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ESTRATIFICAÇÃO AMBIENTAL DOS AGROECOSSISTEMAS NO PROJETO DE
ASSENTAMENTO PALESTRINA, MIMOSO DO SUL, ESPÍRITO SANTO
Natália Aragão de Figueredo, NEPUT/UFV UFV – Viçosa – MG, [email protected]
Eder Paulo Moreira, NEPUT/UFV – Viçosa - MG, [email protected]
Thiago Dannemann Vargas, NEPUT/UFV UFV – Viçosa – MG, [email protected]
João Luiz Lani, NEPUT/UFV UFV – Viçosa – MG, [email protected]
Resumo
A estratificação da paisagem é essencial para compreender e identificar em uma área heterogênea os componentes consideráveis homogêneos e assim estabelecer parâmetros baseados na classificação e mapeamento das classes de solos. Estas unidades servem de ferramentas para o uso sustentável da terra e para o planejamento rural no Projeto de Assentamento Palestrina. Desta maneira será possível avaliar as potencialidades e limitações da área, que ajudará no processo de ocupação e uso das terras. Para tanto, realizou-se a pré-estratificação dos ambientes através de observações em campo, aerofotos e SRTM. Posteriormente foi elaborado um mapa (1: 15.000) das principais classes de solo. No terço superior da paisagem ocorrem os solos mais velhos – Latossolo Vermelho-Amarelo (82,22%). Estes geralmente profundos, distróficos, com textura argilosa ocorrem em pedoformas convexo-convexas, favorece a dispersão e perda de água do sistema. Neste ambiente ocorre também o Cambissolo Latossólico (3,37%), áreas propícias ao deslizamentos e ao voçorocamento. No terço inferior da encosta, ocorrem o Argissolo Vermelho-Amarelo (11,5%), pedoforma côncavo – côncavo, que apresentam melhor fertilidade e são as áreas mais mecanizáveis. No fundo do vale ocorrem o Neossolo Flúvico e o Gleissolo Háplico (1,91%) que são solos menos desenvolvidos, constantemente encharcados e sujeitos a sedimentação. O PA Palestrina apresenta em geral, fatores limitantes tanto no que diz respeito ao relevo forte ondulado a montanhoso, características químicas (distróficos) e físicas (textura mais arenosa). As práticas agrícolas requerem medidas complexas para utilização com culturas anuais e medidas severas de conservação dos solos.
ABSTRACT
The stratification of the landscape is essential to understand and identify an area in the heterogeneous components and thus provide considerable homogeneous parameters based on classification and mapping of the classes of soils. They serve as tools for sustainable use of land and for planning in rural PA Palestrina. This way you can evaluate the potential and limitations of the area, to assist in the occupation and use of land. Thus, there was a pre- stratification the environment through field observations, aerial photographs and SRTM. Was subsequently prepared a map (1: 15.000) of main classes of soil. At upper third of the soil landscape are older – Oxisols Red-Yellow (82,22%). These generally deep, dystrophic, with clay landform have convex-convex, favors the dispersion and loss of water from the system. In this environment are also the Oxisols Cambisols (3,37%) which are extremely complicated and its management are in the areas for landslides and voçorocamento. In the lower third of the slope, are the Argisol Red-Yellow (11,5%), relief concave - concave, which have better fertility and are the most mechanic. At the bottom of the valley occur Neosols Flúvic and Haplic Gleysols (1,91%) soils that are less developed, constantly soaked and subjected to sedimentation. The PA presents Palestrina in general, both limiting factors with regard to the hilly relief wavy strong, chemical characteristics (dystrophic) and physical (more sandy texture). Agricultural practices require complex measures for use with annual crops and severe measures of soil conservation.
Palavras-chave: solos, ambientes, agricultura familiar.
Introdução
Os projetos de Assentamentos criados pelo Governo Federal vêm a partir da necessidade de
solucionar as injustiças sociais e os graves conflitos ligados a posse de terras. Para isso estabeleceu diretrizes
para disciplinar o uso e a exploração dos recursos naturais e assegurar a efetiva proteção do meio ambiente,
de forma sustentável nos projetos de assentamento de reforma agrária. Esse conjunto de medidas que visam
promover a melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de
atender ao princípio de justiça social, ao aumento de produtividade e ao cumprimento da função sócio-
ambiental da propriedade (INCRA, 2001).
A paisagem é a expressão resultante da atuação dos fatores representados no tetraedro (clima, solos,
organismos e aspectos socioeconômicos). Os pedoambientes constituem unidades importantes do meio
físico de uma região, por apresentarem grande diversidade de características naturais e de uso e ocupação
antrópica. Por essa razão, considera-se que o conhecimento detalhado das características dos domínios
pedológicos e geomorfológicos de uma determinada área podem fornecer importantes ferramentas para o
planejamento e a conservação de seus recursos naturais (RESENDE, 2007). O estudo dos pedoambientes
integra uma visão conjunta das atividades humanas e condições naturais, uma vez que mudanças
significativas em quaisquer dessas unidades podem gerar alterações ambientais que podem vir a causar
grandes desequilíbrios.
Diante disso, o uso do solo adequadamente em relação a um espaço geográfico exige método,
reflexão e estratégias próprias. Os princípios do uso do solo, mais do que isto, dos recursos naturais
requerem uma multidisciplinaridade e uma boa base na ciência do solo para identificar as potencialidades
especifica de cada nicho ecológico, espaços ou subespaços principalmente em regiões mais montanhosas
onde os ambientes são muito diversificados que é o caso da área do PA Palestrina. Na busca do melhor uso
de cada componente ou de cada célula espacial é necessário um conhecimento do mosaico de solos, da sua
diversidade e potencialidade de uso na área.
A estratificação ambiental torna-se fundamental para os sistemas de exploração econômica e nas
atividades agrícolas para o balanço das carências e das eficiências pré-existentes. Essas informações
fornecem subsídios para nortear tomadas de decisões pelos órgãos públicos e pelos agricultores.
Material e Métodos
O Projeto de Assentamento Palestrina está localizado no município de Mimoso do Sul, microrregião
de Cachoeiro de Itapemirim da qual se encontra inserida, numa escala estadual, na Mesorregião Sul
Espíritossantense. Em uma área dos Patamares Escalonados do Sul Capixaba. A vegetação predominante é
constituída de pastagens e culturas anuais, principalmente milho, com os topos de morros cobertos por matas
secundárias ou em regeneração. Há pequenas áreas com a cultura de café conilon.
O PA Palestrina, foi criado em 09 de maio de 2005. Atualmente há 50 famílias em uma área total de
668,1445 ha e suas coordenadas geográficas: Longitude 41°24'18'' W Latitude 21°02'17'' S (Sede).
Figura 1. Localização do Projeto de Assentamento Palestrina, Mimoso do Sul, ES.
O clima do município de Mimoso do Sul é quente, com estações chuvosas/secas em períodos do ano
bem definidos. O período mais quente (novembro a março) coincide com os meses de maior precipitação
pluviométrica, uma vez que as temperaturas mais elevadas aumentam a nebulosidade da região. Já o período
mais frio (abril a setembro), coincide com os meses menos chuvosos, uma vez que as baixas temperaturas
reduzem a evaporação de água, diminuindo a nebulosidade e a ocorrência de chuvas
Geologicamente, é caracterizado pela ocorrência de rochas cristalinas Pré-Cambrianas e no fundo
dos vales sedimentos Quaternários. Das rochas Pré-Cambrianas, a maior parte pertence ao Complexo
Paraíba do Sul. Dentre as unidades do Complexo Paraíba do Sul ocorrem os gnaisses (granatíferos e
kinzigitos) assumindo estrutura homogênea, tomando aspectos de granadas de gnaisses granitóides
(RADAMBRASIL, 1983). No PA Palestrina há o predomínio de rocha gnáissica de diferentes composições
químicas – rico em sílica, onde os minerais predominantes são o quartzo, feldspato, biotita, anfibólio e
muscovita.
O PA Palestrina pertence à Província Pedogeomorfológica da bacia do rio Itabapoana. Este tem sua
nascente no lado oriental do Maciço do Caparaó a altitudes elevadas (2.890 m – Pico da Bandeira) e deságua
no Oceano Atlântico. Parte de seu curso faz divisa do Estado do Espírito Santo com o Rio de Janeiro. De
acordo com a classificação morfoclimática de AB’SABER (2003) se localiza nos domínio de Mares de
Morros.
Geomorfologicamente é um vale dissecado, em forma de “V”, com incidência de trechos fortemente
ondulados, com variação de altitudes entre 300-500m. Corresponde-se a antigo planalto dissecado pelo rio
Palestrina (como é chamado pelos assentados). O rio é encachoeirado, o que vem demonstrar uma grande
energia capaz de ir, ao longo do tempo, dissecando a paisagem.
Material e Métodos
Adotando o solo como melhor instrumento para estratificar o meio ambiente são levantados as
principais classes e características dos solos da área do Projeto de Assentamento Palestrina. Para tanto, fez-
se o levantamento de campo, para reconhecimento da área e avaliação dos diferentes ambientes bem como
as correlações entre os solos e os outros fatores do meio físico, como o relevo, vegetação e rede de
drenagem, de maneira a facilitar a caracterização da área. Após esta caracterização e seleção, coleta-se perfis
representativos para proceder à descrição morfológica do perfil, coleta de amostras e cada horizonte para
fins de caracterização física e química.
A Análise granulométrica, a dispersão foi feita com NaOH 0,1 mol L-1 e na determinação da argila
dispersa em água será utilizada apenas a dispersão mecânica e água destilada, todas conforme EMBRAPA
(2006). As análises químicas de rotina identificou os seguintes elementos: cálcio, magnésio e alumínio
trocáveis extraídos em solução KCl 1 mol L-1 e determinados por titulação; potássio e sódio extraídos com
solução de Melich-1 e determinados por fotometria (EMBRAPA, 2006); fósforo disponível extraído com
solução de Melich-1 e determinação por colorimetria; pH (em água e em solução de KCl 1 mol L-1). O
carbono orgânico será determinado pelo processo de Walkley & Black de acordo com Defelipo & Ribeiro
(1997). O alumínio trocável será extraído com KCl 1 mol L-1, na proporção 1:10, e determinado por
titulação com NaOH 0,025 mol L-1 (DEFELIPO & RIBEIRO, 1997). A acidez potencial (H+ + Al3+) será
extraída com acetato de cálcio 0,5 mol L-1, na relação 1:15 com pH ajustado a 7,0, e determinada por
titulação com NaOH 0,025 mol L-1. Com base nos dados analíticos são calculados os valores de Soma de
Bases (SB), Capacidade de Troca de Cátions (T), Saturação por Bases (Valor S) e Saturação por Alumínio
(m), atributos diagnósticos estes considerados imprescindíveis para classificar os solos tanto no Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006).
Os trabalhos de geoprocessamento foram realizados a partir das informações cartográficas existentes
do INCRA, SRTM (USGS, 2007), mosaico de aerofotos. Estas foram processadas de forma a serem
utilizadas para área do Assentamento para assim elaborar mapas, na escala de 1:15.000, relevo, solos e
unidades ambientais no software Arc Gis 9.2 (ESRI).
Para elaborar o mapa de relevo da área foram utilizadas imagens topográficas SRTM (USGS, 2007),
que possibilita o resultado em percentagem e graus da declividade encontrada na área. Para o mapa de solos
foi utilizado informações de literatura (EMBRAPA, 1978; RADAM, 1983), imagens topográficas SRTM,
mosaico de aerofotos na escala de 1:15.000, com isto foi possível gerar o mapa de unidades fisiográficas da
área de estudo para determinar o processo de amostragem à campo. A partir do levantamento e classificação
dos solos no campo, coleta de pontos no GPS, resultados analíticos dos solos (análises físicas e químicas)
associados ao modelo pedológico e fisiográfico fez-se o cruzamento dos dados definindo o mapa de solos da
área de estudo. Com base no mapa de solos e do modelo fisiográfico foi possível obter o mapa de
Estratificação Ambiental.
Resultados e Discussões
A variabilidade ambiental de cada ambiente está relacionada com as classes de solos e relevo,
formando uma unidade da paisagem. Essa compreensão das formas e a separação das classes de solos
permitem levantar indicadores que ajudaram a estratificar os ambientes e com isto indicar o melhor uso dos
recursos naturais.
As diferentes classes de declividade do relevo na área do PA Palestrina estão representadas no
Quadro 1 e na Figura 2. Predomina no Assentamento as áreas com relevo ondulado a forte ondulado com
536,47 ha - 80,29% da área total. As áreas de agricultura intensa correspondem às classes de relevo plano e
suave ondulado, abrangem uma superfície aproximada de 76,96 ha (11,52%) da área do Assentamento.
Quadro 1. Classes de relevo identificadas no PA Palestrina, Mimoso do Sul, ES
Classes de relevo Classes
Declividade Área Tipo de uso do solo
% ha %
Plano 0 - 3 20,97 3,14
Agricultura intensa, sem restrições. Medidas de conservação do solo ligeiras.
Suave ondulado 3 - 8 55,99 8,38
Agricultura intensa, com práticas moderadas conservacionistas de solo.
Ondulado 8 - 20 208,59 31,22
Agricultura com rotação, limite do trator convencional, conservação intensiva do solo.
Forte ondulado 20-45 327,88 49,07 Culturas permanentes com restrições.
Montanhoso 45-75 52,78 8,19
Áreas impróprias para agricultura, mais propício para reflorestamento e pastagens.
Escarpado >75 1,93 7,90 Área de preservação permanente. Total 668,14 100
Predomina no PA Palestrina o Latossolo Vermelho-Amarelo com 555,49 ha (82,22%) da área,
geralmente distróficos e em algumas áreas os eutróficos. Estes estão localizados no terço superior e médio
da paisagem associados ao Cambissolo Latossólico, com 22,54 ha (3,37%). Nos topos das encostas
predominam os Afloramentos Rochosos, Neossolo Litólico e Cambissolo Háplico. O Argissolo Vermelho-
Amarelo ocorre no terço inferior e ocupa uma área de 74,45 ha (11,23%). Há também neste Assentamento a
presença de Argissolo Vermelho-Amarelo no ambiente Terraço (2,38 ha - 0,36%). No fundo do vale
ocorrem o Gleissolo Háplico e Neossolo Flúvico, com 12,76 ha (1,91%) (Quadro 2 e Figura 3).
Com vista a facilitar um efetivo gerenciamento ambiental pelos produtores que vivem e trabalham no
PA Palestrina foi possível estratificar toda a área em cinco unidades ambientais homogêneas (Figura 4).
Quadro 2. Ambientes do Projeto de Assentamento Palestrina, Mimoso do Sul, ES
Ambientes Descrição Classes de Solos Uso potencial Área
ha %
1 Solos menos desenvolvidos, com coloração acinzentada, distróficos, associados a um relevo plano.
Gleissolo Háplico Arroz, Brachiaria
mutica (bengo) 12,76 1,91
2 Ambiente com predomínio de solos pouco desenvolvidos, fertilidade baixa, em relevo forte ondulado a montanhoso.
Cambissolo
Latossólico Floresta 20,70 3,10
3
Ambiente de solos pouco profundos, distróficos, textura franco arenosa a argilosa, são bem drenados e relevo ondulado.
Argissolo Vermelho-
Amarelo Agricultura 78,68 11,78
4 Solos relativamente profundos, distróficos, textura argilosa, bem drenados e relevo ondulado a forte ondulado.
Latossolo Vermelho-
Amarelo
Pastagem e/ou
reflorestamento 556,00 83,21
Total 668,14 100,00
Figura 2. Principais classes de relevo identificadas no Projeto de Assentamento Palestrina, Mimoso do Sul, ES.
Figura 3. Principais classes de solos identificadas no Projeto de Assentamento Palestrina, Mimoso do Sul, ES.
Figura 4. Estratificação de ambientes no Projeto de Assentamento Palestrina, Mimoso do Sul, ES
O Ambiente 1 representa uma área de 12,78 ha - 1,91%, onde ocorrem o Gleissolo Háplico e o
Neossolo Flúvico, de baixa fertilidade. A textura varia de franco arenosa a areia franca. A estrutura é
maciça. A consistência é usualmente friável quando úmido e não plástico e não pegajoso quando molhado.
Está associado a relevo plano a suave ondulado e sob vegetação natural de Floresta subperenifólia. Esse
ambiente constantemente apresenta-se alagado devido à presença de lençol freático elevado e de ser próximo
aos córregos. São solos provenientes de deposições orgânicas e de sedimentos aluviais argilo-arenosos,
ambos do Holoceno.
As áreas de ocorrência dos Gleissolos apresentam restrições de drenagem interna deficiente, em
condições naturais, são mal a muito mal drenados. Esses solos ocorrem nas planícies aluviais de cursos
d’água dos rios que drenam essa região. Apresentam fortes limitações ao uso agrícola, a não ser para
culturas de ciclo curto adaptadas às condições constantemente inundados. Em razão de a drenagem interna
ser imperfeita o que dificulta o desenvolvimento do sistema radicular das plantas não adaptadas a essas
condições. Embora, o uso atual na área é de arroz e em pastagem de braquiária (Brachiaria mutica) e estão
muito assoreados em razão da intensa erosão a montante.
O Ambiente 2 ocupa 20,70 ha - 3,10% da área total. São solos pouco profundos (Cambissolo
Latossólico), locais de relevo forte ondulado a montanhoso. Apresenta restrição a mecanização devido às
condições de relevo.
São assim denominados por apresentarem um horizonte Bw estreito que não atende aos conceitos dos
Latosssolos. Os Latossolos do Espírito Santo, pelo aumento da taxa de erosão natural e pela declividade e
dissecação do relevo apresentam o horizonte B cada vez menos espesso, transformando-se em um Latossolo
Câmbico (essencialmente Latossolo raso) e depois, em Cambissolo Latossólico.
A drenagem no Cambissolo Latossólico é acentuadamente a moderadamente drenados. Em razão do
pisoteio excessivo há em alguns lugares o selamento o que facilita a erosão laminar. Ocorrem nas partes
mais íngremes da paisagem e estão sujeitos a intensa erosão. Apresentam um horizonte C muito profundo,
altos teores de silte e são os mais sujeitos a deslizamentos. Deveria ser evitado o seu uso agrícola bem como
também os cortes das estradas por serem muito propícios ao deslizamento, inicio de voçorocas e são os
grandes produtores de sedimentos que assoream as várzeas. Apresentam fortes limitações ao uso agrícola na
região, tanto pelo acentuado declive quanto por estarem em áreas em constante processo erosivo.
Recomenda-se que esse ambiente seja destinado a área de reserva legal.
O Ambiente 3 ocupa 78,68 ha - 11,78% da área e representa o Argissolo Vermelho-Amarelo. É um
ambiente que apresenta melhor fertilidade, com relevo ondulado e drenagem moderada. A textura varia de
franco arenosa no horizonte A e argilosa no horizonte Bt. A estrutura é predominantemente fraca ou
moderada pequena média e grande granular ou grãos simples no horizonte A e pequena e média em blocos
subangulares no horizonte Bt (EMBRAPA, 2006). Apresenta profundidade efetiva de = 150 cm, mas sem
limitações físicas para o desenvolvimento do sistema radicular.
São áreas mais aproveitadas com agricultura pelas suas características de drenagem e a
disponibilidade de água. É possível o uso de mecanização em algumas fases de exploração, principalmente
nos períodos de menor precipitação.
O uso atual no PA Palestrina é de café conilon, milho, banana e pastagem (capim colonião- Panicum
maximum). No que diz respeito às formas de uso desses solos, há necessidade de serem corrigidas as suas
limitações, quanto à deficiência de nutrientes, para elevar o nível de fertilidade. Assim como, o emprego de
práticas de manejo que remova o solo ao mínimo possível, a fim de evitar o adensamento ou compactação
da camada superficial, perdendo-se a matéria orgânica e os nutrientes essenciais às plantas (LOPES et al.,
1999).
O Ambiente 4 predomina no Assentamento, com 556, 00 ha (83,21%) da área total, com ocorrência do
Latossolo Vermelho-Amarelo. A vegetação natural composta por Floresta subperenifólia. O uso atual tem
predomínio de pastagens e cultivo de café conilon. Deve-se ter atenção quanto ao uso intensivo. São solos
mais propensos a erosão por situarem em relevos declivosos.
Apresentam textura mais arenosa na parte superficial em razão da intensa erosão laminar que
carrega as partes mais finas (argila) e concentram as mais grosseiras (areia grossa). As argilas são
predominantemente do tipo caulinita, cujas partículas são revestidas por óxido de ferro como hematita
(responsável pela cor vermelha) e goethita (cor amarela). Geralmente são solos muito porosos (chegando às
vezes a ter 70% de poros), pouco coesos, de alta friabilidade e permeabilidade. A drenagem é classificada
como acentuadamente a moderadamente drenado. Em razão do pisoteio excessivo de animais há em alguns
lugares o selamento superficial o que facilita a erosão laminar. A estrutura é variável ao longo do perfil,
mas, predomina blocos subangulares fracos que se desfazem em granular.
Possuem um avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, como resultado de enérgicas
transformações no material constitutivo. São desenvolvidos a partir de rochas na sua grande maioria
gnaisses com menor ou maior enriquecimento em biotita (leucocráticos ou melanocraticos). Onde há maior
concentração de biotita e a profundidade não é excessiva às vezes apresentam-se de cor avermelhada. Estes,
normalmente são mais ricos em nutrientes e apresentam melhor potencial agrícola.
Conclusões
Foi possível estratificar o Projeto de Assentamento Palestrina em quatro grandes ambientes baseado
nas classes de solos e relevo. O ambiente 4 predomina na área e está relacionado ao Latossolo Vermelho-
Amarelo em relevo ondulado a forte ondulado. Estes ambientes em razão das suas características foi
recomendado para uso potencial para pastagens e reflorestamento com práticas intensivas de conservação
dos solos.
Referências Bibliográficas
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