introduÇÃo aos estudos linguÍsticos i
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APRESENTAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS I
(51021)
Começo por felicitá-la(o) pela sua inscrição na unidade curricular de
Introdução aos Estudos Linguísticos I, e por lhe desejar os maiores sucessos
ao longo do seu percurso académico.
Como docente responsável por esta unidade curricular, quero manifestar-
-lhe a minha disponibilidade para a(o) apoiar − a nível científico, pedagógico e
metodológico − ao longo do estudo que vai desenvolver.
1. Apresentação da unidade curricular
Os conteúdos propostos na unidade curricular de Introdução aos Estudos
Linguísticos I permitem que o estudante se familiarize com:
− questões teórico-metodológicas relevantes;
− seis subdisciplinas linguísticas (Fonética, Fonologia, Morfologia,
Sintaxe, Semântica e Pragmática), e respectivos objectivos e metodologias;
− conceitos operatórios centrais para uma reflexão sobre as línguas
naturais.
Para atingir estes objectivos, o programa da unidade curricular está
dividido em cinco temas, distribuídos por três partes, como a seguir se mostra:
1.ª PARTE – LINGUÍSTICA E LINGUAGEM VERBAL
Tema 1 – Linguística e Semiótica: as propostas fundadoras de Saussure
2.ª PARTE – OS NÍVEIS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA
Tema 2 – Fonética e Fonologia
Tema 3 – Morfologia e Sintaxe
Tema 4 – Semântica e Pragmática
3.ª PARTE – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Tema 5 – Variação linguística
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2. Bibliografia
O manual adoptado para esta unidade curricular é o seguinte:
– SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos. (disponível online)
Todavia, tenha em consideração que há outros textos, além do manual
adoptado, que são igualmente de leitura obrigatória.
Para cada tema previsto no programa da unidade curricular, é proposto
um conjunto de leituras obrigatórias e leituras complementares. No quadro da
página seguinte, são sistematizadas e explicitadas essas referências
bibliográficas.
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS I (51021)
TEMAS BIBLIOGRAFIA DE LEITURA OBRIGATÓRIA BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Linguística e Semiótica: as propostas fundadoras de Saussure
− SAUSSURE, Ferdinand de (1978 1916
), Curso de linguística geral (trad.), 4.ª
ed., Lisboa, Publicações Dom Quixote, cap. 3 da Introdução (pp. 32-46);
caps. 1 e 3 da Primeira Parte (pp. 121-128; 141-158); cap. 5 da Segunda
Parte (pp. 207-213).
− SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos, pp. 6-67. (disponível online)
− DUARTE, Inês (2000), Língua portuguesa.
Instrumentos de análise, Lisboa, Universidade
Aberta, pp. 15-21.
− MATEUS, Maria Helena Mira, e Alina VILLALVA
(2006), O essencial sobre linguística, Lisboa,
Caminho, pp. 11-28, 39-51.
2. Fonética e Fonologia − ANDRADE, Amália, e Maria do Céu VIANA (1996), “Fonética”, in FARIA,
Isabel Hub, et alii (Org.), Introdução à linguística geral e portuguesa,
Lisboa, Caminho, pp. 115-146.
− SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos, pp. 87-116. (disponível online)
− CUNHA, Celso, e Lindley CINTRA (1984), Nova
gramática do português contemporâneo, Lisboa,
Edições João Sá da Costa, pp. 25-62.
− FROMKIN, Victoria, e Robert RODMAN (1993),
Introdução à linguagem (trad.), Coimbra, Livraria
Almedina, pp. 75-79, 111-113.
3. Morfologia e Sintaxe − AZUAGA, Luísa (1996), “Morfologia”, in FARIA, Isabel Hub, et alii (Org.),
Introdução à linguística geral e portuguesa, Lisboa, Caminho, pp. 215-
-228, 232-234.
− DUARTE, Inês, e Ana Maria BRITO (1996), “Sintaxe”, in FARIA, Isabel Hub,
et alii (Org.), Introdução à linguística geral e portuguesa, Lisboa,
Caminho (esp. pp. 247-252).
− SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos, pp. 127-137, 147-157. (disponível online)
− FROMKIN, Victoria, e Robert RODMAN (1993),
Introdução à linguagem (trad.), Coimbra, Livraria
Almedina, pp. 119-126.
4. Semântica e Pragmática − GOUVEIA, Carlos A. M. (1996), “Pragmática”, in FARIA, Isabel Hub, et alii
(Org.), Introdução à linguística geral e portuguesa, Lisboa, Caminho,
pp. 383-402.
− LOPES, Ana Cristina Macário, e Graça RIO-TORTO (2007), Semântica,
Lisboa, Caminho (Colecção O essencial sobre língua portuguesa), pp.
13-45.
− SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos, pp. 175-187, 193-204. (disponível online)
− OLIVEIRA, Fátima (1996), “Semântica”, in FARIA,
Isabel Hub, et alii (Org.), Introdução à linguística
geral e portuguesa, Lisboa, Caminho, pp. 333-
-351.
− LIMA, José Pinto de (2006), Pragmática linguística,
Lisboa, Caminho (Colecção O essencial sobre
língua portuguesa), pp. 13-15, 19-57.
5. Variação linguística − FERREIRA, Manuela Barros, et alii (1996), “Variação linguística:
perspectiva dialectológica”, in FARIA, Isabel Hub, et alii (Org.),
Introdução à linguística geral e portuguesa, Lisboa, Caminho, pp. 479-
-484, 491-502.
− SILVA, Paulo Nunes da (2010), Manual de Introdução aos Estudos
Linguísticos, pp. 237-270. (disponível online)
− MATEUS, Maria Helena Mira, et alii (2003),
Gramática da língua portuguesa (5.ª ed. revista
e aumentada), Lisboa, Caminho, cap. 3 (pp. 39-
-51).
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3. Indicações sobre objectivos e metodologias de estudo, capacidade de
expressão escrita, assimilação dos conteúdos e reflexão individual
Começo por lhe recordar uma evidência: que o objectivo de estudar os
conteúdos propostos no âmbito de uma dada unidade curricular, qualquer que
ela seja, consiste em assimilar os conceitos apresentados e em dominá-los de
modo a saber reflectir adequadamente no âmbito da área do conhecimento em
que a unidade curricular se insere. Aprender: eis a finalidade de estudar
qualquer unidade curricular em qualquer nível de ensino.
Frequentemente, todavia, esta vulgar constatação é esquecida, e uma
unidade curricular deixa de ser encarada pelo estudante como um conjunto de
conhecimentos que é necessário ou desejável assimilar, para ser reduzida a
uma prova de avaliação (ou a um conjunto de provas de avaliação), verdadeiro
obstáculo que é preciso superar, mesmo que com a nota mínima que garante a
aprovação.
O processo de ensino-aprendizagem é, como a designação indica, um
processo composto por várias fases, entre as quais se incluem as seguintes:
a) leitura dos materiais de estudo e de outra bibliografia aconselhada;
b) reflexão sistematizada sobre os conteúdos neles incluídos;
c) assimilação desses conteúdos através de métodos de estudo
diversificados;
d) realização da prova de avaliação somativa para se ajuizar sobre a
qualidade da assimilação dos novos conhecimentos por parte do estudante.
E como se pode estudar/assimilar com qualidade os conteúdos de uma
unidade curricular?
É necessário ter consciência de que estudar exige dedicar muito tempo
a ler e a reflectir sobre os conteúdos propostos numa dada unidade
curricular. O processo de estudo deve ser planeado com antecedência, deve
ser faseado, tendo em conta as múltiplas leituras que terão ser feitas e os
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momentos necessários para sistematizar e assimilar os novos conhecimentos.
A falta de tempo não deve, em caso algum, constituir pretexto para o estudante
se desculpabilizar. Se um estudante não se preparou convenientemente no
âmbito de uma dada unidade curricular, não deve realizar o p-fólio ou o exame
dessa unidade curricular.
Acresce a tudo isto que estudar uma unidade curricular de iniciação à
Linguística implica necessariamente contactar, na maior parte dos casos pela
primeira vez, com uma constelação de novos conceitos e de novas
designações. Também por esse motivo, o estudo no âmbito de Introdução aos
Estudos Linguísticos I deve prolongar-se no tempo, de modo a que os novos
conceitos sejam adequadamente assimilados.
Não há uma metodologia de estudo que seja, em si mesma, melhor do
que todas as outras. Cada estudante deverá encontrar o método que melhor se
adeqúe a si mesmo. A melhor metodologia é aquela que resulta com cada um
de nós, e o melhor critério para avaliar a eficácia do método de estudo consiste
na auto-consciência de que se compreendeu globalmente os conteúdos e de
que eles foram todos correctamente assimilados.
Alguns exemplos de métodos de estudo (a realizar individualmente ou em
grupo) são os seguintes:
− ler várias vezes os textos propostos no âmbito da unidade curricular;
− elaborar esquemas que organizem e sistematizem os conteúdos;
− fazer resumos das matérias (em várias páginas ou reduzindo o
essencial da matéria em tópicos curtos);
− reescrever frases que integram conteúdos importantes;
− ler os textos em voz alta;
− fazer exercícios auto-propostos (colocar questões a si mesma(o) e dar-
-lhes resposta).
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Estas propostas de metodologias de trabalho não se excluem
mutuamente; pelo contrário, podem ser articuladas umas com as outras e
constituir diferentes fases do processo de estudo.
Dada a extensão e o grau de dificuldade dos conteúdos que integram
cada um dos cinco temas desta unidade curricular, proponho-lhe a seguinte
distribuição das leituras a efectuar:
Tema 1 – 3 semanas 1.ª Parte (3 semanas)
Tema 2 – 3 semanas
Tema 3 – 3 semanas 2.ª Parte (9 semanas)
Tema 4 – 3 semanas
Tema 5 – 3 semanas 3.ª Parte (3 semanas)
Tenho insistido na necessidade de o estudante assimilar os conteúdos
propostos na unidade curricular; ou seja, a palavra-chave é assimilação e não
simples memorização. A memorização constitui uma fase prévia à fase da
compreensão: sem a primeira não se pode atingir plenamente a segunda. Mas
a simples memorização dos conteúdos não é consentânea com o grau de
exigência próprio de uma unidade curricular do nível de ensino superior.
Compreender significa, então, memorizar e saber utilizar o que se
memorizou em novas situações, ou seja, saber reflectir com correcção e
pertinência numa dada área do conhecimento, servindo-se dos conceitos
memorizados.
Justifica-se apresentar uma nota a propósito da memorização e da
realização de provas de avaliação. Por vezes, acontece que alguns estudantes
decalcam partes dos materiais de estudo ou de outros documentos disponíveis
na internet e apresentam-nas nas provas de avaliação como se fossem da sua
autoria (ou seja, sem aspas e sem qualquer referência ao verdadeiro autor). Tal
procedimento é, evidentemente, incorrecto e ilegal. No sentido de tentar evitar
situações desagradáveis deste tipo (em que, naturalmente, não é atribuído
qualquer valor à resposta dada), recordo que o objectivo de realizar uma prova
de avaliação é avaliar o grau de conhecimentos que o estudante assimilou, e
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não a sua capacidade de memorizar excertos dos textos que leu (ou de os
copiar directamente dos materiais de estudo).
Também por isso, as questões colocadas nas provas de avaliação
apelam frequentemente à reflexão individual do estudante. Deverá, portanto,
utilizar as suas próprias palavras para definir conceitos e para apresentar as
suas ideias acerca dos temas propostos na prova de avaliação. Em termos da
cotação a atribuir, uma resposta que revela esse traço individual a nível da
reflexão e da expressão escrita é muito mais valorizada do que a resposta em
que o estudante manifesta incapacidade para “traduzir” por palavras suas os
conteúdos estudados.
Lembre-se, por fim, de que há outros factores que condicionam a
obtenção de bons resultados: o estado de ansiedade no momento da
realização da prova, a adequada distribuição do tempo concedido a cada
resposta e o domínio da língua portuguesa a nível da expressão escrita são,
entre esses factores, três dos mais importantes.
Deste modo, concluo estas reflexões realçando a importância de que
se reveste a capacidade de expressão escrita na realização de uma prova
de avaliação desta unidade curricular. De facto, desde um nível básico (as
regras de ortografia e de pontuação) a um nível mais elaborado (a correcta
estruturação sintáctica das respostas, e a adequada distribuição e articulação
dos conteúdos nessas mesmas respostas), é fundamental que o estudante
revele um bom domínio da língua portuguesa. Por isso, para se atingir uma boa
classificação numa prova de avaliação de Introdução aos Estudos Linguísticos
I, é condição necessária mas não suficiente a compreensão dos conteúdos
propostos no âmbito desta unidade curricular. Tratando-se de uma unidade
curricular em que se reflecte sobre a comunicação verbal, faz todo o sentido
que assim seja.
Paulo Nunes da Silva