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DIREITO ADMINISTRATIVO Controles Públicos João Lasmar 1 I. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Este assunto não é de sistematização fácil, pois não existe um diploma único que o discipline e nem a CF dele tratou de forma concentrada. O que se observa é que diferentes modalidades, hipóteses, instrumentos, órgãos etc. de controle encontram-se previstos e regrados em diversos atos normativos, sendo de grande importância o conhecimento das orientações doutrinárias e jurisprudenciais. O mais amplo controle da Administração Pública é um corolário dos Estados de Direito, nos quais somente a lei deve pautar a atividade da Administração, cujo fim imediato de vê ser o da defesa e tutela do interesse público. Pode-se conceituar controle como o poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria Administração, ou outro Poder, exerce sobre sua atuação administrativa, diretamente ou por meio de órgãos especializados. Esse poder-dever é exercitável por todos os Poderes da República, a toda atividade administrativa e a todos os seus agentes. 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (Hely Lopes Meirelles) a) Conforme ORIGEM Controle Interno: este controle é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, é o que as chefias exercem sobre seus próprios subordinados. Ex: Conselho de Contribuintes sobre as decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria de Receita Federal ou do Ministério da Previdência sobre o INSS. Cabendo aos responsáveis pelo controle interno dar ciência ao Tribunal de Contas das irregularidades conhecidas, sob pena de responsabilização solidária. Controle Externo: é aquele controle exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. Ex: a) Sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar; b) Anulação de um ato do Executivo por decisão judicial; c) Julgamento anual, pelo Congresso, das prestações de contas do Presidente e a apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de governo; d) Auditoria realizada pelo TCU sobre as despesas realizadas pelo Executivo federal. Controle Popular: em virtude da Administração dever sempre atuar visando à satisfação do interesse público, nada mais lógico ou necessário do que a existência de mecanismos, constitucionais, à disposição dos administrados que possibilitem a verificação da correta atuação da Administração. EX: a) O art. 31, § 3º da CF determina que as contas dos Municípios fiquem (por 60 dias, anualmente) à disposição de qualquer contribuinte o qual poderá questionar sua legitimidade; b) O art. 5º, LXXIII da CF estabelece que qualquer cidadão seja parte legítima para propor ação popular; c) O art. 74, § 2º da CF estatui que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato á parte legítima para denunciar irregularidades perante o TCU. b) Conforme MOMENTO DO EXERCÍCIO Controle Prévio ou Preventivo (A Priori): diz-se prévio quando exercido antes do início da prática, ou antes, da conclusão do ato administrativo, constituindo-se requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. Ex. a) Autorização do Senado para que a União, Estados, DF e Municípios contraiam empréstimos externos; b) Aprovação pelo Senado da escolha de ministros dos Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República, Presidente do BACEN etc.; c) Concessão de liminar em Mandado de Segurança preventivo. Controle Concomitante: é exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação. Ex: a) Fiscalização da execução de um contrato administrativo; b) Realização de auditoria durante a execução do orçamento; c) Acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente.

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DIREITO ADMINISTRATIVO Controles Públicos

João Lasmar 1

I. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Este assunto não é de sistematização fácil, pois não existe um diploma único que o discipline e nem a CF dele tratou de forma concentrada. O que se observa é que diferentes modalidades, hipóteses, instrumentos, órgãos etc. de controle encontram-se previstos e regrados em diversos atos normativos, sendo de grande importância o conhecimento das orientações doutrinárias e jurisprudenciais. O mais amplo controle da Administração Pública é um corolário dos Estados de Direito, nos quais somente a lei deve pautar a atividade da Administração, cujo fim imediato de vê ser o da defesa e tutela do interesse público.

Pode-se conceituar controle como o poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria Administração, ou outro Poder, exerce sobre sua atuação administrativa, diretamente ou por meio de órgãos especializados. Esse poder-dever é exercitável por todos os Poderes da República, a toda atividade administrativa e a todos os seus agentes.

1 – CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (Hely Lopes Meirelles)

a) Conforme ORIGEM

Controle Interno: este controle é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, é o que as chefias exercem sobre seus próprios subordinados. Ex: Conselho de Contribuintes sobre as decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria de Receita Federal ou do Ministério da Previdência sobre o INSS. Cabendo aos responsáveis pelo controle interno dar ciência ao Tribunal de Contas das irregularidades conhecidas, sob pena de responsabilização solidária.

Controle Externo: é aquele controle exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro

Poder. Ex: a) Sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

regulamentar; b) Anulação de um ato do Executivo por decisão judicial; c) Julgamento anual, pelo Congresso, das prestações de contas do Presidente e a apreciação dos relatórios

sobre a execução dos planos de governo; d) Auditoria realizada pelo TCU sobre as despesas realizadas pelo Executivo federal.

Controle Popular: em virtude da Administração dever sempre atuar visando à satisfação do interesse público,

nada mais lógico ou necessário do que a existência de mecanismos, constitucionais, à disposição dos administrados que possibilitem a verificação da correta atuação da Administração. EX: a) O art. 31, § 3º da CF determina que as contas dos Municípios fiquem (por 60 dias, anualmente) à

disposição de qualquer contribuinte o qual poderá questionar sua legitimidade; b) O art. 5º, LXXIII da CF estabelece que qualquer cidadão seja parte legítima para propor ação popular; c) O art. 74, § 2º da CF estatui que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato á parte legítima

para denunciar irregularidades perante o TCU. b) Conforme MOMENTO DO EXERCÍCIO

Controle Prévio ou Preventivo (A Priori): diz-se prévio quando exercido antes do início da prática, ou antes, da conclusão do ato administrativo, constituindo-se requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. Ex. a) Autorização do Senado para que a União, Estados, DF e Municípios contraiam empréstimos externos; b) Aprovação pelo Senado da escolha de ministros dos Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República,

Presidente do BACEN etc.; c) Concessão de liminar em Mandado de Segurança preventivo.

Controle Concomitante: é exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação. Ex: a) Fiscalização da execução de um contrato administrativo; b) Realização de auditoria durante a execução do orçamento; c) Acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente.

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Controle Subseqüente ou Corretivo (A Posteriori): talvez a mais comum das modalidades, é exercido após a conclusão do ato e possibilita a correção de defeitos, a declaração de nulidade ou a conferencia de eficácia dos atos. Ex: a) Homologação de procedimento licitatório; b) Homologação de concurso público; c) Sustação, pelo Congresso, de ato normativo do Poder Executivo; d) Controle judicial dos atos administrativos, em regra.

c) Quanto ao ASPECTO CONTROLADO

Controle de Legalidade ou de Legitimidade: verifica se o ato foi praticado em conformidade com a lei, é corolário do Princípio da Legalidade. Pode ser exercido pela própria Administração (interno) ou pelos poderes Judiciário e Legislativo (externos). Ex: Apreciação de Mandado de Segurança pelo Judiciário; análise de admissão de pessoal pelo TCU etc. Tradicionalmente, para os principais autores, os atos só podiam ser válidos ou nulos (aqueles não passíveis de correção e incapazes de produzir efeitos, exceto aos terceiros de boa-fé). Com a edição da Lei 9.784/99 que regulou, de forma genérica, os processos administrativos na esfera federal passou a ser expressamente admitida a Convalidação. Portanto, hoje, podemos ter como resultados do controle de legalidade: a Anulação ou a Convalidação, sendo que as hipóteses para a Convalidação são: a) Quando os efeitos do ato viciado forem favoráveis ao administrado de boa-fé, a Administração dispões de

5 anos para anulá-lo, findo este prazo sem manifestação da Administração convalidado estará o ato (convalidação tácita);

b) Por iniciativa da Administração, quando dos defeitos do ato não resultem lesão ao interesse público ou a terceiros (convalidação expressa).

Controle de Mérito: visa verificar a eficiência, a oportunidade e a conveniência do ato controlado. Compete,

em regra, ao Poder que editou o ato. Em casos excepcionais e expressos na CF, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito sobre atos praticados pelo Executivo (art. 49, X da CF). Nesses casos excepcionais o Legislativo irá anular, e jamais revogar, o ato administrativo. Ex: a) Invalidação de atos administrativa de aplicação de penalidade disciplinar, por entendimento de

desproporcionalidade entre a sanção e os motivos declarados; b) Anulação de um ato administrativo de dispensa de licitação, por considerar inexistente a alegação da

situação emergencial apontada como motivo. d) Quanto a AMPLITUDE

Controle Hierárquico: é típico do Executivo, sendo um controle interno e resulta do escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta ou das unidades integrantes das entidades da Administração Indireta. Em razão de sua natureza é dito pleno ou irrestrito, permanente e automático (não necessitando de norma específica ou autorizativa). É apto para verificar legalidade e/ou mérito e para o seu exercício são necessárias as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação.

Controle Finalístico: é aquele exercido pela Administração Direta sobre a Administração Indireta, baseada na

relação de vinculação, é denominada de Supervisão Ministerial. Depende de norma legal que estabeleça: os meios, os aspectos, as ocasiões, as finalidades e a autoridade controladora.

2 – CONTROLE ADMINISTRATIVO

É aquele exercido pela própria Administração sobre os seus atos. É realizado pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário. É derivado do poder-dever de autotutela que a Administração tem sobre seus atos e agentes, é sempre um controle interno e de forma geral se dá mediante fiscalização hierárquica ou recursos administrativos. Conforme o órgão que o realize podemos ter:

Controle Hierárquico Próprio: é aquele realizado pelos órgãos superiores sobre os inferiores, pelas chefias sobre os subordinados, pelas corregedorias sobre órgão e agentes sujeitos à sua correição etc.

Controle Hierárquico impróprio: é aquele realizado por órgãos especializados no julgamento de recursos,

ocorre quando o recorrente se dirige a órgãos estranhos àquele que originou o ato impugnado. Neste caso não

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existe entre o órgão controlado e o controlador uma relação de hierárquica de subordinação. EX: Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda recebendo recursos contra a Delegacia de Julgamento da Receita Federal.

Controle Finalístico: realizado pela Administração Direta sobre a Administração Indireta, é principalmente

realizada pelos Ministérios sobre as entidades a eles vinculadas, esta prevista no Decreto-Lei 200/67. a) RECURSOS ADMINISTRATIVOS São um meio colocado à disposição dos administrados para que provoquem a Administração com o intuito de ver alterados ou anulados atos administrativos que digam respeito a relações jurídicas em que estejam envolvidos, possuem dupla função: atender o interesse público e representar um meio célere e gratuito à disposição dos administrados para prevenção ou correção de lesões a seus direitos. Havia grande divergência doutrinária a respeito da exigência de garantia pela Administração para a admissibilidade do recurso (depósito prévio). Para alguns, essa exigência era inconstitucional (ampla defesa). Para outros, é constitucional, cabendo ao legislador ordinário decidir sobre a conveniência de sua instituição. A orientação que prevaleceu, e que é aceita pelo STF, foi a de que NÃO viola o princípio da ampla defesa, portanto não é inconstitucional. Em regra os recursos administrativos possuem efeito apenas devolutivo, ou seja, o ato impugnado continua produzindo efeito até que a decisão do recurso declare o ato ilegal ou ilegítimo e só conterão efeito suspensivo quando expressamente mencionados. São princípios norteadores dos recursos e processos administrativos:

Legalidade objetiva: este princípio exige que o processo administrativo seja instaurado e conduzido com base na lei e com a finalidade de preservar o império da lei. Nulo é o processo que o viole.

Oficialidade: também conhecido como princípio do impulso oficial do processo. É sempre à Administração

que compete a movimentação do processo, ainda que inicialmente provocada. Uma vez iniciado, passa a pertencer ao Poder Público a quem compete dar prosseguimento até a decisão final. Diametralmente oposta ao processo civil, pois neste ocorre a paralisação por inatividade das partes. Este principio permite que os agentes administrativos atuem de ofício na tomada de depoimentos, inspeção de lugares, realização de diligências etc.

Informalismo: os atos a serem praticados no processo, principalmente os a cargo do particular, não exigem

formalidades especiais, bastando que sejam suficientes para assegurar a certeza jurídica e a segurança processual, nisto diferindo dos processos judiciais, pois estes em regra são formais. Esse princípio é favorável ao particular, porque este não necessita de advogado para representá-lo, porém existindo exigência legal expressa quanto à forma de determinado ato, esta deverá ser cumprida, sob pena de nulidade.

Verdade Material: é o mais característico dos processos administrativos e representam uma de suas principais

diferenças em relação aos judiciais. No processo administrativo importa conhecer o fato efetivamente ocorrido, importa saber como se deu o fato no mundo real. No processo judicial, importa saber a chamada verdade formal ou verdade dos autos, diz-se “o que não esta nos autos não esta no mundo”. Regra geral, no processo administrativo a Administração pode se valer de qualquer prova lícita de que tenha conhecimento em qualquer fase do processo e a autoridade processante ou julgadora pode conhecer provas apresentadas pelo particular, por terceiros ou pala própria Administração, até o julgamento final, ainda que produzidas em outro processo administrativo ou judicial. A Lei 9.784/99 admite expressamente nos recursos administrativos a “reforma em prejuízo” ou reformatio in pejus (inadmissível nos processos judiciais criminais) exigindo apenas que, no caso de haver gravame ao recorrente, a autoridade julgadora dê ciência do fato para que o interessado apresente suas alegações. Porém a mesma lei não admite a mesma hipótese para os processos de revisão.

Contraditório e Ampla Defesa: é comum a todos os tipos de processos, judiciais e administrativos. É

decorrente do princípio do devido processo legal (due process of law). Por contraditório entende-se a necessidade de que seja dada ao acusado a oportunidade de manifestar-se a respeito de todos os fatos a ele imputados e de todas as provas contra ele produzidas, contradizendo-as se desejar. Por ampla defesa entende-se a necessidade de apresentarem-se ao acusado todos os fatos e provas contra ele formulados e à possibilidade de o acusado valer-se de todos os meios lícitos para provar sua inocência, além de seu acompanhamento na

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instrução do processo. O descumprimento, destes princípios, em qualquer fase do processo ensejará a nulidade de todos os atos subseqüentes ou até mesmo a nulidade de todo o processo.

3 – CONTROLE LEGISLATIVO O controle legislativo, ou parlamentar, é exercido pelos órgãos legislativos ou pelas comissões parlamentares sobre determinados atos do Executivo e somente se verifica nas situações e nos limites expressamente previstos na CF (princípio da independência e harmonia dos poderes – clausula pétrea). Trata-se de controle externo e político, podendo ater-se aos aspectos de legalidade ou de conveniência pública. Ex:

a) Compete ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49, X da CF);

b) Compete ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, V da CF). Este controle e só de legalidade e não de mérito;

c) As CPIs terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MP, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58, § 3º da CF).

a) PODERES DA CPI, conforme entendimento do STF, desde que motivadamente:

a) Convocar investigados e testemunhas, incluindo autoridades públicas das três esferas; b) Determinar diligências que entender necessárias; c) Requisitar de repartições públicas informações e documentos de seu interesse; d) Determinar quebra dos sigilos, fiscal, bancário e telefônico; e) Convocar juízes para depor, desde que a respeito de sua atuação como administrador público (função não-

jurisdicional). b) NÃO SÃO PODERES DA CPI, conforme entendimento do STF:

a) Decretar busca e apreensão; b) Determinar a indisponibilidade de bens; c) Decretar a prisão de qualquer pessoa, salvo hipótese de flagrância; d) Determinar a interceptação (escuta) telefônica; e) Convocar magistrados para depor a respeito de sua atuação típica (função jurisdicional);

c) OUTRAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS (art. 49 ao 52):

a) Ao Congresso Nacional julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX);

b) Ao Senado Federal aprovar a escolha de magistrados, ministros do TCU, Procurador Geral da República, outras autoridades (art. 52, III);

c) Ao Senado Federal autorizar operações externas de natureza financeira, da União, Estados, DF, Territórios e Municípios (art. 52, V);

d) À Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa (art. 51, II);

e) Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas (art. 70).

Obs.: O STF não admite que a Constituição de um Estado-membro estabeleça competência para que a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal, julguem suas próprias contas, tão pouco as contas do TJ, somente cabendo a estes o julgamento das contas dos Chefes do Executivo e as demais, são competência do TC respectivo. d) FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA CF:

A fiscalização financeira e orçamentária é exercida sobre os atos de todas as pessoas que administrem bens ou dinheiros públicos. O art. 70, § único, diz que “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,

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ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”. O controle interno e pleno visa a observação da legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência, já o controle externo visa comprovar a probidade da Administração. As áreas alcançadas pelo chamado controle financeiro são:

Contábil: a preocupação é com a correção da formalização dos registros das receitas e despesas; Financeira: o controle se efetiva por meio do acompanhamento dos depósitos bancários, empenho de

despesas, pagamentos efetuados, ingresso de valores etc.; Orçamentário: diz respeito ao acompanhamento da execução do orçamento, fiscalização dos registros nas

rubricas orçamentárias adequadas etc.; Operacional: controla a execução das atividades administrativas em geral, a observância dos

procedimentos legais e adequação à eficiência e economicidade; Patrimonial: incide sobre bens do patrimônio público, móveis ou imóveis, constantes de almoxarifado,

estoques ou em uso pela Administração. e) ATRIBUIÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS:

Questão complexa é determinar a posição dos TCs. Não são eles órgãos do Poder Executivo, tão pouco do Judiciário. Conforme posição dominante na doutrina os TCs são órgãos da estrutura do Poder Legislativo, auxiliares do Poder Legislativo, mas que não praticam atos de natureza legislativa, mas apenas atos de controle. As principais atribuições, são as estabelecidas no art. 71 da CF, e são:

a) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República; b) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da

administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade que resulte prejuízo ao erário público;

c) Apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, excetuando-se os cargos de provimento em comissão;

d) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesas ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei;

e) Determinar prazo, se verificada ilegalidade, para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao cumprimento da lei e, se não atendido, sustar a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

f) ATRIBUIÇÕES DO TCU:

a) No caso de ato administrativo, cabe ao próprio TCU sustar a sua execução; b) No caso de contrato administrativo, a sustação será adotada diretamente pelo Congresso Nacional, que

solicitará ao Executivo as medidas cabíveis. Se no prazo de 90 dias o Congresso ou o Executivo não efetivar as medidas o TCU adquirirá competência para decidir;

c) As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa são executáveis;

Obs.: É entendimento do STF que o TCU é competente para julgar as contas das empresas públicas e das sociedades de economia mista, independentemente do patrimônios dessas entidades , incluindo-se bens e direitos, não se revestirem da qualidade de bens públicos ou de bens privados.

4 – CONTROLE JUDICIÁRIO

O controle judiciário, ou judicial, é o exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, Legislativo ou pelo próprio Judiciário. Em regra, exercido a posteriori, e versa sobre legalidade, sendo sobretudo um meio de preservação de direitos individuais dos administrados. Ocorre mediante provocação e tem como efeito a anulação (nunca revogação), efeito ex tunc. O ato nulo não gera direitos ou obrigações para as partes, não cria situações jurídicas definitivas e não admite convalidação, porém a de ser excepcionada para os terceiros de boa-fé (presunção de legitimidade) devendo, nesses casos, amparar os direitos nascidos na vigência do ato posteriormente anulado.

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Obs.: O judiciário não pode invalidar um ato administrativo baseado nos elementos MOTIVO e OBJETO, porém o mesmo não irá acontecer se o embasamento for na COMPETÊNCIA, FORMA ou FINALIDADE. a) ESPÉCIES DE CONTROLE JUDICIAL

Mandado de Segurança: é o remédio constitucional destinado a proteger direito líquido e certo, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data, quando o responsável for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Trata-se de uma ação civil, de natureza mandamental e rito sumário. Entende-se como ato de autoridade (ato coator) qualquer ação ou omissão do Poder Público, ou de seus delegados (concessionários, permissionários) que, no exercício de suas funções (ou a pretexto de exercê-las), acarretem lesão a direito líquido e certo. O prazo para sua impetração é de 120 dias a contar do conhecimento oficial do fato, sendo, portanto decadencial e não admitindo interrupção nem suspensão. Pode ser impetrado individualmente (mandado de segurança individual) ou coletivamente (mandado de segurança coletivo), por partido político com representação no Congresso; organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.

Ação Popular: diz o art. 5º, LXXIII da CF, “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular

que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou a entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. A ação popular é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade e pode ser usado nas formas preventiva ou repressiva.

Ação Civil Pública: visa reprimir ou impedir lesão a interesses difusos e coletivos, como os relacionados à

proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, do consumidor etc. Deve ser promovida pelo Ministério Público. A Lei 7.347/85, que disciplina essa ação, prevê, ainda, como legitimados, a União, Estados, DF e os Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, além de associações que atendam aos requisitos da lei, Admite-se concessão de medida liminar.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

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CONTROLES PÚBLICOS

1) A atribuição do Congresso Nacional de sustar contratos

considerados irregulares, classifica-se como um ato do controle:

a) financeiro b) administrativo c) interno d) judicial e) político 2) Não é correto afirmar:

a) O Tribunal de Contas da União é órgão do Poder Legislativo

b) Não existe Poder Judiciário Municipal na estrutura federativa brasileira

c) No Brasil, o Poder Executivo também legisla d) A fiscalização e o controle do Poder Executivo são

atividades privativas do Poder Legislativo e) O Ministério Pública, que integra o Poder Executivo, é

instituição essencial à Justiça 3) No âmbito do controle externo, não compete ao Tribunal

de Contas da União:

a) aplicar multas aos responsáveis por ilegalidades de despesa pública

b) fiscalizar a aplicação de qualquer recurso federal a Estados ou Município

c) apreciar, para fins de registro, a ilegalidade dos atos de admissão de pessoal por concurso público

d) fiscalizar as contas internacionais de empresas supranacionais de cujo capital social a União participe

e) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal

4) O controle externo, exercido pelo Tribunal de Contas da

União, quanto aos atos praticados pela Administração Pública Federal, relativos a concessões de aposentadorias, é característico do tipo:

a) concomitante. b) declaratório. c) jurisdicional. d) posterior. e) prévio. 5) Suponha que Poder Executivo Estadual tenha exarado

um ato administrativo que, ainda que não fosse ilegal, era inconveniente e inoportuno. Assinale a opção que corresponde à(s) providência(s) que poderia(m) ser tomada(s), em face de tal ato.

a) O princípio da autotutela da Administração permite apenas ao Poder Executivo anulá-lo.

b) Tanto o Poder Executivo como o Poder Judiciário poderiam anulá-lo (este, apenas se provocado por eventuais interessados).

c) O Poder Executivo poderia revogá-lo, não podendo, o Poder Judiciário, revogá-lo ou anulá-lo.

d) O Poder Executivo poderia anulá-lo, mas apenas se o Poder Judiciário assim o determinasse.

e) Uma vez já exarado o ato, somente o Poder Judiciário poderia tomar providências quanto a ele.

6) Não inclui na finalidade do sistema de controle interno

federal, constitucionalmente previsto, a atividade de:

a) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da Administração.

b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da União.

c) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

7) Na hipótese de o Presidente da República não efetuar

junto ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa anual, a apresentação de contas referentes ao exercício anterior, deve-se proceder à tomada de contas pelo:

a) Congresso Nacional b) Câmara dos Deputados c) Senado Federal d) Tribunal de Contas da União e) Ministério Público Federal 8) O Tribunal de Contas, se na fiscalização contábil,

financeira ou orçamentária verificar ilegalidade, deve:

a) impugnar o ato b) sustar a execução do ato c) comunicar o fato à Câmara d) assinar prazo para a adoção de providências pelo órgão,

necessárias ao exato cumprimento da lei e) representar ao Poder competente sobre a irregularidade 9) No caso de ser verificada irregularidade em contrato

administrativo:

a) O Tribunal de Contas deve sustá-lo, de imediato b) Deve o Congresso Nacional sustá-lo diretamente,

solicitando ao Poder Executivo as medidas cabíveis c) Se nem o Congresso Nacional nem o Poder Executivo se

manifestarem a respeito, tampouco caberá ao Tribunal de Contas qualquer outra providência

d) A decisão de sustá-lo caberá exclusivamente ao Poder Executivo

e) Caberá unicamente ao Poder Judiciário, em sendo provocado para promover a sua sustação

10) A fiscalização financeira e orçamentária, de

responsabilidade do Poder Legislativo, classifica-se no controle:

a) judicial b) interno

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c) administrativo d) externo e) político 11) Quanto à sua exeqüibilidade, as decisões do Tribunal de

Contas de que resulte imputação de débito ou multa:

a) terão eficácia de título executivo b) terão apenas eficácia de recomendação ao Poder

Legislativo c) terão apenas eficácia de recomendação ao Poder

Executivo d) poderão ser executadas somente após sua aprovação pelo

chefe do Poder Executivo e) poderão ser executadas somente após sua aprovação pelo

órgão do Poder Judiciário competente em cada caso 12) No Brasil, tem competência exclusiva para julgar

anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República:

a) STF b) Comissão Mista de Senadores e Deputados c) TCU d) Congresso Nacional e) Câmara dos Deputados 13) Os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo

podem ser invalidados através de:

a) anulação pelo Poder Legislativo b) revogação pelo Poder Judiciário c) revogação pelo Poder Legislativo d) anulação pelo Poder Judiciário e) revogação pelo Tribunal de Contas 14) O desfazimento do ato administrativo, em virtude de

determinação judicial, por razões de ilegalidade, denomina-se:

a) rescisão b) anulação c) conversão d) revogação e) caducidade 15) No que se refere à invalidação dos atos administrativos,

é certo que:

a) o Judiciário revoga ou anula o ato administrativo b) o Judiciário somente revoga o ato administrativo c) a Administração apenas anula seu próprio ato d) a Administração revoga ou anula seu próprio ato e) a Administração não pode anular ou revogar seu próprio

ato 16) Os atos da Administração Pública, de um modo geral,

são passíveis de controle jurisdicional, mas são ressalvados, particularmente, pela sua natureza e peculiaridade, os:

a) de caráter confidencial b) de caráter normativo c) aspectos do mérito administrativo

d) aspectos da moralidade administrativa e) procedimentos administrativos disciplinares 17) A anulação do ato administrativo se dá em razão de:

a) ilegalidade, produzindo efeito ex nunc b) inconveniência, produzindo efeito ex nunc c) ilegalidade, produzindo efeito ex tunc d) inconveniência, produzindo efeito ex tunc e) inoportunidade, produzindo efeito ex tunc 18) A extinção de um ato administrativo perfeito, por

motivo de conveniência e oportunidade, denomina-se:

a) revogação b) anulação c) convalidação d) conversão e) invalidação 19) Tratando-se de extinção de ato administrativo, assinale a

afirmativa verdadeira:

a) a anulação far-se-á exclusivamente pelo Poder Judiciário. b) a revogação decorre de vício do ato. c) o prazo decadencial para a anulação de atos dos quais

decorram efeitos favoráveis para os destinatários é de 3 (três) anos.

d) a revogação depende de provocação do interessado. e) os efeitos da anulação são ex tunc. 20) O mérito do ato administrativo, identificado pelo

binômio conveniência e oportunidade, é encontrado nos seus seguintes elementos:

a) objeto e finalidade b) forma e sujeito c) objeto e motivo d) motivo e finalidade e) sujeito e finalidade 21) As ações judiciais utilizáveis para o controle judicial da

Administração podem ser utilizadas pelo particular tanto no caso de lesão como no de simples ameaça a lesão a direito seu.

22) A ação de mandado de segurança apresenta, entre outras, a particularidade de exigir que se destine à tutela de direito líquido e certo, que se considera, em geral, como aquele provado desde a propositura da ação, por meio de prova documental pré-constituída, isto é, anexada à petição inicial da ação.

23) A ação civil pública é um relevante instrumento de controle judicial da Administração.

24) Qualquer cidadão pode, em princípio, promover, pessoalmente, o controle da Administração Pública.

25) O controle da Administração Pública Federal pelo Poder Legislativo é exercido apenas por meio das comissões

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especializadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal

26) Se o Tribunal de Contas da União constatar o cometimento de ato ilegal por parte de órgão federal, poderá determinar-lhe a imediata revogação do ato, sem prejuízo da responsabilização daqueles que lhe deram causa; nesses casos de ilegalidade, o Ministério Público também pode ajuizar ação para a supressão do ato.

27) O Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional em sua função fiscalizadora, pode sustar a execução, pelo Poder Executivo, dos atos impugnados, se não for atendida a ordem de impugnação, independentemente de autorização do Poder Judiciário.

28) A competência dos órgãos de controle interno de comprovar a legalidade da aplicação dos recursos públicos por entidades de direito privado abrange a fiscalização da destinação de todos os recursos oriundos de contratos administrativos decorrentes de licitação.

29) As atividades típicas de controle legislativo da competência do Congresso Nacional incluem a apreciação dos atos de concessão e de renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão, mas excluem, nesse âmbito, os atos de cassação de concessões.

30) O ato de improbidade administrativa acarretará, entre outras sanções, a perda da função pública e dos direitos políticos, vem como a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

31) A aplicação de sanções previstas na lei de improbidade administrativa independe de eventual aprovação ou rejeição das respectivas contas pelo órgão de controle interno ou externo ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

32) O controle hierárquico resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgão,em que os inferiores estão subordinados aos superiores.

33) O controle interno é aquele realizado pela entidade ou pelo órgão responsável pela atividade controlada, como, por exemplo, a apreciação de cotas dos Poderes Executivo e Judiciário pelo Poder Legislativo.

34) O controle de mérito é o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento administrativo com as normas legais que os regem.

35) Por meio do controle administrativo, a administração pode apenas revogar os seus próprios atos.

36) O controle externo exercido pelos tribunais de contas não objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento administrativo com as normas legais que o regem, visa também à análise da eficiência.

37) O ordenamento jurídico investe o cidadão de meios para desencadear o controle externo da omissão abusiva de um administrador público. Não há, porém, previsão legal específica que autorize o cidadão a suscitar o controle de omissão pela própria administração.

38) A ação popular e o mandado de segurança são instrumentos processuais adequados à eventual invalidação de atos administrativos discricionários.

39) A garantia constitucional que deve ser usada para incluir nos assentamentos do impetrante a justificativa sobre informação verdadeira, mas que está pendente de decisão administrativa ou judicial, denomina-se:

a) mandado de segurança; b) mandado de injunção; c) habeas data; d) ação ordinária; e) medida cautelar. 40) Em relação ao controle judicial do ato administrativo,

analise as afirmativas a seguir:

I. O Poder Judiciário não pode controlar o uso correto da discricionariedade administrativa.

II. O controle judicial dos atos administrativos praticados pelo Poder Executivo pode ser exercido de ofício ou mediante provocação do interessado.

III. Quando houver na lei a previsão de recurso administrativo, a parte interessada somente poderá acionar o Poder Judiciário após o prévio esgotamento da esfera administrativa.

É/são afirmativa(s) verdadeira(s) somente: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e) nenhuma. 41) Em relação à ação popular, analise as afirmativas a

seguir:

I. Uma pessoa jurídica pode propor ação popular se todos os seus sócios forem eleitores.

II. A sentença que julgar improcedente o pedido formulado na ação popular será submetida ao duplo grau obrigatório de jurisdição.

III. O Ministério Público pode assumir a titularidade da ação popular que foi abandonada pelo autor popular.

É/são afirmativa(s) verdadeira(s) somente: a) I e II;

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b) I e III; c) II e III; d) I, II e III; e) nenhuma. 42) Em relação à ação civil pública, analise as afirmativas a

seguir:

I. O inquérito civil será presidido por membro do Ministério Público e o seu arquivamento depende da homologação judicial.

II. Ao deferir pedido de liminar na ação civil pública, o órgão do Poder Judiciário competente para seu julgamento poderá arbitrar multa para a hipótese de descumprimento.

III. O prazo de validade da liminar na ação civil pública será de noventa dias, prorrogável por mais trinta dias.

É/são afirmativa(s) verdadeira(s) somente: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e) II e III. 43) Em relação ao mandado de segurança, analise as

afirmativas a seguir:

I. De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional o prazo de cento e vinte dias previsto na lei para impetração do mandado de segurança.

II. A autoridade coatora poderá contestar o pedido formulado ou prestar informações no prazo de dez dias.

III. O mandado de segurança somente poderá ser usado para controlar decisões judiciais transitadas em julgado.

É/são afirmativa(s) verdadeira(s) somente: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e) nenhuma.

44) Com relação ao controle da Administração Pública,

analise as afirmativas:

I. O exercício do direito de petição, previsto no art. 5º, XXXIV, a da Constituição reflete o exercício do controle judicial da atividade administrativa do Estado.

II. O controle de mérito e de legalidade exercido pela Administração Pública sobre sua própria atividade independe de provocação da parte interessada.

III. Os atos interna corporis praticados pelas casas legislativas não se submetem ao controle judicial em nenhuma hipótese.

A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: a) I b) II c) III d) I e II e) II e III 45) Com relação ao mandado de segurança, analise as

afirmativas a seguir:

I. O prazo decadencial para impetração é de 90 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.

II. O prazo de validade da liminar é de 90 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.

III. As informações serão prestadas pela autoridade coatora no prazo de 10 dias.

A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: a) I b) II c) III d) I e II e) II e III 46) Os recursos administrativos são instrumentos de

controle da Administração Pública. Sobre a matéria, é INCORRETO afirmar que:

a) como regra os recursos administrativos não terão efeito suspensivo;

b) no Brasil, se houver previsão na lei, a parte interessada somente poderá propor ação contra a Administração Pública após o esgotamento dos recursos administrativos;

c) a “coisa julgada administrativa”, aplicada aos recursos administrativos, não impede o acesso ao Poder Judiciário;

d) as decisões proferidas nos recursos administrativos observarão o princípio da motivação;

e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, deverão elaborar, no âmbito de sua atuação, suas respectivas legislações sobre seus recursos administrativos.

47) O controle jurisdicional sobre a Administração Pública

pode ser exercido de várias formas. Uma das ações colocadas à disposição dos administrados serve para controlar o ato de autoridade que fere direito líquido e certo. Trata-se de:

a) mandado de injunção; b) mandado de segurança; c) ação popular; d) ação civil pública; e) ação ordinária.

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31) C 32) C 33) E 34) E 35) E 36) C 37) E 38) C 39) C 40) A

41) C 42) B 43) E 44) B 45) E 46) B 47) B