jornal abrap 04

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Ano I edição nº 4 9912281558/2011 – DR/PR ABRAP Entrevista Secretário de Reforma do Judiciário (Interino) Marcelo Vieira de Campos Página 08. Notícia Conferência Nacional da OAB discute advocacia pública Página 02. Artigo A Advocacia Pública dos Estados - Procuradores, membros ou integrantes Páginas 06 e 07. PEC 443 é tema de audiências públicas em vários estados do Brasil Audiências públicas foram realizadas em São Paulo, Ceará, Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Paraná, com o objetivo de promover uma discussão sobre a proposta de Emenda Constitucional 443. Na foto, a audiência realizada em Brasília, presidida pelo deputado federal e presidente da comissão especial, José Mentor, com a presença do presidente da ABRAP, Marcos Vitório Stamm. Notícia 20 anos de luta perante a Suprema Corte Páginas 04 e 05. Página 08.

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Jornal ABRAP 04

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Page 1: Jornal ABRAP 04

Ano Iedição nº 4

9912281558/2011 – DR/PR

ABRAP

EntrevistaSecretário de Reforma do

Judiciário (Interino)Marcelo Vieira de Campos

Página 08.

NotíciaConferência Nacional da

OAB discute advocaciapública

Página 02.

ArtigoA Advocacia Pública dosEstados - Procuradores,

membros ou integrantes

Páginas 06 e 07.

PEC 443 é tema de audiências públicasem vários estados do Brasil

Audiências públicas foram realizadas em São Paulo, Ceará, Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Paraná, com o objetivo de promover umadiscussão sobre a proposta de Emenda Constitucional 443. Na foto, a audiência realizada em Brasília, presidida pelo deputado federal e presidente da comissãoespecial, José Mentor, com a presença do presidente da ABRAP, Marcos Vitório Stamm.

Notícia20 anos de luta perante a

Suprema Corte

Páginas 04 e 05.

Página 08.

Page 2: Jornal ABRAP 04

ABRAP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE ADVOGADOS PÚBLICOS

ESCRITÓRIO BRASÍLIABrasília Empresarial Varig.

SCN QD 4BL B nº 100. Conj 1201.Brasília - DF. CEP: 70714-900

Fone/Fax: (61) 3533 6540ESCRITÓRIO CURITIBA

Rua Inácio Lustosa, 909. São Francisco.Curitiba- PR. CEP: 80.510-000

Fone/Fax: (41) 3323 6118email: [email protected]

site: www.abrap.org.br

DIRETORIAPresidente

Marcos Vitório StammVice-Presidente

Epitácio Bittencourt SobrinhoSecretário

Athos PedrosoDiretor Financeiro

Luiz Alceu Pereira JorgeDiretor Cultural e de Eventos

Zuleik Carvalho OliveiraDiretor de Comunicação

e InformaçãoJoão Gualberto Pinheiro Junior

Diretores regionais:Rodrigo Rocha Rodrigues - ES

Renato Sousa Faria - GOWalter Rodrigues Melo - AL

Francisca Tânia Coutinho - CESamir Machado - SC

Levy Pinto De Castro Filho - RJJoão Climaco Penna Trindade –SP

Art Tourinho –BAAntônio Eustáquio Vieira - MG

Diretor de Assuntos LegislativosRenato Eduardo Ventura Freitas

Diretor de Relacionamento comAdvogados Públicos Federais e Estaduais

Edmilson Moura De OliveiraMembros Titulares do Conselho

ConsultivoPaulo Rocha Faria JuniorRose Oliveira Dequech

Edigardo Maranhão SoaresSuplentes

Paulo Alfredo Damasceno FerreiraNeroci da Silva

Silvio Carlos CavagnariAssessor Especial de Assuntos Jurídicos

e Defesa das PrerrogativasRenato Eduardo Ventura Freitas

EXPEDIENTE

Tiragem: 3.000 exemplaresImpressão: Gráfica O Estado do Paraná

Jornalista Responsável:Fernanda Cequinel (DRT/PR 8043)* Os artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião deste jornal.

JORNAL ABRAP

MENSAGEM DO PRESIDENTE

A 21ª edição da Conferência Na-cional dos Advogados foi realizada em Cu-ritiba, de 20 a 24 de novembro, abordandocomo tema “Liberdade, Democracia eMeio Ambiente”.

No dia 23, o painel abordou a ad-vocacia pública com a maioria das tesesexpostas de autoria de Procuradores Fe-derais, representando todas as entidadesde classe de cada seguimento (Procura-dor da Fazenda Nacional, advogado  Ge-ral da União,  Consultor, etc.).

Todas as teses se nortearam pelaanálise de realidades, perspectivas e pro-postas existentes para a Advocacia Públi-ca e Defensoria Pública, inclusive algumasdelas defendendo a PEC 443. Também foiapontada a preocupação com a tramita-ção da aprovação do novo CPC, quanto àsdisposições da representação judicial dosentes públicos; e abordada a proposta deLei Orgânica da Advocacia Pública e suasdificuldades diante das autonomias fede-rativas.

O procurador autárquico e diretorda APAESP, Benendito Libério Bergamo,propôs, em nome da ABRAP, estudos naOAB para alterações na Lei do Estatuto daAdvocacia, garantindo a atividade profissi-onal dos advogados públicos que são res-ponsabilizados ou chamados a darem ex-plicações sobre pareceres proferidos emlicitações e, ainda, uma definição do ad-vogado público e suas atividades exclusi-vas, com  a vedação de criação de fun-ções, empregos que tenham designaçãodiferente daquelas privativas da AdvocaciaPública. 

Advocacia Pública é temade painel na Conferência

Nacional da OABEstamos terminando mais um anoda nossa história e da nossa luta na con-dição de advogados públicos, desta-cando que nossa união e ações imple-mentadas vem surtindo efeitos e sen-do importantes na busca da dignidadeprofissional e das prerrogativas que nosdevem ser conferidas.

Destacamos que neste ano tive-mos conquistas históricas na nossa ca-minhada, tais como: o RE 558258 deSão Paulo, apontando que “procurador”é gênero e compreende os procura-dores autárquicos inseridos no concei-to da Advocacia Pública, trazido pelaCarta de 1988, e a ADI 484 que julgouconstitucionais as leis da carreira es-pecial de advogados do Paraná.

Além disso, momentos importan-tes marcaram avanços dos advogadospúblicos representados pela Associa-ção Brasileira de Advogados Públicos- ABRAP, como a realização do Semi-nário sobre “A Advocacia Pública nosEstados” quando discutimos temas re-levantes para a categoria, estreitamoso nosso relacionamento e, sobretudo,mostramos nossa união e importânciacomo Advogados Públicos à direçãoda Ordem dos Advogados do Brasil eà vários parlamentares que prestigiarame participaram do evento.

É necessário destacarmos o tra-balho desenvolvido pelos nossos as-sociados e diretores regionais em re-lação à PEC 443/2009, que trata da re-muneração das carreiras jurídicas es-senciais à Justiça. A apresentação daEmenda Substitutiva n. 09, de autoriado deputado federal Osmar Serraglio,se aprovada, representará a reparaçãoda lacuna constitucional em relação aosadvogados públicos estaduais respon-

sáveis pela representação judicial dasautarquias e fundações públicas, bemcomo aqueles que fazem o assesso-ramento dos órgãos estaduais, olvida-dos até o presente momento na CartaMagna.

Enfatizamos aqui que a Comis-são Especial da Câmara dos Deputa-dos, responsável pela análise da ma-téria, no mês de novembro, promoveuvárias audiências públicas visando acoleta de subsídios para o encaminha-mento da PEC, e a ABRAP esteve pre-sente nos eventos para patrocinar adefesa da categoria com intuito de con-seguirmos a aprovação da EmendaSubstitutiva n. 09, conforme está sen-do noticiado neste jornal.

No entanto, é imprescindível lem-brarmos a necessidade de continuar-mos nossa luta, cada vez mais unidos,sem descuidarmos, sobretudo, doacompanhamento e encaminhamentosque serão dados à mencionada PEC443, posto que, as decisões judiciaisassinaladas, entre várias outras, junta-mente com o Provimento 114/2006 doConselho Federal da Ordem dos Ad-vogados do Brasil, asseguram queestamos no caminho certo, pois a ad-vocacia pública deve ser valorizadacomo um todo, sem exclusão de ne-nhuma categoria a ela pertencente.

Desejamos a todosum Feliz Natal e um

Ano Novo cheiode realizações!

Marcos Vitorio StammPresidente da ABRAP

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DOESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO MONOCRATICA N° 6605ACÓRDÃO - APELAÇÃO CÍVEL:

0027499-48.2010.8.26.0053COMARCA: SÃO PAULO

RECORRENTE: JUÍZO EX-OFFICIOAPELANTES: FAZENDA DO ESTADO

DE SÃO PAULOAPELADO: MANOEL MESSIAS

REGO, PROCURADOR AUTÁRQUICOAPOSENTADO

Redutor incidente sobre seusproventos em razão da limitação remu-neratória admitida pela EC 41/03 - Ex-clusão, porém, das verbas de caráterpessoal que não se incluem na limita-ção do texto Constitucional Federal con-tido no inciso XI, do artigo 37, sob penade ensejar ofensa ao princípio da irre-dutibilidade de vencimentos (artigo 37,XV, CF.), bem como seja resguardadoo direito adquirido - Precedentes do C.Supremo Tribunal Federal, do C. Su-perior Tribunal de Justiça e deste Egré-gio Sodalício - Concessão apenas par-cial da ação mandamental, para que arepetição das diferenças devidas sejacalculada em relação às parcelas pos-teriores à data da propositura da açãomandamental, e não das pretéritas, con-forme as Súmulas 269 e 271, do STF -Recursos oficial e voluntário da Fazen-da do Estado providos em parte, nostermos do art. 557, par. 1°-A, do CPC.

Do bojo do acórdão se extrai osseguintes trechos:

“Ocorre que este estabelecimen-to de limite e redutor está sendo feito demolde a desconsiderar verbas incorpo-radas e decorrentes de legislação espe-cífica que ensejou tais apostilamentos,

com clara infringência aos princípios,também constitucionais, do direito adqui-rido e mais especificamente da irreduti-bilidade de vencimentos.

Em que pese a alteração consti-tucional determinada pela Emenda Cons-titucional n° 41/03, que incluiu as ver-bas pessoais para aferição do teto re-muneratório (art. 37, XI), é certo que oprincípio que confere a irredutibilidade devencimentos e assegura o direito adqui-rido, não pode ser desconsiderado ou ir-responsavelmente ignorado.

Os efeitos concretos do limite re-muneratório somente podem ser imple-mentados, se preservadas todas as de-mais garantias e direitos que o servidortenha conquistado junto a Lei Maior.

Assim, a fixação de teto é factí-vel, contudo, não poderá determinar re-dução de vencimentos em afronta aosjá citados princípios constitucionais.Deve respeitar o valor nominal dos ven-cimentos, salvo se constatada ilegalida-de ou irregularidade, que por cassaçãoou anulação, instigue a redução. (...)

E no corpo do Voto asseveraque:

“A decisão agravada aplicou ori-entação firmada na Corte no sentido deque as vantagens pessoais adquiridasem período anterior à Emenda Constitu-cional 41/2003, ainda que posteriores àEmenda Constitucional 19/1998, não seincluem no cálculo do teto remunerató-rio”.

Diante deste posicionamento, é deser plenamente reconhecido não somen-te o direito adquirido do impetrante, mas,também, o direito à preservação do prin-cípio da irredutibilidade de vencimentose proventos, uma vez que as verbasconstantes dos demonstrativos de pa-

gamentos estão compreendidas entreaquelas de caráter permanente, em faceda integração ao patrimônio do servidor,que não pode ter comprometida sua qua-lidade de vida e pela redução injustifica-da dos seus rendimentos.”

.TRIBUNAL DE JUSTIÇA DOESTADO DE SÃO PAULO

Apelação com Revisão/Mandado deSegurança 9110061-43.1998.8.26.0000

Relator(a): Sidnei BenetiÓrgão julgador: 9ª Câmara

de Direito PúblicoData de registro: 04/11/1999

Outros números: 089.906-5/4-00,994.98.024867-7

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇAPROCURADORES AUTÁRQUICOS

Supressão de vantagens, “Hono-rários Advocatícios” e “Regime de Ad-vocacia Pública” mediante o Decreto n°41.227/96 - Em se tratando de vanta-gens instituídas por lei, por força denorma constitucional, somente por leipoderia haver supressão de tais vanta-gens, e não mediante Decreto - Ilegali-dade e ilegitimidade do ato administra-tivo impugnado - Decreto editado comfundamento em decisão do STF de con-cessão de medida liminar em Ação Di-reta de Inconstitucionalidade - A conces-são de medida liminar, em ação de di-reta de inconstitucionalidade, apenasdeterminou a suspensão dos efeitos daexpressão “vencimentos, vantagens”do art. 101 da Constituição Estadual,não prejudicando o direito dos impe-trantes - Inconstitucionalidade da Lei n°827/97 - Afastada preliminar de litispen-dência - Segurança parcialmente con-cedida - Recurso improvido.

Do bojo do acórdão se extrai osseguintes trechos:

“Vigora, em nosso ordenamentojurídico, o principio de não retroatividadedas leis, o qual foi erigido a garantia cons-titucional, nos termos constantes do art.5o, XXXVI, no sentido de que “a lei nãoprejudicará o direito adquirido, o ato jurí-dico perfeito e a coisa julgada”, tendo talprincípio como corolários o princípio daobrigatoriedade (art. 5º, “caput”, e incisoII da Constituição Federal) e o princípioda continuidade (art. 2° e parágrafos daLei de Introdução ao Código Civil).

Como bem anota o Juízo: “atual-mente, a doutrina reveste essas idéiascom denominação aparentemente maisadequada, desenvolvendo a ‘Teoria doFato Realizado’, segundo a qual a irre-troatividade da lei nova resguarda o fatoque foi realizado ou concluído sob a leianterior, e também aqueles fatos cujosefeitos, decorrentes da lei anterior revo-gada, estejam se produzindo no momen-to da entrada em vigor da nova lei” (fls.826).

Desse modo, os procuradores au-tárquicos já aposentados não podem ternenhum de seus direitos suprimidos, por-que “ressalvada a revisão prevista emlei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que omilitar, ou servidor civil, reuniu os requi-sitos necessários, inclusive a apresen-tação do requerimento, quando a inativi-dade for voluntária” {Súmula nº 359 doSTF). Daí se segue o mesmo raciocíniopara as pensionistas de procuradores au-tárquicos aposentados falecidos, cujosbenefícios têm o mesmo tratamentoconstitucional (art. parágrafos 4o e 5o,da Constituição Federal).”

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PEC 443 é discutida em audiências públicas

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Tel (41) 3232-7763 / (61) 3533-6540

Audiências públicas foram re-alizadas em diversos estados do país,promovendo uma discussão intensasobre a PEC 443, que fixa a remunera-ção de Advogados Públicos, em90,25% do subsídio dos ministros doSupremo Tribunal Federal – STF. Atra-vés da emenda substitutiva nº 09, deautoria do deputado federal OsmarSerraglio, a proposta poderá contem-

No Paraná, a PEC 443 foi dis-cutida em uma audiência pública reali-zada em Curitiba, no dia 28 de novem-bro, no Auditório da OAB – Seccional.O evento contou com a participação demuitas pessoas, além do deputadofederal Osmar Serraglio, e do presiden-te da ABRAP, Marcos Vitório Stamm,que defendeu a categoria dos advo-gados públicos apontando a necessi-dade de adotar nos Estados, simetri-camente ao ocorrido na União, a inte-gração dos serviços jurídicos. Segun-

do ele, é necessário abranger as ativi-dades dos procuradores autárquicose fundacionais públicos, e daquelesque exercem o assessoramento jurí-dico no Poder Executivo.

“É preciso salientar tambémque o Supremo Tribunal Federal já as-sentou a interpretação de que o termo“procurador” auferido da Constituiçãoda República tem caráter polissêmicodesignando, sem distinção aos inte-grantes da Advocacia Pública. Igual-mente, o Provimento 114/2006 do Con-

MINAS GERAIS

CURITIBA

A PEC 443 e a PEC 465/2010foram discutidas em Minas Gerais, nasede da OAB seccional, no dia 16 denovembro, com a presença de váriasentidades representativas dos integran-tes da carreira da Defensoria Pública,da Procuradoria do Estado, da Procu-radoria da Fazenda Nacional, de Ad-vogado da União, de Procurador Fe-deral e de integrantes das CarreirasFiscais da União e do Estado.

Ocorreram diversas explana-ções sobre a importância da carreira

de defensor público e das condiçõesde trabalho e, além disso, um debatequestionou a adequação do recebi-mento das Emendas aviadas peloscongressistas à PEC, que visam inte-grar no texto também as carreiras fis-cais. Com exceção dos integrantes dascarreiras fiscais, todos foram contrári-os à inclusão e alteração do texto, comfundamentação na técnica legislativa enas dificuldades de aprovação que taljunção acarretaria.

selho Federal da OAB regula a advo-cacia pública e indica, expressamen-te, quais são os profissionais que aexercem”, destaca ele. Ao final, o de-

plar também os procuradores autárqui-cos, fundacionais públicos e advoga-dos que prestam assessoramento jurí-dico na administração direta.

As reuniões contaram com aparticipação dos integrantes da cate-goria, representantes das associaçõesestaduais e da ABRAP, além de de-mais interessados e autoridades regi-onais.

Em Curitiba, a audiência foi realizada no auditório da OAB Seccional e contoucom a grande participação da categoria dos advogados públicos.

O presidente da ABRAP, Marcos Vitório Stamm, e o deputado federal, OsmarSerraglio, participaram do evento na capital paranaense.

putado Osmar Serraglio informou que,possivelmente, a PEC 443 seja vota-da em 2012, devido ao grande núme-ro de PECs na Câmara de Deputados.

Page 5: Jornal ABRAP 04

BRASÍLIA

Na capital federal, a audiência foirealizada no dia 01 de dezembro, pro-movida pela comissão especial queanalisará a PEC 443, e marcou o en-cerramento de uma série de reuniõesem todo o Brasil.

A comissão especial sobre re-muneração dos advogados públicosadiou para o próximo ano a apresenta-ção do relatório do deputado Mauro Be-nevides à PEC. O pedido de adiamen-

to foi feito pelo presidente da comis-são especial, deputado José Mentor(PT-SP), que argumentou que é preci-so negociar a inclusão de várias cate-gorias no texto, e foi aprovado por una-nimidade.

No início do ano será buscadauma solução regimental para definir setodas as categorias devem ser incluí-das na PEC 443/09 ou se será precisoanalisar PECs separadas.

CEARÁ

Uma audiência pública, paradebater a PEC 443, foi realizada naAssembleia Legislativa do Ceará, coma participação da presidente da Asso-ciação dos Advogados Públicos doCeará - APAFECE e diretora regionalda ABRAP, Francisca Tânia Coutinho,e do membro da diretoria da ABRAP epresidente da Associação Goiâna dosAdvogados Públicos Autárquicos -AGAPA, Edmilson Moura de Oliveira.

A PEC também foi abordadaanteriormente, durante uma reunião re-

O diretor da ABRAP e presidente da AGAPA, Edmilson Moura de Olivera; e adiretora regional da ABRAP e presidente da APAFECE, Francisca TâniaCoutinho; com o deputado federal Mauro Benevides, relator da PEC.

alizada na OAB - seccional Ceará, coma participação do presidente daABRAP, Marcos Vitório Stamm.

Na oportunidade, a categoriacomentou sobre os problemas que en-frentam nas repartições públicas cea-renses, como o excesso de advoga-dos terceirizados e comissionados.Francisca Tânia destacou ainda que oCeará está cada vez mais engajado naluta em defesa das carreiras da advo-cacia pública e a OAB/Ceará tem umpapel de fundamental importância.

A audiência pública na capital federal marcou o encerramento de uma série dereuniões para discutir a PEC 443.

Tania Coutinho (APAFECE), Julio Ponte e Moacenir Felix Filho (OAB-CE),Marcos Stamm e Luis Alceu (ABRAP), na reunião realizada na OAB - seccional.

Advogados públicos de Goiás e representantes da AGAPA, também participaram daaudiência pública realizada em Brasília.

Page 6: Jornal ABRAP 04

Nota: Selecionamos trechos e recomen-damos aos leitores acessarem o inteiroteor do alentado estudo jurídico do Prof.Ubirajara Dias Falcão, em 55 folhas, ofe-recido à ABRAP como substancial con-tribuição ao debate do tema e tambémencaminhado à Comissão Nacional daAdvocacia Pública da OAB federal paraanálise (Processo nº.49.0000.2011.004877-9/CNAP/GAC).

NOVA ORDEMCom a finalidade de impulsionar

e tornar mais eficiente e eficaz a repre-sentação judicial, extrajudicial e as ati-vidades de consultoria e assessora-mento da União, dos Estados e do Dis-trito Federal, a Constituição Federal, ins-titucionalizou nas Funções Essenciaisà Justiça, a Advocacia Pública, o queconstitui uma verdadeira inovação nocumprimento indispensável à adminis-tração da justiça, o que não existia nasConstituições pretéritas. Assim, a NovaOrdem surge, para que ocorram novosparadigmas de conformidade com osregramentos constitucionais traçados.(f. 01)

MODELO FEDERATIVO BRASILEIRONo modelo federativo brasileiro,

o Estado, não pode ser visto ou con-siderado de forma isolada, mas nosentido amplo ou abrangente como,aliás, dispõe o art. 131 da Carta Fede-ral, onde se observa que a União nãoserá representada apenas pela Advo-cacia Geral (AGU), mas igualmentepelos órgãos jurídicos vinculados exis-

tentes e que integram a Instituição nasua estrutura, exatamente para repre-sentarem também as autarquias e fun-dações públicas, as quais são pesso-as de direito público com caráter ex-clusivamente administrativo para de-senvolverem as atividades do EntePolítico. Esses órgãos competem emnome da Instituição, a representaçãojudicial, extrajudicial e as respectivasatividades de consultoria e assesso-ramento, como uma espécie de longamanus, com poderes assim definidos.(f. 13).

ART. 132 DA CARTA POLÍTICAPor isso, não seria possível ser

interpretado o disposto no art. 132 daCarta Política, como sendo outorgadaa representação das Unidades Fede-radas exclusivamente aos ocupantesdos cargos públicos, integrados porProcuradores do quadro de pessoalda Instituição, uma vez que haveria nes-se caso, distinção entre os membrosque compõem a Advocacia Pública.Além disso, a norma que incide deveser conjugada com o disposto nos ar-tigos 37, XI, 39, §4º, 131 e art. 135,Parágrafo Único e art. 135 todos daMagna Carta, uma vez que o vocábulo“Procuradores”, segundo Ana Cândidada Cunha Ferraz, em estudo sobre otema revela como todos aqueles queexercem a defesa do Estado, suasautarquias e fundações públicas. (f. 17)

INTEGRANTES DA INSTITUIÇÃOE, com a suficiência dos ele-

mentos coligidos, não deve haver dis-

tinção entre os integrantes da Institui-ção, uma vez que todos possuemcomo finalidade primordial e comum,a própria defesa dos interesses dosEstados, em sentido amplo, sendo,portanto, despicienda a lotação, se naInstituição, na Administração Direta, nasautarquias ou fundações publicas, poistodos esses profissionais possuem oencargo de exercerem essencialmen-te a defesa dos interesses estataisnesses organismos. (f. 23)

JULGAMENTO DO RE 558258Por isso mesmo, por ocasião do

julgamento do RE nº 558.258-SP, o Min.Dias Toffoli, em seu voto deixou con-signado a independência da Instituiçãoem relação aos Três Poderes do Es-tado, e de seus respectivos membrosou agentes públicos. É essa a atualposição do Excelso Pretório: “Temosque tanto o Ministério Público, quanto aAdvocacia Pública, quanto a Defenso-ria Pública são instituições que não in-tegram nenhum dos Três Poderes. Elesestão separados tanto do Legislativoquanto do Executivo, quanto do Judici-ário. É bem por isso que não temos nanossa tópica constitucional a possibili-dade de dizer que o procurador é da au-tarquia.” E, finaliza: “Os procuradores,sejam os procuradores do estado, queprestam a consultoria e a defesa doEstado em juízo ou no seu trabalho con-sultivo para administração direta, sejamos procuradores autárquicos, eles devemintegrar uma única Instituição que é aProcuradoria do Estado.”

Dotado dessa faculdade consti-

tucional, sem divergir colhe-se aindado voto do Min. Rel. do RE 558.258-SP, Ricardo Lewandowski. (...) “Isso,porem, não impede que se reconheçaque os órgãos jurídicos das autarquiase fundações públicas nos Estados e noDistrito Federal, assim como ocorre naUnião integram a advocacia publica, talcomo preconizado na seção II, Cap. IV,Titulo IV, da lei maior e, por conseguin-te, exerce função essencial a justiça.”(f. 24/25)

VOCÁBULO “PROCURADORES”Nesse diapasão, em reforço ao

que foi visto, revela a Carta Política exa-tamente o que consta no texto do jul-gado, ao usar o vocábulo “Procurado-res”, no art. 132, caput e seu Parágrafoúnico, como igualmente, no art. 37, XI.Isso porque, o constituinte não reser-vou o texto vocacionado em relação anenhum cargo público, pois quandousa a expressão “Os Procuradores dosEstados”, não utiliza nenhum conceitode cargo público, mas o faz direciona-do aos membros que exercem as ati-vidades institucionais, uma vez que aexpressão ali existente “... dos Esta-dos”, significa das Unidades da Fede-ração e não em relação à nomenclatu-ra de cargo ou função pública. O vocá-bulo “Estado” foi empregado no textoexatamente para identificar o Ente Po-

ADVOCACIA PÚBLICA DOS ESTADOS

Procuradores, membros ou integrantes

Ubirajara Dias FalcãoProfessor do curso de Direito do

Centro de Ciências Jurídicas da UFSCe Procurador Autárquico aposentado.

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lítico (os Procuradores são dos Esta-dos, in genere), senão o Constituinte,por certo, na parte final do art. 132 nãofaria nenhuma referência ou alusão aoutilizar a expressão “(...) das respecti-vas unidades federadas (...)“, se repor-tando assim a parte inicial do texto “(...)dos Estados (...)” (f. 28)

Ademais, é importante enfatizar,que o vocábulo procurador(es), servepara designar os membros da Advo-cacia Pública que exercem funções es-senciais à Justiça, pois o substantivoempregado no texto constitucional ouna legislação complementar, conformeapontou o Supremo Tribunal Federal“(...) mostra-se polissêmico, servindopara designar tanto os Membros do Mi-nistério Público, como os AdvogadosPúblicos que atuam na defesa do Esta-do.“ (RE 558.258-SP). Isto revela, queo vocábulo em epígrafe não foi empre-gado para designar a nomenclatura decargos ou funções públicas específi-cas, mas aos que exercem a defesajudicial e a consultoria dos entes fede-rativos e de suas entidades descen-tralizadas, como as autarquias e as fun-dações públicas, de acordo com adefinição de Ana Cândida da CunhaFerraz (in op cit). (f. 50)

SISTEMA UNIFICADOO que é vedado pela Constitui-

ção Federal é o fracionamento em ór-gãos jurídicos distintos, e sem qual-quer vinculação com as ProcuradoriasGerais dos Estados, pois nesse casohaveria ofensa ao art. 132 da CF. Pare-ce-nos, então lógico que a Carta Políti-ca Federal fixou parâmetros para re-presentação da União de forma direta.Mas não vedou a representação domesmo Estado pelos órgãos jurídicosvinculados. Ao contrário, para tanto alegislação infraconstitucional teve a mis-

são em definir os órgãos vinculados,como o fez, para atingir os fins neces-sários no cumprimento das disposi-ções constitucionais. (f. 38/39)

NOVA FORMA DE REMUNERAÇÃOObserve-se, que todas as car-

reiras previstas nas Seções II e III doCapítulo IV – Das Funções Essenciaisà Justiça, serão remuneradas na formado art. 39, §4º da Carta da República,o que demonstra que a Constituiçãonão direcionou a nova forma de remu-neração a determinados cargos ou fun-ções públicas, mas a todos os queexercem a advocacia do Estado e,que igualmente são integrantes dascarreiras jurídicas. Assim, esses Pro-curadores ou membros que exercemessas funções devem, por conseguin-te, ter o mesmo tratamento dispensa-do aos demais. (f. 42)

CARREIRAS JURÍDICASDestarte, não se pode comun-

gar com a idéia da existência de umaúnica carreira jurídica destinada a de-fesa dos Estados. (...) O mesmo acon-tece, quando o art. 132 da Carta da Re-pública, emprega as expressões, “(...)organizados em carreira (...)”. Note-seque pela intelecção do referido dispo-sitivo, ele não contempla apenas umaúnica carreira jurídica, a de Procuradorde Estado, mas o legislador constitu-inte parece-nos que igualmente não faznenhuma distinção entre as demaiscarreiras existentes. Caso contrário,haveria apenas uma em cada Estadoda Federação, quando na realidade otexto abrange as respectivas carreirasintegradas por todos os membros ouprocuradores que exercem as ativida-des institucionais. (f.43/44)

INSTITUIÇÃO

Portanto, quem representa aUnião é a Instituição (Advocacia Geralda União). O mesmo acontece em re-lação aos Estados, os quais são re-presentados pelas instituições (Procu-radorias Gerais), e estas são integra-das por membros ou Procuradores,inclusive dos órgãos denominados vin-culados. (...) O mesmo acontece nosEstados, onde a representação e asdemais atividades são exercidas pe-los membros da Instituição, incluindoigualmente os integrantes ou membrosdos órgãos vinculados. (...) Resta ain-da consignar que o próprio art. 37, XIda Carta da República com a nova re-dação da EC 41/03 ao fixar o teto apli-cável aos Procuradores e aos Defen-sores Públicos, faz alusão no início dodispositivo legal aos ocupantes decargos e funções da administração di-reta, autárquica e fundacional, o que jádemonstra que é extensivo igualmen-te aos cargos e funções da administra-ção indireta. (f. 47)

LEGISLAÇÃO DOS ESTADOSNão obstante, por tudo que foi

visto, verifica-se que algumas unidadesda federação, ainda resistem em re-conhecer os direitos dos procurado-res, embora nas legislações dessesEstados, não exista propriamente a ina-ção ou omissão em relação a essesprofissionais.

Os Estados ao editarem as leisfulcradas observando as mesmas nor-mas constitucionais que estenderamidênticos direitos aos servidores inte-grantes das carreiras da Advocacia Pú-blica, da Seção II, Capítulo IV, da CRFB,inclusive os autárquicos nas condiçõesjá apontadas e outras inseridas na se-qüência, tornaram efetivas parcialmen-te para o auferimento de direitos asnormas previstas nos arts. 132 e 135,

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combinado com os arts. 37, XI e 39,§4º da Lei Maior. Observa-se que exis-te a inserção desses dispositivos cons-titucionais nas legislações dos Esta-dos, o que demonstra que objetivaramcumprir a vontade das normas hierar-quicamente superiores. (f. 49)

EPILOGOResta ainda assinalar, que este

singelo estudo reflete apenas a opi-nião pessoal do autor, mas consubs-tanciada a partir dos elementos coligi-dos e agregados, embora se reconhe-ça que há divergências sobre a maté-ria apresentada. (f. 55)

Leia o inteiro teor do artigo nosite da ABRAP - www.abrap.org.br.

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“IMPRESSO FECHADO-PODE

SER ABERTO PELA ECT”

Após 20anos de tramita-ção, o SupremoTribunal Federal,apreciando aADI 484, julgou constitucionais as leis9422 e 9525 que regulam a carreira es-pecial dos advogados públicos doEstado do Paraná. A criação da carrei-ra foi determinada pelo art. 56 do ADCTda Constituição do Paraná, integrandoos ocupantes de cargos e empregospúblicos de advogados e assistentesjurídicos estáveis do Poder Executivo.Anteriormente, este artigo também ha-via sido questionado na ADI 175 e omesmo Excelso Pretório também jul-gou-o, a final, constitucional. Duranteesse período, a carreira sofreu inúme-ros percalços no respeitante aos direi-tos conferidos aos advogados da car-reira em vista da pendência judicial.

Agora, a voz da Suprema Cortedeve ecoar no estamento estatal sem

que se façam ouvidos moucos, pois,por duas vezes - pasmem - já se ma-nifestaram os mais Eminentes Magis-trados da Nação sobre a constitucio-nalidade das atividades de represen-tação judicial das autarquias e asses-soramento jurídico do Poder Executi-vo cometidas aos advogados da car-reira especial. Durante estes anos mui-tos trabalharam pela causa e muitosforam os apoios recebidos. Nossashomenagens também aos que falece-ram sem verem o reconhecimento naJustiça. A AAPE, instituída para defen-der os interesses da categoria, agra-dece a todos fraternalmente e seguena luta pela manutenção das prerroga-tivas e pela dignidade profissional eremuneratória de seus integrantes.

20 anos de luta perante aSuprema Corte

1 - Quais os principais resultados au-feridos do Diagnóstico da AdvocaciaPública?

A realização do Diagnóstico éuma ferramenta importante para o aper-feiçoamento do Sistema de Justiça.Faz ainda, com que possamos conhe-cer melhor a Advocacia Pública, seufuncionamento e a forma de como vemoperando no âmbito federal, estaduale municipal. Além disso, se torna umaoportunidade de conhecer os desafi-os existentes da Instituição e a formade como estas dificuldades podemafetar o funcionamento do sistema deJustiça.

Pelos dados coletados obser-vamos, em síntese, que o integrantede carreira da advocacia pública é deperfil jovem, o que significa que mais

de 50% tem menos de 44 anos. Outrodado relevante mostra que pelo me-nos 55% ingressaram nos quadros dascarreiras da Advocacia Pública entre osanos de 2005 e 2010 e outros 36%entre 2000 a 2004.

O levantamento apontou aindaque no ano de 2006 os advogadospúblicos responderam mais de 1,2milhão de ações. Dois anos depois,em 2008, o número de ações respon-didas também ultrapassou o número de1 milhão, enquanto as ações ajuizadasforam cerca de 25 mil.

2 - Em que medida o Diagnós-tico pode contribuir para a efetivaçãodo Provimento 114/2006 do Conselhoda Ordem dos Advogados do Brasilque regula a Advocacia Pública?

O Diagnóstico da Advocacia Pú-blica no Brasil foi realizado para de-monstrar, justamente, que a advocaciapública cumpre seu papel constitucio-nal. O que se torna um marco impor-tante na busca pela consolidação e noaperfeiçoamento da atuação dos ad-vogados públicos enquanto defensordo Estado.

3 - Que indicativos podem serextraídos do Diagnóstico para a or-ganização da advocacia pública noâmbito dos Estados?

Com base nos resultados dapesquisa no âmbito Estadual observa-se que 71,9% dos que responderam a

Marcelo Vieira de Campos

Marcelo Vieira de Campos é Secretáriode Reforma do Judiciário (Interino)

O Presidenteda AAPE, LuisAlceu Pereira

Jorge, e odiretor secretá-

rio da AAPE,Athos Pedroso.

pesquisa não estão cursando nenhumtipo de especialização ou pós gradua-ção. Outro dado expressivo, é que55,6% não participou de cursos de ca-pacitação e ou aperfeiçoamento nosúltimos 2 anos, custeados pela Institui-ção. A estrutura do Poder Judiciário, aatuação dos magistrados, o excessode formalismo e os cursos de má qua-lidade estão entre os tópicos conside-rados como problemáticos para o exer-cício das funções institucionais.

ABRAP participa de lançamento doDiagnóstivo da Advocacia Pública

O presidente da ABRAP, Mar-cos Vitório Stamm, participou, no dia20 de dezembro, do lançamento do IDiagnóstico da Advocacia Pública noBrasil, importante documento que tam-bém inclui os procuradores autárqui-cos e fundacionais.

De acordo com o Ministro daJustiça, José Eduardo Cardozo, aadvocacia é indispensável ao Esta-do de Direito. “Quanto mais souber-mos de nós mesmos, melhor pode-remos agir”, afirma ele. O materialpode ser consultado no site do MJ.