invalidade do n.j

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Page 1: INVALIDADE DO N.J

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

1. Neg. jurídico inexistente:

• Será inexistente quando lhe faltar algum elemento estrutural como o consentimento. (se não houve consentimento, o negócio não chegou a se formar, inexiste, portanto)

• “É aquele que falta um elemento essencial a sua formação, não chegando a constituir-se. É puro fato, sem existência legal”. Francisco do Amaral

• não produz efeitos

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

2. NULIDADE

2.1 CONCEITO

•“É a sanção, imposta pela norma jurídica, que determina a privação dos efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve” Mª Helena Diniz

• É uma forma de sanção qdo o NJ é realizado sem a observância dos requisitos essenciais

• O NJ é nulo qdo ofende preceitos de ordem pública

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

2.2 ESPÉCIES DE INVALIDADEa) ABSOLUTA (NULIDADE)• há um interesse social, além do individual para que se prive o NJ dos seus efeitos específicos• pode ser alegada por qualquer interessado (art. 168 CC)• deve ser pronunciada de ofício pelo juiz (art. 168, parágrafo único CC)b) RELATIVA (ANULABILIDADE)•Denominada anulabilidade atinge negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado.

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• c) TOTAL• * É a que atinge todo o negócio jurídico• d) PARCIAL• * Atinge somente parte do negócio jurídico – art. 184 CC . Ex.

nulidade do contrato acessório• e) TEXTUAL• * Quando está expressa na lei. Ex. art. 548 CC (mútuo feito a

pessoa menor sem prévia autorização do representante ou tutor). Art. 423 (nulidade da clausula que estipula renúncia antecipada nos contratos de adesão do aderente à direito resultante da natureza do negócio”)

• f) VIRTUAL ou IMPLÍCITA: • * Quando não sendo expressa, pode ser deduzida de expressões

utilizadas pelo legislador, como “não podem casar as pessoas casadas ou o adotado com o filho do adotante” art. 1521 CC, “não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva” art. 426 CC.

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2.3 CAUSAS DE NULIDADE – ART. 166 CC – Será nulo o neg. jur.

•Celebrado por pessoa absolutamente incapaz •Qdo for ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto•Qdo o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito•Qdo não revestir a forma prescrita em lei, ou for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade•Qdo tiver por objetivo fraudar lei imperativa•Qdo a lei taxativamente o declarar nulo ou proibir-lhe a prática sem cominar sanção. Ex.: art 489 CC “Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço” art. 548 “é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador”

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3. ANULABILIDADE

3.1 CONCEITO

• É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou social

•O NJ é anulável quando a ofensa atinge o interesse particular de pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta-se as partes, se o desejar, promover a anulação do ato

• o NJ anulável será considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar nos prazos legais, ou o confirmar

• o NJ anulável produz efeitos até ser anulado em ação

• é prescritível

• admite confirmação

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

3.2 – CAUSAS DE ANULABILIDADE – ART. 171 CC

• Por incapacidade relativa do agente (art. 4º CC)

• Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO4 – DIFERENÇAS ENTRE NULIDADE E ANULABILIDADE

NULIDADE ANULABILIDADE

* É de ordem pública e decretada no interesse da própria comunidade

* É decretada no interesse privado da pessoa prejudicada, não se vislumbra o interesse público, mas a mera conveniência das partes

* Não pode ser sanada* Não pode ser suprida pelo juiz

* Pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes, ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação

* Deve ser pronunciada de ofício* Sentença declaratória

* Não pode ser pronunciada de ofício* Sentença desconstitutiva

* Pode ser alegada por qquer interessado – art. 168 caput CC* Imprescritível

* Só pode ser alegada pelo interessado (pelos prejudicados, o relativamente incapaz, e o que manifestou a vontade viciada)* Os efeitos aproveitam apenas aos que a alegaram, salvo no caso de solidariedade ou indivisibilidade* Prazo decadencial curto

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5 – DISPOSIÇÕES GERAIS

•Art. 182 CC “ anulado o negócio jurídico restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente”.

• * Exceção em favor dos incapazes – Art. 181 “ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga”, ou seja, provado que o pagamento nulo reverteu em proveito do incapaz, determina-se a restituição, porque ninguém pode locupletar-se à custa alheia. O ônus da prova incumbe a quem pagou.

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

5 – DISPOSIÇÕES GERAIS

•Art. 183 CC “ A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio”

* a nulidade da escritura de mútuo de pequeno valor não invalida o contrato porque pode ser provado por testemunhas. Mas será diferente se a escritura pública for da substância do ato, como no contrato de mútuo com garantia hipotecária.

•Art. 184 CC primeira parte “ Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável.” Ex. invalidade de hipoteca por falta de outorga uxória (aproveita-se como confissão de dívida)

•Art. 184 CC segunda parte: “a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal”

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 169 “O negócio jurídico NULO não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso de tempo”

►PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS (ANULÁVEIS)•Ratificação: art. 172 CC•Redução: art. 184 CC•Conversão: art. 170 CC

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• CONVERSÃO• Art. 170 “ Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de

outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade” Desta forma, há a conversão do negócio nulo em um outro, de natureza diversa, desde que se possa inferir que a vontade das partes era realizar o negócio subjacente.

• Na linguagem comum, entende-se por conversão o ato por força do qual, em caso de nulidade do negócio jurídico querido principalmente, abre-se às partes o caminho para fazer valer outro, que se apresenta como que compreendido no primeiro e encontra nos escombros deste os requisitos necessários para a sua existência.

• Ex: a) uma venda simulada, que poderia conter os requisitos de uma doação; b) um ato público nulo, que poderia conter os requisitos de uma escritura privada” Giuseppe Satta.

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INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO6 – CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

O instituto da conversão permite, que, observados certos requisitos, se transforme um negócio jurídico, em princípio nulo, em outro, para propiciar a consecução do resultado prático que as partes visavam com ele alcançar. Assim, por exemplo, poder-se-á transformar um contrato de compra e venda, nulo por defeito de forma, em compromisso de compra e venda ou a aceitação intempestiva em proposta.

• a conversão não é senão um aspecto de um princípio mais geral, como é o da conservação dos negócios jurídicos. Isto permitiria contemplar a conversão dos negócios também nos ordenamentos jurídicos onde o instituto não está expressamente previsto. Pietro Perlingieri

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6 – CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

6.2 – Requisitos

•OBJETIVO: concernente à necessidade de que o segundo negócio, em que se converteu o nulo, tenha por suporte os mesmos elementos fáticos deste;

•SUBJETIVO: relativo à intenção das partes de obter o efeito prático resultante do negócio em que se converte o inválido.