jornal da hora 12

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da Hora São Paulo, abril de 2009 Número 12 Espaço Arterial Jornal Diretor Responsável: Vera Alves Um Ano de JORNAL Jornal que nos ensinou muitas coisas conhecemos pessoas novas descobrimos amigos verdadeiros por nos sentirmos felizes aprendemos bastante adquirimos mais inteligência diversão e interesse com ele desenvolvemos nossa imaginação mais uma conquista Parabéns, Da Hora! Visita ao museu afrobrasil Entrevista com Jica Visita à Estação Ciência Entrevista com Ireô Entrevista com André Pereira Entrevista com Ricardo Kotcho Visita ao Memorial do Imigrante Reunião do Jornal

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Jornal escrito e ilustrado por crianças e adolescentes do Instituto Espaço Arterial.

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Page 1: Jornal Da Hora 12

da HoraS ã o P a u l o , a b r i l d e 2 0 0 9N ú m e r o 1 2 E s p a ç o A r t e r i a l

Jornal

Diretor Responsável: Vera Alves

Um Ano de JORNAL

Jo r na l que nos ens inou mu i t as co i sasconhecemos pessoas novas

d e s c o b r i m o s a m i g o s v e r d a d e i r o spor nos sen t i r mos f e l i z es

aprendemos bas tan teadqu i r imos ma is i n t e l i gênc i a

d i ve rsão e i n t e ressecom e l e desenvo l vemos nossa imag inação

ma is uma conqu i s t aParabéns , Da Hora !

Visita ao museu afrobrasil

Entrevista com Jica

Visita à Estação Ciência

Entrevista com Ireô

Entrevista com André Pereira

Entrevista com Ricardo Kotcho

Visita ao Memorial do Imigrante

Reunião do Jornal

Page 2: Jornal Da Hora 12

Jornal da Hora 2abril de 2009

Letícia Freitas, 10 anos

O Memorial do Imigrante é locali-zado na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, bairro da Moóca, próximo ao metrô Bresser. Nesse lugar eram hos-pedados os imigrantes que chegavam a São Paulo após longa viagem feita em enormes navios. No Memorial é possível ver como era a hospedaria antigamente, ela foi criada em 1887. Os imigrantes poderiam fi car neste lugar por um certo tempo até que eles encontrassem um emprego. Os navios eram enormes mas mes-mo assim eram apertados pela grande quantidade de gente que vinha. Os imigrantes eram trazidos do porto de Santos até a hospedaria, aqui na ci-dade de São Paulo, pelo trem. Na hospedaria havia barbearia, farmácia e dentista. A cadeira do dentista não era muito agradável aos imigrantes pois não havia anestesia, e como eles só arrancavam o dente, eles odiavam o dentista, por este mo-tivo apelidaram a cadeira do dentista de “cadeira dos horrores”. Na hospedaria havia o mesmo pro-blema do navio, era grande mas pela grande quantidade de pessoas fi cava

Memorial do Imigrante

tudo muito apertado, mesmo na hora de dormir, tinha vários beliches em um enorme corredor, uma parte para as mulheres e as crianças e outra para os homens.Na farmácia não era comum observar remédios em caixinhas como hoje em dia, antigamente os remédios eram em frascos de vidro...Mas afi nal, o que são imigrantes? Bom, por exemplo: uma pessoa que vem de Portugal para o Brasil, ele é um imigrante. Mas não é só de Por-tugal que os imigrantes vinham, eles também vinham da Itália, Espanha, Alemanha, Japão etc. E eles vieram principalmente para trabalhar na lavoura do café. Bom, espero que vocês tenham se interessado pelo Memorial e que fi quem com vontade de fazer uma visitinha e possam conhecer um pouco mais sobre os imigrantes. O Memorial fi ca aberto de terça a domingo, no horário das 10h00 às 17h00.

Oi pessoal, como vão vocês? Eu vou contar a história da Sereiazinha. Essa história começa quando a avó da pequena sereia conta para ela e suas irmãs que quando completassem 15 anos elas poderiam ir ao mundo dos homens. Como a diferença de idade entre elas era de exatamente um ano, a mais nova teria que esperar 5 anos. Quando a mais velha completou 15 anos pode subir à tona e voltou com um monte de novidades. Contou tudo que tinha visto. Ela disse que viu torres, igrejas, ouviu música e muito

A sereiazinhamais. A Sereiazinha que era a mais nova ouvia tudo com muita atenção. Dia após dia, semana após semana. Anos se passaram e a Sereiazinha fi -cava mais animada. Quando ela completou 15 anos e subiu à tona ela viu um barco que tinha um lindo príncipe. De repente caiu um temporal gigante e um terrível acidente aconteceu e a Sereiazinha salvou o príncipe. Ela fi cou to-mando conta dele até que viessem salvá-lo. Mas vocês que já assistiram a Pequena Sereia no cinema, não pensem que o fi nal é igual. Se querem saber o fi nal dessa história leia o livro “Contos de Andersen”. Essa história foi escrita por Hans Christian An-dersen, que nasceu no dia 2 de abril de 1805. Por esse motivo todo dia 2 de abril é comemorado o Dia Mun-dial do Livro Infantil.

Os meninos verdes

Reprodução da Ilustração do Livro Os Meninos Verdes - Expedito Italo, 11 anos

Olá galerinha eu me chamo Gabriella, tenho 9 anos e vou falar sobre um livro de Cora Coralina chamado Os Meninos Verdes. Cora Coralina nasceu em 20 de agosto 1889, em Goiás. Morreu no dia 10 de abril de 1985 na cidade de Goiânia. Era doceira de profi ssão, contista e poetisa.O livro conta a história de algumas criaturas que não são reconhecíveis. Elas foram encontradas atrás de algumas plantas no jardim de Dona Cora. Ela pegou os meninos verdes e começou a cuidar deles. Eles começaram a crescer, brincar e fazer muitas traves-suras. Foi fi cando muito difícil para Cora Coralina cuidar deles. Ela resolve escrever uma carta para a mulher do presidente contando o acontecido. O presidente então, pensou em criar a “Cidade dos Meninos Verdes” e tornar esse lugar um espaço turístico. Bem, aconselho vocês a lerem essa história. É muito divertida.

Beatris Duraes, 11 anos

Nesse mês de abril o nosso Jor-nal está completando um ano de vida.Quando o antigo jornal “A Voz da Infância” acabou os integran-tes decidiram criar um novo jornal, surge assim o Jornal Da Hora.Nesse um ano de vida nós aqui da equipe realizamos muitas coi-sas, como passeios para diversos lugares, entrevistas com pessoas muito legais, textos, desenhos, poesias e passatempos, um melhor que o outro.Para mim, participar durante todo esse ano do Jornal foi uma

Aniversário do nosso jornalexperiência muito boa, saber que eu estou sendo fonte de infor-mações para você leitor é uma sensação maravilhosa. Nós da equipe do Jornal Da Hora esperamos que vocês aproveitem não só essa edição mas também os textos e desenhos de todas as edições que ainda faremos. Aproveito para convidar você a participar desse jornal enviando seus textos, desenhos, poesias, passatempos... enfi m o que você achar interessante para ser publi-cado. Nosso endereço eletrônico é [email protected]

Matheus Spagnolo, 11 anos

Desenho: Clara Nana, 8 anosCarol Miranda, 7 anos

Texto: Ana Rosa, 10 anos

Page 3: Jornal Da Hora 12

Jornal da Hora 3abril de 2009

Jornal Da Hora – Qual o nome de seu povo e onde está localizada sua comunidade?IREÔ – Meu nome é Ireô, pertenço ao povo Kayapó, eu moro no Pará, a minha aldeia a gente chama de “al-deia A’ukre”, que é onde eu moro.

JDH – Como é o trabalho na sua aldeia? IREÔ – Nós trabalhamos na roça, na pesca e caçamos, para comer.

JDH – E qual é a alimentação de vocês?IREÔ– Nossa alimentação é a mandioca, inhame, batata, banana, macaxeira, que nós plantamos pra comer.

JDH- Qual a comida favorita do povo da sua Aldeia?IREÔ – Peixe, carne e farinha. Toda a nossa alimentação nós gostamos.

JDH – Vocês ainda preparam e comem os alimentos como anti- Entrevistadores: Barbara, Beatris,

Cosmo, Kelvin e Matheus

TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIOgamente ou foram adaptando con-forme a cultura branca?IREÔ - Os antigos comiam só com a mão, não tinha nem colher. E a gente ainda come com a mão lá na Aldeia.

JDH – Como é o dia-a-dia na al-deia?IREÔ – Lá na aldeia, quando os ho-mens vão caçar, as mulheres vão pra roça pra tirar mandioca e trazer pra casa, tirar a casca e depois ralar. Os homens vão pescar ou então caçar, matar algum animal pra trazer e as mulheres também vão buscar a lenha e pegar folha de banana brava. En-tão quando o homem mata alguma anta, jabuti, tatu e leva pra aldeia, as mulheres fazem o pirarucu com a folha e o levam no forno de pedra pra assar. Depois de meia hora já tá tudo pronto e cada pessoa pega um pouquinho. E é assim que é a nossa alimentação. Nós temos casa, maloca, que nós fazemos e temos nossa família. Na maloca que eu moro tem uma parte que é da minha filha e outra é mi-nha. Está dividida em três quartos. Minha filha mora em um quarto, eu moro em outro e há um rapaz que se parece com vocês, mora no outro quarto. É assim que nós estamos vi-vendo.

JDH – Qual o tipo de música, brin-cadeiras que existem na sua aldeia?IREÔ – As músicas estão relaciona-das às festas. Festa da mandioca, festa do milho e festa do jabuti. As brincadeiras é igual a das crianças que brincam aqui na cidade.

JDH – Qual a língua que vocês falam?IREÔ – Lá no Pará,na cidade que eu

moro são os Kayapó, a nossa língua é o Kaiapó, alguns já estudam muito para aprender a língua dos brancos, eu estudo um pouco. Eu já aprendi um pouco também.

JDH – Você mora na aldeia?IREÔ – Eu moro na aldeia, na mi-nha casa, eu não gosto de morar na cidade. Na cidade, qualquer coisi-nha que as pessoas precisam tem que pagar e quem consegue pagar acaba ficando na cidade.

JDH – Qual o tipo de roupa que vocês usam lá na Aldeia?IREÔ – O povo antigo andava nu. Agora nós estamos vivendo como os brancos e aí usamos roupas como vocês. Por isso viemos fazer essa ex-posição, essa apresentação do nosso povo, nós estamos pedindo roupas pra levar pro pessoal. Lá na Aldeia, todos são pobres, muito pobres.

JDH – As crianças frequentam a es-cola?IREÔ– Sim elas estudam, o mate-rial da escola é o mesmo que o do branco. Tem três índios e dois bran-cos que são professores. Tem três ín-dios que ensinam nossa língua para as meninas e meninos. Os dois bran-cos, professor e professora ensinam o português para as crianças e a es-cola é dentro da própria aldeia.

JDH - Você têm algum recadinho para deixar para as crianças?IREÔ - Lá na Aldeia a criança es-tuda a língua portuguesa e também a nossa língua, para não perdermos a nossa cultura. Eu quero dizer para que cada povo estude a sua cultura para que ela não se perca.

Entrevista com Ireô da comunidade A´ukre, povo Kayapó, Pará.

“A aldeia é do índio.A história é do velho.

O universo é da criança.” dito Kayapó

Ritual da colheita do Milho

Fotos do povo Kayapó Metutire da reserva Capoto - Jarina

Fotografia: Vito D’ Alessio

Imagem aérea de uma maloca kayapó

Maloca kayapó

Criança Kaiapó

Page 4: Jornal Da Hora 12

naquela agenda. Não tinha nada es-crito. Então comecei a escrever sobre meu dia-a-dia na agenda. Escrevi que eu queria um MP9. No dia seguinte meu pai chegou com um presente para mim, adivinha o que era? Um celular MP9. Fiquei muito alegre e es-crevi no diário que eu tinha ganho o MP9. Comecei a desconfi ar do diário e pensei: será que é mágico? Escrevi para que meu pai ganhasse na loteria. Não é que ele ganhou? Eu comecei a gostar de escrever e tanta coisa escrevi que fi quei como o menino mais es-perto do mundo...

Jornal da Hora4abril de 2009EX

PEDI

ENTE Reportagens e Redação Ilustrações

Xamã VM Editora e Gráfi ca Ltda

Diagramação Gráfica

Valéria SilvaEspaço Arterial

Rua General Jardim, 5563256-3057

[email protected] 01223010

Realização

Rua Afonso Celso, 943CEP: 04040-030

CoordenaçãoAgradecimentosIreô da comunidadeA´ukre do povo Kayapó

Valéria SilvaVera AlvesThalita Marques

Débora Santos

Barbara DuraesExpedito ItaloClara NanaCarol Miranda

Lucas MoraisSamara Marinho

Beatris Duraes

Matheus Spagnolo

Thalita Marques

Há muitos e muitos anos vivia em uma aldeia muitos Caiapós, que eram fortes e valentes. Um deles era o Cacique Yarapó e sua mulher Eriandey. Viviam felizes até que numa certa manhã chegaram os Portugueses, que acordando todos da aldeia, ordenavam que o grupo

de Índios se retirassem dali imediatamente, se não matariam todos os Caiapós. Queriam que os Caiapós se reti-rassem dali pois desejavam passar vinte dias naquela aldeia. O Cacique Yarapó, que vivia na aldeia desde que era pequeno, não aceitou a proposta dos Portugueses, decidiu que teriam que guerrear com os portugueses. O Cacique deu muitas armas aos índios e atacaram os Portugueses.Os Brancos fugiram morrendo de medo dos Caiapós e juraram que ali não voltariam mais. E como todos do grupo ganharam a luta, fi zeram uma comemoração com muitos enfeites e cantigas. Como diz o Cacique, não poderia faltar o urucum e música com fl autas, chocalhos e tambor para comemorar a vitória.Arynebate - Tchau

A vitória dos Caiapós

Esta é uma homenagem a todos os desenhistas. Este menino tem o sonho de ser desenhista no futuro. Está treinando, era o que a maioria dos desenhistas faziam quando crianças! Um dos dese-nhistas brasileiros mais conhecidos é Mauricio de Souza, o cria-dor da Turma da Mônica. Começou a desenhar quando criança,

como este menino que desenhei. Alguns personagens da Turma da Mônica, como o cachorrinho Bidu e seu dono Franginha “nasceram” em 1959, quando Mau-ricio de Souza era repórter da Folha da Manhã. Nesse mesmo ano ele deixa de ser repórter do jornal para ser desenhista, e assim foram surgindo Chico Bento,

Cebolinha e Penadinho. A revista Turma da Mônica saiu em 1970 com a tiragem de 200 mil exemplares. Após 2 anos saiu a revista do Cebolinha e depois a do Chico Bento, Magali e outros. Você que gosta de desenhar, treine bastante pois pode se tornar um grande autor.

Dia do Desenhista 15 de AbrilEu morava em um sítio. Um dia eu mudei para cidade, para uma casa velha. Eu cheguei e fui “curiá” a casa e descobri um sótão muito estranho. Achei uma agenda com um cadeado e saí gritando: - Olha que eu achei! Meu pai falou: - onde você achou isso?- Eu achei no sótão!Meu pai mandou eu guardar, mas eu não guardei. Escondi debaixo do travesseiro e quando todo mundo es-tava dormindo eu peguei um martelo e quebrei o cadeado. Fui ler o que tinha

Pedro Raylson, 11 anosO Diário Mágico

CruzadinhaOi, pessoal esse mês estamos comemorando o 1º aniversário do Jornal. A gente fez várias matérias e entrevistamos jornalistas ou repórteres, como preferirem. Mas para a diversão de vocês publicamos também poesias, passatempos, histórias, desenhos, entrevistas... e não podemos esquecer da nossa literatura brasileira, pois sempre publicamos resenhas de livros, comentários sobre fi lmes e muito mais.

Encaixe na cruzadinha as pala-vras que estão em azul

Arynebate - Tchau

Os dias estão esquentando.Os pólos estão derretendo.O nível do mar está subindo.

Será que vou morrer afogada?Será que vou morrer de calor?Não aguento mais esse sol estridente.

Será que o Planeta Terra vai ter um fi m?O homem tem consciência dos estragos?Espero que encontremos uma solução feliz! Meus netos e bisnetos vão precisar.

Está fi cando quente

Th alita Marques. 12 anos.

CruzadinhaJ

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Niti Merhej

Barbara Duraes, 11 anosLucas Morais, 10 anos

Lucas Morais, 10 anos

Débora Santos, 15 anos

Sam

ara

Mar

inho

, 11

anos

Matheus Spagnolo, 11 anos

Cosmo Junior

Kelvin Isidoro

Pedro Raylson

CapaTexto Coletivo

Gabriella Rocha

Ana Rosa

Letícia Freitas