iv seminário povos indígenas e sustentabilidade

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IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 1 IV seminário povos indígenas e sustentabilidade saberes tradicionais e formação acadêmica caderno_resumos.indd 1 07/08/2011 20:50:57

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Page 1: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 1

IV semináriopovos indígenase sustentabilidadesaberes tradicionais eformação acadêmica

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Page 2: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

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Page 3: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

IV SEMINÁRIO

POVOS INDÍGENAS E SUSTENTABILIDADE:

Saberes tradicionais e formação acadêmica

Local: Campus da UCDB, Campo Grande, MS;

15 a 18 de agosto de 2011

Iniciativa: NEPPI/Projeto Rede de Saberes – uma parceria entre a UCDB, UFMS, UEMS e UFGD;

Apoio: Fundação Ford, Programas de Pós-Graduação Mestrado em Desenvolvimento Local, Mestrado e Doutorado em Educação/UCDB, Observatório da Educação Escolar Indígena.

Comissão Organizadora

Dra. Adir Casaro Nascimento (UCDB)Dr. Antônio Jacó Brand (UCDB)Dr. Antonio Hilário Aguilera Urquiza (UFMS)Dra. Beatriz dos Santos Landa (UEMS)Me. Iara Quelho de Castro (UFMS)Dra. Marina Vinha (UFGD)Dra. Marta Regina Brostolin (UCDB)Dr. Rogério Ferreira da Silva (UEMS)Me. Vera Lucia Ferreira Vargas (UFMS)Me. Eva Maria Luiz Ferreira (UCDB)Me. José Francisco Sarmento Nogueira (UCDB)

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Page 4: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

Me. Leandro Skowronski (UCDB)Dr. Neimar Machado de Sousa (UCDB)Dr. Antonio Dari Ramos (UFGD)Dr. Josemar Maciel (UCDB)Acadêmicos indígenas de MSBolsistas CNPq/UCDB

Comitê Científi co

Dra. Adir Casaro Nascimento (UCDB)Dr. Antônio Jacó Brand (UCDB)Dra. Marina Vinha (UFGD)Dr. José Licínio Backes (UCDB)Dra. Marta Regina Brostolin (UCDB)Dra. Dulce Lopes Barboza Ribas (UFMS)Dr. Antonio Hilário Aguilera Urquiza (UFMS)Dra. Beatriz dos Santos Landa (UEMS)Dr. Levi Marques Pereira (UFGD)Dr. Neimar Machado de Sousa (UCDB)Dra. Nádia Heusi Silveira (UCDB)Dr. Rogério Ferreira da Silva (UEMS)Me. Leandro Skowronski (UCDB)Me. José Francisco Sarmento Nogueira (UCDB)Dra. Marta Regina Brostolin (UCDB)Me. Vera Lucia Ferreira Vargas (UFMS)Dr. Antonio Dari Ramos (UFGD)Dr. Josemar Maciel (UCDB)Me. Rosa Sebastiana Colman (UNICAMP)

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Page 5: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

APRESENTAÇÃO

Este IV Seminário: povos indígenas e sustentabilidade, busca dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos nos três primeiros, realizados em 2005, 2007 e 2009, que trataram dos seguintes temas: em 2005: Políticas de sustentabilidade nas terras indígenas de MS; em 2007: Saberes e práticas interculturais na Universidade; e em 2009: Saberes locais, educação e autonomia. O IV Seminário terá como tema Saberes tradicionais e formação acadêmica e, a exemplo dos demais, pretende constituir-se em uma oportunidade para a discussão e socialização de posturas teóricas e metodológicas utilizadas em pesquisas sobre saberes locais, educação, saúde e gestão territorial. Pretende constituir-se em espaço privilegiado de interlocução entre os povos indígenas de um lado e os pesquisadores e educadores de diferentes níveis de outro, enfatizando os saberes locais, formação acadêmica e autonomia.

O Estado de Mato Grosso do Sul possui uma das mais signifi cativas populações indígenas do país, cerca de 60 mil pessoas, das etnias: Guarani-Ñandeva, Guarani-Kaiowá, Ter-ena, Kadiwéu, Kinikinau, Guató, Atikum, Kamba e Ofaié, que vivem, em sua quase totalidade, em contexto marcado pela perda territorial e correspondente confi namento em terras in-dígenas reduzidas, com os recursos naturais profundamente comprometidos, que não oferecem mais condições para a sua sustentabilidade. Em decorrência, verifi ca-se uma intensa in-serção no entorno regional, como assalariados e, na atualidade, muitos são assalariados dentro das próprias aldeias: profes-sores, serviços gerais em escolas, postos da FUNAI, agentes de saúde, entre outros. Particularmente em decorrência da falta de terra e de recursos naturais que garantam a subsistên-cia, signifi cativa parcela da população indígena regional vive, hoje, em espaços urbanos.

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Nesse contexto, essas populações vêm se empenhando, crescentemente, na construção de uma educação básica de qualidade, que responda às suas demandas e, mais recente-mente, buscam acesso às Universidades, percebidas como novos espaços de relevância estratégica no processo de re-conquista da autonomia. Insere-se, nesse viés, o Programa Rede de Saberes – permanência de indígenas no ensino supe-rior, que vem sendo implementado pela UCDB, em parceria com a UEMS, UFGD e UFMS, e que conta com recursos da Fundação Ford.

Os povos indígenas de Mato Grosso do Sul estão buscando, crescentemente, acesso as Instituições de Ensino Superior, que, por sua vez, vem abrindo cada vez mais suas portas a essas demandas. Por isso temos já um signifi cativo número de acadêmicos índios. No entanto, permanece o desafi o de formar profi ssionais indígenas que atendam as demandas de suas comunidades. Essa é questão principal a ser refl etida no decorrer desse IV SEMINÁRIO.

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Page 7: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

PROGRAMAÇÃO

15/08, segunda-feira8h - 17h: IV Encontro de Acadêmicos indígenas de MS .

15/08, segunda-feira19h - 22h: Abertura do IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

Conferência: Saberes tradicionais e saberes acadêmicosLocal: Anfi teatro do Bloco A.

16/08, terça-feira Anfi teatro do bloco A8h - 8h30: Acolhida

8h30 - 10h30Mesa Redonda: Saberes tradicionais e saberes acadêmicos: a experiência no MS e no Brasil

10h30: Lançamento de livro.

13h30 - 18h: Simpósios Temáticos

17/08, quarta-feiraAnfi teatro do bloco A8h - 8h30: Acolhida

8h30 - 11hMesa Redonda: Saberes tradicionais e saberes acadêmicos no contexto da América Latina

13h30 - 16h30: Simpósios Temáticos

17h - 18h: Plenário de encerramento – informe sobre os trabalhos desenvolvidos nos Seminários Temáticos.

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18/08, quarta feiraAnfi teatro da Biblioteca8h - 11h: Informes sobre projetos e programas em andamento e sua relação com a temática do Seminário – instituições presentes

14h - 16h30: Encaminhamentos relativos à ampliação das pesquisas e discussões relacionadas aos conhecimentos tradicionais e seu papel na formação de profi ssionais indígenas

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PROGRAMAÇÃO DOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

SIMPÓSIO TEMÁTICO 1:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMI-CA NO ÂMBITO DAS CIÊNCIAS DA TERRA

SALA: S 36 SETOR: Pós-Graduação BLOCO: Biblioteca

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Margareth FialhoÉvelin Tatiane da Silva PereiraAna Paula Corrêa Araújo

Análise da agricultura Terena, Aldeia Bananal- Aquidauana MS

2Eliza Aparecida PiresGilson Rodolfo Martins

Início do povoamento humano bacia do Paraná, MS: pesquisa de abrigos sob rocha na paisagem do Brasil Central

3 Alex Teixeira AlmeidaÁrvores nativas da Comunidade Indígena Pedra Preta, TI Raposa Serra do Sol, RR

4Kássia Ribeiro VeraPaulo Souza da SilvaGermano Bruno Afonso

Etnoastronomia dos índios Guarani na região da grande Dourados/MS

5 Cajetano Vera

Potencialidades da utilização das larvas de besouros (POLYPHAGA – CURCULIONI DAE GENERO RYNCHORUM: espécie rynchorun palmarun) L. (1956), como comple-mentação alimentar na tradição dos Guarani Ñandéva, na aldeia Pirajuí, município de Paranhos-MS

6

Exame de Qualifi cação:Aluno: Cajetano VeraBanca ExaminadoraDr. Antonio Brand (orientador)Dra.Nádia Heusi SilveiraDr.Eraldo M.Costa NetoDra.Marney Cereda

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 2:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA SAÚDE

SALA: 003 SETOR: A BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Gabrielle Franco do Amaral Dulce Lopes Barboza Ribas

Alimentação Terena: simbolismo e comensalidade

2 Vania P. S. SouzaCrianças indígenas Kaiowá e Guarani e o direito às políticas sociais de saúde

3

Douglas de Lima SchautzFrederico Jorge Pontes de MoraesIndianara Ramires MachadoJair Rosa dos Santos

Educação em saúde: adolescente conhecendo a si mesmo

4Eldo da Silva VilhalvaAntonio JoãoVeronice Lovato Rossato

Remédios tradicionais Kaiowá da Comunidade Campestre Marangatu

5 Mariana Pereira da Silva

Saberes Tradicionais e Biomedicina: cuidados referentes à gestação e ao parto de mulheres indígenas Kaiowá e Guarani de Amambai/MS

6Dinaci Vieira Marques RanziSilvio OrtizCélia Maria Flores Santos

Superação, humanização e desen vol-v i mento local: programa de acolhi-mento no atendimento hospitalar aos indígenas de Dourados-MS

7Simone Beatriz Assis de RezendeAntônio Jacó Brand

As consequências físicas e sociais do trabalho do indígena no corte de cana de açúcar

8Zuleica da Silva TiagoÉrika Kaneta Ferri

Estudo epidemiológico de sífi lis/hiv/aids na População Indígena: revisão bibliográfi ca

9Elaine Cristina da Fonseca Costa PettengillLucy Nunes Ratier Martins

A saúde entre os aspectos relevantes para se ter qualidade de vida: a fala de motoristas de ônibus urbano de Campo Grande

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10Elaine Cristina da Fonseca Costa PettengillSandra L. Haerter Armôa

Contribuições da Psicologia da Saúde à Psicologia do Trânsito: refl exões

sobre esta possível interface

11 Rafael dos Santos ValenteDiferença em jogo: a diversidade

corporal na Educação Física escolar

12Alice Dos Santos Mendes, Nilza Leite Antônio

A incidência de diabete mellitus tipo

II na etnia terena da Aldeia Ipegue e

suas relações com hábitos cotidianos

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 A.1: SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SALA: 006 SETOR: A BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1

Carlos Magno Naglis VieiraSuelise Paula Borges de Lima FerreiraAdir Casaro Nascimento

A criança indígena urbana e as escolas municipais de Campo Grande/MS: uma cartografi a preliminar da questão

2Teodora de SouzaAdir Casaro Nascimento

Educação escolar indígena e as políticas públicas no município de Dourados/MS

3Marina VinhaNôemia dos Santos Moura

Contribuições ao Projeto Pedagógico da Escola Municipal Indígena Mbo’Eroga Okara Poty, Aldeia Rancho Jacaré, Mato Grosso do Sul

4 Ana Paula da SilvaAkuaa Mbyá Kuery Rewe: pesquisa e produção de materiais diferenciados

5Evelyn Aline da Costa de OliveiraMarta Regina Brostolin

A educação da criança Terena: da aprendizagem familiar a aprendizagem escolar

6 Flaviana Pereira FigueiredoA relevância da educação escolar indígena bilingue e suas implicações sociais numa perspectiva intercultural

7Tomas VeraFrancisco Vanderlei Ferreira da Costa

A situação das escolas Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul

8Micheli Alves MachadoBernadeth Bucher

Educação na infância para a sustentabilidade: a visão docente da Aldeia Bororó

9

Aquilino Tsere’ubu’õ Tsi Rui’aNeimar Machado de SousaAntônio Hilário Aguilera Urquiza

Educação para a sustentabilidade: contribuições do povo Xavante

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Page 13: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 A.2:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SALA: 007 SETOR: A BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Marina Souza da CunhaLucianne Braga Oliveira Vilarinho

Educação Etnoambiental

2 Osmanyr Bernardo FariaGestão escolar: uma análise da escola indígena Terena Alexina Rosa Figueiredo

3Valdelice Verón XamirinhupotyMaria Ap. Rezende

Construção do parâmetro curricular para a educação escolar indígena Kaiowá e Gua-rani do território etnoeducacional cone sul

4

E. C. OliveiraS. P. Pini’AweM. R. P. BraccialiM. C. C. Ferraz

Cultura Indígena na educação escolar

5Jorge Luiz Gonzaga Vieira

Educação escolar indígena: desafi os e perspectivas em Alagoas

6Antonio Carlos Seizer da Silva

Educação infantil: um desafi o que está sen-do pensado pelas comunidades indígenas

7Carlos Alberto Panek Junior

Entre o passado e o presente: as experiências do ensino de História no curso normal médio indígena povos do Pantanal - MS

8Ronildo JorgeAntônio Dari Ramos

Levantamento e inventário de materiais didáticos não publicados, produzido pelos professores indígenas das escolas indíge-nas Jaguapiru e Bororó Dourados-MS

9Alisson de Souza PereiraCarlos Alberto Panek Junior

Legislação, laudos periciais, processo de demarcação de terras indígenas: relato de experiências sobre o ensino de Ciências Sociais no curso normal médio povos do Pantanal

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 A.3:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SALA: 010 SETOR: A BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Fernando Augusto Azambuja de Almeida

Negociando saberes: os conhecimen-tos tradicionais e a educação básica entre os terena da aldeia Buriti-MS

2Elida Furtado do NascimentoMaristela Rosso Walker

O ensino na fl oresta: a literatura e a

leitura na escola Puyanawa

3Genildo Alcântara

Marta Regina Brostolin

O processo de escolarização da aldeia

Buriti

4Vanusa Gabriel Lipú

Beatriz dos Santos Landa

Os estudantes indígenas do Ensino

Médio de Dourados-MS e de Caara-

pó-MS e o acesso ao Ensino Superior:

uma divulgação necessária

5Marcilene Lescano Martins

Veronice Lovato Rossato

Práticas educativas tradicionais entre

os Kaiowá na aldeia Takuaperi

6 Marina Cândido MarcosRepensar a temática indígena nos

livros didáticos: críticas e desafi os

7 Daiane da Cunha Barroso

Uma aluna e duas escolas: a trajetória

da Guarani Popo Yju de uma escola

indígena para uma escola da rede

pública

8Anai Vera BritosRosana CaremaIvonne Gaona

Alfabetização de pessoas jovens e adultas do povo Qom no Paraguai

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Page 15: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 B:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SALA: 005 SETOR: B BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Dulcênia Jorge MartinsMarta Costa Beck

A importância do trabalho do professor a partir de um planejamento adequado e de acordo com a realidade

2Janaína Nogueira Maia Carvalho

Concepções de infância e educação infantil: refl exões iniciais

3Carlos Alfredo Pettengill

Neimar Machado de Sousa

O discurso da empregabilidade no

sistema de ensino do Brasil: subsídios

teóricos

4João Martos Rosa

José Licínio Backes

O ensino da literatura africana na

educação básica: observações iniciais

5Mayara Silvério Batista Rosa

José Licínio Backes

Cultura, identidade e diferença no livro

didático de História

6 Janete dos SantosA implementação da Lei 11.645/08 nas práticas escolares da rede municipal de ensino de Campo Grande, MS

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 C:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA- MATEMÁTICA

SALA: 008 SETOR: B BLOCO: A

DATA: 18/06 HORÁRIO: 13h30 às 18h30

AUTOR(ES) TRABALHO

1Lídio Cavanha RamiresRogério de Oliveira

O estudo de simetria nos trança-dos Kaiowá e Guarani da aldeia Te’ýikue, município de Caarapó – MS/BR

2Udo PiresMaria Aparecida Mendes de Ol-iveira

Como Guarani/Kaiowa antigos me-diam

3Joaquim Adiala HaraMaria Aparecida Mendes de Oliveira

Noções de Matemática utilizada pelo Guarani na construção da casa tradicional

4Geraldo CarlosRogério de Oliveira

O conceito de divisão na visão dos Guarani/Kaiowá na aldeia Jaguari

5Sérgio VelárioElizabeth Matos Rocha

O uso e o sentido das fi guras geométricas presentes na cultura do guarani e Kaiówa

6Katiana Barbosa de carvalho; Sidnei Azevedo (Orientador)

Registros de nomes dos números e das maneiras de contar do Guarani e do Kaiowá da aldeia Te´Yikue

7Claudia Angela da SilvaLuiz Carlos Pais

Técnicas didáticas de um profes-sor de Matemática em contexto multicultural

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Page 17: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 D:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA- JOGOS, ESPORTES, LAZER E ARTES

SALA: 003 SETOR: E BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Renan Felipe de Araujo CamposArtemis de Araujo Soares

Breve análise acerca dos esportes insti-tucionalizados nos I Jogos Interculturais Indígenas de Manaus

2 Artemis Soares

O jogo da malha ou jogo da linha praticado por indígenas do Amazonas - análise sob o ângulo da praxiologia motriz

3 Adriano MoralesO lazer no passado e hoje, entre os Guarani da aldeia Pirajui, Paranhos-MS

4

Geicislaine Eliza da Silva CostaFátima Cristina Duarte Ferreira Cunha

A relevância do brincar na educação infantil

5Monique Passos Leal OlivePatricia dos Santos Silva

Artes indígenas no espaço escolar: construção e preservação da memória cultural

6Antonio Mendes Amancio JuniorÁrtemis de Araújo Soares

Jogos interculturais indígenas: uma análise das práticas e manifestações indígenas

7Adenildo Vieira de Souza Ártemis de Araújo Soares

Jogos tradicionais indígenas na comunidade do Livramento

8Ilda Barbosa de AlmeidaMarina Vinha

Lazer no acampamento Laranjeira Ñanderu, município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul

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Page 18: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

9

Margareth Soares Dalla GiacomassaElijane da Silva OliveiraJulio Pesso VilelaIngrith Raphaelle CalçasLeticia GomesAna Marcia PenaioLuciene AntonioMarcel Capelini SartorettoIsabela Prando de FigueiredoDelaine de Souza FerreiraIngridi de Mello FreitasVictor Duarte VieriraElizeo Alexandre JuniorMichelle Laura Magalhães da Silva

Cuidando de crianças indígenas: a Brinquedoteca Mitã Roka-Ovoku Komohiku Kalivôno.

10Camila GomesArtemis Soares

Jogos e brinquedos indígenas - um ensaio para a vida: levantamento das práticas corporais lúdicas da comuni-dade indígena Sateré-Mawé

11

Ana Lúcia da SilvaFranchys Marizethe Nascimento Santana Ferreira

Ludicidade & ensino: uma parceria que contribui com a educação

12Edson AlencarMarina Vinha

Práticas de lazer na Escola Indígena Ñandejara pólo da Aldeia Te’yikue, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul

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Page 19: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 A:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMI-CA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

SALA: 006 SETOR: E BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Joliene do Nascimento LealAndrea de Lima Ribeiro Sales

A formação superior indígena na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro: limites e possibilidades

2Carolina Vicente Arnulfo Beatriz dos Santos Landa

A questão indígena e a formação de pro-fessores no município de Dourados/MS

3Carolina Vicente ArnulfoBeatriz dos Santos Landa

A questão indígena em Mato Grosso do Sul: a informação como instrumento de visibilização dos povos indígenas

4Marco Antonio Oliva Monje

As identidades dos docentes do curso de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

5Wagner Roberto do Amaral

As trajetórias dos estudantes indígenas nas universidades estaduais do Paraná

6Sidney AlbuquerqueMarta Regina Brostolin

Da aprendizagem comunitária à aprendizagem acadêmica: o transitar do acadêmico indígena nos diferentes espaços educativos

7Marcos Silva de SouzaLuiz Otavio P. da Cunha

Diagnóstico dos problemas encontrados na permanência dos indígenas após ingressar no ensino superior

8 Arlem Barbosa dos SantosDiagnóstico socioeconômico da comunidade indígena São Jorge-RR: uma experiência acadêmica

9

Marinalva Viegas Conti, Michelle Marques Salva Vivian VitórioCarlos Magno Naglis Vieira Adir C. Nascimento

Educação indígena e o PPGE/UCDB: um mapeamento preliminar das produções de conhecimento

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Page 20: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 B:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMI-CA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

SALA: 007 SETOR: E BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13H30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Rodrigo Diego dos SantosMarcia D'Acampora

Ensino superior indígena (curso Li-cenciatura Intercultural) no estado de Roraima: o jornal Folha de Boa Vista como fonte de pesquisa, 2002 a 2003

2Luiz Henrique Eloy Amado Marta Regina Brostolin

Educação superior indígena: desafi os e perspectivas a partir das experiências dos acadêmicos indígenas da UCDB

3 Danielle da Silva TrindadeEstudo de caso: Licenciatura Intercul-tural da Universidade Federal de Ro-raima

4Fabiana de Freitas PintoRosa Helena Dias da Silva

Licenciatura específi ca para formação de professores indígenas MURA: um reencontro com as expectativas passadas através dos olhares presentes dos alunos

5Sônia Filiú Albuquerque Lima

Orgulho de ser índio? Reafi rmação identitária indígena e estereótipos produzidos no currículo universitário

6Vanusa Gabriel LipúBeatriz dos Santos Landa

Os estudantes indígenas do Ensino Médio de Dourados- MS e o acesso ao Ensino Superior: uma divulgação necessária

7Osmanyr Bernardo Farias, Marta Regina Brostolin

Políticas de inserção indígena na universidade: o signifi cado da formação superior para os acadêmicos indígenas terena da UCDB

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Page 21: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

8Sidinea Cândida FariaMariluce Bittar

Políticas públicas para a educação superior indígena em mato grosso do sul – uma proposta de pesquisa

9

Ariádima Paiva Faustino AlvesCarlos Ronaldo Miguel da SilvaMarla Felix SandrianeSoares BatistaYára Quelho de Castro

Relato de experiências: as difi culdades que os acadêmicos indígenas enfrentam ao se deslocarem de suas aldeias para a UFMS/campus de Aquidauana

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Page 22: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 C:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMI-CA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

SALA: 010 SETOR: E BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Cláudia Pereira XavierAdir Casaro do Nascimento

Formação de professores numa perspectiva intercultural: a universidade está aberta para a construção dessa abordagem?

2 Andréa Natália da SilvaFormação docente: identidades em construção na região de fronteira

3Daniela F. Viduani Sopran GiRuth Pavan

O profi ssional liberal na docência universitária: refl exões iniciais

4

Bruno Amaro Queiroz BliniJosé Bonifácio A. da Silva José Licínio BackesRuth Pavan,

Os campos teóricos utilizados nas pesquisas curriculares no Brasil (2005 – 2010)

5Bárbara Borges de Jesus Chieregati

Professor: diferentes atuações que mostram as regularidades da docência

6

Ana Maria da Trindade Rodrigues RauberFlavinês Rebolo

Trabalho docente: mal-estar e os desafi os da profi ssão na conquista do prazer, do bem-estar e da felicidade

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Page 23: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 5 A:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

SALA: 001 SETOR: F BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1 Luana Cáceres SalomãoA potencialidade educativa dos pontos de cultura em comunidades indígenas

2

Renata Guerreiro BarbosaBeatriz dos Santos LandaMaria de Fátima O. Mattos Grassi

A questão indígena na mídia escrita sul-mato-grossense no ano de 2010

3Gilmar GalacheDanieli Fernande Alcântara

Bandeira, a festa de São Sebastião

4Joana de L. MoroniAntonio Jacó Brand

Caso Verón e Caso Passo Piraju: analogias quanto à cobertura midiática e suas implicações no tribunal do júri

5

Rosimeire Martins Régis dos SantosMaria Cristina Lima Paniago Lopes

“Conectar-se e cair na rede?” – concepções de alunos universitários indígenas sobre o uso das tecnologias e de redes sociais

6José Francisco SarmentoCaroline Hermínio Maldonado

Fida: as emergências digitais em comunidades indígenas de MS

7 Alex Barbosa dos SantosInclusão digital e comunidades indígenas: a internet como parceira

8Moema UrquizaAdir Casaro Nascimento

Mídia e representações das identidades indígenas: percepção dos professores indígenas

9Caroline Hermínio Maldonado

O papel das mídias na afi rmação das identidades dos acadêmicos indígenas

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Page 24: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 5 B:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

SALA: 004 SETOR: F BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Luiz Henrique Eloy AmadoMarcelo Ribeiro CoelhoSidnei Moraes Albuquerque

Ofi cina de direito indigenista na aldeia Ipegue

2Alejandra Aguilar Pinto

Os impactos das tecnologias de informação e comunicação (TICS) na comunicação e conexão em rede dos povos originários

3Ana Maria Ribas de Jesus Magali Luzio FerreiraWaldir Leonel

Populações indígenas: uma leitura nos portais de notícia online do MS

4Valéria. A. M. O. CalderoniAdir. C. Nascimento

Rádio escola possibilidade de (trans) formação do sujeito étnico - relato de experiência

5Caroline H. Maldonado Viviane de Oliveira Souza

Teko Arandu

6 Maria Helena Benites Alves Universos subjetivos

7Osmar Marques Matos Rocha

O uso do laboratório de informática educativa nas aulas de matemática na aldeia Taquapiri

8 Tânia Maria Filiu de Souza

A importância da mediação da tecno-logia da informação e comunicação na formação continuada do professor da Educação Especial

9 Maysa Brum BuenoFormação continuada de professores em ambiente digital

10 Ana Maria Ribas de JesusWIKI- ferramenta de autoria na web 2.0

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Page 25: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 A.1:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

SALA: 005 SETOR: F BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Vicente Candia Moralez Maria Aparecida Mendes

Autonomia e administração fi nanceira guarani na aldeia Pirajuy

2 Tatiane MartinsA defi ciência dos órgãos públicos no combate à violência contra as mulheres nas aldeias de dourados

3Regina Nogueira da SilvaMilene Holanda Nantes

Agricultura familiar e a agroindústria: uma nova alternativa para o desenvolvimento sustentável

4 Vanginei Leite A cerâmica Xakriabá

5 Marilza Romero de Aquino

A Constituição Federal e a demarcação das terras indígenas - o caso dos Gua-rani e Kaiowá em MS: quem são seus parceiros?

6Juvelinda Monteiro da SilvaMaxim Repetto

A construção das hidrelétricas e os impactos ambientais nas terras indígenas em Roraima

7 Luiz Henrique Eloy AmadoA dupla afetação em terras indígenas: perfeita compatibilidade entre terra indígena e meio ambiente

8Yan ChaparroJosemar Maciel

Entrevozes: refl exões entre a alteridade e a composição das rasuras na pesquisa qualitativa

9Rosenildo Barbosa de CarvalhoNely Aparecida Maciel

A sustentabilidade na aldeia Rancho Jacaré

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Page 26: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 A.2:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

SALA: 008 SETOR: F BLOCO: A

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Inaye Gomes LopesVeronice Lovato Rossato

Aldeia Ñanderu Marangatu, antes e hoje

2Jaqueline Dos SantosAntonio Jacó Brand

As frentes de expropriação territorial e a ação dos Guarani na fronteira entre o Brasil e Paraguai

3Juliana Gonçalves VasconcelosKaroline Alves HeydtLandi Aramí Rossato Paulus

Avaliação socioambiental da reserva indígena Jaguapirú, município de Dourados-MS

4 Everaldo SarmentoConcepções de professores indíge-nas sobre os problemas ambientais de sua comunidade

5Eliezer Martins RodriguesNoêmia dos Santos Pereira Moura

Da perda à luta pela retomada do Tekohá Yvy Katu: do ciclo da erva-mate ao ciclo da soja (1940-2010)

6 Ana Rose Souza da SilveiraDiagnóstico educacional da Comu-nidade Indígena Ponta da Serra

7Monaliza Nayara Ribeiro Silva

Diagnóstico socioeconômico de gestão da Comunidade Indígena Três Corações

8 Ana Carolina Gomes Coimbra

Economia e educação indígena e o desenvolvimento sustentável: um exemplo dos índios Fulni-Ô – Águas Belas – Pernambuco

9Valdélia Cruz CadeteDaniel Bampi Rosar

Incentivo à produção de artesanato na comunidade Taba Lascada, Cantá, RR

10Juracilda VeigaRosa S. ColmanMarta M. do Amaral Azevedo

Mobilidade espacial e localização dos Guarani em São Paulo

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Page 27: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 A.3:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

SALA: 103 SETOR: A BLOCO: A – PISO SUPERIOR

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1

Valdevino Gonçalves CardosoAdir Casaro Nascimento Fernando Augusto Azambuja de Almeida

O processo de desterritorialização na invernada Buriti, município de Sidrolândia, envolvendo fazendeiros e o próprio SPI

2 Antonio Bento Pereira ParedesO processo de territorialização dos Terena na atualidade

3Michely Aline J. EspíndolaEdmundo Marcelo M. Pereira

O Terena na cidade ou a cidade no Terena? O urbanismo e a juventude indígena

4Lílian Raquel Ricci Tenório Luiz Henrique Eloy Amado

O território indígena como direito fundamental: abordagem a partir dos estudos de identifi cação de terras indígenas

5Saulo CassimiroAntonio Jacó Brand

Os Guarani e as frentes de expropriação territorial na fronteira entre o Brasil e Argentina

6Ládio VeronProtásio Langer

Os ensinamentos tradicionais de João Aquino – o caso dos instrumentos musicais executados com arco

7 Silvia SantanaOs índios Guatós e suas negociações de técnicas com a comunidade pantaneira barra de São Lourenço

8 Nely Aparecida MacielPa’i Chiquito: da criação da aldeia Panambizinho aos dias atuais

9 Maria José AlkiminPreservação do tabuleiro Xakriaba - conhecimentos e práticas sobre plantas medicinais, frutas e bichos

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Page 28: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 A.4:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

SALA: 106 SETOR: A BLOCO: A PISO SUPERIOR

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Zenildo LopesLevi Marques Pereira

Saberes locais e produção de alimentos na aldeia Amambai

2 Gustavo Costa do Carmo

Saberes tradicionais e a sintonia ambien-tal Kaiowá e Guarani em interface às ati-vidades econômicas do agronegócio no Mato Grosso do sul

3Jucilene Carneiro de Lima

Saneamento ambiental em áreas indígenas do distrito sanitário leste

4 Anabel da Silva Terras demarcadas em ilhas

5 Victor Ferri MauroTerritorialidade e processos de territorialização indígena no Brasil

6Claudemiro P. LescanoEnoque Batista

Território e sustentabilidade na aldeia Taquaperi

7 Daniel Bampi RosarUso da pedagogia da alternância e diag-nóstico comunitário na formação acadê-mica em Gestão Territorial Indígena

8Otoniel RicardoNely Aparecida Maciel

Violência entre os adolescentes Guarani e Kaiowá de doze a quinze anos na aldeia Te’yikue

9Lucilena Souza Correa DiasIára Quelho de Castro

A aldeia de Limão Verde: memórias e saberes

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Page 29: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 A.5:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

SALA: 107 SETOR: A BLOCO: A PISO SUPERIOR

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Lucimara Nascimento da SilvaBruno Marini

A Festa da Farinha de Anastácio (MS) como exemplo de desenvolvi-mento local sustentável

2Eva Martins TerraArlinda Cantero Dorsa

As comunidades tradicionais, histó-ria, tradições, memória e perspecti-vas de desenvolvimento sustentável

3

Laura Aparecida dos S. GomesCleonice Alexandre Le BourlegatJosemar de Campos Maciel

O sobá de Okinawa ou sobá de Cam-po Grande? Imigração japonesa e ter-ritorialização do sobá

4 Josemar de Campos MacielDesenvolvimento e descolonização: para pensar além do hegemônico

5Cláudio de Rosa Guimarães Cleonice Alexandre Le Bourlegat

Gestão territorial democrática e diálogo de saberes no direito à cidade, função social da propriedade e desenvolvimento local

6Rogério Santos dos Prazeres José Moacir de AquinoHeitor Romero Marques

Ordem social e solução de confl itos

fundiários no estado de Mato Grosso

do Sul à luz dos direitos humanos, na

perspectiva da ética do discurso

7Valdenir de Freitas

Guimarães

Sustentabilidade em Forte Coimbra:

uma proposta para o desenvolvimento

local

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Page 30: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

SIMPÓSIO TEMÁTICO 7:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA LÍNGUA INDÍGENA NA EDUCAÇÃO

SALA: 110 SETOR: A BLOCO: A - PISO SUPERIOR

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13h30 às 18h

AUTOR(ES) TRABALHO

1Hemerson Vargas CatãoRaimundo Vogarin

A cultura Guarani e inquietação diante da Língua Portuguesa

2 Arcenio Francisco DiasA garantia do ensino da língua Terena e artes e cultura Terena no município de Aquidauana

3Pâmela Andrade Vasconcelos

A inserção da língua indígena Makuxi no currículo escolar do ensino fundamental

4Maria de Lourdes Elias Sobrinho

Alfabetização na língua Terena: uma construção de sentido e signifi cado da identidade Terena da aldeia Cachoeirinha, Miranda/MS

5Dalila Luiz CândidoAdir Casaro Nascimento Neimar Machado de Sousa

Inserção curricular da língua Terena e interculturalidade na aldeia Bananal, Aquidauana, MS

6Renata CastelãoMarcos Lúcio Góis

Uma discussão sobre o uso da or-tografi a por estudantes e professores da aldeia Te’yikue

7Maria De Lourdes Cáceres Veronice Lovato Rossato

Variações da língua Guarani na reserva de Amambai

8Delfi no Borvão, Veronice Lovato Rossato

Variações lexicais da língua Guarani usadas no cone sul do MS

9Edvaldo NunesCândida Graciela Chamorro

Empréstimos na fala em Guarani na aldeia de Cerrito

10Maciel Vilhalva CáceresCândida Graciela Chamorro

O empréstimo linguístico na aldeia de Porto Lindo

11Evelin Tatiane da S. PereiraMargareth Fialho CandidoElisangela Castedo Maria

Mapeamento da língua Terena da aldeia Aldeinha, Anastácio/MS

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12Elizabete Fernandes Marcos Lúcio Góis

Uma análise dos empréstimos do por-tuguês no Guarani-Kaiowá utilizados por estudantes do 9º ano da escola Ñandejara pólo – aldeia Te’yikue

13Andérbio Márcio Silva Martins

O Kaiowá e o Guarani de MS: uma contribuição aos estudos histórico-comparativos da família linguística Tupi-guarani

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 8:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA IDENTIDADE E ORGANIZAÇÃO SOCIAL INDÍGENA

SALA: S37 SETOR: Pós-Graduação BLOCO: Biblioteca

DATA: 16/08 HORÁRIO: 13:30 as 18:00

AUTOR(ES) TRABALHO

1Eder Alcântara de OliveiraVera Lúcia Ferreira Vargas

Alguns aspectos culturais dos Terena

2 Wanderley Dias Cardoso Do índio ao bugre?

3Luiz Henrique Eloy AmadoSimone Eloy Amado

O Direito Indigenista em foco: entre o direito positivo e o direito consuetudi-nário indígena

4 Valdevino CardosoA aldeia do Limão Verde e a Política indi-genistas do SPI (Serviço de proteção aos índios) criado em 1910 e extinto em 1967

5Valentin Pires Nely Aparecida Maciel

Mitos que identifi cam o povo Guarani e seu refl exo nas famílias da aldeia Pirajuí.

6Rodinei Ramires Marques Nely Aparecida Maciel

Levantamentos históricos sobre a organização social e política indígena na Aldeia Te’yikue.

7Junior Moreira Cavalheiro Veronice Lovato Rossato

Organização familiar antiga e atual do Kaiowá da reserva Amambaí.

8Adão Ferreira BenitesProtásio Langer

Religiosidade indígena Guarani e Kaiowá na Aldeia Jaguapiré

9Miriam Martins Freitas Artemis de Araújo Soares

A exogamia como identidade coletiva na aldeia Beija-fl or I – Amazonas

10 Marcos Maciel Lima Cunha Camará: uma história a ser contada.

11 Saulo Álvaro de MelloCanoas e Canoinhas Paiaguá: guerra de movimentos na América portuguesa

12Elisa Maria Balzan Neimar Machado de Sousa

Uma leitura histórica/literária para a sala de aula da obra a retirada da laguna de Visconde de Taunay

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Resumos

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Page 34: IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade

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IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 35

SIMPÓSIO TEMÁTICO 1:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS CIÊNCIAS

DA TERRA

ANÁLISE DA AGRICULTURA TERENA, ALDEIA BANANAL - AQUIDAUANA-MS

Margareth Fialho Cândido; Évelin Tatiane Da Silva Pereira; Ana Paula Corrêa Araújo

Resumo: O presente trabalho analisa a prática da agricultura na Aldeia Bananal, localizada no Distrito de Taunay, Municí-pio de Aquidauana, Estado de Mato Grosso do Sul. A pesquisa tem por objetivo a compreensão da agricultura desenvolvida pelos Terena, que de modo geral envolve toda a cultura de um povo, como a língua falada pelo Povo Terena, os costumes, as crenças e os hábitos de trabalho que são diferenciados entre uma família e outra. Os Terena, por contarem com uma po-pulação bastante numerosa e manterem contato intenso com a população regional, são os indígenas cuja presença se revela de forma signifi cativa, seja através das mulheres vendedoras nas ruas de Campo Grande ou das legiões de cortadores de cana-de-açúcar que, periodicamente, se deslocam às desti-larias para a “changa”, o trabalho temporário nas fazendas e usinas de açúcar e álcool (AZANHA; LADEIRA, 2004). Na década de 80 a agricultura e a pecuária já eram os principais setores que moviam a economia da região sul-mato-grossense sendo, por esse motivo, consideradas atividades econômicas tradicionais. Nesse período citado acima, os principais produ-tos agrícolas produzidos no município eram a soja e o milho. Posteriormente, veio a produzir o arroz, o algodão, o feijão, o trigo, a banana, a cana de açúcar e a mandioca. (CABRAL, 2003) Dentre desses novos produtos introduzidos na econo-mia local, o que mais se destaca atualmente são os derivados da mandioca, principalmente a farinha de mandioca produzida

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de forma artesanal por agricultores familiares na aldeia Bana-nal. A forma organizacional e modo artesanal de produção são mantidos até hoje pelos pequenos produtores rurais. O plantio, a colheita, o descascamento, a ralagem, a prensagem e a pe-neiragem da mandioca continuam artesanal e familiar, o que caracteriza o modo de produção de agricultura familiar que, segundo Abramovay (1997), as características dessa atividade produtiva são que “a gestão é feita pelos próprios proprietários da terra e está diretamente ligado por laços de parentesco, o trabalho é todo familiar, com o capital adquirido pertencendo ao agricultor e o patrimônio é repassado de geração em gera-ção no interior das famílias que vivem nas próprias unidades produtivas”. Além da produção de farinha artesanal, é produzi-da a culinária do saber cultural indígena, como, HIHI (BOLO EMBRULHADO COM FOLHA DE BANANEIRA), LAPA-PÉ (BOLO), POREÚ (MINGAU), YUMA (POLVILHO).Palavras-chave: Cultura; desenvolvimento de subsistência; agricultura.

INÍCIO DO POVOAMENTO HUMANO DA BACIA DO PARANÁ-MS: PESQUISA DE ABRIGOS SOB ROCHA

NA PAISAGEM DO BRASIL CENTRAL

Eliza Aparecida Pires; Gilson Rodolfo Martins

Resumo: As escavações arqueológicas no sítio Alto Sucuriú 4, pelo Projeto PCH Porto das Pedras, Água Clara-MS na mar-gem do rio Sucuriú, resgatou centenas de vestígios líticos e amostras de carvões de fogueiras dos caçadores, coletores pré--históricos, datadas a cerca de 8000 à 9000 anos Antes do Pre-sente. Objetivou-se neste estudo aprender os procedimentos de tratamento laboratorial através da higienização, do registro e da catalogação do acervo arqueológico. Métodos: elas foram escovadas na água potável, expostas a luz solar, inicia-se o registro individual alfanumérico, usando canetas permanentes. Resultados: nós observamos a presença da técnica de lasca-

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IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 37

mento nas estilhas, nas lascas e nos artefatos líticos. Conclu-são: a guarda, a curadoria e a catalogação deste acervo arque-ológico estão sendo desenvolvidos pela equipe do Laboratório de Pesquisas Arqueológicas do DHI-CPAQ, sediado no Mu-Arq da UFMS-Campo Grande - MS. Palavras-chave: Sítio Alto Sucuriú 4; Projeto PCH Porto das Pedras-MS; Tratamento Laboratorial do Acervo Arqueológico.

ÁRVORES NATIVAS DA COMUNIDADE INDÍGENA PEDRA PRETA, TI RAPOSA SERRA DO SOL, RR

Alex Teixeira Almeida (UFRR)

Resumo: Este trabalho foi realizado no Tempo Comunitário II do Curso de Gestão Territorial Indígena, com o objetivo de diagnosticar as espécies madeiráveis existente na comunidade Pedra Preta, TI Raposa Serra do Sol. Foi realizado com pes-soas que conhecem as matas da região e um grupo de jovens estudantes, por meio de entrevistas e ofi cinas. Pretendemos descobrir questões importantes para a gestão desses recursos pela comunidade baseado no conhecimento tradicional: usos, importância, espécies em extinção, locais de ocorrências, for-mas de reprodução, calendário anual e outras informações relevantes. Foram levantadas 16 espécies. A maioria fl ora no início do período chuvoso, em maio. Algumas se reproduzem por sementes e outras por raízes. Os principais usos são na construção de casas, móveis, cercados e venda em poucas quantidades. Algumas espécies são extraídas na fase de lua “escura” para não dar brocas; outras, quando há necessidade, dependendo do porte ou de sua fase de desenvolvimento. Os problemas são o uso descontrolado, a extração desequilibrada, a falta de trabalho com preservação e reprodução, a escassez e desmatamento para plantação de roças. Espécies como cedro, casca-grossa e velame estão praticamente extintas. As solu-ções são controlar a retirada das madeiras, reduzir as roças em matas virgens, selecionar as árvores para derrubar e refl oresta-

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mento. Nas décadas de 80 a 90 já teve sufi ciente; havia menos extração, que aumentou junto com a população. Estudos são importantes para conhecer as espécies, as que estão em extin-ção, a preservação, o refl orestamento e discutir a introdução de novas espécies. Iremos trabalhar junto com a comunidade, no próximo Tempo Comunitário, um plano para manejo dos recursos madeiráveis, associando o conhecimento tradicional com as atividades acadêmicas.Palavras-chave: Recursos madeiráveis; refl orestamento; pre-servação; conhecimento tradicional.

ETNOASTRONOMIA DOS ÍNDIOS GUARANI NA REGIÃO DA GRANDE DOURADOS/MS

Kássia Ribeiro Vera (UEMS); Paulo Souza da Silva (UEMS); Germano Bruno Afonso (UEL)

Resumo: O conhecimento da astronomia é milenar para todos os povos que já existiram. O que mais deixava os Guarani in-trigados e perplexos ao mesmo tempo era a forte ligação entre o Céu e a Terra, e esses conhecimentos serviram de suporte para inúmeras atividades, dentre elas podemos citar a caça, a pesca, a coleta e a lavoura. Temos o objetivo de reaproximar a última geração da comunidade indígena e o conhecimento perdido sobre astronomia, através da utilização do planetário móvel e construção do observatório solar indígena em duas escolas indígenas, e despertar em cada criança e jovem indíge-na o interesse sobre o seu passado, a sua própria história. Ini-cialmente foram feitas visitas informais nas casas de pessoas que ainda guardam o saber etnoastronômico da tribo Guarani; aos poucos foram falando sobre o que sabem a respeito do céu e das estrelas. Após horas de conversa, em várias visitas, começaram a falar mais sobre o assunto, e registramos todas as conversas em gravador de áudio. Quase todos com quem tivemos mais contato falam a língua materna, o Guarani e o Kaiowá que são línguas semelhantes, portanto ouvimos nova-

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IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 39

mente para traduzir as falas. Visitamos uma escola indígena, Tengatuí Marangatu (Tengatui= lugar onde se aprende coisas boas para o futuro; Marangatu=santo), para apresentação do planetário móvel aos professores, alunos e aos antigos e fazer o céu em miniatura. Parte desse projeto já foi concluído. Cons-truímos o observatório solar indígena numa escola indígena. Esperamos que essa reanimação e curiosidade pela sabedoria do próprio povo não voltem a cair no esquecimento, e que essa geração possa repassar para gerações seguintes.Palavras-chave: Astronomia; herança; interesse.

POTENCIAL DA UTILIZAÇÃO DE LARVAS DE BESOUROS (POLYPHAGA–CURCULIONIDAE –GÊNERO RYNCHORUM: ESPÉCIE: Rynchorum

palmarum) L.(1956),COMO COMPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR, NA TRADIÇÃO DOS GUARANI

ÑANDÉVA, NA ALDEIA PIRAJUÍ, MUNICÍPIO DE PARANHOS, MATO GROSSO DO SUL

Cajetano Vera (UCDB), Antonio Jacó Brand (UCDB), Marney Cereda (UCDB)

Resumo: O artigo trata de potencial da utilização de larvas de besouros (Polyphaga–Curculionidae Espécie: Rynchophorum palmarum) L.(1956). Os indígenas guarani comem as larvas do besouro no seu cotidiano na base da sua cultura e possuin-do um amplo conhecimento sobre o referido inseto e também a planta que serve como hospedeiro. Pretendendo contribuir na preservação desse hábito alimentar tradicional cultural do povo guarani daquela comunidade. A pesquisa avaliou esse há-bito sob o ponto de vista do hábito alimentar tradicional. Para tanto, houve a necessidade de recuperar as informações dis-poníveis por meio de entrevistas livres e com participação de dois caciques e dois professores e dois adolescentes nas cole-tas de larvas e dos besouros. As armadilhas, que se constituem em cortes de coqueiros foram usadas para atrair os besouros,

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coletar as larvas e capturar os besouros. Assim foi possível a identifi cação taxonômica e as análises bromatológicas. Os tur-nês guiados, possibilitaram identifi cação de principais árvores hospedeiras dos insetos. As análises bromatológicas das larvas forneceram as porcentagens dos nutrientes, apontando para alimento altamente calórico e nutritivo. Assim contribuir com o conhecimento etnocientífi co na descrição das larvas para que o não indígena também possa a utilizar como alimento.Palavra-chave: Etnoconhecimento; antropoentomofagia; et-noentomologia e saberes locais.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 2:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS CIÊNCIAS

DA SAÚDE

ALIMENTAÇÃO TERENA: SIMBOLISMO E COMENSALIDADE

Gabrielle Franco do Amaral (UFMS); Dulce Lopes Barboza Ribas (UFMS)

Resumo: O campo da alimentação não se restringe a neces-sidade vital do indivíduo, constituindo-se de simbolismos aos quais grupos sociais se identifi cam e são identifi cados; o ato de comer abarca, portanto, natureza e cultura (MACIEL, 2005). O objetivo deste trabalho foi investigar os saberes e práticas alimentares dos Terena residentes na aldeia Água Azul, perten-cente a terra indígena Buriti, localizada no município de Dois Irmãos do Buriti. Desta forma, analisa-se a historicidade da relação do Terena com o alimento, suas relações de comensali-dade e simbolismos em torno do ato alimentar, além de investi-gar o universo que emana da culinária tradicional, consideran-do o contexto das mudanças das práticas e saberes alimentares. A metodologia de trabalho se fundamenta na análise de dados fornecidos por produções científi cas já realizadas a respeito da temática, além da coleta de informações tomando como base a pesquisa qualitativa pautada na observação participante, a fi m de analisar a especifi cidade do cotidiano das famílias Terena, e realização de entrevistas semi-estruturadas em especial com os mais idosos para que, através das lembranças, pudéssemos problematizar a dinâmica inerente a essa sociedade. O coti-diano Terena, assim como os de quaisquer outras pessoas, é determinado por sua visão de mundo a partir do grupo étnico em que está inserido. Apesar das Culturas não permanecerem estáticas, as transformações em torno da história deste povo estão permeadas de descobertas, porém preservando muitas

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tradições e mantendo-se na sua especifi cidade.Palavras-chave: Alimentação; comensalidade; índios sul--americanos.

CRIANÇAS INDÍGENAS KAIOWÁ E GUARANI E O DIREITO ÀS POLÍTICAS SOCIAIS DE SAÚDE

Vania P. S. Souza

Resumo: Na Constituição Brasileira o direito à saúde é direi-to fundamental de natureza social, direito do qual as crianças Kaiowá e Guarani são titulares. O objetivo geral deste estudo foi investigar a infância e as condições de vida da criança indígena Kaiowá e Guarani, em aldeias da Região da Grande Dourados, buscando mapear as políticas sociais e o acesso à saúde nas aldeias de Dourados e de Paranhos. Os objetivos específi cos foram: a) Conhecer a infância das crianças indí-genas e as condições de vida após as mudanças provocadas pela redução do território; b) Descrever e analisar as políticas públicas que asseguram o direito à saúde à criança indígena. Trata-se de pesquisa qualitativa de cunho etnográfi co e estu-do documental com análise dos documentos, leis, programas e ações das instituições de atenção às crianças indígenas na pers-pectiva dos direitos sociais. Participaram desta pesquisa: ido-sos, lideranças indígenas, familiares, profi ssionais da saúde e educação. Os instrumentos de coleta de dados foram: entrevis-tas abertas, semi-estruturadas, observação e registros no diário de campo. Os dados da pesquisa indicam que a efetivação dos direitos fundamentais sociais à saúde, proteção à maternidade e à infância têm sido negligenciados às crianças indígenas e que a maioria vivem em condições precárias de vida. Assim, em relação à efetivação aos direitos sociais e ao acesso às polí-ticas de saúde há fortes barreiras para serem superadas.Palavras-chave: Políticas sociais; infância indígena; defi ciên-cia; inclusão social.

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ADOLESCENTE CONHECENDO A SI MESMO

Douglas de Lima Schautz; Frederico Jorge Pontes de Moraes; Indianara Ramires Machado; Jair Rosa dos Santos

Resumo: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069 de 13/07/90), é considerado adolescente o indivíduo en-tre 12 e 18 anos de idade. Essa diferença é pouco relevante frente a todas as modifi cações biológicas, psicológicas e so-ciais que caracterizam esse período da vida. Este trabalho é um projeto de extensão e tem o objetivo de promover ativida-des de educação em saúde abordando temas como a adolescên-cia e cuidados com a saúde para os alunos com a idade de 10 a 16 anos da Escola Tengatui Marangatu na aldeia Jaguapirú de Dourados. Como também realizar debates sobre os temas abordados; apresentar vídeos e palestras dialogadas sobre os temas abordados: o adolescente e suas escolhas, higiene oral e corporal, prevenção de DST/AIDS, métodos contraceptivos, alimentação saudável, pressão grupal, drogas, situação da co-munidade indígena onde vivem, além de realizar atividades com os temas propostos, levantados pelos adolescentes através de dinâmicas e rodas de conversa. Este trabalho é um projeto de extensão e consiste num método de participação coletiva de debates acerca de uma temática, através da criação de espaços de diálogo, nos quais os sujeitos podem se expressar e, sobre-tudo, escutar os outros e a si mesmos. Com isso sendo relevan-te para os alunos da comunidade que serão multiplicadores de informações nas suas vivencias.Palavras-chave: Adolescentes; projeto de extensão; alunos indígenas.

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REMÉDIOS TRADICIONAIS KAIOWÁ DA COMUNIDADE CAMPESTRE MARANGATU

Eldo da Silva Vilhalva; Veronice Lovato Rossato (SED/MS).

Resumo: Este trabalho foi realizado para a conclusão do Cur-so Normal Médio Ára Verá, em 2010. Os remédios tradicionais dos Kaiowá são muito importantes para manter a saúde física e espiritual das pessoas. O objetivo principal foi fazer um le-vantamento dos remédios tradicionais existentes na região da aldeia, identifi cando os que são usados e para quê, e também os que deixaram de ser usados e por que. Como educador, es-tou muito preocupado por causa das doenças que vêm afetando a comunidade e que a medicina não-indígena nem sempre dá conta. No entanto, a falta dos remédios da natureza difi culta o uso da medicina tradicional e hoje, para encontrar algum, os indígenas precisam ir muito longe de suas casas. Para reali-zar a pesquisa, foram utilizados os seguintes procedimentos: observação de campo para localização, coleta e fotos de plan-tas medicinais; e entrevistas com membros da comunidade e alunos. Através do diálogo com as pessoas de mais idade, fui percebendo o quanto é importante o uso dos remédios tradicio-nais, que não são só de plantas, mas também de animais. Tam-bém achei importante saber que os remédios fazem mais efeito se forem acompanhados de reza. Pela fala dos entrevistados, parece que o único motivo de não usarem mais os remédios tradicionais é porque confi am mais nos remédios de farmácia. Nenhuma delas lembrou que o desmatamento e a pouca terra causam o desaparecimento de muitos remédios que são tradi-cionalmente usados pela comunidade indígena. Palavras-chave: Aldeia Marangatu; Kaiowá; remédios tradi-cionais indígenas.

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SABERES TRADICIONAIS E BIOMEDICINA: CUIDADOS REFERENTES À GESTAÇÃO E AO

PARTO DE MULHERES INDÍGENAS KAIOWÁ E GUARANI DE AMAMBAI/MS

Mariana Pereira da Silva (UFGD)

Resumo: A presente comunicação refl ete sobre as tensões en-tre a biomedicina, operada pelos profi ssionais de saúde da FU-NASA (Fundação Nacional de Saúde) e os saberes locais in-dígenas Kaiowá e Guarani de Amambai, Mato Grosso do Sul. Sabe-se que os serviços de saúde implantados pelo sistema de assistência passaram a disputar espaço com práticas de saúde indígena, instaurando pontos de tensões entre os profi ssionais de saúde do sistema público, orientados pela biomedicina, e os praticantes do saber indígena ligados às práticas pró-prias do grupo. Mais especifi camente, no que diz respeito ao trabalho das parteiras, há determinação expressa da FUNA-SA para a realização dos partos em hospitais. Neste caso, não apenas a atuação das parteiras fi ca relegada ao segundo plano, mas também sua importância na teia de relações sociais entre famílias extensas Kaiowá e Guarani.

Palavras-chave: Tensão entre biomedicina e saberes locais; saúde indígena; parteiras indígenas.

SUPERAÇÃO, HUMANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: PROGRAMA DE

ACOLHIMENTO NO ATENDIMENTO HOSPITALAR AOS INDÍGENAS DE DOURADOS-MS

Dinaci Vieira Marques Ranzi (UCDB); Silvio Ortiz; Célia Maria Flores Santos (UFGD)

Resumo: Dourados está localizada em Mato Grosso do Sul, Estado que possui a segunda maior população indígena do Brasil. Este estudo tem por objetivo relatar o processo de im-plantação do Programa de Humanização do Hospital Universi-

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tário de Dourados referente à população indígena - período de 2004 a 2008. Também faz uma refl exão sobre a superação do preconceito em relação aos povos indígenas no atendimento hospitalar e como as ações de acolhimento contribuem para o desenvolvimento local, haja vista que “o cuidar” é uma forma de expressão, de ser, de viver, de se relacionar com o outro e com o mundo. No cuidar humanizado, ele refl ete a concep-ção de qualidade, onde o cuidador é capaz de acolher, refl etir, reconhecer e desempenhar, com competência e sensibilidade, uma assistência de acordo com as necessidades do receptor de cuidados. Hoje o Hospital Universitário de Dourados, ad-ministrado pela Fundação Universidade Federal da Grande Dourados, é referência na assistência à Saúde em média e alta complexidade e, através de parceria com a FUNASA, o aten-dimento direcionado à população indígena. Pretende-se, com este trabalho, socializar os avanços e os desafi os do Programa de Humanização que busca garantir assistência de qualidade às pessoas indígenas, em respeito à diversidade étnica. O projeto “Acolhimento da Porta de Entrada” conta com um Enfermei-ro indígena que trabalha também como intérprete resolvendo assim, nesta instituição, a difi culdade de comunicação entre os profi ssionais de saúde e os usuários indígenas.

Palavras-chave: Humanização; etnia; saúde; Desenvolvimen-to Local.

AS CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E SOCIAIS DO TRABALHO DO INDÍGENA NO CORTE DE

CANA-DE-AÇÚCAR

Simone Beatriz Assis de Rezende (UCDB); Antonio Jaco Brand (UCDB)

Resumo: Anunciada a mecanização da lavoura de cana-de--açúcar em Mato Grosso do Sul e o consequente fi m do corte manual, discute-se a diminuição dos postos de trabalho que atingirá os trabalhadores indígenas. O esforço físico empreen-

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dido pelo cortador de cana é considerado excessivo e realiza-do sob precárias condições de trabalho e ambientais. Estudos indicam que, em um dia corta-se 12 toneladas de cana e, para isso, o trabalhador deve desferir por volta de 133.332 golpes de podão e caminhar 8.800 metros, em posição não ergonômi-ca, sob altas temperaturas e baixa umidade do ar. O ambiente de trabalho, diante da necessidade da queima da palha da cana de açúcar para viabilizar o corte manual e aumentar o teor de açúcar da cana, apresenta partículas em suspensão causadoras de problemas respiratórios. Objetiva-se analisar os impactos físicos do labor e os impactos sociais causados na comunida-de, já que a atividade prepondera como forma de subsistência de grande parte da população indígena do Estado. A pesquisa será bibliográfi ca e o método dedutivo. Terá como referen-cial teórico: estudos, artigos, dissertações e teses, como, por exemplo, “Impactos da indústria canavieira no Brasil”, 2008; Plataforma BNDES; e a tese “Avaliação cardiovascular e res-piratória em um grupo de trabalhadores cortadores de cana--de-açúcar queimada no estado de São Paulo”, de Cristiane Barbosa. Resultados iniciais permitem concluir que o paga-mento por produção induz o trabalhador a intensifi car o seu ritmo de trabalho e aumentar o seu ganho, mas traz prejuízos inexoráveis para a saúde e a diminuição de sua vida útil para a atividade. De outra parte, os canaviais situam-se em locais dis-tantes e o trabalhador gasta, em média, de 2 a 3 horas por dia de percurso, o que diminui o tempo de descanso e de convívio familiar, desfavorecendo as relações comunitárias e difi cultan-do a manutenção da cultura.Palavras-chave: Indígena no corte de cana; esforço físico; pa-gamento por produção; impactos físicos e sociais.

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS/HIV/AIDS NA POPULAÇÃO INDÍGENA: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Zuleica da Silva Tiago; Érika Kaneta Ferri

Resumo: As Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids está entre os problemas de saúde pública. Por isso, há uma preocupação devido ao aumento de casos nos últimos anos, especifi camente entre a população indígena, por estar em situação de vulnerabilidade e risco. O objetivo da pesquisa foi realizar um estudo epidemiológico de DST/AIDS na popula-ção indígena do Brasil. Buscando investigar as DST de maior ocorrência entre a população, identifi cá-las por sexo, faixa etá-ria e regiões. Tratou-se de um estudo de revisão bibliográfi ca, no período de 1988 a 2009. Os resultados demonstram que a notifi cação de AIDS no período de 2000 a 2009 evoluiu para o aumento de casos de AIDS e DST na população indígena, e nesse período houve no total de 477 notifi cações de AIDS em indígenas. E na população geral apresenta um percentual maior de casos. Em gestantes indígenas totalizaram 115 casos, enquanto na população geral apresentou um percentual maior. Casos de Sífi lis em gestantes indígenas apresentou, no total, de 397 casos. O estudo voltado para o tema sobre as Doenças Se-xualmente Transmissíveis/AIDS, traz como desafi o trabalhar este tema com a população indígena, frente a grande diversi-dade cultural indígena. Tem-se observado que o oferecimento da testagem é uma prática pouco utilizada pelos profi ssionais de saúde; há interferência de acesso a serviços de saúde nas áreas que tem presença missionária. Conclui-se que os órgãos responsáveis, através de projetos de prevenção, desenvolvam suas ações, e possam ter respostas efi cazes aos trabalhos atra-vés de busca ativa e melhoria de acesso ao serviço.Palavras-chave: Epidemiologia; saúde indígena; doenças se-xualmente transmissíveis.

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A SAÚDE ENTRE OS ASPECTOS RELEVANTES PARA SE TER QUALIDADE DE VIDA: A FALA DE MOTORISTAS DE ÔNIBUS URBANO DE

CAMPO GRANDE

Elaine Cristina da Fonseca Costa Pettengill (FACSUL); Lucy Nunes Ratier Martins (UCDB)

Resumo: Este artigo apresenta os resultados de pesquisa rea-lizada com motoristas de ônibus urbano, no que se refere à sua percepção sobre o que seja importante para se ter qualidade de vida. O trabalho destes profi ssionais em Campo Grande é caracterizado por condições que oferecem risco à sua saúde e qualidade de vida, como carga horária excessiva; distancia-mento entre prescrição de tarefas e a realidade com que os motoristas se deparam na prática de seu trabalho; manuten-ção insatisfatória dos veículos; preocupação constante com o cumprimento do tempo de tabelas de bordo que, muitas vezes, encontram-se desatualizadas e desproporcionais às atuais de-mandas de seu trabalho, entre outros aspectos. O recorte qua-litativo possibilitou o acesso ao objeto de estudo por meio de entrevista semi-estruturada, realizada individualmente com vinte profi ssionais de duas das cinco empresas de transporte urbano de Campo Grande. A análise de conteúdo foi o recur-so utilizado para o tratamento dos dados. Como resultados, obteve-se que a saúde, na opinião dos entrevistos, está entre os aspectos mais importantes para que possam vivenciar quali-dade de vida, estando vinculada principalmente à necessidade de ter boas condições de trabalho como a possibilidade de ter tempo para se dedicar à vida pessoal e familiar, o que muitas vezes se torna inviável em razão de sua carga horária excessi-va de trabalho. Melhoria salarial, cuidados com a manutenção dos veículos, atualização de tabelas de bordo, reconhecimento da chefi a e dos passageiros por seu trabalho, são exemplos de condições de trabalho apontadas pelos motoristas de ônibus como importantes em sua prática profi ssional. A atenção dos empresários e das autoridades governamentais a esse respeito pode trazer contribuições à qualidade de vida dos motoristas,

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à qualidade dos serviços prestados à população, além de prote-ger e promover suas condições de saúde.Palavras-chave: Qualidade de vida; saúde; motoristas de ônibus.

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DA SAÚDE À PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: REFLEXÕES SOBRE

ESTA POSSÍVEL INTERFACE

Elaine Cristina da Fonseca Costa Pettengill (FACSUL); Sandra L. Haerter Armôa (UNIGRAN Capital)

Resumo: Este artigo apresenta contribuições da Psicologia da Saúde aos psicólogos que atuam em Psicologia do Trânsito, fa-vorecendo a refl exão sobre a possibilidade de entrelaçamento destas duas áreas da Psicologia, visando a promoção da saúde e o desenvolvimento de comportamentos seguros no trânsito. Voltada aos comportamentos relevantes relacionados à saú-de, doença e cuidados, a Psicologia da Saúde tem por objeto de estudos a aplicabilidade da ciência psicológica, visando a promoção e manutenção da saúde mediante sugestões para o sistema de saúde, contribuindo para a elaboração de políticas públicas. Práticas em Psicologia do Trânsito, respaldadas nos pressupostos da Psicologia da Saúde, podem signifi car ações direcionadas à prevenção de acidentes e de comportamentos de risco à segurança viária, promovendo-se concomitantemen-te a adoção de comportamentos seguros e a proteção da quali-dade de vida, do bem-estar e da saúde das pessoas. Estas ações podem acontecer a nível primário (para evitar o envolvimento em acidentes), secundário (prevenção da ocorrência de novos acidentes pelo indivíduo) e terciário (ações direcionadas ao indivíduo sequelado em razão do acidente). O psicólogo do trânsito que se utiliza dos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia da Saúde contribui para a prevenção de aciden-tes e a promoção da qualidade de vida, do bem-estar e da saú-de integral da sociedade, quando não se afasta da concepção

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biopsicosócio-ambiental do participante do trânsito, adotando uma postura favorável ao diálogo interdisciplinar e buscando estratégias de intervenção, prevenção e promoção de compor-tamentos seguros no trânsito.Palavras-chave: Psicologia da saúde; Psicologia do trânsito; tnterface.

DIFERENÇA EM JOGO: A DIVERSIDADE CORPORAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Rafael do Nascimento Valente (UCDB)

Resumo: No presente artigo, fruto da pesquisa “Identidade e Diferença na Educação Física: construção de signifi cados fu-turos professores” dentro do Programa de Mestrado e Douto-rado em Educação da UCDB que pertence à linha de pesquisa da Diversidade Cultural e Educação Indígena, foi feita uma refl exão teórica sobre o corpo dentro das escolas nas aulas de Educação Física utilizando-se de abordagens dos Estudos Cul-turais como a diferença, o estereótipo, a pluralidade e a repre-sentação do outro como plano de fundo. O artigo tem como objetivo discutir o corpo (corporeidade) enquanto elemento de construção da cultura e da identidade e que isso implica em compreender as diferenças. Não devemos dialogar esse discur-so, apoiando-se na tolerância, até porque isso causa a impres-são de superioridade. A diversidade corporal permite entender que o corpo é múltiplo e plural e, no espaço escolar onde este corpo está em movimento e em observação, não deve haver o domínio de um sobre o outro. Ou seja, como desfazer-se do discurso do saber colonizador, onde somente este possui a verdade? Desfazer-se da invenção do “outro” com base nas teorias racistas e saberes estereotipados como traz a idéia da espacialidade colonial.Palavras-chave: Diferença; diversidade corporal; Educação Física escolar, representação do outro.

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A INCIDÊNCIA DE DIABETE MELLITUS TIPO II NA ETNIA TERENA DA ALDEIA IPEGUE E SUAS

RELAÇÕES COM HÁBITOS COTIDIANOS

Alice dos Santos Mendes; Nilza Leite Antônio

RESUMO: Esse projeto pretende pesquisar a incidência de Diabetes Mellitus dos Terena na aldeia Ipegue no Mato Gros-so do Sul - Município de Aquidauana e verifi car se essa inci-dência tem relação com mudanças de hábitos alimentares pela aculturação. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo--exploratório e que tem como hipótese que os hábitos coti-dianos e alimentares infl uenciaram no processo saúde-doença dessa população e acredita que há um número considerável de portadores de diabete mellitus tipo II.Palavras-chave: Diabete Mellitus; Aldeia Ipegue; hábitos cotidianos.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 3:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

A CRIANÇA INDÍGENA URBANA E AS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CAMPO GRANDE/MS: UMA CARTOGRAFIA PRELIMINAR DA QUESTÃO

Carlos Magno Naglis Vieira (UCDB); Suelise Paula Borges de Lima Ferreira (SEMED); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: O artigo “A criança indígena urbana e as escolas mu-nicipais de Campo Grande/MS: uma cartografi a preliminar da questão” procura apresentar um mapeamento, ainda prelimi-nar, das crianças indígenas que estudam nas escolas munici-pais de Campo Grande/MS, destacando e problematizando os confl itos e as tensões produzidos nos entrelugares que carac-terizam as escolas, em especial, as que compõem o entorno das aldeias urbanas (Marçal de Souza, Darci Ribeiro, Água Bonita e Aldeia indígena do Núcleo Industrial). Pautado em uma metodologia descritiva, o estudo, ainda em andamento, estabelece uma relação entre identidade, diferença e cultura, tendo como eixo de interpretação os processos históricos que produzem sentidos e os signifi cados que realçam ainda mais as relações de poder que hierarquizam as diferentes culturas. Amparado em um referencial bibliográfi co com interface na Educação, na Antropologia e nos Estudos de Cultura (Azeve-do, Bhabha, Both, Cohn, Freire, Hall, Rezende, Silva, Sobri-nho e Tassinari), o estudo é um desafi o para os autores, pois o assunto é uma temática muito recente no cenário acadêmico, principalmente no âmbito da educação escolar. Nesse sentido, além de sentir uma necessidade de maior aproximação teórica e epistemológica com a temática, pretende-se contribuir com a discussão apontando novos elementos para pensar as pesqui-sas com crianças indígenas urbanas em Campo Grande/MS e a

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formação do professor para o trabalho com a diferença. Palavras-chave: Criança indígena urbana; escolas municipais de Campo Grande; identidade; cultura.

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE DOURADOS/MS

Teodora de Souza (UCDB); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: Dourados possui a maior concentração populacio-nal indígena aldeada do país, por volta de 12 mil pessoas, em uma área de 3539 hectares. Tendo como referência a legislação específi ca nacional, estadual e municipal para a Educação Es-colar Indígena pós-Constituição de 1988, a pesquisa tem como objetivo geral: analisar como as políticas públicas específi cas asseguradas nas legislações educacionais aos povos indígenas se efetivam na escola indígena no município de Dourados. A perspectiva metodológica está centrada na pesquisa qualitativa fundamentada em estudos da pedagogia estabelecendo inter-faces com a antropologia, sociologia e história, usando como procedimentos a pesquisa documental, entrevistas, técnicas da etnografi a, em especial, na realização do estudo de caso em uma escola a ser selecionada. Além da fundamentação teórica que sustenta o arcabouço legislativo, autores como Grupioni, Nascimento, Brand, Tassinari, Gallois, Lopes da Silva, Meliá, Bhabha, Hall e Canclini entre outros, participam como interlo-cutores nas refl exões para a compreensão e análise dos dados produzidos durante a pesquisa. A expectativa com a análise é verifi car como os gestores da Secretaria de Educação, repre-sentantes do Conselho Municipal de Educação, gestores esco-lares, professores e comunidade compreendem a legislação e observar e descrever, por meio do estudo de caso, a dinâmica de uma escola indígena tendo como referência as conquistas político-pedagógicas para ressignifi car a escola para os povos indígenas. Entende-se que este trabalho de pesquisa a ser rea-lizado proporcionará uma refl exão sobre o tema e a construção

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do conhecimento acadêmico que possibilitará a visibilidade das tensões e confl itos que emergem das relações entre o siste-ma público/legislação e a construção de uma escola indígena específi ca e diferenciada.

Palavras-chave: Escola indígena no município de Dourados; legislação; práticas pedagógicas diferenciadas.

CONTRIBUIÇÕES AO PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA MUNICIPAL INDIGENA MBO’EROGA OKARA POTY, ALDEIA RANCHO JACARÉ, MATO

GROSSO DO SUL

Marina Vinha (UFGD); Nôemia dos Santos Moura (UFGD).

Resumo: O objetivo do presente artigo é o de socializar os pro-cedimentos e resultados da contribuição às questões escolares da aldeia Rancho Jacaré. Este trabalho trata do Projeto de Ex-tensão realizado pelas professoras da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com o objetivo de contribuir para a fi nalização do Projeto Pedagógico (PP) da Escola Municipal Mbo´eroga Okara Poty, localizada na aldeia Rancho Jacaré, município de Laguna Carapã, Mato Grosso do Sul. Realizado durante quatro viagens a campo, o referido Projeto teve como objetivos específi cos: a) levantar em que ponto a Escola/co-munidade já produzira em termos do seu Projeto Pedagógico; b) situar o posicionamento político indigenista nacional para a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC), frente às legislações específi cas para a educação escolar indígena; c) ouvir, compreender e mediar o que a Escola poderia fazer no contexto territorial e ambiental dos Guarani e Kaiowá, estando mantida por uma instituição governamental, cujas limitações burocráticas requerem negociações. A metodologia pautou-se pelo estudo dos documentos da referida escola, associando--os às legislações específi cas do protagonismo indígena nas suas lutas por uma educação diferenciada e nas refl exões so-bre o signifi cado do projeto pedagógico no espaço escolar. A

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relevância do projeto está no atendimento à solicitação da co-munidade indígena e também pelo fato de o projeto atender aos objetivos da extensão universitária, integrada ao ensino e à pesquisa, por constituir um dos caminhos ante os múltiplos desafi os do profi ssional em formação. Nas considerações fi nais indicamos que, ao orientarmos a equipe da Escola Municipal Mbo´eroga Okara Poty e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC), na redação e nas refl exões para ofi cializar o PP da Escola, buscamos juntos respostas para ações de gestão compartilhada, envolvendo dois tipos de organização social: a estatal e a comunitária indígena. Simultaneamente, aprende-mos muito compatibilizando as legislações de direito com as realidades da comunidade escolar da aldeia Rancho Jacaré. Palavras-chave: Projeto pedagógico; educação escolar indí-gena; projeto de extensão.

AKUAA MBYÁ KUERY REWE: PESQUISA E PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIFERENCIADOS

Ana Paula da Silva

Resumo: O presente trabalho visa discutir as experiências do projeto de extensão Akuaa Mbyá kuery rewe: conhecendo com os Guarani Mbyá do Rio de Janeiro do curso de Licenciatu-ra em Educação do Campo (LEC), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A pesquisa tem como foco as narrativas orais e os etnosaberes, bem como o legado cul-tural do grupo, explorando novos espaços de pesquisa, como por exemplo, a etnotaxonomia indígena. Para isso, estão sendo realizadas ofi cinas, entrevistas com os conhecedores tradicio-nais voltadas para a valorização da cultura e a sensibilização de uma pesquisa sobre seus próprios saberes. Nesse contexto, a proposição dessas ações tem em vista o fortalecimento da escola e a produção de materiais didáticos específi cos, que va-lorizem as formas de organização e os patrimônios culturais desse grupo indígena.

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Palavras-chave: Etnosaberes; Guarani Mbya; materiais di-dáticos.

A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA TERENA: DA APRENDIZAGEM FAMILIAR A

APRENDIZAGEM ESCOLAR

Evelyn Aline da Costa de Oliveira (UCDB); Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: O presente texto é resultado de uma pesquisa vincu-lada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientí-fi ca da Universidade Católica Dom Bosco – PIBIC/UCDB, e teve por objetivo investigar o processo de educação familiar da criança, ou seja, o aprender a ser Terena, a sua inserção na escola e como esta articula a educação escolar à pedagogia Terena. O foco do trabalho centrou-se em crianças indígenas da etnia Terena, da Aldeia Buriti, localizada no município de Dois Irmãos do Buriti, Estado de Mato Grosso do Sul. Com uma abordagem qualitativa e delineamento de estudo de caso, a pesquisa bibliográfi ca buscou ampliar o conhecimento sobre a etnia envolvida e, numa perspectiva psicopedagógica, com-preender como a criança aprende no contexto familiar e esco-lar e as implicações que envolvem este processo. Os resultados mostraram que a educação obtida no âmbito familiar refl ete na escola e, que a criança aprende, principalmente, pelo observar, sentir e pelo experimentar, o que é muito característico na pe-dagogia Terena representada por um estilo de aprendizagem perceptiva. Entretanto, se o aprender inicia-se nas aprendiza-gens informais, na aprendizagem formal as condições são di-ferentes. A expectativa do adulto que convive na escola com a criança, é mais orientada pela norma padrão. O aprendente ocupa geralmente uma posição menos singular, mais anônima e com menos possibilidade de autoria e a disponibilidade do professor de espera e de acolhimento, muitas vezes, é menor que a dos pais. Neste contexto, o funcionamento da instituição

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escolar, ou seja, seu “modus operandi” infl uencia direta e ou indiretamente na aprendizagem da criança Terena.

Palavras-chave: Criança Terena; aprendizagem familiar; aprendizagem escolar.

A RELEVÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA BILINGUE E SUAS IMPLICAÇÕES

SOCIAIS NUMA PERSPECTIVA INTERCULTURAL

Flaviana Pereira Figueiredo

Resumo: A pesquisa foi realizada na escola Cacique João Ba-tista Figueiredo da Aldeia Tereré, município de Sidrolândia/MS, extensão da escola Pólo Armando Gabriel situado a 30 km deste município. Uma das grandes preocupações que leva-ram à realização desta pesquisa deve-se ao fato de que, nesta instituição a direção e a coordenação não presenciam diaria-mente o trabalho pedagógico desenvolvido na escola. Assim, sentiu-se a necessidade de compreender como estava ocorren-do o procedimento das práticas pedagógico desses educado-res por meio da observação e análise das falas dos professores indígenas e não indígenas dessa escola, verifi cando assim se as práticas desenvolvidas ocorrem sem prejuízo a língua por-tuguesa e a própria língua materna Terena. Essa análise pas-sou por três momentos em que o primeiro momento abarca os estudos teóricos, levantando, em seguida, a observação na qual foram feitas as coletas de dados junto aos educandos e, no terceiro momento, a entrevista com os professores culminando com as refl exões para construir o corpo da pesquisa. De posse dos dados colhidos realizou-se a triangulação com a devida in-terlocução teórica, esperando assim, contribuir com mais uma possibilidade em direção a efetivação de uma escola indígena de qualidade com identidade que lhe é peculiar.

Palavras-chave: Educação escolar indígena; currículo bilín-güe; práticas pedagógicas.

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A SITUAÇÃO DAS ESCOLAS GUARANI E KAIOWÁ DO MATO GROSSO DO SUL

Tomas Vera; Francisco Vanderlei Ferreira da Costa.

Resumo: Por meio das visitas e observações nas escolas indí-gena no Estado de Mato Grosso do Sul, percebi que há necessi-dade de continuar as pesquisas sobre o material disponível em Língua Guarani, a fi m de que possa servir para o uso dos pro-fessores na alfabetização. Escolhi todas as escolas indígenas que já são consideradas como escolas indígenas diferenciadas e específi cas de alguns municípios. Para realizar esses estudos, o interesse, então, eram os livros e apostilas em Guarani para uso nos anos iniciais do ensino fundamental: primeiro, segundo e terceiro anos. Para realizar esse estudo, a base principal foi a discussão em torno de letramento e alfabetização (MELIÁ, 1975; TFOUNI, 2006; BERGAMASCHI, 2008). Os dados mostraram que as escolas possuem poucos materiais, isso tanto em Português quanto em Guarani. Mas, comparando os poucos materiais, verifi quei que estão muito mais em Língua Portu-guesa. Outro fator apresentado é que além de haver poucos ma-teriais em Guarani, poucos sãos usados. O fato comprovador disso é a quantidade de material lacrado e guardado nos locais indevidos. Os alunos não estão tendo acesso a esses materiais. Palavras-chave: Escolas Guarani e Kaiowá; material didático em língua Guarani; difi culdades dos professores.

EDUCAÇÃO NA INFÂNCIA PARA A SUSTENTABILIDADE: A VISÃO DOCENTE DA

ALDEIA BORORÓ

Micheli Alves Machado (Centro Universitário da Grande Dourados); Bernadeth Bucher (Centro Universitário da Gran-

de Dourados)

Resumo: A sustentabilidade, como tema central deste traba-lho, traz à tona uma discussão atual e necessária sobre diversas

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questões que presenciamos na escola e que são refl exo das si-tuações vividas pelos alunos em sua comunidade. Consideran-do que a escola deve educar e preparar as crianças para uma vida mais feliz e responsável, esta pesquisa tem por meta, a partir das crianças, formarem jovens e adultos conscientes da importância de sua atuação no mundo e transformações que possibilitem exercer seus direitos e deveres quanto ao meio em que são inseridos, preocupados consigo, com os outros e com as questões do planeta. A pesquisa realizada nas escolas indígenas da Aldeia Bororó da cidade de Dourados-MS, com professores dos anos iniciais, teve como objetivo possibilitar o entendimento da prática pedagógica utilizada pelos profes-sores da Educação Básica, ao desenvolver atividades que en-volvesse o ensino e prática da Sustentabilidade o Jeiko Porãrã com crianças indígenas. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário com perguntas semi-estruturadas. Os resultados sugerem que para entender o conceito de susten-tabilidade, sob a perspectiva indígena, é necessário compre-ender o modo de ser indígena. A pesquisa se torna importante porque permite um novo olhar e entendimento do conceito de sustentabilidade que têm o povo indígena da Aldeia Bororó, em especial, a visão que as crianças indígenas possuem do meio social e ambiental em que vivem.

Palavras-chave: Sustentabilidade; criança indígena; educação.

EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE: CONTRIBUIÇÕES DO POVO XAVANTE

Aquilino Tsere’ubu’õ Tsi Rui’A (UCDB); Neimar Machado de Sousa (UCDB); Antonio Hilário Aguilera Urquiza (UFMS)

Resumo: Esse artigo está relacionado a uma pesquisa em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco sobre a Escola Xavante na Terra Indígena Marãiwatsede. Nas últimas décadas, o discurso da sustentabilidade tornou-se predominante e foi associado à

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educação. Entende-se a sustentabilidade como uma proposta em torno da qual gravitam múltiplas forças sociais, instituições e leituras que disputam entre si a condição de interpretação verdadeira. Com o povo Xavante não haveria de ser diferen-te. Consequentemente, um dos objetivos dessa comunicação é perguntar se o povo Xavante mantém, e de que modo, práticas sustentáveis no atual contexto, e se elas estão relacionadas à escola. À primeira vista, observa-se que, para alguns pais, a escola é uma possibilidade dos jovens obterem empregos, re-produzindo, desse modo, um discurso ocidental comum nas últimas décadas e associado às reformas liberais da educação. Observa-se que as políticas internacionais para a educação têm sido efi cazes no sentido de atingir também as escolas indíge-nas. Será que essa crença, socialmente difundida, revela-se um fato para os povos indígenas, tendo em vista as condições de funcionamento dessas instituições? Contraditoriamente ao discurso de alguns dos pais, que mostra o desejo de que os fi lhos escolarizados possam auxiliá-los, há afi rmações claras de toda a comunidade para que os jovens não se apeguem de-mais aos costumes dos brancos, denotando uma desconfi ança na possibilidade de sustentabilidade advir pela escola. É muito comum nos ensinamentos dos mestres tradicionais, mais ve-lhos, a afi rmação de que os não-índios são individualistas e de que tal prática não é a cultura Xavante. De outra parte, a escola não tem sido simplesmente negligenciada pelos Xavan-te, sendo muito valorizada, de modo especial após a década de 80, pois os mais jovens pedem que lhes seja ensinada tanto a língua Xavante como a gramática Portuguesa. Isso indica que o exercício da interculturalidade na escola Xavante é uma prá-tica de resistência de um povo subalternizado. Assim, um dos resultados parciais dessa pesquisa é que o próprio exercício da interculturalidade na escola de Marãiwatsede é um princípio de sustentabilidade. Palavras-chave: Xavante; Escola Marãiwatsede; intercultura-lidade; sustentabilidade.

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EDUCAÇÃO ETNOAMBIENTAL

Mariana Souza da Cunha (UFRR/Insikiran); Lucianne Braga Oliveira Vilarinho (UFRR/Insikiran)

Resumo: A educação indígena diferenciada é uma antiga rei-vindicação das sociedades indígenas e sugere a escola como um espaço de construção de relações sociais fundamentadas na interculturalidade e na autonomia política. A educação am-biental, também tem sua gênese nas reivindicações dos movi-mentos sociais e, na atualidade, caracteriza-se como proposta político-pedagógica referendada por teóricos, educadores, ad-ministradores e diversas organizações. A proposta da educação ambiental como promotora da sustentabilidade em terras indí-genas tem que ser inserida no currículo da educação indígena, para que fortaleçam as práticas ambientais já vivenciadas em suas tradições. Nesta etapa de estudos presencias 2011.1, no tema contextual meio ambiente e qualidade de vida com as turmas K e L do curso de licenciatura Intercultural, tivemos a oportunidade de discutir vários temas ligados a qualidade de vida do povo indígena, assim como implementar práticas ecológicas que garantem a sustentabilidade em suas terras, como Sistemas aglofl orestais e recuperação de áreas degrada-das. Com isso, colocamos em prática ações como reativação e implementação de viveiros em três comunidades indígenas. Essa ação conjunta entre escola e comunidade nos possibilitou uma maior integração, onde os moradores das comunidades puderam participar e contribuir com seus conhecimentos tradi-cionais no intuito de valorizar e disseminar através destas prá-ticas esses conhecimentos. Houve uma grande troca entre os acadêmicos e as pessoas das comunidades que trabalharam em conjunto para garantir uma melhor qualidade de vida naquela comunidade, assim como em outras comunidades onde alunos terão oportunidade de por em prática o que aprenderam, isto, é, disseminar seus conhecimentos adquiridos. Foi possível traba-lhar aspectos relacionados a uma educação etnoambiental, isto é, uma educação que aborde preceitos da educação ambiental e da educação indígena.

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Palavras-chave: Educação indígena; currículo; sustentabili-dade; qualidade de vida; saberes tradicionais.

GESTÃO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DA ESCOLA INDÍGENA TERENA ALEXINA ROSA FIGUEIREDO

Osmanyr Bernardo Faria; Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: No Brasil, os povos indígenas têm reconhecidos seus direitos, suas formas próprias de organização social, seus valores simbólicos, tradições, conhecimentos e processos de constituição de saberes e transmissão cultural para as gerações futuras. A extensão a esses direitos no campo educacional ge-rou a possibilidade de os povos indígenas se apropriarem da instituição escola, atribuindo-lhe identidade e função peculia-res. A escola como espaço histórico de imposição de valores e assimilação para incorporação à economia de mercado e, nesse processo, devoradora de identidades, passa a ser reivindica-da pelas comunidades indígenas como espaço de construção de relações intersocietárias, baseadas na interculturalidade e na autonomia política. Frente a esta problemática, este texto se propõe a apresentar resultados fi nais de um trabalho de in-vestigação vinculado ao Programa de Iniciação Científi ca da Universidade Católica Dom Bosco, tendo por foco a Escola Municipal Alexina Rosa Figueiredo, da Aldeia Buriti, situada na Terra Indígena Buriti, município de Dois Irmãos do Buriti, Mato Grosso do Sul. A investigação teve por objetivo conhecer a legislação e educação escolar indígena, histórico e realidade da escola Terena e o seu processo de gestão escolar. Este es-tudo mostrou-se relevante devido ao fato de existirem poucos trabalhos voltados para a gestão da educação escolar indígena e também por ser o pesquisador membro desta comunidade. Os resultados coletados evidenciam que, na Aldeia Buriti, a gestão escolar da Escola Alexina Rosa Figueiredo não difere de outras escolas em suas realidades, necessidades e difi culda-des. No âmbito pedagógico, o desafi o centra-se na construção de um projeto pedagógico diferenciado que articule os sabe-

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res locais com os conhecimentos necessários para viver num mundo globalizado. Nesta questão, a direção, os professores e a comunidade vêm desenvolvendo um trabalho de refl exão e discussão na tentativa de uma reformulação curricular que promova o diálogo intercultural e a busca de melhorias para a comunidade.

Palavras-chave: Povos indígenas; políticas educacionais; gestão escolar.

CONSTRUÇÃO DO PARÂMETRO CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA KAIOWÁ E GUARANI DO TERRITÓRIO ETNOEDUCACIONAL

CONE SUL

Valdelice Verón Xamirinhupoty; Maria Aparecida Rezende.

Resumo: O texto apresenta uma proposta que é maior do que um trabalho de conclusão de curso, “construir um Parâmetro Curricular da Educação Escolar Indígena Kaiowá e Guarani do Território Etno-Educacional do Cone-Sul”. Tal temática vem sendo discutida veementemente pelos professores Kaiowá e Guarani. O desejo de fazer este estudo intensifi cou-se numa roda de tereré com professores indígenas dessa etnia, cursistas do Teko Arandu e professores não indígenas do referido cur-so. O maior desafi o dessa pesquisa é elaborar um Parâmetro Curricular tendo como protagonistas os professores, através dos processos próprios de aprendizagem Guarani e Kaiowá. A escola indígena não pode desprezar o lugar onde os alunos indígenas desenvolveram seus conhecimentos – sua casa. Os conhecimentos tradicionais devem ser potencializados no sen-tido de desenvolver a socialização que abrange os aspectos de uma educação singular: Nhanderekoha e Tekoha nhe’ê ayvu. Os conhecimentos educacionais, em forma de oralidade, que os Kaiowá e Guarani repassam para seus fi lhos, obedecem uma cronologia que representa as etapas da educação indígena. O objetivo maior deste estudo é garantir a participação efetiva

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dos conteúdos aprendidos na educação indígena tekohanhe’ẽ, ao lado dos conhecimentos acumulados pela humanidade. A metodologia usada consiste em entrevistas com rezadores, li-deranças, representantes do Movimento de Professores Indí-genas, professores e alunos. Também o ato efetivo de escutar nas rodas de tereré e em volta do fogo como é o costume dos Kaiowá e Guarani. Assim, o trabalho vem contribuir com a refl exão da prática pedagógica da educação escolar indígena desse povo e também com o fortalecimento da cultura e dos processos de ensino e aprendizagem desse povo.Palavras-chave: Educação indígena; educação escolar indíge-na; parâmetro curricular.

CULTURA INDÍGENA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

E. C. Oliveira; S. P. Pini’Awe; M. R. P. Bracciali; M. C. C. Ferraz (UFSCar)

Resumo: A Lei 11.645, de 10 de março de 2008, trata da in-clusão, na educação escolar, do ensino da história e da cultura indígena. Trazer essa temática para a sala de aula requer, além de um bom preparo do professor, fontes de informação confi á-veis que retratem a vida das diferentes comunidades indígenas do Brasil, trazendo informações sobre o seu passado, sobre sua cultura, situando-as no presente, retratando os diversos problemas que tem enfrentado ao longo dos anos, suas lutas e suas conquistas. Apesar de várias fontes de informação sobre diversos povos indígenas brasileiros não serem de fácil acesso e entendimento (muitos livros, por exemplo, não são direcio-nados para o público jovem) existem muitas fontes de infor-mação disponíveis nos dias de hoje que podem ser utilizadas na educação escolar, pois trazem dados importantes, atualiza-dos e de fácil entendimento. Livros, artigos científi cos, vídeos, dentre outras fontes, corretamente escolhidos para atender à necessidade informacional de um público jovem, são de extre-ma importância para a reconstrução da história e manutenção

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da cultura dessa importante parcela da sociedade brasileira. O presente trabalho se preocupa em analisar diversas fontes de informação sobre cultura material e imaterial indígena, dando destaque, em sua primeira fase, para a análise de fontes de in-formação jornalísticas (jornais online). Este projeto é norteado pela seguinte questão de pesquisa: textos jornalísticos podem ser utilizados na educação escolar como fonte de informação sobre cultura indígena? Resultados parciais mostram que sim, desde que seja feita uma triagem inicial para separar os arti-gos que trazem bons conteúdos e dados atualizados sobre os diferentes povos indígenas brasileiros daqueles que apenas apresentam análises incompletas e superfi ciais dos problemas enfrentados pelas comunidades indígenas atualmente.Palavras-chave: Cultura indígena; educação escolar; conheci-mento tradicional indígena; fontes de informação.

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS EM ALAGOAS

Jorge Luiz Gonzaga Vieira (Université Stendhal--Grenoble III, França)

Resumo: O presente trabalho analisa a prática da educação escolar desenvolvida pelos órgãos públicos em nível dos entes federativos do Brasil nos povos indígenas de Alagoas, desta-cando o Serviço de Proteção Índio (SPI), a Fundação Nacio-nal do Índio (FUNAI) e a Secretaria Estadual de Educação do Estado de Alagoas. Neste contexto, identifi ca-se que os pro-gramas educacionais foram estruturados na perspectiva mono-cultural e impostos às comunidades indígenas, marginalizando a cultura de cada povo, a cosmovisão e valores tradicionais. O princípio constitucional de 1988 garante uma educação es-pecífi ca e diferenciada para as populações tradicionais, res-peitando suas culturas e valores. Entretanto, em Alagoas, os cerca de 20 mil indígenas ainda lutam por infraestrutura, pela construção do plano pedagógico e realização de concurso pú-

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blico para professores indígenas, como também o acesso pleno à formação superior. Palavras-chave: Educação escolar indígena; plano pedagógi-co; Alagoas.

EDUCAÇÃO INFANTIL: UM DESAFIO QUE ESTÁ SENDO PENSADO PELAS COMUNIDADES

INDÍGENAS

Antonio Carlos Seizer da Silva (Território Etnoeducacional Povos do Pantanal)

Resumo: Refl etir sobre a escola e os processos de implemen-tação de uma Educação Escolar Indígena que colabore com os rumos dados pela comunidade na elaboração de práticas peda-gógicas que dialoguem com suas tradições é um processo que começa a aproximar professores e coordenadores pedagógicos para uma discussão efetiva durante as formações continua-das organizadas pela própria unidade escolar. A partir disso, percebe-se em algumas comunidades Terena, uma indagação a respeito dos moldes da Educação Infantil Indígena, pois a garantia da diferença metodológica e curricular, torna a espe-cifi cidade da Educação Escolar Indígena de maneira ampliada, pois o que se pensa não é a formalização da educação aprendi-da pela criança em casa, mas a extensão da educação indígena para o espaço formal que é a escola. O presente trabalho é parte de inúmeras discussões e percepções comunitárias dos indígenas durante os eventos locais organizados pela comu-nidade Terena da Aldeia Ipegue, Distrito de Taunay, no muni-cípio de Aquidauana/MS. O trabalho está apoiado em contri-buições de Bhabha, Cohn, Nascimento, RCNEI e autores que trabalham com a temática da Educação Escolar Indígena. Os procedimentos metodológicos foram realizados a partir da re-visão bibliográfi ca e grupo focal na comunidade referenciada. As considerações fi nais apontam a existência de uma signifi ca-tiva discussão sobre a educação infantil na aldeia, porém, sem

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respaldo e/ou participação de representantes governamentais. Palavras-chave: Terena; educação escolar indígena; educação infantil.

ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: AS EXPERIÊNCIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA NO

CURSO NORMAL MÉDIO INDÍGENA POVOS DO PANTANAL - MS

Carlos Alberto Panek Junior (UFGD)

Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar as experiên-cias desenvolvidas no Curso Normal Médio Indígena Povos do Pantanal-MS relacionadas com o ensino de História. A pro-posta de trabalho envolveu diferentes discussões referentes ao ensino para as séries iniciais, a partir da construção de diferen-tes metodologias e práticas pedagógicas.Palavras-chave: Educação escolar indígena; formação de pro-fessores indígenas; ensino de História.

INVENTÁRIO DE MATERIAL DIDÁTICO NÃO PUBLICADO PELOS PROFESSORES INDÍGENAS

DAS ESCOLAS INDÍGENAS DA RESERVA INDÍGENA DE DOURADOS

Ronildo Jorge (UFGD); Antônio Dari Ramos (UFGD).

Resumo: Sabemos da importância e necessidade de se pensar novas possibilidades na área de educação escolar indígena. O projeto que tinha como objetivo inicial levantar e inventariar os materiais didáticos não publicados produzidos pelos profes-sores das escolas indígenas da Aldeia Jaguapiru e Bororo de Dourados, seria mais uma forma de fortalecermos a Educação Escolar Indígena. Nas escolas indígenas de Dourados, os alu-nos utilizam em sala de aula o mesmo livro didático da escola não índia. Existe atualmente uma grande crítica sobre os livros

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didáticos e as representações que criam sobre as populações indígenas. A grande maioria desse material dedica à temática indígena no máximo cinco páginas, muitas vezes colocando o índio enquanto vítima, ou então romantizado. Com isso, os alunos indígenas não se reconhecem nesses livros. As histó-rias, as disciplinas, os conteúdos seguem a lógica do não índio. A realidade local das escolas indígenas nos levam a unirmos forças na construção de materiais didáticos específi cos, pois sabemos que no período escolar os livros didáticos acabam sendo as fontes de estudo para os alunos. Surge esse projeto de pesquisa que busca o levantamento e inventário dos materiais produzidos pelos professores indígenas para um conhecimento mais amplo da existência desses materiais e, quem sabe, para futura publicação, a fi m de vir de encontro com os princípios do Plano Nacional de Educação para as escolas indígenas. Os professores indígenas buscam de outras maneiras suprir a ca-rência de publicações específi cas. Esses professores buscam nas histórias da aldeia, na cultura indígena, nos mitos, aportes para uma escola indígena intercultural e bilíngüe.Palavras-chave: Educação indígena; professores indígenas; livros didáticos.

LEGISLAÇÃO, LAUDOS PERICIAIS, PROCESSO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS: RELATO

DE EXPERIÊNCIAS SOBRE O ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS NO CURSO NORMAL MÉDIO POVOS DO

PANTANAL

Alisson de Souza Pereira; Carlos Alberto Panek Jr.

Resumo: Este artigo contém os resultados dos trabalhos da 2a etapa do Curso Normal Médio Povos do Pantanal sobre legis-lação, demarcação de terras indígenas e laudos periciais. Essa etapa do componente curricular de Ciências Sociais visou pro-porcionar discussões acerca da legislação indigenista no Esta-do de Mato Grosso do Sul e debater sobre os laudos antropoló-

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gicos e sua importância em relação ao processo de demarcação no Estado. Para isso, também foi exposto um breve histórico sobre o processo de esbulho, territorialização e re-territoriali-zação dos territórios tradicionais indígenas no Brasil.Palavras-chave: Terras indígenas; Antropologia; laudos peri-ciais; educação.

NEGOCIANDO SABERES: OS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS E A EDUCAÇÃO BÁSICA ENTRE OS

TERENA DA ALDEIA BURITI-MS

Fernando Augusto Azambuja de Almeida (UCDB); Neimar Machado de Sousa (UCDB)

RESUMO: O presente trabalho faz parte da pesquisa de mes-trado denominada: Escolarização entre os Terena da Aldeia Buriti, cujo objetivo é analisar a Escola Municipal Indígena Alexina Rosa Figueiredo, no município de Dois Irmãos do Buriti, Mato Grosso do Sul. Essa escola constituiu-se, ao lon-go dos anos, numa realidade educativa diferenciada, na qual os índios criaram um espaço de redemocratização poroso e fl exível de resistência e negociações, no mesmo espaço des-sa instituição tradicionalmente homogênea e vertical que é a escola ocidental. A metodologia empregada, além da revisão bibliográfi ca, aplicou as técnicas de história oral, mediante en-trevistas com o corpo docente e professores, muitos dos quais já aposentados, para entender suas concepções de educação indígena diferenciada e seus objetivos em relação ao perfi l do egresso. Entre os resultados obtidos, percebe-se que a Escola Municipal Indígena Alexina Rosa Figueiredo está apoiada em um modelo que valoriza a cultura e reforça o controle da es-cola pela comunidade, além de concretizar uma experiência de confrontação entre o debate, travado nos cursos de formação de professores, e a experiência vivida na escola, transforman-do-se em uma experiência formadora que fortalece a luta e o compromisso dos professores dessa comunidade indígena.

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Palavras-chave: Escola indígena; Terena; espaço de resistên-cia; professores indígenas.

O ENSINO NA FLORESTA: A LITERATURA E A LEITURA NA ESCOLA PULAWA

Élida Furtado do Nascimento (UFAC/CZS); Maristela Rosso Walker (UEM-PR/ UFAC/CZS; Maria Fátima Menegazzo Ni-

codem (UEM-PR/ UTFPR); Tereza Kazuko Teruya (UEM-PR).

Resumo: Os povos indígenas no Acre passaram por profundas mudanças na sua forma de organização, de conceber a edu-cação, na gestão dos seus territórios, na constituição de suas identidades, nas formas de viver e fazer cultura ao longo dos séculos. Para o povo Puyanawa a educação escolar teve um papel fundamental tanto no enfraquecimento quanto da tenta-tiva de fortalecimento da identidade indígena. Este artigo apre-senta os resultados obtidos no trabalho de iniciação científi ca desenvolvido no subprojeto integrante do projeto de pesquisa institucional “Amazônia: os vários olhares”. O objetivo é re-fl etir sobre a leitura e a literatura utilizada pelos professores na Escola Estadual Ixũbãy Rabuĩ Puyanawa que ora destacam ora omitem as características da cultura indígena e verifi car se ela contribui para o fortalecimento da identidade do povo Puyana-wa. Essa etnia, composta atualmente de 546 integrantes, habita as comunidades Barão e Ipiranga, em Mâncio Lima, no Acre. Foram realizadas visitas mensais à escola para analisar o livro didático de língua portuguesa e os livros de historinhas usados na alfabetização, com base nos Estudos Culturais. Os dados indicam que a escola é o locus principal no processo de revita-lização da língua e da identidade cultural dos Puyanawa, cons-tatado a partir de 2000 quando foram implantadas metas para o ensino da língua materna como parte do currículo. Verifi ca-se que os Puyanawas não possuem uma literatura escrita própria. Eles utilizam a literatura comum à maioria dos povos indíge-nas. Entretanto, há uma literatura oral na fi gura de apenas três

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falantes idosos. Nos últimos anos, houve uma ênfase maior na necessidade de reavivar a língua materna e aprofundar nas discussões em torno da revitalização da cultura e do fortaleci-mento da identidade Puyanawa. Palavras-chave: Educação indígena; cultura e identidade; le-tramento; formação de professores; estudos culturais.

O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DA ALDEIA BURITI

Genildo Alcântara, Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: O presente trabalho tem como tema principal o pro-cesso de escolarização na Aldeia Buriti, localizada na Terra Indígena Buriti, no Município de Dois Irmãos do Buriti. A pes-quisa bibliográfi ca revisitou a história do Povo Terena desde a sua origem no chaco paraguaio até a chegada em terras brasi-leiras e ao Estado de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, destacando questões importantes sobre o território, a política indigenista, a constituição das reservas e a organização social do Povo Terena. Num segundo momento analisa a educação escolar indígena, da trajetória histórica de uma educação de cunho integracionista conduzida pelo SPI à construção de uma educação diferenciada assegurada pela legislação, a partir da Constituição Brasileira de 1988. O estudo teve por objetivo fazer uma investigação de como ocorreu a transição entre a escola atual e a escola de alguns anos atrás apresentando um caráter de pesquisa exploratória-descritiva, com delineamento de estudo de caso. A população alvo foi composta pelo corpo docente e discente da escola Alexina Rosa Figueiredo, utili-zando como instrumentos para a coleta de dados a entrevista e questionário.Palavras-chave: Povo Terena; trajetória; escolarização.

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OS ESTUDANTES INDÍGENAS DO ENSINO MÉDIO DE DOURADOS-MS E DE CAARAPÓ-

MS E O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: UMA DIVULGAÇÃO NECESSÁRIA

Vanusa Gabriel Lipú (UEMS); Beatriz dos Santos Landa (UEMS)

Resumo: O presente trabalho do Programa Institucional de Bolsa de Extensão tem como objetivo o levantamento da situ-ação dos alunos indígenas no ensino médio nas escolas do mu-nicípio de Dourados-MS para fi ns de comparação com o traba-lho realizado no ano de 2010 e do município de Caarapó-MS, suas demandas e interesses com a perspectiva de relacionar estas com a possibilidade de acesso ao ensino superior, forne-cendo-lhes informações sobre a dinâmica dos diversos cursos da UEMS que estão inseridos no Sistema Seletivo Unifi cado/SISU. O acesso de indígenas aos três níveis de ensino — fun-damental, médio e superior — teve um forte incremento a par-tir da década de 1990, após a promulgação da Constituição de 1988, que garantiu a preservação das práticas de educação tradicionais de cada povo, e na educação formal a intercultu-ralidade, os métodos próprios de aprendizagem, o uso da lín-gua materna, entre outros. A proposta do trabalho vem sendo realizado através de levantamento das demandas por ensino superior para o ano de 2011 nas aldeias de Dourados e Caara-pó, que concentram uma grande população de jovens, sendo que muitos deles já estão concluindo o ensino médio ainda sem saber que curso superior podem seguir. A nova sistemática de acesso à UEMS também modifi cou-se com o uso da nota do ENEM e do SISU. As informações qualifi cadas permitem que sejam implementadas políticas públicas mais consistentes e que atendam, de forma coerente e participativa, as demandas emanadas destes Povos. Por este motivo, está sendo realizado um estudo no município de Dourados e Caarapó visando não somente quantifi car estes estudantes nem somente localizá-los geografi camente, mas realizar um levantamento qualifi cado sobre se o ensino superior é uma demanda, o que esperam do

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mesmo, as difi culdades enfrentadas, as questões relativas à sua formação, as diversas situações que enfrentam nestas escolas, entre outras. Este trabalho que está sendo realizado é de grande importância para o acesso dos alunos indígenas que ainda vão ingressar no ensino superior e também contribuiu com ações afi rmativas que serão mais visíveis futuramente.Palavras-chave: Programa Rede de Saberes; divulgação da UEMS; povos indígenas; índios no ensino superior.

PRÁTICAS EDUCATIVAS TRADICIONAIS ENTRE OS KAIOWÁ NA ALDEIA TAKUAPERI

Marcilene Lescano Martins (Aldeia Taquaperi); Veronice Lovato Rossato (SED/MS)

Resumo: Este artigo apresenta uma pesquisa etnográfi ca so-bre algumas práticas educativas tradicionais dos Kaiowá - teko mbo’e - da aldeia Taquaperi. Foi apresentado como trabalho de conclusão do curso de Licenciatura Indígena Teko Aran-du/UFGD, em 2011. Foram identifi cados e registrados vários processos de transmissão dos valores e saberes tradicionais praticados até hoje, especialmente quanto à espiritualidade e cosmovisão, como se manifestam, quais os gestos, movimen-tos e emoção de quem os pratica e transmite. Muitas pessoas, principalmente os jovens, dizem que não existem mais práti-cas tradicionais, nem valores ensinados pela educação fami-liar e comunitária, que ninguém mais sabe como deve se com-portar um bom Kaiowá, que a língua materna já não é mais valorizada, enfi m, que a cultura tradicional dos Kaiowá não se manifesta mais na vida cotidiana. Entendendo que há um “currículo” tradicional oculto no meio das famílias de nossa comunidade. Esta pesquisa procurou registrar e sistematizar as práticas tradicionais e educativas que ainda existem na aldeia. Estas práticas foram observadas e registradas ao vivo ou pro-movidas, e realizadas entrevistas com os sábios que conhecem e praticam o teko katu. Este material poderá servir de apoio às

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escolas indígenas e para divulgar a beleza de nossos saberes tradicionais, fortalecendo e valorizando o mundo Kaiowá e, principalmente, estimulando as crianças e jovens a vivenciar esses conhecimentos que ainda têm valor para o Povo. Palavras-chave: Kaiowá; educação tradicional; escola indíge-na; Aldeia Taquaperi; Teko mbo’e.

REPENSAR A TEMÁTICA INDÍGENA NOS LIVROS DIDÁTICOS: CRÍTICAS E DESAFIOS

Marina Cândido Marcos (UFGD)

Resumo: O presente trabalho busca refl etir a respeito das abordagens sobre as questões indígenas encontradas nos livros didáticos. A população indígena brasileira é bastante diversi-fi cada. São aproximadamente 700 mil indígenas, distribuídos em cerca de 220 etnias, que se comunicam em 180 línguas e dialetos diferentes, além do Português. Nem sempre essa di-versidade é levada em consideração nos livros didáticos. Pou-cas pessoas sabem, mas no Brasil existem mais de 220 Povos Indígenas, que falam mais de 180 línguas e dialetos diferen-tes. Cada um desses Povos possui a sua maneira particular de pensar o mundo, sua cosmologia, de se organizar no espaço, de se relacionar com a natureza e de produzir e transmitir os conhecimentos que julgam importantes. A Lei nº 11.645, de 10/03/2008, aprovada, tornou obrigatório nas escolas brasi-leiras o ensino de história e cultura indígena, assim como de história e cultura afro-brasileiras. Todavia, o que se constata é que a maioria dos professores carece de conhecimentos mais aprofundados sobre essa matéria e os livros didáticos também deixam muito a desejar, reproduzindo, na maioria das vezes, o velho estereótipo do índio genérico (selvagem, rústico e pri-mitivo), representação bastante distante da realidade atual. Es-sas representações acabam sendo assimiladas pelos estudantes sem que seja feita uma refl exão crítica minuciosa em cima de-las. E assim, o preconceito se naturaliza e se enraíza em nós de

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uma forma que muitas vezes nem conseguimos nos dar conta.Palavras-chave: Índio; genérico; livro didático; professor; di-versidade.

UMA ALUNA E DUAS ESCOLAS: A TRAJETÓRIA DA GUARANI POPO YJU DE UMA ESCOLA INDÍGENA

PARA UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA

Daiane da Cunha Barroso (UERJ)

Resumo: O objetivo dessa comunicação é apresentar, a partir de uma análise da educação que se propõe intercultural, a trajetória de uma guarani da aldeia Tekoa Porã (ES), PopoYju, de 9 anos, que estudou primeiramente numa escola indígena e depois foi transferida para uma escola regular no município de Seropédica (RJ), onde cursa o 4º ano do ensino fundamental. Discutimos se as experiências de proposta escolar intercultural presentes na escola indígena favorecem a inclusão do aluno índio na socieda-de e, como uma escola de ensino regular, não diferenciada, pode garantir em sua prática educativa a manifestação da cultura in-dígena no espaço urbano. Pretendemos acompanhar a trajetória de Popo Yju na escola não indígena, revelando os problemas, confl itos e tensões por ela encontrados.Palavras-chave: Escola indígena; interculturalidade; escola regular.

ALFABETIZAÇÃO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS DO POVO QOM NO PARAGUAI

Anai Vera Britos; Rosana Carema; Ivonne Gaona

Resumo: O projeto é uma proposta pedagógica piloto da DGEEI e que surge como resposta a um dos pedidos dos po-vos indígenas durante o II Congreso Nacional de Educación Indígena do Paraguai. Os objetivos deste projeto foram iniciar o processo de letramento e cálculo básico de jovens e adultos

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de sete comunidades do povo Qom dos departamentos de Pre-sidente Hayes e San Pedro, através da implementação de um modelo de alfabetização integral, de acordo com sua cultura, lógica de pensamento e forma de aprendizagem, e que respon-da às necessidades e expectativas de um povo com visão ao desenvolvimento comunitário. A metodologia de trabalho foi do tipo investigação-ação, pois o programa de alfabetização é construído mensalmente de forma conjunta entre a equipe de Educação Indígena do Ministerio de Educación y Cultura do Paraguai e a equipe local de referentes e facilitadores Qom, com apoio de linguistas e pedagogos. Os três componentes principais do programa estavam ligados à intraculturalidade: língua qom, organização comunitária, baseada nas tradições e nos direitos indígenas, e cálculo básico para fortalecer a eco-nomia local. O projeto serviu como mobilizador dentro da te-mática cultural e os diretos indígenas. Um dos resultados mais importantes foi a revalorização da língua Qom como língua de aprendizagem e motor da identidade cultural. Desta forma, temos mães, pais, idosas e idosos alfabetizados em sua própria língua com novas ferramentas, como a melhora do cálculo e o conhecimento de seus direitos, o que aumentou sua autoes-tima pessoal e comunitária. Outros efeitos do projeto foram o fortalecimento das organizações de artesãs, a mobilização da comunidade em torno ao curso e aos temas desenvolvidos nos cursos e elaboração de materiais didáticos em língua materna e com conteúdos próprios da cultura Qom. Atualmente está trabalhando com a Pós-Alfabetização, pois se entende que o caminho da alfabetização deve transcender o simples fato de decifrar e traçar códigos linguísticos, o que requer um acom-panhamento muito mais prolongado.Palavras-chave: Educação indígena; alfabetização de adultos; povo Qom; língua materna indígena.

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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO PROFESSOR A PARTIR DE UM PLANEJAMENTO ADEQUADO E DE

ACORDO COM A REALIDADE

Dulcênia Jorge Martins; Marta Costa Beck

Resumo: Este trabalho foi apresentado à Universidade Fe-deral de Mato Grosso do Sul/Campus de Aquidauana como requisito para conclusão do Curso de Pedagogia. Teve por objetivos verifi car o posicionamento dos professores quanto à importância do planejamento e identifi car se os professores realizam o planejamento de suas aulas. A metodologia adotada na pesquisa foi levantamento bibliográfi co, pesquisa de campo e entrevista estruturada com professores de uma Escola Mu-nicipal do Município de Anastácio. Participaram da pesquisa cinco professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Para a pesquisa bibliográfi ca foram utilizadas as idéias dos autores: Benincá (1995); Duarte (2007); Fusari (2003, 1998); Gemerasca e Gandin (2002); Libâneo (1991); Manta (2004); Padilha (2007, 2001); Viana (2000) e Vasconcellos (2008). Como resultado das análises dos questionários, foi possível constatar a ausência de planejamento por parte de alguns edu-cadores, levando-os a improvisação em vários aspectos, ocor-rendo muitas vezes a falta de estímulo e o fracasso quanto a sua prática de ensino. Vale ressaltar que, talvez pela ausência de planejamento, se percebe em sala de aula alunos desinte-ressados, desmotivados e apáticos, pois os professores nem se preocupam em desenvolver uma atividade diferenciada. Con-clui-se que é necessário que o professor utilize metodologias diversifi cadas, e dominem os temas a serem trabalhados. Acre-ditamos que esta pesquisa será relevante para a comunidade escolar e pretendemos disponibilizar os dados dos resultados para a escola pesquisada.Palavras-chave: Planejamento; professor; trabalho.

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CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES INICIAIS

Janaína Nogueira Maia Carvalho

Resumo: Este artigo é fruto da dissertação, que se encontra em fase inicial, intitulada “Concepções de infância dos pro-fessores de educação infantil”, que tem como objetivo geral analisar as concepções de infância e de Educação Infantil dos professores deste nível educacional da Rede Pública de um município do interior de MS e suas implicações para o proces-so educacional das crianças. Neste artigo, apresentaremos uma discussão de caráter exploratório, que tratará da compreensão dos professores que atuam nesse segmento sobre o currículo na Educação Infantil e infância. Para obter êxito nesta discus-são, inicialmente apresentaremos um breve histórico sobre a infância e a Educação Infantil e, em seguida, uma abordagem com a contribuição de vários autores sobre currículo de Edu-cação Infantil. A metodologia utilizada nesta pesquisa é de abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado entrevista semi-estruturada. Conforme já afi rma-mos, esta pesquisa se encontra em fase exploratória; portanto, neste momento, será apresentada a análise da entrevista com uma das professoras que compõe o campo empírico da pes-quisa. Foi possível perceber que, na concepção da professora, o currículo da Educação Infantil deve enfatizar o ensino dos denominados conteúdos escolares historicamente trabalhados no Ensino Fundamental, secundarizando as atividades de de-senvolvimento de uma educação para a infância.Palavras-chave: Educação infantil; infância; currículo.

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O DISCURSO DA EMPREGABILIDADE NO SISTEMA DE ENSINO DO BRASIL: SUBSÍDIOS TEÓRICOS

Carlos Alfredo Pettengill (UCDB); Neimar Machado de Sousa (UCDB)

Resumo: Esse artigo é resultado de um estudo em fase inicial, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, cujo objetivo é fornecer subsídios aos pesquisadores e profi ssionais da área da educa-ção interessados em construir objetos de estudo relacionados ao tema da empregabilidade. Um levantamento preliminar aponta que as instituições e a legislação que regulamenta a Educação Básica Brasileira foram infl uenciadas por tendências neoliberais, dentro do contexto da globalização, cujos efeitos, na opinião do sociólogo Zygmunt Bauman, tornaram líquido o trabalho, além de imporem uma hegemonia cultural em torno da construção de identidades em função da competência da empregabilidade. A pesquisa é de natureza bibliográfi ca, utili-zando categorias analíticas de autores do campo para compre-ender os efeitos do discurso da empregabilidade no Sistema de Ensino do Brasil a partir da década de 70. Palavras-chave: Neoliberalismo; globalização; empregabili-dade; ensino médio; jovens.

O ENSINO DA LITERATURA AFRICANA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: OBSERVAÇÕES INICIAIS

João Martos Rosa (UCDB); José Licínio Backes (UCDB)

Resumo: O presente artigo é parte da dissertação de Mestra-do em Educação: o ensino da Literatura Africana nas Escolas Regulares e a Construção das Identidades, vinculada à Linha III, Diversidade Cultural e Educação Indígena. O objetivo é abordar a importância do ensino desta literatura nas escolas básicas, para a construção das identidades negras no Brasil, já que, segundo Hall, as identidades são formas pela forma como

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somos representados. Com base nisso perguntamos: como é representada a população negra no Brasil? Quais representa-ções são criadas sobre a população negra ao longo de sua his-tória? Será que o ensino da literatura africana nas escolas po-derá ajudar a atenuar o estereotipo criado contra a população negra no Brasil? O artigo pauta-se na análise bibliográfi ca de autores que argumentam que a questão racial é central para a compreensão das relações de poder que são inerentes nos pro-cessos culturais, com destaque para Hall, Bhabha, Canclini e Barth. Além disso, traz alguns autores que mostram que a edu-cação básica, mesmo após a Promulgação da Lei 10.639/2003 que obriga as escolas a incluírem a história e a cultura africana nos currículos, as identidades negras continuam sendo repre-sentadas nas escolas por concepções estereotipadas, fruto das representações criadas no contexto da colonização.Palavras-chave: Literatura africana; cultura; identidade negra.

CULTURA, IDENTIDADE E DIFERENÇA NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

Mayara Silvério Batista Rosa (UCDB); José Licínio Backes (UCDB).

Resumo: O presente artigo faz parte de algumas das refl e-xões desenvolvidas para a realização da pesquisa de mestrado em educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB. Num primeiro momento, apresentamos um breve histórico dos conceitos cultura, identidade e diferença; num segundo momento, pontuamos algumas observações sobre a tendência que temos de produzir discursos etnocêntricos e, por fi m, ressaltamos a necessidade de estudos para que as repre-sentações no livro didático de história possam mudar. Com a pesquisa esperamos contribuir para a reformulação do mate-rial didático de história que, junto com um melhor preparo do profi ssional que o trabalha, permitirá a formação de cidadãos que aprendam a conviver com a diferença e poderá contribuir

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para a garantia do atendimento aos direitos e necessidades dos povos indígenas do Brasil. Palavras-chave: Identidade/diferença; cultura; livro didático; indígenas; educação

A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 11.645/08 NAS PRÁTICAS ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE CAMPO GRANDE, MS

Janete dos Santos

RESUMO: A presente pesquisa trata da implementação da lei 11.645/2008 nas práticas de escolas da rede pública do muni-cípio de Campo Grande, MS, especifi camente, trata da ques-tão do ensino de História e cultura afro-brasileira e africana. Nela são retratadas algumas ações realizadas por professores, gestores e mesmo pela Secretaria de Educação. Foi realizada entre agosto de 2008 e novembro de 2009. O objetivo da mes-ma é conhecer as práticas pedagógicas das escolas municipais de Campo Grande – MS, da zona urbana - Bandeira no que tange à implementação do ensino de História e cultura afro – brasileira e africana, e assim percebendo-as, analisar quais os problemas encontrados no âmbito escolar no que tange à apli-cabilidade da lei 11.645/08. Os teóricos que a fundamentaram Antônio Flávio Moreira, Maria N. Mota de Lima, Célia dos S. Passos, Bhabha, Bauman, Valente. Como resultado apon-ta a necessidade de formação para professores, supervisores e orientadores escolares para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, bem como o preparo para lidar com questões ligadas ao preconceito e discriminação que ocorrem nesse es-paço. Outrossim, traz à tona a discussão sobre a não efetivi-dade, apesar de sua presença nas Propostas Pedagógicas e do conhecimento da legislação educacional. Palavras-chave: Educação; cultura; ensino; relações étnico--raciais.

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O ESTUDO DA SIMETRIA NOS TRAÇADOS KAIOWÁ E GUARANI DA ALDEIA TE’ÝIKUE, MUNICÍPIO DE

CAARAPÓ-MS/BR

Lídio Cavanha Ramires; Rogério de Oliveira

Resumo: Esta é uma pesquisa realizada na Aldeia Te’ýikue, município de Caarapó-MS, cuja comunidade se divide entre as etnias Kaiowá e Guarani, falantes da língua materna. Tem como objetivo estudar a geometria dos trançados Kaiowá e Guarani, identifi cando os tipos de simetria utilizados nos de-senhos presentes nas confecções de artesanatos dos Artesãos Kaiowá e Guarani da Aldeia Te’ýikue. Para isto, tentaremos identifi car os trançados mais utilizados nas confecções de ar-tesanatos, os objetos que possam ser confeccionados com os trançados, entender seus signifi cados e a sua importância na cosmologia Kaiowá e Guarani, além de analisar, do ponto de vista matemático, o material coletado. O tema surgiu na aula de matemática, durante a etapa presencial longa de julho de 2008, por meio de um trabalho, apresentado pelo Professor Doutor Pedro Paulo Scandiuzzi da UNESP (Rio Claro – SP), sobre os quatro tipos de simetria usados nas confecções de artesanatos indígenas com trançados e outros conhecimentos matemáticos utilizados pelos Povos Indígenas. Isto despertou o interesse e a necessidade de resgatar saberes matemáticos utilizados pe-los Artesãos Kaiowá e Guarani nas confecções de artesanatos com trançados, valorizando e levando em consideração a ma-temática produzida no contexto cultural e social da comunida-de. Para buscar informações foi preciso recorrer à bibliografi a a respeito do tema e aos Artesãos Kaiowá e Guarani locais, buscando sistematizar os dados sobre o tema pesquisado. O conhecimento adquirido pode ser transformado em ferramenta de ensino e aprendizagem dos estudantes nas escolas da Aldeia Te’ýikue de Caarapó – MS, para melhor compreensão da ma-temática ocidental na Aldeia. Palavras-chave: Trançados Kaiowá e Guarani; artesãos Kaio-wá e Guarani; confecção de artesanato; simetria.

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COMO GUARANI/KAIOWÁ ANTIGOS MEDIAM

Udo Pires; Maria Aparecida Mendes de Oliveira

Resumo: Este trabalho trata-se de uma pesquisa que esta sendo desenvolvida na Aldeia Potrero Guaçu, município de Paranhos-MS, cuja comunidade pertencente à etnia Guarani Ñandeva e Kaiowá, falantes da língua materna. Tem como objetivo fazer levantamento de informações sobre os conhe-cimentos matemáticos desenvolvidos pela cultura do Guarani Ñandeva e Kaiowá, com enfoque maior no ensino de Medidas, e compreender como professor indígena desenvolveu o ensi-no de matemática na escola mencionada, nos últimos 10 anos. Pretende-se, através deste trabalho, resgatar o conhecimento matemático que os mais “velhos” possuem sobre o sistema de medidas, pois, através das informações levantadas, haverá um registro no qual os mais jovens poderão conhecer um pouco mais sobre os seus antecedentes e, através destas informações, compreender melhor os conceitos matemáticos trabalhados atualmente. Para responder às questões levantadas, foi anali-sado a RCNEI – Refe rencial Nacional de Educação Escolar Indígena e entrevistados os moradores mais antigos da Aldeia Potrero Guaçu, bem como os atuais professores indígenas da Escola Prof. Adriano Pires – Sala Potrero Guaçu. Como referência para identifi car o sistema de medidas utilizadas e compará-las com as medidas ensinadas no ensino da matemá-tica, o trabalho se baseia na construção de uma casa na aldeia Guarani Ñandeva e Kaiowá. Para o Povo Guarani a constru-ção de uma casa é um processo importante, pois a casa é um lugar sagrado, onde corpos e mentes descasam. Contudo, esta relação de medidas utilizadas informalmente na aldeia, com as medidas padrões implantadas atualmente é o foco central des-se trabalho, com a perspectiva de que os alunos, entendendo a sua cultura, compreenderão melhor o presente.Palavras-chave: Sistema de medidas; cultura Guarani Ñande-va e Kaiowá; educação Matemática.

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NOÇÕES DE MATEMÁTICA UTILIZADA PELO GUARANI NA CONSTRUÇAO DA CASA

TRADICIONAL

Joaquim Adiala Hara; Maria Aparecida Mendes de Oliveira

Resumo: A vida do Povo Guarani é bastante relacionada ao tempo, ao espaço, a natureza e a espiritualidade. E para cons-truir uma casa tradicional, o Guarani tem que conhecer em que tempo deve preparar os materiais, onde encontrar, como cons-truir, a altura, e a sua posição. No pensamento em geral, muitos pensam que a casa é apenas uma casa, mas para o Guarani é onde o corpo, o espírito humano vive e descansa, por isso deve ser bem construída e zelar por ela. Neste sentido este trabalho visa analisar o conhecimento Astronômico (que são os cortes de materiais como as madeiras, sapé e cipós sempre e feita em lua crescente (jasy kakuaape) ou cheia (jasy renyhêpe), um mo-mento que o Guarani observa muito a lua porque, através dela, é que o Guarani se orienta para essa atividade, seguindo então a regra para essa construção), o conhecimento da Natureza (o Guarani para construir uma casa deve conhecer quais são os materiais necessários e onde encontrar, sendo que a maior parte para construir uma casa tradicional é encontrada na mata, como o esteio (horkom), vigas, caibros, ripas, fi bras e cipó) e, por último, o conhecimento Matemático (na construção da casa, a vara, o palmo e os dedos da mão, são instrumentos de medida. A vara utilizada para medir a largura da casa. Essa vara sempre vale como ½ (meio) porque um comprimento da vara e para medir somente um dos lados da casa. Duas varas de largura seriam os lados completo da casa). Contudo, este trabalho visa relacionar tais conhecimentos com o ensino da matemática na escola indígena da aldeia Porto Lindo, com intuito de que acon-teça o processo ensino-aprendizagem diferenciado.Palavras-chave: Geometria; conhecimento tradicional Guara-ni; educação Matemática.

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O CONCEITO DE DIVISÃO NA VISÃO DOS GUARANI/KAIOWÁ NA ALDEIA JAGUARI

Geraldo Carlos (UFGD); Rogério de Oliveira (UFGD)

Resumo: Este trabalho trata-se de uma pesquisa realizada na aldeia Jaguari, localizada no município de Amambaí-MS, com objetivo de resgatar a história da aldeia no que diz respeito a conceitos matemáticos, com pretensão maior em entender o con-ceito de divisão. Neste sentido, registrar os conceitos utilizados pelos mais “antigos” da aldeia e compará-los com as práticas atuais, imaginando que este conhecimento, se aplicado em sala de aula na escola indígena, pode facilitar a compreensão do con-ceito de divisão por parte dos alunos, que podem interpretar, praticar e efetuar operações de divisão compreendendo a sua im-portância e utilização. É interessante destacar que na aldeia, há tempos atrás, cada morador mantinha sua própria sustentabilida-de, ou seja, caçava, pescava, coletava frutas, trabalhava na roça e através de muitas outras atividades. Ao término, era feita a divi-são do produto do trabalho de uma forma justa e igualitária, que ajudasse a todos, sendo que cada morador participava ativamen-te das divisões e todos compreendiam as repartições realizadas. Atualmente, essas atividades estão escassas nas aldeias e, como professor de matemática, percebo as difi culdades que os alunos indígenas têm em compreender o sentido de divisão e, principal-mente, entender o objetivo da escola em ensinar este conteúdo matemático. Tais difi culdades estão presentes pelo fato de que a cultura local está sendo abandonada, esquecida pelos próprios alunos que dominam a Língua Portuguesa e Guarani, estão se afastando dos alunos que pronunciam apenas a Língua Guarani, por acharem que os mesmos estão desatualizados. Desse modo, esta pesquisa é um modo de registrar a cultura até então esque-cida, de forma que os próprios alunos conheçam as suas origens e que, dentro deste contexto, possam realmente aprender a mate-mática, que está presente no cotidiano de todos da aldeia.Palavras-chave: Conceito de divisão; cultura; educação ma-temática.

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O USO E O SENTIDO DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS PRESENTES NA CULTURA DO GUARANI E KAIÓWA

Sérgio Velário; Elizabeth Matos Rocha

Resumo: Este trabalho visa descobrir o papel das fi guras geo-métricas na comunidade de Sassoró (MS). Para isso, mapeou os hábitos culturais da aldeia identifi cando sua relação com a geo-metria, tendo como eixo motivacional a presença e o sentido de fi guras geométricas nas festividades e artesanatos produzidos. Buscou-se, também, identifi car a relação existente entre a arte e a geometria na cultura indígena, que ajude na interpretação dos padrões geométricos presentes em artefatos culturais para relatar os aspectos culturais da aldeia Sassoró, evidenciando a geometria presente nas criações artísticas, com base em pa-drões geométricos e nos conhecimentos matemáticos dos arte-sãos indígenas. Essa experiência oportunizou a apresentação e discussão do pensamento geométrico e cultural da comunidade Sassoró. Os instrumentos da pesquisa para coleta e registro dos dados se pautaram em fotografi as de artefatos culturais e entrevistas com os caciques e pessoas mais velhas da aldeia no sentido de compreender quando, como e porque essas fi guras geométricas são as mais utilizadas pela comunidade. A pesqui-sa mostra, nos seus achados quais são os processos de pinturas do Guarani e Kaiowá, sendo esta bem vinculada em direção à pintura tradicional do Kaiowá para poder preservar muito a cultura e manter as tradições guaraníticas e kaiowás. Em rela-ção aos grafi smos dos artefatos produzidos na aldeia, percebeu--se que são utilizados como material de apoio em conteúdos nas escolas, ressaltando o forte potencial criativo vinculado à arte e à geometria dos povos indígenas da aldeia Sassoró. Palavras-chave: Figuras geométricas; cultura; arte.

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REGISTROS DE NOMES DOS NÚMEROS E DAS MANEIRAS DE CONTAR DO GUARANI E DO

KAIOWÁ DA ALDEIA TE´YIKUE

Katiana Barbosa de carvalho; Sidnei Azevedo

Resumo: Este trabalho apresenta explanação da pesquisa so-bre os nomes dos números, as grafi as utilizadas para registro e as maneiras de contar do Guarani e do Kaiowá, da aldeia Te’yikue; da diferença da contagem e dos nomes dos números entre o Guarani e Kaiowá. Além disso, será estudada a interfe-rência dos números indo arábicos na contagem destas etnias, relacionando esta contagem e as escritas com os “emprésti-mos” de outras línguas ou dialetos. O objetivo é valorizar esse conhecimento tradicional na linguagem matemática da cultura indígena com a perspectiva de que este conhecimento possa auxiliar o trabalho do professor na sala de aula. Assim podere-mos fortalecer esses conhecimentos através do trabalho com os alunos, repassando a eles a cultura tradicional em sala de aula com o intuito de valorizá-la. O trabalho foi desenvolvido com o registro destes conhecimentos sobre os nomes dos números e as maneiras de contar por meio de entrevistas com pessoas, de cada uma das etnias Guarani e Kaiowá, com idade avançada, e que não freqüentaram nenhuma sala de aula. A motivação deste trabalho é a preocupação com os saberes tradicionais do Guara-ni que acabam se perdendo, porque se vão com os mais antigos. Portanto, este estudo servirá como fonte de consulta para os alunos e professores que se interessarem pelo material. A ge-ração nova é infl uenciada pelo “empréstimo” da Língua Espa-nhola e da Língua Portuguesa e os números na Língua Guarani e Kaiowá vão se perdendo. Os nomes dos números em Guarani são usados até o cinco e, a partir daí, usa-se os “empréstimos” Espanhol e Português, enquanto que a linguagem dos números em Kaiowá são usadas apenas pelos mais sábios.Palavras-chave: Números naturais; números Guarani e Kaio-wá; educação matemática.

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TÉCNICAS DIDÁTICAS DE UM PROFESSOR DE MATEMÁTICA EM CONTEXTO MULTICULTURAL

Claudia Angela da Silva (UFMS); Luiz Carlos Pais (UFMS)

Resumo: Este artigo visa discutir as técnicas didáticas de um professor indígena. Assim sendo, o texto é fruto de uma pes-quisa, em fase de desenvolvimento, realizada no Programa de Mestrado em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem como objetivo analisar, especi-fi camente, as articulações produzidas pelo docente em relação aos procedimentos metodológicos e conceituais implementados nos anos iniciais e fi nais do Ensino Fundamental. As fontes de dados são constituídas por cadernos de estágio do docente, pela observação direta de aulas e por entrevistas. A intenção subja-cente ao objetivo norteador da pesquisa é estudar o desafi o didá-tico de integrar esse nível de escolaridade como uma totalidade. O referencial teórico adotado é constituído por alguns conceitos propostos por Yves Chevallard para interpretar as atividades matemáticas a partir de um viés antropológico. Para comple-mentar esse referencial são usadas noções de conteúdo, disci-plina e cultura escolares, conforme proposta de André Chervel e compartilhadas por outros autores que seguem o mesmo pen-samento cultural. A pesquisa é qualitativa de cunho etnográfi co de acordo com ideias de Marli André. Cabe destacar que trou-xemos um recorte da pesquisa em que se pode observar algumas técnicas didáticas do professor indígena de Matemática, tanto nos anos iniciais quanto nos anos fi nais do Ensino Fundamental.Palavras-chave: Educação matemática; práticas docentes; en-sino fundamental.

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BREVE ANÁLISE ACERCA DOS ESPORTES INSTITUCIONALIZADOS NOS I JOGOS

INTERCULTURAIS INDIGENAS DE MANAUS

Renan Felipe de Araujo Campos (UFAM); Artemis de Araujo Soares (UFAM)

Resumo: Este trabalho refere-se a uma breve refl exão sobre os I Jogos Interculturais Indígenas de Manaus, cujo objetivo é promover o encontro e o intercâmbio esportivo-cultural entre os Povos Indígenas, revelando ao público o universo lúdico traduzido na harmonia e equilíbrio das sociedades tribais, ma-nifestado por meio de competições e manifestações culturais, reunindo cerca de 21 tribos do Amazonas, disputando modali-dades essencialmente indígenas e também do mundo ociden-tal. Os I Jogos Interculturais Indígenas de Manaus tem grande importância tanto para o público indígena quanto para a so-ciedade não indígena, pois para os indígenas o evento repre-sentou um sonho realizado em prol da preservação da cultura esportiva tradicional e a inserção do esporte não-tradicional na sua cultura. O evento, que teve a chancela da Prefeitura de Manaus por meio da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (SEMDEJ), foi realizado nos dias 30 de abril e 1º de maio, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Nossa Senhora do Livramento às margens do rio Tarumã-Mirim. Participaram as seguintes etnias: Apurinã, Baré, Mundurucu, Pira-Tapuya, Ba-rasana, Baniwa, Wai-Wai, Parintintin, Saterê-Mawê, Desana Tariano, Tikuna, Tukano, Wanana, Kaixana, Mura, Kokama, Deni, Juma, Miranha E Karapana. Os I Jogos Interculturais foram palco de intercâmbio cultural destacando o encontro en-tre etnias, reencontro entre amigos, novas amizades, disputas, danças, rituais e muita bravura nas modalidades tradicionais. Este evento foi acompanhado com entusiasmo pelos presentes e pela mídia local que deu grande destaque às disputas e aos rituais apresentados na abertura como também nas encenações vivenciadas por grupos de teatro da comunidade. Viveu-se um momento de competição, mas, sobretudo de valorização da

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cultura local.Palavras-chave: Jogos Interculturais Indígenas; indígenas; esportes indígenas; esporte institucional.

O JOGO DA MALHA OU JOGO DA LINHA PRATICADO POR INDÍGENAS DO AMAZONAS - ANÁLISE SOB O ÂNGULO DA PRAXIOLOGIA

MOTRIZ

Artemis Soares (UFAM).

Resumo: Este trabalho é parte de uma investigação mais am-pla e se relaciona com os jogos tradicionais praticados pelos povos indígenas da Amazônia. Neste artigo apresentamos O JOGO DA MALHA OU JOGO DA LINHA, praticado pelos nativos das etnias Tikuna e Cambeba, utilizando o fi o de tu-cum, resultante da folha de uma palmeira com mesmo nome. Observou-se que entre os nativos as fi guras mais desenhadas e que fazem parte do seu patrimônio, são ferramentas da vida diária, ou de fi guras relativas à caça e à pesca. Sem esquecer os motivos que caracterizam as teceduras artesanais de cada grupo étnico. Verifi camos também que o Tikuna e o Cambeba desenvolvem fi guras idênticas às encontradas do outro extre-mo do mundo, e entre eles, algumas fi guras em três dimensões. Podemos então concluir, em conformidade com a Praxiologia Motriz, que o jogo do fi o é classifi cado como uma atividade psicomotora.Palavras-chave: Jogo; jogo tradicional; jogo indígena; pra-xiologia motriz.

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O LAZER NO PASSADO E HOJE, ENTRE OS GUARANI DA ALDEIA PIRAJUI, PARANHOS-MS

Adriano Morales (Aldeia Pirajuí); Marina Vinha (UFGD)

Resumo: Conheci os “Estudos de Lazer” no curso de Licencia-tura Intercultural Indígena/UFGD, como um dos componentes curriculares/módulo da “Habilitação Linguagens”, da qual sou licenciado. Desde a Constituição de 1988 está estabelecido o direito social ao lazer, junto ao direito por educação, saúde, moradia e trabalho. Este estudo tratou do lazer de antigamen-te entre os indígenas da Pirajuí para que pudéssemos entender melhor o lazer de hoje. O objetivo foi o de levantar os interes-ses da comunidade da aldeia Pirajuí para o lazer. Para tanto, foi necessária a fundamentação nos saberes tradicionais e ociden-tais, para futuramente organizar um projeto, com a intenção de que voltem a valorizar e entender o lazer como parte da vida do Guarani. Como professor indígena Guarani, há preocupação na formação dos alunos para que compreendam e dêem atenção ao espaço físico da aldeia e aos espaços de lazer, ou seja, os signifi cados da nossa territorialidade e do nosso território, hoje restritos devido às questões de luta pela terra. Outro fator que justifi cou a realização do estudo na aldeia Pirajuí é que os con-teúdos do lazer estão ligados ao patrimônio cultural imaterial de cada povo. Portanto, ao organizar um projeto para a escola, as crianças e jovens estarão envolvidos com jeitos de brincar, de jogar, de dançar, de praticar esporte, de construir brinquedos do Povo Guarani, assim como de outros Povos. A metodologia adotada foi: primeiro descrevi o papel de lazer para os Guarani; mostrei nossa situação de vida atualmente muito preocupante, nas várias faixas etárias, os confl itos com os jogos dos não ín-dios e suas regras que nós mal entendemos; e, na escola, mostro como procuramos ter em conta a predileção dos Guarani pelo jogo e pelas práticas em conjunto. Nas considerações destaquei que prazer, lazer e saúde formam para nós uma união insepará-vel e, por isso, apresentei na última parte formas de lazer que podem ser realizados ainda para nós nos sentirmos mais felizes.

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Palavras-chave: Lazer; educação diferenciada; patrimônio imaterial.

A RELEVÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Geicislaine Eliza da Silva Costa; Fátima Cristina Duarte Ferreira Cunha

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo destacar a rele-vância do lúdico no processo ensino-aprendizagem, baseando--se em pesquisas bibliográfi cas qualitativa: Brougère (1998); Friedmann (2006); Kishimoto (2009); Kraemer (2007); Lu-ckesi (2000); Pereira (2006); Piaget (1998); Vygostsky (1984). Buscando evidenciar o papel do lúdico desde o nascimento da criança, a fi m de subsidiar conhecimentos não só aos educa-dores, mas aos pais, agentes responsáveis pela educação in-formal. O educador irá dar continuidade ao processo de cons-trução do conhecimento favorecendo de forma a possibilitar através da ludicidade o desenvolvimento, a potencialidade ou a habilidade do educando. Ressaltar que a fase de desenvol-vimento compreendida de 0 a 5 anos – educação infantil é de extrema importância para a formação do caráter, identidade, autonomia, essenciais para o sucesso educacional. Esta temá-tica está em crescente pesquisa por educadores, com intuito de conscientizar e transformar o posicionamento, ou seja, atitude de educadores frente à prática educativa em sala de aula. Palavras-chave: Brincar; criança; brinquedo.

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ARTES INDÍGENAS NO ESPAÇO ESCOLAR: CONSTRUÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA

CULTURAL

Monique Passos Leal Olive (UERJ); Patricia dos Santos Silva (UERJ)

Resumo: Segundo o Censo realizado em 2000 pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística, há no Brasil mais de 700.00 índios vivendo em áreas urbana e rural. Exis-tem mais de 215 Sociedades Indígenas e mais de 180 línguas pertencentes a diferentes troncos lingüísticos. Tal informação é, ainda, desconhecida por grande parte de nossos alunos e outros membros da comunidade escolar. A recente Lei 11.645, de 10 de março de 2008, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), incluiu no currículo ofi cial da Rede de Ensino obrigatoriedade da temática indígena, ao lado da temática afro-brasileira. Apesar disso, o conhecimento da comunidade escolar sobre os povos indígenas é incipiente, e em alguns casos contraditórios. O presente trabalho tem como fundamento algumas pinturas e grafi smos indígenas já regis-trados e catalogados, e em relatos de indígenas Guarani, além de teóricos que trabalham com essa temática, e tem por duplo objetivo: (i) atentar para as artes indígenas como importante recurso pedagógico, ressaltando-as como forma de esclareci-mento e conhecimento de suas respectivas culturas; e (ii) pro-por uma alternativa que contribua para existência da memó-ria dos povos indígenas nas escolas não-indígenas. Com isso, contribuímos para que a intolerância e o preconceito contra essas populações diminuam nos espaços escolares. Palavras-chave: Artes indígenas; ferramenta pedagógica; memória cultural.

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JOGOS INTERCULTURAIS INDÍGENAS: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS E MANIFESTAÇÕES

INDÍGENAS

Antonio Mendes Amancio Junior (UFAM); Ártemis de Araújo Soares (UFAM)

Resumo: As práticas corporativas indígenas são redimensio-nadas no contexto dos jogos, com base na hibridação entre valores tradicionais e modernos entre os índios brasileiros, e ainda é uma atividade viva e exerce um importante papel na socialização dos membros das comunidades indígenas. Porém, percebe-se que mesmo com a enorme diversidade ét-nica e cultural do país, está havendo um enfraquecimento da cultura indígena. A localização e o convívio em meio urbano infl uencia na prática de modalidades multiculturais pelos in-dígenas, passando com isso o indígena a praticar modalidades que não fazem parte de sua cultura, pode ser uma das razões desse enfraquecimento. A valorização e o reconhecimento da diversidade indígena têm sido buscados através da realização de eventos como os Jogos Indígenas, de forma regional e na-cional. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Manaus, objetivando proporcionar a revitalização da cultura indígena no resgate da sua historia e costumes, idealizou os I JOGOS INTERCULTURAIS INDÍGENAS, os quais foram realizados na comunidade do Livramento em Manaus-AM, no período de 30 de abril a 01 de maio de 2011. Foram disputadas mo-dalidades tradicionais indígenas e modalidades não indígenas. A metodologia utilizada para a coleta de dados foi o registro etnográfi co com aplicação de entrevistas e observação direta. Jogos dessa natureza oportunizam o intercâmbio entre grupos étnicos desconhecidos entre si e entre os não indígenas, haven-do grande entrosamento entre as etnias participantes. Palavras-chave: Manifestações tradicionais; jogos tradicio-nais; antropologia cultural.

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JOGOS TRADICIONAIS INDÍGENAS NA COMUNIDADE DO LIVRAMENTO

Adenildo Vieira de Souza (UFAM); Ártemis de Araújo Soares (UFAM)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da importância das modalidades disputadas durante a realiza-ção do I Jogos Interculturais Indígenas: arco e fl echa, zaraba-tana e arremesso de lança, que foi realizado na comunidade do Livramento em Manaus-AM, no período de 30 de abril a 01 de maio de 2011. Foram realizadas modalidades tradicionais indígenas e modalidades não indígenas como: voleibol, atle-tismo, futebol, ressaltando-se que são objeto de estudo deste trabalho as modalidades indígenas. Os jogos tradicionais indí-genas fazem parte da cultura, dos costumes e dos valores das etnias e são transmitidos de geração em geração. Entretanto, a residência e o convívio em meio urbano acabam infl uenciando no aprendizado e na prática de modalidades não tradicionais pelos indígenas, passando com isso o indígena a praticar mo-dalidades que não fazem parte de sua cultura mas, nem por isso, menos apreciadas. A metodologia utilizada para a coleta de dados dos jogos tradicionais indígenas foi o registro etno-gráfi co com aplicação de entrevistas estruturadas, além da ob-servação. Percebemos que apesar da inclusão de modalidades não indígenas como atletismo, futebol e voleibol, e também por ter sido realizado em meio urbano, não se deixou que as modalidades tradicionais fossem esquecidas. Ao contrário, fo-ram muito incentivadas, ganhando excelente participação por parte dos indígenas, confi rmando assim a fi nalidade dos jogos Interculturais Indígenas: o fortalecimento, incentivo e a valo-rização dos jogos tradicionais, havendo uma grande preocu-pação em manter as tradições para que as mesmas continuem sendo vivenciadas. Palavras-chave: Jogos interculturais; jogos tradicionais; es-porte indígena.

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LAZER NO ACAMPAMENTO LARANJEIRA ÑANDERU, MUNICÍPIO DE RIO BRILHANTE,

MATO GROSSO DO SUL

Ilda Barbosa de Almeida (Acampamento Laranjeira Ñenderu); Marina Vinha (UFGD)

Resumo: Conheci os “Estudos de Lazer” no curso de Licencia-tura Intercultural Indígena/UFGD, como um dos componentes curriculares/módulo da “Habilitação Linguagens”, da qual sou licenciada. Neste ano de 2011 estou ministrando aulas na Es-cola Indígena da aldeia Rancho Jacaré, em Laguna Carapã. Por dois anos morei no “Acampamento Laranjeira Ñenderu”, lo-calizado no município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, ao lado da BR 163. Neste local estavam acampadas aproxima-damente 135 pessoas, totalizando 35 famílias. Embora sendo uma terra improvisada, o grupo dispunha de equipamento de lazer, tendo espaços para a prática esportiva de futebol e de vôlei, sendo um local gramado e outro com areia. O Acam-pamento dispunha também de equipamentos não específi cos para o lazer, como: rua, barracos, casa de reza, um córrego e o rio. Os jovens deste local sentiam pressão familiar e tinham adotado vícios como alcoolismo e cigarro. Todo esse contexto os levava, às vezes, à tentativa de tirar a própria vida. Nós, adultos do Acampamento atribuímos esses fatos aos seguin-tes motivos: por viverem juntos demais por muitos anos, por rebeldia e por não termos nossa terra para viver. O maior pro-blema enfrentado por todos é a falta de terra para morar. Para amenizar essa situação que atinge principalmente os jovens, desenvolvi uma pesquisa sobre lazer neste Acampamento. Na língua Guarani a palavra “lazer” se escreve ñevangahaty, ñm-bosaraihaty, que signifi ca “lugar de brincar, lugar de jogar”. O lazer, por ser um direito social, assim como terra/moradia, educação, saúde e trabalho conforme a Constituição de 1988, contribuiu para socializar os jovens e para fortalecer nossa luta pela terra. As relações mediadas pelo jogo, pelo esporte, pela dança têm como base a solidariedade, a cooperação, o senti-

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mento de equipe que são muito importantes na formação dos jovens. O lazer deve proporcionar descanso, diversão e princi-palmente transformação social. É esse o objetivo de fazer uma pesquisa e propor ações de lazer no Acampamento Laranjeira Ñanderu.Palavras-chave: Lazer; indígena; acampamento; educação.

CUIDANDO DE CRIANÇAS INDÍGENAS: A BRINQUEDOTECA MITÃ ROKA-OVOKU

KOMOHIKU KALIVÔNO

Margareth Soares Dalla Giacomassa (UEMS); Elijane da Sil-va Oliveira (UEMS); Julio Pesso Vilela (UEMS); Ingrith Ra-phaelle Calças (UEMS); Leticia Gomes (UEMS); Ana Marcia Penaio (UEMS); Luciene Antonio (UEMS); Marcel Capelini Sartoretto (UEMS); Isabela Prando de Figueiredo (UEMS); Delaine de Souza Ferreira (UEMS); Ingridi de Mello Freitas

(UEMS); Victor Duarte Vierira (UEMS); Elizeo Alexandre Junior (UEMS);

Michelle Laura Magalhães da Silva (UEMS)

Resumo: Atualmente as Brinquedotecas fazem parte da vida cotidiana das crianças em diversas situações de atividades lú-dicas e educativas, que oportunizam as crianças situações de aprendizagem teórico-práticas em cuidados básicos de saúde, com a comunidade e a sociedade. Proporcionam às crianças desenvolver o processo de aprendizagem, a aquisição de ou-tros e novos conhecimentos gerando o desenvolvimento de habilidades de forma natural e agradável, onde se brinca e aprende fazendo (SILVA, 2007). O brincar, enquanto meio de transmissão e ressignifi cação da cultura na qual a criança está inserida, aspectos universais da interação no brincar, incluindo semelhanças e diferenças entre os gêneros e entre diferentes contextos culturais. Essa diversidade de enfoques contempla a afi rmação acerca da natureza do brincar, que ela diz que pode ser pensado como um comportamento adaptado e adaptativo

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da espécie (WANDERLIND et al., 2010). No Brasil, duran-te o período da colonização, o universo lúdico foi revelado por meio de crônicas e gravuras, que descreviam as formas de viver de lusitanos, novos brasileiros, índios e escravos, estes últimos vistos por aqueles como revelando atitudes bastante curiosas e exóticas. Palavras-chave: Brinquedoteca; novos conhecimentos; ativi-dades lúdicas.

JOGOS E BRINQUEDOS INDÍGENAS - UM ENSAIO PARA A VIDA: LEVANTAMENTO DAS PRÁTICAS

CORPORAIS LÚDICAS DA COMUNIDADE INDÍGENA SATERÉ-MAWÉ

Camila Gomes (UFAM); Artemis Soares (UFAM)

Resumo: Este trabalho incidiu em realizar um levantamento dos jogos e brinquedos presentes na memória lúdica da co-munidade indígena Sateré-Mawé, localizados no bairro Santos Dumont, da cidade de Manaus-AM, com o ensejo de possi-bilitar a vivência intercultural nas escolas, a partir do conhe-cimento do patrimônio lúdico que a etnia tem a oferecer. A amostra para pesquisa fora constituída de escolares da comu-nidade indígena, com ascendência da etnia Sateré-Mawé, com idade entre 10 e 14 anos, além de pessoas idosas da comunida-de. A tarefa dos sujeitos consistiu no relato de jogos e brinquedos que são naturais a sua comunidade. Considerou-se fundamental a aplicação da pesquisa qualitativa, através de entrevista aberta, para favorecer uma maior amplitude de informações acerca do tema proposto, de modo a contribuir para uma visão além das regras dos jogos e de seus brinquedos, mas capaz de ver a representação cultural e pedagógica que eles têm a oferecer. Este trabalho traz em sua essência o desejo de mostrar como os jogos e brinquedos podem contribuir como importante ele-mento na formação do indivíduo, a partir dos exemplos da cul-tura lúdica da comunidade indígena Sateré – Mawé. Pretende

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mostrar também como seus jogos e brinquedos contribuem na preservação dos hábitos culturais do seu povo ao longo das gerações, fornecendo assim, mais um material pedagógico que almeja ser útil na construção da educação intercultural.Palavras-chave: Satere-mawé; cultura; lúdica; escolaridade; interculturalidade.

LUDICIDADE & ENSINO: UMA PARCERIA QUE CONTRIBUI COM A EDUCAÇÃO

Ana Lúcia da Silva; Franchys Marizethe Nascimento Santana Ferreira (UFMS)

Resumo: A intenção deste projeto é viabilizar e incentivar a prática lúdica no contexto educacional. Sensibilizar os profes-sores da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fun-damental quanto a importância que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. O surgimento da ideia de pesquisar sobre o lúdico e socializar os conhecimentos aos professores que já estão atuando. A reali-zação deste projeto é também pelo fato de, apesar das várias propostas e ações existentes no âmbito da Educação, como projetos educacionais demonstram a necessidade de mudança. O lúdico apresenta valores específi cos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência, a fi -nalidade é essencialmente pedagógica. Para entender o univer-so lúdico é fundamental compreender o que é brincar e, para isso, é importante conceituar palavras como jogo, brincadeira e brinquedo, permitindo assim aos professores de Educação Infantil e do Ensino Fundamental trabalhar melhor as ativida-des lúdicas.Palavras-chave: Ludicidade; diversidade; aprendizagem; en-sino; pesquisa.

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PRÁTICAS DE LAZER NA ESCOLA INDÍGENA ÑANDEJARA PÓLO DA ALDEIA TE’YIKUE,

MUNICÍPIO DE CAARAPÓ, MATO GROSSO DO SUL

Edson Alencar; Marina Vinha

Resumo: O presente estudo se justifi ca tendo em vista que o conhecimento lúdico dos indígenas idosos precisa ser valori-zado, assim como é preciso sistematizar as atividades de lazer hoje praticadas na Escola. O objetivo geral do estudo é o de recuperar as atividades lúdicas dos Guarani e Kaiowá compa-rando-as com as atuais atividades lúdicas praticadas na Escola Indígena Ñandejara Pólo, Caarapó/MS. Os objetivos especí-fi cos foram: a) conceituar os termos ócio, recreação e lazer conforme textos acadêmicos e segundo indígenas Guarani e Kaiowá; b) registrar as experiências de um idoso, um profes-sor indígena e um jovem indígena sobre as atividades lúdicas; c) organizar um quadro comparativo entre as atividades de la-zer praticadas tradicionalmente pela comunidade e as opções dos dias de hoje; e d) dialogar com essa interculturalidade lú-dica e o modo de ser Guarani e Kaiowá. A pesquisa é predo-minantemente qualitativa e foi realizada na aldeia Te’yikue/Caarapó/MS. Os critérios adotados para a pesquisa de campo com os sujeitos foram: observar as atividades praticadas na Escola (quando for o caso), nomes das atividades, materiais utilizados, faixa etária de seus praticantes, o contexto social de quando eram realizadas (memórias) e os adornos corporais; sistematizar a predominância dos tipos de atividades lúdicas praticadas hoje na Escola seguindo as seis áreas de abrangên-cia das atividades de lazer. A relevância da pesquisa para a Es-cola indígena Ñandejara Pólo está na realidade vivida por uma população de 5.200 habitantes e na Escola, onde estão matri-culados 1.280 alunos, aproximadamente. Trazer para refl exão as atividades lúdicas valorizando-as como saberes de um povo consolida os estudos vinculados à cultura corporal dos Kaiowá e Guarani enquanto patrimônio cultural imaterial. Palavras-chave: Cultura corporal; patrimônio imaterial; lazer.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 4:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

A FORMAÇÃO SUPERIOR INDÍGENA NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE

JANEIRO: LIMITES E POSSIBILIDADES

Joliene do Nascimento Leal (UFRRJ); Andrea de Lima Ribeiro Sales (UERJ)

Resumo: Ao longo dos anos, os grupos indígenas reivindi-cam diversos direitos. Dentre eles está o acesso à Educação Escolar Básica em suas aldeias. Depois de implementadas, a luta muda de patamar e objetiva um ensino diferenciado e com professores indígenas lecionando e gestando essas uni-dades escolares. A demanda dos Povos Indígenas passou a ser por formação em nível superior, visando autonomia, emanci-pação social e representatividade perante as diversas esferas políticas não indígenas. Existem universidades que oferecem Ensino Superior diferenciado como é o caso da Universida-de do Estado do Mato Grosso, que se tornou a universida-de brasileira pioneira na formação de professores indígenas em nível superior, por meio da implementação de seu curso de Licenciatura Intercultural. Assim, nos apoiamos nos pen-samentos de Walter Benjamin e denominamos essas ações como movimentos a contrapelo da realidade. Apresentaremos o Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Univer-sidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que oferece ensino superior para representantes de movimentos populares, campesinos, quilombolas e indígenas. Esperamos contribuir para o Seminário e dialogar com seus participantes apresen-tando mais esta experiência educacional que busca oferecer um nível superior específi co e resultante da formação política de cada grupo.

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Palavras-chave: Saberes tradicionais; saberes científi cos; for-mação superior indígena.

A QUESTÃO INDÍGENA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO MUNICÍPIO DE DOURADOS-MS

Carolina Vicente Arnulfo (UEMS); Beatriz dos Santos Landa (UEMS)

Resumo: A falta de informação sobre as Populações Indígenas e a diversidade sócio-cultural que as mesmas apresentam é um dos fatores das grandes difi culdades pelas quais as etnias en-contradas em Mato Grosso do Sul – Terena, Guarani, Kaiowá, Kadiwéu, Kinikinau, Guató, Kamba – tem passado e sofrido ações de preconceito e discriminação no dia a dia. Estas situ-ações são encontradas em todos os locais nos quais os repre-sentantes indígenas tem acesso no seu cotidiano: universida-des, lojas, escolas, supermercados, mídia e outros, como se estas pessoas não tivessem o direito de freqüentar estes locais e devessem permanecer somente nas reservas demarcadas pelo poder público até o ano de 1928 do século passado. Apesar do número signifi cativo de representantes destas etnias, eles tem pouca visibilidade entre a população envolvente, o que con-tribui para a discriminação econômica, social e política destas pessoas. O acompanhamento dos universitários indígenas da UEMS por meio do Programa Rede de Saberes, evidenciou que um dos grandes fatores geradores de exclusão, preconcei-to e discriminação é o desconhecimento da diversidade sócio--cultural apresentada pelos Povos Indígenas, e das diferentes formas de relacionar-se com os não-índios. Dentro da pers-pectiva de contribuir para a capacitação de profi ssionais da educação (professores, técnicos administrativos e pessoal de apoio), gestores públicos das três esferas e alunos de licencia-tura na temática indígena foi aprovado pelo MEC o projeto “A questão indígena em Mato Grosso do Sul: a informação como instrumento de visibilização dos povos indígenas”. Na proposta está prevista a oferta de cursos de 40 horas para cinco

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municípios, entre eles Dourados, abordando aspectos históri-cos, sociais, culturais, sustentabilidade, saúde e educação, com vistas a ampliar a rede de pessoas que tenham informações qualifi cadas para apoiar as novas demandas dos Povos Indíge-nas e que valorizem a diversidade apresentada por eles. Serão apresentados os resultados iniciais desta formação que inclui análise de textos, fi lmes, notícias e desenhos. Desconstruir os estereótipos e informações equivocada aprendidas ao longo da vida também são metas a serem atingidas.Palavras-chave: Formação de professores; questão indígena; Programa Rede de Saberes.

A QUESTÃO INDÍGENA EM MATO GROSSO DO SUL: A INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE

VISIBILIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS

Carolina Vicente Arnulfo (UEMS); Beatriz dos Santos Landa (UEMS)

Resumo: O presente trabalho no Programa de apoio a exten-são universitária oferece qualifi cação sobre a questão indígena no Brasil, destacando-se a realidade sul-mato-grossense a pro-fi ssionais da educação da rede pública dos municípios. O Esta-do de Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena em seu território, e entre esta encontram-se grupos de diferentes afi liações lingüísticas, que se apresentam cultural-mente também muito diversos. Os grupos com maior núme-ro de representantes encontram-se nas comunidades Terena, Guarani (auto-denominação dos Ñandeva) e Kaiowá. Repre-sentantes Guató, Kadiwéu, Kinikinau, Camba e Ofaié-Xavan-te completam o mosaico cultural. É de aproximadamente 65 mil pessoas pertencentes a estas diversas etnias e distribuídas por vários municípios localizados no centro-sul em sua gran-de maioria. Os Guarani-Kaiowá e Guarani-Ñandeva repre-sentam quase metade deste contingente, pois estão estimados em aproximadamente 35 mil representantes em território sul-

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-mato-grossense, ocupando reservas, áreas retomadas a partir da década de 70 do século passado, enfi m, situações variadas de ocupação do espaço, que acabam interferindo nos padrões já conhecidos pela população envolvente, sendo seguidos pe-los Terena, com uma população de aproximadamente 30 mil. Apesar do número signifi cativo de representantes destas et-nias, eles tem pouca visibilidade entre a população envolven-te, o que contribui para a discriminação econômica, social e política destas pessoas. O acompanhamento dos universitários indígenas da UEMS evidenciou que um dos grandes fatores geradores de exclusão, preconceito e discriminação é o des-conhecimento da diversidade sócio-cultural apresentada pelos Povos Indígenas, e das diferentes formas de relacionar-se com os não-índios. Este projeto propõe-se a capacitar profi ssionais da educação (professores, técnicos administrativos e pessoal de apoio), gestores públicos das três esferas e alunos de licen-ciatura na temática indígena, abordando aspectos históricos, sociais, culturais, sustentabilidade, saúde e educação, com vis-tas a ampliar a rede de pessoas que tenham informações quali-fi cadas para apoiar as novas demandas dos povos indígenas e que valorizem a diversidade apresentada por eles. Palavras-chave: Povos indígenas; educação indígena; capaci-tação de professores indígenas.

AS IDENTIDADES DOS DOCENTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DE MATO GROSSO DO SUL

Marco Antonio Oliva Monje (Corumbá)

Resumo: O artigo é um recorte da dissertação: O Curso de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e suas identidades apresentada em 2010 junto ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação, da Universidade Católica Dom Bosco, Linha 03, Diversidade Cultural e Educa-ção Indígena. O objetivo geral do artigo foi analisar o Curso de

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Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, desde a sua gênese, passando pelas Resoluções do Con-selho Nacional de Educação n. 03/1987, 01/2002, 07/2004, 07/2007, para identifi car como as identidades dos docentes fo-ram e são ressignifi cadas. Como objetivos específi cos têm: a) A compreensão do conceito de currículo no contexto atual; b) Identifi car os processos de ressignifi cação das identidades dos docentes, articulando-as com as diferenças. Para alcançar os objetivos, foi construído um referencial teórico, envolvendo o currículo e as identidades e as diferenças dos docentes do curso. O trabalho de campo foi realizado por meio da análise documental e de entrevistas semiestruturadas com quatro do-centes do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Os resultados sinalizam que, apesar de ainda persistirem concepções essencializadas e naturalizadas de identidades e diferenças, essas concepções estão sendo “ra-suradas” e ressignifi cadas pelos docentes. Portanto, a compre-ensão de currículo, identidade e diferença ainda é um campo aberto para a refl exão, e um novo espaço de discussão está em curso, pois o curso, após passar pela reestruturação determina-da pelo Conselho Nacional de Educação, estava passando por nova discussão e revisão do seu currículo.Palavras-chave: Educação Física; currículo; identidade; for-mação; educação superior.

AS TRAJETÓRIAS DOS ESTUDANTES INDÍGENAS NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DO PARANÁ

Wagner Roberto do Amaral (UFPR)

Resumo: Inspirado pela leitura das trajetórias dos estudantes indígenas nas Universidades Estaduais do Paraná, ingressantes pelo Vestibular dos Povos Indígenas, este trabalho busca evi-denciar que a permanência desses sujeitos no ensino superior somente se faz possível mediante a efetivação de um duplo per-tencimento acadêmico e étnico-comunitário. A construção da

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condição desse duplo pertencimento é devida tanto à trajetória acadêmica percorrida por mérito próprio dos alunos indígenas quanto ao apoio familiar e a expectativa de sua comunidade de origem. Refl ete sobre os limites da tarefa do Estado nessa ação, uma vez que a permanência requer políticas públicas de Ensino Superior voltadas efetivamente a esses sujeitos e sensíveis aos pertencimentos por eles construídos. O trabalho é resultado de um processo de pesquisa realizado junto aos acadêmicos indí-genas matriculados e profi ssionais índios recém-formados. Re-conhece o ineditismo da experiência paranaense iniciada nesta década por meio dos Vestibulares Interinstitucionais dos Povos Indígenas e sinaliza sua consolidação por meio da efetiva atua-ção do Estado, das Universidades Públicas envolvidas e envol-vimento das lideranças e comunidades indígenas.

Palavras-chave: Ensino superior; ações afi rmativas; povos indígenas.

DA APRENDIZAGEM COMUNITÁRIA À APRENDIZAGEM ACADÊMICA: O TRANSITAR DO ACADÊMICO INDÍGENA NOS DIFERENTES

ESPAÇOS EDUCATIVOS

Sidney Albuquerque (UCDB); Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: Atualmente, existe um forte discurso que a educação deve promover o desenvolvimento integral das pessoas, espe-cialmente sobre a aprendizagem de determinados conteúdos da cultura, necessários para que elas se sintam pertencentes ao seu grupo social, pois o fortalecimento cultural permitirá a sobre-vivência da identidade individual e coletiva da comunidade em questão. Quando se fala em educação escolar indígena há dois vieses diferentes, mas historicamente entrelaçados, que têm sido percebidos de modo separado e que, todavia, confl uem na busca dos povos e organizações indígenas por formação no En-sino Superior: a busca por cursos de formação específi ca para

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professores indígenas e a procura por capacitação para geren-ciar seus territórios e os desafi os de um novo cenário de inter-dependência entre os Povos Indígenas e o Estado no Brasil. Com o avanço da Educação Básica (anos fi nais do Ensino Fun-damental e Médio) nas aldeias, cresce a demanda por Ensino Superior que até três a quatro anos atrás era muito tímida, a cada ano e ou semestre, aumenta o número de jovens que deixam as aldeias em busca de uma formação acadêmica. Neste cenário situa-se a problemática subjacente a este estudo, ou seja, inves-tigar como o sujeito indígena Terena constrói o conhecimento em diferentes situações de aprendizagem comunitária/aldeia e a aprendizagem acadêmica/universidade, compreendendo sua dinâmica relacional pessoa-ambiente ao transitar nos diferentes espaços educativos. A pesquisa está fundamentada nos estudos sobre as culturas, numa perspectiva de interculturalidade, con-siderando os aspectos antropológicos, psicopedagógicos, his-tóricos, de territorialidade e sustentabilidade destes Povos e a contribuição da metodologia de história oral, contada pelos jovens acadêmicos indígenas Terena, traz o conhecimento do processo de educação tradicional e escolar vivenciados pelos mesmos. A relevância desta investigação centra-se no fato de haver pouca produção técnico-científi ca existente sobre o as-sunto, contribuindo desta forma para a ampliação do debate em torno da promoção do diálogo intercultural na universidade.Palavras-chave: Aprendizagem; ensino superior indígena; in-terculturalidade.

DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA PERMANÊNCIA DOS INDÍGENAS APÓS

INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR

Marcos Silva de Souza (UFRR); Luiz Otavio Pinheiro da Cunha (UFRR)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo mostrar os problemas enfrentados pelos acadêmicos quando são aprova-

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dos pelo processo seletivo específi co para indígenas, proble-ma esse que implica na permanência desses acadêmicos. As informações que serão apresentadas a seguir foram coletadas através do método de pesquisa Survey com os alunos do PSEI/UFRR. Na realização dessa pesquisa foram constatadas que a falta de moradia, de transporte para chegar à Universidade, de recursos fi nanceiros para comprar livros e tirar fotocópias são difi culdades enfrentadas pelos estudantes. Tais fatos ocorrem porque, para fazer um curso superior, é necessário sair da sua comunidade e dedicar-se integralmente aos estudos, fi cando impossibilitado de trabalhar. Assim, não havendo a possibili-dade de conciliar estudo e trabalho, muitos alunos indígenas acabam desistindo ou adiando o sonho da formação em Ní-vel Superior. Na realização dessa pesquisa foram constatada diversas informações sobre as difi culdades enfrentadas pelos estudantes, tais como: falta de moradia, falta de transporte para chegar à Universidade, falta de recursos fi nanceiros para com-prar livros e tirar fotocópias. Porém, a principal delas enfren-tada pelos estudantes quando se engajam no Ensino Superior é a de se manter na cidade. Vindo das comunidades para a cidade grande, não pode trabalhar para se sustentar por causa dos estudos.Palavras-chave: Ensino superior indígena; acesso; permanência.

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DA COMUNIDADE INDÍGENA SÃO JORGE-RR:

UMA EXPERIÊNCIA ACADÊMICA

Arlem Barbosa dos Santos (UFRR)

Resumo: O presente trabalho trata-se de um diagnóstico so-cioeconômico da Comunidade São Jorge, região Surumu, mu-nicípio de Pacaraima, TI Raposa Serra do Sol, realizado no Tempo Comunitário II, do Curso de Gestão Territorial Indíge-na, Instituto Insikiran. O mesmo busca mostrar os avanços da comunidade e as possibilidades do mesmo tendo como objeti-

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vo descobrir onde a comunidade avançou, onde pode avançar, o que é necessário para ela avançar, quando se tratar da questão da educação, saúde e infraestrutura. Para realização do traba-lho foram utilizadas entrevistas (fechadas e abertas), reuniões e levantamentos de dados secundários. O trabalho mostra uma população de 137 pessoas, sendo 61 do sexo masculino e 76 do sexo feminino, todos pertencentes ao Povo Makuxi. Há apenas 03 falantes da língua indígena, sendo crianças, jovens e idosos com faixa etária que variam de 0 até 80 anos. O principal meio de transporte é a bicicleta (cada casa possui no mínimo uma). Na comunidade ainda tem 1 trator (comunitário), 12 motos e 2 carros. A principal atividade econômica é a agricultura, com 02 projetos de bovinocultura. Outro destaque da comunidade é a escolaridade, onde mesmo sem ter o Ensino Médio, a escola local apresenta 11 de pessoas cursando Ensino Superior e 02 já formadas. Com a conclusão do trabalho pude perceber que comunidade tem vários setores desenvolvidos como saúde, educação. Em outras áreas está com grande defi ciência, como no caso da agricultura, das infraestruturas dos setores públi-cos, como posto de saúde e escola (os moradores esperam que seja introduzido o Ensino Médio) e na agricultura a falta de assistência técnica é identifi cada como a principal defi ciência da comunidade. É importante destacar que o trabalho foi rea-lizado por um acadêmico da própria comunidade, que busca com ensino superior, trazer melhorias para comunidade.Palavras-chave: Diagnóstico socioeconômico; comunidade São Jorge; TI Raposa Serra do Sol.

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EDUCAÇÃO INDÍGENA E O PPGE/UCDB: UM MAPEAMENTO PRELIMINAR DAS

PRODUÇÕES DE CONHECIMENTO

Marinalva Viegas Conti (UCDB); Michelle Marques Salva (UCDB); Vivian Vitório (UCDB); Carlos Magno Naglis

Vieira (UCDB); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: A Universidade Católica Dom Bosco sempre teve um papel importante na formação de professores indígenas e na produção de conhecimento no campo da Educação Escolar Indígena. Neste sentido, o trabalho procura realizar o Estado da Arte das dissertações de mestrado defendidas no Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB. O PPGE/UCDB des-de 1996 recebe projetos de pesquisa relacionados à temática da pluralidade cultural, destacando uma demanda de projetos voltados às questões indígenas. Devido o número de projetos, a Capes recomendou no ano de 2003 a criação de uma linha de pesquisa que contemplasse a temática relacionada à Educa-ção Indígena. Assim, desde quando criada, a linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena já possui 14 disser-tações de mestrado sobre Educação Escolar Indígena, tanto do Estado do Mato Grosso do Sul quanto de outros Estados do Brasil. As pesquisas aprofundam conhecimento sobre pedago-gias indígenas, o cotidiano das escolas nas aldeias, o processo de alfabetização, currículos nas escolas indígenas e o processo de alfabetização bilíngüe. Dentre as dissertações defendidas podemos destacar as pesquisas realizadas por professores in-dígenas, sendo trabalhos da etnia Terena e Tuyuca. Atualmente o PPGE/UCDB conta com 06 mestrandos indígenas (Guarani, Terena e Xavante) realizando pesquisa sobre o seu povo com referência a Educação Escolar Indígena. Segundo os professo-res, todas as pesquisas têm sempre como objeto a compreen-são de seus contextos étnico-culturais e as problemáticas que as envolve na contemporaneidade, consolidando um campo epistemológico e metodológico para a linha de pesquisa, o que tem enriquecido a construção de novos referencias teóricos e

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provocado deslocamentos na leitura já realizadas destes con-textos por pesquisadores não indígenas. Palavras-chave: Educação escolar indígena; PPGE/UCDB; produção de conhecimento.

ENSINO SUPERIOR INDÍGENA (CURSO LICENCIATURA INTERCULTURAL) NO ESTADO DE RORAIMA: O JORNAL FOLHA DE BOA VISTA

COMO FONTE DE PESQUISA, 2002 A 2003

Rodrigo Diego dos Santos (UFRR); Marcia D'Acampora (UFRR)

Resumo: A presente pesquisa trata da divulgação do Ensino Superior Indígena da Universidade Federal de Roraima, es-pecifi camente o curso de Licenciatura Intercultural (Instituto Insikiran), pelo Jornal Folha de Boa Vista, abordando o teor da noticia, o tipo de linguagem utilizada nos diversos informes fi chados, modifi cações ocorridas na forma de tratamento das notícias sobre o indígena, ênfase dada à notícia, se o tema foi realmente condizente com o teor contido na notícia ou se foi apelativo para chamar a atenção do leitor. Com este trabalho de pesquisa tem-se por resultado sua divulgação em sala de aula nos cursos de História e Comunicação Social, e elabora-ção de um artigo para contribuir com mais fontes de pesquisas que servirá para a comunidade acadêmica.Palavras-chave: Divulgação; Jornal Folha de Boa Vista; ensi-no superior indígena; UFRR

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EDUCAÇÃO SUPERIOR INDÍGENA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DOS

ACADÊMICOS INDÍGENAS DA UCDB

Luiz Henrique Eloy Amado (UCDB); Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: O presente trabalho é resultado de pesquisa de Ini-ciação Cientifi ca – PIBIC, e teve como ponto de partida a preocupação de como está ocorrendo a trajetória acadêmica dos estudantes indígenas que estão inseridos na Universidade Católica Dom Bosco, visto que, nos últimos anos, tornou-se notório a presença de indígenas nos espaços universitários. A cada semestre, os acadêmicos têm ganhado visibilidade na academia se posicionando de maneira fi rme em relação às questões relativas às suas comunidades. O acesso à graduação pelos indígenas já faz parte do roteiro daqueles que estão cur-sando o Ensino Médio em suas aldeias, o que faz aumentar a preocupação de como a Universidade pode melhor contribuir para a permanência destes, a partir de experiências vividas pe-los acadêmicos que hoje estão inseridos na academia. Falar em Educação Superior Indígena não é apenas se referir às condi-ções de acesso, ou seja, como o índio pode estar ingressando na Universidade. A preocupação agora é outra: é saber de que forma a Universidade como instituição, os funcionários, os do-centes, os companheiros de classe e até a própria comunidade, podem estar contribuindo para a permanência desse indígena no Ensino Superior. Neste intuito, esta investigação parte da experiência daqueles que estão na Universidade com o propó-sito de identifi car e compreender como está se dando o diálogo intercultural entre o acadêmico indígena e a Universidade.Palavras-chave: Educação superior indígena; acadêmico in-dígena; diálogo intercultural.

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ESTUDO DE CASO: LICENCIATURA INTERCULTURAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DE RORAIMA

Danielle da Silva Trindade (UFRR); Jefferson Jurema (UEA)

Resumo: O objetivo deste trabalho foi apresentar a refl exão da contribuição do curso de Licenciatura Intercultural da Univer-sidade Federal de Roraima sobre o processo de ensino e apren-dizagem na formação em 3º grau do professor indígena. Para isso, foram realizadas pesquisa bibliográfi ca e de campo por meio de entrevistas com os professores cursistas, professores formadores e organizações parceiras do curso. Diferentes res-postas foram encontradas, onde para os professores cursistas, o curso contribui para o fortalecimento da escola indígena, quan-do o mesmo busca promover a formação desses professores numa perspectiva intercultural de respeito às culturas. Para os professores formadores, a aplicação e construção de metodo-logias diferenciadas podem promover a qualidade da prática pedagógica nas escolas indígenas e, para as organizações indí-genas que participaram da entrevista, o curso contribui para o desenvolvimento pedagógico das escolas, fortalecendo a ques-tão identitária e fortalecendo politicamente os professores. No contexto estudado há tanto a necessidade de fortalecer meto-dologia diferenciada, que abranja os conhecimentos do dia-a--dia do aluno indígena, como a necessidade de maiores inves-timentos, tanto da parte do Governo, quanto de toda a equipe pedagógica.Palavras-chave: Interculturalidade; educação escolar indíge-na; formação de professores

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LICENCIATURA ESPECÍFICA PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS MURA: UM

REENCONTRO COM AS EXPECTATIVAS PASSADAS ATRAVÉS DOS OLHARES PRESENTES DOS ALUNOS

Fabiana de Freitas Pinto (UFAM);Rosa Helena Dias da Silva (UFAM)

Resumo: O presente artigo é parte da dissertação de Mestrado intitulada “Licenciatura Específi ca para Formação de Professo-res Indígenas/Turma Mura: um balanço dos dois primeiros anos do curso à luz das expectativas dos alunos”. Tal Licenciatura está sendo desenvolvida desde o ano de 2008, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), através da Faculdade de Educa-ção (FACED), junto a uma turma de 55 professores indígenas do Povo Mura da região de Autazes/AM e elaborada em parceria com a UFAM e a Organização dos Professores Indígenas Mura (OPIM), com fi nanciamento do Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti-zação e Diversidade (SECAD), da Secretaria de Ensino Superior (SESu) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no contexto do Programa de Apoio à Formação Supe-rior e Licenciaturas Indígenas (PROLIND). O trabalho guiou-se pelo objetivo geral de verifi car, passado os dois primeiros anos do Curso de Licenciatura Específi ca para Formação de Professo-res Indígenas/Turma Mura, com base no depoimento dos alunos, o grau de atendimento das expectativas iniciais por eles formu-ladas no momento de elaboração do Curso (2006-2007) e de seu Seminário de Implantação (2008). E, no sentido de visualizar/demonstrar os desdobramentos em que se constituiu a pesquisa é que abordaremos a discussão/estudo desenvolvida no terceiro capítulo do trabalho “Licenciatura Específi ca para Formação de Professores Indígenas Mura: um reencontro com as expectati-vas passadas através dos olhares presentes dos sujeitos”, parte que concentra as falas dos graduandos e que nos permitiu reali-zar o balanço dos dois primeiros anos do Curso. As falas foram agrupadas nas seguintes categorias: individual, coletiva (aldeia/povo), política (movimento) e outras que surgem imbricadas a

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essas, como: familiar, melhoria na formação docente e orgulho de ser universitário da UFAM. O referido estudo, ao nos aproxi-mar de tais expectativas, nos revela que o Curso tem, em grande parte, atendido-as satisfatoriamente e que o princípio da inter-culturalidade tem sido efetivamente exercitado nesse processo de Formação Superior. Do mesmo modo, pretendemos que esse diálogo se amplie e contribua para que a temática do Ensino Su-perior e Povos Indígenas ganhe novos olhares e novos contor-nos, sobretudo nos debates que se estendem pelo País. Palavras-chave: Ensino superior indígena; licenciatura espe-cífi ca; formação de professores indígenas; expectativas indí-genas; Mura.

ORGULHO DE SER INDIO? REAFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA INDÍGENA E ESTEREÓTIPOS

PRODUZIDOS NO CURRÍCULO UNIVERSITÁRIO

Sônia Filiú Albuquerque Lima (UCDB/UEMS)

Resumo: Este texto apresenta análises pertinentes à pesqui-sa de Doutorado em Educação, vinculada à linha Diversidade Cultural e Educação Indígena, da Universidade Católica Dom Bosco e tem como objetivo refl etir sobre a reafi rmação identi-tária de indígenas como elemento forjador de resistência e de produção cultural. O cenário de análise inicial são as festivida-des da Semana dos Povos Indígenas, realizadas na aldeia Te-reré, município de Sidrolândia. Trata especialmente do desfi le e da eleição dos/das mais belos/belas jovens indígenas, cenas impregnadas pelo orgulho de ser índio e que se contrapõem ao ambiente universitário do qual vários indígenas acadêmicos fazem parte, marcado por um currículo, em muitos momentos inóspito à presença indígena e reprodutor de estereótipos e ex-clusões. Os dados para esta análise são construídos por meio de observação participante na referida festividade e por depoi-mentos de acadêmicos indígenas em encontro de Grupo Fo-cal realizado na própria aldeia. A atual busca pela atualização do valor e do signifi cado das identidades indígenas é situada

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dentro da história do período pós-colonização. O ambiente de contato com a cultura universitária e sua pretensa superioridade em relação às culturas indígenas explicita os ranços de longa história de repressão colonizadora. Acreditamos que o fortale-cimento de uma identidade política simbólica pode dar visibi-lidade às identidades étnicas, contribuindo para a reafi rmação de suas identidades e sentimento de orgulho de ser índio, como elementos necessários à reafi rmação da dignidade e dos direi-tos indígenas desrespeitados ao longo do processo colonizador.Palavras-chave: Cultura; processo colonizador; currículo uni-versitário; universitários indígenas; identidades indígenas.

OS ESTUDANTES INDÍGENAS DO ENSINO MÉDIO DE DOURADOS-MS E O ACESSO AO ENSINO

SUPERIOR: UMA DIVULGAÇÃO NECESSÁRIA

Vanusa Gabriel Lipú (UEMS); Beatriz dos Santos Landa (UEMS)

Resumo: O presente trabalho do Programa Institucional de Bolsa de Extensão tem como objetivo o levantamento da si-tuação dos alunos indígenas no Ensino Médio nas escolas do município de Dourados-MS para fi ns de comparação com o trabalho realizado no ano de 2010 e do município de Caarapó--MS, suas demandas e interesses com a perspectiva de relacio-nar estas com a possibilidade de acesso ao Ensino Superior, fornecendo-lhes informações sobre a dinâmica dos diversos cursos da UEMS que estão inseridos no Sistema Seletivo Uni-fi cado/SISU. O acesso de indígenas aos três níveis de ensino – fundamental, médio e superior – teve um forte incremento a partir da década de 1990, após a promulgação da Constitui-ção de 1988, que garantiu a preservação das práticas de edu-cação tradicionais de cada Povo, e na educação formal a in-terculturalidade, os métodos próprios de aprendizagem, o uso da língua materna, entre outros. A proposta do trabalho vem sendo realizado através de levantamento das demandas por Ensino Superior para o ano de 2011 nas aldeias de Dourados

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e Caarapó que concentram uma grande população de jovens, sendo que muitos deles já estão concluindo o Ensino Médio ainda sem saber que curso superior seguir. A nova sistemática de acesso a UEMS também modifi cou-se com o uso da nota do ENEM e do SISU. As informações qualifi cadas permitem que sejam implementadas políticas públicas mais consistentes e que atendam de forma coerente e participativa as demandas emanadas destes Povos. Por este motivo, está sendo realizado um estudo no município de Dourados e Caarapó, visando não somente quantifi car estes estudantes nem somente localizá-los geografi camente, mas realizar um levantamento qualifi cado sobre se o Ensino Superior é uma demanda, o que esperam do mesmo, as difi culdades enfrentadas, as questões relativas à sua formação, as diversas situações que enfrentam nestas escolas, entre outras. O trabalho que está sendo realizado é de grande importância para o acesso dos alunos indígenas que ainda vão ingressar no Ensino Superior e também contribui com ações afi rmativas que serão mais visíveis futuramente.Palavras-chave: Programa Rede de Saberes; divulgação da UEMS; povos indígenas; índios no ensino superior.

POLÍTICAS DE INSERÇÃO INDÍGENA NA UNIVERSIDADE: O SIGNIFICADO DA FORMAÇÃO

SUPERIOR PARA OS ACADÊMICOS INDÍGENAS TERENA DA UCDB

Osmanyr Bernardo Farias; Marta Regina Brostolin (UCDB)

Resumo: A questão da inserção indígena no Ensino Superior vem sendo cada vez mais debatida, tornando-se um fenômeno que envolve grande complexidade ao considerar as especifi -cidades sociais, econômicas, políticas, históricas e culturais dos Povos Indígenas. Neste panorama, faz-se necessário uma refl exão acerca das possibilidades de se desenvolver políticas públicas específi cas, bem como ações afi rmativas voltadas para este seguimento social que busca junto as Universidades, em cursos de formação de professores, inicialmente e, atualmente,

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outros cursos nas várias áreas de conhecimento, capacitação para gerenciar seus territórios e os desafi os de um novo cená-rio de interdependência entre os Povos Indígenas e o Estado no Brasil. Com o avanço da Educação Básica (anos fi nais do Ensino Fundamental e Médio) nas aldeias em Mato Grosso do Sul, cresce a demanda por Ensino Superior que até três a quatro anos atrás era muito tímida e a cada ano e ou semestre, aumenta o número de jovens que deixam as aldeias em busca de uma formação acadêmica. Neste contexto, insere-se este estudo que visa investigar os signifi cados atribuídos à Formação Superior, refl etir sobre a desvantagem histórica e a disparidade econômi-ca e social que envolve os acadêmicos indígenas Terena e ana-lisar as ações afi rmativas existente na Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, Estado de Mato Grosso do Sul. A relevância desta investigação centra-se no fato de haver pouca produção técnico-científi ca existente sobre o assunto, contri-buindo desta forma para a ampliação do debate em torno da promoção do diálogo intercultural na Universidade.Palavras-chave: Sentido de formação; ensino superior indíge-na; ação afi rmativa.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR INDÍGENA EM MATO GROSSO DO SUL –

UMA PROPOSTA DE PESQUISA

Sidinea Cândida Faria (UCDB); Mariluce Bittar (UCDB)

Resumo: Este artigo apresenta a primeira proposta de objeto de tese de doutorado desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Uni-versidade Católica Dom Bosco (PPGE – UCDB). Tem como objeto de pesquisa as políticas públicas que propõem ações afi rmativas para a inserção dos Povos Indígenas na Educação Superior no Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da UEMS, com o objetivo de estabelecer se essas políticas oferecem real possibilidade de acesso diferenciado, se viabiliza a permanên-cia desse alunado nos cursos oferecidos pela Instituição e de

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estabelecer qual é a política inclusiva que promove acolhimen-to e acompanhamento desse estudante até o término do curso. Além de responder às seguintes indagações: a) qual a diversi-dade cultural indígena que é considerada nessa universidade? b) que mecanismos a Universidade desenvolve para acolher os indígenas que nela ingressam por meio de cotas? c) qual o peso numérico dessas vagas face à população indígena regio-nal? d) quais são os programas de suporte fi nanceiro e cultural inseridos no contexto da universidade? Portanto, esta pesqui-sa pretende demonstrar qual é a política educacional inclusiva da Instituição para a efi cácia e a efetividade da ação afi rmati-va proposta, de maneira a abordar problemas e benefícios da implantação do modelo vigente, fornecendo uma visão crítica voltada para a necessidade de se pensar políticas públicas para identidades sociais em suas especifi cidades étnicas, no caso, in-dígena; delimitando o período histórico da pesquisa entre 2003 a 2009. Para tratar do tema, pretende-se utilizar as abordagens qualitativa e quantitativa; com base na pesquisa bibliográfi ca e de campo com levantamentos de dados, tendo como referência o campo amostral a ser defi nido dentro do universo da UEMS.Palavras-chave: Políticas públicas; educação superior; UEMS; política de cotas para indígenas.

RELATO DE EXPERIÊNCIAS: AS DIFICULDADES QUE OS ACADÊMICOS INDÍGENAS ENFRENTAM AO SE DESLOCAREM DE SUAS ALDEIAS PARA A

UFMS/CAMPUS DE AQUIDAUANA

Ariádima Paiva Faustino Alves; Carlos Ronaldo Miguel da Silva; Marla Felix; Sandriane Soares Batista;

Yára Quelho de Castro

Resumo: O presente relato pretende enfatizar as difi culdades e a realidade que os acadêmicos indígenas enfrentam ao se desloca-rem para a Faculdade no campus de Aquidauana. Desta forma, o relato tem por objetivos: avaliar a situação dos acadêmicos oriundos de comunidades indígenas quando se deslocam para a

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UFMS - Campus de Aquidauana; detectar as principais difi cul-dades encontradas, para encontrar soluções para os problemas identifi cados. Para isso foram realizadas entrevistas com alguns acadêmicos que diariamente utilizam esse meio de transporte para se deslocarem para a Faculdade, no sentido de saber o que eles gostariam que fosse mudado, as difi culdades que encontram e o que eles esperam em relação ao término do seu curso. Os acadêmicos indígenas utilizam o mesmo ônibus escolar cedido pela Prefeitura do Município, que leva os professores da cidade para as escolas indígenas do Distrito de Taunay. Esse transporte é precário em relação a sua lotação, enfrentando-se, também, a descriminação e atrasos para aula, devido ao horário indefi nido de saída do ônibus do Distrito. O ônibus atende, além de uma escola municipal que tem no Distrito, mais outras cinco, sendo quatro municipais e uma estadual, nas quatros aldeias que per-corre. A distância percorrida do ônibus até a BR262 que liga a cidade é de 17 km de estrada vicinal. Nos períodos de chuva a situação fi ca muito precária, onde é impossível qualquer tráfe-go de meio de transporte nesse percurso. A estrada fi ca muito escorregadia e muito perigosa, pois as crateras são enormes e, assim, em alguns casos acontecem acidentes. Quando acabam as chuvas enfrentam-se os buracos que prejudicam ainda mais as condições do ônibus. Infelizmente, também há o preconceito de alguns poucos professores que utilizam o mesmo meio de trans-porte, pois acham que quando formados os acadêmicos indíge-nas irão buscar vagas nas escolas de suas aldeias de origem. Ou-tra difi culdade refere-se ao calendário escolar que, muitas vezes, não é o mesmo da UFMS campus de Aquidauana, e com isso o deslocamento para a cidade tem que ser feito por conta própria. Isso acarreta grandes difi culdades e, às vezes, impossibilidade para se freqüentar as aulas na Faculdade. Por fi m, esperamos que órgãos Municipais e Estaduais tivessem um olhar mais especí-fi co em relação à situação enfrentada pelos acadêmicos indíge-nas. Como por exemplos um ônibus que atenda os acadêmicos indígenas, melhoria na estrada vicinal, pois como colocamos a situação da estrada em tempo de muita chuva fi ca intransitável.Palavras-chave: Difi culdade; deslocamento; preconceito; transporte.

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES NUMA PERSPECTIVA INTERCULTURAL: A

UNIVERSIDADE ESTÁ ABERTA PARA A CONSTRUÇÃO DESSA ABORDAGEM?

Cláudia Pereira Xavier (UCDB); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: O presente artigo faz parte do processo de elabora-ção de pesquisa em andamento que se converterá em Tese de Doutoramento e traz refl exões que se encontram nos primeiros diálogos com o campo empírico, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Tem como objetivo provocar o leitor no sentido de repensarmos o espaço da Universidade como lugar oportuno e necessário para a construção do diá-logo intercultural, traduzido pela assunção de posturas pelos sujeitos envolvidos nessa dinâmica que remetam a reavaliar currículos e práticas diferenciadas, mediante a ressignifi cação do conceito de cultura. Para tanto, pretende trazer à tona, a necessária presença de conceitos como identidade, diferença, diversidade, cultura com o apoio de Silva (1995; 2000), Hall (2009) e Bhabha (2010); de currículo em Sacristán (1998), Moreira (2003; 2006); e os saberes docentes, a interculturali-dade, educação intercultural em Freire (2007), Fleuri (2003) e Gauthier (2010). Diante das considerações apresentadas, acre-ditamos que mais uma perspectiva seja oferecida no sentido de sensibilizar mais parceiros e parceiras nessa importante tarefa de contemplar todas as culturas no mesmo patamar de impor-tância, oferecendo a cada um, educadores em formação e já no exercício da docência, outros olhares para a construção de uma sociedade mais fraterna, justa e solidária.Palavras-chave: Universidade; formação de professores; cul-tura; interculturalidade.

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FORMAÇÃO DOCENTE: IDENTIDADES EM CONSTRUÇÃO NA REGIÃO DE FRONTEIRA

Andréa Natália da Silva (UCDB).

Resumo: Esse resumo apresenta as construções teóricas ini-ciais do projeto de tese de doutorado vinculado à Linha de Pesquisa - Diversidade Cultural e Educação Indígena. Tem como título provisório “A Construção das Identidades d@s Acadêmic@s do Curso de Pedagogia na Região de Fronteira Br/Py: Provocações e Inquietações para uma Prática Intercul-tural”. O objetivo geral é compreender o processo de constru-ção das identidades d@s academic@s no curso de Pedagogia das Faculdades Magsul, na região de fronteira, articulando--o com uma prática intercultural. Como objetivos específi cos possui: analisar a proposta pedagógica do curso de Pedago-gia das Faculdades Magsul; descrever como os educador@s e acadêmic@s da Faculdades Magsul percebem as diver-sidades culturais na região de fronteira; investigar o que os educador@s e acadêmic@as concebem como características de uma prática intercultural; identifi car as difi culdades que @s acadêmic@s e educador@s das Faculdades Magsul apon-tam na formação para a prática intercultural. O projeto se jus-tifi ca porque, no contexto atual as Políticas de Formação de Professores incorporam a dimensão multicultural. Além disso, a Proposta Pedagógica das Faculdades Magsul refere-se aos discursos de inclusão/exclusão, identidades/diferenças e loca-liza-se na Região da fronteira entre Brasil e Paraguai, onde se apresentam múltiplas identidades. Especifi camente, o currícu-lo do Curso de Pedagogia nas Faculdades Magsul, aponta para uma metodologia do autoconhecimento através da articulação de saberes na construção de uma identidade de pedagog@ que saiba lidar com as diferenças, articulando cultura e educação com perspectivas teóricas que contemplem a interculturalidadePalavras-chave: Formação docente; multiculturalismo; iden-tidades; diferenças.

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O PROFISSIONAL LIBERAL NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: REFLEXÕES INICIAIS

Daniela F. Viduani Sopran Gil (UCDB); Ruth Pavan (UCDB)

Resumo: Este artigo é fruto da dissertação intitulada “A con-cepção de Educação e de Ensino e Aprendizagem dos/das profi ssionais liberais inseridos/as na docência da Educação Superior”, e tem como objetivo analisar as concepções de edu-cação e processo de ensino e aprendizagem dos/das profi ssio-nais liberais que atuam na docência universitária. Neste texto, faremos um recorte apresentando uma refl exão inicial a par-tir da pesquisa exploratória, sobre a concepção de educação, educação superior e de processo ensino e aprendizagem do/da profi ssional liberal. Para dar conta dessa refl exão, iniciare-mos com um breve histórico da Educação Superior pós Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9395/06 e, em segui-da, faremos uma caracterização da educação e do processo de ensino e aprendizagem pautadas nos/as teóricos/as que emba-sam a nossa pesquisa. A metodologia utilizada nesta pesquisa exploratória é de caráter qualitativo e tem como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada. Embora em fase inicial, já é possível perceber, pelos dados coletados, que os profi ssionais liberais possuem uma concepção de educação e de ensino e aprendizagem como instrumentalização técnica para atender ao mercado de trabalho.Palavras-chave: Docência universitária; profi ssionais libe-rais; educação; ensino e aprendizagem.

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OS CAMPOS TEÓRICOS UTILIZADOS NAS PESQUISAS CURRICULARES NO BRASIL (2005-2010)

Bruno Amaro Queiroz Blini (UCDB); José Bonifácio Alves da Silva (UCDB); José Licínio Backes (UCDB);

Ruth Pavan (UCDB)

Resumo: O artigo é resultado de uma pesquisa que analisou os campos teóricos nos trabalhos apresentados no período de 2005 até 2010 no GT de Currículo da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Está rela-cionado ao projeto de pesquisa fi nanciado pelo CNPq/PIBIC/UCDB (Edital Universal/2008) intitulado: “Os conceitos de cultura, identidade e diferença em trabalhos apresentados na ANPED (2005-2009) e suas implicações para o campo epis-temológico da educação”. Procuramos caracterizar os diferen-tes campos teóricos, identifi car quais são os mais utilizados e observar a relação entre os campos teóricos adotados e as temáticas investigadas nas pesquisas curriculares. Foram 78 artigos apresentados nesses 6 anos. Por uma questão de orga-nização e para tratar a pesquisa com maior rigor metodológico, os textos foram agrupados conforme fomos percebendo as ên-fases dadas e os classifi cando nas identifi cações teóricas. Após fazermos esse mapeamento das pesquisas curriculares vimos o quão híbridos, polissêmicos e multifacetados são os campos teóricos do currículo com seus diferentes vieses, concepções e referenciais. A existência das diversas abordagens, orienta-das pelos diferentes campos teóricos identifi cados, de acordo com nossa perspectiva, enriquece e qualifi ca o debate, pois de-monstra que as refl exões curriculares estão sendo tratadas para além de uma mera instrumentalização técnica de mão única. Os trabalhos analisados oferecem caminhos para pensarmos a educação em suas múltiplas dimensões curriculares.Palavras-chave: Currículo; campos teóricos; identidade; di-ferença.

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PROFESSOR: DIFERENTES ATUAÇÕES QUE MOSTRAM AS REGULARIDADES DA DOCÊNCIA

Bárbara Borges; Jesus Chieregati

Resumo: Esse artigo nasce a partir de um trabalho desenvolvi-do em uma disciplina de formação de professores e práticas pe-dagógicas, oferecida por um programa de Mestrado em Educa-ção, e tem por objetivo identifi car algumas concepções sobre a formação e a profi ssão docente, que por hora são explicitadas nas falas das professoras “A”, que é formada em Educação Física e História e é mestre em Educação, atua como coorde-nadora em uma Universidade para Idosos; “B” que é formada em Letras com habilitação em Língua Inglesa, atua em sala de informática na escola de Ensino Fundamental; e “C”, que é formada em Pedagogia e atua como professora alfabetizadora da Educação Infantil. As mesmas foram entrevistadas, a partir de sua vivência diária e singular, e evidenciaram alguns fatores que condicionam sua prática pedagógica: a vocação docente, desvalorização da profi ssão, falta de tempo e de investimento, aprendizagem na prática em detrimento da informação inicial, e ainda a importância da formação continuada para essa profi s-são. Em tais falas foram notadas semelhanças no modo de agir e de entender a educação, embora cada uma tenha experiências e prática diferenciada da outra, cada qual fala de seu local de trabalho, com diferentes óticas e discurso educacional, visto que as professoras escolhidas são de diferentes realidades, áre-as de atuação e formação. Palavras-chave: Formação de professores; profi ssão docente; prática pedagógica,

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TRABALHO DOCENTE: MAL-ESTAR E OS DESAFIOS DA PROFISSÃO NA CONQUISTA DO PRAZER, DO BEM-ESTAR E DA FELICIDADE

Ana Maria da Trindade Rodrigues Rauber (UCDB); Flavinês Rebolo (UCDB)

Resumo: Este artigo foi escrito a partir das leituras, refl exões e discussões realizadas na disciplina “Formação Continuada, Trabalho e Bem-Estar Docente”, no Programa de Pós-Gradua-ção em Educação – Mestrado e Doutorado – da Universidade Católica Dom Bosco. O objetivo é problematizar e discutir as especifi cidades do trabalho docente que o tornam fonte de pra-zer e bem-estar ou de sofrimento e mal-estar. O texto estrutura--se em quatro partes: a primeira apresenta algumas discussões acerca do trabalho e seu sentido como atividade humana por excelência; a segunda trata do trabalho docente na contempo-raneidade como atividade propiciadora de identidades sociais e, como tal, indispensável para a obtenção do bem-estar, para a saúde e a qualidade de vida do professor; a terceira discute as fi nalidades e os desafi os do trabalho docente buscando com-preender o seu signifi cado em um momento historicamente si-tuado; e a quarta parte refl ete sobre os desafi os na conquista do prazer, do bem-estar e da felicidade frente às novas exigências, feitas a todos os profi ssionais e, mais especifi camente aos pro-fessores, pelas transformações que estão ocorrendo na socieda-de contemporânea e que atingem a escola e o trabalho docente. Palavras-chave: Trabalho docente; bem-estar docente; mal--estar docente.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 5:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

A POTENCIALIDADE EDUCATIVA DOS PONTOS DE CULTURA EM COMUNIDADES INDÍGENAS

Luana Cáceres Salomão (UCDB)

Resumo: A pesquisa pretende refl etir sobre a potencialidade educativa dos pontos de culturas em comunidades indígenas, identifi cando ações e métodos educativos aplicados e abordan-do as interferências na realidade dos povos indígenas. Propõe utilizar como referência: o Ponto de Cultura Teko Arandu, ins-talado na Aldeia Te’yikue, comunidade Guarani Kaiowá, em Caarapó-MS; e, o Ponto de Cultura Ovoku Issoneu Kopenoti, que trabalha com comunidades indígenas da etnia Terena, no município de Miranda-MS. Entre os objetivos destacam-se: avaliar as possibilidades de afi rmação das identidades e das diferenças culturais, além das práticas interculturais com o uso de novas mídias; pesquisar os estudos realizados por especia-listas que refl etem os benefícios e/ou malefícios do uso da in-ternet e de outros instrumentos ligados às novas tecnologias da informação e da comunicação; e, colaborar, de certa forma, com as pesquisas referentes à temática, devido à escassez de informações sobre o tema. Baseada na análise qualitativa, se-rão realizadas dez entrevistas semi-estruturadas com coorde-nadores, professores, alunos e outros participantes de ambos os projetos. Serão citados autores que defendem um trabalho intercultural na Educação, dentro e fora da escola, que apre-sentam estudos sobre a apropriação de novas técnicas de ensi-no, aprendizagem e comunicação como ferramentas livres de ideologias impostas e que apóiam práticas educativas em am-bientes de fronteiras. Também serão abordadas as implicações

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desses recursos na realidade de povos tradicionais, tais como, interatividade, disseminação de conhecimentos e informações, diálogos interculturais e difusão de culturas e ideologias dis-tintas, buscando compreender e analisar as disputas nas rela-ções de poder, os processos de produção da identidade e da diferença e os fatores históricos.Palavras-chave: Pontos de cultura; práticas educativas; co-munidades indígenas.

A QUESTÃO INDÍGENA NA MÍDIA ESCRITA SUL-MATO-GROSSENSE NO ANO DE 2010

Renata Guerreiro Barbosa (UEMS); Beatriz dos Santos Landa (UEMS); Maria de Fátima O. Mattos Grassi (UEMS)

Resumo: Diariamente, os meios de comunicação notifi cam uma grande variedade de informações, e transmitem-nas para a sociedade, buscando atender aos leitores assíduos e interes-sados em suas publicações. Quando a notícia trata das comuni-dades indígenas, vigora o senso comum e são vistas antropoló-gica, histórica e socialmente de maneira superfi cial, e soma-se o fato de que os jornalistas mostram-se desinformados em re-lação à causa indígena, quando poderiam ser interlocutores no processo de comunicação entre estas e a sociedade envolvente. O objetivo da pesquisa foi analisar as notícias dos jornais “O Progresso” e “Diário MS” sobre a questão indígena regional, com destaque para as temáticas de educação e saúde. Foi reali-zada uma pesquisa onde foram consultados diariamente os jor-nais “O Progresso” e “Diário MS”, do estado de Mato Grosso do Sul em formato escrito no período de março a dezembro de 2010. A partir das 232 notícias analisadas, constatou-se que as demarcações das terras indígenas foi o assunto mais abordado no jornal Diário MS, representando 27% de todos os temas levantados e 17% das notícias n’O Progresso, sugerindo que os escândalos ou confl itos geradores dos mesmos, despertam grande interesse nos meios de comunicação, exatamente por

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proporcionarem maior venda de exemplares. Os temas mais abordados pelo jornal Diário MS foram a assistência aos in-dígenas com percentual de 23% e Variedades incluindo a di-vulgação de danças, fi lmes, peças teatrais (23%), violência (19%); educação (6%) e saúde (2%). Já os temas mais aborda-dos pelo jornal O Progresso foram: variedades (26%); violên-cia (18%); demarcações de terras indígenas (17%); educação (5%) e saúde apenas 3%. Pode-se dizer que a representação das comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul, se carac-teriza pela utilização de um discurso popular, enfraquecido, desinformado e preconceituoso, onde o índio sempre aparece como fonte passiva dentro do discurso jornalístico. Raramente há depoimentos, entrevistas, opiniões de indígenas sobre os temas abordados, demonstrando o apoio a somente um dos la-dos da questão. A versão do povo indígena é sistematicamente desconsiderada, porque não interessa aos que detém a mídia sul-mato-grossense reforçando a imagem estereotipada elabo-rada conforme interesses ideológicos de cada jornal. Palavras-chave: Mídia; questão indígena; comunicação so-cial e os índios

BANDEIRA, A FESTA DE SÃO SEBASTIÃO

Gilmar Galache (UCDB); Danieli Fernande Alcântara (UCDB)

Resumo: Em 1925, uma epidemia de febre amarela assolou a comunidade indígena Terena da Aldeia Buriti, em Mato Gros-so do Sul, onde depois de muitos mortos, uma promessa a São Sebastião salvou a vida dos que permanecem até nossos dias. Em 2011, o coletivo Terena de Cinema, fez parte desta festa, onde a cultura tradicional e a religião católica se encontram, e mostram a força de seu sincretismo.Palavras-chave: Sincretismo; Terena; Aldeia Buriti.

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CASO VERÓN E CASO PASSO PIRAJU: ANALOGIAS QUANTO À COBERTURA MIDIÁTICA E SUAS

IMPLICAÇÕES NO TRIBUNAL DO JÚRI

Joana de L. Moroni (Neppi/UCDB); Antonio Jacó Brand (Neppi/UCDB)

Resumo: Em Mato Grosso do Sul, a população Guarani e Kaiowá ultrapassa 45 mil indivíduos. O Estado caracteriza--se por uma economia baseada no agronegócio, apresenta forte concentração de terras, recorrentes casos de confl itos fundi-ários e histórica cisão étnica. A relação econômica e política entre os empresários da mídia e o agronegócio não é velada, especialmente, quando os próprios proprietários de veículos de comunicação são, também, grandes proprietários rurais. Este artigo apresenta resultados parciais da pesquisa “Análise do discurso da cobertura jornalística sobre o Caso Veron e o Caso Passo Piraju: a propaganda ideológica e seus refl exos no Tri-bunal do Júri” desenvolvida como parte do projeto “Os Guara-ni nas fronteiras dos países do Mercosul: população, localiza-ção geográfi ca e políticas públicas, com ênfase em educação, sustentabilidade e direitos sociais fundamentais”, coordenado pelo professor Dr. Antonio J. Brand. A pesquisa teve como base desdobramentos processuais referentes ao assassinato do cacique Marcos Verón (janeiro de 2003), e a repercussão mi-diática acerca da morte de três policiais civis (abril de 2006) na Terra Indígena Passo Pirajú - ou, respectivamente nomina-dos neste artigo, Caso Verón e Caso Passo Piraju. A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o julgamento dos acusados pelo assassinato do Cacique Verón foi transferido (desafora-do) para o Estado de São Paulo. Pedido este, justifi cado, entre outros fatores, pelas implicações ideológicas infl igidas ao rito, resultantes de um júri massivamente exposto à propaganda contrária aos indígenas. Buscou-se, neste artigo, verifi car se os argumentos do MPF para o desaforamento poderiam, ana-logamente, ser aplicados ao Caso Passo Piraju. A verifi cação apoiou-se na Análise Crítica do Discurso (ACD), referenciada no trabalho de Teun Van Dijk, entre outros autores, e em uma

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Teoria Crítica (e intercultural) do Direito, partindo de Joaquin Herrera Flores.Palavras-chave: Confl itos fundiários; populações indígenas; desaforamento; Mato Grosso do Sul; discurso.

“CONECTAR-SE E CAIR NA REDE?” – CONCEPÇÕES DE ALUNOS UNIVERSITÁRIOS

INDÍGENAS SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS E DE REDES SOCIAIS.

Rosimeire Martins Régis Dos Santos (UCDB); Maria Cristina Lima Paniago Lopes (UCDB)

Resumo: Este artigo é parte de uma pesquisa realizada com alunos universitários indígenas que participaram de um curso de extensão de Informática Avançada e Redes Sociais oferecido pelo Programa Rede de Saberes em uma Universidade Priva-da. Temos como objetivo analisar as concepções destes alunos sobre o uso das tecnologias no contexto educacional, inclusive das redes sociais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada na análise e interpretação das discussões estabelecidas pelos alunos universitários indígenas por meio da interface blog, a qual possibilita a participação, a interação, a expressão e argu-mentação do grupo. Os resultados dessa pesquisa apontam que os alunos universitários indígenas reconhecem a necessidade de conhecer, entender, familiarizar-se às tecnologias que emer-gem no nosso cotidiano, inclusive as redes sociais, no sentido de utilizá-las adequadamente e criticamente nos âmbitos pes-soal, profi ssional, social e educacional, estabelecendo, criando e recriando relações e conexões.Palavras-chave: Tecnologias; redes sociais; aluno universitá-rio indígena; inclusão digital; conectividade.

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FIDA: AS EMERGÊNCIAS DIGITAIS EM COMUNIDADES INDÍGENAS DE MS

José Francisco Sarmento (UCDB); Caroline Hermínio Maldonado (UCDB)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar os questionamentos e refl exões de alguns indígenas envolvidos em processos digitais durante o FIDA – Fórum de Discussão Sobre a Inclusão Digital nas Aldeias, que aconteceu na aldeia Te’ýikue, no município de Caarapó, em Mato Grosso do Sul, nos dias 2, 3 e 4 de Dezembro de 2010. Neste momento de re-fl exão a respeito dessa nova realidade digital, discussões e re-fl exões emergiram com o objetivo de entender quais os impac-tos que esses meios midiáticos podem trazer ou já trouxeram às comunidades. Buscou-se entender como essas ferramentas midiáticas podem, de alguma forma, colaborar com as ques-tões relacionadas às culturas desses povos e/ou como essas ferramentas podem ajudar a valorizar as tradições registradas, como socializar estas imagens com a comunidade, por meio da escola e também em outras comunidades por meio da Internet. Palavras-chave: Inclusão digital; aldeias indígenas; movi-mento audiovisual; FIDA.

INCLUSAO DIGITAL E COMUNIDADES INDÍGENAS: A INTERNET COMO PARCEIRA

Alex Barbosa dos Santos (UFRR)

Resumo: A importância dos meios de comunicação eletrôni-ca está cada vez mais frequente nas comunidades indígenas. Como um órgão inovador, o GESAC implantou laboratórios de informática em várias comunidades indígena. A partir de então, as comunidades indígenas passaram a usufruir dos meios de comunicação para estudo, pesquisa, e divulgação de eventos internos e até mesmo a retomada de suas terras. Passando a fazer o que conhecemos como interculturalidade,

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somando os saberes tradicionais com o novo meio de comu-nicação ingresso nas comunidades. É importante também que, uma vez conectados à internet, os Povos Indígenas passaram a ter acesso ao Ensino Superior, por meio da Universidade à Distancia. O Ensino Superior Indígena passou a ser a comu-nidade, que antes era apenas um centro de ensino, muitas das vezes localizadas em áreas urbanas. Na mesma situação entra como parceiros desses Povos, as redes sociais, das quais os in-dígenas se apoderam para fazer contatos com outros distantes, e assim criando certa linha de amizades virtuais. Palavras-chave: Internet; saberes tradicionais; internet.

MÍDIA E REPRESENTAÇÕES DAS IDENTIDADES INDÍGENAS: PERCEPÇÃO

DOS PROFESSORES INDÍGENAS

Moema Urquiza (UCDB); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: O artigo apresenta pesquisa de mestrado em Edu-cação em andamento, que busca compreender as representa-ções que a mídia constrói das identidades indígenas e como tais representações são percebidas por professores indígenas. Ao transmitir imagens, conceitos, valores e idéias sobre os in-dígenas, a mídia constrói identidades. Consideramos que as mensagens midiáticas, em seu contexto cultural, participam de maneira determinante nos arranjos identitários e que são, tam-bém, educativas, dado seu papel como agente de socialização. A pesquisa parte da compreensão de que as identidades mo-vimentam-se, reinventam-se e transformam-se infl uenciadas, entre outros elementos, pela cultura, esta última compreendida não como algo determinado, mas dinâmica, fl exível e em cons-tante processo de ressignifi cação. É preocupação da pesquisa conhecer como os professores indígenas percebem tais repre-sentações das identidades indígenas no discurso midiático uma vez que, na atualidade, entre os indígenas, os professores estão mais cotidianamente em situação de fronteira, fazendo tradu-

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ções culturais nos processos educativos formais e informais. Na construção de realidades, os discursos midiáticos sobre os indígenas podem evidenciar relações de afi rmação-consolida-ção de identidades, criar novas representações, desconstruir e/ou fortalecer estereótipos. A pesquisa, em andamento, trabalha principalmente com autores do campo dos Estudos Culturais e buscará conhecer as percepções dos professores indígenas por meio de entrevistas e realização de ofi cinas, realizando tam-bém pesquisa documental em jornais impressos do Estado de Mato Grosso do Sul.Palavras-chave: Educação; identidade; mídia.

O PAPEL DAS MÍDIAS NA AFIRMAÇÃO DAS IDENTIDADES DOS ACADÊMICOS INDÍGENAS

Caroline Hermínio Maldonado

Resumo: Este trabalho faz parte de uma pesquisa em anda-mento, que busca, de forma qualitativa, descobrir qual o papel das mídias na afi rmação de identidades de acadêmicos indíge-nas de Mato Grosso do Sul. Estes buscam por recursos simbó-licos e materiais para afi rmar ou construir novas identidades, já que identidade e diferença são resultados de um processo de produção simbólica e discursiva. As mídias auxiliam na des-construção de estereótipos produzidos no âmbito do processo colonial, que ainda são verifi cados nos jornais e no imaginário social. Ao integrarem redes sociais na Internet, como meio de comunicação, os acadêmicos eliminam as distâncias geográ-fi cas. Este espaço democrático tem sido utilizado para disse-minação horizontal de conteúdos próprios, o que auxilia na construção de novas identidades indígenas.

Palavras-chave: Identidade; diferença; interculturalidade: acadêmicos indígenas: mídias.

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OFICINA DE DIREITO INDIGENISTA NA ALDEIA IPEGUE

Luiz Henrique Eloy Amado (UCDB); Marcelo Ribeiro Coelho (UCDB); Sidnei Moraes (UCDB)

Resumo: O vídeo “Ofi cina de direito indigenista” constitui uma iniciativa dos acadêmicos indígenas do Curso de Direito da UCDB e contou com a colaboração também do acadêmico de Jornalismo. Faz parte da segunda etapa de uma ação que começou em 2007, com a realização de um Curso de Extensão voltado para acadêmicos do Curso de Direito, tendo em vista que a legislação específi ca voltada para os Povos Indígenas não são contemplados na grade dos cursos de Graduação de Direito. Assim, foi realizado este Curso de Extensão, primei-ramente para os acadêmicos e, posteriormente, como uma con-tinuação daquele, concretizou-se uma ação inédita, qual seja, acadêmicos índios ministrando um Curso de Direito para seu próprio Povo. A ofi cina teve como partida uma reunião realiza-da na aldeia Ipegue, contando com a presença das lideranças, professores e estudantes para apresentar o Programa Rede de Saberes, bem como esclarecer a comunidade do que se tratava aquela iniciativa. Apresentamos também o conteúdo progra-mático e pedimos sugestões para eles sobre o tema que seria mais importante para a aldeia. Feito isto, marcamos os módu-los que no total foram quatro, sendo que no último contou com a presença do membro do Ministério Público Federal visitando a comunidade. No ensejo, fi cou muito claro a diferença entre direito indigenista e direito indígena, sendo o primeiro o con-junto de Leis que regulam e tratam da temática indígena, e o segundo o conjunto de instituições próprias da comunidade indígena, tais como a resolução de confl itos segundo o próprio costume da comunidade. Ter essa noção é de fundamental im-portância visto que antes de chegar a uma comunidade e de-monstrar a gama de direitos que eles tem assegurado, é muito mais importante frisar que estas não se sobrepõem sobre as suas formas de organização. Outro aspecto relevante é que, an-

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tes de opinar sobre determinado assunto à luz da legislação que aprendemos na Universidade, é preciso saber primeiramente se a comunidade tem um meio próprio de resolver ou encarar determinada situação. Assim foi concretizada essa iniciativa que contou com o apoio incondicional do Programa Rede de Saberes, somando desta forma, mais um método de dialogo entre o conhecimento tradicional e o conhecimento científi co. Palavras-chave: Direito indigenista; acadêmicos indígenas; Aldeia Ipegue.

OS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) NA COMUNICAÇÃO E CONEXÃO EM REDE DOS

POVOS ORIGINÁRIOS

Alejandra Aguilar Pinto

Resumo: O objetivo principal deste paper é dar a conhecer as experiências no uso/acesso a Internet, por parte dos Povos In-dígenas, entendida esta Rede como uma mídia que permite um tipo de comunicação mais ampla e interativa, pois possibilitou um espaço de expressão e difusão que as tradicionais mídias, em geral, negaram ou tergiversaram. No contexto da chamada Sociedade da Informação, as “minorias étnicas” tem adquirido cada vez mais um papel protagônico, pelo uso estratégico que vem fazendo das TICs, neste caso do ciberespaço, contribuindo assim para mudar o foco etnocêntrico do espaço virtual. Por conseguinte, se dão a conhecer algumas experiências do deno-minado “ciberativismo indígena”, tendo como base a classifi -cação feita por LANDZELINUS (2003), que o divide em duas amplas categorias: as de alcance externo e de alcance interno. As iniciativas de alcance externo estão principalmente dirigidas para um público global, enquanto que as iniciativas de alcance interno têm como objetivo os Povos Indígenas ou pessoas que compartilham uma identidade étnica. Assim também se relatam outras situações com os meios de comunicação e informação: a

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imprensa e a multimídia em rede, mas antes de considerar a in-terconexão dos Povos Indígenas com a tecnologia multimídia, relata-se a experiência indígena com os meios tradicionais es-critos e a multimídia. Assim YOUNG-ING (2003) nos apresen-ta a experiência dos Povos Indígenas com a cultura impressa no contexto histórico canadense-norteamericano, como foram os primeiros escritos sobre os Povos Indígenas, publicados por exploradores, missionários e escritores desde o século XVI até meados do século XX (o qual não é muito diferente da situação da América Latina). Mas a “nova literatura indígena” está ten-tando remediar a situação passada com a pouca informação que se pode recuperar, como observou CHURCHILL (1992 p.38) “o objetivo atual da literatura relacionada aos indígenas é criá--los... a partir de um escasso mínimo dos fatos necessários para outorgar à fi cção resultante um elo de veracidade”.Palavras-chave: Povos indígenas; TICS; internet; acesso/uso; relatos de experiências.

POPULAÇÕES INDÍGENAS: UMA LEITURA NOS PORTAIS DE NOTÍCIA ONLINE DO MS

Ana Maria Ribas de Jesus; Magali Luzio Ferreira; Waldir Leonel

Resumo: O artigo aborda como a informação, por meio da mídia escrita, apresenta as questões indígenas, avaliando sua problemática e as conseqüências sobre as diversas etnias in-dígenas no Estado de Mato Grosso do Sul. Esta análise de-senvolveu-se a partir de uma refl exão da leitura de dez (10) matérias selecionadas em dois portais online de maior visibi-lidade neste Estado, entre os anos de 2010 e 2011. Os pontos em análise referem-se ao primitivismo, fragilidade, violência e discriminação. O objetivo desse estudo é promover a discus-são sobre como a mídia divulga esses aspectos relacionados às etnias indígenas no Estado de Mato Grosso do Sul. Tendo em vista contribuir para avaliar a imagem dos mesmos e des-

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mistifi car a divulgação estereotipada posta por estes meios de comunicação. Neste contexto, será mais um documento que contribuirá na ampliação do diálogo entre as mídias, socieda-des e etnias indígenas.Palavras-chave: Mídias; sociedades; etnias indígenas.

RÁDIO ESCOLA POSSIBILIDADE DE (TRANS)FORMAÇÃO DO SUJEITO ÉTNICO -

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Valéria A. M. O. Calderoni (SED); Adir Casaro Nascimento (UCDB)

Resumo: Este artigo apresenta uma experiência de Rádio Es-cola que vem sendo construída e desenvolvida por uma escola de período integral desde 2010, buscando uma forma de com-preender as articulações entre tentativas de dominação e resis-tência a partir do campo cultural. O trabalho inspira-se nos autores que se aproximam do campo teórico dos Estudos Culturais, tendo como referência a discussão de temas como cultura, Rádio Escola, identidade. Tem como objeto de pesquisa os programas específi cos dessa Rádio Esco-la, que permitiu o fortalecimento da alteridade dos alunos índios presentes nessa escola, tornando-a uma possibilidade de diálogo intercultural. Os ob-jetivos específi cos consistem em: a) perceber como a comunicação pode contribuir para aproximar a cultura escolar da cultura da escola, legitimando os saberes subalternizados. b) narrar como os programas apresentados na Rádio Escola fi zeram emergir a língua guarani na escola. Este texto aborda a importância do diálogo intercultural e da refl exão crítica como potencia-lizadora de uma prática transformadora. Como procedimento técnico-metodológico recorreu-se à observação e entrevistas com os docentes. Além de analisar como a experiência da Rádio Escola vem ajudando na construção de uma nova prática educativa, as observações nos permitem dizer que os programas apresenta-dos com falas em Guarani, fi zeram emergir a Língua Guarani que até então se encontrava silenciada na escola. Temporaria-mente, percebemos que essa prática acaba por contribuir para

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a alteridade e a construção da identidade dos alunos.

Palavras-chave: Rádio escola; cultura; identidade.

TEKO ARANDU

Caroline Hermínio Maldonado (UCDB); Viviane de Oliveira Souza (UCDB)

Resumo: Este vídeo lembra a trajetória da inclusão digital na Aldeia Te’ýikue, no município de Caarapó, no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Intitulado Teko Arandu, expressão da Língua Guarani, que signifi ca “jeito sábio de viver”, o vídeo faz parte de um estudo desenvolvido, entre Outubro de 2009 e Setembro de 2010, para produção de Trabalho de Conclusão de Curso. Esta pesquisa considera inclusão digital não somen-te a utilização de computadores e Internet, mas a capacitação de pessoas para o uso dos recursos digitais como ferramen-tas que contribuam para o desenvolvimento social. O acesso e qualifi cação para o uso das novas mídias são, de fato, um instrumento capaz de dar voz às comunidades indígenas, já que estas ainda são ignoradas pelos meios de comunicação de massa. O vídeo esclarece que o empoderamento dos recursos tecnológicos não confronta com a tradição indígena, ou seja, o índio não deixa de ser índio porque usa a Internet. Pelo contrá-rio, no Teko Arandu as tecnologias possibilitam novos espaços de expressão dos saberes tradicionais.Palavras-chave: Inclusão digital; Guarani; tecnologias de in-formação e comunicação (TICs); mídias.

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UNIVERSOS SUBJETIVOS

Maria Helena Benites Alves (UFMS)

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar certos tre-chos do longa-metragem Terra Vermelha, de Marco Becchis. O fi lme é um drama fi ccional que retrata os problemas dos ín-dios Kaiowá-Guarani do Mato Grosso do Sul, em luta por seu território. O longa-metragem brasileiro Terra Vermelha é de co-produção entre o Brasil e a Itália. Propõe-se neste trabalho, analisar estes trechos do fi lme sob a “Teoria do Umwelt”, de Jacob Von Uexküll, possibilitando assim uma refl exão sobre os nossos meios de percepção do mundo, proposto por este fi siologista estoniano. Para uma melhor compreensão desta teoria de Uexküll, faremos também uma breve exposição da Semiótica de Charles Sanders Peirce.Palavras-chave: Teoria do Umwelt; Semiótica; Terra Vermelha.

O USO DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA NA

ALDEIA TAQUAPIRI

Osmar Marques; Elizabeth Matos Rocha

Resumo: Este trabalho analisou o uso do laboratório de Infor-mática Educativa da escola Ñande Reko Arandu, situada na aldeia Taquapiri com intuito de identifi car de que forma este espaço tem sido utilizado como suporte às aulas de Matemáti-ca. A problemática da pesquisa aponta que a Informática Edu-cativa conta com uma trajetória de quatro décadas, mas que ainda se mostra uma área de difícil incorporação pelos profes-sores escolares para uso nas aulas. Para maior esclarecimento desta questão, utilizou-se a metodologia qualitativa, utilizando a entrevista como instrumento de pesquisa. De acordo com a pesquisa, verifi cou-se que na escola Ñande Reko Arandu, si-tuada na aldeia Taquapiri, há um laboratório de informática, com 10 máquinas ligadas à internet. Com base em entrevista

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feita ao coordenador pedagógico dessa escola, o laboratório de informática ainda se mostra um espaço pouco utilizado pe-los professores de disciplinas como a Matemática e nas outras matérias também. Percebeu-se que o público escolar reconhe-ce que a Informática Educativa corresponde a uma tecnologia que ajuda o aluno nas suas tarefas escolares e mesmo de forma útil para o mundo do trabalho. A pesquisa evidenciou, ainda, que há necessidade de formações para os docentes, de modo a contemplar práticas que ajudem os professores, sobretudo, os de matemática, para o adequado uso deste espaço nas aulas, já que há diversos sites e softwares educativos na área de Mate-mática possíveis de serem utilizados de modo a tornar a aula mais interessante com abordagens didáticas diversifi cadas.Palavras-chave: Laboratório; informática educativa; Mate-mática.

A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Tânia Maria Filiu de Souza

Resumo: O artigo pretende discutir os temas “educação espe-cial”, “tecnologia” e “formação de Professores”. Nos dias atu-ais a importância da tecnologia de informação e comunicação na educação especial se torna obrigatória, pois vários alunos dependem deste meio para ter acesso ao seu aprendizado. O alunado atendido pela educação especial apresenta difi culda-des na fala ou na escrita devido a impedimentos motores, cog-nitivos, emocionais ou de outra ordem. Essas restrições fun-cionais impedem os alunos da educação especial de expressar seus conhecimentos, suas necessidades, seus sentimentos, e é bastante freqüente que os professores confundam tais restrições com a impossibilidade de conhecer, de aprender, de gerenciar sua vida. A formação de professores da educação especial me-

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diada pela tecnologia da informação e comunicação possibilita ao alunado a construção de novos canais de comunicação, pois é através da valorização de todas as formas expressivas já exis-tentes, que o direito e o acesso ao conhecimento será ofertado. Palavras-chave: Educação especial; tecnologia; formação de professores.

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM AMBIENTE DIGITAL

Maysa Brum Bueno

Resumo: O presente trabalho pretende analisar como os pro-fessores articulam seus saberes com sua prática em processo de formação continuada em ambientes digitais. Neste estudo, articulam-se os conceitos de ambientes, redes e grupos virtuais com as temáticas “formação de professores”, “interconectivi-dade” e “refl exão”. Os pressupostos teóricos que embasam as análises deste estudo são Rena M. Palloff, Keith Pratt, Marilda Aparecida Behrens, Pierre Levy, Marco Silva, Antonio Nóvoa, Paulo Freire, Donald Schon e Marli André. O percurso metodo-lógico adotado será baseado numa abordagem quantiqualitativa, abarcando diversas técnicas e instrumentos de pesquisa, do tipo Estudo de Caso, uma vez que o foco foi lançado sob um con-texto específi co caracterizando como processo de formação de professores ambientes informais como ning, facebook e twitter. Palavras-chave: Formação de professores; ambientes digi-tais; interconectividade.

WIKI - FERRAMENTA DE AUTORIA NA WEB 2.0

Ana Maria Ribas De Jesus

Resumo: Novos espaços de construção de conhecimentos foram criados pela tecnologia da informação e comunicação (TIC). O ciberespaço rompeu com as paredes das escolas e

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tempo para a aprendizagem. A internet, aliada às inovações tecnológicas, impulsionou um vertiginoso espaço, a WEB 2.0, que trouxe em seu bojo as facilidades de criação e edição de páginas on-line. Urge então, uma discussão das possibilidades de uso das ferramentas de autoria na educação, em específi -co o WIKI, o qual está despertando interesse da comunidade educativa. Nessa perspectiva o presente trabalho tem como objetivo analisar as potencialidades de uma ferramenta de au-toria baseado em WIKI na educação. Trata-se de uma plata-forma livre que permite a criação, edição e compartilhamento de documentos de forma colaborativa na rede. Este software tem gerado discussões acerca de sua utilização na educação como estratégia de ensino para o fomento da autoria, e tam-bém como um imenso repositório de informações comparti-lhadas na rede. Como procedimento metodológico do estudo, a pesquisa caracterizou-se como sendo de revisão de literatura, onde foi traçado um quadro teórico para sustentação e desen-volvimento do tema, no intuito de buscar informações impor-tantes para atender o objetivo do referido estudo. Do ponto de vista educacional, teóricos apontam que a utilização do WIKI é uma vantagem, pois alunos engajados neste trabalho podem assumir o papel ativo no processo de construção e reconstru-ção do conhecimento. Nesse sentido, o uso do WIKI na educa-ção pode ser fundamental para o desenvolvimento da autoria aberta, uma vez, que todos os usuários envolvidos neste pro-cesso tem a liberdade de criação e alteração das edições de uma forma dinâmica, colaborativa, interativa e democrática. A parceria escola, sociedades em rede e políticas educacionais de informática em relação à formação do professor são fi guras emblemáticas para forjar uma escola autora, que sabe aprovei-tar as potencialidades de uso do WIKI na educação. Palavras-chave: Web 2.0; sociedades em rede; WIKI; autoria; colaboração.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 6:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DAS DA GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE

AUTONOMIA E ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA GUARANI NA ALDEIA PIRAJUY

Vicente Candia Moralez; Maria Aparecida Mendes

Resumo: Este trabalho tem como objetivo esclarecer ao Povo da aldeia Pirajuy a importância de se trabalhar com autonomia, com intuito de administrar com responsabilidade, valorizando as crianças e os jovens, para que acreditem na sua capacidade e confi em em si mesmo sem perder suas culturas e compromis-sos, e que possam ter conhecimento fi nanceiro além da cultura local. Este tema justifi ca-se pelo fato da aldeia se localizar numa região de fronteira, onde pessoas não indígenas usu-fruem da falta de conhecimento ao lidar com o dinheiro, prin-cipalmente na conversão do dinheiro Guarani, para o dinheiro Brasileiro. Outro fato da realidade da aldeia é que o Povo Gua-rani tem difi culdades em administrar o dinheiro, ou seja, não planejam os seus gastos, principalmente os jovens que gastam com roupas, calçados e bebidas alcoólicas, e não se preocu-pam com a própria saúde e alimentação, sendo que os pró-prios comerciantes da cidade se aproveitam dessas situações, e a ajuda do governo se torna pouco; tais fatos resultam em situações precárias na aldeia. Como professor de matemática pretendo, neste trabalho, realizar atividades centradas nos con-teúdos matemáticos (quatro operações, porcentagem, juros, etc.), com a perspectiva de que a escola se torne essencial na orientação desses jovens, para ensiná-los a lidar com o sistema monetário e o trabalho em comunidade, além da realização de projetos que auxiliem no trabalho da agricultura, principal ati-vidade da aldeia. Assim, pretende-se nesta pesquisa sanar tais difi culdades, para que o Povo da aldeia Pirajuy tenha uma vida

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melhor, conduzida por professores, caciques, pastores, agente de saúde, lideranças e a comunidade em geral e que haja um trabalho em conjunto, sem confl itos por parte de ambos os po-vos não indígenas e indígenas.

Palavras-chave: Matemática fi nanceira; administração; co-munidade.

A DEFICIÊNCIA DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS NO COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

NAS ALDEIAS DE DOURADOS

Tatiane Martins

Resumo: O artigo vai apresentar as experiências vividas na Delegacia de Atendimento a Mulher e no Centro de Atendi-mento a Mulher em Situação de Violência, mostrando a rea-lidade em que vivem as mulheres indígenas, que geralmente buscam o atendimento ou o registro do B.O. no extremo da situação, pois além de não terem informações, são ameaçadas constantemente pelas famílias dos autores, além do qual, são elas que geralmente saem de casa com os fi lhos, pois os ho-mens têm as casas como suas e não das esposas. As redes de apoio no combate a violência são essenciais nessa ajuda, mas as leis voltadas ao direito indígena acabam barrando muitos desses avanços. Um exemplo seria a medida protetiva que não funciona na Reserva Indígena de Dourados, e que acaba por frustrar a usuária que necessita dessa ajuda. Um avanço seria a criação de uma Delegacia voltada às questões indígenas e vários encaminhamentos nesse sentido.Palavras-chave: Violência; mulheres indígenas; redes de apoio.

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AGRICULTURA FAMILIAR E A AGROINDUSTRIA: UMA NOVA ALTERNATIVA PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Regina Nogueira da Silva (UCDB); Milene Holanda Nantes (UCDB)

Resumo: Este artigo faz parte de uma pesquisa em andamento que trata da importância da Agricultura Familiar como um dos pilares alternativos do desenvolvimento sustentável. Objetiva demonstrar a formação de um novo modelo de desenvolvi-mento, com novas alternativas. A problemática relativa a esse assunto resume-se na questão: há novos desafi os para a agri-cultura familiar no sentido de aumentar a renda monetária, a sua capitalização e a redução dos desmatamentos e queimadas? Sendo assim, poderá ser criado um novo modelo de agricultura familiar, tendo como uma das alternativas um novo olhar para a agroindústria: uma nova alternativa na complementação de renda. Conclui-se que o grande desafi o, para a família rural é se caracterizar como um espaço de atividades pluriativas, ligado em áreas diversifi cadas, de forma que os novos rumos tomados venham ao encontro da articulação de uma série de atividades, muitas delas de forma tipicamente urbanas. Palavras-chave: Agricultura familiar; agroindústria; pluriati-vidade; produção.

A CERÂMICA XAKRIABÁ

Vanginei Leite (UFMG)

Resumo: Esta pesquisa é um registro das técnicas das cerâmi-cas Xakriabá. Apesar dessa prática ter diminuído muito nas ul-timas décadas, ainda é possível encontrar muitos artesãos que produzem potes, panelas, pratos, fi guras decorativas, telhas e tijolos. O Manual de Cerâmica Xakriabá, resultado dessa pes-quisa, contribuiu para divulgar, fortalecer e melhorar a quali-dade da cerâmica Xakriabá. Esse manual traz os processos de

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produção de cerâmica através das falas dos artesãos Xakriabá e será destinado às escolas indígenas e a quem quiser aprender a fazer cerâmica. Também foi realizada a exposição Cerâmi-ca Xakriabá com as peças de cerâmica Xakriabá e fotografi as da produção. A pesquisa de campo foi realizada com os mais velhos e as pessoas que produzem cerâmica na terra indígena Xakriabá. Na pesquisa pude conhecer melhor como os velhos Xakriabá faziam a cerâmica, bem como o processo de mudan-ça desta prática no território Xakriabá. A cerâmica Xakriabá sofreu uma grande desvalorização devido aos objetos indus-trializados que passaram e ser utilizados em nosso território. As telhas e os tijolos foram os que mais resistiram a essa con-corrência. Já as panelas, potes e pratos foram deixando de se-rem produzidos pelos artesãos porque não eram mais procura-dos pelos próprios Xakriabá. Os artesãos Xakriabá não vivem exclusivamente da produção de artesanato. Eles têm outras ati-vidades como cuidar da casa, dos trabalhos no roçado e outros. Por isso, não têm um horário certo para produzir suas peças. Aproveitam o horário de folga, muitas vezes à noite. No caso de objetos maiores ou na fabricação de telhas e tijolos, que exigem mais tempo de trabalho, interrompem as atividades de rotina e começam a produzir diariamente até terminar aquela produção. Hoje, através dos projetos que fi nanciam a produção de artesanato, aconteceram algumas ofi cinas de cerâmica que despertaram novamente o interesse nos artesãos que voltaram a produzir potes, panelas e pratos. Entre estas peças, as fi gu-ras decorativas estão sendo muito procuradas dentro e fora da reserva, resultando numa comercialização expressiva. A reto-mada da cerâmica na terra indígena Xakriabá está ajudando a fortalecer nossa cultura e melhorando a situação econômica, gerando trabalho para os jovens Xakriabá. Palavras-chave: Povo Xakriabá; cerâmicas Xakriabá; saberes tradicionais.

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A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS - O CASO DOS GUARANI E KAIOWÁ EM MS: QUEM SÃO SEUS PARCEIROS?

Marilza Romero de Aquino (UFMS)

Resumo: Este artigo busca abordar a realidade da demarcação das terras do Povo Guarani e Kaiowá no Estado do Mato Grosso do Sul e identifi car seus aliados. Seu objetivo reside na neces-sidade de rever e explicitar os principais motivos pelos quais, decorridos mais de vinte anos da promulgação da Constituição Federal, os Guarani e Kaiowá continuam reivindicando o direi-to às suas terras tradicionais. A realidade das populações indíge-nas no sul de Mato Grosso do Sul é tensa e instável, e apesar da assinatura do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta, propos-to em 2007 pelo Ministério Público Federal em que determina a realização de estudos de identifi cação das terras tradicionais dos Guarani e Kaiowá pela FUNAI), não há previsão de desfecho para o impasse. Nesse contexto serão discutidas defi nições so-bre o que se entende por parceiros e sua contribuição na organi-zação dos movimentos reivindicatórios e de luta das populações indígenas, em especial, a atuação do CIMI.Palavras-chave: Povos indígenas; demarcação de terras; Gua-rani e Kaiowá.

A CONSTRUÇÃO DAS HIDRÉLETRICAS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS NAS TERRAS INDÍGENAS

EM RORAIMA

Juvelinda Monteiro da Silva (UFRR); Maxim Repetto (UFRR)

Resumo: O presente trabalho de pesquisa contextualiza-se no projeto Pet Intercultural e propõe-se a estudar impactos sociais e ambientais causados pela implantação de centrais hidrelé-tricas dentro de terras indígenas no Estado de Roraima. Visa analisar os diferentes aspectos que envolvem a implementação deste tipo de projeto, os impactos na população, no meio am-

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biente, nos cursos dos rios, dentre outros. O trabalho iniciou-se com a apresentação deste tema em nível nacional, por meio da Central de Belo Monte, que vem chamando a atenção da imprensa e dos movimentos sociais e culminou com a situação das hidrelétricas em Roraima, onde depois de tentativas falidas de criar barragens no rio Cotingo, vem sendo impulsionada a idéia de minicentrais hidrelétricas. Com isto busca-se trazer esclarecimentos sobre os impactos deste tipo de empreendi-mento e como afetam a vida das comunidades indígenas.Palavras-chave: Impactos ambientais; hidrelétrica; terras in-dígenas.

A DUPLA AFETAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS: PERFEITA COMPATIBILIDADE ENTRE TERRA

INDÍGENA E MEIO AMBIENTE

Luiz Henrique Eloy Amado

Resumo: O título desse trabalho foi extraído do ministro Car-los Ayres Britto na Petição 3.388-4 Roraima, também conhe-cido como o caso da Raposa Serra do Sol. Em seu voto, o ministro relator foi paradigmático ao tecer considerações não apenas de cunho jurídico; pelo contrário, fez uma análise in-terdisciplinar e foi além do enfoque jurídico, pois a matéria ali discutida demandava todo esse empenho de ângulos diferen-tes. Assim, queremos neste ensaio abordar um dos “capítulos da sentença” do voto do ministro relator, que inicia dizendo que a “demarcação de qualquer terra indígena se faz no bojo de um processo administrativo”, e ainda cita o min. Celso de Mello, que no RE 183.188, já havia assentado que “a dispu-ta pela posse permanente e pela riqueza das terras tradicio-nalmente ocupadas pelos índios constitui núcleo fundamental da questão indígena no Brasil”, bem como reconheceu que a demarcação administrativa “é ato estatal que se reveste de presunção juris tantm de legitimidade e de veracidade”. Ato seguinte, falou-se da “relação de pertinência entre terra indí-

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gena e meio ambiente”, onde assentou a “perfeita compatibi-lidade entre meio ambiente e terras indígenas, ainda que estas envolvam áreas de conservação e preservação ambiental”. E conclui que a terra indígena sofre uma dupla afetação. E, é exatamente neste ponto que queremos debruçar nossa análise, abordando os institutos no que diz respeito a terras indígenas e os institutos jurídicos que dizem respeito ao meio ambiente e sua proteção. Palavras-chave: Terra indígena; meio ambiente; preservação; sustentabilidade.

ENTREVOZES: REFLEXÕES ENTRE A ALTERIDADE E A COMPOSIÇÃO DAS RASURAS NA PESQUISA

QUALITATIVA

Yan Leite Chaparro; Josemar de Campos Maciel

RESUMO: o texto que segue, alguma coisa entre uma narra-tiva e uma refl exão, propõe delinear a categoria “sujeito – lu-gar” como consubstancia visceral, diálogo vivo entre artima-nhas cotidianas e movimentos cautelosos que indicam o su-jeito como construto de si e como trança intersubjetiva, como construção histórico-temporal de pertença. Uma apreciação refl exiva deslizante que defl agra e ironiza as imagens mentais colonizadoras, estas que instituem discursos e textos para for-mular estratos específi cos de poder - saber, redigindo posturas de controle ao Outro, às outras margens textuais que compõe o cotidiano vivido. A ironia, produzida a partir do método Heu-rístico em pesquisa social, descortina os referenciais de poder, pois fundamenta como ferramenta desenvolvida, a escuta ori-ginária do fato qualitativo e sua alteridade, ação processual de encontro e escrita do pesquisador, quando a invenção de quem pesquisa, se guia pelo campo, como tempo – espaço que funde emendas da possibilidade do Outro com a delicadeza da escuta sensível, do vínculo e do diálogo com as entrelinhas do campo de pesquisa, seus pesos (carne – viva) sentidos na própria pele

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de quem chega. Apresenta-se ao leitor uma narrativa derivada dos diários de campo do primeiro encontro com o rosto do Outro e refl exões que derivam de indagações entre o Outro, o tempo e as imagens poéticas que o Outro constitui ao se posi-cionar como diferente, para formar um texto imbricado entre as rasuras performatizadas pela alteridade, pela busca de uma não fi cção ao estar ao lado do Outro. Refl ete-se sob a invenção do Outro, as artimanhas cotidianas, a pesquisa psicossocial e as consubstancias discursivas da alteridade como posição éti-co – política. A narrativa apresentada é desenvolvida na pes-quisa, junto a outras narrativas que forma um tecido narrativo descritivo – refl exivo como concordância discursiva para um estudo de mestrado em Desenvolvimento Local com o bairro ribeirinho conhecido como São Gonçalo Beira Rio, Cuiabá, MT, que possui aproximadamente 290 anos e se sustenta do trabalho artístico da cerâmica, da pesca e das festas que no tempo contemporâneo se formam como posição de resistên-cias, negociações e deslocamentos com o texto da ordem. A narrativa é enredo de um caminho híbrido, pela inconstância da escrita, para formular um texto entre ruídos, descolonial. Palavras-chave: Psicologia social; pesquisa qualitativa; pós--estruturalismo; alteridade.

A SUSTENTABILIDADE NA ALDEIA RANCHO JACARÉ

Rosenildo Barbosa de Carvalho; Nely Aparecida Maciel

Resumo: O trabalho trata da organização e sustentabilidade na aldeia Rancho Jacaré, localizada no município de Laguna Caarapã, Estado de Mato Grosso do Sul. Por uma necessidade de gestar o território na aldeia e manter a sustentabilidade do Povo Guarani e Kaiowá que nela habita, pensou-se em reati-var o projeto de roça comunitária. Para tanto, procurou-se de-senvolver o papel do educador como articulador das reuniões e organizador de idéias diante das necessidades do povo da

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aldeia. Através de reuniões realizadas por famílias extensas, surgiu a idéia de montar um Conselho. Este foi efetivado com membros de todos os setores. Estes membros fi caram encar-regados de administrar as difi culdades encontradas. Objetiva--se descrever como as famílias da aldeia estão se organizando para gerar renda. Acredita-se que esses registros históricos es-timularão as pessoas da comunidade a articular a organização social para buscar a autonomia e desenvolver a capacidade de alternativas para a produção do sustento próprio e dar conti-nuidade ao desenvolvimento da roça comunitária. Destacam--se as técnicas tradicionais Guarani e Kaiowá e não indígenas, enquanto teoria e prática para o plantio. Após esta pesquisa, a produção da teoria escrita poderá tornar-se material pedagógi-co para as escolas e para os estudiosos do assunto, como tam-bém, trazer alternativas que levarão as pessoas da comunidade a se interessar pelas práticas de trabalho na roça e adquirir ren-da e sustentabilidade para a comunidade. Para desenvolver o trabalho utilizamos o método da história oral. Realizamos con-versas com os indígenas de todos os setores da aldeia e com eles construímos a organização da sustentabilidade na aldeia Rancho Jacaré.Palavras-chave: Aldeia Rancho Jacaré; família; sustentabili-dade.

ALDEIA ÑANDERU MARANGATU, ANTES E HOJE

Inaye Gomes Lopes; Veronice Lovato Rossato (SED/MS)

Resumo: Neste trabalho, realizado para a conclusão do Curso Normal Médio Ára Verá, em 2010, foi feita uma descrição do modo de vida da população da Marangatu, antes da expulsão e depois da retomada da terra. Foram comparados os modos de vida nos dois tempos. Isso é importante para não deixar morrer a história da aldeia e toda riqueza cultural do Povo Kaiowá. Para a coleta de informações, primeiro foi consultado o laudo antropológico do Tekoha Marangatu e o nome de cada família

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extensa da antiga aldeia; depois entrevistados os antigos mo-radores, sobre o jeito de viver antigamente. Para levantar sobre o modo de vida atual, foram feitas observações e entrevistas com os moradores. A conclusão é que, antigamente, era mais fácil de viver, que a comunidade vivia em liberdade, pois não tinha confi namento. Cada um morava onde queria e mudava de lugar à vontade dentro do território grande. Todos os recursos eram tirados do meio ambiente, todos sabiam fazer as coisas para viver bem, porque os pais ensinavam desde pequenos, as famílias se ajudavam. Hoje a comunidade vive em pouca ter-ra, ameaçada pelos pistoleiros dos fazendeiros e também de-pendente de recursos de fora, apesar das diversas tecnologias modernas à disposição dos moradores. Mas é também isso que está ameaçando as famílias, prejudicando o comportamento das crianças e jovens e também as práticas e crenças tradicio-nais. Esse trabalho será arquivado na Escola Mbo’eroy Tupã’i Arandu Reñoi e os conhecimentos repassados para os alunos. Palavras-chave: Tekoha Marangatu; Kaiowá; modos de vida; perda da terra.

AS FRENTES DE EXPROPRIAÇÃO TERRITORIAL E A AÇÃO DOS GUARANI NA FRONTEIRA ENTRE O

BRASIL E PARAGUAI

Jaqueline dos Santos (UCDB); Antônio Jacó Brand (UCDB)

Resumo: O presente artigo faz parte do projeto “Os Guarani nas fronteiras dos países do MERCOSUL: população, locali-zação geográfi ca e políticas públicas, com ênfase em educa-ção, sustentabilidade e direitos sociais fundamentais”. Refl ete sobre as questões de direitos básicos com a vida e centrou-se em conhecer o processo de expropriação do território Guarani na fronteira entre o Brasil e Paraguai. Investigou as iniciativas dos Guarani neste processo, em especial suas práticas de des-locamento históricas e atuais; levantou dados sobre políticas públicas a que tem acesso em ambos os lados. A metodolo-

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gia usada partiu de análises de bibliografi as referentes ao tema aqui proposto que proporcionou uma grande refl exão histórica dos Guarani e Kaiowá, utilizando também o mapa Guarani Retã 2008 para uma maior compreensão espacial do território dessa população indígena. Os primeiros resultados apontam que na atuação do Ministério Público Federal - MPF do Brasil junto às comunidades Guarani e Kaiowá, localizadas na região da fronteira entre Brasil e Paraguai constataram-se sérios pro-blemas de acesso da população a políticas públicas e direitos de cidadania, decorrentes dos constantes deslocamentos trans-fronteiriços. Isto acontece por conta da questão de parentesco dos Guarani nas fronteiras dos Estados Nacionais, pois para eles não existem estas divisões. Palavras-chave: Kaiowá e Guarani; mobilidade espacial; po-líticas públicas; Mato Grosso do Sul.

AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA RESERVA INDÍGENA JAGUAPIRÚ, MUNÍCIPIO DE

DOURADOS-MS

Juliana Gonçalves Vasconcelos (UFGD); Karoline Alves Heydt (UFGD); Landi Aramí Rossato Paulus (UFGD)

Resumo: A reserva indígena do município de Dourados en-frenta graves problemas com a alta densidade demográfi ca da comunidade indígena, o confi namento territorial, a escassez de recursos naturais e confl itos pela posse da terra. Todos estes problemas levaram à ocupação de áreas cuja destinação deve-ria ser unicamente a de preservação ambiental, o que ocasio-nou a degradação do solo, perda da biodiversidade e poluição do Córrego Jaguapiru. O presente trabalho teve como objetivo a avaliação sócio-ambiental das áreas de preservação perma-nentes do córrego Jaguapiru, dentro da reserva indígena e estu-dar as causas históricas e processos atuais que estão levando os índios a mudarem o seu padrão de uso do solo e a sua relação com a natureza. Foi feito um paralelo entre o contexto político

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na demarcação de terras indígenas e o contexto ecológico na degradação do meio ambiente.Palavras-chave: Reserva indígena; Córrego Jaguapiru; mata ciliar; degradação ambiental.

CONCEPÇÕES DE PROFESSORES INDÍGENAS SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE SUA

COMUNIDADE

Everaldo Sarmento (Faculdade Estácio Atual – Roraima)

Resumo: O presente artigo investigou as concepções de pro-fessores indígenas sobre os problemas ambientais de sua comu-nidade. A metodologia utilizou a pesquisa quali-quantitativa, valendo-se do método de Estudo de Caso com caráter descri-tivo e exploratório, tendo como instrumentos de investigação, questionários, entrevistas e observações locais. A amostra é composta por 10 professores indígenas do Ensino Fundamen-tal. Através desse estudo foi possível verifi car que os professo-res pesquisados sobre os problemas ambientais de sua comuni-dade possuem um grau de comprometimento e sensibilização bastante elevado no que se refere às questões voltadas ao Meio Ambiente, às questões socioculturais de seu povo, bem como de seu papel como educador. Os professores pesquisados acre-ditam que os problemas apresentados pode ser consequência do aumento da população da comunidade, do fácil acesso aos bens de consumo e, apontam que a Educação Ambiental seja a prin-cipal saída para solução dos problemas ambientais de Araçá. Palavras-chave: Professores indígenas; problemas ambien-tais; educação ambiental.

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DA PERDA À LUTA PELA RETOMADA DO TEKOHÁ YVY KATU: DO CICLO DA ERVA-MATE AO CICLO

DA SOJA (1940-2010)

Eliezer Martins Rodrigues; Noêmia dos Santos Pereira Moura

Resumo: Yvy Katu foi um antigo Tekoha Guarani ocupado pe-los exploradores da erva-mate. O senhor Ataliba, explorador da erva-mate, cortou a área de Porto Lindo e deu aos Gua-rani, segundo o que me informou o senhor Eduardo Martins (Karai Moço), um ancião Guarani já falecido. Nesse pedaço de terra não tinha erva-mate e foram assentadas oito famílias dos troncos Martins Rodrigues e Dias. Atualmente, a popula-ção de Porto Lindo é de aproximadamente cinco mil pessoas vivendo em 1646 hectares (Dorival, agente indígena de saú-de da FUNASA). Tem pouco espaço para plantar roças, para criar animais domésticos. Os índios não têm hábito e não tem condições de desenvolver uma pecuária intensiva. Há mais ou menos cinco anos, a população de Porto Lindo convive com agrotóxicos utilizados no plantio da soja, pois antes disso os fazendeiros investiam somente na pecuária. Meu interesse por esse tema tem ligação com a escola. A escola indígena tem que assegurar esse conhecimento para seu Povo, explicando por-que pouca terra para tanto índio. Os professores são lideranças em suas aldeias e tem a responsabilidade de lutar pela garantia dos direitos de seu povo e de mostrar os conhecimentos das leis que garantem seus direitos. Os alunos e a comunidade pre-cisam saber da história contada pelo próprio parente indígena. A pesquisa tem como objetivo geral mostrar como foi a perda do território Guarani de Porto Lindo e como está sendo a luta pela retomada através dos depoimentos dos mestres tradicio-nais e das pesquisas já realizadas pelos não indígenas. Palavras-chave: Tekoha Porto Lindo; direitos indígenas; reto-mada de território

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DIAGNÓSTICO EDUCACIONAL DA COMUNIDADE INDÍGENA PONTA DA SERRA

Ana Rose Souza da Silveira (UFRR)

Resumo: Este trabalho é um diagnóstico educacional da co-munidade indígena Ponta da Serra, município de Amajarí/RR. Envolveu o nível de escolaridade, a identifi cação da situação educacional das crianças, jovens e adultos, a infra-estrutura, de-mandas e difi culdades sobre a educação escolar indígena. Foram usados questionários fechados, entrevistas semi estruturadas, mapeamento e observação direta. Os resultados apresentados foram: a) falta de infra-estrutura básica para atender as crianças no Ensino Fundamental, a escola funciona numa casa de apoio, cedida pelas lideranças locais, sem capacidade para comportar mais que 15 alunos; b) levando mais de 30 alunos a deslocarem--se para a comunidade Três Corações, a aproximadamente 10 km; c) falta professor indígena capacitado residente na comu-nidade; d) a maioria das pessoas (38%) tem o Ensino Funda-mental incompleto; e) o Ensino Médio na comunidade não é ofertado, obrigando os alunos a saírem para outras comunida-des ou para a capital; f) mesmo assim 18% da comunidade tem Ensino Médio completo, representando também uma demanda por Ensino Superior; g) e apenas 3 pessoas da comunidade es-tão cursando universidade. A perspectiva da comunidade é que neste ano seja construído o prédio escolar Estadual. Com esse diagnóstico concluímos que os direitos indígenas referentes à Educação Escolar são desrespeitados, pois a preocupação com o processo de ensino/aprendizagem de qualidade para os povos indígenas da região, e em especial para a comunidade Ponta da Serra, tem sido das lideranças indígenas locais e não dos res-ponsáveis pelas políticas públicas implementadas para esse fi m. As famílias não têm como garantir aos seus fi lhos a qualidade da educação escolar e obrigam-se a encaminhá-los para outros lugares, onde não terão o apoio familiar e comunitário, visto que muitos vão para a cidade em busca do Ensino Médio, so-nhando com o ingresso no Ensino Superior e a possibilidade de um futuro melhor, quando retornar para a comunidade.

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Palavras-chave: Educação escolar indígena; diagnóstico; ter-ra indígena Ponta da Serra.

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DE GESTÃO DA COMUNIDADE INDÍGENA TRÊS CORAÇÕES

Monaliza Nayara Ribeiro Silva (UFRR)

Resumo: O presente trabalho é resultado de um diagnóstico socioeconômico da comunidade indígena Três Corações, na TI Araçá, município de Amajarí- RR. Foi realizado na ativi-dade de Tempo Comunitário II, do curso de Gestão Territo-rial Indígena, do Instituto Insikiran/UFRR, com o objetivo de produzir informações para auxiliar na gestão da comunidade. Foram utilizados questionários fechados, entrevistas semi--estruturadas, observação direta e consulta de informações secundárias na escola, igrejas e o centro de saúde. Após as coletas de dados passou-se para a fase de sistematização, aná-lise e compreensão destes dados. Ao analisarmos esses dados compreendemos que hoje a comunidade está passando por um grande processo de transformação cultural, pela miscigenação, intensifi cada pela BR174 que corta a comunidade. O uso da Língua Indígena tem se reduzido rapidamente, apenas 6% da população é falante. A economia da comunidade também tem mudado; poucos cultivam roças. Atualmente cerca de 59% das famílias não produzem, sendo que 83% delas recebem algum auxílio governamental como Bolsa Família, aposentadoria e o Vale Alimentação (programa do Governo de RR). A dança do Parixara está sendo abandonada, e a bebida Caxiri está sendo substituída pela bebida alcoólica, consumida em 37% das fa-mílias. Buscou-se analisar que o uso de diagnósticos na gestão da comunidade fará com que lideranças, escolas e igrejas bus-quem novas idéias para solução dos problemas para que, no futuro próximo, haja uma vida social igualitária e justa. Neste sentido a pedagogia de alternância contribui tanto para a for-mação acadêmica quanto para transformação social.

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Palavras-chave: Gestão da comunidade indígena; diagnóstico socioeconômico; Terra Indígena Araçá.

ECONOMIA E EDUCAÇÃO INDÍGENA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM EXEMPLO DOS ÍNDIOS FULNI-Ô –

ÁGUAS BELAS – PERNAMBUCO

Ana Carolina Gomes Coimbra (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa)

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar alguns conceitos e estratégias utilizados pelos índios Fulni-ô, do mu-nicípio de Águas Belas, Pernambuco, sobre a economia indí-gena, junto ao processo de desenvolvimento sustentável e à educação indígena. Opções socioambientais apontadas como alternativas para o contexto da comunidade indígena do agres-te pernambucano. Considerando a possibilidade de interação entre os conhecimentos tradicionais da população local com conhecimentos científi cos para criação de novas formas de manejo e adoção de tecnologias sustentáveis. Assim como o processo educativo participante destas informações, melho-rando então a economia indígena Fulni-ô.Palavras-chave: Educação indígena; Fulni-ô; desenvolvimen-to sustentável; economia.

INCENTIVO À PRODUÇÃO DE ARTESANATO NA COMUNIDADE TABA LASCADA, CANTÁ, RR

Valdélia Cruz Cadete (UFRR); Daniel Bampi Rosar (UFRR)

Resumo: Este trabalho relata a experiência da produção de artesanato de forma sustentável na comunidade indígena Taba Lascada, preservando as tradições culturais, fortalecendo a identidade étnica e gerando renda. A comunidade está loca-lizada no município do Cantá-RR, na TI Taba Lascada, com

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as comunidades Inajá, Laje e Campinarana em seu entorno. Compõe-se por 112 famílias, com cerca de 595 habitantes, per-tencentes aos Povos Wapichana e Macuxi. O desenvolvimen-to das atividades do Tempo Comunitário II do Curso Gestão Territorial Indígena do Instituto Insikiran/UFRR, permitiu-me enquanto acadêmica e moradora, realizar o diagnóstico sobre as práticas manuais tradicionais na comunidade, identifi cando que os jovens indígenas não interessavam-se pelos trabalhos artesanais, bem como apresentavam-se sem perspectivas eco-nômicas e ocupacionais, o que incentivou a elaboração do Pro-jeto Artesanato Wapichana, aprovado no Edital Mais Cultura (Minc). Em consulta e com a aprovação da comunidade, reali-zaram-se as ofi cinas com objetivo de incentivar a produção de artesanato, de forma sustentável, juntamente com os artesãos da comunidade e seus conhecimentos tradicionais somados aos conhecimentos científi cos dos monitores indígenas. Até o momento já foram trabalhadas as questões relativas à organi-zação do grupo de trabalho, produção de redes de algodão e iniciado um trabalho com sementes, e será fi nalizado com fi -bras. O ingresso na Universidade possibilitou o conhecimento das formas sustentáveis de gestão e suscitou a importância de fortalecer o reconhecimento da identidade étnica cultural dos povos indígenas em Roraima. Palavras-chave: Povos Wapichana e Macuxi; artesanato indí-gena; sustentabilidade.

MOBILIDADE ESPACIAL E LOCALIZAÇÃO DOS GUARANI EM SÃO PAULO

Juracilda Veiga; Rosa S. Colman; Marta M. do Amaral Azevedo

Resumo: Invisíveis no Estado de São Paulo durante a primeira metade do século XX, os Guarani (Nhandeva, Mbyá e os autode-nominados Tupi-Guarani) possuem atualmente 40 aldeias no Es-tado. Estudos atuais de demografi a mostram que mais da metade de sua população são pessoas com menos de 15 anos e que a po-

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pulação tem crescido a uma taxa de 6,7% ao ano, recuperando-se da depopulação que sofreram no processo de ocupação dos seus territórios pela colonização. A maioria dessas comunidades são Mbyá, cujas rotas migratórias rumo ao Atlântico têm sido conhe-cidas como a busca da Terra Sem Mal. Esses dados ensejaram um projeto no Departamento de Demografi a da Unicamp, com o objetivo de estudar em mais profundidade a mobilidade espacial dos Guarani. Para além da busca da Terra Sem Mal, encontrar um lugar adequado para se viver constitui para os Guarani a for-ma de estar presente no mundo. O projeto Oguata Porã se propõe a estudar algumas das características dessa mobilidade espacial, a dimensão desse processo, os itinerários realizados e os impac-tos desses deslocamentos espaciais no que se refere ao acesso efetivo às políticas públicas a que esses povos têm direito. Famí-lias Guarani frequentemente vão ao Paraguay ou Argentina para visitar parentes, em busca de trabalho, tratamentos de saúde e outros benefícios, ou ainda, em decorrência de desentendimen-tos com a comunidade. O mesmo se dá no sentido inverso: famí-lias que vêm do Paraguay ou Argentina em direção ao Brasil. As migrações acontecem, também, dentro do Brasil, do Estado do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo e vice versa.Palavras-chave: Guarani; deslocamentos espaciais; territoria-lidade.

O PROCESSO DE DESTERRITORIALIZAÇÃO NA INVERNADA BURITI, MUNICÍPIO DE

SIDROLÂNDIA, ENVOLVENDO FAZENDEIROS E O PRÓPRIO SPI

Valdevino Gonçalves Cardoso; Adir Casaro Nascimento (UCDB); Fernando Augusto Azambuja de Almeida (UCDB)

Resumo: A guerra do Paraguai marcou profundamente os Te-rena, que sofreram ataques e represálias das tropas paraguaias. Muitas aldeias foram aniquiladas e nunca mais construídas ou recuperadas. Após a guerra, o território dos Terena foi ocupa-

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do por ex-combatentes, consolidando assim, o esparramo dos indígenas na região. O presente trabalho apresenta o processo de desterritorialização da Invernada Buriti pelos fazendeiros e pelo SPI. A região está localizada nos atuais municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia e se buscou identifi car a interferência de fazendeiros, como obstáculos, no reconheci-mento dessa terra indígena, já que as primeiras famílias che-garam aproximadamente em 1897 e, ainda assim, o estado considerou a Invernada Buriti como terra devoluta. A pesquisa pretende contribuir para uma melhor compreensão dos confl i-tos de terra em cursos naquela região, envolvendo o território indígena. Está apoiada na documentação do Serviço de Prote-ção aos Índios (SPI), arquivada no Centro de Documentação TEKO ARANDU/NEPPI/UCDB. Foram incorporadas ainda, entrevistas com índios Terena, que chegaram à área indígena Buriti no período acima citado, oriundos da Serra de Maraca-jú. Para isso, foram utilizados recursos de técnicas de história oral. Resultados indicam que a ação do Estado e do SPI foi marcada por contradições básicas – “paradoxo indigenista”. Cabia-lhe garantir terras para os índios, mas deslocou macro famílias, liberando territórios para colonização. A política do SPI entre os Terena obedeceu às orientações gerais dos órgãos no que se refere à integração e assimilação da população indí-gena à sociedade nacional.

Palavras-chave: Índios Terena; Invernada Buriti; desterrito-rialização; Estado; Serviço de Proteção ao Índio (SPI).

O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DOS TERENA NA ATUALIDADE

Antonio Bento Pereira Paredes

Resumo: Os Terena da atualidade, mais precisamente os de Aquidauana, Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Doura-dos, Miranda, Nioaque, Rochedo e Sidrolândia - no momento em que reivindicam novas áreas, ou ainda, a ampliação das

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existentes – nada mais fazem do que exercerem um direito constitucional de primeiros habitantes destas terras. O fazem também como pessoas (de fato e de direito) no exercício pleno da sua cidadania. E a mídia, enquanto quarto poder da Re-pública, deixa muito a desejar, quando joga a população con-tra as necessidades destas comunidades, sem esmiuçar o real signifi cado do que seja “terra” e “território”. Ao se analisar a organização territorial de um determinado Povo Indígena, não se deve considerar como regra que os limites étnicos corres-pondem aos limites territoriais, visto que existe toda uma con-textualização própria, historicamente localizada, que precisa ser analisada também.Palavras-chave: Povo Terena; organização territorial; cida-dania.

O TERENA NA CIDADE OU A CIDADE NO TERENA? O URBANISMO E A JUVENTUDE INDÍGENA

Michely Aline Jorge Espíndola (UFRN); Edmundo Marcelo Mendes Pereira (UFRN).

Resumo: O objetivo da pesquisa de Mestrado é estudar a so-ciabilidade e suas implicações na cidade (Campo Grande-MS) de jovens indígenas da etnia Terena nos seus diversos ângulos de “deslocamentos” – os que mudam para a cidade, os que apenas transitam constantemente entre aldeia-cidade e os que não mudam. Sendo assim, para esta comunicação, proponho discutir o conceito de urbanismo presente em Louis Wirth, in-dicando como o rural e o urbano se interpenetram, rompendo os limites físico-geográfi cos. Em seguida apontar, com base em experiências etnográfi cas anteriores (2009), como nesses movimentos o Terena dilui e “distribui” as características do urbano e colaboram para pensar o urbanismo. Já na cidade pre-tendo dar continuidade discutindo a construção do conceito de juventude para os indígenas Terena, tendo em vista que esses trânsitos possibilitam transformações da tradição superando,

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talvez, a dicotomia “criança vs adulto” tão difundida no meio acadêmico. A juventude indígena (ou juventudes indígenas) ainda não é uma categoria estudada pelos antropólogos bra-sileiros; porém, acredito que pelo menos na cidade este é um conceito que pode começar a ser debatido. Deste modo, além do suporte teórico de autores da “Etnologia Indígena”, como Pacheco de Oliveira e Manuela Carneiro da Cunha, utilizo a família de categorias de José Guilherme Magnani para locali-zar e explicar os diversos signifi cados dos espaços formados e freqüentados pelos Terena, além de vários autores que de certa maneira reservaram parte de seus textos etnográfi cos para dis-cutir a respeito da concepção de juventude, dentre eles Sandra Costa (2010), Lígia Ferro (2010) e Fernanda Piccolo (2010). Palavras-chave: Urbanismo; juventude; Terena.

O TERRITÓRIO INDÍGENA COMO DIREITO FUNDAMENTAL: ABORDAGEM A PARTIR DOS

ESTUDOS DE IDENTIFICAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS

Lílian Raquel Ricci Tenório (UFMS); Luiz Henrique Eloy Amado

Resumo: Quando se fala na questão indígena vêm à mente logo a “luta pela terra”. Ora, a terra é o bem mais precioso para os Povos Indígenas. É dali que sai o sustento; é ali que estão cravados as suas histórias e a memória de seus antepassados; é a terra a base de todas as fontes de riqueza desses povos. Igual-mente, quando olhamos para os mitos da criação que estes po-vos trazem consigo, é quase que unanimidade ter a terra como o ponto de partida da criação. A problemática da terra está in-timamente ligada à saúde, à educação, ao lazer, à cultura, entre outros direitos e garantias fundamentais protegidos pela nos-sa Constituição. O ordenamento jurídico brasileiro reconhece e contempla os direitos dos Povos Indígenas, na legislação, como o Estatuto do Índio, de 1973 e também na sua Lei Maior,

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a Constituição Federal de 1988, nos arts. 231 e 232, inseri-dos no Capítulo Dos Índios. Esses dispositivos constitucionais reconhecem o direito dos Povos Indígenas quanto a suas ter-ras tradicionais, necessárias a sua reprodução física e cultural, bem como declara a nulidade de títulos dominiais incidentes sobre terras comprovadas e reconhecidas como indígenas, in-denizando os proprietários somente quanto às benfeitorias de boa-fé. Abandona-se, portanto, a perspectiva integracionista, uma constante da legislação indigenista até então, fi nalmente reconhecendo aos índios o direito à alteridade. É por meio de um procedimento administrativo que se demarca terra indíge-na e, a primeira fase e a mais importante é o da identifi cação, onde se constitui um grupo técnico coordenado por um antro-pólogo. E é a partir desse trabalho antropológico que iremos neste ensaio abordar os elementos que a Constituição Federal traçou para se reconhecer uma terra como sendo de ocupação tradicional indígena.

Palavras-chave: Terra indígena; demarcação; direito; tradi-cionalidade.

OS GUARANI E AS FRENTES DE EXPROPRIAÇÃO TERRITORIAL NA FRONTEIRA ENTRE O BRASIL E

ARGENTINA

Saulo Cassimiro (UCDB); Antonio Brand (UCDB)

Resumo: O presente texto está inserido num projeto mais am-plo: Os Guarani nas fronteiras dos países do Mercosul: popu-lação, localização geográfi ca e políticas públicas, com ênfase em educação, sustentabilidade e direitos sociais fundamentais e restringe sua abrangência aos sub-grupos: Kaiowá/Paĩ Ta-vyterã, Guarani Ñandeva ou Ava/Chiripá e os Mbyá, localiza-dos em regiões fronteiriças entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A partir de pesquisa bibliográfi ca, realizou-se estudo sobre os Guarani e seus diversos sub-grupos, localizados na faixa de fronteira entre o Brasil e Argentina, com ênfase na

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situação do território e recursos naturais e os deslocamentos e dinâmicas transfronteiriças históricas e atuais. Objetiva--se investigar, especialmente, o processo de expropriação do território Guarani na região fronteiriça no lado da Argentina. Resultados iniciais nos fazem compreender que as formas e os impactos sobre os Guarani da ocupação do território indí-gena e da exploração de sua mão-de-obra foram diferenciados em cada Estado Nacional, no decorrer do século XX. Tendem, porém, a adquirir características mais próximas e comuns no fi nal do século e início do século XXI, em decorrência da pre-sença, em ambos os lados da fronteira do Brasil e da Argentina de determinados interesses econômicos.Palavras-chave: Guarani; perdas territoriais; frentes de ocu-pação.

OS ENSINAMENTOS TRADICIONAIS DE JOÃO AQUINO – O CASO DOS INSTRUMENTOS MUSICAIS

EXECUTADOS COM ARCO

Ládio Veron; Protásio Langer

Resumo: No presente trabalho nos ocuparemos principalmen-te com os conhecimentos relativos à construção de uma rabe-ca. Além de uma biografi a do “mestre” João Aquino e da sua preocupação com a reprodução do conhecimento tradicional, pretendo registrar todos os ensinamentos técnicos sobre como fazer esse instrumento: materiais empregados (tipos de ma-deira, tipos de fi bra, ossos e chifres de animais), ferramentas (metais, cerâmica, vegetais), técnicas (entalhamento, lixação, polimento, pintura com óleos e resinas) e orientações sobre a função desse instrumento no repertório artístico musical Gua-rani. O senhor João Aquino foi uma liderança importante em diversos aspectos. Na década de 1950 foi liderança na Aldeia Takuara da qual se transferiu para Caarapó-MS. Preocupado com a reprodução dos conhecimentos tradicionais seu João Aquino reunia as crianças para ensiná-las a, entre outras coi-

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sas, fazer violinos. Na década de 1970, todavia, não existia essa concepção de Educação Escolar Indígena. Todavia, para que o patrimônio cultural desse senhor não caia no esquecimento, pretendemos transcrever o que nos lembrarmos, das referidas ofi cinas, praticar e testar in loco o processo de produção e, por fi m, analisar a possibilidade de transmitir esses conhecimentos na comunidade escolar. O trabalho transita entre o exercício de recordar os ensinamentos de um mestre tradicional, a cultura material e imaterial dos Povos Guarani falantes e sua análi-se de uma possível aplicabilidade desses conhecimentos nas escolas. Nesse sentido, propomos dialogar com autores que discutem a educação indígena, tais como Bartomeu Meliá e Paulo Porto, para fundamentarmos a originalidade desse co-nhecimento. Além desses, pretendemos cruzar as informações de João Aquino com autores que conhecem as expressões e os instrumentos musicais dos Guarani Kaiowá.Palavras-chave: Conhecimentos musicais; fortalecimento cultural; educação escolar indígena.

OS ÍNDIOS GUATÓ E SUAS NEGOCIAÇÕES DE TÉCNICAS COM A COMUNIDADE PANTANEIRA

BARRA DE SÃO LOURENÇO

Silvia Santana (UCDB)

Resumo: Conhecidos como índios canoeiros, os Guató insta-lados no Pantanal há mais de 500 anos, chegaram a ser con-siderados extintos, isso porque a partir do século XIX, muitos deles passaram a manter um contato mais intenso com as ci-dades que foram se formando ao logo do rio Paraguai, che-gando inclusive a participar, do lado do exército brasileiro, do episódio da guerra entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (1864-1870). Ao iniciar o século XX, esta população indíge-na também passou a sofrer pressão e ser forçada a deixar seu território tradicional, que posteriormente deu espaço a diver-sas fazendas de gado. Situação que levou muitos índios a se

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refugiarem na periferia de cidades como Corumbá, Ladário, Cáceres, Poconé, Cuiabá e Barão de Melgaço, sendo incorpo-rados gradativamente à massa de proletários e subemprega-dos. Uma das poucas aldeias que sobreviveu a esse processo, hoje está situada no município de Corumbá, cerca de 230 km rio Paraguai acima, quase na fronteira com o estado de Mato Grosso (MT), numa ilha denominada “Ilha Ínsua”. A Ilha Ín-sua fi ca bem próxima da Comunidade Pantaneira Barra de São Lourenço, formada por um pequeno grupo de famílias, que vive especifi camente da coleta de iscas vivas e da pesca. Por suas vidas estarem diretamente ligadas ao ciclo das águas do Pantanal, os moradores desta comunidade pantaneira, com o tempo, passaram a se apropriar dos saberes tradicionais dos Guató para construírem suas próprias canoas. Um processo de negociação de técnica e costumes que hoje garante o sustento de muitas famílias que vivem à beira do maior rio do Pantanal. Feita do tronco de uma única árvore, com três palmos e meio de largura e com aproximadamente 25 palmos de comprimen-to, este meio de locomoção caracteristicamente indígena se destaca pela rapidez dentro d’água e por conseguir se embre-nhar por qualquer corixo, baía ou braço de rio. Palavras-chave: Povo Guató; Saberes Tradicionais; Nego-ciação.

PA’I CHIQUITO: DA CRIAÇÃO DA ALDEIA PANAMBIZINHO AOS DIAS ATUAIS

Nely Aparecida Maciel (UFGD)

Resumo: Esta comunicação apresenta os resultados de par-te da pesquisa de campo exigida para a conclusão do curso de mestrado em História, que objetivou estudar aspectos da cultura indígena Kaiowá residente na aldeia Panambizinho lo-calizada no distrito de Panambi, em Dourados/MS. Trabalhou--se com a oralidade, etnografi a e a memória dos indígenas. O trabalho tem por objetivo refl etir sobre as manifestações re-

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ligiosas realizadas pelos Kaiowá e o Xamã Pa’i Chiquito no momento da chegada a região, especialmente no local onde levantou a aldeia. O objetivo maior é apontar o processo de resistência dos índios, principalmente dos líderes mais antigos na defesa da propriedade e a posse da terra. Dentro dessa pers-pectiva, procuramos reforçar cada um dos atores não apenas como atores culturais, mas como atores políticos. A preocupa-ção é estudar a memória das pessoas da aldeia Panambizinho, em especial o processo de formação do tekoha. A preocupação está centrada neste momento em expressar a ideia que o Kaio-wá tem do tekoha.

Palavras-chave: Aldeia Panambizinho; Kaiowá; Pa’ i Chi-quito.

PRESERVAÇÃO DO TABULEIRO XAKRIABA - CONHECIMENTOS E PRÁTICAS SOBRE PLANTAS

MEDICINAIS, FRUTAS E BICHOS

Maria José Alkimin (UFMG)

Resumo: A pesquisa foi realizada no FIEI – UFMG (Forma-ção Intercultural de Professores Indígenas) e é fruto do percur-so de formação acadêmica vivenciado por mim e outros cole-gas professores indígenas. A pesquisa buscou articular o saber científi co e os saberes tradicionais, para relacionar alguns dos conhecimentos do povo Xakriabá e os conhecimentos adquiri-dos na universidade. O território Xakriabá localiza-se no norte Minas Gerais, no município de São João das Missões, possuin-do uma extensão de aproximadamente 53.000 hectares. Nele vive, na atualidade, uma população de mais ou menos 9.000 índios. O aumento da população no interior da terra indígena tem intensifi cado a pressão sobre os recursos naturais. As ati-vidades produtivas, tais como as roças de toco e a criação de gado, sobrecarregam áreas antigas e aumentam a utilização de novas regiões de produção, provocando prejuízos à renovação

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do solo e das espécies nativas. Existe hoje uma preocupação com a preservação do Tabuleiro (modo usado em nossa re-gião para falar das áreas de cerrado de nosso território) devido às condições demográfi cas, territoriais e socioeconômicas do nosso povo. Tradicionalmente, as áreas de tabuleiro são des-tinadas ao uso comum da população, servindo à coleta de fru-tos, plantas medicinais e matéria prima para artesanato e para a construção de moradias. É também o espaço onde se faz a solta do gado e outros bichos de criação para pastagem. A de-gradação dessas regiões tem aumentado devido ao aumento da criação de gado e às queimadas acidentais para colocação das roças. Com a pesquisa buscamos levantar os saberes tradicio-nais ligados à diversidade ambiental existente no Tabuleiro, especialmente sobre seus frutos e plantas medicinais. Enten-demos que a compreensão desses saberes e das práticas a eles associadas, e os modos de transmissão desses conhecimentos, podem contribuir para preservação e para o uso mais cons-ciente de seus recursos, provocando também a busca de alter-nativas sustentáveis de geração de renda para substituir, pelo menos um pouco, as atividades de maior impacto. Na nossa pesquisa percebemos que o modo de transmitir conhecimentos tradicionais sobre determinado lugar ou tipo de planta aconte-ce de acordo com a vivência das pessoas e as práticas próprias desse lugar, com essas plantas. Isso nos mostrou melhor a ma-neira mais adequada de trabalhar esses conteúdos nas escolas indígenas, para tentar incentivar a experiência dos jovens com essas práticas. Palavras-chave: Povo Xakriabá; conhecimentos tradicionais; plantas medicinais.

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SABERES LOCAIS E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NA ALDEIA AMAMBAI

Zenildo Lopes; Levi Marques Pereira (UFGD)

Resumo: A presente pesquisa foi desenvolvida na Aldeia Amambai, no município de Amambai/MS. A comunidade de Amambai tem uma população de 8 mil habitantes das etnias Guarani e Kaiowá que vem passando por várias modifi cações em sua organização social, formas de expressão religiosa e em outros campos da vida social, desde a chegada de novas tec-nologias na aldeia. A pesquisa tem como objetivo entender a diminuição da produção de alimentos entre os Guarani e Kaio-wá na Aldeia Amambai, como também identifi car os saberes locais da produção de alimentos, cada vez menos praticados. O desenvolvimento do tema a respeito da relação entre os sa-beres locais e a produção de alimentos na aldeia Amambai per-mitiu entender melhor o problema que vem afetando a comu-nidade na produção de alimentos. Os levantamentos dos dados pesquisados trouxeram informações relevantes para que a co-munidade comece a repensar esse fato e decida se realmente pretende continuar do jeito que está. Atualmente, a maior parte das famílias não está plantando suas roças e não produz a man-dioca, o milho, o feijão, a batata doce, a abóbora, o amendoim, a banana, que sempre fi zeram parte de sua dieta alimentar. O objetivo é identifi car e registrar os saberes e as práticas tradi-cionais dos Guarani e Kaiowá com relação à produção de ali-mentos na Aldeia Amambai. A metodologia se constituiu em pesquisa de campo, com aplicação das técnicas de observação participante. Foi realizada uma pesquisa bibliográfi ca acerca do tema proposto e foram realizadas entrevistas individuais e coletivas com pessoas que praticam e com pessoas que aban-donaram o cultivo.Palavras-chave: Saberes locais; produção de alimentos; povo Guarani e Kaiowá.

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SABERES TRADICIONAIS E A SINTONIA AMBIENTAL KAIOWÁ E GUARANI EM INTERFACE ÀS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO AGRONEGÓCIO

EM MATO GROSSO DO SUL

Gustavo Costa do Carmo (UCDB)

Resumo: No Estado de Mato Grosso do Sul a população in-dígena Kaiowá e Guarani se encontra na região do Cone Sul, cenário de intensos confl itos por terras entre indígenas e pro-dutores rurais. A pesquisa encontra-se em andamento e o arti-go centra-se em dar contorno e visibilidade às analises sobre o agronegócio na região do Cone Sul e seus impactos sobre os saberes e relações tradicionais inerentes que os Kaiowá e Guarani estabelecem com o meio ambiente de seu território, abordado aqui enquanto uma “sintonia ambiental”. Atualmen-te este território encontra-se, em grande escala, ocupado por monoculturas. Ainda pretende-se elucidar questões voltadas à problemática da monocultura da cana-de-açúcar no Cone Sul e questões referentes às alternativas e negociações desenvolvi-das pelas comunidades indígenas frente aos empreendimentos do agronegócio e do anti-socioambientalismo praticado. A me-todologia usada conta com os primeiros dados da pesquisa de campo e descrição etnográfi ca realizada na Aldeia Te’ýikue e uma ampla revisão bibliográfi ca apoiada substancialmente em pesquisas relacionadas à população indígena em foco. As fon-tes compreendem-se nas etnografi as de Pereira (1999 e 2004) e nos trabalhos de Brand (1997) e Brand e Heck (2008), além de pesquisas voltadas aos impactos do agronegócio sobre po-pulações tradicionais. Os primeiros resultados apontam que o agronegócio, desde sempre incentivado por investimentos fe-derais, segue afetando modos de vida e potencializando desca-so ao meio ambiente e às diversidades fl orísticas e faunísticas. Além dessa atividade se posicionar claramente contrária aos povos da terra está, também, se posicionando contra qualquer alternativa de vida sustentável que tentar vingar diante dessa economia desenfreada. Os empreendimentos sucroalcooleiros

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no estado impactam e modifi cam o ambiente físico, impondo estilos e modos de vida conseqüentes e insustentáveis nas rela-ções insubstituíveis de populações indígenas com a natureza, com suas formas de expressão e, sobretudo, com seus princí-pios cosmológicos.Palavras-chave: Saberes tradicionais; populações indígenas; agronegócio.

SANEAMENTO AMBIENTAL EM ÁREAS INÍGENAS DO DISTRITO SANITÁRIO LESTE

Jucilene Carneiro de Lima

Resumo: Este é o resumo do diagnostico institucional referen-te ao Tempo comunitário III do curso de Gestão Territorial In-dígena. O saneamento básico está relacionado às condições de saúde da população. O quadro da saúde dos povos indígenas é o refl exo de descaso, que começou a conquistar espaço na po-lítica pública. A organização das populações indígenas segue se modifi cando, deixando de ser nômades fi xam-se formando comunidades e, demandam planejamento de saneamento bem como a educação ambiental. As atividades de saneamento am-biental antes realizada pela FUNASA nessas áreas incluíam a construção de banheiros, lavanderias, captação/abastecimento de água e o trabalho do AISAM (Agente Indígena de Sanea-mento Ambiental). No ano de 2010, foi criada a SESAI (Secre-taria Especial de Saúde Indígena), tendo como representações estaduais os Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indíge-na (DISEI’s) e neste está o setor de Serviços de saneamento ambiental e infra-estrutura (SESANI). Atualmente o SESANI em Roraima foca as atividades na captação e abastecimento de água, treinamento e acompanhamento de AISAM. Hoje cerca de 60% das comunidades pertencentes ao DSL são atendidas com o abastecimento sendo nos modelos superfi ciais e sub-terrâneas, especialmente as próximas da capital. As distantes sofrem com a falta deste; no município de Uiramutã cerca de

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95% das comunidades não tem abastecimento. Existem tam-bém outros problemas, agora considerados graves e temas de discussões nas assembléias indígenas. Não existe ainda plane-jamento de instalações operacionais para tratamento de água, gerenciamento e manejo dos resíduos sólidos, esgotamento sa-nitário, etc. Assim, o saneamento ambiental nas comunidades indígenas é essencial para a prevenção de doenças e manuten-ção da saúde. Universalizando o atendimento e o acesso ao saneamento, teremos com certeza, povos, comunidades e meio ambiente mais saudáveis.Palavras-chave: Saneamento ambiental; saúde indígena; DSL.

TERRAS DEMARCADAS EM ILHAS

Anabel da Silva (UFRR)

Resumo: No Estado de Roraima encontram-se vários Povos Indígenas que habitam em diversas regiões do estado. O esta-do de Roraima tem 46% do seu território demarcado por terras indígenas e são dois tipos de demarcação das terras: as terras demarcadas em ilhas contêm 32 terras indígenas incluídos; as terras demarcadas em área continua são 4 terras indígenas que são continuas, ou seja, futuramente podem ser ampliadas es-sas áreas As terras demarcadas em ilhas encontram-se em di-versos regiões do estado, e são: Muriru, Mangueira, Aningal, Araça, Cajueiro, Ananás, Santa Inês, Anaro, Ponta da Serra, Ouro, Serra da Moça, Jaboti, Anta, Bom Jesus, Manoa Pium, Malacacheta, Canaunin, Súcuba, Raimundão, Truaru, Barata, Boqueirão, Moskow. A maioria dos povos macuxi, wapixana e a minoria do povo sapara, taurepang, ingarico. Esses povos encontram-se nas terras demarcadas em ilhas das diversas re-giões do estado e que enfrentam diversos problemas dentro dessas terras e também surgem várias demandas nessas terras, as quais precisam ser atendidas de imediato para que as futuras gerações tenham uma sustentabilidade melhor e que garantam um futuro melhor.

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Palavras-chave: Terras demarcadas em ilhas; problemas so-cioambientais; garantia de sustentabilidade.

TERRITORIALIDADE E PROCESSOS DE TERRITORIALIZAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

Victor Ferri Mauro (UFMS)

Resumo: O histórico da colonização do território brasileiro nos revela que as terras inicialmente pertencentes à população autóctone, há quinhentos anos vêm sendo objeto de esbulho. Nas décadas mais recentes da história do Brasil, se verifi ca a expansão da fronteira agropecuária em direção aos recantos mais longínquos do território nacional, avançando sobre os espaços tradicionalmente habitados pelos povos indígenas e imprimindo contra eles ações violentas, mudando o curso das relações sociais pré-existentes. O próprio Estado brasileiro, através de suas políticas desenvolvimentistas, colaborou nos processos de territorialização dos grupos indígenas, desrespei-tando as suas formas habituais de territorialidade. A apropria-ção material e simbólica que os grupos indígenas desenvolvem sobre um determinado território é referenciada em princípios e valores diferentes daqueles que alicerçam o direto à proprie-dade privada, e a Constituição Federal de 1988, em seu artigo n° 231, reconhece isso. A edição desta Carta Magna trouxe uma inovação muito importante ao substituir a noção de ime-morialidade pelo princípio da tradicionalidade como elemento fundamental para a identifi cação ofi cial de Terras Indígenas, ensejando conseqüências práticas positivas para os povos ori-ginários, que vislumbram a recuperação e a reconquista, pelo menos em parte, dos territórios que lhes foram expropriados em tempos passados.Palavras-chave: Territórios; territorialidade; territorialização; povos indígenas.

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TERRITÓRIO E SUSTENTABILIDADE NA ALDEIA TAQUAPERI

Claudemiro Pereira Lescano; Enoque Batista; Antonio Brand (UCDB)

Resumo: A conjuntura social dos Guarani e Kaiowá necessi-ta ser reconstituída em sua dimensão atual a partir de saberes tradicionais para continuar valorizando, fortalecendo e posi-cionando a identidade nesta nova forma de sustentabilidade. Este estudo foi realizado na aldeia Taquaperi, Coronel Sapu-caia-MS, entre fevereiro de 2010 e agosto de 2011, através das conversas com a comunidade e atividades realizadas por iniciativa da escola e da comunidade. A questão central da pes-quisa foi intermediar os saberes tradicionais no contexto atual para possibilitar as melhores condições de viver da comuni-dade, organização familiar e social e promover a qualidade do bem estar dessa comunidade. Atendendo a esse propósito foram sugeridas algumas medidas a serem incorporados no ñande reko – nosso modo de ser -, para continuar fortalecendo os conhecimentos tradicionais e possibilitar caminhos para a aquisição de novos conhecimentos de caráter científi co, a va-lorização do convívio intercultural e a transformação da edu-cação escolar indígena num espaço de interação, articulação e formação diária para o fortalecimento da identidade cultural e, por fi m, a utilização do espaço da aldeia como mecanismo de produção e de organização social e política articulada interna e externamente. Palavras-chave: Território; educação escolar indígena; sus-tentabilidade.

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USO DA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO NA FORMAÇÃO

ACADÊMICA EM GESTÃO TERRITORIAL INDÍGENA

Daniel Bampi Rosar (UFRR)

Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência do uso de práticas de diagnóstico comunitário durante o perío-do de alternância no curso de bacharelado em Gestão Territo-rial Indígena. O curso é a segunda graduação criada no Institu-to Insikiran/UFRR. Foi construído junto com as organizações indígenas, atendendo as demandas de suas bases. Seu projeto político pedagógico é fundamentado na pedagogia da alternân-cia, e apresenta 08 semestres, cada um dividido em 2 meses de tempo universitário, com aulas na UFRR, e 2 de tempo comu-nitário (TC). No TC os alunos devem desenvolver atividades em suas comunidades, organizações indígenas e instituições atuantes na questão indígena. Este relato apresenta a experi-ência do segundo TC: diagnóstico comunitário. Tem objetivo de o aluno conhecer o meio onde vive através de um exercí-cio envolvendo a articulação sociopolítica local, bem como a produção e sistematização de informação. As atividades são: 1-Defi nir objetivos (negociar com a comunidade); 2-Planejar metodologia (discussão dos instrumentos com os professores); 3-Produzir informações (pesquisa na comunidade); 4-Sistema-tizar informações (criar classifi cações); e 5-Produzir explica-ções (relatório). Resulta um processo de aprendizagem com-partilhada entre alunos, professores e as comunidades, procu-rando intensifi car as trocas. As informações produzidas retor-nam para as comunidades e são usadas nas próximas etapas da formação. As principais difi culdades são a falta de recursos para apoiar as atividades, o acesso e comunicação em algumas comunidades e o curto período para a execução das atividades.Palavras-chave: Pedagogia da alternância; diagnóstico comu-nitário; experiência docente; Gestão Territorial Indígena.

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VIOLÊNCIA ENTRE OS ADOLESCENTES GUARANI E KAIOWÁ DE DOZE A QUINZE ANOS

NA ALDEIA TE’ YIKUE

Otoniel Ricardo (UFGD); Nely Aparecida Maciel (UFGD)

Resumo: O trabalho foi desenvolvido na aldeia Te’Yikue, lo-calizada no município de Caarapó-MS. A preocupação maior é conhecer e entender a realidade do povo indígena da aldeia Te’Yikue com relação à violência entre os adolescentes Gua-rani e Kaiowá e o papel educacional desempenhado pelas fa-mílias. A pesquisa levou a registrar como era a vida dos ado-lescentes Guarani e Kaiowá antes do contato com a sociedade não indígena e como se encontram os adolescentes Guarani e Kaiowá na aldeia Te’Yikue no momento da pesquisa. O ob-jetivo maior é descrever os motivos que levam à chegada da violência até os adolescentes da aldeia Te’Yikue, bem como compreender a violência praticada pelos adolescentes. Os es-tudos foram realizados através de uma pesquisa bibliográfi ca que abordou assuntos propostos no tema. Para realizar o traba-lho foram utilizados teses, dissertações, livros e documentos. A pesquisa oral foi realizada com pessoas mais velhas, lideres e outras pessoas da comunidade para compreender o que leva os adolescentes a praticar a violência. A oralidade possibilitou compreender o momento histórico vivido pelos adolescentes e suas famílias, como também levantar a memória e experi-ências das pessoas mais velhas. Conseqüentemente novos do-cumentos escritos passam a existir. A partir desses registros acredita-se compreender o problema da violência enfrentada pelos adolescentes na aldeia. Nesse sentido as entrevistas com pais, mães, avôs e adolescentes envolvidos com a violência permitiram instruir um novo campo documental. Ao término da pesquisa bibliográfi ca e oral juntou-se as informações para compreender a realidade atual na aldeia Te’Yikue.Palavras-chave: Aldeia Te’Yikue; adolescentes; violência.

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A ALDEIA DE LIMÃO VERDE: MEMÓRIAS E SABERES

Lucilena Souza Correa Dias; Iára Quelho de Castro

Resumo: A pesquisa em andamento tem por objetivo narrar a história da aldeia Terena de Limão Verde, situada no muni-cípio de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, a partir das vozes dos seus integrantes mais velhos. Trata-se de escutar as vozes indígenas em relação ao que dizem sobre a história do gru-po, na perspectiva de que os povos indígenas desejam manter um diálogo com a sociedade envolvente, não na condição de simples vítimas, mas, como sujeitos de sua própria história. Investigam-se, ainda, os conhecimentos que os Terena da lo-calidade possuem sobre os recursos da natureza que os circun-dam, e os usos que deles se fazem. Como resultado parcial da investigação observa-se, através da análise dos depoimentos e informações colhidos, que os Terena de Limão Verde se perce-bem como os agentes responsáveis pela constituição da aldeia, sua organização e melhorias, nota-se, ainda,o conhecimento dos Terena sobre a natureza em seu entorno, ao mostrarem que identifi cam e nomeiam na língua própria os elementos de sua fl ora, indicando alguns dos seus usos. Os dados até agora cole-tados indicam que o grupo costumeiramente aproveita as con-junturas favoráveis para se articularem em busca de melhores condições para o local em que vivem, isto é, estabelecem par-cerias com setores da sociedade envolvente para resolveram as necessidades que surgem do seu intenso contato com os não índios, referentes à educação, saúde e infra-estrutura, entre ou-tras. Espera-se que ao fi nal da pesquisa tenha-se uma narrativa da história da Aldeia do Limão Verde feita a partir da percep-ção dos seus integrantes e que se conheçam antigos saberes que ainda circulam e orientam práticas desse grupo. Palavras-chave: Terena; Limão Verde; história; antigos saberes.

A FESTA DA FARINHA DE ANASTÁCIO (MS)

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COMO EXEMPLO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL

Lucimara Nascimento da Silva (UCDB); Bruno Marini (UCDB)

Resumo: O presente estudo tem por objetivo refl etir a produ-ção sustentável dos colonos nordestinos em torno da Festa da Farinha, no município de Anastácio/MS. A festa é realizada anualmente por meio da culinária derivada da farinha de man-dioca torrada. Para o desenvolvimento do trabalho foi utiliza-da pesquisa bibliográfi ca e de campo (entrevistas, observação in loco etc.). As famílias que residem na Colônia Pulador, na zona rural do aludido município fomentam a renda da agricul-tura familiar. Durante o evento, que ocorre normalmente no mês de maio de cada ano, a comunidade local de Anastácio e turistas se deslocam para conhecer o trabalho desse povo que já se encontra na região há mais de um século. Os turistas e moradores locais participam das atividades da festa tornando-a sustentável não só para a Colônia Pulador, mas também para a localidade com um todo, reforçando assim, o sentimento de pertencimento e estreita os laços culturais.Palavras-chave: Anastácio; Festa da Farinha; sustentabilida-de; desenvolvimento local.

AS COMUNIDADES TRADICIONAIS, HISTÓRIA, TRADIÇÕES, MEMÓRIA E PERSPECTIVAS DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Eva Martins Terra (UCDB); Arlinda Cantero Dorsa (UCDB)

RESUMO – As comunidades tradicionais tem ao longo de sua história, interagido com a natureza, com os costumes, re-passados de geração em geração procurando dar continuidade às tradições recebidas dos antepassados. Ação esta que é vista nas últimas décadas com um novo olhar pelos cientistas so-ciais, pelo poder público e segmentos da sociedade em geral.

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Esta pesquisa visa divulgar os resultados parciais dessa inves-tigação, ainda em curso, desenvolvida para a elaboração da dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local na UCDB. De cunho qualitativo é si-tuada nos estudos voltados à comunidade tradicional e desen-volvimento sustentável. Objetiva contribuir com o processo de refl exão sobre como a comunidade quilombola rural Chácara do Buriti (MS), foco da pesquisa, pode ser considerada fon-te de desenvolvimento sustentável de uma forma holística, ou seja: cultural, social, ecológica e econômica. Conclui-se ain-da parcialmente, que a comunidade busca dar continuidade a sua história de descendentes de ex-escravos e tem procurado preservar seus conhecimentos tradicionais pelas narrativas de seus ascendentes, pela produção de meios de sustentabilidade não só para a própria comunidade como também destinando uma parte dessa produção para a região de Campo Grande e Anhandui-MS.

Palavras-chave: Comunidade tradicional; desenvolvimento sustentável; memória; tradição.

O SOBÁ DE OKINAWA OU SOBÁ DE CAMPO GRANDE? IMIGRAÇÃO JAPONESA E

TERRITORIALIZAÇÃO DO SOBÁ

Laura Aparecida dos Santos Gomes (UCDB); Cleonice Alexandre Le Bourlegat (UCDB);

Josemar de Campos Maciel (UCDB)

Resumo: Os imigrantes japoneses oriundos de Okinawa - oki-nawanos ou utinanchú - fi xaram-se em Campo Grande/MS, a qual se tornou a segunda maior colônia dessa origem no país. O objetivo do trabalho foi investigar as particularidades da apropriação e incorporação do Sobá, prato típico da culinária de Okinawa pelos campo-grandenses. O texto foca o enraiza-mento dos imigrantes e seus descentes pelo trabalho e modo de viver na sociedade. Discorre-se sobre o avanço da imigração

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japonesa no Brasil e a chegada em Campo Grande no século XX. Abordam-se características e simbolismos do Sobá e sua vinculação à atual imagem identitária da cidade. A presença e a tradição utinanchú é facilmente observada nos símbolos da paisagem urbana da capital. O Sobá, ao que tudo indica, foi o elemento utinanchú mais disseminado e incorporado à cultura local. Sua venda iniciou-se na Feira Central e logo várias so-barias surgiram para atender à demanda pela iguaria. Pode-se afi rmar com maior segurança que em Campo Grande está se consolidando um Arranjo Produtivo Local do Sobá. Em 2006 criou-se na Feira Central o Festival do Sobá, que reúne a popu-lação para apreciarem a comida, as danças típicas de Okinawa e o concurso “o comilão de Sobá”. Em artigos publicados em jornais da cidade e na Internet não são raras afi rmações de que o Sobá é hoje uma iguaria e uma “mania” do campo-granden-se. É considerado um dos “símbolos culturais” e identitários da cidade, dotado de rico universo simbólico da cultura uti-nanchú, resultado de um processo de negociação intercultural. Foi adaptado conforme os ingredientes disponíveis na região, resultando no “sobá de Campo Grande”, ou seja, um diálogo e uma negociação entre a cultura milenar utinanchú e a culinária campo-grandense. Ao redor de um prato de comida reúnem-se famílias, redes sociais, modos de ser e de produzir. Negociam--se formas de exploração do ambiente e formas de saborear na prática os elementos fornecidos ou assimilados estabelecendo assim relações complexas no novo território. O Sobá reúne ca-racterísticas de prato como ponto de mediação entre o passado e o futuro, num presente de aceitação reservada de parâmetros e sistemas culturais estrangeiros.Palavras-chave: Imigração japonesa; comunidade; cultura; territorialização.

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DESENVOLVIMENTO E DESCOLONIZAÇÃO: PARA PENSAR ALÉM DO HEGEMÔNICO

Josemar de Campos Maciel (UCDB)

Resumo: O trabalho defende a urgência de uma forma men-tis pluralista, para implementar práticas de sustentabilidade no plano histórico – da duração e continuidade - e geográfi co – do respeito às particularidades territoriais reticuladas. O imaginá-rio do desenvolvimento nasce, no Ocidente, em solo fi losófi -co-teológico. Acompanhando ondas de derretimento teórico e instrumentação tecnocientífi ca, foi apropriado pelo cálculo e planejamento, abstraindo línguas, modos de vida e expressão singulares. O que signifi ca o descarte de civilizações e patri-mônios epistemológicos que mal se tem parâmetros para julgar se teriam sido imprescindíveis, ou se como estão – descartados ou fragmentados – já bastam para mostrar como teria sido o mundo se não tivesse sido forjado a partir da canonização da hegemonia como ortodoxia e ortoprática. O símbolo dos bens (liquidez) suplantou a importância dos bens, valores, intercâm-bios e transações subjacentes e condicionantes. A navalha de Occam, aplicando a econometria à vida, transforma-a em esta-tística, estadística, e corre o risco de terminar estática. Houve tentativas de incluir outras dimensões no processo, discutir a noção de desenvolvimento ou refazer a de crescimento. Mas pensar a sustentabilidade em suas escalas supõe dimensionar o crescimento, sem negar as diferenças - em seu nome. É preciso refl etir formas de pensar que não confundam a tecnociência com o desejo de conhecer, partindo de uma interlocução com os territórios (= pessoas+apropriação de sistemas de vida e ex-pressão). A partir daí trata-se de equilibrar as dimensões tec-nocientífi ca (fazeres e saberes), humano-coletiva (populações) e cultural (diferença), em busca de um pensar sensível à sin-gularidade, sem cair no localismo. Uma das difi culdades desse trabalho é imaginar um pensamento que abandone o desejo de controle, e consiga deixar ser o outro em sua alteridade.Palavras-chave: Teoria do Desenvolvimento Local; alteri-

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dade; desenvolvimento; sustentabilidade; epistemologia pós--colonial.

GESTÃO TERRITORIAL DEMOCRÁTICA E DIÁLOGO DE SABERES NO DIREITO À

CIDADE, FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DESENVOLVIMENTO LOCAL

Cláudio de Rosa Guimarães; Cleonice Alexandre Le Bourlegat (UCDB)

Resumo: Desde o aparecimento do direito à propriedade, esse instituto jurídico tem sido alvo de estudos e discussões, so-frendo evoluções em seu conceito. Abordado como direito absoluto, o direito à propriedade historicamente vem sendo encarado, ora como direito individual, ora como direito co-letivo, numa visão inseparável de sua utilização e fi nalidade. Para se outorgar à propriedade a missão de atendimento aos interesses sociais, no contexto da Reforma Urbana brasileira, várias têm sido as limitações sofridas por esse instituto. O ob-jetivo deste artigo foi analisar a gestão democrática da cida-de e o diálogo de saberes, com enfoque na função social da propriedade urbana, numa relação estreita com a concepção de direito à cidade e desenvolvimento local. O direito à cida-de ganhou atenção no Brasil com a reforma urbana emergida nos anos de 1980. Associa-se à concepção de gestão territorial democrática urbana e traz em si a ideia de um uso social jus-to da cidade, com prevalência do interesse coletivo sobre o direito individual no uso da propriedade urbana. Implica no respeito ao direito de quem habita a cidade de participar de forma democrática - numa ampla coalizão de forças da qual participam vários agentes e instituições - da transformação do território urbano vivido, na construção de um futuro comum de bem estar. O diálogo de saberes entre agentes e instituições emerge no processo interativo, no qual cabe especialmente à administração municipal o papel de incentivo e coordenação.

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O desenvolvimento local, por seu turno, consiste no processo de organização e dinamização desse campo de forças coletivas de origem endógena, que envolvem habitantes e instituições partícipes do cotidiano vivido na cidade, com vistas ao agen-ciamento e gestão de iniciativas que resultem em soluções para problemas, necessidades e aspirações comuns. Os moradores deixam de ser meros espectadores das decisões públicas, para se tornarem protagonistas cidadãos na transformação da cida-de em um local melhor para se viver de forma sustentável, em acordo à cultura e potencialidades locais. Palavras-chave: Desenvolvimento Local; direito à cidade; função social da propriedade urbana.

ORDEM SOCIAL E SOLUÇÃO DE CONFLITOS FUNDIÁRIOS NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL À LUZ DOS DIREITOS HUMANOS, NA

PERSPECTIVA DA ÉTICA DO DISCURSO

Rogério Santos dos Prazeres (UCDB); José Moacir de Aquino (UCDB); Heitor Romero Marques (UCDB)

Resumo: O presente trabalho explicita a Ética do Discurso de Karl Otto Apel como uma contribuição teórica e prática, pau-tada pela universalização dos interesses à resolução dos con-fl itos fundiários no Estado de Mato Grosso dos Sul. Como tal, trata-se de demonstrar que a fundamentação racional já pres-suposta em todo discurso argumentativo, por via da qual todos os afetados devem ser levados seriamente em consideração, é substancial para instaurar a justiça e a ordem social. A ar-quitetura dessa ética em duas partes, A e B, permite constatar que, por um lado, a solução dos confl itos está minada pelas condições históricas marcadas por interesses estratégicos de manutenção de poder, e, por outro, que se deve postular sob a mediação do diálogo, contrafacticamente, o acordo mais razo-ável possível entre os envolvidos nos confl itos.

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Palavras-chave: Linguagem; ética do discurso; intersubjetivi-dade; confl ito fundiário.

SUSTENTABILIDADE EM FORTE COIMBRA: UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Valdenir de Freitas Guimarães (UCDB)

RESUMO: O presente trabalho aborda uma proposta para o desenvolvimento local sustentável na comunidade de Forte Coimbra. Trata-se de resultados parciais de uma pesquisa em andamento durante elaboração de uma Dissertação de mestra-do na linha de pesquisa Cultura, Identidade, Diversidade, na área de concentração do programa de pós-graduação em de-senvolvimento local no contexto de territorialidades da UCDB em 2011. A fi nalidade principal do presente artigo é contri-buir para a discussão entre os saberes acadêmicos e saberes tradicionais, considerando a presença militar do Exército na fronteira oeste desde 1775, quando da construção do Forte de Coimbra, de modo a proporcionar condições favoráveis e potencialidades aproveitáveis para o desenvolvimento local e sustentável. Além disso, com a apresentação do presente tra-balho, espera-se obter maiores subsídios e contribuições para o prosseguimento na elaboração da referida Dissertação em cur-so. O objetivo é analisar a presença militar em Forte Coimbra, a fi m de identifi car potencialidades para o desenvolvimento local. A questão norteadora considerada como problema a ser solucionado com a referida pesquisa é decorrente da presen-ça militar do Exército na territorialidade da fronteira oeste, de modo a se verifi car que potencialidades de Forte Coimbra po-dem ser identifi cadas de modo a favorecer o desenvolvimento local. O método adotado na pesquisa é o dedutivo. O assunto está distribuído nas seguintes partes: Aspectos gerais da ter-ritorialidade de fronteira (fatores de desenvolvimento local, sustentabilidade, presença militar); Formação territorial da fronteira oeste; e Realidade territorial atual de Forte Coimbra. Os dados relativos a esses tópicos foram obtidos por meio de

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revisão bibliográfi ca. As demais partes do artigo, conforme listadas a seguir, foram elaboradas por meio de revisão biblio-gráfi ca e experiências do autor absorvidas em visitas àquela distante e isolada comunidade de fronteira nos anos anterio-res: Potencialidades estruturais da comunidade (patrimônio histórico-cultural e ambiental e infra-estrutura em transporte, energia, educação e saúde); Potencialidades humanas para atu-ar junto ao patrimônio histórico e ambiental local; e Potencia-lidades institucionais, civil e militar para apoio às atividades da comunidade. Os resultados da presente pesquisa são par-ciais, devido a estarem em andamento por meio de pesquisa de campo a atualização e confi rmação dos dados apresentados em atenção ao Cronograma de Execução do projeto da referida Dissertação de Mestrado.Palavras-chave: Desenvolvimento Local; sustentabilidade; presença militar; territorialidade; fronteira.

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IV Seminário: Povos indígenas e sustentabilidade 189

SIMPÓSIO TEMÁTICO 7:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DA LÍNGUA INDÍGENA NA EDUCAÇÃO

A CULTURA GUARANI E A INQUIETAÇÃO DIANTE DA LÍNGUA PORTUGUESA

Hemerson Vargas Catão (SED/ CEFPI/ÁRA VERÁ); Raimundo Vogarin (UFGD/Teko Arandu)

Resumo: Esta comunicação tem por objetivo confrontar al-gumas inquietações e debates acerca do interesse na aprendi-zagem da língua portuguesa ou o karai ñe’ẽ expressado por pais e membros das comunidades indígenas de Dourados. Este trabalho é fruto do acompanhamento das questões da educação escolar indígena, do diálogo com as pessoas da comunidade e de pesquisas com relação às questões lingüísticas na comu-nidade. Esta comunicação é pautada em sua metodologia de trabalho na cooperação entre os saberes tradicionais Guarani e Kaiowá com a sociedade envolvente. A escola é marco de contradições culturais: alguns pais preferem o ensino da língua portuguesa ao da língua guarani.Palavras-chave: Cultura Guarani; língua materna; ensino de Língua Portuguesa; diálogos com os pais.

A GARANTIA DO ENSINO DA LÍNGUA TERENA E ARTES E CULTURA TERENA NO MUNICÍPIO

DE AQUIDAUANA

Arcenio Francisco Dias (UFMS)

Resumo: Neste artigo iremos apresentar o ensino da Língua Terena e Artes e Cultura Terena no município de Aquidaua-na, os processos da criação da educação escolar indígena e a construção das ementas curriculares. A Educação Escolar In-

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dígena no Município de Aquidauana foi criada de acordo com a Lei Municipal nº 1.701/99, que altera a denominação das escolas incluindo o termo “indígena” nas unidades escolares localizadas nas aldeias do município. A partir da instituição do Setor de Educação Indígena dentro da Gerência de Educação Municipal, abre-se oportunidade para construção das ementas curriculares da Língua Terena e Artes e Cultura Terena no En-sino Fundamental. Outro trabalho foi a elaboração de subsídio para todas as escolas do município de Aquidauana, referente à Lei nº 11.645/2008. Diante disso, ainda estão em constru-ção: a Política de Educação Escolar Indígena no município de Aquidauana, discussão sobre a Formação Diferenciada para professores indígenas e a produção de materiais didáticos na Língua Terena e Artes e Cultura Terena. Palavras-chave: Língua Terena; artes e cultura Terena; escola indígena.

A INSERÇÃO DA LÍNGUA INDÍGENA MAKUXI NO CURRÍCULO ESCOLAR DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Pâmela Andrade Vasconcelos (UFRR)

Resumo: A presente comunicação objetiva apresentar alguns dados iniciais do projeto pedagógico “A língua indígena na escola”, que tem como objetivo geral valorizar a língua e a cultura Macuxi, a qual está presente na cultura do estado de Roraima. O projeto tem como objetivo específi co mostrar aos alunos a importância da língua indígena Macuxi no estado de Roraima, valorizar a língua, por meio do ensino, despertar no aluno o interesse pela língua e cultura macuxi, analisar a me-todologia utilizada pela escola quanto ao ensino da mesma, apontar meios para a inclusão do estudo da língua no currí-culo escolar. Será utilizado como referencial teórico, as Dire-trizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena, os Parâmetros em Ação de Educação Escolar Indígena, ambos

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propostos pelo Governo Federal, assim como Maria Cândida Barros, Emanuele Amódio e Vicente Pira, entre outros. Essa proposta justifi ca-se pela importância língua Macuxi, princi-palmente para o estado de Roraima, que é permeado por povos Makuxis, bem como ao fato da desvalorização da mesma. A problemática deste trabalho baseia-se no fato de que a língua indígena não é valorizada, ou pelo menos deixada de lado, o que é incoerente ao se observar a realidade do estado de Ro-raima que tem grande parte da sua população composta por indígenas e descendentes. A partir deste problema, pretende--se propor mecanismos que auxiliem a valorização da língua Makuxi como inserção no currículo escolar. Palavras-chave: Língua indígena; Makuxi; currículo escolar; ensino fundamental.

ALFABETIZAÇÃO NA LÍNGUA TERENA: UMA CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E SIGNIFICADO

DA IDENTIDADE TERENA DA ALDEIA CACHOEIRINHA, MIRANDA/MS

Maria de Lourdes Elias Sobrinho (UCDB)

Resumo: Esta pesquisa está inserida na Linha de Pesquisa 03: Diversidade Cultural e Educação Indígena, PPGE/UCDB, têm como objetivo analisar a alfabetização na Língua Terena, dis-cutindo a construção de sentido e signifi cado a partir de uma experiência realizada, no 1º ano do Ensino Fundamental na aldeia Cachoeirinha no ano de 2007. Para fazer a análise foram coletados depoimentos dos velhos, professores indígenas Te-rena, alunos, pais que participaram do projeto: Yuhó´ikoti yoko Yutóxoti ya Emó´u Terena (Ler e escrever na Língua Terena). De acordo com o resultado preliminar de minha pesquisa, é possível perceber que a Língua Terena é meio de socialização entre nós Terena construindo sentidos e signifi cados na cosmo-visão Terena, promovendo afi rmação da identidade. A pesqui-sa aponta também que alfabetizar criança na língua materna é

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um grande desafi o, pois a mesma encontra impasses politica-mente por não reconhecer a sua relevância na construção do pensamento e do conhecimento. Palavras-chave: Língua Terena; identidade; alfabetização.

INSERÇÃO CURRICULAR DA LÍNGUA TERENA E INTERCULTURALIDADE NA ALDEIA BANANAL,

AQUIDAUANA, MS

Dalila Luiz Cândido (UCDB); Adir Casaro Nascimento (UCDB); Neimar Machado de Sousa (UCDB)

Resumo: Este texto é parte integrante da Dissertação do Mes-trado em Educação da Linha 3: Educação Indígena e Intercul-turalidade, PPGE/UCDB, turma 2011, vinculando ao Projeto de Pesquisa: “O Fortalecimento da Língua Indígena Como Identidade: Refl exões a partir da Escola Municipal Indígena- Da Aldeia Bananal”. O objetivo da pesquisa é refl etir sobre a valorização do uso da escrita da língua indígena no processo do ensino-aprendizagem e assim fortalecê-la como identidade étnica da criança indígena Terena da Aldeia Bananal, localiza-da no município de Aquidauana, - refl exão a partir da Escola Municipal Indígena Pólo “General Rondon”, buscando escla-recer o papel da escola frente o ensino da língua materna. A pesquisa parte de duas grandes perguntas: quais são os meios utilizados para que a Escola valorize a língua no processo de ensino aprendizagem das crianças indígenas? Como a comu-nidade vê o ensino da língua no contexto escolar? Partindo dessas duas perguntas, iremos analisar textos que narram sobre o ensino na língua, principalmente através das entrevistas com a comunidade escolar e comunidade em geral, como; pais, alu-nos, professores, funcionários. Partindo dessas refl exões é que analisaremos os referenciais teóricos sobre a importância do uso da língua nesse processo. Um Povo que precisa manter e valorizar o seu modo de ser e de viver, principalmente o quê o identifi ca como Terena. E, assim, um dos desafi os enfrentado

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pelos professores e educadores ao construir a Educação Esco-lar Indígena terena de Bananal, na luta para o fortalecimento e valorização de suas raízes, é a língua.Palavras-chave: Educação escolar indígena; educação bilín-gue; identidade étnica.

UMA DISCUSSÃO SOBRE O USO DA ORTOGRAFIA POR ESTUDANTES E PROFESSORES DA ALDEIA

TE’YIKUE

Renata Castelão (UFGD); Marcos Lúcio Góis (UFGD)

Resumo: A Língua Guarani, que, antes de ser sistematizada pelos jesuítas, não era escrita, assim como outras línguas, indí-genas ou não, assimilou uma enorme variedade de vocábulos advindos da invasão cultural em face da colonização. O Povo Guarani conheceu a forma escrita de sua língua pelas mãos dos Espanhóis, de maneira muito insufi ciente, já que os colo-nizadores intentaram representar o Guarani tendo como base o alfabeto Espanhol, assim como seus sons, o que resultou em muitas divergências. Porém, após franciscanos e jesuítas, vie-ram os fi lólogos, que começaram a modelar a Língua Guara-ni, estudando sua morfologia e sintaxe, elementos muito mais ricos que a sua grafi a. Com a chegada da escola nas aldeias Guarani, também chegou a escrita, o que era do conhecimen-to apenas dos não-índios. Os Guarani e Kaiowá se depararam com a escrita de sua língua a partir da visão dos estudos de não-índios, o que demonstrou divergências entre os estudiosos no que diz respeito à grafi a das palavras. Isso se evidencia nos seguintes exemplos: enquanto os Kaiowá escrevem nhande-járy (deus), hery (nome), okẽmy (na porta), os Guarani regis-tram, respectivamente, ñandejara (deus), héra (nome), okẽme (na porta). A ortografi a é, pelo que se observa, levemente di-ferente, e, embora haja, em cada par, variações de um mesmo morfema, para os Guarani e Kaiowá, elas marcam diferenças identitárias entre os grupos. Este trabalho objetiva mostrar, en-

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fi m, algumas diferenças na ortografi a de Língua Kaiowá e da Língua Guarani, como também mostrar que essas distinções revelam a identidade de quem escreve. Palavras-chave: Ortografi a; Guarani e Kaiowá; Aldeia Te’Yikue.

VARIAÇÕES DA LÍNGUA GUARANI NA RESERVA DE AMAMBAI

Maria De Lourdes Cáceres Nelson (Aldeia Amambai); Veronice Lovato Rossato (SED/MS)

Resumo: Este trabalho, fruto de uma pesquisa apresentada como conclusão do curso Licenciatura Indígena Teko Aran-du/UFGD, em 2011, trata das variações da língua Guarani na reserva de Amambai/MS. Uma mesma palavra é falada dife-rente, dependendo da etnia, da geração e do grupo social. Es-tas diferenças são, muitas vezes, motivo de discriminação e preconceito entre os grupos. Pode-se dizer que a língua falada pelos Guarani e Kaiowá hoje virou um “jopara”, mistura de Guarani com Espanhol Paraguaio, principalmente entre os jo-vens. Este fenômeno está fazendo com que a língua indígena perca sua originalidade e comece, de fato, a correr um sério risco de sustentabilidade. Mas, apesar das diferenças e dos em-préstimos, a Língua Guarani está viva e, para continuar viven-do, é preciso alimentar suas raízes. O objetivo de levantar as variações da Língua Guarani tem em vista valorizar suas dife-renças, prestigiando a fala dos velhos, incentivando os mais jo-vens a usá-la e estudá-la, ampliando, também, o conhecimento e o repertório verbal dos professores e alunos, como forma de sustentá-la enquanto patrimônio imaterial do povo Guarani e Kaiowá. A pesquisa mostrou que nas famílias onde há pessoas mais velhas e onde as crianças ainda não foram para a escola, estas ainda falam do jeito tradicional dos avós. As que vão para escola ou participam de outros grupos sociais aprendem outras variações, criam gírias. Os Guarani são os que mais buscam

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novos modos de falar. O preconceito lingüístico era grande há alguns anos, mas com a valorização da língua indígena na es-cola, hoje o respeito pelas diferenças é maior, embora ainda haja um grande deslocamento linguístico, facilitado pela pró-pria escola e meios de comunicação. Palavras-chave: Variações linguísticas; Guarani e Kaiowá; língua Guarani; gerações.

VARIAÇÕES LEXICAIS DA LÍNGUA GUARANI USADAS NO CONE SUL DO MS

Delfi no Borvão (Aldeia Limão Verde); Veronice Lovato Rossato (SED/MS)

Resumo: Este trabalho, apresentado para a conclusão do curso de licenciatura Indígena Teko Arandu/UFGD, em 2011, bus-cou levantar mudanças na Língua Guarani, principalmente quanto ao processo de criação de neologismos e de emprésti-mos. Minhas fontes foram as palavras coletadas na aldeia Li-mão Verde, entre os alunos de 6º ao 9º anos da escola, caciques e lideranças, na cartilha “Luz para Todos”, bem como através da escuta informal. Existem palavras novas, criadas como “gí-rias” no próprio idioma e estas precisam ser catalogadas. Há também palavras e conceitos do mundo atual que não existem em Guarani, e que estão, simplesmente, sendo emprestadas do Espanhol ou do Português. É importante aumentar o corpus da língua, obedecendo ao que a política linguística do povo tem estabelecido, para que a língua da Nação Guarani não desapa-reça. Para este trabalho foi necessário descobrir o signifi cado de cada vocábulo ou expressão das outras línguas ou da pró-pria língua, no campo semântico e morfológico. Palavras-chave: Língua Guarani; variações linguísticas; es-cola indígena.

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EMPRÉSTIMOS NA FALA EM GUARANI NA ALDEIA DE CERRITO

Edvaldo Nunes (UFGD); Cândida Graciela Chamorro (UFGD)

Resumo: O tema desta pesquisa é o empréstimo lexical na al-deia de Cerrito. Para o levantamento de dados, foi aplicado um questionário com os empréstimos mais usados nas falas dos mais jovens. O questionário foi aplicado primeiramente a dez pessoas de 13 a 16 anos e depois a nove pessoas acima de 60 anos. O objetivo era verifi car a ocorrência desses empréstimos nessas duas faixas etárias. Destacando o vocabulário relativo a parentesco, a pesquisa mostrou que os termos em espanhol, como “Hermano, hermana, aguelo, aguela, tio, tia, sov(b)rino, sov(b)rina, primo, prima”, e em português, como “mãe, vovô e pai” são falados sobretudo pelos jovens, o que sugere a interação deles com falantes do Guarani Paraguaio. Apenas três dos 10 jovens usam termos de parentesco mais simples em guarani, como “Che Sy, Che Ru, Che túva, Che ryvy, che reindy, Machu, Che rovaja”, e que 4 deles usam a expressão híbrida português-guarani vovô guasu para nomear seu bisa-vô. Os termos mais complexos do guarani só são usados pelos maiores de 60 anos. Sem equivalentes no Espanhol ou Portu-guês, esses termos servem para especifi car a posição da pes-soa que fala em relação a irmãos e irmãs, tios e tias, primos e primas, sobrinhos e sobrinhas, aclarando se são mais novos ou mais velhos, se maternos ou paternos e se homem ou mu-lher. É o caso de “tyke’ýra, tyvýra, kypy’y, tykéra, Tyke’yrave, Tyvyrave”; “Che Ru ryke’y, che Ru ryvy, Che sy ryke, che sy ky kypy’y, Tykérave Kypy’yve, Nde ryke”; de “Che ryke’y ra’y, Che reindy memby, Che sy ryke memby, Che ryke’y ra’y”, etc. O resultado pode indicar uma ruptura geracional, ou seja, que a fala dos mais velhos não está sendo passada para a geração mais jovem, e uma deterioração da família extensa na localida-de, ou seja, que os termos que especifi cam os graus de paren-tesco perderam importância porque as relações de parentesco mesmo fi caram menos importantes.

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Palavras-chave: Empréstimo linguístico; nomes de parentes-co; língua Guarani.

O EMPRÉSTIMO LINGUÍSTICO NA ALDEIA DE PORTO LINDO

Maciel Vilhalva (UFGD); Cândida Graciela Chamorro (UFGD)

Resumo: O presente estudo teve como objetivo identifi car o uso de empréstimos na fala de índios guarani da aldeia de Por-to Lindo. Nessa pesquisa, consideramos apenas o campo se-mântico de nomes que designam partes do copo humano, pois acreditamos que o conjunto de palavras que forma esse campo semântico, por fazer parte do vocabulário básico de uma lín-gua, seria menos passível de empréstimo. Ou seja, é esperado que em uma determinada língua não seja preciso tomar em-prestado de outra língua palavras que nomeiam partes do cor-po humano, pois cada língua tem os seus próprios nomes para realizar as designações necessárias. Sabemos, porém, também que o que se toma emprestado de uma língua pode estar con-dicionado ao grau de contato que possibilita a realização desse fenômeno. Partindo desses pressupostos, verifi quei, através de questionários aplicados a dois grupos da pesquisa, que existem palavras pertencentes ao vocabulário tradicional da Língua Guarani que os mais jovens desconhecem os seus signifi ca-dos, pois já foram substituídos por outras palavras naquilo que chamamos de vocabulário atual. A pesquisa foi realizada com um grupo de falantes com mais de 50 anos e com outro gru-po formado apenas por estudantes da Escola Indígena Tekoha Guarani da aldeia de Porto Lindo. Os resultados da pesquisa apontam para o conhecimento guardado com os mais velhos a respeito de um vocabulário que muitos dos jovens já não uti-lizam, favorecendo a substituição de algumas dessas palavras por termos em Português e em Espanhol. Esse estudo acaba re-acendendo a questão do empréstimo em línguas minoritárias, estimulando a refl exão sobre as consequências que uma língua pode sofrer a partir do momento em que os falantes priorizam

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em suas conversas no, dia a dia, palavras originárias de línguas majoritárias que convivem lado a lado com a língua indígena em questão.Palavras-chave: Empréstimos linguísticos; nomes de partes do corpo humano; contato linguístico.

MAPEAMENTO DA LÍNGUA TERENA DA ALDEIA ALDEINHA, ANASTÁCIO/MS

Evelin Tatiane da Silva Pereira (CPAQ/UFMS); Margareth Fialho Candido (CPAQ/UFMS); Elisangela Castedo Maria (CPAQ/UFMS); Elisangela Castedo Maria (CPAQ/UFMS)

Resumo: O presente trabalho relata os resultados de uma in-vestigação que tem por objetivo principal averiguar a causa da miscigenação dos indígenas com os não índios, assim adqui-rindo novos hábitos e deixando de lado seus costumes tradicio-nais, levando ao abandono da Língua Terena pelos moradores da Aldeia Aldeinha. O ponto inicial são os jovens dessa comu-nidade de onde vem maior desinteresse ao ato de incentivar/cultivar suas tradições. A pesquisa pretende levantar as princi-pais causas que levaram esses indígenas à desistência do hábi-to de usar a Língua Terena e formas de revitalizar e fortalecer a Etnia, pois se a língua morre, não seria somente ela, mas sim toda uma história de um povo. Visa também às perspectivas de vida na Aldeia, localização e outras formas de usar a Lín-gua Terena, já que com o avanço da urbanização e o aumento de pessoas não indígenas dentro da Aldeia, os jovens se inte-ressam mais por tecnologias, entre outras coisas, deixando de lado a tradição da Aldeia Aldeinha. Foi averiguado também que somente os indígenas mais antigos falam corretamente a Linguagem Terena e cobram a falta de interesse dos indíge-nas mais jovens, pois eles teriam que continuar a passar essa língua para seus fi lhos, entre outros. Esse fato se caracteriza como uma preocupação atual e futura para as lideranças indí-genas e para essa nova geração que está surgindo, pois tem que

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haver medidas extremas e rápidas para tentar amenizar essa falta do uso da Língua Terena.Palavras-chave: Urbanização; revitalizar; língua Terena.

UMA ANÁLISE DOS EMPRÉSTIMOS DO PORTUGUÊS NO GUARANI-KAIOWÁ UTILIZADOS

POR ESTUDANTES DO 9º ANO DA ESCOLA ÑANDEJARA PÓLO – ALDEIA TE’YIKUE

Elizabete Fernandes; Marcos Lúcio Góis

Resumo: A aldeia Te’Yikue localiza-se no município de Caa-rapó, no Estado de Mato Grosso do Sul, cuja população é for-mada, em sua maioria, por Kaiowá, e uma minoria de Guarani. Essa região, assim como boa parte do Estado de MS, esteve isenta de intensos processos colonizadores até o começo do século XX e, por isso, os Guarani e Kaiowá se mantiverem distantes dos grandes problemas decorrentes da colonização. Contudo, no século XIX e até as duas primeiras décadas do século XX, grande parte dos territórios Guarani e Kaiowá foi alvo de veemente mobilização exploratória da erva mate. Mais tarde, nos anos 1940, a mesma região recebeu o programa da Colônia Agrícola Nacional (CAND), que trouxe novos atores para região. Nesse cenário, os Guarani e os Kaiowá precisaram estabelecer, no que diz respeito ao comércio e à mão-de-obra, novas relações com os não-índios. Com o passar do tempo, esses laços se estreitaram e novos elementos entraram nas al-deias, tais como a escola, o posto médico, o rádio, a televisão, o computador, a Internet; e isso acabou por interferir também na língua materna dos Guarani e Kaiowá. É nesse cenário que se localiza este trabalho, que objetiva mostrar os resultados de atividades de pesquisa desenvolvidas durante o ano de 2010. A pesquisa investigou aspectos relacionados ao emprésti-mo linguístico utilizado por estudantes do 9º ano da Escola Ñandejara Pólo, localizada na Aldeia Te’Yikue. Objetivou-se compreender a natureza desse empréstimo, buscando tornarem

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evidentes as palavras mais comuns, os sentidos corresponden-te em Guarani, etc., para depois propor, em outro momento, alternativas de ensino na esperança de amenizar o uso indiscri-minado de palavras portuguesas entre os estudantes indígenas. Para que pudéssemos desenvolver este estudo, trabalhamos a partir de textos escritos por estudantes Kaiowá do 9º ano, da escola Ñandejara, falantes de Guarani. Com a refl exão produ-zida, a comunidade terá condições de conhecer e sentir que a língua, tanto no falar quanto no escrever, é uma identidade que deve ser fortalecida no seu tekoha.

Palavras-chave: Empréstimos linguísticos; Língua Guarani; Língua Portuguesa.

O KAIOWÁ E O GUARANI DE MS: UMA CONTRIBUIÇÃO AOS ESTUDOS

HISTÓRICO-COMPARATIVOS DA FAMÍLIA LINGUÍSTICA TUPI-GUARANI

Andérbio Márcio Silva Martins (UFGD/LALI-UnB)

Resumo: No presente trabalho, temos como objetivo apresen-tar uma proposta de pesquisa envolvendo o subconjunto I da família Tupi-Guarani. Trata-se de uma contribuição aos estu-dos histórico-comparativos já produzidos no âmbito da família em questão, já que os trabalhos desenvolvidos nessa área aca-baram não incluindo dados lexicais e fonológicos das línguas Kaiowá e Guarani (Nhandéva), ambas faladas na região sul do Estado de Mato Grosso do Sul. Na pesquisa, que se encontra em andamento, estamos adicionando itens lexicais do Kaiowá, coletados na aldeia Panambizinho, e do Guarani, extraídos do dicionário organizado por Cecy (2008). Esses dados serão in-seridos em uma lista comparativa já existente e que, por sua vez, envolve um grande número de línguas Tupi-Guarani. A ideia é realizar uma análise comparativa desses novos dados com os dados das outras línguas do sub-ramo I e com as for-mas já reconstruídas para a família Tupi-Guarani. Dessa ma-

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neira, será possível identifi car os processos fonológicos que culminaram em mudanças nos sistemas fonológicos das duas línguas em análise (Kaiowá e Guarani-Nhandéva) e traçar as mudanças lexicais ocasionadas pelo contato linguístico com outros povos. Em seguida, os resultados encontrados permiti-rão ensaiar uma organização interna do sub-ramo I da família Tupi-Guarani e, na medida do possível, apresentaremos o grau de afi nidade genética do Kaiowá e do Guarani com outras lín-guas que pertencem ao mesmo sub-ramo.Palavras-chave: Família Tupi-Guarani; Kaiowá; Guarani; linguística histórica; método histórico-comparativo.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 8:SABERES TRADICIONAIS E FORMAÇÃO

ACADÊMICA NO ÂMBITO DA IDENTIDADE E ORGANIZAÇÃO SOCIAL INDÍGENA

ALGUNS ASPECTOS CULTURAIS DOS TERENA

Eder Alcântara de Oliveira; Vera Lúcia Ferreira Vargas

Resumo: O presente texto tem por objetivo contextualizar parte da história dos índios Terena, especifi camente a que está relacionada com a dança Kipaé, também conhecida como dança do bate pau entre os não índios. A pesquisa em questão se deu na sua maioria na aldeia Buriti, que esta localizada na Terra Indígena Buriti, no município de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia em Mato Grosso do Sul, que compreende atual-mente nove aldeias, sendo elas: Buriti, Córrego do Meio, Água Azul, Lagoinha, Barrerinho, Oliveira, Recanto, Olho D’Água e Terreré. Em um primeiro momento era uma pesquisa vincu-lada ao Programa Rede de Saberes da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, que logo após o seu início também se tornou pesquisa de iniciação cientifi ca pela mesma Instituição de Ensino. Palavras-chave: Cultura; povo Terena; dança do bate pau.

DO ÍNDIO AO BUGRE?

Wanderley Dias Cardoso (PUC-RS/UFMS Aquidauana)

Resumo: O presente trabalho discute a idéia concernente a pro-blemática dos índios Terena enquanto sociedade indígena que, apesar de assumir novos elementos na sua cultura, mantém sua identidade étnica e desafi a o mundo acadêmico contemporâneo em relação ao como explicar seu trajeto histórico, político e os limites de sua interação com outras sociedades, índias ou não. No prefácio do livro Do Índio ao Bugre (CARDOSO DE

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OLIVEIRA, 1976) a afi rmação de Darcy Ribeiro poderia nos levar à idéia que o Povo Terena estava sujeito a compromete-dora descaracterização étnica, abandonando suas característi-cas culturais próprias, absorvendo cada vez mais as culturas do entorno regional. Porém, a dinâmica cultural Terena tomou rumo diferente da indicação do referido livro. A nova organiza-ção social, econômica e principalmente política estabelecida no seu território tradicional têm obrigado o Terena ao ajustamento a uma conjuntura bastante adversa, mas não o tornou menos índio mesmo que tendo acesso a mais moderna tecnologia ou faça empréstimos culturais e políticos de outros povos. Palavras-chave: Índio Terena; interação social; política indi-genista.

O DIREITO INDIGENISTA EM FOCO: ENTRE O DIREITO POSITIVO E O DIREITO

CONSUETUDINÁRIO INDÍGENA

Luiz Henrique Eloy Amado; Simone Eloy Amado

Resumo: “A uma sociedade que não é una, não pode correspon-der um único Direito”. Esta é uma frase que podemos iniciar a discussão. O Estado Brasileiro é formado por povos de dife-rentes línguas, culturas, organização social e, com certeza, por um sistema interno próprio de resolver seus próprios confl itos, e é chegada à hora de aproveitar a passagem dos acadêmicos indígenas no Curso de Direito e trazer esse debate para dentro da academia, aproximando também o direito das comunidades indígenas. Oportunidade ímpar foi o encontro temático de Di-reito, promovido pelo Programa Rede de Saberes: Permanência de Indígenas no Ensino Superior, que teve por objetivo trazer à tona a discussão de relação de pertinência entre o direito po-sitivo brasileiro e o direito consuetudinário indígena. Com a promulgação da Constituição de 1988, quebra-se o paradigma etnocentrista baseado na premissa da integração dos diversos grupos indígenas à cultura derivada de um único Etho. Sob a

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égide da nova Carta Magna, os Povos Indígenas tiveram no ca-pítulo VIII intitulado “Dos Índios”, reconhecidos direitos espe-cífi cos, complementando as garantias fundamentais a todos os cidadãos brasileiros dispostas no art. 5º da CF/88. Pesquisando doutrina mais autorizada sobre o assunto, vimos a afi rmação que “a Constituição de 1988 reconhece aos índios o direito de ser índio, de manter-se como índio, com sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições. Além disso, reconhece o direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Esta concepção é nova, e juridicamente revolucionária, porque rompe com a repetida visão integracionista. A partir de 5 de ou-tubro de 1988, o índio, no Brasil, tem o direito de ser índio”. A visão integracionista que antes permeava as concepções sobre o índio, a partir de 1988, cede lugar a uma nova concepção, desta feita como sujeito de direitos comuns e específi cos que lhe garantem pleno exercício de cidadania. Assim, a aplicabi-lidade do direito consuetudinário tornou-se possível graças ao assentamento da identidade pluriétnica do Brasil, conquista-da com a CF/88 e o conseqüente reconhecimento do direito consuetudinário como parte integrante da cultura indígena e, portanto indispensável para preservação de sua organização so-cial. Desta forma, vamos desenvolver neste trabalho algumas refl exões sobre o direito indigenista, dialogando sempre com o direito positivo e o direito costumeiro e, principalmente sob a visão de operadores de direito indígenas. Palavras-chave: Direito indigenista; direito positivo; direito consuetudinário.

A ALDEIA DO LIMÃO VERDE E A POLÍTICA INDIGENISTAS DO SPI (SERVIÇO DE PROTEÇÃO

AOS ÍNDIOS), CRIADO EM 1910 E EXTINTO EM 1967

Valdevino Cardoso

Resumo: Nesse estudo são apresentados resultados de pes-quisas que tiveram como objetivo o estudo da formação da aldeia Limão Verde, localizada no município de Aquidauana,

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e a política indigenistas do SPI (Serviço de Proteção aos Ín-dios), criado em 1910 e extinto em 1967. A pesquisa procura, em primeira instância, analisar as políticas indigenistas prati-cadas pelo SPI, que teve como principal objetivo civilizar e in-tegrar os indígenas à sociedade nacional, recorrendo ao poder tutelar. Para isso foram investigadas as práticas políticas que este órgão implementavam na referida comunidade indígenas e que não atendiam as necessidades dos índios Tereza da aldeia Limão Verde. Fontes orais, bibliográfi cas e documentais refe-rentes ao SPI, arquivados no Centro de Documentação Teko Arandu/NEPPI/UCDB, indicam que os Terenas da aldeia Li-mão Verde, para manterem vivos seus sistemas, seja no âmbito cultural ou social e político, buscaram formas alternativas de interagir frente à política do SPI, contrariando a política indi-genista praticada na época. Relatos de anciãos (velhos indíge-nas), bem como documentos bibliográfi cos, dão conta de que o SPI, apesar do rótulo de Proteção, pouco ou nada fez para que os indígenas pudessem sobreviver em seus territórios. Não agiram em favor da comunidade, nem mesmo nos casos de invasões por parte de fazendeiros nas áreas já há muito tempo ocupadas por indígenas da referida aldeia.Palavras-chave: Aldeia Limão Verde; política indigenista; SPI.

MITOS QUE IDENTIFICAM O POVO GUARANI E SEU REFLEXO NAS FAMÍLIAS DA ALDEIA PIRAJUÍ

Valentin Pires; Nely Aparecida Maciel

Resumo: A motivação para realizar essa pesquisa é devida ao enfraquecimento da relação familiar entre pai, mãe e fi lhos. Há falta de diálogo entre as pessoas da família. A mídia transmite silenciosamente os valores de consumo. A maioria dos pais de família Guarani da aldeia Pirajui está sendo obrigada a deixar a responsabilidade de educação das crianças e jovens para a escola, não acompanhando a educação geral dos fi lhos. Muitos pais deixam seus fi lhos para trabalhar nas usinas de cana-de-

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-açúcar e a mulher não dá conta da responsabilidade da educa-ção dos fi lhos sozinha. Em conseqüência, os fi lhos se tornam jovens desorientados. Por isso, existe a necessidade de forta-lecimento dos valores culturais, territoriais e cosmológicos da Cultura Guarani através da Educação Indígena. Acredita-se que este trabalho possa contribuir no fortalecimento cultural e espiritual entre as famílias da aldeia. O objetivo é compreender o Mito de Origem do homem Guarani e seu refl exo nos dias atuais entre as famílias Guarani na aldeia Pirajuí. Para desen-volver o trabalho utilizei o método de história oral com diver-sos indígenas da aldeia, principalmente pessoas mais idosas.Palavras-chave: Família Guarani; mito de origem; território.

LEVANTAMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA INDÍGENA NA

ALDEIA TE´YIKUE

Rodinei Ramires Marques; Nely Aparecida Maciel

Resumo: A aldeia Te’ Yikue está localizada no município de Caarapó, Mato Grosso do Sul. Foi reservada no período do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). A economia da população está voltada à criação de pequenos animais, roça em volta da casa e a maioria trabalha fora da aldeia. Antes do surgimento do SPI, os indígenas viviam em grupo de famílias, com os ca-ciques. Estes repassavam todos os conhecimentos para sua fa-mília. Após o SPI, iniciou-se uma nova forma de organização política em relação às lideranças, a agricultura e a família ex-tensa. Criaram-se grandes expectativas a respeito da liderança. Durante esse período, e até hoje, muitas lideranças passaram a comandar essa aldeia e cada uma com sua própria política. A li-derança se tornou um foco principal dentro da aldeia, porém os que tiveram seu mandato não deixaram escrito no papel como funcionavam suas regras dentro da aldeia; tudo era colocado através do diálogo. O objetivo é registrar a história da organi-zação social e política indígena na aldeia Te’ Yikue. A pesqui-

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sa é metodologicamente animada com o intuito de conhecer e entender melhor a realidade do povo da aldeia durante o pe-ríodo de 1970 a 2010. Os estudos foram realizados através de pesquisa bibliográfi ca. A oralidade possibilitou compreender o momento histórico vivido pelas lideranças, como também levantar a memória e a experiência das pessoas mais velhas. Conseqüentemente, novos documentos escritos passam a exis-tir. Nesse sentido, as entrevistas permitiram instruir um novo campo documental de informações podendo comparar a polí-tica do período descrito e a conjuntura política atual na aldeia. Palavras-chave: Liderança; política; Aldeia Te’ Yikue.

ORGANIZAÇÃO FAMILIAR ANTIGA E ATUAL DO KAIOWÁ DA RESERVA AMAMBAI

Junior Moreira Cavalheiro; Veronice Lovato Rossato (SED/MS)

Resumo: Os livros de história contam que, antigamente, mui-tas famílias indígenas se organizavam fazendo grupos grandes e moravam numa casa gigantesca. Os objetivos desta pesquisa, feita como trabalho fi nal do Curso Normal Médio Ára Verá, em 2010, foram: descrever os modos de convivência das famí-lias e a forma de se organizarem nessas moradas; desvendar, através da história oral, até quando a comunidade da aldeia de Amambai vivia em casas grandes e como era essa convivên-cia; descobrir por que, com a virada do milênio, esse modo de viver juntos acabou. Para realizar o trabalho, foram feitas entrevistas com pessoas mais velhas que moravam em casas grandes; pesquisa em livros; fotografi as e desenhos das casas atuais e antigas; elaboração de um mapa da organização Gua-rani e Kaiowá dentro do território. Descobri que a parentela grande do povo Guarani e Kaiowá morava, de fato, numa casa grande todos juntos. Só que os livros não contam que esse tipo de vida acabou, que as famílias hoje estão desestruturadas e que a óga pysy já não existe mais do mesmo jeito. Também não mostram por que essa forma de organização acabou, que

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vivemos agora confi nados, toda parentela esparramada, por-que a família grande já não tem mais condições de se susten-tar apenas com um pedacinho de terra ou com nenhum. Essa forma de moradia fi nalizou em 1965 e a última casa durou até a virada do milênio. A desestruturação das famílias teve con-sequência não só na desunião das famílias, na educação das crianças, e o esparramo das famílias acabou infl uenciando para a contaminação da língua Guarani e dos costumes do povo. Este trabalho poderá ajudar as escolas pois, quando os alunos estudarem História, já terão em mãos a história dos seus pais e avós e entender o que está acontecendo com eles. Palavras-chave: Guarani e Kaiowá; organização familiar; Re-serva Amambai; óga pysy.

RELIGIOSIDADE INDÍGENA GUARANI E KAIOWÁ NA ALDEIA JAGUAPIRÉ

Adão Ferreira Benites; Protásio Langer.

Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido na aldeia Ja-guapiré, município de Tacurú, Mato Grosso do Sul. O objetivo da pesquisa foi compreender a infl uência da religiosidade Gua-rani e Kaiowá na luta pela terra. Para alcançar as metas foram realizadas entrevistas com os rezadores, as lideranças e outros anciãos. Abordou-se a importância do ritual religioso tradicio-nal jeroky na vida dos membros das famílias Guarani-Kaiowá, realizado em diferentes espaços e tempos por líderes religiosos ñaderu. O tekoha Jaguapiré foi recuperado através de grandes encontros de rituais religiosos jeroky guasu coordenados por lideranças religiosas de diversas famílias extensas do tekoha guasu da bacia do rio Iguatemi e Ypyta. Houve resistência por parte das famílias Vargas-Ximenes e Romeiro-Benites que lu-taram por sua recuperação ofi cial na década de 1980. Nessa luta pela recuperação de parte deste território, destacaram-se os líderes tamõi rezador Genuário Ximenes e sua esposa To-másia Vargas (fi lha do cacique Metério) e tamõi rezador José

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Benites e sua esposa Emília Romeiro (neta por via paterna do cacique Metério). Estas duas famílias mantiveram-se nos espaços Jaguapiré e Jaguapiré Memby-Jukeri. Os integrantes dessas famílias sofreram três despejos violentos por parte dos fazendeiros. Ao longo do processo de recuperação do anti-go tekoha, as famílias se uniram para resistir religiosamente, realizando com freqüência diversos rituais religiosos jeroky. Defi nitivamente, em maio de 1992 uma parte do território de Jaguapiré foi recuperado. Dessa forma, conclui que os rituais religiosos jeroky eram e são realizados com mais freqüência no território tradicional retomado pelo conjunto das lideranças religiosas das famílias extensas Guarani e Kaiowá. Palavras-chave: Religiosidade; Tekoha Guarani e Kaiowá; Jeroky.

A EXOGAMIA COMO IDENTIDADE COLETIVA NA ALDEIA BEIJA-FLOR I - AMAZONAS

Miriam Martins Freitas (UFAM); Artemis de Araújo Soares (UFAM)

Resumo: A Comunidade Indígena Aldeia Beija-Flor I, loca-lizada no Município de Rio-Preto da Eva, distante 87 km de Manaus, capital Amazonense, possui uma peculiaridade que a distingue entre tantas aldeias indígenas: é constituída por dez etnias que convivem entre si. Ao longo dos seus 31 anos de existência: passou a ter a Exogamia como fator consolidado na aldeia, havendo casamentos entre culturas diferentes e com não índios. O indivíduo, enquanto ser, se constrói socialmente dentro de um espaço-tempo. E de acordo com as suas práticas corporais vivenciadas estabelece uma relação de pertencimen-to coletivo que ultrapassa os limites de sua cultura e invade as demais, levando o indivíduo a criar um sentimento de identi-dade coletiva. Mesmo assim, não podemos deixar de perceber que mesmo adotando práticas corporais de outras culturas, eles não deixam de lado a existência e o fortalecimento de sua pró-

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pria cultura como a língua, a religião e as brincadeiras tradicio-nais, formando uma espécie de teia cultural, onde uma cultura depende da outra para sua manutenção e existência. As práti-cas corporais vivenciadas não só se modifi cam entre si, como também produzem mudanças, tanto corporais quanto sociais. Por fi m, podemos dizer que as práticas corporais se modifi cam em favor de determinadas vivencias culturais e, conseqüente-mente, alteram a forma de ver e sentir o mundo, modifi cando assim a cultura antes existente. Palavras-chave: Identidade coletiva; interculturalidade; práti-cas corporais; teia cultural.

CAMARÁ: UMA HISTÓRIA A SER CONTADA

Marcos Maciel Lima Cunha (UFRR)

Resumo: Este é um estudo histórico da comunidade indíge-na Camará, apresentando os motivos pelos quais se destacou, crescendo e servindo de exemplo em organização social, cul-tural e político. Para isso foram realizadas entrevistas com os moradores mais antigos. Em 1985, na disputa territorial pela homologação da TI Raposa Serra do Sol, a comunidade foi criada com uma pequena infra-estrutura, e a preocupação de organizar uma maneira de trabalhar valorizando a cultura in-dígena e seus modos de produção. Participa do Conselho Indí-gena de Roraima, organização que luta pelos direitos à terra, autonomia e sustentabilidade. Pela forte liderança exercida, foi escolhida para sediar o Centro Regional do Baixo Cotingo. De acordo com os relatos, isso aconteceu devido um respeitado líder que durante a sua vida lutou pelo seu povo e, pouco tem-po depois, assumiu a coordenação desta região. Atualmente, a formação de alunos indígenas no Ensino Fundamental e Mé-dio das mais diversas comunidades vizinhas está alicerçada na cultura tradicional, no uso de adornos, pintura corporal, dan-ças, brincadeiras, dentre outros. Isso mostra os valores ainda vivos dentro da comunidade e traz motivação aos alunos que

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frequentem a escola indígena. Com este trabalho percebemos que, algumas vezes, contamos histórias inventadas, que não retratam nossa história, quando temos em nossas lideranças bibliotecas vivas, conhecedores das questões de nossas terras e comunidades, de como foram construídas as lutas e, con-quistados espaços em meio a sociedade envolvente. Trabalhos como este buscando conhecer e registrar a história das comu-nidades para as gerações futuras, produzindo livros e outros materiais, que poderão ser usados nas escolas indígenas, são fundamentais para o fortalecimento dos povos indígenas. E a participação de acadêmicos indígenas nesse processo é a me-lhor forma de dar voz para os próprios indígenas.Palavra-chave: História; povos indígenas; educação; cultural; Raposa Serra do Sol.

CANOAS E CANOINHAS PAIAGUÁ: GUERRA DE MOVIMENTOS NA AMÉRICA PORTUGUESA

Saulo Álvaro de Mello (Objetivo/Jardim-MS); Wagner Batista Pinheiro (EE Antonio Pinto Pereira/Jardim-MS)

Resumo: As refl exões de Edward Said, exibidas na obra Cul-tura e Imperialismo, sobre os métodos institucionais e cultu-rais, empregados para estabelecer fronteiras hierárquicas entre o Oriente e o Ocidente, ajudam a interpretar as narrativas re-lativas aos nativos de Mato Grosso, como parte do vasto con-junto de representações arbitrárias, construídas pelos europeus para impor a identidade cultural e garantir as vastas possessões coloniais nas Américas. O principal produto das refl exões de Said sobre a exterioridade é a representação, constituída de estilos, fi guras de linguagem, argumentos discursivos, cená-rios, mecanismos narrativos, circunstâncias históricas e so-ciais. Canoas e canoinhas, signo da cultura paiaguá, por vezes transformava-se em morada, numa perfeita harmonia homem--natureza – uma reinvenção de formas de sobrevivências na região pantaneira. O ethos payaguá, foi aquele que melhor

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simbolizou a anfíbia relação homem-água. As representações sobre as redes de relações e vida material dos nativos paiaguá foram determinadas pelos interesses dos grupos que as for-jaram. Esse pressuposto nos ajuda a pensar a identidade ou assimilação cultural, como construção de um discurso sobre a comunidade nativa imaginada pelo colonizador. Os saberes dos paiaguá foram decisivos para a formação da fl otilha de canoas artilhadas, organizada por Antonio Rolim de Moura na luta contra os espanhóis pelo controle das vias navegáveis do Rio Guaporé em 1763. As canoas e canoinhas ameríndias, usa-das para pesca, reconhecimento, transporte de tropas e equipa-mentos, possibilitou a Rolim de Moura desenvolver uma guer-ra de movimentos contra a guerra de posições dos espanhóis. Com este trabalho, pretende-se recuperar através do exame das marcas do passado expressos nos relatos ofi ciais e crônicas, o legado das construções navais indígenas.

Palavras-chave: Mato Grosso Colonial; Paiaguá; canoas ame-ríndias; herança nativa.

UMA LEITURA HISTÓRICA/LITERÁRIA PARA A SALA DE AULA DA OBRA A RETIRADA DA LAGUNA

DE VISCONDE DE TAUNAY

Elisa Maria Balzan (UCDB); Neimar Machado de Sousa (UCDB)

Resumo: Este artigo é parte de uma pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), na Linha 3 - Diversidade Cultural e Edu-cação Indígena, sobre a criação da di ferença na obra A retirada da Laguna, do autor Visconde de Taunay. Com base nesta pes-quisa e com as informações obtidas da análise bibliográfi ca, nosso objetivo é investigar como os índios foram apresentados por Taunay em sua obra. O poder era representado pelo au-tor que, de família européia, mostrou-nos em seus relatos, sua experiência nos campos de guerra (Taunay foi membro do co-

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mando da expedição que invadiu o Paraguai durante a guerra de 1864 a 1870), que serão utilizados aqui como uma leitura didática. Ao invés do livro didático tão discutido hoje, inves-tigaremos os textos de Taunay e as informações a respeito dos indígenas. A metodologia consiste na tentativa de capturar os diálogos que se apresentam nesses relatos, formar uma dis-cussão acerca da diferença que é projetada nos mesmos, imer-gindo e procurando respostas, em como se poderia criar um espaço de leitura na sala de aula, nos dias atuais. Colheremos as informações dos textos de Taunay sobre os Povos Indíge-nas, na abordagem da diferença exibida ou omitida pelo autor, interligando com a construção de novos conceitos, permeando novas discussões e como recurso formador, produzindo novos conhecimentos. As leituras dos Povos Indígenas, levadas para a sala de aula, quando resultado da apreensão pela interpreta-ção de uma obra literária como o é A retirada da Laguna, e como parte da História, é sem dúvida nosso desafi o, na tentati-va de cotejar com educadores e teóricos das áreas dos Estudos Culturais e da Educação.Palavras-chave: Indígenas; Visconde de Taunay; A retirada da Laguna; educação; diferença.

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