projeto de tcc - nutriÇÃo -...

42
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO Ariana Santos Jane Aparecida Neves Melgaço Karen Christina Aguilar Laize Cristinne Pereira Maria de Lourdes Silva Dias AVALIAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES, MINAS GERAIS. Governador Valadares MG 2010

Upload: dinhhanh

Post on 10-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

Ariana Santos

Jane Aparecida Neves Melgaccedilo

Karen Christina Aguilar

Laize Cristinne Pereira

Maria de Lourdes Silva Dias

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS

DE ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Governador Valadares ndash MG

2010

ARIANA SANTOS

JANE APARECIDA NEVES MELGACcedilO

KAREN CHRISTINA AGUILAR

LAIZE CRISTINNE PEREIRA

MARIA DE LOURDES SILVA DIAS

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE

ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Trabalho de conclusatildeo de curso para

obtenccedilatildeo do grau bacharel em Nutriccedilatildeo

apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Orientadora Profordf Enara Cristina Silva

Gloacuteria Roberto

Governador Valadares ndash MG

2010

ARIANA SANTOS

JANE APARECIDA NEVES MELGACcedilO

KAREN CHRISTINA AGUILAR

LAIZE CRISTINNE PEREIRA

MARIA DE LOURDES SILVA DIAS

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE

ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Trabalho de conclusatildeo de curso para

obtenccedilatildeo do grau bacharel em Nutriccedilatildeo

apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares 25 de novembro de 2010

Banca Examinadora

______________________________________________

Profordf Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto (Orientadora)

______________________________________________

Nutricionista Bianca Braga Ramos

_______________________________________________

Nutricionista Dayana Viana Silva

______________________________________________

Nutricionista Paula Figueiredo Pereira

AGRADECIMENTOS

Agradecer eacute admitir que houve um minuto em que se precisou de algueacutem

Agradecemos primeiramente a Deus o criador por nos iluminar e dar forccedilas para seguirmos

em frente ldquoPorque Dele e por Ele e para Ele satildeo todas as coisas a Ele a gloacuteria eternamente

Ameacutemrdquo (Romanos 1136)

A nossa querida orientadora Professora Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto pela sua

dedicaccedilatildeo e confianccedila natildeo medindo esforccedilos para nos auxiliar

Aos Professores que nos convidaram a voar em sua sabedoria mesmo sabendo que este voar

dependeria das asas de cada um de noacutes

Aos Pais e familiares pelo carinho apoio e dedicaccedilatildeo ao oferecer oportunidades de

aprendizagem durante nossa criaccedilatildeo

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para nossa formaccedilatildeo e a realizaccedilatildeo desse

trabalho

Obrigada a todos

ldquoInstituir diretrizes para a Promoccedilatildeo da

Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes

puacuteblica e privada em acircmbito nacional favoreceraacute

o desenvolvimento de accedilotildees que promovam e

garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolarrdquo

Portaria Interministerial 1010

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

ARIANA SANTOS

JANE APARECIDA NEVES MELGACcedilO

KAREN CHRISTINA AGUILAR

LAIZE CRISTINNE PEREIRA

MARIA DE LOURDES SILVA DIAS

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE

ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Trabalho de conclusatildeo de curso para

obtenccedilatildeo do grau bacharel em Nutriccedilatildeo

apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Orientadora Profordf Enara Cristina Silva

Gloacuteria Roberto

Governador Valadares ndash MG

2010

ARIANA SANTOS

JANE APARECIDA NEVES MELGACcedilO

KAREN CHRISTINA AGUILAR

LAIZE CRISTINNE PEREIRA

MARIA DE LOURDES SILVA DIAS

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE

ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Trabalho de conclusatildeo de curso para

obtenccedilatildeo do grau bacharel em Nutriccedilatildeo

apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares 25 de novembro de 2010

Banca Examinadora

______________________________________________

Profordf Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto (Orientadora)

______________________________________________

Nutricionista Bianca Braga Ramos

_______________________________________________

Nutricionista Dayana Viana Silva

______________________________________________

Nutricionista Paula Figueiredo Pereira

AGRADECIMENTOS

Agradecer eacute admitir que houve um minuto em que se precisou de algueacutem

Agradecemos primeiramente a Deus o criador por nos iluminar e dar forccedilas para seguirmos

em frente ldquoPorque Dele e por Ele e para Ele satildeo todas as coisas a Ele a gloacuteria eternamente

Ameacutemrdquo (Romanos 1136)

A nossa querida orientadora Professora Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto pela sua

dedicaccedilatildeo e confianccedila natildeo medindo esforccedilos para nos auxiliar

Aos Professores que nos convidaram a voar em sua sabedoria mesmo sabendo que este voar

dependeria das asas de cada um de noacutes

Aos Pais e familiares pelo carinho apoio e dedicaccedilatildeo ao oferecer oportunidades de

aprendizagem durante nossa criaccedilatildeo

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para nossa formaccedilatildeo e a realizaccedilatildeo desse

trabalho

Obrigada a todos

ldquoInstituir diretrizes para a Promoccedilatildeo da

Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes

puacuteblica e privada em acircmbito nacional favoreceraacute

o desenvolvimento de accedilotildees que promovam e

garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolarrdquo

Portaria Interministerial 1010

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

ARIANA SANTOS

JANE APARECIDA NEVES MELGACcedilO

KAREN CHRISTINA AGUILAR

LAIZE CRISTINNE PEREIRA

MARIA DE LOURDES SILVA DIAS

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NAS CANTINAS DE

ESCOLAS PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MINAS

GERAIS

Trabalho de conclusatildeo de curso para

obtenccedilatildeo do grau bacharel em Nutriccedilatildeo

apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares 25 de novembro de 2010

Banca Examinadora

______________________________________________

Profordf Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto (Orientadora)

______________________________________________

Nutricionista Bianca Braga Ramos

_______________________________________________

Nutricionista Dayana Viana Silva

______________________________________________

Nutricionista Paula Figueiredo Pereira

AGRADECIMENTOS

Agradecer eacute admitir que houve um minuto em que se precisou de algueacutem

Agradecemos primeiramente a Deus o criador por nos iluminar e dar forccedilas para seguirmos

em frente ldquoPorque Dele e por Ele e para Ele satildeo todas as coisas a Ele a gloacuteria eternamente

Ameacutemrdquo (Romanos 1136)

A nossa querida orientadora Professora Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto pela sua

dedicaccedilatildeo e confianccedila natildeo medindo esforccedilos para nos auxiliar

Aos Professores que nos convidaram a voar em sua sabedoria mesmo sabendo que este voar

dependeria das asas de cada um de noacutes

Aos Pais e familiares pelo carinho apoio e dedicaccedilatildeo ao oferecer oportunidades de

aprendizagem durante nossa criaccedilatildeo

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para nossa formaccedilatildeo e a realizaccedilatildeo desse

trabalho

Obrigada a todos

ldquoInstituir diretrizes para a Promoccedilatildeo da

Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes

puacuteblica e privada em acircmbito nacional favoreceraacute

o desenvolvimento de accedilotildees que promovam e

garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolarrdquo

Portaria Interministerial 1010

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

AGRADECIMENTOS

Agradecer eacute admitir que houve um minuto em que se precisou de algueacutem

Agradecemos primeiramente a Deus o criador por nos iluminar e dar forccedilas para seguirmos

em frente ldquoPorque Dele e por Ele e para Ele satildeo todas as coisas a Ele a gloacuteria eternamente

Ameacutemrdquo (Romanos 1136)

A nossa querida orientadora Professora Enara Cristina Silva Gloacuteria Roberto pela sua

dedicaccedilatildeo e confianccedila natildeo medindo esforccedilos para nos auxiliar

Aos Professores que nos convidaram a voar em sua sabedoria mesmo sabendo que este voar

dependeria das asas de cada um de noacutes

Aos Pais e familiares pelo carinho apoio e dedicaccedilatildeo ao oferecer oportunidades de

aprendizagem durante nossa criaccedilatildeo

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para nossa formaccedilatildeo e a realizaccedilatildeo desse

trabalho

Obrigada a todos

ldquoInstituir diretrizes para a Promoccedilatildeo da

Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes

puacuteblica e privada em acircmbito nacional favoreceraacute

o desenvolvimento de accedilotildees que promovam e

garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolarrdquo

Portaria Interministerial 1010

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

ldquoInstituir diretrizes para a Promoccedilatildeo da

Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes

puacuteblica e privada em acircmbito nacional favoreceraacute

o desenvolvimento de accedilotildees que promovam e

garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolarrdquo

Portaria Interministerial 1010

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

RESUMO

Introduccedilatildeo As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem

para o aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular

o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar Neste contexto o Estado de Minas Gerais cria a Lei

nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo de alimentos nas cantinas escolares

Objetivo Verificar o cumprimento da Lei nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de

Governador Valadares-MG a quantidade de escolas que comercializam alimentos em

cantinas quais alimentos satildeo comercializados e conhecer a porcentagem de alunos que usam

o serviccedilo da cantina comercial no ambiente escolar

Metodologia Foi aplicado um questionaacuterio de observaccedilatildeo elaborado com base na legislaccedilatildeo

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas foram

contados os alunos que entravam na fila para compra de alimentos e relacionados com o

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas

Resultado e Discussatildeo Das escolas analisadas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo

de alimentos em cantinas As escolas privadas (8571) comercializam mais alimentos em

relaccedilatildeo agraves escolas puacuteblicas O principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificada pelo PNAE (Programa Nacional de

Alimentaccedilatildeo Escolar) jaacute as escolas privadas onde a comercializaccedilatildeo de cantinas eacute mais

marcante muitas vezes natildeo existem nutricionistas orientando sua alimentaccedilatildeo e as escolas

possuem cantinas muitas vezes terceirizadas que visam ao lucro e natildeo agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel Os alunos matriculados em escolas privadas (623) satildeo os que mais usam as

cantinas Do total de escolas 60 comercializam salgados assados 36 cachorro-quente e

32 patildeo de queijo As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais

vende uma variedade de alimentos e com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Conclusatildeo Ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que natildeo cumprem as legislaccedilotildees vigentes

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo assim

que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Palavras-chave Cantina escolar Alimentaccedilatildeo escolar Lei das cantinas

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

SUMMARY

Introduction Schools have been contributing for the increase in nutritional diseases due to

offering items of low nutritional value in its canteens Therefore it is necessary to promote

healthy eating habits by offering less frequently those calorie-dense foods in the school

environment In this context the state of Minas Gerais creates the law n 183722009 to

regulate the food commercialized in schools

Aim To investigate the level of adherence to the law by both public and private schools in

the county of Governador Valadares ndash MG to establish the number of schools that

commercializes food in its canteens to assess the type of food being commercialized and the

percentage of students using canteen services in the schools environment

Methodology An observation questionnaire was formulated based on the current legislation

The total numbers of students enrolled were compared against those queuing to purchase food

from the canteens to establish the percentage of students using the services of canteens in

schools

Results and discussions From all examined schools 6756 (n=25) had a canteen The

presence of a commercialized canteen in the private sector were significantly higher at

8571 compared to the public ones The main reason as to why the public schools

commercializes less food than the private sector can be justified by the fact that public schools

is supported by PNAE (National School Feeding Programme) whereas the majority of private

schools where commercialized canteens is clearly higher have no nutritionists to orientate on

a healthy diet The majority of these canteens are under sub-contracted proprietor who

envisages profit making rather than a healthy balanced diet The students enrolled in the

private schools accounts for 623 of those who uses a canteen the most 60 of the total of

schools commercializes fried snacks 36 hot dogs 32 cheese cake The private sector is by

far the educational establishment who sells the most varied type of food containing high

saturated and trans fats

Conclusion The number of schools not complying with the current legislation is still at

record high It is necessary to inspect these educational establishments together with actions

against proprietor and schools in order to guarantee the enforcement of the law

Key-word School canteen healthy diet canteen law

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO8

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA11

21 AMBIENTE ESCOLAR11

22 OBESIDADE INFANTIL12

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE13

24 LEGISLACcedilAtildeO16

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 200416

242 Portaria Interministerial 101017

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 200919

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL21

3 OBJETIVOS25

31 OBJETIVO GERAL25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS25

4 METODOLOGIA26

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO29

6 CONCLUSAtildeO33

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS34

APEcircNDICES39

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

8

1 INTRODUCcedilAtildeO

A abordagem nutricional estaacute atualmente em evidecircncia no contexto mundial Haacute uma

grande preocupaccedilatildeo com a nutriccedilatildeo adequada e com as consequumlecircncias de uma alimentaccedilatildeo

incorreta (ZANCUL 2004)

Promover uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute considerado um eixo prioritaacuterio de accedilatildeo para

promoccedilatildeo da sauacutede e neste contexto o ambiente escolar eacute apontado como espaccedilo

fundamental para a criaccedilatildeo de documentos nacionais e legislaccedilotildees (BRASIL 1999

CONSEA 2004)

A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares eacute influenciada por fatores fisioloacutegicos

psicoloacutegicos socioculturais e econocircmicos (FISBERG 2003)

As atividades mais intensas das crianccedilas se iniciam no periacuteodo escolar levando a uma

maior demanda de energia principalmente por estarem em plena fase de crescimento e

desenvolvimento o que torna a alimentaccedilatildeo de extrema importacircncia (CELES e COELHO

2003)

No Brasil atraveacutes do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar ndash PNAE todas as

crianccedilas matriculadas em escola puacuteblica tem o direito agrave Alimentaccedilatildeo Escolar cujo objetivo eacute

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a aprendizagem o

rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos alunos por meio de

accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que cubram as suas

necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo segundo a Resoluccedilatildeo nordm 38 de 16 de julho

de 2009

Poreacutem alguns alunos optam por levar alimentaccedilatildeo de casa ou utilizarem a cantina da

escola onde satildeo comercializados alimentos com elevados teores de gordura saturada accediluacutecar

livre e sal

As escolas ao oferecerem alimentos hipercaloacutericos nas cantinas contribuem para o

aumento da prevalecircncia de doenccedilas nutricionais Portanto torna-se necessaacuterio estimular o

consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequumlente daqueles de alta

densidade energeacutetica no acircmbito escolar (RINALDI et al 2008) Determinados componentes

dos alimentos industrializados como gordura vegetal hidrogenada soacutedio accediluacutecar em excesso

satildeo alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e

comorbidades associadas (CORDAIN et al 2005)

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

9

A obesidade infantil eacute um dos principais problemas de sauacutede puacuteblica considerando as

evidecircncias de que a obesidade na infacircncia pode persistir na vida adulta resultando em formas

mais severas da obesidade (MONDINI et al 2007)

Segundo Abrantes Lamounier e Colosimo (2003) a obesidade pode levar a uma baixa

auto-estima afetar o rendimento escolar os relacionamentos pessoais causar discriminaccedilatildeo

social problemas psicoloacutegicos ao longo do tempo e vaacuterias patologias

Em 2009 o Estado de Minas Gerais cria a Lei nordm 18372 proibindo em unidades

educacionais da rede puacuteblica e privada do Estado a comercializaccedilatildeo de produtos que natildeo

promovam a sauacutede dos alunos nem previnam a obesidade infantil como produtos e

preparaccedilotildees com altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal

ou com poucos nutrientes

A proibiccedilatildeo por si soacute natildeo eacute um meacutetodo eficaz principalmente quando se trata de

crianccedilas e adolescentes que sofre intensos conflitos internos associados com impaciecircncia e

irresponsabilidade natildeo lidando muito bem com proibiccedilotildees (OLIVEIRA et al 2005) Assim

a Educaccedilatildeo Nutricional deve complementar a legislaccedilatildeo considerando que esta intervenccedilatildeo

dirigida a crianccedilas pode contribuir para a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares adequados uma

vez que o comportamento na idade adulta depende do aprendizado recebido na infacircncia

(BISSOLI e LANZILLOTTI 1997) aleacutem do que tem sido uma exigecircncia da Portaria 1010

que Institui diretrizes para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de educaccedilatildeo

infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas em acircmbito nacional

(BRASIL 2006)

A educaccedilatildeo para a sauacutede deve se iniciar nas idades da preacute-escola (Educaccedilatildeo Infantil) e

escolar (Ensino Fundamental) devido a sua maior receptividade e capacidade de adoccedilatildeo de

novos haacutebitos e ainda porque as crianccedilas se tornam excelentes mensageiras e ativistas de

suas famiacutelias e comunidades (GOUVEcircA 1999)

Os haacutebitos alimentares se estabelecem na infacircncia refletindo diretamente no

crescimento e desenvolvimento comprometendo a sauacutede do indiviacuteduo quando adulto

(PEGOLO 2005)

O aparecimento de doenccedilas como obesidade infantil e crocircnicas satildeo problemas de

sauacutede puacuteblica e devem ser combatidas desde a infacircncia (ABRANTES et al 2003)

Segundo Danelon et al (2006) o ambiente escolar influencia a formaccedilatildeo da

personalidade e consequumlentemente nas suas preferecircncias alimentares

Neste contexto foi aprovada a Lei nordm 183722009 que regulamenta a comercializaccedilatildeo

de alimentos nas cantinas escolares acrescida agrave da Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004 que

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

10

dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas

do sistema de ensino aleacutem da Portaria Interministerial 1010 que traz alguns eixos prioritaacuterios

dentre os quais se destacam restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo de alimentos e preparaccedilotildees

com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo ao consumo

de frutas legumes e verduras A relevacircncia do trabalho estaacute em avaliar o cumprimento dessa

legislaccedilatildeo nas escolas privadas e puacuteblicas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

11

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 AMBIENTE ESCOLAR

A escola eacute um espaccedilo social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo

convivem aprendem e trabalham portanto torna-se um ambiente favoraacutevel para o

desenvolvimento de accedilotildees para a promoccedilatildeo da sauacutede bem como formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis atingindo os estudantes nas etapas mais influenciaacuteveis da sua vida seja

na infacircncia ou na adolescecircncia (FERNANDES 2006)

Eacute tambeacutem na escola que muitas crianccedilas realizam suas refeiccedilotildees fazendo escolhas que

revelam suas preferecircncias e haacutebitos alimentares (ZANCUL 2004)

No ambiente escolar a cantina presente em quase todos os estabelecimentos de

ensino configura-se como um espaccedilo em que os alimentos oferecidos satildeo muito energeacuteticos

ricos em accediluacutecares gorduras e sal pois satildeo comercializados como doces refrigerantes balas

salgadinhos tipo chips sucos artificiais chocolates pirulito dentre outros indicando a

preferecircncia dos estudantes pelos mesmos sendo possiacutevel observar os haacutebitos alimentares dos

alunos o que aumenta os riscos para problemas nutricionais como obesidade hipertensatildeo e

problemas cardiovasculares (SCHMITZ et al 2008)

A comercializaccedilatildeo desses alimentos no ambiente escolar representa um entrave para a

educaccedilatildeo nutricional e a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis Aleacutem disso esse fato

contradiz com a proposta do Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar que eacute a de oferecer

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel que atenda agraves necessidades nutricionais dos alunos durante sua

permanecircncia em sala de aula contribuindo para o crescimento e desenvolvimento a

aprendizagem e o rendimento escolar bem como promover a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares

adequados (BRASIL 2006 DANELON DANELON SILVA 2006)

O recreio eacute um evento social e o prazer de lanchar com os colegas estaacute associado agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

Dessa forma a crianccedila natildeo aceita levar para a escola por exemplo frutas se seu grupo de

amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho (IRALA e FERNANDEZ 2001)

Eacute importante ressaltar que as crianccedilas passam grande parte do dia na escola portanto

esse ambiente deve oferecer opccedilotildees de alimentos saudaacuteveis e protegecirc-las dos fatores que

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

12

contribuem para as doenccedilas relacionadas agrave alimentaccedilatildeo como anemia desnutriccedilatildeo carecircncias

vitamiacutenicas e de caacutelcio obesidade e outras doenccedilas crocircnicas associadas (MAINARDI 2005)

22 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada como uma condiccedilatildeo de

acuacutemulo anormal ou excessivo de gordura no organismo levando a um comprometimento da

sauacutede (SIGULEM et al 2001)

Os periacuteodos criacuteticos de surgimento da obesidade progressiva satildeo os 12 primeiros

meses de vida a fase preacute-escolar e a puberdade A obesidade progressiva se associa agrave

obesidade hiperplaacutesica o que dificulta o controle de peso corporal na idade adulta (GUEDES

1998)

A prevalecircncia da obesidade esta crescendo intensamente na infacircncia e tende a persistir

na vida adulta cerca de 50 de crianccedilas obesas aos seis meses de idade e 80 das crianccedilas

obesas aos cinco anos de idade permaneceratildeo obesas Aleacutem disso evidecircncias cientificas tem

revelado que a aterosclerose e a hipertensatildeo arterial satildeo processos patoloacutegicos iniciados na

infacircncia e nesta faixa etaacuteria satildeo formados os haacutebitos alimentares e de atividade fiacutesica Por

isso a preocupaccedilatildeo sobre prevenccedilatildeo diagnoacutestico e tratamento da obesidade tem-se voltado

para a infacircncia (SIGULEM et al 2001)

A obesidade na infacircncia estaacute se apresentando como uma epidemia global Nas ultimas

deacutecadas duplicou a incidecircncia da obesidade entre crianccedilas Em grande parte do mundo a

doenccedila nutricional mais prevalentes entre crianccedilas e adolescentes eacute a obesidade Nas naccedilotildees

em desenvolvimento a obesidade coexiste com a desnutriccedilatildeo provavelmente pela

modificaccedilatildeo dos haacutebitos e estilos de vida que se tornaram mais ldquoamericanizadasrdquo Como a

crianccedila obesa tem um maior risco de torna-se um adulto obeso poderaacute haver consequumlecircncias

profundas na sauacutede publica nos proacuteximos anos como resultado das comorbidades associadas agrave

obesidade (OLIVEIRA e FISBERG 2003)

Nas ultimas deacutecadas as crianccedilas tornaram-se menos ativas incentivadas pelos avanccedilos

tecnoloacutegicos Uma relaccedilatildeo positiva entre a inatividade como o tempo gasto assistindo

televisatildeo e o aumento da adiposidade em escolares vecircm sendo observados A atividade fiacutesica

por outro lado diminui o risco de obesidade atuando na regulaccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico e

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

13

preservando ou mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIULIANO e

CARNEIRO 2004)

Relacionado agrave obesidade encontra-se o consumo alimentar natildeo somente quanto ao

volume da ingestatildeo alimentar como tambeacutem agrave composiccedilatildeo e qualidade da dieta Aleacutem disso

os padrotildees alimentares mudaram explicando em parte o contiacutenuo aumento da adiposidade nas

crianccedilas como o pouco consumo de frutas hortaliccedilas e leite o aumento no consumo de

guloseimas (bolachas recheadas salgadinhos doces) e refrigerantes bem como a omissatildeo do

cafeacute da manhatilde (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Eacute provaacutevel que para o controle da obesidade e para evitar as enfermidades associadas

seja necessaacuterio natildeo soacute vigiar a ingestatildeo energeacutetica da alimentaccedilatildeo da crianccedila mas tambeacutem a

composiccedilatildeo dos alimentos ingeridos no sentido de obterem uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel

Sabendo que na infacircncia se formam os haacutebitos alimentares eacute importante iniciar a educaccedilatildeo

alimentar neste periacuteodo de vida evitando o aparecimento da obesidade e suas complicaccedilotildees

(CARVALHO et al 2001)

Para o tratamento de uma crianccedila obesa existem algumas normas gerais a serem

seguidas uma dieta balanceada que determine crescimento adequado e manutenccedilatildeo de peso

exerciacutecios fiacutesicos controlados e apoio emocional individual e familiar (ROTENBERG e

VARGAS 2004)

23 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTACcedilAtildeO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar (PNAE) implantado em 1955

constitui-se em uma das principais poliacuteticas puacuteblicas de seguranccedila alimentar e nutricional do

paiacutes e possui as seguintes diretrizes

I - o emprego da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada que compreende o uso de

alimentos variados seguros que respeitem a cultura as tradiccedilotildees e os haacutebitos alimentares

saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria

do rendimento escolar em conformidade com a faixa etaacuteria o sexo a atividade fiacutesica e o

estado de sauacutede inclusive dos que necessitam de atenccedilatildeo especiacutefica

II - a inclusatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional no processo de ensino e

aprendizagem que perpassa pelo curriacuteculo escolar abordando o tema alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

14

e o desenvolvimento de praacuteticas saudaacuteveis de vida na perspectiva da seguranccedila alimentar e

nutricional

III - a descentralizaccedilatildeo das accedilotildees e articulaccedilatildeo em regime de colaboraccedilatildeo entre as

esferas de governo

IV - o apoio ao desenvolvimento sustentaacutevel com incentivos para a aquisiccedilatildeo de

gecircneros alimentiacutecios diversificados produzidos em acircmbito local e preferencialmente pela

agricultura familiar e pelos empreendedores familiares priorizando as comunidades

tradicionais indiacutegenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL 2009)

O programa garante por meio de transferecircncias de recursos financeiros para a

aquisiccedilatildeo exclusiva de gecircneros alimentiacutecios alimentaccedilatildeo a todos os alunos matriculados na

educaccedilatildeo baacutesica das redes puacuteblicas federal estadual do Distrito Federal e municipal

inclusive as escolas localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas remanescentes de quilombos

com o objetivo de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial a

aprendizagem o rendimento escolar e a formaccedilatildeo de praacuteticas alimentares saudaacuteveis dos

alunos por meio de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional e da oferta de refeiccedilotildees que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o periacuteodo letivo (BRASIL 2009)

Atualmente o valor per capita da alimentaccedilatildeo escolar repassado eacute de R$ 030 para os

alunos matriculados na preacute-escola ensino fundamental ensino meacutedio e educaccedilatildeo de jovens e

adultos (EJA) R$ 060 para os alunos matriculados em creches R$ 060 para os alunos

matriculados em escolas de educaccedilatildeo baacutesica localizadas em aacutereas indiacutegenas e em aacutereas

remanescentes de quilombos R$ 090 para os alunos participantes do Programa Mais

Educaccedilatildeo (BRASIL 2009)

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE no acircmbito do PNAE no

miacutenimo 30 (trinta por cento) deveraacute ser utilizado na aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios

diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizaccedilotildees

priorizando os assentamentos da reforma agraacuteria as comunidades tradicionais indiacutegenas e

comunidades quilombolas conforme o artigo 14 da Lei ndeg 119472009 (BRASIL 2009)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo - FNDE Autarquia Federal

vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do PNAE A

Entidade Executora (EE) por meio de suas Secretarias de Educaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela

execuccedilatildeo do PNAE inclusive a utilizaccedilatildeo e complementaccedilatildeo dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE e a prestaccedilatildeo de contas do Programa bem como pela oferta de

alimentaccedilatildeo escolar por no miacutenimo 200 (duzentos) dias letivos e pelas accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional Compete ao nutricionista responsaacutevel-teacutecnico pelo Programa e aos

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

15

demais nutricionistas lotados no setor de alimentaccedilatildeo escolar coordenar o diagnoacutestico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes planejar o cardaacutepio da alimentaccedilatildeo

escolar de acordo com a cultura alimentar o perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo atendida e a

vocaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo acompanhando desde a aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios ateacute a

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da alimentaccedilatildeo bem como propor e realizar accedilotildees de educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL 2009)

O Conselho de Alimentaccedilatildeo Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autocircnomo

composto por representantes do Executivo da sociedade professores e pais de alunos com

mandato de quatro anos tem a funccedilatildeo de fiscalizar a aplicaccedilatildeo dos recursos transferidos e

zelar pela qualidade dos produtos desde a compra ateacute a distribuiccedilatildeo nas escolas prestando

sempre atenccedilatildeo agraves boas praacuteticas sanitaacuterias e de higiene bem como a aceitabilidade dos

cardaacutepios oferecidos (BRASIL 2009)

Os cardaacutepios da alimentaccedilatildeo escolar deveratildeo ser elaborados pelo nutricionista

responsaacutevel com utilizaccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios baacutesicos respeitando-se as referecircncias

nutricionais os haacutebitos alimentares a cultura alimentar da localidade pautando-se na

sustentabilidade e diversificaccedilatildeo agriacutecola da regiatildeo e na alimentaccedilatildeo saudaacutevel e adequada

Eles deveratildeo ser diferenciados para cada faixa etaacuteria dos estudantes e para os que necessitam

de atenccedilatildeo especiacutefica e deveratildeo conter alimentos variados seguros que respeitem a cultura

tradiccedilotildees e haacutebitos alimentares saudaacuteveis contribuindo para o crescimento e o

desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar Os cardaacutepios deveratildeo

oferecer pelo menos trecircs porccedilotildees de frutas e hortaliccedilas por semana (200galunosemana) nas

refeiccedilotildees ofertadas (BRASIL 2009)

A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios com os recursos do FNDE eacute proibida para as

bebidas com baixo teor nutricional tais como refrigerantes refrescos artificiais e outras

bebidas similares Eacute restrita para os alimentos - enlatados embutidos doces alimentos

compostos (dois ou mais alimentos embalados separadamente para consumo conjunto)

preparaccedilotildees semiprontas (ou prontas) para o consumo ou alimentos concentrados (em poacute ou

desidratados para reconstituiccedilatildeo) - com quantidade elevada de soacutedio (aqueles que possuem em

sua composiccedilatildeo uma quantidade igual ou superior a 500 mg de soacutedio por 100 g ou ml) ou de

gordura saturada (quantidade igual ou superior a 55 g de gordura saturada por 100 g ou 275

g de gordura saturada por 100 ml) A aquisiccedilatildeo dos gecircneros alimentiacutecios no acircmbito do

PNAE deve obedecer ao cardaacutepio planejado pelo nutricionista (BRASIL 2009)

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

16

O Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar eacute uma das formas de promover a sauacutede e bons

haacutebitos alimentares principalmente aos alunos em que a refeiccedilatildeo recebida na escola representa

parcela importante do consumo diaacuterio (ACCIOLY et al 2005)

O nutricionista como o profissional de sauacutede que atua em todas as situaccedilotildees nas quais

existam interaccedilotildees entre o homem e o alimento pode exercer a sua funccedilatildeo de promover a

sauacutede na escola por meio de atividades assistenciais e educativas relacionadas com o

desenvolvimento do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar integrando-se com os demais

profissionais que atuam nesse espaccedilo (COSTA RIBEIRO RIBEIRO 2001)

Satildeo consideradas entre outras estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a oferta

da alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola a implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de hortas escolares

pedagoacutegicas a inserccedilatildeo do tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no curriacuteculo escolar a realizaccedilatildeo de

oficinas culinaacuterias experimentais com os alunos a formaccedilatildeo da comunidade escolar bem

como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem (BRASIL 2009)

Portanto o PNAE pode ser considerado tambeacutem um instrumento pedagoacutegico natildeo

apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente mas

tambeacutem por se constituir em espaccedilo educativo melhor explorado (COSTA RIBEIRO

RIBEIRO 2001)

24 LEGISLACcedilAtildeO

241 Lei nordm 15072 de 05 de abril de 2004

O Legislativo do Estado de Minas Gerais sanciona a Lei ordinaacuteria nordm 15072 de 05 de

abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas

puacuteblicas e privadas do sistema Estadual de ensino (MINAS GERAIS 2004)

Publicada no Diaacuterio Legislativo em 6 de abril de 2004 (paacuteg 26 Col 1) a Lei orienta

por meio dos oacutergatildeos competentes o desenvolvimento de programas de educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas do ensino baacutesico das redes puacuteblica e privada do Estado visando a

estimular a formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis em crianccedilas e adolescentes e

extensivamente em suas famiacutelias e comunidades

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

17

Os programas de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a serem desenvolvidos nas escolas

teratildeo como diretrizes baacutesicas

bull a integraccedilatildeo pedagoacutegica com os temas transversais relacionados agrave sauacutede e agrave educaccedilatildeo

ambiental constantes nas propostas curriculares das escolas

bull a conscientizaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes de suas famiacutelias e da comunidade dos

alunos em especial sobre

a) a importacircncia de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel para a garantia da sauacutede e a melhoria

da qualidade de vida

b) a relaccedilatildeo entre alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica sauacutede e higiene

c) a conservaccedilatildeo adequada dos alimentos e o combate ao seu desperdiacutecio

d) o aproveitamento correto dos recursos disponiacuteveis na elaboraccedilatildeo de cardaacutepios

equilibrados

bull o desenvolvimento de atividades educativas que tenham por tema a alimentaccedilatildeo como

oficinas de culinaacuteria cultivo de horta exibiccedilatildeo de viacutedeo ou programa veiculado pelos

oacutergatildeos de educaccedilatildeo e sauacutede pesquisas e palestras entre outras atividades que possam

ser desenvolvidas em cada escola

bull a realizaccedilatildeo de parcerias com entidades governamentais e natildeo governamentais

Satildeo definidas em regulamento formas de colaboraccedilatildeo com os Municiacutepios com o

objetivo de promover a educaccedilatildeo alimentar nas escolas de educaccedilatildeo infantil e ensino

fundamental dos sistemas municipais de ensino (MINAS GERAIS 2004)

242 Portaria Interministerial 1010

Foi publicada em 08 maio de 2006 a Portaria Interministerial 1010 e estabelece em

acircmbito nacional diretrizes e accedilotildees para a Promoccedilatildeo da Alimentaccedilatildeo Saudaacutevel nas Escolas de

educaccedilatildeo infantil fundamental e niacutevel meacutedio das redes puacuteblicas e privadas favorecendo o

desenvolvimento de accedilotildees que promovam e garantam a adoccedilatildeo de praacuteticas alimentares mais

saudaacuteveis no ambiente escolar (BRASIL 2006)

A Portaria define a promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas com base nos

seguintes eixos prioritaacuterios

I - accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional considerando os haacutebitos alimentares

como expressatildeo de manifestaccedilotildees culturais regionais e nacionais

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

18

II - estiacutemulo agrave produccedilatildeo de hortas escolares para a realizaccedilatildeo de atividades com os

alunos e a utilizaccedilatildeo dos alimentos produzidos na alimentaccedilatildeo ofertada na escola

III - estiacutemulo agrave implantaccedilatildeo de boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos nos locais

de produccedilatildeo e fornecimento de serviccedilos de alimentaccedilatildeo do ambiente escolar

IV - restriccedilatildeo ao comeacutercio e agrave promoccedilatildeo comercial no ambiente escolar de alimentos e

preparaccedilotildees com altos teores de gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e incentivo

ao consumo de frutas legumes e verduras e

V - monitoramento da situaccedilatildeo nutricional dos escolares

Os locais de produccedilatildeo e fornecimento de alimentos de que trata esta Portaria incluem

refeitoacuterios restaurantes cantinas e lanchonetes que devem estar adequados agraves boas praacuteticas

para os serviccedilos de alimentaccedilatildeo conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas

praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo como forma de garantir a seguranccedila sanitaacuteria dos

alimentos e das refeiccedilotildees Esses locais devem redimensionar as accedilotildees desenvolvidas no

cotidiano escolar valorizando a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede

Para alcanccedilar uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar devem-se implementar

as seguintes accedilotildees

I - definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas

saudaacuteveis

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola para

produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis

III - desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias enfatizando sua co-

responsabilidade e a importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo

IV - conhecer fomentar e criar condiccedilotildees para a adequaccedilatildeo dos locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo considerando a

importacircncia do uso da aacutegua potaacutevel para consumo

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal e desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees

saudaacuteveis na escola

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

VII - estimular e auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de

opccedilotildees saudaacuteveis e no desenvolvimento de estrateacutegias que possibilitem essas escolhas

VIII - divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas trocando

informaccedilotildees e vivecircncias

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

19

IX - desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional das crianccedilas com ecircnfase no

desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo

nutricional e

X - incorporar o tema alimentaccedilatildeo saudaacutevel no projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

perpassando todas as aacutereas de estudo e propiciando experiecircncias no cotidiano das atividades

escolares

Eacute importante determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de

implementaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministeacuterio

da SauacutedeAgecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria e o Ministeacuterio da EducaccedilatildeoFundo

Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo (BRASIL 2006)

243 Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009

A Lei 18372 aprovada no dia 04 de setembro de 2009 eacute originada do Projeto de Lei

(PL) 89807 do deputado Deacutelio Malheiros (PV) que disciplina a venda e o fornecimento de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do Estado de Minas Gerais proibindo produtos com

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos

nutrientes

O objetivo eacute impor limites para o consumo nas escolas de lanches que possam

agravar a incidecircncia de casos de obesidade infantil no Estado

A nova lei modifica a Lei 15072 de 2004 que trata da promoccedilatildeo da educaccedilatildeo

alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino

Segundo o trecho acrescentado agrave lei a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas nos

estabelecimentos da rede estadual puacuteblica e privada de ensino em todos os niacuteveis obedeceraacute

a padrotildees de qualidade nutricional indispensaacuteveis agrave sauacutede dos alunos e agrave prevenccedilatildeo da

obesidade infantil Fica proibida a comercializaccedilatildeo nesses estabelecimentos de produtos de

alto teor caloacuterico ou com poucos nutrientes

Quem descumprir a regra estaraacute sujeito agraves penalidades previstas na legislaccedilatildeo sanitaacuteria

estadual Caberaacute agrave Vigilacircncia Sanitaacuteria portanto a fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da lei

(ALMG 2009 MINAS GERAIS 2009)

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

20

A Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais publica a resoluccedilatildeo SEE ndeg

1511 de 26 de fevereiro de 2010 que orienta a aplicaccedilatildeo da Lei nordm 183722009 (MINAS

GERAIS 2010)

A resoluccedilatildeo 15112010 resolve que o programa de alimentaccedilatildeo nas escolas estaduais

de Minas Gerais deve observar as determinaccedilotildees da RESOLUCcedilAtildeOCDFNDE Nordm 38 de 16

de julho de 2009- do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo do Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo - e as orientaccedilotildees das cartilhas Sugestotildees de Cardaacutepio e Manual da Cantineira

editadas pela Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Minas Gerais visando agrave alimentaccedilatildeo

saudaacutevel e adequada ao uso de alimentos variados e seguros agrave correta preparaccedilatildeo dos

alimentos e agrave promoccedilatildeo dos bons haacutebitos alimentares do aluno das escolas estaduais do

Estado de Minas Gerais

Fica vedada nos espaccedilos das escolas a comercializaccedilatildeo de lanches e bebidas contendo

os produtos eou preparaccedilotildees industrializados ou natildeo que contenham altos teores de calorias

gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal teor alcooacutelico e baixo teor nutricional tais

como

a) Frituras batatas biscoitos bolinhos coxinhas enroladinhos recheados espetinhos

pasteacuteis quibes e frituras em geral

b) salgados e doces com massa folhada

c) biscoitos recheados com cobertura tipo wafer biscoitos salgados e outros com

alto teor de gorduras e calorias

d) doces balas pastilhas pirulitos chocolates e bombons suspiros maria-mole

sorvetes de massa picoleacutes de massa com cobertura chup-chup algodatildeo doce gomas de

mascar e guloseimas em geral

e) molhos caloacutericos catchup maionese mostarda molhos a base de maionese e outros

com alto teor de gorduras e calorias

f) bebidas artificiais refrigerante comum light e zero refrescos artificiais bebidas

alcooacutelicas energeacuteticos e outras bebidas similares

g) salgadinhos e pipocas industrializadas

h) alimentos apresuntados e embutidos

i) sanduiacuteches e pizzas que tragam em sua composiccedilatildeo ingredientes como bacon batata

palha maionese e molhos gordurosos e caloacutericos mortadelas ovos fritos queijos gordurosos

e outros ingredientes e embutidos ricos em gorduras e calorias

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

21

Poreacutem em datas excepcionais de festas comemorativas ou promovidas pela escola

como paacutescoa dia das crianccedilas festa junina e outras a escola pode fornecer ou permitir a

venda de lanches e bebidas que natildeo contenham aacutelcool

O descumprimento dos dispositivos desta Resoluccedilatildeo sujeitaraacute o infrator agraves penalidades

previstas na Lei Estadual nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 aleacutem da imediata ruptura de

uso do espaccedilo quando se tratar de cantina terceirizada (MINAS GERAIS 2010)

25 EDUCACcedilAtildeO NUTRICIONAL

A educaccedilatildeo nutricional pode ser definida como ldquoqualquer conjunto de experiecircncias de

aprendizagem designadas para facilitar a adoccedilatildeo voluntaacuteria de comportamento alimentar ou

relacionado agrave nutriccedilatildeo que conduza agrave sauacutede e ao bem estarrdquo (OLIVARES 1998 CECANE

2006)

A educaccedilatildeo nutricional deve ser vista como processo contiacutenuo que tem como objetivo

mais do que informar programas de educaccedilatildeo nutricional devem incorporar meacutetodos que

realmente provoquem a mudanccedila do comportamento alimentar Ainda para sua maior

eficiecircncia esses programas educativos em nutriccedilatildeo devem ser ampliados e envolver oacutergatildeos

como governo miacutedia induacutestrias e escola (WEISS CHAIM BELIK 2005)

Educaccedilatildeo nutricional nos primeiros anos de vida sobretudo no periacuteodo preacute-escolar eacute

muito importante para a sauacutede de um indiviacuteduo ao longo da vida Experiecircncias nutricionais na

infacircncia influenciam os haacutebitos alimentares na vida adulta Por este motivo a educaccedilatildeo

nutricional deve ser contiacutenua eficaz e voltada para todos os membros da famiacutelia pois os

haacutebitos alimentares dos pais tecircm um efeito direto ou indireto sobre os haacutebitos dos seus filhos

Os haacutebitos adquiridos na infacircncia tecircm grandes chances de continuar na vida adulta

(BASKALE et al 2009)

Eacute importante as crianccedilas natildeo soacute adquirir conhecimentos sobre nutriccedilatildeo adequada e

equilibrada mas tambeacutem desenvolver bons haacutebitos alimentares

Reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de educaccedilatildeo

nutricional faz-se necessaacuterio (BIZZO e LEDER 2005) Pois a educaccedilatildeo nutricional tem um

papel importante em relaccedilatildeo agrave promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis desde a infacircncia

Cerqueira (1985) a considera como medida de alcance coletivo com o fim primordial de

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

22

proporcionar os conhecimentos necessaacuterios e a motivaccedilatildeo coletiva para formar atitudes e

haacutebitos de uma alimentaccedilatildeo sadia completa adequada e variada

A promoccedilatildeo de sauacutede no ambiente escolar eacute uma medida estrateacutegica em virtude da

expansatildeo de acesso ao puacuteblico infantil no proacuteprio ambiente escolar (CYRINO e PEREIRA

2010)

Aleacutem disso a Educaccedilatildeo Nutricional eacute essencial pois a escola tem papel fundamental

ao modelar as atitudes e comportamentos das crianccedilas sobre Nutriccedilatildeo visando agrave modificaccedilatildeo

e melhorias dos haacutebitos alimentares em longo prazo e torna-se um elemento de

conscientizaccedilatildeo e reformulaccedilatildeo das distorccedilotildees do comportamento alimentar auxiliando a

refletir sobre a sauacutede e qualidade de vida (MANTOANELLI e BITTENCOURT 1997)

Para promover haacutebitos alimentares mais saudaacuteveis e diminuir os iacutendices de obesidade

acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentaccedilatildeo e

nutriccedilatildeo Com isso a educaccedilatildeo nutricional tem sido abordada como taacutetica a ser seguida para

que as pessoas tenham uma alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel consequumlentemente um peso adequado

(TRICHES e GIUGLIANI 2005)

Peacuterez et al apud Fernandes et al (2009) em estudo de intervenccedilatildeo nutricional com

escolares apontaram melhora nos conhecimentos nutricionais atitudes e comportamento

alimentar dos alunos aleacutem de influecircncias nos haacutebitos alimentares de seus familiares

(FERNANDES et al 2009)

Incorporar o tema da alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no contexto escolar com ecircnfase na

alimentaccedilatildeo saudaacutevel e na promoccedilatildeo da sauacutede eacute um grande desafio (CECANE 2006)

As accedilotildees desenvolvidas no cotidiano escolar devem ser redimensionadas a fim de

valorizar a alimentaccedilatildeo como estrateacutegia de promoccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2006)

A escola deve ter como objetivo o desenvolvimento de programa contiacutenuo de

promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado

nutricional das crianccedilas com ecircnfase no desenvolvimento de accedilotildees de prevenccedilatildeo e controle

dos distuacuterbios nutricionais e educaccedilatildeo nutricional (BRASIL 2006)

CECANE (2006) baseado na Portaria Interministerial nordm 1010 foram elaborados e

estabelecidos os 10 passos essenciais para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel nas escolas

1ordm Passo A escola deve definir estrateacutegias em conjunto com a comunidade escolar

para favorecer escolhas saudaacuteveis A comunidade escolar pode ser sensibilizada por meio de

oficinas feiras e outras atividades educativas Estimular ou promover a mobilizaccedilatildeo e co-

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

23

responsabilizaccedilatildeo Todos os profissionais devem ser valorizados especialmente os

manipuladores de alimentos Eleger multiplicadores e capacitaacute-los

2ordm Passo Reforccedilar a abordagem de promoccedilatildeo de sauacutede e da alimentaccedilatildeo saudaacutevel

nas atividades curriculares da escola Estimular a inclusatildeo dos temas de Alimentaccedilatildeo

Saudaacutevel e Nutriccedilatildeo no curriacuteculo abordando todas as disciplinas de forma integrada

Enfatizar temas de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo em datas especiacuteficas e oportunas de acordo com o

contexto local Conhecer e aplicar o Guia Alimentar para a populaccedilatildeo brasileira Adotar

material paradidaacutetico e outros recursos educativos sobre o tema para estimular o interesse do

grupo

3ordm Passo Desenvolver estrateacutegias de informaccedilatildeo agraves famiacutelias dos alunos para a

alimentaccedilatildeo saudaacutevel no ambiente escolar enfatizando sua co-responsabilidade e a

importacircncia de sua participaccedilatildeo neste processo Inserir temas de alimentaccedilatildeo e sauacutede nas

reuniotildees de pais e mestres Promover a sensibilizaccedilatildeo dos pais na escola e fora dela por

exemplo por foacuteruns e discussotildees Desenvolver estrateacutegias visando maior envolvimento dos

pais nas atividades de educaccedilatildeo na escola

4ordm Passo Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentaccedilatildeo na escola

para produzir e oferecer alimentos mais saudaacuteveis adequando os locais de produccedilatildeo e

fornecimento de refeiccedilotildees agraves boas praacuteticas para serviccedilos de alimentaccedilatildeo e garantindo a

oferta de aacutegua potaacutevel Monitoramento perioacutedico do Serviccedilo de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo

Estimular a participaccedilatildeo do CAE

5ordm Passo Restringir a oferta a promoccedilatildeo comercial e a venda de alimentos ricos em

gordura accediluacutecares e sal Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas consequumlecircncias sobre a

sauacutede Sensibilizaccedilatildeo dos alunos pais cantineiros e comeacutercio ambulante sobre opccedilotildees de

alimentos mais saudaacuteveis

6ordm Passo Desenvolver opccedilotildees de alimentos e refeiccedilotildees saudaacuteveis na escola

Desenvolver hortas comunitaacuterias e atividades de arte culinaacuteria com os alunos Garantir o

conhecimento das etapas de produccedilatildeo dos alimentos ofertados na alimentaccedilatildeo escolar

Promover concurso de receitas com integraccedilatildeo de alunos famiacutelias e comunidade

7ordm Passo Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas legumes e verduras

com ecircnfase nos alimentos regionais Trabalhar a composiccedilatildeo dos alimentos e suas

consequumlecircncias sobre a sauacutede Desenvolver hortas comunitaacuterias e estimular o plantio de

aacutervores frutiacuteferas Incentivar o consumo de produtos de hortifruti locais e regionais

Desenvolver oficinas de degustaccedilatildeo e arte culinaacuteria Sensibilizar a famiacutelia e a comunidade

escolar para a adoccedilatildeo desses alimentos em casa

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

24

8ordm Passo Auxiliar os serviccedilos de alimentaccedilatildeo da escola na divulgaccedilatildeo de opccedilotildees

saudaacuteveis por meio de estrateacutegias que estimulem essas escolhas Fornecer de forma

permanente e contiacutenua informaccedilatildeo sobre alimentaccedilatildeo saudaacutevel para alunos famiacutelia e

comunidade escolar Trabalhar as informaccedilotildees sobre composiccedilatildeo dos alimentos e roacutetulos

Desenvolvimento de atividades educativas permanentes inseridas no curriacuteculo escolar

9ordm Passo Divulgar a experiecircncia da alimentaccedilatildeo saudaacutevel para outras escolas

trocando informaccedilotildees e vivecircncias Divulgar experiecircncias em sites de oacutergatildeos puacuteblicos e outros

instrumentos de comunicaccedilatildeo social Realizar foacuteruns de discussatildeo entre escolas para troca de

experiecircncias

10ordm Passo Desenvolver um programa contiacutenuo de promoccedilatildeo de haacutebitos alimentares

saudaacuteveis considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares com ecircnfase

em accedilotildees de diagnoacutestico prevenccedilatildeo e controle dos distuacuterbios nutricionais Avaliar o estado

nutricional consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente Manter

programa de educaccedilatildeo nutricional permanente e contiacutenuo

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Verificar o cumprimento da Lei nordm 183722009 referente agrave comercializaccedilatildeo de

alimentos nas escolas puacuteblicas e privadas do municiacutepio de Governador Valadares-MG

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Verificar a quantidade de escolas que comercializam alimentos em cantinas

bull Verificar se haacute comercializaccedilatildeo de alimentos com alto teor de gordura gordura

saturada gordura trans accediluacutecar livre e sal ou com poucos nutrientes nas escolas

bull Conhecer a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina comercial no

ambiente escolar

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

26

4 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida nas escolas puacuteblicas e privadas no municiacutepio de

Governador Valadares Minas Gerais

Segundo a Superintendecircncia Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo

de Governador Valadares (SMED) na zona urbana funcionam no municiacutepio de Governador

Valadares 47 escolas estaduais 77 escolas privadas e 27 escolas municipais somando 151

escolas Desse total 245 aceitaram participar da presente pesquisa totalizando 37 escolas

O criteacuterio de seleccedilatildeo das escolas analisadas se deu pela divisatildeo regional da cidade em

quatro partes As escolas presentes em cada quadrante foram visitadas e pesquisadas de

acordo com a assinatura da autorizaccedilatildeo para realizaccedilatildeo da pesquisa (apecircndice A)

O quadrante eacute composto pelas seguintes regiotildees

bull Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7 composta por 18 bairros

bull Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17 composta por 26 bairros

bull Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19 composta por 12 bairros

bull Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18 composta por 23 bairros

Para atingir aos objetivos e verificar o cumprimento da Lei vigente a primeira etapa

da presente pesquisa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio de observaccedilatildeo (apecircndice B)

elaborado com base na legislaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os itens que natildeo podem ser

comercializados pelas cantinas escolares como pizza balas pirulitos refrigerantes

salgadinhos industrializados dentre outros

Para verificar a porcentagem de alunos que usam o serviccedilo da cantina nas escolas as

pesquisadoras contaram os alunos que entravam na fila para compra de alimentos na cantina

A porcentagem do nuacutemero de alunos que utilizam a cantina foi obtida entre a relaccedilatildeo do

nuacutemero de alunos matriculados nas escolas e o nuacutemero de alunos que usam o serviccedilo da

cantina

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa foram distribuiacutedos para as escolas e alunos folhetos

informativos sobre haacutebitos alimentares saudaacuteveis no ambiente escolar

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

27

Mapa de Governador Valadares dividido por quadrante

Quadrante 1 regiotildees 1 2 3 5 6 e 7

Quadrante 2 regiotildees 4 8 9 10 11 14 e 17

Quadrante 3 regiotildees 12 15 e 19

Quadrante 4 regiotildees 13 14 15 16 17 e 18

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

28

Regiatildeo 01 - Bairros

- Centro A

- Centro B

- Esplanada

- Satildeo Tarcisio

Regiatildeo 02 - Bairros

- Satildeo Pedro

- Universitaacuterio - Santos Dumont I

- Santos Dumont II

- Chaacutecaras Braunas

- Sitio das Flores

- SIR

- Vila Mariquita

Regiatildeo 03 - Bairros

- Sta Helena

Regiatildeo 04 - Bairros

- Maria Eugenia - Esperanca

- Morada do Vale

- Gra Duquesa

Regiatildeo 05 - Bairros

- N Sra das Graccedilas

- Carapina

Regiatildeo 06 - Bairros

- Centro

- Vila Mariana

Regiatildeo 07 - Bairros

- Ilha dos Araujos

Regiatildeo 08 - Bairros

- Lourdes

- Sta Terezinha

Regiatildeo 09 - Bairros

- Satildeo Geraldo - Vila Mariana

- Acampamento

Regiatildeo 10 - Bairros

- Altinoacutepolis

- Matildee de Deus

- Sto Antonio

- Vista Alegre

Regiatildeo 11 - Bairros

- Jardim do Trevo

- Sta Paula

Regiatildeo 12 - Bairros

- Vila Isa

- Vila Park Ibituruna

- Vila Park Satildeo Joatildeo

Regiatildeo 13 - Bairros

- Satildeo Paulo

- Sta Terezinha

Regiatildeo 14 - Bairros - Lourdes

- Vila Bretas

Regiatildeo 15 - Bairros

- Satildeo Raimundo

- Vila Isa

- Jardim Ipecirc

- Jardim Vera Cruz

- Jardim Atalaia

- Azteca

Regiatildeo 16 - Bairros - JK

- Sta Rita

Regiatildeo 17 ndash Bairros

- VOzanan

- Palmeiras

- N Vila Bretas

- Bela Vista

- Kennedy

- J Perola

- P da Fraternidade

- J V Rica D Industrial - Satildeo Jose

Regiatildeo 18 - Bairros

- Vila dos Montes

- Vila do Sol

Regiatildeo 19 - Bairros

- Elvamar

- Shangrila

- Village da Serra

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

29

5 RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Apoacutes pesquisa sobre o cumprimento da Lei ndeg 18372 de 2009 realizado nas escolas

estaduais municipais e privadas de Governador Valadares ndash MG verificou-se que ainda eacute

grande o percentual de escolas que comercializam alimentos

Foram analisadas 37 escolas sendo 19 escolas estaduais 11 municipais e 7 privadas e

destas 6756 (n= 25) possuiacuteam a comercializaccedilatildeo de alimentos em cantinas

Das escolas privadas 8571 comercializam alimentos o que sobrepotildee agraves escolas

puacuteblicas (684 nas escolas estaduais e 5454 nas municipais) como mostra o graacutefico 1

Graacutefico 1 Porcentagem de escolas estaduais municipais

e privadas que comercializam alimentos em Governador

Valadares - MG

5454

8571

6842

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

Segundo Gabriel (2010) o principal motivo das escolas puacuteblicas serem as que menos

comercializam alimentos nas cantinas pode ser justificado pela alimentaccedilatildeo oferecida pela

execuccedilatildeo do PNAE (Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar)

Em relaccedilatildeo agraves escolas privadas natildeo existem nutricionistas orientando a alimentaccedilatildeo

dos escolares e muitas vezes o serviccedilo da cantina eacute terceirizado visando ao lucro e natildeo agrave

alimentaccedilatildeo saudaacutevel (SCHERR 2007)

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

30

Quanto agrave utilizaccedilatildeo das cantinas escolares 6230 dos alunos de escolas privadas

21 de escolas estaduais e 442 de escolas municipais usam o serviccedilo da cantina

Observa-se que eacute alta a porcentagem dos alunos de escolas privadas muitas vezes pelo

maior poder aquisitivo desses escolares (SCHERR 2007) Esse fato se deve tambeacutem agrave

competiccedilatildeo comparaccedilatildeo e necessidade de serem aceitos pelo grupo As crianccedilas em idade

escolar se sentem pressionadas e desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas

(IRALA e FERNANDEZ 2001)

Em estudo semelhante Zancul (2004) apontou como principais razotildees para o menor

percentual de consumo nas escolas puacuteblicas o fato dos alunos das escolas municipais e

estaduais natildeo gostarem dos lanches da cantina comercial natildeo terem dinheiro para comprar

trazer lanche de casa ou comer da merenda escolar

Graacutefico 2 Quantidade () de alunos que usam o serviccedilo

das cantinas de escolas de Governador Valadares - MG

21

442

6230

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estaduais Municipais Privadas

A Tabela 1 apresenta os alimentos comercializados nas cantinas separadas por rede de

ensino

As escolas privadas ganham ecircnfase por ser a rede de ensino que mais vende uma

variedade de alimentos com alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans como salgado

assado (833) cachorro-quente (50) empada (50) e hambuacuterguer (50)

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

31

As escolas estaduais vendem mais sucos artificiais (615) e salgados assados

(538) jaacute as escolas municipais se destacam por serem as que menos comercializam

alimentos e dos comercializados os salgados assados (50) e bolo sem recheio (333) satildeo

os mais vendidos

No total de escolas analisadas em Governador Valadares constatou-se que a maioria

comercializa salgados assados (60) sucos artificiais (44) cachorro-quente (36) e patildeo de

queijo (32)

Tabela 1 Percentual de escolas estaduais municipais e privadas que comercializam

alimentos e bebidas nas cantinas de Governador Valadares ndash MG

Alimentos Estaduais

(n=13)

Municipais

(n=6)

Privadas

(n=6)

Total (n=25)

n n n n

Alto teor de gorduras

saturada e trans

Batata frita - - - - - - - -

Biscoito recheado - - - - - - - -

Bolos recheados - - - - 1 166 1 4

Cachorro-quente 4 308 2 333 3 50 9 36

Empada 1 769 - - 3 50 4 16

Hambuacuterguer 1 769 - - 3 50 4 16

Pizza 4 308 1 166 2 333 7 28

Salgados fritos - - - - 1 166 1 4

Sorvete Picoleacute 3 23 - - 2 333 5 20

Outros(s)

Bolo sem recheio - - 2 333 - - 2 8

Patildeo de queijo 5 385 1 166 2 333 8 32

Salgado Assado 7 538 3 50 5 833 15 60

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma

de mascar

2 154 - - 2 333 4 16

Chocolates 2 154 - - 2 333 4 16

Doces 3 23 - - 2 333 5 20

Refrigerantes 2 154 - - 2 333 4 16

Sucos artificiais 8 615 1 166 2 333 11 44

Outro(s)

Bebida laacutectea 5 385 1 166 2 333 8 32

Chuck 1 769 1 166 1 166 3 12

Gelatina - - 1 166 - - 1 4

Sal

SalgadinhosPipocas

industrializados

4 308 - - - - 4 16

Outro(s)

Amendoim salgado

2 1538 - - 1 166 3 12

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

32

A Legislaccedilatildeo 18372 (2009) classifica os alimentos como proibidos os que contecircm

altos teores de calorias gordura saturada gordura trans accediluacutecar livre sal e de baixo teor

nutricional

A gordura vegetal hidrogenada eacute a principal fonte de aacutecidos graxos trans e apesar da

recomendaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) de que o consumo maacuteximo de

gordura trans natildeo ultrapasse 1 do valor energeacutetico total diaacuterio na dieta ocidental estes

valores representam 26 A ingestatildeo elevada deste tipo de lipiacutedio aumenta as concentraccedilotildees

das lipoproteiacutenas plasmaacuteticas de baixa densidade e reduz as lipoproteiacutenas de alta densidade

(RINALDI et al 2008)

Embora proibida pela legislaccedilatildeo 44 das escolas comercializam sucos artificiais Os

sucos artificiais podem comprometer a sauacutede infantil pois estas bebidas natildeo oferecem a

variedade de nutrientes encontrada em sucos naturais aleacutem de possuiacuterem alto teor de accediluacutecar

(BARBOSA 2005)

Os refrigerantes e sucos artificiais expressam grande preocupaccedilatildeo com relaccedilatildeo a um

grupo de bebidas de alta densidade caloacuterica elevado teor de accediluacutecar pobre em fibras e em

micronutrientes e que possuem aditivos do tipo corantes (BRASIL 2007)

De acordo com Accioly (2005) a populaccedilatildeo infantil eacute a mais vulneraacutevel aos efeitos dos

aditivos conhecidos como corantes e conservantes Em primeiro lugar porque as quantidades

ingeridas pelas crianccedilas em relaccedilatildeo ao peso corporal satildeo maiores na crianccedila do que no

adulto Em segundo lugar essas substacircncias tecircm accedilatildeo sobre o sistema nervoso central e satildeo

provavelmente mais prejudiciais ao ceacuterebro infantil que ainda estaacute em desenvolvimento Por

uacuteltimo as crianccedilas ainda natildeo possuem capacidade de autocontrole com relaccedilatildeo agrave quantidade a

ser ingerida Sob o ponto de vista da Sauacutede Puacuteblica os aditivos vecircm provocando preocupaccedilotildees

constantes pois jaacute existem estudos associando-os ao desencadeamento de deacuteficit de atenccedilatildeo

com hiperatividade em crianccedilas hipersensibilidade alimentar e cacircncer

Segundo o Ministeacuterio da sauacutede (2007) a proibiccedilatildeo de alimentos com accediluacutecar livre

como balas pirulitos goma de mascar caramelos e assemelhados se fundamenta no fato de

que esses produtos se incluem na categoria de alimentos com calorias vazias ou seja aqueles

com elevado teor de accediluacutecar pouco ou nenhum valor nutricional e altamente cariogecircnicos

Sobre o teor de soacutedio nos alimentos proibidos esse eacute um micronutriente indutor da

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial doenccedila crocircnica que nas uacuteltimas deacutecadas tem afetado crianccedilas e

adolescentes por todo o mundo (BRASIL 2007)

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

33

6 CONCLUSAtildeO

Os dados apresentados neste trabalho atentam para a necessidade das redes de ensino

se adequarem agrave legislaccedilatildeo visto que ainda eacute grande o nuacutemero de escolas que comercializam

alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade energeacutetica sem compromisso com a

educaccedilatildeo nutricional e prevenccedilatildeo da obesidade infantil ou doenccedilas crocircnicas degenerativas

Eacute importante que os dirigentes escolares reflitam e analisem o que ocorre dentro do

ambiente escolar pois a oferta de alimentos de baixo valor nutritivo e alta densidade

energeacutetica nas cantinas estimula praacuteticas natildeo saudaacuteveis contrariando a proposta de construccedilatildeo

de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Quando as escolas oferecem alimentos que contrariam a

legislaccedilatildeo estaacute incentivando o consumo dos mesmos o que eacute desfavoraacutevel para a formaccedilatildeo

de haacutebito alimentar saudaacutevel

Haacute a necessidade de maior fiscalizaccedilatildeo por parte dos oacutergatildeos competentes garantindo

assim que a legislaccedilatildeo tenha forccedila e seja cumprida

Sendo a escola uma instituiccedilatildeo que se ocupa da tarefa de educar torna-se um espaccedilo

favoraacutevel para o desenvolvimento de accedilotildees de educaccedilatildeo nutricional e formaccedilatildeo de haacutebitos

alimentares saudaacuteveis fortalecendo assim a legislaccedilatildeo vigente e as poliacuteticas puacuteblicas voltadas

para a aacuterea de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

34

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABRANTES M M LAMOUNIER J A COLOSIMO E A Prevalecircncia de sobrepeso e

obesidade nas regiotildees Nordeste e Sudeste do Brasil Rev Assoc Med Bras v 49 n 2 p

162-166 abrjun 2003

ACCIOLY E et al Nutriccedilatildeo em Obstetriacutecia e Pediatria 3 ed Rio de Janeiro Cultura

Meacutedica 2005

ALMG ASSEMBLEacuteIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS O poder do

cidadatildeo 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwalmggovbrnotbancodenoticiasNot_655217aspgt Acesso em 15 de maio

2010

BARBOSA R M S et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na piracircmide alimentar

brasileira infantil Rev Nutr Campinas v 18 n 5 p 633-641 setout 2005

BASKALE Hatice et al Use of Piagets theory in preschool nutrition education Rev Nutr

Campinas v 22 n 6 Dec 2009

BISSOLI Marcos Coelho LANZILLOTTI Haydeacutee Serratildeo Educaccedilatildeo Nutricional como

forma de intervenccedilatildeo avaliaccedilatildeo de uma proposta para preacute-escolares R Nutr PUCCAMP

Campinas v 10 n 2 p 107-113 juldez 1997

BIZZO Maria Letiacutecia Galluzzi LEDER Liacutedia Educaccedilatildeo nutricional nos paracircmetros

curriculares nacionais para o ensino fundamental Rev Nutr Campinas v 18 n 5 Out

2005

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 038 de 16 de julho de 2009

Dispotildee sobre o atendimento da alimentaccedilatildeo escolar aos alunos da educaccedilatildeo baacutesica no

Programa Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em

lthttpwwwfndegovbrindexphpae-legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo ResoluccedilatildeoCDFNDE Nordm 067 de 28 de dezembro de

2009 Altera o valor per capita para oferta da alimentaccedilatildeo escolar do Programa Nacional

de Alimentaccedilatildeo Escolar - PNAE Disponiacutevel em lthttpwwwfndegovbrindexphpae-

legislacaogt Acesso em 22 de setembro 2010

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

35

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministro Portaria nordm 710 de 10 de junho de

1999 Aprova a Poliacutetica Nacional de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo

Poder Executivo Brasiacutelia DF 11 jun 1999

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Interministerial

MSMEC nordm 1010 de 8 de Maio de 2006 Disponiacutevel em ltwwwsaudegovbrgt Acesso em

14 de maio de 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo a Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Regulamentaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de alimentos em escolas no Brasil

Experiecircncias estaduais e municipais Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007

CARVALHO C M R G et al Consumo Alimentar de Escolares Revista Nutriccedilatildeo v 14

n 2 maioagosto 2001

CECANE ndash Regiatildeo Sudeste Ideacuteias para promover a alimentaccedilatildeo saudaacutevel na escola

Unifesp 2006

CELES A P M COELHO S Erros Alimentares na Fase Escolar In WAITZBERG D L

Nutriccedilatildeo oral enteral e parenteral na praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Atheneu p 425-32

2003

CERQUEIRA M T Educacioacuten en nutricioacuten Metas e metodologiacutea Boletiacuten de la Oficina

Sanitaria Panamericana v 99 p 498-509 1985

CONSEA Alimentaccedilatildeo e educaccedilatildeo nutricional nas escolas e creches In CONFEREcircNCIA

NACIONAL DE SEGURANCcedilA ALIMENTAR 2 ed 2004 Olinda Relatoacuterio final Olinda

2004 Disponiacutevel em ltwwwfomezerogovbrconferenciagt Acesso em 05 de maio de 2010

CORDAIN L et al Origins and evolution of the Western diet health implications for the

21st century Am J Clin Nutr v 81 p 341-54 2005

COSTA E Q RIBEIRO V M B RIBEIRO E C O Programa de alimentaccedilatildeo escolar

espaccedilo de aprendizagem e produccedilatildeo de conhecimento Rev Nutr v 14 n 3 p 225-229

Campinas setdez 2001

CYRINO Eliana Goldfarb PEREIRA Maria Luacutecia Toralles Reflexotildees sobre uma proposta

de integraccedilatildeo sauacutede-escola o projeto sauacutede e educaccedilatildeo de Botucatu Satildeo Paulo Cad Sauacutede

Puacuteblica Rio de Janeiro 2010

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

36

DANELON M A S DANELON M S SILVA M V Serviccedilos de alimentaccedilatildeo destinados

ao puacuteblico escolar anaacutelise da convivecircncia do Programa de Alimentaccedilatildeo Escolar e das

cantinas Rev Seguranccedila Alimentar e Nutricional Campinas v 13 n 1 p 85-94 2006

FERNANDES F M Alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo entre escolares caso dos alunos de uma

escola do municiacutepio Vitoacuteria ndash ES 2006 49 f Monografia (Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Cliacutenica) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica Universidade Veiga de Almeida

Vitoacuteria 2006

FERNANDES Patriacutecia S et al Avaliaccedilatildeo do efeito da educaccedilatildeo nutricional na prevalecircncia de

sobrepesoobesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental J Pediatr

(Rio J) Porto Alegre v 85 n 4 Ago 2009

FISBERG M Obesidade Infantil na infacircncia e adolescecircncia Pediatr Mod v 36 n 11 p

724- 34 2003

GABRIEL Cristine Garcia et al Cantinas escolares de Florianoacutepolis existecircncia e produtos

comercializados apoacutes a instituiccedilatildeo da Lei de Regulamentaccedilatildeo Rev Nutr Campinas v 23

n 2 Abr 2010

GUEDES Antonio Carlos Odontopediatria clinica Satildeo Paulo Editora Artes Meacutedicas

1998

GIULIANO Rodolfo CARNEIRO Elizabeth C Fatores associados agrave obesidade em

escolares Jornal do Pediatra v 80 n 1 2004

GOUVEcircA ELC Nutriccedilatildeo sauacutede e comunidade Rio de Janeiro Revinter 1999

IRALA C H FERNANDEZ P M Peso Saudaacutevel Manual para Escolas A Escola

promovendo haacutebitos alimentares saudaacuteveis 2001 Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede

Universidade de Brasiacutelia Disponiacutevel em

lthttpdtr2004saudegovbrnutricaodocumentospeso_saudavelpdfgt Acesso em 14 mai

2010

MAINARDI N A ingestatildeo de alimentos e as orientaccedilotildees da escola sobre alimentaccedilatildeo

sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental 2005 151f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2005

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

37

MANTOANELLI G BITTENCOURT V B Educaccedilatildeo Nutricional Uma resposta ao

problema da Obesidade em Crianccedilas Rev Braacutes Cres Desenv Hum v 7 1997

MINAS GERAIS Lei nordm 15072 de 5 de abril de 2004 Dispotildee sobre a promoccedilatildeo da

educaccedilatildeo alimentar e nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de

ensino Disponiacutevel em lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt

Acesso em 26 de setembro de 2010

MINAS GERAIS Lei nordm 18372 de 04 de setembro de 2009 Acrescenta dispositivo agrave Lei nordm

15072 de 5 de abril de 2004 que dispotildee sobre a promoccedilatildeo da educaccedilatildeo alimentar e

nutricional nas escolas puacuteblicas e privadas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MINAS GERAIS Resoluccedilatildeo SEE nordm 1511 de 26 de fevereiro de 2010 Orienta a aplicaccedilatildeo

da Lei nordm 183722009 no acircmbito das escolas do sistema estadual de ensino Disponiacutevel em

lthttpwwwconselhosmggovbrcaepageinstitucionallegislao-51gt Acesso em 26 de

setembro de 2010

MONDINI Lenise et al Prevalecircncia de sobrepeso e fatores associados em crianccedilas

ingressantes no ensino fundamental em um municiacutepio da regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 8 Ago 2007

OLIVARES S et al Educacioacuten em la nutricioacuten em las escuelas Food Nutrition amp

Agriculture 225762 1998

OLIVEIRA Ceciacutelia L de FISBERG Mauro Obesidade na infacircncia e adolescecircncia uma

verdadeira epidemia Arq Bras Endocrinol Metab Satildeo Paulo v 47 n 2 Abr 2003

OLIVEIRA R M S et al Consumo de alimentos durante o periacuteodo de permanecircncia na

escola por adolescente de um coleacutegio particular de Viccedilosa MG Nutriccedilatildeo Brasil Satildeo Paulo

v 4 n 3 p 124-129 maiojunho 2005

PEGOLO G E Obesidade infantil sinal de alerta Nutr Pauta Satildeo Paulo ano 13 n 74 p

5-10 setout 2005

PELIANO AMM amp BEGHIN N Os programas federais de alimentaccedilatildeo e nutriccedilatildeo no

iniacutecio da deacutecada de 90 Brasiacutelia IPEA abril1994

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

38

RINALDI Ana Elisa M et al Contribuiccedilotildees das praacuteticas alimentares e inatividade fiacutesica para

o excesso de peso infantil Rev paul pediatr Satildeo Paulo v 26 n 3 Set 2008

ROTENBERG Sheila VARGAS Socircnia de Praacuteticas alimentares e o cuidado da sauacutede da

alimentaccedilatildeo da crianccedila agrave alimentaccedilatildeo da famiacutelia Rev Bras Sauacutede Mater Infant v 4 n 1

Janmar 2004

SCHERR Carlos MAGALHAES Cyntia Karla MALHEIROS Waldir Anaacutelise do perfil

lipiacutedico em escolares Arq Bras Cardiol Satildeo Paulo v 89 n 2 Ago 2007

SCHMITZ Bethsaacuteida de Abreu Soares et al A escola promovendo haacutebitos alimentares

saudaacuteveis uma proposta metodoloacutegica de capacitaccedilatildeo para educadores e donos de cantina

escolar Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2008

SIGULEM Dirce Maria et al Obesidade na infacircncia e na adolescecircncia Compacta Nutriccedilatildeo

2001

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 4 Ago

2005

ZANCUL Mariana de Senzi Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino

fundamental em Ribeiratildeo Preto 2004 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo

Paulo Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Ribeiratildeo Preto 2004

WEISS B CHAIM N A BELIK W Manual da gestatildeo eficiente da merenda escolar 2ordf

ed 2005

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

39

APEcircNDICES

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

40

APENDICE A ndash AUTORIZACcedilAtildeO PARA REALIZACcedilAtildeO DA PESQUISA

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________

41

APENDICE B - QUESTIONAacuteRIO DE OBSERVACcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DA COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS EM CANTINAS DE ESCOLAS

PUacuteBLICAS E PRIVADAS DE GOVERNADOR VALADARES MG

1- NOME DA ESCOLA __________________ Nordm DE ALUNOS NO TURNO _________

2-EXISTE COMERCIALIZACcedilAtildeO DE ALIMENTOS NA CANTINA ESCOLAR

( ) SIM ( ) NAtildeO

3- Nordm DE ALUNOS QUE UTILIZARAM A CANTINA __________

4- ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CANTINA ESCOLAR

ALIMENTOS SIM NAtildeO

Alto teor de gorduras gorduras saturadas e trans

Batata frita ( ) ( )

Biscoito recheados ( ) ( )

Bolos recheados ( ) ( )

Cachorro-quente ( ) ( )

Empada ( ) ( )

Hambuacuterguer ( ) ( )

Pizza ( ) ( )

Salgados fritos ( ) ( )

Sorvete Picoleacute ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

Accediluacutecar livre

Bala Pirulitos Goma de mascar ( ) ( )

Chocolates ( ) ( )

Doces ( ) ( )

Refrigerantes ( ) ( )

Sucos artificiais ( ) ( )

Outro(s)_______________ ( ) ( )

Sal

SalgadinhosPipocas industrializados ( ) ( )

Outro(s) _______________ ( ) ( )

RESPONSAacuteVEL PELO PREENCHIMENTO____________________________________________

ASSINATURA DO RESPONSAacuteVEL PELA ESCOLA_____________________________________