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INTERVENÇÕES EM EDIFÍCIOS EXISTENTES.

ANÁLISE DE RISCO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA SCIE

Leça Coelho - LNEC 1

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Síntese da intervenção

Esta comunicação centra-se nas seguintes questões:

1.ª Questão – É obrigatória a aplicação da atual legislação nas intervenções em edifícios existentes?

2.ª Questão - É razoável aplicar a atual legislação de SCIE aos edifícios existentes?

3.ª Questão- Quais as alternativas a essa legislação?

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Enquadramento legal

Legislação em causa

Conclusão

RJSCIE RJUE

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RJSCIE – Regime jurídico de segurança contra incêndio em edifícios

RJUE – Regime jurídico da urbanização e da edificação

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Enquadramento legal (RJSCIE)

Regime jurídico de SCIE

Artigo 3.º Âmbito (DL n.º 220/2008)

1 — Estão sujeitos ao regime de segurança contra incêndios:

a) Os edifícios, ou suas fracções autónomas, qualquer que seja a utilização e respectiva envolvente;

b) Os edifícios de apoio a postos de abastecimento de combustíveis, tais como estabelecimentos de restauração, comerciais e oficinas, regulados pelos Decretos-Leis n.ºs 267/2002 e 302/2001, de 26 de Novembro e de 23 de Novembro, respectivamente;

c) Os recintos.

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Enquadramento legal (RJSCIE)

2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior:

a) Os estabelecimentos prisionais e os espaços classificados de acesso restrito das instalações de forças armadas ou de segurança;

b) Os paióis de munições ou de explosivos e as carreiras de tiro.

3 — Estão apenas sujeitos ao regime de segurança em matéria de acessibilidade dos meios de socorro e de disponibilidade de água para combate a incêndios, aplicando-se nos demais aspectos os respectivos regimes específicos:

a) Os estabelecimentos industriais e de armazenamento de substâncias perigosas, abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho;

b) Os espaços afectos à indústria de pirotecnia e à indústria extractiva;

c) Os estabelecimentos que transformem ou armazenem substâncias e produtos explosivos ou radioativos.

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Enquadramento legal (RJSCIE)

4 — Nos edifícios com habitação, exceptuam-se do disposto no n.º 1, os espaços interiores de cada habitação, onde apenas se aplicam as condições de segurança das instalações técnicas.

5 — Quando o cumprimento das normas de segurança contra incêndios nos imóveis classificados se revele lesivo dos mesmos ou sejam de concretização manifestamente desproporcionada são adoptadas as medidas de autoproteção adequadas, após parecer da Autoridade Nacional de Proteção Civil, abreviadamente designada por ANPC.

6 — Às entidades responsáveis pelos edifícios e recintos referidos no n.º 2 incumbe promover a adopção das medidas de segurança mais adequadas a cada caso, ouvida a ANPC, sempre que entendido conveniente.

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Enquadramento legal (RJSCIE)

Artigo 17 - Operações urbanísticas (D.L. n.º 220/2008)

1 — Os procedimentos administrativos respeitantes a operações urbanísticas são instruídos com um projeto de especialidade de SCIE, com o conteúdo descrito no anexo IV ao presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.

2 — As operações urbanísticas das utilizações-tipo I, II, III, VI, VII, VIII, IX, X, XI e XII da 1.ª categoria de risco, são dispensadas da apresentação de projeto de especialidade de SCIE, o qual é substituído por uma ficha de segurança por cada utilização-tipo, conforme modelos aprovados pela ANPC, com o conteúdo descrito no anexo V ao presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.

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Enquadramento legal (RJUE)

Regime jurídico da urbanização e da edificação (RJUE)

Este regime está definido no RJUE - DL n.º 555/99, de 16 de dezembro e nas e as sucessivas alterações que tem conhecido (já aprovadas dez Leis e Decretos-Lei com alterações ao texto original. A última foi aprovada pelo DL n.º 26/2010, de 30 de março, que por sua vez foi alterado pela Lei n.º 28/2010, de 2 de Setembro.

De acordo com o RJUE, a realização de uma operação urbanística depende de controlo prévio, que pode assumir as modalidades de licença, comunicação prévia ou autorização de utilização, ou estar isenta se se enquadrar numa das exceções definidas no DL n.º 555/99 (Diário da República, 1.ª Série. Número 291 (1999-12-16) pp. 8912-8942. Com alterações posteriores. Número 1 do Art. 4.º.

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Enquadramento legal (RJUE)

O n.º 1 do Artigo 60.º do RJUE refere-se que as edificações construídas ao abrigo do direito anterior e as utilizações respetivas não são afetadas por normas legais e regulamentares supervenientes.

O n.º 2 desse Artigo refere que a licença ou admissão de comunicação prévia de obras de reconstrução ou de alteração das edificações não pode ser recusada com fundamento em normas legais ou regulamentares supervenientes à construção originária desde que:

Tais obras não originem ou agravem desconformidade com as normas em vigor, ou

Tenham como resultado a melhoria das condições de segurança e de salubridade da edificação.

Os tipos de intervenções estão tipificados nesse mesmo regime.

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Enquadramento legal (RJUE)

Assim, de acordo com o Artigo 2.º do RJUE entende-se por:

«Edificação» a atividade ou o resultado da construção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de um imóvel destinado a utilização humana, bem como de qualquer outra construção que se incorpore no solo com carácter de permanência.

«Obras de construção» as obras de criação de novas edificações.

«Obras de reconstrução sem preservação das fachadas» as obras de construção subsequentes à demolição total ou parcial de uma edificação existente, das quais resulte a reconstituição da estrutura das fachadas, da cércea e do número de pisos.

«Obras de ampliação» as obras de que resulte o aumento da área de pavimento ou de implantação, da cércea ou do volume de uma edificação existente.

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Enquadramento legal (RJUE)

«Obras de alteração» as obras de que resulte a modificação das características físicas de uma edificação existente ou sua fração, designadamente a respetiva estrutura resistente, o número de fogos ou divisões interiores, ou a natureza e cor dos materiais de revestimento exterior, sem aumento da área de pavimento ou de implantação ou da cércea.

«Obras de conservação» as obras destinadas a manter uma edificação nas condições existentes à data da sua construção, reconstrução, ampliação ou alteração, designadamente as obras de restauro, reparação ou limpeza.

«Obras de reconstrução com preservação das fachadas» as obras de construção subsequentes à demolição de parte de uma edificação existente, preservando as fachadas principais com todos os seus elementos não dissonantes e das quais não resulte edificação com cércea superior à das edificações confinantes mais elevadas.

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Enquadramento legal (conlusões)

Conclusões

Cruzando o disposto no RJUE e no RSCIE, conclui-se o seguinte relativamente às intervenções em edifícios existentes:

As obras de conservação estão isentas de cumprir o RSCIE;

As obras de alteração no interior de edifícios ou suas frações, que não impliquem modificações na estrutura de estabilidade, nas cérceas, na forma das fachadas, na forma dos telhados ou na forma coberturas, estão isentas de cumprir o RSCIE;

As obras de alteração de edifícios ou suas frações, que impliquem modificações na estrutura de estabilidade, nas cérceas, na forma das fachadas, na forma dos telhados ou na forma das coberturas, devem cumprir o RSCIE ou não devem originar ou agravar as desconformidades com as normas em vigor ou devem ter como resultado uma melhoria das condições de segurança.

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Enquadramento legal (conclusões)

As obras de ampliação devem de cumprir o RSCIE na parte ampliada e na parte existente a sua realização não devem originar ou agravar as desconformidades com as normas em vigor ou devem ter como resultado uma melhoria das condições de segurança.

As obras de reconstrução com preservação da fachada, devem cumprir o RSCIE, exceto os artigos cuja satisfação seja inviabilizada pela preservação da fachada.

As obras de reconstrução sem preservação da fachada, devem cumprir o RSCIE no corpo objeto de reconstrução.

As obras de construção devem cumprir o RSCIE. Edifícios de interesse patrimonial se a aplicação da legislação de SCIE

se mostrar lesiva desse património devem ser adotadas medidas de autoproteção adequadas.

Nos edifícios com habitação, exceptuam-se do disposto no n.º 1, os espaços interiores de cada habitação, onde apenas se aplicam as condições de segurança das instalações técnicas.

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As principais dificuldades de aplicação da atual legislação em intervenções em edifícios existentes decorrem de diversas circunstâncias, destacando-se as seguintes:

As exigências da atual legislação são feitas com base em critérios que antes não existiam e que não são verdadeiramente representativos do risco, introduzindo distorções importantes (categorias de risco).

Face à impossibilidade de implementar, na generalidade das intervenções, as medidas existentes na atual legislação, os meios de segurança a introduzir no edifício irão depender, em grande parte do licenciador, o que certamente vai introduzir uma subjetividade que é nefasta.

Um licenciador no município A pode considerar que para num edifício se deve implementar as medidas X, enquanto que um outro licenciador no município B pode achar que, para um edifício igual, as medidas não são X mas Y.

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Enquadramento legal (conclusões)

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Enquadramento legal (conclusões)

A dificuldade de aplicação da atual legislação aumenta com a idade do edifício do edifício sujeito à operação urbanística.

Não podendo implementar determinadas medidas será que é possível aplicar outras compensatórios?

Se sim quais?

Que critérios presidem à adopção de medidas compensatórias? (o regulamento nada diz, evidentemente)

Aplicar parcialmente ou na totalidade a atual legislação aos edifícios existentes será sempre possível, o que não significa que seja razoável.

A aplicação desta legislação aos edifícios existentes conduzirá sempre a soluções casuísticas que dependem do licenciador.

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Hipóteses alternativas à aplicação da atual legislação

HIPÓTESES ALTERNATIVAS

Legislação específica para os edifícios existentes

Recurso ao Artigo 14.º do D.L. n.º 220/2008 (Perigosidade atípica)

Engenharia de segurança

Métodos de análise de risco

A engenharia de segurança apoia-se em:

Modelos de simulação

Métodos de análise de risco

Estes instrumentos de analisem permitem:

A avaliar as condições de desempenho dos meios de segurança existentes ou a instalar

Estudar soluções alternativas

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Engenharia de segurança ao incêndio

Engenharia de segurança ao incêndio

Modelação do desenvolvimento do incêndio

Tempo disponível para deixar o edifício (TDEE)

Modelação da evacuação do edifício

Tempo necessário para deixar o edifício (TE)

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Comparação dos tempos em causa, tendo ainda em consideração o tempo necessário para detetar o incêndio.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

FASE 1 – Definição do(s) cenário(s) de incêndio

Os cenários de incêndio possíveis num determinado edifício são múltiplos, não sendo possível prever todos nem modelar aqueles que forem identificados, tornando-se necessário avaliar os mais relevantes.

Identificação do cenário de incêndio (ou os cenários, caso a análise das condições conduza à conclusão de que é conveniente considerar mais do que um) que será objecto de análise.

Caracterização do(s) cenário(s)

É fundamental o conhecimento de dados diversos que vão desde a estimativa das cargas de incêndio até à ação do vento, passando pelas características dos diversos meios de segurança instalados, características geométricas desse edifício e outros.

Importa reunir o máximo de informação para que os cenários sejam os mais representativos.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Fase 2: Modelação do desenvolvimento de incêndio

A modelação do desenvolvimento do incêndio é fundamental para alcançar dois objectivos que se complementam:

Previsão do desempenho do sistema de controlo de fumo com recurso a modelos analíticos e a modelos de zona, quando relevante.

Tempo disponível para evacuar o edifício.

A previsão dos escoamentos através de modelos analíticos e computacionais (de zona ou de campo) possibilitam o conhecimento de grandezas importantes para a segurança.

São diversos os instrumentos de análise para efetuar esta fase do estudo referindo-se, a título de exemplo, os seguintes modelos de simulação do desenvolvimento do incêndio:

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

CFAST – Consolidated Model of Fire Growth and Smoke Transport ; JONES; Walter W.; PEACOCK; Richard D.; FORNEY; Glenn P.; RENEKE, Paul A.; Fire and Research Division, Building and Fire Research Laboratory. Modelo de duas zonas do NIST ( http://www.nist.gov/el/firesimsoft.cfm)

FDS - (Fire Dynamics Simulator and Smokeview) do NIST (modelo de campo)

Argos - (“Buildings Component Exposure Feature in ARGOS”; HUSTED, Bjarne; WESTERMAN, David; Danish Institute of Fire and Security Technology; February 2005. Modelo de duas zonas aplicável, no máximo, a 5 compartimentos e respectivos vãos

Ozone V2 – Na sua nova versão é já um modelo de duas zonas. http://www.fire- Research.group.shef.ac.uk/steelinfire/downloads/JFC2_stiff_2002.pdf

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Modelos teóricos de desenvolvimento de incêndio

NFPA 92 – Standard for Smoke Management Systems.

CEN/TR 12101-5: Smoke and Heat Control Systems.

BS 9999: 2008 – Code of practice for fire safety in the design, management and use of buildings.

2009 International Building Code – Section 909: Smoke Control Systems.

Estes modelos, apesar das suas limitações (menor rigor que os modelos de simulação referidos) são úteis para dimensionamento dos meios de controlo de fumo.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Tempo de resposta dos sistemas de detecção

Importante para a determinação do tempo que decorre entre o início do incêndio e aquele em que o edifício foi completamente evacuado.

A sua determinação pode ser feita a partir com base num dos vários algoritmos existentes, dos quais se refere, a título de exemplo, o de Alpert.

Tempo de funcionamento dos automáticos de extinção sobre o incêndio

É importante conhecer este tempo para articular todas as variáveis em jogo com influência no tempo necessário para evacuar o edifício.

Efeitos dos sistemas automáticos de extinção sobre o incêndio

Estes sistemas têm influência sobre o desenvolvimento do incêndio e sobre os sistemas de controlo de fumo.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Existem diversos estudos neste domínio referindo-se os seguintes:

A Mathematical Model on Interaction of Smoke Layer with Sprinkler Spray. K.Y. Lia,b, L.H. Hua, R. Huoa, Y.Z. Lia, Z.B. Chena, X.Q. Suna, S.C. Lia

DCLG Final ResearchReport: BD 2537. Sprinkler installation trends and fire statistics for warehouse buildings.

The interaction of na isolated sprinklers sapry and two-layes compartment fire environment: phenomena and model simulations. Leonard Cooper (NIST).

Que ações considerar no dimensionamento das estruturas

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

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Incêndio natural

Tempo

Tem

pp

era

tura

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Características fundamentais do modelo CFAST

O modelo apresenta diversas particularidades (o seu uso deve pressupor, entre outros aspectos, o conhecimento das condições de aplicação) das quais se destacam as seguintes:

Permite a aplicação a 30 compartimentos.

Os compartimentos são decompostos em duas camadas: a superior, onde se concentram os gases e fumo devido ao incêndio e a temperatura é mais elevada, e a outra, a temperatura mais baixa, situada na parte inferior do compartimento.

O modelo considera ainda uma terceira zona particular, relativa à pluma, de modo a tornar mais precisos os valores calculados).

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

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Pluma

Para casos em que o fluxo é de elevada complexidade devem utilizar-se os modelos de dinâmica de fluídos (CFD). Elementos em que o compartimento foi

decomposto

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

O modelo assume, relativamente à estratificação das camadas de gases, que existe uma fronteira fixa entre as camadas superior e inferior embora na realidade essa interface não seja na verdade um plano.

A relação entre as dimensões dos compartimentos devem respeitar determinados limites para que não sejam introduzidas perturbações relativas ao desenvolvimento da pluma e no cálculo de fluxos, temperaturas, etc.

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Camada superior

Camada inferior

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

O programa possui uma biblioteca relativa a cargas de incêndio que pode ser atualizada pelos utilizadores.

Os diversos dados introduzidos e os existentes na referida biblioteca constituem os elementos necessários para a concretização do(s) cenário(s) relativos à simulação do desenvolvimento do incêndio.

O modelo considera que libertação de calor não deve ser superior a aproximadamente 1 MW/m3.

A razão entre a área dos vãos que ligam dois compartimentos (estes vãos podem ser, por exemplo, portas e janelas) não deve exceder determinado limite.

Permite introduzir meios de controlo de fumo.

Permite simular os efeitos de eventuais sistemas automáticos de extinção por água nas condições de segurança.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Dados a introduzir no modelo

Propriedades dos materiais, das paredes, dos pavimentos

Cargas de incêndio

Geometria do edifício

Ligações entre compartimentos

Aberturas nos pavimentos

Meios ativos

Ação de vento

Outros

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Da aplicação ao(s) cenário(os) de incêndio resultam valores necessários a uma adequada concepção do sistema de controlo de fumo, mas também para a determinação do tempo disponível para evacuar o edifícios, destacando-se os seguintes:

Temperatura

Camada livre de fumo

Concentração de O2

Concentração de CO

Radiação

Outros

Determina valores médios das grandezas nas camadas e não valores pontuais

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

.

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Estes dados são importantes para definição, no tempo, das condições ambientais permitindo assim determinar o tempo disponível para evacuar o edifício (TDEE).

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CONCENTRAÇÃO (ppm) DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO EFEITOS

50 Oito horas Nulos

200 Duas horas Ligeiros

1 000 Uma hora Graves (síncope)

10 000 Uma hora Morte rápida

Efeitos de CO

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Modelação do desenvolvimento do incêndio

Estes modelos devem ser utilizados com um extremo cuidado.

Necessidade duma cuidadosa observação dos dados de entrada e interpretação dos resultados.

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Reserva móveis, 5 compartimentos

0

50

100

150

200

250

300

350

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

650

700

750

800

850

900

Tempo (s)

Tem

pera

tura

(ºC

)

T superior

T inferior Altura das camadas de fumo, 5 compartimentos

0

2

4

6

8

10

12

0 60 120

180

240

300

360

420

480

540

600

660

720

780

840

900

Tempo (s)

Alt

ura

(m

)

Reserva móveis

Sala Expurgo

Escadas

Altura livre da camada de fumo

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Evacuação dos edifícios

Fase 3: Determinação do tempo de evacuação do edifício

Há diversos modelos de simulação para determinar o tempo de evacuação dum edifício.

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EgressSection in FPETool

EVACNET4

TIMTEX

WAYOUT

PedGo

PEDROUTE e PAXPORT

Simulex

GridFlow

ASERI

buildingEXODUS

EXITT

Legion

PathFinder

EESCAPE

Myriad

ALLSAFE

CRISP3

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Evacuação dos edifícios

EGRESS

Spatial-Grid Evacuation Model (SGEM) Package

EXIT89

BGRAF

EvacSim

Takahashi’s FluidModel

EgressPro

BFIRES-2

Magnetic Model

E-SCAPE

Modelo LNEC

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Evacuação dos edifícios

Os modelos de simulação devem ter em consideração os seguintes aspectos:

Análise microscópica do movimento baseada nas características dos ocupantes.

Análise macroscópica do movimento traduzida na determinação da velocidade de deslocação dos ocupantes com base na densidade de ocupação dos espaços no tempo

• Escolha dos percursos com base em factores diversos, destacando-se os ambientais (conhecidas a partir da simulação do incêndio), a distância a percorrer, a sinalização, a organização e gestão da segurança o comportamento das pessoas e a sua reação ao sinal de alarme.

• Características geométricas do edifício.

• Outros

A aplicação de um modelo de simulação permitirá determinar o tempo de evacuação (TE).

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É importante ver se ele incorpora a reação dos ocupantes e a resposta dos sistemas de detecção.

Caso não incorpore esses tempos, o tempo em causa corresponde ao que os ocupantes gastam para concretizar o percurso desde o local onde estão no instante em que decidiram deixar o edifício e uma saída para o exterior. Assim, teremos, posteriormente, de adicionar esse tempo aos outros já referidos de acordo com a seguinte expressão:

TD – Tempo de detecção

TR – Tempo de reação dos ocupantes

TE – Tempo de evacuação

Há alguns modelos que incorporam já o tempo de reação, mas na generalidade dos casos a simulação feita é muito elementar.

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TD + TR + TE

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Evacuação dos edifícios

Em alternativa aos modelos de simulação temos métodos para determinação do tempo de evacuação dos edifícios.

• Método de Predtechenskii e Milinskii

• Método de Pauls

• Método do Building Research Establishment

• Método de Galbreath

• Método Belga

• Método de Nelson e Macleanam

• Método de Togawa

• Método LNEC

Conduzem a resultados menos rigorosos do que os obtidos pelos modelos de simulação.

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Avaliação dos resultados

Fase 4: Avaliação dos resultados

As medidas de segurança ao incêndio a considerar devem conduzir a uma situação em que se verifica a existência de um tempo necessário para evacuar o edifício seja inferior ao tempo durante o qual existem condições ambientais para o fazer.

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Alarm e

Instante em que a

evacuação já não é feita

em segurança

Fim do processo de

evacuação

Tem po de detecção

Tempo de pré -m ovim ento

Tempo correspondente ao percurso de

evacuação

Tem po disponível para evacuar o edifício

M argem de

segurançaFASE 1 FASE 2 FASE 3

Decisão de Abandonar

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Avaliação dos resultados

Tendo como origem o instante em que se dá a deflagração do incêndio, o tempo disponível para evacuar o edifício deve superior à soma dos vários tempos em jogo de acordo com a seguinte expressão.

em que:

TDEE - Tempo disponível para evacuar o edifício (obtido a partir dum modelo de simulação do desenvolvimento do incêndio )

TD – Tempo necessário para detetar o incêndio

TR – Tempo de reação dos ocupantes

TE – Tempo de percurso feito pelos ocupantes

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𝑇𝐷𝐸𝐸 > 𝑇𝐷 + 𝑇𝑅 + 𝑇𝐸 + 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎

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Métodos de análise de risco

Métodos de análise de risco

NFPA 914 Code for Fire Protection of Historic Structures

Risk Category Indicator Method

Arson Risk Assessment Checklist

Risk Value Matrix Method

Fire Safety Evaluation System

Specific Commercial Property Evaluation Schedule

Hierarchical Approach (Universidade de Edinburgh)

SIA 81 – Método de Gretener

Fire Risk Assessment Method for Engineering (FRAME)

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Métodos de análise de risco

Métodos de análise de risco

The Fire Risk Index Method (FRIM)

Risk-Cost Assessment Model

The Building Fire Safety Engineering Method

Fire Evaluation and Risk Assessment

Petri net to Fire Safety Analysis

Event Tree as a Risk Analysis Method

Fire Risk Assessment with Reliability Index β

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Métodos de análise de risco

Breve descrição do método FRAME

O método procura estabelecer um equilíbrio entre o perigo e os meios de segurança dos edifícios e permite determinar o risco para:

Edifício e o seu conteúdo

Pessoas que ocupam o edifício

Atividade económica que se desenvolve no interior deste.

Os factores envolvidos são distintos consoante se trata do risco para o património, para as pessoas ou para as atividades.

A unidade de cálculo é um compartimento ao mesmo nível.

Quando existem vários compartimentos, ou vários níveis (andares), é necessário efetuar uma série de cálculos para cada compartimento e para cada nível, ou pelo menos para os compartimentos mais representativos do perigo.

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Métodos de análise de risco

Risco para o edifício e seu conteúdo

O risco relativo ao edifício e seu conteúdo é igual a:

em que.

P = Perigo potencial

A = Nível de aceitabilidade

D = Nível de proteção

Analise de cada um dos fatores da expressão anterior.

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D .A

PR

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Métodos de análise de risco

Perigo potencial

O perigo potencial P é igual a:

em que:

Factor q – Relacionado com a carga de incêndio

Factor i – Relacionado com a propagação do incêndio

Factor g – Relacionado com a dimensão do edifício ou do compartimento de incêndio

Factor e – Relacionado com o número de pisos

Factor v – Relacionado com a produção de fumo e calor

Factor z – Relacionado com a as acessibilidades para efeitos de combate

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zvegiqP

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Métodos de análise de risco

Factor q relacionado com a carga de incêndio

A carga de incêndio é calculada a partir da seguinte expressão:

em que:

Qm = Carga de incêndio mobiliária (MJ/m2)

Qi = Carga de incêndio imóvel (MJ/m2)

O valor de q é igual a 1 se se tem uma densidade de carga de incêndio igual a 210 MJ/m2. O valor de q é igual a 0 se se tem uma densidade de carga de incêndio igual a 7 MJ/m2. O método incorpora tabelas com a densidades de carga de incêndio.

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0,55)Q(Qlog3

2q im

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Métodos de análise de risco

Nível de aceitabilidade, A

O nível de aceitabilidade reflete o facto das pessoas conviverem com o risco de um incêndio até um certo patamar: caso um evento tenha uma elevada frequência a aceitabilidade diminui, bem como quando as suas consequências são dramáticas.

A expressão relativa ao nível de aceitabilidade para o edifício e o seu conteúdo (A), é a seguinte:

em que:

a = Factor de ativação t = Factor tempo de evacuação c = Valor do conteúdo

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ctaA 6,1

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Métodos de análise de risco

O factor de ativação resulta da soma dos cinco termos obtidos de acordo com a seguinte a seguinte expressão:

O factor de ativação resulta da soma dos cinco termos obtidos de acordo com a seguinte expressão:

Atividades principais

Atividades secundárias

Instalações de aquecimento

Instalações eléctricas

Poeiras, líquidos e gases inflamáveis

Actividades Principais:

Atividades não industriais com cargas de incêndio (CI) baixas e reduzido número de fontes de ignição (habitações, escritórios): 0

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Métodos de análise de risco

CI baixas e moderado número de fontes de ignição (industria de produtos incombustíveis - (EN 12845 Classe OH 1) ): 0

CI moderadas e moderado número de fontes de ignição (maior parte de industrias, grandes armazéns e comércio - (EN 12845 Classes OH 2 e OH 3) ): 0,2

CI elevadas e moderado número de fontes de ignição (industria de produtos combustíveis tais como papel, madeira e petroquímica - classes H4/HH1-HH4): 0,4

Cargas de incêndio elevadas e reduzido número de fontes de ignição (armazéns e depósitos - EN 12845 classe S): 0

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Métodos de análise de risco

Nível de proteção D

Envolve os seguintes meios de proteção e segurança ao incêndio:

Reserva de água para o combate ao incêndio (W)

Medidas de proteção normais (N)

Medidas de proteção especiais (S)

Resistência ao fogo dos elementos estruturais (F).

A expressão relativa ao nível de proteção para o edifício e seu conteúdo tem a seguinte forma:

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FSNWD

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Métodos de análise de risco

As medidas de proteção normais (N) incorporam os seguinte meios de segurança:

Detecção e alarme (n1)

Meios de primeira intervenção (n2)

Rapidez de intervenção dos bombeiros (n3)

Formação dos ocupantes (n4)

em que:

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n1,05N

4

1i

inn

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Métodos de análise de risco

Detecção/alarme (n1)

Nas medidas normais a detecção e alerta não é baseada em sistemas automáticos mas sim na constatação do incêndio pela equipa de segurança ou pelos ocupantes e o seu valor está tabelado.

Meios de primeira intervenção (n2)

Os valores de referência devem ser os existentes na legislação nacional de segurança ao incêndio. No Quadro seguinte podem observar-se os diferentes valores que n2 pode tomar.

Leça Coelho - LNEC 52

Meios de primeira intervenção Valores de n2

Número suficiente de extintores 0

Número insuficiente de extintores 2

Rede de incêndio armada adequada 0

Rede de incêndio armada inadequada 2

Inexistência de rede de incêndio armada 4

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Métodos de análise de risco

Rapidez de intervenção dos bombeiros (n3)

Como referência para intervenção dos bombeiros é considerada a distância de 30 km que é traduzida nos seguintes tempos e respetivos valores de n3:

Quando o tempo de intervenção excede os 30 minutos, o impacto deste factor é tal que torna quase necessária a implementação de meios automáticos de proteção para tornar o risco aceitável.

Leça Coelho - LNEC 53

Tempo de intervenção dos bombeiros Valores de n3

Menos de 10 minutos 0

Entre 10 e 15 minutos 2

Entre 15 e 30 minutos 5

Mas de 30 minutos 10

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Métodos de análise de risco

Formação (n4)

Relativamente à formação pode observar-se no Quadro seguinte os valores de n4 relativos a esta matéria .

A partir dos vários factores anteriormente referidos determina-se o risco para o edifício e seu conteúdo (R):

Leça Coelho - LNEC 54

Formação Valores de n4

Todos os ocupantes sabem usar os extintores e as redes de incêndio armadas 0

Somente alguns ocupantes sabem usar os extintores e as redes de incêndio armadas

2

Os ocupantes não têm formação sobre a matéria em causa 4

FSNWA

PR

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O risco será aceitável se o valor de R for menor ou igual a 1.

Se o valor de R for superior a 1 o projetista avaliará quais as alterações possíveis de modo a obter um risco aceitável (R menor ou igual a 1).

Leça Coelho - LNEC 55

FIM

Métodos de análise de risco