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1 CIDADE, Janeiro de 2008

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Notícias do interior do estado do Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios,

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Desenvolvimento 10 A restinga e o uso sustentávelSeminário realizado em dezembro inaugurou novo posicionamento e nova estratégia de ambientalistas para tentar frear o Projeto Reserva Peró

Nutrição15 Vitamina A

Política 16 Arraial em disputaMal começou, e a disputa eleitoral já movimentou todo o panorama político da pequena Arraial do Cabo

Macaé 18 Meio AmbienteA maior vítima do crescimento não sustentável

10 Perguntas23 Eduardo Paes

Meio Ambiente 26 Natureza em AbundânciaA vista é de tirar o fôlego. Afi nal de contas, são 316 metros de altura que separam o sopé e o cume da Serra de Sapiatiba, um dos pontos mais altos e bonitos da Região dos Lagos.

Rio das Ostras 42 Que venha o verão...Rio das Ostras se estrutura para receber os visitantes do verão

Armação dos Búzios 48 TAC libera BreezesAcordo entre MP, Feema, prefeitura e empreendedores pode liberar a obra do SuperClub Breezes

Esporte 49 Colônia de Férias ao ar livreViva Esporte em Cabo Frio atrai público de mais de 80 mil pessoas

Armação dos Búzios Rebimboca da parafuseta

Câmara de Búzios instala CPI para investigar gastos da prefeitura com consertos de carros

Janeiro, 2008 Número 21www.revistacidade.com.br Capa

À PROCURA DE UM CAISEstrutura náutica da Região dos Lagos ainda é pequena.

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46Responsabilidade Social Amor que transforma

AutomobilismoFábio OrsolonTalento local pra gringo ver

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Capa: Por do sol em Búzios - Foto de Sérgio Quissak

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ENTREVISTA

Niete Martinez

Eu acho que é uma visão errada dizer que a corrupção é na política. Não é não. Se não houvesse empresário corrupto não haveria deputado corrupto

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C i d i n h a C a m p os

deputada estadual Cidinha Campos (PDT), recebeu a reportagem de

CIDADE em sua casa, na Marina Porto Búzios, para uma conversa informal sobre a situação do canal principal, que está sendo dragado graças à sua intervenção junto aos órgãos estaduais competentes. Alegre, inteligente e provocadora, Cidinha lembrou do início do empreendimento e da gentil convivência com Humberto Modiano. Polêmica, não economiza adjetivos nas críticas ao prefeito de Búzios e se diz surpreendida com os avanços de Cabo Frio. A deputada declara também que faz parte de seus planos vir morar em Búzios e se compromete a lutar para defender os interesses da região dentro da Alerj.

ACIDINHA CAMPOSDeputada Estadual (PDT/RJ)

Marconi Castro

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C i d i n h a C a m p osENTREVISTA

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Estou envolvida em uma CPI, a “Propina SA”. É uma coisa que eu gosto. Eu pago qualquer dinheiro para entrar em uma encrenca

A senhora está fazendo uma ação em Búzios que não tem nada a ver com a sua função. Por que resolveu fazer isso?

Eu acho que a função do deputado é tudo. E entrar na luta, morando aqui, as pessoas iam pensar que eu estava atuando em causa própria. Eu me contive o máximo que pude pensando, “alguém vai fazer al-guma coisa”, porque se eu fi zer, vão dizer que eu estou fazendo em causa própria.

Mas daí, vi que se eu não fi zesse algu-ma coisa, isso aqui ia virar um esgoto. En tão eu comecei a me movimentar nesse sentido. Com o fato do Minc ser secretario do Ambiente, e ser meu amigo, porque ele foi deputado comigo duas vezes, eu liguei pra ele e falei “olha Minc, não podemos continuar do jeito que está”. Ele tentou, mas não conhece ainda o problema. Mas, ele tem boa vontade e quer resolver o problema, ele acredita no que eu falo por-que, na verdade, tem sempre aqueles dois lados: “ela está me pedindo isso porque é necessário, ou porque mora lá?”.

Mas como ele confi a em mim e me leva a sério, ele tomou a providência de me ouvir e de mandar para cá uma draga. Essa draga, eu acho que não é da Serla, é uma draga contratada pela prefeitura. Esse serviço é obrigação da prefeitura.

A prefeitura atendeu à secretaria do Ambiente, então?

Eu acho que sim, porque eu não con-verso muito com o Meio Ambiente de Búzios. Aqui é meio partidarizado, como se o interesse público tivesse partido. O interesse público não tem partido!

Em sua opinião, como moradora, por que os canais da Marina chegaram a esse estado de assoreamento?

Chegou a esse estado porque a pessoa que mais lutava por isso morreu, que era o Modiano. Humberto Modiano cuidava disto aqui como se fosse seu fi lho predileto. Ele morreu, fi cou o Claudio.

A senhora tem casa aqui desde aquela época?

Eu fui a primeira a construir aqui. Esta é a primeira casa da Marina. Ele (Modiano) me ajudou muito a construir a casa no sen-tido de facilitar. Porque eu vim, comprei o terreno e pensei que ia construir só depois de dois anos. Aí me deu a louca e eu liguei para ele e disse, “Modiano, como vou fa zer? Eu quero construir na semana que vem”, e ele respondeu que era impossível, que o terreno ainda estava desnivelado e tal, eu disse pra ele “se vira, eu vou cons-truir!”. Daí ele puxou luz daquele prédio

lá de trás, porque não tinha luz, não tinha nada. Para ter luz eu tive que comprar o poste.Como fi cou o empreendimento depois da morte de Modiano?

Desde que ele morreu, seu fi lho Cláu-dio ainda tinha interesse. Ele ainda fez alguns eventos. Tinha um hotel, o Nas Ro cas. Era muito bom aquele hotel, eles faziam eventos, tinha a tarde do milho. Eles me pegavam aqui de barco, na traineira do Modiano, e diziam “Cidinha, vamos lá comer milho”. A gente ia lá e comia milho, depois a gente ia até a Tartaruga e comia um peixe, era um negócio, sabe, gostoso de fazer. O fi lho dele deu continuidade até que ele também morreu tragicamente. O outro fi lho não quis dar continuidade, o Eduardo.E desde então está abandonado?

Desde então está abandonado. Parecia que isso aqui era coisa privada. Isso não é

uma coisa privada! Foi um empreendimen-to privado autorizado pelo poder público que nós, confi antes no poder público, com-pramos nossas casas aqui. E agora estamos ameaçados!

Aqui se acordava com o barulho de lancha, ou de pescador pescando, porque meu fi lho pescou muito aqui. Meu fi lho que tem 25 anos pescou muito aquele peixe grandão, garoupa. E agora estamos ameaçados pelo esgoto.Hoje não se pesca nada no canal?

Ainda pulam uns peixinhos aí.(risos)E quando à urbanização? O bairro recebe atenção?

Está completamente abandonado. Quem plantou árvores aqui foi o Fumagali. Quem faz a limpeza, muitas vezes, somos nós. O caminhão de lixo passa duas vezes por semana, só o caminhão, porque varrer a rua, nem pensar! Eu já falei pro Fumagali que nos vamos nos reunir e sair catando lixo! E nós estamos ameaçados por dengue também. Como a senhora está vendo a administração do Turismo Náutico em Búzios?

Eu vejo a cidade abandonada como um

todo. Isto aqui (assoreamento do canal) é um refl exo disso, porque a coisa mais importante da cidade, que é o turismo principalmente o náutico, está abandonado. É uma falta total de visão estratégica do prefeito. Ele não acompanha a tendência da cidade, a alma da cidade. Búzios é uma cidade moderna, voltada para o turismo de classe. E ele faz pagode!!!!A Alerj pode ajudar no sentido de criar algum mecanismo de incentivo ao Turismo Náutico na região?

Claro que pode! E eu acho que isso tem que ser comigo. Tem o deputado Paulo Mello que também está muito interessado nisso. Ele não sabia o que estava aconte-cendo aqui e eu falei para ele. E ele, junto comigo, batalhou para conseguir a draga, ele conseguiu o caminhão para transportar a draga, porque ele é da região e se articula melhor do que eu.

Mas não é uma coisa do entendimento de toda a Alerj de que isso seja uma coisa importante. Nós vamos fazer com que isso se torne importante na Alerj. Eu vou falar com o presidente da Alerj, deputado Piccia-ni, para que ele compre a nossa briga. Ele também tem uma casa em Búzios. Porque nós estamos perdendo a coisa mais impor-tante, que eu já falei em outros jornais, que é a vocação náutica.Por que a senhora abandou o rádio pela política?

De raiva (risos) . Porque eu trabalhava em uma emissora e me proibiram de falar mal do Collor na campanha dele. E eu queria falar mal do Collor. Tudo o que eu queria era falar mal do Collor! Tive até que tirar umas férias. Mas quando voltei estava no segundo turno e eles me ameaçaram: “ou pára de falar ou está demitida”. Daí, pensei “eles me demitem aqui, mas não me demitem na vida”. Então, fui ser deputada, para falar tudo o que eu quiser. Agora não deixo nem deputado falar, sou processada a toda hora ( risos).Sente vontade de voltar ao ar?

Não, eu passei 24 anos acordando às 4:30 hs da manhã, de segunda a sábado. Isso eu já não tenho mais vontade de fazer.Quais são seus planos quanto à política?

A gente nunca sabe para onde vai. Sabe o Zeca Pagodinho? “Deixa a vida me levar...”.

Eu não estava querendo me envolver com coisas perto da minha casa e de re-pente esse canal virou um problema para mim. Eu estou envolvida em uma CPI, a

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C i d i n h a C a m p osENTREVISTA

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“Propina SA”. É uma coisa que eu gosto. Eu pago qualquer dinheiro para entrar em uma encrenca (risos).A senhora acha que a corrupção é um mal incurável na política?

Não. Eu acho que é uma visão errada dizer que a corrupção é na política. Não é não. Se não houvesse empresário corrupto não haveria deputado corrupto.Quando a Região dos Lagos vai ver a deputada Cidinha Campos brigando por ela?

Ah... Vocês estão querendo um macho aqui! (risos) Eu não sou uma política re-gional, que tem seus votos em um só lugar. Eu sou uma política de todo o estado, mas eu vou vir morar aqui em Búzios, estou me regionalizando, já até entrei na briga do canal.Qual a sua visão da Região dos Lagos?

Eu estive em Cabo frio ontem. Está limpo, está arrumado, bonito. O prefeito não é do meu partido, mas a gente tem que falar a verdade. O prefeito anterior deixou a cidade caipira. Hoje ela está mais cosmo-polita. A praia do Forte está mais bonita. Ele enfeitou a cidade para o Natal. Aqui em Búzios ninguém faz nada, não tem uma árvore, não tem uma bola! Essas bolas da entrada são as bolas eternas. “as bolas do prefeito” (risos). Sempre as mesmas bolas do prefeito, não tem outras!!! O que existe na Alerj voltado para o Turismo?

Tem uma Comissão de Turismo e Lazer. Eu vou tentar envolver o maior número de deputados, porque e a causa não é minha, é de Búzios e é preciso fazer alguma coisa.

Eu já tenho a boa vontade e o entendi-mento do Paulo Mello, já tenho a boa von-tade do secretário do Ambiente, o Minc.

Sei que vou ter a boa vontade do presidente da Alej, o Picciani, e sei que vou ter a boa vontade de qualquer deputado inteligente que veja nisso uma veia econômica. Nós tivemos um aeroporto aqui, que o Modia-no fez, cuja pista é maior que a do Santos Dumont. Aí vem o prefeito de Cabo Frio e faz a mesma coisa lá.

O nosso aeroporto em Búzios acabou, foi preciso fazer outro. Deviam ter apro-veitado a pista que já tinha em Búzios. Não existe um diálogo entre os prefeitos. Um é de um partido e o outro é de outro partido e eles brigam entre eles.

A senhora vê a região como um todo, ou como municípios isolados?

São municípios brigando entre si. De-veriam ser vistos como uma coisa só. Os municípios tinham que se unir com um calendário turístico único. Fazer grandes feiras regionais, como a Feira da Providên-cia , no Rio. Aqui tinha que ter uma grande feira náutica. Eu sei que têm tentativas, por exemplo, a feira de gastronomia que teve. Mas é tudo tão pobre, tão pouco profi ssio-nal. Não trazem grandes chefs do mundo para fazer grandes exibições. Os muni-cípios deviam se unir para realizar estes grandes eventos, só assim vão conseguir. Nós temos que incentivar a área náutica, aproveitando as belezas de Búzios, isso aqui é uma coisa de louco de bonito!A senhora é do PDT e, aqui em Búzios, o

partido tem um pré-candidato para as eleições municipais, que é o ex-prefeito Mirinho Braga. Como a senhora está se posicionando quanto a isso, aqui e na região?

Eu não gostava do Mirinho, eu achava ele um chato, mesmo sendo do meu par-tido. Porque a visão de político era boba, muito pequena. Quando ele foi eleito eu liguei para ele e ele não me atendeu. E eu sou do partido dele! Acho que ele pensou que eu ia pedir emprego (risos). Não era!!! Eu queria que ele me dissesse se precisava de alguma coisa para eu botar uma emenda no Orçamento, para trazer dinheiro para cá. Mas hoje somos amigos. Eu tenho que reconhecer que o Mirinho fez uma boa ad-ministração. Foi o primeiro prefeito depois da emancipação, ele teve que construir a sede do governo, e embora seja uma pessoa simples, ele é intuitivamente internacional. O que ele faz é inteligente, é pensando na cidade.

Agora, já o prefeito atual, eu tenho sérias restrições a ele. Não é porque não é do meu partido. Lá em Cabo Frio eu nem sei quem é o candidato do meu partido, mas eu acho ótimo esse prefeito que está lá, do PMDB.

E Búzios?O prefeito de Búzios não faz nada!

Esse negócio do canal, o Mirinho ainda tentava resolver o problema mandando dragar de vez em quando. A cidade está inteira esburacada, e ele é o “rei das pla-cas”. Está consertando o asfalto, e já coloca uma placa dizendo: “Mais uma promessa cumprida”. Que promessa? Tapar buraco? Na estrada de Cabo frio para Búzios, na parte de Cabo Frio a iluminação é perfeita, quando chega no limite das duas cidades, acabou, arrancaram os postes! Esse prefei-to não faz nada. Viva a diferença!

Nós estamos perdendo (em Búzios) a coisa mais importante, que é a vocação náutica

Vou vir morar aqui em Búzios, estou me regionalizando

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P a n o r a m a

N E G Ó C I O S

D I R E I T O D O C O N S U M I D O R

Quem tiver contratado um serviço de TV por assinatura não precisará mais pagar para usar um ponto-extra (com decodifi cador) ou uma extensão a partir de junho de 2008, independentemente do tipo de plano ao qual aderiu.

Esta é uma das novas regras previstas pelo Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura, divulgado no dia 06 de dezembro pela Agência Nacio-nal de Telecomunicações (Anatel).

As empresas de TV por assinatura terão 180 dias para se adequar às normas e mudar o relacionamento com os usuários dos 28,6 milhões de domicílios brasilei-ros atendidos pelo serviço.

O ponto-extra e a extensão não serão cobradas, entretanto, se o consumidor que contratou o serviço de TV por assinatura desejar que a empresa faça a instalação,

terá que pagar por isso. Também terá que pagar, uma única vez, pela ativação de um novo decodifi cador.

O novo regulamento da Anatel garante ainda ao usuário o direito de pedir, sem custos, a suspensão do serviço por períodos entre 30 e 120 dias, uma única vez em um período de 12 meses.

Outros itens de destaque são o que prevê o pagamento, em dobro e em dinhei-ro, das quantias pagas em decorrência de cobrança indevida feita pela prestadora e o que estipula o abatimento do valor propor-cional da assinatura em caso de interrupção do serviço superior a 30 minutos.

O documento estipula também o prazo de cinco dias úteis como limite para a so-lução de problemas com os assinantes e a existência de uma central de atendimento telefônica com ligação gratuita para o consumidor.

Consumidor não terá mais que pagar por ponto-extra da TV por assinatura

ANP interdita seis postos na Região dos Lagos

A ação de fiscalização realizada na última semana de novembro de 2007, pela Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na Região dos Lagos, resultou na interdição de seis postos revende-dores, por problemas de qualidade e comércio irregular dos produtos. Os fiscais percorreram quatro municípios: Ararauama, Cabo Frio, Rio das Ostras e São Pedro da Aldeia.

Os postos Itajuru de Cabo Frio Ltda, Auto Posto DGF Lagos Ltda, Auto-Posto Campomar Ltda, Posto de Gasolina Elefantinho Ltda e Auto Posto Fórmula Truck de Araruama vendiam combustível fora das especificações.

Além de comercializar produto não conforme, o Auto Posto Fórmula Truck de Araruama exercia a atividade sem autorização da ANP. O Posto de Gasolina Costa e Capozi Ltda, de São Pedro da Aldeia também operava sem autorização.

A multa prevista para venda de combustível adulterado varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões e são aplicadas ao final do processo administrativo iniciado com a interdição do estabe-lecimento.

Revendedores interditados Posto Itajuru de Cabo Frio Ltda - Cabo Frio. Motivo de Interdição: álcool fora das especifi cações Posto de Gasolina Costa e Capozi Ltda - São Pedro d’ aldeia . Motivo de Inter-dição: falta de autorização da ANP para o exercício da atividade Auto Posto DGF Lagos Ltda - São Pedro d’ aldeia Motivo de Interdição: gasolina com 70% de álcool Auto Posto Fórmula Truck de Ara-ruama Ltda - Araruama. Motivo de Interdição: falta de autorização da ANP para o exercício da atividade e gasolina com 29% de álcool Auto Posto Campomar Ltda - Rio das Ostras. Motivo de interdição: álcool fora das especifi cações Posto de Gasolina Elefantinho Ltda - São Pedro da Aldeira . Motivo da inter-dição: álcool fora das especifi cações

Caravana Social Petrobras Permitir a igualdade de acesso ao

Programa Desenvolvimento e Cidadania Petrobras, que irá investir R$ 1,3 bilhão em patrocínio de projetos sociais no Brasil até 2012. Foi com este objetivo que a Caravana Social Petrobras esteve em Macaé, reunindo cerca de 100 pessoas entre profi ssionais de diversas ONGs e entidades da região que atuam na área social. “Pedimos que a Caravana viesse à região porque temos a expectativa de que os municípios da área de infl uência da Bacia de Campos participem mais do processo e tenham mais chances de serem selecionados”, disse o gerente de Comunicação da Petrobras na Bacia de Campos, Lincoln Weinhardt.

Só para a seleção pública 2007/2008, que tem inscrições abertas até 11 de janei-ro, serão disponibilizados R$ 27 milhões para patrocínio de projetos sociais rela-cionado a um dos três temas propostos: Geração de Renda e Oportunidade de Trabalho; Educação para a Qualifi cação Profi ssional; e Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.

R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L

Prefeitos se reúnem em Cabo Frio

P E T R Ó L E O

Os prefeitos participantes da Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo) estiveram reunidos em Cabo Frio, no dia 11 de dezembro último, no Clube Náutico.

Na pauta, a discussão de um parecer acerca da inclusão de novos municípios na Zona de Produção Principal e o agen-damento de um reunião com o governador Sérgio Cabral.

Além do presidente Armando Carneiro (prefeito de Quissamã), a reunião contou com a participação dos prefeitos Marqui-nho Mendes (Cabo Frio), Riverton Mussi (Macaé), Rubem Vicente (Carapebus), além dos vice-prefeitos Zé Alexandre (Casimiro de Abreu) e Ronaldo Fróes (Rio das Ostras).

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e posse de uma licença prévia emitida pela Fundação de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), o Club Mediterra-

neé, que compreende um complexo hote-leiro estilo resort, a ser instalado na Praia do Peró, em Cabo Frio, parece ter sinal verde para seguir em frente. Mas quando o

A restinga e o uso sustentável

Seminário realizado em dezembro inaugurou novo posicioname nde ambientalistas para tentar frear o Projeto Reserva PeróThiago Freitas assunto envolve um ecossistema complexo

e dinâmico como a restinga do Peró, com dunas, alagados e uma vegetação nativa rica em diversidade de espécies, os ventos podem mudar de direção. No início do mês de dezembro, a realização do seminário “Restinga – Uso Sustentável: Um Desafi o ao Desenvolvimento” deu o primeiro sinal dessa mudança. O encontro da sociedade científi ca, de ambientalistas e de entidades

civis organizadas representou, para os em-preendedores, um alerta de que novas es-tratégias para frear e redirecionar o Projeto Reserva Peró estão sendo planejadas.

O evento foi promovido pela Associa-ção de Meio Ambiente (AMA) de Cabo Frio, e realizado no Convento Nossa Se-nhora dos Anjos, com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

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e nto e nova estratégia

ameaçado. E estamos falando de todo o litoral do Estado do Rio. O evento está também “linkado” com o tema Projeto Re-serva Peró, e o objetivo é disseminar mais informação sobre o tema, agregar mais dados. É preciso que a sociedade conheça o que está acontecendo sobre essa ocupação. Se as pessoas entenderem que aquilo é um patrimônio da humanidade, elas criarão um pensamento crítico a respeito”, explicou Liana, acrescentando que a idéia, agora, é levar essas informações ao grande público, o que não foi possível nas duas audiências públicas já realizadas sobre o assunto.

“Se é um bem da coletividade, preci-sa-se ouvir a coletividade. Esse assunto precisa ser alastrado. Por isso estamos pensando em fazer um grande apanhado de toda documentação sobre o assunto para preparar slides ou um documentário, que deverão ser apresentados em diversas comunidades do município”, alinhou a ambientalista.

O bicho-papão é o licenciador ambiental

Levando em consideração as diversas palestras que fi zeram parte do seminário, entre elas a do pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Cyl Farney Catarino de Sá, Liana Turrini faz a se-guinte constatação: “o bicho-papão é o licenciador ambiental”, referindo-se à Feema, que concedeu a licença prévia com dados e informações que foram for-temente contestadas durante o seminário, principalmente por Cyl Farney, ex-membro do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pau-Brasil. A área onde o Reserva Peró deve ser construído se encontra dentro desta APA, onde também existem elementos de Área de Preservação Permanente (APP).

“A má distribuição dessas áreas de proteção foi um dos fatores que me fez deixar o conselho. Para mim, APA, neste caso, passou a signifi car ‘Área de Prosti-tuição Ambiental’. O que precisamos é de uma Unidade de Conservação Integral. A Feema quer empurrar para a sociedade um dado falso de que há uma área com 60% de degradação, o que não existe. Estive lá, estudei o local e posso garantir que por todo ele existe vegetação”, afi rmou Cyl Farney.

Com base em tese de doutorado que realizou e concluiu no ano passado, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

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APA DO PAU-BRASILPraia do Peró

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(Iphan) e da organização não-governamen-tal S.O.S. Mata Atlântica.

Segundo a presidente da AMA, Liana Turrini, o objetivo do seminário foi dis-seminar informação e acrescentar maior quantidade de elementos ao debate sobre a instalação do Club Med no município.

“Precisamos dar à população o enten-dimento de que a restinga fl uminense é um patrimônio extremamente rico, porém

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(UFRJ), Cyl Farney falou sobre a estrutura, diversidade e conservação de angiosper-mas no centro de diversidade de Cabo Frio. Em seus estudos, focados na Serra de Sapiatiba, APA de Massambaba e APA do Pau-Brasil, ele apresentou a catalogação de espécies nativas de plantas nas fl orestas regionais.

No total, foram registradas 1184 espé-cies, entre restingas (876), fl oresta estacio-nal (516) e áreas arbustivas de morro (53). Contudo, Cyl explica que existe um impor-tante detalhe que fortalece ainda mais essa riqueza do ponto de vista regional.

“No Estado do Rio, de Parati ao Norte Fluminense, temos listado mil espécies por toda planície costeira. O que signifi ca dizer que 876 estão localizadas neste centro de restinga de Cabo Frio. É possível entender agora por que esta é uma área muito espe-cial e ainda mal estudada? Isso equivale dizer que engrossei a listagem do Rio em mais de 70%, pois até pouco tempo era uma lista com menos de cem espécies”, argumenta o pesquisador.

O sustentável e o não-sustentável

Nesse embate ecológico e desenvol-ventista, não existe um bom e outro mau. Apenas o que é sustentável e não-sustentá-vel. Uma das participações mais esperadas do seminário, o diretor da organização não-governamental S.O.S. Mata Atlântica, Mauro Montovani, fez questão de deixar isso claro e não proferiu nenhum discurso que beirasse o radicalismo. Seu alerta foi justamente para o desafi o de aprender a em-preender com responsabilidade ambiental e social, isto é, o desafi o do desenvolvimento sustentável.

“Nossas estimativas são de que 93% de florestas de Mata Atlântica foram destruídas. O pior. Dos 93% destruídos, não sabíamos o que existia. Até onde vai o limite ético disso?”, informou, questio-nando, Montovani.

Montovani disse ainda que 3,4 mil mu-nicípios estão dentro da Mata Atlântica, e que 60% da população estão onde um dia já foi a Mata Atlântica. “Isto quer dizer que nossa história ainda é de degradação. Além disso, não temos mais restingas para pro-teger. Vamos ter que aprender com esta de Cabo Frio, onde querem instalar o Resort Peró”, salientou, concluindo: “É importan-te que haja cidadania ativa para encontrar as melhores soluções e que não deixem que

esse projeto caia numa campanha eleitoral, porque do contrário todos sairão perdendo, inclusive os empreendedores”.

Vereadores teriam alterado a Lei Orgânica Municipal

Durante o seminário, foi protocolada a entrega de um documento pela arquiteta, técnica do Iphan e membro do Conselho Gestor da APA do Pau-Brasil, Maryane Medeiros, ao deputado federal Paulo César da Guia (PR-RJ), que representava a Frente Parlamentar Ambientalista.

O documento, segundo Maryane, tratava da lei 1968/2006, sancionada pela prefeitura às vésperas da primeira audiên-cia pública sobre o Club Med, realizada em novembro do ano passado.

“Buscamos e fizemos análise dessa

D e s e n v o l v i m e n t o

CYL FARNEY CATARINO DE SÁPesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Estive lá, estudei o local e posso garantir que por todo ele existe vegetação

MAURO MONTOVANIS.O.S. Mata Atlântica Não temos mais restingas para proteger. Vamos ter que aprender com esta de Cabo Frio, onde querem instalar o Resort Peró

LIANA TURRINI presidente da AMA A restinga fl uminense é um patrimônio extremamente rico, porém ameaçado

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Área onde será construído o Club Med

a legislação, apresentando inclusive ao Ministério Público Federal e Estadual. Ao contrário do que se pensa, quando a Feema der a aprovação para a construção do núcleo residencial do Reserva Peró, o que passa a valer é que cada um daqueles que comprarem um dos 1.040 lotes passa a ter direito de construir de acordo com a legislação. E a legislação, entre outras bar-baridades, diz que 70% dos lotes podem ser impermeáveis, que 100% dos lotes podem se tornar em subsolo, a um metro e meio acima do nível da rua, ou seja, aquela pai-sagem será asfaltada, será concretada, não vai sobrar plantinha nenhuma para contar história”, afi rmou a conselheira.

Paulo César garantiu que irá juntar o tex-to aos outros materiais que vêm analisando sobre o empreendimento Reserva Peró e que irá pedir a apuração de todos os fatos.

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“Para fazer isso, a Câmara Municipal de Cabo Frio fez alterações na Lei Orgâni-ca, o que os vereadores terão que explicar de forma muito clara”.

O deputado federal se disse também contra o empreendimento, pelo menos até que se tornem convincentes os argumentos de que isso será bom para o município de Cabo Frio e cidades vizinhas.

O empreendimento Club Med, quatro empreendimentos

hoteleiros, campo de golfe, 12 núcleos residenciais (1.040 lotes), setor espor-tivo e de lazer e setor comercial, tudo isso numa área de 4.500.000 m² (quatro milhões e quinhentos mil metros qua-drados, o equivalente a 450 campos de futebol).

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14 CIDADE, Janeiro de 2008

Cartas para o EditorPraia das Palmeiras, 22 - Palmeiras, Cabo Frio/RJ - Cep: 28.912-015E-mail:[email protected]

C a r t a s

www.revistacidade.com.brJaneiro, 2008

Publicação Mensal NSMartinez Editora MECNPJ: 08.409.118/0001-80

Redação e AdministraçãoPraia das Palmeiras, nº 22 Palmeiras – Cabo Frio – RJCEP: 28.912-015 [email protected]

Diretora ResponsávelNiete [email protected]

ReportagensGraciele SoaresJuliana VieiraJuliana LatozinskiMartinho SantaféRenato SilveiraRoberta VitorinoThiago FreitasTomás BaggioVanessa Campos

Fotografi asCesar ValenteCezar FernandesMarconi CastroPapiPressTatiana Grynberg

ColunistasÂngela BarrosoDanuza LimaOctávio Perelló

Produção Gráfi caAlexandre da [email protected]

ImpressãoEdiouro Gráfi ca e Editora S.A

DistribuiçãoSaquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Quissamã, Campos, Macaé, Rio de Janeiro e Brasília.

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

NESTA OPORTUNIDADE QUERO cumprimentá-la pela polêmica matéria e ao mesmo tempo sugerir o envio deste número abordando a violência para o ISP-SSP RJ. A. Cordeiro (Búzios/RJ)

É SEMPRE MUITO BOM VER QUE A imprensa se preocupa com os níveis de violência que a sociedade enfrenta. Parabéns pela matéria Além dos Números, e espero que essa revista continue abordando esse tema e aprofundando a discussão.Antonio Carlos Junqueira Soares (Cabo Frio/RJ)

LI A REPORTAGEM DE VIOLÊNCIA E achei que a revista da Cidade não mostrou o que está acontecendo mesmo por aí. Tem assalto toda hora no centro de Cabo Frio, nas casas e nas lojas. É por isso que tem mais prisão, porque tem mais bandido solto nas ruas aterrorizando a população.Greiciane da Silva Pinto (Cabo Frio/RJ)

Passagem de 1 real. Com relação a lei que instituiu a passagem de um real, gostaria de saber quem vai controlar a cobrança do real por passagem que a Salineira vai fazer mensalmente.Se a Salineira é quem controla o equipamen-to, acredito que poderá cobrar qualquer valor no fi nal do mês.A solução que imaginei pra isso seria a publicação mensal em um jornal ou revista de grande circulação com os nomes e hora-rios de utilização de cada portador. assim a sociedade poderia constatar se a salineira estaria ou não “inventando” passagens e passageiros.Nelson Borges Machado (Cabo Frio/RJ)LINDÍSIMAS AS FOTOGRAFIAS DAS

fazendas de Quissamã. Cumprimento o fotó-grafo Cézar Fernandes e a revista pela beleza da paginação e qualidade da impressão. Po-demos notar o cuidado que a prefeitura tem com essas construções, que são patrimonio de todo o estado do Rio de Janeiro. Que sirva de exemplo para outras prefeituras.Jacques dos Santos (Niterói/RJ)

PREZADA SRA. NIETE MARTINEZ - diretora Responsável da Revista Cidade, Primeiramente quero informar-lhe que sou leitora assídua, fã e colecionadora dessa revista desde o seu primeiro número. Para-benizo sua equipe de jornalistas, fotógrafos, colunistas e colaboradores pelo conteúdo das matérias e belas fotografi as. Hoje podemos afi rmar que a Região dos Lagos/Costa do Sol tem um importante veículo de informação, tão ou mais importante do que as revistas de nível nacional, pois a Revista Cidade trata de assuntos internos, setoriais e regionais sem perder a visão global.Quero também agradecer o carinho pela matéria espontânea, publicada na edição de nº 20, em dezembro, na página 37, coluna Gente. Solicito, no entanto, uma RETRATA-ÇÃO por parte da Revista Cidade, uma vez que a nota emitida com o meu perfi l, lançou-me desde já como candidata a Vereadora e, isso pode comprometer a minha intenção a uma futura candidatura, uma vez que hoje, sou apenas PRÉ-CANDIDATA como todos os outros.Com votos de Boas Festas, desejo para todos um Feliz 2008!Cristiane Oliveira (Búzios-RJ)

A VIOLÊNCIA É UM TEMA TÃO ABRAN-gente e tão presente na vida de todo mundo, que sua revista vai ter que fazer outras ma-térias para esgotar o assunto. Parabéns pela iniciativa e pela qualidade da revista. Jorge Koztch (Rio de Janeiro/RJ)

QUE MARAVILHA A MATÉRIA SOBRE o Circo-lo Social. Esse pessoal merece! Pa-rabéns para o Pap e toda a equipe que estão conseguindo levar o Circo-lo para fora de Búzios e mostrar o talento e a força desse lindo trabalho. Marcia de Sá (Búzios/RJ)

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15CIDADE, Janeiro de 2008

Danuza Lima é [email protected]

N U T R I Ç Ã O

Vitamina A

DANUZA LIMA é [email protected]

defi ciência de vitamina A (DVA) é considerada um dos proble-mas de saúde pública de fácil

prevenção, em muitos países. A causa principal é a defi ciência alimentar. Essa carência representa a terceira causa de cegueira no mundo.

A vitamina A é importante para as funções da retina, reforço do sistema i munológico, formação dos ossos, pele, cabelos e unhas, desenvolvimento em-brionário além de ser antioxidante.

Atualmente, sabe-se que a DVA po-de tornar mortal até doenças como sa-rampo. 23% das mortes por diarréia em crianças brasileiras estão associadas à DVA. Essa defi ciência está presente em mais de 60% da população brasileira, principalmente nas classes mais pobres onde está associada, muitas vezes, à monotonia alimentar.

Outros fatores importantes con-tribuem para o quadro, como a baixa ingestão de lipídeos que aumentam a biodisponibilidade da vitamina A, falta de saneamento básico e água tratada, alta prevalência de infecções, além de tabus alimentares.

São fontes de vitamina A os ali-mentos de cor vermelha, laranja e ver de escuro como cenoura, batata-doce, brócolis, espinafre, leite, queijo, iogurte, frutas, mamão, laranja, além de fígado.

O leite materno é fonte natural da vitamina A. Promover o aleitamento é uma maneira de proteger as crianças contra a DVA.

Existem evidências de que os pro gramas de intervenção nutricional podem evitar, a cada ano, a morte de até 2,5 milhões de crianças e salvar da cegueira nutricional cerca de 500.000 crianças. Em função disso, o Banco Mundial calcula que o custo de não intervir para superar as carências espe-cífi cas, é 10 vezes maior do que o custo de programas de intervenção.

Assim, é preciso que diversos seto-res como universidades, governo, mí-dia, indústria e população comecem a interagir de fato, fazendo com que mais programas de intervenção nutricional sejam defi nitivamente implantados.

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16 CIDADE, Janeiro de 2008

le e os outros pré-candidatos, o ex-prefeito Renato Vianna (PSB) e o ex-vereador Wanderson Cardoso de Brito, o Andinho (PMDB), estão em busca de apoios

políticos e coligações partidárias. Adversárias históricas, as tradicionais famílias Vianna

e Barcellos decidiram se unir para as eleições do ano que vem. A disputa, desde o tempo em que Arraial pertencia a Cabo Frio, tomou grandes proporções com a emancipação da cidade, em 1985. O primeiro prefeito foi justamente Renato Vianna, ganhando de Hermes Barcellos (PDT). No pleito seguinte, Hermes foi eleito e faleceu na metade do mandato. Seu vice, Francisco Sobrinho, assumiu o restante do período. Vianna ainda voltou a ser prefeito de Arraial do Cabo, sendo derrotado pelo atual prefeito, Henrique Melman (PDT), em 2000 e 2004. Agora, em uma aliança inesperada, ele terá como vice a fi lha de Hermes, Marilene Barcellos (PSB).

“Ela entendeu que nossa proposta se coadunava mais com seus sentimentos políticos. Foi uma satisfação mui-to grande, principalmente por ser uma mulher honesta, idealista e guerreira. Além do fato de ser mulher e, com isso, estamos homenageando todas as mulheres do mu-nicípio”, afi rmou ele.

O ex-prefeito de Arraial garante que já superou as duas derrotas para o atual prefeito Henrique Melman. Renato culpa o chefe do executivo pelo fechamento da Companhia Nacional de Álcalis, e faz críticas a Andinho e José Bonifácio.

“Pessoalmente, não tenho nenhum tipo de restrição

Mal começou, e a disputa eleitoral já movimentou todo o panorama político da pequena Arraial do Cabo. A defi nição do nome do ex-prefeito de Cabo Frio e ex-deputado estadual José Bonifácio Ferreira Novelino (PDT), como pré-candidato do governo à sucessão, motivou o início da campanha e a discussão na cidade.

Estamos tendo conversas muito produtivas com o Fuad. Mas nada está defi nido ainda

José Bonifácio Ferreira Novelino

Vista parcial da cidade de Arrarial do Cabo / RJ

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Temos uma candidatura consolidada, com nada menos do que 106 candidatos a vereador no nosso arco de alianças, que já tem dez partidos

Wanderson Cardoso de Brito Andinho

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ao Bonifácio. Politicamente, entendo que ele entra numa disputa eleitoral fora de seu ninho político, numa tentativa de se reerguer, uma vez que em Cabo Frio, onde sempre militou, se transformou em um político inexpressivo. Ao Andinho, falta maturidade, humildade e conhecimento político para tirar o Arraial do Cabo do marasmo que se encontra”.

Na disputa desde o fi m das eleições de 2004, quando fi cou em terceiro lugar, Andinho aponta o turismo como saída para a economia cabista. Ele, que já recebeu o apoio de quatro dos nove vereadores da cidade, está agora às voltas com a escolha do vice.

“Temos uma candidatura consolidada, com nada menos do que 106 candidatos a vereador no nosso arco de alianças, que já tem dez partidos. Preciso de todos os apoios possíveis e não vou recusar nenhum”, garantiu o pré-candidato do PMDB.

Até pouco tempo, Andinho era aliado do empresário Fuad Zacharias (PSL), que chegou a ser anunciado como seu vice. No entanto, o acordo entre eles, que passava pelo prefeito de Cabo Frio, Marcos Mendes, envolvendo um terreno no segundo distrito cabo-friense, foi por água abaixo. Pelo acordo, Fuad seria autorizado a lotear o terreno, em Unamar, em troca do apoio a Andinho.

“Estamos conversando com todos aqueles que que-rem o bem da cidade. Com todos que têm projetos para nossa população. Mas, se o assunto partir para o interesse pessoal, deixa de ser interessante para nós”, afi rmou Andinho.

O empresário Fuad Zacharias chegou em Arraial há seis anos e hoje realiza vasto projeto social na cidade. Ele doa cestas básicas, remédios, cirurgias e até casas. Fuad se aproximou dos vereadores cabistas e chegou a ter uma “bancada” na Câmara. Depois de brigar com os vereado-res que o apoiavam, ele assumiu a presidência municipal do PSL para, caso queira, ser candidato a algum cargo. Agora, Fuad se aproximou do pré-candidato pedetista José Bonifácio, e seu nome é cogitado para ser vice.

Para Bonifácio, o último a entrar na briga, o apoio, se acontecer, será bem-vindo. Ele foi convocado pelo prefeito Henrique Melman após uma disputa no governo pela candidatura. Sem um nome expressivo, Melman convocou aquele que foi seu candidato a vice nas últi-mas eleições, tendo deixado o cargo para ser deputado estadual, o que provocou um rompimento temporário entre eles.

“Estamos tendo conversas muito produtivas com o Fuad. Mas nada está defi nido ainda”, garante ele.

Para Zezinho, como é conhecido, ter sido chamado às pressas não foi um problema. Segundo ele, o objetivo, agora, é conquistar os pedetistas tradicionais, que estariam optando por outras candidaturas na falta de um nome do PDT. Entre as atividades, ele já começou a fazer as tradicionais caminhadas pelos bairros da cidade.

“No lançamento da minha candidatura, o clima era de euforia. De lá pra cá, tenho visto um grande entusiasmo entre os verdadeiros pedetistas. Nas eleições passadas, Melman teve mais votos do que os outros candidatos somados. Estamos trabalhando para garantir e recuperar esses eleitores”, declarou Bonifácio.

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iólogo formado pela UFRJ, doutor em Ecologia de Águas pelo Max-Plack-Institut fur Limnogie (Alemanha), Francisco de Assis Esteves, professor titular em Ecologia pela UFRJ e diretor do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem/UFRJ), não

economiza críticas ao processo de crescimento não sustentável registrado em Macaé nas últimas décadas, embora seja um dos municípios de maior prosperidade econômica do país. “Infelizmente, este crescimento tem acontecido de forma irregular e cada vez mais às expensas da degradação ambiental”, afi rma.

Esteves é autor de vários livros e mais de uma centena de artigos na área de Ecologia. Com sua equipe do Nupem/UFRJ, realizou pesquisas que levaram o governo federal a criar o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, abrangendo os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. Para ele, diante do fato de que Macaé ainda não contar com uma con-siderável riqueza natural, existe a necessidade de ações que chamem e atenção para os riscos e prejuízos que a má conservação dos ecossistemas, principalmente os aquáticos, pode trazer em um futuro próximo para a cidade e a região.

O Projeto EcoLagoas, fruto de parceria entre UFRJ, Petrobras e Pre-feitura de Macaé, é hoje um dos mais bem sucedidos do Brasil na área de Limnologia e de Meio Ambiente, sendo coordenado pelo professor Esteves. O EcoLagoas surgiu em 1992, com o objetivo inicial de estudar as praticamente intocadas lagoas costeiras da Restinga de Jurubatiba.

Naquela ocasião os pesquisadores da área de Limnologia da UFRJ desempenhavam suas pesquisas em condições muito precárias e, muitas vezes, valendo-se de recursos próprios. “Entretanto, explica o biólogo, mesmo com essa difi culdade os resultados das pesquisas realizadas nas la-goas costeiras da Restinga de Jurubatiba atentavam para a impressionante singularidade destes ecossistemas, no que dizia respeito à biodiversidade aquática e ao complexo equilíbrio ecológico e sensibilidade que tais ecossistemas apresentavam”.

Estes fatos, aliados à expectativa da iminente explosão econômica e populacional que a exploração petrolífera promoveria na região, estimu-laram os pesquisadores a encontrar maneiras de consolidar suas pesquisas como ferramenta na obtenção urgente de conhecimentos que pudessem alertar para a importância ecológica dos ecossistemas aquáticos da região, bem como subsidiar propostas de recuperação caso os mesmos fossem impactados por atividades humanas.

Lagoa ameaçada O atual estado da Lagoa de Imboassica, locali-zada no perímetro urbano de Macaé, é um exemplo do crescimento não sustentável. O principal impacto sofrido pela lagoa é o despejo de esgotos domésticos não tratados, embora outras fontes de degradação, como aterro das margens e desmatamento da sua bacia de drenagem, também sejam fatores que contribuem para o estado atual de degradação da lagoa.

Segundo Esteves, existem medidas mitigadoras que podem ser em-

Meio AmbienteM a c a é

A maior vítima do crescimento não sustentávelMartinho Santafé

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pregadas para a recuperação da lagoa Imboassica, mas estas terão caráter apenas paliativo se a fonte do problema, o despejo de esgotos, não for cessada. “A abertura de barra da lagoa é uma medida que tem uma série de efeitos colaterais para o funcionamento do ecossistema, uma vez que aumenta muito sua salinidade, mas que pode ser usada com certa efi ciência na recuperação da lagoa desde que não ocorra mais despejo de esgotos. Do contrário, a abertura da barra tem o efeito de uma descarga de banheiro, só removendo os dejetos humanos temporariamente”.

Falta de cuidado Outra crítica contundente aponta para a atual situação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA Juru-batiba): “É o retrato da falta de cuidado com que as questões ambientais vêm sendo tratadas pelo governo no Brasil. O IBAMA acusa não dispor de recursos sufi cientes para realizar atividades básicas, como a simples fi scalização, e como conseqüência, as agressões ambientais impostas ao PARNA Jurubatiba são cada vez mais freqüentes, como por exemplo, as sucessivas aberturas artifi ciais criminosas da barra de areia que várias lagoas do PARNA sofreram nas últimas estações chuvosas”.

O descaso pode ser visto, ainda, através da quantidade de lixo que existe dentro da área do Parque, sem contar os casos de assaltos que visitantes e mesmo pesquisadores já sofreram no interior do mesmo. “O Parque não dispõe também de vias e acessos que permitam que os visitantes apreciem as belezas naturais ainda existentes numa área tão próxima a grandes cidades. Pode-se dizer que a falta de interesse político do Governo Federal é a principal causa do estado de abandono o qual se encontra o PARNA de Jurubatiba atualmente”, denuncia o pesquisador.

Apesar das condições precárias em que o Parque se encontra, as pesquisas têm mostrado a sua importância para o planeta. “A descoberta de espécies endêmicas de crustáceos, ou seja, espécies que até onde se têm registros só ocorrem nas lagoas de Jurubatiba, foram recentemente confi rmadas. Outras pesquisas importantes também desenvolvidas nas lagoas do Parque é o papel dos ecossistemas aquáticos sobre o efeito estufa”.

De acordo com o diretor do Nupem/UFRJ, as pesquisas mostram, ainda, que algumas lagoas possuem a capacidade de absorver CO2 da atmosfera, através da fotossíntese realizada pelas algas planctônicas e pelas plantas aquáticas. “Entretanto outras lagoas comportam-se de forma contrária, sendo emissores de CO2 para a atmosfera. As pesquisas atuais estão tentando desvendar o que determina a variação deste comportamento de ecossistema para ecossistema”.

UFRJ em Macaé O professor Francisco Esteves acredita que a ofi cialização do Nupem como campus avançado da UFRJ em Macaé, foi o primeiro passo no processo da interiorização da UFRJ no estado do Rio de Janeiro. “Ao contrário de São Paulo, onde a maioria das uni-versidades públicas possue campus localizados em cidades do interior, no Rio de Janeiro esta realidade é ainda bastante incipiente, o que pode ser certamente apontado como uma das razões para o relativo atraso sócio-econômico das cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro comparado às cidades do interior de São Paulo”, diz.

Atualmente, no Nupem/UFRJ é ministrado o curso de Ciências Biológicas, mas já está previsto para o ano de 2008 o início do curso de Farmácia. O objetivo é cada vez mais solidifi car a presença da UFRJ na região Norte Fluminense aproximando da população local o reconheci-do ensino de qualidade desta instituição. “Espera-se com estas atitudes ajudar a promover o crescimento sócio-econômico da região em bases sustentáveis e também despertar em outras universidades a importância e possibilidade de tal iniciativa, que atualmente é uma das metas prioritárias no plano de educação do Governo Federal”, diz o professor.

FRANCISCO DE ASSIS ESTEVESProfessor titular em Ecologia pela UFRJ

Pesquisadores do projeto EcoLagoas analisam na lagoa Cabiúnas, no PARNA Jurubatiba, o efeito da retirada de peixes predadores sobre a proliferação de algas e a qualidade da água na lagoa

Infelizmente, este crescimento tem acontecido de forma irregular e cada vez mais às expensas da degradação ambiental

Sede do Nupem/UFRJ, construída em parceria entre Petrobras e prefeiturade Macaé

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assunto veio à tona de maneira prosaica. Como a Barnato está lo-calizada na BR 101, num trecho de passagem obrigatório de quem vem

de Búzios para o Rio de Janeiro ou vice-versa, o vereador Flávio Machado (PSDB), em suas andanças, estranhou ao avistar veículos da municipalidade estacionados em frente à ofi cina, que funciona também como loja de autopeças. Foi até lá e des-cobriu que a prefeitura buziana consertava parte de sua frota no local.

Foi a senha para que o parlamentar enviasse um requerimento ao Executivo solicitando maiores informações sobre o caso. Ao chegar a documentação, Flávio verifi cou que algo havia de errado naque-las notas, e que o melhor caminho seria

Rebimboca da parafuseta

Armação dos Búzios, badalado balneário do litoral fl uminense, principalmente nesta época do ano, volta a ser destaque na imprensa, desta vez por um motivo diferente. Ao invés de matérias sobre praias e Rua das Pedras, a população vem sendo bombardeada com informações e denúncias de irregularidades na contratação, por parte da Prefeitura Municipal, dos serviços de uma ofi cina de automóveis no município de Rio Bonito, a Barnato Comércio de Peças Ltda, que supostamente estaria superfaturando os trabalhos executados.

aprofundar as investigações, através da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI -, que foi aprovada por unanimidade, e que já é conhecida nas ruas como “CPI do Parafuso”, numa alusão a algumas notas fi scais que atestam a compra deste artefato por R$ 250 a unidade.

Para Flávio, que presidirá a CPI (o rela-tor será o vereador Messias Soares (PDT), os indícios de que há algo de podre no reino da Armação são muitos. Munido de uma série de documentos, o parlamentar aponta, no meio deles, alguns itens que carecem de explicação.

“Temos aqui, por exemplo, esta nota, emitida em 3 de julho de 2007, que inclui a lavagem do veículo S10, placa LOI 1291. Só que, pelo que está aqui, o carro foi lavado duas vezes na mesma data, e o pior, com valores diferentes. Há aqui uma

anotação no preço de R$ 96,50, e outra, a R$ 85”, estranhou.

A história do parafuso também intriga o vereador. Embora esse material, depen-dendo das especifi cações, possa custar até mais de R$ 250, não há nada nas notas que indique se tratar de algum tipo especial do artefato.

“São quatro notas onde se repete a compra de parafusos a este valor, que a princípio, me parece muito alto, pois não há nada que indique que se trata de um tipo especial”, questionou.

Flávio pretende começar as investi-gações da CPI ainda durante o recesso parlamentar. A princípio, pretende apenas observar com mais cuidado a documenta-ção, e fazer algumas diligências.

“Vamos começar os trabalhos logo, e iniciar a temporada de depoimentos logo

Renato Silveira / Fotos PapiPress

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após o recesso. Há muitos itens estranhos nas notas emitidas. A CPI tem o prazo de 90 dias para concluir os trabalhos, que podem ser prorrogados por mais tempo, mas acho que não vai haver necessidade”, acredita.

Sem contratoAssustado com a repercussão do caso,

um dos sócios da Barnato, Roberto Si-nionato, contou que presta serviços para a prefeitura de Búzios desde 1998, e que lidava com os veículos que trafegam com freqüência entre o balneário e a capital do Estado. A empresa trabalha também com as prefeituras de Tanguá, Silva Jardim e Rio das Ostras.

“São carros que prestam serviços à Secretaria de Saúde, que fazem transporte de pacientes para o Rio de Janeiro. Como fi camos no meio do caminho, há maior facilidade para a execução”, informou.

Segundo Roberto, a prefeitura buziana não produzia empenho prévio para os serviços prestados pela Barnato, mas eles eram feitos assim mesmo. Após a execução de um montante de serviços a empresa enviava para o governo um orçamento contendo as despesas feitas no período que, então, fazia a abertura de um processo e o posterior empenho do valor gasto. Apenas depois disso, era emitida a nota fi scal .

“O carro chegava, a gente fazia o serviço. Depois, com orçamento na mão a prefeitura empenhava. Tudo isso demora-va um pouco, mas dava agilidade para os consertos. Imagina se tivesse que esperar empenhar para executar o trabalho?”, questionou.

Trâmites Na hora de emitir as notas, Roberto

conta que elas seguiam fi elmente o orça-mento enviado ao governo, e que só era cobrado o que realmente foi executado. Mas não soube explicar, por exemplo, como foi emitida a nota da lavagem da S10 duas vezes no mesmo dia, a valores diferentes.

“São os trâmites da prefeitura. O servi-ço foi feito em julho, não lembro detalhes, mas se for chamado para depor na CPI, vamos relembrar os fatos, e certamente haverá uma explicação”, acredita.

Em relação ao parafuso de R$ 250, Roberto explica que na verdade, a espe-cifi cação do item era bem maior, e que a nota foi emitida desta forma apenas para otimização de espaço.

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Na verdade, o item completo é um tubo reservatório hidráulico com parafusoRoberto Sinionato

Galpão da ofi cina está repleto de carros da prefeitura de Búzios

Preços inconsistentes

Notas mostram que S10 foi lavada duas vezes no mesmo dia com preços diferentes

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“Na verdade, o item completo é um tubo reservatório hidráulico com parafu-so”, explicou o sócio.

Durante todo esse período, a Barnato vinha prestando serviços à prefeitura de Búzios sem contrato prévio, situação que foi modifi cada em dezembro deste ano, logo após a divulgação destes fatos. O Boletim Ofi cial do município de n° 265 publicou empenho é no valor de R$ 525 mil para o ano de 2008.

Legislação Segundo Nilton de Aquino Andrade,

presidente do Grupo Sim, empresa especia-lizada em consultoria, e que presta serviços para prefeituras da Região dos Lagos, como São Pedro da Aldeia, não é permiti-do, pela legislação brasileira, a contratação de serviços sem empenho prévio. E se os valores ultrapassarem R$ 8 mil é necessária a realização de uma licitação.

“Nesse caso específi co, eu recomenda-ria a realização de pregão, que é um dos moldes possíveis de licitação. Com esse formato, várias empresas participariam deste leilão ao contrário, e quem desse o menor preço, faria o serviço”, explicou.

A assessoria de Comunicação da pre-feitura de Búzios, informou que o prefeito Antônio Carlos Pereira da Cunha (PMDB), conhecido como Toninho Branco, não vê nenhuma irregularidade no processo e encaminhou nota, que transcrevemos a seguir.

“A Prefeitura de Armação dos Búzios esclarece que as denúncias do vereador da bancada de oposição sobre supostos pro-blemas no faturamento de serviços pres-tados de reparo de veículos do município são improcedentes, estando à disposição dos fi scalizadores para quaisquer infor-mações que se fi zerem necessárias sobre o assunto”.

VEREADOR FLÁVIO MACHADO Vamos começar os trabalhos logo, e iniciar a temporada de depoimentos após o recesso

ROBERTO SINIONATO O carro chegava, a gente fazia o serviço. Depois, com orçamento na mão a prefeitura empenhava

Ônibus da prefeitura de Ônibus da prefeitura de Búzios é referência para a Búzios é referência para a localização da autopeçalocalização da autopeça

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1. Turismo e Esporte não são coisas diferentes?

Em termos. Há mais proxi-midade do que diferenciação entre turismo e esporte. Tome-se o exemplo dos recentes Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Foi um even-to esportivo, mas ao mesmo tempo de grande conotação com o turismo. Um evento acabou incentivando o outro. A maioria dos visitantes apro-veitou o pretexto do Pan para conhecer os pontos turísticos da cidade. Além disso, fi camos expostos na mídia internacio-nal por mais de 30 dias. Isso é muito importante para fomen-tar o turismo. Considere-se ainda algumas modalidades de esporte, como rafting, trekking, montanhismo, canoagem, ra-pel, trilha, que se enquadram na modalidade de turismo ecoló-gico e turismo de aventura.

2. Vemos placas nas estradas identifi cando a nossa região como Costa do Sol, mas ao mesmo tempo, não visualizamos nenhuma ação de conscientização sobre a mudança do nome. Qual a diferença entre Região dos Lagos e Costa do Sol?

R – Foi uma decisão dos secretários municipais de turis-mo, reunidos após a publicação do Plano Diretor de Turismo

do Estado do Rio de Janeiro, no início de 2001. Na época, foram redefi nidas as regiões turísticas do Estado, com o reagrupamento de acordo com suas afi nidades e complemen-taridades vocacionais. O Plano criou 13 unidades turísticas regionais, depois reduzidas a onze. A Região dos Lagos, pela maioria da vontade dos municípios que a integram, aprovaram a nova designação. O argumento levantado foi o de que a expressão Lagos lembra regiões frias, nevadas, como os lagos da Argentina e do Chile. Pela predominância do sol du-rante quase o ano todo, o nome de Costa do Sol foi considerado o mais apropriado. A Costa do

lacunares, que no entanto dife-rem dos lagos andinos.

3. Como a secretaria pretende mudar esse conceito, e qual a importância disso?

Trata-se, como já foi dito, de uma decisão dos municí-pios, baseada na redefinição da nomenclatura turística do Estado prevista no Plano Dire-tor de Turismo do Estado. Não cabe à Secretaria modifi cá-la. Essa duplicidade, no entanto, não afeta em nada a qualidade ou o entendimento do turismo da região

4. O Decreto 26.762 de 06/02/2003, criou o Grupo de Apoio e Fomento ao Turismo Marítimo e Náutico. Como funciona isso?

O Grupo de Apoio e Fo-mento ao Turismo Maríti-mo e Náutico, um organismo de aconselhamento informal, constituído por entidades de vários setores do mercado e órgãos ofi ciais, é coordenado pela TurisRio, empresa vincu-lada à Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. O grupo se reúne regularmente e se ocupa de ações específi cas, como a organização de temporadas de cruzeiros marítimos. Nesses encontros, são traçados os planos e discutidas as medidas relacionadas com a segurança, o trânsito e o transporte dos tu-ristas na estação do Píer Mauá, que são depois encaminhadas à guisa de sugestão aos órgãos representativos.

5. A Secretaria tem políticas de incentivo ao setor de Turismo Náutico?

A Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer sempre esteve aberta às parcerias com os mu-nicípios e a iniciativa privada. Como o Estado não investe di-retamente em equipamentos e estruturas turísticas, a Secreta-ria procura incentivar projetos de todas as formas. Os gover-nos locais e os empresários, melhor do que ninguém estão mais próximos das carências e necessidades locais. Cabe

Sol (ou Região dos Lagos) é integrada pelos municípios de Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus e Quissama. O assunto foi am-plamente divulgado na ocasião. Alguns municípios, no entanto, não concordam com a mudan-ça. Região dos Lagos, nome tradicional, e Costa do Sol, no entanto, costumam ser uti-lizados indistintamente pelos meios de comunicação. Como sinônimos de uma mesma região turística, caracterizada pela forte presença do sol, além de muitas lagoas e formações

Com as modernas tecnologias ambientais, creio que é possível, dentro do conceito de turismo sustentável, compatibilizar um projeto hoteleiro de proporções moderadas com uma área de preservação ambiental

10 PERGUNTAS

Eduardo Paes

Niete Martinez

EDUARDO PAESSecretário de Turismo Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro

Divulgação

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24 CIDADE, Janeiro de 2008

a eles identifi car essas poten-cialidades e buscar soluções. Embora o Estado não disponha de nenhum dispositivo de in-centivo nessa área, certamente que não se negará a examinar algum projeto que beneficie esse setor, buscando parcerias e facilitando o acesso às linhas de crédito que existem em várias instituições fi nanceiras.

6. Turismo e Meio Ambiente não têm mais em comum que Turismo e Esporte?

Há uma clara interseção dos três temas. Tanto o es-porte pode se mesclar com o turismo – a paixão pelo esporte em contraponto com o desejo de viajar e conhecer outros países e outros povos – como o turismo tem estreita dependência da qualidade das condições ambientais, essen-cial para o seu exercício. O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é administrado pelo Ibama e a Apa Pau Bra-sil, a mais importante reserva

dessa espécie ainda existente na Mata Atlâ ntica,

7. Qual a importância turística do Projeto Caminhos Geológicos, que em nossa região identifi cou e colocou placas em diversos locais de comprovado interesse científi co, especialmente em Búzios, na Ponta da Lagoinha?

A importância dos Cami-nhos Geológicos, que tem apoio da TurisRio, é dupla. De um lado, o valor científi co, o campo que se abre para a pesquisa de um dos campos mais expressi-vos da geologia – o estudo e a preservação da paisagem e dos seus monumentos naturais e culturais. De outro, o signifi cado que esse projeto pode represen-tar para o desenvolvimento do turismo regional, oferecendo in-formações científi cas ao mesmo tempo em que identifi ca o turista com seu meio ambiente.

8. Como a secretaria pode contribuir para incentivar

a criação de um calendário turístico único para as cidades da Região dos Lagos, ou o senhor não considera que isso seja importante?

A Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer dispõe de estru-tura e de instrumento - o banco de dados da TurisRio - para a criação desse e de outros tipos de material promocional. Cabe à região manifestar sua vontade e apresentar o projeto.

9. Qual a sua avaliação sobre a implantação de complexos hoteleiros em áreas de proteção ambiental?

Desde que não represente nenhuma ameaça ao meio am-biente e haja estrita observância das leis de proteção à natureza, com a devida aprovação dos ór-gãos ambientais, não vejo, em princípio, nenhum problema. Com as modernas tecnologias ambientais, creio que é possí-vel, dentro do conceito de turis-mo sustentável, compatibilizar um projeto hoteleiro de propor-

ções moderadas com uma área de preservação ambiental.

10. Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar a Oferta Turística nas cidades do interior do Estado?

Temos em andamento um projeto, que consiste na cria-ção de novos produtos e novos roteiros, em parceria com os municípios e a iniciativa priva-da. É preciso cuidar também da infra-estrutura de lugares que têm potencial turístico, falhas em receptivo, e que carecem de nfra-estrutura e atrativos mais defi nidos. É importante ainda que esses atrativos ofe-reçam condições que atendam às exigências do mercado. O projeto, cuja estruturação está sendo concluída, começará a ser implementado a partir do ano que vem. Para tanto, vamos convocar os municípios, para que através de um levantamen-to inicial, possamos iniciar a formatação de novos produtos e circuitos inéditos.

10 PERGUNTAS

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[email protected]

A ex-deputada estadual(PMDB/MG)Maria Elvira Salles Ferreira e seu fi lho Inácio Gabriel, já chegando para temporada verão / 2008. Bem vinda!

Leonardo Grubel foi o responsável pela entrada, Nelsinho Ramos na foto com sua irmã Eloisa, responsável pelo prato principal e Christoph Liddy pela sobre-mesa do magnífi co jantar que foi oferecido aos portugueses da APVAT, que vieram conhecer Búzios, no Hotel Atlântico.

Elegante e sempre de bem com a vida Maria Tereza Bandeira Maia(Teca), rece-bendo seleto grupo de amigos para jantar de fi nal de ano. Brigitta, amiga querida, não poderia faltar!

Felizes em estarem brindando à amizade, Jefferson, Adriana Fernandez, Louise, Sonia Persiani, Richard e Ramon na festa da Teca e do Richard.

Leonardo GrubelChristoph Liddy DIA DA JUSTIÇA - O atuante Juiz

João Carlos Corrêa e sua mulher Alice Tam -borindeguy, Secretária de Cultura de São Gon-çalo, recebendo com coquetel, no Forum, auto-ridades e convidados, para comemorar o Dia da Justiça. Novos comendadores na cidade.

Embaixador Sérgio Nogueira Lopes e Andréia. No Dia da Justiça, no Forum.

Núbia e AlbertoOrgulhoso o repórter Sandro Peixoto

do Jornal Peru Molhado, exibia suas duas medalhas: o fi lho Leonardo e a medalha recebida.

Tudo Novo. Kátia Araguez começando o ano com nova loja no centro de Búzios. Bom gosto e qualidade, não vão faltar na “Hermana”.

O casal luso-brasileiro, Beatriz e Oc-távio Martins ( La Plage), orgulhosos com o sucesso do evento que reuniu durante 7 dias, 500 agenciadores portugueses em nossa cidade.

André Venturini e Cristina Garrido.Dra Jandira Thereza e seu noivo.A fotógrafa buziana de carteirinha

Sylvana Graça e Ruy Borba, editor do Jor-nal Primeira Hora no jantar oferecido aos portugueses.

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Serra de Sapiatiba conserva trechos de densa mata nativa

anta exuberância e diversidade de espécies vegetais e animais, somadas a uma visão privilegiada de toda a região, renderam ao local o título

de Área de Proteção Ambiental (APA), concedido pelo governo estadual, por

Natureza em AbundânciaA vista é de tirar o fôlego. Afi nal de contas, são 316 metros de altura que separam o sopé e o cume da Serra de Sapiatiba, um dos pontos mais altos e bonitos da Região dos Lagos. Essa jóia da natureza, localizada entre os municípios de São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande, conserva uma das poucas áreas remanescentes da Mata Atlântica e é considerada um patrimônio geológico, ecológico e cultural da região.

Juliana Latozinski / Fotos César Valente meio do decreto n° 15.136, de 20 de julho de 1990. Entretanto, o Plano Diretor apre-sentado pela Deliberação CECA 4512 foi publicado em 2004, dividindo a área em cinco zonas: Zona de Preservação de Vida Silvestre (ZPVS); Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS); Zona de Uso Agro-pecuário (ZUAP); Zona de Ocupação

Controlada (ZOC); Zona de Recuperação Ambiental (ZRA). Então, em 2005, tomou posse o Conselho Gestor da APA da Serra de Sapiatiba (CONGAS), que tem por função consultiva do órgão gestor repre-sentante do Estado que neste momento é compartilhado pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA)

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Vista do alto da serra é mais um atrativo

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e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).São seis mil hectares de área que man-

tém, ainda, ricos exemplares da fauna e da fl ora preservados, tais como orquídeas, palmeiras, tamanduás, tatus e várias qua-lidades de pássaros silvestres.

O local atrai turistas e visitantes que querem ter um contato profundo com a natureza e apreciar uma das vistas mais bonitas e inesquecíveis da região. Uma es-trada em boas condições facilita o acesso à Serra e permite que visitantes subam, com muito conforto, até o topo da Sapiatiba a pé e até mesmo de bicicleta.

“A Sapiatiba é um equilibrador natural do clima da região, além de tudo. Sem contar que é algo inusitado contarmos com uma serra em plena Costa do Sol, em meio a tantas praias e a Lagoa de Araruama”, destaca a secretária de Turismo de São Pedro da Aldeia, Paula Rascão.

Conhecer para Preservar Uma APA é um dos tipos de Unidade

de Conservação considerada de uso Sus-tentável estabelecidos pelo poder público e que vai constituir do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei federal

9985/2000). Nessa categoria, é permitida a ocupação da área protegida, mas respei-tando os princípios de conservação.

As áreas incluídas numa APA apresen-tam características naturais importantes e têm o apoio das leis para garantir a qualida-de de vida da população nativa. Uma APA é defi nida quando é necessário preservar as condições locais e regiões naturais que estão degradadas ou com sérios riscos de danos ao seu ecossistema. A característica marcante das APAs é a possibilidade de manutenção da propriedade privada e do estilo de vida tradicional da região, onde programas de proteção à vida silvestre podem ser implantados sem haver neces-sidade de desapropriação de terras.

Apesar da biodiversidade ser um dos principais destaques da serra, ao longo do tempo, com a realização de pesquisas e le van tamentos, o local também foi sendo identifi cado em função dos seus valores culturais e históricos para região. Quem ajudou a descobrir e aprofundar o conhe-cimento sobre esta faceta, até então pouco conhecida da APA da Serra de Sapiatiba, foram pesquisadores do Instituto de Pes-quisas e Educação para o Desenvolvimento

Sustentável (IPEDS), uma organização não-governamental criada em 2003.

O IPEDS é responsável pelo projeto “Conhecer para Preservar”, cuja principal missão é tornar a APA da Serra de Sapiatiba conhecida pela comunidade e com isso ga-rantir a preservação do ecossistema local.

“A Serra de Sapiatiba foi a ‘razão de ser’ de tudo. Somos um grupo literalmente apaixonado pela Sapiatiba e criamos o instituto com o objetivo de estudar a área e criar projetos para garantir sua preserva-ção”, explica a professora e pesquisadora Dalva Mansur.

Os frutos do trabalho realizado pela entidade estão reunidos em duas publi-cações: “Serra de Sapiatiba: Patrimônio Geológico, Ecológico e Cultural da Região dos Lagos” (2004) e “Serra de Sapiatiba - Ca minho dos Jesuítas” (2007). Além disso, para o desenvolvimento de projetos de capacitação da comunidade e incentivo ao turismo sustentável, a entidade conta com apoio das prefeituras de São Pedro da Aldeia e de Iguaba Grande, Ministério do Meio Ambiente e do acordo de Co-operação Técnica Brasil Alemanha, por meio da GTZ e do KWF. Recentemente,

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A Sapiatiba é um equilibrador natural do clima da regiãoPAULA RASCÃO - secretária de Turismo de São Pedro da Aldeia

o projeto recebeu também a Certifi cação como Tecnologia Social 2007, realizado pela Fundação Banco do Brasil.

“A população precisa ser informada sobre as riquezas que a Sapiatiba guarda. A partir do momento em que essa consciência nasce, a preservação da serra é garantida e todos saem ganhando com isso. O re-sultado do nosso trabalho tem sido muito positivo, pois temos conseguido, com a ajuda dos próprios moradores, monitorar com bastante efi ciência a área, combatendo os processos de degradação, que têm sido cada vez menores, graças ao apoio de todos os moradores interessados”, comemora Dalva Mansur.

Segundo a pesquisadora, além do levantamento do ecossistema da Serra de Sapiatiba, o trabalho faz um resgate histórico da fundação do município de São Pedro da Aldeia e de toda a região, trazendo informações de interesse cultural, de valorização social da região e também

fornece bases para a elaboração de roteiros turísticos de forma sustentável.

Projetos e parceriasO potencial turístico da APA da Serra

de Sapiatiba já foi reconhecido pelos mu-nicípios que a abrigam. O desafi o, agora, é criar alternativas para desenvolver a atividade turística de uma forma susten-tável. Por meio do projeto “Conhecer para Preservar”, feito em parceria com a prefeitura de São Pedro da Aldeia, foram capacitados diversos educadores e profi s-sionais da secretaria de Educação para que o conhecimento sobre a Sapiatiba fosse inserido no cotidiano escolar da rede mu-nicipal de ensino.

Outra frente de ação do projeto foi

iniciada no fi m do mês de novembro, com a ofi cina social “Descobrindo a Natureza”, desenvolvida pela prefeitura em parceria com a secretaria nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Jus-tiça. O objetivo é fazer com que alunos da rede municipal de ensino conheçam a fauna e a fl ora do lugar e contribuam na conscientização de turistas e praticantes de esportes radicais para a preservação do meio ambiente.

A abertura e sinalização da trilha, que tem 2,4 km de extensão, foi iniciada no início do ano. Os participantes da ofi cina também utilizarão a estrada que dá acesso à Serra de Sapiatiba durante a ofi cina.

“A abertura da trilha é uma idéia an-tiga, pois é impossível não reconhecer a

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DALVA MANSUR A população precisa ser informada sobre as riquezas que a Sapiatiba guarda

riqueza do ecossistema do local e o grande potencial turístico que ele representa para o nosso município e para toda a região. O projeto é maravilhoso, e nossa preocupação agora é terminar o serviço para permitir aos visitantes de qualquer idade conhecer a trilha com o máximo de segurança. Assim, eles poderão valorizar essa jóia que temos no território aldeense”, destacou o prefeito de São Pedro da Aldeia, Paulo Lobo.

Já a secretaria de Turismo do município aldeense, em parceria com o IPEDS, está buscando a aprovação junto ao governo fe-deral de um projeto de fomento ao turismo histórico-cultural da área.

Mistérios da SapiatibaDo Tupi, Sapiatiba quer dizer algo

como “que se come muitas frutas”, mas o nome que batiza a Serra também pode

ser traduzido pela palavra abundância, tamanha é a quantidade de descobertas que o lugar esconde. Em 2006 foram encon-trados na Sapiatiba sítios arqueológicos, onde urnas indígenas, com restos mortais, atestam a presença das populações que antigamente habitavam a área. Eram os Tamoios e Goytacazes.

Com o livro “Caminho dos Jesuítas”, lançado em maio de 2007, a proposta foi revisitar o caminho percorrido pelos Jesuítas na Região da Costa do Sol, pro-movendo um importante resgate da história de fundação do município de São Pedro da Aldeia e de toda a região

Mais do que apresentar simplesmen-te o caminho físico percorrido pelos padres Jesuítas na região, o livro conta a trajetória de aprendizagem de novos valores e experiências vitoriosas de evangelização.

“Ao passarem pela Sapiatiba em di-reção à Serra do Mar, na busca constante de evangelização dos índios, os padres da Companhia de Jesus estavam traçan-do um caminho que hoje percorremos em busca de preservação de matas, encostas e nascentes”, enfatizou Dalva Mansur.

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A prática dos esportes náuticos no Brasil teve inicio no começo do século XX com a fundação, em 1913, do Rio Yacht Club Sailing, em Niterói; As primeiras marinas, no entanto, só foram lançadas a partir da década de 70, entre elas a Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Em 88 a Marina Porto Búzios, a maior do interior do Estado, com longos canais navegáveis, convidava os amantes da Náutica para “virem ancorar seus sonhos” em Búzios.

À procura de um cais

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om 7.480 km de costa e uma in-fi nidade de rios, lagos, represas e hidrovias que somam mais de 32 mil quilômetros de águas navegá-veis, o potencial náutico do Brasil

é gigantesco.Todavia, o mercado ainda é pequeno,

apesar de trazer para o país mais de 500 mil visitantes que contribuem com perto de 50 milhões de dólares/ano para o PIB nacional.

De acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos (Acobar), a relação barco / habitante no país é de aproxima-damente 1/1400, enquanto nos Estados Unidos é de 1 para 29. Mais tímida ainda é a infra-estrutura para atender o contingente existente. A frota brasileira de embarcações de esporte e lazer foi estimada pela pes-quisa em 53.000 unidades, considerando barcos acima de 14 pés. De norte a sul, a pesquisa identifi cou apenas 650 marinas, iate clubes e garagens náuticas.

Feita em 2005, em parceria com a Uni-versidade de Santa Catarina, a pesquisa é única no ramo náutico. Lenilson Marcelo Bezerra, diretor executivo da Acobar ex-plica que não existem novos dados. “Se quisermos atualizar um pouco a pesquisa, em números gerais, podemos dizer que o mercado tem crescido uma média de 10% ao ano. Foi assim em 2006, e a expectativa é que a gente feche o ano de 2007 com o mesmo crescimento”, afi rma.

O diretor conta que, apesar de todo po-tencial, a região não tem nenhum associado à Acobar. “Temos associados no Brasil inteiro, mas não temos nenhum da Região dos Lagos”, justifi cando que a entidade está mais voltada para Angra dos Reis. “A Região dos Lagos tem um potencial turístico e náutico muito grande. Embora o mar seja aberto, mais forte, a região tem locais abrigados, e até desabrigados, muito bons para navegar”.

Segundo ele, é necessário trabalhar para incrementar o turismo náutico local. “O incentivo para a construção de marinas e rampas públicas, onde se possa facilitar o acesso à água, de forma que qualquer pessoa que chegue com seu barco rebocado tenha um acesso à água gratuito e facili-tado, com um mínimo de infra-estrutura, já é um bom começo. Outra coisa são os eventos náuticos, tanto esportivos quanto de lazer, feiras, mostras, campeonatos, enfi m, nesses dois aspectos a prefeitura

pode contribuir bastante para a expansão náutica”, acredita.

Segundo dados, o setor tem a capa-cidade de gerar 7.400 empregos diretos e indiretos por cada 1.000 embarcações construídas, coisa ainda muito distante da nossa costa. Segundo Lenilson, tudo está relacionado com a demanda. “Se houver uma demanda, o investidor virá”. Para ele, a região precisa criar uma identidade com o uso náutico para atrair o consumidor. “E aí vai atrair também os revendedores, as ofi cinas, as garagens náuticas, as marinas, os serviços. Se tiver consumidor, vira um pólo de atração”.

Alavanca para o crescimento econômico

Irmã gêmea da indústria do Turismo, um dos três maiores negócios do mundo (os outros dois são armas e petróleo), a indústria náutica abriga, ainda, em sua cadeia produtiva, inúmeras atividades, como eventos esportivos e comerciais, indústria e comércio de equipamentos para marinas, vestuário para navegação, material de manutenção e de limpeza, além de serviços associados à prática do lazer náutico. E, como o setor é formado, em sua grande maioria, por pequenas e médias empresas, onde se destaca o uso intensivo da mão-de-obra artesanal, a atividade facilita e viabiliza a fi xação da população litorânea em seu local de origem, sendo um importante instrumento de geração de emprego e renda.

Com seu litoral recortado por baías, enseadas e ilhas, lagoas e canais, a Região dos Lagos está distante anos-luz desse mer-cado. Dispondo de pouquíssimas estruturas com equipamentos capazes de abrigar, abastecer e retirar embarcações da água, a região vê o ouro escorrer por entre os dedos como areia, incapaz de receber os barcos que trafegam pela costa.

As marinas de passagem, locais onde os barcos podem ser temporariamente ancorados, para que o visitante possa ir a um restaurante ou mesmo pernoitar num hotel, antes de continuar a sua viagem, simplesmente não existem. Nem mesmo na sofi sticada e atraente Búzios. Lá, os navegantes, turistas ou pescadores, não dispõem, nem ao menos, de um posto de abastecimento náutico.

Em toda a região, a estrutura náutica se resume a três marinas particulares, sendo duas em Búzios (Marina Porto Búzios e Azul Marina), uma em Cabo Frio (Marina

Niete Martinez

CAIS DA SUBSEDE DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO (CABO FRIO)Boa estrutura e vagas apenas para sócios

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Crianças brincam no canal assoreado

Navios mantêm performance em Búzios

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sendo executada no canal, Renato está esperançoso. “Para este verão vamos ter o problema principal resolvido, que é a dragagem embaixo da ponte. A segunda etapa é muito maior e envolve um volume de dinheiro muito grande, que é a questão do posicionamento dos molhes de conten-ção”, explica.

O empreendimento emprega 18 pes-soas, mas poderia chegar a 250, se todos os setores do complexo estivessem fun-cionando. “Se a marina estiver em plena atividade, como tem que ser, eu tenho emprego para 50 pessoas. E não estou falando dos hotéis, apenas da marina”, salienta o comodoro.

Hoje 70 barcos estão gaudados no local, que poderia abrigar até 500, se fos-sem feitos os investimentos necessários na recuperação do canal de acesso.

“Quando assumi, em 2002, tinha 150 barcos. O canal foi assoreando e os barcos foram indo embora. A cada mês estão saindo dois ou três barcos. Vão para Angra, Cabo Frio”, fi naliza Renato.

“Muita gente me chamou de louco”

Wlademir Fumagalli, proprietário da Marina Azul, conta que quando resolveu iniciar o negócio, em 1998, o local era escuro e não tinha nada. “Muita gente me chamou de louco por eu ter feito um inves-timento tão grande num lugar tão ermo”.

O empresário explica que o problema de assoreamento do canal não é uma coisa do momento. “Na realidade isso sempre existiu, porque tem um grande erro de projeto nesse canal. A saída para o mar foi construída errada, e essa manutenção tem que ser constante. Ou, muda-se o projeto. O que, em minha opinião, vai custar entre 4 e 5 milhões de reais”, avalia.

Fumagalli ressalta, também, as perdas fi nanceiras que o negócio vem sofrendo. “Nos últimos seis meses saíram da minha marina 25 embarcações. Agora, tem uma draga, que é um processo lento e não foi totalmente divulgado. Mas, eu já recebi umas cinco ligações das lanchas que saí-ram, perguntando: posso voltar? Se a gente tiver o canal legal, rapidinho vai encher as duas marinas e vão fi car barcos em fi la de espera”, acredita.

A Mariana Azul tem12 funcionários diretos e todos os serviços terceirizados. Guarda 100 barcos no momento, mas tem capacidade para abrigar até 130. Os

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Porto Cabo Frio) e outra pública (Marina dos Pescadores), em Arraial do Cabo, intei-ramente tomada por barcos de pescadores artesanais e sem condições de receber em-barcações de lazer. Em Cabo Frio as únicas opções são os clubes do Canal, Costa Azul Iate Clube, Clube Náutico de Cabo Frio e a subsede do Iate Clube do Rio de Janeiro. Juntos não chegam a guardar 400 barcos, e dão preferência a seus associados. Para o abastecimento, os navegantes podem contar com apenas dois postos em Cabo Frio, um no Costa Azul e outro na subsede do Iate Clube. Em Búzios, o único posto existente, localizado no cais do Porto Ve-leiro, está desativado.

“Venha ancorar seus sonhos”A maior marina do interior do Esta-

do, a Marina Porto Búzios, já viveu dias de glória, quando o patriarca da família Modiano era vivo e anunciava, em mídia nacional, um “cenário de fantasia tropical” com “toda a estrutura de lazer e serviços, projetada para oferecer o mais completo atendimento para embarcações de recreio de qualquer tamanho”.

Mas, o sonho do lendário Humberto Modiano se mostrou maior que a admi-nistração do município. Açoitada cons-tantemente pelas ondas que jogam areia na entrada de seu canal principal, a marina precisa de atenção permanente. Sem o que, o cenário de fantasia se transforma em cenário de desolação.

Sem receber nenhuma dragagem desde 2005, o canal sucumbiu. Renato Loureiro, comodoro da marina, explica que o mes-mo se tornou uma via pública e passou a ser responsabilidade da prefeitura fazer a dragagem. “O Grupo manteve o canal até 98, e partir daí passou a ser dever do município”.

Projetada para receber embarcações de até 60 pés, atualmente é preciso “fazer uma logística”, segundo Renato, para trafegar até pequenas embarcações. “Eu ando com uma tabela da maré, o associado me liga, eu calculo na hora. Estou fazendo delivery de barco, estou entregando e pegando. A pessoa vem para Búzios e diz “vou andar de barco”, não vai. É complicado, eu tenho horários para tirar os barcos. Em hipótese de maré muito baixa, eu chego a perder até 10 horas de navegação num dia. Eu só consigo fazer acontecer porque tiro e coloco os barcos”, diz.

A respeito da dragagem que está

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RUA DE ACESSO À MARINA PORTO BÚZIOSSem manutanção

MARINA AZULPerdendo barcos

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Pátio do Clube do Canal está lotado

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usuários pagam mensalidades que variam conforme o tamanho da embarcação e usu-fruem dos serviços da Marina. Além disso, existem também os clientes eventuais, que trazem o barco no reboque e alugam vagas para o fi m de semana. “Hoje recebo soli-citações até de Portugal. A pessoa quer vir para cá, mas se diz que tem um barco de 40 pés, eu digo não venha. Não tem como entrar no canal. O cara insiste: não dá pára dar uma tentadinha, na maré alta? Eu digo, não dá. Aí ele pergunta: onde eu posso ir? Eu digo, vai para Angra, Ilha Bela, aqui não dá”, lamenta o empresário.

Fernando Gonçalves, vereador, mora-dor do complexo e proprietário de barco, diz que o empreendimento foi sendo abandonado depois da morte de Modiano e posteriormente, de seu fi lho Cláudio. “Faltou vontade política. Infelizmente os políticos locais demoraram muito para tomar uma atitude. E, justiça seja feita, se não fosse essa pressão política enorme que a deputada Cidinha Campos (PDT/RJ) tem feito, nada teria acontecido. Porque esse problema se agravou de três anos para cá, e ninguém no Executivo municipal se interessou em resolver. E a coisa foi se complicando, até que a deputada começou a se movimentar para resolver o problema. Não fosse isso, a gente iria passar o verão com o canal totalmente assoreado. Nem jet ski ia passar”, diz.

Todos os caminhos levam para a Armação

No mar da Armação, durante a tempo-rada, amontoam-se transatlânticos, junto com escunas, traineiras, veleiros, lanchas, e pequenos barcos de pesca. Quem vê essa paisagem de sonho, acredita estar no paraíso do Turismo Náutico. Será verdade, se você tiver um veleiro e for sócio do Iate Clube de Armação dos Búzios.

Localizado num dos pontos mais privi-legiados da península, ocupando parte de um terreno doado por decreto pelo ex-pre-sidente Ernesto Geisel, para ser um clube unicamente de vela, o ICAB é um caso à parte. Referência para o esporte, o clube abriga grandes campeonatos e é o Centro Olímpico de Vela do Brasil. O comodoro Alain Joullie, explica que o Clube não pode se afastar disso. “Não se pode vender, não se pode modifi car. Ele não pode ter outra fi nalidade além de ser um clube de vela”.

Na avaliação de Joullie, a costa da região é extremamente atrativa para o

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MARINA PORTO BÚZIOSCapacidade para guardar até 500 barcos

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turismo náutico. “Mas nos faltam insta-lações adequadas para isso. Em Búzios não temos uma marina. Isso é uma das coisas mais importantes para se fazer um turismo náutico de nível. Se Búzios quiser entrar no circuito internacional de cidades como Ibiza, Saint-Tropez, precisa ter uma marina”, alerta.

De costas para o marMesmo sendo um cabo, como o próprio

nome diz, a cidade de Cabo Frio, navega de costas para o mar. Apesar dos 500 anos de história povoada de relatos de visitas de bravos navegantes de várias nacionalida-des, ainda não dispõe de nenhuma marina pública, e a única marina privada se diz um clube. Também não tem nenhuma escola de esportes náuticos, nenhum Clube de Vela, nenhuma guarderia de barcos.

Segundo o secretário de Turismo do município, Gustavo Beranger, Cabo Frio nunca viu o Turismo Náutico como ativi-dade econômica antes do atual governo. “Administramos a cidade há apenas três

Ricardo Beraba“Cabo Frio é uma das melhores raias do mundo, mas não tem lugar para os veleiros fi carem”

Renato Loureiro“Estou fazendo delivery de barco”

Wlademir Fumagalli“A saída para o mar foi construída errada”

Gustavo Beranger“Administramos a cidade há apenas três anos”

anos e é difícil mudar o conceito do Tu-rismo em tão pouco tempo. Esperamos fazer muito nos próximos anos, inclusive com a possibilidade da construção de uma Marina pública”.

Ricardo Beraba, proprietário da Marina Porto Cabo Frio, explica que seu empre-endimento funciona como um clube. “Nós temos sócios que têm lancha”. O empre-sário diz que foi a demanda que o forçou a abrir a marina. “Comecei com uma loja náutica e depois abri a marina, por causa da carência de vagas na região. E hoje, cada espaço que consigo é preenchido na hora. Tem gente na fi la para guardar barco. Eu deveria guardar 70 barcos, mas guardo 80, 30% deles de Cabo Frio”.

Ricardo defende a necessidade de a cidade ter uma marina, mas o investimen-to é alto por causa do espaço necessário para isso. “Há muito tempo que se guar-dam barcos em prateleiras. Mas até para isso precisa de espaço, para manobrar as empilhadeiras. Então, precisa ser uma área grande e, para comprar, custa cinco,

seis milhões, aí não é viável”, avalia.Para ele, a cidade ainda dispõe de es-

paço para isso. “Temos conversado muito com o poder público. Existem duas áreas aqui em Cabo Frio. Uma é na Apa do Pau-Brasil, entre o Porto Veleiro e a Ilha do Japonês. Cabo Frio é uma das melhores raias do mundo, mas não tem lugar para os veleiros fi carem”.

Vagas para sóciosPara ancorar com segurança só mesmo

sendo sócio de um clube. Carlos José Jesus da Silva, gerente da subsede do Iate Clube do Rio de Janeiro, conta que o clube tem 23 vagas secas para barcos de até 26 pés e só atende aos sócios. “Mas nunca deixamos de atender quando solicitados para alguma emergência e, às vezes, até damos uma cortesia, se for um dia só”. O clube tam-bém dispõe de um posto de abastecimento náutico que atende a qualquer embarcação, e não apenas aos sócios.

Carlos alerta, no entanto, para a si-tuação do Canal Itajuru e diz que não é

MARINA DOS PESCADORESÚnica marina pública da região

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mais possível entrar com barcos maiores que 90 pés. No clube há dezesseis anos, o gerente conta que o canal vem assoreando ao longo do tempo. “Aqui em frente ao clube já temos até uma pequena praia na maré baixa”.

No Clube do Canal a situação não é diferente. O local só guarda barcos dos sócios. Tem apenas 35 vagas e todas estão ocupadas. Já o Clube Náutico conta com 120 vagas, todas tomadas.

Situação um pouco melhor acontece no Costa Azul Iate Clube. São 80 vagas no seco e 25 no cais, além de ofi cina e posto de abastecimento.

O comodoro Paulo Miranda aponta como uma das causas para a escassez de lanchas de grande porte na cidade, o assoreamento do Canal Itajuru. “Eu estou com um problema agora no campeonato de pesca que vamos realizar. Nós seremos obrigados a colocar um barco de apoio para buscar os peixes que serão descarre-gados na subsede do Iate, pois os barcos de grande porte não conseguem trafegar no

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Eduardo Nascimento“Búzios chegou ao seu limite, é preciso preparar outros lugares para servir de alternativa”

Cadu Bueno “O brasileiro começa a descobrir a costa brasileira, só que não tem para onde ir com a sua lancha”

Marcos Delamare“Todos os nossos clientes são de fora”

Fernando Gonçalves “Faltou vontade política”

canal para trazê-los para pesagem no Costa Azul”, afi rma, lembrando que o forte do mar de Cabo Frio é a pesca. “Estamos no coração do Marlin Azul”, diz.

Passos lentosNo mesmo compasso, a indústria náuti-

ca de Cabo Frio, também caminha a passos lentos. A cidade que já lançou até uma clas-se de barco, a Prancha Classe Cabo Frio, desenhada por Pierre de Matos e própria para navegar nas águas rasas da Lagoa de Araruama, já teve vários estaleiros funcio-nando. Agora restam muito poucos.

Os irmãos gêmeos Marcos e Márcio Delamare, proprietários de um deles, con-tam que gostavam de velejar e começaram a fabricar os próprios barcos por hobby e daí surgiu o negócio.

Há 18 anos fabricando barcos por encomenda, Marcos conta que não tem clientes na região e pensa até mesmo em deixar o país. “Todos os nossos clientes são de fora”, diz, apontando a ausência de rampas e a profundidade do canal e da

lagoa como empecilhos para o negócio, por causa da difi culdade para o lançamento dos barcos. “Em Oakland, na Nova Zelândia, onde estive recentemente, os mapas que são vendidos nas bancas contêm a indica-ção de todas as rampas de lançamento de barcos da cidade. É outra cultura. Aqui até nos clubes as rampas não são adequadas. A maioria dos barcos que construímos, levamos para o Rio ou Angra, para lançar lá. Aqui não dá”, afi rma.

Segundo Beranger, apenas agora a cidade está dando importância para o as-sunto, com a inclusão de eventos náuticos no calendário ofi cial, mas reconhece que ainda é pouco.

“Precisamos continuar perseguindo esse objetivo. Ao longo dos próximos anos vamos construir o Centro de Convenções, onde certamente o mundo náutico poderá utilizá-lo para grandes eventos. Há um projeto em andamento com orçamento em torno de R$ 30 milhões que deverão ser aplicados em sua construção”, declara o secretário.

Cais do Costa Azul Iate Clube

Indústria Naútica tem pouco incentivo

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Navios impulsionam turismo em terra

Miss Bangu dá adeus

Papi

Pres

s

Miss Bangu vai deixar Cabo Frio

Construído para navegar em rios, o barco foi feito na Argentina e importado, na década de 50 junto com outros quatro, por Galhano Gomes. Seu primeiro nome era Ninbus e foi vendido para Joaquim Silveira (Silvei-rinha), depois que o proprietário, voltando de em passeio em Cabo Frio enfrentou um vento forte na altura das ilhas Maricás, e teve difi culdades para navegar. O nome se deve ao concurso realizado no Copacabana Palace por Valter Quadros, dono da antiga revista Sombra. O concurso, à época patrocinado pela Fábrica Bangu, de propriedade de Silveirinha levou o nome de Miss Ele-gante Bangu, sendo a primeira escolhida Corina Baldo, e em sua homenagem o barco recebeu esse nome.

Silveirinha trouxe Miss Bangu para Cabo Frio, onde se tornou sinônimo de glamour e povoou as fantasias dos amantes da náutica por muitas décadas. Atualmente pertence ao empresário Álvaro Gama, que planeja levá-lo para Angra dos Reis. Questionado sobre a razão da sua decisão, justifi cou: “Aqui não tem onde guardar”.

e a movimentação de lanchas, veleiros e iates é difícil e conta com pouca estru-

tura, o mesmo não acontece com o turismo de cruzeiros náuticos. Em Búzios, existem projetos para ampliação do cais do Centro e do cais do Porto Veleiro e em Cabo Frio a prefeitura investiu na construção de um terminal para receber esse contingente

rítimas (Abremar), explica que a entidade não interfere nos roteiros das companhias e suas escalas. “Nosso trabalho é provocar as autoridades para que promovam os lugares que possam servir de pontos de visitação”.

Sobre a movimentação de cruzeiros na costa da região, o presidente alerta para a necessidade dos municípios vizinhos a Búzios melhorarem suas estruturas de receptivo. “Búzios é o que mais chama atenção no Brasil. É o número um. Mas chegou ao seu limite, é preciso preparar outros lugares para servir de alternativa”, diz Eduardo, citando como exemplo o caso de Ilha Bela (SP), onde também acontece uma super procura, e o município está ten-tando ajudar os vizinhos para dividir com eles o excesso da sua demanda.

Mesmo com a super lotação de navios, o empresário Cadu Bueno lembra que a cidade está deixando escorrer entre os dedos uma renda expressiva, ao calcar seu turismo apenas em terra. “O mar de Búzios tem uma atratividade que não está sendo explorada por falta de estrutura. O cais do Centro, que poderia servir como marina de passagem, está para ser aprovado há 28 meses, com verba já disponibilizada. O brasileiro começa a descobrir a costa brasileira, só que ele não tem para onde ir com a sua lancha, não tem onde abastecer, onde encostar”, argumenta.

turístico. O empresário Carlos Eduardo (Cadu) Bueno, presidente da Brasil Cruise, avalia que o mercado de cruzeiros já está consolidado, pelo menos em Búzios. “Este ano recebemos 100 escalas e em 2008 será a mesma coisa”, informa.

Eduardo Nascimento, presidente da Associação Brasileira das Empresas Ma-

C a p a

S

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Fábio Orsolon

A u t o m o b i l i s m o

Talento local pra gringo ver

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40 CIDADE, Janeiro de 2008

epois de acumular títulos importantes do automobilismo nacional, como o de tetracampeão carioca de kart, entre 1997 e 2001, e de campeão brasileiro

da Fórmula Ford em 2006, Fábio terminou o ano de 2007 com excelentes resultados também na Fórmula Mazda (equivalente à Fórmula 3 brasileira, categoria abaixo ape-nas da Fórmula 1), disputada nos Estados Unidos por 32 competidores de 18 países diferentes. Único representante do Brasil, o jovem piloto, que leva o nome de Cabo Frio no carro de corrida, terminou a disputa na sétima colocação.

Fábio nasceu no dia 26 de setembro de 1987, em Rio Claro (SP). Filho do admi-nistrador de empresas, Sérgio Orsolon, e da médica, Maria Sônia Coelho Orsolon, recebeu o título de “Cidadão Cabofriense”, pela Câmara Municipal de Vereadores, em 1999, ano em que também recebeu outro importante título social: “Desportista Juve-nil do Ano do Estado do Rio de Janeiro”. Estudioso e aplicado, mesmo viajando muito por causa das competições, Fábio terminou o 2º grau aos 17 anos, sem repetir uma única vez. Como qualquer jovem da sua idade, prestou o vestibular, conquistou uma vaga para o curso de Engenharia, contudo, o desejo de continuar os estudos fi ca, ainda, em segundo plano. Aprecia-dor de reggae e fi lé à parmegiana, Fábio cita vários nomes que são referência em sua vida – como Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet – mas dois em especial: o pai e o irmão, Caio Orsolon (campeão de Pesca Submarina, falecido em dezembro de 2006, aos 22 anos, en-quanto mergulhava em Arraial do Cabo), que era também seu grande incentivador nas corridas e melhor amigo.

A pouca idade contrasta não somente com o número de títulos e troféus, que ocupam um largo espaço na casa dos pais, em Cabo Frio, como também com a inde-pendência e responsabilidade que vieram

Com apenas 20 anos de idade – e mais de 11 anos de profi ssão – o piloto Fábio Orsolon vem fazendo bonito no Brasil e no exterior

cedo, aos 14 anos, época em que Fábio foi morar em São Paulo, visando sempre a subir novos degraus na carreira de piloto.

- Tive que encarar esse desafi o de morar sozinho para começar a correr o cam-peonato paulista de Kart, e, em seguida, conseguir disputar o campeonato nacional. Além disso, é em São Paulo que está o au-tomobilismo nacional. É lá que realmente a gente aprende tudo sobre o automobilismo, sobre corridas – explicou o piloto.

O início, aos 8 anosA perseverança e a coragem, aos 14

anos, e quando embarcou para os EUA (também sozinho) em abril de 2007, vie-ram galgadas na paixão pelo esporte que Fábio tem desde pequenininho, quando acompanhava, pela TV, todas as corridas que podia. “Eu sempre gostei de ver Fór-mula 1 desde que eu me entendo por gente. Via tudo de corrida, mas, como toda crian-ça, no início só por curiosidade, embora achasse aquele mundo bem fascinante. A paixão mesmo veio depois que eu comecei a andar de kart”, destacou ele, que teve o primeiro contato com “este mundo fasci-nante” em Cabo Frio, aos 8 anos, no kartt-indoor instalado próximo à delegacia da cidade. Fábio afi rma que ia ao local todos os dias. “Quando eu não andava de kart, fi cava acompanhando os treinos”, disse ele, que não demorou muito para começar a ver o kart não mais como brincadeira de criança, mas sim, profi ssionalmente. Aos 9 anos de idade, um ano após ter começado a correr, Fábio começou a fazer parte da equipe montada pelo dono do kartt-indoor de Cabo Frio que disputava o Campeonato Estadual. Dessas disputas, além dos quatro títulos de campeão carioca de Kart e inú-meros regionais, o piloto também trouxe uma experiência no ramo que lhe valeu oportunidades de trabalho em São Paulo e no exterior.

Treinamento da família FittipaldiAlém de participar da Fórmula Maz-

da, percorrendo 14 Estados americanos em 2007, Fábio Orsolon também viajou pela Europa como coach (treinador) de ninguém menos que os netos do craque do automobilismo, Emerson Fittipaldi. O convite, afi rmou Orsolon, veio do próprio Emerson.

- Eu fui morar em Miami, freqüentava sempre a pista de kart e sendo contratado pelo Emerson Fittipaldi para tomar conta

da equipe de kart dele, lá mesmo, em Mia-mi. Acabei também fazendo o treinamento para os netos dele (Pietro e Enzo Fittipaldi) e fui com os dois para a Itália, onde dis-putaram o campeonato mundial de kart. – relatou o piloto, que também não deixa a categoria de lado quando está no Brasil. “Neste período em que estou no país, todo fi nal de semana estou indo para São Paulo para trabalhar”, destacou ele, que chegou a Cabo Frio no dia 26 de outubro, para passar as festas de fi m de ano com a família e hon-rar compromissos profi ssionais na cidade, como o desfi le cívico de 13 de novembro, data do aniversário de Cabo Frio (organiza-do pela Prefeitura Municipal, seu principal patrocinador), do qual o piloto já participa há mais de sete anos. Em função das fortes chuvas, porém, não houve desfi le, mas, por idéia da Prefeitura, o carro que fez de Fábio campeão da Fórmula Ford em 2006 fi cou exposto, no centro de Cabo Frio, nos dias 14 e 15 de novembro. Junto, havia também um manequim com o uniforme (macacão e capacete) que o piloto usará na temporada de competições nos EUA, no ano de 2008.

A 3 milésimos do primeiro colocadoQuando está em Cabo Frio, Fábio

também aproveita para praticar outra

A u t o m o b i l i s m o

Vanessa CamposFotos de Tatiana Grynberg

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Em 2007, aprendi muito, pude ser mais arrojado em ultrapassagens, superei os desafi os da comunicação em inglês. Em 2008, vou pensar nos pontos, em terminar as corridas FÁBIO ORSOLON

paixão, (depois, claro, do automobilis-mo): o surf. “É o meu segundo esporte”, afirmou ele, que considera a Praia do Forte, um dos cartões-postais do municí-pio, o seu lugar preferido para recarregar as energias. Contudo, durante os dois meses de “férias” – também motivadas pela neve que, em novembro e dezem-bro, tomam completamente as pistas de automobilismo nos EUA – o piloto não deixa de lado a preparação física: malha, diariamente, realizando treinos de musculação em uma academia da cidade e corre 1h na ciclovia do bairro Palmeiras.

- Tenho a sorte de ter colocado no mundo dois filhos muito dedicados e responsáveis, ingredientes indispensáveis em qualquer esporte, principalmente, os individuais. O Fábio adquiriu muita matu-ridade morando sozinho e, hoje, leva a sua profi ssão com muita seriedade – destacou o pai, Sérgio Orsolon.

O piloto de Cabo Frio embarca nova-mente para os EUA, no dia 4 de janeiro,

para o início da pré-temporada da Fór-mula Mazda, a convite da mesma equipe (Barber) pela qual correu em 2007. Fábio também disputará, entre janeiro e março, o campeonato nacional de kart americano na equipe de Fittipaldi. Desta vez, entre-tanto, Fábio não representa o país sozinho: além do piloto de Cabo Frio, há mais dois competidores, um de Manaus e outro do Paraná. A meta de Fábio, contudo, é uma só: pular do sétimo lugar em 2007 para o primeiro em 2008.

- Em 2007, aprendi muito, pude ser mais arrojado em ultrapassagens, superei os desafi os da comunicação em inglês. Em 2008, vou pensar nos pontos, em terminar as corridas, já que, nesta temporada que passou, eu fiz 174 pontos, mesmo não fazendo as quatro primeiras corridas. O campeão fez 215 pontos – explicou ele que, na última corrida, no Estado de Virgínia, Fábio terminou em 2º lugar, a 3 milésimos do primeiro. “Chegamos lado a lado, eu só fi quei sabendo que havia perdido pelo rádio”, disse ele.

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io das Ostras cresce progressivamente e a projeção positiva do município faz com que a cada temporada o destino

seja mais procurado pelos turistas. Segun-do a secretaria de Turismo do município, é justamente essa a intenção: promover um turismo que, em longo prazo, seja auto-sustentável. Esse ano, a cidade preparou ações especiais para atender essa demanda.

Que venha o verão...Uma delas será um quiosque na entrada da cidade que dará informações para o turista. De acordo com o secretário de Turismo, Alan Machado, outra ação diferenciada será o treinamento dado aos ambulantes cadastrados. “A partir desse verão eles serão facilitadores turísticos”, explica o secretário. O programa conta com quarenta facilitadores que recebem uma bolsa-auxí-lio mensal de R$ 250.

Na alta temporada (que geralmente vai

Rio das Ostras se estrutura para receber os visitantes do verãoRoberta Vitorino / Fotos Cézar Fernandes

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R i o d a s O s t r a s

do dia 26 de dezembro até o fi nal do carna-val) a população da cidade quadruplica (o cálculo é com base na quantidade de lixo coletada), chegando a aproximadamente 300 mil pessoas, o que indica que boa parte dos turistas passa a temporada na cidade. O perfi l do visitante também mudou, confor-me revelou Alan Machado. “Sempre dis-cutíamos a respeito do visitante que vinha a Rio das Ostras, se era ou não de baixa renda. Hoje, sabemos, através de dados do censo do IBGE, que atraímos muita gente da terceira idade, ou seja, classe média. E muitos deles depois voltam para morar”, conta o secretário.

Praias, shows, campoApesar da praia Costazul ser o “baixo

Leblon” de Rio das Ostras e por isso a praia preferida dos turistas (foi a primeira a ser revitalizada), outros locais, como a Lagoa de Iriri e Centro, também são ótima opção.

Durante todo o verão, a cidade conta-rá com uma vasta programação musical nos fi nais de semana. Os shows de MPB, samba e pagode acontecerão em Costazul até o carnaval.

O Circuito Ecorural é outra opção para quem visita Rio das Ostras e quer algo além de praia. Para divulgá-lo, a secretaria faz folhetaria e feiras com produtos produzidos pelos agricultores. “Os turistas que preci-sarem de informações sobre o município podem vir à sede da secretaria, onde damos palestras todos os dias”, destacou ele.

O secretário ressaltou ainda que exista uma lei municipal que só permite a entrada

na cidade do transporte coletivo licencia-do. “Não queremos proibir a entrada de ninguém, mas disciplinar e regulamentar o fl uxo”, afi rma.

Alan, que também é presidente do Fó-rum Regional dos Secretários de Turismo da Costa do Sol, acredita que o aeroporto recém-inaugurado em Cabo Frio deverá atrair pessoas para o município. “Teremos um espaço no aeroporto para fazermos um trabalho de integração entre as cidades que compõem a Costa do Sol”, disse o secre-tário, destacando que este ano, Rio das Ostras dividiu seu estande da Abav, uma das maiores feiras de turismo do país, com Búzios e Cabo Frio.

O melhor da cidadeA praia de Costazul é a preferida para

quem vem de fora e também para quem mora na cidade. Outro point dos jovens de Rio das Ostras é a praia da Extensão do Bosque, na altura do famoso quiosque do Pica-Pau. Outras paisagens especiais estão na Boca da Barra, onde o mar encontra o rio, sendo possível se aproximar da reali-dade do pescador, e a Praia da Joana, que embora seja um pouco distante, é bastante freqüentada.

Rio das Ostras avançou também na gastronomia e conta com bons restaurantes. Um deles é o Bartrô, vencedor do Festival de Frutos do Mar, que leva a chancela de José Hugo Celidônio, e que conta com um cardápio sofi sticado, sendo opção certeira para quem procura boa comida. O restau-rante Casa da Praia, espaço que abriga manifestações culturais e o Bar da Boca,

O

Praias e shows

ORLA DO COSTAZULPrincipal atração da cidade

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na Boca da Barra, também são referências para quem busca um cardápio elaborado.

Simplicidade é possível encontrar no quiosque na Boca da Barra, onde é vendido um dos ‘quitutes’ preferidos dos turistas: quibe de peixe. Há quem vá lá somente para saborear a delícia. O recém-inau-gurado restaurante Mundi, em Costazul também é sucesso de público no município, e serve desde simples petiscos a comidas mais elaboradas.

A Tocolândia, um espaço em Costazul reservado para a venda de artesanatos, plantas, bebidas, roupas, e objetos deco-rativos recebe milhares de visitantes no verão.

À noite, há algumas opções para quem visita a cidade: o Flagra, no Centro, um pub que promove eventos diversifi cados e a Platô, em Costazul, uma boate mais voltada para o público jovem.

Prioridade para a segurança Na alta temporada o município de Rio

das Ostras recebe um reforço da Polícia Militar, conforme explicou o secretário de Turismo. “Somente no réveillon passado tivemos 120 homens trabalhando”, conta Alan Machado. O trabalho de policiamen-to do carnaval também foi efi caz, sem ocorrências, já que a PM recebe apoio da Guarda Municipal.

O Departamento de Proteção Ambien-tal (Depa) da Secretaria de Guarda e Trân-sito de Rio das Ostras também se preparou com antecedência para receber uma grande quantidade de turistas. Para dar apoio aos doze guarda-vidas do Corpo de Bombeiros,

o Depa, sob a direção do sargento Rangel, treinou 33 homens que atuarão nos postos, localizados na Praia do Bosque, Figueira, Boca da Barra, Costazul (Remanso e na Pedra de Costazul), Praia e Lagoa de Iriry, Lagoa Salgada e Mar do Norte. Também será instalado um novo posto próximo ao Emissário Submarino.

ALAN MACHADOSecretário de Turismo A partir desse verão eles (ambulantes) serão facilitadores turísticos

Lagoa de Iriri

R i o d a s O s t r a s Natal solidário

elo terceiro ano consecutivo, a Distribuidora de Bebidas Marbela

festeja o natal de um jeito diferente. Todo o corpo de funcionários se envolve na arrecadação de alimentos que são distribuidos para comunidades carentes. Este ano a corrente de solidariedade montada pela Distribuidora, que envolve também seus clientes, amigos e fornecedores, arrecadou 4 toneladas de alimentos, que foram entregues, no dia 22 de dezembro, nas comunidades do Mossoró, Favela do Lixo e Lixão de São Pedro da Aldeia.

Mossoró

Lixão

Favela do Lixo

P

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Ruy Borba Filho e o vereador Messias

G e n t e PapiPress

Na BoinhaO empresário brasiliense Boa Ventura Guimarães é uma prova de que se a região investir em estrutura naútica, não nos faltarão esses incríveis navegadores e seus barcos maravilhos. Boinha, como é chamado, é um apaixonado pelo mar de Cabo Frio. Todos os anos despacha sua lancha Angra 29, de Brasília onde mora, para Cabo Frio, pelo prazer de navegar nas águas da região. O empresário diz que vale a pena o esforço, que envolve dois dias de viagem. “É bom demais. Visual lindo, maravilhoso. Navegação segura, passeios maravilhosos. Vou a Arraial, Búzios, Peró. Muito gostoso”, diz.

Verão tranqüiloSó podia mesmo sobrar para o multivalente Ricardo (Cacá) Azevedo a tarefa de coordenar o agitado verão de Cabo Frio. O prefeito o encarregou de supervisionar todas as atividades relacionadas à temporada, o que envolve segurança, limpeza pública, fi scaliza-ção de posturas e trânsito, a partir dos festejos de réveillon até o Carnaval. Cacá vai coordenar uma Comissão formada por várias secretarias e autarquias para garantir um verão tranquilo para a capital da Região dos Lagos.

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R e s p o n s a b i l i d a d e S o c i a l

paralisia cerebral de Luan Gonçalves Ferraz, de 11 anos de idade, é apenas um detalhe mais especial que outros. Amante de uma boa música, o garoto brinca com os amigos e se

dedica a montar quebra-cabeças e fazer desenhos. Em três anos e meio, ele melhorou a coordenação motora, principalmente a dos membros superiores. Uma grande conquista para um menino que, além da família, tem apenas nos amigos da ONG Cidadão Igual o carinho e a dedicação que precisa para viver melhor.

Amigos como Márcia Nascimento, 38 anos. Quan-do ela se mudou de Niterói para o Segundo Distrito de Cabo Frio, não encontrou atendimento adequado para a irmã Mara, de 32 anos, que é defi ciente auditiva e car-diopata. “Quando cheguei aqui, as escolas municipais e estaduais não aceitavam crianças e jovens portadores de necessidades especiais. O atendimento mais pró-ximo era no centro de Cabo Frio, na APAE. Mas, na época, a instituição só aceitava pessoas portadoras de necessidades especiais. Não havia inclusão. A minha irmã merecia mais que isso”, conta ela.

Márcia percebeu que não era só a irmã que pre-cisava de cuidados no Segundo Distrito. A pedagoga começou voluntariamente a atender os portadores de necessidades especiais em escolas particulares e ga-nhou apoio na causa. Alguns voluntários apareceram e o número de pessoas atendidas também aumentou. Foi necessário expandir o atendimento para outro local.

“Eu vejo o meu trabalho como uma vitória, por-que quando começamos, há quatro anos, as crianças fi cavam no tapete, não tínhamos nada. A prefeitura de Cabo Frio contribui com o aluguel da casa, mas chegamos a fi car até três meses sem receber o dinheiro. O material de reabilitação foi todo doado pelo Rotary Clube e Lions Clube. Os comerciantes e moradores também fazem doações. Os pais são meus maiores colaboradores. Aqueles que podem me ajudam com uma taxa de R$20 mensais. Recentemente chegaram três computadores para o curso de informática. Tudo doação. O que me deixa mais alegre é que fi zemos isso tudo sem dinheiro, e fi co pensando, porque existem pessoas com dinheiro que não fazem ou ajudam? Eu

QUE TRANSFORMAAMOR

Graciele Soares / Fotos PapiPressAVANIR BARBOSA Eu acho muito gratifi cante quando as crianças chegam e dizem: tia, consegui escrever

DÉBORA CRISTINA Exemplo de superação

Material de recuperação foi doado pelo Rotary e Lions

Rua onde está localizado o projeto fi ca intransitável nos dias de chuva

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falo de empresários e políticos. Quando essa idéia for apoiada, acho que vai ter um crescimento na qualida-de”, ressalta Márcia.

A ONG Cidadão Igual conta hoje com 15 voluntá-rios que atendem e ministram aulas pela parte da manhã e à tarde. São cursos de inglês, espanhol, telemarketing, informática, violão e ofi cinas de artesanato, além de atendimento fi sioterapêutico e pedagógico.

“Já inserimos portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. Aqui na ONG são todos iguais, atendemos pessoas de todos os tipos, portadoras e não-portadoras”, ressalta a pedagoga.

DIFICULDADESSegundo a fundadora do projeto, uma das difi cul-

dades é segurar os voluntários no local. “Não tenho condições fi nanceiras de manter uma equipe fi xa na casa. Às vezes, até o dinheiro da passagem faz a dife-rença”, afi rma ela.

Outro desafi o é a estrutura física, inadequada. Para Márcia, se a casa tivesse um parquinho para as crian-ças, mais brinquedos pedagógicos e uma piscina para hidroterapia, o trabalho teria melhores resultados.

A DIFERENÇAA diferença do projeto está nos voluntários, como

Avanir Barbosa, de 57 anos. Ela é formada em Educa-ção Infantil e trabalha com alfabetização na ONG. “Eu acho muito gratifi cante quando as crianças chegam e dizem: ‘tia, consegui escrever’”.

Outro exemplo é Odete Moreira Almeida da Con-ceição, de 46 anos. Ela começou a freqüentar o projeto por causa do fi lho Gaison, que tinha paralisia cerebral. Há dois anos, ele faleceu, vítima de infecção pulmonar. Mesmo assim, Odete não deixou de ajudar e todos os dias marca presença na ONG. “Meu fi lho gostava de freqüentar o projeto porque tinha muitas crianças, e ele se entrosava. O que me motivou a continuar foi a experiência que tinha. Toda vez que estou perto das crianças, sinto que estou perto do meu fi lho”.

A voluntária Débora Cristina Borges Ribeiro, de 18 anos, é também a própria encarnação da superação. Ela tem defi ciência mental de leve a moderada, mas isso não é obstáculo para que ajude a monitorar os alunos da ONG, participar das aulas de biscuit e do reforço escolar. Estudante da 4º série do Ensino Fundamental, Débora faz questão de dizer que as notas dela são todas azuis.

Amor, dedicação e muita luta, são essas as quali-dades que resumem a história da pedagoga e estudante de fi sioterapia Márcia, que vive inteiramente para ajudar o próximo. “Por que as ONG’s existem? Porque o governo não faz! Acho que se cada um fi zesse sua parte, o mundo seria bem melhor. Este projeto é meu fi lho. Eu acho que ajudar é muito mais do que passar a mão na cabeça e dar beijinho no rosto. É dar apoio e limite, é isso que é o meu trabalho. Aqui eu amadureci e melhorei como ser humano”, conclui Márcia.

Voluntária Greyse ensina os primeiros passos da informática

MÁRCIA NASCIMENTO mostra a Kombi do projeto, sem condições de uso

Eu acho que ajudar é muito mais do que passar a mão na cabeça e dar beijinho no rosto. É dar apoio e limite, é isso que é o meu trabalho

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uma atitude inovadora, a Fundação Estadual de Engenharia e Meio Am-biente (Feema) aceitou rever os termos

da licença concedida para a construção do complexo SuperClub Breezes, em Búzios, depois de muita discussão e duas Ações, uma Pública e outra Popular, contra o licenciamento da obra.

A revisão dos termos da licença, hoje embargada pela justiça, aconteceu por intervenção direta do agente regional do ór-gão, Carlos Alberto Muniz, que comprou a briga e costurou o acordo com as partes en-volvidas. “Achei muito positivo a revisão da licença”, diz o agente, destacando como um dos maiores ganhos “a possibilidade de criar 900 metros de orla pública com 30 metros de largura, em frente ao novo loteamento”. Muniz lembra, no entanto, que o assunto é polêmico. “Não vou fugir da briga, é preciso conciliar meio ambiente com desenvolvimento”.

Segundo ele, a área do empreendimento já estava modifi cada. “A Divisão de Estu-dos Ambientais da Feema realizou estudo técnico do local e concluiu que não existe mais a possibilidade recuperar as áreas degradadas”.

Murilo Bustamante, titular da 2ª Pro-mo toria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Cabo Frio, explicou que a negociação foi trabalhosa. “A negociação foi muito difícil, muito complexa. O termo é extremamente técnico, um verdadeiro contrato, com cláusulas e garantias. São 15 laudas. É um termo sério, não é uma mera declaração de boa vontade”, explica o promotor. “O termo foi a melhor solução para o caso, adequada aos ternos da lei, no tempo hábil, e que veio atender aos direitos e valores protegidos pela Constituição”.

O promotor explicou também que Ação

Civil Pública, m o v i d a p e l o MP, poderá vir a ser extinta por exaurimento de seus objetivos, com a revisão da licença. “Já a Ação Popular tem um objeto. Precisamos ver se a nulidade que eles apontam são as mesmas que nós apontamos. O autor vai verifi car se dará prosseguimento ou não, e isso será apreciado pelo Juízo”.

O termo foi assinado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a prefeitura de Búzios, a Marsol Empreen-dimentos e Participações S.A., a Feema e a Quinze de Maio Incorporação Imobiliária Ltda, estabelece o prazo de três anos, a contar da data assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), acorrida em 3 de dezembro de 2007, e obriga as Empre-sas Compromissárias a cumprirem uma extensa lista de exigências:

- Apresentar Plano de Implantação de todas as obrigações previstas no TAC. Prazo: 30 dias

- Observar o afastamento de 30 metros de faixa não edifi cante. Prazo: Imediatamente.

- Demarcar e recuperar a faixa de praia (36.000 m²) . Prazo: 60 dias.

- Implantar trilhas interpretativas e áreas de contemplação na faixa acima. Prazo: 90 dias.

- Implantar programa de Educação Ambiental. Prazo: 90 dias.

- Apresentar ao MP, Feema e muni-cípio de Búzios relatórios trimestrais do cumprimento das obrigações. Prazo para início: 90 dias.

- Construir lagoas de acumulação e canais de dragagem. Prazo: 30 dias após

a emissão das licenças ambientais e apro-vação da Serla.

- Implantar o Parque Municipal das Du-nas de Tucuns. Prazo: 120 dias da edição do ato de criação.

- Implantar Um horto-escola. Prazo: 60 dias para apresentação do projeto e 1 ano para a conclusão.

- Implantar programa de Capacitação Profi ssional para a comunidade no entorno do empreendimento. Prazo: 90 dias.

- Apresentar plano de Gestão Ambien-tal das obras do empreendimento. Prazo: 30 dias.

- Executar programa de Replantio e Ampliação da Cobertura Vegetal. Prazo: 90 dias.

- confeccionar 80 placas informativas sobre a APA do Pau-Brasil. Prazo: 60 dias para confecção e 30 para a instalção.

- Implantação de marcos para delimita-ção das Zonas de Preservação e de Conbser-vação de Vida Silvestre. Prazo: 90 dias.

O valor do investimento para que todas as exigências sejam cumpridas está pre-visto em R$ 1.880.000,00 e a fi scalização caberá à Feema.

“Quem vai fi scalizar é a Feema. Eu vou ser o fi scal disso, não só por obrigação, mas por gosto. O TAC foi uma solução ótima. É melhor ocupar o espaço público com coisa boa. Eu fi co honrado em participar desse TAC. É o meu presente de natal”, exaltou Muniz.

A r m a ç ã o d o s B ú z i o s

Niete Martinez

TAC libera BreezesAcordo entre MP, Feema, prefeitura e empreendedores pode liberar a obra do SuperClub Breezes

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piPr

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Dunas geram controvércia

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partir do dia 4 de janeiro, moradores e turistas que visitam o município de Cabo Frio terão a oportunidade de

participar de mais uma edição do Projeto Viva Esporte, evento elaborado pela Prefei-tura Municipal e executado pela secretaria municipal de Esporte e Lazer, que tem o objetivo principal de oferecer atividades esportivas gratuitas, durante todo o mês de janeiro, em arenas e quadras montadas em quatro pólos no 1º e 2º Distrito da cidade. Em sua quarta edição, o Viva Esporte já entrou para o calendário ofi cial da cidade como um dos principais eventos da alta temporada e vem atraindo um público de 80 mil pessoas todos os anos.

Na edição de 2008 – que será um pouco mais curta que as anteriores, em função do carnaval que inicia em 2 de fevereiro – o projeto se estende até o dia 1º de fevereiro, sexta-feira, contabilizando 29 dias ininter-

Colônia de Férias ao ar livreViva Esporte em Cabo Frio atrai público de mais de 80 mil pessoas

ruptos de atividades que contemplam todas as faixas etárias. Há opções como jogos de mesa (dama, dominó, xadrez, baralho, fu-tebol de botão), brinquedoteca (para crian-ças entre 2 e 6 anos de idade), frescobol, peteca, futevôlei, vôlei, handebol e futebol de areia. As novidades desta edição são as novas opções nos jogos de mesa (totó e ping pong), as aulas de aeróbica, lambae-róbica, aero boxe, boxe combat e ginástica, sempre após o encerramento das atividades (a partir das 18h) e, ainda, a inclusão de um projeto voltado, essencialmente, para idosos, intitulado “Viva Melhor Idade”, e que oferecerá atividades, como ginástica e alongamento, sempre a partir das 8h.

Segundo o diretor de Esportes da se-cretaria e um dos principais organizadores do Projeto Viva Esporte, Ricardo Barreto, outra mudança para 2008 diz respeito ao locais de realização do evento. Além das praias do Forte, Unamar e Santo Antônio, núcleos do projeto nos anos anteriores, desta vez, também o Jardim Esperança recebe um pólo do Viva Esporte. Todas as

atividades acontecerão na praça principal do bairro que acabou substituindo o núcleo que funcionava na Praia do Peró. Será a primeira vez que o evento acontecerá longe da orla.

“O Viva Esporte, hoje, já virou uma atração tanto para o cabo-friense quanto para o turista que visita a nossa cidade em janeiro, tanto que o projeto já faz parte do nosso calendário ofi cial. O pólo em Jardim Esperança pretende benefi ciar aquela co-munidade que não pode se deslocar, com facilidade, até a praia. Já estudávamos esta possibilidade desde o ano passado”, afi rmou o secretário municipal de Esporte e Lazer, José Ricardo Gonçalves.

“Notamos que no Peró não havia tanta procura pelas atividades. Já no Jardim Esperança, há sempre muita gente na rua. Temos o exemplo, lá, da academia popular, que vive lotada”, complementou Ricardo Barreto. Os horários de funcionamento das arenas serão das 10h às 17h, nos núcleos da Praia do Forte e 2º Distrito e, das 8h às 12h e das 16h às 20h, no Jardim Esperança.

Vanessa CamposFotos Marconi Castro

E s p o r t e

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Ginástica ao ar livrena Praia do Forte

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50 CIDADE, Janeiro de 2008

Praia do Forte: público diário de 2 mil pessoas em 2007

Contudo, apesar da grande aposta no Jardim Esperança, é ainda na Praia do Forte que a secretaria vem contabilizando o maior número de participantes. Em 2007, o pólo da Praia do Forte recebeu 60 mil pessoas ao todo, com uma freqüência diária de duas mil pessoas de segunda a sexta-feira e de quatro mil pessoas nos fi nais de semana. Já nos demais pólos, responsáveis por um público total de, aproximadamente, 20 mil pessoas, a freqüência diária variava de 300 a 800 pessoas. Segundo Ricardo Barreto, toda a contabilidade, registrada em relatórios, tem por base as fi chas de cadastro preenchidas por cada participan-te, logo na entrada das arenas esportivas. Ali, além de constar a freqüência diária, estão dados como nome, idade, local de origem e até tipo sanguíneo, caso haja a necessidade de algum socorro médico. As fi chas de crianças e adolescentes menores de idade também precisam ser assinadas pelos responsáveis.

“Nosso objetivo, com esta medida, não é burocratizar o projeto, mas ter uma forma de controle sobre o que está acontecendo na arena. Pelo cadastro, também pode-mos ter uma noção sobre quem é o nosso público, a quem, de fato, o Viva Esporte atende”, destacou ele, acrescentando que os relatórios dos anos anteriores indicaram

que 50% dos participantes do projeto são os próprios moradores da cidade e a faixa etária predominante (80%) é composta por adolescentes entre 13 e 16 anos de idade.

Geração de Empregos De acordo com os dados referentes ao

projeto, não é só o público que pode usu-

E s p o r t e

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fruir dos benefícios produzidos pelo even-to. O Viva Esporte também tem sido uma fonte de geração de mais de 200 empregos temporários, que incluem professores e estagiários de Educação Física, pessoal de apoio nas tendas e profi ssionais de Saúde e Segurança. “Só para o 2º Distrito são 72 empregos”, destacou Ricardo.

Para garantir a segurança do projeto, haverá um efetivo de bombeiros, seguran-ças particulares e apoio da Polícia Militar. Outra medida, foi abolir o funk das aulas de ginástica e lambaeróbica, já que nos últimos anos houve brigas e confusões motivadas pela música.

“Não queremos atrair esse público que

Espaço para Jogos de mesa

JOSÉ RICARDO GONÇALVESSecretário de Esportes e Lazer

O Viva Esporte, hoje, já virou uma atração tanto para o cabo-friense quanto para o turista

só vai ali para brigar, arrumar confusão. Nosso público é a fa-mília, que vai só para se divertir, se exercitar – explicou o secre-tário municipal, acrescentando

que o Viva Esporte deste ano também será uma prévia do novo projeto que a Prefei-tura pretende lançar, a partir de março: o “Ruas do Lazer”, que contemplará, a cada mês, um bairro da cidade, com atividades esportivas gratuitas. Haverá, assim como no Viva Esporte, atividades como jogos de mesa, vôlei e brinquedoteca, que serão realizadas em praças públicas e quadras poliesportivas. “O sucesso do Viva Esporte se da muito à diversidade de atividades es-portivas, inteiramente gratuitas. Cabo Frio recebe muito bem projetos desta natureza”, destacou ele que, para a edição de 2009 do Viva Esporte, já estuda mais duas novida-des: muro de escalada e cama elástica.

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ejo no Natal, com toda a sua magia, uma oportunidade única, renovada anualmente, para pro-

movermos transformações que nos tornem mais lúcidos, capazes de en-tender que estamos todos no mesmo barco, que um gesto ou uma palavra hostil pode desarmonizar o planeta e, consequentemente, retornar sob a forma de energia negativa que nos trará infelicidade. Trata-se do mesmo princípio pelo qual o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode in-fl uenciar as condições meteorológicas no Texas. Quem conhece o poder das energias sutis entende do que estou falando. E a mesma ciência que ainda consegue captar sinais de radiações emitidas durante o Big Bang – evento que deu origem ao universo como tal é conhecido – já provou este fato.

Acredito que Cristo veio ao mundo na mesma condição de nós, mortais, para mostrar que é possível, e extre-mamente saudável, conviver com as diferenças, pois são elas que fornecem o tempero vital para enfrentarmos os obstáculos cotidianos. Certamente pensando nisso Ele disse: “Olhai o próximo como a ti mesmo”. Cristo nos apontou caminhos para usufruir-mos de todas as riquezas que nosso lar planetário oferece, sem traumas ou culpas. Sua mensagem mantém a mesma força de dois mil anos atrás, e se torna mais urgente à medida que o tempo vai passando.

Somos um país onde centenas de jovens são mortos todos os dias. Mas não é um problema unicamente brasileiro. Talvez falte à sociedade humana a compreensão do que é o milagre da vida, seja representado por outro ser humano, por uma formiga ou pela mais simples das plantas. Só o entendimento de que todos têm uma função importante a cumprir é capaz de bloquear as mãos que apertam os gatilhos, ou calar as vozes que cons-troem desentendimentos.

O Natal e a urgência da transformação

A r t i g o

Martinho Santafé é jornalista

VMartinho Santafé

Para transformar, no entanto, é necessário quebrar paradigmas, sejam individuais ou coletivos. Já sabemos, por exemplo, não ser possível deter o processo de aquecimento global mantendo o atual modelo econômico adotado pela quase totalidade dos países. Todos sabem disso, mas que-rem sempre mais um prazo para as mudanças.

Osho, na obra “A Sabedoria das Areias”, diz: “Você é a estrutura do universo; você não desaparecerá. Mes-mo quando você desaparecer, muitas vezes você permanece, o essencial permanece. Apenas o não-essencial segue desaparecendo, mas ele não é você”.

No mesmo livro, ele nos mostra a “Fábula das Areias”, a história de um regato que, “vindo de sua fonte nas longínquas montanhas, passando por todos os tipos e espécies de regi-ões, fi nalmente alcançou as areias do deserto. Da mesma forma como atra-vessou todas as outras barreiras, tentou atravessar esta também, mas se deu conta de que ao entrar em contato com a areia, suas águas desapareciam”. Depois de muito pensar (e sofrer), o regato permitiu-se “ser absorvido no vento”... “que ergue a água, carrega-a sobre o deserto e então a deixa cair novamente. Caindo como chuva, a água de novo se torna um rio”.

Transformar dói, pois afl ora o que temos de essência e porque também é um parto – este evento único da exis-tência humana, o mesmo Natal que trouxe o fi lho do Criador ao mundo dos mortais.

Este ano, participando da Confe-rência Internacional Ethos de Respon-sabilidade Social Empresarial, em São Paulo, fi quei absolutamente encantado com o texto de uma camiseta distribuí-da por uma ONG. Dizia o seguinte: “A mudança que você quer fora começa dentro”.

Que tal começar agora? Feliz Natal !!!

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São tantas as pessoas que merecem o Prêmio Nobel do reconhecimento, que é impossível não errar na escolha. En-tão, dedicamos este Perfume de Gente ao “Esquadrão do Bem” que são ofi -cialmente as dignas representantes de todas as que trabalham unidas nestas nossas Obras Irmãs.Que esse “Perfume de Gente” feche o ano de 2007 e inicie o “Bissexto 2008”, espalhando no ar o intenso a ro ma, que as caracteriza em sua incansável caminhada de Amor.

em gente que tem Cheiro de Almíscar – que é a essência Viva por natureza; nem de erva, nem de fl or – Almíscar é

o próprio aroma da força de querer...Pois tem gente que é feita de coragem,

teimosia, irreverência e um jeito todo especial e misterioso de falar de amor; tudo isso, envolvido em ondas, desse

raro perfume que as tormam incon-fundíveis...

Ao lado dessas pessoas há que se estar atento as ale-grias retumbantes ou aos silêncios de líricas intros-pecções; há que se aprender a ler nas entrelinhas e tra-duzir com cuidado o que cada palavra

ou cada silêncio sinalizam no labirinto das paixões de cada tempo...

Ao lado dessas pessoas o repicar de um sino pode ser o chamado para a li-turgia de domingo ou o toque nostálgico de algo que termina como quem apaga uma luz...

Ao lado dessas pessoas, é preciso dar e receber com infi nita generosidade; é preciso ver além da linha do horizonte onde o sol se inclina pra dar passagem ao brilho prateado da lua que chega para iluminar seus pensamentos perfumados de Almíscar...

Assim é você ... Tati Bueno – parcei-ra de uma vida...

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Marina Massari

Perfume de Gente

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P o n t o d e V i s t a

Estação de Tratamento de Engodo

ERNESTO LINDGREN é sociólogo

Vitão? Tua linha tá segura? É o Zevedo. Telefone verme-lho? Agora sim! Juntaram

tudo né? FEEMA, IEF, SERLA. Vai ser APNÉIA ou coisa assim. O organograma parece lista telefônica de Manhattan. Olha só. Pergunta pra Zoraia se vai manter comissão de cargo. Outra coisa. Nenén coloca onde o papel timbrado da FEEMA que chegou da grá-fica? Tem sobra de papel e uma ONG quer pegar. Fala com alguém e liga praque-le telefone público. Tchau.”

Acima, um resumo de conversa fictícia, próxima da realidade, mostrando porque uma ONG (Olho Na Grana) se cala quando o poder público come-te um crime ambiental ou se omite. Desmoraliza-se para receber um favor qualquer. Siglas de Olheiros e de origem FEM (Federal, Estadual, Municipal) são ingredientes para um bolo chamado Engodo.

47% da população brasileira são atendidas por rede de esgoto, 20% tra-tado em ETE, mas não se sabe se são completas, com tratamentos primário, secundário e terciário. Digamos que sejam. Resultariam subprodutos para uso como matéria prima em indústria de fertilizantes. Tomando isso como re-ferência “olheiros” e “femeiros” querem fazer crer que o esgoto produzido pelos 600 mil habitantes na Região dos Lagos está entre os 20%.

Em 1998 à Prolagos foi dado o prazo de 25 anos para implantar e operar os sis-temas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto. No mesmo ano a prefeitura de Cabo Frio insistiu no sis-tema misto de coleta de águas pluviais e esgoto e a canalização de valões. Foram opções estúpidas: dos canos às margens da lagoa sai água pluvial misturada com esgoto in natura. Protestos pintados em muros foram apagados por funcionários da prefeitura, automóveis com adesivos de ONG´s foram apedrejados. Teria havido uma crise de Alerj(ia)?

Há uma corrida contra o tempo com a instalação de uma ETE (?) que trata 300 mil litros de esgoto por hora, menos da metade produzido em Cabo Frio. Ninguém sabe que tratamento é esse. Os habitantes na Região podem produzir um milhão e meio de litros de esgoto por hora e a maior parte está indo diretamen-te para a lagoa de Araruama.

O lugar para o palavrório sobre sa-neamento e meio ambiente na Região é uma Estação de Tratamento de Engodo, havendo coisa que chega a ser hilarian-te. Com o canal de 300 metros ligando a laguna em Cabo Frio com a lagoa de Araruama, garante a Serla que a troca da água ocorrerá em um ano. Pois bem. Se há estudo, relatório e uma simulação, que coloque à disposição do público e da imprensa pelo menos a introdução e a conclusão do relatório, a lista dos participantes. Deveria ser publicado na revista do Programa de Pós-Graduação em Planejamento da Universidade de Harvard, divulgando esse extraordinário feito da engenharia fluminense, com versões em alemão, árabe ou qualquer outro idioma.

Que Serlá, Serlá?

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L i v r o sOctávio Perelló

LEIA MAIS LIVROS LEIA MAIS LIVROS LEIA MAIS LIVROS LEIA MAIS A infi el de Irajá

Mais um ótimo lançamento de 2007 traz a marca do sempre surpreendente Rubem Fonseca. Desta vez adotando o gênero da crônica para nos brindar com as sua pérolas literárias. Trata-se de O ro-mance morreu (Companhia das Letras, 2007, 198 páginas). Com a escrita despida da tensão narrativa que permeia os seus contos e romances, mas não destituída de verve literária, o genial Rubem Fonseca

nos oferece curiosidades incríveis acerca do mesmo universo que impregna as suas histórias, porém ditas diretamente por ele, sem a interferência dos seus impagáveis personagens. Ali está, intacto, o grande Rubem Fonseca dos contos e romances. Ali está, inteiro, saído das cortinas de sua ficção, o homem e escritor Rubem em suas andanças pelo mundo, pelo Brasil, pelo Rio de Janeiro, por sua acidental cidade natal Juiz de Fora, pelos valores culturais que transbordam em sua ficção. Livro imperdível.

Diz a sabedoria popular que o cisne, antes de morrer, emite um lindo canto. Daí surgiu a expressão “canto de cisne”, metáfora para as últimas realiza-ções de uma pessoa. Mesmo triste e contrariado, é desta forma que quero abrir estas mal traçadas linhas sobre a última grande peripécia literária do ex-editor de Cidade, o jornalista e escritor Marco Antônio de Carvalho. Lançado com merecida pompa e circunstância no dia 17 de dezembro na Casa de Cultura Laura Alvim, Rubem Braga – Um cigano fazendeiro do ar (Editora Globo, 2007, 610 páginas) já era obra aguardada em sucesso, digamos assim. Tendo sua abertura situada na Itália em 1944-45, para onde o exímio cronista seguira aos 32 anos como correspondente de guerra, especialmente para cobrir a campanha da FEB na guerra contra o horror nazista personifi cado na fi gura daquele que ele melhor defi niu como “o grande cão escandaloso”, o livro começa nos conduzindo como que num road movie, nos fazendo acompanhar Rubem Braga e companheiros naquele jipe prestes a topar com uma coluna alemã. Desde o início reco-nhece-se a hábil e bem-humorada narrativa daquele mesmo Marco Antônio de Carvalho que escreveu João e a Bruxa, mas, principalmente depara-se com o espetacular resultado da monumental e minuciosa biografi a de seu conterrâneo de Cachoeiro de Itapemirim, que lhe exigiu o épico trabalho de 267 entrevistas durante a preparação e dez anos para fi nalizar o livro. Outro aspecto nada surpreendente para quem conhece a verve do autor, mas que contará como mais um explosivo ingrediente na promissora traje-tória do livro é a quantidade de revelações sobre as manobras de Vargas no Catete, que enviara tropas para acabar com a ditadura de Hitler, mas não intentava nem um pouco em acabar com a própria ditadura que instalara em sua casa. Há o tempo todo passagens hilariantes que demonstram bem a fi rmeza de caráter de Rubem Braga, como a que se refere ao almoço em Florença, oferecido pelo General Cordeiro de Farias aos correspondentes, quando este discursou sobre a importância da luta contra as ditaduras de Hitler e Mussolini, e Rubem o interpelou: “General, muito me admira o senhor falar em democracia, quando mandou me prender e me deportar”. E por aí segue esta brilhante biografi a. Pena, mas pena mesmo, Marco ter nos deixado em julho de 2007, aos 57 anos, antes de ver o nascimento desta bela e ao mesmo tempo monstruosa cria! Fica este grande canto como legado.

O Canto do Cisne de Marco Antônio de Carvalho

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T h o m a s S a s t r eO P I N I Ã O

Meditação Natalina: quando a esperteza é excessiva acaba comendo o próprio dono

ualquer pessoa tem a obrigação de pensar e o direito de se expressar, claro que isso não acontece em Bú-

zios onde a maioria são de analfabetos. A idéia que se vende é que isto aqui tem que ser a península da ignorância e dos analfabetos.

Uma pequena parcela que vive de um falso elitismo, xenofóbicos, ditadorezi-nhos dissimulados, políticos mamulen-gos à serviço de quem os banca.

DISSIMULADO: elemento mais perigoso que bandido. O bandido mos-tra logo sua cara, o dissimulado passa sempre a imagem de mocinho.

O povo Buziano se fosse bem infor-mado saberia escolher seus governantes, e não fi caria calado quando pisoteiam sua honra, expulsaria de seus cargos os pseudos-líderes e tentaria recompor as instituições aviltadas.

Mas nós não fazemos nada disso, somos uma cambada de imbecis anal-fabetos afásicos assistindo as loucuras que se cometem em Búzios e contra cada um de nós.

Isto aqui é o município dos trouxas, que não distinguem um homem honrado de um pilantra, uma ação pelo bem geral de uma manobra para encher o bolso ou galgar mas um degrauzinho, no poder a qualquer custo.

Isto é o município dos mistérios on de quem é responsável absoluto não sabe de nada, ou fi nge enxergar outra realidade.

Estamos ameaçados de ser a penín-sula dos sem-vergonha, dos sem-caráter. A falta de pudor e cinismo imperam e não há, exceto o fórum municipal, lugar totalmente confi ável.

Quem se deixa enganar tão facilmen-te se recusa a se informar e quem fecha os olhos para a realidade do município acaba tornando-se da mesma laia.

Hoje ninguém mais liga para pro-cessos, insultos leves ou pesados, aqui se vende, se troca comodidades, cargos, poder, dinheiro. A preservação de algum sórdido segredo ou simplesmente a co-vardia protegida.

Tudo é feito às escondidas porque

os governantes não têm honra sufi ciente para enfrentar quem os elegeu.

Quem nos representou no governo passado apresenta problemas na justiça, e quem nos deveria representar sumiu pelo ralo. Mas, assim mesmo mantém pose de liderança, aumentando as tur-bulências da germinação dos ressenti-mentos políticos procurando rebaixar ao instrumento auxiliar da demagogia. Acendem luzes sobre as trevas confu-sas da qual a demagogia se alimenta, e apaniguados por oportunistas que estão sempre amparados pelo sol que mais esquenta. Seus detratores descrevem que seus redutos eleitorais se limitam a sel-vagens gritarias das hordas analfabetas estupefatas pelo álcool, constuindo um aluvião zoológico.

Repetem suas origens de pescadores humildes e preservacionistas ambientais, canários da terra que voam entre virtudes e humildade. Mas quando gorgeam poli-ticamente, assumem a forma carismática de gaviões gigantes que voam entre as trevas e perto do demônio.

De onde surgiu tudo isto? De onde surgiram estes políticos? De nós – nós os colocamos – nós, através das mãos dos ditos representantes, instituímos a vergonha buziana como verdadeiros parteiros desta história.

E não argumentem que sou um provocador ou um polêmico. O batismo desta incompetência me purifi cou de toda dúvida e de toda covardia.

Tudo cheira a podre, autoridades confusas, horizontes reduzidos.

Embora sem grande esperança, não há como tolerar mais. Há que se criar um mutirão de credibilidade para dar perse-guição implacável ao cinismo. Destruir essa farsa de governar entre amigos e parentes, falsamente se fazendo passar por inimigos, membros de uma tribo incesta ou de outra para que Búzios pare de rastejar e comece a caminhar.

Há que conscientizar-se para deixar de ser um “lumpen eleitor”.

Vamos mudar o giro da máquina apo-drecida. Conscientização urgente!!

Só depende de você.

Q

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Mérito CulturalO Oftalmologista Demócrito Azevedo recebeu no Rio de Janeiro o Diploma de Mérito Cultural, durante o Congresso Internacional de Língua Portuguesa, Filosofi a e Literatruras de Lingua Portuguesa no Rio de Janeiro.Demócrito que é membro Titular da Academia Brasileira de Médicos Escritores, preside a Academia Cabo-friense de Letras e tem se destacado no estudo do cabo-friense Teixeira e Souza, considerado o pioneiro do romance nacional com a publicação em 1843 do romance “O fi lho do Pescador”. Participou durante o congresso de mesa redonda sobre Teixeira e Souza, juntamente com Domício Proença Filho da Academia Brasileira de Letras e do escritor Silviano Santiago da PUC.O Dr. Demócrito já havia recebido em 2006 o ‘International Writers Association Awards’, outorgado pela International Writers Association Awards USA, devido o seu trabalho entiulado ‘Teixeira e Souza, The Father of Brasilian Romanticism’.

Curso de PatrimônioO Museu de Arte Religiosa e Tradicional, unidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizou, em dezembro, na cidade de Cabo Frio, o 8o Curso de Patrimônio Cultural para Professores de 1o e 2o graus das redes públicas de ensino. O curso teve por objetivo ampliar o conhecimento dos professores nas questões básicas sobre o patrimônio cultural brasileiro, com ênfase para o patrimônio cultural regional, a fi m de que haja um maior aproveitamento destes temas no conteúdo programático dos currículos escolares.

Convento Nossa Senhora dos Anjos

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14º Fest Verão Começa no dia 03 de Janeiro, se estendendo até o dia 8 de março, o tradicional Fest Verão de São Pedro da Aldeia. Beach Soccer, Vôlei masculino e feminino e Futvôlei são as modalidades disputadas . Os jogos serão realizados na Praça de Esportes Hermógenes Freire da Costa, na Praia do Centro.

Esportes no verão de Quissamã“O Melhor Verão é Aqui’, é a programação esportiva do verão 2008 de Quissamã que vai levar várias modalidades esportivas aos balneários. Para encerrar a programação, acontecerá, nos dias 9 e 10 de fevereiro, o Campeonato de Surf Profi ssional, nas areias de Barra do Furado.

Atestado de Conformidade do Crea-RJEmpresas localizadas em 15 municípios, de Saquarema a Quissamã, tiveram presença marcante na entrega do Atestado de Conformidade com o Exercício Profi ssional, que o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) realizou no dia 20 de dezembro, no Scalla Rio. Das 104 empresas que receberam o atestado, 42 são da Regional Leste, unidade descentralizada do Conselho responsável por estas 15 cidades.Os municípios com maior número de empresas atestadas são Cabo Frio, com 12 empresas; Macaé, com 11; e Rio das Ostras, com sete. A premiação, que marca uma fase de bom relacionamento entre o Conselho Regional e as empresas, foi criada com o objetivo de destacar as fi rmas que estão de acordo com os requisitos profi ssionais exigidos pela lei. “É uma forma que o Crea encontrou de destacar as empresas que estão dentro das exigências legais do exercício profi ssional. O Atestado mudou a própria fi scalização, que se tornou orientativa, e não punitiva”, explica a coordenadora da Regional Leste, Jussara Lemos.

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Galeria

NELLY LIPPY Natural de Teresópolis, começou a pintar em 1975. Recebeu orientação técnica de mestres como os professores Mory, Castelo Branco e Carlomagno. Utiliza técnicas diversifi cadas numa obra de múltiplas facetas onde se destacam inspiradas mandalas. A artista expõe no Centro Cultural de Cabo Frio e faz parte do catálogo “Arte Carioca 2001”.

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