janeiro fevereiro - 2017€¦ · o seu poema: “o meu ideal”. suponho que o mesmo nunca foi...

31
JANEIRO FEVEREIRO - 2017

Upload: others

Post on 30-Apr-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

JANEIRO – FEVEREIRO - 2017

Page 2: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

2

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Boletim da Casa de Goa

Associação de Goa, Damão e Diu Pessoa Coletiva de Utilidade Pública

Calçada do Livramento, 17 1350-188 LISBOA Tel. 213930078 – [email protected]

Diretor – Edgar Valles (Presidente da Direção) Coordenação – Ana Paula Guerra Capa/Design: Juliano M. Mariano

Colaboraram neste número: ANA PAULA GUERRA CARLOS SÁ EDGAR VALLES ELISABETE MARQUES ESTEVÃO SEQUEIRA FERNANDO DO RÊGO INÊS SEQUEIRA JOSÉ MARIA PIGNATELLI JOÃO COUTINHO LOURDES ELVINO DE SOUSA MARIA VIRGÍNIA BRÁS GOMES MISAEL ALVES MARTINS ODETE FERNANDES RUI CABRAL TELO VICENTE FERNANDES Capa: Foto Casa de Goa

ISSN 1847 – 807X Ano - 2017

ÍNDICE

EDITORIAL……………………………………………..….…… PÁG. 3

VISITA DE ANTÓNIO COSTA À ÍNDIA…………..……… PÁG. 4 - 5

ORLANDO DA COSTA: POETA E PROSADOR……... PÁG. 6 - 10

A VERDADEIRA DERROTA FOI DIPLOMÁTICA…….. PÁG. 11-12

A MORTE DO HERÓI PORTUGUÊS…………………..….. PÁG. 13

ESPAÇO DOS JOVENS…………………………..…….……. PÁG 14

ACONTECEU……………………………..….………….. PÁG. 15 - 25

COMEMORAÇÃO - 30 ANOS DA CASA DE GOA..… PÁG. 26 - 27

AGENDA………………………………………………………. PÁG. 28

ANÚNCIOS………………………………..………………PÁG. 29 - 31

Page 3: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

3

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Iniciativas muito diversificadas terão lugar ao longo do ano para comemorar o

30º aniversário da Casa de Goa, conforme programa elaborado pela Comissão

Organizadora, liderada pela nossa associada Maria Virgínia Brás Gomes.

Destacamos apenas algumas, que não se integram nas atividades habituais.

No passado sábado, dia 4 de março, tivemos o almoço de homenagem a José

Maria Furtado, que tem sido a face visível da Casa de Goa nas várias

comunidades indianas, colaborando em tudo o que lhe é pedido, sempre

incansável, como se a idade não pesasse. Mas chegou a altura de descansar um

pouco. A homenagem, numa altura da sua vida em que sofreu forte abalo, foi

organizada pelos nossos associados Rita Henriques e Avito Ferreira. Foi, também, uma forma simbólica de

prestar o nosso tributo aos sócios fundadores da nossa associação, que há 30 anos outorgaram na Av. Praia

da Vitória a escritura notarial de constituição.

Ainda no mês de março, no dia 11, será recordado Alfredo Bruto da Costa, anterior Presidente da Casa de

Goa (em dois mandatos), que nos deixou em novembro do ano passado. Alfredo adquiriu grande projeção na

sociedade portuguesa, desempenhando elevados cargos (Ministro dos Assuntos Sociais, Provedor da Santa

Casa da Misericórdia e Presidente do Conselho Económico e Social), tendo sido agraciado pelo Governo de

Goa (tal como Narana Coissoró, igualmente ex-Presidente).

No dia 29 de abril, teremos o Festival “ Jiya” de Música e Dança Indiana, no Museu de Oriente, com a vinda

de conhecidos artistas.

Em 6 de maio, realiza-se uma Conferência Internacional sobre a Goa atual, com a presença de importantes

personalidades dos vários continentes e cuja sessão de abertura contará com a presença do Primeiro-ministro

de Portugal e da Sra. Embaixadora da Índia (sujeito a confirmação).

Teremos também, no final do mês, o evento “A Casa de Goa em 30 anos”, onde se fará o balanço da

instituição e das suas aspirações.

Estamos também a organizar uma exposição fotográfica contendo momentos marcantes da vida da nossa

associação.

Em novembro, o EKVAT realizará um grande espetáculo, coroando, assim, um ano repleto de iniciativas.

Quanto ao Gamat, dos mais jovens, está prevista a edição de um CD.

Enfim, muitas iniciativas, que contam com a ajuda de muitos colaboradores da Casa de Goa, que apenas por

dificuldade de espaço não são mencionados todos aqui.

O programa provisório é divulgado no Boletim. Estamos convencidos que despertará o entusiasmo dos

sócios e dos amigos da Casa de Goa.

Venha, pois, à Casa de Goa e participe nos seus eventos!

Edgar Valles

Page 4: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

4

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

VISITA DE ANTÓNIO COSTA À ÍNDIA

Ninguém esperava que a visita do Primeiro-ministro de

Portugal a Goa, nos dias 11 e 12 de janeiro, despertasse

tamanho entusiasmo.

A televisão mostrou-nos imagens galvanizadoras,

especialmente no Bairro das Fontainhas, em Pangim,

onde António Costa teve um banho de multidão, que

dificilmente teria em Portugal (onde, aliás, a sua

popularidade aumenta de dia para dia).

Além do programa oficial, Costa teve oportunidade de

visitar os seus familiares, em Margão, alguns dos quais

não conhecia.

Quais as razões de tamanho sucesso? A resposta não é difícil. Para os goeses e para os indianos em geral, é

motivo de grande orgulho haver, pela primeira vez, um primeiro-ministro de origem goesa (e indiana) num

país europeu. Costa simboliza o sucesso, o reconhecimento da crescente influência da Índia no mundo.

Aliás, o PM enfatizou a sua ligação à Índia, declarando: “Esta visita tem uma natureza muito particular.

Desde logo do ponto de vista afectivo, pois para mim é uma grande honra poder voltar à terra do meu pai

como primeiro-ministro”.

Declarou também que “a Índia tem um

estatuto para as pessoas de origem

indiana, o que me confere formalmente

esse estatuto. Sou oficialmente uma

pessoa de origem indiana. O meu pai fez

a sua formação em Goa e aí passou a sua

juventude. Tenho uma tia e uma prima

direita que vivem em Margão. É uma

relação que existe”.

O governo indiano atribui a António

Costa a condecoração Pravasi Bharatiya

Divas, a mais elevada que é atribuída a

indianos ou descendentes que se tenham

destacado no estrangeiro, sendo notória a empatia com o nosso PM, que mostrou orgulho nas suas origens.

Para Costa, “os laços históricos devem sobretudo servir para criar as bases para uma grande parceria para

o século XXI entre Portugal e a Índia. Este país vai ser uma das grandes potências no século XXI e temos de

a fundar em duas bases novas, que são a economia e a ciência, que são as prioridades nesta viagem”.

A visita esteve dividida em três etapas: primeiro, Delhi,

com carácter mais institucional, com reuniões com as mais

altas autoridades da Índia; depois, Bangalore e Ahmedabad,

com objetivos económicos e de cooperação tecnológica; e,

finalmente, Goa, com mais destaque para as áreas da

História e da Cultura.

Ou seja, a estadia em Goa não teve os objetivos políticos e

económicos da deslocação aos outos estados da Índia, mas,

como não podia deixar de ser, adquiriu uma enorme

importância, pelo facto de ter sido uma ex-colónia portuguesa.

Page 5: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

5

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

A visita aproximou Portugal e a Índia, hoje países amigos, bem como a grande ligação entre a ex-colónia,

hoje estado integrado na União Indiana, e a anterior potência colonizadora, hoje estado democrático.

A Casa de Goa orgulha-se do facto de um membro da nossa comunidade exercer as mais altas funções

governativas em Portugal, manifestando o seu apreço pelos serviços relevantes prestados à nossa associação.

Page 6: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

6

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

ORLANDO DA COSTA: POETA E PROSADOR

No dia 27 de Janeiro , por um acaso, estando a ver o noticiário da RTPi, nessas notícias que correm na base

do écran, sucedeu notar:

“Faleceu hoje o escritor Orlando Costa. O funeral realiza-se amanhã”. Seria o meu amigo dos tempos do

Liceu Nacional Afonso de Albuquerque, pensei de imediato?!

Encontros passados

E era mesmo, como informações posteriores da sua família em Goa e e-mails de

Portugal me confirmaram. Feito o Liceu, ele seguiu para Lisboa para estudos

superiores e só nos encontraríamos em Lisboa, em 1960, aquando da minha

estadia em Portugal.

A última vez que lhe falei foi numa sessão para o homenagear organizada pela

Fundação Oriente-Goa, onde usaram da palavra entre outros, o Pe. Martinho

Noronha (hoje já falecido) recordando a sua amizade com ele, e o poeta

Manohar Sardesai numa homenagem ao homem de letras, da obra literária do

Orlando Costa. (Uma nota para os que não o conheçam: Manohar Sardesai,

formado nas Universidades de Bombaim e depois da Sorbonne, é um dos mais

distintos poetas de Goa na nossa língua materna, o concani, e conhece muito

bem a língua portuguesa).

Elementos biográficos

Depois de seguir para Lisboa para os seus estudos universitários, Orlando Costa licenciou-se em Ciências

Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras. Na Casa dos Estudantes do Império, nos anos 50, conviveu

de perto com alguns dos futuros dirigentes da FRELIMO, MPLA e PAIGC.

Estreou-se como poeta em 1951, com o livro «A Estrada e a Voz», mas é nos romances que tem as suas

principais obras de destaque: «O Signo da Ira» (1961), «Podem Chamar-me Eurídice» (1964), «Os Filhos de

Norton» (1994) ou «O Último Olhar de Manú Miranda» (2000). No teatro foi reeditada em 2003 a obra de

1971 «Sem Flores Nem Coroas», onde retoma o período colonial português em Goa. Em 2004, lançou

«Vocações/Evocações», uma selecção de poemas para comemorar os 30 anos do 25 de Abril de 1974. Foi

ainda vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), instituição que frequentava com muita

regularidade. Foi ainda publicitário e dramaturgo. Orlando da Costa chegou também a integrar o Comité

Central do PCP.

Mas nos obituários que li, nenhum fazia referência ao que seria a primeira produção literária em verso dele,

publicada e premiada em Goa quando teria uns 18 anos.

Recordando os tempos no Liceu

Em 1945…já lá vão 55 anos (e para mim esta Crónica está a ser um “recordar é viver”), o Liceu tinha uma

plêiade de professores, muito distintos: Grevi De Figueiredo (com o cacoete de mexer os ombros), António

de Figueiredo (o inesquecível Maestro e Professor do Canto Coral), Carlos Viegas (com uma mania de bater

com a vara nas cabeças dos alunos por qualquer disparate, e ainda tenho dores de cabeça de uma varada que

levei), Filipe Pinto (ensinando-nos História de uma forma tão encantadora que parecia ter estado presente),

Raul Fernandes (que nos ensinava Português e Francês pela gramática e que nos lia páginas da literatura

portuguesa como “A última corrida de toiros em Salvaterra”, etc.), Garcia da Silva (um terror nas aulas de

matemática), Lúcio Miranda (que conseguia ensinar o Desenho ainda a alunos como eu, que não podiam

desenhar uma linha recta nem com o auxilio de uma régua, escritor e orador brilhante. Lembro-me da sua

conferência no dia 7 de Agosto quando Rabidranath Tagore, o escritor indiano laureado com o Prémio

Page 7: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

7

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Nobel, falecera, e quase cantando passagens do seu celebrado GITANJALI) , Videira Pires (ensinado-nos

Filosofia e que pronunciava o seu nome como Bideira Vires), Araújo Mascarenhas,….e tantos outros!!

Uma verdadeira estrela de primeira grandeza foi FRANCISCO BRAS GOMES (FBG), “alto na sua estatura

física, bem como alto na sua estrutura moral”, como eu escrevi num artigo da revista “ALA”, após o seu

regresso a Lisboa. FBG marcou-nos pelas inúmeras actividades que iniciou e patrocinou, além das suas

excelentes aulas de físico-química.

Concurso literário

Uma dessas actividades foi o “CONCURSO LITERÁRIO” e Orlando Costa ganhou o primeiro Prémio para

o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é

desconhecido. Orlando teria composto mais versos e escrito versos humorísticos às moças dos seus tempos

de estudante, mas este poema foi, sem dúvida, a primeiro da sua veia poética a ser premiado.

Lembrei-me que eu teria o número da Revista “ALA” onde ele fora publicado. Procurei-o e fui encontrá-lo

entre alguns livros e “cadernos diários” dos meus estudos no Liceu (1940-1947) que ainda preservo como

uma “relíquia”!!

Não posso prestar nenhuma melhor homenagem à memória do ORLANDO COSTA, do que apresentar-vos

o mesmo poema. Assim, cá vai ele, em exclusivo, para o deleite dos que se deleitam com o Boletim da Casa

de Goa. Tendo-se tornado um agnóstico, o “MEU IDEAL” do Orlando, não teria sido estar um dia no

Paraíso Celestial. Parece-me ser lógico. Mas os seus ideais sociais e políticos, mesmo se algo esquerdistas, e

o seu amor sempre dedicado à sua Goa e que manifesta nos seus livros, para lá o teriam conduzido.

REQUIEM ETERNAM DONA EI, DOMINE!

É a prece que este seu amigo faz

Fernando do Rego

Page 8: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

8

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

“O meu Ideal”

Música!

Música bela,

arte Sem igual

estarás tu, meu ideal,

ao meu alcance,

ao alcance…

dum ente mesquinho

como eu?

Tu, que és a esperança

do pobrezinho,

o bálsamo sagrado

dos que sofrem,

dos que a felicidade

desconhecem

o ungüento suave,

não me dirás

onde existes,

em que lume azulado

tu crepitas,

em que coração desventurado

tu palpitas?...

Onde te encontras?

É nas moitas tristes,

espalhadas pelos montes,

e banhadas pelas águas frias

das fontes,

que te achas?

ou, no botão de rosa

a desabrochar,

na dália formosa

a desfolhar?

Tu, que beijas a fronte

do pobre órfão,

que carícias não conhece,

que afogos desconhece,

como a esperança duma benção;

tu, arte incomparável,

que enxugas os olhos

à viúva triste,

que, inconsolável,

chora a morte do marido,

que já não exsite...;

tu, dos desventurados

a esperança,

a aurora a raiar

aos olhos do náufrago desgraçado,

que, ao sôpro do vento forte,

vagueia sem norte,

ao sabor das águas;

onde, onde existes?

Tu, que foste para mim,

para o meu coração,

de abròlhos plantado,

como o sol,

que em rúbido arrebol,

se ergue por detrás das serras,

a raiar

por sôbre as terras...,

ou como a lua num cemitério,

por entre os ciprestes, a espreitar,

e em plaguas enluaradas,

a beijar

as tumbas frias, abandonadas;

onde te encontras?

Não me dirás

a mim, que to recebi,

e no meu coração,

tão pequeno, tão desventurado,

te acolhi,

com aquela ternura

com que a mãi,

cheia de desventura,

beija o filho amado,

com aquela alegria,

com que o prêso inocente,

em fria masmorra atirado,

saúda

o primeiro raio de sol,

que, pela fresta esguia,

Ihe vem beijar...

os pés algemados!;

não me dirás

onde te encontras?

Em que botão a estiolar,

em que lírio a desabrochar

te acharei, bela arte

por mim almejada?

Que palácio encantado,

que paraíso d’ilusão

te serve de morada?

Eu, que me tenho arrastado

da mais alta serra

ao vale mais fundo,

por arrozais louros

e montes rochosos,

por palmares verdejantes

e areais calcinantes,

por prados em flôr,

por trilhos dolorosos...

com palácio algum encantado

topei...

No meu caminho pela terra,

pelo imenso mundo,

cheio de perigo e mal,

Page 9: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

9

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

à tua procura,

à procura do meu Ideal!

Onde existes?

No solitário eremitério,

nas moitas de urzes,

mesquinhas e tristes,

abandonada,

desprezada

na encosta do monte?

Estarás por ventura

atrás das rochas escondida,

despercebida

aos olhos daquele que te procura?

Ou disfarçada

em frescas boninas,

em margaridas finas

da encosta florida?

Onde te encontras bela arte?

Será na fria fonte,

Onde se banham joviais

Os belos pardais?

Será a tua morada

em algum triste cemitério

entre os goivos e as cruzes

dos frios covais?

Será, em várzeas imensas,

ao sôpro da brisa, murmurantes,

em arecais verdejantes

entre palmeiras densas,

ou, em belos jardins

entre os “zaiôs” em flor

e “mogarins”

de perfumes inebriantes,

entre belas rosas

e dálias formosas

a sorrirem d’amor,

onde correm,

sôbre leito d’areia fina

as águas rumorosas

da ribeira cristalina?

a que gruta d’ilusão,

a que caverna escura

te acolheste?

Que palácio encantado,

que palhota obscura

te acoita assim,

arte sublime,

que foges dos olhos de quem te procura?

Em que covil escuro,

to escondeste,

para assim

eu não te achar

e em parte alguma te encontrar,

en que, incansável,

em vão te procuro?...

O sol punha-se

lançando

nas nuvens azuladas

largas pinceladas

de sangue,

esbanjando,

por tôda, a parte,

raios fulgurantes de luz,

e os alegres passarinhos

recolhiam-se aos seus ninhos,

Cansado

do longo caminhar,

mais cansado que um romeiro,

mais trópego que um velho peregrino,

à minha cabeça descansei

na fresca alfombra,

à sombra dum esguio coqueiro

donde balouçava

um frágil ninho abandonado...

Era o silêncio soturno das frias tumbas,

o silêncio mudo das catacumbas,

que reinava naquele remanso ameno,

esquecido na solidão que seduz!

Embalado

pelo sôpro da brisa fresca,

dormi... e sonhei:

— Num lago calmo

de água cristalina,

vogava silencioso

um cisne formoso

de brancura peregrina.

Na sua superfície espelhenta,

lisa e nua,

reflectia

a face ebúrnea da lua,

num céu de nuvens lavado,

como uma moeda de marfim

em vasta peça de setim...,

a rolar, a deslisar,

como uma formosa

e multicôr mariposa,

num belo jardim

perfumado,

por cima das flôres

a esvoaçar,

a doidejar...

A servir de moldura

a isso tudo,

sorria viçosa a verdura

luxuriante

de “zaiôs” em flôr,

de belas rosas,

de “mogarins” de perfume inebriante,

de dálias formosas

a desabrocharem d’amor!

Page 10: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

10

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

A brisa fresca,

que suave soprava,

trouxe-me aos ouvidos extasiados,

os sons magoados

duma melopeia dolente,

duma melodia plangente,

triste, a transparecer

uma intensa paixão:

cheia de vida expressão:

era o cisne que cantava

as desventuras do seu viver!

Mãos mágicas dedilhavam,

harpas encantadas,

que soltavam sons dolentes,

acompanhando

um violino mavioso,

a soltar sons vibrantes,

melodiosos, plangentes...

que se iam pêrder

nas profundezas da minha alma!

A natureza inteira escutava

e o meu coracão inteiro palpitava!

Uma voz suave e calma

me animava,

aos meus ouvidos segredava,

dizendo: “Levanta-te

e segue animoso!

Não vaciles

perante obstáculos

nem pares, antes

que me encontres,

que eu estou

ao alcance de todos!

Eu estou em tudo o que é belo,

embora singelo...,

em tudo o que arrebat a alma»!

O sol sumia-se no oceano,

como, a luz da tocha,

sacudida por gigantesco sôpro,

E, pelo duro trilho,

entre a urze e a rocha,

subia, devagar, risonho,

cheio de confiança

a transbordar de esperança

o caminheiro de somho,

o paladino da arte,

que vai à busca da perfeição,

do seu elevado Ideal,

arcano da imortalidade,

que Meyerbeer sintetizou,

que Beethovem idealizou!

ORLANDO DA COSTA

Aluno do 6º ano do Instituto Abade Faria - 1º Prémio do Concurso Literário, organizado pela Associação

Escolar do Liceu (1944) Publicado na Revista “ALA” da Associação Escolar do Liceu Nacional de Afonso

de Albuquerque – 1945, Pgs 62-64

Page 11: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

11

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

A VERDADEIRA DERROTA FOI DIPLOMÁTICA

Livros de 1969 sugeriam que era em Lisboa que funcionavam

o governo e serviços de administração do Estado da Índia

Derrota é uma palavra detestável para os autocratas. É e foi assim desde

sempre. Também o é para todos os poderes, mesmo para a maioria dos

cidadãos. A história minimiza-as demasiadas vezes. Perde-se quase sempre a

oportunidade de percebermos as causas e o momento temporal das perdas.

Portanto, os historiadores acabam por não escrever ou reescrever esses períodos

de épocas mais distantes com a independência e o consequente rigor desejável à

compreensão das gerações seguintes.

As biografias são mais imprecisas quando reflectem episódios mais antigos, naquelas que acabam por ser

descritas por mais de um historiador: ficam sujeitas a interpretações mais pessoais, onde o rigor se esbate à

vontade individual do cronista que acaba por não ser capaz de investigar tão-só os documentos antigos.

As histórias - universal e da humanidade - encerram enormes inconsistências, dependendo dos países onde

as estudamos e são mais pronunciadas se observarmos os documentos de autores de países que se

confrontaram ao longo da história. As incertezas das narrativas são imensas para caber em erratas dos livros

da nossa história antiga, moderna e contemporânea. Há quem defenda estarmos perante uma liberdade de

pensamento e de convicções respeitáveis. Mas aceitar esta conclusão é promover o afastamento da realidade

factual e deixar-nos no campo das conjecturas.

Vulnerabilidade da Europa após a II Guerra Mundial

promoveu descolonizações e guerras independentistas

O século XX ficou marcado por numerosas dúvidas sobre as causas e consequências de alguns

acontecimentos determinantes na evolução social, económica e mesmo cultural de algumas nações, nas que

se mantiveram, nas que foram anexadas ou nos territórios das que simplesmente foram extintas. A

humanidade após a II Grande Guerra mostrou-se ansiosa de notícias, de liberdade, da verdade, de mudança

nas convivências, de comunicar entre si de conhecer culturas e reconhecer o direito à diferença. Precisava-se

de compaixão só possível com o acesso ao conhecimento e à ciência. Impunha-se o reerguer do Mundo

demolido por um conflito cruel. Essa liberdade e a vulnerabilidade da Europa rica, dominante e ainda

imperial promoveu as descolonizações, as guerras independentistas e ou simplesmente a queda súbita de

muitas das províncias ultramarinas dos países europeus. As motivações ficam sujeitas a inúmeras

interpretações.

Portugal - ausente da última Guerra Mundial – não escapou a esse novo sentimento internacional. O Estado

da Índia Portuguesa foi invadido a 17 de Dezembro de 1961, pelo exército da União Indiana, (14 anos após a

independência da Índia, declarada a 15 de Agosto de 1947) sem declaração de guerra. Goa, o principal

território daquele Estado português, foi o palco da grande invasão: 45 mil soldados da União Indiana

confrontam-se com 3.500 portugueses que resistiram durante 36 horas até o General Vassalo e Silva decretar

a rendição, desobedecendo à decisão de António Oliveira Salazar, mas evitando um eventual massacre e

consequentemente os danos colaterais que sucedem numa batalha militar.

Portugal não chegou a ser derrotado no terreno. A derrota foi claramente do ponto de vista diplomático: O

governo de Salazar não foi suficientemente perspicaz junto dos seus aliados para que estes intercedessem e

influenciassem Pândita Nehru a desistir da ideia de anexar Goa Damão e Diu à União Indiana. Portugal era

um regime autocrata em contraciclo com os regimes do Ocidente europeu do pós-guerra. Antes, Oliveira

Page 12: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

12

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Salazar não aceitou sequer encetar negociações com Nehru, nem mesmo depois de este ter introduzido o

tema nos debates da Organização das Nações Unidas.

O Estado da Índia Portuguesa chegou até ao século XX como o último bastião de um património português

apreciável ao longo das costas do subcontinente indiano. Mas é importantíssimo atendermos a um facto

histórico: a noção de Índia não correspondia necessariamente a esse subcontinente já que era frequentemente

utilizada para referenciar territórios portuguesas nas costas do oceano Índico, da África Oriental e também

de antigas regiões persas.

Até um Atlas Universal pervertia a derrota portuguesa na Índia

Para o governo presidido por António Oliveira Salazar foi decisivo ocultar a queda do Estado da Índia

Portuguesa. A palavra derrota foi como que banida nesse momento. A história que entretanto se escreveu foi

rasgada dos livros ou escondida dentro das bibliotecas.

Então, houve quem reinventasse uma nova realidade. Em Julho de 1969, a editora Verbo, em colaboração

com Maria Adelaide Salvado, divulgou a 2ª edição do Atlas Universal (da Verbo) que foi considerada uma

das publicações elementares para complementar os livros do ensino propedêutico, pós escola primária e

onde se pode ler: “Usurpado por acto de força da União Indiana (Dezembro de 1961), O Estado da Índia

mantém os seus Órgãos de governo e serviços de administração funcionando em Lisboa”. A mesma

publicação relata que “a superfície total da Índia Portuguesa tinha 4195 quilómetros quadrados, 625 mil

habitantes”. Na rubrica ‘Valor Económico’, o autor destacou o cultivo de arroz, milho, castanha de caju e

copa, enquanto a produção de madeiras, a criação de gado, a pesca e a indústria conserveira eram outras

“actividades relevantes no território que possuía minérios de ferro como o manganês e o ferro-manganês”.

À derrota contrapôs-se a mentira como um paradigma capaz de salvaguardar as independências das outras

províncias ultramarinas, diminuindo a consequência da Guerra do Ultramar que começou em Angola, a 15

de Março de 1961, na Guiné-Bissau, entre Julho de 1961 e Janeiro de 1963, e em Moçambique em Setembro

de 1964.

A queda da Índia Portuguesa constituiu a primeira derrota efectiva de Salazar, também por inadvertidamente

não ter defendido a história do território entre a comunidade internacional já que o Estado da Índia

Portuguesa teve sempre um estatuto distinto dos territórios africanos: A Goa reservava-se o direito a eleger

os seus próprios representantes (primeiro, às cortes do reino) e tinha representação no parlamento de Lisboa

desde 1822; à época da sua conquista, em 1510, Goa era um território controlado por muçulmanos, contra os

quais também os hindus se encontravam em guerra. A superintendência portuguesa de Goa foi resultado da

política de alianças com os reinos hindus, por força de ambos combaterem os islamitas. De realçar, que a

expansão do Islão na costa ocidental do continente indiano terá começado no início do século VII, sendo que

as relações destes povos das costas da Arábia e da Índia Ocidental, aconteceram muito antes do advento do

Islão. – por José Maria Pignatelli (escrito com grafia antiga).

José Maria Pignatelli

Deputado municipal em Odivelas (CDS-PP)

Tropas indianas marcham em Goa

Page 13: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

13

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

A MORTE DO HERÓI PORTUGUÊS

(Livro de Valentino Viegas)

A minha actividade diária de natação, na piscina da Junta de Freguesia de Benfica, tem

sido profícua em novos conhecimentos. Desde um professor, músico, cantor, escritor,

poeta, Francisco Machado de seu nome e um simpático apicultor que muito me tem

ensinado sobre a vida das, como ele, simpáticas abelhinhas, a um ex-funcionário da RTP

que cresceu e viveu muitos anos em Marrocos, muitos têm sido os encontros com

diversas personalidades que só têm enriquecido os meus conhecimentos. Ultimamente,

devido a uma alusão que fiz à beleza das praias de Goa, quando por lá passei há mais de

cinquenta e muitos anos, vim a conhecer um goês de nascimento, hoje Professor e Doutor em História, que

fez a guerra colonial em Angola, com o posto de Furriel miliciano, por nessa data ainda não ter terminado o

curso dos liceus. Como militar de carreira, fiz várias comissões no ultramar, tendo numa delas (1963/65),

sido colocado em Nambuangongo, talvez o pior sítio onde fosse possível colocar um militar de Intendência.

Devido ao meu espírito demasiado aventureiro aliado ao meu “vício” da caça, não me limitei a passar o

tempo dentro do arame farpado e, muitas vezes, acompanhei as tropas operacionais nas suas deslocações,

pelo que vivi a guerra de Angola bem por dentro com tudo de mau que teve, mas também com muito de bom

que as más situações nos deram de vivência e formação de carácter. Dado tudo isto, eu e Valentino Viegas,

assim se chama o nosso Doutor, depressa chegámos a um entendimento enraizado naquela nossa vivência.

Foi assim que eu vim a saber que tinha escrito um livro, entre outros, sobre o tema da guerra em África

intitulado “A Morte Do Herói Português”, cuja leitura terminei agora e sobre o qual vou tentar escrever

algumas palavras. Muito já se escreveu sobre a guerra dita do ultramar e eu próprio também me senti quase

na obrigação de o fazer. Muito se disse e infelizmente nem tudo corresponde à realidade. Escritores

consagrados, levados talvez pelo seu profissionalismo de ficcionistas, acabaram por escrever textos

demasiado floreados, com episódios que, a nós militares, viventes da guerra por dentro, nos aparecem logo

como relatos fictícios.

O interessante de Valentino Viegas é que o seu texto nos salta aos olhos logo como

verdadeiro e, nós que por lá andámos, acabamos por reviver todas as cenas como se

estivéssemos a vivê-las agora. Quer as cenas de guerra, quer as de vivência nos

aquartelamentos, aparecem-nos descritas com uma realidade e humanidade

impressionantes. Valentino Viegas escreve com uma fluência natural, sem grandes

rendilhados nem frases literárias, mas ao mesmo tempo com uma escrita erudita para

a qual muito deve ter contribuído a sua posterior formação. Dá-nos, pois, Valentino

Viegas, um retracto da nossa gente simples que foi obrigada a partir para um

continente inóspito, que nada lhes dizia, sem um queixume, convencidos, pelo regime

que aqui viviam, que iam lutar pelo todo da nossa Pátria. Esse retracto mostra-nos,

não só o seu comportamento em combate, mas também as influências psicológicas

que sofreram pelo afastamento das suas terras e famílias. Chamo a atenção para o capítulo onde se refere a

história da Joana, uma criança que foi adoptada pelo militar que lhe matou os pais, episódio

excepcionalmente bem escrito e com grande carga psicológica. De realçar o pensamento do autor, quando

confrontado com a morte, ao colocar em dúvida os desígnios de Deus, ao perguntar-lhe: “Mas porquê?

Porquê?”. Um ateu, como eu, não teria esse problema, agora um crente a quem ensinaram que deveria temer

um Deus Todo Poderoso, que tudo pode e tudo comanda, mas que põe e dispõe das vidas de cada um a seu

belo prazer, é realmente de causar muitas dúvidas. Valentino Viegas foi condecorado com uma Cruz de

Guerra.

O autor não pôde deixar de fazer referência a outra guerra por ele vivida, a invasão de Goa pela União

Indiana, e dedica a este evento um capítulo onde descreve a invasão, a sua origem e as suas consequências.

É, pois, uma edição de Livros Horizonte que recomendo para que não se perca o que foi a vivência, à época,

dos jovens portugueses que fizeram aquela e outras guerras que não deviam ter acontecido.

Rui Cabral Telo

Page 14: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

14

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Espaço dos jovens

Goa

Goa, pungente e fadista,

Retorna a nós.

Goa, como jóia ou ametista,

Faz ouvir a sua voz.

Goa, terra de vida,

Revive ainda.

Goa, por nós tida,

Como terra sentida.

Goa renasce a cada grito,

Revive a cada esgar.

Goa materializa-se em mito,

Retoma o seu lugar.

Goa não quer ser olvidada

Nem insiste em lamentação.

Goa da história não será apagada

Nem do luso coração.

Misael Alves Martins

Publicamos hoje um poema de Misael Alves Martins, um jovem de 14 anos, nascido em

Gondomar, e um apaixonado por arte, poesia e literatura, pela natureza e por Portugal.

Apesar da sua juventude, já participou em dois livros: "Palavras de Cristal IV Volume"

(antologia de poesia da Editora Modocromia) e "Elos Poéticos" (em coautoria com Maria José

dos Santos Leite e Maria da Conceição Ferreira). É sócio simpatizante e um membro

participativo do Conselho Consultivo da AICEM (Associação do Idioma e Culturas em

Português). Tem como ambição a formação em Jornalismo.

Page 15: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

15

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

ACONTECEU

19 DE JANEIRO - VISITA À CASA DE GOA

José Norberto Carrilho, Juiz Conselheiro do Tribunal Supremo de Moçambique, Maria Manuela Leitão

Marques, Ministra da Presidência, José Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, e Vital Moreira, professor

catedrático de Coimbra, visitaram a Casa de Goa no dia 19 de janeiro.

A foto regista o encontro, que deu a conhecer aos ilustres visitantes as nossas atividades.

Page 16: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

16

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

26 DE JANEIRO - COMEMORAÇÃO DO DIA DA REPÚBLICA

Chovia torrencialmente, mas o hastear da bandeira da Índia não foi afectado. Na manhã do dia 26 de janeiro,

comemorou-se o Dia da República da Índia, na residência da Embaixadora, com a presença de muitos

elementos das comunidades indianas.

A Sra. Embaixadora, Mrs. K. Nandini Singla, leu a mensagem do Presidente da Índia, enviada de Nova Delhi,

da qual destacamos o seguinte excerto:

“É minha firme convicção de que o pluralismo e a diversidade social, cultural, linguística e religiosa

são a nossa maior força. Na nossa tradição, sempre celebrámos o “indiano argumentativo” e não o

“indiano intolerante”. Durante séculos coexistimos com a multiplicidade de pontos de vista,

pensamentos e ideias filosóficas no nosso país. Para que a democracia floresça, é necessário uma

mente sábia e com discernimento. Uma democaria saudável exige tolerância, paciência e respeito

pelos outros. Estes valores devem permanecer nos corações e no espírito de todos os indianos,

inculcando neles um sentido de compreensão e responsabilidade”.

O Presidente salientou também o desenvolvimento económico da Índia, que no primeiro semestre do ano

económico de 2016/2017 cresceu 7,2 %, demonstrando uma estabilidade na expansão económica que não tem

paralelo no mundo.

A mensagem terminou com Jai Hind! (Viva a Índia!), seguindo-se o aplauso geral.

A “nossa” Tarika participou na miscelância cultural.

À noite, teve lugar uma receção num hotel da capital.

Page 17: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

17

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Page 18: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

18

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

4 DE FEVEREIRO - FEIRA DE COISAS E LOISAS

No dia 4 de Março tivemos na Casa de Goa uma

adesão simpática à nossa Feira.

Também tivemos algumas sugestões para mudarmos o

conceito desta feira.

Nesse sentido, agora a nossa feira chama-se FEIRA

DE ANJUNA, estarão disponíveis apenas artigos

orientais e apelamos aqueles que queiram contribuir

para este evento que nos contactem para obterem mais

detalhes e que selecionem artigos

orientais que tenham e já não queiram

mas que acham que podem enriquecer este certame e nos entreguem para venda.

Pedimos ainda que todos os sócios e amigos da Casa de Goa, contribuam com a divulgação

desta feira entre os familiares e amigos e que nos visitem, sempre ao primeiro sábado de

cada mês, exceto Janeiro e Agosto.

Durante estas tardes o nosso Bar está a funcionar.

Esperamos por si.

7 DE FEVEREIRO – RENOVAÇÃO ASSINATURA DE PROTOCOLO JUNTA DE

FREGUESIA DA ESTRELA

No programa eleitoral apresentado aos sócios, em junho de 2014, constava a cooperação com a Junta de

Freguesia da Estrela, autarquia que abrange a área onde nos localizamos.

Até então, não havia qualquer relação entre a Casa de Goa e a Junta de Freguesia, havendo como que um

receio de nos abrirmos ao exterior.

No cumprimento do programa eleitoral, mas um pouco às escuras, enviámos uma carta ao Presidente da

Junta, manifestando o nosso interesse em estabelecer uma relação institucional e de cooperação.

A resposta não podia ser melhor. O Dr. Luís

Newton, um homem de Cultura que tem

demonstrado ser um grande autarca, deslocou-se à

nossa sede, manifestando a satisfação pelo nosso

interesse e revelando total disponibilidade.

Foi assinado um primeiro protocolo, que lançou as

bases de uma profícua cooperação. No âmbito

desse acordo, fizemos iniciativas conjuntas, com a

participação de moradores da freguesia e a ajuda

preciosa da Junta. A Casa de de Goa acolheu já

uma sessão da Assembleia de Freguesia.

O protocolo, que entretanto caducara, foi revisto.

No dia 7 de fevereiro teve lugar na sede da autarquia a assinatura do novo protocolo.

Como se lê no site da Junta ( www.jf-estrela.pt ), “ este Protocolo tem como grande objetivo estabelecer uma

cooperação entre estas instituições, através da divulgação de atividades de natureza cultural e recreativa.

Este tipo de atividade é fundamental para a coesão e para a identidade das comunidades locais urbanas, e a

Junta de Freguesia da Estrela aposta nas mesmas devido ao seu interesse em atividades e projetos que

Page 19: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

19

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

dinamizem os espaços e unam as pessoas da Freguesia. Com a celebração deste Protocolo, será possível criar

sinergias no âmbito das atividades culturais da Freguesia da Estrela”.

Para nós, o protocolo é um excelente instrumento de trabalho que permitirá dar maior incremento às nossas

actividades, com a participação dos moradores da freguesia.

10 A 12 DE FEVEREIRO - SEMANA ÁSIA-LUSÓFONA

A AICEM-Associação do Idioma e Culturas em Português

organizou, com o apoio da Câmara Municipal da Maia, a

Semana da Ásia Lusófona, com palestras, poesia, música,

cantares e gastronomia das comunidades de Goa, Damão, Diu,

Macau e Timor.

A Casa de Goa aceitou o convite formulado para participar nos

eventos, tendo-se feito representar por Edgar Valles e Odete

Fernandes, da sua Direção.

Destaque para a conferência “Goa e suas gentes. Análise da

Goa de hoje. Criação de pontes culturais, económicas e sociais

Goa-Portugal”, em que Edgar Valles descreveu a Goa actual, acentuando a sua diversidade cultural. Acentuou

que a Goa de hoje não é a mesma que em 1961, sendo um Estado plenamente integrado na União Indiana, com

grande desenvolvimento económico, social e cultural.

Referiu também a importância da cooperação e da preservação de laços culturais com Portugal, sem

complexos nem reservas mentais.

A Presidente da Direção da a AICEM, Prof. Maria José Leite, na sua mensagem de encerramento, salientou o

trabalho da associação na divulgação dos espaços com influência lusófona, agradecendo, também, a

colaboração da Casa de Goa.

As duas associações (Casa de Goa e AICEM) irão aprofundar a cooperação, no âmbito da divulgação de

iniciativas culturais e outras realizações, prevendo-se

a assinatura de um protocolo.

Page 20: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

20

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

23 DE FEVEREIRO – ENCONTRO CHÁ DAS CINCO

O Chá das 5 no dia 23 de Fevereiro, foi bastante concorrido, no espaço da Casa de

Goa que serve de encontro de amigos.O momento cultural com Philippe Despeysses,

decorreu na sala de conferências, onde se podiam apreciar as fotografias do autor com

o tema "O Sorriso de Cristo em Sari" Philipe Despeysses abordou a sua experiência

em Goa e também como se uniu o trio de co-autores desta obra.

Philippe ainda nos deu a conhecer como é absolutamente apaixonado pelo que faz, da

sua infindável apetência para escrever e para retratar as culturas e as pessoas de cada

espaço por onde passa. Está agora a preparar um livro sobre os Açores.

Este francês residente em Lisboa há já 10 anos, disse-nos que para descrever Goa a

melhor palavra que encontra é : SUSEGHAD !

25 DE FEVEREIRO – MOMENTOS 4P – II

Os Momentos 4P ganharam novo fôlego no passado fim-de-semana.

Com nova liderança e nova equipa, mas fiel ao seu conceito original (criado pelo Eng.º João Coutinho),

pretende assumir de forma vincada a sua missão que é rejuvenescer a Casa de Goa.

Com um público-alvo de pessoas entre os 20 e os 45 anos, mas sem discriminar ninguém, este evento que

tem o seu nome assente na assunção de que acontece 4 vezes por ano, tem uma duração aproximada de 4

horas, tem 4 Momentos e 4 objetivos que são Participar, Partilhar, Progredir e Promover, renasceu no

passado sábado com um tema que faz justiça ao 30º aniversário da Casa de Goa.

E não poderia ter havido melhor forma de renascer do que ter entre nós a ilustre presença da Nossa

Embaixadora, bem como do testemunho de cada um dos jovens mas eloquentes oradores que compôs a

tribuna.

Esta sessão contou também com a participação dos jovens, instrumentistas e dançarinos, do EKVAT e do

GAMAT. Foi a iniciativa de lançamento da celebração do 30º aniversário da Casa de Goa, que desejamos

ver cada vez mais virada para o futuro com a participação indispensável de todos, mas sobretudo dos que,

por serem mais jovens, terão a energia criativa para tornar a Casa de Goa a morada das suas aspirações.

Espero que tenhamos estado à altura das vossas expectativas.

Tentaremos sempre aumentar a fasquia, e gostaríamos de contar convosco e com a vossa Promoção.

Tudo de bom!

Cumprimentos,

Carlos Sá

Page 21: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

21

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Fotos de: Estevão e Inês Sequeira

Page 22: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

22

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

4 A 22 DE FEVEREIRO - SENTIR GOA, UMA VIAGEM FANTÁSTICA E VÁRIOS

SONHOS CONCRETIZADOS

Algumas considerações:

Afinal na Casa de Goa, representamos a cultura de Goa e falamos de Goa em Portugal e porque não “levar”

pessoas para conhecerem Goa? Reforça a minha vontade de concretizar esta viagem e fica claro que

o objetivo tinha mesmo de ser: Sentir GOA

Difícil é este desafio de escrever sobre uma viagem que só se sente se for vivida e com tanta “coisa” digna

de ser transmitida, mas fiquem desde já com uma visão geral que será num futuro próximo será

complementada pois não queríamos neste primeiro artigo privilegiar um dia ou uma atividade versus outra

pois temos mesmo dificuldades em escolher de tanta “coisa” tão boa vivida.

Como começou:

Sentir Goa começa com vários comentários em jeito de desafio dos participantes nas sessões Momentos

4S “sem uma viagem a Goa o projeto não fica completo” e após alguma reflexão tendo também em conta

outros comentários tais como: "a Casa de Goa deveria organizar viagens para Goa" em Janeiro de 2016

comuniquei que o desafio estava aceite e iria preparar a viagem para ser realizada entre Janeiro e Fevereiro

de 2017.

A minha viagem (JC):

A minha viagem para Goa começou muito antes dos restantes participantes e posso dizer-vos que foi um

desafio numa área que não domino como por exemplo a contratação de passagens de grupo e análise de

contratos com companhias de aviação ou ainda de fazer um programa a tanta distância sem contactos locais

próximos ou apoios garantidos. Foram necessárias muitas horas de trabalho e muita atenção no planeamento

para evitar falhas graves ou riscos para um valor envolvido de 40.000 euros.

Page 23: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

23

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Alguns dados da Viagem:

Datas: Partimos de Lisboa no dia 4 e regressamos no dia 22 de Fevereiro com estadia em Goa: de 5 até ao

dia 21 de Fevereiro. O número de participantes foi de 21 (número superior ao objetivo).Estivemos alojados 6

noites em Pangim (capital) e 11 noites em Betalbatim (sul) - O grupo era muito diverso e a maior parte dos

participantes não conhecia Goa. Para as visitas programadas estava contratado transporte em autocarro ou

carros Innova e guia.

A viagem:

Chegamos a Goa, Sentimos, Saboreamos Sonhamos e Sorrimos com Goa .Foram 17 dias muito

preenchidos onde “Sentimos” os sons, os cheiros, os ruídos, as cores, os aromas, a natureza, a música, as

artes, os hábitos, o trânsito a gastronomia e as gentes que foram uma parte muito importante.

O programa elaborado foi muito diverso e tendo em conta que muitos visitavam Goa pela primeira vez.

Visitámos então museus como o Big Foot em Loutolim, o Museu de Goa em Pangim, o Goa Chitra, em

Benaulim, o museu de Arte Sacra em Santa Mónica e a galeria dos Vice-Reis ambos em Velha Goa, a

Biblioteca Central de Pangim, Houses of Goa, do arquiteto Gerardo da Cunha em Porvorim. Como não

podia deixar de ser visitámos mercados e feiras como o de Pangim, o de Margão, o de Mapusá e o de Anjuna

(alguns do grupo visitaram o mercado noturno de Arporá). Visitámos cidades como Pangim, Mapusá e

Margão e localidades como Chandor, fizeram parte do roteiro as casas indo-portuguesas como a da família

Oliveira Fernandes, a de Sara Fernandes, Menezes de Bragança e Bragança Pereira em Chandor, Palácio do

Deão, Casa dos Figueiredos onde nesse ambiente distinto disfrutamos de um almoço. Visitamos a casa do

Ilino Colaço em Margão. Em Goa não podiam falhar as Igrejas como a da Igreja Matriz Sra. da Imaculada

Conceição em Pangim, a Basílica do Bom Jesus onde está o corpo de S. Francisco Xavier, a Sé Catedral, a

Igreja de S. Francisco de Assis, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade em Divar, a Igreja do Espírito Sando

em Margão. Não podia faltar a degustação da gastronomia Goesa em vários restaurantes e cito alguns como

o Mum's Kitchen, o Viva Pangim, o Hotel Mandovi, o Venite, o George, o Nostalgia, o Fhichersman Wharf,

o Coqueiro, o Souza Lobo, o Mikey, o Ritz Patto, entre outros. Visitámos locais turísticos de interesse como

as Cataratas de Dudh-Sagar, o santuário Dr. Salim Ali Bird na Ilha de Chorão, a ilha de Divar e claro as

Praias de Anjuna, Calangute, Miramar, Colvá, Benaulim, Palolém, Agonda e claro Betalbatim. Como não

podia deixar de ser, fizeram-se alguns shows-cookings com a Suzette Martins no Mums Kitchen, com a

Margarida Távora no Nostalgia e com a Fátima Albuquerque na Casa dos Figueiredos. Também visitámos

Templos como o de Mangueshi e a Mesquita de Poná e Goa sem especiarias não ficava completa, assim

visitámos a Sahakari Spice Farm e com almoço incluído. Quanto a fortalezas visitámos o Forte dos Reis

Magos, o Forte da Aguada, o Cabo de Rama, houve tempo para disfrutar das ricas praias e para fazer

compras. Listei estes mas podia listar mais 10 ou 20 locais mas queria acentuar que o mais importante

desta viagem foram as pessoas que nos receberam, acompanharam e passaram alguns momentos

connosco, foram elas que ajudaram a dar “coração” a esta viagem, e permitiram fazer a grande

diferença para um programa organizado por uma agência de viagens. De seguida listarei alguns nomes sem

ser por ordem de importância mas em jeito de um agradecimento: Maria Fernanda Noronha Costa e Sousa,

Maria de Fátima Gracias, Maria de Lourdes Bravo da Costa, Suzette Martins, Margarida Távora, Nalini

Elvino de Sousa e John, Vasco Silveira, Inês Figueira, a Sónia Shirsat, a Gisela Fernandes, o Valério Jorge e

o Gopal Vernencar, o René Mendes o Paulo Dias, o Elino Colaço, o Carmo Gracias, a Orty Soares, a Ethel

Bruto da Costa e muitas personalidades da Indo-Portuguese Friendship Society (as minhas desculpas de não

citar os nomes de tantos que calorosamente nos receberam) que fizeram um convívio com jantar e música ao

vivo no Clube Vasco da Gama permitindo uma noite de muito convívio do grupo com muitos goeses não

posso deixar de citar os nomes do Edgar Andrade Sales e o Ruben de Oliveira Fernandes que foram mais do

que guias.

À medida que os dias iam passando, eu ia perguntando a mim mesmo qual dos dias, elegeria como o

melhor? Mas não tinha resposta fácil e cada um dos dias foi muito rico mas diferente por esse motivo não fui

capaz de eleger um como o melhor.

O Grupo

Era constituído por 21 pessoas um grupo muito diverso e interessante e a qualidade e a exigência do grupo

ajudou a elevar o nível da visita.

O meu sincero agradecimento a TODOS que integraram este grupo e que ajudaram na minha missão.

Page 24: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

24

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Também em jeito de agradecimento cito os nomes sem qualquer ordem de importância: Lídia Emília

Fernandes, Ana Bela Mendes, Maria da Conceição Zagalo, Fernando Zagalo, Inês Valle, Manuela Alegre,

Teresa Pedrosa, José Teles, Maria Amália Teles, Luís Filipe Vieira, Maria da Conceição Teles, João Mota

Furtado, Maria Antonieta Mota Furtado, Maria Guiomar Mota Furtado, António Alho, Maria Constança

Vasconcelos, Isabel Pacheco, Lucília Maria Teixeira Freire, Maria da Graça Pacheco Jorge, Anabela

Coutinho.

Fazia também parte do grupo a Inês Valle (jáconhecida de muitos vós) e que me acompanhou por causa do

projeto Momentos 4S e, tivemos o prazer de rever o Pablo Batholomew que também esteve em Goa e dois

dias connosco, ele e a Inês aproveitaram para completar algum trabalho em curso sobre migração goesa.

Solidariedade e Portugal,

Levamos alguns produtos de Portugal para se matarem saudades e degustarem. Como não podia faltar e foi

programado um gesto de solidariedade do grupo para com a Indo-Portuguese Friedship Society a quem

foram entregues 24 livros de português e a Communicare Trust a quem entregamos 43 livros para crianças

em português, a ambas organizações desejamos muito sucesso nas suas ações.

Em jeito de conclusão:

O desafio era levar e trazer de volta um grupo com uma importante dimensão e fazer com que o programa

fosse diversificado e se mantivesse o interesse e a satisfação dos participantes para a totalidade dos dias

cumprindo o objetivo de Sentir Goa. Foi conseguido, a avaliar pelas opiniões e comentários dos que

participaram que muitos transmitiram com a seguinte expressão“ foi uma viagem fantástica e um sonho

concretizado”, por esse motivo o título deste artigo.

O trabalho árduo de preparação e planeamento e do acompanhamento ficam esquecidos quando se tem este

magnífico sentimento.

Bem hajam!

João Coutinho

Page 25: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

25

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

SENTIR GOA A hospitalidade da Indo Portuguese Friendship Society

Não foi fácil, mas para o nosso associado João Coutinho não há tarefas impossíveis.

Com o seu entusiamo e excelente capacidade de organização, planeou a visita a Goa, no período de 4 a 22 de

fevereiro, de um grupo de 23 pessoas, no qual se incluíram participantes nos Momentos 4S (workshops de

gastronomia Goesa) e outros interessados em conhecer a “jóia da Coroa”.

O programa deixou alguns tempos livres e também surpresas. Entre elas, destaca-se o jantar inesperado

oferecido a todo o grupo pela Indo Portuguese Friendship Society, cujas imagens publicamos.

A Casa de Goa agradece à Indo Portuguese a hospitalidade a este grupo, que foi certamente graças ao

Protocolo de Cooperação entre as nossas duas entidades, e como acolhimento a esta admirável iniciativa

com a marca do João Coutinho…

Page 26: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

26

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

COMEMORAÇÕES DOS 30 ANOS DA CASA DE GOA

Como vos informamos na Newsletter anterior, estamos a comemorar o 30º aniversário da nossa Casa.

Organizamos um plano do qual constam as iniciativas que pretendemos desenvolver e que irá sendo

atualizado sempre que necessário. Ainda falta definir algumas datas mais próximas do fim do ano.

Como poderão ver, são iniciativas diversificadas, que pretendem divulgar a Casa de Goa e os seus objetivos

a públicos diversos; fazer um balanço dos 30 anos passados em palavras e imagens; proporcionar espaços de

cultura, de música e de lazer; estreitar os laços com Goa e as comunidades da diáspora; e “andar para a

frente”

Está assinalado o local de realização das iniciativas que não decorrem na Casa de Goa.

Todas as propostas e sugestões são bem-vindas.

Maria Virgínia Brás Gomes

CASA DE GOA – 30 ANOS

DATA EVENTO LOCAL

25-02-2017

MOMENTOS 4 P - HISTÓRIAS EM GOA – iniciativa de

lançamento das comemorações dos 30 anos com a presença da

Senhora Embaixadora da Índia e com a participação de vários jovens

que visitaram Goa recentemente – o que esperavam da visita; o que

encontraram; que expetativas têm para o futuro.

CASA DE GOA

04-03-2017

Almoço de homenagem a José Maria Furtado – sócio fundador, do

grupo inicial de fundadores, membro de várias Direções, Secretário-

Geral de outras, a quem a Casa de Goa muito deve

HOTEL VILLA

RICA

11-03-2017 Abertura da exposição “Génese da Casa de Goa”, com o objetivo de

recordar 30 anos em imagens CASA DE GOA

11-03-2017

Homenagem a Alfredo Bruto da Costa – Presidente da Direção da

Casa de Goa durante dois mandatos, com um percurso político,

social, académico e cívico bem conhecido na sociedade portuguesa.

CASA DE GOA

18-03-2017 CANTICORUM – encontro de coros com a participação do EKVAT

Museu Cerâmica

Sacavém

24-03-2017 Terceira Corrente - apresentação desta obra sobre a vida e o percurso

de António Bruto da Costa CASA DE GOA

24 a

26-03-2017

New Light from India - Festival com espetáculos, filmes, palestras,

concertos de música clássica indiana, mercado de artigos indianos,

gastronomia e música de Goa

Biblioteca

Municipal Orlando

Ribeiro / Telheiras

29-04-2017 JIYA – Espetáculo de música e dança clássica indiana com artistas

vindos da Índia e artistas residentes em Portugal Museu Oriente

06-05-2017

Desenvolvimento Sustentado de Goa no Século XXI - Convenção

Internacional, com participantes de Goa, comunidades portuguesas

na diáspora e Portugal. Terá 3 sub-temas – Cultura e Educação;

Desenvolvimento Economico; Ambiente

CASA DE GOA

13-05-2017 Bienal de Odivelas – dança, música, gastronomia, pintura, escultura,

artesanato ODIVELAS

17-05-2017 Missa pelos sócios falecidos Ig. S. Domingos

03-06-2017 Revisitar Goa, Damão e Diu - Conferência CASA DE GOA

24-06-2017

Casa de Goa em 30 anos - Passado e Presente, sim! E o Futuro?

Balanço de realizações e desafios, com a participação de membros

de órgãos sociais em vários mandatos

CASA DE GOA

24-09-2017 Almoço Solidário – espaço de convívio alimentado pela boa

gastronomia goesa CASA DE GOA

NOVEMBRO Espetáculo do EKVAT A ANUNCIAR

16-12-2017

Um Dia de Goa em Lisboa – dia preenchido com workshops, venda

de Natal, almoço, jogos coletivos e o que mais a imaginação nos

ajudar a por em prática

CASA DE GOA

Page 27: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

27

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

Pretendemos, ainda, que as iniciativas habituais como o Chá das 5 e o CarromVívio dediquem uma das suas sessões à

celebração dos 30 anos.

O Grupo GAMAT da Casa de Goa irá gravar um CD de música, registando peças ilustrativas do seu percurso musical

diversificado para memória futura.

Na sequência de atividades que vimos desenvolvendo em várias escolas, estamos a analisar a possibilidade de lançar

um CONCURSO de textos ilustrados para alunos do ensino básico e secundário, sobre o tema Queres conhecer Goa?

DISPONIBILIZAÇÃO DE ALOJAMENTO

Por ocasião da Conferência Internacional sobre Goa, que se realiza no dia 6 de maio, temos sido

contactados por muitos goeses residentes no estrangeiro que pretendem alojamento em Lisboa.

Devido ao grande afluxo de visitantes (visita do Papa), tem havido dificuldades em reservas de hotéis.

Por isso, a Casa de Goa apela aos sócios e amigos de Goa que tenham quartos disponíveis para os

facultarem, em regime de "bed and breakfast". Em compensação, receberão uma verba diária tendo

como referência 40 euros (casal) e 30 euros (uma só pessoa).

Os interessados em fazer parte desta carteira, poderão enviar mail urgente até ao dia 20 de março

para [email protected], com a seguinte indicação:

a) morada da habitação

b) numero de quartos disponíveis e número de ocupantes

c) endereço de mail

d) nome do proprietário

e) telefone de contacto

Além do benefício, será uma excelente oportunidade para conhecerem goeses oriundos de vários

continentes.

Page 28: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

28

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

11 de Março – Inauguração Exposição Génese da Casa de Goa

11 de Março – Homenagem a Alfredo Bruto da Costa

18 de Março – Ekvat – Encontro de Coros

24 de Março – Conferência “ Terceira Corrente”

24 a 26 de Março – “ New Light from India”

27 de Março – Assembleia Geral

30 de Março – Chá das 5 – Palestra Dr. António Sabido Costa

1 de Abril – Feira de Anjuna –

27 de Abril – Chá das 5

28 e 29 de Abril – Festival Jiya

Page 29: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

29

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

CURSO DE CONCANI

Reabrimos as inscrições para o curso de Concani, com uma duração mais breve (mês e meio) e um custo

menor (60 euros sócios com quotas em dia e 75 euros (não sócios), a iniciar em 5 de abril e termo 13 de

maio).

As inscrições estão abertas até 20 de março, na Secretaria ou para o e-mail [email protected]

O curso terá duas sessões por semana: quarta-feira, das 18h às 19,30 e sábado das 15 às 16,30. Pretende-se

permitir ao aluno minimamente interagir em situações da vida corrente, como, por exemplo, estar num

restaurante, apanhar um táxi, ir ao mercado…

VISTOS PARA A INDIA, UM SERVIÇO DA CASA DE GOA

A Casa de Goa disponibiliza gratuitamente aos seus sócios, mediante prévio agendamento na secretaria,

auxílio no preenchimento dos requerimentos para obtenção de visto na Embaixada da Índia.

Aos não sócios, este serviço está sujeito a uma taxa de 20 euros.

CONVOCATÓRIA

Nos termos dos Estatutos e do Regulamento Interno, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Casa de

Goa para o dia 27 de Março de 2017, às 17H00, a ter lugar na sede da Associação, sita na Calçada do

Livramento, nº 17 em Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto 1 – Proposta de atribuição do título de sócio honorário da Casa de Goa ao Dr. António Costa,

Primeiro Ministro de Portugal

Ponto 2 – Discussão e votação do Relatório de Contas e do Parecer do Conselho Fiscal Relativo ao Ano

de 2016

Na ausência de quórum voltará a reunir-se, passada uma hora, com qualquer número de sócios.

Lisboa, 6 de março de 2017.

O Presidente da Assembleia Geral

(Dr. José Filipe da Purificação Monteiro)

Page 30: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

30

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

A Casa de Goa é uma instituição de

associados e para os associados.

Se está disponível para dinamizar ou

acompanhar atividades

INSCREVA-SE COMO VOLUNTÁRIO

Ficha disponível na Secretaria ou por

correio eletrónico

[email protected]

HORÁRIO DE AULAS

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUINTA-FEIRA SÁBADO DOMINGO

ASHTANG YOGA ODISSI DANÇA CONTEMPORÂNEA BHARATANATYAM DANÇAS TRADICIONAIS

GOESAS

18:00 - 19:00 18:30 - 19:30 18:00 - 19:30 12:00 - 13:00 17:30

DANÇAS ORIENTAIS 16:00 - 17:00

Aluguer de salas

Auditório para:

Reuniões, seminários, workshops e conferências

Sala de Festas para:

Batizados, Aniversários e Casamentos

Page 31: JANEIRO FEVEREIRO - 2017€¦ · o seu poema: “O meu ideal”. Suponho que o mesmo nunca foi publicado em parte alguma e assim é desconhecido. Orlando teria composto mais versos

31

Calçada do Livramento, 17 (Baluarte do Livramento) 1350-188 Lisboa Tel. 21 393 00 78 – [email protected] – www.casadegoa.org

WORKSHOP INFANTIL

“ DESCOBRIR GOA ”

Culinária Goesa para crianças entre os 8 e 12 anos

PROGRAMA PREVISTO E DEGUSTAÇÃO

Apresentação de especiarias orientais, de Goa e da Índia, e

confeção de Lassi (bebida de Goa) e de Chamuças

CONTATOS, INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES

[email protected] / Telefone: 21 393 00 78

[email protected]

Nota: Os workshops têm lugar com um mínimo de 10 alunos