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Câmpus de Marília JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO INICIAL EM PEDAGOGIA DA UNESP PRESIDENTE PRUDENTE 2013

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Câmpus de Marília

JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA

ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO INICIAL EM PEDAGOGIA DA UNESP

PRESIDENTE PRUDENTE

2013

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JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA

ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE

FORMAÇÃO INICIAL EM PEDAGOGIA DA UNESP

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP/Campus de Presidente Prudente, como exigência para obtenção do titulo de Mestre em Educação (Área de concentração: Educação, Linha de pesquisa: Práticas e Processos Formativos em Educação). Orientadora: Profª Drª Elisa Tomoe Moriya Schlünzen. Co-orientadora: Profª Drª Renata Portela Rinaldi.

Presidente Prudente

2013

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JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA

ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO INICIAL EM PEDAGOGIA DA UNESP

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente para obtenção do título de Mestre em Educação (Área de concentração: Educação, Linha de pesquisa: Práticas e Processos Formativos em Educação).

COMISSÃO JULGADORA

___________________________________________________________________ Presidente e Orientador: Profª Drª Elisa Tomoe Moriya Schlünzen ___________________________________________________________________ Co-orientadora: Profª Drª Renata Portela Rinaldi ___________________________________________________________________ 1º Examinador: Profª Drª Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida ___________________________________________________________________ 2º Examinador: Profª Drª Lazara Cristina da Silva

Presidente Prudente, 17 de julho de 2013

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DEDICATÓRIA

Aos surdos que me permitiram passar por

essa trajetória e que merecem todo o

reconhecimento.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por te me dado o dom da vida e pela sua proteção.

À minha orientadora Professora Doutora Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, por

ter acreditado em mim e me acolhido com tanto carinho.

À minha co-orientadora Professora Doutora Renata Portela Rinaldi, por me

orientar nos caminhos acadêmicos e pelos sábios conselhos.

As minhas amigas queridas, Juliana Dalbem e Paula Spolador, com quem

dividi momentos difíceis e felizes e pela amizade verdadeira.

A minha amiga Danielle Santos um agradecimento especial, pela ajuda,

companheirismo e por tudo que compartilhamos nesses anos.

Aos amigos do Centro de Promoção para Inclusão Digital, Escolar e Social

(CPIDES), Erik Rafael, Naiara Chierci, Janiele, Liliane Machado, Paula Massuyama,

Alisson, e em especial a Dona Luiza pelas longas conversas e desabafos.

Aos meus familiares Otacílio e Neuza pela ajuda e apoio com a educação dos

meus filhos, pois estiveram presentes nos momentos de ausência.

Aos meus filhos queridos Caio e Caroline, razão da minha existência.

Ao meu querido esposo Eder pelo apoio, estímulo e independente da

circunstância sempre esteve ao meu lado.

Aos meus sogros Romildes e Helena (in memorian), pessoas íntegras e

sábias, que por aqui passaram e deixaram muitas saudades.

Ao Programa de Apoio à Educação Especial (PROESP)/Capes, pelo apoio

financeiro fornecido para a realização da pesquisa.

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RESUMO

A presente investigação vincula-se a linha de pesquisa “Práticas e Processos

Formativos em Educação” do Programa de Pós-Graduação em Educação da

UNESP/Presidente Prudente. O objetivo principal é analisar como a disciplina de

Libras foi incorporada no currículo do curso de formação inicial de professor na

Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Paulista – UNESP, em

atendimento ao que dispõe o Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. Assim,

em se tratando do processo de inclusão educacional de alunos surdos, o

reconhecimento da Língua de Sinais e sua regulamentação por meio desse Decreto

foram fundamentais, principalmente, pelo fato de preverem a inclusão da disciplina

de Libras nos currículos dos cursos de licenciatura. Para alcançar os objetivos

propostos adotamos a abordagem qualitativa, utilizando os seguintes métodos: a

pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental produzida sobre o tema no período

de 2005 a 2010. Os dados documentais foram coletados por meio de um

levantamento inicial das matrizes curriculares nos 23 (vinte e três) campi da

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” - UNESP, em especial os

que possuíam o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Todavia, quatro cursos

foram selecionados a partir da leitura dos ementários das disciplinas e matrizes

curriculares dos cursos. Os resultados obtidos demonstram que a parcela majoritária

das unidades pesquisadas não está em consonância com o preconizado no referido

Decreto, quer seja pela inexistência da disciplina, da quantidade da carga horária, ou

ainda do ementário, conteúdo programático, nomenclatura da disciplina, avaliação e

objetivos destoantes do que é minimamente estabelecido pelo decreto para a

formação de professor.

Palavras chave: Disciplina de Libras. Licenciatura em Pedagogia. Formação Inicial.

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ABSTRACT

This investigation is linked to the line of research "Formative Processes and Practices in Education" of the Postgraduate Program in Education at UNESP / Presidente Prudente. The paper aims at analyzing how the discipline of Brazilian Sign Language (Libras) was incorporated into the curriculum of initial teacher training in Pedagogy at the Universidade Estadual Paulista - UNESP, in compliance with the provisions of Decree No. 5626 of December 22, 2005. Thus, in the case of the process of educational inclusion of deaf students, recognition of sign language and its regulation by this Decree were crucial mainly due to the fact of foreseeing the inclusion of the subject in the curricula of Libras of degree courses. To achieve the proposed objectives it was adopted a qualitative approach, using the following methods: the bibliographical and documentary research of theoretical work built on the theme, produced in the period 2005-2010. The documentary data were collected through a baseline survey of curriculum matrices in 23 (twenty three) campuses Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" - UNESP, especially those who possessed the course of Full Degree in Education. However, four strokes were selected from the reading of ementários of disciplines and curriculum matrices of courses. The results show that the majority share of the units surveyed did not follow the recommendations in the said Decree, either by lack of the subject, the amount of workload, or the curricular matrices, syllabus, nomenclature of the subject, evaluation and divergent goals from what is minimally established by the decree for the teacher training. Keywords: Initial Teacher Education. Brazilian Sign Language (Libras). Pedagogy.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Mapeamento do campo de investigação.

Quadro 2 - Visão geral das ementas das disciplinas de Libras por instituto

Quadro 3 - Visão geral dos objetivos das disciplinas de Libras por instituto

Quadro 4 - Visão geral dos conteúdos programáticos das disciplinas de

Libras por instituto.

Quadro 5 - Visão geral da Avaliação das disciplinas de Libras

Quadro 6 - Visão geral da Bibliografia das disciplinas de Libras

Quadro 7 - Análise das Matrizes Curriculares

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados da pesquisa no Banco de Teses e dissertações da

Capes.

Tabela 2 - Resultados da pesquisa nas Reuniões Anuais da ANPED

Tabela 3 - Resumo das publicações obtidas em relação à disciplina de

Libras.

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LISTA DE SIGLAS

ANPED = Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação

CAPES = Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nivel Superior

CBEE = Congresso Brasileiro de Educação Especial

FENEIS = Federação Nacional de Educação e integração do Surdos

INES = Instituto Nacional de Educação de Surdos

LDB = Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional

Libras = Língua Brasileira de Sinais

PD = Pessoa com Deficiência

PS = Pessoa com Surdez

PPP = Projeto Político Pedagógico

UNESP = Universidade Estadual Paulista

MEC = Ministerio da Educação

API = Ambiente Potencializador para Inclusão

UNIESP = União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo

TELEDUC = Ambiente Virtual de Aprendizagem

UNIVESP - Universidade Virtual do Estado de São Paulo

FEB = Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

FAAC = Faculdade de Ciências

GT = Grupo de Trabalho

IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LDBEN = Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

ECA = Estatuto da Criança e do Adolescente

AEE = Atendimento Educacional Especializado

PCN = Parâmetro Curricular Nacional

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 11

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 18

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 23

1.1. Delineamento metodológico .................................................................. 23

1.2. Fonte de coleta de dados ...................................................................... 28

1.3. O campo investigado ............................................................................. 30

1.4. Materiais de pesquisa ............................................................................ 33

1.5. Procedimentos de análise de dados ...................................................... 33

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 37

2.1. Constituição Histórica da Educação da pessoa surda ........................... 37

2.2. A Importância da Língua de Sinais para as comunidades surdas ......... 49

2.3. A Libras nos cursos de formação de professores: perspectivas para

atuar com alunos surdos .................................................................................... 54

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................. 56

3.1. Breve histórico da Política de Educação Especial no Brasil .................. 56

3.2. Libras e Leis que regulamentam as políticas linguísticas ...................... 59

3.3. Formação inicial do Professor no Ensino Superior para atuar com alunos

surdos.. .............................................................................................................. 60

3.4. A implementação da Disciplina de Libras no Ensino Superior ............... 71

3.5. Considerações sobre o currículo escolar ............................................... 73

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................. 83

4.1. O papel do ensino de LIBRAS na Matriz Curricular do curso de

Licenciatura em Pedagogia para a formação do Professor dos anos iniciais .... 86

4.2. Análise das Matrizes Curriculares ....................................................... 104

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 117

APÊNDICES ........................................................................................................... 124

ANEXOS ................................................................................................................. 124

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APRESENTAÇÃO

Inicio1 esta Dissertação relatando fatos e experiências pessoais e acadêmicas

que me conduziram ao problema desta pesquisa, apresentando em seguida o

campo de investigação e a relevância deste trabalho.

Antes de iniciar a contextualização histórica buscando conhecer os processos

que compuserem o cenário educacional do surdo durante décadas, faz se

necessário apresentar um resgate da minha trajetória pessoal, profissional e

acadêmica que, desde a graduação, buscou articulação com as questões ligadas ao

direito da pessoa com deficiência e reivindicação por uma educação de qualidade ao

aluno surdo.

A curiosidade em entender como desvelar os problemas que envolviam o

tema em questão atuou como mola propulsora para que eu mergulhasse nessa

pesquisa e na organização deste documento.

Desde a minha primeira formação no magistério, enquanto professora de pré-

escola, a Educação Especial sempre me instigou. Desta forma, sempre direcionei

minha formação acadêmica para essa área.

Ao ingressar na Universidade (2002), no curso de Graduação em Licenciatura

Plena em Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade

Estadual Paulista, campus de Presidente Prudente, já tinha o desejo de estudar e

conhecer mais profundamente a Educação Especial e seus impactos no âmbito

educacional. Talvez seja por ter em minha família pessoas com deficiência: um tio

surdo e uma prima com uma “doença degenerativa” que a levou a uma cadeira de

rodas aos 18 de anos de idade. Ambos são pessoas de grande potencialidade,

porém sofrem diante das limitações impostas pelas suas condições e principalmente

pelas atitudes preconceituosas existentes numa sociedade totalmente excludente.

1 Nesta parte de apresentação, bem como na introdução, uso o pronome na primeira pessoa do singular “eu”

para dar ênfase a minha trajetória de vida. Contudo, nos capítulos que seguem será usado o pronome na primeira pessoa do plural “nós” por evidenciar uma construção coletiva que envolveu também a orientadora e co-orientadora da pesquisa.

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Toda essa experiência me remeteu a buscar um ambiente em que pudesse

refletir sobre minhas dúvidas e pensar em possibilidades de atuação na área da

Educação Especial. Assim, em 2003, conheci o grupo de pesquisa “Ambiente

Potencializadores para Inclusão (API)2” e ali pude expor minhas angústias e procurar

alternativas, possibilidades de lidar com essas pessoas de forma inclusiva. Foi no

desenvolver de atividades com pessoas com deficiência, que pude perceber o

quanto são capazes de aprender e construir seu próprio conhecimento, cada um em

seu ritmo, como é o caso de qualquer indivíduo, utilizando e construindo o

conhecimento cotidiano emergente do contexto, e retirando deles sua essência.

O contato com Pessoas Surdas (PS)3 sempre foi uma constante em meus

círculos de amizade. Uma das experiências que me marcou bastante foi por ter

presenciado a aflição de uma mãe, minha vizinha, que soube do diagnóstico de sua

filha, hoje com dezessete anos. Diagnosticada com grau de surdez profunda,

irreversível, a criança por esse motivo deveria freqüentar uma instituição

especializada para surdos.

Ao acompanhar o desenvolvimento da pequena “A” 4 comecei a notar que ela

possuía muitas habilidades e que muitos dos rótulos, principalmente os de “menina

surda”, estavam incutidos somente nos pensamentos e ações da maioria das

pessoas do seu convívio, pois ao vê-la brincar com minha filha “C” da mesma faixa

etária, percebi que os pré-conceitos, estão arraigados em nós, por herança cultural.

Assim como “A” os “diferentes” também são excluídos do meio social e

principalmente da escola. Vale destacar que foi com ela que aprendi meus primeiros

sinais da Libras.

Ao iniciar sua escolarização, observei e acompanhei o processo de inclusão

de “A”, em uma escola pública de Presidente Prudente, na qual inicialmente

freqüentou uma sala especial para pessoas com deficiência auditiva.

Posteriormente, foi incluída em uma sala regular, passando a cursar a sala de

recursos de duas a três vezes por semana.

2 API: durante a graduação fiz parte desse grupo. Atualmente auxilio na coordenação das atividades

desenvolvidas nesse grupo. 3 Pessoa Surda (PS): Ao longo do texto toda vez que tiver que me remeter a pessoa surda utilizarei a sigla PS. 4 “A” Aluna com surdez profunda inserida em sala de aula.

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A aluna convivia com alunos que tinham a mesma deficiência, com maior ou

menor grau de audição e foi nesse ambiente que as PS aprenderam a se comunicar

por meio da Libras, coordenados por uma professora especialista e com formação

na área. Após sua inclusão na sala de ensino regular, de acordo com o relato de sua

mãe, a aluna A obteve melhoras significativas, no que concerne aos aspectos:

cognitivos, sociais e emocionais; bem como um aumento de sua autoestima e

autonomia. Os colegas de classe e familiares passaram a olhá-la de maneira

diferente, acreditando em suas potencialidades e habilidades.

Segundo relatos de sua mãe, juntamente com o da professora da sala regular

e da professora especialista, o desempenho escolar de “A” melhorou

consideravelmente, principalmente no que diz respeito à escrita, pois alunos com

surdez possuem dificuldades em desenvolver e assimilar a linguagem escrita -

português. Além disso, pôde desenvolver uma socialização com os colegas,

ampliando suas amizades, participando de atividades de educação física, teatro,

ficha de leitura utilizando Libras, leitura labial e, principalmente, ao utilizar o

computador, participações que não eram observadas no período anterior à sua

inclusão.

Mas a realidade que encontramos hoje, é que, infelizmente, existem práticas

que reforçam as inadequações dos métodos e técnicas tradicionais de ensino, não

lhe permitindo fazer uma releitura de suas ações, resistindo a mudança à luz de

novos propósitos e a criação de novas formas e maneiras de ensinar. Nessas

condições de trabalho é difícil criar situações a partir das quais os alunos com

deficiência possam aprender e perceber-se como sujeitos ativos na construção do

conhecimento.

Ainda no curso de licenciatura em Pedagogia, passei a atuar na Rede

Municipal de Ensino de Presidente Prudente como professora contratada no período

de 2004 a 2010, quando fora designada a mim como primeira função, a de realizar

trabalhos com quatro crianças com diagnóstico de Deficiência Intelectual, Paralisia

Cerebral e um aluno surdo, atualmente incluído em sala regular. O trabalho realizado

utilizava como recurso pedagógico o computador.

Entre as minhas experiências como professora, no ano de 2004, o contato

com discente surdo “P” da pré-escola foi que mais me marcou, pois foi um desafio

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estabelecer uma comunicação efetiva com esse estudante, uma vez que ainda não

tinha o domínio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), todavia conhecia algumas

palavras devido ao meu contato com “A”, como mencionado anteriormente. Acredito

que a PS para ser incluída, preciso, inicialmente, se comunicar e ser compreendida

de uma forma efetiva com o mundo de acordo com suas possibilidades. No

momento em que o aluno P. chegou a minha classe recebi orientações de uma

professora proficiente em LIBRAS que atuava como professora Itinerante da Sala de

Recursos para surdos do Município de Presidente Prudente.

A partir de então, comecei a me interessar por assuntos relacionados à

história da PS, bem como aspectos pertinentes às práticas que norteiam a inclusão

educacional da pessoa surda. Algumas questões que sempre me inquietaram

durante a formação inicial foram às seguintes: “Há um currículo nos cursos de

Licenciatura em Pedagogia que nos habilite para o exercício da docência e nos

capacite em alguma área especifica a exemplo da Libras, oferecendo-nos

embasamento pedagógico necessário para trabalhar com aluno surdo? A Libras está

sendo oferecida nos cursos de licenciatura em Pedagogia, de modo a atender as

necessidades reais dos futuros professores para atuação em sala de aula? De que

forma esta disciplina poderia ser oferecida para os futuros pedagogos?

Nesse período ainda estava em processo de formação e no meu curso ainda

não havia nenhuma disciplina voltada a Educação Especial, Inclusão ou Libras.

Assim, de acordo com as experiências vivenciadas e adquiridas com o

acompanhamento no grupo de pesquisa API onde, em alguns estudos, pude

verificar que se a escola rever suas práticas poderá proporcionar o desenvolvimento

das potencialidades e habilidades de seus discentes, favorecer a construção do

conhecimento, aceitando que os estudantes com deficiência e principalmente as PS

construam seus próprios caminhos, denominados caminhos isotrópicos5, definidos

por Vygotsky (1993), para que sejam de fato incluídos e participem ativamente do

ambiente escolar.

O contato com alunos surdos e o desafio em compreender outra língua, me

despertou o desejo em pesquisar temas voltados à formação inicial do professor

5 Isotrópicos: dar oportunidade para as pessoas com deficiência desenvolverem os seus próprios caminhos para

a aprendizagem

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para trabalhar com aluno surdo, compreender a legislação que assegura o uso da

Libras na escola regular, bem como as políticas organizacionais que embasam tal

lei.

Assim, entre os anos de 2005 a 2007, buscando investir na minha formação

profissional, surgiu a oportunidade de fazer uma Pós- Graduação, lato sensu, na

área da Educação Especial na modalidade a distância. O curso era ministrado pela

Universidade Federal de Santa Maria e se intitulava “Desafio docente na inclusão do

deficiente mental em sala de aula: para utilização de uma Abordagem Diferenciada”

e habilitava o especialista a atuar em duas frentes: deficiência auditiva e deferência

intelectual.

A partir de minha trajetória, no primeiro semestre de 2008, fui convidada pela

União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (UNIESP) para

ministrar as disciplinas de Educação Inclusiva e Libras nos cursos de licenciatura em

Pedagogia e Letras. Nesse momento pude colocar em prática toda minha

experiência adquirida na vida acadêmica e profissional quando atuei como

professora na escola e também como professora no API.

No mesmo ano fui convidada para ajudar na elaboração de um do curso de

Libras, na modalidade à distância, oferecida pela UNESP, campus de Marília cuja

denominação era “Uma proposta de formação continuada de professores no

contexto educacional”. O referido curso era parte integrante do “Programa de

Formação Continuada de Professores”, do Ministério da Educação (MEC), que

visava à ampliação da formação de educadores de forma a atender a Política

Nacional de Educação que, atualmente, tem como enfoque a Educação Inclusiva, ou

seja, a inserção de todos os alunos com deficiência nas classes regulares de ensino.

Nessa proposta, atuei como responsável pela elaboração do material pedagógico e

pesquisadora do Módulo II – Teórico que abordava o conteúdo de Libras Teórico. O

objetivo era apresentar uma breve introdução sobre a história da Libras na educação

dos surdos, propondo um estudo introdutório à estrutura linguística da Libras, bem

como analisar os documentos existentes no processo de legalização do intérprete e

do uso e difusão da Libras no contexto educacional.

Um dos objetivos do curso era levar os professores em exercício a refletir,

durante a execução das atividades, sobre a inclusão de pessoas com surdez na

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escola regular que requer a apropriação de estratégias para que ocorra de fato a

aprendizagem, bem como, conhecer e usar a Libras, mas considerando que a

simples adoção dessa língua não é suficiente para escolarizar a PS. Os alunos

surdos precisam de ambientes educacionais estimulantes e que explorem suas

capacidades em todos os sentidos.

Assim, a partir da experiência adquirida na elaboração desse curso e do

contato com os professores em exercício, vivenciei de forma significativa o

aprimoramento de minha formação profissional e pessoal, ampliando assim meus

conhecimentos acerca dos meandros que cercam a história da educação de surdos,

a escola inclusiva e a importância da Libras na formação dos professores.

Em 2009, fui convidada para atuar como tutora virtual da disciplina

“Introdução ao ensino da Língua Brasileira de Sinais”, no curso de Licenciatura em

Pedagogia, oferecida na Faculdade de Ciências - campus de Bauru. A referida

disciplina foi oferecida na modalidade a distância e visava conceder a formação

obrigatória aos formandos daquele ano e, cuja carga-horária envolvia um total de 68

horas/aula no ambiente virtual de aprendizagem TELEDUC. Mais especificamente, o

objetivo do curso foi formar futuros pedagogos na utilização instrumental da Libras;

contribuir para a divulgação e valorização da cultura surda e da Libras; criar

oportunidades para a prática da Libras e ampliar conhecimentos das peculiaridades

do sujeito surdo. A proposta visou fazer cumprir em um prazo mínimo o que está

previsto na política de educação inclusiva, que preconizava a inclusão da Libras

como disciplina curricular a partir do decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005.

Essa nova experiência, mesmo que breve, me fez refletir sobre a formação

inicial de professores, especialmente no que se refere a formar um professor capaz

de dominar os saberes que realizam em suas práticas, confrontando suas

experiências junto ao contexto escolar em que está inserido, sendo que a escola

deve ser entendida como espaço de trabalho e formação de sujeitos autônomos e

críticos.

Todas essas experiências e inquietações, buscando ainda investigar como

vem sendo inserida a disciplina de Libras nos cursos de Licenciatura em Pedagogia

da UNESP, decidi fazer o Mestrado. Dessa forma, partindo do interesse pelo campo

da pesquisa e diante de meus questionamentos iniciais, dei início a um intenso

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estudo sobre a área procurando descobrir aspectos sobre a regulamentação da Lei

n º 10.436 (conhecida também como a “Lei de Libras”) em 22 de Dezembro de 2002,

bem como o decreto 5.626/2005 que prevê a inserção da LIBRAS como disciplina

curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do

magistério, em nível médio e superior e na educação profissional. Além disso,

procurei compreender como as políticas nacionais estão sendo implementadas para

garantia desse direito, o qual introduzo a seguir.

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INTRODUÇÃO

No início deste século as recentes transformações políticas e educacionais

resultaram em calorosos debates no âmbito dos direitos sociais ampliando o olhar

para a diversidade humana, tendo como foco o respeito à diferença, à inclusão

social e educacional. Essas temáticas deram origem à proposta desta dissertação:

“Análise das disciplinas de Libras nos cursos de formação inicial em Pedagogia da

UNESP ”.

Diante desse contexto observa-se a busca pela promoção e desenvolvimento

da cidadania das minorias culturais, raciais e das pessoas com deficiências. Nesse

sentido evidencia-se o surgimento da legislação que visa garantir a participação

social desses grupos. Nesse direcionamento, a Pessoa Surda (PS) torna-se parte

integrante dessa diversidade. Desse modo, uma das preocupações é conhecer os

limites e possibilidades do aluno surdo no âmbito comunicativo e do

desenvolvimento da aprendizagem do aluno surdo, de modo a oferecer-lhe os

aparatos necessários para aquisição de conhecimentos.

Um exemplo dessa preocupação está na Política Nacional de Educação

Especial na perspectiva da Educação inclusiva (BRASIL, 2008) que traz importantes

apontamentos em prol da PS, um deles refere-se a necessidade de formar

professores em Libras para atuar em sala de aula.

Nesse sentido, podemos afirmar que uma das condições que poderá

favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem da pessoa surda é a utilização da

Libras. Dessa forma, poderá usufruir o direito de expressar-se em sua língua visual e

gestual, tornando-se fundamental para que ela possa sentir-se incluída na escola.

Simplesmente isso não basta, mas o ideal seria poder compartilhar com seus

colegas e professores essa maneira de comunicação. Segundo Botelho (2007, p.

16), “essa língua, compartilhada, circulando na sala de aula e na escola são

condições indispensáveis para que a PS inicie seu letramento”.

Encontramos em Vitaliano, (2010, p. 7) a seguinte afirmação: “O processo de

inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular

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exige uma reforma geral na organização dos sistemas de ensino, em especial para o

atendimento da pessoa surda que emerge da necessidade dos professores

dominarem minimamente a Libras”. Nessa perspectiva, devemos compreender a

Libras como uma forma de comunicação da PS, que consequentemente pode

colaborar para a necessária inclusão social e educacional. Afinal, todos devem gozar

dos direitos civis, políticos e sociais, e para que isso ocorra, será necessário ofertar

todas as possibilidades de participação social.

Mantoan (2006, p. 25) destaca que o direito a educação para todos não se

limita a cumprir apenas o que está na lei e aplicá-la, mas também assegurar não

apenas o acesso, mas a permanência e o prosseguimento do estudo desses alunos,

e não retirar do Estado, por nenhum motivo, essa obrigação, exigindo, postulando o

cumprimento das leis, para entender as necessidades educacionais de todos.

Diante desse contexto, propor aos futuros professores discentes dos cursos

de Licenciatura em Pedagogia a experiência do contato com a Libras, representa um

avanço importante, pois esse contato é um novo mecanismo para garantir a PS, o

direito de sua participação nos âmbitos da sociedade, principalmente na escola.

Ademais, seus direitos estão amparados legalmente, em especial previstos no artigo

14 do Decreto 5626/05, que prevê:

As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriedade, às pessoas surdas, acesso à comunicação, à informação e a educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil ao nível superior (BRASIL, 2005, p. 4).

Mesmo amparados legalmente, a PS ainda se depara com diversos

obstáculos, entre os quais o preconceito no ambiente educacional e o despreparo

dos educadores em ensinar e lidar com as necessidades de aprendizagem. Esses

obstáculos se transformam em barreiras que, em sua maioria, não conseguimos

transpor. Uma mudança dessa magnitude em prol da PS depende também da

promoção de um trabalho sistematizado de conscientização dos profissionais da

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educação, dos alunos, da comunidade, da família e outros envolvidos da área da

educação.

Temos como meta proposta pelo Governo Federal, que a mudança pode

ocorrer por meio das Instituições de Ensino, delegando a elas a implementação de

uma proposta de Educação Inclusiva, tendo em vista que a formação e a

capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada pelo sistema

educacional, ou seja, a inclusão de todos de forma efetiva (BRASIL, 1998, p.17).

Assim, algumas instituições já estão buscando implementar esta proposta

de Educação Inclusiva. Nesta perspectiva, uma das conquistas mais recentes em

relação à formação dos professores para atuarem no ensino regular com alunos

público da educação especial, foi a regulamentação que se refere à obrigatoriedade

da disciplina de Libras nas licenciaturas como disciplina curricular, por meio do

Decreto 5626/05. (BRASIL, 2005) O referido Decreto regulamenta a Lei

10.435/24/2002 e inclui a disciplina Libras em diversos cursos.

No capítulo II, artigo 3º, o referido documento estabelece que a disciplina

deve ser inserida, obrigatoriamente, nos cursos de formação de professores para

exercício do magistério, seja em nível médio ou superior, bem como no curso de

Fonoaudiologia das diversas Licenciaturas a respeito da língua de sinais e das

especificidades dos estudantes surdos.

Neste sentido, a inclusão de disciplinas específicas que versam sobre a

Educação Especial, inclusão escolar e de alunos com deficiência, especificamente

da PS nos currículos de formação inicial, constitui como medida favorável aos

professores, diante da possibilidade concreta de aquisição de novos conhecimentos.

Para buscar respostas às questões que serão discutidas ao longo do texto,

fez se necessário conhecer o campo de estudos a partir das produções acadêmicas

dos últimos anos, com o objetivo de identificar como as investigações voltadas à

inserção da disciplina de Libras nos cursos de licenciatura em Pedagogia têm

acontecido de modo a atender as exigências do decreto 5626/05.

Para tanto, realizamos as buscas nos bancos de dados, com objetivo de

selecionar artigos científicos, teses, dissertações e trabalhos acadêmicos publicados

em eventos científicos voltados ao tema pesquisado. O objetivo não era o de

elaborar um estudo do tipo estado da arte, mas conhecer que tem sido produzido

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sobre o tem e realizar uma articulação com referencial teórico para a compreensão e

aprofundamento do mesmo. Assim, após o percurso, pudemos ampliar nossa visão

sobre a inserção da disciplina de Libras nos cursos de pedagogia, as contribuições e

os desafios desse processo nos cursos de formação inicial de professores para atuar

na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

Diante do exposto até o momento surgem as algumas indagações que

orientaram o desenvolvimento do estudo: Como vem ocorrendo a inserção da

disciplina Libras no currículo dos cursos de Licenciatura em Pedagogia? Se a

reestruturação nos cursos de Pedagogia ocorreu em 2006, entrando em vigor em

2007, com implementação o Decreto 5626 em 2005, por que os cursos de

licenciatura resistem e não se adequaram ao preconizado?

A fim de obtermos respostas para tais questionamentos foram propostos os

seguintes objetivos norteadores da investigação descritos a seguir.

Objetivo Geral

Analisar as propostas das disciplinas de Libras nos cursos de Licenciatura

em Pedagogia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).

Objetivos específicos.

Analisar os currículos dos quatro cursos de Licenciatura em Pedagogia da

Unesp a fim de identificar quais disciplinas são voltadas à Educação Inclusiva

e Especial, complementando as disciplinas de Libras,

Analisar os planos de ensino das disciplinas de Libras e suas implicações na

construção de um currículo inclusivo.

Compreender e indicar o que precisa ser considerado em uma proposta de

disciplina de Libras para constar nos planos de ensino analisados.

Para responder as questões norteadoras e aos objetivos, esta Dissertação

está organizada em cinco capítulos, conforme descrição a seguir.

No capitulo 1, “Método”, é apresentado a opção metodológica que

fundamentou o estudo, assim como os métodos de pesquisa que caracterizaram os

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procedimentos de coleta e seleção de dados, bem como as etapas do

desenvolvimento da pesquisa.

Para o desenvolvimento dos capítulos de fundamentação teórica nos

apoiamos nos estudos de autores envolvidos com a temática sobre a Educação de

surdos, Formação de professores, Libras e Currículo, dentre quais destacamos:

Quadros (1995), Skliar (1998), Perlim (1998), Dorziat (2000), Sacristán (1998),

Goodson (1995), e também documentos nacionais tais como: Política Nacional de

Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, Decreto 5626/2005 e a

Lei 10.431/2002, e ainda, outros estudos que tratam especificamente do tema desta

dissertação.

No capítulo 2, intitulado “Trajetória histórica da educação da pessoa surda”,

traçamos o percurso histórico para a inserção da Libras no currículo de formação

inicial de professores.

No capítulo 3, intitulado “Política nacional sobre a educação inclusiva”,

buscamos trazer aspectos legais da Legislação em prol da pessoa com deficiência,

aqueles respaldados pelo Decreto em tela, bem como apresentar algumas

considerações acerca do currículo planejado, com vistas à comunicação da PS.

No capítulo 4, intitulado “Resultados e Discussões”, apresentamos as análises

e discussões de cada uma das partes que compõe os planos de ensino das

disciplinas de Libras.

Por fim, nas “Considerações Finais” do trabalho buscamos responder aos

questionamentos apresentados, bem como apresentar as perspectivas futuras de

estudo.

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CAPÍTULO 1

Neste capítulo são descritos, de forma detalhada, os caminhos percorridos

para a realização da pesquisa diante da definição do problema, dos objetivos geral e

específico delineados. Descrevemos os procedimentos utilizados na coleta, seleção

e análise de dados, bem como a caracterização das unidades participantes e uma

análise das matrizes curriculares dos cursos de Pedagogia da UNESP que

contemplam a disciplina de Libras em sua matriz curricular.

1.1. Delineamento metodológico

A pesquisa desempenha papel relevante nas ciências sociais, pois é através

do ato da investigação que é possível compreender diferentes fenômenos de uma

mesma realidade. Para Demo (1996, p.34) a pesquisa é uma atividade cotidiana,

considerada como uma atitude, um “questionamento sistemático, crítico e criativo,

mais a intervenção competente na realidade ou o diálogo crítico permanente com a

realidade em sentido teórico e prático”.

Numa pesquisa o método significa a escolha de procedimentos sistemáticos

que o pesquisador faz para a descrição e explicação de fenômenos. Assim, deve

estar apropriado ao tipo de estudo; à natureza do problema. A metodologia, por sua

vez, é a explicação do pesquisador sobre como conduzirá a pesquisa justificando

sua adequação ao projeto; apontando e justificando as fontes de dados escolhidas

(bibliográfica, documentais ou de campo), indicando os instrumentos e técnicas de

coleta de dados, o tratamento a ser dispensado a eles e a forma de apresentação

dos resultados.

Nessa perspectiva, a pesquisa em tela se pauta em uma abordagem

qualitativa, na qual defendemos a ideia de que, em se tratando de fenômenos

humanos e sociais, “[...] interessa mais compreender e interpretar seus conteúdos do

que descrevê-los, explicá-los” (TOZONI-REIS, 2009, p. 5). Deste modo, o

pesquisador que opta por pesquisar na área de educação, tem papel fundamental e

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de grande responsabilidade, pois não basta apenas observar os fatos é necessário

interpretar os fenômenos obtidos.

Para Neves (1996, p.1), a pesquisa qualitativa é “um conjunto de diferentes

técnicas interpretativas, que visam descrever e decodificar os componentes de um

sistema complexos de significados”.

Gil (1999) define a pesquisa qualitativa da seguinte forma:

Há uma relação dinâmica ente o mundo real e o sujeito, isto é, um vincula indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados básicos no processo de pesquisa qualitativa. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. (GIL,1999, p. 42.)

O interesse por esse tipo de investigação se efetivou por considerarmos

como sendo o mais adequado para o estudo em questão. Além disso, nos apoiamos

nos principais aspectos referidos por Godoy (1995, p. 62), quando esclarece que “as

pesquisas qualitativas diferem entre si quanto ao método à forma e aos objetivos”, e

para esse tipo de abordagem selecionamos algumas características utilizadas na

pesquisa em questão, essenciais em uma pesquisa desse tipo, quais sejam:

O caráter descritivo: os dados recolhidos na investigação qualitativa são totalmente descritos e analisados, as informações são recolhidas em formas de palavras e/ou imagens. Enfoque indutivo: Os investigadores qualitativos tendem a analisar seus dados de forma indutiva, de forma a construir suas hipóteses por meio da teorização e do contato direto. (GODOY, 1995, p. 62).

Para Minayo (2002), a pesquisa qualitativa trata-se de um universo de

significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a

um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não

podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Tozoni-Reis (2009) reconhece a pesquisa como um processo de investigação

para produzir conhecimentos que auxiliem na compreensão de uma dada realidade

ou aspectos dela. Além disso, traz duas concepções distintas sobre pesquisa e que

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podem auxiliar no entendimento de tal processo. Segundo a autora, citando Minayo

(2002), a pesquisa é definida como sendo “conceitual”, uma prática social que

vincula pensamento e ação. Já para Gil (1996), a pesquisa é “operacional”,

necessitando do uso de conhecimentos, métodos, técnicas e procedimentos

científicos. Apesar de ambas não serem semelhantes quanto à definição, possuem

em comum a associação da pesquisa com o conhecimento.

É importante destacar que nenhum conhecimento é neutro, nem mesmo

novo, mas sim, histórico e social produzido ao longo do tempo.

Histórico, porque cada conhecimento novo é um aprofundamento de conhecimentos anteriores; e social, porque nenhum sujeito constrói um conhecimento totalmente novo. Desse modo, todo conhecimento apoia-se em conhecimentos anteriores, produzidos por outros sujeitos (TOZONI-REIS, 2009, p. 3).

A partir dessa compreensão do significado de conhecimento e, sob o respaldo

da abordagem qualitativa, optamos para o presente estudo por trabalhar com a

pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa documental é definida por Zuin e Zuin (2010, p. 65) como:

[...] um procedimento metodológico utilizado a fim de que o pesquisador possa levantar os dados e as informações a respeito da realidade, acontecimentos ou fenômenos daquilo que se propôs a estudar, sendo ela a primeira fonte de auxílio para uma investigação. Esse tipo de pesquisa caracteriza-se pelo emprego de documentos como fonte de coletas de dados, podendo ser escritos ou não.

Dessa forma, sua principal fonte de dados são documentos. As fontes

utilizadas podem ser documentos oficiais como arquivos públicos, portanto, são

consideradas fontes primárias. Tais fontes incluem “[...] cartas, contratos, arquivos

públicos ou privados, diários pessoais, autobiografias, relatos de visitas em viagens,

fotografias, filmes, gravações em fitas, entre muitos outros, desde que sejam

compilados, realizados e analisados pelo autor” (ZUIN; ZUIN, 2010, p. 66). Ou seja,

as fontes primárias são coletadas, realizadas e analisadas pelo autor.

A análise documental caracteriza-se pela busca da identificação de

informações sobre fatos em documentos. O uso destes para análise é fundamental,

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pois se constituem numa importante fonte estável dos fatos historicamente

construídos, uma vez que podem ser consultados ao longo do tempo.

Para Lüdke e André (1986, p. 38-39), a análise documental:

[...] pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja completando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema. [...] como técnica exploratória, a análise documental indica problemas que devem ser mais bem explorados através de outros métodos. Além disso, ela pode complementar as informações obtidas por outras técnicas de coleta.

De modo geral, a finalidade da análise documental é fazer com que o

pesquisador possa inferir sobre as intenções e ideologias que os autores quiseram

deixar em seus documentos.

Neste estudo, utilizamos documentos oficiais como a “Política Nacional para

Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva” em todos os níveis e

modalidades de ensino, bem como a Lei nº 10.435/02 regulamentada por meio do

Decreto 5626/05 e seu processo atual de inclusão da Libras como disciplina

obrigatória nos cursos de licenciatura. Além disso, utilizamos como fonte primária de

dados os currículos e planos de disciplinas dos cursos de Licenciatura da UNESP.

A pesquisa bibliográfica, por sua vez, tem como principal característica o fato

de que a fonte dos dados é a bibliografia especializada, ou seja, fontes secundárias

produzidas por outros. Todas as modalidades de pesquisa exigem uma revisão

bibliográfica, uma busca de conhecimentos sobre os fenômenos investigados na

bibliografia especializada, mas só a pesquisa bibliográfica tem como campo de

coleta de dados a bibliografia. Ou seja, buscamos os dados de que precisamos para

a produção do conhecimento pretendido nos autores e obras selecionados.

É importante observar que os procedimentos metodológicos, as técnicas e os

instrumentos de pesquisa na pesquisa bibliográfica são bastante específicos. A

leitura dos textos é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa

nesta modalidade.

Na pesquisa bibliográfica a leitura torna-se uma técnica de pesquisa. E o

fichamento bibliográfico o principal instrumento de investigação. Severino (1985)

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sugere alguns procedimentos em forma de diretrizes que, é claro, precisam ser

adaptados ao estilo e necessidade de cada um. Em linhas gerais o autor indica a

seguinte organização: primeiro, o pesquisador deverá delimitar o tipo de texto que

será analisado. Após essa decisão passa a realizar uma leitura que o autor chamou

de análise textual. Esse procedimento é um processo de preparação do texto, em

que o pesquisador irá:

[...] trabalhar sobre unidades bem delimitadas (um capítulo, uma seção, uma parte etc., sempre um trecho que traga um pensamento completo); fazer uma leitura rápida e atenta da unidade para se adquirir uma visão de conjunto da mesma; levantar esclarecimentos relativos ao autor, ao vocabulário específico, aos fatos, doutrinas e autores citados, que sejam importantes para a compreensão da mensagem; esquematizar o texto, evidenciando sua estrutura redacional. (SEVERINO, 1985, p. 35).

Em seguida, Severino chamou de procedimento de análise temática, que

busca a compreensão do texto. Diferentemente da análise textual, que tem o

objetivo de proporcionar uma primeira aproximação ao texto, a análise temática é

uma etapa de compreensão das ideias do autor expressas na unidade temática.

Nesse momento, o leitor “escuta o autor”, tenta compreender as suas

argumentações sem, ainda, se posicionar sobre elas. É possível

[...] identificar a problematização do texto e as ideias primárias e secundárias; refazer a linha de raciocínio do autor, ou seja, reconstruir o processo lógico do pensamento do autor; evidenciar a estrutura lógica do texto, esquematizando a sequência das ideias. (Op cit., 1985, p. 35).

Posteriormente, o pesquisador passa a uma etapa de interpretação do texto

propriamente, em que busca:

[...] situar o texto no contexto da vida e da obra do autor, assim como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do ponto de vista histórico, como do ponto de vista teórico; explicitar os pressupostos filosóficos do autor que justifiquem suas posturas teóricas; aproximar e associar ideias do autor expressas na unidade com outras ideias relacionadas à mesma temática; exercer uma atitude crítica frente às posições do autor em termos de: a. coerência interna da argumentação; b. validade dos argumentos empregados; c.

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originalidade do tratamento dado ao problema; d. profundidade de análise do tema; e. alcance de suas conclusões e consequências; f. apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas. (Op cit., 1985, p. 37).

O processo supracitado culmina em outros dois, que se referem à

problematização do texto - momento em que o pesquisador passa a “levantar e

debater questões explícitas ou implícitas em todo corpo do texto; e a debater

questões afins apresentadas pelo leitor” (SEVERINO, 1985, p. 38) e a síntese

pessoal, ou seja, é o processo de reelaboração da mensagem mediante uma

retomada geral de todo o texto, por meio de uma formulação pessoal da mensagem

e de um raciocínio personalizado; é um momento em que o pesquisador produz um

novo texto, com redação própria, que contenha discussão e reflexão pessoais.

1.2. Fonte de coleta de dados

Para conhecer as produções científicas referentes ao tema a partir da

publicação do decreto 5.626/2005, realizamos um levantamento bibliográfico de

natureza exploratória, com o objetivo de conhecer o que foi publicado no país em

relação à temática em estudo. Foram pesquisadas as produções de teses,

dissertações, artigos em periódicos e trabalhos completos publicados em dois

grandes eventos científicos da área, a saber: Reuniões Anuais da Associação

Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPED; e Congresso

Brasileiro de Educação Especial - CBEE. Procedemos à coleta nos seguintes banco

de dados:

Banco de teses e Dissertações da CAPES;

Portal de Periódicos da CAPES - Periódicos Científicos Nacionais

QUALIS A1 e A2;

Anais da Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Educação – (ANPED);

Anais do Congresso Brasileiro de Educação Especial - CBEE.

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Realizamos esse processo em quatro etapas: 1ª etapa, iniciando pelo

mapeamento dos trabalhos publicados no Banco de Teses e Dissertações da

CAPES. 2ª etapa, passamos a buscar as publicações das Reuniões Anuais da

ANPED, pois é um encontro de pesquisadores em que há estudos de todo o país

sendo discutido e divulgado nos diferentes Grupos de Trabalho (GTs); considerando

a escassez de estudos nessa reunião, passamos a 3ª etapa, em que analisamos as

publicações de periódicos bem avaliados na área da educação, notadamente por

meio do WebQualis. Por fim, na 4ª etapa, analisamos os anais do Congresso

Brasileiro de Educação Especial que se caracteriza por ser um importante evento da

área da Educação Especial no Brasil.

Para iniciar a primeira etapa da pesquisa foram selecionados alguns

descritores na tentativa de filtrar o tema de estudo verificando o que foi publicado,

mas percebemos a necessidade de ampliação dos descritores, pois a partir dos

descritores inicialmente selecionados se evidenciou a carência de investigações na

área da deficiência auditiva/surdez, especialmente sobre a inserção da Libras como

disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores, o que reforça a

relevância desta pesquisa. A partir do objeto de estudo, definimos os seguintes

descritores: educação em Libras; Libras nos cursos de graduação; Libras no Ensino

Superior; formação inicial de professores, Libras; e currículos para Libras nos cursos

superiores. Diante da ampliação dos descritores foi possível localizar uma

quantidade significativa de materiais para estudo.

De modo geral, para verificarmos a produção sobre o tema nos últimos anos,

no intuito de redimensionar o problema da pesquisa em função de sua relevância

acadêmico-científica, um procedimento importante foi a necessidade de realizar um

recorte temporal de 2005 a 2010, tendo em vista data de publicação do Decreto

5.626/2005.

Consideramos adequado realizar um levantamento a partir do ano que houve

a promulgação do Decreto, em que as Instituições iniciam um processo de

implantação da disciplina Libras no curso de Formação de Professores, a luz dessa

nova diretriz, visando à garantia da inserção da disciplina nos cursos que formam

professores.

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As produções encontradas, anterior a essa data, possivelmente não iriam

conter informações que pudessem contribuir com a definição e compreensão do

problema da pesquisa. Considerando a especificidade do tema, optamos por fazer

as buscas em diferentes locais de pesquisa.

Por meio do estudo das referências, foi possível visualizar as produções

acadêmicas e identificar a partir delas o atual cenário educacional no que se refere

ao processo da implementação do Decreto nº 5626/2005 pelos cursos de

licenciatura em Pedagogia.

Para melhor visualização dos dados, organizamos um quadro, no qual

apresentamos o resultado num total de 82 trabalhos, distribuídos nas quatro bases

de dados consultadas.

Quadro 1- Mapeamento do campo investigado.

1.3. O campo investigado

A escolha da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” -

UNESP como campo de investigação deu-se por ela ser uma universidade

multicampi e ter unidades localizadas em todo o estado de São Paulo. Então,

buscamos mapear os cursos de licenciatura nos 23 (vinte e três) campi da UNESP,

dos quais foram selecionados 14 (Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca,

Guaratinguetá, Ilha Solteira, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Rio

Claro, Rosana, São José do Rio Preto). A seleção se deu por meio da leitura da

matriz curricular e com objetivo de localizar os cursos de Licenciatura em Pedagogia.

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A escolha pelo curso de Licenciatura em Pedagogia justifica-se em função de

ser indicado como prioridade por meio do Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de

2005, uma vez que é a partir desse documento normativo que a Libras tornou-se

disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores, em nível médio e

superior, especialmente no curso de Pedagogia, um dos cursos responsáveis pela

formação inicial de profissionais da educação.

Esse levantamento inicial foi necessário para entender como a Instituição de

Ensino Superior, local de excelência para formação do professor, está se

organizando para formar o professor da educação infantil e dos anos iniciais para

trabalhar em prol da inclusão dos surdos na escola regular.

Identificados os cursos de licenciatura para formação inicial de professores

para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, o próximo passo da

pesquisa consistiu em localizar a disciplina Libras no currículo dos cursos de

Pedagogia, dos quais foram selecionados quatro para analisarmos nesse estudo.

A partir de então, foi necessário analisar os currículos dos quatro cursos de

licenciatura em Pedagogia6 que contemplavam em sua matriz curricular a disciplina

de Libras ou tratamento da Libras como conteúdo em disciplina específica da

educação especial ou inclusiva. Esses cursos estão localizados nos campus de

Bauru, Marilia, Presidente Prudente e a Univesp7. Após o mapeamento dos cursos

de licenciatura da UNESP, verificamos que somente essas instituições

implementaram, parcialmente a solicitação da Lei. Talvez por tornar o decreto como

uma obrigatoriedade da inserção da disciplina Libras para todos os cursos de

Licenciatura que formam professores, prazo que se finaliza em 2015.

6 No decorrer deste estudo, estaremos nos referindo às quatro instituições de ensino superior

pesquisadas, por algarismos romanos. Exemplo: I Bauru, II Marília, IIII Presidente Prudente e IV Univesp. 7 UNIVESP: O programa da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), foi criada por meio do decreto nº 53.536, de 09 de outubro de 2008 como programa de expansão do ensino superior público do Governo do Estado de São Paulo. O projeto agrega reconhecidas instituições de ensino superior, dentre elas a Unesp, que aderiram com parceiras na oferta de cursos de graduação. A Unesp oferece o curso semipresencial de Pedagogia, cujo objetivo é oferecer formação em nível superior para professores em exercício na Educação Básica, preferencialmente na rede pública de ensino. Acessado na página: www.edutec.unesp.br em junho de 2013.

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A partir da seleção do universo da pesquisa solicitamos às instituições os

projetos pedagógicos dos cursos e os respectivos currículos. Em seguida, foram

selecionados para análise 10 planos de ensino dos quatro cursos que possuía em

seu enunciado a nomenclatura Libras8.

Mais especificamente, o campus de Bauru (Faculdade de Ciências) foi criado

em 15 de agosto de 1988, com a incorporação da Universidade de Bauru, contando

com três unidades universitárias: Faculdade de Engenharia – FEB, Faculdade de

Arquitetura, Artes e Comunicação – FAAC e Faculdade de Ciências - FC. O campus

conta com aproximadamente 7.000 alunos e dez cursos de graduação (oito de

bacharelado e seis de licenciatura). Neste campus existe o curso de Licenciatura em

Pedagogia que tem duração de quatro anos, no período noturno.

A Faculdade de Filosofia e Ciências (campus de Marília) foi criada em 25 de

janeiro de 1957, contando atualmente com dois cursos e 2.013 alunos em nove

cursos de graduação. Neste campus existe o curso de Licenciatura em Pedagogia

que tem duração de quatro anos, nos períodos matutino e noturno.

A Faculdade de Ciências e Tecnologia (campus de Presidente Prudente) foi

criada em 17 de setembro de 1957, contando atualmente com 2.965 alunos em doze

cursos de graduação. Neste campus existe o curso de Licenciatura em Pedagogia

que tem duração de quatro anos, nos períodos vespertino e noturno.

A Universidade Virtual do Estado de São Paulo – Univesp foi criada a partir do

Decreto nº 53.536, de 9 de outubro de 2008. A proposta é que sejam oferecidos

cursos próprios em parceria com as três universidades públicas paulistas – USP,

Unicamp e Unesp, utilizando metodologia inovadora. Os cursos oferecidos pela

Univesp seguem a modalidade semipresencial, com encontros obrigatórios e demais

atividades desenvolvidas por meio de ferramentas digitais/virtuais que promovem

ambientes colaborativos e cooperativos disponibilizados na internet.

Essa atividade de reconhecimento dos campus onde os cursos de licenciatura

em Pedagogia implementaram o disposto no Decreto 5.626/2005 possibilitou um

mapeamento detalhado sobre o contexto de investigação e permitiu também orientar

sobre qual o melhor caminho a ser seguido.

8 O resultado dessa fase de investigação será o detalhado no capítulo de Análise dos dados.

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1.4. Materiais de pesquisa

Para realização deste trabalho, fizemos uso do material bibliográfico e

documental, de acordo com as etapas:

1º momento (Levantamento bibliográfico): Seleção dos materiais (textos,

artigos, revistas, Teses e Dissertações) por meio de bases de dados

eletrônicos e Anais de eventos científicos da área da Educação e Educação

Especial.

2º momento (Análise documental): Análise da legislação e do currículo dos

cursos de licenciatura em Pedagogia da UNESP: com objetivo de verificar se

abordam a inserção da disciplina de Libras em seu curso. Para isto foram

selecionadas as unidades da Unesp que ofereciam o curso de licenciatura

em Pedagogia e que apresentam em seu currículo a Libras (como disciplina

ou como conteúdo). Foi solicitado às unidades o encaminhamento desse

documento para que pudéssemos fazer a primeira análise. Posteriormente,

passamos para à Análise da matriz curricular e à seleção das matrizes

curriculares que contemplava o ensino de Libras em suas disciplinas. Por fim,

foi realizada a Leitura das ementas, objetivos, conteúdo programático e das

referências das disciplinas: que mencionam o ensino de Libras.

1.5. Procedimentos de análise de dados

A partir da seleção e definição dos campi, que estão parcialmente atendendo

o decreto 5626/205, passamos ao processo de tratamento e inferência dos

resultados. Realizamos a leitura flutuante9 e a criação das unidades de conteúdo,

por fim, criamos as categorias de análises, considerando os próprios objetivos

propostos para estudo.

9 Leitura flutuante: De acordo com Bardin(1979) e Minayo (2000) é uma etapa da pré-leitura, definida pela

autores como “leitura flutuante”, ou seja, fase de organização e sistematização de ideias, em que ocorre a escolha dos documentos a serem analisados durante a pesquisa documental e bibliográfica, bem como a formulação de hipóteses e objetivos, e organização preparação do material.

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Para análise dos dados tomamos como base a proposta de Bardin (1979)

denominada “Analise de conteúdo” e “Categorização”.

Como afirma Bardin (1979, p. 40) “A análise de conteúdo aparece como um

conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos

sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”.

Deste modo, a análise de conteúdo, na perspectiva da pesquisa qualitativa,

procura compreender a fala dos sujeitos e o pensamento social que permeia as

relações desses grupos a partir de variáveis de ordem psicológica, sociológica,

histórica e política, privilegiando o significado, a singularidade das mensagens e a

freqüência dessas no texto (BARDIN, 1979, p 42).

De acordo com Bardin (2009), este é um processo comum na análise de

conteúdo, pois o investigador precisa reformular hipóteses e se apoiar em dados,

para assim construir categorias sólidas que atendem aos objetivos.

A terceira e quarta parte da referência em tela, aprofunda-se na questão do método e técnicas, respectivamente: a organização da análise; a codificação de resultados; as categorizações; as inferências; e, por fim, a informatização da análise das comunicações. Para uma aplicabilidade coerente do método, de acordo com os pressupostos de uma interpretação das mensagens e dos enunciados, a Análise de Conteúdo deve ter como ponto de partida uma organização. As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três pólos, conforme Bardin: 1. A pré-análise; 2. A exploração do material; e, por fim, 3. O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação (BARDIN, 2009, p.121).

Bardin (1979) enfatiza em seus estudos que a análise de conteúdo deve

ocorrer em três momentos, quais sejam:

No primeiro momento: a pré-leitura é definida pela autora como “leitura

flutuante”, ou seja, é o momento dos primeiros contatos e leituras dos dados,

seleção de documentos transcritos voltados ao tema de estudo, e a serem

analisados durante a pesquisa documental e bibliográfica, bem como a

formulação de hipóteses e objetivos, e organização preparação do material.

O segundo momento diz respeito a realização das decisões tomadas na pré-

análise. É o momento da codificação – em que os dados brutos são

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transformados e reagrupados em classes ou categorias. (BARDIN, 1979 p.

104).

O terceiro momento refere-se ao tratamento e inferência dos resultados,

permite que o material recolhido e transformado em categorias se constitua

em dados qualitativos e análises reflexivas, como também em observações

individuais do pesquisador. As categorias podem ser criadas de duas formas:

a primeira antes da coleta de materiais, sendo destacadas por meio da teoria

estudada e a segunda após o material já ter sido coletado. Durante a análise

do conteúdo, as categorias são classes que reúnem um grupo de elementos

com características comuns (BARDIN, 1979 ).

A escolha da análise de conteúdo apresentada por Bardin (1979), se deve à

forma como foram obtidos os dados, ou seja, após o levantamento bibliográfico e

levantamento dos documentos referentes ao objeto de estudo nos direcionamos

para outro momento de pesquisa definido pelo autor como “pré-leitura”, que é a

leitura dos dados obtidos com objetivo de selecionar trabalhos voltados ao tema em

questão, assim como selecionar os contextos a serem investigados (em nosso caso,

as unidades da Unesp que contemplavam o ensino de Libras em seus currículos).

Esses momentos nos permitiram conhecer o material numa perspectiva geral, e

verificar o que vem sendo produzido acerca do tema, bem como apreender

informações importantes voltadas ao tema de estudo investigado por meio da

organização curricular. As informações levantadas nesse momento nos ajudaram na

construção das categorias da análise.

Após a leitura e seleção do material, partimos para a “exploração do material”.

Nesta etapa iniciamos o processo de definição das Universidades, ou seja, por meio

da análise da matriz curricular dos cursos de Licenciatura em Pedagogia da UNESP,

que contemplam em seu currículo a disciplinas de Libras.

Destaca-se que para verificar a incidência da disciplina de Libras na matriz

curricular dos cursos de pedagogia, num primeiro momento optamos também por

investigar a incidência da disciplina de Libras nos currículos das disciplinas da

Educação Inclusiva e Educação Especial, uma vez que essas disciplinas destinam

parte de sua carga horária ao ensino do conteúdo de Libras, contribuindo assim para

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a formação inicial do professor que deve ser formado para atuar nos anos iniciais do

ensino fundamental, para trabalhar com a criança surda.

Considerando o universo da pesquisa, centramos nossas observações na

organização da disciplina Libras apresentadas nos cursos em questão, no que

concernente à ementa, aos objetivos, ao conteúdo programático, ao semestre e

regime de oferecimento da disciplina, carga horária, avaliação referências,

objetivando compreender como tem sido ofertada a Libras e sua proposta de

aquisição, bem como o domínio da comunicação em Libras, para o pedagogo em

formação e sua inserção na cultura da PS.

De posse dessas informações, chegamos ao momento principal que é a

confrontação da teoria com os dados, ou seja, buscamos analisar se a organização

apresentada nos planos de ensino da disciplina Libras atende, ainda que

minimamente, ao proposto pelo Decreto 5626/2005, bem como às necessidades de

conhecimento do professor em processo de formação, no que tange de ensino e

aprendizagem da PS nos anos iniciais de escolarização.

Essa discussão está apresentada a partir de três momentos:

Análise dos planos de ensino das quatro Instituições de Ensino Superior, e a

proposta da disciplina Libras em sua matriz curricular do curso de Pedagogia.

A formação do futuro professor de anos iniciais para trabalhar com ensino de

alunos surdos.

Apontamentos sobre as necessidades de uma organização curricular para a

formação inicial de professores no curso de licenciatura em Pedagogia, a fim

de que possamos entender o decreto 5626/05, como indicador no processo

de democratização de uma escola inclusiva.

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CAPÍTULO 2

TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DA PESSOA SURDA

A pessoa surda é a marca da diferença, ou seja, de uma cultura diferente à

dos ouvintes. Considerando essa afirmativa, este capítulo faz referência inicialmente

aos dados oficiais registrados em livros e documentos sobre a trajetória histórica da

educação dos surdos. O texto foi organizado em uma sequência cronológica, cujos

fatos são narrados desde a História Antiga até a Idade Contemporânea, por isso

devemos levar em consideração os aspectos peculiares que se diferenciam da

“cultura” dos ouvintes.

2.1. Constituição Histórica da Educação da pessoa surda

Para compreendermos sobre como a educação da PS se constituiu e está

constituída atualmente, é necessário realizarmos um breve resgate histórico da

trajetória da educação da PS, pois adentrar em sua história nos permite ter

condições de acrescentarmos conhecimentos sobre a área, e também possibilita

refletirmos e questionarmos os diversos acontecimentos relacionados à educação de

surdos durante as diferentes épocas.

Um exemplo relacionado a esses acontecimentos é a atual Política Nacional

de Educação Especial na Perspectiva de Educação Inclusiva (BRASIL, 2008)

promulgada em prol das pessoas com deficiência, em especial da PS, bem como o

Decreto Lei nº 5696/2005, que busca formar professores em Libras para atuar com o

alunado surdo. Mesmo assim, diante dessas conquistas, podemos nos perguntar: o

sujeito surdo continua excluído do contexto escolar?

A educação de surdos evoluiu ao longo da história, apesar de vários impactos

marcantes nesse processo. Esses momentos históricos foram caracterizados por

mudanças, agitações e crises, assim como o surgimento de oportunidades.

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Essas oportunidades proporcionaram a PS o direito de participar do contexto

sociocultural, e de ser tratado com o devido reconhecimento e dignidade, usufruindo

de melhores condições de desenvolvimento social e educacional, sendo sujeito ativo

de suas transformações pessoais e da realidade na qual está inserido.

Essas conquistas são relativamente recentes, pois houve um tempo em que o

surdo era tratado como um ser “doente” ou “anormal” e “defeituoso”. (LANE, 1990,

p.479).

Para melhor compreendermos os “meandros” dessa historia, Strobel (2006),

faz um breve retrocesso na história da educação de surdos, explicando que a

historia dos surdos a pedagogia e as políticas tem sido elaboradas sempre sob uma

perspectiva dos ouvintes e não dos surdos.

Essa visão ouvintista incapacitava a PS e, consequentemente, gerava o

desrespeito de sua cultura e de sua forma de comunicação, a Língua de Sinais.

Deste modo, é necessário apresentar recortes históricos, evidenciando pressupostos

teóricos desde o período em que os surdos eram considerados “indignos” de

educação até a contemporaneidade, fatos que podem contribuir para que o leitor

compreenda melhor como se deu a história e o desenvolvimento da pessoa surda.

A literatura nacional e internacional, cada uma ao seu modo, narram a história

dos avanços e conquistas que foram obtidas pelos surdos no meio educacional. Os

fatos relatados por esses dois campos literários deixam evidentes que existem

diferentes histórias que explicam o surgimento e o desenvolvimento do conceito da

pessoa com surdez no mundo.

Na antiguidade, os surdos eram tidos como seres diabólicos, que precisavam

ser punidos com a morte. Além disso, os surdos, devido ao fato de não falarem, não

eram considerados “humanos”, nem cidadãos. (DORZIAT, 1998)

Dessa forma, a história dos surdos só pode ser compreendida a partir de uma

perspectiva mais ampla que abranja os resultados de suas conquistas e lutas,

articulando-se com as fundamentações teóricas, filosóficas e ideológicas da área da

surdez.

Nesse sentido, as produções que se articulam para abordar a surdez foram

geradas a partir das significações culturais no campo discursivo de sua época.

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Assim, buscaremos as primeiras evidências a respeito da história dos surdos

na literatura internacional, onde vários educadores, cada qual com diferentes

métodos de ensino, se destacam.

No final do século XV não havia escolas especializadas para surdos. O ensino

era oferecido por pessoas ouvintes, que buscavam a qualquer preço estabelecer

uma comunicação com base no oralismo. Esses ouvintes, muitas vezes, eram

motivados a trabalhar com os surdos por possuírem em seus familiares pessoas

acometidos pela surdez (QUADROS, 1997; SKLIAR, 1998; SÁ, 1999 e LACERDA,

2006). No século XVI encontramos a primeira referência que faz distinção à surdez e

o mutismo no livro “De Inventione Dialectica”, de Rodolfo Agrícola (1528).

Também são desse período as contribuições do médico italiano Girolamo

Cardano (1501-1576) que advogava a favor da capacidade de aprendizado dos

sujeitos surdos, e fundamentou seu trabalho utilizando sinais e língua escrita.

Cardano afirmava que “... a surdez e mudez não é impedimento para desenvolver a

aprendizagem, e o meio dos surdos de aprender é através da escrita... e que era um

crime não instruir um surdo-mudo”.

O monge espanhol Pedro Ponce de León (1510 – 1584) criador do método

oralista (método utilizado para treinar os surdos a falar), foi reconhecido nos estudos

da história da PS como o primeiro professor de surdos e sua principal contribuição

na área da surdez, consistiu em contestar os argumentos equivocados por parte dos

médicos, que afirmavam que os surdos não podiam aprender em razão de lesões

cerebrais.

Ponce de León estabeleceu a primeira escola para surdos do mundo. Usava

como metodologia a datilologia, a escrita, e a oralização, e seus trabalhos eram

constantemente solicitados pelas famílias de nobres que tinham filhos surdos.

Nesse sentido, podemos enfatizar que a condição para o surdo aprender e a

falar nesse período implicava em possuir uma boa condição financeira ou

parentesco com nobres.

Encontramos, na história dos surdos, em fatos narrados por estudiosos da

Espanha, evidências que preservam a memória do Frei Pedro Ponce de León como

um “mito paternal” da educação de surdos, permitindo a comunicação sinalizada e

criando métodos de ensino de fala e da escrita.

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Nos séculos seguintes, outros professores se dedicaram à educação de

surdos. Entre eles pode-se destacar Juan Pablo Bonet (1579-1623), autor do livro

“Arte para enseñar a hablar a los mudos”, Ramirez de Carrión (1617- 1637) surdo

congênito que obteve sucesso no julgamento dos críticos de seu tempo e Johann

Conrad Amman (1704).

Juan Pablo Bonet (1579) e Ramirez de Carrión (1617- 1637) deram

continuidade ao trabalho do Frei Pedro Ponce de León, utilizando o alfabeto digital

para ensinar a ler, a língua de sinais para o ensino da gramática e a fala era

ensinada pela manipulação dos órgãos fonadores.

É encontrada também na França outra figura lendária que assume esse

papel, de ensinar o surdo a ler, que é o abade Charles Michel de L’Epeé (1717-

1789) que busca um norte em Bonet (1579 - 1629) para realização de seus

trabalhos.

Atentando ainda para a história da PS, a primeira obra impressa que se

preocupa com a educação do surdo é referenciada por Bonet (1620) sob o título

"Redação das Letras e Arte de Ensinar Surdos e Mudos a Falar".

Tomando como base a literatura parisiense escrita em 1756 por L’Epeé, em

que são relatadas suas experiências ao criar a primeira escola pública para surdos,

denominada Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris, pode-se considerar que o

ensino adotado nessa época era de cunho oralista e manualista10. A criação desse

instituto foi um marco na educação dos surdos, pois pela primeira vez na história “os

surdos adquiriram o direito a uma língua própria” (GREMION, 1998 p.47).

Outra influência histórica relevante à educação dos surdos foi a do médico

suíço Johann Conrad Amman (1669-1724), que desenvolveu e publicou o método

pedagógico da fala e da leitura labial. Sua obra norteou a construção do Movimento

Oralista Alemão, defendido por Samuel Heinicke (1729-1790), cujo princípio era o de

que a Língua de Sinais “atrofiava a mente” e, por isso, sugeria Sinais e o Alfabeto

Digital como instrumento para atingir a fala, ou seja, um grande valor era atribuído à

fala. Em 1778, Heinicke fundou a primeira escola de oralismo.

10 “Eduard Huet (1822- 1882) o sujeito surdo com conhecimentos de metodologia de ensino aos surdos em paris,

no ano de 1855 chega ao Brasil sob convite do imperador D.Pedro II, com a intenção de abrir uma escola para sujeitos surdos no Rio de Janeiro.” (STROBEL, 2006, p. 89).

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Em relação às produções literárias sobre a educação de surdos, teve

destaque o trabalho do Inglês John Wallis (1616- 1703) que desenvolveu a primeira

literatura em inglês voltada ao ensino da fala, por isso ficou conhecido como

fundador do oralismo.

Diante desse resgate histórico, não podemos deixar de mencionar as

contribuições dos relatórios escritos pelo médico Jean Marc Itard (1774-1838) sobre

a experiência pedagógica que considerava os surdos doentes e que poderiam ser

treinados para ouvir palavras. O médico foi responsável pelo clássico trabalho com

“Victor de Aveyron”, mas ao implantar seu método oralista com seu aluno, não

obteve muito sucesso, devido às circunstâncias em que o método foi aplicado.

Vale salientar que os métodos empregados naquele período foram pautados

na experiência multissensorial, para o desenvolvimento de uma Educação Especial,

como o Plano de Instrução de Itard, que nos traz relatos minuciosos da experiência

pedagógica do médico, futuramente utilizados por outros estudiosos da Pedagogia.

(BANKS-LEITE, GALVÃO, 2000).

Outro evento de grande impacto na história da educação dos surdos ocorreu

no ano de 1880, com a realização do Congresso Internacional de professores de

surdos, em Milão, na Itália, com objetivo de discutir e avaliar a importância de três

métodos antagonistas: língua de sinais, oralista e mista (língua de sinais e oral).

(BORNE, 2002, p.51).

Naquela oportunidade, foi decidido que o método oralista deveria ser o único

método de treinamento adequado para pessoas surdas, tal decisão resultou na

proibição da Língua de sinais, pois os especialistas alegavam que a mesma destruía

a habilidade da oralização dos surdos.

A influência do estudioso Alexandre Graham Bell (1880) durante o congresso

colaborou para validar o método oralista pois defendia o método oral puro para o

ensino da PS. Na ocasião de votação, a todos os professores surdos lês foram

negados o direito de votar, sendo excluídos entre os 164 representantes ouvintes.

Não podemos deixar de mencionar, também, importantes contribuições das

PS em outras áreas, em que o sucesso contribuiu para preencher mais algumas

páginas do livro da História dos surdos no decorrer do tempo. Como exemplo temos

a escritora Hellen Keller, surdo-cega, que obteve graus universitários e publicou

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trabalhos autobiográficos; o escultor surdo, Antônio Pitanga, pernambucano,

formado pela escola de Belas Artes, que foi vencedor dos prêmios: Medalha de prata

(escultura Menino sorrindo), Medalha de ouro (Escultura Ícaro) e o prêmio viagem à

Europa (com a escultura Paraguassú); o surdo brasileiro Jorge Sérgio L. Guimarães,

que publicou no Rio de Janeiro o livro “Até onde vai o Surdo”, em que narra suas

experiências de pessoas surdas em forma de crônicas; o filme “Filhos do Silêncio”,

onde, pela primeira vez, uma atriz surda, Marlee Matlin, conquistou o Oscar de

melhor atriz nos Estados Unidos (1985); e no ano de 1997, o Closed Caption

(acesso à exibição de legenda na televisão) foi iniciado pela primeira vez no Brasil,

na emissora Rede Globo.

Diante dessas considerações, pode-se dizer que estes foram os movimentos

mais importantes que influenciaram a educação de surdos no mundo e no Brasil,

lembrando que o berço dessas discussões e ações nasceram na França. Boto

(1996) destaca que o debate pedagógico acerca da surdez na França teve grande

repercussão no discurso republicano no Brasil, tanto no fim do Império quanto na

primeira República, com a proposta de uma escola “equalizadora”, filantrópica e

assistencialista, idealizada pelo liberalismo.

Como podemos observar, no século XX, estudos dos teóricos reforçam a

evolução do pensamento colaborando para que as pesquisas sobre o ensino da PS

se desenvolvessem em diferentes áreas, procurando compreender as atividades

psíquicas; o conhecimento do comportamento da consciência da PS, ou seja,

deixar no passado a cultura o estigma da cura da PS, levando em consideração que

sua aprendizagem irá ocorrer da mesma forma do que nas pessoas “normais” e sua

comunicação se dará por meio de outros canais.

Todavia, um dos principais fundamentos da educação da PS é a discussão de

Vygotsky (1984), pesquisador soviético que considera a linguagem como fator

determinante na formação dos processos mentais. O pesquisador estudou e

apresentou aspectos do desenvolvimento ontogenético da criança e a relação entre

a aprendizagem e o desenvolvimento. O que quis dizer?

Para especificar melhor a inter-relação instrução/desenvolvimento e a importância das conquistas ontogenéticas para a constituição do

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homem, Vygotsky entende que o desenvolvimento humano compreende dois níveis: o primeiro é o nível de desenvolvimento real, que compreende o conjunto de atividade que a criança consegue resolver sozinha. Esse nível é indicativo de ciclos de desenvolvimento já completos, isto é, refere-se às funções psicológicas que a criança já construiu até determinado momento. O segundo nível de desenvolvimento é o nível de desenvolvimento potencial: conjunto de atividades que a criança não consegue realizar sozinha mas que, com a ajuda de alguém que lhe dê algumas orientações adequadas (um adulto ou outra criança mais experiente), ela consegue resolver. Para Vygotsky, o nível de desenvolvimento potencial é muito mais indicativo do desenvolvimento da criança que o nível de desenvolvimento real, pois este último refere-se a ciclos de desenvolvimento já completos, é fato passado, enquanto o nível de desenvolvimento potencial indica o desenvolvimento prospectivamente, refere-se ao futuro da criança. A distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, caracteriza o que Vygotsky denominou de Zona de Desenvolvimento Proximal: "A Zona de Desenvolvimento Proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão, presentemente, em estado embrionário" (Vygotsky. 1984, p. 97).

Encontramos também referência nos estudos “Fundamentos de

defectologia11”, de Vygotsky (1984), as principais ideias do autor sobre a educação

da PS, onde faz duras críticas à crueldade com que se aplicava o método oral puro

Amam (método alemão). O autor considera que a educação acabava “recorrendo a

uma excepcional severidade de coação sobre a criança, objetivando ensinar-lhe a

linguagem oral, mas o interesse próprio da criança seguia outro caminho”. Concebe,

entretanto, a leitura do movimento dos lábios como vantajosa, pois “possibilita a

comunicação do surdo com pessoas “normais” e serve como instrumento de

elaboração do pensamento e da consciência”. (Vygotsky, 1984, p.159)

Também havia outros métodos que divergiam do mímico (francês), o do

alfabeto manual (datilologia), o que se denominou de escrita no ar. Os pedagogos

afirmavam que a linguagem oral é antinatural, mas Vygotsky (1993 p.88) concebia a

11 Fundamentos de Defectologia, são obras em que autor Vygotsky faz apontamentos sobre as

dificuldades, características, peculiaridades do desenvolvimento e situações sócio-educacionais, das pessoas chamadas por ele de "anormais". Considerando o termo citado, podemos perceber que ele não mascarava a dificuldade das pessoas com deficiência através de analogias ou retóricas substanciais, até

mesmo devido à época, mas faz presente em seu texto a responsabilidade com o desenvolvimento real dos indivíduos.

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linguagem gestual, natural dos surdos, uma linguagem pobre e limitada, pois

“prende o surdo a um microcosmo restrito aos que sabem essa linguagem primitiva”

Assim, com a implantação das primeiras formas de se pensar uma educação

para PS, a integração escolar passou a ser concebida a partir da inserção de PS em

classe especial ou sala de recursos situada dentro da escola regular.

Na literatura brasileira encontramos evidências históricas apresentando

ensaios conceituais sobre a educação do estudante surdo, a exemplo do Instituto

dos Meninos Surdos, fundado em 1855 pelo Imperador Pedro II11, atualmente

conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) que oferece ao

surdo ensino acadêmico e profissional até os dias de hoje.

Em 1857 os surdos matriculados no INES iniciaram sua aprendizagem em

LIBRAS. Muitos dos que ali estavam já dominavam um tipo de linguagem sinalizada

e foi nesse contexto que a LIBRAS foi se expandindo por todo Brasil. É oportuno

informar que o INES, embora modelo incipiente no Brasil desempenhou e

desempenha um papel muito importante na educação dos surdos, da sua fundação

até os dias de hoje. Por responder diretamente ao governo federal, foi sempre

pioneiro em se ajustar às diretrizes oficiais para a educação dos surdos, servindo de

referência para as demais modalidades pelo Brasil afora (ROCHA, 1997).

Diante da conquista das pessoas surdas dos espaços sociais e educacionais,

algumas escolas de surdos também foram fundadas no Brasil no mesmo período,

como o Instituto Santa Terezinha, em São Paulo e o Centro de Audição e

Lingua/gem Ludovico Pavon (CEAL/LP), em Brasília/DF. O atendimento pedagógico

ofertado por essas instituições era de caráter assistencialista e filantrópico

educacional. Contudo, essas modalidades de ensino, assistencialista e filantrópica,

existiam em número reduzido e o trabalho baseava-se predominantemente no

método oralismo. Entretanto, nesse período, o objetivo das legislações era atender a

essa população, “a PS”, de forma a integrá-los de maneira social, mas sem caráter

educativo formal.

No entanto, esses modelos não correspondiam à escolarização de surdos que

hoje é defendida por estudiosos na área da surdez.

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Após a década de 1960, com a implantação da Lei nº 4024/71(Brasil, 1971),

ficou estabelecido que a educação da PS fosse enquadrada no sistema geral de

ensino, com a finalidade de integrá-los à comunidade ouvinte.

Assim, a língua de sinais ressurge associada à oralização, um modelo misto

denominado Comunicação Total. Na ocasião, foi possível identificar diferentes

políticas públicas governamentais brasileiras, subsidiando ações voltadas à

manutenção de Escolas Especiais e à integração de alunos surdos nas escolas

comuns (OMOTE, 1999).

Nesse contexto, a integração surge como um movimento importante para a

escolarização das pessoas com deficiência. O movimento de integração baseou-se

nos princípios de normalização, cuja base filosófico-ideológica visava normalizar o

contexto em que os sujeitos surdos se desenvolviam. Portanto, o movimento de

integração defendia modos e condições de vida às pessoas com deficiência mais

próximos possíveis às formas e condições de vida do resto da sociedade (BRASIL,

1994; OMOTE, 1999).

Para D’Antino (1997, p.98), o conceito de integração corresponde ao “efeito

de integrar-se ou, ação ou política que visa integrar as minorias raciais, sociais, ou

seja, aquelas que apresentam diferenças” e, para outros, integração é a colocação

seletiva do aluno “portador de necessidades educacionais especiais12” em classe de

ensino regular.

Lopes (1998), discorrendo a respeito da integração de crianças surdas,

considera que:

A integração do surdo na sociedade [...] Parece ser uma atividade destinada à cultura oral [...] A aceitação social do surdo, além de ser considerada nas nossas políticas de integração, também deve ocorrer na própria família. Esta, mesmo antes de saber da surdez, interage fazendo-o sentir, perceber emoções e a cultura do meio [...] Partindo do pressuposto da existência de culturas distintas, cultura ouvinte e cultura surda admitimos que o surdo, filho de ouvintes, em uma primeira instância, receberá conceitos do mundo através da mediação dos ouvintes que, nem sempre, corresponderão ao nível de compreensão e às necessidades do sujeito . (LOPES,1998, p. 91)

12

Mantido o termo original utilizado pelo autor.

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De fato, desde a antiguidade, o surdo foi submetido à cultura de ouvintes,

desconsiderando a sua cultura e suas formas de aprendizagem. Para tanto, as

abordagens educacionais aplicadas à educação da PS ao longo da história,

conforme apresentado anteriormente, sempre apresentaram um enfoque na

normalização, por meio de um método “oral” de comunicação, e do desenvolvimento

de políticas da escola para que se aproximasse das pessoas ouvintes.

No que tange à integração desses estudantes, as mudanças tinham como

foco somente a adequação do aluno às estruturas físicas, administrativas,

curriculares, partindo do pressuposto de que esse aluno era capaz de aprender no

nível preestabelecido pelo sistema escolar de ensino comum (SILVA, 2001).

Alguns professores defendiam que o surdo poderia frequentar uma sala de

aula comum, desde que apresentasse os requisitos mínimos necessários

compatíveis àqueles dos discentes da série regular onde seria inserido, que

correspondem aos níveis de oralidade e de competência curricular (SILVA, 2001).

Esse tipo de conduta por parte da escola e dos professores causava ao

estudante surdo um domínio deficitário de língua falada e uma baixa proficiência na

leitura e na escrita, destinando aos surdos os espaços escolares mais restritivos e

excludentes (SILVA, 2003).

Todavia, quando inseridos em salas de aula comuns, poucos conseguiam se

beneficiar dessa inclusão devido ao ensino programático acadêmico, trabalhado na

formação geral dos professores por meio da fala.

A escola, por sua vez, aceitava o aluno surdo condicionado a certa prontidão,

tais como o domínio básico e a utilização do sistema alfabético da língua portuguesa

na modalidade escrita e falada (SKLIAR, 1999).

Tal pensamento educacional provocou algumas implicações pedagógicas

para a educação do surdo. Ao longo do tempo foram surgindo grandes equívocos e

interpretações errôneas por parte de alguns estudiosos sobre a surdez, a exemplo

da visão clínico-terapêutica, que fortemente marcou o século XX.

Diante desta perspectiva, a surdez ainda é vista como uma deficiência, que

deve ser minimizada por meio do desenvolvimento da função auditiva, ou seja, não

descartando a possibilidade de existir a aprendizagem da língua portuguesa,

levando o estudante surdo a integrar-se na comunidade ouvinte. Esse é então o

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objetivo clínico-pedagógico que, de forma equivocada, tinha a pretensão de levar a

PS em direção à normalidade.

Botelho (1998), afirma que uma das premissas da educação oralista é a

abordagem natural, propondo reproduzir para o surdo as mesmas condições em que

o ouvinte adquire a linguagem. Isto significa que o professor deve utilizar na

comunicação e no ensino especial ou regular, a linguagem oral com algumas

adaptações, como: falar mais devagar, sempre de frente para o estudante surdo, e

assim por diante.

A história da educação de surdos no Brasil revela que, embasados na visão

deficitária do modelo clínico-terapêutico e na busca pela normalidade, os

educadores continuaram se equivocando e dificultando a formação escolar dos

alunos surdos.

Paralela a essa situação, encontramos em Skliar (1999), considerações

acerca dos objetivos da Educação Especial para surdos, seja em Escolas Especiais,

ou no modelo integracionista, classe especial ou sala de recursos, que por muito

tempo, basearam-se em considerações preconceituosas e de poucas expectativas

pedagógicas.

Partindo do princípio que os surdos possuem um limite natural em seus

processos de aprendizagem, os professores programavam atividades pedagógicas e

ofereciam a PS na sala de aula as mesmas condições de comunicação oral

oferecidas ao aluno ouvinte resultando em uma desistência da vida escolar devido

ao fato de não conseguirem vencer a dificuldade imposta pela escola, ou seja, a sua

própria condição de PS.

Nesse período, as limitações e insatisfações com o método oralista e a

preocupação em ampliar os recursos comunicativos para fins diversos em prol do

aluno surdo, fizeram emergir nos Estados Unidos vertentes que começaram a se

contrapor ao chamado “método oral”, dando ênfase e estudo a uma nova forma de

comunicação, a Comunicação Total, que era o uso simultâneo da Língua de Sinais

associada à oralização. Neste momento se inicia o reconhecimento e valorização da

Língua de Sinais.

Para conhecermos um povo e sua cultura, é necessário conhecermos sua

forma de comunicação. Deste modo, a língua de sinais faz parte da cultura surda e,

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assim como qualquer outra, é carregada de significação social. A Língua de Sinais,

portanto, ultrapassa os objetivos de uma simples comunicação e se constitui numa

expressão de uma comunidade surda. (SKILAR, 1998; PERLIN, 1998).

Desse modo, no Brasil, somente na década de 1990 foi possível identificar

profundas mudanças na educação dos surdos, baseadas no reconhecimento e

valorização da linguagem de sinais. A partir desse novo olhar sobre as implicações

da surdez no desenvolvimento cognitivo, social e educacional da pessoa surda,

apresenta-se a relevância nas propostas pedagógicas embasadas na Comunicação

Total e mais tarde o bilinguismo, ou seja, o direito de adquirir como língua materna a

língua de sinais e como segunda língua, a língua oficial do seu país. (PERLIN,

2008).

Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngüe, a escola está assumindo uma política lingüística em que duas línguas passarão a co-existir no espaço escolar. Além disso, também será definido qual será a primeira língua e qual será a segunda língua, bem como as funções em que cada língua irá representar no ambiente escolar. Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão acessíveis às crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai depender de, “como”, “onde” e “de que forma” crianças utilizam as línguas na escola. (MEC/SEESP, 2006)

Portanto, para que a escolarização da PS ocorra efetivamente, não basta que

tenha acesso e permanência na escola comum. Torna-se fundamental que aprenda

e, por isso, são necessárias profundas mudanças na organização e funcionamento

do ensino escolar, e que as leis e decretos sejam colocados em prática dentro dos

ambientes escolares.

Pelo exposto, fica evidente que é preciso ainda se problematizar muito a

história educacional do estudante surdo, no sentido de garantir as condições de que

ele possa comunicar-se e conseqüentemente, aprender. Uma dessas condições

pode estar restrita ao uso da Língua de Sinais e para compreendermos melhor a

complexidade dessa nova forma de comunicação, discorreremos a seguir.

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2.2. A Importância da Língua de Sinais para as comunidades surdas

Neste tópico buscaremos abordar a importância da Língua Brasileira de

Sinais como uma das prioridades da comunidade surda diante de uma sociedade

oralista. Segundo Skliar (1998), o oralismo é considerado pelos estudiosos uma

imposição social de uma maioria linguística sobre uma minoria linguística; e uma das

classes que compõem essa minoria lingüística é organizada pela comunidade surda,

que é produtora de uma cultura e de saberes peculiares, em que a língua não é

considerada apenas um gesto, mas uma forma de comunicação.

Diante do pensamento oralista, a PS é visto como ser incompleto e, durante

muitos anos, houve a tentativa de normalizá-lo do ponto de vista médico-terapeuta.

Essa tentativa foi impedida devido à resistência da cultura surda, que lutou pelo

reconhecimento de sua língua própria, a Língua Brasileira de Sinais, considerada

por estudiosos como veículo de comunicação com estrutura e significados próprios,

assim como as demais línguas (QUADROS, 1995).

A Libras torna-se elemento essencial para a comunicação e fortalecimento da

identidade Surda no Brasil e, dessa forma, a escola não pode ignorá-la no processo

de ensino e aprendizagem, e sim considerá-la como meio de comunicação da PS,

adotando uma proposta bilíngüe. Esse tipo de proposta de ensino oportunizará a PS

o acesso a duas línguas no contexto social e escolar, pesquisas têm mostrado que

essa proposta é a mais adequada para o ensino da PS. (PERLIN, 2008).

Todavia, diferencia-se da Língua Portuguesa, que é uma língua de

modalidade oral-auditiva, por utilizar, como canal para meio de comunicação, sons

articulados que são percebidos pelos ouvidos. Esses sons têm como meio propagar

informações, manifestações culturais (como as músicas, os ritmos, as formas de

comunicação oral e as regras de comportamentos), ou seja, criar uma sociedade

com base no som.

Os surdos, por sua vez, se valem do canal-visual, da imagem, da luz para

interagir e se relacionar com o mundo e receber as informações. Sobre essas

divergências o autor Masutti (2007) comenta:

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Em um universo predominantemente regulado pelo som, o ouvir e o falar tornaram tão essenciais que qualquer forma de manifestação lingüística e cultural não constituída por essa operações causa estranheza, sofre restrições e instaura processos de exclusão social. Para os surdos, essa situação se agrava em embates cotidianos contra as representações politicamente construídas em torno de suas diferenças. (MASUTTI, 2007, p.11).

As diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes. Estão

também nas estruturas gramaticais de cada língua. Apesar das diferenças peculiares

a cada língua, todas as línguas possuem algumas similaridades que a identificam

como língua e não linguagem.

Segundo Felipe (2003), a semelhança existente entre as “línguas” é que todas

são estruturadas a partir de unidades complexas e todas possuem níveis lingüísticos

em diferentes graus, apresentando uma gramática com uma estrutura própria.

É atribuído às línguas de sinais o status de língua, porque, embora sendo de

modalidade diferente, elas possuem também características específicas em relação

às diferenças regionais, diferenças socioculturais, entre outras, e em relação às suas

estruturas que também são compostas pelos níveis mencionados acima.

Na história da humanidade não se tem exatamente registros de quando os

seres humanos começaram a desenvolver uma forma de comunicação verbal que

pudesse ser considerada uma língua. Tanto a língua oral-auditiva, como a língua de

sinais não tem registro de sua utilização, todavia sabe-se que elas existem há muitos

e muitos anos. (SKLIAR, 1998).

Assim, a discussão sobre a surdez e a língua de sinais vem sendo ampliada

nos últimos anos por profissionais envolvidos com a educação de surdos, como

também pela própria comunidade surda. Os estudos linguísticos referentes à língua

de sinais foram retomados somente a partir da década 70, quando as pesquisas

voltadas ao estudo da língua de sinais vieram confirmar que a LIBRAS poderia ser

comparável em complexidade e expressividade a qualquer língua oral.

Porém, é oportuno lembrar que as línguas de sinais não são universais, pois

cada uma tem sua própria estrutura gramatical. Assim como as pessoas ouvintes em

países diferentes falam diferentes línguas, as pessoas surdas, também, por toda

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parte do mundo, que estão inseridas em “culturas surdas”, possuem sua própria

língua, existindo, portanto, muitas línguas de sinais diferentes, tais como: Língua de

Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa, Americana, Argentina, Inglesa, Japonesa,

Brasileira entre outras.

Essas línguas são diferentes uma das outras e independem da língua oral-

auditiva utilizada nesse e em outros países, por exemplo: o Brasil e Portugal

possuem a mesma língua oficial, o Português, mas as Línguas de Sinais destes

países são diferentes. O mesmo acontece com os Estados Unidos e a Inglaterra,

entre outros. Também pode acontecer que uma mesma língua de sinais seja

utilizada por dois países, assim como é o caso da língua de sinais americana que é

usada pelos surdos dos Estados Unidos e do Canadá.

Segundo pesquisadores, embora cada língua de sinais tenha sua estrutura

própria, as pessoas surdas pertencentes a países com línguas de sinais diferentes

comunicam-se mais rapidamente umas com as outras; fato que não ocorre entre

falantes de línguas orais, que necessitam de um tempo bem maior para um

entendimento. Isso se deve à iconicidade dessas línguas e à capacidade que as

pessoas surdas tem em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a

comunicação e estarem atentos às expressões faciais e corporais das pessoas

nessas situações de fala (SACKS, 1998, p. 49).

Encontramos também em Quadros (2004), uma justificativa para a utilização

da língua de sinais:

Surdo é o sujeito que apreende o mundo por meio de experiências visuais e tem o direito e a possibilidade de apropriar-se da língua brasileira de sinais e da língua portuguesa, de modo a propiciar seu pleno desenvolvimento e garantir o trânsito em diferentes contextos sociais e culturais. A identificação dos surdos situa-se culturalmente dentro das expectativas visuais (Quadros, 2004, p. 15).

Por isso, torna-se essencial a incorporação da língua de sinais na vida desses

sujeitos. Como afirma Góes (1999), a língua de sinais será necessária para que haja

condições mais propícias à expansão das relações interpessoais, constituindo o

funcionamento cognitivo e afetivo, promovendo a constituição da subjetividade.

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A Língua de Sinais como qualquer outra, deve ser inserida na vida da criança

nos três primeiros anos de idade, para que a criança a adquira naturalmente. No

entanto, de acordo com a realidade de nosso país, a detecção da surdez nem

sempre ocorre até o primeiro ano de vida, assim como acesso à língua de sinais é

tardio, soma-se a isso, o fato de dificilmente a importância da Libras ser apontada

pelos profissionais que realizam o diagnóstico da surdez aos pais.

É fundamental que os profissionais orientem a família da criança surda para

as diferentes propostas de trabalho fonoaudiológico e informem sobre a importância

da Libras para seu processo educacional, social, cultural, bem como suas

concepções e conseqüências para o desenvolvimento geral do surdo. Segundo

Harrison (2000), deve-se propiciar a linguagem no tempo esperado, pois assim, esta

poderá trazer benefícios para a criança e para a dinâmica familiar.

No Brasil, a língua de sinais utilizada pelos surdos é a Libras, oficializada pela

Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. A partir desta data, inicia-se um processo de

se repensar novos caminhos para realização de uma educação voltada para atender

as necessidades da PS.

Perante o cenário da oficialização da língua, buscamos nos orientar quanto à

porcentagem de surdos existentes em todo o território nacional, por meio dos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Brasil possui cerca de 9,7 milhões de surdos e pessoas com deficiência

auditiva, desde a surdez total até níveis diferentes de audição. Esses indicadores

nos mostram que o número de surdos é muito alto. Assim, de acordo com os dados

populacionais coletados pelo IBGE/2010, o Brasil traz mais de 9.722.163 pessoas

com problemas relacionados à surdez.

Logo, os dados do Censo Escolar/2005 registraram a matrícula de 66.261

alunos surdos ou com deficiência auditiva na Educação Básica e os dados do Censo

da Educação Superior/2007 registraram a matrícula de apenas 974 alunos com

deficiência auditiva, numa clara demonstração de que a exclusão escolar é o

indicador da realidade vivenciada pelos surdos de nosso País, que passou séculos

desconsiderando a existência da língua de sinais utilizada por esse segmento

populacional (IBGE 2005).

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De acordo com os dados do Censo da educação superior (MEC/INEP), o índice de matrícula de estudante com deficiência auditiva, passa de 665 em 2003, para 4.660 em 2009, significando um crescimento de 600,7%. A partir de 2007, são coletados dados específicos sobre a matrícula de estudantes com surdez, que registra 444 em 2007 e 1.895, em 2009, representando um crescimento de 326,8%. Assim, o total de estudantes com deficiência auditiva e surdez, corresponde a 6.555, perfazendo um crescimento de 885,7% (BRASIL, 2011).

Os dados apontam uma parcela significativa de pessoas surdas compondo o

cenário brasileiro, organizando-se em comunidades, e para se comunicar, defendem

um tipo de comunicação.

Qualquer pessoa acometida por algum tipo de surdez tem uma diminuição na

audição, podendo variar quanto ao grau ou intensidade sonora percebida pelo

sujeito. Assim, a surdez leva a uma compreensão oral reduzida, ou seja, nenhum

feedback auditivo, associada a grande aptidão visual.

Segundo Moura (1999), a educação social dos surdos constitui um sério

problema, no que tange a valorização de sua cultura, e muitos caminhos tem sido

seguidos na busca de amenizar esse problema, uma vez que a Língua de Sinais é

considerada por muitos profissionais como apenas a execução de gestos simbólicos.

Nessa perspectiva, de acordo com Ferreira Brito (1993), no Brasil somente na

década de 1980, iniciaram-se as investigações voltadas ao estudo da língua de

sinais brasileira, e a aquisição da língua de sinais brasileira foi desenvolvida nos

anos 1990. (Quadros, 1995).

A partir desse contexto, se faz necessária uma educação para os surdos,

calcada na política educacional e na perspectiva da educação inclusiva, incluindo

várias ações que devem ser implementadas na escola e nos espaços sociais para o

desenvolvimento da Língua Brasileira de Sinais.

Dentre as conquistas mais recentes, encontra-se em discussão, as diretrizes

nacionais da Lei nº 10.098/94, de 23 de março de 1994, em especial o capítulo

VII,artigos 17 e 18, que legisla sobre a acessibilidade à língua de sinais, e a Lei nº

10.436, 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e o

Decreto 5626/2005 que reforça a necessidade da Libras como disciplinas nos cursos

de formação inicial. (BRASIL, 2002).

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Diante destas reflexões acerca da importância do desenvolvimento da Libras

para os surdos, o próximo item irá retratar aspectos importantes da Libras para a

formação de professores, salientando que a criança surda pode desenvolver-se,

comunicar-se e aprender, desde que tenha suas necessidades linguísticas supridas.

2.3. A Libras nos cursos de formação de professores: perspectivas para atuar

com alunos surdos

Na trajetória histórica da Educação do nosso país, entre os documentos que

compõem o conjunto de leis denominadas Políticas Públicas e sua implementação,

há um grande abismo. No entanto, as Políticas Públicas Educacionais voltadas à

área de educação de surdos, não são diferentes. O decreto 5626/2005 menciona em

seu capítulo IV, artigo 14, § 1º: a acessibilidade que garante intérprete de

Libras/Língua Portuguesa durante as aulas, flexibilidade na correção das provas

escritas, materiais de informação aos professores sobre as especificidades do aluno

surdo etc. Todavia, na prática, o que se percebe é que o estudante surdo torna-se

mais excluído do que incluído nas salas de aula regulares, enfrentando dificuldades

que, muitas vezes, os seus familiares é que tentam minimizar, buscando soluções

nem sempre eficientes para ajudá-los (BRASIL, 2005).

A partir do dispositivo legal, o Decreto 5626/2005 estabeleceu também a

Libras nos cursos de formação em nível superior, nos sistemas de ensino e

instituições que devem viabilizar esse processo da inclusão da Libras como

disciplina curricular obrigatória. O Artigo 3º do decreto em lide revela que:

A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (BRASIL, 2005, p. 25).

Segundo o Decreto Lei nº 5626/05 (BRASIL, 2005), foram estabelecidos

prazos e percentuais para a inclusão da disciplina Libras na Matriz Curricular desses

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cursos, sendo que o prazo mínimo expirou em 22 de dezembro de 2008 e o prazo

máximo finalizará em 22 de dezembro de 2015. O dispositivo legal ainda estabelece

que a inclusão da disciplina de Libras deveria se iniciar nos cursos de Educação

Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se de acordo com prazos

e percentuais previstos para as outras licenciaturas.

Outro aspecto a ser pensado a partir das experiências que vivenciamos,

descritas anteriormente na apresentação, é o desafio das instituições que formam

professores, com relação ao que devem rever em seus currículos de acordo com a

promulgação do Decreto Lei nº 5.626/2005. Confrontamos com a necessidade de

uma nova profissionalização docente, que exige novo processo de formação: uma

formação que tenha por objetivo o desenvolvimento de uma educação de qualidade

para todos.

Com isso, observamos que é necessário investigar como está ocorrendo a

formação inicial de professores nos últimos anos em Libras, uma vez que os

professores bem preparados podem atender mais adequadamente os estudantes.

Contudo, o desafio de como preparar esses professores para atuar no contexto

escolar ainda é um debate aberto.

A temática da Libras no ensino superior ganha contorno ainda mais complexo

quando se pensa em formar docentes para atender às necessidades da Educação

Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, especialmente porque, apesar dos

investimentos empreendidos, ainda são inúmeras as dificuldades ou problemas que

entravam o processo de inclusão das pessoas com deficiência, tanto do ponto de

vista escolar quanto social, especialmente quando se considera a pessoa com

deficiência auditiva. (BRASIL, 2011).

Neste sentido, a elaboração desta dissertação tem nos permitido ampliar a

compreensão sobre o tema, articulando com aspectos pessoais, com a construção

de certa experiência na área, a preocupação constante com a inclusão e a ânsia por

descobrir resultados práticos que possam beneficiar as PD. Porém, além dos

interesses pessoais, o tema da pesquisa está relacionado a uma questão mais

ampla e complexa e que transcende os conhecimentos construídos sobre o tema até

então.

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CAPÍTULO 3

POLÍTICA NACIONAL SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

3.1. Breve histórico da Política de Educação Especial no Brasil

As políticas públicas na área da Educação Especial, iniciadas a partir de

1854, foram marcadas por medidas pontuais e fragmentadas, denotando o descaso

com essa modalidade de ensino.

Por volta de meados do século XX, o Estado passou a compor órgãos

voltados para o atendimento de pessoas com deficiência e lançou campanhas em

prol da pessoa com deficiência, objetivando a sensibilização da sociedade para

esses sujeitos.

Encontramos também um significativo avanço na composição das Diretrizes

e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n° 9394/96, no sentido de conceber a

educação como direito de todos e de recomendar a integração da Educação

Especial no Sistema Nacional de Educação.

A partir da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA) de 1990, no que se refere aos direitos das Pessoas com Deficiência (PD),

estas passaram a ser consideradas como sujeitos com direitos, inclusive à

educação. A Constituição determinou ser dever do Estado o Atendimento

Educacional Especializado (AEE) voltado às PD na rede regular de ensino.

Internacionalmente, a Declaração de Salamanca (1994), foi um impulso dado

às questões das diferenças e sua aceitação pela sociedade, evocando que a todos

deve ser dado o direito de acesso e permanência em escolas regulares, devendo

estas modificarem-se ou adaptarem-se no sentido de acolher a PS em todos os

sentidos educacional e social, com eficiência e eficácia.

De acordo com os princípios da educação inclusiva, a escola deve atender às

necessidades educacionais de todos, oferecendo um ensino de qualidade com

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vistas ao seu pleno desenvolvimento. Esse paradigma de inclusão escolar provocou

uma mudança na função da escola e inaugurou um momento de transição que

colocou para os gestores das políticas públicas uma nova concepção de escola que

parte do pressuposto de que essa instituição é o local privilegiado da inclusão social,

e não apenas de instrução e transmissão de conteúdos.

Assim, a LDBEN n° 9394/96, em seu artigo 59, inciso IV, traz um feito inédito,

pois apresenta um artigo específico sobre Educação Especial, que reconhece o

direito à diferença, ao pluralismo e à tolerância, e, com suas alterações, garante às

pessoas surdas, em todas as etapas e modalidades da educação básica, nas redes

públicas e privadas de ensino, a oferta da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na

condição de língua nativa das pessoas surdas. Além disso, prevê, em seu artigo 48,

§ 2°, que o Atendimento Educacional Especializado, o qual deverá ser “feito em

classes, escolas ou serviços especializados sempre que, em função das condições

específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do

ensino regular”.

O serviço de Atendimento Educacional Especializado foi criado em 2001,

reforçado pelo Decreto Lei n° 3956/2001 e estimulado pelas orientações emanadas

na Convenção de Guatemala, que mencionava o conceito de diferenciação ou

preferência. O AEE oferece às pessoas com deficiências, a garantia para a

promoção da integração social ou o desenvolvimento das mesmas, desde que a

diferenciação não limite o direito à igualdade.

A oferta do AEE é fundamental para a efetivação da proposta de educação bilíngue estabelecida no Decreto nº 5626/2005, que regulamenta Lei no. 10.436/2002, construído pelo Ministério da Educação em parceria com a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS e demais órgãos governamentais e não governamentais. De acordo com este Decreto, a educação bilíngue para estudantes com surdez caracteriza-se pelo ensino ministrado por meio da Língua Portuguesa e da Libra, devendo ser disponibilizados os serviços de tradutor/intérprete e o ensino da Libras para os estudantes (BRASIL, 2011). .

Esse documento traz importantes repercussões nas políticas de educação,

pois além de ressignificar a forma de ver a pessoa com deficiência, estigmatizada

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historicamente em razão de suas características físicas, mentais ou sensórias

diferenciadas, permite repensar também a necessidade de transformar o espaço

escolar e transformar os espaços para que atendam a todos os alunos.

A concepção expressa na Convenção de Guatemala apresenta uma

reinterpretação da Educação Especial, que deve ser compreendida no contexto do

AEE, caracterizada pela diferenciação adotada para promover a eliminação das

barreiras que impedem o acesso à escolarização.

Por outro lado, professores, em sua maioria, sem conhecimento mínimo da

Libras e, algumas vezes, consumidos por uma carga horária de trabalho exaustiva,

não tem tempo para buscar uma formação continuada na área. Carecem também de

cursos de Libras básico e, principalmente, avançado, pois o estudo da língua em

seus aspectos gramaticais e discursivos ainda é restrito em nosso país, justamente

porque faltam professores formados nessa área.

O Decreto Lei nº 5626/2005, que regulamentou a Lei 10.436/2002, (fruto da

luta da Comunidade Surda brasileira), visando suprir essa carência e garantir que a

Comunidade Surda tenha um processo de escolarização exitoso, reconheceu a

Libras como meio legal de comunicação e expressão dos surdos e garantiu a

inserção da disciplina Libras como obrigatória nos cursos de licenciatura de nível

superior.

Além dessa determinação, o Decreto estabeleceu prazos para as Instituições

de Ensino Superior, e delineou como deve ocorrer a formação dos docentes para o

ensino da disciplina, viabilizando a criação de programas para a concepção de

cursos de graduação e para a formação de professores surdos e ouvintes para atuar

na Educação Básica e no Ensino Superior, possibilitando uma formação bilíngüe

(Libras e Língua Portuguesa como segunda língua).

Diante da exigência legal, as Instituições de Ensino Superior, principalmente

no ano de 2009, iniciaram uma “corrida” no intuito de cumprir os prazos

estabelecidos pelo Decreto, abrindo editais para selecionar professores de Libras

para atuarem nos cursos de preparação de professores da Educação Básica.

Os editais traziam exigências distintas e muitas vezes desiguais, de uma

instituição para outra, denotando entendimentos diversos sobre o perfil de

profissional e de conteúdo a ser trabalhado nesta disciplina. Alguns enfocavam a

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prática ou o uso da língua, outras pareciam ir mais além, colocando em seu

conteúdo de prova, questões ligadas ao funcionamento da língua e dos métodos

utilizados na educação dos surdos. Dessa forma, torna-se necessário compreender

melhor sobre as leis que regulamentam a política sobre a Libras no ensino superior.

3.2. Libras e Leis que regulamentam as políticas linguísticas

O Decreto Lei nº 5626/2005, foi regulamentado para apresentar as ações e

implementar as políticas linguísticas e educacionais com vistas a preservar e

disseminar a Libras. A proposta determina, por exemplo, a realização, em um

período de até dez anos, de exames de proficiência em Libras, bem como firma o

compromisso para que sejam desenvolvidos programas de formação de professores

de Libras e intérpretes em diferentes níveis de escolaridade. Além disso, propõem

cursos de nível superior bilíngüe, bem como, determina a inclusão da Libras em

todos os cursos de formação de professores no Brasil.

De tal modo, o levantamento realizado neste trabalho atende aos propósitos

do referido decreto para através da pesquisa evidenciar a necessidade da inserção

da disciplina de Libras nos cursos que formam professores, pois a língua de sinais

constituiu-se da necessidade dos surdos se comunicarem e participarem como parte

integrante do seu meio, uma vez que apresentam impossibilidades para a aquisição

da língua oral. Para tanto, faz-se necessário retomar alguns pontos do documento

Decreto Lei nº 5626/05, que em seu Capitulo II, Art 8º, dispõe sobre o direito de

pessoa surda receber sua educação formal em Libras, em todos os níveis de ensino,

seja na Educação Básica, no Ensino Superior, das redes de ensino públicas ou

privadas.

Segundo Góes (1999), a língua de sinais será necessária para que haja

condições favoráveis à expansão das relações interpessoais, constituindo de forma

efetiva o funcionamento cognitivo e afetivo na promoção e constituição da

subjetividade humana. Neste sentido a Política Nacional de Educação na

perspectiva da Educação Inclusiva no Brasil, busca orientar Estados e Municípios

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em uma única direção, para que discentes surdos sejam respeitados na sua

condição linguística, cultural e curricular.

Esse tipo de ação poderá trazer uma série de obstáculos para o

funcionamento da Educação de surdos, embora reconheçamos que, em muitas

regiões brasileiras, a possibilidade de oferecer uma escola bilíngue, voltada às

necessidades especiais da pessoa surda, ainda é uma realidade a ser conquistada.

Tais inconsistências exigirão, por parte dos dirigentes escolares, uma revisão no

sistema educacional de ensino (comum ou especial), que passe pela reestruturação

curricular, a partir da participação do próprio surdo nas decisões do Projeto Político

Pedagógico da escola segundo afirma Góes (1999).

Por demonstrar a importância da Libras para as comunidades surdas,

passaremos para o próximo item que versará sobre a inserção da disciplina de

Libras nos cursos de formação inicial de professores.

3.3. Formação inicial do Professor no Ensino Superior para atuar com alunos

surdos

No decorrer da História, a profissão docente ocorreu de forma vocacional

voltado ao gênero feminino, pouco valorizado, uma vez que exigia um baixo nível de

formação. Essa realidade perdurou durante muito tempo (TARDIF, 2010, p. 248.).

As mudanças nesse cenário ocorreram somente após a segunda guerra

mundial, consequentemente, com a evolução dos sistemas escolares e com a

democratização da escola, onde o ensino passou a ser responsabilidade do Estado

e, junto com esse novo cenário, surgiu a necessidade de investir num melhor

preparo do profissional, momento este definido por Tardif (2010) como o início da

transformação de uma sociedade industrial para uma sociedade da informação e do

conhecimento.

O autor revela que o saber docente está do lado da teoria e a prática pode

produzir saberes. Aquilo a que chamamos de "teoria", torna-se concreto num

sistema de praticas e de profissionais que a produzem e as assumem: pelo trabalho,

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o homem modifica a si mesmo, modifica as suas relações humanas, objetivando a

transformação de sua própria situação e a do coletivo onde esta inserido (TARDIF,

2010, p. 16).

Hoje falamos de um movimento que surge em prol da profissionalização do

ensino e busca ao mesmo tempo elevar a formação dos professores, concretizado

no Brasil com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases Nacionais (LDBEN)

9394/96, prevendo em seu capítulo a formação de professores em cursos em nível

superior (BRASIL, 1996).

No entanto, até o presente momento, no Brasil, os professores de Libras

tiveram pouco acesso as discussões teórico-metodológicas na área de ensino de

segunda língua. Em decorrência de três fatores: o primeiro devido a falta de espaço

acadêmico para esse tipo de discussão/formação que fosse acessível a essa

comunidade; segundo, pela concepção inadequada de que para se ensinar uma

língua basta ser proficiente ou falante nativo dela e o terceiro, pela crença de que as

pesquisas e metodologias de ensino de línguas orais não poderiam auxiliar a

reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem de línguas de modalidade viso-

gestual como a Libras ( LACERDA, 2004).

Todavia, Saviani (2008) tece algumas considerações a essa nova estratégia

pensada pelo Brasil, a de prover nos Institutos Superiores de Educação e Escolas

Normais Superiores os cursos de Pedagogia e demais licenciaturas. O autor

considera que a LDBEN contribuiu para a efetivação de uma política educacional

tendente a solicitar um baixo nível de educação, visto que os Institutos de Educação

Superior emergem como instituições de nível de segunda categoria, promovendo

uma formação aligeirada de baixo custo, ofertando cursos de curta duração.

Tal contexto é questionado por diversos estudiosos da área da educação a

exemplo de Tardif (2010) que envidam esforços voltando seus estudos qualidade da

formação do profissional em nível superior, com ênfase no aperfeiçoamento de

instrumentos teóricos e práticos que considerem a especificidade da ação educativa.

O autor elabora uma síntese das características deste conhecimento, fruto de

discussões dos estudiosos sobre profissões:

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Em sua pratica, os profissionais devem se apoiar em conhecimentos especializados e formalizados, na maioria das vezes, por intermédio das disciplinas cientificas em sentido amplo, incluindo, evidentemente, as ciências naturais e aplicadas, mas também as ciências sociais e humanas, assim como as ciências da educação (TARDIF, 2010, p. 247).

Essas propostas de formação buscam trabalhar com a formação inicial do

professor, a organização do currículo, o saber docente e como vincular a teoria à

prática de sala de aula.

As palavras de Rodrigues (2010, p. 7) também levam a entender que não

basta a oferta de formação inicial para preparar futuros professores aptos a lidar com

as diferenças, é necessário estar atento a qualidade da formação ofertada. Para ele

“o conhecimento da diferença não é sempre positivo; podemos conhecer para

melhor segregar”. Neste sentido Rodrigues (2010, p. 7) argumenta que:

[…] se a ênfase na formação de professores for dada na diferença e nos casos mais profundos, acabamos por proporcionar (ainda que com boas intenções…) um argumento para que o jovem professor avalie a sua futura tarefa como quase inultrapassável e até a rejeitar a inclusão de alunos com dificuldades devido exatamente ao conhecimento que tem das reais dificuldades que esses alunos têm. Este mesmo autor ainda considera que “a profissão de professor exige uma grande versatilidade” visto que requer autonomia e capacidade de traçar planos de intervenção pedagógica em diferentes condições, o que requer mais do que uma formação acadêmica, sendo necessária também uma formação profissional (RODRIGUES, 2010, p. 6).

Também considera que o conhecimento das diferenças não deve se dar

“como se tratasse de uma situação médica mas, fazer acompanhar cada

caracterização de indicações pedagógicas que contribuam para que o futuro

professor possua um esboço de entendimento que lhe permita iniciar o seu processo

de pesquisa (RODRIGUES, 2010, p. 7).”

A proposta da Libras como disciplina é uma das exigências mais recentes no

campo da educação, trazendo uma nova configuração à formação docente, uma vez

que a proposta exige formar professores na perspectiva da inclusão escolar da PS, e

sua prática não pode mais ignorar as diferentes condições de aprendizagem dos

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alunos que integram o sistema de ensino, de modo a proporciona-lhes uma

educação de qualidade.

Embora muito se tenha discutido sobre a formação docente nas últimas

décadas, em face às demandas sociais que impõe à escola uma nova forma de

organização, é necessária a incorporação de mudanças ideológicas de uma

educação que se esteja plenamente articulada às necessidades sociais vigentes.

Tais mudanças são apontadas nos cursos que formam professores, e

também compõe o cenário de discussão de estudiosos da área, já há alguns anos

no Brasil, pelo fato de ser esta uma premissa básica, no desenvolvimento de

competências em prol de uma educação de qualidade, pois o professor enquanto

profissional participa diretamente da formação vital dos sujeitos (Tardif, 2001).

Durante o processo de formação do professor, será necessário inicialmente

compreender seu papel no contexto educacional, sendo que este estará intimamente

relacionado a função de programar, organizar e planejar atividades que tem como

objetivo principal o desenvolvimento de aprendizagem dos alunos.

Segundo Oliveira (2002), o professor deve minimamente ter uma formação

teórica e prática que o instrumentalize para a compreensão dos princípios que

norteiam seus trabalhos, bem como, para construir sua prática pedagógica.

A princípio, é necessário fazer um panorama dos modelos de formação

propostos historicamente, que se tratam da diferenciação entre dois tipos de

formação: a inicial e a continuada.

Segundo Ferreira (2006), a formação inicial refere-se àquela oferecida a

estudantes que não são professores e ainda não atuam na docência em escolas ou

outras instituições educacionais. É o tipo de formação realizada por universidades,

faculdades, que confere a certificação legal para docência na educação básica. Já a

formação continuada refere-se à situação do profissional que já atua na docência na

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio e que participa de promovidos por

Instituições de Ensino Superior, Secretarias de Educação ou órgãos da comunidade,

com intuito de aperfeiçoamento teórico-prático ou mesmo desenvolvimento de

conhecimentos específicos necessários as novas demandas na sala de aula.

Nossa reflexão se ocupará da formação inicial. Diante destas perspectivas,

buscaremos discutir que as escolas recentemente apontam que os professores

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chegam as escolas desprovidos do “saber-fazer” de diferentes maneiras, de “não

saber lidar”, ou de não estar preparado para “trabalhar com a diversidade dos

alunos”. Essas falas são reiteradas por um número significativo de docentes que

atuam em diferentes níveis e espaço.

Se os docentes não se sentem preparados para atuar com a diversidade

humana, no que tange aos discentes com deficiência, em especial com estudantes

surdos, o que é necessário para tal formação?

A princípio, que sejam ofertadas na formação inicial, cursos de nível superior

que contemplem em sua matriz curricular disciplinas específicas voltadas a sua

formação, para que se tornem professores atuantes, que realizem uma prática

voltada as necessidades existentes em sala de aula (TARDIF, 2010).

O professor desempenha figura importante do processo educacional, cabe a

ele conhecer quais são as estratégias e alternativas de ensino mais adequadas para

atuar com a diferença, ou seja, necessita de formação que o auxilie a instituir

práticas potencializadoras do saber-fazer, de modo que a presença de estudantes,

em situação de desvantagem, de qualquer natureza, não engesse as suas ações.

Morejón (2001) enfatiza que o professor deverá desempenhar a função de

organizar uma prática didático-pedagógica que estimule a aprendizagem conceitual-

significativa, na qual o aluno estabeleça uma relação de prazer com o conhecimento,

levando-o a formalizar os conceitos ensinados e, consequentemente, aprender.

Essa formação, a do professor, sugerida pelo autor acima, pode ocorrer na

formação inicial, em que o professor aprende a desempenhar um papel significativo,

independente de sua área de conhecimento e/ou local de trabalho. Este profissional

pode tornar-se principal mediador entre o conhecimento construído e sistematizado.

Nosso foco de discussão acerca do processo formação inicial de professores

para a inclusão da PS aborde a necessidade de que essa formação os auxilie a se

tornar crítico-reflexivos em nível superior, como aponta Zeichner (1993, p. 18). Para

tanto, o autor retoma Dewey (1959) quando propõe uma definição em que a “[...] a

ação reflexiva que a prática desencadeia, exige do professor a emoção, a paixão,

que anime na diversidade, mas não o cegue perante a realização”.

Podemos, nesse contexto, tomar como referência a fala do autor Dewey

(1971, p. 13) quando relata que:

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A experiência não se processa apenas dentro da pessoa. Passa-se aí, por certo, pois influi na formação de atitudes, de desejos e de propósitos. Mas esta não é toda a história. Toda genuína experiência tem um lado ativo, que muda de algum modo as condições objetivas em que as experiências se passam.

No que refere às estratégias de ensino, encontramos em Schön (1982) a

proposta de que “para esse processo de reflexão exige-se também a capacidade de

interpretação, de compreensão do outro, além da capacidade de questionamento”.

As discussões acima realizadas nos remetem diretamente para a

necessidade de pensar como tem sido a formação do professor para as suas ações

cotidianas com aluno surdo. Será que a formação está fornecendo condições

facilitadoras de rever suas formas de pensar a prática?

Estudos recentes sinalizam que a formação inicial de professores tem sido

realizada, focalizando a valorização dos saberes docentes articulados aos saberes

acadêmicos. A não possibilidade de estabelecer uma relação de complementaridade

entre os saberes da experiência e os saberes científicos da academia, gera o risco

de apropriação de uma forma única: ou só de teoria ou só de prática, esvaziando-se

ambas (RIBEIRO, 2005).

Na perspectiva da educação inclusiva a formação inicial do professor, com

vistas ao aperfeiçoamento e transformação da prática pedagógica mais imediata no

cotidiano da sala de aula, torna-se condição necessária para que o processo de

inclusão ocorra, já que este tem provocado profundas necessidades de

transformações nas práticas dos educadores e gestores da escola comum.

Os teóricos acima citados colocam como meta principal a ser alcançada a

formação docente inicial e continuada com intuído de construir um sistema

educacional que inclua a todos. Isto requer ações em todas as instâncias destinadas

à formação de professores, assegurando que os currículos dos cursos de formação

estejam voltados para prepará-los no atendimento da PS (no caso do tema desta

dissertação) em escolas regulares.

Glat (1998) também afirma que pesquisas têm apontado que os cursos de

formação de professores trabalham a teoria, a didática, mas não conciliam estes

conhecimentos com a prática e que, geralmente, os currículos são distanciados da

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prática pedagógica, deixando a desejar quanto à formação do professor para atuar

com a diversidade existente na sala de aula.

Minto (1998) também aponta que no Plano Nacional de Educação –

PNE/MEC/ e na Lei de Diretrizes e Bases - LDBEN 9394/96 há uma explicita

preocupação em incluir nos currículos de formação inicial de professores, nos níveis

médio e superior, conteúdos e disciplinas que permitam uma formação básica para o

atendimento aos estudantes com deficiência, uma vez que reconhecem que os

professores ainda não estão habilitados para trabalhar com eles.

A inserção de disciplinas relativas à Libras na formação do professor do

ensino comum, pode proporcionar ao professor o desenvolvimento de possibilidades

de identificar e valorizar a diversidade em sala de aula, bem como formá-lo para

exercer sua autonomia na construção da prática pedagógica, assentada nos

objetivos de sua formação, constituindo assim uma consciência crítica e reflexiva e

cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.

No entanto, somente a inserção de disciplinas teóricas sobre as diferentes

deficiências não é suficiente para preparar o professor para a realidade que

encontrará em sala de aula. Assim, buscando um preparo eficaz para a educação

atual, é necessário que o professor em processo de formação busque um contato

real e direto com os estudantes surdos e com outras deficiências, com o intuito de

conhecer melhor o cenário existente e as necessidades do seu público.

Bueno (1990) afirma que na perspectiva da educação inclusiva, a formação

inicial pode gerar dois tipos de profissional: professores generalistas que atuam no

ensino regular com conhecimento mínimo sobre prática com a diversidade humana,

e professores especialistas para atender os estudantes público-alvo da Educação

Especial. Embora nos remetemos a referências datadas da década de 1990, seu

temas ainda continuam atuais.

Assim, na estruturação de um cenário inclusivo, torna-se necessário repensar

a formação inicial do professor, seja ele generalista ou especialista, para que se

efetive de fato a inclusão dos discentes na escola. Segundo Januzzi (apud

ARTROLLI, 1995), é necessária uma revisão da formação docente, pois esta ainda

formação é realizada de maneira bifurcada, ou seja, há formação de professores,

porém, segundo a autora, no final da década de 80 e inicio de 90, outras abordagens

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de formação como materialismo histórico e a teoria crítica começaram a tomar forma

na educação especial, possibilitando uma reestruturação na formação de todos os

professores.

Ainda, segundo a autora, a escola inclusiva requer uma formação inicial

comum a todos os docentes, salienta também que é muito importante que a

formação docente de todos os professores gere uma preocupação com a mudança

de atitude frente à diferença.

À medida que a inclusão vai se efetivando, torna-se importante que todos os

professores tenham conhecimentos mínimos sobre as diversas formas de oferecer

acesso à informação e à comunicação aos alunos e sobre a forma de organizar o

ensino, bem como, o currículo, para possibilitar o desenvolvimento de todos os

discentes e facilitar o trabalho conjunto entre professores e especialistas. Portanto, o

enfoque da formação deve ser mais voltado para quais estratégias ajudarão os

professores a potencializar a aprendizagem dos estudantes.

Em nosso país, entre os documentos que compõem o conjunto de leis

educacionais, há um grande abismo, como é o caso das políticas públicas

educacionais que garantem o intérprete de Língua de Sinais/Língua Portuguesa

durante as aulas na educação básica e superior, a flexibilidade na correção das

provas escritas, e os materiais de informação aos professores sobre as

especificidades do estudante surdo etc.

Na prática, o que se percebe que a PS está mais excluída do que incluída nas

salas de aula regulares, enfrentando dificuldade, que, muitas vezes, os seus

familiares é quem tentam minimizar, buscando soluções nem sempre eficientes para

ajudá-los.

Assim, os professores carecem de respaldo e clareza das políticas públicas e

de formação para o desenvolvimento de práticas focadas não somente nas

dificuldades específicas do alunado, mas também nas suas potencialidades de

comunicação.

Embora o autor Pedroso (2001) enfatiza que os professores que já atuam no

ensino regular ainda estão despreparados, pois normalmente desconhecem

questões fundamentais relativas à surdez e ao aluno surdo como, por exemplo, as

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características do processo de aprendizagem e de desenvolvimento que a surdez

ocasiona.

De acordo com autor, o despreparo desses docentes no atendimento ao

discente surdo pode comprometer o seu desempenho, uma vez que ainda são

tratados dentro de uma abordagem educacional oralista. Esse tratamento reforçam

experiências de discriminação, as quais tem criado barreiras à implementação de

uma escola inclusiva.

A motivação típica desses comportamentos diante do estudante surdo deve-

se à inadequada formação do professor:

A maioria dos cursos universitários que preparam os profissionais para atuar com a surdez têm insistentemente localizado tais indivíduos na narrativa da deficiência, promovendo concepções geralmente simplificadas, construídas a partir de traços negativos como, por exemplo, a falta de linguagem (GESSER, 2009, p. 292) .

Para tanto, supomos que o enfoque a ser dado pelas Políticas Públicas para a

introdução da Libras nas licenciaturas, por meio do Decreto Lei nº 5626/05, tende a

dissociar, gradativamente, a surdez da perspectiva da deficiência, o que refletirá de

modo significativo, no processo de inclusão dos surdos no ensino regular, pois como

enfatiza o estudioso “pouco adianta a presença de surdos se a escola ignora a sua

construção histórica, cultural e social” (MACHADO, 2008, p. 78).

Dentre os pontos importantes destacados na implementação do Decreto,

salientamos que os graduandos não conhecerão mais o surdo somente pelo

discurso do outro (ouvinte), mas a expectativa é que, cada vez mais, os próprios

surdos sejam docentes da disciplina, visto que os mesmos têm prioridade nos cursos

de formação de professores para a função, como previsto no capítulo III do aludido

decreto.

Todavia, alguns fatores, devem ser considerados em relação à disciplina de

Libras, como o conteúdo, por exemplo, que não pode somente priorizar discussões

voltadas para a deficiência auditiva em detrimento do conhecimento cultural,

linguístico e pedagógico para a atuação com alunos surdos.

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Durante o levantamento bibliográfico a respeito do tema, foi possível perceber

que essas disciplinas passam por processos de atualização e reformulação

constantes.

Entretanto, a questão da formação de professores tem sido um grande

desafio para as políticas governamentais, pois rever um quadro de formação

inadequada não é processo para um dia ou talvez meses, mas para décadas. Como

afirma Gatti, (2000), a formação humana mesmo com toda a tecnologia disponível

não pode ser implantada por meio de “um chip de sabedoria”. Esse processo tem

que ser desenvolvido em um longo processo de maturação.

Atualmente são raros os professores habilitados para trabalhar com os alunos

surdos em sala de aula. As maiorias dos cursos de Pedagogia, nas universidades,

não oferecem essa especialização para a área. Somente a partir do Decreto Lei nº

5626, de 22 de dezembro de 2005 pode ser oferecido oportunidades para que as

disciplinas de Libras sejam desenvolvidas nessas graduações e as coisas podem

melhorar (STROBEL, 2008, p. 102).

Encontramos em Gatti, (2000), a reflexão de que mesmo após a implantação

do decreto, a estrutura e o desenvolvimento curricular das licenciaturas ainda não

tem mostrado inovações e avanços que permitem ao licenciado enfrentar o início de

uma carreira docente com uma base consistente de conhecimentos, sejam os

disciplinares, sejam os de contextos sócio-educativos, sejam os das práticas

possíveis, sem seus fundamentos e técnicas.

Salienta-se que o decreto 5626/2005 em seu cap.IV, artigo 14 traz um item,

pouco destacado, que traduz o que se espera do professor que irá atuar junto a

outros profissionais, no trabalho com o aluno surdo: “professor regente de classe

com conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos alunos

surdos” (BRASIL, 2005).

Tendo em vista o exposto acima e o fato da disciplina de Libras ser

obrigatória nos cursos de formação de professores, não significa que o professor

regente deverá ministrar suas aulas em Libras, o que seria tecnicamente impossível

(BOTELHO, 2007), uma vez que apropriar-se efetivamente da Libras, bem como de

qualquer outra língua, demanda um certo tempo de curso.

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O objetivo da presença da disciplina de Libras no currículo dos cursos de

Licenciaturas do Ensino Superior se justifica, em grande medida, por nortear os

planejamentos desses cursos, principalmente, com relação a seleção de conteúdos

que serão ministrados ao longo da disciplina, cuidando desse modo para que esta

não se equipare a um curso básico de Libras.

Para que a inclusão dos surdos se efetive de fato, é fundamental que os

profissionais conheçam a singularidade linguística manifestada pela comunidade

surda, constituindo-se como um dos objetivos para inserir Libras no currículo das

licenciaturas e outros cursos referidos no decreto.

Assim sendo, o professor deve buscar algumas compreensões para facilitar o

desenvolvimento destes discentes, tais como: o uso e domínio de todas as formas

de linguagem e expressão, além de posicioná-lo em um local que favoreça a leitura

orofacial, aproveitamento do resíduo auditivo, ambientes estimuladores que

desafiam o pensamento e explorem suas capacidades cognitivas.

Desse modo, consideramos que investir na formação inicial de professores, é

a melhor forma de contribuir com o processo educacional inclusivo, visto que quase

todos os fatores que interferem para que a inclusão se efetive estão relacionados às

atitudes e práticas cotidianas em sala de aula, seja referente à didática do professor

ou às relações sociais do professor para com os discentes.

Em suma, o professor deve receber elementos em sua formação para buscar

compreender também as proposta das diferentes abordagens existentes de

comunicação em Libras, para que possa delimitar quais são as necessidades dos

seus estudantes, principalmente devido ao cenário educacional inclusivo vigente.

Portanto, podemos considerar que há um número limitado de pesquisas e

publicações referentes às diferentes abordagens educacionais dos surdos voltados

aos professores, sendo que o desconhecimento dessas abordagens pode gerar

empecilhos à educação de surdos.

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3.4. A implementação da Disciplina de Libras no Ensino Superior

A “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva” teve sua publicação em 2008 (BRASIL, 2008). Atualmente vem sendo alvo

de discussão na área da Educação Especial e levanta pontos significativos a

respeito da pessoa com deficiência auditiva/surdez. No texto da política nacional,

sobressai-se a presença de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de

Professores da Educação Básica, que define que as instituições de Ensino Superior

devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a

atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos

alunos com necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2007).

A abordagem a respeito da Política Nacional tem sido uma constante nos

espaços escolares no que se refere à pessoa com surdez, pois enfatizam

especificamente duas Leis essenciais voltadas ao público surdo, quais sejam:

A Lei nº 10.436/02 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como

meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas

formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão

da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de

formação de professores e de Fonoaudiologia;

O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando ao

acesso à escola dos alunos surdos. Este menciona a inclusão da Libras como

disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e

tradutor/intérprete de Libras. (MEC/SEESP, 1994).

Pautados na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva e nas leis mencionadas, tais documentos propõe incentivo ao

uso e oficialização da Libras. Os documentos recomendam que isso deva acontecer

por meio de uma “metodologia própria”, uma vez que a perda auditiva faz com que o

indivíduo tenha maior acesso ao canal visual, tornando a Libras natural para ele.

O estudante surdo que tem acesso à Libras e a língua portuguesa tem a seu

alcance um leque mais amplo de recursos linguísticos, que atendem melhor sua

necessidade, favorecendo seu acesso o qualquer tipo de conceito e conhecimento.

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Em geral, o professor não possui o domínio da Libras e/ou, quando se dispõe

a aprender, tende a focalizar a correspondência de vocabulário entre o sinais e a

palavras, sem conhecimento necessário da estrutura da Libras que pode ser

aprendido com a disciplina nos cursos de formação inicial de professores.

De acordo com Baktin (1999), o sentido da palavra é determinado pelo seu

contexto. De fato, há tantas significações possíveis quantos contextos possíveis.

Para a PS o uso da Libras, torna-se necessário considerar que a língua é a

mediação entre os interlocutores. Assim, a formação do professor é fundamental

para sua construção de conhecimento, pois não há atividade mental sem expressão,

mas, ao contrário, a expressão organiza a atividade mental.

Por isso, a PS pode encontrar-se prejudicado pelo despreparo dos

professores, pelas formas de atendimento no sistema educacional não serem de

acordo com suas necessidades.

Assim, no contexto atual, há de se considerar que, tendo em vista a

necessidade de uma real inclusão do estudante surdo, deve haver a preparação do

profissional frente a esse trabalho de forma urgente. Afinal, não se pode ignorar que

o papel da comunicação eficiente na relação professor-aluno pode ser determinada

em todos os resultados de aprendizagem.

Tendo em vista o exposto, a Disciplina de Libras deve ser desenvolvida como

disciplina nos cursos de Licenciatura no Ensino Superior, e sua importância para o

conhecimento e reconhecimento precisa ocorrer por parte dos profissionais,

principalmente para futuros educadores, que irão atuar com os estudantes surdos no

ensino regular e que necessitam de qualidade no processo de ensino e

aprendizagem, implicitamente eficaz por meio da Libras.

No artigo 3º do referido decreto está estabelecida para o Ensino Superior, a

inserção da disciplina, obrigatoriamente, nos curso de Pedagogia, Educação

Especial, nas diversas licenciaturas e no curso de Fonoaudiologia. Assim, os futuros

professores poderão usufruir dessa disciplina, melhorando sua prática,

reconhecendo as dificuldades com que se confrontam e as condições facilitadoras

da mudança no contexto educacional.

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Ao direcionar a disciplina aos cursos de formação de professores (exceto o

de Fonoaudiologia), compreende-se que o objetivo seja preparar professores para

receber alunos surdos nas classes comuns, em consonância com a legislação.

Para tanto, é necessário compreender como a escola tem discutido

atualmente, por meio do currículo, os saberes e o conhecimento. Ter um olhar mais

atento voltado para o currículo não apenas como organizador de conteúdos, mas

como uma arena de conflitos na compreensão do papel da escola e de uma

sociedade fragmentada do ponto de vista educacional.

3.5. Considerações sobre o currículo escolar

A discussão proposta nesta seção tem a intenção de levar o leitor a

compreender o histórico sobre o currículo como um campo da ciência da educação

que pretende, na escola, minimizar as diferenças dos grupos marginalizados, bem

como perceber o currículo como elemento fundamental na organização escolar e

consequentemente, na formação dos educadores que nela atuarão, uma vez que é

ele que norteia o trabalho a ser desenvolvido no ambiente educacional.

Após a compreensão da importância da implementação do Decreto Lei nº

5626/2005, que dispõe sobre a obrigatoriedade do oferecimento da disciplina de

Libras para a formação de recursos humanos que atuarão em sala de aula, com

especial ênfase ao Ensino Fundamental é necessário pensar também sobre como o

currículo escolar pode ser melhor estruturado dentro desta perspectiva.

Surgem, então, questionamentos para nortear nossas reflexões, a exemplo de

qual a história do currículo nas relações de educação das sociedades? O que é o

currículo? Em que medida a flexibilização curricular poderia colaborar para a

efetivação da implementação do aludido decreto, contribuindo para a formação de

recursos humanos preparados para incluir as PS?

Em linhas gerais a história do currículo se funde com a história da formação e

organização das próprias sociedades humanas. Autores como Ponce (1986)

descrevem que o homem primitivo vivia em uma sociedade coletora/extratora, onde

a divisão social do trabalho ocorria em função da idade e de gênero dos membros

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dessas comunidades tribais. Todos eram igualmente obrigados ao trabalho, uma vez

que a escassez de alimentos era grande, de tal forma que a ninguém poderia se dar

ao luxo de viver do trabalho alheio.

A educação nesse período se efetivava através da oralidade e da imitação,

sendo que juntamente com a aprendizagem da fala, as novas gerações iam

assimilando os valores e cultura a partir da convivência com os mais velhos

(anciãos). A educação dos mais novos era considerada uma “obrigação” da

coletividade de adultos.

Com o avanço social, as sociedades começam a deixar a vida nômade, e

havendo a fixação das comunidades tribais em locais específicos e fixos,

paulatinamente as propriedades que até então eram coletivas, passam a ser

privadas. Segundo Ponce (1986), esse contexto contribuiu para a transformação da

sociedade dividida em classes, que se originou, possivelmente, da escassez do

rendimento do trabalho e a substituição da propriedade, que era de uso comum, pela

propriedade privada.

Algumas pessoas, em virtude de possuírem características peculiares que os

diferenciava da maioria, passaram a ser desobrigadas do trabalho, a exemplo dos

controladores de estoque de sementes e alguns colaboradores, pessoas que

controlavam com precisão os complexos calendários e condições climáticas das

estações do ano, os sacerdotes de complexos rituais religiosos, dentre outros.

Obviamente, se alguns são desobrigados do trabalho, outros, em função da

rusticidade dos meios de produção, eram obrigados a trabalhar por aqueles, para

garantir o sustento de todos. Não é difícil de concluir então que esses “escolhidos”

inicialmente, naturalmente aceitos pela coletividade tribal, passaram a monopolizar

deliberadamente o conjunto de conhecimento adquirido, impondo sutis obstáculos

de que tais conhecimentos fossem disponibilizados a todos e daí, a escolherem os

próprios descendentes e/ou de uma pequena elite como “iniciados”, foi apenas um

passo.

Para esse autor, com o desaparecimento dos interesses comuns, substituídos

por interesses distintos e, cada vez mais antagônicos, o processo educativo que era

único, passou a sofrer uma partição, em virtude da desigualdade econômica dos

“organizadores”, explorando sempre mais, e os “executores”, cada vez mais

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explorados, trazendo, consequentemente, a desigualdade das respectivas

educações.

A construção dos currículos, embora tenha tomado um contorno suavizado de

acordo com cada época, teve sua origem amalgamada nesse breve histórico aqui

descrito, fundada em conflitos e lutas de classes. Não obstante, com o passar dos

anos, os conhecimentos mínimos necessários para garantir o sistema de produção

de cada época era “socializado”.

Com isso, pensando então no currículo como uma forma de dominação e

conflitos de classe, em relação às pessoas com deficiência, qual seria então a

importância da flexibilização curricular?

Para Gatti (1995, p. 2) o currículo é “um meio articulado e intencional de

formação e desenvolvimento de pessoas...”, que consequentemente expressa,

através de determinadas vertentes de pensamento, um compromisso político com

um projeto profissional.

Assim, a formação acadêmica em todos os níveis de ensino está diretamente

vinculada ao currículo, organizado para orientar, entre outras coisas, as ações

docentes. Por isso espera-se que o conteúdo da disciplina de Libras na formação

inicial do curso de Pedagogia esteja em consonância com a política da Educação

Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

A Educação Inclusiva resgata a importância de uma reestruturação da

sociedade da criação de ambientes menos restritivos, bem como a construção de

estratégias de ensino que favoreçam a inclusão e a efetivação de um currículo

apropriado às necessidades existentes do público vigente.

Nesse sentido, o documento dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN,

Adaptações Curriculares e estratégias para e educação de alunos com

necessidades educacionais especiais, estabelece as adaptações curriculares que

devem acontecer em três níveis: “[...] no âmbito do projeto pedagógico (currículo

escolar); no currículo desenvolvido em sala de aula, no nível individual” (MEC, 1999,

p. 40)

Por isso, há a necessidade de pensarmos num currículo escolar que tenha

como objetivo principal o ensino que atenda realmente a todas, ou quase todas as

necessidades e expectativas dos estudantes, aí incluídos as PS. Não podemos

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esquecer que o currículo também está vinculado à formação acadêmica em todos os

níveis de ensino; sua função nesta perspectiva do estudo ora desenvolvido, é o

cumprimento da Legislação que prevê a inserção da Libras como disciplina no

Ensino Superior, cujo objetivo é organizar e orientar entre outras coisas as ações

docentes.

Historicamente, o currículo surgiu para garantir à sociedade hegemônica os

“saberes”, ainda que incipientes. Foi diante desse contexto que o currículo foi se

constituindo com um novo campo, cujo objetivo primeiro era o “controle social”, bem

como, o planejamento científico das atividades pedagógicas com metas e padrões

pré-definidos.

Para compreendermos como ocorreu a validação e adequação do currículo

na escola, buscamos algumas informações importantes em seu processo histórico, a

exemplo das primeiras tendências de currículo defendidas pelos estudiosos, tais

como: John Dewey e Bobbit, que defendiam um currículo baseado na razão, no

método cientifico e nas experiências para prover a base de julgamento com relação

as formas justas e adequadas para se viver em sociedade.

Conforme ressalta Berticelli (1998, p. 159), “currículo é lugar de

representação simbólica, jogo de poder multicultural, inclusões e exclusões, que

nem sempre é a expressão da vontade de um sujeito, mas imposição do próprio

discurso”.

Silva (1999, p. 14) complementa esta perspectiva, colocando que a pergunta

mais importante de um currículo é saber qual conhecimento deve ser ensinado.

Conforme o autor, “as diferentes teorias podem recorrer à discussão sobre a

natureza humana, sobre a natureza do conhecimento, da cultura e da sociedade”.

Neste sentido, os currículos mudam porque as pessoas acham que ensinar

determinado conteúdo é mais importante do que ensinar outro na escola. Enfim, o

currículo da escola contempla o que a sociedade julga ser importante e necessário

para futuras profissões.

Em contrapartida há muitos educadores que colocam sua preocupação ao

elaborar um currículo que se traduza na garantia da construção de indivíduos

autônomos e preparados para o mundo que o cerca, oportunizando-lhes melhores

condições de aprendizagem. Em relação à este estudo realizado, pensamos que o

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currículo escolar deve englobar, além de conhecimento escolar, a construção de

saberes inerentes à cultura e a história da PS.

Ao realizar incursões na história da validação dos currículos, podemos

verificar que anteriormente o currículo tinha como fundamento valores baseados nas

tradições históricas do Ocidente, quais sejam: o desenvolvimento de habilidades

profissionais; ideias sobre o “bem” e o “mal”; rígida disciplina e valores cristãos ou

justiça. Tais valores eram determinados por instituições religiosas e pela família,

assim como o ensino era baseado somente nos clássicos.

Todavia, a insatisfação por parte de alguns educadores fez surgir

questionamentos sobre a organização do currículo, como o de ensinar com base nos

clássicos, que já não era considerado suficiente. Mas, o importante era pensar e

organizar o currículo de forma que a experiência de vida e observações fizessem

parte do mesmo, pois havia muitas outras coisas a serem aprendidas.

Para a organização do currículo, Silva (1999) considera que a pergunta “o que

os alunos e alunas devem aprender?” deve ser sempre considerada. Se um grupo

acha importante ensinar alguma habilidade e algum conteúdo, isso pode entrar no

currículo.

Segundo Silva (1999, p. 17), existem três tipos de teorias sobre currículo,

quais sejam:

Teorias tradicionais: que defendem um tipo de currículo baseado no ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, didática, organização, planejamento, eficiência; Teorias críticas: cujo foco está na abordagem da reprodução cultural e social, poder, classe social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação e liberdade, currículo oculto, resistência; Teorias pós-criticas: enfatiza a identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade, multiculturalismo. (SILVA, 1999, p. 17)

Para o autor, o currículo na perspectiva tradicional é pensado como conjunto

de fatos, de conhecimentos e informações, selecionados para serem transmitidos às

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crianças e aos jovens na escola. Esse tipo de visão tradicional nivela os alunos

como pessoas totalmente “iguais” em pensamento e conhecimento. O currículo,

nesta perspectiva, não sofre mudança, é tradicional, conservador, engessado e

meramente técnico.

Ainda com base nestas ideias, na teoria tradicional, “a questão do currículo se

transforma em uma questão de organização de conteúdos e materiais”, sem pensar

em transformação ou mudança da sociedade. Na perspectiva de estudantes surdos,

por exemplo, eles passam a ter que aprender as mesmas coisas que os ouvintes.

Tyler (apud Silva 1999, p. 25), em seus estudos, faz algumas considerações

sobre organização e desenvolvimento do currículo. O autor toma como base para

elaboração do currículo algumas questões que irão nortear sua construção,

procurando responder quatro questões básicas:

1. Que objetivos educacionais a escola deve procurar atingir? 2. Que experiências educacionais podem ser oferecidas que

tenham possibilidade de alcançar esses propósitos? 3. Como organizar eficientemente essas experiências

educacionais? 4. Como podemos ter certeza que esses objetivos estão sendo

alcançados? (TYLER, apud Silva, 1999, p. 25).

Tais questões influenciam e abrem espaço de discussão para teorias críticas,

que tem como foco a desigualdade e a injustiça social existente na sociedade e na

escola.

As teorias críticas desenvolveram-se em decorrência das correntes de

pensamento Marxista, que se preocupavam com a diferença de classes sociais.

Para as teorias críticas, a escola tende a repetir o modelo de sociedade injusta, pois

não percebe as diferenças de classes sociais.

Estudos apontam que a ideias defendidas pelas teorias críticas são a de que

o currículo da escola se embasa na cultura da classe dominante, da elite, e desse

modo o currículo reproduz a cultura e a linguagem dominante, ou seja a

“reprodução”, em que a escola tende a repetir e reproduzir o pensamento da classe

dominante.

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As teorias pós-críticas, que estudam a sociedade, bem como outras

diferenças sociais e educacionais, de acordo com Silva (1999), enfatizam que o

problema não estava só na divisão de classes, mas também em outros aspectos,

tais como “relação de poder”, “produção de identidades sociais” e, “uma prática

produtiva”. (SILVA, 1999, p. 17). Para abordar a questão do currículo voltado para

alunos surdos, adotamos as teorias pós-críticas.

Este breve levantamento aqui inserido acerca do currículo nos leva a concluir

que este está “impregnado” de relações de poder, mas não somente de um poder de

uma classe sobre outra, e sim de um poder que está no pensamento de um grupo

que “vale” mais do que o pensamento do outro, a exemplo dos poderes dos ouvintes

sobre o surdo, ou seja, um currículo para os surdos, pensado por ouvintes, que

propõem estudar o oralismo, aprender a falar.

Diante das reivindicações principalmente das PD dos órgãos representativos

e também em virtude da expansão de um fenômeno conhecido como

empoderamento13, começaram a surgir, a partir das teorias pós-críticas, reflexões de

como o currículo para os surdos era pensado, o que começou a gerar insatisfação,

quando os surdos iniciaram um processo de reivindicação de um currículo que

contemple a Libras, pois esta constitui-se como um dos traços identitários da PD,

uma vez que suas identidades são construídas na linguagem ou por meio dela.

(QUADROS, 2007, p. 150)

Desse modo, basta pensar na surdez não como uma falta, uma deficiência,

mas como uma diferença estabelecida através da experiência visual que produz sua

própria cultura, mediada pela língua de sinais.

Para tanto, o currículo escolar deve estar intimamente ligado aos processos

de identificação/diferenciação, motivo pelo qual os educadores surdos vêm pautando

as questões curriculares, tanto na escola de surdos quanto nas escolas inclusivas.

Nesse sentido, Silva (1999, p. 12) argumenta que: “O currículo também fabrica os

objetos de que fala: saberes, competências, sucesso, fracasso. O currículo (...)

13 Empoderamento, na visão refere-se ao processo pelo qual, através da Educação, grupos sociais subordinados

adquirem meios de fortalecer seus poderes contra estrutura de opressão e dominação, ou seja, fortalecimento de poder retirado da obra Estudos Surdos II.

.

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também produz os sujeitos aos quais fala, os indivíduos que interpela. O currículo

estabelece diferenças, constrói hierarquias, produz identidades”.

A partir dessas discussões, percebemos o quanto o currículo escolar para o

ensino de Libras, contribui significativamente para formação de pessoas surdas.

Portanto, falar sobre currículo é falar, ao mesmo tempo, sobre os conteúdos, os

métodos de ensino e avaliação, uma vez que, o currículo não compreende apenas

os conteúdos, mas também as formas como os alunos devem ser tratados pelos

professores, como a escola se importa com “os diferentes”. E para falar de um

currículo que contemple o ensino para estudantes surdos, devemos nos embasar na

teoria pós-critica, pois esta considera em seus estudos a questão da diferença e da

identidade.

Conforme os estudos realizados, tomando como tema “currículo na educação

de surdos”, foi possível verificar que as produções a partir desse tema, aparecem de

forma tímida, quase só artigos, especialmente sobre o desenvolvimento do ensino

da Libras no currículo, pois as informações encontradas nesses estudos versam

sobre a construção de um currículo a partir de uma visão ouvintista.

Diante desse contexto, podemos observar que durante o processo de

construção do currículo no âmbito escolar, o foco sempre foi à formação de sujeitos,

tendo como alicerce uma cultura em saberes constituídos por um grupo majoritário -

o ouvinte.

Assim, as “ações” do currículo acabam sempre legitimando um “ouvintismo”

curricular a partir da instituição de padrões educacionais que pretendem

homogeneizar sua clientela.

A autora afirma que “se a base da cultura surda não estiver presente no

currículo, dificilmente o sujeito surdo irá percorrer a trajetória de sua nova ordem,

que será oferecida na pista das representações inerentes às manifestações

culturais” (PERLIN, 2004, p. 23).

Assim, as discussões sobre a questão curricular tornaram-se intensas nos

últimos anos, abordando diferentes concepções, desde questões filosóficas,

políticas, e sociais, até os problemas técnicos. Encontramos nos Parâmetros

Curriculares Nacionais, a seguinte definição: “o conceito de currículo é difícil de

estabelecer, em face dos diversos ângulos envolvidos” (BRASIL, 1999. p. 31).

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Esse estudo acerca do currículo escolar contribuiu para a promoção de

reflexões que permitissem perceber que as discussões sempre giram em torno de

uma reestruturação curricular. Tais movimentos devem-se, dentre outros fatores, aos

“grupos de pressões” defendidos por Silva (1997). Para o autor, as relações de força

desses grupos podem variar consideravelmente, essa grande diversidade de forças,

na qual o poder se divide, se exerce, torna difícil a explicação de uma política

nacional e, por que não acrescentar, uma política de formação em todos os níveis,

desde o ensino fundamental até o ensino universitário.

Numa perspectiva social do currículo, o processo de construção do

conhecimento está vinculado ao processo diferencial das pessoas. Nesse ponto de

vista, o currículo, além de expressão e representação de interesses sociais

determinados, é também, produção de identidades.

Silva (apud GOODSON, 2010 p. 10) considera que “o currículo não apenas

representa, ele faz. É preciso reconhecer que a inclusão ou exclusão no currículo

tem conexões com a inclusão ou exclusão na sociedade”. Para tanto, as questões

sociais e políticas devem ser consideradas dentro das discussões curriculares. As

atividades curriculares teóricas, assim como práticas, não devem ser isoladas das

lutas econômicas e políticas.

Nesta perspectiva, é oportuno pontuar que o currículo constitui um campo de

estudo que considera a necessidade de pesquisas que contemplem disciplinas

voltadas para a formação profissional de educadores que procurem o bem estar de

todos os indivíduos da sociedade, inclusive das pessoas surdas.

Segundo Silva (1995, p. 202), a escolha do conteúdo que irá compor o

currículo deve ser determinada de acordo com os “fins” e “objetivos” a serem

alcançados, de modo que estejam sempre articulados ao “projeto pedagógico do

curso”.

Nesse sentido, as concepções apresentadas na proposta das Diretrizes

Curriculares para Formação Inicial de Professores da Educação Básica (2000, p. 40)

consideram que:

Os conteúdos definidos para um currículo de formação profissional e o tratamento que eles devem ser dados assumem papel central (...) é por meio deles que os propósitos da instituição de formação se

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realizam (...) o currículo precisa conter os conteúdos necessários ao desenvolvimento das competências exigidas para o exercício profissional e precisa tratá-los nas suas diferentes dimensões: na dimensão conceptual – na forma de teorias, informações, conceitos; na sua dimensão procedimental - na forma do saber fazer e na sua dimensão atitudinal – na forma de valores e atitudes que estarão em jogo na atuação profissional.

Vale ressaltar que a definição oficial de currículo é clara, precisa e objetiva,

pois procura assegurar os diferentes ângulos da formação profissional, desde a

formação a partir de seus fundamentos a referenciais teóricos, técnicas, bem como a

articulação entre teoria e pratica planejamento e ação.

O estudo em questão compreende o currículo “como um conjunto de

disciplinas” (obrigatórias, optativas e ou eletivas), bem como estágios, que os

educandos precisam cursar para completar sua formação. Entretanto, sabemos que

a concepção de currículo é mais ampla do que foi abordada aqui, uma vez que

engloba atividades eventuais que vão além das elencadas acima. Além da

discussão sobre o currículo escolar, cumpre-nos reforçar que no curso de

Pedagogia, o currículo da disciplina de Libras necessita ser bem pensado e

elaborado, uma vez que envolve a inclusão das PS.

O recorte feito para esta pesquisa destaca as matrizes curriculares dos cursos

de graduação em Pedagogia que possuem a “Disciplina de Libras” e suas

respectivas ementas e/ou conteúdos, como objeto de estudo. No entanto,

ressaltamos que outros aspectos precisam ser pesquisados, tais como a formação

do professor para atuar com o aluno surdo.

Pretendemos, ao final deste estudo, contribuir para novas discussões sobre

novas ações na área da formação de professores frente a um currículo que

contemple não só disciplinas voltadas à inserção de disciplina de Libras, Inclusão e

Educação Especial nos cursos de Pedagogia, mas de todos os cursos de graduação

envolvidos na área da educação e atividades correlatas.

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CAPÍTULO 4

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para verificarmos a produção sobre o tema nos últimos anos, no intuito de

responder ao problema da pesquisa, um procedimento importante foi definir um

recorte temporal de 2005 a 2010, tendo em vista o objeto de investigação e a

publicação do Decreto 5.626/2005. Contudo, esclarecemos que os dados que

seguem são frutos de nossa leitura, sendo possíveis outras leituras a partir dos

mesmos dados.

Entre os anos de 2005 a 2010, observamos uma carência de investigações na

área da deficiência auditiva/surdez, especialmente sobre a inserção da LIBRAS

como disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores, conforme

ilustram as tabelas 1 e 2 .

Tabela 1. Resultados da pesquisa no Banco de Teses e dissertações da Capes. Elaborado pela autora a partir de levantamento das publicações da ANPED.

Descritores Dissertações Ano de publicação

1. Inserção da disciplina de LIBRAS nos cursos

de graduação.

01

2009

2. LIBRAS no Ensino Superior 05 2005 e 2009

3. Formação Inicial de Professores e LIBRAS 04 2006 e 2009

4. LIBRAS e Currículo 04 2006 e 2007

Os dados apresentados na tabela 1, concernentes às produções em

programas de pós-graduação indicam a ausência de trabalhos de doutorado sobre a

temática no período. Em contrapartida, aproximadamente 70% (10) das dissertações

tem se voltado para a investigação da Libras no ensino superior. Tais resultados

parecem evidenciar um aumento no interesse pela temática no triênio 2006-2009.

Contudo, ao cotejarmos esses dados com os resultados da tabela 2 esse interesse

não se reafirma.

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Tabela 2. Resultados da pesquisa nas Reuniões Anuais da ANPED.

Descritores Trabalhos Completos Ano de publicação

Total de

Produções

1. Inserção da disciplina de LIBRAS nos cursos de graduação.

Não foi encontrado nenhum documento

Não foi encontrado nenhum documento

0

2. LIBRAS no Ensino Superior

Não foi encontrado nenhum documento

Não foi encontrado nenhum documento

0

3. Formação Inicial de Professores e LIBRAS (e continuada)

“Trabalho docente na contemporaneidade: a educação de surdos como desafio”. “Representações da educação especial: análise de um programa de formação continuada”.

2010 2

4. LIBRAS e Currículo

“Conhecimento e escola: relação mediada no âmbito do currículo”.

2010 1

“O currículo segundo John Dewey – educação gerando ação”

2009 1

Fonte: Elaborado pela autora a partir de levantamento das publicações da ANPED.

A respeito dos resultados da tabela 2, se considerarmos que as

produções dos GTs das Reuniões Anuais da ANPED são estudos derivados de

dissertações de mestrado, teses de doutorado ou projetos de pesquisa específicos

conduzidos por pesquisadores, verificamos que a temática investigada tem sido

pouco privilegiada neste que é um dos mais importantes eventos nacionais de

divulgação da produção de conhecimento na área da Educação.

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Em linhas gerais, observa-se que após a construção das tabelas foi

possível sintetizar em uma tabela os quatro principais descritores que estão

relacionados ao tema de estudo e a respectiva quantidade de material encontrado.

Tal resultado evidencia a carência de investigações na área e reforça a relevância

da pesquisa, conforme visualiza-se na tabela 3:

Tabela 3: Resumo das publicações obtidas em relação a disciplina de LIBRAS. Fonte: Elaborado pela autora a partir de levantamento das publicações.

Descritores Dissertações

1. Inserção da disciplina de LIBRAS nos cursos de

graduação

01

2. LIBRAS no Ensino Superior 05

3. Formação Inicial de Professores e LIBRAS 04

4. LIBRAS e Currículo 04

Fazendo uma análise sobre os materiais bibliográficos coletados até o

momento, foi possível perceber que tais trabalhos apontam e reforçam a falta de

preparação dos professores no que diz respeito à educação da pessoa surda, sob a

alegação de ainda não possuírem formação adequada para o trabalho pedagógico

que atenda efetivamente esse público e, em muitos casos informam não conhecer e

não fazer uso da Libras. Tais apontamentos influenciam diretamente na prática

pedagógica.

Nessa perspectiva, acreditamos que o desafio é pensar na implementação do

decreto lei 5.626/2005 para que os cursos de licenciatura preparem melhor os

futuros professores, de modo a possibilitar um ensino de melhor qualidade para

todos os estudantes.

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4.1. O papel do ensino de LIBRAS na Matriz Curricular do curso de

Licenciatura em Pedagogia para a formação do Professor dos anos

iniciais

O decreto nº 5626/05, em seu capítulo II, menciona que nos cursos de

Licenciatura em Pedagogia a disciplina de LIBRAS obrigatória. De acordo com o

decreto, as universidades devem cumprir os prazos especificados na Lei, que

compreende até dez anos a partir de sua publicação, para os cursos de formação de

professores em Pedagogia e demais licenciaturas se adequar ao preconizado (artigo

9º, parágrafo único).

Com base no exposto na lei, é de fundamental importância compreender

como as universidades tem estruturado o ensino da LIBRAS nos cursos de

formação inicial e em quais condições vem oferecendo a formação nessa área aos

alunos dos cursos de Pedagogia, considerando o conhecimento da educação

bilíngue da criança surda, a história, as leis os decretos que fundamentam a inclusão

escolar do surdo, o desenvolvimento da LIBRAS e a situação dos surdos no Brasil.

São oportunas as reflexões de como está sendo apresentada aos futuros

professores a política educacional que não considera somente a LIBRAS, mas a sua

cultura e identidade, numa perspectiva voltada para a diversidade social.

Em linhas gerais percebemos que a permanência de uma matriz que

contemple aspectos mínimos para essa formação, pode levar a implicações

negativas na formação do aluno surdo. Nesse sentido a proposta da inserção de

LIBRAS nos cursos de formação de professores demanda maior investimento e

atenção na formação do Pedagogo.

Diante do exposto, buscamos evidenciar os elementos que compõem os

objetos de nossas análises, a fim de que nos permitam compreender esse processo

à luz do referencial teórico que fundamenta esse estudo.

Para uma melhor visualização dos elementos de análise, optamos por

organizá-los em quadros, no qual o primeiro refere-se a carga horária e ementa.

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QUADRO 2: Visão geral das ementas das disciplinas de LIBRAS por instituto.

Inst. Disc c/h Ementa

Campus de

Bauru

I

Introdução ao

ensino da

Língua

Brasileira de

Sinais

68h

Introduzir o ouvinte à Língua Brasileira de Sinais

e a modalidade diferenciada para a comunicação

(gestual-visual); Capacitar futuros Pedagogos na

utilização instrumental da LIBRAS; Contribuir

para a divulgação e valorização da cultura surda

e da LIBRAS. Criar oportunidades para a prática

de LIBRAS e ampliar conhecimentos das

peculiaridades do sujeito surdo.

Campus

de Marília

II

Introdução ao

ensino da

Língua

Brasileira de

Sinais.

45h

A disciplina propõe a iniciar estudos sobre a

Língua Brasileira de Sinais, bem como a

aquisição do seu vocabulário básico, oferecendo

ferramentas para o futuro professor estabelecer

comunicação com alunos surdos usuários da

língua de sinais, contribuindo para o seu

processo de ensino e de aprendizagem. Trata

assim de preparar o professor para atuar numa

perspectiva de educação inclusiva.

Campus

de Pres.

Prudente

III

LIBRAS,

Tecnologias da

Informação e

Comunicação

na Educação

75 horas (20 a

distância e 55

presenciais

Na disciplina será proporcionado aos alunos um

espaço para que eles possam realizar uma

reflexão sobre o uso das Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC), com intuito de

instigar cada um a perceber as mudanças

necessárias no ambiente educacional. Além

disso, oportunizar como adquirir um novo fazer

Pedagógico para criar um ambiente

Construcionista, Contextualizado e Significativo–

CCS para que se possa trabalhar com as

diferenças, visando uma educação de qualidade

para todos

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88

UNIVESP

Ead

IV

Língua

Brasileira de

Sinais –

LIBRAS

60h

Análise e conhecimento da LIBRAS.

Característica: Físicas e da aprendizagem de

Pessoas com Surdez. Compreensão das

mudanças necessárias no ambiente educacional

para favorecer a Inclusão, Proposta bilíngue.

Prática de LIBRAS e desenvolvimento da

expressão visual-espacial

Iniciamos a análise considerando a Ementa das disciplinas. A ementa faz

parte do Plano de ensino e tem como objetivo apresentar os tópicos que a norteiam

apresentando como está organizada a fim de alcançar o que lhe cabe como objetivo

na formação docente.

Após a análise verificamos que todas as disciplinas analisadas propõem

uma abordagem teórica e prática dos aspectos que orientam o processo inclusivo.

Contudo, apenas as instituições I, II e IV, mencionam tópicos que contemplam o

ensino da LIBRAS.

No que tange ao aspecto teórico, apresentam uma perspectiva histórica sobre

a surdez, sua cultura, bem como aspectos voltados a educação de surdos no mundo

e no Brasil, norteados por questões filosóficas educacionais que circundam a

formação e a inserção do aluno surdo no processo inclusivo educacional. Esses

tópicos de conteúdos podem provocar e discutir o papel do futuro professor.

Logo, a discussão sobre esses assuntos que vem ganhando ênfase e são

citados em todas as ementas das disciplinas pesquisadas. Quanto às questões

práticas citadas nos ementários, observamos que referem-se à proposta bilíngue

numa perspectiva visual-espacial e prática de vocabulário básico de LIBRAS,

buscando uma proposta inclusiva.

Embora as ementas dos planos de ensino apresentem de forma genérica o

conhecimento básico em LIBRAS, ainda que a aquisição dessa comunicação viso-

manual pelo professor em formação, seja essencial para a efetivação desse

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89

processo, vem sempre seguida de termos “incipientes de LIBRAS” ou vocabulário

básico, acarretando assim um ensino limitado da língua, deixando de oportunizar ao

professor a aprendizagem das habilidades necessárias para garantir a comunicação

com o estudante surdo.

A instituição III não faz menção ao ensino de LIBRAS em sua ementa, mas

concentra seus tópicos em questões teóricas e a prática sobre uso de Tecnologias

de Informação e Comunicação na Educação.

Embora a disciplina seja apresentada pelo Decreto nº 5626/05, como

obrigatória nos cursos de Licenciatura e, em particular, no curso de Pedagogia,

habilitando o professor para o ensino de LIBRAS nos anos iniciais do ensino

fundamental, as ementas apresentadas pelas instituições em estudo foram

organizadas com ênfase na formação do docente para a aquisição de

conhecimentos teóricos e, de modo básico, conhecimentos práticos sobre a língua

de sinais e o ensino do surdo, todavia não deixam de abordar questões voltadas à

história e a cultural da comunidade surda. Entretanto, as análises das ementas e das

referências demonstram que o ensino dessas disciplinas é pouco sólido e incipiente

no que tange as práticas de comunicação, pois os textos deixam claro que o

conhecimento prático da Libras irá ocorrer de maneira “introdutória” e “básica”.

Com isso, pode ser que a bagagem que os professores levarão para sua

prática apresentará significados não satisfatórios a sua formação. Novamente

recorremos ao Decreto nº 5626/05 que em seu artigo 5º esclarece a

responsabilidade do curso de Pedagogia na formação do professor de Libras:

A formação de docentes para o ensino de LIBRAS na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que LIBRAS e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilingue (BRASIL, 2005).

Por essas razões, a educação de surdos na escola regular tem sido alvo de

grandes discussões. Algumas pesquisas têm demonstrado que, muitos surdos

escolarizados em escola regular, apresentam competências limitadas, referentes aos

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90

aspectos acadêmicos (PORTELA; SCHULUNZEN, 2000; LODI, 2005; LACERDA,

2006), quando comparados aos ouvintes, embora apresentem capacidades

cognitivas semelhantes.

Tal situação nos leva a constatar uma inadequação do sistema de ensino da

escola regular, que não se encontra preparada para desenvolver plenamente

educação bilíngue para o aluno surdo, denotando urgência de medidas que

caminhem nessa direção. A nosso ver, essas medidas devem começar na formação

inicial do profissional, em especial do pedagogo, a quem cabe alfabetizar a criança

surda.

Com relação à carga horária destinada para o ensino de LIBRAS, prevista nos

planos de ensino analisados, verificamos uma diversidade na quantidade de horas

destinadas a oferta da disciplina. Das quatro instituições analisadas, todas oferecem

a disciplina de LIBRAS em regime semestral, atribuídas entre os terceiro e quarto

ano do curso, ou seja, fase final da formação do professor. A instituição I, embora

tenha passado por um processo de reestruturação na matriz curricular do curso,

considerando as novas diretrizes do Conselho Nacional de Educação/Conselho

Pleno (CNE/CP nº 1, de 15/05/2006), não tem uma real compreensão quanto à

necessidade da oferta da disciplina. A discrepância de carga horária que

percebemos entre as disciplinas, emendas deve-se ao fato de não estar previsto no

decreto uma carga-horária mínima destinada ao ensino da LIBRAS, nem faz

referencia ao conteúdo a ser trabalhado.

O Decreto estabelece a obrigatoriedade da disciplina nos cursos de

licenciatura, mas não faz referência ao conteúdo a ser trabalhado ou carga horária.

A carga horária adotada por grande parte das disciplinas é compatível com duas ou

três aulas semanais por um semestre, e nossa análise permite afirmar que essas

horas tornam-se insuficientes para um domínio da LIBRAS por parte dos professores

em formação, pois se constituiu como sistema linguístico complexo, com uma

estrutura e gramática próprias, demandando portanto, uma carga horária maior para

seu aprendizado com qualidade.

Dando continuidade a nossa análise, uma segunda categoria analisada foram

os objetivos apresentados pelos planos de ensino das disciplinas pesquisadas. Os

objetivos propostos nos planos, conforme apresenta o Quadro 2 enfatizam a

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91

preparar o professor para atuar na educação inclusiva do surdo, buscando tanto sua

formação nos aspectos teóricos como na comunicação em LIBRAS, que envolve

esse processo.

QUADRO 3: Visão geral dos objetivos das disciplinas de LIBRAS por instituto.

Inst. Objetivos

Campus de

Bauru - I

Utilizar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) de forma

instrumental;

Contribuir para a divulgação e valorização da cultura surda

e da Língua Brasileira de Sinais

Campus de

Marília - II

Propiciar aos alunos conhecimentos teóricos e práticos

básicos para estabelecer comunicação com indivíduo surdo,

através da produção de sinais.

Campus de Pres.

Prudente - III

Discutir o papel do educador no processo ensino e

aprendizagem dos alunos na sociedade da informação ou

do conhecimento, articulando o uso das TIC para um novo

fazer pedagógico;Refletir sobre a necessidade de mudança

no ambiente escolar, na grade curricular e no

desenvolvimento das atividades do educador para que haja

um respeito as diferenças e uma educação de qualidade

para todos; Instigar o educador a perceber que a melhor

estratégia para a nova prática pedagógica é o

desenvolvimento de projetos; Examinar, refletir e discutir

sobre o uso das TIC no processo ensino e aprendizagem;

Possibilitar vivência e reflexão sobre a escolha, análise e

uso de softwares e da internet na Educação.

UNIVESP - IV

Ead

Estudar a LIBRAS e suas características básicas; Analisar a

importância da Inclusão de pessoas com surdez na rede

regular de ensino; Estudar o Decreto Presidencial Nº

5626/05 que regulamenta a Lei nº 10.436/02 que dispõem

sobre LIBRAS como disciplina curricular obrigatória em

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92

todos os cursos de licenciatura, em nível médio e superior,

visando à formação de professores para o exercício do

magistério[...]; Identificar a diversidade linguística e cultural

dos alunos e estudar a proposta bilíngue; Analisar o

contexto de inclusão de pessoas com surdez visando

construir uma sociedade inclusiva .

A análise nos permitiu constatar que as disciplinas de algumas instituições (I,

II) dão maior ênfase às questões práticas se preocupando com o estudo da LIBRAS

e sua estrutura. Já a disciplina proposta pela instituição III, não menciona em seus

objetivos nenhum aspecto para o ensino de LIBRAS, novamente focando-se na

perspectiva da incorporação de TIC para um ensino de qualidade para todos. A

disciplina na instituição IV dá maior ênfase às questões teóricas da LIBRAS, ao

direcionar parte de suas aulas a atividades teóricas executadas em ambientes

virtuais. Assim, consideramos que pode ser que os aspectos culturais e sociais da

comunidade surda ficam destinados a um segundo plano.

Embora, os planos tenham por objetivos à formação de professores para a

inclusão do aluno surdo na sala regular e sua alfabetização, o total de horas

proposto para o desenvolvimento de todos esses saberes pode não permitir ao

professor em formação, a construção de conhecimentos satisfatórios para entender

a língua, a cultura, as necessidades e especificidades do aluno surdo em seu

processo de aprendizagem, a fim de que ocorra, satisfatoriamente, a interação

professor/aluno surdo.

A instituição I dedicou 68 horas/aulas para a disciplina de LIBRAS, abordando

a comunicação em LIBRAS, enquanto a instituição II, ofertou a disciplina com

duração 45 horas/aulas, destinadas a disciplina de LIBRAS, as quais apenas 15

horas/aulas estavam destinadas às aulas práticas. Um aspecto importante que

notamos foi que a disciplina da instituição II também faz parte do curso de

graduação “Educação e Comunicação”, cuja carga horária está alocada no

Departamento de Educação Especial. Tal ocorrência pode indicar que a disciplina é

ministrada por professor especialista do conteúdo.

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93

A instituição III destinou 75 horas/aulas para a disciplina “LIBRAS,

Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação”. A LIBRAS nessa

perspectiva é trabalhada como conteúdo dentro de uma disciplina com objetivos

mais amplos, e os conteúdo estudados são a teoria da LIBRAS, o uso de TIC na

educação, e a aprendizagem de softwares educacionais, tornando o ensino da

LIBRAS um elemento secundário das aulas propostas.

Na instituição IV, cujo curso é ofertado na modalidade semi-presencial, a

disciplina conta com 60h/a para sua execução, buscando colocar em prática os

objetivos para levar o futuro professor a identificar a diversidade linguística e cultural

dos alunos surdos, bem como, estudar a proposta bilíngue e analisar o contexto de

inclusão de pessoas com surdez visando construir uma sociedade inclusiva. Diante

dessas informações, podemos averiguar que a disciplina buscou abordar a

comunicação em LIBRAS. Esse pode ser o diferencial entre as demais disciplinas

propostas, uma vez que o plano de ensino sinaliza levar à execução da prática de

LIBRAS.

As Instituições I, II, IV, tem como elemento central a comunicação em

LIBRAS, de acordo com a análise realizada mediante a leitura dos objetivos que

compõem os planos de ensino. Portanto, espera-se que nessas disciplinas os

futuros professores sejam capazes de estabelecer diálogos simples com os alunos

surdos, conhecendo os aspectos gramaticais da LIBRAS e seu papel na educação e

na constituição da cultura surda, abandonando o paradigma social que geralmente

associa a surdes à incapacidade ou ao comprometimento intelectual e percebendo

as especificidades linguística da pessoa surda.

Outro aspecto das categorias analisadas foram os conteúdos programáticos

propostos pelas disciplinas dessas Instituições, disposto no Quadro 3.

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94

QUADRO 4: Visão geral dos conteúdos programáticos das disciplinas de LIBRAS por instituto.

Inst. Conteúdo Programático

Campus de

Bauru - I

Conhecimento da cultura e identidade surda; Base linguística

e lexical em Língua Brasileira de Sinais; Aquisição de

repertório lexical em LIBRAS; Estratégias de reprodução e

aquisição de novos sinais.

Campus de

Marília - II

A lei 10.436 de 2002; Resgate histórico da educação dos

surdos e da língua de sinais; O papel da LIBRAS na

formação da identidade do surdo na sociedade inclusiva;

Estrutura linguística da LIBRAS; Variação linguística –

dialetos; Iconicidade e arbitrariedade; Aspectos estruturais;

Estrutura sintática e formação de palavras; Sistema de

transição e notação da LIBRAS; Discussão sobre Políticas

atuais na legalização da LIBRAS; Sensibilização: dificuldades

do surdo na comunicação da LIBRAS no dia a dia com os

ouvintes; Postura para comunicação em LIBRAS; Alfabeto

datilológico; Sinalizando a comunicação em LIBRAS nos

contextos: Nomes, sinais pessoais, cumprimentos, línguas,

profissões, indicativos, calendário, tempo, materiais

escolares, cores, frutas, lugares, famílias e verbos.

Campus de

Pres.

Prudente - III

História da Informática Aplicada a Educação; As Tecnologias

da Informação e Comunicação no processo ensino e

aprendizagem: Abordagem instrucionista; Softwares

educacionais: Abordagem construcionista. Exploração,

análise de softwares; A Internet como recurso pedagógico. O

papel do professor frente as novas tecnologias, procurando

propiciar a inclusão escolar; O papel do professor frente as

novas tecnologias, procurando propiciar a inclusão escolar; A

mediação pedagógica e o uso da tecnologia: Trabalho com

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95

Projetos; O papel e a postura do professor e do aluno em

ambientes enriquecidos pela tecnologia

UNIVESP - IV

Ead

Conceituação da surdez: visão clínica patológica e sócio-

antropológica; Conhecimento sobre a legislação que

assegure a educação da Pessoa com surdez . Característica

do desenvolvimento da Pessoa com Surdez; O papel da

LIBRAS na formação da identidade do surdo na sociedade

inclusiva; Introdução a estrutura lingüística da LIBRAS;

Compreensão sobre o Oralismo, Bilinguismo comunicação

Total; Pratica de LIBRAS. Leitura, análises e discussão de

textos teóricos; Realização de pesquisas junto às

informações de ensino para que os alunos tenham contato

com a realidade e possam preparar-se para o trabalho

pedagógico; Prática da LIBRAS.

A análise permitiu verificar que os conteúdos estão diretamente relacionados

aos objetivos propostos para a disciplina. As Instituições I e II concentram seus

conteúdos na prática de LIBRAS e também abordam questões do conhecimento da

cultura e da identidade surda e estrutura linguística da LIBRAS, dando ênfase à

aprendizagem dos sinais da LIBRAS.

A instituição II, quanto ao conteúdo proposto menciona conhecimentos

teóricos e práticos básicos para estabelecer comunicação com o indivíduo surdo por

meio da produção de sinais, e o estudo teórico que envolve o processo de

comunicação do surdo, abordando diversos conteúdos que vão além de um ensino

básico de LIBRAS. Assim, apresenta um conjunto de sinais que permite o início de

uma comunicação entre professor e estudante surdo.

Na Instituição IV, o conteúdo explora questões teóricas que envolvem a

surdez e a prática da LIBRAS é proposta numa perspectiva bilíngue, buscando o

desenvolvimento da expressão visual-espacial.

Vale ressaltar, que apenas uma das disciplinas (instituição II) está sob a

responsabilidade de um departamento de Educação Especial.

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96

Ao analisarmos as disciplinas de maneira geral, não percebemos em seus

planos o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda Língua,

embora esteja previsto pelo Decreto 5626/05, artigo 14, parágrafo I, inciso III. O que

está proposto pelas Instituições analisadas não atende ao preconizado pela

legislação integralmente. Por isso, foi possível perceber que os conteúdos

abordados por algumas instituições estão muito longe de corresponder ao previsto

pelo Decreto.

Dando prosseguimento à análise dos planos de ensino, também focamos o

regime de oferecimento da disciplina: semestral ou anual, além da organização

geral; formas de avaliação e bibliografia contemplada. De posse dessas

informações, elaboramos o Quadro 4, que nos permite uma visão geral desses

aspectos, e como encontram-se dispostos nos documentos analisados.

QUADRO 5: Visão geral da Avaliação das disciplinas de Libras

Inst. Avaliação

Campus de

Bauru - I

Avaliação individual e grupal

Campus de

Marília - II

A avaliação será continua. Todas as atividades desenvolvidas

pelos alunos receberão avaliação, prova final envolvendo o

conteúdo do curso.

Campus de

Pres.

Prudente - III

Os alunos serão avaliados a cada encontro, construindo-se um

portfólio individual e do grupo, de acordo com os seguintes

critérios: a frequência e participação em sala e no Teleduc

(fórum) nas aulas durante as reflexões.; entrega e postagem

do material proveniente das atividades sugeridas; elaboração,

apresentação oral e postagem (escrita) de uma proposta de

um projeto de trabalho com o uso da tecnologia no

atendimento educacional inclusivo; o desenvolvimento e

aplicação do projeto realizado no decorrer do curso; a auto-

avaliação de cada educado, constando de uma síntese crítica

de seu crescimento pessoal e profissional na disciplina

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97

ministrada (memorial reflexivo); Que serão fundamentais para

a um processo avaliativo formativo da disciplina

UNIVESP -

IV

Ead

O aluno será avaliado por meio de: Avaliações presenciais

escritas; e textos online disponibilizados na plataforma WEB,

sobre os assuntos em pauta no transcorrer da disciplina;

Atividades de estudos desenvolvidas em Portfólio WEB.

Acesso e participação em fórum de discussão temática;

Acesso e participação em chat para duvidas e ou

esclarecimentos sobre os conteúdos e/ou atividades de

formação e Atividades complementares de estudos a serem

apresentadas no portifólio individual web desenvolvidos a

partir da programação televisiva desenvolvida para esse fim. A

avaliação será contínua, diagnóstica e formativa considerando:

A frequência e a participação dos alunos nos diferentes

atividades de ensino e trabalhos propostos, via análise de

ferramentas da objetivas/dissertativas e/ou atividades;

Organização e desenvolvimento de seminários e trabalhos em

grupo; Compreensão e domínio do conteúdo trabalhado;

Leitura, síntese e discussão dos textos solicitados; Avaliação

do comprometimento do aluno nas diversas atividades da

disciplina; Avaliação contínua e final da disciplina. O

rendimento do aluno deverá expressar o cumprimento do

mínimo de frequência exigido no curso e o aproveitamento não

inferior a 5,0 (cinco) em cada atividade proposta.

A avaliação proposta nos planos de ensino também apresenta grande

diversidade quanto aos instrumentos de verificação da aprendizagem do aluno.

Todas elas propuseram a formação do pedagogo numa perspectiva de educação

inclusiva do surdo, para qual a comunicação em Libras é fundamental.

As Instituições analisadas enfatizam vários tipos de avaliação e provas, mas

não mencionam provas práticas em Libras. Afirmamos que a avaliação prática se faz

necessária, pois pode aferir a capacidade comunicativa do pedagogo em formação

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98

em estabelecer diálogo simples com o aluno surdo e dominar os aspectos

gramaticais da Libras.

As Instituições I e II propõem a avaliação do aluno por meio de provas

objetivas dissertativas realizadas no final do semestre. Já a instituição III, propõe a

avaliação de seus alunos por meio da auto-avaliação e da construção de memorial

reflexivo, que serão fundamentais para o processo avaliativo formativo da disciplina.

A instituição IV, por sua vez, diferencia-se das demais quanto à forma de

avaliar, optando por uma avaliação contínua, diagnóstica e formativa do

comprometimento dos alunos nas diversas atividades da disciplina. Assim, propõe a

avaliação por meio de leitura de textos, seminários, construção de portfólio individual

e do grupo, trabalho escrito individual ou em grupo sobre a LIBRAS, avaliação do

rendimento do aluno, presença nas aulas, bem como avaliação por meio da

utilização de recursos tecnológicos, tais como: participação e acesso em fórum de

discussão temática; acesso e participação em chat para dúvidas e ou

esclarecimentos sobre os conteúdos e/ou atividades de formação e atividades

complementares de estudos a serem apresentadas no portfólio individual web.

As Instituições (I e II), por exemplo, tem como objetivo conhecimentos

teóricos e práticos básicos da Língua de Sinais. No entanto, não mencionam o uso

de avaliação prática da Libras o que seria condizente com os objetivos da disciplina.

Além disso, a hora/aula destinada a essas disciplinas é de quantidade insuficiente

para desenvolver a fluência comunicativa do pedagogo em formação, na Língua de

Sinais. Já nas Instituições III e IV, não há realização de provas práticas.

O elemento de avaliação que mais se destacou foi o uso de provas escritas,

por meio da avaliação do conteúdo teórico. Vale destacar que o conteúdo teórico

busca sensibilizar o futuro professor no que tange ao atendimento de crianças

surdas.

Voltando à questão da carga horária, estudiosos como Moura (1996), Skliar

(1977) e Perlin (1998) discutem sobre a importância do tempo de estudo da língua

de sinais e seu desenvolvimento, pois uma língua para ser bem “aprendida”,

demanda um certo tempo de estudo e preparação. Ainda que as instituições (III e

IV), possuam uma carga horária considerável para o ensino da teoria e prática da

Libras, ocorrem somente realizações de provas teóricas.

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99

No que tange a bibliografia apresentada nos planos de ensino, constatamos

que a mesma se divide em básica e complementar, conforme pode ser observado no

Quadro 5.

QUADRO 6: Visão geral da Bibliografia das disciplinas de Libras

Inst. Bibliografia

Campus de

Bauru - I

Básicas (4)

CAPOVILLA, F. C., RAPHAEL, W. D. (2001a). Dicionário

Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira.

Volume I: Sinais de A a L (Vol. 1, pp. 1-834). São Paulo, SP:

Edusp, Fapesp, Fundação Vitae, Feneis, Brasil Telecom. (ISBN:

85-314-0680-5).

____________, RAPHAEL, W. D. (2001b). Dicionário

Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira.

Volume II: Sinais de M a Z (Vol. 2, pp. 835-1620). São Paulo,

SP: Edusp, Fapesp, Fundação Vitae, Feneis, Brasil Telecom.

(ISBN: 85-314-0683-X).

QUADROS, R.M. de. Educação de surdos: a aquisição da

linguagem. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.

Sacks, O. Vendo Vozes – Uma Viagem ao Mundo dos Surdos.

São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

Campus de

Marília - II

BÁSICA:

RITO, L.F. Integração & Social: Educação de Surdos. Rio de

Janeiro: Babel, 1993. CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL. W.D.

MACEDO, E.C. (org) Manual ilustrado de sinais e sistema de

comunicação em Rede de para surdos. São Paulo: Instituto de

Psicologia, USP- 1998.

FERNANDES, E. Problemas linguisticos e cognitivos dos

surdos. Rio de Janeiro: AGIR,1990.

FERNANDES, S.F. Surdez e Linguagens: é possível um dialogo

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100

entre as diferenças? Curitiba, 1998. Dissertação de Mestrado

(Universidade Federal do Paraná).

MOURA, M.C; LORDI, A.C. B; M. C. da C. Língua de Sinais e

Educação do Surdo.São Paulo: Tec Art, !993. 136 (série de

neuropsicologia;v.3).

QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da

linguagem. Porto Alegre. artes Médicas, 1997.

SOUZA, R. M. Que palavra que me falta? O que o surdo e sua

linguagem de sinais têm a dizer á linguística e á

Educação.Campinas, SP, 1996.

SOARES, M. A. Educação do surdo no Brasil. Bragança

Paulista, SP, Ed. EDUSF: Autores Associados, 1999.

GÓES, M. C. Linguagem, Educação e Surdez. Ed. ed,

Campinas, SP: Autores Associados, 1999.

SKLIAR, C. (Org). Atualidades na Educação na educação

Bilíngüe para Surdos. Carlos Skliar, Porto Alegre: Mediação, v.

1 e 2, 1999.

_______________. A surdez. Um olhar sobre as diferenças.

Porto Alegre: Mediação, 1998. SÀNCHES, C. M. G. Vida para

surdos. Revista Nova Escola, Set.1993.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, Secretaria dos Direitos da

Cidadania, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa

Portadora de Deficiência - CORDE. Proposta Ed. Alteração do

Projeto de lei nº 131 do governo federal, Brasília, 1996.

Campus de

Presidente

Prudente - III

Básica:

ALMEIDA, M. E. Educação, Projetos, Tecnologia e

Conhecimento. São Paulo: Proem, 2001.

MANTOAN, M. T. E. (Org.) Pensando e fazendo educação de

qualidade. São Paulo: UNICAMP /NIED, 2000.

PELLANDA, N. M. C.; SCHLÜNZEN, E.T.M.; SCHLÜNZEN, K.

Jr. (org). Inclusão Digital: Tecendo Redes Afetivas/Cognitivas.

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101

Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do

professor: criando um ambiente construcionista contextualizado

e significativo para crianças com necessidades especiais

físicas. São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000.

Hernandez, F. & Ventura, M. (1998). A organização do currículo

por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio.

5ª Edição, Porto Alegre: Editora Artes Médicas.

Perrenoud, P. (1999). Avaliação: Da excelência à regulação das

aprendizagens. Entre duas lógicas. Porto Alegre: Editora Artes

Médicas.

Moraes, M. C. (2002). Educação a Distância: Fundamentos e

práticas. Campinas: Unicamp/Nied.

LÉVY, P. (1999). Cibercultura. São Paulo

Valente, J.A. A Espiral da Aprendizagem e as Tecnologias da

Informação e Comunicação: Repensando Conceitos. In Maria

Cristina Rodrigues Azevedo Joly (Org.) A Tecnologia no Ensino:

Implicações para a Aprendizagem. São Paulo: Casa do

Psicólogo, 2002.

UNIVESP - IV

Ead

BÁSICA:

DAMASIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento educacional

especializado: Pessoa com surdez. In: Formação Continuada a

distancia de professores para o Atendimento Educacional

Especializado. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007.

Decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. Brasília: MEC, 1998.

Língua Brasileira de Sinais. Brasileira: SEESP/MEC, 1998,

QUADROS, Ronice Mulher de. Língua de Sinais brasileira:

estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SACKS, Oliver W. Vendo Vozes:Uma viagem ao mundo dos

surdos. São Paulo: Companhia da letras, 1998.

SKLIAR , Carlos . a surdez: uma olhar sobre as diferenças.

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102

Porto Alegre: Mediação, 1998.

COMPLEMENTAR:

DAMÁZIO, Mirlene. Ferreira Macedo. Educação Escolar de

Pessoa com Surdez: uma proposta inclusiva. Campinas:

Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de

Doutorado.

POKER, Rosimar Bortolini. Troca simbólica e desenvolvimento

cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção

educacional. UNESP, 2001. 363p. Tese de Doutorado

QUADROS, Ronice. Müller de. O Tradutor e Intérprete de

Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Brasília:

MEC/SEESP, 2001.

Revista Brasileira de Educação Especial. Marília/São Carlos.

Revista Inclusão. MEC/Brasília.

SASSAKI, R.K. Inclusão – construindo uma sociedade para

todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do

professor: criando um ambiente construcionista contextualizado

e significativo para crianças com necessidades especiais

físicas. São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000

Ao identificarmos as diferentes formas de organizar o referencial bibliográfico

presente nas disciplinas, constamos que as instituições, apresentam um significativo

número de obras propostas para estudo, e estas em sua maioria versam sobre

questões teóricas que envolvem a história sobre a surdez e a educação do surdo, o

que considera-se de fundamental importância para o currículo desta disciplina.

As disciplinas das instituições (I e II) possuem um total de 14 obras de leitura

obrigatória para o desenvolvimento da disciplina. Embora em seu plano de ensino

não mencionem uma avaliação prática, as obras estão voltadas para o ensino da

prática de Libras, tais como: manual prático e ilustrado de Libras, texto voltados para

a prática de Libras e comunicação bilíngue, o uso do dicionário Capovilla, e textos

que mencionam a aquisição de sinais, além do estudo prático e teórico de Libras.

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Já a disciplina da instituição III apresenta 15 obras propostas para o

desenvolvimento da disciplina. Tais obras estão voltadas basicamente para o ensino

teórico da Libras, não sendo encontrada nenhuma obra que enfatizasse a

comunicação prática da Libras. Assim, há na proposta uma ausência de estudo de

políticas públicas relacionados à surdez, ou mesmo a indicação de dicionário de

Libras impresso ou digital.

Já na disciplina da instituição IV, das 14 obras mencionadas no plano de

ensino, 02 enfatizam a comunicação sinalizada de Libras, outras 02 discutem a

política e a Lei da Libras, e as demais discutem assuntos teóricos envolvendo a

surdez, a educação especial e a formação de professores.

As bibliografias presentes nas disciplinas das instituições I e II estão de

acordo com conteúdos abordados nos planos de ensino, ou seja, apresentam

bibliografia que apontam maior ênfase nos aspectos teóricos em detrimento dos

conteúdos de prática da Libras.

A disciplina da instituição III apresenta pouca bibliografia voltada para o

estudo teórico da Libras. E por último, na disciplina da instituição IV, tem a existência

em sua maioria de textos teóricos, embora apresente referencias de comunicação

sinalizada que podemos considerar como uma introdução à aprendizagem de

Libras.

A partir das análises realizadas, verificamos que nas diferentes disciplinas das

instituições analisadas, a propostas de estudo apresentada nos planos de ensino, é

mais teórica, pois os mesmos buscam atender às necessidades culturais e sociais

dos alunos surdos e, chegam mesmo a enfatizar diversos estudos meramente

teóricos, em sua maioria não utilizando material de estudo voltado a comunicação

em Libras.

Dessa forma, tal análise nos remete a refletir sobre o processo de formação

do Pedagogo para atuar nessa área. A pergunta que ainda fazemos é, será que

todos os planos de ensino analisados, considerando sua ementa, objetivos,

conteúdo, avaliação e bibliografia, dão suporte para que ocorra a formação inicial do

Pedagogo, para que futuramente consiga atuar com alunos surdos? A implantação

da Libras de acordo com o Decreto 5626/2005 nos cursos de formação de

professores deve ocorrer de que forma?

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Essas dúvidas referem-se à maneira tímida com que os planos de ensino

buscam uma formação voltada para as necessidades pedagógicas do aluno surdo e

do professor que está em processo de formação.

Os conteúdos previstos nos planos de ensino dessas instituições buscam

propor ao professor, conhecimentos mínimos que permitam a interação

professor/aluno surdo. Contudo, salientamos que o total de horas proposto nos

planos para o desenvolvimento de todos os saberes não permite ao professor, obter

conhecimento satisfatório para entender a língua, a cultura, as necessidades e as

especificidades do surdo em seu processo de aquisição da aprendizagem, a fim de

que ocorra de fato a interação entre futuro professor e aluno surdo.

Consideramos que, para que ocorra o desenvolvimento da educação do aluno

surdo de forma adequada, o professor terá que buscar uma formação em que

aprenda a dominar muito mais que conhecimento básico de sinais para a

comunicação com o surdo, desenvolvendo o conhecimento além do que vem sendo

proposto nos planos de ensino dos cursos de Pedagogia selecionados para este

estudo.

4.2. Análise das Matrizes Curriculares

Ao analisar o plano de ensino das disciplinas, constatamos que cada curso

destina uma carga horária diferente para sua execução. Nota-se também que ela

está inserida em anos diferentes, nos cursos analisados, mas prioritariamente na

segunda metade do curso, conforme sistematização apresentada no quadro 7.

Quadro 7: Análise das Matrizes Curriculares

Nº Local Curso Departamento

CH/Ano Disciplina

1 Bauru

Pedagogia Educação 68h

4º ano

Introdução ao

ensino de LIBRAS

2

A

Marilia

Pedagogia

Educação Especial 30 h

4º ano

Fundamentos da

Educação Especial

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2

B

Marilia Pedagogia

Educação Especial 45 h

3º ano

Língua Brasileira

de Sinais

3 Univesp

Pró-Reitoria de

Graduação

60 h

3º ano

Eixo Articulador:

Educação Especial

e Inclusiva

A disciplina de Introdução ao ensino de Libras, pertencente à instituição I,

(Bauru) faz parte do Eixo formador 3: “Educação e Comunicação”. No caso da

Univesp, a disciplina LIBRAS, com 120 horas, articula-se com a proposta do eixo

articulador “Educação inclusiva e Educação Especial” que é trabalhado

transversalmente no currículo. Quanto às unidades de Marília e Bauru, a disciplina

de LIBRAS é mencionada nos planos de ensino como disciplina individual.

Verificamos que as disciplinas 1, 2 e 3 são identificadas, com o nome de

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, com a carga horária que varia entre 45 horas a

75 horas. No entanto, as demais são identificadas com nomenclaturas diferentes

(Educação Especial, Educação inclusiva, Fundamentos da Educação Especial entre

outras), cujo conteúdo programático envolve a LIBRAS.

As divergências com relação à carga horária atribuída em cada disciplina

pode tornar insuficiente o tempo para o desenvolvimento do seu conteúdo

programático. Essa constatação deu-se a partir da leitura de cada um dos conteúdos

programáticos, apresentados de forma extensa e exaustiva.

Para exemplificar essa constatação, destacamos as disciplinas encontradas

nos cursos de Licenciatura em Pedagogia da instituição III (Marília), onde as

disciplina de Fundamentos da Educação Especial (carga horária de 45 horas) e

Língua Brasileira de Sinais (com carga horária de 30 horas), são disciplinas que

possuem uma carga horária mínima que não condiz com o conteúdo estipulado no

plano de ensino, o que pode tornar o processo inexequível, focado somente no

estudo da teoria.

Por outro lado, no que tange a instituição III, ainda que não mencione a

LIBRAS em sua matriz curricular, é demonstrada uma preocupação em fazer o

professor refletir sobre o uso da tecnologia, em uma abordagem específica e

inclusiva. Explicita também uma preocupação em oferecer meios para que os futuros

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professores trabalhem com os princípios da inclusão escolar. Assim, embora a

disciplina esteja em consonância com a Política Nacional de Inclusão, todavia não

está claro quais são os pressupostos sobre a LIBRAS, o que pode dar a impressão

de que somente no seu título o curso está atento ao cumprimento do Decreto

5626/05, mas não necessariamente seus conteúdos são relacionados à essa

demanda legal.

Diante desse enfoque, embora o decreto ainda não faça menção sobre a

existência de diretrizes que orientam uma carga horária necessária, bem como o

conteúdo que deve ser abordado na disciplina, observamos ainda que há

incompatibilidades entre as disciplinas oferecidas diante das diversas possibilidades

de desenvolvê-la. Porém, segundo o decreto, o professor formado (regente de

classe) deve ter conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos

alunos surdos, o que reforça a importância no cuidado com a elaboração dos

programas de ensino.

Desse modo, constatamos, dos cursos analisados, que somente 03 (três)

estão atendendo ao que determina a Lei. Esse aspecto pode ter como pano de

fundo o fato de que a obrigatoriedade da inserção da disciplina LIBRAS para todos

os cursos de Licenciatura se finaliza em 2014.

Diante desses dados e em virtude de nossa experiência pessoal, quando

fizemos parte da elaboração de dois cursos de aperfeiçoamento em Educação a

Distância (EaD), propomos algumas reflexões para o ensino da LIBRAS. Uma delas

relacionada com a carga horária, pois durante o processo de elaboração desses

cursos, essa questão era muito discutida. Havia uma preocupação sobre o tempo

destinado para a aprendizagem ser suficiente para executar todos os conteúdos

propostos. Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que a carga horária

destinada às disciplinas poderia ser estendida de modo transversal ao currículo da

licenciatura, perpassando as disciplinas desde o primeiro ano do curso, tornando os

pressupostos da lei mais exequíveis.

Outro fator observado na análise das matrizes é que, aparentemente, todas

divergem na questão dos conteúdos, algumas atendendo somente a questões

práticas ou linguísticas em detrimento dos conteúdos teóricos/educacionais. Além

disso, os assuntos referentes a aspectos educacionais parecem bastante

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abrangentes, de modo que, dependendo da abordagem metodológica, o professor

pode explorar diversos conteúdos dentro da temática de cada disciplina.

Nenhuma das matrizes apresenta assuntos voltados à cultura surda. Assim,

fica vaga a questão de como trabalhar uma língua contextualizada com a sua

cultura. A introdução da LIBRAS como disciplina curricular deve ser articulada a uma

necessidade de que todos os envolvidos compreendam a especificidade da cultura

surda, não apenas com relação á sua língua. A legislação vigente aponta que é a

partir da compreensão desses aspectos que o professor pode atuar contemplando

toda a singularidade da pessoa surda.

Em pesquisa realizada por Dallacqua e Brochado (2010), enfatizam que:

...evidenciam que os formadores responsáveis pela elaboração das matrizes curriculares e ementas, em sua maioria consideram importante que o ensino da LIBRAS se dê atrelado ao conhecimento sobre a cultura surda, o processo de interpretação LIBRAS – Português – Português - LIBRAS, bem como sobre os múltiplos aspectos envolvidos no processo educacional da pessoa surda, especialmente o bilinguismo e o processo de inclusão. (VITALIANO; DALLACQUA; BROCHADO, 2010, p.10).

Assim, as ementas das disciplinas não devem se restringir somente ao

ensino da LIBRAS, mas, devem ter em vista o contexto educacional em que esses

professores irão atuar, tornando imprescindível a abordagem de conteúdos

relacionados à cultura e história dos alunos surdos.

A ementa da disciplina da Instituição III, traz uma proposta interessante

que inclui conteúdos relacionados ao processo de tradução/interpretação da

LIBRAS, bem como a compreensão das mudanças necessárias no ambiente

educacional para favorecer a Inclusão. Além disso, enfatiza a proposta bilíngue e a

prática de LIBRAS em seu desenvolvimento da expressão visual-espacial. Sendo

assim, podemos afirmar que esta ementa está bastante condizente com a proposta

do decreto.

Ainda na instituição III, a LIBRAS é apresentada como foco principal na

ementa, sendo consideradas as características da aprendizagem dos discentes

surdos, bem como as mudanças no ambiente escolar, para que se torne bilíngue e

desenvolvimento de práticas da expressão visual e espacial. Assim, a ementa

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atende plenamente ao previsto no decreto Artigo I, capitulo 2, “considera-se pessoa

surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por

meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da

Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.” (BRASIL, 2005)

Ainda nesta disciplina, na ementa encontramos informações voltadas a uma

proposta bilíngue, prevista no decreto 5626/2005, em seu capitulo III, artigo 5º,

“deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que

LIBRAS e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução,

viabilizando a formação bilíngue”.

Em nossas incursões “documentais” pelas Instituições que fizeram parte

deste estudo, não encontramos uma organização curricular que permitisse tanto o

conhecimento satisfatório da LIBRAS voltada para a comunidade surda, nem a

inserção do professor em processo de formação, nos aspectos culturais que

envolvem a comunidade surda.

Outro ponto a ser ressaltado, é que em nenhum dos planos analisados foi

possível constatar que a disciplina LIBRAS interage com as outras disciplinas que

compõem a matriz curricular, a exemplo dos estágios supervisionados que são

realizados nos anos iniciais do ensino fundamental. Assim, os cursos não articulam a

disciplina a eventos que envolvem a comunidade surda ou até mesmo a discussão

dessa temática e participação em pesquisa de campo junto à comunidade surda.

Tal situação nos leva a refletir também sobre a aparente falta de empenho e

compreensão por parte da universidade, com relação à complexidade e importância

da inserção da disciplina de LIBRAS na formação inicial do professor.

Ao longo desse trabalho, realizamos uma discussão sobre a inserção da

disciplina de LIBRAS nos cursos de formação de professores articulada a formação

inicial do futuro professor. Informamos que a formação desse futuro professor deverá

envolver o domínio de uma segunda língua e, consequentemente, a compreensão

da singularidade linguística, por meio do conhecimento de outra cultura que, ao ser

desconsiderada, pode acarretar sérios problemas ao desenvolvimento social e

intelectual do educando surdo, pois, o professor necessita conhecer o surdo para

além de suas necessidades de comunicação.

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Compreender como o ensino tem sido processado e a formação do professor

que irá atuar com o aluno surdo na escola regular é condição efetiva na garantia,

tanto a qualidade desse processo, como a inclusão social e intelectual do individuo

surdo, que até na ocasião parece ainda não ter se efetivado.

Em relação ao currículo como seleção, organização, avaliação e transmissão

de uma determinada cultura, bem como o seu recorte, percebemos que as

necessidades e especificidades dos surdos, ainda não são elementos principais e

fundamentais inerentes a esse processo.

Com uma formação que varia entre 45 horas/aulas, e 75 horas/aulas

semestral, com carga horária de 1hora/aula ou 2 horas/aulas semanais durante o

semestre, os professores tem contato apenas com informações generalistas sobre a

pessoa surda e a surdez, não sendo capacitado para o trabalho pedagógico que irá

desenvolver o processo de alfabetização dessa criança.

Independentemente da organização da disciplina, bem como do total de carga

horária estipulada para a mesma, todas as disciplinas apresentam em seus planos

uma vasta bibliografia e um conteúdo programático muito bem organizado. Embora,

o tempo destinado à disciplina seja insuficiente para abordar todas essas

informações, a mesma é ofertada no final dos cursos, onde o aluno em função do

tempo não possuem a oportunidade de realizar pesquisas extraclasses.

Assim, após a análise realizada, nos deparamos com único cenário: a

LIBRAS na formação de professores dos cursos de Pedagogia para atuar com

surdos na escola comum na Unesp, ocorre como um cumprimento da lei.

Haja vista que formação inicial docente foi pensada pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional - LDB, nº 9394/96, com objetivo de subsidiar a

formação do professor, bem como, formar professores do ensino regular para

integrar estudantes surdos em classes comuns, entendemos que, neste contexto, os

cursos de Pedagogia da Unesp, a partir da disciplina de LIBRAS, devem passar a

desempenhar uma tarefa muito maior do que vem sendo realizada.

Cabe a esses cursos, que formam o professor alfabetizador, organizar uma

estrutura da disciplina melhor, envolvendo conteúdo programático que observe a

desigualdade linguística entre os pares, aumentando a carga horária e semestre de

oferecimento, e permitindo ao professor em formação, conhecimentos e condições

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satisfatórias de tempo e de pesquisa, para conhecer e desenvolver a comunicação

com a criança surda satisfatoriamente.

Partindo de tais constatações, acreditamos ser de fundamental importância

repensar sobre a organização das disciplinas analisadas, propondo que as mesmas

sejam articuladas ao currículo geral da formação inicial do professor que atuará nos

anos iniciais do ensino fundamental.

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CAPÍTULO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O caminho percorrido nesta pesquisa consistiu em investigar e aprofundar

discussões sobre temas específicos, relacionados aos objetivos que consistem em:

analisar os currículos dos cursos de Licenciatura em Pedagogia da Unesp a fim de

identificar quais disciplinas são voltadas a Educação Inclusiva e Especial,

complementando as disciplinas de Libras; analisar os planos de ensino das

disciplinas de Libras e suas implicações na construção de um currículo inclusivo;

bem como compreender e indicar o que deve ser considerado em uma proposta de

disciplina de Libras para constar nos planos de ensino analisados.

A análise apresentada sobre os dados coletados foi confrontada com esses

objetivos específicos, a fim de verificar se os programas de ensino das disciplinas

selecionadas de fato contemplam a possibilidade de que o futuro professor construa

práticas que incluam o estudante surdo, ou seja, se as disciplinas favorecem a

formação contextualizada do futuro professor.

Durante a realização deste estudo, o desafio inicial foi identificar material

bibliográfico específico que atendesse à temática da inserção da disciplina de Libras

nos cursos de Licenciatura, tendo em vista que trata-se ainda de uma temática com

produção escassa.

Para desenvolver essa ação, organizamos algumas etapas e diferentes

estratégias para a construção do corpus teórico do estudo e do reconhecimento do

campo de investigação, a saber: primeiramente foi feito o levantamento bibliográfico

sobre os temas (Trajetória histórica da Educação de surdos, Políticas sobre a

educação inclusiva, Formação de professores, Libras e Currículo;, posteriormente,

realizamos a análise do Projeto Político Pedagógico dos cursos de Pedagogia da

UNESP e selecionamos os campi que analisaríamos os planos das disciplinas que

atendiam aos critérios para análise do objeto de estudo. Por fim, procedemos à

análise do material coletado e à compilação do presente documento.

Os resultados da primeira etapa da pesquisa apontaram que, embora exista

uma vasta quantidade de estudos na área da Educação, Educação Especial e

surdez, são poucas as publicações sobre a formação inicial do professor para atuar

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com o aluno surdo, poucas as propostas que apontam para um currículo inclusivo e,

menos ainda, que abordam a inserção da Libras como disciplina nos cursos de

licenciatura. Por isso, apontamos para a necessidade de novos estudos, que

enfatizem não apenas os aspectos teórico da Libras, mas que viabilizem novas

propostas e estratégias de ensino que assegure a formação da PS.

Quando falamos que as pesquisas não deveriam ser ancoradas somente na

teoria, não estamos descartando esses pressupostos, até mesmo porque, sem teoria

não há como realizar uma prática bem sucedida. De tal modo, a maioria dos artigos,

dissertações, PPP e planos de ensino que analisamos, apontavam para os aspectos

teóricos, mas não traziam, em sua maioria, novas estratégias de ensino para formar

o professor, bem como novas possibilidades do processo de ensino e aprendizagem

da PS.

Vale ressaltar que não estamos afirmando que a efetivação com qualidade

não ocorreu até o momento, mesmo porque, por meio da análise dos dados da

pesquisa verificamos que a implementação das indicações pedagógicas da

disciplina de Libras na Unesp, em algumas unidades verificadas, estão em processo

de efetivação da disciplina na matriz curricular. No entanto, devido a pouca

quantidade de pesquisas na área, mesmo após 8 anos o Decreto ser instituído, não

conseguimos ter uma visão mais ampla de como esta realidade vem acontecendo

em âmbito nacional.

Por isso, acreditamos que a partir dos próximos anos, novas pesquisas

surgirão com apontamentos e discussões na área, o que possibilitará para os futuros

pesquisadores, uma maior análise e maior aprofundamento em suas reflexões,

podendo obter um olhar mais acurado e a comparação deste trabalho com demais

na área.

Desse modo, constatamos que a formação necessária do professor que irá

atuar nos anos iniciais do ensino fundamental da escola regular deve contemplar o

ensino da disciplina de Libras numa perspectiva diferenciada da que encontramos,

no contexto da matriz curricular dos cursos de Pedagogia.

Essa reestruturação passa pelo aprofundamento tanto dos conteúdos que

permitam aos professores conhecer e lidar com as especificidades da surdez e da

aprendizagem do aluno surdo, bem como, da ampliação da carga horária destinada

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à disciplina, de modo a garantir tempo suficiente para que a prática da Libras se

efetive nessa formação.

Além disso, deve haver uma articulação dessa disciplina com as demais

disciplinas do currículo, ou mesmo com os estágios curriculares supervisionados.

Outro ponto a ser contemplado nessa reestruturação é o de que a disciplina

deve ser ofertada desde o início do curso, permitindo ao aluno, futuro professor,

amadurecer e discutir com profundidade as informações e conhecimentos

desenvolvidos, ampliando-os por meio de pesquisa extraclasse e cotejando os

conhecimentos com aqueles específicos da docência a partir das demais disciplinas.

Concluímos que da forma como a disciplina vem sendo implementada, em

apenas um semestre, não é plenamente possível ensinar e aprender Libras, pelo

simples fato de desconhecermos, geralmente, a especificidade presente no ensino e

na aprendizagem de uma língua sinalizada.

Os cursos, ao contemplar esta disciplina, devem, além de cumprir com a lei,

dar a atenção merecida para o ensino de Libras e para o papel fundamental que ela

exerce na formação de profissionais que atuam na Educação Básica com sujeitos

surdos, que farão parte de todas as esferas da sociedade (MOURA, 2010).

Consideramos também que sendo a disciplina de Libras um instrumento

curricular de conquista legal nos cursos de licenciatura, esses devem vincular esses

conhecimentos à discussão sobre a educação da PS, que de acordo com as

políticas educacionais atuais, deve ser inclusiva. Defendemos a permanência de

uma matriz curricular inclusiva, que contemple aspectos mínimos de comunicação e

proposta bilíngue para essa formação.

LibrasOutra alternativa seria, para maior aproveitamento da disciplina, a

continuidade dos estudos, em formação continuada, uma vez que na ação o

professor poderá ter uma formação teórico e prática, que é uma das recomendações

no término da disciplina, indicando, inclusive, os caminhos para buscar o

aprimoramento contínuo.

Um dos papéis da formação inicial, posto por alguns autores seria incentivar a

formação continuada e permanente dos professores. Como observa Imbernón

(2009, p. 66)

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É necessário estabelecer uma formação inicial que proporcione um conhecimento válido e gere uma atitude interativa e dialética que conduza a valorizar a necessidade de uma atualização permanente em função das mudanças que se produzem. (IMBERNÓN, 2009, p. 66)

Portanto, esta dissertação nos remete a algumas reflexões que indicam a

uma grande preocupação, e consequente necessidade, do desenvolvimento dessa

disciplina nos cursos de formação de professores que atuarão nos anos iniciais.

A Libras deve ser incluída como disciplina obrigatória no currículo dos cursos

de Pedagogia. Isso é fato, mas também deve ser ministrada com uma carga horária

justa, ementa, objetivos, conteúdos e avaliação condizentes com essa carga horária

e com as demandas da legislação vigente. As instituições de Ensino superior, que

formam professores, devem, portanto, estabelecer em seus currículos um conteúdo

programático de Libras que permita uma formação de qualidade, onde haja a

articulação entre a teoria e a prática, bem como devem prever no seu plano de

ensino propostas que levem o futuro professor ao contato com as pessoas surdas,

lhe conferindo uma formação bilíngue, por exemplo, por meio de uma articulação da

disciplina com o estágio curricular supervisionado. E, principalmente, devem propor

uma revisão da carga horária da disciplina, buscando uma ampliação da mesma, a

fim de oferecer condições para que o professor tenha tempo para acessar as

informações fundamentais para lidar e desenvolver, satisfatoriamente, o

conhecimento da comunicação em Libras para a educação da pessoa surda.

A necessidade de direcionar um tempo mais significativo de aulas práticas às

disciplinas que envolvem a Educação Especial, a exemplo da Libras, ficou

evidenciada em nosso estudo. Aulas práticas de Libras, supervisionadas por

docentes com formação específica, deveriam fazer parte da matriz curricular desses

cursos analisados, onde os graduandos deveriam estagiar em escolas com alunos

surdos incluídos.

Em nossa prática docente junto à Educação Infantil, presenciamos, muitas

vezes, a introspecção a que muitos alunos surdos se “submetiam”, ficando

literalmente separados dos demais, em um canto, brincando sozinhos e, nas salas

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de aulas, da mesma forma, com o olhar longínquo, como se o pensamento

navegasse para fora da sala de aula.

Ter a possibilidade de diminuir as barreiras da comunicação, provocá-los,

instigá-los, compreendê-los, promovê-los e porque não, puni-los quando necessário,

seria um grande passo em favor da Educação Inclusiva que tanto buscamos.

Isso, entretanto, não se faz de forma ingênua e amadora. É necessário

viabilizar iniciativas de formação, tanto inicial quanto em serviço, e a inclusão efetiva,

não demanda apenas a participação dos docentes, mas de toda a comunidade

escolar, ou seja, corpo diretivo e funcional, demais alunos e familiares.

Diante dessas constatações, devemos pensar a inclusão da PS na escola

regular, no sentido de garantir, além de sua inserção em sala de aula, condições que

permitam que a escola esteja preparada para enfrentar a diversidade que esse

aluno traz, pois o papel da escola além de garantir o êxito no processo de ensino

aprendizagem da PS, também é o de respeitar as diferenças.

Não obstante, são os fatores implicados nesse processo, como: barreiras

arquitetônicas insuficientes, classes lotadas, professores sem formação necessária,

necessidade de uma revisão curricular, todavia nossa maior preocupação está na

formação do professor que não está preparado para esta prática, por conta do

desconhecimento acerca da aprendizagem da PS e suas formas de comunicação,

bem como, ausência de consciência por parte do professor que ele próprio seja

capaz de fazer aflorar e mostrar ao aluno que é um ser que possui potencialidades

(LACERDA, 2006, p.168).

Partindo de tais constatações, verificamos a importância da formação do

professor, consiste em adquirir habilidades e competências na comunicação entre o

professor e a PS, neste sentido, acreditamos na importância da ampliação da carga

horária dessa disciplina, para que os conteúdos e ementas, objetivos proposto nos

planos de ensino possam adquirir maior solidez a aprofundamento na formação do

professor. Consideramos também que as estratégias para alfabetizar a PS devem

ser discutidas, durante a graduação. Realidade esta que não está presente nos

planos de ensino analisados, pois apenas o plano da instituição IV, apresenta como

conteúdo programático o ensino Bilíngue.

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116

No entanto, uma alternativa que pode ser possível é a partir da reestruturação

da disciplina de Libras, no contexto da matriz curricular do curso de Pedagogia como

elemento formativo transversal, enfatizando e aprofundando, tanto conteúdos que

abordem e permitam ao professor conhecimento as especificidades e o processo de

ensino aprendizagem da PS, como também a ampliação da carga horária destinada

à disciplina ao longo do curso.Assim, acreditamos que o futuro professor

disponibilizará de tempo hábil e atividades em contexto, articulada a diferentes

disciplinas, para seu amadurecimento e e conhecimentos sobre como ensinar a PS.

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APÊNDICES

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125

Descritores utilizados no levantamento da pesquisa bibliográfica

1. EDUCAÇÃO EM LIBRAS

2. INSERÇÃO DA DISCIPLINA DE LIBRAS NOS CURSOS DE

GRADUAÇÃO

3. LIBRAS NO ENSINO SUPERIOR

4. FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E LIBRAS

5. CURRÍCULOS PARA LIBRAS NOS CURSOS SUPERIORES

6. LÍNGUA DE SINAIS

7. BILÍNGÜE

9.LICENCIATURA E EM LIBRAS

LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO - PESQUISA PARTE 1- Dissertações

DESCRITOR FONTE ENCONTRADAS DATA BASE

ENDEREÇO ELETRONICO Nível /Ano pesquisado

Autor Título UniversidadePrograma e data de defesa

EDUCAÇÃO EM LIBRAS

Foram encontradas 05 dissertações, nenhuma foi

selecionadas, pois discorriam sobre outros assuntos diferentes da

pesquisa. 28/02/2011

2005

http://capesdw.capes.gov.br – Dissertação MESTRADO

Foram encontradas 13 dissertações,

selecionadas 02 dissertações. 02/03/2011

2006 http://capesdw.capes.gov.br – Dissertação MESTRADO

CÉRES AMÉRICA

RIBAS HUBNER

A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA

ESCOLA PÓLO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PARA

SURDOS NA REGIONAL DE SÃO JOSÉ - SANTA

CATARINA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA -

EDUCAÇÃO

2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Marta Rejane Proença Filietaz.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

DAS NORMAS À QUALIDADE DE

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - EDUCAÇÃO

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FORMAÇÃO DO INTÉRPRETE DE LÍNGUA

DE SINAIS

Encontradas 01 a 10 dissertações, somente 01 foi selecionada as demais não versavam sobre outro

tema de estudo 18/2/2010

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

PRISCILA FREHSE PEREIRA

PSICANÁLISE E SURDEZ: METÁFORAS

CONCEITUAIS DA SUBJETIVIDADE EM

LIBRAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - LETRAS

Encontrados 18 dissertações, 02 foram

selecionadas. 28/02/2011

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Daniele de Paula

Formozo.

CURRÍCULO E EDUCAÇÃO DE SURDOS. 01/07/2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - EDUCAÇÃO

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Terezinha de Lourdes Pereira

OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO

ENSINO DE LIBRAS NO ENSINO SUPERIOR.

01/08/2008

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA -

EDUCAÇÃO

Foram encontradas 28 dissertações no banco de dados do capes ano/base 2009, somente 02 foram

selecionados.

2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

CARLOS ROBERTO MARTINS

O COMPONENTE CURRICULAR LIBRAS NA

PERCEPÇÃO DAS ACADÊMICAS DOS

CURSOS DE PEDAGOGIA E PSICOPEDAGOGIA DO UNILASALLE. 01/11/2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - EDUCAÇÃO

2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Noemi Nascimento

Ansay

A TRAJETÓRIA ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS E A

SUA RELAÇÃO COM A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR. 01/08/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO

INSERÇÃO DA DISCIPLINA

DE LIBRAS

NOS CURSOS DE

GRADUAÇÃO

Não foi encontrado nenhum trabalho com

esse descritor 22/02/2011

2005

2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Foi encontrada apenas uma dissertação neste

ano.

2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Juliana Brazolin Gomes

Valiante.

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: REFLEXÕES

SOBRE A SUA OFICIALIZAÇÃO COMO

INSTRUMENTO DE INCLUSÃO DOS SURDOS..

01/02/2009

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS -

LINGÜÍSTICA

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127

LIBRAS NO

ENSINO SUPERIOR

Foi encontrada somente 01 dissertação

23/02/2011

2005 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Lenita Ceccone Cechinel.

INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO

SUPERIOR: UM ESTUDO DO USO DE LÍNGUA

BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) COMO MEIO DE

ACESSO AO CONHECIMENTO

CIENTÍFICO - 01/10/2005

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - EDUCAÇÃO

Foi encontrada somente 01 dissertação

23/02/2011

2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Marta Rejane Proença Filietaz

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

DAS NORMAS À QUALIDADE DE FORMAÇÃO DO

INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS. 01/12/2006

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - EDUCAÇÃO

Foram encontradas 03 dissertações, somente 01

foi selecionada. 24/02/2011

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

José Ildon Gonçalves da

Cruz.

CONSOLIDAÇÃO DE UMA TRAJETÓRIA ESCOLAR: O

OLHAR DO SURDO UNIVERSITÁRIO SOBRE O

ENSINO SUPERIOR. 01/10/2007

CONSOLIDAÇÃO DE UMA TRAJETÓRIA ESCOLAR: O

OLHAR DO SURDO UNIVERSITÁRIO SOBRE O

ENSINO SUPERIOR. 01/10/2007

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA -

EDUCAÇÃO

Foi encontrada somente 01 dissertação.

28/02/2011

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Terezinha de Lourdes Pereira

OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO

ENSINO DE LIBRAS NO ENSINO SUPERIOR.

01/08/2008

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA -

EDUCAÇÃO

Foram encontradas 05 dissertações, somente 01

foi selecionada. 28/02/2011

2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

CARLOS ROBERTO MARTINS

O COMPONENTE CURRICULAR LIBRAS NA

PERCEPÇÃO DAS ACADÊMICAS DOS

CURSOS DE PEDAGOGIA E PSICOPEDAGOGIA DO UNILASALLE. 01/11/2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - EDUCAÇÃO

FORMAÇÃO INICIAL

DE PROFESSORES

E LIBRAS

Nada encontrado. 01/03/2011

2005 http://capesdw.capes.gov.br/

Foram encontradas 10 dissertações, somente 01

foi selecionada. 01/03/2011

2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Allan Rocha Damasceno

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E OS

DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AS EXPERIÊNCIAS DA ESCOLA MUNICIPAL LEÔNIDAS SOBRINO PÔRTO. 01/12/2006

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - EDUCAÇÃO

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128

Foram encontradas 10 dissertações, somente 01

foi selecionada. 02/03/2011

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Amélia Maria Araújo

Mesquita

A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR E A

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OLHAR SOBRE OS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DOS

CURSOS DE LICENCIATURA DA UFPA.

01/04/2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - EDUCAÇÃO

Foi encontrada apenas 01 dissertação 04/02/2011

2008 http://capesdw.capes.gov.br/

Das 02 dissertações encontrada, somente 01

foi selecionada. 05/02/2010

2009 http://capesdw.capes.gov.br/

Dissertação MESTRADO

Ana Lucia dos Santos

O DESAFIO DA FORMAÇÃO DO

PROFESSOR PARA A ATUAÇÃO COM A

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS, NO

ENSINO COMUM: ANÁLISE DOS CURSOS DE

PEDAGOGIA EM SUA INSERÇÃO NO CONTEXTO

DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. 01/02/2009

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ -

EDUCAÇÃO

CURRÍCULOS PARA LIBRAS

NOS CURSOS

SUPERIORES

Foram encontradas 17 dissertações, 03

selecionadas. 05/02/2010

2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Niedja Maria Ferreira de

Lima.

SURDEZ E CURRÍCULO: PARÂMETROS PARA A INCLUSÃO DE SURDOS

NA REDE PÚLBICA REGULAR DE ENSINO.

01/12/2004

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA/JOÃO PESSOA

- EDUCAÇÃO

http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

CARLOS ROBERTO MARTINS

O COMPONENTE CURRICULAR LIBRAS NA

PERCEPÇÃO DAS ACADÊMICAS DOS

CURSOS DE PEDAGOGIA E PSICOPEDAGOGIA DO UNILASALLE. 01/11/2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - EDUCAÇÃO

http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Daniele de Paula Formozo

CURRÍCULO E EDUCAÇÃO DE SURDOS. 01/07/2008.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - EDUCAÇÃO

Encontrada apenas uma dissertação, porém não foi

selecionada . 06/02/2010

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Nenhuma 06/02/2010 2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO

Nenhuma 06/02/2010 2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Dissertação MESTRADO -

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129

NOVOS DESCRITORES

FONTE ENCONTRADAS DATA BASE

ENDEREÇO ELETRONICO Nível /Ano pesquisado

Autor Título Universidade, Programa e data de defesa

LÍNGUA DE

SINAIS

Foram encontradas 30 dissertações no banco de dados do capes ano/base 2005, somente 03 foram

selecionados. 18/03

2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Marcia Christina Scultori

Mathias Netto

IEPIC, VIDA . MORNA: A INCLUSÃO E A

FORMAÇÃO DA PRIMEIRA PROFESSORA SURDA, EM

2004.. 01/08/2005

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Lenita Ceccone Cechinel.

INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO

SUPERIOR: UM ESTUDO DO USO DE LÍNGUA

BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) COMO MEIO DE

ACESSO AO CONHECIMENTO

CIENTÍFICO. 01/10/2005

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Cássia Geciauskas

Sofiato

O DESAFIO DA REPRESENTAÇÃO

PICTÓRICA DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA..

01/02/2005

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - ARTES

Foram encontradas 38 dissertações no banco de dados do capes ano/base 2006, somente 03 foram

selecionados.

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado CAROLINA HESSEL SILVEIRA

O CURRÍCULO DE LÍNGUA DE SINAIS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS. 01/11/2006

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Elcivanni Santos Lima

DISCURSO E IDENTIDADE: UM OLHAR CRÍTICO

SOBRE A ATUAÇÃO DO(A) INTÉRPRETE DE LIBRAS

NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. 01/07/2006

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - LINGÜÍSTICA

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Marta Rejane Proença Filietaz

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

DAS NORMAS À QUALIDADE DE FORMAÇÃO DO

INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS. 01/12/2006

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ – EDUCAÇÃ

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130

Foram encontradas 37 dissertações no banco de dados do capes ano/base 2007, somente 02 foram

selecionados

2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado José Ildon Gonçalves da

Cruz.

CONSOLIDAÇÃO DE UMA TRAJETÓRIA ESCOLAR: O

OLHAR DO SURDO UNIVERSITÁRIO SOBRE O

ENSINO SUPERIOR. 01/10/2007

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA –

EDUCAÇÃO

2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Vania Elizabeth Chiella

MARCAS SURDAS: ESCOLA, FAMÍLIA,

ASSOCIAÇÃO, COMUNIDADE E UNIVERSIDADE CONSTITUINDO

CULTURA E DIFERENÇA SURDA.

01/09/2007

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS -

EDUCAÇÃO

Foram encontradas 58 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2008, somente 01 foi selecionados

2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Daniele de Paula

Formozo.

CURRÍCULO E EDUCAÇÃO DE SURDOS. 01/07/2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - EDUCAÇÃO

Foram encontradas 63dissertações no banco

de dados do capes ano/base 2009,

somente 07 foram selecionados

22/03/2011

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado CarLOS ROBERTO MARTINS

O COMPONENTE CURRICULAR LIBRAS NA

PERCEPÇÃO DAS ACADÊMICAS DOS

CURSOS DE PEDAGOGIA E PSICOPEDAGOGIA DO UNILASALLE. 01/11/2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - EDUCAÇÃO

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado CRISTIANE RAMOS MULLER

AS REPRESENTAÇÕES CULTURAIAS DOS

PROFESSORES SURDOS NO CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR.

01/08/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA -

EDUCAÇÃO

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131

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado LARISSA SILVA

REBOUÇAS

A PRIORIDADE DOS DOCENTES SURDOS

PARA ENSINAR A DISCIPLINA LÍNGUA

BRASILEIRA DE SINAIS ( LIBRAS) NAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR APÓS O

DECRETO 5.626/2005. 01/03/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - EDUCAÇÃO

LÍNGUA DE

SINAIS

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Marcelo Henrique Bastos

A EXPERIÊNCIA DE UMA IMPLEMENTAÇÃO DE UM CURSO DE LIBRAS PARA

PROFESSORES DA ESCOLA PÚBLICA.

01/06/2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA –

EDUCAÇÃO

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Marisa Pinheiro Mourão

ENSINO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E

FORMAÇÃO DE PROFESSORES A

DISTÂNCIA. 01/03/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA -

EDUCAÇÃO

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Noemi Nascimento

Ansay

A TRAJETÓRIA ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS E A

SUA RELAÇÃO COM A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR. 01/08/2009

.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO

BILÍNGÜE Foram encontradas 28 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2005, somente 01 foi selecionada 25/03/2011

2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Neiva de Aquino Albres

A EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS DO FINAL DA

DÉCADA DE 1970 A 2004: ANÁLISE DOS DOCUMENTOS

REFERENCIADORES. 01/10/2005

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

EDUCAÇÃO

Foram encontradas 21 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2006, nenhuma foi selecionada

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Foram encontradas 27 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2007, nenhuma foi selecionada

2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Page 133: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

132

Foram encontradas 32 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2008, somente 01 foi selecionada

2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Terezinha de Lourdes Pereira

OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO

ENSINO DE LIBRAS NO ENSINO SUPERIOR.

01/08/2008

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA -

EDUCAÇÃO

Foram encontradas 38 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2009, somente 01 foi selecionada

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Ana Beatriz da Silva Duarte.

RELEITURA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE

SURDOS NO BRASIL: 1961 A 1996. 01/08/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado Juliana Brazolin Gomes

Valiante.

. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: REFLEXÕES

SOBRE A SUA OFICIALIZAÇÃO COMO

INSTRUMENTO DE INCLUSÃO DOS SURDOS..

01/02/2009

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS -

LINGÜÍSTICA

LICENCIATURA E

LIBRAS

Nada encontrado 2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Nada encontrado 2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Nada encontrado 2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Nada encontrado 2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado

Foram encontradas 02 dissertações no banco de dados do capes ano/base

2009, somente 01 foi selecionada

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html mestrado CRISTIANE RAMOS MULLER

AS REPRESENTAÇÕES CULTURAIS DOS

PROFESSORES SURDOS NO CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA -

EDUCAÇÃO

DESCRITOR FONTES ENCONTRADAS

DATA BASE

ENDEREÇO ELETRONICO Nível /Ano pesquisado -

TESES

Autor Título Universidade, Programa e data de defesa

Língua de

Foram encontradas 10 teses no banco de dados do capes ano/base 2005, nenhuma foi selecionada

21/03/2011

2005 Doutorado

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133

Sinais

Foram encontradas 09 teses no banco de dados do capes ano/base 2006, nenhuma foi selecionada

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 11 teses no banco de dados do capes ano/base 2007, nenhuma foi selecionada

2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 16 teses no banco de dados do capes ano/base 2008, nenhuma foi selecionada

2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 14 teses no banco de dados do capes ano/base 2009,

somente 01 foi selecionada

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado PAULO CESAR

MACHADO

DIFERENÇA CULTURAL E EDUCAÇÃO BILÍNGUE: AS

NARRATIVAS DOS PROFESSORES SURDOS

SOBRE QUESTÕES CURRICULARES.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA -

EDUCAÇÃO

Bilíngüe

Foram encontradas 07 teses no banco de dados do capes ano/base 2005, nenhuma foi selecionada

2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 11 teses no banco de dados do capes ano/base 2006, nenhuma foi selecionada

2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 06 teses no banco de dados do capes ano/base 2007, nenhuma foi selecionada

2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 05 teses no banco de dados do capes ano/base 2008, nenhuma foi selecionada

2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Foram encontradas 14 teses no banco de dados do capes ano/base 2009, nenhuma foi selecionada

2009 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

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134

Licenciatura e libras

Nada encontrado 2005 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Nada encontrado 2006 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Nada encontrado 2007 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Nada encontrado 2008 capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html Doutorado

Nada encontrado 2009

Libras no

ensino superior

Nada encontrado 2005 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Nada encontrado 2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Foi encontrado apenas uma tese

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado: Gláucia Renata Pereira do

Nascimento.

Aspectos da organização de textos escritos por

universitários surdos - 01/07/2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - LETRAS

Nada encontrado 2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Currículos para libras nos cursos

superiores

Nada encontrado 2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Nada encontrado 2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Nada encontrado 2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Formação inicial de professores e

libras

Nada encontrado 2005 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Nada encontrado 2006 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

Foi encontra apenas um trabalho, selecionei para

leitura complementar

2007 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado: VERONICA DOS REIS

MARIANO DE SOUZA

Gênese da educação dos surdos em Aracaju.

01/08/2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - EDUCAÇÃO

2008 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

2009 http://capesdw.capes.gov.br/ Doutorado:

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135

LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO- parte 3 – ANPED GT - 8, 11,12,15 - PESQUISA REALIZADA NO DIA 12/02/2011

REUNIÃO LINHAS ENDEREÇO

33 Reunião - FORMAÇÃO DE PROF – GT 08 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

POLITICAS DE ED SUPERIOR – GT 11 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

CURRICULO – GT 12

http://www.anped.org.br 12/02/2011

Nesta linha foram encontrados

18 trabalhos, somente 01foi

selecionado os demais

versavam sobre outros focos

como educação infantil,

ensino fundamental.

CONHECIMENTO E ESCOLA: RELAÇÃO

MEDIADA NO ÂMBITO DO

CURRÍCULO

Juares da Silva Thiesen – UFSC

19/03/2011

LINHA ED ESPECIAL – GT 15 http://www.anped.org.br 19/04/2011

Nesta linha foram encontrados

18 trabalhos, somente 02

foram selecionados, pois os

demais versavam sobre temas

das outras áreas da educação

especial.

TRABALHO DOCENTE NA

CONTEMPORANEIDADE: A EDUCAÇÃO DE

SURDOS COMO DESAFIO - 6589

Maria das Graças C. de Arruda Nascimento – UFRJ

Yrlla Ribeiro de Oliveira Carneiro da Silva – INES

Ana Luísa Antunes – INES

Agência Financiadora: FAPERJ

http://www.anped.org.br

REPRESENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL:

ANÁLISE DE UM

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA-

6793

Juliana Pires Leodoro – USP

Agência Financiadora: CNPq

19/04/2011

32 Reunião FORMAÇÃO DE PROF – GT 08 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

POLITICAS DE ED SUPERIOR – GT 11 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

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136

CURRICULO – GT 12 http://www.anped.org.br 12/02/2011

O CURRÍCULO SEGUNDO JOHN DEWEY –

EDUCAÇÃO GERANDO AÇÃO

Thais Figueiredo Santos – UFPEL

http://www.anped.org.br

LINHA ED ESPECIAL – GT 15 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

31 Reunião

FORMAÇÃO DE PROF – GT 08 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

POLITICAS DE ED SUPERIOR – GT 11 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

CURRICULO – GT 12 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

LINHA ED ESPECIAL – GT 15 http://www.anped.org.br 12/02/2011

NADA

Pesquisa finalizada

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137

LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO- parte 4 – QUALIS

NOME TIPO AREA endereço

Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos

Chagas)

A1 EDUCAÇÃO http://www.periodicos.capes.gov.br.ez87.periodicos.capes.gov.br

Ciência e Educação A1 EDUCAÇÃO http://www.periodicos.capes.gov.br.ez87.periodicos.capes.gov.br

Revista da Faculdade de Educação

(Universidade de São Paulo. Impresso)

(Cessou em 1998. Cont. Educação e

Pesquisa (USP.Impresso))

A1

ISSN 1517-

9702

EDUCAÇÃO http://www.periodicos.capes.gov.br.ez87.periodicos.capes.gov.br

A reconfiguração do trabalho docente na educação superior Educ.

rev. no.spe1 Curitiba 2010

A1

ISSN 0104-

4060

EDUCAÇÃO: Educar em

revista

http://www.periodicos.capes.gov.br.ez87.periodicos.capes.gov.br

Educação em libras A1 EDUCAÇÃO http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

A1 Revista Brasileira de Educação Especial

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

Revista Brasileira de Educação Especial:

Rev. bras. educ.

espec. vol.15 no.1 Marília Jan./Apr. 2009

doi: 10.1590/S1413-65382009000100006

Trajetória escolar do surdo no ensino

superior: condições e possibilidades1

A1

ISSN 1413-

6538

Revista Brasileira de Educação Especial

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

Revista Brasileira de Educação Especial vol.15 no.1 Marília Jan./Apr. 2009

doi: 10.1590/S1413-5382009000100003

Educação superior bilíngue para surdos: o

sentido da política inclusiva como espaço da

liberdade: primeiras aproximações/ Bilingual

A1

ISSN 1413-

6538

Revista Brasileira de Educação Especial

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

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138

university level education for the deaf:

understanding inclusive policies as a space

for freedom: first approaches

Franco, Monique

Rev. bras. educ. espec. 15(1): 15-30, TAB.

2009 Apr.

SciELO Brasil Idioma(s): Português

Revista Brasileira de Educação Especial

Espec. vol.15 no.1 Marília Jan./Apr. 2009

doi: 10.1590/S1413-65382009000100008

Surdez e letramento: pesquisa com surdos universitários de Curitiba e Florianópolis

A1

ISSN 1413-

6538

Revista Brasileira de Educação Especial

http://buscador.periodicos.capes.gov.br/V/KXYP3T4224TX89AVTAGUSN1LCPC4DDLKJSN65AHJCQE2BBL3L5-

19532?func=find-db-info&doc_num=000003802

Foram encontrados 10 artigos sobre

educação, porém nenhum foi selecionado,

pois versavam sobre outras áreas da

educação.

A1

0100-1574

Cadernos de Pesquisa

(Fundação Carlos Chagas.

Impresso

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742010000200017&lng=en&nrm=iso

A1 ISSN

0100-1574

A1

Cad.

Pesqui. vol.39 no.136 São

Paulo jan./abr. 2009

PLAISANCE, Eric. Ética e

inclusão.Traduzido pó Fernanda

Murad Machado.

A1

ISSN 0100-

1574

Cad. Pesqui. [online].

2010, vol.40, n.139, pp.

13-43. ISSN 0100-1574.

doi: 10.1590/S0100-15742010000100002

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742010000200017&lng=en&nrm=iso

Page 140: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

139

CRUZ, José Ildon Gonçalves

da and DIAS, Tárcia Regina da

Silveira.Trajetória escolar do surdo no

ensino superior: condições e possibilidades.

A1

ISSN 1413-

6538

ISSN 1413-6538

Rev. bras. educ.

espec. [online]. 2009,

vol.15, n.1, pp. 65-80.

ISSN 1413-6538. doi:

10.1590/S1413-

65382009000100006

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742010000200017&lng=en&nrm=iso

ALBRES, N. A. Interpretação da/para

Libras no Ensino Superior: apontando

desafios da inclusão. V Simpósio

Multidisciplinar

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742010000200017&lng=en&nrm=iso

Revista Brasileira de Educação Especial

Rev. bras. educ.

espec. vol.13 no.3 Marília Sept./Dec. 2007

doi: 10.1590/S1413-65382007000300007

Análise da necessidade de preparação

pedagógica de professores de cursos de

licenciatura para inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais

A2

ISSN 1413-

6538

Revista Brasileira de Educação Especial

Revista Educação Especial v. 23, n. 38,

set./dez. 2010.

O papel da Universidade no contexto da

política de Educação Inclusiva: reflexões

sobre a formação de recursos humanos e a

produção de conhecimento

B2

ISNN1984-

686X

Revista Educação

Especial

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000300007&lng=en&nrm=iso

Page 141: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

140

Periódicos Indexados – Webqualis : Estratos: A1, A2, B1, B2, Ano Base 2008 /2009 Área de Avaliação: EDUCAÇÃO

Educação ‐ A1

ISSN – Titulo do periódico (Instituição a qual é vinculado) ‐ Estrato e área

0100‐ 1574 Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso)

1516‐ 7313 Ciência e Educação (UNESP. Impresso)

0011‐ 5258 Dados (Rio de Janeiro. Impresso)

1076‐ 9242 Dyslexia (Chichester, England. Print)

0101‐ 7330 Educação & Sociedade (Impresso)

1517‐ 9702 Educação e Pesquisa (USP. Impresso)

0020‐ 8566 International Review of Education

0030‐ 9230 Paedagogica Historica (Imprimé)

1413‐ 2478 Revista Brasileira de Educação (Impresso)

0102‐ 2555 Revista da Faculdade de Educação (Universidade de São Paulo. Impresso)

(Cessou em 1998. Cont. ISSN 1517‐ 9702 Educação e Pesquisa (USP.Impresso))

Educação ‐ A2

1414‐ 4077 Avaliação (UNICAMP)

1645‐ 1384 Currículo sem Fronteiras

0101‐ 465X Educação (PUCRS. Impresso)

0100‐ 3143 Educação e Realidade

0102‐ 4698 Educação em Revista (UFMG. Impresso)

0104‐ 4060 Educar em Revista (Impresso)

1413‐ 6538 Revista Brasileira de Educação Especial

1130‐ 2496 Revista Complutense de Educación

1981‐ 2582 Revista Educação (PUCRS. Online)

1138‐ 2783 Revista Iberoamericana de Educación a Distancia

Educação B1

0104‐ 1371 Cadernos de Educação (UFPel)

1519‐ 387X Educação Unisinos

0872‐ 7643 Educação, Sociedade & Culturas

0716‐ 050X Estudios Pedagógicos (Valdivia. Impresa)

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141

0103‐ 6831 Estudos em Avaliação Educacional (Impresso)

1519‐ 4906 Língua e Instrumentos Linguísticos

0104‐ 5962 Revista de Educação Publica (UFMT)

1518‐ 8787 Revista de Saúde Pública (Online)

1981‐ 1802 Revista Educação em Questão (Online)

0102‐ 7735 Revista Educação em Questão (UFRN. Impresso

0104‐ 7043 Revista FAEEBA

1022‐ 6508 Revista Iberoamericana de Educación (Impresa)

1681‐ 5653 Revista Iberoamericana de Educación (Online)

ISSN 2175‐ 1196 Ciências Humanas e Sociais em Revista

Educação B2

1517‐ 1949 Eccos Revista Científica (Impresso)

1981‐ 8106 Educação (Rio Claro. Online)

0101‐ 9031 Educação (UFSM)

1983‐ 7771 Educativa (Goiânia. Online)

1415‐ 0492 Educativa (UCG)

1415‐ 2150 Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Impresso)

1579‐ 2617 Enseñanza de las Ciencias Sociales

0101‐ 4064 Estudos Ibero‐ Americanos (PUCRS. Impresso)

1413‐ 0939 Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978)

0679‐ 8678 Movimento & Percepção (Online)

1668‐ 8856 Nodos de Comunicación/Educación

0101‐ 7438 Pesquisa Operacional (Impresso)

0104‐ 1282 Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano (Impresso)

1808‐ 270X Revista Educação Especial (UFSM)

1850‐ 6666 Revista Electrónica de Investigación en Educación en Ciencias (En línea)

1696‐ 4713 Revista Electrónica Iberoamericana Sobre Calidad, Eficacia y Cambio en

Educación

1517‐ 1256 Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental

1518‐ 5370 Teias (Rio de Janeiro. Impresso)

1415‐ 837X Teoria e Prática da Educação

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142

Cursos de Licenciatura – UNESP – 23 campus

Araçatuba -

Araraquara Ciências Sociais

Letras

Pedagogia

Assis Ciências Biológicas

História

Letras

Bauru Ciências Biológicas

Educação Artística

Educação Física –optativa para alunos com deficiência

Física

Matemática

Pedagogia

Química

Botucatu Ciências Biológicas

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143

Dracena -

Franca História

Guaratinguetá Física

Matemática

Ilha Solteira Ciências Biológicas

Física

Matemática

Itapeva -

Jaboticabal Ciências Biológicas

Marília Ciências Sociais

Filosofia

Pedagogia- Contem duas disciplinas: 1. LIBRAS, 2. Educação Especial e 3. Fundamentos da educação Inclusiva

Optativas: Diversidade, diferença e deficiência: implicações educacionais; Desenho universal acessibilidade e adpatações.

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144

Ourinhos Geografia

Presidente Prudente Educação Física

Física

Geografia

Matemática: Optativa: Libras

Pedagogia – Libras, TIC na educação

Química

Registro -

Rio Claro Ciências Biológicas

Educação Física

Física

Geografia

Matemática

Pedagogia

Rosana -

São José do Rio Preto Ciências Biológicas

Letras

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145

Matemática

Pedagogia

São José dos Campos -

São Paulo Arte –Teatro

Artes Visuais

Educação Musical

São Vicente -

Sorocaba -

Tupã -

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146

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

Araraq

uara

Pedagogia 69 h

2º ano

Educação

Especial

Desvio e estigma:

contribuições á

conceituação de

deficiências.

A educação na

sociedade moderna e

no Brasil: marcos

históricos e políticas

públicas .

A inclusão.

Necessidades

especiais e

necessidades

educacionais

especiais: noções

sobre etiologia,

prevenção e

modalidade de

recursos

1. Sensibilizar

o aluno

quanto aos

processos de

construção

social da

deficiência

e quanto ao

papel do

educador

como agente

do processo

da inclusão

e uma nova

ética frente

ao portador

de

necessidade

s

educacionai

s especiais e

ás minorias

em geral;

2. Introduzir o

estudo das

necessidades

especiais e

necessidades

educacionais

especiais

Fundamentos da

Educação Especial:

A conceituação de

deficiência. Os

conceitos de

estigma e desvio e

sua relação com a

educação especial;

A Educação

Especial no Brasil:

marcos históricos e

políticas públicas;

A inclusão.

As Necessidades

Especiais e as

Necessidades

Educacionais

Especiais:

O portador de

deficiência mental;

O portador de

deficiência

sensorial;

O portador de

deficiência física;

O portador de

deficiências

múltiplas;

Altas habilidades;

Condutas típicas; A

crianças com

dificuldades

A avaliação do

desempenho do

aluno será

contínua e

cumulativa, e a

nota final obtida

através da soma

dos seguintes

itens: avaliação

individual por

escrito (0-5)

ao final do

semestre;

avaliações

parciais de

BECKER, H.

Uma teoria da

ação coletiva.

Rio de Janeiro:

Zahar, 1977.

COLL, C.;

PALÁCIOS,

J.;

MARCHESI,

A.

Desenvolvime

nto psicológico

e educação.

Porto Alegre:

Artes Médicas,

1995.

(Necessidades

educativas

especiais e

aprendizagem

escolar, 3).

Declaração de

Salamanca e

linha de ação

sobre

necessidades

educativas

especiais.

Brasília:

Corde.

FERREIRA, J.

R. A exclusão

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147

emocionais.

Tópicos de pesquisa

e atuação em

Educação Especial:

Educação,

profissionalização e

o emprego do

portador de

necessidades

educacionais

especiais;

A informática

aplicada à Educação

Especial;

Arte-educação

aplicada à Educação

Especial

da diferença.

Piracicaba:

Unimep, 1993.

FONSECA, V.

Educação

Especial. Porto

Alegre: Artes

Médicas, 1987.

GOFFMAN,

E. Estigma:

notas sobre a

manipulação

da identidade

deteriorada.

Rio de Janeiro:

Zahar, 1978.

MAZZOTA,

M. J. S.

Fundamentos

de educação

especial. São

Paulo:

Pioneira, 1973.

MANTOAN,

M. T. E. e col.

A integração

de pessoas com

deficiência:

contribuições

para uma

reflexão sobre

o tema. São

Paulo:

Memnon,

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148

1977.

MANZINI, E.

J.;

BRANCATTI,

P. R. Educação

especial e

estigma:

corporeidade,

sexualidade e

expressão

artística.

Marília:

UNESP, 1999.

OMOTE, S.

Perspectivas

para

conceituação

de deficiências.

Revista

brasileira de

educação

especial, 2(1),

p.127-36,

1996.

Política

Nacional para

a Integração da

Pessoa

Portadora de

Deficiência:

Decreto 3298.

Brasília, 1999.

SOIFER, R.

Psiquiatria

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149

infantil operativa.

Porto Alegre:

Artes Médicas,

1984

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

BAUR

U

Depto de Ed.

Especial

68h 4º

ano

Educação

inclusiva

Estudos para uma

reflexão critica sobre

as Políticas Publicas

referente a

diversidade do

alunado com NEE;

Estudo sobre

Tecnologias

Assistivas e a

relação com

mediação

pedagógica e a

utilização de seu uso

especifico na rea da

educação especial. A

educação inclusiva e

a ação educativa:

suportes necessários

e estratégias de

intervenção para

salas de aula

inclusivas. As

atividades didáticas

serão realizadas

interdisciplinarmente

com os demais

Eixos e com a

Pratica Pedagógica,

Analisar as

questões

conceituais

(filosófico-ético-

políticas) relativas

ao processo de

inclusão

educacional;

Propor alternativas

pedagógicas

(programa e ações)

para o atendimento

educacional de

alunos com

necessidades

especiais em sala de

aula;

Debater

pressupostos

teóricos e praticas

que envolvam a

construção de uma

educação inclusiva

Aspectos históricos

e conceituais do

processo de

inclusão;

Caracterização dos

diversos tipos de

deficiência, altas

habilidades e

condutas típicas;

Políticas de

Atendimento aos

alunos com

necessidades

educacionais

especiais;

Concepções de

currículo

considerando a

diversidade do

alunado com NEE

na escola;

Educação inclusiva

e a ação educativa:

suportes necessários

e estratégias de

intervenção.

Provas escritas;

Relatórios

individuais

sobre os temas

estudados;

Relatórios

grupais sobre os

temas

BAPTISTA,

Claudia.

Diálogo e

concentração

na ação

educativa:

algumas

reflexões sobre

uma pedagogia

das diferenças.

Projeto –

Revista de

Educação.

Porto Alegre,

v.5, n.7, p. 25-

34, 2003.

BRASIL, Lei

nº 9394, de 20

de Dezembro

de 1996.

Estabelece as

diretrizes e

bases da

Educação

Nacional.

COLL, C.P;

PALÁCIOS, J;

e MARCHESI,

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150

eixo articulador do

curso.

P.Tendências

futuras na

Educação

inclusiva. In:

STOBAUS

C.D.;

MOSQUERA,

J.J.M.

Educação

Especial: em

direção á

escola

inclusiva.

Porto Alegre:

EDIPUCRS.

2003

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

MARI

LIA

Dpart de Ed.

Especial

Pedagogia

30h 1º

ano

Diversidade,

Diferença e

Deficiências

A diversidade como

patrimônio da

humanidade. A

diversidade e o

enfrentamento das

demandas do meio e

da vida moderna. A

natureza das

diferenças:

diferenças devidas á

variabilidade

intrínseca da espécie

humana, diferenças

devidas ás variações

nas condições etno-

culturais e sociais, e

Compreender a

diversidade como

fenômeno natural e

socialmente

construído;

Compreender a

origem e

historicidade das

diferenças no

mundo

contemporâneo;

Compreender as

deficiências como

fenômeno sócio-

cultural, sobreposto

ou não a condição

Diversidade;

Diversidade como

patrimônio natural

da humanidade;

O dilema da

diversidade:

individuais x

coletivo.

Diferenças

individuais, grupais,

culturais e étnicas.

Reações ás

diferenças;

Tratamento das

diferenças na

história da

Participação nas

aulas

Avaliação

escrita

AMARAL, L.

Conhecendo a

deficiência.

São Paulo:

Rode editorial,

1995.

AQUINO, J.

Diferença e

Preconceito na

escola. São

Paulo:

Summus

Editorial, 1198.

BECKER, H.

Uma teoria da

ação coletiva.

Page 152: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

151

diferenças devidas á

patologias. A

construção social das

diferenças e

deficiências.

O desvio, o estigma

e os mecanismos de

controle social

médias

incapacitadoras, e

analisar as

condições

associadas ao seu

tratamento;

Compreender os

modelos teóricos do

estudo das

deficiências .

Analisar

criticamente, á luz

dos conceitos

adquiridos, á pratica

corrente de

educação e

reabilitação dos

deficientes

humanidade.

Deficiências

Conceito de deficiências;

Área, irensidade e extensão de comprometimentos. O lugar das

diferenças,

patologia, desvios e

estigmas;

A deficiência como

fenômeno

socialmente

construído;

A construção da

identidade social do

deficiente;

Os mecanismos

institucionais de

exclusão do

deficiente;

Estigma e controle

social.

A importância de

dos modelos

Rio de Janeiro:

Zahar Editores,

1977.

GOFFMAN,

E. Estigma.

Rio de Janeiro:

Zahar Editores,

1975.

Omote, S.

Estigma.

UNESP

Marília

Publicações/

CAPES, 1999.

Page 153: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

152

teóricos de estudo

das deficiências;

O modelo centrado

no deficiente;

O modelo centrado

no meio

O modelo

interacionista.

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

MARI

LIA

Dpto da

Educação

Especial

75 h

2º ano

Fundamentos

da educação

Análise sistemática

dos fundamentos

legais e dos

princípios filosóficos

que norteiam a

proposta de uma

Educação Inclusiva.

Analise do contexto

sócio-político da

sociedade brasileira

e análise de

documentos

internacionais,

nacionais e do

Estado de São Paulo

que garantem a

educação como

direito inalienável de

todo pessoa, sem

discriminação de

qualquer ordem e

Compreender os

fundamentos legais

que norteiam a

educação inclusiva

e as determinações

legais no âmbito da

sociedade brasileira

e as políticas

educacionais;

Analisar os

principais conceitos

que envolvem a

educação inclusiva:

Educação para

Todos, Educação

Especial,

Necessidades

Educacionais

Especiais e

Deficiência;

Compreender a

Princípios que

norteiam a

participação do

homem

comunidade:

O principio da

igualdade e da

diferença, o

contexto social da

diversidade

humana;

O contexto sócio-

político da

sociedade

brasileira e os

grupos

minoritários:

Direitos Humanos

no Brasil, Processos

Sociais de

Exclusão;

Avaliação

teórica,

Análise dos

documentos,

Participação

nas aulas

ARANHA,

M.S. F.

Inclusão Social

e

Municipalizaçã

o. In: Manzini,

E.J. Educação

especial :

temas atuais.

Marília:

UNESP:

Marília

Publicações ,

2000.

ARANHA, M.

S. F.

Garantindo o

acesso e a

permanência

de todos os

alunos na

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153

tomam providencias

sobre a organização

da Educação

Especial na

Educação Básica.

Análise histórica e

dos paradigmas do

atendimento

educacional das

pessoas com

deficiência

.Esclarecimento

conceitual de

educação especial e

educação inclusiva.

Historia da

Educação Especial

e os paradigmas de

atendimento ás

pessoas com

deficiência e sua

relação com a

proposta de uma

Educação Inclusiva

Inslusão social e

educação: a

reversão do

processo de

exclusão.

Resgate histórico da

concepções de

deficiência e

Paradigmas de

atendimento ás

pessoas com

deficiência:

Institucionalização,

Serviços, suporte.

Discussão

Conceitual:

Educação Especial ,

Integração

educacional,

educação inclusiva.

Políticas de

Inclusão:

Conceito de

inclusão: social e

educacional,

Educação especial e

inclusão, Educação

Inclusiva.

Políticas Públicas

e Fundamentação

legal:

Documentos legais

vigentes, diretrizes

que norteiam a

escola: alunos

com

necessidades

educacionais

especiais –

visão histórica.

Brasília:

MEC/SEESP/S

ORRI, 2000.

BRASIL,

Constituição

Federativa do

Brasil. 1988

BRASIL.

Minsitério da

Ação Social.

Coordenadoria

Nacional para

Integração da

Pessoa

Portadora de

Deficiência.

Declaração de

Salamanca e

loinhas de ação

sobre

necessidades

educacionais

especiais.

Brasília: MAS/

CORDE, 1994

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154

prática da Educação

Especial.

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

MARI

LIA

Dpto de Ed.

Especial

30 h/ 4º

ano

Fundamentos

da Educação

Especial

Esta disciplina

conceitua os

diferentes tipos de

deficiência e aborda

os principais

norteadores da

Educação Especial,

examinando

diferentes

modalidades de

atendimento

educacional

destinadas a

deficientes

Objetivos Gerais;

Identificar

diferentes

concepções de

deficiências as

classificações

utilizadas e as

diferentes

modalidades de

atendimento e suas

implicações na

atuação em

Educação Especial.

Objetivos

específicos:

Relacionar a

concepção de

deficiências do

professor e sua

atuação.

Distinguir as

diferentes

terminologias

utilizadas em

Educação Especial.

Reconhecer as

diferentes

categorias utilizadas

Conceituação de

deficiência e suas

implicações

educacionais;

Diferentes

necessidades

especiais:

Deficiência física:

não sensoriais,

sensoriais –

deficiência auditiva,

deficiência visual

Deficiência mental,

Múltiplas

deficiências,

Distúrbios de

aprendizagem,

superdotados;

Breve histórico

sobre a Educação

Especial - Brasil –

São Paulo

Diretrizes de

Educação Especial

– conhecimento e

analise;

Alternativas de

atendimento ás

Participação em

aulas, trabalho

final com

pesquisa de

campo, provas

escritas e

mensais,

apresentação de

trabalhos

escritos.

BRASIL. Lei

9394/96, 20 de

dez. 1996.

Estabelece as

diretrizes e

bases da

educação

Nacional.

Diário Oficial

da união.

Brasília, nº

248, 23

dez.1996.

BRASIL.Decre

to 3298/99, 20

dez.1999.

Regulamenta a

Lei nº 7853, 24

dez. 1989,

dispõe sobre a

Política

nacional para

integração da

Pessoa

Portadora de

deficiência,

consolida as

normas de

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155

para classificação

das necessidades

especiais

Distinguir

diferentes tipos da

organização de

serviços

educacionais em

Educação Especial.

Conhecer legislação

vigente sobre

Educação Especial

no estado de São

Paulo.

Necessidades

Educacionais

Especiais; O papel

do professor de

Educação Especial

no ensino inclusivo.

proteção, e dá

outras

providencias.

Diário oficial

da União.

Brasília, nº

243, seção I,

1999.

FERREIRA, J.

R. A exclusão

da diferença.

São Paulo: Ed.

da UNIMEP,

1993.

JANUZZI, G.

a luta pela

educação do

deficiente no

Brasil. São

Paulo: Cortez,

1985.

MAZZOTA.

M. J. da.

Fundamentos

de Educação

Especial. SP:

Pioneira, 1982.

Local Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

Dpt de

Educação

Especial

45h/

3ºano

Língua

Brasileira de

Sinais

A disciplina propõe

a iniciar estudos

sobre a Língua

Brasileira de Sinais,

bem como a

Propiciar aos alunos

conhecimentos

teóricos e práticos

básicos para

estabelecer

A lei 10436 de

2002

Resgate histórico da

educação dos surdos

e da língua de

A avaliação será

continua. Todas

as atividades

desenvolvidas

pelos alunos

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156

aquisição do seu

vocabulário básico,

oferecendo

ferramentas para o

futuro professor

estabelecer

comunicação com

alunos surdos

usuários da língua de

sinais, contribuindo

para o seu processo

de ensino e de

aprendizagem. Trata

assim de preparar o

professor para atuar

numa perspectiva de

educação inclusiva.

comunicação com

individuo surdo,

através da produção

de sinais.

sinais;

O papel da Libras

na formação da

identidade do surdo

na sociedade

inclusiva;

Estrutura lingüística

da libras;

Variação lingüística

– dialetos;

Iconicidade e

arbitrariedade;

Aspectos

estruturais;

Estrutura sintática

e formação de

palavras; Sistema de

transição e notação

da Libras;

Discussão sobre

Políticas atuais na

legalização da

Libras;

Sensibilização:

dificuldades do

surdo na

comunicação da

Libras no dia a dia

com os ouvintes;

Postura para

comunicação em

Libras

Alfabeto

datilológico;

receberão

avaliação, prova

final

envolvendo o

conteúdo do

curso.

Page 158: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

157

Sinalizando a

comunicação em

Libras nos

contextos:

Nomes, sinais

pessoais,

cumprimentos,

línguas, profissões,

indicativos,

calendário, tempo,

materiais escolares,

cores, frutas,

lugares, famílias e

verbos.

Local

Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

UNIV

ESP

Semi-

presencial

60 h Língua de

Sinais

Análise e

conhecimento da

LIBRAS.Característi

ca

Físicas e da

aprendizagem de

Pessoas com Surdez.

Compreensão das

mudanças

necessárias no

ambiente

educacional para

favorecer a Inclusão,

Proposta bilíngüe.

Prática de LIBRAS

e desenvolvimento

da expressão visual-

Estudar a LIBRAS

e suas

características

básicas;

Analisar a

importância da

Inclusão de pessoas

com surdez na rede

regular de ensino;

Estudar o Decreto

Presidencial Nº

5626/05 que

regulamenta a Lei

nº 10.436/02 que

dispõem sobre

LIBRAS como

disciplina curricular

Conceituação da

surdez: visão clinica

patológica e sócio-

antropológica;

Conhecimento

sobre a legislação

que assegure a

educação da Pessoa

com surdez

Característica do

desenvolvimento da

Pessoa com Surdez

O papel da Libras

na formação da

identidade do surdo

na sociedade

inclusiva;

O aluno será

avaliado por

meio de:

Avaliações

presenciais

escritas;

De teses escritos

online

disponibilizados

na plataforma

WEB, sobre os

assuntos em

pauta no

transcorrer da

disciplina;

Atividades de

estudos

DAMASIO,

Mirlene

Ferreira

Macedo.

Arendiemento

educacional

especializado:

Pessoa com

surdez. In:

Formação

Continuada a

distancia de

professores

para o

Atendimento

Educacional

Especializado.

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158

espacial obrigatória em

todos os cursos de

licenciatura, em

nível médio e

superior, visando á

formação de

professores para o

exercício do

magistério[...];

Identificar a

diversidade

lingüística e

cultural dos alunos

e estudar a proposta

bilíngüe;

Analisar o contexto

de inclusão de

pessoas com surdez

visando construir

Introdução a

estrutura lingüística

da Libras;

Compreensão sobre

o Oralismo,

Bilingüismo e

comunicação Total;

Pratica de Libras.

Leitura, analises e

discussão de textos

teóricos;

Realização de

pesquisas junto ás

informações de

ensino para que os

alunos tenham

contato com a

realidade e possam

preparar-se para o

trabalho

pedagógico;

Prática da Libras.

desenvolvidas

em Portifólio

WEB.

Acesso e

participação em

fórum de

discussão

temática;

Acesso e

participação em

CHAT para

duvidas e ou

esclarecimentos

sobre os

conteúdos e/ou

atividades de

formação e

Atividades

complementares

de estudos a

serem

apresentadas no

portifólio

individual web

desenvolvidos a

partir da

programação

televisiva

desenvolvida

para esse fim.

A avaliação será

contínua,

diagnóstica e

formativa

Brasília:

SEESP/SEED/

MEC, 2007.

Decreto 5626

de 22 de

dezembro de

2005. Brasília:

MEC, 1998.

Língua

Brasileira de

Sinais.

Brasileira:

SEESP/MEC,

1998,

QUADROS,

Ronice Mulher

de. Língua de

Sianis

brasileira:

estudos

lingüísticos.

Porto Alegre:

Artmed, 2004.

SACKS,

Oliver W.

Vendo Vozes:

Uma viagem

ao mundo dos

surdos. São

Paulo:

Companhia da

letras, 1998.

SKLIAR ,

Carlos . a

Page 160: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

159

considerando:

A freqüência e a

participação dos

alunos nos

diferentes

atividades de

ensino e

trabalhos

propostos, via

análise de

ferramentas da

plataforma de

aprendizagem

virtual;

Organização e

desenvolviment

o de seminários

e trabalhos em

grupo;

- Compreensã

o e domínio

do conteúdo

trabalhado;

Leitura, síntese

e discussão dos

textos

solicitados;

Avaliação do

comprometimen

to do aluno nas

diversas

atividades da

disciplina;

Avaliação

surdez: uma

olhar sobre as

duferenças.

Porto Alegre:

Mediação,

1998.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

DAMÁZIO,

Mirlene

Ferreira

Macedo.

Educação

Escolar de

Pessoa com

Surdez: uma

proposta

inclusiva.

Campinas:

Universidade

Estadual de

Campinas,

2005. 117 p.

Tese de

Doutorado.

POKER,

Rosimar

Page 161: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

160

contínua e final

da disciplina.

O rendimento

do aluno deverá

expressar o

cumprimento do

mínimo de

freqüência

exigido no curso

e o

aproveitamento

não inferior a

5,0 (cinco) em

cada atividade

proposta

Bortolini.

Troca

simbólica e

desenvolviment

o cognitivo em

crianças

surdas: uma

proposta de

intervenção

educacional.

UNESP, 2001.

363p. Tese de

Doutorado.

QUADROS,

Ronice Müller

de. O Tradutor

e Intérprete de

Língua

Brasileira de

Sinais e Língua

Portuguesa.

Brasília:

MEC/SEESP,

2001.

Revista

Brasileira de

Educação

Especial.

Marília/São

Carlos.

Revista

Page 162: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

161

Inclusão.

MEC/Brasília.

SASSAKI,

R.K. Inclusão

– construindo

uma sociedade

para todos. Rio

de Janeiro:

WVA, 1997.

SCHLÜNZEN,

E.T.M.

Mudanças nas

práticas

pedagógicas

do professor:

criando um

ambiente

construcionista

contextualizad

o e

significativo

para crianças

com

necessidades

especiais

físicas. São

Paulo: Tese de

Doutorado,

PUC/SP, 2000

Local

Pedagogia

(licenciatura

Carga

horária

Disciplina Ementa Objetivos Conteúdo

programático

Avaliação Bibliografia

Básica

Presid 75 horas Discutir o papel História da Os alunos serão ALMEIDA,

Page 163: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

162

ente

Prude

nte

(20 a

distância

e 55

presenci

ais

do educador no

processo ensino

e aprendizagem

dos alunos na

sociedade da

informação ou

do

conhecimento,

articulando o

uso das TIC

para um novo

fazer

pedagógico;

Refletir sobre a

necessidade de

mudança no

ambiente

escolar, na

grade curricular

e no

desenvolviment

o das atividades

do educador

para que haja

um respeito as

diferenças e

uma educação

de qualidade

para todos;

Instigar o

educador a

perceber que a

Informática

Aplicada a

Educação;

As Tecnologias da

Informação e

Comunicação no

processo ensino e

aprendizagem:

Abordagem

instrucionista;

Abordagem

construcionista.

Softwares

educacionais:

Exploração, análise

de softwares;

A Internet como

recurso pedagógico.

O papel do

professor frente as

novas tecnologias,

procurando

propiciar a inclusão

escolar;

O computador no

contexto escolar e

mudanças de

avaliados a cada

encontro,

construindo-se

um portfólio

individual e do

grupo, de

acordo com os

seguintes

critérios:

a freqüência e

participação em

sala e no TelEdu

(forum) nas

aulas durante as

reflexões.;

entrega e

postagem do

material

proveniente das

atividades

sugeridas;

elaboração,

apresentação

oral e postagem

(escrita) de uma

proposta de um

projeto de

trabalho com o

uso da

tecnologia no

atendimento

educacional

inclusivo; o

M.E.

Educação,

Projetos,

Tecnologia e

Conhecimento.

São Paulo:

Proem, 2001.

MANTOAN,

M.T.E. (Org.)

Pensando e

fazendo

educação de

qualidade. São

Paulo:

UNICAMP

/NIED, 2000.

PELLANDA,

N.M.C.;

SCHLÜNZEN,

E.T.M.;

SCHLÜNZEN,

K.Jr. (org).

Inclusão

Digital:

Tecendo Redes

Afetivas/Cogni

tivas. Rio de

Janeiro:

DP&A, 2005.

SCHLÜNZEN,

E.T.M.

Page 164: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

163

melhor

estratégia para a

nova prática

pedagógica é o

desenvolviment

o de projetos;

Examinar,

refletir e

discutir sobre o

uso das TIC no

processo ensino

e aprendizagem;

Possibilitar

vivência e

reflexão sobre a

escolha, análise

e uso de

softwares e da

internet na

Educação

paradigma,

procurando um

reconstrução para

uma escola

inclusiva, por meio

de um novo fazer

pedagógico;

A mediação

pedagógica e o uso

da tecnologia:

Trabalho com

Projetos;

O papel e a postura

do professor e do

aluno em ambientes

enriquecidos pela

tecnologia.

desenvolviment

o e aplicação do

projeto

realizado no

decorrer do

curso; a auto-

avaliação de

cada educado,

constando de

uma síntese

crítica de seu

crescimento

pessoal e

profissional na

disciplina

ministrada

(memorial

reflexivo);

Que serão

fundamentais

para a um

processo

avaliativo

formativo da

disciplina

Mudanças nas

práticas

pedagógicas

do professor:

criando um

ambiente

construcionista

contextualizad

o e

significativo

para crianças

com

necessidades

especiais

físicas. São

Paulo: Tese de

Doutorado,

PUC/SP, 2000.

Hernandez, F.

& Ventura, M.

(1998). A

organização do

currículo por

projetos de

trabalho: O

conhecimento

é um

caleidoscópio.

5ª Edição,

Porto Alegre:

Editora Artes

Médicas.

Page 165: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

164

Perrenoud, P.

(1999).

Avaliação: Da

excelência à

regulação das

aprendizagens.

Entre duas

lógicas. Porto

Alegre: Editora

Artes Médicas.

Moraes, M. C.

(2002).

Educação a

Distância:

Fundamentos e

práticas.

Campinas:

Unicamp/Nied.

Page 166: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

165

Quadro para análise dos cursos que contemplam a disciplina de libras.

Local:

Araraquara

Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Tópicos que

caracterizam as unidades

dos programas de

ensino:

Desvio e estigma:

contribuições á

conceituação de

deficiências.

A educação na

sociedade moderna e no

Brasil: marcos históricos

e políticas públicas .

A inclusão.

Necessidades especiais e

necessidades

educacionais especiais:

noções sobre etiologia,

prevenção e modalidade

de recursos

2. Sensibilizar o aluno quanto aos

processos de construção social da

deficiência e quanto ao papel do

educador como agente do processo da

inclusão e uma nova ética frente ao

portador de necessidades educacionais

especiais e ás minorias em geral;

3. Introduzir o estudo das necessidades

especiais e necessidades educacionais

especiais.

69 h

2º ano

Educação

Especial

Local: Bauru Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Estudos para uma

reflexão critica sobre as

Políticas Publicas

referente a diversidade

do alunado com NEE;

Estudo sobre

Tecnologias Assistivas e

a relação com mediação

pedagógica e a

1. Analisar as questões conceituais

(filosófico-ético-políticas) relativas ao

processo de inclusão educacional;

2. Propor alternativas pedagógicas

(programa e ações) para o atendimento

educacional de alunos com

necessidades especiais em sala de

aula;

3. Debater pressupostos teóricos e

68h 4º ano Educação

inclusiva

Page 167: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

166

utilização de seu uso

especifico na rea da

educação especial. A

educação inclusiva e a

ação educativa: suportes

necessários e estratégias

de intervenção para salas

de aula inclusivas. As

atividades didáticas

serão realizadas

interdisciplinarmente

com os demais Eixos e

com a Pratica

Pedagógica, eixo

articulador do curso.

praticas que envolvam a construção de

uma educação inclusiva.

Local: Marília

A

Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina - 1

A diversidade como

patrimônio da

humanidade. A

diversidade e o

enfrentamento das

demandas do meio e da

vida moderna. A

natureza das diferenças:

diferenças devidas á

variabilidade intrínseca

da espécie humana,

diferenças devidas ás

variações nas condições

etno-culturais e sociais,

e diferenças devidas á

patologias. A construção

1. Compreender a diversidade como

fenômeno natural e socialmente

construído;

2. Compreender a origem e historicidade

das diferenças no mundo

contemporâneo;

3. Compreender as deficiências como

fenômeno sócio-cultural, sobreposto

ou não a condição médias

incapacitadoras, e analisar as

condições associadas ao seu

tratamento;

4. Compreender os modelos teóricos do

estudo das deficiências .

5. Analisar criticamente, á luz dos

conceitos adquiridos, á pratica

Depto de Ed.

Especial-

30h 1º

ano Diversidade,

Diferença e

Deficiências

Page 168: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

167

social das diferenças e

deficiências. O desvio, o

estigma e os

mecanismos de controle

social.

corrente de educação e reabilitação

dos deficientes.

B Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Análise sistemática dos

fundamentos legais e

dos princípios

filosóficos que norteiam

a proposta de uma

Educação Inclusiva.

Analise do contexto

sócio-político da

sociedade brasileira e

análise de documentos

internacionais, nacionais

e do Estado de São

Paulo que garantem a

educação como direito

inalienável de todo

pessoa, sem

discriminação de

qualquer ordem e tomam

providencias sobre a

organização da

Educação Especial na

Educação Básica.

Análise histórica e dos

paradigmas do

atendimento educacional

das pessoas com

1. Compreender os fundamentos legais

que norteiam a educação inclusiva e as

determinações legais no âmbito da

sociedade brasileira e as políticas

educacionais;

2. Analisar os principais conceitos que

envolvem a educação inclusiva:

Educação para Todos, Educação

Especial, Necessidades Educacionais

Especiais e Deficiência;

3. Compreender a Historia da Educação

Especial e os paradigmas de

atendimento ás pessoas com

deficiência e sua relação com a

proposta de uma Educação Inclusiva

Depto de Ed.

Especial-

75 h 2º

ano

Fundamentos

da educação

Inclusiva

Page 169: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

168

deficiência

.Esclarecimento

conceitual de educação

especial e educação

inclusiva.

C Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Construção social das

diferenças e dos

ambientes. Concepções

e princípios do desenho

universal. Concepção de

desenvolvimento

inclusivo.

Acessibilidade e

inclusão. Avaliação da

acessibilidade.

Adaptações nas metas,

recursos, estratégias e

avaliaçãoes.

1. Instrumentalizar o aluno a identificar,

na escola que trabalha, barreiras que

impeçam ao aluno em termos de

deslocamento, circulação,

comunicação e uso de equipamentos e

recursos.

Dpto de Ed.

Especial

45 h/ 1º

ano

Desenho

universal,

acessibilidade

e adaptações

D Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Esta disciplina

conceitua os diferentes

tipos de deficiência e

aborda os principais

norteadores da Educação

Especial, examinando

diferentes modalidades

de atendimento

educacional destinadas

a deficientes.

1. Objetivos Gerais; Identificar

diferentes concepções de deficiências

as classificações utilizadas e as

diferentes modalidades de atendimento

e suas implicações na atuação em

Educação

Especial.

Objetivos específicos:

1. Relacionar a concepção de

deficiências do professor e sua

atuação.

Dpto de

Educação

Especial

30 h/ 4º

ano

Fundamentos

da Educação

Especial

Page 170: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

169

2. Distinguir as diferentes terminologias

utilizadas em Educação Especial.

3. Reconhecer as diferentes categorias

utilizadas para classificação das

necessidades especiais

4. Distinguir diferentes tipos da

organização de serviços educacionais

em Educação Especial.

5. Conhecer legislação vigente sobre

Educação Especial no estado de São

Paulo.

E Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

A disciplina propõe a

iniciar estudos sobre a

Língua Brasileira de

Sinais, bem como a

aquisição do seu

vocabulário básico,

oferecendo ferramentas

para o futuro professor

estabelecer comunicação

com alunos surdos

usuários da língua de

sinais, contribuindo para

o seu processo de ensino

e de aprendizagem.

Trata assim de preparar

o professor para atuar

numa perspectiva de

educação inclusiva.

1. Propiciar aos alunos conhecimentos

teóricos e práticos básicos para

estabelecer comunicação com

individuo surdo, através da produção

de sinais.

Depto de

Edu. Especial

45h/ 3º LÍNGUA

BRASILEIRA

DE SINAS

Presidente

Prudente Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Page 171: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

170

Dparto de

Educação

75

horas/8T

Libras,

Tecnologia da

informação e

Comunicação

na Educação

UNIVESP - SP Ementa Objetivos Pedagogia

(licenciatura)

Carga

horária

Disciplina

Análise e conhecimento

da

LIBRAS.Característica

Físicas e da

aprendizagem de

Pessoas com Surdez.

Compreensão das

mudanças necessárias no

ambiente educacional

para favorecer a

Inclusão,

Proposta bilíngüe.

Prática de LIBRAS e

desenvolvimento da

expressão visual-

espacial.

1. Estudar a LIBRAS e suas

características básicas;

2. Analisar a importância da Inclusão de

pessoas com surdez na rede regular de

ensino;

3. Estudar o Decreto Presidencial Nº

5626/05 que regulamenta a Lei nº

10.436/02 que dispõem sobre LIBRAS

como disciplina curricular obrigatória

em todos os cursos de licenciatura, em

nível médio e superior, visando á

formação de professores para o

exercício do magistério[...];

4. Identificar a diversidade lingüística e

cultural dos alunos e estudar a

proposta bilíngüe;

5. Analisar o contexto de inclusão de

pessoas com surdez visando construir

uma proposta prática.

60 horas Língua

Brasileira de

Sinais

Page 172: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

171

Pesquisa sobre a incidência da disciplina de libras nos Campus da UNESP do Estado de São Paulo

Campus Curso Núcleo Disciplina C.H Termo Período

Presidente Prudente

Pedagogia Aprofundamento Libras, Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (Profa. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen)

75h 4º ano/ 7o. e 8o. Termo

Vespertino e noturno

Matemática

Consta como informática no ensino de matemática no projeto pedagógico

Optativa Libras, Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (Profa. Elisa

Tomoe Moriya Schlünzen)

60h 5 º termo Vespertino

Campus Curso Núcleo Disciplina C.H Termo Período

UNESP/Araraquara Pedagogia Aprofundamento Educação

Especial

60h 2º termo Vespertino e noturno

Aprofundamento E consta no projeto político pedagógico

Alunos com

necessidades

educacionais

especiais em

classes

regulares -

ensino

inclusivo?

60h 2º termo Vespertino e noturno

Neste curso existem um Esclarecimento sobre o eixo de Educação Especial: Considerando que o eixo de formação em Educação Especial faz parte da estrutura curricular dos alunos do curso de Pedagogia ingressantes até 2006, esclarecemos que as disciplinas do referido eixo serão oferecidas até o ano letivo de 2012,...

Letras Optativa Educação Especial e Educação

1º semestre

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172

Inclusiva

Campus Curso Núcleo Disciplina C.H Termo Período

UNESP/Assis Letras Nada consta Na estrutura curricular, PPP, Programa de Ensino

Psicologia Nada consta Nada consta Na estrutura curricular, PPP, Programa de Ensino

Campus Curso Núcleo Disciplina C.H Termo Período

UNESP/ Bauru Pedagogia optativa educação

inclusiva

68h 8º termo noturno

Psicologia Atividades articuladores

7º termo noturno

Psicologia Está na grade curricular

psicologia e inclusão

EDUCACIONAL

30h

Campus Curso Núcleo Disciplina C.H Termo Período

UNESP/Marilia Pedagogia Aprofundamentos

Grade Curricular

e PPP

Educação Especial

300h 4º ano

Page 174: JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA - fct.unesp.br · 2013 . JANE APARECIDA DE SOUZA SANTANA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS DE LIBRAS NOS CURSOS DE ... syllabus, nomenclature of the subject,

173

LEVANTAMENTO DOS PLANOS DE ENSINO DOS CAMPUS SELECIONADOS; EMENTA Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

01 Araraquara Psicologia da Educação 69 h (2º ano) Educação Especial

Desvio e estigma: contribuições á conceituação de deficiências. A educação na sociedade moderna e no Brasil: marcos históricos e políticas públicas. A inclusão. Necessidades especiais e

necessidades educacionais especiais: noções sobre etiologia, prevenção e modalidade de recursos.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

02 Bauru Educação Especial 68h (4º ano) Educação Inclusiva

Estudos para uma reflexão critica sobre as Políticas Publicas referente a diversidade do alunado com NEE; Estudo sobre Tecnologias Assistivas e a relação com mediação pedagógica e a

utilização de seu uso especifico na área da educação especial. A educação inclusiva e a ação educativa: suportes necessários e estratégias de intervenção para salas de aula inclusivas. As

atividades didáticas serão realizadas interdisciplinarmente com os demais Eixos e com a Pratica Pedagógica, eixo articulador do curso.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

03 Marília Educação Especial 75 h (2º ano) Fundamentos da educação Inclusiva

Análise sistemática dos fundamentos legais e dos princípios filosóficos que norteiam a proposta de uma Educação Inclusiva. Analise do contexto sócio-político da sociedade brasileira e análise de

documentos internacionais, nacionais e do Estado de São Paulo que garantem a educação como direito inalienável de todo pessoa, sem discriminação de qualquer ordem e tomam

providencias sobre a organização da Educação Especial na Educação Básica. Análise histórica e dos paradigmas do atendimento educacional das pessoas com deficiência. Esclarecimento

conceitual de educação especial e educação inclusiva.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

04 Marília Educação Especial 30h (1º ano) Diversidade, Diferença e Deficiências

A diversidade como patrimônio da humanidade. A diversidade e o enfrentamento das demandas do meio e da vida moderna. A natureza das diferenças: diferenças devidas á variabilidade

intrínseca da espécie humana, diferenças devidas ás variações nas condições etno-culturais e sociais, e diferenças devidas á patologias. A construção social das diferenças e deficiências. O

desvio, o estigma e os mecanismos de controle social.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

05 Marília Educação Especial 30 h (4º ano) Fundamentos da Educação Especial

Esta disciplina conceitua os diferentes tipos de deficiência e aborda os principais norteadores da Educação Especial, examinando diferentes modalidades de atendimento educacional destinadas

a deficientes.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

06 Marília Educação Especial 45h (3ºano) Língua Brasileira de Sinais

A disciplina propõe a iniciar estudos sobre a Língua Brasileira de Sinais, bem como a aquisição do seu vocabulário básico, oferecendo ferramentas para o futuro professor estabelecer

comunicação com alunos surdos usuários da língua de sinais, contribuindo para o seu processo de ensino e de aprendizagem. Trata assim de preparar o professor para atuar numa perspectiva

de educação inclusiva.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

07 UNIVESP Presidente Prudente

Semi-presencial 60 h Língua de Sinais

Análise e conhecimento da LIBRAS.Característica: Físicas e da aprendizagem de Pessoas com Surdez. Compreensão das mudanças necessárias no ambiente educacional para favorecer a

Inclusão, Proposta bilíngüe. Prática de LIBRAS e desenvolvimento da expressão visual-espacial.

Curso Cidade Departamento Carga horária Disciplina

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174

08 Presidente Prudente Educação 75 horas (20 a distância e 55 presenciais)

Libras, Tecnologia da Informação e comunicação na educação

Na disciplina será proporcionado aos alunos um espaço para que eles possam realizar uma reflexão sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), com intuito de instigar cada

um a perceber as mudanças necessárias no ambiente educacional. Além disso, oportunizar como adquirir um novo fazer pedagógico para criar um ambiente Construcionista, Contextualizado e

Significativo – CCS para que se possa trabalhar com as diferenças, visando uma educação de qualidade para todos.

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Objetivos Curso 1. Sensibilizar o aluno quanto aos processos de construção social da deficiência e quanto ao papel do educador como agente do processo da inclusão e uma nova ética frente ao

portador de necessidades educacionais especiais e ás minorias em geral; 2. Introduzir o estudo das necessidades especiais e necessidades educacionais especiais. 01

Curso Analisar as questões conceituais (filosófico-ético-políticas) relativas ao processo de inclusão educacional; Propor alternativas pedagógicas (programa e ações) para o atendimento educacional de alunos com necessidades especiais em sala de aula;Debater pressupostos teóricos e praticas que envolvam a construção de uma educação inclusiva. 02

Curso Compreender os fundamentos legais que norteiam a educação inclusiva e as determinações legais no âmbito da sociedade brasileira e as políticas educacionais; Analisar os principais conceitos que envolvem a educação inclusiva: Educação para Todos, Educação Especial, Necessidades Educacionais Especiais e Deficiência; Compreender a Historia da Educação 03

Especial e os paradigmas de atendimento ás pessoas com deficiência e sua relação com a proposta de uma Educação Inclusiva.

Curso Compreender a diversidade como fenômeno natural e socialmente construído; Compreender a origem e historicidade das diferenças no mundo contemporâneo; Compreender as deficiências como fenômeno sócio-cultural, sobreposto ou não a condição médias incapacitadoras, e analisar as condições associadas ao seu tratamento; Compreender os modelos 04

teóricos do estudo das deficiências .Analisar criticamente, á luz dos conceitos adquiridos, á pratica corrente de educação e reabilitação dos deficientes.

Curso Objetivos Gerais; Identificar diferentes concepções de deficiências as classificações utilizadas e as diferentes modalidades de atendimento e suas implicações na atuação em Educação Especial. Objetivos específicos: Relacionar a concepção de deficiências do professor e sua atuação. Distinguir as diferentes terminologias utilizadas em Educação Especial. Reconhecer 05

as diferentes categorias utilizadas para classificação das necessidades especiais. Distinguir diferentes tipos da organização de serviços educacionais em Educação Especial. Conhecer legislação vigente sobre Educação Especial no estado de São Paulo.

Curso Propiciar aos alunos conhecimentos teóricos e práticos básicos para estabelecer comunicação com individuo surdo, através da produção de sinais. 06

Curso Estudar a LIBRAS e suas características básicas; Analisar a importância da Inclusão de pessoas com surdez na rede regular de ensino; Estudar o Decreto Presidencial Nº 5626/05 que regulamenta a Lei nº 10.436/02 que dispõem sobre LIBRAS como disciplina curricular obrigatória em todos os cursos de licenciatura, em nível médio e superior, visando á formação de 07

professores para o exercício do magistério[...]; Identificar a diversidade lingüística e cultural dos alunos e estudar a proposta bilíngüe; Analisar o contexto de inclusão de pessoas com surdez visando construir.

Curso Discutir o papel do educador no processo ensino e aprendizagem dos alunos na sociedade da informação ou do conhecimento, articulando o uso das TIC para um novo fazer pedagógico; Refletir sobre a necessidade de mudança no ambiente escolar, na grade curricular e no desenvolvimento das atividades do educador para que haja um respeito as diferenças e uma

08

educação de qualidade para todos; Instigar o educador a perceber que a melhor estratégia para a nova prática pedagógica é o desenvolvimento de projetos; Examinar, refletir e discutir sobre o uso das TIC no processo ensino e aprendizagem; Possibilitar vivência e reflexão sobre a escolha, análise e uso de softwares e da internet na Educação.

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Conteúdo programático Curso Fundamentos da Educação Especial: A conceituação de deficiência. Os conceitos de estigma e desvio e sua relação com a educação especial; A Educação Especial no Brasil: marcos

históricos e políticas públicas; A inclusão. As Necessidades Especiais e as Necessidades Educacionais Especiais: O portador de deficiência mental; O portador de deficiência sensorial; 01

O portador de deficiência física; O portador de deficiências múltiplas; Altas habilidades; Condutas típicas; A crianças com dificuldades emocionais. Condutas típicas; A crianças com dificuldades emocionais Tópicos de pesquisa e atuação em Educação Especial: Educação, profissionalização e o emprego do portador de necessidades educacionais especiais; A informática aplicada à Educação Especial; Arte-educação aplicada à Educação Especial.

Curso Aspectos históricos e conceituais do processo de inclusão; Caracterização dos diversos tipos de deficiência, altas habilidades e condutas típicas; Políticas de Atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais; Concepções de currículo considerando a diversidade do alunado com NEE na escola; Educação inclusiva e a ação educativa: suportes necessários

02

e estratégias de intervenção.

Curso Princípios que norteiam a participação do homem comunidade: O principio da igualdade e da diferença, o contexto social da diversidade humana; O contexto sócio-político da sociedade brasileira e os grupos minoritários: Direitos Humanos no Brasil, Processos Sociais de Exclusão; Inslusão social e educação: a reversão do processo de exclusão. Resgate histórico da 03

concepções de deficiência e Paradigmas de atendimento ás pessoas com deficiência: Institucionalização, Serviços, suporte. Discussão Conceitual: Educação Especial, Integração educacional, educação inclusiva. Políticas de Inclusão: Conceito de inclusão: social e educacional, Educação especial e inclusão, Educação Inclusiva. Políticas Públicas e Fundamentação legal: Documentos legais vigentes, diretrizes que norteiam a prática da Educação Especial.

Curso Diversidade; Diversidade como patrimônio natural da humanidade; O dilema da diversidade: individuais x coletivo. Diferenças individuais, grupais, culturais e étnicas. Reações ás diferenças; Tratamento das diferenças na história da humanidade. Deficiências: Conceito de deficiências; Área, irensidade e extensão de comprometimentos. O lugar das diferenças, 04

patologia, desvios e estigmas; A deficiência como fenômeno socialmente construído; A construção da identidade social do deficiente; Os mecanismos institucionais de exclusão do deficiente; Estigma e controle social. A importância de dos modelos teóricos de estudo das deficiências; O modelo centrado no deficiente; O modelo centrado no meio, O modelo interacionista.

Curso Conceituação de deficiência e suas implicações educacionais; Diferentes necessidades especiais: Deficiência física: não sensoriais, sensoriais – deficiência auditiva, deficiência visual, Deficiência mental, Múltiplas deficiências, Distúrbios de aprendizagem, superdotados; Breve histórico sobre a Educação Especial - Brasil – São Paulo, Diretrizes de Educação Especial – 05

conhecimento e analise; Alternativas de atendimento ás Necessidades Educacionais Especiais; O papel do professor de Educação Especial no ensino inclusivo.

Curso A lei 10436 de 2002. Resgate histórico da educação dos surdos e da língua de sinais; O papel da Libras na formação da identidade do surdo na sociedade inclusiva; Estrutura lingüística da libras; Variação lingüística – dialetos; Iconicidade e arbitrariedade; Aspectos estruturais; Estrutura sintática e formação de palavras; Sistema de transição e notação da Libras; 06

Discussão sobre Políticas atuais na legalização da Libras; Sensibilização: dificuldades do surdo na comunicação da Libras no dia a dia com os ouvintes; Postura para comunicação em Libras; Alfabeto datilológico; Sinalizando a comunicação em Libras nos contextos: Nomes, sinais pessoais, cumprimentos, línguas, profissões, indicativos, calendário, tempo, materiais escolares, cores, frutas, lugares, famílias e verbos.

Curso Conceituação da surdez: visão clinica patológica e sócio-antropológica; Conhecimento sobre a legislação que assegure a educação da Pessoa com surdez . Característica do desenvolvimento da Pessoa com Surdez; O papel da Libras na formação da identidade do surdo na sociedade inclusiva; Introdução a estrutura lingüística da Libras; Compreensão sobre 07

o Oralismo, Bilingüismo e comunicação Total; Pratica de Libras. Leitura, analises e discussão de textos teóricos; Realização de pesquisas junto ás informações de ensino para que os alunos tenham contato com a realidade e possam preparar-se para o trabalho pedagógico; Prática da Libras.

Curso História da Informática Aplicada a Educação; As Tecnologias da Informação e Comunicação no processo ensino e aprendizagem: Abordagem instrucionista; Softwares educacionais: Abordagem construcionista. Exploração, análise de softwares; A Internet como recurso pedagógico. O papel do professor frente as novas tecnologias, procurando propiciar a inclusão 08

escolar; O papel do professor frente as novas tecnologias, procurando propiciar a inclusão escolar; A mediação pedagógica e o uso da tecnologia: Trabalho com Projetos; O papel e a postura do professor e do aluno em ambientes enriquecidos pela tecnologia.

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Avaliação Curso A avaliação do desempenho do aluno será contínua e cumulativa, e a nota final obtida através da soma dos seguintes itens: avaliação individual por escrito (0-5)ao final do semestre;

avaliações parciais de 01

Curso Provas escritas; Relatórios individuais sobre os temas estudados; Relatórios grupais sobre os temas 02

Curso Avaliação teórica, Análise dos documentos, Participação nas aulas. 03

Curso Participação nas aulas. Avaliação escrita 04

Curso Participação em aulas, trabalho final com pesquisa de campo, provas escritas e mensais, apresentação de trabalhos escritos. 05

Curso A avaliação será continua. Todas as atividades desenvolvidas pelos alunos receberão avaliação, prova final envolvendo o conteúdo do curso. 06

Curso O aluno será avaliado por meio de: Avaliações presenciais escritas;De teses escritos online disponibilizados na plataforma WEB, sobre os assuntos em pauta no transcorrer da disciplina;Atividades de estudos desenvolvidas em Portifólio WEB. Acesso e participação em fórum de discussão temática; Acesso e participação em CHAT para duvidas e ou 07

esclarecimentos sobre os conteúdos e/ou atividades de formação e Atividades complementares de estudos a serem apresentadas no portifólio individual web desenvolvidos a partir da programação televisiva desenvolvida para esse fim. A avaliação será contínua, diagnóstica e formativa considerando: A freqüência e a participação dos alunos nos diferentes atividades de ensino e trabalhos propostos, via análise de ferramentas da plataforma de aprendizagem virtual; Organização e desenvolvimento de seminários e trabalhos em grupo; Compreensão e domínio do conteúdo trabalhado; Leitura, síntese e discussão dos textos solicitados; Avaliação do comprometimento do aluno nas diversas atividades da disciplina; Avaliação contínua e final da disciplina. O rendimento do aluno deverá expressar o cumprimento do mínimo de freqüência exigido no curso e o aproveitamento não inferior a 5,0 (cinco) em cada atividade proposta

Curso Os alunos serão avaliados a cada encontro, construindo-se um portfólio individual e do grupo, de acordo com os seguintes critérios: a freqüência e participação em sala e no TelEdu

(forum) nas aulas durante as reflexões.; entrega e postagem do material proveniente das atividades sugeridas; elaboração, apresentação oral e postagem (escrita) de uma proposta de 08

um projeto de trabalho com o uso da tecnologia no atendimento educacional inclusivo; o desenvolvimento e aplicação do projeto realizado no decorrer do curso; a auto-avaliação de cada educado, constando de uma síntese crítica de seu crescimento pessoal e profissional na disciplina ministrada (memorial reflexivo); Que serão fundamentais para a um processo avaliativo formativo da disciplina

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Bibliografia Básica Curso BECKER, H. Uma teoria da ação coletiva. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. (Necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar, 3). 01

Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: Corde

FERREIRA, J. R. A exclusão da diferença. Piracicaba: Unimep, 1993.

FONSECA, V. Educação Especial. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MAZZOTA, M. J. S. Fundamentos de educação especial. São Paulo: Pioneira, 1973.

MANTOAN, M. T. E. e col. A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1977.

MANZINI, E. J.; BRANCATTI, P. R. Educação especial e estigma: corporeidade, sexualidade e expressão artística. Marília: UNESP, 1999.

OMOTE, S. Perspectivas para conceituação de deficiências. Revista brasileira de educação especial, 2(1), p.127-36, 1996.

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: Decreto 3298. Brasília, 1999.

SOIFER, R. Psiquiatria infantil operativa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

Curso BAPTISTA, Claudia. Diálogo e concentração na ação educativa: algumas reflexões sobre uma pedagogia das diferenças. Projeto – Revista de Educação. Porto Alegre, v.5, n.7, p. 25-34,

2003. 02

BRASIL, Lei nº 9394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.

COLL, C.P; PALÁCIOS, J; e MARCHESI, P.Tendências futuras na Educação inclusiva. In: STOBAUS C.D.; MOSQUERA, J.J.M. Educação Especial: em direção á escola inclusiva. Porto Alegre: EDIPUCRS. 2003.

Curso ARANHA, M. S. F. Garantindo o acesso e a permanência de todos os alunos na escola: alunos com necessidades educacionais especiais – visão histórica. Brasília: MEC/SEESP/SORRI,

2000. 03

ARANHA, M.S. F. Inclusão Social e Municipalização. In: Manzini, E.J. Educação especial: temas atuais. Marília: UNESP: Marília Publicações , 2000.

BRASIL, Constituição Federativa do Brasil. 1988.

BRASIL. Minsitério da Ação Social. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Declaração de Salamanca e loinhas de ação sobre necessidades educacionais especiais. Brasília: MAS/ CORDE, 1994.

Curso AMARAL, L. Conhecendo a deficiência. São Paulo: Rode editorial, 1995.

AQUINO, J. Diferença e Preconceito na escola. São Paulo: Summus Editorial, 1198. 04

BECKER, H. Uma teoria da ação coletiva. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.

GOFFMAN, E. Estigma. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.

Omote, S. Estigma. UNESP Marília Publicações/CAPES, 1999.

Curso BRASIL. Lei 9394/96, 20 de dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação Nacional. Diário Oficial da união. Brasília, nº 248, 23 dez.1996.

BRASIL.Decreto 3298/99, 20 dez.1999. Regulamenta a Lei nº 7853, 24 dez. 1989, dispõe sobre a Política nacional para integração da Pessoa Portadora de deficiência, consolida as 05

normas de proteção, e dá outras providencias. Diário oficial da União. Brasília, nº 243, seção I, 1999.

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FERREIRA, J. R. A exclusão da diferença. São Paulo: Ed. da UNIMEP, 1993.

JANUZZI, G. a luta pela educação do deficiente no Brasil. São Paulo: Cortez, 1985.

MAZZOTA. M. J. da. Fundamentos de Educação Especial. SP: Pioneira, 1982.

Curso BRITO, L.F. Integração & Social: Educação de Surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993.

CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL. W.D. MACEDO, E.C. (org) Manual ilustrado de sinais e sistema de comunicação em Rede de para surdos. São Paulo: Instituto de Psicologia, USP- 1998. 06

FERNANDES, E. Problemas linguisticos e cognitivos dos surdos. Rio de Janeiro: AGIR,1990.

FERNABDES, S.F. Surdez e Linguagens: é possivel um dialogo entre as diferenças? Curitiba, 1998.

Dissertação de Mestrado (Un iversidade Federal do Paraná).MOURA, M.C; LORDI, A.C. B;M.C. da C. Lìngua de Sinais e Educação do Surdo.São Paulo: Tec Art, !993. 136 (série de

neuropsicologia;v.3).

QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre. artes Médicas, 1997.

SOUZA, R. M. Que palavra que mefalta? O que o surdo e sua linguagem de sinias têm a dizer á linguistiva e á Educação.Campinas, SP, 1996.

SOARES, M. A. Educação do surdo no Brasil. Bragança Paulista, SP, Ed. EDUSF: Autores Associados, 1999.

GÓES, M. C. Linguagem, Educação e Surdez. Ed. ed, Campinas, SP: Autores Associados, 1999.

SKLIAR, C. (Org). Atualidades na Educação na educação Bilingue para Surdos. Carlos Skliar, Porto Alegre: Mediação, v. 1 e 2, 1999.

_______________. A surdez. Um olhar sobre a diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.

SÀNCHES, C.M. G. Vida para surdos. Revista Nova Esola, Set.1993.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, Secretria dos Direitos da Cidadania, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE. Proposta ed Alteração do Projeto de lei no 131 do governo federal, Brasilia, 1996.

Curso DAMASIO, Mirlene Ferreira Macedo. Arendiemento educacional especializado: Pessoa com surdez. In: Formação Continuada a distancia de professores para o Atendimento

Educacional Especializado. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007. 07

Decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. Brasília: MEC, 1998.

Língua Brasileira de Sinais. Brasileira: SEESP/MEC, 1998.

QUADROS, Ronice Mulher de. Língua de Sianis brasileira: estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SACKS, Oliver W. Vendo Vozes:Uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia da letras, 1998.

SKLIAR , Carlos . a surdez: uma olhar sobre as duferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar de Pessoa com Surdez: uma proposta inclusiva. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de Doutorado.

POKER, Rosimar Bortolini. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. UNESP, 2001. 363p. Tese de Doutorado.

QUADROS, Ronice Müller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEESP, 2001.

Revista Brasileira de Educação Especial. Marília/São Carlos.

Revista Inclusão. MEC/Brasília.

SASSAKI, R.K. Inclusão – construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas. São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000.

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Curso ALMEIDA, M.E. Educação, Projetos, Tecnologia e Conhecimento. São Paulo: Proem, 2001. MANTOAN, M.T.E. (Org.) Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo:

UNICAMP /NIED, 2000. 08

PELLANDA, N.M.C.; SCHLÜNZEN, E.T.M.; SCHLÜNZEN, K.Jr. (org). Inclusão Digital: Tecendo Redes Afetivas/Cognitivas. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas.

São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000.

Hernandez, F. & Ventura, M. (1998). A organização do currículo por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. 5ª Edição, Porto Alegre: Editora Artes Médicas.

Perrenoud, P. (1999). Avaliação: Da excelência à regulação das aprendizagens. Entre duas lógicas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas.

Moraes, M. C. (2002). Educação a Distância: Fundamentos e práticas. Campinas: Unicamp/Nied.

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LIBRAS, TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Carga horária 75 horas (20 a distância e 55 presenciais)

Período – vespertino – noturno

15 encontros presenciais

OBJETIVOS (ao término da disciplina o aluno deverá ser capaz de):

Discutir o papel do educador no processo ensino e aprendizagem dos alunos na sociedade da informação ou do conhecimento, articulando o uso das TIC para um novo fazer pedagógico; Refletir sobre a necessidade de mudança no ambiente escolar, na grade curricular e no desenvolvimento das atividades do educador para que haja um respeito as diferenças e uma educação de qualidade para todos; Instigar o educador a perceber que a melhor estratégia para a nova prática pedagógica é o desenvolvimento de projetos; Examinar, refletir e discutir sobre o uso das TIC no processo ensino e aprendizagem; Possibilitar vivência e reflexão sobre a escolha, análise e uso de softwares e da internet na Educação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO História da Informática Aplicada a Educação; As Tecnologias da Informação e Comunicação no processo ensino e aprendizagem: Abordagem instrucionista;

Abordagem construcionista.

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Softwares educacionais:

Exploração, análise de softwares; A Internet como recurso pedagógico. O papel do professor frente as novas tecnologias, procurando propiciar a inclusão escolar; O computador no contexto escolar e mudanças de paradigma, procurando uma reconstrução para uma escola inclusiva, por meio de um novo fazer pedagógico; A mediação pedagógica e o uso da tecnologia:

Trabalho com Projetos; O papel e a postura do professor e do aluno em ambientes enriquecidos pela tecnologia.

AVALIAÇÃO Os alunos serão avaliados a cada encontro, construindo-se um portfólio individual e do grupo, de acordo com os seguintes critérios:

a freqüência e participação em sala e no TelEdu (forum) nas aulas durante as reflexões.;

entrega e postagem do material proveniente das atividades sugeridas;

elaboração, apresentação oral e postagem (escrita) de uma proposta de um projeto de trabalho com o uso da tecnologia no atendimento educacional inclusivo;

o desenvolvimento e aplicação do projeto realizado no decorrer do curso;

a auto-avaliação de cada educado, constando de uma síntese crítica de seu crescimento pessoal e profissional na disciplina ministrada (memorial reflexivo);

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Que serão fundamentais para a um processo avaliativo formativo da disciplina.

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO (colocar peso)

Planilha de acompanhamento.

Ambientes TelEduc Google e googledoc Objetos Educacionais (BIOE e Portal do Professor)

MATERIAIS

Softwares educativos

Objetos de Aprendizagem

Objetos de Aprendizagem de Libras

Vídeos de Informática na Educação

Vídeos de Libras

Livros (leituras e xerox)

Apostilas

Filmes

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, M.E. Educação, Projetos, Tecnologia e Conhecimento. São Paulo: Proem, 2001.

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MANTOAN, M.T.E. (Org.) Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo: UNICAMP /NIED, 2000. PELLANDA, N.M.C.; SCHLÜNZEN, E.T.M.; SCHLÜNZEN, K.Jr. (org). Inclusão Digital: Tecendo Redes Afetivas/Cognitivas. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas. São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000. Hernandez, F. & Ventura, M. (1998). A organização do currículo por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. 5ª Edição, Porto Alegre: Editora Artes Médicas. Perrenoud, P. (1999). Avaliação: Da excelência à regulação das aprendizagens. Entre duas lógicas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas. Moraes, M. C. (2002). Educação a Distância: Fundamentos e práticas. Campinas: Unicamp/Nied.

LÉVY, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.

Valente, J.A. A Espiral da Aprendizagem e as Tecnologias da Informação e Comunicação: Repensando Conceitos. In Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly (Org.) A Tecnologia no Ensino: Implicações para a Aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

CONVIDADOS

Alunos surdos Professores de Libras

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PROGRAMA DAS DISCIPLINAS

CURSO: PEDAGOGIA UNIVESP IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA: Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)

CARGA HORÁRIA PREVISTA: 60 h/a EMENTA:

Análise e conhecimento da LIBRAS. Características físicas e da aprendizagem de Pessoas com Surdez.

Compreensão das mudanças necessárias no ambiente educacional para favorecer a Inclusão. Proposta

bilíngüe. Prática de LIBRAS e desenvolvimento da expressão visual-espacial.

OBJETIVOS: 1) Estudar a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e suas características básicas; 2) Analisar a importância da Inclusão de pessoas com surdez na rede regular de ensino; 3) Estudar o Decreto Presidencial N

o 5626/05 que regulamenta a Lei N

o 10.436/02 que dispõem

sobre LIBRAS como disciplina curricular obrigatória em todos os cursos de licenciatura, em nível médio e superior, visando à formação de professores para o exercício do magistério [...];

4) Identificar a diversidade lingüística e cultural dos alunos e estudar a proposta bilíngüe;

5) Analisar o contexto de inclusão de pessoas com surdez visando construir uma proposta prática (Projeto).

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Conceituação da surdez: visão clínica patológica e sócio-antropológica; 2. Conhecimento sobre a legislação que assegura a educação da Pessoa com Surdez; 3. Características do desenvolvimento da Pessoa com Surdez; 3. O papel da LIBRAS na formação da identidade do surdo na sociedade inclusiva;

4. Introdução a estrutura lingüística da LIBRAS; 5. Compreensão sobre o Oralismo, Bilingüismo e Comunicação Total; 6. Prática de LIBRAS (Alfabeto manual ou dactilológico, Sinal, Números, Datas, Dias da Semana, Pessoas, Cores, Matérias Escolares, Natureza, Adjetivos, Alimentação, Família, entre outros).

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METODOLOGIA O curso buscará integrar teoria e prática, a partir de: - Leituras, análises e discussão de textos teóricos; - Realização de pesquisas junto às instituições de ensino para que os alunos tenham

contato com a realidade e possam preparar-se para o trabalho pedagógico; - Prática da LIBRAS. BIBLIOGRAFIA DAMÁSIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. In; Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007. Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Brasília: MEC, 2005.

Língua Brasileira de Sinais. Brasília: SEESP/MEC, 1998. QUADROS, Ronice Muller de. Língua de sinais brasileira: estudos lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. SACKS, Oliver W. Vendo Vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. SKLIAR, Carlos. A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.

SKLIAR, Carlos(org.). Atualidade da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999. 2 v.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar de Pessoa com Surdez: uma proposta inclusiva. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de Doutorado.

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POKER, Rosimar Bortolini. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. UNESP, 2001. 363p. Tese de Doutorado. QUADROS, Ronice Müller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEESP, 2001. Revista Brasileira de Educação Especial. Marília/São Carlos. Revista Inclusão. MEC/Brasília. SASSAKI, R.K. Inclusão – construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas. São Paulo: Tese de Doutorado, PUC/SP, 2000.

AVALIAÇÃO: O aluno será avaliado por meio de: - Avaliações presenciais escritas; - de testes escritos on line disponibilizados na plataforma WEB, sobre os assuntos em pauta no transcorrer da disciplina; - atividades de estudos desenvolvidas em Portifólio WEB, - acesso e participação em fórum de discussão temática; - acesso e participação em CHAT para dúvidas e ou esclarecimentos específicos sobre os conteúdos e/ou atividades de formação e - atividades complementares de estudos a serem apresentadas no Portifólio individual WEB desenvolvidos a partir da programação televisiva desenvolvida para esse fim.

A avaliação será contínua, diagnóstica e formativa considerando: - A freqüência e a participação dos alunos nos diferentes atividades de ensino e

trabalhos propostos, via análise de ferramentas da plataforma de aprendizagem

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virtual; - Organização e desenvolvimento de seminários e trabalhos em grupo; - Compreensão e domínio do conteúdo trabalhado; - Leitura, síntese e discussão dos textos solicitados; - Avaliação do comprometimento do aluno nas diversas atividades da disciplina; - Avaliação contínua e final da disciplina. O rendimento do aluno deverá expressar o cumprimento do mínimo de freqüência exigido no curso e o aproveitamento não inferior a 5,0 (cinco) em cada atividade proposta.