a ofensa coloca à mostra as limitações de quem a pratica e o perdão, o grau de consciência de quem luta para superar-se, quem nada tem a perdoar revela que já se encontra um passo além no caminho do verdadeiro amor.

Irmão José

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de 18 de julho de 2009, em Uberaba - MG)

PERDÃO –

NECESSIDADE

HUMANA

tarde da noite com 12 anos, tivemos de esperar pelos 16 para chegarmos um pouco mais tarde, e aquela chata levantava-se para saber se a festa tinha sido boa (só para ver como estávamos ao voltar).

Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas e x p e r i ê n c i a s n a adolescência:

Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em r o u b o , e m a t o s d e vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA!

Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “PAIS MAUS”, como minha mãe foi.

EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE.

N Ã O H Á S U F I C I E N T E S M Ã E S “MALVADAS”!

(Transcrito da “Folha Espírita” / Maio-2009)

Page 4: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · prática. Como Kardec, efetuando a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, Chico se preparou para o exercício mais ostensivo

Página 4 SETEMBRO/OUTUBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza NetoRegistro: SC 01359JPRevisão gramatical: Fausto De VitoDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão:

Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência:

Av. Elias Cruvinel, 1200 - B. Boa Vista -38070-100 - Uberaba-MG

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

O caminho mais curto entre dois pontos é um segmento de reta. Se admitirmos que cada momento de nossa existência, como a vida presente, está delimitado por dois pontos, o “nascimento” e a “morte”, será conveniente buscar o caminho mais curto em direção ao próximo estágio. Porque se não formos capazes de identificar o caminho correto e alcançar nossa meta evolutiva atual, teremos que renascer nesta dimensão tantas vezes quantas forem necessárias, até que isso ocorra. Esse é o pano-de-fundo da reflexão que fazemos a seguir.

Não são poucos os que, mesmo não sendo espíritas, reconhecem a importância de Chico Xavier. Uma das maiores manifestações neste sentido foi sua eleição como “Mineiro do Século”, e o reconhecimento não para: em 28/04/2009, por exemplo, D. Laura Medioli, proprietária de grandes jornais e outras empresas em Minas Gerais, publicou um artigo seu, “Chico Xavier”, a propósito do “Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra”, que acabava de se realizar em Pedro Leopoldo (MG). No artigo, ela chama Chico carinhosamente de “Santinho”, reconhecendo que os atributos da sua vida e obra o colocam pelo menos no nível dos mais espiritualizados seres que já estiveram entre os homens, alguns dos quais os católicos acreditam ser “intercessores” junto a Deus.

No entanto, no Meio Espírita, as opiniões se dividem. Há os que, como nós, acreditam que Chico Xavier foi o mais completo discípulo de Jesus já encarnado no Planeta e, mas outros o reduzem a um “excepcional fenômeno mediúnico”. Os que entendem Chico um médium como tantos outros, fazem isso em função de uma interpretação dogmática do fenômeno mediúnico. Porque sendo a mediunidade uma faculdade que todas as criaturas possuem, mais ou menos ostensivamente, os criadores de dogmas acabam nivelando os médiuns por baixo, inclusive Chico Xavier. Para eles, se todos somos médiuns, Chico é só mais um...

Mas não é bem assim. Através de diversas fontes, vem se confirmando que Chico e Allan Kardec são reencarnações do mesmo espírito. Deste modo, fica evidente que algo diferenciado há na ação deste missionário. E não é preciso muita pesquisa para alcançar uma conclusão, já que isso dá coerência ao papel do Espiritismo junto à Humanidade. No diálogo “Minha Volta”, que consta de “Obras Póstumas”, em que o próprio Kardec conversa com Jesus, sob o pseudônimo de “Espírito Verdade”, em 10 de junho de 1860, através da médium Sra. Schmidt, ele compreendeu perfeitamente sua morte nos anos seguintes e a reencarnação entre o final do século XIX e o início do século XX. Foi Jesus que disse isso a Kardec, mas ainda há quem conteste que ele retornou em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo (MG)?

Os que dizem que Chico é um médium como outro qualquer, sem dúvida, estão tentando fazer com o Espiritismo o mesmo que fizeram com o Cristianismo: submeter a Doutrina Consoladora aos interesses m u n d a n o s , d e g e n e r a n d o - a e desacreditando-a ao olhos de bilhões. Não por mera coincidência estes são os mesmos que se envolvem em atividades políticas, passando-se por “representantes dos espíritas”, como se alguém, encarnado ou desencarnado, tivesse passado procuração para eles.

Digam o que quiseram, mas em toda a História da Humanidade quem mais, e x c e t o o p r ó p r i o J e s u s , v i v e u in terex is tencia lmente, d ia logando ininterruptamente por mais de 87 anos com os espíritos, pautando-se pela crescente capacidade de doação ao próximo, aí incluídas todas as criaturas, inclusive

Antônio Baracat(Professor de Filosofia e História)ATÉ EM BRAILLE!

pedras, plantas e animais, quanto o Chico? Tudo tão lógico, tão evidente, que só a ignorância pode explicar por que há quem recuse a verdade.

O es tudo das duas ú l t imas encarnações de Chico nos fornece referências seguras para nosso próprio comportamento. Diante da pergunta que surge a cada momento – Que fazer? – podemos encontrar na obra e nos exemplos do Chico muitas respostas. É nisso que insistimos, nós que temos Chico como paradigma. Será difícil entender?

Não se trata de idolatria, mas ato de caridade dizer aos que querem se orientar que investiguem o itinerário existencial do Chico, onde encontrarão muitas respostas. E, como a seara é extensa e os trabalhadores escassos, sigamos em frente, com a certeza de que um dia todos haverão de entender o que deve ser e o que não deve ser feito do Espiritismo. Até lá, além do diálogo racional, sempre à luz da compaixão, deve-se dedicar aos que perderam o senso crítico sinceras preces.

De todo modo, espíritas, não-espíritas, seja lá que opinião tenham sobre o Chico, reconhecem que suas faculdades mediúnicas são inesgotáveis. No que se refere ao intercâmbio com os espíritos, cada vez que estudamos sua biografia, nos surpreendemos com novas informações. Cézar Carneiro de Souza, por exemplo, no livro “Valiosos ensinamentos com Chico Xavier”, publicado pelo Instituto de Difusão Espírita (IDE), de Araras (SP), no capítulo 30, nos informa que Chico psicografou até em Braille!

Isso aconteceu em março de 1937, e foi registrado, além do livro citado, na revista “Reformador”, de junho de 1938, e no “Anuário Espírita” do IDE, de 1979. A

1mensageira foi D. Engrácia Ferreira , uma das pioneiras da escrita em Braille no Brasil. Chico, que não conhecia o alfabeto Braille, levou cerca de duas horas para psicografar a seguinte mensagem:

2Minha boa Julinha , a paz de Deus, Nosso Pai, seja em teu generoso coração, sempre tão cheio de fé. Trabalhemos pelos cegos, minha filha, pensando que cegueira do espírito é bem mais triste que a dos olhos. Hei de ajudar-te com o favor de Deus. A tia, Engrácia.

Se Chico/Kardec no período entre as duas encarnações não fez curso de Braille, este fato contraria até um postulado da atividade mediúnica. Afinal, para que o médium possa traduzir uma comunicação, ele deve possuir, nos escaninhos da mente, os conhecimentos necessários. Enfim, Chico, como já dissemos, psicografou até em Braille!

1 D. Engrácia Ferreira desencarnou a 21 de abril de 1937. Menos de um mês depois, em 17 de maio, fez esta comunicação, que é uma mensagem dirigida a D. Júlia Pêgo de Amorim, solicitando a continuação de sua obra.

2 D. Júlia Pêgo de Amorim, a destinatária da mensagem, nasceu no Rio de Janeiro em 15/09/1879. Ela transcreveu para o alfabeto Braille várias obras, inclusive espíritas. Desencarnou em 29 de novembro de 1974, aos 95 nos de idade, dos quais 37 dedicados ao Espiritismo.

Debalde respeite todas as crenças, não posso deixar de expressar a certeza que guardo acerca da continuidade da vida, nas múltiplas esferas e dimensões do Universo.

Às vezes, fico a imaginar quantas pessoas já deverão ter passado, continuam passando ou ainda irão passar por experiências pessoais que transcendem a matéria em nosso meio, obtendo a bênção da possibilidade de despertar para a realidade espiritual que nos circunda a existência...

Possibilidade, pois, muitos, mesmo com provas incontestes presentes, costumam inventar as mais banais desculpas para refutarem a análise do raciocínio lógico.

Aqui, faço alusão a uma plêiade de dotes mediúnicos que todos nós temos (variando de grau e intensidade de acordo com a sensibilidade de cada indivíduo).

Por outro lado, de fato, estamos há milênios acostumados a vivenciar uma fé cega e sectária, e as mudanças que acontecem neste ínterim não são bruscas, como observamos na História.

Paulatinamente, os povos seguem adequando as concepções filosóficas e religiosas para poderem encontrar um equilíbrio e um consenso em suas fileiras.

O compositor e cantor Renato Russo desenvolveu interessante melodia, intitulada “Tempo Perdido”: “Todos os dias, / quando acordo, / não tenho mais o tempo que passou, / mas temos muito tempo: / temos todo o tempo do mundo...”.

Particularmente, considero esta canção como uma esplêndida inspiração a respeito da relatividade do nosso tempo na Terra. Afinal, como o poeta diz: “Somos tão jovens”!

E, como crianças espirituais, nós ainda não aprendemos a aproveitar bem o tempo, dando uma utilidade prática aos minutos, na arte de sermos mais fraternos, amigos e companheiros!

Thiago Silva Baccelli

A Grande MentiraNada nos acontece ao acaso, todavia há

uma série de coisas que escapa a nossa atenção por simples descuido ou falta de interesse.

Tudo tem o seu tempo certo para acontecer, entretanto não podemos ir avaliando todo o contexto, sem pensarmos na questão do merecimento coletivo e pessoal, pois, evidentemente, somos responsáveis pelo que fazemos nos dias que se seguem.

O assunto sobre a espiritualidade é sério. Entendo que, para muitos irmãos, deva ser cômodo não efetuar nenhuma reflexão a respeito e, simplesmente, levarem as notícias de além-túmulo, que nos chegam à mancheia, a título de deboche, ironia ou desdém.

Creio que os cientistas, de modo geral, seguem virando as costas a uma realidade com consequências tão profundas e importantes para o ser humano... Uma realidade capaz de modificar o nosso modo de compreender e viver a vida!

E, por mais que as nossas lides cotidianas sejam compostas de variados obstáculos, é necessário que encaremos com coragem e determinação as dificuldades em torno de nossas limitações pessoais, em termos de raciocínio e sentimento.

A grande mentira mantida no senso comum de considerável porcentagem da Humanidade é seguir acreditando na morte como o ponto final... Viver é para a eternidade! Seguindo em frente, cada qual com as condições que lhe são próprias, caminhando para uma finalidade grandiosa em termos evolutivos.

O Nazareno deixou explícitos, em vários momentos de Seu Apostolado, transcritos em Seu Evangelho de paz e de amor, instantes de mediunidade sublime, trazendo com a Boa Nova à Luz ao mundo!

Thiago Silva Baccellie-mail: [email protected]

VAffonso Celso Gonçalves Jr. todos os seus vértices que subitamente são

alternados de acordo com a velocidade temporal humana e espiritual. Alguns acreditam que a Verdade é apenas uma ferramenta conveniente. Outros acreditam que a Verdade é o caminho iluminado da sabedoria e do conhecimento. A Verdade é tanto um sentimento como uma razão e a única diferença entre a minha e a sua verdade é a intensidade com a qual a sentimos. O modo como cada um de nós é sensível a uma determinada dor é a maneira diferente de sentirmos a Verdade. Certamente , todos nós estaremos susceptíveis às mesmas dores, porém nossa sensibilidade e percepção serão diferentes, mas nem por isso estaremos sendo falsos com relação à dor em questão.

Nossa busca pela Verdade é eterna e adentra os porões da consciência de forma que carregamos esta busca após cada jornada terrena. A grande verdade é que a verdade está dentro de cada um de nós. D e p e n d e b a s i c a m e n t e d e n o s s a s experiências, de nossas vivências, do nosso conhecimento e de nossa bagagem espiritual. Cada ser possui sua própria verdade, e tudo aquilo em que uma pessoa acredita passa a ser a sua verdade. O que nós não podemos fazer é lamentar, sentando-se à margem do caminho, e desta forma ficarmos paralisados no tempo, nos fechando para outras possibilidades e ideias, pois o que verdadeiramente acreditamos ser o correto pode ser mostrado no amanhã como o contrário. Nesta grande busca da Verdade, devemos privilegiar a honestidade em nosso coração e em nossa razão.

Conforme o monge Swami Viveka-nanda: “Devemos ter consciência de que a Verdade não é propriedade de ninguém e de nenhuma raça. Nenhum indivíduo pode reclamar sua exclusividade. A Verdade é a natureza simples de todos os seres...”.

erdadeA Verdade é algo intimamente ligado à

realidade individual com uma boa dose de sentimento lacônico agregado a atos e fatos de nossa jornada.

Segundo Nietzsche a Verdade é apenas um ponto de vista e, por isto, sempre possuí uma dúbia lateralidade, sendo difícil alcançar uma certeza sobre este conceito. Dificilmente, conseguiremos conceituar com naturalidade e precisão uma expressão de tamanha importância como é a Verdade. A verdade de cada um é um sentimento muito íntimo derivado da nossa interpretação mental relacionada à interpretação dos sentidos e a crença de cada indivíduo.

Como diria William Shakespeare: “...não importa quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados...”.

Como poderemos saber a verdade sobre determinados fatos quando não estamos vivendo diretamente esta ou aquela situação? A verdade depende diretamente dos envolvidos em uma dada questão e principalmente dos valores morais e sociais que cada um possui e como se depositam estes valores sobre o fato crítico apresentado. A verdade filosófica é apresentada de diferentes maneiras. A Ciência Exata estuda e se ocupa na natureza da Verdade. A lógica tenta a preservação e o conhecimento da Verdade. Como se pode definir e julgar se aquele fato é carregado pelo portador da Verdade ou pelo correio da Falsidade? Existem teorias e postulados que tratam a Verdade como uma propriedade ou como uma simples ferramenta a serviço de uns poucos.

Devemos, sim, é buscar sempre a nossa verdade e prestarmos a devida atenção a

(Affonso Jr. é autor de diversos artigos na área espiritualista e reencarnacionista, sendo que sempre coloca em seus textos parte de suas experiências, de suas emoções e de suas intuições. Escreve e colabora com alguns jornais e revistas. É um estudioso da Alquimia e da Maçonaria.)