aula teórica 01 - introdução à química orgânica

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  • 8/17/2019 Aula Teórica 01 - Introdução à Química Orgânica

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    Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA

    1Prof. Zilvam Melo – Química Or !nica "

    Introdução à Química Orgânica

    1. Estrutura geral dos átomos

    Após vários anos de intensos estudos, acredita-se que um átomo consistebasicamente de um pequeno núcleo muito denso, rodeado por elétrons, que estãoem constante movimento em torno do núcleo.

    Elétrons apresentam carga negativa e estão distribuídos por um volumeespacial relativamente grande em volta do núcleo, estima-se que se o átomo osse dotaman!o do estádio do maracanã o núcleo seria do taman!o de uma bola de utebollocali"ada no centro deste estádio, ou se#a, nessas condi$%es, o elétron mais pró&imodo núcleo estaria a apro&imadamente 1,' (m de dist)ncia do núcleo.

    Figura 1: *lustra a dist)ncia entre o núcleo do átomo a seu elétrons mais pró&imo.

    + núcleo de um átomo contém prótons carregados positivamente e n utronsque não apresentam carga. endo assim, o núcleo é carregado positivamente. omoa quantidade de carga positiva em um próton é igual / quantidade de carga negativaem um elétron, um átomo neutro tem o mesmo número de prótons e elétrons.0tomos podem gan!ar elétrons e tornarem-se carregados negativamente, ou podemperder elétrons para se tornarem carregados positivamente. Entretanto, o númerode prótons em um átomo não muda.

    Figura 2: *lustra o núcleo do átomo contendo prótons e neutros e os elétrons naeletros era.

    + que realmente de ine um átomo não é seu número de elétrons nem númerode n utrons e muito menos sua massa at mica 2como se ac!ava antigamente3, massim o número de prótons. Assim, átomos di erentes apresentam números de

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    prótons di erentes e, inclusive, a tabela a própria periódica atualmente é organi"adade acordo com o número de prótons de cada elemento, pois observou-se queorgani"ando os elementos desta maneira eles apresentavam propriedade que serepetiam dentro de uma mesma amília ou período 2propriedades periódicas3

    5rótons e n utrons t m apro&imadamente a mesma massa e sãoapro&imadamente 1.677 ve"es

    Tabela 1: onstituintes do átomo.

    5artícula 8ocali"a$ão arga 9assaElétron Eletros era - 1 1:16775róton ;úcelo < 1 1

    ;eutron ;úcleo 7 1

    egundo o rincí io da incerte!a de "eisenberg é impossível pré-di"ersimultaneamente a posi$ão e a velocidade de um elétron. =este modo, torna-se maisconveniente alar em termos de probabilidade de o elétron ser encontrado em certaposi$ão do espa$o em determinado instante. =este modo, a região do espa$o onde émá#ima a probabilidade de se encontrar o elétron é c!amado deorbital .

    Figura $: *lustra duas regi%es no espa$o. A região >A? é a região de maiorprobabilidade de se encontrar o elétron em rela$ão / outras regi%es, como pore&emplo a região >@?. endo assim, a região >A? é o orbital.

    2% Estrutura Eletr&nica dos 'tomos

    2%1 ()meros Quânticos

    ão números que descrevem o elétron. Estes levam em considera$ão, dentre

    outras propriedades, sua energia, sua locali"a$ão e sua rota$ão.

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    2%1%1 *rimeiro ()mero Quântico ou ()mero Quântico *rinci al + n ,:

    + número qu)ntico principal nos dá a in orma$ão do nível de energia que oelétron apresenta. B medida que n aumenta, o orbital torna-se maior, e o elétronpassa mais tempo mais distante do núcleo. Cm aumento den signi ica também que oelétron tem energia mais alta e, por isso, está menos ortemente preso ao núcleo.

    Dodos os orbitais com mesmo valor den estão na mesma camada, ou se#a,apresentam o mesmo nível de energia

    + número qu)ntico principal pode assumir qualquer valor inteiro positivo 2n F1, 4, ... G3. ada número representa um determinado nível de energia 2tambémc!amado de camada3.

    As camadas podem ser identi icadas por letras latinas maiúsculas, come$ando

    por (, para a primeira camada 2n F 13. =aí em diante as letras seguem a ordemal abética.

    2%1%2 -egundo ()mero Quântico. ()mero Quântico -ecundário ou()mero Quântico /!imutal + ℓℓℓℓ,

    + número qu)ntico secundário divide as camadas em grupos menores,denominadas subcamadas 2ou subníveis3, de inindo o ormato do orbital.

    5ara um dado valor de n, ℓℓℓℓ pode variar de 7 an H 1. +u se#a, o número má&imode ℓℓℓℓ permitido é I

    ℓℓℓℓ F n H 1 2Eq. 13

    +s subníveis associados com os valores deℓℓℓℓ F 7, 1, 4 e são designados pelasletrasI s, , d e 0 , respectivamente

    Tabela 2: =esigna$ão dos orbitais.

    Jalor de n 1 4 KJalor de ℓℓℓℓ 7 1 4 =esigna$ão dos orbitais s d 0

    Ordem de energia

    s d 0

    3 Energia crescente →→→→

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    Figura 4: =iagrama apro&imado dos níveis de energia.

    2%1%$ Terceiro ()mero Quântico. ()mero Quântico Terciário ou()mero Quântico 5agn6tico + m ℓℓℓℓ,

    + número qu)ntico magnético dá a orienta$ão dos orbitais at micos no

    espa$o. ada subnível consiste em um número especí ico de orbitais. ada orbitalcorresponde a di erentes valores permitidos dem ℓℓℓℓ. +s valores de m ℓℓℓℓ são números

    inteiros que assumem di erentes valores dependendo do nível e subnível em

    questão. 5ara determinado valor de ℓℓℓℓ, e&istem 4ℓℓℓℓ < 1 valores permitidos de m ℓℓℓℓ,

    variando de Hℓℓℓℓ a < ℓℓℓℓ . 5ortanto, cada subnívels 2ℓℓℓℓF73 consiste de um orbital; cadasubnível pppp 2ℓℓℓℓF13consiste em três orbitais; cada subnível d ddd 2ℓℓℓℓF43 consiste em cinco

    orbitais; cada subnível f fff 2ℓℓℓℓF 3 consiste de sete orbitais, e assim por diante.

    +rbitais de um mesmo subnível 2ℓℓℓℓ F 4, por e&emplo3 apresentam a mesmaenergia e, por isso, são c!amados de orbitais degenerados.

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    E#em los de orbitais:

    • Para ℓℓℓℓ F 7I corresponde ao orbitals, onde e&iste somente uma orienta$ãopermitida 2m ℓℓℓℓ F 73.

    Figura 7: *lustra o ormato do orbital s

    • Para ℓℓℓℓ F 1I corresponde ao orbital , onde e&istem tr s orienta$%espermitidas 2m ℓℓℓℓ F -1, 7, 13 que coincidem com os tr s ei&os cartesianos

    Figura 8: *lustra o ormato do orbital p.

    • Para ℓℓℓℓ F 4I correspondem aos orbitais d onde e&istem cinco orienta$%espermitida 2m ℓℓℓℓ F -4, -1, 7, 1, 43

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    Figura 9: *lustra o ormato do orbital d.

    • Para ℓℓℓℓ F I correspondem aos orbitais0 , onde e&istem sete orienta$%espermitidas 2m ℓℓℓℓ F - , -4, -1, 7, 1, 4, 3

    Figura : *lustra o ormato do orbital .

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    Tabela $: apacidades dos quatro primeiros níveis.

    ( ℓℓ m ℓℓℓℓ ubnívelElétrons má&imos

    no subnívelElétrons má&imos

    no nível

    1 7 7 1s 4 4

    4 717

    -1, 7, 14s 4

    4L 6

    714

    7-1, 7, 1

    -4, -1, 7, 1, 4

    s

    d

    4L

    17 16

    K

    714

    7-1, 7, 1

    -4, -1, 7, 1, 4- , -4, -1, 7, 1, 4,

    Ks K Kd K0

    4L

    171K

    4

    2%1%4 Quarto ()mero Quântico. ()mero Quântico Quaternário ou()mero Quântico 5agn6tico de - in do El6tron + m s,

    + número qu)ntico magnético de spin não está relacionado com o orbital,mas sim com o elétron. +m s está associado com a rota$ão do elétron em torno deseu próprio ei&o.

    +s elétrons giram em rota$ão igual, porém em sentidos contrários. 5ararepresentá-los convencionou-se atribuir os valores

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    Figura ;: *lustra o modo de usar as setas para indicar a rota$ão do elétron.

    • Nuando dois elétrons estão ocupando o mesmo orbital de um mesmosubnível di"-se que seus elétrons estãoem arel

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    eletr nica de um átomo é aquela na qual os elétrons estão nos estados mais bai&osde energias possíveis.

    omo o princípio da e&clusão di" que pode !aver no má&imo dois elétrons nomesmo orbital, devemos preenc!er os orbitais em ordem crescente de energia.

    + preenc!imento dos diagramas de orbitais de cada subnível segue os*rincí io da >onstrução e a ?egra de ?und .

    *rincí io da >onstrução : de acordo com es#e $rincí$io% um elronsem$re vai $ara um or'i#al de menor ener ia. As energias relativasdos orbitais at micos são as seguintesI

    1s P 4s P 4p P s P p P Ks P d P Kp P 's P Kd P 'p P Ls P K P 'd P

    Lp P Ms P '

    ?egra de ?und : (uando or'i#ais de mesma ener ia )de enerados*es#+o sendo $reenc,idos% o es#ado de menor ener ia & a(uele (ue#iver o maior n mero $ossível de elrons com mesmo s$in ) m s *. i/-se (ue os elrons dessa forma #0m s$ins paralelos ou% ainda%desemparelhados .

    Notações:

    +ndeI 1 simboli"a o elemento químico A é o número de massa 2no prótons < no n utrons3 Z é o número at mico 2no prótons3 Z é numericamente igual ao no elétrons3

    ondeI é o símbolo que representa o átomo de carbono

    14 é número de massa 2no prótons < no n utrons3

    L é o número at mico, ou se#a é o no prótons, que é

    numericamente igual ao no elétrons.

    2%4 @iagrama de Energia de *auling

    X A Z

    C 126

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    + cientista americano 8inus . 5auling apresentou a teoria até o momento

    mais aceita para a distribuição eletr&nica . 5auling apresentou esta distribui$ãodividida em níveis e subníveis de energia.

    A distribui$ão eletr nica, con orme 5auling, não era apenas uma ocupa$ão

    pelos elétrons dos espa$os va"ios nas camadas da eletros era. +s elétrons se

    distribuem segundo o nível de energia de cada subnível, numa seqQ ncia crescente

    em que ocupam primeiro os subníveis de menor energia e, por último, os de maior.

    + diagrama de energia de *auling de ine a ordem de energia crescente queé também a seqQ ncia de distribui$ão dos elétronsI

    Figura 11: *lustra como ocorre a distribui$ão eletr nica.

    ;a Figura 11 , as setas indicam a ordem crescente dos níveis de energia,

    concordando com o diagrama de energia naFigura 4 , ve#aI

    1s4 4s4 4 L s4 L Ks4 d17 K L ' s4 Kd17 ' L Ls4 K0 1K ' d17 L L Ms4 ' 0 1K Ld17 R

    ;ote. Nue no diagrama de energia 2Figura 43 o Ks4 apresenta menor energiado que o d17, por isso que no diagrama de 5auling 2Figura 11 3 o Ks4 vem antes doque d17. Assim, seguindo o diagrama de 5auling, podemos montar a distribui$ão

    eletr nica para a maioria dos elementos químicos.E#em los:

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    • 5ara OS, temosI 1s4, 4s4, 4 '

    • 5ara 47 a, temosI 1s4, 4s4, 4 L, s4, L, Ks4

    • 5ara K7Tr, temosI1s4 4s4 4 L s4 L Ks4 d17 K L ' s4 Kd4

    om o diagrama de 5auling pode-se a"er a distribui$ão eletr nica de várioscompostos. Cma observa$ão cuidadosa nos mostra que !á umas poucas e&ce$%espara estas regras. =uas e&ce$%es dignas de nota são o cromo e o cobre. eguindo asregras que estudamos esperaríamos que suas con igura$%es ossemI

    4K rI1s2 4s2 4 8 s2 8 Ks2 d4

    4O uI 1s2 4s2 4 8 s2 8 Ks 2 d;

    ;o entanto, as distribui$%es eletr nicas determinadas e&perimentalmente sãoI

    4K rI1s2 4s2 4 8 s2 8 Ks1 d7

    4O uI 1s2 4s2 4 8 s2 8 Ks1 d1=

    +s diagramas de orbitais correspondentes sãoI

    4K rKs

    d

    4O uKs

    d

    ;ote que, no caso do cromo, um elétron oi >emprestado? pelo subnível Ks para umsubnível d que icou e&atamente com metade de sua >popula$ão? de elétrons

    má&ima. Uá no caso do cobre, este mesmo elétron Ks é utili"ado para preenc!ercompletamente uma subcamada d.

    $% AigaçBes Químicas

    As liga$%es químicas que ocorrem naturalmente a im de se ormarcompostos mais estáveis, ou se#a, de menor energia.

    $%1 Estruturas de AeCis

    As liga$%es ocorrem usando os elétrons presentes na última camada, ou se#a,na camada de Dal ncia. Elétrons presentes na camada de val ncia são c!amadosel6trons de Dal ncia. 5ara representar um átomo usando uma estrutura de AeCis

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    =este modo, a camada de val ncia do ós oro possui 17 elétrons. ;este caso,di"emos que a camada de val ncia se e&pandiu.

    Algumas ve"es a camada de val ncia de um átomo numa molécula contémmenos elétrons do que o octeto. Este é o caso do tri luoreto de boro, @S,I

    ;este composto a camada de val ncia do boro é ocupada por apenas tr spares de elétrons, pois o número total de elétrons de val ncia é insu iciente paraatingir o octeto. ;ovamente a regra do octeto é desrespeitada.

    $%$ AigaçBes I&nicas

    ;a liga$ão i nica ocorre a orma$ão de íons devido a trans er ncia de

    elétrons, que residem na camada mais e&terna 2camada de val ncia3, de um átomopara o outro. ;ormalmente, nesta liga$ão, e&iste um elemento que tende a cederelétrons 2metal - cátion3, e outro que tende a receber elétrons 2não metal - )nion3.

    +bserva$ãoI A liga$ão i nica é a única em que ocorre a trans er ncia deelétrons.

    A liga$ão se dá devido / atra$%es eletrostáticas ortes que se estabelecementre os íons. Este tipo de liga$ão são não direcionadas, ou se#a, podem ocorrer comdois ou mais átomos, como pode-se ver naFigura 12 .

    Exemplos

    5ara 11;a, temosI

    1s4, 4s4, 4 L, s1

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    Prof. Zilvam Melo – Quími

    5ara 1M l, temos

    1s4, 4s4, 4 L, s4,

    DemosI17;a oD

    Cma das teorias uAigação de al ncia +quando dois átomos se aum átomo 2orbital at melétrons estão agora emp

    por ambos os núcleos, uos átomos possuem a tval ncia. ;este tipo de

    ormadas são eletronica

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    a Or !nica "

    '

    s4, 4 L, s7

    4, 4 L, s4, L

    < .l ;a .l+

    -

    lustra o retículo cristalino do cloreto de só

    alentes

    sadas para o estudo das liga$%es covalentA ,. egundo esta teoria, uma liga$ãoro&imam tão perto um do outro que o or

    ico3 se sobrep%e ao orbital ocupado doarel!ados nos orbitais que se sobrepuser

    indo os átomos. Em outras palavras, nand ncia de compartil!ar os elétrons deliga$ão não !á a orma$ão de íons, pente neutras.

    1K

    dio.

    es é a Teoria deovalente ocorrebital ocupado deoutro átomo. +sm e são atraídos

    iga$ão covalentesua camada deis as estruturas

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    Figura 1$: *lustra como se dá a atra$ão entre dois átomos numa liga$ão covalente.

    Cma outra teoria também utili"ada para e&plicar a orma$ão de liga$%escovalentes é a Teoria do Orbital 5olecular +TO5, . egundo a D+9, as liga$%esresultam da combina$ão matemática de orbitais at&micos +O/, para ormarorbitais moleculares +O5, que pertencem / molécula com um todo. Abai&o

    Figura 14: obreposi$ão de orbitais at micos1s G 1s 2a3 e2 x G 2 x 2b3 para aorma$ão de orbitais moléculares ligantes e antiligantes.

    As liga$%es covalentes são mais racas que as liga$%es i nicas. Estas liga$%essão orientadas, ou se#a, cada liga$ão envolve apenas dois átomos.

    Exemplos:

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    Figura 17: *lustra e&emplos de compostos com liga$%es covalentes.

    $%4%1 Ti os de AigaçBes >oDalentes

    $%4%2 Aigação (ormal ou Aigação -igma +H,

    ;as liga$%es covalentes que consideramos até aqui, está concentradasimetricamente ao redor da lin!a que une os núcleos 2ei&o intermolecular3. Emoutras palavras a liga$ão se dá pela sobreposi$ão rontal desses orbitais ao longo doei&o de liga$ão. Essas liga$%es são c!amadasligaçBes sigma +H,.

    Figura 18: *lustra a sobreposi$ão rontal para orma$ão de liga$ão Y.

    Entre dois átomos ligados por liga$ão covalente só pode e&istir uma liga$ãosigma

    ada átomo que participa da liga$ão colabora com um elétron para aorma$ão da liga$ão. +s orbitais possuem uma simetria cilíndrica ao longo do ei&o

    de liga$ão

    E#em los de com ostos com ligação H:

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    $%4%$ AigaçBes *i + , J AigaçBes 5)lti las +@u las ou Tri las,

    +s ei&os dos orbitais da liga$ão Z icam orientados perpendicularmente aosda liga$ão Y 2acima e abai&o do ei&o imaginário3. ó pode ormar uma liga$ão Z2liga$ão dupla3 onde #á e&istir uma liga$ão Y. e entre dois átomos e&istirem duasliga$%es Z 2liga$ão tripla3, então elas serão perpendiculares entre si.

    Figura 19: *lustra a sobreposi$ão lateral para orma$ão de liga$ão Z.

    E#em los de com ostos com ligação :

    $%4%4 Aigação >oDalente >oordenada ou @atiDa

    ;a liga$ão covalente coordenada o par de elétrons da liga$ão é provenientede um único átomo.

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    ;W

    W

    W

    @ l

    l

    l

    $%4%7 Aigação >oDalente *olar

    [ gerada quando átomos de di erentes eletronegatividades se ligam. Cmaliga$ão covalente polar tem pequena carga positiva em um lado da molécula e umapequena carga negativa no outro lado da molécula. Estas pequenas cargas positivase negativas são c!amadas de cargas parciais e são indicados pelos símbolos \< e \ -,respectivamente. A e&tremidade parcialmente negativa de uma liga$ão é a que tem oátomo mais eletronegativo. Nuanto maior a di eren$a de eletronegatividade entre osátomos ligados, mais polar será a liga$ão.

    EletronegatiDidade: 2 a ,a'ilidade rela#iva de um 3#omo em a#rair%com maior ou menor in#ensidade% $ara si elrons (ue es#+o sendocom$ar#il,ados em uma li a4+o covalen#e.

    + cloreto de !idrog nio possui uma e&tremidade parcialmente $osi#iva eoutra parcialmente negativa, esta molécula apresenta um dipolo e possui ummomento dipolo 2]3. + momento dipolo pode ser calculado pela equa$ão abai&oI

    ]Fe & d9omento dipolo F carga 2em oulomb3 & dist)ncia 2em metro3

    A unidade dos momentos dipolos normalmente são dadas em debe^ 2@3I

    1 @ F , & 17- 7 > &m

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    Figura 1 : *lustra a tabela periódica com valores de eletronegatividade de todosos elementos.

    $%4%7%1 5a as de *otencial Eletrostático

    [ importante entender o conceito de polaridade de liga$ão para entendercomo as rea$%es org)nicas ocorrem, por que uma regra central que governa a

    reatividade das subst)ncias org)nicas é a de que átomos ou mol6culas ricos emel6trons são atraídos or átomos ou mol6culas de0icientes em el6trons% Assim,5a as de *otencial Eletrostático são modelos que mostram como a carga édistribuída na molécula na orma de um mapa. =essa orma, tais mapas mostramque tipo de atra$ão eletrostática um átomo ou molécula tem por outro átomo oumolécula, de modo que possamos usá-los para prever rea$%es químicas. +s mapaspara o 8iW, W4 e WS são mostrados a seguirI

    Figura 1;: 9apa de potencial eletrostático para o 8iW, W4 e WS.

    As cores em um mapa de potencial eletrostático indicam em que grau umamolécula, ou um átomo em uma molécula, atrai partículas carregadas. As cores emum mapa de potencial eletrostático t m os seguintes signi icadosI

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    ermel

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    E#em lo de com ostos olares e a olares

    Figura 2=: *lustra compostos com liga$%es polares e apolares.

    4% "ibridi!ação e Leometria dos >om ostos do >arbono

    A distribui$ão eletr nica para o átomo de carbono no estado0undamental éI

    L

    1s4 4s4 4p& 4p^ 4p"

    endo assim só seria possível do carbono ormar duas liga$%esH, !a#a vistaque o carbono apresenta somente dois elétrons desemparel!ados para ormarem

    liga$%es. ;o entanto, oi comprovado que o carbono orma diversos compostos com

    quatro liga$%esH ou com tr s liga$%esH e uma liga$ão ou, ainda uma duasH eduas liga$%es . omo isso pode ocorrer_ A e&plica$ão para tal en meno vem dateoria de

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    4%1 "ibridi!ação s $ +ligaçBes H,

    Nuando o carbono está !ibridi"ado ems ocorre a mistura do orbital 4s comos tr s orbitais 4 . Após a mistura dos orbitais, os quatro elétrons 2dois do orbital

    4s e dois do orbital 4 3 são distribuídos nos quatro novos orbitais !íbridos.

    L.

    1 s4

    sA

    5odemos entender mel!or esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de

    energias dos elétrons dos orbitais no estado0undamental e no estado

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    Abai&o ve#a como se dá a orma$ão do etano pela sobreposi$ão dos orbitais!íbridos s para a orma$ão de quatro liga$%es Y ` e `W.

    Figura 2$: *lustra a orma$ão de liga$%es Y pela sobreposi$ão rontal dos orbitais

    que participam das liga$%es. Dodas as liga$%es que se ormam, tanto - como -W

    são liga$%es Y.

    4%2 "ibridi!ação s 2 +ligaçBes H e ligaçBes ,

    Nuando o carbono está !ibridi"ado em s 4 ocorre a mistura do orbital 4 s comdois orbitais 4 .

    L

    1s4s 4

    5odemos entender esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de energias dos elétrons

    no estado 0undamental e no estado e#citado .

    Figura 24: =iagrama de energia para a !ibridi"a$ão s 4.

    ;este processo, ocorre a orma$ão de tr s orbitais !íbridos s 4 com umelétron desemparel!ado em cada. +s tr s orbitais !íbridos são orientados para os

    cantos de um tri)ngulo regular, com )ngulos de 147 o entre si, gerando estrutura

    trigonal planar, como e&empli ica a Figura 27 . + orbital puro 2que não so reu

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    !ibridi"a$ão3 ica orientado perpendicularmente ao plano do tri)ngulo ormado

    pelos orbitais !íbridos s 4.

    Figura 27: E&emplo de estrutura trigonal planar.

    +s tr s orbitais !íbridos s 4 podem so rer sobreposi$ão rontal. =este modo,o carbono se torna capa" de ormar compostos com tr s liga$%esH. Abai&o ve#a

    como se dá a orma$ão do eteno pela sobreposi$ão dos orbitaiss 4 para orma$ão

    de liga$%es Y ̀ e `W.

    Figura 28: *lustra a sobreposi$ão dos orbitaiss 4 para a orma$ão de liga$%es Y.

    Uá o orbital pode so rer sobreposi$ão perpendicular ao ei&o de liga$ão

    rontal, gerando assim, uma liga$ão . Este tipo de !ibridi"a$ão possibilita o carbonogerar estruturas trigonal planar com uma liga$ão , como, por e&emplo o eteno,

    assim como e&empli ica aFigura 29 .

    Figura 29: *lustra a sobreposi$ão de orbitais para a orma$ão de liga$%es .

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    4%$ "ibridi!ação s +ligaçBes H e ligaçBes ,

    Nuando o carbono está !ibridi"ado em s ocorre a sobreposi$ão do orbital 4 s com um orbitais 4 .

    L .

    1 s4

    s

    5odemos entender esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de energias dos

    elétrons no estado 0undamental e no estadoe#citado .

    Figura 2 : =iagrama de energia para a !ibridi"a$ão s .;este processo, ocorre a orma$ão de dois orbitais !íbridos s , com um

    elétron desemparel!ado em cada. +s dois orbitais !íbridos são orientados a um

    )ngulo de 167o em rela$ão um com o outro. ada um dos dois orbitais puros 2que

    não so reu !ibridi"a$ão3 icam orientados perpendicularmente ao ei&o rontal de

    liga$ão dos dois orbitais !íbridos s . +s dois orbitais !íbridos s podem so rer

    sobreposi$ão rontal, gerando a orma$ão de liga$%es Y, como mostra aFigura 2; .

    Figura 2;: *lustra a sobreposi$ão dos orbitaiss para a orma$ão de liga$%es Y.

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    Uá os orbitais não-!ibridi"ados podem so rer sobreposi$ão perpendicular

    entre si ao ei&o de liga$ão rontal. Este tipo de !ibridi"a$ão possibilita o carbono

    gerar estruturas lineares com duas liga$%es Y e duas liga$%es Z.

    7% >om rimento de ligaçBes

    + comprimento de liga$ão segue a seguinte seqQ nciaI

    + princípio geral di" queI quanto maior or o caráters dos orbitais que

    participam da liga$ão menor será o comprimento da liga$ão. Assim, quando ocarbono está !ibridi"ado em s ele apresenta '7 de caráter s, por isso apresentamenor comprimento de liga$ão do que os compostos nos quais as átomos de

    carbono apresentam liga$%es duplas e este, por sua ve", apresenta menor

    comprimento do que os compostos que liga$%es simples.

    Tabela 7: 9ostra as características que os átomos so rem ao se !ibridi"arem.

    Dipo de!ibridi"a$ão

    8iga$%es quese ormam

    aráter s 2 3

    eometria ngulos dasliga$%es 2o3

    s $ KH 4' Detraédrica 17O,'s 2 H e 1 , Driangular 147s 4H e 4 '7 8inear 167

    8% ?e0er ncias

    @X+ ;, 8E9A e @CX-DE;.Química: >i ncia >entral . O. ed. -ão 5auloI5earson, 477M.

    @XC* E, 5. .Química Orgânica . K. ed. -ão 5auloI 5earson, 477L.

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