interrogatÓrio sintomatolÓgico (is) parte 1 · revisão de sistemas, constitui, na verdade, um...
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INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO (IS) PARTE 1
Essa parte da anamnese, denominada também anamnese especial ou
revisão de sistemas, constitui, na verdade, um complemento da história atual.
O IS documenta a presença ou ausência de sintomas comuns
relacionados com cada um dos principais sistemas corporais.
Além disso, é comum o paciente não relatar um ou outro sintoma
durante a elaboração da história da doença atual. Tais omissões não querem
dizer, necessariamente, que tudo foi informado. Simples esquecimento ou
medo inconsciente de determinados diagnósticos podem levar o paciente a não
se referir a padecimentos de valor crucial para chegar a um diagnóstico.
OBS1: Para tirar o máximo proveito das atividades práticas, o estudante
registrará os sintomas presentes e os negados pelo paciente.
A principal utilidade prática do IS reside no fato de
permitir ao médico levantar possibilidades e reconhecer
enfermidades que não guardam relação com o quadro
sintomatológico registrado na HDA.
Em outras ocasiões, é no IS que se origina a suspeita
diagnóstica mais importante.
ATENÇÃO!
Enquanto se avalia o estado de saúde passado e
presente de cada sistema corporal, aproveita-se para
promover saúde, orientando e esclarecendo o paciente
sobre maneiras de prevenir doenças e evitar riscos à
saúde.
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SISTEMATIZAÇÃO DO INTERROGATÓRIO
SINTOMATOLÓGICO
Sintomas gerais;
Pele e fâneros;
Cabeça e pescoço;
Tórax;
Abdome;
Sistema geniturinário;
Sistema hemolinfopoético;
Sistema endócrino;
Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades;
Músculos;
Artérias, veias, linfáticos e microcirculação;
Sistema nervoso;
Exame psíquico e avaliação das condições emocionais.
o SINTOMAS GERAIS
Febre – sensação de aumento da temperatura corporal acompanhada
ou não de outros sintomas (cefaleia, calafrios, sede, etc);
Astenia – sensação de fraqueza;
Alterações do peso – especificar ganho ou perda de peso, quantos
quilos, intervalo de tempo e motivo (dieta, estresse, outros fatores);
Sudorese – eliminação abundante de suor. Generalizada ou
predominante nas mãos e pés;
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Calafrios – sensação momentânea de frio com ereção de pelos e
arrepiamento da pele. Relação com febre;
Cãibras – contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular;
o PELE E FÂNEROS
Alterações da pele – cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade,
prurido, lesões;
Alterações de fâneros – queda de cabelos, pelos faciais em mulheres,
alterações nas unhas
OBS2: Exposição solar (hora do dia, uso de protetor solar) cuidados com
pele e cabelos (bronzeamento artificial, tinturas)
o CABEÇA E PESCOÇO
CRÂNIO, FACE E PESCOÇO:
Dor – localizar o mais corretamente possível a sensação dolorosa, a
partir daí indaga-se sobre as outras características semiológicas da dor;
Alterações do pescoço – dor, tumorações, alterações dos movimentos,
pulsações anormais;
OLHOS:
Diminuição ou perda da visão – uni ou bilateral, súbita ou gradual,
relação com a intensidade da iluminação, visão noturna, correção
(parcial ou total) com óculos ou lentes de contato;
Dor ocular e cefaleia – bem localizada pelo paciente ou de localização
imprecisa no globo ocular;
Sensação de corpo estranho – sensação desagradável, quase sempre
acompanhada de dor;
Prurido – sensação de coceira;
Queimação ou ardência – acompanhando ou não a sensação dolorosa;
Lacrimejamento – eliminação de lágrimas, independentemente do choro;
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Sensação de olho seco – sensação de secura, como se o olho não
tivesse lágrimas;
Xantopsia – visão amarelada;
Iantopsia – visão violeta;
Cloropsia – visão verde;
Diplopia – visão dupla, constante ou intermitente;
Fotofobia – hipersensibilidade à luz;
Nistagmo – movimentos repetitivos rítmicos dos olhos, tipo de nistagmo;
Estocomas – manchas ou pontos escuros no campo visual, descritos
como manchas, moscas que voam diante dos olhos ou pontos
luminosos;
Secreção – líquido purulento que recobre as estruturas externas do olho;
Vermelhidão – presença de congestão de vasos na esclerótica;
Alucinações visuais – sensação de luz, cores ou reproduções de objetos;
OBS3: Lembrar de perguntar pelo uso de óculos ou lentes de contato e
quando foi realizado o último exame oftálmico.
OUVIDOS:
Dor – localizada ou irradiada de outra região;
Otorreia – saída de líquido pelo ouvido;
Otorragia – perda de sangue pelo canal auditivo, relação com
traumatismo;
Transtornos da acuidade auditiva – perda parcial ou total da audição, uni
ou bilateral; início súbito ou progressivo;
Zumbidos – sensação subjetiva de diferentes tipos de ruídos
(campainha, grilos, apito, chiado, cachoeira, jato de vapor, zunido);
Vertigem e tontura – sensação de estar girando em torno dos objetos
(vertigem subjetiva), ou os objetos girando em torno de si (vertigem
objetiva);
OBS4: Perguntar sobre uso de aparelhos auditivos, exposição a ruídos
ambientais, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), limpeza do
pavilhão auditivo (cotonete, outros objetos, pelo médico).
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NARIZ E CAVIDADES PARANASAIS:
Prurido – pode resultar de doença local ou sistêmica;
Dor – localizada no nariz ou na face. Verificar todas as características
semiológicas da dor;
Espirros – isolados ou em crises. Indagar em que condições ocorrem,
procurando detectar locais ou substâncias relacionadas com os espirros;
Obstrução nasal – rinorreia; aspecto do corrimento (aquoso, purulento,
sanguinolento); cheiro;
Corrimento nasal – aspecto do corrimento (aquoso, purulento,
sanguinolento);
Epistaxe – hemorragia nasal;
Dispneia – falta de ar;
Diminuição do olfato – diminuição (hiposmia) ou abolição (anosmia);
Aumento do olfato – transitório ou permanente;
Alterações do olfato – percepção anormal de cheiros;
Cacosmia – consiste em sentir mau cheiro sem razão para tal;
Parosmia – perversão do olfato;
Alterações da fonação – voz anasalada (rinolalia).
CAVIDADE BUCAL E ANEXOS:
Alterações do apetite – polifagia ou hiperorexia; inapetência ou anorexia;
perversão do apetite (geofagia ou outros tipos);
Sialose – excessiva produção de secreção salivar;
Halitose – mau hálito;
Dor – dor de dente, nas glândulas salivares, na língua (glossalgia), na
articulação temporomandibular. Trismo;
Ulcerações/sangramentos – causa local ou doença do sistema
hemopoético;
OBS5: Perguntar sobre a escovação de dentes e língua (vezes/dia) e
quando foi o último exame odontológico.
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FARINGE:
Dor de garganta – espontânea ou provocada pela deglutição. Verificar
todas as características semiológicas da dor;
Dispneia – dificuldade para respirar relacionada com a faringe;
Disfagia – dificuldade de deglutir localizada na bucofaringe (disfagia
alta);
Tosse – seca ou produtiva;
Halitose – mau hálito;
Pigarro – ato de raspar a garganta;
Ronco – pode estar associado à apneia do sono.
LARINGE:
Dor – espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características
semiológicas da dor;
Dispneia – dificuldade para respirar;
Alterações da voz – disfonia; afonia; voz lenta e monótona, voz fanhosa
ou anasalada;
Tosse – seca ou produtiva; tosse rouca; tosse bitonal;
Disfagia – disfagia alta;
Pigarro – ato de raspar a garganta;
OBS6: Perguntar sobre os cuidados com a voz (gargarejos, produtos
utilizados).
TIREOIDE E PARATIREOIDES:
Dor – espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características
semiológicas;
Outras alterações – nódulos, bócio, rouquidão, dispneia, disfagia.
VASOS E LINFONODOS:
Dor – localização e outras características semiológicas;
Adenomegalias – localização e outras características semiológicas;
Pulsações e turgência jugular.
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o TÓRAX
PAREDE TORÁCICA:
Dor – localização e demais características semiológicas, em particular
a relação da dor com os movimentos do tórax;
Alterações da forma do tórax – alterações localizadas na caixa torácica
como um todo;
Dispneia – relacionada com dor ou alterações da configuração do
tórax;
MAMAS:
Dor – relação com a menstruação e outras características
semiológicas;
Nódulos – localização e evolução; modificações durante o ciclo
menstrual;
Secreção mamilar – uni ou bilateral, espontânea ou provocada; aspecto
da secreção.
OBS7: Perguntar se realiza o autoexame mamário; quando fez a última
mamografia/USG (mulheres > 40 anos).
TRAQUEIA, BRÔNQUIOS, PULMÕES E PLEURAS:
Dor – localização e outras características semiológicas;
Tosse – seca ou com expectoração. Frequência, intensidade,
tonalidade, relação com o decúbito, período em que predomina;
Expectoração – volume, cor, odor, aspecto e consistência. Tipos de
expectoração: mucoide, serosa, purulenta, mucopurulenta, hemoptoica;
Hemoptise – eliminação de sangue pela boca, através da glote,
proveniente dos brônquios ou dos pulmões. Obter os dados para
diferenciar a hemoptise da epistaxe e da hematêmese;
Vômica – eliminação súbita, através da glote, de quantidade abundante
de pus ou liquido de aspecto mucoide ou seroso;
Dispneia – relação com esforço ou decúbito; instalação súbita ou
gradativa; relação com tosse ou chieira; tipo de dispneia;
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Chieira – ruído sibilante percebido pelo paciente durante a respiração;
relação com tosse e dispneia; uni ou bilateral; horário em que
predomina;
Cornagem – ruído grave provocado pela passagem de ar pelas vias
respiratórias altas reduzidas de calibre;
Estridor – respiração ruidosa, algo parecido com cornagem;
Tiragem – aumento da retração dos espaços intercostais.
DIAFRAGMA E MEDIASTINO:
Dor – localização e demais características semiológicas;
Soluço – contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o
fechamento da glote, acompanhadas de um ruído rouco. Isolados ou
em crises;
Dispneia – dificuldade respiratória;
Sintomas de compreensão – relacionados com o comprometimento do
simpático, do nervo recorrente do frênico, das veias cavas, das vias
respiratórias e do esôfago;
OBS8: Perguntar sobre exposição a alergênicos (qual); última radiografia
de tórax.
CORAÇÃO E GRANDES VASOS:
Dor – localização e outras características semiológicas; dor isquêmica
(angina do peito e infarto do miocárdio); dor da pericardite; dor de
origem aórtica; dor de origem psicogênica;
Palpitações – percepção incômoda dos batimentos cardíacos; tipo de
sensação, horário de aparecimento, modo de instalação e
desaparecimento; relação com esforço ou outros fatores
desencadeantes;
Dispneia – relação com esforço e decúbito; dispneia paroxística
noturna; dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes;
Intolerância aos esforços – sensação desagradável ao fazer esforço
físico;
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Tosse e expectoração – tosse seca ou produtiva; relação com esforço
e decúbito; tipo de expectoração (serosa, serosanguinolenta);
Chieira – relação com dispneia e tosse; horário em que predomina;
Hemoptise – quantidade e características do sangue eliminado. Obter
dados para diferenciar da epistaxe e da hematêmese;
Desmaio e síncope – perda súbita e transitória, parcial ou total, da
consciência; situação em que ocorreu; duração; manifestações que
antecederam o desmaio e que vieram depois;
Alterações do sono – insônia, sono inquieto;
Cianose – coloração azulada da pele; época do aparecimento (desde o
nascimento ou surgiu em tempos depois); intensidade; relação com
choro e esforço;
Edema – época em que apareceu; como evoluiu; região em que
predomina;
Astenia – sensação de fraqueza;
Posição de cócoras – o paciente fica agachado, apoiando as nádegas
nos calcanhares.
OBS9: Perguntar se o paciente está exposto a fatores estressantes; último
check-up cardiológico.
ESÔFAGO:
Disfagia – dificuldade à deglutição; disfagia alta (bucofaríngea); disfagia
baixa (esofágica);
Odinofagia – dor retroesternal durante a deglutição;
Dor – independente da deglutição;
Pirose – sensação de queimação retroesternal; relação com a ingestão
de alimentos ou medicamentos; horário em que aparece;
Regurgitação – volta à cavidade bucal de alimento ou de secreções
contidas no esôfago ou no estômago;
Eructação – relação com a ingestão de alimentos ou com alterações
emocionais;
Soluço – horário em que aparece; isolado ou em crise; duração;
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Hematêmese – vômito de sangue; características do sangue eliminado;
diferenciar de epistaxe e de hemoptise;
Sialose (sialorreia ou ptialismo) – produção excessiva de secreção
salivar.
o ABDOME
PAREDE ABDOMINAL
Dor - Localização e outras características semiológicas
Alt e do volume - c
Dor -
-
Dispepsia - Con
empanzinament
Pirose - Sensação de queimação retroesternal.
INTESTINO DELGADO
Dor -
Diarreia - fezes.
Esteatorreia - Aumento da quantidade de gorduras excretadas nas
fezes..
- de
alimentos.
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OBS: Hemorragia digestiva
melena enterorragia
Dor -
Diarreia - desinteria,
- aspecto das fezes.
Sangramento anal -
Prurido -
–
-
Dor -
fezes;
prurido.
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CREAS
Dor - gicas.
- fezes;
prurido.
Diarreia e esteatorreia -
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REFERÊNCIA
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7ª ed. Rio de janeiro. Guanabara, 2014;