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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/,PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL APROVADA NOTA: 8,5 RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÃOES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM CARMEM REGIANE DE OLIVEIRA ROMERO [email protected] ORIENTADOR: PROF. DR.ILSO FERNANDES DO CARMO ALTA FLORESTA/2014

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES

NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/,PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO

INFANTIL

APROVADA

NOTA: 8,5

RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÃOES NO

PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

CARMEM REGIANE DE OLIVEIRA ROMERO

[email protected]

ORIENTADOR: PROF. DR.ILSO FERNANDES DO CARMO

ALTA FLORESTA/2014

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES

NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/,PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO

INFANTIL

RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÃOES NO

PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

CARMEM REGIANE DE OLIVEIRA ROMERO

[email protected]

ORIENTADOR: PROF. DR.ILSO FERNANDES DO CARMO

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Neurociência e Aprendizagem/Psicopedagogia e Educação Infantil.”

ALTA FLORESTA/2014

RESUMO

A pesquisa apresentada teve como objetivo diagnosticar a influência da

família no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O método de abordagem

utilizado foi o hipotético dedutivo. O procedimento foi o monográfico que se

fundamenta no estudo aprofundado de um caso considerado representativo de

muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Foram distribuídos

questionários aos professores do I e II ciclos da Escola Estadual Mário Corrêa da

costa. O processo de aprendizagem de um aluno tem que ser assistido pelos pais,

pois eles têm papel importante na formação de um cidadão ativo e participante da

sociedade em que está inserido. Crianças que tem a participação ativa dos pais na

sua vida escolar tem melhor desempenho no processo de aprendizagem. Assim

pode-se evidenciar que a participação da família da vida escolar de uma criança é

muito importante, ambas as partes tem que contribuir para a formação do aluno,

sem uma influenciar o papel da outra.

Palavras chaves: família, aprendizagem, relação, participação.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................04

1.0 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO.......................................................................06

1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA.........................................................................................06

1.2 O PAPEL DA ESCOLA.........................................................................................08

1.3 A INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E AESCOLA..............................................................14

2.0 METODOLOGIA...................................................................................................23

2.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................................23

2.2 INSTRUMENTO PARA COLETA DOS DADOS .................................................23

2.3 LOCAL DA PESQUISA........................................................................................23

3.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................24

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................31

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................32 ANEXO.......................................................................................................................35

INTRODUÇÃO

Atualmente a participação da família na vida escolar dos alunos é pequena,

normalmente se confunde de quem é o papel de educar, se da família ou da escola.

A família é a responsável pela educação inicial da criança que desde pequena

recebe valores que, sejam adequados ou não, serão essenciais para o seu

desenvolvimento escolar e social.

O presente trabalho tem por finalidade diagnosticar a influência da família no

processo de ensino-aprendizagem dos alunos da Escola Juscelino Kubitschek de

Oliveira do município de Paranaíta-Mt.

O relatório visa descrever os dados obtidos através da realização de um

trabalho de observação do cotidiano escolar e de questionários a 16 professores da

escola municipal, com o objetivo de coletar dados a respeito da participação da

família na vida escolar das crianças, conhecer o nível do relacionamento existente

entre a escola e a família e se os pais participam ativamente de reuniões na escola.

A participação da família na escola é de grande importância, pois auxilia no

desenvolvimento, gradual e contínuo, na educação da criança. A participação dos

pais na vida escolar dos filhos possibilita que o processo educacional tenha um

excepcional ganho de qualidade.

Com a participação dos pais, o aluno percebe que existe uma forte ligação

entre a sua escola e a sua família, de modo que estas tenham uma grande sintonia

a fim de que lhes cobrem igualmente, responsabilidade, compromisso, respeito e

organização, dessa maneira a criança aprende a identificar a sintonia de valores

entre a escola e a família.

A escolha do tema justifica-se pelo fato de que a família é parte fundamental

no desenvolvimento do aluno e não exclusivamente a escola. O trabalho

pedagógico, apesar de todos os seus progressos na história da educação,

prossegue insatisfatório para o aprendizado da criança se não caminhar junto com a

família. Nesse sentido se a família contribuir de forma significativa para o

desenvolvimento da criança colabora não só na aprendizagem, mas também no

desenvolvimento social, pessoal e cultural do indivíduo, facilita no processo de

socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento e do raciocínio

lógico e comportamental da criança. A partir disso, busquei evidenciar a importância

da família através das ações dos professores em relação à escola e família, pois

quando existe a interação entre a família e a escola, a mesma é percebida pela

criança, refletindo significativamente no processo de ensino-aprendizagem.

O primeiro capítulo trata do referencial bibliográfico, o segundo apresenta a

metodologia utilizada e o terceiro capítulo apresenta a discussão dos resultados.

Os pais não devem pensar que a escola é apenas um lugar onde se

transmite conteúdo e se aplica avaliações e que desenvolve apenas o intelectual.

Eles devem perceber que a escola também é um lugar onde seus filhos se

sociabilizam, portanto, deve haver respeito mútuo entre pais e professores.

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1.0 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA

A estrutura familiar foi se transformando com o passar dos anos. A situação

econômica, a sociedade, as mudanças na cultura, alteraram a célula familiar

patriarcal, tida há muito tempo como padrão – pai, mãe, filhos e outros integrantes

da família. Atualmente a nova ordem mundial apresenta famílias dos mais variados

formatos, casais divorciados, homossexuais, filhos de relacionamentos diferentes,

como falta de tempo dos pais, avós que criam netos, crianças e adolescentes com

deficiências na educação que se receberam na família, as mães que não podem ou

não querem ficar em casa, mães ou pais que são responsáveis pela educação dos

filhos sozinhos e outras configurações.

Sobre estas mudanças na célula familiar ROMANELLI (2005, p. 77), diz:

“Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em

mudanças na dinâmica familiar é a crescente participação do sexo feminino na força

de trabalho, em conseqüência das dificuldades enfrentadas pelas famílias.”

A evolução da família e sua disposição a se tornar um grupo cada vez

menos organizado e hierarquizado é cada dia mais prosaico. E mesmo tendo havido

mudanças nesta estrutura básica da célula familiar a função da família continua a

mesma: preservar a união, a segurança e o bem estar de seus membros e construir

uma base e servir de modelo para as relações sociais futuras.

No entanto os componentes da célula familiar (pais, tios, padrastos, avós,

etc.) encontram hoje muitas dificuldades para assumir as responsabilidades, antes

atribuídas às mulheres, na criação dos filhos. Essas dificuldades originaram a

necessidade de um maior diálogo entre escola e família, considerando que por

maiores que sejam as modificações na constituição familiar, esta, “tem ainda para a

maioria das pessoas, conotação altamente impregnada de carga afetiva.” (CAMPOS

e CARVALHO, 1983, p.19)

A família, considerada sistema de vínculos afetivos é onde está

fundamentado o processo de humanização, mas para tanto o ambiente familiar deve

proporcionar estabilidade e afetividade a seus membros. Se isso ocorrer de forma

positiva o desempenho escolar da criança é beneficiado.

Lares em que essa dinâmica ocorre de maneiras menos favoráveis,

geralmente produzem estudantes com sérios problemas de aprendizagem, que

segundo MALDONADO (1997, p. 11),

por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e desordenadas, que se reflete em casa e quase sempre, também na escola em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar.

A família é responsável por uma parcela importante da educação formal e

informal da criança, nessas dinâmicas refletem as questões sociais, emocionais e

econômicas dos grupos sociais dos quais participam.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é dever da família,

da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta

prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à

educação e à convivência familiar e comunitária. Portanto a participação dos pais,

além de ser um direito, é um dever, pois eles são os responsáveis legais e naturais

na educação do filho.

A participação da família na comunidade escolar de seus filhos, em

reuniões, questionando sobre as atividades dos filhos na escola, verificando tarefas

é fator de grande importância no desempenho acadêmico dessas crianças. Sintonia

entre escola e família é, portanto, imprescindível para o bom desempenho escolar

do aluno. Uma supre as espaço em branco da outra, proporcionando um melhor

desenvolvimento não só educacional, mas emocional, psicológico e social.

“A família é o primeiro e principal contexto de socialização dos seres

humanos, é um entorno constante na vida das pessoas; mesmo que ao longo do

ciclo vital se cruze com outros contextos como a escola e o trabalho.”

(EVANGELISTA; GOMES, 2003, p.203).

A atenção e acompanhamento que os pais devem ter para com os seus

filhos na escola também devem se estender ao lar seja relacionado ao ambiente em

que vivem ou aos cuidados que dão, para que a aprendizagem aconteça

naturalmente.

Segundo LÓPEZ (2002, p. 75), “a participação dos pais é flagrantemente

necessária para que continuem a exercer seu papel de principais educadores dos

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filhos.” Com isso pode-se observar que a presença do aluno na escola pode ser bem

mais significativa quando este tem os pais atuantes na sua vida escolar, bem como

sua convivência com a escola pode adquirir laços mais estreitos e familiares.

1.2 O PAPEL DA ESCOLA

A escola tem como sua principal meta a função de transmitir conhecimento.

Entretanto, com as mudanças no campo social, na cultura da nova geração e a

mudança na nova célula familiar, a escola não tem conseguido acompanhar e se

adequar às responsabilidades que lhe foram transferidas, tanto da sociedade quanto

da família, tornando-a ponte entre as duas, sendo cobrada por ambas as partes.

Superar as exigências e expectativas é o desafio da escola de hoje, indo além dessa

função básica de transmitir conhecimentos, como cita SYMANSKY (2009, 53), “o

papel da escola na contribuição do sujeito, quer em seu desenvolvimento pessoal ou

emocional é primordial.”

Para atender todas as mudanças sociais, culturais e as transformações nas

células familiares são necessárias novas práticas pedagógicas, tornando a parceria

com a família indispensável para que se alcancem esses novos objetivos educativos

que visam o aprendizado do aluno. Todavia, compete à escola o papel de orientar a

família neste processo, uma vez que isso dá a ideia de segurança às mesmas.

Para TORRES (2006. p. 29),

[...] uma das funções sociais da escola é preparar o cidadão para o exercício da cidadania vivendo como profissional e cidadão. Os pais de hoje esperam que a escola além de instruir os seus filhos, transmita princípios, padrões de conduta e valores, funções estas que sempre foram das famílias.

SZYMANSKI (2009, p. 99), afirma:

A escola, entretanto, tem uma especificidade, a obrigação de ensinar (bem) conteúdos específicos da área do saber, escolhidos como sendo fundamentais para a instrução de novas gerações. O problema de as crianças aprenderem fração é da escola. Família não tem nenhuma obrigação. Por outro lado, professora alguma tem de dar "carinho maternal" para seus alunos, essa é a função dos pais.

É função também da família proporcionar valores morais, princípios e

normas de conduta e não só carinho. Educação para cidadania, convivência com o

outro, desenvolvimento da autonomia, compreender e lidar com a diferença que

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deve ser objetivos comuns à escola e à família. Quando a família deixa de fazer a

sua parte na educação dos filhos os conflitos aumentam e a indisciplina e a

aprendizagem é comprometida.

No ambiente escolar a criança deve se sentir segura, protegida, acolhida,

compreendida e apoiada. A ajustamento da criança à escola e as relações que nela

constitui são fatores decisivos no seu desenvolvimento escolar.

É interessante observar que, em situações informais de aprendizado, as crianças costumam utilizar as interações sociais como forma privilegiada de acesso à informação: aprendem regras dos jogos, por exemplo, através dos outros e não como resultado de um empenho estritamente individual na solução de um problema. Qualquer modalidade de interação social, quando integrada num contexto realmente voltado para a promoção do aprendizado e do desenvolvimento, poderia ser utilizada, portanto, de forma produtiva na situação escolar (OLIVEIRA, 2005, p.64).

Dessa forma, é fundamental que as escolas busquem a participação das

famílias para que ajudem e colaborem com atividades e seus projetos pedagógicos

como forma de acreditar na interação dos pais com a escola. Mesmo que nem todas

as atividades e projetos possam ser desenvolvidos a partir da presença da família,

devem selecionar os momentos viáveis e oportunos para que isso aconteça. Vale

ressaltar, que os pais são os maiores responsáveis pelo bom desenvolvimento dos

seus filhos na aprendizagem.

A família e a escola devem caminhar juntas e unidas. Esse trabalho conjunto

pode evitar problemas como a indisciplina, má conduta e baixa aprendizagem

causadas por essa falta de compromisso que alguns pais deixam de ter com seus

filhos.

Sabendo-se que a educação é um processo contínuo que se desenvolve no

ambiente familiar e social, é importante fazer um estudo do contexto familiar na

relação com o contexto escolar. Como os primeiros contatos que a criança tem são

com os pais e a escola, faz se necessário verificar se os mesmos sabem qual é o

seu papel no processo de escolarização dos seus filhos.

Para algumas famílias, a escola tem grande valor na vida dos seus filhos,

sendo fonte de importantes valores morais e de aquisição de conhecimento e

cidadania, referência esta, mais importante que ter uma vida econômica estável,

conhecer pessoas influentes na sociedade, ser bem sucedido profissionalmente.

Já para muitos pais em melhor posição social, seus filhos percorrem a vida

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escolar sob o pretexto único de que eles precisam dela para dar continuidade à sua

ascensão social ou para entrar no mercado de trabalho. Com isso, para muitas

famílias buscar a escola é mais um mecanismo de ascensão social e o ato de

estudar passa ser apenas para manter um padrão econômico.

De acordo com NÉRICI (1982, p. 106), “os pais devem agir de maneira como

gostariam que seus filhos agissem, pois o exemplo ainda é técnica válida e eficiente

para motivar formas de comportamento”, o autor afirma que através do convívio

familiar se estabelece uma relação, onde a educação que pais passam aos filhos

desenvolve ou não, uma consciência de responsabilidades pelos seus atos e sobre

as escolhas que fazem. Para que isso se estabeleça, é importante que os pais

transmitam segurança aos filhos sendo justos calmos e firmes, já que atitudes

oscilantes podem passar falta de confiança e insegurança. Portanto, no convívio

familiar aprende-se bem mais observando o comportamento do outro do que

escutando o que se deve fazer.

Sendo assim, a influência da família pode cristalizar determinadas atitudes

nas crianças que poderão ajudá-lo socialmente ou prejudicar o seu desenvolvimento

nas relações interpessoais. Portanto, quando há distúrbios, é impossível evitar que

muitos problemas venham a se manifestar na vida escolar, devido à pluralidade de

culturas familiares e pela intervenção que a escola vai fazer durante o processo.

NÉRICI (1982, p.189), aponta a abstração da família para as tentativas e

intervenções da escola em procurar as causas de alguns comportamentos que

atrapalham o aprendizado dos alunos: “Pouco são os pais que acompanham a

educação de seus filhos, prestigiando e entrando em contato com a escola, a fim de

colaborar com ela nas tarefas em que ambos são responsáveis.”

Muito ganharia o aluno se os pais, ao invés de olharem para a escola, como

uma rival que ratifica as carências familiares buscassem agir como colaboradores e

cúmplices na formação dos seus filhos. Com certeza os resultados da aprendizagem

seriam melhores e o cotidiano escolar dos alunos também, resgatando valores

importantes como a autoestima, o respeito e a persistência. Sendo assim, tanto a

família quanto a escola construiriam um ser humano cheio de possibilidades.

Assim, fica claro que o comportamento do aluno é reflexo dos pais, da

relação que ele tem com sua família e até mesmo, fisiológica ou hereditária, o que

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nos dá a certeza, de que a escola sozinha não é capaz de formar estes indivíduos.

Entretanto, a realidade é outra. Os pais matriculam seus filhos transferindo

toda a responsabilidade na educação destes, unicamente, à escola e voltam no final

do ano para culpá-la pelos resultados. Segundo DIAS (2005, p. 81-82), “não se deve

delegar a escola tarefas que continuam sendo da família e ainda cabe a mesma

oferecer a criança e ao adolescente a pauta ética para vida em sociedade.” A

responsabilidade em educar não é de competência apenas da escola, mas também

da família.

O sucesso do processo educacional depende muito, da atuação e

participação da família, que não pode estar alheia aos aspectos do desenvolvimento

dos seus filhos. Transferir para a escola a responsabilidade pela formação ampla

dos alunos pode desviar a função principal de transmitir os conteúdos curriculares,

especialmente os de natureza cognitiva. Com isso, ao invés das famílias se aliarem,

acaba se afastando ainda mais do ambiente escolar. E todos perdem com isso.

Cada família tem suas próprias regras que vão sendo forjadas através de anos de convivência as quais podem ser implícitas ou explicitas. Essas regras determinam e regulam a situação do poder na família determinado assim a questão da hierarquia. Assim os limites vão sendo estabelecidos, com respeito se criando regras de comunicação e relação, abrindo portas, para que a criança consiga adaptar-se ao meio externo e às regras, como acontece na escola (OLIVEIRA; BOSSA, 1999, p. 199).

Não se pode negar que é primeiramente na família que se recebe os

ensinamentos e a preparação para a vida em sociedade e, até mesmo, para a

reprodução, conservação e confirmação dos valores recebidos que são necessários

no processo de interação em suas relações sociais. Tendo a família esse papel

principal de formação e educação, deveria saber quanto à educação dada a seus

filhos pela escola é importante e o quanto sua parceria com ela pode ajudar no

desenvolvimento desse processo.

A relação família e escola vêm, a cada dia, segundo OLIVEIRA e BOSSA

(1999), perdendo o seu espaço que é o de oferecer encontros por meio de reuniões

e até mesmo atendimento individualizado. Observa-se que muitas pessoas, sem

perceber, estão se tornando, cada vez mais, individualistas, o que afasta qualquer

possibilidade de se manter diálogos e relações interpessoais. Sendo assim,

podemos entender que houve grandes mudanças nas relações humanas dentro das

famílias, e com isso, a escola é a primeira a sentir esta realidade de perto.

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Diante dessas mudanças nas famílias, pode-se observar com frequência, no

dia a dia escolar, segundo OLIVEIRA e BOSSA (1999), muitos problemas de

comportamento dos alunos como: falta de atenção, desinteresse, agressividade,

falta de compromisso com as atividades, instabilidade, indisciplina. Tais transtornos

causam prejuízos a ele e a classe como um todo. Surge então o antagonismo entre

o aluno e aqueles que desempenham o papel educador. Posicionando-se em lados

extremos, de um lado a escola, que se torna indiferente a aprendizagem destes

alunos, pois, o corpo docente passa a nutrir sentimentos negativos. De outro lado,

tais alunos passam a enxergar a escola como um local de oposição, um obstáculo

para sua vida.

Entretanto, se faz importante, segundo TIBA (2006), considerar que cabe ao

educador captar estes sintomas e sinais, antes que se instale um quadro de repulsa

mútua, entre aluno-escola, já que na maioria das vezes o aluno tido como

“problema” é na verdade a maior vítima de um quadro social perverso.

Por isso, é faz necessário uma maior participação dos pais no processo de

ensino aprendizagem dos seus filhos para que haja um enriquecimento intelectual e

humano das crianças e tornar a escola mais significativa. Por esse motivo é que se

pode dizer que o meio familiar em que a criança convive, certamente, interfere no

desenvolvimento da sua aprendizagem como um fator importante para a sua

realização pessoal.

Para OLIVEIRA e BOSSA (1999), a participação dos pais na educação dos

filhos se torna cada vez mais distante das escolas, são muitas as justificativas dadas

pelos pais e até mesmo pelos filhos. As mais frequentes são: trabalho, viagens,

separação dos pais, com isso, os familiares se distanciam uns dos outros dentro de

seus próprios lares e os filhos, em muitos casos, ficam sem o devido

acompanhamento escolar, alguns alunos se justificam dizendo que não são mais

crianças para que os pais venham à escola.

A família precisa dar a mesma atenção aos estudos dos filhos quanto aos

cuidados em seu meio familiar, para que a aprendizagem aconteça saudável e

naturalmente, não se esquecendo que através dos diálogos, do incentivo, das

leituras sobre atualidades e de tudo o que acontece no mundo traz contribuições

significativas para os alunos, pois, desenvolve seu senso crítico diante dos

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acontecimentos, o que, também não deixa de ser mais uma forma de aprendizagem.

Não adianta a escola atribuir a educação de seus alunos aos respectivos pais, nem os pais exigirem da escola tal função. A situação atual é conflitiva e temos de ajudá-la a resolvê-la, para o benefício de uma geração, pois a educação virou uma batata quente que ninguém quer segurar (TIBA, 2006, p. 49).

O autor ainda afirma que quando a escola e pais falam a mesma língua e

têm valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não quer jogar

a escola contra os pais e vice e versa.

A escola, com a certeza de que em muitos momentos não conseguirá

resolver determinados problemas ou dificuldades dos seus alunos, sem a

participação dos pais, busca, como de costume, segundo TIBA (2006), atraí-los para

que participem de reuniões ou diálogos individuais. Porém, também é verdade que a

família nem sempre vê com bons olhos essa convocação que a escola faz, muitas

vezes não têm interesse de se apresentarem na escola para dialogar sobre o filho.

A escola precisa utilizar das oportunidades que tem para entrar em contato

com os pais, transmitindo-lhes informações importantes sobre seus objetivos,

recursos, problemas e sobre as questões pedagógicas, relacionadas aos seus filhos.

Desta forma, as famílias vão se sentindo comprometidas com a melhoria na

qualidade de ensino da escola e também da educação que seus filhos recebem.

A visão que a escola deve ter das famílias, segundo MEDEIROS (2002),

também irá servir como mediadora para que a comunicação seja eficiente entre elas.

O grande número de famílias desestruturadas, de filhos que têm os pais separados,

que moram com os avôs, os tios, os padrinhos, pode originar crianças sem vínculos,

com problemas psicológicos e de difícil adaptação à vida escolar.

Assim, de acordo com MEDEIROS (2002, p. 16):

[...] se torna difícil para muitos pais dar opiniões na vida de seus filhos. Para que isso não aconteça ao ponto de se tornar frequente, é necessário agir com autenticidade desde o berço. Pais e mães precisam ser espelhos para seus filhos, procurar sempre se manter bem estruturados, bem educados, seguros em suas decisões, sensíveis às diversas atitudes do dia-a-dia. Assim os nossos filhos ou futuros filhos serão apreciadores e bem iluminados de reflexos bem claros. Terão uma estrutura para erguer seus descendentes.

Diante desta consideração, surge uma questão: como esperar

independência, autonomia, sensibilidade de famílias carentes, com pais alcoolistas,

histórico de violência familiar, drogas, prostituição, abandono? Este é o caso de

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muitas crianças que estão matriculadas nas escolas públicas e também nas

privadas. Essas crianças chegam às escolas e dividem as salas de aulas com outras

provenientes de lares planejados, cujos pais são responsáveis e participantes na

vida delas, em todos os sentidos. Sendo assim, é possível avaliar todas essas

crianças igualmente e esperar delas desempenhos semelhantes?

Para MEDEIROS (2002), certamente a resposta para essas perguntas é

“não”. O dia a dia dentro das escolas tem mostrado que essas crianças necessitam

de uma atenção e acompanhamento escolar maior buscando conhecer sua vida

familiar a fim de colaborar na sua estruturação e equilíbrio.

Entretanto, muitas escolas públicas, mesmo com poucos recursos e

encarregada de receber todo ano uma grande clientela cada vez mais problemática

e advinda de lares desestruturados, tentam cumprir com o objetivo de aproximar das

famílias a fim trazê-las a participar das atividades escolares dos seus filhos, mas não

tem conseguido efetivamente cumprir esta árdua missão.

Os “bons pais” participam ativamente da vida escolar de seus filhos. Estão

sempre presentes nas reuniões, nos eventos, participam em casa das lições

escolares, aconselham seus filhos e os criam em um ambiente harmonioso. As

crianças, advindas desses lares, demonstram mais segurança, autonomia,

identidade própria. Por outro lado, as crianças com problemas no ambiente familiar

demonstram insegurança, são dependentes, carentes afetiva e emocionalmente. E

são os pais dessas últimas crianças que nunca participam das atividades escolares

e nunca vão à escola.

1.3 A INTEGRAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA.

Escola e família são ambientes socializadores onde o diálogo entre pais e

escola deve ser promovida frequentemente, não só em momentos de aflição dos

pais ou quando o filho apresente problemas de disciplina ou baixo desempenho em

sala de aula. A presença constante dos pais na escola contribui para o progresso na

aprendizagem, melhora as relações escola/família/comunidade/aluno.

PENTEADO (2006), coloca a dificuldade de se planejar e executar o processo

de educação escolar independente da questão familiar e ressalta a importância de

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se trazer a família para participar do processo ensino-aprendizagem na escola. Os

pais precisam estar atentos ao que acontece com os filhos na escola e como está o

seu desempenho nas disciplinas.

O professor não tem um papel terapêutico em relação à criança e sua família, mas o de conhecedor a criança, de consultor, apoiador dos pais, um especialista que não compete com o papel deles. Ele deve possuir habilidades para lidar com as ansiedades da família e partilhar decisões e ações com ela (OLIVEIRA, 2005, p.18)

Problemas de aprendizagem e de comportamento podem piorar com a forma

com que são enfrentados pela família. Para Beatriz Scoz (1994, p. 145) "para que se

possam ter informações sobre os fatores que interferem na aprendizagem e buscar

caminhos adequados para ajudar a criança, é necessário o contato com as famílias."

O intercambio entre família e professores pode ser um canal de orientação para que

os pais possam entender melhor os problemas apresentados e encontrar outras

formas de lidar com estes.

Segundo SZYMANSKI (2009, p.43):

Qualquer programa destinado às famílias deverá contemplar os grupos familiares concretos, nas suas condições de vida, nas suas possibilidades de soluções para os desafios do cotidiano e nos seus contextos socioculturais. Além disso, antes de se iniciar qualquer trabalho, é necessário que os próprios profissionais envolvidos se conscientizem se seus próprios modelos de família e de seus preconceitos em relação aos "desvios" desse modelo e conheçam as famílias com as quais vão trabalhar nos seus contextos históricos e sociais.

Contudo, a escola precisa trabalhar em conjunto, encaminhando os casos de

atendimento às redes especializadas e informar os pais sobre essas dificuldades de

aprendizagem, além disso, o estado e os municípios oferecem profissionais aptos

para receber, avaliar e agir quando da ocorrência desses casos, dando oportunidade

para a integração e inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem e com

necessidades especiais, e evitando o surgimento de outros problemas acarretados

pela negligência destes. Para PAROLIN (2005, p. 61):

A escola é uma instituição potencialmente socializadora. Ela abre um espaço para que os aprendizes construam novos conhecimentos, dividam seus universos pessoais e ampliem seus ângulos de visão assim como aprendam a respeitar outras verdades, outras culturas e outros tipos de autoridade.

Fatores como baixo rendimento escolar, podem causar o distanciamento

entre família e escola, os pais nesta situação sente-se incapazes de dar

contribuições que julguem valiosas para a escola ou para seus filhos, a escola deve

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estar preparada para lidar com esse tipo de situação para evitar tensões e conflitos.

Projetos específicos podem acolher esses pais e mostrar onde podem

contribuir. Encontros, reuniões, palestras, oficinas também são formas de atrair a

participação dos pais nas atividades escolares. Quando a escola oferece essas

oportunidades à família sente-se comprometida e participante da instituição escolar.

Escola e família devem dividir objetivos, obrigações e responsabilidades

buscando a melhoria da qualidade do sistema educacional no qual seus

filhos/alunos estão inseridos. A influência da família no desenvolvimento da criança

de acordo com SAMPAIO (2011), é no ambiente familiar que a criança inicia suas

primeiras aprendizagens. Quando aprende primeiro a sugar, depois rolar,

engatinhar, comer de colherinha, disser as primeiras palavras, a andar. Todo esse

desenvolvimento é presenciado primeiramente pela família, que precisa dar-lhe

estímulos, para que a criança conquiste cada vez mais novas habilidades. De

acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(BRASIL,1998, p.77):

Compreender o que acontece com as famílias, entender seus valores ligados a procedimentos disciplinares, a hábitos de higiene, a formas de se relacionar com as pessoas, etc. pode auxiliar a construção conjunta de ações. De maneira geral, as instituições de educação devem servir de apoio real efetivo às crianças e suas famílias, respondendo às suas demandas e necessidades. Evitar julgamentos moralistas, pessoais ou vinculados a preconceitos é condição para o estabelecimento de uma base para o diálogo.

Não importa o modelo da família e nem os elementos que a compõem. O

importante é a dinâmica de cada família, principalmente os laços afetivos, que terão

fortes influências em todo o processo de desenvolvimento dessa criança.

CHRAIM (2009, p.26-27), diz que:

È na base familiar que a criança começa a construir sua real identidade, que será formada a partir das experiências e da forma como aprendeu a lidar com as informações que recebe. (...)a base familiar forma a personalidade da criança por meio da carga genética,das características pessoais, das influências do meio onde vive e, principalmente,da interação entre esses fatores que norteiam seu caráter.( ) A criança vai evoluindo gradativamente em todos os aspectos, físico, emocional e intelectual. E na primeira infância, que ocorre entre 0 a 6 anos de idade, que ela vive um estágio de dependência de adultos muitas da vezes responsáveis ou não, dentro de seu ambiente familiar.

Este, portanto, é o período da inconsciência, da fantasia e do mundo do faz-

de- conta. Está aprendendo a conhecer o mundo ao seu redor, testando seus

16

limites, desenvolvendo sua atenção, trabalhando sua memória e compreensão. Mas

para que todo o desenvolvimento infantil tenha êxito, é de fundamental importância a

participação da família, de uma maneira efetiva e comprometida.

O comprometimento dos adultos proporciona às crianças, que se

apresentam nessa fase, uma educação sadia, com responsabilidade e afeto, para

que sintam seguras na sua formação. (CHRAIM, 2009, p.39). Como a família é a

primeira sociedade que a criança tem contato, ela precisa ser capaz de dar

segurança, afeto e encorajamento. Para que essa criança seja capaz de se

desenvolver em um adulto preparado para conviver de maneira harmoniosa dentro

do universo social.

Segundo VISCA (1991, p.68), estas aprendizagens se dividem em quatro

estágios: primeiro o da protoaprendizagem, que é o da interação da criança com a

mãe, onde começa as relações de dependência e vínculos; o segundo estágio é o

da deuteroaprendizagem, em que o sujeito que alcançou a protoaprendizagem,

adquire maior contato com o grupo familiar e uma visão dos objetos animados e

inanimados. Já o terceiro estágio, que ainda ocorre antes do ingresso na escola, é

chamado de aprendizagem assistemática, elaborada a partir da relação entre o

sujeito e a comunidade onde está inserido. O quarto estágio é o da aprendizagem

sistemática, que é o da interação do sujeito com as instituições, principalmente a

escolar. Onde irá adquirir conhecimentos fundamentais para sua formação.

De acordo com SAMPAIO (2011, p.74), antes de entrar na escola, a criança

deveria receber seus primeiros estímulos em casa, tendo contato com livros

compatíveis com sua idade, lego e outros brinquedos de encaixe, massa de

modelar, tintas, músicas e poesias com rimas. “... A criança deveria estar,

continuamente, neste contato com objetos que pudessem ajudá-la no

desenvolvimento de habilidades motoras, lingüísticas, musicais, lógicas”.

Quando existem estímulos e incentivos da família, a criança se desenvolve

de maneira sadia e com mais possibilidades de sucesso nas fases posteriores a de

sua infância. A criança que cresce num ambiente repleto de estímulos e incentivos a

aprendizagem, terão chances de um bom desenvolvimento intelectual. Ao contrário,

se essa criança não é estimulada principalmente afetiva e intelectualmente ela

poderá apresentar uma série de dificuldades ou atrasos no seu desenvolvimento ao

17

longo do tempo.

Segundo Jean Piaget (1984), a criança passa por vários estágios de

desenvolvimento cognitivo, onde ela atravessa diferentes formas de pensamento. Se

ela não for motivada no devido período em que se encontra, implicará em um

possível atraso no seu desenvolvimento.

È de grande importância o reconhecimento dessas etapas do

desenvolvimento cognitivo, que estão classificados em: período sensório-motor (do

nascimento até os dois anos de idade), período pré-operatório (de 2 até 7 ou 8

anos),período operatório concreto(dos 7 aos 12 anos) e o período operatório

formal(a partir dos 12 anos). No período sensório-motor, a criança não tem

consciência do eu e do outro. Ela alterna momentos de tensão e relaxamento em

busca de momentos que lhe agradem e fugindo dos desagradáveis. Está na

evolução da percepção e da motricidade. Nesta fase é de fundamental importância o

estímulo dos pais, oferecendo objetos para que seja manipulado pela criança,

trabalhar a coordenação motora, a fala. Para que essa criança apresente um

desenvolvimento satisfatório na fase seguinte, a do período pré-operatório. Neste

nível, a criança começa a ter a percepção da realidade em sua volta, pois já existe

uma representação ou simbolização. Mas ainda não é capaz de acompanhar as

transformações e de descentrar o pensamento. Ela já consegue se relacionar de

maneira mais direta com a família e o ambiente externo, e muitas crianças já estão

inseridas em creches ou escolas.

È de fundamental importância à interação da família com essa criança que

está na fase de aprendizagens diversas. Bem como, a sua participação e

contribuição na vida escolar. Pois se houver uma defasagem cognitiva nesse

período, essa criança poderá ter problemas na aprendizagem. E na fase do

operatório concreto, poderá apresentar dificuldades em resolver problemas

matemáticos, interpretar textos, entender conteúdos de sua idade. (SAMPAIO, 2011,

p.45). O terceiro nível de desenvolvimento, o operatório concreto, é o período em

que a criança já apresenta a capacidade de pensar de forma mais ordenada e

reversível diante das transformações a sua volta.

Deverá ter a capacidade de resolução, assimilação e interpretação. Nesse

estágio, segundo PIAGET (1984), tanto a família como a escola precisam participar

18

de maneira efetiva, para poder intervir se houver um problema de aprendizagem, de

maneira que possa ajudar essa criança a melhorar o seu desenvolvimento cognitivo.

Já o último nível, que se inicia por volta dos 12 anos em diante, é uma fase de

transição da vida infantil para a adolescência. È o período operatório formal, também

chamado de hipotético-dedutivo, isto é, ele opera uma inversão entre o real e o

possível. Há uma dedução lógica e formulação de hipóteses à medida que possam

atuar concretamente sobre diferentes objetos.

De acordo com SAMPAIO (2011, p.48):

Nesta fase, o incentivo dos pais na busca de informações, da leitura e escrita será de grande importância. Pois o compromisso com as atividades, tanto na família como na escola, será um indicativo para o sucesso da vida acadêmica.

Portanto, se a família colaborar na aprendizagem do filho, ele terá mais

chances de manter um bom desenvolvimento intelectual, como consequência,

sucesso nas diversas fases de sua vida escolar. A escola não consegue trabalhar

sozinha se em casa não tiver o apoio e o incentivo dos pais e familiares.

Segundo CHRAIM (2009, p. 45):

Se a aprendizagem começa na base familiar onde os pais formam o caráter, os valores, o respeito pelas leis, a hierarquia; agora, é a vida escolar que vai complementar esse crescimento, ao informar, transmitir conhecimentos, reforçar o sentido de cidadania, dando reforços às responsabilidades sociais por meio da vida acadêmica.

Sabemos que a vida familiar é o primeiro elo de aprendizagens significativas

na vida de um indivíduo e que a mesma consiste em uma matriz psicossocial para o

desenvolvimento de seus membros. Assim, o sucesso ou o fracasso dos inúmeros

papéis que vamos exercer ao longo de nossa história, dependerá em grande parte,

de nossas relações dentro do sistema familiar. Segundo FRANCESCHINI e

PORTELLA (2011), a maneira como cada indivíduo aprende é construído desde as

primeiras experiências infantis.

FERNANDEZ (1990), fala da aquisição de aprendizagens, como se

comparada a de se alimentar, a autonomia no andar, no correr e no uso de objetos,

os quais estabelecem padrões de conduta para experiências futuras, mas que são

aprendidas na fase infantil.

Mas nada disso determina como a criança aprenderá, e quais serão seus

sucessos ou fracassos. Quando a criança chega à fase escolar, onde ela começa a

19

se envolver e participar de novas aprendizagens, a participação da família será de

fundamental importância. Pois muitas das vezes, a escola sinaliza para família as

dificuldades da criança no processo de aprendizagem e a família nada faz. Essa

conduta acaba gerando sucessivos fracassos na sua vida escolar. Podemos

entender, que quando uma criança recebe estímulos, e seus pais acompanham de

maneira efetiva todo o processo de educação, ajudando nas atividades, participando

das reuniões e sempre se comunicando com os professores, essa criança terá um

melhor desempenho escolar. Já quando essa criança tem pais ausentes ou um

vínculo familiar ruim, ela também acaba apresentando uma baixa auto-estima e

consequentemente alguns distúrbios de aprendizagens.

SAMPAIO (2011), comenta que quando se pensa no sucesso escolar de

muitos alunos, logo se associa a participação eficiente da família, que investe na

educação de seus filhos, dando apoio direto e compensando nas eventuais

dificuldades. Geralmente observamos que são famílias dotadas de recursos

econômicos e culturais, apresentam níveis de escolaridade maior. Podendo oferecer

recursos como computador ligado à internet e livros como apoio no processo da

aprendizagem escolar. Trazendo como consequência, a probabilidade de uma vida

acadêmica de sucesso. Já o fracasso escolar, como a face oposta do sucesso, tem

sido sempre associado no âmbito escolar, como o resultado de famílias que

apresentam baixa renda, baixo nível de escolaridade e problemas como negligência,

violência, falta de afetividade e diálogo, não sendo uma regra. Mas também, não

podemos deixar de pensar, naquelas famílias que mesmo com toda a sua

deficiência, se esforçam e tentam oferecer atenção e apoio para suas crianças. Que

poderão construir um futuro acadêmico de sucesso.

Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem as suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto, ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. PAROLIN (2005, p.49):

Portanto, a interação da família é fundamental, compreendendo que a escola

precisa exercer a sua responsabilidade de transmitir conhecimentos para uma boa

formação intelectual e formar cidadãos comprometidos com a vida social. Assim

como a família, é a primeira sociedade onde a criança começa os seus primeiros

contatos com a convivência humana, a escola irá complementar ao longo dos anos,

20

o desenvolvimento intelectual e social. Uma grande parte de nossa vida é vivida na

escola de forma sistemática, e aprendemos a conviver e viver com as diversas

informações, com o grupo escolar e suas diversidades.

De acordo com CHRAIM (2009, p. 58), “se a família e a escola não amparam

suas crianças, logicamente a mãe “rua” os adotará e, conseqüentemente, as drogas

passarão a fazer parte de suas vidas com muita naturalidade.” Então, podemos

observar que muitas crianças já no início da sua vida escolar, ficam perdidas em

meio à escola e a família. Pois se a família negligência essa criança e a escola não

oferecem possibilidades para a permanência e continuidade da vida escolar, a

possibilidade ao fracasso e a marginalização social será muito maior. Escola e

família precisam ter o mesmo objetivo: fazer a criança se desenvolver em todos os

aspectos e ter sucesso na aprendizagem.

Assim, é possível conseguir uma significativa diminuição da evasão, da

violência, e um melhor rendimento escolar. Segundo TIBA (1999, p.178), “...é dentro

de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a

disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social (...).” Um ambiente familiar de

acolhimento e afeto é fundamental para o bom desenvolvimento, para que não haja

muitos problemas nas fases do aprendizado escolar. Mesmo aquelas famílias

compostas por membros com baixo nível de escolaridade, é possível tentar reverter

à probabilidade do fracasso escolar de suas crianças. Medidas simples como: falar

sobre a importância dos estudos para a vida profissional e pessoal, demonstrar

apoio e interesse pelo cotidiano escolar, mesmo que não tenha como ajudar nas

atividades. Entendemos que a educação familiar é um fator muito importante na

formação da criança, desenvolvendo a criatividade, a ética e a cidadania, refletindo

no processo da aprendizagem.

Conforme diz GOKHALE:

(...). A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto... A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. (apud LOPES e VIVALDO, 2007).

È necessário um envolvimento entre família e escola, para a construção de

uma educação de qualidade, criando possibilidades para o sucesso no

desenvolvimento escolar. Dentro de todos os fatores que envolvem o processo da

21

aprendizagem escolar, a família é e sempre será o fator de maior influência na

aprendizagem escolar.

Segundo a REVISTA (2006), algumas atitudes dos pais podem favorecer o

sucesso de seus filhos como:

- fale sempre bem da escola para criar em seu filho uma expectativa positiva em

relação aos estudos;

- procure saber o que ele aprendeu e como se relacionou com todos;

- conheça bem a escola, o professor e converse sobre a criança e o

desenvolvimento dela na escola;

- crie o hábito de observar os materiais escolares e sempre que possível ajude nas

lições de casa;

- quando o filho estiver com problemas, compartilhe-os com a escola sem omitir

fatos e nem julgar atitudes;

- mantenha uma relação de respeito, carinho e consideração com todos os

professores;

- reforce sempre a auto-estima e a autoconfiança de seu filho.

Pequenas atitudes dos pais diante de seus filhos e com a escola, podem

contribuir de maneira muito significativa para um melhor desenvolvimento da

aprendizagem da criança.

22

2.0 METODOLOGIA

2.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A observação e o levantamento dos dados foi realizado na Escola Municipal

Juscelino Kubitschek de Oliveira em Paranaíta-MT. Foi realizada com a participação

de 16 professoras que lecionam no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental nos anos

iniciais.

2.2 INSTRUMENTO PARA A COLETA DOS DADOS

Para obter o sucesso no objetivo da pesquisa conseguindo as informações e

dados necessários, foram indispensáveis à utilização de alguns procedimentos como

a aplicação de um questionário com questões abertas e fechadas com intuito de

obter a opinião, e averiguar o nível de conhecimento sobre o assunto abordado, dos

professores atuantes no campo de trabalho relacionado ao 1º e 2º ano do ensino

fundamental dos anos iniciais.

Foi utilizado o método monográfico que fundamenta-se no estudo

aprofundado de um caso considerado representativo de muitos outros ou mesmo de

todos os casos semelhantes. E o estatístico que permite obter, de conjuntos

complexos, representações simples e constata se essas verificações simplificadas

têm relações entre si.

Os dados colhidos pela pesquisa são apresentados através de gráficos.

Na realização da pesquisa foi utilizado os métodos e técnicas descritos a

seguir. O método de abordagem utilizado na elaboração deste trabalho foi o

hipotético dedutivo.

2.3. LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Juscelino Kubitschek de

Oliveira localizada na Avenida Cuiabá, s/n Bairro São Cristóvão município de

Paranaíta-MT. Foi criada através da lei 081 de 18/08/1992 e reconhecida pela

portaria 3277/92 SSE-MT.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Educar crianças nos dias de hoje com todos os tipos de informações e

atrativos ofertados na sociedade não é uma tarefa fácil, requer trabalho em conjunto

(família e escola) para garantir que as crianças tenham um bom desenvolvimento. E

por ser escola e família ambientes socializadores e de aprendizado, o diálogo entre

pais e a escola deve ser frequente, não só nos momentos de conflitos.

As relações familiares, apesar de todos os atropelos do dia a dia, devem

priorizar a criança por ser ela quem ainda requer mais atenção para o aprendizado,

pois o rendimento escolar depende muito da parceria família e escola.

Foram entregues questionários com questões abertas e fechadas a

professoras do 1º e 2º ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola

Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira. Através dos questionários pode-se

observar o perfil dos entrevistados onde 100% são do sexo feminino, 54,54% tem

idade entre 34 e 49 anos, 54,54% são casadas, 63,63% tem renda entre 3 e 5

salários mínimos, 72,72% lecionam de 1 a 10 anos e 72,72% tem a Especialização

como grau de instrução. Dentre estes profissionais apenas 27,28% não tem uma

formação especíifica na área e as demais já concluíram o seu curso de pedagogia,

como podemos observar no Gráfico1.

Gráfico 1: Perfil dos entrevistados.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Feminino 34 a 49 anos de

idade

Casado 3 a 5 salários

minímos

1 a 10 anos Especialização

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever da família,

da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta

prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à

educação e à convivência familiar e comunitária. Portanto a participação dos pais na

educação dos seus filhos, além de ser um direito, é um dever, pois eles são os

responsáveis legais e naturais na educação do filho e não só a escola.

SAMPAIO (2011, p.56), comenta que “os primeiros estágios de

aprendizagens da criança se dão na família e que, mas tarde se entende à escola.”

Os pais serão sempre pontos de referência para a aprendizagem da criança. Por

isso, é importante que a família estimule o pensamento desta criança, a respeitar o

outro, ajudando-a a pensar com autonomia, ouvindo seus questionamentos e

permitindo que faça suas escolhas, colocando os limites necessários nesse

processo de conquistas.

Contudo, quando perguntado aos professores se a participação dos pais na

vida escolar do filho é importante, 100% dos entrevistados responderam que sim.

Conforme pode ser visto no gráfico 2.

Gráfico 2: A participação dos pais na vida escolar do filho é importante?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Não

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Os caminhos da escola e da família cruzam-se inevitavelmente. A noção dos

papeis de aluno e filho chega a se confundir, sendo assim o fortalecimento dos laços

de cooperação entre as duas instituições indispensáveis para proporcionar um bom

desempenho na escola. Um bom relacionamento de cooperação entre escola e

25

família é um importante fator facilitador da aprendizagem.

[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIN, 2005, p. 99).

Essa parceria é fundamental ainda que cada uma destas instituições

apresente valores e objetivos distintos relacionados a este aluno/filho. Essas

distinções entre ambas devem ser apresentadas nas reuniões para que sejam

levadas em conta ao se estruturarem ações, trabalhos e objetivos comuns nesta

parceria. Troca de experiências, diálogo e abertura de ambas as instituições

proporcionarão um trabalho conjunto bem estruturado. Escola e família devem

compreender que nenhuma das duas obterá sucesso isoladamente, mas que uma

construção coletiva levará aos resultados necessários que reflitam no desempenho

escolar de seus filhos.

GRÁFICO 4:

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Quando questionados sobre a influência que a família tem no processo de

aprendizagem, 100% responderam que sim, a participação da família influência,

(questão 9). Na questão10, 45,45% dos entrevistados responderam que a

participação da família no contexto escolar é boa. (gráfico 4)

De acordo com NÉRICI (1982, p. 106), “os pais devem agir de maneira como

26

gostariam que seus filhos agissem, pois o exemplo ainda é técnica válida e eficiente

para motivar formas de comportamento.”

Gráfico 4: A participação da família influencia no processo de ensino-

aprendizagem.

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

NÉRICI (1982, p.189), aponta a abstração da família para as tentativas e

intervenções da escola em procurar as causas de alguns comportamentos que

atrapalha o aprendizado dos alunos: “Pouco são os pais que acompanham a

educação de seus filhos, prestigiando e entrando em contato com a escola, a fim de

colaborar com ela na tarefa em que ambos são responsáveis.”

De acordo com 81,81% dos entrevistados, às vezes os pais procuram o

professor para saber como está o andamento escolar de seu filho e, ao perguntar se

há diferença no rendimento escolar dos alunos assistidos pelos pais na, 100%

responderam que ainda justificam dizendo os alunos que são assistidos pela família

são mais disciplinados e com maior capacidade de aprendizagem.

Para OLIVEIRA e BOSSA (1999), a participação dos pais na educação dos

filhos se torna cada vez mais distante das escolas, são muitas as justificativas dadas

pelos pais e até mesmo pelos filhos. As mais frequentes são: trabalho, viagens,

separação dos pais, com isso, os familiares se distanciam uns dos outros dentro de

seus próprios lares e os filhos, em muitos casos, ficam sem o devido

acompanhamento escolar.

27

É importante a participação dos pais nas reuniões escolares, pois são

expostos os problemas e acertos existentes na educação dos seus filhos, mas, na

questão 14, com 54,54% os entrevistados afirmam que os pais não participam das

reuniões, como podemos observar no gráfico 5.

Gráfico5: Os pais participam ativamente das reuniões da escola.

40,00%

42,00%

44,00%

46,00%

48,00%

50,00%

52,00%

54,00%

56,00%

Sim Não

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Segundo LÓPEZ (2002, p.75), a participação dos pais é evidentemente

necessária para que continuem a exercer seu papel de principais educadores dos

filhos.

Os “bons pais” participam ativamente da vida escolar de seus filhos. Estão

sempre presentes nas reuniões, nos eventos, participam em casa das lições

escolares, aconselham seus filhos e os criam em um ambiente harmonioso tanto em

casa quanto na escola com os professores. No entanto, 54,54%, dos professores

entrevistados responderam que o nível de relacionamento entre e a participação da

família na escola é regular e que os pontos positivos da relação família/escola no

processo de ensino-aprendizagem está à aprendizagem e o comportamento em com

72,72%.

Quando pedido sugestões para melhorar a relação família/escola,

melhorando assim, o processo de ensino aprendizagem, 36,36% elencaram que a

participação dos pais ativamente nas reuniões e projetos seria a melhor maneira

28

para melhorar a relação das famílias com a escola em prol do aprendizado das

crianças.

GRÁFICO 6: Qual o nível de relacionamento existente entre escola e a participação da família?

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Fonte: Professoras da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Numerosos são os compromissos essenciais à escola na função de educar e

não pode fugir disso, até porque trata-se de um instituição cujo finalidade maior é a

educação. Assim, como em todas as áreas de ação, também nas escolas torna-se

imprescindível planejar, determinar metas, instituir critérios de avaliação, cada vez

maior, no processo educacional de seus alunos. Para tanto, cabe aos professores

tomar consciência de suas ações, proporcionando momentos de interação, afeto e

compreensão das diferenças encontradas no espaço escolar, viabilizando a inclusão

de todos os educandos para que estes possam sentir-se preparados para uma

aprendizagem satisfatória e de qualidade e da família que sabemos, é parte

importante no aprendizado da criança. Nesse ponto de vista, adverte ESTEVE

(1995, p. 100), que:

No momento atual o professor não pode afirmar que a sua tarefa se reduz apenas ao domínio cognitivo. Para além de saber a matéria que leciona, pede-se ao professor que seja facilitador da aprendizagem, pedagogo eficaz, organizador do trabalho em grupo, e que, para além do ensino, cuide do equilíbrio psicológico e afetivo dos alunos, da integração social e da educação sexual etc.: a tudo isso pode somar-se a atenção aos alunos especiais integrados na turma.

A educação é sempre uma relação de indivíduo para indivíduo. Entende-se

29

que a escola mediante um trabalho educativo, corrobora com a possibilidade de

constituir-se em um espaço de superação dos anseios e problemas através de

projetos pedagógicos que venham favorecer a valorização tanto da informação como

da formação de seus educando, buscando parcerias com a família para que tenha o

sucesso escolar.

É evidente que o envolvimento da família no processo educacional da

criança melhora também a imagem da escola e o seu vínculo com a comunidade.

Esse envolvimento expressa uma educação de sucesso apoiada na escola-família,

já que não se aprende só na escola.

30

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente na sociedade em que estamos inseridos faz com que pais

tenham menos tempo para participar da vida escolar dos filhos, embora o tempo

seja escasso a necessidade da participação dos pais fica em evidencia na pesquisa

apresentada.

Alunos acompanhados diretamente por sua família mantém maior grau de

aprendizagem e, maior disciplina no contexto escolar. A escola deve fazer com que

os pais participem mais da vida escolar dos alunos, não devem oferecer reuniões

apenas para expor os problemas que a classe e a escola enfrentam, mas também

demonstrar os bons resultados que alunos empenhados têm.

Diante do exposto, a escola e a família devem manter sintonia para melhor

auxiliar o processo de aprendizagem da criança, assim ela mantém o processo

contínuo e constante, assimilando os valores passados pela família e a experiência

que a escola traz.

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33

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

34

ANEXO

QUESTIONÁRIO

1 Qual o seu sexo?

( ) masculino ( ) feminino 2 Qual é a sua idade? ( ) 18 a 25 anos ( ) de 26 a 33 anos ( ) de 34 a 41 anos ( ) de 42 a 49 anos ( ) acima de 50 anos 3 Qual é o seu estado civil? ( ) solteiro ( ) casado ( ) separado/divorciado ( ) viúvo ( ) união estável 4 Qual é a sua renda? ( ) até 1 salário mínimo ( ) de 1 a 3 salários mínimos ( ) de 3 a 5 salários mínimos ( ) acima de 5 salários mínimos 5 Há quanto tempo leciona? ( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 5 anos ( ) de 5 a 10 anos ( ) de 10 a 15 anos ( ) mais de 15 anos 6 Qual seu grau de formação? ( ) ensino médio/magistério ( ) graduação ( ) especialização ( ) mestrado e/ou doutorado 7 A participação da família na vida escolar do filho é importante? ( ) sim ( ) não 8 Se sim, por quê? ___________________________________________________________________ 9 A participação da família influencia no processo de ensino-aprendizagem? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes 10 Ao seu ver, como é a participação da família na vida escolar dos alunos? ( ) boa ( ) regular ( ) péssima ( ) ruim 11 Na sua opinião, os pais procuram o professor para saber como está o andamento escolar de seu filho? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes 12 Há diferença no rendimento escolar dos alunos que tem a participação da família na escola, com aqueles alunos que a família não participa? ( ) sim ( ) não

13 Se sim, por quê? ___________________________________________________________________________ 14 Os pais participam ativamente das reuniões da escola? ( ) sim ( ) não 15 Qual o nível de relacionamento existente entre escola e a participação da família? ( ) bom ( ) regular ( ) péssimo ( ) ruim 16 Quais os pontos positivos da relação família/escola no processo de ensino-aprendizagem? ___________________________________________________________________________ 17 Quais sugestões você daria para melhorar a relação família/escola, melhorando assim, o processo de ensino aprendizagem? ___________________________________________________________________________