interdisciplinaridade na saúde: um diálogo possível · da ergonomia, pois tanto as dores na...
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XV Semana de Fonoaudiologia IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP
I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
- 27 a 01 de Novembro de 2008 -
Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo
ISSN 1981-4968
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
SUMRIO
Convidados 3
Comisso Cientfica e Organizadora 4
Apresentao da Semana de Fonoaudiologia e Fisioterapia 5
Resumo das Palestras 6
Resumo dos Trabalhos Apresentados 39
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel CONVIDADOS Ana Paula Mackay; Angelina Nardi; Beatriz Mendes; Camila M.Domingues; Cristiana Beatrice Likoropoulos; Doris Lewis; Elisabeta Radini (Bernafon); Elza Marcela de Campos; Ftima Branco; Fernando Caggiano (Widex); Ins Tassinari; Karen Gonzaga Walter Rodrigues; Leda T. da Silveira; M. Ceclia Bonini; M. Claudia Cunha; Magda Zorzella; Maria Laura Martz; Marta Andrada e Silva; Milena Suesada; Noemi de Biase; Patricia Di Rissio (Unitron/Microsom); Patrcia Penha; Polyana Silva de Oliveira; Raquel A. Casarotto; Rosana de Souza; Ruth Palladino; Sandra Braga Daruix (Audibel); Selma Reyes; Silvia A. Joo; Silvia Friedman; Tereza Bilton; Vera Mendes; Vera Teixeira; Wilson Gava; Zuleica Camargo.
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel COMISSO CIENTFICA E ORGANIZADORA Beatriz Mendes Leslie Piccolotto Ferreira Luisa Ficker Maria Ceclia Bonini Trenche Maria Ceclia Moura Maria Laura Martz Maria Lucia Masini Anglica Regina Siqueira Camila Loiola Catia Gregrio Clia dos Santos Silva Fernanda Reis Juliana Shoji de Carvalho Marcos Vinicius Nascimento Mariana Pellegrini Mariana Telles Millena Nbrega
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel APRESENTAO Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel foi a temtica escolhida
como tema central da XV Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli
PUC-SP e I Semana de Fisioterapia. Tal escolha se deu por conta da participao,
pela primeira vez, do Curso de Fisioterapia, em conjunto ao de Fonoaudiologia.
Profissionais envolvidos nas duas reas foram convidados, e em suas
apresentaes os mesmos foram explicitando a insero em equipes formadas por
profissionais que por sua vez representam ainda outras reas. Acreditamos que
desde a formao os alunos precisam vivenciar os dilogos interdisciplinares, pois
esses favorecem o melhor atendimento dos usurios e clientes.
Os anais deste evento possibilitam o registro das palestras apresentadas pelos
nossos convidados, assim como dos trabalhos apresentados em forma de pster.
Seguindo nossa tradio, os melhores trabalhos receberam o Premio Mauro
Spinelli. Essa tem sido a melhor forma de reverenciarmos todos os anos a figura
do nosso querido Dr. Mauro, que sempre incentivou novos profissionais e
principalmente jovens pesquisadores.
Leslie Piccolotto Ferreira
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XV Semana de Fonoaudiologia IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP
I Semana de Fisioterapia
Resumo das Palestras
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Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ALINHAMENTO POSTURAL EM CRIANAS
Dra. Slvia Maria Amado Joo
Postura define-se como o arranjo relativo das partes do corpo. A boa
postura o estado de equilbrio muscular e esqueltico que protege as estruturas
de suporte do corpo contra leso ou deformidade progressiva independentemente
da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada) nas quais essas estruturas esto
trabalhando ou repousando. Sob tais condies os msculos funcionam mais
eficientemente e posies ideais so proporcionadas para os rgos torcicos e
abdominais. Existem fatores intrnsecos e extrnsecos que podem influenciar a
postura do indivduo, dentre os quais as condies fsicas do ambiente onde o
indivduo vive, o estado scio-cultural e emocional, a atividade fsica, a obesidade
e as alteraes fisiolgicas do prprio crescimento e do desenvolvimento humano
como o estiro de crescimento e a maturao sexual, o sexo, a raa e a
hereditariedade. Para avaliar e tratar problemas posturais necessria uma
compreenso de princpios bsicos relacionados ao alinhamento, articulaes e
msculos. Um mau alinhamento pode resultar em sobrecarga e maior tenso sobre
as estruturas musculoesquelticas. Deste modo, a avaliao postural importante
para o entendimento dos desequilbrios musculares implicados em muitas
patologias e, portanto um instrumento indispensvel na prtica clinica na
programao do tratamento, pois indica quais msculos esto em posio
alongada e quais esto em posio encurtada. Alteraes posturais so
freqentemente encontradas em crianas. Nessa fase, a postura sofre uma srie
de ajustes associados aos estgios de crescimento e aos problemas de equilbrio,
que surgem em razo das mudanas nas propores do corpo e de seus
componentes. A formao do esquema corporal, durante a infncia, ocorre atravs
das experincias motoras e possibilita a estruturao tnico-postural, sendo que
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desequilbrios posturais adquiridos nesse perodo podem perdurar ao longo da
adolescncia e vida adulta. Alm disso, a postura das crianas na fase escolar est
sujeita a uma srie de interferncias; e alteraes podem surgir a partir de hbitos
posturais inadequados, como o transporte de peso excessivo nas mochilas e a
utilizao inadequada dos mobilirios escolares.
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Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ATUAO E CUIDADOS FISIOTERAPEUTICOS EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS
Fisioterapeuta: Milena Mako Suesada
Pacientes traqueostomizados so constantemente atendidos pelos
Fisioterapeutas em diversos mbitos hospitalares e domiciliares. Uma avaliao
cuidadosa e cuidados especficos com a traqueostomia, considerando-se os
motivos da realizao da mesma, quadro clnico do paciente e tipos de cnulas,
so necessrios para uma adequada manipulao do paciente traqueostomizado,
favorecendo quando possvel o processo de deglutio, fonao e decanulao do
paciente. O objetivo deste workshop discutirmos estes aspectos e a necessidade
de uma abordagem multidisciplinar entre as diversas equipes.
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AVALIAO COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL): FUNDAMENTOS
Fonoaudiloga: Dra. Ftima Cristina Alves Branco-Barreiro
Por processamento auditivo (central) entende-se a eficincia e a efetividade
do sistema nervoso central em utilizar a informao auditiva (ASHA, 2005).
O distrbio do processamento auditivo (central) um dficit neural no
processamento do estimulo auditivo e no pode ser atribudo a fatores de ordem
superior como a linguagem, a memria e a ateno (ASHA, 2005).
Entretanto, pode levar a ou estar associado a dificuldades de linguagem,
aprendizagem e comunicao (ASHA, 2005).
Embora possa coexistir com disfunes mais gerais, como o transtorno do
dficit de ateno, no resultante desse quadro (ASHA, 2005).
Existem alguns sintomas que podem levar ao encaminhamento para a
avaliao do processamento auditivo na criana, mas a queixa mais determinante
a dificuldade para entender fala em ambientes ruidosos ou reverberantes e que
no pode ser atribuda a uma disfuno auditiva perifrica.
Nesse caso, o objetivo da avaliao do processamento auditivo (central) seria
investigar a presena ou no de um DPA(C), para que havendo necessidade esse
indivduo seja encaminhado para terapia fonoaudiolgica com nfase no
fortalecimento das habilidades auditivas pouco eficientes.
Tambm possvel utilizar a avaliao comportamental do processamento
auditivo para determinar quais os pontos fracos e fortes da audio de uma
criana, bem como as habilidades preferenciais para a aprendizagem (BELLIS,
2003).
Desse modo, tambm poderiam ser encaminhados para esse exame com a
finalidade de nortear a terapia fonoaudiolgica ou orientar famlia e escola sobre
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cuidados na aprendizagem, indivduos que apresentem distrbios de linguagem,
atraso cognitivo, distrbios neurolgicos, entre outros.
Nesse caso, o enfoque no seria a determinao da presena ou no de um
distrbio do processamento auditivo (central) e nem mesmo na indicao de
terapia fonoaudiolgica exclusivamente auditiva.
Entretanto, essa no uma tarefa simples, principalmente porque a avaliao
do processamento auditivo realizada por meio da aplicao de uma bateria de
testes comportamentais, realizados dentro de uma cabina acstica, que avaliam a
funo auditiva central, mas que demandam tambm cognio, ateno, memria
e linguagem.
Alm desses fatores comandados pelo crebro e no exclusivamente auditivos
que podem influenciar o desempenho da criana nesse tipo de avaliao, existem
tambm os fatores auditivos. Um deles refere-se funo auditiva perifrica e o
outro maturao das vias auditivas.
Outros pontos relevantes na avaliao da criana esto relacionados a
durao da sesso, motivao, tempo de ateno, uso de medicamentos que
podem interferir na funo do sistema nervoso central, como aqueles usados no
dficit de ateno (BELLIS, 2003; ASHA, 2005).
Para que a avaliao comportamental do processamento auditivo (central)
seja realizada de modo adequado e eficiente, necessrio, portanto, um
fonoaudilogo experiente e observador, que consiga perceber quando o
desempenho do indivduo avaliado sofre a interferncia de fatores auditivos ou no
e, que tenha um profundo conhecimento dos instrumentos de avaliao para que
possa lanar mo de recursos que permitam entender melhor o comportamento
auditivo do paciente em questo.
Embora existam alguns entraves a respeito da avaliao comportamental da
funo auditiva (central), ainda assim trata-se de um instrumento complementar
valioso e que em muito pode contribuir para o diagnstico e tratamento dos
distrbios da comunicao.
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Referncias Bibliogrficas:
1. AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION. (Central) Auditory
Processing Disorders. 2005. Disponvel em
[http://www.asha.org/members/deskref-journals/deskref/default]. Acesso em
20/01/2006.
2. BELLIS, T. J. Assessment and management of central auditory processing
disorders in the educational setting from science to practice. 2.ed. New York:
Thomson Delmar Learning, 2003. 488 p.
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ERGONOMIA: UMA CINCIA MULTIDISCIPLINAR COM INTERFACE ENTRE A FISIOTERAPIA E A FONOAUDIOLOGIA
Fisioterapeuta: Dra. Raquel Aparecida Casarotto
A ergonomia uma cincia que estuda a relao do homem com o trabalho e
os objetos da vida cotidiana e tenta adapt-los aos homens. Os ergonomistas
contribuem para o projeto e avaliao de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e
sistemas, a fim de torn-los compatveis com as necessidades, habilidades e
limitaes das pessoas. Para isso a ergonomia lana mo de um conjunto de
conhecimentos que possam auxili-la nesta tarefa: anatomia, fisiologia,
biomecnica, desenho industrial, engenharia, arquitetura, medicina, antropologia,
sociologia, fisioterapia, fonoaudiologia, educao fsica entre outros. A ergonomia
pode ser dividida em ergonomia do produto, quando visa conceber produtos que
podem ser mais facilmente utilizados pelos usurios, ou da produo, quando visa
conceber ambientes de trabalho mais adequados aos trabalhadores que
trabalharo nele. A fisioterapia e a fonoaudiologia tem um papel importante dentro
da ergonomia, pois tanto as dores na coluna e as leses por esforos repetitivos,
quanto a surdez ocupacional, so patologias bastante prevalentes entre as
doenas ocupacionais. O conjunto de saberes destas duas profisses podem
contribuir para a deteco precoce de alteraes no ambiente de trabalho que
possam levar a doenas ocupacionais e desta forma, propor aes preventivas e
curativas para os ambientes ocupacionais. So duas reas em expanso dentro da
atuao do fisioterapeuta e do fonoaudilogo. A ergonomia esta espalhada em
toda a atividade humana e estas atividades incluem no somente o mundo do
trabalho, mas o mundo das adaptaes e melhoras feitas nas atividades de lazer ,
atividades esportivas e as adaptaes realizadas no trabalho para trabalhadores
portadores de necessidades especiais. Em todas estas reas, enxergamos atuao
do fisioterapeuta e do fonoaudilogo, com seus conjuntos de conhecimentos
especficos, que podem contribuir para minimizar o impacto da atividade humana
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sobre os homens do ponto de vista da preveno de disfunes no sistema
msculo-esqueltico e auditivo e fonatrio.
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FONOAUDIOLOGIA & ESTTICA MTODO MZ: A Fonoaudiologia de Resultados Estticos
Fonoaudiloga: Magda Zorzella Franco
Envelhecer faz parte do curso
natural da vida, mas nada impede
que se tente amenizar os sinais do
tempo
O.R.Macedo
A Fonoaudiologia uma cincia em pleno amadurecimento e que beneficia
os indivduos ao prevenir e tratar suas necessidades individuais. Quanto mais
rumamos para o futuro, maiores so os seus alcances, sendo necessrio
redimensionar reas de atuao, subdividindo-as em temas mais especficos,
tamanha sua complexidade1. Entre esses novos domnios est a
Fonoaudiologia&Esttica, nova rea de atuao dentro da Motricidade Orofacial,
que vem sendo desenvolvida e pesquisada h dez anos e que tem por objetivo a
suavizao das rugas de expresso e o rejuvenescimento da face2. Trata-se de
uma interveno que tem se mostrado cada vez mais promissora, tamanho o
interesse que desperta nos pacientes (por ser um trabalho natural e apresentar
resultados positivos), nos fonoaudilogos (que procuram se informar sobre o tema
e aprender atravs da procura por cursos) e at mesmo nos profissionais de reas
afins. Nasceu de um caso clnico, logo evoluiu para uma parceria entre a
Fonoaudiologia e a Dermatologia3, estabeleceu-se no mbito fonoaudiolgico e
tornou-se um mtodo de trabalho4. Recentemente o CFFa definiu a resoluo que
"dispe sobre a atuao em Motricidade Orofacial com finalidade esttica",
legalizando a atuao e possibilitando desta forma que mais fonoaudilogos
dediquem-se, com estudo e tica, a esse novo campo da Motricidade Orofacial5.
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Essa nova abordagem ligada Esttica e a Beleza um novo alcance da
Motricidade Orofacial, com princpios e fundamentos prprios e que se prope a
cuidar das marcas que o tempo desenha em nossas faces6.
Essa ligao com a Esttica/Beleza ocorre uma vez que os resultados so
fisionomicamente perceptveis e se configuram com a diminuio/atenuao dos
vincos e com o conseqente rejuvenescimento que ocorre nas faces trabalhadas,
mas a teraputica puramente fonoaudiolgica. E na medida em que sua queixa,
diferentemente da clnica tradicional, refere-se a questes ligadas ao
envelhecimento, ao aparecimento de rugas faciais e flacidez da musculatura4.
Os objetivos do Mtodo MZ so suavizar ou prevenir rugas de expresso;
reequilibrar as funes estomatognticas que proporcionam um ganho em
qualidade de vida; diminuir o uso abusivo dos msculos faciais, alongando-os;
dar face um aspecto mais harmonioso e rejuvenescido.
O princpio bsico deste trabalho a existncia de um estreito relacionamento
entre as marcas e vincos de expresso e o uso que se faz, ao longo do tempo, da
musculatura orofacial e assim toda a teraputica parte dessa concepo e a partir
dela se estrutura, incluindo:
I.Uma sesso de avaliao mio funcional: Anamnese e Exame do Sistema
Estomatogntico
II.Uma sesso de orientaes bsicas: conscientiza e informa o paciente
sobre o funcionamento adequado das estruturas orais e das funes
estomatognticas, bem como de posturas a serem modificadas
III. Processo teraputico contendo de oito a dez sesses de atendimento
consecutivas de uma vez por semana. Elabora-se um planejamento teraputico
especfico e baseado na avaliao.
IV.Duas sesses, de alta parcial e alta total, com intervalos de 15 entre cada
uma.
V.Retornos para controle 3 em 3 meses, durante 1 ano.
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Com tica, profissionalismo, compromisso com a pesquisa e responsabilidade,
essa nova abordagem tender cada vez mais a se ampliar no campo
fonoaudiolgico.
Referncias Bibliogrficas
1.Franco, MZ. Atuao Fonoaudiolgica na Suavizao das Rugas de Expresso e
Esttica da Face In Cadernos da Fonoaudilogo - Motricidade Orofacial. Org. Silva,
P.B. e David, R.H.F. Vol 1. Editora Lovise. So Paulo: 15-21, 2008
2.Franco, M.Z. Fonoaudiologia e Esttica. In: Informativo do Conselho Regional
de Fonoaudiologia.2 regio. Conselho Regional de Fonoaudiologia, So Paulo,
nov/dez: 15, 2000.
3. Franco, M.Z.; Scattone, L. Fonoaudiologia e Dermatologia: um trabalho
conjunto e pioneiro na suavizao das rugas de expresso facial. Revista Fono
Atual; 5: 60-66, 2002.
4. Franco, M.Z. Fonoaudiologia e Esttica. In: Filho O. L. Tratado de
Fonoaudiologia.Tecmedd, So Paulo;799-817, 2004.
5. Jornal do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Ano IX . n 37. abril/maio de
2008: 6- 8.
6.Franco, M.Z. Fonoaudiologia e Esttica: um novo alcance da Motricidade
Orofacial.In: Motricidade Orofacial-Como Atuam os Especialistas- Comit de
Motricidade Orofacial.Pulso. So Jos dos Campos-SP:289-295, 2004
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GAGUEIRA - VISO DA LINGUAGEM, DA SUBJETIVIDADE E DO DISCURSO
Fonoaudiloga: Dra. Silvia Friedman Estudos sobre gagueira tm sido desenvolvidos com apoio em diferentes
campos das cincias, como o das neurocincias, da psicolingustica, da psicologia
social e da psicanlise. Os estudos apoiados nas neurocincias, que so
atualmente os mais numerosos, propem-se a compreender quais aspectos do
funcionamento orgnico explicam a manifestao de uma fala com gagueira.
Partem, portanto, do princpio de que a gagueira uma desordem com causa
orgnica. Os estudos apoiados na psicolingustica, psicologia social e psicanlise,
partem do princpio de que a gagueira uma desordem constituda pelo falante na
sua vida de relao. O workshop que ser aqui desenvolvido filia-se segunda
tendncia e apresenta uma viso de gagueira que articula teoria psicossocial
conforme proposta por Friedman1,2, teoria psicanaltica conforme proposta por
Mezan3, teoria lingustico discursiva conforme proposta por Azevedo e Freire4.
Referncias Bibliogrficas
1. Friedman, S. A construo do Personagem Bom Falante, So Paulo, Summus,
1992
2. Friedman, S. Gagueira Origem e Tratamento, 4 ed. So Paulo, Plexus, 2004
3. Mezan, R. Subjetividades Contemporneas, Revista Instituto Sedes Sapiens, So
Paulo, 1(1):12-17, 1997
4. Azevedo, N & Freire, R. Trajetrias de Silenciamento e Aprisionamento na
Lngua in Friedman,S. & Cunha, M.C. (org) Gagueira e Subjetividade, Porto Alegre,
Artmed, 2001
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IDOSO Fonoaudiloga: Dra. Ana Paula M. G. Mac-Kay
Se planejarmos viver um ano, deveremos plantar arroz.
Se planejarmos viver uma dcada, deveremos plantar rvores.
Mas se planejarmos viver por toda a vida, deveremos instruir e educar o
homem
(Filsofo chins Wanteei, sc. III a.C.)
Envelhecimento populacional relaciona-se com o crescimento mais elevado da
populao idosa em relao aos demais grupos etrios e configura-se como um
fenmeno global. Dele ocorrem repercusses econmicas, sociais, e de sade.
Senescncia a fase da vida humana caracterizada pelas conseqncias de
alteraes orgnicas, funcionais, psicolgicas, de comunicao e de linguagem. J
a senilidade resulta de alteraes no envelhecimento natural por doenas que so
mais freqentes em pessoas idosas.
A projeo populacional pesquisada pela ONU, para os pases desenvolvidos,
no perodo de 1975-2075, indicou uma subida de 10,5% para 18,1% para os
indivduos com mais de 65 anos e a de 1,7% para 4,3% para os acima de 80
anos.Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), com base no
Censo 2000, os idosos so hoje 14,5 milhes de pessoas, 8,6% da populao total
do Pas, Em todas as regies, a proporo de mulheres idosas maior que a de
homens idosos. O grau de alfabetizao dos idosos baixo.1
O envelhecimento quase sempre vem associado idade cronolgica. porm
no idntico a ela; para a maioria dos gerontologistas, ele pode ser definido
como a diminuio da capacidade de sobrevivncia do organismo.
Dentre os parmetros norteadores para um envelhecimento bem sucedido
citamos: as habilidades para lidar com as diversas perdas, com a dependncia em
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algumas reas, com a re-organizao da prpria vida e com a condio de fazer
face prpria morte. Veras 2 salienta a importncia da garantia da ateno
especializada e qualificada ao idoso, da minimizao das diferenas entre as
geraes e do empenho no processo de reverso, a mdio e longo prazo, do
sentido cultural de desvalorizao do idoso em nossa sociedade.
Com o aumento da expectativa da vida humana cabe ao profissional
fonoaudilogo organizar-se para fazer face ao aumento da freqncia das doenas
que afetam a comunicao humana no envelhecer. A tarefa de delimitar o
envelhecimento saudvel do patolgico no fcil visto que os limites entre ambos
no so demasiado claros. 3 Os senescentes podem desenvolver dificuldades na
comunicao devido a diversos fatores que interferem, direta ou indiretamente, na
fala e na linguagem (oral e escrita) como decrscimo das funes executivas,
sensoriais, mastigatrias e deglutitrias, da ateno, da memria, entre outros.
Ainda, o sujeito ao envelhecer fica mais sensvel a algumas doenas que acarretam
distrbios da comunicao humana, como as demenciantes, por exemplo4.
Nascimento 5 prope em sua dissertao que:
O envelhecimento deve ser visto como uma experincia
vivida no cotidiano das pessoas, e para a autora Agnes
Heller (2000), o cotidiano no pode ser dissociado dos
processos histricos e sociais da sociedade, pois os
fatos histricos nascem no cotidiano, que no apenas
um espao de repetio, mas um espao de produo
de sentidos em todas as suas capacidades intelectuais,
suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, suas
paixes e suas ideologias.
Referncias Bibliogrficas
1.IBGE: Censo Demogrfico 1991 e 2000, Contagem Populacional 1996 e
Estimativas Demogrficas 2005
21
2. VERAS, R P. 3 Idade: um envelhecimento digno para o cidado do futuro. RJ:
Dumara;
1995.
3. CASANOVA-SOTOLONGO, P.; CASANOVA-CARRILLO P.; CASANOVA-CARRILLO,
C. La memoria. Introduccin al estudio de los trastornos cognitivos en el
envejecimiento normal y patolgico. Rev Neurol, 2004; 38 (5): 469-472.
4. MAC-KAY, A.P.M.G. Linguagem e Gerontologia. In: FERREIRA, L.P., BEFI-LOPES,
D., LIMONGY, S.C.O. Tratado de Fonoaudiologia. So Paulo: Roca, p.903-910.
5. FEDATO NASCIMENTO, A.C. Envelhecimento: experincias de idosos e idosas de
nveis sociais diferentes na cidade de So Paulo (Dissertao de Mestrado). So
Paulo: FCMSCSP/rea de Sade Coletiva, 2004, p.18.
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
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IDOSO Fonoaudiloga: Dra. Zuleica Camargo As perspectivas de aumento da expectativa de vida da populao mundial,
bem como a busca pela promoo de melhoria da qualidade de vida, criam a
demanda por um olhar cuidadoso do fonoaudilogo aos processos de
envelhecimento e s demandas de atuao junto ao idoso saudvel. Tal panorama
traz tona a necessidade de se aprofundar o conhecimento dos processos do
envelhecimento e de dimensionar a possibilidade de ampliao da atuao do
fonoaudilogo junto a este grupo.
Com o avanar da idade, h mudanas importantes tanto em termos
fisiolgicos, quanto de adaptaes a novas situaes em mbito pessoal, familiar,
social e profissional. A integrao e a coordenao implicadas nos atos dirios de
respirao, deglutio e fala/voz tambm esto presentes na realidade do
fonoaudilogo, especialmente no atendimento da demanda de adaptaes das
mais variadas naturezas e em diferenciados graus de manifestao, envolvendo a
interface das funes desempenhadas pelo complexo antomo-funcional da cabea
e do pescoo.
O fonoaudilogo pode estar atento a eventuais mudanas na audio, nas
habilidades de comunicao oral, bem como no desempenho das funes vitais de
respirao e de alimentao. Com o avanar da idade, a musculatura respiratria
reduz a amplitude de movimentos, as cartilagens larngeas calcificam-se, a
estrutura das pregas vocais sofre atrofia em seus tecidos, a laringe e a lngua
tendem a ocupar uma posio mais baixa (ptose larngea e de lngua), pode ainda
haver perda dentria e reabsoro ssea. Diante desta situao, so referidas
vrias mudanas para a respirao, para a deglutio (presbifagia3) e para a voz
(presbifonia 1-2) no perodo da senescncia.
23
Nesta tendncia de enfoque da investigao das mudanas decorrentes do
avanar da idade, foram descritas caractersticas histomorfomtricas diferenciadas
das fibras do nervo larngeo superior em indivduos com mdia de idade superior a
de 70 anos (em comparao a grupo com mdia de idade abaixo de 40 anos), as
quais se revelaram de menor calibre3. Tais achados ajudariam a reforar a
possibilidade de ocorrncia de variadas manifestaes associadas de voz e de
deglutio nesta faixa etria, tais como engasgos, especialmente com lquidos,
pigarro constante, voz com diminuio de intensidade, com diminuio do
potencial de modulao e mudanas da freqncia fundamental habitual.
Com base na ocorrncia de mudanas em vrias esferas, os resultados mais
promissores podem ser alcanados com a abordagem integrada de funes, como
forma de minimizar o impacto de alteraes das funes anteriormente referidas
no processo natural do envelhecimento.
Referncias Bibliogrficas
1. Soyama C, Espassatempo CL, Gregio FN, Camargo Z. Qualidade vocal na
terceira idade: parmetros acsticos de longo termo de vozes masculinas e
femininas. Rev. CEFAC 2005; 7(2):267-279.
2. Mifune E, Justino VSS, Camargo Z, Gregio FN. Anlise acstica da voz do idoso:
caracterizao da freqncia fundamental. Rev. CEFAC 2007; 9(2):238-247.
3.Tiago RSL, Munhoz MSL, Faria FP, Guilherme A. Aspectos histomorfomtricos do
nervo larngeo superior. Rev Brasil Otorrinol 2002; 68(2): 157-165.
24
http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20bras.%20otorrinolaringol
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INTERDISCIPLINARIDADE NA SADE: UM DILOGO POSSVEL COM OS CENTROS DE CONVIVNCIA E COOPERATIVA (CECCOs)
Fonoaudiloga: Dra. Vera Lcia Ferreira Mendes
Os Centros de Convivncia e Cooperativa (CECCOs) caracterizam-se por
espaos alternativos de convivncia e incluso de pessoas e de grupos de risco ou
em situao de vulnerabilidade social. Atuam na fronteira do campo clnico e do
campo social, por meio do desenvolvimento de atividades coletivas (manuais,
culturais e esportivas) com o objetivo de ampliar as possibilidades de circulao e
de participao social.
So servios que cumprem um importante papel na rede de cuidados
sade, articulando aes da ateno bsica e de outros servios de mdia e alta
complexidade. As aes ali desenvolvidas exigem, necessariamente, a atuao de
equipes interdisciplinares, implicadas em processos de trabalho transdisciplinar e
na criao/inveno de dispositivos teraputicos, que possam ampliar os
horizontes da atuao dos profissionais de sade.
A atuao dos profissionais nos CECCOs no deve se fixar/apoiar apenas em
suas especificidades cientficas e em prticas clinicas tradicionais. Ao contrrio,
exige esforo radical para entrar em conexo com diferentes saberes e
desenvolver projetos capazes de lidar com a dimenso da pluralidade da vida. Ou
seja, para alem da sade, preciso invadir e transitar por outros territrios como
o trabalho, a arte, a rua, e a cidade, colocando a clnica em contato com a sua
exterioridade. (GALLETTI, 2004, p. 123).
Alem disso, a ao deve partir da responsabilidade compartilhada e da
construo conjunta, visando a apropriao de saberes e o fortalecimento das
redes sociais. Quando equipes so capazes de reconhecer e acolher tal dimenso
das praticas de sade, ultrapassam o nvel formal (tcnico/especializado, de
gesto, etc.) de suas operaes requalificam posies e aes, por meio de
25
parcerias ativas com a populao, inventando novos modos de vinculao e
constituindo solues singulares s demandas que emergem nesses encontros.
Isso se d, sobretudo, no compartilhamento e na produo pactuada de prticas,
de saberes e de conhecimentos, gerados para enfrentar questes ligadas sade
em espaos/tempos locais. (MENDES, 2007, p.29)
Se for assim, o processo de trabalho e os dispositivos teraputicos
desenvolvidos nos CECCOs devem estar centrados na potncia da ao coletiva
dos grupos, de sua capacidade de interagirem e de se porem em relao. Colocar
em rede tais saberes, pode contribuir para a construo de um trabalho em sade
que se apie na perspectiva da Inteligncia Coletiva, ampliando a autonomia dos
sujeitos na gesto de seus problemas de sade. E, como nos diz LEVY (1999, p.
152), a autonomia em matria de sade passa pela inteligncia coletiva (...)
quando a coisa compartilhada desta forma, eu penso que mais fcil conquistar
a autonomia. portanto, autonomia no um modo de se fechar sobre si mesmo.
Autonomia quer dizer se escutar, mas tambm escutar os outros. E, no apenas
um especialista, mas aqueles que esto na mesma situao que ns estamos (...)
Cada vez que acontece alguma coisa com algum, isso enriquece a paisagem do
grupo e permite, a cada participante, melhor se situar, melhor se orientar.
Portanto, exatamente a idia do notebook coletivo.
Referncias Bibliogrficas
1. GALETTI, M. C. Oficina em Sade Mental: instrumento teraputico ou
intercessor clnico? Goinia, Ed. da UCG, 2004.
2. LEVY, P. rvores da Sade. Entrevista realizada em 31/05/1998 por Ricardo
Rodrigues Teixeira. Interface: comunicao, sade, educao. Botucatu/SP;
Fundao Uni//Unesp, v.3, n.4, 1999.
3. MENDES, V.L.F. Uma clnica no coletivo: experimentaes no Programa de
Sade da Famlia. So Paulo, Hucitec, 2007. (SadeLoucura)
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP
I Semana de Fisioterapia Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
INTERDISCIPLINARIDADE NA SADE: UM DILOGO POSSVEL NAS UNIDADES BSICAS DE SADE
Fonoaudiloga: Dra. Maria Ceclia Bonini Trenche
Com a implantao do SUS e o desenvolvimento de aes, visando
concretizao de seus princpios, as profisses da rea da sade tm sido
desafiadas a re-significar suas prticas clnicas, articulando-as com aes de sade
coletiva. Tais prticas objetivam garantir sade s pessoas e para isto atuam sobre
o territrio, sobre instituies e sobre a coletividade, agindo desse modo no
s sobre grupos ou pessoas em situao de risco ou vulnerabilidade, mas sobre o
contexto de vida destes. O Programa de Sade da Famlia (PSF), estratgia usada
pelo Ministrio da Sade para implantar um modelo assistencial que visa produzir
sade, tem por referncia bsica o territrio/processo e a incorporao do
conjunto de variveis que atuam no processo de adoecimento da populao em
suas anlises. Suas aes esto centradas no planejamento e execuo de
projetos de promoo, proteo e recuperao da sade. A fora potencializadora
do PSF na estruturao das prticas de sade no campo da Ateno Bsica de
sade implica a qualificao das Equipes de Sade da Famlia para uma
interveno efetiva sobre os problemas de sade individual e coletiva no sentido
da ateno integral, no sentido da ampliao de sua capacidade de escuta e do
acolhimento s demandas do usurio, bem como de reconhecimento ao direito de
acesso aos servios e tecnologias promotoras de sade. Equipes de Reabilitao
composta por Fonoaudilogos, Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais e
equipes de Sade Mental fazem o matriciamento das equipes do PSF da regio de
Sapopemba/Vila Prudente, Coordenadoria Sudeste da Secretaria Municipal de
Sade de So Paulo. O convite a essas equipes oportuniza uma importante
discusso sobre os resultados do trabalho realizados por elas naquele territrio. A
proposta debater com os estudantes de Fonoaudiologia, Fisioterapia,Psicologia e
27
de reas afins os pressupostos do modelo assistencial que estrutura as prticas
desenvolvidas por essas equipes. A PUC-SP tem desenvolvido no campo da sade
e suas interfaces, aes na promoo da integralidade em sade. Algumas dessas
aes realizam-se por meio das parcerias institucionais para estgios de formao
profissional e configuram-se como espaos de trabalho articulado entre equipes de
sade e a universidade. Inscrevem-se, tambm, como campo da pesquisa,
trazendo subsdios relevantes para os processos de formao e de qualificao das
polticas pblicas nessa rea. O curso de Fonoaudiologia desde 2002 realiza
estgio do 4 ano na UBS Reunidas I. Os estudantes fazem sua formao atuando
junto s equipes de PSF, Reabilitao e Sade Mental. Em suas prticas incluem-se
atendimento individual, em grupo, visitas domiciliares, oficinas ldicas de
linguagem e letramento e uso profissional da voz, participao em programas
educativos e de construo de redes de apoio scio-educativo. O produto
esperado por este simpsio a reflexo sobre as potencialidades e desafios do
matriciamento das equipes do PSF e assistncia no campo da reabilitao e sade
mental na Ateno Bsica.
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
PARA ALM DA FONOAUDIOLOGIA: AMPLIANDO FRONTEIRAS UM NOVO ENQUADRE ATUAO NOS CENTROS DE CONVIVNCIA E
COOPERATIVAS Fonoaudiloga: Selma Reyes
A atuao do fonoaudilogo nos Centros de Convivncia e Cooperativas da
cidade de So Paulo, vm provocando desde 1991, uma reorientao da postura
profissional diante de um novo paradigma de sade que inclui em seu escopo
conceitual a convivncia, a incluso, o encontro de subjetividades, a diversidade, o
trabalho em grupo, a autonomia, a acessibilidade e a economia solidria.
O papel do fonoaudilogo neste cenrio que tem o espao pblico por
contexto, fazer a mediao entre diferentes atores, facilitando o encontro e o
transito de subjetividades possibilitando a ampliao de linguagens e cdigos.
O trabalho se d num cenrio multifacetado, onde a riqueza advinda da
heterogeneidade e do encontro entre diferentes, confirma identidades, amplia
projetos de vida e auxilia o empoderamento de seres criativos e ativos.
Os indicadores da eficincia do trabalho do CECCO, no so a ausncia de
doena ou a adaptao a uma condio de vida ineficiente. Busca-se indicadores
de bem estar e promoo de sade, considerando-se entre eles, a ampliao das
redes sociais, a capacidade de gerar renda a partir de um trabalho criativo que
ressignifique perspectivas de vida e a conquista de autonomia para acessar outros
espaos de lazer e cultura.
Neste espectro da diversidade, os CECCOs, numa abordagem intersecretarial
e intersetorial, contam com profissionais fonoaudilogos, psiclogos, assistentes
sociais, terapeutas ocupacionais, educadores em sade pblica e oficineiros das
reas de cultura, meio ambiente e esportes - que fazem um exerccio dirio de
prticas interdisciplinares, buscando-se cotidianamente, como diz Edgar Morin, a
religao de saberes. s nesta perspectiva de abertura entre as diferentes
reas do saber que pode haver a descoberta de um novo conhecimento que
29
avana na construo de um campo entre as disciplinas, capaz de promover uma
postura profissional inovadora. dentro desta busca atual de um novo paradigma
de sade, que os profissionais do CECCO, vivenciam uma realidade dinmica,
atravs de relaes horizontais e em constante movimento, que contemplam
diversas formas de olhar, levando-os a acessar seus prprios potenciais criativos,
os quais acionam novas descobertas, outros processos de aprendizagem e
reflexes contnuas.
30
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
PERCEPO DA GAGUEIRA: LINGUAGEM, SUBJETIVIDADE E DISCURSO Fonoaudilogas: Ms. Polyana Oliveira; Dra. Silvia Friedman
As cincias da sade se movem a partir de dois paradigmas que sustentam
o conhecimento por elas produzido. Um, vamos aqui chamar de orgnico. Ele est
centrado, especificamente, no funcionamento do organismo. Inspirados nele,
diante dos problemas que o ser humano manifesta, os cientistas buscam em
falhas anatmicas ou fisiolgicas as possveis explicaes. Dentro dessa viso a
gagueira tem sido relacionada a problemas genticos e neurolgicos.
O outro paradigma, que vamos aqui chamar de humano/social/psicolgico,
admite tambm que a vida de relao imprime marcas em circuitos neuronais
especficos que no precisam estar previamente assinalados por alguma
predisposio influenciando o funcionamento do corpo (Spinelli, 2001:29).
Inspirados nele, diante dos problemas que o ser humano manifesta, os cientistas
buscam explicaes em caractersticas subjetivas construdas na histria de vida
do sujeito, que marcam o modo de funcionamento do seu corpo e de sua
linguagem.
assim que no discurso de pessoas gagas sobre sua fala e sua gagueira,
se pode perceber a presena de dois aspectos que marcam a subjetividade:
1) Uma imagem estigmatizada de falante (Friedman, 85 e 04), que se denota de frases bastante tpicas em pessoas com gagueira, tais como:
-com amigos tudo bem, at que consigo me expressar, mas com
desconhecidos no sai nada;
- com desconhecidos me expresso bem, mas com amigos e familiares
trava tudo;
ou
- passei minha adolescncia fechada, isolada para ningum me ver; fujo
de qualquer situao de comunicao para no me expor.
31
2) Um funcionamento discursivo desviante, levando em conta que a fala um saber que no se sabe (Vieira, 1997), o falante gago demonstra saber de
antemo que vai gaguejar, s vezes com requintes que incluem palavras
especficas e sons especficos. Isso se expressa em frases tais como:
se o telefone toca fico em pnico sei que no vai sair nada ou
geralmente no consigo falar o que pretendia e acabo falando outras coisas que
nem estava a fim; palavras que comeam com t, d, eu sempre evito; eu dou
assim uma respiradinha antes e ai sai.
O que se pode perceber nesse funcionamento subjetivo que o falante
gago prioriza a forma e no o sentido de seu dizer, quando os falantes no gagos
priorizam o sentido e no o som das palavras. O falante gago fica sob o efeito dessas previses que so responsveis pelas tenses musculares que sua fala manifesta. As tenses so uma resposta ao perigo da gagueira iminente e visam
conte-la. To logo se manifestam, entretanto, conferem veracidade previso.
Assim a subjetividade do falante gago prisioneira de um movimento de auto-
alimentao.
Na abordagem das cincias humanas, portanto, os sintomas da gagueira
so percebidos e estudados no na fala em si, mas naquilo que as pessoas dizem
de si e de suas falas. A forma concreta de falar entendida como efeito dessa
subjetividade.
Esse manejo teraputico exige do terapeuta especializao. Seus
resultados validam a pertinncia da proposta.
Referncias Bibliogrficas 1. Friedman, S. A Construo do Personagem Bom Falante, So Paulo, Summus
Editorial, 1994
2. Friedman, S. Gagueira Origem e Tratamento, So Paulo, Summus Editorial
1985 e 4 ed. revista e ampliada So Paulo, Plexus Editora, 2004
3. Spinelli, M. Gagueira: Anlise de Pesquisas e Casos Clnicos em Friedman,S. e
Cunha, M.C. (orgs.) Gagueira e Subjetividade, Porto Alegre, Artmed, 2001, p. 15 a
32
32
4. Vieira, C.H. O sujeito entre a lngua e a linguagem, So Paulo, Cortez, 1990.
33
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
REABILITAO NO PROGRAMA DE SADE DA FAMLIA (PSF)
Fonoaudilogos: Andria Alpius, Karen Gonzaga Walter Rodrigues, Maurcio Rogrio de Carvalho. Fisioterapeutas: Flavia Mitie Chino, Ktia Ziliotti, Las Coimbra. Terapeutas Ocupacionais: Cinthia Castelani, Lorena Martines, Luciana Hernandez Castro A equipe de Reabilitao do PSF da regio Vila Prudente/Sapopemba(SP)
composta por trs fonoaudilogos, trs fisioterapeutas e trs terapeutas
ocupacionais que so referncia para dez Unidades de Sade.
Como no havia experincias anteriores como esta na sade Coletiva, esta
equipe ao longo dos oito anos foi criando e desenvolvendo sua prpria maneira de
atuar junto as Equipes de Famlias do PSF e as Equipes ampliadas, como a sade
mental e a sade bucal.
Sendo assim, uma experincia nica na qual no podemos deixar de
compartilhar.
Com o objetivo de estabelecer no PSF uma poltica e uma cultura que
contemple a defesa de direitos com vistas a favorecer a incluso social das
pessoas com deficincia, inserimos aes de reabilitao, garantindo o
atendimento das necessidades advindas da deficincia.
Para isto, a interveno realizada por atendimentos ambulatoriais,
domiciliares e interveno na comunidade, sendo uma das estratgias a reunio de
Equipe de Sade da Famlia como meio de planejar aes sob um determinado
diagnstico territorial e situaes de risco das pessoas com deficincia e sua
famlia.
Alm disso, capacitamos continuamente as equipes de Sade da Famlia,
Sade Bucal e Sade Mental, para as aes simplificadas de reabilitao e
identificao de situaes de risco de pessoas com deficincias e sua famlia.
Como resultado, podemos ressaltar a diminuio do nmero de acamados e
restritos ao lar, aumento da deteco precoce das deficincias, reduo de
crceres familiares, agentes comunitrios (ACS) desenvolvendo olhar crtico sobre
34
deficincia, diminuio do tempo de espera nas condies graves, apropriao das
ESF sobre condies de risco, Incorporao de novas
prticas pelas ESF, incluso de pessoas em creches, escolas, trabalho e nas
relaes sociais e aumento das aes de preveno das deficincias.
35
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS (TAA) Fonoaudiloga: Ms. Camila Mantovani Domingues. Convidados: Fisioterapeuta Vinicius Fava Ribeiro; Psicloga Ktia Aiello
Ao compartilhar nossas rotinas com os animais, estes passaram a fazer parte
de nossa cultura ao ocupar diferentes papis, para alm da companhia.
Atualmente, devido aos benefcios no restritos ao senso comum, mas tambm
elencados a partir de pesquisas cientficas, eles habitam consultrios, hospitais,
escolas e instituies diversa. Desses estudos originaram-se duas formas de
denominar procedimentos que envolvem animais com o objetivo de cuidar da
sade humana: atividade assistida por animais (AAA) e terapia assistida por
animais (TAA) (DELTA SOCIETY, 2006).
O envolvimento de animais em
ambientes teraputicos requer
procedimentos que envolvem desde
a indicao do paciente para esta
modalidade de terapia ao cuidado
com a sade e bem estar do animal
durante a atividade. Assim, torna-se
necessrio a reflexo e aprofundamento sobre a escolha deste mtodo-clnico
enquanto possibilidade de interveno na clnica fonoaudiolgica.
Neste workshop, dialogaremos sobre tais procedimentos e efeitos, positivos e
obstruintes, a partir dos achados clnicos defendidos na dissertao de mestrado, no
PEPG de Fonoaudiologia da PUC-SP, sobre a terapia fonoaudiolgica assistida
36
por ces. Nesta pesquisa, investigou-se os possveis efeitos advindos da relao
terapeuta-paciente-co no atendimento a crianas com distrbios de linguagem
oral e/ou grficos. Em todos os casos observamos que a presena do co
favoreceu a interao terapeuta/paciente, intensificou a atividade dialgica entre o
par, a gestualidade e a movimentao corporal comunicativamente eficientes dos
pacientes, a motivao para escrever e ler. Em sntese ocorreu a diminuio e a
superao dos sintomas manifestos na linguagem oral e/ou grfica, alm de
mobilizao da afetividade positiva de todos s pacientes (DOMINGUES, 2007).
37
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
VOZ CANTADA: ENTRE A ARTE E A CINCIA MS. Wilson Gava Junior Provavelmente o canto uma das mais antigas formas de manifestao da
musicalidade humana. Foi na Grcia antiga que Pitgoras (500 a.C.) estabeleceu
os princpios do sistema no qual nossa cultura musical se apia. Com a expanso
do Imprio Romano, a msica Grega tambm se expandiu, o sistema musical
tornou-se mais complexo, novos instrumentos musicais foram criados, as
orquestras e a msica vocal floresceram e se consolidaram, no Velho Mundo, com
os grandes mestres do Renascimento.
Historicamente, a partir de 1550, o melodrama italiano serve como ponto de
partida para o aprimoramento da tcnica vocal. O teatro melodramtico se
apropria de trilhas musicais cantadas e o Bel Canto se desenvolve.
Emilo Cavalieri (1550-1602), da famosa Camerata Fiorentina, nessa poca
afirma: o cantor deve ter no somente uma bela voz, bem entoada, sem se notar
as passagens de registros, mas os gestos das mos e do corpo devem acompanhar
o texto. Os instrumentos devem estar em segundo plano, como acompanhadores,
no sentido de que o pblico possa ouvir os solistas e assimilar o texto com nitidez.
A pera tornou-se mais popular com a abertura do Teatro So Cassiano em
1637. Em um teatro maior, com maior pblico, cresceu naturalmente o aumento
da demanda vocal dos cantores. Novos professores surgiram.
bom lembrar que por esse motivo a tcnica utilizada na pera tradicional
sempre teve como foco central a potncia da voz, a ampliao das
ressonncias e loudness, pois os cantores apresentavam-se em grandes teatros
lotados, com orquestra, mas sem microfones.
Com a popularizao dos microfones e amplificadores, em meados do sculo
passado, os cantores comearam a experimentar novas possibilidades
interpretativas. O canto popular comeou a se redefinir. Os recursos de gravao e
38
amplificao do som, inditos na histria, mudaram nossa forma de ouvir e
produzir msica. A partir dessa nova possibilidade novos teatros, bem maiores,
foram construdos.
O rdio, a televiso e a indstria fonogrfica se desenvolveram, levando
estilos como o gospel, o blues, o jazz, a bossa, o soul e a prpria pera, para os
quatro cantos do mundo.
Essas novas referncias influenciaram a atual gerao de cantores. Vozes
suaves, timbres aveludados, drives, falsetes e uma infinidade de novos recursos,
aos poucos incrementaram nosso modo de cantar, ou seja, a partir da evoluo
tecnolgica uma nova esttica vocal se desenvolveu.
Na era da informao, o talento divide espao com o conhecimento.
Nos ltimos 30 anos a maior contribuio cientfica. Podemos afirmar que,
atualmente, o cantor, para ser completo, deve buscar uma preparao global e
multidisciplinar em sua formao. No basta cantar por dom e nesse sentido a
viso integralista proposta pela fonoaudiologia sem precedentes na histria da
humanidade. O conhecimento profundo da produo dos sons no corpo, aliados
aos avanos tecnolgicos, transformaram o cantar bem em um universo muito
maior do que conhecamos, propiciando magnfico movimento de integrao entre
a arte e a cincia.
Referncias Bibliogrficas:
1. COSTA, E. - Voz e Arte Lrica. So Paulo, Lovise, 2001.
2. JUNG, C.G. - O Homem e Seus Smbolos, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1977.
3. RUSCH,G. - The Professional Singers Handbook, Hal Leonard Corporation, 1998.
4. SACKS, O. - Alucinaes Musicais. So Paulo, Companhia das Letras, 2007.
5. SCHAFER, R.M. - A Afinao do Mundo. So Paulo, Unesp, 2001.
39
XV Semana de Fonoaudiologia IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP
I Semana de Fisioterapia
Resumo dos Trabalhos Apresentados
Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel A IMPORTNCIA DA MATERNAGEM NA CONSTITUIO DE LINGUAGEM DE UMA CRIANA COM QUESTES ALIMENTARES: UM ESTUDO DE CASO
CLNICO FONOAUDIOLGICO. Autores: M. Bernardes Feichtenberger; S. Magalhes Maia Contato: [email protected] rea: Linguagem
INTRODUO:Durante a graduao e com minha experincia clnica fui me deparando com alguns casos em que a famlia, principalmente a me, atravs
dos cuidados que tinha com o filho, contribua para seu desenvolvimento e s
vezes tambm para a configurao do quadro clnico da criana. A alimentao
tem-se mostrado como um fator muito importante da relao entre cuidado
ambiental e processo maturacional da criana. No comum que os
fonoaudilogos sejam procurados para lidarem com pacientes com queixas
alimentares. Contudo, as questes da alimentao podem surgir no processo
teraputico atravs do discurso do prprio paciente ou por observaes do
terapeuta durante as avaliaes das funes de deglutio e mastigao. Na
busca de um referencial terico que pudesse dar sustentao s minhas idias,
deparei-me com os constructos tericos de Donald Winnicott. Em seguida, passei
a buscar na literatura fonoaudiolgica, publicaes que tratassem do assunto, seja
na temtica, como na abordagem terico-metodolgica utilizada. Foi ento, que
encontrei trabalhos que apontavam para a importncia do ambiente, mais
especificamente, dos cuidados da me com beb para o crescimento e
amadurecimento do indivduo. As primeiras pesquisas encontradas referem-se
mais diretamente a bebs pr-termo, e mostram a importncia da relao me-
beb para o desenvolvimento de uma pessoa, isto , para que um beb possa vir
a ser ele mesmo, necessita que a me ou o responsvel por ele supra suas
necessidades bsicas. A articulao entre a oralidade e alimentao se configura
desde os primeiros momentos entre a me e o beb, sendo essencial para a
constituio subjetiva. Assim, quando pensamos na questo da alimentao
temos que considerar o lao entre a criana e o outro. Na presente pesquisa
41
pretende-se integrar a dimenso funcional que envolve os problemas de
linguagem e a subjetividade inerente a eles, por se presentificarem em pessoas
cuja singularidade necessita ser respeitada.OBJETIVO: Investigar a importncia da maternagem na constituio de linguagem de uma criana atravs de um
estudo de caso clnico fonoaudiolgico que envolve questes de alimentao.
MTODOS: A pesquisa em questo de natureza clnica- qualitativa e se configura num estudo de caso especfico. A escolha do caso clnico pautou-se
juntamente pelas inquietaes e problemticas que englobam o caso e pelo fato
de envolver o tema que j despertava meu interesse. Sero utilizados os dados do
caso desde o incio do atendimento fonoaudiolgico, agosto de 2007 at o atual
momento, esto sendo feitos registros sistemticos dos atendimentos para
posterior anlise e transformao dos dados clnicos em dados de pesquisa dentro
do conceito psicanaltico de Winnicott e do contexto fonoaudiolgico que envolve
as questes de linguagem, alimentao e motricidade oral. RESULTADOS: Trarei a cena um caso clnico ainda em andamento de uma menina de 13 anos, cuja
problemtica de linguagem envolve alteraes fonoarticulatrias,
estomatognticas e alimentares. Chamou-me ateno pelo fato de apresentar
aparncia e discurso infantilizados para sua idade, questes importantes
relacionadas a regio oral como: receio ao manuseio intra-oral, alimentao
somente com alimentos pastosos, uso de chupeta, medo de engasgar, entre
outros. No entanto, no foi possvel realizar um trabalho especfico de motricidade
orofacial, pois a paciente no estava possibilitada para este trabalho. A paciente
apresentava tambm muitos medos, dificuldades de relacionamento, uma
dependncia exagerada na relao entre me/filha, enfim uma histria de vida que
merece destaque.CONCLUSO: No decorrer do processo teraputico, notou-se que a paciente vem ganhando autonomia, buscando independncia, deixando os
seus medos de lado e seus temas de interesse tornando mais adequados para a
sua idade. Mudana visvel em relao a fisionomia e modo de se vestir tambm
foram notadas. Assim, comea a ter espao para dar incio a um trabalho com
foco nas questes de motricidade orofacial.
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
A MATRIZ DE CONFUSO E A CONTAGEM FONMICA COMO PROTOCOLOS PARA A ANLISE DA ACLIMATIZAO
Autores: Helou, L. F.; Marques, B. M. Contato: [email protected] rea: Audio INTRODUO: O sistema auditivo um dos que, no corpo humano,
freqentemente requisitado j que por meio da audio que conseguimos
receber as diversas sensaes sonoras agradveis ou no. Muitas pessoas no
tm o privilgio da audio normal. Observa-se que nas deficincias auditivas do
tipo neuro-sensorial, a discriminao auditiva costuma estar comprometida, na
maioria das vezes, de forma proporcional e varivel perda de audio. Dentre os
aspectos mensurveis da funo auditiva, a percepo de fala deve ser, de fato,
considerada como o fator mais importante, j que este o maior objetivo de se
adaptar um aparelho de amplificao sonora individual s pessoas que tm perdido
sua audio com o passar dos anos. A queixa mais comum dos pacientes com
relao aos seus aparelhos de amplificao sonora individuais a dificuldade de
audio no rudo, e pensando nisto, interessante analisar a discriminao de fala
dos pacientes tambm com a presena de um rudo competitivo. Esta varivel
torna-se mais fiel s condies de audio do usurio de amplificao na situao
de avaliao auditiva. Pelo simples fato de muitos trabalhos utilizarem uma srie
de instrumentos de avaliao quantitativa, para a anlise da percepo de fala em
termos percentuais, raramente se vem testes com resultados qualitativos.
Acredita-se, no entanto, que uma avaliao qualitativa possa refletir a qualidade
do som que uma pessoa ouve com aparelhos de amplificao sonora individual,
sendo, portanto, uma anlise particularmente importante para a indicao dos
mesmos. Um importante fator a ser considerado na adaptao de aparelhos de
amplificao sonora individual a fase da aclimatao. OBJETIVO: Este trabalho
tem por objetivo, verificar as implicaes e vantagens destes protocolos durante o
43
uso do aparelho de amplificao sonora individual, o sujeito com deficincia
auditiva, num prazo de 6 a 8 semanas aclimatizao, verificando, com a
metodologia esse aproveitamento. MTODO: Foram avaliados 22 novos usurios
de AASI, portadores de deficincia auditiva neurosensorial e com fala inteligvel.
O material foi reproduzido por CD onde foram apresentadas 4 listas contendo 25
monosslabas cada uma. Foram realizadas as avaliaes em intensidade
determinada pelo paciente, para que coincidisse com seu MCL (Most Confortable
Level). As avaliaes foram realizadas tanto no silncio quanto na presena do
rudo. Com base nos resultados foi realizada a Contagem Fonmica.
Posteriormente, os dados foram transferidos para a Matriz de Confuso. A 1
avaliao foi realizada assim que os pacientes adquiriram seus AASIs, e a 2,
quando completaram as 6 ou 8 semanas de adaptao. RESULTADOS: Dos 22
pacientes avaliados, 17 apresentaram um aumento na porcentagem de acertos de
palavras, 20 apresentaram um aumento na porcentagem de acertos de fonemas,
comparando a primeira com a segunda avaliao, sem a presena de rudo, aps o
perodo de aclimatizao. Destes mesmos 22 pacientes, 18 aumentaram a
porcentagem de acertos de palavras e 21 obtiveram um aumento na porcentagem
de acertos de fonemas, comparando a primeira com a segunda avaliao, na
presena do rudo, aps o perodo de aclimatizao. CONCLUSO: Pelo aumento
da porcentagem de acertos na Contagem Fonmica e pelo layout da Matriz de
Confuso, pode-se observar o quanto as pessoas melhoraram sua performance,
aps o uso do aparelho de amplificao sonora individual no perodo de 6 a 8
semanas. A Matriz de Confuso e a Contagem Fonmica so protocolos que
conseguem mostrar, mesmo que sutilmente, a melhora de uma pessoa na
percepo de fala aps o aproveitamento do uso contnuo da amplificao.
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Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ACHADOS VIDEOFLUOROSCPICOS DA DEGLUTIO EM PACIENTES ADULTOS E IDOSOS COM QUEIXA DE TOSSE
Autores: Helena Assef Guarino; Nathalia Zambotti; Tereza Loffredo Bilton Contatos: [email protected]; [email protected] rea: Motricidade Oral Introduo: A deglutio, um processo rpido e contnuo, resultante de um
complexo mecanismo neuromotor, que envolve a atuao de cerca de trinta
msculos1. Este processo possui algumas fases2 que possibilitam o transporte do
alimento da boca ao estmago: fase antecipatria (anterior entrada do alimento
na boca, onde decidido tipo, a velocidade e o volume do alimento); a fase oral
(onde o alimento manipulado e/ou mastigado e propelido posteriormente pela
lngua); fase farngea (responsvel pelo transporte do bolo alimentar da faringe
at o esfago); e fase esofgica (responsvel pelo transporte do bolo alimentar do
esfago ao estmago atravs de ondas peristlticas). Cada estgio da deglutio
sofre modificaes durante o processo de envelhecimento, podendo contribuir para
o aparecimento de sintomas disfgicos3. Os principais sinais clnicos da disfagia so
engasgo, febre, secreo alta, infeco pulmonar e tosse durante ou aps a
ingesto do alimento ou do lquido4. O envelhecimento pode alterar as fases oral,
farngea e esofgica da deglutio5. Nas fases oral e farngea da deglutio ocorre
aumento da durao do trnsito, o mesmo observado na fase esofagiana, o que
associado com maior freqncia de contraes no propulsivas. Um aspecto
relevante na avaliao da deglutio do idoso que uma mesma queixa pode
representar mais de uma alterao e a avaliao por imagem permite delimitar o
local, a funo ou a fase da deglutio que est alterada. A dinmica da deglutio
em idosos ativos tem desempenho diferente da deglutio de adultos jovens. O
envelhecimento fisiolgico no , isoladamente, uma causa de disfagia, mas este
envelhecimento pode causar maior vulnerabilidade para os distrbios da
deglutio6. A queixa de tosse vinda do idoso sugere uma avaliao que inclua
45
exames da deglutio, j que em pessoas de uma faixa etria maior, mais
freqente o aparecimento de quadros de tosse crnica devido a circunstncias
anatmicas e funcionais. Segundo Bilton4, os efeitos do envelhecimento na
dinmica da deglutio so os seguintes: mudana no movimento mastigatrio
devido ao uso prtese dentria; ingesto de menor volume de alimento;
manipulao lenta do bolo alimentar; estase do bolo alimentar em valculas;
retardo de esvaziamento esofgico leve e moderado e presena de contraes
tercirias. Atravs de um estudo realizado no Centro de Medicina Diagnstica
Fleury em pacientes idosos de trs grupos etrios diferentes, foi possvel confirmar
que as principais queixas clnicas levantadas na anamnese foram o engasgo
seguido de tosse. J as principais alteraes observadas na videofluoroscopia
foram: estase em valculas e recessos piriformes, penetrao, aspirao,
divertculo de Zenker, refluxo gastroesofgico e hrnia hiatal7. Para estudar a
deglutio, um dos exames utilizados a videofluoroscopia da deglutio. Este
exame avalia a dinmica da deglutio atravs da oferta de alimentos de
diferentes consistncias misturadas ao contraste de brio. O objetivo deste exame
determinar se o paciente pode alimentar-se de modo seguro por via oral, se
apresenta condies de suprir suas necessidades nutricionais e de hidratao
bsica, ou se necessria indicao de meios alternativos de alimentao. A
populao idosa vem aumentando gradativamente ao longo dos anos e cada vez
mais vem chegando clnica fonoaudiolgica. Tendo em vista que esta uma
relevncia na sociedade, nos propusemos a realizar este trabalho visando
contribuir no processo diagnstico desta populao e pesquisas complementares.
Objetivo: Esse estudo tem como objetivo descrever as alteraes de deglutio
que podem provocar a queixa de tosse em adultos e idosos, atravs da
videofluoroscopia. Mtodo: O presente trabalho um estudo retrospectivo de
videofluoroscopia da deglutio do banco de dados do Centro de Medicina
Diagnstica Fleury. Os eventos foram observados durante a ingesto das seguintes
consistncias: lquida fina, lquida engrossada, pastosa e slida. O Mtodo
Estatstico utilizado nesse estudo foi o teste de qui-quadrado. Resultados: Foram
46
levantadas 687 anamneses, entre janeiro de 2000 e junho de 2007 e selecionados
os pacientes que referiram como queixa principal tosse e/ou engasgo. Deste total
foram selecionados os sujeitos que no apresentaram doenas neurolgicas,
cncer e/ou tratamento de radioterapia e/ou quimioterapia, cirurgia de boca,
estmago ou esfago, a partir de 40 anos, atingindo, assim, um total de 147
sujeitos. Foram excludos 28 pacientes com diagnstico normal, perfazendo um
total de 119 pacientes com alteraes. Os achados foram digitalizados e gravados
em DVD para anlise. Quando se comparou as fases da deglutio nos diferentes
grupos etrios, no grupo de 40 e 59 anos e no de 70 a 79 anos, observou-se uma
diferena significativa, com maior ocorrncia de alteraes na fase esofgica. Na
faixa etria de 60 a 69 anos, houve tambm maior ocorrncia de alteraes na
fase esofgica e nas fases farngea e esofgicas. No entanto, quando se comparou
alteraes da deglutio nos pacientes com 80 anos e mais, observou-se que
existem alteraes nas fases farngea, farngea e esofgica e esofgica. Este
resultado demonstra mudanas fisiolgicas na fase farngea provocadas pelo
envelhecimento. Concluso: O desenho dessa pesquisa retrospectivo,
transversal, descritivo e analtico e estudou uma determinada populao afetada
por uma queixa principal - tosse e engasgo. A disfagia pode ocorrer nas trs fases
da deglutio3 e definida como qualquer dificuldade na passagem do bolo
alimentar da boca para o estmago4. A disfagia considerada um sintoma de
doenas de base, problemas anatmicos ou mecnicos, com sinais clnicos
diversos, entre eles, a tosse e o engasgo que foram analisados nesta pesquisa,
problemas mecnicos ou alteraes anatmicas. Foram encontradas alteraes
relacionadas com a queixa principal em todas as fases da deglutio nos sujeitos
adultos e idosos pesquisados, condizendo com as afirmaes de que os idosos
sofrem mudanas importantes no processo de deglutio6. Nesse estudo houve
uma prevalncia de alteraes da fase esofgica em todas as faixas etrias,
mostrando assim que idosos tendem a apresentar maiores disfunes esofgicas,
mesmo que com a queixa alta de tosse e engasgo. No entanto a partir dos 80 anos
a prevalncia muda e a quantidade de alteraes da fase esofgica fica
47
equivalente com a quantidade de alteraes da fase farngea. Observando esses
dados percebe-se que na medida em que a pessoa envelhece, a fase farngea da
deglutio sofre mudanas significativas, resultando em problemas durante a
alimentao. Dentre todas as alteraes encontradas nesse estudo, o refluxo
gastroesofgico aparece como o mais prevalente, sendo que em outras pesquisas
essa alterao tambm tem grande incidncia8 e corresponde terceira causa
mais freqente de tosse crnica9. A segunda alterao encontrada em maior
quantidade foi a hrnia hiatal, podendo esta ser causada pelo prprio refluxo
gastroesofgico j que a hrnia hiatal muito associada doena do refluxo
gastroesofgico e sempre est presente nas formas mais graves dessa doena9. A
terceira alterao mais prevalente foi a aspirao laringotraqueal, relacionada
diretamente com o processo de envelhecimento. Os dados encontrados apontam
que fundamental avaliarmos corretamente as trs fases da deglutio, incluindo
a fase esofgica, pois fatores esofgicos como o RGE, associado ou no hrnia
hiatal, so um dos principais causadores da tosse9. Os achados indicaram
tratamento variados: cirrgico, medicamentoso e terapia fonoaudiolgica. A
fonoterapia de extrema importncia nas alteraes da fase
farngea,principalmente entre idosos de 80 anos e mais. O trabalho deve ser
interdisciplinar para os pacientes que necessitam de mais de uma interveno.
Referncias Bibliogrficas:
1 - Bilton T, Lederman HM. Descrio da padronizao normal da videofluoroscopia
da deglutio. Distrbios da Comunicao. 1998; 10(1): 111-116.
2 - Marchesan, I.Q. Deglutio Normalidade. In: Furkim, A. M.; Santini,
C.S.(org.). Disfagias Orofarngeas. Carapicuiba: Pr-fono, 1999. p. 3-17.
3 - Groher ME. Distrbio de deglutio em idosos. In: Furkim AM, Santini CS.
Disfagias Orofarngeas. So Paulo: Pr-Fono; 1999. p.97-107.
4 - Bilton TL. Estudo da dinmica da deglutio e das suas variaes associadas ao
envelhecimento, avaliadas por videodeglutoesofagograma, em adultos
assintomticos de 20 a 86 anos [tese]. So Paulo: Departamento de Diagnstico
48
por Imagem da Universidade Federal de So Paulo Escola Paulista de Medicina;
2000.
5 - Dantas RO. Disfagia de causa obscura ou de pequenas e mltiplas causas. In: I
Colquio Multidisciplinar Deglutio & Disfagia do Rio de Janeiro Temas: Em
Deglutio & Disfagia Abordagem Multidisciplinar; 1998; Rio de Janeiro. Anais. Rio
de Janeiro: Programa Avanado de Estudos em Deglutio & Disfagia; 1998. p. 65-
68.
6 - Feij AV, Rieder CRM. Distrbios da deglutio em idosos. In: Jacob JS, Levy
DS, Silva LMC. Disfagia Avaliao e Tratamento. So Paulo: Revinter; 2003. p.
225-232.
7 - Bilton TL, Couto EAB. Fonoaudiologia em Gerontologia. In: Freitas EV, Py L et
al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan: 2006.
p.118 1179.
8 - Nasi A, Moraes-Filho JPP, Cecconello I. Doena do refluxo gastroesofgico:
reviso ampliada. Arquivos de Gastroenterologia. 2006; 43(4):334-341.
9 - Jacomelli M, Souza R, Pedreira Jr WL . Abordagem diagnstica da tosse crnica
em pacientes no-tabagistas. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2003; 29(6): 413-
20.
49
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ADAPTAO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAO COGNITIVA PARA LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
Autor: Cludia Lopes Carvalho Contato: [email protected] rea: Linguagem e surdez INTRODUO: Todos os seres vivos de forma direta ou indireta buscam interagir
com o meio ambiente atravs da fala, gestos, sinais, leitura labial, smbolos ou at
mesmo atravs de danas. A comunicao torna-se parte fundamental na vida dos
seres vivos. Desde animais inferiores como abelhas, pssaros e at mesmo os
golfinhos, a comunicao ferramenta indispensvel para sobrevivncia das
espcies. Porm, a linguagem humana a nica capaz de simbolizar pensamentos
concretos e abstratos (CARNEIRO, 2005). atravs da Lngua de Sinais que o
surdo capaz de interagir, usando seus sinais para organizar e dar forma aos seus
pensamentos, manifestar suas emoes, nomear o que conhece, entender e ser
entendido, tornando sua comunicao verdadeiramente efetiva (QUADROS, et al
2004). atravs da Lngua de Sinais que o surdo capaz de interagir, usando
seus sinais para organizar e dar forma aos seus pensamentos, manifestar suas
emoes, nomear o que conhece, entender e ser entendido, tornando sua
comunicao verdadeiramente efetiva (QUADROS, et al 2004a). Compreendemos
que a cincia tem contribudo de forma muito eficaz com a pessoa surda, sua
cultura e sua linguagem. Porm, os achados cientficos no Brasil ainda no so
suficientes para esclarecer questes referentes a pessoa surda e sua forma de
interagir com o mundo.
50
Assim, importa que novas pesquisas sejam realizadas com objetivos que focalizem
a pessoa surda e sua linguagem, promovendo estudos desprovidos de
radicalismos, onde a prioridade maior seja o bem comum da populao surda.
atravs do conhecimento da pessoa surda e sua linguagem que pesquisadores
podero contribuir com a ascenso cultural e social da populao surda
(CAPOVILLA, et al, 1998). A avaliao neuropsicolgica pode ser utilizada como
instrumento clnico e de diagnstico diferencial de vrias doenas neurolgicas, no
desenvolvimento infantil, comprometimentos psiquitricos e alteraes de conduta
(COSTA, et al 2004). Dessa maneira, elaborar instrumentos de avaliao cognitiva
que possam contribuir com os avanos cientficos sobre a pessoa surda e sua
linguagem o objetivo central desta pesquisa. OBJETIVO: O objetivo geral deste
trabalho adaptar testes neuropsicolgicos para Lngua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), analisando aspectos cognitivos relacionados ateno, memria e
aprendizado. MTODOS: Neste estudo sero avaliados 30 sujeitos incluindo
crianas, adolescentes e adultos em diferentes faixas etrias, de ambos os
gneros, sem levar em conta a classe socio-econmica. Os sujeitos sero divididos
em dois grupos, sendo o Grupo Controle (GC) composto por 30 sujeitos ouvintes
usurios da Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e o Grupo Experimental (GE)
composto por 30 sujeitos no-ouvintes, usurios da Lngua Brasileira de Sinais
(LIBRAS). O programa ser dividido em duas fases, sendo que na primeira fase os
testes sero adaptados para lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS), portanto sero
aplicados em surdos sinalizantes. Na segunda fase do projeto, haver a aplicao
51
da bateria de testes previamente adaptados para Lngua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) em um grupos de surdos usurios da Lngua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) e no grupo de ouvintes usurios da Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
A aplicao dos testes acontecer em instituies que mantm vnculo com
pessoas surdas previamente agendada em sesses de 45 minutos. As sesses
tero orientao e superviso, quando necessrias de uma Pedagoga surda nativa
em Lngua de Sinais, um Fonoaudilogo (Intrprete de LIBRAS), uma
Neuropsicloga. OBSERVAO: O presente projeto foi aprovado pelo Comit de
tica em Pesquisa em Seres Humanos da Santa Casa de So Paulo com n de
protocolo 195/08. A coleta de dados foi iniciada em 25/08/2008.
Referncias Bibliogrficas
1. CARNEIRO, LGIA LF.; Surdez: perdas e ganhos. Cincias & Cognio; Ano 01,
Vol 06, p. 133-141.2005. Disponvel em www.cienciasecognicao.org
2. CAPOVILA, FC.; RAPHAEL, WALKIRIA, MACEDO e ELISEU. Manual ilustrado de
sinais e sistema de comunicao em rede para os surdos. Instituto de Psicologia da
Universidade de So Paulo. So Paulo 1998.
3. COSTA, DANIELLE I.; AZAMBUJA, LUCIANA S.; PORTUGUEZ, MIRNA W.;
COSTA, JADERSON C. Neuropsychological assessment in children. Jornal de
Pediatria, 2004, vol.80, n. 2, ISSN 0021-7557.
4. QUADROS, RM.; LODENIR BK. de. Lngua de Sinais: estudos lingsticos. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
52
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ANLISE DO USO DE RECURSOS CORPORAIS E VOCAIS NA DOCNCIA, NA PERSPECTIVA DE PROFESSORAS ESPECIALISTAS EM DEFICINCIA
VISUAL. Autores: Denise Cintra Villas Boas; Lslie Piccolotto Ferreira Contato: [email protected] rea: Voz
INTRODUO: Pouca ateno dada ao professor que trabalha com alunos que
apresentam necessidades educacionais especiais, principalmente entre aqueles
cuja voz faz a mediao do que acontece no mundo, ou seja, professores de
alunos cegos e/ou de viso subnormal. Tal fato confirmado pela escassez de
fontes bibliogrficas que tratem do assunto. OBJETIVO: Analisar o uso de
recursos corporais e vocais na docncia, na perspectiva de professores
especialistas em deficincia visual. MTODO: Foram entrevistadas oito
professoras especialistas em deficincia visual, por meio de uma pergunta semi-
direcionada que procurou levantar os recursos corporais e vocais utilizados pelas
mesmas em sala de aula. As respostas foram categorizadas em seis eixos
temticos, de acordo com a proposta de Minayo (2000), a saber Voz como
instrumento de trabalho, Voz como expresso, Voz como recurso didtico,
Corpo como instrumento de trabalho, Corpo como expresso, Corpo como
recurso didtico. RESULTADOS: A maioria das professoras (7) fez referncia
importncia da voz como instrumento de trabalho focalizando que a voz o
principal meio de comunicao com seu aluno. Trs delas fazem relao da voz
como recurso didtico e outras duas delas chamaram a ateno para a questo
da voz como expresso dizendo que de acordo com a entoao da voz, de como
se expressa, o aluno conseguir aprender melhor. As questes da expresso
corporal foram destacadas por apenas uma das professoras, que fez referncia ao
uso do corpo do prprio aluno, como facilitador, para as explicaes em sala de
aula. CONCLUSO: As professoras especialistas em deficincia visual destacaram
53
mais o uso de recursos vocais em seu trabalho, mas fizeram referncia a esses
combinados com recursos corporais.
54
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ANLISE DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAO AUTOPERCEPTIVA DA VOZ, FONOAUDIOLGICA DA QUALIDADE VOCAL E
OTORRINOLARINGOLGICA DE LARINGE EM PROFESSORES. Autores: M. F. Bonfim de Lima e L. Piccolotto Ferreira Contato: [email protected] rea: voz INTRODUO: As pesquisas com professores citam o adoecimento vocal
constante dessa categoria, que muitas vezes apontada como uma das que
apresenta maior risco de desenvolvimento de distrbios de voz de base funcional
devido exposio a diversos fatores de risco ambiental e organizacional. Autores
afirmam que os sintomas vocais iniciam-se de uma forma lenta e espordica, e vo
se desenvolvendo ao longo do tempo at se tornarem permanentes com o
surgimento das leses larngeas. Sintomas como rouquido, fadiga vocal e dor na
garganta so sinais de abuso vocal ou de uso intenso da voz em condies
inapropriadas, o que pode ajudar no desenvolvimento de uma doena ocupacional
(TAVARES e MARTINS, 2007). Em vrias regies brasileiras, h diversos estudos
sobre a identificao de perfis e fatores de risco para os professores, que
utilizaram um questionrio como instrumento, e poucos incluem protocolo
fonoaudiolgico e otorrinolaringolgico para relacionar esses dados. OBJETIVO:
Identificar a concordncia entre os dados referentes a avaliao autoperceptiva, de
qualidade vocal e de laringe, em professores. MTODO: Participaram 60
professores de duas escolas da rede pblica do ensino fundamental e mdio do
municpio de Sorocaba - SP que responderam um questionrio de autopercepo
adaptado de FERREIRA et al. (2007). Dele foram consideradas as 27 questes
relacionadas identificao, situao funcional e aspectos vocais. Em seguida, os
participantes passaram por uma coleta de amostra de fala (vogal /a/ sustentada e
em escala e trechos de fala semi-espontnea), e por um exame de
nasofibrolaringoscopia realizado por um mdico otorrinolaringologista. Para a
avaliao da qualidade vocal, trs juzes fonoaudilogos, com experincia na rea
55
de voz, utilizaram a escala GIRBAS (DEJONCKERE et al., 1996), para classificar as
vozes em alteradas ou no, e especificar o grau da alterao. Para o exame de
laringe, o otorrinolaringologista analisou cada uma das imagens e realizou registro
em protocolo especfico para a avaliao de imagens laringoscpicas (OLIVEIRA,
1999). Na anlise estatstica dos dados, foram empregados o teste de associao
qui-quadrado, Fisher e o de concordncia Kappa. RESULTADOS: Houve predomnio
do sexo feminino (66,7%), com mdia de idade de 41,7 anos, carga horria que
variou de 20 a 30 horas (37,3%) e mais de 40 horas semanais (28,8%) e com
mdia de tempo de magistrio de 14,9 anos. Dos 60 professores participantes, 38
(63,3%) tem ou j tiveram alterao vocal e 22 (36,7%) no apresentaram
alterao vocal; 43,3% foram diagnosticados com esse distrbio na avaliao
fonoaudiolgica de qualidade vocal e 46,7% pelo otorrinolaringologista no exame
de laringe. No houve associao entre a avaliao autoperceptiva e a avaliao
fonoaudiolgica, nem entre a avaliao autoperceptiva e a avaliao
otorrinolaringolgica. Alm disso, a concordncia foi baixa entre as trs avaliaes.
Porm, houve associao estatstica entre a avaliao de qualidade vocal e a de
laringe, com concordncia intermediria entre as avaliaes. Os clculos de
sensibilidade e especificidade da avaliao autoperceptiva do distrbio de voz e da
qualidade vocal, considerando como padro ouro o exame de laringe
demonstraram que o questionrio um mtodo mais sensvel (75%), enquanto a
avaliao da qualidade vocal mais especfica (78,1%). CONCLUSO: O
questionrio de autopercepo mostrou maior sensibilidade para indicar a
prevalncia desses distrbios vocais e a avaliao fonoaudiolgica, maior
especificidade. Assim, considerando que a avaliao fonoaudiolgica requer menos
investimento quanto a questo instrumental, para um real diagnstico das
necessidades da populao a ser tratada, sugere-se a combinao dos dois
instrumentos (questionrio e avaliao de qualidade vocal) na implantao de
programas de preveno desse agravo sade.
56
Referncias Bibliogrficas
1. Tavares ELM, Martins RHG. Vocal evaluation in teachers with or without
symptoms. J Voice. 2007; 21(4): 407-414.
2. Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO, Zenari MS. Distrbio de voz
relacionado ao trabalho: proposta de um instrumento para avaliao de
professores. Disturb Comum. 2007; 19(1): 127-37.
3. Dejonckere P, Remacle M, Freznel-Elbaz E. Reliability and relevance of
differentiated perceptual evaluation of pathological voice quality. In: Clemente MP.
Voice Update. Amsterdam: Elsevier; 1996. p. 321-4.
4. Oliveira IB. Desempenho Vocal do Professor: Avaliao Multidimensional [tese
de doutorado]. So Paulo: PUC - Campinas; 1999.
57
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade na Sade: um dilogo possvel
ATUALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE O ESTADO DA ARTE NOS TRABALHOS EM VOZ
Autores: Ceclia de P. L. Venncio, Daniela Martins Galli, Denise C. V. Boas, Maria Claudia Contato: [email protected] rea: Voz
INTRODUO: Esta pesquisa deriva do trabalho de concluso de curso da
Disciplina Prticas Clnicas em Fonoaudiologia, do Programa de Estudos Ps
Graduados em Fonoaudiologia de uma Universidade da Capital Paulista. A questo
do mtodo clnico, articulao entre teoria e prticas, discutida ao longo do curso,
culmina neste levantamento de produes na rea de voz; igualmente importante
para atualizao dos profissionais e discusso do mtodo cientfico. OBJETIVO:
Analisar as tendncias e perspectivas atuais das produes fonoaudiolgicas na
rea de voz. MTODO: Pesquisa bibliogrfica de carter retrospectivo e descritivo
e com abordagem qualitativa e quantitativa. Para tanto foi realizado um
levantamento das produes bibliogrficas da rea da Voz, no perodo
compreendido entre os anos de 2006 e Agosto de 2007. O critrio utilizado para a
consulta dos peridicos foram tambm definidos previamente em funo do tempo
hbil para a concluso do trabalho na disciplina, ou seja, em quatro meses. Foram
consultados peridicos de trs revistas indexadas na rea da Fonoaudiologia, que
so: Revistas Distrbios da Comunicao, Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia e Pr-Fono Revista de Atualizao Cientfica. O acesso ao
material deu-se a partir da busca nas bases usando as seguintes expresses
Fonoaudiologia e Voz e Voz. Aps o levantamento do material bibliogrfico e o
procedimento de coleta, os dados foram tratados da seguinte forma:
1) leitura do material e fichamento;
2) categorizao do artigo a partir: do nmero de artigos por revista e ano de
publicao, nmero de artigos por volumes encontrados em cada revista, da
perspectiva terico-metodolgica e dos desdobramentos clnicos.
58
RESULTADOS:
Grfico 1 Distribuio de artigos por peridicos (n=21)
DIC: 48% (10)
SBFA: 33% (7)
Pr-Fono: 19% (4)
Tabela 1 Distribuio de artigos por volumes (n=21)
DIC SBFa Pr-Fono
REVISTAS
ANO
ARTIGOS VOLUMES ARTIGOS VOLUMES ARTIGOS VOLUMES
2006 6 3 5 1 2 2
2007 4 1 2 1 2 2
Decrscimo (DIC e SBFa) e manuteno (Pr-Fono) da produo no perodo.
Tabela 2. Tendncias metodolgicas (n=21)
Quantitativos Qualitativos Quanti-quali
DIC 4 5 1
SBFa 4 3 0
Pr-Fono 4 0 0
Tabela 3 Procedimentos para coleta de dados encontrados nos 3 peridicos
(n=21)
Questionrios
(n=5)
Protocolos
(n=5)
Entrevista
(n=4)
Testes
(n=4)
Anlise de
processos
teraputicos
(n=3)
DIC 3 2 3 0 2
SBFa 1 1 1 3 1
Pr-Fono 1 1 0 1 0
59
Desdobramentos clnicos das propostas:
1. H predomnio de estudos descritivos (T=18), os quais no apontam
conseqncias clnicas.
2. Trs artigos analisam processos teraputicos por meio de estudos de casos
clnicos (DIC= 02, SBFa=01).
CONCLUSO: O material bibliogrfico analisado caracteriza tendncia de
trabalhos descritivos, seguidos de generalizaes estatsticas. A minoria, volta-se
para estudos de processos teraputicos, seguidos de generalizaes analticas. Tal
discrepncia revela fraca articulao entre produo do conhecimento cientfico na
rea e a efetiva interveno clnica fonoaudiolgica quanto aos problemas vocais,
no perodo investigado.
Referncias Bibliogrficas
1. Revista Distrbios da Comunicao, v. 18(1,2,3) de 2006 e v. 19(1) de 2007;
2. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 11(1,2,3) de 2006 e v. 12
(1,2) de 2007;
3. Revista PrFono de Atualizao Cientfica, v. 10(1,2) de 2006 e v. 11(1,2) de
2007.
60
Semana de Fonoaudiologia - IV Jornada Mauro Spinelli PUC-SP I Semana de Fisioterapia
Interdisciplinaridade