introduÇÃo
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
PRÓ-RETORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO – PROGRAD
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
UNIDADE DESCENTRALIZADA DE CAMPOS SALES
DISCIPLINA: PRATICA DE ENSINO II – PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
PROFESSORA: DENISE RIBEIRO
O QUE DIZ O METODO PAULO FREIRE
PEDRO BRITO DA SILVA
HILDEVAN EDUARDO DE ALENCAR
Campos Sales – CE, Agosto de 2012.
INTRODUÇÃO
Buscando um melhor entendimento sobre como ocorrem os processos de ensino –
aprendizagem, investigamos maneiras e autores de diferentes áreas da educação tentando
melhor entender como é que se dão os processos de aprendizagem, vendo que muitas vezes
métodos a muito utilizados não se mostram tão eficazes como deveriam ser.
Através dos trabalhos de Paulo Freire buscamos um pouco deste entendimento,
vendo que este é um autor que obteve grande sucesso em seus métodos de ensino,
compreendendo a educação no nosso país como ela realmente é sabendo que, novas maneiras
de ensinar ao nosso povo se fazem necessárias.
Paulo Freire inseriu um novo patamar de educação na sociedade vendo a real
manipulação que vinha acontecendo entre a escola e sociedade, visando uma ruptura com o
que ele mesmo chamou de educação elitista e bancaria. Através de métodos que visam um
melhor entendimento do mundo por parte dos educando, uma melhor compreensão dos
conteúdos ao mesmo tempo em que se visa uma educação político-social, em que o aluno não,
mas estará sendo visto como membro de uma sociedade que não muda, mas como um
individuo inserido nela apto há tecer mudanças no seu contexto.
DESENVOLVIMENTO
As propostas de ensino de Paulo Freire são baseadas no rompimento com a
educação elitista onde os conteúdos de ensino partem do próprio educando, e o mesmo é visto
como gerador dos conteúdos a serem trabalhados de forma dialógica. Em que salas de aula
muitas vezes não se fazem necessárias, pois tudo o que o educando precisa para gerar o
aprendizado já esta disposto no mesmo, os temas a serem trabalhados vão partir da sua
própria cultura.
Neste tipo de aprendizagem o educador não se apresenta como detentor de
conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, mas sim como um animador de debates e
destes debates é que são trabalhados os conteúdos de uma forma dialogia, em que o dialogo
educador – educando cria uma atmosfera de ensino amigável, diferente da forma mostrada
pela educação padrão das escolas antigas e atuais, forma como chama Paulo Freire de
“educação bancaria”, em que os conteúdos são depositados na cabeça do aluno, este é visto
como um ser dócil que não tem conhecimentos a serem trabalhados.
Para este pedagogo, o conhecimento é algo a ser construídos na coletividade, pelo qual
o movimento da ação–reflexão é tida como fundamental. Sua pedagogia se caracteriza por ser
dialógica e também dialética, dialética porque não podemos dividir em dois os fundamentos
da educação que são: ação – reflexão, subjetivo – objetivo, homem –mundo, educador –
educando; nestas relações não há o que é mais importante e o menos importante, não há a
hierarquia de um sobre o outro. Nestes parâmetros a educação não é via de mão única, mas
via de mão dupla, não é assimétrica, mas é simétrica. Dialógica porque é através da
comunicação que estabelecemos relações com o outro, que edificamos a dialética em nossa
vida (FREIRE, 2005).
Segundo Freire, os educandos aprendem não só uma forma de ler a palavra e sim
uma forma de ler o mundo, ao mesmo tempo em que se vai aprendendo a ler, o educando vai
tomando consciência do sentido da palavra em si, da realidade que esta sua volta. Busca agir
sobre esta através do que aprende em rodas de dialogo de uma maneira tida como horizontal,
não o que pode ser visto como hierarquia a ensino, já que o animador e o educando aprendem
juntos a trabalhar a realidade.
Freire também nega as práticas que se dizem educativas em que somente é
necessário observar e descrever a realidade, é necessária uma postura frente esta realidade,
uma subjetividade que seja coesa e que tenha argumentos, por isso a afirmação de que a
educação é um ato político.
O QUE DIZ O METODO PAULO FREIRE
A proposta de Freire parte do Estudo da Realidade (fala do
educando) e a Organização dos dados (fala do educador). Nesse processo
surgem os Temas Geradores, extraídos da problematização da prática de
vida dos educandos. O importante não é transmitir conteúdos específicos,
mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida.
Anais da XII semana de Pedagogia e II Encontro de Pedagogos da Região
Sul Brasileira da UNIPAR. (2003)
Observando esta citação vemos de forma mais clara como é o método usado por
este celebre educador, vendo que os conteúdos trabalhados não devem ser extraídos de algum
livro, que por muitas vezes, não retrata a realidade do educando que chega até a atrapalhar a
educação. Para Freire os conteúdos chamados por ele de temas geradores, devem ser
extraídos da realidade do educando, do seu cotidiano. O educador neste ponto deve participar
da vivencia do educando buscando entender melhor como é a vida deste, para que haja a
organização do que o educando melhor entendera nas rodas de debates.
MOMENTOS E FAZES DO MÉTODO
1º Momento: Investigação Temática – Esta é a etapa da descoberta do universo
vocabular, em que são levantadas palavras e temas geradores relacionados com a vida
cotidiana dos alfabetizandos e do grupo social a que eles pertencem. Essas palavras geradoras
são selecionadas em função da riqueza silábica, do valor fonético e principalmente em função
do significado social para o grupo. A descoberta desse universo vocabular pode ser efetuada
através de encontros informais com os moradores do lugar em que se vai trabalhar,
convivendo com eles, sentindo suas preocupações e captando elementos de sua cultura.
2º Momento: Tematização: Nesta segunda etapa, são codificados e decodificados
os temas levantados na fase de tomada de consciência, contextualizando-os substituindo a
primeira visão mágica por uma visão critica e social. Descobrem-se assim novos temas
geradores, relacionados com os que foram inicialmente levantados. É nesta fase que são
elaboradas as fichas para decomposição das famílias fonéticas, dando subsídios para a leitura
e a escrita.
3º Momento: Problematização: Nesta ida e vinda do concreto para o abstrato e
do abstrato para o concreto, voltasse ao concreto problematizado. Descobrem-se os limites e
as possibilidades das situações existenciais concretas e captadas na primeira etapa. Evidencia-
se a necessidade de uma ação concreta, cultural, política, social, visando à superação de
situações – limites, isto é, de obstáculos à hominização. Saber ler e escrever tornar-se
instrumento de luta, atividade social e política. O objetivo final do método é a
conscientização. A realidade opressiva é experimentada como um processo passível de
superação. A educação para a libertação deve desembocar na ação social transformadora, ato
do educando, como sujeito, organizado coletivamente.
CONCLUSÃO
Paulo Freire em sua longa caminhada em busca da educação problematizadora e
libertadora se empenha nos seus trabalhos em expressar o seu sentimento de transformação da
realidade opressora em realidade igualitária, sua luta é a favor dos menos favorecidos, os
marginalizados da sociedade.
A educação tradicional consente que os excluídos/marginalizados da sociedade
permaneçam no estado de consciência ingênua e alienação. No contexto capitalista, a
educação é moldada a atender os interesse do capital, deste modo os oprimidos não
compreendem a realidade que vivem (FREIRE, 2005).
Os intensos estudos de Paulo Freire vieram para transformar a realidade opressora
que rege o nosso país a tanto tempo de forma a conscientizar o educandos. Os seus trabalhos
são aplicados nas camadas sociais mais desfavorecidas, visando o atendimento a analfabetos
jovens e adultos que vivem de forma achar que sua vida não melhoraria mais do que já esta, e
sua consciência e tida como Freire diz como “magica”, o âmbito maior do seu trabalho é fazer
com que as massas tenham conhecimento sobre o sócio-politico-cultural que esta há agir em
sua volta.
No âmbito do que foi pedido entendo que talvez tenha fugido um pouco da
problemática inicial proposta neste trabalho, mas vejo Paulo Freire como um ótimo pedagogo,
com teorias bastante diferente das estudadas por outros psicólogos estudados, que em parte
tem boa influencia sobre o trabalho de Freire, mas o que vi é que o seu trabalho não parte do
ponto de uma teoria sobre aprendizagem, mais de uma forma de ensino que deveria ser mais
engajada em nossos cotidianos, para uma melhor visão de mundo das massas populares do
nosso país.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTIN, Daniele Fortes, A APRENDIZAGEM EM PAULO FREIRE E PIAGET.
BAURU/2007.
Anais da XII semana de Pedagogia e II Encontro de Pedagogos da Região Sul Brasileira da
UNIPAR. MÉTODO PAULO FREIRE – O ROMPIMENTO DA EDUCAÇÃO ELITISTA.
Akrópolis, Umuarama, v.11, n.4, out./dez., 2003.
©Texto de Sonia Couto Souza Feitosa como parte da dissertação de mestrado defendida na
FEUSP. (1999) intitulada: "Método Paulo Freire: princípios e práticas de uma concepção
popular de educação"
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Método Paulo Freire.ed 1, 1981. Editora Brasiliense.
23º Reimpressão.2001. São Paulo/SP.