introdução teórica

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ESCOLA SECUNDÁRIA ABEL SALAZAR Ano Letivo 2010/2011 Relatório Final de Auto Avaliação - 2010/2013 1 A - INTRODUÇÃO A avaliação é decisiva para o desenvolvimento das Instituições (Guerreiro, 2010). A autoavaliação constitui assim um instrumento do desenvolvimento das escolas enquanto instituições com um projeto próprio e mobilizador dos seus recursos e das suas competências. As escolas são instituições que diariamente desenvolvem inúmeros processos de avaliação, sendo no entanto muito escassos os que se dirigem a ela própria. Não existe uma cultura de autorreflexão das nossas escolas (Guerreiro, 2010; Terrasêca, 2009) Com o Decreto-lei nº 31/2002, de 20 de dezembro, estabelece-se a obrigatoriedade de proceder à autoavaliação de forma permanente. Este decreto define ainda termos de análise, segundo os quais esta avaliação deve ser feita. Estes abrangem um grande número de campos nomeadamente o grau de concretização do Projeto Educativo, execução de atividades que propiciem o convívio e as aprendizagens, desempenho dos órgãos de administração e gestão, o sucesso/insucesso escolar e o estabelecimento de relações com a comunidade educativa. No atual quadro legal, surgem novas áreas que devem ser também objeto de avaliação específica, nomeadamente: - Acompanhamento do Programa Educativo Individual (art.13º - Dec.-Lei nº3/2008); - Distribuição do Serviço docente (Desp. 19117/2008);

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Page 1: introdução teórica

ESCOLA SECUNDÁRIA ABEL SALAZAR Ano Letivo 2010/2011

Relatório Final de Auto Avaliação - 2010/2013 1

A - INTRODUÇÃO

A avaliação é decisiva para o desenvolvimento das Instituições

(Guerreiro, 2010). A autoavaliação constitui assim um instrumento do

desenvolvimento das escolas enquanto instituições com um projeto próprio e

mobilizador dos seus recursos e das suas competências.

As escolas são instituições que diariamente desenvolvem inúmeros

processos de avaliação, sendo no entanto muito escassos os que se dirigem a ela

própria. Não existe uma cultura de autorreflexão das nossas escolas (Guerreiro,

2010; Terrasêca, 2009)

Com o Decreto-lei nº 31/2002, de 20 de dezembro, estabelece-se a

obrigatoriedade de proceder à autoavaliação de forma permanente. Este decreto

define ainda termos de análise, segundo os quais esta avaliação deve ser feita.

Estes abrangem um grande número de campos nomeadamente o grau de

concretização do Projeto Educativo, execução de atividades que propiciem o

convívio e as aprendizagens, desempenho dos órgãos de administração e gestão,

o sucesso/insucesso escolar e o estabelecimento de relações com a comunidade

educativa.

No atual quadro legal, surgem novas áreas que devem ser também

objeto de avaliação específica, nomeadamente:

- Acompanhamento do Programa Educativo Individual (art.13º - Dec.-Lei

nº3/2008);

- Distribuição do Serviço docente (Desp. 19117/2008);

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- Trabalho desenvolvido nas áreas curriculares não disciplinares;

- Programa TEIP2 (nas escolas integradas em Território Educativo de

Intervenção Prioritária);

- Modelo de autoavaliação das Bibliotecas Escolares, novembro de 2009;

Os modelos de avaliação com a sua multiplicidade de referenciais, de

procedimentos e práticas, podem ser reduzidos a dois grandes tipos de modelos

da avaliação interna, tendo por base o modo como se concebe o objeto de

autoavaliação, ou seja, a organização escolar (Alaiz, 2006). Nos modelos

estruturais, a escola é vista como uma organização empresarial. Por outro lado,

nos modelos abertos, a escola é vista como uma organização especial, sendo que

cada escola necessita de construir o próprio modelo de avaliação. Estes modelos

partem do princípio de que as escolas são “ sistemas de ação concreta”, com

uma dinâmica organizacional e uma “maleabilidade” política que lhes permite

“trabalhar “ internamente as reformas decretadas, adaptando-as e assimilando-

as à sua lógica própria (Afonso, 2005).

Os modelos abertos têm vantagens e desvantagens (Afonso, 2005; Alaiz,

2006). As vantagens prendem-se essencialmente com a importância dada aos

autores da autoavaliação, que podem assim promover as diferentes conceções

de escola, tornando-a um local de aprendizagem de uma vivência democrática.

Algumas das desvantagens citadas por Vitor Alaiz (2006), são, pelo menos no

caso português, o facto de os “atores” mais poderosos (no caso das escolas os

professores) tenderem a reproduzir velhas rotinas, dando à autoavaliação um

papel pouco relevante. Também se encontra muito difundida a ideia de que as

opiniões dos alunos/E.E/funcionários podem ser de estrema importância para a

melhoria da qualidade educativa.

As dificuldades de realização de uma autoavaliação começam logo com

a definição do conceito de qualidade de ensino. Na perspetiva da autoavaliação

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este conceito será constituído de acordo com os contextos, os problemas e as

potencialidades de cada realidade escolar (Terrasêca, 2009).

O critério da escolha dos modelos de avaliação, deve ser o da qualidade

da avaliação. Para esta qualidade contribui a IGE (Inspeção Geral das Escolas),

contribuindo para a autoavaliação através da realização da Avaliação Externa,

cujo um dos objetivos é precisamente o de articular os contributos da avaliação

externa com a cultura e os dispositivos da autoavaliação das escolas. Para além

disso, as atividades da IGE pretendem incentivar práticas e dispositivos de

autorregulação que promovam a prestação de contas e a procura da melhoria

(Guerreiro, 2010).

Tendo em conta a melhoria da qualidade, o desenvolvimento da

avaliação interna tem que ser visto como um processo sistemático e autónomo,

completado pela avaliação externa, onde são examinados os pontos fracos e

fortes do estabelecimento escolar (Eurydice, 2004).

No entanto, se se pretende fomentar um processo de melhoria na

Escola, este não pode ser meramente tecnicista, sendo mais aconselhável que a

avaliação seja participativa. Nesta perspetiva a avaliação interna pretende atingir

dois objetivos, o da prestação de contas e o da melhoria da qualidade (Conselho

Nacional de Educação, 2005). Isto significa que a par da recolha de informação

para satisfazer as indicações legais da avaliação externa, é necessário

desenvolver uma cultura de autoavaliação, que promova uma reflexão contínua

sobre o trabalho desenvolvido nas escolas (Terrasêca, 2009).

Os processos de avaliação incluem, regra geral, quatro fases: - a recolha

da informação; - o juízo; - a redação do relatório de avaliação (Conselho Nacional

de Educação, 2005). A tendência da avaliação interna é visar as estratégias e

meios de melhoria da situação existente enquanto a avaliação externa destina-se

a controlar a qualidade dos resultados.

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Em suma, os critérios de avaliação utilizados nas Avaliações Interna e

Externa, devem aproximar-se, sendo a escola a definir os seus critérios

(especificidade de opções de cada escola) que por sua vez os avaliadores

externos devem respeitar.