intervenção na assembleia municipal na sequência da tertúlia

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Page 1: IntervençãO Na Assembleia Municipal Na SequêNcia Da TertúLia

Intervenção na Assembleia Municipal (na sequência da Tertúlia sobre ‘Praça Melo Freitas e Ponte

do Rossio’ organizada pelos Amigosd’Avenida - http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/)

José Carlos Mota e Gil Moreira

24 de Fevereiro 2010

[Enquadramento – porque entendemos vir a esta Assembleia Municipal]

A Câmara Municipal de Aveiro está a promover o desenvolvimento de um conjunto de

projectos em áreas muito sensíveis da cidade que, no nosso entender, deveriam ter sido

antecedidos por um conjunto de reflexões e debates públicos.

Estes debates teriam sido úteis por dois motivos: porque era uma forma de envolver e

comprometer os cidadãos na tomada de decisões e porque teria sido uma oportunidade para

promover uma adequada discussão do seu enquadramento programático e estratégico

(princípios, funções, o papel de cada espaço na cidade).

Como a autarquia não tomou essa iniciativa os Amigosd’Avenida lançaram, em tempo

oportuno, um conjunto de chamadas de atenção, fundamentadas em documentos escritos

enviados à autarquia e tornados públicos para que a comunidade aveirense pudesse ser

informada e chamada a participar no processo.

Essas posições públicas eram alertas relativamente a questões que, no nosso entender,

poderiam (e podem) comprometer o futuro da cidade. Por isso, entendemos dar mais alguns

passos e organizámos, na semana passada, uma tertúlia pública, para a qual convidámos a

autarquia e que teve mais de sessenta participantes, onde se debateu a Praça Melo Freitas e a

Ponte do Rossio (documento síntese entregue aos membros da Assembleia).

Desse debate e da reflexão que produzimos sobre o mesmo regista-se o seguinte)

[sobre a Praça Melo Freitas]

1. No debate/tertúlia houve um grande ‘consenso’ quanto à necessidade de dotar o vazio da

praça (o local da antiga Sapataria Loureiro) de um novo edifício;

2. Foram lançadas ideias programáticas de actividades ligadas à arte, cultura e tecnologia

(aproveitando o potencial de actividades ligadas ao design/cluster das tecnologias, em que

Aveiro se destaca), à habitação e ao comércio/restauração e foi também sugerido que o

edifício pudesse ter um carácter multifuncional;

3. Contudo, atendendo ao seu elevado valor simbólico, houve apelos para que a intervenção

a desenvolver neste espaço venha a ser exemplar;

4. Foram também feitas recomendação para um maior estímulo ao desenvolvimento da

oferta habitacional no centro da cidade e um alerta para o significativo número de edifícios

devolutos na cidade, sobretudo na Beira-mar e na Avenida;

[sobre a ponte]

1. A construção da Ponte do Rossio não é nada consensual.

2. Foi referido na tertúlia que a ideia da Ponte apareceu como sugestão dos comerciantes,

tendo alguns dos presentes reconhecido a sua utilidade;

3. Contudo, foram levantadas várias dúvidas quanto à real necessidade da Ponte e às sérias

implicações que trará para a cidade e foi questionada a oportunidade da sua execução,

tendo em conta o seu elevado custo ( 560 mil euros) e as debilidades financeiras que o

município atravessa;

4. No que se refere à necessidade da ponte as dúvidas centraram-se na ausência de estudos

que comprovem o número de potenciais utilizadores da Ponte e os ganhos de tempo que

ela poderá permitir;

Page 2: IntervençãO Na Assembleia Municipal Na SequêNcia Da TertúLia

5. Para além disso, foi referido que a proposta da Ponte prevista pelo Parque da

Sustentabilidade entra em contradição e altera a proposta prevista em sede do Plano de

Urbanização do Pólis Aveiro (um dos poucos planos da cidade publicados em Diário da

República), que vincula a administração nas suas propostas;

6. No que concerne às implicações da Ponte foram salientados os problemas de impacto

visual no coração da cidade e os problemas e os riscos do excesso da monofuncionalidade

(comércio de bares e afins) existente na Beira-mar (e os conflitos que frequentemente

gera) e a possibilidade da Ponte poder induzir uma tendência semelhante no Alboi;

7. Para além disso, a Ponte que ganhou o concurso levanta algumas dúvidas de natureza

global (anteriormente referidos, nomeadamente quanto ao seu impacto visual e

localização) e de natureza específica – penalização das pessoas com necessidades especiais

e repercussões na área envolvente (Rua dos Galitos e túnel da Dubadoura);

[Conclusão]

Os Amigosd’Avenida são um grupo de cidadãos comprometidos com o futuro da cidade,

atentos à forma como ela está a ser planeada. Queremos ser parceiros desse processo, e

consideramos que o governo autárquico deverá ter uma atitude pró-activa com os

movimentos cívicos para que, de forma construtiva, possam contribuir para o enriquecimento

e qualificação deste processo colectivo de fazer cidade. E como verdadeiros amigos,

procuraremos sempre, não só identificar os problemas mas acima de tudo contribuir para as

soluções. Afinal, que outra coisa se espera dos Amigos?

Para finalizar, aproveitamos esta oportunidade para deixar algumas dúvidas para reflexão

nesta casa da democracia local:

[sobre a praça]

• Que propostas resultaram do concurso lançado em Dezembro para a Praça Melo

Freitas?

• Quando e como pretende a autarquia iniciar o processo do novo concurso de

ideias para a Praça Melo Freitas?

• Que respostas pode o PECA (Plano Estratégico do Concelho de Aveiro) ajudar a dar

para discutir o programa estratégico da intervenção na Praça Melo Freitas/Beira-

mar?

[sobre a ponte]

• Qual a razão que leva a autarquia dar prioridade a um investimento tão

significativo numa Ponte (mais de 500 mil euros) num momento de tão grande

constrangimento financeiro quando existem outras necessidades de arranjo do

espaço público, por exemplo do Rossio?

• Porque se optou por aquela localização quando o PU do Polis previa uma outra

diferente? Qual a postura relativamente à eficácia do PU do Pólis na definição

daquele troço de cidade, que será a nova Porta Poente de Aveiro?

• No que concerne à ponte que ganhou o concurso de ideias que estudos técnicos

(contagens ou inquéritos) foram produzidos para sustentar a solução? De que

maneira é que ela se integra no desenho viário de fluxos cicláveis e pedonais entre

Rossio, o Parque da Sustentabilidade e a Universidade? Porque é que a solução em

rampa penaliza as deslocações das pessoas com necessidades especiais de

mobilidade? Como está estudada a implicação da Ponte no espaço envolvente

(Rua dos Galitos e Ponte da Dubadoura)?