interpretação da musica tropicália

3
Interpretação da Musica Tropicália A letra tenta relacionar a diversidade do Brasil e seus símbolos com a Tropicália e a sua diversidade musical, usando Brasília como o monumento da canção. Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés, os caminhões Aponta contra os chapadões, meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país Caetano fala em aviões levando os políticos e caminhões referindo-se ao povo trabalhador durante a construção de Brasília. Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça Refere-se a bossa nova como uma lembrança de Noel Rosa e a palhoça como a simplicidade da população. O monumento é de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde atrás da verde mata O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga, Estreita e torta E no joelho uma criança sorridente, Feia e morta, Estende a mão Misturando o simples e o sofisticado. Nos olhos verdes da mulata está representada a miscigenação do nosso país. Este monumento possuía um a entrada mas só para aqueles de cartas marcadas. E no joelho referindo-se ao mapa geográfico do pais onde esta o nordeste, crianças passam fome abandonadas pelo governo.

Upload: alexandre-barbosa

Post on 12-Dec-2015

50 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Interpretação da musica tropicalia

TRANSCRIPT

Page 1: Interpretação Da Musica Tropicália

Interpretação da Musica Tropicália

A letra tenta relacionar a diversidade do Brasil e seus símbolos com a Tropicália e a sua diversidade musical, usando Brasília como o monumento da canção.

Sobre a cabeça os aviõesSob os meus pés, os caminhõesAponta contra os chapadões, meu nariz

Eu organizo o movimentoEu oriento o carnavalEu inauguro o monumentoNo planalto central do país

Caetano fala em aviões levando os políticos e caminhões referindo-se ao povo trabalhador durante a construção de Brasília.

Viva a bossa, sa, saViva a palhoça, ça, ça, ça, ça

Refere-se a bossa nova como uma lembrança de Noel Rosa e a palhoça como a simplicidade da população.

O monumento é de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulataA cabeleira esconde atrás da verde mataO luar do sertãoO monumento não tem portaA entrada é uma rua antiga,Estreita e tortaE no joelho uma criança sorridente,Feia e morta,Estende a mão

Misturando o simples e o sofisticado. Nos olhos verdes da mulata está representada a miscigenação do nosso país. Este monumento possuía um a entrada mas só para aqueles de cartas marcadas. E no joelho referindo-se ao mapa geográfico do pais onde esta o nordeste, crianças passam fome abandonadas pelo governo.

Viva a mata, ta, taViva a mulata, ta, ta, ta, ta

Exalta a mata e a mulata, ao mesmo tempo que emprega o “ta ta ta ta” como sons de metralhadora.

No pátio interno há uma piscinaCom água azul de AmaralinaCoqueiro, brisa e fala nordestinaE faróisNa mão direita tem uma roseira

Page 2: Interpretação Da Musica Tropicália

Autenticando eterna primaveraE no jardim os urubus passeiamA tarde inteira entre os girassóis

Aqui temos uma referencia a praça dos três poderes, que tem um lago artificial, onde os políticos(urubus) passeiam de vez em quando.

Viva Maria, ia, iaViva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang-bangEm suas veias corre muito pouco sangueMas seu coraçãoBalança a um samba de tamborimEmite acordes dissonantesPelos cinco mil alto-falantesSenhoras e senhoresEle põe os olhos grandes sobre mim

Temos claramente uma referência ao poder do presidente que usava a ditadura para vigiar o país, principalmente os tropicalistas.

Viva Iracema, ma, maViva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino-da-bossaSegunda-feira está na fossaTerça-feira vai à roçaPorém, o monumentoÉ bem modernoNão disse nada do modeloDo meu ternoQue tudo mais vá pro inferno, meu bemQue tudo mais vá pro inferno, meu bem

Viva a banda, da, daCarmen Miranda, da, da, da, da

“Fino da Bossa” referencia ao um programa da época, único dia que o povo trabalhador tinha de descanso, o trabalhador enfrentava a semana com serviço pesado para sustentar a família, e em Brasília ninguém se importava com o problemas do povo ou com sua aparência.