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DIREITO ADMINISTRATIVO JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador da República Procurador da República Twitter: @jeffdiasmpf Blog: jeffdiasmpf.wordpress.com

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DIREITO ADMINISTRATIVOJEFFERSON APARECIDO DIAS

Procurador da RepúblicaProcurador da República

Twitter: @jeffdiasmpfBlog: jeffdiasmpf.wordpress.com

CONTROLE DAADMINISTRAÇÃOADMINISTRAÇÃO

Principal fonte:DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, 25 ed. São Paulo : Atlas, 2012.

Conceito

No exercício de suas funções, a Administração Pública sujeita-se a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de exercer, ela

mesma, o controle sobre os próprios atos.

Esse controle abrange não só os órgãos do Poder Executivo, mas também os dos demais Poderes, quando exerçam função tipicamente

administrativa; em outras palavras, abrange a Administração Pública considerada em sentido amplo.

Controle popular – a Emenda Constitucional 19/98, inseriu o §§§§ 3º no artigo 37 prevendo lei que discipline as formas de participação do

usuário na administração pública – a lei ainda não foi promulgada.

Neste sentido, uma novidade são as ONG de controle social – caso mais famoso: AMARRIBO (Ribeirão Bonito).

Espécies

1) quanto ao órgão:a) administrativo

b) legislativoc) judicial

2) quanto ao momento:a) prévio

b) concomitanteb) concomitantec) posterior

3) quanto a estrutura:a) internob) externo

4) quanto ao objeto:a) legalidade

b) mérito

Controle administrativo

É o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sob sua própria atuação, sob os aspectos de sentido amplo) exerce sob sua própria atuação, sob os aspectos de

legalidade e mérito, por iniciativa ou mediante provocação.

Autotutela:

Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”

Súmula 473, STF: “A Administração pode anular os seus próprios atos, Súmula 473, STF: “A Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se

originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos

os casos, a apreciação judicial”.

Tutela:

É o controle externo que só pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de ofender a autonomia que lhes é assegurada pela lei que lei, sob pena de ofender a autonomia que lhes é assegurada pela lei que

a instituiu.

Recursos Administrativos

São todos os meios que podem utilizar os administrados para provocar o reexame do ato pela Administração Pública.

Efeitos: suspensivo ou devolutivo

Lei 9.784/99 - Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente

superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Segundo Hely Lopes Meirelles (2003:646), o recurso administrativo com efeito suspensivo produz de imediato duas consequências

fundamentais: o impedimento da fluência do prazo prescricional e a fundamentais: o impedimento da fluência do prazo prescricional e a impossibilidade jurídica de utilização das vias judiciárias para ataque

ao ato pendente de decisão administrativa.

Ocorre, no entanto, que ninguém é obrigado a recorrer às vias administrativas de modo que, querendo, pode o interessado deixar exaurir o prazo para recorrer e

propor ação judicial, isto porque, exaurido aquele prazo, o ato já começa a causar lesão.

Não é necessário esgotar a esfera administrativa

Direito de petição (right of petition) teve origem na Inglaterra, durante a idade média e está previsto no art. 5º, inciso XXXIV: “o direito de petição aos

Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder”.Porém, a Constituição não prevê sanção à falta de resposta e

pronunciamento da autoridade.

Garantia de instância – exigência de depósito prévio recursalSúmula Vinculante 21, STF: “É inconstitucional a exigência de depósito ou

arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.

Modalidades de Recursos Administrativos

- Representação- Reclamação administrativa- Pedido de reconsideração

- Recursos hierárquicos próprios- Recursos hierárquicos impróprios

- Revisão

1) Representação: é a denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração Pública ou a entes de controle, como o Ministério Público ou o

Tribunal de Contas.- A Lei nº 4.898, de 09/12/65 – Abuso de autoridade

- No caso de membro do Judiciário ou do MP, a representação deve ser encaminhada ao CNJ ou CNMP

- Art. 74, §§§§2º, da Constituição – representação ao Tribunal de Contas- Art. 74, §§§§2º, da Constituição – representação ao Tribunal de ContasNão sendo matéria de sua competência, deverá o Ministério Público encaminhar a

representação à autoridade competente para apreciá-la.

Não pode ser deixada à discricionariedade da Administração a decisão sobre apurar ou não a irregularidade denunciada.

2) Reclamação administrativa – está prevista no Decreto nº 20.910, de 06/01/32, mas não especifica as hipóteses em que é cabível.

É o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um

direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão.O Decreto acima prevê que a reclamação seja feita no prazo de um ano, se outro não

estiver estabelecido em lei.estiver estabelecido em lei.O art. 103-A, §§§§3º, da Constituição Federal, acrescentado pela Emenda Constitucional

nº 45/2004 e regulamentado pela Lei nº 11.417, de 19/12/2006, prevê a modalidade de reclamação administrativa que pode ser proposta perante o Supremo Tribunal Federal, depois de esgotadas as vias administrativas, quando a decisão proferida

pela Administração Pública contrariar o enunciado de súmula vinculante.

3) Pedido de consideração: é aquele pelo qual o interessado requer o reexame do ato à própria autoridade que o emitiu (art. 106, da Lei nº 8.112/90).

4) Recurso hierárquico é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior à que proferiu o ato. Pode ser próprio ou impróprio.

Próprio – dirigido à autoridade imediatamente superior, dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Ele é uma decorrência da hierarquia e, por isso mesmo,

independe de previsão legal.

Impróprio – dirigido a autoridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que preferiu o ato ... só é cabível se previsto

expressamente em lei.

Na mesma categoria pode ser incluída a reclamação administrativa endereçada ao STF no caso de descumprimento de Súmula Vinculante.

5) Revisão é o recurso de que se utiliza o servidor público, punido pela Administração, para reexame da decisão, em caso de surgirem fatos novos

suscetíveis de demonstrar a sua inocência.

Ela é admissível até mesmo depois de falecido o interessado, pois o seu Ela é admissível até mesmo depois de falecido o interessado, pois o seu objetivo é reabilitar o acusado, o que não pode ser limitado no tempo, mas

não poderá resultar em agravamento da sanção.

Coisa julgada administrativa

No direito administrativo não tem o mesmo sentido no direito judiciário. No direito administrativo não tem o mesmo sentido no direito judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou irretratável pela própria

Administração.

Denúncia anônima

Pode/deve investigar?

Não pode:

ANONIMATO - NOTÍCIA DE PRÁTICA CRIMINOSA - PERSECUÇÃO CRIMINAL - IMPROPRIEDADE. Não serve à persecução criminal notícia de CRIMINAL - IMPROPRIEDADE. Não serve à persecução criminal notícia de

prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente.(STF, HC

84827/TO, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento 07/08/2007, Publicação 23/11/2007, p. 79)

Pode, em alguns casos:

Constitucional e Processual Penal. Habeas Corpus. Possibilidade de denúncia anônima, desde que acompanhada de demais elementos colhidos a partir dela. Inexistência de constrangimento ilegal. 1. O precedente referido

pelo impetrante na inicial (HC nº 84.827/TO, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 23/11/07), de fato, assentou o entendimento de que é vedada a persecução penal iniciada com base, exclusivamente, em

denúncia anônima. Firmou-se a orientação de que a autoridade policial, ao receber uma denúncia anônima, deve antes realizar diligências preliminares para averiguar se os fatos narrados nessa "denúncia" são

materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as investigações. 2. No caso concreto, ainda sem instaurar materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as investigações. 2. No caso concreto, ainda sem instaurar inquérito policial, policiais civis diligenciaram no sentido de apurar a eventual existência de irregularidades cartorárias que pudessem conferir indícios de verossimilhança aos fatos. Portanto, o procedimento tomado pelos policiais está em perfeita consonância com o entendimento firmado no precedente supracitado, no que

tange à realização de diligências preliminares para apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito. 3.Ordem denegada.

.(STF, HC 98345/RJ, Relator Ministro Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Ministro Dias Tóffoli, Julgamento 16/06/2010, Publicação 17/09/2010, p. 308).

Controle legislativo

O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública tem que limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica

interferência de um Poder nas atribuições dos outros dois; alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e o próprio Poder

Judiciário quando executa função administrativa.Judiciário quando executa função administrativa.

Não podem a lei prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição Federal.

Pode ser: controle político ou financeiro.

Controle político

1) competência exclusiva do Congresso Nacional e do Senado para apreciar a priori ou a posteriori os atos do Poder Executivo (arts. 49, incisos I, II, III, IV, XII, XIV, XVI, XVII, e 52, incisos III, IV, V e XI); a decisão, nesses casos, expressa-se por meio de autorização ou aprovação contida em decreto-legislativo ou resolução;

2) o convocação de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente 2) o convocação de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, bem como por qualquer de suas comissões, para prestar, pessoalmente,

informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência, sem justificação adequada (art. 50, alterado pela

Emenda Constitucional de Revisão nº 2/94);

3) o encaminhamento de pedidos escritos de informação, pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado, dirigidos aos Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, que

deverão responder no prazo de trinta dias, sob pena de crime de responsabilidade (art. 50, §§§§2º, alterado pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2/94);

4) a apuração de irregularidade pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §§§§3º); as Comissões não têm poder sancionatório; elas se limitam a investigar 58, §§§§3º); as Comissões não têm poder sancionatório; elas se limitam a investigar

a irregularidade;5) a competência do Senado Federal para processar e julgar o Presidente e o Vice-

Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;

6) a competência do Senado para fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dúvida consolidada da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;7) a competência do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do

Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, inciso V, CF);

8) controle financeiro, exercido com o auxílio do Tribunal de Contas.

Controle financeiro

A Constituição Federal disciplina, nos artigos 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira e orçamentária:

1) quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange a contábil, a financeira, a orçamentária, a operacional e a patrimonial;

2) quanto aos aspectos controlados, compreende:a) controle da legalidade dos atos;a) controle da legalidade dos atos;

b) controle da legitimidade, que a Constituição tem como diverso da legalidade, de sorte que parece assim admitir exame de mérito;

c) controle de economicidade (relação custo-benefício);d) controle de fidelidade funcional;

e) controle de resultados de cumprimento de programas de trabalho e de metas;

3) quanto às pessoas controladas, abrange União, Estados, Municípios, Distrito Federal e entidades da Administração direta e indireta, bem como qualquer pessoa física ou entidade pública, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou

administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária;que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária;

4) a fiscalização compreende os sistemas de controle externo, que compete ao Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, e de controle interno exercido

por cada um dos Poderes.

Controle externo foi consideravelmente ampliado na atual Constituição, conforme se verifica por seu artigo 71. Compreende as funções:

1) fiscalização financeira;2) de consulta, quando emite parecer prévio sobre as contas prestadas

anualmente pelo Presidente da República;3) de informação (ao Congresso Nacional);

4) de julgamento (das contas dos administradores);4) de julgamento (das contas dos administradores);5) sancionatórias (quando aplica sanções por irregularidades – multa

proporcional ao dano causado ao erário);1) corretivas (quando assina prazo para a correção de

irregularidade);1) de ouvidor (quando recebe denúncia de

2) irregularidade ou ilegalidade).

Inovação: art. 31, §§§§3º - as contas dos municípios deverão ficar à disposição dos cidadãos durante 60 dias, anualmente – hipótese de

participação popular.participação popular.

Controle judicial

O direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una, pela qual o Poder Judiciário tem o monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com força de coisa julgada, a lesão ou ameaça de lesão a de apreciar, com força de coisa julgada, a lesão ou ameaça de lesão a

direitos individuais e coletivos. Afastou, portanto, o sistema de dualidade de jurisdição em que, paralelamente ao Poder Judiciário,

existem órgãos do Contecioso Administrativo.

Limites

O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou

discricionários, mas sempre sob o aspecto da legalidade e, agora, pela Constituição, também sob o aspecto da moralidade (arts. 5º, inciso LXXIII e 37).Constituição, também sob o aspecto da moralidade (arts. 5º, inciso LXXIII e 37).

Não há invasão de mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos.

Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos.

Antes, havia uma divisão entre atos exclusivamente políticos (que não afetam direitos individuais) e atos quase políticos ou não exclusivamente políticos (que afetam direitos individuais), sendo que apenas os primeiros estavam sujeitos ao

controle do Poder Judiciário. Atualmente, tal distinção não impede a controle do Poder Judiciário. Atualmente, tal distinção não impede a apreciação do Poder Judiciário.

Os atos interna corporis também podem ser apreciados pelo Judiciário se exorbitarem seu conteúdo e atingirem direitos individuais ou coletivos (ex: atos

de CPIs).

IMPORTANTE

CONTROLE EXERCIDO PELO

CNMP – Conselho Nacional do Ministério PúblicoCNMP – Conselho Nacional do Ministério Público

CNJ – Conselho Nacional de Justiça

A Administração Pública em Juízo

1) Juízo privativo: na esfera federal, é a Justiça Federal e, no caso do Estado de São Paulo, as Varas da Fazenda Pública.

Na Adin 3.395-6, o STF concedeu liminar suspendendo “ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação

determinada pela EC 45, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de

caráter jurídico-administrativo”.

2) prazos dilatados (art. 188, do CPC, para a Fazenda Pública e o MP; Lei 9.469, 10/07/97, para as autarquias e fundações públicas).

3) Duplo grau de jurisdição (art. 475, incisos I e II, do CPC, com redação dada pela Lei 10.352, 26/12/01). Não se exige o reexame necessário quando a decisão

estiver de acordo com súmula ou instrução editada pelo Advogado-Geral da União determinando a não-interposição de recurso voluntário (art. 12, Medida União determinando a não-interposição de recurso voluntário (art. 12, Medida

Provisória 2.180-35, de 24/08/2001).

4) Processo especial de execução (Emendas Constitucionais 30, de 13/09/2000; 37, de 12/06/2002 e 62, de 11/11/2009).

5) Prescrição quinquenal (sujeita a suspensão e interrupção). Nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910, de 06/01/32, o prazo prescricional a favor da Fazenda

Pública é de 5 anos.Tratando-se de ação real contra a Fazenda Pública, o prazo é de 10 anos (art. 205, Tratando-se de ação real contra a Fazenda Pública, o prazo é de 10 anos (art. 205,

CC), porque seria um caso de usucapião especial não previsto na lei.

Existe dúvida quanto a aplicação do art. 206, §§§§3º, incisos IV e V, do Código Civil, que prevê o prazo de 3 anos para as ações de “ressarcimento de enriquecimento ilícito” e “pretensão de reparação civil”. Para Maria Sylvia, aplica-se este prazo, mas existem julgados divergentes, até mesmo dentro da mesma turma do STJ.

Quanto à interrupção da prescrição (art. 9º, Decreto 20.910/32), existe a Súmula Quanto à interrupção da prescrição (art. 9º, Decreto 20.910/32), existe a Súmula 383, do STF, que prevê: “A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida

aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo”.

6) Pagamento das despesas judiciais (serão pagas ao final, pelo vencido –art. 27, CPC)

7) Restrições à concessão de liminar e à tutela antecipada (Lei 8.437, de 30/06/1992 e art. 7º, §§§§2º, Lei 12.016 – “Não será concedida medida

liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação

ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza”.

Já a Lei 8.437/92, em seu art. 2º, prevê: “No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando

cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas

horas”.horas”.

A amplitude deste preceito é relativa, pois não se aplicará quando puder resultar em perecimento do direito.

8) Restrições à execução provisória – Em matéria de mandado de segurança, o art. 14, §§§§3º, Lei 12.016/09 veda a execução provisória nos casos em que for

vedada a concessão da medida liminar, a saber, nas hipóteses previstas no art. 7º, §§§§2º, Lei 12.016, de 07/08/09. O art. 2º-B, acrescentado à Lei 9.494, de

10/09/97 pela Medida Provisória 2.180-35, de 27/08/2001, determina que “A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de

pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado”.

A amplitude deste preceito é relativa, pois não se aplicará quando puder resultar em perecimento do direito.

ADIN Nº 4.357.

Parecer do PGR: “Ante o exposto, o parecer é pela procedência do pedido, em face Parecer do PGR: “Ante o exposto, o parecer é pela procedência do pedido, em face da inconstitucionalidade formal relativa ao modo como se deu a votação da proposta que veio a resultar na EC 62. Acaso superada essa questão, é pela

procedência parcial, a fim seja declarada a inconstitucionalidade do art. 97 do ADCT, introduzido pela Emenda Constitucional 62/2009.”

Meios de controle

O administrado pode utilizar dos vários tipos de ações previstos na legislação ordinária, pra impugnar os atos da Administração ... Mas a Constituição prevê ações específicas de controle na Administração Pública, às quais a doutrina se

refere com a denominação de remédios constitucionais.

1) habeas corpus,1) habeas corpus,2) habeas data;

3) mandado de segurança (individual e coletivo);4) mandado de injunção;

5) ação popular e6) ação civil pública.

Ombudsman – ver artigo: OUVIDORIA (SÓ PARA OUVIR??). Uma análise das Ouvidorias Públicas no Brasil.Uma análise das Ouvidorias Públicas no Brasil.

PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO

A Constituição Brasileira de 1988, denominada Constituição Cidadã, instituiu o Ministério Público Federal – MPF como instituição independente, extra poder, dotada de independência funcional, administrativa e financeira, a teor do art. dotada de independência funcional, administrativa e financeira, a teor do art. 129, II, com a função de “zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos

serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia.”

Esta função é exercida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão a quem cabe dialogar e interagir com órgãos de Estado, organismos nacionais e

internacionais e representantes da sociedade civil, persuadindo os poderes públicos para a proteção e defesa dos direitos individuais indisponíveis, coletivos e difusos – tais como dignidade, liberdade, igualdade, saúde, coletivos e difusos – tais como dignidade, liberdade, igualdade, saúde, educação, assistência social, acessibilidade, acesso à justiça, direito à

informação e livre expressão, reforma agrária, moradia adequada, não discriminação, alimentação adequada, dentre outros.

A PFDC também tem a função de integrar, coordenar e revisar a atuação dos (as) Procuradores Regionais dos Direitos do Cidadão de cada estado da federação,

subsidiando-os (as) na sua atuação e promovendo ação unificada em todo o território nacional. Além disso, a PFDC tem feito a promoção dos direitos humanos por meio da divulgação de cartilhas de direitos constitucionais,

tratados internacionais, sistema interamericano e internacional de direitos, eventos e cursos, contando com a colaboração da Escola Superior do Ministério eventos e cursos, contando com a colaboração da Escola Superior do Ministério

Público da União.

Quanto ao poder de coordenação e revisão da PFDC: Decisão de 31/07/2013 no Procedimento de Controle Administrativo (PCA) nº 530/2013-81 do CNMP

A PFDC não postula judicialmente, contudo, havendo necessidade, pode representar aos membros ajuizamento de ações.

Para exercer o posto de PFDC, o Procurador-Geral da República designa um (a) Subprocurador (a)-Geral da República, mediante prévia aprovação do nome Subprocurador (a)-Geral da República, mediante prévia aprovação do nome pelo Conselho Superior, por meio de eleição. O posto é exercido pelo prazo de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova decisão do Conselho

Superior.

PFDCProcuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

Lei Complementar nº 75, 20/05/1993

Arts. 11 a 16

Arts. 40 a 42

MANDADO DE INJUNÇÃO

Controvérsias quanto à origem

Segundo Maria Sylvia, existe certa controvérsia quanto à origem do referido instituto.

Conclui a autora que: “Na realidade, o objetivo do mandado de injunção instituído no Conclui a autora que: “Na realidade, o objetivo do mandado de injunção instituído no direito brasileiro, ainda que sirva ao mesmo propósito de proteção de liberdades

públicas, tem alcance mais restrito, porque somente cabível no caso em que a “falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades

constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e à cidadania” (p. 835).

MANDADO DE INJUNÇÃO

Controvérsias quanto ao objeto

Num primeiro momento, o STF se limitava em reconhecer a mora do poder competente em legislar, sem nenhum efeito concreto para o impetrante (STF, MI 107-3/DF).em legislar, sem nenhum efeito concreto para o impetrante (STF, MI 107-3/DF).

Já para Calmon de Passos: “os julgadores realizam, em verdade, decidindo o mandado de injunção, uma atividade em tudo correspondente à do legislador competente para

a regulamentação do preceito constitucional”, tendo, a decisão do MI, efeitos no caso concreto, suprindo a omissão legislativa.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Controvérsias quanto ao objeto

Essa foi a posição adotada pelo STF nos seguintes MI:

1) 670-ES, 708-DF e 712-PA, que determinaram a aplicação no setor público, da Lei 1) 670-ES, 708-DF e 712-PA, que determinaram a aplicação no setor público, da Lei 7.783/89, que dispõe sobre a greve no setor privado;

2) MI 758, que determinou a aplicação da lei que trata da aposentadoria especial no setor privado ao setor público (art. 57, §1º, da Lei 8.213/91).

Essa também é a posição da Prof. Maria Sylvia.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Pressupostos:

“Art. 5º …(…)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e

das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”

A norma regulamentadora pode ser de natureza regulamentar ou legal.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Competência:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:(…)(…)

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do

Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

Competência:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

(...)(...)II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

MANDADO DE INJUNÇÃO

Competência:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:I - processar e julgar, originariamente:(...)

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta,

excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;”

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

HISTORIACom base na “doutrina brasileira do habeas corpus” o remédio heróico era utilizado

para amparar qualquer ameaça ou lesão a direito e não somente para garantir o direito de locomoção.

Ocorre que a Emenda Constitucional de 1926 restringiu o uso do “habeas corpus” às Ocorre que a Emenda Constitucional de 1926 restringiu o uso do “habeas corpus” às hipóteses de ameaça e lesão ao direito de locomoção.

Em decorrência destes fatos, surgiu o mandado de segurança, previsto pela primeira vez na Constituição de 1934, o qual desapareceu na de 1937 e voltou ao texto

constitucional de 1946.Baseou-se nos “writs” do direito norte-americano e no “judicio de amparo” do direito

mexicano.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

BASE LEGAL

Art. 5º, incisos LXIX e LXX da Constituição da República e Lei nº 12.016, de 07/08/09 (que revogou a Lei nº 1.533/51).

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

CONCEITO

“Mandado de Segurança é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecido por lei, ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecido por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por

“habeas corpus” ou “habeas data”, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”

(obra citada)

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

PRESSUPOSTOS

1) ato de autoridade;

2) ilegalidade ou abuso de poder;2) ilegalidade ou abuso de poder;

3) lesão ou ameaça de direito; e

4) lesão a direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

1) ato de autoridade;

Segundo Maria Sylvia: “considera-se ato de autoridade todo aquele que for praticado por pessoa investida de uma parcela de poder público”

Para Hely: “Ato de autoridade é toda manifestação ou omissão do Poder Público ou de seus delegados, no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las. Por

autoridade entende-se a pessoa física investida de poder de decisão dentro da esfera de competência que lhe é atribuída pela norma legal”

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

1) ato de autoridade;

O ato, porém, tem que ser praticado no exercício de função administrativa e sob o regime jurídico de direito público.jurídico de direito público.

Cabe no caso de ato de gestão, praticados sob o regime jurídico de direito privado? Não.

Exemplo: ato de gerente da CAIXA que recusa o pagamento de cheque supostamente sem fundos.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

Tem sido admitido MS contra:

1) estabelecimento particulares de ensino;

2) sindicatos (cobrança de contribuição sindical);2) sindicatos (cobrança de contribuição sindical);

3) agentes financeiros (quando executam planos governamentais e não atos de gestão);

4) serviços sociais autônomos (SESI, SENAI, etc).

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

Quanto ao tema,

Súmula 333, do STJ:Súmula 333, do STJ:

“cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública”

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

POLO PASSIVO

Art. 6º (…)§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da

qual emane a ordem para a sua prática.qual emane a ordem para a sua prática.

1) No caso de atos complexos ou compostos, todas as autoridades envolvidas devem ser incluídas no polo passivo, uma vez que o desfazimento do ato atingirá a todas.

2) No caso de ato omissivo, a autoridade coatora é a que seria competente para a prática do ato.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

DIREITO LÍQUIDO E CERTO

“Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração”

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

RESTRIÇÕES (Maria Sylvia):

1) para assegurar a liberdade de locomoção, situação em que é cabível o habeas corpus;

2) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou a retificação dos dados, caso em que é cabível o habeas data;

3) contra lei em tese (Súmula 266, STF: “não cabe mandado de segurança contra lei em tese”;

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

RESTRIÇÕES (Maria Sylvia):

4) contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução;

5) contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (art. 5º, II, da Lei 12.016);

6) contra decisão judicial transitada em julgado.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

ANOTAÇÕES QUANTO AO PROCESSO (Maria Sylvia):

RITO:

é sumaríssimo, compreendendo, basicamente: despacho da inicial, com ou sem é sumaríssimo, compreendendo, basicamente: despacho da inicial, com ou sem concessão de liminar e notificação à autoridade coatora para prestar informações no prazo de 10 dias; prestadas ou não as informações, será ouvido o Ministério Público

no prazo de dez dias (art. 12, Lei 12.016) e, após, o juiz ou Tribunal proferirá decisão, no prazo de 30 dias.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

LEGITIMADO ATIVO:

é pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, órgão público ou universalidade patrimonial, titular de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

LEGITIMADO PASSIVO:

é a pessoa jurídica de direito público ou a de direito privado que esteja no exercício de atribuições do Poder Público.atribuições do Poder Público.

Não concordo: me parece que sujeito passivo é a autoridade coatora.

Maria Sylvia: defende que, como é a pessoa jurídica que recorre, ela deve ocupar o polo passivo.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

OBJETO:

é a anulação de ato ilegal ofensivo de direito líquido e certo ou a prática de ato omitido pela autoridade competente ou ordem de não fazer (mandado de segurança

preventivo).preventivo).

CAUSA DE PEDIR:

é a ilegalidade ou abuso de poder e a lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

RITO:

A autoridade é notificada e não citada.A autoridade é notificada e não citada.

A sentença é mandamental.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

COMPETÊNCIA

A verificação da competência para apreciar o mandado de segurança deve ser feita por exclusão.

Primeiro, precisamos verificar se a autoridade contra a qual nos voltamos possui foro Primeiro, precisamos verificar se a autoridade contra a qual nos voltamos possui foro privilegiado ou está vinculado a alguma Justiça Especial.

Depois, se existe interesse da União, ocasião em que o mandado deverá ser proposto na Justiça Federal.

Não existindo previsão de foro privilegiado, nem interesse da União, deve o mandado ser proposto perante a Justiça Estadual comum.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

PRAZO

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

E no caso de omissão:

1) se a Administração tiver prazo para a prática do ato, contasse a partir de esgotado tal prazo (STF, RTJ 53/637);

2) se a Administração não tem prazo, não se cogita de decadência.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

RECURSOS:

1) apelação contra a sentença que negue ou conceda a segurança (art. 14 da Lei 12.016/09);

2) remessa oficial da sentença que conceder a segurança (art. 14, §1º, da Lei 12.016/09);

3) agravo de instrumento da decisão do juiz do 1º grau que conceder ou 3) agravo de instrumento da decisão do juiz do 1º grau que conceder ou denegar a liminar (art. 7º, §1º);

4) agravo da decisão do Presidente do Tribunal que suspender a execução da sentença ou da liminar;

5) recurso especial e extraordinário (arts. 105 e 102, CF);6) recurso ordinário ao STF contra decisão denegatória, em única instância,

dos Tribunais Superiores (art. 102, II, a, CF)

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

RECURSOS:

Podem recorrer:

1) a pessoa jurídica à qual a autoridade coatora está vinculada;

2) a autoridade coatora (art. 14, §2º);

3) o terceiro prejudicado (art. 499, CPC).

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA:Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar

grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa

decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.

§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.

§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.

§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares

supervenientes, Mediante simples aditamento do pedido original.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Constituição

Art. 5º (...)LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em

funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Lei 12.016/09:

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas

finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a

parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos

associados ou membros do impetrante.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não

requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se

pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

TUTELA COLETIVA:

DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS.

Código de Defesa do Consumidor:

Art. 81 - A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas

indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou

classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

Em todos os casos, os legitimados para as ações coletivas defendem interesse alheio em nome próprio (substituição

processual)processual)

PRINCIPAIS DIREITOS TUTELADOS: MEIO AMBIENTE, CONSUMIDOR, CIDADANIA, ETC.

Meio ambiente: é o conjunto de elementos da natureza – terra, água, ar, flora e fauna – ou criações humanas essenciais à vida de todos os seres e ao bem-estar

do homem na comunidade.do homem na comunidade.

Consumidor (Lei 8.078/90): é todo aquele que se utiliza de produtos, atividades ou serviços de outrem, mediante uma relação de consumo, merecendo proteção do

Estado.

PRINCIPAIS DIREITOS TUTELADOS: MEIO AMBIENTE, CONSUMIDOR, CIDADANIA, ETC.

Bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico são todos aqueles que constituem o patrimônio cultural da comunidade, são todos aqueles que constituem o patrimônio cultural da comunidade,

e, por isso mesmo, protegíveis pela ação civil pública.

Não é necessário que tais bens sejam tombados para serem passíveis de proteção por meio de ações civis públicas.

PRINCIPAIS DIREITOS TUTELADOS: MEIO AMBIENTE, CONSUMIDOR, CIDADANIA, ETC.

Cidadania: ligado ao conceito de dignidade da pessoa humana – garantia dos bens necessários para uma vida digna de ser vivida (educação,

saúde, alimentação, moradia, etc.)saúde, alimentação, moradia, etc.)

Mercado de capitais (Lei n.º 7.913/89).

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90)

Obs: A MP 2.180-35 vedou explicitamente o cabimento da ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições

previdenciárias, FGTS e outros fundos institucionais cujos beneficiários previdenciárias, FGTS e outros fundos institucionais cujos beneficiários possam ser individualmente determinados (novo parágrafo único do

art. 1, da Lei 7.347/85).

TUTELA COLETIVA

E o projeto do novo CPC?E o projeto do novo CPC?

A conversão da ação individual em ação coletiva.

PROJETO DO NOVO CPC

CAPÍTULO I - DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: incumbindo-lhe:

(…)X - quando deparar-se com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o

Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados à ação coletiva para, se for o caso, promover sua propositura.

PROJETO DO NOVO CPC

CAPÍTULO IV - DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM AÇÃO COLETIVA

Art. 334. Atendidos os pressupostos da relevância social e da dificuldade de Art. 334. Atendidos os pressupostos da relevância social e da dificuldade de formação do litisconsórcio, o juiz, a requerimento do Ministério Público, da

Defensoria Pública ou de outro legitimado para a condução do processo coletivo, poderá converter em coletiva a ação individual que veicule pedido que:

PROJETO DO NOVO CPC

I – tenha alcance coletivo, em razão da tutela de bem jurídico coletivo e indivisível, cuja ofensa afete, a um só tempo, as esferas jurídicas do indivíduo

e da coletividade; e da coletividade; II – tenha por objetivo a solução de conflito de interesse relativo a uma mesma

relação jurídica plurilateral, cuja solução, pela sua natureza ou por disposição de lei, deva ser necessariamente uniforme, assegurando-se tratamento

isonômico para todos os membros do grupo.

PROJETO DO NOVO CPC

1º A conversão não pode implicar a formação de um processo coletivo para a tutela de direitos individuais homogêneos.

§ 2º Não se admite a conversão, ainda, se: § 2º Não se admite a conversão, ainda, se: I – já iniciada, no processo individual, a audiência de instrução e julgamento; ou

II – houver processo coletivo pendente com o mesmo objeto; ou III – o juízo não tiver competência para o processo coletivo que seria formado.

PROJETO DO NOVO CPC

§ 3º Determinada a conversão, o juiz intimará o autor do requerimento para que, no prazo fixado, adite ou emende a petição inicial, para adequá-la à

tutela coletiva. § 4º O autor originário da ação individual atuará na condição de litisconsorte do § 4º O autor originário da ação individual atuará na condição de litisconsorte do

legitimado para a condução do processo coletivo. § 5º O autor originário não é responsável por qualquer despesa processual

decorrente da conversão do processo individual em coletivo.

PROJETO DO NOVO CPC

§ 6º Após a conversão, observar-se-ão as regras do processo coletivo. § 7º A conversão poderá ocorrer mesmo que o autor tenha cumulado pedido de

natureza estritamente individual, hipótese em que o processamento deste natureza estritamente individual, hipótese em que o processamento deste pedido dar-se-á em autos apartados.

§ 8º O Ministério Público deverá ser ouvido sobre o requerimento previsto no caput, salvo quando ele próprio o houver formulado.

PROJETO DO NOVO CPC

CAPÍTULO III - DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.028. Além das hipóteses previstas em lei, cabe agravo de instrumento Art. 1.028. Além das hipóteses previstas em lei, cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que:

(...) XV – converter a ação individual em ação coletiva;

AÇÃO POPULAR

HISTORIA

A ação popular já existia em Roma, sendo que a “actio popularis” possuía praticamente as mesmas características do instituto previsto no ordenamento praticamente as mesmas características do instituto previsto no ordenamento

jurídico brasileiro.No Brasil, ela foi prevista pela primeira vez na Constituição de 1934, abolida na de

1937 e incluída novamente na de 1946, embora nunca tenha recebido o nome de ação popular, que foi introduzido pela Lei n.º 4.717 de 29/06/65.

AÇÃO POPULAR

HISTORIA

Curioso salientar que no período de 1946, quando foi prevista na Constituição e Curioso salientar que no período de 1946, quando foi prevista na Constituição e 1965, quando foi regulamentada pela Lei, ou seja, 19 anos, a ação foi utilizada

normalmente, vez que entendeu-se que a regra constitucional era autoaplicável.

AÇÃO POPULAR

CONCEITO E BASE LEGAL

Conceito: É um instrumento dado ao cidadão (eleitor) para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à moralidade patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à moralidade

administrativa, ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, cultural e demais direitos difusos e coletivos.

Base Legal: art. 5.º, incisos LXXIII da Constituição da República e Lei n.º 4.717/65.

AÇÃO POPULAR

REQUISITOS DA AÇÃO

1) o autor precisa ser cidadão brasileiro (eleitor) em pleno exercício e gozo de seus direitos políticosde seus direitos políticos

2) ilegalidade ou ilegitimidade do ato impugnado3) lesividade do ato impugnado

AÇÃO POPULAR

FINS DA AÇÃO

A ação pode ser PREVENTIVA (quando voltar-se contra uma ameaça de lesão a um direito) ou REPRESSIVA (quando visar a reparação de um dano já

provocado).provocado).

OBJETO

O objeto da ação popular é sempre um ato ilegal e lesivo ao patrimônio público a algum direito difuso e coletivo.

AÇÃO POPULAR

PARTESSujeito Ativo: apenas o cidadão pode propor ação popular, ocasião em que age como

substituto processual da sociedade, defendendo direito alheio em nome próprio.Sujeito Passivo: pessoas jurídicas, públicas ou privadas em nome das quais os atos Sujeito Passivo: pessoas jurídicas, públicas ou privadas em nome das quais os atos

foram praticados, autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado pessoalmente o ato ou firmado o contrato impugnado, ou que, por omissos, tiverem dado oportunidade à lesão,

como, também, os beneficiários diretos do mesmo ato ou contrato.

AÇÃO POPULAR

PARTESMinistério Público: atua como parte pública autônoma, incumbida de velar pela

regularidade do processo, de apressar a produção da prova e de promover a responsabilidade civil ou criminal dos culpados, tendo liberdade para, ao final, responsabilidade civil ou criminal dos culpados, tendo liberdade para, ao final,

manifestar-se a favor ou contra a procedência da ação, pois o que a lei veda (art. 6.º, §§§§ 4.º) é que assuma a defesa do ato impugnado ou dos réus, isto é, que contradite a inicial, promova provas ou pratique outros atos processuais contra

os autores.

AÇÃO POPULAR

COMPETÊNCIAA competência para processar e julgar a ação popular é determinada pela origem

do ato impugnado.Se existe interesse da União, é competente para apreciá-la a Justiça Federal.

Inexistindo o interesse da União, a competência será da Justiça Estadual.Interessante salientar que, ainda quando ajuizada contra ato do Presidente da

República, do Senado, da Câmara dos Deputados, Governador ou Prefeito, a ação popular será processada e julgada perante a Justiça de primeiro grau

(Federal ou Estadual).

AÇÃO POPULAR

PROCESSAMENTOA ação popular segue o rito ordinário, com as seguintes modificações: no despacho inicial o juiz ordenará a citação de todos os responsáveis pelo ato

impugnado e a intimação do Ministério Público, que é interveniente obrigatório na ação; requisitará os documentos necessários, marcando o obrigatório na ação; requisitará os documentos necessários, marcando o

prazo de quinze a trinta dias para atendimento; ordenará a citação pessoal dos que praticaram o ato e a citação edital e nominal dos beneficiários, se o autor assim o requerer (art. 7.º, I e II); decidirá sobre a suspensão liminar

do ato impugnado, se for pedida (art. 5.º, §§§§ 4.º).

AÇÃO POPULAR

PROCESSAMENTOCitada, a pessoa jurídica interessada pode deixar de contestar a ação, encampando

e aderindo ao pedido da inicial.A contestação deverá ser apresentada no prazo de 20 (vinte) dias, prorrogável por A contestação deverá ser apresentada no prazo de 20 (vinte) dias, prorrogável por

mais vinte, a requerimento dos interessados, se difícil a obtenção da prova documental.

É inadmissível a reconvenção, vez que o ator age como substituto processual, defendendo direito alheio em nome próprio.

AÇÃO POPULAR

LIMINARÉ possível a concessão de liminar, se presentes o “periculum in mora” e “fumus

boni iuris”.

SENTENÇASENTENÇANa sentença de procedência da ação deverá decretar o juiz, necessariamente, a

invalidade do ato impugnado e as restituições devidas, condenando ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela prática e os beneficiários de

seus efeitos, ficando ressalvada à Administração a ação regressiva contra os funcionários culpados pelo ato anulado.

AÇÃO POPULAR

SENTENÇAA sentença deverá ser proferida no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de ficar o

juiz impedido de promoção durante dois anos e, na lista de antiguidade, ter juiz impedido de promoção durante dois anos e, na lista de antiguidade, ter descontados tantos dias quantos forem os do retardamento da decisão, podendo estas penas serem relevadas pelo órgão disciplinador, quando o atraso decorrer

de fundamentado excesso de serviço.

AÇÃO POPULAR

RECURSOSAlguns recursos cabíveis:

Agravo: da decisão que negar ou conceder a liminar e demais decisões interlocutórias.

Apelação: da sentençaRecurso de ofício (reexame necessário): da sentença que concluir pela

improcedência ou carência da ação.

Efeito: em regra, possui efeito suspensivo.

AÇÃO POPULAR

COISA JULGADAa) sentença que julga procedente a ação - faz coisa julgada

b) sentença que julga improcedente a ação, por ser infundada - faz coisa julgadab) sentença que julga improcedente a ação, por ser infundada - faz coisa julgadac) sentença que julga improcedente a ação, por deficiência de provas - não faz coisa

julgada.

AÇÃO POPULAR

EXECUÇÃOA execução da sentença será promovida pelo cidadão mas se este não o fizer em 60

(sessenta) dias, cabe ao Ministério Público promover a execução da sentença, (sessenta) dias, cabe ao Ministério Público promover a execução da sentença, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de falta grave.

A execução deverá ser realizada nos termos do Código de Processo Civil.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

HISTORIAA ação civil pública foi referida, pela primeira vez, na Lei Complementar Federal nº

40, de 14/12/81 (Lei Orgânica do Ministério Público), que estabelecia como uma das funções institucionais do Ministério Público a promoção da ação civil pública,

apesar de não defini-la.apesar de não defini-la.A Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo (Lei Complementar nº

304, de 28/12/82), mencionou a ação civil público, mas também não a definiu, o que acabou sendo feito através da Lei nº 7.347 de 24/07/85, posteriormente alterada pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11/09/90).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

HISTORIAPara entendermos a origem da Lei nº 7.347/85, transcrevo trecho da obra “A Defesa

dos Interesses Difusos em Juízo”, de Hugo Nigro Mazzilli:“Os Primeiros trabalhos. O anteprojeto originário que ensejou a edição da Lei nº “Os Primeiros trabalhos. O anteprojeto originário que ensejou a edição da Lei nº

7.347/85 tinha sido elaborado por Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco, Kazuo Watanabe e Waldemar Mariz de Oliveira Júnior. Submetido

ao I Congresso Nacional de Direito Processual, em Porto Alegre (1983), foi enriquecido e modificado, especialmente com as contribuições de Barbosa

Moreira.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

HISTORIAFoi apresentado, então, à Câmara dos Deputados pelo parlamentar Flávio

Bierrenbach, ocasião em que tomou o projeto o nº 3.034/84.Enquanto isso se dava, o Ministério Público de São Paulo se reunia no XI Seminário Enquanto isso se dava, o Ministério Público de São Paulo se reunia no XI Seminário

Jurídico de Grupos de Estudos (dezembro de 1983), para apreciar a tese A ação civil pública, dos Promotores de Justiça Antônio Augusto Mello de Camargo

Ferraz, Édis Milaré e Nelson Nery Júnior.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

HISTORIANesse Seminário, os autores da tese trouxeram à discussão o texto do anteprojeto

daqueles eminentes professores paulista, e, ao cabo do encontro, novas sugestões foram oferecidas pelos participantes do Seminário. Com as

modificações introduzidas, o Ministério Público de São Paulo apresentou um novo anteprojeto do Ministério ao Justiça. Embora já tivesse em tramitação o novo anteprojeto do Ministério ao Justiça. Embora já tivesse em tramitação o Projeto nº 3.034/84, o Poder Executivo, encampando a proposta do Ministério

Público paulista, encaminhou ao Congresso Nacional um novo projeto, que tomou o nº 4.984/85 na Câmara e o nº 20/85 no Senado.

Foi esse último projeto que, tramitando mais celeremente, acabou por receber a sanção presidencial” (pág. 79/80).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

CONCEITO E BASE LEGAL

Conceito: A ação civil pública é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e outros direitos difusos,

coletivos e individuais homogêneos indisponíveis.

Base Legal: Lei nº 7.347, de 24/07/85.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

LEGITIMAÇÃOPossuem legitimidade para propor ação civil pública o Ministério Público e as pessoas jurídicas estatais, autárquicas e paraestatais, assim como as associações, constituídas há pelo menos um ano, nos termos da lei civil, destinadas à proteção constituídas há pelo menos um ano, nos termos da lei civil, destinadas à proteção

ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Notas:

1) Destaque-se que apesar dos diversos legitimados para apresentarem a ação civil pública, apenas o Ministério Público pode instaurar inquérito civil público.pública, apenas o Ministério Público pode instaurar inquérito civil público.

2) O §§§§ 4.º, do art. 5.º da Lei 7.347/85 estabelece que o requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social

evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Notas:

3) Ajuizada a ação, dela não poderá desistir o Ministério Público, tendo em vista a indisponibilidade de seu objeto, podendo, ao final, encerrada a instrução indisponibilidade de seu objeto, podendo, ao final, encerrada a instrução

probatória, manifestar-se pela procedência ou improcedência da ação.4) No polo passivo deverá constar todos os responsáveis pelas situações combatidas,

sejam pessoas físicas ou jurídicas (públicas ou privadas).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

CONTINUA NA PRÓXIMA AULA …CONTINUA NA PRÓXIMA AULA …

MUITO OBRIGADOJEFFERSON APARECIDO DIASJEFFERSON APARECIDO DIAS

Twitter: @jeffdiasmpfBlog: jeffdiasmpf.wordpress.com