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1 Jorge Augusto Relação de Trabalho e Emprego 23/09/2020

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Jorge Augusto Relação de Trabalho e Emprego

23/09/2020

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado Rural

Os trabalhadores rurais que trabalharem em indústria rural exercerão atividaderural consistente no primeiro tratamento dos produtos agrários in natura (deorigem animal ou vegetal), sem transformar sua natureza. Podemos citar osseguintes exemplos: o acondicionamento do leite em embalagens específicas; ocorte e embalagem da carne, a retirada da casca e acondicionamento do palmitoetc..

Também consiste em atividade a ser desenvolvida na indústria rural oaproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificaçãodos produtos in natura.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado RuralOs trabalhadores que laboram na indústria subsidiária ou intercalar, tambémchamada de cultura secundária, a cargo de empregado rural, quando autorizada,será objeto de contrato em separado, garantindo-se ao obreiro a participaçãorecebida no decorrer do ano agrícola. Cite-se:Art. 12. Nas regiões em que se adota a plantação subsidiária ou intercalar (culturasecundária), a cargo do empregado rural, quando autorizada ou permitida, seráobjeto de contrato em separado.Parágrafo único. Embora devendo integrar o resultado anual a que tiver direito oempregado rural, a plantação subsidiária ou intercalar não poderá compor a partecorrespondente ao salário mínimo na remuneração geral do empregado, durante oano agrícola.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado Doméstico

É considerado empregado doméstico àquele que presta serviços de naturezacontínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou família no âmbito residencialdesta.

O empregado doméstico tem seus direitos regidos pela Lei nº 5.859/72(regulamentada pelo Decreto no. 71.885173), e tais direitos foram ampliados pelasdisposições constantes no art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal.

No entanto, há que se frisar que o conteúdo estabelecido na Constituição Federaldeverá ser interpretado restritivamente, visto que o legislador constituinteelencou de modo taxativo quais os direitos assegurados aos empregadosdomésticos.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado DomésticoAos empregados domésticos são assegurados os seguintes direitos:➢ salário-mínimo;➢ irredutibilidade de salário;➢ 13º. salário;➢ repouso semanal remunerado;➢ licença-maternidade(de 120 dias) e licença-paternidade;➢ férias (30 (trinta) dias + 1/3 para os períodos aquisitivos iniciados após 20-07 -06 ( Lei nº 11.324 de

20-07-06que deu nova redação à Lei nº 5.859/72,art. 3°).➢ aviso prévio;➢ aposentadoria;➢ ação trabalhista.➢ estabilidade para as gestantes (desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto,

.(conforme Lei nº 11.324de 20-07-06que acrescentouo art. 4°-A à Lei nº 5.859/72);➢ descontos nos salários a títulos de alimentação, vestuário, higiene e moradia (a despeito de

moradia, convém esclarecer que só poderá haver o desconto, no caso do empregado doméstico,quando essa se localizar fora do lugar onde é prestado o serviço).

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado DomésticoNão são assegurados os seguintes direitos:➢ FGTS (atualmente optativo, conforme a Lei nº. 10.208/01, que alterou a redação da Lei

nº. 5.859172);➢ horas extras;➢ jornada de trabalho 8h/dia ou 44h/semanais;➢ proteção na relação de trabalho (contra despedida arbitrária);➢ seguro-desemprego (salvo se forem feitos depósitos do FGTS);➢ adicionais noturno, de insalubridade, de periculosidade, de sobreaviso ou de

transferência;➢ salário-família;➢ assistência aos dependentes (creche, saúde, etc..);➢ reconhecimento em convenções ou acordos coletivos;➢ seguro contra acidentes de trabalho; e➢ licença-maternidade por adoção.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado Doméstico➢ Empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de

finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial dessas.

➢ O empregado doméstico é regido pela Lei nº 5.859/1972, pelo Decreto 71.885/1973 epelo Decreto 3.361/2000, não se aplicando a ele a CLT, em função do art. 7º, a,consolidado. Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quandofor, em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: a) aosempregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, aos que prestamserviços de natureza não econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas;

➢ O trabalhador doméstico não exerce atividade econômica, sendo seus serviçosdesenvolvidos à pessoa ou família, sem o intuito do lucro. (alteridade)

➢ Caso o trabalho seja exercido pelo obreiro, com fins lucrativos, o empregado não serádoméstico, mas sim empregado regido pela CLT, ou mesmo empregado rural,dependendo da hipótese.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado DomésticoPara esclarecer:➢ Imaginemos a hipótese em que o trabalhador labora na residência do empregador,

preparando refeições que irão ser comercializadas. Nesse caso, embora labore noâmbito residencial de seu empregador, está exercendo uma atividade lucrativa,econômica, sendo empregado regido pela CLT.

➢ Outro exemplo seria o do caseiro de um sítio que plantasse hortaliças não apenas paraconsumo próprio e da família, mas para comercialização, venda para terceiros. Nessahipótese, o obreiro não seria trabalhador doméstico, mas sim trabalhador rural.

➢ Outrossim, se o serviço doméstico prestado pelo trabalhador for acumulado com aprestação de serviços em atividade lucrativa, prevalecerá o regime mais favorável aotrabalhador, qual seja o da CLT.

➢ São domésticos, além do trabalhador que realiza tarefas domésticas diárias (lavar epassar roupas, cozinhar, arrumar a casa etc..), o motorista particular, o caseiro, a babá, aenfermeira particular e etc..

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado Doméstico

➢ Os empregados de condomínios descritos na Lei 2.757/56 (porteiros, serventes,faxineiros, zeladores, etc.), desde que a serviços da administração do edifício e não decada condômino em particular, não são domésticos, sendo regidos pela CLT.

➢ A Lei 9.504/97, art. 100, esclarece que a contratação de pessoal para a prestação deserviços nas campanhas eleitorais (cabo eleitoral) não gera vínculo empregatício com ocandidato ou partido contratante.

➢ Vale destacar que as Agências especializadas na indicação de empregados domésticos,conforme previsto na Lei 7.195/84, são civilmente responsáveis pelos atos ilícitoscometidos pelos domésticos. A atinente Lei determina que a agência firmarácompromisso com o empregador, obrigando-se a reparar qualquer dano que venha aser praticado pelo empregado contratado no período de 1 (um) ano.

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Relação de Trabalho e Emprego – Empregado DomésticoDessa forma, podemos elencar pontos fundamentais para a caracterização do trabalhodoméstico:

➢ Trabalho Doméstico ≠ Trabalho em Domicílio: pode-se constatar a existência deemprego urbano ou rural no âmbito residencial.

➢ Ausência de Lucro: a lei 5859, descreve de maneira um pouco obscura que, para aconfiguração do empregado doméstico, não pode existir atividade lucrativa. Exemplo:da empresa familiar que presta serviço de fornecimento de quentinhas;

➢ Prestação de Serviços à pessoa ou à família: O que o texto legal manifesta claramenteé que, mesmo não tendo o empregador intenção de lucro, mas sendo ele uma empresa,jamais poderá utilizar os serviços de um trabalhador doméstico no âmbito empresarial.Pessoa Jurídica não se vale de empregados domésticos;

➢ No âmbito residencial: O empregado doméstico não precisa prestar serviços no âmbitoresidencial, e, sim para o âmbito residencial.

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Relações de trabalho que não

constituem relação de

emprego.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

A caracterização do empregado decorre da existência dos cinco elementosfático-jurídicos da relação de emprego. Ausente um dos elementos, não há quese falar em relação de emprego e, consequentemente, de empregado. É o queocorre nos exemplos a seguir:➢ Trabalhador autônomo;➢ Trabalho eventual;➢ Trabalho avulso;➢ Relação de estágio;➢ Aprendiz;➢ Relação de trabalho voluntário;➢ Cooperado.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalhador autônomoO trabalhador autônomo é aquele que, via de regra, assume a direção (e, por consequência,o risco) da prestação de serviço ao tomador, fazendo dela o seu próprio negócio. Portanto, oelemento fático-jurídico da subordinação estará ausente, vez que o prestador detém aautonomia na prestação de serviços, razão pela qual não será empregado.

Segundo Maurício Godinho, "a intensidade de ordens no tocante à prestação de serviços éque tenderá a determinar, no caso concreto, qual sujeito da relação jurídica detém a direçãoda prestação dos serviços: sendo o próprio profissional, emerge como autônomo o vínculoconcretizado; sendo o tomador de serviços, surge como subordinado o referido vínculo".

Também é comum o autônomo contratar o serviço e deixar de executá-lo pessoalmente, oque afastaria ainda mais a relação de emprego.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho eventual➢ Trabalho eventual é aquele realizado em caráter esporádico, temporário, de curta

duração, em regra, não relacionado com a atividade-fim da empresa.

➢ No trabalho eventual não há qualquer espécie de continuidade na prestação de serviços,sendo realizado em caráter precário.

➢ O trabalhador eventual não exerce seu labor permanentemente, mas em carátereventual, fazendo “bico”, atuando hoje como pintor, amanhã como ajudante de pedreiro,depois como eletricista; enfim, não exerce a atividade com habitualidade eprofissionalidade, mas apenas esporadicamente.

➢ Define com a habitual clareza o professor Sérgio Pinto Martins:

➢ “O eventual é a pessoa física contratada apenas para trabalhar em certa ocasiãoespecífica: trocar uma instalação elétrica, consertar o encanamento, etc.. Terminado oevento, o trabalhador não irá mais à empresa”.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho eventual➢ A alínea g do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212/1991 dá a definição de trabalhador

eventual, deixando claro que ele se distingue do empregado em virtude da falta dehabitualidade. O “chapa”, o chaveiro, ou qualquer outra pessoa que preste serviços nãosabendo quando será o seu retorno será considerado eventual.

➢ A EC/45 estendeu que a postulação dos eventuais pode ser realizada na Trabalhista, ouseja, na Justiça do Trabalho.

EXEMPLO: empresário necessita realizar obras de construção civil de caráter originário ou atítulo de reforma. Se essa atividade não for objeto do contrato social, a prestação de serviçosdaí decorrente será do tipo eventual, não gerando qualquer direito de natureza empregatíciapara os respectivos trabalhadores.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho eventual➢ Observe-se que o requisito não eventualidade é aferido pela atividade desenvolvida pela

empresa e não pela quantidade de dias que o empregado presta serviços. Nesse passo,por exemplo, o garçom que trabalha dois dias por semana em um restaurante deve serconsiderado empregado, pois o seu serviço encontra-se relacionado com a atividadepermanente da empresa.

➢ O tempo de duração da prestação não importa: pela própria natureza da atividade doempregador, o serviço pode ser prestado apenas durante poucas horas diariamente,como no caso das bilheterias de cinema. Desde que o serviço não seja excepcional outransitório em relação à atividade do estabelecimento, não há falar em trabalho eventual.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho eventualEXEMPLO: DIARISTA➢ A continuidade só é requisito para configuração de uma relação de emprego doméstica,

por expressa disposição legal contida no art. 1º da Lei nº 5.859/72.

Art. 1º. Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços denatureza contínua e de finalidade não lucrativa a pessoa ou a família, no âmbitoresidencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.

➢ Se o empregado doméstico presta serviços de natureza descontínua, uma ou duas vezespor semana, é considerado como DIARISTA e, consequentemente, sem direitostrabalhistas.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho avulsoÉ a relação de trabalho disciplinada pela Lei 8.630/1993, na qual três são atores sociaisenvolvidos:➢ Órgão Gestor de Mão-de-obra – OGMO➢ Operador Portuário – Representante do armador no porto➢ Trabalhador Portuário Avulso – Estivadores, conferentes, vigia portuários, arrumadores,

trabalhadores de bloco etc..

Nessa relação não existe vínculo permanente entre o trabalhador portuário avulso e otomador de serviço, mas apenas uma relação de trabalho autônoma na qual o OGMO atua naescalação dos avulsos devidamente registrados e treinados na carga e descarga dos naviosque chegam aos portos nacionais e que são representados pelos operadores portuárioscredenciados.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho avulso➢ O trabalhador avulso, embora mantenha uma relação de trabalho no porto organizado,

não mantém vínculo de emprego com o OGMO ou mesmo com o armador ou o operadorportuário. Não obstante, o art. 7º, XXXIV, da CF/1988, assegurou igualdade de direitosentre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso, e osarts. 643, § 3º e 652, V, ambos da CLT, fixaram a competência material da Justiça doTrabalhador para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e osoperadores portuários ou o OGMO.

➢ Assim como o eventual, o trabalhador avulso se difere do empregado em virtude de seresporádico. Sua única diferença está no fato de que a contratação do avulso é sempreintermediada pelo OGMO.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Trabalho avulso➢ Ocorre quando há algum trabalho que necessite de outros obreiros, o operador portuário

requer ao OGMO, que encaminha por sua vez a quantidade de avulsos necessários para oserviço.

➢ As garantias e direitos são pagos pelo OGMO, que deve considerar no valor pago peloserviço tal encargo. A pesar dessa contratação, analisando-se a relação de trabalho doavulso percebe-se que existe uma grande semelhança com a relação de emprego. OOGMO funciona, na relação triangular composta ainda pelo avulso e pelo tomador dosserviços, como o empregador. Tanto que pode aplicar sanções aos trabalhadores faltosos,conforme o disposto no art. 19 da Lei nº 8.630/1993.

➢ Conclui-se, portanto, que não há relação de emprego quando se trata de trabalhadoravulso por faltar-lhe, principalmente, a pessoalidade na prestação de serviços (intuitupersonae), já que o tomador não se importa que o trabalho seja efetivado por umobreiro determinado.

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Relação de EstágioO estágio é regido pela Lei nº 6.494177 e pelo Decreto 87.497/82.

Considera-se estagiário o estudante que, sem vínculo de emprego, prestaserviços a uma pessoa jurídica que lhe oferece um procedimento didático-profissional que envolve atividades sociais, profissionais e culturais, através daparticipação em situações reais de vida e de trabalho, sob a coordenação dainstituição de ensino, estágio curricular.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Relação de Estágio - Requisitos essenciais para a validade do estágio:

a) Aluno regularmente matriculado e frequentando cursos vinculados ao ensino público ou privado,nos níveis médio, superior, profissionalou de educação especial- § 1 º, art. 1 º, da Lei nº 6.494/77;

b) O trabalho deve propiciar a experiência prática na linha de formação do estágio e complementaro ensino e aprendizagem - § 3º, art. 1 º, da Lei nº 6.494/77;

c) Termo de compromisso entre o estudante e a parte concedente do estágio (tomador), com aintervenção obrigatória da instituição de ensino, mencionando o instrumento jurídico que sevincula, ou seja, o contrato de estágio deve sempre ser escrito, salvo quando for em açãocomunitária - art. 3º da Lei nº 6. 494/77;

d) A parte concedente do estágio tem que ser uma pessoa jurídica de direito privado ou órgãos daadministraçãopúblicadireta e indiretaou instituições de ensino - art. lº da Lei nº 6.494/77;

e) A duração do estágio não poderá ser inferior a um semestre letivo e não pode ultrapassar operíododa escola ou faculdade - art. 4º do Dec. 87.497/82.

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Relação de EstágioNão se deve confundir o estagiário com o trabalhador aprendiz. O primeiro não seráempregado quando cumpridos os requisitos da Lei nº 6.494/77, já no caso, o aprendizsempre será empregado regido pela CLT. Só pode ser aprendiz o menor entre 14 e 24 anosenquanto no contrato de estágio não existe limitação de idade, dependendo apenas deestar matriculado em curso.

Acresce mais que, o contrato de estágio diferencia-se do contrato de trabalho porque noestágio, embora exista a pessoalidade, subordinação, continuidade e contraprestação,requisitos comuns, pois também presentes no contrato de trabalho, no estágio o escopoprincipal é a formação profissional do estagiário, tendo finalidade pedagógica e deaprendizado.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Relação de Estágio

Por fim, havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos expostos, haverádesvirtuamento do contrato de estágio com a consequente transformação deste contrato emcontrato de trabalho, por força do princípio da primazia da realidade e do art. 9Q CLT. Talentendimento só não irá prosperar no caso de estágio firmado com da administração pública,ante o disposto no art. 37, 11, da CRFB.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Relação de Estágio: Jornada de Trabalho do Estagiário

De acordo com a Resolução 1/04 do Conselho Nacional de Educação¬, Câmara de EducaçãoBásica, baseado na alínea "c" do § III do art. 9º da Lei nº 4.024/61 e no art. 82 e seu parágrafoúnico, bem como nos arts. 90, 8º, § 1º e 9º da Lei nº 9.394/96, em atendimento ao prescritono art. 82 da LDB, as diretrizes para a organização e a realização de estágio de alunos daeducação profissional e do ensino médio, inclusive nas modalidades de educação especial ede educação de jovens e adultos deve respeitar a seguinte carga horária:Deve-se observar:➢ Deve haver compatibilidade entre o horário de trabalho e o horário escolar;➢ A atividade deve ser supervisionada e vinculada ao aperfeiçoamento;➢ Estagiário ≠ Aprendiz.➢ Estagiário não é empregado!

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

AprendizÉ o trabalhador com idade compreendida entre 14 e 24 anos (a Lei nº 11.180 de 23-09-2005, alterou aidade de 18 para 24 anos, dando nova redação aos arts. 428 e 433 da CLT) que é admitido aos serviçosde um empregador na condição de aprendiz. Ao invés de prestar serviços, como os demaisempregados, é matriculado numa escola de formação profissional e, nas horas de folga, comparece àsede do empregadorpara exercitar o aprendizado(Arts. 402 ao 433, CLT).

O trabalhador só pode iniciar sua vida profissional aos 16 anos salvo na condição de aprendiz aos 14anos de idade (art. 7º, XXXIII, da CF). Tem registro em CTPS (carteira de trabalho e previdência social) etodos os direitos dos demais trabalhadores, diferenciando-se, apenas, por não prestar serviçosdiretamente,mas por estar sendo preparadopara futuramenteexercer o seu mister.

Se não tiver frequência às aulas ou não demonstrar aptidão para a profissão de sua formação, podehaver o rompimentode contrato.

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Relação de Trabalho VoluntárioRegulado pela Lei nº 9.608/98,que definiu,em seu art. 1º, o serviço voluntáriocomo sendo:

“Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada porpessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, quetenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusivemutualidade.Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de naturezatrabalhistaprevidenciáriaou afim.”

Considerando que o serviço voluntário é prestado a título gratuito, sem o recebimento de qualquerremuneração, não será possível reconhecer-se o vínculo empregatício do trabalhador voluntário com otomadorde serviços (Lei 9.608/1998,art. 1º, parágrafo único).

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Representante Comercial

É a espécie de trabalhador autônomo que presta serviços não subordinados naintermediação ou venda de produtos dos contratantes segundo os moldes da Lei nº4.886/65.

Necessariamente deve ser inscrito no órgão de sua classe, no seja, no Conselho Regionaldos Representantes Comerciais e possuir contrato escrito com o tomador.

Registre-se, por oportuno que à justiça do Trabalho compete dirimir eventual conflitoresultante da prestação de serviços do representante comercial, enquanto pessoa física(interpretação do art. 114,I,CF).

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Relações de trabalho que não constituem relação de emprego

Cooperado

É a espécie de trabalhador que, agrupado a outros, forma uma sociedade civil sem finslucrativos (Lei nº5.764/71). Mister se faz que pertençam os trabalhadores cooperados aomesmo ramo de atividade.

Estabelece o art. 442, parágrafo único da CLT que não há vínculo empregatício entre oscooperados e a cooperativa, bem como entre cooperado e tomador dos serviços.

Porém, poderá resultar no reconhecimento de vínculo com o tomador dos serviços se aatividade transferida à cooperativa for a principal da tomadora, ou seja, considerada “fim” ese houver pessoalidade e subordinação direta em relação ao cooperado.

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Trabalho TemporárioO trabalhador temporário é o contratado sob a égide da Lei nº 6.019/74 e pelo Decreto nº73.841 de 13/03/74, por uma empresa prestadora de mão-de-obra para executar seusserviços a um tomador, sem que isto importe em vínculo de emprego com a empresa cliente.

O trabalhador temporário é empregado da empresa temporária, que pode ser pessoa físicaou jurídica urbana, e tem os direitos previstos no art. 12 da Lei nº 6.019/74 e na CLT, desdeque compatíveis.

O art. 10 do aludido Decreto define o trabalhador temporário como sendo "pessoa físicacontratada por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviço destinada aatender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ouacréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas."

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Trabalho em DomicílioTrabalho em domicílio é o realizado na moradia do empregado. Entende-se como domicílioda pessoa natural o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Os arts.6º e 83, ambos da CLT estabelecem que:

Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador e oexecutado no domicílio do empregado, desde que esteja caracterizado a relação deemprego.

Art. 83. É devido o salário mínimo ao trabalhador em domicílio, considerado este como oexecutado na habitação do empregado ou em oficina de família, por conta de empregadorque o remunere.

O exemplo típico do trabalho em domicílio é o da costureira que realiza seu ofício em casa,na sua residência, não havendo controle, pelo empregador, da jornada do obreiro (quelabora na hora que bem entender, em geral conciliando as atividades domésticas com asprofissionais), mas tão-somente fiscalização sobre a produção efetuada.

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Trabalho manual, técnico ou intelectual

Esclarece também o parágrafo único do art. 3º que “ Não haverá distinções à espécie deemprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual”.

Esse dispositivo também encontra referência na CF/ 1988. em face do art. 7º, XXXII, queproíbe a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionaisrespectivos.

Em função dos diplomas acima mencionados, o tipo de trabalho realizado pelo empregado,seja manual, técnico ou intelectual, é irrelevante à configuração do vínculo empregatício,sendo certo que qualquer obrigação de fazer executada, desde que do ponto de vista físico ejurídico seja viável, pode caracterizar uma relação de emprego.

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Trabalho manual, técnico ou intelectualNessas circunstâncias, a configuração do pacto laboral não depende de qualificaçãoprofissional do obreiro ou mesmo da natureza da atividade exercida, mas sim da simplespresença dos requisitos caracterizadores da relação de emprego, sendo proibido oestabelecimento de regimes jurídicos distintos para disciplinar a relação de emprego.

A CF/1988 e a CLT garantem o tratamento isonômico entre os trabalhadores que exercematividade manual, técnica ou intelectual, assegurando a todos os empregados os direitos egarantias conferidos genericamente, independente do trabalho exercido.

Ressalte-se que existem regulamentações específicas, que dispõem sobre determinadasprofissões intelectuais (ex.: advogado – Lei 8.906/1994; psicólogo – Lei 4.119/1962;professores – CLT), não contrariando o princípio da isonomia, pois disciplinam situações detrabalho distintas, especiais. O que a lei veda é tratamento diferenciado para a mesmasituação de trabalho.

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Trabalho Ilícito e Trabalho ProibidoNão se confundem as figuras de trabalho ilícito e trabalho proibido.

A primeira modalidade em referência diz respeito ao trabalho cujo objeto é ilícito, ou seja,o preceito legal reputa àquela prática objetiva o condão de ilicitude, por exemplo: Traficardrogas.

Por outro lado, quando falamos de trabalho proibido, a proibição legal não se refere ailicitude do objeto do trabalho e sim a uma vedação por circunstância alheia ao objeto em si.Por exemplo: trabalho para o menor de 14 anos.

De igual forma, vale destacar que o trabalho lícito realizado em proveito de atividade ilícitagera seus efeitos enquanto relação de trabalho, não se afastando por este exclusivo motivo aesfera penal, que aqui não se deve tratar.

Assim, a faxineira da banca do bicho (contravenção penal) ou a cozinheira da boca de fumo(crime) deve ter reconhecidos seus créditos trabalhistas na integralidade.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiança

Conceito: Altos empregados são todos aqueles trabalhadores que, por algum motivo,desfrutam de um maior nível de confiança por parte do empregador.

Proteção legal: O Direito Laboral protege todos os trabalhadores que estejam enquadradosna definição legal de empregado, independentemente da natureza do trabalho executado oudo nível remuneratório. Contudo, há um tratamento diferenciado dispensado aostrabalhadores que exercem funções de confiança e aos diretores/sócios, excluindo algunsdireitos trabalhistas, como por exemplo, a remuneração por jornada extraordinária.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiança

Trabalhadores intelectuais: O empregado intelectual é aquele que possui dotes deinteligência superiores à média dos demais trabalhadores e, por esse motivo, desempenhaatividades predominantemente de caráter não-manual ou técnica, no âmbito da empresa.

Em face da sua capacitação pessoal e profissional, sobressai-se no mercado de trabalho etem condições de discutir, com maior liberdade, as cláusulas que constarão do seu contratode trabalho.

A intelectualidade do empregado faz com que a subordinação jurídica tome-se mais tênue,mas não com a intensidade necessária para eliminar esse requisito essencial para aconfiguração da relação empregatícia.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiançaFunções de confiança

A confiança constitui elemento essencial do contrato de trabalho. É derivada do princípio daboa-fé que norteia o pacto laboral. Qualquer ato praticado pelo empregado, que impliqueperda desse vínculo de fidúcia, autoriza o empregador resolver o contrato de trabalho semônus financeiro para ele, representando uma das hipóteses típicas de justa causa. Se tal fatoacontece com o empregador, faculta-se ao empregado resolver o pacto de labor ou,utilizando a expressão usada pelo legislador celetista, rescindir unilateralmente o contrato detrabalho.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiança

Funções de confiança

Entretanto, para o exercício de determinadas funções dentro da empresa, exige-se um graude confiança superior aquele necessário para estabelecer-se e manter-se uma relaçãoempregatícia. Nesses casos, diz-se que o empregado desempenha uma função de confiança.

Determinados empregados ocupam uma posição de destaque dentro da empresa que sechega a confundi-los com o próprio empregador. Mesmo contando com a proteção dalegislação laboral, a tais empregados não são aplicados todos os dispositivos constantes daConsolidação das Leis do Trabalho, como por exemplo, o Capítulo II (Título II - Das NormasGerais de Tutela do Trabalho) que trata da jornada de trabalho.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiançaFunções de confiança - Diretores e sócios

➢ Não há impedimento legal para que o empregado seja eleito diretor de sociedadeanônima, conforme se depreende da leitura da Lei n° 6.505/76. Se isso ocorrer, o contratode trabalho ficará suspenso, ou seja, cessará a prestação de serviços subordinados, bemcomo a obrigação do empregador de pagar salário.

➢ Há evidente incompatibilidade entre a figura do diretor e do empregado. Uma únicapessoa não pode desempenhar, simultaneamente, as funções inerentes ao cargo dediretor, que é um órgão representativo da sociedade anônima, com as funções exercidaspelo empregado.

➢ Entretanto, a Lei nº. 8.036/90, art. 16, faculta às empresas equipararem seus diretores nãoempregados aos demais trabalhadores para efeito de recolhimento do FGTS. O término domandato do diretor que não seja reconduzido possibilita a movimentação da contavinculada do trabalhador respectivo art. 16 do Decreto nº. 99.684/90)

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiançaFunções de confiança - Diretores e sócios

Em relação ao sócio da sociedade de responsabilidade limitada, a incompatibilidade é totalquando verifica-se o exercício de funções de gestão, não se admitindo a suspensão docontrato de trabalho, mas sim a extinção de um eventual contrato de trabalho pré-existente.

Se o sócio não tem poderes de mando e gestão dentro da sociedade, não existeimpedimento no sentido de tomar-se seu empregado, mesmo porque o sócio e a sociedadepossuem personalidades jurídicas distintas. Todavia, cada caso deve ser analisadoindividualmente para que se verifique a existência ou não dos elementos caracterizadores darelação empregatícia ou para constatar se o sócio não foi assim rotulado com o objetivoúnico de dissimular um contrato de trabalho.

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Altos empregados e excercentes de cargo de confiançaFunções de confiança - Diretores e sócios

Já na sociedade em nome coletivo, todos os sócios respondem de forma solidária e ilimitadapelas obrigações sociais, ex vi do disposto no art. 1.039 do Código Civil.

Dessa forma, tanto na sociedade em nome coletivo, quanto na sociedade de fato ou emqualquer outra onde há confusão patrimonial decorrente da responsabilidade ilimitada dossócios, não há falar-se na possibilidade de um deles ostentar, também, o status deempregado.

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Empregador - Considerações FundamentaisO art. 2º da CLT disciplina o conceito de empregador ao dispor:

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscosda atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, osprofissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outrasinstituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo embora, cada uma delas, personalidadejurídica, própria estiverem sob a direção, controle ou administração de outra constituindogrupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitosda relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.

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Empregador - Considerações FundamentaisO ideal seria conceituar o empregador como sendo a pessoa física ou jurídica que,assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoalde serviços.

Ressalta-se a questão dos equiparados exposta pelo § 1º. E, ainda devemos destacar que ogrupo econômico não se descaracteriza como empregador único, conforme bem determina aSúmula 129 do TST:

“S. 129/TST. A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico,durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contratode trabalho, salvo ajuste em contrário”.

Tal questão decorre, inclusive, da determinação de proibição ao enriquecimento sem causa.

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Solução da Atividade

Princípios Gerais do Direito do

Trabalho

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Solução da Atividade Princípios Gerais do Direito do Trabalho1. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação é facultado às partes,

mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de

trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis

horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para

repouso e alimentação.

ERRADO

É facultado às entidades atuantes no setor de saúde estabelecer, por meio de acordo individual escrito

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Solução da Atividade Princípios Gerais do Direito do Trabalho1. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção

coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas

ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

MP 808/2017 Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é facultadoàs partes, por meio de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecerhorário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas dedescanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput abrange ospagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados eserão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno,quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73.

§ 2º É facultado às entidades atuantes no setor de saúde estabelecer, por meio de acordoindividual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, horário de trabalhode doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ouindenizados os intervalos para repouso e alimentação.” (NR)

ERRADO

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Solução da Atividade Princípios Gerais do Direito do Trabalho

ERRADO

2. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada,

inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, implica a repetição do

pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a

duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Art. 59-B da CLT O não atendimento das exigências legais para compensação de

jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a

repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não

ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo

adicional. Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais nãodescaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

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Solução da Atividade Princípios Gerais do Direito do Trabalho

CERTA

3. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros

mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que

neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e

Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença

prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as

quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à

verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por

intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem

entrarão em entendimento para tal fim.

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Solução da Atividade Princípios Gerais do Direito do Trabalho

CERTA

3. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser

incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em

matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente,

quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros

mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles

venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer

prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades

competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão

aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer

diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e

municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

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