jornal da câmara - 13/11/2014

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A Comissão Externa de Combate ao Racismo aprovou ontem o aumento da pena por injúria racial para até cinco anos de reclusão. O projeto deverá tramitar agora nas comissões temáticas. Os trabalhos da comissão foram motivados por manifestações de racismo no futebol em vários estados. www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3306 Presidente do BC deve vir à Câmara para esclarecer cálculo do superavit Crime de injúria racial pode ter pena aumentada para até cinco anos A pedido da oposição, a Comissão de Fiscalização Financeira vai debater com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dados considerados obscuros no cálculo do superavit primário. Também na pauta, o projeto que permite ao governo ampliar sua capacidade de obter o superavit. | 4 | 8 O projeto de lei foi aprovado ontem em caráter con- clusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e deve ir ao Senado caso não haja re- curso para sua análise em Plenário. A inclusão dessa responsabilidade para a Polícia Federal ficará restri - ta, porém, aos casos em que os assaltos a bancos ou ataques a caixas eletrônicos envolverem quadrilha e houver indício de atuação interestadual. | 3 Polícia Federal poderá atuar na investigação de roubo a banco Proposta aprovada na Comissão do Esporte cria o Projeto Nacional de Prática de Esportes e Desenvolvimento de Atletas e Para-atletas. O projeto prevê a promoção de atividades esportivas em escolas, clubes e espaços públicos, destinadas a pessoas de todas as faixas etárias, em especial a crianças e adolescentes. Estímulo a esporte é aprovado A proposta aprovada ontem pela CCJ da Câmara prevê novas responsabilidades para a PF Secom SP Polícia Federal | 6

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Jornal da Câmara de 13 de novembro de 2014

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Page 1: Jornal da Câmara - 13/11/2014

A Comissão Externa de Combate ao Racismo aprovou ontem o aumento da pena por injúria racial para até cinco anos de reclusão. O projeto deverá tramitar agora nas comissões temáticas. Os trabalhos da comissão foram motivados por manifestações de racismo no futebol em vários estados.

www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3306

Presidente do BC deve vir à Câmara para esclarecer cálculo do superavit

Crime de injúria racial pode ter pena aumentada paraaté cinco anos

A pedido da oposição, a Comissão de Fiscalização Financeira vai debater com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dados considerados obscuros no cálculo do superavit primário. Também na pauta, o projeto que permite ao governo ampliar sua capacidade de obter o superavit. | 4

| 8

O projeto de lei foi aprovado ontem em caráter con-clusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e deve ir ao Senado caso não haja re-curso para sua análise em Plenário. A inclusão dessa

responsabilidade para a Polícia Federal ficará restri-ta, porém, aos casos em que os assaltos a bancos ou ataques a caixas eletrônicos envolverem quadrilha e houver indício de atuação interestadual. | 3

Polícia Federal poderá atuar na investigação de roubo a banco

Proposta aprovada na Comissão do Esporte cria o Projeto Nacional de Prática de Esportes e Desenvolvimento de Atletas e Para-atletas. O projeto prevê a promoção de atividades esportivas em escolas, clubes e espaços públicos, destinadas a pessoas de todas as faixas etárias, em especial a crianças e adolescentes.

Estímulo a esporte é aprovado

A proposta aprovada ontem pela CCJ da Câmara prevê novas

responsabilidades para a PF

Secom SP

Polícia Federal

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Page 2: Jornal da Câmara - 13/11/2014

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626

1º Vice-PresidenteArlindo Chinaglia (PT-SP)2º Vice-Presidente Fábio Faria (PSD-RN)1º SecretárioMarcio Bittar (PSDB-AC)2º Secretário Simão Sessim (PP-RJ)3º SecretárioMaurício Quintella Lessa (PR-AL)4º SecretárioBiffi (PT-MS)

Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Diretor de Mídias IntegradasFrederico SchmidtCoordenador de Jornalismo Antônio Vital

Editora-chefeRosalva NunesEditoresSandra CrespoDourivan Lima

DiagramadoresGilberto MirandaRoselene GuedesRenato Palet

Suplentes: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Vitor Penido (DEM-MG) e Takayama (PSC-PR)Ouvidor Parlamentar: Nelson Marquezelli (PTB-SP)Procurador Parlamentar: Claudio Cajado (DEM-BA)Corregedor Parlamentar: Átila Lins (PSD-AM)Presidente do Centro de Estudos e Debates Estraté-gicos: Inocêncio Oliveira (PR-PE)Diretor-Geral: Sérgio Sampaio de AlmeidaSecretário-Geral da Mesa: Mozart Vianna de Paiva

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

QUINTA-FEIRA13 de novembro de 2014

AGENDA

LEIA AGENDA COMPLETA NO CELULAR

13 de novembro de 20142 | JORNAL DA CÂMARA

POLÊMICA | Relator vai manter definição de família como núcleo formado pela união entre um homem e uma mulher

Estatuto da Família terá parecer na próxima semanaO relator do projeto de lei do Es-

tatuto da Família (PL 6583/13), depu-tado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), vai apresentar na próxima semana seu parecer à proposta. Ainda não há data prevista para a votação do texto na co-missão especial que analisa a matéria.

Polêmica, a proposta, de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), define família como o núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento, união estável ou comunidade formada pelos pais e seus descendentes.

Essa definição de família é a mes-ma contida no artigo 226 da Cons-tituição e é defendida pelo relator da matéria. “Uma lei ordinária não pode mudar uma definição contida na Constituição, que é a lei maior do País”, disse. “Meu texto vai repetir a Constituição federal”, completou. Ele ressaltou ainda que propostas de emenda à Constituição que tentaram mudar esse artigo do texto constitu-cional não avançaram no Parlamento.

Discriminação - A deputada Erika Kokay (PT-DF) considera esse concei-to de família excludente e diz que o projeto consolida uma lógica de dis-criminação. “É um projeto homofó-

bico”, disse. Além disso, ela ressalta que o projeto entra em confronto com o entendimento do Supremo Tribu-nal Federal (STF), que, em decisão em 2011, equiparou as relações entre pes-soas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homem e mulher. Na prática, o STF reconheceu o núcleo familiar ho-moafetivo como um núcleo familiar como qualquer outro.

Ronaldo Fonseca critica a deci-são do STF. “O Supremo legislou de forma equivocada, tentando dar uma

resposta a uma situação forçada pelo movimento LGBT [movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], que no meu entendimento não está dentro da normalidade e que precisa de uma resposta do Congresso. É um perigo admitirmos legislação fora do Parla-mento.”

Currículos - O estatuto também prevê que será incluída no currículo obrigatório dos ensinos fundamental e médio a disciplina “Educação para

família”, a ser detalhada de acordo com as características regionais e lo-cais. O relator afirmou que deve man-ter a previsão da disciplina nos cur-rículos, mas afirmou que o estatuto não vai definir o conteúdo da matéria.

A deputada Erika Kokay também critica esse ponto da proposta. “Como vai se sentir a criança que é fruto de uma família homoafetiva, se vai es-tar sendo difundido nas escolas um modelo de família que não a inclui?”, questiona.

Conselhos da família - Fonseca afir-mou que vai manter, na proposta, a criação de conselhos da família (fede-ral, estaduais, distrital e municipai), formado por integrantes da socieda-de e representantes do Poder Público. Um dos objetivos desses órgãos seria encaminhar ao Ministério Público e ao Judiciário qualquer informação que atente contra os direitos da família.

O relator, Ronaldo Fonseca, critica decisão do STF favorável à união homoafetiva

Viola Jr.

O relator diz que o projeto restabelece o que está na Constituição; já a deputada Erika Kokay considera a redação discriminatória

Sessão solene Homenagem aos 80 anos da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul. Plenário Ulysses Guimarães, 9h

Comunicação públicaSerá realizado o Fórum Brasil de Co-municação Pública, promovido pela Secretaria de Comunicação da Câ-mara e pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular. Entre os convidados está o ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann. Auditório Nereu Ramos, 9h.

Prática forenseO Ministério da Justiça promove, em parceria com a Câmara, o seminário internacional “Avanços Científicos e Desafios Práticos na Coleta de De-poimento Forense e Reconhecimento de Pessoas”. Plenário 8, 9h. O evento continua à tarde.

Contenção de epidemiasA Comissão de Seguridade Social discute “Planos de contenção de no-vas epidemias como a do vírus ebola e a febre chikungunya no País.” En-tre os convidados estão o vice-presi-dente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Gue-rino Stabeli; e o representante da Or-ganização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, Joaquín Molina. Plenário 7, 9h30

Educação sexualA Comissão de Educação discute a educação sexual dos adolescentes. São convidados o ministro da Edu-cação, Henrique Paim; o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Carlos Eduardo Corradi Fonseca; o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministé-rio da Saúde, Fábio Mesquita; e a pre-sidente da União Brasileira de Estu-dantes Secundaristas, Bárbara Melo. Plenário 10, 9h30

Abastecimento hídrico em SPA Comissão de Desenvolvimento Econômico debate o problema do for-necimento de água nos municípios abastecidos pela Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jun-diaí, de São Paulo. Plenário 5, 9h30

Atividades farmacêuticasA Comissão Mista sobre a MP 653, relativa ao exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, reú-ne-se para apreciação do relatório. Plenário 6, Ala Senador Nilo Coelho, Senado, 9h30

Marco da mineraçãoA Comissão de Legislação Participa-tiva discute as diretrizes relativas ao 1º Seminário Nacional sobre o Marco Legal da Mineração, a ser realizado em março de 2015. Plenário 15, 10h

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JORNAL DA CÂMARA | 313 de novembro de 2014

SEGURANÇA | Corporação agiria em casos que envolvessem quadrilhas interestaduais

Aprovada atuação da PF em casos de assaltos a bancos

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou on-tem proposta que inclui entre as responsabilidades da Polícia Fede-ral (PF) investigar roubos a banco, sejam assaltos em agências bancá-rias ou ataques a caixas eletrôni-cos. O relator da proposta, Jerôni-mo Goergen (PP-RS), recomendou sua aprovação. Como a propos-ta tramita em caráter conclusivo, deve seguir para análise do Senado.

A atuação da PF, no entanto, será exigida apenas quando o crime envolver quadrilha e houver indí-cios de atuação interestadual. Essa exigência de que o crime envolva agentes de mais de um estado foi prevista pelo substitutivo aprovado pela Comissão de Segurança Públi-ca e Combate ao Crime Organizado.

Pela proposta original (PL 6648/13), do deputado Arnaldo Fa-ria de Sá (PTB-SP), a PF seria sem-pre responsável pela investigação desses casos. Mas o autor concor-dou com as mudanças. “Se há uma falsificação de medicamentos, ou roubo de remédios, a Polícia Fede-ral é acionada, mas se uma quadri-

lha rouba valores e foge para outro estado, a PF não pode atuar”, disse ao defender a proposta.

O texto original também torna-va assalto a banco crime contra o sistema financeiro nacional, mas o substitutivo modificou a legislação a ser alterada pelo projeto. O texto

passou a alterar a Lei 10.446/02, que dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repres-são uniforme. No projeto original, a alteração seria na Lei de  Cri-mes contra o Sistema Financeiro (7.492/86).

Proposta inclui ataques a agências e caixas eletrônicos entre responsabilidades da PF

Lei contra roubo de cargas é reivindicada em debateEspecialistas em segurança e re-

presentantes do setor de transportes cobraram ontem do Congresso e do go-verno federal urgência na regulamen-tação da Lei Complementar 121/06 para facilitar o combate ao roubo e ao fur-to de cargas no País. Eles defenderam, em audiência na Comissão de Viação e Transportes, que a regulamentação permitiria a efetiva criação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, reunindo todas as informa-ções em um único banco de dados. “Se os Executivos não têm bancos de dados em sinergia, ainda que a gente avance aqui no Congresso em outros pontos da legislação, sempre haverá um vazio”, disse o deputado Paulão (PT-AL).

Paulo Roberto de Souza, da NTC&Logística, disse que em 2013 fo-ram registrados 15,2 mil casos de rou-bos de cargas no País, sendo a maior concentração em São Paulo (51%) e no Rio de Janeiro (23,3%). Segundo Souza, as cargas mais visadas são ele-trônicos e produtos farmacêuticos, so-mando prejuízos de mais de R$ 1 bi-lhão no ano passado.

Os deputados Diego Andrade (PSD-MG) e Vanderlei Macris (PSDB-

-SP) criticaram a ausência do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na reunião proposta por Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “A ausência do mi-nistro mostra bem a importância que o governo dá a essa questão. Ele nem sequer deu satisfação para não aceitar o convite”, ironizou Macris.

Receptação - O delegado de polícia de São Paulo, Renato Marcos Porto, destacou outras alterações importan-tes na legislação, como o aumento de penas para os crimes de roubo e re-

ceptação e ações integradas dos ór-gãos de segurança pública. “Enquanto houver quem compre, haverá quem roube”.

O delegado Luis Flávio Zampro-nha, da Polícia Federal, defendeu tra-tar os crimes de roubo e furto de car-gas também sob o ponto de vista do sistema tributário. “Na Europa, pra-ticamente não existe roubo de carga, porque é muito difícil uma empresa internalizar no seu estoque produtos de procedência duvidosa.”

Especialistas e deputados debateram crime que deu prejuízo de mais R$ 1 bi em 2013

Lúcio Bernardo Jr.

Chico Rasta / Fotos Públicas

PLENÁRIO

Os deputados não chegaram on-tem a acordo para votar a medida provisória que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regio-nal (MP 652/14). O programa prevê pagamento de subsídios de tarifas aeroportuárias e custos de voos, que podem chegar a R$ 1,2 bilhão já no ano que vem.

Segundo o texto aprovado na co-missão mista, a subvenção de rotas com origem ou destino na região da Amazônia Legal terá prioridade so-bre as demais.

Negociação entre o presidente da Câmara, Henrique Alves, e a oposi-ção transferiu a análise dessa medi-da para a próxima terça-feira (18), quando deverá ser votada, já que a MP perde a validade no dia 24 e tam-bém precisa passar pelo Senado.

Obstrução - A oposição obstruiu os trabalhos porque a medida só foi votada nesta terça na comissão mista, e os deputados tiveram pou-co tempo para analisar o texto. Se-gundo o líder da minoria, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), ainda existem mudanças feitas na comis-são que precisam ser mais estudadas.

Ele disse que não há consenso so-bre autorização para capital estran-geiro no setor e apontou falta de critérios para autorização de cons-trução de aeroportos por parte da Se-cretaria de Aviação Civil. “Emendas feitas à MP precisam ser mais bem debatidas, mas somos favoráveis ao mérito, achamos que é importante uma política de apoio à aviação ci-vil para ampliar os voos regionais. O que nós estamos fazendo é apro-fundar o debate.”

Segundo o acordo feito com a oposição, durante a análise da MP na próxima terça-feira, não haverá obstrução, mas pelo menos um dos destaques para votação em separa-do apresentados pelos oposicionis-tas deverá ser votado nominalmente.

Para Afonso Florence (PT-BA), é essencial que o Plenário consiga con-cluir essa análise na terça-feira. “A aviação regional demanda um ajuste que viabilize economicamente linhas entre aeroportos, linhas existentes e regularize linhas abrindo novos tre-chos com serviços. Hoje há 270 aero-portos, 200 já em condições de am-pliação, de reforma, e de construção. Com esse subsídio, vamos garantir que a população do interior do Brasil tenha avião com passagem barata.”

Vetos - A sessão do Congresso prevista ontem para análise de ve-tos presidenciais foi cancelada.

Aviação regional tem votação adiada

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13 de novembro de 20144 | JORNAL DA CÂMARA

A Comissão de Fiscalização Fi-nanceira e Controle vai convidar o presidente do Banco Central do Bra-sil, ministro Alexandre Tombini, para prestar esclarecimentos sobre divergências do cálculo do superavit primário consolidado do governo fe-deral. A comissão ainda não marcou a data para a audiência pública.

O requerimento do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) solicita-va, a princípio, a convocação do mi-nistro, ou seja, a presença seria obri-gatória. Na reunião ocorrida ontem, os parlamentares acertaram que será feito o convite ao ministro.

Na opinião de Vanderlei Macris, o ministro deve explicações sobre a matéria publicada no jornal O Esta-do de São Paulo, em julho deste ano. A reportagem mostra que o Banco

A Comissão Mista de Orçamen-to aprovou ontem o relatório pre-liminar do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO - PLN 3/14) para 2015. Ficou estabele-cido que as emendas à proposta po-derão ser apresentadas até a próxima quinta-feira (20).

A LDO estabelece as diretrizes para elaboração e execução do or-çamento da União do ano seguinte. O parecer aprovado acata totalmente quatro emendas e parcialmente cin-co, entre as 14 apresentadas pelos parlamentares.

ECONOMIA | A data para a realização da audiência pública ainda não foi marcada

Comissão convida Tombini para esclarecer superavit primário Foi aprovada ontem pela Comis-

são Mista de Orçamento a Medida Provisória (MP) 655/14, que libera créditos extraordinários de R$ 5,4 bilhões para o Fundo de Financia-mento ao Estudante do Ensino Su-perior (Fies), ligado ao Ministério da Educação (MEC).

O relator, senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), defendeu a apro-vação da proposta do Executivo. Não houve apresentação de emendas. A MP terá de ser analisada ainda pe-los plenários da Câmara e do Senado.

Só neste ano já foram destina-dos, por meio de duas outras medi-das provisórias, créditos no valor de R$ 7,4 bilhões para o Fies, programa que financia a graduação em facul-dades particulares. Podem ter acesso ao financiamento – que varia de 50% a 100% do valor da mensalidade – alunos com renda familiar bruta de até 20 salários mínimos.

Central teria descoberto na conta-bilidade de uma grande instituição financeira, às vésperas da divulgação pelo Tesouro Nacional do resultado fiscal de maio de 2014, um “credito adicional do governo”, no valor de R$ 4 bilhões.

A matéria ainda afirma que a ver-ba foi imediatamente utilizada para compor o resultado fiscal, permitin-do com isso reduzir de R$ 15 bilhões para R$ 11 bilhões o déficit primário do governo federal.

Vanderlei Macris reclama que a área econômica se nega a pres-tar informações sobre o assunto. “É um movimento interpretado como de ‘blindagem’ ao Secretario do Te-souro Nacional, uma vez que tal ope-ração pode ser uma nova etapa da chamada ‘contabilidade criativa’ do

governo federal, que tanto tem con-tribuído para a perda de confiabili-dade da política macroeconômica do País.”

Projeto - O governo enviou nesta terça-feira um projeto de lei ao Con-gresso que praticamente duplica a sua capacidade de obter o supera-vit primário neste ano. O PLN 36/14 permite ao Executivo abater da meta de superavit (R$ 116,1 bilhões) todo o gasto com ações do PAC e com as desonerações tributárias concedidas neste ano, sem especificar um valor.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias em vigor, que é alterada pelo projeto, já estabelece que a meta pode ser re-duzida pela soma do PAC e das deso-nerações, mas especifica um teto de abatimento, que é de R$ 67 bilhões. O projeto acaba com o teto.

LDO: aprovado relatório preliminar

Mais R$ 5,4 bilhões parao Fies

O governo enviou nesta terça-feira um projeto de lei ao Congresso que praticamente duplica a sua capacidade de obter o superavit primário neste ano

O governo federal está montan-do uma força-tarefa no Congresso Nacional para garantir a aprovação do projeto de lei que amplia o abati-mento da meta de superavit primário para este ano (PLN 36/14). O rela-tor da proposta na Comissão Mista de Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), conversou ontem com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, sobre a possibilidade de conferir urgência constitucional à tramitação da matéria no Congresso.

Jucá alega que o projeto é impor-tante e deve ser aprovado com rapi-dez para não comprometer os inves-timentos e a imagem do País diante de agências internacionais de clas-sificação de risco. A meta original de superavit primário deste ano do governo federal é um valor entre R$

Relator de projeto que altera superavit quer urgência116,1 bilhões (máximo) e R$ 49,1 bi-lhões (mínimo). O Executivo alega que não tem mais como atingir esses patamares.

Pelo calendário de votação divul-gado pela CMO, o prazo de emendas vai dos dias 17 a 24. O parecer do re-lator seria entregue até 4 de dezem-bro, para votação, no colegiado, até 12 de dezembro.

A partir daí, estaria pronto para entrar na pauta do Plenário do Con-gresso Nacional (sessão conjunta de deputados e senadores).

Com a urgência, segundo Jucá, as etapas necessárias para votação do projeto – como publicação do texto no Diário do Congresso, apresenta-ção de emendas, discussão e delibe-ração – seriam reduzidas. “É muito importante que se ajuste essa ques-

tão do superavit. Temos de discuti-la com profundidade e clareza técnica, e não só política. Espero um deba-te acalorado, mas que, no final, pre-valeça a responsabilidade de dar ao País a sinalização correta”, declarou Jucá.

Regras - A Constituição permite que o presidente da República peça urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. O problema é que esse mecanismo não foi tentado para matéria orçamentária.

De acordo com a Secretaria da Mesa do Congresso, o procedimento seria inconstitucional, pois a urgên-cia é restrita a propostas que trami-tam separadamente na Câmara e no Senado. Matéria orçamentária tra-mita apenas na comissão e no Ple-nário do Congresso.

©Minerva Studio - Fotolia

Page 5: Jornal da Câmara - 13/11/2014

JORNAL DA CÂMARA | 513 de novembro de 2014

VALPARAÍSO DE GOIÁS

Sessão solene comemora os dez anosda Pastoral da Pessoa Idosa da CNBB

RELAÇÕES EXTERIORES | Itamaraty orienta turistas a procurar consulados no país

ASSISTÊNCIA | Organização católica foi fundada pela médica catarinense Zilda Arns

Deputado quer solução para abusos sofridos por brasileiros na Venezuela

Coral de idosos faz apresentação na sessão solene de homenagem à pastoral

A Câmara realizou sessão solene em homenagem aos dez anos da Pas-toral da Pessoa Idosa, fundada em novembro de 2004. O autor da suges-tão da homenagem, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), lembrou que a entidade não tem fins lucra-tivos e, segundo números de 2012, possui quase 25 mil líderes que atu-am nas comunidades e acompanham cerca de 160 mil idosos. “Vincula-da à CNBB, a pastoral é uma rede de solidariedade, que tem como objeti-vo melhorar a qualidade de vida dos idosos em todas as dimensões do en-velhecimento: física, psicológica, so-cial e espiritual”, destacou.

O deputado Raul Lima (PP-RR) pediu providências ao governo em relação a violências praticadas por membros da Guarda Nacional e do Exército da Venezuela contra tu-ristas brasileiros que entram nes-se país de carro. Lima fez o pedido da audiência que debateu o assun-to ontem na Comissão de Relações Exteriores.

Lima disse que na cidade de Puerto Ayacucho cerca de 30 brasi-leiros são presos todos os dias pelas autoridades venezuelanas – segun-

Para Mauro Benevides (PMDB--CE), a pastoral é fundamental na ação social da Igreja em prol dos mais necessitados e que se encon-tram em situação de vulnerabilidade.

“A pastoral da pessoa idosa me-rece o reconhecimento de toda a so-ciedade brasileira. Esta Casa precisa se debruçar sobre os diversos proje-tos que temos em benefício do ido-so”, declarou Izalci (PSDB-DF).

Na opinião de Chico Lopes (PCdoB-CE), os idosos devem ser vistos como pessoas que já deram sua contribuição para o desenvolvi-mento da Nação, não como “coita-dinhos”. “Esse é o contingente que

do ele, muitos por “crimes insignifi-cantes”, como a compra de produtos da cesta básica local em quantidade acima do permitido pela legislação. Ele acrescentou que muitos turistas são também extorquidos.

“Fiz pedido no Itamaraty e na Embaixada da Venezuela para ver a lista de presos brasileiros lá, mas eles se negam a mostrar essa lista”, disse.

Consulado - O chefe da Divisão de Assistência Consular do Itamaraty, Aloysio Dias Gomide, informou que, em média, 1.400 turistas brasileiros

mais vai aumentar no País: o da pes-soa idosa.”

“Deixo aqui minha homenagem à Zilda Arns, catarinense fundado-ra da instituição”, disse o deputado Esperidião Amin (PP-SC).

Pronunciamento do presidente Henrique Eduardo Alves destacou as ações da pastoral. “Criada pela Igreja Católica através da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil, a pasto-ral é hoje uma das mais importantes organizações comunitárias do mun-do a trabalhar nas áreas de saúde, nutrição e educação dos idosos, mul-tiplicando o saber e potencializando as ações de solidariedade.”

transitam pelo território venezuela-no mensalmente pela via terrestre, rumo ao litoral venezuelano.

“Temos, sim, registros de proble-mas, como de documentação”, disse. “Recomendamos que os brasileiros entrem em contato com os consula-dos brasileiros na Venezuela” para relatar os problemas e pedir apoio.

De acordo com o conselheiro, a embaixada brasileira tem contatos permanentes com as autoridades venezuelanas para tratar dos pro-blemas registrados.

Erika Kokay: caso de violência gratuita

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou reque-rimento para acompanhar as investi-gações sobre o assassinato do adoles-cente Paulo Henrique Moraes por um policial militar, ocorrido em 28 de ou-tubro, em Valparaíso de Goiás (GO).

Integrante da comissão, a depu-tada Erika Kokay (PT-DF) liderou no último dia 10 uma diligência da co-missão ao município, localizado no Entorno do Distrito Federal.

De acordo com denúncia feita à Comissão de Direitos Humanos, o jovem de 16 anos, que não tinha pas-sagem pela polícia, teria sido atingido por dois disparos da arma do policial Joílson Macedo.

A deputada, acompanhada por re-presentantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, visitou familiares do jo-vem assassinado e o Grupo de Inves-tigação de Homicídios de Valparaíso.

Apuração - Erika Kokay obteve do delegado de polícia Eduardo Gomes Junior a garantia de que o boletim de ocorrência com os depoimentos das testemunhas e do policial seguirá para a Justiça até o prazo de 30 dias do homicídio. O delegado informou que o laudo cadavérico e o laudo local de morte violenta seguirão posterior-mente, quando prontos.

De acordo com a deputada, a con-duta criminosa do policial caracteriza grave violação contra os direitos hu-manos, “além de evidenciar violência gratuita contra mais um jovem bra-sileiro”. Para Erika Kokay, a Comis-são de Direitos Humanos, “procurada e provocada pela denúncia, enfatiza a necessidade de investigar o caso a fundo, para que a impunidade não aconteça”.

Deputados vão acompanhar investigação de assassinato

Lúcio Bernardo Jr

Zeca Ribeiro

Page 6: Jornal da Câmara - 13/11/2014

sociais mais pobres, nos municípios mais longínquos, que não têm qua-dras poliesportivas”.

Situação atual - O diretor do Cen-tro Educacional 7 de Taguatinga (DF), Genovaldo Aragão, afirma que, atualmente, falta verba e estrutura para que a escola possa desenvolver um bom trabalho com os alunos que querem praticar esportes.

Segundo ele, uma das necessi-dades de sua escola é uma segunda quadra coberta, que atenderia alunos no turno oposto ao que estudam. “A gente atende uma clientela, à tarde, de alunos que já são tri-repetentes e que se envolvem muito com drogas. Se a escola tivesse dinheiro para in-vestir em outra quadra coberta, com um profissional para atendê-los no contraturno, seria bem interessan-te”, declarou.

Tramitação - O projeto ainda será analisado, em caráter conclusivo, pe-las comissões de Finanças e Tributa-ção; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

13 de novembro de 20146 | JORNAL DA CÂMARA

Crianças e adolescentes que forem atendidos nos polos deverão frequentar regularmente a escola, além de manter médias satisfatórias

Uma das medidas previstas no projeto é a identificação de estudantes com potencial

POLÍTICA SOCIAL | Projeto prevê a criação de polos regionais com oferta de alojamento, alimentação e saúde

Comissão aprova estímulo à prática de esportesA Comissão do Esporte da Câma-

ra aprovou proposta que cria o Proje-to Nacional de Prática de Esportes e Desenvolvimento de Atletas e Para--atletas (PL 3789/12).

O projeto prevê a promoção de atividades esportivas em escolas, clubes e espaços públicos, destinadas a pessoas de todas as faixas etárias, em especial a crianças e adolescen-tes. A proposta também exige que esses locais tenham profissionais para orientar pessoas com deficiên-cia e idosos na prática de esportes.

Outra medida prevista é a atua-ção de profissionais para identificar estudantes com potencial de parti-cipar de competições esportivas e de se tornarem atletas ou para-atletas.

Polos regionais - O projeto de-termina a criação de polos regio-nais de desenvolvimento de atletas e para-atletas, que ofereçam equi-pamentos, alojamento, alimentação e orientação médica.

As crianças e adolescentes que frequentarem os polos deverão estar matriculados e frequentar regular-mente a escola, além de manter suas notas com média igual ou superior à exigida para aprovação.

Convênios - Para atingir os obje-tivos do projeto, o Ministério do Es-porte poderá celebrar convênios com entidades públicas e privadas.

Além disso, a União poderá cele-brar convênios com instituições pri-vadas de ensino para instituir bolsa de estudos aos integrantes do pro-grama.

Qualidade de vida - O autor do projeto, ex-deputado Jonas Doni-zette, ressalta que a prática espor-tiva gera benefícios diretos à saúde

e à qualidade de vida da população, além de contribuir para a construção do caráter e afastar os jovens da de-pendência de drogas.

O relator, deputado Valadares Fi-lho (PSB-SE), apresentou parecer fa-vorável ao texto. Ele diz que a pro-posta vai beneficiar, especialmente, as pessoas “que estão nas camadas

Secom SP

Os líderes da oposição e os depu-tados que pediram a audiência pú-blica com o ministro do Desenvol-vimento Agrário, Miguel Rosseto, para esclarecer denúncias relativas ao Programa Nacional de Fortaleci-mento da Agricultura Familiar (Pro-naf), na Comissão de Agricultura, se revezaram para criticar o governo.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) exibiu um vídeo em que um dirigente do Movimento dos Tra sem Terra (MST) fala de um suposto convênio com o governo venezuela-no para o intercâmbio de conheci-mentos. Caiado disse que esse convê-nio significaria um treinamento para uma revolução socialista no Brasil, o que contrariaria a Constituição.

Rosseto afirmou, porém, que não conhece esse acordo, e que o MST deve responder por isso. Disse ape-nas que está acompanhando as in-vestigações que o Ministério das Re-lações Exteriores vem fazendo.

Suicídios - O deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) questionou o minis-tro sobre dez suicídios de agriculto-

Rossetto: ministério e PF investigam as situações que podem ter levado a fraudes

AGRICULTURA | Ministro do Desenvolvimento Agrário responde a deputados da oposição sobre supostas fraudes no Pronaf

Deputados criticam atuação do governo em denúncias

res da região de Santa Cruz do Sul (RS), que estariam endividados com o Pronaf junto ao Banco do Brasil sem terem recebido recursos ou sem terem assinado contratos. Heinze ainda afirmou que o Ministério Pú-blico teria suspendido as apreensões de dados das entidades envolvidas no registro dos agricultores. Miguel Rosseto afirmou que o ministério e

a Polícia Federal estão investigando três tipos de situação que podem ter levado a fraudes no Pronaf. No en-tanto, afirmou, até o momento ne-nhuma fraude foi comprovada nos municípios de Sinimbu e Santa Cruz do Sul (RS). 

Supostas fraudes - As supos-tas fraudes teriam ocorrido junto aos créditos organizados pela As-

sociação Santacruzense de Peque-nos Agricultores Camponeses, que é uma entidade credenciada desde 2004 pelo ministério para registrar agricultores para o Pronaf.

Rosseto disse que a associação foi descredenciada até que as denúncias fiquem esclarecidas. Ele classificou a situação como grave. Segundo ele, o Pronaf beneficia hoje 5,1 milhões de agricultores com um total de R$ 22,3 bilhões em 2014. A inadimplência do programa, segundo o ministro, é de apenas 1,05% para o Banco do Brasil. No sistema financeiro como um todo seria de 5%.

Terceiro turno - Para o líder do go-verno, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a oposição estaria levan-do à frente um ambiente de terceiro turno eleitoral ao colocar sob sus-peição programas como o Pronaf, a partir de denúncias que estão sendo investigadas.

O líder da minoria, deputado Do-mingos Sávio (PSDB-MG), afirmou que, se denunciar fraudes é terceiro turno, ele vai demorar muito.

Zeca Ribeiro

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JORNAL DA CÂMARA | 7

PATRIMÔNIO PÚBLICO | Com a decisão, foi designado novo relator para apresentar parecer à proposta do Executivo

13 de novembro de 2014

Rejeitado relatório sobre terrenos de marinhaA comissão especial sobre ter-

renos de marinha rejeitou ontem o substitutivo do deputado José Chaves (PTB-PE) ao Projeto de Lei 5627/13, do Executivo, que regula-menta a ocupação de terras de ma-rinha e o parcelamento de dívidas patrimoniais junto à União. O subs-titutivo propunha novos critérios de demarcação, isenção e redução de taxas, condições para parcelamento de dívidas e reforma administrati-va da Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

Como o texto não foi aprovado, o colegiado designou o deputado Cé-sar Colnago (PSDB-ES) como novo relator para o projeto do governo. Ele pode apresentar novo relatório na próxima terça-feira (18).

“Eu não esperava esse resulta-do. É uma derrota para o contri-buinte”, afirmou Chaves. Segundo ele, “com a anuência do governo, foi aprovada uma proposta atrasa-da para regulamentar os terrenos de marinha”. “A minha ideia nun-ca foi a de extinguir as áreas ma-rítimas, e sim de avançar tanto do

lado do orçamento público quanto do social”, disse. De acordo com o deputado, o tema envolve cerca de 10 milhões de pessoas que contri-buem com R$ 800 milhões em ta-xas. No entanto, a arrecadação é feita por instituição “frágil e defi-ciente”. Chaves incluiu em seu re-

latório uma reforma administrati-va da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e novas regras para de-marcação do terreno, com a adoção de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Avanço - Do ponto de vista do deputado Edson Santos (PT-RJ), o

projeto do Executivo é fruto de uma pressão para regulamentar os terre-nos de marinha que o governo aten-deu. Para ele, a proposta é um avanço ao reduzir o impacto das taxas para os contribuintes. “É possível o apro-veitamento de emendas feitas pelo colegiado com o objetivo de aprimo-rar, e não de alterar radicalmente o projeto do Executivo”, disse.

O deputado Paulo Teixeira (PT--SP) também defendeu o projeto do governo. Para ele, a proposta é mais coerente em relação às taxas decorrentes do uso de terrenos de marinha. Teixeira não concordou com a extinção das taxas de trans-ferência sobre os terrenos proposta pelo relator.

A extinção do pagamento de taxa de transferência de terrenos nos regimes de ocupação, quando não se reconhece ao ocupante qual-quer direito sobre as terras, foi um dos pontos discutidos do relatório. A extinção dessa taxa “corrigiria uma injustiça histórica que onera em demasia os ocupantes”, afirmou Chaves.

Deputados da comissão especial rejeitaram o substitutivo do relator ao projeto

AGROPECUÁRIA | Subcomissão aprova relatório sobre endividamento, que agora será analisado pela Comissão de Agricultura

Deputados sugerem soluções para dívidas ruraisRelatório da subcomissão desti-

nada a fiscalizar e propor medidas de combate ao endividamento do setor agropecuário brasileiro foi aprovado com uma série de sugestões a serem implementadas pelos poderes Legis-lativo e Executivo. O relatório ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Agricultura, à qual a subcomissão é vinculada.

O texto do deputado Nelson Pa-dovani (PSC-PR) trouxe recomenda-ções para que a Câmara dos Depu-tados aprove os seguintes projetos de lei: PL 3692/08, que consolida a legislação brasileira relativa ao cré-dito rural; PL 7846/14, que obriga as instituições financeiras a desenvol-ver sistema eletrônico de autoaten-dimento que permita aos produtores rurais tirarem extrato da evolução dos saldos devedores dos financia-mentos; PL 3803/12, que dá desconto especial de 30% para as dívidas ori-ginárias de operações de crédito re-negociadas com base na Lei 9.138/95, pela qual foram instituídos os pro-gramas conhecidos por Securitiza-ção e Pesa (Plano Especial de Sane-amento de Ativos); PL 4171/08, que torna obrigatória a liberação parcial de hipotecas referentes a proprieda-des dadas em garantia de operações de crédito rural.

A comissão também quer que Po-der Executivo adote providências para a efetiva instituição do Fundo de Ga-rantia de Risco de Crédito, de que tra-ta a Lei 12.087/09. “Uma vez implan-tado, o Fundo de Garantia de Risco de Crédito estimulará as instituições financeiras a ampliarem os financia-mentos voltados para investimentos nos sistemas produtivos agropecuá-rios”, afirma Padovani.

Seguro - Além disso, o parlamen-tar pede que o governo regulamente o fundo destinado à cobertura suple-

mentar dos riscos assumidos pelos operadores do seguro rural, de que trata a Lei Complementar 137/10. Para Padovani, o seguro rural é o instrumento de política pública que mais tem a contribuir para a redução do endividamento rural.

“Chegamos à conclusão que, en-quanto o governo federal não cola-borar para que possamos regulamen-tar o fundo de catástrofe, que já foi aprovado em 2010, o endividamento do agricultor vai aumentar cada vez mais, porque dependemos do tempo,

dependemos de chuvas, dependemos de um clima que seja equacionado exatamente para o meio produtivo”, disse Padovani.

Fiscalização - O texto aprovado pela subcomissão também sugere que a Câ-mara dos Deputados e o Senado Fe-deral tenham acesso permanente ao Sistema de Operações do Crédito Ru-ral e do Proagro (Sicor), que registra as operações realizadas no Sistema Nacional de Crédito Rural, bem como de empreendimentos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). “Esse acesso permitirá ao Poder Legislativo monitorar detalha-damente a evolução do endividamento rural”, explicou o relator.

Por fim, o relatório solicita ao Tri-bunal de Contas da União (TCU) que intensifique a periodicidade com que realiza auditorias no Banco do Bra-sil, Banco do Nordeste do Brasil, Ban-co da Amazônia e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), especialmente para verifi-car a correção do cálculo dos saldos devedores dos financiamentos rurais; para verificar a aderência dos procedi-mentos bancários às normas vigentes; e para coibir a cobrança de multa em percentual superior ao estabelecido no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90).

Deputados da subcomissão recomendaram a aprovação de vários projetos e ações

Antonio Araújo

Lúcio Bernardo Jr.

Page 8: Jornal da Câmara - 13/11/2014

13 de novembro de 20148 | JORNAL DA CÂMARA

Bala Rocha: é preciso respeitar as urnas

DISCURSOS

Sebastião Bala Rocha defende luta contra desigualdades regionais e preconceitos

O deputado Sebastião Bala Rocha (SD-AP) rechaçou na tribuna os dis-cursos de “ódio contra os nordesti-nos”. De acordo com o parlamentar, é preciso respeitar os resultados das urnas e trabalhar a favor de uma so-ciedade “mais justa, mais fraterna e mais igual, sem preconceito ou dis-criminação”. “Trabalhamos por um país fundado na igualdade e na dig-nidade humana, onde todas as regi-ões possam crescer econômica e so-cialmente”, acrescentou.

“Se o País está dividido, do ponto de vista da polarização partidária e política, não pode sofrer divisão do ponto de vista regional, social, ou econômico. Não podemos admitir qualquer tipo de preconceito ou ódio contra ninguém”, afirmou.

Segundo Bala Rocha, é preciso fortalecer as regiões Norte e Nordes-te para garantir uma melhor quali-dade de vida para a população e de-senvolvimento social em busca de igualdade.

“O Brasil só vai superar, de fato, a pobreza, o desemprego, a discrimi-nação, o preconceito e as desigualda-des regionais, quando tivermos um

nível de igualdade melhor entre as regiões do País. Não podemos ter um Brasil separado, dividido entre regi-ões ricas e regiões pobres.”

O deputado defendeu mais inves-timentos em infraestrutura e a re-gulamentação, por parte do governo federal, da situação dos servidores públicos dos ex-territórios do Ama-pá e de Roraima. “O prazo para que o governo regulamente a emenda constitucional 79 termina este mês. É por isso que nós convocamos, na Comissão de Trabalho, uma audiên-cia pública para o dia 19 de novembro a fim de debater essa questão.”

Darcísio Perondi comemora eleição no RS e critica campanha de Dilma Rousseff

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) agradeceu na tribuna sua reeleição e parabenizou José Ivo Sartori, governador eleito do seu es-tado. De acordo com o parlamentar, o governo do PT endividou o Rio Gran-de do Sul e não resolveu os proble-mas nas áreas de segurança, saúde, educação e infraestrutura.

“No meu estado, nós tiramos o PT com uma votação extraordiná-ria do nosso candidato. Foi uma di-ferença de 1,5 milhão de votos, a maior na história pós-golpe militar. A propaganda do PT, como a nacio-nal, que falava de um Rio Grande do Sul mágico, não deu certo”, disse.

Perondi declarou que não foram os candidatos da oposição que pro-moveram uma campanha de ódio no País, e que toda segregação foi esti-mulada pela candidata do governo.

“Eu acho que quem está promo-vendo a segregação racial no País é o sistema de cotas, com todo o respei-to. Quem promoveu a separação en-tre o Norte, o Nordeste e o Sul, a se-paração entre ricos e pobres e entre trabalhador e patrão foi a candidata eleita. Então, não se pode dizer para

o Brasil que a proposta que perdeu promoveu o ódio no País”, afirmou.

O deputado denunciou o que cha-mou de “campanha infame”, que te-ria se beneficiado da máquina oficial e de ameaças à população assistida por programas governamentais. Se-gundo ele, “maquiagens contábeis” também enganaram o eleitor.

“O que ela está fazendo é um es-telionato eleitoral. O que me assusta é não ver perspectiva na área econô-mica. Ela está entregando a si mesma um quadro econômico horrível, um País com crescimento quase zero”, acrescentou Perondi.

Darcísio Perondi: estelionato eleitoral

COMBATE AO RACISMO | Proposta torna a ação independente da vontade da vítima, bastando a ação do Ministério Público

Aprovado aumento de pena para injúria racialA Comissão Externa de Combate

ao Racismo aprovou o relatório final que propõe o aumento, no Código Pe-nal (Decreto-Lei 2.848/40), da pena para o crime de injúria racial de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. Essa pena também seria aplicada quando a injúria atingir a et-nia, a religião, a origem, a idade ou a deficiência física da pessoa. Além dis-so, a proposta torna a ação da injúria incondicionada, isto é, ela indepen-de da vontade da vítima, bastando a ação doMinistério Público.

O racismo é definido em lei (7.716/89) como  crime inafiançá-vel e imprescritível, e qualquer ci-dadão tem legitimidade para dar o flagrante.

De acordo com o presidente da co-missão, deputado Damião Feliciano (PDT-PB), a mudança na legislação vai dar um impulso no combate ao racismo no Brasil. A comissão exter-na foi criada no final do mês de abril, motivada por casos de manifestações racistas no futebol ocorridos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. 

Os parlamentares acompanharam três episódios de discriminações no futebol: os jogadores Arouca, do San-

tos, e Tinga, do Cruzeiro, e o juiz Már-cio Chagas foram chamados de maca-co durante as partidas. Ao longo dos meses, o colegiado se reuniu com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, e também com o Procurador--Geral da República, Rodrigo Janot.

A comissão externa também acompanhou as investigações que envolvem o ator negro Vinícius Ro-mão de Souza (que ficou preso 15 dias no Rio de Janeiro acusado de ter as-saltado uma mulher, mas sem evi-dências) e Cláudia da Silva Ferreira (que morreu baleada após uma ope-

ração da polícia carioca e depois foi arrastada por 250 metros por um car-ro da polícia). Cláudia também era negra.

O projeto da comissão vai ser protocolado na Secretaria-Geral da Mesa e distribuído às comissões competentes.

A comissão externa foi criada em abril depois da ocorrência de manifestações racistas no futebol em vários estados do País

Gabriela Korossy

Luis MacedoLúcio Bernardo Jr.