jornal da câmara - 29/05/2014

8
www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 PEC sobre terras indígenas só será votada com consenso, diz Alves Furto de animais causa prejuízos à agropecuária LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR Deputados aprovaram o texto-base da proposta; por acordo de líderes, destaques ficaram para a próxima semana O PNE estipula novas metas para os próximos dez anos, com o objetivo de melhorar os índices educacionais. A principal inovação em relação ao plano anterior é a aplicação de um mínimo de recursos públicos equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor. Aprovado o Plano Nacional de Educação No Plenário, deputados e entidades ligadas à educação festejaram a aprovação da proposta, que prevê a universalização do acesso a três níveis de ensino no País CPMI da Petrobras é instalada; trabalhos começam na semana que vem Deputado Marco Maia será o relator da comissão mista, presidida pelo senador Vital do Rêgo. A Câmara e o Senado apresentam hoje ao Supremo Tribunal Federal ação de inconstitucionalidade con- tra a decisão do TSE. O presidente da Câmara disse que o assunto deve ser tratado em lei. Mesas da Câmara e do Senado vão entrar no STF com ação de inconstitucionalidade Congresso vai recorrer contra decisão do TSE que alterou deputados por estados BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3206 Marcos Santos / USP Imagens | 7 | 4 | 4 | 3 Luis Macedo | 6

Upload: luis-conrado

Post on 03-Apr-2016

219 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal da Câmara dos Deputados. Edição do dia 29 de maio de 2014

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal da Câmara - 29/05/2014

www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

PEC sobre terras indígenas só será votada com consenso, diz Alves

Furto de animais causa prejuízos à agropecuária

LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR

Deputados aprovaram o texto-base da proposta; por acordo de líderes, destaques ficaram para a próxima semana

O PNE estipula novas metas para os próximos dez anos, com o objetivo de melhorar os índices educacionais. A principal inovação em relação

ao plano anterior é a aplicação de um mínimo de recursos públicos equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor.

Aprovado o Plano Nacional de Educação

No Plenário, deputados e entidades ligadas à educação festejaram a aprovação da proposta, que prevê a universalização do acesso a três níveis de ensino no País

CPMI da Petrobras é instalada; trabalhos começam na semana que vemDeputado Marco Maia será o relator da comissão mista, presidida pelo senador Vital do Rêgo.

A Câmara e o Senado apresentam hoje ao Supremo Tribunal Federal ação de inconstitucionalidade con-

tra a decisão do TSE. O presidente da Câmara disse que o assunto deve ser tratado em lei.

Mesas da Câmara e do Senado vão entrar no STF com ação de inconstitucionalidade

Congresso vai recorrer contra decisão do TSE que alterou deputados por estados

BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3206

Marcos Santos / USP Imagens

| 7

| 4 | 4

| 3Luis Macedo

| 6

Page 2: Jornal da Câmara - 29/05/2014

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626

1º Vice-PresidenteArlindo Chinaglia (PT-SP)2º Vice-Presidente Fábio Faria (PSD-RN)1º SecretárioMarcio Bittar (PSDB-AC)2º Secretário Simão Sessim (PP-RJ)3º SecretárioMaurício Quintella Lessa (PR-AL)4º SecretárioBiffi (PT-MS)

Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Diretor de Mídias IntegradasFrederico SchmidtCoordenador de Jornalismo Antônio Vital

Editora-chefeRosalva NunesEditoresSandra CrespoDourivan Lima

DiagramadoresGilberto MirandaRoselene GuedesRenato Palet

Suplentes: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Vitor Penido (DEM-MG) e Takayama (PSC-PR)Ouvidor Parlamentar: Nelson Marquezelli (PTB-SP)Procurador Parlamentar: Claudio Cajado (DEM-BA)Corregedor Parlamentar: Átila Lins (PSD-AM)Presidente do Centro de Estudos e Debates Estraté-gicos: Inocêncio Oliveira (PR-PE)Diretor-Geral: Sérgio Sampaio de AlmeidaSecretário-Geral da Mesa: Mozart Vianna de Paiva

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

QUINTA-FEIRA29 de maio de 2014

AGENDA

LEIA AGENDA COMPLETA NO CELULAR

29 de maio de 20142 | JORNAL DA CÂMARA

CEF e arquitetosA Comissão de Legislação Participa-tiva realiza audiência sobre a função dos arquitetos na política de desen-volvimento urbano da Caixa Econô-mica Federal. Plenário 3, 9h30

Uso de antibióticosA Comissão de Seguridade Social e Família promove debate sobre o tema “A regulamentação e o controle do uso indiscriminado de antibióti-cos como proteção à saúde pública. O presidente da Anvisa, Dirceu Bar-bano, é convidado. Plenário 7, 9h30

Devolução de adotadosA Comissão de Direitos Humanos discute “atuais casos de devolução de crianças em processo regular de ado-ção após longos períodos de guarda provisória às famílias biológicas por decisão judiciária”. Com represen-tantes do Judiciário e de entidades do setor. Plenário 9, 9h30

Travessia a secoA Comissão de Viação e Transportes faz audiência sobre projeto de cons-trução da travessia a seco entre Rio Grande e São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Com representantes do Executivo e de portuários. Plená-rio 13, 9h30

Projeto JariA Comissão de Integração Nacio-nal, Desenvolvimento Regional e da Amazônia debate o Projeto Jari no município de Almeirim-Pará. Com representantes das áreas jurídica e de meio ambiente. Plenário 15, 10h

VisitaçãoApresentação oficial do grupo de Vi-sitação Institucional Integrada em Brasília – Viibra. Salão Nobre, 16h

AGRICULTURA | Texto aprovado acaba com inscrição prévia em registro de cultivares

VEíCULO AGRíCOLA | Planalto vetou proposta semelhante aprovada pelo Congresso

Menos burocracia no comércio e na produção de plantas ornamentais

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou proposta que isenta da obrigação de inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RNC) as cultivares de plantas e flores ornamentais. Cultivar é a variedade de qualquer gênero ou espécie vegetal que seja claramente distinguível de outras conhecidas. Como tramita em ca-ráter conclusivo, a proposta segue para análise do Senado

O texto aprovado é o  substi-tutivo da Comissão de Agricultu-ra, Pecuária, Abastecimento e De-senvolvimento Rural ao Projeto de Lei 4937/13, do deputado Junji Abe (PSD-SP). O relator da proposta, de-putado Moreira Mendes (PSD-RO), lembrou a discussão anterior, e dis-se que o projeto deve desburocra-tizar um processo que precisa ser facilitado para o setor.

O RNC tem por finalidade habi-litar previamente cultivares e espé-cies para a produção e a comerciali-zação de sementes e mudas no País.

Exceção - A proposta altera a Lei 10.711/03, que trata do Sistema Na-

Pela proposta, plantas e flores ornamentais ficam isentas de inscrição prévia no RNC

cional de Sementes e Mudas. De acordo com a lei, a produção, o be-neficiamento e a comercialização de sementes e de mudas ficam condi-cionados à prévia inscrição da res-pectiva cultivar no RNC. A proposta estabelece exceção para as plantas e flores ornamentais.

Conforme o texto, no caso de cultivares de plantas e flores orna-mentais, será obrigatória a inscri-ção no RNC apenas daquelas obje-to de concessão ou de solicitação de Certificado de Proteção de Cultivar instituído pela Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/97).

MP dispensa licenciamento de tratoresO Congresso analisa a Medida

Provisória (MP) 646/14, que deso-briga tratores e demais máquinas agrícolas do licenciamento anual no Departamento Estadual de Trânsi-to (Detran). Pela proposta, tratores fabricados antes de 1º de agosto de 2014 ficam dispensados tanto do li-cenciamento como do registro.

O texto também define a cate-goria B de habilitação, a mesma de carros de passeio, como a necessária para conduzir trator com rodas. Atu-almente, o trator de roda, de esteira ou o misto precisam ser conduzidos por motorista com carteira C, D ou

E, usadas para caminhões, ônibus ou veículos de reboque.

Veto - A presidente Dilma Rousse-ff vetou, em 15 de maio, uma propos-ta (PL 3312/12) do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) que desobriga-va os tratores e outros veículos para trabalhos agrícolas, como colheita-deiras, tanto do licenciamento anual como do registro. De acordo com a justificativa do veto, o projeto de lei deixava muito amplo o conceito de “veículos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas”, o que seria contrário ao interesse público. “O projeto foi feito na Câmara, bas-

tava ela [Dilma] sancionar e descre-ver quais sãos os veículos agrícolas. Ela vetou tudo, porque queria negar a autoria da Câmara”, disse Moreira.

A principal crítica do deputado é que, mesmo com a isenção da neces-sidade de fazer o licenciamento, os trabalhadores ainda deverão pagar anualmente o Imposto sobre a Pro-priedade de Veículos Automotores (IPVA), que equivale, em média, a R$ 1 mil por veículo.

A proposta será analisada por uma comissão mista. Em seguida, deverá ser votada pelos plenários da Câmara e do Senado.

Laycer Tomaz

Page 3: Jornal da Câmara - 29/05/2014

JORNAL DA CÂMARA | 3

PLENÁRIO | Destaques apresentados à proposta serão votados na semana que vem

29 de maio de 2014

Câmara aprova texto-base do Plano Nacional de Educação

O Plenário da Câmara aprovou ontem o texto-base do Plano Nacio-nal de Educação (PNE - PL 8035/10), segundo o parecer do deputado An-gelo Vanhoni (PT-PR) para o texto do Senado. Por acordo entre as lideran-ças dos partidos, os destaques apre-sentados serão analisados na próxi-ma semana.

O PNE estipula novas metas para os próximos dez anos, com o objetivo de melhorar os índices educacionais brasileiros. A principal inovação da proposta é a aplicação de um mínimo de recursos públicos equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública.

O plano prevê o alcance dessa meta em duas etapas: um mínimo de 7% do PIB no quinto ano de vi-gência da futura lei; e 10% do PIB ao fim do período de dez anos.

Complementação - Um dos pon-tos que serão debatidos por meio dos destaques é a possibilidade de a União complementar recursos de es-tados, Distrito Federal e municípios se esses não atingirem o montante necessário para cumprir padrões de qualidade na educação.

Segundo o relator da proposta, os grandes desafios para a próxima década são garantir qualidade para todas as instituições educacionais do País, diminuir a evasão escolar no ensino médio e ampliar o acesso

ao ensino superior público e à pré--escola.

Em relação às principais metas relacionadas no projeto, os investi-mentos deverão saltar de atuais R$ 138,7 bilhões para R$ 228,35 bilhões nas principais áreas. Esses recursos deverão ser direcionados para a am-pliação de matrículas e melhoria da qualidade do ensino em creches; pré--escolas; ensinos fundamental, mé-dio e superior; educação especial; ensino em tempo integral; ensino de jovens e adultos; e educação pro-fissional.

Metas - Entre as metas do PNE está a de universalizar a educação infantil para crianças de quatro a

cinco anos. Para o ensino fundamen-tal, a meta é universalizar o acesso à população de seis a 14 anos.

Quanto ao ensino médio, está prevista universalização para a fai-xa de 15 a 17 anos, com taxa líquida de matrículas de 85% em dez anos. No ensino superior, há a previsão de serem necessários R$ 25 bilhões para metas como a elevação da taxa líqui-da de matrícula em 33% para a popu-lação de 18 a 24 anos.

Tempo integral - O investimento na educação básica em tempo inte-gral é outra meta do PNE. A intenção é aumentar para 11,3 milhões o nú-m4ero de alunos, a um custo previsto de R$ 26 bilhões em dez anos.

Jovens estudantes comemoram nas galerias o resultado da votação

TRIBUTOS | Medida Provisória 634/14 seguirá para sanção da Presidência da República

Isenção para importadores de álcoolO texto do Senado para a MP

634/13, que isenta os importadores de álcool do pagamento do PIS/Pa-sep-importação e da Cofins-impor-tação, também foi aprovada ontem. A proposta, que faz mudanças em ou-tros assuntos tributários, será envia-da à sanção presidencial.

Os senadores reincluíram te-mas aprovados na comissão mista que analisou a MP. Esses temas, que constam do relatório do senador Eu-nício Oliveira (PMDB-CE), tinham sido excluídos pela Câmara, por de-cisão do presidente Henrique Eduar-do Alves – esses dispositivos haviam sido considerados estranhos ao as-sunto original da MP.

Todos os dispositivos foram apro-vados nessa segunda votação, exceto a correção das tabelas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para

2015 e a prorrogação da vigência de áreas de livre comércio, que perma-neceram fora do texto final. Segundo o governo, a isenção tem o objetivo

de evitar o acúmulo de créditos pe-las empresas importadoras de álcool, pois elas já contam com o benefício de um crédito presumido.

A isenção a importadores de álcool abrange o PIS/Pasep e a Cofins/importação

MP aprovada libera R$ 4,9 bi para o Fies

Também ontem, o Plenário apro-vou a Medida Provisória 642/14, que abre crédito extraordinário de R$ 5,1 bilhões no Orçamento. A maior parte (R$ 4,9 bilhões) é destinada ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A matéria será enviada ao Senado.

Segundo o Executivo, o recurso garantirá a concessão de financia-mento a estudantes do ensino supe-rior não gratuito, em razão de novas operações contratadas e da necessi-dade de cobrir as renovações semes-trais dos contratos de financiamento já formalizados.

O deputado Márcio Macêdo (PT--SE) afirmou que os recursos do Fies são fundamentais para que filhos de pessoas mais pobres tenham acesso ao ensino superior. Inocêncio Oli-veira (PR-PE) disse que os recursos devem ser encarados como investi-mento.

O único a se manifestar contra a MP foi o Psol. “É dinheiro público para financiar universidades priva-das”, criticou Ivan Valente (RJ).

Segurança - O crédito restante previsto na MP, de R$ 200 milhões, destina-se ao Ministério da Defesa. O dinheiro é reservado ao governo do Rio de Janeiro e dará condições adequadas ao emprego das Forças Armadas para garantia da lei e da ordem no estado. Os recursos vão contemplar, por exemplo, a região do Complexo da Maré, em face dos recentes ataques às Unidades de Po-lícia Pacificadora (UPPs), desencade-ados por organizações criminosas.

Prazo para investimento no Fundo da Amazônia

O texto do Senado para a MP 634/13, aprovado ontem pela Câ-mara, prorroga por mais quatro anos (até 2017) o prazo para que parte dos recursos direcionados pelas empresas aos fundos de investimento da Amazônia (Fi-nam) e do Nordeste (Finor) seja aplicado em projetos de desen-volvimento sob a responsabili-dade do Ministério da Integração Nacional.

Imposto de Renda - Desde 1991, as empresas tributadas com base no lucro real podem deduzir parte do Imposto de Renda, direcionando os recursos devidos aos fundos da Amazônia e do Nordeste em troca de cotas de participação.

Luis Macedo

Saulo Cruz

Page 4: Jornal da Câmara - 29/05/2014

29 de maio de 20144 | JORNAL DA CÂMARA

Pedro França Agência Senado

As Mesas da Câmara e do Senado vão entregar hoje ao Supremo Tribu-nal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra decisão do Tribunal Superior Eleito-ral (TSE) de alterar as bancadas dos estados já nas eleições desse ano.

O presidente da Câmara, Henri-que Eduardo Alves, afirmou que o Le-gislativo não concorda com a decisão do TSE. “Vamos cumprir, portanto, o nosso direito, discordando dessa posição por entender que é uma prer-rogativa do Congresso Nacional de fazer essas alterações apenas por lei complementar.”

Pela determinação do TSE, Ala-goas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Piauí perdem deputa-dos. Já Amazonas, Ceará, Minas Ge-rais, Santa Catarina e Pará ganham parlamentares em suas representa-ções, mas o total permanece 513. A nova distribuição foi feita pelo TSE com base nas mudanças populacio-nais verificadas no Censo de 2010. A alteração afeta também o número de deputados estaduais.

Posicionamento - O especialista

O deputado André Vargas (PT-PR) apresentou ontem a sua defesa por es-crito ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no processo em que res-ponde por quebra de decoro pelas de-núncias de envolvimento com o dolei-ro Alberto Youssef.

Vargas se desligou do PT, partido no qual militou por 24 anos, mas o seu desligamento não foi comunicado ofi-cialmente à Câmara dos Deputados.

Agora, o relator, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), terá até 40 dias úteis para ouvir testemunhas, de acu-sação e da defesa, e requerer docu-mentação. Depois, terá mais dez dias úteis para apresentar o parecer final.

O texto da defesa ainda não está disponível, pois André Vargas pediu sigilo, segundo funcionários do Con-selho de Ética, o que significa que até mesmo o relator só poderá ter acesso a ele nas dependências do conselho.

Delgado anunciou que vai solici-tar hoje ao Supremo Tribunal Federal as informações sobre a Operação Lava Jato. O relator pretende ouvir na próxi-ma semana as testemunhas apontadas por Vargas.

André Vargas apresenta defesa escrita

O deputado Marco Maia (PT--RS), que presidiu a Câmara de 2011 a 2012, foi indicado para a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras e deve apresentar seu plano de trabalho na segunda-feira (2). A votação do rotei-ro está prevista para o dia seguinte. A CPMI foi instalada ontem.

Já foram apresentados 542 reque-rimentos ao colegiado. Marco Maia criticou a pressa em querer chegar ao resultado antes das eleições de ou-tubro. “Eu acho isso um erro. A co-missão tem que se pautar pela inves-tigação, ser a mais técnica possível, buscar todas as informações e não servir de palanque eleitoral.”

O senador Vital do Rêgo (PMDB--PB) foi eleito presidente do colegia-do. Ele preside também a CPI do Se-nado, instalada há duas semanas.

Plano - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou um plano de trabalho alternativo para a comissão. Ele sugeriu, com apoio da oposição, a convocação e quebra dos sigilos ban-cário, telefônico e fiscal do ex-presi-dente da Petrobras Sérgio Gabrielli; do ex-diretor de Abastecimento e Re-fino da estatal Paulo Roberto Costa; do ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró; e do do-leiro Alberto Yousseff.

Instalada ontem, a CPMI vai investigar contratos e negócios feitos pela Petrobras

PETROBRAS | Relator é o deputado Marco Maia, e o presidente, o senador Vital do Rêgo

Agenda da CPMI deve ser definida na terça

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), que é o relator da CPI no Senado, lembrou que todas as convocações solicitadas por Aécio Neves já foram feitas.

Ampliação - Para Pimentel, seria essencial ampliar a análise da CPMI para outros problemas da empresa, como o afundamento, em 2001, da plataforma P-36, a maior em produ-ção de petróleo em alto-mar à época. A estrutura custou cerca de 350 mi-lhões de dólares. O acidente aconte-ceu quando Fernando Henrique Car-doso era presidente da República.

O líder do PMDB, deputado Edu-ardo Cunha (RJ), se comprometeu a enviar à CPMI um relatório feito por

ele em 2001 para uma CPI na Assem-bleia Legislativa do Rio sobre o caso. Em seu relatório final, com mais de mil páginas, Cunha chegou à con-clusão de que o acidente foi causado por um equipamento indevido, ven-dido por um empresário, que fez a estrutura cair. “Ali não houve politi-zação, mas um mau empresário cor-rupto com possível participação de engenheiros da estatal”,  destacou.

Obstrução - O líder da DEM, depu-tado Mendonça Filho (PE), informou que o partido vai obstruir a votação da proposta de Lei de Diretrizes Or-çamentárias (LDO - PLN 3/14) para 2015, a fim de que o Parlamento não entre em recesso em 17 de julho.

Para o presidente Henrique Alves, alteração de bancada é prerrogativa do Legislativo

NÚMERO DE DEPUTADOS | Alteração foi feita pelo Tribunal Superior Eleitoral

Câmara e Senado vão recorrer ao STF

em direito eleitoral Claudismar Zu-piroli defendeu um posicionamento rápido do Supremo. “Como os par-tidos em junho terão que definir o número de candidatos, e este tem relação com o número de vagas em cada assembleia e na Câmara dos De-putados, seria conveniente que isso se decidisse logo para que as conver-sas, as tratativas políticas pudessem

transcorrer num clima normal como sempre ocorreram”, disse.

O TSE também decidiu que as no-vas regras que mudam a distribuição de cotas do fundo partidário e o tem-po de propaganda (lei 12.875/13) não são válidas para as eleições de 2014 porque deveriam ter sido aprovadas um ano antes do processo eleitoral deste ano.

O relator terá agora 40 dias úteis para ouvir as testemunhas de acusação e defesa e requererdocumentos sobre o caso

CONSELHO DE ÉTICA

Argôlo - Será votado na próxima reunião do Conselho de Ética o parecer preliminar do deputado Marcos Ro-gério (PDT-RO) sobre as denúncias de quebra de decoro pelo deputado Luiz Argôlo (SD-BA), em representação apresentada pelo Psol.

O parecer, que pede a abertura de investigação das denúncias de envol-vimento de Argôlo com o doleiro Al-berto Youssef, foi apresentado ontem, mas teve pedido de vista do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS).

Mesmo assim, o relator anunciou que vai continuar com os procedi-mentos de outra representação. Ar-gôlo responde também a representa-ção da Mesa Diretora, que recomenda sua cassação. Não há necessidade de relatório preliminar para esse pedido.

Marcos Rogério afirmou que have-rá nova tentativa de citação pessoal de Luiz Argôlo para que ele se defenda. Caso não seja possível, será feita a ci-tação pelo Diário Oficial da União. O advogado de Luiz Argôlo, Aluísio Re-ges, afirmou que seu cliente é inocente de todas as acusações. O deputado só vai se pronunciar quando tiver acesso aos dados do processo, que hoje está no Supremo.

Rodolfo Stuckert

Page 5: Jornal da Câmara - 29/05/2014

O tempo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) leva para autorizar a venda de medica-mentos no País foi discutido pelas comissões de Seguridade Social e de Defesa do Consumidor. Existem as-pectos técnicos legais e burocráti-cos que interferem no prazo – que, em média, demora de 18 meses a dois anos para a liberação dos remédios, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, o prazo não passa de oito meses.

Ricardo Ferreira Borges, da Anvi-sa, disse que a legislação sobre o tema precisa ser atualizada. A Lei 6.360/76 exige a apresentação do certificado de registro do remédio ou cosmético no País de origem para que a libe-ração seja concedida aqui. “Mesmo que a Anvisa analisasse muito mais rápido do que as agências americana ou europeias, não poderíamos dar o registro porque o documento não foi concedido na nação de origem ain-da”, declarou.

Impacto - Maria José Delgado, da Associação da Indústria Farmacêuti-ca de Pesquisa, afirmou que a demora na liberação dos medicamentos traz impactos na indústria, pois provoca o abandono de projetos e o fechamen-to de fábricas. Para ela, o excesso de ações na Justiça para permitir a im-portação de remédios não autorizados no Brasil onera os cofres públicos e

JORNAL DA CÂMARA | 529 de maio de 2014

SAÚDE | Prazo para liberar remédios é de 18 meses a dois anos; agência diz que demora se deve a exigências legais

Para Anvisa, lei deve ser atualizada

Na audiência, a Anvisa foi criticada por demorar na liberação de novos remédios

amplia a insegurança jurídica.Em 2013, o Ministério da Saúde

gastou R$ 438 milhões em remédios por ordem judicial e para depositar R$ 114 milhões em conta de pacientes.

Um dos casos mais críticos é o da leniladomida, droga liberada há mais de uma década nos EUA e na Europa para o tratamento do câncer na me-dula óssea, mas proibida no Brasil. O gerente da Anvisa explicou que a dro-ga foi submetida a registro, masnão foi liberada porque o laboratório não apresentou estudo clínico comparan-do o produto a outro com igual in-

dicação terapêutica já disponível no mercado nacional, a talidomida.

O deputado Alexandre Roso (PSB--RS), um dos autores do requerimen-to para o debate, criticou a Anvisa. “Trata-se de uma agência reguladora arcaica, muito lenta para dar os pa-receres. Não temos a sensação de que as decisões sobre liberações são mui-to transparentes”, criticou. Fernando Francischini (SD-PR) disse que apre-sentou, com apoio de líderes partidá-rios, um projeto de decreto legislativo que susta o ato da Anvisa que proíbe a importação de leniladomida.

Antonio Brito: mais pediatras no País

Debatedores pedem valorização de pediatras

Representantes do Executivo, parlamentares e médicos discutiram na última terça-feira, na Comissão de Seguridade Social, a falta de va-lorização dos médicos pediatras e a situação da pediatria no SUS e nos planos de saúde complementar. Se-gundo números divulgados pelos de-batedores, a maioria dos especialis-tas médicos são pediatras, mas há carência em várias regiões do Brasil, por causa da má distribuição desses profissionais.

O deputado Antonio Brito (PTB--BA), que solicitou a audiência, des-tacou o consenso entre os partici-pantes de que é necessário melhorar a remuneração e valorizar o médico pediatra. “Valorizando esse profis-sional, se diminui o custo no futuro, pois a criança pode deixar de adoecer com um bom tratamento pediátrico”, afirmou.

Teófilo José Rodrigues, da Agên-cia Nacional de Saúde (ANS), garan-tiu que o órgão suspende a comercia-lização de planos que não oferecem pediatria. “É uma punição que fere o bolso da operadora. Isso tem feito com que muitas modifiquem a sua forma de atuar ou melhorem esse atendimento”, declarou.

Tatiana Coimbra, do Ministério da Saúde, reconheceu que o ideal se-ria a distribuição igualitária de pe-diatras em todas as regiões do País, mas, como isso não é possível, o go-verno vem capacitando médicos para que possam atuar nesta área. “Onde o pediatra estiver, a gente sabe que ele é o profissional mais adequado. Porém, existem médicos de família que também atendem muito bem as crianças”, afirmou.

EDUCAÇÃO | Seminário debateu os dez anos do sistema de avaliação da educação superior

Cobradas melhorias na avaliação de faculdades

Braga: mais instrumentos de avaliação

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) ainda tem muito que melhorar, segundo os participantes de seminário promo-vido pela Câmara, na terça-feira, no qual foram debatidos os dez anos de existência do programa. Represen-tantes de instituições responsáveis por avaliar o ensino superior discuti-ram a necessidade de aprimoramento dos métodos de análise.

Criado em abril de 2004, o Sinaes é formado pela avaliação das insti-tuições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Para cada um desses eixos há um indicador próprio, como o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), o Conceito Pre-liminar de Curso (CPC) e o Exame Nacional de Desempenho de Estu-dantes (Enade). Esse último tem o objetivo de avaliar o rendimento dos estudantes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programá-ticos. Os resultados são usados para traçar um panorama da qualidade dos cursos e de instituições de edu-

cação superior no Brasil.Celso da Costa, da Associação

Brasileira de Mantenedoras de En-sino Superior, criticou esses indica-dores e propôs uma reforma na con-cepção do Enade, que, para ele, não tem responsabilidade de avaliação. “No Enade, por exemplo, não é pos-sível que, numa prova que avalia qua-

lidade de curso, o aluno não tenha reponsabilidade com o seu desem-penho. E aí tem nota 1, 2. Vai punir quem? Aquele aluno? Não. O aluno recebe, normalmente, o seu diploma, sem nenhum problema. A instituição é que será punida por isso.”

Conscientização - Autor do pedido para o seminário, o deputado Glauber Braga (PSB-RJ), presidente da Comis-são de Educação, acredita que o Mi-nistério da Educação e as instituições envolvidas precisam conscientizar os alunos com relação à importância do Enade, além de investir em outros métodos de avaliação mais eficazes. “A gente precisa ter, cada vez mais, instrumentos para não ficar depen-dente, exclusivamente, da avaliação relativa ao Enade”, disse o deputado.

As instituições que participaram do seminário poderão encaminhar demandas à Comissão de Educação. O deputado garantiu que, se houver necessidade de mudança legislativa, ela será analisada e executada pela Câmara.

Luis Macedo Lúcio Bernardo Jr.

Zeca Ribeiro

Page 6: Jornal da Câmara - 29/05/2014

29 de maio de 20146 | JORNAL DA CÂMARA

AGROPECUÁRIA | Convenção da OMS prevê que governos ofereçam opções a produtor

Deputado cobra investimento na substituição do tabaco

Ex-secretário de Educação do Piauí, o deputado Átila Lira (PSB-PI) destacou as ações do governo do es-tado no setor. O deputado disse que o Piauí tem se tornado uma referência no ensino. “Trabalhamos vários pro-gramas e projetos, e os números são animadores, pela dimensão do esta-do e pelos resultados reais que obti-vemos. O governo Wilson Martins abraçou a educação e os dados de-monstram a elevação dos indicado-res educacionais do estado”, relatou.

Lira lembrou que o Piauí cons-truiu escolas, reestruturou e equi-pou grande parte da rede. O depu-tado destacou ainda que na gestão foi ampliado o número de escolas em tempo integral de 18 para 41 com jor-nada de 9 horas e mais 240 no regime de 7 horas. “Ampliamos também em 100% a oferta de matrícula em edu-cação profissional”, afirmou.

O deputado anunciou a unificação de diretrizes curriculares, carga ho-rária e sistemas de avaliação em to-das as escolas do estado, o que facili-tará a mobilidade dos alunos entre os municípios. Segundo Lira, o governo também investiu no transporte esco-lar, adquirindo ônibus para todos os municípios, com o apoio do governo federal, e entregando bicicletas para os alunos. Outro programa inovador, informou, é o “Aprender É Uma Via-gem”, que leva alunos para estudar inglês e espanhol em outros países, “o que vai permitir a integração des-ses alunos com o mundo e o aprendi-zado de línguas estrangeiras”.

Lira destacou ainda que o esta-do aprovou novas vagas no magisté-rio para acabar com as contratações temporárias, e que mantém o salá-rio dos professores em 15% acima do piso nacional.

Átila Lira elogia avanços no ensino do Piauí

DISCURSO

Lira: indicadores educacionais elevados

A substituição da cultura do ta-baco no Brasil causou polêmica em seminário promovido ontem pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos que solicitaram o debate, disse que o investimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário no programa de substitui-ção da produção de tabaco é muito pequeno. Perondi salientou os altos gastos do SUS com o tratamento de doenças associadas ao tabagismo, que incluem câncer e doenças car-diovasculares.

Já o representante do ministério, Hur Bem, explicou que, hoje, 11 mil famílias são atendidas por progra-mas de diversificação da produção. Segundo ele, são famílias que aten-deram a chamada pública e optaram por fazer parte do programa. “O ta-baco é uma tradição, que passa de pai para filho, e muitas famílias só sabem fazer isso”, ressaltou, expli-cando a dificuldade de promover a substituição de culturas agrícolas.

Convenção - A reunião discutiu a Convenção-Quadro para o Con-trole do Tabaco (CQCT), ratificada pelo País. Os países signatários se comprometem a promover alterna-tivas economicamente viáveis para os trabalhadores e os cultivadores de

tabaco. O Brasil é o terceiro maior produtor e o maior exportador do mundo – 85% da produção é vendi-da para outras nações. Cerca de 180 mil famílias brasileiras sobrevivem da produção de fumo, sendo cerca de 160 mil na Região Sul e o restante na Região Nordeste. Tânia Cavalcanti, do Ministério da Saúde, alertou que é urgente buscar alternativas, pois está havendo redução global no con-sumo de cigarro e afins desde que a convenção foi assinada.

Defesa do tabaco - Sávio Rafael, do Ministério da Agricultura, afir-mou que ainda não foram apontadas alternativas viáveis para as famílias

produtoras: “Devem ser propostas medidas positivas para esses pro-dutores, e não coercitivas”.

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Luis Carlos Heinze (PP-RS) também defendeu os pro-dutores de tabaco. Ele informou que 656 municípios da Região Sul têm como atividade principal a lavoura do fumo. O presidente da Comissão de Seguridade Social, Amauri Tei-xeira (PT-BA), ressaltou que, em al-guns municípios na Bahia, a cultura do fumo foi substituída gradualmen-te pela fruticultura. O deputado de-fendeu a substituição estimulada, não autoritária.

As lavouras de fumo sustentam cerca de 180 mil famílias no Brasil, 160 mil no Sul

Furto de animais prejudica pecuária e populaçãoO deputado Afonso Hamm (PP-

-RS) afirmou na terça-feira (27), em audiência pública na Comissão de Agricultura, que o crime de furto de animais prejudica toda a cadeia pro-dutiva do setor de pecuária e a saú-de da população. O deputado disse que 20% do abate clandestino vem de animais furtados, sem nenhum con-trole sanitário. Além disso, segundo Hamm, só o Rio Grande do Sul deixa de arrecadar em ICMS aproximada-mente R$ 60 milhões.

O deputado é autor de proposta que aumenta a pena para o crime de roubo, de abate ilegal, de transporte e de intermediação clandestina de carnes de bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros animais de corte (PL 6999/13). A proposta também inclui o comércio de carne sem procedên-cia legal entre os crimes contra as relações de consumo. “É um projeto que melhora principalmente o quesi-to de segurança alimentar, para que

as pessoas consumam carne com boa procedência”, afirmou.

Exportações - Paulo Sérgio Mus-tefaga, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), lembrou que o furto de animais de-

sestimula a pecuária e prejudica a exportação de carne, que só no ano passado alcançou o valor de R$ 6,6 bilhões. Isso porque o gado furtado atrapalha o controle e a erradicação de doenças, como a febre aftosa.

Hamm lembrou que o abate ilegal é feito em grande parte com animais furtados

Gustavo Lima

Lúcio Bernardo Jr.

Governo do Rio Grande do Sul

Page 7: Jornal da Câmara - 29/05/2014

JORNAL DA CÂMARA | 729 de maio de 2014

O presidente da Câmara, Henri-que Eduardo Alves, comprometeu-se com lideranças indígenas a só colo-car a PEC 215/00 em votação se hou-ver consenso sobre o texto na Câma-ra dos Deputados.

A proposta transfere do Executi-vo para o Congresso Nacional a de-cisão sobre demarcações e é o prin-cipal foco de críticas das populações indígenas.

O anúncio foi feito ontem, duran-te reunião com dezenas de lideran-ças indígenas, entre elas o cacique caiapó Raoni, e deputados ligados ao tema.

Conselho indigenista - Durante o encontro, os índios apresentaram demandas legislativas, especialmen-te críticas a uma série de projetos em tramitação. A única menção favorá-vel foi à aprovação do Projeto de Lei 3571/08, do Executivo, que cria o Conselho Nacional de Política Indi-genista (CNPI), que aguarda votação na Comissão de Integração Nacional.

TV RÁDIO DESTAqUES DO PORTAL CâMARA NOTíCIAS

AGÊNCIA

Avaliação doensino superior é questionada

CCJ aprova regras de proteção aos motociclistas

Deputados tentam resolver impasses sobre remédios

O relator da comissão especial que analisa propostas de aumento dos repasses ao Fundo de Participa-ção dos Municípios (FPM), deputa-do Danilo Forte (PMDB-CE), afirmou ontem que é consenso entre os par-lamentares que o percentual da ar-recadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industriali-zados (IPI) destinado ao fundo passe de 23,5% para 25,5%.

Durante debate, Forte disse que, atualmente, há um excesso de con-centração de recursos na União, ge-rando um desequilíbrio federativo.

O deputado afirmou que preten-de focar seu relatório sobre a PEC 406/09 e suas apensadas no aumen-to do repasse ao FPM. Para ele, as demais alterações previstas na PEC poderiam ficar para o ano que vem, após as eleições. “Só se consegue fa-zer reforma tributária no primeiro ano de um novo governo”, ressaltou.

Impacto - A PEC 406 também prevê que 23,5% da arrecadação das

MUNICíPIOS | Propostas em análise elevam de 23,5% para 25,5% o percentual de arrecadações do IR e do IPI para o FPM

Relator diz que há acordo para aumentar repasses

contribuições sociais sobre receita, faturamento e lucro – ou seja, as receitas do PIS/Cofins e da Contri-buição sobre o Lucro Líquido (CSLL)

– sejam distribuídos para os municí-pios e para o Distrito Federal.

O deputado Júlio Cesar (PSD-PI) apresentou cálculo segundo o qual,

se a proposta for aprovada na ínte-gra, o impacto financeiro no Orça-mento da União será de, aproxima-damente, R$ 84 bilhões. No entanto, levando em consideração apenas a alteração no repasse ao FPM, o im-pacto será de R$ 6,3 bilhões.

Governo - O coordenador-geral da Secretaria do Tesouro Nacional, Ernesto Carneiro Preciado, afirmou que o governo é contra o aumento dos repasses para o FPM. Segundo ele, já houve um crescimento no total das transferências da União para os municípios. Ele exemplificou que, no ano passado, o governo fez um apor-te financeiro de mais de R$ 3 bilhões aos municípios.

O presidente da Associação Na-cional de Municípios Produtores, Carlos Roberto Castegliano, de-fendeu um novo pacto federativo e maior repartição das contribuições sociais. Castegliano pediu ainda a aprovação da PEC 406 em sua inte-gralidade.

Os índios se manifestaram novamente ontem, antes de se reunir com Henrique Alves

TERRA E DEMARCAÇõES | Índios criticaram várias propostas e defenderam apenas a que cria conselho indigenista

Alves: PEC será votada se houver consenso

Pela proposta, o conselho terá a participação de representantes do governo, dos índios e de entidades que atuam na área. Nas decisões do colegiado, o governo terá a metade dos votos, e os índios e as entidades, a outra metade.

Com essa dinâmica, o projeto dá ao conselho caráter deliberativo, e não apenas consultivo. Assim, o go-verno terá que acatar as decisões to-madas com a participação dos índios. O CNPI deverá substituir a Comissão Nacional de Política Indigenista, que

é um órgão consultivo.Críticas - Entre as propostas cri-

ticadas pelos índios, além da PEC 215/00, estão o PLP 227/12, que de-fine os bens de relevante interesse público da União para fins de de-marcação de terras indígenas; o PL 1610/96, que regulamenta a mine-ração nessas terras; e - a PEC 38/99, que transfere para o Senado a com-petência de aprovar a demarcação das terras indígenas.

Frente - Os líderes indígenas tam-bém criticaram a criação da Frente Parlamentar em Defesa de Popula-ções Atingidas por Áreas de Preser-vação, porque estaria se opondo a seus direitos constitucionais.

Henrique Alves declarou que ten-tou impedir a criação da frente, por considerar que ela “não traz matu-ridade ao debate”, mas não pode ve-tar seu funcionamento, “em nome da democracia”. Sobre os outros te-mas, o presidente disse que vai de-bater com os relatores das propostas.

Laycer Tomaz

Page 8: Jornal da Câmara - 29/05/2014

29 de maio de 20148 | JORNAL DA CÂMARA

ECONOMIA | Comissão discutiu financiamento de empresa brasileira no exterior, especialmente de obra em Cuba

Presidente do BNDES defende empréstimosO presidente do Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu a atividade do banco como financiador da atuação de empresas brasileiras no exterior. Ele conside-ra a atividade como algo vital para o comércio externo do Brasil.

Luciano Coutinho participou de audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira sobre a con-cessão de empréstimos do BNDES à construtora Odebrecht para realiza-ção das obras do Porto de Mariel, em Cuba.

O dirigente argumentou que to-dos os países têm agências de crédito que estimulam a chamada exporta-ção de serviços. São agências públicas destinadas a financiar e segurar esse tipo de prestação de serviços. “Chi-na, EUA, Alemanha, França e Reino Unido fazem isso e gastam mais que o Brasil com isso”, relatou.

O presidente do BNDES acrescen-tou que a chamada exportação de ser-viços de engenharia é um mercado “muito disputado” e uma das poucas áreas do setor em que a balança co-mercial brasileira é favorável neste momento.

Firmas nacionais - Coutinho ex-plicou que o banco não empresta dinheiro a governos estrangeiros. “Nossa relação é com a empresa na-cional, para gerar empregos no Bra-sil”, afirmou.O presidente do BNDES disse ainda que os financiamentos realizados no exterior representam

Porto de Mariel: deputados questionaram empréstimo do BNDES a construtora

menos de 3% dos empréstimos feitos pelo banco em 2013.

Dois pesos - Para os deputados que sugeriram a audiência, no en-tanto, os financiamentos externos estão mal explicados. Carlos Brandão (PSDB-MA) destacou que empreen-dedores brasileiros não conseguem ter acesso aos recursos do BNDES, enquanto obras fora do País obtêm esses investimentos. “Ou o cresci-mento nacional não é prioridade ou estão sobrando recursos para irem lá para fora”, criticou.

Vanderlei Macris (PSDB-SP) quis saber se houve empréstimo a fundo perdido (sem previsão de retorno) no caso de Mariel, o que foi negado por Coutinho. Macris afirmou que o BN-DES tem sido usado para mascarar as contas públicas, por meio de ações que, para ele, são pouco ortodoxas, como antecipação de dividendos.

O deputado Vanderlei Siraque (PT-SP) respondeu a Macris. Disse que, enquanto agora se financia a atuação de empresas brasileiras no exterior, no passado se financiava era a compra de empresas nacionais por multinacionais estrangeiras. Para Si-raque, os deputados da oposição re-presentam “um projeto falido”.

Pepe Vargas (PT-RS) também cri-ticou os argumentos da oposição so-bre os financiamentos. “Eles estão com uma visão sectária e preconcei-tuosa. Todos os países de projeção externa têm agências para financiar serviços no exterior”, disse.

Questionada participação na PetrobrasO deputado Vanderlei Macris

quis saber quanto do capital do BNDES está investido na Petro-bras. “Só para a refinaria Abreu e Lima [Recife] o banco emprestou bi-lhões. O banco não avaliou os ris-cos?”, questionou.

O presidente do BNDES infor-mou que o banco é dono de 9% das ações da Petrobras e tem rece-bido os pagamentos em dia pelos empréstimos realizados à estatal, como no caso da refinaria. Couti-nho negou que tenha havido equí-voco do banco na avaliação de ris-cos do empréstimo.

O economista aproveitou para defender o critério de emprésti-mos usado pelo BNDES. “Nossos empréstimos são lucrativos para a instituição e têm baixíssimas taxas de inadimplência”, explicou.

Portos - Líder do SD, o deputado Fernando Francischini (-PR) ques-tionou se o BNDES vai financiar a construção de um porto no Uru-guai. Coutinho disse que não houve pedido nesse sentido, mas reconhe-ceu que os portos nacionais preci-sam de maiores investimentos. Eles garantiu que o BNDES está traba-lhando em sua competitividade.

RELAÇõES EXTERIORES | Maioria das vítimas é composta de chavistas e funcionários, disse Igor Fuser em debate

Venezuela: jornalista desmente culpa do governo em mortes

Relatos sobre o país foram divergentes

O jornalista e professor de Rela-ções Exteriores da Universidade Fe-deral do ABC, Igor Fuser, desmentiu ontem que as 42 mortes registradas na Venezuela durante os confrontos deste primeiro semestre sejam em sua maioria de responsabilidade do governo local. Segundo o especia-lista, a maioria das vítimas durante os confrontos foi de manifestantes chavistas ou funcionários do Estado, inclusive membros das forças de se-gurança.

Em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores, Fuser afirmou que há uma “manipulação escandalo-sa” dos acontecimentos recentes da Venezuela, e negou que a juventude e os estudantes venezuelanos este-jam contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) concordou com o jornalista e chamou a atenção para o “viés negativo” ado-

tado pelos veículos de mídia ao co-brir os acontecimentos registrados na Venezuela. Valente, Nelson Pelegri-no (PT-BA) e Carlos Zarattini (PT-SP) criticaram a ausência da ex-deputada venezuelana María Corina Machado, que, segundo eles, teria fugido ao de-bate.

Renda - Igor Fuser afirmou que a Venezuela é um exemplo de combate à pobreza e de evolução de indicado-res sociais. O professor acrescentou que a divisão ideológica lá é de acordo com as classes sociais.

O deputado Duarte Nogueira (PS-DB-SP) questionou as afirmações. Ele disse que recebeu recentemente visita de jovens estudantes venezuelanos de baixa renda que pediam a ajuda brasileira contra os “desmandos” do governo local.

Raul Lima (PP-RR), que também tem cidadania venezuelana, relatou que a situação no país é de violência,

desrespeito aos direitos humanos, principalmente nas prisões, e racio-namento de alimentos. “As pessoas passam fome”, disse.

Petróleo - Igor Fuser afirmou que a crise de racionamento no país se deve em parte à ampliação no número de

consumidores, e em parte à especu-lação inflacionária do empresariado. Segundo o professor, antes de o ex--presidente Hugo Chávez chegar ao poder, os recursos do petróleo não chegavam à população. “Parte do di-nheiro ficava com a elite e outra parte para diretores corruptos da PDVSA (a estatal de petróleo)”, afirmou.

A jornalista Vanessa Silva, do ca-nal de TV Globovisión, de Caracas, discordou. Para ela, existem muitos casos de funcionários públicos que enriqueceram, possivelmente por meio de práticas corruptas.

Polarização - O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) defendeu que as dife-rentes correntes ideológicas brasi-leiras se engajem em uma iniciati-va contra a polarização e o risco de guerra civil enfrentado pela Venezue-la. “Precisamos buscar um pacto lá e convencer as duas partes a chegar a um denominador comum”, disse.

Ismael Francisco

Antonio Augusto