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Inventário de Emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e Projeto de Compensação de GEE Transportes Gabardo Ano Inventário 2017 Responsável Técnico: Ricardo Lange Hentschel CRBio: 053075-03D Porto Alegre, 23 de junho de 2018

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Inventário de Emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e Projeto de Compensação de GEE

Transportes Gabardo – Ano Inventário 2017

Responsável Técnico: Ricardo Lange Hentschel

CRBio: 053075-03D

Porto Alegre, 23 de junho de 2018

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Sumário

Apresentação ...................................................................................................................... 3

Introdução ........................................................................................................................... 4

Metodologia ......................................................................................................................... 5

Inventário de Emissões de Gases Efeito Estufa ................................................................ 13

1. Dados do inventário .................................................................................................. 14

2. Limites do Inventário ................................................................................................. 14

2.1. Limites Organizacionais 14

2.2. Limites Operacionais 15

3. Emissões .................................................................................................................. 16

Projeto de Compensação de Gases Efeito Estufa ............................................................. 21

4. Objetivos do Projeto de Compensação ..................................................................... 22

5. Cenário de Referência .............................................................................................. 22

6. Demonstração da Adicionalidade do Projeto ............................................................. 22

6.1. Espécies utilizadas para os cálculos de neutralização de emissões de GEE 28

6.2. Acácia-negra 29

6.3. Avelã 30

6.4. Citrus 31

6.5. Eucalipto 32

6.6. Macadâmia 33

6.7. Noz Pecan 34

6.8. Pitangueira 35

7. Período de acreditação ............................................................................................. 36

8. Riscos e Obstáculos ................................................................................................. 36

9. Cronograma .............................................................................................................. 36

Conclusões e Considerações finais ................................................................................... 38

10. Dados do Responsável Técnico ............................................................................ 39

11. Bibliografia ............................................................................................................ 39

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Apresentação

O Presente documento é composto por duas partes principais: a primeira apresenta

informações sobre o Inventário de Emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e a segunda, o

Projeto de Redução de Gases Efeito Estufa.

A empresa Transportes Gabardo LTDA foi fundada em 1989, e hoje é uma das maiores

transportadoras de veículos do Brasil, atuando em todo território Nacional e América Latina. A

MISSÃO da organização é transportar veículos garantindo sua integridade e cumprindo o prazo

de entrega acordado, através de nossas soluções logísticas.

Contando com 11 unidades e 5 representantes no Mercosul, transportam mais e 210 mil

unidades por ano. A frota é composta por caminhões Prancha, Truck, Carreta e Plataforma,

próprios e de agregados.

Além do seu negócio principal a empresa investe para minimizar os impactos ambientais

decorrentes de sua atividade como o reuso de água na lavagem da frota, aquecimento solar da

água, reciclagem de resíduos, compostagem de resíduos orgânicos, treinamento dos

colaboradores sobre questões ambientais, contratação apenas de parceiros com licenças

ambientais em dia, entre outras atividades.

Buscando ser mais competitiva e diminuindo os efeitos das emissões de gases efeito

estufa inerentes a sua atividade, a Transportes Gabardo LTDA, de forma voluntária veio a

inventariar suas emissões e procurou compensá-las, conforme apresentado a seguir.

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Introdução

Durante o ano de 2017 a empresa Transportes Gabardo LTDA, teve as emissões de GEE

contabilizadas, nos Escopos 1 e 2 de acordo com o Inventário de Emissões do Programa

Brasileiro do GHG Protocol Versão 2018 1.4 – Iniciativa GVCES.

Após ter-se aferido os valores em tCO2 emitidos, foi desenvolvido Projeto de

Compensação de GEE buscando mitigar as emissões com o plantio de mudas arbóreas em

áreas pertencentes a Transportes Gabardo na Bacia Hidrográfica do Rio Caí, Rio Grande do Sul.

A escolha da neutralização das emissões com o plantio de mudas arbóreas deve-se ao

fato de que, segundo o IPCC (2000), as florestas desempenham papel primordial no ciclo do

carbono, pois estocam mais carbono nas árvores e no solo do que o existente na atmosfera. Os

fluxos de CO2 entre a atmosfera e os ecossistemas são primariamente controlados pela fixação

através da fotossíntese e liberação via respiração, decomposição e combustão de matéria

orgânica (IPCC, 2006).

Cabe informar que o inventário e o projeto não serão comercializados no mercado de

carbono entre diferentes partes, uma vez que a parte geradora dos GEE e a parte executora da

compensação são a mesma empresa. A empresa Reserva Consultoria Ambiental LTDA, por sua

vez, conduziu as atividades seguindo os métodos propostos pelas organizações e instituições

criadoras dos Métodos de Desenvolvimento Limpo (MDL), garantindo que o projeto trará

benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo, além de outros requisitos do Protocolo de Quioto,

do Acordo de Marraqueche e das demais COPs.

Por exemplo, apenas as áreas reflorestadas onde antes desenvolviam-se atividades

antrópicas foram incluídas no cálculo da compensação. O plantio de mudas em áreas que eram

de mata, não foram considerados. Este fator do estágio da vegetação onde se realiza o plantio

de mudas é condicionante básica para a validade do projeto, segundo os métodos indicados pela

UNFCCC (2017).

Outras definições sobre a metodologia do trabalho são apresentadas a seguir.

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Metodologia

O Inventário das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do ano de 2017 decorrente

das atividades da Transportes Gabardo foi realizado nos moldes desenvolvidos pelo Programa

Brasileiro GHG Protocol e seguindo orientações da Resolução nº 1 de 11 de setembro de 2003,

das normas ABNT NBR ISO 14064-1 e ABNT NBR ISO 14064-2, onde se destacam os princípios

norteadores desta atividade, entre os quais estão: relevância, integralidade, consistência,

precisão, transparência e conservadorismo.

O Programa Brasileiro GHG Protocol é resultado de uma parceria entre a Fundação

Getúlio Vargas (FGV) e a World Resources Institute (WRI), que desenvolveram uma tabela capaz

de estimar as emissões de GEE para fontes intersetoriais. Esta ferramenta está em sua Versão

2018.1.4 e vem recebendo melhorias e adaptações ao longo dos anos.

O Inventário GHG Protocol é dividido em três escopos que possuem subdivisões e

planilhas específicas de preenchimento que compilam e inter-relacionam os fatores de emissão

de GEE para cada atividade, conforme sugerido por instituições internacionalmente

reconhecidas, como o International Panel on Climate Change (IPCC, 2006), Environment

Protection Agency (EPA), Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações

(MCTIC), entre outras.

O primeiro escopo do inventário preocupa-se em aferir as emissões decorrentes da

atividade principal da empresa, além de equipamentos de ar condicionado, extintores, resíduos

sólidos, entre outros. O segundo escopo busca dados secundários como consumo de energia

elétrica, e, por fim, o terceiro foca-se para atividades de terceiros bem como o transporte de

funcionários, entre outras tarefas que são necessárias para a produção da empresa, mas que

não são efetuadas pela organização.

Os Escopos abrangidos pelo trabalho, bem como as unidades da organização que foram

inventariadas são informadas no Inventário de Emissões de GEE. Posteriormente, estes dados

serão públicos e disponíveis no endereço eletrônico da Transportes Gabardo.

O presente inventário, como busca prioritariamente a neutralização das emissões da

Frota, se ateve às emissões dos Escopos 1 e 2, em especial de sua frota ativa de 624 caminhões

e das instalações da matriz em Porto Alegre/RS e de outras 9 unidades.

Valores de consumo de litros de combustível, tipos e quantidades de veículos, número

de extintores e de aparelhos de ar condicionado, entre outras fontes de emissão foram

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informados em sua integralidade pelos setores de Qualidade e Frotas da Transportes Gabardo,

sendo os mesmos conferidos e validados pela equipe da Reserva Consultoria Ambiental (RCA).

Após o somatório dos diferentes fatores de emissão, chegou-se ao volume de toneladas

de CO2 equivalentes produzidos pela matriz, nove unidades distribuídas pelo território nacional

e frota da empresa em 2017. Com base neste número foram sugeridos Projetos de

Compensação de GEE em consonância com as metodologias desenvolvidas pela United

Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) e publicadas na nona edição do

Clean Development Mecanism CDM - Methodology Booklet (UNFCCC, 2017).

Esta publicação compila diversos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL ou CMD

em inglês) visando estabelecer a regulamentação do comércio de créditos de carbono entre

diferentes organizações, ou seja, dispõe regras de validações, de registros, de monitoramento,

de verificação e emissão entre a parte geradora de créditos e a compradora. O projeto em tela

se caracteriza por seu tipo de atividade de mitigação que é por remoção de GEE por sumidouros,

que não caso são os reflorestamentos e plantios de árvores frutíferas. Através da fotossíntese

as plantas removem o CO2 atmosférico para formar biomassa.

Neste processo de emissão e compensação não houve comércio de crédito de carbono

entre diferentes organizações, pois a iniciativa para compensar as emissões veio da mesma

parte que emitiu os GEE, e à RCA coube a responsabilidade técnica pela elaboração do Projeto

de Compensação de Emissões de GEE e pela validação do preenchimento do inventário,

realizando o trabalho semelhante ao da Entidade Operacional Designada (EOD) quando em

comércio de créditos de carbono via MDL.

Vale destacar a importância de Organizações Acreditadoras para esta atividade, porém

para os esforços de 2017-2018 não foram disponibilizadas verbas suficientes, estando previstas

solicitações orçamentarias para o próximo ano. Na figura abaixo mostramos um Exemplo

Adaptado das responsabilidades das quatro partes de um Projeto de Neutralização de emissões

de GEE. No caso em tela, o GHG Protocol foi utilizado como nossa ferramenta de inventário, a

Transportes Gabardo foi a Organização Inventariante e a RCA realizou trabalho análogo ao do

Organismo de Verificação (Figura 01).

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Figura 01. Exemplo Adaptado de General Verification Protocol for the Voluntary Reporting Program Version 2.0, The Climate Registry, mostrando as entidades atuantes em projetos que abrangem o comércio de créditos de carbono.

Desta forma, para a produção do Projeto de Compensação se utilizaram as seguintes

ferramentas metodológicas criadas pela UNFCCC para Projetos de MDL de Florestamento e

Reflorestamento:

➢ AR-ACM0003-V2 – Metodologia Consolidada de Projetos de Larga Escala de

Florestamento e Reflorestamento Exceto de Áreas Úmidas;

➢ AR-AM-Tool02-V1 – Ferramenta Metodológica: Ferramenta Combinada para

Identificar Cenários de Linha de Base e Demonstrar Adicionalidade em Projetos MDL

de Florestamento e Reflorestamento;

➢ AR-AM-Tool14-V4.2 – Ferramenta Metodológica: Estimativa de Estoque de Carbono

e Alterações no Estoque de Carbono de Árvores e Arbustos em Projetos MDL de

Florestamento e Reflorestamento;

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➢ AR-AM-Tool18-V01.0.1 – Ferramenta Metodológica: Demonstrando a adequação das

equações de volume para estimativa de biomassa acima do solo de árvores em

Projetos MDL de Florestamento e Reflorestamento;

➢ AR-AM-Tool19-V02.0 – Ferramenta Metodológica: Demonstrando a elegibilidade de

áreas para Projetos de MDL de Florestamento e Reflorestamento.

➢ EB50-Anexo23-V2 – Diretrizes para Escolhas Conservativas e Aplicação de Dados

Padrões na Estimativa da Remoção dos GEE Antropogênicos via Sumidouros.

As metodologias acima demonstram a necessidade de ser estabelecido um cenário base

e de ser realizada uma estimativa de remoção de CO2 conservadora, para então ser possível

apresentar um demonstrativo de adicionalidade. Também deve ser elaborado um plano de

monitoramento para assegurar a permanência do plantio sequestrador dos GEE.

O cenário de linha de base foi definindo pela RCA, que conferiu os dados do inventario

e as áreas de plantio utilizadas pela Transportes Gabardo – Ferramenta Metodológica AR-AM-

Tool19-V2, para assegurar que os plantios respeitaram APPs e que não tenham sido implantados

em áreas onde ocorriam florestas em 31 de dezembro de 1989, e que eram áreas desprovidas

de cobertura florestal nativa e que continuaram assim em 2000. Para se comprovar o estágio

sucessional pioneiro (ou uso antrópico) foram utilizadas imagens de satélite (Google Earth Pro)

e por pesquisa rural participativa – entrevistas com moradores e proprietários da região.

Os tipos de espécies plantadas, o espaçamento e o quanto as mudas podem crescer

serviram para projetar e demonstrar a adicionalidade gerada pela aplicação do projeto de

remoção do CO2. Nestes cálculos foram consideradas a biomassa acima do solo incluindo

galhos, troncos, tocos e a biomassa abaixo do solo composta pelo sistema radicular.

Foram plantadas e contabilizadas seis espécies no projeto de compensação de GEE,

sendo que cada espécie teve seus cálculos individualizados conforme:

• seus volumes e fatores de forma;

• a densidade da madeira;

• a taxa de Carbono no tecido lenhoso, que na ausência de um indicativo na

literatura, usa-se 0,5 (UNFCCC, 2017)

• espaçamento do plantio;

• condições do terreno.

Assim foi possível entender melhor a estratificação do projeto e buscar dar mais precisão

na estimativa de biomassa de acordo com a espécie plantada, considerando ainda seu

espaçamento e condições do terreno. Para tanto foram realizadas visitas aos plantios, utilizando-

se GPS, Drone, fita métrica, máquina fotográfica, planilha e EPI’s.

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No presente estudo está separação é fundamental, pois o Projeto de Compensação

abrange áreas com plantios de espécies de morfologia consideravelmente díspares como o

Citrus sp. e o Eucalyptus sp, por exemplo.

Também foram consideradas como barreiras para efetividade do projeto de

compensação de emissão dos GEE, os eventos climáticos extremos e possíveis pragas.

O presente projeto terá validade por 20 anos, período em que as áreas mapeadas estarão

destinadas à obtenção de créditos de carbono. Ao longo dos anos será realizado o

monitoramento das áreas para que estas mantenham seu sequestro de carbono conforme

projetado.

Conforme mencionado no Anexo 26 do EB50, os dados utilizados para se estimar a

remoção de GEE devem ser padronizados e conservadores, e devem ser utilizados, como

referência, estudos em condições de clima e solo semelhantes aos das áreas de plantio. Por

exemplo, se existem dados disponíveis para o mesmo gênero de vegetação, em uma zona

ecológica semelhante. Conforme o documento, uma média dos valores é considerada como um

dado conservador.

Neste mesmo Anexo são indicados valores padrão para determinadas variáveis como a

biomassa de raízes - a proporção para se estimar a biomassa radicular é de 35% da biomassa

da parte aérea – e da correlação diretamente proporcional de 1 para 1 entre o incremento do

volume e da biomassa.

Equações de Volume

As equações mais práticas para estimar o volume de árvores ou de plantações florestais

são baseadas no DAP, na altura da árvore (H) e no fator de forma (f). O fator de forma é obtido

pela divisão do volume real da árvore pelo volume de um cilindro de diâmetro DAP e comprimento

– ou altura - H (Embrapa Florestas, 2011). Assim, o modelo de uma equação de volume total

com casca (v) é:

v = 0,7854 f DAP² H

Obs. No caso do modelo de equação de volume acima, o DAP deverá ser considerado

em metros. Caso a variável utilizada tenha sido centímetros, o resultado da expressão deverá

ser dividido por 10.000

Sabe-se que quanto mais cilíndrico é o tronco, mais próximo de 1,0 é o fator de forma. O

fator de forma de uma araucária em idade avançada, por exemplo, pode ultrapassar 0,80. Assim,

foram realizadas equações de volume com fatores forma de acordo com as seis espécies

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utilizadas, sendo coletados em campo dados de altura máxima, o diâmetro da copa e o diâmetro

do tronco à altura do peito.

No caso da copa das árvores, Silva (1996) apontou que nas árvores jovens, a biomassa

das folhas e galhos contribuem com uma parcela maior no total de biomassa da árvore. À medida

que as árvores se tornam adultas, este processo se inverte, cabendo ao tronco a maior parte do

total de biomassa da árvore). Em estudo desenvolvido por Watzlawick (2003) em Floresta

Ombrófila Mista foi realizada a quantificação da distribuição da biomassa acima do solo e seguiu

a seguinte ordem decrescente: galhos vivos (45,01%) > madeira do fuste (40,53%) > casca

do fuste (9,99%) > folhas (2,40%) > galhos mortos (1,16%) > e miscelânea (0,97%).

No entanto outros trabalhos indicam uma quantidade de biomassa menor para a copa

(galhos e folhas). No presente trabalho, se tratando do volume da copa e considerando a vasta

variedade de formatos e densidades das copas, optou-se por assumir um critério conservador

em que a copa representa 25% do volume do fuste para a maioria das espécies a exceção da

acácia, noz pecan e pitangueira (Tabela 01).

Tabela 01. Equações e fator forma utilizados para o cálculo do volume da biomassa aérea e radicular

das espécies plantadas na compensação das emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017.

Família Espécie Nome

Popular Fator Forma

Vol. (m³) Biomassa Aérea (tronco +

copa)

Vol. (m³) Biomassa

Aérea e Radicular

FABACEAE Acacia mearnsii Acácia negra 0,44 Va = 0,7854 x 0,44 x

DAP² x H x 1,33 Vr = v x 0,35

BETULACEAE Corylus avellana Avelã 0,38 Va = 0,7854 x 0,38 x

DAP² x H x 1,25 Vr = v x 0,35

ROSACEAE Citrus sp. Citrus 0,35 Va = 0,7854 x 0,35 x

DAP² x H x 1,25 Vr = v x 0,35

MYRTACEAE Eucalyptus sp. Eucalipto 0,50 Va = 0,7854 x 0,50 x

DAP² x H x 1,25 Vr = v x 0,35

PROTEACEAE Macadamia integrifolia Macadâmia 0,38 Va = 0,7854 x 0,38 x

DAP² x H x 1,25 Vr = v x 0,35

JUGLANDACEAE Carya illinoensis Noz pecan 0,42 Va = 0,7854 x 0,42 x

DAP² x H x 1,40 Vr = v x 0,35

MYRTACEAE Eugenia uniflora Pitangueira 0,40 Va = 0,7854 x 0,40 x

DAP² x H x 1,30 Vr = v x 0,35

Equações para Estimativa de Acúmulo de Carbono e de Neutralização CO2

A absorção de gás carbônico da atmosfera pelo crescimento das árvores é diretamente

proporcional ao crescimento das espécies, à densidade da madeira e a seus respectivos fatores

de forma. A partir da determinação do estoque de carbono potencial de cada tipo de espécie de

árvore foi possível prever o quanto cada plantio é capaz de sequestrar.

As equações de absorção de dióxido de carbono variam de acordo com o Volume, a

Densidade básica da madeira (peso seco / volume úmido) e a estimativa de Carbono nos tecidos,

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sendo o valor final de C em toneladas deve ser multiplicado pelo fator de Conversão de C para

CO2 igual a 3,6667 (Balbinot 2004, Sanquetta et al 2014).

A densidade da madeira é uma propriedade física complexa uma vez que este tecido é

composto por diferentes proporções de células de tamanhos e composição química variáveis.

Estas variações dependem de cada espécie e de suas interações com ambiente. Geralmente a

densidade de árvores maduras é maior do que em árvores novas (Ilic 2000).

Outras questões importantes são a velocidade de crescimento de uma árvore e sua idade.

Stephenson et al. (2015) conduziu uma série de medições em diversas árvores tidas como

maduras e averiguou contínuo aumento na taxa de armazenamento de carbono. Segundo o

pesquisador este aumento deve-se ao aumento da copa, das folhas, crescimento secundário do

tronco, e não ao crescimento e altura.

Seguem as equações utilizadas para cada espécie e suas respectivas referências

(Tabela 02). Não havendo fórmula para a espécie analisada, foram utilizadas as variáveis mais

conservadoras das fórmulas existentes de espécies semelhantes para compor a equação.

Uma vez determinada a quantidade de árvores adultas para a compensação das

emissões e as fórmulas de volume de cada espécie, iniciou-se a fase de implantação ou pode-

se dizer “amarrar” o carbono contido nas árvores já plantadas pela Transportes Gabardo após o

ano 2000.

Segundo a Tool 14 versão 4.2, sobre estimativas de estoque de carbono e as mudanças

nos estoques devido a implementação do projeto, a quantidade de biomassa em uma floresta

determina a quantidade potencial de carbono que pode ser emitida para a atmosfera devido a

supressão da floresta (1 Mg biomassa = 0,5 Mg carbono), A biomassa fornece estimativas nos

reservatórios florestais de carbono, pois aproximadamente 50% dela é carbono (Lacerda et al.

2009)

O fator de conversão de estoque de carbono em dióxido de carbono igual a 3,67 foi obtido

pela razão entre a massa molecular do dióxido (CO2) igual a 44 e a massa atômica do carbono

(C) igual a 12 (HOEN & SOLBERG, 1994).

Vale ressaltar ainda que, segundo CDM Methodology Booklet (2017), o presente

trabalho segue os critérios da metodologia de Larga Escala, uma vez que para ser considerado

de Pequena Escala ele deve ter menos que 16.000 toneladas de CO2 por ano para neutralizar e

que as atividades sejam desenvolvidas ou implementadas por indivíduos e comunidades de

baixa renda.

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Tabela 02. Equações utilizadas para o cálculo de dióxido de carbono sequestrado da atmosfera de acordo com o volume, densidade da biomassa e proporção de carbono para as espécies plantadas na compensação das emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017.

Nome

Popular

Referências Fórmulas

e Densidade Madeira

Equações de C em biomassa

(t)

Equações de CO2

sequestrado (t)

Acácia negra Schneider et al. (2005);

Saidelles et al. (2009) C = Vol X (DB:0,60) x (C:0,42) CO2 = C x 3,667

Avelã Shutt et al. (1994) C = Vol X (DB:0,57) x (C:0,50) CO2 = C x 3,667

Citrus Reyes et al. (1992) C = Vol X (DB:0,59) x (C:0,50) CO2 = C x 3,667

Eucalipto Silva et al. (1996) C = Vol x (DB:0,49) x (C:0,42) CO2 = C x 3,667

Macadâmia Ilic et al. (2002) C = Vol X (DB:0,70) x (C:0,50) CO2 = C x 3,667

Noz pecan eol.org (2018) C = Vol X (DB:0,60) x (C:0,50) CO2 = C x 3,667

Pitangueira Record & Hess (1949) C = Vol X (DB:0,80) x (C:0,50) CO2 = C x 3,667

Figura 02. Principais referências utilizadas pela Reserva Consultoria Ambiental (RCA) para o delineamento das metodologias no Inventário das Emissões de GEE e no Projeto de Compensação de GEE da Transportes Gabardo.

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Inventário de Emissões de Gases Efeito Estufa

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Empresa Inventariada: Transportes Gabardo LTDA

CNPJ: 92.644.483/0013-19

Setor econômico: Transporte

Subsetor: Transporte terrestre

Endereço: Rua Vitor Valpírio 715, Bairro Anchieta, Porto Alegre/RS

Responsável pela empresa: Névio Adriano Peloso

1. Dados do inventário

Responsável pelos dados disponibilizados para o inventário: Aline Pivotto

E-mail do responsável: [email protected]

Ano do Inventário: 2017

Responsável pelo preenchimento dos dados: Ricardo Lange Hentschel

E-mail do responsável: [email protected]

Verificação: Não foi realizada verificação por terceira parte

Tipo de inventário: Programa Brasileiro GHG Protocol

2. Limites do Inventário

2.1. Limites Organizacionais

Abaixo são listadas as unidades da organização que estão incluídas neste inventário

(Figura 03). É obrigatório o relato desagregado das emissões das unidades que possuem

emissões de Escopo 1 ou iguais ou superiores a 10.000 tCO2e por ano.

No caso da Transportes Gabardo a matriz e demais filiais apresentam emissões

relativamente baixas em consideração com as emissões da frota. Neste primeiro inventário foram

inventariadas as emissões da matriz, das nove filiais e de toda a frota, permanecendo o Escopo

3 para uma próxima oportunidade.

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A abordagem de consolidação e relato de emissões utilizada no inventário foi a de

controle operacional.

Figura 03. As unidades da Transportes Gabardo que tiveram suas emissões em t/CO2 medidas em 2017, conforme Programa Brasileiro GHG Protocol, Versão 2018.1.4.

2.2. Limites Operacionais

Os limites utilizados nas unidades inventariadas têm como principal abordagem a do

controle operacional, em que a empresa tem autoridade para administrar a política financeira e

dos processos, com vistas a obter benefícios econômicos de suas atividades, ou seja, o Escopo

1 e também foram inventariados os dados do Escopo 2, deixando o Escopo 3 para os próximos

inventários.

Assim, no Escopo 1 - sendo aplicáveis a Combustão Estacionária, Combustão Móvel,

Emissões Fugitivas e Resíduos Sólidos; e Escopo 2 – Compra de Energia Elétrica e Perdas na

Transmissão e/ou Distribuição.

Sobre a calibragem dos equipamentos deve-se relatar que a combustão estacionária é

conferida pelas notas fiscais de compra de GLP e de óleo diesel de empresas terceiras

certificadas, assim como, na combustão móvel, pelos postos de abastecimento utilizados pelos

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caminhões cegonha da Transportes Gabardo. Nesse caso também foi informado o ano do

veículo.

Vale ressaltar, que para a frota de 624 veículos, onze destes também compraram

combustível com cheque e dinheiro, e não apenas através do cartão corporativo da empresa.

Isso mostra uma fraqueza no inventário de 2017 que representa no pior cenário possível um

percentual de erro em relação aos litros consumidos de 3,84%. Se utilizarmos por exemplo, um

valor médio de consumo para estes 11 caminhões, algo bem mais plausível, o percentual de erro

cai para 0,52%.

As emissões fugitivas foram feitas de modo conservador utilizando-se de valores talvez

superiores aos relatados pelas empresas instaladoras de aparelhos de ar condicionado e pelas

empresas de recarga de extintores de incêndio. Os resíduos sólidos são controlados pelo Plano

de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos e assim foi possível utilizar uma fonte bastante

aproximada dos valores destinados aos aterros. A respeito do consumo de energia elétrica, os

dados foram obtidos junto às contas a pagar para concessionária de energia elétrica.

3. Emissões

Resumo das emissões totais dos Gases Efeito Estufa (GEE) nos Escopos 1 e 2 da

Transportes Gabardo em t de CO2 equivalentes (Tabela 03) no Ano de 2017.

Tabela 03. Demonstrativo das emissões totais em toneladas métricas dos Gases Efeito Estufa (GEE) nos Escopos 1 e 2 da Transportes Gabardo no ano de 2017

GEE (t) Escopo 1 Escopo 2 (abordagem

por "localização")

CO2 35439,532 101,239

CH4 2,731 -

N2O 1,365 -

HFC-32 0,008 -

Realizando a conversão dos diferentes gases geradores de efeito estufa em um único

tipo de categoria – CO2 equivalentes – tem-se os valores apresentados na Tabela 04 e Figura

04. Somando-se os valores do Escopo 1 e 2 chegou-se ao valor de 36.021,216 t de CO2e no ano

de 2017.

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Tabela 04. Consolidação das emissões totais em toneladas métricas de CO2 equivalente (tCO2e) nos Escopos 1 e 2 da Transportes Gabardo no Ano de 2017.

GEE (t) Escopo 1 Escopo 2 (abordagem

por "localização")

CO2 35439,532 101,239

CH4 em CO2e 68,275 -

N2O em CO2e 406,77 -

HFC-32 em CO2e 5,4 -

Total 35919,977 101,239

Figura 04. Proporção das Emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017 entre o Escopo 1 e

Escopo 2.

Além das seis categorias de fontes de emissão adotadas no Escopo 1, o Programa

Brasileiro GHG Protocol recomenda na Nota Técnica - Classificação das emissões de gases de

efeito estufa (GEE) de Escopo 1 nas respectivas categorias de fontes de emissão – Versão 2,

quando aplicável, o relato de informações em duas subcategorias dos inventários de GEE:

“Emissões de CO2 biogênico” e “Remoções biogênicas de CO2”. A contabilização de emissões

e remoções, quando ocorrerem devem ser feitas de modo separado, pois são oriundos de

processos que removeram carbono da atmosfera e estocaram em matéria biológica. Desta forma

estas emissões não possuem impactos adicionais na concentração de GEE na atmosfera. No

Escopo 1 houve emissão de CO2 biogênico, porém não houve remoção, na atividade em si

(Tabela 05).

Dentre as categorias do Escopo 1 a Transportes Gabardo apresentou emissões muito

superiores no que diz respeito à Combustão Móvel (Figura 05), que representa a principal

atividade da empresa, a de transporte de veículos com o uso de caminhões cegonha. As

emissões estacionárias estão vinculadas às caldeiras e ao consumo de gás de cozinha para

refeitórios, presentes nas unidades de Porto Alegre, Piracicaba e Anápolis. As emissões fugitivas

são de recarga de extintores de incêndio e da instalação de novos aparelhos de ar condicionado.

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Tabela 05. Emissões de Escopo 1 desagregados por categoria, para o inventário de 2017 de GEE da Transportes Gabardo.

Categoria Emissões de CO2

equivalente (t) Emissões de CO2

biogênico (t)

Combustão Estacionária 34,178 2,02

Combustão Móvel 35878,171 2813,209

Emissões Fugitivas 7,628 -

Total 35919,977 2815,229

Figura 05. Proporção das emissões de GEE da Transportes Gabardo entre diferentes categorias do

Escopo 1, no ano de 2017.

Em relação ao Escopo 2 são apresentados os dados com abordagem por localização,

para a eletricidade consumida e as perdas por transmissão e distribuição. Nesta abordagem não

houve emissão de CO2 biogênico, tampouco remoção (Tabela 06).

As perdas por transmissão e distribuição estão diretamente relacionadas ao consumo de

energia elétrica, como um revés a ser somado ao consumo demonstrado pelas concessionárias

de energia (Figura 06).

Tabela 06. Emissões de Escopo 2 – abordagem por localização - desagregados por categoria, para o inventário de 2017 de GEE da Transportes Gabardo.

Categoria Emissões de CO2 equivalente

(t)

Emissões de CO2 biogênico (t)

Eletricidade 91,917 -

Perdas por transmissão e distribuição 9,322 -

Total 101,239 -

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Figura 06. Proporção das emissões de GEE do Escopo 2 da Transportes Gabardo, pelo consumo e perda de energia elétrica no ano de 2017.

Ainda sobre as emissões, vale apresentar os valores em separado por unidades nos

Escopos 01 e 02 (Tabela 07 e 08) para que a performance possa ser medida e que metas para

os próximos anos possam ser estabelecidas.

Como referido acima, as unidades de Porto Alegre (matriz), Piracicaba e Anápolis,

desenvolvem atividades de oficina, pintura, lavagem, além de facilidades como refeitório. Estás

operações podem ser verificadas pelas emissões em maior valor, tanto pelas emissões

estacionárias (Figura 07), como pelo consumo de energia elétrica (Figura 08).

Tabela 07. Tipos de emissões de Escopo 1 detalhadas por unidade, para o inventário de 2017 de GEE da Transportes Gabardo.

Descrição da Fonte / Unidades Emissões de CO2 (t) por Combustão Estacionária

Emissões de CO2 (t) por Emissões Fugitivas

Matriz Porto Alegre - RS 9,830 1,710

Palhoça - SC - 0,045

São José dos Pinhais - PR - 0,045

São Bernardo do Campo - SP - 0,641

Porto Real - RJ - 0,551

Duque de Caxias - RJ - 0,551

Cariacica - ES - 0,101

Anápolis - GO 13,110 1,913

Piracicaba - SP 11,240 2,059

Eusébio - CE - 0,011

Totais 34,179 7,628

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Figura 07. Tipos de emissões de Escopo 1 por unidades da Transporte Gabardo em 2017.

Tabela 08. Emissões de Escopo 2 detalhados por unidade, para o inventário de 2017 de GEE da Transportes Gabardo.

Registro da fonte Descrição da Fonte / Unidades Emissões de CO2 (t) por

energia elétrica

Emissões de CO2 t – por perdas na transmissão e

distribuição

CEEE Matriz Porto Alegre - RS 21,764 2,095

Eletrosul Palhoça - SC 15,871 1,677

COPEL São José dos Pinhais - PR 0,938 0,094

AES Eletropaulo São Bernardo do Campo - SP 2,172 0,221

Ampla Porto Real - RJ 4,577 0,461

Ampla Duque de Caxias - RJ 3,734 0,392

EDP Cariacica - ES 1,111 0,101

CELG Anápolis - GO 16,735 1,755

CPFL Piracicaba - SP 24,452 2,470

ENEL Eusébio - CE 0,563 0,056

Totais 91,917 9,322

Figura 08. Tipos de emissões de Escopo 2 por unidades da Transporte Gabardo em 2017.

0,00

5,00

10,00

15,00

Emissões de CO2 (t) por Emissões Fugitivas

Emissões de CO2 (t) por Combustão Estacionária

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Emissões de CO2 (t) por perdas na transmissão e distribuição

Emissões de CO2 (t) por energia elétrica

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Projeto de Compensação de Gases Efeito Estufa

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4. Objetivos do Projeto de Compensação

Com base nos valores apurados pelo inventário de emissões de GEE, chegou-se ao

montante de 36.021,216 toneladas de CO2 equivalentes durante o ano de 2017. Para tanto, serão

apresentadas a seguir as formas de compensação a serem utilizadas para a neutralização destas

emissões.

5. Cenário de Referência

A atual conjuntura da Transportes Gabardo tem sua principal fonte de emissão na queima

do óleo diesel. As ações de melhoria na regulagem dos motores vêm sendo desenvolvidas já a

mais tempo, juntamente com aspectos de oficina, de manutenção de pneus, comportamento dos

motoristas, assim como na logística dos caminhões.

No entanto, a operação da empresa não ocorre sem a emissão de GEE, ao menos com

as tecnologias atuais. Um dos desafios para a empresa é tentar mapear quais melhorias estão

sendo mais eficazes e sua relação com as emissões de GEE, que neste caso são medidas pelo

consumo de óleo diesel. Ou seja, a emissão das pouco mais de 36 mil toneladas de CO2 serão

compensadas por atividades de reflorestamento.

6. Demonstração da Adicionalidade do Projeto

A compensação das emissões da frota e dos demais serviços da Transportes Gabardo

se dará pelo cadastramento de plantios de mudas arbóreas no Estado do Rio Grande do Sul, em

cinco fazendas localizadas em quatro municípios: Feliz, Harmonia, São Sebastião do Caí e

Montenegro (Tabela 09). Estas áreas – fora de áreas de preservação permanente e sem

vegetação arbustiva ou arbórea em dezembro de 1989 - perfazem um total de 35,032 hectares

e receberam o plantio de 31025 mudas de arvoretas como o limoeiro e de árvores de grande

porte como o eucalipto.

Estes plantios possuem diferentes idades, sendo o mais recente os de Citrus na fazenda

Monjolo, em São Sebastião do Caí, realizados em julho de 2018 e os mais antigos os de Citrus

na fazenda Harmonia que datam de 1995. Estes plantios serão mantidos em pé por mais 20 anos

e, em uma perspectiva conservadora, geraram uma adicionalidade em volume de biomassa

aérea e radicular de 22.409,96 m³.

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Nome da Propriedade Latitude Longitude Área Considerada (ha)

Feliz 29°30’47,39”S 51°18’33,60”O 1,839

Figura 09. Propriedade de Feliz delimitada pela linha em vermelho e em roxo as áreas consideradas adequadas para a neutralização das emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017. Imagem à esquerda mostra a situação do terreno em 30 de dezembro de 1989 e à direita em 2018.

Figura 10. Os polígonos em roxo delimitam as plantações de noz pecan em Feliz. Parte do plantio não foi considerado, devido a possível presença de uma Área de Preservação Permanente (APP) de 30 metros para cada lado do arroio.

Figura 11. Plantios de noz pecan em Feliz. Parte deste plantio não foi considerado, pois observou-

se que do ano base 1989 para a atualiadade houve remoção da cobertura vegetal.

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Nome da Propriedade Latitude Longitude Área Considerada (ha)

Harmonia 29°32’30,68”S 51°23’12,92”O 4,782

Figura 12. Propriedade de Harmonia delimitada pela linha em vermelho e em vermelho as áreas consideradas adequadas para a neutralização das emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017. Imagem à esquerda mostra a situação do terreno em 30 de dezembro de 1989 e à direita em 2018.

Figura 13. Plantios de citrus delimitados pelos polígonos em vermelho na propriedade de Harmonia.

Figura 14. Plantio de Eucaliptos destacados pela área em vermelho. Os Eucaliptos foram os

principais sumidouros de CO2 no projeto de neutralização das emissões de GEE da Transportes Gabardo.

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Nome da Propriedade Latitude Longitude Área Considerada (ha)

Monjolo 29°32’54,41”S 51°19’51,30”O 10,250

Figura 15. Propriedade Monjolo, em São Sebastião do Caí delimitada pela linha em vermelho e, em amarelo, as áreas consideradas na neutralização dos GEE. Duas áreas fora da área vermelha foram adquiridas recentemente. À esquerda situação do terreno em 30 de dezembro de 1989 e à direita em 2018.

Figura 16. Manchas de plantio de CItrus em São Sebastião do Caí delimitadas em amarelo.

Figura 17. Áreas de plantação de Citrus consideradas na neutralização dos GEE emitidos pela Transportes Gabardo em 2017.

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Nome da Propriedade Latitude Longitude Área Considerada (ha)

Montenegro Pesque-pague 29°47’42,31”S 51°23’27,34”O 10,978

Figura 18. Limites de parte do Pesque-Pague delimitada em vermelho e em branco as áreas adequadas para a neutralização das emissões de GEE. Imagem à esquerda mostra a situação do terreno em 30 de dezembro de 1989 e à direita em 2018.

Figura 19. Áreas de noz pecan em primeiro plano, eucaliptos na parte central seguido de plantios de avelãs, pitangueiras, citrus, eucaliptos e macadâmias atreladas à compensação dos GEE por 20 anos.

Figura 20. Plantios de noz pecan marcados de branco no pesque-pague de Montenegro. As mudas que estiverem faltando ao longo dos 20 anos serão repostas, respeitando o número de mudas contabilizado.

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Nome da Propriedade Latitude Longitude Área Considerada (ha)

Montenegro Acácias 29°49’49,04”S 51°25’59,24”O 7,124

Figura 21. Propriedade de Montenegro com plantio de acácias delimitada pela linha em vermelho e em laranja as áreas contabilizadas na neutralização das emissões de GEE da Transportes Gabardo em 2017. Imagem à esquerda mostra a situação do terreno em 30 de dezembro de 1989 e à direita em 2018.

Figura 22. Gleba de acácias delimitada em laranja e na parte alta da foto, em meio as acácias

remanescente de mato nativo em Montenegro/RS.

Figura 23. Plantio de acácias com alta densidade de indivíduos delimitados pela cor laranja, visto da Estrada da Fulviana, em Montenegro.

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No somatório dos volumes que mais adiciona à compensação é o eucalipto, devido ao

seu porte, crescimento rápido e número de mudas plantadas. O Citrus é a espécie com mais

indivíduos plantados, no entanto seu porte acaba minimizando sua contribuição no quesito

volume, que, por conseguinte, gera menos créditos de carbono. Os plantios existentes

apresentaram, de modo decrescente de importância na neutralização: o eucalipto com 69%,

seguido das acácias (20%), noz pecan (6,4%), citrus (2,4%), pitanga (1,7%), macadâmia e avelã

com menos de 0,5% (Figura 09). A seguir são apresentados dados de cada espécie

contabilizada para os cálculos de neutralização de emissões de GEE.

6.1. Espécies utilizadas para os cálculos de neutralização de emissões de

GEE

A neutralização da emissão dos 36.021,216 t de CO2 e no ano de 2017 foi obtida pelo

cadastramento de plantios existentes que totalizaram a remoção de 18.302,89 t de CO2 e, bem

como pelo plantio de XX mudas de XX que representam a remoção de 17.718,33 t de CO2 e.

Figura 24. Proporção das espécies já plantadas na neutralização de Emissões de GEE referente ao ano de 2017 da Transportes Gabardo.

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6.2. Acácia-negra

A acácia-negra é a terceira principal espécie madeireira plantada no Rio Grande do Sul.

Original do sul da Austrália e Tasmânia, entre as latitudes 34° e 44° S, ocorrem do nível do mar

até aproximadamente 850 metros de altitude.

Esta espécie foi implantada na Argentina em 1910 por uma empresa de celulose.

Também é cultivada na África do Sul. Segundo Marchiori (1997), a acácia-negra começou a ser

cultivada no Brasil na década de 30, e no Rio Grande do Sul já apresentou mais de 100.000 ha

de florestas plantadas, sobretudo nos vales dos rios Caí, Taquarí e Sinos.

O tanino, extraído da casca da acácia, já teve bom valor de mercado, podendo ser

empregado no curtimento de couros ou como matéria-prima para fabricação de colas e

anticorrosivos. A madeira é excelente para a produção de carvão (Carvalho, 1999).

O plantio de acácia considerado pelo estudo apresenta um grande número de indivíduos,

o que acaba gerando uma alta densidade. A área considerada abrange 7,12 hectares onde foram

contabilizadas mais de 15 mil mudas, sendo que cada muda é responsável, em média, pela

neutralização de 0,2319 toneladas de CO2.

Quadro 01. Informações sobre a acácia-negra, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 25. Flores de acácia – espécie da família Fabaceae, Subfamília Mimosoidae. Possui porte médio de 10 metros de altura e copa não muito volumosa. Devido ao plantio com pequeno espaçamento o sequestro de CO2 por muda foi de 0,2319 ton/equivalentes.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

FABACEAEAcácia-

negraAcacia mearnsii

Vol X (DB:0,60) x

(C:0,4248)

Schneider et al. (2005);

Saidelles et al. (2009) 3929,48 1001,546 3672,3702 7,1248 3 x 1,5 2222 15833 0,2319

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6.3. Avelã

A avelaneira possui um porte reduzido – em torno de 6,00 a 8,00 metros de altura, com a

copa globosa, especialmente quando cultivada para produção das avelãs

O fruto da avelã - Corylus avellana - é muito apreciado pelo mercado alimentício devido

a sua riqueza proteica e oleaginosa. As virtudes destes frutos são conhecidas há dezenas de

séculos, especialmente na Europa, sendo considerada um símbolo de prosperidade.

Originalmente a árvore de avelã prosperava na região Mediterrânea, principalmente na

região do Mar Negro na Turquia e também nas regiões centrais de Lazio e Campânia, na Itália.

A avelã no presente trabalho tem a menor participação na neutralização de carbono, uma

vez que sua área de plantio é pequena, o porte da árvore também é diminuto e o espaçamento

entra as mudas é relativamente grande. Ainda assim as avelãs cultivadas no sítio de Montenegro

perfazem um total de 8,07 toneladas de CO2 removidos da atmosfera.

Quadro 02. Informações sobre a avelã, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de GEE

emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 26. Frutos da avelã descascados – espécie da família Betulaceae. Possui porte médio de 6 metros de altura e copa volumosa. Devido ao porte e a pequena área plantada, esta espécie não contribuiu em muito para o sequestro de GEE emitidos pela Transportes Gabardo em 2017.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

BETULACEAE Avelã Corylus avellanaVol X (DB:0,57) x

(C:0,50)Shutt et al. (1994) 7,72 2,201 8,0709 0,2496 5 x 5 400 100 0,0808

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6.4. Citrus

Citrus é um género de plantas originárias do sudeste tropical e subtropical da Ásia.

Recentes evidências genéticas apontam para apenas três espécies: a tangerina, a cidra e o

pomelo, e talvez espécies do subgênero Papeda, bem como diversos híbridos como a laranja, o

limão, a toranja, a lima, a tangerina (bergamota, mixirica) e a cidra.

Em 2500 A.C. variedades de Citrus eram provavelmente cultivadas pelos chineses. Os

romanos trouxeram da Índia jovens mudas no primeiro século DC. Cristóvão Colombo, em 1493,

trouxe mudas para a América. Logo várias ilhas caribenhas estavam com plantações de laranja,

sejam doces ou amargas. Na mesma época, os portugueses plantaram laranjas doces no Brasil.

Atualmente o Brasil é o maior produtor de laranjas do mundo.

Os plantios de limão, bergamota e outras variedades de Citrus contabilizados no trabalho

são grandes arbustos ou pequenas árvores, alcançando em torno de 5 metros de altura. É o tipo

de cultivo com maior área registrada para a neutralização dos GEE emitidos em 2017, com um

total de 13,89 hectares. No entanto, devido ao seu porte e ao espaçamento do plantio, os Citrus

foram responsáveis por 2,57% da neutralização dos plantios já consolidados.

Quadro 03. Informações sobre a acácia-negra, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 27. Frutos de Citrus spp – são consumidos in natura e também em compotas e geleias que levam a marca da Gabardo. A árvore das bergamoteiras, laranjeiras e limoeiros não ultrapassaram 5 metros de altura. Apesar da grande área de plantio, o pequeno porte das mudas foi responsável pelo sequestro de 0,06 ton de CO2 / equivalentes.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

ROSACEAE Citrus Citrus sp.Vol X (DB:0,59) x

(C:0,50)Reyes et al. (1992) 405,46 119,612 438,581 13,8895 ~5x5 ~500 6813 0,0644

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6.5. Eucalipto

O Eucalipto possui 600 espécies que integram o género Eucalyptus. Originária da

Austrália, a espécie é hoje uma das árvores mais amplamente cultivada em florestas para

produção madeireira, celulose, lenha, óleos essenciais, entre outros. De crescimento rápido,

capaz de produzir árvores de 30 a 55 m de altura. No Brasil sua velocidade de crescimento é um

grande diferencial em relação às espécies madeireiras nativas.

O Eucalyptus grandis é a espécie florestal mais plantada no Brasil (SOUZA et al., 2004),

devido ao seu potencial produtivo e às características da madeira, que também é utilizada na

produção de painéis de fibra e aglomerado, combustível industrial e doméstico.

Para o projeto de compensação de emissões de GEE, os plantios de eucalipto foram os

que tiveram papel mais relevante como sumidouros de CO2, representando 66,71% do total já

plantado, mesmo que com área quase 4 vezes menor que os Citrus. O protagonismo do eucalipto

deve-se inicialmente pelo seu porte, pela velocidade de crescimento e pela possibilidade do

plantio com espaçamento menor, o que permite em hum (01) hectare ter em torno 1667 mudas

plantadas.

Quadro 04. Informações sobre o eucalipto, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 28. Folhas e flores do eucalipto – espécie originária da Austrália. Possui grande porte nas áreas visitadas, chegando a 20 metros de altura. Os plantios de eucalipto como este na figura acima representaram a maior parcela de sequestro de GEE entre os plantios já realizados. Por muda, chegou-se ao valor de neutralização de 1,92 tonelada de CO2 emitidos após 20 anos de crescimento.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

MYRTACEAE Eucalipto Eucalyptus sp.Vol x (DB:0,49) x

(C:0,42)Silva et al. (1996) 16732,74 3443,5982 12626,641 3,5252 3 x 2 1667 6552 1,9271

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6.6. Macadâmia

Do leste da Austrália, macadâmia é o nome dado a uma árvore e ao seu fruto. A espécie

plantada no Pesque e Pague de Montenegro, Macadamia integrifolia, cresce em florestas úmidas

no seu ambiente original.

Em regiões subtropicais do globo, a macadâmia é cultivada para a produção de nozes,

que possuem diversas aplicações nos setores alimentício e cosmético.

Seu porte é de uma árvore baixa, chegando aos 6,00 a 8,00 metros de altura quando

madura. Possui copa arredondada em cultivo, com folhagem densa e brilhosa.

No cálculo de neutralização de carbono, as 476 mudas macadâmia representam um

volume total de biomassa aérea e subterrânea de 57,5 m³ e de 73,76 toneladas de CO2

equivalentes removidos da atmosfera. Por muda, o valor de acúmulo de carbono foi de 0,1549

ton de CO2 equivalentes.

Quadro 05. Informações sobre a macadâmia, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de

GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 29. Frutos da macadâmia – utilizados para fármacos, cosméticos e como um alimento de alto poder nutricional. Possui pequeno porte, alcançando nos plantios analisados, os 5 metros de altura e copa globosa. Devido à pequena área plantada e ao porte esta espécie não contribui significativamente para o sequestro de CO2.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

PROTECEAE MacadâmiaMacadamia

integrifolia

Vol X (DB:0,70) x

(C:0,50)Ilic et al. (2002) 57,48 20,119 73,771 1,1414 4 x 6 417 476 0,1551

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6.7. Noz Pecan

A noz pecan é natural do sul dos Estados Unidos e do México. Antes da colonização

europeia, os índios americanos consumiam bastante as nozes, representando uma importante

fonte calórica. Hoje sabe-se dos diversos benefícios atrelados ao consumo da noz pecan, como

por exemplo: cardiovascular, ósseo, fertilidade, anti-inflamatório, sistema imunológicos, entre

outros.

Atualmente o Rio Grande do Sul é o maior produtor no Brasil, com 4.000 hectares de

plantios. Há relatos de que a noz pecan já era plantada no Estado Gaúcho já na década de 40.

As árvores são, comumente, incompatíveis entre si pois grande parte das culturas são

clones, assim, geralmente, duas ou mais árvores de diferentes cultivares precisam estar

presentes para haver a polinização.

A espécie atinge até 40 metros de altura, porém seu crescimento é lento e depende de

condições climáticas, do solo e do espaçamento em que o plantio foi realizado. Projeta-se que,

nos plantios em questão, no período de 20 anos, as árvores de noz pecan, ou nogueira, alcancem

até 16 metros de altura total. O amplo espaçamento, de 10 x 8 metros, permite também o

crescimento radial da copa, que nesta espécie foi considerado como 40% do volume do tronco.

Quadro 06. Informações sobre a noz-pecan, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 30. Fruto da noz pecan – muito apreciado e de ampla gama de nutrientes. Árvore de grande porte, alcança facilmente os 15 metros de altura. O espaçamento dos plantios permite também o crescimento da copa. Ainda que o espaçamento diminua o número de mudas, cada muda foi responsável pela remoção de

aproximadamente 1,69 ton de CO2 equivalentes.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

JUGLANDACEAE Noz Pecan Carya illinoensisVol X (DB:0,60) x

(C:0,50)eol.org (2018) 1062,52 318,757 1168,788 5,5307 10 x 8 125 691 1,6914

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6.8. Pitangueira

Única essência nativa presente nos cálculos de compensação de emissão de GEE, a

pitangueira ocorre naturalmente da Paraíba até o Rio Grande do Sul. Esta espécie foi plantada

em duas propriedades, visando a coleta dos frutos para produção de pequena escala de geleias

e doces. Também existem estudos que mostram que o fruto contém Vitamina C e é indicado

para tratamento de infecções intestinais. Sua madeira é ideal como cabo de ferramentas.

Espécie de tronco liso e copa ampla, a pitangueira é muito apreciada pela avifauna, que

é um dos principais dispersores de Eugenia uniflora. Esta característica faz da pitangueira uma

espécie chave na regeneração de áreas desmatadas.

De crescimento lento, a pitangueira chega comumente a 15,00 metros de altura na região

de Feliz e Montenegro. No presente estudo, sua copa foi considerada como tendo 30% do

volume total do tronco. As 288 mudas de pitangueira totalizaram um volume de 214,54 m³, 85,81

t de C fixados e a remoção de 314,66 t de CO2 da atmosfera.

Quadro 07. Informações sobre a pitangueira, espécie cujo plantio foi contabilizado ao sequestro de

GEE emitidos pela Transportes Gabardo no ano de 2017.

Figura 31. Folhas e frutos da pitangueira – espécie nativa que além de produzir frutos de consumo humano, atraí a Avifauna. Possui porte médio a grande, chegando a 15 metros de altura. Apesar do plantio com pequeno espaçamento, que limita o crescimento, cada muda foi responsável pelo sequestro de 1,09 toneladas CO2 equivalentes após 20 anos de crescimento.

Família Espécie Nome Específico

Equações para

estimativa de C

(tonC)

Ref. de Fórmulas e

de Dens. MadeiraVol. (m³)

Carbono

(t)

Seq CO2

e (t)

Área

(ha)

Espaça-

mentoNi/hec

Nº de

mudas

Seq CO2 /

muda

MYRTACEAE Pitanga Eugenia unifloraVol X (DB:0,80) x

(C:0,50)Record & Hess (1949) 214,54 85,818 314,66798 0,1515 ~1,5x3 ~1500 288 1,0926

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7. Período de acreditação

É o período estabelecido em que uma atividade de projeto de

florestamento/reflorestamento pode gerar créditos. Ele começa no início da atividade de projeto

de florestamento/reflorestamento no MDL”. O período de acreditação pode ser de: 1º - No

máximo 20 anos, podendo ser renovado por no máximo duas vezes. A cada renovação,

entretanto, a entidade operacional designada determina e informa a Junta Executiva se a linha

de base original ainda é válida ou foi atualizada, levando em consideração nos novos dados. 2º

- No máximo 30 anos, sem renovação.

No caso do presente projeto o período de acreditação será de 20 anos.

8. Riscos e Obstáculos

Entre os riscos que podem afetar a atividade de compensação de emissões de GEE,

podem ser citadas os eventos climáticos extremos como as geadas e secas, bem como pragas

como o ataque de fungos e cochonilhas.

Para a acácia-negra, por exemplo, o besouro serrador (Oncideres impluviata) é

considerado uma praga, pois corta os galhos e até mesmo o tronco para oviposição (Carvalho,

1999), causando considerável perda de produção de biomassa.

A fim de minimizar os riscos, serão realizadas vistorias de acompanhamento e havendo

necessidade, serão replantadas as mudas perdidas.

9. Cronograma

Durante os meses de fevereiro, março e agosto de 2017 as propriedades foram visitadas

e as áreas com a vegetação acumuladoras de carbono atreladas ao projeto foram identificadas

e mapeadas.

Nos meses de abril a julho de 2017 foram realizados cálculos e revisões de artigos

científicos sobre biomassa, densidade de madeira, cálculo de estoque de carbono, bem como

reuniões com a diretoria da empresa visando a explanação dos detalhes do projeto.

Ao longo deste mesmo período também foram realizadas as validações e orientações do

inventário.

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Nos meses de outubro e novembro estão previstas as atividades de plantio de mudas

que, somadas as áreas já plantadas, visam a neutralização de GEE emitidos pela frota da

Transportes Gabardo para o ano de 2017.

Durante os vinte anos subsequentes, ou seja, de 2018 a 2037, os plantios serão

monitorados e caso sejam encontradas perdas de mudas devido aos riscos elencados acima,

serão realizados plantios compensatórios.

Tabela 09. Cronograma das atividades necessárias para efetivação do Projeto de Compensação de GEE emitidos pela Transportes Gabardo em 2017.

Ano Atividades

2018 Visita de propriedades, demarcação de áreas de plantio, elaboração de termo de compromisso, plantios compensatórios, validações e orientações do inventário

2019 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2020 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2021 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2022 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2023 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2024 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

... Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2037 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

2038 Monitoramento dos plantios e elaboração de relatório

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Conclusões e Considerações finais

Reforçando o conservadorismo dos cálculos apresentados, cabe destacar que as

pesquisas apresentadas por Bufo (2008) mostram que o uso de uma equação desenvolvida

especificamente para uma determinada situação apresenta uma diferença de mais de 100% na

estimativa de biomassa e carbono em florestas restauradas com essências nativas de alta

diversidade quando comparada com uma equação geral. Além disto, a biomassa fornece

estimativas nos reservatórios florestais de carbono, pois aproximadamente 50% dela é carbono

(Lacerda et al. 2009)

Nos cálculos apresentados o volume da copa esteve entre 25% e 40%, sendo este valor

máximo no caso da noz pecan. Em estudo desenvolvido por Watzlawick (2003) foi realizada a

quantificação do carbono orgânico arbóreo na Floresta Ombrófila Mista Montana, e a distribuição

da biomassa acima do solo seguiu a seguinte ordem decrescente: galhos vivos (45,01%) >

madeira do fuste (40,53%) > casca do fuste (9,99%) > folhas (2,40%) > galhos mortos

(1,16%) > e miscelânea (0,97%). Ou seja, a copa apresentou proporção maior do que o próprio

fuste, corroborando mais uma vez o conservadorismo dos valores apresentados.

Segundo Lacerda et. al (2009) em atividades de recuperação ambiental na Mata Atlântica,

o número médio de CO2eq/árvore é de 0,249 t, ou 4,0 árvores por tCO2 removido da atmosfera.

No entanto, no mesmo artigo, devido a restrições diversas, quesitos ambientais, tipos de mudas,

modo de cultivo, eles optaram, de modo conservador, por definir o pior resultado de quatro

amostrados como sendo o valor de conversão em práticas e ambientes deste tipo, ou seja, em

20 anos 0,140 t de CO2 equivalente por árvore. Nos cálculos, espécies como a macadâmia, a

avelã e o citrus apresentaram valores bastante inferiores a estes, ao passo que a acácia-negra,

a pitangueira, a noz pecan e o eucalipto apresentaram valores superiores a média apresentada

por Lacerda et al. (2009).

É importante ratificar que pelo fato de que não serão comercializados os créditos de

carbono e mesmo sem passar por uma verificação de uma EOD, foram tomadas todas as

medidas para que o trabalho tivesse os mesmos métodos, os cálculos com respaldo científico,

valores conservadores, o mesmo teor e a mesma apresentação dos mais criteriosos Inventários

e Projetos de Compensação de GEE existentes.

Por fim, vale formalizar o acordo entre a Transportes Gabardo e a Reserva Consultoria

Ambiental em que a primeira parte tem o dever de realizar os plantios e replantios necessários

para o cumprimento da neutralização discriminada neste Relatório, e que, havendo qualquer

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mudança nas áreas ou plantios abrangidos, estas deverão ser comunicadas à RCA para que

sejam ajustadas de acordo com as referências e métodos adequados.

Sobre as matrículas dos terrenos vistoriados, algumas propriedades, como por exemplo

o Pesque Pague em Montenegro, são compostas por diversas matrículas. Desta forma estão

apresentadas em Anexo a primeira e última página das principais matrículas de cada

propriedade.

10. Dados do Responsável Técnico

Biólogo Ricardo Lange Hentschel

CRBio 053075-03

Telefone: (051) 34145445 / 99879-5445

Endereço: Av. 24 de outubro 1440, sala 1209, Bairro Auxiliadora, CEP 90510-001, Porto

Alegre/RS

11. Bibliografia

ABNT NBR ISO 14064-1:2007. Gases de efeito estufa – Parte 1: Especificação e orientação a

organizações para quantificação e elaboração de relatórios de emissões e remoções de

gases de efeito estufa.

ABNT NBR ISO 14064-2:2007. Gases de efeito estufa – Parte 2: Especificação e orientação a

projetos para quantificação, monitoramento e elaboração de relatórios das reduções de

emissões ou da melhoria das remoções de gases de efeito estufa.

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Mestrado, ESALQ/USP, 87pp.

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Programa Brasileiro GHG Protocol. Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP:

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WATZLAWICK L.F. 2003.Estimativa de biomassa e carbono em Floresta Ombrófila Mista e

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ANEXO I - MATRÍCULA ÁREA FELIZ

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ANEXO II - MATRÍCULA ÁREA HARMONIA

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ANEXO III - MATRÍCULA ÁREA MONJOLO

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ANEXO IV - MATRÍCULA ÁREA MONTENEGRO PESQUE E PAGUE

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ANEXO V - MATRÍCULA ÁREA MONTENEGRO ACÁCIAS

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ANEXO VI – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

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ANEXO – VII TABELA DE CÁLCULOS DE NEUTRALIZAÇÃO DE EMISSÕES DE GEE

Fazenda Nome Talhão

Área (m²)

área (ha)

Espaç Ni/hec Nº de

mudas Raio max

DAP max

H max

Volume Unit max toras (m³)

Volume aéreo unit.

Vol radicular/ aéreo unit

Volume Total max

(m³)

Montenegro/A Acácias 01 71248 7,1248 3 x 1,5 2222,22 15833 0,1 0,2 10,00 0,1382 0,1838 0,2482 3929,4821

Montenegro Avelã 2496 0,2496 5 x 5 400,00 100 0,08 0,16 6,00 0,0458 0,0573 0,0774 7,7233

Montenegro Citrus 01 3588 0,3588 4 x 5 500,00 179 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 10,6518

Harmonia Citrus 01 5033 0,5033 5 x 5 400,00 201 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 11,9532

Monjolo (SSC) Citrus 01 6952 0,6952 4 x 4 625,00 435 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 25,7982

Montenegro Citrus 02 1614 0,1614 4 x 5 500,00 81 0,08 0,16 5,00 0,0422 0,0528 0,0712 5,7498

Harmonia Citrus 02 3271 0,3271 5 x 5 400,00 131 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 7,7685

Monjolo (SSC) Citrus 02 4070 0,407 4 x 4 625,00 254 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 15,1034

Harmonia Citrus 03 8402 0,8402 5 x 5 400,00 336 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 19,9545

Monjolo (SSC) Citrus 03 11096 1,1096 4 x 4 625,00 694 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 41,1761

Harmonia Citrus 04 14482 1,4482 6 x 5 333,33 483 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 28,6620

Monjolo (SSC) Citrus 04 3797 0,3797 4 x 5 500,00 190 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 11,2722

Monjolo (SSC) Citrus 05 6793 0,6793 4 x 5 500,00 340 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 20,1665

Monjolo (SSC) Citrus 06 22564 2,2564 4 x 5 500,00 1128 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 66,9861

Monjolo (SSC) Citrus 07 26854 2,6854 4 x 5 500,00 1343 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 79,7219

Monjolo (SSC) Citrus 08 15933 1,5933 5 x 5 500,00 797 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 47,3006

Monjolo (SSC) Citrus 09 4446 0,4446 6 x 5 500,00 222 0,08 0,16 5,00 0,0352 0,0440 0,0594 13,1989

Montenegro Eucalipto 01 16687 1,6687 3 x 2 1666,67 2781 0,22 0,44 20,00 1,5205 1,9006 2,5658 7135,9734

Harmonia Eucalipto 01 16636 1,6636 3 x 2 1666,67 2773 0,22 0,44 20,00 1,5205 1,9006 2,5658 7114,1639

Montenegro Eucalipto 02 1929 0,1929 3 x 2 1666,67 322 0,22 0,44 20,00 1,5205 1,9006 2,5658 824,9112

Montenegro Eucalipto 03 2242 0,2242 3 x 2 1666,67 374 0,22 0,5 20,00 1,5205 1,9006 2,5658 958,7634

Montenegro Eucalipto 04 772 0,0772 3 x 3 1111,11 86 0,22 0,5 18,00 1,3684 1,7105 2,3092 198,0813

Montenegro Eucalipto 05 1952 0,1952 3 x 3 1111,11 217 0,22 0,5 18,00 1,3684 1,7105 2,3092 500,8481

Montenegro Macadâmias 11414 1,1414 4 x 6 416,67 476 0,1 0,2 6,00 0,0716 0,0895 0,1209 57,4834

Feliz Noz Pecan 10446 1,0446 10 x 8 125,00 131 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 168,8003

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Fazenda Nome Talhão

Área (m²)

área (ha)

Espaç Ni/hec Nº de

mudas Raio max

DAP max

H max

Volume Unit max toras (m³)

Volume aéreo unit.

Vol radicular/ aéreo unit

Volume Total max

(m³)

Montenegro Noz Pecan 1 23119 2,3119 10 x 8 125,00 289 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 373,5874

Feliz Noz Pecan 1 3803 0,3803 10 x 8 125,00 48 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 61,4539

Montenegro Noz Pecan 2 25005 2,5005 10 x 8 125,00 313 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 404,0639

Feliz Noz Pecan 3 2596 0,2596 10 x 8 125,00 32 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 41,9496

Feliz Noz Pecan 4 784 0,0784 10 x 8 125,00 10 0,18 0,36 16,00 0,6840 0,9576 1,2927 12,6689

Montenegro Pitangueiras 845 0,0845 1 x 4 2500,00 211 0,15 0,3 15,00 0,4241 0,5513 0,7443 157,2334

Feliz Pitangueiras 770 0,077 2 x 5 1000,00 77 0,15 0,3 15,00 0,4241 0,5513 0,7443 57,3111