integrando técnicas de geomarketing em pesquisas de mercado

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES INOVAÇÃO EM MARKETING: integrando técnicas de pesquisa e de geomarketing para analisar o processo de decisão de compra dos consumidores de tomate de mesa BELO HORIZONTE 2014

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Page 1: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES

INOVAÇÃO EM MARKETING:

integrando técnicas de pesquisa e de geomarketing para

analisar o processo de decisão de compra dos

consumidores de tomate de mesa

BELO HORIZONTE

2014

Page 2: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES

INOVAÇÃO EM MARKETING:

integrando técnicas de pesquisa e de geomarketing para

analisar o processo de decisão de compra dos

consumidores de tomate de mesa

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administração do Centro Universitário UNA, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de Concentração: Inovação e Dinâmica

Organizacional Linha de Pesquisa: Inovação, Redes Empresariais e

Competitividade Orientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki Coorientador: Prof. Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura

BELO HORIZONTE

2014

Page 3: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado
Page 4: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Aos meus pais, irmãos e amigos. Em

especial, à minha esposa, Renata, e aos

meus filhos, Philipe e Júlia, fontes de

inspiração e de força para acreditar no que

até então parecia ser impossível

Page 5: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio

de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para

entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor.

Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo

para estar bem sob o próprio teto.

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa

arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como

é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando

deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".

Amyr Klink

Mar sem fim

Page 6: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

AGRADECIMENTOS

Aos professores da primeira turma do mestrado da UNA, doutores Fátima

Carvalho, Georgina Vieira, Gustavo Souki, Hugo Tadeu, Luiz Rodrigo Moura, Mario

Reis Neto e Rivadavia Alvarenga Neto, e aos mestrandos, Daniel Hofer Bastos,

Derek Moreira Santos, Marcus Vinicius Sant Ana e Ray Chalub, pela paciência em

terem me ensinado a ler novamente, com outros olhos, sob novos olhares e por que

não, sob novas lentes, os ensinamentos das atividades acadêmicas para o mundo

profissional.

Aos diversos profissionais, colegas e amigos que, gentilmente, fizeram parte

da construção desta dissertação. Em especial, ao time do agronegócios do

SEBRAE-MG, notadamente Priscila Magalhães Gomes Lins e Fernando Machado

Ataíde, que apoiaram a realização desta pesquisa com o compartilhamento de

informações e dados para a geração do conhecimento.

De modo especial, ao meu orientador, Prof. Dr. Gustavo Souki, pelo

aprendizado, pelas críticas oportunas realizadas no desenvolvimento dos trabalhos,

de forma a ajudar na formatação desta dissertação e de ser referência e inspiração

na formação profissional e expiração na formação acadêmica.

Ao meu irmão, Guilherme Vanucci, à minha irmã, Maria Flávia Vanucci, à

minha mãe, Ivanez Vanucci, e ao meu padrasto, Evandro Horta, pelo apoio

construtivo; e aos meus amigos Guilherme Vianna e Smilys William, por serem fonte

de sabedoria e por me fazerem acreditar neste projeto pessoal.

Page 7: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

RESUMO

Esta dissertação tem como proposta a busca pela inovação em problemas ligados ao comportamento do consumidor, a partir da integração das técnicas de geomarketing e de pesquisa de marketing. O objeto de estudo foi o tomate de mesa e o mercado foi o espaço geográfico de Belo Horizonte/MG. Ambos serviram para descrever e analisar o processo de decisão de compra do consumidor, tendo como pano de fundo os estágios do modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011). A metodologia recorreu à triangulação de métodos, com base em pesquisas do tipo Quali-Quanti, usando as pesquisas bibliográfica, qualitativa e quantitativa, esta última do tipo survey, com corte transversal único. A amostra utilizada foi a não probabilística por cotas proporcionais à população residente nas nove regiões administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte. Foram validados 415 dos 478 questionários coletados após o geoprocessamento dos endereços de residência dos consumidores de tomate de mesa participantes. Para a análise dos resultados, foram aplicadas, de forma conjunta, as técnicas da análise multivariada e as da análise espacial. Os resultados foram agrupados e ordenados nos cinco primeiros estágios do processo decisório, sendo que nas duas análises (macro) e (micro) foram utilizados como amostra todos os questionários válidos e na (micro) a amostra referiu-se especificamente às cotas proporcionais à população residente nas regiões administrativas. Os resultados possibilitaram descrever e caracterizar cada estágio do processo decisório de compra e evidenciar a existência de diferenças significativas nas regiões administrativas em relação ao município, por exemplo, o nível de conhecimento sobre o tipo de fruto, e na predisposição de compra. Cabe destacar que o consumidor de tomate de mesa priorizou os fatores das características organolépticas e de saúde e meio ambiente, em detrimento dos fatores físicos como tamanho e cor, ressaltados pelos agentes da cadeia. Para visualizar os resultados da análise espacial, foram elaborados mapas temáticos contemplando as diferenças estatísticas encontradas nas regiões administrativas. Palavras-chave: Agronegócio. Análise espacial. Comportamento do consumidor. Geomarketing. Geoprocessamento. Processo de decisão de compra. Tomate.

Page 8: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

ABSTRACT

This thesis proposes the pursuit of innovation in problems related to consumer behavior through the integration of geo-marketing techniques and techniques of marketing research. The study object chosen was the fresh tomato market in the geographic area of Belo Horizonte / MG, Brazil, to describe and analyze the process of purchase decision of the consumer having the backdrop of the stages of the integrative model of Blackwell, Miniard and Engel (2011). The methodology made use of the triangulation of methods through research - Quali-Quanti type - using the literature, qualitative and quantitative research, the latter being of the survey type with a single cross section. The sample is not a probability proportional to the resident in the nine administrative regions of the Municipality of Belo Horizonte population quotas. 415 of 478 questionnaires collected were validated, after geoprocessing home addresses of the consumer participants. For data analysis, the techniques of multivariate analysis and spatial analysis were applied together. The results were grouped and sorted in the first five stages of decision making, and in both analyzes (macro) and (micro) the study used as sample all valid questionnaires, referred specifically to the population average residing in the regional area . It was possible to describe and characterize each stage of the purchasing decision process and to demonstrate the existence of significant differences in the regional administrative council in relation to, for example, the level of knowledge about the fruit type and the willingness to buy. It is noteworthy that the tomato consumer prioritized the factors of organoleptic characteristics, health and environment in relation to physical factors such as size and color, highlighted by the actors in the chain. To view the results of spatial analysis thematic maps were developed, considering the statistical differences found in the administrative regions. Keywords: Agrobusiness. Spatial analysis. Consumer behavior. Geo-marketing, Geoprocessing. The purchase decision process. Tomato.

Page 9: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Produção do setor agropecuário entre 2010 e 2011 ............................. 33

FIGURA 2 - Cadeia produtiva do tomate .................................................................. 38

FIGURA 3 - Elos da cadeia produtiva do tomate de mesa ....................................... 50

FIGURA 4 - Modelo básico do processo decisório de compra ................................. 59

FIGURA 5 - Diferenças entre o processo de compra de alto envolvimento e de

baixo envolvimento ............................................................................... 60

FIGURA 6 - Linha do tempo dos modelos integrativos do processo de compra ...... 60

FIGURA 7 - Modelo integrativo de Nicósia (1966) ................................................... 61

FIGURA 8 - Modelo integrativo de Howard-Sheth (1969) ........................................ 62

FIGURA 9 - Modelo integrativo de Engel, Kollat e Blackwell (1968) ........................ 63

FIGURA 10 - Modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ................... 64

FIGURA 11 - Os cinco valores que influenciam o comportamento de compra do

consumidor ......................................................................................... 65

FIGURA 12 - Modelo integrativo de Samara e Morsch (2005) ................................. 65

FIGURA 13 - Resumo da metodologia utilizada contemplando as técnicas de

pesquisa e as técnicas de geomarketing ............................................ 78

FIGURA 14 - Relação com os blocos de perguntas utilizados no questionário

quantitativo para estruturar os estágios do processo decisório

proposto no modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ................. 79

FIGURA 15 - Principais área de conhecimento que contribuíram para a evolução

do Geomarketing ................................................................................ 86

FIGURA 16 - Principais conhecimentos que contribuiram para o geomarketing ...... 89

FIGURA 17 - Principais autores e seus conceitos sobre o termo geomarketing ...... 90

FIGURA 18 - Mapa com os limites entre as Regiões Administrativas da PBH e

os setores censitários de Belo Horizonte ........................................... 92

FIGURA 19 - Imagens apresentadas aos pesquisados sobre o tipo de tomate ...... 143

FIGURA 20 - Capa de principais revistas brasileiras sobre a inflação de alimentos

em 2013 tendo o tomate como símbolo ........................................... 223

FIGURA 21 – Publicações sobre tomate em 2013 ................................................. 223

FIGURA 22 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da

inflação e o tomate ............................................................................ 224

FIGURA 23 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da

inflação e o tomate ........................................................................... 225

FIGURA 24 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da

inflação e o tomate ........................................................................... 225

FIGURA 25 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da

inflação e o tomate ........................................................................... 226

Page 10: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Evolução da participação do PIB do Agronegócio no PIB do Brasil

entre 2001 e 2011 ............................................................................. 31

GRÁFICO 2 - Principais países produtores de tomate no mundo em 2011 ............. 38

GRÁFICO 3 - Evolução do percentual de participação do estado de Minas Gerais

quanto a área plantada e a produção de tomate no Brasil entre

2000 e 2013(*) ................................................................................... 40

GRÁFICO 4 - Preço médio do tomate de mesa no CeasaMinas no período janeiro

de 2012 a junho de 2013 .................................................................... 47

GRÁFICO 5 - Evolução de publicações sobre o tema "Comportamento do

consumidor" na CAPES – 1996 e 2011 ............................................. 55

GRÁFICO 6 - Comparativo entre a amostra mínima e o número de questionários

válidos para cada Região Administrativa ......................................... 103

GRÁFICO 7 - Número dos entrevistados, por gênero ............................................ 105

GRÁFICO 8 - Número dos entrevistados, por faixa etária ..................................... 105

GRÁFICO 9 - Número dos entrevistados, por faixa de renda familiar .................... 106

GRÁFICO 10 - Número dos entrevistados, por escolaridade ................................. 106

GRÁFICO 11 - Número dos entrevistados, por estado civil ................................... 107

Page 11: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE MAPAS

MAPA 1 - Distribuição mundial da produção de tomate ........................................... 39

MAPA 2 - Distribuição espacial da produção de tomate de mesa estimada para

2013, por mesorregião, do estado de Minas Gerais ............................... 41

MAPA 3 - Localização geográfica do município de Belo Horizonte, Minas Gerais -

Brasil ....................................................................................................... 52

MAPA 4 - As nove Regiões Administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte após

o Decreto Lei 10.231/11 ........................................................................... 93

MAPA 5 - Dispersão geográfica dos consumidores de tomate de mesa por Região

Administrativa de Belo Horizonte ........................................................... 104

MAPA 6 - Motivos: Combina com outros alimentos ............................................... 112

MAPA 7 - Motivos: É saboroso ............................................................................... 113

MAPA 8 - Motivos: Faz bem para a saúde .............................................................. 114

MAPA 9 - O tomate de mesa torna os pratos mais bonitos .................................... 115

MAPA 10 - Motivos: Dá um odor agradável para comida. ...................................... 116

MAPA 11 - Benefícios - O tomate de mesa tem propriedades antioxidantes ......... 119

MAPA 12 - Benefícios - O tomate de mesa previne o câncer de próstata ............. 120

MAPA 13 - Benefícios – O tomate de mesa emagrece por ter poucas calorias ..... 121

MAPA 14 - Benefícios - O tomate de mesa é rico em diversas vitaminas

(Ex. A, B, C e K), .................................................................................. 122

MAPA 15 - Benefícios - O tomate de mesa é rico em sais minerais ...................... 123

MAPA 16 - Benefícios - O consumo de tomate de mesa combate a osteoporose . 124

MAPA 17 - Benefícios – O consumo de tomate de mesa e combate o coLesterol . 125

MAPA 18 - Benefícios – O consumo de tomate de mesa fortalece o sistema

imunológico ......................................................................................... 126

MAPA 19 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa pedra nos rins ..... 128

MAPA 20 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa Câncer de

próstata ................................................................................................ 129

MAPA 21 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa hemorroidas ........ 130

MAPA 22 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa acidez na boca

ou no estômago .................................................................................... 131

MAPA 23 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa diverticulite ......... 132

MAPA 24 - F1 - Atributos de qualidade referente à garantia e à segurança ......... 138

MAPA 25 - F2) Características organolépticas ....................................................... 139

MAPA 26 - F3) Embalagem .................................................................................... 140

MAPA 27 - F4) Preocupação com a saúde e o meio ambiente .............................. 141

Page 12: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

MAPA 28 - F5) Características físicas .................................................................... 142

MAPA 29 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo

Santa-cruz antes e depois do estímulo ................................................. 145

MAPA 30 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

Maçã ou Caqui antes e depois do estímulo .......................................... 146

MAPA 31 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo Cereja

antes e depois do estímulo ................................................................... 147

MAPA 32 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo italiano

antes e depois do estímulo ................................................................... 148

MAPA 33 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

longa vida antes e depois do estímulo ................................................. 149

MAPA 34 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

Sweet grape antes e depois do estímulo .............................................. 150

MAPA 35 - Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar

pelo tomate do tipo santa-cruz ............................................................ 153

MAPA 36 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria

disposto a pagar pelo tomate do tipo Maçã ou Caqui ........................... 154

MAPA 37 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria

disposto a pagar pelo tomate do tipo Cereja ....................................... 155

MAPA 38 - Avaliação do Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria

disposto a pagar pelo tomate do tipo Italiano ....................................... 156

MAPA 39 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria

disposto a pagar pelo tomate do tipo longa vida .................................. 157

MAPA 40 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria

disposto a pagar pelo tomate do tipo Sweet grape ............................... 158

MAPA 41 - Avaliação da predisposição de compra do tomate Santa-cruz com

o valor sugerido de R$3,00 ................................................................. 160

MAPA 42 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Maçã ou Caqui

com o valor sugerido de R$3,00 ........................................................... 161

MAPA 43 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Cereja com o valor

sugerido de R$3,00 ............................................................................... 162

MAPA 44 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Italiano com o valor

sugerido de R$ 3,00 ............................................................................. 163

MAPA 45 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Longa vida com o

valor sugerido de R$3,00 .................................................................... 164

MAPA 46 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Sweet grape com

o valor sugerido de R$ 12,90 ............................................................... 165

Page 13: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

MAPA 47 - Preferência do consumidor quanto a compra de tomate de mesa

em embalagem de bandeja de plástico .............................................. 168

MAPA 48 - Preferência do consumidor quanto à compra de tomate de mesa

a granel (por kg) .................................................................................. 169

MAPA 49 - Preferência do consumidor quanto à compra de tomate de mesa,

prontos para consumo com outros legumes e verduras ....................... 169

Page 14: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Aspectos estudados de caracterizaram os estágios do processo

de decisão de compra do tomate de mesa ....................................... 183

Page 15: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Percentual de participação do PIB do agronegócio de Minas Gerais

no PIB do agronegócio Brasileiro entre 2001 E 2012 ........................... 34

TABELA 2 - Ponderações utilizadas para o segmento da agricultura no PIB

do agronegócio de Minas Gerais entre 2002 e 2013(*) ........................ 35

TABELA 3 - Produção agrícola entre 2009 e 2012 e % de participação e posição

no ranking do estado de Minas Gerais ............................................... 36

TABELA 4 - Ranking dos principais estados produtores de tomate no Brasil

para 2013 ............................................................................................. 40

TABELA 5 - Informações da lavoura do tomate de mesa nas regiões de Minas

Gerais em 2013 (*) ............................................................................... 42

TABELA 6 - Quantidade de vitaminas fornecidos por 100g de tomate .................... 43

TABELA 7 - Quantidade de minerais fornecidos por 100 gramas de tomate e

percentagem da necessidade diária ..................................................... 44

TABELA 8 - Aquisição alimentar domiciliar do tomate per capita anual, por grande

região – 2008 e 2009 ............................................................................ 51

TABELA 9 - Ranking das capitais brasileiras por densidade demográfica – base

censo IBGE 2010 ................................................................................. 53

TABELA 10 - Comparativo entre os modelos de Howard & Sheth (1969) e o

modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ..................................... 66

TABELA 11 - Paleta em tons de cinza para visualizar a análise dos resultados da

amostra das regiões administrativa de Belo Horizonte em relação á

mostra geral......................................................................................... 81

TABELA 12 - Ranking das noves regiões administrativas da PBH em 2011

quanto à densidade demográfica ....................................................... 94

TABELA 13 - Cálculo da amostra mínima obtida por meio da cotas proporcionais

à população em cada uma das Regiões Administrativas da PBH –

Prefeitura de Belo Horizonte de 2011 ................................................. 96

TABELA 14 - Critérios para a adequação da solução fatorial ................................ 100

TABELA 15 - Relação de tipos de variáveis e análises estatísticas aplicadas ....... 101

TABELA 16 - Ranking das palavras citadas sobre o tomate de mesa e a

avaliação da imagem percebida ........................................................ 109

TABELA 17 - Avaliação da imagem percebida sobre o tomate de mesa ............... 110

TABELA 18 - Motivos que levam as pessoas a reconhecer a necessidade de

consumir o tomate de mesa ............................................................. 110

Page 16: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

TABELA 19 - Possíveis motivos que levam as pessoas a reconhecer a

necessidade de comprar o tomate de mesa por região

administrativa da PBH ..................................................................... 111

TABELA 20 - Possíveis benefícios ao reconhecer a necessidade de

comprar/consumir o tomate de mesa ............................................... 117

TABELA 21 - Percepção dos consumidores acerca dos possíveis benefícios ao

consumir tomate de mesa de acordo com as regiões

administrativas da PBH 2011 .......................................................... 118

TABELA 22 - Possíveis Malefícios ao se consumir tomate de mesa ..................... 127

TABELA 23 - Possíveis malefícios de se consumir tomate de mesa por região

administrativa .................................................................................. 127

TABELA 24 - Grupos de Influência do processo de decisão de compra de

tomate de mesa* ............................................................................. 133

TABELA 25 - Fatores e atributos na avaliação das alternativas pelos

consumidores de tomate de mesa. .................................................. 137

TABELA 26 - Nível de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa

antes e após o estímulo .................................................................. 144

TABELA 27 - Nível de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa

comparando os resultados antes e depois o estímulo ..................... 151

TABELA 28 - Elasticidade dos valores mínimos e máximos percebidos pelos

consumidores para os tipos de tomate de mesa .............................. 152

TABELA 29 - Preço médio do tomate de mesa praticado no CeasaMinas ............ 159

TABELA 30 - Predisposição de compra considerando um valor sugerido para

alguns tipos de tomate de mesa ....................................................... 159

TABELA 31 - Preferência e frequência aos locais de compra de tomate de mesa 166

TABELA 32 - Preferência de compra de tomate de mesa em diversas formas

de apresentação ............................................................................... 167

TABELA 33 - Avaliação entre as estações do ano para comprar tomate de mesa 171

TABELA 34 - Frequência de compra entre alguns tipos de tomate de mesa ........ 171

TABELA 35 - Preferência do local de compra de tomate de mesa nas Regiões

Administrativas de Belo Horizonte ..................................................... 172

TABELA 36 - Avaliação das estações do ano para comprar tomate de mesa,

por região administrativa .................................................................. 173

TABELA 37 - Frequência de compra dos diversos tipos de tomate de mesa, por

Região Administrativa ....................................................................... 174

TABELA 38 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os

locais ................................................................................................ 176

Page 17: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

TABELA 39 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os

principais tipos de pratos .................................................................. 177

TABELA 40 - Frequência de consumo de produtos derivados do tomate de

mesa ................................................................................................. 177

TABELA 41 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os

locais, dias da semana e com as regiões administrativas de

Belo Horizonte .................................................................................. 178

TABELA 42 - Frequência de consumo de alguns tipos de pratos que utilizam o

tomate de mesa, de acordo com as Regiões Administrativas de

Belo Horizonte .................................................................................. 179

TABELA 43 - Frequências de consumo de produtos derivados do tomate de

mesa por Região Administrativa ....................................................... 180

Page 18: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

LISTA DE SIGLAS

ABCSEM – Associação Brasiliera do Comércio de Sementes e Mudas

ABIC – Associação Brasileira das indústrias de Café

AFE - Análise Fatorial Exploratória

ANOVA - Analysis of variance

B2B – Business to Business

B2C – Business to Consumer

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEASA – Centrais de Abastecimento S/A

CEP – Código de Endereçamento Postal

CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Pesquisas Econômicas

CF - Carga fatorial

DBMS – Database Management systems, data-marts

DW – Data warehouse

EBIT - Earning before interest and taxes

EBITDA - Earning before interest, taxes, depreciation and amortization

FLV – frutas, verduras e legumes

GIS – Geographic Information Systems

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IN - Inteligência de Negócio

IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

KMO - Kaiser-Meyer-Olkin

LSPA- Levantamento sistemático de Produção Agropecuária

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

OLAP – On Line Analytical Processing

PBH – Prefeitura de Belo Horizonte

PIB –Produto interno Bruto

POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares

SEAPA-MG – Secretaria De Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de

Minas Gerais

SGBD – Sistema de Gerenciamento de Banco de dados

Page 19: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

SIE - Sistemas de inforMação da empresa

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SSD - Sistema de suporte a decisão

TEB - Teste de Esfericidade de Bartlett

VIGITEL - Vigilância de fatores de risco e proteção

TEB - Teste de Esfericidade de Bartlett

VE - Variância explicada

Page 20: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 20 1.1 O problema e sua importância ................................................................... 23 1.2 Objetivos ...................................................................................................... 27 1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 27 1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 27

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA ................................. 29 2.1 Dados sobre o agronegócio no Brasil e em Minas Gerais ....................... 29 2.2 Dados do tomate no mundo, Brasil e Minas Gerais ................................. 37 2.2.1 Aspecto nutricional do tomate ................................................................... 44 2.2.2 Aspectos econômicos e sociais da lavoura do tomate ............................ 46 2.2.3 Aspectos da cadeia produtiva do tomate .................................................. 47 2.3 Dados do município de Belo Horizonte ..................................................... 52

3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E O PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA ................................................................................................ 55 3.1 Teorias do comportamento do consumidor .............................................. 55 3.2 O processo decisório de compra ................................................................ 59 3.3 Modelos integrativos: conceitos e características ................................... 60 3.3.1 Modelo de Nicósia (1966) ............................................................................ 61 3.3.2 Modelo de Howard-Sheth (1969) ................................................................ 62 3.3.3 Modelo de Engel, Kollat e Blackwell (1968) ............................................... 62 3.3.4 Modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ............................................ 63 3.3.5 Modelo de Sheth, Newman e Gross (1991) ................................................ 64 3.3.6 Modelo de Samara e Morsh (2005) ............................................................. 65 3.4 Estágios do processo de decisão de compra ........................................... 67

4 METODOLOGIA ............................................................................................ 76 4.1 Técnicas de pesquisa de marketing ........................................................... 82 4.2 Técnicas de geomarketing .......................................................................... 86 4.3 Análise estatística dos dados ..................................................................... 96

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................. 103 5.1 Caracterização da amostra da pesquisa .................................................. 103 5.2 Caracterização dos estágios do processo decisório ............................. 107 5.2.1 Análise do primeiro estágio - Reconhecimento da necessidade .......... 107 5.2.2 Análise do segundo estágio - Busca de informações ............................ 132 5.2.3 Análise do terceiro estágio - Avaliação das alternativas ....................... 134 5.2.4 Análise do quarto estágio - Compra ........................................................ 165 5.2.5 Análise do quinto estágio - Consumo ...................................................... 175

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 180 6.1 Recomendações gerenciais ...................................................................... 184 6.2 Limitações de pesquisa ............................................................................ 186

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 188 ANEXOS ................................................................................................................. 197 APÊNDICE .............................................................................................................. 227

Page 21: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

20

1 INTRODUÇÃO

Estudos sobre o comportamento humano veem sendo alvo de investimentos

em diversas áreas, como antropologia, psicologia e marketing. Sejam oriundos da

evolução humana ou do comportamento do consumidor, eles buscam um só foco:

entender o comportamento do ser humano em determinada ocasião e em

determinado espaço geográfico.

Sherwood Washburn (1960) realizou um estudo sobre a evolução humana e

suas evidências com base no consumo de alimentos, em especial, aqueles

associados à dieta humana. Tal autor concluiu que "os homens evoluíram pela caça

enquanto que as mulheres, denominadas de 'sedentárias', o seguiam, de perto,

coletando e dando à luz”.

Tal estudo cita ainda que as mudanças dos hábitos alimentares retiraram

nossos ancestrais do sedentarismo, iniciando a caminhada para a ocupação de

novas áreas espaciais do globo terrestre, dando origem aos seres humanos

denominados, até então, "caçadores coletores". Neste sentido, a necessidade de

alimentar passou a ser de interesse da ciência, em busca de estudos sobre a

nutrição humana e do entendimento da necessidade de consumir calorias, em busca

da sobrevivência da humanidade.

Para Gosden e Hather (1999), em seu livro Prehistory of food – appetites for

change, as mudanças na produção e no consumo de alimentos na Pré-História

estão interligadas entre alimentos, biologia e ecologia. Eles afirmam que os

alimentos exercem diferentes papéis, de acordo com a cultura, sendo, assim,

responsável pelas mudanças socioeconômicas, agindo como agentes de inovação e

fonte de influência na história dos seres humanos.

Leonard (2002), relata que a espécie humana se diferenciou dos nossos

ancestrais primatas basicamente pela seleção natural1, maximizando a qualidade

dietética e a eficiência na obtenção de alimentos. Assim, tais hábitos alimentares

possuem alimentos oriundos basicamente de duas origens primárias: de origem

animal e de origem vegetal.

1 Seleção natural é um termo que significa um aspecto da teoria evolutiva em que o Homo compete pelo alimento

e pelas fêmeas, levando em consideração a falta de espaço, a melhor forma física e o sucesso reprodutivo - Maria Jacinta A. Ferreira d’Almeida Paiva (1998).

Page 22: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

21

Após o estudo das características esqueléticas e dentais dos esqueletos

encontrados, percebeu-se que nossos ancestrais ingeriam alimentos de origem

vegetal e que com a transformação climática o crescimento da aridez da paisagem

africana e a limitação de alimentos comestíveis, iniciaram-se as mudanças nos

hábitos de consumo, dando início a novas necessidades no consumo de alimentos.

Para repor tal necessidade de ingestão de energia (quilocaloria/dia), o ser

humano equilibrava sua necessidade de consumo de calorias, com base em seus

hábitos de vida e nas características das populações existentes em cada época,

definindo, assim, o termo dieta2. Tal dieta variava de acordo com o consumo de

energia gastas nas atividades realizadas, tanto na sociedade de primatas,

denominados "caçadores-coletores", como nos pastores e agricultores, até nas

sociedades industriais, nos tempos atuais. Durante estes milhões de anos, as dietas

variaram suas características na composição dos alimentos, ora de origem animal,

ora de origem vegetal, e no percentual de participação de cada um na dieta.

Leonardo (2002) concluiu que a busca pela satisfação das necessidades

nutricionais observadas em nossos ancestrais primatas até os dias de hoje nos

humanos variou, em cada época, de acordo com as características predominantes

da população, prevalecendo ora o consumo de energia de origem animal, ora o

consumo de energia de origem vegetal.

No que tange ao consumo de produtos de origem animal, Souki (2003) ainda

afirma:

[...] o ser humano consumia carnes oriundas de animais que eram caçados com o uso de instrumentos como lanças e machados feitos de pedra lascada [...] e à medida que o homem expandiu suas fronteiras, por meio do descobrimento de novas terras, os animais domesticados foram levados com ele para regiões distantes de sua origem, afetando a cultura alimentar de outros povos (SOUKI, 2003, p. 1).

Quanto ao consumo de produtos de origem vegetal, estudo publicado pelo

Ministério da Saúde sobre vigilância de fatores de riscos e proteção identificou que a

cada ano vem aumentando a presença das hortaliças e frutas na mesa do

consumidor brasileiro. O consumo destes tipos de alimentos está cada vez mais

associados à proteção e à diminuição do risco à saúde, enquanto o consumo de

2 A palavra dieta vem do grego diaita, que significa modo de vida. Ou seja, é um estilo de vida que

inclui os hábitos alimentares e que deve ser incorporado ao prazer do seu dia a dia

Page 23: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

22

carnes com excesso de gordura, de leite integral e de refrigerante está ligado ao

fator de aumento de risco à saúde (BRASIL, 2012).

Essas mudanças percebidas nos hábitos de consumo nos dias de hoje,

remetem à importância de acompanhar o crescimento do setor primário

agropecuário no Brasil, para evitar descompassos entre a produção agrícola e seu

consumo. Além disso, é relatado que os conceitos de “setor primário ou de

agricultura, perderam o sentido, porque os mesmos deixaram de ser somente rural,

agrícola ou primário” (ARAÚJO, 2005, p. 15).

Tal autor ainda relata que o setor primário passou a depender da cadeia

produtiva na pós-produção, surgindo a necessidade de agregar os armazéns e os

agentes de distribuição, como os atacados, os varejistas e os exportadores, além de

toda a infraestrutura logística necessária para o escoamento da safra até a mesa do

consumidor. É neste momento que surge o termo agronegócio, que passa a ser visto

como um sistema em elos, abrangendo, de um lado, os produtores, os

atravessadores e os varejistas e, de outros consumidores finais.

Araújo, Pinazza e Wedekin (1990) segmentou os elos da cadeia com os

termos: antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. No primeiro,

engloba os insumos agropecuários, as inter-relações com os produtores de insumos

e os agropecuaristas, além dos serviços agropecuários. O segundo envolve a

produção, seja ela agrícola ou pecuária, os coeficientes técnicos, como a

organização e adoção de tecnologias e a gestão de custos. O terceiro contempla os

canais de comercialização e distribuição, envolvendo os agentes comerciais, a

formação do preço de venda, as agroindústrias, a logística, as instituições e

entidades de apoio e as atuações do governo no que se refere à comercialização.

Tal segmentação inovou no que tange à atuação dos agricultores, dos

pecuaristas e das agroindústrias, que se viram pressionados a se adequar às novas

exigências de mercado, incorporando inovações tecnológicas, em busca da

produtividade, de um lado, e de novos conhecimentos em busca do aumento da

competitividade, de outro, visto que somente o aumento da produtividade já não

bastava para que o agronegócio em questão fosse lucrativo.

Souki (2003) relata que o atendimento pleno das necessidades e desejos dos

consumidores passou a ser uma condição básica para a sobrevivência e o

crescimento das organizações que fazem parte de tal cadeia produtiva. Assim, faz-

se necessário que os agentes que compõem cada elo desta cadeia conheçam

Page 24: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

23

profundamente as necessidades, os desejos e os hábitos de consumo dos

consumidores de seus produtos.

De forma a levantar tais necessidades, desejos e hábitos de consumo e

compreender o processo de decisão do consumidor de produtos de origem vegetal,

em especial o tomate de mesa, esta pesquisa tem como premissa reunir

informações sobre o processo decisório. Utilizou-se como pano de fundo a teoria do

modelo integrativo proposto por Engel, Blackwell e Miniard (2011) com apoio nas

técnicas de pesquisa e de geomarketing, para obter informações capazes de Nortear

os agentes da cadeia produtiva e introduzir ações visando implementar o marketing

de precisão, tendo como ponto de partida o mercado de atuação, por intermédio dos

consumidores em determinado espaço geográfico.

Quanto ao espaço geográfico, foi escolhido para a realização desta pesquisa

o município de Belo Horizonte, Capital do estado de Minas Gerais, localizado na

região Sudeste. Os motivos que levaram a tal escolha se deve a sua importância em

relação às capitais brasileiras, devido a sua população e a sua pequena área

geográfica, bem como ao fato de 100% de seu território ser classificado como

urbano, necessitando, assim, da aquisição de produtos de origem vegetal oriundos

de outros municípios brasileiros.

1.1 O problema e sua importância

A cadeia produtiva do tomate de mesa vem sofrendo pressões de preço nos últimos

anos, em decorrência da falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda. Os

produtores da região de Pará de Minas, maior fornecedor da Centrais de

Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas) da Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH), encontram dificuldade em entregar produtos que atendam às

necessidades tanto dos atravessadores como dos consumidores finais.

No aspecto social, os empregos gerados são diferentes. Estima-se que a

lavoura do tomate movimente cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos,

injetando 280 milhões de reais nos lares brasileiros, de acordo com a Associação

Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) (2011 ).

O consumo de tomate de mesa projetado para a Região Metropolitana de

Belo Horizonte é de 28,6 mil toneladas do fruto, tendo como base a população

residente nos municípios, que soma 6.971.049 habitantes, de acordo com o Censo

Page 25: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

24

de 2010 e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008, que estimou o

consumo em 4,113kg por habitante/ano. Em 2010, o mercado de tomate no estado

de Minas Gerais movimentou R$ 46,4 milhões.

Entre os municípios que fornecem tomate de mesa para a RMBH, destacam-

se: Maravilhas, Pequi, Pará de Minas, Onça do Pitangui e São José da Varginha.

Juntos, encaminharam, 34,09 mil toneladas de tomate de mesa para as Ceasas em

todo território brasileiro em 2010. Deste total, o CeasaMinas, localizado no município

de Contagem, foi o destino de 25,4 mil toneladas em 2010, correspondendo a 74,5%

de todo o volume encaminhado para as Ceasas.

Nos meses de verão (dezembro a março), há uma redução da disponibilidade

de tomate de mesa oriundo de Minas Gerais para comercialização para as Ceasas

brasileiras, abrindo espaço para os tomates oriundos de outra região, em especial

do estado do Espírito Santo.

Em busca de possíveis soluções para os agentes da cadeia produtiva, fez-se

necessário realizar esta pesquisa, para esclarecer o processo decisório do

consumidor de tomate de mesa, entendendo os motivos, as necessidades e os

desejos, de forma a tornar-se um diferencial competitivo para os agentes da cadeia

produtiva do tomate de mesa.

De acordo com Castro, Neves (2000) a compreensão das mais diversas

dimensões do consumidor e de suas variáveis influenciadoras pode favorecer a

elaboração de um plano de ações estratégicas e operacionais capazes de criar valor

para os agentes da cadeia produtiva, de acordo com os diversos tipos de públicos-

alvos.

Em recente seminário sobre tomate de mesa, realizado em Campinas, São

Paulo, no período de 23 e 24 de abril de 2013, a pesquisadora Margarete Boteon

(2013), revelou que o setor da tomaticultura precisa ser sustentável. Neste sentido,

foi citado que entre os desafios da cultura aparecem no curto prazo as perspectivas

econômicas do Brasil; no médio prazo, as questões referente à gestão sustentável

da produção; e, no longo prazo, a melhor distribuição de renda no País e o efeito da

inflação nos hábitos de consumo.

Boteon (2013) define que o crescimento do consumo de tomate de mesa

depende da coordenação da cadeia produtiva, por meio dos elos, tendo como

referência os hábitos de consumo do consumidor do fruto.

Page 26: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

25

No que tange à coordenação da cadeia produtiva do tomate de mesa, pode-

se destacar o interesse dos agentes em estruturar a agregação de valor a cada elo,

desde o produtor até o consumidor final, apoiando a gestão por meio de indicadores

operacionais e financeiros, como por exemplo o lucro bruto3, Earning Before Interest

and Taxes (EBIT4), Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

(EBITDA5) e por último o lucro líquido6 em cada um dos elos, determinando assim o

preço final ao consumidor.

Para atingir a satisfação de tais índices financeiros, são necessários

movimentos estratégicos capazes de direcionar os tomadores de decisão. Neste

sentido, Kim e Mauborgne (2005) em seu livro Blue Ocean Strategy, definem que

tais movimentos estratégicos são “um conjunto de decisões e ações gerenciais que

resultam em importantes produtos e serviços capazes de criar novos mercados”.

Anderson (2006) em seu livro The long tail, afirma que a tecnologia está

transformando os “mercados de massa” em milhões de “mercados de nicho”. Cita no

capitulo Tirania da Localidade que o principal problema está em encontrar públicos

locais. Essa transformação reforça a importância em compreender o comportamento

do consumidor (público-alvo), levando em consideração seu espaço geográfico, de

forma a identificar as características comuns e diferentes de tais públicos que

possam influenciar, positivamente ou negativamente, o consumo de determinado

produto.

Tal autor ainda conclui que a busca por mercado de nichos está

transformando as organizações e suas ações de publicidade e propaganda. Afirma

3 Lucro bruto é a receita líquida deduzida dos custos de produção. Tem por objetivo mostrar a

lucratividade das operações da empresa, sem ainda considerar as despesas administrativas, comerciais e operacionais. É um tipo de “lucro antes de impostos” (sobre os resultados).

4 EBIT é a sigla em inglês para Earning Before Interest and Taxes, também chamado no Brasil de

LAJIR, isto é, lucro antes dos juros e tributos (imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido). Para Marques et al (2008 p. 127), o EBIT é uma medida de lucro mais ligada ao resultado de natureza operacional auferido pela sociedade que não inclui resultado financeiro, dividendos ou juros sobre o capital próprio, resultado de equivalência patrimonial e outros resultados não operacionais.

5 EBITDA é a sigla em inglês para Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization,

também chamado no Brasil de LAJIDA, ou seja, Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Essa medida consiste no EBIT tradicional, eliminados os efeitos das provisões da depreciação de ativos tangíveis e da amortização de ativos intangíveis que antes haviam sido deduzidos como despesas do período na demonstração de resultado (MARQUES, 2004 p.236).

6 Lucro Líquido, última linha da Demonstração de Resultados, é o Lucro Operacional deduzido das

receitas e despesas financeiras (ou seja, refletem a estrutura de capital da empresa – em outras palavras, as despesas decorrentes do financiamento de seus ativos e de sua operação), das despesas não operacionais, extraordinários e não recorrentes (ou seja, aquelas que ocorrem raramente e não são referentes as atividades operacionais da empresa), e do imposto de renda e contribuição social

Page 27: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

26

que uma das formas de se obter lucratividade está na inovação, mais

especificamente na capacidade de aumentar o mix de produtos, evidenciado por

meio da Curva de Pareto. Para tanto, os produtos com maior lucratividade,

geralmente, são aqueles que possuem menores participações no volume individual

da venda.

Em resumo, o autor atribui ao termo cauda longa à observação de gráficos

que evidenciam a ascensão das margens obtidas em produtos de baixo volume de

vendas, com a queda da margem nos produtos com maior volume de vendas, ao

longo do tempo.

Pode-se entender que, para atingir tais objetivos, sejam eles financeiros ou

mercadológicos, os agentes da cadeia produtiva precisam inovar, seja em seus

produtos e/ou serviços, seja em seus processos e, até mesmo, em seus modelos de

negócio, conforme define Alexander Osterwalder e Pigneur (2010), em seu livro

Business Model Generation.

Para Tim Brown (2009), especialista em Design Thinking37, a inovação nas

organizações faz parte da seguinte premissa: “precisamos compreender o ser

humano de forma profunda, co-criar com esse ser humano as soluções e

experimentar essas soluções ainda cedo”. Entretanto, as constantes mudanças na

economia vêm exigindo das organizações agilidade e velocidade de adaptação

(BROWN, 2009).

Para compreender as questões mercadológicas e econômicas que envolvem

o ser humano, a ciência do comportamento do consumidor vem realizando inúmeras

pesquisas sobre o processo de decisão de compra, estudado por autores clássicos

como Kanuk, Schiffman, Macinnis, Shapiro, Kotler, Keller, Solomon e Blackwell,

Engel e Miniard entre tantos outros.

Estes autores foram responsáveis pela evolução dos modelos integrativos

que permitiram compreender como se comporta o processo decisório do

consumidor. Nesta pesquisa, optou-se por utilizar a teoria do modelo integrativo de

Blackwell, Engel e Miniard (2011) para compreender o processo decisório do

consumidor de tomate de mesa no espaço geográfico de Belo Horizonte, Minas

Gerais. Para tanto recorreu-se à triangulação de métodos, conforme recomendam

7 O termo Design Thinking é uma forma de abordar problemas tradicionais de negócio sob múltiplas

perspectivas, ajudando a solucioná-los de maneira mais efetiva, que conduz a novos caminhos. Entre seus tópicos, aparecem: insight, mapa mental, prototipagem, pensamento integrativo e pensamento visual (BROWN, 2008).

Page 28: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

27

Denzin (1989), Cox e Hassard (2005) e Flick (1992), utilizando tanto a pesquisa

bibliográfica sobre a temática como a qualitativa e a quantitativa. Já os dados

levantados nesta última foram analisados utilizando técnicas estatísticas via

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), sendo publicados seus

resultados no formato espacial via software GIS, denominado MAPINFO. O espaço

analisado ficou limitado à área geográfica do município de Belo Horizonte. A análise

das nove regiões administrativas definidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH),

realizada em 2011, por meio da análise comparativa em relação ao resultado geral.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Esta pesquisa tem por objetivo geral: Descrever o comportamento do

consumidor de tomate de mesa em Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a ótica do

processo de decisão de compra, contemplando cinco dos estágios do modelo

proposto por Blackwell, Engel e Miniard (2011).

1.2.2 Objetivos específicos

. Apresentar os fatores motivadores do reconhecimento da necessidade

dos consumidores de tomate de mesa.

. Identificar os agentes influenciadores durante o estágio de busca de

informações do processo de compra de tomate de mesa e verificar como

eles influenciam tal processo;

. Descrever o estágio de avaliação de alternativas durante o processo de

decisão de compra, com ênfase nos atributos considerados importantes além

do conhecimento dos consumidores sobre os tipos de tomates.

. Descrever o estágio de compra do processo de decisório do consumidor de

tomate de mesa.

. Descrever os hábitos de consumo de tomate de mesa, salientando a

frequência de consumo, com base em diferentes locais, tipos de pratos e

produtos derivados que utilizam de tal produto.

Page 29: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

28

. Verificar a existência de diferenças entre as regiões estudadas em relação

ao município de Belo Horizonte para cada etapa do processo decisório de

compra, mediante a integração das técnicas de geomarketing.

Page 30: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

29

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA

2.1 Dados sobre o agronegócio no Brasil e em Minas Gerais

A história do agronegócio coincide com a chegada da agricultura no Brasil,

após seu descobrimento, mais precisamente no final do Ciclo do Pau-Brasil, no

século XVI, por volta de 1550, quando se iniciou o Ciclo da Cana-de-Açúcar. Cabe

ressaltar que naquela época a agricultura era definida por monoculturas e

esquematizada em ciclos e subciclos econômicos.

Buescu (1970) entende por ciclo econômico o período em que determinado

produto se beneficia de uma conjuntura favorável em determinado momento e se

constitui como centro dinâmico da economia, atraindo as forças econômicas e

provocando mudanças em outros setores da sociedade. Já os subciclos econômicos

são definidos como os produtos cultivados paralelamente aos ciclos, mas

necessários à sustentação do produto principal. Outro ponto a considerar sobre o

ciclo econômico é que após o seu auge pode transformar-se em um subciclo.

Tal autor relata que o primeiro ciclo econômico no Brasil foi denominado de

"Ciclo do Pau-Brasil" (1503-1550), seguindo-se o da Cana-de-Açúcar (1550-1650), o

da Pecuária Extensiva (1560), o do Fumo (1642), o da Mineração (1694-1760), o do

Algodão (1780-1790) e o do Café (1825-1930).

Entre 1879-1912, junto com o Ciclo do Café, ocorreu o Ciclo da Borracha, no

Norte do País, em especial na região amazônica, mais especificamente nos estados

do Amazonas, Rondônia e Pará, onde todas as culturas eram definidas de acordo

com os condicionamentos externos e internos.

Entende-se por condicionamento externo as questões econômicas que

envolvem cada ciclo ou subciclo, a elevação das rendas, o aumento de consumo, as

dificuldades do abastecimento do oriente (logística) e a elevação geral dos preços.

De outro lado, o condicionamento interno trata dos fatores ligados à produção, como

recursos naturais, mão de obra, tecnologia e capital (BUESCU, 1970).

Entre estes fatores, o da produção foi evidenciado, de acordo com Lopes

(2005), quando, em 1533, Martim Afonso de Souza desembarcou no Brasil, trazendo

em sua bagagem as primeiras mudas de cana-de-açúcar. O ciclo da Cana-de-

Açúcar foi favorecido no território brasileiro pelo clima tropical e motivado por

questões econômicas, como o aumento da demanda e a elevação do valor do

Page 31: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

30

açúcar no mercado europeu. Em pouco tempo, o Brasil se tornou o maior produtor

mundial deste produto, destacando a agricultura brasileira no cenário internacional,

mais particularmente no mercado europeu.

Na história da agricultura brasileira, dois fatos foram marcantes no século XX:

I Guerra Mundial (1914-1918) e a crise da bolsa de Nova York (1929). Tais fatos

foram determinantes para mudar a situação da agricultura no Brasil, visto que as

mudanças no cenário econômico mundial reduziram as exportações de alimentos

brasileiros e passaram a direcioná-los para o consumo no mercado interno

(CAMARGO FILHO et al., 1994).

Com o fim da Primeira Guerra, por volta de 1918, iniciou-se à diversificação

da agricultura no Brasil, com o começo do processo de industrialização, ocorrido na

capital paulista. Já em 1920, eram percebidas as primeiras movimentações de

algumas culturas, como a da batata e a do milho, assim como a criação de aves e a

pecuária (TARTAGLIA; OLIVEIRA, 1987).

Após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, ocorreu nova

queda de preços, em especial do café, que naquela época era a principal cultura

brasileira e referência no mercado internacional. Este movimento obrigou os

produtores a migrarem para outras culturas, ensejando os primeiros indícios do fim

das monoculturas no Brasil e o início da policultura (CAMARGO FILHO et al., 1994).

Paralelamente ao início da policultura, surgiu a terceira fase da Revolução

Industrial (1930-1956), quando a agricultura passou a ser definida como

agribusiness8 ou filiére9, oriundo da análise das relações entre a agricultura, a

indústria e a distribuição, sendo definida como “uma sucessão de operações de

transformação indissociáveis, podendo ser ligadas entre si, através de um

encadeamento técnico” (MORVAN, 1985, p. 244).

Para o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)

(2013), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio no Brasil, que inclui em seu

cálculo toda a cadeia produtiva, desde os insumos, passando pela agropecuária,

indústria e distribuição, totalizou R$ 879,11 bilhões em 2010 e R$ 917,65 bilhões em

2011, representando um crescimento de 4,38% no período.

8 O termo agribusiness é definido por Ray Goldberg e John Davis como o “conjunto de todas as operações e

transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários 'in natura' ou industrializados”. 9 O termo filière significa cadeia de produção em francês, de acordo com Louis Malassis, do Instituit

Agronomique Mediterranée de Montpellier.

Page 32: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

31

O PIB do agronegócio brasileiro é subdivido em dois setores. De um lado, o

setor agrícola, que em 2011 registrou R$ 638,85 bilhões, representando 69,62%, e,

de outro, o setor pecuarista, que movimentou no mesmo período R$ 278,80 bilhões,

representando 30,38% do PIB do agronegócio brasileiro, de acordo com dados do

CEPEA (2012). Pode-se concluir que o PIB do setor agricultura representou 15,4%

do PIB total brasileiro em 2011, enquanto o PIB da pecuária participou com 6,7%.

No GRÁF. 1, demonstra-se a evolução da participação do PIB do agronegócio

com relação ao PIB total brasileiro entre 2001 e 2011.

Gráfico 1 – Evolução da participação do PIB do Agronegócio no PIB do Brasil entre 2001 e 2011

Fonte: CEPEA/ESALQ-USP (2012)

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2013), o qual

possui metodologia diferenciada do CEPEA para o cálculo do PIB, revelam que o

PIB do agropecuário brasileiro circulou R$ 196,1 bilhões em 2012, representando

4,45% dos R$4.402,5 bilhões do PIB brasileiro em valores correntes, contra R$192,6

bilhões do PIB brasileiro em 2011, gerando um crescimento de 1,82% no período

(IBGE, 2012b).

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE,

a produção agrícola estimada pela somatória das safras nacionais de cereais,

leguminosas e oleaginosas10 para 2013 é de 186,8 milhões de toneladas, contra

10

Produtos: algodão herbáceo (caroço de algodão), amendoim (em casca), arroz (em casca), feijão (em grão),

mamona (em baga), milho (em grão), soja (em grão), aveia (em grão), centeio (em grão), cevada (em grão), girassol (em grão), sorgo (em grão), trigo (em grão) e triticale (em grão).

23,69 25,11 26,45 25,66 23,71 22,91 23,30 23,55 22,25 21,80 22,15

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

% P

art

icip

ação n

o P

IB 2

011

Total (A+B+C+D) A) Insumos B) Agropecuária

C) Indústria D) Distribuição

Page 33: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

32

161,9 milhões de toneladas de 2012, performando um crescimento de 15,4% no

período.

Com relação à área plantada, tal instituto estima que serão utilizadas 52,7

milhões de hectares em 2013 contra 48,8 milhões de hectares em 2012, gerando um

acréscimo de 8,0% no período. Cabe destacar os três principais produtos que

abrangem a produção agrícola nacional: soja, milho e arroz.

No que tange à produção agrícola, podem-se destacar a produção de arroz,

de café, a de cana, a de feijão, a de milho e a de soja. Segundo estimativas do

LSPA, a produção de grãos no Brasil é liderada pelo milho, com 80,5 milhões de

toneladas, sendo 34,3 milhões na primeira safra e 46,2 milhões de toneladas na

segunda, seguindo-se a de soja, com 81,3 milhões, e o arroz com 13,8 milhões

(herbáceo e em casca) (IBGE, 2012b).

O milho e a soja apresentam uma safra crescente em relação 2012: 71,3 e

65,7 milhões de toneladas, gerando um crescimento 12,90% e 29,68%

respectivamente (IBGE, 2012b). Entre as outras culturas, cabe destacar a produção

de café e de cana-de-açúcar.

A produção de café (em grãos), segundo estimativas do IBGE (2012b),

deverá atingir 2,85 milhões de toneladas em 2013, considerando tanto o tipo Arábica

quanto o Canephora, que representam 77,2% e 22,8%, respectivamente, dos tipos

cultivados, em 2,1 milhões de hectares plantados.

Quanto à exportação de café, o Brasil ocupa a primeira colocação no ranking

de países exportadores. Em 2012, o País exportou 1,50 milhão de toneladas, contra

1,79 milhão de toneladas de 2011, apresentando um queda de 19,33% no período.

Mesmo assim, continua representando 32,16% de todo o café exportado, seguido de

Vietnã (16,91%) e Colômbia (7,40%), segundo informações do sítio da Associação

Brasileira das indústrias de Café (ABIC, 2013).

O Brasil também ocupou em 2011 a primeira colocação no ranking dos países

produtores, com 32,42%, seguido de Vietnã (17,93%) e Indonésia (5,43%) tendo,

como base às 134,14 milhões de toneladas do grão produzidas em todo o mundo

(ABIC, 2013).

Outra lavoura de destaque é a de cana-de-açúcar, cuja produção estimada

para 2013 é de 712,3 milhões de toneladas, em 9,49 milhões de hectares plantados,

performando 75 toneladas por hectare, segundo dados do IBGE (2012b).

Page 34: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

33

Quanto à produção animal, ou de pecuária, o ranking é encabeçado pela

carne bovina, seguindo-se a de carne suína e a ovina. Em 2011, foram abatidos 21,7

milhões de cabeças de gado, produzindo 10,3 milhões de toneladas de carne. Deste

total, 1,23 milhão de toneladas (11,94%) teve como destino outros países,

colocando-se o Brasil como o principal fornecedor de carne bovina no mundo, com,

aproximadamente, 20% do mercado global (NEVES, 2012).

Figura 1 - Produção do setor agropecuário entre 2010 e 2011

Fonte: BRASIL (2012)

Quanto ao agronegócio, dados da CEPEA (2013) confirmam que a

participação do estado de Minas Gerais no PIB do agronegócio brasileiro vem

crescendo na última década, saindo de 9,5% em 2001 para 14,69% em 2012,

conforme demonstrado na TAB. 1.

Page 35: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

34

Tabela 1 – Percentual de participação do PIB do agronegócio de Minas Gerais no PIB do agronegócio Brasileiro entre 2001 e 2012

ANO INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 9,61 13,12 6,93 8,83 9,50 2002 9,44 12,19 6,66 8,38 9,04 2003 9,57 11,27 7,13 8,58 9,04 2004 10,02 13,56 6,58 8,95 9,67 2005 11,31 13,15 6,96 8,92 9,63 2006 11,37 15,39 8,2 10,29 11,07 2007 11,38 14,52 8,05 10,15 10,81 2008 12,6 14,38 8,12 10,45 11,09 2009 13,22 14,23 8,94 10,7 11,37 2010 12,33 14,44 10,84 12,04 12,44 2011 13,01 15,44 10,93 12,54 13,06 2012 12,96 16,13 13,3 14,13 14,49

2013(*) 12,47 15,6 13,12 13,96 14,19

Fonte: CEPEA (2013b) Nota: Os dados de 2013 correspondem a uma estimativa do CEPEA.

Dentre os setores que compõem a estrutura do PIB do agronegócio, Minas

Gerais teve importante participação no setor da indústria e distribuição, visto que em

2001 representava 6,3% e 8,83%, respectivamente passando a atingir 13,3% e

14,13%, respectivamente, em 2012. Pode-se concluir que o crescimento no período

foi de 111,1% para o setor da Indústria e 60,0% para o da distribuição, sendo que no

geral Minas Gerais cresceu 65,56%.

A TAB. 2 mostra as culturas mais relevantes no segmento da agricultura,

entre elas a cultura do café, seguindo-se a da cana-de-açúcar, a do milho, a da soja,

a do feijão, a da banana, a do algodão, a da batata-inglesa e a do tomate.

Ainda de acordo com a TAB. 2, entre os produtos que compõem o PIB da

agricultura em 2012, de acordo com a metodologia do IBGE, a categoria

hortifrutigranjeiros possui cinco entre os 13 produtos relacionados em ordem

decrescente de participação: banana, batata-inglesa, tomate, laranja e mandioca,

com uma participação somada de 9,88% na composição do PIB da agricultura

mineira. Na sequência, aparece o tomate, que em 2012 ocupou a nona colocação,

no ranking mineiro no PIB da agricultura mineira, com 2,25%. O fruto ocupa a

terceira posição entre os produtos hortifrutigranjeiros, com uma participação de

22,73%, conforme demonstra a TAB. 2, ficando atrás apenas da lavoura de banana

e da batata-inglesa.

Para a Fundação João Pinheiro, o tomate produzido em Minas Gerais

representou 12,1% de todo o tomate produzido no Brasil em 2012, ocupando o

terceiro estado em produção do fruto (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013)

Page 36: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Tabela 2 - Ponderações utilizadas para o segmento da agricultura no PIB do agronegócio de Minas Gerais entre 2002 e 2013(*) Agricultura 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013(*)

Café 52,95 38,58 29,82 41,11 42,78 49,67 37,00 40,11 36,22 43,14 48,22 42,51

Cana-de-açúcar 7,33 6,09 7,06 6,09 6,75 11,24 12,42 9,46 13,43 15,17 14,06 14,68

Milho 9,67 16,97 18,42 14,14 14,02 10,84 17,31 14,95 12,51 9,69 11,47 12,63

Soja 7,74 12,91 15,98 14,99 11,53 8,78 11,49 11,82 13,63 9,9 9,28 12,07

Feijão 5,55 7,44 8,25 4,74 6,79 4,83 6,53 10,28 5,88 6,43 4,12 6,95

Batata-inglesa 6,33 4,8 6,2 5,06 6,33 4,83 5,9 4,37 7,33 5,61 2,69 3,26

Banana 3,12 3,16 3,58 2,63 2,62 3,47 3,06 2,83 3,41 3,37 2,81 2,61

Tomate 3,35 5,16 4,27 5,5 4,62 2,74 2,91 2,87 3,24 2,14 2,25 2,24

Algodão 0,67 0,8 1,04 1,44 1,29 0,83 0,79 0,56 1,04 1,33 2,75 1,50

Mandioca 0,39 0,52 1,73 1,81 0,93 0,75 1,02 0,86 0,82 0,92 0,79 0,69

Laranja 2,03 2,36 2,24 1,15 1,36 1,31 0,77 1,29 1,97 1,93 1,34 0,68

Arroz 0,87 1,19 1,39 1,32 0,94 0,69 0,79 0,57 0,51 0,36 0,16 0,16

Carvão 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,05 0,01

Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Fonte: CEPEA (2013b) Nota: (*): O ano de 2013 é estimado, sendo o total acumulado entre os meses de janeiro a julho/2013 .

35

Page 37: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Tabela 3 - Produção agrícola entre 2009 e 2012 e o percentual de participação e posição no ranking do estado de Minas Gerais

Produto Unidade

Minas Gerais Brasil

MG/BR (%)

Posição no

ranking estadual em 2012

2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012

Cana-de-açúcar mil toneladas 58.384

60.603

67.732

70.521

591.606

717.464

734.006

675.015 10,4% 2º

Milho mil toneladas 6.537 6.090

6.536

7.625

50.720

55.364

55.660

71.491 10,7% 4º

Soja mil toneladas 2.751 2.902

2.941

3.073

57.345

68.756

74.812

65.706 4,7% 7º

Café em grão (mil toneladas) 1.195

1.504

1.336

1.597

2.440

2.907

2.700

3.063 52,1% 1º

Batata inglesa mil toneladas 1.134

1.144

1.275

1.182

3.444

3.548

3.917

3.382 34,9% 1º

Laranja mil toneladas 750 817

824

864

17.618

18.503

19.811

18.973 4,6% 3º

Mandioca mil toneladas 864 795

816

821

24.404

24.496

25.442

24.314 3,4% 10º

Banana cachos (mil toneladas) 621

654

655

687

6.783

6.969

7.329

6.847 10,0% 4º

Feijão mil toneladas 602 624

583

634

3.487

3.159

3.435

2.826 22,4% 2º

Tomate mil toneladas 478

492

476

445

4.310

4.107

4.417

3.664 12,1% 3º

Abacaxi milhões de frutos 256

222

229

251

1.471

1.470

1.577

1.651 15,2% 3º

Alho mil toneladas 22 19

41

18

87

104

143

108 16,7% 3º

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2012

36

Page 38: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

37

2.2 Dados do tomate no mundo, Brasil e Minas Gerais

O tomate é considerado um fruto pertencente à família das Solanáceas,

composta pelos frutos pimentão, jiló, berinjela e batata. É considerado a hortaliça

mais divulgada em todo o mundo. Seu nome é derivado dos termos astecas como

tomalt, xitomate, xitotomate conforme Long (2000).

Quanto à origem do fruto, tal autora relata que existem duas teorias centrais. A

primeira relata que o tomate teve seus primeiros registros na América do Sul, mais

precisamente na cordilheira dos Andes, na região localizada entre o Peru e o

Equador. Já a segunda descreve que o tomate foi encontrado inicialmente na região

de Puebla-Vera Cruz, no México.

Na Europa, as primeiros registros de utilização do fruto ocorreram por volta do

século XVI, mais especificamente em 1544, na Itália. No Brasil, os primeiros

registros ocorreram no século XIX, mais especificamente por volta de 1930, no

município de Suzano, estado de São Paulo (CAMARGO FILHO et al., 1994).

No que tange à produção de tomate no mundo, dados da Food and

Agriculture Organization of the United Nations (FAO), revelam que a cultura do

tomate ocorre em países localizados nos seis continentes. No ranking de produção

mundial de tomates a China ocupa a primeira colocação, com uma produção de 48,5

milhões de toneladas, seguindo-se a Índia, com 16,8 milhões, e os EUA, com 12,6

milhões. O Brasil ocupa a oitava posição, com 4,4 milhões de toneladas e um

faturamento de 1,63 milhões de dólares, conforme demonstrado na GRÁF. 2

(FAOSTAT, 2012).

Para Razdan e Mattoo (2007), o tomate é um fruto que pode ser produzido

diretamente no campo ou indiretamente em estufas. Independentemente do tipo de

produção, pesquisadores buscam o melhoramento genético de sementes de tomate

de forma contínua, com o objetivo de obter frutos de melhor rendimento e com maior

valor nutritivo.

Tal autor ainda cita que o tomate é uma das hortaliças mais consumidas no

mundo, sendo fonte de vitaminas, minerais e fibras importantes para a nutrição e a

saúde humana. Em seu estado in natura, o fruto é consumido, usualmente, em

saladas, pizzas e molhos caseiros. Quando industrializado, é utilizado de várias

formas na preparação culinária, sendo em forma de suco ou processados na forma

de purês, concentrados, condimentos e molhos.

Page 39: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

38

Gráfico 2 – Principais países produtores de tomate no mundo em 2011

Fonte: FAO (2013)

Devido ao aumento na população mundial, o consumo de tomates vem

crescendo consideravelmente, levando agricultores, agrônomos e horticultores a se

movimentarem em busca de melhores rendimentos, sem perder de vista a qualidade

da produção, de forma a atender às demandas tanto do mercado de tomate de mesa

como do tomate industrial/rasteiro.

Dados da FAOSTAT divulgados no 4º Seminário do Tomate de Mesa relatam

que o Brasil consome 18,5kg do fruto por habitante, ocupando a sétima colocação

no ranking mundial. Lidera a Turquia, com 85,7kg, seguindo-se o Egito e a Itália,

com 84,4kg e 66,1kg respectivamente.

A produção mundial de tomate em 2011 atingiu 142,02 milhões de toneladas,

ocupando uma área de 4,75 mil hectares, segundo dados da FAO (2013).

O Mapa 1 apresenta a distribuição da produção de tomate por país,

contemplando 180 países dos 196 países existentes (91,84%).

Quanto à produção de tomate no Brasil em 2012, foram produzidas 3.665.891

toneladas, contra 4.425.274 em 2011 e 4.114.312 em 2010 (IBGE, 2013b).

Para 2013, estima-se uma produção de 3.938.620 toneladas, gerando uma

recuperação da produção de tomate em relação ao ano anterior, com um

crescimento projetado de 10,29% nas safras de 2013/2012. Cabe destacar que em

2012 a produção de tomate ficou reduzida em 17,18% em relação a 2011 (MINAS

GERAIS, 2013).

17

.95

2.2

56

6.2

18

.28

3

4.6

65

.63

4

3.4

56

.46

1

2.9

95

.41

2

2.5

22

.01

5

2.1

98

.98

7

1.6

32

.23

4

1.3

56

.85

0

95

5.3

22

48

.57

6.8

53

16

.82

6.0

00

12

.62

4.7

00

11

.00

3.4

00

8.1

05

.26

0

6.8

24

.30

0

5.9

50

.22

0

4.4

16

.65

0

3.8

21

.49

0

2.5

85

.00

0

China Estados Unidos da América

Egito Italia Espanha

Valores (em mil dólares) Produção (toneladas)

Page 40: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

39

Mapa 1 - Distribuição mundial da produção de tomate

Fonte: FAOSTAT (2012)

No que tange à produção de tomate no estado de Minas Gerais em 2012,

foram produzidas 444,7 mil toneladas, contra 476,1 mil toneladas em 2011 e 492,3

mil toneladas em 2010, representando 12,13% da produção nacional em 2012,

10,76% em 2011 e 11,97% em 2010 (MINAS GERAIS, 2013).

Para 2013, estimativas do IBGE colocam o estado de Minas Gerais na

terceira posição no ranking nacional de produção de tomate de mesa, com uma

produção estimada de 538.439 mil toneladas, sendo 424.856 mil oriundas do tomate

de mesa e 113.583 mil toneladas oriundas do tomate industrial, de acordo com

dados do IBGE (2013b), superando a produção de 2010, que atingiu 492,3 mil

toneladas.

Ainda em 2013, estima-se que o estado com maior participação na produção

do fruto seja o de Goiás, com 1,33 mil toneladas, seguido por São Paulo, com

675,19 mil, e Minas Gerais, com 538,44 mil.

A TAB. 4 apresenta o ranking de produção do fruto nos estados brasileiros

segundo as estimativas para 2013.

Page 41: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

40

Tabela 4 - Ranking dos principais estados produtores de tomate no Brasil para 2013

Principais estados brasileiros produtores de tomate

Produção em toneladas (*) % Participação

Goiás 1.332.587 33,83%

São Paulo 675.196 17,14%

Minas Gerais 538.439 13,67%

Paraná 281.818 7,16%

Bahia 196.360 4,99%

Demais estados 914.220 23,21%

Total – Brasil 3.938.620 100,00%

Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) Estimativas para 2013 do tomate de mesa e industrial

Quanto à área plantada no estado de Minas Gerais, estima-se para 2013 a

utilização de 7.971 hectares, representando 13,30% do total de hectares estimados

para o Brasil (59.919 hectares) em 2013. Em 2012, Minas Gerais representou

11,88% da área plantada, enquanto que em 2011 tal estado representou 10,62%

(7.362 hectares) dos 69.311 plantados no Brasil (IBGE, 2013b).

O GRÁF. 3 apresenta a evolução do percentual de participação do estado de

Minas Gerais quanto á área plantada e à produção do tomate no Brasil entre 2000 e

2013, segundo dados do IBGE (2013b).

Gráfico 3 - Evolução do percentual de participação do estado de Minas Gerais quanto

a área plantada e a produção de tomate no Brasil entre 2000 e 2013(*)

Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) Os dados para o ano de 2013 são estimados.

A produtividade por hectare projetada para o estado de Minas Gerais em

2013 é de 63,37 toneladas/hectare, contra 65,73 toneladas/hectare do Brasil,

segundo dados do IBGE (2013b).

17,82

15,61 16,21 15,36 15,01

13,76

11,77 12,11 10,82 11,38 10,62

11,88 10,3

20,19

17,44 18,59

17,7 17,88 16,44

12,28 11,99 11,09

11,97 10,76

12,13

13,3

0

5

10

15

20

25

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Área (%) Produção (%)

Page 42: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

41

Alguns municípios mineiros possuem alta produtividade, Araguari,

Turvolândia, Lagoa Formosa, Uberlândia e Pimenta, que juntos devem produzir

113.545 toneladas em 2013, em uma área de 1.587ha, com um rendimento de 71,54

toneladas/hectare, com picos de 85.000 kg/ha como o projetado para Araguari, na

região do triangulo mineiro.

Segundo dados do IBGE (2011), a lavoura do tomate ocupa a décima

segunda posição no ranking valor da produção, R$ 3,2 bilhões segundo os principais

produtos agrícolas brasileiros em 2011. Com relação à quantidade produzida, tal

lavoura ocupou a décima posição, produzindo 4,42 milhões de toneladas (IBGE,

2011).

No que tange à categoria de hortaliças e leguminosas, a cultura do tomate

passou a ocupar a segunda posição no ranking brasileiro, ficando atrás somente da

cultura da banana, evidenciando, assim, a importância da cultura do tomate para a

alimentação da população brasileira (IBGE, 2011).

Em Minas Gerais, as estimativas para 2013 apontam as principais regiões

produtoras de tomate de mesa: Central, com 111,3 mil toneladas; Rio Doce, com

19,7 mil toneladas; e Zona da Mata, com 12,7 mil toneladas.

O Mapa 2 apresenta a distribuição espacial da produção de tomate no estado

de Minas Gerais em 2013, tendo como base as mesorregiões do IBGE.

Mapa 2 - Distribuição espacial da produção de tomate de mesa estimada para 2013, por mesorregião, do estado de Minas Gerais

Fonte: Minas Gerais (2013)

Page 43: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

42

A produção do tomate de mesa estimada para 2013 é de 424,85 mil

toneladas, em 6.704 hectares. A região Central é a principal produtora do estado,

com 27,57%, seguindo-se a Sul de Minas, com 20,79%, a Alto Paranaíba/Triângulo,

com 14,94% (MINAS GERAIS, 2013).

No que tange à área colhida, a região Central representa 25,27% do total do

estado, seguindo-se a Sul de Minas, com 23,69%, e a Alto Paranaíba/Triângulo com

13,76% da cultura do tomate de mesa no estado de Minas Gerais, conforme TAB.5.

Tabela 5 - Informações da lavoura do tomate de mesa nas regiões de Minas Gerais em 2013 (*)

Regiões de MG Área Colhida 2013 Produção 2013 Produtividade

(kg/ha)

Média Estadual

= 100 Hectare % Toneladas %

Central 1.613 25,22% 111.326 27,57% 69.037 9%

Rio Doce 388 6,08% 19.650 4,86% 50.644 -20%

Zona da Mata 204 3,20% 12.435 3,08% 60.956 -4%

Sul de Minas 1.512 23,69% 83.967 20,79% 55.644 -12%

Triângulo 647 10,14% 51.245 12,69% 79.204 25%

Alto Paranaíba 878 13,76% 60.350 14,94% 68.736 9%

Centro Oeste 648 10,15% 45.320 11,22% 69.938 11%

Noroeste 22 0,34% 1.280 0,32% 58.182 -8%

Norte de Minas 394 6,17% 15.296 3,79% 38.822 -39%

Jequitinhonha / Mucuri 77 1,21% 3.014 0,75% 39.143 -38%

Total – MG 6.383 100,00% 403.913 100,00% 63.279 0,00%

Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) estimativa

A produção de tomate em Minas Gerais é direcionada em dois sentidos: para

o consumo, em seu estado in natura; e para industrialização e elaboração de

produtos, como extrato, catchup, molhos, tomate pelado e tomate seco, entre outros

(HERLAND; LARRINUA, 2009).

Dados do IBGE revelam que Minas Gerais possui ambas as rotas, tanto para

o consumo in natura, definido como tomate de mesa, como para o industrial, definido

como tomate rasteiro. De forma a corroborar tal afirmação, em 2011 foram

produzidas 398 mil toneladas do tomate de mesa, destinado ao consumo in natura,

numa área de 6.510 hectares.

No mesmo período, foram produzidos 78 mil toneladas de tomate rasteiro,

destinado ao consumo industrial, em uma área de 852 hectares (IBGE, 2011).

Para Harland e Larrinua (2009), existem dezenas de espécies de tomate, que

podem variar de acordo com sua coloração, diâmetro, tamanho, formato e cor.

Quanto à cor, existem tomates verdes, vermelhos, amarelos, pretos, entre outros.

Page 44: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

43

Entre as principais espécies de tomate de mesa consumidos no Brasil, a Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) Hortaliças cita: Cármen, Caqui,

Cereja, Débora, Holandês, Italiano, Momotaro e Sweet grape (VASCONCELOS,

2009).

2.2.1 Aspecto nutricional do tomate

Quanto a seu aspecto nutricional, o tomate se destaca por ser fonte de

vitamina e sais minerais. Os produtos que contêm o tomate como base são ricos em

licopeno e estão associados a uma reduzida incidência de câncer de próstata

(GIOVANUCCI, 2005).

Quanto a sua composição nutricional, o tomate de mesa se destaca pela

riqueza em vitaminas C, A e K, conforme apresentado na TAB. 6.

Tabela 6 - Quantidade de vitaminas fornecidos por 100g de tomate

Vitaminas

Quantidade por 100g Percentagem da necessidade diária

Vitamina C 12.7 mg 21

Vitamina A 833 IU 17

Vitamina K 7.9 mcg 10

Vitamina B6 0.1 mg 4

Folato 15.0 mcg 4

Vitamina E 0.5 mg 3

Niacina 0.6 mg 3

Tiamina 0.0 mg 2

Riboflavina 0.0 mg 1

Vitamina B5 0.1 mg 1

Vitamina B12 0.0 mcg 0

Vitamina D 0.0 mcg 0

Colina 6.7 mg Betaína 0.1 mg

Fonte: Nast (2013) Nota: Necessidades diárias para adultos e crianças acima de quatro anos, tendo como base o consumo de 2.000 calorias. Os valores diários podem variar para cima ou para baixo, de acordo com as necessidades individuais.

Quanto a sua composição nutricional, o tomate in natura se destaca pela

riqueza de minerais, como potássio e manganês, conforme demonstrado na TAB. 7.

Page 45: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

44

Tabela 7 - Quantidade de minerais fornecidos por 100 gramas de tomate e percentagem da necessidade diária

Minerais

Quantidade por 100g

Percentagem da necessidade diária

Potássio 237 mg 7

Manganês 0.1mg 6

Magnésio 11.0 mg 3

Cobre 0.1mg 3

Fósforo 24.0 mg 2

Cálcio 10.0 mg 1

Ferro 0.3 mg 1

Zinco 0.2 mg 1

Sódio 5.0 mg 0

Selênio 0.0 mcg 0

Fluoreto 2.3 mcg Fonte: Nast (2013)

Nota: Necessidades diárias para afultos e crianças acima de quatro anos, tendo como base o consumo de 2.000 calorias. Os valores diários podem variar para cima ou para baixo de acordo com as necessidades individuais.

É possível que haja alguma variação dos componentes nutricionais do

tomate, dependendo do modo de preparo, seja ele in natura, em molhos ou

enlatados, além do seu tipo e qualidade.

Entre os aspectos nutricionais do tomate de mesa, o que mais chama a

atenção é o alto teor de licopeno, já que este fruto é responsável por 85% do

licopeno consumido. Por isso é considerado um complemento nutricional para a

saúde humana (GALICIA et al., 2008).

Para a saúde humana, o consumo de tomate pode trazer tanto benefícios

como malefícios.

Entre os benefícios, citam-se a prevenção e tratamento do câncer de próstata,

apesar de alguns pesquisadores afirmarem que existem controvérsias a este

respeito (GIOVANUCCI, 2005). Para Fontana et al. (2009) o consumo de tomate

pode ajudar a prevenir o câncer de próstata, considerado a neoplasia mais

diagnosticada entre os homens nos países desenvolvidos e a segunda causa de

morte por câncer.

Outro benefício está relacionado ao combate a doenças cardiovasculares

além do câncer. Publicação da Embrapa que estudos dos anos 80 na Itália já

demonstravam que o consumo de tomate estava associada à redução do risco de

desenvolvimento de doenças crônicas como o câncer e doenças cardiovasculares

(CARVALHO, 2006). A autora relata que uma dieta rica em tomate aplicada em

Page 46: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

45

pacientes diagnosticados com câncer de próstata mostrou regressão da doença,

sugerindo que o fruto possa ser utilizado durante o tratamento, e não somente como

agente de prevenção.

O tomate também é rico em carotenoides, um pigmento natural, disponível

nos alimentos com alto teor de caroteno e licopeno, podendo ser convertido em

vitamina A, trazendo benefícios para a saúde humana. Pelo seu alto teor de licopeno

é considerado por muitos autores como o alimento com maior concentração de tal

pigmento. Dentre suas características, pode-se destacar que o licopeno é um

antioxidante lipossolúvel, que a maior capacidade sequestrante de oxigênio singlete,

responsável pelo tratamento de células cancerígenas (SHAMI; MOREIRA, 2004).

Outro estudo que apoia os benefícios do consumo de tomate, em especial do

licopeno como eficiente inibidor da proliferação celular para prevenir o câncer de

próstata é aquele realizado por Soares Júnior e Farias (2012) entre 2001 e 2011, em

que concluíram que a absortividade do licopeno pode ser aumentada quando se

utilizam derivados do tomate em detrimento ao produto in natura.

O tomate é um alimento que pode ajudar na prevenção do câncer, em

especial o de próstata. Porém, não foi possível definir a quantidade mínima ou a

máxima de licopeno a ser consumido, apesar de ser um carotenoide sem atividade

provitamina A (MORITZ; TRAMONTE, 2006).

Além de ter propriedades antioxidantes e de prevenir o câncer de próstata,

outro benefício do fruto prende-se ao fato de ser uma fonte rica em vitaminas, entre

elas a C e a E, em ácido fólico, em minerais (potássio), em carotenoides

(betacaroteno e licopeno) e em flavonoides. Tem entre seus efeitos o fortalecimento

do sistema imunológico e a inibição de uma enzima que age na síntese do colesterol

(CARVALHO, 2006).

De outro lado, o consumo de tomate também pode ser prejudicial à saúde

humana. Entre os malefícios comprovados, aponta-se o consumo de sua semente

no tratamento de osteoporose, que segundo a Sociedade Brasileira de

Reumatologia (SBR) possui alto teor de ácido oxálico, formando complexos com

cálcio, que são eliminados nas fezes. Tal estudo ainda relata que, apesar de não

haver comprovação científica, existem outros mitos e crenças populares sobre o

consumo do tomate, em especial de sua semente, como, provocar pedra nos rins,

câncer de próstata, hemorroidas, acidez na boca e diverticulite.

Page 47: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

46

2.2.2 Aspectos econômicos e sociais da lavoura do tomate

Quanto ao aspecto econômico, o tomate de mesa demonstra sua importância

no Brasil na composição da cesta básica, calculada mensalmente pelo

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sociais (DIEESE), da ordem de

12 quilogramas por mês nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e de nove quilos nos demais estados brasileiros,

segundo a metodologia de composição da cesta básica (DIEESE, 1993).

Outro ponto de destaque do fruto é sua relevância em relação à inflação.

Entre julho e agosto de 2012, a cultura do tomate foi responsável pela alta no índice

inflacionário, devido ao aumento de 50,33% em seu preço, impactando o grupo de

alimentos e bebidas. Esta alta impactou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Amplo (IPCA), que saltou de 0,08 em junho/2012 para 0,43 em julho/2012, sendo

responsável por 25% do aumento (IBGE, 2012a).

Em 2013, o tomate virou símbolo da inflação dos alimentos no País, citado em

diversos tipos de mídia em todo o território nacional, demonstrando o impacto do

desequilíbrio entre a oferta e a demanda na mesa do brasileiro. Para ressaltar tal

evento, citam-se nos anexos 1, 2, 3, 4, 5 e 6 imagens de revistas, jornais da época

que relatam o impacto do fruto na economia.

Coletou-se no CeasaMinas o preço médio do tomate de mesa praticado em

suas dependências entre janeiro de 2012 e junho de 2013, encontrando-se picos do

fruto nos meses de março 2013 e julho 2012, atingindo R$ 3,28 e R$ 3,39,

respectivamente, conforme demonstra o GRÁF. 4.

Em março de 2012, o quilo do tomate foi comercializado, em média, a R$0,83

em março de 2013, correspondendo a um crescimento de 295% no período. Além

disso, os valores de produção do fruto movimentaram R$3,08 bilhões em 2010,

R$3,4 bilhões em 2012, R$3,72 bilhões em 2012, sendo este último referente

somente à produção do tomate de mesa (MINAS GERAIS, 2013).

Page 48: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

47

Gráfico 4 - Preço médio11

do tomate de mesa no CeasaMinas no período janeiro de 2012 a junho de 2013

Fonte:CONAB (2013

Metodologia aplicada por pesquisadores da Agência Embrapa de InforMação

Tecnologica, apurou que para cada hectare de tomate são gerados entre cinco e

seis empregos diretos e a mesma quantidade de empregos indiretos no Brasil

(VILELA; BOITEUX; CLEMENTE, 2011). Apesar de os dados serem diferentes em

relação à ABCSEM (2011) como é estimada uma área de colheita em 2013 próxima

de a 60 mil hectares, pode-se concluir que são gerados entre 600 mil e 720 mil

empregos diretos e indiretos (MINAS GERAIS, 2013).

2.2.3 Aspectos da cadeia produtiva do tomate

Para esclarecer os elos da cadeia produtiva do tomate de mesa, a FIG. 2

apresenta desde o início da atividade de produção, passando pelos produtores e

atravessadores (indústria, ceasa, distribuidores/atacadistas e varejistas), até o

consumidor final.

11

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o preço médio é uma base de dados que contém preços médios de comercialização e tem por base os preços diários apresentados na página principal do portal do PROHORT

R$1,69

R$1,04 R$0,83 R$0,70

R$1,19 R$1,43

R$3,39

R$2,76

R$1,95

R$1,53 R$1,29 R$1,37

R$2,73 R$2,27

R$3,28 R$2,94

R$1,95

R$1,71

R$-

R$0,50

R$1,00

R$1,50

R$2,00

R$2,50

R$3,00

R$3,50

R$4,00

2012 2013

Page 49: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Figura 2 – Cadeia produtiva do tomate

Fonte: Elaborada pelo autor

Pós Porteira Dentro da porteira Pré Porteira

AMBIENTE INSTITUCIONAL - Instituições do Governo

(MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária)

- Normas Técnicas e Certificações

INSUMOS

PRODUTORES TOMATE INDUSTRIAL

(rasteiro) INDÚSTRIA ATACADO / VAREJO

CONSUMIDOR FINAL

INDUSTRIALIZADO

AMBIENTE ORGANIZACIONAL

- Organização de Extensão Rural (Emater) - Organizações Setoriais Pública e Privadas (FAEMG e SEBRAE MG)

- Organizações de Pesquisa, Educação e Desenvolvimento – EMBRAPA e EPAMIG

AGENTES FACILITADORES

- Operadores Logísticos - Empresas de Crédito

CEASA ATACADO / VAREJO CONSUMIDOR FINAL

IN NATURA

PRODUTORES TOMATE DE MESA

48

Page 50: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

49

Quanto a caracterização dos elos da cadeia produtiva, o primeiro,

denominado de "insumos", representa os fornecedores de sementes, defensivos

agrícolas e adubos entre tantos outros. O elo denominado "produtores" representa

todo o manejo, desde a preparação da terra a ser cultivada até a colheita do fruto. O

elo "agentes atravessadores", é representado pela indústria e pelas Centrais de

Abastecimento S.A.(CEASA), onde o tomate produzido segue para a industrialização

(tomate rasteiro) ou para a comercialização em seu estado natural (tomate de

mesa). O elo "agentes de comercialização e distribuição", é composto pelo

atacado/distribuidor e pelo varejo. O elo "consumidor final" é composto pelo

consumidor de produtos oriundos do tomate industrializado ou do tomate de mesa.

O setor do agronegócio é composto por cadeias produtivas que envolvem

diversos componentes e sistemas produtivos. Compreende o conjunto de atores

sociais interativos, com objetivos similares, porém restritos, de forma a propiciar a

oferta dos produtos a seus consumidores finais (CASTRO et al., 1998). Para outros

pesquisadores, a cadeia produtiva é “uma sequência de atividades produtivas”

(ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000). Pode ser conceituada como “um conjunto de

relações comerciais financeiras que estabelecem entre os estados de transformação

um fluxo de troca entre os fornecedores e clientes” (BATALHA; SILVA, 2001).

Quanto à cadeia produtiva do tomate de mesa, os agentes que a compõe são:

a) fornecedores de insumos; b) produtores; c) Packing-house12; d) distribuidores; e)

varejistas; f) consumidores. A cadeia produtiva também recebe influência direta e

indireta de diversos ambientes, sendo eles: a) ambiente organizacional; e b)

ambiente institucional.

A FIG. 3 apresenta os elos da cadeia produtiva do tomate de mesa, segundo

Castro et al. (1998)

12

O termo em inglês packing-house é conhecido popularmente como “barracão”. Trata-se de uma usina de beneficiamento, onde se possa concentrar o produto de diversos produtores, classificar, lavar, embalar, paletizar e formar cargas para o mercado consumidor (MARINO, 2002).

Page 51: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

50

Figura 3 - Elos da cadeia produtiva do tomate de mesa

Fonte: Adaptada pelo autor (CASTRO et al., 1998)

Na cadeia produtiva do tomate de mesa, a indústria é substituída pelo

packing-house (casa de embalagem), local que recebe o tomate colhido e realiza o

beneficiamento, onde são realizadas as seguintes etapas: recebimento, pré-seleção,

lavagem, secagem, classificação e embalagem (MILLER; WARDOWSKI;

GRIERSON, 2001).

As etapas seguintes de lavagem, secagem e polimento, geralmente, são

realizadas com o uso de equipamentos, enquanto a classificação e a embalagem

podem ser realizadas manualmente, ou não, dependendo do diâmetro e da

coloração (FERRARI; FERREIRA, 2007).

Na ausência da packing-house, dada à inexistência de estruturas nas

principais regiões de produção que concentrem a classificação (embalagem e

rotulagem), os atacadistas das Centrais de Abastecimento acabam assumindo tal

atividade. Após o beneficiamento, o tomate de mesa está pronto para ser

comercializado, na maioria das vezes, com distribuidores especializados (canal

indireto) e diretamente com redes de sacolões, supermercados, mercearias e

restaurantes (canal direto) (ANDREUCCETTI et al., 2005).

Um dos principais canais indiretos de comercialização da safra do tomate de

mesa são nas Centrais de Abastecimento S/A, espalhadas nos principais municípios

brasileiros e nos atacadistas/atravessadores, redes organizadas de sacolões e

supermercados.

Os pequenos varejistas recorrem diretamente às CEASAS para se

abastecerem, independentemente de suas tipologias, podendo adquirir produtos

diretamente no mercado livre dos produtores, local este denominado de “pedra” no

CeasaMinas, onde se concentra a informalidade. Este local também abastece, em

a) Fornecedores

de Insumos b) Produtores

c) Packing-house

d) Distribuidores

e) Varejistas f)

Consumidores

Ambiente Institucional (Instituições do Governo, Normas Técnicas e Certificações)

Ambiente Organizacional (Organizações não governamental, Extensão Rural, Setoriais Privadas e de Pesquisa, Educação e

Desenvolvimento)

Page 52: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

51

muitos casos, os sacolões independentes, as mercearias, os supermercados de

bairro, os restaurantes, os bares e, até mesmo, os feirantes das feiras livre.

Em 2011, a CEASA foi responsável pela comercialização de 728,17 mil

toneladas das 4.425,27 mil toneladas produzidas no Brasil, representando 16,45%

de todo o volume comercializado, levando em consideração a produção do tomate

de mesa e industrial (CONB, 2011).

Estima-se que a produção do tomate industrial no Brasil em 2008 foi algo em

torno de 1.454,1 mil toneladas (CASTRO; BRITO, 2010) ou 3.431,23 mil toneladas

seguindo o IBGE (2012b) participando com 42,38% de toda produção do fruto no

Brasil, enquanto que o tomate de mesa participava com 57,62%.

O IBGE publicou em sua última pesquisa, Pesquisa de Orçamentos

Familiares (POF) (2008-2009) a aquisição média per capita domiciliar anual no Brasil

de diversos produtos de FLV, entre elas, frutas, verduras e legumes, como destaque

para o consumo de tomate de mesa entre as hortaliças mais consumidas, conforme

apresentado na TAB. 8.

Tabela 8 - Aquisição alimentar domiciliar do tomate per capita anual, por grande região - 2008 e 2009

Produto

Aquisição alimentar domiciliar per capita anual (kg)

Brasil

Grande Região

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-

Oeste

Total leguminosas 38,969 42,115 43,587 35,650 32,251 50,167

Total hortaliças 27,075 19,418 22,079 27,995 38,595 26,657

Tomate 4,916 3,688 4,900 4,582 6,012 6,091

Total hortaliças tuberosas e outras 11,255 7,593 8,528 11,382 18,732 10,238

Total frutas 28,863 20,511 26,750 29,740 36,531 25,968

Fonte: IBGE (2010)

Ainda de acordo com a TAB. 8, a Pesquisa Orçamentária Familiar (POF) de

2008-2009, o consumo de tomate atingiu a média de 4,916kg domiciliar per capita

por ano no Brasil, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste, que

consomem 6,012kg e 6,091kg, respectivamente, ocupando a primeira posição

quando comparado com o volume consumido por outras leguminosas e hortaliças,

Page 53: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

52

2.3 Dados do município de Belo Horizonte

Neste estudo, foi utilizada somente a variável população, sendo descartadas

outras, como renda, classe social e grau de instrução, que poderão ser utilizadas

como variáveis para caracterizar a amostra de forma probabilística em futuras

pesquisas.

Quanto ao espaço geográfico, foi escolhido o município de Belo Horizonte,

Capital do estado Minas Gerais, no qual foram coletados os questionários e

definidas as amostra geral e por cota proporcional à população residente nas

regiões administrativas, de acordo com o Censo do IBGE de 2010.

Tal município possui sua localização geográfica compreendida na

coordenada: latitude, 19°55'S e longitude, 43°56'W, conforme demonstrado no Mapa

2.

Mapa 3 - Localização geográfica do município de Belo Horizonte, Minas Gerais - Brasil

Fonte: Google 2013 acesso em 23/7/2013

19°55’S e 43°56’W

Page 54: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

53

O município de Belo Horizonte foi criado em 12 de dezembro de 1897, após

um movimento político que transferiu a Capital do até então município de Ouro Preto

para o arraial Curral del Rey, primeiro nome dado a Belo Horizonte (BELO

HORIZONTE, 2013).

Com apenas 115 anos de história, a cidade é atualmente (2013) uma das

principais metrópoles do Brasil e localiza-se na região central do estado de Minas

Gerais. Para evidenciar a importância quanto à escolha do município, seguem

informações a respeito de PIB, pib per capita, população, área geográfica, renda per

capita e densidade demográfica, além da produção e consumo do tomate de mesa.

De acordo como o Censo de 2010 do IBGE, a população da Capital mineira é

de 2.375.151 habitantes, residentes em um espaço geográfico de 331,4 mil

quilômetros quadrados, gerando uma densidade demográfica de 7.167

habitantes/km².

No que se refere à população total, Belo Horizonte ocupava em 2012 a sexta

posição no ranking de municípios no Brasil e a primeira no estado de Minas Gerais.

Em relação à densidade demográfica, ocupa a terceira posição no ranking brasileiro

das capitais, ficando atrás somente de Fortaleza, com 7.786 habitantes/km², e São

Paulo, com 7.387 habitantes/km², conforme apresentado na TAB. 9.

Tabela 9 - Ranking das capitais brasileiras por densidade demográfica – base censo IBGE 2010 (Continua...)

Capitais População residente

Total Densidade demográfica (hab./km²)

Brasil 190.755.799 22

Fortaleza 2.452.185 7.786

São Paulo 11.253.503 7.387

Belo Horizonte 2.375.151 7.167

Recife 1.537.704 7.037

Rio de Janeiro 6.320.446 5.265

Natal 803.739 4.808

Curitiba 1.751.907 4.024

Salvador 2.675.656 3.859

João Pessoa 723.515 3.421

Vitória 327.801 3.327

Aracajú 571.149 3.140

Porto Alegre 1.409.351 2.837

Maceió 932.748 1.854

Goiânia 1.302.001 1.776

Belém 1.393.399 1.315

Porto Velho 428.527 1.257

São Luiz 1.014.837 1.215

Page 55: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

54

Tabela 9 – Ranking das capitais brasileiras por densidade demográfica – base censo IBGE 2010 (Conclusão)

Capital População residente

Total Densidade demográfica (hab./km²)

Florianópolis 421.240 627

Teresina 814.230 584

Brasília 2.562.963 442

Cuiabá 551.098 163

Manaus 1.802.014 158

Palmas 228.332 102

Campo Grande 786.797 97

Macapá 398.204 62

Boa Vista 284.313 50

Rio Branco 336.038 38

Fonte: IBGE (2010)

Quanto ao pib per capita, a Capital mineira movimentou em 2010 um PIB

próximo de R$ 51,7 bilhões, em valores correntes, de acordo com a metodologia do

IBGE, ocupando a quinta posição no ranking nacional do PIB, gerando um pib per

capita de R$ 21,7 mil reais por ano, fato que a coloca na segunda posição no

ranking mineiro.

Quanto ao potencial de consumo de tomate de mesa, o município de Belo

Horizonte é responsável pelo consumo de 10,89 mil toneladas levando em

consideração a população do Censo de 2010 e a aquisição alimentar domiciliar per

capita anual, definida pela POF 2008-2009 do IBGE para a região sudeste, que é de

4,582 kg/habitante no ano, conforme a TAB. 9.

Quanto à produção de tomate de mesa, a Região Central de Minas, que

engloba o município de Belo Horizonte, é a principal região produtora de tomate de

mesa no estado, correspondendo a 27,38% da produção. Segundo estimativas da

Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA-MG)

para 2013, serão produzidas 111,36 mil de toneladas do fruto em tal região. Conclui-

se que o consumo de tomate de mesa pela população de Belo Horizonte represente

9,78% de todo a produção da Região Central de Minas.

Cabe ressaltar que a Capital mineira possui 100% do seu território urbano;

portanto, sem expressividade na produção, o que coloca o município como o

principal importador municipal do fruto no estado para as regiões produtoras de

tomate de mesa, evidenciando a importância de escolha deste município para

realização desta pesquisa.

Page 56: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

55

3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E O PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA

3.1 Teorias do comportamento do consumidor

A história sobre o comportamento do consumidor de forma científica se inicia

com a publicação de artigos como o do Journal of Marketing, na década de 1950,

por Bilkey (1955) e Clawson (1954), entre outros. O tema ganhou força a partir dos

anos de 1960 com a publicação de livros de Myers e Reynolds (1967) e Engel, Kollat

e Blackwell (1968) embasados em teorias que buscavam descrever, esclarecer e

prever o comportamento do consumidor (LOPES; SILVA, 2011).

Em consulta à central de arquivos no sítio da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no início fevereiro de 2013,

foram levantadas 838 publicações sobre o tema "Comportamento do consumidor"

entre 1996 e 2011, confirmando sua evolução e a relevância entre os pesquisadores

brasileiros ao longo dos anos, conforme GRÁF. 5.

Gráfico 5 - Evolução de publicações sobre o tema "Comportamento do consumidor" na CAPES - 1996

a 2011

Fonte: CAPES (2012)

Diversos autores conceituam o termo comportamento do consumidor, entre

eles Blackwell, Engel e Miniard, Hoyer e Macinnis, Samara, Sheth, Mittal e Newman

e Solomon, como o conjunto de atividade e processos que resultam na aquisição,

consumo e descarte de bens, produtos e serviços em determinado tempo e espaço.

57

29

43 43

61 56

88

76 75

99 93

98

0

20

40

60

80

100

120

2000 a 1996

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Page 57: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

56

Para Blackwell, Engel e Miniard (2011, p. 6), o comportamento do consumidor

é “atividades com que as pessoas se ocupam quando obtêm, consomem e dispõem

de produtos e serviços”.

O termo comportamento do consumidor possui variações, como o

comportamento do cliente, descrito como “as atividades físicas e mentais realizadas

por clientes de bens de consumo e industriais que resultam em decisões e ações,

como comprar e utilizar produtos e serviços, bem como pagar por ele” (SHETH;

MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 29).

Mais especificamente no segmento do agronegócio, destacam-se autores

como Neves et al. (2004), que vem pesquisando a cadeia produtiva em vários

segmentos do agronegócio, e Zylberstein (2000), que acompanha linhas de

pesquisa em sistemas agroindustriais.

Entre os núcleos do projeto de pesquisa, são utilizados como pano de fundo

modelos que demonstram os estágios do processo decisório de compra,

denominados "modelos integrativos". Tais modelos apareceram no final dos anos de

1960, junto com as primeiras publicações que aprofundavam a cognição baseada na

cristalização de processos atitudinais, dando início às formulações dos modelos

integrativos sobre o comportamento do consumidor, por exemplo: Nicosia (1966),

Engel, Blackwell e Miniard (1968), e Howard e Sheth (1969), entre outros.

Até recentemente, autores utilizam tais modelos, como Santana et al. (2012)

que investigaram o comportamento do consumidor em uma rede de supermercados

contemplando seis dos sete estágios do processo decisório de compra, propostos

por Blacwell, Engel e Miniard (2011).

As diversas teorias que englobam o comportamento do consumidor buscam,

de uma forma ou de outra, alternativas para gerar valor aos produtos e serviços com

base nas necessidades e desejos identificados sob o olhar do consumidor.

Procurando identificar as variáveis influenciadoras que fazem parte do processo de

decisão de compra do indivíduo ou de um grupo de indivíduos. Podem ser

segmentada de acordo com a demografia, a psicografia, a socioeconomia e a

geografia (KOTLER; KELLER, 2006).

Dentre as teorias que permeiam os estudos sobre o comportamento do

consumidor, podem-se destacar: a) teoria da racionalidade econômica, b) teoria

comportamental, c) teoria psicanalítica, d) teoria social, e) teoria cognitivista,

conforme (PINHEIRO et al., 2005).

Page 58: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

57

. Teoria da racionalidade econômica - Para Pinheiro et al. (2005), tem como

base a avaliação das interações entre consumidores e produtores em

determinado mercado. Neste sentido, a escolha do consumidor por um

produto ou serviço baseia-se na teoria da racionalidade econômica, que

obedece a um padrão egoísta e maximizador pelo maior benefício ao menor

custo; ou seja, atua em busca da maximização da utilidade. No entanto, é tal

teoria apresenta limitações quanto aos processos psicológicos que permeiam

o comportamento de compra. Para o autor, "a teoria da racionalidade

econômica não leva em consideração as diferenças individuais, sociais e

culturais que permeiam o comportamento de consumo" (PINHEIRO et al.,

2005, p. 19).

Para cobrir a lacuna deixada pela teoria da racionalidade econômica, surge a

psicologia, por volta de 1930, buscando compreender a mente do consumidor e

introduzir três perspectivas teóricas: comportamental, psicanalítica e cognitivista.

. Teoria comportamental - no behaviorismo clássico, que propõe uma

abordagem puramente objetiva e experimental das ciências naturais em

prever e controlar o comportamento dos indivíduos. Ou seja, o

comportamento é uma resposta a um estímulo específico. Esta teoria entende

também que o comportamento reflete a interação do indivíduo com o meio

ambiente e se traduz por meio de estímulos, sendo o consumo um tipo de

comportamento, fruto das reações fisiológicas e comportamentais

observáveis. O autor relata que a teoria comportamental influencia o ambiente

no processo de decisão de compra, além de fornecer métodos e técnicas para

a pesquisa sobre o comportamento do consumidor. No entanto, percebe-se

que a teoria não abordava questões que considerassem os eventos que

ocorrem na mente do consumidor.

. Teoria psicanalítica - é oriunda de Sigmund Freud, no início do século XX.

Descreve que a mente humana é dividida em uma esfera consciente e outra

inconsciente. Ou seja, o comportamento é uma expressão distorcida de

desejos recalcados, localizados no inconsciente. Pinheiro et al. (2005) relata

que esta teoria é muito importante para estudar os processos inerentes ao

consumo, propondo cobrir o que acontece na mente do consumidor durante o

Page 59: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

58

processo decisório. Este entendimento explica o modo como a mente percebe

o id, o ego e o superego como entidades mentais, pois envolve a memória, a

percepção, o julgamento e o pensamento.

. Teorias social (ou antropológicas) - o autor enfatiza que o consumo deve ser

visto como um processo social, por meio de uma avaliação crítica, levando

em consideração os condicionantes históricos, sociais e culturais. Divide-se

em duas linhas. A primeira sob inspiração marxista e a segunda sobre os

hábitos de consumo. Ambas proporcionam uma profunda compreensão sobre

a dinâmica social e cultural que rege os processos de consumo. Tal teoria

entende que o consumo é um processo capaz de construir a identidade social

dos indivíduos diante da posse de produtos. Propõe que tal consumo não

pode ser visto somente como um processo individual e racional, mas sim

também como um processo social e cultural.

. Teoria cognitivista - Pinheiro et al. (2005) se refere a esta teoria como uma

das mais presentes em estudos do comportamento do consumidor,

integrando o produto, o consumidor e o ambiente que envolve o processo de

decisão de compra. Neste sentido, o comportamento deve ser visto como um

processo integrativo, que envolve a “percepção, a motivação, a

aprendizagem, memória, as atitudes, os valores e a personalidade; fatores

socioculturais, como a influência dos grupos sociais, da família, da cultura e

de classes sociais” (PINHEIRO et al., p. 20).

Solomon (2002) destaca sobre a interdisciplinaridade da área do

comportamento do consumidor, já que são envolvidas as áreas da antropologia,

sociologia e psicologia, entre outras. "O campo do comportamento do consumidor é

interdisciplinar, sendo composto por pesquisadores de diversas áreas que

compartilham o interesse no modo como as pessoas interagem com o mercado"

(SOLOMON, 2002, p. 44).

Para Pinheiro et al. (2005, p. 14), a área do comportamento do consumidor

também envolve a interdisciplinaridade. Para ele, trata-se de “é uma área

interdisciplinar que envolve conceitos e ferramentas metodológicas de diferentes

áreas do conhecimento como a psicologia, economia, sociologia, antropologia

cultural, semiótica, demografia e história".

Page 60: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

59

Esta pesquisa adotou a teoria cognitivista como pano de fundo, por considerar

o processo de decisão de compra como parte integrante dos estudos sobre o

comportamento do consumidor.

3.2 O processo decisório de compra

Kotler e Keller (2006) elaboraram o modelo do processo decisório de compra,

dividindo-o em três fases: a) pré-compra, b) compra e c) pós-compra - e cinco

estágios básicos sendo eles: 1º) reconhecimento da necessidade, 2º) busca de

informações, 3º) avaliação de alternativas, 4º) decisão de compra e comportamento

e 5º) pós-compra (FIG. 4).

Figura 4 - Modelo básico do processo de compra

Fonte: Adaptada pelo autor (KOTLER; KELLER 2006)

O autor afirma que nem sempre o consumidor percorre todos os estágios, já

que existem produtos de baixo e de alto grau de envolvimento. O grau de

envolvimento do consumidor no processo de decisão de compra com relação à

compatibilização dos esforços de marketing pode variar de acordo com diversos

fatores, como: preço, motivação/interesse, grau de risco e uso do produto

(AGUSTINI; MINCIOTTI, 2002).

Para a decisão sobre a compra de produtos de alto envolvimento, como os de

consumo durável ou bens de capital, são necessárias várias informações que

permitam ao comprador avaliar sua tomada de decisão.

Krugmann (1979) apresentou uma importante contribuição para o estudo do

alto e do baixo envolvimento no processo de decisão de compra de produtos. As

compras em condições de baixo envolvimento, o comprador a realiza com o mínimo

Fase 1: Pré-Compra Fase 2: Compra Fase 3: Pós-

compra

Reconhecimento das necessidades

Busca por informações

Avaliação das alternativas

Decisão de compra

Comportamento pós-compra

Fases

Estagio

Page 61: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

60

de esforço e comparação, já que não apresentam percepção de riscos, como preço,

interesse, posicionamento social e situação de marca.

A FIG. 5 mostra as diferenças entre o processo de compra de produtos de

alto e debaixo envolvimento e como eles se diferem na passagem pelas fases que

integram os modelos integrativos do processo de decisão de compra.

Figura 5 - Diferenças entre o processo de compra de alto envolvimento e de baixo envolvimento

Fonte: Adaptada pelo autor (ROBERTSON; ZIELINSKI; WARDS, 1984)

3.3 Modelos integrativos: conceitos e características

Dentre os 11 modelos integrativos levantados e relatados na linha do tempo,

conforme a FIG. 6, quatro merecem destaque, por serem considerados mais

completos e abrangentes: Nicósia (1966), de Engel, Kollat e Blackwell (1968), que

foi aprimorado por Engel, Blackwell e Miniard (1978) e o de Howard-Sheth (1969),

de acordo com Minciotti (1987).

Figura 6 - Linha do tempo dos modelos integrativos do processo de compra

Fonte: Adaptado pelo autor (GOLDSTEIN; ALMEIDA, 2000)

Alto Envolvimento

Baixo Envolvimento

•Atenção

•Conhecimento

•Interesse

•Avalição

•Experimentação

•Adoção

•Atenção

•Experimentação / Avaliação

•Adoção

• Sâmara e Morsch

2005

• Sheth, Newman and Gross

1991

• Engel, Blackwell and Miniard

1990

• Holbrook & Hirschman

1989

• Rao & Vilcassim

1985

• Kerby

1979

• Bettman

1979

• Markin

1974

• Engel, Kollat-Blackwell

1968

• Nicosia

1966

• Andreasen

1965

• Howard

1963

Page 62: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

61

Goldstein e Almeida (2000) afirmam que o modelo de Sheth-Newman-Gross,

apesar de não ser bastante difundido, ficou conhecido por ser inovador e por sua

grande capacidade de predição12.

A contribuição brasileira para os modelos integrativos consiste na difusão do

quarto estágio do processo decisório, denominado "avaliação das alternativas", em

“avaliação das alternativas do produto” e “avaliação das alternativas de compra”

(SAMARA; MORSCH, 2005, p. 22).

3.3.1 Modelo de Nicósia (1966)

O primeiro modelo integrativo publicado foi o de Nicósia (1966) cuja ênfase

recai no processo decisório, e não somente no ato de compra. Neste sentido o

modelo enfatiza que o comportamento de compra tem como antecedentes a

pesquisa e a avaliação de informações, sendo estas precedidas pela exposição a

uma mensagem de cunho publicitário (FIG. 7) (LOPES; SILVA, 2011).

Figura 7 – Modelo integrativo de Nicósia (1966)

Fonte: Nicósia (1966)

12

Análise preditiva conecta dados para uma tomada de ação efetiva, desenhando conclusões confiáveis sobre condições de eventos atuais e futuros - Gareth Herschel.

Page 63: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

62

3.3.2 Modelo de Howard-Sheth (1969)

O modelo de Howard-Sheth (1969) (FIG. 8) explica o comportamento de

compra com ênfase no processo de comparação entre diferentes produtos ou

marcas, utilizando-se de três pressupostos básicos: a) racionalidade do

comportamento; b) o caráter sistemático do processo de avaliação e decisão; e c)

ocorrência de qualquer fenômeno externo que venha causar impacto no indivíduo

(LOPES; SILVA, 2011).

Figura 8 - Modelo integrativo de Howard-Sheth (1969)

Fonte: Adaptado por Farley e Ring (1974)

3.3.3 Modelo de Engel, Kollat e Blackwell (1968)

A FIG. 9 apresenta o modelo EKB, de Engel, Kollat e Blackwell (1968),

descreve o foco no processo de decisão, contemplando os cinco estágios: 1º)

reconhecimento do problema, 2º) busca de inforMação, 3º) avaliação das

alternativas, 4º) compra, 5º) resultados. O modelo ainda reforça que em uma

situação de consumo complexa as cinco fases são contempladas, o que não ocorre

em um consumo rotineiro. Como núcleo deste modelo aparecem a busca ativa de

informação e a avaliação.

Fontes Externas de InforMação

Estímulos

Simbólicos / Significativos

Qualidade Preço Serviço Disponibilidade Estímulos Sociais Família Grupo Classe Social

Percepção

Procura de InforMação Sensibilidade à InforMação Viés Perceptual

Aprendizagem

Predisposições Motivações da Escolha Critérios da Escolha Conjunto Evocado

Satisfação

Atitudes e comportamentos

Comportamento de

compra

Intenção

Atitude

Conhecimento

Atenção

Insumos Resultados Importância / Compra / Personalidade / Classe Social / Cultura /

Tempo Disponível / Recursos

PROCESSOS MENTAIS

Page 64: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

63

Figura 9 - Modelo integrativo de Engel, Kollat e Blackwell (1968)

Fonte: Engel, Kollat e Blackwell (1968)

Posteriormente, foi adicionado ao modelo o sétimo estágio, denominado

"descarte" (FIG. 10), que passou a ser denominado de "Modelo de Blackwell, Engel

e Miniard".

3.3.4 Modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011)

Este modelo é uma evolução do EKB (1968-1978), o qual foi refinado por

Engel, Blackwell e Miniard (1986). Procura desenvolver um quadro que organiza o

conhecimento sobre o comportamento do consumidor. Pode-se destacar que tal

modelo possui quatro componentes básicos: estímulos (entradas ou insumos),

processamento de inforMação, processo decisório e variáveis ambientais

(exógenos).

Page 65: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

64

Figura 10 - Modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011)

Fonte: Blackwell, Engel e Miniard (2011)

3.3.5 Modelo de Sheth, Newman e Gross (1991)

O modelo de Sheth, Newman e Gross (1991) baseia-se na premissa

fundamental de que as escolhas de consumo são um fenômeno multidimensional

que envolve múltiplos valores (FIG. 11). Tais autores identificaram cinco, valores

independentes, que impactam as escolhas de consumo: valor funcional, valor social,

valor emocional, valor epistêmico e valor condicional. Este modelo sintetiza a análise

das razões que levam um grupo de consumidores a comprar determinado produto.

Ele examina as razões pelas quais os consumidores escolhem um tipo de produto

ao invés do outro ou, mesmo, uma marca ao invés de outra (LOPES; SILVA, 2011).

Busca Interna

Memória

Exposição

Atenção

Compreensão

Aceitação

Retenção

Reconhecimento da necessidade

Busca da inforMação

Influências ambientais:

Cultura

Classe social Influências pessoais Família

Situação

Diferenças individuais

Recursos do consumidor Motivação e

Envolvimento Conhecimento

Atitudes Personalidade,

Valores e Estilo de Vida

Avaliação das alternativas

Compra

Consumo

Avaliação Pós-consumo

Insatisfação Satisfação

Descarte

Busca Externa

Estímulo

Dominado pelo profissional de marketing Dominado por profissionais não mercadológicos

Page 66: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

65

Figura 11 - Os cinco valores que influenciam o comportamento de compra do consumidor

Fonte: Sheth, Newman and Gross (1991, p. 159)

3.3.6 Modelo de Samara e Morsh (2005)

Samara e Morsch (2005) desenharam o modelo integrativo em cinco estágios

tradicionais. Neste modelo, foi subdividido o terceiro estágio, denominado "avaliação

das alternativas", em “avaliação das alternativas do produto” e “avaliação das

alternativas de compra”, conforme a FIG. 12.

Figura 12 - Modelo integrativo de Samara e Morsch (2005)

Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 22)

Esta dissertação optou em utilizar o modelo integrativo proposto por Engel,

Blackwell & Miniard (2011). Para justificar tal opção, o autor recorreu a Mahajan,

Valor Funcional Valor Condicional Valor Social

Comportamento de compra do consumidor

Valor Emocional

Valor Epistêmico

Busca de Informação

Avaliação das alternativas do produto

Decisão de Compra

Comportamento Pós-compra

Reconhecimento da necessidade

Fatores culturais, sociais, biológicos,

pessoais e situacionais.

Avaliação das alternativas de compra

Page 67: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

66

Muller e Srivastava (1991), que analisaram três questões estruturais dos modelos

integrativos de forma comparativa.

Em primeiro lugar, observou-se a existência das variáveis influenciadoras no

modelo integrativo de Engel, Blackwell e Miniard (2011), enquanto que no modelo de

Howard e Sheth (1969) verificou-se a existência de variáveis exógenas.

No segundo momento, percebeu-se que o modelo de Blackwell, Engel e

Miniard (2011) utiliza o critério de avaliação, enquanto que o modelo de Howard e

Sheth (1969) utiliza o critério de seleção.

Por último, o modelo escolhido centraliza sua atenção no processo de

formação de atitudes e no desenvolvimento da intenção de compra, fator

determinante nesta pesquisa, enquanto que o modelo integrativo de Howard e Sheth

(1969) centraliza na exposição, conhecimento, categoria e dos critérios de seleção e

atitude (TAB. 10) (LOPES; SILVA, 2011).

O resultado desta análise confirma que o modelo integrativo de Engel,

Blackwell e Miniard (2011) foca no "processo de formação de atitudes e no

desenvolvimento da intenção de compra. Além de sugerir que a atenção é uma

função da exposição, da memória e do reconhecimento do problema” (LOPES;

SILVA, 2011, p. 16).

A TAB. 10 apresenta o resumo desta análise comparativa, que determinou a

escolha do modelo integrativo de Engel Blackwell e Miniard (2011) em relação ao

modelo integrativo proposto por Howard e Sheth.

Tabela 10 - Comparativo entre os modelos de Howard & Sheth (1969) e o modelo de Blackwell, Engel

e Miniard (2011)

Modelo de Howard e Sheth Modelo de Blackwell, Engel e Miniard

Variáveis exógenas Variáveis influenciadoras

Atitudes Atitudes

Critérios de seleção Critérios de Avaliação

Viés perceptual Filtro

Fonte: Mahajan, Muller e Srivastava (1991)

O modelo integrativo proposto por Blackwell, Engel e Miniard (2011) estrutura

o processo de decisão de compra em sete estágios: 1º) reconhecimento da

necessidade de compra, 2º) busca de informações, 3º) avaliação de alternativas, 4º)

compra, 5º) consumo, 6º) avaliação pós-consumo e 7º) descarte. Todos serão

descritos na caracterização dos estágios.

Page 68: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

67

Este estudo contemplou uma pesquisa que descreve o comportamento do

consumidor de tomate de mesa em seu estado in natura, com foco em cinco dos

sete estágios propostos.

3.4 Estágios do processo de decisão de compra

Primeiro estágio - Reconhecimento da necessidade

Antes de introduzir o conceito de necessidade, se faz-se necessário entender

a questão da motivação e estímulo.

Motivação refere-se a um estado alterado de uma pessoa, a qual conduz a um comportamento voltado a um objetivo. Ela é constituída de várias necessidades, sentimentos e desejos que conduzem as pessoas a esse comportamento. A motivação começa com a presença de um estímulo que impulsiona o reconhecimento de uma necessidade (MOWEN; MINOR, 2003, p. 86).

Reconhecer uma necessidade consiste em abrir mão de outras, gerando um

conflito motivacional, que aparece em três formas básicas: atração-atração, rejeição-

rejeição e atração-rejeição (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2011).

O conflito atração-atração ocorre quando o consumidor opta por duas ou mais

alternativas desejáveis. O da rejeição-rejeição ocorre quando o consumidor deve

decidir entre duas alternativas indesejáveis. O da atração-rejeição ocorre quando o

consumidor escolhe uma alternativa que no primeiro momento parece atrativa, mas

que no segundo momento não (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2011).

Para que estes conflitos motivacionais sejam solucionados, o consumidor

deve priorizar suas necessidades. É o que sugere a hierarquia de Maslow (1943-

1954), com base na qual algumas necessidades são prioritárias em relação as

outras. Nesta hierarquia, os níveis de necessidades foram definidos como inferiores

e superiores.

O autor ainda destaca que nos níveis inferiores as necessidades fisiológicas

(comida, água e sono), são seguidas pelas necessidades de segurança (proteção) e

sociais (companheirismo, amizade e amor), enquanto nos níveis superiores

aparecem a estima (realização, autoestima e prestígio, etc.), seguida pela

Page 69: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

68

necessidade de auto realização (satisfação pessoal, experiência enriquecedora,

etc.).

Outros autores definem a necessidades sobre outros pontos de vista. Para

Henry Murray (1938), as necessidades dividem-se em primárias e secundárias,

sendo 12 necessidade viscerogênicas13 e 28 necessidades psicogênicas14. Para

Sheth, Mittal e Newman (2001), são cinco as necessidades dos indivíduos:

funcional, social, emocional, epistêmica, situacional. Para Hanna (1980), são sete as

necessidades: segurança física, segurança material, conforto material, aceitação

pelos outros, reconhecimento pelos outros, influência sobre os outros e crescimento

pessoal (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001).

Entre os profissionais das áreas de Psicologia e Marketing destacam alguns

tipos de necessidades, alguns muito amplos e outros muito específicos, como:

fisiológicas, segurança e de saúde, amor e de companhia, recursos financeiros e de

tranquilidade, prazer, imagem social, possuir, doar, informação e variedades

(BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011).

Estudiosos de marketing identificaram outras necessidades específicas que

exercem influência sobre a disciplina, sendo identificadas como de excitação, de

cognição e de atribuição (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001).

O estímulo está associado ao verbo estimular, oriundo do termo stimulus, que

significa incitar a execução de algo, seja uma atividade, uma operação ou uma

função. Percebe-se que o estímulo, muitas vezes, é o resultado de uma resposta. O

modelo estímulo-resposta, ou seja, um esquema que descreve uma resposta

quantitativa perante um estímulo quantitativo, visa estabelecer uma equação

matemática entre o estímulo e a resposta esperada.

Pode-se concluir que motivar ou incentivar um consumidor a comprar um

produto significa associar tal produto a uma necessidade importante. Neste sentido,

o estágio do reconhecimento da necessidade reflete o momento em que o

consumidor deve ser acionado sobre as suas necessidades, de forma a incentivar o

início do processo decisório. Tal autor ainda define este estágio como “a percepção

da diferença entre o que ele ou ela percebem ser o ideal versus o estado atual das

13

Necessidades de natureza biológica, como fome, sede e sono 14

Necessidades que derivam de uma necessidade primária ou são inerentes à estrutura psíquica humana.

Page 70: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

69

coisas”, suficiente para estimular e ativar o processo de decisão (BLACKWELL;

ENGEL; MINIARD, 2011, p. 74).

Cabe ressaltar que quando o consumidor possui um grau de discrepância

inferior a um nível mínimo, não haverá reconhecimento da necessidade. No entanto,

quando o grau de discrepância alcançar determinada intensidade, haverá o

reconhecimento da necessidade (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011).

Neste estágio, se faz importante reconhecer os motivos que levam os

consumidores a ter o desejo e/ou a necessidade de consumir o produto. Uma vez

ativada a necessidade de compra, o processo decisório se inicia. Esta necessidade

pode ser provocada por dois estímulos: interno e externo. O interno prende-se às

necessidades, básicas, por exemplo: fome, sede e sexo; o externo, às percepções

do ambiente.

De acordo com Mowen (1995), vários fatores podem influenciar o estado

desejado ou as aspirações de um consumidor como: a cultura, os grupos de

influência e o estilo de vida. O consumidor sente a necessidade de mudar seu

comportamento, sua maneira de vestir e seus hábitos, adequando-se ao ambiente.

Para Assael (1992) os consumidores buscam os benefícios em relação ao

produto em função de experiências passadas, características, motivos do

consumidor, influências ambientais e ações de marketing.

Experiências passadas - quando o consumidor já teve uma experiência

positiva ou negativa com um determinado produto.

Características - os benefícios/malefícios são condicionados pelas

características demográficas, pelo estilo de vida e pela própria personalidade

do consumidor.

Motivos - experiências passadas e características pessoais podem criar

motivos nos consumidores. Correspondem aos impulsos gerais que definem

uma necessidade e direcionam o comportamento para atender a essa

necessidade. Motivos comuns incluem fatores como posse, economia,

curiosidade, status e prazer. Tais motivos não são específicos para todos os

produtos.

Influência ambientais - ocorre quando os produtos são comprados e usados

em um grupo social, que pode exercer grande influência sobre os benefícios

desejados pelos consumidores.

Page 71: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

70

Ações de marketing - promoção, produto, preço e estratégias dirigidas ao

consumidor no ponto de venda. De maneira geral, os homens de marketing

tentam influenciar o estado atual e o estado desejado pelos consumidores,

desenvolvendo companhas promocionais que liguem seus produtos ou

serviços a uma alta atratividade individual.

Essas variáveis influenciam os tipos de estímulos que o consumidor percebe

por meio de atos e/ou atores, como a propaganda e a opinião de amigos e/ou

vendedores. O resultado pode resultar no reconhecimento de uma necessidade para

determinado produto ou marca.

Após a sua ativação, o consumidor pode distinguir o reconhecimento da

necessidade em dois sentidos. O primeiro é definido como reconhecimento genérico

da necessidade, ou demanda primária, que ocorre quando um produto é do tipo

commodities15; o segundo é oriundo do reconhecimento seletivo de necessidades,

quando o consumidor opta por uma marca ou produto de forma específica.

Os profissionais de marketing têm como objetivo profissional, compreender as

influências individuais e ambientais, para identificar as circunstâncias que

desencadeiam o reconhecimento da necessidades, de modo a desenvolver

estratégias que possam aumentar a competitividade dos produtos e a atratividade

dos consumidores em relação ao seu produto pesquisado. Tais estratégias

englobam os quatro P´s - produto, preço, praça e promoção - e a elaboração de

estratégias dirigidas ao consumidor no ponto de venda.

Segundo estágio - Busca da informação

O segundo estágio, definido como busca da informação, tem por finalidade

realizar uma busca interna e/ou externa para identificar as informações que auxiliem

os consumidores de tomate no decorrer do processo decisório. Denomina-se de

“busca interna” ou “busca externa”.

A “busca interna”, ou “busca na memória”, ocorre quando o consumidor

procura conhecimento e informações, levando em consideração o próprio

conhecimento sobre o produto, adquirido ao longo do tempo, podendo ir além de

15

O termo commodities é o plural de commodity, termo genérico para definir produtos de base, homogêneos, de alto consumo, pouca industrialização, produzido e negociado por várias empresas e com qualidade quase uniforme.

Page 72: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

71

experiências anteriores de compra e consumo (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD,

2011).

A “busca externa” é caracterizada pela procura em diversas fontes de

informação, como revistas, jornais, especialistas e formadores de opinião.

O segundo estágio do processo decisório representa “a ativação motivada de

conhecimento armazenado na memória ou na aquisição de informação do ambiente

relacionado à satisfação potencial de necessidades” (BLACKWELL; ENGEL;

MINIARD, 2011, p. 110).

As fontes de informação são caracterizadas por cinco fontes básicas, de

acordo com Churchill e Peter (2000): a) fontes internas; b) fontes de grupos; c)

fontes de marketing; d) fontes públicas e c) fontes de experimentação.

Entende-se por Fontes internas são aquelas registradas na memória do

consumidor enquanto que as fontes de grupos são os amigos e familiares. As fontes

de marketing são aquelas que compõem o produto, como embalagens, mostruários,

vendedores e propagandas. Já as fontes públicas se caracterizam como fontes

oficiais de dados e informações. As fontes de experimentação se caracterizam pela

dos sentidos sobre os produtos, como cheiro, paladar, visão, tato e audição.

Terceiro estágio: - Avaliação de alternativas

O terceiro estágio, denominado "avaliação de alternativas", ou "avaliação pré-

compra", é aquele em que se faz a escolha entre as alternativas existentes e as

levantadas na etapa anterior, em busca das variáveis que serão utilizadas na

avaliação das alternativas, como volume a ser comprado e preço mínimo e máximo,

além dos possíveis locais onde se encontra o produto.

As variáveis que não agradam são rejeitadas pelo consumidor, já aquelas que

agradam são avaliadas comparativamente em busca da alternativa mais positiva

para o agente do processo decisório. Blackwell, Engel e Miniard (2011, p. 116)

definem o terceiro estágio como, "o modo com o qual as alternativas de escolha são

avaliadas".

É neste estágio que existem diversas maneiras de como avaliar a escolha de

alternativas. Cabe destacar a avaliação preexistente, decorrente de experiências

positivas, em que “a avaliação de alternativas de escolha depende da categoria em

particular em questão” (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011, p. 121).

Page 73: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

72

O processo por partes é conceituado como “a avaliação é uma derivada da

consideração das vantagens e desvantagens das alternativas dentro de importantes

dimensões do produto” (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011, p. 121).

A escolha de alternativas pode ser obtida com base do julgamento sobre a

performance das alternativas, o qual tem como distinção as estratégias de avaliação,

podendo ser compensatórias ou não.

Entre as avaliações não compensatórias, destacam-se a estratégia

lexicográfica na qual “as marcas são comparadas inicialmente a partir do atributo

mais importante” e a estratégia de eliminação por aspectos, onde é imposto limites

em um, ou mais atributos (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011, p. 122).

As avaliações compensatórias podem ser: aditiva simples ou aditiva

proporcional. Na primeira, “o consumidor simplesmente soma ou subtrai o número

de vezes em que cada alternativa é julgada de forma favorável e termos de um

co124unto de critérios salientes de avaliação” (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD,

2011, p. 124). Na segunda, “o consumidor utiliza-se de julgamentos mais refinados

sobre as performances das alternativas do que simplesmente o que é favorável ou

desfavorável. Estes julgamentos são então pesados a partir da importância dada a

cada atributo” (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011, p. 125).

Chitarra e Chitarra (2005) citam que os atributos pode ser de qualidade,

envolvendo as características sensoriais (aparência, textura, sabor e aroma), de

rendimento, do valor nutritivo e de segurança.

Souki (2003) relata que os atributos de qualidade são em ordem de

importância: praticidade, saudabilidade, higiene/aparência, frescura/maciez,

rendimento/versatilidade, teor de gordura e ausência de resíduos e colesterol.

Ribeiro (2012) define que os atributos de qualidade possuem duas

características predominantes. A primeira refere-se aos parâmetros e as exigências

de qualidades intrínsecas aos produtos que, de alguma forma, podem prejudicar o

consumidor após o consumo. A segunda refere-se aos padrões de qualidade de

apresentação, voltando-se para a decisão de compra de um produto. Citam-se como

exemplos de integridade o frescor, o “flavour” e a textura, combinados com suas

propriedades físicas, químicas, sensoriais e nutricionais.

Oliveira, Ferreira e Gutierrez (2012) propõem que os atributos determinantes

da qualidade do tomate de mesa para os atacadistas na Companhia de Entrepostos

e Armazéns Gerais de são Paulo (CEAGESP) são, em ordem de importância:

Page 74: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

73

tamanho (tipo ou calibre), coloração do fruto, ausência de defeitos, durabilidade,

sabor, além das questões legislativas sobre o termo orgânico.

Após levantamento bibliográfico sobre os autores e os atributos de qualidade,

foram selecionados: Chitarra e Chitarra (2005), em seu livro Pós-colheita de frutas e

hortaliças; Souki (2003), em sua tese de doutorado sobre o comportamento do

consumidor de carne bovina; Ribeiro (2012), em sua tese de doutorado sobre a

qualidade de tomate orgânicos e convencionais; e Oliveira, Ferreira e Gutierrez

(2012) no artigo sobre valoração dos atributos de qualidade do tomate de mesa para

atacadistas na CEAGESP.

Quarto estágio - Compra

O quarto estágio, definido como "compra", determina o momento em que os

consumidores se decidem. Define-se aí o quando comprar, o que comprar, onde

comprar e como pagar. Outra característica é se a compra foi totalmente planejada,

parcialmente planejada ou não planejada, sendo esta última definida como "compra

por impulso" (PARENTE, 2011).

Na compra totalmente planejada, o consumidor define o produto e a

marca/qualidade de forma antecipada. Na compra parcialmente planejada, o

consumidor decide comprar um produto, porém a marca/qualidade é definida no

momento da compra. Na compra não planejada, o consumidor define comprar o

produto no ponto de venda (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011).

É neste estágio que surge a importância de entender os fatores e os atributos

que possam ser relevantes para o consumidor efetuar ou rejeitar a compra.

Quinto estágio - Consumo

O quinto estágio inicia na última fase do processo decisório, denominada

"pós-compra". Busca-se explicar o comportamento dos consumidores, seja ele

usuário ou não. Para o Blackwell, Engel e Miniard (2011), faz-se necessário

compreender ambos os comportamentos, visto que entender os usuários é uma

forma de perceber a atratividade e entender os não usuários significa futuras

oportunidades de crescimento.

Page 75: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

74

É neste estágio que o usuário/consumidor define quando, onde e como irá

consumi-lo, além de qual momento, em que quantidade e por quem (BLACKWELL;

ENGEL; MINIARD, 2011).

Sexto estágio - Pós-consumo

O estágio de avaliação pós-consumo se inicia com a experiência do consumo.

As sensações obtidas após o consumo podem ser positivas ou negativas. As

positivas podem ser de prazer, alívio, etc., enquanto que as negativas podem ser de

raiva, chateação, culpa, etc. (BLACKWELL; ENGEL; MINIARD, 2011).

Tal autor ainda evidencia a questão da satisfação ou da insatisfação neste

estágio com as expectativas dos consumidores/usuários, respectivamente, atingidas,

ou não.

Os critérios de julgamento para avaliar a satisfação são visto como um

“sentimento resultante de quando os consumidores fazem uma avaliação positiva ou

estão felizes com uma decisão”. Enquanto que o julgamento de insatisfação ocorre

quando o “sentimento é resultante de quando os consumidores fazem uma avaliação

negativa ou estão infelizes com uma decisão” (HOYER; MACINNIS, 2012, p. 247).

Parente (2000) afirma que a avaliação ocorre com base na avaliação

comparativa entre o real e o esperado, podendo variar de acordo com a magnitude

da diferença. Essa dissonância pode ser em relação ao produto ou ao ponto de

venda, afirma o autor.

Quanto à insatisfação, Solomon (2002) ressalta que o consumidor põe as

respostas diante da situação, podendo ser três formatos: a) reclamação expressiva,

que ocorre a partir do apelo direto ao lojista por uma compensação; b) resposta

particular quando o consumidor demonstra sua insatisfação para amigos e

familiares; e c) resposta de terceiro quanto à utilização de recursos legais, jurídicos

para solução da situação.

Em relação à reclamação, Sheth, Mittal e Newman (2001) definem que são

quatro os estágios do processo de reclamação: 1º) o consumidor confirma sua

decisão; 2º) o consumidor avalia a experiência; 3º) o consumidor avalia o resultado;

e 4º) o consumidor responde aos estímulos gerados e define qual o tipo de resposta.

Page 76: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

75

Sétimo estágio - Descarte

Neste estágio do processo decisório proposto por Engel, Blackwell e Miniard

(2011, p. 86), o “consumidor ou usuário possuem diversas opções, podendo ser o

descarte total, a reciclagem ou a revenda”.

Page 77: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

76

4 METODOLOGIA

A metodologia tem por função demonstrar os caminhos para se atingir os

objetivos de pesquisa. Para Prodanov e Freitas (2009, p. 20) metodologia significa

“aplicação do método através de técnicas” e que ainda pode ser vista como uma

disciplina que explica e auxilia na utilização dos diversos métodos existentes.

Esta pesquisa aborda o seu problema via abordagem quantitativa, na qual

considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números

opiniões e informações para classificá-las e analisá-las mediante o uso de recursos

e de técnicas estatísticas.

Quanto a sua natureza, optou-se pela pesquisa aplicada, na qual se geram

produtos e processos (com finalidades imediatas), com base nos conhecimentos

gerados pela pesquisa básica e pelas tecnologias existentes, de acordo com

(PRODANOV; FREITAS, 2009).

A pesquisa de natureza aplicada tem como motivação a necessidade de

produzir conhecimento, para a aplicação de seus resultados, e de contribuir com

soluções imediatas e práticas nos problemas reais (BARROS; LEHFELD, 2000).

Quanto ao tipo da pesquisa, definiu-se pela pesquisa descritiva, mediante o

levantamento dos fatos sem a interferência do pesquisador, descrevendo as

características do fenômeno e do processo de decisão de compra dos consumidores

de tomate de mesa de uma determinada população, pessoas residentes no

município de Belo Horizonte, e do estabelecimento de relações entre as variáveis.

Quanto ao tipo de levantamento, optou-se survey16 com base em um estudo

transversal único, por se tratar de uma pesquisa que envolve a interrogação, direta e

única a um grupo de pessoas cujo comportamento deseja-se conhecer mediante a

aplicação de um questionário. Tendo em vista as vantagens e as limitações desta

escolha, pode-se dizer que “os levantamentos se tornam muito mais adequados

para estudos descritivos do que para explicativos” (GIL, 2008).

Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 58), este tipo é indicado para

pesquisas sobre preferência eleitoral e comportamento do consumidor. Após a

coleta de dados, iniciou-se a análise quantitativa dos dados, para, em seguida,

formular as possíveis conclusões.

16

O tipo survey deve ser utilizado quando pretende-se “extrair da população-alvo uma amostra de entrevistados e as informações foram obtidas dessa amostra somente uma vez” (MALHOTRA, 2006).

Page 78: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

77

No intuito de assegurar maior entendimento da realidade que permeia o

problema, optou-se pelo procedimento metodológico da triangulação dos métodos

definida como “a combinação de metodologias em um estudo de algum fenômeno”,

(DENZIN, 1978, p. 291). Além de Denzin, vários autores buscaram definir o termo

triangulação, como Cohen, Manion e Morrison (1986, p. 254), que o definem como

"tentativa de mapear, ou explicar mais detalhadamente, a riqueza e a complexidade

do comportamento humano, estudando-o a partir de mais de um ponto de vista", e

Altrichter, Posch e Somekh (1996, p. 117), que afirmam que a triangulação "dá uma

imagem mais detalhada e equilibrada da situação".

Para Uwe Flick (1992), em seu artigo Combining Methods – Lack of

methodology: Discussion of sotirakopoulou & breakwell”, a triangulação de métodos

é vista como uma combinação de métodos, a qual deve ser debatida tendo em vista

a variedade de termos e significados que permeiam o assunto. Neste sentido, tal

autor afirma que a triangulação de métodos deve ser associada com o uso de dois

ou mais métodos de pesquisa e com a estratégia de validar a convergência para o

senso comum.

Em outra publicação do autor, Triangulation reviseted: strategy or for

alternative to validation of qualitative data, de 2002, Uwe Flick sugere que a

triangulação pode ser vista como uma “triangulação de métodos” para maximizar a

validação da pesquisa, seja por meio do método denominado within method, seja

pelo método between-method. O primeiro método sugere a aplicação da

triangulação a partir de diferentes técnicas, enquanto que a segunda evidencia que a

triangulação pretende alcançar os resultados de forma comparativa ou por meio do

uso de métodos diferentes (FLICK, 1992).

Denzin (1970), aponta que além da 'triangulação de métodos” existem mais

três tipos de triangulação: “Triangulação de dados”, “Triangulação de investigador” e

“Triangulação teórica”.

Nesta pesquisa, buscou-se aplicar o conceito de Denzin (1970) e Flick (1992),

ambos pesquisadores clássicos do termo triangulação metodológica, que, segundo

Webb et al (1966) é mais apropriada para uso em pesquisa de mercado.

Neste sentido, optou-se pela utilização do conceito QUALI-QUANTI na

referida pesquisa por meio de múltiplos métodos, técnicas e instrumentos de coleta

e análise dos dados que, de forma integrada, buscaram aqueles que foram

aplicados separadamente, porém interdependente, para fornecer, de forma

Page 79: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

78

integrada, um conjunto mais completo de resultados do que poderia ser alcançado

pela da realização de apenas um só método.

A FIG. 13, apresenta o resumo da metodologia utilizada contemplando as

técnicas de pesquisa e as técnicas de geomarketing, de forma a explicar a utilização

integrada de tais técnicas no decorrer da pesquisa.

Figura 13 – Resumo da metodologia utilizada contemplando as técnicas de pesquisa e as técnicas de

geomarketing

Fonte: Elaborada pelo autor

Após a utilização das técnicas de geomarketing integradas com as técnicas

de pesquisa de mercado, os resultados foram agrupados de acordo com os cinco

estágios do modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011). Para isso, os

blocos de perguntas foram organizados conforme a FIG. 14, que demonstra a

relação entre os estágios do processo decisório e os blocos de pergunta.

Page 80: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Figura 14 - Relação com os blocos de perguntas utilizados no questionário quantitativo para estruturar os estágios do processo decisório proposto no modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011)

Fonte: Elaborada pelo autor Nota: Entende-se por NI – Não incluso; ou seja, as etapas que não foram contempladas no questionário aplicado aos consumidores de tomate de mesa.

Estágio 1 - Reconhecimento da

Necessidade Bloco 2.1 Bloco 3.1 Bloco 3.2 Bloco 3.3

Estágio 2 - Busca da InforMação

Bloco 4.1.2

Bloco 4.1.3

Bloco 4.1.4

Estágio 3 -Avaliação das Alternativas de Compra

Bloco 4.2 Bloco 5.1 Bloco 6.1

Estágio 4 - Compra Bloco 4.3 Bloco 4.4 Bloco 4.8 Bloco 6.2 Bloco 6.3 Bloco 6.4 Bloco 6.5

Estágio 5 - Consumo Bloco 4.5 Bloco 4.6 Bloco 4.7

Estágio 6 - Avaliação Pós Compra

NI

Estágio 7 - Descarte NI

79

Page 81: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

80

De forma a representar os resultados, foram elaborados mapas temáticos,

com a utilização de cores, para demonstrar os resultados obtidos pela amostra em

relação ao resultado geral.

Para recorrer ao uso de cores capazes de representar as variáveis utilizadas

e visualizando os tipos de objetos espaciais e seus atributos por meio do uso de

matiz17, sugere-se o uso de escala de cor, discriminando as categorias nominais.

Neste sentido, foi utilizada uma escala no tom de cinza para representar os

resultados no mapa que contemplam as regiões administrativas. A escala de cor

representa a quantidade de desvios-padrões que cada região administrativa

apresentava em relação à média geral apurada no município de Belo Horizonte.

Para facilitar a visualização dos resultados, elaborou-se uma régua com

diversos tons de cinza, variando desde o tom mais escuro até o tom mais claro, que

representam os desvios-padrões, tanto positivos como negativos, em relação ao

resultado geral. Tal régua possui 61 tons de cinza, que simbolizam os resultados

obtidos para cada região administrativa. Tais tons foram convertidos em dois

padrões, para que pudessem ser replicados em trabalhos futuros: RGB18 e o

CMYK19.

A TAB. 11 apresenta a paleta de cores elaborada pelo autor que será utilizada

para publicar os resultados da análise da amostra das regiões administrativas de

Belo Horizonte em relação ao resultado geral da amostra.

17

Matiz, segundo o dicionário significa diferentes tons por que passa uma mesma cor. 18

RGB é a abreviatura do sistema de cores aditivas formado por vermelho (Red), verde (Green) e azul (Blue). O propósito principal do sistema RGB é a reprodução de cores em dispositivos eletrônicos como monitores de TV e computador, "datashows", scanners e câmeras digitais, assim como na fotografia tradicional. Em contraposição, impressoras utilizam o modelo CMYK de cores subtrativas. O modelo de cores RGB é baseado na teoria de visão colorida tricromática, de Young-Helmholtz, e no triângulo de cores de Maxwell. O uso do modelo RGB como padrão para apresentação de cores na Internet tem suas raízes nos padrões de cores de televisões RCA de 1953 e no uso do padrão RGB nas câmeras Land/Polaroid, pós Edwin Land. 19

CMYK é a abreviatura do sistema de cores formado por ciano (Cyan), magenta (Magenta), amarelo (Yellow) e preto ("Key” do inglês chave, pois é a base). O CMYK funciona devido à absorção de luz, pelo fato de que as cores que são vistas vêm da parte da luz que não é absorvida. Este sistema é empregado por imprensas, impressoras e fotocopiadoras para reproduzir a maioria das cores do espectro visível. É conhecido como quadricromia. É o sistema subtrativo de cores, em contraposição ao sistema aditivo, o RGB. Ciano é a cor oposta ao vermelho, o que significa que atua como um filtro que absorve a dita cor (-R +G +B). Da mesma forma, magenta é a oposta ao verde (+R -G +B) e amarelo é a oposta ao azul (+R +G -B). Assim, magenta mais amarelo produzirá vermelho, magenta mais ciano produzirá azul e ciano mais amarelo produzirá verde.

Page 82: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

81

Tabela 11 - Paleta em tons de cinza para representar os resultados da análise da amostra nas regiões administrativa de Belo Horizonte em relação à amostra geral

(Continua...)

DP Mínimo Máximo R G B C M Y K

- 3,00 - 3,00 - 2,91 255 255 255 0 0 0 0

- 2,90 - 2,90 - 2,81 251 251 251 0 0 0 0,0157

- 2,80 - 2,80 - 2,71 247 247 247 0 0 0 0,0313

- 2,70 - 2,70 - 2,61 243 243 243 0 0 0 0,0470

- 2,60 - 2,60 - 2,51 239 239 239 0 0 0 0,0627

- 2,50 - 2,50 - 2,41 235 235 235 0 0 0 0,0784

- 2,40 - 2,40 - 2,31 231 231 231 0 0 0 0,0940

- 2,30 - 2,30 - 2,21 227 227 227 0 0 0 0,1097

- 2,20 - 2,20 - 2,11 223 223 223 0 0 0 0,1254

- 2,10 - 2,10 - 2,01 219 219 219 0 0 0 0,1410

- 2,00 - 2,00 - 1,91 215 215 215 0 0 0 0,1567

- 1,90 - 1,90 - 1,81 211 211 211 0 0 0 0,1724

- 1,80 - 1,80 - 1,71 207 207 207 0 0 0 0,1880

- 1,70 - 1,70 - 1,61 203 203 203 0 0 0 0,2037

- 1,60 - 1,60 - 1,51 199 199 199 0 0 0 0,2194

- 1,50 - 1,50 - 1,41 195 195 195 0 0 0 0,2351

- 1,40 - 1,40 - 1,31 191 191 191 0 0 0 0,2507

- 1,30 - 1,30 - 1,21 187 187 187 0 0 0 0,2664

- 1,20 - 1,20 - 1,11 183 183 183 0 0 0 0,2821

- 1,10 - 1,10 - 1,01 179 179 179 0 0 0 0,2977

- 1,00 - 1,00 - 0,91 175 175 175 0 0 0 0,3134

- 0,90 - 0,90 - 0,81 171 171 171 0 0 0 0,3291

- 0,80 - 0,80 - 0,71 167 167 167 0 0 0 0,3447

- 0,70 - 0,70 - 0,61 163 163 163 0 0 0 0,3604

- 0,60 - 0,60 - 0,51 159 159 159 0 0 0 0,3761

- 0,50 - 0,50 - 0,41 155 155 155 0 0 0 0,3918

- 0,40 - 0,40 - 0,31 151 151 151 0 0 0 0,4074

- 0,30 - 0,30 - 0,21 147 147 147 0 0 0 0,4231

- 0,20 - 0,20 - 0,11 143 143 143 0 0 0 0,4388

- 0,10 - 0,10 - 0,01 139 139 139 0 0 0 0,4544

- 0,00 - 0,00 0,09 135 135 135 0 0 0 0,4701

0,10 0,10 0,19 131 131 131 0 0 0 0,4858

0,20 0,20 0,29 127 127 127 0 0 0 0,5014

0,30 0,30 0,39 123 123 123 0 0 0 0,5171

0,40 0,40 0,49 119 119 119 0 0 0 0,5328

0,50 0,50 0,59 115 115 115 0 0 0 0,5485

0,60 0,60 0,69 111 111 111 0 0 0 0,5641

0,70 0,70 0,79 107 107 107 0 0 0 0,5798

0,80 0,80 0,89 103 103 103 0 0 0 0,5955

0,90 0,90 0,99 99 99 99 0 0 0 0,6111

1,00 1,00 1,09 95 95 95 0 0 0 0,6268

1,10 1,10 1,19 91 91 91 0 0 0 0,6425

1,20 1,20 1,29 87 87 87 0 0 0 0,6581

Page 83: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

82

Tabela 11 - Paleta em tons de cinza para visualizar a análise dos resultados da amostra das regiões administrativa de Belo Horizonte em relação à amostra geral

(Conclusão)

DP Mínimo Máximo R G B C M Y K

1,30 1,30 1,39 83 83 83 0 0 0 0,6738

1,40 1,40 1,49 79 79 79 0 0 0 0,6895

1,50 1,50 1,59 75 75 75 0 0 0 0,7052

1,60 1,60 1,69 71 71 71 0 0 0 0,7208

1,70 1,70 1,79 67 67 67 0 0 0 0,7365

1,80 1,80 1,89 63 63 63 0 0 0 0,7522

1,90 1,90 1,99 59 59 59 0 0 0 0,7678

2,00 2,00 2,09 55 55 55 0 0 0 0,7835

2,10 2,10 2,19 51 51 51 0 0 0 0,7992

2,20 2,20 2,29 47 47 47 0 0 0 0,8148

2,30 2,30 2,39 43 43 43 0 0 0 0,8305

2,40 2,40 2,49 39 39 39 0 0 0 0,8462

2,50 2,50 2,59 35 35 35 0 0 0 0,8619

2,60 2,60 2,69 31 31 31 0 0 0 0,8775

2,70 2,70 2,79 27 27 27 0 0 0 0,8932

2,80 2,80 2,89 23 23 23 0 0 0 0,9089

2,90 2,90 2,99 19 19 19 0 0 0 0,9245

3,00 3,00 3,00 15 15 15 0 0 0 0,9402

Fonte: Elaborada pelo autor

4.1 Técnicas de pesquisa de marketing

Lakatos e Marconi (1991) entendem por técnicas de pesquisa de marketing

aquelas que compõem a observação direta extensiva que visa obter informações

sobre o mercado para ajudar o processo decisivo nas empresas. Tais técnicas

podem ser: qualitativas ou quantitativas.

Para a obtenção dos dados primários, foram utilizados como técnicas de

pesquisa para a revisão da literatura, a QUALI e QUANTI. Na fase qualitativa, os

instrumentos de coleta foram realizadas com base em entrevistas em profundidade,

via roteiros de entrevistas. Na fase quantitativa, foram aplicados questionários.

Os dados secundários foram obtidos a partir da revisão de literatura sobre o

objeto de pesquisa, o espaço geográfico e teoria utilizada como pano de fundo.

A primeira fase da pesquisa concentrou-se na revisão da literatura, que pode

ser vista como instrumento de coleta de dados e informações no momento em que o

pesquisador aprofunda seu conhecimento sobre o objeto de pesquisa, na

fundamentação teórica a ser aplicada e na metodologia a ser utilizada. Assim, é

possível citar uma série de estudos prévios que servirão como ponto de partida,

Page 84: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

83

além de afunilar o conhecimento do autor. Entre diversos motivos da escolha da

revisão de literatura, destacam-se:

. Reconhecer e dar crédito à criação intelectual de outros autores.

. Indicar que se qualifica como membro de determinada cultura disciplinar

com base na da familiaridade com a produção de conhecimento prévio na

área.

. Abrir espaço para evidenciar que seu campo de conhecimento já está

estabelecido.

A partir da revisão bibliográfica, foi possível reportar e avaliar o conhecimento

produzido e gerado em outras pesquisas, destacar os conceitos, procedimentos,

resultados e discussões, além de conclusões relevantes a serem utilizadas ao longo

da pesquisa, e de verificar a viabilidade e as limitações do estudo.

Consequentemente, foi possível definir os objetivos, o método e os processos a

empregar no trabalho (amostra, instrumentos, procedimentos e técnicas de

pesquisa). Para tanto, procedeu-se à revisão de literatura sobre o objeto de

pesquisa, definido inicialmente como o tomate, e as teorias que permeiam o

comportamento do consumidor, em especial aquelas que englobam os modelos

integrativos do processo de decisão de compra. Ao final deste levantamento

bibliográfico, optou-se por utilizar como pano de fundo o modelo integrativo proposto

por Engel, Blackwell e Miniard (2011) e como objeto de pesquisa o tomate de mesa,

tendo como espaço geográfico os limites do município de Belo Horizonte e as

Regiões Administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte.

Na fase QUALI, foram elaborados quatro roteiros de entrevista, cada um

destinado a um elo da cadeia produtiva (produtores, atravessadores, varejistas e

consumidores finais), com um único intuito: fornecer subsídios para a elaboração do

questionário a ser aplicado na fase quantitativa. Nesta fase, foram realizadas 20

entrevistas em profundidade de forma direta e presencial, sendo cinco para cada elo

da cadeia.

A opção por realizar a entrevista em profundidade é sugerida por Lazzarini

Chaddad e Cook, (2001, p. 8) com base no conceito de netchain20 genérica, que

configura a denominação e a interdependência dos agentes da cadeia produtiva.

20

O termo netchain é definido como o conjunto de redes de produção que consiste de nós entre as empresas (LAZZARINE et al., 2001).

Page 85: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

84

A seleção dos entrevistados ocorreu de forma espontânea e aleatória. No

entanto, para o grupo de produtores e atacadistas tais entrevistas foram realizadas

nas dependências da CeasaMinas na RMBH, enquanto as entrevistas com os

varejistas e consumidores finais ocorreram em locais aleatórios, definidos pelo

pesquisador, no município de Belo Horizonte. Após a realização das entrevistas,

procedeu-se à análise de conteúdo, na qual foram identificadas as contribuições a

serem aprofundadas na fase quantitativa.

Na fase QUANTI, foi elaborado um questionário de pesquisa, com a utilização

de escalas do tipo Likert, que, segundo Malhotra (2006), é amplamente utilizada

quando se faz necessário compreender o grau de concordância ou discordância

sobre as afirmativas a respeito dos objetos de estímulo.

Para melhor estruturar as perguntas, foram utilizadas diferentes escalas no

questionário quantitativo, de forma aprimorar os resultados oriundos das análises

estatísticas aplicadas.

Define-se como escala a extensão da mensuração, conforme Malhotra (2006,

p. 266), sendo esta “uma geração de um continuum no qual se localizam os objetos

medidos”. Nesse sentido, a posição de um indivíduo na escala é baseada em sua

posse ou não do atributo que a escala deve medir. Existem quatro principais tipos de

escala: a) nominal, b) ordinal, c) intervalar e d) razão.

Utiliza-se a escala nominal quando os números têm função apenas de rótulos

ou etiquetas para identificarem e classificarem objetos, não sendo passíveis de

ordenamento.

Para as escalas ordinais, os números refletem uma hierarquia e são utilizados

de forma a indicar até que ponto cada objeto possui determinada categoria.

Entretanto, ela não é passível de indicar a magnitude entre a diferença dos números.

Na escala intervalar, os números servem para pontuar ou classificar objetos,

de tal modo que distâncias numericamente iguais na escala representem distâncias

iguais na característica que está sendo medida. Entretanto, ela não possui um valor

zero que seja absoluto.

A escala razão possui todas as características das demais escalas, além de

conter um zero absoluto.

Para construir os questionários desta pesquisa, foram adotados dois tipos de

escore numéricos no que refere-se à escala do tipo Likert de cinco e 11 pontos

(ANEXO 1; ANEXO 2).

Page 86: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

85

Nas escalas de cinco pontos, iniciou-se com o número 1 para Discordo

totalmente e o número 5 para Concordo totalmente, de acordo com Malhotra

(2006). Além disso foi adicionado a coluna NS (Não sei), para avaliar o

desconhecimento do consumidor sobre o assunto em questão.

Em outro momento, utilizou-se tal escala, sendo o número 1 para

Desconheço este tipo de tomate e o número 5 para Eu conheço bastante este

tipo de tomate.

Por fim, também foi utilizada a seguinte escala, com o número 1 para

Definitivamente não compraria e o número 5 para Definitivamente compraria.

Neste último, não foi necessária a utilização da coluna NS (Não sei).

A escala de 11 pontos teve o número 0 para Baixa importância e o número

10 para Elevada importância. Neste caso, foi adicionado NS (Não sei), além de

outra questão que recebeu o número 0 para Preferência baixa e o número 10 para

Preferência elevada, além da coluna NS (não sei).

A utilização dos escores acima relatados se deve à busca por um maior nível

de precisão em relação às perguntas de maior complexidade, visto que na escala de

cinco pontos o erro amostral é de vinte pontos percentuais, enquanto que na escala

de dez pontos o erro amostral é dez pontos percentuais.

Cabe ressaltar que o acréscimo da coluna NS (Não sei) teve por finalidade

medir o desconhecimento dos consumidores de tomate sobre determinados objetos

abordados, que poderão ser alvo de estudo em trabalhos futuros.

Quanto ao grupo de entrevistados, optou-se por aplicar os questionários de

forma espontânea e aleatória, preferencialmente próximo de locais que revendam o

fruto para o consumidor final, como mercearias, supermercados e sacolões. No

entanto, também foram aplicados questionários, em menor proporção, em

residências e a transeuntes que se declararam consumidores de tomate de mesa.

De forma a garantir a amostra de consumidores de tomate de mesa, foi

inserida a pergunta-filtro com o texto “Você costuma consumir tomate de mesa?”. As

pesquisas validadas tiveram como filtro aquelas em que a opinião do consumidor foi

afirmativa em relação à pergunta.

Após a análise de filtro, os questionários foram geoprocessados pelo CEP da

residência dos participantes. Assim, foi possível atingir a amostra mínima

determinada após a análise do espaço espacial dos respondentes na Capital

mineira.

Page 87: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

86

Para analisar o espaço de Belo Horizonte, foram adotadas como subdivisões

as Regiões Administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte de 2011, modificadas

pelo Decreto Lei 10.231/11, que alterou a divisão entre as regiões Pampulha e

Noroeste, conforme apresentado no Mapa 4 (p. 93).

4.2 Técnicas de geomarketing

Para compreender as técnicas de geomarketing, faz-se necessário recorrer a

sua história, devido aos diversos entendimentos sobre o termo. O geomarketing tem

como princípio a integração de diversas áreas de conhecimento, como economia,

cartografia e marketing, em um único espaço, sendo analisado e publicado pela

ferramenta denominada Sistema de Informações Geográficas (SIG), conforme a FIG.

15 (CAVION; PHILIPS, 2006).

Figura 15 - Principais área de conhecimento que contribuíram para a evolução do Geomarketing

Fonte: Adaptada pelo autor (CAVION; PHILIPS, 2006)

A origem do geomarketing acompanha a evolução das teorias econômicas,

cabendo destacar as contribuições das teorias de Thünen (1966), Weber (1909),

Reilly (1930), Christaller (1933), Lõsch (1941) e Richardson (1969) na busca de

estudos econômicos sobre os fenômenos humanos em um espaço geográfico, o que

ajuda de alguma forma, as soluções das análises espaciais aplicadas as técnicas de

geomarketing.

Entre essas teorias, cabe destacar o estudo de localização, desenvolvido por

Von Thünen, em 1826, voltado para o agronegócio, que propõe a releitura da análise

econômica sobre o espaço geográfico envolvendo culturas agrícolas, distâncias dos

mercados e custos dos transportes.

Geomarketing

1992

SIG

Sistemas de InforMação Geográfica

1984

Mercadologia 1951

Cartografia

1890

Teorias Econômicas

1826

Page 88: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

87

Na ciência cartografica, pode-se dizer que o geomarketing buscou inserir em

seu contexto o conjunto de estudos, operações científicas e artísticas realizadas

para a confecção de mapas ou cartas (charts). No entanto, por convenção, o termo

mapas deve ser utilizado para áreas terrestres, enquanto que o temo cartas deve ser

utilizados para as áreas marinhas (LONGLEY et al., 2013, p. 298).

Observou-se, também, a utilização de outros termos, como charts, que na

ciência estatística, na análise de dados e na publicação dos gráficos, também é

conhecidos pelo próprio termo em inglês, que fornece a representação pictórica 21de

dados estatísticos.

Na ciência mercadológica, o geomarketing pode ser utilizado tanto em

pesquisa mercadológica (BOYD; WESTFALL, 1979) como em administração

mercadológica (ARANTES et al., 1978). No entanto, o termo mercadológica vem

sendo substituído pelo termo marketing, oriundo da língua inglesa (ANDRADE,

2010).

Nos últimos anos, o termo geomarketing, vem ocupando seu espaço em

estudos mercadológicos, por exemplo, em estudos sobre o localização do varejo e

serviços, na gestão e planejamento de marketing e no comportamento do

consumidor, em busca de soluções mercadológicas e competitivas para as

organizações (CLIQUET, 2006).

Quanto à localização do varejo, Cliquet (2006) relata que as técnicas de

geomarketing estão sendo utilizadas para identificar a área de influência de

determinado local e verificar o potencial de consumo.

Com relação ao gerenciamento de marketing, Cliquet (2006) e o Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2012), as técnicas de

geomarketing vêm apoiando gestores no que tange ao Route to Market22 para

decidir sobre a melhor estratégia de escoamento de safras agrícolas, gestão da

21

O termo pictórica remete àquele que concerne à pintura. Uma imagem é pictórica quando produzida por ordenação de pigmentos sobre algum suporte, geralmente, utilizando técnicas de fotografia, desenho, pintura, gravura e outras das Artes Visuais. A imagem pictórica pode ser figurativa, se representar algo existente materialmente na natureza (ou supostamente existente, como no caso de figuras mitológicas, ou abstrata, se não se prender a nenhuma representação material). Em design, o termo se refere principalmente a qualquer representação gráfica não tipográfica ou esquemática. 22

Route-to-market (RTM) é um termo em inglês que representa uma metodologia simples, mas muito poderosa para impulsionar o crescimento rentável das organizações. Disponível em http://paramarketing.com/routes-to-market/.

Page 89: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

88

equipe de vendas e estudos de participação de mercado market share23, entre

outros.

Cliquet (2006) e Ramos (2012) referem-se a utilização do geomarketing em

estudos do comportamento do consumidor para aplicar os modelos gravitacionais e

a predição do comportamento do consumidor nos estudos de valores referente a

informações sociodemográficas e econômicas e na gestão de fluxo de clientes.

Cabe destacar o avanço do geomarketing quanto à disciplina Canais de

Marketing e Distribuição, em busca da expansão e domínio de mercado, integrando

às áreas de marketing, vendas e logística (COBRA; BREZZ, 2010).

Os autores ainda definem que o termo geomarketing também pode ser

denominado como "marketing espacial", ou "geografia de mercado". Segundo

especialistas, o termo foi adotado por volta de 1992 para sintetizar a utilização das

técnicas oriundas de ciências geográficas, demográficas e econômicas no mundo da

administração, em especial na administração mercadológica.

Quanto à área da tecnologia, cabe ressaltar que ela possibilitou a difusão do

termo a partir da evolução do software denominado Sistema de Informações

Geográficas, em inglês (SIG) - Geograph Information Systems (GIS), que segundo

Longley et al. (2013), entendido como uma coleção integrada de programas de

computadores, visando implementar funções de armazenamento, processamento e

visualização de dados e informações em mapas ou cartas.

Cavion e Philips (2006) relatam que o surgimento do geomarketing está

relacionado a quatro aspectos: a) desenvolvimento das teorias econômicas; b)

aparecimento da filosofia de marketing; c) colaboração dada pela geografia; e d)

advento do Sistema de Informação Geográfica (SIG).

A FIG. 16 apresenta a linha do tempo do geomarketing através das diversas

ciências que, de alguma forma, contribuíram para a evolução do geomarketing.

23

Market Share significa participação de mercado, em português. É a fatia ou quota de mercado que uma empresa tem no seu segmento ou no segmento de um determinado produto. Serve para avaliar a força e as dificuldades de uma empresa, além da aceitação dos seus produtos. Disponível em http://www.significados.com.br/market-share/.

Page 90: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

89

Figura 16 - Principais conhecimentos que contribuiram para o Geomarketing

Fonte: Cavion e Philips (2006)

O avanço das técnicas de codificação, modelagem espacial e análise de

dados geográficos a partir do SIG, contribui de forma positiva para aumentar a

precisão das informações, por meio das análises espaciais, denominado como

marketing de precisão possibilitando a manipulação das informações de mercado,

na ótica espacial.

Para Cliquet (2006), os estudos de geomarketing limitaram-se a descrever as

técnicas de codificação em determinada área geográfica, juntamente com algumas

funções associadas a estatística. No entanto, os aspectos espaciais e as

informações geográficas permitem ir muito além destes aspectos, fornecendo

elementos indispensáveis à definição de estratégias, tanto em empresas de varejo

como em empresas industriais e de serviços.

Para melhor definir o termo geomarketing, a FIG. 17 apresenta os principais

autores e seus conceitos sobre o termo.

Sintetizando as definições pode-se arriscar um conceito que resume os

diversos olhares dos autores e que consegue representar a importância do termo

geomarketing para a administração mercadológica.

Geomarketing é um conjunto de técnicas que buscam a integração das ciências geográficas, econômicas e demográficas no contexto mercadológico, via ferramenta denominada Geographic Information System (GIS) – elaborado pelo autor.

Entende-se por técnicas de geomarketing: georreferenciamento,

geoprocessamento e geovisualização. Elas que transformam os dados coletados

(primário e/ou secundários) em informações e informação em conhecimento, por

meio da análise espacial.

1826 - Teoria Econômica (Thunen)

1909 - Teoria

Econômica (Weber)

1930 - Teoria

Econômica (Reilly)

1941 - Teoria

Econômica (Lõsch)

1958 - Marketing da distribuição

1969 - Teoria

Econômica Richardson

1984 - Cartografia

Digital

1992 - Geomarketing

(mercadológico)

1995 - Place Marketing

2006 - Geomarketing

Sustentável

Page 91: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

90

Figura 17 - Principais autores e seus conceitos sobre o termo Geomarketing

Fonte: Adaptada pelo autor (FAGUNDES et al., 2008)

O termo georreferenciamento24 é visto por Longley et al. (2013, p. 124) como

“referência geográfica para identificar registros com localização geográfica”. Para se

caracterizar como referência geográfica, é necessário que “exista somente uma

localização associada a uma dada referência geográfica” e que tal informação “seja

compartilhada entre todos que as desejem”. Além disso, o termo pode obedecer a

vários sistemas de georreferenciamento, como: nome, endereço postal, código

postal, código de área de telefone e latitude/longitude.

A técnica de georreferenciamento apoia-se na visualização de dados em uma

imagem, ou mapa, após a conversão de seus limites em coordenadas geográficas,

obtidas de sistemas de referência, denominados pontos de controle25 (EPUSP,

2006).

24

O termo georreferenciamento pode ser substituído por georreferenciar, geolocalizar e/ou geocodificar (LONGLEY et al., 2013). 25

O termo ponto de controle é o local que oferece uma feição física perfeitamente identificável podendo ser coletada por meio de levantamentos topográficos via Global Positioning System (GPS).

Autores Ano Conceitos de Geomarketing

PITTMAN, 1990 1990 Auxilia os gestores de marketing, fornecendo mapas com

informações mercadológicas.

EXTER, 1992 1992 Facilita a compreensão dos dados referentes a seus hábitos de compras, fornecendo mapas com as informações requisitadas.

BLACK; POWERS; ROCHE

1994 Auxilia o profissional de marketing a responder a diversas formas e

pontos geograficamente específicos, fornecendo mapas com as informações requisitadas.

GOSS 1995

Possibilita aos profissionais de marketing a identificação dos consumidores e o cruzamento de dados referentes aos seus hábitos de compras, fornecendo mapas com as informações

requisitadas.

ARANHA 1996

Utiliza dados georreferenciados e o banco de dados de marketing, para proporcionar a elaboração de mapas com diferentes

informações de marketing que serão utilizados no processo de tomada de decisões da área.

GUROVITZ 1996 Analisa as diferentes informações mercadológicas relacionadas à

localização geográfica, utilizando um sistema de informação geográfica.

(LATOUR; LE FLOC'H, 2001

2001 Serve de apoio à decisão, sendo responsável pela gestão (no

mundo dos negócios e no serviço público) com base na análise do comportamento dos indivíduos no espaço.

YREGOYEN 2003

Engloba dados mercadológicos, hardware, métodos estatísticos softwares e dados georreferenciados, que fornecem informações por meio de mapa que serão úteis para a tomada de decisão de

marketing.

BERKOWITZ et al. 2003 Utiliza mapas eletrônicos para diferentes aplicados

mercadológicas.

CLIQUET, 2006 p.13

2006 "[...] é um conjunto de técnicas de codificação com a divisão

geográfica de forma integrada com algumas funções estatísticas.”

Page 92: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

91

A técnica de geoprocessamento é definida como

[...] uma tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da localização e do processamento de dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos, programas, processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a mapas digitais georreferenciados (ROCHA, 2002, p. 210).

A técnica de geovisualização, segundo Longley et al. (2013 p. 323), utiliza o

termo para sintetizar em mapas temáticos os resultados obtidos, ou seja, para

“explorar, analisar, sintetizar e apresentar os dados espaciais”. Para tanto, é

importante entender as convenções da produção de mapas, de forma a evidenciar a

utilização do mapeamento como uma ferramenta de apoio à decisão e “implica em

múltiplas representações de grandes e complexos conjuntos de dados em tempo

real”.

Elaborar um mapa é um processo criativo, em que o pesquisador transmite a

mensagem, os objetivos e os resultados em mapas. Longley et al. (2013, p. 306)

afirmam que a “concepção dos mapas é um procedimento bastante complexo que

requer a otimização simultânea de muitas variáveis e a harmonização de vários

métodos”.

Para que o mapa atinja seu objetivo principal e seu objetivo secundário faz-se

necessário criar de uma imagem agradável e que retrate a realidade. Ainda para tal

autor, a publicação de mapas deve prever a inserção de elementos como: título,

legenda, corpo, escala, indicador de direção e metadados26.

Robinson et al. (1995) identificaram sete pontos que devem ser verificados na

elaboração de mapas temáticos: propósito, realidade, dados disponíveis, escala do

mapa, público-alvo, condições e limites técnicos (ROBINSON et al., 1995).

Tais mapas temáticos são conhecidos por publicar em unidades geográficas

as informações geográficas analisadas após o cruzamento dos dados oriundos de

diversas fontes de informação. Com a evolução dos mapas digitais, as áreas

geográficas foram divididas em territórios, iniciando-se pela visão macro, com base

no do mapa mundi, passando por continentes, países, regiões, estados,

mesorregiões, microrregiões, municípios e microrregiões, como bairros e setores

censitários.

26

O termo metadados pode ser basicamente definido como "dados que descrevem os dados", ou seja, são informações úteis para identificar, localizar, compreender e gerenciar os dados - IBGE.

Page 93: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

92

A partir destas técnicas de Geomarketing, foi possível elaborar o mapa que

Norteou a coleta de dado nas Regiões Administrativas da PBH por meio do desenho

das áreas, contemplando os limites geográficos para cada região. Quanto aos

limites, utilizou-se como referência o espaço geográfico de cada setor censitário do

IBGE, conforme demonstrado na FIG. 18 com os limites entre as regiões

administrativas da PBH.

Figura 18 - Mapa com os limites entre as Regiões Administrativas da PBH e os setores censitários de Belo Horizonte

Fonte: Elaborada pelo autor (Digibase/PBH)

Após a construção dos mapas com as nove Regiões Administrativas, eles

foram reunidos em um mapa digital contemplando os vetores e os eixos de rua,

adquiridos da empresa denominada de Digibase27. A versão do mapa utilizado

contemplou a atualização das regiões do município de Belo Horizonte em 2011, para

ser utilizado no software Geograph Information System (GIS), fornecido por

empresas como Autodesk, Bentley, ESRI, Intelgraph e Geograph.

Para visualizar as informações do município de Belo Horizonte, foram

inseridos como layer28 as Regiões Administrativas da PBH e os setores censitários

do município de Belo Horizonte, com as informações do Censo do IBGE de 2010,

acessado no sítio http://www.ibge.gov.br/home/. Tais informações contempladas nos

27

Adquirido via sítio http://www.digibase.com.br/novo/index.php 28

Layers é o termo em inglês que significa" camadas". Ou seja, cada layer é uma dado inserido no mapa, de forma organizada. Disponível em: http://www.idcplp.net/archive/doc/georrefIntroducaoSIG_InesPinto.pdf. Acesso em: 27 nov. 2013.

Regional Centro-sul

Regional Leste Regional Noroeste

Regional Nordeste

Limites entre regiões

Limites entre setores censitários do IBGE

Page 94: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

93

setores censitários foram agrupadas e organizadas de acordo com as regiões

administrativas.

Mapa 4 - As nove Regiões Administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte

após o decreto Lei 10.231/11

Fonte: PBH (2011)

Após o cruzamento do Layer que contemplava os setores censitários com as

regiões administrativas, foi possível dimensionar a população residente em cada

uma das regiões, tendo como base o Censo do IBGE de 2010.

A TAB. 12 apresenta o levantamento realizado nas Regiões Administrativas

de Belo Horizonte, de acordo com suas áreas geográficas propostas pela prefeitura

de Belo Horizonte em 2011, que contemplam como variáveis a área geográfica (em

km²), a densidade demográfica (habitantes por km²) e a população residente em

números absolutos.

Page 95: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

94

Tabela 12 - Ranking das noves regiões administrativas da PBH em 2011 quanto à densidade demográfica

Região Administrativa da PBH 2011

População Censo IBGE

2010 Área km²

Densidade Demográfica (Hab./Km²)

Venda Nova 262.183 28,316 9.259,10

Noroeste 331.362 37,364 8.868,60

Oeste 286.118 32,381 8.836,00

Leste 249.273 28,914 8.621,20

Centro-sul 272.285 31,802 8.562,00

Nordeste 291.110 39,578 7.355,30

Norte 212.953 33,441 6.368,10

Barreiro 282.552 53,899 5.242,20

Pampulha 187.315 46,677 4.013,00

Total Geral 2.375.151 332,371 7.146,10

Fonte: IBGE (Censo 2010) Nota: As informações por Região Administrativa estão de acordo com o novo limite vigente a partir de 2011, regulado pela Lei 10.231/11.

Para definir o tamanho da amostra total a ser coletada, utilizou-se o critério de

população finita, com base na variável população do município, tendo em vista que a

população residente em Belo Horizonte é conhecida por meio dos dados do Censo

do IBGE de 2010 e foi estimada de acordo com a equação abaixo:

Em que:

N = tamanho da população

Z = abcissa da normal padrão

p = estimativa da proporção

d = erro amostral

n = tamanho da amostra aleatória simples a ser selecionada da

população

As premissas definidas para estimar o nível de confiança em 95% levou em

consideração que o Z é de 1,96. As variáveis que foram aplicadas para calcular o

tamanho geral da amostra foram:

Em que:

Page 96: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

95

N = 2.375.151

Z = 1,96

p = 0,50

d = 5%

n = tamanho da amostra aleatória simples a ser selecionada da

população

Equação 1 – Equação para o cálculo da amostra total

Inserindo a população residente do município de Belo Horizonte, que,

segundo o Censo do IBGE, em 2010 era de 2.375.151 habitantes, chegou-se à

necessidade de coletar uma amostra mínima de n = 384,098, conforme descreve a

equação abaixo.

Equação 2 – Equação da amostra total

Por arredondamento, ficou estabelecido que a amostra mínima, para atender

às premissas de margem de erro e nível de confiança, seria de 385 questionários

líquidos.

Em seguida, a amostra total foi estratificada por meio da amostragem por

cotas proporcionais, que levou em consideração a população residente em cada

uma das nove Regiões Administrativas da PBH após a aplicação da técnica de

geoprocessamento com os setores censitário em cada uma das regiões.

A TAB. 13 apresenta o cálculo da amostra mínima a ser coletada em cada

uma das Regiões Administrativas da PBH

Page 97: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

96

Tabela 13 - Cálculo da amostra mínima obtida por meio da cotas proporcionais à população em cada uma das Regiões Administrativas da PBH – Prefeitura de Belo Horizonte de 2011

Regiões PBH 2011

População – Censo

IBGE 2010

Domicílios – Censo

IBGE 2010

Número de setores

censitários Pop/dom

Dom/Setor Censitário

% População por Região

da PBH

Amostra Mínima

Venda Nova 266.490 88.535 410 3,01 215,94 11 43

Norte 209.219 68.907 320 3,04 215,33 9 34

Nordeste 289.713 100.331 455 2,89 220,51 12 47

Pampulha 227.476 82.921 413 2,74 200,78 10 37

Noroeste 268.480 98.569 462 2,72 213,35 11 44

Leste 238.807 84.615 392 2,82 215,85 10 39

Centro Sul 282.937 117.159 516 2,41 227,05 12 46

Barreiro 282.552 92.297 431 3,06 214,15 12 46

Oeste 309.477 112.346 535 2,75 209,99 13 50

Total 2.375.151 845.680 3.934 2,81 214,97 100 386

Fonte: Elaborada pelo autor (IBGE, 2011; PBH, 2011)

4.3 Análise estatística dos dados

A análise estatística aplicada foi a descritiva, com o objetivo de condensar as

informações, de modo a melhorar a percepção geral dos dados coletados e

tabulados, descrevendo o comportamento das variáveis que compõem a amostra

geral, representada pelos 415 questionários válidos.

Em seguida, foram analisadas as medidas de tendência central (média e

mediana) e de dispersão dos dados (como desvio padrão, amplitude e quartis), além

dos gráficos de frequência disponibilizados no formato de pizza ou barra

(SWEENEY; WILLIANS; ANDERSON, 2008).

Nesta pesquisa, foram utilizadas medidas de tendência central, em que a

média representa a somatória de todas as respostas divididas pelo número de

indivíduos que responderam às perguntas, enquanto que a mediana representa a

posição central de um conjunto de dados quando este está ordenado de forma

crescente.

Quando os valores mínimos e máximos estão muito distantes, a média passa

a configurar uma ideia pior da centralidade dos dados. Neste caso, a mediana se

torna uma medida mais adequada (SWEENEY; WILLIANS; ANDERSON, 2008).

O autor relata que após a relação das medidas de dispersão dos dados,

foram empregados os cálculos de amplitude e o desvio-padrão. Tanto a amplitude

como a média apresentaram o problema de serem sensíveis a valores extremos.

Page 98: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

97

Assim, utilizou o desvio-padrão que representa a variabilidade média dos dados.

Quanto maior o desvio-padrão maior a variabilidade, representando, assim, uma

distância grande dos valores em relação à média.

Outra medida utilizada para calcular a distribuição dos valores são os quartis,

que agrupam um conjunto de dados. Primeiramente, são ordenados em ordem

crescente e, depois, divididos em quatro partes iguais, sendo que cada parte é

contemplada com 25% da amostra. No primeiro quartil, apresenta-se a distância

entre o valor mínimo e os 25% da amostra. O segundo quartil é o mesmo que a

mediana, ou seja, o valor que divide os dados ao meio. O terceiro quartil representa

por um lado 75% da amostra, considerando desde o valor mínimo até ele, e por

outro lado 25% dos dados, considerando sua posição até o valor máximo (DANCEY;

REIDY, 2006).

A estatística descritiva é considerada univariada, pois cada variável é

analisada de forma individual. Entretanto, foi empregada, além deste tipo de análise,

a estatística bivariada, de modo a comparar os comportamentos das variáveis nas

nove Regiões Administrativas de Belo Horizonte.

Em primeiro lugar, as variáveis intervalares foram padronizadas em seu valor

Z29. Isso significa que eles passaram a representar sua distância em desvios-

padrões em relação ao valor médio, que, no caso, é o valor considerando a amostra

geral de Belo Horizonte. O valor Z foi calculado usando a média, o desvio-padrão da

variável e o valor que cada indivíduo atribuiu (SWEENEY; WILLIANS; ANDERSON,

2008).

No caso das variáveis intervalares, foi aplicada a análise univariada de

variância, definida como ANOVA. Esta técnica estatística serve para determinar,

com base em uma medida dependente, se várias amostras são oriundas de

populações com médias iguais (HAIR et al., 2009). Neste sentido, a análise de

variância (ANOVA) consiste na análise da variabilidade total de um conjunto de

dados (medida pela sua soma total dos quadrados) em componentes que podem ser

atribuídos a diferentes fontes de variação. As múltiplas comparações de grupos de

tratamento são feitas determinando em um único teste se o conjunto inteiro de

29 Valor Z: Zi =

s

xxi , sendo que Zi é a contagem-z para

ix ; x é a média da amostra total e s o

desvio padrão da amostra.

Page 99: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

98

médias de amostras sugere que as amostras foram obtidas a partir da mesma

população geral.

Duas estimativas independentes da variância para a variável dependente (a

que se quer estudar) são comparadas entre as amostras. Uma reflete a variabilidade

geral de respondentes dentro dos grupos e outra representa as diferenças entre

grupos atribuíveis aos efeitos de tratamento (HAIR et al., 2009).

Na análise de variância, as hipóteses testadas foram (SWEENEY; WILLIANS;

ANDERSON, 2008):

H0: μ1 = μ2 = μ3 = .... = μk

H1: Nem todas as médias populacionais são iguais

Dessa forma, para testar as hipóteses, utilizou-se o teste F, que é a relação

entre a estimativa Entre grupos e a estimativa Dentro do grupo. Mede-se, dessa

forma, a quantidade de variância atribuída aos diferentes tratamentos versus a

variância esperada a partir de amostras aleatórias. Com base nesse resultado, a

hipótese nula é rejeitada caso a estatística do teste seja inferior a 5%. Entretanto,

quando as variáveis não apresentam homogeneidade de variância faz-se mais

adequada a utilização do teste de Brown-Forsythe, que é mais robusto quando

existe tal violação (HAIR et al., 2009).

Sweeney, Willians e Anderson (2008) orientam que, caso a hipótese nula seja

rejeitada, deve-se realizar um novo teste de modo a observar par a par as categorias

que apresentam diferença de média, denominado Teste de Bonferroni com ajuste

para mais de duas amostras.

Para as variáveis ordinais, foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis, por ser um

teste não paramétrico, o que o torna mais adequado às variáveis mensuradas por

meio de escalas ordinais, como é o caso desta pesquisa.

Tal teste não utiliza os dados numéricos diretamente, mas sim os postos

ocupados por eles, após a ordenação por valores ascendentes desses dados. A

ordenação numérica é feita separadamente em cada uma das amostras (no caso,

das nove regiões administrativas), e não em conjunto. A hipótese H0 revela que as

posições das regiões administrativas no ranking são iguais. A hipótese H1 revela

que pelo menos uma das posições das regiões no ranking é diferente para a

população do estudo (PORTNEY; WATKINS, 2000).

No caso das variáveis ordinais, não foi empregado nenhum teste para

verificar as diferenças par a par, porque eles não são facilmente empregados e não

Page 100: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

99

estão disponíveis no software estatístico utilizado para realizar as análises,

caracterizando-se assim, como limite de pesquisa.

Para identificar os atributos mais importantes nos estágios do processo de

decisão de compra dos consumidores de tomate de mesa, foi realizada a análise

fatorial exploratória. Também, foi avaliado o Alfa de Cronbach dos fatores

encontrados, de modo a avaliar sua confiabilidade. Tal análise foi realizada de forma

a reduzir os dados em menos variáveis que conseguissem explicar boa parte da

escala (HAIR et al., 2009).

Para o método de extração, utilizaram-se os componentes principais,

enquanto que para o método de rotação utilizou-se o varimax. De outro lado,

utilizou-se para definir o número de fatores o critério do eigenvalue, que representa a

quantidade da variância do construto que é explicada por cada fator, sendo que

somente fatores com eigenvalues superior a 1 foram considerados (HAIR et al.,

2009).

Para verificar se a aplicação da AFE foi adequada, avaliaram-se a medida

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de Bartlett (TEB). O primeiro

(KMO) refletiu o quanto do percentual da variância dos dados poderá ser atribuíd a

um fator comum, variando entre 0,000 e 1,000, e deverá ser superior a 0,500

(MALHOTRA, 2006). Já o TEB atestou que a matriz de correlação populacional não

é uma identidade adequada à aplicação da análise fatorial. Tal hipótese é

confirmada quando a significância do teste é inferior que 1%.

Após garantir que foi adequada a aplicação da AFE, foi verificada a variância

explicada (VE), na comunalidade e na carga fatorial. A primeira refletiu o quanto as

variáveis em conjunto conseguiram explicar a variação do construto (HAIR et al.,

2009), sendo que um mínimo adequado para esta medida é de 50% a 60%

(MALHOTRA, 2006).

Já na comunalidade e na carga fatorial, foram aplicadas avaliações das

variáveis em relação ao construto. A comunalidade refletiu o quanto cada variável

compartilha a variância com todas as outras incluídas na análise, enquanto que a

carga fatorial refletiu o quanto cada variável tem de importância na definição do

construto (fator).

Para ambas as medidas, os valores superiores a que 0,400 atestaram a

adequação da variável. Além disso, uma carga fatorial não pode apresentar valor

Page 101: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

100

muito semelhante nos dois fatores ou mais, sob risco de ter de ser eliminada (HAIR

et al., 2009).

Após definir o número de fatores e verificar se eles são válidos, utilizou-se o

Alfa de Cronbach (MALHOTRA, 2006), o qual representou a proporção da variância

total da escala atribuída ao verdadeiro escore do construto latente que está sendo

mensurado (NETEMEYER; BEARDEN; SHARMA, 2003). Tal medida varia de 0,00

a 1,00, sendo que quanto mais próximo de 1,00 maior a confiabilidade da escala

Malhotra (2006), no entanto os valores aceitáveis de confiabilidade devem ser

superiores a 0,600.

A TAB. 14 apresenta os valores de adequação para o KMO, o TEB, a VE, a

comunalidade, a carga fatorial e o Alfa de Cronbach.

Tabela 14 – Critérios para a adequação da solução fatorial

Medida Parâmetros de aceitação

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) > 0,600

Teste de Esfericidade de Bartlett (TEB) Valor significativo inferior a 1%

Variância explicada (VE) > 50%

Comunalidade (h²) > 0,400

Carga fatorial (CF) > 0,400

Alfa de Cronbach > 0,600

Fonte: Hair et. al. (2005); Mingoti (2005); Malhotra (2006)

Ao final, as respostas individuais para cada variável foram transformadas em

scores fatoriais, que funcionam de maneira semelhante ao valor Z.

Além das análises acima, foi utilizado o este “t” de diferença de média para

amostras pareadas, para comparar o nível de conhecimento antes e após o estímulo

dos tipos de tomate. O objetivo deste teste é fazer afirmações sobre a média de uma

população com relação a duas características ou dois tratamentos diferentes

(COHEN, 1988). Nesse tipo de teste a hipótese da pesquisa foi:

H0 (hipótese nula): μd = 0

H1 (hipótese alternativa): μd ≠ 0

A hipótese H0 revela que as médias testadas são iguais. A hipótese H1 revela

que as médias testadas são diferentes para a população do estudo. Caso a

significância do teste seja inferior a 5%, rejeita-se a hipótese nula de que as médias

são iguais (LEVINE et al., 2000).

Page 102: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

101

A TAB. 15 apresenta a relação dos tipos de variável utilizada no questionário,

a estatística utilizada para análises e os testes realizados para comparar as

respostas entre as Regiões Administrativas em todos os estágios do processo

decisório de compra do consumidor de tomate de mesa.

Tabela 15 – Relação de tipos de variáveis e análises estatísticas aplicadas no questionário (Continua...)

Questões Tipo de variável

Estatística utilizada para amostra geral

Testes utilizados para comparar as respostas entre as Regiões

Administrativas

B2.1.1 Nominal Frequência -

B2.1.2 Ordinal Frequência

Não foi realizado, devido à baixa variabilidade dos dados, uma vez que praticamente todos os respondentes marcaram ser positiva ou muito positiva.

B3.1.1 a B3.1.5

Intervalar Quartis, mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni.

B3.2.1 a B3.2.8

Intervalar Quartis, mínimo, máximo, média e desvio padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni

B3.3.1 a B3.3.5

Intervalar Quartis, mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni.

B4.1.1 a B4.1.11

Nominal Frequência Não adequada ao cruzamento.

B4.2.1 a B4.2.22

Intervalar

Mínimo, máximo, média e desvio-padrão das variáveis e dos fatores encontrados na análise fatorial

Realização de análise fatorial e do teste das confiabilidades dos fatores para a criação dos scores fatoriais e a aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni.

B4.3.1 a B4.3.6

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis.

B4.4.1 a B4.4.3

Intervalar Mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média

B4.5a a B4.5f

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis

B4.6.1 a B4.6.3

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis.

B4.7.1 a B4.7.7

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis.

B4.8a a B4.8d

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis

B5.1.1 a B5.1.6 menos B6.1.1 a B6.1.6

Intervalar

Teste de diferença de média para amostras pareadas e mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni.

B6.2.1 a B6.2.6

Ordinal Frequência Teste de diferença de Kruskal-Wallis.

B6.4.1 a B6.4.6

Razão Mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni

Page 103: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

102

Tabela 15 – Relação de tipos de variáveis e análises estatísticas aplicadas (Conclusão)

Variáveis Tipo de variável

Estatística utilizada para amostra geral

Testes utilizados para comparar as respostas entre as Regiões Administrativas

B6.5.1 a B6.5.6

Intervalar Quartis, mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Transformação em Z scores e aplicação de teste paramétrico de diferença de média com correção de Bonferroni

B7.3 Razão Mínimo, máximo, média e desvio-padrão

Não foi realizado por não ser um dos objetivos da pesquisa.

B7.4 Nominal Frequência Não foi realizado por não ser um dos objetivos da pesquisa

B7.5 Ordinal Frequência Não foi realizado por não ser um dos objetivos da pesquisa.

B7.6 Ordinal Frequência Não foi realizado por não ser um dos objetivos da pesquisa.

B7.7 Nominal Frequência Não foi realizado por não ser um dos objetivos da pesquisa.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Para agregar valor aos resultados da pesquisa obtidos, aplicaram-se as

técnicas de geomarketing para produzir mapas temáticos, os quais foram agrupados

em cada um dos estágios propostos no modelo integrativo Blackwell, Engel e

Miniard (2011).

Para Longley et al. (2013, p. 301) os mapas “são importantes ferramentas de

comunicação e de apoio à decisão e têm uma importante função a desempenhar em

muitas atividades econômicas, ambientais e sociais”.

Entretanto, os mapas também possuem suas limitações, já que podem ser

utilizados para distorcer ou ocultar mensagem, de forma acidental ou intencional,

além de ser uma única realização de um processo espacial e que, muitas vezes, são

criados usando regras, simbologia e convenções complexas e que podem ser de

difícil compreensão e interpretação, de acordo com (LONGLEY et al., 2013).

Tal autor cita, ainda, os princípios de concepção de mapas, em que que para

o tomador de decisão interpretar seus atributos, faz-se necessária a publicação dos

resultados, que envolve a utilização de símbolos gráficos, seja por pontos (PDV,

residências, etc.), ou por linhas (estradas, ruas, limites de municípios), ou em áreas.

Page 104: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

103

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo, apresentam-se os resultados da amostra que caracterizam o

perfil e o processo de decisão de compra do consumidor de tomate de mesa na

Capital mineira. Os dados coletados para a pesquisa foram organizados com o

intuito de estabelecer as relações entre os dados obtidos, o problema da pesquisa e

o embasamento teórico proposto no modelo integrativo de Blackwell, Engel e

Miniard (2011).

5.1 Caracterização da amostra da pesquisa

A amostra total da pesquisa é constituída por 415 questionários válidos,

coletados de forma presencial e aleatória. Tal amostra está caracterizada no Mapa 5

e nos GRÁF. 6, GRÁF. 7, GRÁF. 8, GRÁF. 9, GRÁF. 10 e GRÁF. 11.

O GRÁF. 6 demonstra a quantidade de consumidores de tomate de mesa

participantes em cada uma das Regiões Administrativas em relação à amostra

mínima. Tem por objetivo demonstrar e validar a amostra por cotas proporcionais

descritas na TAB. 12.

Gráfico 6 – Comparativo entre a amostra mínima e o número de questionários válidos para cada Região Administrativa

Fonte: Dados da pesquisa

43

56

44

34

47

47

48

47

49

415

37

50

44

34

39

46

46

47

43

386

Questionários Validos Amostra Mínima

Page 105: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

104

Para ressaltar tal validação, os questionários coletados foram

geoprocessados e geopublicados.

O Mapa 5 apresenta as Regiões Administrativas da PBH, com a dispersão

geográfica dos consumidores de tomate de mesa para cada Região Administrativa

do município de Belo Horizonte.

Mapa 5 – Dispersão geográfica dos consumidores de tomate de mesa por Região Administrativa de Belo Horizonte

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto ao gênero, dos 415 questionários válidos 292 pertencem ao sexo

feminino (70,36%) e 123 ao sexo masculino (29,64%), conforme demonstrado no

GRÁF. 7.

Page 106: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

105

Gráfico 7 - Número dos entrevistados, por gênero

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto a faixa etária, 264 consumidores (63,6%) relataram possuir entre 25 e

54 anos, com destaque para a faixa de 45 a 54 anos, com 97 consumidores (23,4%)

da amostra total. Percebe-se que participaram consumidores desde os 14 até os 85

anos. A idade média dos entrevistados foi de 42 anos e o desvio-padrão foi de 15

anos, conforme apresentado no GRÁF. 8.

Gráfico 8 – Número dos entrevistados, por faixa etária

Fonte: Dados da Pesquisa

123

292

0

50

100

150

200

250

300

350

Masculino Feminino

7

46

89

78

97

58

31

9

Até 17 anos De 18 a 24 anos

De 25 a 34 anos

De 35 a 44 anos

De 45 a 54 anos

De 55 a 64 anos

65 anos ou mais

NR

Mínimo: 14 anos Máximo: 85 anos Média: 42 anos Desvio-padrão: 15 anos

Page 107: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

106

O GRÁF. 9, apresenta a renda familiar da amostra. Pode-se destacar que 213

consumidores (51,3%) apresentaram renda familiar na faixa de “até R$ 2.000” e o

restante 48,7% acima de R$ 2.001.

Gráfico 9 - Número dos entrevistados, por faixa de renda familiar

Fonte: Dados da pesquisa

Com relação à escolaridade, a mais citada pelos consumidores de tomate de

mesa foi o “ensino médio”, com 180 (43,4%) dos 415 consumidores, seguido pelo

“ensino fundamental”, com 94 consumidores (22,7%). A menor participação foi de

consumidores com “mestrado/doutorado”, com cinco consumidores (1,2%), conforme

demonstrado no GRÁF. 10.

Gráfico 10 - Número dos entrevistados, por escolaridade

Fonte: Dados da pesquisa

213

82

36

23

14

12

10

8

17

0 50 100 150 200 250

Até 2.000

De R$ 2.001 a 3.000

De R$ 3.001 a 4.000

De R$ 4.001 a R$ 5.000

De R$ 5.001 a 6.000

De R$ 6.001 a 7.000

De R$ 7.001 a R$ 8.000

De R$ 8.001 a 9.000

Acima de R$ 9.000

6

35

94

180

29

42

20

5

4

0 50 100 150 200

Não possui

Primário

Ensino fundamental

Ensino médio

Superior incompleto

Superior completo

Especialização

Mestrado/doutorado

NR

Page 108: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

107

Com relação ao estado civil, 208 entrevistados relataram ser casados

(50,1%); 120, consumidores solteiros (28,9%), 48 consumidores são

divorciados/separados (11,6%); e 25, viúvos (6%), conforme o GRÁF. 11.

Gráfico 11 - Número dos entrevistados, por estado civil

Fonte: Dados da pesquisa

Preocupou-se em obter uma amostra diversificada, contemplando aquelas

válidas em todas variáveis e para cada uma das faixas. No entanto, devido a

limitações de orçamento, tais características poderiam ter sido aplicadas por cotas

proporcionais para cada característica da população de Belo Horizonte, tornando-se

uma variável probabilística, tanto na amostra total como na amostra estratificada. Tal

fato deve ser considerado como limitação de pesquisa e poderá ser aplicado em

futuras pesquisas sobre o tema.

5.2 Caracterização dos estágios do processo decisório

Para visualizar os resultados de pesquisa, estes foram agrupados de acordo

com os cinco estágios propostos no modelo Blackwell, Engel e Miniard (2011).

Entretanto, os resultados serão apresentados levando em consideração a análise da

amostra geral e, em seguida, a análise da amostra estratificada, as quais geraram

os dados para a construção dos mapas temáticos.

5.2.1 Análise do primeiro estágio - Reconhecimento da necessidade

Blackwell, Engel e Miniard (2011) postulam que o primeiro estágio do

processo decisório refere-se ao reconhecimento da necessidade. Nele, estágio é

208

120

48

25 14

0

50

100

150

200

250

Casado / União estável

Solteiro Divorciado / Separado

Viúvo NR

Page 109: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

108

possível perceber que a imagem que o consumidor faz em relação ao fruto está

associada ao modo de consumo. Também é possível perceber claramente alguns

dos principais motivos que o levam a reconhecer a necessidade de comprá-lo. Além

disso, podem-se identificar as expectativas quanto aos benefícios e malefícios ao

consumir o tomate de mesa.

Quanto a imagem do fruto, os consumidores citaram palavras que, de alguma

forma, simbolizavam o tomate de mesa independente da sua avaliação: negativa,

neutra ou positiva. As palavras citadas que possuíam sentido semelhante foram

agrupadas, para facilitar a compreensão do autor quanto à imagem que os

consumidores tenham sobre o objeto de estudo.

Entre os 415 consumidores participantes da amostra, 190 (48,6%) citaram a

palavra salada, seguindo-se molho, por 29 (7,4%) dos consumidores, e

ketchup/extrato de tomate/massa de tomate por 25 (6,4%) dos consumidores,

enquanto que as demais palavras representaram juntas, 37,6% das citações.

Tais resultados confirmam a associação do fruto com os modos de consumo

apresentados no livro Tomato: a guid to the pleasure of choosing growning and

cooking, de Harland e Larrinua (2009, p. 140) que apresenta diversos modos de

consumo do tomate de mesa, apontando-se entre os mais citados: “saladas”,

“molhos”, “ketchup” e “sopas”. Cabe destacar que tais modos, foram citados por 244

(62,4%) dos 391 consumidores que responderam a esta pergunta.

Com relação à avaliação da palavra citada, 239 (98%) dos consumidores

relataram que ela palavra possuía uma avaliação positiva sobre o fruto, sendo elas

“salada”, “molho” e “catchup”. De outro lado, entre as palavras que conotaram uma

avaliação negativa aparecem, por ordem de citação: agrotóxico, acidez, ruim e seco,

conforme demonstra a TAB. 16.

Page 110: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

109

Tabela 16 – Ranking das palavras citadas sobre o tomate de mesa e a avaliação da imagem percebida

Palavra

Avaliação da palavra

Negativa Neutra Positiva

n % n % n %

Salada 0 0,0 2 0,5 188 48,1 Molho 0 0,0 2 0,5 27 6,9 Catchup / extrato de tomate / massa de tomate 0 0,0 1 0,3 24 6,1 Prevenir doença / saúde 0 0,0 0 0,0 15 3,8 Alimento / comer / comida / complemento alimentar 0 0,0 0 0,0 14 3,6 Fruta 0 0,0 0 0,0 14 3,6 Alface / horta / hortaliça / verdura 0 0,0 0 0,0 13 3,3 Adoro / delicioso / gostoso 0 0,0 0 0,0 11 2,8 Legume / cebola 0 0,0 0 0,0 9 2,3 Tomate 0 0,0 1 0,3 8 2,0 Vermelho 0 0,0 0 0,0 8 2,0 Macarrão / Macarronada / Massas 0 0,0 0 0,0 7 1,8 Laranja / Maçã 0 0,0 0 0,0 5 1,3 Vitamina 0 0,0 0 0,0 5 1,3 Vinagrete 0 0,0 0 0,0 4 1,0 Paladar / sabor 0 0,0 0 0,0 3 0,8 Gala / Cereja / tomatinho 0 0,0 0 0,0 3 0,8 Pizza 1 0,3 0 0,0 1 0,3 Almoço 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Atrativo aos olhos e paladar 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Azeite 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Bife 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Cabe bem com arroz 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Comida boa 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Dieta 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Doce 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Licopeno 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Maionese 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Pequeno 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Plantação 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Potássio 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Rodela 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Sacolão 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Sal 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Suco 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Tempero 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Tomate bem cuidado 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Tomate com ovo 0 0,0 0 0,0 1 0,3 Agrotóxico 2 0,5 0 0,0 0 0,0 Acidez 1 0,3 0 0,0 0 0,0 Ruim 1 0,3 0 0,0 0 0,0 Seco 1 0,3 0 0,0 0 0,0

Total 6 1,5 6 1,5 379 96,9

Fonte: Dados da pesquisa

Foi possível perceber que a maioria dos consumidores de tomate de mesa

avaliou a imagem do fruto como “positiva” e/ou “muito positiva”, sendo relatado por

379 (96,93%) dos consumidores respondentes, de acordo com a TAB. 17.

Page 111: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

110

Tabela 17 - Avaliação da imagem percebida sobre o tomate de mesa

Avaliação N = amostra % válido % total

Muito negativa 2 1 0,5

Negativa 4 1 1,0

Neutra 6 2 1,4

Positiva 263 67 63,4

Muito positiva 116 30 28,0

Total de respostas válidas 391 100 -

Não respondeu 24 - 5,8

TOTAL 415 - 100

Fonte: Dados da pesquisa

Com relação aos motivos que levaram os consumidores de tomate de mesa

a reconhecer a necessidade de comprar o fruto, foram apresentados cinco possíveis

motivos os quais receberam notas numa escala de 1 a 5, sendo 1 para "Discorda

totalmente com a afirmação" e 5 para "Concorda totalmente com a afirmação".

Pôde-se concluir que o consumidor de tomate de mesa concorda plenamente

com todos os motivos apresentados, tendo a nota média variado entre 4,46 a 4,81.

Entre os motivos, os consumidores concordam que o tomate de mesa, além de

tornar os pratos “mais bonitos”, deixa os pratos “mais saborosos”, atingindo notas de

4,81 e 4,75, respectivamente, conforme demonstrado na TAB. 18.

Tabela 18 – Motivos que levam as pessoas a reconhecer a necessidade de consumir o tomate de mesa

Motivo

Número de respondentes Nota

Média Desvio padrão

Mínimo Máximo

Quartis

Válidos Ausentes 1° 2°

(Mediana) 3°

Combina com outros alimentos

415 0 4,70 0,69 1 5 5 5 5

É saboroso 415 0 4,75 0,58 1 5 5 5 5 Faz bem para a saúde 414 1 4,72 0,58 2 5 5 5 5 Torna os pratos mais bonitos

414 1 4,81 0,45 2 5 5 5 5

Dá um odor agradável para comida

413 2 4,46 0,94 1 5 4 5 5

Fonte: Dados da pesquisa

Page 112: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

111

Com base no teste de diferença de média e na correção de Bonferroni, os

resultados demonstraram que entre os possíveis motivos que levam os

consumidores a reconhecer a necessidade de comprar o tomate de mesa dois

apresentaram diferenças estatísticas quando analisados separadamente nas regiões

administrativas: o tomate de mesa torna os pratos mais bonitos e dar um odor

agradável a comida, conforme demonstra a TAB. 19.

Tabela 19 – Possíveis motivos que levam as pessoas a reconhecer a necessidade de comprar o tomate de mesa por região administrativa da PBH

Motivo

Regiões Administrativas da PBH (2011) P

am

pu

lha

Oeste

Noro

este

Nort

e

Leste

Centr

o S

ul

Barr

eiro

Nord

este

Ven

da

Nova

(A) (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) (I)

Combina com outros alimentos -0,04 -0,01 0,00 -0,08 -0,03 0,09 0,07 -0,28 0,25

É saboroso 0,03 -0,15 -0,19 -0,13 0,14 0,07 0,00 -0,12 0,33

Faz bem para a saúde 0,08 -0,17 -0,28 0,33 0,11 0,19 -

0,02 -0,22 0,09

Torna os pratos mais bonitos 0,38B,C,G,H

-0,28 -0,45 0,30C 0,05 0,43

B,C,G,H

-

0,36 -0,37 0,43

B,C,G,H

Dá um odor agradável para

comida 0,40

E,H 0,13

E 0,10

E -0,21 -0,58 0,05 0,04 -0,31 0,31

E

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de diferença de média com base na correção de Bonferroni para múltiplas comparações

Para caracterizar os motivos que levaram os consumidores a reconhecer a

necessidade de compra e que apresentaram diferenças estatisticamente

significativas, foram elaborados mapas temáticos do município de Belo Horizonte

com base nos resultados encontrados nas Regiões Administrativas e analisados

estatisticamente em relação ao resultado geral, conforme os Mapas 6, 7, 8, 9 e 10.

O Mapa 6 exibe o resultado para o motivo Combina com outros alimentos.

Neste caso não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas

Regiões Administrativas em relação ao resultado geral.

Page 113: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

112

Mapa 6 - Motivos: Combina com outros alimentos

Fonte: Dados da Pesquisa

O Mapa 7 apresenta o resultado para o motivo É saboroso. Neste caso

também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas

Regiões Administrativas em relação ao resultado geral.

Page 114: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

113

Mapa 7 – Motivos: É saboroso

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 8 apresenta o resultado para o motivo Faz bem para a saúde e revela

que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas Regiões

Administrativas em relação ao resultado geral.

Page 115: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

114

Mapa 8 - Motivos: Faz bem para a saúde

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 9 exibe o resultado para o motivo Torna os pratos mais bonitos.

Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas

Regiões Administrativas em relação ao resultado geral. Observa-se que as regiões

Venda Nova, Norte, Pampulha e Centro Sul apresentaram nível de concordância

superior ao encontrado na amostra geral, enquanto as regiões Nordeste, Oeste,

Noroeste e Barreiro apresentaram um nível de concordância inferior ao encontrado

na amostra geral.

Page 116: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

115

Mapa 9 - O Tomate de mesa torna os pratos mais bonitos

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 10 exibe o resultado para o motivo Dá um odor agradável para

comida. Neste caso foram encontradas diferenças estatísticas significativas nas

Regiões Administrativas em relação ao resultado geral. Observa-se que as regiões

Oeste, Noroeste e Venda Nova apresentaram nível de concordância superior ao da

região Leste enquanto que a regiões Pampulha apresentou uma concordância

superior às Região Leste e Nordeste.

Page 117: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

116

Mapa 10 - Motivos: Dá um odor agradável para comida

Fonte: Dados da pesquisa

Além dos motivos que levaram o consumidor de tomate de mesa a

reconhecer a necessidade de comprar do fruto, foram levantados informações sobre

os possíveis benefícios que ele espera obter ao comprar e consumir o fruto. Os

consumidores relataram que concordam com os benefícios apresentados, tendo em

vista as notas, que variaram entre 4,45 e 3,38.

Entre os possíveis benefícios, aquele que apresentou a maior nota foi que o

tomate é rico em diversas vitaminas, o qual também apresentou o menor desvio-

Page 118: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

117

padrão. De outro lado, o possível benefício combate a osteoporose apresentou a

menor nota e o maior desvio-padrão.

A TAB. 20 apresenta a percepção dos consumidores de tomate de mesa

acerca dos possíveis benefícios ao consumi-lo, com base de um score que utilizou

uma escala de cinco pontos, sendo 1 quando o consumidor "Discorda totalmente" do

possível benefício e 5 quando o consumidor "Concorda totalmente" com tal

benefício.

Tabela 20 - Possíveis benefícios ao reconhecer a necessidade de comprar/consumir o tomate de mesa

Possíveis benefícios

Número de respondentes

Média Desvio-padrão

Mínimo Máximo

Quartis

Válidos Não

souberam 1°

2° (Mediana)

Tem propriedades antioxidantes

291 124 4,24 1,03 1 5 4 5 5

Previne o câncer de próstata

226 189 4,15 1,20 1 5 4 5 5

Emagrece (poucas calorias)

302 113 3,74 1,30 1 5 3 4 5

Rico em diversas vitaminas (Ex. A, B, C e K)

367 48 4,45 0,78 1 5 4 5 5

Rico em sais minerais (Ex. potássio, sódio, fósforo, cálcio, ácido fólico, ferro e magnésio)

320 95 4,33 0,91 1 5 4 5 5

Combate à osteoporose

177 238 3,38 1,48 1 5 3 4 5

Combate o colesterol 216 199 3,63 1,40 1 5 3 4 5

Fortalece o sistema imunológico

291 124 4,16 1,07 1 5 4 4 5

Fonte: Dados da pesquisa

Cabe ressaltar que 238 (57,35%) dos consumidores demonstraram não

reconhecer o benefício para combater a osteoporose. Tal desconhecimento

demonstra que é preciso divulgar por intermédio dos agentes da cadeia do tomate

de mesa, os benefícios comprovados que o tomate de mesa leva à saúde humana.

Os resultados demonstraram que entre os possíveis benefícios apresentados

aos consumidores de tomate de mesa todos apresentaram diferenças estatísticas

nas Regiões Administrativas em relação ao resultado geral, conforme pode-se

observar na TAB. 21.

Page 119: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

118

Tabela 21 - Percepção dos consumidores acerca dos possíveis benefícios ao consumir tomate de mesa de acordo com as regiões administrativas da PBH 2011

Possíveis benefícios

Região Administrativa

Pam

pu

lha

Oeste

No

roeste

No

rte

Leste

Cen

tro

Su

l

Barr

eir

o

No

rdeste

Ven

da

No

va

(A) (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) (I)

Tem propriedades antioxidantes -0,14 -0,09 0,00 0,58G 0,37

G 0,32

G

-

0,54 -0,24 0,29

G

Previne o câncer de próstata 0,18G -0,05 -0,47 0,48

G 0,53

C,G 0,28

G

-

0,81 0,06

G 0,09

G

Emagrece

(Poucas calorias) 0,01 -0,21 -0,31 0,34 0,63

B,C,G,H 0,41

C,G

-

0,30 -0,34 -0,06

Rico em diversas vitaminas (Ex.

A, B, C e K) 0,29

C,G

-

0,26G -0,57 0,24

C,G 0,42

B,C,G 0,32

C,G

-

1,03 0,01

G 0,68

B,C,G,H

Rico em sais minerais (Ex.

potássio, sódio, fósforo, cálcio,

ácido fólico, ferro e magnésio)

0,46B,C,G

-0,30 -0,52 0,40C,G

0,22C,G

0,24C,G

-

0,84

-

0,04G 0,73

B,C,G,H

Combate à osteoporose 0,55C,G

-0,04 -0,50 0,55 -0,05 0,48G

-

0,46 -0,26 0,10

Combate o colesterol 0,51C,G,H

-0,09 -0,51 0,32 -0,03 0,52C,G,H

-

0,50 -0,45 0,49

C,G

Fortalece o sistema imunológico 0,45G,H

-

0,18G

-

0,20G 0,60

G,H 0,62

B,C,G,H 0,19

G

-

0,88 -0,27 0,20

G

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de diferença de média com base na correção de Bonferroni para múltiplas comparações

O Mapa 11 exibe o resultado para o benefício o tomate de mesa tem

propriedades antioxidantes. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas. As regiões Norte, Leste, Centro Sul e Venda Nova apresentaram

um nível de concordância superior ao da região Barreiro.

Page 120: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

119

Mapa 11 - Benefícios - O tomate de mesa tem propriedades antioxidantes

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 12 exibe o resultado sobre o benefício de O tomate de mesa Previne

o câncer de próstata. Neste caso também foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas nas Regiões Administrativas em relação ao resultado

geral. As Regiões Pampulha, Norte, Centro Sul, Nordeste e Venda Nova,

apresentaram nível de concordância com tal benefício superior ao da região

Barreiro. Além disso, a região Leste apresentou tal nível superior não somente em

relação à região Barreiro, como também em relação à região Noroeste.

Page 121: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

120

Mapa 12 - Benefícios - O tomate de mesa previne o câncer de próstata

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 13 exibe o resultado do benefício O tomate de mesa Emagrece

(poucas calorias). Neste caso, foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas nas Regiões Administrativas em relação ao resultado geral. Isso

porque a região Centro Sul apresentou concordância maior se comparada com as

regiões Noroeste e Barreiro, bem como a região Leste que concorda com este

benefício em relação às regiões Oeste, Noroeste, Barreiro e Nordeste.

Page 122: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

121

Mapa 13 - Benefícios – O tomate de mesa emagrece por ter poucas calorias

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 14 exibe o resultado do benefício O tomate de mesa é rico em

diversas vitaminas (Ex. A, B, C e K). Refere-se aos benefícios que podem advir do

consumo de tomate de mesa. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto as Regiões Administrativas em relação ao

resultado geral. As regiões Oeste e Noroeste apresentaram concordância com tal

benefício superior à da região do Barreiro. Isso também aconteceu no caso das

regiões Pampulha e Centro-sul em relação às regiões Nordeste e Barreiro, da

Região Leste em relação às regiões Oeste, Noroeste e Barreiro e da Região Venda

Nova em relação às regiões Oeste, Noroeste, Barreiro e Nordeste.

Page 123: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

122

Mapa 14 - Benefícios - O tomate de mesa é rico em diversas vitaminas (Ex. A, B, C e K)

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 15 exibe o resultado do benefício O tomate de mesa é rico em sais

minerais (Ex. potássio, sódio, fósforo, cálcio, ácido fólico, ferro e magnésio). Refere-

se aos benefícios que podem advir do consumo de tomate de mesa. Neste caso

também foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas Regiões

Administrativas em relação ao resultado geral, uma vez que a região Nordeste

apresentou percepção mais elevada de tal benefício do que a região Barreiro. O

mesmo ocorreu no caso das regiões Leste, Norte e Centro-sul em relação às regiões

Noroeste e Barreiro, da Região Pampulha em relação às regiões Oeste, Noroeste e

Barreiro e da região Venda Nova em relação às regiões Oeste, Noroeste, Barreiro e

Nordeste.

Page 124: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

123

Mapa 15 - Benefícios - O tomate de mesa é rico em sais minerais

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 16 exibe o resultado do benefício O consumo de tomate de mesa

combate a osteoporose. Refere-se aos benefícios que podem advir do consumo de

tomate de mesa. Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas nas Regiões Administrativas em relação ao resultado geral, uma vez

que a região Centro-sul apresentou nível de concordância com tal benefício mais

elevado do que a região Barreiro e a região Pampulha apresentou em relação às

regiões Noroeste e Barreiro.

Page 125: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

124

Mapa 16 - Benefícios - O consumo de tomate de mesa combate a osteoporose

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 17 exibe o resultado do benefício O consumo do tomate de mesa e

Combate o colesterol. Refere-se aos benefícios que podem advir do consumo de

tomate de mesa. Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto as Regiões Administrativas em relação ao resultado geral. Isso

porque a região Venda Nova apresentou percepção mais elevada deste benefício do

que as regiões Noroeste e Barreiro, e as Regiões Pampulha e Centro-sul o

apresentaram em relação às regiões Noroeste, Barreiro e Nordeste.

Page 126: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

125

Mapa 17 - Benefícios – O consumo de tomate de mesa e combate o colesterol

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 18 exibe o resultado do benefício O consumo de tomate de mesa

fortalece o sistema imunológico. Refere-se aos benefícios que podem advir do

consumo de tomate de mesa. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto as Regiões Administrativas em relação ao

resultado geral. Isso porque as regiões Oeste, Noroeste, Centro-sul e Venda Nova

apresentaram maior concordância com tal benefício em comparação à região

Barreiro. Além disso, as regiões Pampulha e Norte também o apresentaram em

relação às regiões Barreiro e Nordeste, e a região Leste em relação às regiões

Oeste, Noroeste, Barreiro e Nordeste.

Page 127: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

126

Mapa 18 - Benefícios – O consumo de tomate de mesa fortalece o sistema imunológico

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto aos malefícios que podem ocorrer ao consumir o tomate de mesa,

foram citados alguns, os quais foram o avaliados numa escala de cinco pontos,

sendo 1 para "Discorda totalmente da afirmação" e 5 Para "Concorda totalmente

com a afirmação".

O resultado geral demonstrou que os cinco malefícios apresentados estão

entre "Discordo na maior parte" e "Nem concordo, nem descordo". Entre os

possíveis malefícios citados, aquele que apresentou a maior nota foi "O tomate

causa acidez na boca ou no estômago", que também apresentou o maior desvio-

padrão.

Page 128: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

127

De outro lado, o possível malefício, que é o de “causar câncer de próstata”,

apresentou a menor nota e também o menor desvio padrão, conforme demonstra a

TAB. 22.

Entre os possíveis malefícios que o tomate de mesa pode causar, a

“diverticulite” apresentou o maior número de citações. “Não souberam”, foi citado por

252 (60,72%) entrevistados, demonstrando o baixo nível de conhecimento acerca

deste possível malefício.

Tabela 22 - Possíveis Malefícios ao se consumir tomate de mesa

Possíveis Malefícios

Número de respondentes

Média Desvio padrão

Mínimo Máximo

Quartis

Válidos Não

souberam 1°

2° (mediana)

Pedra nos rins 331 84 2,77 1,68 1 5 1 3 4 Câncer de próstata 244 171 1,35 0,83 1 5 1 1 1 Hemorroidas 228 187 1,45 1,04 1 5 1 1 1 Acidez na boca ou no estômago

362 53 2,93 1,62 1 5 1 3 4

Diverticulite 163 252 1,98 1,43 1 5 1 1 3

Fonte: Dados da pesquisa

A TAB. 23 apresenta a análise dos resultados nas Regiões Administrativas

em relação à amostra geral quanto aos possíveis malefícios em se consumir o fruto.

Foi possível identificar diferenças estatísticas em dois possíveis malefícios, “câncer

de próstata” e “hemorroidas”.

Tabela 23 - Possíveis malefícios de se consumir tomate de mesa por região administrativa

Possíveis Malefícios

Regiões Administrativas

Pam

pu

lha

Oeste

Noro

este

Nort

e

Leste

Centr

o S

ul

Barr

eiro

Nord

este

Ven

da

Nova

(A) (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) (I)

Pedra nos rins -0,38 0,23 -0,26 0,28 0,18 -0,12 0,08 0,05 0,00

Câncer de próstata -0,21 -0,42 -0,18 -0,21 -0,32 -0,08 1,01A,B,C,D,E,F,I

0,33I -0,42

Hemorroidas -0,30 -0,34 -0,39 0,47 -0,02 0,03 0,93A B,C,E,F,H,I

-0,18 -0,34

Acidez na boca ou no estômago 0,18 -0,14 -0,19 0,07 -0,07 0,09 0,03 0,13 -0,10

Diverticulite -0,51 -0,22 -0,43 0,17 0,26 -0,30 0,34 0,11 0,25

Fonte: Dados da pesquisa

Nota: Teste de diferença de média com base na correção de Bonferroni para múltiplas comparações

Para caracterizar os motivos que levaram os consumidores a reconhecer os

malefícios no estágio de reconhecimento da necessidade de compra que

Page 129: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

128

apresentaram diferenças estatisticamente significativas, foram elaborados os mapas

temáticos do município de Belo Horizonte com base nos os resultados encontrados

nas Regiões Administrativas os quais foram analisados estatisticamente em relação

ao resultado geral, conforme os Mapas 19, 20, 21, 22 e 23.

O Mapa 19 apresenta o resultado referente aos Malefícios que o consumo de

tomate de mesa pode causar a saúde humana, quanto à crença de que o tomate

causa Pedra nos rins. Neste caso não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas.

Mapa 19 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa pedra nos rins

Fonte: Dados da pesquisa

Page 130: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

129

O Mapa 20 exibe o resultado referente aos malefícios que o consumo de

tomate de mesa pode causar a saúde humana quanto à crença de que tomate causa

câncer de próstata. Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões Administrativas, uma

vez que a região Nordeste apresentou percepção mais elevada deste malefício se

comparada à Região Venda Nova e a região Barreiro se comparada as regiões

Pampulha, Oeste, Noroeste, Norte, Leste, Centro Sul e Venda Nova.

Mapa 20 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa câncer de próstata

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 21 exibe o resultado referente aos malefícios que o consumo de

tomate de mesa pode causar a saúde humana quanto à crença de que o tomate

Page 131: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

130

causa Hemorroidas. Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões Administrativas, uma

vez que a região Venda Nova e a região Barreiro apresentaram percepção mais

elevada se comparada às regiões Pampulha, Oeste, Noroeste, Norte, Leste, Centro

Sul e Venda Nova.

Mapa 21 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa hemorroidas

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 22 exibe o resultado referente aos malefícios que o consumo de

tomate de mesa pode causar à saúde humana, quanto à crença de que o tomate

causa acidez na boca ou no estômago. Neste caso não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às

Regiões Administrativas.

Page 132: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

131

Mapa 22 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa acidez na boca ou no estômago

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 23 exibe o resultado referente aos malefícios que o consumo de

tomate de mesa pode causar à saúde humana quanto à crença de que o tomate

causa Diverticulite. Neste caso não foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões Administrativas.

Page 133: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

132

Mapa 23 - Malefícios – O consumo de tomate de mesa causa diverticulite

Fonte: Dados da pesquisa

5.2.2 Análise do segundo estágio - Busca de informações

Para caracterizar o segundo estágio do processo decisório, foram coletadas

informações sobre os possíveis grupos de influência que podem ou não afetar o

processo decisório. Para tanto, foram relacionados 11 possíveis situações que

podem ser influenciadas.

Page 134: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

133

A TAB. 24 apresenta os grupos de influência foram obtidos na fase qualitativa

e estão representados pelo próprio consumidor através da citação “Eu mesmo”,

seguido por “Cônjuge”, “Empregados domésticos” e “Parentes”.

Que quem mais influencia a compra é próprio comprador, com afirmações

acima de 82% aferidos pelo grupo “Eu mesmo”, que foram superiores aos outros

grupos de influência.

Pode-se concluir que o consumidor assume o papel de comprador shopper,

sendo responsável por reconhecer a necessidade de compra do tomate de mesa por

85% dos consumidores. Além disso, o “cônjuge” e os “parentes” podem influenciar o

reconhecimento da necessidade de compra em 36% e 37%, respectivamente. Além

disso, é o próprio consumidor/shopper que também busca informações sobre os

atributos importantes para compra, os locais de compra e os preços praticados no

mercado. Além disso, o consumidor/shopper escolhe o tipo de tomate a ser

comprado, avalia as alternativas de compra, vai ao ponto de venda, realiza a compra

e, por fim, prepara os pratos que incluem o fruto, sendo citado por mais de 82% dos

participantes.

Tabela 24 – Possíveis Grupos de Influência no processo de decisão de compra de tomate de mesa

Possíveis situações que possa ser influenciada

Eu mesmo

Cônjuge (Marido

ou Esposa)

Empregada Doméstica

Parentes

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Percebe a necessidade de comprar tomate de mesa. Ou seja, fala que precisa comprar tomate.

85% 15% 36% 64% 3% 97% 37% 63%

Busca informações sobre os atributos do tomate que são importantes para a compra.

82% 18% 28% 72% 0% 100% 30% 70%

Busca informações sobre os locais onde se pode comprar tomates.

87% 13% 32% 68% 1% 99% 30% 70%

Busca informações sobre os preços do tomate. 85% 15% 31% 69% 1% 99% 30% 70%

Indica quais atributos do tomate são importantes para a compra.

85% 15% 29% 71% 0% 100% 30% 70%

Escolhe qual tipo de tomate de mesa deve ser comprado.

86% 14% 33% 67% 1% 99% 33% 67%

Indica o local onde comprar o tomate. 87% 13% 32% 68% 1% 99% 31% 69%

Avalia as alternativas de compra. 86% 14% 31% 69% 0% 100% 29% 71%

Vai ao ponto de venda e realiza a compra do tomate.

91% 9% 36% 64% 3% 97% 32% 68%

Prepara os pratos que incluem o tomate. 82% 18% 35% 65% 7% 93% 41% 59%

Consome o tomate. 99% 1% 56% 44% 8% 92% 86% 14%

Fonte: Dados da pesquisa

Page 135: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

134

5.2.3 Análise do teceiro estágio - Avaliação das alternativas

A TAB. 25 demonstra os resultados na avaliação das alternativas no

comportamento do consumidor de tomate de mesa, tendo como base a percepção

dos consumidores de tomate de mesa em relação a três dimensões de avaliação de

alternativa. A primeira relaciona-se a percepção de valor sobre os atributos de

qualidade; a segunda, ao conhecimento sobre o nome e os tipos de tomates de

mesa, e a terceira à sensibilidade ao preço para cada um dos tipos de tomate de

mesa pesquisados.

Nesta pesquisa foram utilizados os atributos de qualidade oriundos de

trabalhos semelhantes de Souki (2003), Chitarra e Chitarra (2005), Ribeiro (2012) e

Oliveira et al. (2012) como: os aspectos físicos, frescor, cheiro, coloração,

saudabilidade, propriedades químicas, orgânicos, preço, origem, garantia de

qualidade, embalagem, informações de procedência e informações sobre o agente

(produtor e/ou atravessador).

Para perceber o valor dos atributos de qualidade, foram elaboradas 22

perguntas com base em de uma escala do tipo Likert de 11 pontos, sendo o número

0 para "Baixa importância" e o número 10 para “Elevada importância”. Também foi

adicionado “NS – Não sei”.

Após a realização da coleta, foi aplicada a análise fatorial, com o objetivo de

resumir o grande número de atributos/variáveis em um pequeno número de fatores.

Ambas apresentaram níveis de percepção diferentes após a análise fatorial

exploratória (AFE) e o do teste de (KMO), que foi de 0,809, enquanto que o (TEB)

Sig < 1% (GL = 136, Est. = 4.814,886), o que, de certa forma, validou a escolha das

técnicas de análise fatorial aplicada neste tipo de dados.

Após análise dos dados, as questões referente a percepção de qualidade

foram agrupadas em cinco fatores, que corresponderam aos fatores/atributos de

qualidade perceptíveis ao consumidor de tomate de mesa, sendo eles:

. F1 - Garantia e Segurança: buscam verificar a percepção de valor quanto a

procedência (origem), utilização de selos de garantia e qualidade, prazo de

validade e se o produtor/distribuidor conhecido.

. F2 - Características organolépticas: que unificam os atributos relacionados

a aparência, frescor, coloração, sabor e estrutura física (sem machucados,

manchas etc.).

Page 136: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

135

. F3 - Embalagem: busca unificar os atributos proteção do fruto, boa

apresentação e segurança (bem embalado).

. F4 - Saúde e meio ambiente: pretende-se verificar a percepção de valor

quanto às questões ligadas à utilização de agrotóxicos e outros produtos

químicos, métodos ecológicos de produção e ser um produto orgânico.

. F5 - Características físicas: buscou-se verificar se o tamanho grande e a

coloração bastante avermelhada configuram realmente uma percepção de

valor para os consumidores de tomate de mesa em Belo Horizonte.

Para chegar aos resultados dos dados coletados, procedeu-se à análise

fatorial exploratória (AFE) e ao teste de (KMO), que foi de 0,809, enquanto que o

(TEB) Sig < 1% (GL = 136, Est. = 4.814,886) para validar a escolha das técnicas de

análise aplicada neste tipo de dados.

Após a primeira análise fatorial exploratória (AFE), foram eliminadas cinco das

22 perguntas, por apresentarem problemas de comunalidade ou carga fatorial

cruzada inferior a 0,400, exatamente aquelas associadas: a odor (cheiro agradável),

informações nutricionais nas embalagens, ser padronizado (tamanho e maturação),

ter preço baixo e ser um produto produzido no estado de Minas Gerais.

Na segunda análise fatorial exploratória, após a eliminação das cinco

perguntas, os fatores agrupados conseguiram explicar 78,71% do processo de

avaliação de alternativas.

Entre os cinco fatores, o que apresentou a maior média foi o “F2 -

Características organolépticas”, seguido de “F4 - Preocupação com a saúde e o

meio ambiente”, conforme demonstrado na TAB. 25. De por outro lado, o fator que

apresentou a menor média foi o “F3 - Embalagem”.

O resultado, de uma maneira geral, demonstra a preocupação do consumidor

da Capital mineira quanto às características (boa aparência, frescor, cor bonita e

sem machucados) e a baixa percepção de valor quanto à embalagem (boa proteção

e ser uma embalagem bonita).

Pode-se concluir que os consumidores de tomate de mesa avaliam as

alternativas de compra do tomate de mesa por meio de suas características

organolépticas (F2), seguindo-se a pela preocupação com a saúde e o meio

ambiente (F4), passando pelos atributos de garantia e segurança (F1), as

características físicas (F5) e, por fim, a embalagem (F3). Os Mapas 24 a 28

Page 137: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

136

apresentam os resultados encontrados nas Regiões Administrativas em relação ao

resultado geral do município.

Os resultados encontrados na relação de consumo entre varejistas

(supermercados, sacolões, mercearias e feiras), denominado de "mercado B2C",

apresentaram atributos diferentes nas relações entre produtor-atacadista-varejista,

denominado de mercado B2B, visto que no mercado B2C a ordem de percepção de

valor dos consumidores é: o frescor, aparência, sabor, não possuir machucados, não

apresentar agrotóxico e ser orgânico. Para o "mercado B2B", a ordem é: tamanho,

coloração, ausência de defeitos, durabilidade e sabor, de acordo com Oliveira et al.

(2012).

Cabe ressaltar que o fator características físicas, identificados por tamanho e

coloração, apresentou o menor percepção de valor, enquanto para o mercado B2B

este atributo foi considerado como o mais importante, conforme Oliveira et al.

(2012).

A TAB. 25 demonstra o resultado da análise fatorial e descritiva em relação

aos fatores, com sua composição baseada nos dos atributos agrupados e

considerados suficiente para explicar 78,71% dos atributos de qualidade por parte

dos consumidores de tomate de mesa.

Page 138: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Tabela 25 - Fatores e atributos na avaliação das alternativas pelos consumidores de tomate de mesa

Fator Atributo Com.1 VE

2 CF

3 AC

4

Atributo Fator

Média DP Média DP

F1) Atributos de garantia e

segurança

Apresentar selo de procedência (origem) 0,916

28,75%

0,933

0,840

6,851 3,418

6,733 3,102 Apresentar selo de qualidade e garantia 0,905 0,934 6,918 3,432

Ser fornecido por uma empresa conhecida no mercado 0,775 0,836 6,135 3,194

Apresentar o prazo de validade na embalagem 0,816 0,881 6,947 3,367

F2) Características

organolépticas

Estar com uma boa aparência 0,769

19,82%

0,877

0,940

9,971 0,302

9,964 0,244

Estar fresco 0,800 0,891 9,976 0,240

Estar com uma cor bonita 0,691 0,828 9,973 0,224

Estar com aparência de saboroso 0,477 0,681 9,928 0,476

Não estar amassado ou "machucado" 0,650 0,805 9,966 0,294

F3) Embalagem

Estar bem embalado no momento da compra 0,902

12,73%

0,935

0,922

5,889 3,800

5,791 3,437 Ter uma embalagem bonita (com uma boa apresentação) 0,852 0,878 5,227 3,620

Ter uma embalagem que proteja bem o produto 0,865 0,883 6,248 3,653

F4) Preocupação com a saúde

e o meio ambiente

Não apresentar agrotóxicos e/ou outros produtos químicos 0,728

11,17%

0,846

0,835

9,514 1,582

9,081 1,729 Ser produzido por métodos ecologicamente corretos (que

respeitem o meio ambiente) 0,882 0,930 9,177 1,924

Ser orgânico 0,764 0,833 8,512 2,368

F5) Características físicas Ser um tomate bem grande 0,787

6,23% 0,809

0,664 5,973 3,047

6,690 2,489 Ser um tomate bastante vermelho 0,802 0,828 7,398 2,704

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Análise fatorial e descritiva Legenda: Com

1 - Comunalidade; VE

2 - Variância explicada; CF

3 - Carga fatorial; AC

4 - Alfa de Cronbach

13

7

Page 139: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

138

O Mapa 24 exibe o resultado do fator “F1) Atributos de garantia e segurança”

referente aos atributos de qualidade. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas. As regiões Noroeste, Norte, Centro-sul e Nordeste apresentaram

importância superior ao encontrado no município de Belo Horizonte, enquanto que

as regiões da Pampulha, Oeste e Leste apresentaram importância inferior em

relação à média geral do município.

Mapa 24 - F1 - Atributos de qualidade referente à garantia e à segurança

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 25 este exibe o resultado do fator “F2) Características

organolépticas”. Neste caso não foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões Administrativas.

Page 140: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

139

Mapa 25 - F2) Características organolépticas

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 26 exibe o resultado do fator “F3) Embalagem”. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. As regiões Noroeste, Nordeste e Venda Nova

apresentaram diferenças estatísticas positivas em relação ao município.

Page 141: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

140

Mapa 26 - F3) Embalagem

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 27 exibe o resultado do fator “F4) Preocupação com a saúde e o

meio ambiente”. Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso

advém do fato de as regiões Norte e Leste terem atribuído maior importância a tal

atributo se comparadas a região Oeste, da região Centro-sul em relação às regiões

Oeste e Nordeste e da região Venda Nova em relação às regiões Oeste, Noroeste e

Nordeste.

Page 142: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

141

Mapa 27 - F4) Preocupação com a saúde e o meio ambiente

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 28 exibe o resultado do fator “F5) Características físicas”. Neste caso

também foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. As regiões Noroeste e

Nordeste apresentaram importância superior para tal atributo comparado às regiões

Norte e Venda Nova. Isso também ocorreu para a região Barreiro em relação às

regiões Norte, Leste, Centro-sul e Venda Nova, e da região Pampulha em relação às

regiões Oeste, Noroeste, Norte, Leste, Centro-sul, Nordeste e Venda Nova.

Page 143: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

142

Mapa 28 - F5) Características físicas

Fonte: Dados da pesquisa

Além de entender a percepção sobre como o consumidor de tomate de mesa

percebe e avalia a qualidade do produto, verificou-se o conhecimento que ele

possuía em relação ao seu tipo/nome e a sua imagem (características físicas).

Neste sentido, foram elaboradas perguntas sobre alguns tipos de tomate, em

seguida, foi apresentada uma página com as fotos dos tomates, com o nome

descrito logo abaixo da imagem, conforme a FIG. 19. Este procedimento no decorrer

da pesquisa teve como objetivo avaliar o conhecimento dos consumidores de tomate

de mesa antes e o depois da visualização da imagem referente ao nome praticado

ao longo da cadeia.

Os tomates de mesa que apresentaram os maiores níveis de conhecimento

por parte dos consumidores foram o tomate-Maçã, tomate-Caqui e tomate-Cereja.

Page 144: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

143

O tomate-santa cruz, o tomate-italiano e o tomate-longa vida, estes

apresentaram níveis de conhecimento muito baixo antes da apresentação e alto

nível de conhecimento após ao apresentação da figura, demonstrando que o

consumidor de tomate de mesa não consegue assimilar o nome oficial destes

produtos com sua imagem real.

Figura 19 - Imagens apresentadas aos pesquisados sobre o tipo de tomate

Fonte: Dados da pesquisa

TAB. 26 apresenta-se a análise estatística descritiva que avaliou o nível de

conhecimento dos consumidores de tomate de mesa em relação aos seis tipos de

tomate. Tal avaliação foi calculada antes e depois do estímulo, sendo este último

evidenciado com a apresentação da FIG. 19, com as imagem dos seis tipos de

tomates de mesa e o seu nome oficial.

Page 145: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

144

Tabela 26 - Nível de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa antes e após o estímulo

Par Tipos de tomate de mesa Amostra Média Desvio Padrão

Erro padrão

da média

Correlação dos pares

Sig.

1 Santa-cruz - antes do estímulo 415 1,90 1,47 0,07

0,252 <

1% Santa-cruz - depois o estímulo 415 4,46 0,93 0,05

2 Maçã ou Caqui - antes do estímulo 415 4,47 1,08 0,05

0,24 <

1% Maçã ou Caqui - depois o estímulo 415 4,81 0,53 0,03

3 Cereja - antes do estímulo 414 4,13 1,39 0,07

0,408 <

1% Cereja - depois o estímulo 414 4,75 0,62 0,03

4 Italiano - antes do estímulo 415 2,20 1,67 0,08

0,301 <

1% Italiano - depois o estímulo 415 4,14 1,31 0,06

5 Longa Vida - antes do estímulo 415 1,89 1,52 0,07

0,155 <

1% Longa Vida - depois o estímulo 415 4,32 1,17 0,06

6 Sweet grape - antes do estímulo 414 1,20 0,74 0,04

0,173 <

1% Sweet grape - depois o estímulo 414 3,07 1,66 0,08

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 29 exibe o nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

“santa-cruz” depois e antes do estímulo. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas.

Page 146: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

145

Mapa 29 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo santa-cruz antes e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 30 exibe o nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

“Maçã ou Caqui” antes e depois do estímulo. Neste caso não foram encontradas

diferenças estatisticamente quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas.

Page 147: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

146

Mapa 30 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo Maçã ou Caqui antes

e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 31 exibe o nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo

“Cereja” antes e depois do estímulo. Neste caso também não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às

Regiões Administrativas.

Page 148: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

147

Mapa 31 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo Cereja antes e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 32 exibe o nível de conhecimento do tomate de mesa do tipo

“Italiano” antes e depois do estímulo. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas. Isso é decorrente do fato de a diferença do nível de conhecimento

antes e depois do estímulo para o tomate Italiano ter sido superior no caso da

Região Administrativa Oeste em relação à região Barreiro e da região Pampulha em

relação às regiões Leste, Centro, Barreiro e Nordeste.

Page 149: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

148

Mapa 32 – Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate do tipo italiano antes e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 33 exibe o resultado referente ao nível de conhecimento do tomate

de mesa do tipo “Longa Vida” antes e depois do estímulo. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. Isso é decorrente do fato de a diferença do nível

de conhecimento antes e depois do estímulo para o tomate tipo Longa Vida ter sido

superior no caso das regiões Leste e Venda Nova em relação à região Barreiro e

das regiões Pampulha e Centro-sul em relação às regiões Barreiro e Nordeste.

Page 150: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

149

Mapa 33 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo longa vida antes e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 34 exibe o resultado do nível de conhecimento sobre o tomate de

mesa do tipo “Sweet grape” antes e depois do estímulo. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. Isso é decorrente do fato de a diferença do nível

de conhecimento antes e depois do estímulo para o tomate do tipo "Sweet grape" ter

sido superior no caso das regiões: Oeste, Centro-sul, Nordeste e Venda Nova em

relação à região Barreiro e da região Pampulha em relação às regiões: Leste e

Barreiro.

Page 151: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

150

Mapa 34 - Avaliação do nível de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo Sweet grape antes e depois do estímulo

Fonte: Dados da pesquisa

Os resultados indicam que para todos os tipos de tomate o nível de

conhecimento por parte do consumidor de tomate de mesa aumentou

consideravelmente depois da apresentação do estímulo (FIG. 19), o que reforça a

falta de cognição entre o nome oficial do fruto e sua imagem.

Entre os tipos de tomate de mesa analisados, o que apresentou maior

cognição entre o nome e a imagem foi o tomate de mesa do tipo longa vida,

enquanto apresentou a menor cognição foi o do tipo Maçã/Caqui.

Page 152: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

151

A TAB. 27 apresenta os resultados sobre o teste de diferença de média

realizado para verificar o conhecimento do consumidor de tomate de mesa em

relação aos seis principais tipos de tomate comercializado, comparando o nível de

conhecimento antes e após o estímulo.

Tabela 27 - Nível de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa comparando os resultados antes e depois o estímulo

Par

Tipo de

tomate de

mesa

Média da

diferença

Desvio-

padrão da

diferença

Erro padrão

da média

95% Intervalo de

confiança da

diferença t GL Sig.

Limite

inferior

Limite

Superior

1 Santa-cruz 2,557 1,533 0,075 2,705 2,409 33,983 414 0,000

2 Maçã ou Caqui 0,340 1,080 0,053 0,444 0,236 6,407 414 0,000

3 Cereja 0,621 1,273 0,063 0,744 0,498 9,921 413 0,000

4 Italiano 1,942 1,787 0,088 2,115 1,770 22,136 414 0,000

5 Longa vida 2,427 1,766 0,087 2,597 2,256 27,987 414 0,000

6 Sweet grape 1,874 1,700 0,084 2,039 1,710 22,435 413 0,000

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de diferença de média pareada

Com relação à percepção de valor sobre o preço sugerido pelos

consumidores de tomate de mesa em Belo Horizonte, todos os tipos apresentaram

como menor valor o preço de R$ 0,50/kg. Já como maior, o preço variou,

demonstrando que a elasticidade de preço e a percepção de valor são diferentes

para os tipos de tomate pesquisados.

Os tomates de mesa que apresentaram o menor valor máximo percebido

foram o santa-cruz e o longa vida, chegando a R$5,00/kg, enquanto para os tomates

de mesa do tipo Maçã ou Caqui o valor máximo percebido atingiu R$6,00/kg e o

tomate do tipo italiano chegou a R$ 7,00/kg. Ainda com relação ao valor máximo

percebido, o tomate do tipo Sweet grape chegou a R$16,00/kg e o tomate de mesa

Cereja, atingiu R$15,00/kg.

No que tange aos valores médios, os tomates dos tipos santa-cruz, Maçã ou

Caqui, italiano e longa vida apresentaram uma elasticidade29, variando de R$2,32 e

R$2,79/kg. Os tomates de mesa do tipo Cereja e Sweet grape apresentaram média

29

O termo elasticidade representar os valores máximos e mínimos para cada tipo de tomate.

Page 153: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

152

superior a R$3,00 por quilo. Ambos ainda apresentaram os maiores desvios-

padrões, indicando maior variabilidade entre as respostas.

A TAB. 28 apresenta a estatística descritiva do valor percebido pelos

consumidores e o preço que eles estariam dispostos a pagar quanto aos diversos

tipos de tomate de mesa. Os Mapas 35, 36, 37, 38 e 39 apresentam os resultados

de pesquisa em cada Região Administrativa em relação ao resultado geral do

município de Belo Horizonte.

Tabela 28 - Elasticidade dos valores mínimos e máximos percebidos pelos consumidores para os tipos de tomate de mesa

Variável n Mínimo Máximo Média Desvio-

padrão

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate santa-Cruz 404 R$ 0,50 R$ 5,00 R$2,32 R$0,73

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate Maçã ou Caqui 404 R$ 0,50 R$ 6,00 R$2,79 R$0,87

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate Cereja 393 R$ 0,50 R$15,00 R$3,05 R$ 1,62

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate italiano 388 R$ 0,50 R$7,00 R$2,52 R$0,84

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate longa vida 396 R$ 0,50 R$5,00 R 2,35 R$0,75

Valor que estaria disposta a pagar por um quilo do

tomate Sweet grape 369 R$ 0,50 R$16,00 R$3,20 R$2,01

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 35 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “santa-cruz”. Neste

caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso porque a região

Nordeste pagaria um valor médio por um quilo do tomate tipo santa-cruz superior ao

região Centro-sul e a região Noroeste o faria em relação às regiões da Pampulha,

Norte, Leste Centro Sul e Venda Nova.

Page 154: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

153

Mapa 35 – Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo santa-cruz

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 36 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “Maçã ou Caqui”.

Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso porque as regiões

Noroeste e Nordeste pagariam um valor médio por um quilo do tomate Maçã ou

Caqui superior às regiões Pampulha, Oeste, Norte, Leste, Centro-sul e Venda Nova.

Page 155: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

154

Mapa 36 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo Maçã ou Caqui

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 37 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “Cereja”. Neste

caso também foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso porque a região

Nordeste pagaria um valor médio por um quilo do tomate Cereja superior ao da

região administrativa Venda Nova e a região Noroeste o faria em relação às regiões

Pampulha, Norte, Leste Centro-sul, Barreiro, Nordeste e Venda Nova.

Page 156: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

155

Mapa 37 – Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo Cereja

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 38 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “italiano”. Neste

caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às regiões. Isso porque a região Noroeste pagaria um

valor médio por um quilo do tomate Italiano superior ao das regiões Pampulha,

Norte, Centro-sul e Venda Nova.

Page 157: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

156

Mapa 38 - Avaliação do Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo Italiano

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 39 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “longa vida”. Neste

caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso porque a região

Noroeste pagaria um valor média por um quilo de tomate do tipo Longa Vida

superior ao das regiões Pampulha, Norte, Centro-sul, Noroeste e Venda Nova.

Page 158: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

157

Mapa 39 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo longa vida

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 40 exibe o resultado da pesquisa com relação ao valor que os

consumidores estariam disposto a pagar por um quilo do tomate “Sweet grape”.

Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas. Isso porque a região Oeste

pagaria um valor médio por um quilo do tomate Sweet grape superior ao das regiões

Pampulha e Venda Nova e a região Noroeste o faria em relação às regiões

Pampulha, Barreiro e Venda Nova.

Page 159: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

158

Mapa 40 - Avaliação do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar pelo tomate do tipo Sweet grape

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto a predisposição de compra, os quartis confirmam o panorama e

exibem que o tomate de mesa que apresentou a maior predisposição foi o tomate do

tipo Maçã ou Caqui, sendo ressaltado por pelo menos 50% dos entrevistados, que

opinaram definitivamente em comprar o tal tomate caso fosse oferecido por esse

preço. Quanto ao tomate do tipo Sweet grape, pelo menos 75% dos consumidores

provavelmente ou definitivamente não o comprariam.

Cabe ressaltar que os valores sugeridos na pesquisa com o preço de R$3,00

para os tomate de mesa do tipo Maçã ou Caqui, santa-cruz, Italiano, Cereja e longa

vida e de R$12,90 para o tomate do tipo Sweet grape, foram oriundos dos preços

praticados ao consumidor em redes de supermercado da capital mineira, como

Page 160: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

159

Super Nosso, Verdemar e Epa Plus em agosto de 2012. Já os preços médios pagos

ao produtor no CeasaMinas, entre agosto de 2011 e agosto de 2012, foram de

R$1,51, conforme a TAB. 29.

Tabela 29 – Preço médio do tomate de mesa praticado no CeasaMinas

Mês Preço Médio no CEASAMINAS

01/08/2011 R$ 1,28

01/09/2011 R$ 1,30

01/10/2011 R$ 1,08

01/11/2011 R$ 1,61

01/12/2011 R$ 1,39

01/01/2012 R$ 1,69

01/02/2012 R$ 1,04

01/03/2012 R$ 0,83

01/04/2012 R$ 0,70

01/05/2012 R$ 1,19

01/06/2012 R$ 1,43

01/07/2012 R$ 3,39

01/08/2012 R$ 2,76

Preço Médio R$ 1,51

Fonte: CONAB

A TAB. 30, revela a predisposição de compra dos seis tipos de tomate de

mesa por parte dos consumidores belo-horizontinos, considerando determinado

preço. O tipo de tomate que apresentou a maior média foi o Maçã ou Caqui, seguido

tomate santa-cruz e o italiano, enquanto que o tomate Sweet grape foi o que

apresentou a menor predisposição de compra neste valor sugerido.

Tabela 30 - Predisposição de compra considerando um valor sugerido para alguns tipos de tomate de mesa

Tipos de Tomate de Mesa

Número de respondentes

Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Quartis

Válido Ausentes 1º 2º

(Mediana) 3º

Santa-cruz (R$3,00) 412 3 1,00 5,00 3,76 1,27 3,00 4,00 5,00

Maçã ou Caqui (R$3,00) 413 2 1,00 5,00 4,15 1,08 4,00 5,00 5,00

Cereja (R$3,00) 414 1 1,00 5,00 3,66 1,35 3,00 4,00 5,00

Italiano (R$3,00) 413 2 1,00 5,00 3,72 1,27 3,00 4,00 5,00

Longa Vida (R$3,00) 414 1 1,00 5,00 3,68 1,31 3,00 4,00 5,00

Sweet grape (R$12,90) 414 1 1,00 5,00 1,54 1,01 1,00 1,00 2,00

Fonte: Dados da pesquisa

Page 161: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

160

O Mapa 41 exibe à predisposição de compra do tomate de mesa do tipo

“santa-cruz” considerando um valor sugerido. Neste caso foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às

Regiões Administrativas. Isso porque a região Venda Nova teria uma maior

predisposição a comprar um quilo do tomate santa-cruz por R$3,00 se comparada

às regiões Oeste, Leste e Centro Sul.

Mapa 41 - Avaliação da predisposição de compra do tomate santa-cruz com o valor sugerido de R$3,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 42 exibe a predisposição de compra do tomate de mesa “Maçã ou

Caqui” considerando um valor sugerido. Neste caso não foram encontradas

Page 162: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

161

diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às

Regiões Administrativas.

Mapa 42 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Maçã ou Caqui com o valor sugerido de R$3,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 43 exibe o resultado referente à predisposição de compra do tomate

de mesa do tipo “Cereja” considerando um valor sugerido. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. Isso porque as regiões Pampulha, Oeste,

Centro-sul e Venda Nova teriam maior predisposição a comprar um quilo do tomate

Cereja por R$3,00 se comparada à região Barreiro, e as regiões Noroeste e Leste se

comparadas às regiões Barreiro e Nordeste.

Page 163: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

162

Mapa 43 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Cereja com o valor sugerido de R$3,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 44 exibe o resultado referente à predisposição de compra do tomate

de mesa do tipo “italiano” considerando um valor sugerido. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. Isso porque as regiões Pampulha, Oeste,

Noroeste, Leste, Centro-sul e Venda Nova teriam uma maior predisposição a

comprar um quilo do tomate Italiano por R$3,00 se comparada à região Barreiro.

Page 164: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

163

Mapa 44 - Avaliação da predisposição a compra do tomate italiano com o valor sugerido de R$3,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 45 exibe o resultado referente à predisposição de compra do tomate

de mesa do tipo “longa vida”. Neste caso foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas. Isso porque as regiões Noroeste, Norte, Leste e Centro-sul teriam

uma maior predisposição a comprar um quilo do tomate do tipo longa vida por

R$3,00 se comparada à região Barreiro, e as regiões Pampulha, Oeste e Venda

Nova se comparadas às regiões Barreiro e Nordeste.

Page 165: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

164

Mapa 45 - Avaliação da predisposição a compra do tomate longa vida com o valor sugerido de R$3,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 46 exibe o resultado à predisposição a compra do tomate de mesa do

tipo “Sweet grape” considerando um valor sugerido. Neste caso não foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas.

Page 166: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

165

Mapa 46 - Avaliação da predisposição a compra do tomate Sweet grape com o valor sugerido de R$12,90

Fonte: Dados da pesquisa

5.2.4 Análise do quarto estágio - Compra

Nesta seção apresentam-se os resultados da preferência do consumidor de

tomate de mesa caracterizadoras do quarto estágio, denominada por Blackwell,

Miniard e Engel (2011) de “compra”. Buscou-se compreender o comportamento do

consumidor de tomate de mesa quanto à preferência por locais de compra, sua

frequência de compra dentro do mês e as melhores estações do ano.

Com relação à frequência, foram estabelecidos cinco critérios de avaliação:

“Nunca”, “Mensalmente”, Quinzenalmente”, “Semanalmente”, “Duas vezes por

semana” e “Três vezes por semana”.

Os locais de preferência foram definidos com base no método de observação

pelo autor, como sacolões, feiras de bairro, mercados (central e distrital),

Page 167: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

166

supermercados/hipermercados, diretos nos atacadistas/distribuidores do

CeasaMinas e diretamente com o produtor.

Os resultados apontaram que a decisão de compra ocorre no ponto de venda.

Entre os locais citados, a preferência do consumidor belo-horizontino para comprar o

tomate de mesa recaiu em primeiro lugar nos “sacolões”, com 96,14%, seguidos

pelos “supermercados/hipermercados”, com 64,10%, conforme demonstra a TAB.

30.

Observou-se que 399 consumidores declararam realizar compras de tomate

de mesa nos sacolões. Destes, 357 relataram comprar tomate de mesa

semanalmente, podendo repetir entre duas e em até três vezes por semana. Deste

total, 216 dos consumidores optaram por comprar tomate de mesa apenas uma vez

por semana, enquanto que 89 consumidores realizam suas compras duas vezes por

semana e 52 consumidores realizam a compra três vezes por semana.

Entre os consumidores participantes, 266 declararam realizar a compra de

tomate de mesa em supermercados/hipermercados”, sendo que deste total 127

declararam realizar mensalmente a compra de tomate de mesa e 94, semanalmente.

Quanto aos locais com menores citações de compra aparecem empatados

direto do produtor e direto dos atacadistas do Ceasa, citados por 99,03% dos

participantes em ambos os casos, enquanto que os mercados centrais/distrital foram

citados por 91,79% e, por último, as feiras de bairros, com 86,68% das citações.

A TAB. 31 apresenta os resultados sobre a preferência do consumidor de

tomate de mesa de Belo Horizonte em relação à preferência e frequência aos locais

de compra do fruto.

Tabela 31 - Preferência e frequência aos locais de compra de tomate de mesa

Frequência/ Local

Supermercado/ Hipermercado

Sacolões Feiras de bairros

Mercados (Central/

Distritais)

Direto dos atacadistas do Ceasa

Direto do produtor

n % n % n % N % n % n %

Nunca 149 36 16 4 358 87 380 92 410 99 408 99

Mensal 127 31 16 4 23 6 13 3 1 0 2 0

Quinzenal 45 11 26 6 11 3 1 0 1 0 0 0

1 x por semana

80 19 216 52 15 4 15 4 0 0 1 0

2 x por semana

11 3 89 21 2 0 5 1 1 0 0 0

3 x por semana

3 1 52 13 4 1 0 0 1 0 1 0

Total 415 100 415 100 413 100 414 100 414 100 412 100

Fonte: Dados da pesquisa

Page 168: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

167

Com relação a forma de apresentação, apurou-se que o consumidor, de modo

geral, prefere comprar o tomate de mesa no formato a granel (por kg), com média de

9,90, contra 2,6 de embalagem em bandeja de plástico, em uma escala de 0 a 10,

do tipo Likert com 11 pontos, sendo 0 para preferência baixa e 10 para alta

preferência.

A apresentação do fruto prontos para consumo com outros legumes e

verduras apresentou nota 0,59 na mesma escala.

Na TAB. 32 são apresentados os resultados da preferência de compra do

tomate de mesa sob as diversas formas de apresentação. Já os Mapas 47, 48 e 49

apresentam os resultados de pesquisa das Regiões Administrativas em relação ao

município.

Tabela 32 - Preferência de compra de tomate de mesa em diversas formas de apresentação

Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Quartis

1º 2º

(mediana) 3º

B4.4.1) Embalagem em bandeja de plástico

414 0,00 10,00 2,26 2,96 0,00 1,00 5,00

B4.4.2) A granel (por quilo) 415 0,00 10,00 9,90 0,75 10,00 10,00 10,00

B4.4.3) Prontos para consumo com outros legumes e verduras

414 0,00 10,00 0,59 1,42 0,00 0,00 0,00

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 47 exibe o resultado preferência de compra de tomate de mesa na

forma de apresentação embalagem em bandeja de plástico. Neste caso foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em

relação às Regiões Administrativas. Isso porque a região Noroeste apresentou

preferência superior a este tipo de embalagem se comparada a todas as demais

Regiões.

Page 169: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

168

Mapa 47- Preferência do consumidor quanto a compra de tomate de mesa em embalagem de bandeja de plástico

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 48 publica os resultados referente à preferência de compra de tomate

de mesa a granel (por kg). Neste caso não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quanto ao resultado geral em relação às Regiões

Administrativas.

Page 170: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

169

Mapa 48 - Preferência do consumidor quanto à compra de tomate de mesa a granel (por kg)

Fonte: Dados da pesquisa

O Mapa 49 exibe os resultados da pesquisa referente à preferência de

compra de tomate de mesa prontos para consumo com outros legumes e verduras.

Neste caso foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao

resultado geral em relação às Regiões Administrativas, uma vez que a região

Barreiro apresentou uma preferência maior a este tipo de apresentação em relação

à região Venda Nova e a região Oeste em relação às regiões Centro-sul e Venda

Nova.

Page 171: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

170

Mapa 49 - Preferência do consumidor quanto à compra de tomate de mesa prontos para consumo com outros legumes e verduras

Fonte: Dados da pesquisa

Com relação às estações do ano, a avaliação dos consumidores mostrou que

a primavera é considerada uma época entre “Boa” e “Muito boa” com 89% das

citações, seguida pelo outono com 86% e o verão, com 75%. De outro lado, o

inverno apresentou o maior percentual maior de respostas “Muito ruim” e “Ruim”,

chegando a 30% de citações.

A TAB. 33 apresenta os resultados referente à avaliação das estações do ano

para a compra do tomate de mesa.

Page 172: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

171

Tabela 33 - Avaliação entre as estações do ano para comprar tomate de mesa

Avaliação da estação

Verão Outono Inverno Primavera

n % válido % total n % válido % total n % válido % total n % válido % total

Muito ruim 15 7 4 2 1 0 12 6 3 3 1 1

Ruim 18 8 4 5 2 1 48 24 12 6 3 1

Regular 22 10 5 21 10 5 42 21 10 14 7 3

Boa 130 61 31 169 82 41 88 43 21 159 76 38

Muito boa 29 14 7 8 4 2 13 6 3 27 13 7

Total válido 214 100 52 205 100 49 203 100 49 209 100 50

Não sabe / NR 201 - 48 210 - 51 212 - 51 206 - 50

TOTAL 415 - 100 415 - 100 415 - 100% 415 - 100

Fonte: Dados da pesquisa

O tipo de tomate que apresentou a maior preferência de compra foi o Maçã ou

Caqui, em que somente 42 consumidores (10,00%) citaram “Nunca”, seguido pelo

tomate do tipo Santa-cruz, citados por 63 consumidores (15,18%), e pelos tomates

Longa vida, Cereja e Italiano, citados por 107 consumidores (26%), 160 (39%) e 176

(43%), respectivamente, conforme demonstra a TAB. 33.

Os tipos de tomate de mesa que apresentaram maior nível de

desconhecimento foi o do tipo Sweet grape, em que 330 (79,52%) consumidores

responderam que "Nunca", seguido pelo tipo Italiano, com 176 consumidores

(42,41%).

Na TAB. 34 são apresentados os resultados referente à frequência de compra

de tomates de mesa. A periodicidade preferida pelo entrevistados é de comprar o

tomate de mesa "Semanalmente". Os tipos de tomate de mesa que corresponderam

a esta frequência foram o do tipo Santa-cruz e Longa vida, citados por 67% e 58%

dos entrevistados, respectivamente, podendo ainda ser comprado entre "Duas e três

vezes na semana".

Tabela 34 - Frequência de compra entre alguns tipos de tomate de mesa

Frequência / Tipo de tomate

Santa-cruz Maçã/Caqui Cereja Italiano Longa vida Sweet grape

n % n % n % n % n % n %

Nunca 63 15 42 10 160 39 176 43 107 26 330 80

Mensal 49 12 131 32 143 34 84 20 41 10 43 10

Quinzenal 20 5 54 13 35 8 41 10 21 5 6 1

Uma vez por semana 129 31 85 21 37 9 55 13 109 26 18 4

Duas vezes por semana 76 18 49 12 15 4 25 6 67 16 8 2

Três vezes por semana 75 18 53 13 25 6 33 8 68 16 7 2

Total 412 100 414 100 415 100 414 100 413 100% 412 100

Fonte: Dados da pesquisa

Page 173: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

172

Na TAB. 35 são apresentados alguns dos locais de preferência de compra de

tomate. Após a análise dos resultados, foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas entre os principais tipos de locais, extraindo-se deles

nos novos resultados após a obtenção do ranking médio. Os locais apresentados

aos consumidores para esta avaliação foram: Supermercado/Hipermercado,

Sacolões, Feiras de bairros e Mercados (Central/Distrital).

Quanto aos Supermercado/Hipermercados a Região Administrativa Leste foi a

que apresentou a maior preferência com uma pontuação, com 258,26 pontos.

Quanto aos Sacolões, a Região Administrativa Oeste foi a que apresentou a maior

pontuação, com 246,29 pontos. Quanto às Feiras de bairros, a Região

Administrativa Oeste apresentou a maior pontuação, com 228,26 pontos. Por fim, os

consumidores que preferem comprar o tomate de mesa em Mercados (Central e

Distrital) prevalecem na Região Administrativa Nordeste, com uma pontuação de

258,36 pontos.

Tabela 35 - Preferência do local de compra de tomate de mesa nas Regiões Administrativas de Belo Horizonte

Regional Administrativa

/ Locais de Compra

Supermercado /

Hipermercado Sacolões

Feiras de bairros

Mercados (Central/ Distrital)

Direto dos atacadistas do Ceasa

Direto do produtor

N Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

N Ranking médio

n Ranking médio

N Ranking médio

Pampulha 43 155,09 43 201,26 42 188,98 42 195,18 42 205,50 42 204,50

Oeste 56 187,21 56 246,49 56 228,26 56 194,01 56 209,21 56 208,19

Noroeste 44 244,82 44 201,49 44 218,32 44 213,51 44 205,50 43 204,50

Norte 34 213,06 34 153,09 33 223,92 34 196,28 34 217,62 34 210,53

Leste 47 258,26 47 218,90 47 205,70 47 194,68 47 205,50 47 204,50

Centro-sul 47 229,45 47 175,21 47 206,10 47 220,94 47 205,50 47 204,50

Barreiro 48 169,65 48 246,30 48 183,47 48 190,50 48 205,50 48 204,50

Nordeste 47 227,87 47 167,30 47 217,22 47 258,36 47 205,50 46 208,96

Venda Nova 49 191,35 49 236,39 49 191,95 49 203,14 49 209,76 49 208,73

Total 415 415 413 414 414 412

Qui-quadrado 33,98 35,56 19,49 53,95 12,15 5,24

Gl. 8 8 8 8 8 8

Sig. 0% 0% 1% 0% 14% 73%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de Kruskal-Wallis

Com relação à melhor estação do ano para comprar tomate de mesa, a

primavera foi mais bem avaliada pelas região Pampulha, Centro-sul e Norte. Já as

regiões que apresentam as piores avaliações foram Barreiro, Nordeste e Oeste.

Page 174: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

173

Quanto à estação verão, os consumidores das região Pampulha e Centro-sul

melhor avaliaram, enquanto as regiões que apresentaram as piores avaliações para

tal estação foram a Noroeste e Oeste.

Para a aquisição de tomate no outono, a região que melhor avalia a estação

também foram a Pampulha e Centro-sul, enquanto que as regiões que apresentaram

as piores avaliações foram a Leste e Nordeste.

Com relação ao inverno, os consumidores de tomate da região Noroeste,

seguida pela Centro-sul e Barreiro, avaliaram ser a melhor estação do ano,

enquanto que as regiões que apresentaram as piores avaliações de tal estação

foram a Norte, a Oeste e a Leste.

Na TAB. 36 são apresentados a avaliação das opiniões sobre a qualidade do

fruto nas estações do ano. Após análise dos dados, observaram-se diferenças

estatisticamente significativas nas quatro estações. Assim, optou-se pela elaboração

do ranking médio, para melhor avaliar a qualidade do fruto nas estações e por

Região Administrativa. Cabe ressaltar que a amostra, em média, foi de 208

consumidores (50,1%), já que 207 não opinaram ou não souberam responder.

Tabela 36 - Avaliação das estações do ano para comprar tomate de mesa, por região administrativa

Regional Administrativa/Estações

do ano

Verão Outono Inverno Primavera

n Ranking médio N Ranking médio n Ranking médio n Ranking médio

Pampulha 33 157,05 32 120,89 30 86,88 35 140,34

Oeste 14 79,14 15 98,13 16 75,88 16 91,06

Noroeste 27 77,15 26 113,00 24 115,50 24 95,19

Norte 14 108,21 14 105,75 14 64,36 14 103,00

Leste 21 94,36 21 80,71 21 78,17 21 94,29

Centro Sul 23 132,89 21 111,76 21 111,79 23 119,74

Barreiro 24 86,31 20 89,25 22 111,11 20 89,53

Nordeste 24 91,98 23 104,74 22 102,86 22 90,75

Venda Nova 34 111,75 33 94,55 33 136,85 34 97,90

Total 214 205 203 209

Qui-quadrado 51,66 20,44 31,64 33,16

G.l. 8 8 8 8

Sig. 0% 1% 0% 0%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de Kruskal-Wallis

Com relação à frequência de compra entre os principais tipos de tomate de

mesa, as regiões que relataram comprar com maior frequência tipo santa-cruz foram

Page 175: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

174

a do Barreiro e a Nordeste, as que apresentaram a menor frequência foram a de

Venda Nova e a Leste.

No caso do tomate de mesa do tipo Maçã ou Caqui as regiões que compram

o fruto com maior frequência foram a Barreiro e a Leste, enquanto a que apresentou

a menor frequência foi a Pampulha, seguida pela Norte.

Para o tomate do tipo Cereja, as regiões que declararam comprar com maior

frequência foram a Leste e a Barreiro, enquanto as que apresentaram a menor

frequência foram a Pampulha e de Venda Nova.

Com relação ao tomate do tipo italiano, as regiões que relataram comprar

com maior frequência foram a Leste, a Nordeste e a Oeste, enquanto as que

apresentaram a menor frequência foram a Pampulha e a Nordeste.

No que tange ao tomate do tipo longa vida, as regiões que compram com

maior frequência foram a Oeste e a Centro-sul, enquanto a que apresentou a menor

frequência foi Barreiro.

No caso do tomate, Sweet grape, a região que declarou comprar com maior

frequência foi a Centro-sul, enquanto as que apresentaram a menor frequência

foram a Venda Nova, a Barreiro e a Noroeste.

A TAB. 37 apresenta a frequência de compra para os diversos tipos de tomate

de mesa. Após a análise dos dados, observaram-se diferenças estatisticamente

significativas para os seis tipos de tomate. Dessa forma, para avaliar a frequência,

utilizou-se como critério de avaliação o ranking médio, com a seguinte escala:

quanto maior o ranking médio, maior a frequência de compra por alguns tipos de

tomate de mesa em cada Região Administrativa.

Tabela 37 - Frequência de compra dos diversos tipos de tomate de mesa, por Região Administrativa (Continua...)

Regional Administrativa/tipos de tomate de mesa

Santa-cruz Maçã ou

Caqui Cereja Italiano Longa Vida Sweet grape

N Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

Pampulha 42 188,14 43 134,08 43 155,78 43 155,17 42 239,55 42 201,24

Oeste 56 193,66 56 180,81 56 214,34 56 238,38 56 262,07 56 219,67

Noroeste 44 223,56 44 163,01 44 213,41 44 196,84 44 181,74 44 184,41

Norte 34 148,18 34 160,60 34 191,28 34 202,85 34 221,79 34 205,69

Leste 46 172,59 47 273,46 47 255,69 47 258,67 47 228,87 47 219,82

Centro Sul 47 204,12 47 177,79 47 222,41 47 234,67 47 247,33 47 254,67

Page 176: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

175

Tabela 37 - Frequência de compra dos diversos tipos de tomate de mesa, por Região Administrativa (Conclusão)

Regional Administrativa/tipos de tomate de mesa

Santa-cruz Maçã ou

Caqui Cereja Italiano Longa Vida Sweet grape

N Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

Barreiro 48 273,82 48 286,20 48 240,43 48 157,26 48 99,59 47 182,67

Nordeste 47 273,73 47 240,56 47 203,01 47 238,35 47 172,10 47 209,09

Venda Nova 48 164,90 48 231,84 49 166,78 48 174,73 48 207,63 48 177,16

Total 412 414 415 414 413 412

Qui-quadrado 53,22 77,47 29,49 42,34 70,58 31,72

G.l. 8 8 8 8 8 8

Sig. 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de Kruskal-Wallis

5.2.5 Análise do quinto estágio - Consumo

Para caracterizar o quinto estágio, denominado “Consumo”, buscou-se

compreender a frequência e os locais preferenciais para a efetivação do consumo

por parte dos consumidores de tomate de mesa.

A frequência de consumo do tomate de mesa foi avaliada tanto nos dias de

semana quanto nos fins de semana, tendo como premissa básica três tipos de

lugares: Em casa, Na casa de outras pessoas e Restaurante.

Quanto à frequência de consumo, utilizou-se como parâmetro uma escala

com cinco possibilidades: “Nunca consome”, “Consome mensalmente”, “Consome

quinzenalmente”, “Consome uma vez por semana”, "Consome duas vezes por

semana” e “Consome três vezes por semana ou mais”.

A TAB. 38 descreve a análise estatística que compara o consumo durante a

semana e o local de maior consumo. O local de consumo mais apontado foi Em

casa”, seguido de “Na casa de outras pessoas”. Com relação ao consumo nos dias

de semana ou fim de semana, o resultado não alterou os resultados.

Com relação ao consumo no fim de semana, somente um consumidor

declarou nunca consumir tomate de mesa em casa, enquanto que 94 (22,65%)

declararam nunca consumir na casa de outras pessoas e 131 (32,57%) nunca

consomem em restaurantes.

Quanto ao consumo semanal este pode ocorrer durante a semana, ou nos

fins de semana. A preferência do consumidor de tomate de mesa é de consumi-lo

em casa durante a semana foi citado por 409 consumidores (98,55%), enquanto que

Page 177: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

176

o consumo em casa no fim de semana em casa foi citado por 396 consumidores

(96,12%).

No que refere-se a frequência, 277 (66,75%) dos consumidores declararam

consumir tomate de mesa semanalmente e pelo menos três vezes por semana,

enquanto que nos fins de semana apenas 172 consumidores afirmaram consumir

tomate de mesa (41,75%).

Cabe destacar que o consumo mensal de tomate de mesa na casa de outras

pessoas foi citado por 198 consumidores (48%) e que nos fins de semana o

consumo mensal sobe para 243 consumidores (59%), conforme demonstrado na

Tabela 38.

Tabela 38 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os locais

Frequência

Dias de semana (de 2ª a 6ª feira) Fins de semana (Sábados e Domingos)

Em casa

Na casa de outras pessoas

Em restaurantes

Em casa Na casa de outras

pessoas Em

restaurantes

n % n % n % n % N % n %

Nunca 0 0 151 37 153 37 1 0 94 23 131 32

Mensal 4 1 198 48 108 26 11 3 243 59 137 33

Quinzenal 1 0 11 3 11 3 5 1 12 3 23 6

Uma vez por semana

44 11 33 8 48 12 112 27 36 9 68 16

Duas vezes por semana

88 21 6 1 28 7 112 27 14 3 17 4

Três vezes por semana ou mais

277 67 14 3 66 16 172 42 13 3 37 9

Total 414 100 413 100 414 100 413 100 412 100 413 100

Fonte: Dados da pesquisa

A TAB. 39 mostra a frequência do consumo de tomate de mesa em três tipos

de pratos: “salada”, “sanduíche” e “molho de tomate feito em casa”.

No caso do consumo no tipo de prato salada, o tomate de mesa é consumido

por todos os consumidores, sendo que aqueles que chegam a consumir entre duas

e três vezes por semana representam 93% dos consumidores.

No prato do tipo sanduíche o tomate de mesa é consumido por 420

consumidores (71,11%), sendo que destes 154 (37,11%) afirmaram consumir

semanalmente o tomate de mesa.

No que se refere ao tipo de prato molho de tomate feito em casa, 268

consumidores (64,58%) declararam consumir o fruto, sendo que destes 165

(39,76%) o consomem pelo menos uma vez na semana.

Page 178: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

177

Tabela 39 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os principais tipos de pratos

Frequência/Pratos Salada Sanduíche Molho de tomate feito em casa

n % n % N %

Nunca 0 0 95 23 147 35

Mensal 1 0 83 20 55 13

Quinzenal 0 0 83 20 48 12

Uma vez por semana 28 7 106 26 74 18

Duas vezes por semana 68 16 36 9 41 10

Três vezes por semana 318 77 12 3 50 12

Total 415 100% 415 100% 415 100%

Fonte: Dados da pesquisa

A TAB. 40 apresenta a frequência de consumo de alguns derivados do

tomate. Os dois produtos derivados de tomate de mesa mais citados pelos

consumidores foram o extrato de tomate e o molho de tomate pronto, com 391

(94,46%) e 380 (91,57%) citações, respectivamente.

Tabela 40 - Frequência de consumo de produtos derivados do tomate de mesa

Produto/ Frequência

Catchup Extrato de

tomate Molho de

tomate pronto Polpa de tomate

Tomate descascado enlatado inteiro

Suco de tomate

n % n % n % n % n % n %

Nunca 87 21 35 8 23 6 257 62 392 95 393 95

Mensal 87 21 53 13 47 11 37 9 10 2 11 3

Quinzenal 50 12 80 19 74 18 50 12 2 0 6 1

Uma vez por semana

80 19 74 18 100 24% 45 11 9 2 1 0

Duas vezes por semana

39 9 93 22 87 21 16 4 0 0 1 0

Três vezes por semana

72 17 79 19 84 20 9 2 1 0 1 0

Total 415 100 414 100 415 100 414 100 414 100 413 100

Fonte: Dados da pesquisa

Na TAB. 41 são apresentados os resultados após a análise dos dados, via

teste de Kruskal-Wallis, utilizado para verificar a existência de diferenças na

frequência de consumo do tomate de mesa em alguns dos locais, de acordo com o

consumo durante a semana ou no fins de semana, analisado de forma comparativa

entre as Regiões Administrativas. As análises dos dados também apresentaram

diferenças estatísticas significativas para todos os locais, tanto durante a semana

quanto no fim de semana.

O critério utilizado para avaliar o consumo do fruto nos locais citados

evidencia que quanto maior o ranking médio, maior a frequência de consumo do

Page 179: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

178

tomate de mesa naquele local e período. Neste sentido, verificou-se que no caso do

consumo “Em casa” durante a semana as regiões que declararam consumir com

maior frequência foram a Leste, Barreiro e a Oeste, enquanto que as que

apresentaram a menor frequência foram a Nordeste, a Noroeste e a Venda Nova.

No caso do consumo “Na casa de outras pessoas” durante a semana, as

regiões que declararam consumir com maior frequência foram a Leste e a Noroeste.

Por outro lado, a que apresentou a menor frequência de consumo foi a Venda Nova.

Para o consumo “Em restaurante” durante a semana, as regiões que

apresentaram o consumo do fruto com maior frequência foram a Noroeste e a Leste.

As regiões que apresentaram a menor frequência foram a Venda Nova e a

Pampulha.

Com relação ao consumo “Em casa” durante o fim de semana, as regiões que

consomem com maior frequência foram a Norte, a Leste e a Oeste. As regiões que

apresentaram a menor frequência foram a Nordeste e a Noroeste.

No que tange ao consumo “Na casa de outras pessoas” durante o fim de

semana, as regiões que apresentaram a maior frequência foram a Leste e a

Noroeste. As regiões com menor frequência de consumo foram a Pampulha e a

Nordeste. No caso do consumo “Em restaurante” durante o fim de semana, as

regiões que consomem com maior frequência o tomate de mesa foram a Noroeste e

a Leste. A região que apresentou a menor frequência foi a Venda Nova.

Tabela 41 - Frequência de consumo de tomate de mesa, de acordo com os locais, dias da semana e

com as regiões administrativas de Belo Horizonte

Região/Local de consumo

Dias de semana (de 2ª a 6ª feira) Fins de semana (Sábados e Domingos)

Em casa Na casa de

outras pessoas Em

restaurantes Em casa

Na casa de outras pessoas

Em restaurantes

N Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

Pampulha 42 192,11 41 137,68 42 170,77 42 156,36 42 158,45 42 188,51

Oeste 56 221,22 56 219,20 56 194,42 55 260,43 55 196,51 55 193,74

Noroeste 44 179,90 44 260,80 44 278,53 44 141,76 44 223,25 44 260,91

Norte 34 239,91 34 235,78 34 229,84 34 290,84 34 211,24 34 224,97

Leste 47 244,61 47 264,05 47 252,63 47 264,72 47 249,97 47 239,60

Centro Sul 47 212,73 47 203,22 47 216,46 47 193,72 47 197,77 47 228,70

Barreiro 48 224,35 48 249,98 48 201,91 48 208,15 48 215,59 48 183,97

Nordeste 47 176,87 47 203,62 47 213,72 47 125,56 47 188,59 47 206,87

Venda Nova 49 179,56 49 92,83 49 122,28 49 225,20 48 215,72 49 147,46

Total 414 413 414 413 412 413

Qui-quadrado 25,49 103,76 57,63 93,58 20,83 32,90

G.l. 8 8 8 8 8 8

Sig. 0% 0% 0% 0% 1% 0%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: O ranking médio foi calculado por meio do Teste de Kruskal-Wallis

Page 180: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

179

A TAB. 41 apresenta os resultados sobre a frequência de consumo de alguns

dos pratos que levam tomate de mesa. No caso dos pratos do tipo saladas, as

regiões que declararam consumir com maior frequência o fruto foram a Leste, a

Norte e a Pampulha, enquanto as que apresentaram a menor frequência foram a

Nordeste, a Noroeste e a do Barreiro.

Para o consumo em pratos como sanduíches, as regiões que apresentaram

consumo com maior frequência foram a Noroeste, a Barreiro e a Oeste. Já as

regiões que apresentaram a menor frequência de consumo foram a de Venda Nova

e a Centro-sul.

Para o consumo em pratos do tipo molho de tomate feito em casa, as regiões

que consomem com maior frequência o fruto foram a de Venda Nova e a Pampulha.

Já as regiões que apresentaram a menor frequência foram a Norte e a Noroeste.

A TAB. 42 apresenta os resultados relativos à frequência de consumo do

tomate de mesa nos mesmos tipos de prato. Observou-se que também ocorreram

diferenças estatisticamente significativas, após a análise dos dados, para todos os

tipos de prato. Para tanto recorreu-se ao ranking médio para analisar de forma

comparativa a frequência de consumo dos tipos de prato nas Regiões

Administrativas, apurando-se que quanto maior a sua pontuação maior a frequência

de consumo do tomate de mesa naquele tipo de prato.

Tabela 42 - Frequência de consumo de alguns tipos de pratos que utilizam o tomate de mesa, de

acordo com as Regiões Administrativas de Belo Horizonte

Região Administrativa Salada Sanduíches

Molho de tomate feito em casa

n Ranking médio n Ranking médio n Ranking médio

Pampulha 43 232,94 43 214,14 43 248,76

Oeste 56 218,61 56 226,82 56 192,73

Noroeste 44 190,73 44 254,70 44 161,77

Norte 34 232,38 34 194,06 34 146,50

Leste 47 234,95 47 224,01 47 219,63

Centro Sul 47 206,22 47 167,29 47 208,20

Barreiro 48 194,19 48 228,99 48 197,00

Nordeste 47 193,60 47 202,90 47 223,07

Venda Nova 49 175,79 49 156,86 49 258,84

Total 415 415 415

Qui-quadrado 21,72 26,54 33,64

G.l. 8 8 8

Sig. 1% 0% 0%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de Kruskal-Wallis

Page 181: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

180

Devido ao grande consumo de produtos derivados de tomate pela população,

por exemplo, catchup, extrato de tomate, o molho de tomate pronto e a polpa de

tomate, buscou-se contemplar nesta pesquisa a compreensão do comportamento do

consumidor de tomate de mesa em relação a tais produtos. No entanto, é sabido

que eles são derivados do tomate do tipo industrial (rasteiro).

As Regiões Administrativas que declararam consumir com maior frequência

os produtos derivado de tomate catchup foram a Leste e a Norte, enquanto, que as

que apresentaram a menor frequência de consumo de catchup foram a Venda Nova

e Barreiro.

Quanto ao derivado extrato de tomate as regiões que consomem com maior

frequência foram a Pampulha e Venda Nova, enquanto que a região que apresentou

a menor frequência no consumo deste derivado foi a Noroeste.

Com relação ao consumo de molho de tomate pronto a região que consome

com maior frequência foi a Norte, enquanto as regiões que apresentaram a menor

frequência foram a Barreira e a Noroeste.

Já a polpa de tomate é mais consumida na região Nordeste, enquanto que a

menor frequência de compra foi observada nas regiões Venda Nova e Centro-sul.

A TAB. 42 apresenta o resultado da frequência de consumo de alguns

produtos derivados de tomate de mesa por Região Administrativa.

Tabela 43 - Frequências de consumo de alguns produtos derivados do tomate de mesa por Região

Administrativa

Regiões / produtos derivados de tomate

Catchup Extrato de

tomate

Molho de tomate pronto

Polpa de tomate

Tomate descascado

enlatado/ inteiro

Suco de tomate

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

n Ranking médio

N Ranking médio

n Ranking médio

Pampulha 43 202,33 43 259,31 43 229,30 43 159,19 43 201,17 43 211,09

Oeste 56 205,26 56 208,48 56 205,60 56 238,82 56 218,76 56 208,38

Noroeste 44 210,80 44 123,99 44 165,58 44 210,45 44 205,64 44 206,18

Norte 34 255,91 34 243,63 34 284,62 34 147,57 34 202,41 34 221,12

Leste 47 261,18 47 243,56 47 235,05 47 243,43 47 210,17 47 219,03

Centro Sul 47 191,17 47 215,68 47 210,00 47 188,29 47 213,98 46 201,39

Barreiro 48 186,02 47 151,47 48 142,52 48 230,51 48 200,69 48 197,00

Nordeste 47 211,16 47 179,78 47 184,73 46 269,93 46 210,36 46 201,58

Venda Nova 49 163,99 49 248,72 49 235,57 49 155,85 49 200,60 49 201,39

Total 415 414 415 414 414 413

Qui-quadrado 24,81 57,69 43,51 63,78 7,90 11,96

G.l. 8 8 8 8 8 8

Sig. 0% 0% 0% 0% 44% 15%

Fonte: Dados da pesquisa Nota: Teste de Kruskal-Wallis

Page 182: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

181

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa analisou de forma quantitativa os estágios que compõem o

processo decisório e buscou descrever individualmente o comportamento do

consumidor de tomate de mesa no município de Belo Horizonte, Minas Gerais. A

integração do SIG nos projetos de pesquisa possibilita uma visão mais sistemática

fazendo com que o marketing seja entendido como um modelo de análise pelos

quais as escolhas dos usuários ou dos consumidores tornaram-se preponderantes

(RAVENEL, 2011).

Durante as fases da pesquisa, foram aplicadas técnicas (quali-quanti), a partir

das quais foram estudados aspectos que caracterizaram o processo decisório do

consumidor de tomate de mesa, integradas às técnicas de geomarketing, para

analisar o resultado em relação às Regiões Administrativas da Prefeitura de Belo

Horizonte, tendo como pano de fundo os estágios do processo decisório proposto

por Blackwell, Engel e Miniard (2011).

Na fase qualitativa, uma das frentes foi o levantamento das opiniões dos

agentes de cada elo da cadeia produtiva sobre o processo de decisão de compra.

Após a análise dos resultados, foi possível verificar que o termo qualidade possuía

diferentes visões, com foco individualizado em cada elo, buscando efetivar suas

negociações para o próximo elo da cadeia. Outra frente destacou os principais tipos

e nomes dados aos tomates de mesa comercializados ao longo dos elos da cadeia,

que receberam atenção especial devido à grande divergência encontrada na fase

quantitativa.

Outra frente encontrada refere-se às percepções dos agentes que compõem

os elos da cadeia produtiva (produtores, atravessadores, varejistas e consumidores)

sobre a qualidade do fruto. Perceberam-se orientações ligadas à produção, ao

produto e à venda. Não foram percebidas orientações ligadas ao mercado,

principalmente mirando o consumidor final.

Os produtores apresentaram características de orientação à produção com

foco no produto, concentrando-se em alcançar alta eficiência de produção e de

qualidade do fruto. Relacionam o termo qualidade a sorte na colheita, principalmente

no que tange a clima, uso dos defensivos para o controle de pragas e utilização das

embalagens, para não machucar o fruto.

Page 183: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

182

Os atravessadores (atacadistas/distribuidores) apresentaram orientação à

venda, preocupando-se em vender aquilo que é produzido, e não aquilo que o

mercado quer comprar. Definem como qualidade o fruto acondicionado em

embalagens (caixaria de madeira ou plástica) e classificados quanto a tamanho e

cor. A principal preocupação deste elo está em comercializar diariamente ao varejo

um fruto bem embalado e resistente, visto que o preço do dia varia em relação à

quantidade do fruto que entra no CeasaMinas.

Os varejistas também apresentaram orientação à venda e buscaram nos elos

da cadeia a compra de tomates de mesa de acordo com a finalidade. Por exemplo,

um restaurante busca o fruto para compor o mix de salada e em alguns casos para

elaboração de molhos, enquanto que os supermercadistas e sacolões preferem

produtos não tão maduros e que possam ser expostos em suas bancas de acordo

com o tipo (Maçã, longa vida, etc.).

Tal análise do comportamento entre os elos revela que o ponto comum está

no termo qualidade, associado, principalmente, à garantia da beleza (estética) do

fruto, caracterizado como sendo um tomate liso, maduro, firme (resistente para cinco

e seis dias) e sem manchas.

Existem divergências no que se refere à classificação do fruto, principalmente

quanto a tamanho e cor, percebida diante das relações comerciais entre o produtor e

o varejista. Este relatou que nem a cor, nem o tamanho são os fatores mais

importantes. No entanto, na relação entre o produtor e o atacadista a classificação e

a padronização do fruto quanto a tamanho e cor apareceu em primeiro lugar.

Apareceu relatos divergentes quanto aos nomes dados aos tipos de tomate

comercializados na Capital mineira entre os agentes da cadeia produtiva, sendo este

um dos pontos de verificação na fase quantitativa, devido aos inúmeros tipos e

nomes relatados.

Na fase quantitativa buscou-se descrever e caracterizar os estágios do

processo decisório, com base no estudo dos diversos aspectos para cada um dos

estágios conforme demonstra a FIG. 20.

Page 184: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

Quadro 1 - Aspectos estudados de caracterizaram os estágios do processo de decisão de compra do tomate de mesa

Fonte: Dados da pesquisa

Estágio 1 - Reconhecimento da

Necessidade de compra

•Avaliação da Imagem

•Motivos

•Benefícios

•Malefícios

Estágio 2 - Busca de InforMação

•Grupos e momentos de influência no processo decisório

Estágio 3 -Avaliação das Alternativas

•Avaliação dos fatores do atributo de qualidade

•Avaliação sobre o conhecimento sobre os tipos e nomes do fruto

•Avaliação do valor disposto a pagar pelos tipos de frutos

•Avaliação da predisposição de compra

•Avaliação dos tipos de embalagem

Estágio 4 - Compra

•Locais de compra

•Frequência de Compra

•Avaliação das estações do ano

•Avaliação das formas de apresentação do fruto no ponto de venda

Estágio 5 - Consumo

•Avaliar a frequência de consumo

•Avaliar o consumo na semana e nos fins de semana

•Avaliar o local e a frequência de consumo

•Avaliar a frequência de consumo de acordo com os tipos de pratos

•Avaliar a frequência de produtos derivados do tomate

18

3

Page 185: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

184

Ainda na fase quantitativa, foram aplicadas as técnicas de geomarketing,

responsáveis por analisar espacialmente os resultados obtidos de forma macro com

os de forma micro, obtidos nas Regiões Administrativas da prefeitura de Belo

Horizonte com base nas técnicas de geoprocessamento.

Pode-se concluir que a utilização da integração das técnicas de pesquisa com

as técnicas de geomarketing, foi essencial para analisar de forma macro e micro o

resultado da pesquisa, constatando em alguns pontos diferenças estatísticas

significantes no comportamento do processo decisório, mesmo sabendo que tal

município possui alta densidade demográfica.

A metodologia aplicada conseguiu analisar o comportamento do consumidor

por meio da análise espacial, identificando diferenças no comportamento em relação

ao resultado geral e demonstrando sua efetividade em projetos de segmentação

geográfica e suas variáveis influenciadoras.

Outro resultado evidenciado refere-se à aplicação da régua de cores utilizada

para geopublicar os resultados obtidos. Tal instrumento foi capaz de transformar os

dados obtidos estatisticamente em mapas temáticos com alto nível de precisão,

facilitando a análise espacial entre as regiões administrativas da Capital mineira e

demonstrando a relevância do instrumento para alcançar os resultados desejados.

A palavra inovação inserida no título desta dissertação refere-se à descrição

do processo decisório mediante da utilização das técnicas de pesquisa integradas

com as técnicas de geomarketing, inovando a forma de visualizar informações sobre

o comportamento do consumidor em uma área geográfica, com apoio na pela

distribuição da amostra em microrregiões, por meio da utilização da ferramenta de

GIS e do SPSS.

6.1 Recomendações gerenciais

Os resultados da pesquisa geraram subsídios para que os agentes da cadeia

produtiva possam elaborar um plano de ações estratégicas e mercadológicas

buscando melhorar a competitividade do tomate produzido, tendo como base a

orientação ao mercado, a partir das informações obtidas diretamente do consumidor.

O principal resultado gerencial está associado à percepção do consumidor de

tomate de mesa de reconhecer que o fruto pertence ao tipo de compra planejada,

fazendo com que seja necessário transitar pelos estágios do processo decisório

Page 186: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

185

como o reconhecimento da necessidade, da busca de informações, da avaliação das

alternativas e da compra e consumo.

E no ponto de venda, todavia, que a decisão de compra ocorre, levando em

consideração as informações dos estágios. Isso evidencia a importância que os

agentes da cadeia produtiva do tomate de mesa devem ter em conhecer os hábitos

de consumo, representados pelas necessidades e pelos desejos por parte de seus

consumidores.

A pesquisa demonstrou que o consumidor não possui fidelidade a um tipo de

canal e leva em consideração a relação custo-benefício ligada à qualidade e ao

preço do fruto nos locais de compras. Os sacolões foram citados por 96% do

pesquisados na opção de compras do tomate, seguidos pelos supermercados, com

64%, pelas feiras de bairro com 13%, e pelos mercados de bairro, com 8%.

Entre as Regiões Administrativas de Belo Horizonte, a Região Leste

apresentou preferência pela compra em supermercados; a Barreiro, em sacolões; a

Oeste, em feiras de bairro; e a Nordeste, em mercados (centrais e distritais). Isso

caracteriza diferentes opções quanto aos locais. Na região Oeste, o consumidor

demonstrou optar claramente pela compra em multicanais, com preferência para

sacolões e feiras.

O consumidor final demonstrou a predisposição de pagar pelo quilo do tomate

um valor médio abaixo de R$3,00. Somente para os tipos Sweet grape e Maçã

concordaria com um valor médio acima de R$3,00/kg: R$3,05 e R$3,20,

respectivamente. O valor máximo que o consumidor admite a pagar por estes frutos

chegou a R$16,00 o quilo.

O consumidor de tomate de mesa realiza a compra dos tomates tipo Maçã e

Cereja com frequência mensal. Os tomate dos tipos Santa-cruz e Longa vida são

adquiridos semanalmente.

Quanto à qualidade do fruto, o consumidor de tomate de mesa em Belo

Horizonte preocupa-se em primeiro lugar com as características organolépticas,

caracterizadas por beleza (boa aparência), frescor e livre de machucados ou

amassados. Neste quesito, a cadeia produtiva do tomate vem tomando providências

para que tal fator seja relevante desde o produtor até o varejista.

O consumidor reconhece as questões ligadas à saúde e ao meio ambiente,

fator que não foi citado pelos agentes da cadeia produtiva do tomate (produtor,

atravessador e varejista). Os agentes acreditam que o tamanho e a cor superam as

Page 187: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

186

preocupações com a saúde e o meio ambiente. Os resultados evidenciam que está

faltando uma ação de comunicação para ajustar as necessidades do consumidor ao

longo da cadeia produtiva.

Outro ponto que merece destaque é o desconhecimento do consumidor final

com relação aos nomes dados aos principais tipos de tomate de mesa

comercializados na capital mineira. O tomate dos tipos Maçã e Cereja foram

reconhecidos pelos nomes, com notas de 4,47 e 4,13, respectivamente, antes do

estímulo visual e notas de 4,81 e 4,75 depois do estímulo visual, numa escala de 1 a

5, sendo 1 para “Desconheço” e 5 para “Conheço bastante”. Após o estímulo visual

as notas subiram consideravelmente no caso dos tomates santa-cruz e longa vida,

que saíram de 1,90 e 1,89 para 4,46 e 4,32, respectivamente, demonstrando que o

nome do fruto não é percebido pelo consumidor. O tomate do tipo Sweet grape teve

a menor nota antes e depois do estímulo, com 1,20 e 3,07, também numa escala

entre 1 a 5 pontos.

A região Barreiro foi a que apresentou o maior desconhecimento quanto aos

nomes em relação aos tipos de tomate de mesa, tendo desvios-padrões superiores a

-0,48, -0,49, -0,59 e -0,70 em relação ao apurado no geral.

6.2 Limitações de pesquisa

O estudo ora apresentado apresentou limitações importantes quanto à

amostra e a compreensão de todos os estágios do processo decisório propostos

pelo modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011.

Optou-se aqui por utilizar uma amostra não probabilística por quotas

proporcionais à população residente em cada uma das nove Regiões Administrativas

da Prefeitura de Belo Horizonte. Assim, não foi possível utilizar uma amostra

probabilística de acordo com o perfil da população da Capital mineira em relação às

suas características sociodemográficas. Entende-se que os resultados encontrados

são válidos apenas para a amostra, não permitindo realizar inferências estatísticas

para a população em questão.

Não foi possível utilizar os sete estágios propostos no modelo integrativo de

Blackwell, Engel e Miniard (2011), o que impossibilitou o levantamento das

informações sobre a etapa pós-consumo, visto que a coleta foi realizada depois da

compra de produtos FLV (Frutas, Legumes e verduras) e antes do efetivo consumo.

Page 188: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

187

O estágio “busca da informação” não foi relevante nesta pesquisa para avaliar

as fontes onde o consumidor de tomate de mesa busca informações.

Devido ao fato de a aplicação dos questionários ter ocorrido de forma

aleatória e depois da compra do fruto, não foram estabelecidos critérios de

ponderação da amostra em relação aos pontos de venda, podendo se tornar um viés

de pesquisa quanto à preferência pelo local de compra.

Page 189: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

188

REFERÊNCIAS

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197

ANEXOS

ANEXO A - Roteiros de entrevista qualitativa ........................................................ 198

ANEXO B - Questionário de pesquisa quantitativa ................................................ 216

ANEXO C - Publicações em revistas sobre o tomate ............................................. 223

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198

ANEXO A

ROTEIROS DE ENTREVISTA QUALITATIVA

ATACADISTAS

Bloco 1 – Perguntas filtro

B1.1) Você comercializa legumes/verduras?

1. Sim. 2. Não. Encerrar entrevista.

B1.1.1) Quais tipos de legumes/verduras você normalmente comercializa? (não dar opções, deixar responder de forma

espontânea)

B1.1.1.1 Beterraba B1.1.1.2 Batata B1.1.1.3 Cenoura B1.1.1.4 Abóbora

B1.1.1.5 Chuchu B1.1.1.6 Mandioca B1.1.1.7 Tomate de

mesa B1.1.1.8 Berinjela

B1.1.1.9 Outras (citar): ______________________________________________________________________________

B1.2) Caso o entrevistado não tenha respondido tomate de mesa na questão anterior, perguntar porque ele não comercializa

tomate de mesa:

Ir para o Bloco de Informações Pessoais.

Bloco 2 – Processo de compra do tomate de mesa

B2.1) Com qual frequência você compra tomate de mesa para comercializar? (Diária, semanal, mensal, etc)

B2.2) Existe alguma época do ano ou dia da semana que sejam melhores para comprar tomate de mesa? Quando e por quê?

B2.3) De quem você normalmente compra tomate de mesa? O tomate de mesa que você compra é apenas de um fornecedor

ou de vários fornecedores? (Ex. produtores, outros atacadistas, etc). Por quê?

B2.4) Quais são os seus critérios de escolha de fornecedores de tomate de mesa? Ou seja, o que você considera importante

para escolher os seus fornecedores de tomate de mesa?

B2.5) Existem contratos pré-estabelecidos com os fornecedores do tomate de mesa que você compra? (Inclui não apenas

contratos escritos, mas também contratos verbais – combinação prévia entre as partes). Por quê?

1. Sim. Favor descrever

2. Não. Por quê?

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199

B2.6) Quais são os principais problemas você tem enfrentado durante o processo de compra de tomate de mesa? (Explorar

bem essa pergunta).

B2.7) Como você vê a qualidade dos tomate de mesa oferecidos nos mercados onde você tem comprado atualmente?

B2.8) Como é estipulado o preço nos mercados onde você tem comprado tomate de mesa atualmente?

Bloco 3 – Processo de venda do tomate de mesa

B3.1) Com qual frequência você vende tomate de mesa? (Diária, semanal, mensal, etc)

B3.2) Existe alguma época do ano ou dia da semana que sejam melhores para vender tomate de mesa? Quando e por quê?

B3.3) Para quem você normalmente vende tomate de mesa? Você vende tomate de mesa apenas para um comprador ou para

vários compradores? (Ex. outros atacadistas, varejistas, etc). Por quê?

B3.4) Para quais tipos de varejistas você vende tomate de mesas atualmente (Ex. Supermercados, sacolões, padarias, hotéis,

bares, restaurantes, etc). Por quê?

B3.5) Quais critérios você considera para escolher os compradores do tomate de mesa que você comercializa. Por quê?

B3.6) Quais são os principais problemas você tem enfrentado durante o processo de venda de tomate de mesa? (Explorar

bem essa pergunta).

B3.7) Como é estipulado o preço nos mercados onde você tem vendido tomate de mesa atualmente?

B3.8) Existem contratos pré-estabelecidos com os compradores de tomate de mesa que você vende? (Inclui não

apenas contratos escritos, mas também contratos verbais – combinação prévia entre as partes). Por quê?

1. Sim. Favor descrever

2. Não. Por quê?

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200

B3.9) O seu relacionamento com os compradores de tomate de mesa é normalmente positivo ou negativo? Por

quê?

B3.10) Você sente que alguma das partes procura levar vantagem nessa relação? Você teria algum exemplo de

problemas na relação entre os compradores de tomate de mesa e a sua empresa para me contar? (Buscar

descrever situações de oportunismo).

B3.11) Como você vê o mercado para o tomate de mesa que você vende atualmente? (Em declínio rápido,

declínio lento, estável, em crescimento lento, crescimento rápido). Quais motivos você acredita que possam

estar provocando essa situação? (Seja ela positiva ou negativa)

B3.12) Com relação ao padrão de qualidade, quais têm sido as exigências dos compradores de tomate de mesa

que você vende? (Ex. tamanho e quantidade dos produtos, higiene, embalagem, preço, etc). Nesse caso, deve-

se explorar o comprador imediato (outros atacadistas, varejistas, ou consumidores finais.

B3.13) Em sua opinião, o que os consumidores finais levam em consideração para comprar ou não tomate de

mesa?

B3.14) Qual é o papel (responsabilidade) dos atacadistas com relação à venda dos tomate de mesa para o

consumidor final?

B3.15) Você acredita que existe uma preocupação efetiva por parte dos atacadistas com relação à qualidade e o

preço dos tomates de mesa, de forma a atender às exigências dos consumidores finais?

1. Sim. O que tem sido feito?

2. Não. Por quê?

Bloco 4 – Cadeia do Tomate de mesa

Para que os tomates de mesa cheguem até o consumidor final com uma qualidade adequada e um preço

competitivo, existem diversos estágios que envolvem a compra de insumos, a produção, o armazenamento, a

embalagem, o transporte e a comercialização dos produtos com atacadistas, varejistas, etc.

Pergunta:

Em sua opinião, o que poderia ser feito em cada uma dessas para melhorar a qualidade e tornar o preço dos

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201

tomates de mesa mais competitivo? Ou seja, o que deveria ser feito em cada uma dessas estágio para aumentar

as vendas de tomate de mesas para o consumidor final?

O que pode ser feito em cada uma dessas estágio para melhorar...

Etapas Qualidade Preço

Insumos

Produção

(produtor)

Armazenamento

Embalagem

Transporte

Atacadistas

Varejistas

Bloco 5 – Cadastro dos entrevistados

B5.1) Nome: ____________________________________________________ B5.2) Tel: ( ) ______- ______

B5.3) Cidade / UF: _______________ / ___ B5.4) Idade

(anos):_______

B5.5) Sexo: Masculino

Feminino

B5.6) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a

R$ 5.000,00

5. R$ 5.001,00 a

6.000,00

6. R$ 6.001,00 a

7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B5.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior

incompleto

6. Superior

completo

7. Especialização

B5.8) Estado civil

1. Casado / União Estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo

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202

8.

Mestrado/doutorado

B5.9) Empresa:

______________________________________________________________________________

PRODUTORES

Bloco 1 – Pergunta filtro

B1.1) Você produz tomate de mesa?

1. Sim. 2. Não. Encerrar entrevista.

Bloco 2 – Hábitos e opiniões sobre a produção de tomate

B2.1.) Quais tipos de tomates de mesa você normalmente produz? (não dar opções, deixar responder de forma espontânea)

B2.1.1 Maçã B2.1.2 Italiano B2.1.3 Três Contos B2.1.4 Tigerella

B2.1.5 Zakopane B2.1.6 Bolsa B2.1.7 Tondo Giallo B2.1.8 Super Sioux

B2.1.9 Outros (citar): ______________________________________________________________________________

B2.2) Em sua opinião, quais são os motivos que levam os produtores de maneira geral a produzirem tomate de mesa?

E você especificamente?

B2.3) Como você vê a lucratividade da sua propriedade com a produção de tomate de mesa?

B2.4) Para quem você normalmente vende a sua produção de tomate de mesa? Os tomates de mesa produzidos na sua

fazenda são vendidos apenas para um comprador ou para vários compradores (Ex. atacadistas, varejistas, consumidor final,

etc).

B2.5) Como o tomate que você produz chega até o consumidor final, ou seja, quais são os elos da cadeia de produção e de

comercialização do tomate de mesa?

B2.6) Com qual frequência é feita a comercialização do tomate de mesa que você produz? (Diária, semanal, mensal, etc).

B2.7) Existe alguma época do ano e/ou dias da semana em que o tomate de mesa que você produz vende mais? Por quê?

B2.8) Existem contratos pré-estabelecidos com os compradores do tomate de mesa que você produz? Tais contratos são

feitos por escrito? Por quê? (Explorar a resposta).

Page 204: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

203

B2.9) Em sua opinião, como a produção de tomate para a indústria interfere na cadeia produtiva do tomate de mesa?

B2.10) Como você avalia o tomate de mesa que você produz em relação ao produzido pelos seus concorrentes? Você

acredita que o tomate produzido por você tem diferenciais em relação ao produzido pelos concorrentes?

1. Sim. Que diferenciais são esses?

2. Não. Por quê?

B2.11) Quais são as maiores dificuldades que você tem enfrentado nos processos de produção, armazenamento, embalagem,

transporte e comercialização do tomate que você produz?

Produção:

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

Armazenamento: _____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Embalagem: ______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

Transporte: ______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

Comercialização dos produtos:

__________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

B2.12) Quais os tipos de insumos que você normalmente utiliza para produzir tomates de mesa? Como é feito o fornecimento

de insumos para a sua produção de tomate de mesa?

B2.13) Como é o seu relacionamento com os fornecedores de insumos? Existem parcerias ou alianças entre a sua empresa e

os fornecedores de insumos?

1. Sim. Favor descrever.

2. Não. Por quê?

B2.14) O seu relacionamento com os compradores é normalmente positivo ou negativo? Por quê? (Explorar as relações

comerciais com atacadistas, varejistas e com o consumidor final).

B2.15) Você sente que alguma das partes procura levar vantagem nessa relação? Você teria algum exemplo de problemas na

relação entre os compradores e a sua empresa para me contar? (Buscar descrever situações de oportunismo).

Page 205: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

204

B2.16) Como você vê o mercado para o tomate de mesa que você produz atualmente? (Em declínio rápido, declínio lento,

estável, em crescimento lento, crescimento rápido). Quais motivos você acredita que possam estar provocando essa

situação?

B2.16) Com relação ao padrão de qualidade, quais têm sido as exigências dos compradores do tomate de mesa de mesa (Ex.

tamanho e quantidade dos produtos, higiene, embalagem, preço, certificação dos produtos, etc)? (Nesse caso, deve-se

explorar o comprador imediato e não o consumidor final).

B2.17) Em sua opinião, o que os consumidores finais levam em consideração para comprar ou não tomate? Ou seja, quais

são os atributos de atração e os atributos de rejeição no processo de compra de tomate de mesa por parte do consumidor

final?

B2.18) Qual é o papel (responsabilidade) dos produtores com relação à venda do tomate para o consumidor final?

Bloco 3 – Cadastro dos entrevistados

B3.1) Nome: ________________________________________________ B3.2) Tel: ( ) ______- ______

B3.3) Cidade / UF: ________________ / ___ B3.4) Idade (anos):_______ B3.5) Sexo: Masculino

Feminino

B3.6) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$

5.000,00

5. R$ 5.001,00 a

6.000,00

6. R$ 6.001,00 a

7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B3.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior

incompleto

6. Superior completo

7. Especialização

8.

Mestrado/doutorado

B3.8) Estado civil

1. Casado / União Estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo (a)

B3.9) Empresa: ______________________________________________________________________________

Page 206: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

205

CONSUMIDORES

Bloco 1 – Perguntas filtro

B.1) Você participa do processo de compra e/ou de consumo de tomates de mesa na sua casa?

Observação:

O processo de compra e/ou consumo de tomates de mesa envolve a percepção da necessidade de comprar, a busca de informações sobre qual tipo de

tomate comprar, a escolha dos locais onde comprar, a decisão sobre qual quantidade de tomate comprar, a compra efetivamente, o consumo e a avaliação

após o consumo. Desta forma, caso o (a) entrevistado (a) participe de uma ou mais dessas etapas, estará apto (a) a responder à pesquisa.

1. Sim. Continuar a entrevista.

2. Não.

B1.2) Quais são os motivos pelos quais você não compra e/ou consome tomate de mesa?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Agradecer e encerrar a entrevista.

Bloco 2 – Hábitos e opiniões sobre o consumo de tomate de mesa

B2.1) Em sua opinião, quais são os motivos que levam as pessoas a consumirem tomate de mesa?

E você especificamente?

B2.2) Quem normalmente percebe a necessidade de comprar tomate de mesa na sua casa? Ou seja, quem normalmente fala que “está faltando e que

precisa comprar tomate na sua casa”?

B2.3) Na sua casa, quem normalmente busca informações sobre quais tomates de mesa devem ser comprados?

B2.4) Na sua casa, quem normalmente escolhe qual tipo de tomate de mesa que deve ser comprado?

B2.5) Na sua casa, quem efetivamente compra tomate de mesa?

B2.6) Quem são as pessoas que influenciam o processo de compra de tomate de mesa na sua residência?

Page 207: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

206

B2.7) Como tais pessoas influenciam o processo de compra de tomate de mesa?

B2.8) Quais são as ocasiões em que normalmente se compra tomate de mesa para a sua casa?

Observação importante: Explorar a frequência de consumo e dias da semana em que ocorre a compra.

B2.9) Quais são os critérios que você utiliza para comprar tomate de mesa? Ou seja, quais são os atributos que você leva em consideração para escolher qual tomate

de mesa comprar?

B2.10) Quais são motivos o levariam a não comprar ou rejeitar o tomate de mesa?

B2.11) Quando você vai comprar tomate, quais são os principais problemas que você tem encontrado?

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Não aceitar respostas incompletas! Buscar explorar os problemas que possam existir em relação aos produtos

oferecidos, à padronização, às variedades de produtos, às embalagens, aos preços, às condições de pagamento, aos pontos de venda, etc.

B2.12) Onde você normalmente compra tomate de mesa para consumir na sua casa?

B2.13) Quais os motivos levam você a comprar tomate nesse local? Ou seja, quais são os seus critérios de escolha do ponto de venda para comprar tomates?

B2.14) Além da sua casa, existem outros locais onde você normalmente consome tomate de mesa?

B2. 15) Em sua opinião, quais são os benefícios ao consumir tomate de mesa?

B2. 16) Em sua opinião, quais são os malefícios ao consumir tomate de mesa?

Page 208: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

207

B2.15) Nos locais onde você costuma comprar tomate de mesa, tal tipo de produto está disponível em todas as épocas do ano?

1. Sim.

2. Não. Quais são as melhores e as piores épocas do ano para comprar tomates de mesa?

B2.16) Como normalmente se consome / utiliza o tomate de mesa na sua casa? Ou seja, quais são os tipos de pratos em que normalmente se utiliza tomate de mesa na

sua casa?

B2.17) Existe algum outro tipo de produto que substitui o tomate de mesa nos pratos que normalmente são preparados na sua casa? Qual (is)?

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Os produtos substitutos do tomate de mesa podem ser derivados do tomate (Catchup, extrato de tomate, molho de

tomate pronto tipo Pomarola, Salsaretti ou Tarantella, polpa de tomate, suco de tomate, etc) ou outros produtos que não tenham o tomate como base.

B2.18) Explorar as VANTAGENS e DESVANTAGENS da substituição do tomate de mesa por outras alternativas.

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Caso ele (a) apresente dificuldades em entender a pergunta, pode-se citar exemplos como: Catchup, extrato de

tomate, molho de tomate pronto tipo Pomarola, Salsaretti ou Tarantella, polpa de tomate, suco de tomate, etc.

Vantagens Desvantagens

B2.19) Existe alguma pessoa na sua família que não consome tomate de mesa?

1. Sim. Quais são os motivos pelos quais a pessoa que você citou não consome tomate de mesa?

2. Não

Page 209: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

208

Bloco 1 – Perguntas filtro

B1.1) Você participa do processo de compra e/ou de consumo de tomates de mesa na sua casa?

Observação:

O processo de compra e/ou consumo de tomates de mesa envolve a percepção da necessidade de comprar, a busca de

informações sobre qual tipo de tomate comprar, a escolha dos locais onde comprar, a decisão sobre qual quantidade de tomate

comprar, a compra efetivamente, o consumo e a avaliação após o consumo. Desta forma, caso o (a) entrevistado (a) participe

de uma ou mais dessas etapas, estará apto (a) a responder à pesquisa.

1. Sim. Continuar a entrevista.

2. Não.

B1.2) Quais são os motivos pelos quais você não compra e/ou consome tomate de

mesa?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Agradecer e encerrar a entrevista.

.Bloco 2 – Hábitos e opiniões sobre o consumo de tomate de mesa

B2.1) Em sua opinião, quais são os motivos que levam as pessoas a consumirem tomate de mesa?

E você especificamente?

B2.2) Quem normalmente percebe a necessidade de comprar tomate de mesa na sua casa? Ou seja, quem normalmente

fala que “está faltando e que precisa comprar tomate na sua casa”?

B2.3) Na sua casa, quem normalmente busca informações sobre quais tomates de mesa devem ser comprados?

Bloco 3 – Cadastro dos entrevistados

B3.1) Nome: ________________________________________________ B3.2) Tel : ( ) ______- ______

B3.3) Cidade / UF: ________________ / ___ B3.4) Idade (anos):_______ B3.5) Sexo: Masculino Feminino

B3.6) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$

5.000,00

5. R$ 5.001,00 a

6.000,00

6. R$ 6.001,00 a

7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B3.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior incompleto

6. Superior completo

7. Especialização

8.

Mestrado/doutorado

B3.8) Estado civil

1. Casado / União Estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo (a)

Page 210: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

209

B2.4) Na sua casa, quem normalmente escolhe qual tipo de tomate de mesa que deve ser comprado?

B2.5) Na sua casa, quem efetivamente compra tomate de mesa?

B2.6) Quem são as pessoas que influenciam o processo de compra de tomate de mesa na sua residência?

B2.7) Como tais pessoas influenciam o processo de compra de tomate de mesa?

B2.8) Quais são as ocasiões em que normalmente se compra tomate de mesa para a sua casa?

Observação importante: Explorar a frequência de consumo e dias da semana em que ocorre a compra.

B2.9) Quais são os critérios que você utiliza para comprar tomate de mesa? Ou seja, quais são os atributos que você leva

em consideração para escolher qual tomate de mesa comprar?

B2.10) Quais são motivos o levariam a não comprar ou rejeitar o tomate de mesa?

B2.11) Quando você vai comprar tomate, quais são os principais problemas que você tem encontrado?

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Não aceitar respostas incompletas! Buscar explorar os problemas que

possam existir em relação aos produtos oferecidos, à padronização, às variedades de produtos, às embalagens, aos preços, às

condições de pagamento, aos pontos de venda, etc.

B2.12) Onde você normalmente compra tomate de mesa para consumir na sua casa?

B2.13) Quais os motivos levam você a comprar tomate nesse local? Ou seja, quais são os seus critérios de escolha do

ponto de venda para comprar tomates?

Page 211: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

210

B2.14) Além da sua casa, existem outros locais onde você normalmente consome tomate de mesa?

B2. 15) Em sua opinião, quais são os benefícios ao consumir tomate de mesa?

B2. 16) Em sua opinião, quais são os malefícios ao consumir tomate de mesa?

B2.15) Nos locais onde você costuma comprar tomate de mesa, tal tipo de produto está disponível em todas as épocas do ano?

1. Sim.

2. Não. Quais são as melhores e as piores épocas do ano para comprar tomates de mesa?

B2.16) Como normalmente se consome / utiliza o tomate de mesa na sua casa? Ou seja, quais são os tipos de pratos em

que normalmente se utiliza tomate de mesa na sua casa?

B2.17) Existe algum outro tipo de produto que substitui o tomate de mesa nos pratos que normalmente são preparados na

sua casa? Qual (is)?

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Os produtos substitutos do tomate de mesa podem ser derivados do

tomate (Catchup, extrato de tomate, molho de tomate pronto tipo Pomarola, Salsaretti ou Tarantella, polpa de tomate, suco de

tomate, etc) ou outros produtos que não tenham o tomate como base.

B2.18) Explorar as VANTAGENS e DESVANTAGENS da substituição do tomate de mesa por outras alternativas.

Observação:

Deixar o (a) entrevistado (a) responder livremente. Caso ele (a) apresente dificuldades em entender a pergunta, pode-se

citar exemplos como: Catchup, extrato de tomate, molho de tomate pronto tipo Pomarola, Salsaretti ou Tarantella, polpa de

tomate, suco de tomate, etc.

Vantagens Desvantagens

Page 212: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

211

B2.19) Existe alguma pessoa na sua família que não consome tomate de mesa?

1. Sim. Quais são os motivos pelos quais a pessoa que você citou não consome tomate de mesa?

2. Não

Bloco 3 – Cadastro dos entrevistados

B3.1) Nome: ________________________________________________ B3.2) Tel : ( ) ______- ______

B3.3) Cidade / UF: ________________ / ___ B3.4) Idade (anos):_______ B3.5) Sexo: Masculino Feminino

B3.6) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00

5. R$ 5.001,00 a 6.000,00

6. R$ 6.001,00 a 7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B3.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior incompleto

6. Superior completo

7. Especialização

8. Mestrado/doutorado

B3.8) Estado civil

1. Casado / União Estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo (a)

VAREJISTAS

Bloco 1 – Perguntas filtro

B1.1) Você comercializa tomate de mesa?

1. Sim. 2. Não. Encerrar entrevista.

B1.1.1) Quais tipos de frutas você normalmente comercializa? (não dar opções, deixar responder de forma espontânea)

B1.1.1.1 Maçã B1.1.1.2 Italiano B1.1.1.3 Três Contos B1.1.1.4 Tigerella

B1.1.1.5 Zakopane B1.1.1.6 Bolsa B1.1.1.7 Tondo Giallo B1.1.1.8 Super Sioux

B1.1.1.9 Outras (citar): ______________________________________________________________________________

B1.2) Caso o entrevistado não tenha respondido tomate na questão anterior, perguntar porque ele não comercializa tomate:

Ir para o Bloco de Informações Pessoais.

Bloco 2 – Processo de compra do tomate

B2.1) Com qual frequência você compra tomate? (Diária, semanal, mensal, etc)

Page 213: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

212

B2.2) Existe alguma época do ano ou dia da semana que sejam melhores para comprar tomate? Quando e por

quê?

B2.3) De quem você normalmente compra tomate? O tomate que você compra é apenas de um fornecedor ou de

vários fornecedores? (Ex. produtores, outros atacadistas, etc). Por quê?

B2.4) Quais são os seus critérios de escolha de fornecedores de tomate?

B2.5) Existem contratos pré-estabelecidos com os fornecedores de tomates que você compra? (Inclui não apenas

contratos escritos, mas também contratos verbais – combinação prévia entre as partes). Por quê?

1. Sim. Favor descrever

2. Não. Por quê?

B2.6) Quais são os principais problemas que você tem enfrentado durante o processo de compra de tomate?

(Explorar bem essa pergunta).

B2.7) Como você vê a qualidade dos tomates oferecidos nos mercados onde você tem comprado atualmente?

B2.8) Como é estipulado o preço nos mercados onde você tem comprado tomates atualmente?

Bloco 3 – Processo de venda do tomate

B3.1) Com qual freqüência você vende o tomate? (Diária, semanal, mensal, etc)

B3.2) Existe alguma época do ano ou dia da semana que sejam melhores para vender tomate? Quando e por quê?

B3.3) Para quem você normalmente vende o tomate? Você vende tomate apenas para um comprador ou para vários

compradores? (Ex. consumidor final, outros varejistas, etc). Por quê?

B3.4) No caso de vender para outros varejistas, favor citar (Ex. Supermercados, sacolões, padarias, hotéis, bares, restaurantes,

etc). Por quê?

Page 214: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

213

B3.5) Quais critérios você considera para escolher os consumidores finais do tomate que você comercializa. Por quê?

B3.6) Quais são os principais problemas você tem enfrentado durante o processo de venda do tomate? (Explorar bem essa

pergunta).

B3.7) Como é estipulado o preço nos mercados onde você tem vendido tomates atualmente?

B3.8) Existem contratos pré-estabelecidos com os compradores de tomate que você vende? (Inclui não apenas contratos

escritos, mas também contratos verbais – combinação prévia entre as partes). Por quê?

1. Sim. Favor descrever

2. Não. Por quê?

B3.9) O seu relacionamento com os compradores de tomate é positivo ou negativo? Por quê?

B3.10) Você sente que alguma das partes procura levar vantagem nessa relação? Você teria algum exemplo de problemas na

relação entre os compradores de tomate e a sua empresa para me contar? (Buscar descrever situações de oportunismo).

B3.11) Como você vê o mercado para o tomate que você vende atualmente? (Em declínio rápido, declínio lento, estável, em

crescimento lento, crescimento rápido). Quais motivos você acredita que possam estar provocando essa situação? (Seja ela

positiva ou negativa)

B3.12) Com relação ao padrão de qualidade, quais têm sido as exigências dos consumidores finais dos tomates que você

vende? (Ex. tamanho e quantidade dos produtos, higiene, embalagem, preço, etc).

B3.13) Em sua opinião, o que os consumidores finais levam em consideração para comprar ou não tomates? Ou seja, quais

são os atributos de atração e os atributos de rejeição no processo de compra de tomates?

B3.14) Qual é o papel (responsabilidade) dos varejistas com relação à venda dos tomates para o consumidor final?

Page 215: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

214

B3.15) Você acredita que existe uma preocupação efetiva por parte dos varejistas com relação à qualidade e o preço dos

tomates, de forma a atender às exigências dos consumidores finais?

1. Sim. O que tem sido feito?

2. Não. Por quê?

Bloco 4 – Cadeia do Tomate

Para que os tomates cheguem até o consumidor final com uma qualidade adequada e um preço competitivo,

existem diversas etapas que envolvem a compra de insumos, a produção, o armazenamento, a embalagem, o

transporte e a comercialização dos produtos com atacadistas, varejistas, etc.

Pergunta:

Em sua opinião, o que poderia ser feito em cada uma dessas etapas para melhorar a qualidade e tornar o

preço dos tomates mais competitivo? Ou seja, o que deveria ser feito em cada uma dessas etapas para

aumentar as vendas de tomates para o consumidor final?

O que pode ser feito em cada uma dessas etapas para melhorar...

Etapas Qualidade Preço

Insumos

Produção

(fazendeiro)

Armazenamento

Embalagem

Transporte

Atacadistas

Varejistas

Bloco 5 – Cadastro dos entrevistados

B5.1) Nome:

____________________________________________________ B5.2) Tel: ( ) ______- ______

B5.3) Cidade / UF: _______________ /

___

B5.4) Idade

(anos):_______ B5.5) Sexo: Masculino Feminino

B5.5) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$

5.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

Page 216: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

215

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00 5. R$ 5.001,00 a 6.000,00

6. R$ 6.001,00 a 7.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B5.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior incompleto

6. Superior completo

7. Especialização

8. Mestrado/doutorado

B5.8) Estado civil

1. Casado / União Estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo

B5.9) Empresa: ______________________________________________________________________________

Page 217: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

216

ANEXO B

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA QUANTITATIVA

Bloco 1 – Pergunta filtro

B1.1) Você costuma consumir tomate de mesa? 1. Sim. Continuar a

entrevista.

2. Não. Encerrar a

entrevista.

Bloco 2 – Imagem do tomate de mesa

B2.1) Gostaria que você citasse a primeira palavra que lhe vêm a cabeça quando você escuta o termo TOMATE DE MESA.

Palavra que lhe vêm à cabeça A palavra que você citou sobre

o tomate de mesa é...

B2.1.1) B2.1.2)

1. Muito negativa 4. Positiva

2. Negativa 5. Muito positiva

3. Neutra

Bloco 3 – Motivos para a compra, benefícios e malefícios do consumo de tomate de mesa.

B3.1) Em sua opinião, quais são os motivos que levam as pessoas a consumirem tomate de mesa?

As pessoas consomem tomates de mesa

porquê...

Discordo

totalmente

Discordo na

maior parte

Nem concordo

nem discordo

Concordo na

maior parte

Concordo

totalmente

B3.1.1) Combina com outros alimentos 1 2 3 4 5

B3.1.2) É saboroso 1 2 3 4 5

B3.1.3) Faz bem para a saúde 1 2 3 4 5

B3.1.4) Torna os pratos mais bonitos 1 2 3 4 5

B3.1.5) Dá um odor agradável para comida 1 2 3 4 5

B3.1.6) Outros.

Qual?___________________________ 1 2 3 4 5

B3.2) Algumas pessoas afirmam que consumir tomate de mesa faz bem para a saúde humana. Em sua opinião, quais são os

possíveis benefícios de consumir tomate de mesa?

Possíveis benefícios Não

sei

Discordo

totalmente

Discordo

na maior

parte

Nem

concordo

nem

discordo

Concordo

na maior

parte

Concordo

totalmente

B3.2.1) Tem propriedades antioxidantes 1 2 3 4 5

B3.2.2) Previne o câncer de próstata 1 2 3 4 5

B3.2.3) Emagrece (poucas calorias) 1 2 3 4 5

B3.2.4) Rico em diversas vitaminas (Ex. A, B, C

e K) 1 2 3 4 5

B3.2.5) Rico em sais minerais (Ex. potássio,

sódio, fósforo, cálcio, ácido fólico, ferro e

magnésio)

1 2 3 4 5

B3.2.6) Combate à osteoporose 1 2 3 4 5

B3.2.7) Combate o coLesterol 1 2 3 4 5

Page 218: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

217

B3.2.8) Fortalece o sistema imunológico 1 2 3 4 5

B3.2.9) Outros.

Qual?____________________________ 1 2 3 4 5

.

B3.3) Algumas pessoas afirmam que consumir tomate de mesa possa ser prejudicial à saúde humana. Em sua opinião, quais

são os possíveis malefícios de consumir tomate de mesa?

O tomate de mesa provoca ou agrava

as seguintes doenças

Não

sei

Discordo

totalmente

Discordo na

maior parte

Nem

concordo

nem discordo

Concordo na

maior parte

Concordo

totalmente

B3.3.1) Pedra nos rins 1 2 3 4 5

B3.3.2) Câncer de próstata 1 2 3 4 5

B3.3.3) Hemorroidas 1 2 3 4 5

B3.3.4) Acidez na boca ou no estômago 1 2 3 4 5

B3.3.5) Diverticulite 1 2 3 4 5

B3.3.6) Outros.

Qual?____________________________ 1 2 3 4 5

Bloco 4 – Processo de decisão de compra de tomate de mesa

B4.1) Quem são as pessoas que influenciam o processo de compra de tomate de mesa na sua residência e como tais pessoas

influenciam o processo de decisão de compra?

Em cada fase do processo de decisão de compra e de consumo do tomate, pode-se marcar mais de uma alternativa.

Fases do processo de decisão de compra

e consumo de tomate de mesa

Influenciad

or 1

Influenciad

or 2

Influenciad

or 3

Influenciad

or 4

B4.1.1) Percebe a necessidade de comprar tomate de mesa, ou seja,

fala que precisa comprar tomate

B4.1.2) Busca informações sobre os atributos do tomate que são

importantes

para a compra

B4.1.3) Busca informações sobre os locais onde se

pode comprar tomates

B4.1.4) Busca informações sobre os preços do tomate

B4.1.5) Indica quais atributos do tomate são importantes

para a compra

B4.1.6) Escolhe qual tipo de tomate de mesa deve ser comprado

B4.1.7) Indica o local onde comprar o tomate

B4.1.8) Avalia as alternativas de compra

B4.1.9) Vai ao ponto de venda e realiza a compra do tomate

B4.1.10) Prepara os pratos que incluem o tomate

B4.1.11) Consome o tomate

.

B4.2) Os tomates de mesa possuem diversos atributos que podem estimular ou inibir a sua compra e consumo. Em sua

Page 219: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

218

opinião, qual é o nível de importância dos seguintes atributos do tomate de mesa na sua decisão de compra? Favor marcar um

X nas opções que melhor representem a sua opinião, sendo 0 para BAIXA IMPORTÂNCIA e 10 para ELEVADA

IMPORTÂNCIA. Caso você não se sinta habilitado a responder, favor optar por NÃO SEI (NS) ou NÃO RESPONDEU (NR).

Para eu comprar e consumir tomate de mesa, ele deve... NS/NR Baixa

importância

Média

importância

Elevada

importância

B4.2.1) Estar com uma boa aparência NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.2) Estar fresco NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.3) Estar com um cheiro bom (odor agradável) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.4) Estar com uma cor bonita NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.5) Estar com aparência de saboroso NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.6) Não estar amassado ou “machucado” NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.7) Não apresentar agrotóxicos e/ou outros produtos

químicos NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.8) Ser produzido por métodos ecologicamente corretos

(que respeitem o meio ambiente) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.9) Ser orgânico NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.10) Estar bem embalado no momento da compra NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.11) Ter uma embalagem bonita (com uma boa

apresentação) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.12) Ter uma embalagem que proteja bem o produto NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.13) Ter uma embalagem com informações nutricionais

sobre o produto NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.14) Ser padronizado (todos do mesmo tamanho e

mesmo grau de maturação) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.15) Ter um preço baixo (ser barato) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.16) Ser produzido em Minas Gerais NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.17) Apresentar selo de procedência (origem) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.18) Apresentar selo de qualidade e garantia NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.19) Ser fornecido por uma empresa conhecida no

mercado NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.20) Apresentar o prazo de validade na embalagem NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.21) Ser um tomate bem grande NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.22) Ser um tomate bastante vermelho NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3) Com qual frequência você compra tomates de mesa nos seguintes tipos de ponto de venda?

Locais Nunca Mensal Quinzenal 1 x por

semana

2 x por

semana

3 x por semana

ou mais

B4.3.1) Super/Hipermercado 1 2 3 4 5 6

B4.3.2) Sacolões 1 2 3 4 5 6

Page 220: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

219

B4.3.3) Feiras de bairros 1 2 3 4 5 6

B4.3.4) Mercados (Central / Distritais) 1 2 3 4 5 6

B4.3.5) Direto dos atacadistas do Ceasa 1 2 3 4 5 6

B4.3.6) Direto do produtor 1 2 3 4 5 6

B4.4) Quais são as suas preferências de compra de tomate de mesa sob as seguintes formas de apresentação?

Formas de apresentação NS/NR Preferência

Baixa

Preferência

média

Preferência

elevada

B4.4.1) Embalagem em bandeja de plástico NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.2) A granel (por quilo) NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.3) Prontos para consumo com outros legumes e verduras NS/NR 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.5) Quais são as ocasiões em que você normalmente consome tomate de mesa nos seguintes locais?

Locais

Dias Em casa Na casa de outras pessoas Em restaurantes

Dias de

semana

(de 2ª a

6ª feira)

B4.5a)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

B4.5b)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

B4.5c)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

Fins de

semana

(Sábado

s e

Domingo

s)

B4.5d)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

B4.5e)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

B4.5f)

1. Nunca 4. 1 x por sem.

2. Mensal 5. 2 x por sem.

3. Quinzenal 6. 3x por sem. ou mais

B4.6) Com qual frequência você consome os seguintes tipos de pratos que utilizam tomate de mesa?

Tipos de pratos que utilizam tomate de mesa Nunca Mensal Quinzenal 1 x por

semana

2 x por

semana

3 x por semana

ou mais

B4.6.1) Salada 1 2 3 4 5 6

B4.6.2) Sanduíches 1 2 3 4 5 6

B4.6.3) Molho de tomate feito em casa (Ex.

Bolonhesa, Ao sugo, etc.) 1 2 3 4 5 6

B4.6.4) Outros.

Qual?_______________________ 1 2 3 4 5 6

.

B4.7) Com qual frequência você consome os seguintes produtos derivados do tomate?

Produtos derivados do tomate Nunca Mensal Quinzenal 1 x por

semana

2 x por

semana

3 x por semana

ou mais

B4.7.1) Catchup 1 2 3 4 5 6

B4.7.2) Extrato de tomate 1 2 3 4 5 6

Page 221: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

220

B4.7.4) Molho de tomate pronto (Ex.

Pomarola, Salsaretti ou Tarantella) 1 2 3 4 5 6

B4.7.5) Polpa de tomate (molho peneirado) 1 2 3 4 5 6

B4.7.6) Tomate descascado enlatado inteiro 1 2 3 4 5 6

B4.7.7) Suco de tomate 1 2 3 4 5 6

.

B4.8) Em sua opinião, quais são as melhores e as piores estações do ano para comprar tomates de mesa?

B4.8a) Verão B4.8b) Outono B4.8c) Inverno B4.8d) Primavera

NS/NR

3. Regular

1. Muito ruim 4. Boa

2. Ruim 5. Muito boa

NS/NR 3. Regular

1. Muito ruim 4. Boa

2. Ruim 5. Muito boa

NS/NR 3. Regular

1. Muito ruim 4. Boa

2. Ruim 5. Muito boa

NS/NR 3. Regular

1. Muito ruim 4. Boa

2. Ruim 5. Muito boa

Bloco 5 – Imagem do tomate de mesa – ANTES DO ESTÍMULO

B5.1) Eu vou citar o nome de alguns tipos de tomates existentes no comércio de Belo Horizonte. Gostaria que você me

dissesse qual é o seu nível de conhecimento sobre cada um desses tipos de tomates.

Tipos de tomate

Desconheço esse

tipo de tomate

(nunca ouvi falar)

Já ouvi falar,

mas não

conheço esse

tipo de tomate

Já ouvi falar, mas

conheço pouco a

respeito desse tipo

de tomate

Eu conheço esse

tipo de tomate

Eu conheço

bastante esse

tipo de tomate

B5.1.1) Santa Cruz 1 2 3 4 5

B5.1.2) Maçã ou

Caqui 1 2 3 4 5

B5.1.3) Cereja 1 2 3 4 5

B5.1.4) Italiano 1 2 3 4 5

B5.1.5) Longa Vida 1 2 3 4 5

B5.1.6) Sweet grape 1 2 3 4 5

APÓS O PREENCHIMENTO DO BLOCO 5 DEVE-SE APRESENTAR AS FOTOGRAFIAS DOS TOMATES

PARA QUE OS ENTREVISTADOS RESPONDAM O QUESTIONÁRIO DE MANEIRA CORRETA.

Bloco 6 – Imagem do tomate de mesa – APÓS O ESTÍMULO

B6.1) Eu vou citar novamente o nome dos mesmos tipos de tomates existentes no comércio de Belo Horizonte, agora lhe

mostrando a fotografia de cada um deles. Gostaria que você me dissesse qual é o seu nível de conhecimento sobre cada um

desses tipos de tomates.

Tipos de

tomate

Desconheço esse tipo

de tomate (nunca ouvi

falar)

Já ouvi falar, mas

não conheço esse

tipo de tomate

Já ouvi falar, mas

conheço pouco a

respeito desse tipo de

tomate

Eu conheço

esse tipo de

tomate

Eu conheço

bastante esse

tipo de tomate

B6.1.1)

Santa Cruz 1 2 3 4 5

B6.1.2)

Maçã ou

Caqui

1 2 3 4 5

B6.1.3)

Cereja 1 2 3 4 5

B6.1.4)

Italiano 1 2 3 4 5

Page 222: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

221

B6.1.5)

Longa Vida 1 2 3 4 5

B6.1.6)

Sweet

grape

1 2 3 4 5

B6.2) Com qual frequência você compra / consome os seguintes tipos de tomate de mesa?

Tipos de tomate de mesa Nunca Mensal Quinzenal 1 x por semana 2 x por

semana

3 x por semana ou

mais

B6.2.1) Santa Cruz 1 2 3 4 5 6

B6.2.2) Maçã ou Caqui 1 2 3 4 5 6

B6.2.3) Cereja 1 2 3 4 5 6

B6.2.4) Italiano 1 2 3 4 5 6

B6.2.5) Longa Vida 1 2 3 4 5 6

B6.2.6) Sweet grape 1 2 3 4 5 6

B6.3) Qual é a quantidade de tomates de mesa dos seguintes tipos que são comprados semanalmente para a sua casa (em

quilos por semana)?

Tipos de tomate de mesa Quilos/Semana

Santa Cruz B6.3.1a) _______________ quilos/semana

Maçã ou Caqui B6.3.2a) _______________ quilos/semana

Cereja B6.3.3a) _______________ quilos/semana

Italiano B6.3.4a) _______________ quilos/semana

Longa Vida B6.3.5a) _______________ quilos/semana

Sweet grape B6.3.6a) _______________ quilos/semana

B6.4) Qual é o valor que você estaria disposto a pagar por um quilo dos seguintes tipos de tomate de mesa?

Tipos de tomate de mesa Valor (R$) por quilo

Santa Cruz B6.4.1b) R$ _____,______

Maçã ou Caqui B6.4.2b) R$ _____,______

Cereja B6.4.3b) R$ _____,______

Italiano B6.4.4b) R$ _____,______

Longa Vida B6.4.5b) R$ _____,______

Sweet grape B6.4.6b) R$ _____,______

B6.5) Caso lhe fosse oferecido um quilo dos seguintes tipos de tomate de mesa pelos valores apresentados na tabela abaixo,

qual seria a sua predisposição à compra?

Tipos de tomate de

mesa

Valor (R$)

por quilo

Definitivamente

não compraria

Provavelmente

não compraria

Talvez

compraria

Provavelmente

compraria

Definitivamente

compraria

B6.5.1) Santa Cruz R$ 3,00 1 2 3 4 5

B6.5.2) Maçã ou

Caqui R$ 3,00 1 2 3 4 5

B6.5.3) Cereja R$ 3,00 1 2 3 4 5

B6.5.4) Italiano R$ 3,00 1 2 3 4 5

B6.5.5) Longa Vida R$ 3,00 1 2 3 4 5

B6.5.6) Sweet grape R$ 12,90 1 2 3 4 5

Bloco 7 – Informações sobre os entrevistados

B7.1) Nome: __________________________________________________ B7.2) Tel: ( ) ______- ______

B7.3) Endereço: B7.4) CEP:

B7.5) Idade (anos):_______ B7.6) Sexo: Masculino Feminino

Page 223: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

222

B7.7) Renda familiar

1. Até 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00

5. R$ 5.001,00 a 6.000,00

6. R$ 6.001,00 a 7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B7.8) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino fundamental

4. Ensino médio

5. Superior incompleto

6. Superior completo

7. Especialização

8. Mestrado/doutorado

B7.9) Estado civil

1. Casado / União estável

2. Solteiro

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo

Page 224: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

223

ANEXO C

PUBLICAÇÕES EM REVISTAS SOBRE O TOMATE

Figura 20 - Capa de principais revistas brasileiras sobre a inflação de alimentos em 2013 tendo o tomate como símbolo

Fonte: Editora Abril

Figura 21 – Publicações sobre tomate em 2013

Fonte: Super Interessante

Page 225: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

224

Outra mídia que publicou diversos meme4 nas redes sociais, conforme

podemos observar nas imagens abaixo:

Figura 22 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da inflação e o tomate

4 O termo “meme” é oriundo do “memes” que em grego significa imitação. No entanto, na internet o

termo é utilizado para definir um fenômeno em que uma pessoa, um vídeo, uma imagem, uma frase, uma ideia, uma música, uma hashtag, um blog, etc., alcança muita popularidade entre os usuários.

Page 226: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

225

Figura 23 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da inflação e o tomate

Figura 24 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da inflação e o tomate

Page 227: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

226

Figura 25 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da inflação e o tomate

Page 228: Integrando Técnicas de Geomarketing em Pesquisas de Mercado

227

APÊNDICE A

BIOGRAFIA

GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES é filho de Wellington Eustáquio Vanucci de Moraes e Ivanez das Graças Vanucci de Moraes, brasileiro, nascido em Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil, em 1971. Administrador de empresas, com especialização em mercadologia e canais de marketing e distribuição, iniciou sua carreira profissional, em 1989, no varejo de shopping centers, até 1994, quando se encantou pelo setor da agroindústria. Entre as empresas que atuou, pode-se destacar Coca-Cola (1994-95) onde atuou como trainee; Karambi Alimentos (1996-98), como Chief Financial Officer (CFO), uma agroindústria de produtos derivados de tomate; Nestlé Brasil (1998-2007), atuando em diversos segmentos da empresa, como sorvetes Nestlé, refrigerados e alimentos da linha seca, tendo ocupado diversas funções nas áreas de marketing, vendas e logística, como um dos responsáveis pela criação e implantação do novo modelo de negócio em canais de marketing e distribuição nos estados de Minas Gerais e Espiríto Santo. Neste período, participou da elaboração do Manual da Qualidade dos distribuidores, mediante a implementação do Programa de Excelência em Gestão dos Distribuidores, baseado nos critérios de avaliação do Programa Nacional da Qualidade, sendo agraciado, em 2007, com o Prêmio de Coordenador de Negócios em Distribuição. Entre 2007 e 2009, foi Gerente de Projetos na ABGroup, consultoria especializada em canais de marketing, logística e distribuição, atuando em diversos projetos em indústrias, atacado/distribuidor e varejo em todo o território brasileiro. Desde 2009, vem atuando como sócio-diretor da VANUCCI - Inteligência de Mercado, na cadeia produtiva dos setores indústria, varejo, agronegócio e desenvolvimento territorial, executando estudos e projetos de consultoria e assessoria, adotando como premissa as técnicas de pesquisa e as de geomarketing. Em 2008, iniciou sua carreira como instrutor e professor na Associação Brasileira de Atacadistas Distribuidores e na Associação Mineira de Supermercados. Em 2010, foi professor convidado pelo SENAC-MG para ministrar a disciplina Canais de marketing e distribuição no curso de MBA em Logística, em Uberlândia-MG. Em 2012, foi convidado pela Universidade do Estado de Minas Gerais para ministrar as disciplinas Gestão de marketing no programa de pós-graduação em Design de Móveis, e Gestão de Projetos, sob a temática “Inovação em Modelos de Negócios”, na pós-graduação em Design.

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Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA Campus Guajajaras Normalização: Vanuza Bastos Rodrigues - CRB6: 1.172

M827i

Moraes, Gustavo Leandro Vanucci de

Inovação em marketing: integrando técnicas de pesquisa e de geomarketing para analisar o processo de decisão de compra dos consumidores de tomate de mesa. / Gustavo Leandro Vanucci de Moraes. – 2013.

227fl.; il.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2013. Programa de

Mestrado Profissional em Administração.

1. Agronegócio. 2. Comportamento do consumidor. 3. Tomate. 4. Marketing. 5. Geomarketing. 6. Processo decisório. I. Souki, Gustavo Quiroga. II. Centro Universitário UNA. III. Título.

CDU: 658